Edição 1012

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ANO XX - Nº 1012 - 15 A 21 DE MARÇO DE 2019 - R$ 4,00 COOPERATIVA

MARACUTAIA

Pindorama tem segunda maior safra de cana da sua história

Seagra é acionada para anular venda ilegal de sua sede em Jacarecica

Klécio Santos investiu R$ 3 milhões em equipamentos de última geração. Usina dividiu produção em 60% álcool e 40% açúcar, ou 855 mil sacos de açúcar e 50 milhões de litros de álcool. 25

Associados acusam entidade de fraudar documentos para camuflar alienação irregular da cobiçada área à beira-mar. 7

extra BOMBA DA SALGEMA MACEIÓ - ALAGOAS

www.novoextra.com.br

1998 - 2018

Maceió retoma campanha para transferir tanques da Braskem

COTÃO DA CÂMARA

SOFIA SEPRENY

Parlamentares gastam dinheiro público com autopromoção Deputados JHC e Nivaldo Albuquerque lideram ranking da gastança em fevereiro com divulgação de atividades políticas, “pesquisas” e passagens aéreas. 8

Economista alerta: não é viável manter uma “bomba atômica” dentro da cidade. 10 E 11

Professor Elias Fragoso defende a transferência do terminal químico para o polo industrial de Marechal Deodoro

AEROPORTO DE MACEIÓ E OUTROS 11 VÃO A LEILÃO NA BOLSA POR 219 MILHÕES

Empresários acreditam que privatização do Zumbi dos Palmares vai fortalecer o setor turístico em Alagoas. 16 E 17


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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2018

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Batatas e pepinos 1

- Agora à frente da Secretaria Estadual de Agricultura, Ronaldo Lessa deve dar continuidade ao trabalho iniciado em janeiro de 1999 ao assumir o governo de Alagoas, quando comandou o desmonte do setor público agrícola.

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- Lessa se elegeu governador prometendo fortalecer a agricultura, mas ao tomar posse extinguiu Emater (extensão rural), Epeal (pesquisa agrícola), Comag (equipamentos agrícolas) e outros órgãos que apoiavam o pequeno produtor rural. Os servidores remanescentes - maioria deles técnicos de alta qualificação profissional - foram jogados no sucatão humano chamado CARHP à espera da aposentadoria compulsória.

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- Nos dois mandatos do socialista Ronaldo Lessa os pequenos agricultores foram entregues à própria sorte, enquanto usineiros e grandes empresários se beneficiaram com incentivos fiscais e outros privilégios daninhos aos cofres públicos.

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- Lessa ainda não anunciou seus planos para a Agricultura, mas não se espere muita coisa, até porque além de estranho no ninho, comandará uma secretaria sucateada que funciona como cabide de emprego de apadrinhados.

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- Lessa prestaria melhor serviço em Brasília, seu habitat, não entre batatas e pepinos. E não é nem mesmo o caso de mandar o ex-governador “plantar batatas”, literalmente falando.

Novos desafios

A troca de secretários na equipe de Renan Filho, mais do que dar emprego aos aliados derrotados na última eleição, visa delinear o quadro político para a disputa municipal em 2020 e a sucessão estadual de 2022. Reeleito sem concorrente, o governador já trabalha de olho no Senado, mas precisa consolidar seu grupo político para enfrentar Rui Palmeira em 2020 e Fernando Collor no pleito de 2022. Para o primeiro embate, Renan Filho contará com Maurício Quintella e Ronaldo Lessa, enquanto em 2022 poderá disputar o Senado contra Collor, Arthur Lira ou um outro aliado do prefeito. Seu desafio maior, no entanto, é escapar da chamada maldição do segundo mandato. Para tanto precisa ao menos concluir as obras iniciadas no primeiro governo e manter o equilíbrio das contas públicas.

Cartórios

Enquanto o povo afogava as agruras da vida no Carnaval, o Tribunal de Justiça aumentava as taxas e emolumentos cartoriais, fazendo a festa dos donos dessas capitanias hereditárias. Nunca é demais lembrar que os cartórios de Alagoas - o mais pobre dos estados - cobram as mais altas taxas do País, com o aval do Judiciário. Além de enriquecer os felizes donatários, boa parte da receita dos cartórios é destinada ao Funjuris, o fundo que banca a festa do Tribunal de Justiça, sem prestar contas a ninguém.

Golpe milionário

A diretoria da finada Seagra – Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas – foi acionada na Justiça para anular a venda ilegal do imóvelsede da entidade. Segundo a denúncia, os espertos diretores fraudaram os estatutos da entidade para camuflar a ilegalidade da venda do valorizado imóvel à beira-mar.

Fim do Iate

O valorizado terreno do Iate Clube Pajussara, que em abril completa 67 anos, será vendido para quitar IPTU e outras dívidas acumuladas ao longo do tempo. O negócio já foi aprovado em assembleia do clube e em seu lugar nascerá um moderno prédio residencial. Este deverá ser o destino dos demais clubes sociais de Maceió que entraram em decadência e não conseguem sobreviver com a receita dos poucos sócios remanescentes. É o fim de uma época.

Dedos e anéis

Se depender dos filhos de João Lyra, os credores da massa falida da Laginha jamais receberão seus créditos. Os herdeiros farão tudo para salvar ao menos as fazendas do Grupo JL em Alagoas.

Máfia dos precatórios

Escritórios de advocacia estão enriquecendo à custa de servidores públicos endividados que vendem seus créditos judiciais a troco de banana. Em governos anteriores, esses créditos, também chamados de precatórios, eram negociados com deságio de 30%. Com o aumento da demanda, surgiram os atravessadores homiziados em “escritórios de advocacia” para assaltar os servidores fragilizados pela crise. A partir daí fixaram o deságio em 20%, depois 10% e agora reduziram para 5%. Deviam ser denunciados por assédio a maiores debilitados.

Assalto

Um exemplo do assalto: servidor público com direito a R$ 6 milhões em créditos junto ao Estado vendeu seu “precatório” a um desses “escritórios” por R$ 300,00, ou 5% do valor total. No segundo passo do assalto, o crédito é repassado a uma empresa que fará compensação tributária dos R$ 6 milhões. No final, perde o servidor e o Estado, que deixa de recolher o ICMS dos R$ 6 milhões.

Último dos moicanos Misto de médico, empresário e político, Fábio Farias reafirmou pela enésima vez que que não quer voltar ao Gabinete Civil, órgão que comandou no primeiro mandato de Renan Filho. Amigo de Renan-pai desde os tempos das vacas magras, Fábio Farais é um dos últimos aliados a sacrificar sua via pessoal em prol dos Calheiros. Mas ao que tudo indica, Farias decidiu romper o cordão umbilical que o unia a Renan para cuidar de seus negócios e da família. Dele não se espere nenhuma declaração, nem contra nem a favor, até porque parece ter feito voto de silêncio ad eternum sobre seus laços com o clã de Murici. Quem o conhece sabe que Fábio Farias é o tipo do político em extinção, não só pela seriedade com que sempre cuidou da coisa pública, mas sobretudo por sua retidão de caráter; homem sério, decente e honesto. Coisa rara na política.


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Lava Jato S/A

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tenas, Grécia - De tanto ouvir falar de quantias bilionárias desviadas pelos políticos e empresários durante os interrogatórios da Lava Jato, os procuradores à frente da operação que revelou o maior escândalo de corrupção da história do país, cresceram os olhos. E agora, tristemente, surge a notícia de que um grupo deles lá do Paraná vai criar um fundo para administrar R$ 2,5 bilhões, fortuna da Petrobras que andou pelos Estados Unidos e voltou para Brasil de forma misteriosa. Incrível, a Lava Jato virou uma empresa no país das bananas. Essa montanha de dinheiro que vai para a fundação desses procuradores é fruto de uma manobra que deixou a Petrobras a mercê da República do Paraná na base do “dá ou desce”. Ou seja: fragilizada, a estatal aceitou um acordo com a justiça norte-americana que culminou com o desembolso de R$ 2,5 bilhões para evitar um processo na terra do Tio Sam. Mas acredite: esse dinheiro voltou, como por encanto, para uma conta do Ministério Público do Paraná que criou a tal fundação. O ministro Marco Aurélio, do STF, foi a primeira autoridade a espernear. Considera a criação desse fun-

Fascismo

O último item cheira a puro fascismo, quando tenta impor à população lição de civismo e conscientização como se o povo brasileiro vivesse na profunda ignorância política e precisasse de tutor para se conscientizar. Pelo movimento político que fazem, esses procuradores estão se desviando das suas prerrogativas para agir como partido político sem serem votados. E agora, com o caixa entupido de dinheiro, o céu é o limite.

A república

A República do Paraná foi mordida pela mosca azul. E sem realizar nenhum tipo de ação que justifique abocanhar esse caixa bilionário, os procuradores veem-se, de uma hora para outra, bilionários com o dinheiro alheio, cujo destino seria o Tesouro Nacional, que poderia revertê-lo em investimentos na educação e na saúde, setores mais carentes do país.

Escândalo

Ora, a chiadeira com o descalabro é geral. E a pergunta que mais se faz é: como os procuradores se apossam do dinheiro de uma empresa estatal, devorada pela corrupção, para criar uma entidade de fins privados a pretexto de, por exemplo, “promover a cidadania”? Somos todos idiotas em aceitar que a Lava Jato se transforme em uma empresa privada utilizando-se de dinheiro público? Ou somos meros fantoches manipulados por um grupo de autocratas indiferentes à opinião pública?

do uma Babel. Quis dizer, e com razão, que ninguém vai entender como será manipulado tanto dinheiro. Portanto, ele enxerga nisso uma ação indevida dos procuradores com o dinheiro que deveria voltar para os cofres da União e não ficar nas mãos de um grupelho que agora extrapola as suas funções. Na verdade, o MP de Curitiba se transformou numa célula ideológica e age como se estivesse disputando espaço político com a esquerda, a quem culpa pelos desmandos do país. Afasta-se, assim, das suas funções institucionais estabelecidas pelo art. 129 da Constituição. No aparelho do MP é que foi gerado o ministro da Justiça, Sérgio Moro, o mais poderoso do governo Bolsonaro. A ideologização desse grupo fica mais evidente quando se conhece os objetivos da fundação idealizada por um de seus integrantes mais notórios, o procurador Deltan Dallagnol. - Promoção da cidadania - Formação de lideranças - Aperfeiçoamento das práticas políticas - Promover a conscientização da população brasileira

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Indecência

Dizem alguns procuradores, artífices dessa indecência, que a sociedade será chamada para compor o status da entidade. Quem vai escolher esses nomes? Será por concurso público ou algum iluminado, de posse dessa fortuna, vai dar as cartas e compor a diretoria?

Delações

Excrecência

Não vejo, a bem da verdade, procurador administrando empresa com dinheiro público. É uma excrecência. Estão no MP para serem guardiões das leis, fiscais do poder público. Não me parece justo “esses deuses da honestidade” criarem uma empresa de capital privado para fazer trabalho com viés ideológicos, tarefa que cabe aos políticos com respaldo do voto popular.

Desconfiança

Nos últimos meses, os brasileiros mais atentos começaram a espiar os procuradores da Lava Jato com olhos de lince, desconfiados, depois da tempestade corrosiva que levou políticos e empresários para a cadeia. Agora, com mais serenidade, deve-se analisar friamente o spiritus corpus dos membros do Ministério Público no desfecho da operação Lava Jato.

Roupa suja

Por exemplo, não se sabe até hoje como andam as investigações que flagraram o procurador Marcelo Miller, principal assessor de Rodrigo Janot no MP, com o pessoal da JBS. Especula-se até hoje que o juiz Sérgio Moro teria ajudado o Bolsonaro, a quem iria servir depois como ministro da Justiça, ao liberar a delação premiada de Palocci às vésperas das eleições presidenciais.

Fala-se muito também de delações premiadas seletivas, onde alguns são privilegiados enquanto outros apodrecem na cadeia. Janot, durante o escândalo da JBS, foi fotografado num boteco de Brasília de papo com o advogado do conglomerado. E lutou, como pode, para não deixar Raquel Dodge sucedê-lo com medo de uma devassa em sua gestão.

Armazém

Se analisarmos friamente hoje a movimentação dos procuradores que fazem da Lava Jato o seu cartão de visita, muita coisa nebulosa precisa ser esclarecida. O que parecia ser uma operação moralizadora, começa agora a encher de dúvidas a população sobre a lisura do trabalho deles. Não se entende como um grupo se apodera de dinheiro público para fazer o seu próprio armazém de secos & molhados.


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O futuro de Lessa

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epois de abdicar de uma candidatura ao Senado Federal que parecia vitoriosa, o agora secretário de Agricultura, Ronaldo Lessa, ficou literalmente nas mãos da família Calheiros. Ou seja, perdeu a sua identidade política de oposição e de independência. Lessa, a partir de agora, ficará sob o jugo e o comando de Renan Filho e Renan pai, não decidindo mais para onde vai quando se trata de eleições majoritárias. Ao deixar de concorrer ao Senado para ajudar

Renan a se eleger, Ronaldo esperou para cobrar a fatura. E ganhou o cargo de secretário de Agricultura até quando o governador não se aborrecer com ele. Paralelamente, a fatia aumentou com o genro de Otávio Lessa, presidente do Tribunal de Contas, Rafael Brito, sendo agraciado com o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico. Assim, o ex-deputado Ronaldo Lessa ficou sem saída, mas aparentemente forte politicamente com os dois cargos. É esperar pra ver o que vai acontecer.

Dependência

Maurício Quintella e Ronaldo Lessa já estão devidamente escalados para participar no grupo de Renan Calheiros das próximas eleições. Depois de aceitarem participar do grupo do governador Renan Filho, parece que não terão mais volta. Ficarão dependentes, a partir de agora, da boa vontade do clã para disputar cargos nas próximas eleições.

Opção

Independentemente de não ter participado da nomeação de seu filho Carlos Mendonça Neto para dirigir a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas – Adeal -, o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, deve fazer opção caso decida sair candidato a prefeito de Maceió. Não pode ficar atrelado a compromissos dos quais participam membros de sua família.

Abarcando

Pelo visto o governador Renan Filho agiu rápido para montar uma estrutura forte. E aproveitou os espaços necessários para obter apoio, embora aparentemente, com outras autoridades no estado. Embora não haja nenhum impedimento legal, a Folha de S. Paulo noticiou quem são as autoridades que tiveram parentes bem próximos nomeados para o governo da família Calheiros.

n gabrielmousinho@bol.com.br

Enfrentamento

O erro de Ronaldo

Aqueles que conhecem e acompanham Ronaldo Lessa desde o início de sua trajetória política, avaliam que o grande erro dele foi ter apoiado a indicação de Otávio Lessa, seu irmão, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, fazendo o que ele sempre condenou. Para piorar foi o próprio Otávio que se preocupou em manter o cargo de secretário do governo para o genro Rafael Brito, o que terminou levando Ronaldo à derrota nas eleições e a humilhação de ser secretário de Renan Filho.

GABRIEL MOUSINHO

Largada

A Prefeitura de Maceió toma novo impulso a partir de agora. Com o remanejamento feito na sua equipe, o prefeito Rui Palmeira espera deslanchar nesses dois anos restantes de mandado. Para a Secretaria de Infraestrutura, Mac Lira assume o bastão com a vasta experiência que tem no serviço público e na Sedet, por onde passou. Serão obras importantes a exemplo da revitalização do Dique Estrada que deverão começar em breve. Já na Secretaria de Governo ninguém melhor do que o vereador Eduardo Canuto, hábil no trato com as pessoas e com livre trânsito na Câmara.

Partida

As modificações introduzidas nas equipes de trabalho da Prefeitura de Maceió e do governo do Estado demonstram que os embates políticos de 2020 e 2022 já começaram. Com certeza a disputa dos grupos de Rui Palmeira e Renan Filho vai ser acirrada a partir de agora.

Composições

Enquanto o governador Renan Filho se aliou a Maurício Quintella e Ronaldo Lessa, Rui Palmeira trabalha para fortalecer o PSDB e o Progressista, que agora participa de sua administração com a Secretaria de Infraestrutura.

As eleições de 2020 e 2022 não serão tão fáceis para o Palácio dos Martírios como estão pensando. Além de Rui Palmeira e do seu grupo, incluindo aí Arthur Lira e Rodrigo Cunha, outro que poderá pintar na oposição ao Palácio dos Martírios é o deputado JHC.

Desprezada

Quem for conhecer melhor as praias de Maragogi já vá se preparando para enfrentar dificuldades. A AL-101 Norte a partir de Porto Calvo é um Deus nos acuda. Parece que o governo esqueceu de vez a região. São buracos, falta de sinalização e acostamento inexistente. Péssimo para o turista nacional e internacional que procura uma das mais bonitas praias do Brasil.

Dificuldades

Nas visitas às galés, em Maragogi, para visitar o local e se for de catamarã, prepare-se. É uma aventura subir e descer na embarcação. Algumas delas com sua estrutura atingida pela ferrugem, assentos danificados, cordas de içar a âncora desgastada. Parece que por ali inexiste fiscalização da prefeitura e do Corpo de Bombeiros. Uma pena.

Fiscalização

A Capitania dos Portos deveria aumentar a fiscalização, principalmente nos grandes barcos que fazem o transporte de passageiros para as galés. O risco de acidente é alto, levando-se em consideração as condições de embarque e desembarque dos turistas.

Exploração

O turista, como sempre, paga alta a conta em bebidas e alimentação. Os preços são proibitivos e os turistas reclamam. Para se ter uma ideia, quem quiser provar de uma boa lagosta vai ter que desembolsar os olhos da cara. O prato médio é de R$ 200,00 e alguns chegam até a R$ 224,00 sem os conhecidos 10%. O Procon deve ser chamado a fiscalizar o comércio local.

Estrutura deficiente

Mesmo que o prefeito Sérgio Lira se esforce para melhorar o aspecto da cidade, principalmente da orla marítima, falta muito para se dar uma boa estrutura para o turista. O ordenamento de bares e restaurantes carece de organização, o que deixa o corredor principal da praia com um visual incompatível com as belezas das praias de Maragogi. Ou seja, todo o conjunto, a partir do descaso do governo com as estradas, está afastando o turista local e até mesmo quem vem de outros países.

Construção de um píer

A Prefeitura de Maragogi também poderia estudar junto às autoridades marítimas a construção de um píer, para dar condições de embarque às pessoas idosas, obesas e com necessidades especiais. Sem essas providências, o passeio pode se transformar num tormento.

Vem mais por aí

As operações que estão sendo realizadas pelo Grupo de Combate às Organizações Criminosas e pela Polícia Federal contra fraudes em processos licitatórios em vários municípios alagoanos, a exemplo da última em Santa Luzia do Norte, serão intensificadas neste ano. O bicho vai pegar e os prefeitos que não obedecem à legislação já devem ficar preparados para irem pra cadeia.

Marcha à ré

O ex-deputado Givaldo Carimbão percebeu que parece não ser bom negócio se comprometer com a família Calheiros e aceitar uma secretaria de Estado. Achou que era melhor pensar mais um pouco, do que ficar, a exemplo de Maurício Quintella e Ronaldo Lessa, literalmente nas mãos deles. Pediu um tempo, o que revela sua disposição de conversar com outros grupos políticos.


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IMPROBIDADE

Vereadores denunciam prefeito de Ibateguara ao MP Geo Cruz é acusado de nepotismo e efetuar viagens pessoais com dinheiro público

SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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rês vereadores do município de Ibateguara decidiram fazer uma série de denúncias contra o prefeito da cidade no Ministério Público Estadual. De acordo com Ednaldo Claudio Ferreira, Alisson Loureiro Lessa e Marco Antônio Fidelis da Silva, o prefeito Manoel Geraertes Alves Cruz, o Geo Cruz (PTdoB), está cometendo diversos atos de improbidade administrativa há tempos. Segundo os denunciantes, o gestor da cidade tem cometido diversas irregularidades como nepotismo, contratações irregulares e falta de investimento na saúde.De acordo com o vereador Ednaldo Ferreira, conhecido como Nal, as irregularidades ocorrem desde 2013, mas eles vinham juntando as provas para realizar a denúncia. Entre as denúncias apresentadas pelos parlamentares está uma viagem pessoal, a lazer, realizada pelo prefeito com a esposa e com diárias pagas com recursos do município. “Ele viajou para Gramado, no Rio Grande do Sul, com passagens emitidas pela prefeitura. Após sua volta ele respondeu àqueles que apontaram o uso de verba indevidamente afirmando também ser filho de Deus, e que tinha direito a momentos de lazer”, relatou o vereador. Assim como as passagens emitidas, o vídeo em que o prefeito afirma isso, e fotos da viagem estão anexas ao processo aberto no MPE. Outra denúncia feita pelos vereadores foi sobre o cargo que a mulher do

viço na prefeitura. Como essa denúncia foi feita há algum tempo informalmente, o prefeito começou a levá-la em alguns eventos, mas antes disso ela nem sequer aparecia em Ibateguara, a não ser para posar como mulher do prefeito”, relatou o vereador. Mais um caso de nepotismo pode ser observado com a filha de Geo Cruz. Ela ocupa o cargo de secretária da Criança e Adolescente na cidade, mas segundo os vereadores, esta pasta nem existe em Ibateguara. “Quando questionamos o cargo, a secretaria e o fato de ela, assim como a mãe, não aparecer no município para prestar serviço, cumprir carga horária, o prefeito afirmou em vídeo que a filha não precisa trabalhar, que quem trabalhava era ele”. Já o caso da secretária municipal de Agricultura, Jane Godoy, a denúncia é de que ela recebe o salário na conta do filho. “Ela é nomeada, é a secretária, quem trabalha, mas quem recebe o salário é o filho, o pagamento é na conta dele. Teve mês que ela recebeu no nome dela, mas depois começou a receber no nome do filho. Mas assim como os outros casos, o filho dela nem na cidade vai e ainda recebe diárias”, apontou o vereador.

Em vídeo, também anexado ao processo, o prefeito diz não importar em qual conta a secretária recebe.

LICITAÇÕES

Os vereadores ainda relataram que as licitações dos municípios são sempre vencidas por duas empresas, que pertencem a uma mesma família. Independente do ramo, elas prestam serviços e materiais que sequer fazem parte da razão social delas. As empresas citadas são: Novo Horizonte e Bernardi e Guedes LTDA – EPP. “Essas empresas têm duas portinhas em Satuba; a vizinhança diz que não servem de nada, ninguém nunca aparece”, relatou o vereador. Por fim, há também denúncia sobre possível desvio de dinheiro envolvendo o Instituto de Desenvolvimento Social (IBDS), que presta sérios serviços em outras cidades alagoanas, mas que, segundo os vereadores, Prefeito e esposa em viagem a Gramado em Ibateguara “não existe transparência no exercício de suas funções tendo em vista o montante em reais gestor, Maria Suzy Anselmo da Silva, que vem recebendo mensalmente”. ocupa no município. Além de caracteSegundo o vereador Marco Antônio, rizar o crime de nepotismo, segundo conhecido como Marcondes Lins, em Nal, ela ganha R$ 5 mil mensalmente 2018 o IBDS movimentou mais de R$ sem nem sequer pisar na prefeitura. 6.850.00,00 (seis milhões e oitocentos “Ninguém nunca a viu por lá, nunca a e cinquenta mil reais) somente na civiu trabalhar, há mais de dois anos ela dade. assumiu o cargo de secretária-geral do Esses valores deveriam ser inmunicípio e nunca prestou nenhum servestidos na educação e saúde, mas segundo Lins, não é o que acontece. “O Pronto Atendimento da cidade passou o ano de 2018 sem médicos durante a semana, apenas finais de semanas. A população tem hora para adoecer?”. Ainda na área de saúde do município, os vereadores denunciaram a emissão de um cheque sem fundo assinado pelo prefeito e pela secretária de Saúde, Viviane Lucena. O EXTRA tentou contato com a Prefeitura de Ibateguara através da assessoria de imprensa mas não obteve retorno. Prova anexa à denúncia que comprova salários pagos à filha e à esposa de Geo Cruz


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MARACUTAIA MILIONÁRIA

Agrônomos acionam Seagra para anular venda ilegal de terreno Entidade é acusada de fraudar documentos para camuflar alienação irregular de valorizada área à beira-mar DA REDAÇÃO

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m grupo de agrônomos ajuizou uma ação declaratória de nulidade da assembleia-geral extraordinária realizada pela Seagra – Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas - que promoveu alterações nos estatutos da entidade. O objetivo da medida judicial é anular a venda ilegal do terrenosede da Seagra situado no antigo Campo das Palmáceas, no bairro de Jacarecica. Cobiçada por construtoras e empresas do setor imobiliário a valorizada área de 9 mil metros quadrados à beira-mar foi vendida ilegalmente pela atual diretoria da Seagra por R$ 16 milhões sem a autorização da maioria dos associados, como manda os estatutos da entidade. O jornal EXTRA obteve informações de que o terreno foi vendido para uma empresa de Arapiraca, que inclusive já teria antecipado uma parcela de R$ 3,5 milhões. Para alienar o patrimônio a Seagra precisa alterar seus estatutos através de assembleia-geral extraordinária com quórum qualificado de dois terços de seus associados, o que não ocorreu, segundo a ação impetrada pelos agrônomos. Na tentativa de dar legalidade à venda irregular do terreno, a atual diretoria teria simulado duas assembleias de associados e falsificado documentos junto ao cartório de Santana do Ipanema, onde registrou as alterações frau-

Conselheiro Marcos Martins diz que venda do terreno foi ilegal e quer anulação do negócio e demissão da diretoria da Seagra

dulentas do estatuto da entidade. “As assembleias para a alteração do estatuto estão eivadas de nulidades insanáveis, não só em decorrência de atos praticados durante sua realização, mas também de outros prévios matreiramente tomados com o propósito de dificultar ou impossibilitar a participação da maioria dos associados”, diz a ação dos agrônomos. Alegam ainda que a maioria dos associados antigos, sócios fundadores, pessoas que contribuíram com a criação da Seagra, não

tiveram a oportunidade de participar da assembleia para alteração do estatuto, pela simples razão de não terem sido convocados. “Consequentemente, todos os atos e assembleias realizadas sem a observância dos preceitos legais estabelecidos no estatuto da entidade, encontram-se absolutamente nulos de pleno direito”, destacam os agrônomos na ação judicial. Além de pedir a anulação de todos os atos que culminaram com a venda ilegal do terreno-sede da entidade, o grupo de associados

quer o afastamento do presidente Fábio Igor Leite Ferreira e demais diretores e a perda de seus cargos. “Diante da falta grave cometida pela atual diretoria, requerem o afastamento imediato da diretoria atual com a consequente perda do mandato da diretoria executiva, conforme estabelecido no inciso II do art. 42 do estatuto da Seagra”. A ação é assinada pelos advogados Tutmés Toledo Gomes Marcelino e Caubi Damara de Omena Freitas Filho, e subscrita pelos agrônomos Gilvan Fernandes Gomes, José Reinaldo de Sá Falcão, Marcos Petrúcio Martins Pinheiro, Robson Gomes Araújo da Silva, Eduardo Ribeiro de França, Josemario de Medeiros, Cláudio Ferreira Calheiros, Álvaro Otávio Vieira Machado, José Ailton de Lucina Silva, João Francisco das Chagas Neto, José Roberto Fernandes Gomes, Roberto Paiva Pereira da Silva, Rogério Veras de Oliveira e José Alberto Alves de Lima.


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COTÃO DA CÂMARA

Nova legislatura “torra” R$ 78 mil com publicidade

Deputados federais declaram despesas em autopromoção e consultorias JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ova legislatura, velhos vícios e os mesmos esbanjadores do dinheiro público. Os deputados federais por Alagoas mal aqueceram suas cadeiras na Câmara, em Brasília, e já gastaram mais de R$ 100 mil na Cota para o exercício da atividade parlamentar. Com o cargo político garantido pelos votos nas urnas, o mês de fevereiro foi focado para investimento em publicidade. Dos R$ 129.361,32 gastos pelos nove deputados, R$ 78.300 foram destinados para a divulgação de suas atividades políticas, o que representa 60,53% do total. Em segundo lugar vêm despesas com “Consultorias Pesquisas e Trabalhos Técnicos”, no valor de R$ 20.000 (15,46%). Já as emissões de bilhetes aéreos aparecem em terceiro lugar: R$ 10.951,16 (8,47%). Gastos declarados apenas como “outros” representam R$ 20.110,16 (15,54%). O salário atual de um deputado federal é R$ 33.763. A remuneração mensal leva em conta o comparecimento às sessões deliberativas do plenário. Ausência não justificada leva a desconto no salário. Em fevereiro deste ano, a remuneração dos deputados federais de Alagoas foi de R$ 303.867. O parlamentar também tem direito a receber diárias quando viaja em missão oficial. Nas viagens nacionais, o valor é de R$ 524. Nas viagens internacionais, o valor da diária é de US$ 391 para países da América do Sul, e de US$ 428 para outros países. No primeiro mês de trabalho, deputados alagoanos declararam haver gasto R$ 30.593,97 com

Paulão (PT), na quarta posição, quebra a tradição da “farra” da vaidade, mas não dispensa o conforto. Dos R$ 10.608,94, R$ 5.217,41 foram para aluguéis de carros e “só” R$ 5.000 para divulgação de suas atividades. Tereza Nelma (PSDB) declarou R$ 9.842,31 em gastos; Arthur Lira (PP), R$ 3.289,93; e Sérgio Toledo (R$ 1.909,20). As despesas de Severino Pessoa (PRB) e Isnaldo Bulhões (MDB) ainda não foram computadas. Vale ressaltar que a última legislatura, que se despediu em janeiro, deixou uma conta de R$ 87.389,05 para os contribuintes, mês de recesso parlamentar. Nos últimos quatro anos, a bancada de Alagoas chegou a gastar R$ 14,9 milhões no Cotão. Apesar das nove cadeiras destinadas a Alagoas, no último mandato 12 parlamentares atuaram em nome do estado. Os suplentes Rosinha da Adefal (PTB), Val Amélio (PRTB) e Nivaldo Albuquerque (PTB) assumiram os lugares dos deputados Marx Beltrão (PSD), Cícero Almeida (PHS) e Maurício Quintella (PR), respectivamente. Beltrão e Quintella se afastaram da Câmara para assumir a chefia de dois ministérios no governo de Michel Temer. Almeida se ausentou de Brasília, em 2016, durante campanha à Prefeitura de Maceió, período que deu lugar a Val Amélio. E o suplente iria “voltar para ficar” no final de 2018 com a cassação de Ciço por infidelidade partidária.

COTÃO

viagens oficiais. No entanto, até o momento, o portal da Câmara Federal aponta que apenas Arthur Lira (PP) viajou em missão oficial. O filho do ex-senador Benedito de Lira foi a Nova Iorque (EUA) participar da Audiência Parlamentar Anual da União Interparlamentar (UIP) na Organização das Nações Unidas. A viagem foi entre os dias 19 a 23 de fevereiro. A visita de Lira às terras do Tio Sam chegou a ser noticiada em rede nacional.

MAIS “GASTADORES” No Cotão, em fevereiro, JHC (PSB) alcançou o topo das despesas: R$ 45.050,37. Consultorias Pesquisas e Trabalhos Técnicos (R$ 20.000) e Divulgação da Atividade Parlamentar (R$ 20.000) foram os destaques. Nivaldo Albuquerque (PTB) ocupa a segunda posição: R$ 32.133,92, sendo R$ 32.000 só para publicidade. Marx Beltrão fica em terceiro: R$ 26.526,65, usando R$ 21.300 também como autopromoção.

A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) custeia as despesas do mandato, como passagens aéreas e conta de celular. Algumas são reembolsadas, como as com os Correios, e outras são pagas por débito automático, como a compra de passagens. Nos casos de reembolso, os deputados têm três meses para apresentar os recibos. O valor mensal não utilizado fica acumulado ao longo do ano - isso explica porque em alguns meses o valor gasto pode ser maior que a média mensal. O valor da cota muda de estado para estado porque leva em conta o preço das passagens aéreas até Brasília. No caso de Alagoas, cada deputado tem o direito de gastos de R$ 40.944,10. (Com Câmara Federal)


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Bolsonaro entregou no dia 20 a proposta da reforma ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia Ricardo Balistiero diz que reformas são essenciais para crescimento do PIB

PREVIDÊNCIA

Especialista diz que reforma não é popular mas é necessária Brasileiro terá de permanecer mais tempo no mercado de trabalho MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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m 20 de fevereiro o presidente Jair Bolsonaro entregou pessoalmente a proposta para reforma da Previdência no Congresso Nacional. Agora, cabe à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, instalada na quarta-feira, 13, analisar se o texto está de acordo com a Constituição. Até o desfecho, muitas águas vão rolar, porém, caso seja aprovada, várias coisas vão mudar e os reflexos de tais mudanças para a classe trabalhadora são visíveis. Para o professor Ricardo Balis-

tiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia (SP), as principais mudanças são a adoção de uma idade mínima e o fim, após o período de transição, das aposentadorias por tempo de contribuição, além de igualar os regimes do funcionalismo público e do regime geral. Outro ponto, diz, é a elevação do tempo de contribuição para concessão de aposentadorias rurais e a questão do BPC (somente aos 70 anos a pessoa receberia um salário. Além do que, as novas regras de pensão por morte (o pensionista poderia receber menos de um salário mínimo em caso de morte do titular). Segundo Balistiero, não se trata de uma reforma popular. Embora necessária, ela obrigará a sociedade a permanecer mais tempo no mercado de trabalho, com todos os riscos aqui implicados. “O Parlamento (que terá a palavra final sobre o projeto) é bastante sensí-

vel à opinião pública, que, até o momento, tem reagido com muita desconfiança em relação à proposta”, sinalizou. No entanto, ele argumenta que a reforma da Previdência e a reforma tributária são fundamentais para melhorar o ambiente de negócios e atrair investimentos privados, essenciais para que o crescimento do PIB possa acelerar, com a consequente geração de empregos formais. De acordo com o professor, o primeiro semestre será decisivo para que essas reformas sejam encaminhadas. A não aprovação da reforma da previdência pode, inclusive, trazer de

A priori, não há prejudicados. O que ocorrerá é um esforço maior, que, supõe-se, será de todos e não de apenas uma parte dos contribuintes, para se aposentar, materializado na adoção de uma idade mínima e da elevação do tempo mínimo de contribuição. RICARDO BALISTIERO

coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia (SP)

volta um cenário de recessão. “A priori, não há prejudicados. O que ocorrerá é um esforço maior, que, supõe-se, será de todos e não de apenas uma parte dos contribuintes, para se aposentar, materializado na adoção de uma idade mínima e da elevação do tempo mínimo de contribuição”, afirmou. Em relação ao fato de só agora a reforma acontecer, ele explica que ela está sendo feita há mais de vinte anos. Entretanto, a questão da idade mínima (que é a mais importante) nunca conseguiu aprovação dos 3/5 do Congresso. “A polêmica está justamente aqui: sem essa aprovação, podemos chegar a R$ 1 trilhão de déficit na previdência até o final da próxima década, em 2030. Porém, há quem afirme que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019 de Jair Bolsonaro (PSL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, vai desmantelar as garantias mínimas de direitos dos trabalhadores previstas na Constituição de 1988. Além disso, deixa a porta aberta para reformas futuras, que podem tirar ainda mais direitos.

CRONOGRAMA

Na quarta-feira, 14, a Câmara dos Deputados instalou a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Porém, a CCJ é a primeira etapa da tramitação. Em seguida, se for aprovado, o texto será enviado a uma comissão especial, responsável por analisar o mérito da proposta. Pela estimativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a reforma da Previdência deverá ser votada no plenário da Casa em maio. Por se tratar de emenda à Constituição, a proposta precisa dos votos de pelo menos 308 dos 513 deputados, em dois turnos de votação. Se aprovada, a PEC seguirá para o Senado. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estima ser possível aprovar a proposta na Casa três meses após a aprovação na Câmara.


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BOMBA-RELÓGIO

Economista pede transferência de tanques da Braskem para polo de Marechal SOFIA SEPRENY

Elias Fragoso diz que não é viável continuar com uma “bomba atômica” em Maceió MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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campanha para retirada dos tanques da Braskem de dentro da capital alagoana volta à tona 40 anos depois de sua implantação. O impasse envolvendo as rachaduras do bairro do Pinheiro seria a causa principal para essa retomada, uma vez que a pretensão é evitar uma tragédia anunciada. O economista Elias Fragoso é um dos defensores dessa transferência e argumenta que é preciso discutir a situação, pois não é viável continuar com uma “bomba atômica” dentro de Maceió. Fragoso é enfático ao afirmar que não devemos nada à Braskem e aponta que a empresa foi instalada nas restingas do Pontal da Barra “na tora, na marra”. Prova disso, diz, é que somente 10 anos depois de sua implantação é que se buscou a regulamentação. Quanto à questão de local adequado, disse que é possível implantar uma fábrica em qualquer lugar, desde que tenha energia, água e infraestrutura. “Na época, quando veio discutir a Salgema (Braskem) ela já era realidade”, criticou. Segundo o economista, Alagoas é o estado que detém maior manancial de sal-gema. Porém, o grande argumento das empresas detentoras das ações da companhia era de que não havia outro local no estado, do ponto de vista econômico, que viabilizasse a implantação em outra área. “Mentira. Poderia ter sido feito onde hoje é o polo cloro químico. Não haveria nenhum problema”, garantiu. Outro ponto colocado pelos empresários, à época, disse Fragoso em entrevista ao Programa Conjuntura, da TV Mar, com Flávio Gomes de Barros, é que se a indústria não fosse

Braskem exerce atividades de mineração em Alagoas desde 1975 instalada naquele lugar tirariam as demais unidades industriais de segunda e terceira geração, que nunca vieram. “Traduzindo: nos deixaram com a parte menos valorizada da cadeia de valores do sal-gema. Dessas, que deveriam ser na faixa de 100 a 200 indústrias de médio e pequeno porte, temos 63. É preciso que a gente entenda a gravidade desse tema e da falta de política de defesa desse estado, pois essas indústrias representam 14% de arrecadação alagoana. Se tivéssemos batido o pé lá atrás para implantação do polo real aqui,

A BRASKEM

apenas e tão somente explora nossos recursos naturais. Nem emprego gera aqui, pois 60% ou 70% do corpo técnico dela é gente de fora. “Essa indústria não nos faz bem. O estado não pode continuar defendendo essa empresa” ELIAS FRAGOSO economista

que está na Bahia e no Rio Grande do Sul, a situação do estado seria outra completamente diferente”, afirmou. A insatisfação do economista com a empresa é tanta a ponto de afirmar que a Braskem apenas e tão somente explora nossos recursos naturais. Nem emprego gera aqui, pois 60% ou 70% do corpo técnico dela é gente de fora. “Essa indústria não nos faz bem. O estado não pode continuar defendendo essa empresa”, disse. Ao ser questionado se Alagoas pode abrir mão da Braskem em termos de receita, é enfático em dizer que essa resposta quem deve dar é o governador. “Acho que muito mais do que isso a pergunta deveria ser se a Salgema poderia abrir mão de Alagoas. Claro que não. Por isso que a gente está discutindo a questão central. É preciso relocar o sal-gema. É preciso retirá-la daquela localidade”, disse ao acrescentar que pouca gente sabe que os estudos que foram feitos na época (década de 1980) pelo Movimento pela Vida demonstraram que se houvesse um acidente de grande proporção atingiria 400 mil pessoas em Alagoas. Com aumento da população, estamos falando em 800 mil pessoas diretamente atingidas com gás letal. O número de mor-

tes seria muito grande. Não temos que ser catastróficos, mas temos que saber que é uma realidade dentro de Maceió. Temos uma bomba aqui”. O ambientalista José Geraldo Marques é contra a proposta e vai além, dizendo que sempre foi contrário a qualquer localização de indústrias cloroquímicas no tabuleiro de Marechal. Segundo ele, há vários inconvenientes. Só para citar alguns: fica entre as duas lagoas; os acessos demandam o cruzamento de área de proteção ambiental; o acesso ascendente exigiu cortes em áreas geologicamente frágeis, com consequente assoreamento de canais das lagoas; o risco de acidentes de contaminação que já se concretizou com a formação de uma pluma de poluição. “Além do que, a relocalização da Braskem para lá tem um potencial grande de agravar ainda mais a situação. Portanto, não posso aderir a qualquer campanha que tenha como alternativa relocalizações para Marechal, principalmente agora quando o foco deve ser mantido no problema concreto que é o da mineração em área metropolitana densamente habitada e suas consequências socioambientais”, comparou. Ele acrescentou que a relocalização deve ser mantida na agenda ambientalista como assunto estratégico para ocasião futura. “Não sei porque o IMA (Instituto do Meio Ambiente) não tem sido questionado sobre as suas posições, políticas e obrigações legais até agora negligenciadas”, concluiu. O questionamento também é feito por moradores vizinhos da indústria. Há quem critique que o problema se agrava porque houve redução de trabalhadores e a cada ano exige mais manutenção e não se sabe se esse serviço é realizado. “Sempre que há qualquer incidente ficamos com muito medo que algo maior aconteça”, é difícil conviver com o perigo diariamente”, reclamou o morador do Trapiche da Barra.


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Elias Fragoso diz que estão esperando tragédia acontecer para poder agir

Estado bate recorde mundial de vários índices negativos

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uanto à situação do bairro do Pinheiro, em Maceió, o economista Elias Fragoso diz que o problema é reflexo claro de Alagoas de sempre. E relembra que o estado bate recorde mundial de vários índices negativos. E ilustra que foram 25 anos para construir 20 quilômetros de asfalto do principal acesso turístico do estado, que é a estrada para a Praia do Francês, em Marechal Deodoro. “Além do que”, disse, “somos o único estado brasileiro onde a BR-101 não alcança o estado vizinho. “A relação é grande. Quando a gente chega no Pinheiro tem que ver o conjunto das coisas. Há um

1941

A situação dos moradores do bairro do Pinheiro acende o alerta e remete ao ano de 1941, quando sondas perfuraram o solo nas áreas de mangue da Lagoa Mundaú na busca de petróleo e que foi encontrado um “leito” de sal-gema

ano houve reunião no Crea em que foi definido o que seria feito. Já se passou tanto tempo e nada foi feito. Falta até recurso para o órgão federal responsável. Existe uma inoperância e nada foi resolvido. Estão esperando que essa tragédia anunciada aconteça para agir?, criticou. O professor de Geologia aposentado da Ufal, Oswaldo Costa defende que a Petrobras use sua tecnologia no caso Pinheiro. Embora afirme que apenas os laudos vão dizer o que acontece com o bairro, diz que se fosse morador do lugar já teria saído de lá. “Só voltaria depois dos estudos concluídos e da solução. Mas acredito que tenha solução por mais complexo que seja”, afirmou. Um integrante do grupo de trabalho do Pinheiro não quis se identificar, mas confessou sua preocupação a cada encontro. Segundo ele, o que mais assusta é que em nenhum momento em que o assunto é tratado, eles (autoridades envolvidas) dizem “se acontecer”, mas “quando acontecer” a tragédia.

GOVERNO BOLSONARO O economista Elias Fragoso falou sobre a economia brasileira nos primeiros dois meses do governo de Jair Bolsonaro. Ele disse que teria sido um dos primeiros a defender uma candidatura liberal e a candidatura que se impôs à época foi a do hoje presidente Bolsonaro. “Sabemos que há limitações pessoais dele com relação à condução do País. Mas, qualquer coisa era melhor naquele momento que a continuidade, a volta dos governos petistas que nos levaram a isso que temos hoje”. Fragoso disse ainda que outro ponto importante é que os interesses instalados ao longo dos últimos 40 anos estão sendo de um modo ou de outro ameaçados e essa ameaça se torna clara quando se vê a mídia explorar negativamente qualquer coisa que esse governo venha fazer.

CASO BHOPAL A planta da fábrica da Braskem em Maceió é a mesma que funciona em Bhopal na Índia, local onde ocorreu uma das maiores tragédias com indústrias químicas no mundo. Aliás, o maior desastre químico da história. Em dezembro de 1984, 40 toneladas de gases letais vazaram da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide Corporation, em Bhopal. Gases tóxicos escaparam de um tanque durante operações de rotina. Estima-se que três dias após o desastre 8 mil pessoas já tinham morrido devido à exposição direta aos gases. Hoje, bem mais de 150.000 sobreviventes com doenças crônicas ainda necessitam de cuidados médicos, e uma segunda geração de crianças continua a sofrer os efeitos da herança tóxica.

A situação dos moradores do bairro do Pinheiro acende o alerta e remete ao ano de 1941, quando sondas perfuraram o solo nas áreas de mangue da Lagoa Mundaú na busca de petróleo e que foi encontrado um “leito” de sal-gema. A disputa pelo monopólio foi acirrada e em 1977 foi inaugurada a Salgema Indústrias Químicas Ltda, atual Braskem. Desde aquela época, a escolha do local para a construção da indústria tem gerado polêmica. Um dos que saiu em defesa da transferência foi o então deputado federal Mendonça Neto, que em 1982 fez um discurso político, intitulado “Salgema a explosão de uma cidade?”. Na ocasião, o parlamentar solicitava à chefia de gabinete do Ministério do Interior a transferência da Salgema Indústria Química S/A do perímetro urbano de Maceió, em Alagoas. As repetidas explosões e o estresse vivenciado pelos moradores de Maceió, em decorrência das atividades da empresa dentro da cidade, foram as principais justificativas. O pedido de Mendonça Neto e de tantos outros que também temiam pela possibilidade de vazamento de gases tóxicos ou explosões nunca foi atendido.

POLÊMICA ANTIGA


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Moradores relataram piora nas rachaduras que começaram a surgir em março de 2018; alguns deixaram local há três meses

EFEITO DOMINÓ

Fenômeno no Pinheiro pode estar afetando também o Mutange Moradores relatam surgimento de rachaduras em residências após tremor do BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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achaduras começaram a surgir em residências no bairro do Mutange e, segundo especialistas, podem ter relação com o fenômeno ainda não explicado que está acontecendo no bairro do Pinheiro, em Maceió. Moradores da região relatam que as falhas nas estruturas surgiram pouco tempo depois do tremor ocorrido em março do ano passado, cuja magnitude foi de 2,5 graus na Escala Richter. Segundo Arnaldo Manoel, líder comunitário do bairro, aproximadamente 11 moradores já relataram

rachaduras em suas casas localizadas tanto na base da encosta quanto no topo dela. Uma das casas, por exemplo, foi abandonada pelo dono

Depois do tremor que teve em março do ano passado, apareceram algumas rachaduras pequenas, mas nada que assustasse tanto. Em setembro do ano passado elas começaram a aumentar e continuam aumentando até hoje. ANTÔNIO MARCOS OLIVEIRA morador do Mutange

há três meses porque o chão da residência cedeu e a parede se descolou do solo. A casa está “pendurada”. O perigo é ainda maior, isto porque, o desabamento de uma estrutura no alto pode desencadear um efeito dominó e atingir casas localizadas na base da encosta. Em outra casa, a situação é semelhante. Quartos, banheiro e uma varanda com vista para um dos poços desativados da Braskem, localizado a aproximadamente 300 metros de distância, apresentam rachaduras de uma parede a outra. “Depois do tremor que teve em março do ano passado, apareceram algumas rachaduras pequenas, mas nada que assustasse tanto. Em setembro do ano passado elas começaram a aumentar e continuam aumentando até hoje”, explica o morador Antônio Marcos Oliveira, que insiste em permanecer no local, alegando não ter para onde ir.

Parede de residência descolou do chão

“A Defesa Civil Municipal esteve na casa ao lado há uns três meses e recomendou que o pessoal saísse, depois fizeram uma vistoria na minha, falaram que era perigoso, pediram para sair e que no outro dia uma assistente social ligaria para que pudesse resolver questão de aluguel social, mas até hoje não ligaram”, explica Antonio Marcos. Procurado pelo EXTRA, o coordenador da Defesa Civil Municipal, Dinário Lemos, afirmou que as casas localizadas nas encostas estão em constante monitoramento por parte do órgão e recomenda aos moradores que constataram rachaduras em suas residências a “providenciar o cadastro junto à prefeitura para que possam receber uma nova moradia em conjuntos habitacionais construídos na capital, visto que possuem esse direito já que construíram suas residências em áreas de risco”.


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SUSPEITAS

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professor e engenheiro civil, mestre em geotécnica, Abel Galindo Marques, da AGM Geotécnica, fez um levantamento de possíveis causas para o ocorrido. Entre as hipóteses levantadas ele cita a reativação das falhas geológicas que existem em Maceió - citando que o bairro do Pinheiro está dentro de um perímetro delas - ocasionadas pela grande quantidade de poços de extração de sal-gema, o grande volume de água retirado do subsolo e a presença de uma camada de rochas muito fraturadas logo acima do sal-gema. Sobre o Mutange, relatou que realizou visita a uma moradia localizada na base da encosta no bairro, mas ainda não tinha conhecimento dos problemas em outras estruturas localizadas na parte alta, e informou que, embora ainda não seja possível confirmar com exatidão a causa dessas rachaduras no região, existe a suspeita de que uma pequena parte do bairro também esteja sendo prejudicada pela exploração do minério em seu subsolo. Vale lembrar que, em dezembro de 2018, a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência no Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Durante a

ARTHUR FONTES

apresentação do plano de contingência à imprensa, em janeiro deste ano, também foi determinado que a sede do Instituto do Meio Ambiente (IMA) seria utilizada como um dos pontos de encontro da população para o simulado ocorrido em fevereiro, mas foi descartado pouco tempo depois, por ser considerada uma área de risco. O Instituto fica no Mutange. “É necessário deixar claro que não é possível confirmar sem a conclusão dos estudos, mas existe essa suspeita sim. Devemos levar em conta que as casas foram construídas em locais inadequados e propensos a risco, mas esse fenômeno pode ter agravado a situação dos moradores”, explica o geólogo.

ALTO DO CÉU

Moradores da comunidade Alto do Céu, que faz parte do bairro do Pinheiro, se queixam da falta de explicações por parte do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) sobre os estudos que estão sendo realizados na região. De acordo com Cícero Santana, presidente da Associação dos Moradores da comunidade, embora ainda não tenham surgido relatos sobre o surgimento de rachaduras nas casas do local, os residentes querem saber se o que acontece próximo a eles,

Varanda com rachaduras fica a poucos metros de poços desativados da Braskem pode afetá-los. “Depois que começaram esses problemas, os pesquisadores estão se concentrando só nas regiões próximas à Igreja Menino Jesus de Praga, Conjunto Divaldo Suruagy e outros lugares bem próximos uns aos outros, mas não estão estudando ao redor, pelo menos não nos foi informado isso”, explicou o líder. O EXTRA entrou em contato com o CPRM para saber se os estudos realiza-

dos atualmente também têm capacidade de revelar o que está acontecendo no entorno do bairro, e não apenas no que seria o epicentro do problema, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta. De acordo com o cronograma oficial do CPRM, o relatório com a conclusão parcial dos estudos deve ficar pronto até o final de abril, enquanto a conclusão final deve ser apresentada apenas em junho.


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Comparativo de tarifas disponibilizado pela Eletrobras

Valores da Tarifa Branca em Alagoas

TARIFA BRANCA

Uma opção para quem deseja economizar na conta de energia Em vigor desde janeiro de 2018, modalidade ainda é desconhecida por muitos SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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m vigor há mais de um ano mas desconhecida por muitos, a Tarifa Branca pode ser uma opção para a economia na conta de energia elétrica para muitos consumidores. Ela funciona para aqueles usuários atentos aos horários e dias em que a energia custa mais barato. A Tarifa Branca é uma opção tarifária que sinaliza aos consumidores a variação do valor da energia conforme o dia e horário do consumo. Com ela, o usuário pode pagar valores diferentes em função do dia da

semana e horário de uso. A definição de horários e valores é definido pela própria concessionária. De acordo com Marcelo Ximenes, assistente da Diretoria de Regulação da Eletrobras Alagoas, a modalidade é uma opção de economia para aqueles consumidores que conseguem mudar seus hábitos de consumo, mas se deve ter atenção ao aderir a tal tarifa. “Ela pode representar uma possibilidade de economia para o consumidor, mas deve ser utilizada com muito cuidado. Diferente da tarifa convencional, o valor do Tarifa Branca varia ao longo do dia. Ela tem um valor mais baixo fora dos horários de ponto, quando há mais consumo de energia e custo maior, um valor intermediário uma hora antes e uma hora depois do horário de ponto e um valor bem mais alto do que a convencional dentro dele”, ressalta o técnico. No estado, segundo a Eletrobras

Alagoas, 25 pessoas já aderiram à modalidade. Isto representa menos de 1% dos usuários do estado. “É uma tarifa um pouco recente criada pela Aneel, mas que está em expansão, crescendo entre os clientes”, afirma Ximenes. Apesar do desconhecimento, quando for notada, deve-se atentar que a tarifa não funciona para todo mundo: este modelo só é válido para unidades que tenham uma média de consumo mensal superior a 250 quilowatt/hora (kWh). Quando criada em 2018, esse consumo deveria ser de no mínimo 500 quilowatt/hora (kWh), mas desde o dia 1˚ de janeiro de 2019, essa média foi diminuída. No Brasil, a média do consumo residencial é de 160kWh por mês; em Alagoas esta média é de 118kWh mensalmente.

CONSUMO

No Brasil, a média do consumo residencial é de 160kWh por mês; em Alagoas esta média é de 118kWh mensalmente.

A criação deste tipo tarifa foi uma estratégia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para estimular o uso de energia elétrica nos horários em que o sistema é menos usado ou fica ocioso. Isso reduz a sobrecarga do sistema em horários mais intensos. No entanto, Ximenes afirma que o efeito desejado de economia pode até mesmo ser inverso se não for feito adequadamente. “Essa modalidade é vantagem para aquele consumidor que consegue concentrar a maior parte do tempo de uso de energia para fora do horário de pico, e fora do horário intermediário. Com isso ele realmente tem uma economia no consumo. Mas aquele consumidor que tem dificuldade de fazer essa mudança no hábito de consumo e não consegue se adaptar colocando a maior parte do consumo para fora dos horários de ponto, não vai conseguir uma economia e pode até mesmo encarecer seus custos, causando o efeito inverso”. Em termo percentuais, Ximenes achou importante relevar que o valor da Tarifa Branca fora do horário de ponto é cerca de 15% mais barato que a tarifa convencional, no horário intermediário ela é 35% mais cara e no horário de ponta ela é aproximadamente o dobro. “É um fato: para quem consome fora do horário de ponta, a Tarifa Branca pode sim apresentar uma economia de 10% a 15%, mas para quem consome muito no horário de pico o valor da tarifa pode facilmente dobrar”, finalizou.


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extra Seguindo um cronograma da Aneel, a expectativa, de acordo com a Eletrobras AL é que em 2020 este modelo de tarifa esteja disponível para todas as unidades de consumo. Para aderir à Tarifa Branca, é necessário comunicar à concessionária, que terá prazo de 30 dias para mudar o medidor de energia. A distribuidora é responsável pelos custos de aquisição e instala-

ção dos equipamentos de medição necessários para o faturamento, porém, o consumidor é responsável pelos custos decorrentes de eventuais alterações no padrão de entrada da unidade consumidora. De acordo com a Eletrobras Alagoas, o consumidor que deseja alterar a modalidade de consumo deve solicitar o serviço em qualquer um dos seus postos de atendimento e aguardar.

DICAS Atenção para os aparelhos elétricos que mais contribuem com o consume de energia no período de ponta: ar-condicionado, chuveiro elétrico, ferro de passar e máquina de lavar roupa - aparelhos que mais consomem energia. Em famílias grandes, com horários de banho diversos, o controle de uso nos horários de pico acaba sendo mais difícil, inviabilizando a economia junto a Tarifa Branca. Outro ponto a ser considerado é o de ela só se aplica a dias úteis, não valendo para finais de semana e feriados, pois o valor para todas as horas do dia é considerado fora do horário de ponta.

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PRIVATIZAÇÃO

Aeroporto Zumbi dos Palmares é leiloado hoje JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Aeroporto Zumbi dos Palmares, em Rio Largo, será leiloado nesta sexta-feira, 15. A concessão divide opiniões. Empresários do turismo enxergam com bons olhos a privatização. Já servidores da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) podem ser afetados com demissões. De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis de Alagoas (Abih-AL), Milton Vasconcelos, a concessão tem sido almejada há

bastante tempo pelo setor. Entre os benefícios apontados estariam as melhorias na infraestrutura e aumento do número de voos. “Torcemos para acontecer o mesmo que com os aeroportos de Natal e Fortaleza, que foram para a iniciativa privada. Os aeroportos tiveram um aumento de faturamento com embarques e desembarques. Aqui, em Alagoas, o Zumbi dos Palmares ficou parado no tempo sem captar mais voos”. Ele exemplificou a dificuldade de encontrar voos com passagens acessíveis tanto para vir ou sair de Alagoas. “Temos uma malha aérea cara, com pouco voos e ho-

Os aeroportos tiveram um aumento de faturamento com embarques e desembarques. Aqui, em Alagoas, o Zumbi dos Palmares ficou parado no tempo sem captar mais voos” MILTON VASCONCELOS presidente da Abih-AL

rários ruins. Isso prejudica muito o nosso turismo. O fluxo de voos para Fortaleza nem se compara com Maceió, que tem poucos voos diretos e escalas absurdas. E turistas desistem de vir a Alagoas ao perceberem que terão que passar horas e horas em aeroportos para chegar até a nossa capital”, explicou. Vasconcelos protagonizou em dezembro do ano passado uma “briga” com o prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves (PP). Declarou à imprensa que o gestor teria abandonado o plano de trabalho que possibilitava que o aeroporto fosse reclassificado para a categoria Delta (D), permitindo assim que Alagoas recebesse voos internacionais diretos, aumentando o fluxo de turistas estrangeiros. A acusação foi repudiada pela Prefeitura de Rio Largo, que declarou estar dentro de suas obrigações. Porém, questionado pelo EXTRA sobre a concessão do aeroporto, Gonçalves preferiu não omitir opiniões. Já a Prefeitura de Maceió encaminhou à reportagem nota


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sobre o leilão: “Esperamos que a privatização do aeroporto traga melhorias nos serviços oferecidos e que gere um aumento no fluxo de passageiros, o que vai representar um incremento na economia da capital alagoana”. DEMISSÕES A Infraero informou que conta com um planejamento de alternativas para os empregados lotados nos aeroportos incluídos nesta rodada de concessão. Eles poderão ser transferidos para atendimento de necessidades dos demais aeroportos da rede Infraero; cedidos para exercício temporário em outros órgãos da Administração Pública; ou passar por desligamento incentivado para saída de empresa. “Cabe pontuar que a Infraero disponibiliza aos empregados um plano de desligamento incentivado, priorizando os funcionários lotados nos aeroportos incluídos nas rodadas de concessão”, destacou. Em termos nacionais, o total de desligamentos desde 2012 é de 5.269 empregados, sendo 4.022 pelos planos de desligamento incentivado. Ao final de 2018, a Infraero contava com 9.426 empregados, o que representou uma redução de 33% do efetivo em relação a 2012.

Zumbi dos Palmares e mais 11 aeroportos têm lance inicial definido em R$ 219 nilhões

CONCESSÃO ENVOLVE MAIS 11 AEROPORTOS

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leilão também abrange outros aeroportos, como os de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Alta Floresta, em Mato Grosso; de João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba; do Recife, em Pernambuco; de Aracaju, em Sergipe; de Juazeiro do Norte, no Ceará; de Macaé, no Rio de Janeiro; e de Vitória, no Espírito Santo. A venda será em blocos: Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste. O lance inicial previsto para arrematar os 12 terminais será de R$ 219 milhões à vista. Segundo declarado pelo governo federal, ao longo da concessão o valor total da outorga será de R$ 2,1 bilhões. O prazo de concessão será de 30 anos. O investimento previsto para os três blocos é de R$ 3,5 bilhões. O leilão acontece às 10h, na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Ao menos dez empresas entregaram propos-

tas na terça-feira, 12, para participar da rodada da venda dos aeroportos brasileiros. POLÊMICA O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), indeferiu nesta semana pedido para a suspensão do leilão de concessão dos 12 aeroportos. Na decisão, o desembargador federal Francisco Roberto Machado negou pedido do deputado Felipe Carreras (PSB-PE) para suspender a licitação relativa ao Aeroporto Internacional do Recife. Foi a terceira vez que o parlamentar pediu a suspensão do leilão. Carreras argumentou que o formato do leilão em bloco apresenta “risco de competitividade” ao Aeroporto do Recife, o único superavitário no pacote de terminais que será concedido pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) no Nordeste.


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Ansiedade e alternativas

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sentimento de incerteza e impotência para resolver um problema são duas características da ansiedade. É o que está acontecendo com os moradores do bairro do Pinheiro. A pessoa questiona, inclusive, sua capacidade intelectual e sua inteligência diante de uma adversidade. O mais importante no processo de ansiedade é que os sintomas, que são muitos, podem ser amenizados. Isso

somente se a pessoa procurar ajuda porque outra característica da ansiedade é a resistência em procurar um tratamento psicoterápico. A esquiva em procurar ajuda pode acarretar o surgimento de outras psicopatologias mais graves como síndrome do pânico e depressão, o que pode levar a pessoa, inclusive, dependendo do grau, até cometer suicídio. Assim, a ansiedade tem sempre alternativas de solução, mas é preciso que a pessoa tenha consciência disso, reconheça tem quem um problema e queira resolvê-lo.

É preciso ...

Não é fácil ter saúde mental nos dias atuais. Esse, acredito, seja o desafio século XXI. Mas, vamos lá. Algumas dicas para ter essa tal de saúde mental. Fazer amigos é importante. Mas amigos mesmo, de verdade. Porque existem muitos amigos que dizem amigos, mas que pelas atitudes são inimigos íntimos. Amigo mesmo é coisa rara, hoje em dia, mas tem.

É preciso ... II

Ler um livro interessante, de preferência que não seja de sua área de estudo ou trabalho. Assunto diferente. Ler sempre faz bem. Planejar o dia também é importante. Mas não se desespere, fique um dia livre para não planejar nada. As surpresas do dia que sejam bem vindas. Planejar o futuro em longo prazo é fundamental, mas não deixe viver o presente. Mesmo em um planejamento longo sempre há alguns descompassos, o que natural.

É preciso ... III

Diante de tanta violência, agressões, falcatruas, descasos com a coisa pública, enfim, só notícia “boa”, não se deixe absorver por esses fatos. Se não você não está participando desses “eventos”, eles não são seus, então, apesar de todas essas notícias, sorria. Não é fácil. Sempre tem algo positivo que você pode encontrar no cotidiano para sorrir.

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Faça o bem e viva melhor. (Arnaldo Santtos)

Ansiedade: sintomas

São vários os sintomas da ansiedade, alguns deles: a pessoa não consegue fazer as tarefas diárias, seja do trabalho ou outra qualquer, ou seja, na faculdade, não se divertir. Pode apresentar, também, pesadelos constantes, não toma decisão, questiona a própria capacidade de resolver um problema, além de ter receio de procurar ajuda. A pessoa pode apresentar, também, irritabilidade, insônia, dores de cabeça e diarreias. Aos primeiros sinais é salutar procurar um psicólogo.

SAÚDE MENTAL

Respeitar: 1.634 É preciso ... IV

Uma dica importante é conseguir realizar pequenas metas: concluir um relatório tal dia; ir ao cinema no próximo dia “x”; visitar um tio/tia/ irmão/irmã dia, enfim. Muita gente ainda consegue guardar mágoas. Não faça isso. Não vale a pena. Faça apenas o que você acha que deve ser feito com ética e responsabilidade. Se a pessoa for mal caráter, foi ela e não você, então a mágoa só vai lhe proporcionar adrenalina, que se for frequente pode desencadear um série de problemas orgânicos como arritmia cardíaca e hemorragias. O melhor perdoar a quem nos magoou.

É preciso ... VI

Um erro que, geralmente, os pais fazem é comparar um filho com o outro. O/a amigo/a também pode fazer isso. É um erro. Não se compara o comportamento de alguém com outra pessoa. Isso é improdutivo. Todas as pessoas têm atitudes e comportamentos diferentes diante de um problema porque nenhuma teve um histórico de vida igual. Portanto, não se deve fazer nenhum tipo de comparativo.

É preciso ... VII

Autoconhecimento é fundamental. Muitas vezes a pessoa não percebe as atitudes que ela está cometendo. Fazer psicoterapia não faz mal. Muita gente tem uma vida material boa e mesmo assim reclama da vida. Não reclame; agradeça. Procurar autoconhecimento – via psicoterapia – pode reduzir as reclamações. Ter bens materiais não é pecado. Mas isso não é tudo na vida de alguém. Muitos exemplos são expostos diariamente na mídia. Mesmo tendo muito, muitas pessoas, mesmo assim são infelizes. Portanto, procure espiritualizar-se. Crer algum espiritual só faz bem.

É preciso ... VIII

Portanto, achar atividades positivas para realizar no dia a dia é necessário. Não é fácil. Assim, é preciso que se enxergue o óbvio.

Muitos pais ficam inseguros ao pedir ou determinar que o/a filho/a faça alguma coisa no dia a dia. Mas, o artigo 1.634, do Código Civil Brasileiro (CCB) é bem claro: “Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos.” (...) “Inciso IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.” O que o inciso quer dizer? Que os pais podem, sim, pedir que os filhos obedeçam. E mais: os pais podem também, fazer que com os filhos ajudem nas tarefas de casa, dentro, é claro, da capacidade de realização e condição orgânica de cada um, dependendo da idade deles. E porque esse artigo é importante? São muitos os casos em que os pais são dominados pelos filhos e isso é extremamente prejudicial para a psique da criança ou do adolescente. É como se os pais – ao permitir que os filhos possam fazer tudo “estivesse colaborando” para que os filhos sejam inseguros no futuro. Dizer um não aos filhos e faze-los respeitar os pais, são comportamentos que levam os jovens a serem mais responsáveis e com mais saúde mental.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com.


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Pinheiro: irresponsabilidade e negligência

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ma sociedade subdesenvolvida possui características marcantes: enorme desigualdade social, educação de baixíssima qualidade, grande dificuldade de acesso dos pobres à saúde pública, reduzidas chances de melhoria social das pessoas, violência exacerbada, dominância da informalidade no emprego (e salários aviltantes para “sortudos” que furem a barreira do emprego informal), grande déficit (quantitativo e qualitativo) habitacional que se associa à falta de saneamento, segurança, ao domínio do tráfico em grandes áreas, e segue por aí... É a resultante de modelo político-econômico que prima pela abusiva concentração de riqueza, causa direta dos males que afligem sociedades pobres que sempre tem o “auxílio luxuoso” indecoroso de classes políticas lenientes e predadoras que lhes vassala e replica na exploração da pobreza e do analfabetismo

massacrante para se perpetuar no poder (pode até haver rodízio de nomes mas, permanecem intocados os “princípios” sobre quem de fato manda e de arresto da cidadania). Toda essa enorme introdução (desculpem a prolixidade) é para situar a urgente e séria questão do Pinheiro no contexto de se estar empurrando de barriga a resolução dos problemas ali já farta e sistematicamente constatados. Ao observador de longe – que é o meu caso – fica claro que há sonegação de informações ao cidadão de Alagoas e especialmente aos moradores do bairro, angustiados e ameaçados até de perderem a vida numa catástrofe. Nos poucos (mas qualificados) contatos que realizei localmente e no país sobre o tema, a opinião dos especialistas (quando sem microfone ou câmera) é de descarte sistemático das possibilidades de deslocamento nas placas tectônicas ou interferên-

Não gostar do síndico

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or qué no te callas”, bradou o rei Juan Carlos I, de Espanha, repreendendo a verborreia de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela que iniciou a atual desgraça do povo daquele país. “Cala a boca, Magda!”, bordão do personagem Caco Antibes (Miguel Falabella), do programa Sai de Baixo, da Rede Globo, determinava silêncio à esposa, conhecida pelas idiotices que produzia. Esses dois momentos, um político outro hilário, deveriam servir à reflexão do presidente da República, o senhor Jair Bolsonaro, em quem a maioria dos brasileiros depositou suas esperanças ao sufragar o seu nome nas urnas eleitorais. O mais alto mandatário do País, espera-se dele especial cuidado no que diz em público, considerando que suas declarações, voluntárias ou não, repercutem positiva ou negativamente na vida do país, e até internacionalmente. O mesmo cuidado

obriga aqueles que o cercam, familiares ou integrantes do alto escalão do governo. Bobagens não são permitidas; pensamentos, ideias e compromissos só devem ser emitidos com a cautela da reflexão e a clareza que evitem especulações, dizeres e desdizeres. Um dos pensamentos de Renato Russo, cantor e compositor brasileiro, já falecido, diz-nos que “Torcer para que um novo governo dê errado é desejar que o prédio onde se mora desabe só porque não gosta do síndico”. Induvidoso que a crise brasileira, política, moral e econômica, atingiu níveis altamente preocupantes, sensíveis à população, notadamente a menos favorecida, havendo sido iniciada, no atual governo, visível recuperação da sonhada grandeza nacional. As pérolas produzidas pelo presidente Bolsonaro, seus familiares e seus ministros, no entanto, têm mais servido aos opositores do que aos

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ELIAS

FRAGOSO n Economista

cia de vazamentos da Casal. Resta, na opinião deles, ainda como incógnita (por sem respostas), qual seria a responsabilidade da empresa Braskem face à exploração de jazidas de sal gema na região ou se haveria (improvável segundo os mesmos) outros fatores... O fato objetivo é que a “empurração de barriga” e a empulhação das respostas evasivas ou inócuas continua e está levando o bairro (e os residentes) para as proximidades da época chuvosa sem respostas. Será que vamos ficar “na torcida” para que nada

CLÁUDIO

VIEIRA

n Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

interesses da Nação. As ocorrências, algumas até ridículas, têm alimentado a fome por escândalo dos contrários ao governo, notadamente a Rede Globo, incomodada com atitudes do presidente contra sua hegemonia nas verbas públicas. Habituada a manter presidentes reféns dos seus interesses, por certo considera inaceitável o primeiro mandatário brasileiro que não se submeta ao seu poder midiático. Tolices à parte, o governo no

aconteça ou medidas concretas serão tomadas?! Que história é essa de que somente em junho vamos ter um laudo técnico definitivo sobre o problema? Isso é conversa mole prá boi dormir. Técnicos do órgão nacional responsável pelas perfurações e estudos já afirmaram que é preciso retirar com urgência máxima as pessoas que estão na área vermelha do bairro. E o bom senso nos mostra que o mesmo deve acontecer com aquelas das áreas amarelas. E o que foi feito até agora? Nada. Pelo contrário, as poucas pessoas que saíram voluntariamente para o aluguel social da Prefeitura sequer receberam uma mísera parcela ou se receberam foi com atraso vexaminoso. Uma vergonha. E o Estado? Responsável pelas autorizações de mineração na região, o que tem a dizer além do lero-lero rotineiro? A verdade pessoal do Pinheiro é que vocês estão sós. Nossas autoridades – como sempre – mal enjambram um discurso vazio e sem consequências. Torço para que nada de pior aconteça. Mas se vier a acontecer a população sabe de antemão quem são os responsáveis.

essencial tem servido à Nação, seja na demonstração da necessidade de uma reforma da previdência séria e a promoção de futuro seguro para os beneficiários; seja na firmeza e altivez em enfrentar as ofensas aos direitos humanos praticadas pelo ditador Nicolás Maduro, da vizinha Venezuela. Interessante a atitude das esquerdas brasileiras e seu afã de ser o bastião da defesa dos direitos humanos. Em contrassenso, esmeramse, como em passado recente, a apoiar o ditador Maduro, o que faz o Partido dos Trabalhadores e sua tresloucada presidente, fechando os olhos para a penúria econômica vivida pelo povo irmão. Por que? Simplesmente, para atazanar o Governo Bolsonaro vale tudo, até fechar os olhos para o sofrimento do povo venezuelano, direitos humanos às favas. Urge que Magda se cale e assim frustre a oposição que, como na piada, torce pelo pior. P.S. – Desculpa do cronista por intitular AVOHÉ a crônica passada, quando o correto é EVOHÉ, como está no texto.

Técnicos do órgão nacional responsável pelas perfurações e estudos já afirmaram que é preciso retirar com urgência máxima as pessoas que estão na área vermelha do bairro. E o bom senso nos mostra que o mesmo deve acontecer com aquelas das áreas amarelas.

As ocorrências, algumas até ridículas, têm alimentado a fome por escândalo dos contrários ao governo, notadamente a Rede Globo, incomodada com atitudes do presidente contra sua hegemonia nas verbas públicas.


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Agir como presidente

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as eleições de 2018 uma banda do Brasil resolveu mudar. Cansado de anos e sucessivos erros, roubos, desvios da verba pública, de esquemas políticos com empreiteiras, o eleitor deu um basta e interrompeu as sucessivas gestões do Partido dos Trabalhadores, incluindo nesse pacote os aliados do MDB, representados pelo ex-presidente Michel Temer, que, por sinal, anda sumido do mapa, aguardando responder, em breve, pelo envolvimento de seu nome em diversas denúncias e algumas operações comandadas pela Polícia Federal, no estado de São Paulo, especialmente na cidade de Santos, atendendo a iniciativa da Procuradoria Geral da República. Pela insatisfação do eleitor brasileiro, venceu as eleições para a Presidência da República Jair Messias Bolsonaro. Como não levo muito em conta as denúncias de campanha política, muito natural entre os marqueteiros, sempre procurando um fato novo que

possa interferir ou influenciar no processo, imaginei que tudo isso passaria e a normalidade voltaria nas hostes do governo federal. Surpreendentemente, o quadro político do Brasil caminha, mais ou menos, dentro de uma normalidade, inclusive sem muitos alardes dos grupos de oposição, tendo à frente o PT, PC do B, PSOL, Rede, PDT, pelo menos esses. Os parlamentares do Congresso Nacional que representam esses partidos estão fazendo e cumprindo com seu papel: o de cobrar e fazer suada. Hoje, o grande tema nacional é a reforma da Previdência; a área econômica do Bolsonaro já se debruçou sobre ela e enviou as propostas de mudanças para a Câmara dos Deputados, onde, depois de passar pela Comissão de Constituição e Justiça, deverá ser votada no plenário, duas vezes, da Câmara e do Senado. Até o seu resultado final, ainda vai demorar muito, mesmo que a aposta de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, seja

Os vampiros da Previdência

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estado de Alagoas é pequeno, bonito, situado no Nordeste, mas tem um grande defeito: valoriza as pessoas vindas de fora e prejudica os próprios filhos. Lembro-me do último governo de Divaldo Suruagy: trouxe um secretário da Fazenda do Rio de Janeiro e dizia sempre: “O Pereira é muito competente; ele vai ajudar bastante a administrar Alagoas”. Ledo engano: o moço baixinho inventou um empréstimo internacional que não se realizou e levou o governador a uma situação difícil. Tempos depois, encontrei-me com o Pereira sendo ouvido pelos deputados que o aperreavam por dinheiro; viraram algozes dele. A história se repete com Renan Filho: trouxe um presidente do Alagoas Previdência de fora do estado e o cidadão está sacrificando idosos do Legislativo e do Executivo. Em 2015, numa sexta-feira, de tarde, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa jogou os aposentados no Alagoas Previdência sem nenhuma estrutura, simplesmente jogou. Durante três anos ficaram os

pobres velhos com uma perna no Legislativo e outra na Previdência. Começou o jogo das pastas funcionais de cada inativo: manda hoje, manda amanhã. Ninguém sabia a quem dirigir-se, como seria feito o pagamento mensal. Há pouco, finalmente, soubemos que as pastas estavam no Alagoas Previdência e que as mazelas do Legislativo seriam corrigidas. No 1º de março passado, dia em que seria realizado o pagamento de fevereiro, a presidente do Sindicato dos Aposentados é chamada para uma reunião na sede do AL Previdência. Muito bom, tudo muito bonito. De repente, na presença do procurador-geral e do diretor de Pessoal da Assembleia explode uma bomba: vamos cortar a isenção do imposto de renda dos inativos; eles serão chamados para apresentarem defesa. Tudo errado, tudo fora da lei; o inverso deveria ter acontecido, ou, em alguns casos, pessoas doentes com mais de setenta anos, nem deveriam participar do banquete da Previdência, porque já existe jurisprudência do STJ firmada a respeito do assunto. Mas em Alagoas a lei nem sempre é cumprida.

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JORGE

MORAES n Jornalista

de que esse assunto possa estar encerrado até o recesso do meio do ano, e eu não tenho nenhuma dúvida disso, como, também, da aprovação dessas reformas previdenciárias. No entanto, hoje, o que mais está me chamando a atenção é esse vício desgraçado que tem o presidente Bolsonaro de perder tanto tempo nas redes sociais. O presidente precisa entender que, agora, ele não está mais em campanha para se utilizar tanto des-

ALARI ROMARIZ

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

A autoridade erra e depois corrige. Detonado o escândalo, as desculpas aparecem. O presidente do Legislativo afirma que a culpa é do Alagoas Previdência. Ele, por sua vez, determina: corta tudo e chama os velhinhos. No meu caso, o salário foi cortado sem que verificassem minha pasta funcional; depois do corte, uma servidora a levou para o local do crime. Pensei que tivessem atingido sessenta idosos, mas foram setenta e dois. Alguns nem saem mais da cama, outros têm câncer, hepatopatia grave, cardiopatia. Acho que os vampiros querem chupar o san-

sas ferramentas. O que ele precisa fazer é desligar o computador e começar a governar o País. Enquanto Bolsonaro ficar perdendo tempo respondendo à mídia, aos políticos e às pessoas de um modo geral, o Brasil não vai andar no rumo certo. Na campanha, tudo bem. Foi uma arma necessária e importante, pelo pouco tempo que tinha nos programas políticos. Agora, não. Jair Bolsonaro precisa largar tudo isso e governar para todo mundo. Se o presidente de um país ficar na frente de um computador, brigando e respondendo o que dizem sobre ele, os filhos e o seu governo, vai terminar correndo o risco de comentar algumas notícias que não são verdadeiras, como a última que envolveu uma jornalista do jornal Estadão. É provável que venha a responder um processo, ou dois até, pelo que escreveu, o que provocou um vexame total. Presidente, larga isso e vai trabalhar. Esse conselho está sendo dado por quem votou e também quem não votou no senhor. E olhe que conselho bom não se dá, se vende, e este está sendo dado de graça.

gue dos inativos e pedir à família o atestado de óbito. O Carnaval foi horrível para todos nós; salário cortado sem saber o motivo. Alguns passaram mal, mas só na quinta-feira algo poderia ser feito. Pior de tudo isso: as pastas funcionais enviadas para o AL Previdência estavam erradas, incompletas, maldosamente desorganizadas. Foi uma loucura. Cada um precisava apresentar documentos que deveriam estar nas pastas e sumiram. Filhos, netos, esposas dos idosos compareceram à reunião no Sindicato dos Aposentados. Estressados, com pressão alta, dor de cabeça, pessoas que trabalharam por mais de trinta anos querem saber o que irá acontecer. Vão devolver nosso salário, diziam uns. Precisamos levar novos documentos para o AL Previdência, afirmavam outros. E os processos desaparecidos? Vivemos numa Casa de Mãe Joana. Ninguém sabe de nada. O importante é cortar salários para engordar o tesouro do Estado. São verdadeiros vampiros chupando o sangue de pessoas doentes, envelhecidas, que trabalharam durante mais de trinta anos para o pobre estado de Alagoas. Cuidado! Deus castiga!

O presidente precisa entender que, agora, ele não está mais em campanha para se utilizar tanto dessas ferramentas. O que ele precisa fazer é desligar o computador e começar a governar o País.

O Carnaval foi horrível para todos nós; salário cortado sem saber o motivo. Alguns passaram mal, mas só na quintafeira algo poderia ser feito. Pior de tudo isso: as pastas funcionais enviadas para o AL Previdência estavam erradas, incompletas, maldosamente desorganizadas. Foi uma loucura.


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Não siga o flautista

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om que frequência nós nos questionamos e fazemos uma autocrítica sobre como enxergamos os fatos de nossa vida, nossas crenças políticas e a leitura que fazemos do mundo em que vivemos ou, ainda, da maneira como agimos na qualidade de agentes políticos? Bem examinado, quase nenhuma. Tendemos a julgar que nossos conceitos a respeito de como enxergamos o mundo são absolutos. É aquilo que René Descartes já afirmava

a respeito do conceito que temos de nós mesmos, quando o assunto é bom senso. Dizia ele: “O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm”. As mudanças políticas ultimamente levadas a efeito em nosso País pelas forças políticas vigentes ensejaram a oportunidade para que alguns segmentos sociais se destacassem, como é o caso

Passando um filme

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arei em frente onde era a Padaria Francesa e fiz-me menino, percorrendo aquela Rua Primeiro de Março, depois nominada Av. Moreira Lima. Dos pés da Santa da Igreja do Rosário, lá em cima, na Rua do Sol até seu final próximo ao trilho do trem, onde sobressaía o Palácio do Trabalhador, passou-me um filme com as lojas ali localizadas, que vou tentar descrever, sem preocupação com o quarteirão no qual existiram. Farmácia Central, Alfaiataria do Sr. Costa, A Preferida – loja de modas do Péricles e sua irmã Marinete: vi A Principal, do Sr. João Alves, “uma loja de modas que não é e não tem filial”. Lá estava o Sr. Jaci Melo, esposo da professora de música Vanuzia, uma loja também de modas. O hoje nonagenário José Alves Torres, ainda militando no comércio de móveis finos, iniciou ali com a Sapataria Torres e depois com a Torres Móveis, usando seu slogan “a Torre de vigilância contra

os preços altos”. Vejo a Esmeralda, joalheria dos irmãos Silveira. Meu saudoso amigo Osman Ramires Junior tocava, com a esposa Marli, a loja de aviamentos A Imperatriz. Utensílios para o lar estavam na Casa São Luiz, do Sr. Luiz Teixeira, e na Casa Dias, do Sr. José Dias. Meu primeiro corte de cabelo fiz com o Sr. Otacílio, do Salão Estrêla. Ficava entre a Movelaria Avenida, de Sebastião Costa, pai do desembargador Sebastião Costa Filho e a Movelaria Estrêla, do meu vizinho da Rua do Macena, João Hermínio Barros, pai do meu amigo de infância Carlos Jorge, procurador de Justiça aposentado. Em esquinas com a rua Boa Vista ficavam a Casa das Linhas, do Sr. Olímpio e a Feira Franca – alimentos e bebidas, dos srs. Benjamim e Geraldo Medeiros. Aparece o velho Taciano Vital e a sua Casa Lavor – ferragens. Formavam o cruzamento com a Rua do Comércio o Banco da Lavoura de M. Gerais, a

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ISAAC SANDES

DIAS n Promotor de Justiça

do fenômeno político da direita, outros se revelassem, caso da grande imprensa, e outros ainda, como é o caso da massa alfabetizada destinatária da informação, acordassem para fatos e realidades que, apesar de sempre presentes no seu dia a dia, eram encobertos pela névoa da aceitação pacífica e obscurecidas pela falta de questionamento crítico. Tal estado de catatonia sociológica e cultural não existe por acaso. Nosso alheamento ou cren-

JOSÉ MAURÍCIO

BRÊDA n Economista

Farmácia São Paulo, do Sr. Barros, as Nações Unidas, uma das poucas empresas que não eram autóctones de nosso comércio e a Tira Teima, artigos esportivos, do Sr. Álvaro Oliveira. Como esquecer os Fotos Vitória e Cajueiro, da mesma família Cajueiro de Arapiraca. E a musicalidade que nos proporcionava a Eletrodisco de Jorge Santos? Dando umas paqueradas, tomando um sorvete na DK1, do

ça de que tudo é o que nos parece ser, é o resultado de um longo domínio dos meios de comunicação por parte do grupo político que vem conduzindo a Nação há algumas décadas. Entenda-se por meios de comunicação não só a mídia televisiva ou escrita em grandes jornais, mas também o domínio da indústria editorial, que filtra e dirige todo o conteúdo intelectual que nos é fornecido em ração, como um flautista de Hamelin conduzindo a massa hipnotizada para o desastre. As últimas eleições, finalmente nos acordaram do transe que fazia com que seguíssemos cegamente o velho e embusteiro flautista, na direção do caos e de águas negras e profundas, a exemplo do destino que tomaram nossos vizinhos venezuelanos. Cabe-nos agora, mais do que nunca, vigiar para que a confusão e atordoamento próprios daqueles que despertam de uma longa hipnose não nos levem de volta ao antigo estado de imbecilidade e catatonia política. Zelemos para que o flautista seja definitivamente banido e sua flauta completamente destruída. amigo Benildo Carlos, ou comprando o pão embrulhado com papel e barbante, na Padaria Leão Branco, de Everilda e Vespertino Lima? Nas outras esquinas, Tito Lemos Colchões, Casa Síria, de Virgílio Saleme, e a Sapataria O Chinelão, do pequeno Valdeci. Adquirindo barras de gelo com os Irmãos Chalita, ou brincando de esconder nos caixões de defunto da Funerária do pai de meu colega Lênio. O Jornal Diário de Alagoas e a Casa Leão, do ex-prefeito Joaquim Leão, pai da acadêmica Anilda Leão. Sem esquecer a sorveteria do Sr. Oseas Costa, pai da amiga Lena Canavarro. Para os aviamentos as donas de casa também tinham a Casa Santa Rosa, dos pais do hoje general cinco estrelas Maynard de Santa Rosa e o Tapete Mágico de d. Humberta, esposa do professor e pintor Lourenço Peixoto, que ali também moravam. Nesse filme, posso dizer que usei um tapete mágico para navegar na lembrança, entre esses verdadeiros ícones da minha infância e juventude.

As últimas eleições, finalmente nos acordaram do transe que fazia com que seguíssemos cegamente o velho e embusteiro flautista, na direção do caos e de águas negras e profundas, a exemplo do destino que tomaram nossos vizinhos venezuelanos.

Como esquecer os Fotos Vitória e Cajueiro, da mesma família Cajueiro de Arapiraca. E a musicalidade que nos proporcionava a Eletrodisco de Jorge Santos? Dando umas paqueradas, tomando um sorvete na DK1, do amigo Benildo Carlos?


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Criptomoeda no IR

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s contribuintes devem declarar o Imposto de Renda 2019 até o dia 30 de abril. Dentre as exigências, as criptomoedas devem ser declaradas e, como são uma modalidade relativamente nova e ganharam significante popularidade apenas recentemente, tendem a gerar dúvidas. O manual oficial do Imposto de Renda diz que as moedas virtuais não são consideradas moedas, mas devem ser declaradas na Ficha Bens e Direitos como “99-Outros Bens e Direitos”, uma vez que podem ser equiparadas a um ativo financeiro.

Nova regra do IR

Ainda falando do Leão, a partir deste ano, enviar dinheiro para fora do País vai ficar mais caro. De acordo com um novo entendimento da Receita Federal, as remessas estão sujeitas ao recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), com tributação de 15% a 25%. Ou seja, quaisquer envios relacionados a herança, doação e gastos com viagem de turismo ou negócios serão taxados. Especialistas alertam que é necessário ter cuidado na hora de especificar a razão do envio da remessa para evitar a tributação.

Investimento

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) devem ficar mais atraentes para o investidor a partir de agora. Até o mês passado, quando o banco fazia uma emissão deste tipo de título, era preciso garantir que uma parcela da carteira tivesse juros de até 8,5%. Após uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), não há mais esse limite e cada instituição define qual o melhor modelo de emissão, escolhendo como se dará a relação risco e retorno. Assim, quem investe em LCA poderá ter maiores ganhos sem um aumento do risco.

ECONOMIA EM PAUTA n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

Previdência privada

Qual a idade máxima para iniciar um plano de previdência privada. Será que ainda dá tempo de juntar um dinheirinho para aproveitar a aposentadoria? A questão ganhou mais relevância recentemente com a futura reforma da Previdência, que deve endurecer as regras para se aposentar, principalmente para os trabalhadores do campo e professores. O consenso entre os especialistas ouvidos é que o investimento em previdência privada deve ser de pelo menos oito anos para valer a pena. O ideal é chegar a dez anos. Por isso, se você tem entre 55 e 57 anos e quer se aposentar aos 65, ainda está em tempo.


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Carnaval de União dos Palmares atrai milhares de pessoas Kil Freitas realiza festa organizada e de sucesso

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o último domingo, dia 10 de março, União dos Palmares encerrou oficialmente o maior Carnaval de todos os tempos, com a terceira edição do Bloco do Jacaré, feito pelo prefeito Kil Freitas. Foram mais de 30 mil pessoas que curtiram quase 10 dias de festa. Entre blocos com bandas, frevo e paredões, o carnaval da cidade foi marcado por boa organização, segurança e diversão com muita tranquilidade e folia. Para se ter uma ideia da grandeza e do sucesso do período de festas, somente no Bloco do Jacaré foi contabilizada uma média de 15 mil pessoas. O prefeito da cidade disse que fazia tempo que não via um bloco tão cheio no município. “Eu só tenho a agradecer o povo palmarino por ter feito e participado de uma festa tão bonita, de um evento tão harmonioso onde só se via alegria e diversão. Este Carnaval ficou marcado na memória de toda população de União dos Palmares”.

A programação de todo o carnaval ofertado pela prefeitura foi marcada pela inclusão. Além de levar folia para povoados mais distantes como Timbó, Distrito Rocha Cavalcante, conjuntos Sagrada Família, Newton Pereira e Padre Donald, o prefeito Kil fez questão de garantir a diversão da garotada com programação para todas as idades. O Bloco dos Amiguinhos animou a criançada com uma banda infantil, brinquedos, muita pipoca e algodão doce Também teve resgate de tradições com a entrega simbólica da chave da cidade ao folião número 1 de União, seu Antônio Matias, que emocionou a todos subindo ao palco e cantando a imortal marchinha “Bandeira Branca”, de Dalva de Oliveira.

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CRESCIMENTO DE

A Usina Pindorama registra segunda maior safra de cana da sua história

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Usina Pindorama, em Coruripe, apresentou um crescimento de 27% na safra de cana-de-açúcar 2018/19, registrando o segundo melhor resultado na sua história com aproximadamente 910 mil toneladas de cana sendo esmagadas. O resultado ficou abaixo apenas da safra 2011/12, quando foram moídas 947 mil toneladas. Com um investimento de R$ 3 milhões em equipamentos de última geração, a produção foi dividida em 60% álcool e 40% açúcar, o equivalente a 855 mil sacos de açúcar de 50 quilos e 50,1 milhões de litros de álcool. O resultado, segundo Klécio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama, é um reflexo da aposta da indústria na renovação dos canaviais, além do “empurrão” dado pelo clima. “A chuva ajudou bastante, mas como sempre o fator clima é um desafio para nós que produzimos. Já iniciamos nosso planejamento para alcançar o objetivo de chegar à marca de 1 milhão de toneladas na próxima safra”, conta

Klécio. A produtividade média também aumentou em relação à safra passada, quando foram processadas 717 mil toneladas de cana, passando de cerca de 58 toneladas de cana por hectare para 60 toneladas por hectares este ano. A decisão de destinar maior parte da produção ao álcool foi definida pela cooperativa após o governo de Alagoas criar o crédito presumido, equiparando os impostos e elevando a demanda do mercado alagoano, proporcionando ao etanol hidratado um lucro líquido maior. O bom resultado da usina pertencente à Cooperativa Pindorama se reflete nos números do setor em todo o estado, que, segundo dados do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar-AL) é de uma produção total de 16,05 milhões de toneladas, representando uma alta de 16,6% ante a moagem anterior, considerada a pior da história e quando foram esmagadas 13,7 milhões de toneladas.


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TEMÓTEO

CORREIA

NO PAÍS DAS ALAGOAS

Não se comprometa com Elíso Maia

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cidade de Pão de Açúcar-AL vivia um dia festivo. E a presença do governador Divaldo Suruagy e sua comitiva galvanizava mais ainda aquela atmosfera. Almoçaram na residência do cacique político Elísio Maia. Durante o almoço, o anfitrião fez um pedido ao governador: - Divaldo, eu lhe peço que coloque um dos meus ‘‘meninos’’ como soldado, na polícia. - O seu pedido é uma ordem, Elísio. Eu não posso negar um pedido desse a um amigo como você. Mande o rapaz se apresentar ao

comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Ney. O candidato se apresentou ao comando da PM e lá

foi rigorosamente avaliado pelo serviço médico da instituição, sob a chefia do otorrinolaringologista Dr. Délio Almeida, que o considerou

n Ex-deputado estadual

inapto para a função militar, porque apresentava um grave problema auditivo, beirando a surdez. O coronel Paulo Ney comunicou ao governador a impossibilidade de atender ao pleito. Incomodado com a demora de ver seu protegido fardado, Elísio Maia procura o governador: - Divaldo, cadê a nomeação do rapaz para a Polícia Militar? - Elísio, o moço, infelizmente, não pode ser admitido na nossa briosa polícia porque é quase surdo. - Então, Divaldo, nomeie ele como soldado apo-

sentado. - Mas, Elísio! - É por invalidez. Se está moco, é motivo justo! - Elísio, eu vou nomeá-lo, mas noutra função: vigilante, serviçal, algo parecido. - Não, Divaldo, a vocação dele é a polícia, é ser soldado, nem que seja aposentado. - Tá bem, Elísio, volte para Pão de Açúcar que vou estudar uma solução. - Confio em você, Divaldo.


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Salão ainda atraente

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e uns tempos para cá formou-se uma onda de opiniões pessimistas sobre o esvaziamento inexorável dos salões de automóveis. De fato, alguns fabricantes reviram suas participações por diferentes motivos, desde a falta de novidades para o público específico do país em que se realiza a exposição ou até corte de despesas em meio aos pesados investimentos necessários em eletrificação, carros autônomos, conectividade e compartilhamento de veículos. Tudo isso e de forma simultânea vem exaurindo financeiramente as empresas. O público, no entanto, não tem deixado de comparecer a ponto de abalar seriamente os eventos. A exposição de Detroit, por exemplo, tenta se reinventar mudando do inverno para o verão, a partir de 2020. O Salão de Genebra continua anual, mas em 2019 sofreu baixas (Ford, Hyundai, Infiniti, Jaguar, Land Rover, Mini, Opel e Volvo estão fora). Apresentou, porém, muito mais novidades do que em outras edições. Esta segue até o próximo dia 17. Fiat completa 120 anos de fundação e o Grupo FCA tem participação marcante. Do novo SUV conceito conceitual (mas quase pronto) Alfa Romeo Tonale ao Centoventi focado em discutir novas ideias para o futuro Panda. Mike Manley, CEO da FCA, cumpriu o prometido de apresentar versões híbridas plugáveis do Renegade e Compass, voltou a advertir sobre o fim de subsídios das fabricantes aos elétricos e admitiu novas fusões não estarem descartadas (com a PSA Peugeot Citroën traria muitas sinergias). A própria PSA se aproximou bastante da GM, depois que esta lhe vendeu a Opel. Impressionou, em especial, o número de carros esporte novos. Desde o inacreditavelmente caro e único Bugatti La Voiture Noire por R$ 47 milhões, em conversão direta sem impostos (claro, alguém encomendou antes), ao relativamente discreto Ferrari Tributo. A lista inclui os ingleses Aston Martin Vanquish Vision e AMB-RB 03, o sueco Koenigsegg Jesko (adepto de um motor a etanol de

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

1.600 cv), o elétrico italiano Pininfarina Battista (1.900 cv dão para o gasto?) e o dinamarquês Zenvo TSR-S. Até o bisneto de Ferdinand Porsche, Anton Piëch, se insinuou com o Piëch Mark Zero que tanto poderá ser elétrico puro, híbrido ou movido por motor convencional, ou seja, para onde soprarem os ventos. História mais curiosa são dois modelos que procuram reviver a marca Hispano Suiza: um se chama Carmen e outro Maguari HS1 GTC. Duas empresas acham-se donas da famosa marca espanhola, fundada em 1904. Produziu carros e motores de avião até sucumbir em 1968. Como vão resolver o imbróglio ninguém sabe. Entre automóveis convencionais os franceses se destacaram com os novos Peugeot 208 (previsto para ser fabricado aqui) e o Renault Clio. Muito interessante a perua-cupê (shooting brake, em inglês) Mercedes-Benz CLA que só tem mercado garantido na Alemanha. O Audi Q4 e-tron mostra o rápido avanço da marca alemã em sua linha puramente elétrica. Por fim, o site do programa BBC TopGear elencou carros e nomes extravagantes que estão em Genebra. Para citar alguns: PAL-V Flying Car, Golden Sahara II, Engler F.F. Superquad, GFG Style Kangaroo, Puritalia Berlinetta, Eadon Green Zanturi e Fornasari GT 311 Gigi.

ALTA RODA n BOM sinal para as vendas da indústria em fevereiro. Melhor termômetro é a média de vendas diárias – 9.932 unidades de veículos leves e pesados ou quase 10% superior a janeiro. Esse indicador tende a neutralizar os efeitos sazonais de cada mês ou época do ano. Mas é preciso esse patamar subir para além de 11.000/dia nos próximos meses a fim de garantir um ótimo 2019. n EXPORTAÇÕES continuam em queda livre este ano: 42% sobre 2018. Brasil e México precisam resolver impasse de renovação do acordo bilateral ainda em março. Mexicanos querem livre comércio, sem alterar seu índice de conteúdo local (70% das peças são americanas). Brasil discorda, pois não tem como concorrer com escala de produção de peças dos EUA.

n SEDÃ médio-compacto Jetta, importado do México, ganhou fôlego nas vendas graças à estreia da versão de entrada. Motor turboflex (150 cv) e câmbio automático (pontos altos do modelo) não mudaram. Rodas de liga leve de 16 pol. tornaram o rodar até mais agradável. Alguns itens de conforto e conveniência saíram. Câmera de ré e faróis de neblina fazem falta. n APESAR de a China ser o mercado de elétricos que mais cresce no mundo, a promissora marca de SUVs Nio enfrenta dificuldades e cortou planos de construir fábrica própria (hoje utiliza a da JAC). Já nos EUA a empresa federal de Correios, USPS, investe em furgões elétricos, tipo de veículo que mais se adapta no para e anda de entregas. Cummins é a fornecedora. n LATIN NCAP divulgou outro teste de colisão de um modelo que não é mais produzido. Trata-se do Volkswagen Suran (era fabricado na Argentina) ou SpaceFox, seu nome no Brasil. A entidade inclusive “rebatizou” o SpaceFox de Fox, neste caso ainda em produção, na tentativa de disfarçar o erro. Antes isso havia acontecido com o mexicano Chevrolet Aveo, em 2017.


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DESTINE ESPERANÇA

Ministério Público e Receita Federal incentivam contribuintes a doações Valor que for destinado a fundos terá correção pela taxa Selic

Lançamento da campanha aconteceu na segunda na sede do Ministério Público

ASSESSORIA

Atividades educacionais, culturais, artísticas e esportivas capazes de promover a formação integral de crianças e adolescentes e afastá-los do risco da vulnerabilidade social e da violência. Você sabia que pode ajudar entidades sem fins lucrativos a realizarem tudo isso? Basta destinar parte do seu imposto de renda devido à Receita Federal (RF) para os fundos que atuam na área da infância e juventude. E essa é uma previsão legal que está no artigo nº 260 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e vale tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica. E é exatamente para chamar a atenção da população sobre esse tema que o Ministério Público lançou, na segunda-feira (11), a campanha Destine Esperança, em parceria com a Receita Federal. A ideia da campanha surgiu após discussões entre as chefias do MP e da Receita Federal, que perceberam que, apesar do alto potencial de destinação, o valor que chegava aos fundos municipais em Alagoas ainda era muito pequeno quando comparado a outros estados. Por exemplo, enquanto aqueles de Pernambuco receberam mais de R$ 3,212 milhões em 2018, os nossos conseguiram apenas R$ 334 mil. Os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte também ficaram à frente de Alagoas, tendo recebido destinações nos valores aproximados de R$ 684 mil e R$ 499 mil, respectivamente. Esses são os quatro estados que compõe a 4ª

região fiscal da RF. “É importante que essa informação chegue ao contribuinte, para que ele possa fazer a destinação aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente em todos níveis: nacional, distrital, estadual ou municipal. Mas é claro que o Ministério Público de Alagoas quer que os recursos cheguem até as nossas cidades, de modo que crianças e adolescentes em situação de risco social possam ser beneficiadas diretamente. Há muitas entidades sérias que precisam de ajuda para dar continuidade às suas ações e projetos”, explicou o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto. O delegado da Receita Federal em Alagoas, Plínio Alves Feitosa Filho, acredita que a campanha levará conscientização à população, o que vai culminar com o aumento de destinações até o dia 30 de abril. “Somente no ano passado, o estado tinha R$ 940 milhões de IR devido. Desse total, R$ 28 milhões poderiam ter sido destinados, conforme o percentu-

al estabelecido no ECA. Era um potencial muito bom. Entretanto, os fundos receberam tão somente R$ 334 mil, ou seja, 1,18% do valor destinado. Isso é muito pouco. Espero que nossa mensagem sensibilize a sociedade e que ela nos ajude a transformar vidas a partir de 2019”, declarou. Há limites para essas destinações e o contribuinte precisa fazer sua declaração de Imposto de Renda por meio do modelo completo. Pessoa física pode destinar até 3% do tributo devido ao Tesouro Nacional. Já a pessoa jurídica, após cálculo do seu lucro real, tem permissão legal para deduzir até 1% do imposto a ser pago à Receita. No caso do cidadão comum, o pagamento deverá ser efetuado por meio de DARF e numa única parcela, a ser quitada no dia do vencimento da primeira quota ou da quota única, que será em 30 de abril. Assim, serão gerados dois DARFs, um para a Receita (do imposto devido à União) e outro para a destinação ao fundo escolhido . E o procedimento é fácil: após

o preenchimento de todos os rendimentos tributáveis, acesse a aba ‘fichas da declaração’, clique no item ‘doações diretamente na declaração – ECA’ e, em seguida, dê comando em ‘novo’. Depois, em ‘tipo de fundo’, selecione ‘nacional, estadual/distrital ou municipal’. Na sequência, em ‘UF’, marque o estado (se for o caso). Na aba ‘município’, escolha a cidade. E, por fim, embaixo, à direita, observe o valor disponível para a destinação. No campo ‘valor’ você vai preencher quanto quer doar, até aquele limite permitido. Já no caso de o contribuinte ter direito a restituição, ao preencher a declaração, o sistema vai calcular o imposto devido e confrontar com o que já foi pago durante o ano. Se foi pago um valor maior que o devido, caberá a restituição. Nesse caso, você também poderá pagar um DARF (emitido pelo próprio programa) com o valor da destinação (limitado a 3% do imposto a ser restituído). Essa guia tem que ser paga até o último dia útil de abril. Quando o contribuinte for receber a restituição, o valor que ele destinou será acrescido ao total a ser creditado na sua conta. Ou seja, a restituição vai aumentar no valor igual ao destinado, com a vantagem de que sobre esse valor incidirá a taxa Selic. Mais detalhes em https://www.mpal.mp.br/ destine-esperanca-ministerio-publico-e-receita-federal-incentivam-contribuintes-a-destinarem -parte-do-imposto-de-renda-parafundos-da-infancia-e-juventude/.


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Agora sim

ABCDO INTERIOR

O prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo, tomou algumas decisões que, certamente, serão cruciais para a sua administração. Trouxe para compor e fortalecer o seu staff dois excelentes nomes que ganharam o respeito da sociedade pelo sucesso alcançado em suas áreas. O radialista Nelson Filho assumiu a Coordenadoria de Comunicação e o empresário Ibn Pinto já está no comando da Coordenadoria Geral de Monitoramento e Resultados.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Obras estruturantes

Além de promover mudanças na sua equipe, Teófilo também está acompanhando a realização de dezenas de obras estruturantes em todo município, recuperando, assim, o seu prestígio junto à população.

Cobra resultados

Em seu terceiro ano de mandato, o prefeito arapiraquense cobra diariamente resultados da sua equipe e está sempre presente nas ações de sua gestão. Com certeza, Rogério quer deixar a sua marca e espantar definitivamente alguns conflitos que existiram no início do seu governo.

Duplicação da AL-220

A informação é da assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Transporte e Desenvolvimento Urbano - Setrand: “O trecho 3 da duplicação da AL-220, ligando Arapiraca a Campo Alegre, está com 25% dos serviços concluídos.

São Miguel

No momento, as equipes trabalham nos serviços de terraplanagem, sub-base, base, imprimação e construção de bueiros. O trecho tem 32,2 km e conta com um investimento de R$ 67 milhões, oriundos do governo estadual. Em relação às obras do trecho 2, que compreende Campo Alegre e São Miguel dos Campos, serão iniciadas até o final do mês.

Operação em Arapiraca

Uma grande operação, comandada por autoridades alagoanas com apoio do Ministério Público e Polícia Militar, será realizada em Arapiraca com a finalidade de combater a sonegação fiscal. Empresários e até contadores estão na mira de investigações que já detectaram calote contra o governo estadual. Prisões e mandados de busca e apreensão já foram devidamente autorizados pela Justiça alagoana. É aguardar e ver o tamanho do “rombo” provocado pelos infratores que a partir de agora responderão por seus crimes.

Pão de Açúcar

O Ministério Público Federal (MPF) através do Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do mandato do prefeito da cidade de Pão de Açúcar, Flávio Almeida. O órgão encontrou abuso de poder econômico, captação ilícita de sufrágio e gastos indevidos de campanha em 2016 por meio de ações assistenciais do Instituto Paulina.

O crime

De acordo com os procuradores, o Instituto Paulina, entidade de caráter assistencial da qual Flávio Almeida era presidente e fundador, era mantido quase integralmente por meio do aporte de recursos do candidato. Foi realizado show de Zezé di Camargo & Luciano, em comemoração ao aniversário de Flávio Almeida e com declarado caráter beneficente, estipulando-se como entrada 1 lata de leite em pó e 2 kg de alimento não perecível, depois usado para publicidade eleitoral.

Adesivo de campanha

Também utilizou-se veículo do Instituto Paulina no qual fora afixado adesivo de campanha e um outdoor da entidade em sua propriedade particular. Além disso, Flávio cedeu bens em comodato ao Instituto Paulina, cujos valores de mercado totalizam R$ 265.000,00.

Pedido de cassação

“No que concerne à gravidade da conduta, verifica-se que a fusão entre as imagens de presidente do instituto e de candidato trouxe aos recorridos visibilidade não extensível aos demais candidatos, ferindose a isonomia do pleito”, traz o pedido de cassação.

Afastamento

“Na esteira do exposto, os recursos devem ser providos, cassando-se o diploma dos recorridos e decretando sua inelegibilidade”, finaliza, pedindo também o afastamento do vice, e Clayton Farias Pinto.

PELO INTERIOR . ... E o ASA hein? Apesar dos investimentos, inclusive apoio importante da Prefeitura de Arapiraca, não consegue sair da crise e continua perdendo. ... Vejamos: na noite de quarta-feira (13), o CSA venceu o ASA jogando no Estádio Rei Pelé, o Trapichão, de virada por 3×1 pelo encerramento da sexta rodada da primeira fase do Campeonato Alagoano, a penúltima antes das semifinais. ... Com o resultado, o time azulino reassumiu a liderança e tirou as chances de classificação dos arapiraquenses, que irão apenas cumprir tabela na última rodada. ... Logo no início do jogo, o CSA perdeu Pedro Rosa por lesão. O lateral esquerdo, que voltava com as ausências de Rafinha e Carlinhos, teve que sair aos seis minutos, dando lugar a Celsinho que atuou improvisado. ... O ASA abriu o placar cedo. Aos 22 do primeiro tempo, Dinda aproveitou rebote da defesa azulina par fuzilar o gol de João Carlos, que nada pôde fazer, 1×0 pro fantasma. Aos 37, mudança também no alvinegro, saiu Gabriel e entrou Maycon. ... Perto do fim do primeiro tempo, Cassiano empatou. Como pivô, ele recebeu de Patrick Fabiano, girou e marcou o primeiro gol dele com a camisa do CSA, 1×1. O ASA ainda fez outra alteração antes do intervalo, com Cal entrando no lugar de Luiz Gustavo, as duas alterações dos arapiraquenses foram também causadas por lesões. ... No segundo tempo veio a virada. Matheus Sávio tentou duas vezes até marcar seu primeiro gol pelo clube de Maceió aos 13 minutos, 2×1 pro CSA. Aos 21 o terceiro, Patrick Fabiano recebeu grande passe de Dawhan e fez o quinto dele na competição, 3×1, placar final da partida. ... A convite do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, o senador Rodrigo Cunha fez na quarta-feira uma palestra sobre Medidas Legislativas para transparência nas relações público e privado durante o Seminário Ética e Compliance para uma Gestão Eficaz. ... Aos nossos leitores desejamos um excelente final de semana, repleto de saúde e paz. Até a próxima edição!


Limpeza urbana

Produtos químicos

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e acordo com a Organização das Nações Unidas, os países não conseguirão alcançar o objetivo de reduzir, até 2020, os impactos adversos que o uso de produtos químicos causa ao meio ambiente. O alerta foi feito durante a 4ª Assembleia da ONU para o Meio Ambiente (UNEA), evento que começou na última segunda-feira, 11, no Quênia. Diante da expectativa de que a produção mundial destas substâncias continue aumentando, é necessário adotar medidas mais ambiciosas, em todo o mundo, com urgência. Os especialistas alertam que produtos químicos perigosos e contaminantes seguem sendo liberados em grande quantidade, acumulando-se e ameaçando a integridade das pessoas e da natureza.

De acordo com o balanço referente ao primeiro bimestre de 2019, da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) foram contabilizados 420 processos com notificações e autos de infração de descarte irregular por cidadãos e grandes geradores. Esses processos incluem flagrantes e averiguação de denúncias realizadas pela população por meio dos canais de comunicação do órgão. O maior número de processos é proveniente do descarte irregular de resíduos em pontos de lixo crônicos, totalizando 261. Para colaborar com as ações que buscam coibir o descarte irregular de resíduos, o cidadão pode realizar denúncias por meio dos canais de comunicação da Slum. O atendimento é feito pela Central de Limpeza nos números 0800 082 2600 e 98802-4834 (WhatsApp).

Tartarugas mortas na Paraíba

Quarto maior produtor de lixo do mundo

O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. O país também é um dos que menos recicla este tipo de lixo: apenas 1,2% é reciclado, ou seja, 145.043 toneladas. Os dados são do estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês) que consta do relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização”. O Brasil produz 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano. Cada brasileiro produz 1 kg de lixo plástico por semana e somente 145.043 toneladas de lixo plástico são recicladas, enquanto 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular, 7,7 milhões de toneladas ficam em aterros sanitários e mais de 1 milhão de toneladas não é recolhida no País.

Sete tartarugas foram encontradas mortas na Praia do Bessa, em João Pessoa, em uma área conhecida como Caribessa no último domingo, 10. De janeiro a março, o número já chega a 80 em todo o litoral paraibano, segundo levantamento da organização não governamental Tartarugas Urbanas Guajiru. Segundo um dos voluntários da associação, Cléber Filho, existem duas causas que mais provocam óbitos de animais marinhos no estado. “As causas de morte com maior incidência no litoral paraibano são por ingestão de saco plástico e rede de pesca”, destacou. Os animais da espécie tartaruga-verde estavam presos em uma rede de pesca que foi colocada em cima de um banco de corais.

MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Aglomerados estelares

Os resultados de um estudo conduzido por astrofísicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ganharam espaço na conceituada revista científica inglesa Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Os pesquisadores identificaram três novos aglomerados de estrelas em movimento na Via Láctea e os batizaram em homenagem à universidade. Cada um desses sistemas, com diâmetro entre 13 e 19 anos-luz, reúne mais de 200 astros ligados por meio da gravidade. Um deles, registrado com o nome de UFMG 1, tem cerca de 800 milhões de anos. Já o UFMG 2 existe há aproximadamente 1,4 bilhão de anos e o UFMG 3 tem idade estimada em 100 milhões de anos. Um aglomerado é formado por estrelas que nasceram simultaneamente na mesma região, têm características físicas semelhantes e se movimentam de forma muito parecida.

Recursos naturais

O uso dos recursos naturais triplicou no mundo desde 1970, uma tendência que segue em alta e deve ser “crucial” nas políticas ambientais, segundo o Relatório de Recursos Globais apresentado em Nairóbi pela ONU Meio Ambiente. Na última metade de século, a população mundial duplicou - com previsão de chegar aos 9,3 bilhões de habitantes em 2050 - e a extração de materiais triplicou, um processo responsável por 90% da perda da biodiversidade e pela geração da metade dos impactos climáticos, segundo o relatório.


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