edição 1041

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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2019

FORA DO TC

STJ mantém condenação de Amélio por prevaricação Corte Especial rejeitou recurso e manteve a decisão de perda do cargo de conselheiro. 7

ANO XX - Nº 1041 - 04 A 10 DE OUTUBRO DE 2019 - R$ 4,00

MARROQUIM

Empresário promete dar a volta por cima e pagar dívidas em dois anos Vítima de uma campanha orquestrada no Pará por advogados inescrupulosos, investidores gananciosos e juízes desonestos, a construtora acabou em recuperação judicial e luta para reaver a credibilidade minada. “Vamos pagar tudo em dois anos”, diz Mário Marroquim. 2

JUÍZAS SÃO ACUSADAS DE PROTEGER ARTHUR LIRA EM AÇÃO DE ALIMENTOS n Deputado deveria estar na cadeia

por não pagar pensão dos filhos

n Processo se arrasta há 12 anos e

dívida acumulada chega a R$ 600 mil

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CNJ FISCALIZA JUÍZES DO INTERIOR QUE ATUAM COMO DOCENTES NA CAPITAL Corregedor Fernando Tourinho vai enviar lista de magistrados-professores ao Conselho. 8

ALAGOAS RECUSA ADESÃO AO PROGRAMA DE COLÉGIOS MILITARES DE BOLSONARO Programa de ensino cívico-militar foi rejeitado

pelos governos de 11 das 27 unidades da federação. 13


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EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

A volta por cima 1

- O empresário Mário Marroquim, dono da construtora que leva o nome da família, promete dar a volta por cima em dois anos pagar todas as dívidas e retomar a vida normal da empresa. Vítima de campanha difamatória promovida por investidores de Belém do Pará, a Marroquim Engenharia acabou em regime de recuperação judicial e agora luta para limpar sua imagem e recuperar a credibilidade minada.

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- O inferno astral que atingiu uma das mais sólidas construtoras de Alagoas tem origem na Marroquim Júnior (MJ), empresa criada em Belém pelo engenheiro Fernando Marroquim Júnior, irmão de Mário, sem qualquer vínculo com a Marroquim Engenharia, que também atuou na capital do Pará.

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- Ao primeiro sinal de aperto financeiro os investidores da Marroquim Júnior ajuizaram diversas ações de cobrança que acabaram levando a empresa à falência. Sem ter como receber os créditos, se voltaram contra a Marroquim Engenharia, alegando tratar-se de um mesmo grupo econômico.

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- Com bloqueios de contas e credibilidade abalada, a construtora alagoana contabilizou prejuízos milionários e acabou em recuperação judicial. Com a medida, a empresa sustou as cobranças judiciais, parou a execução de dívidas e agora tenta se recuperar do baque.

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- O calvário de Mário Marroquim foi gestado por advogados inescrupulosos, investidores gananciosos, agiotas e magistrados que desonram a toga e o estado do Pará. Todos unidos em associação criminosa com o propósito de chantagear a Marroquim Engenharia.

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- “Perdi todas as ações na Justiça do Pará, mas. Mas graças a Deus fui ouvido pela Justiça do meu estado, que começou a desmontar a farsa de Belém”, revelou o dono da Marroquim, prometendo dar a volta por cima em dois anos.

Caixa-preta

Lei da Bengala

Juiz à venda

A farsa de Lula

O desembargador Fernando Tourinho Filho, indagado sobre suspeitas de irregularidades na gestão dos depósitos judiciais, esquivou-se do tema alegando tratar-se de assunto da alçada da presidência do TJ. Mas no site da Corregedoria-Geral de Justiça, comandada por ele, consta uma secção que trata da questão.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) condenou, nos últimos anos, 21 magistrados no País, que cobraram de R$ 750 a R$ 400 mil por sentença. A lista dos toga-suja deve aumentar em breve com a inclusão de um juiz do Interior ocupava uma residência cedida por uma empresa estatal. Ao ser promovido para outra comarca, o magistrado passou o imóvel nos cobres e se mandou da cidade, deixando o quiproquó para a Justiça resolver. A lista negra será engrossada por outro magistrado, também do Interior, que se aliou a uma quadrilha carioca e, juntos, deram um golpe milionário contra a Caixa Econômica Federal. Deve ser terrível viver em um estado onde juízes vendem sentenças.

Prêmio Ademi

Enquanto pune associados que lhe fazem oposição, o presidente vitalício da Ademi, Júbson Uchôa, premia filiados que venderam imóveis na planta, nunca entregaram e jamais entregarão os empreendimentos, deixando os clientes a ver navios. Mais honesto seria exigir a devolução do Prêmio Master Ademi concedids a empreendimentos imobiliários que nunca saíram do papel, ludibriando dezenas de vítimas.

Burocracia perversa

A Prefeitura de Maceió exige renovação semestral do alvará de construção, e anual do licenciamento ambiental. Ocorre que a burocracia é tão absurda que quando o construtor recebe o licenciamento já está na hora de renová-lo novamente. A Ademi, que deveria defender os interesses do setor, nada faz para reduzir o caos e os custos dos burocratas estúpidos.

Alguns deputados federais iniciaram a campanha para revogar a PEC da Bengala, que esticou para 75 anos a idade limite da aposentadoria compulsória no serviço público. Já foram colhidas 120 assinaturas do total de 171 necessários à derrubada da Emenda. Se a Lei da Bengala cair, Bolsonaro pode nomear pelo menos 4 ministros para o STF até o fim de seu mandato.

Para se beneficiar da progressão de pena a que tem direito, e passar para o regime semiaberto, Lula da Silva precisa pagar uma multa de R$ 5 milhões pela roubalheira que comandou, trabalhar pelo dia e recolher-se à noite em seu apartamento. O problema é que o chefão do maior assalto ao Brasil não quer pagar a dívida nem trabalhar. Por isso alimenta essa farsa de “não trocar dignidade por liberdade”.

O lambe-botas e o ladrão

Em mais uma entrevista a um blog petista, o condenado Lula disse que “ninguém gosta de lambe-botas”, ao comentar a relação de Jair Bolsonaro com os Estados Unidos. Ninguém gosta também de ladrão. Pelo menos, não deveria. (O Antagonista)

Golpe final

Segundo a Folha de S. Paulo, “o presidente do STF pode colocar em pauta nas próximas semanas o julgamento da prisão de condenados depois de julgamento em segunda instância”. O propósito de Dias Toffoli não é um mistério: em discussões com colegas, ele sinaliza que a data pode ser anunciada em breve. A decisão pode beneficiar Lula, caso ele não saia da carceragem antes de ela ser tomada.

Derrota de Zé Dirceu

O condenado José Dirceu perdeu um recurso para anular sua prisão depois de a condenação na Lava Jato ser confirmada em segunda instância. E ainda vai ter de pagar já a multa de R$ 4,5 milhões determinada na sentença.


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Brasil apodreceu Cascais, Portugal - Quem imaginaria que por trás da Lava Jato existia uma escória de procuradores manipulando dinheiro, sentenças e poder? E mais: um potencial assassino desequilibrado que saiu armado pelos corredores do STF a procura de um ministro para abatê-lo a tiros. Pois, é quanto mais se abre a caixinha da Lava Jato mais sujeira de um esgoto infinito vai sujando os homens de toga, os aparentes intocáveis, que se deixaram levar pela vaidade e pelo fascínio sobretudo do dinheiro fácil roubado das empresas estatais. O Brasil tem cada dia envergonhado os brasileiros no exterior pela revelação dos escândalos que se sucedem diariamente. Pergunta-se, por exemplo, por aqui – e não se tem resposta para isso - como um procurador-geral da República revela em livro que iria detonar a vida de um ministro dentro da suprema corte. Que capacidade um homem desse tem de fazer julgamentos e abrir processos contra agentes públicos se ele mesmo considera-se um desequilibrado, um homicida, um

Botija

Flagrado com a boca na botija, justificou a dinheirama que cairia nessa tal fundação como investimento para combater a corrupção. A diretoria tinha ele como presidente, portanto como um cara que assinaria os cheques, e mais outros integrantes a seu serviço. O conselho, subordinado a Dallagnol, era formado por outros procuradores da sua turma. Ora, estamos falando de uma fortuna de 2 bilhões de reais!!! E como Dallagnol até então tinha o apoio da população, ninguém se arriscava a condená-lo pela operação ilegal.

Melança

Como já era esperado, os escândalos que se voltam agora para dentro da República do Paraná começam a melar a operação Lava Jato que começou a se desgastar quando o Intercept denunciou o envolvimento de Sérgio Moro com os procuradores que apuravam os crimes de corrupção. Baseado no descobrimento das sentenças viciadas, todos que cumprem pena por corrupção – com culpa ou não no cartório – agora pedem revisão e até anulação de sentença como é caso do ex-presidente Lula.

sociopata? Janot revelou-se um procurador despreparado que durante muito tempo mostrava-se um defensor da dignidade pública, incapaz de punir seus comparsas procuradores que se envolveram na corrupção da JBS, empresa cujos donos ele suspendeu todas as punições em troca de delações que culminariam com a prisão de políticos, empresários e até de um presidente da República à época. Michel Temer, sabe-se agora, caiu na fogueira das vaidades de Janot e assim que deixou o poder foi preso. O caldeirão de sujeira esparramou-se dentro dos gabinetes refrigerados da República de Curitiba, onde foi concentrada a atuação dos procuradores da Lava Jato. Lá, um fanático religioso, desprovido de caráter, um tal de Dallagnol, armou uma arapuca para ficar rico do dia para noite. Tentou criar uma fundação para embolsar 2 bilhões de reais do dinheiro roubado da Petrobras.

Anulação

Lula já disse que só deixa a prisão quando a sentença, que ele julga ilegal, for anulada. Se isso ocorrer evidentemente todas as investigações que o levaram à cadeia caem por água abaixo. Ou seja: Lula deixa a prisão como inocente e vai brigar pelos seus direitos políticos, etapa final para sair candidato a presidente da República nas eleições de 2022.

Fracasso Na rua

Diante do escândalo, corruptos notoriamente conhecidos como Zé Dirceu, Vaccari, Eduardo Cunha e tantos outros estão a um passo da liberdade, confirmando a tese de que no Brasil o crime compensa.

Liberdade

Para se antecipar ao resultado do STF que pode anular as sentenças, os procuradores de Curitiba já se adiantaram. E sem que os advogados de Lula pedissem, Dallagnol e seu grupo pediram a liberdade de Lula pelo cumprimento de parte da sentença. E o ex-presidente, como acontece nesses casos em que ele tira partido das adversidades, resiste em sair da cadeia.

A decisão do STF pela anulação da condenação do Lula pode ter um efeito cascata. Em seguida, certamente os portões dos presídios serão abertos e um caminhão de corruptos vai transpor os muros trazendo para atividade política e empresarial um carregamento de bandidos conhecidos pelo roubo às empresas públicas.

Podridão

A verdade é que o país apodreceu. Fede o Legislativo, fede o Executivo e fede o Judiciário. Num esfacelamento desses poderes todos mandam e desmandam. Por exemplo, ministros do STF tomam decisões isoladas, criam jurisprudência que contrariam decisões do próprio plenário do tribunal. Apenas como uma canetada alguns deles fazem a própria justiça, indignando parte da população que vem sistematicamente condenando atitudes monocráticas que ferem o princípio do coletivo do STF.

No Palácio

Do outro lado da Esplanada, um maluco aponta sua caneta BIC, como se fosse uma arma letal, para agir como um déspota. Incentiva a matança como solução para acabar com a violência, ocupa embaixadas com a própria família, incentiva a queimada na Amazônia quando suspende a fiscalização, desmobiliza o Ibama e faz discursos inflamados na ONU como se fosse um psicopata fora do hospício.

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

De quatro

E o parlamento? Mesmo derrubando algumas MP (Medidas Provisórias) ainda continua subserviente ao Executivo à medida que trabalha de quatro e se submete às benesses oferecidas pelo governo. Se aceitar a indicação do filho do Bolsonaro para a embaixada dos Estados Unidos, o Senado Federal estará dando a maior demonstração de servilismo da história, pois todos sabem que o menino é um aloprado sem condição de representar o Brasil no exterior.

Horizonte

O pior de tudo isso é saber que toda essa bagunça não vai parar nas próximas décadas, quando se observa que o horizonte político é estreito. Nas próximas eleições ainda vamos ter na disputa o capitão, com chances de ser reeleito se a economia melhorar sensivelmente, Ciro Gomes, Huck, Rodrigo Maia, Dino, Lula e outros penduricalhos que ainda vão surgir até lá. Que tristeza saber que os brasileiros não têm opção para escolher um líder que leve o país ao caminho da moralidade e ao desenvolvimento econômico.

Maldição

Assim como Bolsonaro foi fruto do antipetismo, Lula pode aparecer como o candidato antijustiça, aquele que foi injustiçado e condenado sem provas. Solto, ele vai novamente caminhar pelo país como uma “vítima” do sistema e assim sensibilizar os seus ainda 30% do eleitorado. Com a decomposição da República do Paraná, Lula vai se apresentar como o cara capaz de defender as famílias brasileiras das injustiças da Justiça, um mote para começar a fazer a campanha.


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Convenção disfarçada

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inauguração do Hospital da Mulher na última semana teve a participação de centenas de pessoas, na sua maioria de detentores de cargos comissionados e caravanas devidamente convencidas e oriundas do interior do Estado. O evento mais pareceu uma convenção partidária, onde candidatos fazem a festa e anunciam com fervor os seus candidatos. O novo hospital, que por certo atenderá as pessoas mais carentes na área da ginecologia e obstetrícia, é a grande expectativa da população, que sempre precisou de unidades de saúde desse porte. Resta saber e

Silêncio no Palácio

isso é o que é mais importante, se essa nova unidade de saúde manterá o planejamento de oferecer recursos técnicos permanentes e condições para atender a população mais carente de Alagoas. Com uma inauguração festiva, que esse hospital torne-se mesmo referência para todo o Nordeste, embora outras unidades, a exemplo do Hospital Geral do Estado, passem por sérias dificuldades de atendimento em algumas especialidades médicas e de abastecimento. O que não deve acontecer, segundo o velho ditado, é cobrir um santo para descobrir o outro.

O governo do Estado vem trabalhando, mas ainda não encontrou um nome forte para disputar a Prefeitura de Maceió. A princípio se falou no secretário Rafael Brito, mas essa opção já teria sido descartada pela cúpula do Palácio República dos Palmares.

Expectativa

Já o prefeito Rui Palmeira tem confidenciado aos amigos que somente avaliará um nome para lhe substituir na prefeitura a partir de janeiro do próximo ano. Agora é trabalhar, tem dito o prefeito, que estima transformar Maceió em um canteiro de obras.

Sanidade mental

A situação agravou-se tanto que o próprio procurador-geral Alfredo Gaspar de Mendonça disse no início da semana que pediu exame de sanidade mental de Coaracy, que promete reagir nos próximos dias.

Apoio de Marx

Com forte vocação para o turismo e considerado um dos municípios mais seguros de Alagoas, Traipu aposta em investimentos no setor com a ajuda do deputado federal Marx Beltrão, ex-ministro do Turismo. Para Cavalcante, que assumiu a presidência do PSD, além de ser três vezes vereador e atual prefeito daquela região do São Francisco, o momento de Traipu é agora. Pretende transformar a cidade em um dos pontos turísticos mais visitados da região.

n gabrielmousinho@bol.com.br

Sem nomes

Embora alguns órgãos de comunicação venham questionando o governo do Estado, o Palácio República dos Palmares prefere não responder às denúncias sucessivas sobre supostos desvios de recursos e gastos exorbitantes com a propaganda oficial. Uma estratégia que pode dar certo, ou não.

O promotor Coaracy Fonseca está sendo aguardado com expectativa para dar início ao segundo round do embate com o próprio Ministério Público e o governo do Estado, depois de sérias denúncias e o seu afastamento temporário de suas funções.

GABRIEL MOUSINHO

Sem emprego

O corte de pessoal na Casal com a privatização já está mobilizando o sindicato da categoria. Os trabalhadores temem que aconteça o mesmo que aconteceu na Equatorial, onde centenas de empregados foram dispensados. Ao contrário do que diz o governo, é mais demissão do que admissão no serviço público.

Só em 2020

Opções eleitorais

Ronaldo Lessa, Maurício Quintella, Mozart Amaral, Davi Davino, afora o nome dos procuradorgeral de Justiça, Alfredo Gaspar, são as alternativas para uma disputa à Prefeitura de Maceió. Nenhum deles, entretanto, sequer comentou a possiblidade de entrar no páreo. Correndo por fora e com forte base eleitoral, o presidente da Câmara, vereador Kelmann Vieira, que tem se revelado um dos melhores presidentes que já passou pelo legislativo municipal.

Mesmo caminho Independência

Muito embora com alguns deputados comprometidos politicamente com o Palácio do Governo, a Assembleia Legislativa tem demonstrado certa independência com relação ao Executivo. O governador Renan Filho já não manda como mandava antigamente na Casa de Tavares Bastos, embora ainda mantenha a fidelidade de alguns parlamentares.

Possibilidade

O ex-governador e ex-deputado Ronaldo Lessa pode encarar a possibilidade de disputar a Prefeitura de Maceió. Longe do círculo de amizade do governador de onde se sentiu traído, Lessa aos poucos vai se reaproximando do prefeito Rui Palmeira.

Na mira

Novamente a Casal entra na mira do governo para ser privatizada e já existe quem defenda isso publicamente. Mas sua privatização, pelo que estão comentando por aí, seria apenas no esgotamento sanitário da cidade de Maceió, enquanto garantiria o fornecimento de água para a população. Resta saber se os interessados gostariam de dividir o bolo.

Outros 64 servidores que foram demitidos com a extinção do Serveal ainda não tiveram suas situações resolvidas. É mais um órgão que fecha as portas e deixa seus empregados na rua da amargura, o que deve acontecer com as áreas de saneamento e esgoto da Casal.

Violência

No Dia Internacional do Idoso, na última terça-feira, Alagoas não teve mesmo o que comemorar. Pelas estatísticas da OAB foram mais de 70 assassinatos de janeiro até agora com pessoas com mais de sessenta anos. A entidade pede ainda que seja criada uma delegacia específica para o idoso; os únicos estados que não a possuem são Alagoas e Amapá.

Sem sustentação

O governo do Estado parece que perdeu mesmo o controle da bancada na Assembleia Legislativa. O secretário de Educação, Luciano Barbosa, vai ter mesmo que dar explicações aos deputados sobre devoluções de recursos, escolas de tempo integral e, sobretudo, da operação feita pela Polícia Federal e Ministério Público que atingiu em cheio a instituição. Antes blindado, Luciano preferiu ir à Assembleia como convidado para não ser convocado. Uma prova de que a bancada não tem sido submissa ao governo como em anos anteriores.


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CHICANA JUDICIAL

Novo mandado de segurança tenta obrigar Arthur Lira a pagar pensão dos filhos Juízas são denunciadas por favorecerem deputado que já teve a prisão decretada, mas sentença nunca foi cumprida MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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ex-mulher do deputado federal Arthur Lira (PP) reclama que vem recebendo tratamento desumano em relação a quitação da dívida de quase R$ 600 mil do parlamentar em pensão alimentícia dos filhos. A pendenga judicial se arrasta há mais de uma década e o impasse continua sem data para terminar. Na tentativa de dar um basta na impunidade, Jullyene Cristine Santos Lins entrou com mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) questionando a demora no cumprimento da sentença que manda que o deputado pague o que deve. O processo que tramita há 12 anos na 27ª Vara de Família da Capital poderia ter tido um desfecho se em 2016, quando Lira foi condenado à prisão, a determinação da Justiça tivesse sido cumprida. O intrigante é que ao invés de mandar prendê-lo por não cumprir com a sentença, a juíza Nirvana Coêlho marcou audiência de conciliação. “É a primeira vez na história da Justiça em que uma ação de execução de sentença tem audiência de conciliação”. No pedido, Jullyene Lins argumenta que “não é pelo fato do autor ser um deputado federal que lhe concede a divina bênção de não pagar o que deve”. Assim, requereu que não seja marcado qualquer tipo de audiência já que o processo se encontra em fase de execução e não de produção de

provas. De fato, em 2016 Arthur Lira foi condenado à prisão, mas a determinação ficou apenas no papel. Para se ter uma ideia do imbróglio, depois de vários anos atuando no processo, a primeira juíza – Maysa Bezerra – deixou o caso alegando “foro íntimo”. A nova magistrada, por sua vez, tentou inovar “no direito” e mostrou que não tem pulso suficiente para obrigar o deputado a quitar a dívida e muito menos mandá-lo para a cadeia. Assim, o processo vai, pela segunda vez, para apreciação da Corregedoria Geral de Justiça de Alagoas e pode chegar ao Conselho Nacional de Justiça. A cada época o caso ganha novo capítulo e já acumula quase duas mil páginas. Nesse processo, formado por três ações, a Justiça é tão lenta que o filho mais velho do casal já atingiu a maioridade e o outro está quase chegando lá. O caso é inusitado e “diante de tamanho descaso do poder judiciário de Alagoas a única medida cabível para atos ‘excepcionais e esdrúxulos (conforme o entendimento do Egrégio Superior Tribunal de Justiça) seria um mandado de segurança, pois o mesmo confirmaria o que o próprio TJ/AL assim como a magistrada ‘suspeita’ Maysa Cesário Bezerra e a atual que mesmo tendo sido denunciada na CGJ/ AL decidiu por marcar audiência de conciliação, depois de ver que a única forma de resolver a romântica e cansativa pendên-

ISAAC NEVES

Nirvana Coêlho: audiência de conciliação ao invés de executar sentença

cia judicial seria mandando o deputado federal para a prisão ou fazendo-o pagar os quase R$ 600 mil de alimentos atrasados desde 2012”, diz parte da peça. Outra inquietação e que deixa todos perplexos é que a magistrada “suspeita” Maysa Cesário parece que não deu a mínima para a CGJ/AL, pois a mesma teve o seu prazo de manifestação exaurido para a sua defesa e “como em jogo de cartas marcadas” a atual magistrada Nirvana Coelho continua com a morosidade. Vale ressaltar que no Brasil a

única dívida que dá cadeia é a de pensão de alimentos. Mas parece que essa lei não se aplica ao deputado Arthur Lira. Esta semana, o mandado de segurança ganhou um novo relator: o desembargador Celyrio Adamastor, o mesmo que em abril do ano passado suspendeu os efeitos da condenação de Arthur Lira no processo dos taturanas, permitindo que ele disputasse as eleições do ano passado. A defesa avisou que vai pedir a suspeição dele para que o caso seja julgado com imparcialidade.

ENTENDA O CASO

Arthur Lira e Jullyene Cristine, quando casados, tiveram dois filhos. Desde a separação, Jullyene exige o cumprimento da sentença que determinou que o deputado efetue o pagamento de pensão alimentícia dos filhos durante o período de junho de 2012 a agosto de 2013. A decisão favorável à mãe dos filhos do deputado foi expedida em setembro de 2013 pela magistrada Maysa Cesário Bezerra. Porém, a defesa de Arthur Lira entrou com recurso. Segundo o parlamentar, um acordo firmado por ambos o isentou de pagar as pensões. Por outro lado, a defesa de Jullyene afirma que um contrato chegou a ser assinado, mas que nunca foi cumprido pelo deputado. Os advogados Saulo Lima Brito e Ruston Bezerra da Costa Maia acusam o parlamentar de incluir na ação de cumprimento de sentença recibo falsificado que “comprovaria” o pagamento de R$ 499.920,00 relativos à pensão alimentícia dos filhos. O recibo foi anexado aos autos do processo pela defesa de Arthur Lira depois da sentença da juíza Maysa Bezerra. Na petição encaminhada à juíza Nirvana Coelho, que agora conduz o processo, os advogados de Jullyene também acusam Lira de ter incluído no acordo para extinção dos processos ainda em 2013 um imóvel de terceiros.


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CORREGEDORIA INVESTIGA

Dono de cartório de protestos é denunciado por cheque sem fundo Dívida é fruto de empréstimo com empresário, mas está sendo contestada SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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tabelião do 2º Cartório de Protestos de Títulos e Letras e outros títulos de crédito, Carlos Gonzaga Brêda, virou alvo de denúncia na Corregedoria Geral de Justiça (CGJ). Isso porque ele emitiu um cheque sem fundo com o CNPJ da instituição no valor de R$ 37.500 para a empresa Haroldo Móveis, assinou o próprio protesto do cheque, mas não registrou o instrumento junto aos bancos de dados de inadimplência, a exemplo do SPC/Serasa. A denúncia feita pela vítima, Francisco Haroldo, relata que no dia 12/11/2018, foi feito um protesto de cheque em cartório e passados sete meses do registro não houve negativação do nome do devedor junto à instituição e computado em nenhum banco de dados de informações restritivas. Vale ressaltar que quando um cheque é protestado em cartório isto serve para fazer com que o emitente seja inserido nos cadastros de proteção ao crédito, além de criar uma ação de cobrança através de um advogado na justiça comum ou no juizado especial. Depois do ato de protesto, Francisco Haroldo esperou pelo registro do nome do tabelião nos órgãos de proteção ao cré-

Cheque emitido pelo tabelião Carlos Brêda não tinha fundos dito, mas isso não ocorreu. A denúncia junto à CGJ foi feita no dia 26 de março, cerca de quatro meses depois do registro do protesto. “Eu acho uma vergonha acontecer um absurdo desse e nada ser feito. O cheque ser emissão do próprio cartório e acontecer isso. Ele como tabelião do cartório, com o convênio que deve repassar as informações às instituições de crédito, se negou a colocar o próprio nome no Serasa. Ele só protestou o próprio cheque porque a lei obriga”, relatou Haroldo. Ele conta ainda que existe uma ação em juízo contra o cartório, na qual houve a primeira audiência de instrução, mas que nada foi resolvido, e que no mínimo ele deveria perder o cargo de tabelião pela tamanha irresponsabilidade. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam que cartório é uma das atividades econômicas que continua em crescente expansão. Ainda de acordo com o CNJ, o 2º Cartório de Protestos de Títulos e Letras

ficou em 4º lugar no ranking de cartórios que mais arrecadam em Alagoas com faturamento de R$ 3.272.060,83. No último semestre registrado,- janeiro a julho deste ano - a arrecadação foi de R$ 1.532.858,93. No estado ele é o segundo cartório de protestos de títulos que mais arrecada. Através da sua assessoria, a CGJ informou que o corregedor estaria em viagem e somente ele poderia emitir informações e esclarecimentos sobre o caso. OUTRO LADO Moacir Brêda, filho do tabelião Carlos Brêda, explicou que uma solicitação de suspensão do ato de protesto foi feita judicialmente e que a liminar foi concedida pelo juiz. Explicou ainda que o valor devido é referente a um empréstimo feito por uma terceira pessoa usando o nome do cartório mas não seu pai, com a empresa e que o pagamento da última parcela não teria sido feito por cobranças abusivas de juros. Haroldo rebateu o posiciona-

mento e falou que ele pagou normalmente as primeiras parcelas e que deixou de pagar a última apenas. Disse ainda que o tabelião deve a outras pessoas altos valores no mercado. De acordo com advogado de Brêda, Tiago Risco, toda a operação de empréstimo envolvia uma terceira pessoa e que inclusive isto deu origem a mais outro processo. Disse ainda que a liminar concedida suspendendo o protesto foi feita de maneira cautelar. “O protesto foi sustado porque toda a negociação que deu origem ao cheque é uma negociação que ainda está sendo discutida, se o valor do cheque é devido, não devido, ainda há discussões a respeito, tendo em

vista que o juiz pode entender que a dívida pode ter sido celebrada, o que na nossa visão foi”, afirmou Risco. O processo de número 0729144-17.2018.8.02.0001 revela que “um empréstimo no valor total de R$ 100.125,00 (cem mil, cento e vinte cinco reais), foi tomado pelo tabelião com a empresa Haroldo Comércio e Serviços Ltda e que o acordo era a devolução ao Réu por intermédio dos cheques nºs 48069, 48070 e 48071, cada um no valor de R$ 37.500,00 (trinta e sete mil e quinhentos reais). Os dois primeiros foram pagos em seu vencimento, em junho e julho de 2018 e sobre o valor do montante devido foram aplicados, pela empresa, juros usurários de cerca de 6% ao mês, o qual ‘extrapola os limites legais, que é de 1% (um por cento)’”. O processo relata ainda que houve uma tentativa de renegociação e readequação dos juros cobrados e por isto o pagamento do último cheque foi frustrado. A ação movida pelo tabelião alega que sendo os juros cobrados ilegais, o protesto seria descabido, diante da prática usurária e da nulidade do negócio.


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FORA DO TCE

STJ mantém condenação de Cícero Amélio

Corte Especial rejeita cartada do conselheiro para não perder o cargo VERA ALVES veralvess@gmail.com

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Superior Tribunal de Justiça parece ter dado fim a uma novela que se arrasta há três anos e oito meses. Na quarta, 2, os ministros da Corte Especial do STJ rejeitaram por unanimidade os embargos de declaração opostos pelo conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Cícero Amélio da Silva contra sentença de fevereiro que o condenou à perda do cargo e 3 anos de reclusão em regime semiaberto, além do pagamento de multa. Amélio, ex-deputado estadual também condenado no processo dos taturanas – como ficou conhecido o escândalo do desvio de quase R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa de Alagoas no período de 2003 a 2007 – foi condenado pelo STJ por falsidade ideológica e prevaricação. Em 2014, quando presidente da Corte de Contas alagoana, ele atuou para impedir que a Câmara Municipal de Joaquim

Gomes votasse as contas do ex-prefeito Benedito de Pontes Santos, seu aliado político e igualmente condenado na ação penal que transita desde fevereiro de 2016 no Superior Tribunal de Justiça. O então presidente do TCE forjou certidão segundo a qual as contas de Benedito Santos não poderiam ser analisadas até o julgamento final das mesmas na Corte de Contas devido a um recurso com efeito suspensivo, o que não era verdade. O caso provocou uma intensa polêmica, com Amélio segurando o processo por vários meses a despeito de não ser o relator. Denunciado ao STJ, Cícero Amélio e o ex-prefeito passaram a figurar como réus na Ação Penal 830, julgada definitivamente em fevereiro deste ano pela Corte Especial que, por maioria de votos, acatou o parecer do relator, o ministro Herman Benjamin, pela condenação de ambos e a perda do cargo de conselheiro do TCE. A defesa de Amélio, que tem à frente o jurista Nabor Bulhões, ingressou com embargos de declaração junto ao próprio STJ alegando contradições e pedindo acesso às notas taquigráficas de todas as sessões em que a ação penal foi analisada. O argumento principal foi de que

Ex-presidente do TC, Cícero Amélio deve recorrer ao Supremo contra condenação imposta pelo STJ o conselheiro tivesse sido prejudicado na dosimetria da pena e que teria havido empate no que se refere à perda do cargo. O argumento, contudo, não prosperou, e na última quarta, desta vez por unanimidade, os ministros que integram a Corte Especial do STJ votaram por rejeitarem os embargos de declaração e manter a sentença de condenação. Na sessão presidida pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça, Otávio de Noronha, votaram acompanhando o relator os ministros Jorge Mussi, Og Fernandes, Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell Marques, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Nancy Andrighi e Laurita Vaz. O ministro alagoano Humberto Martins, também corregedor Nacional de Justiça, declarou-se impedido, como sempre o faz

nos processos que envolvam Alagoas. Estiveram ausentes, justificadamente, os ministros Francisco Falcão, Maria Thereza de Assis Moura, Napoleão Nunes Maia Filho e Paulo de Tarso Sanseverino, enquanto o ministro Felix Fischer se encontra licenciado. Com esta decisão, Amélio perde as benesses do cargo de conselheiro do TC alagoano, cujo subsídio hoje é de R$ 35.462,28. Em agosto último, de acordo com o Portal da Transparência da Corte de Contas, ele recebeu um total de R$ 44.410,06 graças aos acréscimos de abono de permanência – R$ 3.900,85 – e auxílio saúde, no valor de R$ 5.046,93. Mesmo afastado das atividades desde agosto de 2016, Cícero Amélio vem recebendo integralmente o subsídio mais as vantagens do cargo.

VAGA QUESTIONADA

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polêmica passagem de Cícero Amélio no Tribunal de Contas do Estado começou antes mesmo de sua posse, em 2008. A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) questionou sua indicação na Justiça alegando que a vaga seria de indicação do governador do Estado e não da Assembleia Legislativa. O caso foi parar no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) que em 2017 decidiu definitivamente que Amélio não tinha direito à vaga e determinou a anulação de sua nomeação. Mas os incontáveis recursos da na legislação brasileira o mantiveram no cargo até hoje. Um novo capítulo deve se somar a esta novela, já que a defesa dele deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do STJ.


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8 MAGISTRATURA NA BERLINDA

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ITAWI ALBUQUERQUE

Juízes professores serão fiscalizados pelo CNJ Corregedor-geral de Justiça, Fernando Tourinho, fala sobre resistência dos cartórios de imóveis em cumprir legislação federal e morosidade do Judiciário alagoano JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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troca de prioridade de alguns juízes - que deixam de se dedicar ao Judiciário nas comarcas do interior do estado para focarem no ensino em faculdades - já chegou aos ouvidos do corregedor geral da Justiça, desembargador Fernando Tourinho. O descaso dos magistrados foi denunciado na seção Sururu, do EXTRA, há 15 dias. Tourinho revela que, embora nenhuma denúncia tenha sido formalizada na corregedoria, essa troca de desempenho também já está sendo monitorada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo o desembargador, o CNJ solicitou aos tribunais de Justiça, mediante requerimento a ser preenchido pelo Judiciário, a lista de magistrados que dividem o trabalho no funcionalismo com as salas de aula. Pela lei, a atividade de docência é permitida aos magistrados pela Constituição Federal desde que não prejudique o desempenho no poder público. “Não tivemos uma reclamação específica, mas esse assunto já chegou até minha pessoa. Estamos procurando investigar, mas ainda faltam nomes. Temos um programa em que o juiz tem que se cadastrar e informar onde leciona”. E juiz professor seria bom ou ruim para a Justiça? Tourinho considera que é benéfico, mas com ressalva. “É bom porque ele [o magistrado] está se reciclando. Quando leciona também está es-

tudando, se aprimorando e dará uma melhor sentença. Todavia, deixar de trabalhar na jurisdição para trabalhar é errado”. Em entrevista exclusiva ao semanário, Tourinho também falou sobre outros assuntos, como a máfia dos cartórios, investigação sobre magistrados, o baixo desempenho do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) relatado pelo levantamento Justiça em Números, do CNJ e a falta de juízes para operar no estado. Os dados do Conselho apontaram que o Judiciário alagoano foi o quinto pior dentro da justiça estadual. “Esses dados são 2018, é importante destacar isso. No ano retrasado, tivemos uma produtividade muito boa no 2º grau e não tão boa no 1º grau. Em 2018, foi o inverso. Os operadores do Direito precisam conversar mais para verificar onde estão os gargalos. São eles: magistrados, promotores, advogados, procuradores, defensores e servidores. As partes testemunhais são as que menos que têm culpa na falta de celeridade da justiça. Penso que com a virtualização ficou tudo mais transparente porque os processos estão no sistema. O Tribunal de Alagoas, hoje, está com 99% de seus processos totalmente virtuais. O 1% faltante esperamos virtualizar até o final do ano. Temos ainda cerca de 5 mil processos ainda físicos”, disse o desembargador. Outra justificativa apontada por Tourinho quanto à produtividade deficiente do Judiciário é a carência de magistrados. Segundo o corregedor, Alagoas precisaria de mais 15 juízes de 1º grau para ter um melhor desempenho

e subir no ranking do Justiça em Números. CARTÓRIOS Sobre os cartórios extrajudiciais, o desembargador falou sobre sua luta em fazer com que os cartórios reembolsem em 50% os valores pagos pelo contribuinte durante o registro do primeiro imóvel adquirido pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). “É lei federal que passou pelo Supremo Tribunal Federal. Em todos os processos que já julguei neste ano, mandei reembolsar os 50%. Os cartórios estão recorrendo alegando que não estava previsto na lei estadual, sendo que é ordem federal. O cartório que não cumprir essa lei será investigado acusado por falta funcional e poderá resultar na quebra de confiança em serventias interinas”, disse. No último dia 24, a Corregedoria Geral da Justiça divulgou, no Diário da Justiça Eletrônico (DJE), a Consolidação Normativa Notarial e Registral (CNNR), disposta no Provimento 16, de 24 de setembro de 2019. A normatização uniformiza as atividades das serventias extrajudiciais do estado e tem caráter orientativo. É uma maneira sistematizada de aglutinar as normas que ditam a atividade das serventias extrajudiciais e contém as interpretações do corregedor-geral da Justiça sobre a aplicação dessas normas. “A Consolidação Normativa Notarial e Registral é uma conquista do Judiciário alagoano que, há muito tempo almejava estabelecer uma linguagem comum de trabalho

Tourinho diz que lei dos 50% tem que ser respeitada pelos cartórios

MAIS JUÍZES Outra justificativa apontada por Tourinho quanto à produtividade deficiente do Judiciário é a carência de magistrados. Segundo o corregedor, Alagoas precisaria de mais 15 juízes de 1º grau para ter melhor desempenho e subir no ranking do Justiça em Números.

para as serventias do estado. E os benefícios não são voltados apenas para os oficiais dos cartórios, mas também para todos os operadores do Direito e à sociedade, que terá agilidade em procedimentos dessa natureza”, comentou. INVESTIGAÇÃO Tourinho afastou, em março, o magistrado Jairo Xavier Costa de sua função na comarca do município de Palmeira dos Índios por suposta participação em um esquema de manipulação de acordos judiciais em processos envolvendo imóveis nos estados da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Ao EXTRA, informou que o juiz está sendo investigado em quatro procedimentos: “Acreditamos que até o final do ano vai acontecer o julgamento”. Também virou alvo de investigação, neste ano, o magistrado Pedro Jorge Melro Cansanção acusado de, em maio de 2017, alterar texto da decisão de um processo da 21ª Vara Cível da Capital sem autorização e sem a lotação na respectiva unidade.


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Dificuldades para atender demanda de Arapiraca e cidades vizinhas levam RogérioTeófilo a cobrar Estado

COBRANÇA

Prefeito de Arapiraca denuncia falta de parceria do Estado Rogério Teófilo pede ao governador Renan Filho mais investimentos na saúde TÂMARA ALBUQUERQUE Especial para o EXTRA

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governador Renan Filho foi publicamente convocado a refazer a parceria com a Prefeitura de Arapiraca e garantir a presença do Estado na área da saúde, que funciona de forma precária e sobrecarregada. Segundo o prefeito Rogério Teófilo (PSDB), o município carece de investimentos do governo estadual para conseguir atender à demanda de usuários da microrregião do Agreste na rede pública de saúde. A prefeitura, diz Teófilo,

aplica 33% da receita municipal na área e, ainda assim, não consegue garantir assistência adequada à população. “Arapiraca é um centro regional que atende a 500 mil habitantes, incluindo municípios vizinhos, com a prestação de serviços na área de saúde. Estamos funcionando com uma rede sobrecarregada e já adotamos vários procedimentos na tentativa de amenizar esse problema, como atendimentos aos sábados e domingos. Hoje, temos uma cobertura de 93% do programa Saúde da Família no município, mas ainda

precisamos da parceria do governo estadual para dar respostas à população nessa área”, avalia o prefeito. Teófilo cobra a implantação de um hospital estadual na cidade e diz que o Hospital Regional, localizado no município, já não consegue absorver à demanda. “O governo anuncia que vai construir cinco hospitais em Alagoas, mas nenhum em Arapiraca. A Unidade de Emergência da cidade é de vanguarda, mas é direcionada para atendimento de traumas, recebe os casos de acidentes e outras vítimas da violência. A porta de entrada

em termos de saúde pública fica sob a responsabilidade do Hospital Regional, que funciona sobrecarregado”, observa. Segundo o prefeito, o governo estadual “deve” aos hospitais R$ 700 mil em procedimentos na oncologia, dívida que já foi cobrada pelo secretário da pasta no município ao Estado. “Todos sabem o que Arapiraca significa na área de saúde para o estado...na verdade o que a gente quer é a parceria do governo, e eu sempre disse que tornaremos público tudo o que for feito por Arapiraca. Agora, não posso deixar de criticar

essa ausência, também criticada pelo cidadão comum de Arapiraca”. Teófilo denunciou a mesma falta de parceira do governo nas áreas da segurança pública e infraestrutura. Segundo ele, o município não conta com o programa Ronda nos Bairros, implantado em outras cidades, e passou um ano sem ter acesso à iluminação pública numa das mais importantes avenidas do município. “A Avenida Zé Alexandre, de responsabilidade do Estado, não tinha iluminação. Foi preciso o Ministério Público entrar com ação na Justiça para garantir o serviço”.


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Roteiro será primeira cidade do Norte e Nordeste 100% saneada

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aldo positivo na educação, no esporte, urbanização, saúde e infraestrutura. Tudo isso resultado de um trabalho sério e dedicado que o prefeito Wladimir Brito vem exercendo à frente da Prefeitura de Roteiro há mais de sete anos. Pensando sempre à frente, o prefeito se prepara agora para inaugurar a rede de saneamento básico da cidade, uma das maiores conquistas para a população roteirense. O novo equipamento já tem cerca de 90% da obra executada e é um marco para a cidade que vem se desenvolvendo e garantindo bem-estar para os seus munícipes. Com o orçamento em cerca de R$ 11 milhões em uma parceria do governo federal, através da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), e a prefeitura, a obra de saneamento da cidade está em fase final e deve ser entregue em 60 dias. Isto fará com que Roteiro seja a primeira cidade do Norte e Nordeste 100% saneada. O equipamento de 12 mil metros vai beneficiar mais de 7 mil habitantes e desenvolver a cidade para que o turismo na região, por exemplo, seja melhor explorado. “ Seremos a primeira cidade do Norte/Nordeste a ser 100% saneada, um feito que chega para complementar todo o trabalho na área da saúde que a gente vem desenvolvendo no nosso município. Temos 100% de cobertura com as três unidades básicas de saúde da cidade e o saneamento básico chega para incrementar essa assistência”, afirmou o gestor. A água potável, segundo a Funasa, é vista como fornecimento de alimento seguro à população, afinal um sistema funcional de esgoto promove a interrupção da

cadeia de contaminação humana, além de reduzir o impacto ambiental e eliminar a proliferação de vetores. Investir em saneamento resulta na economia de custos na saúde, em uma população mais saudável. Mas isso não significa diminuição de investimentos, pelo contrário, Brito continua creditando boa parte do seu trabalho na saúde também. As obras da Central de Abastecimento Farmacêutico também seguem a todo vapor. O objetivo da CAF é centralizar e organizar a distribuição de medicamentos aos postos de saúde e à população. A obra está sendo executada com recursos próprios e vai complementar as ações já realizadas na cidade que hoje conta com atendimento básico de saúde 24 horas. Após a conclusão da obra de saneamento toda a cidade será pavimentada e as principais ruas serão asfaltadas. Além disso, ao final da pavimentação, será colocada iluminação de LED em toda cidade para melhorar ainda mais a comodidade e dar segurança dos moradores. O fomento ao turismo e à economia também são compromissos da prefeitura com a população roteirense. A orla da cidade será toda revitalizada fazendo com que a economia do município alavanque, trazendo hotéis, pousadas e restaurantes para a bela cidade. “O projeto da nova orla, além de a contemplar com a beleza estrutural, fomenta a geração de empregos e oportunidades do município. Isso traz benefícios econômicos para toda a cidade”, finalizou o prefeito.


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DISPUTA ACIRRADA

Eleição de conselheiro tutelar tem dimensão de pleito para vereador São mais de 180 candidatos na “briga” por 50 vagas e salário de R$ 4.500

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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o domingo, 6, o eleitor vai às urnas em todo o país para escolher os conselheiros tutelares de sua cidade para o quatriênio 2020-2024. Em Maceió, são 184 candidatos que disputam 50 vagas distribuídas em 10 Regiões Administrativas. A eleição está tão acirrada que os candidatos fazem campanha como se estivessem numa disputa para vereador. O que levaria tanta gente a concorrer ao cargo de conselheiro não se tem uma resposta, mas talvez pelo salário de R$ 4.500,00, já que Alagoas é um dos estados recordistas em desemprego. Vale lembrar que a votação acontece das 8h às 17h e para votar é preciso levar documento com foto e título de eleitor. Há quem diga que essa eleição é vista como um ensaio para uma disputa a um cargo eletivo no próximo pleito. É que por conta do trabalho que desenvolvem, os conselheiros transitam nos bairros e nas comunidades, defendendo causas direcionadas ao bem-estar social de crianças e adolescentes e isso poderá servir de trampolim político para alguns. Diferente da eleição de governantes e parlamentares, a de conselheiro não é tão aceita pela sociedade. Inclusive mui-

ta gente deixa de ir votar porque acha que não é relevante. Alguns eleitores confundem e só vão votar se tiver alguma moeda de troca, inclusive veículo para conduzir até local de votação. Em alguns casos, o modelo da velha política está sendo repassada para esta modalidade. Segundo o vereador Cleber Costa, o processo de escolha para conselheiro tutelar, apesar de muito parecido, não é considerado eleição, logo o voto não é obrigatório. Como os candidatos não podem usar os meios de comunicação, maior parte da população nem sabe que existe a escolha. Além do que, como a quantidade de urnas disponíveis para o processo de escolha é reduzido, são selecionados alguns locais de votação onde, na maioria das vezes, a longa distância entre o eleitor e seu local de votação de costume faz com que muitas pessoas desistam de participar. “Vale lembrar que, é proibido ao candidato, conduzir eleitores com as famosas caronas, sendo passivo de impugnação e outras penas mais graves”, alertou. O cidadão deve ficar atento na hora de fazer sua escolha. O primeiro requisito para ser candidato a conselheiro tutelar é a idoneidade moral. Ter a ¨ficha limpa¨ é imprescindível, além de prestar serviço social na comunidade, envolvendo crianças e adolescentes. É preciso, ainda, verificar os antecedentes do candidato, quais serviços tem prestado para a comunidade e o que tem feito em prol das crianças. Costa acredita que falta

mais envolvimento por parte da sociedade. Pelo fato de ser um processo de escolha não obrigatório, muita gente deixa de exercer sua cidadania. Mas a própria comunidade pode fiscalizar o processo de escolha, denunciando ao conselho municipal da criança e do adolescente qualquer tentativa de prejudicar a pureza do conselho tutelar. “Cuidar de nossas crianças e adolescentes não é brincadeira, deve ser levado a sério, por isso precisamos estar cada vez mais envolvidos nesse momento impar para nossa comunidade”, argumentou. Um fato que chama a atenção é que neste ano as 10 regiões de Maceió bateram o recorde de candidatos. Porém, a segunda região conta com o maior número de concorrentes (25). Trata-se de uma região composta por sete bairros, onde sua maioria é tocado pela orla lagunar, lugar de vulnerabilidade e propenso a infrações contra os direitos da criança e adolescente. Cleber Costa aconselha

que todo o cidadão apto a votar deve comparecer ao local de votação. “Faça a diferença. Participe do processo de escolha de quem vai representar você na luta pelos direitos de nossas crianças e adolescentes. Uma votação rápida, fácil, que pode salvar muitas crianças que sofrem com violência ou que não são assistidas pelos direitos que são seus”, argumentou. FUNÇÃO DO CONSELHEIRO Fazer parte do Conselho Tutelar significa ser responsável por uma série de tarefas. Entre elas, atender as crianças e adolescentes nas hipóteses de descumprimento de proteção previstas em seu estatuto, aplicando algumas medidas. Além disso, também é sua função promover a execução de suas decisões, usando para tanto, requisitos de serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança, ou representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento

injustificado de suas deliberações. As regiões foram divididas por lugares que têm interesses afins. A Região 1 corresponde aos bairros de Jaraguá, Poço, Ponta da Terra, Ponta Verde, Jatiúca, Mangabeiras e Pajuçara. Região 2: Centro, Levada, Vergel do Lago, Ponta Grossa, Prado, Trapiche da Barra e Pontal da Barra. Região 3: Farol, Pitanguinha, Pinheiro, Gruta de Lourdes, Santo Amaro, Ouro Preto, Canaã e Jardim Petrópolis. Região 4: Mutange, Bebedouro, Chã de Bebedouro, Chã da Jaqueira, Santa Amélia, Jardim Petrópolis I e II, Fernão Velho e Rio Novo. Região 5: Jacintinho e Feitosa. Região 6: Barro Duro, São Jorge, Serraria, Cruz das Almas, Jacarecica, Guaxuma, Garça Torta, Riacho Doce, Pescaria e Ipioca; Região 7: Santos Dumont, Clima Bom, Tabuleiro dos Martins Região 8: Santa Lúcia, Cidade Universitária e Antares. Região 9: Benedito Bentes II e a 10 no Benedito Bentes I.


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Jornalista dos mais destemidos e parlamentar respeitado, Audálio Dantas denunciou a morte de Vladimir Herzog pela ditadura militar

AUDÁLIO, DEPUTADO

Livro sobre alagoano conta sua trajetória no período da ditadura Jornalista foi um dos mais influentes parlamentares brasileiros MARIA SALÉSIA Com assessoria

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m evento bastante concorrido foi lançado no último dia 26, em São Paulo, o livro Audálio, deputado, que conta a faceta do jornalista como parlamentar. Eleito deputado federal em oposição à ditadura, foi considerado um

dos dez mais influentes da Câmara entre 1978 e 1983 e o melhor parlamentar da bancada paulista. Alagoano de Tanque d’Arca, Audálio Dantas começou a carreira como repórter em 1954, no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S. Paulo) e só parou pouco antes de morrer em 2018. Autor de obras premiadas, Dantas, agora, virou livro nas mãos de Antônio Barbosa Filho que entrega ao público a trajetória de “um político íntegro e coerente”. Com prefácio do jornalista Altamiro Borges, o livro aborda além da vida política, a origem

de Audálio Dantas no sindicalismo. De fato, a vida do jornalista renderia assunto para dezenas de outros livros. Mas foi sua atuação como deputado que levou o amigo e assessor a mostrar para o leitor o outro lado do jornalista que, como nas trincheiras da vida de repórter, também não se curvou aos desmandos e autoritarismo de um período conturbado da política brasileira. E neste paralelo entre a Abertura Política, quando Dantas exerceu o mandato, e a conjuntura atual, o autor mostra que “a redemocratização, com suas idas e vindas, era seme-

lhante em muitos aspectos ao que vivemos hoje. Embora não haja agora ditadura formal, os recuos institucionais criam um clima de insegurança similar”, comparou Barbosa. Em 1978 eleito deputado federal, foi considerado o melhor deputado e um dos 10 mais influentes do país. Na Câmara, Audálio lutou pelo restabelecimento da democracia, pelo pluripartidarismo, a anistia e a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, o respeito aos direitos humanos e o combate à corrupção. “Foi uma luta árdua, em pleno governo de João Batista

Figueiredo”, diz trecho do documento. A obra mostra, ainda, que seu ponto alto de luta foi como presidente do Sindicato dos jornalistas durante o caso Herzog - período em que conduziu os protestos pelo assassinato do jornalista Vladimir Herzog, que ocorreu nas dependências do DOI- Codi (Destacamento de Operações de Informação Centro de Operações de Defesa Interna) de São Paulo. Audálio Dantas foi, de fato, um jornalista e escritor memorável. Em 1975, assumiu a presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, auge da ditadura militar, e lutou muito. Suas obras são reconhecidas pela qualidade e zelo. Além de As Duas Guerras de Vlado Herzog (2012), Audálio é autor de inúmeros outros livros, como O Tempo de Reportagem (2012), A Infância de Ziraldo (2012), O Menino Lula (2005), Graciliano Ramos (2005) e Repórteres (1997). Audálio também será lembrado pela descoberta da escritora Carolina Maria de Jesus, autora do livro Quarto de Despejo, de 1960. Os dois se conheceram quando o jornalista trabalhava na favela do Canindé, em São Paulo, e a ouviu fazer referência a respeito do livro que estava escrevendo.

ETERNO ANDARILHO De Tanque d’Arca para o mundo, o andarilho Audálio Dantas contou histórias e fez história. Em suas grandes reportagens desbravou o Litoral e Sertão nordestinos, denunciou barbáries durante o período da ditadura, incluindo a morte do jornalista Vladimir Herzog. Em 1978, foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo e exerceu o cargo com maestria. Porém, em 30 de maio de 2018 foi vencido por um câncer e aos 88 anos morria um dos mais brilhantes jornalistas da história do Brasil.


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ESTILO BOLSONARO

Estado rejeita colégio militar Modelo proposto pelo Ministério da Educação prevê R$ 1 milhão para cada unidade em 2020

SINTEAL

ARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão

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lagoas e mais 10 estados não aderiram ao modelo de escola cívico-militar apresentado pelo Ministério da Educação (MEC). Na última terça-feira, 1, foi realizado um balanço da adesão do projeto e, das 27 unidades federativas do país, entre elas o Distrito Federal, 16 adotaram a proposta. Oito dos nove estados do Nordeste não aderiram ao programa defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Além de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí e Paraíba foram os estados nordestinos que decidiram não aderir ao projeto. Atualmente Alagoas conta com duas escolas militares, vinculadas à Polícia Militar, uma localizada na capital, Maceió, e outra em Arapiraca. O modelo de escola cívico-militar é uma proposta do governo federal para uma gestão escolar compartilhada entre educadores e militares. Também com uma parceria do Ministério da Defesa, que apresenta um conceito de gestão nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa com a participação do corpo docente da escola e apoio dos militares. Segundo o MEC, o militar tem como

Bolsonaro durante lançamento do programa de escolas militares papel atuar em colaboração nas áreas de gestão escolar e gestão educacional, com o propósito de contribuir com a melhoria do ambiente escolar. Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, as escolas podem ser repassadas para os demais entes federativos, e para o próximo ano o orçamento do programa será de R$ 1 milhão por escola. O dinheiro será investido no pagamento de pessoal e em melhoria de infraestruturas. Para que possa abranger todo o país, o MEC abrirá um novo período para adesão, desta vez voltado para os municípios. As prefeituras terão de 4 a 11 de outubro para solicitar a participação. Para aderir ao programa os estados devem ter escolas com situação de vulnerabilidade social e baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), além de apresentar etapas do ensino fundamental II e/ou médio e que atenda de 500 a 1 mil alunos

nos dois turnos. O EXTRA entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado

da Educação para saber mais detalhes e o motivo da não adesão mas não obteve respostas.

O não engajamento do Estado ao modelo proposto pelo governo federal agradou os trabalhadores da educação. ‘’Nós entendemos que na educação tem que ter estudantes e trabalhadores sem a presença de militares. A gente enquanto profissionais da educação sabemos muito bem lidar com os nossos estudantes e não precisamos de militares nas escolas. Perdese a autonomia pedagógica e lugar de política é em outro local e não nas escolas, então a decisão foi a mais acertada e isso é muito relevante para nós educadores’’, afirmou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), Maria Consuelo.


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COMPROMISSO E SATISFAÇÃO Joãozinho Pereira inaugura obras relevantes e entrega equipamentos de ponta

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umprindo seu compromisso com a população o prefeito de Teotônio Vilela segue fazendo com que o desenvolvimento do município caminhe a passos largos. O gestor entregou no último sábado, 28, seis casas pelo programa Minha Casa Melhor com o objetivo de garantir a segurança das famílias vilelenses e dar melhores condições de vida à população. Na mesma semana Joãozinho também mostrou que saúde é um dos pilares da sua gestão, entregando mais uma unidade de apoio à saúde para melhorar o atendimento médico da população e duas ambulâncias para facilitar a locomoção de pacientes e de equipes para zona rural e urbana do município. A educação também não ficou de fora das contemplações feitas pelo prefeito. Ele entregou uma escola no povoado Alecrim totalmente reformada e ampliada e agradeceu toda equipe da educação que vem transformando o ensino na região. Joãozinho ainda fez questão de relembrar que a escola foi entregue em 1982, pelo então “Prefeitão” João José Pereira, o que mostra que a atual gestão segue trabalhando e honrando o legado e a história da família. Já no domingo, 29, a satisfação foi ainda maior com a entrega do Mercado Público do Peixe Tenente Albino da Silva e a entrega da Praça José Wilson dos Santos da Silva, em homenagem ao músico Salame. O local totalmente equipado com 130 boxes para a comercialização de alimentos fomenta a economia do município gerando renda e emprego para a população. O mercado conta também com uma lanchonete e um restaurante no primeiro andar, para atrair consumidores das regiões circunvizinhas, que fazem compras na feira livre do município.

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BRUNO FERNANDES

POLUIÇÃO AMBIENTAL

Moradores denunciam despejo de água não tratada por residência Vizinhos em alerta com os riscos de contaminação e focos de mosquito da dengue e zika

Água despejada indevidamente na rua segue para galeria de águas pluviais

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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oradores da rua Manoel Correia de Oliveira, no Conjunto Bhetaville, no bairro da Serraria, em Maceió, estão indignados com o escoamento de água servida para via pública por parte de uma residência na região. Segundo denúncia, toda água proveniente do local é despejada na rua, sem nenhum tratamento. As queixas geraram uma denúncia formal e virou até caso de processo administrativo na Prefeitura de Maceió, que condena o ato. A residência pertence a Maria Nazaré de Lima Rodrigues, de 84 anos, e que já foi denunciada por aproximadamente seis vizinhos insatisfeitos com a atitude da moradora. Na inspeção realizada em abril de 2018, onde foram constatadas irregularidades, fiscais da Vigilância Sanitária, pasta subordinada à Secretaria Municipal de Saúde, concederam 30 dias para que o tamponamento fosse realizado, ou que as substâncias, provenientes de lavagem de pratos, banho, banheiro, entre outros, fossem destinadas à fossa da casa. Porém, apesar do aviso, nenhuma providência foi tomada. Ao EXTRA, vizinhos relataram terem tentado de forma amigável contornar a situação e até mesmo propor os ajustes necessários, mas a recusa por parte da denunciada inviabilizou um entendimento entre as partes e gerou um processo administrativo instaurado pela pasta municipal com

base na Lei Nº 6.437, de agosto de 1977 e onde a mesma foi condenada. Segundo documento 05800.096383/2018, que tramita há pouco menos de dois anos, Maria Nazaré foi flagrada infringindo, além da lei federal, a Lei municipal nº 4227/93. Nela, fica clara que é dever, além do município de Maceió, o cidadão prezar pelo bem estar sanitário da capital, tendo em vista que a saúde constitui um bem jurídico e é um direito social e fundamental ao ser humano. Além da Lei nº 4227/93, o coordenador geral da Vigilância Sanitária, Nelson Menezes, usou como base a lei municipal nº 4.287/93 que estabelece ser de responsabilidade do proprietário de qualquer residência o escoamento da água ainda que não deixe servida para via pública. “ Após o auto de infração ser lavrado, a denunciada recorreu da decisão e alegou, que “o conjunto no qual reside não possui saneamento básico inviabilizando nesse viés o adequado despejo de água do imóvel”, mas a justificativa não convenceu aos órgãos fiscalizadores que mantiveram a infração e a condenaram pelo ato. Porém, passados quase um ano após a decisão, o valor estipulado da multa ainda não foi estabelecido, pois, segundo fontes ligadas à pasta, é a primeira vez em Maceió que uma pessoa física se recusa a tomar as providências estabelecidas.

“O esgoto que sai da casa escorre para uma galeria de água e vai parar em uma galeria de águas pluviais. Além disso, dependendo do volume, a água fica parada por vários dias no mesmo local, o que aumenta o receio dos vizinhos que temem os recorrentes surtos de dengue na cidade”, explica um morador. Na localidade, é possível constatar que a grande maioria das residências destinam a água utilizada diretamente em fossas. Ao EXTRA, Maria Nazaré confirmou que de fato, é despejada uma certa quantidade de água através de um cano localizado em frente a sua casa, porém negou que seja esgoto, além de explicar o motivo pelo qual se nega a realizar a correção determinada pela

prefeitura. “Eu tenho fossa, mas não vou colocar a água para cair nela pois ninguém aqui no conjunto faz isso. Se todos fizerem eu também faço, se não vai ficar por isso mesmo”, declarou a denunciada. “Onde querem que eu coloque a água?”, questionou finalizando. Em contato com a Vigilância Sanitária, através da SMS, o coordenador geral da Vigilância Sanitária, Nelson Menezes, não quis comentar o assunto e não estabeleceu um prazo para que outras ações sejam tomadas. DENGUE E OUTRAS DOENÇAS Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019, que foi divulgado pelo Ministério da Saúde em agosto, apontou que Maceió é um dos 22 municípios alagoanos com risco de surto para dengue, zika e chikungunya. De acordo com o Ministério da Saúde, o armazenamento de água no nível do solo (doméstico) foi o principal tipo de criadouro no país, seguido dos depósitos móveis, caracterizados por vasos/frascos com água, pratos e garrafas retornáveis.


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Fale mais um pouco sobre isso ... ... SETEMBRO AMARELO

Ponto e vírgula e suicídio

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língua portuguesa é extraordinária. Alguns acham que é um dos idiomas mais complicados e cheios de regras; desnecessários. Será? Até concordo em parte, fazendo um comparativo com o idioma inglês em que o vocabulário é parcimonioso. E as vírgulas; os pontos; pontos e vírgulas e os dois pontos? Não importa o idioma; esses sinais gráficos precisam ser utilizados de forma adequada, como a vida precisa ser vista de forma como se tudo fosse uma oportunidade; e é. E o que isso tem a ver com saúde mental e suicídio? Vou explicar. Na vida é preciso saber usar as palavras; as vírgulas, os pontos finais e também os pontos e vírgulas; um dos sinais gráficos que precisam ser utilizados com mais frequência; na vida. Às vezes o ponto final é fundamental; é preciso acabar um ciclo (um relacionamento; um emprego e a procura de outro, enfim). Outras vezes o ponto e vírgula precisa ser reescrito ou pontuado. É preciso dá um freio ou refletir (e depois agir com mais maturidade) sobre um determinado problema, o um conflito e nesse caso usa-se o ponto e vírgula. A vida é cheia de histórias; muitas vezes, num primeiro momento, sem sentido, mas que aos poucos os fatos vividos começam a se encaixar. E quando se percebe esse encaixe, natural, tudo começa a ter um sentido; até universal. É demorado perceber uma situação assim. De novo a pergunta: e o que isso tem a ver com saúde mental e suicídio? Vou responder. Bom, todo agravo (prefiro dizer agravo do que doença) surge aos poucos. Aliás, tudo é transformação. Na época da faculdade, o professor dizia: “Tudo é um processo”. A comunicação é um processo. A cadeira é um processo. A vida é um processo. A vida é um processo? Os fatos são um processo? Um agravo mental é um processo? Uma ansiedade é um processo? Uma depressão é um processo? Sim, tudo é um processo. Tudo ocorre dentro de uma espécie de processo em andamento que pode parar ou não.

Ponto e vírgula e suicídio II

É mito dizer que uma pessoa morreu no trânsito ou por qualquer outra forma sendo a causa a fatalidade. Se for procurar entender todo o fenômeno/processo do fato, vai encontrar respostas claras e racionais, seja interna (da própria pessoa) ou externa, causas que levaram ao fato. O professor, na época da faculdade, apontou para uma cadeira e disse: - Isso não é uma cadeira é uma transformação (antes existia um pedaço de madeira; é um processo que transformou num objeto que a gente chama de cadeira (para os lacanianos é um significado e ela – a cadeira – tem centenas de significantes), ou seja, pode

representar muitas, mas muitas coisas para alguém, que não seja, apenas uma cadeira. São os significantes que Lacan nomeou.

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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Ponto e vírgula e suicídio III

Voltando à saúde mental, veja que no texto acima tem algumas frases que foi utilizado o ponto e vírgula e não apenas uma vírgula ou um ponto final. Por quê? E o que isso tem a ver com saúde mental e suicídio? Vou dizer, calma. Muitas vezes a pessoa passa dificuldades extremas (financeiras, divórcio, conflitos familiares, enfim) e apesar delas ultrapassa os problemas e toca a vida em frente e de cabeça erguida. Mas nem sempre é assim. Os problemas começam a incomodar de tal maneira que a pessoa deixa de enfrentar os problemas; de viver. Veja novamente o ponto e vírgula. Vamos lá. SETEMBRO AMARELO, que acabou semana passada, é o mês em que os profissionais da saúde, especialmente da saúde mental, fazem um alerta sobre o número crescente sobre o suicídio. E o que tem a ver suicídio com o ponto e vírgula? Tudo. Vou explicar. Lembrando: na vida pode-se utilizar a vírgula, o ponto e vírgula e o ponto final.

Ponto e vírgula e suicídio IV

Imagine uma pessoa que trabalhava como corretor de imóveis. Ou seja, tinha que mostrar casas e apartamentos em diversos lugares da cidade e para isso, muitas vezes, ia buscar os clientes em casa. Esse corretor sempre gostou de esporte. Gostava de praticar futebol sem ser profissional, ou mesmo participar de maratona pelo simples prazer de poder cuidar da saúde, praticando sempre uma atividade física. Pois bem, imagine que essa mesma pessoa – corretor – tenha sofrido um acidente de trânsito e que uma das consequências foi a amputação de uma das pernas. Pois é. Dependendo da estrutura emocional, ele pode entrar num processo depressivo e até tentar o suicídio. O que ele poderia fazer da vida; quais as possiblidades de enfrentar o problema? Pois bem. Poderia se aposentar por invalidez. Poderia voltar a ter outra atividade laboral diferente da que vinha tendo porque precisa trabalhar, ou, poderia mudar totalmente a vida, ou seja, participar de paraolimpíada, por exemplo, e ganhar medalhas, enfim. Tudo isso é possível. Depende da vivência, experiência ou da história de cada um, da motivação interna de cada sujeito. E como isso é possível?

Ponto e vírgula e suicídio V

Vamos a outro caso. Imagine uma adolescente que, por uma razão qualquer, tenha sido abusada sexualmente por um tio. Com o passar dos anos, quando adulta, naturalmente ela reconhece e tem consciência dos fatos que ocorreram com ela. O fato jamais irá apagar da sua memória. Não existe medicamento e nenhum tipo de

Presente Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalhará seu presente. (Wlade) psicoterapia capaz de aniquilar ou apagar o fato. Ela poderá, também, entrar num processo depressivo e até tentar o suicídio.

Ponto e vírgula e suicídio VI

O que ela poderá fazer? O fato marcou a vida dela. Mas existem alternativas que possam mudar a vida dela? Ela pode ressignificar o fato? Uma das primeiras coisas a fazer é reconhecer que ocorreu; que foi vítima de abuso. Ela pode ter desenvolvido vários agravos mentais. Mas pode também procurar um profissional da área de saúde mental para falar sobre o fato, e, ressignifica-lo. Pois bem. Ela poderia trabalhar numa área que poderia ajudar outras adolescentes a não serem vítimas como ela foi, ministrando curso sobre o tema. Poderia ter se engajado em atividades de igrejas, enfim. Ou qualquer atividade que possa diluir ou amenizar aquele sofrimento que ela teve quando jovem. São várias as possibilidades; de vida; de ressignificar a vida. Não é fácil. Mas, é possível? Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento on-line autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br

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Lula, o farsante

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oncordo inteiramente com o pensamento do historiador Marco Antônio Villa, que há algum tempo descontruiu o que considera a criação do “mito Lula”. Para ele grande parcela dos “aspectos positivos” atribuídos a Lula são uma farsa montada com a conivência de parte da imprensa comprada. Em 26 de agosto de 2016 essa farsa começou a ser formalmente desmontada. A farsa chamada Luís Inácio Lula da Silva. Naquela data, ele foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, dentro da Lava Jato, no caso do triplex do Guarujá pago pela empreiteira OAS. Lula surgiu no regime militar, quando se apresentou como líder sindicalista tolerável aos generais. Na redemocratização, a esquerda o transformou em ícone revolucionário (o que ele nunca foi) e chefe de partido. No entanto, o discurso radical que lhe fora oportuno na construção do PT revelou-se um desastre eleitoral nas campanhas presidenciais — e Lula, então, engravatou o pescoço e as palavras, para conquistar banqueiros, empresários e parte da classe média. Chegou ao Planalto por meio do que parecia ser um consenso inédito entre interesses de trabalhadores e patrões. No poder, em conluio com as oligarquias dos grotōes e os plutocratas paulistas e car-

iocas, Lula levou às últimas consequências o assistencialismo mais rasteiro (compra de inconsciências) e uma política econômica que, baseada apenas em crédito farto aos cidadãos que se endividavam para consumir e subsídios indecentes aos empresários amigos, graças à bonança mundial que impelia as exportaçōes de commodities, resultaria no desastre completo sob Dilma Rousseff, a criatura que escolheu para sucedê-lo e autora da maior fraude fiscal já cometida no país. No poder, Lula instituiu, para além da imaginação, a prática de comprar apoio parlamentar. Tanto no mensalão como no petrolão, o seu partido e aliados desviaram bilhões de reais dos cofres públicos para realizar tais pagamentos. No poder, Lula aparelhou as instituiçōes e tentou calar a imprensa independente, comprando o apoio de blogueiros sujos e jornalistas decadentes, perseguindo profissionais que desvelavam os porões imundos do lulopetismo e cortando propaganda (não apenas governamental) de veículos sérios. Com isso, quase minou um dos pilares da democracia que é a liberdade de imprensa — o seu projeto de perpetuação no poder o exigia. Se Lula voltar à cena, a farsa se repetirá como farsa ainda pior. *Texto adaptado do original publicado no livro “Cartas de um Antagonista” (editora Record)

Inimigo dos servidores

Cibele Moura

A jovem e destemida deputada Cibele Moura é a grande revelação da bancada feminina na Assembleia Legislativa. Articulada e inquieta tem tido uma presença destacada no plenário com uma participação ativa com propostas e participando das discussões do interesse do alagoano. Positivamente não é governo nem oposição: é solução. Tem percorrido os municípios mais distantes do estado, se dedicando principalmente a sua região Norte, onde está um seu forte potencial de eleitores e admiradores. Faz sua pregação cívica na defesa de políticas públicas de qualidade, principalmente na Educação, Saúde e Assistência Social. Está apenas começando e tem muito chão pela frente. Quem apostar em seu futuro não vai errar.

O governador Renanzinho ao deixar o seu segundo e desastroso mandato deverá ser homenageado, pelas diversas categorias do funcionalismo público, com o troféu “Inimigo dos Servidores”. Desde o inicio de sua primeira gestão tem demonstrado desprezo pelos milhares integrantes da categoria e muitas vezes até os perseguindo, com atitudes dignas dos pequenos de coração. Enquanto é bajulado e enaltecido por um séquito “pra chamar de seu”, serviçais bem pagos e que praticamente nada produzem, além de fofocas e agrados ao chefete, por outro lado é odiado pela maioria que passa fome, recebe salários aviltantes e não vê nenhuma perspectiva nesse governo. Esperam com indignação o ano de 2020 que já é anunciado sem nenhum aumento para o funcionalismo, a não ser às “castas especiais”. Há uma inquietação nas entidades civis e também nas militares e a qualquer momento algo de grave pode acontecer.

PEDRO OLIVEIRA n pedrojornalista@uol.com.br.com

Para refletir: “Os políticos não conhecem nem o ódio, nem o amor. São conduzidos pelo interesse e não pelo sentimento”

Lessa e Heloisa Janot vai falar

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (2) um convite para o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot comparecer ao colegiado para falar sobre sua atuação à frente da Operação Lava Jato. O presidente da CCJ falou sobre o convite que seria feito e afirmou que Janot “tem muito a falar e já mostrou que quer realmente abrir as entranhas do poder e mostrar à sociedade brasileira tudo o que aconteceu na Operação Lava Jato e em outras operações que ele tocava enquanto procurador-geral da República”. Dentre os assuntos que Janot terá que explicar, está o planejamento que fez de matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. “O objetivo é para maiores esclarecimentos sobre essa questão envolvendo o ministro Gilmar Mendes, naquela questão que foi um pensamento de assassinato”, disse o presidente da comissão. A notícia caiu como uma bomba em certos setores dos poderes de Brasília, principalmente no Supremo Tribunal Federal. Ele sabe das coisas.

Turismo na China

O governo mandou o seu melhor secretário para explicar na Assembleia Legislativa a viagem turística realizada à China pelo governador com uma trupe de 15 assessores e convidados. O titular da pasta do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito, bem que tentou, mas não conseguiu convencer os deputados sobre a alta soma gasta no passeio oficial (mais de meio milhão de reais) sem nenhum resultado prático para Alagoas. Os deputados presentes à exposição não se mostraram satisfeitos com a narrativa do emissário do governador.

Tem se especulado nos bastidores da política a repetição da dobradinha Ronaldo Lessa e Heloisa Helena para a Prefeitura de Maceió. Uma dupla de fazer medo, mas dificilmente isto acontecerá. Embora haja uma admiração e amizade mutua e talvez até a vontade de ambos, mas tudo esbarra nas tais coligações e palanques. Para ganhar Lessa teria que ter um leque de alianças amplo e diversificado e isto Heloisa não topa jamais. Fica só na vontade então.

Uma nova Maceió

O prefeito Rui Palmeira esteve reunido com diretores e técnicos da Caixa Econômica Federal para fortalecer o relacionamento do Município com a instituição. Durante o encontro, os gestores discutiram sobre contratos em andamento, programa Minha Casa Minha Vida e futuras ações. A reunião aconteceu na sede da Prefeitura, em Jaraguá. Rui Palmeira explicou que o alinhamento de pautas teve o objetivo de acelerar o andamento de projetos. “Foi uma reunião técnica sobre contratos, bem como os destravamentos de recursos da Caixa Econômica, o que é bastante relevante para o Município. Temos projetos importantes que precisam dessa liberação, pois a indefinição prejudica o andamento das obras. É uma reunião de alinhamento que mostra o compromisso da Caixa em avançar neste sentido”. É uma nova Maceió surgindo.


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Caminhamos para uma crise mais duradoura

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país, em crise há longos 5 anos, continua paralisado por suas (não minhas) excelências. As boas medidas engendradas pela equipe econômica no governo Temer ficaram congeladas por conta da imobilização política do presidente pelos escândalos a seu respeito que pipocaram no seu mandato. E o atual governo, instável politicamente, não consegue encontrar um meio termo capaz de dar solução efetiva às reformas que o país tanto precisa. A reforma da Previdência, que seria sinalizadora para o mercado da concretude do início das mudanças prometidas, está há quase um ano patinando no Congresso – sob domínio do Centrão - e ao que tudo indica, da montanha vai se parir um rato. Traduzindo: continuidade da desconfiança empresarial já que todos sabem que o

que está saindo aí terá que ser revisto logo, logo. A importante reforma tributária pelo visto não sai esse ano. Significa dizer que, se aprovada em 2020 (sabe-se lá o que eles irão entregar ao país) somente poderá ser implementada em 2021 com resultados iniciais a partir de 2023. Num novo governo... O país está quebrado, mas o Congresso (e demais instâncias estaduais e municipais) “só pensa naquilo”: as eleições de 2022. E tramam para asfixiar o atual governo de modo a desidratá-lo politicamente até lá (e o presidente com suas falas diárias contribui fortemente para isso). E no meio do caminho, que ninguém é de ferro, querem aumentar a excrescente verba eleitoral para algo como 3,5 bilhões de reais para serem gastos comprando votos de eleitores e de cabos eleitorais. Nesse interim, “correndo

por fora” as despesas com a máquina pública continuam avançando vorazmente sobre os parcos recursos que ainda restam livres no Orçamento da União. Para 2019, 93% dos recursos já estão comprometidos. Sobram 7% para bancar todas as demais despesas e os investimentos governamentais (somente este item deveria orbitar em torno de no mínimo 15% dos recursos orçamentários). Teremos mais um ano de vacas magras, sem geração significativa de empregos, sem a retomada do crescimento e, pior, com uma potencial crise política que – se avançar – paralisará de novo este país. Aí, novidades só depois de 2020. Infelizmente. Ainda mais quando se sabe que o cenário econômico internacional não está pra peixe. O economista Nouriel Roubini, célebre por antecipar a crise de 2008, prevê que já em 2020

Vida e morte de um heterônimo

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tendência de Fernando Pessoa (1888-1935) à criação de pessoas fictícias vem desde os seis anos de idade, revelada por ele em carta ao amigo e crítico literário Casais Monteiro, já em janeiro de 1935, próximo de sua morte, aos 47 anos, em outubro do mesmo ano. Disse que encontrara um “amigo invisível”, Chevalier de Pas, ou Cavaleiro do Nada, “por quem escrevia cartas dele a mim mesmo”. Aos quinze criou o que veio a chamar de heterônimos. Jacinto Prado Coelho em Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa, diz: “Cerebral e retraído, inimigo da expansão ingênua, Fernando Pessoa concebeu o projeto de se ocultar na criação voluntária, fingindo indivíduos independentes dele – os heterônimos -, e inculcando-os como produtos dum imperativo alheio à

sua vontade”. Aurélio insinua que a palavra “heterônimo” parece ter começado a circular logo após o surgimento de Pessoa, que além de usar o próprio nome – ortônimo – em várias obras, outras assinou com nomes de terceiros, cada um com características literárias próprias e biografia criada por ele mesmo. E diz: “Nessa diferença de características entre as obras das criaturas e as do criador é que reside a distinção entre heterônimo e pseudônimo”. Deixemos que Pessoa discorra sobre a gênese dos seus heterônimos, ainda na carta: “Começo pela parte psiquiátrica. A origem dos meus heterônimos é o fundo traço de histeria que existe em mim. Não sei se sou simplesmente histérico, se sou, mais propriamente, um histero-neurastênico. Tendo para a segunda hipóte

[...] Seja como for, a origem mental dos meus heterônimos está na minha tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação”. Sobre os três principais heterônimos, diz: “Eu vejo diante de mim, no espaço incolor mas real do sonho, as caras, os gestos [...]. Construí-lhes as idades e as vidas. Ricardo Reis nasceu em 1887, no Porto, é médico e está presentemente no Brasil. Alberto Caeiro nasceu em 1889 e morreu em 1915; nasceu em Lisboa [...] Não teve profissão nem educação quase alguma. Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de outubro de 1890 [...] é engenheiro naval (por Glasgow)”. Como vimos, deulhes vida e apenas Alberto Caeiro teve data de falecimento. Ricardo Reis, estava no Rio de janeiro desde 1919, lá ficando, com a morte

ELIAS

FRAGOSO n Economista

o mundo poderá adentrar em uma nova recessão global se até lá não forem equacionadas a briga comercial EUA-China, as disputas sobre quem sairá vencedor na batalha pelo domínio do 5G (outra disputa entre americanos e chineses) e, o acirramento da contenda no Oriente Médio em torno do suprimento de petróleo ao mundo. Todos, temas potencialmente incendiários, mormente num contexto de instabilidade global como o mundo vive atualmente. O cidadão deve se preparar.

Teremos mais um ano de vacas magras, sem geração significativa de empregos, sem a retomada do crescimento e, pior, com uma potencial crise política que – se avançar – paralisará de novo este país. Aí, novidades só depois de 2020. Infelizmente.

JOSÉ MAURÍCIO

BRÊDA n Economista

de seu criador em 1935. Mas a genialidade de José Saramago (19222010) resolve, em 1984, reconstruir a identidade de Reis, tornando-o protagonista do romance “O ano da morte de Ricardo Reis”. Na trama, desde dezembro de 1935 ele é repatriado e vai viver nove meses numa Lisboa conturbada pela ditadura de Salazar, recebendo, várias vezes, a visita de Pessoa, inclusive na sua morte em setembro de 1936.

Na trama, desde dezembro de 1935 ele é repatriado e vai viver nove meses numa Lisboa conturbada pela ditadura de Salazar, recebendo, várias vezes, a visita de Pessoa, inclusive na sua morte em setembro de 1936.


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Sem subsídios sistema não funciona

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stá provado por meio de estudos que, sem o subsídio por parte do poder público municipal, o sistema de transporte coletivo não tem como funcionar. Isso é um fato comprovado em qualquer capital brasileira, das grandes às menores, visto que os problemas enfrentados pelas empresas são basicamente os mesmos, desde folha de pessoal, encargos, manutenção, aumentos sucessivos do óleo diesel e seus derivados, pneus, peças, instalação do sistema de segurança dos coletivos, seguro, a renovação da frota, e os mais sérios de todos: a concorrência, quase que desleal, com o transporte complementar, táxis-lotação, Uber, motos e o que ainda falta ser inventado no sistema, e a gratuidade desenfreada para diversas categorias profissionais. Na cidade de São Paulo, por exemplo, se não houvesse o subsídio, cada passageiro teria que pagar R$ 7,01 cada vez que rodasse a roleta do coletivo. No entanto, a mesma não passa de R$ 4,50. A diferença é custeada pela municipalidade. Para

não sufocar o sistema de transporte coletivo, a prefeitura encaminhou documento à Câmara de Vereadores, mostrando a necessidade de não alterar os valores para 2019, o que terminaria estrangulando o caixa para o subsídio. O relatório ainda destaca que a maior fonte de custeio é o passageiro comum, que representa 51,2% da receita do sistema de ônibus. Em Campinas/SP, a prefeitura publicou no início do ano o Decreto 20.150, que manteve sem reajustes os valores dos subsídios ao transporte público. Com a decisão, manteve os valores do repasse do último trimestre de 2018 para as empresas que operam o sistema na cidade, ficando estabelecido em R$ 15 milhões, além de R$ 3 milhões para o Programa de Acessibilidade Inclusiva (PAI). No total, foram repassados para as empresas de ônibus R$ 18 milhões para janeiro, fevereiro e março deste ano. Em 2018, o subsídio alcançou R$ 60 milhões para as permissionárias e R$ 12 milhões para o PAI. Isso faz com que o sistema posse ser equili-

bradamente administrado e funcione com mais qualidade. Em Vitória, capital do estado do Espírito Santo, já este ano, a tarifa das passagens sofreu um reajuste de 35 centavos, passando para R$ 3,75. Dentro deste valor está embutido o subsídio público que é de 60 centavos por bilhete adquirido. Existe ainda uma defasagem nos valores, mas ainda é o mínimo suportado pelas empresas, não deixando que os valores sejam maiores para os usuários. O subsídio é importante para garantir o retorno em investimento no sistema e ajudar no bolso do passageiro, que é o maior investidor do sistema, quem mais se utiliza dele e paga uma parcela significativa dentro dos cálculos feitos. Todas essas informações são fáceis de serem encontradas no velho e conhecido Google. E na cidade de Maceió como é que isso funciona? Foi no mesmo Google que tentei encontrar a resposta e a nossa capital não dá subsídio na passagem dos coletivos urbanos. Isso representa o quê? Representa que o sistema vai ser es-

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Soubemos que a tal embaixada é cheia de vermelhinhos e que a maioria deles não gosta do atual governo. Outros dizem que o deputado não está preparado para assumir o cargo. De qualquer maneira, a discordância vai crescendo e a indicação não aparece. Os senadores, de boca aberta, esperam que o nome do filho do presidente chegue ao Senado, para que possam negociar. Como o momento atual é cheio de novidades, o filho mais velho, Flávio, senador, está envolvido num escândalo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, quando era deputado Eetadual. Participou do “mensalinho” ou “rachadinha”, dizem as más línguas. Os leitores, com certeza, não sabem o que é isso. Explico: os deputados cobram dos assessores parte de seus salários com finalidades estranhas. Apareceu um tal de Queiroz, responsável pela administração dos valores devolvidos ao parlamentar. É oportuno esclarecer que no Brasil inteiro tal prática é utilizada. Em Alagoas o “mensalinho” já existe há muito tempo e até crime já aconteceu por causa de denúncias realizadas por comissionados. Esse caso do Queiroz foi parar no Supremo Tribunal Federal e causou

MORAES n Jornalista

trangulado; que os usuários vão pagar sempre passagens mais caras; os empresários vão reclamar do colapso financeiro, pela falta de recursos para investimentos; e a concorrência desleal já citada lá no início do artigo, com o número de ônibus reduzidos, linhas deficitárias e custos altíssimos para manter em funcionamento, pelo menos razoavelmente, como pedem os usuários. Não entendo como funciona o sistema nos seus bastidores. Não sei quem é quem nesse processo, quem leva vantagem ou não. Mas, o subsídio da Prefeitura de Maceió é essencial e fundamental para melhorar e crescer esse negócio.

O subsídio é importante para garantir o retorno em investimento no sistema e ajudar no bolso do passageiro, que é o maior investidor do sistema, quem mais se utiliza dele e paga uma parcela significativa dentro dos cálculos feitos.

ALARI ROMARIZ

Os filhinhos do pai Lula, ex-presidente do Brasil, tinha vários filhos. Durante o tempo em que esteve no poder dois ficaram famosos e ricos. Ainda hoje respondem a processos. Um deles trabalhou num zoológico e hoje é um empresário rico, segundo afirma a imprensa. A Dilma só tinha uma filha, que não se destacou muito, mas participou das benesses governamentais. Atualmente há três filhos do Bolsonaro responsáveis por escândalos e demissões no centro do governo. Todos os dias escutamos histórias, cujos protagonistas são os filhos, por sinal, parlamentares. Esta semana ouvi uma entrevista de um general que foi excluído do núcleo do governo por ter se desentendido com um filho do presidente. Tranquilo, o moço esclareceu vários fatos sem atacar ninguém, dizendo apenas a verdade pura e seca. Lamentou ter interrompido um projeto que estava desenvolvendo por causa de coisas pequenas. Outra celeuma gerada pela família do Bolsonaro é a indicação do Eduardo, deputado, para a embaixada dos Estados Unidos. Conversa vai, conversa vem e a indicação não é oficializada.

JORGE

confusão em várias áreas. Até aqui ninguém foi considerado culpado e o presidente afirma: se ele, o filho, for culpado, que pague pelo crime cometido. Dos filhos, o mais importante é o Carlos. Participou ativamente da campanha do pai e vive de olho nas possíveis traições. Ai de quem o contrariar! Será despedido, com certeza! O vice-presidente Mourão é mais modesto. Não se fala em seus filhos. Apareceu o caso de um funcionário do Banco do Brasil que foi nomeado para um cargo comissionado, filho dele. Acontece que o rapaz era concursado e os comentários foram poucos. O general Mourão prima pela discrição e não se envolve em polêmicas. Outros ministros importantes do atual governo, como o Guedes e o Moro, não metem familiares em nenhum assunto. Limitam-se a dar entrevistas a respeito de matérias da pasta. Insistindo no erro, o presidente deixa os filhos se envolverem em questões que não lhe dizem respeito e brigarem com seus aliados, resultando sempre no afastamento de quem discorda deles. Ouço e vejo as entrevistas que o Bolsonaro concede à imprensa quando

TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

sai do Palácio. Diz algumas verdades, mas repete sempre algumas bobagens. É divertido, porém não acrescenta muito ao bom andamento do governo. O grupo encarregado de dizer ao povo tudo de bom que o atual governo tem realizado é muito fraco. Os filhos do presidente precisam ter calma e saber agir na hora certa. Sábia é a primeira dama, que sem se expor, trabalha bem na sua área. Ou o Bolsonaro se acalma e controla os filhos, ou vai se perder pelo caminho. Votei nele e continuo acreditando que estamos na direção certa: é só cortar as arestas! Confiamos em Deus. Ele existe!

Soubemos que a tal embaixada é cheia de vermelhinhos e que a maioria deles não gosta do atual governo. Outros dizem que o deputado não está preparado para assumir o cargo. De qualquer maneira, a discordância vai crescendo e a indicação não aparece.


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Quis custodiet custodies?

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erdoem-me o pretensioso título. Aos onze anos de idade tive o meu primeiro contato com o latim. No Seminário, nessa época, a língua romana, considerada morta por desuso, era matéria obrigatória no currículo. As aulas diárias fizeram-me apaixonar pela língua de tantas figuras importantes do mundo antigo, como Cícero, Júlio César, Vergílio, e muitos outros mais. Aprendi, então, com o passar dos anos, que o idioma do Lácio, do qual nasceu o português, era sobremaneira objetivo e as suas frases e expressões dizem em poucas palavras pensamentos que só podemos traduzir de forma mais prolixa. Juvenal, poeta e dramaturgo da Roma Clássica, crítico mordaz dos costumes

corruptos dos políticos e governantes (lá como cá!), cunhou a expressão, cuja parte primeira ousei trazer como título: QUIS CUSTODIET CUSTODIES? Essas três palavras de construção sucinta dizem muito: quem fiscalizará aqueles que fiscalizam? Quem custodiará aqueles que têm como função por sob custódia os infratores? Quem prenderá os carcereiros? A síntese diz muito. Ultimamente a Polícia Federal, no seu mister de investigar os atos de corrupção, tem retomado as operações da Lava Jato, de tantos benefícios à cidadania e ao Estado brasileiro. Suas ações atingiram políticos, empresas e empresários, policiais, inclusive da corporação, ferindo na própria carne como se costuma dizer. Há já

CLÁUDIO algum tempo vem-se prenunciando maior avanço sobre órgãos fiscalizadores. Vez por outra comenta-se – apenas comenta-se – haver alguma coisa de reprovável em determinados setores do Judiciário. Muitos como eu torcem para que sejam simples suspeitas, não passem disso. Afinal, se chegarmos ao ponto de desacreditarmos na Justiça, o que restará ao cidadão? Em que portas bateremos em busca de socorro na defesa dos nossos direitos, dos nossos interesses enquanto cidadãos? A verdade, todavia, é que corruptos e corruptores têm, vez por outra, apontado dedo denunciador contra autoridades judiciárias e/ou seus familiares. As denúncias não parecem subsistentes; ao menos, embora gravíssimas, as investigações não têm

n Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

prosseguido, arquivadas, quem sabe porque mistérios? Esta semana o alvo foram setores da Receita Federal, localizada a operação policial no Rio de Janeiro. A gravidade disso é visível, quando se tem em conta que todos os brasileiros, indistintamente, enquanto vivermos estaremos sob o crivo dos auditores fiscais das receitas de todos os entes de Estado. Quem serão os próximos? Juvenal, afinal, tinha razão?

Muitos, como eu, torcem para que sejam simples suspeitas e não passem disso. Afinal, se chegarmos ao ponto de desacreditarmos na Justiça, o que restará ao cidadão? Em que portas bateremos em busca de socorro na defesa dos nossos direitos, dos nossos interesses?

PAULO

Auto-oração A coisa mais difícil de se fazer é crer que eu posso fazer aquilo que, de início, eu achava que não conseguiria… Mas agora chegou a hora. Hoje é o dia. O dia de olhar dentro de mim e decidir: EU ESTOU NO COMANDO DO MEU DESTINO EU estou no comando aqui! Chegou a hora de encarar a minha vida. Hora de me olhar no espelho e dizer: eu não vou deixar ninguém me colocar para baixo. Estou decidido: vou conseguir! Foi-se o tempo de sonhar, agora é o momento de fazer acontecer!!! Hora de fazer acontecer. Vou construir meu sonho. Descobrir o que eu realmente quero e correr atrás como se a minha própria vida dependesse disso! Sim, tenho o poder de decidir ter o comando do meu destino para come-

VIEIRA

NICHOLAS n Advogado e escritor

çar a realmente viver meu sonho! Quando eu pensar em desistir, quando chegar ao ponto de dizer “chega, não aguento mais!”. Quando chegar ao ponto de cair de joelhos. Quando chegar no ponto em que acho que não consigo mais seguir. Quando eu chegar neste ponto eu vou reagir e sei que será este o momento em que as portas irão se abrir e as oportunidades irão aparecer. O que não posso fazer é desistir deste processo.Não desistirei por achar que estou longe, não desistirei! Vencedores seguem sempre

em frente, mesmo quando acham que não têm mais nada pra dar. Essa é a diferença pra quem faz sucesso! Chega lá quem apanha mais e não desiste, não quem bate! Quando você acha que não pode mais Quando você está cansada/o Quando você está frustrada/o Quando você acha que vai desistir Quando você acha que deu sua última tentativa É justamente aí que a coisa começa!!!

Quando você acha que está na merda, quando você acha que não tem mais forças, quando você acha que não sobrou mais nada… Essa é a hora do show!!! É quando todos acham que estou num beco sem saída Que tomo mais um fôlego que não existia Encontro energias que nem sabia que tinha Quando se quer um sonho tanto que se propõe a tornar realidade… Eu digo: eu aguento, vou conseguir!

O que não posso fazer é desistir deste processo. Não desistirei por achar que estou longe, não desistirei! Vencedores seguem sempre em frente, mesmo quando acham que não têm mais nada pra dar.


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Os 10 principais inimigos do Bolsonaro

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edicado ao que habitualmente faço, ou seja, a observar a cena política nacional, percebi que o presidente da República está no meio de um fogo cerrado desencadeado pelo conjunto de forças que a ele se opõem. Vem bala de todo lado. Ocorreu-me então que identificar as origens desses ataques poderia organizar as estratégias de defesa muitas vezes difíceis de hierarquizar quando são simultâneos. Foi assim que cheguei a esta lista dos 10 principais inimigos do governo Bolsonaro. São eles: 1 - Os eleitores de Haddad, Ciro Gomes, Marina Silva, Guilherme Boulos e demais candidatos pela esquerda derrotados em 2018. 2 - Os estatistas. Compõem um conjunto muito poderoso de pessoas, habituadas a viver à sombra do Estado. São competentes, normalmente ascenderam às suas posições mediante concurso público, têm uma vida confortável e segura à qual se habituaram. Há em torno de si um grupo bem mais numeroso de servidores que participam de benefícios análogos. A maioria dessas pessoas não quer nem ouvir falar em cortes de verbas, dificuldades fiscais, contigenciamentos e outros termos igualmente incômodos. 3- As muitas seitas do movimento comunista atuantes nas novas formas de luta de classe introduzidas no país durante as últimas décadas. Buscaram prerrogativas e direitos especiais e os querem proteger de um presidente que sempre se opôs a isso. 4 - A visão de mundo que do-

mina as posições do STF. A expressão “visão de mundo” aparece repetidas vezes nas manifestações de muitos senhores ministros. Eles consideram que el color del cristal con que miran é único certo. Nenhum deles é conservador ou liberal. Sua manifesta visão de mundo torna-se, pelo poder que detêm, um dos maiores problemas do país. 5 - O aparelhamento político do Estado. Sucessivos governos de esquerda permitiram um generalizado, profundo e manhoso aparelhamento da burocracia nacional. Essa máquina, que inclui toda a Administração, penetrada pela influência política ao longo de décadas, usa contra o governo, à exaustão, os instrumentos públicos de que dispõe. 6 - Os partidos de esquerda com atuação no Congresso Nacional, a saber: PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB e Rede e o Clube dos Corruptos. O grupo não tem representação parlamentar suficiente para parar o governo, mas tem votos e prerrogativas regimentais para atrapalhá-lo. Em muitos casos, partidos de esquerda agem em parceria com o Centrão e com parte da direita no Clube dos Corruptos, dedicados a legislar em causa própria, chantagear o governo e extorquir o Erário. Com raras exceções, são inimigos da Lava Jato e da Lava Toga. 7 - O jornalismo militante que, de modo individual ou coletivo, com determinação editorial ou não, faz do combate ao governo o eixo de sua atividade cotidiana. De momento, está em grupos da

mídia o principal agente opositor, substituindo os partidos, aos quais falta credibilidade para a tarefa. 8 - A miríade de organismos que orbitam e parasitam a esquerda e a ela, direta ou indiretamente prestam serviço. Refirome, entre outros, à OAB, à CNBB e suas pastorais, aos sindicatos e suas centrais. 9 - O movimento comunista internacional. É ativa e vigorosa a solidariedade que entretêm com seus parceiros daqui, através de instituições e organizações, periódicos e, em especial, de entidades que, muito seletivamente, atuam no campo dos direitos humanos. Passam longe de Cuba, Venezuela e Nicarágua e vêm cá contar o número de bandidos mortos em confronto com a polícia. 10 - O ambiente cultural e acadêmico. Ambos perderam poder, receita, e olham o futuro com insegurança. Sempre foram bem sucedidos e bem remunerados agentes da hegemonia esquerdista. Diante desse cenário podemos, em contrapartida, construir a lista dos apoiadores, que incluirá, certamente, setores do empresariado, igrejas evangélicas, o governo norte-americano e cidadãos de pensamento liberal e/ou conservador que foram eleitores de Bolsonaro em 2018, tendo feito, então, uma opção por mudança. É contra tal segmento demográfico, numeroso e disperso que se voltam, igualmente, os ataques dos inimigos do governo. Nas últimas semanas não tem

PERCIVAL

PUGGINA

n Arquiteto, empresário, escritor e titular do site www.puggina.org

faltado articulistas, colunistas e comentaristas disparando contra esses cidadãos, visando a seu constrangimento. Deles se diz serem agentes de um apoio cego, irracional e acrítico. Em outras palavras, se você não preserva sua isenção no cume de um rochedo inatingível como mosteiro medieval, você é um idiota robotizado. Noutra leitura dos mesmos fatos, deve-se presumir que quem ataca o Presidente e seu governo faz uma oposição lúcida, iluminada e iluminista, sincera e veraz, sublime nas intenções e nos métodos. A ideia desses movimentos táticos é impor a retração da base popular de apoio ao governo. Usam com esse intuito uma falsa coerção moral, uma fake reasoning que desconhece a natureza da política. Se prosperasse a ideia, o governo e seu Presidente, em meio a tanto chumbo grosso, perderiam sua mais consistente sustentação política. Não é hora de soltar a ponta da corda. É hora de redobrar energias. O Brasil está sendo atacado e precisa. (Publicado originalmente no portal Diário do Poder)

A ideia desses movimentos táticos é impor a retração da base popular de apoio ao Governo. Usam com esse intuito uma falsa coerção moral, uma fake reasoning que desconhece a natureza da política.


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Lula é político preso que se vende como preso político

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esquerda não liga para os fatos, apenas para a narrativa. Sempre foi assim, caso contrário, nem haveria mais esquerda após tantos fracassos constantes de suas ideias. E como tudo que importa é a narrativa, Lula ainda insiste na “tese” patética de que é um perseguido político, de que está preso não porque roubou, recebeu propina de empreiteira ou algo do gênero, mas sim porque “as elites” não suportam um metalúrgico popular que ajudou os mais pobres. Esse discurso, convenhamos, só seduz um completo imbecil. Mas jamais devemos subestimar a quantidade de imbecis no mundo. E é nisso que o PT aposta. Daí a tentativa ridícula de comparar Lula a Mandela. Mas o editorial do Globo colocou os pingos nos is: “Também faz parte de sua trajetória única ser um ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, na Operação Lava-Jato, resultado da descoberta, pela força-tarefa de Curitiba, de um esquema bilionário de transferência criminosa de dinheiro do caixa da Petrobras para políticos do PT e aliados. E agora, o ex-presidente do Brasil preso se recusa a sair da cadeia, outro fato inusitado. [...] A explicação está na política, atividade a que Lula se dedica a vida inteira sem descanso. Não seria diferente na sua prisão — que transformou em um comí-

cio —, como não foi durante o processo a que respondeu por ter sido beneficiado na obtenção de um tríplex no Guarujá, da empreiteira OAS, interessada em gordos contratos na Petrobras, sob controle do PT. [...] Às favas com as provas documentais e testemunhais, assim como com o fato de a condenação do ex-presidente, pelo juiz Sérgio Moro, ter sido confirmada em segunda instância por outros magistrados. O processo também passou pelo teste do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a terceira instância. Mas o ex-presidente, mestre da vitimização, se recusa a perder este discurso, mantido por parcelas do PT unidas em torno do mantra “Lula livre”. [...] Agora, a missão é formatar e fortalecer a imagem de “Lula herói”, depois da tentativa persis-

tente da construção do “Lula injustiçado”. Contraria este projeto aceitar a progressão de pena”. Essa postura oportunista e calculada de Lula também foi tema da coluna de Merval Pereira no mesmo jornal. Eis um trecho: “Também a defesa de Lula pediu que seja retomado o mais rápido possível o julgamento sobre a parcialidade do então juiz Sérgio Moro, na tentativa de anular a condenação de Lula no caso do triplex, pelo qual foi condenado a 8 anos e 10 meses de cadeia em regime fechado. É nesse processo que está a esperança do ex-presidente de ser libertado sem dever nada à Justiça, ao contrário, saindo com o atestado do STF de que foi perseguido e injustiçado. É por isso que ele está se recusando a aceitar a progressão da pena para o regime semiaberto. Caso semelhante aconteceu em Portugal, onde o ex-primeiro-ministro José Sócrates se recusou a usar tornozeleira, e o juiz do caso decidiu mantê-lo no regime fechado. Em Portugal o condenado tem o direito de não aceitar condicionantes para a progressão de pena, o que no

RODRIGO

CONSTANTINO n Economista, escritor e jornalista

Brasil é controverso. [...] Lula diz que só aceita sair se for inocentado ou se o julgamento for anulado e provarem que ele é inocente, exigências que não existem na lei. Algumas pessoas gostam de comparar Lula a Mandela, numa ação política risível, a começar pelo fato de que Mandela era um preso político, enquanto Lula é um político preso, condenado por corrupção. No caso do sul-africano, a liberdade era uma concessão do governo racista da África do Sul a Mandela, e não baseada nas leis do país, e ele recusou. Lula conseguiu a progressão da pena porque cumpriu um sexto dela, e não por bondade dos órgãos de Justiça”. Enfim, Lula continua sendo o mesmo oportunista canalha de sempre, lutando apenas por seus interesses, mentindo, enganando, bancando o “herói da resistência” enquanto não passa de um bandido comum, um criminoso corrupto. (Artigo publicado originalmente na Gazeta do Povo).

Enfim, Lula continua sendo o mesmo oportunista canalha de sempre, lutando apenas por seus interesses, mentindo, enganando, bancando o “herói da resistência” enquanto não passa de um bandido comum, um criminoso corrupto.


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NFC em Maceió

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pagamento por aproximação tem crescido em Maceió, revelam dados transacionais da Visa ao EXTRA. Disponível em cartões, celulares e pulseiras, entre outros dispositivos móveis que apresentam a tecnologia NFC, o pagamento por aproximação traz praticidade e segurança para o estabelecimento comercial. Em Maceió, entre dezembro de 2017 e 2018 houve um crescimento de 11 vezes nas transações realizadas com a tecnologia no município.

Tecnologia financeira

Black Friday online

Alagoas terá um centro de aplicação e avaliação de tecnologias de blockchain e criptomoedas. O núcleo será desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia da Informação do Estado de Alagoas (ITEC). A nova instituição visa propiciar avanço tecnológico e o aprimoramento contínuo por meio da inovação de seus processos. O anúncio chega em um momento difícil para as moedas virtuais. Ao longo das últimas duas semanas, o valor do Bitcoin, principal representante do segmento, vem registrando queda de mais de 24%.

O cartão de crédito físico não é a única opção para o consumidor realizar suas compras na Black Friday que se aproxima. O surgimento dos cartões de crédito virtuais, mais flexíveis e acessíveis quanto ao uso e controle, trouxeram mais tranquilidade para o usuário que pretende aproveitar a data sem passar por apuros. Sabe-se que que existem milhares de sites falsos que simulam grandes lojas de varejo e uma das maneiras para evitar que por algum motivo os dados do cartão físico fiquem salvos nesses endereços, é se prevenir. Instituições financeiras que oferecem o serviço costumam disponibilizar aplicativos para que o usuário emita o cartão virtual por meio do celular com facilidade.

ECONOMIA EM PAUTA

n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

Programa habitacional O governo federal deve lançar em breve um novo programa habitacional, batizado de Aproxima, pelo qual vai oferecer um terreno para que construtoras ergam empreendimentos prevendo imóveis residenciais e estabelecimentos comerciais. Embora ainda esteja em fase embrionária, sabe-se até o momento que será destinado a famílias com renda entre dois e cinco salários mínimos, classes C e D.


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NO PAÍS DAS ALAGOAS

Pinto não monta em cavalo

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delegado aposentado e exsuperintendente da Polícia Federal em Alagoas Pinto de Luna foi ao seu médico, com problemas cardíacos e dúvidas políticas. O cardiologista era um prestigiado político, pertencente às hostes peemedebistas e um amigo em quem ele podia confiar. Luna, em busca de um bom conselho, fez a seguinte exposição: - Estou em dúvida se permaneço no PT, ou se vou para o PMDB, onde tenho propostas tentadoras. - Que propostas são essas, Luna? - O deputado federal Renan Filho está disposto a se afastar para

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TEMÓTEO

CORREIA n Ex-deputado estadual

que eu, na condição de primeiro suplente da coligação, assuma o mandato. - E por que não vai? - Lá tem alguns fichas-sujas; não sei! Estou em dúvida. O médico, com o orgulho de peemedebista ferido, rebateu: - Olhe, Dr. Pinto, mais fichasuja tem no PT. E ainda lhe digo o seguinte: quem gosta de ficha-limpa é banco e operadora de cartão de crédito. Eleitor é como mulher, só gosta de fichasuja. Pinto deixou o consultório mais confuso do que quando chegou.


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Segurança essencial no trânsito Um balanço da tradicional Semana Nacional do Trânsito, este ano realizada de 18 a 25 de setembro, mostra pouco a comemorar. Há de se reconhecer os esforços do Contran ao estimular campanhas de segurança e motes sempre criativos. O deste ano foi “No trânsito, o sentido é a vida”. Estatísticas da Seguradora Líder divulgadas naquela semana apontam que, em 2018, foram pagas 18 indenizações por morte a cada 100.000 habitantes. Significa algo em torno de 36.000 vidas perdidas. Ao considerar que o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, tem a sexta maior frota efetiva circulante e o quinto com maior número de acidentes fatais (segundo a Organização Mundial de Saúde), não estamos muito afastados da média internacional. Ainda assim bem preocupante. Alguns avanços foram alcançados, mas ainda há muito a fazer. No estado de São Paulo, onde circulam 35% da frota brasileira, a taxa de acidentes e de mortalidade é até razoável, embora distante de países centrais. Entretanto, pesquisa divulgada pela agência de transporte estadual aponta que 27% dos passageiros no banco traseiro, 6% dos motoristas e 9% dos viajantes no banco dianteiro não usam cinto de segurança. Isso apenas nas rodovias pedagiadas. Pode-se concluir que no restante das estradas esses números são piores. O Brasil apresenta um fator de risco adicional para a letalidade no trânsito. Acidentes com motocicletas acontecem em proporção muito maior que os demais veículos e a mortalidade também pela vulnerabilidade do condutor e do passageiro, mesmo protegidos com capacete. Além de menos visíveis aos motoristas, virou regra a circulação entre as faixas de rolamento, muitas vezes em velocidade incompatível com a segurança. No dia 10 de setembro, pouco antes do início da Semana Nacional do Trânsito, uma decisão da Justiça liberou o serviço de táxi e aplicativos para motocicletas na maior cidade do País, São Paulo. Havia uma lei municipal que proibia em razão do número de acidentes, feridos e mortes despropor-

FERNANDO CALMON n fernando@calmon.jor.br

cionais à frota. A prefeitura vai recorrer. Há sugestões, porém, para conter o dano coletivo. Uma das empresas de aplicativos já avisou que aceitará motocicletas com até 10 anos de uso e motor acima de 100 cm³ de cilindrada. Uma alternativa seria endurecer exigências: veículos com no máximo três anos de uso, condutores com mais de cinco anos de habilitação e motores acima de 300 cm³ para dificultar a circulação de motos de maior porte entre os veículos. Isso encareceria tarifas e atratividade do serviço. Outra decisão, com potencial de tornar ruas e estradas menos seguras, são as mudanças no processo de habilitação de motoristas que passaram a valer, por coincidência, na Semana Nacional do Trânsito. Simuladores de direção, que relativamente poucos países adotam, agora são opcionais e a carga horária de aulas práticas diminuiu. Há o aspecto do custo menor para se obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), mas teria de vir acompanhado de uma avaliação mais rigorosa da qualidade de ensino das autoescolas. Outra possibilidade seria aumentar o prazo de avaliação, antes de converter a CNH de provisória em definitiva.

ALTA RODA n SERÁ que a solução dos congestionamentos passa n pelos carros voadores? Há várias empresas estudando o assunto, entre elas Uber, Volocopter, Terrafugia, Kitty Hawk, além de Airbus, Boeing e Embraer. Na realidade, trata-se de derivação de helicópteros leves. Hyundai é um dos primeiros fabricantes de automóveis a anunciar planos para mobilidade aérea urbana. n VERSÃO praticamente final do Polo GTS pôde ser avaliada no Autódromo Capuava, em Indaiatuba (SP). Traz o conhecido 1,4-L turbo flex de 150 cv. Respostas são convincentes e, no modo Sport, há amplificação digitalizada do som do motor. Comportamento firme e preciso em curvas. Quadro de instrumentos é novo e inclui cronômetro no painel. Chega em janeiro próximo.

n CAOA anunciou que o Chery Arrizo 5e, primeiro sedã elétrico no mercado, começa a ser vendido no início de 2020. Grade dianteira e rodas são as únicas mudanças externas. Internamente há uma tela multimídia vertical de 10 pol. específica para o modelo. Assoalho atrás é um pouco mais elevado. Apesar do baixo custo de rodagem, preço previsivelmente desanima: R$ 159.900. n CONECTIVIDADE 1. Sistema de roteamento Wi-Fi Vivo Car de conexão à internet já está disponível, para até cinco celulares a bordo, em automóveis fabricados a partir de 2010. Modem se acopla à porta de diagnósticos (OBD) para monitorar o funcionamento do carro e tem antena própria. Custa R$ 718,80 em 12 vezes e depois R$ 59,90/mês por 40 GB de dados móveis. n CONECTIVIDADE 2. Mobil Delvac equipou 10 caminhões para rotear Wi-Fi, na rede 4G, para até 30 usuários simultâneos de forma gratuita durante um ano. Ideia da empresa de lubrificantes é atender, prioritariamente, caminhoneiros em postos de combustível. Poderão usar a internet ou fazer chamadas por aplicativos e, assim, sentirem-se menos solitários.


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NOVA MACEIÓ

Programa de urbanização leva obras à Avenida Deputado José Lages Prefeito Rui Palmeira diz que Nova Maceió é o maior pacote de infraestrutura dos últimos anos

EBERTH LINS

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Prefeitura segue com ações do Programa Nova Maceió, segundo o prefeito Rui Palmeira, maior pacote de infraestrutura dos últimos anos que vai levar pavimentação para mais de 400 ruas da capital. Nesta semana, o trabalho de equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) chegou a um dos principais corredores de transporte da cidade, a Avenida Deputado José Lages, no bairro Ponta Verde. No local, está sendo feita a recuperação total do asfalto. De acordo com a Prefeitura, o serviço será executado em dois trechos da via: até o Palato, onde será colocado o asfalto retirado e depois do supermercado, quando as máquinas farão a fresagem para a retirada do pavimento antigo. “Após a conclusão da obra, faremos a sinalização nessa via que é um importante corredor de ônibus da cidade. Além disso, também faremos outras intervenções para me-

Prefeito Rui Palmeira vistoria obras que vão dar nova infraestrutura a um dos principais corredores de transporte da capital lhorar o fluxo de veículos da região”, frisou o prefeito. De acordo com Rui Palmeira, a obra vai recuperar uma extensão de 16.200 metros, um percurso 1,3 quilômetro, e deve durar 15 dias úteis, já que só pode ser realizada à noite, quando o fluxo de veículos é menor. “A orientação é para que terminem o mais breve possível e contamos com a colaboração dos moradores, para que não deixem seus carros estacionados na via”, acrescentou Palmeira. A Superintendência Municipal de Transporte e

Trânsito (SMTT) fará o ordenamento do trânsito durante as obras no corredor de transporte. NOVA MACEIÓ Em agosto, a Prefeitura de Maceió lançou o Programa Nova Maceió, que levará obras de infraestrutura para mais de 400 ruas da capital e será gerenciado pela Seminfra. “O programa tem como meta pavimentar e recapear mais de 400 mil metros quadrados de vias, construir mais de 40 mil metros de redes de drenagem de águas pluviais e mais de 100 mil metros de

redes coletoras de esgoto”, afirmou Rui Palmeira. Segundo o secretário de Infraestrutura da capital, Mac Lira, Maceió vai investir recursos na ordem de 70 milhões de dólares, o equivalente a aproximadamente 400 milhões de reais. A verba é proveniente do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Banco do Brasil, Codevasf e Governo Federal, além de recursos próprios da Prefeitura de Maceió. “A contrapartida do Município será na parte de drenagem e esgotamento sanitário, principalmente”,

disse. Em Maceió, a concessão para a gestão do saneamento básico, no eixo esgotamento sanitário, é da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), mas o município de Maceió irá sanear essas ruas que receberão o pavimento dentro do Programa Nova Maceió. “A parte alta da cidade não dispõe de saneamento, a maioria tem fossas e sumidouros e isso traz transtornos pra todo mundo”, explicou Mac, ressaltando que a ênfase do programa é em bairros do litoral norte


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“Sangue novo”

ABCDO INTERIOR

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epois de anunciar a formação de uma chapa puro sangue para disputar as eleições em Arapiraca, o PSL do presidente Jair Messias Bolsonaro avisou, por meio do presidente do diretório local, Abelardo Silva, que quem estiver exercendo mandato não participará das eleições para a Câmara de Vereadores no próximo ano. Trocando em miúdos, o partido deixa transparecer que só aceita “sangue novo”.

n robertobaiabarros@hotmail.com

A informação, em tom de descontentamento, partiu do vereador Willomaks da Saúde, durante pronunciamento na sessão da última terça, 1. Ele lamentou a decisão do partido e lembrou que os vereadores Edvânio do Zé Baixinho e Márcio Marques fizeram campanha para a Câmara de Vereadores empunhando a bandeira do PSL.

Chapa puro sangue

O PSL já dispõe dos nomes do médico Nuzamário Brito de Farias e do advogado Claudio Canuto para disputar a sucessão do prefeito Rogério Teófilo. Apesar de não definir quem encabeçará a chapa, o partido não abrirá mão da chapa puro sangue. Segundo o médico Nuzamário, o PSL está bem organizado e disputará as eleições para prefeito e vereador com organização e total atenção aos eleitores.

E a polêmica sobre as decisões do diretório municipal do PSL ganhou novos contornos com o posicionamento do vereador Léo Saturnino, que, em discurso na tribuna da Câmara, se disse solidário aos colegas Edvânio do Zé Baixinho e Márcio Marques, que foram eleitos pelo partido e hoje, segundo ele, são excluídos pelo presidente municipal do partido. Ele indagou, no entanto, se essa é uma determinação da direção nacional do partido ou do diretório local.

Cabine exclusiva

Em tom de deboche, o vereador Léo Sa-turnino fez uma indagação ao presidente do PSL. “E os vereadores eleitos pelo PSL, com exceção dos dois vereadores de mandato, se sentarão ao lado de vereadores de outros partidos, ou será necessário a Câmara fazer uma espécie de cabine exclusiva para que fiquem isolados dos demais”?

... Para debater as raízes que compõem o povo brasileiro, o auditório da Casa da Cultura de Arapiraca foi o ponto de encontro, na quarta-feira (2), para a disseminação do conhecimento que engloba toda a história, tradição e costumes, através do Projeto Conhecendo Nossa História – da África ao Brasil. ... A influência da África no desenvolvimento do Brasil já tem sido trabalhada nas escolas quilombolas arapiraquenses e os alunos estão recebendo de forma positiva.

Foram excluídos

Mais polêmica

PELO INTERIOR

Prorrogado

A Prefeitura de Arapiraca prorrogou o prazo de inscrições para o Edital de Ocupação de Equipamentos Culturais – Prêmio Paulo Lourenço. O documento foi lançado por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude, contemplando diversos segmentos artísticos.

Até o final do mês Agora, o edital ganhou uma errata levando a data-limite de inscrição dos proponentes para o dia 31 deste mês. Serão R$ 100 mil em projetos de música, artes cênicas (teatro, circo e dança), artes plásticas, folguedos, manifestações afroarapiraquenses, literatura e audiovisual.

Atividades culturais

O proponente pode escolher onde as atividades culturais poderão acontecer: Bosque das Arapiracas, Casa da Cultura, Planetário e Casa de Ciência, Tenda Cultural da Praça Luís Pereira Lima, Mercado do Artesanato Margarida Gonçalves e Área Verde Dom Constantino Lüers, além da opção de sugerir outro local.

O homenageado

O homenageado é Paulo Lourenço da Silva, incentivador cultural que era dono do saudoso Bar do Paulo, que fica na esquina da Rua São Luiz com a Rua Dom Jonas Batingas, no bairro Ouro Preto, e que fez a “cabeça” de toda uma geração de arapiraquenses, com muita música e um bom papo sobre política, filosofia, cinema e literatura.

Foi condenado

O ex-secretário da Criança e Adolescente de Traipu, Gilson Santos Júnior, foi condenado a 8 anos de prisão por estupro de vulnerável. De acordo com a denúncia, ele teve relações com uma adolescente que estava embriagada e não tinha noção do que estava acontecendo.

Está preso

A audiência do caso aconteceu na quarta-feira (2). A sentença foi proferida pelo Dr. Elielson dos Santos Pereira, no fórum de Traipu. Gilson é filho do ex-vereador de Traipu, Gilson Santos. Os policiais civis Evandro e Hermann conduziram Gilson até a Central de Polícia Civil em Arapiraca, onde ele ficará detido. (Com 7Segundos).

... Isso é demonstrado através dos projetos que são desenvolvidos por eles. A meta é que todas as escolas do município abordem o assunto nas salas de aula. ... Elaborado pela Fundação Cultural Palmares em parceria com os municípios brasileiros, o projeto contempla professores das disciplinas de Geografia, História e Ensino Religioso, tendo como finalidade a disseminação do conhecimento em sala de aula. ... Jovens desaparecidos - Após dois anos do desaparecimento dos amigos Luciano Cardoso da Silva e Everton Rodrigues dos Santos, as famílias dos jovens não possuem nenhuma pista do paradeiro deles. ... Everton e Luciano, ambos com 19 anos na época, sumiram na noite do dia 27 de setembro de 2017. Eles foram vistos pela última vez bebendo em um bar no bairro Planalto. ... Desde então, familiares e amigos já realizaram buscas pelo Instituto Médico Legal (IML), hospitais de Arapiraca e até de Maceió, e Delegacia, mas até agora as buscas não tiveram sucesso. (Com Já é Notícia). ... A Prefeitura de Arapiraca adere a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que será realizada nos meses de outubro e novembro, nas Unidades Básicas de Saúde. ... O Município segue a determinação do Ministério da Saúde, que dividiu a campanha em duas etapas, para públicos específicos. ... A primeira etapa será realizada entre 7 e 25 de outubro, com foco nas crianças de seis meses a menores de 5 anos de idade. Já a segunda, está agendada para o período de 18 a 30 de novembro, com foco na população de 20 a 29 anos. ... Um ótimo final de semana para todos. Até a próxima edição!


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Principais conquistas no jiu-jitsu Campeão Centro-Oeste de jiujitsu sem kimono - 2016/2017 Campeão latino-americano de Policiais e Bombeiros em Buenos Aires - 2016 Campeão Brasiliense na Categoria Absoluto - 2017

Caio Mendes quando da vitória no WPFG de 2017 e na sua mais recente conquista, em Albany

JIU-JITSU

Alagoano ganha cinturão internacional nos EUA Caio Mendes integra Polícia Militar do Distrito Federal

DA REDAÇÃO

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cinturão da Associação Norte-Americana de Grappling (NAGA, na sigla em inglês) é a mais recente conquista do policial -atleta Caio Taveiros Mendes, alagoano radicado em Brasília. A competição, uma das mais concorridas do jiu-jitsu em nível internacional, ocorreu em 14 de setembro, em Albany, capital do Estado de Nova York (EUA). Cabo da Polícia Militar do Distrito Federal, Caio é especialista na modalidade jiujitsu sem kimono (NoGi). Ele disputou também na categoria com kimono (Gi) e obteve a segunda colocação. Com essas conquistas, o alagoano agora

soma quatro títulos interna- com apenas 2 anos de idade. cionais, fora os vários obtidos Atualmente com 38 anos, é em nível nacional e regional. graduado na faixa marrom, a segunda mais alta do jiu-jitsu. Assim como na Olimpíada CONSAGRAÇÃO Em 2017, o atleta ganhou Policial Mundial, que a cada medalha de ouro na Olimpí- dois anos reúne atletas de alto ada Polícia Mundial, realiza- rendimento das principais poda em Los Ângeles, também lícias do planeta, Caio viajou nos Estados Unidos. Um ano para Albany patrocinado pelo antes, ele sagrou-se campeão programa Compete Brasília, latino-americano na especia- da Secretaria de Esportes do lidade, em Buenos Aires (Ar- Distrito Federal (que fornece gentina). Nessa categoria, ele as passagens aéreas). Incentivado pelos pais, o é também campeão do Centro-Oeste e bicampeão brasi- alagoano pratica lutas desde os 6 anos de idade, como liense. Natural de Maceió, Caio forma de liberar o excesso de integra o projeto social do energia, junto com o irmão gê2° Batalhão de Polícia Mili- meo Tibério Mendes, que hoje tar do DF, coordenado pelo reside em Portugal. Os dois se especializaram professor sargento Rogério Oliveira. Saiu de Alagoas em judô, mas ao chegar à

PMDF em 2010, por concurso, Caio passou a praticar o jiujitsu. Adquiriu assim importante diferencial competitivo, ao aliar as duas técnicas de luta marcial. Caio é graduado em Direito. O projeto social ao qual está vinculado oferece treinamento gratuito na arte marcial de manhã, à tarde e à noite, tanto para policiais quanto para a comunidade da cidade satélite de Taguatinga. O atleta considera o domínio da arte marcial importante no exercício diário das atividades policiais. Ele destaca, entre as virtudes da luta, a disciplina, o condicionamento físico, o sangue frio e a técnica necessária para reverter situações de risco em serviço.

Campeão Brasileiro Absoluto de Jiu-Jitsu sem Kimono no Rio de Janeiro - 2017 Campeão de Submission (sem kimono) do WPFG (World Police and Fire Games), em Los Angeles – EUA, 2017 3º Lugar no World Nogi – Mundial de Jiu-Jitsu sem Kimono realizado em Anaheim (EUA), em 2017. Campeão do GDF Cup de JiuJitsu - 2018 Campeão do NAGA (North American Grappling Association), em Albany/NY (EUA), na modalidade jiu-jitsu sem kimono em 2019 3º Lugar no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu da CBJJE, realizado em São Paulo-SP – 2019 Cinturão em setembro de 2019, em Albany, capital do Estado de Nova York Campeão do NAGA - North American Grappling Association - New York / EUA Campeão da Olimpíada Policial Mundial, em Los Ângeles, 2017 Campeão do WPFG 2017 Los Angeles/ EUA na categoria Jiu-Jitsu sem kimono ( Submission Grappling) Campeão Brasileiro Absoluto de Jiu-Jitsu no Rio de Janeiro


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MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE OUTUBRO DE 2019


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