Edição 1028

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1998 - 2019

ANO XX - Nº 1028 - 05 A 11 DE JULHO DE 2019 - R$ 4,00

ELEIÇÕES 2020

Rodrigo Cunha e JHC na briga pela Prefeitura de Maceió

Em busca de apoios, senador e deputado federal travam batalha nos bastidores da política. 6 e 7

PF INVESTIGA PROPINA DA QUEIROZ GALVÃO PARA O DEPUTADO ARTHUR LIRA n Investigação foi determinada pelo STF a pedido da PGR

n Parlamentar já responde a processo por desvios na Petrobras 5

CORRIDA ESPACIAL

Julho marca os 50 anos da chegada do homem à Lua O dia 20 de julho de 1969 entrou para a história mundial com a chegada de Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins à Lua. Apenas os dois primeiros pisaram em solo lunar. 16 e 17

DONOS DE CARTÓRIOS MILIONÁRIOS DÃO CALOTE NO FGTS Dívida de Stélio Albuquerque e do filho, deputado federal Sérgio Toledo, envolve empresa de construção. 8


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EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Golpe da Braskem

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- Ao anunciar o fechamento das minas de sal-gema em Maceió, a Braskem dá sinais de que pretende encerrar suas atividades de mineração em Alagoas, sem informar, no entanto, o destino das plantas de cloro-soda, que está paralisada, e de PVC, que está operando com matéria-prima importada.

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- A empresa também joga dúvidas sobre o seu compromisso público de assumir a responsabilidade pelos estragos em três bairros de Maceió, quando diz que “sem estudos aprofundados é impossível apontar responsabilidade”.

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- Por fim, a Braskem alega que vai encerrar suas atividades de mineração no estado por entender que “não tem mais licença social para operar na região”. Ou seja, pela oposição social às suas operações.

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- Traduzindo: ou a Braskem está blefando, com o claro interesse em chantagear governo e comunidade, ou está fazendo pouco caso de um drama social que ela própria causou e que ainda pode acabar em tragédia.

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- Há 40 anos, quando impôs a instalação de sua unidade química dentro de uma capital, não se preocupou com “licença social” nem com os impactos ambientais de suas atividades. Agora alega não ter apoio da sociedade para continuar operando no estado.

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- Juntando alhos com bugalhos, fica claro que a ideia da petroquímica é cair fora de Alagoas sem pagar pelos estragos sociais e ambientais provocados por 40 anos de irresponsabilidade.

Denúncia grave

Não há nada tão ruim que não possa piorar. Esse provérbio inglês serve como uma luva para a Braskem, que vem tentando administrar uma desgraça atrás da outra. Agora, uma nova denúncia complica ainda mais a já enrolada mineradora. E o denunciante é Marcelo Odebrecht, ex-presidente da holding Odebrecht, dona do controle acionário da Braskem. Marcelo acusa o cunhado Maurício Ferro de mentir e manipular o acordo de leniência da Braskem e de haver desviado R$ 150 milhões da petroquímica, que estariam em bancos suíços. Entre as graves acusações está o fato de que a Braskem, sob o comando de Maurício Ferro, omitiu o pagamento de propina a dirigentes do MDB para que a empresa conseguisse comprar energia barata da Chesf, à época comandada por emedebistas.

Ação e omissão

No vácuo da omissão do governo do Estado e do prefeito de Maceió, o presidente do TJ, desembargador Tutmés Airan, fará uma parceria com a Defensoria Pública em busca de uma solução para o drama dos moradores de Pinheiro, Mutange e Bebedouro, causado pela mineração do sal-gema. A ideia é avaliar todos os imóveis condenados nos três bairros mais os danos morais de seus proprietários para negociar as indenizações com a Braskem. Mais do que ninguém, o magistrado sabe que se a questão for judicializada pode levar décadas para ser julgada.

Casa para todos

O presidente do TJ também firmou parceria com a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), que fará um levantamento dos imóveis, novos e usados, disponíveis no mercado. O objetivo é analisar a possibilidade de comprar esses imóveis com dinheiro das indenizações e repassá-los aos moradores dos três bairros. Tutmés Airan, que bloqueou R$ 3,6 bilhões da Braskem para garantir essas indenizações, espera que o bloqueio judicial seja mantido pelo STJ, que julgará recurso interposto pela

mineradora.

Collor na história

A iniciativa do histórico acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia não foi de FHC, Lula nem Dilma, mas de Fernando Collor, lembrou o ex-ministro da Fazenda Delfim Neto. “Façamos justiça ao ex-presidente Collor”, disse Delfim, ao classificar o acordo de “revolucionário”. Coincidência ou não, a criação do Mercosul também teve a participação ativa de Fernando Collor ao assinar o Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991, junto com os presidentes Andrés Rodriguez, do Paraguai, Carlos Menem, da Argentina, e Luís Alberto Lacalle, do Uruguai.

Lessa acabou

Ronaldo Lessa deixou a Secretaria da Agricultura denunciando o esvaziamento da pasta e acusando o governo de não lhe dar condições de trabalho. Não devia sair atirando porque, quando aceitou a missão, sabia que iria comandar um órgão sucateado e sem orçamento, verdadeiro cabide de emprego. Aos que têm memória curta é bom lembrar que uma das primeiras medidas de Lessa ao assumir o governo de Alagoas, em 1999, foi desmantelar o setor público agrícola. Logo após a posse extinguiu Emater, Epeal, Comag e demais órgãos de apoio ao pequeno produtor rural, enquanto centenas de técnicos altamente qualificados foram entregues à própria sorte. Nos oito anos do desmanche socialista os pequenos agricultores foram abandonados, enquanto usineiros e grandes empresários foram beneficiados com incentivos fiscais e outros privilégios daninhos aos cofres públicos. Lessa, portanto, não pode agora reclamar que foi enganado pelo governador. Sem mandato, sem voto e agora sem emprego, Lessa precisa aceitar que sua carreira política chegou ao fim. Acabou.

Equatorial

O grupo Equatorial, que “comprou” a Ceal por R$ 50 mil, prometeu investir bilhões de reais na sucateada companhia, mas até agora só afastou funcionários e aumentou a tarifa de energia. Enquanto isso, o governo do Estado, que acionou a União para receber R$ 1 bilhão pela federalização da companhia, não recebeu um vintém furado. E ninguém fala mais nisso.

A vez do mascavo

No embalo dos chamados alimentos naturais, que começa a invadir a mesa do brasileiro, empresários alagoanos estão investindo R$ 5 milhões em uma fábrica de açúcar mascavo. A unidade está sendo instalada em Colônia Leopoldina e deve entrar em operação no final do ano. Menos industrializado que o açúcar branco e por manter boa parte de suas propriedades nutricionais, o mascavo vem ganhando a preferência do consumidor e abrindo espaço no mercado brasileiro, cada dia mais


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Capitão continua fritando o Moro Mérida, Espanha – O capitão está rindo à toa, depois que assistiu de camarote seu principal ministro, Sérgio Moro, ser fritado pelos deputados na Comissão de Constituição e Justiça. Enquanto Moro era jogado dentro da cova dos leões e tratado desrespeitosamente por alguns abusados parlamentares, Bolsonaro assistia o jogo entre Brasil e Argentina no Mineirão. Para o capitão quanto mais arranhada a imagem do ex-juiz menos chance ele tem de substituí-lo. O capitão não moveu uma palha para que seus aliados formassem uma linha de frente em defesa de Moro. Menos de dez parlamentares da base aliada interferiram a favor do ministro contra pelo menos trinta da oposição que fizeram coro nas críticas corrosivas a Moro. Um deles, do PSOL-RJ, Glauber Braga, mostrou-se tão raivoso e desbocado que acusou o ministro de “ladrão e corrupto”, ofendendo-o levianamente. Bolsonaro, que conhece bem a casa, sabia que isso iria ocorrer, mas não moveu uma palha para manter seus aliados ao lado de ministro, que se viu isolado e desprotegido.

Crítica

Para o capitão, o governo já ultrapassou a linha crítica dos seis meses. Para chegar lá, ele precisava de uma grife. E ela veio quando chamou Sérgio Moro para compor seu ministério e dar visibilidade a sua administração, além de compor um time com pelo menos dois nomes de peso, o próprio Moro e Guedes, na economia. Se o ex-juiz reduzir a violência, o mais agudo de todos os problemas, e Guedes retomar o crescimento do país, o capitão dificilmente será reeleito, pois esses dois personagens estarão aptos a disputar a eleição com chances de vitória.

O poder

O poder do capitão é efêmero, frágil. Além de não saber conciliar como um bom político, ele resvala na miudeza. Não tem a estatura de um estadista, de um governo empreendedor. Limita-se a vulgarizar o cargo, banalizá-lo como se isso fosse popularizar o seu mandato. Mas, aos trancos e barrancos, vai se segurando no cargo até perder a confiança dos generais. Se isso ocorrer, ele perde também a confiança do Congresso, a casa dos conspiradores.

O capitão frita seu principal ministro com medo da sua sucessão. Não engoliu, por exemplo, a manifestação maciça de milhares de pessoas espalhadas pelo país, às vésperas do depoimento, em apoio ao seu ministro, que vem apanhando nas redes sociais depois do diálogo entre ele e o procurador Dallagnol, publicado no site Intercept Brasil. Nas ruas, os manifestantes exaltavam os feitos do ex-juiz na Lava Jato, mas já não defendiam com tanta veemência o governo do capitão. Moro hoje tem voo próprio. Aprende cada dia a fazer política com os políticos, mas ainda não sabe desarmar as armadilhas. Filiado a um partido político – e são muitos que o querem – o ex-juiz é um forte candidato a presidente da República. Numa entrevista a Pedro Bial, ao ser perguntado sobre essa pretensão, não escondeu o desejo. Apenas disfarçou ao dizer que “esse não é o momento para falar sobre isso”. O capitão e seus aliados acenderam a luz amarela depois dessa fala. E daí por diante, Moro começou a se desviar das cascas de bananas para não levar um tombo atrás do outro.

Troca

Em outro momento, Bolsonaro já deu demonstração de que não é confiável. Trocou de cargos generais amigos e deixou pelo caminho políticos aliados de primeira hora. Magno Malta e Gustavo Bebianno são dois exemplos. É estranho, porém, que mantenha no Ministério do Turismo o deputado mineiro Marcelo Álvaro Antônio, que teve o gabinete devassado com a prisão de alguns de seus auxiliares e é responsável pelo laranjal nas candidaturas do PSL de Minas Gerais.

Conversas

Quando as primeiras conversas reservadas entre Moro e Dallagnol surgiram na mídia, o capitão disse que ninguém é “confiável cem por cento”. O recado direto ao seu principal ministro era o que faltava para Moro botar as barbas de molho. O ex-juiz, antevendo uma rasteira, adiantou-se. Pediu para ser ouvido no Senado Federal e pelo que se sabe se saiu bem no seu primeiro depoimento político, onde acusou forças do mal de estarem por trás das denúncias que o incriminam de parcialidade em alguns julgamentos da Lava Jato.

Rebolar

Bolsonaro vai ter que rebolar para apagar a estrela de Moro, que vai ganhando terreno político. E mais: o capitão deixa de ser o principal alvo do PT, que agora elege como adversário Sérgio Moro, um concorrente que os petistas pensam em enfrentar na próxima eleição. Não à toa, não só o PT, como todos os partidos de esquerda aliados desceram a pua sem dó nas costas do ministro. As manifestações de rua a favor de Moro é que ditaram os discursos dos parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. E nas ruas, o placar ainda é de 10X0 a favor de Moro.

No mato

O capitão está no mato sem cachorro. Se permanecer com Moro vai assistir a sua ascensão política até o final do seu mandato. Se demiti-lo vai vitimizá-lo. Ou seja: o ministro vai sair por aí dizendo que não concluiu o seu trabalho porque foi traído, jogando na conta do Bolsonaro os altos índices de violência. E mais: ele, como presidente, terá mais autonomia para estancar a sangria da criminalidade. Além disso, carrega na sacola segredos da família Bolsonaro. Pronto, está pronta a plaforma de campanha do ministro.

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Indignidade/editorial

A

s imagens de um idoso de 90 anos sendo carregado nos braços a caminho de uma agência do Banco do Brasil chocou o mundo. Ele morreria cinco dias depois sem receber os 990 reais de sua aposentadoria. Para recebê-la deveria provar que estava vivo. E lá foi ele, depois de percorrer 30 quilômetros, apresentar-se ao banco para recuperar a aposentadoria suspensa por ordem do INSS. Dias depois, delegados ocupavam o salão verde da Câmara dos Deputados para gritar em coro: “Bolsonaro traidor”. Eleitores do capitão, eles se sentiram traídos com a Reforma da Previdência que não estendia privilégios à classe. Seu Vilson morreu de pneumonia três dias depois de não ser reconhecido como “vivo” pelo Banco do Brasil. Os funcionários têm orientação da gerência de só considerar vivo aqueles que acessam o balcão do banco. Como ele estava na porta, nos braços de um parente, acompanhado da filha, indignada com a insensibilidade dos funcionários do banco, continuou desconhecido. Um mundo cão, fabricado por burocratas frios que desrespeitam os brasileiros submetidos a humilhação degradante para receber uma miserável aposentadoria. Ao contrário dos delegados, rapidamente ouvidos por Bolsonaro que interveio para que a reforma contemplasse seus pleitos, seu Vilson não mereceu do capitão sequer um sopro para apagar uma das velas que o acompanharam à sepultura.


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O troco de Lessa

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isivelmente constrangido por ter sido fritado politicamente pelo governador Renan Filho, Ronaldo Lessa, nos bastidores, promete dar o troco a partir das próximas eleições. O ex-secretário sai com o sentido de ingratidão por parte do Palácio dos Martírios, que lhe tirou das mãos uma eleição quase certa para o Senado da República.

Desencontro

Enquanto Ronaldo Lessa deixa o governo magoado, o secretário de Turismo e Desenvolvimento, Rafael Brito, genro do presidente do Tribunal de Contas, Otávio Lessa, colocado por ele, continua no poder. E fala até em sair candidato a deputado estadual com o apoio do governador Renan Filho.

Sem piedade

Quem conhece de perto os integrantes do Palácio República dos Palmares sabe que a qualquer momento qualquer secretário pode ser defenestrado. Um exemplo disso foi Christian Teixeira, ex-secretário forte de Renan Filho. Ninguém sabe porque caiu em desgraça e foi exonerado do cargo.

Aliança

O novo secretário da Agricultura, Sílvio Bulhões Azevedo, é um técnico reconhecido, mas também conta com o apoio fechado do seu parente, o deputado federal Isnaldo Bulhões. Até aí tudo certo, mas fica claro que, mesmo com sua mãe Renilde sendo suplente de Fernando Collor, ele fechará aliança com Renan Filho para o Senado em 2022.

Vai intervir

A boa vida desse Sistema S que abastecem os cofres das Federações das Indústrias pelo Brasil afora está com os seus dias contados. O governo está de olho nos bilhões de reais que circulam todos os meses e praticamente não trazem benefício nenhum ao país a não ser interesses de grupos empresariais e políticos.

Sem agradar

Mesmo com cursos profissionalizantes no Sebrae, Senai, Sesi, Sesc e outras entidades afins, os empresários, que recolhem obrigatoriamente sua contribuição por mês ao Sistema, ainda arcam com as despesas se quiserem enviar um empregado para fazer, por exemplo, um curso de torneiro mecânico. Para o próprio governo, este é o maior negócio do mundo, por isso deve ser revisto ainda este ano.

A bola da vez pode ser Maurício Quintella, que navega, pelo menos até agora, em águas mansas, desde quando não ameace os donos do poder. Renan Filho e Renan pai sabem como jogar com aqueles que possam lhes trazer problemas políticos no futuro. Fizeram isso com Cícero Almeida, que praticamente acabou na política, agora com Ronaldo Lessa e Quintella pode ser o próximo da lista.

Confortável

Ser dirigente de um órgão desses cercado de mordomias é um negócio verdadeiramente da China. Seus dirigentes passam dezenas de anos sem serem importunados, trocando suas permanências nos cargos por favores a sindicatos e a associações.

Pressão

A Braskem, cercada por todos os lados, usa agora a estratégia de pressionar psicologicamente o Estado. Diz que, como não tem mais “licença social para operar em Alagoas”, deve fechar sua unidade no estado. Isso soou como uma ameaça ao governo, que deverá deixar de arrecadar impostos dessa unidade fabril.

Sem pagar

Pelo andar da carruagem, mesmo com mais de R$ 3 bilhões bloqueados pela Justiça de Alagoas, a Braskem vai trabalhar para liberar a grana e dificultar ainda mais o pagamento das indenizações das milhares de famílias que foram atingidas pelas falhas geológicas atribuídas a ela.

Aí, tem

A Braskem implantou um sistema de monitoramento com GPS de grande precisão no Mutange, Pinheiro e Bebedouro. Para quem conhece as movimentações da empresa é bom ficar de orelha em pé. Nos bastidores se discute que essa medida viria para contestar o laudo emitido pela CPRM e consequentemente tirar o peso da responsabilidade da Braskem no episódio.

GABRIEL MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.br

Reprimenda

O senador Rodrigo Cunha, ao declarar na época que a situação do Pinheiro poderia causar uma tragédia, recebeu uma reprimenda do ex-governador Téo Vilela, alertando que ele poderia criar o terror numa cidade inteira, o que aconteceu. Na ocasião Téo foi duro: “Rodrigo, você é agora um senador da República, não pode e nem deve fazer isso”.

Lados opostos

O senador Rodrigo Cunha certamente não deverá formar dobradinha com o prefeito Rui Palmeira se o tema for a candidatura de JHC. Aliado do deputado, já que sua primeira suplente é Eudócia Caldas, sua mãe, Cunha não deverá contar com o apoio de Rui, que ainda não tem candidato definido.

Contra o turismo

O governo do Estado aposta no turismo para a geração de emprego e renda, mas esquece das coisas básicas do seu governo. Basta viajar de norte a sul para ver que praticamente inexistem estradas transitáveis, como é o caso do acesso a Maragogi a partir de Barra de Santo Antônio. Do outro lado a situação é a mesma. A rodovia que leva a Piranhas está toda esburacada e não há previsão para que o DER resolva o problema.

Frustração

O advogado Omar Coêlho deixa a presidência do Podemos magoado. Ele e Rafael Tenório se esforçaram para estruturar o partido, pagaram suas dívidas, mas não foram reconhecidos pela direção nacional do partido. Deixam, com razão, o diretório para que outros façam o que eles não fizeram por falta de apoio.

Na jogada

O prefeito Rui Palmeira e o deputado Marx Beltrão estariam interessados em tomar conta do Podemos, pelo menos nas conversas de bastidores. O primeiro já não se sente tão confortável no PSDB que agora é dirigido pelo senador Rodrigo Cunha. Ou Rui migra para o DEM do secretário José Thomaz Nonô ou vai para o Podemos. Organizado administrativamente, o partido é uma boa pedida para o prefeito Rui Palmeira.

Trocando as bolas

Os governadores do Nordeste pediram em carta aberta a liberdade do ex-presidente Lula e o afastamento do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Taí, uma sugestão fora de propósitos.

Conturbado

O PSDB já não é tão atrativo como era antigamente. As mudanças feitas pela nova direção do partido, em Alagoas, não têm agradado a muitos dos seus filiados, principalmente da aliança existente entre o senador Rodrigo Cunha e o deputado federal JHC.


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LAVA JATO

STF pede novas diligências contra Arthur Lira Inquérito pode colocar deputado no banco dos réus pela segunda vez JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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á réu pela Lava Jato, o deputado federal Arthur Lira (PP) pode conseguir uma “dobradinha”. Isso porque tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) outro inquérito que envolve o nome do alagoano em esquema de recebimento de propina, ou como o setor jurídico prefere, vantagens indevidas. O Inquérito 4.631, que segundo o STF, já se encontra em movimentação, foi instaurado a partir das peças informativas do Inquérito 3.989 que levou, além de Lira, os deputados Eduardo da Fonte (PP-PE) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) ao banco dos réus. Todos são acusados de integrarem o famoso Quadrilhão do PP. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, ao deliberar sobre o processamento da denúncia oferecida pela ProcuradoriaGeral da República (PGR), resolveu acolher pleito deduzido em cota à peça acusatória, para que fosse deflagrada uma investigação autônoma voltada a esclarecer possíveis repasses indevidos de recursos pelo Grupo Empresarial Queiroz Galvão a congressis-

tas vinculados ao Partido Progressista. A acusação é quanto ao recebimento de aproximadamente R$ 1,6 milhão por parte dos quatro parlamentares. A Procuradoria-Geral da República postulou pelo envio dos autos à Polícia Federal para execução das medidas investigativas sem prejuízo de outras que possam contribuir à elucidação das narrativas dos colaboradores Alberto Youssef e Leonardo Meirelles. “Finalmente, com relação às diligências propostas para elucidar a solicitação e o recebimento de aproximadamente R$ 1,6 milhão, não cabe a este relator, via de regra, ingerências a esse respeito, cumprindo-lhe ordenar a remessa dos autos à autoridade policial para executá-las”, destacou Fachin.

Desvio de R$ 390 milhões da Petrobras No dia 11 de junho, por três votos a dois, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia contra o grupo de parlamentares acusado de desviar dinheiro da Petro-

Rebelião por mais propina Arthur Lira é acusado de integrar o Quadrilhão do PP bras. Além do relator, Edson Fachin, votaram pelo recebimento da denúncia os ministros Cármen Lúcia e Celso de Mello. Quanto aos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, ambos entenderam que não há indícios mínimos para justificar a abertura da ação penal. Foi a primeira denúncia aceita pelo STF que atribuiu a integrantes de um partido político a participação em uma organização criminosa. Conforme a acusação da PGR, o “quadrilhão” teria desviado R$ 390 milhões da estatal. No julgamento para decidir se os parlamentares seriam ou não investigados e que foi finalizado no mês passado, Fachin aproveitou para enfatizar que os denunciados tinham outros inquéritos ainda em andamento no STF também com indícios

mínimos do crime de organização criminosa. “Em relação ao denunciado Ciro Nogueira há o transcurso do inquérito 4407, 4631, 4720, 4736. Em relação a Arthur Lira, o 4631. Em relação a Aguinaldo Ribeiro, também o 4631, no qual é denunciado em conjunto com Eduardo da Fonte por corrupção passiva. Em relação a Eduardo da Fonte também o inquérito 4720”, disse. A denúncia foi apresentada em setembro de 2017 pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 11 parlamentares, mas o processo acabou desmembrado após diversos deles não terem conseguido se reeleger em 2018 e perderem a prerrogativa de foro no Supremo. É o caso do ex-senador Benedito de Lira, pai de Arthur. Todos os parlamentares negam as acusações.

Também é de Edson Fachin a declaração de que Arthur Lira e o pai, o ex-senador Benedito de Lira (PP), se rebelaram ao receber menos propina dentro do partido, fazendo até acontecer “uma dança das cadeiras” dentro da sigla para garantirem mais dinheiro. De acordo com a acusação, os parlamentares do PP obtiveram o poder de indicar cargos na administração pública, dos quais se valeram para desviar recursos de contratos públicos. Uma dessas indicações teria sido a do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Lava Jato. Com base na delação premiada de Costa e em outros elementos de prova, como o registro de frequência dos parlamentares na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, a denúncia sustenta que a atual cúpula do PP se valeu de seu poder político para praticar atos de corrupção e lavagem de dinheiro entre os anos de 2009 e 2015.


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Cunha e JHC, senador e deputado federal, de olho nas próximas eleições, não querem perder eleitores se aproximando ou enfrentando o presidente da República

JOGO DO PODER

Rodrigo Cunha e JHC escondem Bolsonaro de olho nas eleições

Para agradar todos os eleitores, os dois adotam táticas semelhantes: nada de polêmicas com o presidente ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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senador Rodrigo Cunha (PSDB) e o deputado federal João Henrique Caldas (PSB) estão dentro dos jogos do poder em Alagoas. As eleições em Maceió e Arapiraca passam, obrigatoriamente, pelas mãos de ambos. A sucessão estadual em 2022, também. O governador Renan Calheiros (MDB) e o senador Renan Calheiros (MDB) só podem escolher quem vão apoiar nas eleições de 2020, pelo grupo palaciano, quando observarem o tamanho de

JHC e Cunha nas pesquisas. E estão em silêncio. Em Arapiraca, especulase até que o senador tucano vá substituir o prefeito Rogério Teófilo (PSDB) na sucessão municipal, embolando a estratégia do vice-governador Luciano Barbosa (MDB), na oposição. Ele mesmo deseja se lançar à prefeitura do segundo maior colégio eleitoral do Estado. A deputada Ângela Garrote (PP), que vai disputar a Prefeitura de Palmeira dos Índios, sabe que Rodrigo Cunha tem peso político para definir as eleições. E o espinafrou nas convenções

SUCESSÃO

Em Arapiraca, especula-se até que o senador tucano vá substituir o prefeito Rogério Teófilo (PSDB) na sucessão municipal, embolando a estratégia do vice-governador Luciano Barbosa (MDB), na oposição.

do PP, em junho, que reelegeram o ex-senador Benedito de Lira à presidência estadual do partido. “É uma pena que Alagoas no momento que estava precisando mais do Benedito de Lira tenha optado por eleger um deputado estadual, que se elegeu (para o Senado) e até o momento nada fez pelo seu estado: só conversa bonita”. O futuro do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), também está ligado ao tamanho político de Cunha no ninho tucano. Tanto que o Podemos foi esvaziado em sua direção estadual

para receber o prefeito . Cunha e Palmeira es-tão brigados porque o senador quer apoiar JHC para a prefeitura; Palmeira tem questões pessoais insolúveis com o deputado federal, bastante crítico da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), sob a batuta de Abrahão Moura, ex -prefeito de Paripueira e pai da deputada Cibele Moura (PSDB).


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Governador e o pai acompanham movimentação

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omo os dois sabem dos seus poderes eleitorais, eles levam adiante seus mandatos à margem das discussões na pauta nacional. A atuação dos dois em Brasília fica aquém da mercadoria, vendida na campanha, de que eles seriam os grandes cruzados contra a corrupção. Seis meses depois, eles buscam o apoio de Jair Bolsonaro para o jogo sucessório alagoano sem, no entanto, posarem para fotos ao lado do presidente nem repercutirem pontos polêmicos no mandato do poderoso chefão do PSL. Nas redes sociais dos dois, temas como a reforma da Previdência e liberação do uso de armas quase não aparecem. JHC foi o único

parlamentar da bancada alagoana a receber a medalha do mérito naval, da Ma-

MEDALHA

JHC foi o único parlamentar da bancada alagoana a receber a medalha do mérito naval, da Marinha, e não querer mostrá-la em público, porque a homenagem foi de Bolsonaro.

rinha, e não querer mostrá-la em público, porque a homenagem foi de Bolsonaro. Cunha votou contra o decreto das armas, mas discretamente, sem escancarar a posição. JHC, sempre “grudado” nas redes, não as atualiza desde 18 de junho. Neste dia, informou ter garantido R$ 2,7 milhões para a saúde “mesmo com o arrocho fiscal”. Cunha, ao contrário, citou no dia 2 de julho que “o mau uso do dinheiro público” fez com que ele detectasse 81 obras de creches paradas em Alagoas. O senador poderia ir mais longe porque naquele mesmo dia a imprensa nacional mostrava a demora do repasse das doses de vacina a várias cidades brasileiras.

Vacinas como a Pentavalente - contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite- aplicadas em crianças de 2 a 6 meses, via SUS. Mas a crítica atingiria Bolsonaro, de quem o senador espera apoio para emplacar JHC em Maceió. O silêncio de Rodrigo Cunha e JHC nas redes sociais sobre a era Jair Bolsonaro virou uma boa estratégia para a disputa eleitoral. Assim, o plano dos tucanos vai dando certo: se JHC for eleito prefeito, Pedro Vilela assume a cadeira de deputado federal. SILÊNCIOS

Renan Filho e Renan Calheiros apenas observam - sem intervir - a movimentação dos dois líde-

res. O fato mais relevante da semana foi a saída do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) da Secretaria de Agricultura. Historicamente, Lessa é bom na captação de votos no maior colégio eleitoral do Estado. Mas, isso parece não ser relevante. O ex-governador poderia ser um fortíssimo candidato a prefeito na capital, ao menos com o apoio da tropa de choque do Palácio República dos Palmares, contra JHC, por exemplo. Seguem como pretendentes palacianos: Maurício Quintella (secretário de Infraestrutura) e o líder da bancada federal, Marx Beltrão (PSD). Pelo menos por enquanto...


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Sérgio Toledo é sócio do pai na empresa reincidente em não recolhimento do FGTS de funcionários

CALOTE

Donos de cartórios milionários não recolhem FGTS

Débito de Stélio Albuquerque e do filho, o deputado federal Sérgio Toledo, é referente a empresa de construção VERA ALVES veralvess@gmail.com

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ono do mais rentável cartório de Alagoas, o tabelião Stélio Darci Cerqueira de Albuquerque vai para a lista de devedores da União por um débito de quase R$ 19 mil referentes ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não recolhido para funcionários de uma de suas quatro empresas, a A.J.S.S. Participações Societárias em Empreendimentos Comerciais Ltda, conhecida no mercado como Borella. Registrada em dezembro

de 1987, a empresa que também tem como sócio o deputado federal Sérgio Toledo, filho de Stélio Albuquerque, é hoje conhecida como Construtora e Incorporadora Borella e mantém o mesmo CNPJ e endereço desde a fundação. Em junho do ano passado, uma fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Alagoas (SRTE-AL) constatou o não recolhimento do FGTS de funcionários da empresa. A mesma irregularidade já havia sido apontada em outra fiscalização, realizada em 2015 e cuja decisão de

procedência foi dada em julho do ano passado. Em fevereiro último, o Diário Oficial da União publicou as notificações referentes às irregularidades constatadas no ano passado, um total de três. Todas envolvem o não recolhimento do FGTS, sendo que uma envolve a cifra de R$ 15 mil, de acordo com o processo 46201.002514/2018-71. As demais têm valores ínfimos se comparadas ao patrimônio de Stélio Albuquerque e do filho deputado federal. Em uma delas o débito é de R$ 1.895,31 (processo 46201.002490/2018-

51) e na outra a dívida trabalhista é de R$ 2.094,50 (46201.003074/2018-70). Em abril, com o não pagamento das multas impostas pelo órgão, a dívida foi enviada para inscrição junto à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PFN), que mantém um cadastro de inadimplentes com o FGTS e a União. Chama a atenção a justificativa da SRTE para notificar o empresário via DOU: endereço desconhecido. Desde a fundação a Borella consta como localizada na Rua Barão de Penedo, nº 36, no Centro de Maceió. Em agosto de 2005, com um novo CNPJ e no nome de André Toledo de Albuquerque, surge a Borella Empreendimentos que tem a Incorporação de empreendimentos imobiliários como atividade principal, e a Compra e venda de imóveis próprios, Holdings de instituições não-financeiras e Atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica, como atividade secundária. O endereço: a sala 501 do Edifício Delmiro Gouveia, localizado na Praça dos Palmares, 36, Centro. A Barão de Penedo é a rua por trás do Edifício Delmiro Gouveia e não tem o número 36. Já a sala 501 do edifício abriga o Grupo Stélio Albuquerque, formado pelas empresas de pai e filhos. No mesmo prédio funciona, no térreo, o cartório de propriedade do deputado federal Sérgio Albuquerque Toledo, o 3º Registro

de Imóveis e Distribuição de Títulos para Protesto de Maceió. É o terceiro cartório mais rentável do estado. Faturou no ano passado R$ 2.685.501,59 de acordo com as informações prestadas ao Conselho Nacional de Justiça. Perde apenas para o Alagoas Serviços do 1º Ofício Registro de Imóveis, localizado em Arapiraca e que ao longo do ano passado arrecadou R$ 5.473.886,46, e para o do pai, dono do mais lucrativo cartório de Alagoas, o 1º Cartório de Registro de Imóveis e de Hipotecas de Maceió. Localizado no 6º andar do Edifício Delmiro Gouveia, teve em 2018 arrecadação superior a R$ 10 milhões, exatos R$ 10.001.218,04. Stélio Albuquerque tem ainda registradas em seu nome quatro empresas, a Borella alvo da fiscalização trabalhista, a Alfa Empreendimentos e Participações S.A., a S4 Serviços de Microfilmagens e Processamento de Dados Ltda – todas com endereço na Rua Barão de Penedo 36 – e a Residencial Jardim América Penedo Ltda, cujo nome fantasia é Buriti Nordeste Realizando Sonhos e localizada em Penedo, região do Baixo São Francisco. Além de empresas, o patrimônio do mais rico tabelião de Alagoas envolve ainda fazendas para plantação de cana-de-açúcar em diferentes municípios alagoanos, dentre elas a Fazenda Ladeira Preta, em Capela, e as fazendas Floresta I e Flo-


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extra Ministro Ernesto Araújo (C) reuniu a imprensa para falar sobre benefícios do acordo

ECONOMIA

Acordo Mercosul-UE pode beneficiar o bolso dos brasileiros

A maioria dos produtos que faz parte do acordo terá tarifa zero na importação e exportação

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pós de mais de 20 anos de negociações, foi assinado na última sexta-feira (28) o acordo de livre comércio entre UE (União Europeia) e Mercosul. Juntos, os blocos representam um mercado de 750 milhões de consumidores e uma fatia de 25% do PIB mundial. Cerca de 92% das exportações do bloco sul-americano terão suas tarifas zeradas, o que é muito importante para o exportador de produtos agrícolas brasileiro, que deve sentir ganhos nos produtos como o suco de laranja, frutas (melão, melancia, laranja, limão, entre outras), café solúvel, peixes,

crustáceos e óleos vegetais, açúcar, etanol, arroz, ovos, mel e carnes. A União Europeia fará o mesmo para 92% das importações do Mercosul no mesmo período, mas uma desgravação (prazo para a tarifa se tornar zero) de 15 anos está prevista para ‘alguns dos produtos mais sensíveis’ vindos do Mercosul. Além disso, mesmo eliminando mais rapidamente as tarifas em alguns produtos agrícolas, os europeus ainda vão manter cotas de importação. Carlos Frederico Coelho, professor de Comércio Internacional da PUC Rio, explica que o acordo também

deve trazer benefícios diretos para o consumidor final brasileiro, que terá à sua disposição uma gama maior de produtos europeus mais baratos com a tarifa zerada ao longo da implementação do acordo. “A tendência é que o consumidor brasileiro tenha, sim, ganhos reais com o acordo”, disse o professor em entrevista ao InfoMoney. Frederico lembra que as tarifas sobre produtos agrícolas deixarão de existir assim que o acordo entrar em vigor. Para os setores de automóveis, maquinário industrial, químicos e fármacos, por outro lado, o pro-

cesso é mais lento. Automóveis e autopeças terão desgravação tarifária de 15 anos, com um período de carência de 7 anos. Hoje, automóveis europeus possuem uma taxa de 35% para entrar no mercado brasileiro. Na prática, os carros vindos dos países europeus devem ver seus preços caírem significativamente, portanto. A União Europeia exportou, em 2018, 73 mil veículos para a região, ou seja, 2,2% do mercado. Outra alíquota alta que será reduzida é a de exportação de vinhos. Atualmente, o Mercosul cobra 27% sobre vinhos europeus. Destilados hoje têm tarifas entre 20% e 35%; e chocolates e itens de confeitaria, de 20%. A tarifa para produtos lácteos, de 28%, será zerada. Poderia ser melhor? “Achei bom, mas não achei fantástico. O acordo rompe a inércia na política internacional brasileira, mas não dá para saber quem vai ganhar ou perder, agora. Ele [o Acordo] sinaliza uma modificação importante das relações comerciais brasileiras, e isso só faz sentido em uma estrutura liberalizante maior da economia”, completa Frederico. Lia Valls, pesquisadora associada ao FGV - IBRE, também acredita que o acordo vai de encontro com a pro-

posta do governo de maior abertura da economia brasileira e pode ser um catalisador para o fomento da indústria nacional. “Temos que considerar que as taxas sobre maquinário industrial e químicos sofrerão uma redução gradativa até chegar no zero. Logo, nem é tanto a sobre fomentar a concorrência em si, é mais sobre o acesso às melhores tecnologias e insumos a preços menores, que pode fortalecer nossos setores industriais”, afirma Lia. “O acordo é condizente com a proposta do governo de acelerar a abertura da economia, além disso pode ser que de dentro da UE esse acordo possa ajudar na questão da entrada no Brasil na OCDE, por exemplo”, termina a pesquisadora. Para ser validado, o acordo ainda deve passar pela aprovação no Congresso e, após essa aprovação, o Senado deve dar a autorização para que o poder executivo possa ratificar o acordo. Esse trâmite será realizado em todos os países do bloco sul -americano (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). O processo é muito semelhante na União Europeia, cabendo ao Parlamento Europeu ratificar o acordo, após a aprovação de todos os países do bloco. (Matéria publicada pelo site Info-Money)


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Países estão no escândalo Odebrecht CONGRESSO EM FOCO

Deputados federais investigam empréstimos concedidos pelo BNDES para o estrangeiro

CAIXA PRETA

CPI: BNDES falhou em operações no exterior Financiamentos para Cuba e Venezuela durante os governos do PT teriam sido feitos sem critérios de risco e sem auditoria sobre aplicação do dinheirotas

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Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara criada para investigar empréstimos do BNDES no exterior já reuniu, em três meses de funcionamento, informações que apontam para falhas do banco no financiamento de obras na Venezuela, em Cuba, em Moçambique e em outros países durante os governos do PT. Documentos oficiais mostram que entre os principais pontos levantados até agora estão ausência de critérios para rebaixamento de risco antes de conceder o crédito e a falta de auditoria fora do País para fiscalizar a aplicação do dinheiro. O banco sempre negou ter falhado ao conceder os empréstimos, parte de estratégia das gestões dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para

incentivar a internacionalização de empresas brasileiras. Adversários, porém, apontam motivações políticas nas operações, que beneficiaram empreiteiras alvo da Lava Jato. Esta é a terceira CPI criada no Congresso nos últimos quatro anos para investigar irregularidades no BNDES nos governos de Lula e Dilma. As outras duas não chegaram a uma conclusão e parlamentares reclamam da falta de acesso a informações do banco. Por trás da nova linha de investigação está a avaliação de que a diretoria do BNDES foi negligente ao não se preocupar com as avaliações de risco das operações, que eram, no jargão dos técnicos, “empacotadas” em Brasília. Isso porque os financiamentos ao exterior tinham como garantia recursos do Tesou-

ro Nacional. Ou seja, se algo desse errado, o banco não teria prejuízo, uma vez que a dívida seria coberta com dinheiro público. (Matéria de Adriana Fernandes e Renato Onofre, publicada no jornal O Estado de S. Paulo)

3a CPI Esta é a terceira CPI criada no Congresso nos últimos quatro anos para investigar irregularidades no BNDES nos governos de Lula e Dilma.

Nos últimos 15 anos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou obras em 14 países além do Brasil. Destes, nove se envolveram no esquema de corrupção da empreiteira Odebrecht, que confessou em delação premiada, em dezembro de 2016, que o grupo pagou US$ 788 milhões (R$ 2,95 bilhões no câmbio atual) em propinas a políticos agentes públicos em 12 países, incluindo o Brasil. O BNDES publicou recentemente a listados 50 maiores tomadores de empréstimos da instituição desde 2004, segundo ano de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A instituição organizou também os dados de todas as obras financiadas no exterior. Nos últimos 15 anos, o BNDES investiu exclusivamente na América Latina e na África. O banco colocou recursos em projetos na Argentina, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela (América do Sul), Costa Rica, Cuba, Guatemala, Honduras, México e República Dominicana (Américas Central e do Norte), além de Angola, Gana e Moçambique (África). Destes países, apenas cinco (Paraguai, Costa Rica, Cuba, Honduras e Gana) não aparecem na megadelação da Odebrecht. Somente a construtora Norberto Odebrecht (sem contar as outras empresas do grupo) foi, desde 2004, a quinta maior tomadora de em empréstimos do BNDES no Brasil, com R$ 18,13 bilhões contraídos no período. A empreiteira só ficou atrás da Petrobras (R$ 62,43 bilhões), Embraer (R$ 49,37 bilhões), Norte Energia (R$ 25,39 bilhões) e Vale (R$ 22,49 bilhões). Procurada, a Odebrecht afirma que “tem demonstrado que está disposta a colaborar de forma eficaz com as autoridades em busca do pleno esclarecimento dos fatos narrados pela empresa e seus ex-executivos”. O grupo também afirma, em nota, que “já usa as mais recomendadas normas de conformidade em seus processos internos e segue comprometida com uma atuação ética, íntegra e transparente”.


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SEU BOLSO

Alagoano tem o segundo menor salário do país

Estudo mostra que quem trabalha em Maceió é mais valorizado JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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salário médio mensal de Alagoas é o segundo menor do Brasil só perdendo para a Paraíba. É a segunda vez que o estado amarga o ranking da desvalorização da mão de obra. Os dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre) foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 26 de junho. Segundo levantamento, o salário médio mensal, em terras alagoanas no ano de 2017, era cerca de R$ 2.102,29, equivalente a 2,2 salários mínimos por mês. Em Maceió, o valor é um pouco maior: R$ 2.524,89. O segundo município de Alagoas que oferece maior salário é Coruripe cujas empresas pagam a média de R$ 1.852,25. A pesquisa também contabilizou o número de empresas atuantes em Alagoas. São 34.535, sendo 18.088 localizadas em Maceió. Quanto ao número de assalariados, o estado conta com 478.816 empregados. A capital reúne 51.7% desses postos, com 247.727 assalariados. A Cempre reúne informações cadastrais e econômicas de pesquisas anuais do IBGE, nas áreas de Indústria, Construção, Comércio e Serviços, e de registros administrativos do Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Em comparação com o ano de 2015, quando o salário médio era de R$ 1.796,51, o trabalhador alagoano até aumentou sua renda, mas mesmo assim, não foi o suficiente para tirar o estado da posição em que está estagnado. E apesar do salário para o maceioense estar um pouco acima da média alagoana ainda é um dos mais baixos do país. A pesquisa aponta também que entre os anos de 2015 e 2017, o número de pessoas ocupadas caiu cerca de 10%, de 541.648 para 489.785, uma queda significativa envolvendo mais de 51 mil pessoas. Em terceiro lugar no pódio está o Ceará, que tem um dos menores salários médios pagos, no valor de 2,3 salários mínimos. Já os estados que oferecem os maiores salários médios são Distrito Federal (5,4 s.m.), Amapá (3,8 s.m.), São Paulo e Rio de Janeiro (3,5 s.m.).

NACIONAL

Segundo os dados do Cempre, cinco milhões de empresas e outras organizações formais estavam ativas em 2017, ocupando 51,9 milhões de pessoas - 45,1 milhões (86,8%) ocupados como pessoal assalariado e 6,9 milhões (13,2%) na condição de sócio ou proprietário. Os salários e outras remunerações pagos totalizaram R$ 1,7 trilhão. O salário médio mensal foi no valor de R$ 2.848,77, equivalente a três salários mínimos, no custo do pagamento em 2017. Na comparação com 2016, houve redução do total de empresas e outras organizações ativas (0,4%), representando menos 21,5 mil dessas unidades. O pessoal ocupado total teve aumento de 1%, ou seja, cerca de 528,1 mil pessoas, sendo que o pessoal ocupado assalariado cresceu 1,2% (550,7 mil pessoas). Porém os sócios e proprietários diminuíram 0,3% (22,6 mil pessoas). O total de salários e outras remunerações subiu 2,4%, e o salário médio mensal, 4,9%, em termos reais.

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PRECONCEITO

Homofobia em Alagoas: de violência a ataques na internet

Caso de transexual presa e homem que ficou deficiente por agressão é investigado JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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reconceito, difamação e violência: palavras que fazem parte da rotina da população homossexual e transgênero no Brasil e no mundo. Claro que em Alagoas não seria diferente, já que o estado é considerado um dos mais perigosos para os que fazem parte do movimento LGBTQIA, sigla usada para definir Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/ Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromântiques/ Agênero, Pan/Poli, e mais. Para se ter uma ideia da gravidade, somente no dia 3 desse mês o Ministério Público do Estado (MPE) instaurou três procedimentos administrativos para investigar supostos casos de homofobia, sendo um envolvendo lesão corporal gravíssima. É o caso de Alexsandro dos Santos Silva, que precisou ser hospitalizado após rompimento de nervos que o deixaram deficiente do braço direito. O acusado de ter cometido a agressão é Fabiano da Silva Almeida. A tentativa de homicídio aconteceu no dia 31 de maio de 2018, na rua ao lado do Terminal de ônibus, no bairro do Benedito Bentes, em Maceió. O caso já tramita na 5ª Vara Criminal da Capital como Ação Penal de Compe-

tência do Júri. Na lista de procedimentos também há um crime virtual. Segundo publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), estão sendo investigados “postagens e comentários homofóbicos de perfil atribuído a Hugo D’ Leon, que se apresenta como programador do Ministério Público do Estado de Alagoas”. O caso foi parar na Delegacia Geral da Polícia Civil onde foi requisitado, em fevereiro, a abertura de Inquérito Policial para investigar os fatos considerando que até o momento não houve respostas. Outro procedimento envolve a prisão de uma transexual. Luana teria sido presa após um surto psicótico, fato ocorrido em janeiro. Conforme Promotoria de Justiça da Capital, a transexual foi detida pela Polícia Militar. A crise psicótica de Luana teria acontecido após ter feito um programa e não ter recebido o valor acertado com o cliente. Ela, que faz uso de medicamentos controlados por ser portadora de transtornos mentais, não conseguiu a quantia de mil reais para pagar fiança. “Considerando que até a presente data não foi ancorada resposta na 61ª Promotoria de Justiça da Capital em face do Ofício nº 1/2019 - 61ª PJC, reiterado por meio do Ofício nº 37/2019 -

Homofobia é crime, decide STF

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61ª PJC, recebidos, respectivamente, em 05/2/2019 e 02/05/2019, tendo como destinatário o Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado e Alagoas, resolve, com fulcro no art. 8º, II da Resolução do Conselho Nacional do Ministério Público, instaurar o presente Procedimento Administrativo, promovendo as diligências necessárias”, determinou o promotor Antônio Jorge Sodré Valentim de Souza. Embora publicados apenas no dia 3, os procedimentos foram assinados pelo promotor Antônio Jorge Sodré Valentim de Souza, no dia 28 de junho, data em

que se comemora o Dia Internacional do Orgulho Gay. Souza cobra da Polícia Civil informações sobre os procedimentos adotados em cada caso. Na edição do DOE, a 61ª da Promotoria de Justiça da Capital deixou claro que “o Brasil comprometeu-se a respeitar os direitos e liberdades reconhecidos na Convenção Americana sobre Direitos Humanos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas, ou de qualquer outra natureza”.

Supremo Tribunal Federal (STF) determinou no dia 13 de junho, mês de luta LGBTQIA, que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada um crime. Dez dos onze ministros reconheceram haver uma demora inconstitucional do Legislativo em tratar do tema. Apenas Marco Aurélio Mello discordou. Diante desta omissão, por 8 votos a 3, os ministros determinaram que a conduta passe a ser punida pela Lei de Racismo (7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”. Votaram assim Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Celso de Mello, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Luís Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber. Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio disseram que isso criaria um novo tipo de crime, o que cabe exclusivamente ao Congresso. O racismo é um crime inafiançável e imprescritível segundo o texto constitucional e pode ser punido com um a cinco anos de prisão e, em alguns casos, multa.


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LEI MARIA DA PENHA

Prisão de vereador do Pilar chama a atenção para violência contra a mulher

Paulo Cavalcante teria descumprido medida protetiva; outros políticos também praticaram este tipo de crime MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

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prisão preventiva do vereador do Pilar, Paulo Cavalcante, o Paulo Bugarim, no domingo, 30, com base na Lei Maria da Penha, reacende a discussão sobre a violência contra a mulher no estado de Alagoas. O parlamentar foi preso após descumprir a medida protetiva que o impedia de ser aproximar da primeira-dama da cidade e secretária estadual de Assistência Social, Cecília Herrmann, que em 2018 denunciou à imprensa que foi vítima de calúnia e agressão com frases machistas do vereador. Embora responda em liberdade, o vereador terá que manter distância de 500 metros de Cecília e caso descumpra determinação terá que pagar multa de R$ 10 mil. De acordo com o advogado Nicolas Theotonio, as medidas foram deferidas pelo juiz Sandro Augusto, da Comarca do Pilar, para salvaguardar a integridade física e psicológica da primeira dama. Segundo ele, a medida protetiva determinou que o vereador deveria manter distância mínima de 500 metros da vítima, além de ficar impedido de manter contato por qualquer meio de comunicação. No entanto, diz o advoga-

do, no último dia 24 o vereador se aproximou da vítima e desferiu palavras de calão, lhe ofendendo a honra, além de ameaças. Assim, os fatos foram levados ao conhecimento do magistrado, pois o vereador, diz, já teria infringido as medidas outras duas vezes. Por conta disso, foi determinada a prisão por descumprimento das medidas protetivas. Após a prisão do vereador Paulo Cavalcante, a União dos Vereadores de Alagoas (Uveal) saiu em sua defesa ao emitir nota de repúdio, onde afirmou que a prisão foi abuso de poder. Já o prefeito de Cacimbinhas, Hugo Wanderley (MDB), que foi presidente da Uveal e ocupa a presidência da Associação do Municípios Alagoanos (AMA), demonstrou na terça-feira (2) solidariedade com o prefeito da cidade do Pilar, Renato Filho, e sua família. O EXTRA tentou falar com Paulo Bugarim, também conhecido como Paulinho Fofoca, mas o número de telefone disponibilizado não funcionou. O vereador de Pilar não é o único político alagoano a se envolver com crime de violência contra a mulher nos últimos anos. Em 2009, o deputado Arthur Lira foi denunciado por violência doméstica e teve de entregar à Polícia Federal uma pistola do modelo Glock. Na

Momento da prisão de Paulo Cavalcante; parlamentar se aproximou da primeira-dama do município época, ele foi denunciado pela ex-mulher e se recusou a prestar depoimento sobre o caso. Após várias tentativas de intimação, teve de ser conduzido por policiais. No entanto, em 2015, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu absolver Arthur Lira. Na ocasião, a Corte entendeu que era “absoluta” a ausência de provas penais contra o réu. O pedido de absolvição partiu do Ministério Público Federal. Em parecer, a instituição disse que a ex-companheira de Lira reconheceu no decorrer do processo que não houve agressão. Ela afirmou que havia feito a primeira denúncia à polícia por vingança. Outro envolvido em prática de violência contra a mulher é o prefeito de Maribondo, Leopoldo César

Amorim Pedrosa, que foi acusado de lesão corporal contra a esposa e a mãe dela. Nesse caso, o Ministério Público afirma que elas foram vítimas de agressões físicas e psicológicas por parte do prefeito, em 20 de julho de 2015, na residência da família, em Maceió. Inclusive, a sogra teria sofrido lesão corporal grave, tendo um braço quebrado e a esposa desmaiado após agressão. Em outubro de 2017, o Pleno do Tribunal de Justiça decidiu pelo recebimento de denúncia contra o prefeito em outro caso de agressão contra as mesmas vítimas. Entre as medidas aplicadas, Leopoldo Pedrosa precisou usar tornozeleira eletrônica. Nesse caso, as vítimas receberam o “botão do pânico”.

PATRULHA MARIA DA PENHA A Patrulha Maria da Penha faz parte do batalhão da Polícia Militar de Alagoas e garante a segurança de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Diariamente, os militares realizam visitas para fiscalizar o cumprimento das medidas protetivas determinadas pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e encaminhadas à Patrulha. As medidas protetivas obrigam os agressores a não se aproximarem das vítimas. A Patrulha Maria da Penha conta atualmente com 18 policiais militares, sendo uma oficiala e 17 praças, e duas viaturas caracterizadas. A Força Tarefa da Polícia Militar também se tornou parceira no atendimento de 87 casos de forma exclusiva que envolvam a violência doméstica e familiar pelo número 190.


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NOVA LEI DO GÁS

Nova resolução pode baratear conta de energia

Parlamentares defendem que diretrizes do Ministério de Minas e Energia devem basear PL que abre livre concorrência no setor CAMILA COSTA Agência do Rádio Mais

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resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), publicada na semana passada com diretrizes para a livre concorrência no mercado de gás natural no país, deve encorpar o projeto de lei conhecido como Nova Lei do Gás (PL 6407/2013), em tramitação no Congresso Nacional. A avaliação é do deputado federal Paulo Ganime (NOVO-RJ), que participou de audiência pública na Câmara com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no último dia 26. “Tem espaço para o projeto ser ainda mais agressivo no sentido de um mercado ainda mais livre, garantindo melhores preços, maior concorrência, incluindo os estados. Isso é muito positivo e ficamos felizes com essa resolução”, afirmou o parlamentar. A Resolução 16/2019 foi aprovada pelo CNPE no dia 24 de junho, com o objetivo de abrir o mercado de transporte e distribuição de gás natural. Mesmo com o avanço, Ganime e outros deputados defenderam a necessidade de uma lei regulatória para promover a transição entre o velho e o novo mercado de gás natural. “Mesmo que tenha alguns temas que são redundantes, quando você

faz isso por projeto de lei, você garante a segurança jurídica e que não seja mais uma política de governo e, sim, uma política de estado”, ponderou. O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) também defendeu que a melhor forma de se discutir o assunto é via projeto de lei. “Acho que ficamos no meio do caminho. Era importante que o governo nos apresentasse uma proposta efetiva de legislação”, afirmou Jardim. Para o parlamentar, o principal esforço deve ser no sentido de possibilitar que o gás natural seja expandido em todo o país. “Queremos ver o gás natural chegar à indústria e às residências. Esta casa produziu o debate e uma lei – isso há 10 anos. Agora, estamos em um momento histórico para dar um salto. Precisamos ter critérios para definir custos do transporte”, defendeu.

PRIVATIZAÇÃO Entre as mudanças propostas pela resolução do governo está o fim do monopólio da estatal, com a venda de transportadoras, assim como a privatização de distribuidoras controladas pelos estados.

CONTA DE LUZ MAIS BARATA Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as novas medidas para o mercado de gás natural definidas na resolução do CNPE “são decisivas para estimular a concorrência, reduzir os custos com energia e aumentar a competitividade da indústria brasileira”. “As medidas vão na direção correta e atendem às necessidades da indústria brasileira”, avaliou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nota. Para Andrade, a transição de um monopólio para mercado concorrencial no setor representa uma oportunidade para a indústria. Ele considerou que novos investimentos privados na produção, processamento e transporte de gás natural aumentarão a concorrência e a busca por preços mais baixos. “Esse ambiente de contínua e intensa competição aumentará a oferta e a demanda do combustível e será altamente favorável aos consumidores”, disse Andrade. “O crescimento da oferta a preços competitivos também permitirá a redução do custo da energia gerada nas termelétricas. Isso diminuirá os custos de produção da

indústria e poderá, no futuro, reduzir a conta de luz dos consumidores residenciais”, acrescentou o presidente da CNI. CONCENTRAÇÃO Atualmente, a Petrobras administra a maioria dos campos, gasodutos, termelétricas, transportadoras, distribuidoras e revendedoras do combustível. De acordo com levantamento do Ministério de Minas e Energia, a estatal dispõe de 77% da produção nacional; de 100% da oferta na malha de gasodutos (importação); opera 100% das infraestruturas essenciais, além de ser acionária em todos os grupos de transporte e estar presente nos conselhos comerciais, absorvendo toda a oferta. Entre as mudanças propostas pela resolução do governo está o fim do monopólio da estatal, com a venda de transportadoras, assim como a privatização de distribuidoras controladas pelos estados. “Essas propostas, efetivamente, representam um marco histórico no setor, dando oportunidade para que nós possamos fazer uma reflexão do que representa e poderá representar na nossa matriz energética. A transição implica reformas, mudanças estruturais e comportamentais

do agente estruturante (Petrobras), e entendemos que os estados têm papel importante nesse processo. E já tivemos a adesão de 11 estados a esse programa (de privatização)”, disse o ministro Bento Albuquerque. Segundo ele, o país precisa ter mais infraestrutura na produção, aperfeiçoar o sistema de transporte, garantir transparência e segurança jurídica aos contratos, estimular a competição e, com isso, reduzir o preço do gás natural - parte das usinas termelétricas brasileiras usa este combustível para gerar eletricidade. O PL 6407/2013 em tramitação na Câmara dos Deputados e segue a mesma linha da resolução do governo. O texto do projeto prevê, entre outras mudanças, redesenhar o modelo de mercado atual, com o intuito de estimular a entrada de novos fornecedores. Além de aumentar o número de “donos” de gás, a proposta também pretende tornar o transporte mais transparente. A Nova Lei do Gás recebeu um texto substitutivo e aguarda análise na Comissão de Minas e Energia, ainda sem data para entrar em pauta. Já a resolução do governo está em vigor.


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CORRIDA ESPACIAL

Os 50 anos da chegada do homem à Lua

Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins: primeira missão espacial à Lua

Mesmo com todas as fotos e vídeos, ainda há pessoas que afirmam que tudo não passou de uma farsa ARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão

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próximo dia 20 marca os 50 anos da chegada do homem à Lua, um feito que até os dias atuais é lembrado mundialmente. Dois norte-americanos e um italiano foram os responsáveis por este dia tão marcante na história humana. Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins foram os encarregados para comandar a Apollo 11. Na ocasião apenas Neil e Aldrin pisaram no solo lunar, já Michael atuou como o piloto do módulo de comando e serviço. A missão foi dada como um sucesso e foi transmitida ao vivo para mais de 500 milhões de pessoas.

O QUE FOI A APOLLO 11?

Foi um voo espacial tripulado norte-americano responsável por um dos feitos mais marcantes da história da humanidade, ou seja, pelo primeiro pouso na Lua. Os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin pousaram o módulo lunar Eagle na Lua em 20 de julho de 1969. Armstrong tornou-se o primeiro humano a pisar na superfície lunar, seis horas depois já no dia 21, seguido por Aldrin, vinte minutos depois. Os dois passaram por volta de duas horas e quinze minutos fora da espaçonave e coletaram 21,5 quilogramas de material para trazer de volta à Terra. A missão foi lançada por um foguete Saturno V do Centro Espacial John F. Kennedy na Flórida no dia 16 de julho. A nave Apollo

era formada por três partes: um módulo de comando com uma cabine para três astronautas, a única parte que retornou para a Terra; um módulo de serviço, que apoiava o módulo de comando com propulsão, energia elétrica, oxigênio e água; e um módulo lunar dividido em dois estágios, um de descida para a Lua e um de subida para levar os astronautas de volta à órbita. Os astronautas foram enviados em direção à Lua pelo terceiro estágio do Saturno V, separando-se do resto do foguete e viajando por três dias até entrarem na órbita da Lua.

ANTECEDENTES DO MOMENTO

Naquela época os Estados Unidos estavam vivenciando o período da Guerra Fria, uma disputa geopolíti-

ca de interesses econômicos e financeiros com a extinta União Soviética, entre o fim da década de 50 e início da década de 60. No dia 4 de outubro de 1957, os soviéticos lançaram o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da história. Devido ao fato, o mundo ficou com medo do poder de força dos socialistas. O lançamento demonstrou que a União Soviética era capaz de lançar armas nucleares a distâncias intercontinentais ao mesmo tempo em que desafiava a reivindicação de superioridade militar, econômica e tecnológica dos Estados Unidos e assim se iniciou a famosa ‘’Corrida Espacial’’. E se o homem nunca tivesse chegado à Lua, o que seria da humanidade sem este marco? Sem dúvidas a ida do homem à Lua agregou muito para os estudos científicos da época. Segun-


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do especialistas da área o programa Apollo representou nos anos posteriores ganhos significativos para a humanidade. Ainda houve na época críticas se isso representaria algum fruto significativo para a raça humana. Estavam errados. Estudos comprovam a obtenção de uma melhor compreensão da ciência, de como surgiu a Terra e sobre sua evolução. Além disso, também houve uma série de evoluções em relação à tecnologia. Uma prova foi que nos anos posteriores, na década de 1970, já surgiram os primeiros microcomputadores.

AFINAL O QUE É A LUA?

A Lua é o satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar. Considerado o maior satélite natural de um planeta no sistema solar, em relação ao tamanho do seu corpo primário, a Lua tem 27% do diâmetro e 60% da densidade da Terra. Estima-se que a formação da Lua tenha ocorrido há cerca de 4,6 bilhões de anos, relativamente pouco tempo após a formação da Terra. No passado existiam várias hipóteses sobre a sua origem, porém a explicação mais consensual atualmente é a de que a Lua tenha sido formada a partir dos detri-

tos de um impacto entre a Terra e outro corpo do tamanho de Marte. A Lua encontra-se em rotação sincronizada com a Terra, mostrando sempre a mesma face visível, marcada por mares vulcânicos escuros entre montanhas cristalinas e proeminentes crateras de impacto. É o mais brilhante objeto no céu a seguir ao Sol, embora a sua superfície seja na realidade escura, com uma refletância pouco acima da do asfalto. A sua relevância no céu e o seu ciclo de fases tornou a Lua, desde a antiguidade, referência cultural na língua, em calendários, na arte e na mitologia. Além disso, a Lua é o único corpo celeste, além da Terra, no qual os seres humanos já pisaram.

CONTROVÉRSIAS Mesmo com todas as fotos e vídeos ainda existem pessoas que acreditam que a ida do homem à Lua é uma farsa. Muitas teorias da conspiração foram criadas, mas nenhuma foi comprovada. Pessoas que não acreditam no fato dizem que toda a ‘’encenação’’ foi gravada em um deserto nos Estados Unidos, também afirmam que a bandeira norte americana fincada no solo lunar não teria como balançar, pois na Lua não há atmosfera.

Brasil no espaço

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arcos Pontes foi o primeiro astronauta brasileiro, sul-americano e lusófono a ir ao espaço. Na ocasião ele participou da missão batizada “Missão Centenária”, em referência à comemoração dos cem anos do voo de Santos Dumont no avião 14 Bis, realizada em 2006. Atualmente atua como tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB), engenheiro, astronauta e político brasileiro filiado ao Partido Social Liberal (PSL). Hoje, ocupa o cargo de ministro da Ciência e Tecnologia do Governo Jair Bolsonaro. A data da expedição foi 30 de março de 2006, quando Pontes partiu para a Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, com oito experimentos científicos brasileiros para execução em ambiente de microgravidade.


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SAÚDE MENTAL

Um dia a dia mais saudável

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sta semana vou iniciar a publicação de trinta (30) comportamentos que uma pessoa deve ter para poder viver melhor. São coisas simples que muitas vezes não se consegue perceber, daí a importância de se fazer uma reflexão, mas não é somente isso, é ler e colocar em prática. O texto foi adaptado do site www.hqwide.com, com tradução do site www.LifeBuzz.com.

Pessoas erradas - 1

A vida é muito curta para perder tempo com pessoas erradas que tiram a sua alegria de viver. Escolha com mais calma. Se alguém quer você em sua vida, ela vai achar tempo para você. Você não deveria ter que lutar por um lugar. Nunca, jamais insista em aparecer diante de alguém que subestima o seu valor. Os verdadeiros amigos não são as pessoas que estão ao seu lado quando você está vivendo seus melhores dias, mas sim aqueles que permanecem mesmo nos piores momentos.

Fugir dos seus problemas - 2

Fugir de qualquer problema não é saudável. Encare-os de frente. Encarar é um passo para superar. Não é fácil, mas é possível, sim, superar. Não há ninguém no mundo capaz de sair ileso de cada pancada que leve. Somos feitos/criados para nos irritarmos, nos entristecermos, nos machucarmos, tropeçarmos e cairmos. E é por isto ser a razão mesma de viver – encarar problemas, aprender, se adaptar, e resolvê-los ao longo do tempo. E somos feitos/criados para ser felizes. A cada tropeço uma aprendizagem.

Mentir para si mesmo? Jamais - 3

Não consultório muitas pessoas mentem. Não se sustenta por muito tempo. A pessoa pode mentir para qualquer outra pessoa no mundo, mas você não consegue mentir para si mesmo, o que é muito, mas muito mais grave. A vida melhora quando arriscamos encarar as oportunidades, e a primeira e mais difícil oportunidade que podemos encarar é sermos honestos conosco mesmos.

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Suas necessidades - 4

Sua necessidade tem que vir em primeiro plano. A coisa mais dolorosa é perder-se de si mesmo no processo de “amar” alguém demais. Você é especial, é único. Colocar-se em primeiro plano não é ser egoísta; é estar consciente dessa situação e respeitar o direito do (a) outro (a). Ajude-se a si mesmo ser melhor e depois o (a) outro (a).

Ser quem você é - 5

Um dos maiores desafios na vida é ser você mesmo em um mundo que tenta fazê-lo igual a todos os outros. Seja você mesmo. Não se iguale a ninguém. Toda pessoa teve uma experiência de vida diferente, única, então não dê comparações. Um detalhe: não mude para que os outros passem a gostar de você. Seja você mesmo. As pessoas certas vão amar/gostar de você como você é.

Passado? Não - 6

Ontem, foi ontem. Hoje é o presente e é um presente. Então inicie o futuro hoje. Você não pode iniciar o próximo capítulo da sua vida se você continua relendo o anterior.

Não ter medo de cometer erros - 7 Falhar é dez vezes mais produtivo do que não fazer nada. Todo sucesso deixa uma trilha de falhas atrás. Cada falha é um passo rumo ao sucesso. Geralmente a pessoa acaba se arrependendo muito mais das coisas que não fez, do que daquelas que fez. Então ...

Verdade “Falar a verdade é sempre mais eficaz a longo prazo do que qualquer mentira bem elaborada”. (Dr. Lair Ribeiro)

Não se arrependa, melhore - 8

Nós podemos amar a pessoa errada e chorar sobre as coisas erradas, mas não importa o quão erradas as coisas se tornem. Os enganos nos ajudam encontrar a pessoa e as coisas que são certas. É tentar; sempre. Você não é os seus enganos, nem seus tropeços. Você uma pessoa em processo e pode definir o seu dia e o seu futuro. OBS: Na próxima edição mais dicas. Ao todo serão 30.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com.

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Caranguejos ou jatos? A história política e econômica brasileira é repleta de exemplos do que não se deve fazer para se levar a bom termo a condução de um país. Um bom comparativo remete aos PIB do Brasil e dos EUA (era 2 vezes maior que o nosso no inicio do século XX e 19 vezes hoje). Tem mais: entre 1945 e 2000, portanto em pouco mais de 5 décadas, vimos Japão, Coreia, Indonésia e Vietnã devastados na segunda guerra (no caso da Coreia e Vietnã também por guerra interna) com seus PIBs literalmente “no chão” se reorganizarem, levar a cabo seus projetos de desenvolvimento, ameaçar ultrapassar o PIB Brasil entre os anos 1980/90 e, finalmente nos superar entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Ficamos para trás. E não vamos aqui atrás dos porquês. Quem estuda minimamente as questões sociais e econômicas deste país sabe que desde sempre nossos maiores problemas estão circunscritos aos mesmos de sempre: uma elite pri-

vada e pública predadora que mais e mais se apropria do Orçamento Público, uma deplorável classe política que a cada dia piora sua representação e seu conceito perante a população por suas inarráveis e criminosas ações contra o Brasil, o povo e o patrimônio nacional e, pasmem, por uma “elite” técnica do serviço público que se contenta com os “restos” do bacanal interminável que a verdadeira elite lhes joga. Que, como avestruzes escondem a cabeça na terra para não ver o que não fazem: planos, projetos e propostas para redesenhar o latifúndio do fazendão a que a turma do poder relegou este país (e não se venha com as desculpas esfarrapadas de sempre: “eles” não deixam. Não é isso. Vocês é que nada fazem para tal). Este país, novamente, tem a chance de fazer a coisa certa. Nos próximos 20 anos podemos afinal sair da m. que esses caras nos impõem há séculos. A saber: acabamos de celebrar o mais importante acordo de co-

“Você não morre mais”

J

á narrei alguns acontecimentos hilários como a história da senhora que contratou um voo de teco-teco para satisfazer pedido do falecido marido. Queria o cidadão que suas cinzas fossem jogadas sobre a praia da Pajuçara. E assim, sem que avisasse ao piloto, com a janela aberta, a viúva destampou a latinha com o conteúdo funéreo. Encheu toda cabine de cinzas fazendo o piloto engolir restos do finado. Na volta quando se viu no espelho, seus dentes estavam totalmente cinzentos. Outro, este com meu saudoso sogro dr. Ib quando em visita a seu caseiro hospitalizado. Notando que o enfermo sentia algum desconforto na região

abdominal, como médico, apesar de já afastado das lides hipocráticas, apalpou a região da bexiga e notou estar cheia. Com a intervenção de dois acadêmicos plantonistas e sem que os mesmos conseguissem passar a sonda pelo canal peniano, o mestre lavou as mãos, vestiu as luvas e executou a tarefa. Os jovens, sem que o tenham reconhecido, perguntaram de pronto: “O senhor é médico?”. A resposta veio de chofre, característica de dr. Ib: “Não, sou açougueiro”. Mas, nessa vida, sempre tem a nossa vez de compor o elenco de alguma historinha. Estava eu no consultório de meu sobrinho dentista quando este recebeu seu sogro. Apre-

ELIAS

mércio com a União Europeia; o país começa afinal a realizar as reformas modernizantes que vão nos tirar da lama do atraso construída pelos governos e aprofundada no atraso petista, a trabalhista foi feita (faltam algumas coisas), a fiscal está no ponto e vai sair, a tributária está na porta do forno (sai até o final do ano). O pré-sal vai passar por etapa de enormes investimentos já, a Petrobras já começa a privatizar refinarias, gás e o governo prepara-se para fazer o mesmo com o saneamento, com os Correios (lembra daquela pocilga que manda cartas e nos consome bilhões?), o BNDES para de financiar ricos e se prepara para operar com médios e pequenos empresários que carregam este país nas costas, os juros nunca estiveram tão baixos (pode baixar mais, apesar da resistência do BC...), o plano de concessões de serviços públicos avança (coisa para 2020), o crédito bancário começa a oxigenar a economia por outros canais que não os bancões tra-

FRAGOSO n Economista

dicionais (setor que precisa de muito mais concorrência). E muita coisa mais vem por aí. Estamos no pior dos mundos desde 2015. Tudo que o Brasil não precisa agora é que a política, as elites do serviço público e os empresários do atraso acostumados a mamar nas tetas do Estado atrapalhem essa nova retomada. A luta tem sido renhida como se observa agora no caso da previdência. Ninguém quer perder boquinhas. Há muito a ser feito nesse quesito. Quem sabe desta vez cumprimos os vaticínios e chegamos a meados do século no tão sonhado, desejado e esperado primeiro mundo?

Estamos no pior dos mundos desde 2015. Tudo que o Brasil não precisa agora é que a política, as elites do serviço público e os empresários do atraso acostumados a mamar nas tetas do Estado atrapalhem essa nova retomada

JOSÉ MAURÍCIO sentado, reconheci-o como professor de minha filha ainda no curso colegial. Amigo que sou de um colega seu de magistério, perguntei se o conhecia. Assustei-me quando me falou do fatal acidente sofrido pelo meu amigo em viagem de carro para Recife. Apesar de só nos termos visto quando de nossa apresentação, sempre nos comunicávamos pelas redes sociais. Em pleno procedimento odontológico, não perguntei quando teria sido o acidente. Estranhei quando vi que seu WhatsApp tinha sido visto por ele naquele dia. Dei um toque pra ele mas não obtive pronta resposta. Na mesma tarde, estou no café do Walmart da Gruta e quem vejo vindo em

BRÊDA n Economista

minha direção? Ele, o pretérito defunto. Explicou-me que, de fato, houve o acidente, mas há muitos anos, quando escapou da morte. Cabe aqui a expressão que se diz quando se fala em uma pessoa e ela, de repente, aparece: “Você não morre mais”.

Os jovens, sem que o tenham reconhecido, perguntaram de pronto: “O senhor é médico?”. A resposta veio de chofre, característica de dr. Ib: “Não, sou açougueiro”.


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O assunto é o futebol

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omo esse espaço é reservado para todos os assuntos, hoje vou escrever sobre esporte, especificamente o futebol. No âmbito nacional, o destaque é a Copa América, que vai deixar como legado negativo a qualidade dos gramados dos estádios escolhidos como sede. Entre os mais criticados estão os da Arena Grêmio, em Porto Alegre, e a Fonte Nova, em Salvador. Todos os jogadores e treinadores de seleções que passaram pelos dois estádios, inclusive os brasileiros, reclamaram muito. As desculpas são as mais diversas, entre elas o excesso de jogos e o período chuvoso. Na verdade, o pior dos motivos em relação aos gramados péssimos para a prática do futebol está na realização de shows, com a instalação de palcos e proteções que, na verdade, não protegem nada. Em outros locais, onde também estão sendo realizados os jogos da Copa América, chove do mesmo jeito e tem uma sequência igual de jogos,

Idas e vindas

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stamos sempre surpreendidos com as esquinas da vida. Vi, esta semana, uma pesquisa que aponta uma virada da direita na política do Brasil. Por 16 anos, a esquerda dominou os destinos do país e se perdeu com o doce sabor do poder. Ficam os moderados com pífios vinte e dois por cento e nada podem fazer pelo crescimento do nosso sofrido rincão. Assusta-nos a ideia de sair da democracia, fechar as instituições e implantar uma ditadura. Todavia, os radicais de esquerda apelam para atitudes criminosas como a invasão dos celulares dos procuradores, juízes e até do ministro da Justiça. Apareceu um jornalista americano, amigo dos “Jean Willis da vida”, tentando desmoralizar autoridades competentes. E o “tiro saiu pela culatra”: o ministro Moro, se houvesse eleição hoje, ganharia até para presidente da República. Os militares estão sendo jogados na mídia com apelidos pejorativos, demitidos porque contrariam a família do Bolsonaro. Não fosse a força do Mourão, que ainda se mostra calmo e sério, caminhariam para uma vala comum. Para sorte do presidente, um acordo comercial que vinha sendo costurado nos últimos vinte anos é assinado em 2019. Ainda não sabemos até que ponto o Brasil será beneficiado no acordo entre o Mercosul e a Comunidade

como o Maracanã, no Rio de Janeiro, no Mineirão, em Belo Horizonte, na Arena Corinthians e no Morumbi, em São Paulo, todos com um bom tempo sem os eventos musicais. E por falar no futebol, vamos ao nosso alagoano. Esta semana a grande notícia foi a dispensa do técnico Marcelo Cabo, do CSA. Nenhuma novidade que isso tenha ocorrido, pois o profissional dessa área vive de resultados, o que não vinha ocorrendo no clube, que disputou 27 pontos em nove partidas antes da paralisação para a Copa América, e só conquistou 6 pontos, muito abaixo das previsões do próprio clube, que tinha uma meta estabelecida de que, a cada grupo de cinco jogos, ou seja, em 15 pontos, precisaria somar 6 pontos. Portanto, o prejuízo é enorme e uma nova meta está sendo elaborada. No caso do Marcelo Cabo até se esperava que isso pudesse ocorrer, mas não agora. A própria diretoria já havia informado que o Cabo

JORGE seria o técnico até o final da Série A, no dia 5 de dezembro, o que era bastante contestado pelos torcedores e poucos da mídia. Nenhum treinador faz um contrato tão longo, para cumprir na íntegra. Não existe palavra de rei nesse tipo de negócio. Os presidentes Rafael Tenório e Raimundo Tavares falavam em alto e bom som que o Marcelo Cabo não sairia do CSA, aumentando, inclusive, a multa rescisória do profissional para que ele ficasse no clube. Agora, próximo de reiniciar a competição, um amistoso derrubou Marcelo Cabo do comando do CSA. O clube fez contratações, alguns jogadores não chegaram, outros ainda estão se preparando, mas a derrota por 3 a 1, em Recife, para o Sport Clube, do jeito como ocorreu, com o time apático em campo e não mostrando nenhuma evolução, foi a gota d’água na lagoa do CSA, que entendeu a necessidade de mudar. Muita gente diz que nunca é tarde para se agir. Era agora ou nunca.

MORAES n Jornalista

Acho que o Cabo nunca foi treinador para uma Série A, quando ficou seis jogos no Atlético Goianiense. A saída de Marcelo Cabo do CSA prova que os dirigentes erraram, quando fizeram a afirmação de que o profissional ficaria até dezembro. O certo mesmo era dizer: o treinador vive de resultados e esperamos que o Cabo obtenha esses resultados, para ficar até dezembro. Em tempo: foi contratado o técnico Argel Fucks, que é do tamanho do grupo de jogadores do CSA.

O clube fez contratações, alguns jogadores não chegaram, outros ainda estão se preparando, mas a derrota por 3 a 1, em Recife, para o Sport Clube, do jeito como ocorreu, com o time apático em campo e não mostrando nenhuma evolução, foi a gota d’água na lagoa do CSA.

ALARI ROMARIZ Europeia, mas que o Bolsonaro ganhou um belo presente é uma maravilhosa verdade. Falando em assuntos negativos, vem o nosso Congresso. Uma mistura de direita, esquerda, loucos e sadios, luta para derrubar o Bolsonaro. A política do “toma lá dá cá” continua viva e em inteira ebulição. O chefe do Centrão é o deputado Arthur Lira, cheio de processos, “taturana” em Alagoas. Continua tramando fatos mirabolantes, agora em âmbito nacional. Saiu famoso do nosso estado e continua famoso no Congresso Nacional. De uma coisa fiquem certos: tolo ele não é! Repercutem ainda com muita assiduidade os problemas criados pela família do presidente, isto é, pelos três filhos. Querendo ajudar o pai, prejudicam o andamento da boa vontade do Bolsonaro que, apesar de açodado, tenta corrigir os erros do Partido dos Trabalhadores. Mas, como em toda disputa há um lado sempre bom. Estão sendo demitidos milhares de petistas pelo Brasil todo. Criou-se uma verdadeira máfia de comissionados corroendo as finanças do país. No Nordeste nem todos foram demitidos. Continuam remando contra a maré. Em várias repartições encontramos comissionados falando mal do governo, mas vivendo às custas dele. Alguns ficam calados esperando

ser esquecidos. Como, muitas vezes, o governo se aliou a velhas raposas políticas, não fica sabendo quem é quem em diversas áreas. Os governadores do Nordeste foram a Brasília reivindicar alguns direitos. A maioria só pensa em “Lula livre” e se esquece das finanças e dos problemas do estado. O Renan Filho, que não fez um primeiro mandato ruim, depois da derrota do pai no Senado, ficou vingativo. Está meio perdido em suas alianças e continua submisso ao Legislativo. Foi derrotado pelo Marcelo Vitor, mas não retirou as benesses da Assembleia Legislativa. Moral da história: os govenadores do Nordeste não pensam no Brasil, só raciocinam com seus anseios políticos. O Bolsonaro, apesar de intempestivo, demonstra interesse em acabar com a corrupção, demitir os aproveitadores, sanear os cofres públicos. Se conseguir metade do que pretende, já salvará os brasileiros de chegarem ao fundo do poço. E lá vamos nós subindo a ladeira! Tentando recuperar o dinheiro roubado! Salvar os Correios, o BNDES, a Petrobras, os Fundos de Pensão e tantas outras vítimas dos dezesseis anos do PT. É preciso também acabar com os políticos corruptos que ainda estão sol-

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

tos, limpar o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas. Vez em quando, a Polícia Federal amanhece prendendo pessoas ligadas a ex-presidentes, governadores, deputados, que já foram punidos e condenados. Nossa esperança é o Moro e a Lava Jato descobrirem mais corrupção e corruptos ainda agindo de maneira errada na área política. Não é justo que uma pequena parte pague pelos erros de tantos e tantos ainda infiltrados no governo. O presidente e os bons ministros em suas idas e vindas vão acertar e livrar o Brasil de obras superfaturadas, de propinas, de verbas de campanha e outras “coisitas más”. Deus no comando!

Os governadores do Nordeste foram a Brasília reivindicar alguns direitos. A maioria só pensa em “Lula livre” e se esquece das finanças e dos problemas do estado. O Renan Filho, que não fez um primeiro mandato ruim, depois da derrota do pai no Senado, ficou vingativo.


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Humanos, demasiado humanos

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s últimos acontecimentos que culminaram com a greve dos jornalistas locais em defesa e garantia do piso salarial da categoria, nos revelaram algo que, se para alguns incautos era desconhecido, era, para outros, há muito conhecido e comprovado. Trata-se da intolerância e totalitarismo que permeiam ou mesmo vestem como uma tatuagem, o comportamento do pensamento daqueles ditos de esquerda, defensores dos direitos humanos, das garantias individuais, da pluralidade e do livre pensar. Uma jovem jornalista, mesmo concordando com os motivos e razões do movimento paredista, resolveu prestar seus serviços a determinado meio de comunicação alvo dos grevistas. Como todo jovem, ela também simpatiza com a linda cartilha apregoada pela esquerda, cartilha esta alinhavada pelo eterno discurso em defesa das ditas garantias. Não sabia apenas qual era a distância que havia entre o discur-

so ideológico e a prática sociológica de seus supostos gurus. Por não saber a largura e a profundidade desse fosso e acreditar que não estava infringindo qualquer preceito fundamental de sua ideologia, passou, com sua prestação de serviço, a atrair contra si o mais iracundo ódio daqueles colegas que julgava defensores dos direitos alheios. Ameaçada, passou a andar com seguranças, teve sua imagem achincalhada nas redes sociais, teve o instagram de seus familiares invadido por mensagens de ódio. Após esse batismo de realidade crua, acredito eu que tenha ela reestruturado suas ideias a respeito do sonho de igualitarismo e respeito aos direitos fundamentais que, em face de sua juventude, acalentava em relação à sua opção ideológica. No curso de sua vida, certamente terá oportunidade de romper a ainda fina bolha ideológica que a envolve, antes que ela se torne aquela carapaça de intole-

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ISAAC SANDES rância e ódio em que viu envolvidas aquelas pessoas que com os recentes atos certamente mudaram sua vida para sempre. Poderá finalmente estudar tal fenômeno e vislumbrar verdades que lhes indicarão ser o totalitarismo, por mais paradoxal que pareça, um filho bastardo do humanismo, não o humanismo no sentido distorcido pela moderna propaganda política, que o coloca como um defensor dos seres humanos em contraposição às tiranias desumanas. Trata-se sim do humanismo em sentido profundo e filosófico do termo, abordado por Olavo de Carvalho em texto denominado “Humanismo e totalitarismo”, publicado em 23 de novembro de 1999, em seu site olavodecarvalho.org. O humanismo que o ocidente moderno adotou; aquele que elimina os fatores sobre-humanos da perspectiva da marcha da humanidade e adota a hipótese de que não existe meta-história, em resumo, aquele humanismo que credita ao

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DIAS n Promotor de Justiça

humano uma superioridade quase nitzcheziana e nega a existência de uma realidade absoluta e eterna, realidade esta que permite ao homem, através de estreitas frestas, ter apenas pequenos vislumbres dessa absoluta verdade para que ele, através de uns poucos escolhidos, tome assim consciência de sua real dimensão frente ao que lhe será eterna e totalmente inescrutável. Essa realidade absoluta e eterna tem o nome de Deus, os pequenos vislumbres recebem o nome de milagres, enquanto os poucos escolhidos são aqueles que podemos chamar de santos.

Uma jovem jornalista, mesmo concordando com os motivos e razões do movimento paredista, resolveu prestar seus serviços a determinado meio de comunicação alvo dos grevistas. Como todo jovem, ela também simpatiza com a linda cartilha apregoada pela esquerda.

PAULO

Noites insones lhos abertos. Mesmo que por trás das pálpebras fechadas, eles estão abertos. O corpo pede descanso, a mente clama por uma folga, o coração implora. Mas os olhos continuam lá, abertos, ativos, insones. Como se fosse o meio do dia, eles nem por um momento pensam em ceder à nossa vontade, ou mesmo necessidade, de dormir. De pronto já pensamos: noite insone. Por vezes, sem motivo algum, outras noites o motivo pode ser um rápido pensamento que pincelou a mente no decorrer do dia, uma hipótese sem importância alguma te leva para um turbilhão de outras ideias tão sem nexo que te faz rir no dia seguinte. Outras noites, remoer, remoer e remoer uma raiva, um ran-

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cor, uma mágoa ou uma lembrança triste. Se indignar e desejar tudo de ruim àquele ou a aquilo que te tirou a paz selada, a duras penas, com o travesseiro. O travesseiro, sim! Como esquecer desse companheiro que molda o dia a dia de acordo com nosso relacionamento com ele. Há noites em que a “conversa” com ele não flui e, apenas por isso, os olhos se negam a se desvencilhar da mente e nos entregar um descanso digno e caprichosamente nos delegando o merecido sono apenas no raiar do sol, quando chega a hora de levantar e iniciar uma nova batalha diária. O engraçado é que o maior culpado da noite insone é a própria mente, sagaz em nos pregar peças. Sabemos tan-

to disso que, no fundo, no dia seguinte, temos raiva de nós mesmos por termos perdido aquela desejada noite de descanso que estava lá. E que agora passou. Não há causa para a noite insone que não esteja nos recantos de nossa mente, motivo pelo qual também não há cura definitiva. É um fardo da espécie humana (nenhum outro animal tem insônia) ligado à consciência. Existem tratamentos e medicamentos que nos induzem, que nos relaxam ou que nos deixam mais “zen” e, assim, nos permitem dormir, mas não há nada igual ao sono natural, o verdadeiro descanso restaurador do corpo e da mente. Nos resta apenas o conforto ou a frustração de saber que, no dia seguinte, você precisava

NICHOLAS n Advogado e escritor

mais do sono do que do sentimento que te deixou insone. E é por isso que a grande luta contra a noite insone é a paz de espírito. Estar bem consigo mesmo e com os que os cercam é quase uma dádiva. Pois por maior, mais rica ou poderosa que seja a pessoa, todos nós precisamos de uma bela noite de sono. Cuidado com o que deseja, pese se vale a pena ter que pagar o preço em noites insones.

O engraçado é que o maior culpado da noite insone é a própria mente, sagaz em nos pregar peças. Sabemos tanto disso que, no fundo, no dia seguinte, temos raiva de nós mesmos por termos perdido aquela desejada noite de descanso que estava lá.


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Estultice, inteligência, esperteza

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á palavras mais universais que essas? Ou mais existenciais? As pessoas, em todos os tempos, orgulham-se por serem espertas e inteligentes; deploram ser estultos. Ser considerado esperto e inteligente parece ser condição para existir; enquanto ser estulto, tolo ou simplesmente “burro” é da natureza dos outros, não da nossa própria. Qualquer dicionário ensinará significados iguais para esperteza e inteligência, enquanto que “burrice” é separada das primeiras por distância de milhares de anos luz. Diferente não é na política. Fossemos ouvir os autoelogios de qualquer político, por mais medíocre que seja, a atividade é privilégio apenas dos espertos, reconhecidos gênios. Não avaliam eles que ser esperto não significa ter inteligência, mas facilmente a esperteza está muito próxima da estultice. As agruras vivenciadas pelos moradores do bairro do Pinhei-

ro inopinadamente têm revelado muito sobre os nossos geniais políticos, fixando-os em seus verdadeiros patamares. Qual a maior oportunidade de um político exercer a sua função, defender os interesses do povo que o elegeu, senão quando esse mesmo povo dele necessita? Por mais estulto que seja o indivíduo, independente do seu inflado conceito pessoal; e ainda por mais insensível que seja ele, o deplorável interesse eleitoreiro haverá de superar as suas limitações e mostrar-lhe que estar presente na solução dos problemas dos seus eleitores é prioridade das mais absolutas, devendo, por óbvio, orientar os seus próprios interesses. Durante o desenrolar das vicissitudes dos habitantes do Pinheiro, a inércia do prefeito da capital e do governador do Estado, e de resto das demais autoridades públicas, foi algo tão palpável que saltou aos olhos de todos a inaptidão de todos esses para a coisa

pública. Pressionado, o prefeito despertou da pasmaceira e, ainda que timidamente, ensaiou os primeiros passos na liderança da defesa dos interesses populares. Essa iniciação parece ter feito despertar-lhe o senso político-eleitoral. Já o governador, nem isso. As picuinhas da disputa eleitoral que se avizinha, somadas aos rancores de pleitos passados, fizeram-lhe ressaltar a inapetência para a governança. Aliás, outrora escrevi sobre essa inaptidão escondida sob a capa da arrogância. Posteriormente, fui cooptado pela propaganda governista, que inevitavelmente cantava loas ao mandatário, e manifestei agradável surpresa com seu aparente bom desempenho. Durou pouco o meu encanto. O drama do Pinheiro tem revelado a verdadeira natureza, não apenas do governador, mas da quase totalidade dos nossos representantes, hábeis na arte de iludir o povo na busca do

CLÁUDIO

VIEIRA

n Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

voto. A digressão acima sobre os conceitos insertos nas palavrastítulo dessa crônica tem como escopo único estimular o leitor a classificar o plantonista do Palácio dos Palmares. Não apenas ele, mas também suas ilustres companhias. Os espertos, que se acham inteligentes, desprezando os poucos milhares de habitantes do Pinheiro não são mais que tolos esquecendo que suas atitudes terão, quando chegar a oportunidade, a repulsa da grande maioria da população deste estado.

O drama do Pinheiro tem revelado a verdadeira natureza, não apenas do governador, mas da quase totalidade dos nossos representantes, hábeis na arte de iludir o povo na busca do voto.


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Campestre ganha recuperação de pavimentação asfáltica e ginásio de esportes Prefeito Pino acredita que as obras contribuem para melhorias na qualidade de vida e desenvolvimento

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prefeito de Campestre, Nielson Mendes da Silva, conhecido como Pino, inaugurou no último domingo, 30 de junho, junto com o governador Renan Filho, a recuperação da pavimentação asfáltica dos 11 km da AL-201, que dão acesso ao município, na região Norte do estado. Pino acredita que a obra irá colaborar com o desenvolvimento da cidade, além de fomentar a economia e levar mais autoestima para os campestrenses. “Com essa pavimentação o investimento volta a funcionar no nosso município. Recupera-se a dignidade da população, além de incentivar o desenvolvimento da cidade”, declarou o gestor. Os munícipes também foram beneficiados com a entrega do Ginásio Poliesportivo Professora Mônica Celle Batista de Moraes, em prol dos estudantes da Escola Estadual

José Ribeiro Caminha. A entrega do espaço é de grande importância para a educação e para o desenvolvimento social de crianças e adolescentes. A escola também passa por obras de reforma e ampliação. “A escola estadual não tinha um espaço para realizar seus eventos e para a prática esportiva. O governador, como sempre visionário, notou a importância dessas obras e estamos aqui hoje com muita satisfação para inaugurá-las”, comemorou Pino, afirmando que o esporte foi valorizado e ganhou ainda mais incentivo. O deputado estadual Galba Novaes, o secretário de Estado da Infraestrutura, Maurício Quintella, o diretor-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Hélder Gazzaneo, o diretor de obras do órgão, Iran Menezes, e o deputado federal Isnaldo Bulhões, entre outras autoridades, prestigiaram a solenidade.

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Conta de luz

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Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que, neste mês, a bandeira tarifária da conta de luz será amarela. Sendo assim, será cobrado R$ 0,015 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos (R$ 1,50 para cada 100kWh consumidos). Então, atenção com o uso de ar-condicionado, secadores de cabelo, ferro de passar roupa, chuveiro elétrico e o velho hábito de abrir e fechar a geladeira várias vezes ao dia. Não queira ter uma surpresa ao receber sua conta de energia.

Voo caro

Sem gasolina

As férias de julho devem confirmar o que tem sido notado nos primeiros meses do ano: o aumento do número de passageiros que estão optando por viajar de ônibus. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), de janeiro a maio deste ano houve uma elevação de 12% nesse número em viagens interestaduais. A crise do transporte aéreo e o custo para despachar bagagem e para reservar assento são fatores que levam os viajantes a escolherem as estradas.

O Itaú Unibanco passa a oferecer condições especiais para o financiamento de veículos elétricos e híbridos no país. Os clientes já podem adquirir automóveis desta categoria, de diversas marcas e modelos, com taxas a partir de 0,79% ao mês, variando de acordo com as condições escolhidas, o perfil e relacionamento do cliente com o banco. Para outros tipos de veículos na mesma faixa de preço, as taxas de financiamento partem de 0,89% ao mês.

Em alta A venda de veículos automotores registrou alta de 13,45% no primeiro semestre de 2019 em comparação a igual período do ano anterior. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgados nesta semana, mostram que 1.919.047 unidades foram licenciadas de janeiro a junho de 2019, ante 1.691.532 unidades comercializadas no mesmo período do ano passado. As vendas levam em conta automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas.

ECONOMIA EM PAUTA n José Fernando Martins – n josefernandomartins@gmail.com


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NO PAÍS DAS ALAGOAS

A anosmia de João Caldas

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ex-deputado federal João Caldas, em tempos idos, foi prefeito de sua cidade natal, Ibateguara-AL. Certo dia, recebeu em audiência o vereador José Araújo da Silva, que lhe fez uma petição, em tom de desagrado: - João Caldas, o povo está me impressionando muito e estou andando muito neuvoso. - O que é que está acontecendo, Zé Araújo? - Aquela bueira que fica perto da casa do sinhô está soltando um grande mau hálito. Não sei como o senhor respira aquele peufume! Os pobrezinhos passam até de venta tapada, capaz de um vômito. Caldas se irritou. - Olhe, Zé Araújo, não venha

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TEMÓTEO

CORREIA n Ex-deputado estadual

aqui com essa conversa pisadinha pra mim, não, viu! O mau hálito está, agora, nesta sala. - Taí, João Caldas, não tô sentindo nenhum peufume aqui. - Vá, vá embora com o seu peufume, seu mau hálito e as suas bueiras. - Me adesculpe, mas a sua família tem um estambo de vestruz! Os pobrezinhos que passa ali não guenta, não! Tenha caridade, João! -Vá, Zé, vá! Falou Caldas, já agastado. - Eu vou. Agora, no tempo da eleição, venha pedir voto com o mau hálito da sua bueirinha, viu!


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Com os pés no chão

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eletrificação veio para ficar, mas se trata de um equívoco pensar que os problemas estão solucionados ou já é possível marcar uma data para este tipo de propulsão aposentar totalmente os motores a combustão. Como as vendas atuais são muito baixas (à exceção da China), é fácil de crescer com percentuais elevados. Em termos absolutos, porém, vão acrescentar muito pouco em termos de participação na comercialização de veículos novos. E o reflexo na frota total rodante no mundo será limitado nas próximas duas décadas. Por isso não surpreende o estado de Illinois nos EUA incluir agora os modelos elétricos no seu esforço de arrecadação para investir na infraestrutura de transporte. A pancada foi forte: taxa anual subiu de US$ 17,50 para US$ 1.000 (mais de 5.500%). Posição audaciosa foi tomada pela BMW durante o evento NEXTGen 2019, semana passada, em Munique, sede da empresa alemã. Além de seis estreias mundiais – Séries 1, 3 station, X1 (atualização), 8 Gran Coupe, M8 Coupe, M8 conversível e iX3 (elétrico)–, apresentou o cupêconceito híbrido plugável Vision M Next e uma moto elétrica para jornalistas, influenciadores digitais e o público em geral, em dias diferentes com ações específicas. O grupo inclui MINI, Rolls-Royce e motos que somaram 2,5 milhões de unidades vendidas em 2018. Sem um grande conglomerado ou aliança para garantir suporte, foi a primeira marca premium a produzir um modelo especificamente projetado para ser elétrico, o i3, em 2013. Nissan Leaf, de 2010, tinha chassi menos elaborado. Entretanto, a marca bávara demonstra prudência sobre o futuro. No evento garantiu que continuará produzindo veículos com motores convencionais (gasolina e diesel), híbridos plugáveis e elétricos para atender diferentes regiões do mundo. Afirma que pretende ter sempre rentabilidade sobre as vendas, ou seja, não perderá dinheiro como a VW já admitiu (prejuízo

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

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ALTA RODA n AINDA há pontos a esclarecer sobre importação de veículos da União Europeia, no acordo recém-anunciado com Mercosul. Em princípio haverá corte de alíquota de 35% para 17,5% incidente sobre uma cota de 32.000 unidades/ano no caso do Brasil. Importação com tarifa zero e sem limite, paulatinamente, só depois de 15 anos. Pormenores, na próxima semana. n SINDIPEÇAS calculou em 44,8 milhões a frota brasileira de veículos (leves e pesados) e 13,1 milhões de motos em 2018. Idade média dos veículos em circulação é de 9,5 anos (motos, 7,7 anos). Trata-se da frota real, não a registrada no Denatran que inclui os que não rodam mais. Sindipeças estima, em 2020, o total de 60 milhões de unidades (com motos).

de 3.000 euros/R$ 13.000 em cada modelo comercializado da série i.D. nos próximos cinco anos). Apesar de prever que a procura por seus elétricos e híbridos plugáveis cresçam a taxas anuais de 30% ao ano, não vê possibilidade de interromper a produção de motores a combustão antes dos próximos 20 anos. Depois disso, híbridos plugáveis ainda poderão continuar pois independem de infraestrutura específica, como tomada por perto. Também não pretende ter fábricas exclusivas para veículos elétricos e, em vez de produzir baterias, vai comprar matéria-prima (cobalto e lítio) e fornecer aos fabricantes destas Por outro lado, já em 2020, seus modelos híbridos poderão identificar locais de maior poluição e operar apenas no modo elétrico automaticamente, sem o motorista tomar qualquer ação. Quando ultrapassada a autonomia da bateria, o motor passa a funcionar no modo gerador com potência compatível à menor emissão de poluentes possível. Decisões com pés no chão.

n APESAR de 104 kg mais pesado que outras versões, Honda HR-V Touring (turbo, 173 cv, só gasolina) tem desempenho dos melhores entre os SUVs compactos. Câmbio CVT simula sete marchas, mais condizente com a proposta. Escapamento tem saída dupla, mas subtrai 44 litros do porta-malas. Teto solar panorâmico e faróis de LED não justificam preço elevado demais. n MCLAREN passa a oferecer dois modelos Spider no Brasil: 600LT (LT iniciais de cauda longa, em inglês) e 720S. Os números indica potência. Capotas motorizadas recolhem-se entre 11 e 15 s a até 50 km/h. Preços: R$ 3,25 e R$ 3,45 milhões, na mesma ordem. No total a marca inglesa pretende vender 30 unidades, somadas todas as versões, em 2019. Nada mau... n HYUNDAI incluiu retoques na linha 2020: grade, para-choque dianteiro, DRL (luzes de rodagem diurna), rodas e lanternas traseiras de LED (estas, na versão de topo). Significa que só no final de 2021 ou começo de 2022 chegará a segunda geração do SUV compacto, lançado em dezembro de 2016. R$ 80.990 a R$ 107.990. n FRENAGEM autônoma de emergência não só para evitar colisão com outros veículos, mas também atropelamento de pedestre (na versão Limited), torna a Ranger 2020 a picape com mais recursos de segurança no mercado. Houve ainda acertos de suspensão, reposicionamento da barra estabilizadora e tampa da caçamba de manuseio mais leve. R$ 128.250 a R$154.610.


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CASA PRÓPRIA

Conheça 4 dicas para comprar imóveis mais baratos POR HEBERT NERI Fotos de Pixabay/MF Press Global

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m sonho bastante comum dos brasileiros é a compra da casa própria. No entanto, atingir essa meta é um processo que demanda um bom investimento, além de que os preços e o poder de compra são sempre impactados pela economia do país. Por causa disso, as pessoas buscam, cada vez mais, alternativas para encontrar imóveis mais baratos, mas que, ao mesmo tempo, atendam às suas expectativas e necessidades. A seguir, o leiloeiro Antônio Sato, da Sato Leilões apresenta dicas essenciais para quem deseja adquirir uma casa ou apartamento bem mais em conta.

1. Faça boas pesquisas de imóveis mais baratos Para encontrar um imóvel mais barato é preciso ter paciência e tempo para pesquisar muito, antes de tomar qualquer decisão. Felizmente, com o advento da internet, esse processo ficou muito mais fácil, por meio dos mecanismos de busca e portais especializados de anúncios de imóveis. Assim, é possível ver centenas de opções e visitar, de fato, apenas aquelas que atendam melhor ao seu perfil.

2. Considere os custos extras Às vezes, um imóvel pode estar com um preço excelente à primeira vista, mas,

Estado de conservação, taxas de condomínio e IPTU têm de ser analisados

analisando mais a fundo, você poderá perceber que será necessário arcar com taxas altas de condomínio e IPTU, por exemplo. O mesmo pode acontecer com construções mais antigas que, embora costumem ser mais baratas, dependendo de seu estado de conservação, é preciso gastar mais com reformas e manutenções. Sendo assim, é fundamental considerar todos os custos extras que envolvem a compra, além de fazer uma avaliação profunda da estrutura do imóvel.

3. Evite se precipitar É natural se precipitar quando há muita ansiedade envolvida no processo! Contudo, você precisa se lembrar que a compra de

um imóvel envolve um alto investimento e que, por isso, é fundamental que haja um bom planejamento e muita cautela na hora da decisão. Além de avaliar todos os detalhes do que cada imóvel oferece, é importante, também, compará-los para definir qual tem a melhor oportunidade de compra.

4. Fique atento aos leilões Essa é uma das dicas mais eficientes na hora encontrar imóveis mais baratos. Nos leilões, geralmente, há opções em excelente estado e com preços bem menores do que os praticados no mercado. Basicamente, no leilão, um preço mínimo é determinado para um lote,

Leiloeiro Antônio Sato: ‘Avalie detalhes do imóvel’

e o participante que der o lance de maior valor arremata o bem (vence a compra). O leiloeiro complementa: “Apesar de muitos não conhecerem bem e, até mesmo, terem uma certa insegurança, os leilões têm um processo transparente, disponibilizando todas as informações do certame (proprietário, situação do bem, lance mínimo etc.), por meio de um edital”. Mesmo com as inconstâncias atuais na economia brasileira, é possível encontrar imóveis mais baratos para realizar o sonho da casa própria. Para isso, não se esqueça de pesquisar bastante, comparar as opções e de conferir as oportunidades em outras formas de venda, como o leilão.


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Homenagem em Maribondo O deputado estadual Breno Albuquerque (PRTB) receberá, nesta sexta-feira (5), o Título de Cidadão Honorário de Maribondo. A sessão solene está marcada para às 15 horas, no plenário da Câmara Municipal de Vereadores.

ABCDO INTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Outras personalidades

Analistas políticos acreditam que o fim das coligações, com a aprovação da Emenda Constitucional 97/2017, trará mudanças significativas na eleição do próximo ano na Capital do Agreste. A nova lei eleitoral não mais permitirá que a votação expressiva de um candidato faça eleger outros que se uniram a ele. A prática continua permitida para a disputa majoritária (prefeito, governador e presidente da República).

Concorrência 2

Com isso, os 17 vereadores com mandato terão de agrupar na mesma legenda partidária os chamados ‘poca-urnas’, que passam a ter duas opções: negociar o apoio ou juntos formarem um grupo para disputar voto a voto a eleição.

Concorrência 3 Ainda de acordo com os especialistas de plantão, no pleito de 2016 a eleição de um vereador teve custo avaliado entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão. E para 2020, quanto será?

Interino

O zootecnista Sílvio Bulhões assumiu interinamente o cargo secretário de estado da Agricultura. Bulhões é natural de Santana do Ipanema e, há vários anos, estava na função de superintendente de Irrigação da Seagri.

...Duas obras de infraestrutura urbana serão realizadas na cidade de Belo Monte. ...O prefeito Val Santana assinou, esta semana, os contratos para construção da nova praça de eventos, na Rua Aurora, e os serviços para urbanização da orla fluvial. ...A cidade de Penedo está sediando uma das etapas dos Jogos Estudantis de Alagoas.

Além de Breno Albuquerque, outras dez personalidades receberão a honraria, a exemplo do procurador-geral da Justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça, o deputado estadual Galba Novaes e o deputado federal Arthur Lira.

Concorrência em Arapiraca

PELO INTERIOR

Tapa-buracos

O gerente regional do Departamento de Estradas de Rodagens (DER/AL), engenheiro Raimilson Manoel, revelou que, a partir da próxima segunda-feira (8), será iniciada a operação tapa-buracos em vários trechos da AL-110, na área urbana de Arapiraca. A informação foi divulgada no programa Pajuçara na Hora, comandado pelo radialista Ailton Avlis.

...Cerca de mil atletas e 45 equipes disputam a competição nas modalidades handebol, futsal, voleibol e basquetebol, nas categorias colegial, infantil e juvenil masculino e feminino. (Davi Salsa- interino)

Rifa

Professores, alunos e servidores da Escola Municipal Pedro Suruagy, em Arapiraca, estão vendendo rifa, no valor de R$ 1 o bilhete, para o conserto de uma impressora na unidade de ensino.

Sem defeito

A assessoria de comunicação da prefeitura informou que a impressora não está com defeito e a rifa, antes de começar a ser vendida, foi apresentada aos pais de alunos. Com a palavra, a


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Água Doce

Desmatamento em junho

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mês de junho registrou o maior número de desmatamentos na Amazônia desde 2016. Os dados foram revelados através de um sistema mantido pelo governo federal para fiscalizar alertas de focos de desmatamento, que mostrou que o índice é o segundo maior já registrado pelo sistema. Entre o dia 1º e o dia 2 de junho, segundo dados do Terra Brasilis, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o território da Amazônia Legal desmatado chegou a 769km². No mês anterior, o desmatamento foi de 735 km². Em junho de 2016, o desmatamento foi de 951 km².,

Um grupo de geólogos da Universidade de Columbia, em Nova York, afirma que na costa nordeste dos Estados Unidos há quase 3 mil quilômetros cúbicos de água doce presa em sedimentos porosos sob a água salgada do mar. Apesar de surpreendente, a descoberta era algo que já se suspeitava. Especialistas acreditam que esses tipos de depósitos de água doce são abundantes, mas muito pouco se sabe sobre seus volumes e sua distribuição no planeta. Os cientistas acreditam que este aquífero é o maior já encontrado. Eles o avaliam como “gigantesco”.

MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Tênis de lixo do mar

Bituca de cigarro Curiosidade vagalumes

Um físico belga estudou o órgão luminoso que faz os vagalumes brilharem para tentar recriar a mesma estrutura com lâmpadas de LED, tornando-as mais fortes. Jean Pol Vigneron ao estudar os insetos percebeu que o órgão com luz fica abaixo do abdômen e que a luz brilha dali a partir de uma camada do seu exoesqueleto. A estrutura do exoesqueleto é feita de escamas, que se destacam em alguns ângulos diferentes, liberando assim mais luz. O exemplo é como se fosse um telhado de fábrica. A partir deste estudo foi possível a criação de luzes de LED mais fortes, colocando uma camada de material sensível à luz sob um LED padrão. Com um laser foi feito uma estrutura triangular semelhante aos telhados, resultando no aumento de 50% da extração da luz.

A fotógrafa ambientalista Karen Mason flagrou uma imagem chocante em uma praia da Flórida, nos Estados Unidos. Na cena, um pássaro preto alimenta seu filhote com uma bituca de cigarro que havia sido deixada no chão. Ela avistou o momento na praia de St. Pete, próxima à Tampa, em junho, e também fotografou o filhote carregando o filtro de cigarro em seu bico. As bitucas, uma das categorias de lixo mais encontradas em praias pelo mundo, são facilmente confundidas com alimento pelos animais.

A Adidas anunciou o lançamento de um tênis feito a partir de materiais coletados do oceano. A iniciativa surgiu em 2017, a partir de uma parceria com a Parley for the Oceans, uma instituição voltada à conscientização, preservação e limpeza dos oceanos. No mesmo ano, o primeiro tênis produzido com o material foi fabricado. Em 2018, a marca alemã produziu cerca de 5 milhões de pares. Para 2019, a Adidas pretende fabricar 11 milhões de calçados. Estima-se que cada par usa o equivalente a onze garrafas pet retiradas dos mares. O modelo sustentável, que tem design inspirado nas ondas do mar, leva 95% de plástico retirado dos oceanos e 5% de poliéster reciclado em sua composição. A Parley for the Oceans, responsável pela retirada de plástico dos oceanos ao redor do mundo, transforma os resíduo em fios e, finalmente, torna-o um componente para o calçado. Alguns dos modelos já estão disponíveis no Brasil e custam entre R$ 500 e R$ 700.


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ALMOFADAS DO CORAÇÃO

Projeto ajuda mulheres que se submetem a cirurgia de retirada da mama A ideia é que o material esteja à disposição de cada paciente logo após a cirurgia MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

Almofadas se encaixam no lugar da mama que passou por cirurgia

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câncer de mama, especialmente após a cirurgia e retirada de linfonodos causa dor, edema e cansaço no braço. Lidar com a perda do seio é difícil e doloroso para muitas mulheres, que além de passar pela dor física passam ainda pela dor psicológica. Para minimizar a situação de pacientes que passaram por este procedimento, um grupo de voluntários em Maceió se juntou e passou a confeccionar e doar lindos corações de tecidos em formato de almofadas, que se encaixam perfeitamente no lugar da mama que precisou ser retirada por causa do câncer, trazendo alívio. A iniciativa faz parte do Projeto Almofadas do Coração criado nos Estados Unidos e divulgado por Janet Kramer Mai, especialista em câncer de mama, do Erlanger Breast Resource Center, em Chattanooga, Tennessee. O trabalho solidário se inspirou na ação mundial “Heart Pillow Project”, que começou nos Estados Unidos em 2002. Chegou ao Brasil em 2010, através de Ondina Almida Posiadlo, membro da Sociedade Feminina Missionária da Igreja de Deus no Brasil. Em 2015 a campanha tomou impulso com o Outubro Rosa e em poucos dias ganhou um grupo no Facebook, “Almofada de Coração – Outubro Rosa – 2015”. Em Maceió, o grupo do Projeto Mais Amor estendeu seu trabalho ao Projeto “Almofada do Coração”. Na verdade, a iniciativa na capital alagoana surgiu sem muita pretensão, tipo trabalho de formiguinha de pessoas com o desejo de doar

um pouco do seu tempo e do seu amor para as mulheres que estão se recuperando da cirurgia. Inclusive, houve época em que o grupo tinha grande estoque do material. Hoje, as almofadas vão sendo confeccionadas de acordo com a necessidade. Como não existe espaço físico de trabalho e o grupo é diversificado, com várias áreas de atuação, cada pessoa divulga a iniciativa por onde passa. Porém, o grupo está ainda nas redes sociais através do instagram. com/almofadasdocoraçãomaceio”. Vale ressaltar que em qualquer lugar do mundo as almofadas são confeccionadas para ajudar pacientes que se submeteram à mastectomia. Assim, o coração não é apenas uma peça decorativa. Ele tem utilidades terapêuticas e pode fazer uma diferença enorme para as pacientes. No entanto, a almofada possui medidas e peso adequados para ajudar no conforto da paciente após o processo cirúrgico. Ela foi desenhada para ser colocada embaixo do braço de forma a facilitar seu descanso,

aliviando a dor da incisão cirúrgica, reduzindo o inchaço linfático provocado pela cirurgia, diminuindo a tensão nos ombros, sustentando o braço da paciente até enquanto dorme, além de poder ser colocada embaixo do cinto de segurança do carro para proteger contra eventuais traumatismos. E desde 2002, quando Janet Kramer Mai, após ter passado por uma cirurgia de câncer de mama, sentiu a necessidade de colocar algo para apoiar o braço devido à dor e à dormência que ocorrem no pós-cirúrgico, muitas mulheres têm sido beneficiadas. Após várias tentativas para achar uma maneira de ficar mais confortável, Janet chegou ao formato da almofada do coração, que se encaixa perfeitamente à anatomia local. Verificando o conforto que a Almofada do Coração trouxe, decidiu que faria todo o possível para que cada paciente dela recebesse uma almofada após a cirurgia. Após o tratamento de Janet, sua amiga dinamarquesa Nancy Fries-Jensen também enfrentou o câncer

e aprovou o uso do acessório. E assim, a ideia foi espalhada por vários lugares como Nova Zelândia, Alemanha, Israel, Grécia, Jordânia, Espanha e Brasil. A “Almofada do Coração” é de fácil confecção e pode ser produzida em casa ou em grupo. Os benefícios para as mulheres que passam por cirurgias nos seios são inúmeros: alívio da dor, redução do inchaço, diminuição da tensão nos ombros e pode ser

utilizada debaixo do cinto de segurança do carro para proteger contra eventuais golpes. “É muito gratificante participar de um gesto tão simples, porém tão significante para quem doa quanto para quem recebe. É uma troca de amor, carinho e esperança. Qualquer pessoa pode fazer parte dessa iniciativa”, disse Thaline Barbosa que faz parte da equipe Maceió.

COMO FAZER A ALMOFADA Uma simples almofada em formato de coração pode ajudar as mulheres a terem mais conforto e a se sentirem mais acolhidas nessa fase complicada da vida. Nas redes sociais existem passo a passo de como confeccionar a almofada no modelo padrão. Mas qualquer pessoa pode ainda ajudar o projeto doando material ou seu tempo para a confecção, que pode ser feita em casa ou através do grupo Projeto Mais Amor, em Maceió. OUTRAS INFORMAÇÕES Assista a um vídeo explicativo onde você terá detalhes de como fazer a sua Almofada de Coração no endereço eletrônico https://www. youtube.com/watch?v=O-snNs20KWg Se estiver sem molde: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=927758467269729&set=o.1502167743439252&type=1&theater Outra opção de molde é régua de acrílico. Para solicitar a sua, acesse http://www.lojaodoartesanato.com.br/gabarito-almofada-de-co… Dicas de como fazer a almofada: https://www.facebook.com/ photo.php?fbid=10204541826979891&set=gm.1505580719764621&type=3&theater Assista a um PAP bem legal em https://youtu.be/ZKeCj7PBdrU.


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