Edição 1027

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1998 - 2019

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JUNHO 2019

CBTU inaugura em dois meses nova estação de trem na Utinga Leão, em rio Largo

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Janeiro. Mas, a companhia, no Rio de iamento de ovo governo e o contingenc é possível não , Mousinho informa que uando será viabilizado.

dos da no estado vai passar R$ 46,80 para R$ 49,71. os todos uste recebe críticas de tares ntos sociais e parlamen es da iam que vão cobrar explicaçõ o depusobre a medida. Segundo até 2015 de stadual Davi Maia, conta de água mês, os reajustes na maior ram a 66%, um aumentocozinha de gás o praticado para em igual pe) e a gasolina (55%) encomendou . O deputado também pesquisa uma nstituto Datasensus ores de e a Casal entre os consumid deles maioria eió e constatou que a da água alta. 5%) considera a tarifa

Alagoas lidera no país busca por imóveis através de aplicativo online

(foto), Segundo Anthony Lima para taxa o que vem puxando a s no pao alto são os reajuste rios e com gamento de funcioná s as tarifas públicas, despesa 2 ínio. cruciais de um condom

BRIGA NA PGJ

Chefe do MP aciona promotor por contestar sua reeleição

O procurador-geral Alfredo Gaspar de Mendonça Neto representou contra Coaracy Fonseca no Colégio de Procuradores, acusando o promotor de atropelar a ética e desrespeitar o código da categoria. 8

LEI DA MORDAÇA

SENADO APROVA PROJETO PARA PUNIR JUÍZES E PROCURADORES •De Alagoas só o senador Rodrigo Cunha

que mais Alagoas foi o estado buscas teve crescimento nas 26% nos por aluguel no OLX, de primeiros quatro meses últimos 2019, em relação aos meses de 2018. 7

Alta na taxa de condomínio leva donos a dispensarem cobrança do aluguel

ANO XX - Nº 1027 - 28 DE JUNHO A 04 DE JULHO DE 2019 - R$ 4,00

Indústria adota diversificação para afastar crise econômica

a da cooperaque utilizam a matéria-prim Produtos com valor agregado, Pindorama. 4 e 5 40% do faturamento bruto da tiva, representam de 30% a

foi contra o pacote de ‘caça às bruxas’; •Renan Calheiros se ausentou e Renilde Bulhões votou pela punição à Justiça. 7

CONFIRA

EXTRA lança suplemento especializado em economia Caderno AgroEconomia terá circulação mensal e informações aprofundadas sobre agronegócio, indústria, turismo, serviço e comércio.

COTÃO DA CÂMARA

GASTANÇA DA BANCADA FEDERAL DE ALAGOAS SUPERA R$ 1 MILHÃO EM 5 MESES

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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

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1998 - 2019

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

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SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

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As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Catástrofe social

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MACEIÓ - ALAGOAS

MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE JUNHO A 04 DE JULHO DE 2019

- Alagoas – quem diria – figura no primeiro time de estados vistos pela União como bons exemplos de gestão fiscal, ao lado de Espírito Santo e Ceará, por se esforçarem para conter o avanço dos gastos com pessoal no período de 2006 a 2018. Ponto para o ex-governador Téo Vilela e seu sucessor Renan Filho. - Estudo do Tesouro Nacional diz que a maior parte dos recursos públicos é destinada ao pagamento de servidores ativos e inativos. Isto revela uma situação dramática: a elite do funcionalismo público - nos três níveis de governo - capturou o Estado em detrimento de milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza.

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- Segundo o estudo, em 2018 o rombo da Previdência de todos os 27 estados foi de R$ 100 bilhões, valor destinado a 2,4 milhões de servidores inativos, enquanto o resto da população recebeu investimentos de R$ 25 bilhões.

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- Em Alagoas, a situação é ainda mais dramática, mesmo fazendo o dever de casa. Os últimos dados do IBGE revelam que a maioria da população vive na extrema pobreza, enquanto aumentam a concentração de renda e a favelização das cidades, com todas as mazelas sociais que isso representa.

Canalhice

Os jornalistas das três principais emissoras de TV de Alagoas estão em greve por salário digno, o que é um direito legítimo dos trabalhadores. O que é condenável é o desrespeito dos próprios grevistas contra o direito de quem não aderiu ao movimento, visto que a lei que assegura o direito à greve é a mesma que garante a opção de quem quer trabalhar. Agredir a moral e ameaçar a integridade física dos que não apoiam a greve é uma violência abominável, mais ainda partindo de jornalistas que vivem pregando o direito à liberdade de expressão em nome da democracia. Que conquistem a adesão à greve pelo argumento da razão, não pela violência, prática indecente usada por canalhas truculentos, não por pessoas civilizadas.

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– Com mais de 3,3 milhões de habitantes, Alagoas gasta quase toda a sua receita com 65 mil servidores públicos (nativos e inativos), sobrando pouca coisa para investimentos em prol de toda a população.

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- E mais grave: o número de servidores inativos já supera o da ativa e o déficit anual do AL-Previdência já chegou a R$ 1 bilhão. Uma verdadeira tragédia social e um desafio hercúleo para qualquer governo que se pretenda sério.

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– O desastre social de Alagoas tem a ver com sua impagável dívida pública de R$ 10 bilhões, fruto de vários empréstimos externos destinados à Salgema (atual Braskem) somada à emissão (ilegal) de Letras do Tesouro Estadual no Governo Suruagy, que acabou em escândalo nacional na gestão do socialista de Ronaldo Lessa.

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– Nunca é demais lembrar que a desgraça de Alagoas tem origem no primeiro governo de Suruagy, autor da desastrosa política clientelista que loteou o Estado entre empresários amigos, aliados políticos e outros apaniguados. É essa elite que se apropriou dos cofres públicos e luta para não largar o osso.

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- Hoje, quase tudo que o estado arrecada é para pagar pessoal, nada sobrando para investimentos, causa maior da catástrofe social que afeta milhões de alagoanos. É como se o Estado existisse apenas para prover as necessidades de 65 mil servidores.

Crise das usinas

As usinas de Alagoas estão com seus dias contados, várias delas já de fogo morto, enquanto outras rumam a caminho da falência. Para escapar dos credores, a maioria pediu recuperação judicial, mas dificilmente conseguirá pagar suas dívidas bilionárias, fruto da grande crise global de 2008 aliada à incompetência administrativa.

Longe da miséria

O setor pode está quebrado, mas alguns usineiros vão muito bem, obrigado. É o caso de Jorge Toledo, ex-presidente da Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas, e diretor do grupo Toledo. Após garantir recuperação judicial para 7 usinas e 2 empresas associadas à Cooperativa, Toledo deu no pé e foi morar em Portugal, bem longe da miséria alagoana que ajudou a construir.

Dolce vita

A cooperativa que Toledo comandava deixou 4 mil plantadores de cana a ver navio e um calote que se aproxima de R$ 1 bilhão junto a bancos e demais credores. Desde que deixou Alagoas o usineiro vive passeando pela Europa e divulgando em suas redes sociais a boa vida que leva após a falência de suas empresas.

PEC dos Tribunais

Omissão fatal

Na ouvidoria do hospital onde trabalha, a cardiologista Aline Ottoni Wanderley Amaral lidera o ranking de reclamações de mau atendimento aos pacientes. A médica nem de longe lembra a tradição de grandes nomes da especialidade em Alagoas. Numa época em que a palavra humanização é cada vez mais frequente, a médica não consegue fazer sequer o básico, como ouvir as queixas, encami-nhar para exames e fechar o diagnóstico. Para os pacientes cardíacos, em que cada segundo faz a diferença entre a vida e a morte, a displicência da doutora Aline pode ser fatal.

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a proposta de emenda constitucional n. 82/2019, a chamada PEC dos Tribunais, que fixa limites para pedidos de vista e liminares em tribunais. A matéria segue agora para votação no Plenário. A emenda vai acabar com o abuso, pelos tribunais, das liminares que passam anos e anos sem julgamento e dos pedidos de vista ad aeternum, sem prazo de devolução do processo.

Paladino do TC

O conselheiro Anselmo Brito que vive pregando moralidade no Tribunal de Contas de Alagoas não abre mão dos penduricalhos que elevam seus ganhos mensais a mais de R$ 50 mil, além dr todas as mordomias que o cargo oferece. Cadê a coerência, conselheiro Anselmo?


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Brasil vive o dilema de um futuro incerto Cascais, Portugal – Cascais, Portugal - Os mais otimistas falam em mais de trinta anos. E os pessimistas nem arriscam um palpite para o Brasil sair da crise política e econômica em que se envolveu depois do furacão do PT. O ceticismo em relação a uma das maiores economia do mundo aumenta com a constatação de que o governo do capitão tem titica na cabeça. É uma administração obscura, inapta e atordoada, carente de tudo: de projetos e de propostas. Mas, sobretudo, de orientação, de um programa de governo que mostre uma luz no fim do túnel, pois do jeito que a coisa anda chegará um momento que nem o túnel vai existir, menos ainda a luz. O que o Brasil enfrenta hoje é também uma crise moral, de comportamento, onde todas as suas instituições, principalmente aquelas que deveriam se impor ao ofício da decência, já perderam o crédito diante da população. Veja, por exemplo, como funciona o STF. É o único tribunal do mundo onde as sentenças são conhecidas antes delas serem proferidas por seus magistrados pela posição política conhecida de cada um. Já não se preserva o saber jurídico, o academicismo, nem tampouco a imparcialidade dos seus integrantes diante do julgamento de um caso, principalmente quando ele envolve um político. Não devemos condenar aqui a tentativa dos defensores de soltar o Lula, utilizando-se de todas a brechas que a lei oferece. Mas veja: só no Brasil uma corte da justiça, a mais alta, fica à disposição de um condenado durante tanto tempo. Os minis-

Transferência

Sempre que pode joga nas mãos dos presidente da Câmara dos Deputados e do Senado a responsabilidade pela aprovação de projetos que ele considera vital para o seu governo, mas os parlamentares derrubam por insuficiência de conteúdo e inconstitucionalidade, como aconteceu com o que queria armar a população indiscriminadamente como se isso fosse reduzir à violência no país. Mas na sua santa ignorância, onde confessa que não entende de economia e nem de administração, o capitão vai avacalhando tudo ao seu redor.

Sem critérios

Recentemente fez mudanças, sem critério, nos Correios e no gabinete da presidência, alojando lá dentro amigos sem se incomodar com a qualificação de cada um. Demitiu o presidente do BNDES numa entrevista na rua e ganhou terreno ao fazer isso sem “consultar o Guedes”, como ele mesmo disse ao exortar Joaquim Levy do banco. O general Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo de maneira deselegante, saiu atirando. Falou no festival de “besteira” e da fofocas que atropelam o governo preocupado em tentar resolver as intrigas palacianas.

tros que a compõem dão expediente praticamente integral para julgar habeas corpus dos advogados do ex-presidente e responder a questionamentos que os advogados consideram necessários para inocentar o réu preso há mais de quatrocentos dias. Num linguajar mais chulo isso seria chamado de “empulhação” jurídica. E os ministros do STF não se rebelam contra isso porque temem a opinião pública e parte da mídia quando o caso envolve o Lula. O imbróglio Lula mostra muito bem como as instituições brasileiras estão aprisionadas, fragilizadas. Embora o caso mais grave hoje da putrefação das instituições esteja dentro do Palácio do Planalto, onde um presidente despreparado – fala como se estivesse discutindo em botequim – comanda o país como um estagiário de ditador. Acredita que a Bic que usa dispara balas e amedronta outros poderes, como o Legislativo que se volta contra ele e seus decretos rudimentares pela falta de embasamento. O mais triste é que o próprio capitão já baixou a guarda e se rendeu aos seus interlocutores no Congresso Nacional, quando se comparou a Rainha Elizabeth, que reina, mas não governa. Foi a forma que ele encontrou para chamar a atenção dos seus eleitores para o fato de que que o parlamento assumiu também as funções do executivo ao derrubando seus decretos malfeitos e autocráticos. Na verdade, o capitão que passou quase trinta anos como deputado do baixo clero, aquele em que o parlamentar fica perambulando pelos corredores até o final do expediente - não tem respeito pelo Congresso Nacional.

Plano

Não se conhece um plano sequer desse governo carcomido pela ignorância e pelo desconhecimento. As palavras que mais aparecem nos noticiários são “armas” e “vendas”. Fala em vender, inclusive, a Petrobrás, um dos maiores patrimônios dos brasileiros. Trata-se de um crime de lesa pátria, pois a empresa guarda uma das maiores reservas de petróleo do mundo. E vendê -la é abrir mão de um setor estratégico que qualquer país do mundo luta para preservar. Guedes até hoje não apresentou à nação um plano para a economia para reinserir os 14 milhões de desempregados no mercado de trabalho, pois esse espetacular contingente vive como zumbis à procura de serviço.

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Incapaz

Até hoje a nação não conhece um projeto do Guedes. Não existe um plano de governo ou algo semelhante para tirar o país do atoleiro. A Reforma da Previdência que ele apregoa como sendo o remédios para todos os males do país, não terá resultados a curto nem a médio prazos. Os benefícios – se vierem – serão ao longo do tempo. Portanto, antes da reforma, o país pede uma proposta, exige um pacto econômico e social entre os poderes para reerguer a economia que mostra nítidos sinais de indulgência.

Inchaço

Ora, todos sabem que a máquina do estado está inchada, é obsoleta e precisa se modernizar. Mas vender empresas indiscriminadamente é entregar o país nas mãos dos “gringos” que vão se aboletar dos nossos recursos naturais a preço vil. Tudo isso em nome da tese de que o estado é pernicioso ao cidadão, um paquiderme que deve ser desintegrado para dar lugar a iniciativa privada, mesmo que isso custe muito caro à população que perde o domínio sobre as suas empresas mais rentáveis e estratégicas na área de energia, por exemplo.

Imigração

O Brasil é hoje o segundo país que mais manda imigrante para Portugal. Fiscais da aduaneira do principal aeroporto de Lisboa começam a fazer uma reciclagem mais severa dos brasileiros que chegam por aqui. Diariamente, centenas deles se acotovelam no consulado brasileiro para legalizar documentos. Todos, sem exceção, afirmam que preferem o subemprego em Portugal a trabalho nenhum no Brasil. É o desencanto, a violência e a falta de perspectiva que levam as pessoas a deixar a sua terra para viver em outro país, mesmo que em condições precárias, mas em segurança.


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Disputa municipal

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busca por um candidato forte que possa substituir o prefeito Rui Palmeira nas eleições do próximo ano, é a dificuldade que o governo tem encontrado e, consequentemente, os grupos antagônicos. Fala-se em nomes como JHC, Alfredo Gaspar de Mendonça, Maurício Quintella, Ronaldo Lessa e até mesmo Davi Davino, mas tudo passa pela incerteza. O governo do Estado, através de Renan Filho, sabe que ganhar a prefeitura de Maceió é dar um passo importante para as eleições de 2022, onde será virtualmente candidato à única vaga ao

O troco

Como o relacionamento não anda nada bom entre o secretário Ronaldo Lessa e o governador Renan Filho, aliás, com a família Calheiros, o PDT pode decidir lançar Ronaldo como candidato a prefeito de Maceió. O rompimento da aliança está cada vez mais próximo, mas o Palácio prefere silenciar a respeito.

Orelha em pé

O tratamento que Ronaldo Lessa tem recebido do governo, mesmo deixando de sair candidato ao Senado para não complicar a vida de Renan Calheiros, tem deixados políticos tradicionais com as orelhas em pé. Temem ser descartados na primeira oportunidade.

Não muda

Firme no Progressista, o deputado Davi Davino, bem posicionando nas últimas pesquisas para prefeito de Maceió, não deve se aliar ao governo do Estado, que por sua vez corre atrás de outros nomes para disputar as eleições do próximo ano. Aos poucos, os mais fortes pré-candidatos estão se afastando do Palácio dos Martírios.

Definição

Embora seu nome seja cogitado para disputar a prefeitura de Maceió, Maurício Quintella não deve ser candidato nas próximas eleições, confidenciam amigos do secretário. A não ser que os ventos soprem em outra direção.

Sem estrutura

Embora com prédios novos, os CIPS não funcionam com uma estrutura digna para policiais civis e militares que garantem a segurança pública. Alguns já estão necessitando de reforma e a secretaria não banca a logística para a sua operacionalidade.

Senado. Com a prefeitura de Maceió nas mãos, a tendência é melhorar o cacife para enfrentar Fernando Collor nas urnas. Renan sabe que a tarefa é muito difícil e que terá, mesmo sem poder mais ser candidato, o prefeito Rui Palmeira como sério obstáculo às suas pretensões. Até o final do ano muito água vai rolar por baixo da ponte, mas com certeza algum nome entre os adversários deverá ser apresentado à opinião pública. A questão, atualmente, é tática. Vence quem melhor se planejar e forma alianças.

Bastará à chuva arrefecer para a prefeitura de Maceió iniciar uma verdadeira operação de guerra na pavimentação de vias e construção de novas avenidas. Para se ter uma ideia, somente na Cidade Universitária serão atendidas 31 ruas, enquanto 114 estão planejadas para o Clima Bom. No Tabuleiro mais 31 ruas, na Santa Lúcia 35 e no Litoral Norte, 51 ruas. O secretário de Infraestrutura, Mac Lira, revela que a decisão do prefeito Rui Palmeira é mudar a cara de Maceió a partir do início do mês de agosto.

O governador Renan Filho está prometendo para logo a duplicação da AL – 101 Norte até Barra de Santo Antônio. Mas é bom a população ir esperando sentada.

Sumiu

O secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, parece ter sumido do noticiário político. Convocado para suprir uma lacuna no relacionamento entre insatisfeitos do governo parece ainda não ter engrenado. Com a Assembleia, a missão sequer foi iniciada, imagine concluída. Alguns deputados, a pão e água, insistem na posição de independência com o Palácio dos Martírios.

O buraco aumenta

O governo do Estado acelera para concluir o empréstimo externo de cerca de 700 milhões de reais sob a alegação de que seriam novos investimentos principalmente na área de infraestrutura. Esse filme já foi visto pelos alagoanos em 1970 quando, em 1977, o Estado, em consequência do erro, entrou em colapso financeiro.

n gabrielmousinho@bol.com.br

Equilíbrio

Volume de obras

Só promessa

GABRIEL MOUSINHO

Reajuste zero

Enquanto insiste em obras que não serão concluídas no seu governo, Renan Filho não acena para qualquer reajuste ao funcionário público. Alega que o Estado se encontra em dificuldades e que já faz um esforço enorme para manter o pagamento em dia. Mas não é isso que o servidor pensa.

O que está faltando nessa greve dos jornalistas pela manutenção do piso salarial, é bom senso. Principalmente da parte patronal. Diminuição do piso salarial é uma proposta considerada indígna pelos trabalhadores que conquistaram tudo isso com suor e lágrimas. Todos sabem das dificuldades que as empresas passam, mas é preciso dialogar e encontrar uma solução que agrade a patrões e empregados.

Sofrendo

Pelo que se tem notícia, somente as grandes organizações têm pago o piso salarial dos jornalistas. Sites, por exemplo, passam longe dessa realidade. Se é que pagam alguma coisa. Casa de ferreiro, espeto de pau.

Indefinido

Passaram-se seis meses do governo de Jair Bolsonaro, mas tudo continua como Dantes no Quartel de Abrantes. Os órgãos federais continuam funcionando normalmente e não se tem notícia de mudança dos seus dirigentes. Isso só deve ser definido depois da votação da Reforma da Previdência, que anda aos trancos e barrancos no Congresso Nacional.

Tiroteio

O melhor momento do senador Renan Calheiros, depois das últimas turbulências, está sendo agora. Ele atira pra todo lado quando o assunto é o governo federal. Ultimamente tem feito críticas pesadas ao Ministro Sérgio Moro e ao presidente Jair Bolsonaro. Renan tem se livrado, devagarzinho, de muitas investigações da Operação Lava-Jato.

Alto lá

Alagoas é um dos estados mais procurados para turismo no nordeste, mas o governo não tem feito a sua parte. Quem viaja para Maragogi sabe o transtorno que passa, com estradas esburacadas e sem a devida atenção do DER. E ainda pensam em construir um aeroporto na região, quando não fazem sequer o dever de casa.


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ALAGOAS

Gastos de deputados federais chegam a R$ 1,2 milhão Parlamentares usaram dinheiro do Cotão para publicidade, aluguéis de carros e segurança privada JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ais de R$ 1,2 milhão. Esse foi o valor gasto na atual legislatura pelos deputados federais por Alagoas nos primeiros cinco meses de 2019. A quantia foi bancada pela Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, que segundo site da Câmara dos Deputados, é a verba disponível para os deputados trabalharem pelo estado. Os dados são públicos e estão disponíveis no portal da Câmara Federal. Se no ano passado Nivaldo Albuquerque (PTB) era um dos campeões da gastança, em 2019, ele foi desbancado, pelo menos até o momento. O esbanjador da vez foi o ex-ministro do Turismo e deputado federal Marx Beltrão (PSD). De fevereiro a maio, o filho de João Beltrão gastou R$ 205.347,57. Os dados de junho ainda não foram divulgados pelo parlamentar, sendo assim, a quantia gasta irá aumentar. Só em maio, por exemplo, Marx Beltrão utilizou R$ 76.300 do dinheiro público para divulgação da atividade parlamentar, ou seja, autopromoção. Nos cinco meses declarados, a utilização para publicidade chegou a R$ 161.200. Só em maio, a empresa Faixas Universal, situada em Brasília (DF) recebeu a quantia

de R$ 55.000. O serviço contratado foi a impressão de 90.000 jornais informativos sobre o parlamentar. Em segundo lugar vem o deputado já citado, Nivaldo Albuquerque, filho do deputado estadual Antônio Albuquerque (PTB), cujo gasto foi de R$ 173.423,01. Em fevereiro, o parlamentar contratou a Moreno Comunicação Estratégica pelo valor de R$32 mil. A missão da empresa de iniciar uma nova marca de gestão e papelaria para o novo mandato. O que chama atenção é que, na nota fiscal apresentada, também há a informação de planejamento estratégico em redes sociais. No entanto, em matéria veiculada no início do mês pelo EXTRA ALAGOAS, intitulada “Bancada federal presta contas pelo Twitter e Facebook”, a reportagem analisou que Albuquerque quase não aparece nas redes sociais. No Twitter, o último post foi em 2017 e tem 160 seguidores. No Instagram, não tem frequência nas postagens, mas quando publica algo são fotos na Câmara dos Deputados. Tem pouco menos de 13.000 seguidores. E no Facebook, não há publicações diárias, posta semanalmente. Com mais de 8.000 seguidores, divulga pouco sobre seu trabalho. Seguindo o ranking da gastança, a terceira posi-

ção ficou com João Henrique Caldas, o JHC (PSB): R$ 165.618,48. Desse total, R$ 33.031,58 foram gastos com bilhetes aéreos. O filho do ex-deputado federal João Caldas, só em fevereiro, teve despesas de R$ 11.306,23 com viagens de avião. No semestre também foram gastos R$ 16.400 com aluguéis de carros e R$ 43.646,40 com consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos. No quarto lugar aparece Severino Pessoa (PRB) com R$ 156.170,77, que também só declarou até o mês de maio, mês inclusive que torrou R$ 75.181,34, sendo R$ 57.500 em “consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos”. Desse valor, R$ 50.000 foi pago ao Instituto de Pesquisa Ibrape Ltda. O motivo da pesquisa, realizada nos municípios de Anadia, Arapiraca, Craíbas, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Jaramataia, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia e Monteirópolis, foi para detectar “principais problemas para destinação de emenda parlamentar”. Já a quinta posição ficou com Tereza Nelma (PSDB): R$ 143.577,25. De fevereiro a maio, Nelma gastou R$16.400 com serviços de segurança de uma empresa localizada em Paripueira. Segundo nota fiscal, o valor é correspondente ao serviço de segurança patrimonial. E a lista continua: Paulão (PT),

Marx Beltrão e Nivaldo Albuquerque são os dois parlamentares que mais usaram recursos da cota para o exercício da atividade

com gastos de R$ 137.036,51; o mais novo réu da Lava Jato, Arthur Lira (PP) com R$ 125.171,27; Isnaldo Bulhões Júnior (MDB), R$ 77.035,23; e Sérgio Toledo (PL), R$ 64.237,96. SENADO

Entre os senadores, quem mais gastou foi Rodrigo Cunha (PSDB): R$130.268,41. Sua maior despesa foi com passagens aéreas (R$ 47.030,84), seguida por divulgação de atividade parlamentar (R$ 37.813). Também conta com 33 funcionários. Em seguida vem Renan Calheiros (MDB): R$74.132,09. Entre as despesas estão R$ 33.197,71 para publicidade e R$ 22.047,06 para Aluguel de imóveis para escritório político. Tem 51 funcionários. Por último aparece a suplente de Fernando Collor (PTC), Renilde Bulhões (Pros): R$ 36.000, inteiramente gasto como “contratação de serviços de apoio ao parlamentar”.

ENTENDA

Instituída pelo Ato da Mesa 43/2009, a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar unificou a verba indenizatória (que vigorava desde 2001), a cota de passagens aéreas e a cota postal-telefônica. Visa ao custeio de despesas típicas do exercício do mandato parlamentar. O valor mensal da Cota Parlamentar é utilizado pelo deputado por meio de reembolso; de requisição de serviço postal, no caso de sua utilização na agência dos Correios credenciada pela Câmara dos Deputados; ou por meio de débito automático no valor da Cota, no caso de compra de bilhete aéreo realizada nas companhias aéreas credenciadas. Nesses dois últimos tipos de gasto, não há emissão individual de nota fiscal, uma vez que o contrato é assinado pela Casa. Deputados federais por Alagoas têm o direito de utilizar até R$ 40.944,10 mensais.


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LEI DA MORDAÇA

Senado aprova combate à corrupção e punição para juízes e procuradores

De Alagoas, Rodrigo Cunha foi o único a votar contra; Renan ausentou-se e Renilde foi favorável CONGRESSO EM FOCO

Punição para juízes

exceto nos autos do processo.

O Senado aprovou na noite de quarta-feira (26) o projeto de lei que fixa 10 medidas de combate à corrupção, inclusive a criminalização do abuso de autoridade cometido por juízes e membros do Ministério Público. A proposta (PLC 27/2017) retornará à Câmara, onde havia sido aprovada em 2016, para nova apreciação dos deputados, já que foi alterado pelos senadores. O texto-base recebeu o apoio de 48 senadores. Outros 24 votaram contra. Já os destaques foram apoiados pela maioria dos partidos. Os únicos a se posicionarem contrariamente foram o Cidadania, o PSB e a Rede. O Podemos e o PSL liberaram suas bancadas, embora tenham recomendado voto contrário. O placar, porém, não significa que a aprovação foi fácil. É que os artigos que criminalizam o abuso de autoridade cometido por juízes e membros do Ministério Público geraram polêmica entre os senadores, já que muitos consideram que, ao invés de fiscalizar, o abuso cria “uma mordaça” para a magistratura. Esses trechos não constavam do projeto original, de iniciativa popular, proposto pelo Ministério Público Federal. O abuso de autoridade foi incluído pelos deputados. De Alagoas, só o senador Rodrigo Cunha votou contra a inserção da “mordaça” no pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça Sérgio Moro. O senador Renan Calheiros esteve ausente à votação enquanto Renilde Bulhões (suplente de Collor) votou pela criminalização do abuso de autoridade por parte de juízes e membros do Ministério Público.

A proposta (PLC 27/2017) é dividida em duas partes. O artigo 8, que trata dos magistrados, prevê nove situações em que se configura crime de abuso de autoridade, com penas de seis meses a dois anos de prisão, além de multa. São os seguintes casos: I - julgar quando estiver impedido por lei; II - atuar “com motivação político-partidária” III - ser “patentemente desidioso” no cargo IV - proceder de modo incompatível “com a honra, dignidade e decoro” de suas funções; V - exercer outro cargo ou função que não a do magistério; VI - ter atividade empresarial, exceto como acionista VII - dirigir sociedade, associação ou fundação de qualquer tipe, salvo de associação de classe e sem remuneração; VIII - receber custas ou participação em processo; IX - expressar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outro magistrado, exceto nos autos do processo . “A forma de agir dos agentes públicos está sendo alterada principalmente pela influência da mídia, e é preciso que a legislação seja alterada para acompanhar essas modificações que vêm ocorrendo na sociedade”, reconheceu outro participante da audiência na CCJ, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região. “Penso, no entanto, que deve haver cuidado com relação a essas alterações. (...) Uma coisa é punir o abuso, outra coisa é se criar o crime de interpretação”, ressalvou.

Ao fazer uma avaliação sobre o resultado da votação do projeto no Senado, o presidente da entidade que representa cerca de 15 mil membros do Ministério Público (CONAMP), Victor Hugo, afirmou que, “apesar dos avanços conquistados, que amenizaram aspectos negativos do projeto, ainda persistem ameaças e intimidações seletivas”. Segundo ele, o projeto ganhou celeridade recentemente sob argumentos oportunistas e constitui ameaça à efetividade das investigações e ações ministeriais, especialmente as que se referem à criminalidade organizada, na medida em que podem importar em intimidação à atividade funcional do Ministério Público e também do Poder Judiciário. “Há tempos tentavam avançar com essa proposta, sob a frágil justificativa de impedir abusos de juízes e promotores. Na verdade, o que se pretende, é dificultar a atuação desses agentes públicos no combate aos crimes de corrupção e de colarinho branco”, afirma. Em nota de esclarecimento, Victor Hugo enfatiza que é “sintomático que as medidas aprovadas pelos representantes do povo estejam sendo comemoradas por aqueles envolvidos em

AMEAÇAS E INTIMIDAÇÕES

Sessão plenária que aprovou o pacotão de “caça às bruxas”

Punição para os membros do MP O relatório de Rodrigo Pacheco também estende ao artigo 9, que trata do abuso de autoridade por parte de membros do Ministério Público, os mesmos dois dispositivos que amenizam o texto para juízes: que só há crime quando houver intenção de benefício pessoal ou por “capricho pessoal”; e que não há ilegalidade por mera divergência na interpretação da lei. Para procuradores e promotores, a proposta prevê 12 condutas que se enquadrariam como abuso de autoridade. I - emitir parecer quando foi impedido por lei II - recusar-se a praticar ato que lhe incumba III - Instaurar procedimento contra alguém sem “indícios mínimos de prática de algum

delito” IV - ser “patentemente desidioso” no cargo V - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo; VI - receber honorários, percentagens ou custas processuais; VII - exercer a advocacia; VIII - participar de sociedade empresarial em formas proibidas por lei; IX - exercer qualquer outra função pública, salvo de magistério; X - atuar com motivação político-partidária; XI - receber, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, exceto se houver previsão em lei; XII - expressar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de atuação do Ministério Público,


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BRIGA POR PODER

Chefe do MP aciona promotor que tentou impugnar reeleição Alfredo Gaspar de Mendonça acusa Coaracy da Fonseca de ter cometido infração da ética profissional MARIA SALÉSIA salleisa@hotmail.com

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ríticas cibernéticas feitas pelo promotor de Justiça Coaracy José Oliveira da Fonseca ao procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, foram o estopim para acirrar a discórdia entre os dois membros do Ministério Público de Alagoas (MP/AL). Por conta disso, Gaspar formulou representação contra Fonseca junto ao Colegiado de Procuradores de Justiça. O chefe do MP pede que seja apurada a conduta do colega, através de instauração de processo administrativo disciplinar, e que sejam tomadas as providências cabíveis. Tudo começou em 20 de outubro de 2018, quando Coaracy Fonseca concedeu entrevista ao site Repórter Nordeste. Na reportagem “Eleições para Chefe do MP: Coaracy Fonseca entra com pedido de impugnação do edital”, o promotor disse que havia irregularidade e por isso pedia a impugnação. Segundo ele, a comissão eleitoral teria dois integrantes da assessoria do atual procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar, que à época foi para reeleição. “A parada é dura contra o ex-secretário de segurança do atual governo. Viver é lutar. O princípio da publicidade e da transparência foram espezinhados...”.

Em novembro do mesmo ano, o promotor utilizou o aplicativo WhatsApp para criticar postura do colégio de procuradores. Na mensagem, Coaracy diz que “Hj o Egrégio Colégio de Procuradores foi muito infeliz nas análises dos pedidos de impugnação, ignorando solenemente regras básicas do direito”. No entendimento do procurador-geral, Coaracy estaria afrontando o princípio constitucional da publicidade e, assim, desrespeitando a Constituição Federal. Gaspar argumenta, ainda, que por se tratar de ofensas propaladas em rede mundial de computadores e em aplicativo de mensagem a postagem atingiria milhares de pessoas. São “leviandades acerca do Colégio de Procuradores de Justiça, conduta antiética reprovável”, afirmou em trecho do documento ao acrescentar que o referido Colégio não vislumbrou qualquer afronta às regras constitucionais e infraconstitucionais no procedimento preparatório da eleição. Segundo o procurador, o colega desrespeitou a Lei Complementar nº 15/96, em seu art. 74,II que prescreve no Art. 74 os membros do MP devem “primar pela cooperação com seus colegas e superiores, abstendose de críticas à atuação ou a pessoa de qualquer deles. “Destarte, passível, o multicitado

promotor de Justiça, da imposição de pena de censura porque desrespeitou, repetidamente, o Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público do Estado de Alagoas”, afirmou na representação. Diante dos fatos, Alfredo Gaspar de Mendonça pede que sua representação seja levada ao conhecimento e deliberação do Colégio de Procuradores de Justiça do estado de Alagoas. Além do que, após oitiva do Colégio, Mendonça pede que a Corregedoria Geral do Ministério Público de Alagoas instaure processo administrativo disciplinar contra o promotor de Justiça Coaracy Fonseca, conforme prevista pelo art.92, da Lei Complementar nº 15/96. Vale ressaltar que a o Requerimento com pedido de providências foi feito em 29 de novembro de 2018. Porém, após passar por alguns procedimentos legais, em 19 de março de 2019 foi instaurada sindicância e em 29 de abril desse ano, a Corregedoria-Geral emitiu certidão em relação ao processo PGJ nº 3616/2018.

REELEITO

Em 2018, Alfredo Gaspar foi reeleito para o cargo de procuradorgeral de Justiça para o biênio 2019/2020 com a oposição do promotor Coaracy Fonseca.

Alfredo Gaspar de Mendonça pede apuração de conduta do colega Coaracy Fonseca no Colegiado de Procuradores da Justiça

ALIADOS

Em 2016, quando Alfredo Gaspar de Mendonça foi eleito como novo chefe do MPE, vários colegas manifestaram apoio a candidatura, inclusive o ex-procurador-geral de Justiça, Coaracy Fonseca. Na ocasião, ele afirmou que “O promotor Alfredo Gaspar tem história dentro da nossa instituição e a escolha única do seu nome é sinônimo de união dentro do Ministério Público. Desejamos que ele faça uma excelente gestão, tanto do ponto de vista administrativo, quanto do ponto de vista institucional.”

Em 2018, Alfredo Gaspar foi reeleito para o cargo de procurador-geral de Justiça para o biênio 2019/2020, mas dessa vez, Coaracy Fonseca ensaiou uma oposição. Porém, Gaspar foi reconduzido ao cargo, com 99,37% dos votos, o que equivaleu a 158 membros votantes. Integrante da carreira do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/ AL) há 22 anos, Gaspar destacou iniciativas criadas em sua gestão e, para os próximos dois anos, ele prometeu seguir firme no combate à corrupção e na defesa dos direitos indisponíveis e coletivos e da cidadania dos alagoanos.


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REVISÃO

INSS em Alagoas aguarda informações de Brasília para iniciar pente-fino em benefícios

Portaria que regulamenta bônus de desempenho para peritos foi publicada esta semana TÂMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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ez dias após sancionada a Lei de Combate às Fraudes Previdenciárias (Lei 13.846) a superintendência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Alagoas ainda não recebeu nenhuma orientação sobre como vai proceder para colocar em prática a “rigorosa” revisão de benefícios por incapacidade e de processos que, segundo os técnicos, tenham indícios de irregularidade. A assessoria local do INSS informa que ainda não foi aprovado o orçamento que viabilizará a operação, conhecida como pente-fino, em nível nacional. Já foi anunciado que essa revisão deve afetar mais de 6 milhões de processos de benefícios no país e que a nova lei deve gerar uma economia de R$ 9,8 bilhões nos próximos 12 meses. Na última terça-feira, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia publicou no Diário Oficial da União a Portaria 617 regulamentando o Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade. O programa permitirá ao INSS acelerar a revisão de benefícios pagos a trabalhadores que não passam por perícia médica há mais de seis meses e que não têm previsão de retornar ao trabalho. Também poderão ser revistos outros benefícios de natureza previdenciária, assistencial, trabalhista ou tributária. A portaria disciplina o pagamento do bônus de desempenho que será pago aos peritos médicos federais que, voluntaria-

mente, aderirem ao programa de revisão dos benefícios. Para cada perícia médica extraordinária realizada no âmbito do programa, o profissional receberá R$ 61,72. Além do pagamento do bônus, a nova lei exigirá cadastro do trabalhador rural feito pelo governo, e não mais pelos sindicatos; e restringirá o pagamento de auxílio-reclusão apenas aos casos de pena em regime fechado, proibindo o pagamento aos presos em regime semiaberto. Dados, como o número de benefícios que estarão na mira do pente-fino em Alagoas ou sobre como será operacionalizada a medida no estado ainda não foram repassados à superintendência no estado. “A compilação dos dados vem de Brasília, onde estão os órgãos de controle e

fiscalização que fizeram os cruzamentos de dados, incluindo o Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria Geral da União (CGU) e monitoramento interno do INSS”, informa o assessor de comunicação do instituto, Marcelo Lima. Aliás, duas mudanças consideradas avanços com a nova lei serão a ampliação do cruzamento de bases cadastrais (por exemplo, CNIS com seguro-desemprego, sistema de óbitos com folha de pagamento e sistema de informações de Registro Civil) e celeridade na tramitação dos processos de apuração e redução dos prazos de comunicação dos eventos pelos cartórios ao INSS que foram reduzidos de 40 dias para um dia, quando localizados nas principais cidades. Um relatório do TCU, de

2018, aponta que o INSS desembolsa anualmente cerca de R$ 92 bilhões por ano (15% do seu orçamento) para pagamento de benefícios concedidos por decisão judicial. São aproximadamente 6 mil novas ações contra o INSS por dia. O texto original da nova lei foi apresentado pelo governo em 18 de janeiro, com a edição da Medida Provisória 871. Agora, com a sanção presidencial, as novas regras passam a valer já e com as modificações acrescidas pelo Congresso Nacional. Dois trabalhos A lei criada para combater o pagamento de benefícios irregulares do INSS vai beneficiar a quem trabalha em dois empregos, de forma concomitante, pois a partir de agora, o cálculo da aposentadoria será feito com base na média dos dois salários

recebidos. Antes, era aplicado o Fator Previdenciário sobre a remuneração do emprego mais recente. Para Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), a mudança acaba com uma situação de injustiça com o trabalhador. “Judicialmente, esse cálculo da soma dos dois benefícios para tirar a média já era aceito. E como já havia essa jurisprudência, gerava uma judicialização excessiva e gastos para o INSS. A lei acaba com esse problema. Era uma injustiça, porque a pessoa que trabalhava em dois empregos tinha o benefício calculado com base no mais antigo, por mais que o salário fosse menor. E no secundário, usava-se o Fator Previdenciário, que dava muito pouco”, explica.


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AJUSTE

Alagoas tem crescimento fiscal, mas quadro econômico está estagnado

Economista diz que execução fiscal sólida é obrigação a ser cumprida pelo Governo, mas não mede nível de investimentos MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

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studo publicado pela Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, aponta que Alagoas, Ceará e Espírito Santo tiveram crescimento acima da média nacional. Segundo a nota técnica que apreciou a situação fiscal, os estados brasileiros que, na última década, se preocuparam em reduzir despesas obrigatórias – especialmente com previdência e pessoal – têm capacidade de investimento e indicadores sociais superiores aos de estados que deixaram o controle de lado. Porém, o economista Elias Fragoso enfatiza que execução fiscal é obrigação e tem que se cumprir e que Governo não gera riqueza. “Quem gera é quem investe”. A Fazenda comparou a soma dos investimentos feitos ao longo dos últimos anos por dois grupos de entes federativos – o primeiro com finanças mais equilibradas e o outro com as despesas crescendo permanentemente mais do que as receitas. O estudo faz comparativo e aponta que os estados de Alagoas, Ceará e Espírito Santo, que buscaram equilibrar as contas no período, tiveram em 2018 capacidade de investimento superior à que tinham em 2012: cerca de R$ 5 bilhões somados. Na contramão aparecem Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que ampliaram

os seus gastos, e assim viram a capacidade de investimento despencar no mesmo período, caindo de aproximadamente R$ 14 bilhões em 2012 para R$ 4,5 bilhões em 2018. Na análise do diretor de Programas da Secretaria de Fazenda, Bruno Funchal, em 2018, a soma dos investimentos feitos por Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio de Janeiro foi menor do que a dos outros três estados que fizeram a lição de casa. Nesse caso, Alagoas, Ceará e Espírito Santo. Segundo ele, os números chamam, ainda, mais atenção pelo fato do Produto Interno Bruto (PIB) dos três bemsucedidos ser cinco vezes menor do que a dos entes comparados. “Mesmo se tratando de estados menores, eles têm maior capacidade de investir, em termos absolutos, do que outros entes grandes”, comparou Funchal. O diretor chama a atenção

ESTUDO

Alagoas, Ceará e Espírito Santo, que buscaram equilibrar as contas na última década, tiveram em 2018 capacidade de investimento superior a 2012: cerca de R$ 5 bilhões somados.

EUFORIA COM CAUTELA

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Elias Fragoso: desempenho fiscal não modifica perfil do Estado para o fato de que esses estados começaram a encarar o problema de frente antes mesmo da União. Por conta disso, estão em situações mais favoráveis do que o Governo Federal. “A capacidade de investimento do governo federal vem sendo achatada pelos gastos obrigatórios nos últimos anos. A Nova Previdência vem para corrigir esse problema”, apontou. O documento mostra, ainda, que, em 2018, Ceará, Espírito Santo e Alagoas cresceram 3,9%, 2,4% e 1,58%, respectivamente, todos acima da média nacional. O estudo também avaliou a evolução dos indicadores de nível educacional em todos os entes federativos brasileiros. De acordo com o material, estados onde a despesa com pessoal é elevada têm indicadores piores do que os outros. “A evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), entre 2013 e 2017, se mostra positiva entre os estados que buscaram ajustar as despesas. Espíri-

to Santo, Ceará e Alagoas, por exemplo, subiram entre seis e nove posições no ranking”, comparou Bruno Funchal, informando que os estados do outro grupo caíram entre seis e 12 posições no mesmo período. Na verdade, a nota técnica “A situação fiscal dos estados” traça comparações entre Estados que, após o início da crise econômica, passaram a controlar despesas com pessoal, com outros que não alteraram a trajetória de despesas. A análise aponta que o descontrole das despesas de pessoal, tanto com ativos como com inativos, é um bom candidato à causa do desequilíbrio fiscal nos Estados. No entanto, alguns Estados são vistos como bons exemplos de gestão fiscal, figurando nas melhores posições em diversos rankings e na avaliação do Tesouro Nacional sobre a capacidade de pagamento. Nesse caso, Alagoas, Ceará e Espírito Santo.

economista Elias Fragoso faz uma análise da situação e diz que Alagoas é um estado paupérrimo, com deficiência de tudo. Segundo ele, esse é o lado econômico da história. Já o lado fiscal, que se refere a nota técnica, tem que analisar com uma certa frieza no sentido que não passa de uma responsabilidade legal do Governo, que é cumprir a lei, com o que está programado. “O governo está de parabéns, é fato, tem conseguido desempenho interessante nesse sentido, mas isso em nada modifica o perfil do Estado. Que na verdade precisa é de investimentos, que nós não temos por uma razão simples: 60% do PIB do Estado hoje é gerado pelo Governo e a gente sabe que Governo não gera crescimento, desenvolvimento. Temos que mudar esse quadro”, afirmou Fragoso. Ele relembra que há alguns fez, junto com o professor Edimilson Veras, a proposta que poderia mudar o perfil econômico de Alagoas com o Projeto Alagoas Tem Jeito. “Lá tem o encaminhamento para essas questões, mas são encaminhamentos de médio e longo prazos. Não vai se resolver problema secular em dois dias, quatro anos, oito anos como a turma chega querendo fazer ou discursar em cima disso”. E mais: “Só para não misturar as coisas. Uma coisa é crescimento, desenvolvimento, desemprego e a outra é o cumprimento do regramento fiscal do país e do estado. Inclusive, Alagoas vem fazendo bem feito. Nesse sentido, está de parabéns.”


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COITÉ DO NÓIA

Comissionados recebem aumento de até 80% em um ano na Câmara Diretor da casa se negou a dar informações sobre novo salário BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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uncionários comissionados da Câmara de Coité do Nóia, cidade no Agreste de Alagoas, receberam aumento médio de 60% no valor líquido de seus salários em intervalo de apenas um ano, segundo informações do Portal da Transparência da casa legislativa da cidade, que conta apenas com seis comissionados. Segundo o portal, alguns salários saltaram de R$ 1.820,00 para R$ 3.002,55 e outros de R$ 1.012,00 para R$ 1.820,00 entre abril de 2018 e o mesmo mês do ano corrente. O que chama atenção no aumento repentino é o fato dos funcionários não estarem exercendo funções diferentes daquelas que já estavam estabelecidas há um ano como: assessor jurídico, tesoureiro, contador e secretário. A folha total de pagamento desses comissionados quase dobrou no período passando de R$ 9.122,83 para R$ 14.369,90. Segundo denúncia recebida pelo EXTRA, “a maioria não tem capacidade técnica para assumir o cargo e está lá apenas por ser parente de vereadores”. Outro problema ao qual o Extra teve acesso foi à falta de informações referente a esses aumentos. Ainda de acordo com a denúncia, foi tentado protocolar junto ao diretor-geral da Câmara, Jacinto Ferreira, na última semana, um pedi-

do realizado com base na lei nº 12.527/2011 de acesso à informação, mas o mesmo se negou a receber o documento. Vale lembrar que recebimento de documento similar pode ser feito por qualquer funcionário no horário do expediente. “Fui solicitar cópia da ata que autorizou o aumento salarial da folha dos comissionados mas o funcionário disse que isso só poderia ser feito com o presidenteda Casa. Preciso ser juiz, delegado para protocolar um documento”, disse o denunciante. Na terça-feira, 25, foi protocolado junto ao presidente da câmara, José Domício da Silva, informações sobre o aumento repentino. “Venho por meio deste pedido solicitar Ata da Sessão na qual foi aprovado o aumento de 60% na folha dos servidores comissionados desta instituição, conforme consta no portal da transparência da Câmara de Vereadores de

DENÚNCIA

Câmara foi alvo, em 2018, de um inquérito do Ministério Público Estadual para apurar irregularidades. O órgão instaurou o procedimento para investigar denúncias no pagamento de salários a servidores que não exerciam nenhuma função na casa.

Legena sdfdfdsf sds Coité do Nóia”, diz o documento, mas até o momento não houve retorno. O Extra entrou em contato com o vereador Zé da Salete (MDB) e o mesmo afirmou que o reajuste concedido aos comissionados foi aprovado para cobrir a defasagem no salário pago aos cargos. “O que a assessoria da casa me falou é que os salários estavam defasados, por isso foi dado esse reajuste aos comissionados”, disse o parlamentar.

HISTÓRICO Em julho de 2018, a Câmara foi alvo de um inquérito do Ministério Público Estadual (MPE-AL) para apurar irregularidades. O órgão instaurou o procedimento para investigar denúncias no pagamento de salários a servidores que não exerciam nenhuma função na casa. Além dos pagamentos indevidos, também foi investigada a suposta prática de nepotismo no município.

A publicação no Diário Oficial do Estado considerou a possibilidade da administração municipal ter cometido ato de improbidade administrativa. Tal medida, segundo o texto, ofende os princípios que regem a administração pública. No inquérito, foi determinado o registro e a autuação do caso no Sistema de Automação da Justiça (SAJ) do Ministério Público, além da expedição de ofício à prefeitura municipal requisitando informações e documentos.


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CORTESIA

Calçadões do comércio estão tomados de feirantes e camelôs que disputam o consumidor no grito

Centro registra mais de 1.500 camelôs e feirantes, dificultando a circulação

DESEMPREGO

Economia informal ameaça acabar com Centro de Maceió Lojistas perdem clientes, demitem trabalhadores e estão dispostos a mudarem empresas para bairros TÂMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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economia informal ameaça acabar com o Centro de Maceió, assim como já ocorreu na última década em outras capitais, onde o espaço destinado a lojistas foi ocupado por camelôs e feirantes. O alerta é da Aliança Comercial, instituição representativa dos empresários locais, que atribui esse quadro à retração econômica de longo período no país e sua mais drástica consequência: o desemprego. O número de desempregados em Alagoas subiu 164,4% nos últimos quatro anos, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). É

um percentual assustador, na avaliação de economistas, e que empurra muitos trabalhadores para atividades informais e “bicos”. No final do ano passado, revelou o Ipea este mês, a taxa de informalidade do país alcançou o alarmante índice de 45,1%, quase metade da população ativa. Com o crescente da informalidade, o Centro de Maceió, um dos bairros mais antigos da cidade, ganhou nos últimos meses e sem nenhum obstáculo a aparência de feira livre, com a presença de homens e mulheres de todas as idades expondo em carrinhos, caixas e bacias, diversas frutas, legumes, verduras, raízes e até mesmo pescados e mariscos. São mais de

300 feirantes, sem contar com ajudantes, num cálculo subestimado da Aliança e da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio). No mesmo espaço, outros 1.200 camelôs espalham mercadorias pelos calçadões. É uma diversidade de produtos como roupas, eletroeletrônicos, bolsas, artigos utilitários para casa, perfumaria, entre outros, pendurados em vitrines improvisadas ou mesmo espalhadas pelo chão, dificultando a circulação do consumidor nos calçadões do bairro. O cenário no Centro é lamentável também pela sujeira, a destruição de pisos, vazamento de águas usadas e um barulho infernal que incomoda e afasta muitos consumidores. Camelôs e feirantes tentam ganhar o cliente no grito, como fazem nos mercados públicos. “Não temos [os lojistas] nada contra os camelôs. Só queremos que eles comercializem

suas mercadorias no espaço próprio para eles; espaços que existem e serão ampliados nas proximidades do calçadão. O Centro comercial é o local dos lojistas, que pagam impostos para comercializarem com uma estrutura adequada para receber o cliente. Já os feirantes, esses devem vender seus produtos no Mercado Público”, argumenta o presidente da Aliança, José Guido Júnior, para quem a ocupação do Centro comercial não é aceitável. A própria Prefeitura de Maceió, diz ele, tem pesquisa que mostra que há feirantes no Centro com mais de um carrinho de produtos. “São as filiais”, enfatiza. Guido Júnior conta que chegou a conversar com um feirante sobre a vantagem de trabalhar nas ruas do Centro. O homem, cujo nome foi preservado, teria dito que, se no mercado ele demorava quatro horas para vender um carrinho de frutas, no calçadão do comércio a mercadoria acabava em uma hora. “É


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ção dos consumidores

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Informalidade ajuda a complementar renda

Guido Júnior: briga entre governos dificulta fiscalização

vantagem”, disse. O Centro comercial da capital é um local privilegiado para o comércio varejista. Circulam por suas ruas, diariamente, mais de 13 mil pessoas. O espaço dispõe de mais de 600 empresas, somente no piso térreo, e emprega mais de 6 mil trabalhadores. “Aqui temos órgãos públicos, rede de bancos, Procon, loterias, restaurantes, lanchonetes e muitos pontos de serviços. Essa rede de empresas gera um grande fluxo de pessoas, potenciais consumidores”, diz Guido Júnior. Para ele, o Centro é “a menina dos olhos da cidade”. O local que garante visibilidade para qualquer iniciativa. “Não é à toa que em época de eleição, todos os políticos passam pelo Centro”, lembra o empresário. DESEMPREGO Entretanto, o Centro vivencia o mesmo problema que fez encerrar atividades no comércio de Recife, por exemplo. “Em Maceió, o lojista já está migrando para os bairros. Temos avenidas inteiras que antes eram áreas residenciais, transformadas em áreas comerciais. Esses empresários não voltam mais para o Centro”, assegura. Segundo a Aliança Comercial, a economia informal provoca danos sérios ao comércio varejista do Centro por dois motivos: a concorrência desigual com os ambulantes, que vendem produtos similares por preços mais baixos [os piratas], e a fuga do consumidor que não gosta do cenário tumultuado e desorganizado da área. A redução na receita das empresas tem levado lojistas a cortarem gastos, inclusive com demissão de trabalhadores. A média de demissão nas lojas do Centro, desde janeiro, tem sido de 30% do quadro, calcula Guido Júnior. “Pais e mães de famílias que passam a engrossar as estatísticas do desemprego. Muitos vão alimentar o ciclo da informalidade”. Por tudo isso, os economistas alertam que ao fazer compras no mercado informal do Centro, de forma inocente, a população contribui para man-

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ter um negócio que pode gerar mais desemprego e desequilíbrio para a economia do Estado. A informalidade desenvolve uma cadeia de atividades quase marginal, afirmam integrantes de Clube de Dirigentes Lojistas (CDLs) de outros Estados. “É uma concorrência injusta para quem se mantém dentro da lei”. Na avaliação do presidente da Aliança Comercial de Maceió, além de prejudicar os lojistas e provocar o desemprego, a informalidade pode significar riscos à saúde, pois é comum os produtos com procedência ignorada e sem passarem por testes adequados. Os óculos de sol vendidos em tabuleiros nos calçadões e que não possuem a proteção contra raios solares são exemplo: “eles podem causar danos irreversíveis aos olhos”. “A compra ilegal nunca vai trazer vantagem. Economizar é comprar produtos de qualidade e com preços acessíveis”, orienta Guido Júnior. FISCALIZAÇÃO Qual seria, então, a solução para resolver a ocupação do Centro? A resposta dos lojistas é a ‘fiscalização’ contínua e rigorosa. O ideal seria “proibir a entrada de carrinhos e camelôs aos calçadões e ao mesmo tempo fazer um trabalho para orientar os vendedores a comercializarem nos locais destinados a eles”. Guido Júnior enfatiza que “ninguém quer uma fiscalização com perseguições e brigas de gato e rato; mas é preciso fechar o acesso ao centro de forma efetiva. Do contrário, o que se verá a médio prazo é a

área acabada, como ocorreu em outros Estados”. Segundo ele, a capital do estado vizinho de Sergipe convive com o mesmo problema de Maceió, mas o poder público administra a situação. “Em Aracaju os feirantes não entram no Centro durante o dia. Depois das 17h30 da tarde é que eles ocupam as ruas do comércio para vender seus produtos e não deixam sujeira ao encerrar as atividades”. Aliás, sujeira é um dos principais motivos que têm afastado os consumidores do comércio de Maceió. As outras reclamações mais frequentes são a dificuldade de circular no local, tomado por carrinhos, e a “algazarra”. A briga política entre os governos do Estado e municipal é apontada pela Aliança Comercial de Maceió como responsável pela inércia da fiscalização na área. Segundo Guido Júnior, a Prefeitura alega ter problemas na Guarda Municipal, que dispõe de quadro efetivo reduzido para atender à demanda e não consegue dar suporte à fiscalização no comércio. Já a Polícia Militar, estaria orientada a não colaborar com o trabalho, por ser de responsabilidade do governo municipal. “Sem fiscalização, sem segurança, com todos esses problemas de falta de infraestrutura o consumidor desaparece do Centro. Se o poder público não trabalhar para resolver essa situação, estamos fadados a perder esse comércio, que é tradicional, é a mais importante opção ao comércio varejista em shoppings. É lamentável”, afirma o representante dos lojistas.

desemprego recuou um pouco no trimestre encerrado em abril para 12,5%, ante a taxa de 27,7% no trimestre encerrado em março, atingindo 13,2 milhões de brasileiros. Para ter de volta uma renda, parte da população tem recorrido à informalidade, que também ganha força pela perda do poder de compra daqueles que estão empregados. Muitos ambulantes e feirantes que trabalham no Centro de Maceió estão começando a atividade para completar a reda, mas a grande maioria é mesmo por falta de trabalho. Basta uma rápida conversa com esses trabalhadores, que evitam fazer fotos por temerem represálias, para saber que a falta de emprego no Estado e também a falta de capacitação são apontadas como principais motivos para irem às ruas. Dona Maria Helena é aposentada, mas precisou aumentar a renda depois que uma das filhas, que com ela, teve um bebê e ficou desempregada. Vendendo doces numa bandeja de alumínio muito reluzente, ela chega a faturar até R$ 60 reais por dia com o produto, consumido na maioria pelos próprios ambulantes. “Dá pra comprar fraldas, o leite e o ônibus para minha filha sair e procurar trabalho”. A economia informal, também chamada de subemprego, sustenta uma parcela da que, por falta de oportunidades de emprego, passa a viver à margem da formalidade. É considerada parte integrante da população economicamente ativa. O emprego informal é aquele no qual a pessoa trabalha sem condições regulamentadas pelo governo, ou seja, é aquele em que não há vínculo empregatício, o trabalhador não possui registro em carteira, nem usufrui dos benefícios que lhes são de direito, como FGTS, direito à licença maternidade, auxílio do governo em caso de desemprego. São incluídas nessa situação, além dos vendedores autônomos, as pequenas empresas que não pagam taxas e impostos.


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SOFIA SEPRENY

Tribunal de Justiça de Alagoas bloqueou R$ 3,6 bilhões de ativos finaneiros e bens da Braskem

FECHAMENTO DE MINAS

Braskem já prepara o “adeus” a Alagoas

Justiça bloqueou R$ 3,6 bilhões da petroquímica para indenizações JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Braskem já planeja deixar a mineração de salgema em Maceió. A petroquímica apresentou à Agência Nacional de Mineração (ANM) um plano para fechar minas que, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), causaram a instabilidade do solo dos bairros do Pinheiro, Bebedouro e Mutange. Em nota à imprensa, a companhia declarou ter apresentado “um plano para fechar todas as minas por-

que entende que não tem mais licença social para operar na região”. A Braskem opera três plantas: a mina de sal-gema e a de cloro-soda, ambas paralisadas, e a de PVC. São mais de 500 funcionários em todo o complexo, dos quais cerca de 300 trabalham nas duas unidades paradas desde maio, quando foi divulgado laudo do CPRM. Desde então, a companhia tem importado sal para abastecer sua unidade de produção de PVC em Maceió.

Na terça-feira, 25, o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Tutmés Airan de Albuquerque determinou o bloqueio de recursos, ativos financeiros e bens da Braskem correspondentes a mais de R$ 3,6 bilhões de reais. O objetivo do bloqueio, ajuizado pela Defensoria Pública Estadual e pelo Ministério Público Estadual (MPE), é garantir indenização dos proprietários e possuidores de imóveis dos bairros afetados por danos ambientais causados pela

extração de salgema. A decisão também registrou que além do perigo de desabamento, ocorreu uma desvalorização completa dos imóveis da região e que, segundo mapa de risco, haverá a necessidade de evacuação imediata já de alguns imóveis da área atingida, o que torna ainda mais necessária a medida. LEGISLATIVO A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga os problemas no solo dos bairros do Bebedouro, Mutange e Pinheiro teve o pedido de prorrogação por mais

60 dias dos trabalhos aprovada em sessão ordinária da quarta-feira, 26. Inicialmente, a CEI tem validade de 120 dias, prazo que se encerra no próximo dia 11 de julho. A Comissão teve início em 11 de março e já ouviu representantes da CPRM, Braskem e Instituto do Meio Ambiente (IMA). Segundo o presidente da CEI, vereador Francisco Sales (PPL), um dos fatores que justificam a prorrogação é a necessidade de ouvir novamente outros envolvidos no problema e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL). “Depois de todos os depoimentos que colhemos ao longo desses quase 120 dias de trabalho, recebemos o pedido da própria Braskem para que a empresa pudesse ser ouvida novamente. Achamos razoável atender à solicitação da mineradora, hoje principal responsável, segundo relatório do CPRM, pelos problemas estruturais nas vias e imóveis do Bebedouro, Mutange e Pinheiro. Além disso, também há a necessidade de escutarmos o que o presidente do Crea -AL, Fernando Dacal, tem a dizer sobre o papel do órgão nessa questão toda”, declarou Francisco Sales. Além de Sales, a CEI é composta pelos vereadores José Márcio Filho (PSDB), relator; Silvania Barbosa (PRB), secretária; Chico Filho (Progressistas), relator substituto; Luciano Marinho (Podemos), secretário substituto; Samyr Malta (PTC) e Maria Aparecida (DEN), membros. Os novos depoimentos ainda não estão com suas datas agendadas.


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É preciso falar sobre ASI

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pesar de o Abuso Sexual Infantil (ASI) marcar a criança para o resto da vida, mesmo assim, pode-se ressignificar o fato. Não é fácil. Não é impossível. Muitos casos a criança, depois de adulta, pode, sim, superar o trauma. A criança pode superar se for estimulada ou instigada a ver o fato como algo do passado, que aconteceu, e que não vai

acontecer mais. O processo é doloroso. Muitas conseguem se livrar e ter uma vida saudável, apesar da dor; outras, não. É um desafio para o psicoterapeuta mostrar alternativas a pessoa, que enxergar, melhor os fatos. É desafiador porque ela precisa entender que como há pessoas boas, há também pessoas que erram e até praticam crimes, qualquer tipo de crime. A apatia toma conta da vítima. O desafio do psicoterapeuta é instigar que o fato é superável. Não é fácil e também não é impossível.

Insônia

São muitos os comportamentos que indicam que uma criança foi vítima de Abuso Sexual Infantil (ASI). Apresentar insônia ou dormir demais é indicativo. Também pode apresentar compulsão em se alimentar ou não querer se alimentar.

Sem motivos

De repente a criança não quer ir para escola, se afasta dos amiguinhos. Apresenta comportamento sexualmente explícito (até masturbação excessiva). Apresenta, também, repulsa ao contato físico, além de tristeza e choro sem motivos aparentes.

Consequências do ABI

A criança pode desenvolver síndrome do pânico, comportamento antissocial; pode desencadear um processo de alcoolismo ou drogadição; pode levar também a prostituição e promiscuidade. Também pode ter aversão a sexo. Ela pode desencadear um processo de aversão às leis e entrar em atividade criminosa. Também pode desenvolver processo depressivo ou ideação suicida.

Homem ou mulher

Como geralmente o abusador faz parte do convívio da família e sempre pode aparecer nas festas ou reuniões, a criança abusada pode, ao ver o abusador, sentir medo ou pânico. Ela pode também apresentar choro intenso e querer se isolar naquele momento. Pode também apresentar comportamento agressivo com um parente mesmo que seja o abusador. Vale ressaltar que a pessoa que abusa sexualmente pode ser homem ou mulher.

Sexo aflorado

A criança passa a falar, gesticular e a se comportar sexualmente. Tudo que faz tem interesse ou questões sexuais. É frequente ter curiosidade sobre temas sexuais, seja brincadeiras com amigos, animais ou os próprios brinquedos. A criança também pode também ficar desenhando as genitálias com detalhes. A criança passa a ter um vocabulário e comportamento adulto/sexual. Nos relacionamentos sociais a criança evita ao máximo. Ela apresenta

um comportamento de desconfiança com as pessoas que convive há muito tempo. Não admite qualquer contato físico, mesmo que seja um simples abraço. Ela tem uma espécie de repulsa. Por isso é importante a família ficar atenta.

Caso clínico

No consultório já atendi uma jovem adulta, 22 anos, que foi abusada sexualmente por uma amiga da família numa idade entre 7 a aproximadamente 11 anos. O convívio é muito doloroso para essa adolescente, mesmo depois de adulta. Ela apresenta repulsa pela vida. “Nada tem sentido; nada presta”. Apesar de dizer que “convive bem” com a abusadora, porque ela continua frequentando a casa dos pais, mesmo assim, não é o que realmente acontece na prática. Ela não consegue se livrar dos fatos. O processo psicoterápico é complexo e demorado. Ela ser “obrigada” a conviver com essa pessoa é extremamente doloroso. Os pais não sabem. Apesar de estar num processo psicoterápico, não consegue distinguir as pessoas como sendo boas e más. Não percebe que, apesar dos fatos, pode-se, sim, ressignificar. Apesar da psicoterapia e de alguns medicamentos que está tomando, ainda assim, já tentou duas vezes o suicídio, através de medicamentos. A família, muitas vezes, além de não colaborar, atrapalha o processo psicoterápico. “Você está muito estúpida com as pessoas”. “Você não tem jeito mais não”. São essas, às vezes, as falas dos familiares, conta a cliente. As consequências podem ser dolorosas. Às vezes os familiares dão DESESPERANÇA para a pessoa que está sofrendo e a consequência é mais uma tentativa de suicídio. É doloroso, mas é isso o que acontece. Expressa sempre que a vida não tem sentido e que não tem vontade de fazer nada. O processo psicoterápico é desafiador.

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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Inimigo “O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo.“ (Friedrich Nietzsche) iogurte desnatados, queijos magros. Também são encontrados nas folhas verdes.

Colaborador do cálcio

Além de ser colaborador do cálcio, o magnésio está também envolvido na produção e regulação dos níveis de serotonina, o hormônio que desenvolver prazer e bem-estar. Ele participa da produção de energia, da contração muscular, da manutenção da função cardíaca normal e da transmissão dos impulsos nervosos. Portanto é fundamental tê-lo no cardápio diário. As fontes de magnésio são: tofu, soja, caju, tomate, salmão, espinafre, aveia, arroz integral.

Humor

Os pesquisadores indicam que o selênio tem uma grande participação no comportamento de humor. Pessoas que tem carência de selênio são mais depressivas, irritadas e ansiosas. As fontes de selênio são muitas, dentre elas: castanha do Pará (2 castanhas do Pará, diariamente, fornecem 200 microgramas de Selênio de forma segura), nozes, amêndoas, atum, semente de girassol, trigo integral, peixes.

Dão alegria

O processo de digestão das proteínas fornece os aminoácidos para o nosso corpo formar suas próprias proteínas. Um aminoácido conhecido como tirosina está relacionado com a produção de dopamina e adrenalina, ambos, neurotransmissores que promovem o estado de alerta, o “pique” e a alegria. As fontes de tirosina são peixes, carnes magras, aves sem pele, ovos, leguminosas, nozes e castanhas, leite e iogurte desnatados, queijos magros e tofu.

O cálcio

Toda pessoa deve ingerir, diariamente, doses de cálcio para garantir que ossos e dentes estejam sempre saudáveis e ainda possam contribuir para doses extras de bom-humor. As fontes de cálcio são leite e

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com.


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Faltam estadistas

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Brasil, alguém já disse, é o país do futuro (embora o grande Millôr Fernandes afirmasse que é o país do faturo). Futuro que nunca chega. Há séculos. A não ser para os mesmos de sempre. Na verdade isso sempre foi conversa “babada” da classe política para ir engabelando o povo enquanto se locupletavam de tudo. Aliás, como disse um exemplar da classe – Geraldo Alckmin ex-governador de SP – qualquer político rico é ladrão. É só checar o seu, eleitor... Aí chegaram a Lava Jato e as redes sociais. E as “vestais” da política ficaram nuas. Toda cúpula do PT presa, 3 presidentes de partidos presos, vários governadores, centenas de prefeitos, mais de duas centenas de senadores e deputados federais e estaduais e uma multidão de vereadores respondem a processos na justiça (não foram presos por que se auto protegem por detrás da suja imunidade parlamentar). Recente, o cidadão fez uma

limpa em parte significativa das casas legislativas deste país, além do governo federal e em vários estaduais. Muito ladrão treme só em pensar no que pode lhes acontecer agora sem imunidade (enquanto outros dão graças por ter se livrado dessa “penitência” ao comprarem suas reeleições e mantido a santa imunidade). Pois bem, passados 6 meses, o que vemos? No congresso nacional o Centrão se reagrupar e engolir o governo federal com suas pautas escusas frontalmente contrárias aos interesses da Nação e do povo (o mesmo se dá nos “Centrinhos” das assembleias legislativas estaduais e nos “mini centrinhos” das milhares de câmaras de vereadores deste país). A vanguarda do atraso, do crime, das traficâncias e do “no meu ninguém mexe” está mais que nunca ativa. O resto? que se lixe! Os governadores embora com seus Estados quebrados, lutaram até a undécima hora para tirar o corpo de suas res-

Mel - alegria e tristeza

J

uju utilizava as escadas para descer do sétimo ao quarto andar onde morava, já enfermo, seu pai, dr. Ib. Logo cedo, primeiras horas da manhã, todos os dias. Como companhia, nossas poodles Sissi e Mel, que também ansiavam em vê-lo. Ainda com boa saúde, em nossa casa, sempre quebrou protocolo para com as duas, oferecendo o que comia, mesmo à mesa. Cercavam-no, até, por um carinhoso cafuné. E, nós, antes de afastá-las, sentíamos enorme prazer em assistir singular convivência. Uma daquelas manhãs foi preocupante. Mel, sentiu dificuldade em fazer o de sempre; descer os degraus, lépida, sempre à frente de sua mãe, Sissi, já bem idosa. Parou, tentou olhar o desnível e não continuou. Visita a veterinário

oftalmologista e a constatação de que uma bactéria atingira suas retinas, maculando-as, com a perda progressiva das duas visões. Como para uma pessoa, a conselho médico, procuramos posicionar os móveis e objetos de casa sempre nos mesmos lugares, a fim de facilitar seu deslocamento. O faro, seu melhor sentido, não lhe é útil para desviar de paredes ou obstáculo à frente. Virginia Woolf (1882-1941), crítica literária e romancista britânica de renome do início do século passado, após diversas obras, numa evolutiva carreira profissional, publicou “As ondas”, romance que lhe deixou prostrada. Procurou relaxar lendo as cartas de amor dos poetas vitorianos Robert Browning (1812-1889) e Elizabeth Barret

ELIAS

ponsabilidades na aprovação da reforma da previdência. Não queriam “se queimar” perante os eleitores por acreditarem que as mentiras plantadas pelo PT e seus satélites no tocante aos malefícios da reforma ainda seriam válidas (SIC!). Atestado maior da distância entre esses “deuses” e seus representados que só querem sair do sufoco em que foram jogados. Além desse desserviço, fizeram o de sempre nesses 6 meses: nada. Ou quase. A saúde continua matando o pobre, a violência crassa. A desesperança aumenta. O povo esperava muito do novo governo federal de onde também não saiu nada até agora (a não ser muita intriga). Faltam estadistas a este país. Nós não sairemos dessa maldita pasmaceira com figuras como as que aí estão. Precisam ser derrotados nas próximas eleições. Chega de extremismos e de roubalheira. É preciso limpar a área. Trazer para a cena pessoas capazes de chocalhar este país. De renovar as

FRAGOSO n Economista

esperanças da Nação. De apresentar propostas que indiquem o rumo traçado para sairmos dessa. Chega de bandidos, precisamos de gente de bem em todos os níveis de governo: federal, estadual e municipal, de pessoas capazes tecnicamente, sensíveis às necessidades da população e firme para com a bandidagem que pulula nesse meio (e nos demais setores públicos). Não precisamos de messiânicos, nem dos mentirosos e incompetentes de sempre. Precisamos de outros Juscelinos Kubitscheck. Que tenham compostura e pensem grande. Que sejam estadistas. Este país não merece essa gente que aí está.

Chega de extremismos e de roubalheira. É preciso limpar a área. Trazer para a cena pessoas capazes de chocoalhar este país. De renovar as esperanças da Nação. De apresentar propostas que indiquem o rumo traçado para sairmos dessa.

JOSÉ MAURÍCIO Browning (1806-1861). Ainda solteira, vivendo semienclausurada pelo pai, Elizabeth foi presenteada por uma amiga com um cão, que se tornou seu grande companheiro. Nessas cartas, ela descrevia as façanhas protagonizadas pelo seu cocker spaniel, o que motivou Virginia a dar vida aquele animal escrevendo, em 1931, “Flush - memórias de um cão”. Disse Virginia; “Flush é apenas uma brincadeira. Eu estava tão cansada após “As ondas” que deitei no jardim e li as cartas de amor dos Browning, e a imagem do cachorro deles me fez rir tanto que não pude deixar de dar-lhe vida”. A brincadeira sobre Flush custou-lhe dezoito meses para escrevê-la e como recompensa, sucesso absoluto de vendas.

BRÊDA n Economista

Volto à minha realidade sentindo como é difícil para esse pobre escriba dar vida à nossa querida Mel pois, ao contrário de Virginia, que viu alegria na convivência de Flush com Elizabeth, vivo a tristeza e a angústia de ver uma criatura tão dócil e alegre a vagar pela casa sem rumo, agora já com a total visão das trevas.

Nessas cartas, ela descrevia as façanhas protagonizadas pelo seu cocker spaniel, o que motivou Virginia a dar vida aquele animal escrevendo, em 1931, ‘Flush memórias de um cão’.


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Inocente ou culpado?

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is a questão. Hoje, a grande discussão no Brasil é se o juiz Sérgio Moro podia ou não atuar no caso do Lula, preso há 453 dias, em Curitiba, depois das gravações divulgadas de conversas entre o juiz e os procuradores da Lava Jato, com orientações de como proceder nas denúncias contra o ex-presidente. Se as gravações são verdadeiras ou falsas, a partir de montagens muito bem-feitas, não me cabe julgar. O que sei é que ele foi condenado em primeira instância pelo Moro e teve sua pena aumentada pelos desembargadores do TRF-4, do Paraná, que encontraram motivos para tal. A partir daí, não posso acreditar ou aceitar que, mesmo que não se permita ao juiz interferir no processo, conversar ou autorizar encaminhamentos aos procuradores federais, sejam fatores mais importantes do que as acusações feitas ao Lula, no episódio do apartamento triplex do Guarujá, onde o mandatário maior do país fez visitas, acompanhou sua mulher Marisa - já falecida - ao local, opinou como queria

que a reforma fosse feita e discutiu investimentos altíssimos na referida reforma em algo que não lhe pertencia, quando foi denunciado pela própria Construtora Odebrecht a doação, em troca das benesses recebidas no governo Lula, via Petrobrás. O que acho mesmo é que, depois de muitas derrotas dos advogados de defesa do ex-presidente, eles estão se agarrando ao que podem, até com o Satanás, para ganhar uma ação e tirar o Lula da cadeia antes do tempo. E o pior: o Satanás apareceu. É nada mais, nada menos, do que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que defende a liberdade do Lula, até que se julgue a interferência ou não do juiz Moro no processo de apuração por parte dos procuradores da Lava Jato. Conscientemente, você acredita mesmo que o Gilmar Mendes está preocupado com o Lula preso ou solto? Na minha modesta opinião, acho que não. Na verdade, ele está mais preocupado é, em beneficiando o Lula com a liberdade, está dando

JORGE a mesma liberdade aos seus amigos mais próximos e quase correligionários Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, e um pouco mais distante nesses imbróglios todos, como Fernando Henrique Cardoso. O Gilmar Mendes está querendo é dar uma sobrevida a essa gente toda, e mais alguns não citados, antes que o Lula, sendo solto, volte para a cadeia, com todos esses juntos, já acusados e esperando só o julgamento e, consequentemente, a condenação. Acreditem os senhores e senhoras. Não é outro o pensamento e o desejo do ministro Gilmar Mendes. Lula livre, favorece o julgamento para os demais. Não acredito que exista outro motivo para tanto desejo de liberdade para o ex-presidente. Pergunto: será que conversas entre um juiz e procuradores e promotores são mais graves do que o roubo institucionalizado nesse país? Se a resposta for sim, é melhor acabar com tudo e deixem os homens roubarem. Se a resposta for não, por quê desviar o rumo da conversa e das decisões? Com que

Direitos e deveres

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odo cidadão comum, desde o nascimento, tem direitos e deveres. Quando pequenos aprendemos onde termina o espaço do outro e começa o nosso. Os brinquedos são divididos entre irmãos, mas cada um deve tomar conta do que é seu. Em família, é bem saudável mostrar-lhes o respeito pelo outro. Nos grupos familiares grandes, como é o caso do meu, funciona com mais força a divisão e a participação de todos. Em grupos pequenos, a divisão é menor e a participação também. Apesar de ser bem mais velha do que minhas irmãs, sempre usei as roupas delas por ocasião de festas. Elas, também, dividiam comigo roupas e sapatos. No caso do filho único torna-se mais difícil a divisão de bens. Tudo é comprado para o pequeno sem irmãos e dificilmente ele dividirá o que tem com outras pessoas. Lembro-me que minhas cunhadas, na adolescência, tinham suas caixas de maquiagem e, ai daquela que tentasse usar o material da outra. O que ficava velho ia para as sobrinhas bem menores, contentes por poderem usar rouge e batom das tias. Como deveres, os pequenos apren-

diam desde cedo, a praticar sua higiene normal, ir à escola, fazer as tarefas de casa, e principalmente, obedecer aos mais velhos. Chegando à idade adulta, passam a ver mais de perto, quais são seus deveres. Tirar todos os documentos, servir à pátria (no caso de homens), entrar na universidade ou fazer concurso para começar a trabalhar. Darei um exemplo bem simples: um rapaz estuda medicina. Ele vai aprender que, para ser um bom médico, além de tratar seu cliente, levando-o à cura, precisa ser gentil, atencioso, e acima de tudo, paciente. Numa repartição pública, o funcionário precisa cumprir seu horário de trabalho, sua missão, para então poder exigir seus direitos, administrativamente ou através da Justiça. Nós, servidores do Poder Legislativo de Alagoas, lutamos com homens duros, incompetentes e perseguidores. Eles cortam salários sem nos dar o direito de defesa e para devolver o que nos tiraram, só através da Justiça e depois de um longo tempo. Não adianta o trabalho das entidades representativas, nem o tipo de verba que foi retirado. Eles só fazem o que querem e ainda gritam: Judicializem! Conheço órgãos federais que pra-

MORAES n Jornalista

interesse isso ocorre, pela dúvida levantada sobre o caso por ministros do STF, e o interesse de advogados que estão ficando cada vez mais ricos com suas intervenções? Por isso, a dúvida da culpa ou da inocência a quem mais interessa nessa hora? O problema é o Lula mesmo ou existe mais aviões de carreira sobrevoando e cortando o céu do Brasil, carregando em suas bagagens interesses maiores, que não os verdadeiros? Só o tempo dará essas respostas, certamente.

Pergunto: será que conversas entre um juiz e procuradores e promotores são mais graves do que o roubo institucionalizado nesse país? Se a resposta for sim, é melhor acabar com tudo e deixem os homens roubarem.

ALARI ROMARIZ ticam outro tipo de atitude: o cristão quando tem seu salário reduzido, vai ao setor de pessoal, reclama oficialmente, o erro é corrigido e recebe tudo de volta. Tudo acontece normalmente. Um cidadão comum só pode reclamar seus direitos, se cumprir seus deveres. Por exemplo: se um motorista for parado pela Polícia Rodoviária e não estiver documentado e o veículo devidamente regularizado, com certeza terá o carro apreendido e sofrerá severas punições. Se ele for a um banco resolver qualquer problema, também deverá apresentar seus documentos atualizados. São fatos normais na vida do homem e da mulher. Acostumados que somos ao dia a dia de nossas vidas, chocamo-nos com dirigentes que perseguem servidores, cortam salários e administram erroneamente a verba pública. Nossos direitos terminam onde os dos outros começam, mas verificar que fomos enganados nos mínimos detalhes, acarreta uma dor no coração. Os agentes municipais, estaduais e federais que agem inadequadamente deveriam ser punidos na forma da lei. Reter processos em seus gabinetes, demorar a despachar decisões administrativas é crime; merece punição severa.

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

No serviço público das Alagoas é comum um funcionário requerer seus direitos e ter seus processos engavetados. Quando entramos com um pedido administrativo ou judicial, necessário se faz acompanhar o andamento ou ele tramitará a passos lentos. Em dezenas de anos que milito no serviço público, só vejo dirigentes falarem em punir servidores. Nunca ouvi dizer assim: “Fulano foi rebaixado ou prejudicado; vou consertar”. Deduzo, então, que no serviço público, em especial na Assembleia Legislativa de Alagoas, apenas são cobrados os deveres. Na hora de conceder os direitos, nada caminha normalmente. Só através da Justiça. Deus na causa!

Os agentes municipais, estaduais e federais que agem inadequadamente deveriam ser punidos na forma da lei. Reter processos em seus gabinetes, demorar a despachar decisões administrativas é crime; merece punição severa.


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Ausência

Hoje muitos faltaram! Mas a falta mais sentida foi a sua. A livraria com seus inúmeros e interessantes personagens está fria porém aconchegante como sempre lhe pareceu. Das pratileiras nos olham o libertino Victor Hugo; o anjo travesso Gabriel; o razinza Graciliano e o bebum Dostoiévsky; todos lhe procuram e anseiam por sua presença. Sentem sua falta e de sua fresca prosa. São fiéis e velhos amigos que você deixou de um golpe e sem aviso. Todos sentem falta de seus comentários a respeito de seus personagens. Sentem a falta que faz suas narrativas cheias dos detalhes picarescos de suas estórias. Dona Camila, com sua estoteante beleza e eterna juventude, saiu do conto do Machado para perambular entre as estantes. Parece que não só ficou presa numa bolha de tempo como também operou a mágica de retroceder nele. Estivesse você aqui hoje para vê-la em sua fulgurante beleza,

ISAAC SANDES

DIAS n Promotor de Justiça

garanto, desistiria de sua desesperada partida. Compreenderia que para viver lhe bastaria apenas sorver e se deliciar com esse supremo efeito estético de Deus. O recalcado Luis da Silva, ainda anda às turras com o presunçoso Julião Tavares por causa da querida Marina. Não tem ele a grandeza e o despreendimento que você sempre teve com as mulheres. Os Karamazov ainda brigam entre si, numa eterna contenda que não acaba nunca, pois que circunscrita aos limites das páginas de seu intrincado romance. Sem sua presença a livraria parece uma fantástica e fantamasgórica Macondo, onde se

misturam farsantes ciganos e excêntricos Buendías. Onde todos anseiam por uma epidemia de esquecimento para, assim, esquecerem os tristes fatos que lhe vitimaram. Queriam sim, que você se tornasse um Melquíades e, como ele, tivesse muitas mortes para em troca ter muitas vidas. Ou, quem sabe, queriam que seu desparecimento fosse como o de José Arcadio Buendía, levado pelo rabo de saia de uma magrela rãzinha de pernas finas e seios incipientes. Mas você, que num único ser reunia os dramas existenciais de todos os seus queridos personagens, viveu com a inocência e pureza de um Aliêksei, a devassidão de um Fiodor, a honradez de um

PAULO

Oportunidade

NICHOLAS

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xistem, na vida de cada um, momentos ou pessoas especiais que aparecem a certa altura e nos dão uma coisa muito preciosa: oportunidade. O problema é que não as enxergamos, na maioria das vezes nem percebemos, não conseguimos ver mesmo passando embaixo dos nossos narizes. Por vezes elas são claras, evidentes ao ponto de nos serem apontadadas por aqueles mais próximos que literalmete falam: “vai lá, aproveita essa oportunidade”! Por vezes elas se travestem de dificuldades, de crise ou mesmo de uma derrota. Pode também surgir de uma decepção, de uma raiva ou frustração. Porque não? Conheço pessoas que transformaram um divórcio numa nova oportunidade para ser feliz. Outras que aproveitaram a traição de um sócio para come-

Dmitri e intelectualidade de um Ivã. Porém, à falta de uma verdadeira Sônia entre as tantas imitações que teve, sucumbiu às culpas de um Raskolnikov, para, sem aviso, fugir como um atormentado e perseguido Jean Valjean, deixando em todos, a sensação de leitores atônitos e frustrados com um final de estória que não esperavam ou não quiseram; decepcionados com o cruel enredo que fez com que atinassem para o fato de que a realidade, às vezes, é mais dramática e ingrata do que as finas tramas da ficção.

Os Karamazov ainda brigam entre si, numa eterna contenda que não acaba nunca, pois que circunscrita aos limites das páginas de seu intrincado romance.

n Advogado e escritor

çar um novo negócio do seu jeito. Ainda tenho conhecidos que faliram e aproveitaram a oportunidade para refazer a vida trabalhando com o que realmente seu coração mandava. Tem gente que transforma uma doença numa oportunidade de reavaliar valores, escrever um livro ou mesmo fazer as pazes com desafetos. É assim. Elas aparecem, cruzam nosso caminho mais cedo ou mais tarde e normalmente só nos damos conta quando já

passou. Pense consigo quantas vezes você olha para trás e diz: “como fui burra(o)!”. E, mais uma vez lembramos o ditado popular que diz que a oportunidade é um cavalo selado que passa rápido. O ruim é que normalmente só o vemos quando ele já passou. Este “cavalo selado” é muito difícil de se ver de perto. Eita cavalinho danado! De pronto se conclui que o problema pode não ser a falta de oportunidades, mas nossa incapacidade. Não nos prepara-

mos para enxergá-las nem para montarmos neste cavalo galopante quando ele aparece. E aí cabe o mea culpa. Seria o mundo cruel comigo ou sou eu que não enxergo as oportunidades? Nossa tendência natural é por a culpa no mundo, quando na verdade é a gente que não viu a coisa como um todo. É preciso ter a mente aberta, enxergar a hora certa, ter consciência de cada ocorrência de sua vida. Boa ou ruim, esperada ou repentina. Anunciada ou na surdina. Cada fato pode ser uma oportunidade.

A , mais uma vez lembramos o ditado popular que diz que a oportunidade é um cavalo selado que passa rápido. O ruim é que normalmente só o vemos quando ele já passou.


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PAULO

Urubu Malandro

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á um urubu travestido de águia americana (haliaetus leucocephalus) homiziado em Richmond, Virgínia. Diferentemente do urubu que se alimenta de restos putrefatos, a águia americana é espécie que caça animais vivos para o seu sustento. A nossa ave de rapina, sentada em confortável sofá, ataca, em entrevista e redes sociais, os nossos dirigentes como se esses fossem todos dependentes dos seus conselhos. A importância com que se tem dedicado à essa figura estranha que, dizendo-se sábia, agride personagens respeitáveis da história nacional com palavras de baixo calão como se tivesse nascido e se criado nas antigas casas de tolerância que sobreviviam às custas da exploração de mulheres e desejos ilimitados de solitários. O filósofo, dizem que tem formação autodidata, não deve ter entendido com acuidade os

ensinamentos dos mestres da filosofia que apresentavam suas convicções com argumentos lógicos, e não com agressões verbais. Possuíam o dom da palavra e, por essa razão, eram ouvidos com atenção, contestados e, mesmo assim, perpetuaram os seus conhecimentos e ensinamentos ao longo dos séculos. O irascível septuagenário, com sinais claros de demência, deve imaginar que será reconhecido como o grande articulador da nova política e que ficará na história do Brasil como salvador da pátria, como tantos outros que vivem no ostracismo. Nessa quadra, ficou fácil aos formuladores de pensamentos esquisitos divulgar suas mensagens nas redes sociais e as transformar em “memes”, lidos ou ouvidos por seguidores ávidos em se divertir com as irresponsabilidades dos campeões de bobagens. Os leitores do Olavo, não o Bilac, se lessem seu livro de maior

CASTELO sucesso “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” pelo título, se for inteligente, não se aventurariam a pagar qualquer valor, pois, ao final da leitura, perceberia ser um verdadeiro idiota. No final dos tempos, as mensagens serão levadas nas nuvens digitais, depositárias de documentos importantes e milhões de baboseiras desses “pensadores” que melhor fariam criar um canal no Youtube e se dedicarem ao lado cômico da vida. Nesses dias confusos, o país não precisa de gente que sai daqui e busca refúgio nos Estados Unidos e se protege de ações judiciais. Não se sabe a situação do tuiteiro da boca suja nas terras de Tio Sam. Pode ser residente, imigrante ilegal, refugiado político ou discriminado socialmente; no entanto, em qualquer das situações, pode ser processado na nossa justiça ou, eventualmente, pela justiça americana.

n É sócio-fundador do escritório Paulo Castelo Branco Advogados Associados.

Pelo que fala e escreve contra pessoas de bem, é possível controlar seus ímpetos com procedimentos judiciais. Millôr Fernandes, um dos mais importantes pensadores bem-humorados do país, com sua sabedoria invulgar, já definira a essência da filosofia com a seguinte frase: “Existe muita filosofia de para-choque. Mas nenhuma filosofia substitui o para-choque” Como diria o caminhoneiro grevista, estamos sem freios! (Artigo transcrito de o Congresso Em Foco).

O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” pelo título, se for inteligente, não se aventurariam a pagar qualquer valor, pois, ao final da leitura, perceberia ser um verdadeiro idiota.


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Produtividade no trabalho

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m profissional endividado tem uma produtividade menor que os que conseguem controlar os gastos. Com o aprofundamento da crise no país, muitas empresas se depararam com funcionários desconectados da rotina profissional e o principal motivo é preocupação com dívidas, nome sujo ou acúmulo de contas. De acordo com dados da The Employer´s Guide to Financial Wellness - EUA, o endividamento dos profissionais diminui a produtividade em 15%, refletindo também na saúde financeira das empresas.

Ações

Algumas empresas têm dois tipos de ações negociadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira. É o caso da Petrobras, que tem ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN). Outras, como a Vale, apresentam apenas ações ON, mas qual a diferença? Depende dos preços das ações e das regras da companhia e da Bolsa. Os “ordinaristas” (quem têm ações ON) podem participar das assembleias periódicas da empresa e votar. Por exemplo, para aprovar ou rejeitar a construção de uma nova fábrica.Quem tem ação PN só pode votar em situações específicas. Se a empresa registrar prejuízos frequentes e deixar de distribuir dividendos por três anos seguidos.

Cartão Rappi

A startup colombiana de entregas e pagamentos Rappi anunciou nesta semana o lançamento do seu cartão de pagamento pré-pago no mercado brasileiro. A ideia, segundo a empresa é criar uma solução de pagamentos para aumentar a penetração das soluções da startup no dia a dia dos usuários do aplicativo. Sem taxas, o cartão tem bandeira Visa. Apesar de ser pré-pago, ele pode ser utilizado para compras online e na contratação de serviços de streaming e aplicativos de transporte – normalmente soluções restritas a quem possui cartão de crédito.

ECONOMIA EM PAUTA n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

Correios x Amazon e Alibaba

Grandes empresas como a estadunidense Amazon e chinesa Alibaba, dona do AliExpress, acompanham o desdobrar da possível venda dos Correios. De acordo com a coluna Esplanada, do jornal O Dia, as gigantes do comércio eletrônico discretamente estudam a possibilidade de compra dos Correios. O interesse se daria por conta da enorme estrutura logística que a estatal dispõe, com rotas e agências de distribuição de alcance nacional. A coluna expõe também a possibilidade da Amazon ou Alibaba se unirem a um grande banco nacional para a compra.


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A aposta certa

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a próxima semana a Fiat vai relembrar os 40 anos da homologação do primeiro carro brasileiro 100% a etanol. Em julho de 1979 o compacto 147, apresentado à então Secretaria de Tecnologia Industrial. Começou, então, o período superior a 10 anos de participação ativa do combustível renovável no mercado brasileiro. Hoje, o mundo está às voltas com mudanças nos meios de propulsão veicular e o vilão da vez passa a ser o CO2, um dos gases de efeito estufa. Passadas quatro décadas, o protagonismo do etanol volta graças ao conceito chamado em inglês “from well-to- wheel” que alguns leitores pedem para explicar melhor. Em tradução livre, “do poço-à-roda”. Significa medir emissões de CO2 desde a obtenção do combustível (em sua forma bruta), transporte e refino até a combustão nos motores e escapamento do veículo. É o chamado ciclo de vida fechado. O biocombustível da cana-de-açúcar consegue “capturar” de 70 a 80% do CO2 por meio da fotossíntese no processo de crescimento da planta. Alcançará até 100% de captura com etanol de segunda geração. Esses aspectos e outros foram realçados na Ethanol Summit 2019, semana passada, a conferência bienal e internacional organizada em São Paulo pela Única (União da Indústria de Cana-de -açúcar). Este ano o mais importante foi assinatura, no evento, do programa Renovabio do Ministério de Minas e Energia. Estimulará novos investimentos no setor por meio de compra de créditos de carbono para autossustentar a produção de bioetanol, biodiesel e até biometano. Várias propostas estão em pauta: nova especificação do etanol, preços mais competitivos e motores específicos. Em curto prazo, a mais promissora está nos veículos híbridos flex. Toyota sairá na frente, já em outubro próximo, quando lançará o Corolla nessa configuração, primeira do tipo no mundo. Países europeus vêm forçando solução puramente elétrica em grande escala. Há razões estratégicas para isso ao depender menos do petróleo, mas esquecendo de conseguir lítio de poucas fontes para fabricar baterias. Deverão enfrentar, ainda,

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

processos caros de geração de energia elétrica de fontes de baixa emissão de CO2. Para ter ideia da encrenca, em 2030, um típico carro elétrico europeu poderá emitir 82 gramas de CO2/km, quando se avalia pelo critério correto “do poço-à-roda”. Exigirá grande esforço financeiro para recarregar baterias a partir de fontes “limpas” como vento, sol e termonuclear. No mesmo ano, final da próxima década, com avanços do Rota 20030 um automóvel brasileiro híbrido a etanol que exigirá apenas uma bateria pequena, não necessariamente de íons de lítio, mais barata e fácil de reciclar, emitirá somente 14 g CO2/km. Um típico burocrata europeu, desses que querem impingir uma solução a qualquer custo, pode fingir que não entendeu. Ele acha que, um dia, não se sabe quando, toda a energia elétrica no continente não dependerá mais do petróleo. Não importa o custo dessa aposta e outros problemas por resolver. O Brasil tem extensão territorial, terras férteis, água e sol em abundância como nenhum outro país. Portanto, cada um faça suas escolhas. O tempo demonstrará quem está certo.

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ALTA RODA n EMBORA Renault nunca tenha confirmado oficialmente, o mercado considerava como certo a produção no Brasil do crossover-cupê Arkana em 2020. Houve estudo, de fato, mas a marca francesa desistiu. O planejamento concluiu que seria inviável, entre outros motivos pelo preço preço não competitivo. Arkana será produzido na Rússia e na Coreia do Sul. n INFORMAÇÕES mais recentes dão conta de que não foi só o governo francês a atrapalhar proposta de fusão da FCA com a Renault. No Japão a ideia também descontentou o governo, mesmo sem este ter nenhuma participação no grupo Nissan-Mitsubishi. FCA anteriormente havia conversado com a Ford, sem sucesso, como acaba de admitir o chefão Bill Ford.

n PEUGEOT 2008 recebeu leve atualização frontal, ganhou 1 grau no ângulo de entrada (passou a 23°) e acabamento interno melhorado. Com motor 1,6 de aspiração natural e câmbio automático de seis marchas, tem desempenho e consumo apenas regulares. Ótimos o teto solar panorâmico e o volante ovalado de diâmetro reduzido que permite visualizar melhor os instrumentos. n ASSOCIAÇÃO Brasileira de Bebidas (Abrabe) se encarregou de lembrar que no último dia 19 a chamada Lei Seca completou 11 anos e ajudou a reduzir em 14% o número de mortes no trânsito. O percentual pode parecer baixo, mas segundo dados do Sindipeças a frota de veículos leves e pesados (sem incluir motos) cresceu no período quase 60%. Resultado muito bom. n SEGURADORA Zurich anunciou semana passada produtos específicos para veículos híbridos e elétricos, incluindo opção de cobertura de cabos de carregamento e oficinas especializadas. Esta semana Itaú Unibanco lançará financiamento a juros reduzidos para essa categoria. Operações do tipo começaram com Jaguar i-Pace e agora para todas as outras marcas nesses nichos.


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Uma gestão fraca

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altando apenas 16 meses para concluir a gestão, o prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cézar, que é jornalista e PM reformado, pode fazer história, não por ter realizado uma administração exemplar, mas pela inércia do seu governo, que até o momento não fez por merecer o respeito da comunidade. Além da falta de obras, a deficiência é sentida em inúmeros setores, como saúde, educação, assistência social, coleta de lixo, dentre outros serviços que deveriam estar ao alcance das famílias palmeirenses. Júlio precisa reagir ou não terá a mínima chance de se reeleger nas eleições do próximo ano.

Exploração em Arapiraca

E o preço médio da gasolina voltou a cair em Arapiraca pela segunda semana seguida, mas segue mais alto que na capital, de acordo com o boletim semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Os dados foram divulgados na segunda-feira (24). Nos 13 postos pesquisados, o preço médio do combustível é de R$ 4,76 - ainda superior ao praticado em Maceió – que, em média, é comercializado por R$ 4,67. O período pesquisado foi do dia 16 de junho ao último sábado (22). Na última segunda-feira (17), a ANP divulgou que o preço da gasolina em Arapiraca era de R$ 4,78, e na semana anterior de R$ 4,80.

Prisão em Penedo

O radialista e vereador João Lucas Lins de Queiroz, 33, foi preso no final da noite de segunda-feira (24) após uma discussão com a ex-esposa. A vítima relatou aos policiais do 11º Batalhão de Polícia Militar (11º BPM), que estavam fazendo rondas pelas ruas da cidade, e contou que teve uma discussão com o ex-marido, em seguida ele quebrou uns objetos de dentro da residência e ainda deixou a vítima presa. Durante o relato da vítima à polícia, o vereador João Lucas Lins, se apresentou e foi detido e encaminhado à Delegacia Regional de Penedo. (Com Aqui Acontece).

Violência no interior

E a bandidagem continua agindo no interior alagoano. De acordo com o site Aqui Acontece, policiais que destacam na cidade de Feliz Deserto registraram mais um caso de roubo de veículo na região. Dois indivíduos armados levaram um ciclomotor e ainda tentaram assaltar um policial militar de Sergipe.

Vítima baleada

De acordo com as informações do 11º BPM, por volta das 20h30 de segunda, 24, durante rondas de rotina, os PMs foram acionados. Na denúncia relataram que uma pessoa havia sido baleada e que assaltantes teriam levado seu ciclomotor.

A ocorrência

A polícia informou que, após o roubo do veículo, a dupla ainda tentou assaltar um cabo da Polícia Militar de Sergipe, mas este acabou revidando e atingiu um dos indivíduos. Os dois empreenderam fuga por dentro de um matagal. Os militares, então, saíram em busca dos assaltantes. Já próximo à praia do Peba, eles avistaram dois indivíduos em um ciclomotor com as características do que havia sido roubado minutos antes.

Praia do Peba

Os indivíduos, ao perceberam a aproximação da polícia, abandonaram o veículo e fugiram mais uma vez. Para os militares foi repassada a informação de que, no Peba, uma dupla estaria procurando local para se hospedar. Buscas foram feitas pela localidade, mas sem êxito.

ABCDO INTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

PELO INTERIOR ... Em pronunciamento feito na tarde desta terça-feira (25), na sessão ordinária da Assembleia Legislativa Estadual (ALE), em Maceió, o deputado arapiraquense Ricardo Nezinho (MDB) enalteceu o trabalho dos jornalistas alagoanos. ... Considerou justa a greve dos profissionais contra a proposta das maiores empresas de comunicação do estado em reduzir 40% do piso salarial da categoria. ... Ricardo Nezinho disse que a sociedade, em tempos de redes sociais, não pode desvalorizar o trabalho do jornalista.

Mais violência

E o elevado índice de violência continua preocupando as autoridades de Arapiraca. Além de assaltos em plena luz do dia, outros crimes estão sendo registrados na segunda cidade mais importante de Alagoas. E vamos a mais um registro: Um homem, identificado como José Alaylson Victor Uchôa de Aguiar, conhecido como Nai, 23 anos, foi assassinado a tiros, no final da manhã de terça-feira (25), em uma oficina mecânica, na Rua Nossa Senhora da Salete, bairro Brasília.

Tentou fugir

De acordo com informações, a vítima foi abordada dentro da oficina mecânica, por dois homens encapuzados que estavam em uma motocicleta, tentou fugir subindo para uma casa que fica em cima do estabelecimento comercial e foi assassinado a tiros.

Encapuzados

“Estávamos conversando, chegaram dois homens de moto, encapuzados, um já desceram atirando e ele correu lá para dentro”, explicou o dono da oficina. Ele completou ainda que havia crianças no momento que o crime foi cometido, mas nenhuma delas saiu ferida. (Com Já é Notícia)

Vítima do H1N1

A professora aposentada Mirene Rodrigues Santos Pereira, 63, morreu, na noite de segunda-feira (24) em decorrências de complicações da gripe H1N1. Ela estava internada desde o dia 25 de maio no Instituto de Medicina Integral de Pernambuco (Imip), em Recife (PE).

Era professora

Mirene Pereira foi professora em escolas da rede estadual de Arapiraca, trabalhou no laboratório do Dr. José Mendes e atualmente mantinha um escritório de serviços contábeis junto com um dos filhos e o marido. O caso dela teria sido o primeiro caso de H1N1 registrado em Arapiraca.

... “A categoria deve ser valorizada com o bom jornalismo, devido às fake news, com tantas notícias fabricadas, e precisamos muito de um jornalismo ético e cada vez mais vocacionado”, afirmou. ... No interior alagoano, pré-candidatos a prefeito e vereador já estão em plena campanha visando às eleições do próximo ano. ... Em algumas cidades, a disputa para a Prefeitura já está a todo vapor, com políticos nas ruas pedindo voto aos eleitores das áreas urbana e rural. ... Em Olho D´Água Grande, além do prefeito Zé Adelson, que é candidato à reeleição, outros nomes já estão à disposição do eleitorado. ... Dentre os prováveis candidatos aparecem os nomes de Joseano Lima, ex-vereador daquela cidade e filho do saudoso ex-prefeito Antônio Lima. ... Joseano também foi secretário na administração do seu pai. Outro nome que aparece com força é da ex-prefeita Susy Higino, esposa do ex-prefeito de Campo Grande, Arnaldo Higino. ... A ex-prefeita Susy Higino já promove visitas aos eleitores, principalmente da zona rural. ... Outro pré-candidato que também se destaca é o jovem Bruno do Posto, que sempre manteve um bom relacionamento com ex-gestores. .... Mais de trinta alunos da Escola Santa Afra, localizada no bairro São Luiz, em Arapiraca, foram medalhistas na 3ª etapa da Olimpíada Canguru de Matemática. ... Um excelente final de semana para os nossos leitores. Até a próxima edição.


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Sustentabilidade

Agrotóxicos

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oi publicado no Diário Oficial da União da última segunda-feira, 24, a aprovação do registro de 42 agrotóxicos, pelo Ministério da Agricultura. Com isso, a soma chega a 211 neste ano. Os pesticidas são de fabricantes como Dow Agrosciences, Bayer e Syngenta, e aguardavam liberação há quatro anos, em média, de acordo com comunicado da pasta. As aprovações incluem, apenas, um ingrediente ativo novo (o chamado produto técnico). Os demais são “genéricos” de substâncias e produtos já disponíveis no mercado, afirmou o ministério. A última lista de aprovações havia saído em 21 de maio, com 31 produtos.

O Complexo Industrial Portuário de Suape, em Recife, passará a adotar os padrões da Global Reporting Initiative (GRI) nos documentos do relatório de sustentabilidade anual, nos quais apresenta suas ações econômicas, sociais e ambientais. O anúncio foi feito pelo presidente de Suape, Leonardo Cerquinho, na quarta-feira (26), durante a Sustainability Week 2019 IDB Invest ¬- Semana de Sustentabilidade do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que acontece na Cidade do Panamá até hoje (28).

MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Mineração na Amazônia

Nova economia florestal

Com investimentos na restauração de áreas nativas e a ampliação das vendas de madeira certificada, o Brasil poderia se tornar um líder global do que alguns especialistas do setor de florestas chamam de “uma nova economia florestal”. Representantes de ONGs e empresas ligadas à exploração comercial e à certificação de madeiras atualmente estudam formas de promover concretamente um modelo de mercado que concilie o lucro com a preservação das florestas e as metas de reflorestamento. Apostas de longo prazo no manejo de florestas seriam parte do processo. Isso envolve reflorestar áreas de florestas nativas desmatadas; conciliar a produção de madeiras com outras culturas agrícolas; produzir mais madeira certificada, cuja origem não só obedece a lei, mas segue parâmetros de sustentabilidade ainda mais rígidos.

Amsterdã

Um protesto da ONG Greenpeace reinstalou o letreiro gigante que ficava em frente ao Museu Nacional de História e Arte dos Países Baixos, o Rijksmuseum, em Amsterdã, na Holanda. Entretanto, a mensagem agora foi alteradas para exibir a “I amazonia” em um ato para chamar a atenção para a preservação da floresta.

O relatório do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) citou o Brasil como exemplo de nação que tem tomado medidas no sentido oposto ao necessário para enfrentar as mudanças climáticas. A promessa do governo Jair Bolsonaro de liberar partes da Amazônia para mineração, a restrição a demarcar terras indígenas e o enfraquecimento das proteções e agências ambientais são alvo de críticas por muitos. O documento criticou governos - incluindo Estados Unidos e China - por fazer pouco mais que enviar representantes para conferências para discursar, apesar de cientistas e ativistas estarem realizando alertas desde os anos 1970. Só os Estados Unidos sofreram, desde a década de 1980, 241 desastres climáticos, o que custou mais de US$ 1 bilhão.


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