Braganรงa Paulista
Sexta
12 Agosto 2016
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jornal do meio
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Jornal do Meio 861 Sexta 12 • Agosto • 2016
Expediente
Suando para a selfie por PHILLIPPE WATANABE/folhapress
Em competições de corrida, o espaço entre os corpos muitas vezes é diminuto. Mas, no meio do aperto, surgem braços esticados, prontos para tirar selfies e registrar o momento. Por exibicionismo ou como forma de incentivo, a prática é cada vez mais comum em maratonas, pedaladas, academias e parques –ou, basicamente, em qualquer modalidade esportiva. O uso dos celulares já mudou a cara de competições e dos treinamentos. Ao mesmo tempo em que é possível acompanhar o progresso no esporte, o dispositivo causa distração e pode aumentar o risco de lesões, inspirar esforços incompatíveis com o preparo físico para garantir mais “likes” e até atrapalhar os outros participantes (especialmente em corridas). A presença de selfies se tornou tão significativa, e até incômoda em alguns casos, que a NYRR (organização dos corredores de rua de Nova York) declarou “desencorajar veementemente” o uso de redes sociais e celulares durante as provas. Os famosos paus de selfie foram totalmente
banidos das competições. “Na maratona do Rio, muita gente parava para tirar fotos com o Pão de Açúcar ao fundo, na praia”, diz Luciana Haddad, 37, cirurgiã do Hospital das Clínicas da USP e especialista em transplante de fígado. A rotina da médica começa cedo, mas longe do hospital. A partir das cinco da manhã, diariamente, é possível encontrá-la correndo ou pedalando na USP e no Ibirapuera. Luciana também é triatleta (praticante de triatlo, modalidade que envolve corrida, natação e ciclismo) e tem o hábito de compartilhar suas rotinas de treino. Para ela, a audiência das redes sociais é um incentivo para os momentos de “será que vou aguentar?” Mesmo sabendo do apoio das redes sociais, somente uma coisa importa nas competições: a performance. “Quem para no meio da corrida, com o sol nascendo, e tira uma foto não está preocupado com o tempo. A gente que está treinando com uma planilha nunca vai fazer isso”, afirma. Daniel Kuriu, 34, é um dos que
não estão preocupados com o tempo das provas. O fisioterapeuta, que posta fotos de si mesmo correndo e pedalando, diz que o objetivo é incentivar a prática saudável de exercícios. Para isso, evita especificar o tipo de treinamento que faz e os resultados que alcança. “As pessoas perdem um pouco o bom senso. Tentam provar para outros que elas conseguem e acabam se machucando”, afirma Kuriu. A preocupação é compartilhada por Dudu Netto, diretor técnico da companhia de academias Bodytech. “Quando uma rotina de treino é colocada nas redes sociais, nunca são exercícios tradicionais, é sempre alguma coisa inusitada”, segundo ele. Netto se preocupa com o público que vê as postagens e pensa que pode repetir a performance. Ele afirma que todo tipo de treinamento deve ser acompanhado por um especialista. “Por mais parecidas que as pessoas sejam, não dá para imitar nenhum exercício.” A questão da segurança ganha destaque no próprio momento da selfie. Em treinos velozes de
bicicleta ou locais perigosos, Luciana nunca tira fotos, que ficam reservadas para horas mais tranquilas em que o risco é mínimo. “Não é só no ciclismo. Na corrida, você estica o braço e alguém que você não está vendo passa ao seu lado e pode se machucar”, afirma Kuriu. Ele diz que quando quer registrar provas, larga atrás de todos para não interferir na prova dos outros.
IOGA
Fotos de posições complexas de ioga também fazem sucesso na internet – e podem representar um risco para praticantes inexperientes. A imagem é central e muito cobrada, segundo Wal Nunes, 34, professora de ioga e meditação.”Quando você apela para a imagem, acaba tendo muito mais seguidores, um resultado mais positivo.” Após um ano de treinamento e de sentir bons resultados, Fernanda Costa, 30, começou a publicar algumas de suas posições para incentivar outros a praticarem ioga. Nunes diz, porém, que não gosta que fotografem os exercícios e
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que seus objetivos são a segurança dos alunos e a busca pela espiritualidade. Renata Sobreira, 58, instrutora de kundalini ioga, pensa de forma similar e se preocupa com as tentativas de reproduzir posições difíceis sem orientação. As posturas não são a única finalidade. “Ioga tem até essa finalidade de fazer você enfrentar os desafios da vida com mais tranquilidade”, afirma. “Na maratona do Rio, muita gente parava para tirar fotos com o Pão de Açúcar ao fundo, na praia. Quem está preocupado com o tempo, treinando com uma planilha, nunca vai fazer isso” Luciana Haddad cirurgiã que pratica esportes.
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por RACHEL BOTELHO/FOLHAPRESS
A construção da autoestima ganhou
geralmente quando observa outras crian-
toa para que as meninas sintam satisfação
A administradora Érica Monteiro, 39, mãe
tanta ênfase na educação das crian-
ças”, diz.
com as próprias conquistas.
de Lorenzo, 6, e de Rafaela, 3, segue as
ças nas últimas décadas que pais
Riesgo ensina que o mais sensato é elogiar
“Como elas são pequenas, eu as estimulo
orientações de Klajner e diz que o mais
e educadores saíram distribuindo elogios
“a conta gotas”, em busca de um meio
a se vestirem, comerem sozinhas, e dou
difícil é lidar com as “influências externas”,
a torto e a direito.
termo. “As crianças com muita autoestima
apoio só quando pedem ou vejo que minha
de parentes e amigos. “Desde bebês eu
A ideia de que a criança que acredita em
têm dificuldade de lidar com as frustrações,
intervenção é necessária”.
coloquei limites, e eles foram conquistando
seu potencial não encontra limites para
assim como aquelas com pouca autoestima.
Para o pediatra Henrique Klajner, a auto-
a autoestima sozinhos.”
suas realizações é sedutora, mas estudos –e
Os pais devem elogiar quando possível, sem
estima não pode ser construída, mas sim
Ceneide Cerveny ressalta, no entanto, que
a experiência de quem lida com o universo
deixar de criticar quando for necessário.”
conquistada por esforço próprio. O médico
a autoestima das crianças não depende
infantil– vêm mostrando que o excesso de
A psicóloga da PUC-SP Ceneide Cerveny
aconselha os pais a expressarem satisfação
apenas das atitudes de pais e mestres. “Há
elogios foi mais um golpe na autoestima
lembra que as crianças são sensíveis e es-
quando aprovam um comportamento ou
fatores internos e externos, da história de
dos pequenos.
pertas, e percebem como falsidade elogios
realização do filho, porque a atitude faz
vida, do convívio, de como você significa
Uma das pesquisas, publicada no ano
não sinceros e em demasia.
com que a criança se sinta “incluída” no
suas experiências”, afirma.
passado no periódico “Proceedings of the
A advogada Fernanda Levy, 36, mãe de
modelo dela. “Mas o elogio é uma barreira
E conclui: “Se crianças forem elogiadas na
National Academy of Sciences”, concluiu
Ana Beatriz, 5, e Gabriela, de dois e nove
à continuação das conquistas. Se a criança
medida certa, com sinceridade, elas prova-
que a maioria dos filhos muito elogiados
meses, se preocupa em não fazer elogios à
acha que chegou ao topo, ela para de tentar.”
velmente se sentirão mais confiantes.”
pelos pais obteve uma pontuação mais
Foto: Danilo Verpa/Folhapress
alta em testes de narcisismo –em outras palavras, eles se consideram melhores que os demais. O exagero começou quando os filhos passaram a ser considerados o grande bem dos pais, afirma a psicanalista Miriam Debieux Rosa, professora da PUC-SP e da USP. “Hoje a criança não pode ter frustrações nem ser confrontada com a realidade e com suas limitações, o que não é educativo”, diz. A pesquisadora Adriana Baralle, 35, mãe de Anita, 7, e Maria, 2, diz que se considera um “mau exemplo” nesse quesito porque sempre ouviu –e acreditou– que era importante elogiar muito as crianças. Resultado: a filha mais velha não aceita ser ensinada ou corrigida. “Quando aparece um conceito ou uma palavra nova, ela não pergunta o que significa, ela inventa a resposta”, afirma a mãe. “Exagerei demais. Agora está caindo a ficha e estou tentando balancear melhor. A autoestima é importante, mas
Anita, 7, em praça de SP; sua mãe, Adriana, diz que exagerou nos elogios às filhas. Foto: Avener Prado/Folhapress
tem que ter senso crítico também.” Adriana conta um episódio, na primeira apresentação de dança da filha, que a levou a essa reflexão. “Quando acabou, eu lhe dei os parabéns e ela me disse: ‘Ai, dancei superbem, né?’ É tão comum para ela ouvir os meus elogios que ela já assume como verdade. Falta uma dose de humildade.” A diretora de marketing Juliana Machado, 37, mãe de José, 4, prefere enfatizar sempre o empenho do menino. “Para mim, o que mais faz sentido é o elogio do esforço e de alguma coisa que seja relevante do ponto de vista da dedicação dele”, afirma. Para o neuropediatra Rudimar Riesgo, da Sociedade Brasileira de Pediatria, a preocupação excessiva com a autoestima vem levando os pais, em geral, a negligenciar um aspecto essencial da educação: o preparo para lidar com a frustração. “Se a autoestima da criança for inflada de forma artificial, ela sucumbe logo adiante,
Fernanda Levy, 36, mãe de Ana Beatriz, 5, e Gabriela, de 2, se preocupa em não elogiar demais as filhas.
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Saúde
Distração exagerada Pode ser sintoma de doença em criança, transtorno que tem origem no cérebro pode levar criança a ter dificuldade no aprendizado escolar
por FOLHAPRESS
Nem sempre a criança que não termina seus deveres e não presta atenção em nada é preguiçosa. Quando esse tipo de comportamento se repete com muita frequência, pode ser um dos sinais do TDAH (transtorno de deficit de atenção e hiperatividade), ocasionado por uma disfunção na parte frontal do cérebro e geralmente passado de pai para filho. Fazer o diagnóstico não é fácil, segundo o neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein Erasmo Casella. A criança pode ser desatenta ou hiperativa ou ser as duas coisas ao mesmo tempo. “Todo mundo tem sintomas de deficit de atenção, hiperatividade e impulsividade. Para caracterizar, tem que ser frequente, ocorrer em pelo menos dois locais diferentes, e trazer prejuízo à vida da pessoa”, explica o neurologista. Geralmente, o diagnóstico é feito em crianças com seis anos ou mais. Neuropsicóloga e mestre em psicologia do desenvolvimento, Deborah Moss lembra que é preciso afastar outras causas antes de investigar possível TDAH. “Às vezes a criança é desatenta porque tem um problema de visão ou audição, por exemplo”, diz. Ansiedade também pode confundir, segundo Casella. Já os hiperativos são facilmente identificados porque ficam se mexendo, falando e gesticulando. Segundo Moss, eles podem ser mais hiperativos ou impulsivos. Crianças com TDAH podem ser prejudicadas no aprendizado, ou por serem afastadas do convívio social ou por serem tratadas como burras ou incapazes, por exemplo. Como não há exames que detectem essa disfunção, o diagnóstico é feito na base da conversa. O tratamento costuma incluir remédios e terapia com psicólogo, mas pode envolver outros profissionais. Há chances de melhoras importantes, mas não garantia de cura. “A pessoa aprende a viver com seus limites”, diz Moss. (Gislaine Gutierre) Metade leva transtorno à vida adulta Metade das crianças que sofrem do transtorno do deficit de atenção e hiperatividade serão adultos com o distúrbio. Segundo o neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein Erasmo Casella, parte delas pode ter os sintomas amenizados conforme a área frontal do cérebro amadurece. “Há um atraso médio de três anos na maturação, nesses casos”, diz. As melhoras costumam ocorrer até os 21 anos. (GG)
Arte: Folhapress
Reflexão e Práxis
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
"Consumidor", em IPC (Econ.) O gentleman, por seu comportamento Endereço É livre, no de um site Existen(Inform.) cialismo Expressão de nojo
por pedro marcelo galasso Tipo de terreno perigoso para construções
Espaço de tempo regido por um signo Impressão (fig.) Estrada, em inglês
(?) Vegas: a Capital do Jogo (EUA)
Vermelho, em inglês Rápido; ligeiro
Base da arte do origâmi Trabalha como a costureira Stephen Hawking, por sua inteligência Doença que afetava Che Guevara
Cenário comum de comerMonociais de grama de cerveja "Tânia"
O camponês, na Idade Média Labuta Grão fecundante das flores
Forma de decote Meu, em francês Estilo de tapete A fêmea no chiqueiro Botar (ovos) Centro de estética
Ato típico do adolescente rebelde Ginásio poliesportivo carioca cujo nome oficial é Gilberto Cardoso
(?)-sal, reserva brasileira de petróleo
(?)-moscada, ingrediente de molhos
N O
"Organização", em Otan
Que zela cuidadosamente (por algo)
Z BANCO
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Solução T L NE R D U C E R E M C L R A O C A L E D L P E P O R O L E R E A N Ã
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B A O R S O
B R A S E I R O
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F O R Ç A D E T R A B A L
Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
C
das legítimas manifestações das pessoas descontentes com o presidente interino e suas ações ao longo destes meses. A censura das manifestações fere direitos constitucionais que são maiores que as diretrizes que regem as Olimpíadas, mas que foram colocados em segundo plano assim como já foi feito na Copa do Mundo, evento no qual as manifestações foram duramente reprimidas. Outra demonstração foi o silêncio de algumas autoridades na cerimônia de abertura dos jogos olímpicos, algo que também divide opiniões e que marca todo o cerimonial. A razão do silêncio e sua representatividade ficam a critério de cada um. E, para terminar, experimentamos um período de festas na cidade com a divulgação de nossos candidatos aos cargos de prefeito e aos cargos de vereadores. Festas, fogos de artifício, pessoas empolgadas nas ruas, coligações vergonhosas com candidatos distantes e opositores na última candidatura que, magicamente, formam chapas e coligações das mais estranhas e diversas. Velhas práticas, velhas frases, velhas questões que arrastam Bragança Paulista para um passado que assume feições de futuro e que trazem, de novo, o que há de pior em nossa classe política, se é que tais senhores e senhoras mereçam tal menção. As festas são sensacionais! Momentos de alegria que tendem ao infinito e que contagiam a tudo e a todos. As festas são inebriantes, elas levam as pessoas a momentos de alegria que não são atingidos em situações comuns; elas são sedutoras, nos elevam os espíritos e nos trazem momentos de êxtases coletivos e nos encantam; elas são momentos de alegria que nos levam ao esquecimento... E esquecer nem sempre é bom.
3/mon — red — url. 4/road. 10/gengibirra. 13/maracanãzinho.
A festa das Olimpíadas tem sido discutida de forma apaixonada, pois muitos duvidavam a competência do Brasil em realizar uma festa tão importante enquanto outros não concordam com a realização do evento por aqui. Bragança Paulista recebeu uma delegação que participa dos jogos, a delegação de Trinidad e Tobago, algo significativo para uma cidade carente de tudo, com ruas vazias e com várias pessoas preocupadas, refletindo um panorama nacional. Entretanto, há uma enorme diferença entre ser crítico sobre o que ocorre no Brasil, pensar além da festa e de sua beleza, elemento sempre subjetivo e, portanto, individual, e sofrer do “complexo de vira lata”. A ideia de nossa suposta inferioridade é histórica e socialmente construída, reforçada em esteriótipos que são alimentados, muitas vezes, por quem se diz contrário a ele, e que pode ser desconstruído, mas acreditar que uma festa é capaz de realizar tudo isso é, objetivamente, um exagero. As pessoas podem aproveitar os jogos, elogiar a festa, tudo isso é legítimo e desejável. Entretanto, há que existir a possibilidade de questionar, sempre, o que está posto na esperança de diminuir a distância entre a teoria política e a prática política, ou seja, a distância entre o que queremos para nosso país e a realidade nossos fatos. Um exemplo é a cobrança sobre os rendimentos dos atletas brasileiros que, na imensa maioria dos casos treina e compete sem o apoio necessário, seja ele financeiro, técnico e físico, com a notada carência de infraestrutura para treinamentos e afins. Na verdade, tal leitura culpabiliza os atletas e isenta o Estado e sua falta de visão do esporte como uma política de Estado, cujos ganhos vão além dos aspectos financeiros. A Demagogia está presente na proibição
Duke Ellington, pianista de jazz
A G E O N N G I O B N I R R M A O N S P R A
Demagogia
Cantor do sucesso "Borbulhas de Amor" Ídolo (pop.)
Contingente disponível no mercado, para ser comprado por empresas (Econ.)
Nome comum de churrascarias
O F I I C I S AL D G E J U A S T I Ç M A
A Festa e a
Funcionário público que entrega intimações emitidas por juízes
© Revistas COQUETEL
Ter propensão a Bebida de fabricação popular, famosa à época do Império (BR)
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informática & tecnologia
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Pokémon Go Favelas do Rio sem Pokémons expõem tipo inovador de desigualdade social
por FOLHAPRESS
Pokémon Go é um jogo em que, para
áreas e nada em muitas outras.
como ela é.
na hora “errada”. Que se deram mal ao
progredir, é necessário capturar e
A coisa fica ainda mais complexa. Poké-
Isso se aplica também à Olimpíada
virar uma esquina que nenhum carioca
manter o maior número possível
mon Go utiliza a interface do Google
porque os milhares de integrantes das
“escolado” ousaria dobrar.
de monstrinhos japoneses. A questão é
Maps para mapear a cidade, ruas e
delegações olímpicas aportarão no Rio
A primeira notícia do tipo foi inaugurada
que eles ficam espalhados pelo território
pontos de interesse, para neles colocar
desprovidos desse olhar sobre o território
com o lutador neozelandês que foi se-
real da cidade. Ou seja, é preciso ir até
os Pokémons. Ocorre que apenas 0,001%
que é treinado por anos de convívio com
questrado por policiais e teve de pagar
o lugar físico onde se encontram para
da área das mais de mil favelas cariocas
a violência e a segregação. Na perspectiva
R$ 2.000 para ser libertado. Qualquer
capturá-los.
é mapeado. Elas aparecem no mapa
da maioria dos visitantes, o Rio será visto
realidade aumentada fica sem graça
Ideia genial, que já virou febre em vários
como “áreas verdes” ou grandes vazios,
como um só. Um enorme território repleto
perto dessa realidade real.
países, mas que no Rio apresenta proble-
apesar de mais de 1,5 milhão de pessoas
de atrativos que, com um pouco de bom
O que fazer com relação a isso? Trabalhar
mas. O espaço urbano da cidade é sitiado.
viver nelas. Será que as favelas cariocas
senso, pode ser livremente explorado.
para que o território seja um só? Do jeito
Há áreas onde nem o poder público nem a
serão completamente desprovidas de
Sem esse conhecimento “adicional” de
que a coisa anda, é possível que a solução
Força Nacional conseguem entrar. Quem
Pokémons? Está aí um tipo inovador de
como a cidade funciona, o período olím-
proposta seja diferente: proibir Pokémon
dirá incautos caçadores de Pokémon. O
desigualdade social.
pico pode se converter em uma amostra
Go no país, bloqueando seus servidores
jogo expõe, assim, a dura realidade de
Nesse contexto, Pokémon Go e a Olim-
do tipo de notícias que o lançamento de
tal como aconteceu com o WhatsApp.
se viver em uma cidade fraturada, onde
píada são como os óculos do genial filme
Pokémon Go irá produzir no Rio. Ninguém
Afinal, o game pode por em risco a vida
conceitos como o “direito de ir e vir”
de John Carpenter -”Eles Vivem”-, que,
se surpreenderá com notícias de visitantes
de jovens. Viver no Rio é perigoso. Jogos
aplicam-se mais ou menos em algumas
ao serem colocados, expõem a realidade
“ingênuos” que foram ao lugar “errado”
de toda sorte também.
Foto: Divulgação
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Zika Olímpica Casos caem e expectativa é que poucos turistas sejam infectados, mas ainda não se sabe o impacto da transmissão por via sexual
por GABRIEL ALVES / PHILLIPPE WATANABE/FOLHAPRESS Arte: Folhapress
É provável que nem meia dúzia de turistas pegue
contato sexual.
zika no Rio durante a Olimpíada. O baixo risco
Como não se sabe quase nada sobre essa via de contágio,
nessa época, porém, não é um alvará para que
existe uma chance não desprezível de ela estar bastante
as pessoas não tenham alguns cuidados, já que ainda
subestimada nas contas. A depender da frequência da
se sabe muito pouco sobre essa virose.
atividade sexual e do número de parceiros, pode sim
A informação tranquilizadora vem de cálculos como os
haver uma miniexplosão de casos de zika –por isso a
do epidemiologista da USP Eduardo Massad, e foi refe-
importância ainda maior do uso da camisinha.
rendada por outros cientistas que investigam o tema. O
Por outro lado, nem o Rio nem o Brasil têm exclusividade
surto pegou o país de surpresa no último ano e provocou
na “exportação” de zika para o mundo –mais de 50 paí-
um aumento de casos de microcefalia –razão pela qual
ses e territórios já registraram transmissão da doença.
o mundo está com um olho nos Jogos e outro na zika.
“Como a zika já se espalhou pelo mundo, a Olimpíada
A estimativa de Massad diz que 3,2 turistas estrangeiros,
não deve ter impacto sobre o cenário da epidemia”, diz
para cada 100 mil, pegarão zika. Com o palpite de que
Amilcar Tanuri, virologista da UFRJ.
eles serão 500 mil ao todo, chega-se ao número de 16
Para prevenir outra forma de transmissão, por transfusão
infectados no total. Considerando que só 20% exibem
sanguínea, o Hemorio (centro de hematologia do RJ)
sintomas, provavelmente haverá apenas três ou quatro
adquiriu kits para eliminar a ameaça de infecção viral
doentes.
de até 7.000 bolsas de sangue.
Os motivos para tão baixo risco –menor que o de levar
‘CHIKU’
uma bala perdida– são, principalmente, o frio e o baixo número de mosquitos.
A chikungunya, arbovirose que pode causar fortes e
Além de os aedes se reproduzirem mais lentamente
persistentes dores nas articulações, também tem dado
no período mais frio e seco, o próprio desenvolvimento
as caras e, nos últimos tempos, tem tido participação
do vírus da zika no mosquito é mais lento no inverno,
numericamente equivalente ou até mais importante que
segundo Fernando Bozza, do Instituto Nacional de
a zika. Em junho foram 660 casos notificados, contra 510
Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz.
de zika e 1.104 de dengue na cidade do Rio de Janeiro.
Historicamente, entre os meses de julho e outubro há
Mesmo assim, a epidemia das arboviroses parece ter
uma abrupta queda no número de mosquitos voando
mesmo estacionado. Diz o secretário municipal de Saúde
por aí, o que acaba também provocando uma diminuição
Daniel Soranz: “Não fizemos absolutamente nada especial
súbita nos casos de dengue –e, acredita-se, também de
para a Olimpíada. O que a gente faz é para a cidade do
zika– a partir de agosto.
Rio de Janeiro”. Isso inclui, segundo ele, ampliação da
Problemas
atenção primária e mais visitas domiciliares.
Para Maurício Nogueira, virologista da Faculdade de
Ministro que escreve
Medicina de Rio Preto, porém, não dá pra bater o mar-
Alguns atletas que receberam carta do ministro da Saú-
telo quanto à baixa expectativa de casos. “O modelo
de, Ricardo Barros, convencendo-os a vencer o medo
matemático é excelente, mas tenho reservas. Se tudo
da zika e vir ao Brasil
estiver certo, a conta não fecha. Tivemos muito mais casos do que a dinâmica proposta explica.”
Hope Solo articulações (Goleira dos EUA), Rafael Nadal
Só no Rio, houve cerca de 30 mil casos de zika notificados
(Tenista espanhol), Andy Murray (Tenista inglês) Marc
em 2016, mas o número vem caindo de janeiro (quando
Leishman (Golfista australiano)
7,7 mil casos foram notificados) até agora (até a semana passada eram 139 casos em julho). No país, é possível
Trecho da carta
que os casos já tenham superado a marca de 1 milhão.
Mesmo com a circulação do vírus no Brasil e em outros
O que pode piorar as coisas é a possível transmissão de
60 países, os riscos são mínimos para atletas e espec-
zika pelo pernilongo comum –a hipótese vem ganhando
tadores. Um estudo estima menos de um caso entre os
força. Não se sabe se e em quanto o inseto poderia con-
500mil turistas estrangeiros esperados. Isso porque, no
tribuir para o espalhamento da arbovirose.
período dos Jogos o Brasil estará no inverno, quando
Outro problema levantado pelos especialistas é o po-
as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti
tencial da transmissão sexual da zika. Se a transmissão
atingem o seu menor índice. Entre fevereiro e junho,
pelos mosquitos é sazonal, o mesmo não acontece pelo
houve queda de mais de 90%dos casos no Brasil e no Rio
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