Edição 1031

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ANO XX - Nº 1031 - 26 DE JULHO A 01 DE AGOSTO DE 2019 - R$ 4,00

AGRONEGÓCIO

FrigoVale investe em tecnologia para aproveitamento total do abate

Resíduos e subprodutos dos animais abatidos, impróprios ao consumo humano, viram matéria-prima para a indústria pet de alimentos. Leia reportagem na segunda edição do caderno Agroeconomia. 6 e 7

extra CONDENADO MACEIÓ - ALAGOAS

www.novoextra.com.br

1998 - 2019

ALBUQUERQUE PERDE MANDATO POR CHEFIAR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Sentença sai 12 anos após o roubo de R$ 300 milhões da Assembleia n Deputado tem direitos políticos suspensos por 5 anos e pagará multa de 50 vezes maior salário da época 6 e 7 n

FIM DA ILEGALIDADE

ESTADO PAGARÁ INDENIZAÇÃO MILIONÁRIA POR EXPROPRIAR FAZENDA DE POSSEIRO

RIO LARGO

Promotor nega acusações e diz ser vítima de campanha difamatória Acusado de favorecer o prefeito cassado Gilberto Gonçalves, de Rio Largo, o promotor Mágno Alexandre Moura não só nega as acusações como diz que o denunciante Hélder Moura tenta, a todo custo, usar o Ministério Público para satisfazer seus interesses pessoais e político-partidários. 9

DONO DA MARROQUIM É IMPEDIDO DE DEIXAR O PÁIS SOB ACUSAÇÃO DE ESTELIONATO 17

Decisão é da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça; abuso ocorreu no Governo Téo Vilela 5 BARRA DE SÃO MIGUEL

PREFEITO ZEZECO REBATE CAIO PORTO: “ELE QUER SE APOSSAR DE ÁREA PÚBLICA” 11


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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2019

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Fim da lambança

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- A 2ª Câmara Cível do TJ julgou procedente uma ação de usucapião contra o Estado de Alagoas que deve culminar em ações penais contra o ex-governador Téo Vilela e alguns de seus ex-secretários.

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- A decisão unânime dos desembargadores Kléver Loureiro, Otávio Praxedes e Elisabeth Carvalho também deve sobrar para o setor jurídico da CARHP e membros da Procuradoria-Geral do Estado, senão por má-fé, mas por omissão ou complacência no curso do processo.

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- Após vários anos de chicana jurídica, o Estado foi condenado e terá de pagar “uma justa indenização” por expropriar a fazenda de um posseiro, em Marechal Deodoro, sem prejuízo de novas ações por danos morais, materiais e lucro cessante.

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- Levado pela ambição desmedida de alguns de seus auxiliares, o então governador também foi induzido a assinar uma desapropriação fraudulenta, agora revertida pela Justiça.

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- O argumento de ceder áreas para novas indústrias se instalarem no polo de Marechal não é justificativa para atropelar a lei e a ordem. Com a prática de atos ilegais tentou-se esconder a má-fé de falguns figurões do tucanato para se locupletarem.

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- Como resultado das ilegalidades praticadas pelo governo, caberá agora ao Ministério Público propor ações de improbidade administrativa contra todos os envolvidos na lambança. Inclusive alguns tucanos de alta plumagem que à época tinham poderes de “super secretários”.

Sopro de esperança

A condenação do deputado Antônio Albuquerque, mesmo que tardia, renova as esperanças dos alagoanos no preceito constitucional de que a Justiça é para todos, não apenas para pretos e pobres. A sentença contra Albuquerque escancara o antro de corrupção em que se transformou o Legislativo estadual e reforça a possibilidade concreta de condenação, em todas as instâncias, dos demais envolvidos no maior assalto aos cofres públicos na história de Alagoas. Leia reportagem nesta edição.

Dilema do Alfredo

Bem avaliado em todas as pesquisas de opinião pública, o chefe do Ministério Público Estadual, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, vem recebendo propostas de vários partidos para disputar a Prefeitura de Maceió. Assediado por todos os lados, o procurador-geral de Justiça vive o dilema de aceitar o convite e depois se arrepender ou de se lamentar depois por recusar a proposta. Com 22 anos de serviço ao Ministério Público, o promotor não tem tempo para se aposentar, e como a lei o impede de se licenciar para disputar cargo político, perderá o emprego se essa for a sua opção. Ser ou não ser, eis a questão.

Usina fechada

A Ibéria, usina do Grupo Toledo em Borá (SP), entrou em recuperação judicial, concedida pela Justiça de Alagoas. É a última das quatro usinas do Grupo a pedir arrego à Justiça para escapar da falência. Sem operar desde o ano passado e com dívida milionária, a Ibéria dificilmente voltará a ativa. As primeiras usinas a encerrarem as atividades foram Capricho e Paísa, enquanto a Sumaúma se mantém em operação a duras penas.

Terra arrasada

Para milhares de traba-lhadores que perderam o emprego e dezenas de credores que levaram calote, a quebradeira do setor açucareiro é o fim do caminho. Mas para os donos dessas usinas, a recuperação judicial virou um negócio da China, visto que podem negociar seus débitos com deságio de até 85%. Que o diga Jorge Toledo, diretor do Grupo Toledo, que trocou Alagoas pela Europa, deixando para trás um rastro de miséria e de terra arrasada.

Oposição atordoada

Após superar as dificuldades do primeiro ano de mandato, o prefeito Rogério Teófilo está assustando a oposição com o ritmo de obras que vem empreendendo em Arapiraca. Quem apostava no fracasso de sua administração está refazendo as contas e as alianças, e buscando novo discurso para enfrentar o prefeito nas urnas, cuja reeleição é dada como favas contadas. Nesse dilema estão os deputados Tarcizo Freire, candidato da Assembleia Legislativa, e Ricardo Nezinho, apoiado pelo Palácio dos Martírios.

Fazendo errado

A homenagem ao empresário Felipe Cavalcante foi o ponto negativo do seminário jurídico “Fazendo Direito no Mercado Imobiliário”, promovido pelo Sinduscon e Ademi. Dono da construtora Vivendi, Felipe andou metendo os pés pelas mãos e lesando dezenas de famílias na segunda etapa do condomínio Iloa, em Barra de São Miguel, e em outro empreendimento em Maceió. Homenagear quem faz errado é, no mínimo, uma punição moral e um desestímulo aos empresários que fazem direito.

A prisão do juiz

O juiz Antônio Bittencourt foi preso no último fim de semana, em Maceió, por estar armado, promovendo baderna e perturbando a ordem pública. A notícia, publicada pelo “Jornal das Alagoas”, na edição de 19 de julho último, é verdadeira, mas o fato ocorreu em agosto de 2002. Como muita gente desavisada, o jornal deu crédito a uma postagem do WhatsApp com a matéria divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Mas basta olhar a data da publicação e ver que se trata de fato ocorrido há 17 anos.

Oposição assanhada

A cassação de Gilberto Gonçalves, pela Câmara de Rio Largo, animou a oposição, que temia a reeleição do prefeito. E quatro pré-candidatos já se mobilizam para o embate do próximo ano: Fernando James Collor, Pedro Victor, Dr. Lourenço e Daniel Pontes.


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O Senado de quatro? Cascais, Portugal - O Senado Federal tem uma chance de mostrar que não anda de quatro, não é subserviente e não obedece ordens estúpidas do capitão. A prova da independência do parlamento começa na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que vai analisar a indicação do Zero Três, filho do Bolsonaro, para a embaixada dos Estados Unidos, cuja credencial para assumir o cargo é ser especialista em fritar hambúrguer. Ao anunciar que pensa em mandar o garoto para Washington, onde ficará aos cuidados de Olavo de Carvalho, o astrólogo, ideólogo da sua família, a reação do corpo diplomático foi imediata. As críticas, porém, não intimidaram o Ernestinho, que saiu em defesa do seu pupilo, a quem deve o cargo de ministro. Na verdade, Bolsonaro ensaia esse espetáculo circense desde que foi à Casa Branca oferecer o Brasil ao Trump, o doidivano americano. Como à época nada tinha a entregar, abriu as fronteiras para que os turistas norte-americanos entrassem no Brasil livremente sem a respectiva recíproca como exigem acordos diplomáticos. Naquela ocasião, coube ao Zero Três o lugar de destaque no encontro de Trump ao lado do pai na Casa Branca. A mídia registrou o episódio, mas não imaginou que ali era dado o primeiro passo para fazer do Zero Três o embaixador brasileiro. O ato, se de fato ocorrer, é despudorado, inconsequente, típico de um governante que faz questão de agir como déspota, autocrático. Atua como se o Estado fosse dele, afrontando as regras democráticas e institucionais. Apega-se ao governo norte-americano como se fosse um dos seus marines adestrados, destituindo-se servilmente de um poder outorgado por milhões de brasileiros, o de presidente de uma das maiores economias do mundo.

Desagravo

Os governadores do Nordeste reagiram à discriminação feita por Bolsonaro à região. O capitão, como sempre, deixa aflorar o seu preconceito por mais que tente escondê-lo. Agora qualificou de “paraíbas” os governadores do Nordeste como se todos fossem inferiores aos dos outros estados do país.

Repúdio

Num rápido comentário, antes de uma entrevista a jornalistas estrangeiros, disse ao ministro Onyx, que sentava ao seu lado, que não atendesse nenhum dos pedidos dos governadores do Nordeste. E citou especificamente o Flávio Dino, governador do Maranhão, do PC do B, de quem disse ser o pior de todos eles.

Vergonha

Ora, se em público o capitão trata os governadores dessa forma, imagine o tratamento que ele reserva ao Nordeste. É uma atitude típica dos déspotas que agem como se o Estado estivesse sob seu domínio, desconsiderando que lá chegou pelo voto popular porque o país vive numa democracia plena, onde o povo pode eleger livremente seus governantes. E destituí-los quando abusam do poder.

A atitude do capitão está sendo contestada pelas instituições brasileiras. Ministros do STF mostram-se contra, diplomatas e políticos repudiam a decisão. E até a área militar teme que ele esteja dando um tiro no pé se realmente insistir em levar o garoto para a embaixada nos Estados Unidos. A porralouquice não tem precedente no mundo civilizado nem nas democracias modernas, à exceção de países controlados por ditadores. Ela apenas revela uma faceta que aos poucos vai mostrando que o capitão não tem noção do cargo que ocupa, não está preparado para exercê-lo. As últimas pesquisas, que o mostram em queda livre, é um sinal claro de que o seu governo desajustado é desaprovado pela maioria do povo brasileiro. Até os antipetistas já estão arrepiados com o descontrole do capitão, pois consideram que depois da caravana petista, que deixou um rastro de cofres públicos vazios pelo caminho, nada pior poderia acontecer. E, infelizmente, o que se constata é que a tragédia ainda não acabou, ela continua batendo às portas do povo brasileiro. O Senado Federal precisa dar uma resposta às pretensões do capitão, como já aconteceu em outros momentos em que prevaleceu o bom senso. Ocorre, porém, que o governo continua a fazer a “política velha” do é dando que se recebe, como aconteceu com a liberação de bilhões de reais para as emendas dos deputados comprometidos com a votação da reforma da Previdência. Se continuar com essa prática, o capitão vai ter que despejar um caminhão de dinheiro nas mãos dos senadores para aprovar na CCJ e depois no plenário a indicação do Zero Três para a embaixada americana. E se é verdade que a parte mais sensível do corpo de um político é o bolso, o Zero Três ainda tem chance, remota, é verdade, de virar embaixador.

Melancia

As atitudes arbitrárias e o comportamento rudimentar do capitão estão desagradando seus auxiliares. Eles reclamam – principalmente os generais – da conversa de botequim que normalmente ele confere às entrevistas coletivas. Chamou, por exemplo, o general Luiz Rocha Paiva de melancia (vermelho por dentro), depois que o militar saiu em defesa do Nordeste e do governador do Maranhão, discriminado pelo capitão.

Comunistas

A exemplo dos nazistas que chocaram o mundo com o holocausto e a perseguição pré-guerra aos comunistas, o capitão parece que se inspira nessa tragédia para impor suas regras truculentas. Ele enxerga comunista até debaixo da cama. Não gosta de ser criticado pela sua intolerância. E quando isso acontece, acha que tudo “é coisa de comunista”. Não respeita os próprios aliados, a exemplo do que aconteceu com o “general melancia” que ele denominou para ridicularizar o militar, acusando-o de ser de esquerda.

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Desconhecimento

Pesquisas recentemente publicadas pelo Datafolha mostram que quatro entre dez pessoas não conhecem sequer uma obra do capitão. Na verdade, ele até hoje não tem projeto para governar o país. Chegou ao poder por acaso, depois da decepção do eleitorado com a esquerda petista que dilapidou o patrimônio e montou uma organização criminosa jamais vista no Brasil.

Servilismo

No poder, o capitão continua dando demonstrações da sua absoluta ignorância. Nos primeiros dias de governo viajou para os Estados Unidos para se encontrar com o bufão Trump, com quem se identifica. Não cansa de dizer que o governo norte-americano é aliado do Brasil, como se a relação comercial e política tivesse sido inventada pelo seu governo. Esse servilismo imoral e indecente é prejudicial ao Brasil que deixa que os Estados Unidos comandem a política externa brasileira.

Jacarés

E atenção: como jacarés famintos, os gringos estão de boca aberta esperando o sinal para começar a comprar a preço de banana as grandes empresas estatais. Uma delas, como já disse aqui, a Petrobras, que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo.


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Equipe desatenta

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equipe do governador Renan Filho parece desatenta nas informações sobre os “frutos” conseguidos na China e que, aos poucos, vêm sendo divulgado na grande mídia alagoana. O anúncio, por exemplo, dos supostos investimentos que a empresa chinesa GsPark faria em Alagoas, já foi informado pela imprensa desde o ano passado. Ou seja, uma matéria requentada dos auxiliares do governo e que deixa o governador Renan Filho de saia justa.

Esses investimentos, na ordem de R$ 187 milhões pela empresa chinesa que instalaria uma fábrica no polo de Marechal Deodoro, são notícia velha. Talvez seja para desviar a atenção da população da viagem milionária feita pela generosa comitiva e que gastou, somente em diárias, mais de R$ 612 mil. Da próxima vez é bom que os auxiliares de Renan Filho se liguem para não deixarem o chefe em situação desconfortável.

Oba, oba

Enquanto Alagoas “pega fogo” com tantos problemas graves para resolver, a grande comitiva conheceu as belezas da China e pouco trouxe de positivo para o Estado. Afora notícia requentada da instalação de uma fábrica no polo de Marechal Deodoro, nada mais de proveitoso.

Abandonadas

A situação das estradas estaduais está cada vez pior. Com as chuvas caídas na capital e no interior, as crateras aumentam e ninguém comanda a recuperação das rodovias, já que os secretários responsáveis pelas pastas estão fazendo turismo na China.

A hora é agora

Se a oposição quer mesmo um candidato de peso para disputar a Prefeitura de Maceió e enfrentar o candidato do governo do Estado, Ronaldo Lessa está de malas prontas, depois de romper politicamente com a família Calheiros. O PDT já anunciou que irá apresentar um candidato à prefeitura da capital e o nome da vez com potencial político é o de Ronaldo Lessa.

Apoio de Rui

Se migrar para o grupo do prefeito Rui Palmeira, já que vários contatos já foram feitos, Ronaldo pode ganhar a simpatia e a possibilidade de disputar a prefeitura da capital. Vai depender dos acertos com a futura base aliada.

n gabrielmousinho@bol.com.br

Insuficiente

Numa viagem considerada desnecessária pelo número de participantes, o governador Renan Filho bem que deveria ter ficado em Alagoas para resolver problemas emergentes, como a situação dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro e o pagamento dos proprietários de ônibus escolares que voltaram a protestar na última quarta-feira.

Contrassenso

GABRIEL MOUSINHO

Mesmo com a liberação de mais R$ 15 milhões para bancar o aluguel social, assim mesmo é insuficiente para atender a todos os moradores da região. Novas medidas devem ser tomadas nos próximos dias.

Receio

Com a saída do secretário de Agricultura, Ronaldo Lessa, o governo corre atrás de um candidato para disputar a cadeira do prefeito Rui Palmeira. Com alguns nomes já descartados, a equipe palaciana deve decidir o seu candidato até o final do ano. A eleição do próximo prefeito de Maceió vai ser fundamental para as pretensões de Renan Filho em 2022.

Avançando

Se os estudos do professor Abel Galindo estiverem exatamente certos como divulgou a Tribuna, não vai demorar muito para a água da Lagoa Mundaú tomar conta de toda a região do Mutange. Pelos estudos, a lagoa já avançou mais de 100 metros e os maiores problemas estão no subsolo bem próximo ao campo do CSA e da antiga Casa de Saúde José Lopes.

Situação grave

As reuniões que acontecem nos órgãos oficiais em Brasília sobre a situação dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro são cada vez mais tensas. O sentimento com técnicos da capital federal é de que a coisa é mais grave do que se supunha e uma evacuação de moradores da área não está descartada nas próximas semanas.

Comparação

Nos bastidores dos ministérios a conversa é de que a situação dos bairros atingidos pelas falhas geológicas é comparada ao que aconteceu em Brumadinho se não houver providências rápidas pelos governos municipal, estadual e federal. A saída é correr para evitar que se consuma uma tragédia sem precedentes.

Do ramo

O secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, foi o destaque na abertura do Seminário Jurídico “Fazendo Direito no Mercado Imobiliário”, ao representar o governador de Alagoas. Disse, entre outras coisas, que a indústria da construção civil é importante na geração de emprego e renda. Representante da conhecida marca Portobello para o Nordeste, Fábio sabe o que diz.

Quase parando

A situação do Canal do Sertão é cada vez mais delicada. Passado um bom tempo com as obras paralisadas sob a suspeição de superfaturamento, cerca de 400 trabalhadores estavam para serem demitidos nos próximos dias. Diz o governo de Alagoas, que sempre assumiu a paternidade do projeto e tira o corpo quando vê a situação difícil, que o governo federal, aí ele reconhece, liberou mais R$ 60 milhões para as obras.

Descaso

O problema do Canal do Sertão é que o governo de Alagoas não pôs em prática os projetos de irrigação e outros para a população da região. Até agora não andou o projeto que estimula a produção de alimentos e assentamentos de famílias. As águas em algumas partes do canal estão estagnadas, a área não tem segurança e os vândalos tomam conta. Até uma vaca, meses atrás, apareceu boiando no Canal do Sertão.

Investigação

Mesmo com autorização legislativa, os recursos do Fecoep que deveriam ser destinados ao combate à pobreza estão sendo desviados para outros fins. A maioria dos deputados que deu carta branca ao governo para usar os recursos como bem entendesse, é também responsável. Os alagoanos pagam o Fecoep para o governo atuar no combate à fome, mas o dinheiro vai para outras prioridades. Apenas alguns poucos deputados não compartilham com essa política governamental.


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Batalha judicial com o Estado pela área antes ocupada pelo posseiro durou quase 20 anos

USUCAPIÃO RECONHECIDO

TJ acaba com polêmica sobre terreno do Polo de Marechal Desapropriação para instalação de empresas desrespeitou legislação federal VERA ALVES veralvess@gmail.com

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ma decisão da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas colocou fim a 18 anos de uma batalha judicial que começou com a tentativa da Companhia Alagoana de Recursos Humanos e Patrimoniais (Carhp) de anular o contrato de arrendamento do Sítio Porto Alegre, em Marechal Deodoro. O terreno, incluso na Área B do Polo Multifabril José Aprígio Vilela,

tornou-se alvo de uma disputa ferrenha entre o Estado e o arrendatário, Jorge Florentino dos Santos, desde que este entrou com uma ação de usucapião em 2012. Na quinta-feira da semana passada (18), os desembargadores Otávio Praxedes e Kléver Loureiro acompanharam o parecer da desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento e concederam a Florentino a posse do imóvel, anulando, assim, decisão em primeira instância proferida em 2017 pela 2ª Vara Cível e Criminal de Marechal Deodoro. Pesou na decisão dos desembargadores a constatação de a desapropriação da área total de 1.799.814,13 m² para instalação do polo multifabril ter se dado à revelia da legislação federal que disciplina o assunto. Mas pesou principalmente o fato de Flo-

rentino ocupar o Sítio Porto Alegre por mais de 10 anos antes que o Estado desapropriasse a área. Relatora do recurso de apelação ajuizado pelo arrendatário, a desembargadora Elisabeth Carvalho, em determinado trecho de seu voto, afirma que “permitir que o poder público desaproprie o mesmo bem diversas

iLEGAL Pesou na decisão dos desembargadores a constatação de a desapropriação da área total de 1.799.814,13 m² para instalação do polo multifabril ter se dado à revelia da legislação federal que disciplina o assunto.

vezes e, principalmente, sem observar as regras necessárias previstas no Decreto-Lei 3.365/1941, vai de encontro aos princípios basilares do nosso ordenamento jurídico”. É que o terreno alvo da disputa, onde hoje estão instaladas a Portobello S.A. e a Indústria de Cimentos de Alagoas Ltda - Cimento Zumbi, inicialmente pertencia à Companhia de Desenvolvimento de Alagoas (Codeal) e passou para a Carph, uma sociedade de economia mista criada em janeiro de 2000 em substituição à antiga Companhia de Habitação Popular de Alagoas (Cohab-AL) que absorveu o patrimônio de oito empresas públicas extintas – EDRN, Comag, Emater, Epeal, Ematur, Sergasa, Eturb e Codeal. Florentino e a Carhp firmaram o contrato de arrendamento em dezembro de 2000. Em agosto de 2001, a companhia entrou com ação de anulação do contrato, alegando que este teria sido firmado sem licitação e que a área estaria abandonada, contrariando os termos acordados. Florentino, contudo, provou que no sítio havia estabelecido uma plantação de cana-de-açúcar – conforme estabelecia o contrato – cuja produção ele comercializava com a Usina Santa Clotilde. Em outubro de 2010, o então governador Teotônio Vilela editou o Decreto 8383, declarando para fins de utilidade pública e desapropriação os quase 1,8 milhão de m2 da área pertencentes à Carph para implantação da área B do polo de Marechal. Ocorre que o Sítio Porto Alegre está incluso na área e o contrato de arrendamento, em uma de suas cláusulas, afirmava que o arrendatário teria prioridade na aquisição do imóvel. Somado a isto, a desapropriação para implantação do polo somente poderia se dar após aprovação do projeto do mesmo pela Assembleia Legislativa, uma exigência do Decreto-Lei 3.365/1941 que, a despeito de sua antiguidade,

ainda é o diploma legal que rege as desapropriações por utilidade pública no País. Em um caso similar, em 2014, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça acatou parecer do ministro Humberto Martins no julgamento do Recurso Especial (REsp) 1426602/PR. Em seu voto, o alagoano, hoje corregedor Nacional de Justiça, afirmou que a “desapropriação por utilidade pública para fins de construção ou ampliação de distrito industrial deve ser precedida de prévia aprovação do respectivo projeto, nos termos do § 2º do art. 5º do Decreto-Lei 3.365/41, o qual deve delimitar a infraestrutura urbanística necessária, contemplando a realização do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), indispensáveis à criação da unidade industrial”. E, concluiu: “Não havendo prévio projeto, nulos são os atos subsequentes ao decreto expropriatório”.

INDENIZAÇÃO

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decisão da Segunda Câmara Cível do TJ garante a Jorge Florentino indenização pelas perdas sofridas desde que o Estado se apossou da área, um processo prestes a completar 20 anos e recheado de denúncias não só no que se refere à desapropriação irregular da área, mas até no tocante ao registro do imóvel, que sofreu variações nunca bem explicadas. Deve, também, modificar o curso das ações de indenização por perdas e danos que ele moveu contra as empresas instaladas na área do Sítio Porto Alegre, a primeira em 2013 contra a Cimentos Zumbi e a segunda em 2014 contra a Portobello. Julgadas pela mesma 2ª Vara Cível e Criminal de Marechal Deodoro, nelas ele saiu igualmente derrotado, mas agora deve recorrer.


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TATURANAS

Antônio Albuquerque é condenado à perda do cargo de deputado

Parlamentar é um dos principais envolvidos no maior escândalo de desvio de dinheiro público VERA ALVES veralvess@gmail.com

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m dos mais antigos integrantes da Assembleia Legislativa de Alagoas, o deputado Antônio Ribeiro de Albuquerque (PTB), 55 anos, foi condenado na segunda, 22, à perda do cargo por sua participação no mais escandaloso desvio de recursos públicos no Legislativo alagoano. O esquema, desmantelado há quase 12 anos na Operação Taturana, já rendeu condenações inclusive em segunda instância a mais oito deputados e ex-deputados, dentre eles os federais Arthur Lira (PP) e Paulo Fernandes dos Santos, o Paulão (PT). No caso de AA, como é conhecido Albuquerque, hoje em seu sétimo mandato consecutivo na Assembleia, trata-se da primeira condenação por atos de improbidade administrativa referentes a empréstimos pessoais contraídos junto ao extinto Banco Rural no período de 2003 a 2006 e pagos com a chamada verba de gabinete. Presidente do Legislativo nos anos de 2001, 2002 e 2007, Albuquerque obteve mais de R$ 1 milhão em empréstimos no Rural (R$ 1.013.656,93) em duas

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AA usou verba de gabinete do Legislativo para pagar empréstimos

contas abertas na instituição (uma em 2003 e outra em 2004). De acordo com as investigações que culminaram nas ações judiciais contra os taturanas (como ficaram conhecidos os envolvidos no escândalo), ele apresentou como garantia de capacidade de pagamento a verba de ga-

binete, à época no valor de R$ 38 mil. Ocorre que a verba de gabinete, pela legislação, não integra a remuneração do parlamentar. Tratase de verba indenizatória para ressarcimento de valores dispendidos em atividades relacionadas ao exercício da função pública. E

empréstimos pessoais não se enquadram sob hipótese alguma nesta situação. AA argumentou em sua defesa ser detentor de um vasto patrimônio, de tal forma que tinha capacidade financeira para contrair os empréstimos, mas não ofertou como garantia nenhum bem de seu vasto patrimônio, formado por fazendas e criação de gado. Os documentos obtidos nas investigações confirmaram que, no caso dele, a verba de gabinete foi usada para quitação das dívidas com o Banco Rural. Laudo financeiro integrante da ação 000999110.2016.8.02.0001, que tramita na 18ª Vara Cível da Capital / Fazenda Estadual, revela que entre 25 de fevereiro de 2003 e 23 de junho de 2006 foram depositados um total de R$ 810.551,25 de verba de gabinete em nome de Albuquerque para pagamento de parcelas dos empréstimos por ele contraídos junto ao Rural. Assim como os demais integrantes da Assembleia, AA deu também como garantia para obtenção dos empréstimos cheques do próprio Legislativo. Tratava-se de um acerto feito com a instituição – autorizado pelo vice-presidente do banco, José Augusto Dumont (falecido em 2004) e pelo Comitê de Crédito do Rural –, pelo qual caso não houvesse fundos suficientes para a quitação da parcela do empréstimo na conta pessoal do parlamentar favorecido, o banco automaticamente descontava o cheque do Legislativo. No caso de AA os cheques não chegaram a ser descontados, mas sua utilização como garantia “já configura ofensa aos princípios da Administração Pública”, enfatizou o Ministério Público Estadual em suas alegações pedindo, a condenação do deputado por atos de improbidade administrativa.

A CONDENAÇÃO

A sentença prolatada na segunda-feira pelos juízes Ewerton Luiz Chaves Carminati, Durval Mendonça Júnior, Philippe Melo Alcântara Falcão, Alexandre Machado de Oliveira e André Avacini D’Ávila condenou Antônio Albuquerque por atos de improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92, conhecida como Lei de Improbidade Administrativa (LIA). As ações de AA, de acordo com os magistrados, se enquadram no artigo 11, caput e I da LIA,que diz: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência. Além da perda do mandato de deputado estadual, Antônio Albuquerque foi também condenado à suspensão de seus direitos políticos por cinco anos, pagamento de multa civil de 50 vezes o valor do maior subsídio de deputado estadual no período de 2003 a 2006 (corrigidos pela Taxa Selic) e proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de três anos.


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Temido no Agreste, AA é réu em outros processos

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despeito dos 55 anos, o deputado Antônio Albuquerque coleciona uma série de polêmicas ao longo de sua vida pública. Natural de Limoeiro de Anadia e temido na região do Agreste, seu reduto político, o parlamentar é um dos poucos remanescentes do coronelismo que imperou décadas a fio em Alagoas. Os arroubos e episódios nos quais se envolveu desde que ingressou na política o levaram a ser classificado como integrante da Bancada da Bala do Legislativo alago-

ano, ao lado de outras figuras conhecidas do noticiário político-policial como o deputado Francisco Tenório (PMN) e o ex-deputado João Beltrão, ambos igualmente taturanas. Uma pecha que o levou a ajuizar ações contra boa parte da imprensa local. AA, cujo patrimônio declarado à Justiça Eleitoral no ano passado é de R$ 2.065.593,00, fez do filho Nivaldo Albuquerque, em seu segundo mandato como deputado federal, seu herdeiro político. Os empréstimos contraí-

Arthur Lira e Cícero Almeida: taturanas, mas elegíveis

Nivaldo Albuquerque, herdeiro político do deputado condenado

dos de forma irregular com o Banco Rural não são a única acusação contra Albuquerque no que se refere ao escândalo dos taturanas. Ele também é réu na ação de improbidade administrativa por empréstimos pessoais contraídos junto ao Banco Bradesco pelo mesmo esquema. Há ainda ações em curso envolvendo o uso de funcionários-fantasmas na Assembleia, enxertos na folha de pagamento do Legislativo e aquisição com recursos públicos de imóveis e carros de luxo para uso particular.

Justiça já condenou 9 em segunda instância

A condenação de Antônio Albuquerque deve ser questionada por ele nos próximos dias, seguindo o mesmo caminho de outros taturanas que, contudo, não conseguiram reverter as sentenças e as tiveram mantidas em segunda instância. Os hoje deputados federais Arthur Lira e Paulão e os ex-deputados Cícero Almeida, Cícero Amélio, João Beltrão, Celso Luiz, Manoel Gomes de Barros Filho (Nelito), Maria José Viana e José Adalberto Cavalcante Silva tiveram as condenações confirmadas em 2016 pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. Todos pelo

mesmo esquema envolvendo o Banco Rural, igualmente condenado pela Justiça estadual. No caso deles, porém, a suspensão dos direitos políticos por 8 anos (até 2026) terminou sendo derrubada por ato monocrático do desembargador Celyrio Adamastor em abril do ano passado. Então vice-presidente do TJ, ele suspendeu os efeitos de todas as condenações, o que incluiu a perda do cargo público e o ressarcimento de valores ao erário. A decisão do desembargador favoreceu diretamente aos deputados federais Arthur Lira e Paulão – que se

reelegeram nas eleições do ano passado – e Cícero Almeida, derrotado nas urnas em sua pretensão de voltar à Assembleia Legislativa. Questionada pelo Ministério Público Estadual, a manobra que permitiu aos condenados participarem do pleito do ano passado a despeito de estarem inscritos no Cadastro Nacional de Condenações por Atos de Improbidade Administrativa (mantido pelo Conselho Nacional de Justiça) é alvo de reclamação a ser julgada pelo Superior Tribunal de Justiça. Ou seja: nem tudo está perdido, ainda, para quem luta pelo fim da impunidade!


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extra rante. Situação semelhante enfrenta a Usina Paisa, em Penedo. Já a Sumaúma, fundada em Marechal Deodoro, ainda opera, mas com restrições financeiras.

Usina Ibéria faz parte dos empreendimentos da Família Toledo; grupo alagoano não conseguiu escapar da crise do setor sucroalcooleiro

DECADÊNCIA

Última usina do Grupo Toledo entra em recuperação judicial Localizada no interior de São Paulo, empresa “foge” da falência JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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crise do setor sucroalcooleiro, que assola Alagoas, também atinge empreendimentos de outros estados. É o caso da Usina Ibéria, localizada em Borá, no interior do estado de São Paulo, que faz parte do alagoano Grupo Toledo. A usina, que atua no mercado desde novembro de

2001, entrou com pedido de recuperação judicial, acatado pelo magistrado Orlando Rocha Filho. O valor da ação é de R$ 60,8 milhões. O administrador judicial encarregado pelo processo de recuperação será Evandro Jucá Filho, associado da Turnaround Management Association do Brasil TMA e Presidente da Comissão de Estudos de Recuperação Judicial e Falência da OAB

de Alagoas. Entre as normas estabelecidas pelo juiz está que a usina terá que apresentar contas demonstrativas mensais durante todo o processamento da recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores. “Por fim, no que diz respeito ao pedido de autorização para pagamento antecipado do crédito trabalhista, não encontro motivo para que seja negado. Como é sabido, a classe I recebe atenção especial na legislação recuperacional, tendo em vista se tratar da mão-de-obra

que faz funcionar a empresa, além de ser a mais prejudicada quando o quadro de crise se instala”, destacou o juiz. O pedido de recuperação judicial chegou ao Judiciário alagoano no dia 6 de junho, sendo aceito cinco dias depois. O processo tramita na 6ª Vara Cível da Capital, com a magistrada Maria Valéria Lins Calheiros. O Grupo Toledo tenta se equilibrar na corda-bamba para não cair na falência. A Usina Capricho, em Cajueiro (AL), fundada por Cícero Toledo em 1920, está inope-

LEILÃO DA UTINGA A fazenda Utinga, no município de Rio Largo, em Alagoas, está sendo leiloada. A primeira praça do leilão encerra no dia 29 de julho e a segunda em 29 de agosto. O imóvel pertence a antiga usina Utinga Leão, que se encontra em falência. Com um lance inicial de R$ 71,6 milhões, a área de 358,4600 hectares está sendo vendida pela MaisAtivo Judicial, empresa do Superbid Marketplace. A decisão é da Vara do 1º Ofício de Rio Largo e o arremate está previsto para às 8h da data final do leilão. Vale ressaltar que a Usina Utinga Leão é a segunda maior devedora do Estado, com uma dívida de R$ 177 milhões. Em primeiro lugar está a massa falida da Usina Laginha, com um débito de R$ 358 milhões. Em outubro de 2017, a fazenda chegou a ser ocupado por integrantes da Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste que armados, expulsaram trabalhadores que ainda se encontravam na fazenda. Em abril de 2018, o juiz Pedro Jorge Melro Cansanção, substituto da 29ª Vara, determinou a desocupação voluntária. Em abril deste ano, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas e a Usina firmaram um acordo extrajudicial para o pagamento de R$ 7 milhões de verbas rescisórias e salários atrasados aos trabalhadores da empresa. O acordo foi realizado após negociação com participação de sindicatos ligados aos trabalhadores rurais e da indústria, que cobraram um posicionamento definitivo da direção da Utinga diante do débito milionário.


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DIREITO DE RESPOSTA

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Promotor denuncia campanha difamatória Diante das notícias veiculadas pela pessoa de nome Hélder Moura no periódico EXTRA, ano XX – Nº 1030, 19 a 25 DE JULHO DE 2019, sobre a pessoa do Dr. Magno Alexandre Moura, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo, tem-se a esclarecer o seguinte: O denunciante faz parte de um grupo político-partidário que compõe a oposição da atual gestão do Município de Rio Largo. Composto por mais 3 outras pessoas, referido grupo resolveu, a partir de novembro de 2018, atacar gratuitamente o Ministério Público na pessoa do Dr. Magno Alexandre Moura, porque o membro do Ministério Público não cede à pressão de tal grupo, donde O Srº Helder Moura busca a todo custo satisfazer seus interesses pessoais e político-partidários, querendo usar o Ministério Público para seus propósitos. Hélder Moura não é empresário e nem faz parte de nenhum movimento social como afirma na matéria, e o referido movimento sequer existe na cidade de Rio Largo. A 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo, na pessoa do Promotor de Justiça Magno Alexandre Moura, pauta todas as “denúncias” feitas por qualquer do povo, pela observância aos preceitos constitucionais e cumprimento das Resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) atinentes a cada procedimento sob sua responsabilidade (seja Notícia de Fato, Procedimento Preparatório, Inquérito Civil ou qualquer outro). Ocorre que o Promotor de Justiça não se curva a quaisquer interesses pessoais e/ou político partidários de quem quer que seja, agindo indubitavelmente em conformidade com os ditames legais. Atende ao interesse público, existindo inúmeras provas disso, como resultados

de trabalhos da 2ª Promotoria de Justiça em prol do bem comum, no fechamento do lixão da cidade, meio ambiente, no abastecimento e entrega de água as comunidades, na tutela do direito coletivo, seja do consumidor, na defesa dos incapazes, da saúde pública com contínua fiscalização das Unidades básicas de Saúde, no acesso ao exercício da cidadania, na defesa da probidade administrativa com ações de Improbidade propostas, e como protagonista e agente transformador de implementação de políticas públicas em prol da sociedade local. Falta absurdamente com a verdade o denunciante ao afirmar que existe qualquer tipo de proximidade ou acobertamento por parte do Dr. Magno Alexandre Moura com quaisquer políticos, sendo seu tratamento protocolar com as autoridades públicas, agindo de forma republicana e democrática. Não há compromisso com o erro, pois no mais de 20 anos de carreira, o Promotor de Justiça sempre pautou seu ofício com ética, responsabilidade e de forma independente vem exercendo, diligentemente, suas prerrogativas funcionais, e jamais foi destinatário de qualquer tipo de punição disciplinar. O destempero do Srº Helder Moura se atribui que em certo momento, antes do início dos ataques, o Promotor Magno Alexandre Moura, visando a preservação do interesse público, convidou o denunciante para compor um programa gestado pela 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo e a Sociedade Civil, com o propósito de maior controle dos atos da administração pública local, o que foi recusado por Hélder Moura, sob a justificativa que sua intenção única era formalizar denúncias. O referido projeto busca implementar na Cidade

Promotor Magno Alexandre diz ser vítima de campanha caluniosa promovida por Hélder Moura de Rio Largo a aprimorarão da defesa da probidade administrativa e acompanhamento das licitações feitas pelo poder público, na aquisição de bens e serviços e na destinação dos mesmos. Hélder Moura não é empresário. Como dito, é ativista político-partidário, suplente de vereador e possui interesse direto no andamento dos procedimentos que provoca junto ao MP para fins de promoção pessoal, querendo para isso usar o Ministério Público, o que jamais pode ser permitido, tendo em vista que o Promotor de Justiça funciona como curador do interesse público. Contudo, suas denúncias são apreciadas instruídas, investigadas e julgadas. Com relação às absurdas alegações de irregularidades na fixação do domicílio do Promotor de Justiça, ressalte-se que mora há 20 km da sede da 2ª Promotoria de Rio Largo, estando em absoluta consonância com

o que as resoluções do Ministério Público de Alagoas determinam. O que a 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo pode garantir a toda a população, é que qualquer desfecho investigativo procedimental será sempre pautado nos preceitos constitucionais e legais. Não há compromisso com o erro. Caso não haja concordância com a decisão tomada, é absolutamente possível e permitida a utilização dos instrumentos hábeis recursais, para isso ele é notificado, todavia, o denunciante prefere atacar a honra e a imagem do Promotor de Justiça e da instituição do Ministério Público, a exercer o direito de recurso. Por fim, ressalte-se que, contra as inúmeras assertivas caluniosas e difamatórias que vêm constantemente sendo lançadas, não só por Hélder Moura, mas também pelos outros componentes de seu grupo, que atentam contra direitos constitucionalmente garantidos

ao Promotor Magno Alexandre Moura, foram propostas duas ações criminais (070020015.2019.8.02.0051 e 070073019.2019.8.02.0051 – 3º Vara Criminal de Rio Largo) visando a apuração dos crimes praticados. Inclusive, em ambos os processos, foram emitidas ordens judiciais proibindo Hélder Moura de utilizar do nome do Promotor Magno Alexandre Moura em contextos caluniosos, como na matéria publicada, no entanto, ele não tem respeitado a Lei, exercendo seu direito de recurso, e muito menos as decisões judiciais, e já declarou publicamente que não cumpriu e não cumprirá a decisão, o que é lamentável tal atitude do mesmo em pleno Estado Democrático de Direito ao qual vivemos, o desrespeito as pessoas e as Instituições. Infelizmente tenho sido vítima de uma campanha difamatória por parte do Sr. Helder Moura.


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Gustavo Machado acusa Marlos dos Santos de ser usado por sócios para prejudicar imagem da atual gestão; vice-diretora desmente boatos

ARAPIRACA

Frigovale é vítima de armação e perseguição política Empresa instalada há três anos estaria incomodando pequeno grupo de marchantes acostumados a práticas ilegais BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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Frigovale do Guaporé Comércio e Indústria de Carnes, empresa localizada em Arapiraca e responsável por abater bovinos, caprinos e suínos de aproximadamente 30 municípios da região, enfrenta um golpe provocado pela resistência de um pequeno grupo de marchantes, que estavam acostumados a abater os animais no antigo matadouro, e uma disputa interna entre sócios da empresa. Dessa vez, boatos de que o forte cheiro proveniente de um suposto descarte de vísce-

ras de animais estaria atrapalhando a vida de moradores do conjunto residencial Brisa do Lago, localizado a pouco menos de 500 metros do local, passou a circular na mídia. Segundo notícias veiculadas na imprensa de Arapiraca, o mau cheiro estaria atrapalhando aulas fazendo alunos estudarem com máscaras. Além disso, estaria prejudicando a saúde de pessoas e consequentemente prejudicando negócios locais. O EXTRA foi até a sede da empresa, onde estaria sendo a fonte do mau cheiro, para ouvir os responsáveis pelo abate. Segundo o diretor executivo, Jaelson Gomes,

é impossível existir tal odor tendo em vista que não existe descarte de restos de animais no local. “Tudo dos animais abatidos aqui é aproveitado. Os restos como vísceras e ossos são transformados em farinha de osso para a indústria pet e sebo para o biodiesel”, explicou. O gerente Operacional da Campo do Gado Reciclagem, Adelmo Pereira, explicou que de fato, aconteceu no último final de semana uma fumaça provocada pela fritura da matéria prima, mas que durou no máximo 30 minuto devido à quebra do picador, que tem um motor responsável por triturar os ossos. “Como o motor quebrou, o material acabou fermentando um pouco e na hora em que de fato foi triturado houve um cheiro um pouco mais forte, mas isso aconteceu de forma

pontual. A empresa investiu pesado no equipamento chamado filtro ecológico que atua em três etapas, utilizando eucalipto, cerâmica e carvão, buscando justamente evitar que o cheiro incomode as pessoas”, explica. O semanário entrevistou moradores que negaram se sentir incomodados com o cheiro da fumaça. O EXTRA também constatou que nas proximidades do matadouro não existe “mau cheiro” como relatado por veículos locais. Em relação aos boatos de que alunos estariam assistindo aulas usando máscaras, o EXTRA teve acesso a um vídeo onde a vice-diretora, identificada apenas como professora Erivânia, da Escola de Tempo Integral Maria Cleonice Barbosa de Almeida, desmente o boato que surgiu nos últimos dias. “De fato existe um cheiro forte que dura apenas entre 15 e 20 minutos, mas ninguém pediu demissão por isso [...] Sobre as máscaras que foi comentado que estaríamos usando, tanto alunos quanto funcionários, isso não procede”. DISPUTA INTERNA Em entrevista ao EXTRA, o gestor responsável pelo funcionamento da filial da Frigovale em Arapiraca, Gustavo Machado, afirmou que uma disputa interna entre sócios também pode estar por trás dos boatos “premeditadamente criados”, considerando que já existe um litígio judicial entre as partes.

“De acordo com a realidade dos fatos e dos últimos acontecimentos, o marchante Marlos dos Santos, que se apresenta como líder, pode estar sendo usado por sócios e buscando a autopromoção política, com objetivo de disputar as eleições de 2020, favorecendo sua possível candidatura a vereador e se utilizando dos moradores do Brisa do Lago”, disse. De acordo com informações, Marlos dos Santos não mora no conjunto. Gustavo Machado, empresário do segmento, com três frigoríficos na Bahia, afirmou também que entrou na empresa a convite, a partir da compra das cotas de dois sócios, entre os sete existente. Machado explica que arrendou a estrutura investindo numa nova. A empresa passou a ser a Indústria de Reciclagem Animal Campo do Gado, focada na produção regional. Ainda de acordo com o empresário “Marlos insiste em representar uma força estranha e insiste em representar a comunidade do Brisa do Lago da qual não faz parte, por esta razão a empresa se sentiu na obrigação de o processar por danos morais”. Na ação, entre as acusações está a de que “o Promovido obstinadamente manifesta-se nas rádios e demais veículos de comunicação sustentando que a FRIGOVALE comete irregularidades na execução do contrato de concessão, entre outras afirmações, com o objetivo de destruir a imagem da Promovida”. Vale ressaltar que a empresa opera com todas as licenças expedidas pelos órgãos responsáveis. O EXTRA entrou em contato com o acusado de promover boatos contra a empresa. Em resposta às acusações encontradas no processo judicial, Marlos dos Santos afirmou que ainda não foi citado. Sobre a insatisfação dos marchantes e o cheiro proveniente da empresa, disse apenas que “Vamos marcar outro dia para passar os números dos processos. E sobre os marchantes do mesmo jeito”.


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DIREITO DE RESPOSTA Zezeco rebate denúncia de Caio Porto O Município da Barra de São Miguel, em resposta à matéria divulgada nesse veículo de informação, vem se manifestar sobre a acusações de que estaria realizando atos pessoais em desfavor do empresário Caio Porto. Ao contrário do que afirma o citado empresário, é preciso esclarecer que a posse da área em discussão é do Município da Barra de São Miguel, tendo o seu galpão sido construído pela Prefeitura da Barra de São Miguel, o qual cedeu, através de um contrato de comodato firmado no ano de 2002, o direito de uso daquele imóvel ao Sr. Caio Porto, em ato completamente ilegal, já que não atende a nenhum interesse público, mas tão somente aos interesses privados do particular que explora atividade comercial no âmbito do imóvel. Acrescente-se a isso o fato do contrato de comodato firmado entre o empresário e a antiga gestão do Município ter sido realizado sem qualquer processo administrativo que permitisse a análise da legalidade do negócio jurídico, atentando contra os princípios administrativos da legalidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. Este Município, portanto, ao se deparar com o ato ilegal, está buscando apenas o restabelecimento da ordem pública através dos meios legais existentes, prezando apenas pelo restabelecimento da prevalência do interesse público e visando resguardar o patrimônio da Barra de São Miguel. Município da Barra de São Miguel José Medeiros Nicolau Prefeito

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O voto em Bolsonaro

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sta semana fui indagado pelo companheiro e jornalista Ariel Cipola – filho do também jornalista e saudoso Ari Cipola –, que por sinal está indo no mesmo caminho do pai no quesito competência, se tinha votado em Jair Bolsonaro. Respondi que SIM. Imediatamente, veio a segunda pergunta: Está satisfeito? Respondi que NÃO. O tempo pode até ainda ser pequeno para as mudanças desejadas, mas não pode desagradar tanto como observo daqui de fora. O presidente Jair Bolsonaro, na minha opinião, ainda não começou a governar como deveria. Sete meses depois são mais polêmicas do que ação. Até o momento, o que mais chamou a atenção foi a primeira aprovação da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados e outras pequenas atitudes, que ainda não trouxeram benefícios para a sociedade, especialmente a população mais pobre. Os governos estaduais reclamam da falta de recursos, mesmo que os projetos já estejam em Brasília. Agora, com a discussão da

reforma previdenciária, alguns cargos estão sendo loteados nos estados com políticos que votaram favoravelmente, e verbas das emendas parlamentares que estavam encalhadas estão sendo liberadas. Nada que isso não esteja correto. O que atrapalha o presidente na sua gestão é o tempo que perde para navegar nas redes sociais e para desmentir os equívocos por ele criados. Hoje ele diz uma coisa e, amanhã, não foi bem assim, e ainda fica com raiva quando a grande mídia insiste com o assunto que foi criado por ele, dando pauta para os jornalistas. Outra situação vexatória é essa indicação do filho Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil nos Estados Unidos só porque fala bem o inglês e viveu um tempo por lá fazendo hambúrguer. Para o posto de embaixador não é desse tipo de gente que o Brasil precisa. Enxergo o país parado. As ações dos ministérios são, praticamente, fora do ritmo. É como se os ministros não estivessem à vontade para tra-

JORGE balhar. É como se eles dependessem da palavra final do presidente, para não correrem o risco de anunciar e depois voltar atrás. É como viver no fio da navalha. Até os ministérios mais importantes, como Educação e Saúde, dão a ideia de estarem parados. Hoje, só existe a articulação política, mesmo assim dependendo das intervenções do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que até já ficou chateado com algumas medidas do presidente Bolsonaro. Vivem entre tapas e beijos. O Cipola ainda me perguntou: Você se arrependeu de ter votado no Bolsonaro? Respondi que NÃO. O que eu não podia era ter votado na continuidade dos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no poder há dezesseis anos, com Lula, Dilma e Temer. Para mim, chega de centro e centro esquerda governando o Brasil. Para não votar em branco, pois os candidatos não me agradavam, fiz a opção por um nome que representasse o outro lado

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nós, foram para a Unimed. Em virtude da crise porque passa o País, os preços aumentam muito e os salários bem menos. Por conta disso, muitos associados estão desistindo do convênio com a nova cooperativa. Dentro em breve, poucos, muito poucos, ficarão como conveniados da Unimed. A Mesa Diretora sabe do problema, mas não se interessa por nada. Só na época de saudoso José Bernardes os servidores tiveram direito a assistência médica da Golden Cross. Por causa da ciranda financeira da ocasião, fundamos nossa Copamedh que faliu e nos deixou desamparados. Como sou casada com militar, tenho direito ao Fusex. Nos lugares onde existe Hospital Militar, a assistência nem é tão ruim. Aqui em Maceió sofremos muito. Primeiro, com a desistência de algumas empresas conveniadas; é um eterno vai e vem de médicos e clínicas. Hoje é a Unimed, amanhã não é. Agora é a Santa Casa, amanhã pode não ser. Os hospitais públicos são um verdadeiro fracasso em atendimento. Nesta semana, noticiou a TV, um senhor morreu dentro do hospital e não foi atendido. Meu marido foi a uma clínica conveniada com seu plano para ser atendido por um urologista. Depois de

n Jornalista

da questão política, independente de ser da direita. Recaiu, então, a escolha pelo nome do Jair Messias Bolsonaro, sabedor que era da ingerência militar no governo e do estilo atabalhoado de falar e de gerir a coisa pública. Continuo apostando no governo. Acho que até o final do ano vai ser assim, mas o presidente precisa aprender a governar como presidente. Não adiantam arroubos, senão para tudo e trava a Nação. Como um eleitor otimista, Bolsonaro mude o estilo e vamos trabalhar.

Hoje, só existe a articulação política, mesmo assim dependendo das intervenções do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que até já ficou chateado com algumas medidas do presidente Bolsonaro. Vivem entre tapas e beijos.

ALARI ROMARIZ

A sáude pede socorro uando criança, eu e meus irmãos, filhos de um funcionário público federal, tínhamos um plano de saúde chamado Patronal. Nossa assistência médica era muito boa e tínhamos também direito a tratamento odontológico. Em 1963, já casada, quando nasceu minha primeira filha, não possuía mais o amparo médico oficial. Tivemos que juntar dinheiro, pois tudo seria pago. O tempo foi passando e foram surgindo os planos de saúde em todo o Brasil. Em princípio, tudo bem. Pagávamos caro, mas o resultado era positivo. Atualmente, existe o Sistema Único de Saúde – SUS, que funciona bem em alguns lugares, mas na maioria das cidades é um fracasso. Vemos e ouvimos notícias alarmantes a respeito de atendimento em hospitais públicos: pessoas que morrem em suas calçadas, outras não conseguem ser atendidas, algumas dependem de remédios da União e não os recebem. Toda semana somos surpreendidos com escândalos ocorridos na área da saúde. Os servidores do Poder Legislativo de Alagoas já tiveram uma Cooperativa Médica muito boa. Fechou porque não cresceu e as vítimas, que somos

MORAES

marcar com antecedência, chegou lá e se deparou com uma placa: o urologista não está mais atendendo. Nos postos de saúde, com raras exceções, o cristão depende do médico do dia para ser bem atendido. Moro em Paripueira e recorro sempre ao posto local. Nas últimas vezes, tive sorte e fui bem atendida. Mas, já cheguei lá às 6h30 e a médica cujo plantão se encerrava às 7 horas, ia saindo com sua malinha e tivemos que esperar pelo próximo médico, que chegou bem depois das 7 horas. E não adiantava se era uma emergência! Do interior de São Paulo tenho boas informações a respeito do atendimento médico. As crianças são atendidas pelo pediatra até os doze anos. Há casos de filha, mãe e avó que tiveram a assistência da mesma profissional. Tenho uma amiga, viúva de militar, em Recife, que desistiu do Fusex e procurou outro plano. Motivo: precisava chegar às cinco horas da manhã para entrar na fila do Hospital Militar e conseguir uma requisição para ir ao médico. Estou contando aos leitores fatos acontecidos comigo, com amigos e parentes. Pode ser que existam planos bons, entretanto, no momento, sofremos bastante. Imaginem vocês quem não pode pagar para ter direito à as-

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

sistência médica? Vai sofrer no SUS, morrer na porta dos hospitais. O presidente que assumiu agora já encontrou a educação fraca, a saúde doente, a segurança falida. Vai ser difícil recuperar uma pequena parte disso. O pessoal do interior de Alagoas sofre por falta de médicos, com postos fechados, obras inacabadas. Há criaturas diabéticas, cardíacas, com hipertensão, morrendo por falta de medicamentos. Enquanto isso, o Congresso Nacional e a maioria dos políticos gastam verdadeiras fortunas com seguranças, carros, fundo partidário e outras coisas mais. Até quando o povo brasileiro aguentará tanto sofrimento? Só Deus na causa!

A Mesa Diretora sabe do problema, mas não se interessa por nada. Só na época de saudoso José Bernardes os servidores tiveram direito a assistência médica da Golden Cross. Por causa da ciranda financeira da ocasião, fundamos nossa Copamedh que faliu e nos deixou desamparados.


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59 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

Inaugurações e entrega de equipamentos marcam aniversário de Japaratinga

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Ações são resultados do trabalho sério do prefeito Júnior Loureiro

m Japaratinga o clima foi de alegria e realizações em comemoração aos 59 anos de emancipação política da cidade na última terça-feira, 23. Para iniciar o dia recheado de serviços em prol da população, o prefeito Júnior Loureiro entregou um kit escola - com itens básicos como lápis, caderno, mochila, caneta e lápis de cor - para os alunos da rede municipal e um caminhão compactador para contribuir para limpeza urbana e organização da cidade. Já na área de saúde, foi entregue uma ambulância para incrementar os atendimentos de urgência e emergência de toda a região, além de um veículo disponibilizado para a Secretaria de Saúde que auxiliará os atendimentos da rede básica, levando mais recursos e profissionais para regiões de difícil acesso. O gestor não conseguiu esconder a felicidade e satisfação de ver sua população satisfeita e a cidade avançando em diversas áreas. “Antes as pessoas tinham que andar quatro quilômetros, por exemplo, para poder ir até um posto com dentista, com essa conquista a gente facilitou a vida dessa população. Entregar essas conquistas no aniversário da cidade é uma honra, é uma felicidade imensurável”. Além da inauguração de um consultório odontológico para atender as demandas de saúde bucal dos munícipes, foram reformadas, climatizadas e informatizadas três escolas da zona rural do município, nas comunidades Bonitinho, Pedra Negra e João Chaves. “Como gestor temos que facilitar a vida das pessoas. As crianças antes se incomodavam com calor, nem sequer

ventilador tinham. É muito emocionante ver os pais chorando de alegria com a conquista, ao ver onde seus filhos irão estudar. Isso estimula a educação, a ida para escola, com merenda boa”, disse Loureiro, informando que a meta até o próximo ano é climatizar todas as escolas da cidade. Na ocasião o prefeito também entregou a Central de Programa de Aquisição de Alimento (PAA) com balança, freezer, computador e pallets. Ele pontuou ainda que toda a produção agrícola é recolhida e um planejamento é feito para que os alimentos sejam comercializados dentro dos órgãos da prefeitura. “O que tem de remanescente vendemos para fora, para municípios vizinhos. Isso é muito importante para economia local, incentiva o comércio e as produções”, finalizou o prefeito. Estas foram só mais algumas das ações presentes na gestão de Loureiro. Cumprindo o compromisso assumido com a população de Japaratinga, ele também tem investido em infraestrutura, pavimentação de ruas e fomento do turismo. Estiveram presentes nas comemorações secretários do município, o superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Alagoas, James Marlan, vereadores e a população. O dia oficial de aniversário da cidade foi finalizado com shows super animados das bandas Forró Vumbora, Nadson o Ferinha, Galã e Garota Sertaneja. Na quarta-feira, 24, houve culto em Ação de Graças na quadra de eventos.


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NO PAÍS DAS ALAGOAS

A política e os gorgulhos do feijão Campanha eleitoral em Pão de Açúcar-AL. O ex-deputado Pedro Ferreira, no ocaso da sua atuante carreira política, resolveu sair candidato a prefeito. O preço da carne do frango de granja estava em baixa no mercado. Pedro distribuiu frango para grande parte do eleitorado. O candidato a prefeito Elísio Maia, enciumado, começou a chamá-lo de “o candidato das galinhas” e quando alguma pessoa humilde o procurava, ele assim respondia: “Procurem o candidato das galinhas”. Após o resultado da eleição, Pedro Ferreira foi derrotado nas urnas. Os resenheiros da política costumavam se reunir na praça principal da cidade (senadinho) para falar das vidas de quem ganhou ou perdeu. Pedro, filosoficamente, entrava no mundo da inspiração, no campo metafísico e pregava:

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TEMÓTEO

CORREIA n Ex-deputado estadual

- Olhem! Prestem atenção: a política é como se você jogasse um punhado de feijão numa bacia d’água. Os bons descem e os podres sobem. O Dr. Lucilo, conhecido na roda da malandragem como Xiribi, gostava de comentar política. É bastante arguto e perspicaz. Não se conteve e manifestou-se: - Seu Pedro, é a sabedoria dos insetos, quando o feijão é ruim, até os gorgulhos o refugam. Então, na próxima campanha, se eu fosse o senhor, distribuiria feijão com gorgulho no lugar de frango. - Você está muito sabido, menino! Saia candidato e distribua seu feijão com gorgulho ou sem gorgulho.


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Barbeiragem Guedes?

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uando assumiu os destinos da economia, e lá se vão mais de 200 dias, se esperava do ministro Guedes não uma varinha mágica, até porque não há mágica na economia. Mas ao menos que entendesse o tamanho da encrenca que os governos petistas corruptamente impingiram a este país e seu povo que culminou na maior crise econômica de todos os tempos refletida nos brutais números do desemprego de 13 milhões de pessoas. Uma tragédia. Como o Prof. Pastore (economista e ex-presidente do Banco Central) costuma dizer, se um manual houvesse para situações de crise, certamente teria que contemplar, dentre outras, as corretas medidas (cujos resultados serão sentidos a médio e longo prazo) de ajuste dos desequilíbrios estruturais do Estado como a reforma da Previdência e a reforma tributária. Como também iniciativas para ajudar o caixa arrombado pelos ladrões que comandaram este

país até pouco tempo, como privatização de estatais, fonte de empreguismo, corrupção e ineficiência generalizada, vendendo participações (como acabou de fazer na famigerada BR Distribuidora que encheu as burras de certos senadores e deputados do MDB), imóveis do governo federal e concessões das áreas do pré-sal, dentre outras. Está demorando muito. Esse caixa serviria, por exemplo (não é o que o governo está pensando), para retomar milhares de obras paralisadas país afora. Claro, com um corte de 40% nos seus orçamentos, que é o roubo embutido em cada uma delas. Agregando à economia empregos em falta e cerca de 215 bilhões de reais, ou seja, ¼ do que se está pensando em arrecadar com as medidas saneadoras do Estado da ordem de 1 trilhão de reais. Seria muito melhor e mais produtivo que repetir a esmola petista e do Governo Temer de liberar uma merreca do FGTS para o pobre pagar suas dí-

Ato falho?

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propósito de Bolsonaro ter nominado nordestinos de “paraíbas”, quando imaginava microfones desligados, os meios de comunicação sempre chamaram de “ato falho” algumas situações em que se envolveram personalidades públicas. Heloísa Helena, atriz do elenco recifense do meado do século passado, foi protagonista de uma gafe quando, ao fazer uma publicidade ao vivo na TV, de famoso refrigerante, após terminar, pensando estar o microfone desligado, disse: “Isso, gelado, já é ruim; quente, é uma droga!”. Pode-se imaginar o constrangimento causado por tal destemperança. Não gostava de fato ou disse brincando com colegas de estúdio? Chamar-se-ia de “ato falho”? Boris Casoi, âncora de TV, saindo sua imagem da tela en-

ELIAS

vidas e a grana voltar para o caixa do tesouro sob a forma de imposto e, para os banqueiros, de juros. Apenas a retomada e conclusão das obras paradas adicionariam 1,8% ao PIB brasileiro em dois anos (muito para quem está projetando minguados 0,8% para este ano...) e geraria cerca de 1,4 milhão de empregos diretos e indiretos, segundo estudo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada, de janeiro de 2017. Para um país em sufoco, seria uma lufada de ar fresco que se replicaria por toda a economia (a estimativa ao término das obras seria de um acréscimo na capacidade de crescimento anual do país da ordem de 0,65%, o que corresponde, grosso modo, a mais 45 bilhões de reais agregados ao PIB a cada ano). Ou se quisermos comparar, somente essa medida geraria um crescimento do Produto Interno Bruto quase igual ao pibinho previsto para 2019. Existem várias outras ações que poderiam ter sido tomadas e estariam colaborando de forma direta

FRAGOSO n Economista

para a melhoria da vida dos brasileiros. Falaremos de algumas por aqui. O fato concreto, e a pergunta que não quer calar é: por que ainda não se tomou medida tão prática capaz de ajudar a desanuviar o “climão” de tragédia que estamos vivendo? O que está pegando? Professor Guedes, vamos olhar e resolver os macros problemas que foram legados, mas é preciso baixar a vista para a planície de 13 milhões de desesperados. Ou o senhor quer que essa enorme massa sirva de novo de manobra para petistas e comunistas voltarem ao poder?

Professor Guedes, vamos olhar e resolver os macros problemas que foram legados, mas é preciso baixar a vista para a planície de 13 milhões de desesperados. Ou o senhor quer que essa enorme massa sirva de novo de manobra para petistas e comunistas voltarem ao poder?

JOSÉ MAURÍCIO trando a de dois garis, vestidos à caráter, disse algo como: “Pode, a última posição na escala social, do alto de suas vassouras, desejar Feliz Natal?” Todos os telespectadores ouviram. “Ato falho”? A psicanalista e professora de psicologia da PUC-São Paulo Maria Cecília Faria diz que “atos falhos denunciam desejos que estão em nossa mente, porém ainda não passaram para o plano consciente”. Seria o caso do locutor esportivo Luciano do Valle que, narrando o jogo LDU X Fluminense, saiu-se com essa: “Você acompanha com exclusividade aqui na Globo”. Mas, a sua emissora, no momento, era a Band. Ou da então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, que em discurso em Copenhague, deixou dúvidas quanto à sua crença na discussão principal do con-

clave: “O ‘meio ambiente’ é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável e isso significa uma ameaça para o futuro do nosso planeta e dos nossos países”. E vejam que estava lendo. Ou do presidente Lula, falando a catadores de lixo em São Paulo, no subconsciente querendo mais um mandato, disse que iria providenciar as casas prometidas o mais rápido, pois ano que vem “serei rei posto”. Desejos reprimidos? Concluindo, o relato sobre um arcebispo que, viajando em avião de pequeno porte, passageiros preocupados, tempo ruim, longe de qualquer lugar para descer, pergunta ao piloto: “Qual a situação real pela qual estamos passando?” O piloto: “Com certeza, vamos encontrar com Deus”. E o clérigo: “Não me diga uma miséria dessa!”

BRÊDA n Economista

Steven Pinker, psicólogo canadense, diz como a psicologia atual explica o “ato falho” ou “lapso freudiano”: “A ideia de que um erro na fala revelaria um Steven Pinker, psicólogo ca- desejo inconsciente nadense, diz como a psicologia foi desacreditada”. atual explica o “ato falho” ou “lapso freudiano”: “A ideia de que um erro na fala revelaria um desejo inconsciente foi desacreditada. O que ocorre é um erro mecânico entre a fala que está acontecendo e o cérebro que está planejando as palavras que virão a seguir”. Só Freud, que nominou o “ato falho”, pode explicar.


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extra Nova alternativa

Dica para o FGTS

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conomistas especializados em investimentos recomendam que os trabalhadores saquem os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e se concentrem em quitar débitos ou fazer investimentos. A liberação, aprovada na quarta-feira, 24, teve o valor fixado em R$ 500. Vale lembrar que o FGTS tem o rendimento de 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR), que é definida pelo governo e atualmente está zerada. Por essa razão, até mesmo a caderneta de poupança, que hoje rende 70% da taxa básica de juros (Selic) + TR, tem desempenho melhor que o fundo.

Falando em conta poupança, ela pode voltar a ser um bom investimento de baixo risco para os brasileiros. Isso pode ser evidenciado devido à expectativa de queda na taxa de juros básica da Selic, atualmente de 6,5% ao ano. A nova porcentagem deve sair na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nos dias 30 e 31 deste mês. Sites especializados em investimentos são unânimes em afirmar que, com a Selic podendo atingir novo piso histórico, a caderneta é uma ótima opção de investimento.

Compensação E uma ótima notícia para quem costuma fazer pequenos investimentos de baixo risco em Fundos de Investimento Imobiliário (FII). Os retornos pagos aos investidores listados em Bolsa voltaram a crescer em junho depois de quase um ano estagnados. Conforme levantamento elaborado pelo site InfoMoney, o retorno médio gerado apenas pelos dividendos pagos pelos FIIs nos últimos 12 meses subiu de 7,43%, em maio, para 8,03%, em junho. Os fundos imobiliários têm entre os principais benefícios a isenção de Imposto de Renda sobre os dividendos distribuídos

Novo queridinho

ECONOMIA EM PAUTA n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

O carro próprio é o novo sonho de consumo do brasileiro, revelou uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Embora o sonho da casa própria ainda figure entre as principais motivações para a contratação de financiamento (15%), o automóvel agora representa 16% dos financiamentos dos consumidores que contrataram o serviço em algum banco no ano de 2018.


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ESTELIONATO

Mário Marroquim é impedido de deixar o País Dono de construtora é acusado de aplicar golpe no Pará

REDAÇÃO Com agências

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empresário Mário Marroquim do Nascimento Neto está proibido de deixar o país. A decisão é do desembargador Mairton Carneiro, do Tribunal de Justiça do Pará. Acusado de estelionato e associação criminosa, o alagoano vai continuar com o passaporte retido. Na quarta-feira, 24, o desembargador negou o pedido de habeas corpus liberatório do proprietário da Construtora Marroquim. O desembargador, ao julgar o pedido, manteve decisão do juiz da 1ª Vara de Inquéritos Policiais de Belém, Heyder Tavares Ferreira. Conforme a polícia, o grupo econômico da empresa Marroquim Engenharia, originada em Alagoas, teria se expandido para o Estado do Pará no ano de 2007. O empresário é acusado de induzir a erro seus consumidores obtendo ganhos patrimoniais e fugindo de responsabilidade cíveis, trabalhistas e previdenciárias. Mário, que é dono em Maceió da Marroquim Engenharia Ltda, teria participado das atividades no Pará da empresa Marroquim Júnior Construções e Projetos Ltda, que teriam como sócios as pessoas de Fernando Marroquim, irmão dele, e Dilma

Marroquim. Essas informações são negadas pelo advogado do empresário, José Fragoso Cavalcanti. No Pará, o golpe consistiria em uma simulação do sistema de obra. A Marroquim oferecia aos compradores, sob o sistema de obras por administração mediante suposta dissimulação das exigências da Lei 4.591/94, pois tudo seria delimitado pela construtora, que detinha o poder financeiro, técnico, operacional e administrativo, desvirtuando o poder decisório da Associação. Ainda conforme o inquérito policial, os empreendimentos não teriam sido incorporados e não possuiriam registro, pelo que restaria configurada a má-fé dos investigados. É citado, inclusive, o caso do empreendimento Spazzio Lavore, que teria sido negociado sem que tivesse sido adquirido o terreno, mas apenas a posse mediante contrato de aluguel. A DECISÃO Confira o despacho do magistrado: “Com efeito, para que haja a concessão liminar da ordem de habeas corpus, em qualquer de suas modalidades, devem estar preenchidos dois requisitos, que são o periculum in mora (perigo de demora), consubstanciado na probabilidade de

dano irreparável, e o fumus boni iuris (fumaça do bom direito), retratado por meio de elementos da impetração que indiquem a existência de ilegalidade no constrangimento alegado. Noutros termos, o fumus boni iuris diz respeito à viabilidade concreta de ser concedida a ordem ao final, no ato do julgamento do mérito. O periculum in mora se reporta à urgência da medida, que, caso não concedida de imediata, não mais terá utilidade em momento posterior. No presente caso, compulsando os autos, a prima facie , não vislumbro presentes os referidos requisitos autorizadores da medida liminar, motivo pelo qual a INDEFIRO, determinando, ainda, que: Oficie-se, em caráter de urgência, ao MM. Juízo a quo, para que, sobre o habeas corpus, preste a este Relator, no prazo legal, as informações de estilo, devendo o magistrado observar as diretrizes contidas na Portaria nº 0368/2009-GP e na Resolução nº 04/2003. Prestadas as informações pelo Juízo impetrado, encaminhem-se os autos à Douta Procuradoria de Justiça para emissão de parecer. Cumpra-se. Belém (PA), 24 de julho de 2019. Desembargador MAIRTON MARQUES CARNEIRO - Relator”.

Mário Marroquim: empresário teve passaporte retido pela Justiça


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Ousar ou esperar

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ela primeira vez, uma fábrica de veículos elétricos faz um lançamento ambicioso no Brasil. Não que as pioneiras BMW (230 unidades vendidas em cinco anos) e Renault (cerca de 20 veículos, em sete meses) tenham fraquejado tanto até aqui. A primeira investiu na abertura de um corredor de abastecimento na rodovia Rio-São Paulo e a segunda acaba de iniciar estratégia na ilha de Fernando de Noronha. Jaguar, com seu I-Pace, foi discreta. Já a Nissan lança a segunda geração do Leaf com empenho explícito e meta informal de vender umas 200 unidades, no primeiro ano cheio, em uma rede de sete concessionárias (em cinco estados e Distrito Federal). A empresa japonesa construiu um elétrico experimental em 1947. O primeiro de série, o Leaf, de 2010, vendeu acumuladamente 400.000 unidades. Mesmo pioneiro no mundo e o mais comercializado, é um volume bastante modesto. Na segunda geração, de 2017, ganhou pique em desempenho e autonomia. Não se trata, porém, de um automóvel, como o Tesla ou BMW i3, de chassi específico. Ainda assim, empolga com a capacidade de acelerar, pois disponibiliza 90% de um impressionante torque de 32,6 kgfm em apenas 1 décimo de segundo. Aliás, todos os elétricos têm essa característica: desempenho de esportivo. Silêncio a bordo, então, nem se fala. Mas se prepare para ouvir ruídos de várias origens à medida que o carro envelhecer. O Leaf tem três modos de condução: normal, econômico e com leve regeneração ao inverter

FERNANDO CALMON

função do motor para desacelerar e recarregar a bateria. Muito interessante é o sistema de alta regeneração, acionado por um botão. Fácil n fernando@calmon.jor.br de acostumar no uso urbano (em estrada, menos útil), quase dispensa o pedal do freio e a bateria agradece. Há um ótimo pacote de assistência semiautônoma ao motorista. Peca, contudo, pela falta de itens como ajuste de distância do volante, automatização dos vidros elétricos (só o do motorista desce a um toque, mas não sobe), espaço para cabeça atrás, bateria entre 150 e 200 km são números volumosa no meio do assoalho prudentes entre pontos de recarga. e estepe por acesso externo do Há três números para ficar atento: bom porta-malas de 435 litros. em postos, 40 minutos de 20% a Estilo agrada, mas algo além em 80%; carregador residencial, 8 ousadia seria desejável para o horas de 0 a 100%. Numa emerconceito do produto. gência, em tomada Apesar do aspecto novidade e comum de 127 V sem emissões locais de poluentes, (75% do total é difícil assegurar viabilidade. O no Brasil) são preço de R$ 195.000, que já inclui 40 horas ou cabos e carregador de parede, 20 horas em limita até os entusiastas. Claro, 220 V. ajuda a eletricidade mais em conPortanto, ta que combustível líquido. Na há obstácumédia, o brasileiro roda 12.000 los – do preço km/ano, sendo 45% em cidade. cerca de duas Economizaria, nos cálculos da vezes maior Nissan, cerca de R$ 5.000/ano ou aos tempos algo além, incluindo-se revisões de recarga e baratas. Mas preço de revenda e autonomia lisubstituição das baterias, mesmo mitada – que, que durem até 10 anos, são emno caso do pecilhos difíceis de projetar, no Brasil e suas momento. dimensões continentais, indicam Autonomia em cidade pode prudência. Mesmo no exterior passar de 300 km, se usar o modo levantam-se vozes, até na Europa, de alta regeneração. Como todo sobre migração lenta e aquém do elétrico, porém, estrada e velociesperado, salvo possíveis dois exdade maior (e constante) prejutremos do mercado: subcompactos dicam o alcance. Neste caso, algo e SUVs de maior tamanho e custo.

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ALTA RODA n CÚPULA do Mercosul, semana passada em Buenos Aires, parece ter chegado a um consenso para, finalmente, acabar os regimes de intervenção e implantar livre comércio entre os dois sócios principais, Brasil e Argentina. Ainda não há data para retirada de todos os entraves. Mas há sentimento de urgência, após acordo do bloco com a União Europeia. n FCA inaugurou em Betim (MG) seu centro de testes de segurança. É terceira fabricante a executar aqui colisões frontal, lateral e posterior contra barreira fixa e poste para atender normas atuais e futuras. Agora, a fabricante está apta a executar todo o desenvolvimento, desde conceito inicial, desenho, protótipos e avaliações de campo até validação de segurança.

n QUANDO a moda pega, difícil qualquer fabricante resistir. EcoSport FreeStyle adotou teto, grade e colunas pintadas em preto, além de apliques nesta cor nos faróis de neblina. Pena ter perdido luzes diurnas em LED, enquanto ganhava rack de teto reestilizado. Agradável, no dia a dia, é mesmo a combinação do tricilindro de 1,5 L e câmbio automático de 6 marchas. n SEGUNDO a Aptiv, uma plataforma de atuação ativa toma decisões 34.000 vezes mais rápido que um ser humano. Equipamentos como controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, frenagem de emergência, assistente de tráfego, alerta de ponto cego e assistente de faixa de rodagem comandam ações concluídas em até meio segundo, algo como o piscar de olhos.


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Mídia e suicídio

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nformações da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o Brasil é o oitavo país do mundo na prática de suicídios. Nos grupos vulneráveis como indígenas, população de rua, LGBTI, trabalhadores rurais e imigrantes o índice é maior. O aumento chega a registrar até 132% nos indígenas.

Não resta dúvida que o comportamento suicida é uma questão de saúde pública não só do Brasil mas de todo o mundo. Não é mais uma questão da Psicologia, envolve outros saberes como a Economia, a Antropologia, a Sociologia e especialmente a Filosofia. É na Filosofia que o fato deve ser investigado haja vista que o sujeito desafia a própria existência já que o foco do capitalismo é fazer o sujeito ‘consumidor feliz’ – comprando – mas que a cada dia, essa satisfação não compra felicidade.

Felicidade e suicídio

Essa ‘felicidade’ é desfeita por outros saberes – na economia e na qualidade de vida – já que em países do primeiro mundo, como o Japão, apesar de apresentar uma das melhores economias do mundo, o índice de suicídio é um dos maiores. É contraditório. É o capitalismo imbuído de incoerência econômica-filosófica-antropológica-subjetiva do sujeito.

o suicídio. A questão é multifatorial. É uma tragédia silenciosa. É uma espécie de inconsciente coletivo que precisa ser estudado não só pelos psicólogos e psiquiatras, como também por economistas, juristas, antropólogos, assistentes sociais, enfermeiros, médicos, e especialmente pelos filósofos, enfim.

Combate ao suicídio

Qualquer tipo de morte fala por si mesma, ou seja, tem uma história. Com o suicida mais ainda; é mais instigante. Ele desafia a Igreja, o sistema econômico, a antropologia, a filosofia, enfim. Dados da OMS indicam que o suicídio foi considerado a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo em 2015. É um problema de saúde pública e por isso deve ser estudado – para melhor se entender – e também planejadas políticas públicas para amenizar o índice que a todo ano aumento. Já que o sujeito, as pesquisas indicam, não quer morrer, quer acabar com o sofrimento.

O governo do Estado através da Supervisão de Atenção Psicossocial (Suap) da Secretaria Executiva da Saúde (Sesau) está discutindo com secretários municipais de saúde de todo o estado, o Plano Estadual de Prevenção ao Suicídio e Construção de Linhas de Cuidados (PEPSCLC) nas Regiões Alagoanas. Também faz parte da equipe de discussão sobre o suicídio a Gerência de Vigilância e Controle de Doenças Não Transmissíveis (GEDANT) da Sesau. No último dia 16 houve uma discussão no município de União dos Palmares.

Quase um milhão

Suicídio e ética jornalística

Saúde pública

A OMS estima que a cada 40 segundos uma pessoa pratica o suicídio. Isso representa quase um milhão de pessoas a cada ano. Em Alagoas os números não são diferentes. No Hospital Geral do Estado (HGE) somente no primeiro semestre deste ano, ocorreram 232 tentativas de suicídio. No mesmo período do ano passado foram 177, ou seja, 55 a mais. A cada suicídio há entre dez a vinte tentativas, é o que as pesquisas indicam.

Tragédia silenciosa

Os números impressionam qualquer estudante de graduação de Psicologia. Não existe uma causa específica para que uma pessoa possa praticar

O (PEPSCLC) é um passo fundamental para que as questões que envolvem o suicídio sejam debatidas adequadamente com todos os segmentos da sociedade, a exemplo da área de educação e também da vigilância sanitária, quem podem ser aliadas no combate à diminuição do índice de suicídios, que a cada ano vem crescendo. A mídia (jornal impresso, rádio, TV e as redes sociais) têm um papel fundamental nesse roteiro para informar adequadamente a população sobre os casos de suicídio e por isso no próximo dia 31 haverá um debate cujo tema é: Suicídio e a ética jornalística, com jornalistas, radialistas, blogueiros, enfim. O evento está sendo realizado pelo governo do Estado, através da Secretaria Executiva da Saúde (Sesau) e pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP-15). O debate será no auditório do Conselho.

Fatores afetivos

Os fatores culturais, socioeconômicos e afetivos têm efeitos fundamentais quando se fala em suicídio. Especialmente os afetivos, tendo em vista que os vínculos familiares, a cada dia, se quebram tornando os seus membros cada vez mais frágeis emocionalmente, o que pode contribuir, ainda mais, com o aumento dos índices dos suicídios.

Fatores econômicos

Um dos princípios do capitalismo é a competitividade. Isso ocorre não só entre empresas como também entre colaboradores, inclusive de uma mesma empresa. Será que essa “filosofia” capitalista não está contribuindo para o aumento dos suicídios?

SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Autoestima A autoconfiança é primeiro passo para uma vida saudável.(Arnaldo Santtos)

Medicamentos, servem?

Há uma corrente de psiquiatras, psicólogos e farmacêuticos que defendem que o sujeito, mesmo com um agravo profundo de saúde mental, ainda assim, é preciso que se ministre o mínimo possível de medicamento. Desde a década de 70 que a indústria farmacêutica vem crescendo e hoje é uma das áreas que mais cresce no mundo. Por que será?

Trajetória de vida

É na prática da Psicologia, especialmente no consultório clínico, que os profissionais têm a oportunidade de fazer uma escuta qualificada e tentar entender quais sofrimentos mais prevalecem. É uma tarefa árdua. O desafio é instigar o sujeito a ressignificar o sofrimento psíquico. Não é fácil. Mas é a única alternativa para que o paciente/cliente possa encontrar alternativas para tentar refazer a vida, apesar das dores ao longo da vida. A dor pode se apresentar depois de muitos, muitos anos do fato ocorrido. Daí o desafio, especialmente dos psicólogos da área analítica, inclusive psicanalistas em decodificar e instigar o sujeito – com ele – a refazer a sua trajetória de vida. Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento on-line autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br

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