Edição 1011

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1998 - 2018

BRASIL TEM JEITO

Sebastião Nery: Bolsonaro está no caminho certo

ANO XX - Nº 1011 - 01 A 14 DE MARÇO DE 2019 - R$ 4,00 MASSA FALIDA

DRAMA DO PINHEIRO

Advogados de credores pedem leilão da Guaxuma

Moradores buscam ajuda psicológica

Defensores alegam que arrendamento de usina pode atrasar pagamento das indenizações trabalhistas. 10

Depressão atinge várias famílias em decorrência dos problemas causados pelo afundamento do bairro. 6 e 7

CAPITANIA HEREDITÁRIA

ESTRELA DE ALAGOAS

Ângela Garrote é condenada a 23 anos de prisão Deputada e filhos desviaram recursos da merenda escolar no município mais pobre do Estado. 5

Com parentes no comando dessas serventias, juízes ficam impedidos de atuar na coordenação do concurso. 18

LITORAL NORTE PROMETE REUNIR MILHARES DE FOLIÕES NO CARNAVAL Maragogi, Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres e Passo preparados para folia de Momo

Para o jornalista e escritor, “povo descobrirá que político não precisa roubar para governar”. 16 e 17 AOS LEITORES E ANUNCIANTES O EXTRA volta a circular no dia 15 de março

NEPOTISMO NO JUDICIÁRIO ATRASA CONCURSO DOS CARTÓRIOS EM ALAGOAS

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA RACHA BANCADA FEDERAL DE ALAGOAS 8 e 9


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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Fábrica de multas

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- Os fatos comprovam que o presidente Jair Bolsonaro está certo ao definir os órgãos ambientais do país como verdadeiras “fábricas de multas”. Pelo menos em Alagoas isto é uma realidade.

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- Em nome do Meio Ambiente usam e abusam do excesso de burocracia para criar dificuldades e vender facilidades. Fato: Enquanto a prefeitura de Fortaleza libera um alvará de construção em 24 horas, em Maceió o documento leva de 4 a 6 meses para ser concedido.

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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- Além do valor extorsivo das “multas” ambientais lavradas sem qualquer critério, o empresário é submetido a vexames com interdição de obras que gerariam emprego e renda. E se reclamar, é processado e até ameaçado de prisão.

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- Agora, insatisfeito com as exigências do Código Municipal do Meio Ambiente, o Conselho Municipal de Proteção do Meio Ambiente (COMPRAM), após listar 14 “Considerandos”, instituiu uma resolução para “disciplinar” a destinação das águas de lençóis freáticos na construção civil.

Alô, TJ

Alguns conjuntos residenciais vivem +em eterno litígio com moradores que usam os serviços de água, limpeza e segurança, mas se recusam a pagar a taxa de condomínio e outras obrigações coletivas. Há anos esperam decisão da Justiça, mas como geralmente os caloteiros são “autoridades”, os recursos protelatórios nunca acabam.

Civismo

Que dano traria aos alunos a recomendação do MEC para que os estudantes cantem o Hino Nacional nas escolas públicas? Não é melhor que ver os alunos sendo atraídos por traficantes de drogas na porta das escolas? Ou agredindo professores? Só mesmo mentes poluídas por viés político enxergam danos aos alunos na cívica recomendação do MEC.

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– Com 11 artigos e dezenas de parágrafos e alíneas, a nova “lei” é um primor de zelo à burocracia e vem se somar ao emaranhado de normas exigidas para um simples licenciamento ambiental.

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– A resolução cria mais dificuldades burocráticas para as construtoras e custos adicionais com “consultores ambientais” e outas exigências descabidas. Custos estes que serão repassados ao consumidor no preço final do imóvel.

Nise da Silveira Promiscuidade

Na barafunda em que se transformaram o serviço público de licenciamento ambiental e os cartórios de imóveis, a ADEMI-AL deveria promover campanhas denunciando esses cartéis. Mas a entidade prefere promover a distribuição gratuita de preservativos e outras atividades fora de suas atribuições. Faz vistas grossas aos interesses de seus associados enquanto mantém relação promíscua com o cartel dos cartórios e agentes públicos inescrupulosos.

Alô, Capitão

Algumas construtoras beneficiadas pela Caixa Econômica estão com dificuldade para concluir seus empreendimentos imobiliários em Alagoas. Para estes empresários, o acesso ao crédito é bastante pavimentado, enquanto a maioria das empresas do setor sofre com restrições a esses recursos públicos.

Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Resolução que institui o prêmio Nise da Silveira de Boas Práticas e Inclusão em Saúde Mental. O prêmio será concedido anualmente a cinco personalidades, pessoas físicas ou jurídicas, escolhidas por se destacarem em ações de promoção da saúde mental.

Honorários

Um escritório jurídico de Brasília está cobrando do Hospital do Açúcar R$ 1,3 milhão de honorários. Alega ter trabalhado para recuperar a Certificação de Filantropia, que rendeu ao hospital repasses de R$ 70 milhões. Os recursos foram liberados em dezembro último pelo Ministério da Saúde e devem ser destinados a investimentos e despesas correntes.

Pobre estado

Dados do IBGE revelam que Alagoas é o segundo estado mais pobre do país, só perdendo para o Maranhão, que lidera o ranking da miséria nacional. No quesito renda per capita, que mede o rendimento das famílias por domicílio, Alagoas aparece com renda mensal de R$ 714,00. No Maranhão a renda é de R$605,00. A maior renda per capita é a do Distrito Federal, com R$2.460,00 por domicílio. Mais de três vezes o rendimento de Alagoas.

João Beltrão

O procurador-geral de justiça, Alfredo de Gaspar de Mendonça Neto, interpôs um recurso especial perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para contestar o resultado de uma decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas que aceitou apenas em parte um recurso anterior que já havia sido ajuizado pelo Ministério Público Estadual de Alagoas no ano passado. O embate judicial se dá na ação penal que denunciou o ex-deputado estadual João Beltrão como autor intelectual da morte do cabo José Gonçalves da Silva Filho, crime ocorrido no ano de 1996. O Judiciário alagoano absolveu o parlamentar alegando que faltou à acusação, feita pelo MPE/AL, “provas robustas”. No entanto, a chefia da instituição garante que, há sim, provas importantes juntadas aos autos.

Processo

A ex-companheira do prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, Simonica Alves da Silva está processando os meios de comunicação por noticiarem a acusação de que ela teria divulgado fotos íntimas do gestor. O caso foi relatado à imprensa pelo delegado Thiago Prado. Simonica da Silva ainda criticou o EXTRA por divulgar cópia de trechos de medida protetiva.


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Hospício Bolsonaro Rafina, Grécia - Aposta-se aqui, na costa da imensidão do Mar Egeu, quem é o mais débil mental desse governo: o capitão, que tenta controlar seus súditos desmiolados, ou especificamente três figuras, acopladas ao poder, que vêm se apresentando ao país como toscas, exóticas, esquizofrênicas, bizarras e hilariantes: Damares, ministra dos Direitos Humanos, Vélez, o colombiano que administra a nossa educação, e o Ernesto, que cuida do Brasil lá fora. Desde que assumiram o poder, os três não param de fazer loucuras como se estivessem administrando um hospício e não uma das maiores economias do mundo. Agora, dois deles instituíram a deduragem. Estimulam uma geração a desde cedo conviver com a delação, prática nociva e ainda tão viva do regime militar. Querem que os alunos se perfilem diante da Bandeira Nacional e cantem o Hino Nacional. Acreditam que isso vai educá-los melhor, melhorar o ensino e dar-lhes cidadanias na falta de melhores escolas, mais professores e mais investimentos na educação. Pasmem! Os vídeos com a cantoria serão mandados para o Ministério da Educação, que se encarregará de fazer as devidas punições aqueles vistos com a boca fechada – ou quem sabe – os desafinados. A punição a meninada antipatriota, comunista, rebelde e desafiadora ainda não foi estabelecida, mas pelo que parece, Vélez deve consultar o seu guru Olavo de Carvalho, nos Estados Unidos, responsável pela sua indicação, para estudar caso a caso enquanto a educação, no caos, pede socorro.

Factoides

Este governo deveria estar preocupado em resolver os problemas cruciais do país, em coisas mais relevantes do que os factoides dos seus sus ministros que atraem a atenção para um país folclórico, cheio de alegorias ensandecidas. A professora Eliane da Costa Bruini, colaboradora do site Brasil Escola, graduada em pedagogia pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo, chama a atenção para os problemas educacionais do país. Segundo ela, “o Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PISA).

Analfabetismo

Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil ainda estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009; 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler; 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita. Professores recebem menos que o piso salarial.

Vélez, o nosso educador, foi mais longe numa tentativa servil de bajular o capitão. Enviou uma carta, escrita por ele mesmo (isso mesmo, do próprio punho!), para toda rede escolar para que os alunos, perfilados, gritassem, como faziam os adoradores do nazi-fascismo, o slogan de campanha do governo: “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”. A proposta é tão esdrúxula, tão idiota que assustou até o vice-presidente, o general Hamilton Mourão. “É contra a legislação. Você não pode colocar uma mensagem que não é de propaganda governamental a algo que seja ligado à propaganda”, disse ele, condenando a iniciativa de Vélez. A reação em cadeia de todos os setores educacionais e da cúpula do governo, logo teve o efeito esperado. Vélez desistiu da ideia do slogan, até mesmo porque fere a legislação. Mas disse que iria manter o Hino Nacional e as filmagens, desde que, claro, os pais autorizem a imagem dos filhos. Lá do outro lado do Atlântico, onde estava numa audiência da ONU, Damares, a ministra biruta, apoiou a ideia de Vélez. Disse tanta besteira, jogou tanta conversa fora para se solidarizar com o colega que, francamente, não gostaria de registrar nesse artigo para não deseducar os brasileiros. É coisa para divã. Mas, infelizmente, quem poderia ajuda-la já morreu: a psiquiatra Nise da Silveira, que certamente do seu túmulo mandaria um recado para que o governo não volte com o eletrochoque nos hospitais, como já anunciou que fará. “Se fizer isso, por favor, comece pelos seus ministros”, diria ela do além-túmulo.

Ignorância

Ora, eis aí um problema que Vélez deveria se preocupar em vez de perfilar alunos para honrar a bandeira do país e cantar o Hino Nacional, como se isso fosse resolver os problemas na educação. Chamar-se-ia isso de “desocupação educacional”. Trata-se de um cara vazio de propostas que tenta cobrir a sua ignorância sobre o país que optou para viver com sandices e bajulações para agradar o capitão. É mais reacionário do que o próprio que o alojou lá dentro do Ministério da Educação.

Um projeto

Quase dois meses depois o que se percebe é que este é um governo de um projeto só. Debruçou-se no da Reforma da Previdência, adaptando-o de governos anteriores, e aposta todas as suas fichas. Se nada der certo, ou se o projeto for fatiado, como pretendem os deputados, o país ficará ingovernável, a mercê de novas propostas que ainda não existem.

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Clientelismo

O arroubo do capitão de que governaria sem o tome lá dá cá é coisa do passado. Os parlamentares exigem, como é tradição vergonhosa da Casa, que suas emendas sejam liberadas. Cada um quer a sua fatia financeira para decidir se apoia ou não a Reforma da Previdência. Assim, Bolsonaro começa a fazer reuniões pontuais para satisfazer a ganância dos aliados na liberação de recursos, como fizeram governos que o antecederam para garantir a maioria no Congresso Nacional.

A milícia

O valentão

O Paulo Guedes, que chegou ao poder como o valentão da economia, o cara que iria, em um passe de mágica, botar o país no rumo do crescimento, esconde-se atrás da Reforma da Previdência. Os dez projetos que tinha para botar o país nos trilhos do desenvolvimento não se sabe para onde foram, desapareceram como as suas ideias primárias de administrar um país como o Brasil.

Enquanto isso, os ministros pirados soltam factoides para entreter a população com ideias mirabolantes, vendendo terreno na lua. É uma coisa orquestrada, pois assim eles tiram da mídia as notícias desagradáveis contra o capitão e seus familiares. Inclusive aquelas que botam no colo do Flávio, o Zero Um, a milícia do Rio de Janeiro, que tinha Queiroz como seu principal artífice na extorsão dos salários dos servidores do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio.


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Sem transparência

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epois de estourar o escândalo que atingiu em cheio a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) na pessoa do seu presidente José Carlos Lyra, seria bom que as autoridades constituídas, como Ministério Público e Polícia Federal, fizessem uma varredura em instituições do Sistema S. Ali, ao que parece, se movimenta fortunas cuja transparência ainda carece muito de ser conhecida pela população. Sebrae, Sesi, Sesc, Senai e outros órgãos, devem mesmo passar por um pente fino para saber como é

Sistema generoso

Verbas publicitárias, mordomias, favores administrativos, tudo isso faz parte do curriculum dessas entidades que arrecadam fortunas com a contribuição de milhares de empresas pelo Brasil afora.

Negócio da China

Mesmo com uma contribuição obrigatória, os órgãos do Sistema S ainda cobram das empresas por eventuais cursos de qualificação. E ninguém parece perceber que as despesas custam os olhos da cara.

Para sempre?

Os cargos de dirigentes dessas instituições são invejados por muitos. Quem está dentro não quer sair e quem está fora quer entrar. Na Federação das Indústrias, no Sebrae e outros órgãos, seus presidentes fazem décadas que ocupam as cadeiras e reagem em sair. O negócio deve ser mesmo muito bom mesmo.

Vai incomodar

O segundo mandato do governador Renan Filho vai ser muito diferente do primeiro. Com novas caras na Assembleia Legislativa e a insatisfação de alguns deputados, o clima de oposição cresceu na Casa de Tavares Bastos. Para aprovar projetos o governador vai negociar. E muito.

Perdeu forças

A decisão de afastar pessoas ligadas a deputados para tentar garantir a eleição do tio Olavo Calheiros para presidente da Assembleia, o que frustrou suas pretensões, Renan Filho abriu um fosso profundo na convivência com os parlamentares. Ele está fazendo de tudo para reabrir as negociações, mas tem encontrado resistência com aqueles que foram tomados de surpresa com a demissão sumária de seus protegidos.

gasta a fortuna das partes que lhes cabem. O negócio parece mesmo ser tão bom, que os presidentes dessas entidades renovam seus mandatos permanentemente, numa política que ninguém sabe como se perpetuam no poder. Por trás dos cargos, grandes salários e muita força política, principalmente com os mecanismos que passam por suas mãos para convencer os seus filiados. Nada melhor do que se exigir que esses organismos sejam permanentemente fiscalizados e suas receitas e despesas sejam do conhecimento público, sem maquiagem, diga-se de passagem.

Duas conversas

No discurso feito há dias na Assembleia Legislativa, Renan Filho só quis mostrar a parte razoável do seu governo. No quesito saúde preferiu não se aprofundar no assunto, já que o setor vem passando por extremas dificuldades. Ele deixou de dar ênfase à construção dos novos hospitais, pois sabe que não conseguirá mantê-los quando estiverem prontos, se é que ficarão prontos nesses próximos anos.

No limite

Com a folha de pessoal no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, Renan vai ter que se virar nos trinta para fazer concursos públicos, manter a máquina administrativa funcionando e conceder reajustes salariais. É a prova de fogo no início do segundo mandato.

Carnaval em Traipu

O calendário de festividades em Traipu que iniciou com força na gestão do então prefeito Eduardo Tavares tem dado sequência na administração atual. Além do cumprimento das obrigações e da implementação de obras no município, o prefeito Silvino Cavalcante vem se destacando na região. Para o Carnaval, o próprio prefeito vem cuidando pessoalmente da organização da frevança onde Traipu se destaca pela segurança e o crescente turismo às margens do Rio São Francisco. Os blocos dos Garis e das Margaridas são os destaques principais do carnaval.

GABRIEL MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.br

Só o município

O Estado deveria estar mais presente nos problemas do bairro do Pinheiro. Apenas a Prefeitura de Maceió tem dado um suporte aos moradores atingidos pelos fenômenos geológicos. A Defesa Civil do Estado tem conversado muito, mas o governo, na prática, não fez absolutamente nada.

Absurdo

Ninguém entende porque durante meses as equipes de geólogos não chegaram a uma conclusão sobre o que está acontecendo no bairro do Pinheiro. Seria melhor que o governo federal contratasse especialistas japoneses para identificar os problemas, solução que já teria sido encontrada. Os japoneses são especialistas em terremotos e problemas geológicos.

Dever de casa

A Câmara de Maceió e a Assembleia Legislativa têm feito o dever de casa sobre o bairro do Pinheiro. Estão discutindo providências e cobrando das autoridades celeridade na solução dos problemas dos milhares de moradores da região. Resta esperar que as providências sejam rápidas e práticas.

Omissão

O escândalo que tomou conta da Arsal é antigo e o governo sabia disso. O governador Renan Filho sequer se pronunciou sobre as acusações que pesam sobre seu presidente Lailson Gomes, indicado do ex-deputado Ronaldo Lessa. O rombo na Agência Reguladora já vinha há tempos sendo denunciado sem que ninguém tomasse providência. Os desvios de conduta dos dirigentes da empresa são reconhecidos até pela juíza Ester Fontan Manso, que admite o afastamento de toda a diretoria.

Candidato a prefeito

O ex-deputado e atual secretário de Infraestrutura do governo de Alagoas, Maurício Quintella, é o candidato a prefeito de Maceió da família Calheiros. O cargo que ele assume lhe dá a possibilidade de aparecer mais em Maceió, com obras de fachada para impressionar a população da periferia.

Despreparo

Os agentes de trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem que atuam na Al-101 Norte, a partir do complicado viaduto que atazanou a vida dos motoristas e pedestres, fazem mais prejudicar que resolver o problema dos constantes congestionamentos na área. Doutrinados para lavrar multas e abastecer os cofres do Estado, alguns agentes desconhecem o fator educativo e metem a caneta por simples interpretação da autoridade. Uma vergonha.

Prática criminosa

Para multar os pobres motoristas que trafegam na Al-101 Norte, os agentes do DER têm a prática de ficar escondidos nas curvas, com o visível objetivo de arrecadar dinheiro para o Estado. Os motoristas parados não têm muito que discutir nem justificar, é esperar a notificação em casa.


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MERENDA ESCOLAR

Deputada é condenada a 23 anos de prisão por fraude Ângela Garrote foi prefeita de Estrela de Alagoas e integrava quadrilha que fraudava licitações ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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deputada estadual Ângela Garrote (PP) foi condenada a 23 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, mais o pagamento de R$ 17.140,27 em multas por integrar uma quadrilha que desviou dinheiro da merenda escolar em uma das cidades mais pobres de Alagoas. De acordo com a sentença, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e econômica nas escolas do município de Estrela de Alagoas foram os principais prejudicados porque, em muitos casos, a merenda “era a única refeição substancial do dia”. Segundo a Justiça, na época dos crimes (anos de 2005 a 2009), Ângela Garrote ou era prefeita ou tinha influência nas gestões seguintes. Ela foi condenada em fraude à licitação; desvio de verba pública em 11 contratos; corrupção passiva e; formação de quadrilha. O julgamento foi em 12 de dezembro do ano passado, cinco dias antes dela ser diplomada deputada estadual. A sentença é assinada pelo juiz da 8ª Vara Federal, Cristiano de Jesus Pereira do Nascimento. A denúncia é do Ministério Público Federal (MPF) e cabe recurso. Pobreza Estrela de Alagoas tem expectativa de vida bem abaixo da média brasileira: 68 anos. No Brasil, são 75 anos. A renda média de cada morador não passa de R$ 200, sendo

Esquema de corrupção de Ângela Garrote vitimava crianças e adolescentes que 64% da população é pobre ou miserável. Quem ganha salário mínimo pode ser considerado “rico” na cidade. Estrela de Alagoas é um dos 199 piores municípios em todo o Brasil para um ser humano nascer e viver. E o Brasil tem 5.565 municípios. A posição de Estrela é 5366ª. Ângela Garrote e sua família fizeram carreira na Prefeitura de Estrela. Começou por Antônio (marido) em 1996, depois ela (assumiu em 2004 e foi reeleita em 2008) e mais adiante o filho, Arlindo, até hoje na chefia da administração.

POLÍCIA FEDERAL Quadrilha desviava recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), entre os anos de 2005 a 2009, destinados à compra de merenda escolar.

Outro filho, Toninho Garrote, entrou na política, mas em Palmeira dos Índios. É vereador, mas deveria estar preso por ter sido condenado, em maio de 2014, pelo assassinato, em 23 de junho de 2007, do estudante Diego Florêncio. O juri foi anulado pelo Tribunal de Justiça. Arlindo já foi preso por corrupção. Os rastros de Ângela Garrote pela Prefeitura de Estrela estão em 2 operações da Polícia Federal: Caetés e Mascotch (ambas em 2011). A PF descobriu uma quadrilha que desviava recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), entre os anos de 2005 a 2009, para compra de merenda escolar. E mesmo fora da Prefeitura, Ângela controlava a gestão de José Teixeira de Oliveira (prefeito de 2007 a 2009) e José Almerino da Silva (prefeito de 2009 a 2012). Ângela indicou os dois filhos, Etevaldo Garrote da Silva Sobrinho (secretário de Administração), Arlindo (secretário de Finanças) e a irmã, Luciana Lira de Jesus (chefe de gabinete) nestas gestões. A matriarca dos Garrote tinha tanto poder que, em

seu depoimento, o prefeito José Teixeira disse que nem conhecia seu secretariado; muito menos os integrantes da Comissão Permanente de Licitações. Acabou absolvido porque os depoimentos mostraram que as tratativas para o esquema nem passavam pela mesa do prefeito mas na da chefe de gabinete, irmã de Ângela. Ângela e a irmã faziam compras para abastecer a dispensa de Ângela no supermercado 15 de Novembro, com dinheiro da merenda. Luciana ainda embolsava 5% do montante das notas fiscais emitidas para a compra da merenda mais a fabricação dos documentos das licitações da Prefeitura. A fraude começava na licitação. Entre os anos de 2005 a 2009, concorreram as empresas Comercial 15 de Novembro LTDA (o supermercado onde Ângela e a irmã faziam compras com dinheiro da merenda), o Comercial Compre Fácil LTDA, a Distribuidora São Luiz LTDA e Maria Arlenilde N.da Costa LTDA. As duas primeiras empresas eram controladas por José Aloísio Maurício Lira; as duas últimas por Luiz Carlos Correia Costa, também réus nesta ação. A falsa concorrência entre 4 empresas controladas, na prática, por 2 pessoas, tinha como resultado a “vitória” das empresas de José Aloísio. A Comissão Permanente de Licitação- formada por familiares de Ângela- “tinha caráter meramente informativo” porque os documentos eram preparados pela irmã de Ângela Garrote. Auditoria da Controladoria Geral da União detectou, também, irregularidades como fracionamento de despesas, ausência de pesquisa de preços, inclusão de produtos nas notas que não eram entregues e falta de ampliação da concorrência. O conluio atravessou a gestão de Ângela Garrote, José Teixeira de Oliveira e José Almerino da Silva. Ela teve o mandato cassado em 2007, a Câmara de Vereadores fez eleição indireta e escolheu José Teixeira, aliado de Ângela, para o mandato-tampão no Executivo, até 2012, quando Arlindo Garrote, filho de Ângela, ganhou no voto popular. A deputada, em sua defesa anexa ao processo, negou as acusações. Disse que não havia provas e questionou a idoneidade dos depoimentos. Sobre as licitações disse que as irregularidades levantadas pelo MPF e Controladoria Geral da União (CGU) foram erros formais “inexistindo dolo ou má-fé”.


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DRAMA DO PINHEIRO

Bairro é acometido pela angústia e incerteza Moradores precisam de acompanhamento psicológico para enfrentar rotina SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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ngústia e aflição, tudo relacionado ao temor e ao medo”. Essa foi a primeira frase da moradora do Pinheiro, Lânia Brandão, 32 anos, quando questionada sobre a sua saúde mental após o problema de instabilidade no solo do bairro do Pinheiro. Desde que o primeiro tremor aconteceu, no início de 2018, centenas de famílias tiveram suas rotinas interrompidas, sonhos destruídos e grande obstáculos a serem enfrentados. Na região, reside 20 mil pessoas, sendo 4 mil estão em áreas consideradas de risco. De acordo com o psicólogo e vice-presidente do Cavida (Centro de Promoção de Saúde, Educação e Amor à Vida), Arnaldo Santos, o acúmulo de todos os acontecimentos vivenciados pelos moradores da região podem causar comportamentos patológicos, síndrome do pânico e até mesmo um processo depressivo. “Os sentimentos de frustração e incerteza permeiam a vida da pessoa que está em processo de ansiedade, que é o caso das pessoas que moram no bairro”. Para Lânia, não é algo específico e sim uma junção de vários sentimentos. “Estresse, queda de cabelo, ansiedade. Estou com acompanhamento psicológico, não consigo dormir mais que duas horas por noite. Se chove, eu sinto o cheiro e, independente da intensidade do sono, eu já acordo. Para eu poder dormir alguém tem que me olhar, porque eu não consigo”, detalhou ela sobre a situação. Ela mora com o marido e com a mãe,

Fenômeno que causa afundamento de solo e rachuduras nas residências do bairro vira tragédia na vida dos moradores uma senhora de 60 anos, em uma casa na rua Dr. Ernesto, localizada na área vermelha do bairro (demarcação feita pela Defesa Civil para identificar os níveis de risco de cada imóvel). Sua mãe, Laurinda Brandão, perdeu 20 kg. Lânia conta que a mãe deixou de comer e dormir por medo, que a incerteza e as dúvidas sobre o caso a deixam muito mal psicologicamente. “Eu desconto na comida, ela deixa de comer. Além disso tudo é cardíaca e tem enxaqueca todos os dias. O descaso é muito grande [do poder público], até outro dia ninguém tinha ido a minha casa para avaliar”, conta ela. Laurinda não quis falar com a

reportagem, mas numa única frase disse que tem semana que nem vai para o quarto, fica dias sem dormir, na sala rezando. Além dos problemas psicológicos adquiridos com o incidente, Lânia conta sobre a mudança de seus planos e sobre ver todo o investimento de uma vida ir embora de uma hora para outra. “Eu economizei 10 anos de trabalho da minha vida para reformar minha casa. Derrubei-a no chão, fiz o projeto dos meus sonhos. Para quê? Para depois de dois anos de pronta ela estar rachada de uma ponta a outra? Eu perder tudo que construí com o suor do meu trabalho? A vida,

é claro, é o que mais importa, mas não tem como esquecer todo o esforço para conquistar o que tinha e perder assim, de uma hora para outra. Estamos no processo de perda de, literalmente, todos os móveis”. Lânia disse ainda que esperava engravidar este ano, mas o planos terão que ser adiados. Ela mora na casa há 36 anos, e quase toda a família também mora no bairro. “Fui nascida e criada aqui, agora estão todos se mudando e eu também estou tentando, mas não está fácil”. Ela é corretora e está ajudando os parentes em busca de imóveis para todos, mas ainda não encontrou um para ela.


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TRAUMA COLETIVO

Projetos de vida são abandonados pelas famílias O

psicólogo ressalta que é importante que o morador não acredite que tudo está perdido, e que busque alternativas, mesmo nas adversidades, para o problema seja ele qual for, inclusive em um processo de ansiedade. Não foram só os planejamentos da Lânia que foram alterados. A família da Ianara Vasconcelos mora no bairro há 6 anos e também teve que rever os projetos e até adiantá -los. “Quando tudo começou foi uma angústia. Saímos procurando casa, apartamento, mas paramos para planejar melhor e adiantamos um projeto de deixar o estado. Estamos nos acostumando com a situação, mas minha mãe é, até agora, a mais abalada emocionalmente. Chegou a adoecer por conta disso”, relatou Ianara ao lado do pai, Sílvio Vasconcelos. “Se eu fosse resumir todos os sentimentos em duas palavras seriam dúvida e angústia”, finalizou. Já Ana Cristina, 47 anos, teve que dizer a mãe, de 77 anos, que seria uma ótima oportunidade para vender sua casa de 400 m² – residência na qual moram há 36 anos - ponto de apoio de toda a família. Ela disse para a mãe que será vendida para se mudarem para um apartamento. “Perdemos meu pai há pouco tempo, ela ficou um ano internada no hospital, quando tudo aconteceu ela ficou estática, sem rumo. Mudou toda a dinâmica da família, é muita perda. Temos muitos móveis antigos na casa, que eram da minha avó, e agora não cabe no apartamento. É toda uma história que vai ter de ficar para trás”, relata Ana Cristina. Cláudia Mendes é advogada e morava em Aracaju, em Sergipe. Com todo o ocorrido ela teve que se mudar de volta para Maceió, para ajudar no

processo de mudança e adaptações do pai, José Mendes da Silva, 80 anos, deficiente visual. Ela conta que o pai havia acabado de reformar a residência com as adaptações necessárias para sua limitação, como corrimão e chão tátil. “Tivemos que nos mudar e hoje moramos na casa de meu tio, irmão de meu pai. Não tinha condição de manter uma rotina de aluguel, novos custos, novas despesas. Com essa mudança meu pai passou a sofrer muito, não se sente em casa. No nosso apartamento ele já tinha uma visão, uma memória fotográfica do tempo que ele enxergava, então ele sabia circular por dentro do imóvel. Tateando, ele sabia ir para cozinha, ir para banheiro”, conta ela. A mãe de Cláudia, Maria Aparecida, de 72 anos, também sofre com a situação, e, dia após dia, fica mais

Transtornos Tivemos que nos mudar e hoje moramos na casa de meu tio, irmão de meu pai. Não tinha condição de manter uma rotina de aluguel, novos custos, novas despesas. Com essa mudança, meu pai passou a sofrer muito, não se sente em casa. No nosso apartamento ele já tinha uma visão, uma memória fotográfica do tempo que enxergava, então ele sabia circular por dentro do imóvel.

Lânia Brandão dorme em média duras horas por dia, tomada pelo medo e angústia

Cláudia e familiares abandonaram o imóvel onde compartilharam histórias felizes

nervosa. “Já temos esse problema de meu pai, ele precisa dela para muita coisa, e ela não se conforma de ter deixado o imóvel. Muitas vezes não podemos passar as informações que nos chegam, pois eles já estão com idade avançada”. A família morava a cerca de 30 anos no apartamento 303 do Conjunto Divaldo Suruagy. Abaixo do apartamento dos pais, também morava o irmão de Cláudia, Maurício Mendes, que deixou o imóvel diante de toda a situação. “A gente sabe que esse processo ainda é longo. Vai ser demorado, teremos uma grande batalha pela frente para resolução, indenização ou a recuperação do bairro. A gente não sabe

quanto tempo isso pode levar e a nossa preocupação são os nossos pais, com a idade avançada e já fragilizados. Não sabemos se eles vão ter tempo de usufruir de algo, a omissão é grande”, finalizou Cláudia. Quem precisar de ajuda psicológica pode procurar os seguintes órgãos: Cavida, através do telefone 98879-2710; Centro de Valorização da Vida (CVV) através do telefone 188 e o Centro de Atenção Psicossocial. “Em um processo ansioso a pessoa não costuma ver uma alternativa para solução, daí a importância de se fazer psicoterapia para que se encontre, junto com o profissional, uma melhor saída. Faz parte do processo da psicoterapia. Não é fácil, mas toda ansiedade pode ser contida”, finalizou Arnaldo.


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APOSENTADORIA

Reforma da Previdência racha bancada alagoana

NO MURO

Dois deputados podem definir placar estadual contra projeto de Bolsonaro BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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e depender da bancada alagoana, em Brasília, a aprovação da reforma da Previdência, apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), pode demorar. Os parlamentares receberam o projeto na última semana e a maioria comenta que conseguiu avançar apenas em análises técnicas preliminares do extenso conteúdo. Apesar disso, os pontos de atenção se repetem no discurso dos deputados. Enquanto alguns se declaram favoráveis a mudanças no regime previdenciário, ressaltando algumas alterações, outros demonstram resistência a aprovar as mudanças sugeridas pelo Executivo Federal. Entre os trechos que podem se tornar emendas com pedidos de modificação estão às regras para o recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria para idosos, trabalhadores rurais e também a ausência da mudança das regras para os militares, que não foram incluídos no texto. Confira:

governo federal hoje é composto por militares”, disse o deputado. Outro ponto defendido pelo parlamentar e que necessita de alterações são os professores. O deputado afirma que a reforma para os profissionais da educação é injusta visto que há anos lutam por um salário mais digno. “O projeto também quer unificar em 30 anos o tempo de contribuição para a aposentadoria dos docentes de ambos os sexos. Hoje este tempo previsto em lei para os docentes é de 25 anos professoras e de 30 anos professores”, explicou.

A FAVOR

NIVALDO ALBUQUERQUE (PTB) O federal é a favor da reforma, mas o parlamentar não irá votar contra o trabalhador rural. O deputado garante que a reforma tem que existir pois é algo defendido desde os outros governos, porém, ela não pode ser aprovada nem mesmo apreciada da forma como foi apresentada na última semana pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Ela precisa ser analisada e debatida com a sociedade. Não irei votar a favor de nada que vá contra o pequeno agricultor”, disse por meio de sua assessoria.

MARX BELTRÃO (PSD) Beltrão também se mostrou a favor da reforma. O deputado, em entrevista ao EXTRA, ressaltou que a mudança foi algo defendido pelos governos Dilma e Temer, e agora de Bolsonaro, mas salientou que alguns pontos precisam ser reanalisados e se possível alterados, antes de uma possível aprovação, como é o caso das Forças Armadas que não foram incluídos na reforma. “Se é para acabar com os privilégios também é necessário que eles participem da reforma. Vale lembrar que boa parte do

SEVERINO PESSOA (PRB) Pessoa afirmou que a reforma da previdência é um projeto que deve ser analisado ponto a ponto, com muita atenção, pois tem influência direta nas vidas de milhares de brasileiros. “Juntamente com minha bancada do PRB em Brasília iremos buscar o melhor caminho, que favoreça a sociedade alagoana e o Brasil. Defendo que as pessoas com menor poder aquisitivo não percam seus direitos, pois reforma deve ser igualitária pra todos”, o parlamentar, assim como Marx Beltrão, questionou as a decisão de não incluir as Forças Armadas na reforma. Em outras palavras, Pessoa se diz a favor da reforma, mediante uma análise mais aprofundada e que a reforma não prejudique os mais necessitados.

JOÃO HENRIQUE CALDAS (PSB) De acordo com o parlamentar, o texto apresenta avanços em muitos aspectos, como o combate aos privilégios de políticos e servidores da elite do funcionalismo público. Ainda assim, a análise deve ser minuciosa. Todos os segmentos da sociedade têm de ser ouvidos, especialmente aqueles que, por suas características, devem ser tratados de forma singular, a exemplo dos professores, trabalhadores rurais, forças de segurança, entre outros. O parlamentar ressalta que o mais importante é o foco nas ações que precisam ser feitas e nos direitos que não podem ser perdidos. Ser “a favor” ou “contra” é algo secundário neste momento.

SÉRGIO TOLEDO (PR) Assim como JHC, Toledo ainda não tem uma opinião formada sobre o texto apresentado por Bolsonaro. Em entrevista ao EXTRA, o deputado informou que recebeu o texto na última semana e que sua equipe está analisando todos os aspectos e ‘destrinchando’ o projeto para que possa estudar de forma mais detalhada. “Depois do carnaval irei me reunir com minha equipe para analisar esses pontos e definir qual será minha posição, e se irei sugerir alterações”, informou o parlamentar.


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CONTRA

TEREZA NELMA (PSDB) Novata na Câmara, a deputada se mostra contra ao texto da reforma da previdência. A parlamentar defende que a previdência atual é elitista, privilegia os privilegiados e agride trabalhadores. “Uma reforma da previdência é necessária, mas respeitando a Constituição, mantendo o conceito de seguridade social, que engloba previdência, saúde e assistência social. Seus recursos devem ser aplicados de fato em favor de quem precisa da seguridade”, diz a parlamentar. Ainda segundo Nelma, a reforma proposta por Bolsonaro está sendo divulgada com propaganda enganosa e informações falsas. “O que pensar de uma reforma, que tem a coragem de reduzir de um salário mínimo para RS 400,00 a contribuição mensal do BPC pagos a pessoas com deficiência e idosos que não tem condições de trabalhar?”, ressalta a deputada que garante não ter dúvidas que, a reforma nunca seria aprovada no Congresso se fosse extensiva a todos, incluindo os próprios parlamentares, militares, além de outros segmentos privilegiados.

PAULÃO (PT) Assim como Nelman, o federal Paulão também se posicionou contra a reforma. Segundo sua assessoria, o parlamentar acredita que o texto como está hoje desfavorece os já desfavorecidos pelo governo, além dos trabalhadores rurais. “O trabalho em Brasília é de oposição ao texto do jeito que está. Defendo uma análise mais aprofundada do texto para que possa entender de forma completa cada ponto. O parlamentar, além de ser contra, também ressaltou, como seus companheiros de casa, o motivo pelo qual as Forças Armadas não foram incluídas reforma. A opinião do alagoano vai de encontro como a maioria da bancada petista no Congresso.

ARTHUR LIRA (PP) Em entrevista ao site O Antagonista, o líder do PP, disse que a equipe econômica de Jair Bolsonaro colocou um “bode” na reforma da Previdência. “É muito difícil aceitar o bode que eles botaram na proposta”, afirmou o deputado, elencando, por exemplo, a diminuição do valor a ser recebido por idosos pobres, para menos de um salário mínimo — trata-se do benefício de prestação continuada, o chamado BPC –, e as mudanças nas regras de aposentadoria rural. Ainda de acordo com o parlamentar, no PP, pontos como esse, que de alguma forma prejudique a população não terão um voto. “Se não houver ajustes, acho difícil que a reforma consiga andar, até mesmo na CCJ.” O aumento da alíquota de contribuição para até 14% para o INSS e as regras propostas para os militares também enfrentarão resistência, acrescentou Lira.

ISNALDO BULHÕES JR. (MDB) O deputado se posicionou contra o atual texto da reforma e defendeu mudanças nos pontos defendidos por outros parlamentares alagoanos como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria para trabalhadores do campo e como ficará as Forças Armadas em relação a reforma. Apesar de algumas divergências, Bulhões afirma que a proposta é algo importante e precisa ser discutido, mas antes de pensar em algo desta magnitude, seria necessário pensar em alternativas, como por exemplo, uma maior fiscalização dos beneficiários do BPC, e ouvir a opinião dos trabalhadores, que é o que mais interessa.


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MASSA FALIDA

Ex-funcionários exigem venda da Usina Guaxuma

Arrendamento pode prejudicar pagamentos de credores, avalia advogado JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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dvogados dos credores trabalhistas da massa falida da Laginha devem encaminhar hoje, 1º de março, ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), uma liminar pedindo para que o leilão da Usina Guaxuma seja realizado. A venda do patrimônio do usineiro falido João Lyra foi suspensa na semana passada. Em vez de leilão, a administração judicial está analisando proposta de arrendamento, um pedido feito por Lyra e acatado pela Justiça alagoana. Os bens seriam vendidos pelo site Canal Judicial com lance a partir dos R$ 401,3 milhões. Até a suspensão do leilão, na quinta-feira, 21, nenhum lance foi registrado. No entanto, a Usina Coruripe Açúcar e Álcool, Usina Caeté e Cooperativa de Colonização Agropecuária e Industrial Pindorama Ltda se mostraram interessadas nas terras do ex-deputado federal. Para o advogado Carlos Eduardo Rocha, juridicamente, a massa falida deve vender os bens para pagar os exfuncionários: “Não existe mais a possibilidade de arrendamento. Para mim, a

legislação foi burlada. Até parece que foi algo combinado. A proposta não inclui o parque industrial da Guaxuma, apenas a área agrícola. Isso prejudicará o pagamento dos credores, tanto trabalhistas quanto os demais”. Conforme proposta das empresas interessadas no arrendamento, a Usina Guaxuma paralisou suas atividades há mais de oito anos e, desde então, suas áreas agrícolas deixaram de ser tratadas: “Atualmente, suas instalações industriais encontram-se totalmente defasadas tecnologicamente e em estado muito avançado de deterioração devido à falta de utilização/manutenção, além das intempéries climáticas. Ademais, algumas áreas dos fundos agrícolas da usina já se encontram invadidas por terceiros, criando-se, assim, um potencial conflito agrário”. A proposta consiste no cultivo de cana-de-açúcar em área total de 11.302,41 hectares agricultáveis, sendo 3.767,47 ha para cada proponente.

PROPOSTA

O desembargador do Tribunal de Justiça (TJ-AL) Klever Loureiro foi quem deferiu o pedido de suspensão do leilão, a fim de que seja analisada a referida proposta de arrendamento.

Leilão da usina foi suspenso a pedido de João Lyra para estudo de arrendamento “Serão utilizadas as variedades mais adequadas e produtivas de cana de açúcar, assim como modernas técnicas de plantio, irrigação, tratos e colheitas”, especificou o documento encaminhado à administração judicial da massa falida. As empresas pedem, ainda, que o ativo agrícola seja arrendado pelo prazo de três ciclos, totalizando 18 anos, prorrogável por igual período. Caso as áreas sejam liberadas após o dia 30 de março, o valor do arrendamento começará a ser pago na safra 2021/2022. As empresas se propuseram a pagar o valor correspondente a 8 toneladas por hectare no primeiro ciclo, 8,5 toneladas por hectare no segundo ciclo e 9 toneladas por hectare no terceiro ciclo. Os pagamentos ocorrerão em 30 dias após o término do ano/safra, em 31 de julho. Considerando a necessidade de realização do investimentos e a existência de áreas do ativo agrícola, que se encontram ocupadas por terceiros, as proponentes informam que o valor do arrendamento só começariam a ser pago após um ano do recebimento da terra devidamente desocupada. Ao EXTRA, o administrador judicial José Luiz Lindoso informou que estuda a proposta e que deverá ter um parecer nos próximos 15 dias. O desembargador do Tribunal de Justiça (TJ-AL) Klever Loureiro foi quem

deferiu o pedido de suspensão do leilão, a fim de que seja analisada a referida proposta de arrendamento. “No caso ora em análise, claramente restaram comprovados, objetivamente, os requisitos ‘fumus boni iuris’ e o ‘periculum in mora’ a justificar o deferimento da medida ora pretendida, sobretudo quanto ao segundo requisito, eis que a demora na prestação jurisdicional poderá ocasionar grave dano ao impetrante, permitindo-se a alienação, medida extremada, quando seria possível o arrendamento, medida menos onerosa à massa falida”. SEM-TERRA O movimento rural Via do Trabalho também acionou a Justiça com propósito de suspender o leilão da Guaxuma. Segundo o advogado do movimento, Saulo Brito, as partes autoras tomaram conhecimento do leilão de terras da Guaxuma, que no decorrer de mais de cinco anos, estão ocupadas e cultivadas. “O Movimento Via do Trabalho já se encontra de posse pacífica em algumas fazendas”, explicou. E denunciou: “o Instituto de Terras de Alagoas teria que fazer a demarcação, porém não cumpriu o que foi determinado e acordado com o movimento agrário”.


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ECONOMIA

Governo descarta privatização da Ceasa de Alagoas Receita anual da central de abastecimento chega, em média, a R$ 3,6 milhões TAMARA ALBUQUERQUE Especial para o EXTRA

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rombo nas contas públicas e a crise fiscal colocaram a privatização de estatais e serviços de aeroportos, portos, entre outros, na agenda econômica e política do país. O tema foi incorporado aos planos dos governos estaduais, sendo fortalecido e ampliado este ano com aval do presidente Jair Bolsonaro. O governo Renan Filho, entretanto, descartou a privatização de novas estatais alagoanas, como a Companhia de Abastecimento de Alagoas (Ceasa) e o Centro de Convenções de Maceió, apesar de constarem da lista de projetos de privatização divulgada pelo governo federal no final de janeiro. Segundo Hélder Lima, presidente da empresa pública Alagoas Ativo, vinculada à Secretaria da Fazenda, em relação à Ceasa o mais provável é que se faça um contrato de Parceria Público-Privada (PPP) para “possibilitar investimentos privados e melhoria dos serviços da Central de Abastecimento, sem que o governo perca o controle do órgão”. “A transferência de ativos do Estado para a iniciativa privada está descartada. No caso da Ceasa, o governo, através da empresa Alagoas Ativo, realiza estudo das potencialidades e pode implantar, visando melhorar os serviços, o modelo de concessão direta ou, com maior probabilidade, a PPP”, comenta Hélder Lima. Para quem desconhece, nas PPP´s a propriedade dos bens em questão permanece com o Estado, ainda que, durante a vigência do contrato, o setor privado cuide de sua operação. Essa futura realidade, no entanto,

desagrada os comerciantes da Ceasa em sua quase totalidade. Eles não estão satisfeitos com a possibilidade de administração do órgão pela iniciativa privada, independente do tipo de concessão que seja firmado com o governo. De acordo com o presidente da associação da categoria, José Cícero da Silva, há um temor de que a mudança resulte na adoção de regras mais rígidas para os permissionários e para o comércio, sendo que o mais grave seria um reajuste nas tarifas praticadas. Hoje, as tarifas (calculadas em função do metro quadrado) são as mais baixas do País, na avaliação do presidente do Ideral (Instituto de Desenvolvimento Rural e Abastecimento de Alagoas), Helenildo Ribeiro Neto. A Ceasa tem cadastrados atualmente 275 permissionários e outros cerca de 50 comerciantes que fazem o mercado livre na área. Os últimos relatórios apontam para o comércio de 12 a 14 mil toneladas mensais de produtos hortifrutigranjeiros e cereais, dentre outros, apesar do funcionamento estrangulado por falta de ampliação das áreas cobertas para comercialização. Na Ceasa, 80% dos produtos são produzidos fora do Estado, com exceção das folhagens, que vem de produtores da Grande Arapiraca. A Ceasa tem vida noturna, como ocorre em todas as similares pelo país afora, e seu funcionamento acontece das 23 horas às 14 horas do dia seguinte. Na quinta-feira é registrada a maior movimentação no local, com a circulação de cerca de 6 mil pessoas, entre comerciantes e público. Por falar em público, a Central abastece hotéis, supermercados, feirantes, bares e restaurantes, entre grandes consumidores, já que seu perfil é o comércio atacadista, mas também negocia no varejo. Aos sábados, por exemplo, a presença do consumidor comum, da dona de casa, também impressiona. “É o que chamamos de dia da feira livre”, comenta Helenildo Ribeiro.

Ceasa comercializa entre 12 a 14 toneladas mensais de produtos

Helenildo Ribeiro diz que projeto do governo prevê ampliar a Ceasa INFRAESTRUTURA E RECEITA O gerente operacional da Ceasa, Jefferson Vasconcelos, informa que a área da Central é de 78 mil metros quadrados, com 10 galpões com lojas e outros espaços para comercialização. Segurança e limpeza são terceirizados. Mas, a queixa maior dos permissionários e público está na infraestrutura. Segundo eles, os chamados equipamentos funcionam de forma precária, especialmente em se tratando dos banheiros. “É preciso estar muito necessitado para usar os banheiros. É um horror!”, dizem os comerciantes. As queixas incluem ainda a falta de espaço coberto ou galpão para acomodar comerciantes que hoje expõem os produtos sobre lastros, em barracas com teto de lona. O projeto de construção de um novo galpão deve sair este ano, segundo Helenildo Ribeiro. “Nesse primeiro momento, a prioridade é aumentar a área disponibilizada para

comercialização. Tornar a área obsoleta em área produtiva”, garante. Ele afirma que a Ceasa está sendo administrada para ser autossustentável. Outra reclamação dos permissionários é a existência de comerciantes na área da antiga Ceasa, no Mercado da Produção. Cerca de 70 deles não se transferiram para a Ceasa do Tabuleiro, inaugurada em 2006, o que gera concorrência desleal, na avaliação da categoria. “Houve uma ausência do poder público na permanência dos comerciantes lá embaixo, reconheço. E eles ficaram porque lá é um espaço consolidado de comercialização e isso não será mudado agora. Entretanto, nossa estrutura aqui é muito superior, as condições são melhores, principalmente a comodidade para quem vem comprar e a questão sanitária. Na Ceasa os produtos também têm qualidade superior ao comercializado na área do Mercado da Produção”, enfatiza Ribeiro. A receita anual da Ceasa chega, em média, a R$ 3,6 milhões. “Por questões legais, temos que repassar 30% da receita própria para o Estado. Em 2018 agente devolveu aos cofres do Estado mais de R$ 1,2 milhão”, afirma o presidente do Ideral. Com esse resultado, permissionários não entendem o porquê de o governo fazer a concessão para a iniciativa privada. “Vamos viabilizar a entrada de recursos da iniciativa privada para ampliar e melhorar serviços”, responde Hélder Lima.


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CONCURSOS PÚBLICOS

Prefeituras abusam de dispensa de licitação Cinco municípios contrataram mesma organizadora SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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o meio de 2018 até janeiro de 2019, pelo menos cinco prefeituras alagoanas realizaram concurso público por meio de uma mesma empresa contratada através de dispensa de licitação. São elas: Olivença, Major Izidoro, Belo Monte, Senador Rui Palmeira e Colônia Leopoldina. Provas para preencher diferentes números de vagas em cidades variadas, mas com algo em comum: Todas contrataram a mesma empresa pernambucana e pelo mesmo valor de R$ 280 mil, a ADM&TEC. Apesar de não apresentar ilegalidade, a maneira que foram realizadas tais contratações são, a grosso modo, uma exceção à regra, de acordo com o advogado, mestre em Direito pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e especialista em Direito Administrativo Flávio Marroquim. “A competição é uma das premissas de uma contratação a ser realizada pelo poder público. Isso porque o objetivo é realizar a contratação com a mínima qualidade exigida para o serviço ou produto pretendido com o menor custo possível [...] A dispensa de licitação, assim como a inexigibilidade, são formas de promover a contratação sem um prévio procedimento competitivo e caracterizam-se, a grosso modo, como exceções à regra que, por sua vez, é de promover a contratação sempre precedida de um procedimento de licitação”, explicou o advogado. Ele acrescenta ainda que somente viabilizando a competição entre aqueles que pretendem con-

tratar para ofertar serviços ou produtos ao poder público é que se obtém a contratação mais vantajosa. O especialista explica que não é comum esta quantidade de prefeituras realizando contratação da mesma maneira, no entanto, há hipóteses previstas em lei, nas quais a licitação é dispensável ou inexigível. Todas as gestões citadas dispensaram a licitação pela justificativa possível através do artigo 24 inciso XIII, da Lei 8.666/93, a Lei das Licitações. Além dela, segundo o advogado, estão previstas outras 35 hipóteses que autorizam a dispensa da licitação. “A hipótese do artigo 24, XIII se

Se a prefeitura escolher a contratação direta do inciso XIII do artigo 24 da Lei de Licitações, tem de abrir um procedimento administrativo para comprovação do enquadramento da contratada no referido artigo. GUSTAVO SANTOS sub-procurador-geral do Ministério Público de Contas de Alagoas

refere à contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos. Destarte, é preciso que a empresa ou instituição contratada tenha demonstrado o preenchimento dessas condições no processo administrativo de dispensa de licitação”, diz. Marroquim reitera que caso isso tenha ocorrido satisfatoriamente, a contratação via dispensa de licitação está adequada à lei, caso contrário, seria preciso avaliar o que ocorreu. O sub-procurador-geral do Ministério Público de Contas de Alagoas, Gustavo Santos, explica que para a escolha de uma empresa sem licitação, é necessário que se abra um procedimento administrativo. “Se a prefeitura escolher a contratação direta do inciso XIII do artigo 24 da Lei de Licitações, tem de abrir um procedimento administrativo para comprovação do enquadramento da contratada no referido artigo. Tem de haver, também, no mesmo processo, justificativas para a escolha do contratado e do valor do contrato”. Santos explica ainda que, via de regra, a Fundação Carlos Chagas, o Cespe/UNB, a FGV são empresas contratadas de acordo com a dispensa do art. 24, XIII.

ORIENTAÇÕES

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concurso da Prefeitura de Olivença abriu 107 vagas em 47 cargos de nível fundamental e superior, em várias áreas, incluindo professores, médicos e guardas municipais. Ao todo 3.964 pessoas se inscreveram. Já a Prefeitura de Senador Rui Palmeira abriu 57 vagas também para profissionais de nível superior, fundamental e técnico. O município de Major Izidoro disponibilizou 134 vagas em 40 cargos efetivos para a prefeitura - o concurso ainda não foi realizado. Colônia Leopoldina não teve seu edital aberto, somente a publicação no Diário Oficial da contratação da empresa organizadora, com dispensa de licitação. Com seu concurso público já finalizado, a Prefeitura de Belo Monte também dispensou licitação ao contratar a empresa. Foram abertas 67 vagas em 23 cargos efetivos. As provas foram realizadas no início do mês de dezembro de 2018, os resultados divulgados, mas até o momento ninguém foi nomeado. O especialista em Direito Administrativo Flávio Marroquim cita outra hipótese para que prefeituras contratem a mesma empresa. “Também há a hipótese de uma contratação realizada por vários entes públicos para fazer concursos com a mesma instituição para minimizar custos, com realização de prova no mesmo dia, o que implica em diminuição de custos logísticos; redução de custos com bancas, caso haja cargos nos diferentes entes públicos com as mesmas exigências acadêmicas, ou até mesmo iguais, por exemplo motorista, merendeira, entre outros, e os assuntos e habilidades exigidos podem ser os mesmos, as provas iguais, por exemplo. Isso considerando que se realizem as provas no mesmo dia”, explica. A possibilidade pode se enquadrar nos concursos das prefeituras de Olivença e de Senador Rui Palmeira, que de acordo com seus editais, realizaram as provas no mesmo dia: 27 de janeiro. Para concluir, Marroquim enfatiza que caso as decisões pela escolha por tal organizadora estejam devidamente evidenciadas no processo administrativo da contratação, o procedimento estará correto. “Caso não estejam, se estará diante de um equívoco que precisará ser avaliado por quem de direito para que se adotem as providências pertinentes”.


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O que dizem os envolvidos A

Prefeitura de Colônia Leopoldina informa que foi realizado o procedimento administrativo de dispensa de licitação, observando todos os requisitos legais exigidos. Alegou ainda que a contratada é uma instituição sem fins lucrativos, vinculada à Universidade de Pernambuco (UPE), com a finalidade regimental de desenvolvimento institucional, bem como possui inquestionável reputação ético-profissional, inclusive com elogios do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) e do Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas de Pernambuco (MPC-PE). Por meio de nota, a prefeitura destacou que o mencionado instituto foi apresentado ao município através da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). “A respeito da escolha por essa banca, pesou, além da experiência na realização de vários outros concursos e da reputação ilibada, a proposta de o Município não despender de qualquer recurso financeiro para execução do concurso, sendo a instituição remunerada exclusivamente pelos valores das inscrições, inclusive, os encargos das isenções concedidas aos que fazem jus, nos termos da Lei Municipal”, informou. Ainda de acordo com a assessoria, desta forma, o município tem a garantia de que não terá qualquer custo na realização do concurso: “Risco esse suportado exclusivamente pela instituição contratada através dos valores pagos pelas inscrições no certame”. A prefeitura chegou a comparar um orçamento realizado em 2017 com a empresa Copeve, que cobrou o valor

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fixo de R$ 265.398,10, além de uma taxa unitária por candidato inscrito, que variava entre faixas de quantitativos de inscritos, por exemplo: até 1.000 candidatos se pagaria R$ 96,72; de 2.001 a 3.000 inscrições, a taxa seria de R$ 73,55; ou, ainda, de 3.001 a 4.000 inscrições, o valor de R$ 66,24, por candidato inscrito. Já as prefeituras de Olivença e Senador Rui Palmeira se limitaram a repetir as informações do artigo da própria lei, já explicitados no contrato. A Prefeitura de Belo Monte se recusou a se pronunciar sobre o caso. A equipe de reportagem do EXTRA não conseguiu resposta da prefeitura de Major Izidoro. A instituição contratada por todas essas prefeituras informou que foi fundada em 1991, e que é uma sociedade civil sem fins lucrativos, criada por professores da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - FCAP, integrante da Universidade de Pernambuco – UPE. O objeto da contratação para execução dos contratos de elaboração e aplicação de concurso público é atendido plenamente pala natureza societária e jurídica da instituição ADM&TEC -Instituto de Administração e Tecnologia, que detém experiência na promoção de concursos públicos já tendo realizado mais de 40 certames nos últimos anos. “A reputação ético-profissional do ADM&TEC fica comprovada, conforme consta dos atestados de capacidade técnica que auferimos na realização dos contratos e são apresentados aos municípios nos processos licitatórios que participamos”, salientou ao EXTRA.

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Plínio Feitosa orienta contribuinte a destinar parte do imposto devido para projeto social

IMPOSTO DE RENDA

Prazo para entrega da declaração começa na ressaca do carnaval Receita espera receber 23,5 mil declarações de contribuintes em Alagoas TAMARA ALBUQUERQUE Especial para o EXTRA

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início do prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda 2019 coloca um ponto final na folia e pausa na rotina proporcionadas pelo carnaval. Na quinta-feira, 7, entra em contagem regressiva o período de acerto de contas com o leão da Receita Federal. O prazo será encerrado em 30 de abril e deve ser cumprido por cerca de 23,5 mil contribuintes em Alagoas. Quem enviar a declaração no início desse

período, desde que sem erros ou inconsistências, receberá mais cedo a restituição, se for o caso. Idosos, deficientes físicos e contribuintes portadores de doenças graves têm prioridade. O programa para preenchimento da declaração do IR 2019 por computador e celulares foi liberado pela Receita no último dia 25. No computador, o contribuinte pode baixar os programas do Windows, Multiplataforma (zip) e outros (Mac, Linux, Solaris). Para os celulares, os programas estão disponíveis para Android e IOS. Na avaliação do delegado titular da Receita Federal em Alagoas, Plínio Feitosa, não há motivos para “temer” fazer a declaração. Segundo o delegado, a única mudança na declaração deste ano é a obrigatoriedade de colocar no do-

cumento o número do CPF dos dependentes, sem exceção. Até o ano passado, a exigência era para dependentes maiores de 8 anos. “Não vejo nisso um problema, uma vez que os cartórios em Alagoas acessam a base da Receita e emitem a certidão de nascimento já com o CPF do recémnascido desde 2016”, enfatiza. Plínio Feitosa avalia que o programa da Receita oferece plenas condições para orientar o contribuinte nesse processo e aponta a eficiência do espaço de “perguntas e respostas” para esclarecer dúvidas. De forma presencial, a Receita ainda oferece o “plantão fiscal”, na qual o contribuinte, em data marcada previamente, é recebido por um funcionário e pode esclarecer dúvidas sobre o imposto e a declaração do mesmo. “Eu diria que, com o passar do tempo e a declaração sendo perene, a procura pelo plantão tem sido cada vez menor, exatamente porque as informações no programa online são suficientes para o contribuinte fazer a declaração com tranquilidade”. Uma vez enviada a declaração do IR, o contribuinte fica sabendo, após 24 horas, se caiu na malha fina e qual problema foi detectado pelo programa da Receita. Nesse caso, explica o delegado Plínio Feitosa, é possível fazer a correção e reenviar sem ser penalizado com multa. A declaração do Imposto de Renda é obrigatoriedade decorrente de lei. Quem se enquadra nessa situação e não faz isso no prazo estabelecido se submete a sanções, que é o pagamento de multa, no valor mínimo de R$ 164,75 ou proporcional ao imposto devido. Em Alagoas, o número de contribuintes com pen-

RAPIDEZ

Uma vez enviada a declaração do IR, o contribuinte fica sabendo, após 24 horas, se caiu na malha fina e qual problema foi detectado pela Receita.

dência na entrega de declaração do Imposto de Renda é considerado pequeno, em média 10% do total estimado de declarações. AJUDA SOCIAL O contribuinte de Alagoas pode destinar uma parte do Imposto de Renda a projetos sociais que cuidam de crianças e adolescentes carentes ou em situação de risco social. Essa ajuda é possível a partir do “Projeto Destinação”, que foi implantado há poucos anos e ainda não tem grande adesão no Estado. Segundo o delegado da Receita Federal, Plínio Feitosa, ao preencher a declaração do IR, o contribuinte pode fazer a doação para fundos federal, estadual ou municipais, que ficam responsáveis por repassar os recursos às instituições com projetos sociais. Em Alagoas existem 26 municípios aptos a receber doações dos contribuintes através do Projeto. “Depois de preencher a declaração, o contribuinte acessa a ficha de Doações e escolhe o fundo de amparo à crianças e adolescentes. A própria declaração já mostra quanto do seu imposto, em valor, será destinado ao fundo, que é guardião do dinheiro”, esclarece o delegado. Plínio Feitosa assegura que a aplicação desses recursos doados pelo contribuinte na hora de declarar o Imposto de Renda é acompanhada de perto por órgãos como Polícia Federal, a própria Receita Federal, Ministério Público nas esferas estadual e federal, Tribunal de Contas do Estado e Controladoria Geral da União, além do Conselho da Criança e do Adolescente existente na localidade. “Os Conselhos analisam os projetos das instituições que cuidam de crianças e adolescentes. Estando de acordo com a legislação e quando a instituições estão aptas, o Conselho libera os recursos. A instituição presta contas ao fundo e a outros órgãos. É muito fiscalizado. Ao invés do contribuinte colocar o dinheiro do IR no Orçamento da União, ele já destina aquela parte do imposto para investimento local. É uma cruzada que estamos fazendo em Alagoas no sentido de ampliar a adesão ao Projeto e melhorar os índices sociais. É gratificante”, explica. No ano passado, apenas 325 contribuintes, do universo de 23 mil declarações em Alagoas, fizeram doações ao projeto.


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DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2019 n PRAZO: 7 de março a 30 de abril n QUEM DECLARA: deve declarar quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018. Além disso, também é obrigatório declarar nas seguintes situações: n Contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 40 mil no ano passado; n Quem obteve, em qualquer mês de 2018, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; n Quem teve, em 2018, receita bruta anual em valor superior a R$142.798,50 em atividade rural; n Aqueles que até 31/12/2018 tinham posses somando mais de R$300 mil; n Quem passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês do ano passado e nessa condição encontrava-se em 31 de dezembro de 2018; n Quem optou pela isenção do imposto incidente em valor obtido na venda de imóveis residenciais cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais localizados no país, no prazo de 180 dias, contado da celebração do contrato de venda; n Quem optar pela declaração simplificada abre mão de todas as deduções admitidas na legislação tributária, como aquelas por gastos com educação e saúde, mas tem direito a uma dedução de 20% do valor dos rendimentos tributáveis, limitada a R$ 16.754,34, mesmo valor do ano passado. n ISENÇÃO: De com a tabela, os contribuintes que possuem renda mensal de até R$1.903,98 não precisam realizar a declaração do IR, se não enquadrarem em nenhum outro grupo. Além disso, a Receita considera isentos da tributação os trabalhadores diagnosticados com uma das doenças dispostas na lei nº 7.713/88, que pode ser visualizada no site da Receita. n RESTITUIÇÃO DO IR 2019: O primeiro lote de restituição será liberado em 17 de junho. O último será em dezembro de 2019.

SEU BOLSO

Carnês do IPTU chegam aos contribuintes na próxima semana O reajuste do imposto este ano foi de 4,08%. Carnês podem ser impressos no site da Prefeitura TAMARA ALBUQUERQUE Especial para o EXTRA

Os correios iniciam a distribuição dos carnês de IPTU 2019 na próxima semana. A tarefa deve ser concluída antes do dia 29 deste mês, quando termina o prazo de pagamento do imposto em parcela única e com desconto de 10% do valor para contribuintes antigos, ou de 20% para o proprietário do imóvel que fez o recadastramento imobiliário no ano passado. Segundo a Prefeitura de Maceió, são mais de 356 mil lançamentos de IPTU para 2019, uma expectativa de R$ 120 milhões de receita própria com o imposto, excluindo-se as isenções, que chegaram a 75 mil imóveis, o correspondente a mais de R$ 64 milhões. Quem optar por imprimir o carnê, pode fazer pelo site www.maceio.al.gov.br (indo ao menu à direita, em emissão de guias). O contribuinte também pode parcelar o pagamento do IPTU em até 10 vezes,

com parcela mínima de R$ 30. O reajuste do IPTU este ano foi de 4,08%, calculado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo a Secretaria Municipal de Economia. Mas, alguns contribuintes denunciam que a cobrança do imposto está acima do percentual divulgado pela Prefeitura. Segundo o município, o que contribuiu para esse questionamento foi a mudança no cálculo da Taxa de Lixo (domiciliar). “O valor arrecadado com taxa até o ano passado custeava pouco mais de 20% dos custos de serviços de limpeza urbana da cidade. Enquanto a Prefeitura arrecadava R$15 milhões para este fim, o serviço custava R$ 70 milhões”, informa assessores da Secretaria Municipal de Economia. Fazendo uso do Código Tributário de Maceió, a Prefeitura passou a calcular a taxa considerando a “área do imóvel, uso do imóvel, padrão construtivo (Popular, Baixo, Médio, Alto, Luxo) e número de viagens do caminhão de coleta na rua, tipo de coleta realizada no bairro onde o imóvel está localizado (Diária ou Alternada), além de outros fatores”, justifica. Antes, apenas dois fatores eram utilizados - o Uso do Imóvel (Residencial, comercial, industrial, etc) e a Área Construída (m²) do mesmo. O contribuinte que discordar do valor do IPTU pode solicitar a revisão do imposto, junto à secretaria, até 1º de julho.


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Nery tem 87 anos de vida e 70 de jornalismo, uma trajetória de sucesso conquistada pelo talento e memória privilegiada

BRASIL TEM JEITO

Sebastião Nery S diz que Jornalista avalia que nesses Bolsonaro quatro anos de mandato não haverá milaestá no gres, mas o povo descobrirá caminho que político não precisa roubar certo para governar

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

ebastião Nery é daquelas pessoas cativantes que já no primeiro encontro consegue mostrar porque é bom em tudo o que se propôs a fazer. E foi em uma manhã ensolarada, na adega do amigo e empresário Maurício Moreira, Praia do Toque, em São Miguel dos Milagres, que Nery nos recebeu para um bate papo informal. Entre recordações, gargalhadas, visitas inesperadas de saguins, borboletas e pássaros, tudo regado a água de coco e um bom vinho português, que descobrimos várias peripécias do decano e mestre do jornalismo brasileiro, político, escritor consagrado e cidadão do mundo. Sem papas na língua, porém de uma sutileza peculiar, falou de suas aventuras, momentos de tensão como jornalista e da amizade com um santo - o padre Pio de Pietrelcina. A política não poderia ficar de fora e, assim, Nery passeou pela Era Vagas até o governo atual. O jornalista, que foi colega do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, disse que ainda é cedo para

prever resultados, mas acredita que o Brasil tem jeito, sim, e que começou a ter jeito com a operação Lava Jato e a atuação do então juiz Sérgio Moro. Inclusive tem base firme para acreditar, já que todas as medidas que ele tomou foram corretas. “Agora, é um gesto de audácia o que ele fez com a reforma da Previdência. Abriu o debate nacional, mas deu sua opinião”, comparou. O jornalista descarta o rótulo de que Bolsonaro chegou a Presidência “sem saber de nada”. “Ninguém chega a capitão do Exército e na Câmara Federal por sete vezes sem saber de nada”, diz. “Nestes quatro anos vocês verão mudanças e um governo sério. Não vai acontecer milagre, mas o povo vai descobrir que político não precisa roubar para governar. Além do quê, ele está cercado por pessoas sérias”, previu. Nery acrescentou que o povo “não é mais bobo” e que a prova disso foi o espetáculo que viu nas urnas na última eleição. Sebastião Nery passeia por vários assuntos, mas é na política que ele tem, de fato, propriedade em falar. Jornalista político e político, foi figura carimbada nos governos dos presidentes Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, os ditadores do regime militar; Tancredo Neves e José Sarney. Participou da campanha de Fernando Collor, quando fez parte da equipe e em seguida foi nomeado adido cultural em Roma (1990-junho de 1991) e em Paris (fevereiro de 1993). “Collor cometeu alguns erros com o confisco da poupança. Aquilo foi um fiasco”. Certa vez disse, em artigo, que se Lula se aliou a Judas, o Fernando Henrique se aliou a Satanás ao fazer uma aliança com o sistema financeiro, internacionalizando a economia. Porém, de Lula relembra a amizade com o sindicalista “naquela casa simples” em São Bernardo dos Campos (SP). “Lula, que se acreditava que era a esperança, foi uma decepção”. Já Dilma foi sua colega no parlamento no Rio Grande do Sul. Nery garante que à época ela era uma pessoa inteligente. “A Dilma, coitadinha, enganou a humanidade. A “marola” da insatisfação com o governo dela transformou-se em um gigante “tsunami” indonésio”, disse certa vez. Cidadão sem fronteiras, no ano de 1954, em Belo Horizonte se tornou vereador comunista, que embora diplomado, foi cassado e preso. Em 1962, elegeu-se deputado estadual pela Bahia. Em 1982, Leonel Brizola conquistou o governo do Rio de Janeiro e

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extra Sebastião Nery desfruta a companhia de amigos e os sabores tradicionais da paradisíaca São Miguel dos Milagres, no litoral Norte de Alagoas

São 87 anos de vida e 70 de jornalismo. Quando perguntado o que ainda alta, responde de imediato: começar. Porque você nunca termina”

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Getúlio Vargas oi quem começou revolucionar o aís, no segundo mandato, quando niciou a planejar Brasil. O Brasil ra pior do que sso. O País melhorou, não dá ara consertar de ma vez.”

Nery elegeu-se deputado federal. Quando se fala em décadas perdidas no Brasil, ele rebate e diz que, quem não viveu antes de 1932, não tem propriedade para falar em décadas perdidas. Relembra que foi Getúlio Vargas quem iniciou a revolucionar o país, no segundo mandato, quando começou a planejar o País. “O Brasil era pior do que isso. O País melhorou, não dá para consertar de uma vez. Realmente, Sebastião Nery é pura memória. São 87 anos de vida e 70 de jornalismo. Quando perguntado o que ainda falta, responde de imediato: “começar. Porque você nunca termina”. Conhecedor de várias culturas, diz que fala muitas línguas e não fala nenhuma. E assim, é fluente no italiano, espanhol, francês, ama latim e arrasa no Português. Já o inglês, “não gosto. Acho que não acrescentou nada.” Colunista político, Nery é autor do best-seller “Folclore Político”, que marcou a literatura política nos anos 70, “Socialismo com liberdade” (1974), “16 derrotas que abalaram o Brasil” (1974), “Crime e castigo da dívida externa” (1985), “A história da vitória: porque Collor ganhou” (1990), “A eleição da reeleição” (1999) e “Grandes pecados da imprensa” (2000). Em 2002, reuniu 1.950 histórias numa edição definitiva do “Folclore Político” e “A Nuvem.”

MEU AMIGO SANTO O Sítio Belo dos Milagres, em São Miguel dos Milagres, Alagoas, foi o cenário propício para o jornalista Sebastião Nery confessar que aos 10 anos, no seminário, pensava salvar o mundo para Deus. Não era apenas ser padre, era ser santo. Não conseguiu ser santo, mas foi amigo de um santo italiano: São Pio de Pietrlcine (padre Pio). E assim, preste a completar 87 anos, Nery diz que suas alegrias e suas miúdas glórias vieram sempre do jornalismo e da política. Maestro na arte de escrever, não falta assunto para novos lançamentos. Inclusive, tem um livro pronto intitulado “Meu amigo santo.” Não deu muito detalhes, apenas acrescentou que quando ia ao Sul da Itália o procurava. E ao ser questionado: você é santo?, retrucou, “não, é ele”, sorriu. De tanto “dar furo”, sair na frente no jornalismo, certa vez um amigo sentenciou que “as coisas aconteciam porque o Nery chegava”. E o Nery chegou em tempo de comer a macarronada feita por Che Guevara durante encontro memorável. “Quando voltei da viagem, escrevi que ele não sabe fazer só revolução, ele também sabe fazer macarrão”. E foi lá na Rússia, precisamente em Moscou durante reunião da Juventude Socialista, em 1957, que Nery conheceu Jaime Miranda e

Napoleão Moreira, pai de Maurício Moreira. Daí teria iniciado seu amor por Alagoas. “Isso aqui é um paraíso”, disse apontando para a imensidão do mar de Milagres, local onde costuma passar férias. Maurício Moreira, por sua vez, cita a frase em que diz que há pessoas que são tão especiais que deveriam ter milhares de vida em uma só vida. Um delas é ele (Nery). O baiano mais alagoano da atualidade tem, de fato, muito afeto pelo Estado. Não é à toa que entre um mergulho e outro na Praia do Toque, pensou no título do livro da sua vida- A Nuvem. Em sete décadas de profissão, Nery diz que é difícil escolher um momento. Mas coloca dois como básicos: primeira viagem a Rússia, quando ainda “menino” ao “acabarem as ações” rodou a Rússia durante um ano para conhecer todo o território. O outro, é da Igreja, onde passou oito anos lá dentro. Lá em Salvador (BA), “a igreja me ensinou muito. Lá aprendi tudo. Estava lá para ser padre, mas desisti, me apaixonei”, disse para concluir que “sou católico. Fui um comunista católico”. A carreira de jornalista começou cedo, ao sair do seminário, quando foi dar aulas de Latim, Português, italiano, das línguas que aprendeu lá. Como ser professor ganhava pouco, foi trabalhar no jornal dos padres. “Daí você entra e não quer sair mais. Trabalhei muito. Jornalista tinha que saber ler, escrever e sobretudo trabalhar. Na verdade, jornal é a coisa mais escra-

vista que Deus inventou desde o começo do mundo”, diz. Nery ainda lembra quando aos 19 anos começou a assinar as matérias. “Um dia eu abri o jornal e estava lá: ‘S.N. Comece a assinar’. Fui alertado que jornalista assina. Mas, pra assinar, precisa merecer. “De repente, abro o jornal e está: “Sebastião Nery”. Não parei mais”. Nas memórias de um contador de histórias, relembra do ano de 1964 quando foi preso pelo Regime Militar e ao chegar no quartel ouviu “um sujeito fardado” dizer: hoje vamos acertar as contas. De imediato, pensou: hoje vão me fritar, mas antes vou gritar. “Tive sorte, o sujeito era sogro de meu primo, mas ouvi muitos gritos de torturas. Eu sabia que não tinha atirado e nem matado ninguém. O medo é um conselheiro infame e assim tomei a decisão: não vou dormir. Fiquei uma semana esperando, esperando... e o ataque não veio”, relembrou. E nestas mesmas memórias diz do prazer de ter aprendido o ABC e a tabuada com o pai. “Ele passou a vida tendo orgulho de mim”. Mestre na improvisação, na agilidade e nos flagrantes, ao ser questionado de onde vem tanta inspiração, afirmou: “Não existe inspiração, existe a vida”. O “que ficou do que passou” do baiano de Jaguaquara Sebastião Augusto de Sousa Nery é desfrutar a vida ao lado de sua amada Bia Rabello, familiares e amigos.


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CNJ denuncia nepotismo no Tribunal de Justiça Para relator, “não há condições de imparcialidade para que concurso seja realizado pelo Judiciário alagoano”

mento e Pesquisa (Fundepes), vinculada à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), acordo firmado sem licitação. De lá para cá, o concurso foi liberado e suspenso por diversas vezes. Em fevereiro do ano passado, o TJ -AL publicou, no Diário da Justiça, o edital para o concurso de cartórios extrajudiciais para preencher quase 200 vagas de tabeliães, notários e registradores em todo o estado. Após devolver a esperança para os concurseiros de plantão, o certame foi suspenso após suposto vazamento de provas.

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

Sucessão de cartório é vetada

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificou, em flagrante, situação de nepotismo entre magistrados de Alagoas, fato que interfere no concurso dos cartórios, que deveria ter sido realizado há quatro anos. Segundo o conselheiro Valdetário Andrade Monteiro, relator do processo que apura irregularidades no certame, os quinze desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ-AL) já se consideraram impedidos ou suspeitos para presidir a comissão do concurso, seja porque são parentes de candidatos inscritos ou de interinos que respondem por serventias. “Este último fato, inclusive, revela situação de flagrante nepotismo no Tribunal, ainda não apurada”, destacou o conselheiro durante julgamento do caso no plenário virtual do CNJ. A sessão, iniciada no dia 21 de fevereiro, termina na tarde desta sexta-feira, 1º. No entanto, o relator já expôs seu voto. Diante das imprudências, pediu a autuação de procedimento próprio a ser distribuído ao gabinete do ministro Aloysio Corrêa da Veiga para exercer, como substituto, as atribuições de Corregedor Nacional de Justiça nas diligências pertinentes ao concurso a ser realizado no Estado de Alagoas. E solicitou ainda autuação de pedido de providências com distribuição aleatória entre os conselheiros, objetivando a apuração da notícia de que há interinos em serventias extrajudiciais em Alagoas que são parentes de membros do TJ

O CNJ decidiu, por unanimidade, que escreventes substitutos que tenham vínculo familiar com o titular do cartório não podem responder pelo serviço em caso de vacância. A relatora, conselheira Maria Iracema do Vale, alerta que os princípios de moralidade e impessoalidade, presentes na Constituição, impedem o nepotismo no âmbito da administração pública. As informações foram divulgadas pelo CNJ, que tomou a decisão no dia 19 de fevereiro. A ação, proposta pela Associação de Notários e Registradores do Paraná, defendia, com base na Lei n. 8.935/1994 (Lei dos Cartórios), que “não há qualquer impedimento legal para a substituição nesses parâmetros”. No entanto, durante a análise do Procedimento de Controle Administrativo, o CNJ considerou válida a decisão liminar do Tribunal de Justiça do Paraná. A Corte estadual declarou “a impossibilidade da substituição de titulares por seus indicados e substitutos em razão do parentesco”. Em seu voto, a conselheira ressaltou que “o viés constitucional da vedação ao nepotismo afasta o argumento” utilizado pela associação. O corregedor nacional de Justiça, ministro alagoano Humberto Martins, afirmou que a decisão plenária reforça o posicionamento da Corregedoria, impedindo a prática de atos de designação de interinos que atentem contra o princípio constitucional da moralidade. Martins afirmou que, de acordo com a decisão do CNJ, deverá ser escolhido o substituto mais antigo, “desde que não seja parente do antigo titular”.

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Relator do processo Valdetário Andrade apura irregularidades no certame -AL. Até o fechamento desta edição, somente os conselheiros Márcio Schiefler e Luciano Frota não pronunciaram seus votos. Os outros doze magistrados acompanharam o voto de Valdetário Andrade. Ainda conforme especificou o relator: “Apesar de o Tribunal de Justiça haver adotado providências visando a elaboração de uma listagem de serventias vagas, há registro de que diversas impugnações sobre o tema ainda não foram apreciadas e outras serventias estariam como providas, porém, em verdade,

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CNJ apontou várias falhas que deveriam ser sanadas para a realização do concurso público. Além de um estudo aprofundado para conhecer o número exato de serventias extrajudiciais disponíveis, o Conselho identificou faltas graves.

seriam ocupadas por interinos. Tal fato lança dúvidas sobre a correção da lista, em especial porque certas situações não foram suficientemente esclarecidas”. Considerou também que não há suficiente esclarecimento, nos autos, sobre a realização de estudo prévio sobre as acumulações e desacumulações dos serviços notariais e de registro vagos, além das sérias e graves dúvidas sobre a idoneidade das medidas de segurança utilizadas pela empresa contratada pelo Tribunal para a realização do concurso. “Como enfatizei na decisão liminar que determinou a suspensão do concurso, no momento, não há condições técnicas, práticas e de imparcialidade para que o concurso seja realizado pelo Tribunal”. Em 2014, o CNJ apontou várias falhas que deveriam ser sanadas para a realização do concurso público. Além de um estudo aprofundado para conhecer o número exato de serventias extrajudiciais disponíveis, o Conselho identificou faltas graves, como superfaturamento no contrato celebrado entre o Tribunal e a Fundação Universitária de Desenvolvi-


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O governo comprou o carnaval

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de estarrecer a irresponsabilidade do governo do estado e o seu desprezível tratamento para com o cidadão alagoano. Enquanto vários hospitais estão à beira da morte, literalmente, por falta de recursos para medicamentos, equipamentos sucateados e sem condições de uso, médicos e pessoal de enfermagem insatisfeitos, pessoas morrendo por falta de atendimento, ambulâncias amontoadas como “ferro velho”, esse mesmo governo gasta milhões patrocinando blocos de carnaval particulares que deveriam arcar com suas despesas para brincar o carnaval. E o pior: como sempre enganando os alagoanos. No sábado fui assistir ao desfile do Pinto da Madrugada, que por sinal nunca vi coisa tão decadente e sem graça. Atendendo a um convite, me atrevi a ir a um camarote apenas para ver o desfile, pois as pernas já não se atrevem mais ao animado percurso de outrora, em uma confraternização onde encontrava amigos, famílias e até desconhecidos que se faziam amigos. De cima observei que o Pinto também murchou. Horas de

um desfile chato de blocos sem graça ou criatividade e só depois de muito cansaço e infernal calor aparece o retardatário tradicional bloco, também sem a empolgação de outrora, e sem a criatividade irreverente dos meus tempos, a não ser por um ou outro personagem carnavalesco. Sai frustrado, esgotado e com raiva. Mas, voltando ao assunto, a única coisa que realmente apareceu no desfile foram as propagandas ridículas do governo que “comprou” o carnaval e exigiu aparecer. Centenas de pessoas portando placas enaltecendo o governo, atrapalhando o desfile, descaracterizando os blocos e incomodando os foliões. Até o “dono das placas” ousou aparecer para sorrir cinicamente da cara do povo que o vaiou em alguns momentos. O carnaval começa de verdade amanhã (sábado) e ainda teremos mais alguns dias de gastança e exibição oficial na comemoração momesca. Quero ver e conferir os atendimentos nos hospitais, nas ruas e se o povo vai se alimentar de hipocrisia e propaganda enganosa. Viva o carnaval!!!

Enquanto isso...

O prefeito em exercício Marcelo Palmeira e o secretário de Saúde José Thomaz Nonô entregaram esta semana 15 carros e cinco ambulâncias para diversos serviços da saúde do Município, além de associações comunitárias.. “É uma satisfação imensa entregar esses veículos à população, porque o intuito é beneficiar, ajudar no transporte de várias instituições e serviços da SMS. Esse é o grande desafio da gestão do prefeito Rui Palmeira e do secretário José Thomaz Nonô que, com sua experiência, vem ajudando muito a melhorar o atendimento na área da saúde”, disse Marcelo. Thomaz Nonô falou sobre a melhora dos índices da secretaria durante a gestão e sobre a prestação de serviço humanizada que vem sendo priorizada. “O Ministério da Saúde nos mede em 40 itens e nós melhoramos em todos. Onde crescemos menos, a melhora foi de 19%, e onde crescemos mais, foi de 400%. E quem faz isso tudo são os servidores da saúde, por meio de uma visão unitária, em todas as áreas dos serviços, que com seu coração e seu amor atendem a comunidade”, ressaltou o secretário. É assim que se presta serviço público com a atenção voltada para o povo e não para aparecer.

Ministro Tarciso fala ao Senado

(BRASÍLIA) - Estive presente na audiência pública esta semana, no Senado, quando o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, apresentou aos senadores as diretrizes e planos da pasta em relação a rodovias, ferrovias, aeroportos e obras públicas. O ministro disse que o governo pretende promover uma revolução no transporte de cargas no país, dobrando a participação das ferrovias. Segundo Freitas, o ministério tem como objetivos otimizar os investimentos públicos e ampliar os investimentos privados em infraestrutura, destravar obras e repactuar os contratos de concessão que estão desequilibrados, possibilitando a retomada dos investimentos. Além de aumentar a participação de ferrovias e hidrovias no transporte nacional, a pasta buscará, ainda, modernizar e aperfeiçoar o licenciamento ambiental e a Lei de Licitações, disse o ministro. Fortalecer e capacitar o corpo técnico da pasta e de órgãos vinculados é outra meta da gestão, adiantou.

PEDRO OLIVEIRA n pedrojornalista@uol.com.br

Concessões

O ministro informou que está previsto para 15 de março o leilão de concessão, por 30 anos, de 12 aeroportos, divididos em três blocos: Mato Grosso (4 aeroportos), Nordeste (6 aeroportos) e Sudeste (2 aeroportos). Segundo ele, até o final do governo Bolsonaro todos os aeroportos atualmente sob controle da Infraero serão concedidos. Ainda em março, segundo Freitas, o governo pretende leiloar a concessão, por 25 anos, de três portos em Cabedelo (PB) e um em Vitória (ES). Haverá ainda, também em março, leilão para a concessão, por 30 anos, da Ferrovia Norte-Sul.

Cobrança sobre a VALEC

Vários senadores, como Lasier e Selma Arruda, cobraram do ministro posicionamento sobre o futuro da Valec Engenharia, empresa pública especializada em ferrovias ligada ao ministério. De acordo com os parlamentares, funcionários e empregados estão temerosos com uma possível extinção da empresa. Freitas respondeu que ainda não há nada decidido sobre a Valec e disse que o governo está avaliando qual é a melhor alternativa: — Não há decisão tomada ainda. Vamos trabalhar isso com calma. Existe, sim, necessidade de enxugar a máquina pública. Temos de otimizar recursos, mas vamos respeitar os empregados da Valec. O presidente da CI informou que o Portal e-Cidadania recebeu mais de 350 perguntas e comentários de internautas, vários sobre a Valec. Marcos Rogério propôs que a CI faça uma audiência pública futuramente apenas para debater a questão da Valec, ideia que foi bem recebida pelos senadores e pelo ministro.

Para refletir: “Se carnaval é coisa do Diabo, o inferno deve ser muito bom.”

No carnaval cuidado. Beijo dá prisão No Carnaval deste ano, as mulheres terão um recurso a mais para lidar com as agressões a sua dignidade: a lei aprovada pelo Senado em agosto do ano passado e sancionada em setembro pela Presidência da República prevê pena de um a cinco anos de prisão para quem pratica a importunação sexual. Ninguém espera que, por causa da lei, ainda pouco conhecida, o comportamento dos homens mude do vinho para a água. Por isso, na opinião da consultora do Senado e especialista em direito penal Juliana Magalhães Fernandes Oliveira, os festejos que começam oficialmente amanhã serão o primeiro grande teste pelo qual as novas normas vão passar. Tipicamente, no Carnaval aumentam ocorrências de assédio físico, como passar a mão ou se esfregar no corpo da mulher. A especialista, entretanto, chama a atenção para as zonas cinzentas que cercam por vezes os episódios de importunação sexual, que têm de ser analisados com critério para não gerar equívocos. Logo que a lei foi sancionada, alguns juristas consideraram complicado definir o que é um “ato libidinoso”. Uma dessas zonas cinzentas envolve, por exemplo, o tradicional beijo roubado, que alguns tendem a considerar ato sem maior importância e até “parte da festa”. Pois bem, esse gesto cantado em verso e prosa agora é crime de importunação. Já o beijo à força ou qualquer outro ato consumado mediante violência ou grave ameaça, para impedir a vítima de se defender ou fugir, é crime de estupro — independentemente de haver penetração. Contenha-se então!!


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Promessas são para serem cumpridas

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ara o observador esotérico, parece que este país está no seu inferno astral há muito tempo. Afinal, ter que, obrigado, engolir a seco 6 anos de Sarney, o político mais perigoso deste país e “pai” de toda a bandalha que aí está foi muito. Depois, dois anos de Collor, o breve, incapaz de conduzir o país a uma saída da crise econômica provocada pelo antecessor, que terminou por nos levar aos 2 anos erráticos de Itamar, honesto, mas instável e mercurial. Teve passagem medíocre à frente dos destinos da Nação, embora o mérito de encaminhar as medidas que levaram ao Plano Real. FHC legou ao país o Plano Real (que lhe caiu nos braços quando ministro da fazenda) e dele se aproveitou para viabilizar a candidatura a presidente (não era o preferido de Itamar), mas é o mesmo das famosas privatarias, que podem ser resu-

midas na fala de seu ministro responsável pela condução das mesmas: “estamos no limite da irresponsabilidade”, ao se referir à bandalha que acontecia nos bastidores do governo. É também de sua “lavra” a compra do segundo mandato (que foi uma tragédia) mandando às calendas gregas quaisquer veleidades e pruridos republicanos. Pior que isso, entregando de bandeja o governo ao PT. Conviver 13 anos com os vermelhos no governo foi – certamente – o pior momento para o brasileiro, enganado pelas reiteradas mentiras do seu líder e acólitos que, ao tempo que dava uma esmola de 70 reais aos desesperadamente muito pobres, roubavam muito, tudo que lhes passasse à frente. Uma hecatombe que está sendo rateada na marra com todos os cidadãos deste país. Foram 8 anos com um analfabeto ladrão à frente da

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expressão, ensina-nos o “mestre” Google, é saudação evocada pelas Bacantes (mitologia greco-latina) ao deus Baco, esse mesmo cujo nome deu origem à palavra bacanal na Língua Portuguesa. A interjeição é de uso antigo restrito aos carnavais passados. Evohé! Enfim é carnaval, useiramente muito oportuno a políticos que anseiam respirar um pouco das cobranças populares, ou de problemas judiciais nos quais estão envolvidos. No momento em que parcela significativa da população vem exigindo dos governantes respostas para as vicissitudes por que passam os habitantes do bairro do Pinheiro, o prefeito some e o governador se refestela nas comemorações bacantes. Evohé! Enquanto isso, geólogos e técnicos da Defesa Civil esmeram-se em explicar nada, remetem para meses futuros as conclusões de seus

extra

ELIAS

FRAGOSO n Economista

Nação e outros 5 anos com uma debilóide incompetente e corrupta que “terminou o serviço”, que levou o país à bancarrota, de onde nunca mais saiu. Daí, chegamos a Temer conhecido nos bastidores da política por seu nanismo pessoal e boca de leão para abocanhar dinheiro público. Ele e sua quadrilha assumiram o palácio e o governo. Flagrado de início em conluio criminoso para “organizar” a roubalheira que continuava desde os tempos do PT, nada mais fez (e nem tinha condições morais e políticas para

CLÁUDIO

Avohé

VIEIRA

estudos que podem até explicar os acontecimentos, mas, segundo parece, serão inconclusivos em apontar os responsáveis e culpados pelo que vem ocorrendo no Pinheiro. Por que a relutância? Por que o sumiço de prefeito, governador, e outros mandatários, como vereadores, deputados estaduais federais, e senadores, tão pródigos em propagandas de autopromoção, tão pressurosos na busca do voto popular? Bom sinal não é. Aliás, governador e prefeito, em permanente e irresponsável disputa, empurram de um para o outro os problemas do bairro e suas causas. Nesse cadinho, é natural que especulações surjam sobre a responsabilidade de empresas que prospectam o subsolo de Maceió. Recentemente, por iniciativa de um deputado estadual, foi promovida, na Assembleia Legislativa, reunião entre os moradores do bairro e destacados membros

MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 14 DE MARÇO DE 2019

n Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

da Defesa Civil, incluindo-se aí os geólogos que pesquisam o fenômeno. Notável as ausências de suas excelências. Também nenhuma resposta conclusiva; todavia, grande indignação dos habitantes do logradouro. Ao par disso, nenhuma referência ao evento dos órgãos de comunicação. A omissão de determinados setores da mídia – notadamente das redes de televisão - deixa a incômoda sensação de que o Pinheiro está só, abandonado ao “Deus-dará”.

tal). Entregou de forma melancólica o governo a Bolsonaro e agora prepara sua defesa em vários processos criminais. Foram nada menos que 34 anos de desgovernos que infelicitaram este país, empobreceu seu povo, retirando a expectativa de sermos um país de primeiro mundo. E ainda pior, quase roubando da Nação a esperança. Estamos no início de um novo governo. Não tem sido um bom começo. Mormente no quesito político e comportamental. Mas ainda é início. São menos de 60 dias e o “crédito” de 100 dias ainda está correndo. No entanto, é preciso acelerar o passo. A banda podre do Congresso, o centrão, agora contando com o “auxílio luxuoso” do MDB e do PT, já agem à toda para retomar o protagonismo ladrão de sempre. E o presidente – que ainda não saiu do palanque – precisa colocar os pés no chão. Voar é bom, mas é preciso aterrissar quando neste voo estão 205 milhões de passageiros ávidos por mudanças reais – que, por enquanto são promessas que precisam ser cumpridas. Este país não merece – e não suporta - mais 4 anos de crises.

Exceção é este Semanário que, louve-se, vem dedicando espaços à investigação sobre os acontecimentos, intimorato diante dos poderes ocultos que pressionam para que, como aparenta, não se chegue a lugar nenhum. De fato, o quase total alheamento da mídia, o cruzar de braços dos mandatários políticos, sugerem que importantes interesses empresariais, financiadores usuais de campanhas políticas, são os causadores do dito afundamento do bairro. A voz comum considera que tal circunstância explicaria o desdém com que o assunto vem sendo tratado nos círculos oficiais. Obrigatório o registro do interesse que tem revelado desde a primeira hora o Procurador Geral de Justiça, Alfredo Gaspar e, posteriormente, o Presidente do Tribunal de Justiça. Talvez graças a essas autoridades as informações dos órgãos técnicos que examinam o Pinheiro já comecem a aclararem-se. Evohé, Senhores Governador, Prefeito et caterva!

Conviver 13 anos com os vermelhos no governo foi – certamente – o pior momento para o brasileiro, enganado pelas reiteradas mentiras do seu líder e acólitos que, ao tempo que dava uma esmola de 70 reais aos desesperadamente muito pobres, roubavam muito, tudo que lhes passasse à frente.

Recentemente, por iniciativa de um deputado estadual, foi promovida, na Assembleia Legislativa, reunião entre os moradores do bairro e destacados membros da Defesa Civil, incluindo-se aí os geólogos que pesquisam o fenômeno.


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JORGE

A voz do General

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epois que o Brasil reconquistou o direito de exercer a democracia, com a realização de eleições diretas para todos os níveis (de vereador a presidente da República e com os militares deixando o Poder Central, que ocupavam desde a Revolução de 1964 quando indicava prefeitos e governadores pela forma indireta); passamos por vários governos civis. Não é preciso falar muito sobre essa trajetória e como foi que acabou, com dois presidentes que sofreram impeachment, sendo que o primeiro provou sua inocência muitos anos depois Fernando Collor de Mello -, e o segundo - Dilma Rousseff - pelas pedaladas fiscais durante seu governo. Mas, diferente do Collor, a presidente Dilma não perdeu seus direitos políticos, graças a uma manobra bem arquitetada pelo senador Renan Calheiros, presidente do Senado da República na época, e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewan-

dowski, que conduziu o processo de votação no Congresso Nacional. Tanto isso é verdade, que a Dilma foi candidata derrotada para o Senado, na eleição de 2018, pelo estado de Minas Gerais. Faço esse comentário inicial para dizer que, no processo eleitoral passado, os eleitores resolveram colocar a frente dos destinos do Brasil um militar, legítimo representante da direita mais extremada, inclusive com o meu voto. Hoje, temos uma gestão compartilhada e distribuída entre militares e civis, desde o presidente - um capitão - a um general - vice-presidente -, isso sem falar nos muitos representantes das Forças Armadas que desfilam pelo Palácio da República e seus Ministérios. A oposição, que ainda não aceitou a derrota, acha que os militares no Poder representam a derrocada da democracia, o que não concordo. No entanto, o que mais vem me impressionando é o comportamento do vice-presidente, general

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n Jornalista

Hamilton Mourão. Simpático, inteligente e muito competente na maneira de conduzir as coisas. Foi assim, quando estava respondendo pela Presidência do Brasil, nas viagens e cirurgia de Jair Bolsonaro, e está sendo assim, quando é chamado para intervir ou opinar sobre todos os assuntos. Para quem tinha a ideia de que o general Mourão chegaria nos cantos arrebentando tudo, está redondamente enganado, o que nos deixa esperançosos quanto aos destinos do País. Se alguém ainda tinha

ALARI ROMARIZ

O jeitinho brasileiro empre me irritei com determinados comportamentos de pessoas que vivem em comunidade. Um exemplo bem típico é o hábito de estacionar carros em frente às garagens de edifícios, principalmente carros escolares. Quando as pessoas reclamam, o motorista responde: “É rápido, só estou esperando alguém”. Recentemente, morei um ano na Ponta Verde e todas as manhãs uma van estacionava na porta de um hotel, fechando a rua. As reclamações eram constantes, mas o moço deseducado repetia sempre o mesmo comportamento. Nunca corrigiu o erro! Morando em um condomínio de classe média em Paripueira, vejo todas as segundas-feiras quando saio de casa, ruas cheias de água. Não choveu, penso. São moradores esvaziando as piscinas. Ao invés de tratá-la, eles a usam no fim de semana e soltam a água no início. Pelas ruas da pequena cidade ocorre o mesmo fato e as poças d´água se multiplicam, enchendo as casas de mosquito, favorecendo o surgimento da dengue. Não dá para entender que pessoas esclarecidas possuidoras de casa de praia

MORAES

não saibam disto. Lamentável! Morar no interior tem vantagens e desvantagens. Por exemplo: a Prefeitura faz o calçamento, mas não drena as ruas. Alguém tenta explicar e ninguém escuta. Depois das chuvas, a água fica em poças, o calçamento levanta e fica tudo quebrado. Outro erro: as ruas estão lindas, calçadas. A CASAL vem, quebra tudo para fazer as ligações de água. Deixa as ruas esburacadas, transtorna o trânsito, prejudica a mecânica dos veículos e o dinheiro público vai para o ralo! Quando as pessoas da comunidade reclamam, as autoridades ficam zangadas e se sentem criticadas. Entretanto, não consertam o erro. Graças a Deus, foram proibidos os tais paredões de som, que vinham durante as festas e fins de semana, enlouquecer a população e matar gente de parada cardíaca. A polícia era acionada para acabar com o excesso de barulho. Parece que agora serão mais amenos os barulhos no carnaval. Pessoas alugam casas na praia durante os períodos de festa. Chegando lá, instalam seus sons altíssimos, dia e noite, se esquecen-

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

do que há moradores na vizinhança. Muitas vezes é preciso chamar a polícia, que adverte a criatura e, se não resolver, recolhe o aparelho barulhento. Tudo isso, no entanto, provoca aborrecimentos dos dois lados, mas, o brasileiro insiste em dar sempre um jeitinho, ainda que perturbe quem mora ao lado. Numa cidade pequena que quadruplica sua população nos períodos de festa, acontecem fatos dignos de nota. Um deles é o uso da água. Algumas pessoas colocam bombas na entrada da casa para garantir o seu abastecimento. Resultado: os vizinhos ficam sem água.

dúvida sobre ele, acho que, agora, não tem mais. Entre os muitos episódios com a participação do general Mourão, o mais recente me chamou a atenção. Ele foi o primeiro a rebater a possibilidade de uma invasão militar no País do ditador Nicolás Maduro, a Venezuela. Enquanto muita gente torcia por essa possibilidade, até pelo derramamento de sangue, Mourão afirmou em alto e bom som que não é com a guerra que se faz a paz, mas, sim, com o diálogo. Já rechaçou toda essa possibilidade, mesmo reconhecendo que o ditador Maduro precisa ser retirado do cargo e que o Brasil apoia o presidente Guaidó. Entendo isso como um ato de grandeza. Esta semana, ouvindo alguns comunicadores pelo Brasil, eles afirmavam que estavam sendo obrigados a concordar com as decisões e falas do general Mourão. Acho isso um grande equívoco. Independentemente de quem seja, civil ou militar, não somos obrigados a nada, mas temos o dever de reconhecer que o general está sendo o diferente do governo Bolsonaro. Só isso...

Em Paripueira, a natureza mostrou sua força e transformou o curso de um rio. Ele, revoltado com alterações realizadas no seu leito, desviou seu caminho e saiu derrubando tudo que achava pela frente. Foi um Deus nos acuda! Existe uma figura no litoral chamado ladrão de côco. Ele entra em qualquer sítio, tira o fruto e vai vender na praia. Se alguém reclama ele diz: “ O sítio não é seu, chame a polícia”. E não para de roubar. No setor público existe o funcionário fantasma: ele não trabalha, recebe o salário e ainda se aposenta. Conheci uma “dondoca”, servidora de um órgão público. Em determinado tempo, a pressão foi grande contra os fantasmas. O marido, seu chefe, insistiu: Estou sendo cobrado, vá trabalhar! Ela irritada, respondeu: “Pois, demita-me. Sou “dondoca”, não sei trabalhar”. E não foi!!!... E assim, nós brasileiros, vamos dando um jeitinho em tudo: dirigindo bêbado, desobedecendo às autoridades, estacionando em local proibido, desviando verba pública, outros crimes e menores deslizes. Quando questionados, respondemos: “Sabe quem eu sou?” Político, filho de autoridade, “dondoca” ou coisa que o valha! Deus no comando!

Entre os muitos episódios com a participação do general Mourão, o mais recente me chamou a atenção. Ele foi o primeiro a rebater a possibilidade de uma invasão militar no País do ditador Nicolás Maduro, a Venezuela

Em Paripueira, a natureza mostrou sua força e transformou o curso de um rio. Ele, revoltado com alterações realizadas no seu leito, desviou seu caminho e saiu derrubando tudo que achava pela frente. Foi um Deus nos acuda!


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REINADO DE MOMO

Tudo pronto para o carnaval na Rota Ecológica Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras estão de alas abertas para os foliões

Folia nos municípios da região Norte começa hoje

CLAUDIO BULGARELLI Especial para o EXTRA

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om quase 100% de ocupação nas pousadas; mais de 20 mil pessoas esperadas para os próximos dias; centenas de blocos de rua, alguns pagos, mas a maioria grátis; e um sem número de shows gratuitos bancados pelos cofres das prefeituras, os três municípios da Rota Ecológica, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras estão de alas abertas para os foliões neste carnaval 2019. Problemas que todos os anos se repetem, como falta de água, queda de energia elétrica, trânsito na AL 101 confuso - atrapalhando quem corta a rodovia, mesmo com TAC assinado com o Ministério Público, - parece não incomodar ninguém. É carnaval. O aconchegante município de Porto de Pedras, região dotada de paisagens exuberantes, sobretudo com praias exóticas, está sendo alvo de muitos turistas para o grande festejo carnavalesco. As casas já estão alugadas e as pousadas lotadas. Para quem quer fugir do carnaval, basta de isolar nas caríssimas pousadas da praia do Patacho. Quem quer cair na folia, melhor conferir a programação. O Porto Folia 2019, em Porto de Pedras, também promete muita folia durante os 5 dias com programação variada e distribuída nos povoados e na Praça de Eventos, no centro da cidade. Na sexta-feira, dia 1 de março, abertura do carnaval às 20 horas com

Orquestra Norte Show, desfile do Rei Momo e da Rainha do Carnaval, além do arrastão com os blocos da Limpeza e do Corote. Tudo isso no povoado do Curtume. No sábado, dia 2, no povoado Palmeira, às 15 horas, bloco Unidos na Folia com banda Jonhy Barababaz e a partir das 20 horas, na Praça de Eventos shows com Bruninho e Banda, Orquestra Norte Show e Forró das Bossas. No domingo, dia 3, às 11 horas, saída do bloco Curtume na Folia com Fulô de Mandacaru e às 15 horas Bloco JR cd´s com Edson Razek. À noite, na Praça de Eventos, Orquestra Norte Show, Trem Bala, Swing Play e Alisson Levado e Forró na Fama. Na segunda, dia 4, a folia começa às 9 horas com Bloco Filhos do Patacho, com Edson Razek e Trio, às 16 horas, Bloco Só Entra Quem Aguenta, com Kuarto de Barão. No mesmo horário Bloco Tiêta Sangalo, com banda Invasão Música. Tudo isso em Tatuamunha. À noite, na Praça de Eventos, tem show com Orquestra Norte Show, Johny Barababaz e Galã. Na terça, dia 5, encerrando a festa, saem os blocos O Pai Tá AEEE na Lage, Bloco Pal-

meira na Farra e Bloco Poca Urna, com João Trinta. À noite, sempre na Praça de Eventos o Porto Folia 2019 tem seu encerramento com Bonde da Pegada e Ruan Lennon. Já na capital da Rota Ecológica e principal destino turístico da região, o carnaval Milagres, em São Miguel, começa no sábado, dia 2, em dois polos: em Porto da Rua, shows com Jonhy Lopes e Geraldo Cardoso e na praia de São Miguel shows com Invasão Musical e Jonhy Lopes. Domingo em Porto da Rua, shows com Invasão Musical e Balanço Moral e na praia, shows com Balanço Geral e Mauro Pancadão. Na segunda, dia 4, shows com Olho de Coco e Edson Razek, em Porto da Rua, e Kuarto de Barão e Kriativoz no polo praia. Encerrando na terça, dia 5, com Venâncio Jr. e Bora Bora em Porto da Rua e Edson Razek e Koko Loko em São Miguel dos Milagres. Mas, São Miguel se destaca ainda pela irreverência dos desfiles dos blocos e pela beleza do Concurso do Bumba Meu Boi. No sábado sai o bloco São Miguel dos Milagres é para quem Ama, às 15 horas, que promete ir para a rua com mais de 5 mil pessoas. No domingo saem os blocos Da Kombi, Do Regaee, Amigos do Toque, Folia da Rosa e Pescador na Folia. No domingo também, a partir das 17 horas, em Porto da Rua, acontece o concurso do Bumba Meu Boi. Já na segunda saem os blocos Ma-

nibu na Folia, Frieira na Folia, bloco das Kengas e Amigos da Farra. Na terça, dia 5, tem a saída dos blocos São Miguel é para quem Ama e o bloco Da Ritinha. Na quarta-feira, dia 6, encerrando os festejos sai o Bloco Fura Olho, já tradicional na cidade. Os moradores do município de Passo de Camaragibe estão ansiosos para o Concurso do Boi. A disputa entre bois ocorre hoje, dia 1º de março, às 19h, no Pátio da Prefeitura, abrindo os festejos carnavalescos. O tradicional concurso de Bumba Meu Boi chega esse ano à sétima edição e a expectativa é que as apresentações encantem o público. São esperadas mais de cinco mil pessoas no centro da cidade para acompanhar a folclórica disputa carnavalesca. Para a disputa desse ano, estão no páreo as equipes: Boi Águia Dourada, Boi Scorpion, Boi Conexão Jamaica, Boi Pantera e Boi Valente. Foram intensos os ensaios para o grande dia de apresentações, que começou ainda lá no mês de novembro passado. A Prefeitura de Passo de Camaragibe diversificou as festas de Carnaval na cidade litorânea e diversos blocos carnavalescos vão desfilar pelas ruas da cidade. A festa, além dos shows programados para o centro da cidade, também ocorre na Barra de Camaragibe e na Praia do Marceneiro.


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Voltou atrás

Cadastro Positivo Obrigatório

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grupo XP, formado pelas corretoras XP, Rico e Clear, recuou na decisão de elevar o valor mínimo exigido para investimento em diversos produtos de renda fixa, como anunciado pela coluna na última edição. A aplicação mínima em CDBs, LCAs e LCIs havia subido de R$ 3.000 para R$ 30 mil na XP. Na Rico, o valor mínimo tinha passado de R$ 1.000 para R$ 20.000 nesses produtos. Depois da repercussão negativa nas redes sociais, o grupo decidiu reduzir a aplicação mínima em renda fixa para R$ 10.000. A alteração entrou em vigor está semana.

Tesouro Direto

apenas nos últimos 30 dias.

Ainda falando em investimentos, o número de investidores ativos no Tesouro Direto cresceu 47,7% e atingiu 845 mil participantes. Só em janeiro, foram registrados 58,8 mil novos investidores ativos. Em relação ao número total de investidores cadastrados, o Tesouro Direito registrou, em janeiro, a marca de 3,3 milhões de participantes, um crescimento de 76%, com mais de 261 mil ingressos

Regra que obriga a participação inicial de pessoas físicas e jurídicas no cadastro positivo foi aprovada pelo Plenário da Câmara dos Deputados. Vale lembrar que o cadastro positivo em si já tinha sido aprovado, mas esse foi um dos destaques complementares sugerido pelo ex-deputado Walter Ihoshi (PSD-SP). O cadastro positivo é um banco de dados operado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil. Na prática, esse cadastro determina a inclusão automática dos consumidores ao banco de dados com informações de bons pagadores. Ou seja, funciona como uma espécie de currículo para que o governo saiba seu histórico financeiro de dívidas - e se foram pagas ou não.

Calculando a aposentadoria

ECONOMIA EM PAUTA n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

A proposta de reforma da Previdência fez muitos segurados começarem a colocar na ponta do lápis quanto tempo de contribuição possuem para saber se poderão se aposentar ou se entrarão nas novas regras na hora de pedir o benefício. É possível fazer uma simulação do tempo de contribuição no site www. meu.inss.gov.br de forma automática. Para fazer o cadastro, deve-se informar os seguintes dados: CPF, data de nascimento, nome completo, e-mail, celular e nome da mãe. Após fazer o login no site, clique em “Simulação de Tempo de Contribuição” e do lado esquerdo da tela vai informar os vínculos de trabalho registrados no sistema do INSS e o tempo para se aposentar.


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extra Cidade litorânea já está ornamentada para receber os turistas e foliões

TURISMO LITORAL NORTE

Maragogi bate recorde de taxa de ocupação no carnaval O Caribe brasileiro leva turistas internos e do exterior a grande disputa por acomodações. SOFIA SEPRENY s.sepreny@Gmail.com

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município de Maragogi, a 130 Km de Maceió, conquistou o título de Caribe brasileiro pela exuberância da natureza, que atrai visitantes de todos os países. Está entre lugares que figuram no topo de várias pesquisas como melhor destino para quem busca prazer e descanso em áreas litorâneas brasileiras. Agregado a isso, com a proximidade do carnaval, a cidade bateu o recorde de 92% de sua taxa de ocupação, levando turistas internos e do exterior a uma grande disputa por acomodações. As praias paradisíacas são opção

para quem curte litoral o ano todo, mas durante o carnaval, também atrai turistas que gostam da folia, além de mergulhar no mar calmo e cristalino. “Maragogi tem, além de todas as belezas naturais, o melhor carnaval da Região Norte”, diz o prefeito Fernando Sérgio Lira. Poder observar os arrecifes de corais, ter o corpo rodeado de criaturas marinhas e ainda curtir as festas carnavalescas é um dos privilégios para quem vai à bela cidade litorânea. Segundo polo turístico de Alagoas, atrai muitos visitantes do estado vizinho, Pernambuco, misturando sotaques nordestinos. Entre Maceió e Recife, a cidade até se sobrepõe à também bela Porto de Galinhas (PE). “Somos a praia natural mais próxima de muitas cidades dos dois estados. Atraímos turistas daqui e de lá. E acredito, também, que aqui acontece o melhor carnaval de praia senão do Brasil, mas de todo o estado de Alagoas”, garante Fernando Lira.

Como todos os anos, o maior desafio da cidade, segundo o prefeito, é poder hospedar todos os seus visitantes. “O aumento populacional é muito grande neste período. As taxas de ocupação superam os 90% e batem recorde. Mas estamos preparados para grande taxa no turismo. Infraestrutura funcionando, saúde mobilizada e tudo para fazer do evento carnavalesco uma grande festa, ainda mais atrativa para nossa cidade”. O aumento da população nessas épocas do calendário turístico pode trazer consequências desagradáveis para municípios que não estão preparados. Mas ao que parece, o desenvolvimento da região Norte caminha lado a lado com o planejamento das políticas de sustentabilidade. “Somos umas das poucas cidades do litoral brasileiro com altíssimo nível de saneamento. Foram investidos 12

Somos umas das poucas cidades do litoral brasileiro com altíssimo nível de saneamento. Foram investidos 12 bilhões de dólares do PIB aqui” SÉRGIO LIRA

Prefeito

bilhões de dólares do PIB (Produto Interno Bruto) aqui”, assegura o prefeito. Maurício Moreira, morador de São Miguel dos Milagres, acredita no desenvolvimento da região Norte, mas compara com “uma faca de dois gumes” a maneira que o turismo cresce nas cidades. “O turismo e o conhecimento de todo o país por essas praias paradisíacas fomenta a economia, traz emprego, mas sem planejamento, traz consequências, e isso deve ser colocado na balança”, alerta. O lado “perigoso” da atividade sem planejamento seria a destruição das belezas naturais pela falta de consciência de preservação e pelo consumo não consciente dos recursos, entre outros pontos. A limpeza da cidade foi reforçada para os dias de folia, e o contingente de trabalhadores aumentou para seguirem os blocos e evitarem a poluição ambiental. Maragogi tem 22 km de areias quase desertas e águas mansas, ideais para quem busca sossego e contato com a natureza. Com média de 4.500 leitos, a cidade turística terá carnaval em três, dos seu quatro povoados. Quanto ao projeto de um aeroporto para Maragogi, uma das promessas ainda do primeiro mandato do governador Renan Filho (MDB), Sérgio Lira acredita que o retorno de investimento em rodovias seria melhor para a cidade. “Eu acho que esse aeroporto não sairá tão cedo. Mas também não é tão prioritário para Maragogi quanto a duplicação da AL-101. Além de Alagoas, também ando conversando com o governo de Pernambuco, que é nosso parceiro, para viabilizar a duplicação das vias do Porto de Suape até aqui”, informa o gestor. Segundo ele, a duplicação da rodovia fomenta o turismo na região. A ornamentação de carnaval da cidade está pronta, termos de ajustamento de conduta firmados, secretaria de infraestrutura limpando galerias, desobstruindo ruas, tudo para os munícipes e para o turismo. “Foi preciso preparar a avenida. O turista que vem para cá quer ver a praia, quer curtir as bandas olhando para o mar. Foi necessário por exemplo, retirar os ambulantes do lado direto da orla, para poder proporcionar este conforto aos foliões”, contou Lira afirmando que a cidade está pronta. “Do ponto de vista culinário, cultural e da segurança, a cidade está pronta para que todos aproveitem, e voltem”, finaliza o prefeito.


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CIDADE MAIS SEGURA

MESSIAS INAUGURA CENTRO INTEGRADO DE SEGURANÇA PÚBLICA

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oi inaugurado na última sexta-feira, 22, o 17º Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) do Estado de Alagoas. O município contemplado foi Messias, que terá o combate ao crime mais intensificado, incrementando também a segurança das cidades vizinhas. O terreno para construção do Cisp foi cedido pela prefeitura Messiense. Luiz Emílio Omena, prefeito da cidade, acredita que a instalação do centro no município modificará completamente o cenário de violência na região. “Esse Cisp é um marco na segurança pública de Messias. Tenho certeza que nosso município não constará mais no mapa da violência. Existirá uma Messias antes e outra depois do Cisp”, afirmou. A casa onde antes funcionava a Delegacia do 20° Distrito Policial, abrigará, em breve, a Central de Videomonitoramento do município e o Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente. Além disso, foi inaugurado no município o Programa Força Tarefa de Segurança, que consiste em contratar nos dias de folga, policiais militares para reforçarem a segurança em áreas vulneráveis. Messias recebeu também três novas viaturas e um veículo civil. Segundo o secretário de Segurança Pública, coronel Lima Júnior, o Cisp foi instalado em local estratégico e vai reforçar o policiamento e as ações de combate ao crime e à violência na Região Metropolitana do Estado. Para o governador Renan Filho, o instrumento é uma das principais ferramentas de sucesso da segurança pública. “Fortalece as ações de segurança, integra as polícias e garante mais tranquilidade para a população. O prefeito Luiz Emílio já havia solicitado há tempos essa obra, essa instalação, e agora está aqui, para trazer paz para o povo”.

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TEMÓTEO

CORREIA

NO PAÍS DAS ALAGOAS

n Ex-deputado estadual

Na falta de dinheiro, Rivotril

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ampanha eleitoral de 2006. Flávia Cavalcante, candidata a deputada estadual, tinha em sua retaguarda o apoio político e financeiro de seu pai, o prefeito de Matriz de Camaragibe, Cícero Cavalcante. Faltando uma semana para o dia D, Cícero, desesperado diante das dificuldades financeiras, procura seu mais poderoso aliado, o senador Renan Calheiros. Encontra Renan em seu apartamento, na companhia do seu colega Teotônio Vilela, que dava deliciosas baforadas num majestoso charuto cubano. -Renan, estou precisando da sua ajuda para fechar a eleição da minha filha. Estou aperreado, dois dias sem dormir.

Renan, placidamente, dirige-se ao amigo e correligionário: -Sente-se, líder! Tenha calma. Aperreado você não vai a lugar nenhum. Nunca lhe faltei

e não será agora. Vou lhe ajudar. Murta, traga a minha mala. Murta, assistente de confiança de Renan, pergunta: -Qual delas? Renan

- A preta. Cícero acalmou-se, reanimou-se, voltou o brilho em seus olhos e com seus botões pensou: Graças a Deus! Com a mala nas mãos, Renan o animou mais ainda: -Aqui! Está resolvido o seu problema. Cícero já era outro homem. Lambeu os lábios enquanto o senador abria aquele objeto sonhado por qualquer candidato àquela altura do pleito eleitoral. Todavia, em vez de dinheiro, Renan puxou alguns envelopes e os entregou ao amigo prefeito com a seguinte posologia: - Tome um à noite, antes de dormir, e outro pela manhã, após o café. Você vai dormir como uma criança, líder. O Sarney sempre prescrevia para

todos os senadores, lá no Senado Federal. Posso lhe garantir, esse rivotril é milagroso. Você nunca mais vai deixar de tomar. Um abraço para a nossa deputada Flávia e diga que estamos torcendo por ela. Cícero amofinou-se, murchou. -Tá, Renan, valeu! Obrigado! Cícero foi embora, cabisbaixo, mas com o juízo moendo. -Ah! Renan, ah! Renan, você ainda me paga! Enquanto isso, no apartamento, Téo Vilela dava gargalhadas e, engasgando-se com a fumaça inalada do seu delicioso cubano, ouviu do colega: - É Téo, nesse ramo, há que se saber de tudo um pouco.


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Em busca de alternativas

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ausou impacto no exterior a comunicação, na terça-feira, 26, pela Porsche: a próxima geração do Macan, um SUV médio (compacto, no padrão americano), será totalmente elétrica, sem opção por motor a combustão. As primeiras análises indicam decisão de risco, embora a empresa reafirmasse a continuidade de desenvolvimento de soluções híbridas e a gasolina para os demais modelos, pelo menos nos próximos 10 anos. Até 2025, no entanto, a Porsche espera que metade dos seus novos modelos sejam híbridos plugáveis ou elétricos. Por se tratar do modelo de maior comercialização da marca alemã, pode ser escolha estratégica a fim de baixar as emissões diretas de CO2, na média dos seus modelos à venda, e se manter dentro das severíssimas restrições da União Europeia. E, no resto mundo, como fará? Interessante observar que, duas semanas atrás, houve certa “rebelião” nos posicionamentos de altos executivos da indústria automobilística mundial. Eles se reuniram em Paris para comemorar o centenário da Oica (na sigla original em francês, Organização Internacional dos Fabricantes de Automóveis). À noite de gala compareceu o presidente francês, Emmanuel Macron. O novo presidente da Oica, Christian Peugeot, foi além de simplesmente afirmar que o automóvel faz parte também da solução para problemas de mobilidade. Pediu a neutralidade dos governos sobre a melhor opção para cumprir metas ambientais. Pouco antes, Matthias Wissmann, seu antecessor na entidade e ex-ministro de Transportes da Alemanha, defendeu a possibilidade de escolhas, além da tecnologia elétrica. Para ele, combustíveis sintéticos poderiam alcançar os mesmos resultados em motores a combustão interna, sem precisar de investimentos pesados na construção de toda uma nova e caríssima infraestrutura para recarregar baterias. Macron, no entanto, foi reticente. Como último

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

a discursar, saiu do texto lido para dizer que rotas tecnológicas são traçadas pelo governo. Na realidade estava despreparado para ouvir alternativas, ao defender a instalação de fabricantes de bateria em território francês. O próprio Peugeot, em entrevista na véspera do evento, disse à coluna que aplicar a mesma solução globalmente pode ser inviável. Citou o Brasil, onde o etanol tem forte papel a cumprir como combustível quase neutro em CO2, no ciclo fechado de produção e uso. Também destacou que governos não têm como bancar subsídios permanentes, nem dispensar altos impostos incidentes sobre combustíveis atuais. Em seminário organizado, no dia seguinte ao evento, houve outras colocações de alguns representantes de 39 entidades nacionais filiadas à Oica. Na Índia, por exemplo, poeira em suspensão no ar é um grave problema e até modelos autônomos sofrerão resistência em razão de boa parcela da população sobreviver como motorista ou motociclista. Biometano foi citado como capaz de zerar emissões locais e até diminuir CO2 acumulado na atmosfera. Definitivamente, há diversidade para mover o carro do futuro. A opção da Porsche talvez funcione, no caso específico. Para fabricantes generalistas os riscos continuam, inclusive sobre o papel dos governos e direcionamentos por simples voluntarismo.

ALTA RODA n PEUGEOT pode começar em breve as vendas dos SUVs importados 3008 e 5008 também em versões mais simples, provavelmente chamada Allure, na faixa de R$ 120.000,00 para o 3008, segundo fonte ligada às concessionárias. Consultada, a marca respondeu: “Sempre estudamos possibilidades para animar nossa gama, mas no momento não há confirmação.” n SAIU a lista dos dez modelos mais vendidos na Europa, em 2018. Na ordem decrescente: VW Golf, Renault Clio, VW Polo, Ford Fiesta, VW Tiguan, Nissan Qshqai, Peugeot 208, Toyota Yaris, Opel/ Vauxhall Corsa e Renault Sandero. Apesar dos avanços, só 2 SUVs, na 5ª e 6ª posições. À exceção do Nissan, todos eles são ou já foram comercializados também no Brasil.

n TOYOTA YARIS hatch, na versão XL com motor de 1,3 L (101 cv/etanol) e câmbio automático CVT, destaca-se pelo estilo atual e evolução nos materiais de acabamento. Vem bem equipado, inclusive chave presencial, partida por botão e central multimídia, mas sem parear com Android Auto. Desempenho apenas regular. Suspensão apresenta ótimo equilíbrio conforto-estabilidade. n ÍNDICE de inadimplência nos financiamentos de veículos para pessoas físicas caiu quase 70% desde o pico ruim de 2013, informa o Itaú. No ano passado, a carteira do banco alcançou expressivos R$ 15 bilhões ou 42% a mais que em 2017. No último trimestre de 2018, tíquete médio de R$ 33,5 mil, prazo de 42 meses e entrada correspondente a 38% do valor do veículo. n RESSALVAS: preços do VW T-Cross variam de R$ 84.990 (câmbio manual, versão de entrada) a R$ R$ 99.990 com câmbio automático e sempre com motor 1-litro turbo. Versão de topo, 1,4-litro turbo, parte de R$ 109.990. Quanto ao CAOA Chery Tiggo 7, apenas este tem câmbio automatizado de duas embreagens; sedã Arrizo 5 usa o mesmo motor, mas câmbio é CVT.


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CARNAVAL DE TRAIPU

Cidade ribeirinha une belezas naturais com folia para todos

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om uma programação extensa, o município de Traipu já está preparado para as festividades do carnaval. A programação inicia, oficialmente, nesta sextafeira, 1º março, e vai até a Quarta-feira de Cinzas, 6. Marcado por ser uma festa tradicional, de muita diversão para amigos, familiares e visitantes, o carnaval da cidade ribeirinha, banhada pelo Velho Chico, é muito procurado pelas pessoas que buscam uma festa segura, tranquila e pacata, além das belezas naturais da região. O prefeito da cidade, Silvino Cavalcante, ressalta que a programação do feriado, em Traipu, atende às expectativas da população. “Teremos uma grade musical voltada para o público infantil, que muitas vezes é um público que não recebe prioridade”, disse. Além de um carnaval de inclusão, o prefeito pontua que a segurança está reforçada com policiais militares, agentes de segurança pública, guarda municipal e bombeiros civis com guarda-vidas, que estarão nas prainhas. As secretarias do município criaram ações preventivas para o evento. Entre elas estão: emissões de alvarás, cadastro de ambulantes. “Até mesmo no corredor da folia teremos agentes da Secretaria de Indústria e Comércio para garantir que tudo funcione de maneira correta, de prontidão para orientar esses comerciantes”. Na pasta da saúde também houve reforço. No domingo de carnaval, agentes da saúde irão fazer uma blitz informativa para o cidadão sobre como ter dicas de folia com segurança, maneiras de hidratação e muito mais. Além de tudo isso, técnicos da Secretaria da Infância também estarão preparados para orientar à população. “Estamos trabalhando em parceria com todas as secretarias para que a festa seja tranquila, segura e organizada preservando o bem estar das pessoas”, pontua o prefeito. Segundo Cavalcante, a programação da cidade é a mais completa e recheada de toda a região do Baixo São Francisco. “Teremos atrações de renome regional, conhecida em diversos estados, e trazendo um ponto atrativo muito interessante: Traipu é conhecida como a cidade dos músicos e, por ser assim, teremos uma homenagem aos nossos músicos”. O slogan do evento este ano é: “Sua folia na cidade dos músicos”. Todas as três orquestras da cidade vão se apresentar garantindo espaço para os músicos locais fazerem o carnaval da própria cidade. “Todos da terra para fazer a animação do nosso carnaval, resgatando a cultura e a tradição do músico traipuense”. Quanto a infraestrutura, o gestor garante que a cidade está limpa, organizada, segura, toda monitorada, com 80 câmeras espalhadas pelas ruas. Esse monitoramento é esforço do município, que colabora com o trabalho da segurança pública. “Imagine desfrutar de um carnaval às margens do Velho Chico, saboreando um delicioso peixe, com uma vista privilegiada, em um local que a festa é segura, organizada com atrações excelentes”, finalizou o prefeito convidando os alagoanos.

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Na mira da Justiça

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enunciado por integrar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 28 milhões, o prefeito de Boca da Mata, Gustavo Feijó, foi afastado do cargo. Ele é acusado pelo Ministério Público de realizar licitação fraudada de serviços que nunca foram prestados. Na petição inicial foi pedido ao Poder Judiciário o bloqueio dos bens dos envolvidos e o afastamento do chefe do Poder Executivo Municipal.

n robertobaiabarros@hotmail.com

O esquema

De acordo com o Ministério Público, para comandar o suposto esquema, que acontece desde 2013, Gustavo Feijó, também vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Região Nordeste, teria se associado a Ricardo Marcel Matos Mendonça, diretor do Instituto da Previdência dos Servidores Públicos do Município de Boca da Mata, braço direito de Feijó nas irregularidades e “dono aparente” do Posto de Gasolina “Auto Posto 20” (Feijó era o real dono do empreendimento familiar), usado na fraude e que ainda teve como sócios: Suelle Sothania Cintra, esposa de Ricardo Marcel; Edson José Bezerra, Davi de Freitas, Diego de Freitas e Felipe de Omena Feijó, todos estes parentes e pessoas próximas do prefeito.

Outros envolvidos

Além deles, participava do referido desvio milionário de dinheiro público Antônio Thiago Melo da Rocha, ex-secretário de Finanças de Boca da Mata. Apontado como principal operador financeiro do esquema, ele é dono de outro posto de gasolina, conhecido como “Posto Santo Antônio”, também utilizado nas irregularidades. Já Jenilda Gomes Lima é proprietária da empresa “Ômega Locação e Terceirização Ltda”, utilizada como fachada para contratação fantasma de serviço de transporte de veículos.

Ricardo na SMTT

Ricardo Teófilo, irmão do prefeito Rogério Teófilo, assumiu interinamente a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Arapiraca, pasta na qual já esteve à frente em gestões passadas. Com estilo próprio, que assumiu importantes cargos nos governos de Célia Rocha e Luciano Barbosa, Ricardo foi bem recebido pelos servidores do órgão, que recentemente passou por uma turbulência durante manifestação de agentes de trânsito.

Assumiu interinamente

Em entrevista concedida ao radialista Nelson Filho, da Rádio Novo Nordeste (91,5 FM), na quarta-feira (27), Ricardo Teófilo disse que o prefeito Rogério Teófilo pediu para substituir o superintendente Jodelmir Pereira de Souza no período de suas férias. “Assumi a superintendência desde segunda-feira e vamos trabalhar para servir a população arapiraquense”, disse Teófilo.

Ações de conscientização

Ainda durante a entrevista, Ricardo informou que realizará ações de conscientização do folião arapiraquense para o Carnaval, através da distribuição de panfletos na entrada do Centro Administrativo, em empresas da cidade e em locais de maior fluxo de pessoas com uma ação educativa para evitar acidentes de trânsito nesse período de festa carnavalesca.

Mercado público

Ricardo Teófilo falou também sobre o projeto de reordenação do trânsito do Mercado Público de Arapiraca com a parceria da SMTT e de outras secretarias municipais, como a de Desenvolvimento Econômico e outras, para garantir fluidez ao trânsito naquela região. (Com Ascom).

Carnaval em Traipu

A Prefeitura de Traipu está preparando um dos melhores carnavais de Alagoas. A folia na terra dos músicos terá início hoje com diversas atrações. Um grande palco está sendo armado na avenida Beira Rio para que, à tarde e à noite, o folião possa se divertir.

Orquestras de frevo

Diariamente, todas as tardes, as tradicionais orquestras de frevo do município farão o arrastão pelas ruas da cidade. As orquestras são uma atração à parte. Centenas de foliões - muitos vindos de várias cidades da região - caem no frevo, onde o grito é a alegria.

Seis dias de festa

O prefeito Cavalcante está cuidando de tudo pessoalmente. Junto a sua equipe, ele trabalha para que os seis dias de festa sejam de segurança, paz e organização. “Iremos receber centenas de turistas durante o carnaval, e estamos nos preparando para recebê-los bem. A abertura é na sexta-feira à tarde, e só termina na quarta-feira de cinzas com o já tradicional bloco dos garis e das margaridas.

PELO INTERIOR ... A promotora de justiça Viviane Karla vai instaurar procedimento investigatório para apurar denúncias feitas contra o município de São Sebastião, relacionada a contratos celebrados pelo município. ... “Vi a notícia sobre contratos de aquisição de frutas e verduras para a merenda e de coleta de lixo e resolvi abrir procedimento para investigar o caso. Vou pedir à prefeitura as cópias dos contratos para poder apurar melhor”, declarou. ... As denúncias de que o prefeito Zé Pacheco (PP) fez contrato com empresa terceirizada para a coleta de lixo no valor de R$ 2,4 milhões e contratou mais R$ 1,5 milhão para aquisição de verduras e frutas para a merenda escolar foram publicadas em um blog e viralizaram nas redes sociais. ... A promotora Viviane Karla tomou conhecimento do fato na tarde de segunda-feira (25) e, diante da gravidade das informações, decidiu pela instauração de procedimento investigatório. ... Conforme a assessoria de comunicação da prefeitura de São Sebastião, o contrato relacionado ao recolhimento de lixo tem valor de R$ 200 mil por ano e se refere à Conagreste, consórcio que reúne 20 municípios. ... Em relação ao contrato de alimentos para a merenda se refere a futuras aquisições feitas pelo município em um prazo de 12 meses. ... As palestras educativas sobre o trânsito e prevenção de acidentes durante o período pré-carnavalesco estão sendo intensificadas pela Prefeitura de Arapiraca, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). . ... Na manhã de quarta-feira (27), o agente de segurança viária e membro da Diretoria de Educação da SMTT, Carlos Alberto Peixoto, ministrou a palestra “Consequências dos acidentes de trânsito”, para funcionários da empresa Conecta - prestadora de serviços da Oi. ...Segundo Carlos Alberto Peixoto a metodologia das palestras foi modificada para causar mais impacto aos participantes e promover uma queda no índice de acidentes no trânsito, principalmente envolvendo motocicletas que o índice ainda é muito alto. ... Aos nossos leitores desejamos um carnaval com muita alegria e repleto de paz e saúde. Até a próxima edição.


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Coqueiro Seco Frevo e marchinhas percorrerão as ladeiras e orla da cidade

A prefeita de Coqueiro Seco, Decele Damaso (MDB), caprichou na programação para o carnaval de 2019. Com muito frevo e marchinhas, os blocos de rua serão puxados por músicos da cidade valorizando a cultura local e trazendo muita folia e diversão pelas ruas estreitas até a orla lagunar. Com investimento em organização e segurança, as marchinhas prometem proporcionar um carnaval diferente. “São 11 blocos que contam com apoio e estrutura do município. Quer saber se a folia em Coqueiro é tudo isso? Confira a programação e venha curtir com a gente”, convida a prefeita Decele Damaso. O apoio à cultura é um dos carros-chefe da gestão da prefeita. Para a realização do evento, a prefeitura criou uma comissão, que se reuniu com os representantes de blocos para alertar sobre os direitos e deveres dos organizadores e do Poder Público para a realização de um evento ‘nota 10’.

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CARNAVAL NO PILAR

Evento movimenta a economia e fomenta o turismo na região Prefeitura injetou R$ 300 mil para a realização da folia

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locos de rua, shows, segurança e diversão: O carnaval 2019 da cidade de Pilar foi planejado com capricho para garantir muita folia tanto para a população quanto para os turistas. O período carnavalesco, que ano passado foi um sucesso, promete repetir o desempenho este ano e com uma programação ainda maior. As festas, que iniciam a partir do dia 1º e seguem até o dia 5, irão contar com uma infraestrutura voltada para que todos se sintam confortáveis para curtir o carnaval, além da segurança reforçada garantida pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal. Com investimentos próprios, a prefeitura injetou R$ 300 mil para a realização do evento para que os foliões aproveitam a festa com alegria e tranquilidade. O prefeito de Pilar, Renato Filho, ressalta que um evento deste porte movimenta a economia local e incentiva cada vez mais o turismo. “O intuito é movimentar a região, trazer lazer para a população e mostrar para quem vem de fora tudo de bom que Pilar pode oferecer. Esperamos que as pessoas CACAU venham ANUNCIA e voltem depois; PREFEITO que o turismo movimente a cidade como vem sendo feito TAMBÉM E MUITOde final de ano”, pontua o desde as MATINÊS festas tradicionais FREVO prefeito.EM TODA A CIDADE

A assistência na área da saúde também foi reforçada para o período festivo e a “Samu do município” estará atuando a todo vapor para a população e para aqueles foliões que precisarem de atendimento médico. “Aqui nós não temos Serviço de Atendimento Móvel, então temos a Samu do município que conta com duas ambulâncias da Secretaria Municipal de Saúde com uma equipe capacitada para atender as demandas de urgência e emergência de toda a região”, garante Filho. O prefeito falou da importância de valorizar a cultura, as festividades da terra para que toda a cidade ganhe com o evento. “Temos mais de 30 ambulantes cadastrados para venda de produtos durantes os dias de festa. A gente espera que as pessoas das cidades vizinhas venham, gostem e voltem ainda mais vezes.” Renato Filho lembrou ainda que, mesmo com todos investimentos da prefeitura, as contas do município estão em dia, os pagamentos de servidores na conta, tudo para que a população local curta um carnaval tranquilo, com alegria, muita diversão e segurança junto com amigos e família.


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CARNAVAL 2019

Prefeitura de São Miguel dos Milagres garante muita diversão e folia

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lém de curtir passeios paradisíacos, belas praias e águas calmas, quem for para São Miguel dos Milagres durante o carnaval vai contar com muita festa. O prefeito Bureco Ataíde caprichou na programação e na valorização da cultura local. “Aqui é o melhor carnaval da região Norte. Quem quiser pode trazer toda a família e cair na folia conosco. A programação conta com bandas, blocos, concurso de bumba-meu-boi e muita diversão. Todos são nossos convidados especiais”, disse. O agito começa no dia 2 de março, sábado, com atrações espalhadas pela região como Jonhy Lopes, Geraldo Cardoso, Invasão Musical e Trem Bala. O último dia de folia será na terça-feira, 5, com as bandas Edson Razek, Venâncio Jr, Bora bora, e Koko Loko. A secretária de Turismo e Meio Ambiente, Carol Lessa, convida todos para compartilharem da alegria e das belezas naturais que São Miguel dos Milagres tem para oferecer. “Nesses períodos, nossa cidade recebe visitantes do país inteiro para prestigiar nossas belezas naturais e curtir o feriado”. Quem preferir pode curtir a tranquilidade e as belas paisagens da região. Como integrante da Costa dos Corais, a cidade de São Miguel dos Milagres tem grande parte da sua economia proveniente do turismo e ano após ano a cidade se desenvolve cada vez mais, trazendo melhorias para a população e atraindo mais turistas.

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