871 Edição 21.10.2016

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Braganรงa Paulista

Sexta

21 Outubro 2016

Nยบ 871 - ano XV jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 871 Sexta 21 • Outubro • 2016

Oração perseverante

tem resposta por Mons. Giovanni Baresse

No 29º domingo do chamado “Tempo Comum” das celebrações da Igreja o tema da Palavra de Deus é o da oração que obtém resultado. Para nos alertar que há orações que não o obtém. No exemplo, digamos pitoresco, de dois homens que sustentam os braços de Moisés na oração durante a batalha contra os amalecitas e na parábola de Jesus sobre uma viúva que importuna um juiz para que lhe faça justiça está a formulação de que no perseverar no diálogo com Deus se encontra a resposta para nossas preces. Costumo dizer que a oração faz parte de nossa vida porque acreditamos que somos ouvidos e atendidos. O que é difícil é entender como somos ouvidos e atendidos se, nem sempre, as coisas acontecem como nós pedimos. Para achar um caminho de entendimento dou um exemplo: não existe criança quer aceite “não” com naturalidade. Para a criança tudo é possível e sua vontade deve ser sempre satisfeita. Se isso não ocorre temos muxoxos

e esperneios. Com a maturidade se compreenderá que muitos “nãos” recebidos eram “sim” quando não podíamos compreender. A base da oração está na confiança em Deus que quer sempre o nosso bem. Lembro-me, de forma incompleta, da primeira definição que ouvi e decorei, dada pelo Primeiro Catecismo da Doutrina Cristã: “Oração é a elevação da alma e do coração a Deus para agradecer e pedir as graças de que necessitamos...”. Era mais ou menos isso. Claro que para uma criança nem todas as palavras eram totalmente compreendidas. A catequese do tempo ia mais na direção do decorar. Hoje o caminho da catequese é feito de forma dialogal, Bíblia na mão. Todavia persiste, para muitos, o desconhecimento do sentido profundo do que significa orar, rezar. Faz parte da necessidade humana poder expressar sentimentos. O verbalizar (como afirma Sigmund Freud) é libertador. Quando a pessoa bota pra fora o que sente realiza parte significativa na busca do equilíbrio

afetivo-emocional. No campo oracional se vê, ao longo da história que, de alguma forma, os seres humanos buscavam o favor dos deuses. Em nossa tradição judaico-cristã vemos a riqueza que a Bíblia nos oferece. Penso que o ponto culminante se dá no episódio que nos refere à oração do “Pai Nosso”. No tempo de Jesus os rabinos costumavam ensinar uma fórmula oracional para os seus discípulos. Isso servia, igualmente, para distinguir seguidores. Jesus é instado a fazer o mesmo. Ele, porém, faz outra coisa: o que chamamos de oração do Pai Nosso não é uma fórmula. É um jeito! Jesus diz que podemos chamar a Deus de Pai e colocar diante dele todas as nossas necessidades. Sendo Pai, pedimos que sua vontade seja feita no céu e na Terra. E sabemos que a vontade de Deus é sempre o nosso bem! O que é maravilhoso nessa oração é que ela cabe no coração de qualquer pessoa. Não é uma oração exclusiva de católicos, protestantes ou de quem quer que seja. Todo ser humano pode chamar a Deus de

Pai! Por isso que é uma “oração” da qual não nos cansamos. Os pedidos que nela estão são a condensação dos nossos desejos e necessidades. O que me parece fundamental é que nossas orações não percam de vista a paternidade de Deus e o bem que ele nos quer. Se quisermos lembrar a insistência do Papa Francisco: Deus é misericórdia! A oração deve ser a busca da presença de Deus em nossas vidas. As orações dirigidas à Virgem Maria e aos Santos têm, também, o dom de celebrar a comum união entre os que já estão em Deus e nós que fazemos o Caminho seguindo Jesus Cristo. Temos que revigorar nossa intimidade com Deus. Temos o direito de nos dirigir a ele como filhos e filhas e falar-lhe da nossa vida. Ele sabe tudo, mas sabe que é necessário para nós falar. Há ainda a necessidade de redescobrir a riqueza e o valor das orações em comunidade, nos grupos de oração, de novena, nos grupos de rua. Até naquilo que se refere à celebração da Eucaristia. Vale aqui lembrar que as missas transmitidas por rádio

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

e televisão ajudam a quem está impossibilitado de participar nas celebrações das comunidades. Essas missas não substituem a necessária e possível presença. O individualismo que predomina em nossos dias está fazendo muita gente buscar a acomodação do sofá e de não ter que aguentar a tosse (dos outros) e o barulho das crianças! Permitam-me terminar com relato que expressa a acomodação (e pouca compreensão do que significa a Missa): uma senhora me disse: “Padre, eu gosto tanto de ver a missa na TV. A música é bonita, não tem barulho. É tão bom! Aí a gente levanta, faz um café escutando o que o padre diz...”. Pois é!


Reflexão e Práxis

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Jornal do Meio 871 Sexta 21 • Outubro • 2016

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

um praticante voraz de ações violentas,

persiste na sociedade brasileira, mas

é mais que preocupante e inapropriado,

que é veementemente negada, seja pelas

portanto, não temos repentes de violên-

pessoas ou pelos meios de comunicação

cia, mas sim uma violência constante,

de massa, ou seja, somos uma sociedade

negada e, ao mesmo tempo, celebrada.

violenta que se nega a ver tal fato.

O furor pela solução via violência, implícita

Não há como justificar um ato de agres-

desde os programas de TV e as novelas, é

são pública a uma figura que está sendo

muito forte no Brasil e tem aumentado a

investigada e que tem ainda garantido seu

uma velocidade nunca vista, com apelos

direito de ir e vir. Agredir alguém desta

e apoios em todas as classes sociais que

forma é um sintoma de falta de senso

parecem desejar que o Estado se torne

político e um ato que deve ser recrimi-

mais violento, imaginando com isso uma

nado e não valorizado como foi visto nas

sociedade mais justa e melhor.

redes sociais, pois a aceitação deste ato

Motivos para isso são vários. Dentre eles,

é a aceitação da agressão contra toda e

a incredulidade na nossa classe política

qualquer pessoa.

que toma decisões a revelia dos seus

Quando um ato de violência parece

eleitores ou na falta de organização dos

legítimo em uma sociedade tão injusta

Estados que também agem pensando nas

como a nossa, marcada pelos privilégios

suas hierarquias e estruturas, deixando

e pela morosidade da justiça, basta uma

de lado as questões que envolvem o co-

liderança surgir para canalizar esta

tidiano de seus habitantes.

violência latente e lhe dar forma em um

É lícito dizer que a agressão contra

grupo de indivíduos que, politicamente

Eduardo Cunha deva ser vista como um

orientado, passa a ver na agressão a

fato importante e não um caso isolado,

forma máxima e necessária de resolução

fruto da intempestividade de uma pessoa

de nossas questões públicas e jurídicas.

isolada em um aeroporto qualquer por-

Entretanto, a violência política, individual

que a violência, em qualquer caso, não

ou coletiva, é marcada pela ilegitimidade,

deve ser valorizada, celebrada e muito

pelos surtos de (des)razão, travestidos

menos aceita.

República (?) Geller, Árabe do parapsicólogo Egito (sigla) israelense

Fruto exportado por Amazonas e Pará

O popular Espécie "santo de skate do pau com guidão oco"

(?) Santidade: o papa

Cidade serrana do RJ, palco da maior tragédia climática no Brasil (2011) Comum

A pessoa que não sabe ouvir um "não"

Classificação zoológica do faisão

Próton Capital do Quênia, sofreu um grave ata- (símbolo) que terrorista em um Telúrio shopping em 2013 (símbolo)

Figuras da área de trabalho (Inform.)

Organiza os Jogos Olímpicos (sigla)

Seu patrono é Santos Dumont (abrev.) Letra cuja forma lembra o Cristo Redentor

Nós, em italiano (?)-de-bico, base da pasta homus Unidade agrária A Pimentinha (MPB)

BANCO

Informação da lista de chamada

Símbolo do poder no Absolutismo (?) de ensaio, instrumento do químico

Pedro Marcelo Galasso - cientista polí-

Política somente em 2016, a aceitação

tico, professor e escritor.

da violência, contra quem quer que se-

E-mail: p.m.galasso@gmail.com

E

I

"Nota", em abreviaturas literárias

41

Solução

em manifestações políticas, em um país com quase cem mortes relacionadas à

R

P I A U

política e a expressão da violência que

Compõem uma frota policial Arranjo

D

próprio Estado, este um componente e

T L A S M O R A S U RI E N A D O L

é o sinal da nossa imaturidade

P S V I C C O S T E

pessoas comuns, grupos políticos até o

De (?) a Z: do início ao fim

A T E R A A Ç Ç ÃO A VE I S P T E E R T E I N N A

Eduardo Cunha em um aeroporto

Reduzir (o café) a pó Rua, em francês

E N A O I R U BO G I

ja ou quem quer que a pratique, desde

"Risos", na linguagem da internet

Fruto "Vídeo azedo Show" ou "Cidade Alerta", pelo horário de exibição Última mensagem antes de um naufrágio

S O P N A S T O I N O M E T R E

A agressão contra o deputado

Que se estendem no tempo

D U P R A T D O R U A R E O S I C Ã O N R E I S

por pedro marcelo galasso

(?) verticais, característica dos olhos de gatos e cobras

© Revistas COQUETEL

Engano propositado contra alguém

I N O G R M A E L

política

O maior clássico de Alfred Hitchcock, cineasta falecido em 29/4/1980

3/noi — rue. 4/piau. 7/nairóbi — psicose — pupilas. 8/patinete. 9/tamarindo. 11/teresópolis.

Violência

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Jornal do Meio 871 Sexta 21 • Outubro • 2016

por REINALDO JOSÉ LOPES/FOLHAPRESS

Quem está à procura de um manual

fêmea para cuidar dos bebês (e também

simples e prático para transformar

entre parentes e vizinhos, além dos pais

seus filhos pequenos em crianças

biológicos), infância e adolescência incri-

BRINCAR À VONTADE FAZ BEM

obedientes, estudiosas e com um futuro

velmente longas, fêmeas que continuam

FATO Principalmente nos primeiros anos

CRIANÇAS NÃO SABEM DIFERENÇA ENTRE FAZ-DECONTA E REALIDADE

financeiro brilhante pela frente não de-

vivas por décadas após a última ovulação.

de vida, as brincadeiras livres, sem muitas

MITO Com meros três anos, crianças sabem

regras, são a principal ferramenta dos

que pessoas só podem falar com animais em brincadeiras, não na vida real

veria nem abrir o novo livro da psicóloga americana Alison Gopnik, da Universidade

GÊNIOS BRINCANDO

pequenos para tentar entender o mundo

da Califórnia em Berkeley –a não ser que

A infância aparentemente interminável

e as pessoas. Deixe-as brincar à vontade

esteja disposto a mudar radicalmente de

dos filhotes humanos explica, segundo

o máximo possível

ideia a respeito do que significa “criar bem”

Alison, a importância do ato de brincar e de

um ser humano.

fazer bagunça. Para pais que estão ficando

“Do ponto de vista da evolução, tentar

doidos tentando deixar a casa arrumada,

moldar conscientemente como seus filhos

“FAÇA O QUE EU DIGO, NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO” NÃO FUNCIONA FATO Crianças são muito mais sensíveis

as brincadeiras podem virar fonte de irri-

É IMPORTANTE NÃO DEIXAR SEU FILHO SEM RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS

ficarão quando adultos é tanto fútil quanto

tação e cansaço, mas elas são as principais

MITO Falar do que você sabe com confiança

do que às palavras dos adultos. Não

autoimplosivo”, escreve a pesquisadora,

ferramentas usadas pelos pequenos para

ajuda a criança a aprender, mas a capaci-

adianta dar instruções verbais se você

sem meias palavras, em “The Gardener e

investigar como funcionam os mundos

dade de ela perguntar e buscar respostas

não age como deseja que elas ajam

the Carpenter” (“O Jardineiro e o Carpin-

físico e social, além de comprovadamente

é igualmente importante

“As crianças aprendem mais, na verda-

teiro”, ainda sem versão para o português).

melhorar a criatividade e o aprendizado. A

O título da obra é, ao mesmo tempo, sua

psicóloga, portanto, é inimiga declarada da

metáfora central. Carpinteiros, diz a pes-

tendência moderna de entupir as crianças

CRIANÇAS SÃO IMUNES A PRECONCEITOS

quisadora, são os sujeitos que desbastam

com atividades de todo tipo, do balé à aula

MITO Logo que aprendem a falar, elas ten-

te ligada ao ‘parenting’ [a arte de ser

e serram a madeira bruta até que ela fique

de informática. Tempo para brincar sem

dem a categorizar objetos, animais e pessoas

PAI/MÃE]

exatamente com o formato desejado (o de

script definido é essencial, segundo ela.

com “rótulos” relativamente fechados. Por

uma cadeira, por exemplo).

Aliás, quando o assunto é aprendizado,

isso, é importante não reforçar ideias como

ALISON GOPNIK - Psicóloga da Uni-

Jardineiros, por outro lado, podem até

Alison afirma que é preciso desconfiar do

“chorar é coisa de menininha”

versidade da Califórnia em Berkeley

fazer alguns truques ornamentais com

excesso de atividades formais e curriculares

sua tesoura de jardim, mas simplesmente

não apenas porque elas cansam e fazem

não têm como controlar o crescimento

atrofiar a criatividade, mas também porque

das plantas: o máximo que podem fazer é

as crianças pequenas possuem capacidades

escolher um bom pedaço de solo, adubar

aguçadas de decifrar o mundo à sua volta

e regar os brotos adequadamente.

que independem da sala de aula.

A postura de Alison é, em parte, uma re-

“As crianças aprendem mais, na verdade,

ação à mania do “parenting” (algo como

a partir dos detalhes inconscientes do

“a arte de ser pai/mãe”), um termo cada

que seus cuidadores fazem do que com

vez mais usado nos EUA, em especial em

qualquer manipulação consciente ligada

livros de autoajuda sobre, é óbvio, a cria-

ao ‘parenting’”, escreve. Isso vale tanto

ção dos filhos. Para ela, pensar segundo as

para regras morais e sociais –com crianças,

diretrizes do “parenting” (as quais, aliás,

a máxima “faça o que eu digo, não faça o

podem variar brutalmente de best-seller

que eu faço” quase nunca funciona– quanto

para best-seller) equivale a transformar

para o raciocínio.

o ato de cuidar de crianças numa espécie

A falta de conselhos mais claros e espe-

de emprego não remunerado em tempo

cíficos no livro pode parecer frustrante

integral, enquanto ele deve ser encarado

para quem está arrancando os cabelos

como um relacionamento, que inclui tanto

com a cria complicada (“Meu Deus, como

amor quanto aprendizado constante.

eu faço para ele parar de assistir cenas de

Dito dessa maneira, parece uma visão clichê,

videogame no YouTube?”), mas pelo menos

mas a pesquisadora americana, mãe de

é mais realista do que 99% da baboseira

três filhos e avó de três netos, faz questão

que lemos por aí. Não tem atalho. Não tem

de construí-la a partir do que estamos

milagre. Muita coisa pode dar errado –ou

descobrindo sobre a evolução da natureza

“dar certo” de jeitos que ninguém poderia

humana e de experimentos dos principais

imaginar a princípio. Como genitor de dois

laboratórios de psicologia do planeta.

pequenos seres humanos, este escriba se

Ela argumenta que boa parte das delícias e

sente tentado a concordar.

dificuldades peculiares que enfrentamos ao cuidar de crianças são resultado do ciclo de

“THE GARDENER AND THE CARPENTER”

vida bastante esquisito da espécie humana

autor Alison Gopnik

(quando comparado à maioria dos demais

editora Farrar, Straus and Giroux

mamíferos): cooperação entre macho e

quanto R$ 42,12 (ebook), 320 páginas

aos comportamentos que observam

de, a partir dos detalhes inconscientes do que seus cuidadores fazem do que com qualquer manipulação conscien-

Foto: Divulgação


Informática & tecnologia

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Jogos de tabuleiro agora no celular Banco Imobiliário, War e outros clássicos de tabuleiro chegam a celulares e tablets

por REINALDO JOSÉ LOPES/FOLHAPRESS

Tradicionais jogos de tabuleiro como Banco Imobiliário e War são convites para gastar algumas horas em disputas com amigos ao redor de um tabuleiro. Só que agora essas disputas também podem ser virtuais. Esses e outros títulos ganharam versões para celular ou tablet. Eles podem ser jogados por um usuário contra o aparelho ou por meio da internet, desafiando adversários distantes e desconhecidos. Há ainda aplicativos feitos para ajudar nos jogos disputados à moda tradicional, como um que cria contas virtuais para os jogadores de Banco Imobiliário.

os jogadores percorrem o tabuleiro e compram as propriedades livres. Se a posição já tiver dono, é preciso pagar aluguel. Vence quem juntar mais riquezas. O jogo foi criado como forma de mostrar as desigualdades geradas pela posse da terra. Para Android (R$ 3,99) e iOS (US$ 0,99).

Veja a seguir sete opções para se divertir com ou sem aparelhos.

Uno O jogo é disputado com cartas coloridas e numeradas, que precisam fazer par com as que estão na mesa. Quem se livrar de todas primeiro ganha. O aplicativo possibilita jogar on-line ou contra adversários inventados pelo computador e é gratuito, mas cobra pelo acesso a recursos extras, como jogadas especiais para facilitar a vitória. Grátis, para Android e iOS.

SÓ NA TELA Monopoly A versão clássica do Banco Imobiliário:

War Em um mapa-múndi completo, a missão é distribuir bem seus exércitos para

se defender de ataques dos inimigos e para invadir territórios vizinhos, de modo a dominar continentes inteiros. Pelo app, é possível jogar com outras pessoas, contra o celular ou com adversários virtuais pela internet. Grátis, para Android e iOS. PARTE NA TELA, PARTE COM PEÇAS Banco Imobiliário O aplicativo funciona como “internet banking” durante o jogo: cada participante abre sua conta e faz e recebe pagamentos aos colegas pelo app, sem precisar mexer nas notas de dinheiro de brinquedo. Também é possível usar cartões fictícios nessas operações. Grátis, para Android e iOS. Detetive Serve para ir marcando as informações dos suspeitos, como se fosse um bloco de notas, o que facilita no cruzamento

de informações sobre o mistério que precisa ser desvendado. Grátis, para Android e iOS. SÓ COM PEÇAS Jogo da Vida A disputa simula uma trajetória de vida. Cada participante e precisa fazer escolhas, como casar ou não e qual carreira seguir. Além das escolhas, é preciso contar com a sorte para não tirar cartas com más notícias. R$ 79,90 no Magazine Luiza. Scotland Yard. O jogador assume o papel de Sherlock Holmes e precisa resolver casos misteriosos ocorridos em Londres, a partir de pistas e enigmas, enquanto percorre uma trilha no tabuleiro. Ao todo, o jogo traz 120 casos para serem investigados. R$ 79,99 na americanas.com. Arte: Folhapress


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Saúde

Jornal do Meio 871 Sexta 21 • Outubro • 2016

Diário alimentar Diário alimentar pode ajudar a identificar causa da enxaqueca

por FOLHAPRESS

Alimentação e rotina do sono podem levar a crises. Doença pode causar dor de cabeça forte por até 48 h A enxaqueca, doença que causa dores de cabeça terríveis, é passada de pai para filho, atinge mais mulheres e não tem cura. Os pacientes com casos mais severos, que têm até três crises de dor por mês, podem, inclusive, precisar fazer um tratamento contínuo com antidepressivos e medicamentos contra a hipertensão. Caracterizada por dores intensas na região do córtex cerebral, as crises podem durar até 48 horas e são desencadeadas por ações que incluem desde quebra na rotina do sono à ingestão de determinado alimento. “A mudança climática e o período menstrual, no caso das mulheres, também são fatores de risco”, afirmou o neurologista Mario Peres, do Hospital Albert Einstein. A maioria dos pacientes tem um grupo de risco alimentar e, por isso, é indicada a criação de um diário pós-crise para chegar ao causador. “Deve ser um hábito anotar tudo o que comeu desde o dia anterior à crise. Após fazer isso em diversas ocasiões, o paciente deve analisar as anotações para chegar a pontos de convergência”, disse o neurologista Fábio Porto, do Hospital das Clínicas, que alerta para a necessidade de evitar generalizações: “Não dá para achar que é o chocolate se a crise só aconteceu uma vez depois de comê-lo”. Aura O coordenador do departamento científico de cefaleia, da Academia Brasileira de Neurologia, Fernando Kowacs, explica que entre 15% e 30% das pessoas sofrem com a enxaqueca com aura, que apresenta alterações na visão e de sensibilidade nas mãos e rosto antes do pico de dor. “As alterações visuais podem ser caracterizadas pelo aparecimento de manchas escuras ou pontos luminosos e de linhas em zigue zague”, disse. Esse tipo de manifestação pode durar até uma hora, segundo o especialista. (Lucilene Oliveira) Laser, ioga e acupuntura são opções Além do tratamento com medicamentos, o neurologista Mario Peres, do Hospital Albert Einstein, afirma que uma alternativa é a adoção de terapias com laser, acupuntura e até técnicas de relaxamento, como a prática do ioga e massagem cervical. “São medidas adotadas para prevenção da dor”, disse o médico. Há ainda indicações clínicas para a aplicação de um botox, que serve como meio de prevenção. (LO)

Arte: Folhapress


Antenado

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Após Nobel, Dylan se apresenta

como se nada tivesse ocorrido Em primeiro show após ganhar maior prêmio das letras, músico só cantou e nada falou, mas mostrou animação, em cassino de Las Vegas, cantor voltou a tocar guitarra depois de quase quatro anos e fez cover de Frank Sinatra

por FERNANDA EZABELLA/FOLHAPRESS

Bob Dylan tirou o pó de sua gui-

Na hora de “Simple Twist of Fate”, uma

o transformou num dos maiores poetas

Giménez, de 36 anos.

tarra e tocou o instrumento ao

das raridades da noite ao lado de “Make

do rock e agora ganhador do Nobel.

Para encerrar os 90 minutos exatos de

vivo pela primeira vez em quase

You Feel My Love”, Dylan deixou a zona

Sua voz rouca e seu cantar comendo

apresentação, Dylan tocou o cover de

quatro anos na noite de quinta (11), num

de conforto do piano e empunhou uma

palavras, no entanto, dificultam o en-

Frank Sinatra “Why Try to Change Me

cassino em Las Vegas, no mesmo dia em

guitarra.

tendimento de boa parte das letras ao

Now” (por que tentar me mudar agora),

que foi anunciado vencedor do Nobel de

A balada, lançada no álbum de 1975

vivo. “Não importa tanto a voz. Bob

uma boa resposta para quem esperava

Literatura, o primeiro a ir para um mú-

“Blood on the Tracks”, é um belo poema

é um homem teatral, um cara mítico.

um pronunciamento fora do roteiro.

sico e o nono para um norte-americano

sobre um encontro amoroso misterioso,

Foi meu primeiro show, adorei”, disse

Na sexta, ele era aguardado no festival

(veja mais dados nesta página).

uma canção bem ao estilo de Dylan, que

o colombiano e produtor de TV Rafael

Desert Trip, em Indio (Califórnia).

Como de costume, não falou absoluta-

Foto: Fernanda Ezabella/Folhapress

mente nada com a plateia e mandou ver nos hits de sempre: “Blowin’ in The Wind”, “Tangled Up in Blue” e “Desolation Row”. Apesar da aparente frieza, havia algo diferente no ar: Dylan parecia mais animado que o normal e quase dançando em algumas canções, como em “Love Sick” e “Pay in Blood”. “Já vi mais de 400 shows de Dylan e em muitos ele sempre parecia muito triste e mal olhava para o público. Hoje, ele estava se divertindo, parecia feliz. Acho que o Nobel deu uma levantada em seu astral”, disse o artista Brad Tenner, que veio do Estado de Oregon.

Você também

se sente sozinha?

Falar em uma língua enquanto se escuta outra só funciona no automático e traz vantagens cognitivas por SUZANA HERCULANO-HOUZEL /FOLHAPRESS

Eu não precisava dos fones de ouvido, mas

tradução simultânea funciona como a repetição

fiquei com pena do tradutor simultâneo.

imediata do que se ouve: todas as estruturas ce-

A fala de Susan Blakemore, numa palestra

rebrais que cuidam da escuta e do processamento

sobre quais partes do cérebro primeiro mostram

lexical e sintático envolvidas na repetição simultânea

sinais da doença de Alzheimer, era incrivelmente

também participam da tradução simultânea. Mas a

articulada, mas tinha a velocidade de uma narração

tradução simultânea vai além: recruta a área motora

de corrida no jóquei. Resolvi, de brincadeira, fazer

suplementar, que seleciona e gera comandos motores

tradução simultânea eu mesma. Era mais fácil do

complexos; o córtex da ínsula anterior, envolvido em

que parecia –desde que eu não prestasse mais aten-

autoconsciência; e também o cingulado anterior, que

ção no conteúdo da palestra, apenas na sequência

monitora conflitos e antecipa erros.

das palavras. Tradução simultânea só funciona no

Além do córtex, o núcleo caudado, abaixo dele,

modo automático.

também é recrutado, e provavelmente permite a

Compreender outra língua é fácil para quem é verda-

tradução automática: o córtex mantém o foco, mas

deiramente bilíngue, pois as redes que representam

conta com os circuitos altamente treinados do

as duas línguas no cérebro são compartilhadas, como

caudado para ajudar a área motora suplementar a

se houvesse um único dicionário mental, e não dois

selecionar o que sai pela boca.

separados: as ideias são uma só. Para a tradução, o

Não é à toa que dois tradutores geralmente se revezam

esforço deve estar na hora de decidir em qual idioma

durante cada palestra. Esse negócio de falar várias

produzir os movimentos da boca.

línguas dá trabalho –e justamente por isso faz bem

Um estudo feito por pesquisadores na Universidade

ao cérebro: pessoas bilíngues tem uma série de van-

de Genebra, na Suíça, terra de bilíngues e poliglotas

tagens cognitivas, incluindo melhor controle das suas

por natureza, comparou a atividade no cérebro de

ações, e até menos chance de desenvolver alzheimer.

alunos trilíngues do mestrado em interpretação de conferências enquanto eles ouviam frases; repetiam-

SUZANA HERCULANO-HOUZEL é neurocientista,

-nas simultaneamente, na mesma língua, sem traduzi-

professora da Universidade Vanderbilt e autora do

-las; ou faziam tradução simultânea.

livro The Human Advantage (Amazon.com) suza-

O grupo mostrou que, de fato, até certo ponto, a

nahh@gmail.com

Foto: Divulgação


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Jornal do Meio 871 Sexta 21 • Outubro • 2016


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