Edição 1019

e

extra MACEIÓ - ALAGOAS

www.novoextra.com.br

1998 - 2018

ELEIÇÃO 2020

Marcelo Victor já trabalha para eleger Galba Novaes prefeito de Rio Largo

ANO XX - Nº 1019 - 03 A 09 DE MAIO DE 2019 - R$ 4,00 BAIRRO CONDENADO

HISTÓRIA

Problemas no Pinheiro travam Eixo Viário do Cepa

Assembleia lembra nascimento de Tavares Bastos, que faria 180 anos

Obras estão paralisadas à espera do relatório final sobre rachaduras que ameaçam afundar o bairro. 8

No aniversário do filho, veja quem foi o poderoso e desconhecido pai do patrono do Poder Legislativo de Alagoas. 7

5 ANOS APÓS ACIDENTE MOTRISA AINDA NÃO INDENIZOU NINGUÉM

Desabamento de silo deixou jovem com problemas de visão 5 n

Eleito para a presidência da CCJ da Assembleia, o deputado Galba Novaes tem o apoio do presidente da Casa, Marcelo Victor, para disputar a Prefeitura de Rio Largo contra Gilberto Gonçalves, que quer a reeleição. 6

DENGUE MACEIÓ NO RANKING DAS CIDADES EM ALERTA Infestação do Aedes aegypti é preocupante em 66 municípios alagoanos. 13

2

e

extra MACEIÓ - ALAGOAS

www.novoextra.com.br

1998 - 2018

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Fúria fiscal 1

- A disposição de Bolsonaro de acabar com a farra das multas tem o apoio de todos os setores da economia e da população como um todo. “É preciso tirar o Estado do cangote de quem trabalha”, diz o presidente, ao condenar o excesso de multas, que só serve para retroalimentar uma “fiscalização xiita”.

2

- A fúria arrecadatória cresceu e floresceu em todas as esferas da administração pública – União, Estados e Municípios – e atormenta a vida de todos os que querem produzir, gerar emprego e renda.

E as áreas mais visadas pelos xiitas da fiscalização são a construção civil, o agronegócio e o trânsito de veículos.

3

- Nenhuma cidade brasileira está imune ao rigor do cipoal de leis que transforma fiscais de obras em verdadeiros carrascos das atividades produtivas. E Maceió não poderia estar fora desse legalismo predatório.

4

- Aqui, a situação é tão caótica que a Secretaria de Meio Ambiente de Maceió autuou, semana passada, uma construtora pelo “crime” de derrubar dois coqueiros para construir um edifício à beira-mar. O fiscal “esqueceu” que as árvores foram cortadas há dois anos pelo próprio órgão ambiental, por solicitação da empresa, junto com o pedido de licenciamento da obra.

Excessos

Acossado por todos os lados pela fúria fiscalizatória, o setor da construção civil pediu a mediação do Ministério Público do Trabalho para reduzir os excessos e interpretações desarrazoadas quando da lavratura de autos de infração pelos fiscais da Superintendência Regional do Trabalho.

Apocalipse adiado

Ao adiar o anúncio do relatório sobre as causas dos problemas que ameaçam afundar o Pinheiro, o poder público só fez aumentar o drama dos 22 mil habitantes do bairro condenado.

Aos poucos vai se confirmando a suspeita de que as rachaduras em prédios e ruas da região serão atribuídas a causas naturais e não às atividades de mineração da Braskem.

As últimas entrevistas de técnicos envolvidos no caso e a movimentação da própria Braskem levam à quase certeza de que a falha geológica que corta a região será responsabilizada pelo caos em que vive o bairro.

Se vale de consolo, certamente dirão que há soluções técnicas para as rachaduras e preservação dos prédios, e que o bairro não vai afundar.

Efeito Pinheiro

A Braskem fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 1,05 bilhão, uma queda de 42% ante os R$ 1,81 bilhão registrados no mesmo trimestre de 2018. No mesmo período, a receita líquida da mineradora registrou avanço de 3%, passando de R$ 12,60 bilhões para R$ 13,03 bilhões.

A empresa atribui a queda de receita aos problemas na planta de cloro-soda de Maceió, mas não dá detalhes sobre gastos decorrentes das operações para salvar o Pinheiro, o bairro condenado.

5

- Mais estranho ainda é que o coqueiro – planta originária da Ásia – não consta da lista de espécies vegetais imunes ao corte, como garante a Lei Municipal 4.305 de 1.994, que dispõe sobre supressão, poda e replantio em áreas revestidas de vegetação do porte arbóreo.

6

- Os critérios definidos em lei são: raridade da árvore, antiguidade, interesse histórico ou científico e sua condição de porta sementes. E o coqueiro não se enquadra em nenhuma dessas exigências legais. Do que se deduz que proibir o corte dessa árvore é no mínimo um exagero.

Remi Calheiros

A juíza Emanoela Bianca acatou uma ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público contra o ex-prefeito de Murici, Remi Calheiros, e seu ex-secretário de Finanças, José Gilson dos Santos. Segundo a denúncia, a dupla teria lesado o Auto Posto Padre Cícero com cheques sem fundos para pagar dívidas de fornecimento de combustíveis.

A magistrada, entre as punições, pede a suspensão de direitos políticos dos réus por cinco anos.

Coisas de Alagoas

n O banco Daycoval pediu a prisão dos diretores da falida cooperativa dos usineiros de Alagoas por calote e formação de quadrilha. n O banco alega ter emprestado R$ 140 milhões à Copertrading Comércio de Exportação e Importação, que deu em garantia a compra antecipada de açúcar das usinas associadas à cooperativa. Mas o banco não recebeu o açúcar nem o empréstimo. n Após o calote, o Dayvocal pediu em juízo o direito de integrar a lista dos credores da massa falida da cooperativa, cujas 7 usinas associadas entraram em regime de recuperação judicial. n Aí vem a surpresa maior: o juiz não só indeferiu o pedido como condenou o banco a pagar R$ 14 milhões em honorários aos advogados da cooperativa. Com essa decisão, o banco passou de credor a devedor. n O magistrado é o mesmo que concedeu a recuperação judicial da Copertrading Comércio, Exportação e Importação S.a. - Usina Cansanção de Sinimbú S/A - Mecânica Pesada Continental S.a. - Penedo Agro Industrial S.a. - Companhia Açucareira Usina Capricho S.a. Industrial Porto Rico S.a. - Usinas Reunidas Seresta S/A - Destilaria Autônoma Porto Alegre S.a. e à Companhia Açucareira Central Sumauma . n Detalhe: após a estranha sentença contra o banco, o juiz se aposentou e foi morar em Gramado, na serra gaúcha. n O imbróglio já chegou ao CNJ.

Venda da Braskem

O objetivo da Odebrecht na negociação de venda da sua participação na Braskem para a LyondellBasell é receber parte em dinheiro e outra em ações da gigante europeia da área química — e virar a segunda maior acionista da empresa.

Já a Petrobras, a dona da outra metade da Braskem, quer só o dinheiro e cair fora. (Lauro Jardim).

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

3

extra

Governo é um caos Atenas, Grécia - Bolsonaro continua patinando, enquanto o astrólogo Olavo de Carvalho, o guru, insiste em destratar os militares jogando nos ombros deles a ineficiência do governo. Ora, pelo que se sabe, os dois ministérios que mais geraram polêmicas até agora foram os que Carvalho indicou seus titulares: Relações Exteriores e Educação. Quanto aos outros, não funcionam porque os escolhidos não têm quem os lidere, pois o capitão continua fazendo macaquices populistas pelo país e mundo afora enquanto o país derrete. O governo, que caminha para os cinco meses, ainda não tem corpo e nem espírito. E, como um zumbi, vagueia nas trevas, cego e desordenado a caminho do nada.

Na surdina, a economia anda a passos trôpegos.

Guedes aproveita-se ainda da euforia da seita bolsonarista para entregar as empresas brasileiras. Já disse até para os jornalistas que eles iriam ter uma grande surpresa com as novas ofertas que faria de outras estatais ao mercado privado. Isso quer dizer que ele prepara, na moita, a venda das galinhas dos ovos de ouro. E quando os apoiadores do capitão abrirem os olhos, os bancos e as empresas estrangeiras – americanas e chinesas – já os terão como trabalhadores escravos em pleno século XXI, pois é assim que agem os colonizadores modernos.

A venda do país é tão despudorada que até a Petrobras o Guedes vai jogar na sacola de vendas. O pretexto é que a empresa foi saqueada pelos petistas e, portanto, deverá ser preservada nas mãos das empresas privadas.

Ao pensar em vendê-la, com a passividade do capitão que já disse não entender patavinas de economia, será aplaudido em praça pública e reverenciado pelos bolsonaristas descerebrados. Não imaginam, esses neófitos, que estamos entregando de mão beijada uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

E quem detém esse potencial e os recursos minerais que o Brasil dispõe é uma questão de tempo para virar uma nação soberana economicamente. Se isso ainda não ocorreu é porque continuamos ignorantes na escolha dos governantes. Se o eleitor errou nos quatorze anos da quadrilha petista, segue no mesmo caminho na escolha de um obscuro e desqualificado dirigente, o capitão.

Ninguém, a essa altura do campeonato, é a favor de um poder estatizante. O mundo globalizado exige uma economia livre, dinâmica, moderna e avançada tecnologicamente para competir com o mercado internacional.

Mas daí o país leiloar a preço de bananas suas empresas estratégicas é um entreguismo desmensurado.

O governo do capitão é caótico, ninguém se entende.

Todas as vezes que ele se mete na administração é um desastre. Em um telefonema desautorizando o aumento do diesel, provocou um prejuízo de 35 bilhões de reais à Petrobras. Depois, na maior cara de pau, confessou aos auxiliares que não sabia como era a composição dos preços dos derivados de petróleo. O parlamento está sem articulação, esfacelado, sem liderança para comandar a base do governo.

Neófito

Tartaruga

O projeto anticrime do Moro anda a passos de tartaruga. O governo não tem na Câmara dos Deputados quem articule para que avance, mesmo sendo um plágio do então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, como acusou o presidente Rodrigo Maia. A Reforma da Previdência é uma colcha de retalhos, que só prejudica o trabalhador. O capitão culpa a velha política pelo seu desarranjo na base, como se ele, com quase 30 anos de parlamento, fosse algo novo. Mas se o leitor cravar aqui que o capitão não conhece como funciona a Câmara do Deputados está acertando em cheio.

Nos sete mandatos como deputado, o capitão sempre esteve no baixo clero. Não se conhece dele nenhum projeto ou qualquer ação em uma das dezenas de comissões do parlamento. Vivia de provocar seus pares e representar as Forças Armadas para continuar se reelegendo com o contingente de votos dos militares (assim instalou a família na política). Apagado e marginalizado por colegas por suas posições rudes e fascistas, passava a maior parte do tempo isolado nos salões e corredores da Câmara, pois os próprios colegas o achavam grosseiro e repugnante. Portanto, não é de se estranhar que ele não conheça como opera o Legislativo.

Antipetismo

Chegou à presidência no antipetismo que encarou melhor do que os outros candidatos. Aproveitou-se de uma nação desiludida e frustrada com a quadrilha dos petistas e “vendeu” a ideia do novo que logo a população desesperada acolheu com toda fé. Mas nesses últimos cinco meses de governo, o capitão não botou a máquina para andar por um motivo muito simples: é incompetente e inapto.

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Prejuízo

O paspalhão do capitão continua fazendo trapalhadas. Em uma reunião com agricultores em Brasília pediu ao presidente do BB, que estava no local da solenidade, para baixar os juros dos ruralistas.

Imediatamente as ações do banco caíram pouco mais de 1% na Bolsa de Valores. Como sempre acontece depois de falar bobagem, ele pede que seus auxiliares ajudem a consertar. E assim foi feito. O porta-voz da presidência disse que se tratava de uma “brincadeira”.

De um inconsequente, claro.

Disputa A cruz

Quando estimula o seu guru Olavo de Carvalho a abrir a boca pornográfica para enxovalhar os próprios militares, principalmente o vice Mourão, não tem noção da crise que provoca no seu governo já aparentemente desestabilizado. Bolsonaro aposta no quanto pior melhor para se vitimar, tipo: “Eu tentei, mas vocês não deixaram”. Só ainda não imaginou que pode deixar o Planalto na mesma cruz que carregou Collor e Dilma.

Ódio

O ódio dos bolsonarista agora chega às faculdades. O ministro da Educação mandou fazer corte significativo no orçamento das universidades federais de Brasília, Niterói e Bahia, depois que descobriu que esses centros universitários não rezam na sua cartilha ideológica do fascismo.

Moro finalmente ganhou uma disputa com Bolsonaro. Exigiu que o Coaf ficasse mesmo no Ministério da Justiça, pois o capitão queria levar o órgão para o ministério do Guedes.

Depois de trocas de mensagens pela rede social, finalmente o capitão decidiu deixar o conselho com o exjuiz.

Disparada

IBGE divulga números pessimistas sobre a economia. O desemprego cresceu 12,7% nesses três meses, e o número de trabalhadores desempregados já se aproxima dos 14 milhões, índice deixado pela Dilma quando saiu do governo. Temer derrubou o desemprego, mas ele volta a atormentar os brasileiros.

Sobe também a inflação e disparam os preços dos combustíveis.

e

4

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

Sem vida fácil

O

trabalho do governo do Estado para ter ampla maioria na Assembleia Legislativa não será fácil como muitos pensam. Depois de ser eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa de Tavares Bastos, o deputado Galba Novaes, que tem posicionamento independente, ainda é uma incógnita no tratamento dos projetos do Executivo.

Para quem não se lembra, Galba e seus indicados saíram do governo pela porta dos fundos e isso pode

Exagero

Elegeram o secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, como o homem que irá revolucionar e resolver todos os problemas da administração pública do Estado. Não estão exagerando? Farias, misto de empresário e político, não deve se afastar definitivamente de suas atividades particulares e, com certeza, não sobrará esse tempo todo para se dedicar ao governo de Alagoas.

Toma lá, dá cá

A eficiência do novo secretário do Gabinete Civil vai ser testada nos próximos dias com grande parte da bancada governista na Assembleia Legislativa. A pão e água, como dizem alguns nos bastidores, os parlamentares não engolem mais conversa fiada.

Querem resultados, bons cargos e espaços na administração pública. São com essas ações que poderão eleger seus candidatos no próximo ano e consolidar futuras eleições.

A quem interessar

O monstrengo construído pelo governo do Estado em Jacarecica que tem complicado o trânsito de quem vai e de quem vem na AL-101 Norte, não teve a participação do Departamento de Estradas de Rodagem. A “obra”, que faz um gargalo inexplicável no fim do viaduto, esteve a cargo das Secretarias de Transporte e Infraestrutura do Estado.

atrapalhar os planos de Renan Filho. A CCJ é a porta da frente para os projetos do Estado, a qual, sem ela, nada pode ser feito. Quem conhece Galba, porém, sabe que ele não é de retaliação, mas somente defendendo pura e simplesmente a legislação, com certeza trará algumas dificuldades no decorrer de sua permanência na Comissão de Constituição e Justiça. É esperar pra ver.

Impasse

Como é do seu costume, o prefeito Rui Palmeira não vai anunciar tão cedo quem será o candidato a lhe suceder na Prefeitura de Maceió.

Mas reage, nos bastidores, da sugestão do senador Rodrigo Cunha de apresentar JHC para a empreitada.

Sozinho

Se fosse depender de decisões da bancada federal na Reforma da Previdência, com certeza o governador Renan Filho ficaria isolado numa ilha de ilusões. Apenas o deputado Isnaldo Bulhões conta sua solidariedade, ao contrário dos outros que dão apoio à reforma.

Contra

Como já tem dito muitas vezes em entrevistas à imprensa, Renan Filho trabalha exatamente contra o governo de Jair Bolsonaro. Mas, mesmo assim, quer um tratamento especial para o governo de Alagoas. Nos bastidores, seus adversários alertam que esta não seria a melhor solução para um estado que necessita sempre de recursos federais.

Perguntar não ofende

O que foi mesmo que a senadora em exercício Renilde Bulhões fez em 1 mês que assume a vaga de Fernando Collor?

Força na Câmara

A postura independente do deputado Arthur Lira, que revela o Progressista não fazer parte da base aliada do governo, tem trazido frutos essenciais para o andamento da Reforma da Previdência, principal projeto do Governo Bolsonaro. Lira é um dos líderes mais competentes da Câmara dos Deputados e respeitado no Palácio do Planalto. Sem o seu aval e articulação a reforma não teria passado na Comissão de Constituição e Justiça.

GABRIEL MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.br

Vencendo todas

O senador Renan Calheiros tem vivido momentos de euforia, principalmente quando onze dos seus intermináveis processos foram arquivados sobre supostos desvios de conduta. Mesmo que ainda tenha treze inquéritos para enfrentar, aos poucos Renan segue humilhando seus acusadores.

Collor na mira

Estão afunilando as denúncias contra o senador Fernando Collor, depois do pedido de prisão, perda do mandato e indenização feita pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Se vai ter sucesso nessa empreitada ninguém sabe, mas que Collor terá muito problema pela frente isto ninguém tem dúvidas.

Escolinha

A Escolinha do Professor Raimundo, grande atração da televisão, parece estar de volta ao governo de Alagoas. A partir de agora vai ter nota baixa, média e alta, uma forma que passa a constranger o secretariado de Renan Filho. Esta, pelo menos nos corredores do palácio, é a primeira obra prima do secretário Fábio Farias na sua segunda investida no Gabinete Civil.

Capengando

Esse novo modelo humilha os auxiliares os quais, muitas das vezes não são responsáveis pela ineficiência de suas secretarias, quase sempre, fora algumas, funcionando a pão e água. Expor pessoas parece não ser a fórmula ideal para alcançar metas no governo.

Calvário

O secretário Alexandre Ayres entrou com o pé esquerdo na Saúde. Não conseguiu sequer manter a entrega de medicamentos de uso contínuo à população inscrita nos programas de saúde.

Zero aumento

A categoria que espera reajuste salarial até o meio do ano no Estado é bom ir tomando calmantes. A conversa no governo é reajuste zero ou atraso no pagamento dos salários.

Nem tudo são espinhos

Mesmo com as dificuldades existentes em vários setores da administração, o governo prevê um gasto de mais de R$ 450 mil com a contratação emergencial de buffet para cerimônias no Palácio Floriano Peixoto. O que impressiona é o cardápio escolhido, mas de bom gosto, que vai de camarão a provençal a arroz de polvo e carpaccio, além de sobremesas requintadas.

Destino incerto

Até o fechamento desta coluna a CPRM ainda não tinha se pronunciado sobre a divulgação do relatório marcado para o dia 30 de abril. A apreensão é geral e o futuro dos moradores da região muito complicado. O prefeito Rui Palmeira pediu pressa na divulgação do laudo, que vai definir quais as providências que serão tomadas emergencialmente.

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

e

5

extra

DESABAMENTO DE SILO

Cinco anos depois, vítimas do Motrisa aguardam indenização Jovem que tinha 17 anos na época do acidente permanece com visão prejudicada JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

C

arros danificados, casas e estabelecimentos desestruturados e pessoas feridas. Cinco anos se passaram e processos contra o Moinho Motrisa ainda tramitam no Judiciário alagoano. No dia 7 de abril de 2014, um estrondo assustou moradores do bairro do Poço, em Maceió. Parte de um dos silos que armazenava grãos da empresa alimentícia desabou. Uma “avalanche de cereais” arrastou automóveis, soterrou residências e atingiu cinco pessoas, que ficaram feridas.

Um dos casos envolve Jonas Natanael dos Santos Silva, que na época do incidente tinha 17 anos de idade. O rapaz ficou internado quase um mês até receber alta médica. José Cícero Bernardo, pai do jovem, também ficou ferido. Jonas Natanael precisou ficar 13 dias em coma induzido. Nesses cinco anos, três audiências de conciliação foram realizadas, sendo a última em outubro de 2018. O processo, sob número 071566729.2015.8.02.0001, teve sua movimentação mais recente no dia 28 de fevereiro.

Segundo o advogado Clênio Pacheco, Jonas Natanael

já recebe do Moinho Motrisa acompanhamento psiquiátrico e psicológico, além de uma cesta básica. Porém, devido a gravidade da lesão da vítima, a defesa pede também pensão vitalícia. “O jovem teve problemas neurológicos e visão afetada”, explicou.

No momento do desabamento, Jonas e o pai estavam em uma oficina mecânica, próxima ao Moinho, quando o silo desabou.

Outro caso envolve indenização por danos materiais e morais com lucros cessantes. O proprietário de prédio comercial localizado em frente ao Motrisa acionou o Judiciário alegando que o desabamento da torre fez com que perdesse um contrato de aluguel com a empresa Serviços Automotivos VIP Ltda. “Em decorrência do desastre, o contrato teve que ser extinto, em virtude da impossibilidade de permanência, gerado pelos danos causados ao imóvel, bem como pela interdição realizada pelas autoridades competentes”, explicou.

Informou ainda que, além dos danos causados ao prédio, deixou de receber mensalmente o valor de R$ 3 mil, quantia referente ao contrato de locação. “O contrato foi estabelecido na

data 20/01/2011 com término na data de 20/01/2016, teria, portanto, mais de dois anos de vigência antes do possível término do contrato, totalizando um valor de R$ 81mil referente aos meses de aluguel que deixou de receber”.

E no dia 20 de novembro do ano passado, o magistrado Ivan Vasconcelos Brito Junior, da 1ª Vara Cível da Capital, condenou o Moinho Motrisa ao pagamento dos danos morais no valor de R$ 80 mil “entendendo como razoável e proporcional, corrigido pela Taxa Selic a contar do arbitramento e juros de mora de 6% ao ano a partir evento danoso”. Mas em fevereiro deste ano, a empresa entrou com recurso contra a decisão alegando, em síntese, a existência de obscuridade na sentença prolatada, o que foi negado pelo juiz do processo.

Laudos

Laudos entregues à Justiça confirmaram que houve negligência por parte do Motrisa.

O silo que desabou estava com sua capacidade de armazenamento sobrecarregada e sua estrutura em condições pouco condizentes para a quantidade de grãos armazenada.

Acidente com silo do moinho aconteceu a 7 de abril de 2014

CONDENAÇÕES

Em novembro de 2018, o juiz Ayrton de Luna Tenório, da 4ª Vara Cível da Capital, condenou o Moinho Motrisa a pagar danos materiais e morais em ação coletiva. Os valores a serem pagos pela empresa foram variados porque cada vítima lesada sofreu um prejuízo específico. Em um dos casos, por exemplo, uma das partes ficou de receber R$ 895,28.

Em um outro, a indenização chega a R$ 64 mil.

A empresa recorreu.

ACIDENTE Após queda de silo, a área foi isolada pela Defesa Civil devido ao risco de novos desabamentos. Moradores de uma vila que fica por trás do moinho tiveram que deixar

suas residências. Uma casa que fica próxima ao moinho e que foi atingida pelo impacto do acidente também desabou. Não havia ninguém dentro do imóvel.

Cinco pessoas deram entrada no Hospital Geral do Estado (HGE), mas não houve mortos. Na ocasião, o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, afirmou que não havia irregularidades quanto à fiscalização do prédio e que toda a documentação do moinho estava regularizada.

Contudo, laudos entregues à Justiça confirmaram que houve negligência por parte do Motrisa. O silo que desabou estava com sua capacidade de armazenamento sobrecarregada e sua estrutura em condições pouco condizentes para a quantidade de grãos armazenada.

e

6

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

JOGO DO PODER

Marcelo Victor trabalha para fazer Galba Novaes prefeito de Rio Largo Apoio começou pelo comando da CCJ da Assembleia; Chico e AA “cochilaram” Odilon Rios Especial para o EXTRA

O

presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor (SD), começa a preparar a sua candidatura a deputado federal reunindo aliados para futuras composições.

Ele repete que não é candidato, que atingiu o ponto mais alto de sua carreira parlamentar, mas ninguém acredita.

Graças a ele, por exemplo, Galba Novaes (MDB), atual vice na Assembleia, foi eleito com muita facilidade presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Casa de Tavares Bastos, num cochilo de Antônio Albuquerque (PTB) e Chico Tenório (PMN), os mais velhos em mandatos na Assembleia, e incluiu uma manobra regimental legal que os dois parlamentares não perceberam e viram a bola passar por entre as pernas.

Tudo, é claro, também costurado pelo secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias.

Novaes chegou a ser vice de Fernando Collor na disputa ao governo, em 2010. O ex-presidente da República perdeu.

O tempo passou, Novaes era vereador em Maceió e se transformou em deputado estadual e agora compõe ao lado do governador Renan Filho (MDB), que enfrentará Collor nas eleições de 2022 ao Senado Federal.

Enquanto Marcelo Victor constrói pontes para chegar a Brasília, Galba Novaes não esconde de ninguém o interesse de disputar a Prefeitura de Rio Largo, enfrentando o atual

gestor, que vai para a reeleição, Gilberto Gonçalves.

Galba e Marcelo estão do mesmo lado em Rio Largo: na oposição. Quem disse isso foi o ex-vereador da cidade, Fernando James, filho de Collor, e provável candidato a prefeito, caso as pesquisas apontem a viabilidade do seu nome. James e Arnaldo Paiva, irmão da ex-prefeita da cidade, Vânia, conversaram sobre o assunto no dia 24 de abril, em uma pizzaria próxima ao condomínio Aldebaran.

Também integram a oposição os seguintes nomes: doutor Lourenço, Luiz Carlos (apoiado por Marcelo Victor), Daniel Pontes, Pedro Victor, Ferreira Hora e o presidente da Câmara, Tales Diniz. Quem for o mais forte nas pesquisas será o candidato do consenso.

AJUDA Por isso, Marcelo Victor resolveu dar uma grande ajuda a Galba Novaes, em verdade um enorme passo para alcançar Rio Largo.

Lembrando: Marcelo disputou- e perdeu - as eleições para Gilberto Gonçalves.

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia tem 7 membros: Antônio Albuquerque, Bruno Toledo (PROS), Cibele Moura (PSDB), Davi Maia (DEM), Francisco Tenório, Galba Novais e Jó Pereira (MDB).

Por exclusão, Bruno e Davi não seriam eleitos por estarem na oposição ao governo (ainda que uma oposição sem relevância); Cibele Moura, filha de Abrahão Moura e Emanuele

Moura (prefeita da Barra de Santo Antônio) é jovem demais para assumir o comando de uma comissão tão complexa.

No dia da eleição da comissão, AA e Chico Tenório não estavam na Assembleia, mas seus gabinetes foram avisados da votação. “Eles vacilaram mesmo”, explica um integrante da Casa. Chico Tenório era o principal interessado em assumir o comando da CCJ. Marcelo Victor poderia ter avisado aos dois sobre a eleição, mas preferiu “esquecer” para facilitar as articulações de Galba. E deu certo. Davi Maia era candidato a presidente e retirou a candidatura porque perderia no xadrez montado pelo ex-vereador de Maceió.

Para facilitar o jogo, Galba apoiou Jó Pereira como vice na comissão.

Como AA e Chico Tenório “cochilaram”, Galba foi eleito por 5 votos. Os dois que faltavam eram dos dois deputados.

Chico tentou correr atrás do prejuízo após a eleição. Era tarde demais: os nomes estavam publicados no Diário Eletrônico.

Jó tem a promessa de se tornar um nome de peso na disputa ao governo em 2022.

Mas, apesar da família Pereira ter cargos no governo e prefeituras, as negociações que podem prosperar são para vice de algum dos postulantes ao governo. Para tristeza política do deputado Olavo Calheiros (MDB), que enxerga em Jó alguém com bastante musculatura para incomodar os Calheiros daqui a 4 anos. E até mais para a frente.

Marcelo Victor quer emplacar Galba Novaes contra o atual prefeito de Rio Largo, por quem foi derrotado em 2016

GALBA FALA “O que as pessoas podem esperar de mim é que tenho 24 anos de experiência no parlamento e sou advogado para fazer um trabalho em torno da constitucionalidade dos projetos que tramitam na Casa”, disse Galba ao EXTRA. E fala do interesse em disputar a Prefeitura de Rio Largo (sem dizer sim ou não).

“Não faço oposição a ninguém”, explica sobre o atual chefe do

Executivo da cidade, Gilberto Gonçalves, e nega relação entre a eleição dele à CCJ e apoios à Prefeitura.

Já Marcelo Victor busca virar deputado federal. E confessou aos mais “chegados” não ter pretensões de alcançar o Executivo. “Ele não teria voto para isso. Teria de ter uma musculatura eleitoral que ele não possui”, disse um integrante da Assembleia.

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

e

7

extra

HISTÓRIA

O poderoso (e desconhecido) pai do patrono da Assembleia José Tavares Bastos usou métodos pouco ortodoxos como juiz até chegar a ministro do STJ ODILON RIOS Especial para o EXTRA

Aureliano Tavares Bastos morreu com 36 anos; o pai aos 80

A

Assembleia Legislativa de Alagoas comemora em 2019 os 180 anos do nascimento do seu patrono, Aureliano Cândido Tavares Bastos.

Ele foi um dos maiores defensores do liberalismo no século 19 e ainda é personagem pouco conhecido entre os deputados alagoanos e até mesmo na literatura local.

Porém sua contribuição, em livros, fez com que ele fosse eleito patrono da cadeira de número 35 da Academia Brasileira de Letras. Ele não testemunharia a escolha porque morreu muito jovem, em 3 de dezembro de 1875, de pneumonia, aos 36 anos, deixando mulher e filho.

A ABL foi fundada em 20 de julho de 1897. A cadeira do patrono alagoano é ocupada hoje pelo escritor Cândido Mendes de Almeida.

Um dos aspectos curiosos de Tavares Bastos - e raramente dito- são seus ascendentes familiares, muitos deles temidos por resolverem suas desavenças à bala.

Ele era o mais velho de 6 irmãos. Seu pai, José Tavares Bastos, havia virado bacharel em Direito dois anos antes do nascimento de Aureliano.

O pai teria uma carreira longa pela frente na magistratura e no jornalismo. Ocupou a cadeira de ministro do Supremo Tribunal de Justiça, em 1885. Aureliano havia morrido 10 anos antes, em Nice, na França.

Como hoje, o compadrio era bastante comum. Uma mão la-

vava a outra nos corredores do poder.

Tavares Bastos-pai foi nomeado juiz de Atalaia menos de 1 ano após ser formado em Direito.

Esta nomeação foi assinada pelo seu padrinho político, o presidente da província alagoana (espécie de governador), Rodrigo Pontes.

O juiz não tinha fama somente pelo padrinho forte. Suas costas eram bem largas. Além do presidente da província chancelar sua nomeação menos de um ano após ele concluir o curso de Direito, Tavares Bastos tinha parentes famosos- e temidos.

Era sobrinho de duas lideranças políticas, respeitadas pelo temor; temidas por decidirem quem deveria viver ou morrer: o capitão João Nepomuceno

de Moraes e o vigário José Caetano de Moraes.

Jornais da época listam assassinatos atribuídos aos dois.

João Nepomuceno tinha capangas à sua disposição e um cemitério próprio, exclusivo para enterrar seus inimigos mortos à bala.

Já o vigário e chefe político da Vila de Palmeira, José Caetano, era sogro do irmão de Tavares Bastos.

Os jornais dizem que o pai de Aureliano era considerado um juiz incompetente. Bacharel em Direito há menos de 1 ano, tentou ser professor da cadeira de Filosofia Racional e Moral.

Foi demitido da função e readmitido, por influência do padrinho - o presidente da província, Rodrigo Pontes.

Pontes queria, em troca, um gesto de fidelidade: a prisão de

seu inimigo José Gomes da Rocha, irmão do tenente-coronel da Guarda Nacional, Joaquim José de Araújo Lima Rocha. Os irmãos eram conhecidos matadores e donos de engenho em Atalaia.

Na lista dos mortos estava até um padre: José Vicente de Macedo, liderança política e eleito deputado provincial.

Só que a nomeação do mais novo juiz para Atalaia implicava na remoção do outro: João José da Fonseca Lessa.

E João José era aliado dos irmãos matadores de Atalaia.

Ele foi removido para São João de Anadia, onde estava a Vila de Palmeira- a terra dos parentes matadores do juiz Tavares Bastos.

Só que substituir um juiz de

uma comarca ou transferí-lo de uma para a outra não era uma operação tão simples.

Em 11 de maio de 1837, na Câmara dos Deputados, discutia-se o festival de remoções de juízes no Brasil pelos presidentes das províncias.

Havia quem dissesse: a atribuição desta transferência era do governo central, não das províncias.

O motivo era lógico: D. Pedro 2º nomeava seus ministros e escolhia cargos nas províncias. Portanto, cabia a ele mudar juízes de lugar- não aos presidentes.

Enquanto o núcleo do Império brasileiro não definia quem deveria autorizar a transferência de juízes, em Alagoas o presidente Rodrigo Pontes criou o artifício legal tão criticado: a transferência do juiz Lessa de Atalaia para a comarca de São João de Anadia, onde estava a então Vila de Palmeira dos Índios. E pondo no lugar dele, em Atalaia, o juiz Tavares Bastos, para capturar Rocha.

Só que o problema cresceu: o juiz Lessa não aceitou a remoção. A pressão contra ele foi proporcional à sua articulação para se manter em Atalaia: na Vila de Palmeira dos Índios, para onde foi transferido, se aliou a José Ramos Santana, tratado como um “célebre criminoso” da região.

Tudo parecia estranhamente construído para o assassinato de alguém. Foi assim que, em 3 de setembro de 1837, o juiz Lessa foi morto no alpendre de sua casa, em Atalaia. Ninguém sabe quem matou o juiz. Ou não quiseram saber.

Tavares Bastos-pai seguiu na carreira de magistrado: mais tarde, em 14 de fevereiro de 1885, foi nomeado ministro do STJ. Mas, até o final da vida carregou uma sombra na carreira de magistrado: a estratégia para sobreviver a qualquer custo em meio ao poder, usando, no início da vida profissional, métodos poucos ortodoxos. Hoje, ele é apenas conhecido como “o pai do Tavares Bastos”. O filho entrou para a história.

e

8

extra

PINHEIRO

Eixo do Cepa depende de laudo do Serviço Geológico

Setrand aguarda divulgação de estudo para retomar obras JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

A

s obras do Eixo Viário do Cepa, paralisadas há mais de um ano e meio após denúncia de crime ambiental, continuam incertas. A construção, que acabou causando danos em área de preservação, chegou a ser embargada em 2017. A liberação para o retorno da pavimentação das vias só saiu em dezembro do ano passado, porém o afundamento do solo do bairro do Pinheiro, em Maceió, acabou se tornando um novo empecilho.

Agora, a Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) espera a divulgação do laudo preliminar do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) no próximo dia 8, que deve explicar as causas da instabilidade da terra, para reavaliar o projeto. Dependendo do resultado do laudo, segundo a pasta, o Eixo do Cepa poderá ser revisado pela equipe técnica da Setrand, que vai estudar uma nova solução para viabilidade da obra.

No início de fevereiro, a CPRM pediu à Prefeitura de Maceió que a construção do

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

Eixo do Cepa fosse suspensa por pelo menos seis meses até que as causas das rachaduras fossem, enfim, diagnosticadas. Na ocasião, o prefeito Rui Palmeira (PSDB) declarou à imprensa que o principal foco seriam o estudo das residências e o remanejamento das famílias durante a quadra chuvosa.

Ao EXTRA, a Setrand informou que, caso haja a liberação para o retorno das obras, o Eixo do Cepa ficará pronto em cerca de 180 dias.

“Assim como o Eixo do Quartel, o Eixo do Cepa será mais uma alternativa viária ao principal corredor de transporte de Maceió, a Avenida Fernandes Lima, visando garantir mais agilidade, mobilidade urbana e qualidade de vida à população”, destacou em nota. Enquanto isso, no local, é possível ver manilhas sendo usadas como bloqueios de via, entulhos e lixo.

A obra do eixo foi suspensa depois que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou crime ambiental e desmatamento de vegetação de mata atlântica na construção da via. O Ibama constatou o desmata-

JOSÉ FERNANDO MARTINS

Paralisada há mais de um ano, obra pode sofrer mudanças em sua rota

CRIME

A obra do eixo foi suspensa depois que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou crime ambiental e desmatamento de vegetação de mata atlântica na construção da via. mento irregular de uma área equivalente a três campos de futebol de uma Área de Preservação Permanente (APA), sem contar o desvio da rota que havia sido aprovada anteriormente.

Em dezembro do ano passado, a Setrand, o Ibama e o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) firmaram o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com objetivo de viabilizar a retomada das obras de implantação do Eixo do Cepa. O secretário da pasta, Mosart Amaral, ao firmar o termo, declarou a necessidade de elaboração do PRAD (Projeto de Recuperação de Área Degradada) a partir de um termo referência específico do Ibama. A obra deveria ter sido retomada no início de janeiro, o que acabou não acontecendo.

O EIXO

O Eixo Cepa terá nove quilômetros de extensão, tendo início no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na Gruta de Lourdes, estendendo-se até as ruas Frei Caneca e Luiz de Mascarenhas, no Farol, próximo à ladeira Teobaldo Barbosa. Assim, como o Eixo Quartel, o Eixo Cepa terá o formato de binário – duas vias paralelas, de mão única e sentido contrário, que servirá para o escoamento do trânsito e otimização do tráfego na região. O valor do investimento é de R$ 13,5 milhões.

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

e

9

extra

PINHEIRO, BEBEDOURO E MUTANGE

Atraso na entrega de laudo preocupa moradores e deixa projetos estagnados

Posse Legal e Plano de Contingência dependem do documento; Defesa Civil entrega cartilha com orientações BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

O

atraso na divulgação do laudo sobre o afundamento dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, que deveria ter sido feita na terça-feira, 30, pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), prejudicou não só a população de forma direta, que espera pelo documento há meses, mas também alguns serviços que estão sendo desenvolvidos e dependem do relatório das causas. A entrega foi adiada sem explicações para a próxima quarta-feira, 8, e será realizada no auditório da Justiça Federal, no bairro da Serraria.

Alterações em pontos de encontro em caso de evacuação, trechos do Eixo Cepa e uma possível indenização para os moradores das regiões atingidas dependem do documento que apontará as causas e o culpado. Mas, antes, de ser levado ao conhecimento público, o laudo será enviado para o Ministério das Minas e Energia, em Brasília. Um exemplo do que está sendo desenvolvido, por enquanto apenas na região do Pinheiro, é o programa Posse Legal, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.

Engenheiros e arquitetos voluntários que participam do programa não sabem até quando o projeto, que teve início em março, deve durar e nem a dimensão, visto que tudo pode mudar, a depender do que for dito pelo coordenador dos estudos, o geólogo Thales Sampaio,

do Serviço Geológico do Brasil.

O documento entregue após análise e elaboração de uma planta por parte dos profissionais possibilita que moradores possam dar entrada no programa e passar a receber o aluguel social da Prefeitura ou possam pleitear futuras indenizações, por conta dos problemas que vêm ocorrendo no bairro.

Até o final de abril foram contempladas, num primeiro momento, 195 famílias residentes nas áreas vermelha e laranja de risco. De acordo com um dos arquitetos à frente do programa, Daniel Lima Fernandes, a equipe depende do relatório final sobre a situação do bairro para levar o benefício a moradores de outras áreas. Até lá, moradores das demais regiões não estarão inclusos no programa.

“Pode surgir uma demanda muito maior do que a gente está esperando. Nosso trabalho pode se expandir para o Bebedouro, Mutange, Bom Parto. O montante é muito maior do que estamos preparados, precisamos de mais profissionais e mais estrutura”, explica o arquiteto.

Atualmente o programa conta com 12 voluntários responsáveis pela elaboração das plantas. Segundo o profissional, a depender do resultado, o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas deverá ceder oito profissionais para ajudar na rápida conclusão do programa.

“A partir de agora, considerando o laudo que será expedido, vamos redimensionar o projeto para poder atender outras áreas também de risco”, afirmou.

FAMÍLIAS

Até o final de abril foram contempladas, num primeiro momento, 195 famílias residentes nas áreas vermelha e laranja de risco.

Documento de posse serve serve para receber aluguel social

PLANO DE CONTINGÊNCIA Outro ponto crucial para os moradores das localidades atingidas é o Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil (Compdec). Segundo o coordenador Municipal de Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, a atualização do plano, entregue no dia 17 de abril ao Ministério Público Estadual, teria validade o último dia 30. Em contato com o EXTRA, ele explicou que mesmo com a validade expirada, não devem ser feitas novas alterações, pelo menos até o próximo dia 8. “Vão surgindo novas atualizações à medida que as coisas vão acontecendo”, explicou.

A Defesa Civil de Maceió também iniciou a distribuição de uma cartilha com orientações para os moradores das regiões em risco. O livro tem 12 páginas e explica, em linguagem simples e objetiva, questões sobre a situação de risco nos bairros, os serviços oferecidos pelos órgãos públicos e os canais de comunicação oficiais nos quais a população pode obter informações confiáveis.

Dividido em capítulos, o

Arquitetos Lucas Vicente e Daniel Lima participam do programa guia explica, por exemplo, a classificação das áreas de risco (vermelha, laranja e amarela), a quantidade de chuva necessária para que seja feita a evacuação dos imóveis e as formas de acionamento da Defesa Civil.

A cartilha ainda explica que os moradores de áreas de risco ou em situação de atenção devem manter um kit de emergência em local de fácil acesso e transporte para o caso de precisarem sair de casa. “É importante que esse kit contenha guarda-chuva, documentos pessoais de todos os integrantes da família, cartões do banco e de acesso a serviços de saúde, dinheiro e pequenos objetos de valor, remédios, chaves, água,

produtos de higiene pessoal, agasalho e peças de vestuário”, diz um trecho.

Outro ponto importante é em relação aos animais, que começaram a receber chips de identificação com objetivo de garantir a segurança dos animais domésticos e a localização dos donos caso seja necessário.

O guia explica que, independente dessa nova ação, é preciso manter a coleira e a caixa de transporte do animal sempre em local de fácil acesso, além de retirá-lo da área de risco e levá -lo para um local seguro (casa de parente ou abrigo provisório designado pela Defesa Civil). A cartilha ressalta que “abandonar é crime”.

10

e

extra

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

e

11

extra

TERAPIA.COM

Atendimento psicológico pode ser feito por meio da internet Avanços da tecnologia permitem a qualquer pessoa fazer uma consulta “na palma da mão” ARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão

C

om o avanço da tecnologia é possível ter muitas ferramentas na palma da mão. Além da praticidade que a tecnologia permite, a saúde também ganha com esse desenvolvimento. Diante dessa nova era a psicologia tem se moldado com os novos âmbitos da modernização. Clínicas psicológicas estão deixando de ser o único local de atendimento para quem quer se cuidar mentalmente, atendimentos online estão ficando cada vez mais constantes no nosso dia a dia.

O psicólogo online atua em atendimentos virtuais de psicoterapia e orientação psicológica e tem sido um profissional cada vez mais procurado. Portanto, com toda tecnologia de comunicação que é disponibilizada nos dias atuais, muitos serviços de saúde também estão crescendo e ganhando espaço na internet.

Pessoas que não podem sair de casa não têm mais desculpas para não ir ao psicólogo: um computador ou um celular é o necessário para ser atendido.

Vale lembrar que o custo/benefício é um fator que o paciente deve levar em conta na escolha do psicólogo online, visto que a consulta pode ser no momento em que a pessoa desejar e não tem gastos com o transporte.

Além da questão da saúde, este tipo de serviço promove emprego e renda, pois nem todos os psicólogos têm um consultório para atender seus clientes.

Levando em consideração a situação atual do Brasil, esse novo negócio agrega bastante

com a economia, pois o número de desempregados tem crescido no país.

O atendimento permite que o cliente faça a escolha de acordo com a sua flexibilidade e facilidade e pode funcionar das seguintes maneiras: via email, que consiste em mensagens mais longas; Whatsapp com mensagens instantâneas, podendo utilizar áudio ou chat; Skype por meio de ligação por vídeo que oferece o diálogo do profissional junto e se aproxima mais de uma consulta presencial.

EXPERIÊNCIA ‘’Gostei bastante do atendimento e não tive custos por ser em casa e não precisar me locomover para algum consultório, além de que o preço é bem mais acessível. Não achei que fosse um serviço inferior, pois já utilizei em outras ocasiões e recomendo. O serviço oferece atendimento para vários casos como ansiedade, dificuldades amorosas, problemas familiares, depressão, falta de confiança’’, disse José Fernando.

RENDA

Além da questão da saúde, este tipo de serviço promove emprego e renda, pois nem todos os psicólogos têm um consultório para atender seus clientes.

POSIÇÃO DO CRP Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia de Alagoas, Manoel Carvalho, a resolução de 2018 trouxe uma nova regulamentação sobre os serviços psicológicos. Por meios tecnológicos ela ampliou os serviços, pois até ano passado era restrito.

Ainda de acordo com Carvalho, hoje para o profissional oferecer esse tipo de serviço é necessário preencher um cadastro no sistema do Conselho Federal de Psicologia, informando qual tipo de atendimento e por quais meios irá utilizar e a que público

quer atingir. ‘’Em relação ao posicionamento do CRP, nas discussões que tivemos o nosso posicionamento atual é de muita cautela e cuidado, tendo em vista que é um serviço recente, apesar dos meios tecnológicos existirem há um bom tempo.

Nós ainda não temos uma análise de como esse serviço vai ter impacto na sociedade. A orientação que nós passamos para a sociedade é de que, sempre que for procurar algum psicólogo, procure se informar sobre esse profissional, procurar também o registro ativo dele no conselho onde ele atua para que o paciente saiba quem o vai atender e possa ter um serviço com

qualidade dentro dos princípios éticos”.

Carvalho assinala, ainda, que no que diz respeito aos psicólogos, o Código de Ética da categoria estabelece que os profissionais só podem prestar serviço caso estejam bem tecnicamente, teoricamente e mentalmente.

“Como são serviços que nós ainda não temos proporção dos impactos, nós orientamos que os psicólogos se capacitem para isso.

Já existem algumas instituições que estão oferecendo cursos de formação para atendimento imediato por tecnologias para que o profissional possa garantir a qualidade’’, disse Manoel Carvalho.

e

12

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

CASO AVIANCA

Advogado orienta passageiros com voos cancelados

LESADOS

Em Maceió, a Comissão de Direitos do Consumidor da OAB está de prontidão para atender, orientar e, se necessário, abrir processos administrativos para clientes que se sentirem lesados.

Rafael Acioli, presidente da Comissão de Direitos do Consumidor da OAB/AL, aconselha que relocação é melhor que reembolso MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

C

om o cancelamento de voos da companhia aérea Avianca (Oceanair Linhas Aéreas S.A), milhares de pessoas foram prejudicadas em todo o país. Em Maceió, a empresa deixou de operar no sábado 27, e as dúvidas e incertezas são as mais variadas.

Para orientar o consumidor sobre como agir e esclarecer dúvidas, o presidente da Comissão de Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil de Alagoas (OAB-AL), Rafael Acioli, coloca a comissão à disposição. Acioli diz que o consumidor tem o livre arbítrio de escolha, mas aconselha que a relocação é melhor que o reembolso.

A Avianca operava em média 35 aeronaves, mas com a crise diminuiu em mais de quase 50% sua frota. Na verdade, ao todo, a companhia encerrou no mês de abril operações em 23 aeroportos brasileiros. O problema veio à tona durante a Semana Santa, quando começaram os cancelamentos de voos. Estima-se que até final do mês de abril três mil voos tenham sido cancelados.

Rafael Acioli disse que no início dos cancelamentos em Maceió os passageiros estavam sendo relocados pelas companhias aéreas Azul e Gol, mas a informação é que não está mais havendo essa relocação. “Recomendação que temos é que o consumidor tenha opção de escolha entre optar pela relocação do voo ou reembolso no valor da passagem. Como a Avianca não está mais operando

em Maceió, o passageiro seria relocado para outra companhia, mas informação é que a Avianca não está fazendo mais isso. A gente orienta o consumidor a buscar relocação porque caso ele solicite o reembolso provavelmente não vai conseguir comprar outra passagem no valor da que ele adquiriu anteriormente”, aconselhou.

Segundo ele, além do consumidor levar em consideração que o valor do reembolso não seria suficiente para comprar outra passagem, a Avianca não está fazendo esse reembolso de imediato.

Acioli esclareceu que para o cliente que comprou a passagem diretamente da Avianca - através de site ou telefone - a empresa se comprometeu em fazer reembolso em 15 dias. Quem comprou através de agência de turismo ou site terceirizado, o reembolso vai ser feito através desses canais. Já quem optou por cartão de crédito, a Avianca informou que haveria estorno através do próprio cartão.

Para quem comprou passagem pelo site, aplicativo, call center ou lojas da Avianca Brasil, pode solicitar o reembolso em: ww.avianca.com.br/reembolso.

“O consumidor deve buscar a melhor solução para ele, de forma que tenha essa opção de fazer escolha entre reembolso e relocação do voo”, disse ao acrescentar que em virtude do problema, pode ocasionar outros danos aos passageiros. Assim, quem se sentir lesado pode abrir uma ação nas esferas do poder.

A Avianca firmou acordo junto ao Procon nacional e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)

Rafael Acioli orienta como passageiro da Avianca deve agir

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

que todos os consumidores seriam informados em até 72 horas sobre o cancelamento do voo. “A gente orienta aos consumidores que se sentirem lesados a registrar o fato junto aos órgãos competentes.” Inclusive, disse, a própria Anac tem site disponível através da plataforma consumidor.gov.com.br.

Em Maceió, a Comissão de Direitos do Consumidor, que atua no antigo prédio sede da OAB, no Centro da capital alagoana, está de prontidão para atender, orientar e se necessário, abrir processos administrativos para clientes que se sentirem lesados.

A empresa deu entrada em pedido de recuperação judicial em dezembro de 2018 e em abril foi aprovado o plano de recuperação pelos credores, com a redução da frota de aeronaves, que foram objeto de busca e apreensão, ficando à disposição dos bancos credores. E assim, devido às vendas antecipadas de passagens aéreas não estava sendo possível a Avianca cumprir, efetuar o cumprimento desses transportes aéreos de passageiros.

No entanto, a resolução 400/2016, da Anac, prevê que a companhia aérea que cancelar ou alterar voos de seus passageiros tem os seguintes deveres: manter o passageiro informado a cada 30 minutos quanto à previsão de partida dos voos atrasados; informar imediatamente a ocorrência do atraso, do cancelamento e da interrupção do serviço; oferecer gratuitamen-

te, de acordo com o tempo de espera, assistência material; oferecer reacomodação, reembolso integral e execução do serviço por outra modalidade de transporte, cabendo a escolha ao passageiro, quando houver atraso de voo superior a 4 horas, cancelamento ou preterição de embarque; informar, ainda, que, sem prejuízo dos demais canais para contato com a companhia aérea, os consumidores lesados poderão apresentar suas reclamações na plataforma consumidor.gov. br, a qual pode ser acessada por navegador ou por aplicativo próprio disponível para os sistemas Apple e Android.

Além do que, o Código de Defesa do Consumidor, entre outros direitos, garante também indenização pelos prejuízos causados, embora a principal recomendação seja o consumidor tentar embarcar em outro voo, pois uma disputa judicial indenizatória envolvendo a empresa em recuperação judicial não resolverá o problema no curto prazo.

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

13

extra

ALERTA

Aumenta número de casos de dengue em Alagoas

Registros de chikungunya quase que dobraram no 1º trimestre em relação ao mesmo período de 2018 MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

M

aceió está entre as cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes com maior incidência de casos de zika nos três primeiros meses deste ano. No mesmo período, Alagoas registrou quase 500 casos. No estado, 66 cidades estão em alerta ou risco de dengue, zica e chikungunya. São 22 municípios com alto índice de infestação do Aedes aegypti. Nessas cidades, o índice de infestação predial (IIP), que de acordo com o Ministério da Saúde deve ser perto de zero, está entre 10,90% e 10,90%. Além disso, outros 44 municípios no estado, incluindo a capital alagoana, estão em alerta contra as doenças.Satuba é o município com o maior risco de surto de doenças provocadas pelo mosquito. Até 13 de abril de 2019, foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no Brasil contra 102.681 no ano passado.

Panorama dos casos confirmados de dengue, zika e chikungunya em Alagoas, segundo dados do SINAN NET, de janeiro a março de 2018, foram 413 casos de dengue e no mesmo período de 2019 aumentou para 483. No caso da zika, teve uma queda em relação ao mesmo período do ano passado. Nos três primeiros meses de 2018 foram 27 casos.

De janeiro a março desse ano foram 18. Com a chikungunya quase que dobrou. De janeiro a março de 2018 foram 34 ocorrências. Este ano foram registrados 56 casos.

Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde, a Sesau

atua junto a municípios para evitar casos de dengue. E esclarece que “a forma mais eficaz de evitar o aumento dos casos de dengue é investir no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença, além da zika e chikungunya. Por esta razão, além do cuidado que cada cidadão deve adotar em sua residência, evitando manter expostos recipientes com água limpa e parada, limpando quintais, calhas e caixas d’água e descartando garrafas de plástico ou qualquer recipiente que possa acumular água, a Sesau tem prestado assistência técnica aos 102 municípios, para que os agentes de endemias executem as ações de campo de forma eficaz,

resultando na redução de casos da doença, a exemplo do que ocorreu no ano passado.

E para evitar o aumento de casos nos próximos meses, a Sesau prevê também a distribuição de larvicida e inseticida, disponibilizando o carro fumacê para os municípios que apresentarem aumento da infestação do vetor, além de capacitar os novos agentes de endemias, promovendo campanhas educativas para conscientizar a população e prestando orientação durante os projetos Governo Presente e Vida Nova nas Grotas”.

Segundo dados da Sesau, foi registrada apenas uma morte por dengue em 2018 em Alagoas.

A boa notícia é que até 16

de março deste ano não foram confirmados óbitos por chikungunya no Brasil e existem 14 óbitos em investigação. No mesmo período de 2018, foram confirmados nove óbitos (um na Paraíba, quatro no Rio de Janeiro e quatro no Mato Grosso).

Dengue mata 62 pessoas em três meses

A

té março desse ano foram registrados 229.064 casos prováveis de dengue no país, com incidência de 109,9 casos/100 mil habitantes. No mesmo perí-

odo de 2018, foram 62.904 casos prováveis.

Neste mesmo período, foram confirmados 173 casos graves da doença e 2.052 com sinais de alarme, 464 permanecem em investigação. Até março de 2019 foram confirmados 62 óbitos e 118 em investigação em todo o país.

Também até início de março, foram registrados 2.062 casos prováveis de zika no país, com incidência de 1,0 caso/100 mil hab. Em 2018, no mesmo período, foram registrados 1.908 casos prováveis.

Nos três primeiros meses de 2019 foram registrados 270 casos prováveis de zika em gestantes, sendo 50 casos confirmados. Em 2018 foram 224 casos prováveis, sendo 88 confirmados por critério clínico-epidemiológico ou laboratorial.

No ano passado a Região Nordeste teve 2.378 casos de chikungunya e 1786 este ano nos três primeiros meses do ano. Em 2019 não foram confirmados óbitos pela doença.

Existem 14 óbitos em investigação. No mesmo período de 2018, foram confirmados nove óbitos.

No Brasil, nos três primeiros meses deste ano foram registrados 12.942 casos prováveis da doença, com incidência de 6,2 casos/ 100mil habitantes. Em 2018, no mesmo período foram registrados 23.484 casos prováveis.

Diante dos números, o Ministério da Saúde recomenda a adoção de medidas simples como manter bem

e

14

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

Crianças e adolescentes são principais vítimas Rede de Atendimento do Estado contabiliza 413 atendimentos em seis meses

SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

O

perfil das vítimas que mais sofrem violência sexual tem sido traçado aos poucos em Alagoas, mas já pode ser definido: crianças e adolescentes. Dentre 413 pessoas que receberam atendimentos desde a criação da Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS), em outubro do ano passado, 320 são menores de 17 anos. O levantamento aponta que são mais de quarto vítimas por semana.

A maioria das vítimas é do sexo feminino, 379 até o momento. Mas o sexo masculino também é alvo de violência e registrou 34 casos que receberam acolhimento da rede. Os dados são de outubro de 2018 a março de 2019.

Segundo a coordenadora da RAVVS, Camille Lima Cavalcante Wanderley, existia a necessidade de um olhar mais atenciosos às vítimas de violência sexual no estado. “O intuito da rede é a gente poder criar uma trilha, evitando que o paciente passe pelo processo de revitimização, e vá de setor em setor em busca de ajuda, como delegacia, hospital, Instituto Médico Legal. A Rede é para que a vítima possa percorrer com segurança, com apoio, com atendimento, garantindo todos os seus direitos diante da situação de violência. Nós somos da saúde mas trabalhamos em conjunto com diversos outros setores para que as coisas aconteçam”, explicou.

Quanto ao sexo masculino, para a coordenadora o número ainda é pequeno para se traçar um perfil, mas ela acredita que

isto se dê por conta do preconceito que ainda exista, e dos públicos que o programa ainda não consegue alcançar, como o LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros). “A gente ainda não consegue entrar no sistema prisional, por exemplo, então este número do sexo masculino é ainda muito subnotificado”.

Para Camille, hoje a população alagoana sabe que existe um serviço humanizado e a Rede tem pretensão de avanço em todo o estado. “O próximo passo será a ampliação para o Hospital da Mulher, no Hospital Metropolitano, no Hospital da Criança. Estamos caminhando para abrir várias portas, daqui para 2020 temos o objetivo de estar com o estado todo coberto”.

O objetivo é garantir o atendimento integral e humanizado às pessoas em situação de violência sexual, ofertando orientação, acolhimento e acompanhamento por todo trajeto necessário.

A rede foi implantada por meio de uma ação civil pública ingressada pela Defensoria Pública através do Núcleo de Direitos Coletivos e Humanos da instituição em 2017. Para o defensor público Daniel Alcoforado, a criação de um equipamento na saúde como este é imprescindível às vítimas de violência sexual.

“A Defensoria Pública começou a receber uma série de informações e reclamações com relação ao sofrimento que era imposto a estas pessoas, que percorriam uma verdadeira via-sacra em busca de atendimento e amparo, seja nas de-

PGE tenta derrubar liminar que garantiu Rede

legacias, na saúde, no Instituto Médico Legal. Muitas vezes funcionários despreparados que faziam com que a vítima relatasse todo o sofrimento passado novamente. Foi a partir disto que a Defensoria viu realmente a necessidade da criação de uma rede de atendimento multidisciplinar para diminuir o sofrimento e atender estas vítimas”, conta o defensor.

Apesar de reuniões extrajudiciais, a rede só foi implantada após liminar do Poder Judiciário que determinou o prazo de 90 dias para que o Estado implantasse o sistema único especializado em atender essas vitimas. Segundo Alcoforado, já existia um projeto pré-aprovado da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), mas que nunca havia realmente sido implantado.

“Apesar da demora, depois de quase um ano da liminar, no final do ano passado a rede foi implantada pela Sesau que, através do balanço divulgado na última semana, demonstra a

importância de um equipamento como este para a população na área de saúde, de segurança pública, para estas vitimas, independente de gêneros”, disse Alcoforado A REDE Formada por uma equipe multiprofissional composta por especialistas das áreas de enfermagem, psicologia e serviço social, a rede presta assistência às vítimas de violência sexual por 24 horas, realizando a busca ativa das vítimas, no local onde ela estiver ou através de denúncias. A equipe acompanha a vítima durante todo processo, auxiliando-a desde o atendimento nas delegacias e unidades de saúde, com a profilaxia para evitar doenças sexualmente transmissíveis e até seis meses após a agressão, com acompanhamento psicossocial As denúncias e as solicitação de informações podem ser feitas através dos telefones 0800 284 5415, (82) 3315- 2059 ou (82) 98882- 9752.

Apesar de serem apontados os benefícios para a implantação da Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual, o Estado, segundo Alcoforado enfrenta um paradoxo: ao mesmo tempo que a Sesau vem trabalhando em busca de ampliação e fixação do projeto, a Procuradoria Geral do Estado ainda recorre na justiça para a revogação da decisão que implantou a rede. “Uma postura que na verdade é contraditória ao que a própria secretaria e o próprio governo do Estado anunciam publicamente”, pontuou o defensor.

Segundo ele, o fundamento dos pedidos da Defensoria estão baseados na Constituição Federal, que garante a dignidade da pessoa humana e o direito à saúde, e também na Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013, que preceitua como obrigatório a oferta às vitimas de violência sexual atendimento emergencial, integral e multidisciplinar, visando o controle e o tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes do ato de violência. “Há uma lei federal que garante esses atendimentos às vitimas, e esse foi o princípio jurídico utilizado pela Defensoria”, finalizou.

O processo atualmente se encontra em tramitação no Tribunal de Justiça para análise de recurso de apelação interposto pelo Estado de Alagoas.

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

e

extra

30 ANOS

Maceió Shopping é homenageado em sessão solene na ALE Superintendente Robson Rodas destaca transformações provocadas na economia local

E

m comemoração aos 30 anos de seu funcionamento, o Maceió Shopping foi homenageado no último dia 26 em sessão solene na Assembleia Legislativa de Alagoas. O superintendente Robson Rodas destacou a importante atuação do primeiro shopping da capital alagoana que trouxe avanços, melhorias na economia, ampliação de vagas no mercado de trabalho e serviços para a população alagoana.

“Essa homenagem é um marco em nossa trajetória e aumenta nossa responsabilidade em continuar sendo referência em compras, prestação de serviços e entretenimento”, citou.

Segundo ele, o shopping representou o início da vida profissional de muitos trabalhadores, como a oportunidade de ter a carteira assinada pela primeira vez. “Hoje temos mais de 320 lojas e continuamos

sendo o maior centro de referência no varejo em Alagoas. Sinto-me orgulhoso em ver o Maceió Shopping sendo homenageado pela Casa do povo alagoano”, destacou Rodas.

O propositor da homenagem foi o deputado estadual Dudu Ronalsa, que considera o empreendimento um verdadeiro gerador de empregos para a capital alagoana. “É um importante gerador de emprego e renda para centenas de alagoanos. É uma justa homenagem a quem contribui com o desenvolvimento do nosso estado. Uma data importante não só para o varejo regional, mas também para o público, alagoano ou não, que dá vida a este empreendimento”, afirmou Dudu Ronalsa.

Atualmente, o Maceió Shopping recebe, mensalmente, um público de mais de um milhão de pessoas, tem mais de quatro mil trabalhadores que assumem seus postos diariamente e mais de 240 pontos de venda.

Inaugurado em abril de 1989, o primeiro shopping do estado é pioneiro no varejo alagoano e responsável por grandes mudanças na economia local.

15

e

16

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

Teotônio Vilela em constante

desenvolvimento T

eotônio Vilela e municípios adjacentes estão agora muito mais seguros. Foi inaugurada no último dia 1º o maior Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) de Alagoas na terra vilelense.

O Cisp tipo II tem maior capacidade que as demais unidades já implantadas e é o primeiro a ser instalado no estado. Além da localização estratégica, o centro contará com mais espaço, estrutura e tecnologia para atender os moradores de toda a região de Teotônio Vilela, com o objetivo de acompanhar a cidade que cresce dia após dia.

Trazendo segurança e suprindo todas as demandas dos municípios vizinhos, junto com a estrutura, foi lançada também a Força-Tarefa para incrementar o efetivo policial e intensificar operações de saturação de área, combate ao tráfico de drogas e homicídios.

Para o prefeito da cidade, Joãozinho Pereira, este é o compromisso que ele tem com seu povo: trazer avanços, tecnologia e modernidade para Teotônio Vilela. “O município ostentava altos índices de violência mas graças ao trabalho integrado de polícias, da gestão, de estratégia,

esses já diminuíram bastante e vão diminuir mais ainda com esse novo equipamento. Além disso, o Cisp estará de portas abertas para receber a comunidade e servir de espaço destinado a debater as ações e políticas públicas de segurança no município”, afirmou Joãozinho.

O governador Renan Filho destacou como a violência tem sido reduzida em Alagoas. “Nosso estado se transformou numa referência para o Brasil em segurança pública, sobretudo na redução dos índices de violência.

Trata-se de uma mudança de postura muito forte. Aqui em Teotônio vão trabalhar, também, policiais recém-formados no último concurso público da PM”.

No novo prédio, construído em uma área de 1.340 metros quadrados, a Polícia Militar possui salas destinadas aos setores de inteligência, planejamento de operações, posto de identificação, centro de operações (Copom), alojamento para oficiais e praças, vestiários, sala de reuniões, reserva de armas, depósito e dispõe ainda de elevador para cadeirante. Além disto o efetivo local passará de 12 para 48 homens. Já a Polícia Civil possui

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

e

extra

Nova sede da Secretaria de Educação é entregue e “Senadinho” reinaugurado

Município recebeu o primeiro CISP tipo II do estado de Alagoas sala para o chefe de operações, cartório distrital e regional; depósito, alojamentos para delegados e agentes, além de sala de reuniões.

A deputada estadual Jó Pereira esteve presente e relatou o orgulho de ver o desenvolvimento da cidade e mais uma vez participar desta história. “Temos o dever de fazer mais e melhor, na saúde, na educação, na assistência social, na segurança, e é isso que estamos buscando sempre”, disse.

O prefeito Joãozinho Pereira encerrou seu discurso enfatizando os novos projetos previstos para a segurança do município: “Para o mal prevalecer basta que os homens de bem nada façam, e nós somos de bem, nós iremos vencer e fazer”.

Também estiveram presentes na solenidade de inauguração o secretário de Segurança Pública, coronel Lima Júnior; o comandante-geral da PM, Marcos Sampaio; o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira; o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor; e, a prefeita de Campo Alegre, Pauline Pereira, dentre outras autoridades.

Além do Cisp, Joãozinho Pereira também inaugurou a nova sede da Secretaria de Educação do município, com infraestrutura moderna, equipamentos de alta tecnologia e um auditório com capacidade para mais de 400 pessoas. O prefeito acredita que a educação pode mudar de maneira notória o futuro do município.

“Devemos proporcionar condições dignas de estudo, investimentos na educação, ônibus escolar de qualidade, e por isso acreditamos na secretaria, no comprometimento dos profissionais”, ressaltou.

No último ano Teotônio Vilela ocupou uma posição de destaque entre os municípios alagoanos, ficando em 3º lugar nos anos iniciais e em 2º lugar nos anos finais do Ensino Fundamental na Avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDEB. Finalizando o dia de entregas e de comemoração, foi reinaugurado o ginásio “O Senadinho” após passar por uma grande reforma e melhorias de suas instalações.

Foram construídas uma rampa de acesso na entrada do ginásio dando acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, uma nova arquibancada, aumentando a capacidade de público, e reformados os vestiários A e B, entre outras inovações. No mesmo dia também foi realizada a abertura da Copa do Menestrel de Futsal Masculino Adulto. “ Devemos fazer uma administração voltada para educação, para saúde, para o desenvolvimento, trazendo capacitação, condições dignas de estudo, para todos nós”, finalizou o prefeito.

17

e

18

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

SAÚDE MENTAL

Onda de psicopatia?

E

sta semana irei concluir a publicação do resumo de uma entrevista que o psicanalista Contardo Calligaris concedeu e que ele fez alguns questionamentos sobre a atual conjuntura política-social-psicológica brasileira.

Ele é autor dos livros: Hello, Brasil! e Outros Ensaios e Cartas a um Jovem Terapeuta. Será um resumo do que foi publicado no link: https://www.fronteiras.com/entrevistas/vivemos-uma-onda-de-psicopatia-no-pais-diz-contardo-calligaris, cujo título é: “Vivemos uma onda de psicopatia no país”, diz Contardo Calligaris.

Psicopatia brasileira

“(...) A psicopatia brasileira é uma consequência. É certamente mais brasileira do que europeia, e existe também nos EUA. (...) A polícia nos EUA não se confunde mais com o crime. Já aconteceu no passado, mas não se confunde mais. Se você está no Rio de Janeiro, vai ver que se confunde. Está difícil distinguir as duas coisas.

“Felizes”

“(...) Não concordo muito com a ideia de que a depressão foi a grande doença do século 20. Tornou-se a grande doença do século 20 porque, a partir do fim do século, em 1990, os antidepressivos fizeram uma grana federal. Então, era necessário que houvesse muitos deprimidos para que aquilo tivesse função. Os laboratórios ficaram muito felizes. Mas se eu tivesse que falar de doença do século 21, estaria em algum lugar entre a perversão e a psicopatia.(...)

“Perversão”

(...) A perversão, do meu ponto de vista, não tem nada a ver com o que chamamos genérica e impropriamente de perversões sexuais. A perversão é uma doença de grupo. Opera quando você desiste dos seus anseios, freios e limites individuais e passa a fazer parte de um grupo para o qual você delega todas as suas preocupações morais. (...)

A perversão não é tanto o fato de colocar fogo em um índio, é o fato de entrar em um grupo, mesmo que seja temporário ou de cinco pessoas...

Pouco importa que sejam cinco amigos ou o Partido Nacional-Socialista, não faz diferença. É entrar em um grupo que te permita esquecer os freios morais básicos. (...)

“Tudo”

“(...) Faz 15 anos que atendo só no Brasil, então não teria sentido comparar com os jovens americanos e ainda menos com os europeus.

Mas continuo com a mesma crítica. Vejo os jovens de hoje desejando

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Rota

O mais importante do caminho não é o destino; corrija sempre a rota quando estiver no caminho errado.

pequeno. A mãe de um dos dois atiradores de Suzano, que é uma mulher pobre e provavelmente se sacrificou para que o filho tivesse o que queria, disse: “Não entendo. Ele tinha tudo que queria”.

(A declaração literal foi: “Ele tinha internet, TV a cabo, tinha tudo. E o bobão faz isso?”)

Achei essa frase tão tocante porque poderia ser dita em condições análogas por muitas mães. É como se a gente estivesse sempre no primeiro ano de vida: quando o bebê chora, seja porque não está gostando do sol ou porque o barulho é muito alto, a única coisa que lhe é dada em resposta é comida. Mas é engraçado como esse modelo de alguma forma continua na relação entre pais e filhos. (...)

“Otimista”

(...) Não sou otimista sobre o futuro do Brasil, pelo menos não a partir dos jovens que eu vejo em geral. Acho que eles são mal-educados, e não no sentido de não saberem usar a faca na mão direita, isso seria o de menos, mas no sentido de que não aprendem o suficiente na escola. Acho que têm pouco gosto pelo esforço de se formar, crescer e trabalhar. Não sou otimista. (...)

“Se esforcem”

“(...) Sim. Grande parte das classes médias começou a querer facilitar a vida dos filhos além da conta. Os pais da classe média paulistana, e suponho que não seja diferente de Porto Alegre, ficam horrorizados se o professor supõe que os alunos estudem em casa duas ou três horas por dia. São capazes de telefonar para a escola indignados porque as crianças vão cansar. Não vão poder sair para a rua e se divertir? Eles têm uma relação doentia quando o esforço aparece primeiro. Os pais não querem que os filhos se esforcem.

Agora, claro, há algumas exceções.(...)

“Vítima de assalto”

(...) Sem dúvida tem isso, mas essa não é só uma questão brasileira. A especificidade do Brasil é que se trata de um lugar onde não há crédito – há usura. É diferente. Nossos amigos banqueiros vão tentar me convencer de todas as maneiras possíveis do contrário, mas não existe um nível de inadimplência que justifique esse juro ao consumo ou ao crédito pessoal no Brasil.

Faça uma experiência. Coloque, sei lá, R$ 50

(Arnaldo Santos)

.

mil de investimento em um fundo do seu banco. Daí, pergunte ao banco se pode dar esse fundo na garantia de um empréstimo do mesmo valor. Você não vai poder tocar nesse dinheiro, que é seu, mas fica nas mãos do banco, até você ter pago o empréstimo. Essa operação, em qualquer lugar do mundo, tem um juro ridículo, porque a garantia é absoluta. No Brasil, não. Tem um juro abusivo.

Então, o problema no Brasil é que as pessoas que consomem dessa maneira são vítimas de um assalto. (...)

“Avatares”

“(...) Ouço muito menos os meus pacientes falarem do Facebook deles do que alguns anos atrás. Claro que foi um tempo extraordinário que ainda pode ser analisado como o momento em que todo mundo criou um ou vários avatares, e isso se tornou um tremendo trabalho da imaginação de cada um. Digo avatar no sentido de ser aquela figura que você quer mostrar aos outros. Aquilo teve um efeito tremendo sobre a vida de cada um. (...) Estou vendo um efeito, por outro lado, interessantíssimo, extremamente positivo das redes sociais. Um número de pacientes, sobretudo mulheres, hoje acessam diariamente o Tinder e têm encontros amorosos que podem se transformar em outra coisa, temporária ou não, graças aos aplicativos de paquera. Isso acho altamente positivo. (...)

Ela pode entrar em um aplicativo, sair hoje à noite e transar. Não necessariamente vai ser a transa do século, e às vezes até é. Isso eu acho que foi uma melhora significativa.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132.

Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas.

Atendimento: na CLÍNICA HUMANUS Rua Iris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL (82) 9.9351-5851 / 3025-4445 / 3025-0788 Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@uol.com.br Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos

SEJA NOSSO PATROCINADOR – 9.9351-5851

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

19

extra

Os donos da bola

P

elo menos até o momento os dois nomes políticos de Alagoas mais próximos do Palácio do Planalto são Benedito de Lira e seu filho deputado Arthur Lira. Ambos têm trânsito livre com a maioria dos ministros, por recomendação do próprio presidente que também já conversou mais de uma vez com os dois. O deputado Arthur Lira continua um dos nomes mais fortes na Câmara Federal e “dono” de uma fatia considerável de votos que podem ajudar ou atrapalhar muito o governo.

O ex-senador é um mestre na arte da articulação política, conhece os caminhos “atapetados” da Esplanada e joga pesado quando se trata dos interesses do estado.

Está fazendo falta no Senado Federal e muitos já se mostram arrependidos por ter trocado de voto.

Esta semana me confessava um

Governador reage

Situo-me entre os jornalistas mais críticos em relação ao governador Renan Filho (e são poucos), porém nada de pessoal tenho contra ele.

Apenas sou intransigente quanto ao interesse público e não tenho nenhum compromisso com os seus erros. Não tenho vinculação política com nenhum lado e só devo satisfação aos meus leitores. Da maneira que o critico o elogio quando merece e é sobre isto que quero falar: em contraponto às aleivosias do presidente Jair Bolsonaro com a sua declaração de que “quem quisesse fazer sexo com mulher no Brasil ficasse à vontade”, em referência ao turismo sexual. O governador foi enfático: “Alagoas tem lugares incríveis para se visitar, o estado está preparado e de braços abertos para receber o turista. Esse é o turismo que queremos. Turismo sexual, não! Respeito à nossa gente, às nossas mulheres, Esse é o nosso princípio condutor”.

Em um país campeão mundial de violência contra as mulheres, com políticas públicas equivocadas, falta de ações efetivas e de resultados contra a exploração, o estupro, e o feminicídio em escala crescente, incentivar o turismo sexual é no mínimo uma grande falta de responsabilidade.

O governador de Alagoas com sua declaração mostrou ao país que aqui é diferente. Parabéns pelo emblemático gesto de responsabilidade e defesa da mulher alagoana.

prefeito de importante cidade do interior, durante reunião da Associação dos Municípios (AMA): “Trocar o mandato do Biu por uma aventura foi um risco equi-vocado. Mais da metade dos municípios do interior só tem recursos que mal dá para pagar a folha. Ninguém tem condições de fazer investimento e atender o mínimo que a população reclama. Se continuar assim algumas prefeituras vão fechar as portas. O maior erro do alagoano foi não eleger o senador que mais trazia recursos para o interior e também para a capital”.

A esperança desses prefeitos é que Benedito de Lira venha a ocupar um importante cargo no governo federal e esse fato tem circulado com insistência em Brasília. Uma coisa é certa e eu conferi: Arthur e Benedito de Lira estão com a bola toda no Palácio do Planalto.

Reforma da Previdência

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que, sem a reforma da Previdência, o Brasil pode passar por uma crise econômica semelhante à enfrentada atualmente pela Argentina.

A Argentina passa por uma forte desvalorização da sua moeda, inflação alta e baixo crescimento econômico. Segundo ele, o país vizinho está “pagando a conta” por não ter feito o ajuste fiscal necessário para melhorar a economia. Maia também ressaltou que a reforma vai trazer credibilidade ao País e garantir o futuro das novas gerações.

“O que a Argentina vem passando nos últimos dias é uma sinalização clara de que um país que não faz o seu ajuste fiscal paga a conta. Infelizmente, a Argentina está pagando uma conta alta do aumento do desemprego, de aumento da inflação que corrói, em primeiro lugar, o salário dos que ganham menos”. É preciso então que os parlamentares se conscientizem da importância da reforma da Previdência para o futuro do País. Que se mude os pontos necessários, a defesa dos que ganham menos e aperto nos que ganham mais, só não vale a obstrução, postergação, diante do alto preço que o brasileiro poderá pagar. Governo e oposição devem se entender naquilo que é melhor para o povo, sem agredir os cofres da governabilidade.

PEDRO OLIVEIRA

Para refletir: A política não é a ciência da sinceridade, nem da coerência.

n pedrojornalista@uol.com.br.com

Renan ganha mais uma Reforma da Previdência II

O presidente da comissão especial que analisa a reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), espera que a proposta seja votada até junho na comissão, mas destacou que o mais importante é conseguir os 308 votos mínimos para aprovar em Plenário.

Segundo Ramos, os trabalhos no colegiado têm que ser coordenados com a construção de maioria no Plenário. “Não adianta votar na comissão sem a garantia no Plenário”, disse o presidente.

Ele apresentou o cronograma de trabalho que prevê a realização de 11 audiências públicas com cerca de 60 convidados para debater o tema no colegiado. “O debate tem que ser mais plural possível, tem que ser amplo mas tem que terminar”, disse Marcelo Ramos, adiantando que, apesar de haver sugestões para ouvir 130 pessoas, esse número deve ser reduzido. “Eu não posso usar o argumento de fazer audiência pública e inviabilizar o momento da matéria de ser votada. Vou tentar coordenar para que a gente possa ter mais tempo para discutir as emendas”, afirmou.

O relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), afirmou que o objetivo é terminar a votação da proposta no Plenário da Câmara até o fim do primeiro semestre. “Precisamos de um tempo para fazer as simulações e correções”, disse o relator. “Temos um problema fiscal grave, e [vamos] aproveitar para corrigir as injustiças desse processo”.

O senador Renan Calheiros festejou, com justa razão, o arquivamento de mais um inquérito contra ele no âmbito da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, arquivou uma investigação contra Renan e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por suposto recebimento de valores para aprovar medidas provisórias.

“Acusações absurdas que estão sendo corrigidas. Está cada vez mais evidente que as investigações foram fruto de perseguição de Janot e do procurador do power point, Dallagnol “, disse o senador.

O arquivamento desta investigação foi pedido pela atual PGR, Raquel Dodge, que não viu indícios que sustentassem a continuidade das apurações. A suspeita, surgida na delação da Odebrecht, era de que ele e Maia teriam recebido R$ 7 milhões da empreiteira para aprovar, em 2013, a MP que tratou de benefícios fiscais ao etanol e à indústria química.

Mais uma frustração para os procuradores de Lava Jato que mesmo com uma grande quantidade de denúncias formuladas não conseguiram fazer Renan Calheiros réu nesta operação. E os procuradores midiáticos perdem mais uma.

20

Uma tragédia que se desenha

D

esde sempre o cidadão brasileiro em sua grande maioria uma população semianalfabeta, foi “domesticado” para se acostumar com a polícia no cangote, com fiscais lhes roubando, com uma justiça inexistente para eles, com a criminosa não prestação de serviços de saúde que mais mata do que salva, com serviços educacionais desqualificados prestados por docentes em grande parte semialfabetizados (embora apresentem vistosos títulos de especialistas), quase todos convertidos à seita petista-comunista.

Esse cidadão honesto, respeitador dos seus deveres e com o dinheiro contado que quase sempre lhe falta ao final de cada mês, é roubado diária e cotidianamente por pedágios acintosamente altos que inviabilizam o caminhoneiro e assaltam a mão desarmada o motorista para que os achacadores de sempre possam receber os “por fora”; também é roubado pelos altos

preços cobrados pela Petrobras (com suas safadas desculpas de equalização de preços) que nos impõe valores totalmente incompatíveis com os custos reais que ela e toda a cadeia de óleo e gás têm.

E o que dizer da cobrança ladravaz das empresas de energia elétrica e água que descontam no consumidor suas ineficiências (a média da perda com água antes de chegar a sua casa é de 50% que você paga e a da energia é de 20% de gatos que você também paga). E a construção superfaturadas das estradas e das obras públicas em geral que andam na as dos 30% a 40%?

E a violência cotidiana que o cidadão brasileiro sofre? Ameaçado de assalto e até de morte a cada 500 metros, principalmente na periferia dominada pelas drogas e por gangues diversas, parte delas com fortes ligações com unidade militares (Rio, Ceará, Rio Grande do Norte são os exemplos mais acintosos dessa anormalidade criminosa).

e

extra

ELIAS

Não, não vamos falar dos ladrões do colarinho branco.

Estes já foram suficientemente desmascarados. Todos sabemos onde estão. Apenas a cara lisa (antiga cara de pau) os fazem circular no meio das pessoas de bem arrotando “honestidade”.

Até porque a moda entre eles agora é roubar tudo. Nada de 30%.

O capitão era uma promessa de início de mudanças nesse calamitoso estado de coisas. Mas até agora não disse a que veio.

As intrigas palacianas antes envoltas em sombras, agora são desnudadas todos os dias à luz do sol num triste espetáculo misto de baixaria, incompetência generalizada e falta de direção que paralisa o governo.

Sabemos todos quem ganha com isso. Os mesmos de sempre.

Os nababos do serviço público com seus salários milionários de fazer corar o nosso antigo marajá e seus incontáveis e imorais penduricalhos remuneratórios, os políticos corruptos, a maior

Quando o governo começar

C

erta ocasião evoquei neste espaço o ensinamento de Confúcio, o maior mestre da milenar sabedoria chinesa, em um dos seus analectos, segundo o qual “um cavalheiro mostra autoridade, não arrogância; um homem comum mostra arrogância, mas não autoridade”. Agora, rememorando este ensinamento de mais de dois mil e quinhentos anos, tenho por certo, como então, que na política brasileira, via de regra, há apenas homens comuns, no sentido do confucionismo.

O presidente Bolsonaro, eleito com mais de cinquenta por cento dos votos depositados nas urnas pelos eleitores brasileiros, mesmo que essa supremacia tenha sido, para muitos, nada mais que a escolha do menos pior; para outro tanto dos votantes a crença de que viria implantar mudanças na política, desde o básico retorno à ética,

até o exercício de um governo realmente voltado para o povo, com responsabilidade, sem qualquer manifestação de populismo, não tem satisfeito essa expectativa. O governo parece não ter sido ainda instalado, o presidente eleito e empossado vivendo ainda ares de campanha política, mantendo-se mais arrogante que convincente.

A impressão que se tem é de um barco sem velas e sem comando, rolando sobre as ondas de um mar agitado, absolutamente à deriva.

De notável até agora, o fogo de monturo que consome os intestinos do Palácio do Planalto. Há inusitada luta, não mais do poder, mas pelo domínio e protagonismo.

Nesse ponto, o tal fogo de monturo recebe inegável atiçamento pelos rapazes Bolsonaro, pródigos nas críticas públicas aos membros do estafe presidencial, o que tem nuanças boas, pois a crítica será

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

FRAGOSO n Economista

parte unida pelo Centrão (e nos estados calados por mensalinhos que todos sabem menos os órgãos fiscalizadores) e a banda podre da sociedade que continua nadando de braçada por cima da carne podre.

Para o cidadão, é o aumento do desemprego que já supera 13,4 milhões de pessoas, é o salário mínimo vil sem direito a qualquer merreca de bônus, é a projeção de crescimento nulo ou quase isso este ano (e se nada mudar no governo, nos próximos 4 anos).

Uma tragédia. Pessoal e para a Nação.

Não, não vamos falar dos ladrões do colarinho branco. Estes já foram suficientemente desmascarados.

Todos sabemos onde estão.

Apenas a cara lisa os fazem circular no meio das pessoas de bem arrotando “honestidade”.

CLÁUDIO sempre benvinda em qualquer atividade, pelo caráter instigador inerente. Não ficam os Bolsonaro apenas nessa conformidade.

Suas críticas apenas atiçam o fogo criando intrigas talvez inexistentes, e o fazem na malsã explicação subliminar de protegerem o pai contra eventuais traições, até o momento apenas imaginadas. O fato é que em tal situação o chorume do monturo acaba por contaminar o que parecia bom na defenestração do petismo. Tragicamente interessante é que o povo brasileiro tem sido, como usual, a vítima primeira do desgoverno da administração federal.

O conde Joseph-Marie de Maistre, importante pensador do período pós-revolução francesa de 1789, proclamou que “Toda nação tem o governo que merece”.

Considerando a seriedade de tal pensamento, é de se concluir que

VIEIRA n Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

temos merecido doses cavalares do pior? Temos votado mal? Terá razão Pelé quando disse que não sabemos escolher os nossos governantes?

Bem, o Governo Bolsonaro, ao que parece, ainda não começou realmente. Esperemos que quando começar de fato não seja mais do pior. Seria bom que os governantes de plantão despertassem para o mal-estar do povo, revelado pelos altos índices de sua desaprovação.

A impressão que se tem é de um barco sem velas e sem comando, rolando sobre as ondas de um mar agitado, absolutamente à deriva. De notável até agora, o fogo de monturo que consome os intestinos do Palácio do Planalto.

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

Acho injusto ser assim

J

á foi o tempo em que as pessoas não faziam a declaração do Imposto de Renda porque sabiam que os prazos seriam prorrogados. Há muito tempo que isso mudou e, quem não declara no último dia, paga multa e sofre outras penalidades. Hoje, a reclamação é outra: quanto ficou dispendiosa essa conta. Além do percentual já descontado no contracheque, se você não tiver despesas para comprovar do que restou, você paga outra vez, o que acho um absurdo, para não dizer outra coisa.

Entendo que, se você paga na fonte, por que pagar novamente. A sobra, até que me prove o contrário, é uma coisa sua, conquistada pelo suor do seu trabalho, mesmo que fique o dia todo sentado em um gabinete com ar-condicionado. A gente trabalha para ter uma vida melhor. O cidadão brasileiro já paga tanto imposto e não pode desfrutar do que lhe sobrou, porque o chamado “Leão” arranca mais um pedaço do que já lhe per-

tence por direito.

Reconheço que o Imposto de Renda é, talvez, a maior fonte de arrecadação do governo federal.

Segundo o governo, esse dinheiro sugado de quem trabalha, independente da categoria profissional, desde que esteja acima dos limites exigidos para fazer a sua declaração, é fatiado entre quem tem recursos a receber, vai para os governos estadual e municipal, mantém a estrutura megalomaníaca dos poderes públicos – Executivo, Legislativo e Judiciário -, sustenta a educação, saúde, segurança e obras pelo país, junto com outros impostos. Entendo tudo isso.

Agora, tirar de quem já teve um considerável desconto na fonte, é que acho injusto. Você pode até dizer que, quem paga duas vezes, recebeu muito. Se o cidadão é bem remunerado, fez por onde.

Mês a mês é descontado uma parte boa de seu salário, e, depois, novamente, é que acho um absurdo.

Garanto que não estou legislando

e

extra

em causa própria. Vou pagar imposto sim, mas ainda dentro das minhas possibilidades, mas com muito sacrifício. A reclamação é ter que pagar outra vez e ninguém cria uma lei para acabar com isso.

Provavelmente, se não tivessem roubado tanto nesse país, a gente pudesse ter uma situação mais de conforto quanto a isso. A área econômica do governo federal aperta cada vez mais. O presidente Jair Bolsonaro declara que “quem ganha menos, vai pagar menos. Quem ganha mais, vai pagar mais”. Não discuto isso e acho até correto que seja assim. Como sugestão, pergunto: por que não estabelecer logo um percentual sobre o ganho inicial, aumentando o limite do valor para desconto na fonte?

Acho mais justo dentro da ideia do presidente de que quem ganha mais, pagar mais.

Fica, aqui, mais uma vez o meu protesto. É preciso que você tenha muita despesa para comprovar e ficar livre da boca do “Leão”. Espero

S

em vários pontos do país.

Apesar de negar publicamente ter participado do Mensalão, foi reeleito, voltou vaidoso, continuou cercado de pessoas ligadas a ações corruptas e sem poder indicar o candidato de sua preferência à sua sucessão, José Dirceu, já investigado em crimes, deu muita corda à Dilma, ungindo-a sua substituta.

Entretanto, seu segundo governo não foi dos melhores. Cometeu muitos erros, deixando o país se endividar. Na fase final, forçou a eleição da Dilma, mulher antipática e de difícil relacionamento com os políticos, cujo mandato agravou a crise que a nação estava atravessando.

Lula, sem o apoio de Dilma, foi enfraquecendo, investigado e denunciado na imprensa nacional e internacional por ter cometido vários crimes. Perdeu a mulher, Marisa Letícia, graças às pressões de sua possível e provável prisão. Finalmente, após o desenrolar de cenas cinematográficas, foi preso e levado para Polícia Federal.

Todavia os familiares e muitos amigos são acusados de enriquecimento ilícito. As acusações contra o ex-presidente são graves, bem evidentes e ele, preso, tenta aparecer concedendo entrevistas com autori-

JORGE

MORAES n Jornalista

que os poderes possam economizar nos seus gastos, que a justiça continue atuando para colocar na cadeia quem roubou o país e que o governo corrija essas distorções.

O que é do governo é do governo, e o que é meu, é meu. Dá a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Anualmente, nessa época, faço esse questionamento. Quem sabe, um dia, verei isso acontecer.

Por favor, como diz meu amigo Régis Cavalcante: pensem nisso.

Tirar de quem já teve um considerável desconto na fonte, é que acho injusto.

Você pode até dizer que, quem paga duas vezes, recebeu muito. Se o cidadão é bem remunerado, fez por onde. Mês a mês é descontado uma parte boa de seu salário, e, depois, novamente, é que acho um absurdo.

ALARI ROMARIZ

Pobre menino do Nordeste empre tive vontade de escrever sobre uma figura bastante emblemática: Luiz Inácio Lula da Silva.

Menino pobre da zona rural de Caetés, cidade próxima a Garanhuns, em Pernambuco. Saiu com a mãe para São Paulo, ainda pequeno. Enfrentou as dificuldades do Sudeste, cresceu, trabalhou desde cedo, não cursando o nível superior.

Tornou-se um sindicalista atuante na grande cidade e conseguiu ser deputado federal, participando da elaboração da Carta Constituinte de 1988, com atuação pífia.

Tentou ser candidato à Presidência da República, foi derrotado três vezes, numa delas se apresentando claudicante no debate final com Collor; mas se elegeu na quarta vez.

Apesar de não ter votado nele, alimentei a esperança de que fizesse um bom governo. Afinal, não é comum um operário chegar à Presidência do Brasil.

Seu primeiro mandato não foi dos piores. Aproveitou alguns projetos sociais de gestões anteriores, uniu-os, dando-lhes nova roupagem, beneficiando a classe mais pobre da população. No ensino público melhorou e ampliou as escolas técnicas, implantando mais algumas

21

zação da justiça.

Vi e ouvi a recente entrevista dele: cansado, envelhecido, dizendo tolices, acusando a justiça de parcial, insistindo na sua inocência. Outros acham que ele está bem e se deu bem em tudo declarado à imprensa.

Um fato me deixa confusa: por que só o ex-presidente está preso?

Dilma e Temer seguiram o mesmo caminho e estão soltos, gastando o dinheiro público.

O maior pecado de Lula foi ter empurrado a Dilma “de goela baixo” nos brasileiros. Ela fez um mau governo, aumentando terrivelmente a dívida pública.

O que temos hoje? Quem é o Lula? Um político acabado, preso, ouvindo críticas, acusações, pagando advogados caríssimos, perdendo o apoio do Partido dos Trabalhadores.

Ainda que seja solto, só poderá ser candidato em 2035. Já estará muito velho!

Os empresários que se mancomunaram com ele, a título de gordas vantagens no superfaturamento de obras públicas, viraram inimigos, fazendo delações premiadas, salvando a própria pele e denegrindo horrivelmente a imagem do imigrante nordestino.

Alguns políticos que se aprovei-

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

taram do poder na era Lula, também acusam o ex-presidente e tal como os empresários, o delatam.

O filme, diferente daquele outro custeado por nosso suado dinheirinho, acabou mal: Lula preso, doente, enfraquecido, odiado pela maior parte da Justiça.

Deveria o Luiz Inácio ter ficado no Nordeste, estudado, feito concurso para o Banco do Brasil. Não estaria no cárcere, viúvo, desmemoriado, acabado.

Ou se nada disso tivesse acontecido, estaria contente e feliz como tantos pequenos agricultores da Caetés de sua tenra infância.

Deus na causa!

Lula, sem o apoio de Dilma, foi enfraquecendo, investigado e denunciado na imprensa nacional e internacional por ter cometido vários crimes.

Perdeu a mulher, Marisa Letícia, graças às pressões de sua possível e provável prisão.

Finalmente, após o desenrolar de cenas cinematográficas, foi preso e levado para Polícia Federal.

22

Míopes surfistas

Q

uem achou que Jair Bolsonaro ao eleger cinquenta e dois deputados federais e quatro senadores pelo seu partido, o PSL, iria começar seu mandato como detentor de uma bancada satisfatória e favorável, a ponto de já partir com uma base folgada e necessária à governabilidade, enganou-se.

O PSL, ao longo de seus vinte anos de existência, sempre foi considerado um partido nanico.

Tanto que, em 2014 elegeu apenas um parlamentar.

O salto para o significativo número foi dado unicamente em virtude do carisma e da polarização em torno do seu candidato a presidente, Jair Messias Bolsonaro.

Nessa grande onda, surfaram delegados e coronéis – identificados com a plataforma de segurança – um ex-ator, maçons, evangé-

licos e monarquistas. Quase todos estreantes nas altas câmaras.

Uma vez lá, tocados pela vaidade, esqueceram as causas que possibilitaram suas eleições e passaram a exibir condutas que vão do risível ao irritável.

O inusitado de tais condutas tem sido mais um elemento de obstáculo à já tão dificultosa tarefa de quem inicia um governo tendo que desmontar anos e anos de aparelhamento ideológico institucional, sem contar com a mínima simpatia da grande mídia, ela mesma aparelhada, bem como ressentindo-se de uma enorme dificuldade de composição de quadros.

Os eleitos pelo partido do presidente nunca lembraram, porque nunca a tiveram em mente, qual a razão e causa de suas obrigações parlamentares. Da mesma

e

extra

ISAAC SANDES

forma, parece que nunca ouviram falar na Seção V da Constituição Federal, que regulamenta a atividade parlamentar de deputados e senadores.

Em seus devaneios de vaidade e nonsense, um exige o esvaziamento do Ministério da Justiça, outro afirma que não recebe nada para fazer articulação política em prol da reforma da Previdência e, assim, vão agindo em suas divergentes carreiras solo, como se nada devessem ao partido e ao presidente que os elegeu, ou pior, como se estivessem ali apenas para o seu deleite de mordomias ou para brincar de parlamentar, como aquelas crianças que ocupam alegremente os parlamentos mirins.

Com estes comportamentos suicidas eleitorais, esses precoces presbiópicos, ou no popular,

DIAS n Promotor de Justiça

ceguetas políticos, dificilmente terão seus mandatos renovados na próxima legislatura, quando então, frente às lentes restauradoras da verdade, tardiamente enxergarão o que estava a um palmo de seu nariz e, num refluxo próprio dos tempos de mudanças, passarão da crista da onda ao caldo e voltarão a ocupar o lugar do qual nunca deveriam ter saído.

Os eleitos pelo partido do presidente nunca lembraram, porque nunca a tiveram em mente, qual a razão e causa de suas obrigações parlamentares.

Da mesma forma, parece que nunca ouviram falar na Seção V da Constituição Federal, que regulamenta a atividade parlamentar de deputados e senadores.

PAULO

Gratidão

NICHOLAS

U

m dia comum nascia. O sol estava alto e brilhante. Abri os olhos e, inspirando, senti-me despertado pela suave mordida do ar da manhã.

Expirando, senti meu hálito quente subir como uma oração matinal. Não havia nada especial acontecendo, apenas uma suave borbulha de calma e beleza por toda parte. Um momento de paz. Senti-me feliz por poder perceber isso e ser grato.

O que significa ser grato?

Ou simplesmente a palavra da moda: “gratidão”? Não significa convencer-se de alguma noção falsa de que tudo está bem e postar uma vida feliz nas redes sociais. Viver com gratidão significa escolher concentrar seu tempo e atenção naquilo que você aprecia. O objetivo não é bloquear as dificuldades, mas abordá-las por outra perspectiva, parar e enxergar algo de bom em tudo. A contemplação aquieta a alma. Acalma as nossas mentes turbulentas, ligando-nos às coisas maravilhosamente comuns, grandes e pequenas, que normalmente podemos dar como garantidas.

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

n Advogado e escritor

Teste sentir gratidão por sua vida agora mesmo. Pense em qualquer coisa em sua vida que você possa se sentir grato: o simples fato de você estar respirando ou sentir o sabor daquela comida gostosa, o sol que nasceu esta manhã ou ter alguém que ama do teu lado. Quando você está agradecido, como o seu corpo responde? Existe uma sensação de leveza? Formigamento?

Calor? De que maneira expressar gratidão muda sua perspectiva? Pode haver uma conexão entre gratidão e felicidade?

A gratidão nos ajuda a perceber que nem tudo é ruim - nem o tempo todo. Praticar gratidão, especialmente pelas pequenas coisas, pode manter nossos corações abertos para a ternura em nossas experiências diárias. Há tantas coisas pelas quais deve-

mos ser gratos e, ainda assim, descuidadamente andando no “piloto automático”, perdemos de vista o que chamo de “maravilhas nutritivas da vida”.

O mesmo acontece com as pessoas em nossa volta. Você já catou do chão algo que outro deixou cair, cedeu sua vez no trânsito para alguém desconhecido ou abriu uma porta para um estranho? Quando ninguém se incomoda em lhe agradecer, como se sente? Mas você já se tocou que, por vezes, também esquecemos de agradecer? Lembre-se: oferecer nossa gratidão aos outros é uma maneira poderosa de conquistar, fortalecer e até consertar laços afetivos.

Tente ser grato. É grátis!

Teste sentir gratidão por sua vida agora mesmo. Pense em qualquer coisa em sua vida que você possa se sentir grato: o simples fato de você estar respirando ou sentir o sabor daquela comida gostosa, o sol que nasceu esta manhã ou ter alguém que ama do teu lado.

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

23

extra

Carta aberta à Ademi Senhores/Senhoras filiados da ADEMI-AL Fui movido a tomar a liberdade de disponibilizar o meu nome para a presidência desta entidade, principalmente por estar insatisfeito com o uso da entidade como trampolim de licitações públicas e identificar o NÃO cumprimento por parte do atual presidente e candidato à reeleição de uma das finalidades do estatuto, que transcrevo abaixo: Art. 3º - São, ainda, finalidade da ADEMI/ AL: b) defender os legítimos interesses dos sócios perante os Poderes Públicos, inclusive para- estatais ou entidades de direito privado; Hoje, me considero demovido a desistir desta candidatura pelo mesmo estatuto. O qual, conforme transcrevo abaixo, qualquer OUTRA chapa, somente poderá ser inscrita, registrando o nome de TODOS os ocupantes dos cargos. Esta condição, é a EQUIVALENTE A OBRIGAR que todo candidato a presidente da República ou governador ou prefeito, tivesse que indicar e registrar, ANTES da eleição,

TODOS OS SEUS MINISTROS OU SECRETÁRIOS. UM verdadeiro absurdo! Receita perfeita, para manter os mesmos nomes onde estão!

Os poucos que tiveram a coragem de me apoiar somente se prontificaram a citar os seus nomes após a chapa completa. E, infelizmente, não consegui! Simplesmente, almejava mudanças, pelo menos de atitude!

Art.38º - O registro de cada chapa será feito com até dois (02) dias de antecedência, perante o Diretor Financeiro.

Parágrafo 1º - Somente será registrada a chapa que mencionar a eleição à que se destina, o nome de cada candidato, a empresa da qual faz parte e o cargo a disputar, com a assinatura de todos os candidatos.

Parágrafo 2º - Não serão registradas as chapas que apresentarem: a) acumulação de cargos para o mesmo candidato; b) cargos não preenchidos ou número insuficiente de candidatos em relação aos cargos; c) qualquer candidato que represente asso-

ciado inadimplente d) mais de um representante de uma empresa ou de um mesmo grupo de empresas, notoriamente vinculadas ou interligadas.

Em todas as entidades verdadeiramente democráticas, existem divergências, pontos de vista diferentes e estas são dirimidas nas eleições! Citemos OAB e outras entidades representativas de classes! Somente e lamentavelmente no nosso setor, construção civil, a covardia em divergir e sempre eleger ou “aclamar” um candidato único prevalece!

Aos que diante do sistema atual se omitem e se acovardam, deixo uma frase de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silencio dos bons!”

Finalizo agradecendo aos que me apoiaram e lamento afirmar que o sistema eleitoral vigente na ADEMI-AL é tão moderno, quanto o usado na eleição do papa!

Waldemir Correia – filiado.

Maceió, 29/04/2019.

e

24

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

INTERNET DAS COISAS

IoT será fundamental na retomada da indústria brasileira

Luís Viola diz que governo precisa ter regras claras sobre taxas e impostos

Setor tem grande potencial de crescimento se começar a se adaptar às novas tecnologias agora, diz especialista ASSESSORIA

E

mbora ainda com práticas muito incipientes, já está claro que a Internet das Coisas é uma tecnologia que tende a crescer e trazer evolução para muitas áreas de negócios.

A indústria brasileira, por exemplo, pode se beneficiar dessas novas tecnologias para se desenvolver e chegar perto, ou até mesmo ultrapassar, outros mercados já avançados, como o norte -americano, por exemplo.

Os números levam ao otimismo: uma pesquisa da Fiesp mostra que o grau de conhecimento das empresas industriais brasileiras sobre a Indústria 4.0 está evoluindo. De 222 corporações entrevistadas, 154 (68%) já ouviram falar no termo e 90% têm convicção que estas novas práticas podem aumentar a produtividade industrial. Para completar, 90% dos gestores afirmam que a novidade é uma oportunidade, e não um risco.

Mas com um cenário tão otimista, o que falta para as empresas brasileiras aderirem, de fato, ao modelo de Indústria 4.0?

Para Luís Viola, diretor de Tecnologia da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), ainda há uma briga grande do estilo o que vem primeiro, o ovo ou a galinha: “As empresas de

redes para IoT ainda estão implantando suas redes, e os fabricantes de chips para esta tecnologia ainda consideram volumes grandes para o preço cair a um nível mais competitivo. Além disso, o governo precisa ter uma política clara de cobrança de taxas e impostos e com uma moratória nesta cobrança para a tecnologia poder decolar no Brasil, algo semelhante ao que foi feito com a evolução na tecnologia de celulares”, afirma.

Apesar de o cenário atual não ressaltar nenhuma vantagem para as companhias nacionais, a expectativa é que o ano de 2019 marque o início da arrancada. Com o arrefecimento dos efeitos da crise econômica e a expectativa de retomada dos investimentos, a Indústria 4.0 está na agenda das organizações. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o PIB do Brasil expandirá 2,7%, impulsionada por avanço de 3% do setor e 6,5% dos investimentos. “Em 2018 foram feitas muitas provas de conceito, mas o cenário de adoção foi baixo. Como o Brasil tem um baixo nível de automatização e eficiência operacional, a IoT propicia um grande ganho nos processos e controles, o que pode fazer a indústria brasileira despontar”, destaca Viola.

Por que o Brasil deve

aproveitar este momento para crescer?

De acordo com um estudo da escola de negócios IMD junto a empresas de supply chain na Europa, os cinco principais fatores críticos para o bom desempenho dos negócios até 2020 são elementos tradicionais, como estratégia e integração, vendas e operações, agilidade, eficiência e gestão. A partir de 2020, no entanto, as perspectivas mudam. Inteligência de dados, digitalização da cooperação entre fornecedores e parceiros, Internet das Coisas e Inteligência Artificial pas-

GESTÃO

De acordo com um estudo da escola de negócios IMD junto a empresas de supply chain na Europa, os cinco principais fatores críticos para o bom desempenho dos negócios até 2020 são elementos tradicionais, como estratégia e integração, vendas e operações, agilidade, eficiência e gestão.

sam a ser as prioridades das empresas do segmento.

Apesar da reconhecida relevância das inovações acima para o sucesso dos negócios, o estudo aponta que a implementação da Indústria 4.0 encontra dificuldades. Em países como Coreia do Sul, EUA, Israel e Alemanha, habituados a tecnologias de ponta, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima em 15% o total de empresas que adotam a manufatura avançada. Ainda de acordo com a Associação, o total de empresas no Brasil que adota as tecnologias da Indústria 4.0 é de apenas 2%. Segundo a ABINC, para que as empresas do país cheguem ao patamar competitivo dos negócios de outros mercados, é necessário pelo menos uma década de esforço contínuo, “mas que devem começar a ser feitos agora”.

SOBRE A ABINC

A ABINC, Associação Brasileira de Internet das Coisas (http://www.abinc. org.br), foi fundada em dezembro de 2015 como uma organização sem fins lucrativos, por executivos e empreendedores do mercado de TI e Telecom. A ideia nasceu da necessidade de se criar uma entidade que fosse legítima e representativa, de âmbito nacional, e que permitisse a atuação em todas as frentes do setor de Internet das Coisas. A ABINC tem como objetivo incentivar a troca de informações e fomentar a atividade comercial entre associados; promover atividade de pesquisa e desenvolvimento; atuar junto às autoridades governamentais envolvidas no âmbito da Internet das Coisas e representar e fazer as parcerias internacionais com entidades do setor.

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

25

extra

Pagamento instantâneo

O

presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que pretende implementar em 2020 o sistema de pagamentos instantâneos, prazo que já era esperado por empresas do mercado. As diretrizes iniciais para o novo sistema foram publicadas em dezembro do ano passado, ainda sob a gestão de Ilan Goldfajn no BC. A ideia é que os pagamentos ocorram em poucos segundos, inclusive fora do horário bancário, a um custo menor. Para isso, as transações seriam centralizadas no Banco Central e sairiam do controle das instituições financeiras.

Pequenos investimentos A Hurst Capital vai lançar uma plataforma que permitirá que pessoas físicas invistam em precatórios, mercado concentrado hoje em tesourarias dos grandes bancos e fundos especializados. A plataforma permitirá investimentos a partir de R$ 10 mil. A empresa já fez algumas rodadas de captação de recursos. A primeira foi para compra de precatórios do Estado de São Paulo, com valor de R$ 1,56 milhão, com expectativa de gerar retorno de 30% ao ano. Qualquer brasileiro está apto para investir.

Isenção para deficientes Um projeto de lei propõe isenção do Imposto sobre Operações Financeiras para financiamento de carros nacionais, adquiridos por uma pessoa com deficiência (PCD) ou por seu representante legal.

O PL foi aprovado na última semana pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal. A grande mudança seria validar a isenção de IOF para qualquer tipo de deficiência. Hoje, essa isenção é restrita a pessoas com deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas para aquisição de veículos nacionais; com, no mínimo, quatro portas; movidos a álcool ou com motor flex de até duas mil cilindradas.

Banco digital

ECONOMIA EM PAUTA n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

O novo banco digital brasileiro, o C6, liberou em seu site uma página de cadastro para interessados em abrir contas em sua plataforma. De acordo com a publicação, os convites começarão a ser enviados em maio, data em que o app também será liberado nos smartphones. Fundado no ano passado por três ex-BTG, o C6 é controlado por Marcelo Kalim e obteve autorização do Banco Central para começar a operar em janeiro deste ano.

26

e

extra

NO PAÍS DAS ALAGOAS

Ferreira não gostou!

O

deputado federal Antônio Ferreira fez uma visita ao Sertão alagoano, sua axial base eleitoral. Ao voltar a Brasília, passou à sua assessoria, na Câmara Federal, a incumbência de preparar um discurso, focalizando os fatos marcantes daquela profícua passagem pelo seu reduto político. Um trecho do que lhe foi preparado expressava: “Visitei o Sertão das Alagoas, casa por casa. Estive tête-à-tête, com cada eleitor”.

O parlamentar Antônio Ferreira, todavia, ao manifestar-se, através da tribuna da Câmara, atrapalhou-se, proferindo: - Estive tetê-à-tetê com cada eleitor.

O deputado federal Agnaldo Timóteo, atento ao discurso, não se conteve, profanando o silêncio

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

TEMÓTEO

CORREIA n Ex-deputado estadual

do plenário, bradando retumbantemente ao seu peculiar estilo: - Alô, mamãe! O que é isso, companheiro? Ôôôi! Você estuprou meus tímpanos, caro colega.

A atitude espalhafatosa do deputado cantor constrangeu o orador e hilarizou todo o plenário.

O deputado Antônio Ferreira reconheceu seu deslize verbal, mas sentiu-se ultrajado no seu orgulho e, principalmente, na sua masculinidade. E confessou aos colegas: - Errei ao me expressar. Mas não sou “colega” do Agnaldo, não.

Isso eu não aceito. Nem sou seu “companheiro”. Aliás, já possuo uma companheira e estou bastante satisfeito.

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

e

27

extra

Automec aponta bom sinal

A

14ª edição da Automec, feira internacional bienal de autopeças realizada semana passada em São Paulo, superou as expectativas.

Ocupou todo espaço disponível de 90 mil m², além de 20 mil² de área de interação. Atraiu 75 mil visitantes, a grande maioria de profissionais, e se transformou na segunda maior deste setor no mundo. É o maior evento comercial da América Latina, segundo a Reed Exhibitions, pois as rodadas de negócios nacionais e internacionais somaram R$ 77 milhões.

O setor de reposição de autopeças espera movimentar até 2022 cerca de R$ 142 bilhões, segundo estudo da consultoria McKinsey. Em 2017 foram R$ 95 bilhões.

Embalada com o crescimento no faturamento de 12,8% no primeiro bimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2018, a indústria brasileira de autopeças não perdeu a oportunidade de “marcar terreno” para enfrentar forte concorrência do exterior, em especial da China, Turquia, Índia e Coreia do Sul, além de fabricantes da América do Sul. O pavilhão internacional atraiu 580 marcas de 26 países, 200 a mais do que em 2017. China liderou com 10% do total dos estandes. Além de Índia, Turquia e Coreia do Sul, os alemães vieram pela primeira vez. Estrangeiros representaram mais de um terço dos 1.500 expositores.

Um evento importante foi o Encontro da Indústria de Autopeças. “Vivemos momentos de disruptura em todas as atividades. Na nossa, isso é ampliado pela forte concorrência mundial e novos rumos da mobilidade, conectividade, automação e eletrificação dos automóveis’, afirmou Dan Iochpe, presidente do Sindipeças.

Herbert Demel, CEO da canadense Magna e ex -presidente da VW do Brasil, ressaltou que o poder de compra no Brasil triplicou desde 1980. “Os negócios vão florescer principalmente porque o País tem o etanol, que poderá ser muito bem utilizado em motores híbridos”.

Sobre o futuro da eletrificação continua a falta de consenso. Volker Barth, ex-presidente da Delphi do Brasil e hoje diretor da consultoria americana The Horizons Group, enfatizou: “Eu não acredito que o

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

futuro seja o automóvel elétrico com bateria. Acho que muita gente corre depressa demais por esse caminho”.

Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, destacou que sua empresa investe na eletrificação, mas dá um passo de cada vez.

“Acreditamos que híbridos flex, como nosso Corolla, proporcionarão escala de produção mais imediata. Não seria tão viável iniciar com um produto totalmente elétrico”.

Para Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul, a indústria brasileira precisa fugir de amarras tributárias. “Nossos custos de produção são inferiores cerca de 10% em relação a um modelo equivalente nos EUA. Mas quando chega às concessionárias aqui, o carro custa até 35% mais caro. Não é possível ser competitivo com uma carga tributária de 40 a 50% do preço final de um veículo”.

Entre muitas novidades que foram apresentadas nesta Automec, o revolucionário filtro sem papel da italiana UFI, o óleo lubrificante sintético da brasileira Petrol e o adesivo universal da alemã Loctite para restauração de rodas de liga leve trincadas em menos de meia hora.

n

ALTA RODA n DISCRETAMENTE, Mercedes-Benz anunciou que sua picape média Classe X não será mais fabricada na Argentina. A empresa realocou investimentos e não garantiu que importará o modelo produzido na Espanha.

Situação econômica do país vizinho pode ser uma das causas. Fica no limbo a picape Renault Alaskan, já adiada para 2020. Nissan Frontier é base das três picapes. n ALTURA de rodagem elevada em 4 cm deixou a versão aventureira Trekking, do Fiat Argo, pronta para incursões leves fora de estrada e enfrentar obstáculos “naturais” de ruas e estradas. São 21 cm de vão livre com pneus de uso misto e perfil alto. Teto pintado de preto e aplique da mesma cor no capô chamam atenção. Entre quatro concorrentes diretos, preço competitivo: R$ 58.990.

n FORD importa, agora, o SUV médio Edge apenas na versão esportivada ST. Os 335 cv (51 a mais) e 54,4 kgfm trazem boas sensações.

Câmbio automático de oito marchas, rodas de 21 pol., molas até 20% mais firmes e barra estabilizadora de maior diâmetro estão coerentes com a proposta. Carrega celular por indução e oferece nível 2 de condução autônoma. R$ 299.900. n MUDOU bastante o estilo do novo Mitsubishi Pajero Sport, importado da Tailândia.

Ficou melhor, porém lanternas traseiras são audaciosas demais. Conforto interno (sete lugares) melhorou com 10 saídas de ar-condicionado. Suspensão traseira manteve eixo rígido e adota molas helicoidais com três braços.

Avançou em eletrônica de bordo e também no preço: R$ 265.990. n ESPAÇO para estimular novas ideias e criação de aplicativo para carros compartilhados (inicialmente para funcionários da fábrica) são as primeiras ações desenvolvidas pelo Renault Lab, no Cubo Itaú, em São Paulo. A marca francesa aposta na criatividade brasileira. n RESSALVA: SUV de topo da Chery é o Tiggo 8 e não T8, como publicado semana passada.

e

28

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

SÉRIE A

CSA barra “carteirada” de policiais no Rei Pelé Entrega de cortesias é vista como humilhação por PMs; policiais civis também só terão acesso aos jogos mediante sua apresentação BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

O

presidente do CSA, o empresário Rafael Tenório, resolveu barrar a famosa “carteirada” frequentemente praticada por policiais militares e bombeiros durante os jogos do clube, no Estádio Rei Pelé, no bairro do Trapiche em Maceió.

A alternativa encontrada para não impedir os profissionais de entrarem no estádio de forma gratuita e controlada, foi a disponibilização de 500 cortesias por jogo.

Embora o costume persista entre os militares, não existe lei estadual que garanta a gratuidade dos mesmos de adentrar em eventos de forma gratuita. A entrega das cortesias foi acordada durante uma reunião do presidente azulino com o comandante-geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Marcos Sampaio, e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Madeiro na última semana. A nova regra passou a funcionar em 1º de maio, quando o Azulão recebeu o Palmeiras pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. As cortesias valem para a arquibancada alta do time mandante. Se comparado o valor dos ingressos do começo da competição e que deve ser praticado pelo clube até o final dela - R$ 50 arquibancada baixa, R$ 80 arquibancada alta e R$ 200 as

ENTRADA DE POLICIAIS CIVIS

ACESSO

Em vídeo divulgado através das redes sociais, Rafael Tenório explicou que a medida visa garantir o acesso dos militares aos jogos, seguindo exigências da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para jogos da Série A .

Rafael Tenório alegou estar cumprindo uma exigência da CBF

Entrega de cortesias a policiais militares para o jogo de quarta-feira passada contra o Palmeiras cadeiras especiais, todos em valores promocionais de meia-entrada -, o clube, com a entrega das 500 cortesias deixa de arrecadar aproximadamente R$ 40 mil por partida disputada em casa.

Em vídeo divulgado através das redes sociais, Rafael Tenório explicou que a medida visa garantir o acesso dos militares aos jogos, seguindo exigências da Confederação Brasileira de

dedicados ao CSA mostram policiais se queixando da decisão no momento de pegar os ingressos no Quartel do Comando Geral (QCG), no Centro de Maceió.

“Isso é muita humilhação que os policiais e os bombeiros passam, trabalhamos o ano inteiro no Trapichão e quando é pra ver um jogo é essa humilhação.

500 ingressos para os policiais e bombeiros militares. Enquanto policiais civis a liberação é total”, reclama um militar.

Futebol (CBF) para jogos da Série A do Campeonato Brasileiro. “Existirá uma entrada exclusiva no estádio para esses militares. Isso é uma exigência da CBF”, explica.

Embora o empresário afirme que é regra praticada pela confederação em partidas do Brasileirão, não existe informações referentes à mesma prática adotada por outros estados da federação. Em outros locais,

a entrada de militares de forma gratuita em eventos esportivos é regulamentada por lei. O EXTRA entrou em contato com a CBF para confirmar tal exigência, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.

A notícia de que a partir de agora só poderão entrar mediante apresentação das cortesias não foi bem recebida entre os militares. Vídeos que passaram a circular em grupos

Em relação à entrada gratuita de policiais civis em eventos esportivos, regulamentada através de uma portaria de 2018, foi informado através do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), que a partir do próximo domingo, 5, quando o clube azulino recebe o Santos, em partida válida pela 3ª rodada, os agentes também só poderão entrar no Rei Pelé mediante apresentação de uma cortesia personalizada.

Segundo a assessoria de comunicação do sindicato, foi relatado pelo superintendente administrativo do CSA, Hugo Leahy que foi realizado um acordo entre o clube e o delegado geral Paulo Cerqueira para que nos próximos jogos do CSA os policiais civis interessados devem procurar a Delegacia Geral, em Jacarecica, para colocar o nome na lista. Serão disponibilizados 100 ingressos personalizados com nome e CPF para os policiais civis. No jogo de quarta-feira, 1º, contra o Palmeiras, a entrada mediante apresentação do documento de identificação foi mantida.

Aos militares, os ingressos serão entregues por ordem de chegada, às vésperas dos jogos, pela Assessoria de Comunicação da PM, que fica localizada no Quartel do Comando Geral (QCG), no Centro de Maceió. O militar que tiver interesse em obter a gratuidade deve comparecer com o seu RGPM, além do número de seu CPF. Tais documentos também serão cobrados para entrada no estádio.

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

29

extra

Foi inocentado

Preso em março deste ano suspeito de abusar sexualmente de um menino de 11 anos, Ivanildo Nunes, que era treinador de uma escolinha de futebol infantil e chegou a ser agraciado com o título de Cidadão Honorário de Arapiraca, foi inocentado.

Ele, que tem 72 anos, foi assistido pela Defensoria Pública do Estado e foi absolvido da acusação de estupro de vulnerável, após comprovação, por meio de laudos de especialistas e do testemunho da suposta vítima do treinador de futebol, de que não houve abuso.

A acusação

Na época, a imprensa divulgou, com base em informações e imagens divulgadas pelo delegado Thiago Prado, que a criança teria confirmado o abuso e contado, inclusive, que o treinador ofereceria dinheiro em troca do silêncio sobre os abusos.

Palavras distorcidas

Na defesa, o defensor público André Chalub Lima explicou que a criança foi levada para a Delegacia sem a presença do pai, o qual afirma que ao chegar no local constatou que seu filho já estava depondo e que as palavras do menino tinham sido distorcidas.

O defensor ressaltou que os pais do menor sequer foram ouvidos como testemunhas e que a própria criança negou em diversas oportunidades que o abuso aconteceu.

Especialistas

O defensor destacou, ainda, o laudo feito por uma pedagoga, uma assistente social e uma psicóloga, no qual as profissionais afirmam que a criança não apresentou nenhuma situação em suas atividades diárias que se correlacione com o acontecido.

Além disso, elas também observaram que o menino deseja voltar às atividades diárias com o treinador, “[A criança] demonstra suas emoções de forma coerente e não apresenta fantasias nem vivências que possam sugerir fuga do sofrimento”, informou um dos laudos.

Foi homenageado

A indicação do título de Cidadão Honorário foi do vereado Fabiano Leão que na época afirmou que o treinador era inocente das acusações graves contra ele.

Fabiano Leão, que está no seu segundo mandato, destacou em seu pronunciamento que o treinador foi homenageado pelo trabalho realizado com os jovens.

Violência em Batalha

E a violência continua na cidade de Batalha, no Alto Sertão de Alagoas.

A técnica em enfermagem Adilma Evangelista de Souza, 30 anos, foi assassinada no início da noite de terça-feira (30), na zona rural.

De acordo com informações da polícia, a jovem caminhava pela localidade conhecida como Aguapé, quando dois desconhecidos, em uma motocicleta, efetuaram diversos disparos contra a vítima, que morreu no local. Os autores do crime fugiram em seguida.

Pulso firme

A polícia ainda não sabe o que motivou o crime e nem pistas que levem aos autores. Alguns meses atrás a sua residência foi invadida por homens armados, que executaram seu irmão.

A cidade de Batalha, uma das mais importantes do Sertão alagoano, tem sido palco de conflitos entre famílias rivais, fato que tem levado as autoridades policiais a agirem com pulso firme para conter a violência.

ABCDO INTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Distribuição de alimentos

O prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo, conferiu, na manhã de terça-feira (30), a entrega de mais de 25 toneladas de alimentos, adquiridos de agricultores familiares do município por meio do Programa e Aquisição de Alimentos (PAA), uma ação dos governos municipal e federal que beneficia produtores rurais, por meio da compra da colheita, além da distribuição para entidades em situação de vulnerabilidade social, que são contempladas com frutas, verduras e hortaliças de qualidade.

Programa

“Me sinto muito feliz sempre quando acompanho a entrega dos alimentos.

O programa é uma conquista para o município, que pode com muita alegria dizer que tem famílias e entidades com acesso a alimentos de qualidade. É uma ação que integra os agricultores familiares da área rural de nosso município com pessoas vulneráveis da área urbana”, destacou o prefeito.

Entidades cadastradas

Os alimentos produzidos pelos 172 agricultores familiares, inscritos no programa, estão sendo entregues às 24 entidades sócioassistenciais cadastradas. Até o mês de maio serão distribuídas cerca de 115 toneladas de alimentos da edição 2018/2019.

PELO INTERIOR ... No programa Entre Nós, apresentado diariamente pelo jornalista Mônica Nunes, na Rádio Novo Nordeste, o filho da ex-prefeita Célia Rocha, Daniel Nunes, chegou a afirmar que foi “escanteado” pela família e reclamou da falta de apoio durante um bate-papo sobre “recomeço” na vida pessoal e profissional. ... Daniel, que já que foi vereador de Arapiraca e secretário de várias pastas, dentre elas a de Esportes, avaliou que o seu mandato não obteve o devido reconhecimento público por falta de investimento adequado em comunicação. ... Ora, todo mundo sabe nos quatro cantos da terra do saudoso Manoel André, que Daniel foi eleito à sombra da mãe, que em outras épocas não muito distantes era uma espécie de “manda-chuva” da política arapiraquense. ... Os tempos mudaram e a exgestora, que já ocupou o cargo por longos 12 anos, foi presidente da Câmara de Vereadores e exdeputada federal, sequer conseguiu se eleger para a Assembleia Legislativa nas últimas eleições. ... Mas Daniel, ao que parece, conseguiu superar o trauma e hoje é um empresário de sucesso. É a vida como ela é. ... E o promotor Rogério Paranhos apertou o cerco para acabar com o mau cheiro provocado por resíduos da Frigovale, cujo frigorífico fica localizado em Arapiraca. ... Paranhos esteve essa semana no conjunto residencial Brisa do Lago, onde visitou uma escola e conversou com os moradores. Ele informou que está elaborando um relatório que será entregue ao procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça. ... A maioria dos moradores defende a permanência da Frigovale em Arapiraca, mas exige o fim do mau cheiro, provocado por restos de animais que são jogados em lagoas de decantação. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana, repleto de paz e com muita saúde!

30

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

extra

Brasil lidera desmatamento

Lagosta azul

U

ma espécie rara de lagosta foi encontrada em Maragogi por pescadores no dia 14 de abril. O espécime era um macho, adulto, de cerca de 200g. A lagosta azul (palinurus echinatus) é um crustáceo raro sobre o qual não há registros científicos da espécie no Brasil. Segundo Cláudio Sampaio, professor de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Alagoas, as lagostas azuis das quais os pesquisadores têm conhecimento são de espécies que do Atlântico Norte.

Cerca de 12 milhões de hectares de florestas tropicais desapareceram em 2018, o equivalente a 30 campos de futebol por minuto. Só no Brasil, foram desmatados 1,3 milhão de hectares de florestas - é o país que mais perdeu árvores no ano passado. Os dados de 2018 são do Global Forest Watch, atualizado pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. O levantamento mostra o complexo retrato do desmatamento em áreas densas de florestas tropicais - da Amazônia, na América do Sul, da África e Indonésia. De acordo com o relatório do Global Forest Watch, uma área de florestas primárias equivalente ao tamanho da Bélgica foi destruída em 2018. O Brasil e a Indonésia foram responsáveis por 46% do desmatamento de florestas tropicais no mundo em 2018. O percentual é bem menor que o revelado pelo relatório de 2002, que mostrou que só esses dois países foram responsáveis por 71% das perdas de árvores tropicais. Mas o grande mérito na redução não é do Brasil, e sim da Indonésia, onde a perda

MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

de floresta primária foi 40% menor no ano passado que a taxa média entre 2002 e 2016.

Coral-sol

Geleiras

Pobreza no Nordeste

O Nordeste brasileiro foi citado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), como exemplo de local que sofre com a persistência da fome e da pobreza, “apesar dos avanços econômicos e sociais do Brasil”. A região está entre os “territórios esquecidos” dentro de países da América Latina e Caribe, alvos de estratégia lançada pela agência da ONU no último dia 23, visando combater a miséria e a desnutrição em lugares críticos de países latino-americanos e caribenhos. Há municípios que apresentam o mesmo perfil em países como Colômbia, Peru e República Dominicana.

Cerca de 50% das geleiras incluídas na lista de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) podem desaparecer se for mantido o atual nível de emissões de gases causadores do aquecimento global. É o que aponta um estudo publicado na última terça-feira (30) pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN).

O documento publicado pela instituição, que tem sede na Suíça e assessora a ONU em temas ambientais, prevê que até 21 das 46 geleiras listadas pela Unesco terão desaparecido em 2100 se o nível de emissões permanecer o mesmo. Em um cenário mais otimista, com menos emissões de gases do efeito estufa, o estudo considera que oito dessas zonas geleiras não teriam salvação.

O coral-sol é um animal exótico invasor de origem europeia que chegou ao Brasil na década de 1980 na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, em uma embarcação petrolífera. Atualmente, o coral-sol é uma ameaça ao ecossistema de mais seis estados: Ceará, Alagoas, Sergipe, Bahia, São Paulo e Santa Catarina. Classificado pela ONU no relatório Global Biodiversity Outlook como animal de maior impacto negativo na biodiversidade local, o coral-sol tem duas espécies em atividade no Brasil: a Tubastraea coccinea, que veio do arquipélago de Fiji, e a Tubastraea tagusensis, originária da Ilha de Galápagos, um dos locais com maior incidência de animais exóticos invasores. Existem diversos fatores que contribuem para que ele seja tão perigoso para a biodiversidade local.

No Oceano Pacífico, seu habitat natural, a espécie possui centenas de concorrentes do gênero que disputam espaço e alimento, enquanto a costa brasileira possui apenas 18. Aqui, o coral-sol não possui predadores e encontra um amplo espaço para se reproduzir, reduzindo o habitat disponível para espécies nativas.

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019

e

31

extra

MEIO AMBIENTE

Desaparecimento de abelhas também atinge Alagoas Agrotóxicos são a principal causa da morte de milhões de enxames no mundo SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

A

morte repentina de milhares de abelhas em Alagoas tem preocupado criadores no estado. Só em União dos Palmares e nas regiões próximas, no balanço de setembro de 2018 a janeiro de 2019, 160 enxames de abelha foram contaminados por agrotóxicos e 90 deles totalmente mortos, os outros 70 conseguira se recuperar. Os números foram divulgados pela Associação dos Apicultores de União dos Palmares. Cada enxame tem em entre 30 mil a 60 mil abelhas.

No estado, de acordo com o professor e coordenador do Laboratório de Abelhas do Centro de Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Roger Beelen, são 200 apicultores, 5000 colmeias onde 120 toneladas de mel são produzidas anualmente. Já na produção da própolis vermelha, segundo o professor, são em média 140 apicultores.

Para o docente, além do uso de agrotóxicos também existem outras causas para o aumento

da morte de abelhas em Alagoas, cujos número ainda não são alarmantes como ao redor do mundo “A ação do homem é de fato o que mais ameaça a apicultura, mas são diversos os fatores. Além dos

agrotóxicos, existem as queimadas, existem a falta de conhecimento e de manuseio do apicultor.

A situação ainda não é alarmante, mas é algo a se prevenir”.

No Nordeste também exis-

te período da estiagem, quando ocorre diminuição da florada e consequente enfraquecimento dos enxames. Apicultores que desconhecem as técnicas de manuseio e de falta de alimentação das abelhas no período crítico também são um dos fatores. Segundo Beelen, a diminuição das espécies tem impacto direto no meio ambiente, na agricultura e na economia.

Para o apicultor Jean Ferreira, do apiário Zumbi dos Palmares, essas perdas são frustrantes para todos. “A gente levanta muita expectativa em cima da produção, da expectativa da safra. Calculamos uma média de 30 a 30kh de mel por colmeia, quando você perde isso você deixa de ganhar o que foi projetado, e aí o prejuízo é grande. Sem contar nos outros fatores importantes do dia a dia da agricultura mesmo”.

“Temos que ter paciência, renovar os planos e esperar a nova safra”, relatou o apicultor. Ele chegou a afirmar que depois da falência de usinas na região a morte de abelhas por agrotóxicos diminui muito, mas ainda existe.

PREOCUPAÇÃO GLOBAL

O desaparecimento das abelhas tem sido uma preocupação global e diversas campanhas têm surgido com o objetivo de tentar recuperar a saúde desses insetos, responsáveis pela polinização de mais de 70% das plantas. Segundo a Food and Agriculture Organization (FAO), das Nações Unidas, 85% das plantas com flores das matas e florestas dependem dos polinizadores. Em seu site, a organização afirma que a polinização das abelhas é fundamental para garantir a alta produtividade e a qualidade dos frutos em diversas culturas agrícolas.

Sem estes insetos, o impacto na alimentação mundial seria devastador. As abelhas voam de flor em flor polinizando e promovendo a reprodução de diversas espécies de plantas. Segundo a FAO, 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo dependem das abelhas.

No Brasil, uma média de 400 milhões de abelhas foram mortas no Rio Grande do Sul, 7 milhões em São Paulo, 50 milhões em Santa Catarina e 45 milhões em Mato Grosso do Sul, segundo estimativas de associações de apicultura, secretarias de Agricultura e pesquisas realizadas por universidades.

E o alerta não é de hoje. O físico alemão Albert Einstein já demonstrava preocupação com a problemática: “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana”.

Fica o alerta!

32

e

extra

MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE MAIO DE 2019