Braganรงa Paulista
Sexta
29 Setembro 2017
Nยบ 920 - ano XVI jornal@jornaldomeio.com.br
jornal do meio
11 4032-3919
2
Jornal do Meio 920 Sexta 29 • Setembro • 2017
Expediente Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919 E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br
Quando Deus
por Mons. Giovanni Baresse
é injusto
No domingo que passou
agora e não suou a camisa! Como
Média, na questão da devoção
do Senhor e nossa, aos santos,
o texto do Evangelho de
é que pode”? O fazendeiro diz a
aos santos, à Virgem Maria e,
o modo de relacionamento com
Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)
As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS
Mateus (20,1-16) trazia a
um deles: “Não combinei o preço
mesmo, ao relacionamento com
Deus são claramente marcados
parábola do dono da vinha. Jesus
da diária? Você não a recebeu?
o próprio Deus. A mentalidade
pela mediação “crístrica”. Tudo
fala de um patrão que buscava os
Então não reclame! O dinheiro
era que a cada sacrifício, a cada
só tem sentido sob a luz do úni-
“boias frias” do seu tempo para
é meu! Você cumpriu sua obri-
ato de penitência, a cada ato de
co mediador e Salvador Jesus
a colheita de uva. A diária da
gação e eu cumpri o que tratei!
socorro, a cada prática religiosa,
Cristo. E que podemos falar em
tenho a felicidade de viver do
época era uma moeda de prata.
Não cometi nenhuma injustiça”!
etc., corresponderiam deter-
“merecimento” em sentido re-
melhor jeito possível porque es-
Contratados os trabalhadores da
Nesta história Jesus Cristo de-
minadas intervenções divinas.
lativo (uma espécie de estímulo
tou na casa, na propriedade, na
madrugada, precisando de mais
seja mostrar que o amor do Pai
Uma vez que fiz determinada
que nos ajuda a perseverar no
vida do “Patrão”. Sempre tenho
gente, o vinhateiro vai saindo, em
Celeste não tem limites. É pura
ação Deus me responde com
caminho do Senhor). Muito bem,
o que é necessário. Não me falta
diversas horas, buscando mais
gratuidade. E que nós devemos
um determinado dom. Criou-
feita esta digressão sobre a ques-
nada. Vivo feliz pelo chamado e
gente e prometendo pagar o que
ter muito cuidado com uma certa
-se modo de agir mercantilista.
tão do mérito, fica a situação da
pela presença do Dono da Vinha.
fosse justo. A última saída e a
mentalidade que afirma que te-
Que volta e meia ainda persiste:
mesma paga para trabalhadores
Se reclamo em relação aos que
última chamada acontecem uma
mos “créditos”, “merecimentos”
faço determinada promessa
de tempos desiguais. Não entra
só aproveitam a última hora é
hora antes do final da jornada de
diante Dele. Não nos é estranha
para obter determinada graça!
em nossa lógica. Inda mais que os
porque não percebo a totalidade
trabalho. Chega a hora do paga-
a maneira de pensar que quando
Compreende-se que, diante dos
últimos recebem por primeiro! A
daquilo que o Dono colocou em
mento. O capataz foi instruído a
fazemos o que devemos fazer
muitos abusos, os Reformadores
lição final da parábola é que quem
minhas mãos. Não sei aprovei-
começar pelos da última hora até
acabamos por merecer favores
protestantes tenham tomado
acha que Deus é injusto não faz
tar do “estar” na vinha. Por isso
chegar aos da primeira. Pagando
de Deus! Quanto mais eu o sirvo,
posição radicalmente oposta
do seu caminho com Ele um cami-
sinto-me fraudado. E acho que
a todos a jornada inteira. Os que
quanto mais eu o sigo, tanto mais
e afirmado peremptoriamente
nho de amor. É um cumpridor de
o dono é injusto. O “problema” é
tinham trabalhado mais, diante
eu mereço as suas graças! Deus
que “tudo é Graça”! E que o ser
tarefas que não vivencia a alegria
meu. Não Dele! Eu, da primeira
do fato, começaram a esfregar as
se vê obrigado, de certa forma, a
humano nada pode fazer para
de poder ser operário de primeira
hora, não percebo nem quem me
mãos: se a turma do fim do dia
fazer-me coisas porque eu o obe-
merecer algo de Deus! A questão
hora. Caminha por “obrigação”,
chamou, nem onde estou! A che-
ganhou o preço duma jornada
deço! Em termos da doutrina aqui
toda estava no “escondimento” da
sempre lamentando e invejando
gada dos últimos é uma chance
inteira, eles iriam faturar muito
se coloca mais um dos pontos de
única mediação de Jesus Cristo.
aqueles que, a seu ver, estão ou
de ver a riqueza que sempre tive
mais! Surpresa! Recebem a jor-
divergência entre o cristianismo
E na certeza da gratuidade do
gozando ou jogando a vida fora!
e não estou sabendo aproveitar!
nada! Começa a “resmungação”:
católico e protestante. A doutrina
amor de Deus que não se move
Jesus Cristo quer ensinar que, se
Os da última hora tem tempo
“Isso é injusto! A gente aguentou o
e a vivência do mérito levaram a
por barganhas. Hoje os tempos
fui convocado da primeira hora
menor. Mas descobriram que
dia inteiro! Essa turma só chegou
exageros, especialmente na Idade
são diferentes. As devoções à Mãe
e sempre trabalhei como devia,
vale a pena!
Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.
Jornal do Meio 920 Sexta 29 • Setembro • 2017
3
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com
Emite a carteira de estudante
Fazenda pública Provido do necessário
Boi, em inglês
Despido Símbolo de energia (Fís.)
O estado da praia de Mucuripe (sigla)
Red Bull (?) Race, corrida de aviões Precede o apóstrofo, em italiano
A letra da crase Multidão (pop.)
(?) falho, estudo de Freud (Psican.) Sobre, em francês O registro fundamental ao advogado
Apelido de Simone de Beauvoir
Falta de êxito Sumo de frutas
Ferramenta do coveiro (pl.) Sentimento que liberta e constrói
Cobertura de bolos à base de claras Cavalo de estatura pequena
Conjunção adversativa (Gram.) Ilha italiana no golfo de Nápoles
Sensação de dor epigástrica Frase quebrada Altar-(?): o principal de uma igreja Básico; essencial
BANCO
Matéria agravante da rinite alérgica
Seguidor da doutrina hitlerista (red.)
Poema como "Paraíso Perdido"
13
Solução L F U EI S M O G E A R O U NE CE E E C I DO A I R L A O G R O O F A P R I T O C N AZ I P E I A D I A L
comportamento que outros setores julgam inapropriados, pois a História mostra que tal postura condena ao esquecimento e até a morte aqueles que são prejulgados como culpados ou pervertidos. Isso sem levar em conta que a proposta da “Cura Gay” foi apresentada no Congresso Nacional, em 2011, e ainda hoje é discutida por inúmeros deputados federais e senadores da conhecida Bancada Ecumênica, que se intitula como a defensora da moral e dos bons costumes, mas que, de fato, pretende impor suas concepções religiosas como a única correta e desejável, ou seja, ela pretende impor seus valores e sua moral como as únicas possíveis. Não há argumento lógico ou científico para qualquer proposta que tenha a intenção de tratar como doença uma escolha civil e laica, garantida pela Constituição, somente porque os valores religiosos desta bancada são contrários as escolhas de milhões de pessoas. Sob a ideia de ajudar as pessoas “confusas” vemos o reforço do preconceito e da exclusão já que é difícil crer que alguém gostará de ser marcado como praticante de um comportamento inapropriado e que precisa ser recondicionado e redirecionado para o caminho da boa moral e dos bons costumes. Sob a ideia de ajudar pessoas “confusas” a proposta estigmatiza a homossexualidade como algo a ser combatido e mudado. Sob a ideia de ajudar pessoas “confusas” a proposta fere o direito de escolha de algo íntimo e particular de escolher a melhor forma de ser feliz. Sob a ideia de ajudar pessoas “confusas” tornamos a discussão sobre a homossexualidade mais distante e a afastamos, com isso, a possibilidade incluir as pessoas e de diminuir a enorme distância entre todos nós.
I N T E R L O C U T O R
A decisão de um juiz do Distrito Federal que autoriza as terapias de reorientação sexual, questão que apresenta a homossexualidade como doença e como comportamento desviante e, por isso, algo que deve ser mudado, é outro exemplo do retrocesso de direitos e de escolhas que experimentamos no Brasil. Em um país que condena a homossexualidade como uma afronta aos seus valores tradicionais, cuja definição é parcial e hipócrita, que vê a homossexualidade como um dos fatores de desagregação moral e social, que culpa a homossexualidade pela perversão de jovens e adultos, a proposta de uma reordenação de comportamento ou de reorientação sexual é uma afronta a uma série de garantias constitucionais e caminha na contramão da História dos direitos civis e de uma tendência mundial de ampliação de direitos para as minorias, além de ser uma forma de marginalizar um grupo que sofre com o preconceito e que vê, agora, seu comportamento ser tido como patológico. Em um país que é conhecido pelo seu machismo e pela violência gratuita dispensada aos homossexuais, com a conivência da sociedade machista e até dos aparatos de Estado, a proposta é ofensiva e sinaliza uma retirada de direitos que é apresentada como uma possibilidade de curar ou corrigir um comportamento inadequado. Desde 1999, o Conselho Federal de Psicologia luta contra a marginalização da homossexualidade em consultórios e pretende apresenta-la tal qual ela é, como um comportamento tão normal quanto a heterossexualidade, sem que sejam propostos tratamentos para algo que não é uma patologia ou um comportamento desviante, mas sim uma escolha tão legítima quanto qualquer escolha possível no nosso quadro constitucional de direitos e de deveres. A homossexualidade não deve servir de pretexto para a culpabilização de setores sociais que têm um
P M A N I Q L P E R A R X O U A B A S A T O C A S T O L M A P A S B U P N A A C O L M O R O E P P R I M O
por pedro marcelo galasso
"Metal (?)", game de ação e espionagem A pessoa com quem se fala
Multiplicadores de conteúdo na web
Característica moral da maioria das religiões
A Pirelli, em relação aos pneus da F1 (2016) (?) hálito: halitose
2/ox. 3/air — sur. 4/gear. 6/castor. 9/anacoluto.
Retrocesso
© Revistas COQUETEL
Alheio a um assunto Identifica a dama, no baralho
Brinquedo nocivo às instalações elétricas Chefe de cozinha paulistano, dono do restaurante D.O.M.
4
Jornal do Meio 920 Sexta 29 • Setembro • 2017
por REINALDO JOSÉ LOPES
Contar com ajuda especializada para planejar a carreira é útil, mas dá para organizar um plano por conta própria. O cuidado, porém, deve ser redobrado para que o projeto avance na velocidade desejada. Isso porque, sem alguém que cobre resultados e aponte problemas, cabe à pessoa ser seu próprio coach. E, embora seja fácil encontrar materiais que podem ajudar nessa busca, como livros de especialistas em recursos humanos e coaches, não há receita simples: só não cai no conto da autoajuda barata quem já tem o hábito de ler muito sobre o assunto. “Esse filtro só se adquire na prática, quando a pessoa já testou o que funciona na vida real. Só que, no começo, a tentação de comprar ideias que prometem benefícios com pouco esforço é grande”, afirma Villela da Mata, presidente da SBCoaching (Sociedade Brasileira de Coaching). Dicas boas são aquelas capazes de ajudar a identificar de forma honesta suas fraquezas e a construir planos de ação sem criar desculpas e sem se desesperar com as dificuldades, diz Wilma Dal Col, diretora da consultoria de RH Right Management. Mesmo sem uma receita universal, há alguns passos indispensáveis para avançar na carreira (veja abaixo). O primeiro deles é estabelecer uma meta clara, como ser promovido no próximo ano ou mudar de área. A administradora Cristiane Chiaroni, 41, estipula sozinha, a cada seis meses, seus novos objetivos profissionais. Ela aprendeu a montar seu plano conversando com colegas da área de RH e usando ferramentas como mentoria e coaching, oferecidos na empresa onde trabalha. Ao longo da trajetória, aprendeu a não ter pressa para alcançar o objetivo e a reajustar os planos se preciso. “A sorte pode pesar na ascensão, e há questões que estão fora do nosso controle, mas me planejo mesmo assim. Se a coisa muda, revejo o plano e sigo em frente.” Para Tania Casado, que é doutora em administração e professora da USP, é comum apresentar dificuldades para se adaptar quando as circunstâncias atropelam os planos. “A pessoa se organizar não deve significar que ela não pode ser maleável. Até ela mesma muda de ideia. Não há nada de errado com isso.” NA PRÁTICA Na sequência, vem a parte mais difícil: descobrir como alcançar o objetivo. Isso não envolve apenas fazer um curso ou acionar a rede de contatos, mas rever ou aperfeiçoar comportamentos que podem ofuscar o trabalho do profissional, como baixa habilidade de comunicação. Um exemplo é aquela pessoa que tem dificuldade de falar com os colegas ou com o chefe. Se não tivesse esse problema, como ela se portaria? “Ao responder essa questão, é provável que já tenha a resposta que precisa”, aponta Dal Col. Esse processo de descobrir as próprias forças e fraquezas pode ser demorado, segundo o doutor em psicologia e professor da USP Sigmar Malvezzi. “É fundamental mapear a própria biografia, colocando isso no papel. Fazer isso direito pode levar meses”, diz. E é preciso trabalhar um pouquinho por dia, estipulando, além da meta final, objetivos mais simples -a sensação de avanço, mesmo que pequeno, faz com que a pessoa consiga visualizar melhor os próximos passos. Os programas de gestão de carreira das empresas também podem ajudar a identificar esses pequenos ajustes. O coordenador de projetos Davi Petruz, 32, soube que precisava aprender mais sobre as novidades na área de tecnologia, como codificação, com o coach da organização onde trabalha. “Já coloquei tudo em uma lista, com prazo para terminar. Com ele, aprendi a me planejar sozinho para encaixar as atividades e bater minha meta, que é chegar à gerência da área”, diz. Quem não tem um programa desse tipo no trabalho pode bolar o plano com um amigo, segundo a coach Bia Nóbrega. Assim, um pode auxiliar o outro com ideias. É uma tática útil para manter a disciplina, principal problema de quem se propõe a montar um plano de carreira sem respaldo profissional. O que não adianta é você se submeter a uma pressão excessiva para cumprir os prazos que estabeleceu a qualquer custo. “Esse monitoramento dos avanços deve ser
algo espaçado, ou a pessoa vira refém de um plano que deveria ser positivo”, afirma o coach Aristides Brito. * VOO SOLO Como planejar os próximos passos por conta própria ENCONTRE PROPÓSITO Coaches e consultores de carreira aconselham que as metas estabelecidas sejam específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e que tenham um prazo claro de execução. Não adianta escolher algo vago, como “ter sucesso na carreira”. A ideia é se concentrar em progressos mais palpáveis, como ser promovido em um ano ou passar num exame de proficiência de inglês. Coloque o objetivo no papel e quebre-o em atividades diárias, semanais e mensais para monitorar os avanços SEJA HONESTO Pode ser difícil ter uma noção clara das próprias forças e fraquezas. Por isso, na ausência de um coach, vale questionar amigos, parentes e ex-colegas de trabalho ou estudo antes de fazer uma autoavaliação. Para receber uma resposta mais honesta, a dica é perguntar três aspectos positivos e negativos de sua personalidade e da forma de trabalhar e três comportamentos que deveriam ser abandonados ou incorporados à rotina. Também é vital elencar o que é mais importante, como qualidade de vida, ascensão rápida, altos salários ou horário flexível, por exemplo
AUTOR Stephen Covey EDITORA Best Seller QUANTO R$ 35,90 É considerado um clássico por autoridades em administração e dá dicas sobre temas como proatividade no trabalho, gestão de tempo, negociação e equilíbrio entre vida pessoal e profissional “A Lei do Triunfo” AUTOR Napoleon Hill EDITORA José Olympio QUANTO R$ 27,90 No início do século 20, o autor investigou a carreira de empresários norte-americanos, como Henry Ford e Graham Bell, para entender por que eles tinham tanto sucesso. Hill compilou 16 lições sobre iniciativa, liderança e autocontrole, por exemplo “O Mapa da Felicidade” AUTOR Heloísa Capelas EDITORA Gente QUANTO R$ 27,90 Para a autora, especialista em desenvolvimento humano, a felicidade está atrelada ao autoconhecimento. Capelas mostra como fazer esse exercício de conhecer pontos fortes e fracos de
si mesmo e como colocar essas informações em prática na própria vida “O Poder da Ação” AUTOR Paulo Vieira EDITORA Gente QUANTO R$ 15,90 Usando técnicas de coaching que podem ser aplicadas sem ajuda profissional, Vieira mostra como quebrar padrões antigos de comportamento e desenvolver novas competências, que ajudam a alcançar objetivos profissionais e pessoais “Coaching Executivo” AUTOR Victoria Bloch, Luiz Visconte e João Almeida EDITORA Campus QUANTO R$ 49 É uma espécie de guia, com dicas para escolher e contratar um coach e critérios para avaliar a qualidade das informações e do profissional. Também há depoimentos de lideranças de empresas como Bunge, Itaú e Siemens, que passaram por processos de coaching Fontes: coaches Bia Nóbrega e Aristides Brito e Tania Casado (FEA-USP) Foto: Keiny Andrade/Folhapress
ANOTE TUDO Montar um plano de ação envolve colocar em uma planilha as metas de curto e médio prazo, além de estabelecer prazos para que elas sejam cumpridas. Por exemplo, se a ideia é ser promovido, inclua na lista cursos de capacitação e conversas com gestores da área. Se não for possível completar tudo a tempo, não se frustre. Mas, se o padrão se repetir com frequência, vale reavaliar as prioridades do dia a dia ou estender os prazos para que caibam na rotina SAIBA PRIORIZAR Ao criar um plano de carreira por conta própria, o profissional deve tomar cuidado para não ser engolido pelas prioridades urgentes e acabar sem tempo de investir em seu projeto. Por isso, é preciso diferenciar atividades urgentes e importantes daquelas que podem ser delegadas ou deixadas para depois. Organize o dia de forma a tirar do caminho o que é urgente, assim sobra tempo para cuidar do que é importante, mas não exige atenção imediata BOX PALAVRA DOS ESPECIALISTAS Livros ensinam a conduzir mudanças “7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”
O coordenador de projetos Davi Petruz na sede da empresa onde trabalha, em São Paulo (SP) Foto: Keiny Andrade/Folhapress
Jornal do Meio 920 Sexta 29 • Setembro • 2017
5
Comércio de automóveis Empresas modernizam comércio de automóveis, start-ups lucram ao intermediar negócios entre lojas e consumidores, aquecimento do mercado de usados amplia oportunidades; empreendedor deve ter cuidados jurídicos
por EDUARDO SODRÉ/FOLHAPRESS
“Faltam seminovos no mercado, as lojas estão comprando umas das outras para atender à demanda”, diz Rafael Lourenço, da start-up PasseCarros. A empresa é uma das que enxergaram oportunidade num setor que se mostrou resistente à crise. Em 2016, a venda de usados ficou estável, com alta de 0,2% em relação a 2015 e 10,3 milhões de modelos negociados. No mesmo período, a venda de novos caiu 20%, com 2 milhões de unidades emplacadas. Os dados são da Fenabrave, que representa as distribuidoras de carros. Com aplicativos, os empreendedores aproximam vendedores e compradores, sejam lojistas, foco da PasseCarros, ou particulares, como Instacarro e Car4sale. “Investigamos o mercado e encontramos investidores, mas o maior desafio foi convencer os lojistas a comprarem de nós. Diziam não querer disputar carros com concorrentes”, afirma Diego Fischer, da Instacarro, que atua desde dezembro de 2015. A princípio, os revendedores não acreditavam no formato do negócio, em que é preciso dar lances num leilão virtual. Os carros oferecidos são de clientes que recorrem à Instacarro na tentativa de obter boas ofertas. O plano de negócio de Fischer mostrou-se viável ao incluir uma vistoria do veículo e dar garantias. Como há variações de gostos e preços entre regiões, um revendedor de outro Estado pode achar interessante um carro “desprezado” em São Paulo, apesar dos gastos com frete. Hoje, há 1.500 lojistas cadastrados na Instacarro, e a receita mensal balizada (média dos últimos 12 meses) é de R$ 220 milhões. A empresa, que nasceu em São Paulo, acaba de inaugurar três pontos de vistoria no Rio. O lucro da Instacarro vem de comissões pagas pelos revendedores. Apesar da depreciação (em média, o valor pago é cerca de 20% inferior ao da tabela Fipe), clientes que da start-up recebem pagamento imediato e assessoria para cuidar dos documentos. Na Car4sale, que também lucra com comissões, o foco está nas negociações diretas entre consumidores. Além de apresentar os veículos por meio de anúncios, a start-up faz a intermediação do processo de compra e venda. De acordo com Daniel Corrêa, criador da Car4sale, a vantagem para os clientes está na maior valorização do carro, por não haver apenas revendedores envolvidos. A empresa começou em 2016 com R$ 350 mil para desenvolver seu aplicativo. Deu certo, e Corrêa levantou R$ 1,4 milhão com investidores estrangeiros para expandir o negócio. “Somos fortes no Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Buscamos triplicar as operações e chegar a São Paulo”, diz o empresário. A nova fase exige mais R$ 3,5 milhões. “Há custos elevados, como montar a rede de call center.” Para os empresários, a parte mais complicada é o desenvolvimento do aplicativo. Daniel Jacinto, criador do App do Automóvel, investiu R$ 700 mil para colocar sua ideia no ar: um canal para troca de carros inspirado no Tinder. “O cliente anuncia o carro e dá ‘likes’ em outros veículos. Quando há interesse mútuo, o sistema avisa que deu ‘match’”, explica. O App do Automóvel tem hoje 30 mil modelos anunciados. Há plano de assinatura, por R$ 4,99. É preciso incluir uma sólida retaguarda jurídica no plano de negócios, alerta Emerson Neves, consultor do Sebrae-SP. “As start-ups precisam definir as responsabilidades entre contratantes, com respeito ao código de defesa do consumidor, e toda a intermediação deve constar em contrato preestabelecido no site ou aplicativo.” VENDAS ACELERADAS Soluções desenvolvidas para negociação de veículos entre particulares ou lojistas Passe Carros Start-up promove avaliações de veículos e negociações entre concessionárias e lojistas independentes Como funciona As concessionárias anunciam lotes de carros usados no site da Passe Carros.
Os veículos são visualizados por lojistas, que fazem suas ofertas Intermediação Oferece assessoria on-line e serviços de vistoria para ajudar o lojista a precificar e repassar os carros que compra e vende Quanto custa Valores dependem do volume de anúncios e do que for solicitado pelo revendedor, além de comissões
Foto: Marcelo Justo/Folhapress
Instacarro A start-up coloca pessoas que desejam vender seus carros em contato com cerca de 1.500 lojistas Como funciona Após fazer uma cotação on-line, o cliente leva seu carro para ser vistoriado em uma das lojas da empresa. Os dados do veículo são lançados em uma rede nacional de revendedores, que farão suas ofertas Intermediação Caso o cliente aceite uma das ofertas, a start-up faz o pagamento imediato do carro, antes de receber o dinheiro do lojista Quanto custa O serviço é gratuito. O lucro da empresa vem de comissões pagas pelos lojistas APP do Automóvel Aplicativo de troca de carros com foco nas negociações diretas, sem intermediação de lojistas Como funciona Segue o modelo adotado pelo Tinder: os anunciantes aguardam os “likes” em seus carros e também sinalizam os veículos que os interessam para troca. Se houver coincidência nas intenções, ocorre um “match”, e as partes serão avisadas para dar continuidade ao negócio Intermediação O app não se responsabilizada pela negociação, que é feita diretamente entre os anunciantes Quanto custa R$ 4,99 (plano mensal) Car4sale Aplicativo de venda por meio de lances, oferece serviços para ajudar no fechamento do negócio; para particulares e lojistas Como funciona O vendedor anuncia seu veículo, podendo colocar grande quantidade de fotos; os interessados fazem suas propostas, como em um leilão on-line Intermediação Oferece serviço de vistoria (feito antes da liberação do pagamento) e sistema para recebimento seguro do valor negociado Quanto custa O anúncio é gratuito, mas o aplicativo cobra comissão de 1,5% sobre o valor negociado do veículo
O empresário Daniel Jacinto, criador do App do Automóvel. Foto: Karime Xavier/Folhapress
Posto de vistoria da Instacarro, em São Paulo.
6
Jornal do Meio 920 Sexta 29 • Setembro • 2017
Mudança
Quer economizar na hora de organizar a mudança? Siga essas dicas Por BRENDA ZACHARIAS / CAROLINA MUNIZ/FOLHAPRESS
Levar tudo o que se tem de uma casa para a outra nunca é uma operação simples. Mas, com um pouco de organização, é possível cumprir a tarefa sem que o caos reine -e nada fique pelo caminho. “Uma arrumação feita com cuidado tende a facilitar a adaptação ao espaço e a manter os seus pertences no lugar por anos”, diz a organizadora Cris Gallo. Dá para investir em serviços que cuidam de todas as etapas da mudança. A comodidade, porém, pode ultrapassar os R$ 2.500 por dia, em São Paulo. A outra opção é pagar uma transportadora
para levar somente objetos grandes, como móveis e eletrodomésticos. O custo é reduzido a uma média de R$ 1.000 por caminhão. Nesse caso, um pouco de paciência e tempo resolve o empacotamento. Em ambas as situações, o indicado é comparar os orçamentos de ao menos três empresas e considerar recomendações sobre o serviço. Veja, a seguir, um roteiro de como programar a mudança sem ter dor de cabeça, dicas para organizar o que será levado e o que fazer ao chegar na casa nova. TRUQUES DE ARRUMAÇÃO -Aproveite roupas e toalhas para envolver
peças delicadas. Pratos devem ser guardados na vertical, para resistirem melhor a uma queda -Fotografe como fios estão instalados na atrás da TV. Desconecte todos e enrole-os separadamente, prendendo com elástico. Cole uma fita adesiva indicando a que aparelho pertencem -Proteja TVs com almofadas e embale tudo em um lençol -Use baldes, cestos de roupa, caixas organizadoras e malas para carregar produtos de limpeza e de higiene -Leve livros em malas ou embale em pacotes. Escolha um maior para servir de base
para pilha -Junte as roupas que estão em cabides e forre-as com um saco de lixo. Faça furo no fundo para as hastes NA CASA NOVA -Comece a arrumação pelo quarto e pelo banheiro. Depois, vá para a cozinha. Limpe pratos e copos ao guardá-los -Se a geladeira foi transportada na horizontal, espere ao menos 8h para ligá-la, até que os óleos nos dutos voltem à posição -Tire todos os objetos das caixas antes de colocá-los em seus lugares. Isso facilita a visualização Foto: Divulgação
Jornal do Meio 920 Sexta 29 • Setembro • 2017
7
Espinhas
Espinhas que aparecem depois dos 25 anos merecem atenção, acne pode indicar alteração hormonal em mulheres. Doença é mais frequente dos 12 aos 25 anos por EMERSON VICENTE/FOLHAPRESS Arte: Folhapress
Se você tem mais de 25 anos e ainda luta contra espinhas, precisa procurar um especialista, pois pode ser sinal de um problema maior. A acne é provocada pela inflamação das glândulas onde é formado o sebo, as glândulas sebáceas. O aparecimento dessa doença a partir dos 25 anos merece ser tratado com mais atenção”, afirma Clivia Carneiro, médica dermatologista da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Em mulheres acima dos 25 anos, a doença pode aparecer por alterações hormonais, afirma Claudio Wulkan, médico dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein. “A acne da mulher adulta costuma aparecer na região do pescoço, próxima à mandíbula, no período pré menstrual”, diz. Segundo Wulkan, a acne também pode estar relacionada a medicamentos e mudanças no metabolismo. “Algumas alterações metabólicas, endocrinológicas, ajudam no aparecimento da acne. Também o uso de algumas medicações, como as à base de iodo, corticoides, vitamina B, pode aumentar o problema”, afirma. Para quem tem entre 12 e 25 anos, o aparecimento da acne é comum: atinge oito em cada dez pessoas. “Cerca de 85% da população nessa faixa etária tem acne”, afirma a médica Clivia “Ela aparece onde há concentração de glândulas sebáceas, como face, ombros, tórax e costas. Se aparece em outro lugar do corpo, aí precisa mais atenção”, diz Clivia. O surgimento de pequenas bolhas no braço ou coxa, por exemplo, não é acne- pode ser uma foliculite, que é a inflamação na raiz do pelo. Chocolate Muita gente já deve ter ouvido falar que o consumo de chocolate causa espinha. Para o dermatologista Claudio Wulkan, isso é lenda. “Não é verdade, isso é mito. Agora, substâncias ricas em açúcar podem aumentar insulina e causar a acne”, diz o dermatologista. Já o excesso de maquiagem oleosa pode ser prejudicial para a pele. (Emerson Vicente)
8
Jornal do Meio 920 Sexta 29 • Setembro • 2017