Braganรงa Paulista
Sexta 26 Maio 2017
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Para pensar
Jornal do Meio 902 Sexta 26 • Maio • 2017
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de honestidade
Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
por Mons. Giovanni Baresse
A barafunda em que estão envolvidas pessoas que desempenham cargos públicos assumiu caráter de tsunami. Volta e meia se escuta: “Não sobra um”! Ou alguém recorda canção popular que diz: “Se gritar - pega ladrão - não sobra um, meu irmão”! E acabo me recordando de uma dito que se escuta desde sempre: “Não existe qualquer obra, em qualquer nível, que não envolva propina, vantagens”! Também faz parte de certa mentalidade que, para ter celeridade em alguma necessidade, é preciso “engraxar as mãos, molhar as mãos, dar uma gorjeta”, etc. Nestes dias, com denúncias envolvendo o presidente da República, a coisa engrossou! Parece, como disse um jornalista, que as cornetas do Apocalipse começaram a tocar! A pergunta que fica no ar é se os apelos para que se puna quem errou partem de quem sempre se esforçou para
viver a retidão. Nós sabemos que uma das tendências que carregamos é exigir dos outros uma perfeição que nem sempre nós conseguimos viver. Além disso existem os subterfúgios legais. Peço licença para recordar um fato: havia necessidade de reconhecimento de um diploma de curso superior para exercer determinada função. O prazo era de três meses. A pessoa precisava do documento imediatamente. Foi ao departamento competente e teve a informação de que pagando a taxa de apressamento o documento sairia em três dias. A taxa era legal, com recibo e tudo mais. Pagou e teve o documento! Lembro aqui, também, o professor Leandro Karnal, da Unicamp, numa conversa sobre o estado de coisas que estamos vivendo. Ele dizia que todos nós podemos enxergar a corrupção no trânsito, nas filas, nas carteiradas, nos mais diversos comportamentos. Citava a utilização de atestados de saúde, pedidos para
serem justificativas, que nada tinham a ver com a saúde. Se a corrupção fosse problema de algum partido era só retirá-lo da circulação. Diz o professor que a corrupção é um mal social. E é por isso que não é fácil erradica-lo. Aqui está, também para mim, a raiz ou o adubo das grandes corrupções e desvios de comportamento: a descrença na honestidade, no amor à verdade, o descaso com o ser humano. Para obter um fim, vale qualquer meio! A questão dos desvios de comportamento passa por dois caminhos que se entrelaçam: a educação (família, escola, instituições) e ação crítica nas estruturas que formam a sociedade. Sem profunda formação, que faça brilhar o valor da pessoa humana e da abertura às possibilidades de sua realização, reduz-se o horizonte para metas a serem atingidas no quadro do individualismo. Nada que é comunitário, solidário vai
interessar. Valem os objetivos imediatos e alcançáveis com mínimo esforço! A consciência crítica, para apreender as estruturas que ferem a dignidade do Bem Comum, deve ter prioridade para que não se caia na armadilha do “sempre foi assim; não tem jeito”! Além de buscar em algum pensamento religioso ou o conformismo ou uma possibilidade de saída com algum rito. Vi, espantado, num canal de TV, determinado pregador afirmar que o mal social não era consequência da injustiça e sim um espírito! Trocando em miúdo é a afirmação de que o problema se resolve expulsando o demo! Claro que o Mal existe e ele tenta nos influenciar. Todavia, a ação má é nossa! Lembro um amigo que, volta e meia, quando se fala de tudo o que está acontecendo, recorda aquilo que Santo Agostinho afirmava: o ser humano nasce com a tendência para o mal. Há, certamente em nós, tendência
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
ao egoísmo, a tirar proveito. Mas não é menos verdade que temos capacidade e liberdade para escolher! Apesar de tudo o que estamos vivendo não devemos desanimar. Se buscarmos com sinceridade e perseverança haveremos de superar os desafios do presente. É importante que usemos bem do nosso direito de escolher nossos representantes. Se estão lá é porque foram escolhidos! Se erramos em coloca-los, porque os julgávamos competentes e honestos, não haverá peso moral em nossas consciências. Se os colocamos lá porque tivemos ou pensávamos ter vantagens incorretas, estamos pagando o preço! Tomara que aprendamos!
Casar, comer e engordar? Por MIRIAN GOLDENBERG/FOLHAPRESS
Casais dizem que ausência do jogo da sedução faz com que os quilos se acumulem; outros culpam os filhos Como é fácil constatar, é frequente que homens e mulheres engordem muito depois do casamento. Os casais que entrevistei apontaram alguns motivos para esse fenômeno. Muitos afirmaram que “quem casa relaxa, acomoda-se e acalma o facho”, não precisa mais se cuidar tanto e se preocupar em seduzir o parceiro o tempo todo. “Antes, era ginástica, dieta, corridas, corpinho sarado para ir à praia, festas e baladas. Para que tanto sacrifício, se já temos um ao outro? Não precisamos
mais fazer um joguinho de sedução.” Outros disseram que “quem casa, quer ficar em casa”. Eles contaram que praticamente só saem de casa para trabalhar. Preferem ficar “juntinhos no sofá vendo filminho na televisão”. A televisão pede pipoca, queijos, vinho, cerveja etc. “Adoramos ficar abraçadinhos, vendo qualquer bobagem na TV, comendo snacks e tomando sorvetes de todos os sabores. Já engordamos mais de vinte quilos nos últimos cinco anos”. Alguns culpam os filhos. “Podem achar que é só uma desculpa, mas tenho quatro filhos e a obrigação de ter sempre coisas gostosas na geladeira. É uma tentação, parece um parque de diversão, não conseguimos parar de comer. Comida
de criança engorda muito: arroz, feijão, bife, batata frita, pizza, hambúrguer, macarrão, pudim, sorvete, bolo.” Também encontrei casais que gostam de receber amigos e familiares, que adoram cozinhar para os outros e inventar comidas especiais: “Sou famoso pelos pratos que preparo e tem até briga entre os amigos para saber quem será o próximo convidado. Só temos uma regra: nunca convidamos quem está fazendo regime”. Por fim, alguns disseram que “sexo em casa dá muito mais fome”. “Antes de dormir, transamos e vamos direto para a cozinha fazer um lanchinho. Só depois voltamos para a cama para dormir. Quase todo dia transamos de novo de
manhã. Aí o café da manhã fica ainda mais caprichado. Todo mundo diz que fazer sexo emagrece. Aqui em casa é exatamente o contrário. Quanto mais tesão, mais fome. Matou a fome, volta o tesão. Nós dois já engordamos quase dez quilos nos primeiros meses do casamento. E ela está muito mais gostosa. Acho que também estou mais gostoso e, com certeza, muito mais feliz.” Por que será que o casamento engorda tanto? MIRIAN GOLDENBERG é antropóloga, professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de “A Bela Velhice” (Ed. Record) miriangoldenberg@uol.com.br
Reflexão e Práxis
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
(?) acidental: risco da automedicação
Letra que, dobrada, forma dígrafo
Interjeição que manifesta surpresa
Deserto africano que já foi uma floresta Compositor do hino do Flamengo
Agem de maneira filantrópica Compõem a dieta rica em fibras
(?) duro: trabalhar muito (gíria)
Outra designação de Vênus (Astr.) Praticar o esporte de César Cielo
Ato de má-fé Papai, em inglês A vogal marcada no jogo da velha
Autoridade como Elizabeth II Metal usado em talheres (símbolo)
Cão sem (?): o indivíduo desnorteado Roberto Tibiriçá, maestro brasileiro Representante da turma de formandos
Ingrediente do macarrão à carbonara (?) horários: causam o "jet lag" entre viajantes
O esporte como o polo ou o hipismo
Desastrada
O mais raro dos Rede, em inglês tipos sanguíneos
Pergunta retórica no final da fala
Formato da curva de retorno
Diz-se do adulto que age como criança
Solo, em inglês
BANCO
Setor hospitalar do paciente em coma Muhammad (?), lendário pugilista
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Solução C O T R A A D O U R S S A N A R O A R A DA R
L A M A R T I N E B A B O
social, que em nada beneficiam as pessoas prejudicadas, a décadas, por ações corruptas e toleradas, bem como defendidas. De fato, o prêmio é um ato vexatório, mais um dentre tantos, de um país que pratica formas injustas e ilegítimas do que alguns chamam de Justiça, mas que somente aumentam a incredulidade e o descaso com as ações legais. Se tal pressuposto não corrompe a prática, com a ideia da verdade sempre distante, o que é corrupção? Como dizer ou afirmar que ela esta diminuindo se o instrumento é tão corrupto quando os atos que pretende julgar, investigar ou premiar? Não é razoável confiar em uma prática que pretende livrar as pessoas de suas ações e que despreza a ideia ou a pretensão da verdade dos fatos e das punições justas, distantes das penas de morte ou das prisões para todo o sempre, estes discursos perigosos e absurdos que só fazem aumentar o clamor pela Justiça a qualquer preço, desde que violenta. A Justiça não pode ser vista como uma vingança, mas sim como um ato legal e legítimo. Utópico? Não, o que é o justo e correto não pode ser visto como algo distante. Inocente? Não, com normas claras e objetivas não há o risco da inocência e da injustiça. Nada mais distante que uma mudança, nada mais distante que a crença infantil e irresponsável que uma investigação, um novo impeachment ou que as denúncias, avaliadas e julgadas por aqueles denunciados, irão transformar a sociedade brasileira. A crença nas soluções magicas ou messiânicas são fortes por aqui e nos impedem de pensarmos o atual momento com a gravidade e a seriedade que ele exige.
Referências utilizadas na cartografia
S C B U L O N C I O E R O S D V S P E E R O N D S A O N O D S B A E QU E S R A B A N L N E I M A T
As notícias que explodiram na mídia brasileira assustaram até mesmo quem já imaginava as diversas formas de corrupção, ativa e passiva, que marcam a engrenagem do aparato público brasileiro. Mesmo assim, a dimensão do que foi divulgado é sem precedentes, ou seja, mesmo em um país que vê com bons olhos e que aceita as práticas corruptivas, como um elemento fundamental para o bom funcionamento do Estado, as denúncias e as gravações são grandes demais para serem ignoradas ou desvirtuadas como têm pretendido alguns grupos ou canais de comunicação. O volume de dinheiro, cujas fontes são públicas e privadas, utilizado para mover a corrupção do Estado fez o escândalo da Odebrecht, e outros tantos, parecer algo irrisório e quase infantil. O escândalo foi tão grande que os envolvidos receberam um tratamento especial por conta do perigo de vida que corriam. Muitos não concordam, mas o aparato jurídico garante tal tratamento. Há, entretanto, um pressuposto na delação premiada que acaba com a ilusão que ela pretende criar - ela não promove a busca pela verdade e nem pretende responsabilizar ou esclarecer os fatos, mas, tão somente, tem a pretensão da fuga das possíveis penas, ou seja, o delator não pretende esclarecer nada, o que tal figura deseja é se livrar, se safar, se ver além das piores penas. Prova disso são as referências, as fotos, as gravações e os documentos que alguns delatores colhiam já pensando nas suas defesas e nas formas legais de escaparem ou diminuírem suas possíveis penas, ou seja, as práticas corruptivas já pressupunham e premeditavam os possíveis benefícios das delações premiadas. Termo apropriado, pois os seus favorecidos são premiados com ações que em nada mudam nossa estrutura política ou
Diz-se do crime premeditado
Capital do país dos aiatolás
E T N E N T E I E R G R Ã R L O G D A O U F S O O S U E S T S O I S
por pedro marcelo galasso
do poço
© Revistas COQUETEL
Busca do cantor no início da carreira
3/dad — net. 4/soil. 5/bacon. 6/vésper. 8/equestre — nebulosa — overdose.
Longe do fundo
Sobra de refeição ou festa, consumida no dia seguinte (pop.) Pouco definida
Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
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Jornal do Meio 902 Sexta 26 • Maio • 2017
Por PHILLIPPE WATANABE/FOLHAPRESS
Uma mancha escura salta aos olhos do designer gráfico Jonas Lobo, 32, quando ele se olha no espelho pela manhã. “Dependendo do dia, chega a ser assustador.” Depois de testar rodelas de pepino e batata sobre as olheiras, na tentativa de amenizá-las, optou por “pintar” a área arroxeada com a micropigmentação, técnica oferecida em clínicas de estética para preencher e desenhar as sobrancelhas. “Doeu para caramba”, diz. “É como se você fizesse uma tatuagem na pálpebra.” Mas há quem faça exatamente isso para tratar olheiras. “Adaptei a arte da tatuagem para um procedimento permanente que resolve definitivamente o problema”, diz o tatuador de São Paulo Rodolpho Torres, que atende majoritariamente mulheres. Ele, que batizou sua técnica de “agulha mágica”, usa a tatuagem para aplicar pigmento na região das olheiras. Já a tinta da micropigmentação sai depois de cerca de dois anos. “É uma técnica bastante difícil”, diz Vanessa Silveira, que é formada em relações públicas e, após fazer cursos de estética, fundou a rede de micropigmentação que leva seu nome, presente em oito Estados do país. Ela afirma ser a criadora do método. “Se a pessoa não souber fazer, há um risco gravíssimo. Recebemos várias pessoas para corrigir a técnica feita de maneira errada.”
A micropigmentação de olheiras custa cerca de R$ 2.300 (aplicação e retoque). Torres não quis comentar quanto cobra pela sua técnica –disse apenas que o preço é semelhante ao de um implante de silicone nos seios, coisa que pode variar entre R$ 7.000 e R$ 15 mil. é seguro? Ambas as técnicas são alvo de preocupação entre especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Especialistas ouvidos pela Folha dizem que a sensibilidade ao redor dos olhos pede cuidado na hora de realizar qualquer tipo de procedimento na região e citam riscos, como os de alergia. Para Tatiana Gabbi, médica dermatologista da SBD, não se justifica usar a tatuagem para cobrir um problema que pode ser solucionado com medidas menos drásticas. Torres discorda: “Na verdade, eu estou resolvendo um problema que os dermatologistas e cirurgiões plásticos não resolvem”. A dermatologista da SBD rebate e afirma que o problema estético deve ser avaliado por especialistas e que, com as técnicas existentes (veja infográfico acima), é possível resolver quase todos os tipos de olheiras. Segundo Daniel Coimbra, coordenador de cosmiatria da SBD, a micropigmentação e a tatuagem podem dificultar tratamentos futuros, como os que usam laser. Pode haver também o risco de alergias. Mário Motta, membro da Sociedade Bra-
sileira de Oftalmologia, também levanta ressalvas quanto às novas opções contra olheiras. Ele afirma que há um risco de as práticas provocarem crescimento anormal dos cílios –que poderiam chegar a ferir o olho– e criarem distúrbios nas glândulas que auxiliam na lubrificação dos olhos. “Esses problemas são raros, mas, se o procedimento for feito por uma pessoa que não conhece a anatomia de pálpebra, a chance de ter problemas é maior” diz. Ainda segundo Coimbra, as técnicas só se concentram na questão da pigmentação e não tratam da profundidade das olheiras, que pode ser causada pela flacidez da pele e pelo envelhecimento. Também é preciso considerar o que causou as manchas, que podem ser de melanina, hemossiderina (substância presente no sangue) ou até mesmo da presença de muitos vasos sanguíneos na área (olheiras vasculares). O que os tratamentos dermatológicos fazem é basicamente tentar desgastar essas substâncias. O fator hereditário conta bastante para a aparição das olheiras. Alergias e o ato de coçar muito a região também podem causar as manchas. Já as olheiras provocadas pelo cansaço e pela falta de sono costumam ser mais passageiras. Os especialistas ouvidos pela Folha preferem ser cautelosos com os novos tratamentos e afirmam que são necessários
estudos para comprovar a segurança dos mesmos. “As pessoas precisam ter um pé atrás com tudo que parecer milagre”, afirma Daniel Coimbra. Tatuagem é também usada em cicatrizes Fora as promessas de acabar com as olheiras, as tatuagens também têm sido utilizadas como uma fonte para recuperar a autoestima de pessoas que passaram por traumas, como a retirada das mamas em mulheres que tiveram câncer. Para esses casos, há tatuadores que reproduzem fielmente mamilos e aréolas de acordo com o tom da pele das pacientes. Num jogo de luz e sombra, as tatuagens 3D chegam a enganar os desavisados. Há também as que preferem cobrir a área com desenhos, como flores. “A tatuagem de reparação é usada para um problema grave, na tentativa de recuperar a aparência”, afirma a médica Tatiana Gabbi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Ela afirma que cicatrizes recentes de cirurgias sofrem uma evolução e, por isso, é indicado esperar cerca seis meses para fazer um procedimento do tipo. Também há serviços que prometem cobrir marcas de estrias e outras manchas do corpo com tatuagens. Assim como no caso das olheiras, especialistas fazem ressalvas e afirmam que o ideal é procurar tratar o problema, em vez de cobri-lo. Foto: Danilo Verpa/Folhapress
O designer gráfico Jonas Lobo, 32, trata olheiras com micropigmentação.
Jornal do Meio 902 Sexta 26 • Maio • 2017
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Profissionais de outros países
precisam enfrentar barreiras culturais Por ANNA RANGEL/FOLHAPRESS
Metade dos profissionais expatriados tiveram dificuldade para se adaptar ao novo país, diz uma pesquisa da consultoria Global Line, especializada em treinamento intercultural, que falou com 210 multinacionais em 2016. Entre os principais problemas estão as diferenças culturais, que surgem nas interações e no modo de trabalhar dos outros povos. Por isso, antes de deixar o país de origem, o profissional deve ser preparado para assimilar e aceitar as diferenças, afirma o psicólogo João Baptista Brandão, doutor em administração e professor de gestão de pessoas da FGV (Fundação Getulio Vargas). “Ter disposição para tirar aspectos positivos da cultura do país de destino é fundamental para que se tenha uma boa experiência, e isso acontece com quem procura estabelecer consensos com os colegas”, afirma. O contador britânico Matthew Birtwistle, 26, está no país há um ano e meio e estranhou o fato de os brasileiros serem menos diretos que os ingleses na hora de relatar um problema no trabalho. “Já fui um pouco abrupto em um comentário durante uma reunião e achei que soei grosseiro para os profissionais daqui, mas procurei entender essa particularidade local”, conta. A doutora em antropologia e sociologia Carmen Migueles, professora da FGV, explica que, culturalmente, o brasileiro “doura a pílula” por medo de ofender seus colegas e gestores, traço causado pelo histórico de autoritarismo vivido pelo país ao longo de sua história. “Temos mais dificuldade de demonstrar autonomia do que povos anglo-saxões, por exemplo, acostumados a uma proximidade maior das estruturas de poder”, afirma. Não se trata de conflito, mas da distância natural entre as culturas, diz o doutor em administração e professor da FIA (Fundação Instituto de Administração) Joel Dutra. “Pode haver um desconforto, mas a solução passa por aproximar mais esses profissionais, para que todos transitem melhor no ambiente a despeito das diferenças”, avalia Dutra. O próprio gestor tem um papel vital nessa integração, segundo Brandão, da FGV. “Ele deve agir como uma espécie de zelador da área, mediando as interações em caso de ruído na comunicação.”
Para a empresa e para o funcionário, essa troca é positiva na medida em que pode indicar aperfeiçoamentos de comportamento e de processos de trabalho, afirma Sócrates Melo, administrador e gerente regional da consultoria de RH Randstad. “É preciso propor que os colegas aprendam entre si, já que um traz características que o outro não conhece.” O jeito brasileiro pode ter suas vantagens. A economista colombiana Amalia de la Torre, 40, que passou por Venezuela, México e Alemanha antes de se instalar no Brasil, há quatro anos, tornou-se próxima dos colegas na empresa onde trabalha, em São Paulo, e atribui o bom relacionamento à cultura local. “Aqui, o ambiente é mais amistoso, e fica gostoso trabalhar. Na Alemanha, tínhamos campanhas constantes para melhorar o clima organizacional porque as pessoas se relacionavam pouco”, diz. Mas é preciso saber separar diferenças culturais de conflitos interpessoais, afirma a psicóloga e consultora Andréa Fuks, da Global Line. “Não dá pra dizer que todos que compartilham a mesma nacionalidade são iguais, já que até entre brasileiros pode haver interferências de cultura”, diz Fuks.
optam por conhecer os membros da equipe antes de fazer negócios. Para se comunicar, priorizam conversas mais longas e com grande contextualização das atividades propostas pela área VITÓRIA OU EQUILÍBRIO A lógica de “vencedores” e “perdedores” tem menos espaço por aqui, já que o consenso entre os membros da equipe é mais valorizado e a negociação em geral privilegia o “ganha-ganha” ORIENTAÇÃO DE LONGO PRAZO A adaptação rápida às mudanças de regras, que pode ser vista como o ‘jeitinho’, é importante na hora de criar soluções para problemas surgidos nas funções e no setor em que a empresa está inserida O levantamento foi feito com base em dados de 70 países colhidos a partir de 1967
usando pesquisas internacionais sobretudo da IBM, onde Hofstede trabalhou 27% dos expatriados foram indicados para a experiência por seus próprios gestores 41% relatam ter vivido os maiores obstáculos culturais entre o primeiro e o terceiro ano no novo país 63% apontam a possibilidade de avanço na carreira como motivo para aceitar uma transferência internacional 46% dos expatriados no Brasil ocupam cargos de gerência Fonte: Geert Hofstede, psicólogo e consultor holandês e Global Line, consultoria de mobilidade para profissionais Foto: Marcelo Justo/Folhapress
JEITINHO BRASILEIRO Como trabalham os profissionais no país, segundo pesquisa DISTÂNCIA DO PODER O Brasil é um país com forte hierarquia. Nas empresas, é comum ter um gestor que assuma responsabilidade total sobre o trabalho da equipe. São valorizados símbolos de status ou poder, que indicam a posição social e necessidade de mostrar respeito CÓDIGOS CLAROS A sociedade tem estrutura elaborada de regras e sistemas jurídicos mas, no trabalho, são permitidos momentos de relaxamento, como a pausa para o cafezinho e os almoços fora da empresa. Os brasileiros prezam por um bom relacionamento com os colegas COLETIVISMO E INDIVIDUALISMO No trabalho, buscam a construção de relações de confiança por muitos anos e
O britânico Matthew Birtwistle, que trabalha no Brasil há um ano e meio.
Patentear um produto
pode levar dez anos Sem o pedido, novidade pode ser copiada e até registrada pela concorrência, diz INPI
Por ANNA RANGEL/FOLHAPRESS
A criatividade dos inventores pode esbarrar no desconhecimento do mercado e de uma pesquisa frágil sobre a viabilidade do novo produto, segundo a consultora do Sebrae Sandra Fiorentini. Vale começar a busca no serviço Google Patents, que faz um levantamento global em escritórios de patente e informa se a ideia é nova. Quem não faz essa lição de casa tem chances de ver o pedido rejeitado pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), após um processo que pode levar mais de dez anos (veja ao lado). O órgão atribui a morosidade ao baixo número de profissionais responsáveis pelas análises. “Por ano, conseguimos avaliar apenas 11 mil requerimentos porque temos 300 encarregados, contra 8.000 nos EUA e 12 mil na China”, explica o diretor de patentes do INPI Júlio César Moreira. É possível iniciar a venda do produto só com o requerimento. Mas não adianta pedir a patente quando o item,
já à venda, é copiado. Isso porque ganha o registro quem fizer primeiro a solicitação. O físico Claudemir Lopes, 51, ainda não conseguiu patentear sua invenção, a Thermo-X, argamassa térmica que diminui o calor e o barulho do ambiente. Mas o pedido foi feito há três anos. “Já trabalho no ramo há 25 anos e vi que não havia um produto com essas características. Passei três anos desenvolvendo a massa, para uso em residências e prédios comerciais”, afirma. Para criar a Thermo-X, Lopes investiu R$ 1,5 milhão. Ele não revela o faturamento, mas planeja crescer 8% em 2017 e calcula ter vendido cerca de 100 mil sacos do produto, comercializado em lojas de construção de grande porte. O físico atribui o sucesso à experiência no setor. “Sem conhecimentos de processo industrial e de construção, não teria sido possível desenvolver a argamassa”, diz. O professor de empreendedorismo do Insper Thiago de Carvalho recomenda
que o inventor privilegie ideias em um setor que já conheça. “Do contrário, corre-se o risco de ignorar questões importantes de público-alvo, custo de produção e precificação, pois o conhecimento do ramo é elementar.” Uma pesquisa deste ano da Global Entrepreneurship Monitor, que levantou dados econômicos de 64 países, aponta que 66% das empresas brasileiras que fecham as portas o fazem pela baixa lucratividade de seus itens. “Além de mostrar o produto para colegas e amigos que poderiam se interessar, dá para entrar em contato com pontos de venda, como grandes lojas, e colher opiniões ali”, afirma Fiorentini. Carvalho, do Insper, diz que, sem um investidor profissional que cobre resultados, é preciso ter cuidado para não se endividar. “Muitos gastam todo o dinheiro que têm sem muita supervisão. É preciso ser criativo para encontrar formas de abrir a empresa com alguma folga no orçamento.”
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Jornal do Meio 902 Sexta 26 • Maio • 2017
Internet ‘Crime na internet é ferida aberta’, diz mãe sobre fotos nuas vazadas pelo ex Por ANNA RANGEL/FOLHAPRESS
Após ter imagens íntimas vazadas pelo ex-namorado, em 2006, a jornalista Rose Leonel, 46, perdeu o emprego, teve que mandar o filho de 12 anos morar com o pai no exterior e quase foi “linchada” em sua cidade, Maringá, no Paraná. “Ele me queimou”, diz ela. “É a clássica pornografia de revanche.” Em 2013, Leonel fundou a ONG Marias da Internet, que se dedica à orientação jurídica e apoio psicológico a mulheres em situações semelhantes. Seu nome batiza o Projeto de Lei 5.555/2013, em tramitação no Congresso Nacional, que altera a Lei Maria da Penha e criminaliza a divulgação de fotos e vídeos com cena de nudez ou ato sexual sem autorização. Para ela, a divulgação desse material é um crime semelhante ao do estupro: “Quando a mulher é violentada, geralmente, ela é culpabilizada pela sociedade. E no crime de divulgação de imagem íntima não consensual ela também é”. * Eu fui vítima de um crime na internet há 11 anos. Meu ex-parceiro divulgou fotos íntimas minhas em 15 mil e-mails aqui na cidade [Maringá, interior do Paraná]. Ele fazia uma leva a cada semana. Era “Episódio Um”. Na outra semana, “Episódio Dois”. Ele foi me queimando viva. Também gravou as fotos em CDs e distribuiu nos principais condomínios residenciais e no comércio da cidade. Quase fui linchada. É a clássica pornografia de revanche, quando você termina um relacionamento e a pessoa não aceita. Ele falou que, se eu não ficasse com ele, iria me destruir. Eu fiquei arrasada. Ele me queimou viva. Foi um processo torturante. Como se não bastasse, ele postou as fotos em todos os blogs de pornografia do Brasil e fora do país, na Holanda, em Portugal, EUA, Alemanha. Foram quatro anos, expondo, postando, montando. Ele hackeou o meu e-mail como se fosse eu mesma soltando esse material. Tinha gente que mandava mensagem: “Você não vai fazer fotos novas para gente, não?”. Era como se eu estivesse me vendendo. FILHOS Aquele bandido não poupou nem os meus filhos. Ele chegou a colocar o celular do meu menino naquelas divulgações. Quando o levava para a escola, meu filho dizia: “Mamãe, me deixa um quarteirão antes da escola”. Era para as pessoas não descobrirem que eu era a mãe dele. Foi muito triste. Quando descobriram, ele começou a ter problemas. Ele brigava. Era uma reação para defender a honra da mãe. Meu ex-marido veio da Europa e nós acha-
mos por bem que meu filho fosse embora com ele para evitar uma tragédia. Ele iria crescer. Já pensou se quisesse agir com as próprias mãos? Ele poderia não suportar essa dor e querer fazer justiça. Embora soubesse que era o melhor, a distância do meu filho foi o maior golpe que eu sofri nessa situação. Ele voltou apenas seis anos depois. A minha filha ficou comigo. Ela era pequenininha, tinha 7 anos. Fiquei viúva no meu segundo casamento. Como o pai dela tinha falecido, nela ficou comigo, mas foi muito sofrimento. Era discriminada na escola. As mães falavam: “Não brinca com essa menina, porque a mãe dela não presta”. Ela mudou de escola várias vezes. Eu me lembro até hoje de ela chorar muito e falar: “Mamãe, o que é que a gente fez para sofrer desse jeito? A gente não é culpada de nada. Eu não fiz nada”. Você sofre de uma forma quando a dor te atinge, mas quando atinge o seu filho, essa dor é dobrada. Meus filhos tiveram de lidar com preconceito, com a malícia e com a crueldade das pessoas. Nós enfrentamos essa luta juntos. A vida deles nunca mais foi a mesma. JUSTIÇA Aquilo passou dos limites. Tenho um amigo que fala que eu fui para Chernobil [cidade ucraniana arrasada após acidente nuclear]. Então, desde o começo, eu falei: “Vou buscar justiça”. Entrei no Juizado de Pequenas Causas e não deu em nada. Meu advogado na época não tinha experiência. Meu ex pagou uma multa pecuniária de R$ 3.000, mas continuou cometendo o crime como se nada tivesse acontecido. Um ano depois, tentei, então, entrar na justiça, mas em Maringá ninguém quis pegar a minha causa. Eu estava desacreditada. As pessoas pensavam que era eu mesma que estava me divulgando. E não tinha dinheiro. Fui mandada embora do meu trabalho. Eu era colunista no jornal da cidade. Eu precisei buscar outro advogado em São Paulo. Consegui também o apoio de um perito digital. Houve busca e apreensão das máquinas dele [do ex-namorado]. Depois de um certo tempo, foram ouvidas as testemunhas e foi comprovado [que o ex era o responsável pelas divulgações]. Quando é crime digital, você consegue identificar o ID da pessoa [identificação do usuário da internet]. Conseguimos rastrear quando ele estava postando num site de pornografia na Alemanha. Foi pego que saiu da sala dele, o provedor que ele usou. Há quatro anos, ele foi condenado na instância cível e criminal. Vai ter que pagar,
porque não pagou ainda nenhum centavo, R$ 30 mil. Também foi condenado a um ano, 11 meses e 29 dias de reclusão. Mas ele não foi preso. Reverteu a pena em cestas básicas e trabalho comunitário. MARIAS DA INTERNET Assim que eu consegui a condenação, eu me senti forte o bastante para chamar as pessoas que trabalharam no meu caso e juntos fundarmos a ONG Marias da Internet. No Brasil, não tinha uma instituição onde a mulher pudesse se orientar e encontrar o suporte para esse tipo de caso, que é muito específico. Atualmente, a gente recebe de quatro a oito denúncias desse tipo de crime por mês. Do Brasil e de fora. Já atendemos mulheres da Grécia, Portugal e Equador. Em geral, são brasileiras. O veículo de difamação campeão é o Facebook, mas a gente tem percebido uma migração para o WhatsApp. As ferramentas e as facilidades para se cometer esse crime têm aumentado. Nós fazemos os primeiros socorros, dando apoio psicológico. Eu digo: “Olha, eu já passei por isso. Calma, você vai conseguir”. Ela vem totalmente desesperada. As meninas têm falado que nós somos uma luz nessa escuridão da desinformação, do machismo, da discriminação e do preconceito. A vítima sofre um processo de exclusão social e de marginalização. Existe uma similaridade entre a divulgação de imagem íntima não consensual
com o crime de estupro. Porque quando a mulher é violentada, geralmente, ela é culpabilizada pela sociedade. E no crime de divulgação de imagem íntima não consensual ela também é. Na própria justiça impera o machismo, a discriminação. A mulher chega nos corredores da delegacia e é maltratada. Os homens não entendem a dimensão do caso. Eu já ouvi disparates como: “Em briga de marido e mulher a gente não mete a colher”. Muitas nem chegam a entrar na justiça, porque não há uma lei especifica ou ferramentas jurídicas para o sucesso da causa. Mas, em 2013, o deputado João Arruda [PMDB-PR] ficou sabendo sobre o caso e nós começamos a desenhar a Lei Maria da Penha Digital, que agora ele quer batizar com o meu nome, Lei Rose Leonel. É uma lei que consegue categorizar esse crime e prevê uma punição exemplar. Prevê uma multa e uma reclusão de até três anos de prisão, que é inegociável. Não se negocia por cesta básica, nada. Se for aprovada no Senado nós teremos uma lei no Brasil. É só o ponta-pé inicial. O crime na internet é uma ferida que fica sempre aberta. Infelizmente, as sequelas vão ser para o resto da vida. Por mais que se tire as imagens, uma hora ou outra alguém em algum lugar do mundo coloca de novo e isso viraliza. A internet é um lugar que você nunca mais vai conseguir limpar. É muito raro. Aliás, que eu saiba, é impossível. Foto: Sergio Ranalli/Folhapress
- Após ter imagens íntimas suas divulgadas pelo exnamorado, jornalista Rose Leonel cria ONG para ajudar vítimas da pornografia de vingança e tem seu nome adotado em projeto de lei contra a prática.
Jornal do Meio 902 Sexta 26 • Maio • 2017
Aorta
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Dilatação da aorta é silenciosa e pode levar paciente à morte, doença que matou o cantor Belchior não costuma dar sinais. Se houver, socorro precisa ser imediato por EMERSON VICENTE/FOLHAPRESS
Chamado de doença
senta sintomas é porque
silenciosa, o aneu-
já é perigoso, tem o risco
risma da aorta faz
de romper”, diz. O socorro
jus ao nome. Responsável
deve ser imediato.
pela morte do cantor e
Não existe um estudo exato
compositor Belchior, aos
no Brasil sobre as mortes
70 anos, no dia 30 de abril,
causadas por esse mal.
ele não dá nenhum aviso
Mas, com base nos núme-
prévio e, na maioria dos
ros mundiais, é possível
casos, é fatal.
dizer que o aneurisma é
Aneurisma significa dilata-
responsável por 10% das
ção. E aorta é o maior vaso
mortes de pessoas entre
sanguíneo do corpo humano.
75 e 80 anos.
O sangue bombeado pelo
“Com o aumento da ex-
coração passa pela aorta e é
pectativa de vida, tem sido
“distribuído” pelos órgãos.
observada uma incidência
Quando a aorta se dilata,
mais elevada de aneurismas
suas paredes ficam mais
na população acima de 65
frágeis e podem se romper
anos, onde a prevalência
com a pressão sanguínea.
chega a 6%”, diz o médico
“Uma ruptura da aorta,
Julio César Saucedo Ma-
como a que teve o Belchior,
riño, cirurgião vascular e
mata 90% das pessoas que
especialista em aneurismas
tem”, diz o médico Marcelo
do hospital Sírio-Libanês.
Moraes, vice-presidente
Controlar a pressão e o
da Sociedade Brasileira
nível de colesterol e não
de Angiologia e Cirurgia
fumar pode ajudar a evitar
Vascular.
a dilatação desse vaso.
“A maioria dos aneurismas,
Uma vez diagnosticado, o
quando são pequenos, não
que vai ditar o tratamento
tem sintoma nenhum, nem
é o tamanho do aneurisma.
dor. Eles são reconhecidos
Pode-se fazer um corte no
por exames de imagem,
abdômen ou a colocação
feitos por outros motivos,
de uma prótese utilizando
como um ultrassom abdo-
uma sonda inserida pela
minal ou uma tomografia
virilha. “É necessário um
para tumor de próstata.
acompanhamento rigoroso
Quando o aneurisma apre-
e contínuo”, diz Mariño.
Arte: Folhapress
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Jornal do Meio 902 Sexta 26 • Maio • 2017