Edição 1029

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1998 - 2019

ANO XX - Nº 1029 - 12 A 18 DE JULHO DE 2019 - R$ 4,00

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Veja as principais mudanças nas regras da aposentadoria

Estados e municípios foram excluídos do relatório do deputado Samuel Moreira, mas os governadores tentarão incluir as regras durante a discussão no Senado. 16 e 17

SANTORO É ACUSADO DE FRAUDAR SALÁRIO DOS FISCAIS DE RENDAS n Artifício para elevar vencimentos da categoria

também lesa a LRF e Receita Federal. 11

CPRM NEGA PEDIDO DA BRASKEM PARA FAZER NOVOS ESTUDOS SOBRE TREMORES NO PINHEIRO IMPROBIDADE

MP investiga gratificações pagas a servidores da educação de Atalaia Prefeito Chico Vigário terá que explicar discrepâncias dos percentuais para ocupantes do mesmo cargo. Há casos de gratificações superiores a 300%. 12 e 13

EX-PREFEITO DE MARECHAL É INVESTIGADO POR COMPRA DE TERRENO PERTENCENTE A VEREADOR

Cristiano Matheus ressarciu pai de Del Cavalcante após alegação de que prefeitura teria invadido área particular. Valor foi superfaturado. 5

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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Fundo do poço

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- A se confirmar a informação do jornalista Ricardo Mota de que o deputado federal Arthur Lira será o interlocutor do presidente Bolsonaro em Alagoas, chegamos, finalmente, ao fundo do poço. Moral e eticamente falando, visto que socialmente já atingimos o buraco sem fundo há décadas e dificilmente sairemos de lá. Muito menos com ajuda de um “taturana” já condenado, e que responde a outros processos na Operação Lava Jato.

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

MACEIÓ, ALAGOAS -12 A 18 DE JULHO DE 2019

- Tudo o que Alagoas não precisa é de um sentenciado como interlocutor para defender os interesses do Estado junto à União. E mais que isto, de um condenado da Justiça por participar do maior assaltos aos cofres da Assembleia Legislativa Estadual de que se tem notícia na história deste estado. Mas afinal, o que está ruim sempre pode piorar.

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- Se o presidente Jair Bolsonaro quer atingir o governador Renan Filho e o senador Renan Calheiros, por lhe fazerem oposição, que o faça, mas sem submeter os alagoanos à humilhação de ter como interlocutor um chefete do Centrão, comandante da vanguarda do atraso.

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- Depois da quebradeira do setor açucareiro que dizimou milhares de empregos diretos e indiretos e da tragédia da Braskem e suas consequências nefastas para 40 mil famílias dos três bairros que estão afundando, Alagoas não aguenta mais um baque moral imposto a todos como punição política.

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- Afinal, Arthur Lira, como parlamentar, já faz muito mal ao Estado por sua atuação contra os interesses do Erário e do próprio povo. Tê-lo como interlocutor é sacrificar ainda mais a população em nome de mesquinhos interesses políticos de quem nunca se preocupou com os reais problemas do Estado.

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- Sua escolha como interlocutor do presidente Bolsonaro também representa uma desfeita contra a bancada alagoana na Câmara e no Senado e um golpe contra os interesses de Alagoas junto ao Governo Federal.

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- Por fim, o condenado Arthur Lira e seu grupelho só têm compromissos com o patrimonialismo, o enriquecimento sem causa e o poder a qualquer custo. E pensar que Alagoas já havia passado por todas as desgraças possíveis!

Capitanias

Todo mundo sabe que as prefeituras da região Sul de Alagoas são dominadas pela família Beltrão como se fossem propriedades privadas. Estabelecido há décadas, o regime feudal proíbe que o poder seja exercido por quem não seja membro do clã, impedindo assim qualquer resquício de democracia na região. A captura do poder por uma única família é tão escandalosa que levou o bispo de Penedo, dom Valério Breda, a condenar publicamente a imoralidade e pedir aos eleitores desses municípios que se rebelem contra essas capitanias. “O Baixo São Francisco é uma capitania hereditária, impedindo que a democracia aconteça na região”, disse o religioso, revelando-se indignado com tal situação.

Agiotagem

Após perderem o crédito bancário, algumas usinas tidas como sólidas estão operando com factoring e outros meios não convencionais de empréstimo, popularmente conhecidos como agiotas. Outras, nem isto conseguem mais e usam a recuperação judicial como forma de adiarem a inevitável falência. É o fim de um ciclo econômico que dominou o estado por mais de um século e agora vive seus estertores.

Arapuca

O PDT do famigerado Carlos Lupi está apostando todas as suas fichas em Ronaldo Lessa e Kátia Born para conquistar a Prefeitura de Maceió. Esqueceu que esses pseudos socialistas não têm mais votos em Alagoas e, politicamente, estão mortos, assim como o próprio Lupi, que se apoderou do espólio político de Brizola para transformar o PDT em arapuca para pegar dinheiro público.

Quase parando

Só agora, 500 anos depois, o Ministério Público Federal descobriu que no Brasil há senadores e deputados federais donos de emissoras de rádio e televisão, o que é proibido pela Constituição.

Missão impossível

Ao nomear o perito Cláudio Amaral como avaliador oficial dos imóveis do Pinheiro, Mutange e Bebedouro - para fins de indenização - o presidente do TJ, Tutmés Airan, comprou uma boa briga com os demais 50 avaliadores de imóveis de Alagoas. Lembram que o Crea, o MP e a Defensoria Pública, envolvidos no processo do Pinheiro, não foram consultados. Eles alegam ser impossível para um único perito avaliar mais de 10 mil imóveis em um prazo mínimo, como exigem as cir-cunstâncias do caso. “Levará, no mínimo, 5 anos para fazer o trabalho”, alertam. E mais grave: Cláudio Amaral não é credenciado junto ao Poder Judiciário e já foi punido pela Caixa com 6 meses de suspensão por fazer avaliações fajutas.

Legítima defesa

Ao retirarem a prisão em 2ª instância do Pacote Anticorrupção os deputados agiram em causa própria. Afinal, mais de 50 membros da Câmara Federal têm contas a prestar à Justiça por envolvimento em atos de corrupção e ladroagem. Não é mesmo, deputado Arthur Lira?

Má notícia

Sócia da Odebrecht na Braskem, a Petrobras decidiu cair fora do negócio o mais rápido possível. “A Braskem é um investimento financeiro que não faz sentido”, disse Roberto Castello Branco, presidente da petroleira. A saída da Petrobras só complica ainda mais a situação dos 40 mil moradores do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, que alimentam a ideia de também responsabilizar a sócia da Braskem nos estragos causados em Maceió pela mineradora.

Manobra

A disputa pela Prefeitura de Maceió vai mexer com vários interesses políticos, sobretudo dos tucanos, que não querem perder o comando da Capital. O PSDB não faz segredo para ninguém de que pretende unir forças para eleger o deputado federal JHC, com ou sem o apoio do prefeito Rui Palmeira, e assim abrir vaga para Pedro Vilela voltar à Câmara Federal.


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Guedes, o vendilhão Cascais, Portugal - A Reforma da Previdência não deve apresentar resultados positivos a médio e a longo prazo. Até lá, o governo precisa tirar da cartola um projeto que tire o país da estagnação econômica para gerar mais emprego e acelerar o crescimento do país. Só assim, os quase 14 milhões de desempregados teriam uma oportunidade para sair da marginalidade causada pela falta de trabalho. O ministro da Fazenda, Paulo Guedes, está organizando um grupo de trabalho para tentar reativar a economia e enxugar a máquina administrativa. Já disse que com a venda de empresas estatais avalia fazer um caixa de 1 trilhão de reais. Escolher as empresas que serão negociadas está a cargo do secretário especial das privatizações, Salim Mattar, um executivo que deixou a Localiza para fazer parte da equipe de Guedes. Os critérios para a venda dessas empresas, muitas ociosas e devoradoras do dinheiro público, ainda são desconhecidos. Sabe-se apenas que o grupo escolhido por Guedes trabalha para apresentar um plano de trabalho de desestatização. O que ainda não ficou claro é quais seriam as empresas públicas que entrariam nessa lista e o critério de venda de cada uma delas.

Pretexto

O pretexto usado pela equipe de Guedes é o de que a Petrobras, a mais cobiçada pelo capital estrangeiro, foi alvo de um ataque predatório dos petistas que deixaram a empresa pré-falimentar diante de tanta corrupção praticada pelos seus principais diretores, muitos deles presos e obrigados a devolver milhões de reais aos cofres público.

No chão

A ação da Petrobras, no auge da crise, chegou a valer mísero 1 dólar quando ela foi ao fundo do poço. Hoje, em recuperação, começa a dar lucros com o saneamento das suas finanças. Mostra, portanto, o seu vigor financeiro como uma das principais empresas petrolíferas do mundo, equivalente as maiores do mercado.

O Congresso Nacional bem que poderia criar uma comissão para analisar como devem ocorrer as privatizações para preservar as estatais que são importantes pela condição de geração de riqueza para o país. Uma delas, por exemplo, é a Petrobras tão dilapidada pelos petistas que usaram a empresa para fazer caixa para seus políticos. Alguns auxiliares de Guedes defendem a privatização da empresa, a galinha dos ovos de ouro, já que ela detém uma das maiores reservas de petróleo do mundo como o pré-sal. Guedes já insinuou que a Petrobras pode entrar no leilão, mas descartou a ideia depois da reação dos parlamentares que defendem a empresa alegando segurança nacional. Mas a turma dos liberais guedianos querem fazer caixa. Para isso pode se tornar os vendilhões da república pulverizando no mercado das privatizações empresas públicas rentáveis e saudáveis para atrair o mercado de compradores. Depois da Reforma da Previdência, a meta de Guedes é essa: vender empresas estatais a todo custo. Ele acha que com isso a máquina estatal estaria enxuta e os empregos viriam em consequência disso. Este, na verdade, é o caminho mais fácil para quem não tem outra alternativa para colocar a economia no trilho do desenvolvimento: privatizar o país.

De olho

O brasileiro precisa ficar de olho para o projeto de privatização desse governo, pois pode ser enganado pelos “bons” propósitos de quem anuncia um enxugamento na máquina estatal envolvendo em um único pacote empresas que são a joia da coroa.

Estratégia

Atribuição

Guedes atribuiu aos seus secretários a missão de propor um novo projeto para o país. Quer, na verdade, impulsionar o crescimento para gerar emprego, pois sabe que apenas a Reforma da Previdência não vai tirar o país da inércia econômica a curto prazo.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Coordenador

O programa de desestatização está sendo coordenado pelo secretário-executivo do ministério da Fazenda, Marcelo Guaranys, que vai compilar o PPA (Plano Plurianual) com o novo pacote das privatizações. A equipe não deve esperar por resultados imediatos com a aprovação da nova previdência social. Quer se antecipar a possíveis problemas que venham destroçar mais ainda a economia que continua acanhada, sem apresentar resultados positivo há vários anos já sob o comando do PT.

Análise

Já disse – e repito aqui – a Petrobras, detentora de uma das maiores reservas de petróleo, é patrimônio do país. Além disso deve ser preservada como uma empresa estratégica de segurança nacional, pois nenhum país do mundo abre mão dos seus ativos energéticos e os deixam nas mãos de estrangeiros.

Todos os secretários da área econômica têm em mente que o Brasil precisa ser gerido como uma empresa privada. Assim estudam e analisam os projetos que farão parte de um pacote que será apresentado ao capitão tão logo a Reforma da Previdência seja aprovada. Guedes e seus auxiliares têm consciência de que precisam apresentar projetos de geração de emprego para diminuir o índice de desempregados no país.

O pacote

Fôlego

O pacote que o Guedes está preparando vai ser “vendido” ao público como o de um país que precisa se modernizar para concorrer no mercado internacional. Para isso, será imperativo fazer o desmanche da máquina pública.

JORGE OLIVEIRA

Sérgio Moro foi aconselhado a tirar uma semana de licença para sair da mira da mídia. Aos amigos confessou o estresse diário com os diálogos que continuam a ser divulgados pelo Intercept Brasil que comprometem sua imparcialidade nas sentenças da Lava Jato.

Constrangimento

O técnico Tite ficou visivelmente constrangido ao receber do capitão a medalha de campeão da Copa América. Cenas como essas só aconteciam na ditadura militar, quando os generais de plantão queriam se popularizar por meio do futebol. Um vexame.


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Crise forjada

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suposta crise criada pelo senador Renan Calheiros com o prefeito Rui Palmeira e que terminou viralizando nas redes sociais, parece ter tido um único objetivo: adiar um encontro dos dois governantes onde se discutiria a situação crítica dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. É pena que interesses políticos mesquinhos em jogo venham a contribuir para o mal-estar das pessoas, quan-

Ingratidão

O sentimento do próprio Ronaldo Lessa e de seus amigos com relação ao governador Renan Filho, é de ingratidão. Pronto para disputar uma vaga de senador nas eleições passadas, Lessa foi cooptado a abandonar o projeto com promessas de espaços generosos no governo. Deu no que deu. Ronaldo foi fritado durante sua permanência na Secretaria de Agricultura e agora rompe a aliança que todos sabiam que não ia dar certo.

Contradição

Enquanto Ronaldo Lessa deixa a Secretaria de Agricultura desprestigiado pelo governador Renan Filho, o genro do seu irmão e colocado por ele, Rafael Brito, mesmo filiado ao PDT, mantem-se encastelado na Secretaria de Turismo e Desenvolvimento.

Apostando

O secretário Rafael Brito anda confidenciando aos amigos mais íntimos que é candidato a deputado estadual nas próximas eleições com o apoio do governador Renan Filho. Precisa consolidar essa perspectiva para não passar pelo que passou o ex-secretário da Saúde, Christian Teixeira, na época o auxiliar mais forte do governo.

Sai da frente

Trabalhando para apresentar um candidato a prefeito de Maceió nas próximas eleições, o grupo do Palácio dos Martírios estabeleceu uma política de afastar quem possa atrapalhar seus projetos políticos. Colocou Cícero Almeida para escanteio, isolou Ronaldo Lessa e monitora o mercado para definir quem disputará a sucessão de Rui Palmeira.

do deveria ocorrer exatamente o contrário. Adiar uma conversa cujo objetivo maior seria encontrar soluções para uma população aflita, é o mesmo que condenar os moradores da região ao desespero. O ataque feito pelo senador Renan ao prefeito Rui Palmeira, tempos atrás, somente fez aumentar o fosso político entre seu filho e o prefeito de Maceió, conduta reprovável quando está em jogo o destino de milhares de famílias.

GABRIEL MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.br

Fim de carreira

Assim como Cícero Almeida, Ronaldo Lessa é considerado nos bastidores do Palácio República dos Palmares como um político em extinção. Ninguém acredita que Lessa, desgastado e sem mandato, possa incomodar Renan pai e Renan Filho. O tempo é que dirá se eles estão ou não com a razão.

Arrependido

O governador Renan Filho parece ter se arrependido rapidamente depois que fritou o então secretário de Agricultura, Ronaldo Lessa. Preocupado com as eleições municipais na capital e de olho em 2022, Renan admite voltar a conversar com o ex-secretário que tem bom desempenho eleitoral em Maceió.

Mais, não

Amigos de Ronaldo Lessa acreditam que ele não voltará mais para o ninho do Palácio dos Martírios. Ao passar por constrangimentos no governo, Lessa ainda não quer saber de alianças políticas com Renan Filho, mas, como em política tudo pode acontecer, é esperar pra ver.

Cuidando da vida

O ex-secretário de Saúde, Christian Teixeira, tem cuidado de seus negócios particulares desde que saiu do governo. Para ele, o dever foi cumprido quando passou pelas secretarias de Planejamento e Saúde. Depois de pedir exoneração do cargo, Christian tem se dedicado à advocacia e prestado serviços no eixo Rio-São Paulo-Brasília.

Péssimo serviço

Improdutivas

Algumas secretarias de Estado funcionam somente no papel. Recursos, só o necessário para manter a estrutura administrativa. Isso aconteceu com a Agricultura, que foi comandada por Ronaldo Lessa e outras, de acordo com conversas de bastidores no Palácio República dos Palmares, absolutamente dispensáveis. Segurança, Infraestrutura e Fazenda são as meninas dos olhos do governador Renan Filho.

Pressão na Assembleia

Se depender de alguns deputados na Assembleia Legislativa, a privatização da Casal são favas contadas. Deficitária e com insuperáveis problemas técnicos, a empresa navega em dívidas e numa péssima prestação de serviços na capital e no interior.

Indo mal

A Equatorial, que comanda o sistema elétrico de Alagoas, parece ir no mesmo caminho. Os cortes constantes de energia têm complicado a vida dos usuários, principalmente na região norte e na zona da mata.

Ninguém sabe por que a ANS – Agência Nacional de Saúde, não volta os olhos para os planos em Alagoas. A Unimed, por exemplo, tem prestado um péssimo atendimento aos seus usuários que passam horas no telefone à espera que alguém se disponha a atender. O atendimento prestado pelo 82-4020-4949 é uma miséria, o serviço é precário e as autorizações para exames passam por uma burocracia exagerada como se a Unimed não confiasse nos seus cooperados. Quem se habilitar a fazer um plano de saúde, é bom saber dessas informações.

Frustração

Os médicos, enfermeiros e pessoal de apoio do Hospital Geral do Estado e da Maternidade Santa Mônica perderam as esperanças de prestar um atendimento digno às pessoas que por lá necessitam dos seus trabalhos profissionais. Falta tudo nas duas unidades médicas. Do mais simples medicamento aos equipamentos necessários para salvar vidas.

Só em Alagoas

O governo do Estado convocou uma coletiva de imprensa para comemorar o assassinato de “somente” 177 pessoas no primeiro semestre de 2019. Aproveitou para fazer uma comparação e bater no sistema de segurança do então governador Téo Vilela.

Reação

Os moradores do bairro do Mutange que tiveram suas casas condenadas não querem, por hipótese alguma, serem transferidos para unidades do Minha Casa, Minha Vida. Acham essas casas pequenas, desconfortáveis e longe de escolas, supermercados e outros serviços.


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ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Pai de vereador invade próprio terreno e ganha indenização da Prefeitura Esquema teria sido endossado pelo ex-prefeito Cristiano Matheus JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ex-prefeito de Marechal Deodoro Cristiano Matheus (MDB) está sendo acusado em mais um esquema de corrupção que teria causado prejuízo os cofres da cidade. A transação ilícita da vez envolve a família do vereador Deodoro Hildebrando Tenório de Albuquerque Neto, mais conhecido como Del Cavalcante (MDB), aliado político de Matheus. A denúncia de enriquecimento ilícito em ação protocolada na Justiça estadual é assinada pela promotora de Justiça Maria Aparecida de Gouveia Carnaúba. Além do ex-prefeito e do parlamentar, os supostos crimes envolveriam Fernando José Soares Cavalcante (pai do vereador), Ledice Tenório Cavalcante (mãe), Gisela Maria Tenório Cavalcante (irmã) e Anderson Wilker Torres Santos (ex-secretário municipal). Segundo inquérito de número 08.2019.00036582-6, Fernando José Soares Cavalcante requereu da Prefeitura de Marechal indenização alegando que uma parte do imóvel de sua propriedade teria sido objeto de imissão de posse pelo Município para construção de quadra poliesportiva sem seu conhecimento e permissão. Para comprovar a irregularidade, anexou três Laudos de Avaliação do imóvel atribuindo os seguintes valores à área sobre a qual se pleiteava indenização:

Cristiano Matheus ao lado do ex-secretário Fernando Cavalcante e do vereador Del Cavalcante R$ 393.750, R$ 395.000 e R$ 375.000. No entanto, o Laudo de Avaliação, conforme diz o Ministério Público de Alago-

COMPRA E VENDA Em outubro de 2016 foi lavrada Escritura de Compra e Venda da área total do imóvel, ou seja, 7.204,62m², onde constam como vendedores o ex-secretário Fernando José Soares Cavalcante e sua esposa Gisela Maia Torres Tenório Cavalcante, e como compradores, os filhos do casal, Ledice Tenório Cavalcante e Hidelbrando Tenório De Albuquerque Neto

as (MP-AL), foi assinado pelo engenheiro civil, sanitarista e ambiental, à época vinculado à Secretaria Municipal de Infraestrutura, Anderson Wilker Torres Santos, o qual avaliou a área no valor de R$ 363.303. “Fora celebrado acordo extrajudicial, firmado por Fernando José Soares Cavalcante e Cristiano Matheus, no qual ficou estipulada a importância de R$ 350.000 para liquidar pendência de pagamento de expropriação do imóvel utilizado pelo município, em 22 de junho de 2015, sendo pago da seguinte forma: seis parcelas, sendo a primeira no valor de R$ 100.000 e as demais na importância de R$ 50.000 cada, todas por transferência bancária para conta corrente em nome de Fernando José Soares Cavalcante”, destacou a promotora.

No entanto, em certidão extraída do Boletim de Cadastro Imobiliário de Marechal Deodoro consta como valor da área expropriada R$ 17.580, valor inferior ao acordado pelo ex-prefeito. Vale salientar que Fernando José Soares Cavalcante ocupou cargos na gestão de Cristiano Matheus como secretário Municipal de Infraestrutura, secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano e coordenador do Setor de Tributos. “Observa-se, ainda que, em seu requerimento que deu início ao processo administrativo, Fernando José Soares Cavalcante afirma que ‘o Município de Marechal Deodoro, em meados de 2011, inadvertidamente, passou a usar como sua uma área de 1.500m²’, quando, na época mencionada pelo próprio requerente daquele procedimento

administrativo, este era secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, desta forma, não sendo crível que não tinha conhecimento da construção da Quadra Poliesportiva no referido terreno”, enfatizou a promotora. O mais estranho, é que segundo o MP, Fernando José Soares Cavalcante e família residem na mesma rua do imóvel em questão. “Em outras palavras, o próprio requerente Fernando José Soares Cavalcante atuou como ‘invasor’, pois participava da gestão municipal e ‘invadido’, pois era o proprietário da área em discussão, e ainda pleiteou e conseguiu indenização superestimada paga com recursos públicos pelo então prefeito Cristiano Matheus”, pontuou a denúncia. Já em outubro de 2016 foi lavrada Escritura de Compra e Venda da área total do imóvel, ou seja, 7.204,62m², onde constam como vendedores o ex-secretário Fernando José Soares Cavalcante e sua esposa Gisela Maia Torres Tenório Cavalcante, e como compradores, os filhos do casal, Ledice Tenório Cavalcante e Hidelbrando Tenório De Albuquerque Neto, vereador do município. A transação imobiliária, a qual tratou da área total do imóvel, constou o valor de R$ 114.272,32, sendo, inclusive, pagos emolumentos e recolhido imposto de transmissão. Para a promotora Maria Aparecida de Gouveia Carnaúba está evidente que Cristiano Matheus empregou dinheiro público em terreno de secretário de sua gestão, sem o devido respeito à legislação tocante à desapropriação, em 2011, vindo a beneficiar o aliado político. A denúncia tramita no MP-AL desde o dia 27 de maio.


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Funcionários e alunos deverão escolher entre a atual reitora Valéria Correia, o socialista Josealdo Tonholo ou o bolsonarista Alexandre Toledo

UFAL

Eleições ameaçam parar na Justiça Candidato bolsonarista ataca tradição na escolha de reitor; primeira consulta será em agosto ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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escolha para reitor na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) promete ser uma das mais eletrizantes na história da universidade fundada em 25 de janeiro de 1961. A consulta pública - primeira etapa desta votação - será em agosto. No mês de outubro, os três nomes mais votados pela comunidade acadêmica serão submetidos ao Conse-

lho Universitário (Consuni), que encaminha a lista tríplice a Brasília. É o presidente da República quem decidirá o próximo reitor. E termina nesta sexta a inscrição das chapas para a primeira etapa nesta disputa. Essa jovem de 58 anos concentra não somente muito poder mas também o terceiro maior orçamento do estado: R$ 849,2 milhões, segundo números de 2018. O comando deste dinheiro está sob disputa de três

candidatos e vários partidos políticos, desde a esquerda a quem quer arrancar os comunistas do campus. E a batalha ideológica carrega a mesma tensão do cenário da guerra fria: a atual reitora, Valéria Correia, disputa a reeleição com apoio do PCB e PSOL; Josealdo Tonholo é ligado à secretária municipal de Educação de Maceió, a ex-reitora Ana Dayse Dórea e; Alexandre Toledo, candidato do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, e

do Movimento Brasil Livre (MBL). As chapas de Valéria e Tonholo, além de setores de Associação dos Docentes de Alagoas (Adufal) e do Sindicato dos Trabalhadores da Ufal, temem o candidato Alexandre Toledo. Alinhado a Bolsonaro, ele poderia abrir um movimento de caça às ideias de esquerda, gerando tensão e até mesmo casos de violência no campus. Alexandre Toledo reconhece seu alinhamento a Bolsonaro, fala em seguir as leis e promete gestão com diálogo (mais logo abaixo). Recentemente, foi acusado de racismo. A Corregedoria da Ufal apura o caso. A chapa de Tonholo duvida que Valéria Correia conseguirá apoio dos professores. Ela é responsabilizada pelos cortes, determinados pelo Tribunal de Contas da União, na folha de salários

da universidade. Nota pública de 1 de julho, da assessoria de comunicação da universidade, explica que o tribunal iniciou, antes da gestão da atual reitora, procedimento para averiguar possíveis irregularidades na folha de pagamento da Ufal. Só que na gestão anterior à de Valéria (Eurico Lobo, que apoia Tonholo) “a Universidade Federal de Alagoas respondeu ao Tribunal de Contas inadequadamente, deixando margem para que, em 2016, já no mandato da professora Valéria Correia, o próprio TCU realizasse auditoria, identificando servidores que percebiam as rubricas”. Por causa disso, a Adufal pediu a prisão da reitora em março. Após a repercussão negativa nas redes sociais, a associação recuou.


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Lista tríplice corre risco de rejeição por Bolsonaro Toda essa movimentação eleitoral acontece em meio a um fogo cruzado, que começou com Jair Bolsonaro. Ele anunciou em abril que pretendia reduzir recursos que mantêm cursos de Filosofia e Sociologia nas universidades públicas. Depois, cortou verbas de custeio das universidades. Em meio a isso, o Ministério da Educação listava universidades que ensinavam “balbúrdia” aos alunos, além de espalhar a ideia de que universitários são envolvidos em tráfico de drogas nos campi. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (Andes) enxerga neste cenário um ainda pior: uma nota técnica publicada em

17 de dezembro do ano passado, sob Michel Temer, turbinou o MEC, diz o sindicato, a mexer na autonomia das universidades. O presidente usa esta nota para alterar as regras de escolha do futuro reitor. “Mas, nos últimos 30 anos, o conselho

TERREMOTO Vinte e um anos depois da confusão nacional, Alexandre Toledo pode gerar um terremoto com consequências em todas eleições a reitor nas universidades federais

tem respeitado o resultado da consulta organizada pelas entidades. A gente espera que agora aconteça a mesma coisa, mas o contexto é outro, devido à situação política que a gente vive”, disse recentemente o presidente da Adufal, Jailton Souza, em entrevista ao portal Gazetaweb. Alexandre Toledo anunciou que pretende rever a tradição na escolha do reitor da Ufal. E isso ganha repercussão porque Bolsonaro não escolheu sequer os nomes que estavam na lista tríplice em três universidades pelo país. No conselho universitário, existe uma tradição: o candidato mais votado na consulta pública constará nesta lista. Os outros dois abrem mão deles mesmos

na lista e indicam nomes de pouca expressão em seus grupos para estimular o presidente da República a escolher o mais votado. É assim porque em 1998 o então presidente Fernando Henrique Cardoso escolheu o segundo mais votado na lista de candidatos para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O fato gerou uma confusão com o PFL (hoje DEM), a ponto de César Maia, prefeito do Rio e chefe da legenda, condicionar o apoio do partido na disputa presidencial de FHC à reeleição se ele “desnomeasse” o segundo mais votado na universidade. Vinte e um anos depois da confusão nacional, Alexandre Toledo pode gerar um terremoto com conse-

quências em todas eleições a reitor nas universidades federais. Os holofotes, agora, estarão em cima dele até outubro, quando o conselho encaminha a lista tríplice a Brasília. “Por que insistir no erro?”, pergunta Toledo. Acusado de racismo, Alexandre Toledo fez uma conta no Instagram para monitorar o assunto. Dois ex-alunos, segundo ele, foram obrigados a retirar conteúdos contra ele do ar, sob pena de processo. Ele foi denunciado à Corregedoria da universidade e aguarda ser notificado. “Foi uma armação do grupo Afronte, ligado ao PSOL. O aluno com o apoio da reitora entrou na Corregedoria contra mim. Estou aguardando ser notificado”.


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BAIRROS AFUNDANDO

Serviço Geológico descarta refazer estudos sobre tremores

Braskem solicitou novo levantamento no Pinheiro, Mutange e Bebedouro JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Serviço Geológico do Brasil (CPRM) está convicto em afirmar que a instabilidade do solo dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, em Maceió, foi causada pela extração de sal-gema realizada pela petroquímica Braskem. Foram disponibilizadas ao público na quarta-feira, 11, as respostas do órgão aos questionamentos da empresa do Grupo Odebrecht durante audiência com o Ministério Público Federal realizada no dia 3 de junho na capital alagoana. Em certo momento, a Braskem sugeriu que a CPRM precisaria rever os mapas e recomendações resultados dos estudos divulgados pela companhia. Como resposta, a petroquímica ouviu um “não”. “O estudo da CPRM é definitivo quanto à causa-gatilho do fenômeno que ocorre nos bairros. É importante lembrar que foram levantadas nove causas a serem investigadas quando a sua possibilidade de representarem a causa-gatilho do fenômeno observado inicialmente no Pinheiro. Elas foram reunidas em quatro grupos. Dezenas de profissionais debruçaram-se na investigação de cada uma delas para avaliar a possibilidade que tinham de representar a causagatilho. Concluíram todos que os estudos apontam apenas a desestabilização das cavidades da extração de sal-gema como causa-gatilho”, explicou o Serviço Geológico do Brasil. A CPRM também foi questionada se considerou, em seus

estudos, o impacto do lineamento BR 01, uma falha na placa tectônica que corta a bacia sedimentar de Alagoas, passando pela mineração, na interpretação dos abalos ocorridos na bacia sedimentar. Segundo o órgão federal, o fato foi levado em consideração. “Porém a hipótese foi descartada ao ver-se o padrão dos sismos localizados sobre a projeção das cavernas em superfície, na zona rúptil e na zona coincidente com uma projeção da interferometria na lagoa. Em adição, as assinaturas obtidas não são condizentes com o lineamento BR 01”, argumentou. Em outro momento, a Braskem levantou a questão sobre as ondas identificadas no abalo do dia 3 de março do ano passado que poderiam ter sido provenientes de um sismo tectônico superficial, o que seria o comum no Brasil. A resposta do Serviço Geológico do Brasil também foi negativa: “A maioria dos eventos no Brasil são de origem tectônica e superficiais, no entanto, o evento citado produziu uma assinatura com as amplitudes muito menores do que as das ondas de superfície em várias estações da Rede Sismográfica Brasileira”. A petroquímica também quis saber como foram identificados rejeitos de falha com aproximadamente 200m nas chamadas falhas do Mutange uma vez que o Serviço Geológico do Brasil usou somente os métodos indiretos (Audiomagnetotelúrico e Gravimetria) de pesquisa. “O emprego de métodos indiretos é um procedimento co-

Resultado da interferometria mostrando a posição das minas de sal (círculos brancos) e de microterremotos (circulo cheio roxo)

IMPACTO A CPRM também foi questionada se considerou, em seus estudos, o impacto do lineamento BR 01, uma falha na placa tectônica que corta a bacia sedimentar de Alagoas, passando pela mineração, na interpretação dos abalos ocorridos na bacia sedimentar.

mum utilizado pelos cientistas para acessar informações que não estão disponíveis pelos métodos diretos. Por exemplo, a maioria das estruturas tectônicas da Bacia Sergipe-Alagoas foi identificada por meio de métodos geofísicos. Estes dois métodos permitiram acessar duas propriedades petrofísicas importantes das rochas que são, respectivamente, a densidade e a resistividade elétrica. Outro aspecto que favorece a existên-

cia de falhas na região da mineração são as deformações sofridas pelas tubulações de acesso às minas de sal. As deformações foram encontradas em três diferentes níveis de profundidade”, exemplificou a CPRM. O relatório completo das respostas do Serviço Geológicoaos questionamentos da mineradora pode ser acessado no endereço eletrônico: http:// rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/ doc/21212.


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Sergipe oferece incentivos à mineradora

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governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, se reuniu na quarta-feira, 10, com representantes da Braskem, para discutir a transferência da mineradora para o estado. A iniciativa partiu do próprio governador, que destacou a oferta de incentivos fiscais e a disponibilidade de matéria-prima. Entre os participantes no encontro a portas fechadas estavam o vice-presidente da Braskem, Roberto Bischoff, o diretor de energia da companhia, Gustavo Checcucci, e o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sedetec), José Augusto de Carvalho. Em seu perfil no Face-

book, Chagas registrou o encontro: “Recebi a visita do vice-presidente da Braskem, Roberto Bischoff, e do diretor de energia da companhia, Gustavo Checcucci, para uma conversa sobre as oportunidades que se abrem em nosso estado. A Braskem é a maior empresa no setor petroquímico das Américas, com 41 unidades industriais em todo o mundo, exportação para clientes em quase 100 países e uma receita líquida de vendas de R$ 58 bilhões. Mais uma grande empresa que busca conhecer essas oportunidades presentes em nosso estado, que são motivadas pela nova fronteira de desenvolvimento que o gás está trazendo para Sergipe”.

Governador de Sergipe, Belivaldo, em reunião com representantes da Braskem

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Os vereadores Ana Hora, José Márcio e Chico Filho pediram a limpeza de vias públicas

EM RECESSO

Desempenho de vereadores de Maceió é tímido Maioria das ações são requerimentos para pavimentação de ruas MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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papel do vereador representar os cidadãos do Município, acompanhando o dia a dia das comunidades e conhecendo de perto suas necessidades. Cabe a ele legislar sobre assuntos de interesse local, através de projetos de Lei, projetos de Decreto Legislativo, projetos de Resolução e emendas. Porém, a atuação dos 21 vereadores de Maceió ainda é tímida e a maioria das ações dos parla-

mentares divulgadas no site da Câmara Municipal é de requerimentos para pavimentação de ruas, implantação de faixa de pedestre e limpeza pública. A atual legislatura teve início em 15 de fevereiro e na primeira sessão do ano os vereadores discutiram sobre as demandas dos bairros e questões orçamentárias anuais. Já na última sessão ordinária do semestre, antes do recesso, que teve início no dia 1° de julho e se estende até o dia 31 de julho, os vereadores deliberaram e aprovaram diversos requerimentos e indicações que visam a melhoria da infraestrutura da capital alagoana. Embora existam o site e portal da transparência da Câmara Municipal, para saber qual projeto de Lei seu vereador propôs só mesmo perguntando para ele ou assistindo a

todas as sessões. É que nestes endereços eletrônicos não aparece nada relacionado ao tema. Na verdade aparece que “nenhum projeto de lei encontrado”. Apenas o item requerimento e indicação está por lá. De acordo com as informações do site da Câmara, a sessão do dia 28 de fevereiro aconteceu na Paróquia Menino Jesus de Praga, no bairro do Pinheiro, e moradores ocuparam a Tribuna para falar do drama vivido por eles e pedir a sensibilização dos parlamentares. Na do dia 20 do mesmo mês, o destaque foi para o projeto de lei de autoria do vereador Antônio Holanda que concedeu o título de cidadã honorária de Maceió a Renata Pereira Pires Calheiros, primeira dama do Estado. Na do dia 27 de fevereiro não houve oradores inscritos e nem pauta a ser deliberada. Teve ainda o caso da sessão ordinária do dia 24 de abril em que dos 21 vereadores da Câmara de Maceió, houve apenas sete presenças e 14 ausências. Outra sessão que deu ao que falar foi quando a vereadora Silvania Barbosa reclamou do tratamento que a Casa de Mário Guimaraes recebeu em relação à proposta de liberação de bebida alcoólica nos estádios. Para ela, nesse caso, a “Câmara brinca de fazer projetos e a Assembleia Legislativa reali-

za”. E disse mais: “Fica claro que no dito popular essa Casa não tem poder e nem moral de nada. Parece que somos tratados como um mini parlamento. O pau que deu no Chico não deu no Francisco. São dois pesos e duas medidas”, reclamou ao afirmar que a Câmara aprova sim projetos, inclusive grandes projetos. A vereadora Ana Hora (PSD) requereu disponibilização de agentes de limpeza ao longo da orla lagunar, bem como a drenagem em rua do bairro da Ponta Grossa. Entre outros pedidos, requereu ainda a instalação de banheiros químicos na orla marítima. O vereador Lobão (PR) requereu implantação de faixa de pedestre na Avenida Siqueira Campos, instalação de painéis ou placas fotovoltaicas em todos órgãos municipais e realização de operação tapa-buracos na Rua das Árvores, no Centro. Antônio Holanda (MDB) propôs limpeza e esgotamento de um bueiro na Rua São Francisco no bairro Ouro Preto e pavimentação da Rua São Felix no bairro do Vergel. A vereadora Aparecida Augusta (DEM) requereu a realização de saneamento e pavimentação na Rua Coronel Floriano Pimentel no Tabuleiro do Martins e solicitou a reforma da praça do Conjunto Denisson Menezes. Beto da Farmácia (Pros) requereu a construção do terminal de ônibus no Clima Bom e colocação de quebra-mola no Conjunto José Peixoto. Davi Davino requereu revitalização e urbanização da Praça Otacílio Holanda no bairro do Tabuleiro dos Martins e revitalização e urbanização na Avenida Menino Marcelo, na Serraria. Chico Filho (Progressista) requereu audiência pública para debater sobre o processo de trabalho dos agentes de saúde e sugeriu limpeza e capinação no Conjunto Royal. Francisco Salles (Progressista) sugeriu limpeza e capinação no Eustáquio Gomes e que audiência para debater o processo de trabalho dos agentes de saúde. Galba Netto pediu calçamento em ruas do bairro

da Santa Lúcia e abertura de posto policial no bairro Santos Dumont. IB Breda solicitou implantação de iluminação pública no bairro de Cruz das Almas e instalação de faixa de pedestre próximo ao cais do Porto. José Márcio Filho (PSDB) requereu drenagem e pavimentação em todas as ruas do Rio Novo e sessão solene em homenagem aos 371 anos do Exército Brasileiro. Kelmann Vieira sugeriu a adoção de providências urgentes visando a colocação de faixa de pedestre na rua Durval Guimarães na Ponta Verde e sessão solene em homenagem aos 371 anos do Exército Brasileiro. Luciano Marinho requereu a concessão da Comenda Pastor José Antônio ao senhor Edmilson Teixeira e outros. Ronaldo Luz requereu instalação e manutenção de refletores no campo da Braskem e pavimentação em rua da Santa Lúcia. Samyr Malta (PTC) requereu revitalização em praça do Jacintinho e reforma da quadra poliesportiva e parque infantil do bairro. Siderlane Mendonça (PEN) pediu construção de praça no loteamento e poda das árvores no Benedito Bentes e portaria que trata do programa de segurança nas escolas públicas de Maceió. Silvânia Barbosa (PRTB) requereu limpeza do canal do Trapiche e drenagem e pavimentação de rua na Levada. Simone Andrade (DEM) requereu construção de canteiro vivo no bairro do Poço e drenagem e pavimentação em ruas no bairro de Santa Lucia. Mauro Guedes Júnior (PV) requereu a inserção de lâmpadas de LED no loteamento Santa Luzia no bairro de Santa Lúcia e em ruas do Flexal.

OUTRO LADO

Procurada, a assessoria da Câmara falou que pediu ao setor responsável o levantamento da atuação dos vereadores, mas como está em recesso o trabalho é mais lento. Até fechamento desta edição o balanço não havia sido enviado.


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Presidente da Assifeal, Élvio Cavalcante, em reunião com o chefe do MP, Alfredo Gaspar; denúncia foi entregue em mãos

DENÚNCIA

George Santoro é acusado de lesar a Receita Federal

Sefaz estaria maquiando remunerações de servidores públicos JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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secretário de Estado da Fazenda (Sefaz), George Santoro, foi denunciado ao Ministério Público de Alagoas (MP-AL) por maquiar pagamentos de servidores da pasta. O caso também foi parar na Receita Federal e no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A denunciante é da Associação de Aposentados do Fisco Alagoano (Assifeal), que identificou as irregularidades. Segundo a associação, auditores fiscais, de finanças e servidores de apoio estão re-

cebendo remunerações “fantasiadas” de gratificações de caráter indenizatório. Ainda conforme a denúncia, esse dinheiro cai na conta do funcionário sem aparecer no Portal da Transparência e muito menos para ser declarado no imposto de renda. “Tais atos apontam no sentido claro de desvio de finalidade, uma vez que gratificações ditas de caráter indenizatório estão previstas em lei estadual como de caráter remuneratório, o que evidencia grave erro e consequente sonegação fiscal”, explicou o presidente da Assifeal, Élvio Cavalcante Costa.

A entidade também apontou outro erro cometido pelo secretário da Fazenda, que seria a gratificação advinda do Incentivo à Modernização da Relação Fisco-Contribuinte (IMFC) – Programa Contribuinte Arretado. “Isso é inconstitucional, pois instituiu gratificação equiparada ao Prêmio de Produtividade, já previsto em lei, que está sendo paga também erroneamente como indenização na forma de depósitos em espécie em contas correntes dos servidores da pasta não sendo, portanto, descritas nos respectivos contracheques”, acrescentou.

A omissão desses valores nos contracheques, ainda de acordo com as considerações de Costa, fere o princípio basilar da transparência e, gravemente, a Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece um conjunto de normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações para prevenir riscos e corrigir desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas. O fato de omitir esses pagamentos caracterizaria uma fraude ao teto constitucional. No dia 28 de maio, aposentados da Assifeal, reunidos em assembleia, deliberaram por unanimidade que a entidade adotasse medidas necessárias para estancar a sangria do erário. “Acionamos a Justiça e os órgãos de controles citados no intuito de que se investiguem as práticas de sonegação fiscal, improbidade administrativa, burla à Lei de Responsabilidade Fiscal e à transparência e enriquecimento ilícito”, destacou o presidente, que deixou um alerta. “Ressalto que os beneficiados acreditam que estão recebendo gratificações dentro da legalidade, mas

podem ser surpreendidos pela não declaração desses rendimentos”, avisou. A entidade ainda acredita que todos os que recebem as “indenizações” estão cientes da ilegalidade, uma vez que são funcionários da área de finanças públicas e teriam conhecimento suficiente para saber que a transação é completamente ilegal. Representantes da Assifeal já se reuniram com procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar de Medonça Neto. “O chefe do MP ficou de pedir explicações da Sefaz sobre nossa demanda. Também fizemos denúncias em outros órgãos fiscalizadores. Aguardamos um retorno da pasta sobre as irregularidades levantadas”, finalizou.

OUTRO LADO

Ao EXTRA, a assessoria de comunicação da Sefaz informou que o pagamento das verbas indenizatórias destinadas aos auditores em atividade é absolutamente legal, nas formas das leis estaduais nº 8.084/2018 e 8.085/2018 e já é adotado em diversos entes federativos, inclusive na Receita Federal. “Há um conflito entre as entidades representativas de classe: enquanto o Sindicato do Fisco de Alagoas (Sindifisco) pleiteia a extensão das vantagens concedidas a servidores inativos e pensionistas, a Associação de Aposentados do Fisco Alagoano (Assifeal) pede a extinção de tais vantagens alegando suposta ilegalidade”, informou em nota. Ainda conforme a assessoria, a pasta apenas faz cumprir com a determinação legal de implementar um Plano de Conformidade Fiscal para os contribuintes alagoanos que tem o objetivo de simplificar e tornar mais próxima a relação fisco-contribuinte. “O plano de meritocracia ajuda na solidez fiscal do Estado e na segurança jurídica dos investidores”, concluiu.


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ATALAIA

Gratificações pagas por Chico Vigário estão na mira do MP Há casos de servidores que tiveram um incremento de mais de 300% nos salários VERA ALVES veralvess@gmail.com

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Ministério Público Estadual está investigando gratificações pagas pela Prefeitura Municipal de Atalaia na atual gestão do prefeito Francisco Luiz de Albuquerque, o Chico Vigário (MDB). Esta semana, a 1ª Promotoria de Justiça do município instaurou um procedimento preparatório (PP) para aprofundar as investigações sobre denúncia de que servidores da Educação, alguns dos quais familiares do prefeito, estariam sendo beneficiados com o acréscimo de seus vencimentos de forma irregular. O PP 06.2019.00000511-4 tem por base indícios de serem verdadeiras as denúncias feitas pelo Sindicato dos Educadores de Atalaia (Seata) e que resultaram na Notícia de Fato 01.2019.00002210-2 instaurada no começo de junho último. O sindicato baseia a denúncia em levantamento sobre os vencimentos que eram pagos a trabalhadores da educação na gestão anterior (Manoel da Silva Oliveira, mais conhecido como Professor Mano e que teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral e foi substituído por José Lopes de Albuquerque, o Zé do Pedrinho, falecido no ano passado). Em alguns casos, as gratificações pagas ultrapassam os 300%. Nos documentos anexados à denuncia o Seata apresenta a relação de nomes e respectivos vencimentos dos trabalhadores da educação com as gratificações que seriam de direito após a implantação do Plano de Car-

gos e Carreiras (PCC) e as efetivamente pagas pela prefeitura. O levantamento foi feito em cima das informações constantes do portal da Transparência do município. Chama a atenção o fato de que profissionais no mesmo cargo, mesma carga horária e mesmo tempo de serviço recebam a gratificação em percentuais muito diferentes. É o caso de uma assistente administrativa cujo vencimento pelo PCC é de R$ 1.510,32 mas que em abril último recebeu R$ 5.299,69 graças a uma gratificação de 251% sobre o salário no valor de R$ 3.789,37 251%. Outra assistente administrativa fez jus em abril último a 310% de gratificação, o que elevou o vencimento a que tem direito pelo PCC – R$ 2.378,75 – para R$ 9.759,75. Entre ela e a citada anteriormente a coincidência de sobrenomes: Vieira de Albuquerque. Entre professores com carga horária de 25 horas e mesmo tempo de serviço, um dos profissionais recebeu em abril último gratificação de 7% e outro teve o salário acrescido em 60%. As discrepâncias envolvem praticamente todas as categorias, inclusive recreadores. O sindicato considerou como estranhos os percentuais pagos, já que eles mais parecem ter sido implantados de forma aleatória, em desrespeito ao Plano de Cargos e Carreira vigente, mas somente após a conclusão das investigações é que o MP vai se posicionar sobre a legalidade ou não dos pagamentos. Ao lado, um exemplo das irregularidades detectadas.

ESTUDO FEITO PELO SEATA DOS ALTOS SALÁRIOS DOS SERVIDORES DO MUNICÍPIO DE ATALAIA - ABRIL/2019


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Prefeito responde a ações de improbidade

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ão é a primeira vez que Chico Vigário está na mira do Ministério Público. Ele responde pelo menos a duas ações de improbidade administrativa por atos praticados em suas gestões anteriores. Em uma delas foi denunciado, junto com o ex-prefeito Professor Mano e quatro ex-secretários por irregularidade verificadas em auditoria interna na qual se constatou que eles deixaram de reter o ISS e o INSS, bem como autorizaram pagamentos ao arrepio da legislação vigente e das cláusulas do convênio firmado com o FNDE/MEC para construção de quadras poliesportivas. De acordo com o processo foram autorizados de forma

irregular pagamentos no valor de R$ 268.517,24 e deixaram de ser recolhidos R$ 25.617,59 em ISS e de R$ 56.358,70 ao INSS. Em outra ação de improbidade administrativa, a denúncia contra Chico Vigário e também o Professor Mano é de que deixaram deliberadamente de pagar faturas de consumo de energia elétrica no período compreendido entre março de 2012 e setembro de 2014, todas referentes ao Hospital João Lyra Filho. Neste caso, o prejuízo ao erário teria sido de R$ 341.559,87, além do risco iminente de suspensão do fornecimento de energia elétrica para o único hospital da cidade, de acordo com o Ministério Público.

Justiça estadual já recebeu outras duas denúncias contra Chico Vigário

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SOS CHUVA

Aplicativo vai alertar população para risco de tempestades Alagoas está entre os estados onde o app fará o monitoramento de precipitações pluviométricas e de raios

ARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão

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partir do fim deste mês de julho, Alagoas recebe um serviço de auxílio para os períodos de chuva no estado. No próximo dia 25, especialistas de diversas áreas da ciência e da tecnologia se reunirão para conhecer os detalhes do aplicativo SOS Chuva, que permite aos usuários de smartphones obter informações precisas sobre a ocorrências de chuvas extremas. Vale lembrar a situação do bairro do Pinheiro, localizado na capital alagoana, que passa por momentos críticos. O bairro recentemente teve casos de tremores, afundamentos no solo e rachaduras, então o aplicativo pode alertar os moradores em casos de fortes chuvas e assim orientá-los sobre o possível risco de fortes chuvas. O projeto foi reconhecido pelo Prêmio Péter Murányi 2019 de Ciência e Tecnologia. Sua apresentação acontecerá durante a 71ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Iniciado no ano de 2013, o projeto tinha inicialmente o objetivo de reduzir a vulnerabilidade dos moradores da região de Campi-

nas, interior de São Paulo, a eventos climáticos extremos, permitindo que a população local pudesse planejar ações que reduzissem os danos materiais. Após a inovação e o interesse da população, a ferramenta ganhou alcance nacional e pessoas de todas as regiões do país podem desfrutar do aplicativo. COMO FUNCIONA? Denominado SOS Chuva, o aplicativo está integrado a estações meteorológicas em todo o Brasil e fornece dados sobre o clima em tempo real e acesso a imagens de satélite. Os usuários do app podem, também, compartilhar as informações obtidas em diversas regiões, criando alertas de ocorrências como enchentes, que podem ser visualizadas por outras pessoas. O app ainda permite que os utilizadores visualizem em tempo real onde estão ocorrendo as chuvas, além de verificar a intensidades das precipitações pluviométricas e acompanhar a evolução de sistemas convectivos. Segundo Luiz Augusto Machado, coordenador do projeto, a previsão imediata do clima é algo novo, mas que se faz cada vez mais necessária, sobretudo diante de mudanças tão repentinas. “É importan-

te que a população tenha acesso a esses dados, para que possa tomar decisões corretas em situações como chuvas intensas”, esclareceu. Para ser concluído o projeto levou cerca de dois anos, e deu origem também a um sistema de previsão imediata, voltado a meteorologistas operacionais e que prevê a ocorrência de tempestades e eventos com raios.

Sobre o Prêmio Péter Murányi Organizado pela Fundação Péter Murányi, a premiação recebeu, em sua 18ª edição, 20 trabalhos inscritos, vindos de todas as regiões do Brasil. O projeto vencedor foi avaliado por uma Comissão Técnica Científica composta por especialistas na área de saúde e submetidos à votação de um júri.

O Prêmio Péter Murányi é realizado anualmente, com temas que se alternam a cada edição: Saúde, Ciência e Tecnologia, Alimentação e Educação. Cada uma destas temáticas é revisitada após quatro anos. A Fundação Péter Murányi irá distribuir um total de R$ 250 mil em prêmios, sendo R$ 200 mil para o vencedor, R$ 30 mil para o segundo colocado e R$ 20 mil para o terceiro melhor trabalho. A premiação conta com o apoio das seguintes entidades: ABC (Academia Brasileira de Ciências), Aconbras (Associação dos Cônsules no Brasil); Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo); Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras); Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola); CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico); Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo); e SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

SERVIÇO Conferência: SOS Chuva (Sistema de Observação e Previsão de Tempo Severo) – Vencedor do Prêmio Péter Murányi 2019 Data: 25 de julho Horário: das 10h30 às 12h Conferencista: Luiz Augusto Toledo Machado (INPE) Apresentador: André Fernando Ferreira (FPM) Local: FADIR – Bloco 3 – Anfiteatro


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AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE

Poluição de fábrica de carvão incomoda moradores em Satuba

Reclamação foi feita no Instituto do Meio Ambiente há mais de dois anos, mas processo sumiu MARIA SALÉSIA sallesia@hotmal.com

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er uma chácara para morar ou fugir da cidade grande nos finaIs de semana para o meio do nada, longe da poluição e rodeada pela natureza é sonho de consumo de muita gente. Mas para os proprietários de imóveis no Loteamento Portal do Gregório, zona rural de Satuba, tem se tornado pesadelo devido a implantação há mais de dois anos de uma fabriqueta que fraciona carvão no local. Não foi por falta de providências que o problema persiste. Incomodados com a poluição e fuligem que tomam conta das residências, em 16 de novembro de 2017 moradores abriram processo DEN2017.002994-21 no Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e, para surpresa deles, um ano depois o processo tinha sumido do órgão fiscalizador. A reclamação é do empresário Cláudio Bastos, representante da causa, que cobra providências cabíveis. Bastos conta que até chegar ao IMA percorreu um longo caminho. Tendo em mãos um abaixo-assinado dos moradores, procurou o Batalhão de Policiamento Ambiental que fica próximo da área. Lá, foi informado que o caso não seria de sua competência e foi

aconselhado a se informar no Ibama qual procedimento seguir. Lá, foi encaminhado ao IMA, onde abriu o processo. Na descrição do documento traz que no local funciona um fracionamento de carvão vegetal, onde o saco de 30 quilos é transformado em 5 a 10 kg, mas o pó do carvão está prejudicando a saúde e moradia devido a liberação da substância. “Peço providências urgentes para o fechamento da mesma por se tratar de um loteamento residencial”, diz trecho do documento. O que chama a atenção é o fato de, um ano depois da reclamação e preocupado com a demora na solução do problema por parte do órgão fiscalizador, Bastos resolveu ir à sede do IMA cobrar providências. Para sua surpresa, foi recebido por uma estagiária que disse que ninguém sabia do que se tratava, que aquele processo não existia. O empresário então apresentou fotografias de veículos do IMA no momento em que a equipe teria ido até a fábrica de carvão. Diante das provas, a versão, segundo ele, foi de que realmente teriam ido lá e multado o proprietário. “O caso precisa ser esclarecido. Primeiro o processo some, depois foram lá multar e mesmo assim o problema persiste. Não queremos que

PÓ DE CARVÃO O problema é tão sério que alguns sitiantes desistem de frequentar seu espaço. Basta fazer uma visita à área afetada para constatar o problema. Hortaliças, cocos, canas e outras árvores altamente pulverizadas com o pó de carvão. seja multado, queremos que o carvão seja erradicado até que o empreendimento atenda as normas ambientais”, disse Bastos. Vale ressaltar que o abaixo-assinado também foi enviado a James, que segundo o documento, é diretor do empreendimento de beneficiamento de carvão. Nele, os moradores solicitam providências no sentido de paralisação imediata e definitiva do manuseio do material (carvão), até que esteja de acordo com as normas ambientais, pois o mesmo é altamente inflamável e nocivo à saúde humana. Que respeite o meio ambiente, pois o empreendimento tem causado transtorno ao ambiente de moradia e lazer com o pó do carvão.

Em documento retirado do site da Receita Federal o empreendimento aparece em nome de Edileuza da Silva Sousa -ME, inscrição nº 13.409.999/0001-79 e aparece com nome de fantasia Carvão Brasil. O comprovante de inscrição e situação cadastral aponta ainda que foi aprovado pela Instrução Normativa RFB nº 1.634, de 06 de maio de 2016. O problema é tão sério que alguns sitiantes desistem de frequentar seu espaço. Basta fazer uma visita à área afetada para constatar o problema. Hortaliças, cocos, canas e outras árvores altamente pulverizadas com o pó de carvão. No interior das residências não é diferente. Eletrodomésticos, móveis, roupas, caixa d’água e telhados mudam de cor. Por lá, o preto do pó do carvão predomina. “O IMA é o órgão responsável pela fiscalização do meio ambiente e por que deixa isso acontecer? Não queremos prejudicar ninguém. Que funcione, mas não nos prejudique também. Praticamente nem vamos mais lá. É muito triste ver nosso patrimônio invadido pelo pó do carvão”, lamentou Bastos. Preocupados com os danos

materiais que podem causar e principalmente à saúde humana, a biota e fauna, os prejudicados buscaram informações para anexar ao documento enviado ao IMA, entre eles, um estudo de Leee S. Newnan, professor e pulmonologista dos Estados Unidos, onde fala da pneumoconiose dos carvoeiros (pulmão negro), doença pulmonar causada por depósitos de poeira de carvão nos pulmões. “O caso é sério e precisa de providências. Há muito tempo que o problema foi instalado lá e ninguém fazer nada. Acredito que o IMA irá resolver e que não seja preciso recorrer ao Ministério Público”, afirmou o representante dos moradores do loteamento. O OUTRO LADO O EXTRA tentou contato com representantes da empresa, mas o número disponível no documento de cadastro “não existe”. Já a assessoria do IMA pediu para que a solicitação de posicionamento do órgão fosse enviada através do WhatsApp ou e-mail. Até o fechamento dessa edição não foi enviada resposta por nenhum dos meios encaminhados.


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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Veja as principais A mudanças nas regras da aposentadoria

CONGRESSO EM FOCO

Câmara aprovou, por 379 votos a 131, o texto-base da reforma da Previdência após dois dias de debates no plenário. É a principal vitória do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. O governo aposta nas mudanças nas regras de aposentadoria para melhorar o cenário econômico, cuja consequência é o alto índice de desemprego: 13,4 milhões de brasileiros fora do mercado formal de trabalho. O texto aprovado cria uma idade mínima de aposentadoria: 62 anos para mulheres e 65 para homens. O tempo mínimo de contribuição será de 20 anos para homens e de 15 anos para mulheres. Para os servidores, o tempo de contribuição será de 25 anos. A aposentadoria será calculada com base na média do histórico de contribuições do trabalhador, sem descartar as 20% mais baixas, como


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acontece atualmente. Passados 20 anos de contribuição, para o regime geral, o trabalhador privado terá direito a 60% do valor do benefício integral. Haverá acréscimo de 2 pontos percentuais para cada ano a mais de contribuição. Assim, o empregado terá 100% do benefício com 40 anos de contribuição. Quem se aposentar pelas regras de transição, terá o teto de 100%. Quem se aposentar já pela regra permanente não terá o teto, podendo receber mais de 100% do benefício integral, se contribuir por mais de 40 anos. O valor, no entanto, não poderá ser superior ao teto (hoje em R$ 5.839,45), nem inferior a um salário mínimo. Professores, policiais federais, agentes penitenciários e educativos terão regras mais flexíveis. Um dos pontos mais polêmicos, Estados e Municípios foram excluídos do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Os governadores tentarão incluir as regras da reforma no Senado Federal.

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Pare de...

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emana passada iniciei a publicação sobre trinta (30) comportamentos que uma pessoa deve ter para poder viver melhor. São coisas simples que muitas vezes não se consegue perceber, daí a importância de se fazer uma reflexão.

... comprar felicidade - 9

Muitos dizem que podem comprar felicidade. Não podem. Felicidade é um conceito muito subjetivo mesmo assim não está nas vitrines. As coisas que realmente trazem felicidade são de graça, como risadas, trabalhar naquilo que gosta, conversar com um verdadeiro amigo, ir à praia, amar, enfim. Essas coisas não custam nada, apenas respeito, afeto e maturidade.

... procurar felicidade nos outros - 10

A felicidade não depende do(a) outro(a). Como disse é subjetiva, é pessoal e intransferível. Mas é preciso uma boa dose de maturidade até que isso seja um comportamento. Primeiro, a pessoa deve estar feliz com ela mesma e depois com o(a) outro(a). Não é fácil mas é o único caminho.

...ficar pensando na ociosidade - 11

Muitos clientes chegam no consultório ansiosos (preocupados) com um problema que nem aconteceu, ou melhor, nem sabe se vai acontecer. Ou seja, sofrem antes que o problema exista. Portanto, é preciso avaliar se realmente aquele problema vai ocorrer. O mais importante é se preocupar com as possíveis soluções. Sempre tem solução.

... pensar que não está pronto - 12

Muitos clientes dizem que não estão preparados para realizar um determinado trabalho. Ninguém está preparado 100%. Eles, de novo, sofrem antes de saber que algo poderá dar errado. As oportunidades surgem e podem nunca mais aparecer. Portanto, enfrente e faça o que tem que ser feito. Se errar não tem problema. Faça de novo num segundo momento.

... de se envolver com pessoas erradas - 13

As pessoas querem acertar em tudo: na escolha do trabalho e principalmente no relacionamento amoroso. Seja qual for a escolha ela deve ser bastante planejada. Quanto mais planejamento se fizer menos probabilidade de errar. Principalmente na área amorosa, se apaixone quando estiver pronto, não quando estiver solitário. Aliás existe uma diferença entre solitário e sozinho. A pessoa pode estar sozinha e de bem com a vida.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE JULHO DE 2019

SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

... de rejeitar relacionamentos porque ... - 14 Ninguém escapa: algumas pessoas vão te trair, outras vão ser inimigas e outras amigas. Porque o último relacionamento não deu certo porque – por exemplo a pessoa não te deu valor - não significa dizer que todos os outros serão da mesma forma. Relacione-se com alguém que te dê valor e você, naturalmente, dê valor, também. É o primeiro caminho para um relacionamento sadio.

... de competir - 15

No sistema capitalista - principalmente selvagem - como é o nosso, a competitividade é acirrada. E não é acirrada somente no ambiente de trabalhão não, ela se expande a outras áreas, inclusive amorosa. Portanto, pare de competir com todo mundo. Até mesmo nos grupos de WhatsApp e nos encontros com amigos, presencialmente, existem disputas. Competição traz estresse, e doenças psicossomáticas.

... pare de ter inveja - 16

Embora conceitualmente a palavra inveja tenha uma conotação pejorativa, que seria um desejo irrefreável de ter ou gozar o que é de outro(a), pode também ser um sentimento propulsor de conseguir algo que o(a) outro(a) tem. As pessoas devem adquirir um bem ou qualquer outra coisa com méritos e ética. Nem mais e nem menos.

... pare de reclamar - 17

Muitos clientes chegam no consultório reclamando do pai, da mãe, do governo, da esposa, do esposo, enfim. Parece que ninguém presta. Será? Muitas vezes a pessoa passa a vida inteira reclamando do(a) outro(a). Portanto, é bom deixar de reclamar e agir. Mas, infelizmente é mais fácil reclamar. Um detalhe: as pessoas que reclamam – muito – têm neurônios emperrados. Ou seja, sem criatividade. É bom fazer uma reflexão.

... pare de ter rancor - 18

Ter ódio ou raiva de alguém não vai lhe ajudar em nada. Pelo contrário você vai desenvolver a cortisona. Um hormônio que produzido em excesso descontrola a sua capacidade de controlar o estresse. Portanto, não viva com ódio ou raiva. Você acabará machucando a si próprio muito mais do que as pessoas que você odeia. Perdoe; sempre. Se não conseguir procure um psicólogo.

... pare de dizer sim - 19

Dizer não parece que é uma atitude que vai deixar o(a) outro(a) triste. E aí, qual o problema? Mães e pais desaprenderam a dizer não aos filhos. Estão errados. Um não na hora certa é uma atitude acertada porque o(a) filho(a) vai aprender a se levantar sozinho(a). Aprende a superar as adversidades que vão surgir na vida.

Surpresas

Aprenda a deixar, sempre, um tempo livre na agenda para as surpresas que a vida, sempre, proporciona. (Arnaldo Santtos)

... pare de se explicar - 20

Você não precisa se explicar para ninguém a não ser que você tenha cometido algum erro. Mesmo assim veja as soluções. Ponto final. Seus amigos não precisam saber o porquê você fez isso ou aquilo, muito menos os “inimigos”.

... pare de repetir - 21

Não existe coisa mais chata do que repetir um mesmo assunto ou fazer as mesmas coisas. Seja criativo. Coma com a mão esquerda (se for destro). Vá a um bairro distante. Conheça uma cidade que você ainda não conhece e assim por diante. O mundo é movimento. As sinapses do seu cérebro vão agradecer.

... pare de ver só coisas erradas - 22 Muitas vezes a pessoa planejou uma viagem ou ir ao cinema e por algum motivo deu errado. E daí? Aproveite o momento, crie situação leve. Lembra do limão? Apesar de ser azedo pode se tornar uma limonada excelente. OBS.: Na próxima edição mais dicas. Ao todo serão 30. Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com.

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HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO Junqueiro comemora 72 anos de emancipação política

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om trabalho, respeito e valorização da população, a cidade de Junqueiro tem muito a comemorar nos seus 72 anos de emancipação política. Nos últimos dias 7,8 e 9, o prefeito Carlos Augusto entregou diversas obras na cidade e apresentou aos munícipes os avanços conquistados em sua gestão. Agora a população junqueirense conta com um novo posto de saúde no povoado Pau Ferro reformado e ampliado, com uma nova academia de saúde no bairro Gilberto Pereira e com um novo Complexo Esportivo no povoado Atoleiro, para atender as demandas de lazer e entretenimento da região. Estas conquistas destacam os investimentos da prefeitura na infraestrutura, na educação e principalmente na saúde pública. “Com todas as secretarias do município integradas podemos proporcionar diversas ações e políticas públicas para beneficiar a cidade”, afirmou o prefeito. Para ele, acompanhar o desenvolvimento

de Junqueiro e fazer parte das suas conquistas já é motivo de comemoração. “Essas inaugurações representam avanço social, colocando Junqueiro em um patamar mais alto no quesito evolução, uma vez que o município vive basicamente de repasses, então mesmo com pouco, se faz muito”. Foram entregues também praças novas e reformadas, um mirante e a Central Municipal de Velório. A central municipal de velórios é o primeiro serviço público do ramo implementado no estado de alagoas, construída com recursos próprios. Também foi feita a apresentação do Sistema Municipal de Monitoramento de Vias e Prédios Públicos que contará agora com 74 cameras para garantir a segurança de toda os moradores da cidade. “Com essas inaugurações, obras e diversas ações implementadas em prol da população, nos certificamos que Junqueiro continua no caminho do desenvolvimento”, finalizou o prefeito afirmando que tudo é feito com muito trabalho e parcerias com o deputado federal Arthur Lira, a deputada estadual Jó Pereira e o secretário estadual de meio ambiente e recursos hídricos, Fernando Pereira junto com o governo do Estado. Além das inaugurações, a comemoração também foi feita com hasteamento da bandeira, missa solene em homenagem ao aniversário do município e, para encerrar as festividades com chave de ouro, a cantora gospel Sarah Farias se apresentou no dia 8. O encerramento do dia 9 ficou por conta das bandas Luanzinho Moraes e Saia Rodada que finalizaram as comemorações com muita alegria, organização e segurança. Estiveram presentes nos dias de comemorações vereadores, professores, secretários, funcionários públicos e grande parte da população junqueirense.


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Agenda pró-crescimento

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sta semana, o país deu mais um passo rumo ao equilíbrio das suas contas e recuperação da atividade econômica com a aprovação da reforma da previdência na Câmara Federal (ainda falta o Senado aprová-la). Restam a reforma tributária e medidas para abertura e dinamização da economia prometidas pelo ministro Guedes para após a aprovação final da Previdência. A reforma da previdência não terá efeito imediato como irresponsáveis que quebraram o país em 16 anos já começam a cobrar. Levará uns dois anos para se começar a sentir os efeitos do que a Câmara aprovou ontem (e o Senado deverá fazê-lo em agosto próximo). Ainda assim, alguns anéis ficaram pelo caminho para que não perdesse o dedo reformador. É vital que os Estados (ficaram de fora da reforma) façam agora a sua parte e, mais à frente excrescências como aposentar alguém em pleno século XXI com 53 anos – não importa a profissão – terão que ser

consertadas. Todos devem ter as mesmas regras: mínimo de 65 anos e os mesmos critérios remunerativos. Ainda precisa acabar com as mamatas que persistiram entre militares, justiça e casas legislativas, pouco afetadas pela reforma. O corporativismo conseguir manter suas “pétreas” (sic!) e imorais vantagens. A reforma como aprovada na Câmara não alcançará o 1 trilhão de reais desejado pelo governo. Da forma como está chega a uns 700 bilhões. Suficientes para empurrar o problema previdenciário por uns 10 anos, dando fôlego e tempo para que outras medidas que virão nas demais áreas ajudem a redirecionar o país para o crescimento econômico. Ainda falta a reforma tributária para acabar com esse imoral cipoal “burrocrata” que a Receita Federal impôs ao país nos últimos 40 anos, digno de constar da lista que Stanislau Ponte Preta elaborava nos anos 60 sobre o “festival de besteiras que assola o país”. A frase “no Brasil, o pobre é quem paga impostos” é pura

Mais e mais amigos

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á muitos anos fazemos nossas caminhadas matinais no estacionamento do antigo Hiper da Gruta de Lourdes. Já fomos uma turma grande, hoje restrita a meu grande amigo Severino, professor da UFAL, e ao escriba que aqui vos relata. Algumas vezes quem nos dá o prazer da companhia é o amigo e empresário Evaldo Rui. Todas as terças, quintas, sábados e domingos, lá estamos tentando dar mais fôlego aos nossos pulmões e mais força aos nossos músculos. O coração, grande mantenedor dessa estrutura, agradece. Mas ele, no nosso caso, também se reabastece pelo lado gratificante de estarmos sempre rodeados de pessoas que nos alegram com seus cumprimentos de um bom-dia. Entre seis e seis e meia da matina estamos iniciando as atividades e à medida que caminhamos vamos encontrando amigos que fizemos ao longo dos anos, ali e alhures. Os ta-

xistas, que ali fazem ponto, são uma parte dessa rede de atenções que nos envolve. Um dos primeiros a chegar para a labuta diária é o Bira, logo seguido pelo Roberval e Paizinho, que aproveitam o supermercado ainda não estar aberto para também dar umas voltas no grande pátio entre os carros. Houve época em que Roberval, antes de conduzir seu garoto para a escola, levava-o para aquela marcha. O pirralho virou homem e não mais quis acompanhá-lo. Ainda o vi já mais taludo. Geraldo, o chefe da tropa taxista, tenho o prazer de conhecê-lo desde os anos 1960, quando gerenciava o restaurante Recanto, de meu amigo Miguel Arcanjo da Silva Mata. E tem o Francisco, tem o sr. Luiz, que apelidei de “piloto”, o Praxedes e o João de Deus, esse, mais conhecido por “retorno”. Em uma viagem que fiz com ele a Recife, não podia ver um retorno que não entrasse. Deu trabalho

ELIAS

verdade. Uma das razões de sempre estarmos em desvantagem competitiva em relação ao mundo desenvolvido. Se não acabar com o reinado dos “burrocratas” do fisco, especialistas em criar dificuldades (seria para vender facilidades?) para contribuintes (leia-se achacados) e empresas (leia-se, quase sempre vítimas), será difícil. O Brasil precisa agora apressar o passo. O pibinho que continua a nos ameaçar precisa crescer, o desemprego – estável – é ameaça social, a entrada no Mercado Comum Europeu e logo na OCDE demanda a modernização do Estado (a começar pela reforma dessa “Constituição cidadã” que só problemas criou para todos, especialmente para o cidadão, seu pretenso beneficiário), as medidas contra o crime organizado e a violência precisam ser aprovadas para que as gerações futuras possam ter uma paz social de primeiro mundo (os corruptos do Senado se preparam para tentar impor ao país a sua versão – criminosa – das medidas). Grande parte do que precisa

FRAGOSO n Economista

ser feito (aliás, tá demorando), são medidas infra legislativas e ajustes regulatórios, ou seja, não precisam passar pelo Congresso Nacional (e suas armadilhas contra o povo). Estamos devagar nesse sentido. E o FMI já alertou: o mundo caminha para uma desaceleração. Se não começarmos a crescer, seremos tragados pelo maremoto global. Quanto mais cedo entrarmos num círculo virtuoso, mais fácil fica para o país evitar mais esse problema. Até o final do ano teremos que, objetivamente, ter entrado na agenda pró-crescimento. Note-se que não tocamos na necessária – mas inviável nesta quadra da Nação – reforma política.

Ainda precisa acabar com as mamatas que persistiram entre militares, justiça e casas legislativas, pouco afetadas pela reforma.

JOSÉ MAURÍCIO e muita risada para voltarmos pra Maceió. Mas, afora essa turma dos carros de praça, tem o “É verdade”, que assim tratei por, na condição de evangélico, estar sempre pregando a palavra do Senhor e sempre dizendo: “É verdade”. Seu nome é Roberto e é o responsável pelo embelezamento das árvores, que nos dão um pouco de sombra, e do gramado de toda extensão do estacionamento. Outro servidor do supermercado, este encarregado da abertura e acionamento das cancelas além da varredura de toda a área, é o grande azulino Biu. Está sempre com um apito para afugentar mau elemento que fica à espreita para arrombar carros e outros malfeitos. Quando nos vê, de longe, já usa a sua pretensa arma, para chamar nossa atenção apitando forte. Para o Biu, só existe um assunto: o CSA. Sabe tudo sobre o Azulão.

BRÊDA n Economista

Porém, nesse momento, cabe o relato de um fato que para mim foi de um profundo sentimento de gratidão. Estava viajando há alguns dias, quando recebi uma mensagem do Severino que dizia ter sido parado na caminhada pelo Roberto. Queria saber o motivo de minha ausência por tantos dias. Isso não tem preço. Lá bem longe, onde eu estava, emocionei-me e senti-me gratificado.

O coração, grande mantenedor dessa estrutura, agradece. Mas ele, no nosso caso, também se reabastece pelo lado gratificante de estarmos sempre rodeados de pessoas que nos alegram com seus cumprimentos de um bom-dia.


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Surgiu um fato novo

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ato novo, como já se sabe, é novo. E qual fato que surgiu que podemos considerar como novo? Nos últimos quinze dias, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) trouxe logo dois fatos novos para a política alagoana. Mesmo que as pessoas envolvidas não façam parte do novo – Carlos Luppi e Ronaldo Lessa –, nada acontece por acaso e, planejando, tudo se encaixa dentro de um processo de mudança, especialmente na política. O primeiro fato registrado foi a renúncia do cargo de secretário de Agricultura do Estado de Alagoas por parte do ex-tudo, Ronaldo Lessa, que só não foi senador. Depois, a vinda do presidente nacional do partido, Carlos Luppi, para a convenção estadual e que reconduziu Ronaldo Lessa à presidência, deu o tom da convenção e das conversas, só girando em torno do comportamento do partido daqui para frente. Na verdade, nos discursos dos dois dirigentes o PDT pretende ser cabeça de chapa nas

eleições do ano que vem no maior número de municípios alagoanos. Isso quer dizer que, em Maceió, haverá uma terceira, quarta ou quinta força na briga pela prefeitura, o que tornará o processo eleitoral mais equilibrado e forçará, com certeza, um segundo turno. Se afastando do governador Renan Filho e não se aproximando do prefeito Rui Palmeira, Ronaldo Lessa se apresenta como um forte candidato para ocupar, novamente, a cadeira principal de Maceió, a do prefeito. Como todos sabem, Renan e Rui apresentarão seus candidatos e, hoje, pelo lado do governador os nomes mais fortes são de Maurício Quintella, Marx Beltrão e Alfredo Gaspar de Mendonça. Do lado do prefeito atual existem interesses públicos por Rodrigo Cunha, Marcelo Palmeira – atual vice – e, correndo por fora, José Thomáz Nonô. Se dependesse, exclusivamente, do Rodrigo Cunha, o nome da sua preferência é JHC, o João Henrique Caldas, que não tem a simpatia

JORGE do prefeito Rui Palmeira, mas, hoje, para muitos e para Cunha, seria o nome mais forte para vencer o pleito. Por outro lado, o deputado estadual mais votado em Maceió no ano passado – Cabo Bebeto – pode ser o candidato do Palácio do Planalto, leia-se Jair Bolsonaro, o presidente, que chegaria com força, apoio e prestígio, se quiser, tirando muitos votos dos candidatos de Renan, Rui e dos chamados independentes. Voltando o assunto para a candidatura de Ronaldo Lessa, ele soma a experiência de ter sido prefeito de Maceió, governador do estado por duas vezes, vereador, deputado estadual e deputado federal, com muitos favores feitos, empregos dados, concursos realizados e administrações bem acima da média, com todas as dificuldades enfrentadas, o que embola mais ainda o meio campo da política alagoana. Com tanta gente assim, pretensões e interesses diferentes, com as correntes mais diversas no xadrez

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cheio de processos. Continua brigando com Santo Amaro, virou o novo rico da região. No Poder Legislativo de Alagoas, tudo acontece normalmente como nos velhos tempos e os dirigentes não alteram o comportamento. A eleição da Mesa foi um carnaval de ofertas, o presidente eleito derrubou o governador e conquistou os pares. Não se sabe a troco de quê. Quanto ganha um parlamentar eleito pelo povo para fazer parte do quadro da Assembleia Legislativa? Novecentos comissionados recebem salários dobrados e dividem com alguns deputados. As grandes vítimas são os ativos e inativos: recebem reajustes ínfimos, têm os ordenados reduzidos e não ressarcidos. A Assembleia Legislativa de Alagoas é a campeã de processos na Justiça, nada acontece, ninguém é punido e os dirigentes continuam praticando atrocidades. Esta semana surgiu uma notícia que o Estado de Goiás vai ser obrigado a devolver aos cofres públicos mais de cem milhões de reais recebidos há vinte anos para fazer uma irrigação num assentamento. O material está enferrujado, acabado, nada foi feito e os culpados não foram responsabiliza-

n Jornalista

da política maceioense, a eleição de 2020 será a prova dos nove de quem realmente tem voto, de quem tem trabalho e grupo para enfrentar uma disputa desse tamanho. Hoje, para não queimar uma candidatura, o mais prudente é ficar calado, ouvir muito e deixar para decidir depois, antes que seja queimado pelos interesses maiores. Façam suas apostas e que a eleição de Maceió não seja decidida só pela força dos partidos, mas pelo interesse da maioria, inclusive do povo.

Se afastando do governador Renan Filho e não se aproximando do prefeito Rui Palmeira, Ronaldo Lessa se apresenta como um forte candidato para ocupar, novamente, a cadeira principal de Maceió, a do prefeito.

ALARI ROMARIZ

Sem temer nada!

Brasil mudou um pouco. Vários políticos foram presos, alguns devem morrer na cadeia. Entretanto, outros continuam corruptos, enriquecendo, e sem temer um possível castigo. Moro numa cidade litorânea, bem pertinho da capital. Há dez anos, um moço de família de classe média alta resolveu ser prefeito do pequeno município. De personalidade forte, assessor de um velho político das Alagoas, começou a tomar conta da cidade. Para começo de conversa, brigou com a Igreja Católica, conseguiu maioria na Câmara Municipal. Foi reeleito com facilidade. Melhorou um pouco a cidade: calçou ruas, drenou aqui e acolá, não melhorou as escolas. Depois de oito anos, elegeu um morador da comunidade, mas os secretários são indicados por ele. Continua sendo o prefeito de fato, manda em tudo, é a voz forte do Litoral Norte. Hoje, o funcionário do Tribunal de Contas, elegeu a mulher para a prefeitura do município vizinho e a filha deputada estadual. As duas cidades estão cheias de condomínios ricos e pobres. Um deles tem o nome do seu pai. Compra terras e terras. Está

MORAES

TORRES dos. Alguns já devem ter morrido! O Congresso Nacional continua exigindo algo para votar os projetos de interesse do governo. Dizem os entendidos que milhões foram distribuídos em emendas parlamentares para que seus membros votem a Reforma da Previdência. Só tem graça se a população souber para onde vão tais recursos: para projetos de interesse dos políticos, convertidos em dinheiro para compra de votos. Escândalos estouram no Brasil inteiro, sempre envolvendo deputados, senadores, governadores ou prefeitos. Numa reunião do Congresso verificamos poucos com ficha limpa. Os ex -presidentes estão sendo acusados de vários crimes: Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma e Temer estão envolvidos com algo. Alguns Estados estão falidos por culpa de enormes desvios de dinheiro público. Os dois piores são o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. Os algozes são os dirigentes e as vítimas são os servidores públicos que ficam com os salários atrasados. Quando aparece alguém querendo punir os corruptos, proteger o dinheiro público, prender traficantes e bandidos, parte do povo reage negati-

n Aposentada da Assembleia Legislativa

vamente. Quando aparece alguém querendo consertar a Previdência Social e fazer o Brasil voltar a crescer, os políticos gritam, esperneiam, atrapalham o processo. Quando aparece alguém mostrando o que está errado e querendo corrigir os desmandos, os encrenqueiros chamam-no de maluco, louco, desregrado. Parte dos políticos quer continuar com o uso da propina, com excesso de comissionados, com verbas de campanha e nepotismo. A impunidade continua, a Justiça não consegue impedir os desmandos e eles, os políticos corruptos, nada temem. Deus no comando!

Alguns Estados estão falidos por culpa de enormes desvios de dinheiro público. Os dois piores são o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. Os algozes são os dirigentes e as vítimas são os servidores públicos que ficam com os salários atrasados.


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Por que o Brasil precisa da Nova Previdência?

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posentadorias, pensões e benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União vão consumir mais de R$ 700 bilhões em 2019. Como a previsão de receita com as contribuições é de R$ 459 bilhões, o déficit deverá superar R$ 290 bilhões. Se nada for feito, esse quadro negativo tende a piorar nos próximos anos e a colocar em risco as aposentadorias dos novos trabalhadores. Com a Nova Previdência, o governo prevê economizar R$ 1 trilhão nos próximos dez anos.

ENTENDA POR QUE O BRASIL PRECISA DA NOVA PREVIDÊNCIA: Crescimento da população idosa A população idosa tem crescido rapidamente. O sistema, com as regras atuais, caminha para a insustentabilidade. No ano 2000, a proporção era de 11,5 pessoas em idade ativa (de 15 a 64 anos) para cada idoso (de 65 anos ou mais) no País. Em 2020, essa proporção deverá cair para 7 e, em 2060, para 2,35.

Queda da taxa de fecundidade Em 1980, o Brasil tinha uma média de 4,1 filhos por mulher. Neste ano, esse número caiu para 1,8. A taxa segue em queda, e a projeção é que esteja em 1,7 filho por mulher, em 2060. Essa estimativa significa menos gente contribuindo para a Previdência. Aumento da expectativa de sobrevida Até a década de 1980, quem chegava aos 65 anos vivia, em média, mais 12 anos. Atualmente, em média, as pessoas vivem mais 18,4 anos. Em 2060 serão

Antipapa Bergoglio, Grande Inquisidor e orgia no Vaticano

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al como o Grande Inquisidor – personagem de Dostoiévski que, na Idade Média, no século XVI, procurou menosprezar Jesus Cristo e depois levá-lo à fogueira da Inquisição quando de sua segunda aparição na terra -, o antipapa Bergoglio, ao adotar no Estado do Vaticano as teses da Teologia da Libertação (que chama, ardilosamente, de “Teologia do Povo”) reedita o pior da apostasia comunista dentro da Igreja Católica, tornando-se, assim, figura execrada entre católicos e cristãos. Cardeal de Sevilha, o Grande Inquisidor, depois de longo interrogatório, acusa Cristo de “erguer a ideia de liberdade entre os homens” – ideia que o Inquisidor, um jesuíta ortodoxo, julga uma “suprema ignomínia” pois os homens, principalmente “os fracos, os depravados, os revoltados e os nulos, nunca compreenderam ou souberam conviver com a liberdade”. Por isso, eles dizem: “Fazei de nós escravos, mas alimentai-nos” – fustiga o Inquisidor no ato de subestimar Cristo. Por fim, conclui, dedo em riste: “Nenhuma ciência lhes dará o pão enquanto pretenderem escolher o caminho do livre arbítrio por Ti apontado”. Ao escorraçar Cristo, o velho heresiarca faz tábula rasa da história da cristandade, para destruir a Igreja secular e impor sua teologia ateia – vale dizer, socialista. Na sua heterodoxia diabólica, o Grande Inquisidor, diante de completo silêncio do Cristo, enumera os três poderes que dominam a consciência dos homens e asseguram a felicidade terrena a ser administrada por ele, a saber: o Milagre, o Mistério e a Autoridade. Jesus, diz o Cardeal, “ao preterir o Milagre no Ato da Crucificação, traiu os que Nele acreditavam, mas a humanidade jamais poderá viver sem o prodígio da Divindade” – do qual ele, o Grande Inquisidor, se diz avalista. Embora desacredite do Mistério da Santíssima Trindade, o Cardeal dá

a entender que o oculto só pode ser revelado aos iniciados, adiantando, no entanto, que o seu Mistério, trancado a sete chaves, é não acreditar no Transcendental, visto que o seu reino é o reino deste mundo. “Queremos a Roma dos Césares” – pontifica o apóstata A autoridade, na teologia materialista do Inquisidor, renega a espiritualidade de Jesus, “que não sabe nada dos homens”. Ela “será exercida por meio da submissão, do temor e pelas promessas de paz e harmonia oferecidas à humanidade pelo Vaticano”. Mas a Cúria de Bergoglio, enfronhada na “Teologia do Povo”, não difere muito do projeto arquitetado pelo Cardeal de Sevilha, quando da prisão do Cristo numa masmorra, no período da Santa Inquisição. O antipapa de hoje parece mais empenhado em fazer política ideológica, voltado para a recepção no Vaticano do virulento Putin(ho), do cocaleiro Evo Morales com suas oferendas de Foice e de Martelo a simbolizar o totalitarismo comunista de Stalin, além da aberta confraternização com os “irmãos” muçulmanos. De fato, a postura de Bergoglio soa mais deletéria quando se sabe que, hoje, cerca de 215 milhões de cristãos são perseguidos de morte e prisões em países de regime comunista (especialmente na China) ou entre muçulmanos – enquanto a figura do antipapa argentino, na prática, adere ao globalismo fomentado pelo establishment europeu, fincando, pressuroso, os alicerces para abrigar no Vaticano, em outubro próximo, uma “Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos sobre a Região Amazônica” com o objetivo de criar uma força-tarefa internacional (quem sabe a ser comandada por ele próprio), para retirar a soberania brasileira da nossa Amazônia, ameaçada, segundo os seus mentores, pelo mitológico “efeito estufa”. A Santidade do antipapa Bergoglio está, no entanto, seriamente abalada com a recente publicação do livro “No

Armário do Vaticano – Poder, Hipocrisia e Homossexualidade”, uma pesquisa devastadora do jornalista francês Frédéric Martel que documenta o ambiente de orgia e devassidão predominante no interior do Estado do Vaticano, onde grande parte da população, em torno de 80%, é constituída por homossexuais. Ao cabo da leitura do amplo documento pode-se considerar, em definitivo, que “o Vaticano é, em larga escala, um sistema homossexual” – assinalam alguns vaticanólogos eufóricos com a publicação. Para escrever “No Armário do Vaticano…”, o autor francês, ele próprio um homossexual, revela que durante quatro anos entrevistou pessoalmente 1.500 pessoas, dentro e fora do Vaticano, entre os quais 41 cardeais, 52 bispos e monsenhores, 45 núncios apostólicos e embaixadores, além de 200 padres e seminaristas. “Meu livro é sobre a vida dupla e a hipocrisia esquizofrênica dos padres e bispos que são homossexuais e não se assumem”. No interior do vaticano, diz o pesquisador, “são habituais verdadeiras orgias sob uma suave luz vermelha com um forte consumo de drogas e vodca de maconha, e com a firme presença de garotos de programa, alguns deles muçulmanos”. Um michê romeno habitué do Vaticano, Christian, entrevistado por Martel, deu detalhes desses encontros: “Um padre quis que eu fizesse um ‘golden shower’ (urinar) na cara dele. Há os que querem que nos fantasiemos de travesti. Outros praticam atos sadomasoquistas sórdidos. Um padre até quis lutar boxe comigo todo nu”. O antipapa Bergoglio, segundo o autor francês, leu o extenso volume sobre a grande legião de homossexuais ativos ou enrustidos dentro do clero, “sob sua guarda”. Afirma que o argentino “achou o livro bom e que já sabia de tudo”. E conclui: “Não dá para esperar que ele seja ainda o ‘orgulho gay’ em Roma. Mas, sim, que é um ‘friendly gay’ e está evoluindo”.

mais 21,2 anos. Estados e municípios Sem a Nova Previdência, o risco de insolvência dos estados e municípios será ainda maior. Como o pagamento de aposentadorias é despesa obrigatória, governos poderão ter de cortar em outras áreas e, em alguns casos, como no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, atrasar salários e benefícios. (Dados do Ministério da Economia).

IPOJUCA

PONTES n Jornalista, cineasta e escritor

(Para completar a desgraça, o Banco do Vaticano (IOR – Instituto para Obras Religiosas), que administra os recursos das associações católicas de todo o mundo (e não se rege pelas normas financeiras vigentes na Itália), vem sendo denunciado por lavagem de dinheiro e demissões de auditores, colocando sob suspeita as finanças da Santa Sé). Ao expor os princípios que passariam a reger o Vaticano a partir de século XVI, inspirado na visão jesuítica do Cardeal de Sevilha, o grande Dostoiévski nunca foi tão profético. Hoje, a igreja de Roma distancia-se cada vez mais da espiritualidade cristã, em essência voltada para os valores transcendentais expressos na conduta de Jesus, para cair de quatro ante a “Teologia do Povo”, que confunde a fraterna Cidade de Deus com a erradia Cidade dos Homens. Resultado: milhares de católicos estão abandonando a igreja vermelha do antipapa Bergoglio para haver-se diretamente com Cristo. P S – A propósito, Dostoiéviski anotou no seu “Diário de um Escritor” que os jesuítas pretendiam reduzir a humanidade a um rebanho de vacas. Muito antes, o Marquês de Pombal tinha chegado à mesma conclusão. (Artigo publicado originalmente no Diário do Poder).

Jesus, diz o Cardeal, “ao preterir o Milagre no Ato da Crucificação, traiu os que Nele acreditavam, mas a humanidade jamais poderá viver sem o prodígio da Divindade.


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Boca torta do cachimbo

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á mais ou menos um mês, talvez dois, o amigo Elias Fragoso, também articulista deste semanário, falava-me da possível, quase certa, pretensão da Braskem, outrora Salgema, de dribrar Ministério Público, Defensoria Pública, Justiça e o povo alagoano, especialmente os moradores dos bairros do Mutange, Bebedouro e Pinheiro, todos aqui em Maceió, vítimas da ação deletéria das atividades da tal empresa. Nesse contexto, algumas autoridades políticas lhe estavam servindo de apoio. A nossa conversa foi longa de minutos, eu naturalmente concordando com as observações perspicazes do Elias. Tinha ele razão, naturalmente. A Braskem enrolou todos: se disse empenhada na solução do grave problema; por seus diretores revelou-se consternada com a situação

dos habitantes dos bairros à beira do cataclismo, etc, etc, etc. Na sequência do embuste, fez – ainda faz – prospecção saneadora da área; fechou poços, segundo afirma; comprometeuse a tornar seguro o bairro do Pinheiro, restaurando galerias pluviais, promovendo a contenção do solo do logradouro. Nesse desiderato, publicou notas na imprensa e na mídia locais, bem como contratou carros de som que percorriam os bairros informando aos moradores sobre todos os seus passos de boa-vontade; contratou experts para produzirem relatórios que, agora se revelam bem convenientes. Diz o ditado popular que de esmola grande cego desconfia. O Elias, que não é nada cego, tem perfeita e aguda visão, já enxergava naquela quadra que tudo não passava de engodo. Tinha ciência da migração de caríssi-

CLÁUDIO mos advogados para Maceió, especialmente contratados pela prospectora para sua defesa e, obviamente, para contestação dos laudos produzidos pelos peritos geólogos dos órgãos oficiais. A premonição realizouse, e a Braskem foi rápida no seu primeiro passo revelador de suas verdadeiras intenções, conseguindo célere o desbloqueio dos valores retidos pela Justiça alagoana. É de se refletir sobre a ingenuidade de muitos – inclusive minha – em esperar que uma empresa, desde o início conseguindo plantas de prospecção no subsolo alagoano sob processo suspeito, pudesse agir com ética, assumindo suas responsabilidades, resolvendo os problemas que causou, em comum acordo com as famílias prejudicadas. Na verdade, esse símbolo do dinheiro sempre esteve sobranceiro aos comuns mortais, comprando tudo o que

VIEIRA

n Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

se lhe apresentava, inclusive mentes avidamente disponíveis. Exemplo bem eloquente é a deletéria atividade de sua controladora, a Odebrecht, useira e vezeira na arte de controlar consciências disponíveis, atualmente acossada pelos juízes e procuradores. Aparentemente o rigor das autoridades da Lava Jato não tem conseguido coibir a esperteza dessa turma. Mais uma vez aprende-se que o uso contínuo do cachimbo certamente entorta a boca.

É de se refletir sobre a ingenuidade de muitos – inclusive minha – em esperar que uma empresa, desde o início conseguindo plantas de prospecção no subsolo alagoano sob processo suspeito, pudesse agir com ética, assumindo suas responsabilidades, resolvendo os problemas que causou.


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FGTS

Mercado imobiliário pode ser afetado caso governo libere saques Entidade que reúne mutuários teme que recursos sejam direcionados a outros setores ASSESSORIA/ABMH

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ara o trabalhador que quer conquistar a casa, um dos principais recursos a serem utilizados é o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Criado com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho, além da garantia de um dinheiro extra caso haja perda do emprego, o FGTS é muito utilizado por trabalhadores que desejam adquirir um imóvel. No entanto, caso o governo federal opte pela liberação de saques de contas ativas do Fundo, como consequência pode haver uma redução na aquisição de imóveis. No que diz respeito ao trato do FGTS, o consultor jurídico da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) em Alagoas, Anthony Fernandes Oliveira de Lima, informa que ele é um fundig do financiamento habitacional. “O que significa que na prática os bancos pegam recursos desse fundo, que na verdade pertencem aos trabalhadores, e repassa esse valor a terceiros como forma de propiciar a aquisição da casa própria, garantindo o retorno do capital ao próprio FGTS, mas recebendo remuneração (juros do

financiamento) através do empréstimo desse capital”, explica. Como um funding para concessão de financiamento habitacional, há uma certa preocupação do mercado imobiliário com a tendência do governo de liberar o saque para os trabalhadores em situações que fogem às regras descritas na Lei 8.036/90, que dispõe sobre o FGTS. “Ainda não se sabe ao certo como essa autorização se dará, porém o mercado já não vê como positiva a medida com medo de que esse funding reduza drasticamente a aquisição de imóveis”, reforça Anthony Fernandes Oliveira de Lima. Para o consultor jurídico

MERCADO

Para o consultor jurídico da ABMH, a questão é bem complexa e deve ser tratada com cautela. O FGTS é uma grande fonte de concessão dos financiamentos habitacionais, porém não pertence ao mercado, não pertence à Caixa Econômica Federal e muito menos ao Conselho Curador do FGTS.

Consultor jurídico, Anthony Fernandes diz que FGTS é grande fonte de financiamentos da ABMH, a questão é bem complexa e deve ser tratada com cautela. O FGTS é uma grande fonte de concessão dos financiamentos habitacionais, porém não pertence ao mercado, não pertence à Caixa Econômica Federal e muito menos ao Conselho Curador do FGTS. “Os recursos do FGTS são fruto do trabalho do cidadão e o seu depósito compulsório tem como finalidade garantir a este trabalhador uma segurança em caso de situações inesperadas que atinjam sua capacidade laborativa ou que representem quebra brusca da relação de emprego”, completa. Se por um lado o dinheiro depositado do FGTS pertence ao trabalhador, ou seja, caso seja liberado seu saque

ele estaria tendo acesso a um recurso que já pertence a ele, por outro, o fundo é de extrema importância no setor habitacional. “Porque é capaz de fomentar uma cadeia produtiva muito grande que envolve a construção civil, instituição financeira e a possibilidade de injetar capital protegido no mercado amplo”, acrescenta Anthony Fernandes Oliveira de Lima. Por hora, o consultor jurídico da ABMH diz que não há como afirmar que as possíveis medidas a serem tomadas pelo governo vão afetar significativamente o mercado imobiliário, pois não se tem nada concreto com relação às novas possibilidades do saque. “Contudo, há como concluir que, dependendo da extensão de liberação, o

capital certamente saíra do mercado imobiliário para ser investido em outro setor, o que não quer dizer que será benéfico para economia macro do país”, aponta.

SOBRE A ABMH

Idealizada 1999 e mantida por mutuários, a Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem como objetivo difundir as formas de defesa de quem compra imóveis, em juízo ou fora dele, com o efetivo cumprimento dos dispositivos legais. Atualmente, a Associação possui representações em 11 estados, além do Distrito Federal, e presta consultoria jurídica gratuita.


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extra MERCADO ONLINE

Em alta

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Banco do Nordeste contratou R$ 575 milhões no primeiro semestre de 2019 em Alagoas, distribuídos em mais de 112.500 operações de crédito. O montante representa um crescimento de aproximadamente 17,6%, se comparado ao mesmo período de 2018, quando o BNB somou R$ 489 milhões em contratações realizadas no estado. Somente com recursos do Fundo, principal funding da instituição, as aplicações somaram R$ 328,8 milhões, envolvendo mais de 12.506 operações. No comparativo entre os primeiros semestres de 2018 e 2019, os financiamentos com essa fonte de crédito cresceram 22,6%.

Os brasileiros estão preferindo fazer compras online. Pelo menos é o que indica um estudo feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Segundo levantamento, 86% dos consumidores conectados realizaram ao menos uma aquisição em lojas online nos últimos 12 meses. A comodidade, os preços e a facilidade da compra são os principais motivos que atraem os compradores virtuais.

SEGURO DE VIDA O brasileiro está cada vez mais consciente sobre a importância do planejamento financeiro. Esta é a constatação da seguradora multinacional Mongeral Aegon. No estado de Alagoas, a empresa registrou um aumento de 22% na contratação de planos de seguro de vida apenas no primeiro trimestre deste ano quando comparado com o mesmo período de 2018. “Este número reflete em uma maior educação financeira e preocupação em garantir no presente um eventual impacto que a perda de renda pode causar no futuro, seja por uma invalidez temporária ou até mesmo morte”, explica a gerente do escritório da Mongeral Aegon em Maceió, Sarah Anunciação.

LIBERTEM AS MOEDAS

Quase 20% da população ainda guarda moedas em casa. Conforme o Banco Central, 8 bilhões de moedas estão guardadas “em algum lugar”. Mas o hábito leva comerciantes e cobradores ao desespero pois dificulta o troco nas vendas. Sem contar que moedas fora de circulação faz com que a fabricação de mais trocados seja necessária. É uma economia para o bolso do brasileiro e uma despesa para o governo federal.

ECONOMIA EM PAUTA n José Fernando Martins – n josefernandomartins@gmail.com


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NO PAÍS DAS ALAGOAS

A bicicleta de Geraldo Bulhões

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á personagens da vida política que são verdadeiros cunhadores de frases ou historietas, que ornam e marcam a literatura pitoresca ou folclórica do seu meio e tempo. O ex-governador Geraldo Bulhões é um deles. Numa roda de políticos, atentos para ouvi-lo, fazia a seguinte analogia: - A política é como uma bicicleta. O ciclista começa a pedalar, vai se entusiasmando, se entusiasmando, até dar uma derrapada e cair. Arranha-se, fica cheio de hematomas e joga a bicicleta lá no limbo, com o guidom empenado, selim torto, pneus furados, enfim, bastante avariada. Depois de certo

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TEMÓTEO

CORREIA n Ex-deputado estadual

tempo, já sem arranhões e hematomas, é tomado pela saudade. Vai olhar a bicicleta, passa uma flanela para retirar a poeira, desempena o guidom, ajeita o selim, calibra os pneus e volta a pedalar. A política é assim. Um dos presentes o indagou: - O senhor já derrapou, governador? Geraldo Bulhões sentenciou: - Nessa bicicleta, quem nunca derrapou, um dia derrapará. A não ser que, contra a própria vontade, desista de pedalar.


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Sem alternativa

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m acordo que demorou 20 anos para ser fechado finalmente aconteceu. Mercosul e União Europeia concordaram em iniciar um processo de retirada de barreiras tributárias e administrativas em direção ao livre comércio. Trata-se da maior abertura ao exterior do País em toda sua história econômica, envolvendo 27 países (sem contar o Reino Unido) da Europa e quatro do Cone Sul. No caso específico de automóveis e comerciais leves, que representam 94% de todos os veículos vendidos aqui, o impacto será grande, mas não imediato. Na realidade, as tarifas de importação dos produtos motorizados europeus só estarão zeradas dentro de aproximadamente 17 anos. Para começar, estimam-se dois anos para aprovação em todos os 31 parlamentos nacionais envolvidos. Em seguida, os europeus poderão enviar ao Brasil 32.000 automóveis anualmente, durante sete anos, com desconto de 50% sobre os 35% do atual imposto de importação (II). Acaba, então, o regime de cotas. A seguir um período de oito anos de redução do II, obedecendo a uma escala de redução anual, sem cotas: 28,4%; 21,7%; 15%; 12,5%; 10%; 7,5%; 5%; 2,5%. Pode parecer estranho, mas é isso mesmo. Após sair do regime de cota fixa e 17,5% de II, o período de livre importação começa com alíquota de 28,4% até a eliminação no 16º ano. No fluxo oposto, os europeus impõem taxa de 10% de II, mas o Brasil não exporta, atualmente, para lá (já o fez com VW Fox, entre outros). Essa alíquota será zerada em intervalo bem curto, ainda por estabelecer. Está aí uma oportunidade para o País na faixa de automóveis e SUVs compactos, caso a lição de casa ocorra conforme se supõe. Aliás, não há alternativa nos próximos 15 anos para a indústria automobilística aqui instalada sobreviver com um mínimo de dignidade e peso específico. O tempo é suficiente para rebaixar drasticamente o Custo Brasil e suas deficiências bem diagnosticadas: burocracia geral e fiscal sufocante, alta carga tributária, infraestrutura e

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

logística da pior qualidade, ambiente ruim de negócios, descontrole dos gastos públicos, etc. Aspecto interessante do acordo é o reconhecimento mútuo dos regulamentos técnicos (segurança, emissões e outros). Tornam os produtos europeus ainda mais competitivos, enquanto modelos dos EUA, Canadá, Coreia do Sul e até da China perderão atratividade. Há, no entanto, negociações em vista com os três primeiros dos quatro. Também, a partir de agora, o Mercosul deve parar de brincar. Desde 1991 o comércio livre estava previsto. Mas, até o momento, o Brasil para cada US$ 1,50 exportado à Argentina tem que obrigatoriamente importar US$ 1, sem incidência de II. Esse assunto arrastado por quase três décadas exige uma solução. Cada país tem que se especializar em modelos específicos para ganhar escala de produção e aumentar poder de competição internacional. Estratégias de todas as 20 marcas com instalações industriais hoje no Brasil precisam ser revistas desde já. Pode significar nível de investimentos para cima ou para baixo. Os que forem suficientemente rápidos farão do limão uma limonada. Quem vai ganhar mesmo é o consumidor graças à abertura do País para o mundo.

n

ALTA RODA n ESTUDO divulgado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) constatou: faixa etária a apresentar maior crescimento no financiamento de carros e motos, no primeiro trimestre deste ano, foi entre 18 e 25 anos, com 8,5%. É bem superior à média de 3,5% do mercado total. Muito diferente das afirmações que jovens vêm perdendo interesse pela compra de veículos. n FINALMENTE, Denatran estabeleceu a inserção no Certificado de Licenciamento e Registro de Veículos da ressalva sobre o não atendimento de recall. Essa providência aumentará de forma substancial (de 40% para até 90%) a eficácia das campanhas de segurança. Muitos não são atingidos por comunicados públicos, em especial segundo ou terceiro dono do carro.

n MERCEDES-BENZ exibiu em evento discreto, em São Paulo, o seu primeiro modelo 100% elétrico. Trata-se do EQC 400, um SUV de dimensões equivalente ao GLC, com 408 cv, 77,6 kgfm, quase 2,5 toneladas de massa, tração integral (um motor para cada eixo) e autonomia média de 450 km. A empresa, no entanto, não divulgou data de estreia aqui, nem estimativa de preço. n FCA colocou um pé no passado e outro no futuro. Logo depois de destacar os 40 anos do primeiro carro 100% a etanol produzido no Brasil (recebeu em comodato o Fiat 147 guardado pelo Ministério da Fazenda, em Brasília), anunciou o início das atividades do Centro de Classe Mundial, em Betim (MG). Um laboratório da indústria 4.0 que é firme aposta no futuro. n RELATÓRIO do Sindipeças mostra que índice de 4,7 habitantes por veículo no Brasil estagnou entre 2016 e 2018. Reflexo da crise econômica e da lenta recuperação das vendas em relação ao ano recorde de 2012. Referência só não piorou porque a população tem crescido a taxas menores. Estado de São Paulo concentra 30% da frota brasileira de 44 milhões de veículos.


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Bem avaliado

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ara celebrar os 218 anos do município, a Prefeitura de Anadia preparou uma vasta programação, que inclui cultura, arte, música e várias solenidades para marcar a data. A administração do prefeito Celino Rocha (PDT) segue bem avaliada pela população.

ABCDO INTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Obras

As festividades começam nesta sexta-feira (12) e seguem nos dias 15 e 16, com a Semana Cultural, que contará com diversas apresentações de escolas da rede municipal, grupos dos programas sociais e de artistas da terra.

De fora

O radialista, ex-deputado estadual e ex-vereador por Arapiraca Alves Correia não quer mais disputar cargo político. O “Derrubado”, como se autodenomina em seu programa matinal, na Rádio Gazeta FM de Arapiraca, confidenciou à sua legião de ouvintes que já deu sua contribuição na política. “Estou com 62 anos de idade e vou seguir com minhas atividades profissionais. Deixo a política, agora, para os mais jovens”, afirmou Alves Correia.

Coité

O vereador por Coité do Nóia, Bueno Higino, o Bueninho (PSDB), acionou o Ministério Público Estadual (MPE) para apurar supostas denúncias praticadas pela direção da Câmara Municipal.

Coité 2

Dentre as graves denúncias apontadas pelo vereador, deveriam ser investigados crimes de corrupção, lavagem e desvio de dinheiro, superfaturamento de notas e até contratos fantasmas.

Iluminação

O Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER/AL) entregou material para a iluminação pública do trecho duplicado da AL-220, na área urbana de Arapiraca. A Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria de Serviços Públicos, está mobilizando as equipes para dar continuidade à obra e religar o sistema de iluminação da Avenida José Alexandre.

Campanha

Ainda durante as visitas, foi anunciado o lançamento da campanha “Nursing Now”, ou seja, “Enfermagem Agora”. O evento está previsto para o dia 2 de agosto, no auditório da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Arapiraca.

Preço alto

Atividades

Na quarta-feira (17), o prefeito vai inaugurar, a partir das 8h, a reforma de quatro escolas da rede municipal. Já na quinta-feira (18), dia do aniversário de emancipação, as solenidades terão início às 7 horas. Haverá inauguração de escolas e assinatura de ordem de serviço de várias obras, como a pavimentação asfáltica do Povoado Tabuleiro.

Coren/AL

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-AL), Renné Costa, esteve em Arapiraca, esta semana, acompanhado do conselheiro e enfermeiro Diego Albuquerque, em visitas ao Hospital Regional e Hospital de Emergência Daniel Houly.

Código

Os representantes do Coren/AL percorreram os corredores das instituições de saúde, com o apoio da direção dos hospitais, para entregar o livreto com as normas do Código de Ética do Profissional de Enfermagem.

Os consumidores e proprietários de veículos continuam na bronca com os donos de postos de combustíveis em Arapiraca Em média, o litro da gasolina está sendo vendido ao preço de R$ 4,899. Enquanto isso, na capital alagoana, os motoristas abastecem seus veículos até por menos de R$ 4,00 o litro.

PELO INTERIOR ......Em Santana do Ipanema, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça local, assinou com os organizadores da 57ª Festa da Juventude um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). ...A iniciativa visa à garantia de maior planejamento e segurança para os moradores e visitantes durante o evento, que começa nesta sexta-feira (12). ...A tradicional festa santanense tem programação com uma série de atrações nesta sexta, sábado (13) e domingo (14).


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Junho quente

Hectares vazios

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Brasil tem 50 milhões de hectares disponíveis para o reflorestamento em locais que não estão cobertos nem por zonas urbanas, nem por florestas, nem pela agricultura. Segundo um estudo publicado na revista Science, essa área – semelhante ao tamanho de toda a Espanha – é formada por terras degradadas, seja devido ao desmatamento ou pelo abandono após a agricultura, e poderia receber mudas de árvores para ajudar a mitigar o aquecimento global. Em todo o mundo, a área disponível para o reflorestamento soma 0,9 bilhão de hectares. Neste espaço caberia 1,2 trilhão de novas mudas. Elas seriam capazes de absorver 205 gigatoneladas de carbono, segundo os pesquisadores – um pouco abaixo das 300 gigatoneladas já emitidas pela humanidade desde 1800.

Junho de 2019 foi o mês de junho mais quente já registrado no mundo. Um dos principais motivos foi uma onda de calor excepcional que atingiu a Europa, e que deve voltar a acontecer com o aquecimento do planeta. Segundo dados do serviço europeu Copernicus sobre mudança climática, o termômetro subiu em junho 0,1°C na comparação com o recorde anterior para o mesmo mês, registrado em 2016. Foi sobretudo na Europa onde fez mais calor, com uma temperatura cerca de 2ºC acima do habitual.

MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

França como exemplo

Novas árvores

Além de preservar as florestas que já existem, a melhor solução para reduzir drasticamente o excesso de dióxido de carbono na atmosfera e conter o aquecimento global é plantar árvores em todos os espaços possíveis do planeta que não são ocupados nem por zonas urbanas, nem destinados a agropecuária. Isso significaria plantar 1,2 trilhão de novas mudas, um número quatro vezes maior do que a totalidade de árvores que vivem na floresta amazônica. Calcula-se que existam no planeta hoje cerca de 3 trilhões de árvores.

A ministra dos Transportes da França, Elisabeth Borne, anunciou na última terça-feira (9) que o país adotará um imposto sobre empresas aéreas que usam seus aeroportos para ajudar a cuidar do meio ambiente. A medida deve arrecadar cerca de 180 milhões de euros a partir de 2020. A nova taxa francesa será de 1,5 euro em voos dentro da França ou da União Europeia, 3 euros para voos econômicos partindo da UE, 9 euros para a classe executiva dentro da UE e de mais de 18 euros para passagens da classe executiva em voos partindo da UE. Voos de conexão não serão taxados.

Praia de Ipioca

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Costa dos Corais irá avaliar os impactos da construção de um restaurante na praia de Ipioca, no Hibiscus Beach Club. Com o peso dos maquinários, a investigação irá apurar possíveis danos ambientais. De acordo com nota emitida pelo instituto, o empreendimento possui licença ambiental do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) sem a devida consulta ao ICMBio.


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PAULO JACINTO EM FESTA

Baile da Chita chega à 67 edição com grandes atrações a

Evento, que acontece no dia 20, é reconhecido como patrimônio imaterial, histórico e cultural de Alagoas MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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município de Paulo Jacinto, localizado no Agreste alagoano, possui pouco mais de sete mil habitantes, mas nos últimos dias tem se tornado frenético, tipo lugar grande. É que a 67ª edição da festa mais esperada da região bate à porta e filhos da terra e visitantes já se preparam para o grande dia. Além de ser uma típica cidadezinha do interior, PJ, como carinhosamente é conhecida, guarda uma peculiaridade. Que outra cidade teria nascido de um baile? Que outra cidade tem uma música (Propriá) do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, como seu segundo hino e consegue que seus habitantes a conheçam na ponta da língua? Só mesmo Paulo Jacinto- a Terra do Baile da Chita - que está de casa e coração abertos para receber no sábado, 20, seu público fiel e novato para o 67º Baile da Chita. A animação ficará por conta da já conhecida orquestra Golden Time e dos talentosos Tarcy Monteiro (ex-Baby Som) e Elminho. O ponto de encontro é o Clube Recreativo Paulo-Jacintense, a partir das 22h. Então, se vista de chita, pegue a AL-210 e venha cantar a música do Rei do Baião que diz assim: “Por isso eu vou voltar pra lá, não posso mais ficar. Rosinha ficou lá em Propriá, aiai, uiui, eu tenho que voltar, aiai, uiui, a minha vida tá todinha em Propriá...” Na verdade, é quase impossível ter alguém na região que nunca frequentou ou ouviu falar do Baile da Chita. O evento é tão importante para o estado que em 2015 foi reconhecido como bem de natureza imaterial pela Lei Estadual 7.720. O reconhecimento só veio confirmar o valor cultural e afetivo que o evento tem. Na verdade, desde sua primeira edição, ele ganhou a empatia do público e assim como a chita tem se tor-

nado uma segunda pele de seus frequentadores. É amor à primeira vista que nunca vai embora. Muitos namoros e paqueras foram embalados e até casamentos aconteceram devido ao baile. É uma festa da família e confraternização regadas ao friozinho da cidade e ao calor dos moradores que esbanjam hospitalidade. Assim, a pouco mais de uma semana do tão esperado baile, os moradores da cidade estão ansiosos para celebrar a festa que atrai frequentadores de toda a região e até de fora do estado. Quem está animada para conhecer o evento é a paulistana Sara Elen, que veio conhecer a família em Paulo Jacinto e já se apaixonou pela história da cidade. “É muito lindo ver esse amor do povo pela música, pelo baile, pela história. Estou encantada com tudo. É uma experiência única”, disse a estudante que já se arrisca a cantar um trecho da música tema do baile. Muitos filhos da terra que deixaram a cidade para galgar outros caminhos, todos os anos voltam para dançar, rever amigos e se confraternizar. Tem até quem aporte com a família e alguns agregados. Aliás, Paulo Jacinto se torna uma festa. Literalmente, o município se veste de chita, o ar fica mais florido, as pessoas capri-

cham no acolhimento e quem chega vem pra ficar e amar a festa. “Fui a esse baile há alguns anos e nunca esqueci. É um momento mágico, inexplicável que só vivenciando para saber”, definiu saudosista o empresário Cláudio Basto. O diretor-presidente do CRPJ, Davi Lima, está entusiasmado com o evento e garante que tudo está preparado para receber no melhor estilo e receptividade o público que marcará presença a um dos maiores eventos sociopolíticos da história de Alagoas. “Agradecemos a todos que têm colaborado para que o evento aconteça com o mesmo padrão das edições anteriores e aproveitamos para convidar o pessoal a vir marcar presença no baile mais importante e tradicional da região”, garantiu. Conhecer a história do baile é apaixonante. Criado no dia 22 de julho de 1951, com o objetivo de tornar cidade a antiga Vila Paulo Jacinto, antes Povoado de Lourenço, município de Quebrangulo, o nome surgiu porque o evento seria realizado após os festivos juninos, quando a cidade era enfeitada com o tecido de chita. Assim, como a vila se intitulava autossuficiente e precisava se emancipar de Quebrangulo, as reuniões aconteciam a todo vapor, as ideias surgiam, mas faltava dinheiro para pagar

um advogado. Foi quando em um desses encontros, Josefa Barbosa teve a ideia de realizar um baile e seria “Baile da Chita”. José Aurino de Barros e os demais participantes acataram a iniciativa. Já a escolha da música aconteceu porque era um sucesso do momento de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Tudo deu tão certo que o Rei do Baião, em viagem pelas redondezas, ficou sabendo que sua música tinha se tornado importante para o recém emancipado município de Paulo Jacinto e resolveu retribuir o carinho ao aportar por lá e realizar show em praça pública. O evento aconteceu na década de 1950, mas qualquer paulojacintense sabe contar aquele momento como se estivesse presente.

RAINHA DA CHITA Outro atrativo do baile é o desfile da Rainha da Chita, onde a garota escolhida no ano anterior passa a faixa para sua conterrânea durante o intervalo do evento. Todo ano é assim. Desde o primeiro baile, uma jovem da cidade, com idade entre 15 e 18 anos, é escolhida rainha. Este ano a eleita foi Silvana Myllena Araújo de Melo, 15 anos. Filha de Silvano de Melo Correia e Maria Salete Araújo de Melo, para ela, ser rainha do Baile da Chita é um sonho realizado. “É um privilégio está fazendo parte da cultura Paulojacintense, levando a diante a tradição que ocorre há 67 anos. Sinto uma honra imensa ao estar passando por esse momento inesquecível que traz comigo um desejo de criança, uma leveza e ao mesmo tempo a emoção de tudo que vem acontecendo. Farei o melhor para representar minha terra, com o melhor que ela merece”, disse Myllena, que espera ansiosa

pelo recebimento da faixa e assim desfilar sua beleza de majestade. O baile é uma festa privada, mas paralelamente existe a festa de rua - Festa da Chita - que este ano acontece durante dois dias. A prefeitura municipal preparou o evento público no sábado 20 e domingo, 21, com shows de grandes nomes da música regional. Na programação, Forró do Muido, Gil Mendes e Ranniery Gomes irão abrilhantar o primeiro dia da festa. No domingo, vai ter Calcinha Preta e Banda Versátil na Terra do Baile da Chita. Você não vai ficar de fora dessa. Vista-se de chita, vista-se como quiser, crie sua moda, seu estilo e sinta-se convidado para a festa. A garantia é que será um sucesso e você nunca mais vai deixar de participar do melhor baile da região.


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