Edição 1090

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ANO XXI - Nº 1090 - 09 A 15 DE OUTUBRO DE 2020 - R$ 4,00

ELEIÇÕES 2020

TRF-5 mantém condenação do ex-prefeito de Capela

A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região manteve, por unanimidade, a condenação do ex-prefeito Eustaquinho Moreira por atos de improbidade, atrapalhando seus planos de voltar à chefia do Executivo de Capela. 11

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TJ DECIDIRÁ DESTINO DE MAIS DOIS JUÍZES ACUSADOS DE IMPROBIDADE

MACEIÓ - ALAGOAS

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SUPREMO

IMBRÓGLIO SOBRE VENDA DA CEAL VAI SER DECIDIDO EM ALAGOAS 8

BAIRROS AFUNDANDO

FISSURAS AMEAÇAM CHEGAR À AVENIDA FERNANDES LIMA 16 e 17

Braga Neto será julgado por acobertar esquema criminoso liderado pelo filho Raquel Torres é acusada de atuar em processos defendidos pelos filhos 5 a 7

IMPUNIDADE NO SERTÃO

ASSASSINATO DO GENRO DE LULA CABELEIRA FAZ 3 ANOS SEM ESCLARECIMENTO 7


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COLUNA Tragédia ambiental

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- A Braskem pode ser engolida pelo buraco que ela própria cavou ao longo dos últimos 40 anos de exploração de sal-gema em Maceió. Há o temor de que a mineração tenha atingido outras aéreas além dos quatro bairros que desaparecerão para sempre da paisagem da cidade. - Somente com as indenizações de imóveis atingidos até agora, a Braskem deve gastar cerca de R$ 10 bilhões, o equivalente a mais da metade de seu valor de mercado, sem considerar nessa conta o passivo ambiental e os danos morais a milhares de famílias afetadas pela tragédia.

3 CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

extra DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA

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- Pelo menos, por enquanto, o desastre está contido nos bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto, mas nada garante que outras áreas da cidade não venham a ser engolidas pela cratera gerada em quatro décadas de exploração mineral negligente.

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- Não sem razão, moradores do Farol, Gruta de Lourdes, Pitanguinha e arredores já sofrem com a possibilidade de também serem afetados pela desagregação do subsolo.

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- Nada garante que estejam salvo dessa tragédia que já expulsou milhares de famílias de suas residências, pois nem mesmo a Braskem e os órgãos de fiscalização sabem a extensão do desastre, que eles chamam de subsidência.

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- O sinal amarelo foi disparado pela Caixa Econômica ao evitar o financiamento para compra de imóveis em áreas próximas ao Pinheiro. Não há uma decisão explícita nesse sentido, mas a Caixa já faz restrições para financiar imóveis na vizinhança dos bairros condenados, por temer prejuízos à frente.

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- Tratado pela empresa como falha geológica, o desastre tem a ver com o descaso das autoridades que sempre fizeram vistas grossas para os perigos de uma indústria química dentro de uma área urbana densamente povoada.

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- A menos que seja encarado com a responsabilidade e a urgência que o caso requer, esse descaso ainda pode se transformar na maior tragédia ambiental dos tempos modernos.

Novela do vice

Culpados

De ruim a pior

Ironia do destino

A cada movimento dos caciques do MDB em Alagoas contra Luciano Barbosa, mais ele fortalece a sua candidatura a prefeito de Arapiraca. A cada capítulo dessa briga do governador contra seu vice, mais Luciano ganha status de vítima e faz aumentar os apoios políticos à sua candidatura.

Até a família do falecido prefeito Rogério Teófilo, que há anos não fala com Luciano Barbosa, está sendo convencida a embarcar na sua candidatura. Para os bombeiros dessa briga de cachorro grande os estragos políticos de ambos os lados são irreversíveis, mas podem piorar ainda mais caso o vice seja impedido de disputar a eleição.

Pior dos mundos

Intitulado “Salgema, do erro à tragédia”, o livro não dá nome aos culpados, mas faz uma homenagem aos poucos que alertaram para os perigos de se instalar uma “bomba -relógio” dentro da cidade. José Geraldo Marques foi a primeira autoridade a discutir os riscos da mineração no subsolo de Maceió. Perseguido e ameaçado de morte, foi forçado a fugir de Maceió para se manter vivo.

Quarenta anos depois, o ecologista José Geraldo Marques também foi obrigado a abandonar o bairro do Pinheiro junto com milhares de outras famílias despejadas de suas casas pelo afundamento do solo e a ameaça de uma tragédia maior.

História

Alegam que uma possível vitória de Luciano Barbosa na disputa em Arapiraca poderá abrir caminho para um diálogo futuro entre as partes. Advertem que o pior dos mundos para os dois lados será uma ruptura definitiva, com o vice no exercício do cargo de governadortampão.

O livro vale a pena ser lido pelos alagoanos que precisam conhecer a história dessa indústria, vendida como a redenção econômica de Alagoas, e que acabou no desastre ambiental que agora ameaça destruir a cidade. A obra também serve de advertência às autoridades dos municípios do Litoral Norte onde a Braskem pretende explorar grandes jazidas de sal-gema já avaliadas pela empresa.

Todos perdem

Tiro no pé

“Quando brigam as comadres, descobrem-se as verdades”, lembram esses bombeiros. Aí será o salve-se quem puder, e, no final, todos sairão perdendo e a conta acaba sendo paga pelo infeliz contribuinte.

Ninguém aguenta a gritaria dos candidatos com mentiras e falsas promessas na tentativa de enganar os incautos. As redes sociais estão tomadas por essas mensagens ridículas que só irritam os eleitores.

Do erro à tragédia

Eleitor viciado

O livro do jornalista Joaldo Cavalcante, lançado esta semana, é uma síntese dos 40 anos de omissão e negligência que marcaram a presença da Braskem em Maceió, que vão do erro de se permitir uma indústria química em área urbana até os estragos provocados pela mineração do sal-gema no frágil subsolo da capital.

O candidato a vereador sem serviços prestados à comunidade e sem dinheiro para comprar votos está condenado à derrota nas urnas. O bom discurso e a retórica política também não convencem mais o eleitor, viciado no clientelismo e na venda do voto.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Falência complicada

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imbróglio da falência do Grupo JL, representado pela Laginha Agroindustrial, parece não ter mais fim. Com inúmeras dúvidas para serem esclarecidas, o processo atinge mais de 120 mil páginas e seus credores estão ainda longe de receberem o que têm direito. Enquanto o administrador é afastado pelo desembargador Klever Loureiro, conforme ampla reportagem na semana passada aqui mesmo no EXTRA, os juízes do feito com origem na comarca de Coruripe ficam na berlinda. Entre acusações e defesas, até o próprio Klever Loureiro foi representado no Conselho Nacional de Justiça, e muitas especulações giram em torno do embate.

Favorecendo Na verdade, depois de muita coisa sucateada nas empresas de JL que valiam pelo menos R$ 4 bilhões, é difícil uma recuperação, embora a família do empresário ainda tente suspender o processo falimentar. É encrenca para ninguém botar defeito e, pelo desenrolar dos acontecimentos, alguém vai pagar muito caro por isso tudo, que tem complicado principalmente a vida dos trabalhadores que ainda não receberam as suas indenizações.

Tiroteio

Tiroteio 2 Parece que nem mesmo o prefeito Rui Palmeira vai se salvar nesta campanha dos aliados políticos. É o caso, por exemplo, do candidato a prefeito Alfredo Gaspar de Mendonça, que não tem economizado críticas à administração municipal, ao dizer que sua missão é mesmo mudar Maceió. Se vai mudar Maceió, é porque o prefeito Rui Palmeira não fez o dever de casa.

Enfim, juntos Adversários de sangue a fogo em muitas outras eleições, parece mesmo que Renan Filho e Rui Palmeira irão marchar juntos em 2022. Um para senador e outro para governador. Resta saber se os dois combinaram com a população.

Mais tempo O Guia Eleitoral que já começa nesta sexta, dia 9, vai ser flor de laranja para quem participa dos bastidores da campanha. Apresentação de candidatos, propostas mirabolantes, esquecimento de velhas mágoas, tudo enfim. Mas no segundo tempo a previsão é de que a coisa vai ser diferente, com as agências de publicidade a cada dia se robustecendo de informações sobre os adversários.

E o Pinheiro? Desmontando

Nos comícios realizados na semana passada, embora o Guia Eleitoral não tenha começado, as agressões indiretas aos candidatos majoritários já foram iniciadas. É pancada de todo lado e de todo jeito.

Alvo preferido O candidato a prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, passou a ser o alvo preferido da família Calheiros, que estuda qual a alternativa para não ter o seu apoio nas eleições de 2022. Ao encerrar as eleições municípios, o quadro eleitoral será posto na mesa e as articulações começam para os outros embates.

Tropeço Se depender de Arapiraca e outras regiões do Agreste onde Luciano Barbosa tem forte influência política, a situação eleitoral dos Renans não é tão fácil como se imaginava. Irão ter que fazer muita força para mudar o panorama político atual.

De fora Mesmo que tenha tentado evitar um rompimento público entre o sobrinho e o irmão, o deputado Olavo Calheiros não foi feliz e saiu do confronto. Preferiu tratar de seus assuntos particulares, embora defendesse que a aliança entre sua família e Luciano Barbosa deveria permanecer. Em vão.

Se decididamente Cícero Almeida abandonar sua candidatura a prefeito de Maceió, os votos com certeza migrarão para outros candidatos. Quem ganharia com isso, de acordo com pesquisas anteriores, seriam os candidatos JHC e Davi Filho. Alfredo Gaspar seria o que menos seria favorecido.

Muita embora a pandemia ainda não tenha acabado, com as autoridades pedindo muita prudência na abertura gradual das atividades econômicas, o governo do Estado inicia o desmonte de hospitais de campanha, a exemplo do Centro de Convenções. Médicos sanitaristas alertam que a pandemia não acabou e que, se não continuarem as precauções, as infecções voltarão a crescer. Agora era a hora de fortalecer mais o atendimento à população, que fica à mercê do Hospital Geral do Estado que continua com os mesmos problemas de antigamente.

Disputa Embora pareça que a disputa entre Cacau e Júnior Dâmaso, em Marechal Deodoro, esteja resolvida, a situação parece que não é bem assim. Júnior Dâmaso, que perdeu por poucos votos nas eleições anteriores para o mesmo Cacau, acha que agora tem mais bala na agulha. A eleição deve ser mais bem disputada este ano.

Desconfiança Pessoas ligadas ao governo de Jair Bolsonaro vêm com desconfiança o interesse do senador Renan Calheiros em intermediar uma conversa entre o ministro Paulo Gudes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O senador não entra num embate desse sem avaliar as consequências, acreditam admiradores de Bolsonaro.

A população tá pagando pra ver qual será o candidato a prefeito que aparecerá por lá para prometer alguma coisa. Revoltados, os moradores afirmam que irão dar o troco no dia 15 de novembro.

Abstenção A Justiça Eleitoral não se surpreenda se o número de abstenções crescer assustadoramente. Em primeiro lugar a população pouco tem acreditado em muitos políticos e, em segundo, não quer se arriscar a ser contaminada pelo coronavírus mesmo com os protocolos de prevenção que serão feitos pela TRE. Muitos dizem que é melhor pagar a multa do que pegar a doença que tem levado muitas pessoas à morte.

Para guardar O livro-reportagem Salgema – Do erro à Tragédia, do jornalista e escritor Joaldo Cavalcante, é uma obra para se ler com atenção e reserva-la para servir de consultas para as futuras gerações. Joaldo faz um relato didático, mostra a vida simples da população do Pinheiro que deixou para trás suas lembranças e revela o erro grave cometido por administrações públicas que permitiram a instalação da fábrica no coração de Maceió. Prefaciado pelo professor e mestre Douglas Apratto, Salgema – Do erro à Tragédia é de se guardar com muito carinho.


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JUSTIÇA NA BERLINDA

TJ julga mais dois juízes por atos de improbidade Raquel David Torres chegou a ser acusada de proteger grupo de extermínio VERA ALVES Especial para o EXTRA

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Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas conclui, até o final deste mês, o julgamento de mais dois magistrados por atos de improbidade. José Braga Neto, da 16ª Vara Criminal / Execuções Penais, e Raquel David Torres de Oliveira, titular do Juizado Especial Cível e Criminal de Delmiro Gouveia, são acusados de atuarem em processos de interesse dos respectivos filhos. No caso de Braga Neto, o julgamento pode ser finalizado já na próxima semana, tendo em vista já haver ao menos oito votos de desembargadores favoráveis à pena de aposentadoria compulsória do magistrado, acompanhando parecer da Corregedoria Geral de Justiça. O caso envolve um esquema de tráfico de influência por parte do filho dele, o advogado Hugo Soares Braga, que vendia o retorno para Maceió de detentos transferidos para o Presídio de Segurança Máxima do Agreste (mais detalhes na página 6). Contava, para isto, com a colaboração de outros colegas que assinavam as petições tendo em vista que ele, legalmente, não poderia atuar em demandas sob a responsabilidade do pai. Pai e filho já haviam sido acusados das mesmas irregularidades em 2009, mas conseguiram escapar com base nas conclusões de uma investigação da Polícia Civil, a mesma que, este ano, concluiu pela existência do

esquema e indiciamento dos advogados.

SERTÃO

Titular há vários do Juizado Especial Cível e Criminal de Delmiro Gouveia, no Alto Sertão alagoano, a juíza Raquel David Torres de Oliveira está sendo julgada por atuar em processos em que seus dois filhos figuram como defensores, contrariando a Lei Orgânica da Magistratura e os artigos 252 inciso I do Código de Processo Penal e o artigo 144 inciso III e parágrafo 3° do Novo Código de Processo Civil. De acordo com o primeiro, o “juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito”. Já o segundo diz que “Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:...III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; ...§3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que in-

Braga Neto, que deve ter aposentadoria confirmada, e Raquel Torres

dividualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo”. Uma investigação preliminar levada a cabo pelos juízes auxiliares da Corregedoria Geral de Justiça em 2017 concluiu pela veracidade de parte das denúncias que desde 2010 envolviam o nome da magistrada e seus filhos, os advogados Sérgio David Torres de Oliveira e Renato David Torres de Oliveira. Somente no ano passado a CGJ instaurou o processo administrativo para apurar a conduta de Raquel Torres, sobre quem pesa também a suspeita de que nos processos que tinham como defensor o advogado Normando Torres de Albuquerque e nos quais atuou seus filhos também eram parte interessada. Ouvida pela CGJ, a juíza confirmou atuação em alguns processos que tinham Sérgio e Renato Torres como patronos, mas alegou que em alguns apenas seguiu a recomendação do

Ministério Público pela extinção da punibilidade ou acatou a homologação de transação penal proposta pelo MP. O parecer do corregedor-geral de Justiça, desembargador Fernando Tourinho, de fevereiro último e que foi aprovado pelo Pleno do TJ, foi no sentido de que houve, portanto, infringência aos artigos do CPP e do Novo CPC. O julgamento de Raquel Torres ainda está na fase de oitivas. Seja como for, a magistrada escapou de responder à mais grave das acusações que há uma década povoam as ruas de Delmiro Gouveia, a de ser protetora de um grupo de extermínio que atuaria na região do Sertão há pelo menos 15 anos e que teria como chefe seu filho Sérgio Torres. A ausência de provas e o assassinato de algumas testemunhas acabaram por levar ao arquivamento desta parte da denúncia pela CGJ pela segunda vez. A primeira foi em 2011, numa sindicância inicial a cargo

do então corregedor-geral de Justiça James Magalhães, já falecido, e que também arquivou a parte relativa ao favorecimento aos filhos. E a juíza e o filho não foram os únicos a escapar das graves acusações. Indiciado pela Polícia Civil como autor de alguns dos homicídios atribuídos ao grupo de extermínio, Robério Sátyro dos Santos, conhecido na região como “Robério do Fórum”, foi impronunciado em duas ações penais relativas ao assassinato de figuras que constam das denúncias apócrifas que há 10 anos vira e mexe surgem nas ruas de Delmiro. Em uma delas (processo nº 0000273-33.2011.8.02.0043), as vítimas foram os mototaxistas José Bezerra de Queiroz, vulgo, “Cabeça”, e Genivaldo Vicente Pereira, o “Dodô”, ambos mortos a tiros em Delmiro a 23 de setembro de 2010. No dia 19 de abril de 2018, o juiz Bruno Acioli Araújo decidiu pela impronúncia de Robério sob o argumento de que “é vedada a pronúncia com fundamento nos testemunhos de ‘ouvir dizer’”. Em março do ano passado, nova impronúncia, desta vez na ação penal sobre o assassinato, no dia 1° de dezembro de 2009, de José Carlos das Neves, conhecido como “Lalá” (000031604.2010.8.02.0043). O entendimento do juiz Lucas Lopes Dória Ferreira foi igualmente de ausência de provas e existência apenas do “ouvi dizer”, isto em referência ao irmão da vítima que afirmou à Polícia que a mesma, antes de morrer em um leito no hospital de Delmiro, lhe dissera que os autores dos tiros que o atingiram haviam sido Robério, Anderson Tavares dos Santos e Gilson da Silva.


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BATE E VOLTA

Filho de Braga Neto era conhecido como “atalho” para Maceió Detentos tinham o advogado como porta de saída do Presídio do Agreste JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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stá comprovado que realmente houve um esquema de extorsão de presidiários praticado por advogados, entre eles Hugo Soares Braga, filho do juiz da 16ª Vara Criminal / Execuções Penais, José Braga Neto, que está afastado de suas atividades. A consideração é do delegado Gustavo Henrique Barros, coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic). O inquérito foi encerrado em agosto e encaminhado ao Judiciário que pode condenar ou absolver também os advogados Fidel Dias de Melo Gomes e Ruan Vinícius Gomes de Lima, acusados de integrar o esquema criminoso desarticulado pela operação Bate e Volta, deflagrada em junho. Já o magistrado Braga Neto está na mira da Corregedoria Geral da Justiça e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “O Ministério Público do Estado já denunciou todos os advogados e a 17ª Vara Criminal da Capital já recebeu essa denúncia. Ou seja, a ação penal já está em andamento no Poder Judiciário”, informou o delegado ao EXTRA. Durante investigações da Polícia Civil foram ouvidos quatro presos que tiveram transferências de presídios efetivadas com a ajuda dos advogados. Os

detentos foram removidos do Presídio do Agreste, localizado em Girau do Ponciano, que possui segurança reforçada, para unidades da capital que teriam um controle deficiente em relação aos presos. “Eles [presidiários] pagavam aos advogados por essas transferências. Se o magistrado [Braga Neto] tinha ou não participação, não tivemos como aprofundar a investigação neste sentido. Isso porque para investigar o magistrado, por se tratar de autoridade com foro especial de prerrogativa de função, nós necessitaríamos de uma autorização do Tribunal de Justiça”, explicou o delegado. E acrescentou: “Agora, que haviam as transferências e que esses advogados recebiam valores desses reeducandos, isso ficou devidamente comprovado”. Quanto a Braga Neto, Gustavo Henrique destacou ainda que uma cópia do inquérito finalizado foi encaminhada ao Tribunal de Justiça para que a Corte aprecie se há necessidade de uma investigação acurada sobre o juiz: “De acordo com a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, para um magistrado ser investigado depende de autorização do tribunal competente”. O Tribunal de Justiça também poderá decidir quem irá investigar o juiz, se é a própria Corregedoria ou se são os delegados.

Hugo Braga, filho do magistrado, seria o mentor da extorsão contra os detentos

Ruan Vinícius e Fidel Dias também foram indiciados por participação no esquema


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IMPUNIDADE NO SERTÃO O INQUÉRITO A investigação da Polícia Civil identificou que um dos presidiários que conseguiu a transferência de presídio era condenado por tráfico de drogas e homicídios [tentados e consumados] nos estados de Alagoas, São Paulo e Minas Gerais. “Ele confirmou ter sido removido várias vezes para o Presídio do Agreste. Explicou existir um atalho para retornar para os presídios da capital por intermédio do advogado Hugo Soares Braga, filho do magistrado Braga Neto”, relata trecho do inquérito encaminhado à Justiça. O detento contou às autoridades que “Hugo dizia ter influência junto à assessora da Vara de Execuções Penais, sua ex-esposa, bem como junto à assessora da Promotoria correlata”. Disse ainda que o filho do magistrado titular da Vara de Execuções Penais, não assi-

nava as peças, motivo pelo qual se valia de advogados associados. O detento afirmou também que Hugo Braga enviava seus associados para tratar das negociações acerca das transferências com os presos dentro da unidade prisional, mas que, às vezes, ele mesmo fazia o atendimento. Detalhou que ao menos quatro vezes pagou ao advogado para que ele providenciasse seu retorno para o Presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió. Os valores para esse serviço variavam de R$ 6 mil a R$ 17.500. Até um apartamento foi usado como moeda de troca. A Polícia Civil também analisou áudios enviados por Hugo Braga em que o advogado pede para que o detento se desfizesse de imóveis e veículos a fim de levantar o valor proposto para viabilizar sua progressão de regime.

AFASTAMENTO DE BRAGA NETO O juiz José Braga Neto está afastado de suas atividades desde o dia 15 de junho por determinação do corregedor-geral da Justiça, desembargador Fernando Tourinho. Ele é alvo de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), cujo relatório começou a ser votado em sessão administrativa virtual do Pleno do TJ no dia 29 de setembro. No entanto, o julgamento foi interrompido por pedido de vista do desembargador Celyrio Adamastor. O relatório de Tourinho já teve votos favoráveis de mais oito desembargadores: Domingos Neto, Otávio

Praxedes, Alcides Gusmão, Paulo Lima, João Luiz Lessa, José Carlos Malta, Sebastião Costa e Washington Luiz. O julgamento deve ser concluído este mês e resultar na aposentadoria compulsória do juiz.

Execução de empresário faz 3 anos sem esclarecimento Rodrigo Alapenha foi assassinado em Delmiro Gouveia com 30 tiros em 2017

DA REDAÇÃO

O

assassinato de Rodrigo Alapenha, que abalou o Sertão, entrou no terceiro ano sem conclusão do inquérito policial e, pelo silêncio das autoridades, tem tudo para entrar no rol dos crimes sem solução. Pela repercussão do caso, a Secretaria de Segurança Pública delegou a responsabilidade do inquérito a uma comissão de três delegados, mas até agora os autores do crime continuam na impunidade. E ninguém fala mais nisso. O EXTRA manteve contato telefônico com a Delegacia Regional de Delmiro Gouveia, mas foi informado pelo Sr. Gildani de que na repartição não existe nenhum processo sobre o assassinato do empresário. O servidor não soube informar se o inquérito já foi concluído nem o destino que tomou. No Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), em Maceió, o sigilo é total e ninguém informa nada. Rodrigo Alapenha Cardoso Silvestre, genro do ex-prefeito Lula Cabeleira, foi executado com 30 tiros de arma de grosso calibre no dia 11 de agosto de 2017 quando chegava à sua re-

Rodrigo Alapenha era genro do ex-prefeito Lula Cabeleira sidência. Segundo testemunhas, os pistoleiros estavam em um carro de passeio e fugiram após o crime. Os responsáveis pela investigação foram os delegados Eduardo Mero, Fábio Costa e João Marcelo de Almeida. Também participaram o delegado regional Rodrigo Rocha Cavalcanti e o chefe da Divisão Especial do Deic, delegado Mário Jorge Barros. Nos bastidores diz-se que as investigações policiais esbarraram em peixe grande e o destino do processo será o arquivamento, em mais um escandaloso caso de impunidade. A família e os amigos do empresário assassinado acreditam

que o crime teve motivação passional, e na cidade, comenta-se à boca miúda que ele tinha um relacionamento amoroso com uma mulher casada, da alta sociedade delmirense. “Muitos sabiam dessa relação e o Rodrigo não tinha problema com ninguém; era um rapaz tranquilo, avesso à violência e muito trabalhador”, relatam os amigos. Rodrigo Alapenha era pernambucano, integrante de uma família tradicional de Garanhuns. Era proprietário de uma empresa de veículos de carga e de uma loja de pneus em Delmiro Gouveia, onde morava com a esposa Mila Costa e dois filhos menores.


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IMBRÓGLIO

STF decide que processo contra venda da Ceal será julgado em Alagoas Ação popular impetrada há 22 anos já percorreu todas as esferas do Judiciário TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

O trâmite de processos na Justiça brasileira pode ser um rigoroso exercício de paciência para os envolvidos. A Ação Cível Originária (ACO) 1767, que teve sua origem como ação popular movida pelo jurista Richard Wagner Medeiros Cavalcante Manso solicitando a anulação do leilão e da transferência das ações da extinta Ceal (Companhia Energética de Alagoas) para a Eletrobras é um exemplo típico. A ação completa neste mês de outubro 22 anos percorrendo os gabinetes nas esferas jurídicas à espera de uma decisão que pode abalar a economia do Estado. Entretanto, na última sextafeira, 2, em julgamento virtual, foi aprovado, por unanimidade, o voto do relator no Agravo Interno na Ação Originária 1767 no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, que decidiu dar encaminhamento ao processo, aproximando-o da decisão final. A decisão do STF impôs o retorno da Ação Originária para julgamento na Justiça Federal de Alagoas, especificamente na 2ª Vara, onde o juiz pode convocar a oitiva de testemunhas antes de dar sentença sobre o caso. Richard Manso acredita que, mesmo que uma das partes recorra da sentença (ele próprio ou a Eletrobras e a União), o que é provável que ocorra, o processo é passível de se alongar por cerca de dois anos, mas será concluído em seguida. Se o resultado for positivo para a ACO, todos os atos praticados pelo governo, como a transferência das

ações da Ceal, os bens móveis e imóveis, e o leilão de privatização da companhia podem ser anulados. O caminho percorrido pela ação popular (processo número 0005007-04.2010.4.05.8000) foi exaustivo, passando por todas as esferas da Justiça. Richard Manso consegue encurtar as etapas e explica que, em 1998, a Justiça anulou o processo de transferência das ações da Ceal para a Eletrobras, mas o processo foi remetido à Justiça federal em 1999 que, por sua vez, enviou ao Supremo Tribunal Federal sob alegação que existia conflito federativo. Em março de 2019, o STF entendeu a não existência de conflito e remeteu o processo à 2ª Vara Federal de Alagoas. A União e a Eletrobras recorreram da decisão e o foi processo parar novamente nas mãos do STF, tendo como relator o ministro Roberto Barrroso. Nesses 22 anos, o jurista Richard Manso demonstrou nos processos que o governo de Alagoas teve um prejuízo de R$ 298 milhões ao leiloar a Ceal, em 2018, após ter assumido todos os débitos da empresa. O arremate da Ceal foi realizado com um lance simbólico de R$ 50 mil, segundo Richard Manso. Na decisão do plenário virtual da semana passada, Barroso enfatiza que o “recurso não merece ser provido, tendo em vista a inexistência de erro, obscuridade, contradição ou omissão no acórdão questionado, o que afasta a presença dos pressupostos de embargabilidade, conforme o art. 1.022 do CPC”. Afirmou ainda que estes embargos “veiculam pretensão meramente infringente. Objeti-

Leilão da Eletrobras Alagoas em 2018

vam tão somente o reexame de pedido já repelido, à unanimidade, pela Primeira Turma. Como se sabe, os embargos não podem conduzir à renovação do julgamento que não se ressente de nenhum vício e, muito menos, à modificação do julgado”. União e Eletrobras, na visão do ministro, estariam tentando postular uma nova apreciação do mérito de um julgamento que transcorreu de forma regular. E decidiu: “Incide, no caso, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que afasta o cabimento dos declaratórios com essa finalidade”. Barroso enfatizou, em seu parecer que a “decisão embargada foi clara ao afirmar que o presente caso envolve uma disputa de caráter patrimonial entre os respectivos entes políticos e, originalmente, entre particulares. O mero leilão de empresa pública não envolve, automaticamente, nenhuma dimensão político-federativa capaz de justificar o acesso à competência originária do STF, nos termos do art. 102, I, f , da Constituição. Além disso, a discussão sobre a alienação do controle acionário da CEAL possui caráter eminentemente patrimonial”.

HISTÓRICO

A Companhia Energética de Alagoas foi criada em 1983, através da Lei Estadual nº 4.450, oriunda da Companhia de Eletricidade de Alagoas. Em julho de 1997, a União, por intermédio da Eletrobras, passou a exercer o controle acionário da Ceal, oportunidade em que assumiu a maioria das ações, a partir da aquisição de 50% das ações nominativas, que se encontravam sob o controle do Estado de Alagoas. Em junho de 2008 foi implantado novo modelo de gestão para as Empresas Distribuidoras da Eletrobras, que estabelecia direção única, integrada, buscando unificar procedimentos, aproximar empregados de diferentes culturas e fortalecer a confiança dos clientes atendidos nas diferentes regiões de atuação. Na condição de holding, a Eletrobras controla grande parte dos sistemas de geração e transmissão de energia elétrica do Brasil e em 2018 atuava na área de distribuição por meio das empresas Eletrobras Amazonas Energia, Eletrobras Distribuição Acre, Eletrobras Distribuição Roraima, Eletrobras Distribuição Rondônia, Eletrobras Distribuição Piauí e Eletrobras Distribuição Alagoas. Por meio da Portaria do Ministério de Minas e Energia (MME nº

468, de 04 de dezembro de 2017) a Eletrobras foi designada como responsável pela prestação de serviço público de distribuição de energia nos 102 municípios alagoanos até 31 de julho de 2018 ou até o aparecimento de um novo concessionário, em virtude de não renovação do seu Contrato de Concessão nº 07/2001.

LEILÃO Em dezembro de 2018, a Companhia Energética de Alagoas foi colocada à venda na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. A empresa Equatorial Energia S.A. saiu vencedora do leilão, que não registrou outra proposta. A Ceal foi a última das seis distribuidoras de energia pertencentes à Eletrobras leiloadas, passando ao grupo de empresas estatais privatizadas durante o Governo Michel Temer. No lance, a Equatorial Energia apresentou proposta de índice de deságio zero e se comprometeu a fazer investimento no aporte de R$ 545 milhões na distribuidora. Segundo o governo à época, a Ceal acumulava prejuízos de R$ 923,6 milhões – no período de 2012 a 2016, atendendo a todos os municípios do estado e a 1,045 milhão de consumidores.


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SAÚDE

Santa Casa de Maceió recebe doação de R$ 500 mil da Raia Drogasil Valor integra o fundo “Todo Cuidado Conta”, que direciona R$ 25 milhões para o combate à covid-19 em todo o País

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Santa Casa de Misericórdia de Maceió foi uma das empresas beneficiadas com recursos do fundo Todo Cuidado Conta, criado pela empresa RaiaDrogasil para o combate à covid-19 no interior do País. A entrega da doação de R$ 500 mil foi realizada na segunda-feira (06) e contou com a presença de representantes da instituição e da empresa brasileira. Referência na região, a Santa Casa de Maceió tem 169 anos de história e atendimento à população. O valor doado pela RD, que atua na cidade com a marca Drogasil, será direcionado à compra de ventiladores pulmonares e oxímetros de pulso. “Nosso compromisso vai além dos cuidados com a saúde do povo alagoano. Acolher e cuidar de forma humanizada será sempre nosso maior propósito. Nosso muito obrigado à RD – RaiaDrogasil por fazer parte dessa batalha”, disse o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Humberto Gomes de Melo. Para o superintendente de Engenharia e Infraestrutura (Seinfra), Carlos André de

Valor doado será direcionado à compra de ventiladores pulmonares e oxímetros de pulso Mendonça Melo, a doação chega para reforçar o trabalho executado pelos profissionais do hospital. “O bom atendimento em todas as unidades da Drogasil sempre foi um espelho para a Santa Casa de Maceió. Tivemos muitos desafios este ano, mas o empenho exemplar dos nossos colaboradores nos manteve fortes durante a pandemia. Agradecemos ao fundo Todo Cuidado Conta por essa doação”, disse. O diretor administrativo e financeiro da Santa Casa de Maceió, Dácio Guimarães, tam-

bém agradeceu à RD e reforçou a posição decisiva da instituição durante o combate à covid-19. “A doação veio em um momento muito importante, pois a Santa Casa de Maceió teve muita perda de receita e aumento de despesas durante a pandemia para poder atender a demanda esperada com a covid-19. O hospital não fechou os principais atendimentos, como a cardiologia, geriatria e oncologia, mas realizou uma verdadeira operação de guerra para adaptar às UTIS para atender os pacientes na pandemia, como transfor-

mar uma ala do Centro Cirúrgico em UTI”, disse. A escolha dos hospitais e projetos beneficiados pelo fundo Todo Cuidado Conta, que tem a consultoria técnica do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS, é feita por um comitê gestor do programa, que inclui conselheiros e executivos da RaiaDrogasil, profissionais do IDIS e especialistas independentes. “Agradecemos a oportunidade que a Santa Casa de Maceió proporcionou à Drogasil de poder ajudar aos alagoanos. A doação foi

a forma encontrada para agradecer como a Drogasil foi bem recebida em Alagoas”, afirmou Greice Costa Argolo, gerente regional da Drograsil. Sobre a Companhia – A RD – Gente, Saúde e Bem-estar foi formada em 2011 a partir da fusão entre a Droga Raia e a Drogasil, que combinam 196 anos de história no varejo farmacêutico brasileiro. Com o propósito de “Cuidar de perto da saúde e do bem-estar das pessoas em todos os momentos da vida”, a empresa possui 2.100 lojas em 23 Estados.


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TRANSPORTE COMPLEMENTAR

Arsal ignora ordens judiciais e mantém veículos provisórios Ministério Público instaura inquérito para apurar demora em licitação

17ª Promotoria de Justiça da Capital – Fazenda Pública Estadual instaurar, no dia 15 de setembro um inquérito para investigar os verdadeiros motivos da procrastinação. Na portaria, o promotor Coaracy José Oliveira da Fonseca pede à agência informações sobre quantas autorizações provisórias estão em vigor até a presente data. Ao EXTRA, Fonseca informou que pretende aprofundar a matéria por diversos indícios

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) está ignorando duas decisões judiciais que determinam que todos os veículos complementares com autorizações provisórias sejam removidos das ruas do estado e seja realizada uma licitação para a regularização dos mesmos. Atualmente, 10,34% dos veículos complementares que circulam nas estradas alagoanas possuem autorização provisória para explorar o serviço de transporte. As decisões do juiz Helestron Silva da Costa, de março deste ano, e da juíza Maria Ester Fontan Cavalcanti Manso, de fevereiro de 2019, foram determinadas após o Sindicato dos Transportadores Complementares de Alagoas (Sintracomp/AL) ingressar com diversas ações na Justiça contra a prática considerada antiga. Liminar expedida no ano passado a favor da categoria teve como base a Resolução Nº 15 de 02/09/2016 da própria agência que estabelece em seu artigo 4º, IV que a delegação de serviços públicos, feita pelo poder concedente, só pode ser realizada mediante licitação a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para seu desempenho. Na mesma resolução, o artigo 6º ainda esclarece que “a autorização para execução do Serviço Especial de transporte

de que existem carros rodando sem a devida permissão. “Vamos cuidar de investigar esse assunto e pode render uma ação civil pública ou um termo de ajuste de conduta”. A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas foi procurada através de sua assessoria para informar em que fase está a licitação exigida pela Justiça, mas o órgão não retornou os pedidos de esclarecimento.

Arsal tem concedido autorizações provisórias de forma irregular rodoviário intermunicipal de passageiros prescinde de licitação e será formalizada por ato administrativo unilateral, discricionário e precário, no qual ficará caracterizado o período de prestação de serviço”, algo que não está sendo cumprido, de acordo com o Sintracomp. A decisão mais recente determina, ainda, a remoção de veículos do serviço complementar de transporte intermunicipal de passageiros nas linhas Rio Largo x Maceió e Cruzeiro do Sul x Maceió, o que não anula a primeira, e é assinada pelo juiz Helestron Silva da Costa. “Por todo o exposto, defiro o pedido de liminar para declarar a anulação da autorização temporária, a paralisação dos veículos não licitados e a abstenção da concessão de novas autorizações provisórias para a realização do sistema de transporte intermunicipal de passageiros em nosso Estado”, diz o magistrado. De acordo com o sindicato, uma nova licitação começou a ser elaborada pela agência, mas desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, não se teve mais notícias sobre o andamento da mesma, nem foram informados

prazos para que o transporte seja totalmente regularizado pelo órgão que deveria ser responsável por isso. A pandemia, no entanto, nem sequer existia quando a primeira e mais abrangente decisão foi tomada, há mais de um ano, tornando inválido qualquer argumento referente a atrasos provenientes da covid-19, doença causada pelo coronavírus. “Hoje já tem um processo em andamento na Arsal para uma nova licitação e ainda existem provisórios circulando em linhas juntos com os licitados”, afirma Maércio Ferreira, presidente do Sintracomp, que confirma a justificativa da Arsal de que a pandemia atrapalhou os planos. “Segundo a informação que tivemos, estava tudo certo para esse segundo semestre, mas devido a pandemia ficou tudo parado”. Atualmente, 1.450 veículos complementares realizam o transporte intermunicipal em Alagoas, sendo que, destes, 150 possuem autorizações provisórias. A demora na realização de uma nova licitação fez o Ministério Público Estadual de Alagoas (MP-AL), através da

PROTESTOS NA CAPITAL

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ão bastasse os veículos com autorizações provisórias, os licitados também precisam conviver com outro problema: os clandestinos. Em meados de setembro, uma paralisação deixou Alagoas sem transporte complementar durante o período da manhã. A paralisação foi em protesto ao alto número de veículos irregulares circulando no estado sem fiscalização. “O número desse serviço aumentou e, para a surpresa da gente, teve uma decisão da Justiça que proibiu a Arsal de fiscalizar os táxis-lotação.

Isso, consequentemente, prejudica a categoria e deixa o transporte complementar financeiramente inviável. Por causa dos transportes clandestinos não tem como continuarmos operando no estado”, explica Maércio. A categoria cobra uma posição do Tribunal de Justiça que proíbe a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas de abordar táxi-lotação. Na capital, de acordo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), a prática é considerada irregular e grave, e o motorista que é flagrado recebe uma multa de R$ 293,47 e perde sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).


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IMPROBIDADE

Justiça Federal reafirma condenação de ex-prefeito Eustaquinho Moreira Ex-gestor de Capela teve recurso negado pela Primeira Turma do TRF-5 DA REDAÇÃO

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uiz Eustáquio Silveira Moreira Filho, o Eustaquinho Moreira (Pode), que disputa a cadeira de prefeito de Capela, bem que tentou, mas não conseguiu convencer a Justiça Federal de sua inocência após condenação por improbidade administrativa. No dia 1° de outubro, a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), por unanimidade, negou a apelação do ex-prefeito, do ex-secretário de educação de Capela Maurício Aureliano e da empresa PAE Editora Distribuição de Livros. Eustaquinho Moreira foi condenado a ressarcir os cofres públicos em R$ 30 mil - embora a ação pedisse a devolução de R$ 306.500 - por adquirir livros sem licitação. Quem denunciou o caso foi o próprio município, hoje administrado pelo prefeito Adelmo Moreira Calheiros (MDB), que busca a reeleição. Segundo a ação, houve a aquisição de uma brinquedoteca, inclusoteca, um espaço cultural itinerante com inexigibilidade de licitação, favorecendo a empresa ré no processo. Ainda conforme a denúncia, ficou registrada a comprovação de exclusividade da contratada para o fornecimento dos materiais, mediante direcionamento da contratação. A condenação do ex-prefeito foi proferida pelo juiz federal substituto Roney Raimundo Leão Otílio no dia 4 de março deste ano. “(...) A improbidade administrativa ocorreu, e deve ser justamente penalizada, sendo a pena

de multa, de natureza pecuniária e desvinculada de eventual enriquecimento ilícito ou dano ao erário, a adequada ao sancionamento dos atos de improbidade violadores de princípio da administração”, destacou o magistrado. Ainda na decisão, Otílio enfatizou também que foi comprovado que Maurício Aureliano [ex-secretário Municipal de Educação] atuou de forma decisiva para a contratação da empresa, uma vez que “ele expediu ofício que daria início ao procedimento da inexigibilidade da licitação, porém já contratada sem qualquer justificativa plausível”. MAIS R$ 30 MIL No ano passado, investigação do Ministério Público Federal (MPF) culminou em outra condenação contra Eustaquinho Moreira, que teria causado prejuízos ao erário ao celebrar um convênio com o Ministério das Cidades durante o seu mandato como prefeito, período compreendido entre 1° de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2016, mesmo período em que foi condenado pela dispensa de licitação para compra de materiais didáticos. O projeto do convênio seria a execução de ações urbanas de infraestrutura, mais precisamente a pavimentação em paralelepípedo e drenagem no Centro do município. No entanto, segundo o MPF, uma das etapas das obras - a drenagem de um trecho da cidade - não havia sido executada nos termos ajustados. O ex-prefeito teria permitido que fossem construídas duas casas

sob a galeria de água em que seria executada a drenagem. Portanto, o órgão fiscalizador defendeu que tal conduta seria ilícita e teria atentado contra os princípios da administração pública, gerando consequentemente lesão ao patrimônio público municipal no valor de R$ 202.292,00 correspondente à drenagem não executada. “Em virtude desta situação, a Caixa Econômica, ao fiscalizar o objeto do referido convênio, não havia atestado a funcionalidade da obra. Sendo assim, o município ficara impossibilitado de receber recursos de transferências voluntárias do Governo Federal em função de sua inclusão no Cadastro Único de Convênios CAUC e que, para a feitura de novos repasses, deveriam ser satisfeitos os itens previstos no CAUC”, destacou o MPF. Em decisão expedida no dia 29 de março de 2019, o juiz federal André Luís Maia Tobias Granja reconheceu a prática do ato de improbidade administrativa por parte do ex-gestor. E mais: condenou Eustaquinho Moreira ao pagamento de multa civil no valor de R$ 30 mil correspondente a duas vezes a remuneração bruta percebida durante seu mandato, que era de R$ 15 mil à época. ELEIÇÃO Atualmente, Eustaquinho Moreira tenta voltar à Prefeitura de Capela ao lado do can-

didato a vice Mário Sérgio de Almeida Júnior, o Júnior Santa Efigência (Pode), vereador do município. À Justiça Eleitoral, Eustaquinho Moreira declarou não possuir bens. Já o vice declarou um automóvel no valor de R$ 31 mil.

Eustaquinho pretende voltar à chefia do Executivo de Capela


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NEPOTISMO

Justiça condena à inelegibilidade ex-prefeita de Joaquim Gomes Ana Genilda nomeou três irmãos e um filho para cargos estratégicos na prefeitura TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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evolução da Humanidade no decorrer dos anos é uma lei natural, mas alguns comportamentos parecem que se perpetuam na sociedade, principalmente na área política. Este mês, a promotoria de Justiça do município de Joaquim Gomes condenou a ex-prefeita da cidade, Ana Genilda Costa Couto (PMDB, atual MDB) e outros quatro parentes dela por “improbidade administrativa” em função da prática nociva do nepotismo. Os juízes acataram a denúncia feita pelo Ministério Público de Alagoas contra o grupo que ocupou cargos diversos na gestão da prefeita, em 2014, após ela ter assumido o Executivo em razão de afastamento cautelar do então prefeito Toinho Batista (PSDB), o que ocorreu no dia 15 de abril de 2014. As penalidades para quem é condenado por atos de improbidade administrativa incluem a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas na Lei nº 8.429/1992 (LIA). Na sentença proferida, a ex-prefeita está inelegível por cinco

anos e, assim como os demais réus, vai perder a função que exerça em qualquer órgão público, ainda que seja cargo eletivo. Na denúncia, o MP de Alagoas afirma que a então prefeita “teria nomeado em 17/04/2014 sua irmã Ana Cláudia Costa Franciolly para o cargo comissionado de coordenadora de contabilidade, e seu filho Jayme Couto Lima Neto para o cargo de assessor técnico

NA DENÚNCIA, O MP AFIRMA SER INCONCEBÍVEL QUE EM PLENO SÉCULO XXI, MESMO APÓS MASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE A VEDAÇÃO AO NEPOTISMO, ALGUNS GESTORES AINDA INSISTAM NESTA PRÁTICA NEFASTA, TRATANDO O ERÁRIO COMO UM NEGÓCIO FAMILIAR.

Ana Genilda assumiu a prefeitura em abril de 2014, em substituição a prefeito que fora afastado em engenharia. Poucos dias depois (28/04/2014), nomeou seu irmão, Cicero José Costa Barros, para o cargo de gerente de compras. Durante o mandato nomeou, ainda, sua irmã, Ana Nilda Costa Barros, para o cargo de diretora de contabilidade”. Na época, a defesa da então prefeita alegou que, em função de Joaquim Gomes ser um município de pequeno porte, houve dificuldade de encontrar pessoas qualificadas para o exercício dos cargos acima citados. “Não é crível que à autora não houvesse alternativa a não ser nomear os seus parentes”, rebateram os magistrados ao dar a sentença. Na denúncia, o MP afir-

ma ser inconcebível que em pleno século XXI, mesmo após massificação da informação sobre a vedação ao nepotismo, alguns gestores ainda insistam nesta prática nefasta, tratando o erário como um negócio familiar. “Por essas razões o Ministério Público entende que os réus praticaram atos de improbidade administrativa que atentaram contra os princípios da administração pública” e requereu a condenação dos réus. Nepotismo é um termo que deriva do latim, mais especificamente das palavras nepos (sobrinho) ou nepotis (neto), e passou a ser empregado para designar o favorecimento de parentes na

administração pública. Ocorre que nos primeiros séculos da era cristã os parentes dos papas eram agraciados com vantagens na administração pública do Império Romano ou com cargos ligados ao clero. O nepotismo era uma prática normal Entretanto, dando um salto na história, a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 37 trata o nepotismo como crime de corrupção. É vasto o arcabouço jurídico a respeito desse tema, mas os políticos insistem na prática até os dias atuais ou até quando são enquadrados, ainda que tardiamente, em alguma lei por violar às garantias constitucionais de impessoalidade administrativa.


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DANOS MORAIS

Conselheiro do TCE é processado por jornalista DA REDAÇÃO

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om parecer favorável do Ministério Público do Estado (MPE), a Justiça de Alagoas rejeitou a denúncia apresentada pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Anselmo Brito, que acusou, há três anos, o diretor de Comunicação da corte de contas, Geraldo Câmara, de se “locupletar” comercialmente da TV Cidadã, que é mantida com recursos públicos do duodécimo do TCE. Na acusação, o jornalista foi acusado de receber “jabás”, explorando a TV comercialmente para interesses de ordem pessoal.

Conforme o despacho publicado em Diário Oficial, tanto o MPE quanto o juiz responsável pelo caso, Carlos Henrique Pita, manifestaram-se pelo arquivamento das duas denúncias apresentadas pelo conselheiro contra o diretor de Comunicação. Depois desse resultado do MPE e da corregedoria do Tribunal (ano passado), o jornalista Geraldo Câmara contratou um advogado para o caso, e o mesmo o aconselhou a entrar com um processo por danos morais contra o conselheiro do tribunal. No processo foi anexada farta documentação que

Anselmo Brito acusou Geraldo Câmara de exploração comercial da TV Cidadã em proveito próprio

Postagem no Facebook de Brito com acusações ao jornalista

comprova explicitamente as acusações do conselheiro Anselmo Brito de que o jornalista estaria se locupletando comercialmente da TV Cidadã, que é mantida com recursos públicos do duodécimo do TCE. Dentre essas provas as principais que não tem como ele negar são cópia da página do conselheiro no Facebook, vídeos e atas da Sessão Plenária onde ele (Anselmo Brito) repetiu as acusações publicadas na sua rede social. O EXTRA ligou para Geraldo Câmara, e o mesmo falou que agora não comentará mais sobre esse assunto, porque o mesmo está nas mãos da justiça e de seu advogado.


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BAIRROS AFUNDANDO

Jornalista lança livro sobre tragédia dos bairros de Maceió Livro-reportagem de Joaldo Cavalcante descreve as consequências dos 40 anos de exploração de sal-gema MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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le inovou e o resultado superou a expectativa. Em tempos de pandemia, o jornalista e escritor Joaldo Cavalcante lançou o livro “Salgema – Do erro à Tragédia”, no modelo drive thru, e naquela mesma noite todos os exemplares físicos foram esgotados. Agora, está disponível na livraria digital da Amazon. A obra tem mais de 150 páginas, nas quais o escritor descreve com depoimentos e documentos desde a implantação da antiga Salgema no bairro do Trapiche da Barra, em Maceió, até os dias atuais. De leitura imperdível, o livro conta com prefácio do professor e historiador Douglas Apratto e não teve custo para o leitor. A meta é que sirva para pesquisas e análise detalhada sobre a mineração da Braskem. Mas, também, é uma boa pedida para quem gosta de uma boa leitura e de se manter informado. No livro-reportagem, Joaldo faz uma viagem na história, “rebuscando fatos lá no nascedouro”. E assim, juntando peças de um grande quebra-cabeça, com documentos oficiais e fatos registrados pela imprensa alagoana, oferece ao leitor essa grande obra. Ela chega como uma contribuição

ao debate sobre o futuro da cidade. “O desastre da mineração em plena área urbana mexe com o sentimento e a vida de milhares de pessoas”, afirmou Joaldo Cavalcante. A obra vem distribuída em 19 capítulos e uma seção de anexos contendo recortes de fatos jornalísticos marcantes, além de documentos oficiais relacionados à polêmica instalação da antiga Salgema Indústrias Químicas S/A na restinga do Pontal da Barra. O jornalista Joaldo Cavalcante espera, ainda, que a publicação seja útil para enriquecer a discussão, sobretudo entre os que desejam administrar Maceió a partir de janeiro de 2021. A reportagem do jornalista aborda a cumplicidade histórica das autoridades que impuseram ao povo de Maceió uma indústria de alto risco. “Prevaleceu o lucro fácil, em detrimento da expansão urbana, da sustentabilidade e do potencial turístico da região, que gera muito emprego, divisas e não possui chaminé”, afirmou Cavalcante. “Salgema, do erro à tragédia” chegou às mãos do público na noite da terça-feira, dia 6, no estacionamento próximo à barraca Pedra Virada, na Ponta Verde, onde a SMTT reservou espaço

Joaldo (de camisa vermelha), entre moradores do Pinheiro

para o autor fazer a entrega de exemplares aos condutores de veículo. E assim, graças a parcerias, Joaldo entregou sua obra na janela do carro de quem saiu de casa e foi até o espaço com o desejo de conhecer fatos históricos surpreendentes, “cujo desfecho é o que todos estão vivenciando”, disse o escritor. Ex-presidente do Sindicato dos Jornalista de Alagoas (Sindjornal) e diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Joaldo Cavalcante também publicou outras obras como: “A última reportagem”, “Major Barros da Pedra Branca”, “A gente se vê na comunicação de governo” e “17 de julho - a gameleira, as lembranças e a história decidida à bala”.


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BAIRROS AFUNDANDO

Rachaduras podem atingir a Avenida Fernandes Lima Mapa de Criticidade apresentado pela Defesa Civil acende alerta para expansão do problema BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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s danos nas estruturas que atingem imóveis dos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto vai atingir a principal avenida de Maceió, a Fernandes Lima, no bairro do Farol. Para isso acontecer, é apenas uma questão de tempo e não mais de incerteza, de acordo com análise do engenheiro civil e especialista em Geotecnia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Abel Galindo Marques. O alerta foi aceso após a Defesa Civil de Maceió e Defesa Civil Nacional, com o apoio técnico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), entregarem a última atualização do Mapa de Setorização de Danos e de Linhas de Ações Prioritárias, na semana passada. A atualização, além de trazer a recomendação de realocação de mais 1.706 imóveis que se encontravam em área de monitoramento, também mostra a expansão do problema para

outras regiões, se comparado ao primeiro, divulgado em julho de 2019. O documento foi formulado com base em relatórios apresentados pela própria Braskem. “Se não houver o enchimento com areia ou cascalho de ao menos 75% das minas, a expansão das fissuras vai chegar lentamente na Avenida Fernandes Lima, principalmente próximo ao trecho entre a Rua Miguel Palmeira e a Rua Francisco Amorim, conhecida como Rua do Hapvida”, explica o especialista. Apesar disso, ele acredita que as rachaduras serão brandas. Embora exista o alerta, o engenheiro afirma que não é possível prever quando isso vai começar de fato a acontecer com mais visibilidade, devido ao mecanismo do tipo de expansão. “O movimento de deformação da rocha salina é muito complexo e fica difícil prever sem sensores”, exlicou. Uma das soluções para evitar o avanço do fenômeno de afundamento do solo é o enchimento das minas de sal-gema, exploradas por

mais de 40 anos na capital alagoana que, segundo Galindo, está atrasada. “Isso está atrasado há pelo menos dois anos e meio. Isso era para ter acontecido em março de 2018 quando houve o forte tremor de terra. Não só o preenchimento dessas minas como também a instalação dos micro sismógrafos de profundidade. Então está muito atrasado, isso já era para ter acontecido há muito tempo e diante da perspectiva de deformações que tem naquela área, não é possível afirmar se dará tempo de preencher algumas minas porque a deformação deve se acelerar nos próximos 24 meses”. Para o geólogo Thales Sampaio, do Serviço Geológico do Brasil, responsável por coordenar os estudos sobre o fenômeno em Alagoas, independente das ações tomadas em relação ao fechamento de minas, é possível que a situação se agrave. “Muito embora as ações de remediação nas minas possam ter efeitos positivos, ainda existe incerteza técnica e não é possível prever adequadamente o desenvolvimento futuro, que deve ser monitorado”. Sobre a possibilidade das rachaduras chegarem à Fernandes Lima, Sampaio afirma que o processo que ocorre é dinâmico, o que significa que está em constante

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Principal corredor de transportes da capital deve ser atingido pela subsidiência que afeta quatro bairros

transformação, mas que “por enquanto não há previsão de atingimento da Avenida Fernandes Lima em si”, mas não descartou a possibilidade a região começar a ser afetada. “Essa possibilidade deve ser constantemente avaliada, com base no monitoramento”.

FAROL

Em setembro, equipes da Coordenadoria Municipal Proteção e Defesa Civil começaram a realizar levantamentos de fissuras, trincas e rachaduras registradas em imóveis no bairro do Farol. O estudo, de caráter investigativo, tem como objetivo analisar se o aparecimento de rachaduras em alguns imóveis do bairro tem relação com a instabilidade de solo que afeta os bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto, provocados pelas atividades de mineração.

Mapas de danos de junho do ano e passado e o de setembro deste ano confirmam expansão do afundamento do solo Na primeira leva, seis casas da Rua Tenente Antônio de Oliveira, no bairro do Farol, foram vistoriadas pelas equipes do Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cimadec). O órgão, no entanto, foi questionado, mas não informou se a demanda de pedidos para novas vistorias aumentou ou se de fato foram constatadas as suspeitas dos primeiros analisados.

Sobre o plano de fechamento das minas apresentado em novembro de 2019 e as futuras providências que serão tomadas em relação às mesmas, a Braskem informou que aguardava apenas a autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM) para dar início aos procedimentos. De acordo com a empresa, dos 35 poços de sal localizados nos bairros de Maceió, todos

com operações encerradas, 9 estão em condição estável sendo que em 4 destes já foi realizado o plano de fechamento da frente de lavra e 5 estão na fase de instalação dos sensores que permitem o acompanhamento dessa estabilidade ao longo dos anos. “Nos próximos meses, outros 9 poços que já têm o plano de fechamento definido passarão pelo mesmo processo. O programa de

monitoramento implantado nos demais 13 poços irá definir o momento do seu fechamento definitivo. Existem ainda 4 poços que terão de ser preenchidos com areia. Os trabalhos de fechamento definitivo dos poços são sempre aprovados pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e contam com as demais autorizações necessárias”, afirmou por meio de nota.


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DIA DAS CRIANÇAS

Parques Municipais de Maceió terão programação especial

Parque do Bebedouro será um dos locais das atividades

Alongamento, plantio de árvores e piquenique integram atividades

DA REDAÇÃO

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m homenagem ao Dia das Crianças, os parques municipais de Maceió realizam no próximo fim de semana uma série de atividades voltadas à educação ambiental para o público infantil, com programação gratuita nos dois dias, a partir das 9h30. A ação “Vem Plantar - Dia das Crianças no Parque” é uma iniciativa da Prefeitura de Maceió, por meio da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes), em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

No sábado (10), as atividades serão realizadas no Parque Municipal, localizado no bairro de Bebedouro. Já no domingo (11), será no Parque do Horto, que fica situado na Avenida Fernandes Lima e é administrado pela Prefeitura de Maceió e pelo Ibama. A programação em ambos terá início às 9h30 com a concentração e alongamento. Em seguida haverá o grande plantio, em que as crianças aprenderão na prática sobre todo o processo, os diferentes tipos de mudas disponíveis e a importância de plantar uma árvore. Para finalizar, os visitantes poderão fazer piquenique em família e passeio livre.

Titular da Sudes, Gustavo Acioli Torres explica que o objetivo do “Vem Plantar” é incentivar as crianças desde cedo para que entendam a importância de cuidar do meio ambiente. “As crianças terão oportunidade de vivenciar um momento de lazer e recreação em contato direto com a natureza e deixarão sua contribuição ao meio ambiente realizando o plantio de uma árvore”, afirmou. A recomendação é que os pais levem os lanches das crianças, utilizem roupas leves, tênis, protetor solar e repelente. As atividades são livres, sem necessidade de inscrições prévias, e não há restrição de fai-

xa etária. Vale salientar que o protocolo de medidas de saúde e segurança, em virtude da pandemia da covid-19, só permite que os parques funcionem com um limite máximo de pessoas. No Parque Municipal são 300 pessoas, e no Parque do Horto 200 por turno. O uso de máscara é obrigatório. Além das atividades infantis, a programação propõe uma ação solidária. Nos dois dias, os visitantes dos parques poderão realizar a doação de brinquedos para o Lar de Amparo à Criança para Adoção (LACA), instituição privada que abriga crianças para adoção, com idades de 0 a 6 anos.

SERVIÇO O QUÊ -Vem Plantar - Dia das Crianças no Parque QUANDO - Sábado (10) às 9h30, no Parque Municipal de Maceió - Rua Marquês de Abrantes, Bebedouro. - Domingo (11) às 9h30, no Parque do Horto - Av. Fernandes


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

As eleições no quintal dos Calheiros (LAURO JARDIM - O GLOBO)

“As eleições municipais se tornaram uma dor de cabeça para a família Calheiros. Renan Filho exonerou mais de 50 pessoas ligadas ao seu vice-governador Luciano Barbosa na semana que passou. Motivo: ele insistiu em entrar na disputa pela prefeitura em Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas, sem a anuência de Renan pai e filho. Mas o motivo da irritação, que resultou até numa intervenção no MDB do município, passa longe de algum interesse relacionado

PARA REFLETIR:

a essas eleições. Os Calheiros projetam 2022. Se Luciano for eleito prefeito, Renan Filho fica sem vice. Nesse caso, se ele mantiver o plano de se candidatar ao Senado em 2022 e se desincompatibilizar do governo seis meses antes do término do mandato, assume o presidente da Assembleia Legislativa. Hoje, a Casa é comandada pelo grupo de Arthur Lira. Pai e filho não querem entregar o comando do estado ao inimigo deles”. Opinião da coluna: mais uma vergonha para os alagoanos, expostos à mídia nacional tendo como protagonistas os mesmos de sempre, que acreditam que são os “coronéis” da nossa

Eleições em Maceió Propostas e ações dos candidatos A coluna segue com o espaço para os postulantes à prefeitura de Maceió, melhor situados nas pesquisas, onde possam apresentar suas propostas, falar aos eleitores e debater seus planos de governo com a população, onde não serão permitidas acusações ou troca de agressões entre os candidatos.

Alfredo Gaspar UNIVERSALIZAR ATENÇÃO BÁSICA DA SAÚDE O candidato a prefeito pela coligação Maceió mais, Alfredo Gaspar (MDB), reafirmou que seu ponto de partida vai ser garantir a universalização do acesso a 100% das ações e serviços de atenção básica da saúde aos usuários do SUS, durante o seu mandato. Outra medida na Saúde será a reestruturação do Complexo Regulador de Maceió (CORA), dando eficiência ao sistema e promovendo o acolhimento e acesso do usuário aos serviços, com celeridade, eficácia e alto grau de resolução aos atendimentos. “Cuidar da cidade é cuidar das pessoas e isso implica em cuidar da saúde. Vamos atingir os 100% de cobertura da Atenção Básica de Maceió para quem depende do SUS”, assegurou. A universalização da atenção básica, segundo o que está colocado no Plano de Governo, “vai permitir que a população tenha acesso digno a exames e avaliações multiprofissionais visando melhorar a celeridade e eficácia à marcação de cirurgias e à realização de pequenos procedimentos, bem como a realização de mutirões para atender à demanda reprimida de consultas e exames”.

Davi Filho PACTO POR MACEIÓ Davi Davino Filho foi o primeiro candidato a prefeito a felicitar e manifestar apoio à OAB/AL e à Universidade Federal de Alagoas pela iniciativa de criação do Pacto Por Maceió. As instituições pretendem estudar e discutir os problemas da capital, propondo soluções, sendo o primeiro objeto os bairros vitimados pela mineração da Braskem. Conforme análise de Davi, Maceió já apresenta problemas crônicos de degradação ambiental agora agravados pelo desastre da extração de sal. “A cooperação é bem-vinda e de grande valia para a cidade”. Davi Davino Filho entende que os bairros atingidos precisam de projeto de reconstrução, a ser coordenado pela Prefeitura de Maceió. “Eleito, vou liderar a feitura desse projeto, unindo esforços e mobilizando, as universidades, técnicos e os setores pensantes da sociedade, de modo a viabilizar o melhor para a população e o futuro da cidade”, concluiu.

João Henrique Caldas (JHC) BANCO DA MULHER EMPREENDEDORA A desigualdade de gênero é algo marcante em todo país, em Maceió não seria diferente. Dados do IBGE apontam que há uma diferença de renda mensal de aproximadamente 20% entre homens e mulheres na capital alagoana. Pensando nisso, JHC vai desenvolver o Banco da Mulher Empreendedora. A ideia é fomentar a atividade econômica e a emancipação das mulheres que desejam empreender de alguma forma. O projeto inclui autônomas, informais e MEIs, ofertando crédito com juros abaixo do mercado e outros benefícios. O candidato à Prefeitura de Maceió entende que os incentivos são essenciais nos negócios e trabalhará nesse caminho. Desta forma, as mulheres vão ter mais um impulso para conquistarem a independência financeira, para serem ainda mais capazes de alcançar uma melhor qualidade de vida e atingirem mais igualdade. Nos últimos anos, o número de mulheres responsáveis pelo orçamento das casas aumentou. JHC reforça que incrementar a renda dessas chefes de família é fortalecer a autonomia delas, esse é um dos seus compromissos com a gestão da capital.

Existe uma deformação lastimável na consciência política coletiva do nosso povo: o povo adora ser enganado. Povo alienado, politicalha feliz.

Além da conta A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem sofrido, nos últimos anos, um grande desgaste perante a sociedade por atitudes equivocadas dos que comandam o Conselho Federal. De entidade respeitada e combativa passou a atuar e se envolver em política partidária, com intenso viés ideológico, geralmente contrário à maioria de seus associados. O exemplo desceu à planície e fez escola nas diversas secções regionais da entidade dos advogados. A OAB não pode e nem deve ter candidatos para chamar de seu, muito menos se envolver em falcatruas políticas como tem acontecido no interior do estado. Onde ficam a ética e a reputação da entidade?

CONTA-GOTAS

Luciano Barbosa segue candidatíssimo à Prefeitura de Arapiraca e a população revoltada quer mostrar que não aceita “cabresto”. Chegará consagrado nas urnas. Riacho Salgadinho ainda será um tema muito comentado nas eleições de Maceió. As promessas voltarão, mas o eleitor quer mais firmeza nas respostas. Se o TRE quiser e a Polícia Federal fizer, muitos candidatos compradores de votos serão pegos. Nós vemos e sabemos e só eles não veem?


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Bolsonaro vai entregar o caos

ELIAS FRAGOSO n Economista

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Brasil passa por um momento até mais grave que os do final dos desgovernos petistas. Bolsonaro conseguiu fazer o que já estava ruim, ficar muito pior, muitas vezes pior. Caminhamos para 17 anos de uma tragédia nacional que nos avassala, empobrece e atrasa. Sofremos com o tsunami petista com seu mensalão, a roubalheira desenfreada que literalmente quebrou o país, o poste que Lula elegeu presidenta (sic), uma reeleição até hoje em suspeição, e pela sequência emedebista com Temer e seu saltitante homem da mala ou do infame “tem que man-

ter isso viu?” para a JBS continuar a pagar a extorsão do Eduardo Cunha. Esperançosos, os brasileiros elegeram Bolsonaro pela promessa de uma guinada à direita, por práticas liberais na economia, pelo combate à corrupção e à violência e por seu discurso de moralização nos costumes. Nada disso aconteceu. Tudo se desfez nos primórdios de seu mandato, desde quando a família foi pega no esquema de rachadinhas, o pai, a esposa, o filho senador e o filho vereador, coordenadas pelo Queiroz e, agora, sabe-se, acoitado por uma figura no mínimo controversa, o advogado Wassef (que por sinal, pelo que se noticia, teve ativa participação na escolha do novo indicado ao STF). Daí à sua tentativa golpista abortada pela firme atuação de alguns ministros do STF, foi um pulo. Frustradas suas pretensões ditatoriais, ele então iniciou o aparelhamento sistemático de órgãos de Estado voltados à fiscalização e controle que poderiam ameaçar os interesses da família (deixando isso bem claro naquela fatídica reunião de abril que foi

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tornada pública). Sua sanha de emparedar as instituições continua. Após nomear Aras para a PGR, furando a lista tríplice indicada pelos procuradores, acaba de indicar para o Supremo, veja só, mais um com o currículo “ajeitado” nos moldes do infausto professor Decotelli, da Educação. E pretende nomear para o TCU um “assessor” direto na busca insana de criar barreiras que o protejam e à sua família. Por isso, seus indicados precisam aceitar “beber uma cerveja” com ele. Recente, Bolsonaro afirmou: “Acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no meu governo” e ontem, o senador Renan Calheiros, completou: “Ele pode deixar um grande legado para o país que é o desmonte desse estado policialesco” (sic), etc. (ele se referia à Lava Jato que condenou centenas de políticos e empresários corruptos e tem pela frente ainda outra centena de inquéritos, inclusive, uma dúzia do senador). O presidente não explica sua recente aliança com o Centrão, de sabidas intenções em relação aos

recursos públicos, e ex aliados na roubalheira petista, nem a liberação de emendas parlamentares às vésperas de importantes votações, ou o convescote para a indicação do novo ministro para o STF na casa do ministro Toffoli, e vai por aí. Seu governo é um fracasso. Passados 21 meses ainda não apresentou sequer seu plano de governo, eximiu-se e dificultou o combate à covid-19 que se encaminha para 150 mil óbitos, muitos deles evitáveis, também não apresentou um plano de saída crível para o pós-pandemia, ou para os pobres que estão recebendo o auxílio emergencial, se recusa a acelerar as reformas administrativa e tributária, não realizou as privatizações prometidas, tem sido de uma incompetência abissal nas questões ambientais e um zero à esquerda na pauta dos costumes. É um governo que em plena tempestade nunca soube levar o navio a bom porto. E os reflexos estão aí. Nossos credores começam a apertar a corda que vai enforcar o país em dois anos. Bolsonaro vai nos entregar o caos.

mados comissionados? Também não! Extinção das despesas suntuárias, como viagens oficiais sem nada para fazer, do uso das aeronaves federais ou particulares alugadas? Definitivamente não! Reduzir o número de ministérios, como prometeu na campanha política? Absolutamente não! Como o teto de gastos de 2021 não pode ser ultrapassado – ao menos por enquanto, diz Guedes – por que não buscar as soluções nos incautos silentes, o povo em geral, os servidores públicos, os empregados das empresas privadas, e as próprias? Assim, o pagamento do auxílio-doença, hoje responsabilidade do INSS, poderá ser transferido ao empregador, sobrando dinheiro para a vaquinha. O tempo mínimo de carteira assinada para os empregados que ganham até R$ 2.090,00 seria elevado de um mês para seis meses, o que também contribuirá para o novo dispêndio do erário. O Be-

nefício de Prestação Continuada, o BCP, instituído para minorar a penúria de idosos e pessoas com deficiência, que tenham renda de até R$ 280,00, assim como outros que estejam em condição de miserabilidade e vulnerabilidade, poderá ser retirado quando houver acúmulo com outros benefícios sociais. Outras maldades, sempre em detrimento do povo brasileiro, estão também em estudos, que a máquina de malefício não descansa. O aceno atraente dos nossos procustos é a tal Renda Cidadã, criação de novas despesas com oneração da população e das empresas, estas já tão sacrificadas pelo isolamento social, pelos escorchantes tributos, pelos preços altos da cesta básica. E tudo isso sem choro nem vela, como está no cancioneiro popular. O Procusto grego fez prosélitos entre nós! As vítimas, essas são sempre as mesmas: NÓS!

Esperançosos, os brasileiros elegeram Bolsonaro pela promessa de uma guinada à direita, por práticas liberais na economia, pelo combate à corrupção e à violência e por seu discurso de moralização nos costumes. Nada disso aconteceu.

Leito de Procusto

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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ada civilização tem os seus mitos, bons e maus. Os gregos da antiguidade clássica tinham no mito de Procusto a encarnação da maldade. Conta-se que Procusto era um celerado, um bandido, empregado de estalagem que atraía os homens para o conforto da mesma com o intuito de roubar-lhes os pertences. Não ficava apenas nisso. Divertia-se o sádico forçando o incauto ou desavisado a deitar-se amarrado em sua cama.

Caso o indivíduo aprisionado fosse maior que o leito, cortava-lhe as pernas; se menor, esticava-o até caber perfeitamente no jirau. A imagem desse ser mitológico veio-me à mente com o encontro de reconciliação do ministro Paulo Guedes e o presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia. Após os desencontros desses dois, briguinhas ou arengas como se dizia antigamente, o dono da estalagem, Jair Bolsonaro, interveio para as pazes entre eles, porquanto, afinal se não sai o tal Renda Cidadã como arregimentar clientela em seu apoio? Lula já fez o mesmo, e até hoje tem eleitorado cativo. O fato é que, para garantir o clientelismo bolsonarista, os quase-inimigoscordiais, Guedes e Maia pretendem um leque de medidas que assegurem os valores orçamentários para o tal projeto. Aperto de cinto do governo? Não! Redução dos custos com uma desnecessária infinidade de cargos de cunho político, os cha-

O fato é que, para garantir o clientelismo bolsonarista, os quase-inimigos-cordiais, Guedes e Maia pretendem um leque de medidas que assegurem os valores orçamentários para o tal projeto.


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O futuro a Deus pertence

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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tempo vai passando e vou entendendo os recadinhos que o Homem lá de cima nos manda. Os maiores exemplos estão no campo político. Há pessoas extremamente vaidosas que crescem se aproveitando dos outros e, de repente, tomam um susto, perdem tudo. Um colega do Legislativo, moço pobre, de origem simples, caiu nas graças dos gestores da Casa. Subiu rapidamente e foi fazendo que nem o rio de Paripueira: derrubava tudo o que lhe passava na frente. Não adiantava os colegas darem conselhos; bajulava os patrões e pisava nos mais humil-

des. Num piscar de olhos, desagradou os chefes poderosos que imaginaram: “Ele sabe demais, está na hora de sair”. Corre o risco de não se aposentar por possuir admissão ilegal. A mão de Deus caiu forte na cabeça do cidadão. Uma menina nova, bonita, bem vestida, chegava no plenário do Poder Legislativo falando bobagens: “Conheço a vida toda do deputado fulano de tal. Ele só confia em mim”. “Cuidado”! Avisei. “Está pisando em terreno perigoso”! Não deu outra: foi assassinada misteriosamente. O corpo apareceu na Mata do Rolo. Falta de aviso não foi. Outra companheira, de família tradicional, virou agiota, emprestando enormes quantias a políticos. Vivia fazendo festas para “Cicinho”, “Toinho”, “Zezinho” e outras figuras. Cuidado querida, agiotagem é crime e os parceiros são perigosos, também alertei. Entusiasmou-se, cresceu demais e caiu num buraco fundo, cheio de cobras. Presa, levou um filho com ela e saiu de vítima. A vaidade foi tanta, que ficou surda, ao se empolgar com o lado negativo da sociedade. Estou vendo agora numa cidade um pequeno empresário querendo ser prefeito. Os amigos aconselham, mos-

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tram exemplos de outros que faliram por causa da política. Ele não escuta e vai gastando seu suado dinheirinho, competindo com velhas raposas, de polpudos cofres amealhados em outros “carnavais”. Dificilmente sairá vitorioso e ficará pobre novamente. A vaidade, grande mal entre os candidatos a cargos eletivos, cega as criaturas. Só gostam de ouvir o que é bom. São avisados do perigo que correm e ficam zangados. O Moro, “mordido pela mosca azul”, deixou de ser juiz para fazer parte do Governo Bolsonaro. Deu-se mal. Perdeu o emprego e ficou desgastado. O Alfredo Gaspar deixou o Ministério Público para ser candidato a prefeito, apoiado pelo sistema político das Alagoas. Se perder, talvez “acorde pra Jesus” e veja a bobagem que fez. Quando era mais jovem, morei no Rio de Janeiro. Passando pelo Aterro do Flamengo, vi um jovem alagoano, de cabelos encaracolados, nos movimentos de rua da UNE – União Nacional dos Estudantes. Cresceu muito, foi deputado estadual, senador, ministro de Estado, presidente do Senado Federal. Fez amigos e inimigos. Levou

a família para o famigerado sistema político brasileiro. Caía, levantava, virou o “João Teimoso”. De repente, vejo um vídeo dele na internet: “Estou com um nódulo nos rins e vários outros espalhados pelo corpo”. Fico pensando: Valeu a pena tanta luta, tanto estresse? Vai terminar numa vala comum, exatamente como um pobre mortal. É surpreendente ver como os homens e mulheres que se elegem ficam vaidosos, não ouvem conselhos e afastam as pessoas que lhes dizem a verdade. Gostam de ouvir bajulações do tipo: Você é o melhor, o maior, não tem defeitos. Se alguém o alerta para o perigo, vira inimigo. Trabalhei por vários anos na Assembleia Legislativa de Alagoas e via os assessores bajulando parlamentares e falando mal dos colegas, inventando histórias para agradar os patrões. Vi, até, casamentos dissolvidos por causa do vírus corruptor da política. Nada mudou! Ainda existem “papagaios de pirata”, auxiliares escondendo pen-drive na roupa para encobrir mazelas de chefes e fofoqueiros de plantão.

É surpreendente ver como os homens e mulheres que se elegem ficam vaidosos, não ouvem conselhos e afastam as pessoas que lhes dizem a verdade. Gostam de ouvir bajulações do tipo: Você é o melhor, o maior, não tem defeitos.


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EDUCAÇÃO QUE AVANÇA

Junqueiro atende especificidades dos alunos e supera meta do Ideb C om indicador de 7,6 nos anos iniciais e 6,3 nos anos finais, Junqueiro superou a meta estabelecida pelo Ministério da Educação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ideb). O índice avalia o ensino fundamental e médio no país com base em dados sobre aprovação nas escolas e desempenho dos estudantes no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e é o principal indicador de qualidade da educação brasileira. Para a secretária de educação do município, Estela Celina, esse avanço foi gradativo e é a conquista de uma equipe sonhadora que visa a excelência. “O Ideb 2019 foi resultado de um planejamento estratégico com objetivos e

metas bem definidas para evolução da aprendizagem dos alunos em Língua portuguesa e Matemática e execução de atividades com direcionamentos pedagógicos específicos, que atendeu as especificidades dos alunos da rede em toda sua pluralidade”, diz. Em 2015 a meta nacional estabelecida na cidade já havia sido superada, mas segundo Estela Celina sempre é um desafio e eles existem para serem vencidos e as metas superadas. “A equipe de educação somou forças e extraiu de cada aluno seu potencial máximo para aquele ano. Continuar evoluindo e construindo uma educação municipal cada vez mais exitosa é o gatilho da gestão de Junqueiro”.

Os maiores desafios na educação do município é fazer com que a equipe, tanto da gestão quanto dos professores, trabalhem junto com as famílias. “O grande ponto de atenção sempre foi em cima dos desafios enfrentados pelos alunos, em casa, e, na escola, quanto às questões psicológicas, para a partir daí pensar estratégias de resgate, fixando nos educandos o sentimento de pertencimento, sentimento esse causado também nas equipes das escolas da rede e nas famílias”, frisou a secretária. Ainda segundo ela, “os desafios são vencidos dia após dia, estratégia após estratégia e sempre que necessário replanejando e refazendo o caminho pedagógico para atender a todos”.


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SOLIDARIEDADE

Psicóloga faz vaquinha virtual para garantir tratamento contra câncer Campanha é para comprar duas caixas do medicamento Kisqali que custa entre R$ 15 mil e R$ 20 mil MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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psicóloga Alexsandra Amaral, 41 anos, foi diagnosticada em 2013, aos 34 anos, com um câncer de mama agressivo e precisou fazer a mastectomia total. Desde então, continuou em manutenção da doença, mas em julho deste ano percebeu uma ondulação abaixo da axila e, para sua surpresa, o câncer voltou como metástase, na fase IV, ainda mais agressivo. Para conseguir manter a sobrevida nesta segunda luta contra o câncer ela precisa da medicação Kisqali, caixa com 63 comprimidos, que custa entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Por ser de alto custo, entrou com processo de judicialização para ter acesso gratuito. Mas Patrícia não pode esperar. Enquanto não sai a decisão da Justiça, resolveu realizar vaquinha virtual- ID: 1418721- com meta de arrecadar R$ 40 mil

para ficar ao menos dois meses “tranquila”. A solidariedade de todos é importante e a causa também. Ela precisa de sua ajuda, #JuntosPelaAlexsandra. Confiante, diz que qualquer valor é bem-vindo e acredita na sensibilidade das pessoas neste desafio. Vale ressaltar que a medicação é indicada para controle da doença em estágio avançado, prolongando a sobrevida com maior qualidade. Emocionada, diz que anos atrás recebeu o abraço e a acolhida das pessoas e que agora não será diferente. E, assim, espera contar, mais uma vez, com os amigos, com os amigos dos amigos e com quem puder contribuir com a vaquinha, quem puder compartilhar. Confiante, acredita na generosidade das pessoas e até profetiza. “Eu sei que já deu tudo certo”. A psicóloga de Maceió já sentiu que a solidariedade vai além das fronteiras. Em

Alexsandra precisa do medicamento para sua sobrevida uma das campanhas conseguiu uma caixa da medicação, doação vinda do Paraná. Agora é a vez de todo Brasil se unir e contribuir. Quer

saber mais: http://vaka. me/1418721. Lá Alexsandra fala do problema, dos desafios, de fé e esperança. Também agradece e acredita.

A DOENÇA

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Porém, o tipo histológico mais comum de câncer de mama é o carcinoma de células epiteliais, que se divide em lesões in situ e invasoras. Os carcinomas mais frequentes são os ductais ou lobulares. No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres. Em 2018, ocorreram 2,1 milhões de casos novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados. Esse valor corresponde a um risco estimado de 55,2/100 mil. Independentemente da condição socioeconômica do país, a incidência desse câncer se coloca entre as primeiras posições das neoplasias malignas femininas. No Brasil, ocorreram, em 2017, 16.724 óbitos por câncer de mama feminina, o equivalente a um risco de 16,16 por 100 mil. Não existe somente um fator de risco para câncer de mama, no entanto a idade acima dos 50 anos é considerado o mais importante. Outros fatores que contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença são fatores genéticos (mutações dos genes BRCA1 e BRC2) e fatores hereditários, além da menopausa tardia, obesidade, sedentarismo e exposições frequentes a radiações ionizantes.


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IDEB

Santana do Ipanema registra avanços na estrutura e aprendizado na Educação

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s escolas da rede municipal de Santana do Ipanema cumpriram, em 2019, a meta estabelecida para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos finais do ensino (6º ao 9º), ficando com pontuação de 4,2 quando a meta proposta pelo Ministério da Educação era de 4,0. Nos anos iniciais (1º ao 5º) a rede atingiu um resultado de 4,2, apresentando 1 ponto abaixo do estipulado. O principal indicador do desenvolvimento da educação no país foi divulgado no dia 15 de setembro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os resultados do Ideb confirmam que Santana do Ipanema cresce na área de educação e tem dado direcionamento correto aos investimentos na rede, apesar de enfrentar desafios diversos. O aumento no indicador nos anos finais de ensino aconteceu em função da melhora nas taxas de aprovação. A secretária municipal Andrea Cristhina Brandão Teixeira, que assumiu o posto há um ano, afirma que o trabalho de aprendizagem no município evolui constantemente e que um dos fatores para esse avanço é a dedicação, engajamento e esforço pessoal dos funcionários da área. “O diferencial é essa vontade de ver os alunos progredindo”, destaca.

A rede municipal tem 6.530 alunos matriculados em 22 escolas e também é responsável por três creches. A Prefeitura tem destinado atenção especial ao setor quer pelos investimentos na infraestrutura, melhoria da qualidade da merenda ou capacitação dos profissionais. No segundo semestre deste ano, a Prefeitura finalizou obras de reforma e ampliação em seis unidades de ensino, que vão receber os alunos com mais conforto. Este ano, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, a rede precisou suspender as aulas, como ocorreu no restante do país, mas desde o final do mês de março foram definidas diretrizes para reduzir os prejuízos no aprendizado dos estudantes. “Diretores e

pais de alunos se reuniram para traçar metas e definir estratégias de aprendizado em casa”, esclarece a secretária. Um dos projetos realizados e que trouxe bons resultados foi a pesquisa sobre a família do aluno, na visão de cada um deles. O trabalho envolveu pais, irmãos e outros parentes mais próximos ao núcleo familiar, desenvolvendo nos estudantes uma série de habilidades, além do fazer o repasse de conteúdos educacionais. Em 2019, Alagoas se destacou entre os estados com maiores avanços do país em relação aos anos iniciais do ensino fundamental, superando a meta preconizada pelo Ideb, que é divulgado a cada dois anos. Segundo o Inep, o estado teve as seguintes notas para o ensino fundamental (1º ao 5º anos): total: 5,6 (meta era 4,5), a rede pública alcançou 5,3 (meta era 4,3) e a rede privada obteve 6,6 (meta era 6,8).


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ECONOMIA EM PAUTA

n Bruno Fernandes – n bruno-fs@outlook.com

CVM Digital

Sem IOF

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governo decidiu prorrogar a isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de crédito até 31 de dezembro deste ano. Implantada no início de abril e estendida por mais 90 dias, em julho, a medida zera as alíquotas do imposto, barateando operações como empréstimos, cheque especial e rotativo do cartão de crédito, que sofrem incidência de IOF de 0,38% sobre o valor total da operação, mais 0,0082% ao dia (equivalente a 3% ao ano) em caso de atraso, até a quitação total da dívida.

Prejuízo para jovens

Guerra pelo Pix

“A extinção do desconto de 20% estudada pelo governo federal e concedido automaticamente a contribuintes que optam pela declaração simplificada do Imposto de Renda Pessoa Física para financiar o programa de renda básica, o Renda Cidadã, pode prejudicar solteiros e jovens assalariados”, afirma o advogado Sérgio Papini, do escritório Papini Bastos Toledo e mestre em Direito Econômico, Financeiro e Tributário. A ideia do governo é manter apenas os descontos oferecidos para os contribuintes abaterem gastos com saúde e educação privadas. Para o advogado, geralmente os jovens não têm essas despesas, sendo assim, não terão o que deduzir.

Instituições financeiras começaram uma verdadeira guerra pelas chaves Pix de seus clientes. O Santander vai sortear dois prêmios de R$ 1 milhão cada, sendo um para cliente pessoa física e outro para cliente pessoa jurídica na tentativa de atrair mais clientes. O BB vai sortear até R$ 600 mil divididos em 37 prêmios. Cada uma das cinco chaves do Pix renderá uma quantidade diferente de números da sorte. Se o cliente cadastrar as três chaves, receberá o dobro de números. O Nubank, por outro lado, vai sortear até R$ 370 mil, sendo seis prêmios de R$ 20 mil e cinco de R$ 50 mil.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) lançou o aplicativo CVM Digital, pelo qual o investidor pode consultar se determinada empresa possui autorização do órgão para funcionar no mercado de capitais, além de trazer informações sobre auditores e agentes autônomos. O aplicativo pode ser baixado pelo Google Play e, como está em fase de testes, não está com todos os serviços disponíveis. Já é possível, por exemplo, acessar as informações das empresas desde que o usuário saiba o CNPJ dela e de que tipo de participante no mercado ela é.


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NO PAÍS DAS ALAGOAS

O diabo dá sobrinhos Marechal Deodoro da Fonseca não teve filhos. Dedicou seu afeto paternal ao sobrinho, que lhe era bastante querido: Hermes da Fonseca - marechal - que foi eleito presidente da República em 1910. Derrotou o grande jurista baiano Rui Barbosa usando como símbolo de campanha uma vassoura que era para “varrer a roubalheira dos civilistas”, referindo-se a Rui Barbosa e às oligarquias rurais, que dominavam o cenário político da época. Em momento de aborrecimento, não contendo seus rompantes, referindo-se ao sobrinho querido, Hermes, Deodoro teria dito: - Quando Deus não nos dá filhos, o diabo vem e nos dá sobrinhos.

FIEA

TEMÓTEOCORREIA

n Ex-deputado estadual


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Novo Jeep de sete lugares terá desenho brasileiro

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á uma meta ambiciosa que a Jeep deseja alcançar em todos os países onde atua. De cada cinco SUVs vendidos no segmento pelo menos um deve ostentar sua conhecida grade de sete fendas verticais, ou seja, 20%. No Brasil este objetivo foi atingido antes de qualquer outro país. E assim a marca ganhou o direito de projetar aqui seu terceiro lançamento, no segundo semestre de 2021. Um SUV inteiramente novo, de sete lugares, que não será simples derivação do Compass. Não é a primeira vez que a Jeep projeta um produto novo fora dos EUA. O Grand Commander com sete lugares e o Commander, de cinco estrearam na China em maio de 2018. A marca americana ainda esconde o nome do modelo brasileiro, mas dessa vez haverá uma ofensiva exportadora para toda a América Latina. Certo é a oferta de motor turbodiesel importado e também do novo turboflex de 1,33 L e 180 cv produzido em Betim (MG). A central multimídia de 10 pol. deverá ter conexão totalmente sem fio, se o smartphone permitir carregamento por indução.

n OUTRA situação que foge do normal: a boa reação dos carros importados em meio à crise sanitária e à queda do PIB. De acordo com a Abeifa (associação de importadores), em setembro deste ano as vendas (2.834 unidades) foram apenas 0,4% inferiores ao mesmo mês de 2019. Além dos compradores terem renda maior, houve antecipação de compras para aproveitar estoques de carros importados com dólar mais baixo do que hoje. Previsão da entidade é redução de 15% este ano sobre 2019, contra 30% do mercado como um todo.

A Jeep se prepara para comemorar 80 anos do surgimento do nome (registrado posteriormente) em 2021, quando importará da Itália o Renegade híbrido e revitalizará o Renegade brasileiro sem seguir exatamente as linhas do modelo europeu. Este ano a marca mantém a liderança entre os SUVs, suas vendas caíram menos que a média da indústria e seus dois produtos estão entre os dez mais vendidos. Faltando um trimestre para fechar o ano, o cenário atual deve se confirmar em 2020.

Quer vender seu carro? o momento é agora Veículos usados no segmento de automóveis e comerciais leves (94% do total) continuam a surpreender positivamente, segundo a Fenabrave. No comparativo entre setembro de 2019 e de 2020, as transações apresentaram alta de 8,41%. No acumulado dos primeiros nove meses dos dois anos a retração é de 24%, abaixo do que caiu o mercado de novos (33%). O especialista Luca Cafici, CEO da Instacarro, explica a valorização dos usados: - Combinação de dois fatores (maior demanda com redução da oferta) está gerando aumento significativo nos preços dos seminovos e usados. Assim, é um bom momento para quem deseja vender. Situação inédita pois normalmente automóveis se depreciam em vez de valorizarem. As pessoas estão evitando transporte público e carros de aplicativos em razão da pandemia. - Em janeiro, por exemplo, o preço médio de um

ALTA RODA

Volkswagen Fox 1.0 com 90 mil km rodados, era de 81% da Tabela Fipe – em agosto, subiu para 85%. Um Ford Ka 1.0 com baixa quilometragem foi negociado por 96% da Tabela Fipe em agosto, valorização de oito pontos percentuais em relação ao início do ano. Carros bem conservados e de alto giro com baixa quilometragem chegam a ser negociados por 100% da Tabela Fipe – ou até mais. - Outra razão: locadoras venderam seus estoques logo nas primeiras semanas da pandemia e, agora, só operam no varejo porque não conseguiram ter acesso a novos veículos, uma vez que a produção das fábricas foi paralisada. Isso, evidentemente, não vai durar para sempre. Quando as locadoras começarem a renovar suas frotas novamente e vender o estoque no atacado, a oferta aumentará bastante e os preços voltarão a cair”, conclui Cafici.

n REED Exhibitions confirmou a Automec, de 6 a 10 de abril de 2021, no pavilhão São Paulo Expo. Reservada para fabricantes e clientes do setor de autopeças será uma feira híbrida: presencial e com forte interação digital. Haverá cuidados especiais para evitar aglomerações, o que implica uma diminuição de 15% no número de visitantes. A fórmula híbrida indica o caminho para o Salão do Automóvel de 2022. n STRADA (nova e antiga gerações) levou a picape leve da Fiat a liderar o mercado geral em setembro pela quarta vez em seus 20 anos de história. As outras três vezes foram no primeiro trimestre de 2014. A diferença para o Onix foi simbólica: 163 unidades. Inédita versão de cabine dupla e quatro portas ajudou a atrair novos interessados. Versões de trabalho, como a Endurance Plus (cabine simples), responderam por mais de 50% da comercialização no mês passado. Caçamba tem 1.354 litros, 1,71 m de comprimento e pode transportar até cadeira espreguiçadeira com a tampa fechada, agora bem mais leve de manusear. de trânsito das cidades e pedestres, com seus smartphones. Tudo para reduzir acidentes no trânsito.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

AZULÃO SEGUE CRESCENDO NA SÉRIE B

Ídolos alagoanos: CBF HOMENAGEIA MARTA E ZAGALLO COM ESTÁTUAS

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estátua de Pelé no Museu da Seleção Brasileira vai ganhar a companhia de dois grandes nomes da história do futebol alagoano. A jogadora Marta irá receber uma imagem em tamanho real que será colocada ao lado do Rei do Futebol. Quem também ganha uma nova estátua no espaço é o ídolo nacional e ex-técnico da Seleção Brasileira, Zagallo. Rogério Caboclo, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, anunciou que os dois astros vão ganhar imagens no museu localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Reforçando que o espaço precisa dar mais destaque para o futebol feminino, a estátua da Rainha ficará ao lado da de Pelé, inaugurada no início deste ano de 2020. Além das imagens, uma nova ala do museu será inaugurada, destinada unicamente para a história e conquistas da seleção brasileira feminina, aumentando ainda mais a representatividade das mulheres no futebol. As estátuas de Marta e Zagallo serão encomendadas sob medida e os dois recentemente receberam equipes para tirarem fotos e medidas que vão orientar os mais de 50 profissionais responsáveis pelo trabalho. O presidente da CBF ainda comentou que a seleção feminina de futebol conquistou seu primeiro patrocinador exclusivo e que o anúncio da marca deve ser feito ainda este mês.

O resultado de 3 a 0 contra o Figueirense fez com que o CSA ganhasse três posições na classificação da Série B. Agora é o atual 12º colocado, com 16 pontos e conseguiu dar uma respirada na competição. Pelo que parece os tempos sombrios de crise foram embora. Aos poucos a equipe azulina vai começando a encontrar a equipe titular ideal e se acertar no campeonato com bons resultados. Tudo indicava que iria ser uma Série B desastrosa para o CSA, mas o comandante azulino mostrou o contrário, ele vem dando conta do

recado e está mudando o rumo da história. Essa foi a terceira vitória em quatro jogos desde a chegada do técnico Mozart. Após a partida, o treinador elogiou o meio campo Nadson, uma das novidades do time na partida, e afirmou que o equilíbrio marcou a boa atuação do clube no Trapichão. No duelo contra o figueira, os atacantes Paulo Sérgio e Pedro Lucas fizeram valer a famosa lei do ex no Rei Pelé. Ex-jogadores do Figueirense, eles marcaram pelo CSA e comemoraram os três pontos do Azulão.

GALO PERDE MAIS UMA OPORTUNIDADE DE CHEGAR NO Z4 AOAO Dominado é a palavra exata do que o CRB foi no jogo. O Confiança foi absoluto durante todo o primeiro tempo. O Dragão teve 68% de posse de bola, mais volume de jogo e finalizou nove vezes no gol, em três delas desperdiçou ótimas oportunidades de abrir o placar, já o CRB só se defendeu. A falta de consistência na defesa regatiana ainda é um problema do elenco. Na volta para a segunda etapa o Galo da Praia melhorou, mas não foi o suficiente para conquistar pontos na casa do adversário. Aos 20 minutos de jogo, Ari Moura, que tinha acabado de entrar, arriscou de fora da área para abrir o placar. O Regatas se complicou e muito com a ofensividade do time sergipano. A sina do G4 tem assombrado o Galo nesta Série B, sempre que o elenco alvirrubro tem chances de colar entre os quatro primeiros vem um resultado negativo e fica cada vez mais longe do acesso à elite.

CLIMA TENSO NO LADO CRUZEIRENSE O ano de 2020 para o Cruzeiro vem sendo um dos piores da rica história do clube. O centro de treinamentos Toca da Raposa II foi invadido por torcedores, que cobraram o elenco, a diretoria e o técnico Ney Franco pelo mau momento vivido pelo clube. A Polícia Militar conseguiu conter a confusão no local. Em imagens que circulam nas redes sociais, membros da torcida organizada da Raposa discutem com os policiais que estavam no CT. Algumas faixas foram vistas perto do local com frases de protesto por parte da torcida cruzeirense. No atual momento, o Cruzeiro se situa na zona de rebaixamento para a Série C, na 17ª posição, com 11 pontos. A equipe disputa a segunda divisão pela primeira vez na sua história e vive uma grande crise política, financeira e dentro de campo.


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ABCDOINTERIOR Clima tenso

Mais um

Candidatos a vereador pelo MDB vão disputar as eleições com as atenções voltadas para a Justiça que deve julgar, até o final desse mês, ação movida pelo partido em nível nacional e estadual visando anular a convenção partidária realizada no dia 15 de setembro, que homologou a chapa Luciano Barbosa e Rute Pereira Nezinho. O clima é de tensão e preocupação entre os candidatos a vereador e prefeito, que apesar do imbróglio estão em plena campanha eleitoral.

Tentam reeleição Dos candidatos a vereadores emedebistas que disputarão uma cadeira na Câmara Municipal, três possuem mandato e vão tentar a reeleição no próximo dia 15 de novembro. São eles: Rogério Nezinho, Léo Saturnino e Fábio Henrique. Dos três, Rogério Nezinho, irmão do deputado estadual Ricardo Nezinho, aparece confortável em pesquisas de intenção de votos realizadas recentemente. Em tempo: Rogério Nezinho vai tentar se reeleger para exercer o seu quinto mandato.

Crime eleitoral

Diálogo importante

A Justiça Eleitoral determinou que a prefeita e candidata à reeleição Fabiana Pessoa (Republicanos) retire as postagens feitas nas redes sociais, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), além de outras cominações previstas no ordenamento jurídico. A decisão é assinada pelo juiz titular da 22ª Zona Eleitoral, Rômulo Vasconcelos de Albuquerque.

Após um amplo diálogo envolvendo ações futuras para a sua cidade, Cavalcante se mostrou emocionado com a recuperação da saúde do senador alagoano, que recentemente se submeteu a uma intervenção cirúrgica em um hospital de São Paulo.

Redes sociais Conforme o documento publicado, o Partido Cidadania, através de seus procuradores legalmente constituídos, ingressou com representação e pedido de tutela de urgência, em face da candidata a prefeita Fabiana Pessoa (Republicanos) utilizar as suas contas pessoais nas redes sociais Instagram e Facebook, “para divulgar atos da Prefeitura Municipal de Arapiraca como se fosse ações pessoais, vindo assim a mesclar seu cargo institucional com a conduta política, afrontando desta forma o princípio da impessoalidade”, cita o juiz no documento.

Conta com Renan Candidato à reeleição, o prefeito Cavalcante, da cidade de Traipu, tem planos para realizar grandes obras, caso saia vitorioso nas eleições municipais de novembro próximo. Para tanto, Cavalcante conta com total apoio do senador Renan Calheiros, com quem esteve recentemente reunido na capital alagoana.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Cidade carente “Traipu é uma cidade carente e contamos com apoio do senador, que sempre nos deu toda atenção necessária para colocarmos em andamento obras estruturantes que garantem a cidadania do nosso povo. Independente de política partidária, defendemos um amplo diálogo em prol da população que, sem dúvida alguma, sempre contou com a mão amiga do senador alagoano Renan Calheiros”, disse o prefeito.

Vereadores desistem Com a desistência de três vereadores de Arapiraca de disputar a reeleição, ficou claro que o motivo principal está relacionado a questões financeiras, já que para garantir uma cadeira na Casa de Herbene Melo tem que se investir, no mínimo, R$ 600 mil. Por mais que se negue, esse “investimento” é fato. Que o diga o presidente da Câmara Municipal, Jario Barros, que na reta final de campanha acabou jogando a toalha.

Pois é. O presidente do Poder Legislativo, Jario Barros, que é filiado ao Pros, não irá disputar a reeleição. Após dois mandatos de vereador, iniciando em 2004 com retorno em 2016, Jario Barros decidiu, “após conversa com familiares e amigos”, que não disputará o pleito.

Não será adeus Barros também é ex-presidente da Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA). Ele enfatizou que a sua saída da vida pública não será um adeus, pois tem outras pretensões políticas, que se reserva no direito de não mencionar.

Morte de Rogério Ao se pronunciar sobre os motivos que o levaram a tomar esta difícil decisão, Jario Barros disse que ainda se sente emocionalmente abalado com a morte do ex-prefeito Rogério Teófilo, por quem nutria, além do respeito como gestor, muito carinho, respeito e admiração.

Motivo da decisão Também impactou na sua decisão, a saída de dois grandes amigos nesse processo eleitoral, que são o vereador Edvanio do Zé Baixinho, que por motivos de saúde comunicou a toda a sociedade que não mais seria candidato à reeleição, e a Professora Graça, “outra grande representante do povo arapiraquense na Casa Herbene Melo”. “Sinto como uma perda irreparável para o Legislativo de Arapiraca, que não poderá mais contar com a combatividade de ambos a partir do próximo ano”, lamentou Jario Barros.

PELO INTERIOR ... Ex-vereadora e ex-prefeita de Arapiraca por três mandatos, a médica Célia Rocha abraçou a candidatura de Luciano Barbosa para prefeito. ... Célia, que já tinha informado que não participaria de eleições, mudou de opinião e entrou com tudo na campanha de Barbosa acompanhando, inclusive, caminhadas pelos bairros da cidade e visitas aos eleitores da zona rural. ... Matéria do site 7Segundos, veiculada na noite de terça-feira, 6, traz uma grave denúncia contra a atual gestão de Arapiraca. ... De acordo com a matéria, “após dois anos na gerência da Unidade Básica de Saúde do Canaã, a enfermeira Liliane Francisca da Silva foi exonerada pela prefeitura de Arapiraca na tarde de terça-feira (06), devido ao vazamento de um áudio que denuncia um esquema de ‘voto casado’ na prefeitura de Arapiraca, que desde a tarde de segunda circula em grupos de um aplicativo de mensagens”. ... No áudio, a ex-servidora afirma ter sido chamada para conversar e foi comunicada que, para se manter no cargo como diretora da UBS, teria que votar em Fabiana Pessoa (Republicanos) e em um candidato a vereador indicado pelo grupo. ... “Lamentavelmente venho aqui dizer que fui chamada justamente para isso. Para eu poder ficar no cargo, eu precisaria ficar à mercê de uma proposta indecente. Seria o voto casadinho, onde eu teria que votar na atual prefeita e no candidato a vereador que seria da região”, afirma Liliane Francisca. ... O vereador Edvânio do Zé Baixinho (PSDB), foi submetido a cirurgia na tarde de terça-feira, 6, no Hospital Regional de Arapiraca. ... Ele entrou na sala de cirurgia às 12h20 e saiu por volta das 14h35, de acordo com informações passadas pela família. A biópsia foi encaminhada para uma análise. ... A cirurgia foi realizada pelo médico Francisco Carlos de Lima Santos e foi considerada um sucesso. A biópsia foi encaminhada ao Núcleo de Prevenção e Diagnóstico do Câncer (NPDC), para uma análise mais aprofundada. O resultado do exame sairá no dia 14 de outubro. (Com 7 Segundos). ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana, com paz e muita saúde. Até a próxima edição!


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MEIOAMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Canadá sem plástico

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acolas de compras, canudos e outros itens de plásticos de uso único estarão proibidos no Canadá a partir do ano que vem. A medida, que alcança outros elementos como embalagens e talheres de comida difíceis de reciclar, fazem parte de um plano ambicioso para a eliminação total de resíduos plásticos até 2030. O tema figura no alto do programa ambiente do governo do primeiro-ministro Justin Trudeau. O ministro do Meio Ambiente Jonathan Wilkinson admitiu que o Canadá “não está liderando o mundo nisso”. “Muitos países na Europa, incluindo o Reino Unido, já têm avançado neste caminho e certamente temos aprendido com o que fizeram”, disse.

Morte às abelhas

A Assembleia Nacional da França aprovou na terça-feira, 6, um polêmico projeto de lei que permite a reintrodução temporária de pesticidas que matam abelhas para salvar a indústria da beterraba. O debate no congresso francês foi acalorado e o partido do presidente francês Emmanuel Macron, o República em Marcha (LREM), registrou uma longa disputa entre seus apoiadores na bancada governista. No total, o projeto de lei obteve 313 votos a favor, 158 contra e 56 abstenções e agora deve ser analisado no Senado francês em uma primeira leitura.

Revanche da natureza

Proteção inútil a manguezais O Ministério do Meio Ambiente continua defendendo o fim de normas de proteção que restringem o desmatamento em manguezais e restingas. O ministro Ricardo Salles chancelou um documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que essas resoluções são chamadas de “inúteis”, “ilegais” e “pleonásticas”. A polêmica começou no final do mês passado, quando o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) revogou normas de proteção a manguezais e restingas. A decisão chegou a ser suspensa pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, mas logo depois o Tribunal Regional Federal da 2ª Região derrubou a suspensão e a revogação do Conama voltou a valer.

Estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indica que o Rio Paraopeba vem se recuperando dos impactos causados pelo rompimento da barragem da mineradora Vale que ocorreu em janeiro do ano passado, em Brumadinho (MG). A pesquisa identificou uma redução progressiva na concentração de parâmetros variados como alumínio dissolvido, antimônio total, cobre dissolvido, ferro dissolvido, manganês total e zinco total. O rompimento da barragem causou 270 mortes e liberou no ambiente 11,7 milhões de metros


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MAIS SAÚDE

Hospital Regional da Mata é inaugurado em União dos Palmares

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nião dos Palmares conta agora com mais um equipamento para melhorar a saúde da população não só da cidade, mas de toda região da Zona da Mata. Isso porque foi inaugurado na última segunda-feira, 5, pelo governador Renan Filho, o Hospital Regional da Mata (HRM). A perspectiva é de que mais de 260 mil pessoas de 11 municípios sejam beneficiadas com o novo hospital. Segundo a secretária Municipal de Saúde, Geany Vergetti, a nova unidade irá garantir o direito a uma saúde de qualidade para toda a região. “O governador tem sido um grande parceiro da gestão nessa luta pelo desenvolvimento da nossa cidade, e é garantido que essa obra não vai apenas impulsionar a saúde, mas também desenvolver nossa economia. A gente só tem a agradecer por essa grande conquista”, afirmou. O HRM conta com 30 leitos de UTI, 25 de emergência, 30 de internamento clínico, 26 de internamento cirúrgico, sete de recuperação anestésica e quatro salas instaladas no centro cirúrgico. Além de União dos Palmares, Murici, Branquinha, Santana do Mundaú, Ibateguara, Colônia Leopoldina, Novo Lino, Jundiá, Campestre, Joaquim Gomes e São José da Laje agora contam com essa melhoria na saúde.

A unidade disponibiliza atendimentos na área de urgência e emergência, unidade de internação, centro cirúrgico, assistência ambulatorial e centro de diagnóstico que conta com um laboratório funcionando 24 horas, além do serviço de tomografia computadorizada, raios-x e ultrassonografia abdominal total. Segundo o governador Renan Filho, o perfil assistencial do HRM será adequado ao funcionamento do Hospital São Vicente de Paulo, também localizado em União dos Palmares. A tendência é que o antigo equipamento seja mais focado na assistência materno-infantil e na saúde da mulher. “Hoje é um dia histórico para essa região de Alagoas, que era muito carente de atendimento médico e que viveu, sucessivamente, com promessas feitas aqui sem nunca se realizarem. Agora nós realizamos esse sonho antigo que vai significar melhoria da qualidade de vida, redução da mortalidade infantil, atendimento com eficiência aos idosos e ampliação da expectativa de vida da população. Além de viver mais, as pessoas daqui terão anos mais produtivos com menos adoecimento”, declarou o governador.

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