917 Edição 08.09.2017

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Braganรงa Paulista

Sexta

8 Setembro 2017

Nยบ 917 - ano XVI jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Jornal do Meio 917 Sexta 8 • Setembro • 2017

Expediente

A desilusão e como vence-la! por Mons. Giovanni Baresse

Estamos na primeira

” (Jr 1,6). Deus lhe responde:

relações humanas vemos isso

Satanás, adversário. Porque seu

metade do século V antes

“ A quem eu te enviar, irás e o

amiúde. Nos relacionamentos

pensar o colocava na contramão

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

de Cristo. Mais ou menos

que eu te ordenar, falarás. Não

com Deus também passamos

do projeto divino da salvação.

quarenta anos da deportação

temas diante deles, porque eu

pela tentação de atribuir-lhe

A entrega da Vida na cruz era

dos judeus para a Babilônia,

estou contigo para te salvar!

abandono quando das dificulda-

o gesto mais profundo para a

tempos antes da destruição

” (Jr 1,7-8). Jeremias começa

des e dos sofrimentos. E pode-se

superação de toda a maldade

de Jerusalém e do templo por

a sua missão de denúncia do

averiguar o quanto tudo isso dói.

e a possibilidade de superar os

apesar do seu aparente silêncio.

Nabucodonosor. O que está

afastamento do rei e do povo do

O ardor do chamado divino, po-

descaminhos que marcam a vida

A tentação da desilusão com os

acontecendo? O rei Joaquim,

caminho de Deus, confiado na

rém, faz Jeremias superar o seu

com injustiças e maldades. Jesus

projetis divinos acontece porque

preocupado em manter o po-

promessa da proteção divina. As

modo de enxergar o que julgava

diz que para caminhar com ele

temos dificuldade de entender

der e os benesses conexos, vai

coisas começam a complicar-se:

abandono por parte de Deus. A

era necessário tomar a cruz. A

o porquê da não manifestação

tecendo alianças espúrias com

é ridicularizado, perseguido,

experiência vivida pelo profeta pode

cruz aqui significa fazer o mes-

do Senhor diante de catástrofes,

outros reinos. Estes têm seus

desprezado, preso. Diante disso,

ser atualizada para nós a partir

mo caminho dele. E alerta: “De

violência, roubalheira, mentira,

ídolos. Seus usos e costumes.

usa expressão forte para falar

do texto de Mateus (16,21-27).

fato, que aproveitará ao homem

etc. Ao enfrentarmos o custo

Têm sua religião, seus gestos

de sua desilusão com a missão

Jesus tinha perguntado aos seus

se ganhar o mundo inteiro, mas

da denúncia e da ação concreta

litúrgicos. A fé judaica não pode

e com a promessa de proteção

discípulos sobre o que as pessoas

arruinar a sua vida?!” (16,26).

necessária para quebrar o que

aceita-los. Corrompem a fé em

de Deus: “Tu me seduziste, Javé,

diziam dele. Foi colocado na linha

As decepções ou desilusões

fere a dignidade da vida, que é

Javé. E sua liturgia tem ritos que

e eu me deixei seduzir...tu me

dos profetas. Perguntou aos mais

diante da missão que temos

sempre cruz, a tentação é pensar

ferem o verdadeiro encontro com

dominaste. Sirvo de escárnio...

próximos. Pedro deu a resposta

como batizados só encontram a

que não vale a pena. Deus nos

o Deus da Santidade e da Justi-

estou cansado de suportar...

perfeita: “Tu és o Messias, o filho

superação diante da certeza que

dá uma missão, marcada pela

ça. O exercício do poder pelo rei

Maldito o dia em que nasci! ” (Jr

do Deus vivo! ” Só que pensava

o caminho de Jesus não nos livra

vida de seu Filho, mas não se

está voltado para seus desejos.

20,7-9. 14). Jeremias compara

no Messias rei. E Jesus começa a

das perseguições e falhas dos

importa se isso nos custa caro!

A sorte do povo não interessa.

o chamado de Deus a sedução

demolir essa concepção fazendo

outros e nossas. As estruturas

O profeta Jeremias soube en-

Neste quadro Jeremias sente o

a que não se consegue resistir.

ver que seria preso e morto. Pedro

que criamos (levar vantagem,

contrar resposta na fidelidade

chamado a denunciar a situação.

Depois de seduzido, sente-se

não se conforma. Pensa que Je-

ser espertos, banalizar valores,

de Deus, mesmo quando não

Procura esquivar-se: “Ah! Senhor

abandonado! A realidade da se-

sus não tem clareza da situação:

o dinheiro acima de tudo, etc.)

tão aparente! É o caminho que

Javé, eis que eu não sei falar,

dução e do abandono não nos é,

onde já se viu o Messias preso e

só serão vencidas com a certe-

devemos fazer também! Como

porque sou ainda uma criança!

infelizmente, desconhecida. Nas

morto? Jesus chama a Pedro de

za de que Deus não abandona

o fez Jesus!

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.


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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Pintura de Pablo Picasso Emboscadas para espreitar o inimigo (?) King Cole, cantor de jazz Enfeitar Sensação exagerada na fobia

"Os (?) Porquinhos", fábula

Conselho do cristão ao cético Relação de roupas para a lavadeira

Menosprezar o mérito (?) Guedes, chef Proteções de janelas

"As (?) Comadres de Windsor", peça teatral Glândula do sistema imunológico

Regina (?), apresentadora e atriz

(?) do Galo, celebração de Natal Interjeição utilizada entre os índios

Assuntos mais falados no Twitter (sigla)

Arte de Cora Coralina Um dos exames realizado por grávidas

"Rico ri à (?)" (dito) Radiano (símbolo)

(?)-gema, riqueza mineral de Alagoas

Estrela, cometa e satélite natural 33

Solução

TO

M J A R A

M A C H U C A D O

BANCO

Gaivota, na língua tupiguarani

R M O L E V O CE T T P RE TR A TO S D R C A SE A R G E D U G R E S R T T A TU R A D A TI E H I V S T R OS

Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com

Apostar, em inglês Sentido das mãos

Enfiar o pé na (?): exceder os limites (bras.)

C A M E R A I N T E G R A D A

como um criminoso ou como uma pessoa que necessita de cuidado especial que o Estado tem a responsabilidade de oferecer. Triste dizer que um magistrado não teve o bom senso e nem a sensibilidade de ver o caso como ofensivo e perigoso ao permitir que tal cidadão retomasse suas atividades e não respondesse por seus atos, pois o nobre magistrado não viu constrangimento no ato deste cidadão ejacular em uma passageira o que, parece, não ter sido a primeira vez que esta figura tem este comportamento desprezível e questionável. Ao ser preso, pela segunda vez em poucos dias após a sua soltura, este cidadão foi colocado em uma cela comum, como resultado da ação irresponsável do magistrado que não responde a ninguém, para ser espancado em um espaço público controlado oficialmente pelo Estado que deveria julga-lo com rigor e garantir seus direitos. As leis existem, mas estão submetidas ao julgamento de magistrados que nem sempre tomam as decisões que lhes cabem, criando a confusão entre o respeito frente as determinações legais e a ridícula afirmação dos direitos humanos que protegem os bandidos que, nesta lógica perversa, merecem ser mortos por serem incuráveis e irrecuperáveis, tema já debatido em outros momentos. E, para fechar uma quinzena de fatos inaceitáveis, o anúncio do despreparado Ministro da Educação sobre os privilégios e regalias dos professores expressa de forma clara e incontestável como o atual governo federal vê a Educação – um fardo a ser descartado e que leva a desconsideração de um profissional importante para a construção de um país melhor, o professor. Para perceber a mentira do anúncio basta comparar os alegados privilégios dados aos professores e o absurdo irresponsável e sem sentido dos privilégios garantidos e controlados pela nossa classe política. Um país que vê a Educação como um fardo contra toda a lógica de crescimento e de valorização profissional defendida nos países que compõem o eixo da economia e do bem-estar social no mundo.

R I A B T O A I T O R O A L O T E R T E L

As justificativas para as privatizações são sempre as mesmas, ou seja, é preciso enxugar a máquina pública e dar fim nas empresas que geram prejuízos para o governo. No entanto, algumas questões são imprescindíveis para a discussão. Fato é que o anúncio da venda de mais de catorze estatais, dentre elas a Eletrobrás, empresa estatal do setor de geração de energia, responsável pelo controle de 38% da geração de energia e sobre 47% dos cabos de transmissão de energia, provocou reações em todas as grandes Bolsas de Valores do mundo, animando todo o mercado global sobre as possibilidades que estas estatais prometem. Pensemos somente na Eletrobrás, criada por Getúlio Vargas, na década de 1950. Como uma empresa estatal de energia de escala continental e que anima todo o mercado global pode ser, como afirma o governo federal, deficitária? Como uma empresa deste porte e de um setor tão estratégico, dado o potencial hidrelétrico brasileiro, ser tão deficitária a ponto do governo federal pensar na sua venda, na sua privatização? Qual a justificativa técnica e orçamentária que o governo federal apresentou para a sociedade civil como razão para o anúncio? Parece que o processo todo vai seguir a lógica adotada desde o governo Collor, ou seja, há um comunicado da venda sem uma explicação técnica sobre o tema, com a frágil justificativa do corte de gastos públicos. Sabemos, também, que outros setores poderiam sofrer cortes orçamentários, como, por exemplo, o Legislativo e seus quase sete bilhões de reais gastos anualmente, sabe lá onde, com parlamentares que nem de longe cumprem suas funções de forma eficiente e honesta, algo que é confirmado e reconfirmado por fatos de explícita gravidade. Não bastasse o absurdo sem justificativa técnica do anúncio das privatizações, as notícias dos casos de assédio em ônibus na cidade de São Paulo, caso comum e inaceitável para milhões de pessoas, é a mostra de como a nossa sociedade civil e seu quadro jurídico são confusos e irresponsáveis por permitirem repetidas vezes as ações de assédio de um cidadão que deveria ter sido tratado, na forma da lei e da responsabilidade estatal,

Pronome que substitui o "tu"

M I S S A

por pedro marcelo galasso

Animal sagrado do Hinduísmo

N A M ED F T I L M T E S

e o péssimo ministro

Dispositi- Atuam na percepção dos sabores vo de notebooks Prática ilegal de e tablets transporte coletivo (RJ)

3/ati — bet. 4/timo. 6/lotada. 7/alegres. 16/maratona de filmes.

Privatizações, o inaceitável

© Revistas COQUETEL

O "dodói" da linguagem infantil Deus-Sol do Egito faraônico

Programa caseiro com amigos onde costuma ser servido pipoca Doce esponjoso de festas juninas


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por NATÁLIA CANCIAN/FOLHAPRESS

Como ter um corpo ideal para ir à

diz a psicanalista, para quem a sociedade

qual questiona dietas da moda e aborda

que a aceitação ocorre. Para muitas, nem

praia? 1) Tenha um corpo. 2) Vá

ainda impõe o corpo como instrumento de

os riscos da busca por padrões.

é preciso, de fato, amar seu corpo: apenas

para a praia.

segregação de classe.

“Quando se fala em tratar obesidade, não é

não odiá-lo já é um bom caminho.

A frase, que ficou conhecida nas redes

Ao mesmo tempo em que cresce a discussão,

para ficar magro. Reduzir 10% do peso, em

Na adolescência, numa tentativa de

sociais ao satirizar antigos “conselhos”

quem ousa quebrar os padrões também

geral, já traz impacto positivo na saúde”,

emagrecer, a brasiliese Vanessa Campos,

disseminados em revistas femininas, é

ouve críticas. A principal é a de “apologia

afirma a endocrinologista Cintia Cercato.

38, perdeu peso tão rapidamente que

um dos exemplos de um debate que tem

à obesidade”. Para quem lida com o tema,

“Ao se dizer que é preciso que as pessoas

chegou a ser diagnosticada com princípio

ganhado força em páginas e grupos na

porém, não se trata de conformismo –mas,

se cuidem, de forma alguma queremos

de anorexia.

internet –e sobretudo em frente ao espelho.

sim, de ter mais foco em saúde do que

acusar. Entendemos que a obesidade é

Passou por dietas e pelo efeito rebote da

Na contramão da onda fitness, ganham

na estética (em alguns casos, um escudo

uma doença complexa e a pessoa não é

maioria delas. Nos últimos anos, mudou

força movimentos contra a imposição de

próprio contra o preconceito).

obesa porque quer.”

sua relação com a comida. Hoje, reveza

padrões estéticos e de peso e em prol da

x-bacon

Segundo Altheia, a pressão excessiva por

o trabalho e atividades como ioga, cami-

aceitação do próprio corpo.

“Não é comer x-bacon como se não hou-

emagrecer pode levar a transtornos.

nhada e pole dance com o BlogueiraFail,

Em outros países, a proposta é chamada

vesse amanhã. Não é um movimento de

“Lido com pessoas que adoecem por tentar

onde escreve sobre moda “plus size” e

de “body positive” (corpo positivo, posi-

negligência ou autoabandono. É buscar a

chegar a um padrão. Estamos tendo um

amor-próprio.

tividade corporal) ou “body neutrality”

saúde de uma maneira que seja compatível

‘boom’ de doenças alimentares”, afirma.

“Fui entendendo que a mudança não era

(neutralidade corporal).

com a sua vida, e isso envolve alimentação

“Modificações externas não resolvem pro-

corporal, mas de comportamento”, afirma

No Brasil, no entanto, a discussão ainda é

equilibrada e atividades físicas”, diz a nu-

blemas internos. Não é mudando o peso

ela, para quem o processo visa primeiro a

incipiente, segundo especialistas ouvidos

tricionista comportamental Paola Altheia,

que vai se aceitar.”

saúde mental, e depois a do corpo. “Hoje,

pela reportagem.

autora do site Não Sou Exposição, no

Também não é de uma hora para outra

vejo meu corpo como o mapa das

O tema é pano de fundo do documentário

Foto: Karime Xavier/Folhapress

“Embrace”, lançado neste ano na plataforma Netflix, que narra a trajetória da ativista australiana Taryn Brumfitt, criadora do BIM (Movimento da Imagem Corporal, na sigla em inglês), e de outras mulheres em busca de uma relação de paz com a imagem no espelho. “Pesquisas mostram que 92% das mulheres estão insatisfeitas com o corpo. Nós que estamos erradas ou é o mundo que ensinou assim?”, questiona Mariana Cyrne, 30, embaixadora do BIM no Brasil. No ano passado, ela e quatro amigas criaram o blog Garotas FDP (Fora do Padrão) para falar de moda e visibilidade “plus size”. O começo, porém, foi desafiador. O maior receio era tirar fotos que mostrassem o corpo todo ao mostrar as roupas. “Descobrimos que podíamos tirar foto de corpo inteiro, e que gostávamos do que víamos”, diz ela, para quem é preciso incentivar as mulheres a olhar para si mesmas. “Estamos tão acostumados a ver na mídia um corpo sarado ou pessoas supermagras que não conseguimos olhar direito no espelho. Precisamos olhar mais, até para nos acostumarmos a ver um corpo diferente do que vemos o tempo todo”, diz. Desde que passou a integrar o time da cantora Anitta, a bailarina Thaís Carla, 25, tem sido apontada como exemplo de representatividade de mulheres gordas –que em geral eram deixadas de fora dos palcos. “É bom para as pessoas enxergarem o outro lado. As pessoas confiam muito na estética, acham que tem que ser magrinha e ‘modelete’ para fazer as coisas”, afirma. “Aceito meu corpo e gosto de mim. Não estou aqui para vender gordura ou meu corpo. Estou para vender o meu conceito. Você vai transparecer o que as pessoas querem ou o que você quer?”. Para Joana Novaes, coordenadora do núcleo de doenças da beleza da PUC-Rio e autora do livro “Com que corpo eu vou?”, movimentos como o “body positive” surgem como resistência diante de uma sociedade lipofóbica (com aversão à gordura). “É cada vez mais difícil achar alguém plenamente satisfeito com o próprio corpo”,

A ativista e embaixadora do Body image Movement (Movimento da imagem corporal) no Brasil, Mariana cyrne.


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Quando o aplicativo

é mal aplicado

Divulgar produtos e empresas nas redes sociais requer cuidados para evitar desgaste da marca, multa ou processos judiciais Por GILMARA SANTOS/FOLHAPRESS

O cliente faz uma compra, é bem atendido e deixa seus dados na loja. Instantes depois, começa a receber seguidas mensagens com promoções de produtos e serviços que não são do seu interesse, disparadas aleatoriamente pelos vendedores. A boa impressão do primeiro contato se transforma em antipatia. Casos assim são exemplo do mau uso das redes sociais por pequenas empresas e causam desgaste na imagem da marca, além de abrirem brechas para multas e processos judiciais. Segundo o consultor do Sebrae-SP Edgard Neto, há dois extremos atualmente: estabelecimentos que enchem o consumidor de informação nas redes sociais e os que não mandam nada, perdendo oportunidades de negócio. O desafio do empreendedor é encontrar a forma correta de se aproximar dos clientes. “Estamos na era do marketing de relacionamento, mas todo cliente quer ser único e especial. Mandar muitas propagandas pode ter um efeito contrário ao

desejado, por ser também uma prática invasiva e impessoal”, diz Neto. Mensagens que exigem uma resposta de texto por parte do cliente estão entre as mais irritantes, na opinião da coach vocacional Jamile Dertkigil, 52. “Me sinto invadida quando recebo seguidas mensagens de lojas. Não conheço a pessoa que está entrando em contato e sou obrigada a responder pelo menos para dizer que não gostei de ser chamada pelo WhatsApp e que não quero ser abordada dessa forma”, diz Jamile. PEÇA LICENÇA Apesar de não existir uma regra quanto ao envio de conteúdo pelas redes sociais, é necessário ter autorização do cliente antes de sair disparando mensagens. “A empresa deve consultar o consumidor previamente sobre o seu interesse em receber, ou não, ofertas por meio de mensagens ou redes sociais”, afirma a Fundação Procon-SP, por meio de nota. Em 2013, a entidade emitiu comunicados sobre o tema e alertou que alguns

casos desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor, podendo gerar punições. “Não há legislação específica sobre o tema, mas o consumidor pode procurar o Judiciário para reparação”, diz o Procon-SP. “Empresas que enviam propagandas sem solicitação ou autorização prévia do cliente podem receber multas que variam de R$ 450 a R$ 6,5 milhões”, afirma Rafael Zanatta, advogado e pesquisador em telecomunicações do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Na avaliação do advogado, a punição se aplica a diferentes modos de receber a comunicação, seja por e-mail, ligações telefônicas, redes sociais ou aplicativos de mensagem. “As práticas de abordagem são sempre semelhantes, o que muda é a tecnologia utilizada.” MODERAÇÃO Para tirar proveito de maneira eficiente e consciente das redes sociais, o empreendedor precisa conhecer o perfil de sua clientela, além de saber

qual é o melhor dia e horário para encaminhar a publicidade. “Costumamos mandar as novidades no início da semana. Esse hábito alavancou o consumo das nossas clientes, porque todas adoram promoções”, diz a empresária Regina Bonini, dona da Pin Up Estética. Ela afirma que aumentou o seu faturamento em 15% desde que passou a divulgar o seu salão de beleza por aplicativos de mensagem, além de montar um site. O comerciante Fernando Szmoisz, 44, também viu nas redes sociais uma oportunidade para divulgar seu produto, o palmito. Hoje, 90% das vendas são feitas pelas redes sociais. A principal vantagem é o baixo investimento: em geral, os gastos se limitam ao pacote de dados necessário para acessar a internet. “Isso democratiza a propaganda, porque antes as pequenas empresas só tinham a panfletagem como forma de divulgação dos seus produtos e serviços”, diz o professor Edney Souza, da ESPM.

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Empregos

Profissionais usam táticas empresariais para se antecipar ao mercado Por ANNA RANGEL/FOLHAPRESS

Gerir a própria carreira como se fosse uma empresa e passar a monitorar o mercado e os concorrentes pode ser uma boa estratégia para um profissional se destacar no mercado de trabalho. A tática é baseada na “inteligência competitiva”, metodologia adotada pelas organizações na qual são coletadas informações públicas, como demonstrações financeiras e tendências de mercado, que ajudam na tomada de decisões, como por exemplo a de lançar um produto. Para o profissional, o primeiro passo é simples: ele pode fazer uma lista das suas prioridades. “Basta colocar as oportunidades e os possíveis problemas, como uma nova tecnologia ou a automação de parte das suas funções, e os seus pontos fortes e suas fraquezas”, ensina Alfredo Passos, especialista em inteligência empresarial. Assim, fica mais fácil a pessoa se comparar com seus pares e observar se e quando vale investir em algum outro idioma, em um curso livre ou em um mestrado profissional. Essa análise é chamada de Matriz Fofa (veja abaixo), acrônimo para “forças, oportunidades, fraquezas e ameaças”, e é uma das mais usadas nas empresas. A especialista em marketing Carolline Volpato, 21, criou um plano de guerra parecido com a Fofa ao largar a faculdade e começar a investir, mesmo sem qualificação formal, em sua nova área. “Por pressão da família, fui estudar química. Mas, ao ver uma palestra sobre marketing, decidi que era hora de correr atrás da minha vocação. Procurei o palestrante, pedi para acompanhá-lo por uma semana e logo depois ele me deu uma oportunidade. Para aprender mais rápido as habilidades necessárias na nova função, Volpato faz planilhas nas quais lista contatos-chave do setor, cursos e eventos setoriais, com prazo para completar as atividades. “Às vezes, procuro ‘coordenador de marketing’ no LinkedIn e confiro a trajetória de quem já está onde quero chegar. Abordo alguns para pedir conselhos”, diz. Essa busca nas redes ajuda Volpato a descobrir como melhorar sua formação. Para Dimitriu Bezerra, especialista em RH da Votorantim, o profissional não pode esperar que a empresa lhe ofereça subsídios para melhorar a qualificação. “As organizações incentivam essa busca, mas cada um deve saber como melhorar. Essa iniciativa é levada em conta na hora de promover alguém, diz Bezerra. Falta essa disposição para quem já tem alguma experiência, mas ainda não chegou a cargo de gestão, segundo Raphael Falcão, diretor da consultoria de RH Hays. “Essas pessoas entraram no mercado em um período de pleno emprego, por isso não veem como a competição aumentou nos últimos anos.” A advogada Daniella Corsi veio da área

tributária. Antes de virar coordenadora, estudou direito previdenciário, cível, criminal e ambiental. Objetivo: ser diretora jurídica. “De seis em seis meses planejo o que preciso fazer para me manter competitiva, e acompanho novidades do direito, como a ética empresarial, que está em alta”, diz. Mas vale ter cuidado ao abraçar novas tendências para não seguir a multidão sem critério, aponta Edmarson Mota, profes-

sor de desenvolvimento humano da FGV (Fundação Getulio Vargas). Isso porque há áreas da moda que acabam saturadas com a alta oferta de profissionais. Um exemplo é a análise de grandes lotes de dados (big data), que anos atrás era a promessa do mercado. “Não adianta só seguir os outros, mas tentar identificar o que vem por aí antes da maioria”, afirma Mota.

Para criar uma vantagem sobre a concorrência, avaliar a própria evolução pode ser mais vantajoso do que competir com os outros. “A pessoa deve se comparar consigo mesma um ano atrás. Se não houve melhora, não significa que está estável, mas que piorou”, diz Eugênio Mussak, consultor de RH e professor da FIA (Fundação Instituto de Administração). Foto Gabriel Cabral/Folhapress

Daniella Corsi, coordenadora jurídica da Votorantim, na sede da empresa em SP. Foto: Bruno Santos/Folhapress

A especialista em marketing Carolline Volpato, 21, na Easy Carros, onde trabalha, na zona oeste de SP.


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Colesterol Colesterol alto é desconhecido da maior parte da população

por TATIANA CAVALCANTI/FOLHAPRESS

Hábitos alimentares saudáveis e uma rotina de exercícios físicos são requisitos essenciais para manter um nível equilibrado do colesterol, tanto do chamado bom (HDL) quando do ruim (LDL). Entretanto, dizem especialistas, exames anuais também são fundamentais. A maioria da população brasileira, 67%, desconhece ter colesterol alto, segundo o cardiologista Henrique Tria Bianco, diretor do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que cita pesquisa da instituição. “A grande maioria não sabe quais são seus níveis de colesterol”. Mas nem sempre a combinação ideal de alimentação saudável e exercícios pode evitar as consequências negativas do colesterol, como doenças cardiovasculares. O histórico familiar é um dos fatores que deve servir de alerta, segundo Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Moriah. “O problema pode ter fundo genético. Às vezes, mesmo uma pessoa magra, que se exercita, não consegue reduzir o colesterol ruim, que pode entupir artérias. É preciso ir ao médico para avaliar os níveis da gordura no sangue”, afirma. Ele também alerta que pessoas com alto risco devem cortar do cardápio alimentos embutidos e gordurosos, como picanha, porco, comidas fritas, pizza e salgados. O cardiologista do Hospital Sírio-Libanês João da Silveira explica que o colesterol bom ajuda a “limpar” as gorduras nas artérias. Já o ruim é perigoso porque pode entupir todas as artérias, inclusive a do coração. “É uma espécie de ferrugem passando que cria uma placa de gordura e pode levar ao infarto. Cerca de 50% das pessoas descobrem esse mal morrendo”. O especialista afirma que outros fatores de risco podem elevar o colesterol ruim no sangue, como tabagismo e obesidade. “Uma dica é caminhar uma hora por dia. Pode ser de forma intercalada”. (Tatiana Cavalcanti) Brasil adota mais rigor no controle A SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) mudou a medição da taxa de referência do colesterol, na semana passada. “O Brasil passou a ser um dos países mais rigorosos do mundo”, diz o médico Renato Zilli. “Pessoas com histórico de doenças cardiovasculares graves, como infarto ou derrame, deverão manter o chamado colesterol ruim (LDL) abaixo de de 50 mg/dl. Antes, o teto era 70mg/dl”, explica.

Arte: Folhapress


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