O sujo e o mal lavado
1- Arthur Lira conclamou a impren sa alagoana “a cumprir seu papel” e investigar Paulo Dantas, seus aliados na Assembleia Legislativa e outros gestores públicos. O mesmo chamamento foi feito pela deputada Jó Pereira durante entre vista coletiva do candidato Rodrigo Cunha para repisar as denúncias contra seu adversário ao Governo de Alagoas.
2- A convocação do deputado faz lembrar a piada do macaco que não olha para o próprio rabo. Arthur Lira seria o último político com moral para fazer tal pedido à imprensa, a menos que aposte na falta de memória do povo ou acredite no trabalho sujo da imprensa domesticada que encobre seus malfeitos.
3- Imprensa séria, comprometida com os interesses maiores da população, não precisa da lição de jornalismo de Arthur Lira. Basta acessar o Google, digitar seu nome e logo aparece a folha corrida do par lamentar com a lista de seus antecedentes criminais.
Ponto para Renan
Ao garantir o retorno de Paulo Dantas ao governo, Renan Calheiros venceu Arthur Lira no primeiro round da grande luta pelo comando político de Alagoas. Se o senador ganhar a eleição, Lira perderá por nocaute.
A disputa se estenderá ao Congresso Nacional onde Lira tra balha para se reeleger presidente da Câmara dos Deputados e Renan tentará voltar ao comando do Senado agora com o reforço do filho-senador.
A briga da dupla faz lembrar a peleja do galo velho contra o galo novo que queria tomar conta do galinheiro. Ao final de uma disputa venceu a esperteza do galo velho, mas no ringue eleitoral de Alagoas não vale a decisão radical do dono do galinheiro.
Da natureza política
Aliados de hoje, Arthur Lira e Rodrigo Cunha nun ca se bicaram. Na Assem bleia de Alagoas, Cunha as sumiu o papel de defensor da moralidade pública ao denunciar Lira e demais deputados-taturanas con denados por corrupção.
Hipocrisia
O candidato Rodrigo Cunha pediu a união de todos para combater a fome, a miséria e o analfabetismo em Alagoas e somar esforços contra políticos que se locupletam do poder para sugar os cofres públicos.
4-
Arthur Lira talvez esteja com a memó ria curta para esquecer que, assim como outros veículos de comunicação, este jornal EXTRA foi vítima de processos judiciais por investigar ações deletérias do próprio parlamentar. Inclusive impondo censura prévia ao jornal para satisfazer propósitos ditatoriais.
Na eleição de 2014, Rodrigo Cunha venceu Biu de Lira na disputa ao Senado, derrota que até hoje não foi digerida por Arthur e seu pai. No pleito eleitoral des te ano, os dois se aliaram para derrotar Renan, mas os ventos sopram a favor dos Calheiros com ajuda do STF.
Ao seu lado estava Arthur Lira, operador do famigerado orçamento secreto, maior sumi douro público por onde escoam bilhões de reais do orçamento federal.
5-
Todo alagoano lembra a famigerada Operação Taturana que prendeu e condenou vários deputados, inclusive o próprio Lira, por desvio de R$ 300 milhões (valores não atualizados) dos cofres da Assembleia. Quinze anos depois, todos permanecem na impunidade enquanto os cofres públicos continuam lesados.
No entanto, assim como na fábula do escorpião, Arthur Lira também pode festejar uma eventual derrota de Cunha como vingança pela derrota do pai em 2014. Faz parte da natureza política.
Só em Alagoas Lira distribuiu meio bilhão de reais com pre feitos aliados que lhe garanti ram a reeleição à Câmara dos Deputados. Um deles, Gilberto Gonçalves, de Rio Largo, está sendo investigado por desviar R$ 40 milhões das emendas secretas bancadas por Lira.
A vida como ela é
6-
A imprensa que cumpre seu papel também não precisa pesquisar para saber que Arthur Lira está inelegível por ter sido condenado em duas instâncias da Justiça alagoana pelo assalto aos cofres públicos quando era deputado estadual.
Caiu na real
7-
Vale lembrar ainda que mesmo con denado, Lira escapou da Lei da Ficha Limpa por uma liminar graciosa conce dida por um juiz amigo do poder e avali zada pelo mesmo tribunal que afastou o governador Paulo Dantes no processo das rachadinhas.
8-
Ao tentar pautar a imprensa para satisfazer seus interesses nada repu blicanos, o deputado Arthur Lira esquece o rabo preso e se transforma em sujo falando do mal lavado. A história não pode ser apagada.
A volta de Paulo Dantas ao cargo de governador redu ziu as chances de Arthur Lira eleger seu pupilo Ro drigo Cunha ao governo de Alagoas. Ele apostou todas as fichas nas investigações da PF contra Dantas e dava a vitória de Cunha como favas contadas. Arthur Lira acreditava que o afastamento do governa dor provocaria a deban dada geral dos prefeitos aliados de Renan Filho para
braços de Rodrigo
A jogada podia até dar certo, mas o jogo tomou
rumo.
Alfredo Gaspar de Mendon ça Neto, um dos deputados federais eleitos com maior votação na eleição deste ano, estava presente à entrevista coletiva convocada por Rodrigo Cunha para fazer propaganda eleitoral.
O ex-chefe do Ministério Públi co Estadual teve o nome citado na reunião e recebeu aplausos da mesa, inclusive de Arthur Lira, que foi denunciado na Operação Taturana pelo pró prio Gaspar, hoje amigo íntimo do chefe do Centrão.
Antes de cair nos braços de Lira, Gaspar integrava o núcleo duro do Governo Renan Filho, que o lançou na política. Mas a aliança acabou quando o chefe do orçamento secreto ofereceu um partido e um orçamento milionário, o que garantiu a eleição do ex-promo tor de Justiça.
“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)
ELEIÇÕES
Tropas federais e baixarias marcam
2º turno em Alagoas
Dantas e Cunha no debate media do pelo jornalista Amorim Neto (C)
prefeito JHC (PL), promete levar iniciativas adotadas no município para todo o estado como a CNH So cial, o Saúde da Gente, o Saúde da Mulher.
O governador diz que o senador é quem é o ladrão, reclama da agres sividade da campanha, diz ser ino cente nas investigações da Assem bleia, fala da decisão do Supremo Tribunal Federal, que devolveu seu mandato. “O STF lhe desmascarou”. Acusa Cunha de ter comprado um apartamento de R$ 5 milhões com dinheiro do orçamento secreto.
E o senador volta a rebater, no vamente chama Dantas de ladrão, repete as informações levantadas por investigação da Polícia Federal na Assembleia, afirma que após as eleições o governador será preso e terá de devolver o dinheiro desviado da Assembleia.
O nível do debate, que já era ruim, consegue ser ainda pior. Nem as intervenções do jornalista Amo rim Neto, responsável por mediar o debate, melhoram as condições da discussão. Dantas e Cunha encaram um vale tudo, talvez por saberem quanto vale cada um.
ODILON RIOS Especial para o EXTRAAseleições de 2022 são mais tensas e disputadas dos úl timos anos em Alagoas. Por influência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, autorizou o envio de tropas federais para 27 ci dades. Ele foi informado do “cená rio acirrado da disputa ao segundo turno no Estado, com a ampliação da violência, atrelado ao contexto de fragilidade institucional”.
Por causa do afastamento de Paulo Dantas (MDB) do governo, o senador Rodrigo Cunha (União Bra sil) e Arthur Lira pressionaram os juízes do Tribunal Regional Eleito ral (TRE) a pedirem tropas federais para todas as cidades. Por dois moti vos: o comitê do senador tinha sido destruído por supostos apoiadores
de Paulo Dantas e Alagoas estava sem governador, apesar de o vice José Wanderley Neto (MDB), aliado de Dantas e do senador Renan Ca lheiros (MDB), ter substituído o titu lar do cargo.
O debate entre os dois candi datos no 2º turno mostrou que a baixaria poderia incentivar atos de violência.
O último confronto na TV Gazeta na quinta, 27, atestou que, na briga pelo poder, valeu absolutamente tudo.
Rodrigo Cunha começou a falar sobre a concessão da água e do esgo to, decisão do então governador, hoje senador eleito Renan Filho (MDB). Cunha disse que o grupo de Paulo Dantas “vendeu a água do povo” e perguntou o que ele faria para redu zir a tarifa para o consumidor.
Dantas associou Cunha ao Go verno Teotonio Vilela Filho, dizendo que naquela época não havia sanea
mento básico e Maceió tinha baixo atendimento na rede de esgotamen to e água na torneira. O governador prometeu universalizar água e esgo to e incluiu nas promessas o Canal do Sertão, cujas obras começaram em 1992 e ainda não terminaram. O canal deve chegar a Arapiraca, ao menos é a programação do projeto. “Vamos fortalecer a agricultura fa miliar, a pecuária”, resumiu o gover nador.
Cunha rebateu: Dantas não ti nha projeto para baixar o valor da água e da taxa de esgoto. Prometeu revisar os contratos, baixar os valo res cobrados. E tratou como priori dade na gestão.
Dantas chamou Cunha de menti roso, dizendo que o contrato não pode ser quebrado através de promessas realizadas na campanha. Falou em “estagiário do orçamento secreto” porque ele “recebeu R$ 54 milhões do Arthur Lira”, citando gasto de R$ 500 mil em combustível no gabinete do senador em Brasília.
Cunha rebate, diz que foi Dantas o citado em escândalo de corrupção na Assembleia, chama de ladrão, se associa ao desempenho da gestão do
O governador cita João Caldas, a família Pereira, “o maior bandido do Brasil” Arthur Lira, todos en calacrados com escândalos de cor rupção. Insiste não ter enriquecido com o crime, diz ser um dos maiores produtores de leite de Alagoas, seus bens estão declarados no imposto de renda, nenhum programa do gover no parou de funcionar apesar das ações de Rodrigo Cunha na justiça eleitoral, cita Lula, Renan Filho, diz ter lado, exige de Rodrigo Cunha sua posição na campanha presiden cial, acusa o senador de traição na política.
Rodrigo Cunha lembra a traição de Paulo Dantas com a esposa Ma rina Dantas (Paulo foi pego em um hotel por agentes da Polícia Federal no quarto com uma mulher) e cita o pai, Luiz, que acusou o filho de corrupção. “Quem não respeita pai e mãe não tem respeito”. Fala dos óculos e dos dentes de Paulo Dantas, ele “vive de mamata”, é servido em bandeja por empregados.
E o governador piora as coisas: ladrão, estagiário do crime, menti roso.
Uma única vez falou-se do afun damento dos bairros provocado por extração de sal-gema pela Braskem. Foi Rodrigo Cunha quem lembrou. Paulo Dantas desviou o assunto e terminou ali o drama dos moradores de três bairros da capital.
A lama cobriu os narizes.
Clima de violência e troca de acusações abafam propostas dos candidatos ao governo
MOUSINHO
Hora de decisão
Baixo nível
Será
nesse domingo, dia 30, que Alagoas vai saber quem será o governador a partir de 1º de janeiro. Numa campanha tumultuada e recheada de agressões de parte a parte, o eleitor já deve ter escolhido em quem vai votar.
Na cola
A Operação Edema, que tantos transtornos tem causado nos últimos dias, tem apavorado certos perso nagens na Assembleia Legislativa. Alguns que supostamente participa ram diretamente ou tiveram conhe cimento das estranhas operações, já estão sendo intimados para prestar esclarecimentos na Polícia Federal.
Insônia
Na Assembleia Legislativa o clima é de apreensão, principalmente pela “visita” da Polícia Federal em mais de uma oportunidade, o que tem causado desconforto em alguns personagens. O inquérito, que rola desde 2019, pode ter seu desfecho a qualquer momento, aliado a pedido de prisão para pessoas supostamente envolvidas na contratação de servi dores fantasmas.
Pra baixo
O comportamento do deputado Davi Maia, conhecido como grande opositor ao grupo do senador Renan Calheiros durante os últimos quatro anos, foi muito questionado dias atrás quando optou por se aliar ao grupo adversário. Uma meia volta na sua história política, analisam observadores.
Outro rumo
A decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre o afastamento do governador Paulo Dantas só foi pos sível porque o cargo assim o exigia. Se houver deputados envolvidos na nomeação de mais fantasmas na Assembleia, a demanda deverá ser enviada para o Tribunal de Justiça de Alagoas.
Até a véspera das eleições muita coisa ainda pode acontecer, e, pelo comportamento dos dois candidatos, nada será surpresa para o eleitorado que acompanhou o embate entre Rodri go Cunha e Paulo Dantas durante toda a campanha política.
Nunca uma campanha em Alagoas baixou tanto de nível como essa para o governo. Foi ladrão pra cá, ladrão pra lá, além de adjetivos como mentiroso, cara de pau e outras generosidades entre os candidatos. Na eleição para presidente a coisa não é muito diferente e Bolsonaro e Lula dis putam o voto dos indecisos com todas as armas que possuem.
Requentadas
Como o vale tudo já começou há muito tempo nesta campanha, notícias requen tadas estão circulando nas redes sociais, como se isso modificasse o voto do eleitor.
Crueldade
Com salários astronômicos, conforme deixou bem claro a ministra Laurita Vaz no seu voto no pleno do Superior Tribunal de Justiça, os “beneficiados” recebiam migalhas dos seus apadrinhados.
Imprevisível
A eleição deste domingo é considerada como impre visível, se considerar que em 1988 o senador Renan Calheiros já se considerava eleito prefeito de Maceió e, em 1990, governador de Alagoas. Perdeu nas duas vezes.
Desistindo
Como não deve ter circulado mais dinheiro na compra de votos, fato recorrente no primeiro turno, pode ser que a falta de grana desestimule parte do eleitorado alagoano.
Poço de mágoas
O senador Fernando Collor dá sinais de não querer mais conversa com o prefeito JHC. E tem suas ra zões para isso. Collor não teve reciprocidade na sua candidatura ao Governo de Alagoas.
Baixaria
Desde o início do Guia Eleitoral, salvo algumas exceções, não se viu outra coisa a não ser agressões entre os candidatos, transformando o objetivo de le var propostas ao eleitorado em um embate pessoal, onde até as famílias não foram poupadas.
De olho
Mesmo na temperatura alta nos bastidores durante a campanha, a vaga de Cícero Amélio, no Tribunal de Contas do Estado, já está sendo tratada com prioridade por alguns personagens. Pelo andar da carru agem, teremos novo conselheiro até o final do ano para gozar das delícias do cargo.
Em alta
Se prevalecer o bom senso, o ex-secretário do Gabinete Civil Fábio Farias deverá ser indicado para o cargo de Conselheiro do TC. Discreto, competente e com trânsito livre em todas as correntes políticas, bem que Fábio poderia assumir tão importante função no Tribunal de Contas.
Reta final
Até esse domingo novas denúncias podem inundar as redes sociais pelos candida tos Paulo Dantas e Rodrigo Cunha, que disputam palmo a palmo o governo de Alagoas. Como nos últimos dias denúncias se tornaram uma constante, inclusive no Guia Eleitoral, se espera que novos fatos mais comprometedores possam acontecer.
ELEIÇÕES
ODILON RIOS Especial para o EXTRAde Rio Largo, Gilberto Gon çalves (PP), foi afastado do cargo por ordem da Justiça. Mas antes uma operação da Polícia Federal que deveria prendê-lo acabou vazando e o prefeito, ainda no cargo, con seguiu uma liminar suspen dendo as investigações. Até hoje não se sabe quem vazou esta operação.
Pesquisa
Ipec divulgada na sexta, 28, mostra que o governador Paulo Dan tas (MDB) tem 52% dos votos válidos e o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), 48%. A diferença entre os dois dimi nuiu e eles estão tecnicamente empatados. A margem de erro da pesquisa, contratada pela TV Gazeta de Alagoas, é de três pontos percentuais, para mais ou menos e foram ouvi das 800 pessoas entre 26 e 28 de outubro. 83% dos eleitores declararam que a decisão so bre o voto é definitiva e 15% responderam que podem alte rar o voto no domingo, dia da eleição.
Em 20 de outubro, Dan tas tinha 49% e Cunha, 40%. Naquele momento da disputa, 78% dos alagoanos disseram ao instituto que a decisão do voto era definitiva e 21% de clararam haver chance de mu dança do candidato no próxi mo dia 30.
A disputa acirrada entre os candidatos foi confirma da também pelos números do Paraná Pesquisas, segundo o qual o governador, em 14 de outubro, tinha 48,1%. No úl timo levantamento realizado neste 2º turno, divulgado na quinta, 27, tinha 45,8% das in tenções de voto.
Rodrigo Cunha chegou a 38,2%, empatou tecnicamente com Dantas no dia 20 (44,4% x 42,5) e oscilou para 42,2% pelo último levantamento.
A campanha eleitoral ala goana foi bastante agitada, com denúncias de corrupção, interferência do Superior Tri bunal de Justiça (STJ) e Polí cia Federal e uma estratégia do tudo ou nada adotada pelos dois comitês.
Paulo Dantas foi afastado no dia 11 de outubro por deci são da ministra do STJ Lauri ta Vaz. Voltou ao cargo após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 25.
Investigação da Polícia Fe deral apontou que ele liderava uma organização criminosa na Assembleia Legislativa que desviou R$ 54 milhões através de dinheiro sacado da conta de funcionários fantasmas. O esquema de rachadinha, diz a PF, aconteceu quando Dantas era deputado estadual. Ainda de acordo com as investiga ções, mesmo quando assumiu o governo do Estado ele conti nuou nomeando funcionários na Casa e se beneficiando das
RODRIGO CUNHA
rachadinhas.
A PF também investiga o pagamento de despesas pes soais da mulher dele, Mari na Dantas, uma irmã e dois cunhados.
Quando os ministros do Su premo Tribunal Federal (STF) devolveram o cargo a Paulo Dantas, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso levantaram duas questões:
1) O Código Eleitoral proí be medidas deste tipo contra candidatos a cargo majoritário entre 15 dias antes do 1ª turno até dois dias depois do 2º turno (tese de Mendes);
2) Existe dúvida sobre a competência do STJ para o afastamento de governadores em casos como o de Paulo Dan tas, porque as denúncias se re ferem ao mandato de deputado estadual (posição de Barroso).
Houve também denúncias de corrupção contra aliados de Cunha e que mereceram o si lêncio no comitê do senador.
Em 11 de agosto, o prefeito
Gilberto Gonçalves voltou e a expectativa é que Rio Lar go dê largos votos a Rodrigo Cunha, a pedido de Arthur Lira.
A família Pereira, que indi cou a vice Jó Pereira (PSDB), também é enrolada em situa ções de difícil explicação. Por isso, ganharam o silêncio de Rodrigo Cunha.
O chefe do clã, Joãozinho, é superintende da Codevasf (Companhia de Desenvolvi mento do Vale do São Fran cisco), estatal mergulhada no orçamento secreto, gerencia do por Arthur Lira.
Nesta semana, o Minis tério Público do Trabalho acusou o prefeito de Campo Alegre, Nicolas Pereira, de coação, constrangimento e ameaças a servidores con tratados e comissionados no ambiente de trabalho. Estes servidores eram obrigados a votar pela reeleição do presi dente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro, aliás, foi rene gado no palanque de Rodrigo Cunha, apesar do entorno do senador pedir votos ao presi dente da República, como é o caso de Arthur Lira, o depu tado estadual Davi Davino Fi lho, a própria família Pereira e o prefeito de Maceió, JHC, que dirige o PL alagoano e declarou publicamente o voto em Bolsonaro.
Em vídeo, Rodrigo Cunha declarou que, ganhe quem ga nhar, Lula ou Bolsonaro, es tará com ambos na tarefa de atrair projetos para Alagoas.
Eleição do novo governador vai ser decidida voto a voto
Ipec aponta empate técnico entre Paulo Dantas e Rodrigo Cunha
ELEIÇÕES
Os programas de governo de Paulo Dantas e Rodrigo Cunha
MARIA SALÉSIAsallesiaramos18@gmail.com
pra melhor” é a promessa do gover nador e candidato à reeleição Paulo Suruagy do Ama ral Dantas (MDB). Aos 43 anos, Dantas diz que três compromissos influenciam o conjunto de ações de suas propostas para o governo. Garantir as conquistas e fazer Alagoas seguir mudando, comba ter a fome e a pobreza e inovar para gerar mais empregos e ren da. Com “Alagoas do bem estar”, o senador e candidato ao governo Rodrigo Santos Cunha (União Brasil), 41 anos, diz que “Alagoas merece mais” e por isso, entrou na vida pública para revelar a face humana, construtiva e trans formadora da política. Cunha afirma se orgulhar de ter sido o único parlamentar a destinar re cursos para os 102 municípios do estado. Para que o eleitor possa escolher o melhor nome que irá governar Alagoas nos próximos quatro anos, o EXTRA apresenta as propostas de governo dos dois candidatos.
“Daqui
PAULO DANTAS
Ex-prefeito de Batalha, deputado estadual e governador de Alagoas
O programa de governo “Ala goas daqui para melhor” é resulta do da interlocução entre as forças políticas e setores da sociedade civil que apoiam o governador Paulo Dantas. A ideia central das propostas apresentadas é conti nuar o que já vem mostrando bons resultados e criar novas políticas públicas que promovam o cresci mento com inclusão social e pro voquem avanços nos indicadores socioeconômicos, principalmente aqueles relacionados às camadas mais pobres da sociedade.
O plano de governo de Paulo
Dantas apresentado ao Tribunal Superior Elei toral (TSE) contém 43 páginas, nas quais relata 326 compromissos de cam panha distribuídos em 24 temas. O documento foi dividido em diretrizes ge rais, com cinco eixos que estruturam o conjunto de propostas: Estado e socie dade, Inclusão Social, Sus tentabilidade e bem estar, infraestrutura e desenvol vimento urbano e gestão governamental.
O Eixo 1 é o mais abrangente de todos e dentro dele se encontram os tópicos de educação, saúde, segurança, cultura, esporte e lazer, turismo, desenvolvimento econômi co, inovação e competitivi dade e política agrícola. O Eixo 2 aborda tópicos liga dos à inclusão social: ge ração de emprego e renda, mulher, direitos humanos, povos tradicionais e popu lação negra. O Eixo 3 traz pro postas comprometidas com a sus tentabilidade e bem estar social: meio ambiente, gestão das águas, saneamento e mitigação de de sastres naturais. O Eixo 4 trata das questões ligadas à infraes trutura e desenvolvimento urba no: integração Maceió e Região Metropolitana, infraestrutura lo gística, habitação e urbanização, energia e gás. Por fim, o Eixo 5 refere-se à gestão governamen tal: gestão fiscal, modernização da gestão pública, transparência e integridade.
Segundo o documento, as pro postas reunidas representam o compromisso da coligação Ala goas daqui para melhor com toda a sociedade alagoana e servirão como guia para as ações gover namentais no período 2023/2026 e para o próximo PPA 2024/27. O foco principal é priorizar a oferta de políticas públicas para os gru pos sociais vulneráveis e faixas
mais carentes da população, supe ração da fome, e preparar o estado para o crescimento econômico.
Na Educação, a proposta é expandir o ensino médio em tem po integral em mais 50 escolas e ampliar para 18% a cota de ICMS distribuída aos municípios que apresentarem melhoria no Ideb. Já na saúde uma das propostas é ampliar a capacidade instalada nos hospitais da rede estadual para absorver a demanda regular de cirurgias. Na área de Seguran ça, a pretensão é expandir a rede de Centros integrados de Segu rança Pública (Cisps).
Na inclusão, a proposta do can didato é criar o programa SINE no Bairro, para orientação de emis são de carteira de trabalho digital e de currículos, cadastramento no banco de vagas de emprego. Em relação à mulher, propõe ampliar a atuação da Patrulha Maria da Penha para todas as cidades sedes de delegacias regionais e bata lhões da PM.
Em relação à sustentabi lidade, no que diz respeito à gestão das águas, o candidato se propõe transferir a gestão do Canal do Sertão para a Casal. No Meio Ambiente uma das ações será a implantação do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais, com foco na proteção dos mananciais, matas ciliares e recuperação de nascentes.
Em Saneamento se propõe a concluir as obras de esgota mento sanitário de municípios do litoral Norte, além de garan tir a universalização de abas tecimento de água e do esgota mento sanitário em Maceió até 2026. No turismo, propõe criar uma agenda turística “Alagoas além das praias”, uma rota gas tronômica e elaborar um plano de diretrizes para o turismo em Alagoas.
Na Infraestrutura, o candi dato pretende implantar vias paralelas à Av. Durval de Góes Monteiro – do viaduto da PRF até o Ibama, criar uma “Nova Leste-Oeste” e implantação de um parque metropolitano de eventos na Região Metropoli tana de Maceió. Nas propostas para habitação estão a constru ção de cinco mil casas para as vítimas da enchente de 2022, elaboração do projeto do bair ro planejado “Novo Pinheiro” e apoio de ecovias nas zonas ru rais.
Em relação à Gestão Gover namental, o candidato propõe simplificar e consolidar a le gislação tributária, fortalecer os processos e instrumentos de gestão fiscal e modernizar a infraestrutura tecnológica da Sefaz, além de implantar o Pro grama Alagoas mais Digital, entre outros.
Para conhecer as propos tas de governo de Paulo Dan tas basta acessar https:twi tter.com/paulodantasal ou https:www.instagram.com/ paulodantasalagoas/.
Confira o compromisso de cada um dos candidatos em áreas essenciais como saúde e educação
ELEIÇÕES
RODRIGO CUNHA
Ex-deputado estadual e senador
O candidato Rodrigo Cunha diz não se tratar apenas de um programa de governo convencional, mas de um compromisso de vida. Seu programa apresentado ao TSE conta com mais de 70 páginas, com ações voltadas ao combate à pobreza, uso inteligente da água, equilíbrio fiscal, educação, saú de e segurança. O documento divide diversos temas em cinco eixos: Alagoas do acolhimento e proteção, Alagoas de mocrática e cidadã, Alagoas do futuro e do conhecimento, Alagoas que trans forma vidas e Alagoas sustentável e inteligente.
Na área da saúde, o candidato pretende efetivar no âmbito do SUS a política estadual de regulação e forta lecer e consolidar as redes de atenção à saúde. No acolhimento, Cunha irá elaborar o Plano Estadual de combate à pobreza e criar o Comitê Interseto rial de Políticas Públicas de Alagoas, redução do deficit habitacional e cria ção do programa de reforma de mora dias voltado para famílias em situação de vulnerabilidade social.
No eixo Alagoas democrática, a proposta é criação de centros da ci dadania, apoiar os municípios na im plantação de núcleos de cultura cida dã e instalação de núcleos de apoio aos superendividados em todo o estado, empoderamento e reconhecimento da mulher e combate ao trabalho infantil.
Na segurança pública busca forta lecer o Gabinete de Gestão Integrada Estadual de Segurança Pública, estru turar o Centro Integrado de Comando e criar o Comitê Integrado de Projetos da Segurança Pública, otimizar os re cursos dos Fundos de Segurança Pú blica.
Em direitos humanos vai viabi lizar o Programa de Autonomia da Mulher Alagoana - AMA, garantir a
incorporação dos fundamen tos dos direitos humanos no âmbito das instituições de governo, apoiar os municípios na implantação de Núcleos de Cultura Cidadã voltados à prevenção e controle da vio lência.
Na Educação se compro mete a consolidar a Política Estadual de Educação for talecendo ações e medidas específicas voltadas para necessidades e demandas de diferentes grupos, criar o Programa de Recuperação e Expansão de Matrículas na rede pública do Estado, for talecer o Programa Estadual Alfabetização na Idade Certa, criar o Programa de Redução do Analfabetismo, criar o Pro grama de Redução do Analfa betismo Digital para todo es tado e o Programa Acessando a Universidade.
Ciência e tecnologia vai criar o Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inova ção para o período 2024/2027, estimular a inserção de tecnologias limpas no setor privado, promover e fortalecer a agricultura e pecuária, criar Centros Regionais Avançados de Tecnologia e Inovação nos municípios mais populosos.
No esporte e lazer irá apoiar os municípios na expansão da oferta de infraestrutura esportiva nas comuni dades, fomentar a prática do esporte educativo e participativo, o combate ao sedentarismo e o estímulo à cria ção de comunidades ativas.
Em relação a cultura e economia criativa, a proposta é estruturar, fortalecer e consolidar estratégias de valorização da cultura e das tra dições alagoanas, criar a Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa. Auxiliar, apoiar e construir,
junto com os 102 municípios, os planos de ação para o uso e aplicação dos re cursos federais e criar o Alagoas Film Comission.
No desenvolvimento econômico vai criar o Programa Cresce Alagoas, o Programa de Fomento à Utilização de Energias Renováveis, criação do Programa Alagoas Mais Simples e es truturar ações no combate à sonegação fiscal, além de criar o Programa ‘Com pra + Alagoas’ destinado a estimular as compras governamentais de empre sas alagoanas.
Para o agronegócio irá criar o Pro grama + Agro Alagoas e estabelecer políticas de estímulo ao surgimento de agroindústrias que agreguem valor aos produtos do campo.
No turismo será recriada a Secre taria Estadual de Turismo com obje
tivo de garantir a infraestrutura necessária ao impulsionamento tu rístico do estado, incentivar o turis mo de negócios, elaborar um plano de comunicação que contemple as plataformas usadas pelo destino e um Plano Estadual do Turismo.
Trabalho e emprego destaca a criação do Programa Estadual da CNH e criação do Programa Primei ro Negócio, além do apoio ao progra ma Mulheres Empoderadas.
Em gestão vai estruturar em cada órgão executivo da gestão es tadual Observatórios Setoriais criar o Programa Acelera e Licita, Mapa Estratégico do Servidor Público Es tadual e criar o Gabinete dos Muni cípios.
Em Infraestrutura, promete criar o Programa + Estrada Ala goas, pavimentar vias urbanas das sedes de municípios e interligar as diversas rotas turísticas do estado.
O meio ambiente irá integrar as políticas ambientais às políticas de desenvolvimento econômico, conso lidar a atuação dos Comitês de Ba cias Hidrográficas em todo território alagoano e fazer um Plano Estadual de Recuperação das Áreas Degrada das.
Na mobilidade urbana o com promisso é apoiar os municípios na organização e na prestação dos ser viços de transporte público coletivo intermunicipal de caráter urbano.
A comunicação irá criar o Pro grama ALAGOAS ON voltado a ampliar a estrutura e os pontos de Wi-Fi gratuito por todo o estado, estruturar um programa de desbu rocratização dos processos de ges tão pública e fortalecer a gestão dos sistemas de saúde, de educação, de assistência social e de segurança pública.
Para mais detalhes, acesse o site alagoasmerecemais.com.br ou entre em contato com o candidato no perfil do Instagram @rodrigocunhaal.
Dantas e Rodrigo Cunha colecionam polêmicas; veja o perfil de cada um
BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.comturno das eleições 2022, marcado para este 30 de outubro, vai decidir quem comandará o Palácio República dos Palmares pelos próximos quatro anos. Dentre os sete candidatos a governador de Alagoas, os postu lantes que avançaram na disputa foram Paulo Dantas (MDB) e Rodri go Cunha (União Brasil).
Osegundo
O atual governador e candida to à reeleição Paulo Dantas (MDB) terminou o primeiro turno na lide rança, com 46,64% dos votos váli dos. Seu adversário, Rodrigo Cunha (União Brasil), ficou com o segun do lugar na corrida eleitoral, com 26,79% dos votos.
Ficaram de fora da disputa do segundo turno os candidatos Fer nando Collor (PTB), Rui Palmeira (PSD), Professor Cícero Albuquer que (PSOL), Bombeiro Luciano Fontes (PMB) e Luciano Almeida (PRTB).
Veja o perfil e algumas das po lêmicas que os dois postulantes ao cargo de governador nos próximos quatro anos colecionam.
PAULO DANTAS (MDB)
Dantas é o atual governador de Alagoas e tem o apoio do sena dor Renan Calheiros (MDB) e do ex-presidente Lula, tem 43 anos e nasceu em Maceió. Formou-se em administração de empresas pelo Centro Universitário Cesmac.
Produtor rural, foi eleito pre feito de Batalha por dois man datos consecutivos (2005/2008 e 2009/2012). Foi eleito deputado es tadual em 2018 e, em maio de 2022, assumiu o Governo de Alagoas após o governador Renan Filho ter re nunciado ao cargo para disputar o Senado já que o vice, Luciano Bar bosa, já havia renunciado há dois anos para disputar a Prefeitura de Arapiraca.
No último dia 11 o governador e candidato à reeleição foi afastado
do cargo por decisão da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz, confirmada posterior mente pela maioria da Corte Espe cial do STJ. O afastamento atendeu a um pedido da Polícia Federal.
Segundo inquérito da PF, Dan tas supostamente chefiava um es quema de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Ala goas quando deputado estadual. Ainda de acordo com as investiga ções, aproximadamente R$ 54 mi lhões teriam sido desviados desde 2019.
Os investigadores dizem que Paulo Dantas continuava nomeando funcionários fantasmas e se benefi ciando do esquema mesmo no cargo de governador. Ele foi reconduzido ao cargo esta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Dantas chegou a ser acusado por Bahia Boiadeiro, filha do vereador de Batalha Adelmo Rodrigues de Melo, o “Neguinho Boiadeiro”, as sassinado por pistoleiros em 2017, de ser o mandante do crime.
A coligação de Dantas, no entan to, afirma que a acusação é falsa e diz que um irmão de Bahia Boia deiro já desmentiu essa denúncia em juízo. E garante que o caso já foi esclarecido pela Segurança Pública de Alagoas.
RODRIGO CUNHA (UNIÃO BRASIL)
Cunha, que tem o apoio do de putado federal e presidente da Câ mara, Arthur Lira (Progressistas), tem 41 anos e nasceu em Arapiraca. Formou-se em Direito pela Univer sidade Federal de Alagoas. Também tem pós-graduação em Direito do Consumidor e em gestão estratégica empresarial.
Atualmente senador, Cunha foi superintendente do Procon em Ala goas, vice-presidente da Associação Brasileira de Procons e membro da Comissão Nacional de Proteção ao Consumidor e Acesso à Justiça.
Em 2014, foi eleito deputado estadual. Concorre ao cargo de go vernador pela coligação Alagoas Merece Mais (União Brasil/Federa ção PSDB Cidadania/PSB/PP). Sua vice é a deputada estadual Jó Perei ra. Cunha ganhou notoriedade em Alagoas também por ser filho da de putada Ceci Cunha, morta em uma chacina junto ao seu marido, Juve nal Cunha da Silva, o cunhado Iran Carlos Maranhão Pureza, e a mãe de Iran, Ítala Neyde Maranhão.
Pelo crime, que ficou conhecido como Chacina da Gruta e ocorreu
em 1998, o médico e ex-deputado federal Talvane Albuquerque foi condenado como mandante. Eleito suplente de Ceci naquele ano, seu objetivo era ocupar a vaga dela na Câmara.
Entre as polêmicas que Rodrigo Cunha coleciona, está o processo no qual lhe é cobrado na Justiça pela ex-esposa e advogada Lavínia Ca valcante o valor de R$ 1,2 milhão referente a honorários advocatícios. O processo tramita desde julho do ano passado na Vara Cível da Ca pital, com audiência de conciliação marcada para o dia 14 de março de 2022, às 14 horas.
Na ação, ela relata que prestou consultoria em alguns processos complexos tanto administrativos junto à Câmara dos Deputados quanto judiciais e, que por razões afetivas, não houve acerto, à época, de honorários advocatícios.
Mais recentemente, em agosto deste ano, o candidato ao governo de Alagoas pelo União Brasil foi convocado pela Justiça de Alagoas para uma audiência de instrução e conciliação referente à dívida de taxas condominiais de um aparta mento de sua propriedade localiza do no bairro de Jatiúca, em Maceió. O débito é de R$ 6.512,94.
A ação de cobrança de cotas condominiais foi impetrada no Tri bunal de Justiça de Alagoas pelos advogados que representam o con domínio após várias tentativas de resolução junto a Rodrigo Cunha sem avanços.
SEGUNDO TURNO
O segundo turno das Eleições 2022 acontece neste domingo, 30 de outubro, em todo o território nacio nal e em 181 localidades no exte rior. No Brasil, mais de 156 milhões de eleitoras e eleitores aptos a votar vão retornar às urnas.
Além de escolher entre Rodrigo Cunha e Paulo Dantas, os alagoa nos terão que decidir entre os candi datos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL) quem será o presidente da República pe
Candidatos a governador de Alagoas se enfrentam no segundo turnoPaulo Dantas é produtor rural e Rodrigo é Cunha formado em Direito
ELEIÇÕES
Próximo governador vai herdar 1,3 milhão de alagoanos na miséria
Economis ta Cícero Péricles
ODILON RIOS Especial para o EXTRAgovernador de Alagoas, seja ele quem for, terá pela frente um cenário desafiador incluindo R$ 5 bilhões em caixa. Não é uma contradi ção: apesar dos cofres cheios de dinheiro, lideramos em analfabe tismo, temos mais famintos que a média brasileira e nossa economia é atrelada ao desempenho nacional mais as transferências de recursos federais.
Opróximo
“Os limitados recursos da eco nomia local e da receita estadual são insuficientes para enfrentar todos os nossos problemas e, por isso, têm caráter complementar. A expectativa é que 2023 seja um ano bom para a economia nacional para que os impactos negativos sejam amenizados no estado”. A análise é do economista e professor da Faculdade de Economia, Admi nistração e Contabilidade (Feac) da Ufal Cícero Péricles.
Por outro lado, os guias elei torais desfilaram os mesmos – e históricos – problemas alagoa nos, incluindo um componente: o destino do dinheiro do Fundo de Combate à Pobreza (Fecoep).
O Fecoep entrou na dispu ta eleitoral. Há pressão para execução de projetos para er radicação da pobreza e o ar gumento do governo é de que o dinheiro do fundo ajudou a bancar a construção de hospi tais, já que 90% da população depende quase que exclusiva mente do SUS e enfrentamos uma pandemia. O próximo go verno será obrigado a rever os
destinos do Fecoep?
Os recursos do fundo são limi tados diante da tarefa de erradicar a pobreza ou até mesmo para mini mizar a miséria em Alagoas. Para uma população de 3,3 milhões de alagoanos, temos 1,9 milhão de alagoanos inscritos no Cadastro Único, sendo que 1,3 milhão são considerados de “extrema pobre za”. É uma tarefa complexa, para muitos anos e que exige, como ago ra, a presença cotidiana e majoritá ria da União. O Fecoep está prestes a completar 20 anos de sua criação e continua necessitando de um pla no de investimentos para alcançar o seu grande objetivo, que é o de mitigar os efeitos da pobreza extre ma e das desigualdades. Falta um programa que defina, claramente, o destino desse recurso orçamen tário, e, principalmente, o público alvo de suas ações. Por falta desse plano, o Fecoep termina aprovando projetos sem apresentar os prová veis efeitos benéficos para a popu lação pobre, principalmente os que vivem na extrema pobreza; pro jetos isolados que, embora sejam positivos na sua intenção, não re velam nenhuma articulação entre si. O próximo governo necessitará modificar essa antiga situação.
Problemas históricos de Alagoas, como fome e analfa betismo, voltaram ao dia a dia das campanhas eleitorais. Você acompanha há décadas as cam panhas alagoanas. Como ex plicar que necessidades tão
básicas continuam no mesmo patamar de exigências e trata mentos nas eleições?
Existe uma história da pobreza no Brasil que explica esse quadro alagoano. Temos uma razão estru tural, antiga, que vem da nossa for mação econômica e social. O Brasil foi o último país a abolir a escravi dão, nos legando como herança um modelo concentrador de terras e renda e uma sociedade pobre e de sigual, que não foram devidamente modernizados por falta das mudan ças necessárias, como a reforma agrária, e de políticas mais fortes de inclusão social. O resultado é um país rico e desigual, de muitos pobres e miseráveis. A pauta da pobreza e seus deficits históricos continuam presentes na agenda de todos estados, com mais força nos estados nordestinos.
Onde as propostas dos can didatos na economia estão ul trapassadas? Onde elas são, para o senhor, avançadas?
Nestas duas últimas décadas, desde Ronaldo Lessa, as políticas públicas na área social representa ram as propostas mais avançadas dos governos estaduais por uma ra zão simples: temos o mais alto ín dice nacional de analfabetismo na população acima de 15 anos, a 6ª menor expectativa de vida ao nas cer e a 2ª menor renda per capita do país. Em razão de seus indicadores negativos, Alagoas possui o mais baixo Índice estadual de Desenvol vimento Humano-Municipal. Neste
cenário, com maior parte da popula ção vivendo na pobreza ou miséria, as prioridades sociais representam o sentido moderno da gestão esta dual. O que não avançou? As políti cas de desenvolvimento econômico. Alagoas continua sem uma política agrícola que aumente a sua dimi nuta produção de alimentos para sua população e de matérias-pri mas para as indústrias. Não temos uma política industrial capaz de mobilizar os recursos das empresas instaladas para aumentar a pro dução local que, de forma competi tiva, abasteça o mercado estadual, compita no mercado regional e abra espaços na pauta exportadora. A nossa pobreza decorre de deficits sociais históricos, mas também da ausência de um processo produtivo que gere mais riquezas no espaço estadual. Esse é um desafio para os próximos governos.
Há 100 anos, Fernandes Lima governava Alagoas, repre sentando o pior da violência e a união do público e setores mais atrasados além de protofascis tas. O que fazer para não repe tirmos esse nosso passado?
Um programa de crescimento econômico e de desenvolvimento so cial. Precisamos enfrentar os nossos deficits históricos e de deficiência de infraestrutura social – educa ção, saúde, habitação, saneamento –, e, simultaneamente, desenvolver a estrutura econômica geradora de riquezas, privilegiando os setores a ela relacionados e que estão pre sentes na nossa economia: a agri cultura produtora de alimentos e matérias-primas, a indústria de transformação e a construção civil.
Essa estrutura produtiva tem uma forte relação com os setores urba nos modernos da economia, como os serviços de tecnologia e informação, o turismo, os segmentos avançados da área educacional e de saúde e a competitiva e diversificada estru tura de comercialização. Esse pode ser o caminho para que Alagoas, no médio e longo prazo, supere sua crônica dependência das transfe rências diretas de renda e encontre um caminho de desenvolvimento econômico e social.
Mesmo tendo um fundo de combate à pobreza, Estado não sabe como usar este dinheiro
ELEIÇÕES
Lula e Bolsonaro: opostos que dividem brasileiros na maior eleição da história brasileira
TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.comdecide neste do mingo, dia 30 de outubro, quem será o próximo presi dente da República. É o segundo turno das maiores eleições já rea lizadas nos 90 anos de existência da Justiça Eleitoral, segundo con sidera o próprio Tribunal Supe rior Eleitoral (TSE). Mais de 156 milhões de eleitores, sendo 697 mil no exterior, estão aptos para fazer a escolha entre Jair Messias Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Obrasileiro
Por todo o país estarão funcio nando 472.075 seções eleitorais em 5.570 municípios e 181 cida des no exterior. Mais de 314 mil eleitoras e eleitores solicitaram o direito de votar fora do domicílio eleitoral no segundo turno do plei to. Essas pessoas poderão votar apenas para presidente da Repú blica se a localidade onde estive rem for fora do estado de origem.
Em 12 estados, incluindo Ala goas, a votação também será para governador e vice-governador: Amazonas, Bahia, Espírito San to, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Os números das eleições são gigantescos, um contingente mo bilizado para que a votação seja segura, tranquila e transparente. São 22 mil pessoas, entre servido res e colaboradores, engajados no trabalho, além de mais de 2,6 mil juízas e juízes eleitorais e 2,6 mil
promotoras e promotores do Mi nistério Público.
Estarão na linha de frente cer ca de 1,8 milhão de mesários no país, dos quais mais de 857 mil são voluntários. São essas pessoas as responsáveis pela operação das mais de 577 mil urnas eletrôni cas disponibilizadas para uso nas Eleições Gerais de 2022.
Em Alagoas estão aptos a vo tar 2.325.656 eleitores, segundo boletim do TSE de setembro, sen do 627.485 com endereço eleitoral na capital e outros 150.627 em Arapiraca, a segunda maior cida de alagoana. No primeiro turno de votação mais de 520 mil eleitores em Alagoas não participaram do processo, se abstendo de votar.
O Brasil já teve eleições extre mamente polarizadas, mas a es colha para presidente neste 30 de outubro parece não ter paralelo na trajetória republicana nacional. De um lado, a centro-esquerda de coalização de Luiz Inácio Lula da Silva e do outro, a extrema direita e o conservadorismo com discurso nacionalista de Jair Bolsonaro.
BOLSONARO
Jair Messias Bolsonaro tem 67 anos, é paulista, ex-militar, capitão da reserva e político com carreira regular desde o final da década de 1980. É o 38º presiden te do Brasil desde 1º de janeiro de 2019 e tenta se reeleger pelo Par tido Liberal (PL). Seu vice é Bra ga Neto (PL)
Bolsonaro ingressou na carrei ra política ao ser eleito vereador do Rio de Janeiro em 1988, quan do defendia interesses corporati vistas militares. Dois anos depois, foi eleito deputado federal pela preferência dos cariocas, entre 1991 e 2018, assumindo desde en tão sete mandatos na Câmara dos Deputados. Em 2018 concorreu à presidência com uma campanha que privilegiou a coordenação nas redes sociais e que, a princípio, foi apontada como zebra pelos ana listas políticos. Ele foi eleito ao vencer a disputa no segundo tur no, obtendo 55% dos votos contra Fernando Haddad (PT).
Durante seu mandato de 27
anos como congressista por dife rentes partidos ao longo da carrei ra, Bolsonaro ficou conhecido por seu conservadorismo social e radi cal, que rendeu muitas polêmicas, principalmente por ser um vocal opositor dos direitos LGBT+ e por declarações classificadas como discurso de ódio, com defesa das práticas de tortura e assassinatos cometidos pela ditatura militar brasileira. Jair Bolsonaro é con siderado político polarizador, com pontos de vista e comentários des critos como de extrema direita.
Seu governo tem sido caracte rizado por forte presença de mi nistros de formação militar, pelo alinhamento internacional com países governados pela direita po pulista. O presidente e candidato à reeleição é pai de Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, todos com carreira política, frutos de seu primeiro casamento, com Rogéria Nantes; e também de Renan, filho de sua segunda esposa, Ana Cris tina Valle. Desde 2007, é casado com Michelle Bolsonaro, mãe de Laura, sua única filha.
Escolha do futuro presidente neste 30 de outubro não tem paralelo na trajetória republicana nacionalMEMORIAL DA DEMOCRACIA
ELEIÇÕES
LULA
Luiz Inácio Lula da Silva Lula tem 77 anos, é natural de Garanhuns (PE) e con corre à presidência do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Tem como vice Geraldo Alckmin (PSB). De origem humil de, migrou ainda criança para São Paulo com sua família, onde foi metalúrgico e sindicalista, época em que recebeu a alcu nha “Lula”.
Durante a ditadura militar liderou grandes greves de operários do ABC Pau lista e ajudou a fundar o Partido dos Tra balhadores (PT) em 1980. Lula foi uma das principais lideranças do movimento Dire tas Já, no período da redemocratização, quando iniciou sua carreira política.
Foi eleito em 1986 deputado federal pelo estado de São Paulo com votação recorde. Em 1989 concorreu pela primeira vez à presidência da República, perdendo no se gundo turno para Fernando Collor de Mello. Foi candidato a presidente por outras duas vezes, em 1994 e em 1998, mas só venceu a eleição presidencial em 2002, derrotando José Serra no segundo turno. Na eleição de 2006 foi reeleito ao superar Geraldo Alck min no segundo turno de votação.
Os programas sociais, como o Bolsa Família e o Fome Zero, foram a bandeira do governo Lula. A transferência de renda para brasileiros em extrema miséria tirou milhões de pessoas da pobreza e fez sur gir uma nova classe média. Durante seus dois mandatos, empreendeu reformas e mudanças radicais que produziram trans formações sociais e econômicas no Brasil, que triplicou seu PIB per capita e alcançou o grau de investimento. A Era Lula teve como principais marcas a manutenção da estabilidade econômica, a retomada do crescimento do país e a redução da pobreza e da desigualdade social.
O governo Lula registrou a maior média de crescimento do PIB em duas dé cadas, em torno de 4,1%, e o crescimento total ficou em 32,62%. A renda per capi ta cresceu 23,05%, com média de 2,8%. O crescimento foi puxado pela alta das com modities, a demanda doméstica, ajudada por programas como o Bolsa Família e a redução das taxas internacionais de juros. Apesar do crescimento econômico, a pro
dutividade não aumentou junto. Lula assu miu com a inflação em 12,53% e entregou o governo com inflação em 5,90%. Mas a busca por apoio político para os projetos do governo foi alvo de críticas.
Os escândalos políticos mancharam a trajetória do PT, partido de esquerda que tem em Lula seu maior líder. As denúncias de caixa dois nas campanhas e de um esque ma de compra de apoio político, o mensalão, derrubaram o então chefe da Casa Civil de seu primeiro governo, José Dirceu. Outras denúncias surgiram e fizeram cair outros ministros. Mesmo assim, Lula passou para a história como o presidente que conseguiu se descolar dos escândalos e manter altos índices de popularidade.
Após a presidência, Lula manteve-se ativo no cenário político, elegeu Dilma Rou sseff como sucessora e passou a ministrar palestras no Brasil e no exterior. Em 2016, foi nomeado por Dilma como seu ministrochefe da Casa Civil, mas a indicação foi sus pensa pelo Supremo Tribunal Federal. Em 2017, foi condenado em primeira instância, no âmbito da Operação Lava Jato pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Com a confirmação da sentença durante o processo de apelação, foi preso em abril de 2018. Foi libertado 580 dias depois, a 8 de novembro de 2019, após a decisão do STF definindo que a execução das penas deve ocorrer somente com o trânsito em julgado da sentença. Nos meses seguintes, diferentes decisões da Suprema Corte res tauraram seus direitos políticos, bem como anularam suas condenações na Lava Jato, com Moro sendo declarado incompetente e suspeito. Em 2022, Lula candidatou-se à presidência da República pela sexta vez, classificando-se para o segundo turno com Jair Bolsonaro.
Lula foi casado com Marisa Letícia, mi litante de papel único na história do PT e da política brasileira. Esposa do presidente Lula em relacionamento que durou 40 anos, Marisa foi a principal conselheira de Lula durante os anos de sindicalista, deputado e presidente. Ela faleceu em 2017, vítima de um AVC. Desde maio deste ano o ex-presi dente é casado com a socióloga Rosângela da Silva, chamada por todos de Janja, ape lido que vem desde a infância.
Eleição
Em 2015, Jair Bolsonaro passou a planejar uma campanha presidencial para o ciclo eleitoral seguinte, promovendo eventos presenciais em diversos estados. Até o final de agosto de 2018 as pesquisas de intenção de voto mostravam o ex-presidente Lula da Silva (PT) na liderança, com Jair Bolsonaro, então filiado ao PSL, na segunda colocação. O petista foi preso em abril daquele ano, por decisão do então juiz federal Sergio Moro, titular da Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, hoje aliado político de Bolsonaro.
Em 6 de setembro daquele ano, durante uma agenda de campanha em Juiz de Fora (MG) com a presença de milhares de apoiadores, Jair Bolsonaro foi vítima de um atentado a faca cometido por Adélio Bispo de Oliveira, preso em flagrante pela Polícia Federal. Socorrido inicial mente na Santa Casa de Misericórdia local, o candidato foi transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e recebeu alta no dia 29 de setembro. Por recomendação médica, ele passou o restante da campa nha em casa, deixando de participar de eventos públicos, inclusive debates com os outros candidatos.
Naquela ocasião, além da expectativa por parte dos atores políticos de que Lula permaneceria preso até a eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu o registro da candidatura do ex-presidente petista com base na Lei da Ficha Limpa, já que Lula, naquele momento havia sido condenado em duas instâncias.
Na segunda semana de setembro, o PT anunciou ofi cialmente que o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) substituiria Lula na urna. A partir daquele momen to, os principais institutos passaram a apontar Bolsonaro como o favorito, com Haddad em segundo lugar.
No primeiro turno, Jair Bolsonaro recebeu 49,3 milhões de votos (46% dos votos válidos), terminando na liderança e indo para o segundo turno contra Haddad, que recebeu 31,3 milhões de votos (29%). No segundo turno, 57,8 milhões de eleitores — o equivalente a 55% dos votos válidos — escolheram Bolsonaro como o próximo presi dente do Brasil.
Pesa contra a atuação de Bolsonaro na Presidência o comportamento radical e o discurso negativista na pan demia do novo coronavírus, que matou mais de 680 mil pessoas no Brasil. Desde o início da pandemia o consenso entre os que fazem ciência é de houve um desestímulo do governo federal brasileiro, tornado público pelo presiden te, a intervenções como uso de máscara, distanciamen to social e vacinação. Em contrapartida, outras ações passaram a disseminar o uso de drogas ineficazes contra a doença, como a Azitromicina. As polêmicas acompanham o candidato Bolsonaro, que questionou a efetividade das urnas eletrônicas, os números da pandemia no País, promoveu o corte em recursos da saúde e educação e nega que no Brasil exista gente passando fome.
ELEIÇÕES
Bolsonaro promete novas obras hídricas para a região
O que Bolsonaro e Lula planejam para o Nordeste
JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.comNordeste, região formada por nove estados cuja po pulação representa 27,9% do eleitorado do território nacio nal, perdendo apenas para o Su deste (42,6%). Com mais de 42 milhões de eleitores, não é à toa a máxima que sempre surge a cada quatro anos: “é a região que, na reta final da contagem dos votos decide qual candidato a presiden te irá se eleger”. Mais do que um reduto eleitoral, o Nordeste tam bém é muito além de praias para disíacas. É uma região rica, mas ao mesmo tempo carente de ques tões básicas, como infraestrutura, investimentos na segurança, saú de e educação. O EXTRA foi atrás
dos planos de governo dos dois candidatos à Presidência da Re pública, Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para saber o que cada um reserva para o povo nordestino.
Um dos tópicos das propostas de Bolsonaro é sobre a informa lidade no mercado de trabalho. Conforme o plano, disponível pela no portal do DivulgaCandContas, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além da continuidade da geração de oportunidades para os brasileiros, no segundo mandato o Governo Bolsonaro se concen trará em políticas para formaliza ção dos trabalhadores informais e na redução da taxa de informa lidade, ainda na casa de 40% da força de trabalho.
“Isto deve ser buscado por
meio de contratos de trabalho específicos para esta população e que permitam a oferta de traba lho formal em estados onde a in formalidade ainda é dominante.
Em estados do Nordeste e do Nor te, por exemplo, a informalidade chega próximo de 70%”, pontuou. Para o combate à seca, a propos ta informa que o Governo Bolso naro tratou a água como vetor de desenvolvimento socioeconômico, criando condições para a redução da pobreza.
“Transformou em realidade a conclusão da transposição do Rio São Francisco, principal projeto de infraestrutura hídrica do país.
Em três anos (2019 a 2021), fo ram investidos 25% do total apli cado nas obras em 14 anos, desde 2008”, destacou. O assunto é polê mico, uma vez que a obra é fruto
de trabalho petista. A campanha de Lula se aproveitou do fato di zendo que Bolsonaro só apareceu para “abrir a torneira de água” tentando levar consigo o crédito da obra.
Ainda segundo a proposta de Bolsonaro, ainda haverá, caso se reeleja, a entrega do Ramal do Agreste, em Pernambuco; o iní cio do Ramal do Apodi, que aten de Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte; e a licitação do Ramal do Salgado, que atende o Ceará. São obras que devem continuar dentre as prioridades desse go verno na gestão 2023-2026, per fazendo 699 km de canais para garantir a segurança hídrica do Nordeste.
“Além de todos os esforços na execução de projetos de infraes trutura hídrica estruturantes, o governo garantiu o acesso à água de qualidade para mais de um milhão de pessoas de comu nidades rurais isoladas, por meio de uma força-tarefa de diversos órgãos federais para impulsio nar, de forma eficiente, a entre ga de poços, cisternas, sistemas simplificados de abastecimento de água e dessalinizadores, em regiões carentes desse recurso. Essa atuação conjunta de órgãos continuará sendo prioridade, ampliando ainda mais o número de famílias com acesso à água”, acrescentou
O assunto “Amazônia” tam bém apareceu no plano de Bolso naro quando o assunto é o Nordes te. Por ser um bioma especial que ocupa cerca de 59% do território brasileiro e se insere nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o governo federal pretende promo ver o desenvolvimento includente e sustentável na região.
Ainda cita que foi desenvol vido novo sistema para cadas tramento e recadastramento de pescadores profissionais. As prin cipais projeções para 2023 envol vem a concessão de 8 Terminais Pesqueiros Públicos (TPP) benefi ciando cerca de 59 mil pescadores artesanais e 600 pescadores in dustriais com produção que pode chegar a mais de 54 mil t de pes cado/ano, aumento da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do pescado e geração de 2.417 em pregos diretos e indiretos.
Atual presidente tenta conquistar os nordestinos enquanto Lula relembra gestões anteriores
ELEIÇÕES
LULA
Pernambucano, o candida to petista sempre faz questão de citar suas origens. Quanto à economia, o plano de Lula é agir contra o desemprego. “A política econômica vigente é a principal responsável pela decomposição das condições de vida da população, da ins tabilidade e dos retrocessos na produção e no consumo. O desemprego e a subutilização da força de trabalho seguem extremamente elevados, en quanto a precarização avança e a indústria definha. Setores estratégicos do patrimônio pú blico são privatizados e desna cionalizados, bancos públicos e empresas de fomento ao desen volvimento são destruídos num momento em que o quadro na infraestrutura é desolador”.
“Assumimos o compromisso com a justiça social e inclusão com direitos, trabalho, em prego, renda e segurança ali mentar para combater a fome, a pobreza, o desemprego, a precarização do trabalho e do emprego, e a desigualdade e a concentração de renda e de ri
quezas”, destacou.
Lula também pretende di recionar investimentos a áreas estratégicas, como habitação e reforma agrária, com o objetivo de gerar empregos. Além disso, o presidenciável quer retomar programas como o Mais Médi cos, que fez diferença na região Nordeste para incrementar a saúde, e fortalecer a Farmácia Popular e o Complexo Econômi co e Industrial da Saúde (Ceis).
Durante a campanha em Recife, Lula disparou: “Teve momento no meu governo em que o Nordeste crescia acima dos padrões chineses. Teve ano que cresceu acima de 10%. Ob viamente, a vida no Nordeste melhorou”, disse, lembrando que foi em seus governos, mes mo diante de tanta gente con tra, que o projeto de transpo sição do São Francisco saiu do papel e teve mais de 80% das obras erguidas. E criticou Bol sonaro “que fez 5% do projeto e mente, dizendo que é dele a paternidade”.
Lula afirmou que, num novo governo, a vida no Nordeste vai melhorar ainda mais. “Que ro que o Nordeste seja igual o
O ex-presidente lembrou o legado de mais de 13 anos de governos petistas para a região, período em que 13,8 milhões de pessoas saíram da extre ma pobreza. Em todo o Nordeste, foram investidos mais de R$ 846 bilhões, sendo R$ 731,8 bilhões em obras de infraestrutura econômica e urbana e R$ 114, 3 bilhões no Minha Casa Minha Vida
quanto o percentual dos ricos foi de 20%. “Foi a primeira vez que a renda dos pobres aumen tou mais do que a dos ricos”.
O ex-presidente lembrou o legado de mais de 13 anos de governos petistas para a região, período em que 13,8 milhões de pessoas saíram da extrema po breza. Em todo o Nordeste, fo ram investidos mais de R$ 846 bilhões, sendo R$ 731,8 bilhões em obras de infraestrutura econômica e urbana e R$ 114, 3 bilhões no Minha Casa Mi nha Vida. Foram 7 milhões de pessoas atendidas pelo Bolsa Família, 1,6 milhão de famílias atendidas pelo Luz para Todos, além da construção de 984 mil cisternas.
melhor estado brasileiro, em que todo mundo tenha direito a alguma coisa. Vamos acabar com essa história de que nasce mos para passar fome, para o analfabetismo ou para crianças morrerem de desnutrição. Se preparem porque vamos voltar e as coisas vão melhorar ainda mais”, afirmou, acrescentan do que nos governos petistas, os pobres no Brasil tiveram aumento de renda de 84%, en
Na educação, foram 65 no vos campi universitários e 148 escolas técnicas, mais de 13 mil ônibus e 64 mil bicicletas entregues pelo Caminho da Es cola. Na saúde, foram implan tadas 284 UPAs, 5,1 milhões de pessoas foram beneficiadas por medicamentos gratuitos, 15 mil equipes de saúde da fa mília e 6.464 profissionais do Mais Médicos encaminhados a 1.406 municípios.
Combate ao desemprego é uma das prioridades de Lula
Maceió avança com implantação de luminárias em LED
para ampliar a co bertura da iluminação em LED na cidade de Maceió está a todo vapor e segue priori zando bairros da parte alta, isto é, a região mais afastada da orla e do Centro.
Otrabalho
O órgão responsável pela am pliação da iluminação em LED é a Superintendência Municipal de Iluminação Pública (Sima), natu ralmente. Obras em bairros como a Cidade Universitária e Levada estão ocorrendo de forma simul tânea, por exemplo. E o Municí pio já anunciou, inclusive, o início dos serviços também em Ipioca, no Litoral Norte da cidade.
“Nossa proposta é trabalhar para levar a mesma iluminação da orla para todas as áreas de Maceió. E estamos avançando nesse contexto”, garante a su perintendente de Iluminação de Maceió, Camila Porciúncula.
Moradores de vários bairros já desfrutam dos ganhos dessa nova iluminação, a exemplo da popula ção do Levada com o Parque Li near, uma área de lazer instalada à beira da lagoa que teve todas as luminárias substituídas por LED e postes reposicionados propor cionando noites mais vivas.
Outro exemplo é a Rua Aberta da parte alta, espaço de convívio criado pela Prefeitura no Clima Bom, que também ganhou ilumi nação em LED. A área é localiza da no Conjunto Osman Loureiro e conta com ciclovia, pista de ska te, calçada para caminhada, mi nicampos de futebol, quadras de vôlei e de basquete.
“Maceió está avançando com a iluminação em LED, tecnologia que tem sido levada aos bairros de forma democrática e com foco na população que mais precisa, como determinou o prefeito JHC. Aqui no Vergel, já fizemos a subs tituição de todas as lâmpadas da
área do parque e voltamos para fazer toda a parte da via princi pal, mais uma ação para melho rar o convívio social e reforçar a segurança dos moradores da re gião”, diz Camila Porciúncula.
Júlia dos Santos é moradora do Vergel do Lago há 32 anos e fala com alegria do momento pos sibilitado pela nova iluminação.
“Essa área aqui antes era morta à noite, já foi espaço de bagunça para maloqueiros, mas essa história ficou no passado. Agora está lindo, tudo claro. A gente consegue aproveitar muito mais, faz gosto ficar no nosso par que”, revelou a moradora.
Prefeitura pretende qualificar iluminação na periferia, igual à que já existe na orlaMATEUS ALVES MATEUS ALVES
Alagoas possui apenas 17,7% de cobertura nativa de Mata Atlântica
mapear anualmente a cobertura e uso da terra do Brasil e monitorar as mudanças do território.
já foram desmatadas pelo menos uma vez). Elas respondem por 26% de toda a cobertura florestal da Mata Atlântica. Alagoas é o segundo estado brasileiro com me nor área em vegetação secundária, com 21,2% do total, abaixo apenas de Sergipe, com 20,2%.
O coordenador técnico do Ma pBiomas, Marcos Rosa, explica que as florestas secundárias são essenciais para proteção dos rios, diminuição da distância entre fragmentos e absorção de carbono da atmosfera, mas não possuem a mesma biodiversidade de uma flo resta primária.
TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.comAtlântica, onde vivem 70% dos brasilei ros, está cada vez mais distante de sua configu ração original. Segundo os dados atuais do MapBiomas para a área de aplicação da Lei n° 11.428, de 2006, que estende os limites desse bioma para 17 esta dos, apenas 24,3% desse território ainda resiste como formação flo restal no país. Em 1985 esse tipo de cobertura ocupava 27,1% e caiu para 24,3% em 2021. Alagoas está
AMata
entre os seis estados que exibem a menor cobertura nativa de Mata Atlântica, liderando o ranking de menor percentual de floresta, com apenas 17,7% da vegetação nati va.
Em seguida, a menor cobertu ra nativa fica em Goiás (19,5%), Pernambuco (23,4%), Sergipe (25,5%), São Paulo (28,4%) e Es pírito Santo (29,3%). O projeto MapBiomas é uma iniciativa do Observatório do Clima, co-cria da e desenvolvida por uma rede multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia com o propósito de
O levantamento mostra que mais da metade (57%) dos muni cípios brasileiros possuem menos de 30% da vegetação nativa. Já os estados com maior cobertura na tiva de Mata Atlântica até o ano passado são Piauí (89,9%), Ceará (76,9%), Bahia (49,7%) e Santa Catarina (48,1%).
Além da redução em área, existe um processo de redução da qualidade dessa cobertura vege tal: entre 1985 e 2021, segundo o MapBioma, houve uma perda de 23% de floresta madura. Em 37 anos, 9,8 milhões de hectares de vegetação primária foram supri midos, enquanto 8,8 milhões de hectares regeneraram-se em ve getação secundária (aquelas que
“A vegetação secundária tam bém está mais suscetível a novos desmatamentos após um curto período de recuperação e um terço dela não chega a completar 8 anos de idade”, alerta.
Enquanto a cobertura florestal recua, o levantamento revela que cresce a área destinada à agricul tura: esse foi o tipo de uso de solo que mais cresceu na Mata Atlân tica nos últimos 37 anos. Essa atividade avançou 10,9 milhões de hectares. “Se em 1985 ela ocu pava 9,2% do bioma, em 2021 esse percentual alcançou 17,6%. Nesse período, a silvicultura ganhou 3,7 milhões de hectares, passando de 0,7% (1985) para 3,5% do bioma. Juntos, agricultura e silvicultu ra já ocupam um quinto da Mata Atlântica”, destaca texto sobre os
Velho Chico tem hoje metade do volume de três décadas atrás
Estudo revela que Velho Chico perdeu metade de seu volume em 30 anos
Velho Chico tem hoje metade do volume de três décadas atrás dados divulgados este mês.
O uso da terra prevalente no bioma ainda é a pastagem. Embo ra essa atividade tenha tido uma perda líquida de 10,5 milhões de hectares nos últimos 37 anos, um em cada quatro hectares desse bio ma ainda é de pasto, que perde es paço para agricultura, mas ainda avança sobre áreas de floresta. São 32,2 milhões de hectares, ou 24,6% da Mata Atlântica. A agropecuá ria, agricultura, pastagens, áreas de mosaico de usos e a silvicultura ocupam 60,1% da Mata Atlântica.
RAD
O desmatamento no país au mentou 20% em 2021, segundo o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD), do MapBiomas. Dados do levantamento apontam que perdemos 16.557 km² da co
bertura de vegetação nativa em todos os biomas.
O levantamento também mos tra que todos os estados e o Dis trito Federal receberam alertas de desmatamento detectados em 2021. Alagoas registrou desma tamento de 3 hectares por dia em 2021.
O Estado do Pará lidera o ranking do desmatamento com 24,31% da área desmatada no país, seguido do Amazonas, com11,75%. É a primeira vez desde 2019 que o Amazonas ultrapas sa o Mato Grosso e o Maranhão, ocupando o segundo lugar. A área desmatada no Amazonas cresceu 50% em 2021 na comparação com 2020.
No terceiro lugar ficou o esta do do Mato Grosso, com 11,47% da área desmatada, seguido do Mara
nhão, com 10,09%. Juntos estes 4 estados (PA, AM, MT e MA) responderam por 57% do desma tamento detectado no Brasil em 2021. Além destes estados com cobertura na Amazônia, destacase o estado da Bahia em quinto lugar, com 9,19% da área desma tada no país.
A região também passou por um forte processo de urbanização nos últimos 37 anos. As áreas ur banizadas passaram de 674 mil hectares em 1985 para 2,03 mi lhões de hectares em 2021 – um aumento de 1,4 milhão de hecta res. Embora 87,5% da expansão tenha se dado sobre áreas já al teradas, em 1985 12,7% cresceu sobre áreas que eram naturais, segundo o levantamento do Ma pBiomas.
Os efeitos do desmatamento
e também da degradação da Mata Atlântica são visíveis. Um dos ser viços ambientais prestados pelas florestas é produção e proteção de água. No período analisado, de 1985 a 2021, a bacia do Paraná teve sua cobertura nativa reduzi da de 22,5% em 1985 para 21,6% em 2021. A do Paranapanema e do São Francisco também tiveram uma redução da cobertura nativa, de 21,3% (1985) para 20,3% e de 57% (1985) para 52,9%, respecti vamente.
Especialistas do MapBiomas alertam que, nas últimas três dé cadas, 50% do volume de água do Rio São Francisco foi perdido. O Velho Chico, como é popularmente conhecido, passa pelos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Per nambuco, Alagoas e Sergipe, além do Distrito Federal.
SAÚDE MENTAL
do fato.
n arnaldosanttos.psicologo@gmail.comQuanto mais angustiada está a pessoa, mais ela pode utilizar os MECANIS MOS DE DEFESAS, especialmente o de NEGAÇÃO.
Ansiedade/angústia
Quem já não teve uma ansiedade/angús tia num determinado momento da vida?
Pois é, a ansiedade é um sinal de que um perigo iminente, uma ameaça ao ego tem de ser neutralizado ou evitado.
O conflito cria uma espécie de angústia.
E é ela que nos motiva a resolver um determinado problema.
O sentimento de negação: proteção insensata de si mesmo?
Melhor
Faça o bem e viva melhor. (Arnaldo Santtos, psicólogo)
Mecanismo de defesa: origem
O MECANISMO DE DEFESA NEGAÇÃO (MDN) é caracterizado por um mecanismo de proteção que permite à pessoa ignorar (negar) fatos irrefutáveis, protegendo a psique de traumas, ansiedades e angústias.
O MDN é considerado um MECANISMO DE DEFE SA PRIMITIVO porque tem origem já nos primeiros meses de vida. É uma forma de recusa completa de incorporar informações desagradáveis. Ou seja, as pessoas que ‘as usam inconscientemente’ podem estar sofrendo, naquele momento de um ‘processo infantil’.
Essas
eleições que se concluem neste dia 30 de outubro vão marcar um fenômeno inusitado (sic) do comportamento humano: a negação de um fato, de números que comprovaram a veracidade de um índice, enfim.
A negação do que é incivilizatório ou bárbaro será marca registrada nessas eleições que vão suprir de estudo por muitos, muitos anos, a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas e estudiosos do comportamento humano.
A quantidade de pessoas que negam um fato, a ciência, um índice matemático ou a sua verossimilhança vai marcar o povo brasileiro no mundo.
Negar um fato pode ser neurótico ou psicótico. Depende do processo que se dá com a pessoa, depois dela negar algo inegável, concreto, palpável, claro. Esse fato tem nome, como expressou Freud: é o MECANISMO DE DEFE SA, denominado, especificamente de NEGAÇÃO. Explicando melhor. O objetivo do MECANISMO DE DEFESA é proteger a mente, o eu, o ego. Ou seja, é uma espécie de escamotear a ansiedade, a angústia ou sanções sociais, por exemplo.
O MECANISMO DE DEFESA serve também para refúgio de uma situação que a pessoa não pode lidar, ou resolver num determinado momento. Mas, o que representa esse fato do ponto de vista psíquico? Será que NE GAR algo que exista ou um fato incontroverso tem algum benefício para a própria pessoa? Ou será o contrário?
Freud explica
No MECANISMO DE DEFESA: NEGAÇÃO, Freud observou que a pessoa tenta defender o ego da angústia, do sofrimento, da dor psíquica. Ao negar algo, a pessoa está tentando se proteger de algo muito doloroso. Um exemplo claro é a fala de uma mulher dizendo à amiga que o marido (dela) jamais iria traí-la, mas o fato verdadeiro é que a traição já ocorre há muito tempo. Ou seja, a dor da traição é tão grande que ela prefere NEGAR o fato.
O que ocorre é um processo psíquico inconsciente em que a pessoa “tenta se proteger” de uma dor maior, que é a verdade.
São processos que permitem à mente “encontrar uma solução” para os conflitos ou angústias não resolvidos do dia a dia, no nível da consciência
Mas, nem sempre a pessoa é capaz de resolver um problema de forma imediata e direta, daí a mente busca uma forma inconsciente de “resolver o problema”, “paliativamente”, negando um fato doloroso para que o ego não sofra tanto. É exatamente como funciona o MECANIS MO DE DEFESA NEGAÇÃO.
Razão/sentimento
Quem disse que a razão manda em nossos comportamentos?
O que determina um comportamento é um sentimento, ou o que ele representa de um fato, seja positivo ou negativo. É o sentimento que nos motiva a fazer ou deixar de fazer algo.
Os problemas pessoais têm mais envolvi mento sentimental, e a pessoa diminui a objetividade, e, consequentemente é levada a resolver um problema de forma indireta, isto é, sentimentalmente e não com a razão. É assim que funciona a nos sa psique, assim são como os MECANIS MOS DE DEFESA funcionam.
Mecanismo de defesa
Os MECANISMOS DE DEFESA mais comuns são o recalque (ou repressão), a regressão, a projeção, a formação reativa e sublimação, entre outros.
O MECANISMO DE DEFESA pode ser estimulado em NEGAR um fato à base de mentiras sobre um fato real, hoje em dia são as famosas FAKE NEWS que acabam confundindo psiquicamente a pessoa, na maioria das vezes contrariando uma verdade.
Ao amamentar, o bebê confunde dor (da fome) com prazer (se alimentar). Ao perceber que sente “dor” (não mamar) e ao receber o peito da mãe, ele prefere negar a dor. São os primeiros momentos de sofrimento do bebê.
Perda
Ao perder o marido, um emprego, um filho ou outro “objeto” qualquer de sua relação, a primeira atitude é a de NEGAR o fato. Na maioria das vezes, NEGAÇÃO se torna a primeira resposta à dor de uma perda. É extremamente natural que a pessoa tenha esse comportamento de negação, mas, só por um determinado tempo.
Negação é psicótica
Por ser um MECANISMO DE DEFESA primitivo, a NEGAÇÃO é considerada um comportamento com sinais que poderão ser psicóticos, ou seja, estão pre sentes em psicoses e transtornos de personalidade. Mesmo sabendo de fato concreto a pessoa nega, im plica que ela esteja sofrendo um processo psicótico, que pode ser circunstancial ou não.
Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: +55 (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com
A máfia do Tribunal de Justiça de Alagoas
HERILIO MACHADO
Escritor, jornalista e acadêmico de Letras
Acabo de sofrer o maior golpe do Tribu nal de Justiça de Alagoas. Esse Tribunal foi sempre atrevido. Basta saber que o único correge dor, do Conselho Nacional de Justiça, que realmente zelou pela pro teção dos jurisdicionados foi o ministro Gilson Dipp. Esse corregedor prendeu e algemou desembargadores corruptos. No entanto sua auditoria em Alagoas foi desmoralizada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. Quando o citado correge dor marcou auditoria em Alagoas, o TJ/ AL proibiu os órgãos de imprensa, rádio jornal e televisão, de divulgar o dia da auditoria do CNJ em Alagoas.
Eu fui porque tinha outros meios de informação. No dia da auditoria vi que o ministro corregedor ficou decepciona do, pois só apareceram para denunciar magistrados meia dúzia de gatos pinga dos. A assessora do corregedor me disse que nos outros estados, onde o CNJ fez auditoria, eram de 300 a 400 pessoas que compareciam para denunciar juízes e desembargadores. Tenho uma fita gra vada por um amigo de um juiz aposen tado precocemente por não obedecer as ordens de desembargadores, alegando que os mesmos recebiam propina da Federação dos Bancos para, em suas decisões, prejudicarem clientes lesados, afastando responsabilidade dos bancos.
A realidade mostra que certos ma gistrados só pararam de roubar o direito dos mais pobres, por meio de sentença de grilagem de terras, no governo militar. À época, eu estava em Brasília-DF, pois, era assessor do deputado Abrahão Fide lis de Moura. Esse foi cassado porque, naquele momento, a previsão era de que sua votação em 1975 superaria os 20 mil votos e a sobra dessa votação elegeria 3 deputados federais. Quando a notícia da cassação nos alcançou, eu e Abrahão estávamos na casa de Antônio Amaral, em Major Isidoro/AL.
Os deputados que foram cassados por Costa e Silva, após terem telefone, água e luz cortados, recusavam-se a deixar o prédio do Congresso Nacional. A ditadura instruiu a operação Meira Matos, comandada pelo coronel Meira Matos, momento em que os deputados cassados saíram correndo do Congres
so debaixo de cacete. Ainda bem que Abrahão, de estrutura pequena e franzina, também cassado, havia saído de carro de Maceió para Brasília, para se juntar aos rebeldes, acompanhado de seu advoga do José Costa e do futuro genro Roberto Reis. Parece que seu atraso foi abençoa do, pois escapou de apanhar.
Abrahão havia me orientado para procurar sua secretária Judith Alvim para, no caso dele ser ameaçado de prisão, providenciarmos um avião para tirá-lo do Brasil e levá-lo para Cuba. Eu fui para Cuba e quando voltei fui preso. Porém, na prisão, fiz boas amizades com os militares, ao ponto de, quando eu fui solto, levar a cabo várias missões das quais fui encarre gado pelo coronel Ezequiel, comandante da guarnição federal em Alagoas. Coisas que eu atendia porque achava justo, como demitir os presidentes de junta militar do Sertão, que pediam votos em nome do Exército.
Na ditadura houve erros e também acertos. Eu fui candidato a deputado em 1978, indicado pelo governador Geraldo Melo. O governo militar agiu certo, inibindo as mentiras dos candidatos e a corrupção eleitoral, quando disciplinou que, na tele visão, o candidato não falava, só aparecia seu retrato e seu currículo. Candidatos quiseram burlar as normas orientadas pelos militares e eu, como obedeci essas regras, enquanto os outros candidatos fo ram afastados, fiquei aparecendo sozinho por mais de 30 dias no calendário eleitoral.
Com relação ao tema deste artigo, constatei que a corrupção em certos tribunais estaduais é deprimente. Para uma instituição existente para fazer justiça,
torna-se revoltante como esses tribunais roubam o direito dos jurisdicionados por sentenças compradas por grileiros. No meu caso, uma propriedade que pratica mente dei ao meu irmão me foi roubada com a cumplicidade da juíza Emanuela Porangaba e da máfia do Tribunal de Justiça de Alagoas. A protegida dos corruptos se apropriou até da Fazenda Santa Izabel, localizada no município de Passo de Camaragibe, declarada pelo de cujus em 2016 ao Imposto de Renda, ano calendário 2015, como de sua propriedade, pois Adilza Inácio de Freitas, viúva e promotora de Justiça, a declarou como bem do espólio em 2017, depois retirou do inventário o dito imóvel, ficando o mesmo só para ela. Tudo com a cumplicidade da juíza e da máfia do TJ/AL.
Sobre máfia nos TJs, o TJ/BA foi denunciado pelo Jornal Nacional por sentenças em grilagem de milhões de hectares de terras, onde ficou constata do que só uma desembargadora recebeu R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) por uma sentença nesse objetivo. O Fan tástico denunciou desembargadores enri cando pelo mesmo expediente no TJ do Tocantins e, ouvido, o ministro Humberto Martins, então corregedor do CNJ – que já foi denunciado pela imprensa por ven der sentença através do filho advogado ¬–, respondeu que os desembargadores envolvidos, caso justificassem a proce dência do enriquecimento, nada mais podia fazer. No tempo de Gilson Dipp no CNJ, esse afastou o ministro do STJ Paulo Medina por esse vender sentença.
Voltando à conduta de Adilza Inácio de Freitas, processei essa e a juíza sua cúmplice na ação criminal nº 073662759.2022.8.02.0001. Como ela é promo tora, espero que o Ministério Público não aja por corporativismo, praxe do Judiciá rio, como o fez quando essa falsificou a assinatura de uma testemunha do fato, como provado no processo criminal acima citado. Quanto aos desembarga dores corruptos da máfia do TJ/AL, não perdem por esperar o troco. Meus advo gados já estão negociando com a Folha de S. Paulo para publicar em capítulos os tópicos de meu livro “A Podridão dos TJs e o Ódio do Povão ao Judiciário”. A revista ao lado será reeditada com todas as fraudes no inventário de meu irmão e a participação da juíza e certos desem bargadores, num golpe que lhes rendeu mais de vinte milhões de reais.
OBS: O texto acima, em espaço consig nado ao autor, é de total responsabilidade do mesmo, não representando a opinião ou posicionamento do EXTRA ALAGOAS
Para antes de votar...
políticos cassados por oito anos, é fruto direto de “decisão” da mais alta corte do país, o Supremo. Que – estranhamente – anulou e transferiu para o DF e SP (para serem reiniciados) os processos que levaram Lula à prisão e à perda dos seus direitos políticos.
ELIAS
FRAGOSO
NoEstado democrático de direito não podem as mais altas cortes do país promover chicanas em benefício deste ou daquele político, inter ferindo artificialmente no futu ro resultado das urnas. Atos de tamanha gravidade não podem ser considerados “normais”. Afi nal, não pode um país que se diz democrático, viver sob a égide da barbárie legal.
A candidatura do senhor Lula da Silva após condenado nas três instâncias da justiça por corrupção à frente do gover no brasileiro e ter seus direitos
O que o colocou de imediato como uma “vítima da justiça” e automaticamente forte candidato a presidente da República. Tanto que no próximo domingo, o de miurgo petista estará disputando o segundo turno das eleições pre sidenciais deste país. É preciso que se diga que o Brasil não vai acabar se ele for eleito no dia 30 de outubro.
Outra coisa que chama a aten ção são os apoios recebidos por ele de gente que até ontem se dizia ou era referida como baluartes da democracia nesse país, o que Lula relativiza e diminui ao defender ditadores mundo afora; ou comba tentes da corrupção, que é a mar ca registrada do PT e de Lula; ou defensores do livre mercado, algo que passa longe dos reaças petis tas devotos do atraso e da miséria sob a égide do Estado...
Essa gente ao relativizar os valores e princípios democrá ticos para se justificar da esco lha do “mal menor”, Lula (neste caso, o mal maior para eles seria Bolsonaro, no que de todo não estão errados, embora pessoal mente eu coloque os dois conten dores na mesma panela de comi da podre que estão obrigando o brasileiro a “engolir”).
Este país, de verdade, está numa falsa encruzilhada “de mocrática” vendida por petistas e bolsonaristas. Quando na ver dade os dois líderes não são os democratas que dizem ser. Bol sonaro defende (e já disse isso muitas vezes) a “democracia da maioria” e vai e vem seus arre glos ditatoriais, enquanto Lula sempre que pode afirma que em Cuba e na Venezuela exis te “excesso de democracia” nas duas ferozes ditaduras ou que vai controlar a mídia, maneira pouco sutil de falar que é adepto da censura.
Por aqui se corre o risco ali mentado pelas duas correntes com seus malditos “nós contra eles” de cindirmos ainda mais
a sociedade brasileira no pós -eleições. Isso quando 86% dos brasileiros (que estão sendo de um jeito ou de outro, obrigados a viajar na barca furada de Lula ou Bolsonaro) opinaram em pesquisa recente do Datafolha “favoráveis à democracia”. Um número acachapante que mos tra com clareza que o cidadão comum não aceita nenhuma das duas visões prevalecentes nas atuais candidaturas.
Nossas instituições políti cas controladas e dominadas por feudos político-oligárquicos que, literalmente, impedem o acesso dos brasileiros à política partidária, precisam ser areja das, modernizadas e democra tizadas. Ou daqui pra frente podemos ver novas disputas artificiais como a atual que, de modo algum representa a média da opinião dos nacionais. Que, aliás, esperam até agora por propostas sérias para resolver os graves problemas do Brasil...
Seu voto vai endossar a pro posta de um ou de outro candi dato. É o que você quer para o país?
Nossas institui ções políticas controladas e dominadas por feudos político-oligárquicos que, literalmente, impedem o acesso dos brasileiros à política parti dária, precisam ser arejadas, modernizadas e democratiza das.
A democracia diminuída
CLÁUDIO
VIEIRA
Acampanha
eleitoral chega ao final, com as eleições deste domingo.
Felizmente! Diante de tudo o que foi exposto pelos dois can didatos à presidência da Repú blica, os democratas deste País deveríamos estar seriamente preocupados. Semana passada pesquisa revelou que os apoia dores de ambos os candidatos que digladiam, em maioria se veem democratas. Há uma mi
noria, nas duas candidaturas, para quem a ditadura seria a melhor forma de governo, en quanto outros são indiferentes a uma ou outra. Certamente em qualquer país há sempre uma minoria a preferir gover no de maior força, de maior ou menor autoritarismo. Pa rece devamos nos habituar a isso. É uma realidade exposta na campanha eleitoral deste ano, considerando que mesmo aqueles que preferem a demo cracia, mas, por não saberem o que realmente é dita forma de governo, não percebem perigo ora vivido por ela. Seria bom respondermos a algumas ques tões, se queremos saber o que faz perigar os anseios democrá ticos da Nação.
A democracia pressupõe ins tituições de Estado fortes. Exe cutivo, Legislativo e Judiciário não bastam ser independentese harmônicos. É necessário se rem fortes e respeitados uns pe los outros, e naturalmente pelos
cidadãos em geral. A História tem nos ensinado que os pre tendentes a ditadores, como medida preparatória ao seu domínio, procuram enfraque cer de logo os demais poderes, ou submetê-los. Já há algum tempo o presidente Jair Bol sonaro vem desmoralizando o Judiciário, incitando a desobe diência civil às determinações judiciais, e insuflando tam bém a agressividade dos seus seguidores aos símbolos da Justiça brasileira, aos juízes e decisões judiciais. Ao par dis so, já aparelhou o Legislativo, usando a ganância dos nossos representantes legislativos. O que podemos entender desses fatos senão um caminho para a autocracia?
O desprezo ao povo é outro sintoma relevante. Tratar a saúde com menosprezo, como o presidente fez durante a pandemia, despreocupado com qualquer punição; zombar do sofrimento das pessoas e famí
lias, como o fez, também, tais atitudes só podem ser com preendidas em pessoa que se julga acima do Bem e do Mal. Os ditadores que já passaram pelo mundo, e os que ainda existem, têm comportamento igual.
A Democracia pressupõe a pluralidade e direitos de in formar e ser informado. Fake news não é simples mentira, é desinformação que ofende as liberdades do povo.
Usar símbolos nacionais como representativos de si próprio, usar a religiosidade do povo, assim como ridicula rizar religiões que não acatam o seu comportamento, não se rão sinais? O pior de tudo é que pessoas esclarecidas têm aplaudido tudo isso, esquecen do seus próprios valores.
A verdade é que a demo cracia brasileira está diminuí da diante do dilema eleitoral em que nos encontramos. Que Nação sairá desse embate?
É difícil perdoar
Fui crescendo e levando pancadas da vida. Como tenho um gênio difícil, não me preo cupo em conversar após um atrito com alguém e as mágoas vão se acumulando.
ALARI ROMARIZ
Sempre
que vou à missa, presto bem atenção às leituras do dia e procuro adaptá-las à minha vida. O tema mais difícil, que me faz pensar muito, é o perdão.
Quando estava no últi mo ano do curso primário, cheguei ao Grupo Escolar e uma amiga tinha guarda do meu lugar na carteira da frente. Fiquei alegre e pensei que iríamos juntas até o fim do ano. Doce ilusão! Briga mos e ela passou a cobrar o favor feito. Saí da carteira e fui para a última fila. A pro fessora obrigou-me a voltar para frente e perdi a amiga. Ninguém, nem a mestra, se preocupou em juntar as duas para uma boa conversa e um possível perdão.
Morávamos em Brasília em 1967. Havia um grupo de tenentes que se juntavam nos fins de semana, na casa de um ou de outro, para fazer chur rasco e reunir as famílias. De repente, começamos a perceber que os papos entre as famílias de jovens oficiais chegavam ao conhecimento do comandante. O clima ficou insustentável e um amigo ingrato foi afastado. Ninguém procurou conversar com o moço para acertar as contas e recuperar o amigo. Ele, simplesmente, foi alijado do grupo. As crianças estra nharam o sumiço de três cole guinhas e os adultos não mais procuraram o velho amigo.
Quando acontecem dissi dências entre amigos ou fami liares, poucos são aqueles que tentam juntar os dois lados para pedir que se entendam. Muitos, porém, ou ficam em cima do muro, ou alimentam conversas dos dois lados.
Em política há um gran de campo para desavenças e fofocas. Um bando de bajula dores querem agradar o chefe, fomentando conversas de um
lado para o outro. Costumo chamar de “papagaio de pira ta” aquelas figuras que ficam junto do patrão querendo apa recer e jogando uns contra os outros. Impressiona-me o fato de perceber que o parlamen tar ou o governador gosta de ser bajulado e o cenário favo rece a criação de novos inimi gos.
Estamos vendo neste plei to de 2022 uma verdadeira fonte de fofocas, de mentiras, de exposição de problemas fa miliares. O xingamento mú tuo entre homens esclarecidos é feio demais.
Lembro-me de um escân dalo com um presidente da República, acusado de possuir um filho fora do casamento. O moço decente, educado, sentiu-se culpado, assumiu a criança. Anos depois, com o fi lho já grande, foi comprovado que houve engano. Tudo foi invenção de uma alma mal dosa. A esposa do presidente morreu amargurada com a traição do marido.
Em família acontecem fa tos tenebrosos. Os irmãos se afastam, deixam de conviver por motivos fúteis. Uns ficam em conveniente neutralida de, outros afirmam que estão do lado tal ou do lado qual. Mas ninguém se preocupa em
juntar os cacos, conversar, perdoar. Afastam-se, dão um tempo e a família fica dividi da. Poucos têm a coragem de saber onde está a verdade ou a mentira. Separam-se e fin gem que nada aconteceu.
Nas eleições de sindica tos também boas amizades se acabam por causas irrelevan tes. Nesse meio todo, apare cem os que adoram “ver o cir co pegar fogo”. Ficam levando conversa de uma parte para outra, procurando afastar os possíveis amigos. Terminado o pleito, ficam as mágoas, aca bam as amizades. E ninguém procura os lados para conver sar e derrotar os fofoqueiros.
Vejo em Alagoas dois gru pos políticos se engalfinhan do, falando de casos familia res dos dois lados, expondo a ex-mulher de um candidato, xingando o outro de ladrão, o povo não entende porque eles não apresentam suas propos tas ao invés de se digladiarem na imprensa.
A figura do mediador ine xiste. Os artistas que surgem jogam um contra o outro. A justiça caminha para um lado só.
Resta-nos pedir a Deus que mande bons mediadores para nossa terra.
Ele existe. Não duvidem!
Vejo em Alago as dois grupos políticos se engalfinhan do, falando de casos familia res dos dois lados, expondo a ex-mulher de um candida to, xingando o outro de ladrão, o povo não entende porque eles não apresentam suas propostas ao invés de se digladiarem na imprensa.
n Aposentada da Assembleia Legislativa
TORRES
A democracia pressupõe instituições de Estado fortes. Executivo, Legislativo e Judiciário não bastam ser independentes e harmônicos. É necessário serem fortes e respeitados uns pelos outros, e naturalmente pelos cidadãos em geral.n Advogado e escritor
São Francisco
PIRAUÁ
n Escritor.cos, juristas, comerciantes, poliglotas e escritores, que, não esquecendo o velho casarão comandado por freiras, forma taram ali sua personalidade, criaram as mais sólidas amizades, fazendo sur gir os mais fortes laços afetivos.
Meus quatro filhos, todos, sem exce ção, no velho casarão, ali, no São Fran cisco, hoje mulheres e homens casados, foram forjados no aprender e na perso nalidade, na formação humanística e cristã de um colégio que, ao anunciar seu fechamento, nos entristece a todos.
salas, naquele prédio, se formaram saberes, se solidificaram amizades constituídas pela pureza da existên cia.
Os prédios, quando não demolidos pela ganância do lucro, assim registra a história, nos ensinam como viveu seu povo e quais seus valores.
Absorvido
na leitura de Angústia de Graciliano Ramos, livro escri to em 1933, utilizando-se de um processo de micronarrativa, o autor, de talento indescritível, não nos parece na grandeza de Vidas Secas, São Bernardo e Caetés. Mesmo assim prossegui. Luís da Silva, personagem do livro, vai con tando sua vida, em narrativa que nos entedia e nos cansa, como ao próprio narrador.
Parei a leitura. Prossigo depois. Vou escrever sobre o São Francisco, não o rio, nem sobre o santo, mas o colégio que, em Arapiraca, simboliza gerações que ali foram educadas e que hoje se es palham pelo imenso Brasil. São médi
Fui informado por Cláudia Lany, hoje advogada de muito brilho, líder de sua classe, e professora de Direito de muito saber, do fechamento do colégio onde ali estudou e seus filhos. Ficamos tristes. O fechamento de uma escola nos causa angústia. O apagamento da me mória cultural, quer no sentido mate rial ou imaterial, nos causa desprazer. A memória haverá de ser preservada.
Não sei qual o destino do prédio. Torço para que seja um ambiente que se respire cultura e saber.
A preservação da memória se faz necessária. Reflete, em qualquer cul tura de um povo, a conservação de um patrimônio. Assim se entende os ante passados.
Ali, naqueles corredores, naquelas
A memória se apaga em Arapira ca. Os antigos casarões desaparecem. A cultura de um povo e sua gente vai junto. As residências que fizeram a ar quitetura de uma época e foram palco de acontecimentos históricos, hoje não mais existem. Não foram tombadas. A história não se preservou.
O Colégio São Francisco, marco de uma cultura, prédio de uma época, corredores impregnados de história, que possa permanecer em ambiente de cultura e de saber.
Os filhos do Colégio São Francisco, homens e mulheres, médicos, profes sores, juristas, comerciantes, andari lhos do Brasil e do mundo, possam, no amanhã, ao adentrar naquele am biente, sentir a forte emoção, na lem brança de um passado que, na salas e paredes, ali se encontra um pedaço de seu eu e que na personalidade que possui se possa ver o traço que lhe marcou indelevelmente seu existir.
A preservação da memória se faz necessária. Reflete, em qual quer cultura de um povo, a conservação de um patrimônio. Assim se enten de os antepas sados.
PROJETO DE ALUNOS DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS É SUCESSO EM MOSTRA NACIONAL
Erauma vez dois alunos de escola pública que se interessaram por robótica, participaram de uma seleção e foram aprovados para frequentar o CEPRI - Centro Educacional de Pesquisa, Robótica e Inovação de São Miguel dos Campos. Projetaram e executaram o protótipo de uma “casa inteligente”, que é controlada através de programação e utilização de internet. Sob a orientação do coordenador do Centro, professor Diogo Tiago, e co-orientação do secretário de Educação, Charles Valença, o trabalho foi submetido e aprovado para participar da maior mostra de robótica do Brasil, que esse ano aconteceu em São Bernardo do Campo (SP), onde o grupo esteve apresentando o trabalho para um público de todas as partes do país.
Essa poderia ser mais uma história bonita que aconteceu em algum lugar bem distante. Ou mesmo de uma grande escola particular ou Instituto Federal de caráter tecnológico. Mas não é. Isso é uma história real, acontecida em São Miguel dos Campos, interior de Alagoas.
Max Clay e Daniel da Silva, ambos alunos do 8º Ano da Escola Municipal Luzinete e Lindalva Jatobá, integrantes do grupo de robótica do CEPRI, estiveram em São Bernardo do Campo, explanando seu trabalho e representando a cidade, sendo, inclusive, o único trabalho aprovado do estado de Alagoas para participar desse evento, que ocorreu no Centro Universitário FEI.
“Eu nunca imaginei que nosso trabalho chegaria tão longe”, afirma o aluno Max.
“É uma emoção muito grande estarmos aqui. Graças à Mostra de Robótica, andei de avião pela primeira vez e estamos aqui apresentando nosso trabalho”, coloca Daniel.
O Centro Educacional de Pesquisa, Robótica e Inovação já é uma referência no estado e recebe alunos de todas as escolas municipais e do Instituto Federal para a realização de pesquisas de extensão, experimentos ou mesmo para assistir a shows de ciências.
Com investimento e apoio total da Prefeitura, toda equipe pode usufruir da participação e exposição na MNR, onde foram bem conceituados e tiveram seu projeto muito bem avaliado.
OUTUBRO ROSA Secretaria de Saúde de São Miguel dos Campos investe na Clínica da Mulher
Com o objetivo de conscientizar as mulheres miguelenses sobre a prevenção ao câncer de mama e zerar a demanda reprimida da unidade, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu esta semana a ação intensificada em alusão ao Outubro Rosa na Clínica da Mulher Miguelense.
Exames, consultas e atendimentos com especialistas, que foram previamente marcados, foram realizados durante todo o dia.
O prefeito George Clemente, o vice-prefeito Dr. Benildo Chagas, a secretária Municipal de Saúde, Adeline Carvalho, e a secretária adjunta de Saúde, Adriana Carvalho, estiveram presentes na ação. “Através desta ação intensificada, atendemos dezenas de mulheres que estavam esperando
consultas, exames e outros serviços. Nossa meta é zerar as filas de espera, de uma forma justa, digna e humana”, explicou a secretária Adeline.
Também foram ofertados vários serviços para o público feminino, incluindo palestras e sorteio de brindes. “Para tornar o dia ainda mais especial, transformamos esse momento em algo leve, prazeroso e divertido, com sorteios e premiações. Mas espero que as mulheres se cuidem e busquem ajuda profissional para prevenir doenças e investir em seu próprio bem-estar”, disse o prefeito.
Foram realizados exames de ultrassonografia da mama, endovaginal e pélvica, citologia e colposcopia, além das consultas com nutricionista, psicóloga, mastologista e ginecologistas.
ECONOMIA EM PAUTA
FGTS no contrato temporário
n Bruno Fernandes –bruno-fs@outlook.com
Cartão de presente
Trabalhadores
com contrato tem porário renovado por sucessivas vezes têm direito de receber os depósitos do FGTS. O caso que deu origem a esse entendimento é de um engenheiro que prestou serviços à Anatel. Nos autos, o trabalhador informou que seu contrato de trabalho, de 12 meses, foi renovado por diversas vezes, ultrapassando o prazo de 4 anos. O trabalhador apelou da sentença que não reconheceu seu direito de receber os depósitos do FGTS e multa de 40% sobre o saldo do fundo. Na 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a sentença foi reformada e reconheceu o direito aos repasses de FGTS ao engenheiro, mas foi negado a ele a multa de 40% sobre o saldo.
Precatórios do INSS
Segurados do INSS que ganha ram ações na Justiça contra o órgão previdenciário vão receber, neste mês, pouco mais de R$ 1,5 bilhão em RPVs (Requisições de Pequeno Valor). O valor exato é: R$ 1.537.309.914,94. Tem direito a uma RPV a ação já concluída, com pagamento definido pela Justiça e com atrasados de, no máximo, 60 salários mínimos, ou seja, R$ 72.720 neste ano. Para saber se o seu nome consta na lista é preciso consultar o site dos TRFs responsáveis pela ação.
O uso de cartões de presente é a mais nova forma de pagar pelas reservas de hospeda gem e outras experiências comercializadas pelo Airbnb no Brasil. O produto chegou ao mercado nacional esta semana, ficando disponível em várias opções de valores. Vendido em 17 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, México, Reino Unido e Alemanha, o cartão garante “maior segurança e flexibilidade aos destinatários”, de acordo com a plataforma. Após adicionado à conta do usuário, ele continuará válido enquanto a conta for mantida ativa no serviço.
Consignado do Auxílio Brasil
A Caixa Econômica Federal pediu mais tempo ao Ministério da Cidadania para depositar o dinheiro dos emprés timos consignados do Auxílio Brasil na conta dos clientes, mas não havia recebido o aval até a quinta, 27. A portaria MC 816, que regulamenta a linha de crédito, determina que o valor contratado seja depositado na conta do beneficiário em até 2 dias úteis. Mas a Caixa não tem conseguido cumpri-lo, alegando “excesso de demanda”.
SAÚDE
Santa Casa de Maceió une especialistas no combate ao câncer de pulmão
de pulmão ainda é uma doença frequen temente diagnosticada. De alta letalidade, a medicina precisa reforçar seu arsenal tecnológico e de conhecimen to para combater os efeitos nocivos que a patologia provo ca no organismo do paciente e também tentar aumentar as chances de cura. É o que a Santa Casa de Maceió tem feito com o Tumor Board (TB), um conselho médico multidis ciplinar que analisa os casos mais complexos.
Ocâncer
Dentro da instituição, a organização do Serviço da Cirurgia Torácica trabalha junto com a oncologia clínica, radioterapia, radiologia, pa tologia, pneumologia e medi cina nuclear. “O Tumor Board aumenta a união do grupo e o nível da especialização, o que vai trazendo novos protocolos, ou seja, vai formatando a casa para tratar melhor os pacien tes com esse tipo de patologia. Semanalmente, discutimos os casos mais complexos. Isso é um ganho muito grande, pois ajuda os pacientes a ter mais qualidade de vida”, destaca o oncologista clínico Divaldo Rodrigues Alencar.
Entre os benefícios im
plantados no hospital para o combate ao câncer de pul mão estão o exames de bio logia molecular, que forne cem maior precisão na hora de decidir quais as melhores drogas para cada caso. “Es ses exames fazem a procura de alvos para tratarmos uma doença. Em algumas situa ções, comparamos com uma cultura de urina que usamos para saber o antibiótico. Já os exames de biologia molecular nos dão a melhor chance de acerto no tipo de remédio que será usado. Medicamentos que chegam ao mercado com
uma velocidade grande, mas que estão sendo incorporados rapidamente ao serviço. Sem dúvidas, temos, aqui, o que existe de mais moderno”, dis se o especialista.
Recentemente, o hospital adquiriu o PET-CT, equipa mento de última geração que realiza exames de diagnóstico por imagem na detecção de cânceres. O acréscimo de exa mes de estadiamento também tem ajudado a equipe médi ca a entender como a doença se desenvolve no paciente do momento do diagnóstico e du rante o tratamento.
“Alguns fatores aumen tam a frequência do câncer de pulmão, então, o combate ao tabagismo continua sendo o foco contra a doença. Mas, as sim como no câncer de mama, quando falamos da mamogra fia, temos medidas que usa mos para o rastreamento de tumores pulmonares. Para os pacientes que se mantém fu mando, por exemplo, fazemos tomografia de tórax com bai xa dose para conseguir fazer o diagnóstico mais precoce possível”, disse o oncologis ta clínico, Divaldo Rodrigues Alencar.
Tumor Board tem auxiliado a encontrar caminhos para o tratamento de casos gravesDivaldo Alencar, oncologista clínico, destaca os benefícios implantados no hospital
FERNANDO CALMON
n JORNALISTA
Vendas devem crescer no mínimo 5% em 2023
Projeções
iniciais para o mercado inter no de veículos em 2023 são positivas para automóveis e comerciais leves. No primeiro dia do Congresso Autodata Perspectivas 2023 (24 a 28 de outubro), o presidente da Anfavea, Márcio Leite, previu crescimento mínimo de 5% com base no desempenho muito fraco do primeiro trimestre deste ano que não deve se repetir em 2023. Essa previsão parte da premissa que o desabastecimento mundial de chips seja paulatinamente resolvido ao longo do próximo ano. Se isso ocorrer, as vendas podem crescer até 10% sobre 2022.
Leite afirmou que o aumento dos preços deslocou a demanda de carros novos para o mercado de usados e de motocicletas. “Considero um desafio trazer este consumi dor de volta e a solução é uma mobilidade a custo mais baixo”, reconheceu. A interpre tação plausível: haverá muitas promoções
ao longo de 2023 e o tíquete médio de venda deverá ficará menor do que as tabelas de preço sugerem. É uma forma indireta de baixar os preços.
Nessa mesma linha seguiu Mauro Correia, presidente da Caoa, que previu crescimento do mercado entre 5% e 10%. A empresa produzirá um novo modelo da Hyundai na fábrica de Anápolis (GO) no próximo ano, certamente mais um SUV.
Pablo Di Si, ex-CEO da VW América Latina e agora na mesma posição na Amé rica do Norte, reafirmou que cada região tem que se adaptar à sua realidade rumo à eletrificação da mobilidade. Nos EUA há subsídios estaduais e federal de até US$ 15.000 e os carros elétricos ocupam 6% do mercado. Para o Brasil ele vê um híbrido flex a etanol mais plausível, quando se calculam emissões de CO2 do poço à roda, sem requerer megainvestimentos. Di Si
Motor 1,5 turbo flex vai muito bem no HR-V
A Honda estabeleceu uma estratégia de atender a dois pú blicos no disputado mercado de SUVs compactos. Primeiramen te, em julho, com motor aspirado de 1,5 L (EX e EXL) e agora a versão turbo flex (Advance e Touring). Ambos têm a mesma cilindrada e o mais potente pas sa a ser montado no Brasil.
Há algumas diferenças externas nas duas versões mais caras do HR-V (R$ 176.680 e R$ 184.500, respectivamente). Grade dianteira em formato de colmeia, rodas de liga leve de aro 17 pol. e desenho exclusivo, retoques nos para-choques dian teiro e traseiro e ponteiras de escapamento individuais (uma em cada lado), o que fez o porta-malas perder 39 litros de volume (agora, 354 litros).
No interior o banco do motorista tem regulagens elétricas (só na Touring) e o volante recebeu aplique preto brilhante no raio central. A Honda estreia seu aplicativo de conectividade para telefone celular agora recarregável por indução e 15 funções como cerca geográfica, partida remota do motor, ligar o ar-condi cionado a distância, notificação de colisão e encontrar o carro, entre outras. A versão mais cara inclui agora sensor dianteiro de estacionamento, ausente nas outras três.
O motor 1,5 L turbo entrega 177 cv e 24,5 kgf.m com etanol ou gasolina, enquanto em outras fabrican tes potência e torque são maiores ao abastecer com o combustível de origem vegetal. Consumo no parâmetro PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular):
cidade 8,8/12,7 km/l (E/G) e na estrada, de 9,8/13,9 km/l (E/G). São bons números.
Embora exista uma diferença de R$ 42.000 entre a versão de entrada e a de topo, o HR-V Touring mostra desempenho realmente bem melhor. Suspensões ficaram mais firmes. O SUV arranca vigorosamente em especial quando se seleciona o modo Sport que atua na programação do câmbio automático CVT de sete marchas. Relação peso-potência de 8 kg/cv permite estimar a aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 9 s (a fabricante não informa esse dado). A direção tem respostas melhores no modo Sport.
Nesta primeira avaliação, pelas bem pavimenta das estradas de Santa Catarina, as ultrapassagens foram feitas com previsibilidade e segurança. Já no modo Econ, que há apenas no motor turbo, o computa dor de bordo indicou 13,5 km/l de gasolina, adequado ao ritmo imposto na viagem.
observou que é possível colocar os grandes recursos atuais de digitalização também nos híbridos. Neste ponto o País tem que avançar e a engenharia brasileira está capacitada para isso.
A GWM confirmou a importação do SUV H6 com atualizações de estilo e suspensões recalibradas que serão apresentadas ainda este ano e vendas em 2023. Trata-se de um híbrido plugável de porte do Toyota SW4 e pode alcançar até 200 km no modo elétrico. Oswaldo Ramos, diretor comercial, adiantou que o motor flex etanol/gasolina deve estar disponível em 2024, quando se iniciará a produção em Iracemápolis (SP) de uma picape média e depois um SUV. A estratégia é cobrir o mercado com entregas e retiradas para manutenção de veículos em qualquer município brasileiro, além das 133 concessionárias. A empresa estimulará comercialização por assinaturas.
Pacote de segurança ativa nos Caoa Chery
Cada fabricante escolhe um nome – no caso da Caoa Chery, Max Drive. Mais uma demons tração de que os modelos produzidos no Brasil têm avançado em segurança ativa para evitar ou mitigar acidentes. Marcas de origem chinesa não ficaram para trás e ainda oferecem preços competitivos.
O Tiggo 7 Pro (cinco lugares) e o Tiggo 8 (sete lugares) chegam ao mercado por R$ 199.990,00 e R$ 214.990,00, respectivamente. SUVs são sempre mais pesados, o que aumenta os riscos pessoais e materiais em terceiros nas colisões contra veículos de menor porte. O pacote Max Drive inclui no primeiro modelo 14 itens entre alertas, frenagem automática de emergên cia e assistências ao motorista (desde comutação automática dos faróis aos controles de veloci dade de cruzeiro). No Tiggo 8 são 12 itens: não são oferecidos alertas de abertura de porta e de colisão traseira.
ABCDO INTERIOR
Crime eleitoral
n robertobaiabarros@hotmail.comNovo projeto
PELO INTERIOR
Pauline
Pereira, irmã de Jó Pe reira, candidata a vice-governadora da chapa de Rodrigo Cunha para o Governo de Alagoas, tem muito que explicar à Justiça Eleitoral. Ex-prefeita da cidade de Campo Alegre, que fica locali zada a 39 quilômetros de Arapiraca, Pauline é acusada de pagar, via Pix, a pessoas en volvidas em divulgação criminosa por meio de cartazes e faixas de lona, com ofensas e difamação contra o candidato a governa dor pelo MDB, Paulo Dantas. do seu partido.
Todos presos
O crime eleitoral chegou a ser abortado pela Polícia Militar que apreendeu material que estava em um furgão. As pessoas que foram presas confes saram ter recebido dinheiro de Pauline Pereira, que é coordenadora da campanha de Rodrigo Cunha, do União Brasil. Elas também confessaram à Polícia que realizavam o trabalho durante a noite e madrugada. Todos os envolvidos foram encaminhados para a delegacia de Arapiraca, onde foi lavrado um Boletim de Ocorrência.
O retorno de Dantas
O deputado estadual reeleito Bruno Toledo (MDB) comemorou o retorno de Paulo Dantas (MDB) ao Governo de Alagoas. Em vídeo gravado para o jornalista Edival do Júnior, Toledo afirmou que as “artimanhas de Arthur Lira e seu estagiário Rodrigo Cunha caíram por terra”.
No vídeo, o deputado disse que não foi nenhuma surpresa o que acon teceu com o governador Paulo Dan tas. “Nós já sabíamos da aberração jurídica da decisão do afastamento. As artimanhas de Arthur Lira e seu estagiário Rodrigo Cunha caíram por terra. Agora, foco na eleição, garantia do desenvolvi mento de Alagoas. Nada vai parar; dia 30 de outubro é Paulo 15”, disse Bruno Toledo.
Medidas cautelares
A decisão do STF foi proferida pelos ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Em sua de cisão, Gilmar Mendes afirmou que o Código Eleitoral proíbe medidas cautelares contra candidatos a cargos majoritários (como gover nadores) desde os 15 dias antes do primeiro turno até as 48 horas depois do segundo turno.
Há dúvidas
Já o ministro Barroso afirmou haver dúvida razoável sobre a com petência para o afastamento pelo STJ, responsável por analisar casos sobre governadores, uma vez que as suspeitas se referem ao período em que Paulo Dantas era deputado estadual.
Fiscalização
no Sertão
Com o objetivo de se fazer presente junto às ações de interiorização proporcionadas pelo Crea/AL até Você, a equipe de fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas esteve em força-tarefa nesta última semana a fim de apurar denúncias localiza das na região do Sertão alagoano.
Denúncias
Em levantamento produzido pelo setor, foram cerca de 15 denúncias registradas que abrangeram as cidades de Delmiro Gouveia, Pira nhas, Santana do Ipanema, Dois Riachos, Olho d’Água das Flores e São José da Tapera. Outras cidades como Inhapi, Olho d’Água do Casado, Ouro Branco e Poço das Trincheiras também foram alvo de fiscalizações de rotina.
De acordo com o gerente de Fis calização do Crea/AL, engenheiro civil Igor Balbino, o novo projeto traz grandes oportunidades para facilitar a vinda dos fiscais ao Sertão. “Esta mos aqui realizando esse trabalho nas regiões circunvizinhas de Delmiro Gouveia para identificar os propri etários e possíveis leigos que estão executando essas obras e serviços, fruto de uma força-tarefa que está sendo possível graças ao deslocamen to dessa equipe do Crea/AL até Você”, explicou.
Os 98 anos de Arapiraca
Arapiraca comemora, ao longo da semana, seu aniversário de 98 anos de emancipação política. Devido ao segundo turno das eleições 2022, o tradicional desfile de Emancipação Política, que acontece anualmente no dia 30 de outubro, teve de ser antecipado para o domingo passado, 23. Para dar início às festividades, o prefeito Luciano Barbosa, realizou acompanhado do chefe de instrução do Tiro de Guerra 07/015, a revista das tropas para o prosseguimento da atividade em alusão aos 98 anos da segunda cidade mais importante de Alagoas.
Encantaram o público
Com a temática “A cidade que eu quero: identidade, memória e sus tentabilidade”, 11 escolas das redes pública e orivada de Arapiraca, além da Banda de Fanfarra Santa Cruz, da cidade de Taquarana, encantaram o público presente com suas balizas, carros alegóricos e pelotões que hom enagearam todas as fases vividas pelo município arapiraquense.
Semana de comemorações
“A ideia foi a de comemorar a semana do 30 de outubro. Entramos com o pé direito e no sentido de mostrar a cara de Arapiraca. Estamos passando por uma semana de comemorações, onde iremos brindar a esses 98 anos de uma cidade que tem orgulhado o povo alagoano, que é feita de homens e mulheres de bem, trabalhadores, que, com o suor do seu rosto, construíram essa cidade. Então, é uma cidade onde se tem muita gente empreende dora, e é a isso que comemoramos”, indicou o gestor arapiraquense.
... O presidente executivo do ASA, Rogério Siqueira, foi recebido esta se mana pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Ferreira, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. O presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó, também esteve no encontro.
...A reunião ocorreu após pedido de Siqueira. Este foi o primeiro encontro da atual gestão do clube com a CBF.
... Na pauta, entre outros assuntos de interesse do Gigante, a concessão da chancela ao ASA de clube formador, como explica o presidente alvinegro.
... O Ministério Público Federal expe diu recomendação para todos os 102 municípios alagoanos a fim de que sejam adotadas medidas necessárias para a ampliação da cobertura vacinal contra a poliomielite, causadora da paralisia infantil, e sarampo em todo o estado de Alagoas no prazo de 30 dias.
... A atuação coordenada é composta pelos procuradores da República que atuam no núcleo de tutela coletiva do MPF em Alagoas: Bruno Lamenha, Julia Cadete, Niedja Kaspary e Rober ta Bomfim.
... É recomendado aos municípios que quantifiquem, com base no sistema de dados oficiais do Ministério da Saúde, o número real de crianças de até 5 anos que não receberam o esquema de vacinas contra poliomielite e sarampo.
... A Polícia iniciou as investigações sobre a tentativa de feminicídio ocorrida na noite do último domin go, 23. Uma adolescente de 17 anos foi atingida por um tiro no rosto dentro da residência onde mora com a família, no bairro Arnon de Mello, em Arapiraca.
... De acordo com informações do Hospital de Emergência do Agreste, a vítima continua na ala vermelha do hospital, respirando com a ajuda de aparelhos. O estado de saúde dela é considerado muito grave.
... Segundo informações, o ex-na morado da vítima é apontado como autor do disparo, que teria acontecido após uma briga. O suspeito continua foragido.
... Aos nossos leitores, desejamos um ótimo final de semana, com paz e tranquilidade. E lembrem-se: escolher um candidato certo para governar o nosso país pelos próximos quatro anos é de fundamental importância!
MEIO AMBIENTE
José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.comBolsonaro repudiado
Arevista científica Nature publicou um editorial se posicionando contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a publicação britânica, um eventual segundo mandato do político representaria
“uma ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente” do Brasil e do mundo. “Populista e ex-capitão do Exército, Bolsonaro assumiu o cargo negando a ciência, ameaçando os direitos dos povos indígenas, promovendo armas como solução para problemas de segurança e im pulsionando uma abordagem de desenvolvimento a todo custo para a economia”, disse a revista. “Bolsonaro foi fiel à sua palavra. Seu man dato foi desastroso para a ciência, o meio ambiente, o povo do Brasil - e do mundo”, acrescenta. Em 2018, a Nature já tinha manifestado sua insatisfação com as políticas ambientais e científicas do presidente brasileiro logo após ele ser eleito. Agora, a publicação científica, uma das mais conceituadas do mundo, diz que o “histórico de Bolsonaro é de arregalar os olhos”. A Nature também traça um paralelo entre Bolsona ro e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump na condução da pandemia de coronavírus: “Bolsonaro ignorou os alertas dos cientistas sobre a covid-19 e negou os perigos da doença. Bolsonaro também minou os programas de vacinas, questionando a segurança e eficácia dos imuni zantes. Mais de 685 mil pessoas morreram de covid-19 no Brasil”.
Congresso anti-verde
O novo Congresso não está apenas mais à direita – ele também ficou mais antiambiental. Os partidos que votam de forma contrária à proteção do meio ambiente gan haram reforços, enquanto apoi adores da causa não conseguiram se reeleger. As legendas cujas posições são tradicionalmente mais distantes da defesa ambiental fizeram 213 deputados, que representam 41,5% dos votos na Câmara. São elas: PP, União Brasil, Solidariedade, PL, PTB e Novo. Já os partidos que concentram os votos ambientalistas terão 137 das 513 cadeiras na Câmara (26,7%). O grupo é composto por Rede, PC do B, PT, PSOL, PSB, PV, PDT, Avante e Cidadania. A classificação foi feita com base no índice de convergência ambiental dos partidos, calculado pelo painel Farol Verde, do IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade). Chamado de ICAt, o ranking deu uma nota de 0% a 100% para cada um dos partidos. Pelo cálculo, quanto mais próximo de 100%, mais verde foi o histórico de votações da sigla na última legislatura. As legendas intermediárias, cuja convergência com a posição ambientalista ficou entre 31% e 49% nos últimos anos, terão 163 deputados. São elas: Pros, Patriota, PSDB, MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC.
Exemplo de luta ambiental
A modelo Gise le Bündchen, o papa Francisco e o presidente do Chile, Gabriel Boric, estão entre os “100 latinos mais comprometidos com a ação climática”, uma lista elaborada pela ONG ambien talista americana Sachamama e divulgada na segun da-feira, 24. Pelo quarto ano consecutivo, a ONG reconheceu persona-li dades de países latinos que causaram impacto na luta ambiental e contra a emergência climática do planeta. A lista é composta por empresários, políticos, ativistas, acadêmicos, jornalistas e estrelas do show business, como a cantora Camila Cabello, a atriz Rosario Dawson e o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta. “É uma lista extremamente rica, diversa em termos de experiência, história e do trabalho que cada um deles faz”, disse o diretor executivo da Sachamama, Carlos Zegarra, à Agência EFE. Neste ano, pela primeira vez, ela foi elab orada por um júri de especialistas, incluindo o diretor de Meio Ambiente e Ciência da EFE e do portal EFEverde, Arturo Larena. A Sachamama planeja trabalhar no próx imo ano com algumas das personalidades escolhidas para projetar um apelo global para proteger 80% da Amazônia até 2025.
Beleza poluidora
O descarte de lixo comum é um assunto recorrente no cotidiano. Com muitos influencers digitais no ramo da maquiagem, skin care e cuidados com a aparência, o descarte de cosméti cos também precisa ser abordado. “Caso esses produtos entrem em contato com o meio ambiente, obviamente eles vão contaminar a água de rios, os solos”, analisa Michelli Dario, doutora em Ciências pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Assim, o descarte de cosméticos deve ser feito da maneira correta, aquela que tem o menor impacto no meio ambiente. “O resíduo doméstico vai tratar, principalmente, de cosméticos vencidos. A maneira de descarte vai depender da composição dessa formulação e também da forma cosmética, ou seja, da consistência dela”, explica Michelli. Ela pontua que para as formu lações líquidas, como shampoos, deve-se descartá-las na pia ou no vaso sanitário para que atinjam a rede de esgoto. Esmaltes e removedores devem ser levados a postos de coleta por serem agressivos demais para o meio ambiente. As oleosas também precisam ser descartadas em lugares específicos. Os produtos semi-sólidos, como condicionadores, cremes e pastas, podem ser colocados no lixo comum para irem aos aterros sanitários.
DE ALAGOAS
Café-revelação para Graciliano Ramos em Maceió
Bendito
era o café que reunia Gracilia no Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Gilberto Freyre e José Lins do Rêgo na Roda de Maceió.
O Nordeste se preparava para lançar uma litera tura ainda mais revolu cionária que aquele grito contido da Semana de 22. Dizem que a crise e a iluminação andam pelo mesmo caminho. E quan do se encontram, nada é mais do mesmo.
Graciliano antecipou a crise dos 40. Aos 37 anos largou a política. Havia renunciado à Prefeitura de Palmeira dos Índios, corria risco de levar um tiro se continuasse a seguir as regras de seus relatórios entregues ao governador Álvaro Paes.
Caetés estava pronto, na gaveta. São Bernardo a caminho.
De todos os nordestinos da Roda de Maceió na quele início dos anos 30, era o único ainda ilustre desconhecido no mercado editorial brasileiro.
As pessoas florescem em condições interessantes.
Em 1926 nasceu o Mani festo Regionalista. Um dos cabeças era o pernam bucano Gilberto Freyre.
Na Roda de Maceió, o ma nifesto ganhava força nos encontros com aqueles in telectuais que mudavam o eixo brasileiro da arte.
Em 1922 a antropofagia unia Mario e Oswald de Andrade, Villa Lobos. Agora era a hora e vez do regionalismo do Nordeste. Os escritores mais fa mosos (e nordestinos) dividiam a mesa com
Graciliano nos cafés de Maceió. Alguns morando na cidade, como Rachel de Queiroz e José Lins do Rêgo. Outros de passa gem como Jorge Amado. E Graciliano e Aurélio Buarque de Holanda, nascidos e criados em Alagoas. Rachel havia publicado seu O Quinze, em 1930; um ano depois, Jorge Amado estreava com O País do Carnaval. José Lins lançou Menino de Engenho em 1932.
1933 foi o ano de Graci liano. Sua estreia com Caetés retirou aquele nordestino de Quebran gulo, no Agreste alagoa no, do anonimato. Analisando a troca de correspondências en tre escritores e editores naquele período, viu-se que a Roda de Maceió superou aquele egoísmo comum e provinciano dos intelectuais alagoanos: quando algum escritor da Roda lançava um roman ce, os outros escreviam resenhas, críticas, crôni cas, indicavam editoras para lançamentos. E isso era fundamental para retirar das mu ralhas locais boas pro duções, documentando aspectos intrigantes da nossa realidade.
Também protegia os estreantes. Quem arris casse escrever um livro e estivesse fora dos consa grados círculos intelec tuais da época – princi palmente o eixo Rio-São Paulo – poderia enfrentar a cruel crítica especiali zada dos grandes jornais. Assim floresceu Gracilia no, mais tarde, já consa