853 Edição 17.06.2016

Page 1

Braganรงa Paulista

Sexta 17 Junho 2016

Nยบ 853 - ano XIV jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


2

Para pensar

Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016

Expediente

A escalada da violência

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli

por Mons. Giovanni Baresse

Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

No domingo que passou

à noite. Esse leque – pequeno –

desejo de Deus, mas consequência

incompreensível: se alguém te der

a mortandade na boate

retrato de algumas situações que

daquilo que eles, reis, fizeram.

um tapa na face direita, oferece

de Orlando. No Rio de

remetem à violência. Velada ou

Diante da violência de muitas

também a esquerda! Uma orien-

Janeiro o cardeal teve que se

às claras. O que fazer? A leitura

faces de nossos dias temos que

tação para ser trouxa, boboca,

esconder atrás de um carro por

de alguns trechos bíblicos me

ter consciência que isso não é

medroso? Não! Na verdade um

conta de tiroteio entre bandidos.

impele a escrever esta reflexão.

permitido nem desejado por

horizonte: a maldade só pode

Aqui e ali civis e policiais mortos.

No domingo a leitura que falava

Deus. As atitudes violentas têm

ser vencida pelo bem, por uma

Na Itália, o recrudescimento de

da violência utilizada por Davi

sua causalidade no desvio dos

resposta que aponte atitude de

mortes, ocasionadas por cônjuges

para ficar com a mulher de um

caminhos da justiça, da bondade,

superação do desejo de vingança

ou namorados (as). No Mediter-

dos seus comandantes, Urias.

do amor. Os sofrimentos causados

e busque o caminho da justiça.

parece que ficamos inermes ou,

râneo mortes por afogamento

Posteriormente a cilada que a

só poderão ser superados com a

Há necessidade de criação de

pior, nos acostumamos à agressi-

de gente fugindo de guerras e

mulher do rei Acab arma para

cultura da paz. Por isso o trecho

cultura que não exalte aquilo que

vidade até que ela cheque perto

de países com situação política

Nabot porque este se recusara

instigante de Mateus 5, 20-48. Ao

muitos programas dos meios de

de nós. Ao lado da violência física,

desordenada. Na Síria e em países

a vender um bem de família ao

recordar alguns princípios da Lei

comunicação propõem e dessas

que fere e arranca vidas está,

asiáticos a falta de perspectivas

rei. Nos dois casos os reis são

Jesus vai apontando o caminho

propostas sobrevivem. Clamando

também, a violência da privação

para a paz. Grandes interesses de

advertidos por profetas: Natã e

daquilo que podemos classificar

para nossas reações instintivas.

daquilo que é básico para a vida

grupos econômicos e de países que

Elias. Os reis percebem o tamanho

de perfeição. Um caminho a ser

As mesmas que justificam as

digna: moradia, trabalho, saúde,

desejam hegemonias. Governos

de seu pecado e se arrependem.

perseguido no sentido de que

guerras, as ditaduras, etc. A mor-

educação, etc. O atuar conscien-

corruptos que são mantidos por

Os profetas lhes anunciam o

sempre podemos ser melhores

te ou as restrições de liberdade

te dos deveres cívicos é a chave

conta de domínios de estrangeiros

perdão divino, mas os advertem

do que somos. A lei do olho por

como meio e fim. É um enorme

para a construção de vida social

mancomunados com elites locais.

das consequências: a violência

olho não consegue fazer com que

desafio que vivemos diante das

saudável e de meios para comba-

Assistimos, entre nós, a busca da

não se afastará de suas famílias.

se abram portas para a redenção.

situações de fato. Parece que não

ter a maldade. Junte-se a isso a

segurança com grades, câmeras

Davi perde três filhos. Acab per-

E a sociedade parece que se con-

temos outras saídas senão a de

possibilidade de crer num Deus

de vigilância, alarmes, contratação

de Jezabel. Todos assassinados.

tenta com a equação delito-pena.

responder na mesma moeda as

que ama e que não faz diferença

de vigias, etc. Ha medo de sair

Castigo de seus erros. Não por

O Senhor aponta atitude quase

agressões. O mais grave é que

de pessoas!

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


Reflexão e Práxis

Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016

3

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Mestre do paisagismo brasileiro

Chefe temporal de tribos indígenas Capacidade afetada pela Aids Limpador de rua

A troca realizada nos pulmões O jardim da criação Abrandar; amolecer

Correia para guiar a montaria

Elemento Sinal do cordel indicador Pouco (?) Degas, pintor nítidos Parte do pé usada no chute "de bico"

(?) Macedo, líder da IURD Ardil

Carne bovina de segunda Designação do "boanoite Cinderela" Transferiram de data

Oferenda a um orixá World (?) Awards, prêmio de José Aldo em 2010 (esp.) Tiranos; perversos Infla o airbag Centro econômico do Iêmen

Alvo de busca do rei Artur (Lit.) Tendência de quem não tem malícia Tempero que já teve valor pecuniário

Que sente profunda fadiga física Tecla do micro para deletar Atua; Tipo de trabalha anestesia

Escritor de "Doutor Fausto" Autêntico

Artifício; astúcia (fig.) Vilões de filmes de ficção Signo zodiacal regido pela Lua Lago asiático em extinção

BANCO

Risos, em "internetês" Psiu! Vitamina benéfica às mucosas

Bairro nobre de Manaus 3

Solução R O B E R T O B U R L E M A R X

L A S S O G A S O S A R A

Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

A D X A A D N T RE I D E M A M A A D G E E N R AL E I

Afinal, o que fazia uma menina da camada menos favorecida e, por isso, perigosa, no local do estupro, chamado de “abatedouro”? Afinal, o que fazia uma menina de 16 anos, cujas fotos foram publicadas para apresentá-la como não inocente e, portanto, na lógica da violência brasileira, como não vítima de um ato tão atroz? Afinal, por que defender uma vítima de estupro que ocorreu em uma comunidade menos favorecida? A tentativa de tratar o estupro coletivo como um ato que deve ser dividido entre a vítima e o grupo de estupradores é vergonhosa e imoral. Nenhuma pessoa, seja mulher ou homem, merece tal ato de violência. Não há justificativa para um ato que é utilizado como arma de guerra e como meio de domínio em locais controlados por grupos extremistas. Caso isso seja defensável, o que é um absurdo, não façamos nada pelas meninas estupradas pelo Estado Islâmico. Fechemos nossos olhos e a nossa memória aos casos de estupros coletivos praticados na Guerra da Bósnia, nos anos 90 do século passado na Europa. Esqueçamos as atrocidades praticadas pelos senhores de engenho no Brasil colonial, dentre outros incontáveis casos históricos de violência em períodos de guerra ou de expansão imperialista. Tentar defender ou justificar o que ocorreu no Rio de Janeiro, tentar justificar o que ocorreu sob quaisquer argumentos é baixo, vil e condenável. Sim, somos violentos, pois o que ocorreu no Rio de Janeiro é responsabilidade da sociedade brasileira, do Estado brasileiro que não cumpre suas funções, é responsabilidade das famílias, dos artistas, dos professores e de tantas outras categorias sociais, é, portanto, um ato de irresponsabilidade e de violência de todos nós.

Utensílio visual do pirata

P B E L E R R U B I U N I D E D E E T A M A E C O N L P E I A R A R G R M E R A T A E N I G A N C E L A

O brasileiro é, erroneamente, conhecido como caridoso, alegre e cordial quando visto de fora, mas para quem vive por aqui a realidade é muito diferente. Somos violentos, injustos e conformistas, correndo o risco do exagero e da incompreensão, pois não somos nem sinceros, é possível afirmar que somos violentos oportunistas. E, antes que alguém se sinta ofendido, somos na maioria violentos oportunistas e injustos. Grande parte de nossas mazelas sociais e históricas são reforçadas diariamente. Nossos preconceitos reavivados. Nossa parcialidade interesseira, defendida como modo de vida. Somos violentos. Sim, violentos. A tipologia da violência, em suas variadas escalas, define formas distintas de violência e, aqui no Brasil, o espectro das cores da violência é infindável e confortável, pois a violência é sempre culpa dos outros e é carregada de uma carga enorme de esquecimento e de irresponsabilidade, talvez provocado pela sua presença constante e seletiva, ou seja, nos lembramos da violência que incomoda ao nosso grupo, nosso bairro ou cidade. Somos críticos aos crimes contra o patrimônio devido ao seu caráter imediato; furtos e roubos são tidos como as piores formas de violência que podemos sofrer. As demais, sob o sabor das circunstâncias, importam menos ou nem importam. E nas formas de violência citadas acima a culpa é sempre das camadas menos favorecidas, aquelas que são sempre, e por natureza, as mais ”perigosas”. É como se os atos de violência fossem sempre praticados pelas pessoas mais pobres, uma imensa mentira que toma o ar de verdade por conta da postura preconceituosa da sociedade brasileira. Talvez, por isso, o estupro coletivo, fato horrendo e execrável, que deveria causar indignação e revolta em todos, seja visto de forma parcial e, o que é inacreditável, justificável para alguns.

© Revistas COQUETEL

Comercializada em latas, sua ingestão pode causar insônia Indivíduo de certo Papai, em povo do Sul de Gana inglês

A C M O I M GA R I S E S DE D Ã G O A D C R E E E S T AL I C AR A

por pedro marcelo galasso

violentos

País das ruínas Dispositide Chan Chan vo do controle Junta que investiga erros médicos do autorama

3/dad. 4/mann. 5/lasso — treta. 6/aleixo — axanti — emolir.

Somos

www.coquetel.com.br

Casas em Condomínio

Jd. das Palmeiras..................................................................................................................R$ 650 mil Florestas de São Vicente (nova)..............................................................................................R$ 580 mil Euroville (nova).....................................................................................................................R$ 950 mil Portal de Bragança (nova)................................................................................................R$ 1.3 milhões Village Santa Helena....................................................................................................R$ 1.490 milhões Portal Bragança Horizonte (nova)..........................................................................................R$ 770 mil Villa Real (nova)....................................................................................................................R$ 900 mil Rosário de Fátima ( Ac imóvel – valor)............................................................................R$ consulte-nos

Terrenos em Condomínio

Villa Real 428m²...................................................................................................................R$ 150 mil Colinas de São Francisco 616m²............................................................(parcelamos em 10x) R$ 300 mil Terras de Santa Cruz 600m²...................................................................................................R$ 120 mil Portal Bragança Horizonte 341m²..........................................................................................R$ 200 mil Jd. Nova Bragança 300 m².....................................................................................................R$ 200 mil

Apartamentos

Ed. Piazza de Siena................................................................................................................ R$ 950 mil Apto. Jardim do Lago............................................................................................................. R$ 300 mil Apto. Centro (novo)................................................................................................................R$ 255 mil Ed. Don Pedro I...................................................................................................................... R$ 650 mil Apto. Jd nova Bragança ( Alto Padrão 230m² 3vagas)...................................................... R$ Consulte-nos

Diversos

Casa Jd. Europa.....................................................................................................................R$ 530 mil Terreno Jd do Lago Comercial 600m²..................................................................................... R$ 600 mil Imóvel Comercial AV. Norte-Sul.............................................................................................R$ 630 mil Prédio Comercial Shopping Jaguari....................................................................................... R$150 mil


4

Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016

por FOLHAPRESS/RACHEL BOTELHO

Que o casamento faz bem à saúde já se sabe: a ciência aponta que viver com um parceiro reduz o risco de doenças cardiovasculares e respiratórias, melhora a qualidade de vida e reduz o estresse. Mas, quando se trata de manter o corpo em forma, são os solteiros que ganham –ainda que a alimentação deles não seja das melhores... Um novo estudo, publicado no “Journal of Family Issues”, concluiu que, em geral, solteiros e divorciados são mais magros do que pessoas casadas. A pesquisa se baseou em dados de entrevistas realizadas com norte-americanos ao longo de duas décadas, a partir de 1979. A hipótese do pesquisador Jay D. Teachman, professor de sociologia na Western Washington University, é que as pessoas descompromissadas têm um incentivo importante: o mercado da paquera. Especialistas atestam que o desejo de encontrar alguém para chamar de seu é, sim, um dos motivos que levam muitos recém-divorciados e solteiros ao consultório. Além disso, enquanto os solteiros costumam ter tempo para a atividade física e encaram o jantar como mais uma refeição do dia, depois do casamento é comum deixar a malhação de lado para ficar em casa com o marido ou a mulher, afirma Cintia Cercato, presidente do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “O jantar também muda, porque é a refeição que eles fazem juntos. Passa a ser a melhor hora do dia, que o casal tenta prolongar repetindo a comida, bebendo um vinho.” Foi exatamente o que aconteceu com André Giglio, 35, de Salvador, que ganhou 10 kg nos três primeiros anos de casamento. O administrador, que no tempo de solteiro não tomava café da manhã e à noite comia no máximo um sanduíche leve, aumentou a participação na cozinha depois de se casar com a administradora Priscila Giglio, 35. “As refeições que na época de namoro eram restritas ao fim de semana, como o risoto acompanhado de um vinho, se tornaram um hábito de todo dia”, conta. Priscila também ganhou peso, e aponta o dedo para a má alimentação do marido. A “transmissibilidade” dos maus hábitos pode parecer desculpa, mas estudos demonstram que é mais fácil ser influenciado por maus hábitos do que por bons. O chef de cozinha Mário Tucillo, 33, também reclama das “más influências”. No caso dele, os “culpados” pelo ganho de peso são os amigos. “Antes ia mais a festas. Depois de casar, a maioria dos encontros com os amigos envolve comida”, diz ele. Já a coordenadora operacional Débora Ramos, 29, não precisou nem dividir o teto para ganhar peso. Quando começou a namorar, trocou as pistas de dança pelo sofá e o arroz e feijão da avó por lanches rápidos. “Ficávamos vendo filme em casa e comendo muita besteira.” Com o casamento, ganhou mais 7 kg. Depois da separação, Débora emagreceu. “Troquei o fast food por salada, iogurte e frutas, coisas fáceis, mas saudáveis. Queria estar bonita para paquerar”, conta.

Mas dá para ser casado e usar isso a favor da boa forma e da vida saudável. A chegada dos filhos, por exemplo, pode ser um momento de virada na alimentação do casal, como conta o engenheiro Rogério Pezzutto, 44. Ele aproveitou o nascimento da filha, hoje com oito anos, para dar mais atenção às refeições. “Queria dar a ela o exemplo”, conta. Os casados que desejam retomar a boa forma não devem perder a esperança, mas aproveitar a companhia para reverter a situação juntos. “Se um faz dieta, e o outro não, é um

problema. Sempre o que quer emagrecer acaba seguindo o que não quer”, diz Ana Maria Pita Lottenberg, coordenadora do curso de pós-graduação em nutrição do hospital Albert Einstein. A enfermeira Marcela Marrach, 27, que mora há pouco mais de um ano com Stephano Mendes, 28, que o diga. Depois de ficar muito mal-humorada com a dieta que ele fez para uma competição, os dois combinaram de fechar a boca há dois meses para curtir as férias em forma. “A gente queria estar bem um para o outro, e fazer a dieta juntos foi muito

melhor do que quando só ele queria emagrecer”, comemora. Morar sozinho, no entanto, não garante nada. Outro estudo recente, publicado na revista “Nutrition Reviews”, avaliou 41 pesquisas para descobrir as diferenças na alimentação de adultos que vivem sozinhos e que moram com uma ou mais pessoas e concluiu que quem mora só costuma ter uma alimentação menos variada. Os homens solitários são ainda mais inclinados aos maus hábitos que as mulheres, segundo a pesquisa. Foto: Karime Xavier/Folhapress

Mário Tucillo, 33, trocou as festas da vida de solteiro por programas que envolvem comida no casamento. Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Rogério Pezzutto e Carol Gomes aproveitaram o nascimento da filha para adotar hábitos mais saudáveis.


Saúde

Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016

5

‘Lado B’ de ter diabetes

Em livro, publicitária escreve sobre o ‘lado b’ de ter diabetes, blogueira conta sobre aspectos negligenciados da doença, como efeitos negativos no trabalho,obra trata de problemas que são mais comuns em diabéticos, como infecções por fungos e impotência sexual

por JULIANA CUNHA/FOLHAPRESS

Aos 15 anos, Marina de Barros Collaço,

Falo da impotência sexual comum em dia-

No Brasil, mais de 16 milhões de adultos

cia, hoje trabalha de casa, fazendo ensaios

31, era uma adolescente saudável.

béticos, de candidíase [corrimentos vaginais

(8,1% da população nessa faixa etária)

fotográficos e usando o blog para vender

Ela praticava seis horas de judô

causados por fungos], de chefes que nos

sofrem de diabetes. A doença mata 72 mil

artigos para diabéticos como camisetas,

por dia e vinha perdendo peso, sentindo

acham folgados quando precisamos faltar

pessoas por ano, segundo um relatório da

adesivos para enfeitar a bomba de insuli-

cansaço e muita vontade de fazer xixi. Os

no trabalho por conta de uma hiperglice-

Organização Mundial de Saúde (OMS)

na, “porta pílulas” e bolsas térmicas para

sintomas pareciam justificáveis pelo excesso

mia [pico de açúcar no sangue], da falta

divulgado este ano.

guardar os remédios.

de atividade física e não a preocupavam.

de paciência para cumprir um monte de

Marina acredita que diabéticos tentam pas-

“O aspecto mais difícil da diabetes é o psico-

O pano caiu quando Marina passou mal na

regras”, diz ela.

sar uma visão amenizada da doença para

lógico. Aceitar que temos uma limitação para

escola e foi imediatamente internada por três

Marina tem diabetes do tipo 1, doença que

evitar estigmas. “Minha vida é funcional,

a vida toda é difícil para todo mundo. Para

dias. Ela teve uma cetoacidose (aumento

geralmente aparece na infância e na adoles-

mas é cheia de pequenas limitações. Eu

mim, escrever sobre o assunto e abraçar o

descontrolado no nível de glicose do sangue)

cência e leva a uma deficiência completa na

preciso faltar no trabalho uma vez no mês

diabetes como parte da minha personalidade

severa que resultou em um coma diabético.

produção de insulina.

para buscar meus remédios na Secretaria

foi a forma de aceitar a doença.”

Até então, Marina não sabia que era diabé-

Para ela, existe uma tendência de tratar o

de Saúde, por exemplo, e pelo menos uma

tica, e tinha uma vaga ideia sobre a doença.

diabetes como um problema menor do que

vez no mês é possível que eu tenha uma

DIABÉTICA TIPO RUIM

O médico que a acompanha estima que ela

ele de fato é.

hiperglicemia que me deixa com muita dor

AUTORA Marina de Barros Collaço

tenha ficado dois anos com a doença antes

“Como hoje em dia os tratamentos são efi-

de cabeça. Nem sempre consigo ‘agendar’

editora Book Express

do diagnóstico.

cientes, as pessoas acham que é tranquilo ter

essa crise para um fim de semana, e chefes

preço R$ 45 (62 págs.)

“Existem dois tipos de diabetes, mas no

diabetes. Mesmo muitos diabéticos insistem

não costumam ser compreensivos.”

“De açucarado basta meu sangue, não quero

fim são todos do tipo ruim”, diz Marina,

que levam uma vida completamente normal,

Outro percalço comum é a falta de remédios

fazer um retrato cor-de-rosa da doença. Exis-

que há dois anos mantém o blog “Diabética

mas normal para mim é sair de casa sem ter

na rede pública. Marina está há quatro me-

tem dois tipos de diabetes, mas no fim são

tipo ruim”, onde reflete sobre o “lado b” da

que calcular quanto tempo vou passar fora

ses sem receber insulina. “A gente agradece

todos do tipo ruim. Minha vida é funcional,

doença, e acaba de lançar um livro com o

ou se estou levando insumos o suficiente

quando o que falta é a insulina, que custa

mas é também cheia de pequenas limitações

mesmo título.

para a minha bomba de insulina”, diz. “De

R$ 150 por mês. Pior é quando falta cateter

marina de barros collaço, 31

“Gosto de escrever sobre os aspectos negli-

açucarado basta meu sangue, não quero

para a bomba, que custa R$ 700.”

Publiciária, blogueira e autora do livro ‘Dia-

genciados e que causam constrangimento.

fazer um retrato cor-de-rosa da doença”.

Marina, que era publicitária em uma agên-

bética tipo ruim’ Foto: Eduardo Anizelli/folhapress

A publicitária Marina de Barros Collaço com seus produtos temáticos


6

Saúde

Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016

Usar calçado apertado e fazer musculação

podem causar calos por WILLIAM CARDOSO/FOLHAPRESS

Arte: Folhapress

Os calos são provocados

cedimentos cirúrgicos para os casos

por um atrito constante nas

mais graves”, afirma a dermatologista

mãos ou nos pés. Isso leva a

Lorena Machado Naves Rios, da

pele a produzir mais queratina (uma

Secretaria Municipal da Saúde de

proteína), o que provoca o endureci-

São Paulo.

mento da pele. A maior reclamação

Peso

dos pacientes é de dor, mas é preciso

Além de usar sapatos adequados

tomar cuidado para evitar infecções

(confortáveis, como tênis), o ideal é,

em casos mais graves.

também, prestar atenção ao peso.

“Quando você pega peso, faz mus-

“Sapatos que não absorvem impactos,

culação, usa um sapato apertado,

como sandálias baixas, sapatilhas

usa sapato de salto alto, bico fino,

e chinelos, pioram a pressão e, com

tudo isso aperta sua pele contra o

isso, aumentam os riscos de desen-

osso logo abaixo. Todas as super-

volver [calos]. Além da quantidade

fícies comprimidas passam por

de horas, quanto mais tempo de

esse espessamento, como reação

exposição nessa pressão sobre o pé,

da pele a essa agressão”, explica o

mais risco de surgimento. Pior ainda

dermatologista do Hospital Israelita

se o paciente apresenta sobrepeso

Albert Einstein Claudio Wulkan. “É a

ou obesidade”, diz Lorena. (William

forma, ainda que nos pareça errada,

Cardoso)

que a pele encontra para se proteger

Misturas caseiras não resolvem

dessa compressão causada por duas

O tratamento de calos é envolto em

superfícies duras”, afirma Wulkan.

uma série de mitos que são desmenti-

Os especialistas afirmam que há

dos pela ciência tradicional. “Colocar

várias formas de acabar com os

dente de alho, vinagres e misturas

calos. “Existem cremes hidratantes

caseiras no local ou usar comprimidos

prescritos pelo dermatologista, à

dissolvidos para acabar com os calos

base de ureia e ácido salicílico, que

não funciona. O melhor é procurar

podem diminuir a espessura dessa

um médico, pois existe medicação

pele formada, e palmilhas indicadas

apropriada”, diz a dermatologista

por ortopedista corrigem a forma

Lorena Machado Naves Rios, da

de caminhar para evitar impacto

Secretaria Municipal da Saúde de

desnecessário. Existem, ainda, pro-

São Paulo. (WC)


Antenado

Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016

7

Livro de Brilhante Ustra é o 6º

mais vendido do país ‘A Verdade Sufocada’, editado pela viúva, vendeu 1.068 cópias na Livraria Cultura

por MAURÍCIO MEIRELES / GUILHERME GENESTRETI/FOLHAPRESS

O livro do coronel Carlos Alberto

uma venda de 1.068 exemplares nas lojas

o livro] foi a Livraria Cultura do Recife”,

afirma Maria Joseíta.

Brilhante Ustra (1932-2015), “A

da Livraria Cultura. “A Verdade Sufocada”

diz a viúva.

Para o vereador Gilberto Natalini (PV-

Verdade Sufocada”, de impressão

estava esgotado havia quase um mês.

Ela conta que o volume sempre vendeu

-SP), presidente da Comissão Municipal

paga pela sua própria família, é a sexta

A edição é parte de uma tiragem de 20 mil

bem –mas que esta foi a primeira vez que

da Verdade de São Paulo, a notícia se

obra mais vendida do país. O livro, em

exemplares, diz a viúva do militar, Maria

ficou 20 dias esgotado. A Folha ligou na

deve ao clima do país. “O debate político

que o coronel que chefiou a unidade

Joseíta Brilhante Ustra. Ainda segundo

loja da Cultura no Conjunto Nacional

se ampliou e uma direita rançosa e fas-

de tortura do DOI-Codi durante o re-

ela, essa é a maior impressão que a família

e um livreiro informou que, com a obra

cista está se reorganizando no Brasil”.

gime militar, entrou esta semana na

já fez da obra do coronel.

esgotada, havia muitas encomendas.

Ex-preso político, ele afirma ter sido

lista da Folha.

“No começo as livrarias nos boicotavam.

“Agora as livrarias me procuram em grande

torturado pessoalmente pelo ex-coronel

A entrada da obra no ranking deveu-se a

A primeira a nos procurar [para vender

quantidade. Eu não procuro nenhuma,

reformado. Foto: Sérgio Lima - 10.mai.2013/Folhapress

Brilhante Ustrana Comissão Nacional da verdade, em 2013


8

Jornal do Meio 853 Sexta 17 • Junho • 2016


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.