Edição 1107

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1998 - 2020

ANO XXII - Nº 1107 - 26 DE FEVEREIRO A 04 DE MARÇO DE 2021 - R$ 4,00

CNMP PEDE DEMISSÃO DE SIDRACK NASCIMENTO

n Promotor é acusado de violência física e moral contra esposa que se matou com a arma do próprio marido; agressões duraram 10 anos n Ele também é investigado no Conselho Nacional do MP por denunciação caluniosa e gestão de empresa 8, 9 e 10

GUERRA DA SUCESSÃO CASO PINHEIRO CHÃ PRETA

EX-PREFEITA RITA TENÓRIO É CONDENADA POR DESVIO DE RECURSOS PÚBLICOS 11

RENAN FILHO E ARTHUR LIRA SE ARMAM PARA A DISPUTA MAJORITÁRIA DE 2022 5, 6 e 7

PRECATÓRIO

SERVIDORES DA EXTINTA FEBEM VÃO RECEBER R$ 100 MILHÕES DO ESTADO 12

HOSPITAL SANATÓRIO SERÁ INDENIZADO E TRANSFERIDO PARA CRUZ DAS ALMAS 14


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COLUNA

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

extra DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

A ilusão dos precatórios 1

- A maioria dos 25 mil servidores públicos detentores de créditos trabalhistas devidos pelo Estado perdeu a esperança de receber esses direitos. Sem falar nos herdeiros dos milhares de servidores que já morreram sem ver a cor desse dinheiro.

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- Só uns poucos ainda mantêm a ilusão de algum dia receberem esses créditos, mas apenas alguns integrantes da elite salarial terão esse privilégio. Essa tem sido a prática desde que o Estado aceitou quitar seu passivo trabalhista com a venda desses créditos, chamados de precatórios.

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- Autorizada pela Lei estadual 6.410 de 2003, a venda desses títulos para empresas privadas através de compensação tributária sempre foi tumultuada, sem muito controle da Secretaria da Fazenda.

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- Em quase 20 anos de vigência da lei, poucos receberam seus créditos, sobretudo os detentores de pequenos valores, que são a maioria dos credores e são sempre esquecidos.

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- Até agora o grande volume de recursos envolvidos na transação beneficiou apenas um pequeno grupo de privilegiados em detrimento dos demais servidores que formam a base da pirâmide salarial de Alagoas.

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- Além do deságio de 70% no valor de face desses títulos, os credores ainda são vítimas de advogados inescrupulosos que se aproveitam da situação de penúria para achacar os servidores. Antes cobravam 20% pela venda desses “precatórios”; agora exigem 90%, ficando apenas 10% para o servidor, dono do crédito. E ninguém faz nada.

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- O governador Renan Filho precisa mudar a legislação para acabar com esse assalto aos servidores e pôr fim ao enriquecimento ilícito dessas arapucas travestidas de escritório de advocacia.

Privilégio de classe

Para dar mais equidade no pagamento desses “precatórios”, a lei recomenda prioridade para os credores idosos, enfermos e de pequenos valores. Mas nem isso é respeitado e os servidores da base sempre acabam atropelados pelo topo da pirâmide salarial.

Elite salarial

Uma das ideias para pôr fim às injustiças na quitação desses créditos é estabelecer em lei um percentual sobre a venda desses títulos para pagamento de pequenos valores. Com isso, milhares de credores da base seriam beneficiados em transações milionárias para quitar um ou dois servidores da elite salarial.

Base da pirâmide

Nesses 18 anos de vigência da lei houve casos de um único credor receber R$ 2 milhões em crédito trabalhista. Se esse dinheiro fosse destinado à quitação de precatórios de pequenos valores, beneficiaria dezenas de servidores.

Agora vai

O promotor de Justiça Sidrack Nascimento dificilmente escapará de punições no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), mesmo contando com o espírito de corpo do Ministério Público de Alagoas que o protegeu após a trágica morte da esposa, a advogada Martha Moreira, bem como nos desdobramentos do episódio. Após várias matérias jornalísticas sobre a tragédia, e a indignação da família, o caso chegou ao CNMP que abriu três PAD - Procedimento Administrativo Disciplinar – para investigar as acusações contra o promotor. A pena maior sugerida pelo CNMP é a demissão do acusado do cargo de promotor público. Veja reportagem nas páginas 8, 9 e 10.

Vilela no Senado

A única vaga de senador na eleição do próximo ano vai ser tão disputada quanto a de governador. Agora surge o nome do ex-governador Téo Vilela como provável candidato ao Senado. Além da condição de candidato natural dos usineiros, Vilela conta o apoio de vários prefeitos da sua época que agora voltaram ao poder.

Guerra da sucessão

Enquanto não chegam as eleições multiplicam-se as especulações sobre futuras alianças e nomes de quem vai dar as cartas no pleito majoritário do ano que vem. Na disputa ao governo do Estado os deputados Paulo Dantas e Davi Filho surgem como possíveis candidatos. O prefeito JHC também pode entrar na disputa, mas tudo vai depender das costuras políticas entre Arthur Lira e seu fiel escudeiro Marcelo Victor.

Aventura

Hoje, o presidente da Assembleia de Alagoas é o nome mais forte para suceder Renan Filho. Mas o deputado Marcelo Victor não parece empolgado com a ideia de trocar uma reeleição certa pela aventura de uma acirrada disputa ao governo.

Majoritárias

O quadro sucessório será debatido durante o feriado da Semana Santa com a vinda de Arthur Lira a Maceió para costurar novas alianças e definir os potenciais candidatos ao governo e ao Senado. Até lá, só especulações e conjecturas.

AA e seu pitbull

O deputado Antônio Albuquerque ficou falando sozinho em defesa do miliciano federal Daniel Silveira - pitbull dos bolsominions - que deve ter o mandado cassado a bem do serviço público.


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PANDEMIA

AMA defende consenso entre governos sobre quarentena e retomada das aulas na rede pública Sérgio Lira diz que municípios não têm condições de fechar atividades econômicas e se engaja na luta por vacinação

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s prefeitos de Alagoas vão acompanhar as determinações do governo do Estado se forem adotadas medidas mais rígidas de isolamento social para tentar frear a disseminação do coronavírus nesta segunda onda da pandemia. Entretanto, os gestores são contra a implantação de lockdown, ainda que parcial, como vem ocorrendo em alguns estados. O vice-presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), Fernando Sérgio Lira, diz que qualquer decisão que endureça as restrições deve ser tomada de forma coletiva, envolvendo governos estadual e municipais. “Não dá para adotar medidas isoladas [em relação ao fechamento de empresas e atividades]. Os municípios não devem ficar como plateia, é preciso haver consenso antes de adotar essas medidas. O entendimento jurídico da AMA é este”, afirma. O prefeito, afirma que os municípios alagoanos não têm condições de suspender as atividades econômicas neste momento, apesar do aumento do número de casos da covid-19,

e que decisões neste sentido iriam castigar a população e reduzir as receitas municipais. “Somos formalmente contra o fechamento. Os municípios alagoanos não aguentam isso [lockdown]”. Fernando Sérgio, que é presidente da Comissão de Saúde da AMA, observa que, antes de fechar atividades econômicas com um lockdown, por exemplo, a população deve cumprir as medidas sanitárias, como a não aglomeração e uso da máscara, que são as principais ações preventivas na pandemia. “As pessoas não estão cumprindo os protocolos, essa é a verdade! E os prefeitos não vão ficar baixando medidas rígidas que não são cumpridas e nem temos potencial para fiscalizar, se as pessoas não fazem a parte delas”, queixa-se.

RETORNO ÀS AULAS

O prefeito também afirma que é possível haver o adiamento das aulas nos municípios de Alagoas, mas o entendimento é para o retorno da atividade na rede pública. A AMA está engajada na luta para conseguir a vacinação dos professores – incluindo a categoria no grupo 2 de prioridade – e fazer a retomada segura das aulas presenciais. A reivindicação sobre a vacina está sendo discutida politicamente pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Segundo Fernando Sérgio, o governador Renan Filho teria emitido uma nota dizendo que não está à vontade para

fazer o retorno presencial das aulas, mas o posicionamento dos prefeitos é contrário. “A realidade dos pequenos e médios municípios é diferente. Nós estamos presenciando as crianças ficarem vulneráveis fora das escolas. Observamos problemas de convivência desses alunos em suas casas. Crianças confinadas, agredidas, abusadas e violentadas...um verdadeiro clima de patologia coletiva com a quarentena em alguns casos. É preciso voltar à atividade”, comenta. Consulta feita pela CNM apontou que 1.291 (87%) dos 1.482 entes locais que participaram da pesquisa conseguiram concluir o ano letivo de 2020 apesar do longo período com escolas fechadas por causa da pandemia. Desse total, 1.167 cidades (79%) finalizaram o calendário escolar do ano passado até 31 de dezembro, enquanto 123 (8%) em janeiro. A AMA montou uma metodologia para facilitar o retorno às aulas na rede municipal sem deixar a escola com superlotação. O método deve ser aplicado aos alunos do 1º ao 9º ano que tiveram covid-19 de três meses para trás. Eles voltariam às salas de aula em turnos alternados, três dias a cada semana. “Não é sistema híbrido. Parte dos alunos terá aula 2ª, 4ª e 6ª numa semana e na seguinte terá 3ª e 5º. O mesmo ocorrendo com a outra parte dos estudantes, alternando a presença. Os professores que considerarem que um aluno não deve fazer aula presencial, o município disponibilizará para ele o ensino à distância”, explica.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Mania de rede

Confronto

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lguns secretários de JHC pegaram a mania do chefe e abusam das redes sociais querendo mostrar serviço, mesmo que essas pequenas ações sejam um café pequeno para o volume de problemas que administração terá que enfrentar daqui pra frente. Com quase sessenta dias de trabalho, dos cem que o prefeito estabeleceu para mudar a cara de Maceió, JHC tem procurado pontuar ações rápidas, praticamente sem custos como é o caso da retirada dos tachões

Devagar com o andor Anunciado com estardalhaço um rombo de mais de R$ 330 milhões na Prefeitura de Maceió, o governo municipal tem a obrigação de detalhar esta situação. Dá a impressão de que houve desvio de recursos públicos, o que parece não ser bem assim.

Dinheiro em caixa O ex-prefeito Rui Palmeira quebrou o silêncio e disse que cumpriu com seus compromissos, deixou um R$ 1 bilhão para investimentos e recomendou a JHC cuidar da administração e esquecer de pequenas questões políticas.

Economia Cortar gastos, evitar nomeações desnecessárias para o serviço público são ações imediatas esperadas por qualquer administração. Mas não é só isso que a população espera. Ela quer serviços mais eficientes e ações sociais destinadas aos moradores da periferia da cidade que vivem abaixo da linha da pobreza.

Dois meses Mesmo anunciando um choque de administração em 100 dias de governo, JHC está ultrapassando os sessenta dias sem nenhuma medida de impacto tomada até agora, o que se espera que faça até o final do próximo mês.

Protagonistas Enquanto vereadores-secretários deitam e rolam nas redes sociais sobre seus feitos na administração municipal, o prefeito JHC começa a ficar em segundo plano.

das principais avenidas de Maceió e a redução da passagem de ônibus. Aos poucos JHC vai imprimindo o seu ritmo de trabalho, mas sabe dos grandes e velhos problemas que terá de enfrentar. O prefeito, entretanto, tem crédito, ao reduzir também o gasto com combustível em mais de 50%.

Amostragem Com a esperada maioria na Câmara, onde alguns vereadores não passam sem o abraço fraterno do governo municipal, o prefeito JHC não espere que navegará tranquilo durante sua administração. Será questionado e muito pelo bloco de oposição.

Desembolso

Caindo fora

A prefeitura reduziu o preço da passagem de ônibus, mas esta semana teve que desembolsar R$ 1 milhão para antecipação de vale-transporte, uma forma de o dinheiro ser repassado aos trabalhadores rodoviários urbanos. Até o dia 19 de março está afastada qualquer possibilidade de paralisação do sistema de transporte de Maceió. Mas a conta vem alta.

Já a deputada Jó Pereira parece que decidiu mesmo sair do MDB. Volta com força para o Progressista, do deputado Arthur Lira, que marcará uma nova era política no estado de Alagoas.

Arrumadinho A vereador Olívia Tenório começou com o pé de direito na primeira sessão da Câmara. Criticou seu colega Brivaldo Marques, do PSC, por tentar proteger a categoria de assistente social para imunização contra a covid-19. Como se outras categorias não merecessem o mesmo tratamento.

Onde há fumaça O deputado Galva Novaes nega que esteja de mala arrumada para desembarcar no PSB do prefeito JHC. Mas a movimentação nos bastidores políticos é muito grande. Como diz o velho ditado, “onde há fumaça, há fogo”.

Aproximando É visível o desconforto do governador Renan Filho com a situação política atual. Ele sabe que terá que encontrar soluções rápidas formando uma base política de sustentação para poder decidir o que vai fazer em 2022. Por isso mesmo tem acenado para o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, aliado de primeira hora do deputado Arthur Lira, os quais disputarão a hegemonia política com os Calheiros daqui pra frente.

Investindo Mesmo que não tenha revelado sua predileção para candidatos ao governo do Estado, Renan Filho joga no xadrez político três nomes que poderão disputar o seu lugar em 2022: Alexandre Ayres, secretário de Saúde, Rafael Brito, do Turismo e Desenvolvimento e, comendo pelas beiradas, George Santoro, da Fazenda.

Arrastão Mesmo não tendo batido o martelo por nenhuma deles, o governador avança na filiação de novos prefeitos ao MDB e aposta até em adversários políticos para fazer uma grande frente em 2022.

A briga nos bastidores políticos começa a esquentar com vistas às eleições do próximo ano, sendo protagonistas o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o governador Renan Filho. PP e MDB correm para filiar mais lideranças políticas, que por certo irão refletir nas eleições de 2022.

Sem testagem A classe médica tem reclamado da falta de testagem coletiva na população, o que dificulta a projeção de providências sanitárias para evitar a proliferação do coronavírus, que agora volta mais forte com o aparecimento de novas variantes.

Subindo Enquanto outros estados do Nordeste adotam medidas restritivas para impedir o avanço do coronavírus, em Maceió e outras cidades do interior as noites nos finais de semana são de festa. Com pouca fiscalização, a tendência é aumentar o número de infectados e de mortes, como alertam médicos infectologistas.

Quem é o vilão O governo federal decretou no início da semana que os preços dos combustíveis e seus impostos devem ficar expostos nos postos nos próximos 30 dias. Ou seja, o consumidor vai ficar sabendo quanto o governo do Estado abocanha de ICMS em cada litro de gasolina, etanol e diesel.

Perguntar não ofende De que adianta a Petrobras nadar em dinheiro e o consumidor pagar os olhos da cara por um litro de combustível?


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JOGO DO PODER

Grupos da Barra e do Palácio disputam atenção da classe política Arthur Lira e Renan Filho movimentam bastidores e costuram aliados para as eleições de 2022 ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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eleição de Arthur Lira (PP) para presidente da Câmara criou uma nova divisão nas forças políticas de Alagoas; de um lado está o “Grupo do Palácio”, liderado pelo governador Renan Filho (MDB); do outro, o “Grupo da Barra de São Miguel”, para onde se deslocou a oposição liderada por Lira. Pelo Palácio República dos Palmares passam deputados, prefeitos e secretários que negociam com o governador suas demandas particulares; na Barra de São Miguel encontram-se aqueles da oposição que trabalham o projeto 2022. No tradicional balneário da classe política, onde muitos políticos têm casa de verão, todos querem falar com o ex-senador e atual prefeito Benedito de Lira (PP), pai e canal mais direto para chegar ao presidente da Câmara. Os dois grandes grupos estão desenhando as eleições de 2022. Na semana seguinte à sua eleição, Arthur Lira fez uma visita a Alagoas marcada por muitos movimentos de bastidores e atos públicos. A agenda do deputado federal ficou lotada com conversas demoradas com aliados e caciques da política local. Ele trabalha em Brasília, mas não perde a iniciativa na

política local, alagoana. Para o grande público ficou a imagem de suas visitas ao Tribunal de Justiça, Prefeitura de Maceió, Palácio República dos Palmares e, principalmente, a Assembleia Legislativa. Na sede do Poder Legislativo, ele fez questão de reunir-se com 18 deputados estaduais, uma demonstração de força e prestígio organizada pelo presidente da casa e seu aliado, o deputado Marcelo Victor. A breve visita de Arthur Lira, com suas muitas reuniões, já fez um primeiro efeito prático: a deputada Jó Pereira fez sua reaproximação com o PP, para onde deve ir e, possivelmente, com um convite para disputar um cargo majoritário; e o deputado Galba Novaes decidiu ir para o PSB, dois partidos que trabalham na mesma direção para 2022. Por sua vez, o senador Fernando Collor (PSDC), peça importante no projeto de Arthur Lira, marcou presença em atos do governo federal, do qual se tornou um defensor acirrado. O próprio Bolsonaro o convidou para participar de uma reunião ministerial na qual ele sugeriu medidas para baixar o preço da gasolina. E Lira é apontado como a ponte unindo estes dois lados que até pouco tempo trocavam palavras ríspidas em grupo. Bolsonaro chegou a classificar Collor de mentiroso e o ex-presidente defendia, abertamente, que

Uma semana após se eleger presidente da Câmara, Arthur Lira visitou a Assembleia Legislativa Bolsonaro estava à beira do impeachment. Hoje, Collor vem dando declarações públicas desse alinhamento. Defendeu o nome de Arthur Lira para presidente da Câmara e pediu votos na primeira decisão importante da Câmara depois da eleição, a votação da autonomia do Banco Central. Disputando a reeleição em 2022 e sem possibilidades de aproximação com o governo estadual, Collor aposta suas fichas numa aliança política com Lira e com JHC, que seria estendida a Rodrigo Cunha, que trabalha como pré-candidato a governador pelo PSDB, com o apoio aberto da família Vilela e o apoio discreto do prefeito de Maceió, JHC. O senador Rodrigo Cunha (PSDB), depois das críticas que recebeu pela indicação da namorada em cargo na

estrutura da Prefeitura da capital, mergulhou e vem fazendo contatos de maneira mais discreta, acompanhando os movimentos dos grandes atores, como o senador Renan Calheiros (MDB), Arthur Lira e Collor. Cunha é o nome mais forte do grupo, teve mais votos que Renan Calheiros na eleição para o Senado, mas poderá perder espaços para outros nomes, como o da deputada Jó Pereira. Com a vitória de Lira, Antônio Albuquerque, pai do deputado federal Nivaldo Albuquerque, articula de forma independente seu nome para governador. Albuquerque sofre com uma imensa rejeição, incluindo na sua terra natal, Limoeiro de Anadia, onde não elege um prefeito há uma década e nem mesmo possui cargos de prestígio no governo esta-

dual para chamar de seus. Albuquerque, porém, busca aproveitar a onda do bolsonarismo, tanto que seu filho Nivaldo foi o único membro da bancada federal a votar contra a prisão do deputado federal Daniel Silveira, da fina flor do bolsonarismo. Outro nome citado para uma provável disputa a governador é o de Davi Davino (PP), que ficou em terceiro lugar na disputa à Prefeitura de Maceió mas, por enquanto, ele não aceitaria entrar na disputa pelo Palácio República dos Palmares já que a vaga de reeleição a estadual é considerada pela família Davino como líquida e certa. Ou, no máximo, um voo a federal, apesar do compromisso assumido na reeleição de Arthur Lira, que insiste em dizer que não vai para a disputa a governador em 2022.


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JOGO DO PODER

Renan Filho abona filiação dos prefeitos Jorge Galvão (Jundiá), Leopoldina Amorim (Maribondo) e Valmiro Costa (Poço das Trincheiras)

Renan Filho acelera obras

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endo a frente de oposição se movimentar, Renan Filho acelerou suas atividades externas. Orientado pelos aliados mais experientes, o governador assumiu uma agenda mais eleitoral, está menos fechado no gabinete, conversando mais com seus possíveis aliados. Aproveitando o lançamento dos dois programas de maior visibilidade local, o

CRIA e o Minha Cidade Linda, Renan Filho percorreu vários municípios, distribuindo cartões que dão direito a R$ 100 às mães pobres com crianças nas escolas e com menos de 5 anos. E também assinando a autorização das obras de pequenas reformas nas localidades do interior. Essas visitas, escolhidas a dedo pelo governador, são acompanhadas pela oposição

que vê nessa iniciativa o começo da sua campanha para o Senado. Na Assembleia, os deputados mais ligados a Arthur Lira se dividem. Uns apostam que Renan não vai encarar a eleição ao Senado; outros afirmam que este cenário está prontíssimo e Renan monta pesada artilharia para enfrentar Fernando Collor, também em busca da reeleição.

FESTA No alto Sertão, Renan fez a festa com os prefeitos e vereadores da região. Em Arapiraca, prometeu obras ao lado do prefeito Luciano Barbosa (MDB), com quem trata de se reaproximar para chegar ao seu eleitorado na segunda maior cidade de Alagoas; em Palmeira dos Índios, além da presença em atos políticos do governo, assinou a ficha de filiação do pre-

feito Júlio Cezar no seu partido, o MDB. Em, Marechal Deodoro distribuiu três mil cartões de R$ 100 ao lado dos irmãos Cacau e Alexandre Ayres, o primeiro é o prefeito da cidade, e Ayres é o bem avaliado secretário de Saúde e pré-candidato a governador, a depender das alianças e coligações em 2022. As visitas e as reuniões estão surtindo efeito e mais dois prefeitos se filiaram ao MDB, o de Palestina e o de Tanque d’Arca. Com R$ 5 bilhões para investir até o próximo ano, Renan Filho está prometendo um grande número de obras, como duplicação de estradas, pontes e hospitais. Em Maragogí, assinou a ordem de construção do novo aeroporto e, semana seguinte, enviou sua equipe para acertar o aeroporto de Arapiraca. Com as finanças apresentando folga de caixa, resolveu modificar a alíquota cobrada aos aposentados, uma decisão que tenta reverter o prejuízo político junto aos 40 mil funcionários inativos do Estado, os servidores que foram penalizados com a decisão governamental de cobrar 14% de suas magras aposentadorias em plena pandemia. O próximo passo de Renan Filho deve ser a reforma do secretariado, numa tentativa de reaproximação com grupos políticos da Assembleia Legislativa. Na lista das conversas sobre os espaços nas secretarias, como Ciência e Tecnologia, Trabalho, Educação e Agricultura, está a deputada Fátima Canuto e duas importantes lideranças do interior, Joaquim Beltrão e Antônio Albuquerque. O passo seguinte será trabalhar o nome para governador, com vários pré-candidatos disputando essa escolha, que deverá ficar entre Alexandre Ayres, Marx Beltrão ou Isnaldo Bulhões.


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JOGO DO PODER

Em Alagoas, Bolsonaro e Collor, que quer a reeleição, trocaram afagos, enquanto o prefeito JHC se encarregou de visitar o prestigiado Arthur Lira em Brasília

JHC enfrenta críticas no início da gestão V

itrine política mais importante do estado, a Prefeitura de Maceió atravessa problemas importantes. O maior deles é a falta de recursos para cumprir as promessas de campanha feitas pelo atual prefeito, que desconhecia o estado das finanças municipais. Como fazem muitos gestores no início de sua administração, o prefeito JHC debitou na conta de Rui Palmeira as dificuldades financeiras do município. Esse discurso sempre faz efeito nos primeiros dias de gestão, mas logo cansa e deixa de servir como justificativa. Na última semana, orientado pelo seu secretário de Finanças, o jovem contabilista carioca João Borges, JHC anunciou um “ajuste fiscal” com cortes de verbas e contenção de despesas. Por outro lado, a equipe

de gestão tem se mostrado inexperiente para tratar das questões importantes para a Prefeitura. Muitos dos secretários são criticados porque se comportam mais como “animadores de redes sociais” que gestores públicos, com muitos selfies, muita autopromoção e poucos atos efetivos na solução de problemas. Nas próprias redes sociais, as críticas a JHC co-

COMO TODOS ESTÃO SE MOVIMENTANDO EM RELAÇÃO A 2022, OS GRUPOS E CORRENTES DE DIREITA RESOLVERAM ORGANIZAR UMA MANIFESTAÇÃO EM FORMA DE CARREATA

meçam a se avolumar, facilitando a vida do ex-prefeito Rui Palmeira, que voltou às atividades políticas organizando reuniões com vereadores aliados e lideranças políticas da oposição, preparando o terreno para uma provável candidatura a deputado federal, numa aliança com Renan Filho. Enquanto isso, o funcionalismo municipal da capital está se mobilizando, cobrando as promessas de campanha de JHC, que assinou e garantiu o cumprimento de um documento proposto pelo sindicato dos servidores garantindo melhorias salariais. ESQUERDA E DIREITA Como todos estão se movimentando em relação a 2022, os grupos e correntes de direita resolveram organizar uma manifestação em forma de carreata. Refletin-

do uma nova situação política nacional, com o aumento da rejeição de Bolsonaro e decepção de parte desse eleitorado com a aproximação do governo com o Centrão e Collor, a carreata foi considerada fraca por alguns de seus organizadores. Segundo alguns membros destes movimentos, muito de seus eleitores estão sem entender como Arthur Lira e Collor passaram a ter tanto peso no governo federal. Na carreata, muitos fogos e carros de som tentavam compensar o pequeno número de participantes, bem distante das vezes anteriores. Membros destes movimentos avaliam que os resultados das eleições municipais prenunciavam o esvaziamento desse movimento. Os bolsonaristas defendem o lançamento de uma chapa integral para 2022, repetindo a experiência de 2018.

No lado da esquerda, com a eleição de Arthur Lira e a garantia do Centrão ao mandato presidencial, a bandeira do impeachment perdeu força. As manifestações pelo impeachment que vinham crescendo, inclusive com a presença de lideranças do PDT, MDB e até mesmo do PSDB, como a vereadora Teca Nelma, pararam. A última carreata aconteceu nos bairros próximos ao Tabuleiro dos Martins e as palavras de ordem eram a vacinação, o preço do gás e a volta do auxílio emergencial. Faltando apenas um ano e meio para o início oficial da campanha, os partidos de esquerda voltaram-se para as conversas de bastidores tratando de sobreviver numa eleição que, provavelmente, será tão difícil como a do ano passado.


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CASO MARTHA MOREIRA

Conselho Nacional do MP defende demissão de Sidrack Nascimento Colegiado aprova instauração de PAD após tomar conhecimento da violência física e moral praticada pelo promotor contra a falecida esposa VERA ALVES Especial para o EXTRA

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relato detalhado da violência física e psicológica que permeou por quase uma década a vida da advogada Martha Maria Moreira Nascimento levou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a aprovar a instauração de um processo administrativo disciplinar (PAD) contra o promotor de Justiça Sidrack José do Nascimento com proposta de sua demissão dos quadros do Ministério Público de Alagoas. Martha Moreira era casada com Nascimento desde 8 de outubro de 2009 e se matou na manhã do dia 8 de maio de 2019, um dia após mais um episódio de violência psicológica em que o promotor exigiu que ela escolhesse entre ele e o filho dela, o universitário Arlindo Lopes de Almeida Neto. A decisão do CNMP se deu em sua 2ª Sessão Ordinária deste ano, realizada na última terça-feira, 23, após a leitura do parecer da Corregedoria Nacional do MP no bojo da Sindicân-

cia n° 1.00502/2020-09, um processo sigiloso instaurado a pedido da também promotora de Justiça de Alagoas Fernanda Moreira, irmã de Martha. Inicialmente, o corregedor Nacional do MP, Rinaldo Reis, havia proposto como penalidade a Sidrack Nascimento que ele fosse suspenso por 90 dias das suas atividades no Ministério Público, mas a gravidade da conduta do promotor foi questionada pelos demais conselheiros. A primeira a se pronunciar acerca da incompatibilidade entre punição proposta e a conduta delitiva de Nascimento foi a conselheira Sandra Krieger, no que foi imediatamente acompanhada pelos demais conselheiros e pelo próprio corregedor. Gravações de áudios e conversas pelo WhatsApp mantidas entre Martha e algumas pessoas de sua estreita convivência revelaram fatos chocantes que sequer eram de conhecimento da família da advogada. Além de agressões físicas sistemáticas, com tapas e murros e tentativas de en-

forcamento, Sidrack Nascimento em várias oportunidades ameaçou matar a advogada com a arma a que tem direito como membro do MP, a mesma arma que ela usou para se matar há quase dois anos. O parecer da Corregedoria está repleto de fotos com as marcas da violência física, fotos estas que foram encontradas no celular da advogada pela família após sua morte e que haviam sido enviadas pela vítima a algumas amigas um dia antes de ela cometer suicídio. Corroboram também as agressões o laudo cadavérico que apontou uma série de equimoses de na coxa e braço esquerdos e na perna direita, algumas de tonalidade violácea, outras esverdeadas e outras de cor marrom, indicando que a violência se dera em diferentes períodos. Também integram o parecer o relato de testemunhas ouvidas em Alagoas por uma equipe da Corregedoria Nacional do MP, além de áudios de conversas e prints de mensagens pelo WhatsApp que Martha enviou a duas amigas e à sua

Martha deixou em seu celular provas das agressões sofridas psicóloga um dia antes de morrer. É também da véspera de sua morte uma gravação ambiental da discussão que teve com Sidrack Nascimento e durante a qual o filho Arlindo Lopes de Almeida Neto, então presente, teve de intervir para evitar que o promotor agredisse a advogada. O conteúdo detalhado da gravação ambiental não foi tornado público durante a sessão da terça-feira, mas o corregedor afirmou que nela o promotor admite as agressões físicas contra a então esposa. Nela, Sidrack também é questionado sobre a conduta raivosa que dispensou ao filho da advogada – fruto de

um relacionamento anterior dela – desde o início do casamento, em 2009 e que incluía a limitação de alimentos e bebidas, o que fez com que ela preferisse que o filho fosse morar com os avós. Há ainda relatos de ameaças de morte por ciúmes desde o início da convivência. Em uma delas, a advogada se trancou no banheiro da residência e pediu socorro a uma das irmãs, afirmando que o promotor estava armado e ameaçava matá-la. Em outro episódio, Sidrack apontou a arma para a advogada inconformado com uma foto dos filhos do seu primeiro casamento enviada a Martha pela ex-esposa do promotor.


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extra Foi também na véspera de sua morte que Martha explicou ao filho que sofrera calada as contínuas agressões físicas de que era vítima com medo de sua reação, conforme relato feito pelo universitário a uma das tias em mensagem pelo WhatsApp, cujo print integra a sindicância. De acordo com o corregedor, os detalhes da gravação ambiental, assim como a transcrição dos áudios e as fotos, foram disponibilizados apenas aos conselheiros com o intuito de preservar a intimidade do casal. Mas o vasto material deixado pela advogada também revela a violência psicológica e moral a que foi submetida pelo promotor Sidrack Nascimento. Foi por ele acusada de adultério, humilhada perante os colaboradores do Colégio Batista Moriah, uma unidade de ensino localizada no Jardim Petrópolis, em Maceió, e fundada em sociedade por ela e pelo promotor em 2010 e onde ela atuava como diretora. A advogada se queixava da ingerência do promotor na direção do colégio e se revelou deprimida desde que ele limitou sua atuação à frente da unidade de ensino. O colégio é vinculado à Igreja Batista Moriah, da qual Sidrack Nascimento é fundador e um de seus pastores e onde em 30 de maio do ano passado ele oficializou seu terceiro casamento com a cabelereira e empresária Iranete Silva. A instauração do PAD com a proposta de pena de demissão inserida pelo corregedor foi aprovada pelos seguintes conselheiros: Luciano Nunes Maia Freire (STJ), Marcelo Weitzel Rabello de Souza (Ministério Público Militar), Sebastião Vieira Caixeta (Ministério Público do Trabalho), Silvio Roberto Oliveira de Amorim Junior (Ministério Público Federal), Otávio Luiz Rodrigues Jr. (Câmara dos Deputados), Oswaldo D’Albuquerque (Ministério Público Estadual) e Sandra Krieger

CASO MARTHA MOREIRA

Provas das agressões integram inquérito arquivado em Alagoas

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despeito de todas as provas entregues ao Conselho Nacional do Ministério Público terem integrado o inquérito policial que investigou a morte de Martha Moreira, o procedimento foi arquivado sem que o promotor Sidrack Nascimento fosse sequer questionado pelas agressões por ele praticadas contra a advogada. Antes mesmo de ter conhecimento da violência física, moral e psicológica a que ela fora submetida nos quase 10 anos de casamento, a família da advogada questionava a conduta do promotor no dia de sua morte. Isto porque Martha se matou com a arma dele e que a ele fora entregue por uma das irmãs da advogada, a promotora Fernanda Moreira, um dia antes de sua morte. Na véspera do suicídio, – 7 de maio de 2019 – a advogada esteve na sede do Ministério Público no bairro do Poço, onde Sidrack Nascimento trabalhava. Estava com a arma do marido, e, visivelmente alterada, insistia em falar com ele que, conforme os relatos da época, dela se escondeu. Contida por seguranças, ela saiu e foi localizada na beira da praia pela irmã, que se encarregou de entregar pessoalmente a arma ao promotor. Era a mesma arma que Martha usou para se matar no deck da piscina da casa onde o casal residia, no Condomínio Alamedas do Horto, na presença do promotor que, numa atitude jamais explicada, sequer aguardou

Corregedor Nacional do MP, Rinaldo Reis qualificou como gravíssima a conduta do promotor alagoano

pela chegada de socorro ou da Polícia. Sidrack Nascimento também jamais explicou como a arma que lhe fora devolvida foi parar novamente nas mãos de Martha. Sua conduta beligerante em relação ao filho da advogada tornou-se publicamente notória após a revelação de que, oito dias após a morte da esposa, ele ingressou com ação judicial em que requeria a dissolução da sociedade do Colégio Batista Moriah. Derrotado em primeira

instância, ingressou com um agravo no Tribunal de Justiça acusando o enteado de haver roubado notebooks do colégio no dia do enterro da mãe, tendo sido mais uma vez derrotado. A ação de dissolução da sociedade permanece ainda hoje em tramitação na 6ª Vara Cível da Capital e sem perspectivas de uma rápida definição depois de o administrador judicial nomeado para gerir a sociedade revelar a impossibilidade de se realizar uma auditoria pelo fato de documentos

entregues pela contadora do colégio não espelharem a realidade patrimonial da empresa. Da mesma forma, Arlindo Neto e Sidrack não chegaram ainda a um entendimento no que diz respeito aos bens deixados pela advogada. A incongruência das informações prestadas inicialmente pelo promotor acerca do patrimônio levaram a justiça a determinar a realização de uma perícia. O processo do inventário tramita na 21º Vara Cível da Capital / Sucessões.


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CASO MARTHA MOREIRA A PGJ INSTAUROU UM PROCEDIMENTO PARA APURAR O FURTO NO QUAL, AO SER OUVIDO NO DIA 26 DE NOVEMBRO, NASCIMENTO REITEROU AS ACUSAÇÕES CONTRA ARLINDO NETO E FLÁVIA, MAS, TRÊS DIAS DEPOIS, AO SER REINQUIRIDO, MUDOU SUA VERSÃO: MANTEVE A TESE DE FURTO, MAS ALEGOU QUE NÃO PODERIA AFIRMAR QUEM TERIA SUBTRAÍDO O COMPUTADOR DO MP QUE, SEGUNDO ELE, TERIA DESAPARECIDO COM OUTROS APARELHOS ELETRÔNICOS.

Sidrack Nascimento: violência doméstica, denunciação caluniosa e desrespeito à Lei Orgânica do MP

Promotor já responde a dois processos no CNMP O

processo administrativo disciplinar aprovado pelo Conselho Nacional do Ministério Público na última terça-feira é o terceiro a ter como alvo o promotor de Justiça Sidrack Nascimento. Em agosto do ano passado, o Plenário do CNMP seguiu o parecer do corregedor Rinaldo Reis e referendou, também por unanimidade, a instauração de um PAD para apurar a conduta do promotor por denunciação caluniosa. Neste

caso a penalidade sugerida foi de censura. Trata-se do episódio em que ele acusou o enteado Arlindo Lopes de Almeida Neto e a tia deste, a fiscal de rendas Flávia Moreira, irmã de Martha, de terem roubado computadores do Colégio Moriah, dentre os quais um laptop funcional do MP de Alagoas. A 14 de maio de 2019, Nascimento protocolou perante a Procuradoria-Geral de Justiça um ofício afir-

mando que “no dia 9 de maio de 2019 o Sr. Arlindo Lopes Moreira Neto ingressou nas dependências do Colégio Batista Moriá, sem autorização do sócio remanescente, signatário deste ofício, levando alguns computadores dentre os quais o laptop pertencente ao Ministério Público que estava sob a guarda deste Promotor de Justiça”. A PGJ instaurou um procedimento para apurar o furto no qual, ao ser ouvido no dia 26 de novembro, Nasci-

mento reiterou as acusações contra Arlindo Neto e Flávia, mas, três dias depois, ao ser reinquirido, mudou sua versão: manteve a tese de furto, mas alegou que não poderia afirmar quem teria subtraído o computador do MP que, segundo ele, teria desaparecido com outros aparelhos eletrônicos. A avaliação do corregedor nacional do MP foi de que, “ao assim proceder, o processado deixou de cumprir os deveres legais de manter ilibada a conduta pública e particular e de zelar pelo prestígio da justiça, por suas prerrogativas e pela dignidade de suas funções e violou o dever de ética-funcional de manifestar-se, no exercício das funções ou em qualquer ato público, com elevação compatível ao cargo que exerce”. A reclamação disciplinar (1.00265/2020-22) que levou ao PAD foi instaurada pela Corregedoria Nacional do Ministério Público por pro-

vocação de Flávia Moreira. Em novembro, o Plenário do CNMP aprovou um segundo PAD contra Nascimento, desta vez por infringir claramente dispositivo da Lei Orgânica do Ministério Público que proíbe os membros do MP de atuarem como dirigentes em qualquer sociedade. O parecer do corregedor Rinaldo Reis na Reclamação Disciplinar n°1.00267/202030, aprovado também de forma unânime pelo colegiado, propôs que o promotor seja penalizado com 90 dias de suspensão por “violação à vedação legal prevista na Lei Orgânica do MP/AL, por dedicação ao exercício de atividade empresarial consistente na direção-geral da sociedade comercial Colégio Batista Moriah Ltda – EPP; descumprimento de decisão judicial que nomeou a empresa Farol Contábil Assessoria Empresarial Ltda para exercer a função de administrador judicial; descumprimento de decisão judicial que vedou o recebimento de numerário em espécie pela sociedade comercial; e utilização da pessoa jurídica ‘Novo Colégio Batista Moriah Ltda.’, da qual o membro do MP é sócio único, para receber pagamentos, em prejuízo da pessoa jurídica ‘Colégio Batista Moriah Ltda – EPP’, que encontrava-se sob administração judicial”. Segundo, Rinaldo Reis, “os elementos coligidos aos autos trazem indícios de que o reclamado não apenas praticou atos de direção e administração de sociedade comercial, como também praticou outros atos potencialmente configuradores de infrações disciplinares diversas, consistentes no descumprimento de decisões judiciais e no desvio de valores que, em parte, guarneceriam o espólio de sua ex-esposa, em prejuízo do sucessor, e que estavam sob a tutela de administração judicial”.


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CONSIGNADOS

Rita Tenório é condenada por improbidade

INELEGÍVEL

Ex-prefeita não repassou a bancos parcelas de empréstimos pagas por servidores JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ex-prefeita de Chã Preta Rita Tenório teve seus bens indisponibilizados pela Justiça. A medida é devido à condenação por improbidade administrativa. A esposa do deputado estadual Chico Tenório e mãe da vereadora por Maceió Olívia Tenório é acusada de não repassar os valores referentes a empréstimos por consignação, descontados no salário dos servidores, ao banco correspondente, que no caso eram a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. A ação fez com que trabalhadores ficassem inadimplentes e cadastrados em órgãos de proteção ao crédito por uma dívida que estavam pagando em dia. A decisão judicial foi proferida no dia 10 de fevereiro pela juíza Juliana Batistela Guimarães de Alencar; Além do processo de número 0700025-32.2021.8.02.0057, Rita Tenório já foi condenada pelo mesmo motivo na ação 000011040.2013.8.02.0057. “Oficiem-se aos cartórios de registro de títulos e documentos e de registro público de imóveis das comarcas de Maceió, Viçosa e Chã Preta, à Junta Comercial do Estado de Alagoas, à Capitania dos Portos de Alagoas, à Comissão de Valores Mobiliários, ao Denatran à Agência Nacional de Aviação Civil, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir

a ordem judicial. Consulte-se o sistema Renajud acerca da existência de veículos em nome dos requeridos e, havendo, inclua-se restrição de alienação”, determinou a magistrada. Vale lembrar que em 2019, a ex-prefeita foi condenada por ações referentes a dispensa de licitação. Na ocasião, a juíza Joyce Araújo dos Santos fixou pena de suspensão dos direitos políticos em oito anos e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, também pelo prazo de oito anos. Rita Tenório foi condenada a devolver aos cofres públicos o valor de R$ 27 mil. Essa denúncia de improbidade foi acatada pelo Judiciário alagoano em julho de 2013. Prefeita à época, Rita Tenório foi acusada de ignorar resultado de procedimento licitatório que segundo o processo, seria para obter “vantagem indevida” em realizar diversos pagamentos de combustíveis com verbas oriundas do governo federal, além dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), sem passar por certame. Já a outra denúncia de “calote” nos servidores públicos é de abril de 2013. Rita foi condenada por não ter repassado os valores descontados dos salários dos servidores de empréstimos consignados ao Banco do Brasil. A conduta gerou um prejuízo ao erário no valor de R$ 12.375,97, relativos aos valores recolhidos dos contracheques dos funcionários públicos.

ELA NÃO PODERÁ SE CANDIDATAR A UM CARGO ELETIVO POR OITO ANOS, OU SEJA,

ATÉ 2026.

ALÉM DISSO, FOI INTIMADA A DEVOLVER AOS COFRES PÚBLICOS O VALOR DE

R$ 110 MIL

E PAGAR UMA MULTA DE

R$ 10 MIL,

SEGUNDO CONSTA NO ACÓRDÃO Nº 10.153/2017.

No ano passado, Rita Tenório foi descartada do jogo político e da disputa pelo comando do Executivo municipal nas eleições. Ela ficou inelegível após o Tribunal de Contas da União (TCU), através da 2ª Câmara, ter rejeitado e declarado irregular a prestação de contas da prefeitura - no ano em que era gestora – em convênio firmado com o Ministério do Turismo (MTur). O processo com trânsito em julgado [quando o réu não pode mais recorrer da sentença] foi encerrado em 2018. Ela não poderá se candidatar a um cargo eletivo por oito anos, ou seja, até 2026. Além disso, foi intimada a devolver aos cofres públicos o valor de R$ 110 mil e pagar uma multa de R$ 10 mil, segundo consta no Acórdão nº 10.153/2017. Natural do município de Boca da Mata, Rita Tenório (PNM) ocupou o cargo de prefeita de Chã Preta entre 2009 e 2012 e também venceu, em 2016, a disputa acirrada contra o candidato favorito Audálio Holanda, que estava em seu 3º mandato. O processo que tornou Rita Tenório inelegível (nº 018530/2016-8) surgiu do pedido da Tomada de Conta Especial instaurada pelo Ministério do Turismo em seu desfavor. O MTur havia decidido pela impugnação de despesas da prefeitura no convênio (nº 1.833/2009) firmado para apoiar a realização do 1º Festival Natalino do município. A festa em Chã Preta foi realizada no dia 24 de dezembro de 2009. O convênio em questão tinha o valor de R$ 116.500, sendo R$ 110 mil de responsabilidade do MTur e R$ 6.500 da Prefeitura. O Ministério do Turismo reprovou de forma integral as contas apresentadas pela então prefeita Rita Tenório e cancelou integralmente o convênio firmado, decisão que foi acatada pelo TCU. A justificativa foi a contratação direta, por inexigibilidade, da empresa F de M Costa Produções e Eventos para montar o festival desde a contratação de artistas até a infraestrutura. Em Nota Técnica de Reanálise (nº 812/2013) do convênio foi assegurado que a ex-prefeita não comprovou o pa-

gamento de R$ 45 mil para as bandas que fizeram o show, assim como R$ 6 mil para salários de 40 seguranças; R$ 6 mil para implantação de 10 sanitários químicos no local do evento; R$ 10,5 mil para iluminação; R$12 mil para aquisição do palco; e R$ 8 mil para o som e R$ 9 mil para criação de vídeo e Imagem, um total de R$ 97 mil do valor conveniado de R$ 116.500,00


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PRECATÓRIOS

Processo da extinta Febem que se arrasta há mais de 30 anos pode ter desfecho este ano Segunda Turma do STF mantém decisão de ministro e Justiça trabalhista deverá recalcular dívida do Estado para com trabalhadores DA REDAÇÃO

O

s precatórios da extinta Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem) em Alagoas estão prestes a serem finalmente pagos. O processo tramita na justiça desde 1988 e muitos dos beneficiados já faleceram. Em novembro de 2018, a Procuradoria-Geral do Estado obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) uma decisão que derrubou a cobrança de multa aplicada contra o Executivo para o pagamento desses precatórios. Em decisão do dia 23 deste mês, a Segunda Turma do STF manteve a decisão do ministro Gilmar Mendes que determinou a execução de sentença trabalhista favorável ao grupo dos ex-servidores da fundação, desde que se restrinja ao período em que a relação havia sido regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O acórdão determina que o valor pago aos trabalhadores seja corrigido até o ano de 1991, quando passaram de celetistas para estatutários. Também foi retirada a multa estipulada pelo juízo da 2ª Vara do Trabalho de Maceió, que havia elevado o valor a ser pago para R$ 600 milhões. No entanto, com a nova correção, a

quantia não deve ultrapassar os R$ 100 milhões. Após isso, o caso voltou ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que deve encaminhar à Justiça do Trabalho estadual para atualizar os valores para os pagamentos. A lista chega a mais de 200 beneficiários. O caso teve origem em reclamação trabalhista ajuizada em 1988 por um grupo de servidores que pleiteava correções salariais referentes a gatilhos, resíduos e URPs acumulados desde janeiro de 1987. O juízo da 2ª Vara do Trabalho de Maceió julgou procedente a ação e, na fase de execução, determinou ao Estado de Alagoas que implantasse nos salários dos servidores os reajustes concedidos pela sentença, sob pena de multa. O Estado recorreu da decisão, contudo, atendendo a requerimento dos servidores, o juízo de primeiro grau determinou o pagamento das diferenças de forma retroativa a agosto de 2015 no prazo de 30 dias e fixou nova multa, no valor de R$ 50 mil por empregado e por dia de descumprimento, com a possibilidade de sequestro dos valores correspondentes nas contas estaduais. Ao examinar o mérito da reclamação, o ministro

Decisão de Gilmar Mendes mantida esta semana reduz o precatório para R$ 100 milhões

O JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU DETERMINOU O PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS DE FORMA RETROATIVA A AGOSTO DE 2015 NO PRAZO DE 30 DIAS E FIXOU NOVA MULTA, NO VALOR DE R$ 50 MIL POR EMPREGADO E POR DIA DE DESCUMPRIMENTO, COM A POSSIBILIDADE DE SEQUESTRO DOS VALORES CORRESPONDENTES NAS CONTAS ESTADUAIS.

Gilmar Mendes assinalou que, a partir do entendimento fixado no julgamento da cautelar da ADI 3395, de que compete à Justiça Comum processar e julgar causas instauradas entre o poder público e servidores com vínculo de ordem jurídico-administrativa, o STF firmou também a jurisprudência de que a competência da Justiça do Trabalho para julgar ações relativas ao período de vínculo celetista com a administração se encerra com a transposição

para o regime estatutário. “No caso dos autos, verifica-se que a relação celetista se encerrou em 1991, com a edição da Lei estadual 5.247/1991, que instituiu o regime jurídico único para os servidores do Estado”, afirmou. Segundo o relator, como a Justiça do Trabalho é incompetente nas controvérsias relativas a servidores estatutários, a execução de seus julgados deve se ater ao período anterior à instauração desse tipo de relação.


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SAÚDE

Santa Casa de Maceió usa técnica de desarterialização para tratar hemorroidas Procedimento não necessita de corte e paciente tem recuperação mais rápida

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Santa Casa de Maceió adotou uma nova técnica para os casos de hemorroidas com indicação de tratamento cirúrgico. No início de fevereiro, as coloproctologistas Aline Apel e Mayara Maraux Maranhão realizaram cirurgias de desarterialização hemorroidária transanal com mucopexia guiada por doppler em três pacientes que sofriam com os desconfortos da doença. O método é realizado no Brasil há mais de 5 anos no Brasil, mas ainda é recente em Alagoas. “Ela é como uma ligadura nos vasos que estão para fora do ânus, puxando-os para dentro. Na maioria dos casos, apesar da anestesia, a cirurgia é feita em sistema de day clinic, sem a necessidade que o paciente durma no hospital. Essa técnica conta com o auxílio do doppler, deixando o procedimento ainda mais seguro”, disse Aline Apel, médica da Santa Casa de Maceió. “A grande vantagem é a ausência de corte, o que faz o pós -operatório ser menos doloroso e o retorno do paciente para suas atividades normais seja mais rápido. O procedimento leva em torno de uma hora, mas isso depende do volume da doença hemorroidária”, completou a cirurgiã Mayara Maranhão, especialista que atua em

Sem cortes, procedimento dura em torno de uma hora

Salvador, Bahia. A moderna técnica só é indicada para casos específicos: quando o paciente não tem uma resposta satisfatória ao tratamento clínico e para aqueles cujo prolapso (quando parte do intestino está para fora do ânus) não é muito grande e não se pode fazer a ligadura elástica (método realizado no consultório e sem o emprego de anestesia).

Além da desarterialização existem várias técnicas para o tratamento da doença. A mais comum é a cirurgia convencional, que retira o vaso hemorroidário e o excesso de pele (plicoma). Mas, nos casos em que a hemorroida externa não é importante e a queixa maior é o prolapso e o sangramento, também podem ser usadas técnicas de grampeamento da hemorroida.

DOENÇA

Hemorroidas são veias dilatadas na região anal, tanto internamente como externamente. Dor no ânus, presença de sangue nas fezes ou no papel higiênico após se limpar e prolapso de carnosidade anal são sinais da doença. O diagnóstico é feito em consultório por meio do exame de anuscopia. Além de desconforto, as hemorroidas são causa comum de afastamento do trabalho. Para o tratamento adequado, o tabu sobre a doença precisa ser quebrado. “Muitas vezes, o paciente não procura o médico por vergonha ou medo. Mas, apenas 20% dos casos têm necessidade de cirurgia. Nos demais, o tratamento é clínico e feito com o uso de medicamentos, além da alteração de hábitos de vida”, destacou Aline Apel.


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BAIRROS AFUNDANDO

Nova sede do Hospital Sanatório será na parte baixa de Maceió Projeto inicial está pronto e aguarda acordo com a Braskem para execução MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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om 75 anos de história e a serviço da saúde pública de Alagoas, o Hospital Sanatório, no bairro do Pinheiro, em Maceió, está prestes a encerrar suas atividades naquele endereço e busca novo lugar para se instalar. A proposta é que a sede seja construída na parte baixa da capital alagoana, no bairro de Cruz das Almas.. Basta um passeio pelo bairro onde hoje está localizado o hospital para perceber que o lugar, de fato, tem data para sumir do mapa de Maceió. É que com o afundamento do solo, resultado da extração de sal-gema pela Braskem, a sede do Sanatório está comprometida, com rachaduras em vários lugares e com dias contados para desocupar toda área. De acordo com o diretor administrativo da unidade de saúde, Júlio Bandeira, o problema do Pinheiro pegou todos de surpresa. Inclusive, não teve como fugir do emocional onde servidores, pacientes e toda equipe passaram a viver verdadeira via-crucis. Com agravante de que com a perda de receita,veio a dificuldade operacional. Para se ter uma ideia, antes do caos que foi imposto, entrava cerca de R$ 1,4 milhão/mês oriundos de pacientes de convênio e

que agora migraram para hospitais e clínicas de outros bairros. A parte do SUS também foi prejudicada com perda equivalente a R$ 800 mil/ mês. E assim, a administração não tem como arcar com despesas de R$ 3 milhões, se a receita atualmente é de R$ 1,5 mil. Os problemas não param por aí. Principal empresa do Pinheiro e com área de 35 mil metros quadrados e contando com mais de 100 médicos em seu corpo clínico, o Sanatório continua operando naquela localização enquanto aguarda indenização por parte da Braskem para assim construir seu novo hospital. O pré-projeto da nova sede já está pronto e a perspectiva é que em breve o impasse seja resolvido. Júlio Bandeira acredita em acordo amigável com a mineradora e que não será preciso tomar atitudes mais energéticas a ponto de acionar a Justiça. Para ele, na medida do possível tudo está sob controle e se transcorrer dentro da normalidade em breve a nova sede será construída em lugar seguro e com planta mais moderna, visando o bem-estar da população. Segundo ele, a perspectiva é que em 40 a 50 dias a negociação aconteça . “Tudo está favorável a um acordo”, disse o diretor. O sonho de um hospital com espaços adequados para

Sanatório chega aos 75 anos enfrentando vários problemas em função do afundamento do solo os procedimentos realizados, com aréas ampliadas e equipamentos modernos foi interrompodo e a incerteza tomou conta de todos os envolvidos. Na verdade, um novo hospital foi construído na sua sede do Pinheiro. Mas a tecnologia moderna, com tudo novo, ficou para trás. O investimento e a aposta foram altas, mas teve que parar tudo, não era possível continuar. As rachaduras não aconteceram apenas nas estruturas físicas, nas paredes, que em cada fissura mostrava a fragilidade do lugar. As estruturas humanas também estavam em frangalhos. “Tivemos que parar tudo porque não tinha como continuar. Tudo novo ficou para traz. Começava aí nossa viacrucis em busca de solução para os problemas e tantos outros que surgiram a partir dessa nova realidade”, revelou o diretor do hospital.

Sindicalista cobra posicionamento sobre salários atrasados Os salários atrasados dos trabalhadores do Hospital Sanatório e a indefinição do local onde será contruida sua nova sede têm causado transtornos e representantes da categoria cobram solução. Segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Alagoas, Mário Jorge, o hospital está pagando os salários em atraso por faixa, mas sem uma posição sobre a realocação, embora esteja em área de risco da Braskem. Na tentativa de sanar o problema, o sindicalista encaminhou ofício na segunda-feira, 22, solicitando reunião ampliada com a participação dos trabalhadores, direção do hospital e os sindicatos de todas as categorias para discutir a situação. O documento foi enviado também ao Ministério Público do Trabalho.

Quanto à nova sede do hospital, o diretor do sindicato disse que a direção do Sanatório não tem o mínimo de respeito e consideração aos trabalhadores porque desde que começou o problema do bairro do Pinheiro a direção não dá explicação ou orientação para possível necessidade. Além do que, afirmou que em relação aos atrasos de pagamento dos trabalhadores a empresa já é recorrente e não pode responsabilizar exclusivamente a situação de afundamento do solo do bairro. O diretor administrativo do hospital Sanatório, Júlio Bandeira, disse que o prejuízo também afetou o salário dos trabalhadores, mas que o atraso está sendo sanado e espera em breve que o problema seja resolvido.


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BAIRROS AFUNDANDO

Luto por Bebedouro é ouvido em audiência pelo MPF Movimento pede indenização para feirantes do Mercado Público e inclusão do Flexal de Cima e de Baixo em mapa DA REDAÇÃO

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m mais uma ação em prol dos moradores das áreas afetadas pelo afundamento de solo, o Movimento Luto por Bebedouro teve uma audiência na tarde da segunda-feira (22), com a Força Tarefa do Ministério Público Federal, que aconteceu por videoconferência. Além dos problemas já assinalados desde a metade do ano passado, o Movimento Luto por Bebedouro repassou mais algumas demandas que se somam ao conjunto de problemas vivenciados pelos moradores e empreendedores da região afetada pela mineração da Braskem. Entre as reivindicações estão as indenizações para feirantes e comerciantes do Mercado Público de Bebedouro, padronizando o valor e antecipando o cronograma, em razão da natureza das atividades; inclusão dos “ambulantes” que têm ponto fixo nas áreas afetadas no programa, porque como não é possível colocar o selo, eles ficam impedidos de serem indenizados; bem como a inclusão do Flexal de Cima, Flexal de Baixo e Rua Marquês de Abrantes no mapa,

considerando os danos e todo o contexto socioeconômico (falta de saúde, educação, segurança, comércio e serviços). “Levamos ao MPF as exigências da Braskem para indenização, que é inacessível para muitos moradores das áreas afetadas, tendo em vista os custos e toda a tramitação necessária, como finalização de inventário (que pode demorar anos a fio quando o imóvel é irregular, quando há contencioso ou mesmo na existência de menores); também para o registro dos imóveis e recolhimento de impostos (ITBI e ITCD) quando os moradores não dispõem destes recursos. A Braskem se comprometeu a fazer a segurança dos bairros, mas a região está sofrendo com meliantes diariamente”, explica o representante do Luto por Bebedouro, Israel Lessa. Durante a audiência ele tratou ainda da necessidade de agilizar a apresentação de propostas, que tem levado mais de 120 dias, além do atraso no início do programa de compensação financeira; transparência na apresentação do valor de avaliação e dos danos morais (revelando os parâmetros de cálculo); “Mais um passo foi dado na direção das indenizações

DURANTE A AUDIÊNCIA ELE TRATOU AINDA DA NECESSIDADE DE AGILIZAR A APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS, QUE TEM LEVADO MAIS DE 120 DIAS, ALÉM DO ATRASO NO INÍCIO DO PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO FINANCEIRA; TRANSPARÊNCIA NA APRESENTAÇÃO DO VALOR DE AVALIAÇÃO E DOS DANOS MORAIS dos feirantes. O diálogo foi importante para reforçarmos a necessidade de avanço nas indenizações. O MPF tem sido muito eficaz na defesa dos direitos dos moradores, mas eles precisam que apontemos os problemas a serem resolvidos. Vamos continuar a nossa luta com os moradores. As procuradoras foram muito receptivas e já abriram um processo para pressionar a Braskem a indenizar os feirantes. A procuradora responsável considerou como legítima a preocupação com a indenização de todos e nos pediu que enviássemos a documentação e a lista dos feirantes.

Israel Lessa durante videoconferência com a Força Tarefa Ela disse que já há negociações em andamento para que a Braskem indenize os feirantes atingidos”, detalha Israel Lessa. Além das presenças das procuradoras componentes da Força Tarefa do MPF, participaram também moradores representando o Flexal de Baixo e de Cima, uma representante do Mercado Público de Bebedouro e o advogado Bruno Araújo. “Uma percepção que tive é de que a nossa preocupação

também é preocupação das procuradoras federais, que estão em contato direto com a Braskem e a Defesa Civil para verificar a necessidade e possibilidade de ampliação do mapa. Os problemas de falta de escolas, saúde, segurança e transportes são de responsabilidade do Estado e Município, mas ouvimos das procuradoras um comprometimento com a causa, em exigir das autoridades o cumprimento de sua obrigação”, destacou Bruno Araújo.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

A inveja e a destruição do(a) outro(a)

O

s seres humanos são constituídos de sentimentos, aprendemos a tê-los desde que nascemos e ao longo da vida vamos aperfeiçoando. Embora muita gente negue ou não queira saber, a inveja também faz parte desses sentimentos que temos. Ela se desenvolve nas pessoas com maior ou menor intensidade. Dependendo do nível que ela está presente em cada pessoa, pode ser um sentimento (e também um comportamento) destrutivo para outra(s) pessoa(s). A inveja, assim, é um impulso que pode causar destruição a uma determinada pessoa ou a um grupo de pessoas. Uma das características do sintoma – inveja – quando já se instalou uma patologia, é quando a pessoa se entristece com a felicidade do(a) outro(a) pessoa. Ela também se alegra com o mal do outro. A pessoa invejosa torce para que o trabalho do outro dê errado. O que ela sente é que destruindo o outro ela tem a ilusão de se acalmar. É uma infelicidade interna, intensa. Por isso pode destruir a outra pessoa

Inveja e a fantasia patológica

A pessoa invejosa sente culpa por ser inferior e por isso fantasia com aquilo que pensa fazer-lhe falta. Ela acredita ser merecedora daquilo que fantasia e quando a realidade aparece ela sente ódio, além de humilhação.

Inveja e o prazer

A pessoa que tem inveja patológica tem uma espécie de pulsão (um processo que faz o organismo suprimir o estado de tensão) de morte, de destruição do outro ou da outra pessoa. Quando alguém tem êxito em qualquer que seja a atividade, uma pessoa próxima deve ter prazer, mas a invejosa tem o inverso, ou seja, ela deveria ter pulsão de vida, de satisfação, de prazer, mas não consegue e tem exatamente o contrário: vontade de destruir e até consegue.

A inveja e a vingança

A pessoa invejosa se sente roubada de sua segurança existencial e de sua satisfação de viver, de vida, de viver plenamente. Ela não consegue e sempre está insatisfeita. Tudo isso ocorre num processo inconsciente, mas também pode ocorrer conscientemente, o que é ainda mais grave. Daí a importância de a pessoa se submeter a um processo psicoterápico para descobrir as origens desse sentimento. De tanto a pessoa “se sentir roubada” daquilo que ela acha que é/era dela, ela desenvolve um sentimento de vingança.

A inveja e inferioridade

A inveja é um sentimento de cobiça, de vingança, causada pelo sentimento de inferioridade em relação aos outros ou a uma determinada pessoa (geralmente é a uma pessoa específica) que tanto a atormenta, sem uma razão difusa, ou seja, que não é específica e aí, mais uma vez a importância da psicoterapia para que se encontre o porquê do sentimento. A pessoa invejosa é fragilizada e constantemente tem sentimentos negativos. Ela se sente desqualificada para gerir sua própria vida.

A inveja e o “poder”

EDUCA Juntamente com as exigências da vida, é o amor o que mais educa. (Freud) insatisfação profunda (vazio); sentimento de tristeza perante o que a outra pessoa tem e ela não tem; nunca elogia. Apresenta discurso bonito; tem ego inflado (acha-se a pessoa mais importante do mundo). Outra característica bastante presente é a mitomania (mentira compulsiva). Tem sede de adrenalina (se arrisca em rachas, drogas e até em crimes). A pessoa invejosa não tolera regras; tem impulsividade (mesmo racional, não perde tempo pesando os prós e contras antes de agir) e é incapaz de sentir culpa.

Como age um invejoso Um exemplo claro de uma pessoa invejosa é quando ela vê os bens (ou o bem) de outra pessoa e não consegue possuir, obter; seja um bem (material) ou um bem imaterial (exemplo: ter um bom humor). A frustração é tanta que surge o sentimento de impotência e de baixa autoestima, podendo projetar ódio para essa pessoa (vítima) ou pelo objeto que a outra pessoa tem. A consequência desse sentimento é querer destruir, ou a pessoa ou o objeto que a outra pessoa tem, ou seja, ela “se sente bem” ao destruir, isto é, se sente com “poder”, principalmente quando consegue ter “êxito”.

A inveja é paradoxal

Devido ao complexo de inferioridade que a pessoa apresenta, o sentimento de inveja se intensifica. Um exemplo é denegrir uma pessoa, seja inferiorizando-a, ou inferiorizando o que a outra tem. Ou seja, apesar de querer aquilo que a outra pessoa tem, ou “querer ser a outra pessoa” (a vítima), ela inferioriza a pessoa ou que ela possui. Ou seja, tem um sentimento paradoxal.

A pessoa deseja destruir a outra, nocauteá-la e até ri da condição de miséria e insucesso da outra. A pessoa invejosa é capaz de boicotar, de fofocar, de fazer armadilhas, a fim de destruir a outra. Ela quer provar, ao menos para si mesma, que é melhor. A inveja surge por uma insatisfação profunda (vazio) e acontece porque ela deseja as virtudes da outra pessoa e é incapaz de alcançá-las, seja por incompetência, por limitação física ou por limitação intelectual.

A inveja e o tratamento

A inveja é uma psicopatia que pode ter controle através da psicoterapia. A ansiedade que a pessoa apresenta, em querer ter ou o que não pode ter, ou o que deseja ser; dependendo da intensidade; apenas psicoterapia é insuficiente para um tratamento adequado. Em alguns casos é necessário ser ministrado medicamento, por psiquiatra especializado, para amenizar o sintoma intenso da ansiedade.

A inveja e o transtorno

A inveja é considerada um transtorno afetivo (da afetividade) que está presente em alguns processos psicóticos, a exemplo do Borderline (dependência); Antissocial (calculista); histeria (sedução) e também nos transtornos narcisistas (a pessoa é o centro do Universo). A inveja pode levar à psicopatia e quando tratada, e identificada em suas origens, pode ser tratável.

Características da inveja

Entre as principais características da inveja, estão:

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Aos amigos do presidente, as armas. Ao resto dos cidadãos brasileiros, a morte por susto, bala ou vírus”. (Autor desconhecido)

A vez da meritocracia Meritocracia significa que todo indivíduo é capaz de prosperar somente com suas capacidades sem precisar da ajuda da sociedade, Estado ou família. É um sistema que privilegia as qualidades do indivíduo como a inteligência e a capacidade de trabalho, e não sua origem familiar ou suas relações pessoas e políticas. Quando o prefeito JHC anunciou que parte do contingente dos cargos em comissão da prefeitura seria preenchida mediante seleção de currículos, alguns imaginaram ser “conversa de político”. E era mesmo conversa de político, mas daqueles que cumprem com a palavra empenhada. Nunca se viu nada nem parecido e por isso a desconfiança. E eis que que a promessa se concretiza e entre aqueles que acreditaram, aderiram ao chamamento e enviaram seus currículos, muitos estarão sendo chamados em breve para assumir suas funções na administração municipal. Milhares de currículos foram recebidos pela comissão de avaliação. A secretária de Gestão, Rayanne Tenório, preparada

Procura-se um vice e com muito conhecimento de atividades públicas, não para desde o dia de sua posse arrumando a casa, construindo projetos, dinamizando e modernizando a pasta. Recebeu recomendação expressa do prefeito para priorizar o servidor público em todas as categorias. O prefeito quer uma administração mais ágil e eficiente e sabe que somente conseguirá fazer acontecer com servidores motivados e capacitados. Recentemente estive com pessoas do staff do prefeito, quando me impressionou o nível e o preparo intelectual de sua “linha de frente”. Profissionais altamente capacitados e imbuídos do propósito de construir uma gestão moderna, transparente, moral

e eficiente. O prefeito JHC embora jovem é um político experiente e com sensibilidade aguçada. Escolheu a dedo uma equipe de craques e não permitiu que a política influenciasse nas escolhas técnicas. Deu uma lição de sabedoria aos velhos e viciados da vida política.

Governança em boas mãos

Governança pública é um “conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade” (Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017). Muitos ainda dirão: que bicho é esse? Na verdade, o termo governança em sentido mais amplo teve início apenas na década de 1990, quando foi renomeado por economistas e cientistas políticos e disseminado por instituições como ONU, FMI e Banco Mundial. No Brasil demorou um pouco mais, no entanto hoje sua abrangência atinge toda a administração pública federal e em muitos estados e grandes municípios, além daqueles que a adotaram por achar “um nome da moda”. Como instrumento da boa conduta de governar não tem funcionado no governo de Alagoas e na Prefeitura de Maceió não saiu do nascedouro, até pouco tempo. Com critério e o desejo de acertar, o prefeito JHC colocou a Governança como item prioritário de sua pauta positiva. Foi buscar em Brasília alguém que ele já conhecia e sabia de sua capacidade de fazer acontecer. Encontrou no jovem gestor Antônio Carvalho e Silva Neto um entusiasta da transformação digital, com profundo conhecimento da área de Governança. Experiência não lhe falta: analista Legislativo do quadro de pessoal efetivo da Câmara dos Deputados, chefe da Assessoria de Projetos e Gestão da Diretoria-Geral da Casa e diretor-executivo da Rede Legislativa de Governança e Gestão, além de um invejável currículo acadêmico. Acertou em cheio o prefeito.

Bob, um marginal

O ex-deputado Roberto Jefferson, (Bob) dono do PTB e contumaz marginal da agressividade e desrespeito a autoridades e instituições e que já deveria ter sido preso há bastante tempo, agora resolveu atacar os que votaram a favor da prisão de outro elemento de alta periculosidade, o deputado Daniel Silveira. Ambos se merecem por se encontrarem no mesmo nível de desvio de comportamento. Jefferson continua “atirando” contra o Supremo Tribunal Federal, com ofensas morais a seus ministros e agora vociferando em relação ao presidente da Câmara, Arthur Lira, pela condução do processo que endossou a prisão de Silveira. Também ameaça punir os dois únicos deputados que não seguiram suas tresloucadas ordens, Pedro Augusto Bezerra (CE) e Pedro Lucas Fernandes (MA). O deputado Nivaldo Albuquerque, destoando de toda a bancada alagoana, optou por seguir as ordens do chefete.

Com a decisão de não repetir uma dobradinha com Hamilton Mourão (PRTB) em 2022, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) começou a avaliar nomes que substituam o general da reserva em sua chapa à reeleição. O nome do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, tornou-se o favorito, segundo auxiliares do presidente. Em conversas recentes com deputados e ministros, Bolsonaro disse que não pode errar novamente na escolha de um nome e traçou um perfil do candidato a vice-presidente que considera adequado para o posto. Além de requisitos básicos como confiança e discrição, Bolsonaro tem afirmado que busca alguém que não tenha exercido mandato parlamentar e que não tenha uma base de apoio no Poder Legislativo, critérios que aliados do presidente avaliam que o ministro preenche.

Com a palavra

O deputado estadual Cabo Bebeto tem sido uma voz contundente da oposição na Assembleia Legislativa. Acusa as aberrações do governo estadual calcado em informações seguras e a palavra dura, como deve ser. Esta semana fez críticas veementes ao estado de miséria que se encontra o desmonte do Programa do Leite e apontou a perseguição mesquinha do governador Renan Filho aos pequenos produtores alagoanos. Outro ponto atingido foi o número de obras inconclusas inauguradas pelo governo estadual, enganando a população. Citou o viaduto da PRF, hospitais, além de outras. Nunca se mentiu tanto em Alagoas, como na atual gestão.

PÍLULAS DO PEDRO ENQUANTO no país inteiro está se optando por mais restrições por causa da covid-19, um vereador de Maceió propõe a reabertura dos cinemas. Tá doido cara? FALANDO em vereador, e aquele falastrão que fez seu discurso de estreia que nem ele mesmo entendeu? UMA MINÚSCULA prefeitura do interior com uma “Secretaria de Assuntos Estratégicos”? Logo vai criar também uma de “Relações Internacionais”.


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Após Bolsonaro, o caos

ELIAS FRAGOSO n Economista

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m 2018, Bolsonaro se elegeu vendendo a imagem de que iria se contrapor aos “desmandos de Brasília” o que, em um país assombrado pela roubalheira petista e a enormidade da corrupção no governo federal e de baixa cultura republicana, sempre disposto a seguir um populista qualquer em suas promessas deslavadamente mentirosas, foi “sopa no mel”. Elegeu-se com 1/3 dos votos dos brasileiros e faz um governo voltado exclusivamente para si e seus interesses. Um mitômano perigoso e

cruel que há muito deu uma banana para todos e pode estar levando esse país para uma aventura ditatorial. O Brasil enfrenta no momento 2 vírus: o da covid-19 e Bolsonaro, um sociopata que é contra a ciência, a educação, a saúde, o meio ambiente, a cultura, a democracia e o futuro desse país. E é preciso erradicá-los antes que um deles mate ainda mais gente e o outro destrua de caso pensado nossas instituições e nossas já frágeis defesas democráticas para defender seu filho corrupto, as rachadinhas da família, suas ligações pra lá de suspeitas com milicianos cariocas. É preciso lutar pela preservação das raras instituições sérias sob as quais o facínora avança para canibalizá-las, como vem fazendo na Polícia Federal, na Receita Federal, no COAF, na PGR, com a fulanização do Supremo com indicações de ministros de “coleirinha” como se fosse dono dos seus indicados, ou no desmonte da Lava Jato, escancarando as portas para que a “justiça” promova (como já vem fazendo) a incrível reviravolta onde os mocinhos da Lava

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Jato viram bandidos e os bandidos são soltos impunes. Ou, como acaba de fazer ao atacar vilmente a Petrobras (que precisa ser privatizada) causando prejuízo imediato à empresa de 100 bilhões de dólares, além de impactar diretamente no fluxo de capitais de externos que já rareava na direção do país, absolutamente carente de recursos para “fechar” suas contas, ou ainda como ele já prometeu: “metendo o dedo no setor elétrico”. Se o fizer, ocorrerá o mesmo do infausto Governo Dilma, que baixou o preço da energia na marra e até os dias de hoje cada brasileiro paga por isso na sua conta mensal de luz. Ou, para que o segundo maior desastre de saúde pública do mundo não continue a ceifar vidas em ritmo “industrial” de mais de 1 mil pessoas/dia (já ultrapassamos a criminosa casa dos 250 mil óbitos pela covid-19), impedindo-o de continuar sua sanha assassina de boicote às vacinas e à vacinação dos brasileiros (se continuarmos na velocidade atual, o Brasil levará 27 meses para vacinar 90% da população,

para que se tenha ideia do despautério da gestão desse governo na covid-19). O que vai influenciar diretamente no pífio desempenho da economia neste ano de 2021, com tudo o que isso implica de trágico para o Brasil. Esse quadro de horrores é cometido por uma pessoa investida pelas urnas no mais alto cargo do país, mas que age exclusivamente pensando em si e nos seus, ainda que para isso tenha que mudar o regime, conforme criminosamente disse recentemente, sem que as instituições reagissem a mais essa insinuação de golpismo latente, sua marca registrada. Samuel Johnson ensinou já em 1775 que o “patriotismo é o último refúgio do canalha”, Bolsonaro acaba de fazer isso ao utilizar o slogan usado à larga pela fina flor do atraso como petistas e chavistas: “o petróleo é nosso” (sic!). Uma canalhice ímpar. Aliás, mais uma. Quem achou que a incompetência e a roubalheira petista era o limite, enganou-se. Esse cara vai nos legar o caos!

Samuel Johnson ensinou já em 1775 que o “patriotismo é o último refúgio do canalha”, Bolsonaro acaba de fazer isso ao utilizar o slogan usado à larga pela fina flor do atraso como petistas e chavistas: “o petróleo é nosso” (sic!). Uma canalhice ímpar.


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Conselho de uma velha sindicalista

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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o alto dos meus quase oitenta anos, assisto pela mídia e redes sociais ao trabalho árduo de nossos companheiros sindicalistas. Lembro-me que quando comecei a trabalhar por minha categoria surgiram várias outras entidades, de direita, de esquerda e do centro. O entusiasmo era grande por parte dos servidores e a raiva era forte do lado dos dirigentes. Na Assembleia Legislativa surgiu um novo ambiente: companheiros podiam falar livremente sem correr o risco de prisão. Os dirigentes não se conformavam com tanta liberdade e até ameaça de morte foi

vivenciada. No Executivo a briga era grande. Educação, Saúde, fiscais de Renda e outros se organizaram formando novos sindicatos. No Judiciário apareceu outro grupo tentando defender a categoria, mas a pressão era forte e os patrões timidamente perseguiam os corajosos funcionários. Na maioria das vezes, eles, os servidores, cediam à pressão. Fomos lutando, fazendo reuniões, mas éramos divididos. A CUT controlava os colegas de esquerda. Por nosso lado tínhamos a Fenale, nossa federação, nos ajudando. Os colegas do Judiciário conversavam com os do Legislativo e, no fim, os reajustes eram os mesmos para os dois ooderes e o Tribunal de Contas. A tabela saía da Assembleia e os projetos eram aprovados para as três categorias. Tempo bom, de muita luta, mas de certo respeito. Os anos foram passando e o panorama mudando. O Legislativo perdeu o controle, chegou a cinco mil funcionários e o duodécimo nem sempre era o mesmo. O Judiciário se isolou e passou a ter bem melhores salários do que os nossos. E no Executivo a esquerda predominava sob o domínio da CUT.

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Quando as categorias se dispersam, ficam mais fracas e os gestores assumem o controle dos salários, direitos adquiridos, folhas de pagamento. Eles, os dirigentes, não são tolos e controlam o dinheiro público. É a velha história: os fracos são penalizados. A atual situação é muito complicada. Os reajustes são de dois, três por cento. Não acompanham a inflação. Administrativamente não se resolve nada! Os processos se acumulam na Justiça, pagamos advogados e, quando ganhamos a causa, os gestores não cumprem as sentenças e nada acontece. Os salários ficam achatados; no caso da Assembleia, os deputados procuram meios de aumentar suas rendas, sem passar por ativos e inativos. Aumentam a verba de gabinete, pagam salários dobrados a 900 assessores. No Executivo e no Judiciário não sei bem o que acontece, pois só tenho informações através das redes sociais e da mídia. Não mantenho contato com os companheiros sindicalistas. Recentemente, em 2020, o governo modificou a contribuição previdenciária de nós todos. Uma verdadeira injustiça! Vários sindicatos reclamaram judicialmente. O TJ ne-

gou o do Legislativo, que já recorreu; o Ministério Público foi a favor dos servidores, mas até hoje o TJ não decidiu ainda. Por conta da grande bobagem que o governo fez, penalizando injustamente inativos e portadores de doenças graves, os candidatos de Renanzinho perderam a eleição para prefeito de Maceió, Arapiraca e outras cidades. De repente, ouço num programa de rádio que o governador revogaria a lei que modificou a previdência e enviaria outro projeto para o Legislativo. Em pleno Carnaval, leio nas redes sociais que o chefe do Executivo revogou a nova Lei da Previdência e está mandando outra para os deputados. Daí minha grande preocupação: o que vem por aí? Ele pode querer dividir o desconto de baixo para cima. E os idosos doentes, isentos do Imposto de Renda, como ficarão? Companheiros sindicalistas dos 3 poderes: fiquem de olho na nova lei. Nosso jovem governador é um político habilidoso e não vai querer sair no prejuízo. Lutem, grite, reivindiquem nossos direitos adquiridos! Contem comigo.

famílias. O sofrimento do País não ficou apenas aí, o que já era muito. O pouco caso do presidente foi tamanho que negligenciou preparar-se para a cura do povo, o que evidentemente não seria aquela por ele propalada, e que se denominou “imunidade de rebanho”, ou seja, quanto mais pessoas contaminadas, mais gente imune ao vírus letal. Os remédios para tratamento dos infectados também não seriam aqueles que o “presidente-cientista” passou a receitar. Essas maluquices apesar das advertências dos cientistas, os verdadeiros, para quem tudo aquilo estava errado. O pior de tudo, porém, foi a incúria do governo federal em preparar-se para a vacinação em massa, logo o Brasil que tinha a mais efetiva logística nesse sentido, mundialmente elogiada. Desculpas? A criatividade do mau político encontrou várias: as vacinas iriam demorar

anos a serem produzidas e até lá a tal imunidade de rebanho já teria se operado. Ao perceber que países e laboratórios estrangeiros esmeravam-se na pesquisa de vacinas, propalou que esses imunológicos apresentariam riscos para a saúde, pois produzidos a toque de caixa. Por último – ou talvez ainda não – certamente por ordem do chefe ao ritmo de valsa seus ministros tocaram a reserva e aquisição das vacinas. Até seringas não compraram, e quando o quiseram o mercado já não poderia atender com a presteza necessária. Ainda hoje Bolsonaro reluta em empregar celeridade na aquisição de insumos e doses. Chegamos assim ao ponto-de-não -retorno: ou se imprime agilidade nas aquisições de vacinas, seringas e insumos, ou casos de infecção e de mortes estarão absolutamente fora de controle. Genocídio anunciado que já tem genocida apontado.

Quando as categorias se dispersam, ficam mais fracas e os gestores assumem o controle dos salários, direitos adquiridos, folhas de pagamento. Eles, os dirigentes, não são tolos e controlam o dinheiro público. É a velha história: os fracos são penalizados.

Ponto-de-não-retorno

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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aviação tem uma linguagem própria, ou ao menos o uso de algumas expressões com significação bem específica. “Ponto-de-não-retorno”, por exemplo, é uma delas. Para os aeronautas seria aquele ponto imaginário em que é impossível fazer retornar a aeronave. Na decolagem quando será impossível abortá-la; decola ou ultrapassa a pista. Em voo esse ponto ocorre quando o piloto, por

restrição de combustível, já não poderá executar o caminho de volta. Resta-lhe apenas seguir em frente, e seja o que Deus quiser. O Brasil, nessa pandemia, aproxima-se do seu ponto-de-não -retorno. O pouco caso dado pelo presidente à covid-19; a instigação do chefe do governo para que não se respeitasse o isolamento e o distanciamento entre as pessoas, e até a proteção de máscara; o próprio povo que atendeu aos apelos bolsonarianos e desleixou-se dos cuidados preventivos; os governadores que, embora arfassem a desobediência ao presidente, e a mais absoluta independência em relação ao pretenso líder nacional, apressaram-se na retirada de restrições, por questões meramente econômicas. Essas foram as principais causas da eclosão – que parece incontrolável – das infecções pelo vírus letal, e das incontáveis mortes que vêm enlutando milhares de

O pouco caso do presidente foi tamanho que negligenciou preparar-se para a cura do povo, o que evidentemente não seria aquela por ele propalada, e que se denominou “imunidade de rebanho”, ou seja, quanto mais pessoas contaminadas, mais gente imune ao vírus letal.


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Partida de Ronald Mendonça para a eternidade

JUAREZ MIGUEL

n Escritor e membro da Academia Alagoana de Letras

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esde o início de dezembro do ano findo, submetido ao aflitivo périplo de internamento hospitalar no Arthur Ramos, Santa Casa e Vila Nova Star, infectado pela insidiosa pandemia causada pelo genocida combatente coronavírus, nosso querido Ronald dormiu no dia 3 de fevereiro o sono de todos os passageiros humanos em trânsito nesta vida, para acordar nos braços do pai eterno, deixando profundamente comovidos seus familiares, amigos, confrades da Academia Alagoana de Letras, da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Sobrames (regional de Alagoas), pacientes e a heroica classe médica, especialmente a da Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Relembrá-lo é homenagear sua proficiente trajetória vital. Enquanto aqui esteve, Ronald fecundou o bem no seio da família, dos amigos, nos ofícios da medicina e das letras. Homem de seu tempo, foi plural! Na simbiose da vida conjugal,

a beleza do amor cinquentenário entre ele e Nadja deu-lhes maravilhosos frutos: três filhos. Em que pesem as vicissitudes da vida, com forte amor ao único herdeiro Carlos Eduardo (Duda) e à nora Bruna, jovens progenitores de seus netos Caio e Maria Clara, Ronald e Nadja sempre foram pais, avós e sogros diligentes e carinhosos. Adotando o neologismo “avocidade”, esses grandes avós jamais deixaram de ser e estar presentes no cuidar deles em quaisquer dimensões do ser e do viver, transmitindo-lhes sólida formação cristã, moral e intelectual. Ronald deixa um exemplar legado à sua prole mendonciana. Celebrativo em momentos de lazer, estreitando os laços de parentesco e social, gostava de estar junto com familiares e amigos em almoços e jantares com os quais compartilhava bons drinks. Na seara profissional, diplomado em medicina pela Universidade Federal de Alagoas, nela exerceu, através de concurso público, o magistério da ciência médica ao longo de vários anos, ministrando a cadeira de neurologia. Na aludida Ufal Ronald formou várias gerações dos profissionais da medicina, sobressaindo-se alguns neurologistas. Integrante do grupo dos consagrados profissionais da neurologia alagoana, abraçando o sacerdócio das atividades clínico-cirúrgicas, Ronald sempre se ateve à excelência dos modernos e avançados métodos terapêuticos ministrados às multifacetárias

patologias neurológicas em prol das aflições de seus pacientes. Com humanismo, aplicavalhes tratamento curativo ou lenitivo. Ronald amava a Santa Casa, sua casa santa, em cujo ambiente cirúrgico labutou por muitos anos, aliviando o sofrimento humano e salvando vidas. No cenário literário, eleito membro da Academia Alagoana de Letras, sucedendo a Fernando Iório, grande e saudoso literata, ele tomou posse ocupando a cadeira 15. Os que estavam presentes àquela cerimônia testemunharam seu bem elaborado discurso proferido na casa-mãe das letras. De sua autoria são as obras “Latim aos sábados”, “Janela de vidro”, “vVdias memórias de um suburbano” e várias crônicas. Ronald foi um dos intelectuais contemporâneos a contribuir com a riqueza cultural de Alagoas. A exemplo de São Paulo, Ronald “combateu o bom combate” durante sua estada no ciclo terreno. Aqui e agora, é justo parabenizar os iluminados doutores da medicina, exauridos pelas tensões psicossomáticas trazidas pela pandemia do genocida coronavírus, os quais, conscientes dos riscos graves à própria saúde e a dos seus familiares, seguiram incansáveis nos cuidados clínicoterapêuticos ministrados a Ronald até sua finitude biológica. Em especial, é imperioso reconhecer que Nadja, virtuosa mulher, mãe e valorosa profis-

sional, sempre se destacou na fé e, com disposição férrea, acompanhou o marido nas jornadas da vida, sobretudo nas últimas horas do sombrio e grave quadro de saúde por que Ronald passou. Seguindo no encanto de suas virtudes femininas, cessada sua corresponsabilidade de supervisão do núcleo familiar, Nadja será a única responsável e, assim, assumirá com amor o indelegável e sagrado papel de pai, mãe, avô e avó. Ao longo da demorada estada hospitalar de Ronald, não lhe faltaram o amor e o carinho dos anjos de luz: familiares, amigos, pacientes, colegas e confrades da academia Alagoana de Letras e da Sobrames, os quais encomendaram missas e, incessantemente, elevaram preces ao altíssimo senhor. Mas, induvidosamente, há a compreensão de que os imperscrutáveis planos do Criador são insondáveis às suas criaturas. Em suma, alimentados pela fé cristã, há a convicção de que o saudoso Ronald, protagonista das virtudes de bom chefe de família, profissional de escol, querido gênero humano, valoroso imortal das letras e sobrenatural imortal, cumprirá nova missão na sagrada mansão celestial. Nos laços fraternos da amizade e da convivência familiar, é chegada a hora de acenar o adeus ao saudoso Ronald de ontem, de hoje e de sempre. Esta é a emocionada despedida de quem alçou voo alto e foi recepcionado no paraíso pelo eterno pai.

Na seara profissional, diplomado em medicina pela Universidade Federal de Alagoas, nela exerceu, através de concurso público, o magistério da ciência médica ao longo de vários anos, ministrando a cadeira de neurologia.


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PREVENÇÃO

Prefeitura de Viçosa decreta lockdown parcial para frear casos de coronavírus

Município restringe funcionamento de estabelecimentos e circulação de pessoas durante a noite e madrugada

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prefeito de Viçosa, João Victor Calheiros Amorim Santos, decretou na última quarta-feira, em caráter excepcional, o lockdwon parcial no município para frear a disseminação do coronavírus. A cidade, que está a 86 Km de Maceió, foi surpreendida este mês com a detecção da variante brasileira do coronavírus, da cepa de Manaus, em uma moradora que esteve naquela capital. Não há, até o momento, nenhum outro caso registrado dessa variante e o endurecimento das restrições, segundo o prefeito, é uma prevenção necessária. Pelo decreto, que fica em vigor até o dia 11 de março, todos os estabelecimentos comerciais terão de fechar as portas das 21 horas até 5 da manhã do dia seguinte. Essa norma vale para bares, restaurantes, lanchonetes, academias, lojas e similares. A restrição de horário também inclui templos, igrejas, realização de eventos e exposições de qualquer natureza e demais atividades que

possam gerar aglomeração de público. Nesse horário, inclusive, o decreto proíbe a circulação de pessoas nas ruas do município. Esta semana, o prefeito usou as redes sociais para tranquilizar a população sobre a detecção da nova variante do coronavírus. “Nos reunimos com o secretário Alexandre Ayres e sua área técnica. Ele nos tranquilizou. O caminho não é se apavorar e sim tomar medidas de prevenção”, disse. O município também cobrará da população mais rigor no cumprimento das normas sanitárias, como a não aglomeração e o uso da máscara facial. A partir de agora, nenhum cidadão poderá circular na cidade ou ter acesso a qualquer serviço público ou privado sem a proteção no rosto. Assim como previsto no decreto do governo do Estado, os estabelecimentos devem dispor à população o álcool em gel a 70° para higienização das mãos.

A Prefeitura alerta que a Vigilância Sanitária participará ativamente junto aos fiscais de tributos e sob o auxílio da Guarda Municipal em eventos como a feira livre durante os dias de ocorrência e de forma ininterrupta. Serão feitas barreiras sanitárias na feira com a participação ativa dos profissionais da Saúde, fiscais e Guarda Municipal. Viçosa aparece no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) com 697 casos de coronavírus e 11 óbitos por covid-19. O município conseguiu se estruturar na área da saúde para atender os casos de coronavírus que não necessitam de aporte de UTI, entre outras medidas. Mas o prefeito João Victor alerta que sem a colaboração da população nenhuma medida surtirá efeito para frear o avanço do coronavírus e o adoecimento pela covid-19. No País, a doença já matou 250 mil pessoas.


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extra CARTÓRIO DO ÚNICO OFÍCIO DE PORTO REAL DO COLÉGIO Rua da Alegria, 35, Centro, Porto Real do Colégio/AL – CEP: 57290-000 USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL

EDITAL

USUCAPIENTES: MARIA GORETE CAMILO CORREIA TANONE, brasileira, casada, agricultora, portadora do RG nº 889633 e inscrita no CPF nº 720.884.865-34, e ERNANE TANONE, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG nº 224429 e inscrito no CPF nº 111.060.344-49, ambos residentes e domiciliados na Aldeia Kariri -Xocó, zona rural de Porto Real do Colégio/AL. IMÓVEL: imóvel rural denominado Poço da Moça, situado no Povoado Pau da Faceira, limitando-se do seguinte modo: ao NORTE com Alex Maciel Pereira da Silva; ao SUL com Adailton dos Santos; ao LESTE com Josias José da Silva; e ao OESTE com Alex Maciel Pereira da Silva. TIPO DE USUCAPIÃO: ORDINÁRIO TEMPO DE POSSE: 14 (CATORZE) ANOS * FICAM OS TERCEIROS EVENTUALMENTE INTERESSADOS CIENTES PARA MANIFESTAREM-SE EM ATE 15 (QUINZE) DIAS.

CARTÓRIO DO ÚNICO OFÍCIO DE PORTO REAL DO COLÉGIO Rua da Alegria, 35, Centro, Porto Real do Colégio/AL – CEP: 57290-000 USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL

EDITAL

USUCAPIENTE: IVAN DA SILVA CALIXTO, brasileiro, solteiro, agricultor, portador do RG nº 30589207 – SJDS/AL, inscrito no CPF nº 066.397.224-88, residente e domiciliado no Povoado Gila, z/n, zona rural de Porto Real do Colégio/AL. IMÓVEL: imóvel rural denominado Poço da Moça, situado no Povoado Pau da Faceira, limitando-se do seguinte modo: ao NORTE com Alex Maciel Pereira da Silva; ao SUL com Adailton dos Santos; ao LESTE com Josias José da Silva; e ao OESTE com Alex Maciel Pereira da Silva. TIPO DE USUCAPIÃO: ORDINÁRIO TEMPO DE POSSE: 14 (CATORZE) ANOS * FICAM OS TERCEIROS EVENTUALMENTE INTERESSADOS CIENTES PARA MANIFESTAREM-SE EM ATE 15 (QUINZE) DIAS.


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ECONOMIA EM PAUTA Sem bloqueio

n José Fernando Martins – josefernandomartins@gmail.com

Construção em voga

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s aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que não fizeram a prova de vida entre março de 2020 e fevereiro deste ano não terão seus benefícios bloqueados. A União prorrogou a interrupção do bloqueio de benefícios para as competências de janeiro e fevereiro, ou seja, para pagamentos até o fim de março. A prorrogação vale para os beneficiários residentes no Brasil e no exterior. De acordo com a portaria, a rotina e obrigações contratuais estabelecidas entre o INSS e a rede bancária que paga os benefícios permanece e a comprovação da prova de vida deverá ser realizada normalmente pelos bancos.

Combustível O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), cresceu 0,48% em fevereiro, puxado pela alta da gasolina, após ficar em 0,78% em janeiro. Esse é o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2017, quando o índice foi de 0,54%. Em fevereiro de 2020, a taxa foi de 0,22%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,26%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,57%, acima dos 4,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Energia A Eletrobras (ELET3) confirmou o recebimento de ofício anexo do Ministério de Minas e Energia (MME) que informa sobre a edição de medida provisória para tratar do processo de privatização da companhia, conforme fato relevante divulgado na terçafeira, 23. “A referida medida provisória possibilita o início dos estudos da modelagem da privatização, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, e inclui algumas modificações no texto do projeto de lei de desestatização da Eletrobras…que ainda não foi aprovado”, disse a elétrica em comunicado.

Medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M), registrou taxa de 1,07% em fevereiro deste ano, resultado superior ao 0,93% de janeiro. O INCC-M acumula taxas de inflação de 2% no ano e de 10,18% em 12 meses. A inflação dos materiais e equipamentos usados na construção subiu de 1,43% em janeiro para 2,39% em fevereiro. A taxa dos serviços também cresceu, de 0,48% para 1,05% no período. Por outro lado, a taxa de inflação da mão de obra recuou de 0,61% em janeiro para 0,03% em fevereiro. O INCC-M é medido mensalmente em sete capitais brasileiras: Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Waze ou Google Maps: qual o melhor? Os aplicativos de rotas e mapas digitais ajudaram a revolucionar a maneira como nos deslocamos para qualquer lugar. Mesmo que se trate de um caminho já conhecido, há sempre alternativas para evitar congestionamentos, acidentes de trânsito e interdições temporárias desde que alguém tenha passado antes e sinalizado automaticamente para a comunidade de usuários. Waze foi um dos pioneiros. Fundado em Israel em 2006, alcançou tanto sucesso que o Google o adquiriu em 2013. Atualmente tem versões em 50 idiomas. Estima-se que alcance mais de 130 milhões de usuários por mês no mundo. O Google Maps, no entanto, também reúne fãs ardorosos. Os dois aplicativos, apesar de estarem dentro do mesmo grupo, são diferentes e ambos apresentam pontos favoráveis e outros nem tanto. Um dos comparativos mais recentes, postado no começo deste mês pelo site americano Tom’s Guide, fez uma análise bastante apurada. O autor do estudo, Adam Ismail, apontou vantagens e desvantagens de cada um. Google Maps (prós): conjunto extenso de recursos; integração de roteiros a pé ou de carro; horários de transporte público; mais informações sobre locais de origem e destino; mapas off-line; navegação aprimorada com realidade aumentada e outros recursos como indicação de restaurantes. Waze (prós): tráfego informado por usuários de forma automatizada; alertas de perigo e policiamento; redirecionamento constante pode economizar tempo; mapas atualizados por especialistas locais; integração de streaming; modo para motociclistas. Google Maps (contras): número de recursos de certa forma excessivo; nenhum tipo de alerta para o usuário. Waze (contras): anúncios na tela do telefone; poucas informações sobre locais; adequado apenas para veículos; requer conexão de dados ativa. Em resumo, o autor considerou o Google Maps mais indicado para quem usa transporte público, anda a pé, de bicicleta e com dotes de explorador. Quanto ao Waze é melhor no dia a dia, em tráfego urbano. Luís Fernando Carqueijo, especialista em fora de estrada, concorda com as análises. “Conforme citado pelo autor no amplo estudo, é interessante consultar o destino com o Maps e usar a navegação do Waze. Costumo estar com os dois ativos e vou monitorando. Outras vantagens do Waze são indicação de velocidade máxima da via, alerta de radares e de outros problemas enviados pela comunidade, além da rapidez na modificação de rotas.

ALTA RODA n SEGUNDA geração do Mercedes-Benz GLA (primeira chegou ao Brasil em 2014) cresceu, seguindo a tendência mundial. O SUV de entrada da marca ganhou 3 cm no entre-eixos e na largura, além de quase 9 cm na altura para assegurar maior espaço interno. O desenho também foi renovado, embora mantenha a identidade do projeto original. Motor 1,3 turbo, gasolina, entrega 163 cv e 25,5 kgfm. Primeira versão disponível é a 200 AMG Line, por R$ 325.900. Mais de 40% das vendas da M-B aqui no ano passado foram de SUVs. n TESLA espera inaugurar sua primeira fábrica europeia em Berlim, capital alemã, em meados deste ano. Produzirá o Model Y, SUV médio-grande de sete lugares. A marca americana pretende aumentar vendas de 2021 em 50% sobre 2020 para 750.000 unidades elétricas em todo o mundo. Presidente da BMW, Oliver Zipse fez um raro comentário sobre desempenho de outra marca. “Não será fácil para a Tesla continuar nessa velocidade, porque o resto da indústria está avançando muito”.

No Maps, há informações sobre o destino e melhor visualização do mapa”. Waze, no entanto, precisa ser bem ajustado, apesar de enorme massa de informações. Mais de uma vez cheguei ao destino no lado oposto da rua ou avenida separada por faixa contínua ou de forte tráfego contrário. Para resolver isso, é preciso ir em Configurações, Preferências de direção, Navegação e selecionar Evitar conversões difíceis. O percurso pode ficar maior, mas se escapa de multa ou mesmo acidente. Particularmente útil se o motorista desconhece a rota até o destino ou já sabe das dificuldades de conversão. Há também o aplicativo Here que permite baixar mapas para o celular e navegar mesmo sem conexão de dados.

n MOTOR 1-litro turbo responde por 75% das vendas do Tracker, SUV compacto da Chevrolet. Vantagem no preço (4 pontos percentuais a menos de IPI) compensa o desempenho menor em relação à versão 1,2-litro turbo. Só em situações pontuais as retomadas são algo mais lentas. Vantagem clara no nível de ruído, vibração e aspereza típico dos motores de três cilindros. Pode parecer pouco, mas os 200 cm³ a menos melhoram a experiência de uso. n FUTURO do carro autônomo está intimamente ligado aos pneus. Pirelli afirma que com seu sistema Cyber Tyre os automóveis “sentirão” a estrada. No supercarro McLaren Artura está disponível a primeira versão que, no futuro, será aperfeiçoada. A rede de telefonia celular 5G poderá passar informações instantânea e diretamente para outros veículos no entorno. Vários fabricantes de pneus desenvolvem também recursos similares.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Hospitais em dificuldades

PELO INTERIOR

A

rede hospitalar de Arapiraca que possui convênio com o SUS está enfrentando dificuldades para honrar compromissos com funcionários e prestadores de serviços em virtude do atraso do repasse por parte da Prefeitura, que até o momento não justificou o atraso dos recursos referentes aos meses de novembro e janeiro. Os diretores dos hospitais estão procurando diálogo com a administração municipal para saber o motivo do não pagamento e, principalmente, quando serão feitos os devidos repasses. Com a palavra o prefeito Luciano Barbosa que foi, inclusive, secretário de Saúde do município e conhece de perto esse procedimento. Ou não?

Silêncio em Arapiraca Deputados, vereadores, cabos eleitorais e até a imprensa estão na expectativa para receber o “quinhão” por parte do prefeito Luciano Barbosa, que prometeu liberar no mês de março cargos e propaganda oficial. Enquanto não cumpre a promessa, o que se vê na cidade é um silêncio sepulcral, com algumas exceções por parte de vereadores que ainda estão na oposição.

Quem quer dinheiro? E a boca miúda fala-se que os três deputados terão em média 50 cargos para distribuir com as suas trupes, além de garantir verbas a instituições comandadas pelos deputados, como é o caso de Tarcizo Freire, que apesar de ter soltado o verbo na campanha eleitoral em cima do então candidato Luciano Barbosa, ele e o prefeito estão agora mais unidos do que irmãos siameses. Até quando? É a pergunta que não quer calar.

Quer eleger o filho Outro porém está na decisão de Luciano Barbosa que quer a todo custo eleger o filho deputado estadual ou federal. Para que isso aconteça promete mover montanhas e quem não estiver com ele não terá um pirulito sequer para chupar.

Dependência financeira A dependência financeira dos deputados e parte dos vereadores é algo que impressiona o mais humilde eleitor arapiraquense, que sabe que Barbosa prepara o coucho para os incautos políticos comerem, mas avisa: se não rezar na cartilha e apoiar o filho que procurem outro pasto. Pois é. É a outra face da política já colo-

cando as unhas de fora.

Relação complicada

Por falar em Arapiraca, o site 7Segundos traz uma matéria sobre as especulações nos bastidores da relação entre a nova gestão da Prefeitura de Arapiraca e a Mesa Diretora da Câmara Municipal. O site aborda que a falta de comunicação entre os poderes faz aparecer várias interrogações sobre a relação “amistosa” entre o prefeito Luciano Barbosa (MDB) e o presidente da Casa Herbene Melo, Thiago ML (Pros).

Outros planos Ainda de acordo com o site, nos corredores de ambas as instituições se fala que o prefeito arapiraquense tinha outros planos para a Mesa Diretora da Câmara. O grupo emedebista queria Fábio Henrique na presidência. Mas o G10, grupo de vereadores comandado por Thiago ML, acabou saindo vitorioso na disputa pela presidência da Casa.

Afastamento Em um trecho da matéria, o site lembra que ML, que é presidente do diretório municipal do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), esteve ao lado de Luciano durante a campanha eleitoral de 2020. Segundo uma fonte da Câmara, outro motivo para o afastamento entre prefeito e Câmara teria sido a aprovação, no último dia de 2020, da suplementação de 20% no orçamen-

... Moradores do bairro Nova Esperança, em Arapiraca, reclamam de um lixão a céu aberto em um terreno. O local está sendo utilizado pela própria população para descarte de móveis velhos, restos de materiais de construção, sofás e tanques de motos, dentre outros tipos de entulhos. ... De acordo com as informações, a limpeza já teria sido realizada, quando diversas caçambas de lixo foram retiradas do local, mas novamente o terreno está tomado por lixo. to do município.

Foi beneficiado Com isso, Luciano Barbosa foi bastante beneficiado e só precisaria estreitar laços com o Poder Legislativo depois de julho. O site arapiraquense afirma que a mesma fonte que repassou as informações garante que os parlamentares arapiraquenses estão se articulando para consolidar mudanças no regimento da Casa com o objetivo de dificultar a aprovação de algumas demandas do Poder Executivo.

Boa notícia, finalmente O secretário de Governo, Yale Fernandes, esteve reunido, na terça-feira, 23, com os vereadores Léo Saturnino, Edvânio do Cangandu, Márcio do Canaã, Vicente do Remédio e o gerente Regional do INSS, Alando Lima, para uma articulação conjunta com o propósito de reativar o funcionamento do órgão em Arapiraca. Além da pandemia, desde o dia 9 de outubro de 2020 que o INSS está com suas atividades presenciais paralisadas devido a um incêndio ocorrido no prédio, localizado nas imediações do Centro Administrativo Municipal de Arapiraca, no bairro Santa Edwiges.

Atendimento relativo ao INSS O encontro foi organizado pelo vereador Léo Saturnino e também contou com a presença do secretário Executivo de Governo, Vytor Ferro. Durante a reunião ficou definido que será aberta uma sala no Arapiraca Garden Shopping para o atendimento relativo ao INSS até que o governo federal conclua as obras de recuperação do prédio. Sala no shopping? Estranho. Mas as informações estão no release da Prefeitura.

... Além dos riscos à saúde pública, há ainda relatos de pessoas que colocam fogo no terreno, prejudicando ainda mais a situação. ... Melhorar a fluidez no trânsito e reorganizar o tráfego com segurança é primordial. Com esse objetivo, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito, SMTT, iniciou a Operação Trânsito Seguro em pontos base do município. ... A necessidade da fiscalização foi detectada após levantamento realizado pelo corpo técnico da SMTT, que vem visualizando o uso indevido da sinalização onde há faixas e as diversas irregularidades no trânsito em horários de maior fluxo e, consequentemente, maior número de acidentes são registrados. ... O superintendente da SMTT, Josenildo Souza, lembra que os condutores devem ter atenção à sinalização nas vias e destaca a necessidade da fiscalização na garantia da segurança de pedestres e condutores. ... A Defensoria Pública do Estado obteve, na Justiça, o reconhecimento do direito dos consumidores ao desconto proporcional aos dias de interrupção do fornecimento de água nas faturas de dos cidadãos batalhenses que tiveram o consumo da taxa mínima. ... Conforme relatos de moradores do município de Batalha, os desabastecimentos são constantes desde 2016 e podem durar até 15 dias. No entanto, as faturas não sofrem alteração. ... Após tomar ciência da situação, o defensor público Lucas Monteiro Valença protocolou uma ação civil pública, na última sexta-feira, 19, solicitando os descontos e o devido monitoramento do fornecimento de água. (Com assessoria) ... Aos nossos leitores desejamos um excelente final de semana, com paz e muita saúde. Até a próxima edição!


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RADAR LITERÁRIO Autores da Imprensa Oficial Graciliano Ramos são contemplados pela Lei Aldir Blanc Os resultados dos editais da Lei Aldir Blanc trouxeram bons ventos para o meio cultural alagoano no final do ano passado. E comprovando o alto nível dos editais realizados pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, diversos escritores e escritoras publicados nos últimos anos pela gráfica e editora do Governo do Estado de Alagoas também foram vitoriosos nos certames organizados pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com recursos federais da Lei Aldir Blanc. Sancionada em 29 de junho de 2020, pelo Congresso Nacional, a Lei Aldir Blanc foi uma das medidas emergenciais criadas para mitigar os impactos negativos da pandemia de covid-19 na atividade produtiva da classe artística. Segundo a Secult, Alagoas recebeu cerca de R$ 57 milhões em recursos federais que foram distribuídos a partir de editais públicos lançados no segundo semestre do ano passado, com foco em diversas expressões

artísticas, das artes visuais às artes plásticas e literárias, além de oficinas digitais. Com grande número de inscrições de projetos e graças ao alto nível entre os concorrentes a disputa pelos recursos foi muito acirrada. Na área de Literatura, três obras que fazem parte do catálogo da Imprensa Oficial Graciliano Ramos foram selecionadas pelo edital de obras não inéditas da Lei Aldir Blanc em Alagoas, o livro infantil A Ilha de Laura, de Amanda Prado; Caderno de Anotações, de Wado; e Dê (lírios) Intranquilos, de Alexsandro Alves. Por outro lado, vários autores da Imprensa Oficial Graciliano Ramos foram selecionados nos editais de obras inéditas e, em breve, alguns dos títulos contemplados pela Lei Aldir Blanc serão lançados pela editora em parceria com seus autores. Livros que prometem fascinar os leitores amantes da boa literatura alagoana.

JACINTO SILVA: AS CANÇÕES Entre as boas novas da safra da Lei Aldir Blanc está a segunda edição do livro Jacinto Silva: As Canções, de autoria do escritor e professor da Universidade do Estado de Alagoas (Uneal) Luciano José. Lançada em 2013, a biografia do cantor e compositor, nascido em Palmeira dos Índios, estava esgotada desde 2017, mas continuava sendo muito procurada pelo público leitor. “A obra artístico-musical de Jacinto Silva permanece como referência importante quando o assunto são as raízes da música nordestina. Vários compositores da música popular brasileira tiveram suas canções reunidas em livro, mas percebemos uma lacuna em se tratando dos grandes ícones do baião, do xote, do xaxado, do arrasta-pé e do coco. Um dos maiores compositores de forró do Brasil, o alagoano Jacinto Silva recebe, neste estudo, o reconhecimento merecido: o de que suas canções são exemplares únicos do cancioneiro popular brasileiro e expressam o sentimento e a sabedoria do povo do Nordeste com rara beleza”, afirma Luciano José, mencionando que a segunda edição de Jacinto Silva: As Canções, será ampliada, trazendo novas informações sobre esse grande artista alagoano, além de novo projeto gráfico.

GUIA DA GASTRONOMIA POPULAR

Outro título muito aguardado pelos leitores é o Guia da Gastronomia Popular, da jornalista e influencer Nide Lins. Também está em andamento a terceira edição desta obra que é um dos maiores sucessos editoriais da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. A nova versão atualizada trará novo formato e mais indicações de restaurantes que fazem jus à celebrada boa mesa alagoana.

ADALBERTO SOUZA

Já o poeta e psicólogo maceioense Adalberto Souza foi contemplado no edital de obras inéditas com seu livro de poesias intitulado Da Amplidão das sombras alheias ou outras histórias de amores suspeitos. Também licenciado em Letras e

especialista em Literatura, Souza é autor de outros livros de poesia selecionados a partir de editais recentemente realizados pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos. São eles: Das Coisas que Esquecemos pelo Caminho (2011); Quando Gatos Lunares Encontrarem Rodolfo Valentino na Cidade de Bonecos Solitários (2016); e a segunda edição de Fantasmas não Andam de Montanha Russa (2019).

FRANCISCO OITICICA

O professor e fotógrafo Francisco Oiticica, autor do livro de arte fotográfica Murmuro (2019), vai lançar, em parceria com a Imprensa Oficial Graciliano Ramos, e recursos da Lei Aldir Blanc, o inédito Alagoas Memória Salobra. Reunindo fotos de sua autoria com poemas, textos de prosa poética, depoimentos e entrevistas escritas por oito autores, Oiticica apresenta mais uma obra experimental que celebra a identidade alagoana, tendo como tema o mar, as lagoas e os rios da nossa terra.

CONTOS IMPERDÍVEIS

Os escritores Sérgio Prado Moura e Igor Machado, por sua vez, vão surpreender os leitores amantes das narrativas curtas. Ambos foram selecionados nos editais da Lei Aldir Blanc com livros de contos inéditos que contarão com projetos gráficos caprichados, que estão sendo desenvolvidos pela equipe de arte da editora da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, ilustrados por grandes artistas visuais alagoanos. Nascido em Traipu, Igor Machado, autor da obra poética Pausas Corrompidas (2017), vai lançar, ainda este ano, o livro Pequenos Fluxos. O maceioense Sérgio Prado Moura, autor do bem-sucedido livro de contos Apuê (2015), vai sair com O Matador, mais uma obra marcada por narrativas misteriosas e envolventes que são marcas do estilo deste escritor.


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