896 Edição 14.04.2017

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Braganรงa Paulista

Sexta 14 Abril 2017

Nยบ 896 - ano XV jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 896 Sexta 14 • Abril • 2017

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Páscoa!

Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

por Mons. Giovanni Baresse

Vocês devem estar sempre prontos para dar as razões de sua esperança! (1 Pedro 3,15). Esta afirmação de São Pedro é uma das provocações mais instigantes ao testemunho de vida que a Sagrada Escritura nos apresenta. Pedro chama ao testemunho competente, continuado, entusiasta e cheio de esperança. Podemos imaginar isso no ambiente de perseguição do império romano no qual as comunidades cristãs viviam. Como viver a fé com o olhar mergulhado na esperança se a realidade era de tortura, sofrimento, dor, perseguição e morte? Sem dúvida a razão estava alicerçada Naquele que vencera a tortura da cruz e ressuscitara. Estava vivo. Era Senhor e Vencedor. Essa é a fé que a Igreja sempre proclamou. E que proclama. Fé pela qual a Igreja viveu e vive! Sem a ressurreição, sem a vitória sobre a maldade e todas as suas faces não haveria nenhuma esperança e nenhum sentido em viver (1 Coríntios 15, 12ss.). Por isso é que faz parte

da Tradição da Igreja, de sua vida vivida ao longo dos séculos, celebrar a Quaresma e, nela, a Semana Santa. O recordar, o fazer memória dos passos sofridos do Cristo (os Dele inocentes) nos leva a perceber os passos sofridos de todos os seres humanos (os nossos ocasionados por nossos erros ou erros dos outros). As quedas sob a cruz (as Dele por nossa causa) nos recordam nossas quedas (as nossas por nossas fraquezas e limitações). As cusparadas recebidas por Ele recordam as cusparadas que damos ou tomamos (porque Ele só as sofreu). Os xingamentos recebidos por Ele são frutos da ignorância e da ingratidão. Os sofridos por nós (ou dados por nós) acumulam as mesmas causas recheadas dos desejos de vingança, ganância, egoísmo, violência... Houve uma Verônica para aliviar sua dor. Há Verônicas em nossos tempos. Capazes de enfrentar a sanha dos torturadores. Cruz, cravos, coroa de espinhos, nudez. Marcas do Seu sofrimento. Marcas que se

repetem em nossos dias. Uma sepultura. De outros. Apressada. Igual a de tanta gente sem nome. Tudo isto seria somente uma grande tragédia. Revivida a cada ano. Se não houvesse a certeza da Ressurreição. Nós recordamos o caminhar sofrido do Cristo à luz de sua Vitória. Porque o seu caminho é o nosso caminho. E, se temos certeza que a luz da Vida brilha sobre o aparente absurdo de tantas dores, Nele ressuscitado encontramos a força para não desanimar e caminhar na Missão até as últimas consequências. Páscoa, nós todos sabemos, recorda o caminho de libertação que Deus traça para seu povo escravizado. Porque Deus nos criou livres. Se recordamos a Páscoa histórica de Israel, é porque ela é tipo da nova Páscoa: a libertação do pecado, de seus frutos. Sabendo que a última palavra sobre a nossa vida é sempre a palavra da Vida que Deus nos dá, vamos encontrando forças no Cristo e na sua Igreja para viver com

fidelidade a escolha de sermos cristãos. De termos assumido o compromisso de continuar a missão do Senhor: o anúncio da Boa Nova. A verdade da paternidade divina sobre todos. A afirmação da vontade de Deus para que sejamos filhos e filhas. Um dado da fé que nos empurra a nunca desanimar. A ser capazes de enfrentar as estruturas de destruição da dignidade humana. E a proclamar com toda a força a realeza-serviço do Senhor do Universo. Para que a sua glória seja vista na realização do projeto de Amor de Deus sonhado quando da criação do ser humano à sua imagem e semelhança. A obra da criação continua hoje na luta para restituir a todas as pessoas o rosto brilhante de Deus que é Amor. Um rosto que está desfigurado por tanta maldade e injustiça. Um rosto que devemos limpar. Para essa missão o Senhor nos convoca. E seu apóstolo Pedro nos diz que devemos ser competentes e estar alerta! Em tempo de

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

primavera no hemisfério norte. Em tempo pascal. Tempo de liberdade e de esperança. Que com ele nós caminhemos para a realização do sonho de Deus e que, seguindo seu exemplo, nos lembremos da missão de todos nós: converter a nós todos, Igreja, para que sejamos portadores da luz do Evangelho a todos os lugares e a todas as pessoas. Não esqueçamos os insistentes apelos do Papa Francisco que desejou nos recordar o ensinamento de Jesus sobre perdão e misericórdia. Busquemos colocar isso vivamente em nossas vidas. Que a Páscoa seja Páscoa para todos: dignidade, liberdade, realização. Como Deus sempre quis e continua querendo! Feliz Páscoa!

Rindo á toa por Karina Matias/FOLHAPRESS

No próximo dia 13, Gil Coelho completa 30 anos. Motivos para comemorar não faltam. O ator acaba de dar vida ao frentista Wesley, na novela global “A Lei do Amor”, e já tem outros trabalhos engatilhados para este ano. Um dos mais especiais é o filme “Amor. com”, em que ele estreia como protagonista. No longa, dirigido por Anita Barbosa, ele é Fernando,”um verdadeiro herói romântico”, segundo a sua própria definição. O ator faz par com a atriz Isis Valverde, que interpreta uma blogueira de moda muito famosa. Já o personagem deletem um canal no YouTube so-

bre videogames,mas que ninguém conhece. Os dois se apaixonam e precisam aprender a lidar com as dificuldades da fama repentina e do romance fora do mundo virtual. Para o papel, Coelho revela que se encontrou com seis jovens que são verdadeiras celebridades da internet,a fim de entender melhor esse novo universo. “Descobri várias coisas e particularidades que fui usando para compor o Fernando”, comenta. O ator já tem mais dois projetos para 2017. Em um deles, integra o elenco de outro filme, “Dias de Mim”, de Cininha de Paula, programado para estrear em outubro. Coelho

também estará em”A Vila”,nova série do comediante Paulo Gustavo, que vai ao ar em agosto,no canal a cabo Multishow. E pensar que a carreira de ator surgiu por acaso. Tudo começou, segundo ele, como uma brincadeira. Aos 16 anos, por influência da família, Coelho fez um curso de teatro. Apesar de ter gostado da experiência, decidiu seguir o caminho profissional dos pais, ambos advogados. E ingressou na faculdade de direito. “Eu achava que o teatro era só um hobby.”Mas o talento artístico falou mais alto e,em 2008, ele decidiu largar o curso e o emprego em uma imobiliária para se dedicar à carreira artística.

Foi quando teve a oportunidade, após passar por vários testes, de ingressar na Oficina de Atores da Rede Globo.”Meu pai foi um dos meus grandes incentivadores. Ele apostava muito em mim”, diz ele sobre o pai, que morreu após um acidente doméstico, no ano passado. O primeiro personagem de maior destaque na TV surgiu em 2011, quando o ator interpretou Guido, na novela “Malhação” (Globo). O grande sucesso de público, porém, veio anos depois, ao dar vida a Lindomar, o divertido playboy da novela das sete “I Love Paraisópolis” (Globo, 2015).

Desde o início, por influência de um de seus professores, Coelho percebeu que tinha uma veia forte para o humor. Aliás, a sua estreia nos palcos foi em uma peça cômica que ele mesmo escreveu, “Quem Tem... Tem Medo”. O talento para a comédia, conta, tem muito a ver com o seu jeito de ser. “Eu vivo rindo, 24 horas por dia”, garante. Ex-namorado das atrizes Monique Alfradique e Fabíula Nascimento, o ator revela que está solteiro e em busca de um novo amor. Para conquistá-lo, ele dá a dica: “Só precisa ser autêntica e engraçada”. Candidatas?


Reflexão e Práxis

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Vendido a crédito Dialeto chinês

Santo do pau (?): sonso (fam.)

(?) militares, tipo de homenagem no funeral de Pinochet Hora canônica Tambor de escola de samba

Aranha sem teia Arcar com as despe- Robô sas (gír.) usado por bombeiros no Brasil

Táxi, em inglês Música lusitana

Estado do porto de Tubarão (sigla)

Peça do xadrez

Ellen (?), atriz e comediante dos EUA

Prolongamento sensível das orquídeas Relativo à velhice livre de doenças

Dan Stulbach, ator Cabana indígena

Errar, em inglês

Risos, em e-mails Raio (abrev.)

Faixa navegável de rio Ente folclórico de matas e capoeiras

Não cozido

Controla a atividade mental consciente (Psican.)

Vitamina abundante em nozes e avelãs

Instável; variável (?) Faria, O nome da jornalista 12ª letra do alfabePedaço to grego

A água com gás Nordeste (abrev.)

Esclerose Lateral Amiotrófica (sigla)

Que emprega habitualmente Entidade da Umbanda 9, em romanos

Planta peruana E, em francês

(?) Vidal, escritor de “Lincoln” Pessoa dedicada à criação dos bichos-da-seda Pesquisadoras como Alfred Kinsey

BANCO

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Solução G M L H

C A N O A S

A I N S T R A S A O D R O L C A B AN F O A A C D E G A O E R C R E R A L U S A E I B R I C I E X O L

R E A M A N T I L AI F A M I S A CI T E N A O D S R R A FA R R S E R I C M I S N TE A E T C O L A O G A S

de forma curiosa quando as acusações começaram a indicar partidos políticos e personagens que foram a base de sustentação do processo de impeachment. Tal postura coloca em xeque a isenção das investigações que foram intensas quando eram voltadas ao PT e seus aliados. Para muitos, a Lava Jato, simbolizada pela figura do juiz Sérgio Moro, tem como função cassar os direitos políticos do ex-presidente Lula, pois ele se coloca como o virtual vencedor das eleições presidências de 2018. Uma hipótese coerente quando vemos os nomes que poderiam fazer frente ao ex-presidente tais como o desgastado Aécio Neves, o esquecido José Serra, o não carismático Geraldo Alckmin ou o desespero na figura de Dória. É impossível deixar de citar a fala racista e criminosa de um senhor que é deputado federal, o deputado Jair Bolsonaro, mas que deveria estar preso segundo suas ideias e posturas que ferem a Constituição e a dignidade humana. Enquanto por aqui, a maquiagem toma forma em uma velocidade muito alta nos caminhos que conduzem ao local da festa. Não que haja alguma novidade nisso, mas as ações contundentes para a melhora da cidade já são alvos de críticas, pois a mudança ou a transformação milagrosa não é vista e nem tem sinais de que irá acontecer, ao menos, na velocidade e com as facilidades apresentadas na campanha eleitoral. Isso se soma aos papeis e as posturas vexatórias de vereadores que defendem grupos políticos e interesses particulares ou que não defendem nada e cuja vereança não tem razão aparente de ser e fica a questão – o que pensam seus eleitores e os bragantinos, de uma forma geral?

Prefixo que indica ação contrária

D E G E N E R E S

Como a vida de todos nós, o Brasil tem vivido um período turbulento de sua não tranquila existência, mas as ações que por aqui se realizam trazem uma sensação de incredulidade e insegurança aumentada pela atuação desastrosa da nossa classe política, algo que não cria mais espanto e nem indignação. A derrota do governo federal na votação sobre as perversas reformas na Previdência mostram que a organização da sociedade civil na busca pela manutenção de seus interesses tem resultados expressivos. Vale dizer que o problema da sociedade civil brasileira é a sua organização ocasional e limitada a uma ou outra crítica ou questionamento específico, mas que graças ao espaço das mídias sociais tem alçado as manifestações a um novo patamar e os resultados, ainda que pontuais, nos trazem novos ares e novas possibilidades. O problema é a possibilidade de alguma figura messiânica ou algum partido político procure cooptar as ações da sociedade civil e encarne a sua liderança. Além disso, a reforma da educação do Ensino Médio, desastrosa e mentirosa em seus parâmetros mais divulgados como a falsa possibilidade de escolha do aluno, começa a se tornar explícita e dá início a uma série de questionamentos sobre o alcance e os limites físicos e humanos das escolas públicas e a cada dia se reforça a ideia da criação de duas escolas no Brasil, a escola para formar mão de obra e outra para formar uma elite pensante com acesso mais fácil ao Ensino Superior. Razão disso é o fato do Estado escolher as linhas que as escolas e as cidades deverão oferecer aos seus alunos. E, neste contexto, o MEC sinaliza com a possibilidade de acabar com o Ensino Médio noturno que, por sua vez, não foi incluso na reforma acima o que mostra o quão segmentada e excludente é a reforma por si só. As notícias sobre a Lava Jato diminuíram

Lideradas por Mussolini, ficaram de conhecidas como Arrasa; Divisão piscina Entonação devasta olímpica que realça Astatínio camisas o discurso (símbolo) negras

M O N T E S A P E N I N O S

por pedro marcelo galasso

Termo em Cordiinglês que lheira designa o italiana pensamento corrente da maioria da população

2/et — mi. 3/cab — erê — err. 4/lada. 5/lábil. 9/agerásico.10/mainstream.

E a vida segue

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Município da região metropolitana de Porto Alegre Enfurecer; encolerizar

Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

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por Shel Almeida

Em julho acontece, na Turquia, a 23º edição da Surdolimpíadas, evento internacional multiesportivo que reúne atletas surdos e é organizado pelo Comitê Internacional de Desportos para Surdos (ICSD). Entre os diversos atletas que representarão o Brasil no evento, está a bragantina Barbara Rossi, de 30 anos, que faz parte da equipe de futebol feminino. Para ela, a experiência será única pois, pela primeira vez, ela terá a oportunidade de conviver exclusivamente com pessoas surdas como ela. Barbara sempre praticou esportes e sempre estudou em escola regular. Mas seu convívio frequente sempre foi com ouvintes. De acordo com Angela Rossi, mãe de Barbara, há algum tempo a filha se aproximou de outras pessoas com deficiência auditiva graças as redes sociais e isso contribuiu para que ela fosse convidada a participar dos jogos. No entanto, o apoio que os atletas recebem é mínimo. A equipe de futebol feminino, por exemplo, consegue se reunir uma vez por mês na cidade de Jundiaí para treinar. E, para isso, acabam gastando do próprio bolso com passagem e alimentação. “Elas já rodaram o Brasil para conseguir se reunir. Agora, Jundiaí está perto para ela, mas já precisou ir para o Rio, Curitiba, Brasília, para treinar. Ela está muito entusiasmada, porque pela primeira vez, ela vai viver em um mundo só de surdos. Toda a equipe técnica e de apoio do evento também e formada por surdos. Se eu fosse acompanhá-la seria a situação oposta do que ela sempre viveu”, conta Angela. Existe uma competição específica para os surdos, já que eles não participam das paralimpíadas, um dos motivos, é por conta de que esses atletas demandariam um grande número de intérpretes de línguas de sinais, além de diversas outras adaptações para as competições. Nos Jogos Surdolímpicos, os atletas são capazes de competir e interagir entre si livremente, sem necessidade de intérpretes de língua de sinais. Integração “Na escola, na faculdade, ela sempre conviveu com surdos. Nós conseguimos fazer com que ela e o Bruno, meu filho do meio, que também é surdo, se mantivessem na escola regular de um período e no outro frequentassem o centro de reabilitação em Campinas. Eles sempre gostaram de esporte, já jogaram vôlei, handebol, futebol society, fizeram natação, mas só conseguiram se dedicar mais ao esporte quando puderam ter mais tempo livre, porque no começo, também precisavam ter acompanhamento com fonoaudióloga, psicopedagoga, então não sobrava muito tempo. Conseguiram usar o tempo para o esporte quando adquiriram linguagem e já não precisavam ir tanto para Campinas. Naquela época nós tínhamos que optar ou pela classe especial ou pela classe regular. E, em 30 anos, a classe especial, aqui em Bragança, não mudou em nada. Os surdos continuam sem se comunicar, sem serem alfabetizados, sem trabalhar, quando conseguem é apenas em produção. Com isso não conseguem sair da barra da saia da mãe. Ou era isso ou era quebrar a cara e ir para Campinas e fazer a escola regular. Uma escola particular abriu as portas para eles, na época, eu trazia pedagoga de fora para orientar os professores, que tiveram muita paciência e muita boa vontade. Mesmo assim, ainda não era um projeto de inclusão, porque não havia muito preparo dos professores para recebê-los. Chamávamos de integração porque os surdos entravam e tentavam conviver com os ouvintes, era um esforço muito maior por parte dos surdos. Hoje já é diferente, os professores já se preparam, está um pouco melhor ”, fala Angela. Barbara conta que, no início, foi muito difícil, mas com tempo foi se adaptando.

“Era complicado porque todo mundo só falava e eu não entendia. Mas depois meus colegas começaram a aprender a se comunicar comigo. Eu não sofri bullying, tive apoio, mas depois ficou difícil sair do ambiente escolar e familiar sendo surda, tinha vergonha de falar em libras na rua ou de usar o aparelho porque chamava muito a atenção, as outras crianças achavam que era um radinho, porque ainda era aquele de caixinha,” explica. Mesmo com toda a dificuldade, Barbara seguiu adiante e se formou em Turismo. Quando fez faculdade já existia a lei que obriga a instituição de ensino a oferecer recursos para o aluno com deficiência, ela teve o acompanhamento de uma intérprete durante o curso. Em seguida, fez pós graduação em Libras, com a finalidade de ser instrutora da linguagem de sinais. “Hoje existe todo esse movimento de inclusão, mas ainda falta muita coisa, principalmente para os surdos. Eles conseguiram estudar, se formar, trabalhar porque corremos atrás e abrimos mão de muita coisa. Realmente não foi fácil, porque a sociedade não colabora. Para ela ir em qualquer lugar, preciso ir junto, pra comprar um sapato, para ser atendida por um médico. Hoje, quando ela tem uma consulta, eu ligo antes e aviso a secretaria que não adianta fichar chamando pelo nome, tem que ir lá avisar. Ela já tomou muito chá de cadeira por causa disso. As empresas hoje cumprem a meta de inclusão, mas não querem ter o menor esforço possível, o que acaba que, quem, realmente precisa nunca é contratado. Ela sempre trabalhou na área administrativa e de contabilidade, o que não é nenhum impedimento para quem é surdo. Mas como a dificuldade é a comunicação, porque as pessoas não conhecem a língua de sinais, as empresas optam apenas por quem e possível se comunicar sem esforço. Os surdos acabam sempre indo para a área de produção o que é ruim a longo prazo porque não há a possibilidade de progredir”, analisa Angela. Para colaborar com a ida de Barbara para a Surdolimpiada, você pode entrar em contato pelo telefone 11 4033 - 4766, pelo whatsapp 11 9 9779 - 0127 ou pelo email angelalattanzi@terra.com.br

Barbara pratica esportes desde a adolescência. Será a primeira vez que terá a oportunidade de participar da surdolimpiada

Barbara com a mãe Angela. Apoio familiar foi fundamental para que a moça pudesse frequentar escola regular e se formar em uma faculdade.

Equipe de futebol feminino que representa o Brasil na Surdolimpiada treina mensalmente em Jundiaí. Barbara procura apoio para que treino possa ser mais frequente.


Informática & tecnologia

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YouTube

Boicote ao YouTube divide grandes anunciantes no Brasil Por NELSON DE SÁ/FOLHAPRESS

Iniciado no Reino Unido e alcançando hoje centenas de marcas pelo mundo, o boicote à publicidade no YouTube, do Google, para evitar que os anúncios sejam veiculados junto a vídeos com discurso de ódio e até terrorismo, ainda divide os grandes anunciantes brasileiros. Consultado, o Banco Itaú diz que continua na plataforma, mas atento: “Apesar de nossos anúncios não terem sido veiculados em espaços inadequados, estamos acompanhando de perto a situação e acreditamos que o Google tomará todas as medidas necessárias para que exposições desse tipo não voltem a acontecer”. A instituição financeira acrescenta que “repudia qualquer tipo de ligação direta ou indireta com manifestações que incitem ódio e discriminação. Acreditamos num mundo em que as relações humanas contribuam para a transformação de todos para melhor”. Já duas subsidiárias de multinacionais, Johnson & Johnson e PepsiCo, confirmam ter deixado de veicular publicidade no YouTube no Brasil. Em resposta à consulta, a J&J afirmou que “interrompeu globalmente a veiculação de todos os seus vídeos” na plataforma do Google. “A decisão foi tomada com o objetivo de garantir que a publicidade de marcas e produtos não apareça em canais que promovam conteúdo ofensivo”, diz a J&J. “[Vamos] tomar todas as medidas necessárias para garantir que a publicidade seja consistente com os valores da companhia.” Diz a PepsiCo: “Ficamos preocupados e desapontados com a inserção de anúncios de nossas marcas em vídeos que promovem o ódio e têm conteúdo ofensivo. [Tomamos] medidas imediatas para remover toda a publicidade de plataformas que não sejam de busca até que o Google possa garantir que não aconteça novamente.”

A empresa de bebidas e alimentos acrescenta, em sua resposta, que “tem o histórico de promover a diversidade e a inclusão; conteúdos como este violam nossos valores fundamentais”. Também procurado, o Google respondeu: “Não comentamos casos individuais, mas, conforme anunciado, iniciamos uma ampla revisão de nossas políticas de anúncios e assumimos o compromisso público de implementar mudanças que forneçam às marcas mais controle sobre onde seus anúncios são exibidos”. “Embora saibamos que nenhum sistema é 100% perfeito”, prossegue, “acreditamos que são passos importantes para trazer mais segurança às marcas de nossos anunciantes e estamos determinados a nos manter vigilantes e continuar a melhorar ao longo do tempo.

fazendo a mesma coisa no Brasil.” Segundo ele, trata-se de um “movimento de agências e anunciantes multinacionais”, porém: “Não só como presidente da Abap, mas como profissional, eu considero que esse episódio pode se transformar num extraordinário ‘turning point’”, num ponto de mudança para a publicidade. O boicote parcial no Brasil já estaria afetando positivamente uma página especializada no YouTube, a Vevo, de música, que em fevereiro registrou 1,6

bilhão de visualizações no país. “No caso da publicidade na Vevo, quem comercializa é a Vevo”, diz Fátima Pissarra, diretora geral da empresa no Brasil. “Muitas marcas já nos procuraram, pedindo propostas, por conta dessa paralisação”, acrescenta. “Elas não querem parar de veicular no YouTube e nos procuram. Reforçando essa comunicação, a gente soltou um comunicado, falando que, dentro do nosso conteúdo, a comercialização dos anúncios é feita por nós.” Foto: Divulgação

‘PONTO DE MUDANÇA’ O boicote começou há cerca de um mês, depois que uma série de reportagens do “Times” de Londres encontrou anúncios de grandes marcas junto a vídeos de grupos extremistas, como o Estado Islâmico e o neonazista Combat 18. Os produtores dos vídeos recebem parte do dinheiro que os anunciantes pagam ao Google. O movimento foi em parte liderado pela subsidiária britânica do grupo francês Havas, que representa anunciantes como Hyundai e Domino’s Pizza. O presidente da Z+, agência brasileira do Havas, Armando Strozenberg, também presidente da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), descreve o quadro no país: “O que a gente sabe é que a orientação das multinacionais foi no sentido de que, em todas as praças, essas práticas devem ser obedecidas. Então, supomos que todas as agências que atendem às filiais dessas empresas que começaram a retirar a sua publicidade lá fora estão

Para não ficar parado, profissional deve criar Por CAROLINA MUNIZ/FOLHAPRESS

seu plano de carreira

Desempenhar bem uma função hoje não é garantia de sucesso no futuro. É preciso continuar se aprimorando, porque ficar parado no trabalho é o mesmo que andar para trás. É o que afirmam especialistas em vida profissional. “A carreira deve ser encarada como uma escada rolante que só desce. Para conseguir subi-la, não dá para parar. É preciso estar em aprendizado constante”, diz José Augusto Minarelli, CEO da consultoria Lens & Minarelli. Segundo o especialista, o processo de renovação é cíclico. Entra-se em uma nova área ou posição, vêm os desafios, que levam ao desenvolvimento, e, então, chega a estabilidade e a rotina. Enquanto uns tomam a iniciativa de começar um novo ciclo, outros permanecem em piloto automático. “A tendência humana é se acomodar no que conhece bem, mas quem faz sempre mais do mesmo involui”, afirma ele. Ficar um pouco na zona de conforto pode ser bom para consolidar o conhecimento e gerar menos estresse, na opinião de Beatriz Maria Braga, professora de Gestão de Pessoas da FGV-EAESP. “O problema é quando a pessoa estaciona”, afirma. “A luz amarela deve acender ao começar a perceber que não há mais nada a aprender onde está.” Desde cedo, essa é a máxima de William Gomes, 30, gerente regional de vendas do portal imobiliário VivaReal. Aos 19 anos, ele iniciou a carreira como representante comercial de pequenas marcas de roupas e calçados. Depois de um ano, quis ampliar sua área de atuação. Mandou currículo para mais de 150 empresas, sem sucesso. Ao perguntar a uma recrutadora, descobriu que o entrave era a ausência de graduação -ele tinha apenas um curso de tecnólogo. Guardou dinheiro para estudar e entrou em marketing na USP. Começou como estagiário em uma consultoria de vendas. Após quatro meses, pediu para assumir mais tarefas e, em pouco tempo, se tornou consultor júnior. E viu que, além da cuidar da parte de planejamento das empresas, queria participar da execução dos projetos. “Eu sabia como iria ser o começo, o meio e o fim de cada cliente.

Isso me impulsionou a mudar”, conta William. Em 2012, entrou como executivo de vendas no VivaReal, uma start-up à época. Desde então, já passou por diferentes setores e funções. Hoje, comanda um time de 30 vendedores e três gerentes. “As pessoas esperam um plano de carreira feito pela empresa, mas quem tem que cuidar dela é você”, diz. Adriana Gomes, professora de Gestão de Carreiras na pós-graduação da ESPM, concorda. “O comodismo vem de aguardar que a empresa dê o primeiro passo”, afirma. Para ela, não se deve esperar ficar insatisfeito para começar a se planejar.”A atualização, com cursos e treinamentos, deve ser constante.” TEMPO DE CASA Se no passado o profissional que ficava décadas numa mesma empresa era valorizado, hoje ele pode ser visto como acomodado e com pouca variedade de vivências. Isso até é verdade à medida que o funcionário se sente entediado, não encontra possibilidade para novos desafios dentro da organização e tem medo de procurar uma colocação fora dali. Porém é possível se reinventar dentro da mesma casa. “Estabilidade é diferente de comodismo”, afirma a psicóloga Myrt Cruz, professora da PUC-SP. “Já vi pessoas que quiseram deixar a empresa depois de três meses porque não haviam sido promovidas”, afirma. “É preciso tempo para criar engajamento e solidez.” Profissional de marketing, Daniela Veiga, 42, se encontrou no ramo farmacêutico. Há sete anos trabalha na Boehringer Ingelheim e, antes disso, ficou 12 anos em outra companhia do setor. Nesse período, ela já atuou no marketing de medicamentos de diferentes áreas. Em 2014, se tornou líder global de um produto na Alemanha, sede da Boehringer. Há quase um ano, voltou para o Brasil para assumir um novo departamento. “Fiquei um bom tempo nas duas empresas, mas nunca permaneci muito tempo na mesma função. Tem gente que pode passar por dez lugares diferentes e executar exatamente a mesma tarefa em todos”, afirma. NO CONTROLE

Veja dicas para sair da zona de conforto INOVAÇÃO Sempre há um jeito diferente de desempenhar a mesma tarefa. Não se acomode em repetir procedimentos e entregar o mínimo esperado. Esteja aberto para novidades APRIMORAMENTO Não espere que a empresa crie um novo treinamento para você voltar a estudar. Com o tempo, os conhecimentos da faculdade são esquecidos ou superados PLANEJAMENTO Pense em onde quer estar daqui alguns anos e pesquise o que é necessário para atingir seu

objetivo. Trace metas de curto e longo prazo MUDANÇA Não espere ficar insatisfeito para mudar. Se perceber que só irá repetir tudo o que aprendeu é melhor buscar novas possibilidades dentro ou fora da empresa ADAPTAÇÃO Procure conhecer bem a função ou área da empresa para qual quer mudar. Mostre interesse e capacidade para assumir novos desafios TRANSIÇÃO Se não vê perspectivas na empresa, acione sua rede de contatos e comunique o desejo por uma nova colocação. Seja claro sobre suas expectativas e competências Foto: Keiny Andrade/Folhapress

Daniela Veiga, 42, profissional de marketing, na sede da farmacêutica Boehringer Ingelheim, em São Paulo.


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Arqueólogos brasileiros vão ao Egito

comandar missão

Colaboração internacional é bem-vista e time terá 20 pessoas ao todo, para professor da UFS, o fato de o Brasil ser também um país em desenvolvimento facilitou a negociação Por GIULIANA MIRANDA/FOLHAPRESS

Com suas múmias, faraós e pirâmides, o

importante para os egípcios, “traumatizados” com

Egito é uma espécie de capital mundial da

séculos de expedições, sobretudo europeias, que

arqueologia. Agora, pela primeira vez, uma

muitas vezes saqueavam o patrimônio arqueoló-

equipe de cientistas brasileiros lidera uma missão

gico do país.

arqueológica no país.

Nas últimas duas décadas, o governo egípcio vem

O grupo, comandado por pesquisadores da Univer-

travando uma verdadeira batalha com museus

sidade Federal do Sergipe, conta ainda com apoio

de vários países do mundo em uma tentativa de

de cientistas do próprio Egito e de outros países,

recuperar tesouros que eles consideram roubados.

formando um megatime com mais de 20 pessoas.

Não por acaso, hoje existe uma rígida política para

Mesmo com uma equipe robusta, os brasileiros

as escavações de estrangeiros no país.

terão muito trabalho para fazer. Os cientistas

“Nada pode ser retirado da tumba. Não podemos,

vão participar de todas as etapas do trabalho: da

por exemplo, levar algo para um laboratório para

escavação à pesquisa do material e conservação e

analisar. Nesse caso, é preciso autorização e ins-

restauro das peças milenares encontradas.

peção especial”, explica Pellini.

O projeto brasileiro vai se concentrar em uma tumba da famosa cidade de Luxor, a capital do Egito

TECNOLOGIA

durante Novo Império (1570-1090 a.C.).

Além da exploração arqueológica “tradicional”, o

Trata-se de um complexo com três tumbas inter-

grupo brasileiro também trabalha em uma vertente

ligadas, nunca antes exploradas, e com uma rica

tecnológica. Armados de escâneres e câmeras, eles

decoração, especialmente com figuras de animais

também estão fazendo um mapeamento completo

e plantas.

em 3D da tumba. O objetivo é, recorrendo a recursos de realidade

REPERCUSSÃO

virtual, conseguir transportar visitantes de todo

A missão brasileira tem repercutido bem no meio

o mundo para dentro da expedição egípcia, sem

acadêmico egípcio.

sair de casa.

O começo dos trabalhos, em meados de março,

“A realidade virtual ainda é uma coisa muito nova

atraiu grande atenção da comunidade científica e

na arqueologia do Brasil. Aliás, no mundo, ainda são

também de autoridades egípcias, que organizaram

muito poucos os trabalhos arqueológicos que usam”,

uma cerimônia oficial para marcar a data.

conta o pesquisador. Fã de múmias e pirâmides

“O fato de ser um projeto de um país em desen-

desde pequeno, o professor José Roberto Pellini

volvimento, o Brasil, voltado para um outro país

diz estar realizando um sonho com a expedição.

em desenvolvimento, o Egito, é um diferencial

Após cerca de 20 dias de trabalho preliminar, em

muito grande. Nossa proposta é descolonizar a

que abriram a tumba e fizeram um diagnóstico

arqueologia. Não estamos aqui para ensinar, mas

inicial do que precisa ser feito, o grupo brasileiro

sim para construirmos juntos um conhecimento”,

se despediu de Luxo e retornou ao Brasil. Daqui

diz um dos líderes do trabalho, o arqueólogo José

a alguns meses, eles voltam para o Egito para, aí

José Roberto Pellini, professor da Universidade

sim, começar um ritmo mais intenso de trabalho.

Federal de Sergipe.

Como a tumba é inexplorada, há expectativa de

A ideia de um projeto feito para integrar competência

que possa geral muitas publicações científicas para

e intercâmbio entre pesquisadores é especialmente

os arqueólogos brasileiros.


Saúde

Jornal do Meio 896 Sexta 14 • Abril • 2017

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VSR (Vírus Sincicial Respiratório) Vírus que entra em circulação agora causa internação de bebês

por WILLIAM CARDOSO/FOLHAPRESS

VSR atinge o sistema

geral bom. Entre três dias e uma

respiratório e provoca até

semana após a infecção, o paciente

pneumonia. No mundo, ele

tem aumento da frequência res-

mata até 200 mil por ano

piratória, chiados e é obrigado a

O VSR (Vírus Sincicial Respiratório)

fazer esforço para respirar.

entra em circulação agora em abril

As maneiras de prevenir a doença

na região Sudeste e principalmente

são relacionadas, basicamente, a

os pais de crianças com menos de

manter uma boa higiene pessoal.

dois anos precisam ficar atentos

“Enquanto a pessoa tiver a infecção,

para evitar a contaminação. A

o vírus é viável [é transmitido],

bronquiolite e a pneumonia são as

podendo sobreviver fora do corpo

doenças mais comuns provocadas

por até seis horas em substâncias

pelo vírus, que atinge em cheio o

porosas, como brinquedos”, afirma

sistema respiratório.

Nelson Douglas Ejzenbaum, membro

A doença chegou a levar Roc-

da Sociedade Brasileira de Pediatria.

co, o filho recém-nascido dos

Ejzenbaum acredita que, no mundo

apresentadores Felipe Andreoli

todo, o VSR se manifeste em 33,8

e Rafa Brites, à UTI. “O vírus é

milhões de novos casos anuais, e

um dos principais causadores de

que cause cerca de 3,4 milhões

infecções que acometem o trato

de internações, além de causar

respiratório inferior entre lacten-

entre 66 mil e 200 mil mortes

tes [bebês em amamentação] e

todos os anos.

crianças menores de dois anos”,

Infecção pode ter relação com

diz a pediatra Athenê Maria de

a asma

Marco Mauro, coordenadora da

Especialistas afirmam que há

área técnica da Saúde da Criança

indícios de que o VSR (Vírus

e do Adolescente da Secretaria

Sincicial Respiratório) não pro-

Municipal da Saúde da capital.

voque apenas bronquiolite e

E pode ser responsável por até

pneumonia durante a infância,

75% das bronquiolites (doença

mas que tenha também influência

que causa inflamação) e 40% das

na vida adulta das pessoas, com

pneumonias em época de pico.

o desenvolvimento de outras do-

O VSR provoca corrimento no

enças. Estudos têm comprovado

nariz, obstrução nasal e tosse.

que existe, atualmente, uma forte

Em alguns casos, a criança tem

associação entre a infecção pelo

diminuição do apetite, irritabilida-

VSR e o desenvolvimento de asma

de, embora apresente um estado

no futuro.

Arte: Folhapress


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Jornal do Meio 896 Sexta 14 • Abril • 2017


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