Edição 1015

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1998 - 2018

ANO XX - Nº 1015 - 05 A 11 DE ABRIL DE 2019 - R$ 4,00

JUSTIÇA n Braskem tem R$ 100 milhões bloqueados pelo juiz Pedro Ivens; MP e Defensoria Pública pediram R$ 6,7 bilhões n Empresa é absolvida por juíza no caso do vazamento de cloro de 2011 e vítimas condenadas a pagar custas 10

TJ ACUSA JUIZ E 3 ADVOGADOS POR CORRUPÇÃO

Corregedoria identificou venda de imóveis para menores de idade em outros estados n Jairo Xavier afirma ser inocente e vítima de perseguição por colegas de toga 6 e 7 n

MEIO AMBIENTE

IMA autua empresa por desmatar reserva do Catolé federais alagoanos

Sedet autorizou construtora Engemat a derrubar árvores sem esperar por autorização do órgão ambiental do Estado e ainda escondeu que se tratava de uma área de preservação. 11

ARSAL X SMTT TERMINAIS DE ÔNIBUS DE MACEIÓ SEM ESTRUTURA PARA RECEBER PASSAGEIROS TERIOR Funcionando no meio do mato ou em casas alugadas, eles não têm como atender moradores do interior. 14 e 15

BEBEDOURO RACHADURAS EM CASAS PROVOCAM PÂNICO NOS MORADORES Situação é similar à do bairro do Pinheiro. Tem gente que dorme com a mala pronta, temendo o pior. 8


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EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Mea culpa da Braskem

uma população superior a 30 mil habitantes, de onde se conclui não se tratar apenas de achismo a tese de que a exploração desenfreada do sal-gema pode sim ser a causa do afundamento do Pinheiro.

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- Pode ter sido distração, mas também pode ser traduzido como sinal de mea culpa a Nota à Imprensa divulgada pela Braskem na terça, 2, pouco depois de Ministério Público Estadual e Defensoria Pública do Estado anunciarem o pedido conjunto de bloqueio de R$ 6,7 bilhões dos cofres da empresa para futuro ressarcimento dos moradores dos bairros do Pinheiro, Bebedouro e Mutange.

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- Depois de se afirmar surpresa com a iniciativa de MP e Defensoria, a empresa reafirma estar colaborando com as autoridades, “seu compromisso com a sociedade alagoana e com a atuação empresarial responsável, e de seguir contribuindo na identificação e implementação das soluções”.

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- Oras, implementar soluções somente caberia a quem, de alguma forma, seja responsável pela catástrofe que se avizinha a

Perguntar não ofende

Em meio à celeuma em torno do bairro do Pinheiro e adjacências, uma ausência permanece injustificada, a do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas. IMA, cadê você?

Tchau, prêmio, tchau!

-As evidências cada vez mais fortes de que é da Braskem a responsab1ilidade maior sobre o que acontece no

Pinheiro mudaram também as relações entre a imprensa alagoana e a multinacional que tem como maior acionista a Odebrecht.

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-O reflexo maior é a suspensão neste primeiro semestre dos prêmios de Jornalismo Ambiental Octávio Brandão e de Saúde e Segurança do Trabalho. Anualmente promovidos pelo Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, ambos eram patrocinados pela Braskem.

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-E pelo andar da carruagem, muito dificilmente haverá este ano a edição 2019 do Prêmio Braskem de Jornalismo. Considerada o Oscar do jornalismo alagoano, a premiação completaria 30 anos. Nasceu originalmente sob o patrocínio do Banco do Brasil e com apoio da então Salgema Indústrias Químicas.

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- E é bom que se frise não haver qualquer dúvida, por parte de especialistas, de que o Pinheiro está afundando. A dúvida quanto ao processo de subsidência com reflexos sobre os vizinhos Bebedouro e Mutange é se ele acontece no sentido vertical ou perpendicular, neste caso em direção aos poços desativados da Braskem.

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- Dos 35 poços de extração de sal-gema da região do Pinheiro, apenas 4 estão em operação, segundo informações do Serviço Geológico do Brasil. O problema é que nem mesmo a empresa sabe a situação destes 31 poços desativados nos quais durante décadas foram despejados milhões de metros cúbicos de água mensalmente.

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- A resposta deverá ser dada pelos estudos de sonar exigidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e contratados pela Braskem à francesa Flodim.

Atuação do MP

O Ministério Público Estadual de Alagoas promove na segunda, quarta e quinta-feiras da próxima semana audiências públicas para definir seu plano de atuação. O objetivo é construir o Plano de Geral de Atuação (PGA) para o período entre 2020 e 2022 com a participação popular. A primeira audiência, dia 8, acontece no auditório da sede do MPE, no bairro do Poço. Dia 10 os debates acontecem no auditório do Fórum de Santana do Ipanema e, no dia 11, será a vez de Arapiraca sediar as discussões no Fórum da cidade. As audiências serão realizadas no horário das 9 às 13 horas.

Conciliação

A Justiça do Trabalho iniciou os preparativos para a V Semana Nacional de Conciliação Trabalhista, que será realizada no período de 27 a 31 de maio de 2019. O Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc) do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL) definiu que o dia 26 de abril será a data limite para que as partes solicitem a inclusão dos processos em pauta de audiência. A solicitação poderá ser feita por mensagem enviada para o e-mail conciliar@trt19.jus.br, pelo telefone 2121-8309 ou pessoalmente na sede do Cejusc, local-

izado no edifício anexo ao Fórum Pontes de Miranda, Avenida da Paz, nº 2076, Centro, que funciona para o público externo das 7h45 às 14h30.

Preço da omissão

Eleito em 2017 com apenas 20% dos votos dos associados, o presidente da Ademi, Júbson Uchôa, já se movimenta em busca de seu quarto mandato. Campeão em licitações de obras públicas, Uchôa tem deixado em segundo plano as demandas do setor imobiliário que se opõem aos interesses do poder público. O preço da omissão é pago pela sociedade, visto que as construtoras sempre repassam ao comprador de imóveis os altos valores de alvarás, habite-se, licenciamentos ambientais e outros custos. Empresários do mercado imobiliário defendem mudanças no estatuto da Ademi que possibilitem eleições democráticas na entidade.

Preço da mordomia

A poucos dias de completar um ano cumprindo pena em uma sala da Polícia Federal em Curitiba, com direito a TV e banho quente como nenhum outro presidiário, Luiz Inácio Lula da Silva já custou mais de R$ 3,6 milhões ao cofres públicos. O custo da “hospedagem” chega a R$10 mil ao dia, como estimou a própria PF já no ano passado. Lula custa ao mês 125 vezes a mais que qualquer outro detento no Brasil. O custo do presidiário Lula, de R$ 3,6 milhões, representa bem mais que a média de recursos destinados a obras em penitenciárias. (Diário do Poder).


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Brasil no piloto automático Atenas, Grécia – O Brasil está desgovernado. Bolsonaro ainda não sentou para discutir o rumo do país. Mas para satisfazer os seus gurus ideológicos – Trump e o Olavo de Carvalho, o astrólogo, que, pelas mensagens na rede social, parece mais um narrador de filme pornô – o capitão deixou de lado os problemas nacionais para falar de comunismo lá fora, como se isso ainda tivesse alguma importância no mundo globalizado dos negócios. Durante a campanha o capitão nunca apresentou um projeto para o Brasil. Seus programas eleitorais visavam mais ataques aos adversários do que propostas. Nas entrevistas sempre se mostrou despreparado para governar. Quase no fim do pleito foi esfaqueado e daí por diante permaneceu durante a campanha se convalescendo. Depois disso, outras cirurgias o deixaram fora de combate por um longo período antes e depois de assumir o cargo. Quando se restabeleceu não discutiu com seus auxiliares um projeto próprio de governo. Resgatou a reforma previdenciária do Temer como uma de suas iniciativas. A inércia só provocou o surgimento de governos

Exemplos

Outros presidentes militares – e até civis - já utilizaram desses artifícios e não deram certo, não houve uma interação com o povo. Não passaram de releases frios, burocráticos e enfadonhos logo abandonados. Essas coisas são feitas quando o dirigente tem medo de encarar as perguntas que considera inconvenientes dos jornalistas. É o receio de falar besteira. Aliás, nesse campo, Bolsonaro tem superado a própria Dilma, a maluquete mor.

Remando

Enquanto isso, o país rema contra a maré. Quando é questionado sobre a falta de interlocução com a Câmara dos Deputados, o capitão parece um abilolado perante a nação. Isenta-se da responsabilidade da Reforma da Previdência responsabilizando os parlamentares pela aprovação do projeto. Ainda não entendeu que o povo quer respostas urgentes para um Brasil que caminha para o caos, caso não haja uma intervenção urgente na sua economia travada que está deixando de acompanhar o mundo moderno e globalizado.

paralelos: o dos generais, o do Moro, o do Guedes, o do Onyx e o dos políticos que agem no piloto automático. Nas viagens que faz o capitão virou o mensageiro do apocalipse. Prega ao mundo o fim do comunismo e da esquerda como um pastor ideológico do obscurantismo. Enquanto isso, no seu país a maldição se acentua: o desemprego e a inflação crescem e a violência se alastra. A educação, desordenada, não funciona, o Parlamento não tem articulação e todos estão à deriva na nau dos desesperados. Situação que ele mesmo prognosticou na viagem aos Estados Unidos: “Minha missão é desconstruir”. E parece que a profecia do caos do capitão já está acontecendo. As crises só melhoram quando ele viaja. Sinal de que atrapalha quando está ao lado dos filhos governando. Criou uma “live” onde em um dia da semana presta contas, isso mesmo, presta contas, do seu governo. Parece aquele formato de comunicados do Estado Islâmico, usado na internet para reerguer e convocar voluntários para seu exército de maltrapilhos e birutas.

Facção

Auxiliares do capitão estão confundindo governo com facção religiosa ou partidária. Por isso que os fundamentalistas Vélez, da Educação, e o Ernesto, da Relações Exteriores, criaram a seita: acima de Bolsonaro só Deus. E é assim que esses dois servos bolsonaristas estão a serviço do senhor deles. É a forma que os dois serviçais encontraram para manter acesa a chama do fascismo que se espalha entre os adoradores do capitão, o seu Zeus.

Seita

Aliás, a doutrina desses descerebrados não é novidade por aí. Antes dos bolsonaristas, outra seita ficou quatorze anos no poder. Os lulistas e dilmistas também eram fervorosos fanáticos que não enxergavam o país indo para o abismo da corrupção pela convicção cega que tinham dos seus líderes. Culpavam a imprensa pelas críticas às mazelas dos seus gurus, pois a cegueira ideológica não os deixava ver o terremoto que se aproximava.

Sectários

Agora, estamos indo no mesmo caminho. Um exército de sectários age da mesma forma. Vai buscar no insepulto comunismo motivos para tanta incompetência e na ideologia de esquerda os males para o seu desgoverno. Agarra-se à multidão que os elegeu como o porto seguro para administrar uma nação sem propostas, sem ideias e sem projetos.

Pão

O político que ainda acha que o povo é idiota deve começar a ler a história do seu país. Lá, vai verificar tragédias que vão desde a ditadura militar a presidentes que se mataram ou foram destituídos do poder – e até presos. O eleitor não é bobo, não se iludam: chega de pão e circo.

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Paraguai

No Paraguai, em um evento da Itaipu Binacional, elogiou o Stroessner, o ditador mais sanguinário daquele país, que passou dezenas de anos no poder torturando e matando seus adversários até ser exilado e morrer no Brasil.

Israel

As excursões de Bolsonaro a outros países são inócuas e normalmente causam problemas internos. Nos Estados Unidos abriu as porteiras para os americanos entrarem no Brasil sem visto, sem exigir a reciprocidade. Um desastre. Na sua concepção, isso pode melhorar a nossa economia. É realmente não entender de negócios bilaterais. Foi e voltou com as mãos abanando.

Em Israel pegou uma carona na versão destrambelhada do seu ministro das Relações Exteriores e numa entrevista, como um papagaio, alimentou a tese do Ernesto dizendo que o regime nazista era de esquerda, o que foi negado pelos próprios judeus que estavam ao seu lado no Museu do Holocausto. De Israel também não trouxe nada na bagagem, com exceção da hostilidade dos países árabes por ter autorizado um escritório brasileiro em Jerusalém, terra que os palestinos dizem ser deles.

Chile

Perigo

As viagens

Foi ao Chile, país que sofreu nas mãos do Pinochet, para participar da criação de um novo organismo que iria implementar as relações comerciais sul-americanas. A Bolívia e o Paraguai não quiseram fazer parte do pacto e o resultado foi um retumbante fracasso. Além disso, ainda teve seu comportamento fascista criticado pelo presidente chileno, convicto direitista, mas que repudiou os métodos racistas do colega brasileiro.

O Brasil, que sempre conviveu harmoniosamente com os dois lados, agora precisa se recompor, pois tem que resolver duas ameaças pela frente. A primeira é impedir que os árabes deixem de comprar a carne bovina e de frango (40% do produto brasileiro é exportado para seus países), uma brincadeira de quase 10 bilhões de dólares/ano. A segunda é ficar em estado de alerta para as ameaças dos grupos terroristas palestinos, o que deixa o país sobressaltado. Como estamos vendo, em três meses de governo, Bolsonaro já superou todas as trapalhadas dos seis anos de Dilma, que parecia imbatível.


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Balcão de negócios

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o contrário do que prega o presidente Jair Bolsonaro de que o Palácio não vai servir de balcão de negócios com o Congresso Nacional, aqui no estado a coisa é bem diferente. Depois de demorar muito para escolher o seu líder do governo na Assembleia Legislativa - deputado Sílvio Camelo - o governo trabalha com a máxima de que é dando que se recebe. Com acenos por parte do Legislati-

Insatisfação

Na Assembleia Legislativa é visível a insatisfação dos deputados com o governador desde a exoneração de nomes de aliados políticos, já que preferiu priorizar os melhores cargos com a bancada federal. Camelo e possivelmente Fábio Farias, que deve retornar ao Gabinete Civil, deverão exercer muito jogo de cintura para transpor os obstáculos que têm pela frente.

Frieza

Mesmo escolhendo seu líder, o deputado Sílvio Camelo, a relação do governo com a Assembleia Legislativa não será nada fácil daqui pra frente. Existe certo ranço de alguns deputados com as atitudes do governador tomadas no ano passado.

Sufoco

Além das dificuldades de manter a máquina administrativa funcionando, o governo tem pensado seriamente nos acordos coletivos de diversas categorias que vêm por aí. Os servidores querem e exigem reajustes e não aceitam que o governo gaste milhões de reais na utilização de helicópteros e aviões e não cumpra com suas obrigações.

Ineficiência

A exemplo da Eletrobras, que foi adquirida pela Equatorial Energia, quem deve mesmo ser privatizada nos próximos meses é a Casal. Ela tornou-se um estorvo para o governo ao ser alvo de constantes críticas pela sua ineficiência.

vo de que é preciso negociar, o governador Renan Filho abre os portões do Palácio para distribuir cargos a torto e a direito. E o governo faz sem a menor cerimônia. O sucesso do novo líder na Assembleia vai depender do agrado feito por Renan Filho à sua bancada, não tão fiel como no primeiro mandato. Ou seja, o toma lá, dá cá se tornou o principal remédio contra a insatisfação dos deputados.

Emperrada

A burocracia no Detran que havia sido praticamente debelada na administração de Antônio Carlos Gouveia, o Cacá, parece que veio com força. Despachantes e usuários reclamam da demora na expedição de documentos e ainda se fala, nos bastidores, da terceirização dos serviços de vistoria.

Interminável

Com bastante atraso, os hospitais em construção ainda não têm datas para serem inaugurados, embora o governo tente sensibilizar alguns deputados com visitas periódicas às obras. O Hospital da Mulher, por exemplo, é um sonho alimentado pelo Palácio dos Martírios e uma dúvida de como irá funcionar quando estiver pronto.

Promessa

O secretário de Saúde, Alexandre Ayres, está prometendo para o final de julho a inauguração do Hospital da Mulher com toda sua capacidade de atendimento. Esforçado, o secretário é um otimista, mas não consegue resolver os graves e rotineiros problemas de alguns hospitais, a exemplo do Hospital Geral do Estado, onde praticamente falta tudo.

Definição já

Os moradores do Pinheiro já sabem que a situação no local é irremediável e exigem que o governo encontre uma solução que faça eles não perderem o único bem que possuem e conseguido à custa do esforço durante dezenas de anos. Nesse item as autoridades ainda não avançaram nada. O aluguel social não resolve na sua plenitude o problema.

GABRIEL MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.br

Paliativo

Nos protocolos discutidos até agora se abrem as possibilidades de linhas de créditos para a compra de novas residências e o aluguel temporário social. Mas os moradores irão perder suas casas e apartamentos e começar uma nova vida de dívidas? Esta solução tem que ser encontrada rápida para não acontecer uma convulsão social.

Sem explicação

Durante o período em que Fernando Collor foi candidato ao governo, a família Bulhões, especialmente o deputado Isnaldinho, marchou com a reeleição de Renan Filho. Agora, Collor está se afastando do Senado para dar lugar justamente à mãe de Isnaldo, Renilde Bulhões.

Conflito

A Arsal, que recentemente foi denunciada por suposta prática de corrução, entrou em conflito com a SMTT sobre a proibição do transporte intermunicipal em Maceió. A briga é grande, mas a SMTT acredita que esta prática do transporte alternativo vem prejudicando as empresas de ônibus.

Dois pesos

Enquanto isso a SMTT apertou a fiscalização na faixa azul das partes alta e baixa de Maceió, mas não pune como deveria os táxis que mudam constantemente de faixa, os ônibus que fazem ultrapassagem fora da faixa azul e as dezenas de caminhões que desfilam a partir das 6 horas nessas áreas consideradas de maior congestionamento da capital. No final o usuário comum é quem paga o pato pela ineficiência do órgão.

Sem chances

A possibilidade de o Partido Progressista participar do governo de Renan Filho é praticamente zero. Não existe essa possibilidade, disse um amigo de Arthur Lira, nos bastidores. Os Lira e os Calheiros são adversários e nada deve mudar daqui pra frente. O governador, entretanto, evita confrontos, pois deve precisar de Arthur para chegar junto ao governo de Jair Bolsonaro.

Independência

O deputado Arthur Lira, líder de um bloco de mais de 150 deputados, tem mantido uma postura de independência no governo federal. Na Reforma da Previdência ele decidiu retirar dois pontos do texto, “que trata de forma igual os desiguais e penaliza quem mais precisa”, no caso “os trabalhadores rurais e Benefício da Prestação Continuada que tem um estado de miserabilidade comprovada”.

Pra baixo

Padre Eraldo, o prefeito de Delmiro Gouveia, não anda num bom momento político. Somente esta semana foi alvo de mais oito denúncias, principalmente sobre supostas irregularidades e ilicitudes em diversos procedimentos licitatórios. As denúncias foram enviadas à Câmara de Vereadores por Antônio Mário Cavalcante Silva, que pede providências contra o prefeito.

Obras no Dique Além de adotar medidas para enxugar a máquina administrativa e manter seus compromissos em dia, o prefeito Rui Palmeira, paralelamente, acelera o início das obras do Dique Estrada, que deverá se tornar um novo cartão postal da cidade de Maceió. De acordo com o secretário de Infraestrutura, Mac Lira, as obras já começaram e estão na fase de implantação e sondagem das áreas para locação dos edifícios onde serão construídas milhares de novas residências populares.


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SOB SUSPEITA

Juiz é acusado pelo TJ de manipulação judicial Esquema de Jairo Xavier Costa envolveria três advogados JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ecém afastado do Judiciário alagoano, o magistrado Jairo Xavier Costa, da Comarca de Palmeira dos Índios, é acusado de participar de esquema de manipulação de acordos judiciais. Os processos, segundo o corregedor-geral de Justiça de Alagoas, desembargador Fernando Tourinho de Omena Souza, envolveriam imóveis nos estados da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. A decisão de afastamento foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico do dia 28 de março. De um lado, a Corregedoria aponta ter evidências suficientes para encaminhar o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Do outro, Xavier Costa alega ser inocente e vítima de perseguição. Mas o nome do magistrado não aparece sozinho na denúncia. Três advogados também fariam parte do esquema: Ivan Bergson Vaz de Oliveira, Felipe de Albuquerque Sarmento Barbosa e Mário Eduardo Lemos Gontijo. Todos atuam nos processos suspeitos. Ao EXTRA, o magistrado declarou não ter proximidade de amizade com nenhum dos citados e que está sendo vítima de inveja de profissionais fracos: “Briguinha interna entre os colegas. Estou na ponta para assumir a Direção Geral do Fórum, então, com golpes baixos como estes, adiam a materialização”. De acordo com publicado no Diário da Justiça, o juiz teria acatado pedidos de adjudicação compulsória de imóveis, liminarmente deferidos, sem quaisquer elemen-

Decisões de Jairo Xavier envolvem imóveis de alto valor em outros estados tos de convicção. A ação de adjudicação compulsória é voltada para a execução de transferência obrigatória de um bem imóvel, desde que cumpridas certas condições. Na sentença da ação, é obtida a carta de adjudicação, que substitui a lavratura de uma escritura definitiva do bem em questão. Cinco desses processos tinham como advogado o ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Maceió, Ivan Bergson Vaz de Oliveira, que foi empossado em março de 2011 no governo do ex -prefeito Cícero Almeida. Um dos

EM 2012,

o advogado Felipe de Albuquerque Sarmento Barbosa foi vítima de um atentado, em Garça Torta, no bairro de Jacarecica. O veículo que ele conduzia foi atingido por diversos disparos. À época, a OAB pediu rigor na apuração do crime, uma vez que o profissional já vinha sendo ameaçado de morte.

processos que chamou a atenção das autoridades envolve estudantes menores de idade, moradoras de Campo Grande (AL), que firmaram uma promessa de compra e venda de um imóvel localizado no município de Eunápolis, na Bahia, pelo valor de R$ 250 mil. Outro caso envolve a aquisição de imóveis nas cidades de São Paulo, Santos e Guarujá, no estado paulista. A corregedoria apontou desde o uso de firma falsa, reconhecida pelo Cartório do 3º Ofício de Notas de Maceió, até contratos firmados por procurador sem comprovação devida. Esses dois casos também foram representados pelo advogado Ivan Bergson. Quando secretário de Meio Ambiente, Bergson chegou a ter seus bens bloqueados pela Justiça de Alagoas por ter concordado com a inauguração da Avenida Pierre Chalita, em 2012, mesmo sem a concessão de licença operacional. A medida, em caráter liminar, que determinou o bloqueio de R$ 15 milhões também englobava as empresas Base Empreendimentos Imobiliários Ltda. e F.P. Construções Ltda., responsáveis pela construção da via. Outros dois processos envolvem o advogado Felipe de Albuquerque Sarmento Barbosa, ex-procurador da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Alagoas. Em 2018, ele fez parte da chapa de oposição que disputava a presidência da instituição, que teria o comando do advogado Fernando Falcão. A Corregedoria Geral de Justiça afirma ter constatado irregularidades em duas ações patrocinadas por Felipe Sarmento que envolvem imóveis também no estado de São Paulo. E na maioria dos casos investigados, apesar de os imóveis envolvidos serem de alto valor havia o indeferimento do pedido de pagamento das custas sem que o juiz exigisse comprovação de impossibilidade financeira dos autores. Em 2012, o advogado Felipe de Albuquerque Sarmento Barbosa foi vítima de um atentado, em Garça Torta, no bairro de Jacarecica. O veículo que ele conduzia foi atingido por diversos disparos. À época, a OAB pediu rigor na apuração do crime, uma vez que o profissional já vinha sendo ameaçado de morte.


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extra Já o advogado Mário Eduardo Lemos Gontijo, segundo o site do Tribunal de Justiça, atua em processos de causas variadas, como reintegração de posse, usucapião, execuções finais, entre outros. Conforme escreveu o corregedor-geral do TJ, desembargador Fernando Tourinho, “em todos os processos reportados, o juiz Jairo Xavier Costa, em menoscabo do seu dever de ofício, deu validade a negócios jurídicos nulos, constituídos com base em documentos eivados de vícios, reconhecendo direitos e sendo agente fundamental para a concretização de práticas criminosas, que foram levadas a termo, inclusive mediante a falsificação de documentos”. Além das acusações, o juiz substituto da 2ª Vara Cível de Palmeira dos Índios, Geneir Marques de Carvalho Filho, encaminhou ofício à Corregedoria relatando irregularidades na atuação de Jairo Xavier Costa.

OUTRO LADO

Ao EXTRA, o juiz Jairo Xavier Costa também encaminhou nota pública referente às acusações. Segundo o magistrado, “tal episódio, como reportado (sem seu conhecimento) mas, através de fontes externas, pela imprensa, lhe deixou estarrecido, pois abalou seu metabolismo em face do fator surpresa, (ausência do devido processo legal), quando o Corregedor Geral, convalidou o parecer de seus juízes auxiliares”. “Tal medida vexatória e equivocada, fere os brios da constitucionalidade, posto que os motivos ali narrados ensejam pois, uma breve reflexão que culmine com a sua imediata reconsideração,

senão, vejamos: Insinuações, presunções, perseguições (não configuram provas), até porque fogem da esteira constitucional, onde as prerrogativas de um juiz são atacadas de maneira abrupta, o que faz gerar além do desconforto, um precedente negativo para um magistrado”, destacou. E frisou: “Como tenho convicção da seriedade de meus ofícios, como juiz há quase 24 anos (ainda em segunda entrância), permitome não aceitar que matérias eminentemente jurisdicionais, sejam confundidas com matéria administrativas, de modo a me prejudicar e, a impedir as pretensas promoções. O CNJ não contempla esse tipo de procedimento. Um Juiz de Direito não pode ser investigado indevidamente, na contramão do viés de nossa Constituição Cidadã, onde a LOMAN - Lei Orgânica da Magistratura Nacional, disciplina as suas prerrogativas. Esse tipo de exposição, estapafúrdia, extemporânea e insensata, merece ser rebatida”. Disse ainda que já solicitou as providências legais, com as notas de desagravo por parte da Associação Alagoana de Magistrados (Almagis), Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamagese) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).

FILHO PRESO POR FRAUDE

Em setembro de 2018, três pessoas foram presas em Penedo, durante operação que investigava fraudes em Alagoas. Entre os presos, estava o filho do juiz Jairo Xavier Costa, Jairo Xavier Costa Júnior. Os mandados de prisão

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SOFIA SEPRENY

Casa de dona Toinha (com revestimento de azulejos) nunca apresentou problemas estruturais, mas desde o ano passado é constante o surgimento de rachaduras

BAIRRO CONDENADO

Rachaduras em imóveis de Bebedouro se intensificam

Moradores cobram mesma atenção dada a quem reside no Pinheiro SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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impacto dos problemas de subsidência do bairro do Pinheiro aumentou ainda mais. Moradores do Bebedouro agora sentem na pele a mesma sensação de medo e angústia– talvez de diferentes dimensões – que os moradores do bairro do Pinheiro estão sentindo desde o começo da problemática Célia Caroline tem 21 anos e nasceu na mesma casa que mora até hoje no Bebedouro, na Rua Dr. Antônio Nunes Leite. Ela conta que apesar do Pinheiro estar no foco do problema há mais tempo, quem reside no Mutange e Bebedouro está sendo afetado na mesma proporção. Em dezembro do ano passado, o município de Maceió já havia decretado situação de emergência nos três bairros da capital - Pinheiro, Mutange e Bebedouro, mas parece que a calamidade pública decretada na última semana fez com que moradores

percebessem realmente a intensa batalha que estão prestes a enfrentar. A família de Célia por exemplo, que é estudante de Engenharia e mora com os pais e com primo, já havia percebido as fendas se espalharem pelas paredes do imóvel, mas só com a confirmação de que a área também estaria condenada é que se deram conta de todo o estrago já presente na residência. “Entre a parede e a janela da casa, uma fissura foi aberta. Sem saber da dimensão do problema, o buraco formado foi tampado. Poucos meses depois, abriu de novo, e ainda ficou maior”, relata a universitária. A quantidade de rachaduras espalhadas pelas residências do Bebedouro é chocante. Casas bem estruturadas, umas modernas, outras nem tanto, sofrem do mesmo mal que afeta o bairro vizinho. “Quando chove ninguém dorme; já acordo chorando, pensando que o teto vai cair na minha cabeça. Minhas roupas es-

tão em uma mala, para que se algo aconteça de repente, eu saia e leve algumas peças, pelo menos”, relata Célia. Na casa dela, a cozinha foi toda reformada recentemente, mas com todo os caos, as obras pararam e o pai disse que não investirá mais nenhum capital na residência. Além disto, em parte do imóvel funciona uma lanchonete que também entrou em reforma, mas não pôde ser finalizada, após os problemas de instabilidade do solo. “A gente chegou a sentir o tremor no ano passado, mas nem podíamos imaginar. Só depois, com o tempo, fomos notando as rachaduras, consertando-as, mas nada adiantou. A casa é enorme, é própria. Meus pais moram aqui há trinta anos. Como vamos sair de uma casa deste tamanho para um apartamento? Com aluguel social? Ninguém quer sair da sua casa para começar a pagar aluguel”. Antônia Guedes Farias, conhecida como Toinha, tem 87 anos e mora no Bebedouro há 70 anos. Com ela mo-

ram mais 4 pessoas, entre elas, sua filha Edivanilda Guedes de Farias, 55 anos. Para Edivanilda não há dúvidas de que todos terão que deixar o imóvel. “A casa está repleta de rachaduras, com piso oco. Antes mesmo do decreto de calamidade pública eu já havia pedido que averiguassem minha casa, e um engenheiro conhecido já tinha me adiantado que o imóvel estava cedendo, e que teríamos que deixá-lo”, relatou. Ela conta que a expectativa, o pânico e o medo moram com eles”. Não é fácil, dormir, o dia-a-dia. Minha mãe tem 87 anos, ela é minha prioridade. Como vou tirar ela da casa em que morou a vida inteira, sem saber para onde levá-la? Não é fácil você pegar uma pessoa idosa e tirar ela da zona de conforto. E o prejuízo não é só material, é afetivo, é sentimental. Bebedouro é um bairro histórico, a vizinhança toda se conhece”, desabafa Edivanilda. Toinha, ao mostrar todas as fendas do imóvel se limitou a dizer: “Querer sair eu não quero. Mas o que posso fazer? Se tiver que sair, eu vou ter que sair”. Para sua filha, independente de qualquer indenização – que não se sabe quando nem quanto poderá sair – nenhum dinheiro no mundo paga os atuais prejuízos. “O problema já existiu, já fez mal a muita gente. O que está sendo rompido, nossas lembranças, nunca será possível recuperar, mas pelo menos acredito no poder da justiça, e espero por soluções, para que se traga um pouco de alí-


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Pedido para bloquear contas da Braskem não traz esperanças para moradores

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a última terça-feira, 2, o Ministério Público de Alagoas e Defensoria Pública do Estado anunciaram ter pedido na Justiça o bloqueio de R$ 6,7 bilhões da mineradora Braskem. Apesar de não terem em mãos o laudo oficial, MP e Defensoria afirmam que as evidências estão claras e mostram a responsabilidade da empresa quanto à problemática que vem atingindo os bairros da cidade. Contudo, a ação não tranquilizou os moradores dos bairros atingidos. “Apesar dessa solicitação de bloqueio de contas da Braskem, mesmo que este valor seja liberado, os primeiros a receber serão os moradores do Pinheiro, que já estão cadastrados. Aqui eles ainda estão fazendo visitas”, pontuou Célia, do Bebedouro. “As famílias terão que se virar de qualquer forma, tendo condições ou não. Ninguém quer pagar para ver a tragédia que pode acontecer. Se está condenado ninguém quer ficar esperando o pior acontecer”, finalizou. Ela pontuou ainda que caso alguma indenização seja liberada, será um processo demorado e os valores de aluguel que estão na iminência de pagar a partir de agora sairão do próprio bolso. “Passa de R$2.500, R$3 mil. Isso sem IPTU, sem água, e assim por diante”. Maurício Mendes, residente do Pinheiro, diz que apesar desta solicitação mostrar que tem alguém brigando pelos interesses da população, ainda tem muitos passos a serem percorridos. “Ainda tem que ser aceito. É uma medida cautelar que ainda terá que esperar pelo laudo conclusivo para, aí sim, podermos ver o que realmente vai acontecer e esperar por possíveis indenizações”. Para ele é um alento ver a mobilização das autoridades. “A postura do MP juntamente com a Defensoria é louvável para com a comunidade, mas ainda assim teremos que aguardar para analisar o desfecho disso. Não podemos nos precipitar e começar a fazer planos sem que

Pai de Célia, Célio Rober-to mostra fissuras que atingem o imóvel

Buraco abaixo de janela apareceu e foi tampado, mas a rachadura voltou maior

o laudo seja conclusivo. Posso até estar sendo cauteloso, mas acredito que a briga está apenas começando”. Em nota oficial divulgada também na segunda-feira acerca do pedido de bloqueio de suas contas, a Braskem afirmou que “vem, desde o início dos eventos no bairro do Pinheiro, colaborando junto às autoridades competentes na identificação das causas e que não há, até o momento, laudo conclusivo que demonstre a relação entre as atividades da Braskem e os eventos observados no bairro. A Braskem reafirma seu compromisso com a sociedade alagoana e com a atuação empresarial responsável, e de seguir contribuindo na identificação e

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ACIDENTE NA BRASKEM

Moradores lutam por danos morais há oito anos Vítimas de vazamento de cloro são condenadas a pagar R$ 2 mil em honorários e custas processuais JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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pedido do procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, para o bloqueio de R$ 6,7 bilhões dos cofres da mineradora Braskem para indenizar os moradores dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, em Maceió, reacendeu a esperança daqueles que tiveram que abandonar suas casas e reconstruir a vida fora da região. Apesar do laudo sobre os fatores que levaram à instabilidade do solo sair só no final do mês, o Ministério Público de Alagoas (MP-AL) e a Defensoria Pública Estadual se anteciparam e apontaram a empresa, ligada ao Grupo Odebrecht, como principal causadora das rachaduras de residências, vias, comércios e edifícios. Caso seja realmente a culpada, a batalha judicial entre Braskem e o povo do Pinheiro pode levar anos. Pelo menos é o que acontece até hoje com os moradores vítimas do vazamento de cloro no dia 21 de maio de 2011. Cerca de 30 pessoas da comunidade pesqueira que reside atrás da fábrica, no bairro Pontal da Barra, foram intoxicadas. Reportagens da época destacaram que o vazamento aconteceu por volta das 18h40, quando a população foi avisada do acidente por meio de alarme, que só desligou às 20h15 quando a nuvem de gás de cloro se dissipou. Susto, correira, mal-estar e despesas médicas. Parte dos moradores da comunidade humilde ainda confia na Justiça para receber indenização por dano moral. Porém, os casos que já foram julgados tiveram um resultado

de certa forma surpreendente. A moradora Silvane Maria da Silva Soares, uma das prejudicadas pelo vazamento de cloro decorrente de uma explosão no setor 225 da mineradora, levou o caso ao Judiciário alagoano no dia 7 de julho daquele ano. Também no mês de julho, mas de 2018, o caso de Silvane Maria chegou a uma conclusão pelas mãos da juíza Maria Valéria Lins Calheiros. Para a magistrada, “a quantidade de gás cloro liberada no incidente ocorrido na unidade industrial (...) não fora suficiente para provocar danos de ordem moral ou mesmo lesão física à autora. A perícia realizada na referida unidade atestou que todos os procedimentos necessários e adequados foram tomados pela ré [Braskem] com vistas a minimizar os efeitos danosos”. Segundo os autos do processo, a autora da ação pedia indenização de R$ 595 em virtude de ter passado 17 dias impossibilitada de trabalhar; indenização por danos materiais, no montante de R$ 245, relativo aos valores gastos com médico e remédios; e indenização por danos morais em valor a ser arbitrado pela Justiça. Mas, ironicamente, o “valor arbitrado pela Justiça” foi diferente. A juíza condenou a vítima ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios fixados em R$ 2 mil. Mas com uma ressalva: “Ficando a exigibilidade desta obrigação sob condição suspensiva por ser autora beneficiária da Assistência Judiciária Gratuita”. Esse processo, que está em grau de recurso, ainda tramita no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) sob o número 0031509-32.2011.8.02.0001. A última

Para juíza Valéria Calheiros, vazamento do produto químico não afetou moradores movimentação aconteceu no dia 28 de janeiro deste ano para reativação de processo suspenso. O mesmo aconteceu com ação judicial que engloba 39 moradores vítimas do cloro, esse sob número 003150847.2011.8.02.0001. Conforme perícia determinada pela Justiça, que averiguou o vazamento, o cinturão verde no entorno do complexo da Braskem funcionou como uma proteção natural para as comunidades próximas: “Desse modo, entende esta perícia, que as medidas supracitadas adotadas aliadas com a presença do cinturão verde contribuíram para a dispersão do gás e minimizaram a quantidade liberada”. Ainda de acordo com avaliação da juíza Maria Valéria, que também atua neste processo, “é indispensável mencionar que o perito atestou que a quantidade de gás cloro que atingiu a comunidade na qual os autores residiam fora insuficiente para causar danos aos moradores, senão diante de uma longa exposição, superior a uma hora”. “Cabe ressaltar, que o período de exposição ao gás cloro sequer ultrapassou o lapso de uma hora, de modo que fora insuficiente para causar maiores impactos na saúde dos autores, inclusive para afastá-los de suas atividades laborais, que, diga-se de passagem, não ficaram comprovadas nos autos”, continua. A perícia médica foi realizada por Luiz Cláudio Gomes Bastos, pneumologista em Maceió. E todos foram condenados a pagar as custas processuais, também no valor de R$ 2 mil, que foram perdoadas já que tinham direito à justiça gratuita.

BLOQUEIO DE R$ 100 MI

O juiz Pedro Ivens Simões de França, da 2ª Vara Cível da Capital, determinou ontem o bloqueio de R$ 100 milhões das contas da Braskem S/A. É a primeira decisão na ação cautelar impetrada na terça, 2, pelo Ministério Público Estadual e Defensoria Pública do Estado mas que haviam pedido que fossem bloqueados R$ 6,7 bilhões com o intuito de assegurar o pagamento de indenizações às quase 30 mil famílias residentes no Pinheiro, Bebedouro e Mutange. Na decisão, divulgada ontem à noite, o magistrado deu prazo de cinco dias para que a empresa se manifeste. No entendimento do Ministério Público e da Defenssoria, há fortes evidências de que a mineradora é a responsável pelo afundamento do bairro do Pinheiro, com reflexos sobre os vizinhos Bebedouro e Mutange.


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MEIO AMBIENTE

IMA autua construtora Engemat por desmatar reserva do Catolé Sedet agiu de má-fé e ursurpou competência do órgão ambiental JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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empresa Engemat, que ganhou aval da Prefeitura de Maceió para desmatar área da Mata Atlântica, localizada parcialmente na APA do Catolé e Fernão Velho, foi autuada pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA). Técnicos das gerências de Fauna Flora e Unidades de Conservação e de Monitoramento e Fiscalização estiveram na região e constataram irregularidades após denúncias de moradores. Segundo manifesto técnico do IMA, a construtora estava usando o fogo para a supressão de vegetação da mata nativa em uma área aproximada de 2,51 hectares, inclusive entre a linha férrea e estrada carroçável. Historicamente, de acordo com registros do IMA, não é a primeira vez que a área em questão sofre intervenções com o intuito de estabelecer uso do solo para fins habitacionais. “Os registros informam que a área pertencia à Reycon Engenharia, que já solicitou licença para implantação de condomínio, sendo negada devido a impedimentos ambientais, técnicos e legais da área pretendida”, destacou a nota expedida no dia 28 de março. A área cedida para desmatamento pela prefeitura, em 2013, já tinha sofrido invasões de grupos ligados a movimentos sociais que desmataram grande parte do terreno, instalando barracos e demarcando lotes. Conforme o Instituto, as pessoas foram retiradas da área, sendo que desde 2014 até o presente

Fiscalização do IMA constatou que área está sendo devastada para dar lugar a residenciais sem autorização do órgão momento a mata encontrava-se em processo de regeneração natural da vegetação que havia sido suprimida, inclusive com a implantação de cercas pelo proprietário, não havendo registros de novas interferências no local até o momento. Cinco anos depois, a área encontra-se sob responsabilidade da Engemat, onde foram implantadas placas tipo outdoors com a identificação de futuros empreendimentos residenciais que se instalariam no mesmo local das intervenções anteriores e, ainda prolongando-se para além deste, no sentido das áreas mais preservadas. Após constatação das irregularidades, o IMA encaminhou nota para o Ministério Público Estadual (MP/AL). O uso do fogo é permitido em determinados casos, principalmente para atividades agrossilvopastoris, entretanto está prevista dentro de

uma legislação específica e que determina o que é permitido, a chamada queima controlada. No local foram encontrados indícios de que houve a supressão das árvores com troncos mais largos e o restante foi queimado. Segundo Epitácio Correia, gerente de Fauna, Flora e Unidades de Conservação do IMA, o auto determina uma multa no valor de R$ 32.018,54, por ser considerada uma infração grave, conforme a Lei Estadual 6.787/2006. A Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) de Maceió, que concedeu a autorização de desmatamento para a empresa, teria tentado enganar o órgão ambiental. É o que alegou o IMA: “Nas iniciais do processo, o oficio de encaminhamento Sedet, solicitava a análise e posteriormente fosse emitida a autorização de

supressão. Em nenhum momento fora citado a Unidade de Conservação APA do Catolé Fernão Velho como área objeto da intervenção”.

IMPORTÂNCIA

A APA do Catolé e Fernão Velho possui uma área de 5.415 hectares, que abrange os municípios de Maceió, Satuba, Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco. Conforme o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), a Unidade de Conservação foi criada pela Lei n°. 5.347/1992, com o objetivo de preservar as características dos ambientes naturais. A área tem considerável importância abrangendo também remanescentes da Mata Atlântica e é detentora de um rico manancial que abastece 30% da cidade de


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CONCURSO DA POLÍCIA MILITAR

Governador deixa de convocar 469 candidatos aptos de 2017 Defensoria Pública entra na briga e pede anulação de cláusula do edital BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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governador Renan Filho (MDB) ainda não convocou 469 aprovados no concurso da Polícia Militar realizado em 2017. Homens e mulheres considerados aptos para exercer a profissão por serem aprovados em todas as etapas, lutam para serem convocados pelo governo do Estado. Embora o edital não especificasse uma reserva técnica, uma promessa realizada pelo governador durante sua campanha à reeleição em 2018, levantou mais uma vez a hipótese da convocação. “Os 469 que sobraram, desde o início procuram o governador Renan Filho que sempre demonstrou muito interesse em nos convocar, inclusive confirmou a convocação a alguns aptos quando os encontrava em eventos e em uma entrevista em uma rádio, mas após as eleições ele mudou muito seu posicionamento”, relatou Walisson Ribeiro, um dos aprovados. Durante a posse do ex-deputado federal Ronaldo Lessa à frente da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), na primeira semana de março, foi informado pelo governador, aos representantes do grupo, que o Estado não tem condições de convocar por conta de uma decisão judicial do Superior Tribunal de Justiça concedida em favor da reserva técnica dos aprovados em 2006 que o obriga a convocá-los antes dos demais. A informação é questionada pelo grupo, pois os números não batem. Durante um dos inúmeros eventos que os representantes do movimento acompanharam o governador foi revelado que aproximadamente 900 estariam nessa reserva, mas duran-

te um programa de TV, Renan Filho disse que pouco mais de 100 pessoas precisavam ser convocadas por causa da tal decisão. “Vamos acabar com essa coisa de reserva em Alagoas, porque reserva é só um instrumento de pressão para um novo concurso. No último concurso ficou um time de 469 pessoas que foram denominados como aptos e nós vamos convocá-los”, disse o governador em entrevista a uma rádio. Entre as queixas dos aptos está o alto custo com o processo até a fase final de todas as etapas. Os aprovados também se queixam sobre a abertura de um novo concurso para preenchimento de 500 vagas em 2018, sendo que nem os 469 aprovados em 2017 e nem os da reserva técnica de 2006 chegaram a ser convocados. “Ele lançou o concurso de 2018 de 500 vagas, antes da eleição, já sabendo que havia sobrado 469”, explicou Walisson para quem ele e os demais foram usados como objetos na campanha de reeleição. CLÁUSULA DE BARREIRA No último dia 18, o defensor público do Núcleo de Direitos Coletivos e Humanos da Defensoria Pública do Estado (DPE/AL), Othoniel Pinheiro Neto, ingressou com ação civil pública solicitando ao judiciário a anulação, por inconstitucionalidade, do item 10.5 do Edital nº 01 – Polícia Militar, de 28 de julho de 2017, que estabeleceu a cláusula de barreira e considerou como aprovados somente os candidatos classificados dentro das mil vagas previstas no edital. Para a Defensoria, a cláusula, que foi estabelecida somente após todas as etapas do certame e eliminou 495 candidatos, está em desacordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema e fere o princípio da proporcionalidade. Segundo o defensor público, a eliminação por cláusula de barreira é reconhecida pelo STF, no entanto, seu estabelecimento deve acontecer entre as etapas do concurso e jamais

Vamos acabar com essa coisa de reserva em Alagoas, porque reserva é só um instrumento de pressão para um novo concurso. No último concurso ficou um time de 469 pessoas que foram denominados como aptos e nós vamos convocá-los.

Durante campanha à reeleição, governador prometeu chamar os candidatos aprovados em 2017

RENAN FILHO Governandor de Alagoas

após encerradas todas as etapas do certame. “Tais candidatos foram aprovados em testes físicos e psicológicos e gastaram um volume muito alto de recursos financeiros para a realização das avaliações médicas das condições de saúde física e mental. Considerar aptos a ocuparem os cargos públicos somente aqueles aprovados dentro do número de vagas do concurso público equivale a aniquilar o cadastro de reserva de todos os concursos públicos”, comenta. Além disso, o defensor afirma, ainda, que a barreira feriu o princípio constitucional da proporcionalidade, uma vez que fere todos os requisitos para que a medida restritiva esteja em harmonia com o diploma constitucional: necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido estrito.

Procurada, a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas (Seplag-AL) informou que embora esteja previsto no edital a inexistência de cadastro reserva e a convocação tenha seguido o número de vagas dispostas no certame, o Governo de Alagoas vem realizando estudos necessários, por questões técnicas e administrativas, relacionados à pauta dos aptos do concurso em questão. “A Secretaria do Planejamento ressalta, entretanto, que o Estado vem se empenhando em realizar, anualmente, concursos para a área da Segurança em Alagoas, no intuito, justamente, de reforçar o efetivo e abrir mais oportunidades para as pessoas que anseiam entrar para o funcionalismo alagoano”, conclui a pasta.


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DESAPARECIDOS

Duas mil pessoas “somem” em 5 anos

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MP coordena sistema para localizar vítimas e esclarecer casos SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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esde 2018, 603 registros de pessoas desaparecidas foram feitos em Alagoas. Para diminuir este número, e obter um controle dos casos já solucionados, a promotora de Justiça Marluce Falcão adotou em Alagoas um sistema já utilizado em outros locais no país, o Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), do Ministério Público brasileiro. Segundo ela, o desaparecimento de pessoas é um fenômeno crescente e que merece a atenção do Estado. Em Alagoas, essa atenção está sendo efetivada por meio do Programa de Identificação e Localização de Desaparecidos do Ministério Público de Alagoas (Plid/AL-Sinalid). O Plid é uma rede construída com órgãos públicos - federal, estadual e municipal - imprensa, sociedade civil, universidades e faculdades e capitaneada pelo Ministério Público Estadual. “Desde o início das atividades do programa, em maio de 2018, foram constatados aproximadamente 2.000 casos de pessoas desaparecidas por desaparecimento forçado - casos que envolvem ação policial, do crime organizado, tráfico de pessoas e tráfico de drogas - involuntário e/ ou voluntário, além dos casos de pessoas que são acolhidas nos albergues e unidades hospitalares, as quais se perdem ou não sabem informar o contato de seus familiares, em razão da idade ou deficiência mental, o que acontece principalmente com crianças e idosos”, afirmou Marluce Falcão, também coordenadora do programa em Alagoas. Além destes registros, segundo a promotora, existem os casos de achado de cadáver sem identificação e de subnotificação, aqueles casos de pessoas desaparecidas em que a família não fez o Boletim de Ocorrência. De acordo com a promotora, a situação preocupante é o desconhecimento sobre os graus de resolução dos casos. “O que alarma são os números conhecidos oficialmente sem apuração, que envolvem principalmente o desaparecimento de crianças e adolescentes. Mas todos estão sendo revistos e diligenciados com

prioridade, um a um”. Para que se crie uma estrutura capacitada, segundo a promotora, é necessária a efetiva atuação de autoridades policiais e da Perícia Oficial, sensíveis ao fenômeno do desaparecimento e suas consequências no meio social e familiar. “O fenômeno do desaparecimento é algo imprevisível, mas pode se adotar condutas preventivas, principalmente nos casos de crianças, adolescentes e idosos. A atuação dos órgãos de comunicação é muito importante para isso, além campanhas preventivas, uma das estratégias planejadas pelo programa em Alagoas”. Além disto, um observatório de Direitos Humanos será criado no âmbito do Ministério Público Estadual, para identificar as causas do desaparecimento, através de um estudo científico acerca do fenômeno do desaparecimento no estado de Alagoas. “Essa estratégia irá cooperar além de tudo, com a comunidade acadêmica do estado”. A recente Lei 13.812/2019, que institui a política nacional de busca de pessoas desaparecidas, reforça a busca imediata de crianças e adolescente, conferindo atribuições ao Conselho Tutelar, que deve atuar e acompanhar imediatamente o caso noticiado. Entre os registros atualizados diariamente pelo Sistema, 488 foram registrados em 2018 e 103 em 2019, deste total 30,85% são representados por crianças de 12 a 17 anos. Com o registro, todos os desaparecimentos fazem parte de um banco de dados nacional, que pode ser acessado por todos os Ministérios Públicos do Brasil. De acordo com Marluce Falcão, outros 1816 Boletins de Ocorrência dos últimos cinco anos estão sendo reanalisados para serem inseridos no sistema nos casos onde as vítimas permanecem desaparecidas. “Ressaltamos a importância dos pais ou responsáveis autorizarem a divulgação de fotos da criança e do adolescente desaparecido na mídia

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Dados apresentam o percentual por gênero, idade e cor de pele (Fonte: Sinali MP) e redes sociais, o que poderá ser feito perante a autoridade policial, Conselho Tutelar ou perante o Ministério Público”, finalizou a promotora.

Ressaltamos a importância dos pais ou responsáveis autorizarem a divulgação de fotos da criança e do adolescente desaparecido na mídia e redes sociais, o que poderá ser feito perante a autoridade policial, Conselho Tutelar ou perante o Ministério Público. MARLUCE FALCÃO

Promotora de Justiça

COMO PROCEDER Em caso de desaparecimento de crianças e adolescentes, de acordo com a coordenadora do programa, a família deve imediatamente comunicar o fato à Polícia Civil, efetivando um Boletim de Ocorrência, pois a Lei do Estatuto da Criança e do adolescente (ECA) determina a busca imediata. No caso da capital especificamente, o BO deve ser feito na Delegacia Especial da Criança e do Adolescente, localizada na Av. Presidente Roosevelt, Jacintinho. Após efetuar o registro, a família deve procurar o Ministério Público Estadual, na sede do CAOP, localizado na Av. Fernandes Lima, nº 1018, no bairro Farol, ou na sede das Promotorias da Capital, no Barro Duro. Em casos de interior, o Conselho Tutelar da localidade também deve ser acionado. Em outras situações, de adultos e idosos, o mesmo procedimento de registro policial deve ser adotado.


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ARSAL X SMTT

Terminais não possuem estrutura para receber mais passageiros Impasse sobre acesso de vans do interior às ruas da capital vai ser decidido pela Justiça BRUNO FERNANDES

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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estrutura do transporte público da capital não suportaria uma mudança tão drástica como quer a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), que insiste na proibição de os transportes intermunicipais complementares circularem pela cidade de Maceió. A opinão é dos próprios usuários que convivem todos os dias com as dificuldades. Poucos ônibus, muito tempo de espera, veículos considerados velhos e mal conservados e terminais rodoviários que funcionam em casas alugadas, abrigando apenas funcionários das empresas de transporte público, são apenas alguns dos problemas relatados por usuários. A portaria de número 050 publicada pela SMTT na semana passada delimita os micro-ônibus que chegam do interior do estado a deixarem os passageiros em determinados pontos de embarque e desembarque, porém o juiz Antônio Emanuel Dória Ferreira, por meio de liminar e acatando pedido da Prefeitura de Pilar, suspendeu a medida. Caso a medida que passaria a vigorar inicialmente neste sábado, 6, seja implementada, as linhas que acessam a capital pela BR-104 terão o Terminal da Forene como ponto final de desembarque. Já os veículos que chegam a Maceió vindo por Satuba, terão limite de tráfego nas proximidades do frigorífico Mafrial, na BR-316, devendo os passageiros se deslocar para o Terminal do Rio Novo ou a estação ferroviária do Rio Novo. Os transportes que chegam à capital alagoana pela AL-101 Norte, por sua vez, realizarão o desembarque próximo ao posto de gasolina localizado na via que dá acesso ao Alto de Ipioca.

Pela SMTT, usuários de vans do Litoral Norte deverão ser deixados em frente a um posto de combustível abandonado Os veículos que adentram Maceió pela AL-101 Sul, finalizarão o percurso no Terminal do Trapiche da Barra. “O terminal da Forene parece uma casa alugada e só serve para os motoristas e cobradores terem onde ficar. Não há lugar para os usuários”, reclama Mariana Mamedes, 21, que mora no Cruzeiro do Sul e utiliza o transporte com-

LINHAS

Os transportes que chegam à capital alagoana pela AL-101 Norte, por sua vez, realizarão o desembarque próximo ao posto de gasolina localizado na via que dá acesso ao Alto de Ipioca.

plementar todos os dias para ir trabalhar. Mesmo com a liminar, o EXTRA verificou os pontos mencionados na portaria, e de fato, constatou a falta de estrutura presente em todos, com exceção do Terminal do Trapiche, que foi reformado em 2016 e abriga aproximadamente 100 passageiros no horário de pico, e segundo o fiscal do local, Alexssandro Costa, conta com aproximadamente 40 ônibus divididos em sete linhas. Além do Terminal da Forene, outro exemplo é o posto de gasolina, que na verdade não é um terminal, localizado na via que dá acesso ao Alto de Ipioca. O local serve apenas de ponto para moradores utilizarem a integração e adentrar ao bairro. No local existe apenas uma pequena cobertura, poucos bancos, nenhuma segurança e fica em frente a um posto de combustível abandonado. “Deveriam pensar nisso antes de sair querer proibindo tudo. Da-

qui a pouco começa o mês chuvoso, onde acham que a população vai ficar? Tenho certeza que quando chegarmos à entrada da cidade não vai ter um ônibus lá esperando”, relata Joyce Lourenna, 20, moradora da cidade de Atalaia e que, embora não utilize com frequência o meio de transporte, conhece as dificuldades enfrentadas no dia a dia, e sabe como uma mudança poderia influenciar de forma negativa a vida dos trabalhadores. “É um desrespeito com quem mora na região metropolitana porque muita gente vai a Maceió todos os dias pra trabalhar. Além de já termos que sair de casa com muita antecedência pra tentar chegar nos compromissos na hora exata, com essa nova decisão vamos precisar sair que horas de casa, já que teremos que parar em um determinado ponto para ainda esperar um ônibus para chegar até o local? É um absurdo”, diz a jovem.


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‘Terminal’ da Forene se resume a uma casa velha alugada; moradores reclamam da precariedade do local onde funciona o Terminal do Rio novo

Outro terminal que, embora seja novo, não comportaria uma grande quantidade de passageiros é o do Rio Novo. Segundo passageiros, o local, considerado pequeno, é de difícil acesso, em tempo chuvoso fica cheio de lama, e não oferece nenhuma segurança. “A linha Ponta Verde-Rio Novo é a mais disputada aqui durante o período da manhã. Várias pessoas para pegar um único ônibus e que demora muito”, reclama a moradora Ana Lúcia. A dificuldade dos usuários do transporte urbano de Maceió não se resume à precariedade dos terminais. O não cumprimento das regras estabelecidas nos contratos de outorga entre Prefeitura de Maceió e os

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empresários dos setor é latente. Fato constatado pelo EXTRA e pelos próprios passageiros é a não renovação da frota, o quantitativo de ônibus que não é o suficiente para atender a demanda e veículos que não estão padronizados como determinado nos contratos. A empresa com maior número de reclamações de usuários é a Veleiro. Por meio de nota, a SMTT informou apenas que cumprirá a decisão judicial mas que vai recorrer da decisão da liminar. Porém, mesmo questionada pelo semanário, não informou se irá reestruturar os terminais de ônibus para os quais quer que os passageiros do interior se desloquem.

Terminal do Trapiche é o único que conseguiria abrigar mais passageiros

DIVERSOS PROBLEMAS E UM IMPASSE

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impasse entre a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e a Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsal) sobre transporte complementar intermunicipal pode causar ainda mais problemas, visto que nada foi resolvido durante reunião com representantes do Ministério Público na última terçafeira, 3. O problema surgiu, segundo a SMTT, devido a falta de fiscalização da Arsal, na cidade de Maceió. Vale lembrar que a agência conta com apenas 15 fiscais e nenhum deles atua na capital. “A fiscalização em cima dos complementares não acontece, o descumprimento é total por parte dos motoristas, não há penalidade para esses motoris-

tas por parte da Arsal. Se a SMTT for apreender todos os veículos da Arsal irregulares não sobraria nenhum”, alegou Antônio Moura, superintendente da SMTT, durante reunião na sede do órgão ministerial. “Não se cumpre absolutamente nada. Eles param em qualquer lugar, pegam passageiro em qualquer lugar e a Arsal não fiscaliza”, acrescentou. Já a Arsal alegou que nem sequer houve uma conversa para buscar soluções em conjunto: “Fomos pegos de surpresa, por isso, tivemos que judicializar”. Para a Arsal, a responsabilidade de fiscalizar os veículos da capital também é da SMTT. “Em momento algum fomos chamados pela SMTT para ter essa discussão. Existe a Região Metropolitana e, da mesma maneira que os clandestinos atuam em Maceió, também atuam nessa região. É uma problemática para todos”, afirmou o presidente da agência reguladora, Lailson Ferreira.


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Robô do bem e do mal

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oi lançado recentemente um algoritmo cujo objetivo é detectar, nas redes sociais, perfis de pessoas com depressão. A intenção é excelente. Indicado como Algoritmo da Vida, ele é capaz de identificar expressões (escrita) que indicam sintomas de depressão nas postagens públicas dos usuários do Twitter. A criação é da revista Rolling Stone Brasil. Depois que o algoritmo e a equipe confirmam o potencial do usuário em desenvolver a depressão, é acionado um perfil secreto, criado especificamente para agir com o auxílio de profissionais da saúde mental, que entra em contato com a pessoa por meio de mensagem privada, na mesma rede social. Essa tecnologia – algoritmos – que pode detectar

alguém com sinais de depressão é a mesma que pode, também, detectar pessoas com fragilidade emocional e influenciar comportamentos nos usuários das redes sociais, de acordo com quem tem as informações privilegiadas. Assim, nada melhor do que as pessoas, de vez em quando, observarem o que estão vendo em seus perfis, ou seja, quanta informação de “desconhecido” ela está lendo.

“Não quero nada”

A depressão é considerada o mal do século. Os sintomas nem sempre são claros e duas das principais características são: não ter vontade de fazer e nada não ter esperança de mudança; nada vai mudar. “Não quero nada, só quero ficar em casa e dormir. Não tenho vontade pra nada”, enfatizou uma jovem cliente. Não existe um padrão que possa ser detectado na depressão, por isso é difícil ser percebida pelos familiares e pelos amigos e colegas da pessoa. Os sintomas vão progredindo a cada dia, até chegar a pensar no suicídio como a “melhor forma” de se livrar do sofrimento. A pessoa ao cometer o suicídio quer acabar com o sofrimento, que, inclusive, pode ser um problema circunstancial. Daí a importância da psicoterapia. A pessoa vai perdendo a capacidade de se comunicar, não interage e até negligencia a higiene pessoal.

Duas ou três

SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Queixa

Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa? (Freud)

Doloroso

Muitos ainda confundem tristeza com depressão. Quando a pessoa apresenta os sintomas da depressão, eles permanecem por duas ou três semanas ininterruptas. A pessoa apresenta, também, pensamentos frequentes de tristeza, mas não sabe, exatamente o que é.

A psicoterapia é fundamental para que a pessoa possa expressar o sofrimento e busque, junto com o profissional, as possíveis alternativas para um problema, ou ressignificar um fato doloroso; que mesmo doloroso seja possível conviver com ele.

Apesar de ser, também, um sintoma da ansiedade, a insônia é outra característica frequente da depressão. A pessoa acorda de madrugada e tem dificuldades para dormir novamente.

Onde obter ajuda

Insônia constante

Difusa

“Não vejo nada que preste”

Difusa II

Ansiedade e depressão

A depressão surge com uma tristeza profunda e muitas vezes difusa, ou seja, sem motivo aparente. Mesmo que a pessoa tenha conseguido algo positivo, como um aumento salarial; ter tirado uma nota excelente na faculdade, mesmo assim ela não fica satisfeita. Esses sintomas podem indicar que esteja se instalando um processo depressivo.

É comum essa frase ser dita no consultório quando a pessoa está com depressão. O desinteresse “por tudo” que está em volta da pessoa é uma constante. Nada tem sentido. É o sentimento que mais está presente na pessoa: desesperança.

Outra característica bastante presente na depressão é irritação frequente e difusa, ou seja, sem uma razão concreta; sem um fato determinado. Muitas vezes a pessoa vai ao consultório, não diz nada e começa a chorar. Até mesmo expressar o que está sentindo é uma das dificuldades quando a pessoa está em processo depressivo. Chora e não saber por que.

Assim como as pessoas que têm ansiedade podem desenvolver distúrbios alimentares, como bulimia (apetite) e anorexia (fastio), as pessoas que têm depressão também podem apresentar o mesmo quadro, embora a anorexia seja mais frequente porque o depressivo não tem nem vontade de se alimentar.

Desesperança

Junto com a desesperança (frequente em pessoa com depressão), o desespero e o desamparo indicam que a pessoa apresenta características da depressão. São sentimentos que permanecem na vida da pessoa por um período de tempo e converge para uma depressão profunda, surgindo, inclusive, sintomas no corpo como dores e cansaço, sem ter uma causa específica.

“Ânimo pra nada”

“Não tenho ânimo para nada”. Essa é outra frase muito constante em pessoas que já desenvolveram o sintoma da depressão. Nos casos mais graves da depressão é necessário que a pessoa tenha um atendimento psiquiátrico e também psicológico.

Além de psicólogos ou psiquiatras, a ajuda também pode ser buscada junto a instituições filantrópicas ou Organização Não Governamental. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é hoje referência no atendimento por telefone. A pessoa é acolhida por profissionais que são treinados, mas apenas por telefone. A ajuda pode ser também por e-mail, chat. O número 188 está disponível 24 horas. O Centro de Amor à Vida (CAVIDA) também é uma ONG que pode ajudar pessoas que apresentam sintomas da depressão, e, principalmente, quem tentou o suicídio. O atendimento é presencial. Telefone 9.8879-2710. Existe também o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que pode ajudar as pessoas que estão tendo algum tipo de sofrimento psíquico. Tem um exclusivo para pessoas que fazem uso de drogas e um, exclusivo, para crianças e adoles-

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com.


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Os equívocos do senador

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senador Rodrigo Cunha desenha para o seu futuro político um mandato bem aquém do que esperavam seus milhares de eleitores alagoanos (inclusive eu). No Senado é um “estranho no ninho”, desconectado de articulações e sem visibilidade mesmo entre seus pares. A imprensa o desconhece e não o procura por falta de uma pauta séria e importante para abordar. A titulo de provocação me dizia um colega jornalista no “cafezinho do Congresso”. – “Esse seu senador teve o destino a seu favor, mas sua vocação para o Senado é equivocada. Seu mandato jamais terá qualquer expressão”. Espero que ele esteja errado, mas não discordei. Como a maioria dos políticos alagoanos, tenta aparecer com fingida preocupação com a questão do bairro do Pinheiro, mas na verdade a busca mesmo é pelo espetáculo midiático e o falso afago às angustias dos eleitores moradores do bairro. Promoveu uma “audiência pública” em uma das comissões do Senado cujo evento reuniu praticamente técnicos e vereadores

alagoanos que passaram dez horas discutindo “o sexo dos anjos”, quando a mesma reunião poderia ter sido realizada em Maceió, sem despesas caras de passagens, hospedagem, alimentação e diárias, sem o menor sentido. Mas o importante era aparecer na TV Senado, mostrando o nada para o país e especialmente para os alagoanos. Agora aparece o mesmo Rodrigo Cunha com nova invenção midiática de trazer para ver de perto a situação do bairro membros da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor. Em princípio se equivocou na escolha da comissão, que em nada vai ajudar na solução do grave problema, depois faz com que o Senado patrocine mais um tour desnecessário para que senadores venham “passear” em Maceió e se encantar com nossas belas praias e provar da gastronomia alagoana. Talvez até passem pelo Pinheiro e lamentem a situação daqueles que perderão seus patrimônios e têm suas vidas ameaçadas.

Pinheiro sob controle

Qualquer político que se manifeste sobre a situação do Pinheiro está mentindo ou querendo ganhar votos. A situação é grave mas os controles estão atuantes tanto por parte do governo do Estado como da Prefeitura de Maceió. Os resultados estão avançados e até o final do mês teremos então o anúncio das causas e consequências da lamentável tragédia para muitas famílias que estão desabrigadas e para tantas ameaçadas. O resto é sujo jogo de cena de quem não tem projetos para ajudar Alagoas a se desenvolver. É vergonhosa a postura da maioria dos políticos alagoanos que apostam no pior para aparecer como os salvadores. É preciso que todos nós a cada eleição reflitamos sobre o equivoco do voto dado em momento de emoção e passemos a votar com a razão.

E viva o futebol

Enquanto os hospitais estão “à beira da morte”, pessoas morrendo por falta de atendimento médico, carência de medicamentos, escolas caindo aos pedaços, merenda escolar de péssima qualidade, delegacias de polícia em estado precário, professores mal pagos e sem condições de trabalho, funcionalismo público tratado com desrespeito e os alagoanos alimentados com noticias mentirosas sobre “desenvolvimento e melhorias”, o governador Renan Filho e sua “entourage” faz aparição provocativa anunciando grandes obras para restauração do Estádio Rei Pelé, para torná-lo competitivo com as demais arenas esportivas do país. Lá esteve o governador e secretários todos com largos sorrisos anunciando que “as obras estão aceleradas e serão entregues no prazo”. Ouvi de um especialista: “Mais uma mentira. Passaremos mais uma decepção, pois o estádio não será concluído em tempo para as partidas iniciais”. Muita irresponsabilidade.

Decisão que atrapalha

No entender do juiz Antônio Emmanuel Dória Ferreira, da 14ª Vara Cível da Capital, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) não teria competência para estabelecer a delimitação de acesso dos transportes intermunicipais ao Centro de Maceió e suspendeu a decisão que tem como objetivo disciplinar o caótico trânsito da cidade e dar regularidade a uma atividade totalmente descontrolada. Em sua equivocada decisão o magistrado atribui à Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsal) a competência para a ação. Sabe-se que a Arsal não consegue cuidar nem de suas competências naturais, pendurada em uma administração caótica e recheada de suspeitas de toda ordem, não tem capacidade operacional e ela mesmo deixou o setor se transformar em um amontoado de desorganização em prejuízo do transporte intermunicipal. Por desconhecer o problema a fundo o juiz colabora para que mudanças eficientes deixem de ser realizadas em prejuízo do ordenamento do trânsito da capital. Esses caras pensam que podem tudo.

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PEDRO OLIVEIRA n pedrojornalista@uol.com.br.com

Para refletir: “A Braskem deveria ir se preparando e guardando muito dinheiro. Não para comprar a imprensa, como sempre, mas para indenizar as vitimas do Pinheiro”. (De um leitor)

Pacote anticrime Uma alagoana no Senado Suplente do senador licenciado Fernando Collor, tomou posse esta semana a senadora Renilde Bulhões. — Na condição de mulher e sertaneja reafirmo meu empenho em servir a minha terra. Diariamente vou continuar a me dedicar para corresponder às expectativas do povo alagoano — prometeu a senadora, que deverá permanecer no cargo por 120 dias, durante a ausência de Fernando Collor. Médica obstetra, Renilde Bulhões dirigiu um hospital por cinco anos. Também foi prefeita do município de Santana do Ipanema (AL) por dois mandatos consecutivos, de 2005 a 2012, tendo assumido cargos na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e na Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Atualmente exercia o cargo de secretária de Governo na gestão do prefeito Isnaldo Bulhões, seu marido, também em Santana do Ipanema. É mãe do deputado federal Isnaldo Bulhões Junior.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em momento de trégua com o ministro Sérgio Moro, admitiu que o pacote anticrime pode ir direto ao Plenário, sem passar por comissão especial, se isso for o consenso entre os líderes. No momento, as mudanças na legislação penal e processual penal estão em um grupo de trabalho que tem 90 dias para sistematizar tudo. “As mudanças serão votadas quando estiverem prontas”, afirmou Maia. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, havia manifestado preocupação quanto ao atraso na votação da proposta anticrime enviada por ele. Mas a coordenadora do grupo de trabalho, deputada Margarete Coelho (PP-PI), disse que a análise prévia vai acelerar a tramitação. “Esse grupo de trabalho não tem qualquer interesse protelatório. Na verdade, nós estamos ganhando tempo. Nós estamos adiantando o debate, amadurecendo as propostas para que o Plenário possa votar com segurança. O ministro Alexandre de Moraes citou a criação de varas especializadas em combater o crime organizado como uma das medidas necessárias. “Hoje o combate é feito comarca a comarca, cada juiz na sua comarca. E o crime organizado não é municipal e não é só intermunicipal. Ele é interestadual e internacional. A ideia é a criação de varas regionalizadas, que peguem toda uma região, várias cidades onde o crime atua; e todas interligadas no sistema de produção de inteligência para facilitar o trabalho da polícia”.


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04 de abril e contando...

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ssistimos entre chocados e horrorizados ao verdadeiro circo de terror a que está submetida a população do Pinheiro. E agora também adjacências, como ficamos sabendo recentemente por técnicos do CPRM que trabalham na região, já que autoridades dos executivos estadual e municipal sonegaram a informação à sociedade até a undécima hora sob as mais diversas formas de diversionismo. E que, de maneira transversa, insistem com a patranha de minimizar o nefando evento que está a corroer as entranhas daquelas áreas sem que praticamente nada de efetivo tenha sido feito de efetivo até o momento. Muito ao contrário. Cadê o plano diretor de intervenção na área? Cadê o plano de evacuação da nova região identificada pela CPRM (o problema agora se sabe, não se circunscreve apenas ao Pinheiro, mas avança nas franjas de Bebedouro, bairro do Calmon, por todo o Mutange e em parte do bairro do Bom Parto até próximo do Cepa, no Farol,

daí indo até a entrada da Avenida Rotary). Cadê os recursos para atender (não mera centena de pessoas como hoje, mas a todas as cerca de 50 mil pessoas) com o famigerado auxílio-moradia? O período das chuvas já começa. Por que as pessoas das “antigas” áreas vermelha e amarela ainda estão na área? E para onde irão as 50 mil pessoas da área afetada no caso de evacuação? Que estudos foram realizados para se compreender como a cidade irá absorvê-los? Existem 15 mil imóveis de aluguel para dispor para essas pessoas? E o fatal aumento dos preços dos terrenos e dos aluguéis? Quais as iniciativas tomadas para a realocação definitiva das pessoas ou, o que seria mais simples, indenizar os proprietários dos imóveis? Quem vai bancar isso? Afinal, no limite, estamos falando de 2,2 bi de reais (avaliando grosseiramente em 150 mil reais cada imóvel, quando sabemos que ao menos 40% deles valem 5 vezes mais)...

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antas foram as notícias ruins para os moradores do Pinheiro que, infelizmente, muitos já abandonaram o bairro, preocupados com suas famílias e consigo próprio. Coisa paradoxalmente natural ante os pregões das cassandras do apocalipse, nesse grupo incluídos autoridades da Defesa Civil, políticos, mídia e os habituais irresponsáveis apregoadores de fake news. Perdoem-me a acidez, mas a quem está vivendo as angústias do bairro pode-se permitir um pouco – ou muito – de causticidade. Malgrado isso, jamais perdi a esperança de que autoridades responsáveis haveriam de aclarar a situação. Lamentavelmente dentre esses não posso incluir o prefeito, e muito menos o governador. O primei-

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ELIAS

FRAGOSO n Economista

O que está sendo feito para medir o impacto de tal evento na fragilíssima economia local dependente em quase 50% do “empresário” governo? Querem saber a resposta ou já “adivinharam”?!... Mais uma vez louve-se as iniciativas do MP local (e da Defensoria) que se anteciparam e pedem o bloqueio de 6,5 bi de reais das contas da empresa que no momento se configura como um dos atores do problema. O silêncio ensurdecedor do governo do Estado - que de ausente evolui célere para o de acuado

CLÁUDIO

Alvíssaras

VIEIRA

ro porque disse e não disse; o segundo porque sequer disse. Minha confiança sempre tem estado com o Ministério Público. E nisso não fui decepcionado. Ao par do relatório do procurador Antiógenes de Lira, e do intenso trabalho da comissão, também do MP, presidida pelo promotor José Antônio Malta Marques, o procurador-geral de Justiça não tem poupado esforços no agir em apoio do povo. Com satisfação ouvi o chefe do Ministério Público apregoar o ingresso na Justiça de pedido de bloqueio de recursos da Braskem, visando garantir possíveis futuras indenizações aos habitantes da área, seja no tocante ao patrimônio perdido ou diminuído; seja quanto aos danos imateriais sofridos pelos habitantes do Pinheiro.

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n Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

É preciso mais, todavia, considerando o poderio econômico da mineradora envolvida no cerne do problema, segundo indícios captados pelo Ministério Público Estadual. Claro que estamos ainda aguardando o tal relatório do serviço geológico nacional. A presença do MP na fiscalização de tal documento é absolutamente necessária à garantia da lisu-

pelo distanciamento do problema que afeta a região – é sintomático. Cadê o IMA, estatal responsável pelas licenças ambientais naquela região? Como se deram as autorizações de lavra? E os relatórios de acompanhamento técnico de exploração das minas? Quais medidas de segurança foram exigidas pelo órgão às empresas do setor? Foram cumpridas? Como? Qual a efetiva expertise do órgão no tema? Possui algum especialista na área? Os documentos que originaram e registraram o histórico de sua intervenção técnica na liberação das áreas e na coordenação executiva da fiscalização das empresas do segmento estão disponíveis? Onde? O IMA precisa responder essa e outras questões afetas à segurança de todos. Alagoas exige respostas cabais para essa passiva anomia política do Estado e do órgão diretamente responsável pelo gestão preventiva de problemas do segmento sal-gema. Desta feita dá para empurrar o problema para “debaixo do tapete”. É grande demais para ser escondido. Na próxima semana: e a Prefeitura?

ra, das responsabilizações e dos ressarcimentos consequentes. A intervenção de políticos em nosso favor é duvidosa, possivelmente inócua ou interesseira, mas se há algum de boa-fé, venha somar esforços, não fazer campanhas ou assustar mais a população com declarações catastróficas. Há outro respeitável órgão que precisa despertar da apatia: a Ordem dos Advogados do Brasil. Tem sido estranho para mim, inscrito como advogado há mais de quarenta anos, perceber a inércia da OAB diante da gravidade da situação do Pinheiro. Venho de outros momentos, nos quais a Ordem esteve sempre atenta aos anseios da sociedade civil. Por isso inaceitável o silêncio da entidade. De qualquer sorte, a atitude do Ministério Público Estadual, além de louvável, traz-nos maior tranquilidade no viver essa quadra de dificuldades.

Para onde irão as 50 mil pessoas da área afetada no caso de evacuação? Que estudos foram realizados para se compreender como a cidade irá absorvê-los? Existem 15 mil imóveis de aluguel para dispor para essas pessoas? E o fatal aumento dos preços dos terrenos e dos aluguéis?

Tem sido estranho para mim, inscrito como advogado há mais de quarenta anos, perceber a inércia da OAB diante da gravidade da situação do Pinheiro. Venho de outros momentos, nos quais a Ordem esteve sempre atenta aos anseios da sociedade civil.


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JORGE onde muita gente morreu, desapareceu e foi presa. Do lado dos militares - especialmente os mais antigos - e os atuais comandantes das Forças Armadas não existiu nenhum golpe, ocorreu um movimento militar em favor do povo brasileiro, com a chegada dos militares ao governo do Brasil e o restabelecimento da ordem pública. É o que dizem os dois lados da questão. Hoje, a República Federativa do Brasil, dentro do processo democrático, ou seja, por meio do voto, é dirigida, novamente, por dois militares: um capitão, no maior posto de presidente, e um general no posto seguinte, o de vice-presidente. Além disso, praticamente os demais cargos estão divididos entre civis e militares, especialmente os cargos mais diretos e ligados ao presidente. No meu modo de pensar, como presidente, o capitão vem exagerando em algumas medidas, inclusive naquelas que dependem das suas falas, muitas das vezes sem ne-

Direitos desrespeitados

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odo governo que assume no Brasil fala em economizar e quase sempre através do funcionalismo público. Corta isso, corta aquilo! Não se fala em melhorar nada. O Partido dos Trabalhadores deixou o país num buraco negro e excesso de cargos comissionados. Já ouvi dizer que estão diminuindo o número de assessores, mas querem também mexer em alguns direitos de ativos e inativos. A Previdência está cheia de devedores eternos, que nunca pagam o que devem, mas o alvo são sempre os funcionários públicos. Comecei a trabalhar no serviço público em 1958. Naquela época havia respeito por nossa categoria e os dirigentes não nos perseguiam, nem cortavam nossos salários. O tempo foi passando e no Legislativo alagoano surgiram novas técnicas de ingressar naquela Casa. Uma delas era o “enxerto”. A criatura ingressava na Assembleia como assessor e, um ano depois, estava na folha de pagamento como ativo. Tais práticas fizeram o quadro de pessoal crescer muito e algumas leis passaram a ser desrespeitadas. Os dirigentes não se preocupavam em atua-

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Mourão é o cara sse é o tipo do artigo que agrada e desagrada ao mesmo tempo a quem está fazendo a leitura dele. Se a análise for do lado de quem combateu ou se posiciona contra ao golpe militar de 1964, provavelmente não será muito bem-vindo. Se a observação for feita pelo lado de quem defende o ocorrido há 55 anos, vai entender e se colocar favorável. Como nem Jesus Cristo agradou a todo mundo, não me cabe nessa hora imaginar que estarei sendo essa unanimidade, muito pelo contrário. Só quero garantir que, seja qual for o pensamento, não estamos remexendo essa discussão, mas, apenas, lembrando para chegar ao ponto de vista em relação ao título do artigo. Inicialmente sobre o assunto registrado em 1964, podemos dizer que entre os dois lados existem controvérsias, com os partidos políticos e a classe trabalhadora definindo o 31 de março como a data em que a chamada ditadura militar aplicou o golpe,

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lizar os direitos dos servidores conforme novas normas legais estabelecidas. Um exemplo concreto do que afirmo são as férias. Passamos dezoito anos sem receber o terço de férias. Hoje, o pagamento de tal direito é aleatório, isto é, a Mesa Diretora paga a quem quer e quando quer. Poderíamos citar também o desconto previdenciário. Dependendo da idade e do estado de saúde, o valor descontado segue novos parâmetros. Para que tal atualização seja feita é preciso o servidor alertar o setor administrativo. Deveria ser automático! Há alguns anos foi criado um tal de “Redutor Constitucional”, simplesmente para cortar salários. A Justiça já mandou cancelar o artifício sujo, mas a Mesa Diretora persiste no erro. O diretor de Pessoal da ALE/AL afirma que não existe tal redutor, entretanto não é verdade. Existe sim, em vários casos. Não sei quando o Legislativo alagoano vai seguir as leis e andar pelos trilhos. São quase vinte anos de lutas na Justiça por pequenos e grandes direitos e os pobres coitados servidores pagando advogados. Recentemente o Alagoas Previdência cortou a isenção do Imposto

MORAES n Jornalista

nhum sentido de ser. Quando o general Mourão foi escolhido para vice de Jair Bolsonaro, depois que alguns políticos carreiristas abdicaram do convite, a tensão tomou conta de uma banda do país, não mais pelo candidato capitão, mas pelo vice general. A preocupação era tão grande que alguns diziam e espalhavam, novamente, a história do golpe, lembrando 1964, com afirmativas como: diga não aos militares no Poder; que o Congresso Nacional será fechado outra vez; que

ALARI ROMARIZ

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

de Renda de setenta inativos do Poder Legislativo. Não deu a menor chance de defesa antes de tomar tão séria atitude. Simplesmente cortou. Havia companheiros na UTI, outros acamados, alguns com mais de oitenta anos. Falta de respeito com a categoria! Sei que existe muita coisa errada no serviço público, mas deveriam os gestores procurar detectar os erros. “Pagar o santo pelo pecador” não é justo! O Departamento de Pessoal das repartições públicas deveria acompanhar, atentamente, o Diário Oficial do Município, do Estado e da União. Verificar as novas leis aprovadas e respeitar os direitos dos servidores. Não é

os tanques retornariam para as ruas; que as entidades de classe seriam destruídas; e outras sandices. E o que vejo hoje? Vejo, um vice-presidente general que apresenta-se como o mais inteligente e equilibrado de todos os personagens do governo. Em todos os momentos que foi obrigado a intervir, o fez com muita sabedoria e certeza daquilo que estava fazendo e dizendo, seja no comando do país em substituição ao presidente, seja nas palestras que vem fazendo em entidades e universidades, seja nas questões econômicas, políticas e de gestão. O general Hamilton Mourão ganha, diariamente, a simpatia de todos, inclusive da oposição, que se cala diante de sua fala firme e dosada entre a sabedoria e a coerência. Claro que cada um tem seu estilo próprio de pensar o Brasil. Bolsonaro, ainda meio perdido em seu estilo agressivo, é obrigado a voltar atrás em algumas ações e medidas politicamente incorretas, enquanto Mourão age como estadista, onde o cargo é muito menor do que possamos imaginar.

isso que acontece! Alguns companheiros mais interessados se preocupam com as modificações. Se não correrem atrás, alertando os dirigentes, perdem o direito. E o funcionário do setor de pessoal acha que não é obrigação dele. Vem aí a Reforma da Previdência. Corta aqui, tira dali! O Estado não aguenta! Não há dinheiro para pagar os inativos. Pergunto eu: e os descontos que fizeram em nossos salários durante mais de quarenta anos para onde foram? Voltamos a descontar para a Previdência depois de aposentados! Absurdo! Lembro-me do Ipaseal. Vivia nadando em dinheiro, construía casas, edifícios, enriqueceu muita gente. Tudo com os descontos dos salários dos servidores. De repente, descobriram que a verba não deveria ter sido aplicada de forma errada. E vieram técnicos de Brasília ensinar aos de Alagoas o tal do cálculo atuarial! E o dinheiro acabou! Enfim, não é possível que só se faça economia castigando as pessoas que trabalham e trabalharam no serviço público. Temos nossos direitos! Não é justo que paguemos por erros cometidos pelos dirigentes por mais de vinte anos. Arranjem outra saída! Deus no comando.

O general Hamilton Mourão ganha, diariamente, a simpatia de todos, inclusive da oposição, que se cala diante de sua fala firme e dosada entre a sabedoria e a coerência.

Não sei quando o Legislativo alagoano vai seguir as leis e andar pelos trilhos. São quase vinte anos de lutas na Justiça por pequenos e grandes direitos e os pobres coitados servidores pagando advogados.


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Pinheiro, do apocalipse ao renascimento

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m 3 de março de 2018 um abalo sísmico de pequena intensidade veio transformar a vida dos habitantes do bairro do Pinheiro. Este evento até então inédito em Maceió, uma vez que em Alagoas, notadamente no Agreste, desde 1954 já ocorreram 40 abalos, alguns até de maior intensidade. Uma audiência pública realizado no dia 12 de março de 2018 com participação do Crea, Clube de Engenharia, Ufal, Defesa Civil, Câmara de Vereadores e profissionais de Engenharia e Geologia produziu um documento com moções e recomendações dentre elas destaco: Criar grupo de trabalho da Prefeitura e Estado com profissionais especializados, - aliás raro, de serem encontrados no poder público pois os mais experientes já se aposentaram ou foram demitidos sem haver renovação - para junto com a Ufal coordenar os trabalhos e acompanhar a Geologia e Sísmica. Foi também sugerida a implantação de rede de esgoto sanitário

para eliminação de sumidouros, ampliação e reparação da rede de águas pluviais implantada há mais de 40 anos, utilizando-se de tubulações profundas de concreto pouco resistente a deformações do solo e método de construção inadequado à época, aliado a falta de manutenção podem estar danificadas, provocando erosões subterrâneas. Recomendou-se a adoção de normas mais rígidas em novas construções principalmente nas fundações. Ao ignorar as recomendações e moções apresentadas naquela audiência e a omissão do poder Executivo municipal criou-se um caos generalizado, levando pânico e temor de toda ordem à população, inclusive com desvalorização completa do patrimônio. A falta de um comando centralizado de procedimentos e comunicação ajudou de forma generalizada a proliferação de falsas e alarmantes notícias que se propagaram com a rapidez de rastilho de pólvora, deixando os moradores em

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ALOÍSIO

FERREIRA n Engenheiro civil e presidente do CEA

polvorosa. As boas notícias como sempre não chamam atenção, têm pouca divulgação na sociedade. A evacuação dos bairros do Pinheiro Mutange e Bebedouro nos causa preocupação, pergunta-se quem vai indenizar o patrimônio dos moradores, onde alojar esta população em condições similares à existente no tocante a qualidade de vida, transporte, serviços púbicos e a histórias de vida. Cidades como México, Santiago, Tóquio e Los Angeles, das mais populosas do mundo, convivem com terremotos e nenhuma delas foi evacuada, até porque não teria para onde ir

tanta gente. A engenharia e seus profissionais prepararam estas cidades para sobreviver a eventos extremos com obras excepcionais. Aqui em Maceió após o despertar do poder público, brilham os olhos como solução: construir um novo conjunto habitacional devastando áreas verdes ou levando a população para Rio Largo, Satuba? Dentre as possíveis causas da subsidência do Pinheiro, antes do relatório conclusivo, duas certezas, a primeira é a existência de falhas geológicas milenares no nosso subsolo e a segunda é que a água pode acelerar o processo de afundamento ao tornar o solo mais fluido, provocando possíveis deslocamento entre as falhas. Como se sabe disso há um ano pergunta-se: por que não se preparou em caráter emergencial uma solução mesmo que provisória para as águas pluviais, recomendado na primeira audiência pelos os técnicos alagoanos e corroborada pela CPRM no tocante às falhas geológicas e o efeito da água como indutor do processo. A verdade é que prevaleceram os arautos do apocalipse face a inércia do governo superando as propostas de recuperação e renascimento.

A evacuação dos bairros do Pinheiro Mutange e Bebedouro nos causa preocupação, pergunta-se quem vai indenizar o patrimônio dos moradores, onde alojar esta população em condições similares à existente no tocante a qualidade de vida, transporte, serviços púbicos e a histórias de vida.


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Crédito consignado

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s instituições financeiras terão que esperar seis meses para começar a oferecer crédito consignado para novos aposentados do INSS. A regra começou a valer essa semana. Com a medida, novos aposentados e pensionistas não podem receber oferta de consignado de instituições financeiras pelo período de 180 dias. Quem acabou de se aposentar ou começou a receber pensão só poderá obter um empréstimo consignado do INSS após 90 dias da concessão do benefício. Nesse período, o dinheiro fica bloqueado para esse tipo de empréstimo.

Bitcoin valorizado

O bitcoin subiu para seu maior valor em quase cinco meses nas últimas semanas, provocando pequenas subidas de outras criptomoedas, depois que um grande pedido de um comprador anônimo desencadeou um frenesi de negociações. O boom no valor botou abaixo, por enquanto, as teorias que indicavam que a moeda era apenas uma bolha motivada por uma febre passageira.

Passagéns aéreas

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, declarou durante edição da World Travel Market, feira internacional do setor de viagens, que uma das ações do governo para o incremento do setor turístico no Brasil é a redução do valor das passagens aéreas. A queda dos valores pode ocorrer com a aprovação no Congresso Nacional da medida provisória que autoriza as empresas de aviação nacionais a terem participação ilimitada de capital estrangeiro. Segundo ele, a medida vai aumentar a competitividade entre as empresas.

ECONOMIA EM PAUTA n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

Imóvel com FGTS

Uma dúvida que muitas pessoas em busca de comprar um imóvel tem é: é possível usar o FGTS para comprar uma casa ou um apartamente de qualquer preço? Não é bem assim que funciona. Uma regra estabelecida pelo Sistema Financeiro da Habitação limita o valor de compras de imóveis em até R$ 1,5 milhão. O que vale dizer é que o FGTS, embora seja um recurso que rende abaixo da inflação, nesses casos acaba funcionando apenas como uma forma de seguro para quem não possui uma reserva financeira.


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NEYMAR

Astro do futebol faturou R$ 10 milhões por gol Jogador é o único brasileiro na lista de 100 celebridades mais bem pagas CUPONATION

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asses inesperados e criatividade em campo: Neymar é o jogador mais bem pago do Brasil e uma verdadeira estrela do futebol no mundo. Confira o levantamento realizado pelo Cuponation para entender melhor a relação entre os gols feitos pelo atleta em 2018 e o salário de crescimento exponencial ao longo de sua carreira. No ano passado, a Forbes, revista estadunidense de economia e negócios, fez um ranking das 100 celebridades mais bem pagas do mundo. Neymar foi o único brasileiro a aparecer na lista, empatando com o locutor Howard Stern com um faturamento de 90 milhões de dólares, ou seja, mais de 340 milhões de reais anuais ou cerca de 28 milhões de reais mensais. Ao estabelecer um paralelo com o primeiro contrato do artilheiro (2008), quando aos 16 anos no Santos Futebol Clube ele ganhava R$ 20.000 mensais e sua ascensão salarial dez anos depois, notase que seu montante mensal aumentou mais de 140% desde o primeiro salário. Para um salário tão alto, altas são as expectativas e na mesma proporção acompanhamos o desempenho apresentado pelo jogador ao longo dos anos. Do começo de sua carreira até 2019, o jogador já fez 349 gols. Destes, 34 foram marcados no ano passado. Se por mês ele teve uma média de 2,8 gols, ele ga-

nhou aproximadamente dez milhões de reais por gol. Confira o ranking de gols feitos de 2009 até hoje no infográfico interativo do Cuponation. O mercado desportivo abraçou o carisma natural do atleta, o que lhe garantiu contratos publicitários milionários com grandes marcas, sejam estas de esporte ou não. Apesar de ser um dos jogadores mais bem pagos do mundo (considerando salá-

rio e publicidade), é importante ressaltar que, de acordo com a apuração feita pela Pluri Consultoria, o desempenho do atleta na Copa fez com que o atacante brasileiro valesse 11% a menos no mercado mundial, isso porque o desempenho na Rússia não alcançou plenamente o esperado de um jogador do seu nível. No infográfico, encontra-se a lista dos jogadores que mais ganham no mundo, em euros.

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Equipe do Jaciobá durante partida no Rei Pelé; clube com único patrocinador é a sensação do Campeonato Alagoano deste ano e agora tenta vaga na Copa do Brasil

JACIOBÁ

De desconhecido a sensação do Campeonato Alagoano Mesmo com poucos investimentos, time é um dos destaques da competição ARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão da Redação

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sensação desta edição do Campeonato Alagoano de fato é o Jaciobá. Em sua segunda participação - depois de longos 25 anos sem disputar a elite do alagoano - o clube da cidade de Pão de Açúcar, do Sertão de Alagoas, demonstrou um bom futebol e fez história garantido classificação entre os quatro melhores da primeira fase com 11 pontos. Com os pontos conquistados o time beliscou uma vaga nas semifinais do estadual mas acabou sendo derrotado pelo CRB e deixou a disputa do título alagoano, pois foi vencido nas duas oportunidades; no seu mando de campo por 3 a 2 e diante da torcida do Galo por 2 a 0, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Devido à classificação para as semifinais, o Azulão do Sertão, como o clube é conhecido em sua região, garantiu presença na Série D do próximo ano e caso vença a disputa de terceiro lugar contra o Coruripe o time de Pão de Açúcar estará apto para disputar a Copa do Brasil de 2020. A decisão do terceiro lugar do alagoano será feita em dois jogos e já tem data marcada. O primeiro jogo da disputa terá o mando do JAC e será realizado neste domingo, 7, no Estádio Edson Matias, em Olho d’Àgua das

Flores. Já o jogo de volta acontece no sábado, 13, no Estádio Gerson Amaral, em Coruripe. A equipe é comandada pelo técnico Jaelson Marcelino que surpreendeu com uma campanha melhor que a de times tradicionais do estado como Murici e ASA. O time azul e branco ainda garantiu três jogadores na seleção da primeira fase do estadual: o lateral esquerdo Hugo, o lateral direito Allef e o atacante Alexandre. Destaque para Alexandre, o ca-

Quando nós chegamos no Jaciobá buscamos fazer um planejamento dentro das condições do clube e o primeiro passo foi colocar o time sub-20 para disputar as competições. JORGE GONZAGA

Presidente do clube

misa 9 que é o artilheiro da competição com 7 gols marcados até o momento. Além da artilharia, ele foi escolhido o “Craque da 1ª Fase do Alagoano”. ASCENSÃO DO JACIOBÁ O clube tem como presidente Jorge Gonzaga que está há dois anos no comando do time sertanejo. ‘’Quando nós chegamos no Jaciobá buscamos fazer um planejamento dentro das condições do clube e o primeiro passo foi colocar o time sub-20 para disputar as competições. Depois disso, a base desse elenco foi mantida, contratando apenas alguns jogadores e o técnico Jaelson Marcelino ao plantel. Assim chegamos ao título da segunda divisão do alagoano’’, contou. Jorge Gonzaga, que tem uma enorme paixão pelo clube e é seu principal investido, declarou que é muito difícil manter uma equipe de futebol sem a ajuda do munícipio. ‘’Uma parte do investimento do clube foi com a colaboração de amigos, familiares e torcedores. Com isso as pessoas foram se sensibilizando e ajudando o Jaciobá. A Prefeitura de Pão de Açúcar prometeu uma ajuda à equipe, mas infelizmente não cumpriu com a promessa até o momento. Pode ter certeza, tudo que eu faço pelo Jaciobá é por amor’’. Fagno Pinto, assessor de im-

prensa do Jaciobá, explicou sobre a paixão de Jorge pelo clube. ‘’Como é empresário de jogadores de futebol e ama o esporte, ele tem interesse de enaltecer o time da sua cidade. Mas além do amor pelo clube Jorge foi atleta do Jaciobá na década de 90 e esperamos que futuramente esse investimento traga retorno financeiro para o clube’’. Uma campanha foi feita nas redes sociais da equipe pedindo aos torcedores para ajudarem o clube a fechar as contas de março. Segundo a assessoria, a folha salarial do atual elenco chega perto de R$ 35 mil. A assessoria do clube afirma ainda que o time é o único da primeira divisão do Campeonato Alagoano que não tem apoio da prefeitura municipal e conta apenas com um patrocinador que é a fornecedora de internet Superconect. O resto dos gastos são custeados pelo presidente do Jaciobá, Jorge Gonzaga.

UM POUCO DA HISTÓRIA DO CLUBE

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aciobá Atlético Clube, time alagoano de futebol profissional, da cidade de Pão de Açúcar, no Sertão do estado de Alagoas, foi fundado em 25 de janeiro de 1964. Suas cores são azul e branco. O nome do clube vem da palavra em guarani que significa “Espelho da Lua”. Em 1999, disputou pela primeira vez a divisão principal do Campeonato Alagoano, terminou em 7º lugar. Após desistir de jogar a edição de 2000, o clube ficou sem jogar competições oficiais por 17 anos, voltando em 2018 para disputar a Segunda Divisão, quando foi campeão


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GELADEIRA SOLIDÁRIA

Projeto implantado em Maceió recebe apoio da população Iniciativa é uma realidade nos grandes centros do Brasil e em outros países

Fernanda coloca quatro quentinhas na geladeira que fica ‘aberta’ 24 horas

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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primeira Geladeira Solidária implantada em Maceió pelo arcebispo Dom Antônio Muniz Fernandes tem feito sucesso junto à população maceioense. A ideia deu tão certo que o arcebispo poderá expandir para outros bairros da capital alagoana. A atual está instalada no santuário Arquidiocesano da Virgem dos Pobres, na Avenida Gustavo Paiva, no bairro de Mangabeiras, e fica disponível 24 horas. O eletrodoméstico serve como ponto de doação de alimentos para a população em situação de rua e vulnerabilidade econômica. Não se sabe ao certo onde surgiu a iniciativa, mas o projeto é uma realidade nos grandes centros do Brasil e está espalhado pelo mundo afora. Qualquer pessoa pode doar, mas para abastecer a geladeira existem regras. No caso de quentinhas, sanduíches e alimentos afins, é importante colocar a data de fabricação e validade. Os alimentos precisam estar cozidos e bebidas alcoólicas são proibidas. Também não pode produtos vencidos, carnes cruas, peixes, ovos e embalagens abertas. Porém, independente das regras, que estão estampadas na geladeira, a iniciativa busca evitar o desperdício através da disponibilização de alimentos frescos para quem precisa. Segundo Maria Cícera, coordenadora de Comunicação da Arquidiocese de Maceió, o movimento da geladeira vem crescendo nas redes sociais e vai além da comunidade católica. Ela comemora o resultado e diz que a ajuda pode ser feita por qualquer pessoa que disponibilize parte do que tem para doar ao irmão necessitado.

“São pessoas de todas as classes sociais, bares, restaurantes e lanchonetes que abraçaram o projeto e doam diariamente. O projeto é tão importante que não tem prazo para terminar”, disse, ao agradecer a dom Antônio por ter trazido a ideia para Maceió. “Só temos o que comemorar. Esperamos que as doações permaneçam após o tempo da Quaresma e não somente nesse período em que o sentimento de solidariedade fica mais evidente”, completou. Ítalo Felipe, membro da Pascom Santa Terezinha do Menino Jesus, no bairro da Serraria, também comemorou a chegada da geladeira solidária em Maceió. “As doações são realizadas no santuário, porém, em unidade com a Arquidiocese, utilizamos as mídias digitais e outros meios para divulgar o projeto e convidar as pessoas a participarem. Somos uma Igreja em saída, por isso, precisamos ir ao encontro dos irmãos necessitados”, afirmou. Durante a visita do EXTRA ao local de instalação da geladeira, por volta das 14 horas da terça-feira, 2, as pessoas nos carros ou pedestres passavam olhando para a novidade. Outros, paravam e teve até quem veio abastecer. Foi

o caso da cozinheira Fernanda Lobo, 44 anos, que levou quatro quentinhas bem recheadas. De acordo com a voluntária, os alimentos são do restaurante em que trabalha e fica ali próximo e todos os dias é feita doação. Ao ver a geladeira cheia, comemorou. É que no dia anterior a realidade era outra. “A ideia é ótima. Ontem (dia 1º de abril) pela manhã não tinha nada e de repente foram chegando doações e tudo deu certo. Vai valer muito a pena, pois irá ajudar muita gente”, comemorou. Naquele dia, de fato, a geladeira estava lotada com marmitas, sanduíches e biscoitos. O pintor Márcio José, 44, parou as atividades para dizer que a movimentação no local é em qualquer hora do dia. “São pessoas parando carros com

CUIDADOS

Qualquer pessoa pode doar, mas para abastecer a geladeira existem regras. No caso de quentinhas, sanduíches e alimentos afins, é importante colocar a data de fabricação e validade. Os alimentos precisam estar cozidos e bebidas alcoólicas são proibidas.

doações, outros vêm a pé e deixam as coisas e vão embora. Agora tem muita gente também para pegar as comidas. Tem até quem não precisa muito e pega. Mas a ideia foi muito boa, gostei”, disse. Houve até quem sugerisse a implantação do Guarda Roupa Solidário. “Afinal, o inverno vem aí.” Aos poucos, a ideia tem crescido e deixa os voluntários felizes em compartilhar uma boa ação. “É gratificante ver a pessoa sair alimentada daqui graças a uma generosidade. Fico feliz em saber que em vez de desperdiçar o alimento podemos transformar o dia de outra pessoa melhor”, justificou Eunice Machado que colabora com a iniciativa. Vale ressaltar que os alimentos doados estão à disposição 24 horas por dia. Basta abrir a porta e pegar o que quiser sem pagar nada por isso. Já o doador não precisa se identificar, pois o que vale é o gesto de amor. A Geladeira Solidária foi inaugurada oficialmente na tarde do dia 29 de março pelo arcebispo de Maceió. Na ocasião, dom Antônio disse da importância da iniciativa por proporcionar à população carente alimentação digna e aos doadores acender o espírito de solidário. “É um exercício de solidariedade e caridade durante 24 horas para alimentar os mais necessitados”, afirmou o arcebispo.


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T-Cross acirra os ânimos

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epois de um lançamento por etapas, iniciado pela versão de topo Highline (motor turbo de 1,4 L/150 cv com etanol), o T-Cross começa a chegar às concessionárias com motor turbo, de 1 L/128 cv (etanol). Primeiro SUV produzido no Brasil pela VW, 16 anos depois do pioneiro Ford EcoSport, é também o primeiro produto das grandes fabricantes a estrear exclusivamente com propulsores turbocomprimidos, como já acontece na Europa. O Golf, ao ser nacionalizado, chegou a oferecer motor 1,6 L aspirado. O potencial de sucesso é grande, inclusive de liderar esse segmento de ânimos acirrados. No ano passado, quatro concorrentes – Creta, HR-V, Kicks e Renegade, na ordem dos mais vendidos – alcançaram participação de mercado dentro da faixa dos 14%. Por disponibilizar motor de 1 litro, o estreante enquadra-se numa alíquota quatro pontos percentuais menor de IPI, o que se reflete linearmente no preço final. Há três versões que representarão 80% das vendas por R$ 84.990 (câmbio manual), R$ 94.990 (automático) e R$ 99.990 (Comfortline). A Highline, única com o motor mais potente, parte de R$ 109.990. Chega a R$ 125.000 para representar, neste caso, só 1% ou 2% da comercialização. Os preços não são muito diferentes do Honda HR-V, por exemplo (entre R$ 92.500 e R$ 108.500). O T-Cross oferece bom espaço interno, em especial para as pernas no banco traseiro, perdendo um pouco para cabeças e ombros. Quem senta atrás no modelo da VW encontra exclusivas saídas de ar-condicionado e duas portas USB (além de mais duas dianteiras). Fato que no interior há plásticos duros em excesso, porém o nível de segurança é o mais elevado do segmento para adultos e crianças, nos testes de colisão. Como o modelo deverá ser exportado para 50 países e o preço sempre se apresenta entre os fatores decisivos, a fábrica persistiu na mesma estratégia do Polo e Virtus. Combinação do motor 200 TSI e câmbio manual 6-marchas (deve representar 10% das

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

vendas) mostra agilidade surpreendente para sua massa de 1.250 kg. Com câmbio automático, também de seis marchas, é algo mais lento e sofrerá em carga total. Mas o torque de 20,4 kgfm, equivalente a um 2-litros aspirado, garante agilidade em ultrapassagens e subidas. Suspensões e direção têm acerto voltado ao conforto, sem prejuízo para estabilidade em curvas. Freios a disco nas quatro rodas impressionam pela precisão e eficiência. Porta-malas de 373 litros, inferior em relação aos concorrentes (só ganha do Renegade), pode ser ampliado para 420 litros com regulagem no encosto bipartido (de série) do banco traseiro. Há certo sacrifício do conforto, em troca de um volume maior para bagagem. Sistema de multimídia de qualidade, estilo atraente com 1,57 m de altura para se diferenciar dos rivais e fácil de manobrar (apenas 4,20 m de comprimento), o T-Cross tem as três primeiras revisões grátis e plano de manutenção por aplicativo que aposentou o manual impresso. A lista de equipamentos é grande, de série e opcionais, desde rodas de até 17 pol., câmera de ré, luzes de LED (diurnas e lanternas traseiras), teto solar panorâmico e assistência para estacionar em vagas paralelas e transversais.

ALTA RODA n JORNAL inglês Financial Times, sem citar fontes, apontou futura fusão entre Renault e Nissan/Mitsubishi, incluindo uma oferta para agregar a FCA. O grupo ítalo-americano tentou nos últimos anos aproximar-se da GM e da PSA. Essa megafusão faz sentido. Produção combinada seria de 15 milhões de veículos/ ano, volume 50% maior que VW e Toyota, individualmente. n HÁ anos falta à Ford um SUV maior que o EcoSport. Se decidiu mostrar a jornalistas brasileiros, em Detroit, o novo Escape, é porque está a caminho daqui. Mas deve demorar. Inviável trazer dos EUA com Imposto de Importação de 35%. Resta esperar (mais provável, fim de 2020) a produção no México, sem esse imposto, e conteúdo maior de peças mexicanas e brasileiras (40%). n ESCAPE tem porte quase igual ao VW Tarek argentino e, portanto, pouco maior que o Jeep Compass, líder absoluto entre os SUVs aqui vendidos. Motor para o Brasil seria o atual 1,5 litro de três cilindros, produzido em Taubaté, mas na versão turbo, 183 cv, que deverá ser enviado ao México. Ford poderá oferecer ainda a versão híbrida do novo modelo.

n CHERY Arrizo 5 é um sedã compacto anabolizado de estilo bastante atual. Interior espaçoso, bancos de couro confortáveis e motor 1,5-litro turbo (150 cv). Volante inclinado (além da conta) e sem regulagem de distância. Câmbio automático CVT anestesia as respostas do motor, mas a tecla Sport muda bem o seu temperamento. Porta-malas razoável: 430 L. n LEVANTAMENTO do site KBB Brasil, ao analisar mais de um milhão de anúncios, mostra que motorista brasileiro de carro compacto roda em média 12.900 km no primeiro ano de uso. No caso de automóveis médios e grandes, 11.700 km e 10.100 km, respectivamente. À medida que o veículo envelhece, distância anual percorrida cai quase 2.000 km, após cinco anos.


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ABCDO INTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

PELO INTERIOR ... A Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, deu início nesta semana ao reordenamento do Centro Comercial de Arapiraca. As ações serão realizadas em etapas. ... Neste primeiro momento, o reordenamento dos ambulantes está sendo direcionados para a Avenida Rio Branco e Rua Anibal Lima, locais de grande fluxo de pessoas e veículos.

Pediu desculpas

Revelação inusitada

U

m fato curioso aconteceu durante sessão na Câmara Municipal de São Sebastião, realizada no último dia 29. Em seu pronunciamento, o vereador Silvanio Santos, mais conhecido como Vando, fez uma revelação um tanto inusitada. Ele disse ter provas fotográficas do prefeito Zé Pacheco entrando em um motel na região.

Prefeito no motel

“Acabamos de assinar o parecer das emendas e do projeto. Meu voto foi a favor. Como o prefeito teve o cuidado de se reunir com a bancada para discutir o projeto, era importante ele saber o resultado da votação. Mas ele está em Arapiraca, onde foi filmado saindo de um motel com uma cidadã daqui”, disse.

Pegou de surpresa

A fala pegou os parlamentares e o público, que assistia a sessão, de surpresa. Antes mesmo de algum colega se manifestar, Vando foi mais além e disse que possuía provas, já que uma pessoa teria filmado a entrada e saída do prefeito do motel, localizado na AL-220.

Situação grave

“Essa é a preocupação real com o povo de São Sebastião. Nem para ficar no anonimato ele teve esse cuidado. Quando falo a verdade na tribuna tem pessoas que ficam com raiva. Mas a situação é grave”, concluiu o vereador.

O diretor do Frigorífico, Jaelson Gomes, como já era esperado, trocou os pés pelas mãos durante a sua fala e foi obrigado a pedir desculpas aos 17 vereadores, marchantes e populares que lotaram as dependências do Legislativo arapiraquense pelas inverdades que falou durante o seu depoimento e em reportagens que concedeu a sites de notícias.

“Mentiroso”

Jaelson chegou a ser chamado de mentiroso por uma vereadora que questionou o tratamento desrespeitoso aos vereadores que querem uma solução para os problemas provocados pela arrogância de diretores do frigorífico.

Anulação da concessão

Independente da audiência pública que deve ocorrer nos próximos dias, os vereadores já pediram a anulação da concessão de abate de animais, devido às irregularidades praticadas pelo frigorífico contra a sociedade e o meio ambiente.

Presença O “pau comeu”

O “pau comeu” durante a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Arapiraca, realizada na noite de terça-feira, 2, para debater um rosário de denúncias contra a Frigovale, que desde a sua implantação tem tratado com desrespeito marchantes e a população de Arapiraca, chegando a colocar em risco a saúde dos moradores do populoso conjunto habitacional Brisa do Lago, diante da insuportável fedentina provocada pelos resíduos de animais abatidos que são jogados em lagoas de decantação. No local residem cerca de 1.900 famílias.

Além da presença dos 17 vereadores, a Tribuna Livre também contou com a presença do presidente da Adeal, Carlos Mendonça Neto, defensor público Marcos Freire, presidente da Cooperativa dos Açougueiros de AlagoasCoopaal, e lideranças políticas e comunitárias.

Pão de Açúcar

A executiva estadual do PSD em Alagoas tem no jovem médico Dr. Eraldinho o nome forte para disputar as eleições de prefeito de Pão de Açúcar em 2020. A expectativa em um dos municípios mais importantes do Sertão de Alagoas é trazer de volta a auto estima de um povo trabalhador e hospitaleiro.

... A ação tem o objetivo de minimizar o comércio clandestino de mercadorias, valorizar os ambulantes cadastrados no Município e melhorar trânsito de pessoas e veículos pelas ruas, promovendo a acessibilidade. ... O reordenamento do centro está sendo acompanhado pelo prefeito Rogério Teófilo, que tem se preocupado com a acessibilidade, principalmente nas ruas do centro da cidade. ... “O comércio arapiraquense. Tendo isso em mente, vimos a necessidade de dar uma nova cara ao nosso Centro Comercial, padronizando os ambulantes cadastrados e melhorando o fluxo de pessoas”, disse o gestor arapiraquense. ... Na próxima segunda-feira (8), a Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Educação e Esporte (Smede), dará início ao ano letivo do Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS). ... As atividades acontecerão no Ginásio Municipal João Paulo II em dois períodos, o primeiro no turno matutino, das 7h às 11h30, e o segundo no vespertino, das 13h30 às 17h. Em Santana do Mundaú, a prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde, está intensificando os serviços de próteses dentárias do programa de Saúde Bucal realizado no município. ... A odontóloga, Anna Libya e o técnico em prótese dentária, Ewerton, explicam que o programa conta com atendimento clínico e confecção das próteses. ... “O processo de atendimento que está sendo realizado pela nossa equipe tem sido rápido e eficaz”, disse ela. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana. Até a próxima edição!


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