Braganรงa Paulista
Sexta
20 Janeiro 2017
Nยบ 884 - ano XV jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
Para pensar
Jornal do Meio 884 Sexta 20 • Janeiro • 2017
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br
Tempo litúrgico por Mons. Giovanni Baresse
Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão.
Para caracterizar a
construída pelos afazeres de
ganhar um presente; ansiosa
Há ainda a cor dourada que
As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS
normalidade da vida, a
todo dia. Chamemos a isso,
e tristonha porque o presente
pode substituir a cor branca.
rotina dos dias que se
rotina. O que deve ser vivida
ainda não chegou! A mesma
Fica claro que o aparato das
Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
repetem, a Igreja Católica usa
por conta das profissões, da
cor marca a Quaresma. Esta
denominações das etapas do
a expressão “tempo litúrgico”.
vida em família, etc. Os outros
é tempo de preparação para
ano e a utilização das cores
Isso é aplicado àquilo que
tempos constituem algo com-
a Páscoa, a vitória de Cristo
é para que isso seja um re-
se possa fazer. Nós podemos
caracteriza a temática das
parado a festas ou momentos
sobre a morte, a sua Ressur-
curso a mais para auxiliar
correr o risco de desprezar o
celebrações, especialmente
de sofrimento, momentos de
reição. Só que para chegar
a celebração dos mistérios
sensível. Podemos tomar o
da Missa. Vale a pena uma
alegria, esperança, perplexi-
lá será necessário recordar
da Fé. De modo algum é um
rumo da racionalização que
breve reflexão sobre esse da-
dade, etc. Vamos olhar isso
o caminho da cruz. Alegria
modismo ou ocasião para in-
exclua qualquer realidade
do educativo, pedagógico. O
mais de perto. O Advento é
pela Vida, tristeza pela dor!
vencionices. Nós somos seres
afetiva, emocional. Também
ano de celebrações da Igreja
um tempo de preparação pa-
Natal, Páscoa, festas de Maria,
sensíveis. Aprendemos pelos
podemos enveredar pelo sen-
inclui os tempos do Advento
ra celebrar o nascimento de
e dos santos são iluminadas
nossos sentidos. Os sinais
timentalismo que se esvazia
(preparação para as festas de
Jesus Cristo. Caracterizado
pela cor branca. Na Bíblia
que emitimos e realizamos
nos arrepios. Razão e afeto
Natal), do Natal, da Quaresma,
pela cor roxa e rósea. O roxo
essa cor significa a vitória, a
devem expressar o que que-
são dois pilares de atos equi-
da Páscoa, Pentecostes, festas
é uma cor bonita e triste. E
alegria. Pentecostes e festas
remos viver, o que sentimos.
librados em nossa vida. Na
da Mãe de Deus e dos Santos.
tem o sentido do agridoce:
de mártires são tingidas pela
A Liturgia da Igreja quer
Liturgia da Igreja também.
O restante do calendário é
doce porque se sabe que o
cor vermelha. O fogo do Espí-
ser a expressão verdadeira
O exagero de qualquer um
chamado “tempo comum”.
Senhor virá, amargo porque
rito de Deus e a cor do sangue
daquilo que se professa. A
dos dados leva à mistificação
Esse é o tempo mais exten-
ele ainda não chegou. Posso
derramado. Antigamente se
celebração dos sacramentos
ou ao esvaziamento. Vale a
so e toma sua raiz daquilo
comparar isso com o sentir
usava a cor preta para as
e dos outros atos dever ser a
pena imergir naquilo que nos
que é o nosso quotidiano. A
de uma criança que está
missas e outras cerimônias
vivência simbólica da realida-
é proposto. Celebraremos
maior parte do nosso tempo é
alegre porque sabe que vai
que lembrassem os mortos.
de que é muito mais do que
muito melhor.
Reflexão e Práxis
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Jornal do Meio 884 Sexta 20 • Janeiro • 2017
Os presídios por pedro marcelo galasso
é função e atribuição do Estado, não da
“está com pena, leva para casa”.
massa carcerária.
O ponto a ser esclarecido é o seguinte – a
Além disso, em uma sociedade de con-
massa carcerária brasileira vive muito
trole e de direito restitutivo o sistema
mal e faz tudo o que faz por omissão do
carcerário tem atribuições precisas, como
Estado. Ele deveria impor suas regras,
a ressocialização e a reintegração das
fazer valer sua força e seu controle, mas,
pessoas ao convívio social e econômico,
este mesmo Estado, é tomado por práticas
lhes garantindo proteções legais para
corruptivas que se reproduzem no interior
sua reinserção no quadro social. Cabe ao
dos presídios. Este Estado não é capaz de
Estado, como gestor do sistema carcerá-
julgar de forma apropriada e justa quem é
rio, aplicar medidas que cumpram tais
preso, ele não tem a noção de quem esta
funções e que ele faça valer seu monopólio
preso, de quantas penas foram cumpridas,
da força física, praticado em prol do Bem
não tem vagas suficientes para lidar com
Comum, no interior dos presídios, através
tantas pessoas.
de fiscalizações rigorosas e da oferta de
Agora, ninguém fica surpreso ou questiona
uma vida digna a todos.
o anúncio de mais de 200 milhões de reais
O Estado deve, ainda, ser claro com relação
liberados para que, sabe lá quem, lidem
as suas práticas e esclarecer a sociedade
com tal situação. Ninguém questiona o
civil quanto as “ajudas” e os direitos de
gasto de dinheiro público sem que o Es-
quem se encontra sua sob guarda para
tado e seu ministro definam o que será
evitar que boatos e mentiras criem a ilusão
feito, com que prazo e por quais motivos.
de que a vida de quem esta preso é melhor
Mais dinheiro público? Para quem? Uma
ou mais fácil do que a vida de milhões de
nova secretária para tratar da questão,
trabalhadores, pois se os excessos e o des-
para quem?
cumprimento das leis ocorre no interior
Isso sem contar as acusações e os fortes
dos presídios isto é culpa da omissão e
indícios da participação de grupos do cri-
da corrupção que existem dentro destas
me organizado na estrutura de controle
instituições e que não são combatidas
do sistema carcerário e da falta de expli-
pelo Estado.
cação de como estes grupos controlam,
As imagens da festa de fim de ano no presí-
verdadeiramente, os presídios. Nin-
dio feminino ou os constantes golpes pelos
guém sabia? Uma guerra de facções
telefones celulares são dois exemplos, dentre
criminosas que matou mais pessoas que
inúmeros, que mostram a incompetência
os conflitos terroristas no Oriente Médio
do Estado na gestão de seus presídios e
e ninguém sabia?
que escancaram o grau de corrupção na
Mais dinheiro público, mais explicações
qual estamos mergulhados.
descabidas, mais mortes nos presídios e
Diante deste cenário, muitos defendem a
o aumento da rejeição da sociedade civil
privatização dos presídios como se esta
que deveria reintegrar a massa carcerária.
fosse a única solução, mas os gastos e os
Sim, vamos muito mal.
fatos ocorridos em Manaus mostram a falácia e a fragilidade deste argumento. Não é, portanto, de se estranhar que muitas
Pedro Marcelo Galasso - cientista político,
pessoas que vêem tais problemas peçam
professor e escritor.
como a solução mais eficiente frente a tais
E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Antigo chefe político da Etiópia (?) labial, recurso de deficientes auditivos
Utensílio de pesca
Aveia, em inglês
Tasca Al (?), exvice-presidente dos EUA
Abastece de água o carro dos bombeiros
Ouro, em inglês Sufixo de "patada"
Rumaria; seguiria Aclamar (gír.) Bicho-papão (pl.)
Zona (?), área da quadra de basquete Inchaço de órgão por acúmulo de líquido
Responsáveis pela transmissão do gene da hemofilia
Prende Procedimento no IML
Nascimento de um astro no horizonte (Astr.)
Conjunto musical fundado por Odair Cabeça de Poeta nos anos 70
Manta que decora a cama (pl.) Reserva Agrícola Nacional (sigla)
O monitor de micros com tubo de imagem
Estanho (símbolo)
Pedro (?), Rapaz, jornalista e em inglês apresenta- Unidade dor da TV equivalente a 1 decímetro cúbico (símbolo)
Ofereço O cruzado pela barca de Caronte é o Estige
Interjeição vocativa Braço, em inglês
Enfrenta Isolar totalmente
Tatu-bola Raiva; ódio
(?) Aguiar, repórter da ESPN
(?) Regina, cantora Vício comum entre os escritores da Geração Perdida
BANCO
9
Solução
O R E
gões - “defesa de bandidos” ou ao famoso
O
caminhe nesta direção é reduzido aos jar-
preso, como o trabalho digno nos presídios,
G
e a definição das atividades de quem está
R I A D
E a defesa de um ponto de vista que não
R E
finição, por si só, difícil de ser explicada.
o cumprimento das determinações legais
Capital saudita
E R
sileiro, ou seja, o tratamento, a proteção,
Ação pública típica do grupo feminista ucraniano Femen
© Revistas COQUETEL
Inaugurado em 2013, faz parte Flor rica do projeto de revitalização da em tanino área portuária carioca Minério, em inglês Rafael (?), tenista
Alvo das operações da Lei Seca
A U T O P
para casos “sem recuperação”, uma de-
Tipo de abaixoassinado on-line
M N U A S D E A U L D E M A O R R T T E A D O A R R I M O
mesmo Estado no sistema carcerário bra-
www.coquetel.com.br
C O L C H A S
solução seria a adoção da pena de morte
M G O T E S T T U R A O A R R A N T E I R I A S O V A T O E D A G AR R A R A N P O C A P S N D E B A R I L I R A O O L I
sob a guarda e responsabilidade deste
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
LC
sumária execução. Alguns dizem que uma
A
a massa carcerária e, para muitos, a sua
um tratamento digno as pessoas
IS
rantir a existência de leis justas e
P L E T H I Ç M Ã O V I G R T U A E L
questões o aumento da violência contra
3/arm — crt — lad — oat — ore. 4/gold — ovar. 11/grupo capote.
É papel e função do Estado ga-
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Jornal do Meio 884 Sexta 20 • Janeiro • 2017
por Shel Almeida
Aceitar que um membro da fa-
apoio do grupo.
mília é dependente químico, seja
As reuniões oferecem orientações base-
de álcool ou drogas, é sempre um
adas nos 12 Princípios Básicos e nos 12
processo dolorido. O primeiro passo é
Princípios Éticos do Amor-Exigente, além
entender que sim, dependência química é
de espiritualidade pluralista e responsa-
um problema de saúde, considerado uma
bilidade social.
doença biopsicossocial. É provocada por
“Normalmente quando os familiares chegam
uma reação química no metabolismo do
ao grupo de apoio, eles estão desespera-
corpo, portanto é uma doença interna e
dos, confusos, mas cheios de esperança.
não externa. Ao contrário do que muita
Para eles, o Amor-Exigente é o último
gente pensa, as questões externas, como
recurso, porque já tentaram de tudo. Em
dificuldades sociais ou familiares, não ge-
90% dos casos quem chega primeiro são
ram a dependência química. São os fatores
as mães, depois com o tempo, elas con-
internos de cada organismo que atuam,
seguem trazer os pais para as reuniões.
direta e indiretamente, provocando uma
O ideal é que todos que convivem com
predisposição física e emocional para a
o adicto participem, irmãos, avós, tios,
dependência. É uma doença progressiva,
não apenas o núcleo micro familiar, mas
ou seja, o uso contínuo e sem tratamen-
o macro familiar também. Não adianta
to de drogas e/ou álcool pode se tornar
a mãe tomar atitude se o restante da
cada vez mais intenso e perigoso. Além
família não acompanhar. Muitas vezes o
disso, é uma doença crônica incurável,
adicto não aceita a orientação dos pais
cujo tratamento precisa ser contínuo e
e busca acolhimento dos avós e tios. Se
permanente.
eles também estiverem preparados para
O segundo passo é entender que a depen-
isso, ótimo. Se não estiverem, é mais
dência química é uma doença que atinge
alguém para julgar a situação em que o
toda a família, e não apenas o adicto. Todo
dependente e os familiares mais próximos
mundo que está ao redor de um depen-
se encontram”, fala.
dente químico adoece junto com ele. E foi, justamente, para ajudar os familiares
Qualidade de vida
de dependentes químicos que surgiu o
“Quando chegam ao Amor-Exigente, os
Amor Exigente, programa de auto e mú-
familiares acham que vão encontrar a solução
tua ajuda que desenvolve preceitos para
para o problema do dependente químico,
a organização da família, praticados por
mas, na verdade, acabam encontrando
meio dos 12 Princípios Básicos e Éticos,
para si mesmos. Ali, percebem que só têm
da espiritualidade e dos grupos de apoio.
o poder de mudar a si próprio, nunca de
Em Bragança, o Amor-Exigente atua desde
mudar o outro. ‘Eu só vou ter condição
1994. Hoje existem dois grupos de apoio do
de ter uma qualidade de vida normal, ou
AE na cidade. O primeiro e mais antigo se
seja, de tranquilidade e felicidade se eu
reúne toda quarta-feira, as 20h, na Escola
mudar. É por meio da minha mudança
Dr. Jorge Tibiriçá. O segundo, formado em
que, eventualmente, o outro também irá
2015, se reúne sempre às quintas, também
mudar.’ É preciso conseguir alcançar o
às 20h, no pátio da Igreja Santa Terezinha.
próprio equilíbrio que, claro, é sempre a
Para entender - e explicar - melhor como
parte mais difícil. É o que chamamos de
funciona o trabalho do Amor-Exigente, o
independência emocional. Trabalhamos
Jornal do Meio conversou com Gianpietro
muito, também, sobre quem é o outro,
Bertolin, que chegou ao AE em busca de
a fim de que os pais entendam que não
apoio em 2013 e hoje é um dos coordena-
são seus filhos. ‘Meu filho é uma pessoa
dores do grupo mais recente.
tanto quanto eu, portanto, com todos os
Último recurso
Gianpietro chegou ao Amor-Exigente em busca de apoio. Hoje é coordenados de um grupos de apoio em Bragança.
Além dos grupos de apoio, o Amor-Exigente trabalha a prevenção com o curso EDUCAE, encontros que visam promover qualidade de vida e evitar situações de risco.
direitos, de fazer escolhas na vida e de adquirir aos poucos sua autonomia. Eu amo
“O Amor-Exigente é um movimento
você, mas não aceito o que está fazendo de
cognitivo comportamental que procura
errado, mas mesmo assim, é uma escolha
recuperar valores. Isso implica que cada
sua.’ Desde o primeiro dia trabalhamos
um olhe para a sua realidade de agora e
em cima de metas. Mas essas metas não
tente perceber se vale a pena viver com
são impostas pelo grupo, o grupo apenas
os valores que se tem hoje ou não. No
ajuda você a escolhê-las. A meta precisa
Amor-Exigente a pessoa inicia um pro-
ser pequena, constante e sequencial. Só
cesso de questionamento: quem sou eu,
se alcançam as grandes metas por meio
o que eu quero? É uma auto-avaliação”,
das pequenas e sucessivas metas. ‘Para
explica Gianpietro.
eu conseguir que meu filho saia daquela
Os grupos de apoio trabalham com fami-
situação, eu tenho que criar um ambiente
liares e também educadores que vivem
propício e assumir atitudes’, ou seja, não
situações de mau comportamento ou
adianta eu querer que o outro mude se
de violência de qualquer natureza, den-
eu mesmo não consigo mudar. Porque
tro de casa ou escola, não apenas com
não adianta saber o que é preciso fazer,
aqueles que convivem com dependentes
é preciso conseguir viver aquilo que você
químicos. Familiares de outros tipos de
aprendeu”.
adicção, como compulsão por compras,
ParaconheceromaissobreoAmor-Exigente,
por exemplo, também podem buscar o
acesse: http://amorexigente.org.br/
As reuniões oferecem orientações baseadas nos 12 Princípios Básicos e nos 12 Princípios Éticos do Amor-Exigente, além de espiritualidade pluralista e responsabilidade social.
“Normalmente quando os familiares chegam ao grupo de apoio, eles estão desesperados, confusos, mas cheios de esperança. Para eles, o Amor-Exigente é o último recurso, porque já tentaram de tudo”
Jornal do Meio 884 Sexta 20 • Janeiro • 2017
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iPhone
Confira o que mudou 10 anos após lançamento do primeiro iPhone Por RAUL JUSTE LORES/FOLHAPRESS
Um celular com iPod. Assim esta
de mensagens baseados em desktops,
Ao reconhecer o toque em mais de um
droid por menos de US$ 100 (R$ 322), o
Folha apresentou o iPhone, lançado
como ICQ e MSN, da câmera, do tocador
ponto da tela, o iPhone permitiu o uso
iPhone mais recente, o 7, custa a partir
pelo então presidente da Apple
de música e até da televisão -muita gente
de gestos para realizar ações comuns.
de US$ 649 (R$ 2.090) -mais do que cus-
Steve Jobs, em 9 de janeiro de 2007.
hoje só vê vídeos na tela do celular.
Abandonando a lógica das interfaces
tava o primeiro modelo, dez anos atrás.
Sabia-se mesmo no dia do lançamento
Outros apps mudaram o jeito de pedir
gráficas dos desktops, tornou o uso do
Com menos inovação e surpresas de
que o produto era diferente de tudo o
comida, pedir táxi, ir ao banco, jogar
celular muito mais intuitivo.
uma encarnação para outra do iPhone,
que havia então no mercado, mas era
videogame e até de trabalhar.
Outra aposta de risco de Jobs foi dar fim
a Apple tem cada vez mais dificuldade
ao teclado físico -os Blackberrys, sucesso
em convencer seu cliente a trocar seu
na época, os tinham e tornaram facílimo
celular por uma nova versão. As vendas
difícil prever o quanto o telefone mudaria o setor de telecomunicações, além de
Inovação
alterar os hábitos de bilhões de pessoas
Antes de tudo isso, porém, foram algumas
enviar mensagens e e-mails.
vêm caindo pela primeira vez nos últimos
pelo planeta.
decisões de design feitas por Jobs e sua
Mas o presidente da Apple e sua equipe
três trimestres, ainda que a empresa tenha
Analistas previam que o iPhone, vendido a
equipe que se mostraram cruciais para o
perceberam que, ao fazer o teclado apa-
uma margem de lucro muito maior que as
US$ 499 na época, aumentasse as vendas
salto no desenvolvimento dos celulares
recer só na hora em que era necessário,
concorrentes com a venda de celulares.
da Apple em US$ 1 bilhão.
inteligentes.
poderiam dedicar toda a parte da frente
Para alguns, a Apple tem tido dificul-
Dez anos depois, o smartphone rendeu à
Já existiam, antes do iPhone, telefones
do telefone à tela, tornando-a maior sem
dade em inovar desde a morte de Steve
empresa faturamento de US$ 28 bilhões
com touchscreen e, até antes disso, muita
aumentar o tamanho do produto. Mesmo
Jobs em 2011, mas há também o fato de
em um único trimestre. Cerca de 1 bilhão
gente já usava Palm Pilots e similares
assim, muita gente demorou a aceitar
que o mercado de smartphones atingiu
de iPhones foram vendidos na década
para organizar sua agenda. Mas esses
abandonar o teclado físico e se entregar
a maturidade, ao menos nos países de-
desde o seu lançamento.
aparelhos normalmente exigiam que se
à novidade.
senvolvidos, onde praticamente todos já
Se no início todos os aplicativos para
usasse uma pequena caneta para tocar
O sucesso do iPhone fez surgir milhares
têm smartphone e a mudança que se vê
o aparelho eram feitos ou controlados
a tela e escrever; alguns tinham teclado
de telefones similares de outras marcas
em novos produtos é incremental, sem
pela Apple, logo a empresa abriu sua
físico além da tela sensível.
e impulsionou a criação pelo Google de
grandes saltos.
App Store, ou loja de apps, e a partir
Mas a lógica de suas telas era a do com-
um sistema operacional e ecossistema
No Brasil, onde o iPhone novo custa
daí surgiu tanto um novo mercado -com
putador desktop, com janelas e peque-
de apps paralelo, o Android.
a partir de R$ 3.499, ou mais de três
milhões de desenvolvedores criando no-
nos menus em toda parte, gerando uma
vos aplicativos- quanto a possibilidade
trabalheira para entrar na internet pelos
Concorrência
de que cada usuário usasse seu celular
precários navegadores que só acessavam
Com preços mais baixos, os smartphones
duto para poucos.
para fazer o que mais gosta.
sites feitos especificamente para celulares.
com Android têm hoje 87% do mercado,
Mas o país não perdeu a onda tecno-
Gradualmente, com sucessivas gerações
Jobs insistiu que o iPhone nunca teria
contra pouco menos de 13% do iOS, sistema
lógica que ele criou -há 168 milhões de
de iPhones e de seus concorrentes, o
canetinha. A grande sacada da tela sen-
do iPhone, segundo a consultoria IDC.
smartphones no Brasil, número que
smartphone tomou o lugar de aplicativos
sível foi o chamado multitouch.
Se hoje nos EUA se compra um bom An-
não para de crescer.
salários mínimos, o telefone da Apple sempre foi e continua sendo um pro-
Foto: REUTERS/Kimberly White09.01.2007
Steve Jobs, então presidente da Apple, durante lançamento do primeiro iPhone, em janeiro de 2007.
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Saúde
Jornal do Meio 884 Sexta 20 • Janeiro • 2017
Caça ao parasita
Cientistas espanhóis criam game em que desconhecidos analisam amostras de sangue com malária para ajudar países atingidos; projeto que ganhou prêmios depende de ‘vaquinha’ virtual Por DIOGO BERCITO/FOLHAPRESS
Um grupo de cientistas espanhóis quer combater a malária pedindo a desconhecidos que joguem videogame. O projeto MalariaSpot está reunindo uma força-tarefa de usuários para diagnosticar as aparições dessa doença, que teve 214 milhões novos casos em 2015, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, e causou 438 mil mortes. O continente africano concentra a maior parte dos casos de malária (88%). Na etapa atual do projeto, os jogadores analisam amostras de sangue em busca de parasitas –que aparecem como monstrinhos, quando encontrados. Essas amostras já foram diagnosticadas, portanto o esforço dos usuários não gera dados inéditos. Mas os cientistas do MalariaSpot estão compilando essas informações para calibrar o sistema e, no futuro, alimentar o jogo com amostras ainda sem diagnóstico. O processo poderia levar um resultado em 20 minutos a países como Moçambique. É uma iniciativa de “crowdsourcing”, ou seja, um esforço conjunto realizado on-line. Há outras iniciativas científicas semelhantes,
como o GalaxyZoo, em que internautas ajudam astrônomos a identificar galáxias. Outros projetos, como o Folding@Home, pedem ajuda para analisar proteínas e estudar doenças como os males de Alzheimer e Parkinson. No MalariaSpot, os jogadores são treinados para analisar amostras de sangue e encontrar os parasitas responsáveis pela malária. A tarefa em si é simples. O tutorial, no início do jogo, leva alguns minutos. Mas a massa de informações gerada pelo aplicativo, disponível para smartphones, resolveria um problema fundamental: a carência de especialistas. “O segredo é a redundância”, diz à Folha Miguel Luengo-Oroz, criador do projeto. “Ainda que alguns jogadores se equivoquem, quando nós combinamos vários usuários sobre a mesma imagem, o resultado é robusto.” Seguindo instruções, os usuários fazem sua avaliação de acordo com a forma, o tamanho e a cor do parasita. O aplicativo computa todas as análises antes de determinar onde de fato há a doença.
Luengo-Oroz e sua equipe publicaram recentemente um estudo sobre a viabilidade do jogo, na expectativa de poder oferecer imagens inéditas e pedir que os usuários de fato diagnostiquem casos de malária. O estudo saiu na revista especializada “Journal of Medical Internet Research”. “Cientificamente, é necessário ter 20 usuários sem experiência jogando com a mesma amostra para que a análise seja como a de um técnico de microscópio”, diz. O “crowdsourcing”, utilizado pelo MalariaSpot e pelo GalaxyZoo, tem se consolidado entre cientistas, em especial naqueles casos em que há uma quantidade exorbitante de dados a analisar. “Esse é um novo modelo de produção e de resolução de problemas”, afirma Luengo-Oroz. “Há tarefas que exigem conhecimentos mínimos, mas em que é necessário um grande investimento de tempo e de pessoas.” Além da vantagem numérica, ele diz que o “crowdsourcing” se beneficia pelo impacto social. No caso da malária, por exemplo, o esforço conjunto pelo diagnóstico sensibiliza
a sociedade a respeito de sua gravidade, O futuro desse tipo de esforço seria, portanto, uma mistura do potencial dos usuários e da inteligência artificial, que combina os resultados dos diagnósticos.
Prêmio
Luengo-Oroz afirma ter escolhido a malária por ser uma doença potencialmente mortal com um alto número de casos, hoje ameaçando em especial as crianças. “Há consequências devastadoras”, afirma. “É um dos maiores inimigos da saúde mundial, o que nos fez pensar sobre como poderíamos colaborar para diminuir os efeitos de uma das doenças mais mortais do planeta.” Mas a abordagem de “crowdsourcing” do diagnóstico, testada por sua equipe, poderia ser futuramente utilizada em outras doenças. Até hoje mais de 100 mil pessoas já jogaram o MalariaSpot em cem países. O projeto recebeu recentemente em Bruxelas o prêmio europeu para a Investigação e Inovação Responsável. Arte: Folhapress
Saúde
Jornal do Meio 884 Sexta 20 • Janeiro • 2017
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Chinelos
Usar chinelos na praia ajuda a evitar doenças contagiosas por TATIANA CAVALCANTI/FOLHAPRESS Arte: Folhapress
Areia contaminada pode levar banhista a ter infecções. Perigo também está em área com esgoto e animais Andar de chinelo na praia pode evitar o aparecimento de várias doenças, em especial as micoses. A dica é de especialistas, que alertam também para a necessidade de o banhista prestar atenção aos sinais de que a área está contaminada. Fezes de animais e esgoto a céu aberto podem esconder os agentes infecciosos que trazem as doenças. As mais comuns são micoses (infecção por fungo), bicho geográfico (larva que anda debaixo da pele), bicho do pé (quem pisa em areia infectada por pulga é contaminado) e gastroenterite aguda (inflamação do estômago e dos intestinos ao mesmo tempo). “Essa é uma das razões pela qual algumas praias proíbem os cães, por exemplo. As fezes deles podem transmitir micoses e bicho geográfico”, afirma Paula Cristina Sanches, dermatologista do Check-up do Fleury Medicina e Saúde. O médico otorrinolaringologista Jamal Sobhi Azzam, da clínica Jamal, afirma que o cuidado na prevenção das doenças começa com o planejamento da viagem. “Procurar praias com água limpa é recomendado. Nunca deixar a criança brincar perto da região onde o esgoto desemboca na praia, pois todas essas doenças podem estar ali”. O médico dá outra dica: manter sempre álcool gel por perto para higienização das mãos e pés. Azzam avisa sobre o perigo da brincadeira de enterrar alguém na areia da praia. “Pode levar a graves infecções no estômago e no intestino, pois a areia pode entrar na boca, sem querer”. Ele orienta evitar ficar com roupa de praia molhada por muito tempo, pois isso facilita o surgimento de micoses. Paula explica que cada enfermidade tem seus sintomas característicos (detalhes no quadro), mas a coceira é um sinal em comum. “É indicado que se vá ao médico”, explica a dermatologista. Pomadas aliviam os sintomas Os tratamentos indicados para essas infecções são, em geral, feitos com pomadas ou cremes, que aliviam sintomas de coceira e dores, ou remédios via oral, diz o otorrinolaringologista Jamal Sobhi Azzam, da clínica Jamal. “Compressas frias ajudam a aliviar mais rapidamente os sintomas. É preciso também manter alimentação saudável e balanceada, pois o corpo bem nutrido fica mais resistente às infecções.”
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Jornal do Meio 884 Sexta 20 • Janeiro • 2017