Braganรงa Paulista
Sexta
11 Agosto 2017
Nยบ 913 - ano XVI jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
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Jornal do Meio 913 Sexta 11 • Agosto • 2017
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919
Inverno
E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli
por JULIA ZAREMBA/FOLHAPRESS
Na batalha para deixar a casa mais quente durante o inverno, lareiras, pisos térmicos e aquecedores podem ser bons aliados. Mas é preciso ter cuidado para escolher o melhor sistema para cada ambiente e evitar contas de energia exorbitantes. Algumas dessas soluções envolvem reformas pesadas. É o caso dos pisos térmicos, que podem ser de dois tipos: elétricos e hidráulicos. No primeiro caso, um fio de resistência passará por baixo do revestimento, transmitindo calor. A tecnologia é recomendada para ambientes não muito amplos, como banheiros e quartos, por causa do seu custo energético, segundo Oswaldo Bueno, engenheiro e consultor da associação que representa fabricantes do setor. O especialista estima que o sistema consuma em torno de 1 kWh para uma área de seis metros quadrados. Ou seja, deixá-lo ligado em um ambiente desse tamanho por uma hora equivaleria a um gasto extra de cerca de R$ 0,40, considerando a tarifa cobrada pela Eletropaulo. Em um mês, o acréscimo na conta seria de cerca de R$ 12. Já o outro modelo de piso é composto por uma tubulação, também colocada sob o chão, por onde passa água quente. Pode ser aquecida de diferentes formas, como por meio de gás e energia solar. Nesse caso, o consumo varia muito, mas a solução tende a ser mais barata do que o piso elétrico, afirma Bueno. Quem quiser esquentar a sala e ainda deixar o espaço mais
aconchegante, as lareira são boas opções. Instalar o modelo tradicional, com lenha, vai dar trabalho, já que será preciso criar um canal de saída para a fumaça. A má notícia é que ela não pode ser construída em qualquer imóvel, de acordo com Fernando Laterza, coordenador do núcleo de design do Centro Universitário Belas Artes. “É preciso que a sua instalação esteja prevista na planta da casa”, diz. A alternativa é investir em outros modelos do equipamento. Foi o que fez a psicóloga Eliane Bachur, 60, que instalou uma lareira a gás em seu apartamento dúplex, em Moema, na zona sul de São Paulo, há cerca de dois anos. Ela fica em cima de uma base de alvenaria e tem uma coifa e lenha decorativas. “A lareira esquenta bem o ambiente, não dá cheiro e é simples de ligar: basta abrir o gás”, diz Bachur, que não sentiu grande impacto na conta do fim do mês. O equipamento custou R$ 5.500, e o projeto do espaço foi feito pela arquiteta Camila Bucciani, da RCB Arquitetura. Existem ainda alguns tipos de lareira portátil. A publicitária Tatiana Kochi, 36, escolheu um modelo ecológico, em que o fogo é aceso por meio de um fluido à base de etanol de cereais, para sua casa, no Itaim Bibi (zona oeste da capital). O item, que, em vez de lenha, tem pedras vulcânicas decorativas, custou R$ 2.500 e foi instalado em 2016 durante uma reforma feita pela arquiteta Marina Breves. Kochi também tem em sua sala,
de 89 metros quadrados, quatro aparelhos de ar-condicionado com dupla função: resfriamento e aquecimento. É uma opção mais simples de ser instalada em casa, apesar de o consumo de energia ser elevado. Segundo Paulo Cunha, consultor da FGV Energia, o ciclo de aquecimento pode gastar 10% a mais que o de resfriamento, dependendo da temperatura. Para Laterza, o ar-condicionado é uma alternativa com bom custo-benefício, já que esquenta rápido o ambiente, enquanto opções como o piso térmico podem demorar algumas horas. SOBRECARGA A instalação de sistemas de aquecimento exige cuidados. Antes de comprá-los, é importante saber se o imóvel vai suportar a nova carga elétrica, diz Denise Polonio, professora de arquitetura e urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Caso contrário, os equipamentos podem necessitar de uma fonte de energia própria, inclusive disjuntor, explica Clauber Leite, consultor de energia do Instituto de Defesa do Consumidor. Escolher bem o lugar em que os equipamentos serão acomodados é outra questão. “Não só para garantir a eficiência deles, mas para não comprometer o que estiver em volta”, afirma Polonio. “Uma porta ou um revestimento de madeira pode acabar empenando caso haja uma corrente de ar quente.” Silvio Shizuo, professor de engenharia do Centro Universitário FEI,
recomenda que lareiras fiquem distantes de paredes por onde passam instalações elétricas e hidráulicas para evitar acidentes. Checar se janelas e portas estão bem vedadas, para que os aparelhos tenham uma eficiência melhor, também é importante, observa Roberta Kronka, professora de arquitetura da USP. Se não, a solução é trocar os caixilhos e esquadrilhas ruins ou tentar bloquear a corrente de ar.
Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Foto: Bruno Santos/Folhapress
Tatiana Kochi, 36, em sua casa, na zona oeste de SP.
Reflexão e Práxis
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br Presidente (?) papal, interino dogma da Igreja do Brasil Católica (2016)
Esperto; ladino Sódio (símbolo) Febre, em inglês Reflexões acústicas
Ama-seca (bras.) Monarca Alga que envolve sushis
Grande (abrev.) Sem curvas (fem.)
Também, na internet Material do concreto
"Ingrediente" dos contos de Allan Poe
Aplica o exame de ordem para bacharéis de Direito (sigla) Gás de letreiros
Aparelho de detecção submarina Esposa do filósofo Sócrates
Empregados domésticos
Raça canina originária da Rússia Comprovante de quitação Cuidadosa
A ideia que caracteriza a neurose obsessiva
Diretor de TI de uma empresa
Coleção de poemas de apelo popular
A segunda consoante Ou, em inglês
Alumínio (sigla) Exame usado no processo seletivo de universidades federais
"Internet", em IP Roberto Pirillo, ator
(?)-fi, drinque à base de vodca Status de Artigas para os uruguaios
Marcas estriadas O atletismo em que Alan Fonteles se destaca 18
Solução C
O
M E R A E R O L R I O A G RE I O B I O L O G I
BANCO
N T O A R I B A I R Z R O P I
Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Lista Instrumento musical de sopro
Insignificantes (valores)
A R M C H E L T E I V I E L O M E E N F I N O I A R B S T E R I O T C I M E A D O S S O N A X A R E C A C I O N C I O N E T O S N I O S H E R A L I M
da República, mas que foi usado de forma politiqueira para que as acusações contra o presidente fossem arquivadas. Deu certo, as acusações foram arquivadas, mas a que preço? Quem se beneficiou com essa liberação? Sabemos que um terço do que foi liberado será aplicado no seu propósito inicial. Sabemos que os parlamentares foram estimulados pelo governo federal, que prega a falácia da Ordem e do Progresso, a votar pelo arquivamento de acusações seríssimas. O quão longe estava determinado a chegar o governo federal ao liberar um valor tão alto de emendas parlamentares usadas como moeda de barganha política? Quais seriam os desdobramentos de tais acusações? Caberia a um Congresso Nacional julgar ações contra a corrupção quando ele próprio é, notoriamente, acusado e agente de corrupção? O preço da conta foi mais alto. Ao comprar o apoio da poderosa bancada ruralista, Temer permitiu a retomada maciça do desmatamento de áreas protegidas, como a borda sul da Floresta Amazônica, lhes garantiu novos investimentos e o parcelamento de dívidas inimagináveis de grandes fazendeiros em até catorze anos e oito meses. Preço alto a ser pago para a manutenção de um governo que nem de longe cumpriu suas “promessas” de crescimento econômico e de estabilidade política. Até mesmo setores sociais que apoiavam o novo governo foram atropelados pelas medidas recessivas e equivocadas do ministro da Fazenda que têm aumentado a crise e a recessão econômica, nos colocando no cenário de estagnoflação econômica. Difícil entender como chegamos a um ponto tão baixo que compromete o futuro de gerações de brasileiros, que piora a vida de milhões de pessoas, que realiza reformas que favorecem somente os setores mais ricos, que aumenta nossa incerteza, que aumenta a violência e a carência de muitos e que nos cobre de vergonha.
Significa "errado", na prova corrigida
Rua típica de cidades históricas
PA
Desde as primeiras denúncias contra a ex-presidente Dilma, se desenhava um cenário político assustador e imaginável, pois a aliança para a reeleição da ex-presidente unia o PT e o PMDB de uma forma tão fisiológica e oportuna para os dois partidos que as diferenças e as más ações de ambos, com seu pseudoconcorrente PSDB, deixava o horizonte nebuloso. No entanto, a aliança foi mantida e a reeleição acabou por ocorrer, após a alma da eleição ter sido vendida ao diabo, representado pelos grupos políticos que selaram a aliança que, por sua vez, foi bem mascarada por toda a propaganda produzida e que custou mais de 160 milhões de reais cujas fontes foram identificadas a pouco tempo com as gravações que mostram de maneira explícita o grau de corrupção que toma conta da Política brasileira. Como o desfecho de tal aliança é conhecido por todos sabe-se que foi acompanhado de um show de horrores e de atos ignorantes e violentos de pessoas que foram engolidas, algumas conscientes, outras não, pela velocidade do processo, conduzido por parlamentares corruptos que mostraram e mostram isso com os pesos e as medidas utilizadas para Dilma e para Temer. O governo Dilma era ruim, corrupto e deveria acabar, mas ao ser substituído pelo governo Temer manteve e ampliou o que havia de pior e o diabo, esquecido por muitos, voltou e reclamou pela sua parte, condenado a todos nós a décadas de mazelas e dificuldades já que as ações de hoje terão consequências nefastas por um longo tempo. Aqui, as questões se complicam e ficam mais claras, por estranho que possa parecer. Houve um processo de seleção de acusações e de práticas corruptivas, ou seja, o que valeu para o afastamento justo e correto da ex-presidente não vale para o atual presidente. Fato complicado para explicado pela lógica e pelo bom senso, mas claramente explicado pela lógica do dinheiro público. Temer liberou, no espaço de um mês, quase três bilhões de recursos públicos voltados para as famosas e inúteis emendas parlamentares, um mecanismo legal e oficial
Mecanismo corporal que regula os ciclos circadianos (Med.)
M I N F A G L M I B CR I L F I D C A D V E
por pedro marcelo galasso
Metal do núcleo da Terra (símbolo) A melhor cozinheira, segundo o ditado Conjunto de células do tecido nervoso
Na (?): a qualquer preço (pop.)
2/or. 4/glia — nori — teen. 5/fever. 6/barzoi. 7/xantipa.
Perguntas e vergonha
© Revistas COQUETEL
Produto da abelha operária AdolesDecifrei cente, em inglês o texto
Investidor de uma sociedade anônima
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Jornal do Meio 913 Sexta 11 • Agosto • 2017
por Shel Almeida
Acontece nesta sexta (11) e sábado
propor estudos relacionados à prevenção,
(12) a II Jornada Bragantina de
com a participação de professores que
Infecção em Ortopedia e Trau-
são referência na área, profissionais que
matologia. Promovido pelo recém-criado
atuam na UNIFESP, Santa Casa de São
Centro de Estudos Ortopédicos Ulysses
Paulo e Hospital das Clinicas da USP de
Vasconcellos Diniz, o evento acontece no
São Paulo por exemplo”, explica.
Hotel Villa Santo Agostinho e tem como público alvo médicos ortopedistas, gra-
Dr. Ilizarov
duados e residentes.
Está não é a primeira experiência que Bra-
De acordo com o Dr. Alexandre Moreira,
gança tem em relação aos estudos de orto-
um dos coordenadores da jornada, junto
pedia e traumatologia. Em 1991, Dr. Mauro
com Dr. Alexandre Braz de Camargo e
Moreira, irmão do Dr. Alexandre, promoveu
Dr. Carlos Augusto Finelli, esta será a
na cidade um simpósio na USF relacionado
primeira atividade do centro de estudos
ao tema. O evento ficou marcado na história
em ortopedia que leva o nome do primeiro
da cidade por ter contado com a presença
ortopedista de Bragança.
do médico russo Dr. Gavriil Abramovich
“A primeira jornada foi mais tímida e
Ilizarov, responsável pela criação do fixador
aconteceu na Universidade São Francis-
circular externo em aço inoxidável utiliza-
co, para os médicos locais. Desta vez será
do em fraturas expostas ou alongamentos
algo mais amplo, um encontro que vem
de ossos. O aparelho utilizado no “método
crescendo graças ao apoio de empresas.
Ilizarov” ficou popularmente conhecido no
E, que tem a intenção de trazer médicos
Brasil como “gaiola”.
ortopedistas de toda a região. A estimativa
“Dr. Ilizarov veio ao Brasil com a intenção
é que alcancemos a presença de cerca de
de passar por várias cidades a fim de difun-
100 profissionais-espectadores”, avalia.
dir o método que havia criado e Bragança
Dr. Alexandre Braz de Camargo - formado em 1998 pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio em São Paulo (1999-2001) e especialização em Reconstrução Óssea e Trauma Ortopédico pela Faculdade de Ciências Médicas de São Paulo em 2002. Atualmente assistente da Clínica de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio no setor de Reconstrução Óssea. Trabalha ainda no Hospital Universitário São Francisco, na Santa Casa de Bragança Paulista e na Clínica CROT.
foi uma das cidades que teve a honra e a Prevenção
oportunidade de recebê-lo. A partir daí
“A jornada terá como foco infecções ósseas
houve um avanço no tratamento de fratu-
na ortopedia e traumatologia, que são as
ras tanto no Brasil quanto aqui na cidade.
mais temidas em nossa área, por serem
Foi um aprendizado e troca de experiência
de difícil abordagem e tratamento. Além
muito importante para os profissionais da
disso, é um problema que exige muito
área e é isso que pretendemos promover
tempo de internação do paciente o que
novamente com a II Jornada Bragantina
ocasiona um custo elevado, tanto para
de Infecção em Ortopedia e Traumatologia,
os hospitais públicos quanto para os pla-
a partir do aprimoramento profissional e
nos de saúde. Dessa forma, a jornada irá
da troca de experiência”.
O médico ortopedista russo Dr. Gavriil Abramovich Ilizarov responsável pela criação do fixador circular externo em aço inoxidável utilizado em fraturas expostas ou alongamentos de ossos. O aparelho utilizado no “método Ilizarov”ficou popularmente conhecido no Brasil como “gaiola e Dr. Mauro Moreira em 1991 durante um simpósio na USF
Dr. Alexandre Moreira - formado em 1996 pela Faculdade de Medicina de Campos - RJ. Residência Médica em ortopedia e traumatologia no Hospital Universitário São Francisco, em Bragança Paulista onde também fez subespecialização em cirurgia de joelho. Trabalha atualmente no HUSF, na Santa Casa de Bragança e na clínica privada CROT.
Dr. Carlos Augusto Finelli - formado em 1995 pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio em São Paulo (1997-1999) , especialização em Trauma Ortopédico pelo Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo (DOT-EPM-UNIFESP) . Fellowship em trauma ortopédico pelo Denver Health (Denver-CO-USA) 2010. Atualmente assistente da Clínica de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio no setor de Trauma Ortopédico . Pós graduando em infecção óssea na UNIFESP. Trabalha ainda no Hospital Alvorada Moema, onde é responsável pelo ambulatório e cirurgia do trauma ortopédico e infecção óssea .
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Buscando emprego Conheça os dez erros mais comuns de quem está louco por um emprego
Por ANNA RANGEL/FOLHAPRESS
Na hora de procurar um novo emprego, não adianta só disparar currículos e torcer pelo melhor. Mais do que isso, é preciso frequentar eventos, fazer cursos e contatos com colegas e conhecidos, que podem apresentar gestores, oferecer ideias e até uma indicação. “É normal a pessoa se sentir ansiosa durante essa busca. Mas, se ela souber evitar os erros mais recorrentes, a chance de contratação aumenta muito”, afirma Fernando Mantovani, diretor-geral da consultoria de RH Robert Half. O candidato que “doura a pílula” durante o processo seletivo, relativizando suas características negativas ou os motivos pelos quais foi demitido, está cometendo uma das falhas mais comuns na hora de lutar pela vaga. “É preciso ser honesto. O mercado é pequeno, as pessoas se conhecem, e o candidato se esquece de que é fácil checar a versão dada por ele”, diz a vice-presidente de RH do Santander Vanessa Lobato. Para descobrir onde e como os profissionais mais erram, a Folha consultou especialistas em carreira e recursos humanos, que dão sugestões úteis na corrida por uma colocação. NÃO FAÇA ISSO As maiores derrapadas dos candidatos Acostumar-se à vida de desempregado Depois de uma demissão, o profissional pode descansar alguns dias, mas é vital retomar a rotina logo. “É preciso definir um expediente, em que ele vai buscar por vagas, fazer cursos, estabelecer contatos e frequentar eventos”, diz Gabriel Santos, especialista em recrutamento da consultoria Talenses Subestimar a concorrência Observar quem está empregado na mesma função pretendida é importante. A comparação ajuda o candidato a ver o que lhe falta, se é uma vivência no exterior, um curso de atualização. “O aperfeiçoamento vai melhorar a sua competitividade”, afirma Fernando Mantovani, da Robert Half Disparar centenas de currículos pela internet Não tem jeito: para achar uma vaga adequada é preciso ver e ser visto. “Use o LinkedIn para, além de interagir, postar textos relevantes e se manter atualizado. Isso tudo ajuda a fortalecer a imagem profissional”, diz Irene Azevedoh, especialista em transição da carreira da consultoria Lee Hecht Harrison Disputar vagas com milhares de candidatos A chance de o currículo ser lido é baixa. E as próprias empresas têm divulgado menos suas vagas em aberto e optado por indicações. “Já recebemos dois mil currículos, mas só chamamos três para a entrevista. Muitos são de pessoas cuja formação não tem a ver com a vaga”, afirma Henrique Garrido, gestor de RH da NeoAssist
lado ruim, até porque eles não demoram a aparecer, aconselha a vice-presidente de RH do Santander Vanessa Lobato. “Um candidato já me disse que tinha ‘opiniões fortes’ e poderia errar no tom ao falar com os colegas. Contratei, porque vi que ele mostrou honestidade e autocrítica”, afirma Colocar expectativas de longo prazo na entrevista Antes de negociar salário e benefícios ou perguntar sobre as chances de mudar de área é preciso ser contratado. Cuidado na hora de falar sobre expectativas ainda no processo seletivo. “Para o recrutador, dá a impressão de que o profissional já está com um pé para fora da função, e isso mina suas chances”, diz Fernando Mantovani, da Robert Half Pedir emprego, em vez de mostrar a que veio Não adianta dizer durante a entrevista que você está muito necessitado do trabalho ou tentar convencer o recrutador a qualquer custo, na base da emoção. “No mercado, não se conta história triste, vende-se o peixe. O empregador não vai contratar ninguém só porque a pessoa diz que precisa”, afirma José Augusto Minarelli
Agilidade para enviar currículo me ajudou a conseguir colocação’ Fui demitido há um ano e meio por um corte de custos. Minha primeira atitude foi postar nas redes sociais que estava disponível para processos seletivos. Aproveitei o momento para caçar conteúdo barato ou gratuito que me permitisse me atualizar, mesmo fora do mercado de trabalho. Acho importante aprender por conta própria, me arrependo por não ter investido em algum projeto, como um podcast ou uma página em redes sociais, que poderiam servir como portfólio. Como não podia ficar parado, me inscrevi para mais de 100 processos seletivos, alguns em áreas que não eram minha especialidade. Só fui chamado para a seleção em cinco deles, mas não fui admitido em nenhum. Consegui o novo emprego depois que a empresa postou o anúncio da vaga em uma rede social. Mandei o currículo em minutos e deu certo: dois dias depois, fiz a entrevista. Sinto que essa agilidade fez diferença, porque a chance de ser chamado quando há milhares de candidatos é muito baixa. Ricardo Cestari, 30, radialista
‘Aprendi que é melhor conversar naturalmente durante a entrevista’ Fiquei cinco anos em um emprego e, quando saí, não sabia como me submeter a uma entrevista. Ficava nervosa, não mostrava confiança para o recrutador. Sabia que isso me prejudicava. Fui aconselhada por um coach a me inspirar em uma pessoa que eu admirasse pela capacidade de articulação. Escolhi um antigo chefe, que era assertivo mas tinha um tom de voz calmo. Com o tempo, descobri que não preciso me prender a roteiro na entrevista, mas conversar naturalmente. Acho redes sociais mais úteis que sites de recrutamento para achar emprego. Posso interagir com profissionais e ser visto, em vez de só mandar currículo. Busquei referências nas páginas de outros profissionais e, com ajuda de uma amiga, coloquei palavras-chave do meu setor para aumentar a chance de ser encontrada pelos RHs. A recolocação veio graças a uma indicação do meu ex-gestor. Mas essa chancela só é dada quando a pessoa sabe que você dá conta do recado e teve uma relação de confiança com você. Dayanna Meira, 27, especialista em marketing Foto: Karime Xavier/Folhapress
Ricardo Cestari, 30, tirou lições do processo de busca por um novo emprego. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
Acionar os contatos só após a demissão Um dos erros mais comuns é enviar uma mensagem geral sobre o desligamento, diz José Augusto Minarelli, especialista em transição de carreira da consultoria Lens & Minarelli. “O mercado é um lugar de troca, regido pelos princípios do marketing. Não adianta disparar um e-mail e achar que as indicações vão chegar sozinhas”, afirma Abordar gestores sem apresentação prévia Entrar em contato com um líder ou recrutador só faz sentido se o profissional tiver certeza de que há espaço na empresa para alguém com sua formação e experiência. “Na maioria dessas abordagens, o candidato não sabe nem o que poderia fazer na organização”, diz Vanessa Lobato, vice-presidente de RH do Santander Buscar empresas com perfil incompatível “As organizações mostram sua cara em redes sociais, nos eventos que patrocinam e no estilo dos profissionais. Se a pessoa não se adequa, não fica por muito tempo”, diz Sandra Gioffi, diretora da ABRH-Brasil (Associação Brasileira de Recursos Humanos). Vale observar sites que dão avaliações anônimas das organizações Dar respostas evasivas durante a entrevista Não adianta esconder do recrutador seu
Dayanna Meira, 27, tirou lições do processo de busca por um novo emprego.
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Declínio dos food trucks
leva empresário a migrar para loja
Eventos corporativos e de gastronomia também são alternativa para caminhão se manter na ativa. Especialistas sugerem que empreendedor observe a concorrência atrás de possíveis lacunas na prestação do serviço Por ANNA RANGEL/FOLHAPRESS
Com o enfraquecimento da moda dos food trucks, empresários do ramo estão apostando na abertura de lojas e em eventos corporativos e gastronômicos para sobreviver. O produtor Osvane Mendes, que indica caminhões para eventos, já teve 400 empresas em sua base de contatos, no auge do movimento, em 2014. Atualmente, a lista não chega a 150. “Há entrada em shoppings ou eventos corporativos. Mas, antes, os próprios caminhões puxavam o público. Hoje, as pessoas querem uma banda ou atividades infantis para ir até o local”, diz Mendes. O empresário José Monteiro Júnior, 46, é dono de um food truck especializado em cachorro-quente e oferece porções “gourmetizadas”, com ingredientes artesanais. “Com os trucks, vi que havia demanda para um plano antigo, de trazer salsichas e pães de qualidade superior. Quando entrei no ramo, em 1999, ainda como ‘dogueiro’, seria chamado de louco se vendesse um produto assim.” Deu certo no início. Em 2014, Monteiro abriu o primeiro food truck da J-Dog’s, que faturou R$ 300 mil em um ano. Em 2016, mesmo com um novo caminhão, faturou R$ 130 mil. E, agora que o interesse do público diminuiu e a legislação paulistana não permite que os carros circulem pela cidade, a solução foi investir em eventos. “É uma alternativa vantajosa, mas temos que repassar parte do lucro aos produtores”, afirma Monteiro. negócio da moda Para Pedro Zanni, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), quem quer aproveitar as novas modas deve tomar cuidado para não dimensionar a demanda com base nesse pico de consumo. O ideal é adaptar o modelo de negócio para contemplar um ciclo mais curto de vida. “No ramo de restaurantes, muitos empresários desenvolvem um plano de três anos”, afirma. “A ideia é conceber uma operação enxuta, mas que permita um retorno mais rápido sobre o investimento.” REPOSICIONAMENTO Enxugar os custos fixos foi a estratégia de Raphael Corrêa, 34, e Juliana Moreira, 33, do Massa na Caveira. A empresa começou como um food truck de pizzas em 2014 e abriu há cerca de um ano uma loja no Tucuruvi (zona norte de São Paulo). “Em vez de ficarmos reféns de eventos ou da lei, achamos um local com aluguel mais barato e baixamos o preço para fidelizar o cliente”, diz Corrêa. O faturamento deve chegar a R$ 500 mil neste ano, contra R$ 400 mil em 2016. “Do ponto de vista financeiro, vimos que a estrutura fixa faz mais sentido que o
caminhão”, afirma Corrêa. Agora, o caminhão só sai da garagem para alguns eventos, como festivais de cerveja, e virou parte da estratégia para popularizar a marca. Para sobreviver no mercado, o empreendedor também precisa prestar atenção nos movimentos da concorrência, diz o consultor do Sebrae Henrique Romão. A observação pode ajudar o empresário na identificação de possíveis lacunas na oferta dos serviços e na busca por novas ideias, que podem se tornar um diferencial. Letícia Menegon, coordenadora do Centro de Empreendedorismo da ESPM, segue na mesma linha. “A maioria dos empreendedores de ramos que estão na moda não sobrevivem porque oferecem um produto apenas mediano, quando deveriam achar uma receita ou um serviço superior aos oferecidos por tantos concorrentes”, afirma Menegon. E, se é muito fácil replicar o modelo de negócio ou até mesmo a receita dos produtos, é preciso ficar alerta, pois a empreitada pode terminar em falência rápida, acrescenta a coordenadora da ESPM. “E quem não tem experiência no setor deve cogitar passar uma temporada curta em um negócio já estabelecido, para entender como funciona o mercado. É uma estratégia comum no meio de franquias”, diz Romão.
Foto: Keiny Andrade/Folhapress
Raphael Corrêa, dono do Massa na Caveira, em SP. Foto: Zanone Fraissat/Folhapress
O empresário José Monteiro Júnior, 46, em seu food truck especializado em cachorro-quente, em São Paulo
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Inflamação de pele
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Frio pode intensificar doença que causa inflamação de pele, banhos quentes e consumo excessivo de álcool influenciam no surgimento dos sintomas da rosácea
por EMERSON VICENTE/FOLHAPRESS
Com a chegada do frio,
manifestem”, diz Wulkan.
aumenta o número de
Para a dermatologista Roberta
pessoas que procuram
Werlich, da clínica que leva o seu
atendimento médico por causa
nome, é de fundamental impor-
dos sintomas da rosácea, uma
tância que a pessoa com rosácea
doença que deixa a pele, princi-
mantenha os cuidados com a pele.
palmente do rosto, avermelhada
“São três linhas para seguir. Pri-
e, dependendo da gravidade, até
meiro, a preventiva, que é manter
com inflamações.
a pele sempre hidratada. Se pecar
“A rosácea não é causada pelo
nessa fase, parte para o tratamen-
inverno ou verão, mas piora
to com cremes e remédios para
quando está muito frio e quando
conter a inflamação. Na terceira
os ventos estão mais gelados”,
fase, o tratamento complementar,
diz Claudio Wulkan, dermato-
é usado o laser para aplicar nos
logista da Sociedade Brasileira
pequenos vasos e diminuir os
e Americana de Dermatologia e
sintomas”, afirma.
do Hospital Albert Einstein, que
Segundo a dermatologista, os
aponta o abuso nos banhos muito
sintomas acabam assustando
quentes e o aumento do consumo
o paciente. “Tem paciente que
de álcool nos dias mais gelados
chega desesperado ao consultório,
como fatores desencadeantes
reclamando de queimação, de que
para o surgimento dos sintomas.
a pele está puxando.”
São quatro os tipos de rosácea,
Rosácea atinge pessoas acima
que tem um crescimento nos
dos 35 anos
sintomas conforme a doença vai
A rosácea é um mal que atinge
avançando (veja quadro ao lado).
apenas os adultos. São raros os
A mais grave é a ocular, que, mal
casos de menores de idade com
cuidada, pode interferir na visão
a doença.
do paciente.
“É muito difícil que a rosácea ocorra
Por ser uma doença crônica, o
durante a infância. A incidência
paciente precisa seguir alguns
maior é a partir dos 35, 40 anos”,
passos para evitar que a doença
diz Roberta Werlich.
semanifeste.
Estima-se que a rosácea atinja
“A pessoa precisa saber o que faz
até 15% da população, em geral
com que ela tenha uma piora na
pessoas de pele e olhos claros,
rosácea e, assim, tomar medidas
como europeus e americanos,
para evitar que os agentes se
ou provenientes de regiões frias.
Arte: Folhapress
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