906 Edição 23.06.2017

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Braganรงa Paulista

Sexta 23 Junho 2017

Nยบ 906 - ano XV jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Para pensar

Jornal do Meio 906 Sexta 23 • Junho • 2017

Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919

A descrença na política

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br

e na sua redenção

Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

por Mons. Giovanni Baresse

Penso que todos estamos preocupados com a triste realidade de nossos dias. Os problemas se avolumam e parece que o horizonte das respostas e soluções não se vislumbra. No âmbito do poder Executivo vemos a presidência acuada por denúncias de conluios para beneficiar grupos, partidos, empresas e pessoas. No Legislativo denúncias semelhantes e um vai e volta de acertos e desacertos que têm a finalidade de preservar espaços para as eleições de 2018. O Judiciário, máxime os órgãos superiores (STF e TSE), exposto pelas transmissões da TV, a fazer com que seus membros tenham a tentação do estrelismo. Isso tudo tem levado muita gente a tomar a posição do descaso, da desilusão, da certeza que “tudo vai acabar numa grande pizza de marmelada” (como diria um conhecido comentarista da TV). Ao escrever estas considerações tenho em mente a fundamental certeza de que a Política, entendida como a arte de buscar o Bem Comum, não pode ficar sujeita

ao desencanto e à descrença. E, muito menos, no largo espectro dos três poderes, ser vilipendiada e reduzida a algo como o lixo. Urge o comprometimento da cidadania e, se me permitem, um posicionamento firme daqueles que se declaram cristãos. Ao falar das mazelas que brotam todos os dias na velocidade da mídia, num raciocínio bem simples, a primeira questão que surge é que o que reclamamos no “andar de cima” tem seus fundamentos “cá embaixo”! Já abordei, em outro momento, as pequenas falcatruas que são operadas no miúdo das ações quotidianas: pedir atestado de saúde sem estar doente. Pede-se para ir passear, ter uma folga, emendar um feriado. Receber troco a mais e não devolver. Caixa e balconista que se danem! Dar um cheque sabendo que não se tem como cobrir. Quem o recebeu que se vire! Apoiar alguém em busca de voto com a intenção de obter algum favor, emprego, etc. Executar alguma função ou trabalho à custa de “engraxada”, propina. Creio que

os leitores e eu, se quiséssemos fazer exercício quase masoquista, iríamos acrescentar muito mais “ocorrências”. Permito-me lembrar aqui algumas indicações do Magistério da Igreja no chamado Documento de Aparecida, emanado da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em 2007. Já com 10 anos e, infelizmente, ainda bastante desconhecido. O documento traz grande número de indicações para o engajamento dos cristãos no leque da vida de cada dia. Este documento está na continuidade de tudo o que se refletiu nos encontros anteriores, desde a reunião no Rio de Janeiro em 1955, passando por Medellin, Puebla e Santo Domingo. Mas a fonte principal está no Concílio Vaticano II, no documento que fala da atuação dos leigos (cristãos que não têm o ministério ordenado). Este documento fundamenta a participação dos cristãos na própria missão de Jesus Cristo. Missão que não se limitou e não se limita a olhar para o céu. Mas olha

para o céu com os pés no chão. Porque aqui a vida se constrói! Ao abordar os diferentes campos de ação (o documento usa a palavra “apostolado” para lembrar missão derivada do mandato de Cristo) se fala do ambiente social como um lugar de obrigações dos cristãos. Cita-se o ambiente do trabalho, da profissão, do estudo, etc. Os cristãos realizam a missão da Igreja no mundo pela coerência da vida, pela probidade em qualquer negócio, no cumprimento dos deveres cívicos. Façam valer o peso de sua opinião para que o poder civil se exerça com justiça, não recusem exercer cargos públicos. No belíssimo documento Gaudium et Spes (Alegria e Esperança) aponta-se para que todos os cristãos tenham consciência de sua vocação especial e própria na comunidade política; por ela são obrigados a dar exemplo de sentido de responsabilidade e dedicação pelo bem comum, de maneira a mostrarem também com os fatos como se harmonizam a autoridade e a liberdade, a iniciativa pessoal e

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

a solidariedade do inteiro corpo social, a oportuna unidade com a proveitosa diversidade. Reconheçam as legítimas opiniões, divergentes entre si, acerca da organização da ordem temporal e respeitem os cidadãos e grupos que as defendem honestamente. Os partidos políticos devem promover o que julgam ser exigido pelo bem comum, sem que jamais seja lícito antepor o próprio interesse ao bem comum. Creio que vale a pena retomar atitude de boa fundamentação para um agir que coloque indicações de como superar a desesperança que se abate sobre todos nós. Todas as formas de corrupção podem ser vencidas se isso for, de verdade, desejo e empenho. Está mais que na hora de mensalinhos, mensalões, lava jato e mala com grana desapareçam!

Quando o governo vira espião Por RONALDO LEMOS/FOLHAPRESS

Dentro da cartilha empregada por governos autocráticos contra as democracias ocidentais, encontra-se a infeliz prática de atacar digitalmente ativistas. Na semana passada, houve relatos do uso dessa tática na Venezuela, com o emprego do ataque conhecido como “doubleswitch” (dupla mudança). As vítimas foram Milagros Socorro, conhecida jornalista e escritora, e também Miguel Pizarro, deputado oposicionista ao governo Maduro. Milagros e Pizzaro tiveram suas contas em redes sociais capturadas por hackers, que no processo tiveram também acesso a todos seus dados pessoais e todas suas comunicações privadas, iniciando na sequência uma campanha de exposição de ambos. Nos dois casos as contas eram

verificadas e com um grande número de seguidores. Um prato cheio para quem quer manipular a esfera pública. O ataque “doubleswitch” dá-se de várias formas. São especialmente vulneráveis os usuários que não implementaram ainda mecanismo de verificação por meio de dois fatores (por exemplo, senha e SMS recebido por celular). As técnicas usadas para descobrir a senha da conta são muitas: phishing, engenharia social, ataque a servidores de DNS e assim por diante. Em outras palavras, se você não acionou ainda o mecanismo de dupla verificação na sua conta, pare de ler este artigo agora e faça isso. O problema -evidenciado pelo caso venezuelano- é que em países autocráticos até mesmo o mecanismo de verificação por dois fatores (por meio de mensagens

de SMS) é também frágil e pode ser explorado. A razão é que esses ataques são conduzidos por atores estatais, ou seja, o próprio governo ou agentes a ligados a ele. Nesses casos há muito pouco que o usuário comum possa fazer para se defender. Atores estatais autocráticos perdem os limites e conseguem manipular diretamente a infraestrutura da rede. Podem dessa forma interceptar facilmente as mensagens de SMS enviadas. Para isso, implementam técnicas de hackeamento como o nefasto “man in the middle” (homem no meio), que insere um servidor pirata, uma falsa torre de celular, ou até mesmo um clone do celular da vítima, no meio da comunicação, com o intuito de interceptar o SMS enviado e confirmar a segurança da conta.

Esse tipo de prática põe em risco inclusive o próprio setor bancário, que usa esse mesmo tipo de técnica para a segurança das transações financeiras. Em outras palavras, esse tipo de prática precisa ser fortemente combatida pelo Estado, e não empregada ou promovida por ele. Por essa razão é essencial determinar legalmente quais são os limites de atuação do Estado sobre a infraestrutura da internet e das redes de comunicação. É preciso impedir que agentes estatais se transformem em “hackers” de ocasião desgovernados, pondo em risco a integridade dos usuários e por tabela, da própria democracia. Nesse contexto, é preciso lembrar da célebre pergunta: Quem vigia os vigilantes? A resposta é óbvia: o direito.


Reflexão e Práxis

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

O ódio e a Política

© Revistas COQUETEL

O mais importante do séc. XX foi o de Nuremberg, Prisão na Alema- para feras nha, que condenou algozes nazistas

Os móveis indicados para casas de campo (?) natural, combustível do carro triflex

Marsupial Aquilo que foge dos padrões também Escola, em convencionais (pop.) chamado Pessoa sem "mucura" francês préstimo (bras.)

Cena comum em filmes de ação

No de 2013 Bento XVI renunciou

Porém; entretanto

Estado natal dos potiguares (sigla)

Amontoar Capital da Irlanda do Norte

por pedro marcelo galasso Salgadinho muito vendido em praias

(?) de direção, ajuste feito por mecânicos Latido Refrear; (bras. S.) acomodar Que não (p. ext.) têm limites

"(?) e Abusada", sucesso de Anitta Doce feito do fruto de palmeira tropical

Anselmo Duarte, cineasta brasileiro

Pedido de dinheiro emprestado (gíria)

Primeira palavra dita ao telefone

Boba; ingênua

Alimenta (o bebê) ao seio

Mata do (?), atração de Uberaba (MG)

Objeto de estudo de oceanógrafos

Invento que enriqueceu Nobel

Emerson Fittipaldi, Apêndice ex-piloto de roteadores de Wi-Fi (Inform.)

Letra que precede o apóstrofo

Ferramenta do coveiro (?) com luva de pelica: revide elegante a uma ofensa

Noite, em francês

Papel de atores de meiaidade Pedaço de madeira Medida agrária

Segunda pessoa do discurso (Gram.) Manobra militar para iludir o inimigo

BANCO

Big (?), modalidade do skate

Em + ela Dígrafo de "urro"

Gênero musical da cultura hip-hop

(?) elétrico: anima micaretas

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Solução D I N F V I N D I T O E S J A L U A L A

R G U L G A M S SA M T A B E I N H A M P C O O O ME I S C I P L O A H A C A D A D A M A R D A N A M I T NE L A U I R T P T R A T A

G A I N T E I N P A E A A R G E

P E N T O CO R N L F AS T E N T O E F O A R OL A D H A C PA U I R V M A

podemos afirmar que alguns grupos são beneficiados com isso, alguns partidos políticos e suas espúrias coligações tiram proveito destes nomes, especialmente nos segundos turnos, para cooptarem os eleitores destes inúteis candidatos que não defendem nada de concreto, mas que, de forma inaceitável, cativam grupos de eleitores. É fato que a História não é uma ciência exata e que as previsões são irresponsáveis, mas crer na eleição de figuras como as citadas e descritas sendo eleitas para cargos importantes é aterrador e deve servir de alerta a todos. Tão problemático quanto a defesa destas figuras, é a oposição que usa discursos de ódio para criticar o ódio defendido pelo outro grupo, ou seja, o ódio é utilizado nos dois sentidos, em direções opostas e provocam sempre o mesmo efeito, a perda da capacidade de uma discussão coerente sobre o país que pretendemos construir. Isso sem levar em conta que não há e não haverá uma renovação dos nossos quadros políticos para as próximas eleições e por próximas eleições deve-se entender por mais três ou quatro eleições com este quadro político escancarado pelos escândalos recentes e que até lá promoveram outros tantos, ou seja, votar de novo, em algo novo e que permanece velho e com o pior de nossas práticas políticas. Cenário ruim, mas real e com o qual temos a obrigação de nos preocupar. Em uma democracia a participação política é obrigatória, pois a liberdade de escolhas ocorre no seu interior e não aquém dele. A participação na vida pública, com representação direta ou indireta, é uma responsabilidade e não algo que pertence a um ou outro grupo político. A sociedade civil tem um papel fundamental na construção da democracia, mas permanece distante de suas responsabilidades como instituição histórica e política.

3/air — ipê. 4/acoo — nuit. 5/école. 6/facada. 7/belfast. 16/ponto fora da curva.

Os anos que antecedem as eleições presidenciais são sempre abertos aos mais bizarros e desconexos argumentos para as escolhas de possíveis candidatos ao cargo maior da nossa tão desrespeitada República e, após os anos de 2016 e 2107, o calor das discussões e dos absurdos se torna maior ainda. No entanto, dentre os nomes absurdos e vergonhosos defendidos, como Jair Bolsonaro, um deputado federal cuja inutilidade só não é maior que o ódio e o preconceito apregoado por ele, não vemos ninguém questionando as propostas inconstitucionais e até mesmo criminosas de inúmeros candidatos, alguns que na ânsia por votos, imitam a figura controversa citada acima, ou seja, a defesa do ódio, da violência e da violação das leis ganham ares de plataformas políticas que podem orientar futuros, mas improváveis, governos. A História eleitoral brasileira explica que estes nomes servem como distrações e comprometem o diálogo sério sobre o país que pretendemos construir, eles atrapalham e confundem, induzindo quem não se preocupa com a Política e prefere as mensagens de ódio de fácil compreensão e defesa. Basta lembrar do candidato Eneias, conhecido por sua fala rápida e voraz devido aos dez segundos de propaganda eleitoral gratuita determinados pela Justiça eleitoral, e que surgiu com uma plataforma de governo controversa e com um nacionalismo confuso e sempre apontado para a presidência do Brasil, mas que nem de longe se tornava alguém a imaginar tal cargo. Conseguiu, na verdade, se eleger deputado federal e, como de costume, pouco fez ao longo de seu mandato. E a questão permanece – por que os discursos violentos, que pregam o ódio ou as soluções cuja base é o ódio, não são criticados com a veemência que merecem? Por que plataformas políticas, que não são plataformas e sim discursos irracionais e sem sentido, se constroem sobre ideias tão absurdas? Como não existem os questionamentos,

Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

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Jornal do Meio 906 Sexta 23 • Junho • 2017

Por GABRIEL ALVES/FOLHAPRESS

O desconforto dura quatro se-

a eletroestimulação é uma maneira de

a eletroestimulação em um ou dois

gundos e é parecido com uma

substituir o treino semanal de mus-

músculos, para pacientes paraplégicos,

miríade de formigas andando

culação. “No começo senti medo por

por exemplo, temos de tomar cuidado

por toda a pele. O instrutor manda

não saber exatamente o que esperar.

com a fadiga excessiva e com as lesões”,

girar de um lado pro outro, agachar,

[O choque] não chegou nem a ser um

afirma Abrahão Baptista, fisioterapeuta

levantar ou empurrar. Em seguida são

incômodo, mas não é algo fácil de se

e professor da UFBA. “Em Israel houve

quatro segundos sem tomar choque. O

fazer.”

a recomendação de que esses aparelhos

ciclo se repete mais 149 vezes.

“Estava curiosa pela modalidade”, diz

fossem recolhidos.”

A intensidade desses 20 minutos fica

a oficial da marinha mercante Vanessa

Outro problema, aponta o professor de

marcada nos músculos. A dor que vem

Villas Boas, 34. “Era algo diferente e eu

fisioterapia da UnB João Durigan, é que

depois não é diferente daquela que todo

queria melhorar meu treino de corrida.

a contração muscular provocada pelos

mundo que já fez musculação conhece.

Agora consigo correr por mais tempo

choques tende a se limitar à superfície

A eletroestimulação, o “choquinho” da

sem me sentir cansada.”

muscular, e dificilmente chega às células

fisioterapia, ganhou versão “fitness” com

Um dos primeiros brasileiros a aplicar

musculares mais próximas aos ossos,

equipamentos que fazem mais de 300

a técnica, o personal trainer Rodrigo

por exemplo, diferentemente do que

músculos contraírem simultaneamente.

Sangion, dono do Les Cinq Gym, em

faz a contração voluntária.

A modalidade é a mais nova aposta do

São Paulo, diz que os resultados são

Para o professor da Escola de Educação

setor no Brasil. Já conhecida na Euro-

“incríveis” e que 90% dos clientes acabam

Física e Esporte da USP Júlio Serrão,

pa, começou a se inserir no mercado

renovando os planos. Segundi ele, cerca

a modalidade não é tão diferente de

fitness também em países como África

de metade dos alunos nunca tiveram

treinos mais intensos.

do Sul, México e Colômbia.

uma prática regular de exercícios. “Hoje

“As pessoas procuram uma espécie de

Para os empresários, o investimento

tenho uma fila de espera de 50 pessoas

Santo Graal, mas esse tipo de treino

é alto (os aparelhos custam até 200

para começar a treinar.”

não consegue substituir todo tipo de

mil reais). O preço é repassado para

Segundo o personal trainer, a moda-

atividade que temos ao nosso dispor”,

os alunos, e as aulas podem chegar a

lidade ainda pode ajudar na redução

afirma .

R$ 145 por uma sessão de 20 minutos.

da celulite, com um preço competi-

Alguns estudos científicos apontam

Os benefícios, afirmam os entusiastas,

tivo. “Tratamentos estéticos custam

que os resultados como ganho de força

são vários.

entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. A relação

e massa muscular são mais pronun-

“As pessoas sempre reclamam que não

custo-benefício fica bem melhor com

ciados quando a eletroestimulação

têm tempo para fazer musculação, de

a eletroestimulação”, afirma.

é praticada concomitantemente a

ficar mais de uma hora na academia.

Mas não é todo mundo que está tão

outras atividades, como corrida ou

Essa é uma ótima opção”, afirma

empolgado. “Mesmo quando usamos

musculação.

Fernando Oliveira, sócio-diretor da Bodypulse, estúdio de eletroestimulação que há dois meses iniciou suas atividades no Rio. “Na Europa já são mais de 9.000 academias desse tipo, sem peso”, diz Felipe Castro, representante no Brasil da fabricante de equipamentos XBody. “A tecnologia existe desde os anos 60. A novidade é que essa é uma forma de entregar a estimulação para o corpo inteiro: braço, abdome, perna”¦ É uma otimização colossal de tempo.” Para Gabrielle Freire, 36, dentista e praticante de supyoga (ioga em cima de uma prancha de stand-up paddle), Foto: Ricardo Borges/Folhapress

Vanessa Villas Boas faz agachamento

Foto: Ricardo Borges/Folhapress

a dentista Gabrielle Freire coloca aparatos para aula


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Gestão de imagem

Startups brasileira e americana lançam plataformas para intermediar contratos de blogueiras e de aspirantes a modelo Por PEDRO DINIZ/FOLHAPRESS

Para além das lojas virtuais de vestuário que saltam na internet todos os anos, há um novo campo com potencial de crescimento nesse setor: o das ferramentas digitais que facilitam parcerias financeiras entre pessoas e o mercado de moda. Duas startups saíram recentemente da fase de testes e colocaram na rede plataformas para auxiliar modelos e blogueiras a fecharem contratos com empresas. Os amigos Ícaro Carreira, 27, Fábio Galvão, 28, e Danilo Iannone, 29, desembolsaram R$ 200 mil na criação da It Model, que atende aspirantes a modelos –a empresa recebeu ainda R$ 300 mil da aceleradora Planet Startup. Qualquer pessoa pode se cadastrar no site. Depois, é preciso colocar fotos. As imagens passam por uma triagem, na qual são apontados erros de postura e ângulo em frente à câmera. Selfies não são permitidas. Com base na cidade e no tipo de pessoa procurada, a ferramenta combina perfis e ofertas de trabalho. Conferida a disponibilidade dos modelos, as opções são passadas à empresa interessada, que faz a seleção e o contrato. “Não fazemos o trabalho da agência, servimos mais como um ‘LinkedIn’ do que como um ‘Uber’ de modelos”, diz Galvão. Os anúncios mais recorrentes são para seleções de agências de eventos, ofertas de ensaios para fotógrafos profissionais e convites para ilustrar catálogos de pequenas marcas. Segundo os sócios, são quase 50 mil modelos inscritos. Foi esse número que despertou o interesse da aceleradora Planet Startup. O lucro do It Model vem de um clube de assinaturas. O modelo paga a partir de R$ 29,90 por mês e recebe descontos em serviços como academia, procedimentos estéticos e ensaios fotográficos. A empresa diz que, em breve, haverá uma ferramenta de cursos virtuais. Galvão, um dos sócios da startup, diz que a plataforma pode ajudar todo o setor. “Para as agências é uma forma de divulgar o trabalho de modelos já consolidados e abrir outros mercados”. Para dar certo, porém, a It Model ainda

precisa convencer os donos das agências mais importantes do país a abraçar a ideia. Responsável pela carreira de tops como Laís Ribeiro e Raica Oliveira, Liliana Gomes –sócia da Joy Model–, não vê com bons olhos a iniciativa. “Parece um retorno ao século passado, quando as modelos trabalhavam informalmente, eram exploradas, mal pagas. Uma capa de revista qualquer garota vai querer fazer, mas é a agência que vai saber se aquele trabalho vale a pena”, diz ela. Para ela, a startup tem pouco a acrescentar. “Seria como ir a um supermercado, com várias opções num só lugar, enquanto as agências estão mais para butique.” A escolha por um rosto, diz ela, está baseada na personalidade da modelo. “As marcas hoje procuram pessoas que tenham identidade

nas redes sociais, sejam uma extensão do produto que eles querem vender. Isso é um trabalho de imagem que só a agência pode construir”. INFLUÊNCIA SOCIAL Essa relação entre imagem e venda é o ponto central da rewardStyle, empresa dos EUA que criou uma tecnologia para direcionar imagens publicadas em redes sociais por blogueiras para os sites das grifes fotografadas. A ferramenta, que só pode ser acessada mediante convite, mensura o poder de influência com base na quantidade de vendas a partir da postagem. Quase dez meses após o início da versão beta em território nacional, já há 50 perfis conectados à ferramenta –que no exterior é usada por celebridades como Kim Kardashian e Kylie Jenner.

No Brasil, 35 varejistas fizeram acordo com a empresa, entre elas estão Sephora, Farfetch, e Dafiti. As empresas pagam comissão sobre as vendas efetuadas a partir da plataforma, e as blogueiras ganham um percentual de cada negócio. A taxa nos EUA fica em torno de 20%. Segundo o diretor da operação brasileira, Philip Kauders, a expectativa é que, no futuro, o país represente 10% do total das vendas globais, que neste ano devem chegar a R$ 3 bilhões. Para ele, a plataforma traz estatística para um mercado atualmente baseado em “achismos”. “Ao mesmo tempo que as marcas não sabem exatamente qual o retorno do investimento em uma blogueira, ela não sabe como cada marca atinge seus seguidores”, afirma Kauders. Foto: Divulgação

Fábio Galvão; sócio da startup It Model; no escritório da empresa; em SP.

Depoimento:

‘Praticar exercícios físicos foi o que me deu motivação para conseguir vencer o câncer’ Por GABRIEL ALVES /FOLHAPRESS

A fisioterapeuta Roberta Perez, 28, afirma que o exercício físico e a adoção de hábitos alimentares saudáveis foram cruciais no tratamento e na recuperação após descobrir um câncer de mama, no ano passado. No depoimento abaixo, produzido especialmente para o blog Cadê a Cura?, Roberta relata que os médicos oncologistas ainda se esquecem de recomendar que seus pacientes pratiquem atividades físicas. No caso dela, valeu a pena ser “desobediente” e, de corrida em corrida, chegar mais perto do objetivo de se curar. Ela compartilha outras experiências e pensamentos em sua conta do Instagram @vai.por.mim_. Boa leitura! * Quando recebi o diagnóstico do câncer, fui bombardeada com inúmeras informações sobre a doença, o prognóstico, o tratamento e seus efeitos colaterais. Como uma boa paciente, segui todas as recomendações à risca. No início do segundo protocolo de quimioterapia, fui alertada pela minha oncologista sobre as fortes dores musculares que eu poderia sentir e recebi uma prescrição de analgésicos e relaxantes musculares, já que a intensidade do desconforto poderia progredir ao longo dos 12 ciclos de aplicações. Comecei a sentir muita dor logo após a primeira sessão, mas me recusei a tomar os remédios (eu já estava usando muitos medicamentos e não gostava da ideia ter que adicionar mais um à lista).

Para tentar esquecer aquela sensação, fui caminhar no parque com meu marido -para nossa surpresa, as dores cessarem. Comecei, então, a caminhar todos os dias, o que me deixava mais disposta e menos cansada, até que um dia eu arrisquei uma corridinha e só cansei após dois quilômetros! Contei tudo para a oncologista na consulta seguinte. Ela ficou admirada e me explicou que a prática de atividade física, na verdade, é recomendada, só que os médicos normalmente não orientam seus pacientes a se mexerem -diante de uma realidade tão debilitante como a do câncer, os exercícios não são bem aceitos. Foi assim que descobri que eu poderia fazer alguma coisa pela minha saúde, e o exercício, que antes do câncer era somente para emagrecer, passou a integrar o tratamento. Os resultados foram incríveis, tanto os físicos quanto os psicológicos. Fiquei mais alegre, animada, aceitei melhor minha imagem e recuperei a autoestima. Enfim, essa prática me deu mais motivação para vencer a doença e viver bem. Outro aspecto importante foi o controle do peso. Logo no início do tratamento somos informados sobre o inchaço causado pelos corticoides e o grande risco de ganhar alguns quilos no processo. O problema é que os médicos normalmente só dizem o que não podemos comer -por causa da possível interferência no tratamento- e não nos orientam no sentido de minimizar o ganho de peso.

Aprendi que boa parte do peso extra vem por descuido das pacientes, que consideram os excessos justificáveis diante de um tratamento tão debilitante. Sabendo disso, procurei uma nutricionista. Ela elaborou um ótimo plano para suprir as demandas metabólicas e nutricionais do meu corpo, respeitando minhas restrições (como alguns alimentos que me deixam enjoada) e meu paladar, além de indicar alimentos mais

naturais, sem conservantes. Não sei se o meu caso pode servir de exemplo para todos os pacientes que têm ou que tiveram câncer, mas acho importante que todos saibam que, sim, existem medidas que nós podemos adotar e que têm um grande impacto na qualidade de vida e no prognóstico -seja comer melhor ou se esforçar para sair da cadeira e dar uma volta no parque. Foto: Divulgação


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Jornal do Meio 906 Sexta 23 • Junho • 2017

Feiras sob medida Exposições diminuem para se adequar às necessidades e ao porte de pequenos negócios

Por MARIANA LAJOLO/FOLHAPRESS

Um negócio começa pequeno, regional, e o empreendedor percebe que tem potencial para alcançar novos clientes. Mas como dar esse

passo? Daniela Stasiak Bibas se fez essa pergunta quando, após mais de dez anos no mercado de moda, decidiu apostar em uma confecção infantil, a Que te Encante. A comerciante de Curitiba (PR) tinha produtos vendidos em cinco lojas de três Estados. A empresária queria testar a aceitação da marca para ver o quanto poderia expandir e decidiu investir em uma feira de pequeno porte. Isso aconteceu há dez anos, quando participou pela primeira vez da Ópera, mostra voltada para o setor infantil. “Saí de lá com 30 novos compradores. Poderia ter escolhido uma rede de representantes, mas queria falar diretamente com o cliente, ter uma visão geral do mercado”, afirma a empresária, que hoje administra uma rede com mais de 190 lojas. Ela já mexeu no portfólio graças à experiência proporcionada pelas feiras. “Aqui no Sul, a gente faz uma coleção de inverno mais pesada. Para agradar também ao comprador do Nordeste, passamos a investir em opções com tecidos leves”, diz. Segundo especialistas do setor, a opção foi acertada. “A participação de um expositor de pequeno ou médio porte traz oportunidades que vão além da apresentação a possíveis clientes. Ele pode conhecer outros expositores, novos produtos e diferentes serviços, que permitem estabelecer parcerias e gerar novos negócios”, diz Lygia Pontes, professora do curso de férias da ESPM “A Importância do Networking para o Sucesso Profissional”. A Ópera, por exemplo, começou quase informal, há 15 anos, em um hotel. Já chegou a ter 220 expositores –na última edição, abrigou 125. “A curadoria é muito importante. Você tem que mostrar o que há de melhor naquela fatia do mercado. Um produtor bem estruturado, com produtos interessantes, pode entrar mesmo sendo pequeno”, diz Frederico de Cunto, diretor-executivo do evento. As feiras pequenas e médias –com até 15 mil metros quadrados– são apontadas como boa opção mesmo para produtores menores, sem muita verba de marketing. No calendário 2017 da Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras), representam metade dos eventos realizados em São Paulo. Na última edição da Ópera, Daniela gastou cerca de R$ 40 mil em um estande com 35 metros quadrados, viagem, decoração e pessoal. Para quem está começando, o valor pode assustar. Mas feiras de pequeno e médio portes como essas têm a vantagem de uma maior versatilidade de espaços, que cabem em diferentes bolsos. A Ópera oferecia estandes de 4 a 160 metros quadrados –o preço do aluguel do metro quadrado era de R$ 650. Em São Paulo, aliás, foi ampliada a oferta de locais que abrigam feiras menores. Pavilhões tradicionais têm “fatiado” sua áreas,

e novos espaços têm surgido. “As feiras grandes dão uma visão mais completa do mercado, mas você sofre com excesso de informação. Em uma menor, com boa curadoria, a visão é focada nos melhores players do mercado”, avalia Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP, lembrando que os eventos hoje têm seus próprios aplicativos, que facilitam o deslocamento. O Pro Magno, que recebeu a Beefexpo (evento indoor da cadeia da carne bovina) na semana passada, é um exemplo de novo espaço. Foi montado após uma pesquisa mostrar aos investidores que o “mercado de eventos de pequeno e médio portes tinha muito a crescer”, conta Beni Piatetzky, diretor comercial e de marketing do pavilhão. O espaço foi aberto em 2014 e, neste ano, tem previsão de 54% de ocupação. “Antes, tudo acontecia em uma única feira. Mas o número de empresas daquele setor aumenta, junta-se a um grupo que não cabe ali porque deseja atenção diferenciada e cria um espaço dedicado só àquele segmento”, analisa Armando Campos Mello, presidente-executivo da Ubrafe. Primeiro passo é saber como escolher o evento Qualquer produtor pode expor em uma feira pequena? Sim, mas precisa observar uma série de fatores antes de escolher seu local de exposição. A disponibilidade de verba para investir é uma delas –os preços de estandes e taxas variam muito de uma para a outra, e é necessário levar em conta também despesas com viagem, alimentação, decoração, material de divulgação, pessoal etc. Além disso, o expositor precisa pesquisar quais produtores estarão no evento, qual é o público visitante e de que forma eles podem contribuir para seu negócio. Conversar com quem já participou é uma boa estratégia. Outro item importante é ter uma equipe bem treinada para apresentar os produtos e criar bons relacionamentos, além de estar preparado para atender à demanda. Se o expositor não entregar o que conseguir vender dentro do prazo e com qualidade, pode perder os clientes que acabou de ganhar. “Muitas vezes, considerar apenas o possível resultado de vendas e o valor investido pode fazer com que o expositor desanime e, assim, perca oportunidades de negócios no futuro”, pondera a professora Lygia Pontes. EXPANSÃO As feiras menores têm sido bom canal também para expansão de micronegócios independentes. Na Plana (Festival Internacional de Publicações de São Paulo), a inscrição para a última edição, que ocorreu na Bienal, custou R$ 80 para Hannah Uesugi e Pedro Botton, da Mini Editora. Eles conseguiram recuperar 20 vezes o investimento em vendas. “Temos distribuição em poucos pontos, e uma feira é o melhor lugar para conhecer outras editoras e colocar nossa produção para circular”, afirma Botton. “Esse mercado de editoras independentes se retroalimenta: as feiras existem porque há produção independente e há produção independente porque existem as feiras.”


Jornal do Meio 906 Sexta 23 • Junho • 2017

Bruxismo

Tensão do dia a dia aumenta risco de doença de ranger dentes, casos de bruxismo têm se tornado mais comuns devido a alta nos índices de estresse e ansiedade por EMERSON VICENTE/FOLHAPRESS

Acordar com dor de cabeça, desconforto na mandíbula ou dor de dente pode ser um sinal de que você está rangendo os dentes durante a noite, doença que os médicos chamam de bruxismo. É uma ação involuntária, causada por vários fatores, que vão desde o consumo de bebidas alcoólicas ou cigarro até ao estresse. “Temos notado cada vez mais esse problema por causa da tensão do dia a dia. Toda essa tensão acaba sendo descarregada na musculatura, o que acaba levando a problemas na articulação, desgastes”, diz o cirurgião dentista Alexandre Bussab, da Clínica Brasil Smiles. Não é apenas no sono que o bruxismo aparece. Em várias situações diárias ele também se manifesta, sem que a pessoa perceba. “É importante diferenciar os dois tipos de bruxismo. O do sono se caracteriza mais pelo ranger dos dentes. Já no de vigília, quando a pessoa está acordada, é o apertamento dos dentes, geralmente causado por estresse ou ansiedade”, afirma Maria Beatriz Duarte Gavião, professora da Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Segundo especialistas, o bruxismo começa a aparecer em crianças a partir dos 6 anos. Com o passar do tempo, ele diminui, mas volta a ter uma incidência maior dos 35 anos aos 60 anos. “O bruxismo pode ser uma causa idiopática, que não se sabe muito bem como surgiu, ou associada a alguns outros problemas, como alterações na respiração bucal ou distúrbios do sono”, diz Maria Beatriz. O bruxismo não tem cura, mas o tratamento adequado diminuiu as dores e o desconforto na face, possibilitando uma vida saudável. “A primeira coisa que a pessoa tem que fazer é passar em um profissional para avaliar a gravidade, qual estágio que está esse bruxismo”, diz Bussab. “A cada caso é indicado um tipo de tratamento, que vai desde dispositivos para dormir até mesmo o uso de botox, aplicado próximo ao ouvido, no músculo da mandíbula”, completa.

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Jornal do Meio 906 Sexta 23 • Junho • 2017


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