Edição 1081

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ANO XXI - Nº 1081 - 07 A 13 DE AGOSTO DE 2020 - R$ 4,00

CASO MALAQUIAS

Líder comunitário pede proteção ao Conselho de Segurança

Amigo de empresário executado a tiros teme ser o próximo a morrer. Alex Fernandes do Santos acredita que Kleber Malaquias foi assassinado como queima de arquivo. 9

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RITA TENÓRIO É CONDENADA E PERDE DIREITOS POLÍTICOS

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Esposa de Chico Tenório não pode disputar Prefeitura de Chã Preta em novembro 8

FARRA NO SERTÃO

PREFEITA DE PIRANHAS É INVESTIGADA POR GASTAR R$ 11 MILHÕES SÓ COM ADVOGADOS 5 ECONOMIA

MERCADO GLOBAL VAI PRODUZIR ETANOL DE CELULOSE COM TECNOLOGIA ALAGOANA 11

CASO MARTHA MOREIRA

PROMOTOR SIDRACK NASCIMENTO É PROCESSADO POR ACUSAÇÃO CALUNIOSA 10


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COLUNA

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Viva a tecnologia 1

- Em meio ao pandemônio econômico e social produzido pela epidemia do coronavírus surge uma boa notícia. Trata-se da venda de tecnologia para produção de etanol de segunda geração em escala global a partir de Alagoas. - A boa nova vem da GranBio, usina pioneira na produção de etanol de celulose, que fechou parceria com a NextChem, subsidiária da gigante italiana de engenharia Maire Tecnimont, para licenciamento de sua tecnologia patenteada para produção de etanol 2G por qualquer usina interessada.

CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO Vera Alves CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA

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- O pacote tecnológico da GranBio foi desenvolvido na sua unidade alagoana de São Miguel dos Campos, inaugurada em 2011 em parceria com o BNDES.

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- A empresa conseguiu desenvolver um modelo flexível para utilização de matérias-primas, que permite o uso de quase todos os tipos de resíduos agrícolas, como palha de cana-de-açúcar e de milho e até sobras de madeira, como eucalipto, para produzir etanol de celulose.

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– Controlada pela GranInvestimentos S.A, a GranBio tem capacidade para produzir 30 milhões de litros de etanol 2G por ano e 100% desse biocombustível é, atualmente, exportado aos mercados americano e europeu. Veja reportagem na página 11.

Alfredo X JHC

As pesquisas revelam que a eleição em Maceió será decidida no segundo turno, provavelmente entre Alfredo Gaspar de Mendonça e João Henrique Caldas, o JHC. De certeza, um deles tem vaga garantida no segundo round. Na hipótese de uma derrota no primeiro turno, esse deverá se aliar ao vitorioso para a decisão final do pleito. Em política não existe inimigos, mas adversários. Hoje separados, amanhã juntos e no mesmo palanque.

Vice rejeitado

O ex-procurador de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça terá que administrar a reação negativa ao nome de Tácio Melo como seu candidato a vice-prefeito. Homem de confiança de Rui Palmeira, Tacinho, como é conhecido, tem forte rejeição não apenas dos servidores municipais, mas sobretudo dentro do próprio grupo político do prefeito e até nos demais partidos aliados.

Debandada Após o anúncio do vice de Gaspar, a primeira baixa anunciada é a da deputada Cibele Moura, filha de Abrahão Moura, primeiro-amigo de Rui. Pai e filha votarão em Davi Davino para não avalizar o nome de Tácio Melo. “Sou amigo e aliado de Rui Palmeira, mas nesse cidadão não votarei”, disse Abrahão Moura à coluna Sururu. Vice pode até não dar votos, mas também não pode tirar. Na política, quem não soma, subtrai.

Acerto de contas

O ex-deputado Cícero Almeida admite disputar a Prefeitura de Maceió sem descartar uma possível candidatura a vereador. Mas antes de se candidatar, é bom que acerte suas contas com a Justiça alagoana.

Condenado

Além da condenação por desvio de recursos da Assembleia Legislativa, Almeida enfrenta outros processos por corrupção durante seus dois mandatos como prefeito de Maceió. “O que tiver de acontecer vai ser por missão divina”, disse o ex-deputado, que segundo ele, não toma decisões sem antes falar com Deus.

O mais rejeitado

Desta vez, no entanto, Almeida vai precisar de muita ajuda dos céus, pois o pré-candidato a prefeito aparece como líder de rejeição em todas as pesquisas, o que revela o saudável amadurecimento do eleitorado.

Disputa em Cajueiro

Pesquisas de intenção de voto indicam que a ex-prefeita Lucila Toledo tem poucas chances de voltar a comandar a Prefeitura de Cajueiro. Apesar do alto índice de rejeição, o atual prefeito Palmery Neto tem tudo para emplacar seu quarto mandado.

Novo golpe

Muitas prefeituras estão usando escritórios de advocacia para lavar dinheiro desviado dos cofres públicos. Piranhas é um bom exemplo desse novo golpe. A malandragem consiste em contratar esses biombos advocatícios para aumentar a arrecadação de tributos. No final, a conta não fecha e a prefeitura termina gastando milhões para arrecadar tostões.

Crime e castigo

O promotor Sidrack Nascimento será investigado no MP por denunciação caluniosa contra o herdeiro da esposa, Martha Moreira, que morreu com um tiro de pistola no ouvido deflagrado pela arma do próprio marido.

Calúnia

A representação contra Sidrack é assinada pela ex-cunhada Flávia Maria Moreira de Almeida. Ela e o sobrinho foram acusados de roubar um notebook do promotor para desviar recursos da igreja pertencente a Sidrack Nascimento. É mais um processo contra o promotor na sua luta insana para fraudar o inventário e enganar o herdeiro da ex-esposa.

Santa vigarice

O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública para que o pastor Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Reino de Deus paguem R$ 300 mil de indenização por terem divulgado uma falsa cura da covid-19. Valdemiro vendeu sementes de feijão para cura da doença e até apresentou o caso de um fiel que teria vencido o coronavírus com a semente milagrosa. Em tempos de pandemia é bom redobrar os cuidados com esses falsos profetas.

Revoltado

O presidente do CSA, Rafael Tenório, informou na quinta-feira, 6, em entrevista à Rádio AM 1020, que está deixando a presidência do clube azulino. A decisão acontece após a equipe ter perdido o Campeonato Alagoano 2020 para o CRB. A direção do CSA, diante da manifestação de seu presidente, convocou uma reunião de emergência para tentar sanar a crise interna. Nas redes sociais, Tenório foi mais agressivo. Disse que o time era medíocre e ridículo. Quanto aos jogadores, declarou que muitos não passavam de fracassados.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Alto lá

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Risco

partir de agora as pesquisas eleitorais começam a ser mais frequentes em Maceió e é a hora do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) exercer uma severa fiscalização mesmo naquelas que são registradas na instituição. É bom esclarecer que não se está duvidando dos institutos de pesquisas, mas como sempre acontece, pode existir erros, propositais ou não, para favorecer ou prejudicar algum candidato.

Força total Mesmo que as candidaturas a prefeito ainda não tenham sido efetivadas, o que só deve acontecer depois das convenções, os pré-candidatos já estão nas ruas e nas redes sociais. É campanha atípica nesta época de pandemia, mas ninguém quer ficar para trás.

Quando a campanha começar mesmo a todo vapor, é imprescindível que haja uma precaução nesse item tão importante do processo eleitoral, para que não pairem dúvidas quanto a lisura das pesquisas que pode, em qualquer fase, influenciar o eleitor.

Dificuldades Fazendo como outros candidatos, Almeida tenta formar um grupo forte, mas sente dificuldade por não ter feito isso desde quando foi prefeito de Maceió. Sem uma base forte de apoio, é nadar, nadar e morrer na praia.

Impasse Embora a pandemia dê sinais de arrefecimento, a votação em novembro requer muita prudência para evitar aglomerações. As regras ainda não foram bem definidas, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve efetivar medidas que protejam a população.

Desgaste Mesmo que não seja protagonista nessas eleições para prefeito, o PSDB entra já desgastado com os últimos acontecimentos. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se tornou réu por suposta corrupção e o senador José Serra se livrou por pouco com uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Novo fôlego Entusiasmado com pesquisas que circularam por aí, o ex-deputado Cícero Almeida está disposto mesmo a tentar voltar à Prefeitura de Maceió. O caminho, ele sabe, não será tão fácil, mas já esteve muito mais difícil. Uma das dificuldades é o tempo em rádio e televisão.

O nome de Tácio Melo como vice de Gaspar foi muito comentado durante toda a semana. É que o presidente do Podemos se estranhou na última campanha com o senador Renan Calheiros, o que seria um entrave para a confirmação da parceria. Mas, em política, nunca se diga de que desse pão não comerei.

Pressão

Avalanche

Disputa O PSDB que certamente apoiará a candidatura de JHC à Prefeitura de Maceió pensa em indicar o candidato à vice. O problema é que o senador Rodrigo Cunha deseja apresentar um nome, enquanto a deputado federal Tereza Nelma, quer outro.

Sequelas

Para a volta das crianças às aulas, as autoridades de saúde devem estar completamente convencidas de que não existe o menor risco para essa garotada. É preciso avaliar que, se uma criança for infectada, certamente as outros tomarão o mesmo caminho. O mais lógico seria empurrar para 2022 o reinício das aulas para que a criançada não corra riscos.

Negando O candidato do PDT, Ronaldo Lessa, afastou durante a semana qualquer possibilidade de fazer uma aliança com Cícero Almeida, ao contrário do que ele disse em algumas entrevistas. As chances de composição com Ronaldo Lessa e Heloísa Helena são próximas de zero. De esquerda, esses partidos dificilmente fariam uma aliança com a Democracia Cristã.

Enfim, anunciado Todo mundo já sabia, mas precisa alguém sacramentar o nome de Tácio Melo, do Podemos, como candidato a vice na chapa liderada por Alfredo Gaspar de Mendonça, do MDB. E o anúncio foi feito no início da semana pelo prefeito Rui Palmeira, que confirmou o nome de Tácio como sendo sua indicação na parceria que fez com o governador Renan Filho.

Se depender de quem queira sair candidato a prefeito de Maceió, o número facilmente vai passar de quinze, embora apenas quatro tenham reais chances de ir para um segundo turno. Alfredo Gaspar, Davi Davino, JHC e Ronaldo Lessa, estão entre os preferidos pelo eleitorado, embora possa aparecer por aí alguma surpresa, o que não é lá muito provável.

Pai da criança

O que tem de vereador em Maceió anunciando benfeitorias na cidade e se lançando como defensor intransigente do servidor público não está no gibi. Como o eleitorado já conhece essa tropa, deve dar a resposta nas urnas.

Os salvadores Nesta campanha que já se iniciou nas redes sociais e em reuniões pontuais, candidatos aparecem para discutir o problema do bairro do Pinheiro que passou muito tempo esquecido e até mesmo o Riacho do Salgadinho, onde vereadores, prefeitos, deputados, senadores e até mesmo governadores nunca fizeram o dever de casa.

Vários sindicatos abriram fogo contra o secretário da Fazenda, George Santoro, pelo alto salário que recebe no governo do estado, ao contrário do funcionalismo em geral que amarga um arrocho salarial. Nas denúncias, o secretário recebe, além do cargo de secretário, subsídios do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro. Por alto, vai aí a bagatela de R$ 52 mil, afora os benefícios que o cargo lhe dá.

Demorou Mesmo que seja pertinente estas denúncias, os sindicatos demoraram muito para fazer a denúncia. Afinal de contas, não era nenhuma novidade que o secretário e o seu assessor especial Luiz Dias de Alencar Neto recebiam uma bolada considerável em momentos de extrema crise financeira.


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PIRANHAS

TC investiga prefeita por contrato milionário com advogados Maristela Sena pagou mais de R$ 11 milhões a escritórios jurídicos por serviços desconhecidos DA REDAÇÃO

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prefeita de Piranhas, Maristela Sena Dias, está sendo investigada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) por pagamentos suspeitos nos valores exorbitantes de R$ 23.774.522,98 a empresas responsáveis por prestarem serviços, cujos benefícios ao município são desconhecidos. São contratos que têm causado prejuízos milionários aos cofres públicos. O principal contrato realizado entre a Prefeitura de Piranhas e Costa e Leite Advocacia tem por objetivo proporcionar o incremento de receita do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) aos cofres do município. Mesmo sem a comprovação de acréscimo de recursos, esse escritório jurídico embolsou R$ 11.246.352,76 (ver tabela ao lado). Embora tenha sido pago esses valores milionários, o mais estranho é que, de acordo com processo instaurado pelo TCE, não houve nenhum aumento substancial na receita de ICMS que justificasse o dinheiro pago à Costa e Leite. Costa e Leite Advocacia,

para receber o montante superior a R$ 11 milhões, deveria ter conseguido um aumento extra de ICMS (além da transferência normal do Estado) de mais de R$ 110 milhões no período de quatro anos (2017, 2018, 2019 e 2020) para Piranhas, o que não aconteceu. Achando pouco o dinheiro gasto com a assessoria do escritório de advocacia, a gestora Maristela ainda autorizou a prefeitura a formalizar o contrato de mais dois escritórios: Sena Bitar Advogados, de Maceió, e Costa & Souza Advogados, de Poço Redondo (SE), que resultou no pagamento de R$ 240 mil e R$ 370.600, respectivamente. Tais contratos causaram perplexidade ao TCE, pois, o Poder Executivo Municipal possuía ao mesmo tempo dois escritórios jurídicos gerando despesas demasiadas e sufocando cada vez mais as finanças do município. Diante dos fatos, a Corte de Contas, durante auditoria no município, identificou falhas e agora está vasculhando as contas da gestão de Maristela para saber como o Executivo está pagando por um serviço que não entrega o

Prefeita Maristela Sena bancou advogados para arrecadar tostões

que foi celebrado no contrato. E, o pior, está provocando danos aos cofres públicos e deixando a população desassistida de serviços básicos, especificamente, na área da saúde. Mas o volume de dinheiro que sai das finanças de Piranhas para outras empresas continua e é bastante elevado. A empresa Machado e Barbosa, situada no município de Canindé de São Francisco (SE), responsável por obras e outros serviços desconhecidos dos moradores, levou a bagatela de R$ 11.043.091,87. Para os técnicos do TCE, isso demonstra que a prefeita não tem limite nem prudência quanto ao uso dos recursos públicos. Maristela também pagou R$ 221.875,00 à Ativa Sistema e Contabilidade, de Maceió, por serviços contábeis; R$ 321.766,80 a José Suares Melo, de Piranhas; R$ 217.710,80 a P.V Pneus, de Estância (SE); R$ 88.154,90 a Escrilar Móveis, de Canindé de São Francisco (SE); e R$ 25.210,85 a Papel Modelo, de Canindé de São Francisco (SE). Percebe-se claramente a preferência da atual gestão à frente da Prefeitura de Piranhas por compras no vizinho estado de Sergipe, em vez de adquirir produtos e materiais no próprio município para fortalecer a economia local com mais emprego e renda. A ausência de zelo pelo uso dos recursos públicos despertou a atenção e revolta da população de Piranhas. Tanto é que moradores apresentaram e entregaram documentos com provas à Câmara Municipal de Vereadores de Piranhas de que a prefeita Maristela Sena Dias tem cometido crimes contra o bem público. A Câmara Municipal de Piranhas, por sua vez, já instalou sessão e fez a leitura das denúncias enviadas por populares contra a gestora.


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SEM MENTIRAS

Bancada alagoana teme fim da liberdade de expressão

Câmara dos Deputados discutirá em breve projeto polêmico

Deputados federais defendem aprimoramento do Projeto das Fake News para evitar conflitos com a Constituição BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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bancada alagoana da Câmara Federal identificou problemas no Projeto de Lei (PL) 2630/20, do Senado, que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, com normas para as redes sociais

e serviços de mensagem como WhatsApp e Telegram. O PL, que ficou conhecido na mídia como “Projeto das Fake News”, tem a proposta de combater à disseminação de conteúdo falso nas redes sociais e nos serviços de mensagem privada. Porém, a discussão dos deputados fica na questão de aprimorar e ter cautela em relação a pontos específicos do

PL que possam representar um ataque direto à liberdade de expressão. O projeto foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e aprovado na forma de um substitutivo (texto alternativo) do relator, senador Angelo Coronel (PSD-BA). Da bancada alagoana no Senado, Rodrigo Cunha (PSBD) e Fernando Collor (Pros) vo-

taram contra o PL; já Renan Calheiros (MDB) se absteve da votação. Os críticos da matéria alegam que o PL foi aprovado de forma muito rápida, sem que a sociedade fosse ouvida. Nesta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que vai acelerar a votação do projeto após ataques sofridos pelo influenciador digital Felipe Neto, que

tem um canal no YouTube com 39 milhões de inscritos e mais de dez bilhões de visualizações acumuladas. Crítico do governo Bolsonaro, o youtuber tem sido atacado nas redes sociais com acusações falsas e ameaças. O EXTRA questionou os deputados federais por Alagoas quanto ao polêmico projeto. Confira a opinião dos parlamentares.


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MARX BELTRÃO (PSD) “Sou a favor da liberdade de expressão e contra as fake news. Sou totalmente contra qualquer forma de censura ao cidadão e ao seu direito de falar o que pensa nas redes. A nova legislação precisa é combater de fato a disseminação de mentiras disfarçadas de notícias, a atuação de robôs e contas falsas. O texto atual do PL das Fake News não pode passar do jeito que está. Precisa de mudanças profundas, como exigir documento válido na criação de um perfil. É preciso proteger a todos desses crimes virtuais”. PAULÃO (PT)

ISNALDO BULHÕES (MDB) Por meio de sua assessoria de imprensa, o parlamentar informou que “ainda não leu o projeto para dar uma opinião e também aguarda a posição do partido”.

“Por tratar-se de um assunto complexo e que envolve muitos aspectos, prefiro estudar mais a fundo as questões relacionadas à lei e suas implicações para poder, de maneira tão resumida, dar uma opinião concreta”. TEREZA NELMA (PSDB) “Sou contra qualquer tipo de fake news, particularmente aquela produzida visando provocar atitudes de ódio. Já fui vítima delas e sei o quanto essas práticas podem ser devastadoras. Não se trata de erro ou equívoco, nem de mentira, mas um processo calculado, planejado para produzir determinadas reações. No entanto, precisamos analisar os pontos do projeto de lei com calma para não acabar ultrapassando os limites constitucionais da liberdade de expressão. Um outro ponto que precisamos levar em conta com o máximo de rigor é a preservação dos dados pessoais da população, que devem sempre permanecer em sigilo. É preciso ter cautela para que possamos melhorar o ambiente de liberdade, garantindo o convívio civilizado. Não podemos cometer equívocos de cercear a criatividade, nem os processos de mudanças e transformação. Nem de favorecer as censuras oficiais, a falta de transparência e o autoritarismo”.

ARTHUR LIRA (PP) “É preciso ter um cuidado muito grande com a análise deste projeto de lei. Não sou defensor de fake News, sou alvo delas com frequência, assim como todos os políticos. Mas não dá para aprovar uma legislação de forma açodada. Independentemente de onde partir, ou do patrocinador milionário que está por trás, quem fez errado, que pague. Mas é preciso tratar de alguns assuntos. Às vezes, sai um texto em um site dizendo uma mentira. Aquilo fica no Google. Você pede para o Google tirar o link e eles dizem que são apenas uma plataforma de busca de informações. Mas aquilo é o instrumento mais usado do mundo para saber de alguma coisa, então tem de ter responsabilidade”.

JHC (PSB) “Sou contrário ao projeto. Apesar do mérito na intenção dos autores, e dos avanços produzidos pelo relatório, ainda há muita margem para a censura, para o controle prévio de opinião, e sou radicalmente contrário a qualquer possibilidade nesse sentido. Como operador do Direito, também enxergo possíveis violações a direitos fundamentais previstos na Constituição, dentre eles a privacidade e a garantia da liberdade de expressão”.

Nivaldo Albuquerque (PTC), Sérgio Toledo (PL) e Severino Pessoa (Republicanos) foram procurados pela reportagem, mas preferiram não se pronunciar.


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INELEGÍVEL

Rita Tenório é condenada por improbidade e perde direitos políticos Devido à sentença do TCU, prefeita fica impedida de disputar a reeleição TÂMARA ALBUQUERQUE Especial para o EXTRA

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prefeita de Chã Preta, Rita Coimbra Cerqueira de Tenório, é carta descartada do jogo político e da disputa pelo comando do Executivo municipal nas eleições deste ano. Ela ficou inelegível após o Tribunal de Contas da União (TCU), através da 2ª Câmara, ter rejeitado e declarado irregular a prestação de contas da Prefeitura em convênio firmado com o Ministério do Turismo (MTur). O processo com trânsito em julgado [quando o réu não pode mais recorrer da sentença] foi encerrado em 2018. Rita Tenório, que é esposa do deputado estadual Francisco Tenório, o Chico Tenório, não poderá se candidatar a um cargo eletivo por oito anos, ou seja, até 2026. Além disso, foi intimada a devolver aos cofres públicos o valor de R$ 110 mil e pagar uma multa de R$ 10 mil, segundo consta no Acórdão nº 10.153/2017. Natural do município de Boca da Mata, Rita Tenório (PNM) ocupou o cargo de prefeita de Chã Preta entre 2009 e 2012 e também venceu, em 2016, a disputa acirrada contra o candidato favorito Audálio Holanda, que estava em seu 3º mandato. O processo que tornou Rita Tenório inelegível (nº 018530/2016-8) surgiu do pedido da Tomada de Conta Especial instaurada pelo Ministério do Turismo em seu desfavor. O MTur havia decidido pela impugnação de despesas da prefeitura no convênio (nº 1.833/2009) firmado para apoiar a realização do 1º Festival Natalino do município.

A festa em Chã Preta foi realizada no dia 24 de dezembro de 2009. O convênio em questão tinha o valor de R$ 116.500, sendo R$ 110 mil de responsabilidade do MTur e R$ 6.500 da Prefeitura. Mas o Ministério do Turismo reprovou de forma integral as contas apresentadas pela então prefeita Rita Tenório e cancelou integralmente o convênio firmado, decisão que foi acatada pelo TCU. A justificativa foi a contratação direta, por inexigibilidade, da empresa F de M Costa Produções e Eventos para montar o festival desde a contratação de artistas até a infraestrutura. Em Nota Técnica de Reanálise (nº 812/2013) do convênio foi assegurado que a prefeita não comprovou o pagamento de R$ 45 mil para as bandas que fizeram o show, assim como os R$ 6 mil para salários de 40 seguranças; R$ 6 mil para implantação de 10 sanitários químicos no local do evento; R$ 10,5 mil para iluminação; R$12 mil para aquisição do palco; e R$ 8 mil para o som e R$ 9 mil para criação de vídeo e Imagem, um total de R$ 97 mil do valor conveniado de R$ 116.500,00. Em relação à análise financeira, conforme outra Nota Técnica (nº 156/2015), o Tribunal de Contas da União decidiu pela reprovação integral do convênio em questão, com exigência de devolução dos recursos repassados à prefeitura, acrescidos de juros e correção monetária, tendo em vista que a contratação de todo o objeto do convênio ocorreu por inexigibilidade com a empresa contratada. Num dos pareceres do TCU,

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Rita Tenório com o marido, o deputado estadual Chico Tenório

o ministro José Múcio Monteiro, relator no processo, afirmou que a contratação por esse instrumento, “mediante apresentação de mera carta de exclusividade é razão suficiente para apor [aplicar] mácula às contas”. A inexigibilidade se caracteriza pela impossibilidade de competição em casos de exclusividade do objeto a ser contratado ou pela falta de empresas concorrentes. No caso da contratação pela prefeitura de Chã Preta foi verificado a ausência de qualquer documento da empresa beneficiada que justificasse o afastamento do devido procedimento licitatório, contrato de exclusividade ou contrato diretamente com o artista, conforme determina a Lei 8666/1993. Essa situação levou à retenção total dos recursos envolvidos no convênio, segundo Acórdão 96/2008 do plenário do TCU. A defesa da ex-prefeita afirmou no processo não haver “qualquer prova que comprove o dano ao erário, ou mesmo qualquer conduta dolosa atribuída a Sra. Rita Coimbra Cerqueira Tenório, justo porque o even-

to ‘1º Festival Natalino’ fora devidamente realizado, com apresentação das bandas devidamente contratadas, locação de serviços de iluminação, segurança, tendas modelo pirâmide, locação de vídeo e imagem, palco com tamanho 9m x 9m em estrutura galvanizada, gerador de 180 KVA de potência, banheiros químicos e sistema de sonorização pelo valor de R$ 116.500 (cento e dezesseis mil e quinhentos reais), correspondente ao aporte do convênio, nos termos em que fora apresentado ao Ministério do Turismo”. A defesa também acusou o então prefeito Audálio Holanda de não ter permitido acesso aos documentos da Prefeitura que poderiam “esclarecer as irregularidades” apontadas pelo MTur na contratação do evento. Na ocasião, Rita enviou à Justiça como documentação comprobatória do festival, alguns vídeos e fotos, mas sem constar no material informações como nomes dos grupos musicais ou nomes e documentação dos seguranças contratados, entre outras exigências do convênio firmado.

Em outro processo cuja sentença foi proferida no último dia 30 de março, a prefeita foi condenada novamente por crime de improbidade administrativa e apropriação indébita, com pena fixa de perda dos direitos políticos por três anos. A pena também implica a impossibilidade da prefeita contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por igual período de três anos. Ainda cabe recursos ao processo em questão. A sentença foi proferida pela juíza Joyce Araújo Florentino, de Viçosa. O processo foi impetrado pelo atual prefeito de Chã Preta, Audálio Holanda, em nome do Município. A acusação é de que Rita Tenório não teria repassado à Caixa Econômica, em 2012, o valor dos empréstimos consignados descontados dos contracheques dos servidores. A falta de repasse dos valores ao banco credor, conforme os autos do processo, teria prejudicado os servidores, que foram cobrados indevidamente e inscritos nos órgãos de restrição ao crédito. Em 2014, no entanto, a prefeita conseguiu fechar com a Caixa um acordo de parcelamento e quitou o valor, após dois anos da dívida. A juíza condenou a prefeita Rita Tenório a ressarcir os danos causados ao erário como “forma de fazer valer a reprimenda judicial”. Na sentença, Joyce Araújo considerou a ação da então prefeita um ato de improbidade, cujo fato gerador consiste na violação dos princípios da administração pública. “A improbidade significa a má qualidade de uma administração, pela prática de atos que implicam o enriquecimento ilícito do agente ou em prejuízo ao erário ou, ainda, em violação aos princípios que orientam a Administração Pública”, citou no documento.


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CASO MALAQUIAS

Líder comunitário pede proteção ao Conselho de Segurança Amigo de empresário assassinado diz que ‘não quer ser o próximo a morrer’

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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líder comunitário de Rio Largo Alex Fernandes dos Santos pediu ao Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) proteção individualizada. Ele considera que está correndo risco de morte após o assassinato do empresário Kleber Malaquias, que aconteceu no dia 15 de julho, na Casa da Buchada, localizada na Mata do Rolo. Malaquias foi encontro morto a tiros no banheiro do estabelecimento. A solicitação de Santos também foi encaminhada ao procurador-geral de Justiça Márcio Roberto Tenório, que concordou com o pedido. “Desde o ano de 2007 que eu e outras pessoas em Rio Largo temos colaborado com o Ministério Público de Alagoas (MP-AL) para combater a corrupção no município, tendo várias de nossas denúncias e colaborações resultado no afastamento de prefeitos”, argumentou o líder comunitário por meio de carta encaminhada ao órgão fiscalizador. “De 2013 a 2019, por solicitação do antigo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), fomos colocados no programa

Alex Fernandes e Kleber Malaquias denunciaram, no ano passado, caso de violência

AGRESSÃO EM SETEMBRO DO ANO PASSADO, ALEX FERNANDES DOS SANTOS ESTAVA AO LADO DE KLEBER MALAQUIAS, NA CENTRAL DE FLAGRANTES, NO FAROL, QUANDO O EMPRESÁRIO FOI DENUNCIAR AGRESSÃO FEITA POR SUPOSTOS CAPANGAS DO PREFEITO DE RIO LARGO GILBERTO GONÇALVES.

de segurança individualizada”, explicou. O líder comunitário contou ainda que ele e Kleber Malaquias, em menos de seis meses, teriam sofrido duas ameaças de morte no ano de 2016. No entanto, destacou que sua segurança individualizada foi retirada em agosto de 2019 pelo Ministério Público com a alegação que não havia mais necessidade da proteção particular. “Disseram que eu estaria utilizando a segurança de forma irregular e colocando os profissionais em risco e afrontando autoridades, os quais são uma inverdade”, se defendeu.

“Agora com o assassinato do Kleber Malaquias e sem até essa data ter a polícia identificado os autores ou mandante do crime, me vejo mais uma vez correndo risco de ser executado. Solicito ao excelentíssimo procuradorgeral que seja solicitada a minha segurança individualizada ao Conseg com a máxima urgência”, argumentou. O pedido foi encaminhado ao MP-AL no dia 29 de julho. Na quarta-feira, 5, o assessor técnico de Tenório e promotor de Justiça Vicente José Cavalcante Porciúncula enviou ao Conselho de Segurança para que seja executada a medida cabível,

ou seja, a proteção, em regime de urgência. À imprensa, o líder comunitário relatou que acredita que a execução de Kleber Malaquias teve conotação política. A investigação do assassinato está sendo realizada por uma comissão formada pelos delegados Lucimério Campos, da Delegacia de Homicídios de Rio Largo (presidente), Gustavo Henrique e José Carlos André dos Santos, ambos da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic). Em setembro do ano passado, Alex Fernandes dos Santos estava ao lado de Kleber Malaquias, na Central de Flagrantes, no Farol, quando o empresário foi denunciar agressão feita por supostos capangas do prefeito de Rio Largo Gilberto Gonçalves. Malaquias registrou boletim de ocorrência informando que foi agredido, humilhado e ameaçado de morte sob a mira de uma pistola. Em depoimento ao Ministério Público, o empresário disse que durante ao ato violento, os agressores diziam: “Você vai morrer, cabra safado, porque está falando e denunciando Gilberto Gonçalves e Cristina Gonçalves”. Um deles, segundo depoimento, chegou a colocar uma pistola no rosto de Malaquias. O empresário foi obrigado a dizer que estaria ganhando dinheiro para denunciar a família Gonçalves. O agressor ainda teria disparado tiros em direção aos pés de Malaquias e pediu para que o empresário engatinhasse como “fosse um cachorro”.


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REPRESENTAÇÃO NO MP

Sidrack Nascimento é acusado de crime de denunciação caluniosa Promotor acusou irmã e filho da falecida esposa de terem roubado computadores de escola VERA ALVES veralvess@gmail.com

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Colégio de Procuradores do Ministério Público Estadual deve decidir, em breve, o rumo que dará a uma representação contra o promotor de Justiça Sidrack José do Nascimento, acusado de denunciação caluniosa pela fiscal de tributos da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) Flávia Maria Moreira de Almeida e pelo sobrinho dela, Arlindo Lopes de Almeida Neto. O jovem é filho da falecida esposa de Sidrack, a advogada Martha Maria Moreira Nascimento, que se matou em maio do ano passado. Martha era irmã de Flávia e da também promotora de Justiça Fernanda Moreira. Advogada, foi casada por quase 20 anos com Sidrack Nascimento e, segundo seus familiares, era acometida por frequentes crises de depressão em função de problemas conjugais. A última delas na véspera de cometer suicídio, quando ameaçou matar o promotor com a arma dele, a mesma que usou para tirar a própria vida. Quatro dias após o sepultamento do corpo da esposa, o promotor de Justiça afirmou que computadores do Colégio Moriah – que ele tinha em sociedade com Martha – haviam sido levados no dia da morte dela (9 de maio), sem sua autorização, pelo filho da esposa e pela

irmã dela, Flávia Moreira. Dentre os equipamentos levados, disse estar um notebook funcional do Ministério Público e oficializou a instituição sobre o caso. Em novembro do ano passado, o MP instaurou um procedimento administrativo para apurar o desaparecimento do equipamento no qual Sidrack Nascimento foi ouvido por duas vezes. Na primeira, manteve a acusação. E mais: segundo o promotor, 15 dias após o sumiço dos notebooks, “alguns desses equipamentos teriam sido utilizados para transações bancárias da conta corrente do referido colégio, pois, dentre eles, havia uma máquina habilitada junto ao banco onde o movimento financeiro da instituição era realizado; que tais autorizações foram realizadas sem autorização do sócio remanescente”. Posteriormente, contudo, o promotor alegou não saber a quem imputar o roubo. O caso terminou sendo arquivado pela Procuradoria Geral de Justiça, o que levou Flávia Moreira e o sobrinho a ingressarem com o pedido de instauração de ação penal contra Sidrack Nascimento por denunciação caluniosa, crime tipificado no artigo 339 do Código Penal. De acordo com o artigo, a denunciação caluniosa se caracteriza por “dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito

Abertura de ação penal contra Sidrack Nascimento depende do MP

TENSÃO CRESCENTE

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s tensões entre Sidrack Nascimento e familiares de Martha Moreira se acirraram desde a morte dela. A despeito de a Polícia ter afirmado que a advogada de fato praticou suicídio, a família suspeita da participação do promotor por meio de omissão de socorro ou culpa imprópria, esta última caracterizada pelo resultado previsto e querido pelo agente e cuja penalidade é a de crime culposo. O entendimento da família se baseia no fato de que, um dia antes de Martha Moreira se matar, a arma que ela utilizou havia sido entregue a Sidrack

Nascimento logo após a advogada ter ido à sede do Ministério Público visivelmente transtornada ameaçando matá-lo. Até hoje não se esclareceu como a arma voltou às mãos dela. Somado a isto, o promotor teria deixado o local da tragédia – a residência do então casal, no Condomínio Alameda dos Hortos, em Maceió – sem prestar socorro e antes da chegada da Polícia. Sidrack também trava duas disputas judiciais contra o filho de Martha, fruto de um relacionamento anterior da advogada. Em uma delas tenta a dissolução da sociedade que mantinha com a advogada sem que Arlindo Neto tenha qualquer participação.

civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente”. Pela legislação em vigor, o autor da denunciação caluniosa está sujeito a pena de reclusão de 2 a 8 anos e pagamento de multa. Esta semana, a Câmara dos Deputados aprovou uma mudança no artigo, ainda a ser votada no Senado, e cuja redação passou a ser: Dar causa à instauração de inquérito policial, procedimento investigatório criminal, processo judicial, processo administrativo disciplinar, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração éticodisciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente.

O espólio de Martha Moreira é outro embate entre os dois. Sidrack Nascimento é acusado pelo herdeiro da advogada de tentar esconder o patrimônio real da mãe. Como proposta de conciliação, o promotor ofereceu ao jovem, que estuda Medicina, R$ 800 mil em salas comerciais e R$ 200 mil em dinheiro, o que não foi aceito. Por conta do impasse entre as partes, no dia 15 de julho último o juiz do processo do inventário, Carlos Cavalcanti de Albuquerque Filho, determinou o levantamento dos bens deixados pela advogada por um oficial de Justiça e que deve ser concluído até o final deste mês.


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ECONOMIA

GranBio anuncia parceria para desenvolver mercado de E2G Empresa tem tecnologia para produzir álcool de celulose em escala global a partir de Alagoas ANDREIA VITAL

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ioneira na produção de etanol celulósico no Brasil, a GranBio avança para viabilizar a comercialização do biocombustível em escala global. Para isso, anunciou esta semana uma parceria estratégica com a NextChem, subsidiária da gigante italiana de engenharia Maire Tecnimont, para licenciamento de sua tecnologia patenteada para produção de etanol de segunda geração por qualquer usina interessada. O pacote tecnológico desenvolvido pela GranBio foi implementado em sua fábrica localizada em São Miguel dos Campos, em Alagoas. A planta foi fundada em 2011 e recebeu investimento de USD220 milhões. Atualmente, a empresa tem capacidade para produzir cerca de 30 milhões de litros de etanol 2G por ano e 100% desse biocombustível é, atualmente, exportado aos mercados americano e europeu. “Queremos ser pioneiros nesse modelo de negócios, liderando o desenvolvimento da indústria de etanol celulósico no mundo, oferecendo soluções completas, desde o estudo de viabilidade até o projeto de engenharia. Alguns países como Estados Unidos, China e Brasil já

reconhecem o prêmio de carbono renovável. A União Europeia, por exemplo, determinou recentemente políticas que promoverão a construção de dezenas de usinas de combustível de segunda geração até 2030″, explica Paulo Nigro, CEO da GranBio. Neste cenário, GranBio e NextChem pretendem liderar esse novo mercado. “Temos a segurança de que nossa tecnologia é muito promissora, sendo a chave para uma grande transformação na maneira como produzimos combustíveis“, afirma Nigro. A GranBio conseguiu desenvolver um modelo flexível para utilização de matérias-primas, que permite o uso de quase todos os tipos de resíduos agrícolas, como palha de canade-açúcar e de milho e até sobras de madeira, como eucalipto, para “Em outras palavras, além de termos um produto final totalmente sustentável, conseguimos aproveitar ao máximo os insumos, recuperando, inclusive, áreas degradadas. Os ganhos esperados vão além da criação de um novo mercado, dão sentido à nossa missão de atuar para reverter o impacto humano no clima. Queremos atuar, efetivamente, em defesa do

Fábrica da GranBio está localizada em São Miguel dos Campos

MATÉRIAS-PRIMAS A GRANBIO CONSEGUIU DESENVOLVER UM MODELO FLEXÍVEL PARA UTILIZAÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS, QUE PERMITE O USO DE QUASE TODOS OS TIPOS DE RESÍDUOS AGRÍCOLAS, COMO PALHA DE CANADE-AÇÚCAR E DE MILHO E ATÉ SOBRAS DE MADEIRA, COMO EUCALIPTO.

planeta e das gerações futuras”, conclui Nigro. “Estamos orgulhosos da parceria com a GranBio, que melhora nosso portfólio tecnológico na área de biocombustíveis e dá à NextChem a chance de entrar em alguns mercados importantes com uma solução flexível e lucrativa para produzir etanol além de muitas outras aplicações industriais bem estabelecidas e com um enorme potencial”, diz Pierroberto Folgiero, CEO da NextChem e da Maire Tecnimont. “A planta de referência da GranBio é a única desse tipo, em escala industrial, que está em operação. Além disso, a tecnologia pode ser

implantada globalmente, pois utiliza matérias-primas amplamente disponíveis, que não interferem no setor de alimentos. Com nossa experiência no setor químico e petroquímico, estamos confiantes em oferecer uma solução vencedora”, finaliza. O negócio envolveu um pagamento de US$ 15 milhões à companhia brasileira. Para concretizar a expansão da companhia, a GranBio, controlada pela GranInvestimentos S.A., quer realizar a sua oferta pública inicial de ações (IPO) na B3 ainda este ano e levantar até R$ 1,5 bilhão. (Matéria publicada originalmente no JornalCana).


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BAIRROS AFUNDANDO

Defesa Civil mantém mais de mil casas fora de mapa de risco Moradores denunciam que foram ignorados pela Prefeitura e Braskem DA REDAÇÃO

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uem achava que o drama dos moradores do Bebedouro, em Maceió, que tiveram seus imóveis afetados pela mineração da Braskem, tinha terminado com a inclusão de 1.918 edificações do bairro e do Bom Parto na área de criticidade 00 do novo mapa da Defesa Civil, divulgado no mês passado, se engana. Mais de mil famílias que moram no Flexal de Cima e Flexal de Baixo, localizados no Bebedouro, foram simplesmente ignoradas pela Defesa Civil e sequer entraram como área de risco intermediário. A situação é crítica. Os moradores reclamam que as rachaduras se multiplicam diariamente e que a Defesa Civil, a Braskem e nenhuma autoridade esteve lá para ouvirem seus clamores. “Há muitas evidências no restante do mapa de risco que tanto o Flexal de Cima quanto o Flexal de Baixo eram para estar na área de criticidade 00 desde que Bebedouro foi incluído, ou seja, há quase dois anos. São afundamentos, rachaduras e fissuras tirando o sono, a paciência e a vida dessas pessoas”, explica o exsuperintendente Regional do Trabalho, Israel Lessa, que é um dos representantes do Movimento Luto por Bebedouro. “Eu vou ter que sair dessa casa, que eu sofri, batalhei tanto para ter, porque não

Israel Lessa é representante do Movimento Luto Por Bebedouro

tem condições de ficar aqui. A Defesa Civil veio aqui uma vez, mas disse que era só infiltração. Eu tenho medo de, de uma hora para outra, afundar tudo, isso cair em cima de nós. Há dois anos que eu vivo em depressão, tomando medicação controlada por medo”, desabafa a dona de casa Denise Ferreira. “O muro dos fundos da minha casa caiu, há várias paredes rachadas. Estamos muito inseguros, com medo, porque não sabemos como e quando as coisas podem acontecer. Nós estamos sendo prejudi-

cados pela ação da Braskem, queremos que seja feita justiça, que eles paguem e deixem as famílias acobertadas”, defende Graça França, outra moradora do bairro. “Essas evidências encontradas no Flexal de Baixo e de Cima precisam ser constatadas pela Defesa Civil. Essas pessoas precisam de uma resposta, não dá para entender esse silêncio. Porque essa região está fora do mapa de criticidade? As evidências são as mesmas! Governador, prefeito, Braskem, Defesa Civil: essas pessoas precisam ser

tratadas com dignidade”, apela Israel Lessa. Para tentar agilizar a inclusão da região no mapa de risco, o Movimento Luto por Bebedouro contratou um engenheiro civil que fará os laudos de inspeção predial nas casas para identificar as rachaduras, fissuras e afundamentos e as suas possíveis causas. Com essas informações, será feita uma análise em conjunto, relacionando pelo tempo que os moradores reportam que as avarias começaram. “Este laudo pode demonstrar que existe uma boa chance de as manifestações terem uma origem em comum, batendo com as informações dos laudos da CPRM que falam sobre a movimentação do solo em toda região”, assinala o representante do Movimento, lembrando que também será confeccionado um mapa da área, identificando as casas que foram vistoriadas para poder mostrar que é um problema da região inteira e não fatos isolados de imóveis.

EMPREENDEDORES

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as o calvário em Bebedouro, em especial no Flexal de Cima e de Baixo, não fica por aí. Os empreendedores da região acumulam prejuízos enorme e o que é pior, a maioria desconhece seus direitos. A comunidade estima que mais de 200 pequenos empresários, entre comerciantes, feirantes, bares, restaurantes, entre outros estabelecimentos foram afetados. “Conversando com os empreendedores do Flexal de Cima e do Flexal de Baixo notei que a perda de faturamento foi de 30% até 90%“, assinala Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores do Pinheiro. “Por estarem em sua maioria em imóveis alugados ou em regime de concessão, como no mercado público, acham que não têm direitos, mas eles têm”, frisa. Sampaio tem participado de reuniões do Observatório Nacional sobre Questões Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta Complexidade e Grande Impacto e Repercussão acerca do afundamento do solo de bairros da capital alagoana, com representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A entidade entendeu que o conceito de afetação vai além da questão geológica. “Também se aplica o conceito de risco econômico, financeiro e da viabilidade. Porque os negócios já não são tão viáveis quanto antes ou já não são viáveis de modo algum, em função da evacuação. O CNJ entendeu esse como um ponto importante e colocará na revisão do acordo com a Braskem”, afirma, destacando que o intuito é que todas empresas e empreendedores de Bebedouro, Pinheiro, Mutange e Bom Parto tenham direito à indenização.


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UNIÃO DOS PALMARES

Zé Alfredo é acusado de dar calote em associação

Terreno negociado pelo vice-prefeito seria da prefeitura

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empresário e vice-prefeito de União dos Palmares, José Alfredo, mais conhecido como Zé Alfredo, segue protagonizando escândalos no município. Agora, ele está sendo acusado de dar calote na Associação Atlética Palmarina. A problemática começou, quando em 2013, a associação vendeu o prédio da sede por não possuir fundos suficientes para arcar com os custos do local. Então, a entidade comprou um terreno no final da Avenida Juvenal Medonça para construir uma nova associação. No entanto, o valor em caixa não era suficiente para realizar a construção no novo terreno. A partir disto surgiu a oportunidade de trocar o terreno comprado por outro inferior com o vice-prefeito. Mas a troca deste terreno deveria vir acompanhada da construção da nova sede por Zé Alfredo. Segundo contrato, o prazo para realização da entrega do terreno com a obra da sede pronta como moeda de troca era de seis meses. Mas hoje, mais de sete anos após assinatura de contrato, nada foi feito. De acordo com os moradores, o terreno apenas foi murado. No contrato firmado entre representantes da associação e Zé Alfredo ficou determinado

Entidade diz que Zé Alfredo teria agido de má-fé que o vice-prefeito disponibilizaria o terreno e faria a construção da nova sede do clube recreativo da Associação Atlética Palmarina. Um projeto arquitetônico inclusive foi feito para dar andamento à construção com área extensa de lazer. Uma outra questão polêmica envolvendo o mesmo assunto é que o local prometido em contrato por Zé Alfredo é uma área verde dentro de um loteamento, ou seja, na escritura, o terreno pertence à Prefei-

tura de União dos Palmares. Ou seja, o empresário fez negócio com um terreno que ele nem tem posse. A população alega que o único beneficiado nesta situação foi o próprio vice-prefeito, que conquistou um terreno bom, em tamanho maior, boa localização, construiu casas no local e as vendeu. O valor conquistado com essa venda poderia ter sido revertido na construção da sede da associação, de responsabilidade de Zé Alfredo, como define o contrato.

Recentemente, no início da pandemia, ele foi alvo dos holofotes através dos seus filhos. Felipe Lopes Lins Wanderley e Victor José Lopes Lins Wanderley teria solicitado o auxílio emergencial do governo federal. O próprio Zé Alfredo confirmou a situação, que informou que os dois se comprometeram a devolver o dinheiro. A denúncia deste caso foi feita através de um perfil no Facebook que revelou políticos de União dos Palmares que estariam se aproveitando do auxílio.


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RESÍDUOS SÓLIDOS

Ibateguara e Pariconha registram pior índice de limpeza urbana Mais de 70% do lixo produzido por ano no Brasil são jogados no meio ambiente TÂMARA ALBUQUERQUE Especial para o EXTRA

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Brasil não cuida bem da sua maior riqueza, que é o meio ambiente. Um dos termômetros que medem essa realidade infeliz é a inadequada destinação do lixo produzido por sua população. Metade das cidades brasileiras ainda despeja o lixo em terrenos a céu aberto e 58% delas não têm sustentabilidade financeira para tratar os resíduos. A falta de reciclagem desses descartes leva o país a perder R$ 14 bilhões por ano, além de desperdiçar a oportunidade de gerar empregos. Os dados são fruto de estudos de duas instituições: a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelp) e da PwC Brasil, que elabora o Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu). O país dispõe, há dez anos, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), mas a lei ainda não saiu do papel em muitos municípios, que não avançam na extinção dos lixões. Pela legislação, o fim desses depósitos de lixo deveria ocorrer até 2014, mas a data precisou ser adiada para 2024 e corre o risco de não ser cumprida. Atualmente existem no território nacional quase 3 mil lixões ou aterros controlados. Os brasileiros geram anualmente quase 80 milhões de

toneladas de lixo, das quais apenas 4% são recicladas. Somente de resíduos plásticos são 6 milhões de toneladas jogadas por ano no meio ambiente. Cerca de 40% de todo o lixo produzido no Brasil acaba mesmo despejado em locais inadequados. O atual Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu), que tem base em 2019, revelou que 49,9% dos 3.313 municípios avaliados em todas as regiões ainda enviam seus resíduos para os lixões e que 17,8 milhões de brasileiros sequer têm coleta de lixo em suas residências. Segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), Márcio Matheus, mesmo com o novo marco do saneamento, o “quadro só deve mudar se a atuação dos órgãos de controle, conforme vem ocorrendo em diversos estados, apoiar a estruturação técnica e financeira da gestão municipal de resíduos sólidos”. O Islu aponta o status do município perante o cumprimento da PNRS. Assim como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o índice avalia os municípios por uma escala que vai de zero (baixo desenvolvimento) a um (alto desenvolvimento), medindo a aderência de cada um deles às diretrizes e metas da PNRS, considerando critérios como sustentabilidade financeira, cobertura de coleta, impacto ambiental

LIXÕES O PAÍS DISPÕE, HÁ 10 ANOS, DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS), MAS A LEI AINDA NÃO SAIU DO PAPEL EM MUITOS MUNICÍPIOS, QUE NÃO AVANÇAM NA EXTINÇÃO DOS LIXÕES.

e recuperação de recursos coletados. Em 2020, foram considerados na análise 3.313 municípios, com dados coletados a partir do Sistema Nacional de Informações de Saneamento. As 10 cidades brasileiras mais bem pontuadas, do total de 3.317 analisadas no estudo e com população acima de 250 mil habitantes são: Santos (SP), Niterói (RJ), Blumenau (SC), Rio de Janeiro (RJ), Caxias do Sul (RS), Santo André (SP), Porto Alegre (RS), Sorocaba (SP), Campinas (SP) e Londrina (PR). Entre as principais vantagens apresentadas por essas cidades, está a presença de um modelo de arrecadação específica, sepa-

rado do orçamento geral do município, que cobre integralmente, ou quase, os custos das atividades de coleta e tratamento de resíduos. O indicador de limpeza urbana revela que apenas 41% das prefeituras possuem algum sistema de custeio individualizado para remunerar os serviços de manejo de resíduos sólidos, cobrando taxas ou tarifas. Com o novo marco do saneamento, a expectativa é de que o quadro melhore, já que a lei exige que o poder público municipal implemente em 12 meses a arrecadação específica para a questão do lixo, sob pena de caracterização de renúncia fiscal injustificada.


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Limpeza urbana em Alagoas

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riado em 2016, o índice Islu tem como principal objetivo mensurar o grau de adesão dos municípios brasileiros às metas e às diretrizes da Lei Federal no 12.305/10, a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A PNRS também prevê que todas as cidades devem elaborar um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), mas não há evidências de que essa determinação esteja perto de ser atendida. A região Sul do Brasil, segundo o indicador, está muito acima das demais em quatro das dimensões analisadas. O custeio dos serviços de manejo dos resíduos é verificado em ¾ dos municípios analisados no índice e a região tem o dobro da média nacional do percentual de reciclagem, sendo que 85% do lixo produzido pela população tem a destinação correta. As regiões Norte e Nordeste continuam ostentan-

do o nível de cobertura médio de coleta mais baixo do país e um índice de destinação correta do lixo inferior a 15%, ou seja, quase todo os resíduos coletados nas duas regiões ainda vão para lixões, contaminando solos, rios, mares e o ar e também vulnerando a saúde da população do entorno. Alagoas entra na pesquisa do Islu com a análise de 25 municípios com população acima de 250 mil habitantes. Entre eles, Ibateguara (0,457) e Pariconha (0,471) que mais se distanciam do cumprimento da PNRS. Por outro lado, as cidades mais bem pontuadas são: Pão de Açúcar (0,647), Palmeira dos Índios (0,634), Maceió (0,632), Delmiro Gouveia (0,689) e Água Branca (0,615). A PwC Brasil enfatiza que existem vários obstáculos que precisam ser superados para que a PNRS

seja colocada em prática. “A falta de recursos financeiros desponta como o problema número um da lista, mas há outros pontos igualmente cruciais, como a necessidade de melhoria da capacitação técnica dos gestores públicos nessa seara”, diz no relatório do Islu. Após nove anos de PNRS, apenas quatro municípios brasileiros alcançaram a faixa de pontuação mais alta do Islu. “Conforme as edições anteriores, esta edição do Islu reforça a importância de um pilar econômico que garanta a autonomia financeira dos serviços, sem que necessitem ser subsidiados pelo orçamento municipal em detrimento das obrigações com educação, saúde e encargos administrativos, o que continua sendo o principal desafio para superação dos gargalos que entravam a consecução das metas da PNRS”, destaca o relatório.

PANDEMIA E LIXO

As redes sociais replicaram uma postagem nas últimas semanas mostrando que a população brasileira deve separar o lixo reciclável das pessoas infectadas pelo coronavírus e em isolamento com a covid-19, colocando em sacos e identificando-os com uma fita vermelha. A mensagem é repassada como um pedido dos trabalhadores que fazem coleta, mas, na avaliação de infectologistas, esse condicionado do lixo é inadequado. A engenheira sanitarista e gerente de Resíduos Sólidos, Morgana Decker, em Santa Catarina (RS) explica que a principal recomendação para as pessoas que estão com covid-19 é descartar todos os resíduos no lixo comum, evitando a separação dos recicláveis pelo menos no período em que estiver na quarentena. “Isso porque, o material reciclável é destinado para as cooperativas, onde ocorre o manuseio dos itens para triagem e separação, enquanto que o lixo comum coletado segue diretamente para o aterro sanitário, onde não ocorre o contato e o manuseio por outras pessoas”, enfatiza. Outra recomendação é que, se possível, o descarte destes resíduos seja feito em sacos duplos, evitando que haja o rompimento, por cães e gatos. Assim, evita-se que os coletores tenham contato direto com estes resíduos. O descarte no lixo comum deve ser o mesmo para itens muito utilizados neste período que são as máscaras e as luvas descartáveis. “Estes, também, não devem ser destinados à coleta seletiva”, diz a sanitarista.


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AGOSTO LILÁS

Lei Maria da Penha completa 14 anos com avanços e novos desafios Campanha incentiva população a denunciar violência doméstica; número de casos cresce durante a pandemia SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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onfigura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Este é o artigo 5 da Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha. Nesta sexta, a lei completa 14 anos de existência e apesar dos avanços, os desafios ainda são muitos. E para levar esclarecimento à sociedade, diversos órgãos em todo o país realizam o Agosto Lilás, campanha que incentiva a população a denunciar casos de violência doméstica. “Eu compreendo que é um equívoco pensar que não houve avanço com a Lei Maria da Penha, que não há o que se comemorar. Ainda há muito trabalho a ser feito, mas um bom parâmetro é olhar para trás. Como era o procedimento antes da lei? Como era a mulher vítima de violência doméstica e familiar? O que ocorria com aquela mulher que sofria agressão”, questiona a promotora de Justiça,

Maria José Alves, titular da Promotoria de Combate e Prevenção à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. “Quando se instaurava um inquérito e o agressor era condenado, antes da Lei Maria da Penha ele pagava pelo crime com a compra de cestas básicas. Era um absurdo. Isso desestimulava a mulher a denunciar. Isso fazia com que ela fosse vítima reiteradas vezes do mesmo agressor, então sim, temos o que comemorar”, afirmou. A lei também enquadra como crime a questão da violência psicológica, quando a mulher é humilhada e desrespeitada, tendo sua autoestima diminuída. Ainda segundo a promotora, a Lei Maria da Penha é uma das leis mais completas do mundo. No entanto, Maria José esclarece que na lei existem vários instrumentos que ainda precisam ser concretizados. “A Maria da Penha não se altera sozinha, quem dá concretude a ela são os operadores, ou do Direito e, claro, todos aqueles que compõem a rede de atendimento”. O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) tem quatro promotorias especializa-

ÀS VEZES ACONTECE O CRIME DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER, MAS ESTE NÃO SE ENCAIXA NA LEI MARIA DA PENHA. ENTÃO A SITUAÇÃO É ANALISADA PROFUNDAMENTE E, SE FOR O CASO, REPASSADA PARA OUTRAS INSTITUIÇÕES OU REPARTIÇÕES”. MARIA JOSÉ ALVES titular da Promotoria de Combate e Prevenção à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher

das que trabalham exclusivamente com as questões de violência contra mulher no estado, uma em Arapiraca e três em Maceió. Todas atuam com o Juizado da Violência Doméstica. PANDEMIA Segundo os dados do MP, em 2019 foram requeridas 427 medidas protetivas em regime de urgência. Até julho deste ano, este número já havia sido ultrapassado. A questão da pandemia do novo coronavírus contribuiu para o aumento dessas

Maria José Alves afirma que um dos maiores impasses para a diminuição dos casos de violência contra a mulher é a pouca importância que se dá ao eixo da prevenção


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agressões. “Quando a pandemia obrigou as pessoas a permanecerem isoladas no lar, também criou maiores possibilidades dos conflitos acontecerem. Se o convívio era de algumas horas e, infelizmente nessas horas já era difícil, imagina com o aumento dessa convivência. Com a redução de espaço, crianças fora das escolas, os problemas se avolumam e os conflitos aumentam”. No início de junho, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgou que casos de feminicídio cresceram 22,2%, entre março e abril deste ano, em 12 estados do país, comparativamente ao ano passado. A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou também que o isolamento social contribuiu para o crescimento do número de casos de violência contra a mulher em todo o mundo. No Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou um grupo de trabalho para desenvolver sugestões de medidas para prevenir a violência doméstica, bem como tornar o atendimento das vítimas pelo Poder Judiciário mais célere. Em Alagoas, segundo balanço realizado pelo MP desde 2013, o principal crime de violência contra mulher é a lesão corporal, seguido de ameaça e depois os crimes contra honra (injúria e difamação). Quanto aos inquéritos policiais, o órgão já recebeu neste ano um total de 784 casos. No entanto, a promotora pontua que alguns inquéritos nem sempre ficam na Promotoria de Combate e Prevenção à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. “Às vezes acontece o crime de violência contra mulher, mas ele não se encaixa na Lei Maria da Penha. Então a situação é analisada profundamente e, se for o caso, repassada para outras instituições ou repartições”. De acordo com Maria José Alves, um dos maiores impasses para a diminuição dos casos

de violência contra mulher é a pouca importância que se dá ao eixo da prevenção. “O combate, que está previsto na lei, não se faz apenas com punição. O fato aconteceu e esse agressor deve ser punido, claro, mas este é um lado. Precisamos criar essa cultura de prevenção para que a violência não aconteça”, destacou. “É importante também que se divulgue a situação de conquista das mulheres que, com o apoio necessário, conseguiram sair do círculo da violência e retomaram suas vidas. Sabe-se que a divulgação das estatísticas com o aumento de casos é crucial para que o combate continue, mas para os profissionais da área, valorizar os avanços e os casos positivos também são formas de encorajamento”, finalizou a promotora.

MARIA DA PENHA A lei carrega este nome como forma de homenagem à farmacêutica brasileira, Maria da Penha, que depois de sofrer várias agressões do ex-companheiro e duas tentativas de homicídio ficou paraplégica ao levar um tiro dele. Ela lutou por muitos anos para que seu agressor viesse a ser condenado. O ex-marido chegou a ser julgado e condenado duas vezes mas saiu em liberdade após entrar com recursos. Mas ela continuou a luta ao escrever um livro “Sobrevivi. Posso contar”, em 1994. A partir da publicação deste livro em que ela relata sua história, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil por negligência e omissão pela demora na punição do agressor. Em 2002 o ex-marido dela chegou a ser preso e condenado a dez anos de reclusão, mas cumpriu menos de um terço da pena. Depois, foi para o regime semiaberto em Natal (RN).

AGOSTO LILÁS #SuaAtitudeSalva. Esse é o tema da nova campanha Agosto Lilás do Ministério Público de Alagoas (MP-AL). Promovida todos os anos pela instituição, a iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção para a violência doméstica e familiar contra a mulher que, lamentavelmente, ainda faz milhares de vítimas no Brasil todos os anos. Neste ano de 2020, o Agosto Lilás reúne uma série de atividades que será compartilhada com o público por meio de diversas plataformas digitais e pelas redes sociais da instituição: Facebook.com/mpalagoas, Twitter: @mpeal, Instagram: mpealagoas e YouTube: MPdeAlagoas. Comerciais de TV e rádio também estão sendo veiculados para chamar atenção da sociedade para o tema.

Denuncie A rede de atendimento para mulheres vítimas de violência em Alagoas é ampla.

Confira Delegacia da Mulher 1, no Centro. Contato 3315. 1437 - atendimento presencial em horário comercial. Fecha nos feriados e fins de semana. Delegacia da Mulher 2, no Salvador Lyra. Contato 3313. 8272 - atendimento presencial em horário comercial. Fecha nos feriados e fins de semana; Disque Defensoria Pública 129. Ministério Público Estadual através das suas promotorias: pj.35capital@mpal.mp.br - Telefone: 2122-3512. pj.38capital@mpal.mp.br pj.43capital@mpal.mp.br - Telefone: 2122-3512. Tribunal de Justiça - Telefone: 2126-9671. Disque 180 Polícia Militar - 190 Coordenação da Mulher, através do telefone: 33135911 ou defesadamulher.semas@gmail.com. Patrulha Maria da Penha através do site supermu-


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Eu venci a covid-19!

Indivisível

Um homem não pode fazer o certo numa área da vida enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivi-

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odos os dias, dezenas ou centenas de pessoas saem dos hospitais, especialmente das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), em que enfrentaram a covid-19 e foram bem sucedidas por uma equipe de profissionais. Até aí, tudo bem. Que coisa boa vencer uma doença! Mas, vejam! Os pacientes que foram curados pela covid-19 são aplaudidos por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos de enfermagem, além de todo o corpo de funcionários do hospital, desde o pessoal de limpeza até a parte administrativa. Na saída do hospital, o paciente apresenta o cartaz: “Venci a covid-19!”. Venci a covid-19? Como ser social intrínseco, o ser humano é plural. Somos gerados por, pelo menos, duas pessoas: o pai e a mãe. Se a pessoa nasceu por inseminação artificial a quantidade de pessoas envolvidas

Eu venci a covid-19? Entretanto, fico analisando quanta gente sai do hospital, de cadeiras de rodas – com alguém conduzindo – com uma faixa e ainda é aplaudido. Por que? Não seria ele quem deveria aplaudir os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas? “Eu venci a covid-19? Esse pequeno exemplo serve, no meu entendimento, para mostrar o quanto as relações humanas, a cultura ou ideologia estão tomando um rumo invertido das pessoas, seja nos pequenos atos, até em achar, por exemplo, que: - “Ele rouba mas faz!” (sic), seja uma “atitude” correta. Ou seja, a lógica é que o paciente colocasse um cartaz com os dizeres, mais ou menos assim: “Obrigado a todos vocês por terem cuidado de mim”. Ou, “vencemos a covid-19”. O exemplo serve, apenas, para refletirmos sobre as inversões de valores que estão impregnando toda a cultura humana, especialmente, nesse, ainda, início de século. Até quando?

Ansiedade: sintomas

Este conjunto de sinais pode indicar que

sível. (Gandhi)

é muito, muito mais, enfim. A ciência prova isso a todo instante. Pois bem, ninguém consegue viver sozinho ou isolado. Faz parte da estrutura biopsicossocial do ser humano.

a pessoa esteja com o sintoma de ansiedade, já instalada: irritabilidade, insônia, inquietação, dores de cabeça, diarréia, sensação de estar perdendo o controle. Pode apresentar: comportamento de evitação, ou seja, fugir do problema. Esse comportamento é mais prejudicial. Por que? Porque é preciso saber a origem dos sinais e aí, enfrentá-los e superá-los. Sinal bastante presente quando a pessoa chega no consultório (agora via online) é ter medo de sair de casa ou ir para qualquer local. Esse medo é extremamente normal, devido a violência e outros fatores que fazem com que a pessoa tenha esses sentimentos. Se os sinais são frequentes e impedem a pessoa de fazer as tarefas do dia a dia, é um indicativo de que a pessoa precisa, com urgência, procurar ajuda de um psicólogo para buscar as origens da ansiedade. A ansiedade tem cura e não é frescura, como muita gente acha.

Ansiedade Generalizada (TAG), ou seja, sem uma causa específica ou difusa, um comportamento de imediato, é reduzir os estímulos externos, como TV, familiares ou amigos que não colaboram ou não entendem a situação da pessoa. Seriam aquelas pessoas tóxicas. Esse entendimento só pode ser discutido numa psicoterapia. Muitas vezes, a pessoa não percebe que tem um colega, amigo ou até parente que são tóxicos.

O que se deve fazer? II

Um erro grave é a pessoa evitar o problema. Muitas vezes, ela toma um calmante/relaxante muscular para evitar pensar e enfrentar o problema. É um dos piores erros. É preciso que a pessoa aprenda a enfrentar a dor e, se for necessário, conviver com ela. É o caso, por exemplo, de um luto em que a pessoa perdeu um familiar. Ou seja, a pessoa vai ter que aprender a conviver com a situação. O mais importante é ressignificar a situação de dor.

Ansiedade: sintomas II

Quando o transtorno de ansiedade já está instalado na psique da pessoa, ela não consegue deixar de pensar nas tarefas, sempre está cansada, apresenta pesadelos frequentes, além de apresentar preocupação excessiva. A pessoa acredita que tem pouco tempo. Mas será que não é excesso de trabalho? Tem dois, três empregos? Tudo isso é discutido numa psicoterapia. Além disso, a pessoa não toma decisão. Fica sem controle e isso ocorre com bastante frequência e também tem receio de procurar ajuda, o que é um erro grave.

O que se deve fazer?

Principalmente para aquelas pessoas que apresentam Transtorno de

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@uol.com.br Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrooliveiramcz@gmail.com

O Brasil que nos envergonha

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país chegou a tamanho descalabro de depravação política que busca a “orientação” de um youtuber, sem qualquer qualificação, para opinar sobre matéria em tramitação na Câmara dos Deputados, tratando de projeto de lei sobre fake news, tema que está no redemoinho das discussões em Brasília. Pasmem! O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declarou que vai acelerar a tramitação da matéria em atenção por tudo que o “influenciador digital”, Felipe Neto, tem sofrido nos últimos dias. Também convidou o comunicador (sic) para uma reunião sobre o projeto na Câmara e o convite foi aceito. Rodrigo Maia liga o youtuber à pauta porque Felipe Neto tem sofrido uma série de ataques de militantes bolsonaristas desde que criticou o presidente da República no programa Roda Viva, na televisão e na imprensa internacional. No mínimo estranho quando o convidado está sendo acusado de ser um dos maiores propagadores de fake news. O ato é visto como uma advertência ao presidente Bolsonaro.

PARA REFLETIR: Para completar a semana temos em evidência um Supremo Tribunal de coisa nenhuma, decidindo que a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci não poderá ser usada na ação penal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba. Eles, os “magnânimos” entenderam que foi ilegal a decisão do então juiz Sérgio Moro de incluir os depoimentos de Palocci nos autos do processo que apura se a Odebrecht doou, como propina, um terreno para a construção do Instituto Lula. Ora, meus senhores, quem mais conhece de propina, corrupção e roubos do ex-presidente e sua quadrilha que o próprio ex-ministro da Fazenda, que tomada conta e vazia as negociações sujas? Palocci conhece a vida podre de Lula, mais até que o próprio Lula. E essa história não pode ser contada, senhores ministros de meia tigela? Este é o Brasil que nos envergonha.

Volta às aulas IV

Volta às aulas, sim ou não? Após mais de quatro meses de paralisação escolas particulares, algumas em situação muito difícil, estão pressionando para que as aulas sejam retomadas imediatamente na capital e interior. Discussões a respeito da reabertura prosseguem ainda com muitas dúvidas. A coluna ouviu com exclusividade o presidente do Sindicato dos Professores da rede privada, professor Eduardo Vasconcelos que ressaltou: “O nosso Estado é um dos poucos a conseguir a diminuição no número de mortes devido à pandemia, mas isso, muito pelo contrário, não respalda, a meu ver, seguramente, o retorno das atividades escolares num futuro próximo. O governo do estado vem avançando nas fases previamente analisadas por especialistas da área de saúde pública. A discussão levantada pela imprensa só fez aumentar o medo de um possível retorno das atividades pedagógicas”.

Volta às aulas II Sem uma discussão aprofundada e sem a construção de um protocolo sanitário, será muito difícil tranquilizar todos os envolvidos no processo educacional, tanto da rede pública como da rede privada. A discussão deve acontecer, porém os pressupostos da ciência devem ser colocados por especialistas da área sanitária, e o protocolo construído deve ser rigorosamente fiscalizado pelos órgãos legalmente constituídos. Só assim, poderemos entrar na discussão do retorno de forma segura, madura e equilibrada, sem as pressões do poder econômico, pois estamos trabalhando com vidas de crianças, adolescentes e trabalhadores da educação.

Volta às aulas III Buscando sempre o princípio do contraditório a coluna ouviu o especialista Eduardo Sampaio, linguista e professor de língua portuguesa que afirma: “Não se pode penalizar escolas privadas que têm condições de retorno, seguindo devidamente os protocolos (que em todo lugar já foram ou vem sendo estabelecidos, menos aqui), por causa de uma ou outra que possivelmente não possa atender às exigências, muito menos pela incompetência da gestão pública, que toca tudo com a barriga, endossando discurso de medo ao invés de buscar (como pediu a ONU esta semana), urgente ação para garantir a volta às aulas”. Tenho lido tudo o que é notícia sobre esse retorno e conversado com pessoas (políticos, professores, jornalistas) de vários estados. Vejo que Alagoas, embora tenha hoje uma das situações mais controladas (ainda que continue exigindo cuidados, como qualquer lugar do mundo) mais uma vez vai ficando para trás no quesito educação. Isso será ainda mais agravado se permanecermos nessa letargia sob o pretexto (nem sempre razoável) de cuidados com a saúde. Vale lembrar que muitos professores e alunos têm adoecido em casa e por doenças tanto quanto ou até mais graves que a própria covid-19. Isso é fato.

As ciências (não somente a médica) estão aí para mostrar que temos diversas soluções para essa volta, que já deveria ter acontecido desde, pelo menos, o início de julho, como fez acertadamente Manaus (AM). Esse discurso de não retorno imediato (nem para os próximos dias), ancorado em receios sanitários sem qualquer dado concreto, além de medo e suposição, terá consequências ainda mais drásticas para todos. Por fim, ressalto que distanciamento de 1m a 2m entre carteiras, aferição de temperatura, higienização das mãos e uso imprescindível de máscaras são medidas práticas, já testadas, acessíveis à ampla maioria das escolas e suficientes para o retorno. Os países onde isso foi feito, repito (dado concreto), não tiveram qualquer problema.

Felipe Neto, o condenado por disseminar fake news, ajudando a escrever um PL que promete combate-las, é a mesma coisa como Lula escrever um texto de um projeto anticorrupção. Só no Brasil, o país onde o poste mija no cachorro”. (Caio Copolla)

Aí tem coisa O ex-deputado e maior delator da política brasileira, Roberto Jefferson, tem feitos gravíssimas acusações ao Supremio Tribunal Federal (STF), em especial aos ministros Edson Fachin e Roberto Barroso, sobre os quais faz repetitivas insinuações de cunho moral. Em uma live, transmitida por um canal do YouTube, conhecido por apoiar o governo do presidente Jair Bolsonaro, o presidente nacional do PTB fez comentários homofóbicos contra os dois ministros. “Tem dois ministros lá que tem esses gostos (…) tem dois ministros que são meninas. Tem ministros de rabo preso e dois de rabo solto, conhecidos. Um é o Carmen Miranda, e o outro é Lulu boca de veludo (…) e eles querem fazer pauta de gênero. Tem dois sodomitas ministros”, afirmou Jefferson. O estranho de tudo isso é o silêncio do STF, que por muito menos prendeu, arrebentou e invadiu residências e escritórios de denunciados. Aí tem coisa.

CURTAS

Governadores na mira por desvios de recursos no combate ao coronavírus. No Nordeste quase não escapa ninguém. Somos o que somos. Eliana Cavalcanti, uma heroína e patrimônio cultural de Alagoas, retorna com o seu consagrado ballet, que a criminosa Braskem destruiu. Alfredo Gaspar nem parece que é neófito na política. Sobe grotas, desce grotas, conversa muito e recebe demandas. Revela-se com destino e vocação para a disputa.


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Que tal propostas ao invés de fake news?

ELIAS FRAGOSO n Economista

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m tempos de fake news e de aprendizes desqualificados da teoria de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, de que uma mentira seguidamente repetida torna-se verdade, a revista Science publicou estudo em que identificou, apenas no Twitter, no período entre 2006 e 2017, 126 mil histórias inverídicas compartilhadas na rede por mais de 3 milhões de pessoas. E constatou que a probabilidade de compartilhamento de uma noticia falsa é 70% maior que a

de uma noticia verdadeira... Parece que o “impulso para multiplicar o alcance de inverdades pode ser compreendido, pelo menos em parte, porque elas são mais atraentes ao leitor por serem mais divertidas, curiosas ou improváveis”, segundo o site brainly.com.br ou como constata a Ombudsman da Folha de São Paulo, Paula Cezarino. “O modelo de negócios das redes sociais incentiva essa propagação de mentiras, uma vez que a cada clique que se dá em uma notícia existe um ganho financeiro. Como as notícias falsas são muito mais acessadas, dão muito mais dinheiro.” Alagoas desde priscas eras tem sido vítima de fake news como aquela manchete em letras garrafais na década de 1970, época da “fechadura”, dando conta que o Estado havia acabado com o analfabetismo graças ao Mobral, um programa fajuto e furado de “alfabetiza-

ção” que o governo federal de então impingiu ao país. Hoje continuamos campeões em analfabetismo. Mas não precisamos ir tão longe. Desde sempre, o alagoano teve que engolir a lorota da importância econômica da cana-de-açúcar para Alagoas (sic), uma exploração econômica que apenas beneficiou usineiros, empobreceu fornecedores e manteve uma mão de obra reserva miserável, analfabeta, sub-remunerada para trabalhar ½ ano e ficar ao relento depois disso, além de colaborar diretamente para o enorme atraso econômico e social do Estado. Uma fake news infame que perdura até hoje, mesmo quando o segmento literalmente quebrou. Ainda mais recente, com o advento da covid-19, tenho observado de longe algumas análises sobre como Alagoas vai ou já está se saindo muito bem dessa crise brutal que assola o mundo. Fake news.

Vou repetir mais uma vez: a não ser que se rasgue toda a teoria econômica, nosso Estado será uma das economias que mais irão sofrer com a crise, uma vez que – desestruturado, sem projeto de desenvolvimento e quebrado financeiramente – vai continuar como sempre esteve: à mercê da recuperação de terceiros para, aí sim, começar um longo e penoso recomeço. Que vai demorar a acontecer. É só ver o que aconteceu no pós Tsunami petista... Aqueles que se dispõem a pregar ventos de proa -onde o que virá será borrasca- precisam atentar para o malefício de suas “projeções”. Alagoas já é sofrida o suficiente para ainda ter que aturar esse tipo de “análise” (sic). Estamos vivenciando uma oportunidade ímpar de reescrever a trajetória econômica desse Estado a partir dessa pandemia. Que tal propostas, ao invés de fake news?

Ainda mais recente, com o advento da covid-19, tenho observado de longe algumas análises sobre como Alagoas vai ou já está se saindo muito bem dessa crise brutal que assola o mundo. Fake news.


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Um mundo novo e diferente

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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i esta semana, uma filha agredindo a mãe porque a coitada não informava corretamente seus dados bancários para acessar um caixa eletrônico. Vi, também, um casal mantendo uma idosa em cativeiro. Tudo isso na TV! Assusto-me tremendamente quando vejo idosos serem maltratados por pessoas mais jovens, que vivem às custas dos velhinhos. No tempo que passo no Sindicato dos Aposentados da Assembleia Legislativa, presidido por Dione, ouço histórias que amedrontam, parecen-

do até filme de suspense. O pior é que conheço as pessoas há muitos anos e como grandes guerreiras criaram filhos e netos, os malvados de hoje. Quando se descobriu que havia no Alagoas Previdência várias pensões congeladas por maldades dos dirigentes, o Sindicato começou a ser procurado para atualizar, na Justiça, tais pensões. Uma avó me procurou, devidamente acompanhada por um neto adulto, porém bastante irreverente. Tentamos ajudá-la e faltava apenas um documento a ser procurado no cartório. Expliquei ao jovem o que deveria fazer e ele olhou para mim, ousado: “Por que você não vai”? Tive vontade de replicar com raiva e apenas olhei para idosa, conhecida minha. “Alari”, disse-me ela, “ele quer aumentar meu dinheirinho; eu estou satisfeita”! Virei-me para o deseducado, dizendo; “Vá e resolva! Ela espera aqui”. Outro caso interessante: uma viúva foi atualizar a pensão que recebia do marido. Quando ganhou a questão, havia outra viúva e o apurado foi dividido pelas duas. A que entrou na Justiça queria dividir os honorários do advogado entre elas.

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Briga prá lá, briga prá cá e no fim, só a primeira pagou a parte devida. O defunto deve estar morrendo de rir com as querelas! Estava eu passando pela Praça da Catedral e duas mulheres vieram falar comigo: “Você é a Alari? Precisamos de sua ajuda, pois cortaram nossos salários na Assembleia porque não nos recadastramos. Moramos no interior e não soubemos de nada. E agora”? Depois de conversarmos um pouco, uma delas me disse que foi namorada de um célebre e valente deputado do Sertão, acrescentando: “Se ele fosse vivo, ninguém faria isso comigo”. Lembrei-me que o presidente, na época, era também do Sertão e conhecia o finado. Olhei firme para as duas, dizendo: “Vão ao presidente e podem dizer que eu as orientei”. O caso foi esquecido por mim e uma semana depois elas me procuraram: “Alari, nossos salários vão voltar, inclusive com os atrasados. Obrigada”. Perguntei: “E o presidente”? Responderam então: “Ele riu e resolveu”! Essas histórias me lembram a fragilidade dos idosos e dos que morrem deixando famílias dentro e fora do casamento. “Quem perde o padrinho, fica pagão”. Falávamos hoje de

alguns amigos que foram muito influentes na Assembleia Legislativa. Morreram e deixaram parentes e amigos nos quadros do Poder. Para resolver um caso, por menor que seja, até recebimento de férias, precisam ir à Justiça. É o que diz a célebre frase: Rei morto, rei posto! Deparo-me com cenas hilariantes de idosos, aposentados que já viveram dias gloriosos naquela Casa, ou mesmo, parentes de autoridades fortíssimas que já morreram! Cansei de ver parentes de saudosos governadores, deputados federais, procurando as entidades para reclamarem seus direitos. Uns me perguntam se me lembro deles. Claro que lembro. Os idosos, outrora autoridades, detentores de cargos e poder, que se cuidem, pois se não deixarem seus parentes e amigos por eles nomeados, devidamente protegidos, ou eles mesmos, vão sofrer nas mãos dos “vampiros” da Previdência ou do gestor de plantão. Apavora-me a fragilidade que a velhice nos traz e não nos deixa enxergar as maldades deste mundo novo que nos machuca. Só Deus!

Apavora-me a fragilidade que a velhice nos traz e não nos deixa enxergar as maldades deste mundo novo que nos machuca.


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O compartilhamento habitacional entre casais no âmago pandêmico

DIANA BRITTO GAMA

n Advogada, especialista em Direito Imobiliário e Condominial

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ão é novidade que em face da covid-19 foram implementadas pelos Entes Federativos variadas condutas sociais para dirimir a disseminação viral, sendo a mais evidente delas, o ermo no convívio entre os sujeitos. Com efeito, muitos casais apaixonados optaram pela coabitação, a fim de evitar o contágio nos itinerários a serem percorridos, oriundos dos seus encontros amorosos e com o intuito de dividir as suas despesas orçamentárias, resultantes da queda dos seus

proventos, devido ao atual impacto econômico nacional. Com a decisão, surgem-se algumas facúndias, tais como: essa convivência tempestiva poderá ser enquadrada como união estável? Qual circunspecção deverá ser adotada para o seu não configuramento? Qual a validade jurídica e os meios para essa prevenção ser tomada? Preliminarmente, faz-se basilar a dessemelhança entre o namoro e a união estável. Sendo o primeiro, não realçado em texto legislativo e nada obstante, aos princípios morais e costumes, nos quais estão inseridos: a fidelidade recíproca, a constância do relacionamento, o conhecimento familiar e do ciclo de amigos, não havendo dessa maneira, impedimento que algumas dessas relações violem essas regras. Existem os namoros, que não pregam a lealdade, inclusive com acordo mútuo dos parceiros nesse sentido. É o denominado “relacionamento aberto”. Por essa fatalidade o namoro pode ser considerado, um envolvimento eventual, um “ mero caso”.

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Já a segunda, zela pelos fundamentos valorativos impostos pela sociedade, em que o respeito é empregado nos relacionamentos duradouros, por intermédio da convivência contínua dos companheiros, com fidelidade conjunta, pelo menos aparente e a interação de ambos nos ambientes. O vetor distintivo entre o namoro e a união estável é inerente à intenção de constituição de família. Todavia, é salutar, que dividir o mesmo teto, já não é ensejo para definir a união estável, contudo é um teor circunstancial, ainda notável. É válido ressaltar que o prazo razoável para ser considerado união estável não é abordado em lei, mas tem menção normativa e proporciona benefícios, como a adoção do regime de comunhão parcial de bens e direitos como herança, pensão alimentícia e divisão de patrimônio. É recomendável por prudência que o casal celebre um “contrato de namoro”, o qual em decorrência do cenário atual poderá ser realizado

por videoconferência, pelo tabelião de notas encarregado do cartório em que fora solicitado. Os contratantes têm a obrigação de fornecerem os seus documentos pessoais e de ajustarem as cláusulas do documento. Isto posto, a dilação sugerida para vigência do instrumento é de um ano, podendo ser postergado, caso haja interesse do dueto, sobretudo com a identificação da data inicial da relação. Relativo aos emolumentos, da escritura pública, é fixado por Lei Estadual. O intento substancial é dispor a não comunicação patrimonial, em caso de separação ou morte de um dos pares, que são independentes financeiramente e não almejam construir uma família, a posteriori, ao momento do exílio. Esse título tem sido muito bem quisto no âmbito jurídico, desde que não colida com a situação fática, podendo dessa forma, ser usado como meio de prova, em uma ação de reconhecimento de união estável hipotética.

diciais) corruptos e corruptores, sem importar o nível de poder pessoal ou funcional dos indigitados investigados. À exceção dos simpatizantes, partidários, e acólitos dos políticos e outros atingidos pela perseguição criminal, a nação aplaudia e admirava a faxina ética. Quem diria que poderosos, de qualquer jaez, cairiam sem dó nem piedade nas malhas da Justiça? Quem suporia que o Grupo de Curitiba – e após o do Rio de Janeiro – iria tão longe sem sucumbir à maça dos donos do País? Bem, essa época acabou! Desde a saída do ex-ministro Sérgio Moro aqueles jovens perderam o baluarte. Os alvos das famosas operações da PF, interessantemente nominadas, agora se sentem livres para os ataques e a destruição, não só da Operação Lava Jato, mas de todos aqueles denodados cidadãos que ousaram realizá-la. Afinal, os partidos políticos mais envolvidos em

falcatruas hoje têm seus próceres bem recebidos nos salões do poder. O Centrão, de políticos tão enrolados, é governo. Os filhos do mandatário maior, envolvidos em situações escusas que vão desde as chamadas rachadinhas nos gabinetes de câmaras municipais, assembleias, Câmara e Senado, tudo isso deu coragem a que as forças sempre ocultas deste país atrevam-se à tentativa, com boas chances de efetividade, de destruição da Lava Jato. As críticas – algumas procedentes, é bem verdade – aos procuradores da República que iniciaram a limpeza da política brasileira agora se acentuam, capitaneadas – que inusitado! – pelo próprio chefe, o procurador Geral. Não apenas críticas, mas destituição. Tudo isso faz-nos refletir sobre antigo aforismo – uns dizem que romano antigo, outros que religioso: “assim passa a glória humana!”

É recomendável por prudência que o casal celebre um “contrato de namoro”, o qual em decorrência do cenário atual poderá ser realizado por videoconferência, pelo tabelião de notas encarregado do cartório em que fora solicitado.

Além da queda, o coice

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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erdoem-me o título prosaico, mas me pareceu bem apropriado usar a expressão popular nordestina para referir-me às agruras atuais da Lava Jato e do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro. Não faz muito tempo a operação que combatia, com bastante sucesso, a corrupção no Brasil era louvada, apreciado o denodo com que jovens – e não tão jovens – procuradores da República, com a apoio do então juiz Moro, auxi-

liados por entusiasmados Delegados e policiais federais faziam, desde 2014, a faxina na política brasileira e no empresariado comprometido com desmandos financeiros dos donos do poder. A Lava Jato atravessou incólume três governos federais, apenas açoitada pelas críticas de defensores dos acusados e pelos próprios e, em casos pontuais, por um ou outro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nem a administração mais atingida, a do PT, teve a ousadia de exercer poder para desmanchar o trabalho bem feito do grupo investigativo-acusador. Réus espernearam, surrupiaram provas, ou tentaram fazê-lo, e ainda assim o Grupo de Curitiba, como também passou a ser conhecido, continuou sua missão auto imposta, estendendo seus tentáculos por vários estados, senão todos. Onde houvesse malversação do dinheiro público, lá estariam eles no mister de identificar, processar e julgar (os órgãos ju-

Quem diria que poderosos, de qualquer jaez, cairiam sem dó nem piedade nas malhas da Justiça? Quem suporia que o Grupo de Curitiba – e após o do Rio de Janeiro – iria tão longe sem sucumbir à maça dos donos do País?


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FRANQUIA

Clínica odontológica Sorridents chega a Maceió ainda em 2020 Franquia vai proporcionar a geração de novos empregos na capital ARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão

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Sorridents, rede de clínicas odontológicas, chega a Maceió ainda em 2020 com a proposta de levar atendimento em todas as especialidades em um só lugar aos mais de 900 mil habitantes da capital. Serão duas unidades em Maceió, uma ainda neste ano e outra no primeiro semestre de 2021. Em Alagoas, o setor de franquias movimentou R$ 391 milhões no primeiro trimestre de 2020, registrando crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior, que registrou R$ 336 milhões. Os números são da Associação Brasileira de Franchising. Ainda segundo o órgão, os setores de saúde e alimentação são os que mais crescem na região. Segundo Cléber Reis, vice-presidente da Sorridents, a empresa enxergou Maceió e Arapiraca como promessa no mercado devido a grande população que ambas cidades possuem. ‘’Como estamos em processo de nacionalização, nosso propósito é levar a marca Sorridents para todo Brasil e o estado de Alagoas não poderia ficar de fora. O setor de saúde nos tempos de pandemia, por ser um serviço essencial, se mostrou bastante robusto na ótica do negócio, visto que as pessoas continua-

vam a procurar tratamentos odontológicos, até porque dor de dente aparece a qualquer momento’’. De acordo com os especialistas de expansão da rede, a marca estima a inauguração de mais cinco clínicas até 2022. A nova unidade está em conformidade com o “novo normal” em que a área de serviços, em especial a da saúde, terá mudanças significativas. Na contramão da crise, a rede cresceu 25% no primeiro semestre. A Telesaúde ganhou notoriedade com a pandemia do novo coronavírus e impulsionou a regulamentação da telemedicina no Brasil. Um conceito que estava em discussão e gerava opiniões distintas de profissionais do próprio setor passou a ser a alternativa para atender pacientes não graves, a fim de não disseminar ainda mais o vírus. Logo, a telemedicina foi incorporada aos planos de saúde e gerou até movimentações de áreas relacionadas, como o caso da Sorridents, que foi pioneira no atendimento de saúde bucal remoto. Além da qualidade na saúde dos alagoanos que a Sorridents promete oferecer, a chegada da franquia irá proporcionar a geração de novos empregos na capital. “Numa clínica a gente acaba gerando empregos diretos e indiretos. Como

Cléber Reis destaca Alagoas como um mercado promissor

temos todas as especialidades do setor odontológico, podemos colocar de 20 a 30 dentistas, entre os outros colaboradores na parte de recepção, esterilização, administração. Totalizando, cada unidade gira em torno de 100 empregos gerados.

Num momento que o Brasil vive o pior cenário na questão do desemprego, qualquer empreendimento que chegue na cidade e gere riqueza acho que beneficia qualquer sociedade’’, explicou Cléber Reis. Segundo estudos de geomarketing feitos pela Sor-

ridents, a empresa ainda prevê a inauguração de seis a oito unidades para os próximos dois anos no estado. Para chegar perto ou ultrapassar essa meta, a área de expansão da rede identificou que os municípios de Arapiraca, Viçosa e Maceió estão promissores no estado. Outras cidades menores tem potencial para o formato Sorridents Lite, modelo compacto ideal para regiões com menos de 100 mil habitantes. O investimento para os interessados em abrir uma franquia Sorridents chega a quase R$ 500 mil, pois existe uma taxa de franquia que custa R$ 80 mil, enquanto a a construção e adequação dos imóvel e compra de equipamentos demanda de R$ 300 a R$ 400 mil.


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CAMPEONATO BRASILEIRO

Rivalidade entre CRB e CSA na Série B pode ser decisiva para Alagoas Campeão alagoano e rebaixado da Série A em 2019 buscam vaga na elite do futebol BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com CSA e CRB iniciam mais uma vez nesta semana a corrida em busca do tão sonhado acesso à elite do futebol brasileiro, a Série A. Enquanto o Azulão tenta voltar, após ser rebaixado, o CRB pretende, através de um trunfo, conquistar uma das quatro vagas disponíveis. O histórico das equipes nesta temporada é bem diferente e, apesar do campeonato ser uma caixinha de surpresas, diz muito sobre o que os torcedores podem esperar das equipes na competição. CRB, campeão estadual deste ano, também segue vivo na Copa do Brasil, suspensa devido a pandemia do novo coronavírus. A equipe ainda lutou até os últimos minutos por uma classificação para segunda fase da Copa do Nordeste, mas foi eliminada devido a soma de vários fatores. Pelo lado azul, CSA começou 2020 sendo eliminado na primeira fase da Copa do Brasil ficando sem chances de classificação antes mesmo da última partida da fase de grupos do Nordestão. No Alagoano, perdeu para seu maior rival e agora chegará com um pouco mais de pressão por parte da torcida na Série B. Nesse meio tempo, trocou de técnico. Saiu Maurício Barbieri e entrou Eduardo Baptista. A equipe também estreia no dia 8, contra o Guarani, no Rei Pelé, em Maceió.

RIVALIDADE PODE AJUDAR ALAGOAS

N

FATORES DECISIVOS

Os comentaristas Emerson Júnior, da TV Ponta Verde, e Marlon Araújo, da TV Pajuçara, deram suas opiniões em entrevista ao EXTRA sobre o que esperar das equipes no futuro da competição. Fator decisivo defendido por ambos é a diferença no grau de investimentos realizados pelas equipes e como isso pode impactar no decorrer do torneio. Por ter descido da Série A do ano passado, o CSA consegue chegar capitalizado na competição. “CSA deve estar aí no Top 3 no que se refere a folha de pagamento da Série B, o que representa poder de investimento”, diz Emerson Junior. “Tem jogadores rodados, conhecidos, acostumados em conquistar títulos e tem um treinador que já conta com um acesso na sua carreira. O time teve um acesso recente então entra para brigar”. Marlon Araújo, também acredita no “fator investimento”, mas alerta para a necessidade de possíveis reforços. “O CSA já encontrou o caminho do acesso e deve buscar isso novamente, porém o elenco traz sim uma necessidade de reforçar. Tanto é que no plano feito pelo seu treinador Eduardo Baptista para os jogos finais do Alagoano, ele poupou seus titulares e teve de abrir mão disso com 45 minutos. Essa questão de mudar jogadores na metade do jogo é uma prova da falta do feedback do restante do elenco”. O CRB, por outro lado, na

primeira parte do ano apresentou um time mais moldado. O clube não tem tanto poder de investimento, o elenco é pequeno e talvez isso seja um problema devido a contusões que são comuns durante o campeonato. “O ponto favorável é que o treinador, Marcelo Cabo, é acostumado com a Série B. Tem dois acessos recentes e um título em 2017 pelo Atlético Goianiense”, explica Emerson Júnior. A crítica do comentarista fica por conta da diretoria, que, segundo ele, precisa mudar a mentalidade e ter um fator surpresa. “Precisa dar aquele plus na reta final de competição. Guardar umas duas ou três balas de prata de contratação quando o mercado se abre”.

FUTEBOL PÓS-PANDEMIA O futebol brasileiro passa por essa expectativa e uma grande interrogação sobre o retorno pós-pandemia paira na cabeça dos cartolas. A chegada de novos reforços foi um dos setores mais afetados. O mercado travou para a chegada deles, as equipes precisaram segurar os investimentos para saber como vai se comportar o

mercado ao longo do ano. “Estamos vendo uma oscilação. Hora se faz um jogo bom, em outra se faz um jogo ruim. É bem verdade que em uma Série B, o nível técnico sobe e com o nível mais alto, a tendência também é que as equipes joguem e deixem jogar e aí acredito que CSA e CRB fizeram investimentos em seus elencos que demonstram sim uma busca por um algo mais na competição”, afirma o comentarista Marlon Araújo. Ao falar sobre o CSA, o especialista lembra que o clube já encontrou o caminho do acesso e deve buscar isso novamente, mas para isso precisa ter um elenco um pouco mais organizado, “principalmente nessa Série B que vai ser de muita viagem, muito jogo e pouco descanso”. No CRB, a diretoria aposta na “expertise” de Marcelo Cabo e tem o treinador como um trunfo. Nesse retorno, o CRB já oscilou bons e maus momentos, fez um jogo morno contra o Ceará, que venceu a Copa do Nordeste, fez um bom jogo contra o Coruripe, em que foi com força máxima. No último clássico, válido pela final do Campeonato Alagoano, a equipe se sagrou campeã.

a última vez que ambas as equipes disputaram a Série B, Alagoas foi premiada com o acesso. A rivalidade também foi comentada pelos especialistas que concordam que o fator ajuda, mas até certo ponto. Para Marlon, “essa pressão de um querer ser melhor que o outro, sempre faz com que a equipe mire lá na frente. Não podemos pensar que o CSA com um legado de uma Série A, com todo o patrimônio financeiro conquistado, estará pensando em rebaixamento, quando seu treinador fala em título da Série B”. Emerson, no entanto, afirma que a rivalidade pode conturbar o ambiente da equipe que não está indo tão bem assim na competição, como foi o caso da Série B de 2018. “Quando o CSA subiu a rivalidade foi ruim em termo de conturbar o ambiente para o CRB, porque a medida que o CSA ia bem e o CRB não conseguia resultado, potencializou como nunca a campanha do time na Série B”. “Nunca existiu uma pressão tão grande como foi em 2018 pela falta de resultado do CRB na Série B porque o CSA ia bem”. Finalizado o Campeonato Alagoano, o CRB estreia no Brasileirão contra o Juventude no sábado, dia 8, às 11h fora de casa, no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. O CSA, por outro lado, estreia em casa no mesmo dia diante do Guarani, às 21h no Estádio Rei Pelé, em Maceió.


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ECONOMIA EM PAUTA

n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

Parceria

Limpa nome

WhatsApp Pay

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epois de muitas idas e vindas, as empresas Mastercard e Visa informaram que o Banco Central (BC) autorizou que “um grupo limitado de cartões” realize transações “de baixo valor” usando o WhatsApp Pay com o objetivo de testar o uso do sistema. Em 15 de junho, o WhatsApp Pay, sistema de pagamentos lançado pelo Facebook, foi anunciado no Brasil. No entanto, no dia 23 do mesmo mês, o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) impediram o funcionamento do recurso, pois entenderam que o sistema poderia representar riscos ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

Clientes com dívidas ativas entre R$ 200 e R$ 1 mil com as empresas Ativos S.A, Kroton, Tricard, Santander, Recovery, BMG e Cred-System poderão quitar seus débitos por R$ 100 através do Serasa Limpa Nome. As sete empresas aderiram ao programa de renegociação promovido pela plataforma, que oferece condições especiais para o consumidor quitar suas dívidas. Com a extensão da campanha, a expectativa da Serasa é que mais de 25 milhões de dívidas possam ser quitadas. Para ter acesso às condições de renegociação, o consumidor precisa acessar o site do ‘Serasa Limpa Nome’ ou o aplicativo do Serasa disponível para Android e iOS.

Atendimento via Telegram A Receita Federal inaugurou o atendimento de serviços relacionados ao Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) pelo Telegram. Esse novo canal de atendimento utiliza tecnologia conhecida como chatbot, que realiza o atendimento virtual e simula uma conversação por meio de chat. Para solicitar o serviço, o contribuinte deverá acessar o canal ReceitaFederalOficial, interagir com a ferramenta, enviando as informações e documentos exigidos para que a Receita faça a análise do pedido e conclua o atendimento.

O Mercado Livre e o PayPal confirmaram o início da integração dos serviços de pagamento no Brasil. Com isso, brasileiros que estiverem em outros países poderão usar o PayPal como meio de pagamento em compras no marketplace. Essa parceria também vai beneficiar estrangeiros que comprarem produtos do Mercado Livre com entrega no país. Além disso, os vendedores vão sair ganhando com a novidade. Aqueles que trabalham com Mercado Pago agora poderão utilizar o PayPal para transações por check-out online no Brasil e no México.


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TEMÓTEOCORREIA

NO PAÍS DAS ALAGOAS

n Ex-deputado estadual

Boi lambão A Pizzaria 2001, em Arapiraca-AL, estava repleta após um jogo do ASA, ressaltando-se a presença do senador Renan Calheiros. Havia um barulho ensurdecedor no ambiente. O telefone celular do senador toca. Atende-o Marquinhos, que substituía, provisoriamente, o assessor Murta, espécie de factótum de Renan. Dirigiu-se ao banheiro para obter uma melhor recepção da chamada telefônica. - Alô! Quem fala? - É Lobão Renan. O ministro Lobão. - Quem é mesmo? - É Lobão. - Oi, Lambão! Aguarde um momento, meu prefeito. Marquinhos volta ao salão da pizzaria e entrega o celular a Renan. - Senador, é o Lambão, o Boi Lambão. Boi Lambão é a alcunha do prefeito do município alagoano de Porto de Pedras. É amigo do senador Renan Calheiros que logo atende a ligação com bastante efusão:

- Boi Lambão, amigo, em que posso servi-lo? Como vai a nossa querida Porto de Pedras? - Não é o Boi não, Renan, é o ministro Lobão. - Desculpe-me, ministro. Marquinhos, isso não é possível. Mais atenção, não brinca, ô rapaz. -Pode falar, ministro. Após a ligação, bastante irritado, Renan Calheiros chama a atenção, mais uma vez, do assessor interino que lhe criara o constrangimento. - Marquinhos, vá a um otorrino tirar a cera dos ouvidos. Assim não dá, meu amigo! - Sim, Senador. Irei logo amanhã! - Está vendo, Luciano? (Luciano Barbosa - prefeito do município de Arapiraca). Nesse ramo, a gente tem que matar um leão por dia. - É, confundir o ministro com o Boi, foi demais. É desumano!

FIEA


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FERNANDO CALMON Mercado interno esboça as primeiras reações

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s notícias ainda não são boas, mas a recuperação nas vendas de veículos leves e pesados está em curso mesmo com horário reduzido das concessionárias, depois de conhecidos os números de julho, que teve dois dias úteis a mais que junho. Segundo Alarico Assumpção Jr, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), “o mercado vem, gradativamente, se ajustando e o índice de confiança começa a melhorar. Há retração menor do que a esperada do desemprego e melhora no nível de aprovação cadastral para financiamento de veículos que atingiu 7 em cada 10 fichas, próximo ao normal”. Entre os veículos leves (94% do total) a diferença de julho deste ano, comparado ao mesmo mês de 2019 foi de menos 29,7%. No acumulado dos primeiros sete meses do ano contra igual período de 2019 a queda foi de 37%, já abaixo dos 40% previstos pela Anfavea. A tendência parece indicar que a queda em 2020 poderá ser menor que 30% à medida que a economia brasileira comece a reagir. Grande parte de recuo deve-se às locadoras que praticamente pararam de comprar. Isso atingiu fortemente os hatches compactos e, como lembra o consultor Francisco Mendes, estes tradicionalmente dominam as vendas. Em julho quatro SUVs aparecem entre os 10 mais vendidos. Destaque foi a primeira colocação do T-Cross, líder absoluto pelo segundo mês consecutivo. No entanto, a própria VW aponta que as vendas da versão Sense, para compradores PCD, estavam represadas pela pandemia. Não tira o mérito, mas há uma razão. Essas distorções estatísticas tendem a continuar. Existe, porém, outro problema apontado por Cássio Pagliarini, da Bright Consulting. Para ele a pandemia obriga elevação de preços e dificulta a recuperação em razão das altas do dólar, de despesas logísticas por atrasos, frete aéreo e troca de fornecedores, além do custo da ociosidade. O mix maior de SUVs eleva o tíquete médio dos produtos e isso limita a recuperação mais acelerada do mercado.

n JORNALISTA

CARRO ELÉTRICO LEVARÁ DÉCADAS PARA DOMINAR AS RUAS Recentemente, Mary Barra, CEO da GM mundial, admitiu que será bem difícil expandir as vendas de veículos elétricos nos EUA. A frota atual americana, a maior do mundo, consiste de 250 milhões de automóveis, picapes, SUVs, vans e caminhões, quase todos de motores a combustão apenas. Somando híbridos plugáveis e elétricos há pouco mais de 0,5% desses veículos em circulação. A participação de mercado caiu de 2% em 2018 para 1,9% em 2019. Isso apesar de subsídios gordos em alguns Estados importantes como a Califórnia. Uma das razões foi a queda do preço do petróleo e, consequentemente, da gasolina. A outra são os longos deslocamentos em um país coberto por estradas. Ônibus e trens, muito poucos. A GM e a Tesla estão apostando numa nova bateria que pode durar um milhão de

milhas (1,6 milhão de quilômetros), mais rápida de carregar e de reciclar sem cobalto e com eletrodos de estado sólido. Motoristas americanos rodam em média 25.000 km/ano (o dobro do Brasil) basicamente por autoestradas. Não querem perder tempo ao abastecer ou risco de esgotar a bateria. A Tesla baixou os preços dos seus carros e já não oferece recarga grátis para seus modelos mais caros, o S e o X. No Brasil, também com grandes distâncias, mas infra-

estrutura precária, o problema é agravado pelos altos preços. Há exceções. A Porsche abriu a pré-venda do seu sedã elétrico Taycan entre R$ 589.000 e R$ 979.000. O Panamera, um modelo maior, tem preços entre R$ 567.000 e R$ 997.000 com propulsão convencional. Diferença até aceitável. O novo Peugeot 208 elétrico chega em dezembro e também se espera preço razoável. Elétricos puros e híbridos plugáveis representam apenas 0,1% do mercado brasileiro.

OMINICHANNEL AVANÇA

A palavra está na moda e em tradução livre significa multicanais de atendimento, unindo on line (internet, computadores, smartphones, redes sociais, chatbot (robô de atendimento) e SAC) ao off line (presencial). Com o isolamento social, ficou mais evidente que as empresas precisam se reinventar, independentemente do ramo de atuação. Para Frederico Menegatti, CEO da Getrak, especializada em sistemas web de rastreamento, a tecnologia também tem sido essencial para proporcionar um bom relacionamento entre cliente e empresa. “Quando lidamos com situações em que o estado emocional fala mais alto, como pessoas que tiveram carros roubados ou empresas que perderam mercadorias, toda atenção e acompanhamento inteligente em tempo real faz a diferença. Independentemente do canal de atendimento, a premissa pelo bom relacionamento deve ser o pilar principal do seu negócio. Para que isto aconteça é importante a empresa estar integrada de ponta a ponta com tecnologias que auxiliem as informações circularem por todo o negócio. Isto tem gerado resultados surpreendentes e cada vez mais determinantes para o sucesso junto aos clientes”, explica. E acrescenta: “Não é fácil manter bom engajamento. Nessa etapa muitas empresas ganham notoriedade ou se perdem de vez.” www.fernandocalmon.com.br


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LITERATURA

Livro conta história de antigos engenhos

O AUTOR

‘Banguê, Fornalha e Bagaceira’ é um inventário da economia do município de Chã Preta MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

O

escritor Olegário Venceslau mergulhou no universo das letras ainda muito jovem, bem antes de completar 17 anos, quando escreveu seu primeiro soneto. De lá prá cá não parou mais e nestes 17 anos de vida literária publica sua sexta obra. O livro “Banguê, Fornalha e Bagaceira” é um inventário histórico dos antigos engenhos de Chã Preta, dos séculos XIX e XX, quando a produção de açúcar e rapadura era a mola propulsora da economia local. O livro é um verdadeiro resgate de um tempo em que a “Princesa dos Montes” vivia seu apogeu. O leitor irá se debruçar em um universo literalmente doce como a rapadura, mas com passagens intrigantes e tantas outras curiosidades do mundo dos engenhos. Para o trabalho foram catalogados mais de 50 engenhos, mostrando as fundações, período de produção, fotos da época, além de peculiaridades que só podem ser desvendadas com a leitura da obra.

O documentário histórico contou com o prefácio do escritor Laurentino Gomes, nacionalidade conhecido, autor dos livros 1808 e 1889. Já a apresentação ficou por conta e responsabilidade do ex-procurador de Justiça de Alagoas, Eduardo Tavares Mendes, e o posfácio foi escrito pelo ex- deputado federal e ministro Aldo Rebelo. O interesse pela criação da obra surgiu devido a ausência de registro documental dos vários engenhos de Chã Preta, uma vez que tais reminiscências históricas estavam legadas ao esquecimento e ostracismo. São 105 páginas recheadas de emoções, veracidades e uma pitada generosa de saudosismo ou não. É que o livro aborda o modo de vida e costumes nos antigos engenhos de Chã Preta, desde a alimentação nas casas grandes, a religiosidade popular das festas de santo, os festejos que antecediam a colheita da canade-açúcar e uma infinidade de descobertas da vida de personagens reais como o coronel Pedro Teixeira de Vas-

Olegário Venceslau se prepara para publicar mais três obras

concelos- senhor do engenho Bonsucesso, Major Izidro Athanazio -proprietário do engenho Floresta, e coronel Othon Correia, senhor da Recanto. Em 2003, quando ainda era estudante em Chã Preta e inspirado pelo poeta Álvares de Azevedo, Olegário Venceslau escreveu seu primeiro soneto “Cor da Mortalha “. De lá pra cá, foram inúmeros poemas, artigos e aos 26 anos lançou o primeiro livro. Embora tenha acabado de sair do formo seu mais novo projeto, engana-se quem pensa que o escritor deu um tempo ou ainda busca inspiração para próxima obra. Relacionados aos temas poesia, folclore e memórias, três livros estão na gaveta aguardando publicação. A torcida é que em breve “Monólogos de final de tarde”, “Reisado não dança mais “ e “Páginas que não envelhecem” estejam disponíveis para o leitor.

Advogado e procurador do município, 34 anos, Olegário Venceslau é membro de diversas institutições intelectuais dentre as quais: Academia Alagoana de Cultura; Academia Brasileira de Poesia; Academia Maceioense de Letras; Instituto Histórico e Geográfico de Campinas; Instituto Histórico e Geográfico do Espirito Santo e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e Paraná. Escritor, poeta e historiador já escreveu as obras: Cônego Jatobá; Duas Lanças, Ecos de uma Homilia; Mestres do Folclore Brasileiro; Coletânea de poetas chã-pretenses.

SERVIÇO

Devido a pandemia e para evitar aglomeração, não haverá lançamento. Mas o interessado em adquirir seu exemplar de “Banguê, Fornalha e Bagaceira”, que custa R$ 25, basta procurar o autor ou manter contato telefônico através do (82) 9-9151-1856.


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ABCDOINTERIOR Eleições em Arapiraca e Palmeira

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corrida pelas Prefeituras de Arapiraca e de Palmeira dos Índios ganha novos rumos com o número expressivo de pré-candidatos, dentre os quais os dois gestores das duas cidades mais importantes do interior, que já anunciaram que disputarão as eleições previstas para acontecer em novembro. Os prefeitos Rogério Teófilo (PSDB) e Júlio Cezar (PSB) vão encarar uma campanha difícil, em virtude dos nomes significativos que estão à disposição dos outros partidos.

Andam às turras Já em Palmeira dos Índios, cidade que já teve como gestor o escritor Graciliano Ramos, o prefeito Júlio Cezar, que anda novamente às turras com a deputada Ângela Garrote (PP), tenta se manter no cargo e deve enfrentar a juíza aposentada Sônia Beltrão (Patriota) e Mosabelle Ribeiro (MDB), esposa do ex-prefeito James Ribeiro. Até o momento, não houve manifestação pública de outros pretendentes.

Não definiu Novos nomes Com a promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 107/2020, que adiou as Eleições Municipais 2020, as convenções partidárias para a escolha de candidatos, que aconteceriam de 20 de julho a 5 de agosto, serão realizadas no período de 31 de agosto a 16 de setembro. Com isso, existe a possibilidade surgir novos nomes. Pelo MDB, já anunciaram que vão para as convenções o atual vice-governador Luciano Barbosa - que pode ser substituído pelo filho, Daniel Barbosa ou pelo deputado Ricardo Nezinho. A vereadora Gilvânia Barros embarca na campanha majoritária pelo Solidariedade; pelo Patriota, advogado Cláudio Canuto; pelo Cidadania, o também advogado Hector Martins; e no PMN, já está definido o nome de Odilon Tenório.

Vai participar O diretório PDT de Arapiraca informou, por meio de nota, a este colunista que “vai participar das eleições e que está aberto ao diálogo político-partidário com um grupo que tenha uma visão progressista em relação ao desenvolvimento geral da cidade”.

Já a deputada Ângela Garrote ainda não definiu se disputará o pleito ou se vai indicar nomes para disputar as eleições na terra dos Xucurus-kariris. Seu filho Toninho Garrote Garrote (PP) é vereador do município.

Estelionato Uma ação do Ministério Público denuncia o advogado Antônio Pimentel Cavalcante e um servidor do TJ/AL, escrivão e agora ex-chefe da Secretaria da Comarca de São José da Tapera, cujas iniciais são A. M. O. O. Os dois participaram de um esquema para obter lucros, utilizando-se de processos físicos antigos.

Esquema fraudulento As investigações foram iniciadas depois que algumas pessoas da cidade de São José da Tapera fizeram empréstimo junto ao Banco do Nordeste, só que não conseguiram efetuar o pagamento e o banco executou. Porém, houve depois uma negociação com os devedores e, consequentemente, a extinção do processo. Até que o advogado montasse o esquema fraudulento.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Declaração falsa Dentre os crimes cometidos pelo servidor do TJ, está a utilização indevida do seu cargo para inserir declaração falsa em documento público, o que revela a gravidade de sua conduta. (Com Ascom/TJ).

Homenagens Dia 18 de abril é a data que deverá ser marcada para homenagear os trabalhadores que atuam na linha de frente do combate à pandemia da covid-19 (coronavírus). O Projeto de Lei Ordinária de nº 364/2020 é de autoria do deputado estadual Tarcizo Freire (PP).

Vítimas da covid-19 O dia foi sugerido porque foi nessa data que veio a óbito o primeiro profissional da linha de frente da Saúde no Estado, vítima do novo coronavírus. Trata-se da Sra. Maria da Conceição, 58 anos de idade, socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Serviços prestados Na justificativa, o Projeto de Lei Ordinária tem por objetivo homenagear e reconhecer os relevantes serviços prestados pelos trabalhadores. Antes de profissionais comprometidos com uma vocação e juramento, são pais, mães, filhos, avós, enfim, existe todo um histórico e laço familiar.

PELO INTERIOR ... O Terminal Rodoviário Urbano, no Parque Ceci Cunha, no Centro de Arapiraca, e pontos de transporte complementar receberam ação de saúde da Gestão Municipal, no enfrentamento ao coronavírus. ... Equipes da Secretaria da Saúde, em parceria com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat), realizaram ação educativa, com distribuição de panfletos, máscaras, orientação à população sobre o seu uso e higienização. ... Policiais militares rodoviários realizaram na manhã de terça-feira (4), seguindo orientação do comando do BPRv, uma operação de fiscalização dos transportes alternativos que trafegam pelo Agreste de Alagoas, com intuito de se fazer cumprir o decreto governamental em vigor, visando também a segurança viária e a prevenção aos assaltos que ocorrem nesses tipos de viagens. ... Foram abordadas 25 vans em diversos pontos da AL-115, que liga a capital do fumo aos municípios de Lagoa da Canoa, Girau do Ponciano, Campo Grande, Traipu, Olho d’Água Grande e a divisa com o estado de Sergipe. ... “Estaremos pelas rodovias estaduais com o intuito principal de salvarmos vidas. A polícia presente nas rodovias inibe o cometimento de infrações por parte dos condutores e por conseguinte acidentes de trânsito. As operações continuarão por toda malha viária alagoana e com o apoio dos táticos rodoviários serão atingidos 100% do território alagoano”, informou o BPRv. (Com assessoria). ... O maior hospital público do interior de Alagoas, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), da manhã até a noite de terça-feira (4), registrou a entrada de 22 pacientes que sofreram queda da própria altura e 17 pessoas com ferimentos e traumas provocados devido a acidentes no trânsito, sendo 16 devido a quedas e colisões de moto. ... O hospital também recebeu duas vítimas de agressão física e um paciente com ferimentos provocados por agressão com arma branca (faca/facão). O HE do Agreste ainda atendeu, nas últimas 24 horas, seis pacientes com corpo estranho no olho e duas vítimas de picadas de escorpiões, além de pacientes com casos de menor gravidade. ... Aos nossos leitores desejamos um final repleto de paz e muita saúde. Até a próxima edição.


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MEIOAMBIENTE

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Chuva ácida no Líbano

Dragão azul

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m tipo de molusco conhecido como dragão azul foi encontrado na última semana por um salva-vidas na praia de Jaguaribe, em Salvador (BA). O animal é predador das caravelas e não oferece perigo ao ser humano. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), esse foi o primeiro registro do animal nas praias do estado. De acordo com o especialista em animais marinhos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cláudio Sampaio, a aparição do dragão azul, que vive no Oceano Atlântico, tem sido frequente nos últimos anos, apesar de rara no litoral baiano. Segundo ele, existem registros em Pernambuco, Alagoas e outros estados, até o Rio Grande do Sul. O Glaucus atlanticus, conhecido por lesma do mar ou dragão azul, é mais visto na costa da Europa, África, água subtropical e tropical. O animal t2m entre três e quatro centímetros e deve ter chegado a Salvador por causa de desvio de correntes marítimas ou mudança de ventos.

Agrotóxicos O Ministério da Agricultura publicou liberou na semana passada mais 38 agrotóxicos genéricos (25 químicos e 13 biológicos) para o uso dos agricultores. Já são 235 novas autorizações publicadas em 2020. Os biológicos são aqueles que podem ser utilizados tanto em lavouras comerciais quanto na produção de alimentos orgânicos, por exemplo. Em relação ao ritmo de liberação, as autorizações feitas em 2020 perdem apenas para 2018 e 2019, quando o governo registrou a maior quantidade de produtos desde 2005. Entre os produtos químicos registrados destaque para o registro do herbicida glifosato, o mais vendido do mundo e associado por estudos ao câncer, e outro para o também herbicida atrazina, que foi banido da União Europeia por risco de contaminação de lençóis freáticos. Entre os biológicos, o governo destaca a vespa Cotesia flavipes para o controle biológico da broca da cana-de-açúcar. Outro destaque é para um óleo extraído da planta Azadirachta indica de origem indiana que tem efeito natural inseticida, podendo ser utilizado na produção orgânica. Ao todo, em 2020 já foram registrados 45 produtos considerados de baixo impacto.

Após a mega explosão provocada por nitrato de amônia que devastou Beirute, capital do Líbano, diversos riscos à saúde da população e ao meio ambiente podem ser causados. De acordo com um especialista, os gases expelidos pela explosão poderiam causar chuva ácida. Isso ocorre quando os óxidos de nitrogênio lançados na atmosfera reagem com a água das chuvas nas nuvens, produzindo o fenômeno. A chuva ácida pode desencadear vários estragos ambientais, causando problemas para as plantas, para o solo, para os animais, para as águas de rios e lagos, além de contaminar também o lençol freático. Além disso, níveis elevados de óxidos de nitrogênio podem irritar o sistema respiratório e são particularmente mais preocupantes para pessoas com problemas respiratórios.

Abelhas

Calor A França viveu mais um episódio de picos de temperatura, na semana passada. Os franceses puderam sentir na pele o clima mais quente, durante o dia, e menos frio, à noite. Termômetros chegaram a atingir 41°C em algumas regiões do país. As previsões meteorológicas apontaram que as temperaturas máximas atingiriam entre 30°C e 35°C na metade norte do país, entre 35°C e 40°C, na metade sul. No entanto, os especialistas fazem questão de diferenciar ‘pico de calor’ de ‘onda de calor’: A onda de calor foi embora tão rapidamente quanto apareceu: os dias já foram mais amenos no fim de semana, com temperaturas caindo mais de 5°C. A distinção de pico e onda é feita pela sua duração: enquanto o primeiro não se estende além de um dia, a onda de calor dura pelo menos três dias, período em que as temperaturas noturnas não caem abaixo de 20°C. Desde a primavera no Hemisfério Norte, a França já experimentou vários picos de calor como este. Os primeiros episódios ocorreram em abril, levando o país ao início de ano mais quente já registrado.

Nos Estados Unidos e no Canadá, pesquisas recentes comprovaram que o declínio dos polinizadores poderiam se traduzir diretamente em uma queda nos rendimentos na maioria dos cultivo. Essa conclusão se deu com a diminuição das abelhas silvestres. O estudo que será publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society destacou que as espécies selvagens contribuem de forma substanciosa para a polinização da maioria dos cultivos estudados em importantes regiões agrícolas. Foram analisados os cultivos de frutas, legumes e frutos com caroços que dependem da polinização de abelhas silvestres ou domesticadas nestes dois países. Estima-se que o valor da produção anual vinculada aos polinizadores selvagens supere 1,5 bilhão de dólares, comparativamente aos US$ 6,4 bilhões das abelhas domésticas. No caso de abóboras, maçãs, algumas cerejas, mirtilos e melancias, as abelhas selvagens depositam em média mais pólen por flor do que as domésticas.


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SAÚDE

Cirurgia cardíaca da Santa Casa de Maceió evolui para técnicas minimamente invasivas Intervenção tem incisões torácicas menores e melhores resultados para os pacientes

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s doenças cardiovasculares são responsáveis pela maioria das mortes no mundo, superando até o câncer, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para tentar diminuir esses altos índices, a cardiologia tem sido uma das especialidades médicas que mais evoluem em busca de novos métodos de diagnóstico e tratamento efetivos para o controle e prevenção de cardiopatias. Acompanhando esse avanço, a Santa Casa de Maceió segue incorporando tecnologias modernas nos diferentes serviços institucionais que compõem a assistência cardiológica, como as VACS (Video Assited Cadiac Surgery) ou cirurgia cardíaca vídeo assistida. Em 2019, a instituição introduziu a nova técnica que beneficia o paciente por ser uma opção menos agressiva com incisões cirúrgicas menores que aquelas praticadas nas cirurgias convencionais. O procedimento tem resul-

Cirurgia vídeo assistida para a retirada de tumor no coração

Eolo Ribeiro de Alencar, responsável pelo procedimento cirúrgico tados idênticos aos obtidos pelo método convencional, conforme estudos científicos globais. Especialista do Serviço de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa de Maceió, Eolo Alencar Ribeiro, destaca que a instituição é a primeira no estado a realizar este procedimento. “As cirurgias minimamente invasivas se caracterizam por incisões bem menores que as convencionais, que têm cerca de 22-25 cm. Como as incisões são pequenas (7-10 cm) temos um menor risco cirúrgico, de sangramento e de infecção hospitalar, além da diminuição no tempo de recuperação dentro e fora do hospital, podendo o pacien-

te retornar de forma mais breve às suas atividades de rotina. Também há um ganho na parte estética, pois fica apenas uma pequena cicatriz na parte lateral do tórax”, disse o cirurgião. No Brasil, a cirurgia de revascularização do miocário (ponte de safena) por VACS é realizada em Maceió e em mais cinco capitais. Recentemente, a equipe da Santa Casa de Maceió realizou duas VACS em pacientes com patologias distintas. Na técnica convencional, o osso do esterno (peito) de uma mulher de 40 anos precisaria ser aberto para o cirurgião ter acesso ao órgão e retirar um tumor do coração. Com a técnica atual, um

pequeno corte foi feito embaixo da mama direita. No segundo caso, um homem de 66 anos passou por uma revascularização minimamente invasiva, também sem comprometer o osso. Foi feita uma pequena incisão inframamária esquerda para implantação de quatro pontes de safena e uma ponte mamária. Para alcançar resultados positivos é necessária uma boa retaguarda. “Os hospitais que conseguem ter resultados favoráveis são de excelência. Hospitais formadores. Para se conseguir um resultado bom nesse tipo de cirurgia é preciso que os profissionais ligados ao tratamento do paciente (Emergência Cardíaca, cardiologistas, UTI e He-

Paciente de 40 anos passou por revascularização (ponte de safena) por meio da VACS modinâmica, enfermagem, fisioterapia, nefrologia, infectologia, neurologia e radiologia) estejam interligados e participando do tratamento. Nesse processo, fica claro que o Serviço de Cardiologia da Santa Casa de Maceió está muito bem preparado para receber pacientes com diferentes tipos de patologia”, destacou o especialista.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 07 A 13 DE AGOSTO DE 2020


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