A n o 1 4 - # 1 1 1 - Fe v e r e i r o / M a r รง o - 2 0 1 2 - D i s t r i b u i รง รฃ o g r a t u i t a - w w w. j o r n a l d r o p. c o m . b r
EDITORIAL
A edição#111 está carregada de vibrações positivas. Durante a produção, a equipe e os colaboradores se inspiraram para publicar boas informações. A entrevista inicial é com o atleta Cauê Wood, que acaba de fechar um novo patrocínio, está cheio de gás e correndo atrás de bons resultados. O jovem surfista, que aprendeu a surfar dentro das competições estaduais, fala sobre essa nova fase. Pelo Brasil, de norte a sul, o surf está representado por uma competente comissão técnica. Mas, a abordagem da coluna Dropando de Letra, destaca o trabalho dos juízes catarinenses Luiz Antonio Dantas, Luli Pereira e Ícaro Cavalheiro. O fotógrafo Marcio David, exibe na matéria Simples Olhar, uma seleção de registros da última temporada em Fernando Noronha. A maratona não para por aí, na empolgação de encontrar novidades, descobrimos Mateus Bailon. O artista, de Balneário Camboriú, estampa uma matéria interessante, comenta sobre o seu trabalho, estilo e experiências no exterior. Outro registro histórico é a matéria com o surfista e, local do Campeche, Adilson Miguel Vieira. Cupim, como é conhecido, começou a surfar em 1976, e relata sua trajetória no texto produzido por David Husadel, no Tubo do Tempo. O surfista Tiago Bianchini, atual campeão catarinense é o escolhido no Tubo do Mês. Tiago sofreu um acidente de trabalho, precisou fazer uma cirurgia no calcanhar direito e está em recuperação. Sua foto merece destaque. A sessão de imagens do Em Série ficou por conta do atleta Jean da Silva. Seguindo a publicação no ritmo progressivo, no Drop Skate, contamos com a ajuda de uma impecável safra de competidores. Graças as boas perfomances e grandes nomes que comparecem no Red Bull Skate Genertion, não faltou conteúdo. Reproduzimos alguns momentos do evento que empolgou a multidão no bowl do Rio Tavares Mother Fucker. Aproveitando a presença das feras, conseguimos uma entrevista exclusiva com o skatista Sandro Dias. Fora isso, damos boas vindas a coluna da FCSKT (Federação Catarinense de Skate). A partir dessa edição você fica sabendo as novidades que movimentam o cenário das competições em Santa Catarina. Outras informações em nossas colunas direcionadas ou no site www.jornaldrop.com.br. Divirtam-se com mais uma edição distribuída gratuitamente. Boa leitura!
Ano 14 - Edição#111 Fevereiro / Março 2012 Fundador Luis Felipe Machado Fernandes Editora Caroline Lucena - editorial@jornaldrop.com.br Redação João Ricardo Lopes - jrlopes73@yahoo.com.br Fotografia Marcio David - mdavidisn@ig.com.br Adriano Rebelo - adrianorebelo@hotmail.com Ricardo Alves - oceanofotos@hotmail.com Criação e Diagramação Kaio Henrique de Souza - kaio@jornaldrop.com.br Colunistas João Ricardo Lopes, David Husadel, Julia Hoff, Marcio David, Norton Evaldt, Adriano Rebelo. Colaboradores Ricardo Alves, Basílio Ruy, Daniela Chaves, Mateus Bailon, Cris Bianco, Paulo Macedo. Jornalista Responsável Caroline Lucena – CNC 4551028 Departamento financeiro: financeiro@jornaldrop.com.br Departamento Comercial: comercial@jornaldrop.com.br Adriano Rebelo – 48 99692169 adrianorebelo@hotmail.com David Husadel – 48 9122-5473 dhusadel@gmail.com ERRATA: Na edição#110 foi publicada uma foto com o crédito errado. A foto de ação no surf, do skatista Pedro Barros é de Irapuã Porto. *Os textos assinados nesta publicação são de exclusiva responsabilidade dos autores. Publicação bimestral - Distribuição gratuita em Santa Catarina Rua Prefeito Acácio Garibaldi Santiago, nº 300, Joaquina Florianópolis (SC) - CEP 88062-600 – (48) 99470596 PORTAL JORNAL DROP www.jornaldrop.com.br CAPAS ARTÍSTICAS: Costa Rica. Fotos: Marcio David CAPA AÇÃO: Guga Arruda em um secret da Ilha. Foto: Marcio David
Na Cara
Í N D I C E
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Drop Arte
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Matéria Principal
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Drop Skate
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Blitz
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NA CARA
CAU E^
WO O D Por David Husadel
C a u ê Wo o d é m a i s u m j o v e m a t l e t a catarinense que aprendeu a sur far dentro das competições. É fruto direto dos eventos p r o m o v i d o s p e l a Fe c a s u r f e A s s o c i a ç õ e s d o S u l d a Ilha de Santa Catarina. Ainda jovem, doutrinou u m a r o t i n a d e s u r f a r t o d o s o s d i a s n o M a t a d e i r o, A r m a ç ã o, S o l i d ã o, P â n t a n o d o S u l , M o r r o d a s Pe d r a s , S e c r e t s e C a m p e c h e . S e u t a l e n t o e a l t o astral de moleque, motivam uma geração que t r i l h a o m e s m o c a m i n h o. Como foi o seu começo no surf? Mudei de São Paulo para Floripa quando tinha quase cinco anos. Desde então, descobri o sur f, gostei, comecei a competir e não parei mais. Você iniciou na carreira de competidor m u i t o j o v e m e t e v e u m r e t o r n o p r o m i s s o r. O que mais te inspira na profissão de surfista? Ganhar é sempre bom, pois junto com a vitória a gente soma muitas alegrias e vo nt a d e d e m e l h o ra r. Ac h o q u e e vo l u i r como atleta e atingir um destaque dentro do esporte, sempre me inspirou. Como f o i c r e s c e r e m u m l o c a l m a n e i r o c o m o a praia da Armação e Matadeiro? Foi demais. Desde o inicio sempre tive muita gente ao meu lado, apoiando e acreditando em mim. Permaneci perto dos meus pais e surfando boas ondas. Acho que isso ajudou bastante na minha evolução. Você sempre está per to dos seus pais e irmão, que também é sur fista. Conta como é o astral nas competições e no dia a dia? Te r m i n h a f a m í l i a m e a p o i a n d o f o i b o m . É ótimo competir e viver uma vida de atleta, mas você precisa estar com a cabeça boa e n o l u g a r. M i n h a f a m í l i a s e m p r e m e p a s s o u tranqüilidade e uma boa postura para encarar tudo isso. Quais são os seus melhores resultados? Campeão do Quiksilver Grommets Trophy, na França. Campeão Catarinense: Petit, Infantil e Iniciantes. Vice-campeão Brasileiro Pro Junior. Dos lugares que você já surfou, qual foi o melhor e por quê? Não vou lembrar o nome de todas as praias,
Ficha Técnica Nome completo: Cauê Wood de Oliveira Data de nascimento: 25/02/92 Peso: 68 quilos Altura: 1,80 Natural de: Botucatu (SP) Local da: praia do Matadeiro Patrocínio: Nicoboco Apoios: Governo do Estado de Santa Catarina e Fundesporte Quiver: 5’6, 5,8’ e duas 5’10 Shaper: Uma 5’10 é do shaper australiano CJ e as outras são da Rusty, feitas pelo Pedro Bataglin Som: Tupac, Notorious Big ou Eletrônica Uma onda: quintal de casa Manobra: tubo Uma lembrança: meu filho
mas já fui para o Chile, Peru, Argentina, Equador, Panamá, El Salvador, N icarágua, México, Califórnia, Hawaii, Cabo Verde, Ta i t i , Fr a n ç a , Po r t u g a l , E s p a n h a , I n d o n é s i a e Austrália. O México foi o melhor de todos, pois a água era quente e rolaram altas ondas. Durante uma fase da sua carreira você venceu tudo, depois ficou um tempo meio sumido e agora voltou a surfando bem. O que aconteceu para te motivar novamente? Realmente eu passei um tempo sem me dar bem nas competições, não sei o que aconteceu exatamente, mas talvez um pouco de comodismo. Cheguei a perder o patrocínio, mas isso serviu para eu acordar e voltar a me comportar como um competidor de verdade. Agora que você está com o patrocínio da Nicoboco, quais seus planos para o futuro? Pretendo conseguir a vaga para o mundial Pro Junior. Ano passado entrei em duas etapas de wildcard e melhorei minha pontuação no QS. Para o próximo ano pretendo participar das etapas de mais pontuação. Você é sur fista e tornou-se pai. Como está sendo essa experiência? Tive um filho há dois meses. Estou amarradão com esse presente, é um amor que não existe igual no mundo. Estou curtindo bastante essa nova vida de pai junto com minha namorada. O difícil é viajar sem ele, mas com certeza trouxe muita felicidade.
Foto: Basílio Ruy
Foto: arquivo pessoal 13 ♦ JORNAL DROP
MOMENTS
A Joaquina ergue paredes s贸lidas para o surfista Eduardo Cechinel.
Foto: Marcio David
Elohe sedento pelas ondas do Matadeiro. Foto: Marcio David
Icaro Ronchi não alivia o pé no Campeche. Foto: Marcio David
Miro Borges entocado no quintal de casa. Foto: Ricardo Alves 15 ♦ JORNAL DROP
DROPANDO DE LETRA
Profissionalismo além das ondas Por João Ricardo Lopes
No circuito mundial, desde o final dos anos 80 os catarinenses já se fizeram presentes no quadro de juízes da entidade. Os primeiros a atuarem em tempo integral no quadro técnico f o i J o r d ã o B a i l o e X a n d e Fo n t e s . Fo r a m os percussores de excelentes juízes que viriam a atuar na seqüência dos anos d e n t r o d o c i r c u i t o. A i n d a n e s t a g e r a ç ã o, v a l e d e s t a c a r Z e n o B r i t o, c r i a d o n a s ondas da Joaca e atuou com árbitro durante anos, ajudando a revelar grandes profissionais na área.
Um desses valores revelados por Z e n o é L u l i Pe r e i r a . A t u a l m e n t e , L u l i é o j u i z d a v e z “ f u l l t i m e” d e n t r o d a A S P. E x sur fista profissional, Luli sabe bem como é viver o outro lado da moeda. Além de s a b e r d o q u e a b o r d a , o c a r a s u r f a m u i t o, o que dá mais credibilidade ao seu trabalho diante das feras do circuito mundial. Outro ex-profissional que também julga n o c i r c u i t o m u n d i a l é Í c a r o C a v a l h e i r o, que inclusive já foi campeão catarinense profissional. Luiz Antonio Dantas em ação. Foto: arquivo pessoal Dentre tantos profissionais de qualidade que trabalham nos eventos pelo litoral catarinense, vale também Ondas com qualidade, sur fistas de citar o trabalho de Luiz Antonio Dantas, alto nível, bela estrutura e ótima premiação. que por várias vezes esteve atuando Esta é a equação per feita para o sucesso de e m e v e n t o s da ASP pelo mundo, fosse no WC T ou u m c a m p e o n ato d e s u r f. S i m , m a s f a l t a u m W Q S . E s s a “ i n va s ã o” c at a r i n e n s e d e nt ro d o c i rc u i to ponto importante para fechar essa conta: uma m u n d i a l s ó c o nfirma o nível de qualidade de quem equipe técnica competente e experiente pra e s t á e n v o l v i d o no esporte e faz com afinco aquilo conduzir uma competição, seja ela amadora q u e g o s t a . o u p r o f i s s i o n a l . D o b e a c h m a r s h a l l a o l o c u t o r, s p o t e r, j u í z e s , h e a d j u d g e , t o d o s t e m q u e Assim como os três citados acima, muitos outros funcionar em per feita sincronia. foram formados nos palanques da Fecasur f, e teria que P a r a q u e m e s t a r a s s i s t i n d o n a p r a i a , escrever umas três páginas a mais falando de cada um. o s h o w e s t á n a á g u a ( e n a m a i o r i a d a s v e z e s Pode ter cer teza que todos têm seu valor reconhecido. na areia também), mas nos bastidores é mais c o m p l e x o d o q u e m u i t a g e n t e i m a g i n a . O g r a u Aproveitando a deixa, como locutor há 13 anos de eventos na d e c o n c e n t r a ç ã o d a e q u i p e q u e e s t á e m a ç ã o Fecasurf, e trabalhando com toda essa equipe de profissionais, exige que não haja tempo para brincadeiras ou n ã o p o d e r i a deixar d e p r e s t a r e s s e s i n g e l o a l g o q u e t i r e o f o c o . M u i t a c o i s a e s t á e m j o g o re co n h e c i m e nto ao Fábio Bola, grande locutor que nos n u m a b a t e r i a , e q u a l q u e r e r r o p o d e c o m p l i c a r o deixou há alguns anos e que ensinou bastante durante o t r a b a l h o . tempo que esteve presente. Não é só de surfistas de alto padrão A m e m ó r i a f o t o g r á f i c a d e u m j u i z t e m que Santa Catarina está bem q u e e s t a r e m d i a p a r a a s c o m p a r a ç õ e s e n t r e a s representada mundo a fora, m a s d e p ro f i s s i o n a i s que fazem per formances e não cometer injustiças. P e l o B r a s i l , d e n o r t e a s u l , o s u r f e s t á b e m acontecer d e nt ro d o e s p o r te, c a l ç a d o d e p e s s o a s e n v o l v i d a s n a p a r t e t é c n i c a e m c i m a d o s p a l a n q u e s. das competições, mas como o Jornal Drop é catarinense, a abordagem fica restrita aqui ao Estado. Santa Catarina, além de realizar eventos de grande porte no circuito profissional, m u n d i a l e u m b e l o c i r c u i t o a m a d o r, é c e l e i r o d e profissionais de gabarito. Experiência de anos em palanques de campeonatos faz a diferença Luli Pereira e Ícaro Cavalheiro. Foto: Marcio David entre os envolvidos, em todos os âmbitos. 16 ♦ JORNAL DROP
EM SÉRIE Local: Fernando de Noronha Atleta: Jean da Silva Fotos: Marcio David 1
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Do mês
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atual campeão catarinense, o surfista Tiago Bianchini, sofreu um acidente e passou por uma cirurgia no calcanhar direito. Bianchini, que tinha acabado de voltar da temporada em Noronha, estava treinando para a primeira etapa do circuito profissional. O atleta se destacou em 2011 pelo retorno as competições. O Jornal Drop dedica o Tubo do Mês para o nosso parceiro, que na foto, mostra controle nos tubos de backside. Estamos torcendo pela sua recuperação e confiantes no retorno do famoso “power” surf. Foto e texto: Marcio David
DROP ARTE medo de me aventurar, experimentar coisas novas e encarar desafios cada vez maiores. Como dizia Pablo Picasso, “Estilo é uma coisa que nasce quando a pessoa morre. Não seja estilista de si mesmo, varie na sua criação”
Arte sem rótulo
Onde você busca inspiração? Eu acho que tudo me inspira. As questões que existem na relação entre homem, natureza, vida e o desconhecido. A mitologias de diferentes culturas, o trabalho de outros artistas do passado e do presente, música. E também um pouco de cada experiência minha na vida acaba me inspirando de alguma forma. Quais foram os registros mais marcantes?
O nome Mateus Bailon foi uma dica interessante que eu recebi. Logo percebi que o artista, que nasceu em Balneário Camboriú, era um talento da nova geração. Arte com boa referência, diversidade e grandes diferenciais. Um estilo autêntico, sem rótulo, que aproveitando as infinitas possibilidades.
Têm vários. O mais gostoso de viver de arte são as diferentes oportunidades que surgem. Cada trabalho é um desafio novo e uma experiência única. Nos últimos anos participei de exposições Foto: Daniela Chaves em galerias nos EUA, Europa e aqui no Brasil, pintei murais, criei ilustrações exclusivas para diferentes áreas, como moda, editorial e música, tive meu trabalho publicado em revistas especializadas e participei de projetos bem bacanas com marcas que sempre admirei, como uma recente colaboração com a ASICS/Onitsuka Tiger.
Qual a sua relação como a arte? A arte é a minha vida. É através dela que eu me comunico da maneira mais sincera com as outras pessoas, sempre foi assim. Quando eu crio um desenho ou pintura, é uma parte de mim que está ali, nua, contando algo puro e verdadeiro. Fala um pouco sobre o seu trabalho. Eu costumo brincar dizendo que é como uma psicografia. Muitas vezes até tenho em mente o que vou criar, mas o resultado sempre acaba me impressionando. Minha arte é muito influenciada pela mitologia e o universo do imaginário humano. Gosto de contar “histórias reais”, falar sobre alguns temas que me interessam, mas de uma forma mais subjetiva, utilizando um pouco de fantasia. Esteticamente, acho muito interessante misturar técnicas. As diferentes texturas, brilho e contraste enriquecem o trabalho, também gosto de usar tipos variados de tinta e superfícies diferenciadas. Você consegue descrever um pouco do seu estilo em suas produções? Essa questão é bem complicada. Acho que o estilo, de um ponto de vista bem amplo, acaba sendo conseqüência de uma série de coisas. Pode ser resultado do que me agrada visualmente, da minha forma de desenvolver o meu trabalho, somada ao meu modo de ver o mundo e pensar a vida, isso acaba criando um estilo pessoal, uma assinatura estética em tudo que eu crio. Mas tem gente que olha o meu trabalho e vê inserido num estilo oriental, outros enxergam traços de tattoo, tem os que encontram em uma obra um estilo específico ou outra característica. Acho perigoso encaixar meu trabalho dentro de um estilo específico, porque acaba virando um rótulo e isso limita muito. É como se você estivesse colocando algo dentro de uma caixa expressão, muito o que experimentar e evoluir, então. A arte oferece infinitas possibilidades de acho importante seguir “fora da caixa”, sem
Primeira de uma série de ilustrações de Mateus.
Conta mais sobre essas experiências internacionais. Participei de exposições em Los Angeles, Bélgica e Londres. Depois da exposição em Londres, no ano passado, aproveitei também para viajar pela Europa por um tempo e foi demais! É sempre muito bom viajar, experimentar coisas novas, conhecer lugares e pessoas diferentes, dividir o trabalho com o público e também visitar museus, galerias, ver de perto a obra de grandes artistas que me inspiram.
Japonisme
Foto: arquivo pessoal
É bom demais ver as reações do público diante do meu trabalho, conversar, trocar idéias durante uma vernissage. Acredito que arte é encontro e, ao levar meu trabalho a outros países, acabo levando o que eu faço para mais pessoas, isso é muito importante pra mim. Além disso, todas essas experiências novas que acontecem durante uma viagem acabam funcionando como combustível para criar coisas novas. Você está envolvido em algum projeto? Esse ano está bem movimentado, estou com vários projetos já sendo executados e outros ainda por vir. Venho criando muitas ilustrações exclusivas para moda, vou participar de duas exposições em São Paulo. Em breve começo a pintar uma série de painéis grandes para o próximo Congresso Brasileiro de Oceanografia, que esse ano acontece no Rio de Janeiro. Também vou lançar ainda meu novo site com uma série de pinturas e ilustrações novas e vou participar de um projeto bacana envolvendo a pintura de murais em diferentes cidades.
PERFIL DO ARTISTA Nome completo: Mateus Bailon Idade: 27 anos Profissão: artista Nascido em: Balneário Camboriú (SC) Mora em: Itajaí (SC) O Material: lápis, nanquim, acrílica, spray, marcador, pastel, aquarela... Onde: papel, papelão, tecido, tela, madeira, parede... Produção diária ou noturna: diária e noturna Um ícone da arte: Difícil, tem muitos. Mas pela confiança e atitude, Pablo Picasso. Seu diferencial: ser eu mesmo Uma referência: meu pai Ser artista é... Transformar o invisível em algo “real”, em algo que se pode ver, tocar ou ouvir. Contato: www.mateusbailon.blogspot.com bailon@ymail.com www.twiter.com/bailon84 23 ♦ JORNAL DROP
Simples Olhar Texto e fotos: Marcio David
Foto: Marcio David. Local: Cacimba - Fernando de Noronha
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Um simples olhar pode ser uma das ~ sensacoes mais valiosa do mundo.
Simples Olhar
~ ~ ter medo de errar e procurar novos desafios, sao Nao fatores importantes para evoluir e enxergar o mundo de um forma diferente. Alvaro Bacana em sintonia ^ com o oceano.
Nos últimos anos, o surf ganhou notoriedade no cenário esportivo. O ato de deslizar sobre as ondas é contagiante. O simples olhar vira uma interação do homem com a natureza. É como redescobrir que as coisas simples da vida são as mais valiosas.
Foto: Marcio David. atleta: Alvaro Bacana
Em virtude da disputa do Hang Loose Pro, considerado o melhor campeonato internacional de surf no Brasil, a praia estava repleta de fotógrafos, vídeomakers, jornalistas, atletas e turistas. Na busca de desbravar novos caminhos, apelei para minha Há anos venho tentando transmitir a essência desse intuição. Acreditar no meu feeling proporcionou ver as ondas da esporte, e o prazer de viver com os pés na areia, através da Cacimba e praia do Bode com outros olhos, então tive a certeza minha fotografia. Fiquei muito tempo tentando compreender de que é necessário correr riscos para inovar. os melhores ângulos e formas para captar a energia que esse esporte expande. Confesso que durante alguns dias, tive o privilégio de fotografar o campeonato e o freesurf de um lugar fantástico, sem No início de 2012, tive a oportunidade de cobrir a ninguém ao redor. Aquele ângulo me proporcionou entender as temporada em Fernando de Noronha. Diferente dos anos ondulações e presenciar os catarinenses Jean da Silva e Ricardo anteriores, quando minha missão era cair na água e captar os dos Santos, executando um verdadeiro espetáculo. melhores momentos de ação, esse ano lancei um novo desafio e mudei a proposta. O objetivo foi mostrar o lado simples do surf. Outros surfistas como Marco Polo, Diego Rosa, Caetano Vargas, Neco Padaratz, Greg Cordeiro e Gabriel Galdino também Eu acredito que em algumas ocasiões, o medo de não desperdiçaram os tubos quando o swell apareceu. errar faz com que e gente não arrisque, mas isso gera uma comodidade e você perde a espontaneidade. Então, no caminho Em uma sessão, tentei fazer uma foto submersa do Marco para Noronha, refleti um pouco sobre as minhas experiências Polo cortando a onda, quando a água estava transparente e profissionais. Essa foi minha quinta temporada no arquipélago, cristalina. Ver qualquer surfista passando pelo tubo é uma cena mostrar algo novo e transparente foi uma forma de evoluir. majestosa. Lembro que o Polo comentou que enxergar debaixo
~ Sentar e apreciar sao valores simples. Gabriel Galdino em um angulo privilegiado na Cacimba. ^
A natureza exibe sua beleza. 27 ♌ JORNAL DROP
´ anos, o fotografo ´ Ha Marcio David procura transmitir a mais pura essencia de surfar. A busca ^ ~ para explorar novos ^ angulos gerou uma reflexao. A ideia esta na simplicidade das coisas. Greg Cordeiro em harmonia com a Cacimba.
Ricardo do Santos do jeito que o povo gosta.
da água era um privilegio, um verdadeiro dom, que Deus permitia apenas para alguns fotógrafos. Achei que aquela visão era a mais verdadeira, pois muitas pessoas nunca vão presenciar uma cena dessas ao vivo. As palavras do Marco Polo descreveram o meu propósito de tentar mostrar a essência e prazer de surfar. Ver e ao mesmo tempo sentir o mundo submerso é a razão de toda a minha busca. Uma característica que está comigo desde o começo. Hoje, acredito que tudo muda quando a pessoa aprende a enxergar. O mundo anda em perfeita harmonia, a vida está presente nos pequenos detalhes, uma sintonia que transmite a força da natureza. Um pôr do sol, o nascer da lua, uma amizade sincera e a humilde. Tenho certeza que um simples olhar faz você mudar o mundo.
Foto: Marcio David.
O catarinese Jean da Silva foi destaque na temporada.
Cacimba funcionando.
Agradecimento:
Simples Olhar 29 ♦ JORNAL DROP
FOLHA VERDE
Manipulação perigosa Por Julia Hoff
Você já parou pra pensar em quanto de metal seu corpo acumula diariamente? Provavelmente não... Pois é, nem eu! O pior é que desde o desodorante que usamos até o revestimento do banco do nosso carro, AdrianoAlumínio Rebelo somos todos expostos à metais pesados como Mercúrio,Foto: Chumbo, ou Cádmio, os quais são altamente relacionados à inúmeras doenças como Alzheimer, Depressão e Câncer. Estes metais que acabei de citar, além de serem encontrados em milhares de produtos e objetos que nos cercam, estão presentes no ar, na água e no solo. Ou seja: é praticamente impossível não ser contaminado de alguma maneira. Mesmo assim, existem muitos caminhos para reduzir a exposiçãoegarantirumavidamaissaudável.Eissocomeçamudandoaquele velho hábito de consumir sem ler o rótulo e os ingredientes, se deixando levar pela beleza da promissora propaganda. Quase ninguém se dá o trabalho de ler o que produtos ou alimentos contém. E aqueles que se dão ao trabalho de ler, muitas vezes não conseguem saber exatamente tudo o que está lá. Mas enfim, essa é uma outra história que faço questão de dividir com vocês em outra oportunidade... O número de doenças ligadas a esses metais acumulados pelo organismoéimpressionante.Alumínio,porexemplo,éassociadoàAlzheimer e ao Mal de Parkinson. Aquelas formulas usadas para recém-nascidos, desodorantes ou queijos processados são algumas fontes inesperadas de contaminação pelo alumínio. Outras são: panelas, shampoo, creme para a pele, antiácidos, fermento em pó e até água mineral (se for extraída de fontes com altos níveis de alumínio como a região sul de Minas Gerais e norte do Estado de São Paulo). Ah, não podemos esquecer das latinhas de refrigerante ou cerveja. Outro metal bem comum de se achar é o Cádmio, conhecido por inibir a ação de nutrientes como o Zinco, Ferro ou Cálcio no organismo, o que tanto compromete a saúde dos ossos quanto afeta o funcionamento do sistema imunológico, (justamente o sistema que combate doenças). Podemos encontrar Cádmio em grãos refinados, farinha branca, leite evaporado, fertilizantes e adubos, revestimento do banco de automóveis, e principalmente na fumaça de cigarro. Chumbo é outro elemento bem comum, também relacionado à doenças como Alzheimer, Demência, Convulsões, Agressividade ou Hiperatividade. Podemos achá-lo na água que passa por encanamentos de chumbo ou em ambiente de casas pintadas com tinta feita de chumbo (esse exemplos são mais comuns em construções antigas já que hoje as tintas não contém - ou nem tanto – chumbo e os canos são revestidos com outros materiais). Alimentos enlatados, chocolate refinado e fumaça de cigarro são outras fontes de contaminação pelo Chumbo. O Mercúrio é conhecido por conseguir rapidamente afetar o cérebro e é ligado à distúrbios neurológicos, psicológicos, imunológicos, além de arritmia cardíaca, dores de cabeça, visão turva e fraqueza. Encontramos Mercúrio em obturações dentárias (aquelas antigas cor prata), peixes (não todoseprincipalmenteoscriadosemfazendas)eacreditemsepuder:vacinas. Enfim, é até desanimador saber que são tantas as fontes de contaminação. Porém, por mais que não consigamos mudar do dia para a noite, pequenas atitudes podem acabar virando novos hábitos. Tem que querer, pois fácil definitivamente não é! Mas... Fica a dica! *Fonte:www.care2.com
ARAGUA
Multiplicando Sorrisos Por Equipe Aragua
Foto: Adriano Rebelo
O Centro Desportivo e Cultural Aragua é uma instituição sem fins lucrativos qualificada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Publico), localizada no canto direito para praia Mole. Desde 2011, a equipe do Centro, realiza o Projeto Aragua Social, que foi idealizado com o objetivo de proporcionar uma atividade extracurricular para as crianças do ensino público. O Projeto tem a intenção de oportunizar a prática do surf às crianças e jovens que não têm acesso aos equipamentos necessários devido ao seu alto custo. Além de garantir experiências desportivas, culturais e pedagógicas, que possibilitam aos participantes a intensificação de relações interpessoais, a relação com o meio ambiente e a boa saúde, alavancando fatores como a inserção social e a parceria entre esporte, educação e sustentabilidade. Atualmente, o Aragua atende a 15 crianças das escolas próximas, conta com aulas de surf, educação ambiental e artes. As famílias também participam através de palestras com os profissionais de educação física, pedagogia e nutrição recebendo importante conhecimento sobre como orientar seus filhos para uma vida saudável. O nosso amor ao mar deu nisso, compromisso em educar e proporcionar uma consciência mais ampla sobre o ambiente em que vivemos e a importância de nossas atitudes. Acreditamos que o surf nos inspira valores de amizade, solidariedade e cuidado com todas as formas de vida. Nossa meta não é formar profissionais e sim pessoas mais felizes e criativas. Todos são bem-vindos a conhecer e contribuir com este Projeto que só tem a crescer! São objetivos do CDC Aragua: - Promover a saúde, a qualidade de vida e a consciência ecológica; - Promover nosso Centro e nossas atividades; - Promover nossos parceiros e a importância de poder contar com empresas que agem e compactuam com nossa linha de pensamento; - Promover a Praia Mole como ícone de Florianópolis, um lugar de lazer, bem estar e diversão; - Promover o desenvolvimento sustentável da região, atrair turistas, comunidade local e regional, para participarem de nossas ações; - Ajudar com doações a quem realmente necessita; Venham participar de nossas atividades! Acessem nosso site e conheçam mais a nossa instituição: www.aragua.org.br Apoio:
No presente para ser futuro!
30 ♦ JORNAL DROP
TRIAGENS FECASURF Por Norton Evaldt
Circuito Catarinense Amador – 2ª etapa Data: 25 e 26 de fevereiro Local: praia do Santinho (SC) Alcides Lopes Neto vence no Santinho
Circuito Catarinense Profissional – 1ª etapa Data: 16 a 18 de março Local: praia da Joaquina
Guilherme Ferreira domina a Joaquina
Atleta: Alcides Neto. Foto: Basílio Ruy.
O segundo encontro do ano contou com a participação de 150 surfistas de todo Estado. As ondas não passaram de meio metro durante os dois dias de competições, mais foi o suficiente para a galera mostrar seus repertórios de manobras, na busca das melhores notas. O destaque da competição ficou para Alcides Lopes Neto, de São Francisco do Sul, campeão nas categorias Junior e Mirim. Alcides, achou as melhores ondas na bateria final e venceu a categoria Junior somando 13,50 pontos contra 7,05 pontos de Fernando Paulino, que acabou na segunda colocação. Completaram o pódio Gabriel Neves e Pedro Tanaka. O campeão na categoria Open foi o surfista de Balneário Camboriú André Mói. A maior nota da competição foi na categoria Infantil do atleta Matheus Herdy, que apesar de jovem apresentou o um surf de gente grande. O maior somatório foi de Alcides Lopes Neto com 15,00 pontos, nas duas melhores ondas na final da categoria Mirim. A próxima etapa do Circuito Catarinense Oceano de Surf Amador 2012 é na bela e preservada Praia do Rosa, em Imbituba, nos dias 5 e 6 de maio. OPEN
INICIANTES
1º) André Mói 1º) Gustavo Ramos 2º)Ygor Arakaki 2º) Giovane Picaski 3º)Victor Borges 3º) Nathan santos 4º)Dereck Adriano 4º) Luan Garcia JUNIOR
MASTER 1º) Adriano Lemos 2º) Carlos Kxot 3º) André Carneiro 4º ) Altair Michereff
INFANTIL
1º) Alcides Lopes 1º) Matheus Herdy 2º) Gabriel Kalani 2º) Fernando Paulino 3º) Gabriel Neves 3º) Lucas Vicente 4º) Pedro Tanaka 4º) Leonardo Barcelos MIRIM 1º) 2º) 3º) 4º)
FEMININO
1ª) Marina Rezende Alcides Lopes Yago Dora 2ª) Aloha Maciel Ian Tavares 3ª) Natalie Plachi 4ª) Evelin Conceição Allan Barbosa
Atleta: Guilherme Ferreira. Foto: Basílio Ruy.
A Praia da Joaquina mais uma vez foi o palco para a tradicional abertura do Oakley Pro 2012, que é válido pelo Circuito Catarinense de Surf Profissional. As ondas rolaram durante toda a competição, completando o grande sucesso desta primeira etapa. O evento teve lotação máxima e reuniu 144 surfistas de 14 estados brasileiros, na disputa dos R$ 30.000,00 oferecidos de premiação e também dos 1.500 pontos para o ranking Fecasurf. Quem largou na frente foi o catarinense Guilherme Ferreira. Guilherme fez uma ótima campanha durante toda competição e chegou à grande final determinado a vencer. Começou a construir sua vitória, na terceira onda da bateria, onde fez 8,83 pontos e assumiu a liderança, colocando pressão no gaúcho Rodrigo Dorneles que liderava até aquele momento. Tudo parecia estar indo bem, quando Rodrigo achou mais uma boa onda e marcou mais 6,40 pontos, retornando a liderança. Guilherme precisava virar a bateria novamente e com a torcida da galera a onda apareceu. Gui somou 16,80 para vencer a primeira etapa. Rodrigo Dorneles acabou na segunda colocação, e com 11,57 pontos, o catarinense Yuri Gonçalves, abocanhou o terceiro lugar. Na quarta colocação ficou o paulista Ícaro Rodrigues. “Estou muito feliz e com certeza esse é o fruto de dedicação. Surfo todos os dias aqui e isso me deu muita força para eu vencer o campeonato. Gostaria de agradecer toda a galera que torceu por mim, o evento foi alucinante com altas ondas desde o primeiro dia e todos estão de parabéns,” declarou o campeão. Destaques também para o catarinense Neco Padaratz e o carioca Pedro Henrique, ex-tops mundiais do WT, que protagonizaram um verdadeiro show de surf nas ondas da Joaquina. O Catarinense Tiago Bianchini recebeu foi homenageado com o troféu de Campeão Catarinense de Surf Profissional em 2011, seu primeiro título da carreira, conquistado com muito esforço e superação. Tiago está com o pé quebrado e não participou desta primeira etapa do circuito. A próxima etapa do Oakley Pro 2012 será na Prainha, em São Francisco do Sul de 1 a 3 de junho. 1º) Guilherme Ferreira (SC)
2º) Rodrigo Dorneles (RS) Resultado 3º) Yuri Gonçalves (SC) 4º) Ícaro Rodrigues (SP) 32 ♦ JORNAL DROP
Pioneiro de raiz Por David Husadel
amor a natureza e preservação do ambiente. Hoje, podemos observar que as invasões de dunas só chegaram até a Lomba do Sabão, nas Areias. O Cupim é fundador da ASC, juntamente com a turma citada acima, mas ressalta que o Ataíde foi atrás de CNPJ e tramite burocrático, liderando uma visão futurista sobre sustentabilidade, cultura e ecologia. O Cupim começou carregando madeiras nas dunas para fazer os primeiros palanques e campeonatos, continua até hoje atuando na ASC. Tem orgulho de ter trabalhado em campeonatos que projetaram vários atletas da região. Na entrevista que fiz, em sua casa, tomando um bom café passado, perguntei sobre a questão que fez o Cupim tornar-se conhecido: atrito e localismo. Acompanhe o pensamento do nativo sobre essa questão.
Cupim na trilha da Rua dos Surfistas, onde passa diariamente para seu ritual de surf. Foto: Cris Bianco
Adilson Miguel Vieira, o Cupim do Campeche, nasceu no dia 1º de fevereiro de 1962. Ele tinha uma avó no Campeche e outra no Retiro da Lagoa. Morou durante a infância no Saco dos Limões, mas vivia entre uma casa e outra. Na rua em que morava no bairro Saco dos Limões, foi o primeiro a ter uma prancha de surf, uma Cascão, foi o Sandro Morcego, mas era para ir ao verão para a Tapera, na casa de praia da família. Em 1976, Cupim começou a surfar com uma prancha Paulinho Piu, na época já conhecia o Catanhão, Ticão, Paulo Emerim, Arthur, Landinho e Ceumar, que eram surfistas da área, mas iam para a Armação desde 1973. Em 1976 ele, Marcelo, Sandro e Tuim fretaram uma Rural e levaram as pranchas do Saco dos Limões para a casa da avó, Dona Maricota, no Campeche. Ali se instalou um quartel general. Houve momentos em que a casa da Dona Maricota ficou pequena, as pranchas e os loucos se instalaram no antigo barraco de pesca do Seu Dêca. Este barraco de pesca ficava nas dunas, na continuação da Rua Auroreal (estrada velha do Campeche), que hoje não existe mais. Nesta época conheceram o Ataíde, Jabira e Jean, formando os primeiros surfistas locais do Campeche. O Cupim deixa bem claro: -“Talvez não fomos os primeiros a surfar no Campeche, mas somos os primeiros moradores a surfar diariamente aqui. De 1976 até 1982, a turma surfava direto, e ir para a Armação e Morro das Pedras caminhando era comum. Nestas andanças conheceram o Engenheiro Álvaro, que tinha uma Toyota Bandeirantes e dava carona. Em uma das conversas, a turma do Campeche ficou sabendo que os terrenos a 30 metros da maré mais alta, poderiam ser invadidos e tomado posse, isto explicava a invasão das dunas no Morro das Pedras. Nesta época, 1982, 1983 e 1984, Cupim, Ataíde, Jabira, Rubens Farias, Gersom, Keko, Caxinho, Jean Piacentini e Cica, tinham fundado a ASC – Associação de Surf do Campeche, mas o nome que estava sendo cogitado anteriormente era Associação de Surf Amantes da Natureza. Foi esta turma da ASC, encabeçados por Ataíde, que derrubou muitas cercas e colocaram fogo em vários barracos de grileiros. Estas ações foram responsáveis pela preservação das dunas na área central da praia. Foi um movimento natural, sem base ambientalista, mas que pelo
“Antigamente tinha uns paulistas que estavam começando a vir morar aqui na região da Lagoa da Conceição. Eles apareciam com frequência e foram bem recebidos, a gente surfava junto e conversava. Tinha tão pouca gente que surfava aqui, era legal alguém de fora. Mas por volta de 1988, 1989 estes caras trouxeram um fotógrafo da Fluir, pegamos ondas juntos, mas na matéria da revista, só saiu fotos destes paulistas, como se eles fossem os locais do Campeche. O pessoal de fora, que vem de cidade grande, não entende a cultura de ser criado, brincar e crescer em um bairro. Os bairros aqui em Floripa são longe um do outro, ninguém vai jogar bola no campinho de futebol dos outros e acha que está em casa. Tem que chegar com calma, ser convidado e se entrosar com a turma. Estes paulistas, que não vou ficar falando os nomes, estão por aí até hoje, mas perderam a oportunidade de fazer uma gentileza e serem recebidos de portas abertas. Vacilaram. Pescador de fora não vem aqui pegar peixe, hoje em dia é a rede do Seu Getúlio, do Seu Aparício e do Seu Chico (em memória). As ondas no Campeche, tanto as direitas quanto as esquerdas, são de fundo de areia, mas funcionam como point break. Todos os point breaks do mundo tem os locais que dominam o pico, então aqui não tem nada de diferente.” Cupim falou sobre essa questão com um ar melancólico, tipo: não precisava ser assim. Em sua formação cultural, ele viu uma Ilha que está se transformando. A questão não é crescer, mas perder a cultura e a educação. Ele começou a trabalhar com 14 anos no mercado público, depois trabalhou em uma banca de jogo do bicho, na cooperativa do Banco do Brasil, na fábrica de renda e bordados Hoepck e no Besc. Com o dinheiro que ganhou e com o Fundo de Garantia, ele próprio construiu suas casas e aluga. Mas ressaltou que durante toda a vida, em todos os empregos, só trabalhou depois do almoço para poder surfar pela manhã. Recentemente, seu amigo Ademir Damasco, que é produtor cultural, fez um documentário sobre sua vida, com o nome Cupim. Neste documentário mostrou um Adilson Cupim que faz Boi de Mamão desde sua infância no Saco dos Limões, que constrói casa tipicamente açoriana, na arquitetura e no processo de fabricação. Que é oleiro, constrói alguidares e vasos de barro, e que encontrou sua companheira, a Cris Bianco, que entendeu e apoiou a preservação dos costumes de um típico moleque de família açoriana que cresceu vivendo nas praias do leste da Ilha.
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Foto: Arquivo pessoal
TUBO DO TEMPO
News i
Test Ride Rusty em Itajai Por caroline Lucema
Galera reunida em Ítajai Fotos: Osvaldo Pok Junior
A Rusty Brasil realizou no dia 10 de março o primeiro Test Ride Rusty Surfboards de 2012. O cenário escolhido foi a praia Brava, em Itajaí. O final de semana ensolarado colaborou com o evento, que disponibilizou cerca de 20 pranchas para o público se divertir. Entre os diversos modelos estavam: Dwart, Jokerr, Slayer e as novidades da temporada, as pranchas Bali Single Fin, um modelo retrô monoquilha com design atual e a Misfit, uma prancha de alta performance. A confraternização contou com a presença do surfista profissional da marca, o catarinense, Willian Cardoso. Além de testar as pranchas gratuitamente durante toda a manhã, na parte da tarde rolou a competição “Test-Ride Overall”. Foram formadas quatro duplas, compostas por um surfista local, indicados pela ASPI e um test-rider escolhido por sorteio devido a grande quantidade de participantes. A dupla que obteve o melhor resultado levou uma prancha Rusty zerada como prêmio para cada um. Os vencedores foram o big rider itajaiense Rodrigo Cutelo e o atleta mirim de Balneário Camboriú, Paulo Pinheiro. A disputa ainda contou a presença do surfista de São Francisco do Sul, Yan Söndahl, de apenas 7 anos que participou da competição ficando em segundo lugar. AaçãocontoucomapoiodaAssociaçãodeSurfdeItajaí(ASPI), Monster Energy Drink, Chiclet Trunk, Siri da Brava Bar e site Waves. Acesse o link e acompanhe o vídeo completo: https://vimeo.com/38568787
Skate Estilo DROP SKATE
Foto: Marcio David
Com
Marcos Gabriel
Christian Hosoi
Foto: Marcio David
Duane Peters
Omar Hassan
Foto: Marcio David
Pelo segundo ano consecutivo, o bowl do Rio Tavares Mother Fucker, que também é a casa do catarinense Pedro Barros, foi palco para uma grande celebração do skate. Na pista, diferentes gerações deixaram o público alucinado com a diversidade de manobras executadas durante o Red Bull Skate Generation, nos dias 30, 31 e 1º de abril, em Florianópolis. Alguns dos maiores nomes da atualidade como Omar Hassan, Nathan Bec “Jimmy” e Sandro Dias se juntaram a lendas como Jeff Grosso, Duane Peters e Christian Hosoi. No meio de toda essa gente, outras feras locais como Marcos Gabriel, Luis Roberto Formiga, Vi e Léo Kakinho, completavam uma lista cheia de nomes de peso. A vitória do time dos sonhos, formado por Felipe Caltabiano, Pedro Barros, Léo Kakinho e Christian Hosoi, consagrou em grande estilo a diversidade do skate contemporâneo e fechou com excelência os três dias de competição. O momento foi um marco para o skate no país, talvez por isso a satisfação fosse visível nas expressões, manobras e vibração da galera. Em um evento como esse, a energia é suficiente para instigar. Todo esse clima colaborou para que os skatistas se arriscassem nas manobras mais ousadas. Mas sem dúvida, o grande diferencial é o formato. As baterias proporcionam uma troca de estilos, que deixa o nível descomunal. O sentimento de ver
Foto: Kaio Souza
pOR cAROLINE lUCEnA
Felipe Caltabiano
Foto: Marcio David
toda aquela família unida, presenciar um lifestyle, em uma pista com o visual do mar, é alucinante. Prova de todo esse sucesso foi a presença de cerca de duas mil pessoas que acompanharam de perto todas as sessões. Para embalar a multidão que compareceu ao Rio Tavares e acompanhou a final, só mesmo a voz frenética de Paulo Davi, locutor oficial da CBSK (Confederação Brasileira de Skate). Com a ajuda de Zé Gonzalez e suas picapes, colocaram ritmo na decisão que rolou com a melhor sonzeira. O DJ, que também é skatista, foi um dos caras que voltou as raízes, já que suas primeiras discotecagens foram em campeonatos. Zé comentou que não atende nenhum pedido na hora de selecionar as músicas, mas foi difícil não abrir uma exceção para o dono da casa, Pedro Barros. Minutos antes de entrar em ação, acompanhei o anfitrião preparando uma playlist com pedidos especiais. Segundo Gonzales, sons pesados como Black Sabbaht e Joy Division. Parece que a música ajudou, mas o talento de Pedro Barros é nato, ele se abastece da energia que troca com a pista. Competindo no quintal de casa e após ter vencido a terceira etapa do mundial de bowl, que aconteceu no dia 31, o atleta foi o grande destaque. A mistura de vôos altos e aterrissagens precisas ajudaram Pedro a ultrapassar os seus adversários e com conhecimento total da pista, o catarinense provou que é um ícone em competições de bowl. Quando o time dos sonhos subiu ao pódio para coroar o sucesso, o idealizador do Red Bull Skate Generation, Andre Barros, selecionou poucas, mas sábias palavras para descrever a satisfação de ver esse sonho acontecer. A seguir, você acompanha esse e outros relatos de algumas figuras do Red Bull Skate Generation.
Pedro Barros.
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DROP SKATE ANDRE BARROS, o idealizador “Eu gostaria de agradecer a todos os presentes. Também quero me desculpar por todo o incômodo que esse evento traz para essa comunidade, no sentido de trânsito, poeira e gente gritando. Mas é uma boa causa, acho que isso é válido. Todos nós temos que no sacrificar um pouco, eu abro minha casa para todos vocês, não é fácil acomodar essa multidão aqui dentro. Isso aqui é o maior sonho que eu tive, a única finalidade de eu fazer acontecer é mostrar para todas as pessoas que pensam no skate, que o skate é um lifestyle. Essa é a forma de se fazer um evento. O resultado final será sempre esse, a energia. A energia é uma coisa que se expande, se todo mundo está amarradão, feliz com o que acontece aqui, a mídia vai trazer isso para o povo, o povo vai levar essa informação para o povo e vamos chegar no resultado que interessa: o positivo.” PEDRO BARROS, o anfitrião “Esse campeonato representa o que é o skate de verdade. Eu espero que tudo isso ajude na evolução do esporte. Esse ano foi importante, rolou até transmissão ao vivo, permitindo que todos sintam a energia que vale de verdade, o que sentimos quando estamos na pista. Vencer aqui em casa não é diferente, na verdade, vencer aqui não tem significado nenhum, a maior conquista é ver tudo isso acontecendo e celebrar esse campeonato.”
MARCOS GABRIEL, skatista profissional “Esse campeonato passa para a galera, desde o leigo, até para os que estão começando a raiz do skate. É uma disputa importante, pois é um formato diferente realizado em bowl. Ver tudo isso acontecer, nessas proporções em Florianópolis é muito importante.”
PAULO DAVI, o locutor frenético “Acho que esse evento é a consagração do skate brasileiro em fusão com o skate internacional. É super importante ter alguns ídolos, que há algum tempo nos incentivaram para que o skate chegasse a algum lugar e, hoje, os caras estão andando de skate aqui com a gente. Vale ressaltar que a cena do skate nas pistas de cimento deve muito a galera do Rio Tavares Mother Fucker e, com certeza, duas ou três gerações futuras vão sair daqui, a molecada está arrebentando.”
LÉO KAKINHO, skatista profissional “Gosto de andar junto com o meu filho e alguns dos meus melhores amigos. Também é um privilégio presenciar a evolução do Pedro, que eu praticamente ensinei a andar de skate. Nos mesmos construímos essa pista, pensando em nos divertir, não imaginávamos promover um evento como esse que está aconteceu aqui. Mas o resultado é esse: muito skate, amizade e adrenalina.”
ZÉ GONZALES, DJ “Esse ano faz 25 anos que eu sou DJ profissional. Mas também sou skatista e comecei a tocar esporadicamente em campeonatos, quando estava com o braço quebrado ou lesionado A minha raiz como DJ é no skate, minhas primeiras discotecagens de verdade foram nesse clima, então, estou em casa. Todos os presentes são amigos, os atletas master, legend, os novos são filhos deles.”,
Fotos: Adriano Rebelo
Foto: Adriano Rebelo
Time dos sonhos Pedro Barros, Felipe“Foguinho”, Léo Kakinho e Christian Hosoi foram os vencedores do Red Bull Skate Generation.
Foto: Adriano Rebelo
Durante o intervalo das disputas, a marca Drop Dead realizou um best trick na pousada Hi-Adventure. Rodolfo Ramos levou o prêmio executando um perfeito fs melon to bs transfer.
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DROP NELE
Sandro Dias Por Caroline Lucena
Resume o que skate significa para você. Eu sou muito grato por tudo que eu vivi. O skate só me trouxe coisas boas. Saúde, cultura, conhecimento, família e viagens. O apoio que eu tive dos meus patrocinadores. É difícil de imaginar minha vida sem o skate. Um dia eu vou parar de competir, mas parar de andar é difícil. Ter o skate por perto faz bem, independente de onde estiver. Quem ainda não anda e tiver a oportunidade, deve fazer isso. Define o seu perfil como atleta. Acho que meu objetivo e mostrar o quanto o skate faz bem para minha vida. O esporte me dá uma boa condição financeira, lógico que não é fácil. Nada cai do céu, eu ando de skate há 26 anos, sou profissional há 17 e dei sorte de conseguir aproveitar as oportunidades. Mas nunca fiquei no sofá, esperando alguma coisa, fui atrás e batalhei. Fiquei muito tempo longe da família, dos amigos, da namorada. Tenho seis sobrinhos e não vi nenhum nascer. Os amigos de infância me perguntam: - “Quando você vai viajar?” Eu quero casar. E mesmo assim, quinze já entraram na igreja, mas fui a poucas cerimônias. Em algum momento você pensou em desistir? Eu perdi muitas coisas na minha vida, que também tem valor, mas em contrapartida eu conquistei tudo isso. Teve uma época que eu balancei e me perguntei se valia à pena. Gente nascendo, casando, aniversários de familiares. Achei que era hora de colocar na balança, porque a vida está passando. Graças a Deus, já tenho sucesso no que eu faço, porque realmente eu batalho, mas chega uma hora que é preciso se dedicar um pouco ao lado pessoal. Eu sou muito apegado a minha família, por isso eu voltei para o Brasil e estou morando perto de todos, é bom aproveitar esses momentos junto com eles.
Fotos: Adriano Rebelo
Sandro Dias subiu em um skate pela primeira vez em 1986. Dado pelos pais de natal, o presente instigou o menino, que com o passar do tempo, começou a ter equilíbrio e freqüentar as pistas perto de casa. A Força Local, que nessa época já era um half pipe de madeira, e depois a pista de São Bernardo, que existe até hoje. A evolução foi constante e, com 11 anos, o atleta, também conhecido como mineirinho, participou de seu primeiro campeonato. Em 1988 já era Campeão Brasileiro de Street, na modalidade Iniciante. Dois anos depois, a profecia se cumpriu, era hora de Sandro assumir a vida de skatista e virar um cidadão do mundo. Depois de ser pego de surpresa pelo aval positivo de seu pai, Sandro fez a mala e junto com os amigos embarcou para sua primeira experiência internacional, o destino escolhido: Califórnia. Na entrevista a seguir, você acompanha outras histórias desse ícone do esporte brasileiro. Como é ser um skatista da década de 80? A gente sofreu muito, não é como hoje, que as portas estão abertas. Meu primeiro campeonato internacional foi em 89, na Alemanha. O Brasil era mal visto, por que o mercado nacional plagiava as marcas “gringas”. Em torno de dez brasileiros treinavam para participar no Vertical, mas os skatistas estrangeiros apagavam as luzes na hora que íamos andar. Eu era umas das crianças que tinha um patrocínio copiado. Lembro até hoje, quando o Tony Hawk pegou o meu skate e fez uma cara de decepção, pois a marca verdadeira era seu patrocinador. Para conquistarmos o prestigio que temos demorou muito tempo. Eu me tornei profissional em 1995. Em 96, comecei a viajar para o Circuito Europeu e Canadá. Em 97 fiz meu nome na Europa para depois chegar nos Estados Unidos. Qual o momento mais marcante que o esporte te proporcionou? Quando eu entrei para o X-Games em 1999. Naquele momento eu senti que estava dentro do jogo. Na minha primeira participação fui até a final e consegui reconhecimento do mercado internacional. Aqui no Brasil, um registro importante foi o X-Games, no Rio de Janeiro. Eu ganhei a competição e acertei o 900°. A mídia parou a transmissão do jogo do Corinthians para exibir a manobra ao vivo. Acho que a partir do 900°, o cenário no Brasil mudou, essa manobra foi um divisor.
Define o skate brasileiro antes e depois de Sandro Dias. Na verdade eu não faço nada sozinho. Eu sei que contribui bastante, passo uma imagem limpa e positiva. Mas para chegar onde estou, precisei ter disciplina e conquistar muita coisa. Hoje os meninos nascem
TRIAGEM FCSKT
Desafio de Skate
andando de skate. Estou competindo com moleques, alguns vinte anos mais novos do que eu. No último campeonato que eu fui, no Rio de Janeiro, encontrei o Mitche Brusco, ele começou a andar de Por Mario Junior “Cachorro” skate e agora estamos competindo. Tem horas que eu paro e penso: - “Será que eu estou velho?“ Eu servi de exemplo para mostrar esse Data: 23 de março 2012 lado positivo do esporte, a imagem saudável, mais profissional. Saber representar o seu patrocínio é importante e sobre isso posso falar mais. Mas definir o skate antes e depois de Sandro Dias, não Atleta: Thales Prates. Foto: João Vitor Brinhosa existe. Você teve dificuldades para acompanhar a evolução da modalidade? Hoje é tudo muito rápido, os campeonatos já estão sendo transmitidos ao vivo e a internet revolucionou o mundo todo. Em 86, quando a gente ia viajar, ficava vários dias sem contato com as pessoas. Se você mandasse um postal, chegava antes da família receber. É impressionante, a gente que é de uma geração mais antiga, acompanhou toda essa evolução, mas ainda acho difícil se adaptar. Quais os planos para o futuro? Em abril vou ficar cinco semanas na Índia. Aceitei o convite porque eu nunca fui e tenho curiosidade. Vou perder alguns eventos, mas será proveitoso, pois faço algumas imagens inéditas. No meio do ano temos o X-Games. Eu sou daqueles caras que quando vejo o calendário com pouca coisa fico desesperado, pensando como vou ficar tanto tempo em casa. Agradecimentos... Primeiro a Deus, agradeço também a minha família e meus pais. Meu cunhado, que trabalha comigo há 12 anos, o Darcio. Minha esposa, meu filhotinho que está chegando. Meus patrocinadores, a HD que está fazendo um investimento muito bacana no skate. A Oakley pelos 16 anos de parceria, a Red Bull que me apóia há 11 anos. Positiv e minha marca: Till The End Skateboards, que acabei de lançar com o Fabio Sleiman, que é um grande profissional de Street. Também agradeço a mídia e ao pessoal que reconhece o meu trabalho. A energia das pessoas é o que mais motiva.
Ficha Técnica
Data de nascimento: 18/04/75 Naturalidade: Santo André (SP) Patrocínios e apoios: Red Bull, HD, Oakley, Positiv e Till The End Skateboards. Um filme: Qualquer filme de skate Um som: Hard Core e Have Metal, mas escuto de tudo Uma vitória: X-Games em 2006, no vertical Uma lembrança: Quando acertei o 900° pela primeira vez
No aniversário da capital catarinense, não podíamos deixar de festejar com a organização de um belo evento de skate. Na véspera, 22 de março, o dia amanheceu nublado e chuvoso, mas não tirou nossa empolgação. E não deu outra, no dia seguinte, o trabalho começou cedo. Oito horas já estávamos deixando tudo em ordem para que o evento ocorresse dentro dos conformes. Logo, os skatistas começaram a chegar e a movimentação na quadrinha da trindade aumentou. As inscrições podiam ser feitas nas categorias Estreante e Mirim. Era necessário levar um brinquedo, que foram destinados para o Lar Recanto do Carinho, em Florianópolis. Na categoria Estreante - que é para atletas de pouca idade poderem se familiarizar com as competições de skate - tivemos 3 baterias. E renderam muitas surpresas e belas manobras, ficou complicado para os juízes selecionarem a melhor. Na Mirim, alguns skatistas já se destacaram e a disputa foi bem acirrada. Mais trabalho para os juízes na definição da melhor manobra. Depois do almoço as competições recomeçaram e foram na precária pista da Trindade, que está precisando de uma reforma urgente. Os atletas da categoria Amador entraram na pista para exibir uma verdadeira competição de Best Trick. Com manobras de altíssimo nível, o público foi a loucura, empolgando os skatistas e tornando o evento um marco no aniversário de Florianópolis. Estamos todos de parabéns pela realização desse evento. Agradecemos a cooperação de todos os skatistas participantes e também do público. Com certeza, Florianópolis teve um feliz aniversário! 41 ♦ JORNAL DROP
MERCADO NEGRO Pelo segundo ano consecutivo, o Billabong Rio Pro, que acontecerá de 9 a 20 de maio na capital carioca. Esta será a terceira etapa de 2012 do ASP World Tour, e terá a maior premiação da temporada, oferecendo US$ 625 mil em prêmios (US$ 500 mil na competição masculina e US$ 125 mil, na feminina).
Marquito foi o grande vencedor do Prêmio Greenish Brasil 2011. O Surfista o prêmio R$ 25 mil pela vitória na categoria Maior Onda. A onda foi surfada no dia 28 de maio, na praia da Silveira, em Garopaba, no litoral catarinense. Marquito foi representado pela esposa na festa, que elogiou a iniciativa da Greenish e não escondeu o contentamento pela vitória do marido e porque também saiu premiada, já que ela foi a cinegrafista da onda vencedora. “Quero agradecer em nome do Marquito que, está hora, está muito feliz”, disse Maria Hoppe. Danilo Costa e Kristian Kimmerson foram os vencedores na Melhor Tubo e Melhor Aéreo, respectivamente. Para ficar ligado nas notícias da Greenish acesse: www.greenish.com.br
O catarinense Willian Cardoso, 26 anos, ganhou a inédita final entre dois brasileiros no tradicional Surfest Newcastle na Austrália. A vitória só foi conquistada nos últimos minutos, quando conseguiu sua única onda boa na bateria para superar o paulista Filipe Toledo, 16, que se destacou com seus aéreos de backside nas esquerdas de Merewether Beach. Outro paulista, Hizunomê Bettero, 26, também surfou bem no último dia e só perdeu para o campeão na semifinal já verde-amarela no Burton Toyota Pro. Ele dividiu com o norte-americano Gabe Kling, 31, o terceiro lugar no ASP 6-Star de Newcastle. Os atletas de surf, motocross e paraquedismo da Nicoboco tiveram um mês de abril agitado. A agenda de Cauê Wood, Jano Belo, Caio Lopes e Rogério “Ipiranga” Fleury foi recheada de treinos técnicos, aulas e provas classificatórias. O catarinense Wood foi para San Diego, Califórnia (EUA), onde permaneceu até o dia 11, testando as quatro novas pranchas e se adaptando ao quiver. Depois, o vice-campeão Brasileiro Pro Junior, voltou para Floripa, onde competiu, entre os dias 17 e 22, a Oakley Pro Jr 2012, na praia do Campeche, em Florianópolis. Outras informações sobre cada atleta estão no site: www.nicoboco.com.br.
A marca Hawaiian Dream está com o show room fixo em Florianópolis. Toda a coleção de verão 2013 já está disponível. As novas instalações ficam junto à fábrica da Tropical Brasil, no Campeche. Confecção, pranchas e acessórios para as melhores Surf e Skate Shops do litoral catarinense. Mais informações através dos telefones: (48) 9987 3460 / 9139 1612 (Jonny) . Após longo período vivendo em São Paulo e trabalhado em diversas marcas importantes do cenário do skate brasileiro, Marco Cruz está mudando de ares. Morando na região Sul, Cruz agora responde pelo marketing das marcas da Drop Dead, Creature, Santa Cruz, Ricta, Mob Grip, Krux , Child e Independent. Para mais informações, acesse: www.dropfamily.com.br.
Nas frias e perfeitas ondas das praias chilenas, a Oceano buscou inspiração para criar a sua coleção de inverno 2012. Todos os produtos levam nomes de picos e praias chilenas, homenageando assim este belo país sul americano. Seguindo as tendências mundiais, a coleção inverno 2012 Oceano usa tecidos diferenciados com muita mistura de fios e modelagens no estilo militar. Estampas com nome e brasões e desenhos com efeitos desgastados, apliques e bordados que enriquecem as peças e listrados personalizados, são pontos marcantes da coleção. O xadrez continua com tudo. Coletes e jaquetas em metalassê, forros em pele de Alpaca sintético, juntamente com os cardigãs de abotoamento duplo e capuz, complementam os looks de inverno com muita versatilidade e modernidade. A Coleção Inverno 2012 Oceano já está a venda nas melhores lojas dos estados do RS, SC, PR, MG e BA. Confira mais detalhes no site www.oceano.com.br
Tomas Hermes lança o filme : Simplesmente Decorado. A ideia começou quando quando o computador estragou e ficou três meses sem movimentar o seu website, o que acarretou em um acúmulo de imagens. Tomas resolveu mostrar algo diferente com imagens relacionadas à arquitetura, design, meio urbano e arte. O filme passa por países como: Inglaterra, França, Espanha, Indonésia, África do Sul, Brasil, Austrália, entre outros. Os surfistas e amigos: Miguel Pupo, Willian Cardoso, Jesse Mendes, Caio Ibeli, protagonizam algumas cenas. A idéia é deixar o filme pronto final em 2012. Mais detalhes e novidades sobre o curta no website : www.tomashermestv.com
A marca HB, criada em 1971 pelo surfista e shaper Terry Fitzgerald, apresenta sua coleção de vestuário masculino para o inverno 2012. O tema “Life on Boards”, é um convite ao descobrimento das culturas e influências artísticas que marcaram o surgimento dos boardsports, explorando lugares como Califórnia, Hawaii, África do Sul e Austrália. A marca lança peças inspiradas nos acontecimentos históricos das décadas de 60 e 70, como a ida do homem a lua, movimentos artísticos e nos esportes que surgiram a partir do surf, caracterizando a liberdade desafiadora que envolve o estilo de vida de quem pratica os mais variados esportes radicais A coleção inverno 2012 HB, traduz a irreverência e necessidade de descobrir novas culturas e ter a vida conectada aos diversos boards, surf, long, skim, skate, wind, snow, body, sand, finger, wake, carve, speed, mountain e flow. Outras informações no site: www.hb.com.br
O concurso Estica e Dale, da marca Mormaii, já está na 2ª etapa. Enquanto a primeira fase contemplava o melhor aéreo, a 2ª premiará o surfista que realizar o melhor snap, então chegou vez de quem é bom na “troca de borda” mostrar o seu talento. Aproveite as boas condições de surf em todo o Brasil previstas para esta época do ano, capriche no estilo e concorra a um wetsuit Mormaii Snap. O início da segunda fase é no dia 21 de abril e vai até 20 de maio. Para outras informações e verificar o regulamento completo: www.mormaii.com.br
FREESTYLE
Gustavo Malagoli Nome completo: Gustavo Malagoli Data de nascimento: 03/04/1989 Naturalidade: Sao José (SC) Patrocínio: Bastard, Crystalgirp, PC3 skateboards Apoio: DGK, Silver, Fkd Um som: O Dog Gucci Manne Uma viagem: Estados Unidos e Barcelona Um momento: Quando ganhei meu primeiro skate, os trucks estavam virados , fiquei um mês andando assim, até alguém me avisar que estava errado.
Local: Califórnia (EUA) Fotos: Paulo Macedo/Divulgação Bastard Wear 180 fs nollie fakie nosegrind 42 ♦ JORNAL DROP
BLITZ Jornal Drop - Edição #110
Camaradas da Curva de Hill.
Jeova na Tikehau.
Daniel na loja Aesthetic.
Galera da loja Makaha.
Afonso e Ricardo no Desafio de Skate.
Nina esbanjando estilo.
Alvaro conferindo o último exemplar do jornal.
Clara curtindo o Jornal Drop e os adesivos da Rusty.
Atletas Alexsandro ET, Felipe Lobão e Gustavo Malagoli.
Joca Herdy na blitz Rusty x Jornal Drop.
Adriano, Sandro Dias e Carol no Red Bull Skate Generation.
Dj Edu Schwartz comandando o som na festa de 14 anos do Jornal Drop, no NOMURO.
Gabriela na festa de 14 anos do Jornal Drop.
Tainá na festa de 14 anos do Jornal Drop .
www.jornaldrop.com.br
Guia
45 ♦ JORNAL DROP