Braganรงa Paulista
Sexta 10 Marรงo 2017
Nยบ 891 - ano XV jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
Para pensar
Jornal do Meio 891 Sexta 10 • Março • 2017
Expediente
Quando o dinheiro
fala mais alto! por Mons. Giovanni Baresse
Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão.
Nos domingos de fevereiro
de compra que confiar em Deus
do mundo consumista em que
porque ou sem trabalho ou com
o texto evangélico escolhido
que nos ama e quer que sejamos
vivemos – porque não desenvol-
trabalho mal pago é ela que es-
para as celebrações foi o
felizes, que vivamos como seus
vemos a mística do Reino – que
tará na corda bamba! A ganância
de São Mateus, capítulos 5 a 7. O
filhos e filhas, que tenhamos vida
afirma nossa segurança nas posses
(que não tem limites) arrebenta
chamado Sermão da Montanha.
digna. No trecho do Evangelho
que podemos ter. Esta realidade
relacionamentos mais preciosos
Nele Jesus estabelece, por assim
que citei acima, Jesus critica a
faz com que se busque sempre
e profundos. Fala mais alto que
dizer, normas que caracterizariam
preocupação para com a comida,
mais, mesmo que seja às custas
laços de amor, de fraternidade! Não
devocionais. E que isto não mexa
os seus seguidores. Sem minimizar
a roupa, etc. Parece que ele está
dos outros! O endeusamento da
tem misericórdia com os que são
na forma como agimos. Temos
a Lei, ele a atualiza. Na parte final
completamente por fora do modo
riqueza leva a lesar. Para acumu-
prejudicados! O Papa Francisco,
que ter clareza que por amor
do capítulo 6 ( 24-34) faz grave
de vida e das suas exigências.
lar não se tem medidas. É uma
numa das missas que celebrou
ao dinheiro estamos dispostos
advertência sobre a presença do
Como não preocupar-se? Ele
sede insaciável! Quanto mais
no final de fevereiro, afirmou: “É
a perder a dignidade, arruinar a
dinheiro em nossas vidas. E afirma
aponta um caminho: “Buscai, em
se tem, mais se deseja e mais se
melhor um ateu que um católico
vida dos outros, perder amizades...
categoricamente: “Não podeis
primeiro lugar, o Reino de Deus
age para concretiza-la. Paga-se
hipócrita”! E discorria sobre aqueles
Vale a pena pensar na frase de
servir a Deus e ao Dinheiro”. Sua
e sua justiça, e todas essas coisas
o mínimo a quem é assalariado.
que cumprem deveres religiosos –
Jesus: Nem todo aquele que me
palavra afirma que ou adoramos
vos serão acrescentadas”. Buscar
Nem sempre se recolhem os seus
missa, confissão, procissões, etc.
diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no
o Deus verdadeiro – aquele que
o Reino e sua Justiça é promover
direitos. Pratica-se a sonegação.
– mas não pagam justos salários,
Reino dos Céus, mas sim aquele
tudo providencia – ou adoramos
um estilo de vida que leve a ver
Tenta-se justificar “caixa dois”!
não percebem as necessidades
que pratica a vontade do meu
ao dinheiro que quase tudo
em cada ser humano um irmão,
Buscam-se meios para fraudar
de pessoas ao seu redor, tiram
Pai que está nos céus. Muitos me
compra, mas depois cobra caro
uma irmã. Assim sendo ninguém
o que é devido. Com essa triste
vantagens desonestas, enganam,
dirão naquele dia: ‘Senhor não foi
o que nos deu! Não se trata de
acumularia às custas dos outros,
realidade cria-se uma sociedade
etc. Penso que todos sabemos do
em teu nome que profetizamos...
negar a necessidade do dinheiro.
Não haveria engano, usura, roubo,
que justifica as enormes diferenças
grande pecado que está sempre
expulsamos demônios... fizemos
Trata-se de não colocá-lo como
corrupção. Ninguém passaria ne-
entre as pessoas. Uns que têm de
em nosso caminho: a separação
muitos milagres’? Então, sem
nosso fim último. Mas isso pode
cessidade. Não haveria mensalão,
sobra, outros que nada ou quase
entre aquilo que dizemos crer e
rodeios eu lhes direi: ‘Nunca vos
acontecer? Creio que não é difícil
lava jato, etc. As palavras de Jesus
nada têm. A lógica leva a buscar
aquilo que fazemos. A separação
conheci. Apartai-vos de mim,
constatar que somos levados a
sobre a não preocupação com o
os ganhos às custas da vida das
entre a fé e as atitudes. Não nos é
vós que praticais a iniquidade’
confiar mais em nossa capacidade
dia de amanhã vêm na contramão
pessoas. Coloca-se a vida em risco
difícil celebrar atos de culto, ações
(Mateus 7,21-23).
As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Reflexão e Práxis
3
Jornal do Meio 891 Sexta 10 • Março • 2017
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
Em uma época onde as instituições de
aos alunos um exemplo positivo, uma
ensino disputam alunos e clientes, tal
atitude de aperfeiçoamento e integração.
vantagem não deve ser desprezada nem
Pode-se pensar a proposta de projetos
muito menos subestimada.
como um elemento formador de uma
Conhecer não significa estar de posse
mentalidade institucional que leva em
da verdade (...). (Eric Fromm).
consideração as questões sociais como
Uma vantagem das aulas de projeto aos
dados de preocupação pedagógica. A
professores envolvidos é uma abertura
possibilidade de intervenção da insti-
quanto a visão do trabalho pedagógico
tuição além dos muros da escola ou do
com a sua área de atuação e as outras
espaço restrito da sala de aula apresenta
áreas de conhecimento. Há uma neces-
à comunidade uma visão diferenciada
sidade de pesquisar e conhecer conte-
sobre o que é a educação e sobre o que
údos pedagógicos de outras matérias
desejar da educação para seus alunos.
para poder auxiliar os grupos durante
Ajudando a comunidade próxima ou
as aulas quando é impossível contar
distante do local onde o colégio está
com a presença de um professor de uma
instalado a visibilidade na cidade, no
determinada disciplina.
Estado e no país é aumentada de uma
Vivencia- se na prática a tão falada
forma clara e precisa.
transdisciplinariedade. Somente quando
A questão da propaganda associada a
nos envolvemos com outras áreas de
uma ferramenta de marketing e de mer-
conhecimento é que podemos perceber
cado tão viva e próxima da instituição
a importância da construção de uma
não pode ser desprezada. A participação
didática ampla e viva frente aos parâ-
em eventos nacionais como olimpía-
metros estanques que são transmitidos
das e similares é um dado importante,
pela maioria das instituições de ensino.
mas normalmente restrito aos alunos e pessoas próximas aos participantes.
Pedro Marcelo Galasso - cientista po-
Já uma intervenção artística, uma feria
lítico, professor e escritor.
de ciências ou uma atuação direta em
E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Gravata, em inglês Número (abrev.)
"Origem", em "romeno" Aspirina
Propriedade da toalha de papel Maciço da Suíça onde nasce o Reno
Op (?): utiliza ilusões de óptica
Pensativo; cogitativo 2, em romanos Alvo da procrastinação do indeciso
Best-(?), o livro campeão de vendas
Um dos sinais da inflamação
Aportuguesamento do "an" final
(?) Mello, humorista paulistana
Recinto da Casa Branca
BANCO
12
Solução
A
presença que inspira respeito e que lega
J
questões estritamente pedagógicas.
R
diferenciadas que são maiores que as
muito mais ser uma autoridade, ser uma
D A M I C E
irracional, baseada na força e no medo. É
Aqui está! Sobra de obras
Acredita Conterrâneo de Maomé
A V A R I A
e órgãos públicos que avaliam ações
C
daquela que vê a autoridade como algo
A
za de reconhecimento por organismos
(?)-nascido: usuário da UTI neonatal
M
os alunos a crescer. Postura diversa
Cidadesede da Liga Árabe (?) White, presidente do UFC
A
social, ela disponibiliza para si a certe-
R D I M S E N S O R
tuição cumprir seu papel educacional e
Gesto para exprimir ideias
L
como algo racional, pautada na competência, amparando e ajudando
Cálcio (símbolo) Lampião de rua
I
visibilidade muito maior. Além da insti-
C O S V E A I O A C E E I N T O E N D L E M V A
dentro deste quadro de projetos,
Força que produziria o hipnotismo
E N T U L H O
um problema social local, oferece uma
"Ricardo (?)", peça Aversão profunda
A S S A I S T F E I I R O A R N C R E O R V R E A R I T A B S E O R L Ã O
A questão da autoridade surge,
O francês, para os índios brasileiros
Publicação semanal brasileira fundada nos anos 60 Cofre, em inglês
S A U D I T A
por pedro marcelo galasso
Órgão examinado Espaço pelo mas- de certo tologista parque botânico carioca destinado aos cegos
P E S C A D E B A L E I A S
“salvar” o país? (Parte3)
Abertura no solo que recebe o ataúde Astatínio Efemi(símbolo) nação
3/art — sif — tie. 4/safe. 6/damice — seller. 9/revérbero.
Fórmula mágica para
Atividade comercial combatida no mundo, é defendida pelo Japão Idos
© Revistas COQUETEL
Atitude da pessoa Item higiênica avaliado por segu- Amante de Thor no radoras Universo Marvel
4
Jornal do Meio 891 Sexta 10 • Março • 2017
por FABIANA FUTEMA/FOLHAPRESS
A tecnologia virou mesmo uma
aplicativos dão aos pais o direito de tê-lo.”
desses gráficos, a SBP (Sociedade Brasi-
“É importante que os pais tenham tem-
aliada dos pais –principalmente
O fato é que a preocupação a ponto de
leira de Pediatria) lembra que a avaliação
po para brincar ao ar livre com os filhos,
os de primeira viagem –na criação
transformar o celular em praticamente
periódica feita por um pediatra é essencial.
conversar com eles.”
dos filhos. Há aplicativos que informam
um centro de monitoramento dos filhos
“É bom que as informações sejam acom-
a hora da mamada, ajudam a armazenar
é mais comum com o nascimento do
panhadas pelos pais, mas quem tem
MONITORAMENTO
informações sobre o crescimento da
primeiro filho.
discernimento para avaliar se os dados
Aplicativos de controle parental permitem
criança e ainda dão uma mãozinha para
A administradora Andrea Sanvidotti,
estão normais ou alterados é o pediatra”,
que adultos monitorem a localização, li-
contratar babás ou mostrar a localização
34, utilizou aplicativos na sua primeira
diz a presidente da SBP, Luciana Silva,
gações e mensagens trocadas pelos filhos.
dos pequenos.
gestação. Para a gravidez do caçula, de 1
“Preocupa-me que os pais possam olhar
O controle da localização pode ser feito
Por sugestão da própria pediatra da filha,
ano, não sentiu necessidade de recorrer
para gráficos de crescimento e achar que
por outros dispositivos, como pulseiras
a analista de sistemas Silvya Fontolan
a esse tipo de plataforma.
toda criança tem que estar na linha do
ou relógios.
Henrique, 31, começou a usar um aplica-
“Aprendi muito coisa na primeira gestação,
meio, no percentil 50, e que aquelas que
Mas será que fazer esse rastreamento é
tivo que reúne dados sobre peso e altura
fiquei mais segura sobre o que esperar de
estiverem acima ou abaixo têm algum
suficiente para garantir a segurança da
e calendários de consultas e de vacinas.
cada fase de desenvolvimento. Na segunda,
problema”, diz o pediatra Carlos Eduardo
criança? Especialistas dizem que nenhum
“O app já passa para minha agenda a
já tinha mais noção.”
Correa.
aplicativo substitui uma boa conversa
data das próximas consultas. Tenho tudo
O uso dessas tecnologias, porém, merece
Luciana Silva faz um alerta também para
entre pais e filhos, principalmente se eles
anotado: quando apontaram os dentes,
cuidados. Um aplicativo que mostrava o
a forma como os pais podem utilizar apli-
já forem maiorzinhos.
quando a Valentina passou por alguma
desenvolvimento semanal do bebê cau-
cativos de controle de mamadas. “Uma
“Fazer um trabalho de conscientização é
intercorrência médica”, conta ela.
sou certa apreensão durante a gravidez
criança pode esvaziar um seio em poucos
mais importante que monitorar. Aí entra a
O pediatra e neonatologista Carlos Eduardo
de Silvya.
minutos enquanto outra demora mais.
conversa dos pais com os filhos, o diálogo
Correa também vê vantagens no uso desses
“Havia uma informação sobre quanto peso
Elas nascem com pesos diferentes, têm
aberto”, diz Marcos Ferreira, consultor de
aplicativos que guardam informações da
a criança deveria ganhar por dia e fiquei
velocidades diferentes de crescimento.
segurança da informação.
criança, como tipo sanguíneo e histórico
preocupada porque ela estava abaixo
Não dá para colocar todas no mesmo
Para Luciana Silva, os pais não devem
de problemas de saúde.
daquilo. A pediatra me tranquilizou di-
patamar.”
substituir a ação educacional por esses
“Facilita quando ela precisa ser atendida
zendo que isso variava muito de criança
A pediatra defende ainda limites de tempo
aplicativos. “Crianças precisam de mode-
por um médico diferente”, diz. “O prontu-
para criança.”
para utilização de tela não apenas para
los, de adultos comprometidos com o
ário é do paciente, não do médico. Esses
Para evitar a interpretação equivocada
as crianças, mas também para os pais.
seu desenvolvimento.” Foto: Karime Xavier/Folhapress
A analista de sistemas Silvya fontolan Henrique; 31; que guarda os dados médicos da filha Valentina em aplicativo.
Jornal do Meio 891 Sexta 10 • Março • 2017
5
Alimentação saudável ? Polêmica levantada pela apresentadora Rita Lobo trouxe à tona discussão sobre o que é comer bem e o que é exagero
Por RACHEL BOTELHO/FOLHAPRESS
A polêmica recente em que a apresentadora de programas de culinária e diretora do site Panelinha, Rita Lobo, se envolveu após alfinetar um seguidor do Twitter que lhe perguntou por que não ensinava a fazer maionese com óleo de coco e iogurte expôs um comportamento que vem crescendo: o radicalismo alimentar. A resposta de Rita, alvo tanto de críticas quanto de apoio nas redes sociais, foi direta: “1) Porque não é maionese; 2) trate seu distúrbio alimentar”. A apresentadora, que em parceria com o médico Carlos Monteiro, coordenador do “Guia Alimentar para a População Brasileira”, ensina princípios da alimentação saudável no YouTube, não quis comentar o ocorrido. Enquanto Rita defende o uso de ingredientes frescos na cozinha, sem os conservantes e aditivos dos alimentos ultraprocessados, modismos como a exclusão de itens como o glúten e a lactose e a substituição de ingredientes tradicionais por novos e ditos milagrosos são vistos como o caminho mais curto para alcançar o ideal de boa forma e saúde. A questão vem tomando tamanha proporção que, segundo especialistas ouvidos pela Folha, a obsessão pelos benefícios nutricionais pode mesmo ser considerada um distúrbio alimentar. “As pessoas estão com medo da comida normal”, diz o nutrólogo Fábio Ancona Lopes. Esse exagero, nas palavras do médico, tem nome: ortorexia. “É como se a comida não fosse mais alimento, ela é vista só como nutriente.” Por trás do problema está o marketing da indústria de alimentos, que vende produtos com ênfase em características que supostamente os tornam especiais –como a coalhada cujo rótulo destaca a ausência de lactose. A verdade é que não só todas as coalhadas são livres de lactose como esse composto deve ser evitado apenas por quem sente desconforto ao consumi-lo. O nutrólogo Celso Cukier, diretor do Instituto de Metabolismo e Nutrição, pondera que há um lado positivo na preocupação com o que vai à mesa: a procura por uma qualidade de vida melhor. “O problema está na desinformação trazida pela propa-
ganda. Produtos são lançados como se fossem a salvação contra a má alimentação, a falta de exercício, o estresse.” Adepto das dietas da moda, Thiago Mancini, 27, reconhece que o desejo de manter o corpo sarado o leva a seguir a maré sem ter dados suficientes sobre riscos e benefícios. “E eu sou publicitário, sei que tem muita coisa só para vender. Mas não tenho tempo de analisar tudo direito e acabo experimentando o que estão falando”, justifica. Thiago conta que, por influência de amigos e blogueiros, já provou de tudo um pouco. “Investi em gengibre, pimenta e canela para acelerar o metabolismo, entrei no boom das castanhas e depois comprei tudo sem lactose e pão e macarrão sem glúten.”
Para os especialistas, não há mal em fazer algumas substituições, mas também não há necessidade, a não ser em casos específicos de intolerância ou alergia. De acordo com Cukier, até profissionais vêm indicando indiscriminadamente a exclusão de alimentos com glúten e lactose da dieta. “Isso é muito grave”, afirma. A boa notícia é que a base da alimentação saudável continua sendo o bom e velho cardápio da vovó: arroz, feijão, legumes e salada com proteína, que era a base da comida brasileira e vem perdendo terreno para refeições rápidas fora de casa e disputando espaço com coisas que até outro dia ninguém conhecia, como goji berry e óleo de coco. Foto: Divulgação
6
Jornal do Meio 891 Sexta 10 • Março • 2017
Zuckerberg diz que vai apertar cerco contra sensacionalismo no Facebook Por ANDRÉ MONTEIRO/FOLHAPRESS
O criador do Facebook anunciou nesta quinta-
CRÍTICAS
sem jornalistas.”
-feira (16) que a empresa irá adotar novas medidas
Alguns analistas de mídia receberam as novidades de
No manifesto, o fundador da rede social diz que uma das
para apertar o cerco contra a disseminação de
forma cética, enxergando que trazem novos e maiores
preocupações da empresa é com a sustentabilidade da
conteúdo sensacionalista na plataforma.
riscos ao jornalismo profissional.
indústria de mídia, mas não cita planos específicos além
A rede social é a maior do mundo, com quase dois bi-
“O Facebook já está com o dinheiro. Agora, Zuckerberg
dos que estão na Iniciativa de Jornalismo do Facebook,
lhões de usuários, e vem sendo alvo de críticas de que
está deixando claro que quer que sua empresa tome
divulgada em janeiro.
promove notícias falsas e que tem regras que dificultam
várias das atuais funções -não apenas a receita de pu-
“Uma indústria de notícias forte é crítica para a cons-
a pluralidade de opiniões.
blicidade- das organizações jornalísticas tradicionais”,
trução de uma comunidade informada. Devemos fazer
O anúncio foi feito em forma de um longo manifesto
afirmou Adrienne LaFrance na revista “The Atlantic”.
mais para apoiar a indústria de notícias para garantir que
publicado por Zuckerberg na própria plataforma.
“Ele usa linguagem abstrata mas o que ele está descre-
esta função social vital seja sustentável -desde promover
No texto, e empresário reconhece que “as duas preocu-
vendo na realidade é a criação de uma empresa com
os veículos locais, desenvolver formatos melhores para
pações mais discutidas no ano passado foram sobre a
os objetivos clássicos do jornalismo. De certa forma,
dispositivos móveis, até melhorar a gama de modelos de
diversidade de pontos de vista que vemos (‘filter bubble’)
Zuckerberg está construindo uma empresa jornalística
negócios das organizações.”
e a precisão de informações (‘fake news’)”, mas afirma
Foto: Stephen Lam 12.04.2016/Reuters
estar mais preocupado com “o impacto do sensacionalismo e da polarização” ideológica, que levam “a uma perda de entendimento comum”. Durante a campanha presidencial americana, conservadores acusaram a empresa de ter um “viés liberal” na exibição das notícias mais importantes. Após a vitória de Donald Trump, a rede foi acusada de não ter atuado suficientemente para barrar a viralização de conteúdo falso que favoreceu o republicano. Zuckerberg defende que as “mídias sociais oferecem pontos de vista mais diversos do que os meios tradicionais” e que leva a sério a disseminação de conteúdo falso, mas indica que ainda não encontrou método eficiente de combater o fenômeno. “Estamos avançando com cuidado porque nem sempre há uma linha clara entre fraudes, sátira e opinião”, afirma. De concreto, o empresário anunciou que foram feitas mudanças no algoritmo do Facebook para tentar reduzir o alcance do sensacionalismo. “Percebemos que algumas pessoas compartilham histórias com títulos sensacionalistas sem nunca ler. Em geral, se você ficar menos propenso a compartilhar uma história depois de lê-la, é um bom sinal de que o enunciado era sensacionalista.” Segundo o texto, a rede irá monitorar esses indicadores de leitura e compartilhamento para analisar as reportagens e os veículos que as publicam e reduzir sua exibição na linha do tempo dos usuários. “Há muitos passos como este que tomamos e continuaremos a tomar para reduzir o sensacionalismo e ajudar a construir uma comunidade mais informada.” O manifesto de Zuckerberg também aborda outras iniciativas da empresa no sentido de “construir uma comunidade global”. Segundo o texto, o Facebook do futuro terá a missão de “nos manter seguros, nos informar, promover o engajamento cívico e a inclusão”.
Mark Zuckerberg; criador do Facebook; durante conferência em São Francisco.
Saúde
Jornal do Meio 891 Sexta 10 • Março • 2017
7
Alongamento
Alongamento ajuda idosos a recuperar movimento e força, quem tem mais de 60 anos deve fazer exercícios duas horas por semana. Prática previne até dores por WILLIAM CORREIA/FOLHAPRESS
Separar ao menos meia hora do
Um mês depois, já estavam fazendo
Inazawa já avisa: as primeiras sessões
É recomendável o acompanhamento
seu dia para fazer alongamentos
tudo perfeitamente e me agradecendo”,
vão deixar dores, mas passageiras.
de um profissional no início. “Em ido-
pode ser o melhor caminho para aumentar
contou Inazawa.
“É uma dor na musculatura. O proble-
so, o risco de lesão é maior pela perda
sua qualidade de vida. A indicação não
Dor é normal no começo, diz professor
ma é se for articular, aí precisa parar no
de elasticidade nos músculos”, disse o
depende da idade e é apontada como
Aos iniciantes, o professor Haroldo Kei
ato”, afirma Inazawa.
ortopedista Fellipe Savioli. Arte: Folhapress
fundamental para idosos. “O alongamento ocasiona melhora no movimento e na amplitude da articulação, evita lesões e dá qualidade de vida. Para quem tem mais de 60 anos, é fundamental fazer duas horas semanais de alongamentos”, disse Fellipe Savioli, médico do esporte e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. “É natural perder forças nos ligamentos e amplitude do movimento com o tempo. A grande vantagem do alongamento é que, com ele, isso pode ser recuperado, mesmo que parcialmente”, completou o ortopedista. Como benefício, a prática também pode evitar quedas. “O que mais gosto de orientar é que o alongamento seja feito direcionando-se para manter o equilíbrio do corpo”, diz Paulo Camiz, geriatra e professor do Hospital das Clínicas de São Paulo. A preocupação com esses ganhos na terceira idade já é comum. No CepeUSP (Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo), o professor de educação física e de caratê Haroldo Kei Inazawa, 56 anos, comanda aulas de 50 minutos de alongamento, duas vezes por semana, a quem tem mais de 60 anos. Mesmo com turmas de 65 alunos há espera. “Para quem tem certas dores musculares ou articulares, alguns tipos de alongamentos sanam a maioria delas e, como conjunto do corpo fortalecido, tudo melhora. Faz mais de quatro anos que dou essas aulas para a terceira idade. Tem muita gente totalmente sedentária, que nunca tinha feito exercício, e que chegou reclamando de dores ‘da ponta do dedinho do pé até o cabelo’.
8
Jornal do Meio 891 Sexta 10 • Março • 2017