Braganรงa Paulista
Sexta 17 Junho 2016
Nยบ 853 - ano XIV jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
Para pensar
Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016
Expediente
A escalada da violência
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli
por Mons. Giovanni Baresse
Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
No domingo que passou
à noite. Esse leque – pequeno –
desejo de Deus, mas consequência
incompreensível: se alguém te der
a mortandade na boate
retrato de algumas situações que
daquilo que eles, reis, fizeram.
um tapa na face direita, oferece
de Orlando. No Rio de
remetem à violência. Velada ou
Diante da violência de muitas
também a esquerda! Uma orien-
Janeiro o cardeal teve que se
às claras. O que fazer? A leitura
faces de nossos dias temos que
tação para ser trouxa, boboca,
esconder atrás de um carro por
de alguns trechos bíblicos me
ter consciência que isso não é
medroso? Não! Na verdade um
conta de tiroteio entre bandidos.
impele a escrever esta reflexão.
permitido nem desejado por
horizonte: a maldade só pode
Aqui e ali civis e policiais mortos.
No domingo a leitura que falava
Deus. As atitudes violentas têm
ser vencida pelo bem, por uma
Na Itália, o recrudescimento de
da violência utilizada por Davi
sua causalidade no desvio dos
resposta que aponte atitude de
mortes, ocasionadas por cônjuges
para ficar com a mulher de um
caminhos da justiça, da bondade,
superação do desejo de vingança
ou namorados (as). No Mediter-
dos seus comandantes, Urias.
do amor. Os sofrimentos causados
e busque o caminho da justiça.
parece que ficamos inermes ou,
râneo mortes por afogamento
Posteriormente a cilada que a
só poderão ser superados com a
Há necessidade de criação de
pior, nos acostumamos à agressi-
de gente fugindo de guerras e
mulher do rei Acab arma para
cultura da paz. Por isso o trecho
cultura que não exalte aquilo que
vidade até que ela cheque perto
de países com situação política
Nabot porque este se recusara
instigante de Mateus 5, 20-48. Ao
muitos programas dos meios de
de nós. Ao lado da violência física,
desordenada. Na Síria e em países
a vender um bem de família ao
recordar alguns princípios da Lei
comunicação propõem e dessas
que fere e arranca vidas está,
asiáticos a falta de perspectivas
rei. Nos dois casos os reis são
Jesus vai apontando o caminho
propostas sobrevivem. Clamando
também, a violência da privação
para a paz. Grandes interesses de
advertidos por profetas: Natã e
daquilo que podemos classificar
para nossas reações instintivas.
daquilo que é básico para a vida
grupos econômicos e de países que
Elias. Os reis percebem o tamanho
de perfeição. Um caminho a ser
As mesmas que justificam as
digna: moradia, trabalho, saúde,
desejam hegemonias. Governos
de seu pecado e se arrependem.
perseguido no sentido de que
guerras, as ditaduras, etc. A mor-
educação, etc. O atuar conscien-
corruptos que são mantidos por
Os profetas lhes anunciam o
sempre podemos ser melhores
te ou as restrições de liberdade
te dos deveres cívicos é a chave
conta de domínios de estrangeiros
perdão divino, mas os advertem
do que somos. A lei do olho por
como meio e fim. É um enorme
para a construção de vida social
mancomunados com elites locais.
das consequências: a violência
olho não consegue fazer com que
desafio que vivemos diante das
saudável e de meios para comba-
Assistimos, entre nós, a busca da
não se afastará de suas famílias.
se abram portas para a redenção.
situações de fato. Parece que não
ter a maldade. Junte-se a isso a
segurança com grades, câmeras
Davi perde três filhos. Acab per-
E a sociedade parece que se con-
temos outras saídas senão a de
possibilidade de crer num Deus
de vigilância, alarmes, contratação
de Jezabel. Todos assassinados.
tenta com a equação delito-pena.
responder na mesma moeda as
que ama e que não faz diferença
de vigias, etc. Ha medo de sair
Castigo de seus erros. Não por
O Senhor aponta atitude quase
agressões. O mais grave é que
de pessoas!
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Reflexão e Práxis
Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
Mestre do paisagismo brasileiro
Chefe temporal de tribos indígenas Capacidade afetada pela Aids Limpador de rua
A troca realizada nos pulmões O jardim da criação Abrandar; amolecer
Correia para guiar a montaria
Elemento Sinal do cordel indicador Pouco (?) Degas, pintor nítidos Parte do pé usada no chute "de bico"
(?) Macedo, líder da IURD Ardil
Carne bovina de segunda Designação do "boanoite Cinderela" Transferiram de data
Oferenda a um orixá World (?) Awards, prêmio de José Aldo em 2010 (esp.) Tiranos; perversos Infla o airbag Centro econômico do Iêmen
Alvo de busca do rei Artur (Lit.) Tendência de quem não tem malícia Tempero que já teve valor pecuniário
Que sente profunda fadiga física Tecla do micro para deletar Atua; Tipo de trabalha anestesia
Escritor de "Doutor Fausto" Autêntico
Artifício; astúcia (fig.) Vilões de filmes de ficção Signo zodiacal regido pela Lua Lago asiático em extinção
BANCO
Risos, em "internetês" Psiu! Vitamina benéfica às mucosas
Bairro nobre de Manaus 3
Solução R O B E R T O B U R L E M A R X
L A S S O G A S O S A R A
Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
A D X A A D N T RE I D E M A M A A D G E E N R AL E I
Afinal, o que fazia uma menina da camada menos favorecida e, por isso, perigosa, no local do estupro, chamado de “abatedouro”? Afinal, o que fazia uma menina de 16 anos, cujas fotos foram publicadas para apresentá-la como não inocente e, portanto, na lógica da violência brasileira, como não vítima de um ato tão atroz? Afinal, por que defender uma vítima de estupro que ocorreu em uma comunidade menos favorecida? A tentativa de tratar o estupro coletivo como um ato que deve ser dividido entre a vítima e o grupo de estupradores é vergonhosa e imoral. Nenhuma pessoa, seja mulher ou homem, merece tal ato de violência. Não há justificativa para um ato que é utilizado como arma de guerra e como meio de domínio em locais controlados por grupos extremistas. Caso isso seja defensável, o que é um absurdo, não façamos nada pelas meninas estupradas pelo Estado Islâmico. Fechemos nossos olhos e a nossa memória aos casos de estupros coletivos praticados na Guerra da Bósnia, nos anos 90 do século passado na Europa. Esqueçamos as atrocidades praticadas pelos senhores de engenho no Brasil colonial, dentre outros incontáveis casos históricos de violência em períodos de guerra ou de expansão imperialista. Tentar defender ou justificar o que ocorreu no Rio de Janeiro, tentar justificar o que ocorreu sob quaisquer argumentos é baixo, vil e condenável. Sim, somos violentos, pois o que ocorreu no Rio de Janeiro é responsabilidade da sociedade brasileira, do Estado brasileiro que não cumpre suas funções, é responsabilidade das famílias, dos artistas, dos professores e de tantas outras categorias sociais, é, portanto, um ato de irresponsabilidade e de violência de todos nós.
Utensílio visual do pirata
P B E L E R R U B I U N I D E D E E T A M A E C O N L P E I A R A R G R M E R A T A E N I G A N C E L A
O brasileiro é, erroneamente, conhecido como caridoso, alegre e cordial quando visto de fora, mas para quem vive por aqui a realidade é muito diferente. Somos violentos, injustos e conformistas, correndo o risco do exagero e da incompreensão, pois não somos nem sinceros, é possível afirmar que somos violentos oportunistas. E, antes que alguém se sinta ofendido, somos na maioria violentos oportunistas e injustos. Grande parte de nossas mazelas sociais e históricas são reforçadas diariamente. Nossos preconceitos reavivados. Nossa parcialidade interesseira, defendida como modo de vida. Somos violentos. Sim, violentos. A tipologia da violência, em suas variadas escalas, define formas distintas de violência e, aqui no Brasil, o espectro das cores da violência é infindável e confortável, pois a violência é sempre culpa dos outros e é carregada de uma carga enorme de esquecimento e de irresponsabilidade, talvez provocado pela sua presença constante e seletiva, ou seja, nos lembramos da violência que incomoda ao nosso grupo, nosso bairro ou cidade. Somos críticos aos crimes contra o patrimônio devido ao seu caráter imediato; furtos e roubos são tidos como as piores formas de violência que podemos sofrer. As demais, sob o sabor das circunstâncias, importam menos ou nem importam. E nas formas de violência citadas acima a culpa é sempre das camadas menos favorecidas, aquelas que são sempre, e por natureza, as mais ”perigosas”. É como se os atos de violência fossem sempre praticados pelas pessoas mais pobres, uma imensa mentira que toma o ar de verdade por conta da postura preconceituosa da sociedade brasileira. Talvez, por isso, o estupro coletivo, fato horrendo e execrável, que deveria causar indignação e revolta em todos, seja visto de forma parcial e, o que é inacreditável, justificável para alguns.
© Revistas COQUETEL
Comercializada em latas, sua ingestão pode causar insônia Indivíduo de certo Papai, em povo do Sul de Gana inglês
A C M O I M GA R I S E S DE D Ã G O A D C R E E E S T AL I C AR A
por pedro marcelo galasso
violentos
País das ruínas Dispositide Chan Chan vo do controle Junta que investiga erros médicos do autorama
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Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016
por FOLHAPRESS/RACHEL BOTELHO
Que o casamento faz bem à saúde já se sabe: a ciência aponta que viver com um parceiro reduz o risco de doenças cardiovasculares e respiratórias, melhora a qualidade de vida e reduz o estresse. Mas, quando se trata de manter o corpo em forma, são os solteiros que ganham –ainda que a alimentação deles não seja das melhores... Um novo estudo, publicado no “Journal of Family Issues”, concluiu que, em geral, solteiros e divorciados são mais magros do que pessoas casadas. A pesquisa se baseou em dados de entrevistas realizadas com norte-americanos ao longo de duas décadas, a partir de 1979. A hipótese do pesquisador Jay D. Teachman, professor de sociologia na Western Washington University, é que as pessoas descompromissadas têm um incentivo importante: o mercado da paquera. Especialistas atestam que o desejo de encontrar alguém para chamar de seu é, sim, um dos motivos que levam muitos recém-divorciados e solteiros ao consultório. Além disso, enquanto os solteiros costumam ter tempo para a atividade física e encaram o jantar como mais uma refeição do dia, depois do casamento é comum deixar a malhação de lado para ficar em casa com o marido ou a mulher, afirma Cintia Cercato, presidente do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “O jantar também muda, porque é a refeição que eles fazem juntos. Passa a ser a melhor hora do dia, que o casal tenta prolongar repetindo a comida, bebendo um vinho.” Foi exatamente o que aconteceu com André Giglio, 35, de Salvador, que ganhou 10 kg nos três primeiros anos de casamento. O administrador, que no tempo de solteiro não tomava café da manhã e à noite comia no máximo um sanduíche leve, aumentou a participação na cozinha depois de se casar com a administradora Priscila Giglio, 35. “As refeições que na época de namoro eram restritas ao fim de semana, como o risoto acompanhado de um vinho, se tornaram um hábito de todo dia”, conta. Priscila também ganhou peso, e aponta o dedo para a má alimentação do marido. A “transmissibilidade” dos maus hábitos pode parecer desculpa, mas estudos demonstram que é mais fácil ser influenciado por maus hábitos do que por bons. O chef de cozinha Mário Tucillo, 33, também reclama das “más influências”. No caso dele, os “culpados” pelo ganho de peso são os amigos. “Antes ia mais a festas. Depois de casar, a maioria dos encontros com os amigos envolve comida”, diz ele. Já a coordenadora operacional Débora Ramos, 29, não precisou nem dividir o teto para ganhar peso. Quando começou a namorar, trocou as pistas de dança pelo sofá e o arroz e feijão da avó por lanches rápidos. “Ficávamos vendo filme em casa e comendo muita besteira.” Com o casamento, ganhou mais 7 kg. Depois da separação, Débora emagreceu. “Troquei o fast food por salada, iogurte e frutas, coisas fáceis, mas saudáveis. Queria estar bonita para paquerar”, conta.
Mas dá para ser casado e usar isso a favor da boa forma e da vida saudável. A chegada dos filhos, por exemplo, pode ser um momento de virada na alimentação do casal, como conta o engenheiro Rogério Pezzutto, 44. Ele aproveitou o nascimento da filha, hoje com oito anos, para dar mais atenção às refeições. “Queria dar a ela o exemplo”, conta. Os casados que desejam retomar a boa forma não devem perder a esperança, mas aproveitar a companhia para reverter a situação juntos. “Se um faz dieta, e o outro não, é um
problema. Sempre o que quer emagrecer acaba seguindo o que não quer”, diz Ana Maria Pita Lottenberg, coordenadora do curso de pós-graduação em nutrição do hospital Albert Einstein. A enfermeira Marcela Marrach, 27, que mora há pouco mais de um ano com Stephano Mendes, 28, que o diga. Depois de ficar muito mal-humorada com a dieta que ele fez para uma competição, os dois combinaram de fechar a boca há dois meses para curtir as férias em forma. “A gente queria estar bem um para o outro, e fazer a dieta juntos foi muito
melhor do que quando só ele queria emagrecer”, comemora. Morar sozinho, no entanto, não garante nada. Outro estudo recente, publicado na revista “Nutrition Reviews”, avaliou 41 pesquisas para descobrir as diferenças na alimentação de adultos que vivem sozinhos e que moram com uma ou mais pessoas e concluiu que quem mora só costuma ter uma alimentação menos variada. Os homens solitários são ainda mais inclinados aos maus hábitos que as mulheres, segundo a pesquisa. Foto: Karime Xavier/Folhapress
Mário Tucillo, 33, trocou as festas da vida de solteiro por programas que envolvem comida no casamento. Foto: Danilo Verpa/Folhapress
Rogério Pezzutto e Carol Gomes aproveitaram o nascimento da filha para adotar hábitos mais saudáveis.
Saúde
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‘Lado B’ de ter diabetes
Em livro, publicitária escreve sobre o ‘lado b’ de ter diabetes, blogueira conta sobre aspectos negligenciados da doença, como efeitos negativos no trabalho,obra trata de problemas que são mais comuns em diabéticos, como infecções por fungos e impotência sexual
por JULIANA CUNHA/FOLHAPRESS
Aos 15 anos, Marina de Barros Collaço,
Falo da impotência sexual comum em dia-
No Brasil, mais de 16 milhões de adultos
cia, hoje trabalha de casa, fazendo ensaios
31, era uma adolescente saudável.
béticos, de candidíase [corrimentos vaginais
(8,1% da população nessa faixa etária)
fotográficos e usando o blog para vender
Ela praticava seis horas de judô
causados por fungos], de chefes que nos
sofrem de diabetes. A doença mata 72 mil
artigos para diabéticos como camisetas,
por dia e vinha perdendo peso, sentindo
acham folgados quando precisamos faltar
pessoas por ano, segundo um relatório da
adesivos para enfeitar a bomba de insuli-
cansaço e muita vontade de fazer xixi. Os
no trabalho por conta de uma hiperglice-
Organização Mundial de Saúde (OMS)
na, “porta pílulas” e bolsas térmicas para
sintomas pareciam justificáveis pelo excesso
mia [pico de açúcar no sangue], da falta
divulgado este ano.
guardar os remédios.
de atividade física e não a preocupavam.
de paciência para cumprir um monte de
Marina acredita que diabéticos tentam pas-
“O aspecto mais difícil da diabetes é o psico-
O pano caiu quando Marina passou mal na
regras”, diz ela.
sar uma visão amenizada da doença para
lógico. Aceitar que temos uma limitação para
escola e foi imediatamente internada por três
Marina tem diabetes do tipo 1, doença que
evitar estigmas. “Minha vida é funcional,
a vida toda é difícil para todo mundo. Para
dias. Ela teve uma cetoacidose (aumento
geralmente aparece na infância e na adoles-
mas é cheia de pequenas limitações. Eu
mim, escrever sobre o assunto e abraçar o
descontrolado no nível de glicose do sangue)
cência e leva a uma deficiência completa na
preciso faltar no trabalho uma vez no mês
diabetes como parte da minha personalidade
severa que resultou em um coma diabético.
produção de insulina.
para buscar meus remédios na Secretaria
foi a forma de aceitar a doença.”
Até então, Marina não sabia que era diabé-
Para ela, existe uma tendência de tratar o
de Saúde, por exemplo, e pelo menos uma
tica, e tinha uma vaga ideia sobre a doença.
diabetes como um problema menor do que
vez no mês é possível que eu tenha uma
DIABÉTICA TIPO RUIM
O médico que a acompanha estima que ela
ele de fato é.
hiperglicemia que me deixa com muita dor
AUTORA Marina de Barros Collaço
tenha ficado dois anos com a doença antes
“Como hoje em dia os tratamentos são efi-
de cabeça. Nem sempre consigo ‘agendar’
editora Book Express
do diagnóstico.
cientes, as pessoas acham que é tranquilo ter
essa crise para um fim de semana, e chefes
preço R$ 45 (62 págs.)
“Existem dois tipos de diabetes, mas no
diabetes. Mesmo muitos diabéticos insistem
não costumam ser compreensivos.”
“De açucarado basta meu sangue, não quero
fim são todos do tipo ruim”, diz Marina,
que levam uma vida completamente normal,
Outro percalço comum é a falta de remédios
fazer um retrato cor-de-rosa da doença. Exis-
que há dois anos mantém o blog “Diabética
mas normal para mim é sair de casa sem ter
na rede pública. Marina está há quatro me-
tem dois tipos de diabetes, mas no fim são
tipo ruim”, onde reflete sobre o “lado b” da
que calcular quanto tempo vou passar fora
ses sem receber insulina. “A gente agradece
todos do tipo ruim. Minha vida é funcional,
doença, e acaba de lançar um livro com o
ou se estou levando insumos o suficiente
quando o que falta é a insulina, que custa
mas é também cheia de pequenas limitações
mesmo título.
para a minha bomba de insulina”, diz. “De
R$ 150 por mês. Pior é quando falta cateter
marina de barros collaço, 31
“Gosto de escrever sobre os aspectos negli-
açucarado basta meu sangue, não quero
para a bomba, que custa R$ 700.”
Publiciária, blogueira e autora do livro ‘Dia-
genciados e que causam constrangimento.
fazer um retrato cor-de-rosa da doença”.
Marina, que era publicitária em uma agên-
bética tipo ruim’ Foto: Eduardo Anizelli/folhapress
A publicitária Marina de Barros Collaço com seus produtos temáticos
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Saúde
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Usar calçado apertado e fazer musculação
podem causar calos por WILLIAM CARDOSO/FOLHAPRESS
Arte: Folhapress
Os calos são provocados
cedimentos cirúrgicos para os casos
por um atrito constante nas
mais graves”, afirma a dermatologista
mãos ou nos pés. Isso leva a
Lorena Machado Naves Rios, da
pele a produzir mais queratina (uma
Secretaria Municipal da Saúde de
proteína), o que provoca o endureci-
São Paulo.
mento da pele. A maior reclamação
Peso
dos pacientes é de dor, mas é preciso
Além de usar sapatos adequados
tomar cuidado para evitar infecções
(confortáveis, como tênis), o ideal é,
em casos mais graves.
também, prestar atenção ao peso.
“Quando você pega peso, faz mus-
“Sapatos que não absorvem impactos,
culação, usa um sapato apertado,
como sandálias baixas, sapatilhas
usa sapato de salto alto, bico fino,
e chinelos, pioram a pressão e, com
tudo isso aperta sua pele contra o
isso, aumentam os riscos de desen-
osso logo abaixo. Todas as super-
volver [calos]. Além da quantidade
fícies comprimidas passam por
de horas, quanto mais tempo de
esse espessamento, como reação
exposição nessa pressão sobre o pé,
da pele a essa agressão”, explica o
mais risco de surgimento. Pior ainda
dermatologista do Hospital Israelita
se o paciente apresenta sobrepeso
Albert Einstein Claudio Wulkan. “É a
ou obesidade”, diz Lorena. (William
forma, ainda que nos pareça errada,
Cardoso)
que a pele encontra para se proteger
Misturas caseiras não resolvem
dessa compressão causada por duas
O tratamento de calos é envolto em
superfícies duras”, afirma Wulkan.
uma série de mitos que são desmenti-
Os especialistas afirmam que há
dos pela ciência tradicional. “Colocar
várias formas de acabar com os
dente de alho, vinagres e misturas
calos. “Existem cremes hidratantes
caseiras no local ou usar comprimidos
prescritos pelo dermatologista, à
dissolvidos para acabar com os calos
base de ureia e ácido salicílico, que
não funciona. O melhor é procurar
podem diminuir a espessura dessa
um médico, pois existe medicação
pele formada, e palmilhas indicadas
apropriada”, diz a dermatologista
por ortopedista corrigem a forma
Lorena Machado Naves Rios, da
de caminhar para evitar impacto
Secretaria Municipal da Saúde de
desnecessário. Existem, ainda, pro-
São Paulo. (WC)
Antenado
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Livro de Brilhante Ustra é o 6º
mais vendido do país ‘A Verdade Sufocada’, editado pela viúva, vendeu 1.068 cópias na Livraria Cultura
por MAURÍCIO MEIRELES / GUILHERME GENESTRETI/FOLHAPRESS
O livro do coronel Carlos Alberto
uma venda de 1.068 exemplares nas lojas
o livro] foi a Livraria Cultura do Recife”,
afirma Maria Joseíta.
Brilhante Ustra (1932-2015), “A
da Livraria Cultura. “A Verdade Sufocada”
diz a viúva.
Para o vereador Gilberto Natalini (PV-
Verdade Sufocada”, de impressão
estava esgotado havia quase um mês.
Ela conta que o volume sempre vendeu
-SP), presidente da Comissão Municipal
paga pela sua própria família, é a sexta
A edição é parte de uma tiragem de 20 mil
bem –mas que esta foi a primeira vez que
da Verdade de São Paulo, a notícia se
obra mais vendida do país. O livro, em
exemplares, diz a viúva do militar, Maria
ficou 20 dias esgotado. A Folha ligou na
deve ao clima do país. “O debate político
que o coronel que chefiou a unidade
Joseíta Brilhante Ustra. Ainda segundo
loja da Cultura no Conjunto Nacional
se ampliou e uma direita rançosa e fas-
de tortura do DOI-Codi durante o re-
ela, essa é a maior impressão que a família
e um livreiro informou que, com a obra
cista está se reorganizando no Brasil”.
gime militar, entrou esta semana na
já fez da obra do coronel.
esgotada, havia muitas encomendas.
Ex-preso político, ele afirma ter sido
lista da Folha.
“No começo as livrarias nos boicotavam.
“Agora as livrarias me procuram em grande
torturado pessoalmente pelo ex-coronel
A entrada da obra no ranking deveu-se a
A primeira a nos procurar [para vender
quantidade. Eu não procuro nenhuma,
reformado. Foto: Sérgio Lima - 10.mai.2013/Folhapress
Brilhante Ustrana Comissão Nacional da verdade, em 2013
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