Edição 1110

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1998 - 2020

MASSA FALIDA

TRABALHADORES DO GRUPO JOÃO LYRA ESTÃO SEM RECEBER DESDE 2019 13

ANO XXII - Nº 1110 - 19 A 25 DE MARÇO DE 2021 - R$ 4,00

ELEIÇÕES 2022

COLLOR E RENAN FILHO POLARIZAM CENA ELEITORAL Sem sucessor, governador pode terminar sua gestão e não disputar o próximo pleito Senador deve se aliar ao grupo de Arthur Lira e apoiar candidato da Assembleia ao governo 2, 6, 7 e 8

MAIS DE 35 MIL FAMÍLIAS AGUARDAM AJUDA EMERGENCIAL EM ALAGOAS 17

MP COBRA EXPLICAÇÃO À PREFEITURA DE ARAPIRACA SOBRE LICITAÇÃO DE BUFFET 9

FASE VERMELHA COMEÇA HOJE SEM EXPECTATIVA PARA FIM DA PANDEMIA 15 HOMENS SÃO A MAIORIA DAS VÍTIMAS FATAIS DA COVID-19 EM ALAGOAS 16

COOPERATIVA PINDORAMA BATE RECORDE DE PRODUÇÃO NA ÚLTIMA SAFRA DE CANA 10


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COLUNA

extra DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Oposição forte

indenizada.

Preço da água

A privatização da Casal já se faz sentir no bolso dos consumidores de Maceió. Prédios residenciais que usavam poços artesianos agora são obrigados a usar água da companhia, dobrando o valor da conta. O mesmo ocorre com os postos de combustíveis e outras empresas que usam poços. Enquanto isso, a empresa ainda não anunciou medidas para substituir seus poços artesianos contaminados por nitrato e caramujos africanos em todo o Estado.

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- A cada dia se consolida a ideia da oposição de lançar um candidato ao governo do Estado que agregue o apoio do Poder Legislativo e do grupo político liderado pelo deputado federal Arthur Lira.

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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- Marcelo Victor seria o nome ideal para esse desafio, mas o presidente da Assembleia declinou dessa possibilidade para focar seu empenho na reeleição, ou mesmo disputar uma cadeira na Câmara Federal no pleito do ano que vem.

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- Com Marcelo Victor fora da disputa, o nome mais forte até agora é o do deputado Davi Filho, sem descartar o deputado Paulo Dantas como outra possibilidade. As costuras políticas seguem nesse caminho e nada é definitivo.

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- Definido o candidato a governador, o próximo passo é escolher um nome para o Senado, fechando a chapa majoritária. E o próprio Arthur Lira pode ser o candidato, que faria dobradinha com o pai Benedito de Lira para a Câmara Federal. Também não está descartada uma possível aliança com o senador Fernando Collor.

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- Pela situação, o governador Renan Filho tem vários nomes, mas nenhuma definição. O ex-prefeito Rui Palmeira é uma dessas alternativas, visto que sua candidatura seria uma promessa de Renan Filho em troca do acordo fechado no último pleito municipal.

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- A terceira via formaria uma chapa majoritária com o senador Rodrigo Cunha ao governo e um nome ao Senado indicado por JHC. Uma possível vitória de Cunha levaria ao Senado a suplente Eudócia Caldas, mãe do prefeito.

Emergência Sem sucessor

O governador Renan Filho tem admitido a possibilidade de não renunciar ao cargo para disputar o Senado no próximo ano. O impasse é deixar o governo nas mãos da oposição, sob controle da Assembleia Legislativa. Nesse caso, o governador-tampão seria indicado pelo Legislativo, com direito a reeleição. Pode ser um deputado ou qualquer nome aprovado pela Assembleia. Vale lembrar que o vice-governador – Luciano Barbosa - que assumiria o governo na interinidade, renunciou ao cargo para ser prefeito de Arapiraca, deixando o cargo para o presidente da Assembleia. Marcelo Victor, no entanto, abriu mão da vaga e deve indicar um de seus pares, em caso de renúncia do governador.

O Sertão de Alagoas que já sofre com a pandemia, enfrenta uma nova estiagem que afeta todos os municípios da região. Enquanto a chuva não vem mais de 140 mil sertanejos recebem água da operação Carro Pipa, executada pelo Exército.

Bolsonaristas

Circula nas redes sociais um texto anônimo pregando a desobediência civil contra o fechamento do comércio. O teor extremista da pregação leva a acreditar tratar-se de

Sonho de Renan

O sonho do governador é deixar o secretário Fábio Farias em seu lugar. É o único nome da confiança dos Calheiros, mas isso depende de entendimentos com os deputados, cujo preço político Renan Filho talvez não esteja disposto a pagar. Abrir mão de indicar o sucessor seria uma das possibilidades de acordo com a Assembleia Legislativa, que em troca apoiaria Renan Filho para o Senado e Arthur Lira para a reeleição.

Esbulho

Antes de deixar o governo, Renan Filho deve resolver o imbróglio jurídico do pólo químico de Marechal Deodoro, herdado do antecessor Téo Vilela. Trata-se do futuro de oito indústrias que se instalaram em área privada invadida pelo Estado e até hoje não

manifestação bolsonarista.

Sem saída

“Com Bolsonaro ou com Lula, jamais chegaremos a lugar algum. Vamos continuar patinando no fundo do poço do atraso, do baixo crescimento e do populismo de terceiro mundo que tomou conta deste país e inviabiliza qualquer avanço”. Elias Fragoso – economista.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Disputa para 2022

Descartado

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refeitura e Estado iniciam uma disputa para saber quem se sai melhor junto à população. É a briga voltada para as eleições de 2022 que já começa a chegar às redes sociais com pesquisas às vezes não muito compreensíveis. O que se espera, entretanto nesta pendenga, é que eles, JHC e

Renan Filho, esqueçam as diferenças políticas do momento e se preocupem em atender demandas urgentes da população e do empresariado que sofre duramente as consequências da pandemia que não para de crescer.

Pressa

Candidatos

Na pressa de tentar ajudar à população e principalmente aos seus contribuintes, o prefeito JHC pisou na bola na semana passada ao anunciar um desconto de 15% na cota única do IPTU, feito já ultrapassado por Rui Palmeira no ano passado quando concedeu 30% e também em anos anteriores.

Os secretários do Desenvolvimento Regional e do Turismo, Rafael Brito e da Saúde, Alexandre Ayres, podem tomar duas vagas na Assembleia Legislativa. Eles trabalham dia e noite com esse objetivo e são estimulados pelo governador Renan Filho, que quer ter sustentação política para disputar o Senado.

Sem efetividade Enquanto o governo do estado e a prefeitura batem cabeça, os empresários e trabalhadores sofrem a consequência. O desemprego no setor produtivo já chegou a níveis alarmantes enquanto empresas fecham as suas portas. De prático, para resolver essa questão grave e que só faz crescer, até agora absolutamente nada.

Disputa Além de outras pequenas disputas, prefeitura e estado se digladiam para informar à população quem está conseguindo mais vacinas para imunizar a população, ação que vem sendo controlada pelo Ministério da Saúde.

Bastidores Toda essa disputa tem uma razão de ser. As eleições do próximo ano, onde quem estiver melhor no conceito popular, levará vantagem nas urnas. Por isso mesmo os grupos se destacam e os candidatos ao governo de Alagoas começam a surgir. Rui Palmeira, Davi Davino, o próprio JHC, Rodrigo Cunha, são alguns dos que podem disputar a sucessão do governador Renan Filho.

Osso duro Sem ter até agora um candidato forte para disputar o governo que possa chamar de seu, Renan Filho pode arriscar sua carreira política se avançar com o projeto de chegar junto ao seu pai no Senado Federal. Vai enfrentar, nada mais, nada menos, do que o senador Fernando Collor, raposa política que vem se destacando nas redes sociais pelo trabalho que tem realizado no Congresso Nacional.

Fundo do poço A Polícia Civil, que recuou de uma ação de paralisação para cobrar do governo compromissos não cumpridos, chegou ao fundo do poço, confidenciam delegados e policiais que vivem o dia a dia da segurança pública. A principal carência é a de pessoal, cujo concurso público, pela legislação, dificilmente deverá acontecer até o próximo ano.

Aguardando Com a corda no pescoço, pequenos empresários esperam que o governo faça uma partilha dos R$ 5 bilhões que tem em caixa, para socorrer o setor que está fechando suas portas pela restrição imposta para conter o avanço da pandemia.

Aposta O desconto de apenas 15% no pagamento do IPTU de uma só vez, certamente não atrairá o interesse da maioria dos contribuintes. Se o prefeito JHC pensava que a iniciativa iria abarrotar os cofres da prefeitura, errou feio.

Mesmo com uma aliança feita de última hora para eleger o candidato Alfredo Gaspar de Mendonça a prefeito de Maceió, Renan Filho e Rui Palmeira não deverão manter esta composição política, o que força às partes procurarem outros caminhos para disputarem a próxima eleição.

Irresponsabilidade

Pequena ajuda Ao contrário do governo do estado que anunciou um pacotão de incentivos ao setor produtivo, a prefeitura ficou apenas na boa intenção. Ao chegar próximo aos 90 dias dos 100 onde prometeu mudar Maceió, o prefeito JHC, em números absolutos, pouco ou nada fez neste período. Afora a redução no preço das passagens de ônibus onde o município já teve que desembolsar R$ 1 milhão para socorrer os empresários do setor, nada mais importante aconteceu.

A carreata pró-Bolsonaro ocorrida no último domingo, em que pese ter sido uma manifestação democrática, jamais deveria ter complicado o trânsito justamente no estacionamento de Jaraguá, onde se realizava a vacinação de idosos. Isso complicou a vida de todos e se transformou, momento depois, em uma troca de “amabilidades” entre o prefeito JHC e o vereador Leonardo Dias, que se defendeu assegurando que não tinha nada a ver com o episódio. Politicagem ou não, a invasão do estacionamento foi considerada um ato irresponsável.

Derrapada Ao anunciar um desconto de 15% na taxa única do IPTU, em Maceió, a prefeitura andou para trás. No governo de Rui Palmeira, só no ano passado o desconto foi de 30%. Isso, naturalmente, vai repercutir na arrecadação, já que não existe praticamente nenhuma vantagem do contribuinte em quitar de uma só vez o imposto nesta época de crise.

Repensando Sem encontrar um candidato que possa confiar o Palácio República dos Palmares, existe a grande possibilidade de o governador Renan Filho exercer o seu mandato até o fim e desistir de disputar as eleições de 2022. Renan Filho está tendo dificuldade tanto de escolher um candidato, como de fazer novas composições políticas.

De olho Mesmo com a dispensa de impostos federais nos combustíveis, é bom a população ficar de olho na nota fiscal. Esta semana o estado se apressou em desmentir notícias veiculadas na Folha de São Paulo sobre um suposto aumento do ICMS. Não custa nada, por exemplo, o consumidor verificar se na nota fiscal ocorreu alguma alteração.


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ELEIÇÕES 2022

Collor e Renan Filho polarizam cenário eleitoral, mas disputa ferve nos bastidores Jó Pereira, Rui Palmeira e até George Santoro entram no jogo em busca de novos espaços na política ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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s articulações para as eleições de 2022 em Alagoas estão a pleno vapor, mas ainda centradas nos dois nomes majoritários, o senador Fernando Collor (Pros) e o governador Renan Filho (MDB), que disputam a única vaga ao Senado. Para o Governo, fica claro que dois grandes grupos, o liderado pelo governador Renan Filho e o que se organiza em torno do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), terão candidatos, ainda que os nomes não estejam definidos e muitos pretendentes são baralhados diariamente com a possibilidade de serem o nome escolhido pelo governo e pela oposição. Por outro lado, a formação de chapas de deputado federal e estadual está mobilizando internamente todos os partidos e suas lideranças. No meio político alagoano, todos os passos e ações são nessa direção. O FATOR LULA A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de anular os processos do ex-presidente Lula mudou todas as articulações nacionais para 2022. Jair Bolsonaro, na busca

pela reeleição, está procurando fortalecer seus aliados nos estados, principalmente os dos partidos do Centrão, como o PP, PSL, PSD e PTB; a esquerda vai se unindo em torno de Lula, novamente elegível, e o centro liberal acelerou a busca de um nome de consenso. Esta semana, o deputado federal Aécio Neves- o excandidato do PSDB à presidência- defendeu a formação de um “centro ampliado” com o MDB, PSDB e DEM apoiando a candidatura de Ciro Gomes, que hoje é apoiada pelo PSB, PDT, PV e Rede. Essa chapa seria uma alternativa à polarização Lula versus Bolsonaro. Caso se confirmem estas grandes coligações, restarão poucos espaços para os pequenos partidos ou para nomes independentes. Estas frentes eleitorais obrigarão a formação de palanques estaduais em todo Brasil. Em Alagoas, a definição da chapa do Centrão estará sob o comando de Arthur Lira e Fernando Collor, ambos com apoio do Governo Federal, e se articulam para derrotar tanto a candidatura de esquerda como o candidato do centro liberal. A coligação do centro liberal será comandada em cada estado pelo partido mais forte.

Fernando Collor e Renan Filho: concorrência acirrada

O PSB E O PDT, CASO NÃO ESTEJAM JUNTOS NA CHAPA DO CENTRO LIBERAL, PODERÃO APRESENTAR AO GOVERNO E AO SENADO A CHAPA LIDERADA PELO VICE-PREFEITO RONALDO LESSA E A EX-VEREADORA HELOÍSA HELENA, OS NOMES SONHADOS POR CIRO GOMES E MARINA SILVA.

Em Alagoas, será liderada pelo MDB, partido do governo estadual e vencedor em maior número de localidades nas últimas eleições municipais. O PSB e o PDT, caso não estejam juntos na chapa do centro liberal, poderão apresentar ao Governo e ao Senado a chapa liderada pelo vice-prefeito Ronaldo Lessa e a ex-vereadora Heloísa Helena, os nomes sonhados por Ciro Gomes e Marina Silva.

Por sua vez, a esquerda deverá sair unida, na medida em que o PCdoB e o PSol já anunciam a possibilidade de apoiar Lula. Liderada pelo PT estadual, essa frente não tem chances eleitorais nos cargos majoritários, mas já começou a se movimentar internamente e deverá apresentar nomes para o Governo e Senado, além de trabalhar a possibilidade de eleição de alguns deputados.


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Os bilhões do Governo O

governador Renan Filho segue com obras e promessas de investimentos nos municípios, sejam escola, hospital, estrada, posto de saúde, aeroporto e outros investimentos. Com cinco bilhões de reais em caixa para gastar neste e no próximo ano, ele mapeou todo o estado e tem feito alianças com prefeitos e lideranças regionais que poderão viabilizar sua eleição em 2022. O cartão CRIA que dá direito a R$ 100 e o programa Minha Cidade Linda estão abrindo a porta de todos os municípios. Esse movimento é sentido tanto na AMA, a Associação dos Municípios de Alagoas, hoje uma forte aliada do Governo, e na Assembleia Legislativa, onde Renan Filho conversa regularmente com quase todos os deputados, atendendo aos pleitos de cada um deles, mudando completamente o ambiente difícil de tempos atrás. Na capital, Renan vem marcando o prefeito João Henrique Caldas, o JHC, sob

Rui Palmeira diz que JHC encontrou prefeitura com saldo bilionário pressão. O novo prefeito, que tem a pretensão de disputar o Governo em 2022 continua ainda na fase de aprendizado administrativo, gerenciando os muitos problemas municipais em acordo com

um grupo fechado e liderado pelo deputado estadual Davi Maia (DEM), deixando claro sua falta de sintonia com o PDT de Ronaldo Lessa e com alguns secretários. O ex-prefeito Rui Pal-

meira (sem partido) diz que deixou a prefeitura com um bilhão de reais em caixa; no entanto, JHC nega essa conta e afirma que o rombo herdado da gestão passada de Rui Palmeira é de R$ 300

milhões de reais, somados a um déficit mensal de R$ 30 milhões. A prefeitura sem dinheiro, com a equipe ainda aprendendo a lidar com máquina pública, não consegue impressionar o eleitorado da capital. O pacote municipal que JHC apresentou como apoio às empresas do setor de bares e restaurantes foi pensado para atrair a simpatia do empresariado da cidade, mas ficou apagado com o lançamento de medidas do Governo, anunciadas pelo governador, com muito barulho, dias depois, no valor de R$100 milhões, contando com a adesão e apoio dos representantes empresariais, principalmente da Abrasel, Fecomércio e ABIH, presentes no anúncio do pacote estadual. O resultado foi tão favorável que já existe um movimento para eleger o secretário da Fazenda George Santoro como deputado federal e representante do setor empresarial de Alagoas.


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ELEIÇÕES 2022

Isnaldinho Bulhões, Alfredo Gaspar e Alexandre Ayres, possíveis nomes para disputa pelo governo estadual

Nomes para o Governo N

esta disputa, muitos são os nomes de candidatos a governador. Renan Filho estimula uma lista grande de pretendentes, mas sem escolher ninguém, ainda. O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB), o secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, e o secretário Estadual de Saúde, Alexandre Ayres, são os mais citados. Ayres está mais em evidência desde o ano passado, quando passou a coordenar os programas de saúde no momento da pandemia, mas como não existe confirmação por parte do governador, eles continuam em

suas campanhas, Bulhões para renovar o mandato de federal e Ayres tentando conseguir uma cadeira de estadual. Por outro lado, Renan Filho está negociando com a Assembleia Legislativa quem será o governadortampão, que ocupará sua cadeira entre maio e dezembro do próximo ano, peça importante na sucessão. O atual presidente do parlamento estadual Marcelo Victor é o nome mais forte, mas sua neutralidade entre Renan e Arthur Lira gera insegurança no governador. Na Assembleia, ele tem dito que não toparia a empreitada. Com os deputados, Renan

poderá negociar espaços no governo, como as secretarias de Ciência e Tecnologia, Agricultura e Educação. Outro nome lembrado é o do ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira, que voltou à atividade política articulando nos bastidores, formando a opinião de seus correligionários, como os vereadores Kelmann Vieira e Eduardo Canuto, contra JHC, além de Tácio Melo, ex-todo poderoso na era Palmeira. Na oposição, chama a atenção o mergulho do senador Rodrigo Cunha (PSDB), pretendente ao cargo de governador, que praticamente desapareceu desde quando algumas denúncias apare-

ceram e afetaram seu prestígio eleitoral. Com seu mergulho, o PSDB desapareceu do noticiário e das articulações políticas e ainda assiste à deputada federal Tereza Nelma se aproximar do MDB. Ele que era tido como nome de consenso na oposição vai perdendo espaços para outras lideranças, como a da deputada Jó Pereira (MDB), que vem se afastando do Palácio República dos Palmares e usando uma linguagem cada vez mais oposicionista desde a visita de Arthur Lira a Maceió no mês passado. Jó Pereira poderá ir para o PP e ter o apoio de Lira,

que é seu primo, para ser a primeira governadora da história de Alagoas. Outro nome que vem insistindo na candidatura ao Governo é o deputado Antônio Albuquerque, mas sem repercussão no meio político e um discurso político ultrapassado. Pela esquerda, há nomes femininos no tabuleiro eleitoral, como a ex-reitora da UFAL Valéria Correia, do Psol; a candidata da Unidade Popular Lenilda Luna e; pelo PT, a economista Luciana Caetano, tanto para conquista do eleitorado nas majoritárias, como na aposta para cargos parlamentares.


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ARAPIRACA

MP cobra explicação à prefeitura sobre licitação de buffet Processo licitatório foi homologado por Luciano Barbosa, gerando indignação de promotor REDAÇÃO

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Ministério Público de Alagoas busca saber da Prefeitura de Arapiraca os critérios que justifiquem a homologação do processo de licitação, vencido por duas empresas, para fornecimento de almoço e coffee break destinados a secretarias e órgãos do município. A licitação prevê gastos superiores a R$ 1,1 milhão. Com a pandemia em avanço e ameaçando colapsar o sistema de saúde do estado, o promotor de justiça Rogério Paranhos cobra do prefeito Luciano Barbosa explicações sobre o objeto do processo num momento em que se faz necessários prudência e cuidado com a gestão de recursos financeiros diante da instabilidade gerada pelo coronavírus. Rogério Paranhos já fez a

solicitação para recebimento de documentos sobre a licitação, assinada pelo prefeito em 5 de fevereiro e publicada no Diário Oficial dos Municípios, edição 1487. As empresas vencedoras do processo, através do pregão eletrônico 029/2020, foram a Casa da Vovó Júlia Ltda, cuja representante legal é Júlia Fabrícia de Lima Bezerra, parente do vereador Fábio Henrique de Lima Bezerra (PC do B), e a empresa Delícias da Massagueira. O edital do processo (19158/2019) informa que as empresas que vencessem a licitação forneceriam refeições e lanches para as secretarias de Desenvolvimento Social, Fazenda, Gestão Pública, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Educação, Desenvolvimento Rural, Infraestrutura, Serviços Públicos, Controladoria Geral e o Insti-

tuto Municipal de Previdência Social (imprev). O processo tem validade por 12 meses e prevê a entrega de quentinhas com refeições e lanches. A empresa Delícias da Massagueira, com CNPJ 34.928.320/0001-28, que tem sede no município de Marechal Deodoro, foi vencedora de um item da licitação no valor de R$ 61.920,00. Já a empresa Casa da Vovó Júlia, da família do vereador,ganhou a licitação nos demais pontos do processo para fornecimento de almoços e lanches, totalizando R$ 1.103.335,00, caso o serviço seja contratado. A Secretaria Municipal de Gestão Pública esclareceu que a publicação no Diário Oficial se trata de um processo licitatório iniciado no ano passado, mas que não houve homologação de contrato. “O que houve foi a homologação do processo licitatório através de sistema de registro de preços, que é só o registro de fornecedores que poderão ou não ser contratados pelo Município”, informou em nota.

Gestão de Luciano Barbosa é posta em xeque

Rogério Paranhos, promotor de justiça


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1 MILHÃO DE TONELADAS

Pindorama bate recorde histórico de produção na safra 20/21

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lagoas deve concluir a colheita da safra de cana de açúcar 2020/2021 até início de abril, mas a Usina Pindorama, no litoral Sul do estado, encerrou as atividades este mês com uma excelente notícia para o mercado. A unidade bateu recorde histórico de produção com pouco mais de 1 milhão de toneladas de cana processada, um crescimento de 10% em relação ao ciclo passado. O presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, atribui o resultado ao esforço individual e conjunto dos que participam da vida da indústria. “Essa conquista é fruto do trabalho, do esforço e da participação decisiva de todos que acreditam nesse projeto, desde os fundadores, e incluo o dr.

Nelson Costa que foi responsável pelo acolhimento dessa unidade na década de 80; fornecedores, funcionários, colaboradores e cooperados”, citou. Na reta final da moagem, em fevereiro, a usina Pindorama recebeu o excedente de 80 mil toneladas de canas vindas da Usina Coruripe. A parceria, na avaliação de Klécio Santos, realça o potencial produtivo da região. “Obtivemos, nesse finalzinho, certamente um incremento com a participação da Coruripe, que ajudou a bater a nossa meta”, comemorou Santos. A Usina Pindorama foi a primeira a iniciar a safra em Alagoas na segunda quinzena de agosto do ano passado, abrindo as atividades para o novo ciclo da cana no Estado. Na ocasião, o presidente

da cooperativa não esperava conseguir chegar ao resultado de 1 milhão de toneladas de cana processada em função do clima. A safra passada encolheu por causa da seca nos canaviais. Como houve um equilíbrio nas condições climáticas e diante das ações técnicas realizadas no campo, o resultado surpreendeu e a cooperativa já estima crescimento na próxima safra 21/22 “Sei que ainda é cedo para fazer uma previsão para o próximo ano. Mas, devemos ter um crescimento de 15% na moagem 21/22”, reforçou. Batizado de “caminhão do milhão”, a entrada do último veículo com cana da atual safra na usina foi comemorada pelos moradores e colonos da comunidade de Pindorama.


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CLIMA DE GUERRA

Adversários políticos acusam vice-prefeito de nepotismo em Pão de Açúcar Dr. Eraldo diz que bombardeio é reflexo das medidas adotadas para denunciar rombo financeiro deixado pela gestão anterior DA REDAÇÃO

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vice-prefeito do município de Pão de Açúcar, Eraldo João Cruz Almeida (PSD) - o Dr. Eraldo, está na mira de moradores e adversários políticos que o acusam da prática de nepotismo. O termo é utilizado para designar o favorecimento de vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou emprego em detrimento de pessoas mais qualificadas. Ocorre que nove pessoas do convívio do vice-prefeito ocupam cargos públicos na atual gestão, dentre os quais, cinco são parentes próximos. No Portal da Transparência do município, no entanto, essas pessoas não constam da folha de servidores. Do núcleo familiar do vice-prefeito estão ocupando cargos públicos a irmã Karine Andrade Cruz Almeida, atual secretária municipal de Saúde, com salário de R$ 5 mil; a esposa e médica Guacyra Almeida (R$10 mil); o irmão Cícero Júnior, também médico (R$ 10 mil); e o pai Cícero Almeida da Silva, empregado na área jurídica da Procuradoria do Município (R$ 3 mil). Juntos, a família receberia da Prefeitura o valor mensal de R$ 28 mil. Denúncia recebida pela reportagem do EXTRA revela que, além desses parentes, o vice-prefeito também teria empregado no serviço público dois cunhados: Ricardo Pereira Santos, assessor que recebe

R$ 3 mil, e Guayra Lourdes Batista de Almeida, assessora especial administrativo e financeiro, com salário de R$ 3 mil. Também estão na Prefeitura, segundo a denúncia, o primo do vice Henrique Almeida, conhecido como “Cabeça” (R$ 3mil); Dirceu Rodrigues da Fonseca, coordenador de planejamento (R$ 2.169,00) e compadre do Dr. Eraldo; e a coordenadora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Hanalice da Silva Andrade (R$ 2.169,00), que seria esposa do motorista do vice-prefeito. Pão de Açúcar é um município de porte médio que tem pouco mais de 24 mil habitantes. Assim como muitos outros em Alagoas, a Prefeitura é o maior empregador na cidade, que tem um PIB de R$ 186 milhões e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,593, abaixo da média nacional, que é de 0,765, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município está em estado de calamidade financeira decretada pelo prefeito Jorge Dantas (PSDB). INTERESSE PÚBLICO Dr. Eraldo nega que tenha favorecido sua família com emprego na prefeitura e afirma que a contratação de pessoas tem por critério o interesse público. Conforme ele, as denúncias decorrem do clima político. “A atual gestão está sendo bombardeada politicamente,

O prefeito Jorge Dantas e o vice Dr. Eraldo principalmente por ter denunciado aos órgãos fiscalizadores a situação de penúria do município e erros encontrados da gestão passada. Como tomamos providências legais sobre o que encontramos, os adversários tentam nos atacar de qualquer forma”, esclarece. O vice-prefeito esclarece que, antes de fazer a contratação de parentes, ele e o prefeito Jorge Dantas receberam orientação jurídica. Segundo ele, o termo nepotismo não se aplica

ao caso porque foram contratados profissionais com conhecimento técnico que o município não possuía. “Nem o Programa Mais Médicos daqui tem o quadro completo de profissionais”, comenta para mostrar a dificuldade de contratar recursos humanos. O irmão e a esposa do vice, ambos médicos, estão ocupando cargos no Programa Saúde da Família (PSF) que estavam vazios desde dezembro, enfatiza. “Meu irmão está deixando o

cargo até o começo de abril porque não é viável, para ele, permanecer aqui. Ele tem outros planos, inclusive de curso fora do estado e a gente sabia que o trabalho seria temporário”. Sobre a esposa, a médica Guacyra Almeida, o vice-prefeito afirma que o cargo exige especialidade em ultrassonografia, estava desocupado e pertence ao “Programa Mais Especialidades”, do governo do estado. “É um programa superavitário. Tem recursos garantidos e aqui não funcionava porque não havia profissional para fazer as ultrassonografias. Não existe prejuízo na contratação do profissional. Pelo contrário, o programa ainda consegue deixar recursos para o hospital através da produção dos exames”, afirma. O vice-prefeito também informa que a irmã dele, Karina Andrade, atual secretária da Saúde, entrou na gestão com a missão de arrumar a casa e estaria deixando o cargo também no final deste mês. “Devemos anunciar nesta semana o nome da pessoa que vai substituí-la”. Apesar de ter decretado a situação de calamidade financeira no município, a Prefeitura conseguiu, segundo Dr. Eraldo, pagar parte da folha salarial de dezembro de 2020 deixada pela gestão passada; diminuiu o número de contratados e está negociando com o consórcio do Lixo e com fornecedores para se adequar ao orçamento. No início de fevereiro, o prefeito Jorge Dantas denunciou ao Tribunal de Contas de Alagoas um rombo de mais de R$10 milhões deixado pela gestão anterior, segundo auditoria produzida por empresa contratada pelo Executivo.


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MASSA FALIDA DA LAGINHA

Trabalhadores estão sem receber desde 2019 Advogado de ex-funcionários de João Lyra pede celeridade em pagamentos JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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m 18 de dezembro de 2020, a desembargadora do Tribunal de Justiça (TJ-AL) Elisabeth Carvalho Nascimento assumiu a relatoria da Massa Falida da Laginha, império caído do ex-deputado federal João Lyra, que se tornou um dos maiores processos falimentares do país. Apesar da mudança de relatoria ter significado esperança para os mais de 19 mil credores, após três meses, o processo segue parado na gaveta do Judiciário. A batalha judicial é longa. Inclui liminares, suspeição de juízes, afastamento de administradores judiciais, pedidos de providências ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre outras ações. Somado ao período de recuperação judicial e de falência, ex-trabalhadores e fornecedores aguardam há mais de 12 anos pela reparação financeira. Nas mãos da desembargadora Elisabeth Nascimento estão decisões relevantes: a suspeição da comissão de juízes; a realização de nova Assembleia Geral de Credores para deliberação de Plano de Pagamento Extraordinário; e o prosseguimento de pagamentos e liberação dos valores. Segundo o advogado Carlos Eduardo Correia da Rocha, a última vez que credores receberam algum valor foi em junho de 2019, e muitos ainda não sabem se terão de devolver

A desembargadora Elisabeth Carvalho assumiu relatoria do processo parte dos recursos por causa da suspensão de dois leilões. “Houve a divisão das fases de pagamento, a primeira foi a faixa de até 150 salários mínimos referentes ao crédito trabalhista. Está faltando cerca de 15% para finalizar o pagamento desse crédito. Mas a celeuma começou em 14 de agosto de 2019, quando o desembargador Klever Loureiro, em uma decisão liminar, suspendeu a arrematação de duas usinas leiloadas em Minas Gerais. Uma já tinha sido paga, a outra está sendo quitada semestralmente”, explicou o advogado de credores. “A partir disso, gerou um entrave, porque os trabalhadores estavam sendo pagos com o dinheiro desses leilões. Depois dessa decisão, o pagamento dos credores trabalhistas foi paralisado em razão da suspensão da arrematação das usinas. No início de maio do ano passado, os juízes de primeiro grau decidiram liberar o crédito. Mas, as duas empresas que foram prejudicadas pela decisão do de-

sembargador entraram com dois agravos de instrumento pugnando pela não liberação do crédito dos trabalhadores”, destacou. Ainda segundo o advogado, esses agravos foram protocolizados em maio de 2020. “E até a data de hoje, nenhum dos dois procedimentos teve andamento prejudicando os trabalhadores. Decidimos, então, entrar no dia 7 de janeiro, com um requerimento solicitando tutela de urgência na liberação do crédito. Desta data para cá, que já se passaram mais de 60 dias, o pedido sequer foi apreciado. Tentamos entrar em contato com o gabinete da desembargadora e foi informado que ela está analisando com calma a situação”. “Entretanto, estamos vivendo um período pandêmico e tem uma resolução do Conselho Nacional de Justiça que diz que em processos dessa natureza devese liberar os créditos trabalhistas a fim de melhorar a situação da economia. Sem contar o precatório que está parado em Brasília que tem um valor suficiente

para pagar o restante dos credores da Laginha”, finalizou.

MUDANÇAS Em 18 de dezembro, o desembargador até então relator do caso, Klever Rêgo Loureiro, entregou a relatoria da Massa Falida para a desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento para assumir a presidência do Judiciário. Loureiro também saiu da Segunda Câmara Cível para a Primeira Câmara Cível, fazendo a permuta com Elisabeth, e passou a relatoria do processo a ela antes de assumir o tribunal. Nas mãos da nova relatora, o atual presidente do TJ-AL entregou uma série de decisões controversas. Uma delas diz respeito a duas propriedades leiloadas em dezembro de 2017. As usinas do Grupo João Lyra Triálcool e Vale do Paranaíba, de Minas Gerais, foram arrematadas, respectivamente, pelas empresas Terra Forte Empreendimentos e Participações S/A e CRV Industrial Ltda. A negociação rendeu cerca de R$ 350 milhões, que começaram a ser distribuídos entre os credores extraconcursais de acordo com a ordem determinada pela Lei de Falências. Entretanto, vinte meses depois do leilão (em agosto de 2019), o desembargador acatou um pedido da família Lyra e suspendeu a venda, usando, posteriormente, a não devolução dos bens como um dos motivos para pedir o afastamento do administrador judicial, indicando outro nome para substituí-lo. Os compradores e os trabalhadores não sabem até hoje se terão que devolver, respectivamente, os bens e a parte do dinheiro recebida. Um deles é João Antônio da Silva, 60 anos. O mecânico trabalhou na Laginha por mais de 37 anos e fez um acordo com a empresa para receber indenização de R$ 150 mil. Com a venda das duas propriedades, José começou a receber parte do dinheiro a partir de 2018, mas a decisão de Loureiro suspendeu os pagamentos e ele corre o risco de ter que devolver tudo. “Eu e milhares estamos na mesma situação, no meio de uma pandemia, e a Justiça não faz nada”, lamentou.

IMPASSE Outra movimentação judicial preocupa os credores. O colegiado de quatro juízes designado para conduzir a falência se afastou do caso para que o TJ-AL possa apurar um pedido de suspeição impetrado pelo Grupo João Lyra. Representado pela filha Lourdinha Lyra, o falido alega parcialidade da comissão de juízes que conduz a falência desde agosto de 2019. Desde 2014, quando a falência foi decretada, diversos magistrados atuaram no caso e, por causa da extensão do processo – mais de 100 mil páginas, mais de 19 mil credores e passivo de cerca de R$ 2 bilhões – formou-se, desde 2017, um comitê para conduzi-lo. Três novos magistrados foram designados para conduzir o caso enquanto o pedido de suspeição é julgado. Em outubro, o comitê de juízes havia decidido pela nomeação de um novo administrador judicial, diferente do designado pelo desembargador Klever Loureiro. A Laspro Consultores Ltda assumiu o processo sugerindo um novo plano de trabalho, inclusive, com a realização de uma nova Assembleia Geral de Credores. Agora, diante da substituição do comitê de juízes, o processo segue indefinido. A Laginha é uma das maiores falências do país com 19.373 credores. O passivo atual é de aproximadamente R$ 2 bilhões. Em números, o procedimento falimentar possui 357 processos em andamento, além de 2.058 processos já baixados e de 2.897 processos arquivados. Só de impugnações, foram julgadas 1.157, havendo 29 em andamento. Os autos contam com 102.823 mil páginas. Mais de 50% do TJ-AL (8 dos 15 desembargadores) declararam-se suspeitos para julgar o caso Laginha.


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PISO DO MAGISTÉRIO

Defasagem varia de 10% a 35% nos municípios Confederação argumenta que ganhos reais devem ser negociados entre os governos locais e professores MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesiaramos18@gmail.com

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piso do magistério é uma conquista da luta de trabalhadores da educação em todo o país. O valor é o mesmo e é reajustado todos os anos no mês de janeiro. Como foi instituído para o professor de nível médio na modalidade normal, os municípios quase que na sua totalidade cumprem o piso como valor nominal. Já como vencimento base do início de cada carreira, quase que a totalidade dos municípios não estão iniciando a carreira com o valor atual do piso, devido a reajustes aplicados abaixo do valor da correção aplicada ao piso e mais recente pelo congelamento de reajuste estabelecido pela Lei Federal da pandemia. Além do que a defasagem na carreira em relação ao piso como vencimento base inicial de cada carreira, varia em grande parte dos municípios de 10% a 35%. Na compreensão do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTECNTE), o reajuste deve se aplicar a todos os níveis da carreira, não apenas para o nível médio do magis-

tério. “Entendemos que o piso é o mínimo a ser pago, não uma regra exclusiva do nível médio. O reajuste anual diz respeito à realidade da educação como um todo, mas a maioria dos gestores só aplica entre profissionais do nível médio, e com o passar dos anos tem acontecido um achatamento da carreira”, disse Consuelo Correia, presidente do Sinteal. Segundo ela, na rede estadual de Alagoas, em 2020, o reajuste demorou o ano inteiro para ser implantado no nível médio. No grau superior e entre todos os outros funcionários da educação, não houve reajuste. “Estamos acumulando perdas há anos, os preços de tudo sobem, e nosso salário cada vez tem menos capacidade de compra. Na hora de cobrar do nosso trabalho, a educação é a mais lembrada, o principal meio de transformação. Na hora de valorizar, somos esquecidos, deixados em segundo plano. Como vamos prestar um serviço de qualidade, se nem as contas básicas conseguimos pagar?”, questionou a presidente da categoria. A Lei do Piso (Lei nº 11.738/2008) estabelece que os vencimentos iniciais referentes às demais jornadas de trabalho serão, no mínimo, proporcionais ao valor estabelecido como piso,

Segundo a presidente do Sinteal, Consuelo Correia, a categoria acumula perdas que considera uma jornada de 40 horas semanais. Assim, se a jornada for de 20 horas semanais, o valor será correspondente à metade do piso salarial de 40 horas semanais. Em relação aos municípios alagoanos, quantas prefeituras cumprem com o piso nacional do magistério, os dados não foram disponibilizados. No Sinteal, a informação é de que todos os anos o sindicato recebe os dados, mas devido a pandemia, está com dificuldades logísticas. Já a União dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime) não se pronunciou sobre estes dados. Em relação ao piso, o secretário executivo da instituição, Neilton Nunes disse que como “esse ano o piso foi congelado pelo governo federal, não vai ter impacto.” Desde que foi implantado, em 2009, o piso teve a seguinte evolução: 2009-R$ 950,00; 2010-R$ 1.024,67 (15,94%); 2012-R$ 1.450,54 (22,2%); 2013-R$ 1.567,00 (7,97%); 2014-R$1.697,39 (8,32%); 2015-R$ 1.917,78 (13,01%);

2016-R$2.135,64(11,36%); 2017-R$2.298,80 (7,64%); 2018R$2.455,35 ((6,82%); 2019R$2.557, 74 (4,17%); 2020R$2.886, 15 (12,84%). Em novembro de 2020, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) denunciou “ataque” à educação que comprometeria o reajuste do piso de 2021. Em um trecho da nota diz que: “o piso salarial do magistério, que tinha atualização prevista na ordem de 5,9% para 2021, agora terá reajuste zero no ano que vem. E essa tendência de anular os ganhos salariais dos professores brasileiros seguem na mesma direção da LC 173/2019.”. GESTORES PREOCUPADOS Em 26 de fevereiro, durante sessão virtual, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a constitucionalidade do dispositivo da Lei 11.738/2008, que dispõe sobre o critério de atualização anual do valor do piso nacional do magistério público da educação

básica.A declaração não pegou os gestores municipais de surpresa, mas tem preocupado. A questão é a mesma desconsiderada na apreciação da ADI 4167/2008, qual seja a ingerência da Lei federal na autonomia dos entes federativos. Desde 2008, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) manifesta-se favorável à aprovação do texto original do PL 3.776/2008, argumentando que os ganhos reais nos vencimentos do magistério devem ser negociados entre os governos locais e seus professores. O critério de reajuste vigente tem implicado aumento do valor do piso acima da inflação, dos reajustes do salário-mínimo e do crescimento da receita do próprio Fundeb. Vale ressaltar que a nova Lei do piso precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em 2021 para ser aplicada na atualização do valor do piso para o ano de 2022 (lembrando que em 2021 o piso não foi reajustado por conta da queda da arrecadação


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UM ANO DE COVID

Fase vermelha retorna sem expectativa para fim da pandemia, diz epidemiologista Governo de Alagoas impõe novas medidas restritivas em meio a futuro incerto BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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o dia 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como pandemia a doença causada pelo SARS-CoV-2 no planeta. Em Alagoas, o primeiro caso confirmado para a doença surgiu uma semana antes, no dia 3 e a primeira vítima fatal foi registrada no dia 31 do mesmo mês, porém, passado um ano, nada mudou e nem vai mudar tão cedo, avalia a médica epidemiologista e pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Ana Brito. “Não temos como expressar nenhuma possibilidade de otimismo nos próximos anos para o Brasil. Persistindo essa dinâmica de transmissão, o Brasil tem sido considerado por todo o mundo como o país que tem conduzido a pior política de enfrentamento da pandemia com o governo federal negando a ciência e desconsiderando o conhecimento científico. A perspectiva é a mesma para o Nordeste por mais esforço que os governadores estejam fazendo”, afirma a epidemiologista em entrevista ao EXTRA. Em todo mundo, já foram confirmados mais de 120 milhões de casos de covid-19,

A pesquisadora da Fiocruz, Ana Brito, diz que Brasil é um mau exemplo de como combater a covid-19 de acordo com a OMS. Com 12 meses de pandemia, o coronavírus já fez mais de 2,6 milhões de vítimas fatais no planeta. No Brasil, que ganhou notoriedade mundial por ir na contramão do resto dos países, a doença não tem data para chegar ao fim. No momento em que esse texto estava sendo escrito, 278.229 famílias perderam alguém para a covid-19, enquanto outras 11.483.370 tiveram que mudar suas rotinas após terem casos de infecção. Com novas necessidades de distanciamento social, a pandemia impactou globalmente a forma com que as pessoas se relacionam. O mundo viu a maneira como conhecia o trabalho, a educação, as relações sociais e o consumo se transformarem radicalmente para se adaptar à nova realidade e em Alagoas, não foi diferente.

MEDIDAS ADOTADAS EM ALAGOAS No dia 26 de junho de 2020, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), apresentou em coletiva à imprensa a Matriz de Risco para orientar na implementação do distanciamento social controlado em frente à pandemia do novo coronavírus. O plano entrou em vigor na primeira semana de julho, quando comércio, shoppings entre outros setores foram proibidos de funcionar, pelo menos de forma presencial. No entanto, o relaxamento foi avançando conforme troca de fases. Passados quase 10 meses desde o anúncio do plano, Alagoas regrediu. Esse foi o resultado das campanhas nas eleições municipais, ocorrida em novembro, que registrou aglomerações durante as festas de final de ano. Sem contar o carnaval, que trouxe vá-

rias aglomerações no estado. Há uma semana, o governo estadual voltou a determinar medidas mais rígidas, causando um efeito sanfona e lotando hospitais. Essa atitude, classificada como “negacionista” é um dos motivos para que não exista previsão para o fim da doença, como explica a epidemiologista da Fiocruz. “Muitas pessoas têm se comportado de forma negacionista, de negar que essa doença tem importância. A gente do meio acadêmico já não sabe mais o que precisa acontecer. Ou a gente para ou o vírus para a vida da gente. O vírus impacta sobre nosso convívio porque além da gravidade da situação, temos a gravidade do esgotamento do sistema de Saúde”, conta. Devido ao aumento de infecções, no mesmo dia em que Alagoas confirmou mais de 1.100 novos casos da doença

em 24 horas, o governador Renan Filho endureceu as medidas de restrição para circulação de pessoas e funcionamento de setores da economia, visando frear a transmissão do novo coronavírus. Válido por 14 dias a partir desta sexta-feira, 19, o novo decreto limita a circulação de pessoas das 21h às 6h. Durante o horário, só será permitida a circulação nas ruas para quem tiver a destino de realizar atividades essenciais para a família e trabalho. Entre outras medidas está a proibição do acesso às praias, lagoas e rios aos finais de semana em todo o estado. O uso do calçadão e da faixa da areia da praia em Maceió e municípios do litoral só é autorizado de segunda a sexta-feira para atividades individuais. O comércio funcionará da seguinte forma: no Centro, das 9 às 17 horas. Fica vedada a abertura de lojas aos sábados, domingos e segundasfeiras. “Se mantendo esse ritmo lento de vacinação e a falta de controle e de medidas de prevenção, a nossa perspectiva é das piores possíveis. Se até o final do ano nós tivéssemos uma possibilidade de ter toda a população vacinada, provavelmente apenas em 2022 poderemos começar a retomar nossas atividades, mas se o vírus não mudar sua voracidade de transmissão e se continuarmos com medidas de intervenções fragmentadas, sem um comando nacional apoiado nas evidências científicas.


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18% MAIS CASOS

Homens são a maioria das vítimas fatais da covid-19 em Alagoas Comportamento em relação aos cuidados com saúde e exposição a fatores de risco podem explicar característica da pandemia TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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s homens são a maioria das vítimas fatais da covid-19 em Alagoas. Desde o início dos óbitos pela infecção do coronavírus, no ano passado, o percentual de mortes de pacientes do sexo masculino se mantém mais alto que o de mulheres, segundo dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Na última terça-feira, 16, o registro de mortes de homens pela doença era 18% maior. O estado tinha nas notificações do boletim 3.234 óbitos no total, sendo 1.738 homens e 1.437 mulheres, uma diferença de 301 vítimas fatais a mais entre o sexo masculino. Essa característica da pandemia vem chamando a atenção de cientistas no mundo porque é verificada em muitos países. A presença da carga genética, distinta em homens e mulheres, poderia ser uma influência no padrão comportamental da resposta imune do indivíduo e levar a um controle mais eficiente do vírus quando ele entra no organismo feminino, segundo estudos iniciais. Entretanto, não se descarta que o comportamento mais cuidadoso da mulher em relação à saúde deixa

uma proteção maior na evolução da covid-19. As mulheres, além de procurar mais recurso médico, também apresentam menor número de doenças pré-existentes. Essa maior condição de preexistência, segundo médicos, estaria mais relacionada ao homem, justamente pela maioria dos hábitos de vida (fumo, bebidas alcóolicas etc) ou do tipo de trabalho, que leva à exposição de doenças, segundo consideram os especialistas. Entre os óbitos do sexo masculino em Alagoas, as faixas etárias por ordem decrescente são: entre 7079 anos (482 casos); 60-69 anos (454 casos); igual ou

acima de 80 anos (350 casos); 50-59 anos (263 casos); 40-49 (161 casos); 30-39 (66 casos); 20-29 (14 casos) 1019 (7 casos) e menor de 10 anos (7 casos). A frequência dos óbitos confirmados por covid-19, segundo comorbidades e fator de risco é maior para pessoas com diabetes, Hipertensão arterial; e cardiopatia. Mas, entram na lista os casos de obesidade, doença renal e doença neurológica. Importante lembrar, as vítimas fatais sem comorbidades estão em quarto lugar na lista. Apesar dos homens morrerem mais com a covid-19, em Alagoas, as mulheres são a maioria dos casos registrados de síndrome respiratória (SR) decorrente do coronavírus. O que reforça a maior resistência do sexo feminino ao agravamento da doença. Desde o início da pandemia, 74.127 mulheres em Alagoas apresentaram a síndrome foram infectadas pelo vírus, o correspondente a 57% dos casos confirmados. Os homens somaram 56.739 infectados e com SR, o equivalente a 43%. No caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave decorrente da Covid-19, também os homens são a maioria dos casos: 6.301 (54%) contra 5.377 mulheres (46%).


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BOLSA FAMÍLIA

Número de famílias na fila de espera do benefício pode aumentar em Alagoas Atualmente, mais de 35 mil famílias aguardam o valor pago mensalmente pelo governo federal BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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xatamente 35.416 mil famílias estavam na fila de espera pelo Bolsa Família em Alagoas, em dezembro do ano passado, e a expectativa é que o número continue a aumentar a partir de setembro deste ano (quando está previsto para acabar o novo auxílio emergencial), segundo avalia o doutor em Economia e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Cícero Péricles. Os dados são do Grupo de Trabalho Vigilância Socioassistencial Nordeste/Comitê Técnico Assistência Social no Consórcio Nordeste, com base em informações do Ministério da Cidadania, da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) e do sistema de Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico (Cecad). A esperança de muitos é a renovação do auxílio emergencial pago pelo governo federal. “O final dos mecanismos de apoio à economia, no mês de dezembro, como o auxílio emergencial, o Programa de Manutenção do Emprego e Renda e das linhas emergenciais de crédito impactaram negativamente na economia alagoana. As consequências são claras: aumento do desemprego e queda da renda média, afetando tanto a produção como o consumo. Além da perda dos benefícios, os estratos mais pobres da população vêm sofrendo especialmente com a inflação da baixa renda, sustentada pela elevação dos preços de alimentos, que subiu 15% nos doze últimos meses”, explica o especialista. O Bolsa Família atende os

que vivem em situação de extrema pobreza, com renda de até R$ 89 mensais por pessoa, e pobreza, com renda de R$ 89,01 a R$ 178 por pessoa. Railda Dionísio, mãe de dois filhos e moradora do bairro da Levada, na parte baixa de Maceió, é uma das beneficiárias e que teve acesso ao auxílio emergencial durante o ano de 2020. Ela diz que não sabe o que seria da sua família sem o auxílio pago por seis meses e a assistência constante do “Bolsa”. “A gente recebe a bolsa. É pouco, mas dá para ajudar a comprar uma coisinha ali outra aqui. Eu trabalhava fazendo bico de camareira em um motel, mas aí o pessoal começou a demitir quando a doença piorou. Eu não tenho estudo, então, agora sempre que aparece um trabalho é pagando pouco”, conta. A dona de casa, no entanto, entende que o momento é difícil e diz que não dá para exigir muito por que “ninguém sabe agora como vai ser o dia de amanhã”. “A maioria do que consigo hoje é para faxinar uma

casa ou pra cuidar de alguma criança, mas nada de certeza, que eu vou poder contar no outro mês”, conta. Ainda de acordo com Cícero Péricles, o auxílio emergencial - ao pagar, no ano passado, 5,4 bilhões de reais a 1,2 milhão de alagoanos, de abril até dezembro -, aliviou as contas desses segmentos mais pobres e ativou o setor de comércio e serviços. “A ausência deste benefício nestes três primeiros meses de 2021 está sendo notado na rede comercial, principalmente nos bairros populares e no comércio e feiras do interior do estado. Neste quadro, sem os mecanismos de apoio, era esperado que a população atingida pela perda do auxílio buscasse uma alternativa de complemento de renda”. O programa Bolsa Família, que continuou sendo pago este ano, mesmo com um valor muito baixo, em média R$186 por família, voltou a ser a alternativa de antes do auxílio emergencial. “O problema está em que suas novas inscrições foram

O doutor em Economia, Cícero Péricles suspensas até nova orientação do Ministério da Cidadania. É provável que, no próximo mês, com a volta do auxílio emergencial, essas famílias que hoje estão na fila do programa Bolsa Família estejam recebendo o novo benefício. Como a média de pagamento do auxílio – R$250,00 – é mais alta que a do Bolsa Família, é provável que o conjunto das 400 mil famílias inscritas neste programa deverá migrar para o auxílio, da mesma forma que no ano passado”, explica. O problema, no entanto, não acaba por aí. “Desta vez, serão quatro parcelas apenas, em valor menor, e a perspectiva é a de suspensão do benefício em agosto. Provavelmente, com a permanência da pandemia e a economia patinando, teremos, a partir de setembro, mais famílias de volta à fila Bolsa Família”.

Brasil segue a mesma realidade Em âmbito nacional, mais de 2,1 milhões de famílias estavam na fila de espera pelo Bolsa Família no país em dezembro. Segundo informações do Ministério da Cidadania, nos últimos 10 anos o contingente atendido pelo Bolsa Família oscila entre 13 e 14 milhões de famílias. E desde abril de 2020, o número superior a 14 milhões representa a maior média da história do benefício. O ministério ressalta que, à medida que famílias são desligadas do programa, aquelas ainda não selecionadas são incluídas gradualmente, de acordo com a disponibilidade orçamentária do governo, a estimativa de pobreza para cada local e a ordem de prioridade das famílias.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Negação: proteção insensata de si mesmo?

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onda negacionista tomou conta do Brasil. Nega-se a eficácia de uma vacina, da ciência; um fato incontestável, ter errado uma avaliação, ter cometido um erro, ou um voto equivocado, enfim. Esse fato tem nome, como expressou Freud: É o mecanismo de defesa, denominado, especificamente, de negação. Explicando melhor. O objetivo do mecanismo de defesa é proteger a mente, o eu, o Ego, ou seja, é uma espécie de escamotear a ansiedade, a angústia ou sanções sociais, por exemplo. O mecanismo de defesa serve também para refúgio de uma situação que a pessoa não pode lidar, ou resolver num determinado momento. Mas, o que representa esse fato do ponto de vista psíquico? Será que negar algo que exista ou um fato incontroverso tem algum benefício para a própria pessoa? Ou será o contrário?

Freud explica

Razão/emoção

Ele postulou vários mecanismos de defesa e um deles é a negação. Ele observou que raramente utilizamos apenas um. Usamos vários para “defender” o ego da angústia, do sofrimento, da dor. Vou comentar apenas sobre a negação. Ao negar algo, a pessoa está tentando se proteger de algo muito doloroso. Um exemplo claro é a fala de uma mulher dizendo a amiga que o marido (dela) jamais iria traí-la, mas o fato verdadeiro é que a traição já ocorre há muito tempo. Ou seja, a dor da traição é tão grande que ela prefere negar o fato. O que ocorre é um processo psíquico inconsciente em que a pessoa “tenta se proteger” de uma dor maior, que é a verdade. São processos que permitem à mente “encontrar uma solução” para os conflitos ou angústias, não resolvidos, do dia a dia, no nível da consciência do fato. Quanto mais angustiada está a pessoa, mais elas podem utilizar os mecanismos de defesas, especialmente o de negação.

Quem disse que a razão manda em nossos comportamentos? O que determina um comportamento é uma emoção, ou o que ela representa de um fato, seja positivo ou negativo. É a emoção que nos motiva a fazer ou deixar de fazer algo. Os problemas pessoais têm mais envolvimento emocional e a pessoa diminui a objetividade, e, consequentemente é levada a resolver um problema de forma indireta, isto é, emocionalmente e não com a razão. É assim que funciona a nossa psique, assim são como os mecanismos de defesa funcionam.

Ansiedade/angústia Quem já não teve uma ansiedade/angústia num determinado momento da vida? Pois é, a ansiedade é um sinal de que um perigo iminente, uma ameaça ao Ego tem de ser neutralizado ou evitado. O conflito cria uma espécie de angústia. E é ela que nos motiva a resolver um determinado problema. Mas, nem sempre a pessoa é capaz de resolver um problema de forma imediata e direta, daí a mente busca uma forma inconsciente de “resolver o problema”, “paliativamente”, negando um fato doloroso para que o Ego não sofra tanto. É exatamente como funciona a negação.

MELHOR Faça o bem e viva melhor. (arnaldo santtos, psicólogo)

O MDN é considerado um mecanismo de defesa primitivo porque tem origem já nos primeiros meses de vida. É uma forma de recusa completa de incorporar informações desagradáveis. Ao amamentar, o bebê confunde dor com prazer. Ao perceber que sente “dor” (não mamar) e ao receber o peito da mãe, ele prefere negar a dor. São os primeiros momentos de sofrimento do bebê.

Perda Ao perder o marido, um emprego, um filho ou outro “objeto” qualquer de sua relação, a primeira atitude é a de negar o fato. Na maioria das vezes, negação se torna a primeira resposta à dor de uma perda. É extremamente natural que a pessoa tenha esse comportamento de negação, mas, só por um determinado tempo. Negação é psicótica Por ser um mecanismo de defesa primitivo, a negação é considerada um comportamento com sinais que poderão ser psicóticos, ou seja, estão presentes em psicoses e transtornos de personalidade.

Psicoterapia Não existe outra alternativa, aos primeiros sinais que a pessoa apresente que tem dificuldade de aceitar algo ou um fato doloroso (real), nada melhor do que se submeter a um processo psicoterápico para poder reduzir ou aniquilar a angústia ou a dor.

Mecanismos de defesa Os mecanismos de defesa mais comuns são o recalque (ou repressão), a regressão, a projeção, a formação reativa e sublimação, entre outros. A negação é considerada o mecanismo de defesa menos eficaz, ou seja, ele se baseia em negar um fato à base de mentiras hoje em dia as famosas fakes news) que acabam confundindo psiquicamente a pessoa, na maioria das vezes, contrariando uma verdade.

Mecanismo de defesa: origem O Mecanismo de Defesa Negação (MDN) é caracterizado por um mecanismo de proteção que permite à pessoa ignorar (negar) fatos irrefutáveis, protegendo a psique de traumas, ansiedades e angústias.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Se Bolsonaro não mudar, nem o Nobel da Medicina resolverá”. ( Covid 19)

A mentira tem pernas curtas

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amentavelmente a ex-futura ministra da Saúde, Ludhmila Hajjar, faltou com a verdade ao anunciar sua “recusa” ao convite de Bolsonaro para ocupar o cargo. Antes de declarar publicamente que diferenças técnicas colocaram ponto final na possibilidade de se tornar ministra da Saúde, a cientista escreveu um texto ao presidente dizendo estar “pronta” para estar “alinhada 100%” com ele. Na mensagem, da noite de domingo, 14, a cardiologista se defendia de um áudio que circulava e minimizava temas caros ao bolsonarismo, como a resistência ao lockdown e a defesa do uso de cloroquina. O recado sugeria que, apesar de pensamentos diferentes, estava disposta a ser leal ao presidente. E que poderia ser demitida caso não cumprisse sua palavra A amigos ela disse que a incumbência de assumir a pasta e de ajudar o Brasil a sair do colapso era muito grande e que seria possível fazer isso driblando enfrentamentos. Ludhmila se encontrou com Bolsonaro na tarde do domingo, por volta das 14h. Na reunião, entre outros assuntos, eles falaram sobre um áudio que circulava com uma voz feminina chamando o presidente de psicopata. A voz foi atribuída à médica. Orientada a falar a verdade sobre o episódio, ela negou no Palácio do Alvorada que fosse a autora da declaração. Depois que saiu da reunião, que tinha sido inconclu-

Marx Beltrão

O deputado Marx Beltrão tem cumprido permanentemente extensa pauta em defesa de Alagoas, em Brasília. Considerado o parlamentar mais atuante da bancada do estado, tem tido propostas para preservar os direitos individuais e atuado com muita assiduidade no trabalho de plenário e comissões colaborando, decisivamente no desempenho de um mandato proativo. Na pauta política sabe “costurar” com eficiência um caminho que certamente o fará protagonista nas próximas eleições. Dono de uma enorme quantidade de redutos eleitorais, quer ampliar essa rede e certamente conseguirá. Ninguém se surpreenda com uma disputa majoritária no futuro.

Em Palmeira

O prefeito Júlio Cezar vai acalmando a rebeldia da Câmara de vereadores e tocando para frente o seu segundo mandato. O município segue liderando no assunto vacinação da população e por outro lado a cidade se faz um canteiro de obras para tornar melhor a vida dos palmeirenses. Os investimentos se fazem notar na infraestrutura, saúde e educação de qualidade para as crianças e jovens palmeirenses.

siva, já de noite, Bolsonaro avisou a colegas da médica que sua suposta “inteligência”, seus assistentes, tinham analisado e concluído que o áudio seria, sim, de Ludhmila, o que abalava a confiança nela, dando a entender que a nomeação seria inviável. Não era ainda uma decisão tomada. Além do áudio, a repercussão entre eleitores já era muito ruim a essa altura. Bolsonaro admitia a aliados que a pressão da base estava muito grande e que estava tomando muita pancada. Políticos e autoridades tentaram agir. Eles tentavam convencer o chefe do Executivo de que ela era o melhor nome para a função. Enquanto isso, parlamentares bolsonaristas silenciavam. Ela contava com o apoio de vários políticos, como Fábio Faria (Comunicações) e Arthur Lira (PP-AL). Ao responder sobre o que deu errado, ela citou “falta de linhas de convergência”. “Acho que o presidente ficou muito preocupado de a minha gestão não agradar alguns grupos ao mesmo tempo de eu sofrer muitos ataques de outros por, realmente, pensar um pouco diferente de algumas linhas”, disse. A médica declarou que foi alvo de ameaças e que teriam tentado invadir o local em que estava hospedada em Brasília. O hotel negou. A doutora mentiu e Bolsonaro acertou. (Com informações da Folha de São Paulo).

Não gostaram

Insatisfeitos com a escolha do cardiologista Marcelo Queiroga para o Ministério da Saúde, parlamentares do centrão discutem dificultar pautas do governo na Câmara depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter ignorado as sugestões do bloco para o comando da pasta. A indicação de Queiroga teve o explícito apoio de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), primogênito do presidente. Deputados da base aliada, como do PP e do PL, defenderam a necessidade de o bloco partidário dar um recado público ao presidente. Estão em discussão desde a aprovação de requerimentos de convocação de integrantes da equipe ministerial em comissões temáticas como o atraso na votação de medidas consideradas prioritárias pelo governo.

Tem gato na tuba

O Ministério Público de Alagoas detectou algumas inconsistências nas contas da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, efetuadas na gestão anterior e está requisitando ao órgão a “prestação de contas dos gastos relacionados à Covid-19, no ano de 2020, referentes à locação de equipamentos e despesas com recursos humanos em que foram utilizados o auxílio financeiro da União, repassados ao

Fundo Municipal de Saúde”. O autor da ação é o diligente promotor de Justiça, Marcus Rômulo, que deseja usar sua “lupa moralizadora”, em buscas de possíveis desvios. Pelo menos três itens chamaram a atenção do Ministério Público em função do alto valor correspondente: Despesas com recursos humanos, locação de equipamentos e aquisição de medicamentos. Há também repasses que chamam a atenção para um único Hospital de Maceió, em relação aos demais. O promotor de imediato e diante da gravidade fez comunicação ao Ministério Público de Contas e Ministério Público Federal. Foram quase 50 milhões de reais recebidos diretamente nos cofres da Secretaria Municipal de Saúde, que necessitam ser investigados, com todo rigor.

Além de queda, coice

O vereador Leonardo Dias não contava com essa em seu início de mandato: está sendo investigado pelo Ministério Público que adotou providências para apurar possíveis infrações ou crimes cometidos durante manifestação, ocorrida no domingo (14), nas proximidades de uma unidade de vacinação contra a Covid-19, montada em estacionamento no bairro do Jaraguá, em Maceió. Os promotores entenderam como agravante a concentração do ato ter sido em local de vacinação contra a Covid-19, gerando, conforme o detectado nas mídias sociais, bloqueio da passagem dos usuários na ocasião, pessoas idosas. O prefeito JHC apontou possíveis culpados e o vereador em questão vestiu a carapuça. Já na Câmara Municipal o PDT apresentou denúncia formal contra Leonardo Dias, pedindo a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Um detalhe chama a atenção: o parlamentar mirim, que busca sempre um “flash” ganhou um bom espaço na mídia.

PÍLULAS DO PEDRO GOVERNADOR Renan Filho, se consolidando no ranking nacional de atuação no combate a Covid 19. THIAGO FALCÃO, presidente da ABRASEL/AL é um líder respeitado e responsável. Tem ajudado muito nesses tempos de pandemia. AS MEDIDAS restritivas doem, incomodam, mas sem elas a dor de perdas será bem maior.


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Um ano de mortes, mentiras e incompetência

ELIAS FRAGOSO n Economista

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ecentemente, o Brasil registrou um ano da primeira morte por coronavírus. Lá atrás, o Caveirão afirmava ser apenas uma gripezinha, depois, atônito, que o vírus ia acabar com a economia e o governo dele, e na sequência, incongruente, acelerou o passo rumo ao inexplicável negacionismo. Está matando numa só penada, a economia e os brasileiros, levando o país a uma crise econômica da qual não sairemos antes de 2024 e, já, já, a nos tornar campeões de mortes no mundo, passando os Estados Unidos, onde outro

aloprado tocou o terror até recentemente. Nesse ínterim, seu governo “receitou” tratamento precoce, indicação de drogas não recomendadas para o combate ao vírus, promoveu toda sorte de empecilhos para dificultar o combate à covid-19, realizou cortes de verbas da saúde no final de 2020, deixou quebrar quase 1 milhão de pequenas e micro empresas, provocou o maior desemprego jamais visto no país, não realizou as reformas estruturantes sem as quais o país não sairá do atoleiro, nada privatizou e descumpriu todas as promessas liberais de campanha. E mentiu. Muito. Seu desprezo pela vida levou à falta de oxigênio no Amazonas e ameaçou outros estados da região matando desnecessariamente dezenas de pessoas, região, aliás, que já tinha passado por horrores durante a primeira onda da pandemia com covas coletivas, mortos em caminhões frigoríficos e falta de pessoal especializado. São marcas registradas deste período nefasto que estamos vivendo sob o domínio Bolsonarista. E que se repete – de forma agra-

vante- agora na segunda onda, e não apenas na região Norte, mas por todo o país, com hospitais superlotados, médicos tendo que fazer escolhas de Sofia, sem vacinas para a população, e recorde atrás de recorde de mortes, superando em muito os números da primeira onda, projetando para o final de 2021 um número tétrico de que pode alcançar 700 mil mortos. E o presidente refratário a qualquer avanço no sentido de fazer parar essa matança desenfreada. Já são quatro os ministros da Saúde durante esta pandemia. O que bem demonstra o caos que se tornou o ministério que deveria ser responsável por coordenar o combate à pandemia, mas, refém das intervenções infames de Bolsonaro na área, apequenou-se. Intervenções que também ocorreram – de início lentamente, agora de forma escancarada – com o ministro da economia que hoje é apenas uma figura decorativa, uma alma penada no seio do governo. Refazer o desmonte que Bolsonaro está promovendo neste país nos órgãos de fiscalização e repres-

são, hoje totalmente à mercê de suas iniciativas para proteger aos filhos corruptos, milicianos amigos, e a ele próprio, também suspeito de envolvimento em rachadinhas, não será tarefa fácil. Como não será com a economia que em 2022 vai estar em petição de miséria. Politicamente este ano de pandemia foi outra tragédia. A chegada do indefectível Centrão ao poder com sede gigante por dois anos sem mamar nas tetas do governo, trouxe para o seio do governo seu famoso lema do: “É dando que se recebe”. E, após dois anos de seca distantes do caixa dos principais órgãos públicos, sabe-se bem o que vai ocorrer daqui para frente. Nefando também foi seu aval simulado para acabar com a Lava Jato, mas cujo objetivo na verdade foi tirar do seu caminho eleitoral a pedra no sapato chamado Moro. Foram doze meses de sofrimento para doentes, mortos e familiares, e para toda a sociedade. Quem sabe em 2021 o brasileiro acorda e em outubro defenestra essa figura sinistra?

Refazer o desmonte que Bolsonaro está promovendo neste país nos órgãos de fiscalização e repressão, hoje totalmente à mercê de suas iniciativas para proteger aos filhos corruptos, milicianos amigos, e a ele próprio, também suspeito de envolvimento em rachadinhas, não será tarefa fácil.


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Começou o pastoril

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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m ministro do STF beneficiou o Lula, fazendo com que todos os seus processos voltassem à estaca zero. Alegria vermelha pelo Brasil todo! No primeiro discurso, o ex-presidente, que estava meio calado, falou demais, atacando principalmente o Bolsonaro. Virou festa, os ânimos se exaltaram, as eleições passaram a ser assunto do dia, o Partido dos Trabalhadores só falta escolher os possíveis ministros de Lula. Parece até, que o ex-presidente nunca cometeu crime nenhum. Moro foi transformado em bandido! Tudo o que fez estava errado, os valores que foram devolvidos aos cofres públicos podem

retornar aos supostos donos. Vários políticos que foram julgados, presos e condenados podem deixar de cumprir suas penas e provarem sua total inocência. A direita, por sua vez, perdeu as estribeiras. Bolsonaro, apesar de ter conseguido algumas vitórias, fala demais. Fico assustada quando ouço as entrevistas do capitão. Parece o dono do país! Todos devem obedecer a ele, é homem de pouco diálogo e de muito eu quero, eu posso. O vice-presidente suporta as pancadas do Bolsonaro com tranquilidade. É um homem sério, não está sendo chamado para reuniões importantes, não é aceito pelos filhos do capitão, mas, não critica o governo. A imprensa brasileira está dividida: uns jornalistas só não chamam o Bolsonaro de bonito, direito e correto. Alguns chegam até a níveis baixíssimos. Do outro lado, há os defensores do governo federal. Nenhum dos dois lados consegue enxergar o certo e o errado. O radicalismo é muito grande! Sem contar que as verbas destinadas às emissoras foram cortadas e, consequentemente, os salários de quase todos os jornalistas diminuíram. Tal fato me faz lembrar o terceiro governo de Divaldo

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Suruagy. Ele encontrou os cofres públicos vazios e precisou cortar as verbas publicitárias. Daí então, teve que renunciar ao mandato. Em meio a tudo isso, sofremos desde 2020 com a pandemia. Verbas elevadas precisam ser destinadas ao combate ao vírus, que já matou milhares de brasileiros. O governo federal precisa retirar valores do orçamento para comprar vacinas, abastecer os hospitais e nada agrada a ninguém. Outro assunto polêmico é o auxílio emergencial. Em 2020, durante vários meses, Paulo Guedes teve que pagar 600 reais a milhares de desempregados. Este ano já foi aprovado um novo tipo de ajuda para os mais carentes. O Partido dos Trabalhadores e parte da oposição insistem em altos valores por longos períodos. De onde tirar tanto dinheiro? A ordem é quebrar o país? Enquanto isso, o vírus se alastra pela nação inteira, amigos e parentes morrem, mas os políticos continuam brigando. Exemplo típico do que acabo de narrar é a disputa de alguns governadores com o Presidente da República. Nunca sabemos quem está com a razão. Um diz que mandou dinheiro para Estados e Municípios, o outro afirma que não recebeu. E o povo mor-

rendo... A Justiça não se faz entender: um ministro do STF manda prender um deputado federal por ter falado mal de seus pares. O Congresso ratifica a prisão. A Constituição é desrespeitada e nada acontece. Todos se assustam com a medida tomada pelo ministro da Alta Corte de nossa Justiça e o deputado foi desmoralizado. É estranha a ideia de que os Poderes Constituídos do Brasil não são independentes e harmônicos ente si. Num deles existe um xerife que manda e os outros obedecem. Rasgaram a Constituição! E assim caminha o Brasil. A esquerda passou dezesseis anos no poder e deixou vários problemas que devem ser corrigidos. A direita que elegeu Bolsonaro, com facada e tudo, sem cumprir muito do que prometeu, já aderindo ao “toma lá, dá cá”. O vírus acabando com a liberdade do povo, matando grande parte da população. Os simples mortais perdendo seus empregos, suas empresas, sem previsão de retornar a melhores dias. Precisamos escolher o que assistir no rádio e na TV. Não sabemos em quem acreditar. O povo está dividido entre o azul e o vermelho, correndo do vírus. Até quando? Só Deus sabe! .

Lemos. Nessa última, mesmo com suas janelas que lembram meus tempos de criança, colocaram uma espécie de letreiro que descaracteriza sua fachada. Existem muitas outras casas da época que ainda preservam seus encantos. Na própria Moreira Lima, esquina com a rua do Comércio, existem duas belezas da arquitetura como o antigo Banco da Lavoura e logo em frente o prédio onde funcionou a Farmácia São Paulo. Com acuidade e sutileza de observação acharemos outros tantos em nossa área central, pois não se tem o costume de andar apreciando o que nos rodeia. É como se colocássemos nossa mente no GPS e só nos preocu-

pássemos com a rota e o destino. Façamos, cada um de nós, um passeio, especialmente em um domingo, pelas ruas centrais de nossa Maceió, para olharmos o que restou dessa incomparável arquitetura dos anos 1920, 1930, 1940 e 1950. Não fiquemos matando a saudade visitando apenas as páginas do excelente Maceió Antigo, postado no Facebook e tão bem administrado pelo Edberto Ticianeli. Aquelas páginas mostram o passado para lembrar o que fomos, mas leve seu smartphone e faça um joguinho de comparação, tirando fotos, para mostrar o que resta daquilo que nossa cultura não deixou que fosse preservado. E o maior exemplo foi o icônico Hotel

Este ano já foi aprovado um novo tipo de ajuda para os mais carentes. O Partido dos Trabalhadores e parte da oposição insistem em altos valores por longos períodos. De onde tirar tanto dinheiro? A ordem é quebrar o país?

Um pacto federativo pela vida

JOSÉ MAURÌCIO BRÊDA n Economista

Um percurso que fazia, há uns cinquenta anos, chamou-me a atenção, recentemente. A paisagem que se mostrou a minha frente era quase a mesma daqueles tempos. Descia a ladeira dos Martírios e esqueci um pouco a minha volta para olhar mais na

frente. Além do antigo Palácio da Intendência Municipal, em recuperação após ser vandalizado, e o majestoso Palácio dos Martírios, hoje Zumbi dos Palmares, vê-se o prédio da velha Guarda Civil, fechado, mas que poderia ser aproveitado para uma repartição pública. Os frondosos oitizeiros que encobrem o meu saudoso Colégio Diocesano, que lá está abrigando a Secretaria de Agricultura, e, bem ao longe, ainda resiste a Torre do Relógio do Mercado Público. Desço a Melo Morais para entrar justamente na minha querida Rua do Macena, onde vou achar, incólumes, entre outras, duas edificações na esquina com a Av. Moreira Lima: A Casa Cabus, antiga Casa Síria, e a Tito

Façamos, cada um de nós, um passeio, especialmente em um domingo, pelas ruas centrais de nossa Maceió, para olharmos o que restou dessa incomparável arquitetura dos anos 1920, 1930, 1940 e 1950.


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Afinal, de quem é a política da saúde?

CLÁUDIO VIEIRA

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n Advogado e escritor

rimeiro foi Pazuello, com sua declaração de franqueza constrangedora, o “ele manda, eu obedeço”. Agora é o seu substituto, o Dr. Queiroga, que declara mais pudicamente, que a política da saúde não é do ministro, mas do governo Bolsonaro. Pazuello demonstra uma subserviência que beira o ridículo, principalmente verbalizada por um oficial general do Exército, de quem o comum do povo espera

firmeza, força e virtude. Já o seu substituto, ensaia um lava-mãos, que nada tem de ridículo, pois traduz a pura verdade. De fato, no presidencialismo o presidente da República tem legítimo poder sobre os seus ministros e as políticas do seu governo. Exemplo disso é que ele, o presidente, nomeia os seus auxiliares, nomeação “ad-nutum”, ou seja, o auxiliar ficará no cargo enquanto lhe for útil. A uma análise mais profunda, tanto Pazuello quanto Queiroga têm razão, pois é o presidente quem dita as políticas do seu governo, restando aos auxiliares, se com elas não concordarem, a dignidade de devolver o cargo ao chefe. Isso fizeram Mandetta e Nelson Teich. Isso fez também a Dra. Ludhmila Hajjar que não aceitou as negativistas políticas bolsonaristas, declinando do convite que lhe fora feito. Esses três, principalmente Mandetta e

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Ludhmila Hajjar, são as vítimas preferidas dos seguidores dos Bolsonaros, o que demonstra o quanto essas pessoas esperam e aprovam o servilismo ao chefe de quem ocupa cargos políticos. Não é sobre isso o tema da crônica, mas a responsabilidade pela política da saúde brasileira. Voltando, pois, ao assunto, Pazuello disse que Bolsonaro manda e ele obedece; Marcelo Queiroga sugeriu que ninguém poderá culpá-lo do caos sanitário que se prenuncia. Tanto um como o outro lava as mãos, pois sem sombra de dúvidas Bolsonaro é mesmo o culpado pelo crescimento das infecções pelo covid-19, e, via de consequência, pelas mortes que têm enlutado tantas famílias por esse Brasil afora. A percepção popular dessas verdades cresce a cada pesquisa de opinião, o presidente perdendo aplausos até

mesmo entre os seus admiradores. Só os teimosos inocentes-úteis lhe continuam fiéis, pois sem o seu comandante parecem não saber pensar. De qualquer sorte, pelas outras declarações do Dr. Marcelo Queiroga sobre o isolamento social, o uso de máscaras e o respeito à ciência prenuncia-se independência do ministro, nem que seja para recusar agir cegamente acatando ordens absurdas e, naturalmente, demitindo-se do malfadado cargo. Isso terá grande importância no campo jurídico-penal, pois a desculpa de que apenas cumpriu não é aceita como exculpante válida, pois ninguém é obrigado a cumprir determinações contrárias ao Direito. Os tempos do nazismo alemão e do julgamento de Nuremberg, quando os acusados usavam essa desculpa para se eximir de suas culpas, ficaram no inglório passado do hitlerismo.

Só os teimosos inocentes-úteis lhe continuam fiéis, pois sem o seu comandante parecem não saber pensar.


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SAÚDE

Conheça a importância do check-up médico e saiba quais exames fazer Método é capaz de prevenir possíveis problemas de saúde e é fundamental para a manutenção de uma vida saudável

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stabelecer metas para o ano que está começando é um ritual comum para muitas pessoas. Os planos são inúmeros e muitos deles se relacionam diretamente com a saúde. Mas o que é preciso fazer para ter uma vida mais saudável? Além de uma alimentação balanceada e prática regular de atividades físicas é fundamental realizar um check-up médico anual. De acordo com o médico Wellington Moreira, que trabalha com Clínica Geral no Hospital Maceió, do Sistema Hapvida, exames de rotina podem ajudar a prevenir doenças, além de contribuir com o bem-estar. “Para ter qualidade de vida, é preciso assumir o

compromisso de fazer a prevenção. A avaliação clínica anual geralmente compreende exames de sangue como hemograma e taxas que avaliam a função do fígado e dos rins, parasitológico de fezes, sumário de urina e eletrocardiograma”, explica. EXAME FÍSICO O médico ainda destaca a importância da realização de exames específicos de acordo com o sexo do paciente. “Investigações complementares podem variar dependendo do exame físico e da anamnese, que nada mais é que uma entrevista ou questionário que o médico realiza para obter informações importantes sobre o histórico de

saúde da pessoa”, diz. No caso dos homens, por exemplo, o dr. Wellington acredita ser importante a avaliação da próstata e, no caso das mulheres, exames preventivos do colo do útero. CUIDADO REDOBRADO Em relação à periodicidade de realização do check-up, o mais comum é que os exames sejam realizados uma vez por ano, mas esse período pode ser encurtado se o paciente apresentar algum fator de risco para o desenvolvimento de doenças, como colesterol elevado e obesidade, ou possuir doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. “Nestes casos, é necessário um intervalo menor para a reavaliação para que o profissional acompanhe mais de perto como anda a condução do tratamento em casa. É sempre bom dedicar tempo para cuidar da saúde”, reforça Dr. Wellington.

O médico Wellington Moreira cita os exames mais importantes


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EFEITO PANDEMIA

Transporte público urbano está à beira da falência Com prejuízo de quase R﹩ 12 bi, ônibus coletivo urbano vive pior momento da crise COM ASSESSORIA

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m ano após o início da pandemia, os sistemas de transporte público coletivo urbano de todo o país amargam prejuízos acumulados de R﹩ 11,75 bilhões devido à drástica redução das receitas decorrente da queda da demanda de passageiros, agravada pela falta de medidas de socorro emergencial específicas por parte do governo federal. A situação ameaça a continuidade dos serviços e sua existência futura, mesmo com o retorno à normalidade. A conclusão é de levantamento feito pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), com base em dados consolidados para capitais e regiões metropolitanas no período de março de 2020 a fevereiro de 2021. Para a NTU, os dados reforçam a necessidade de derrubada do veto presidencial ao projeto de lei (PL) 3364/20, aprovado no final do ano passado, que estabelecia um auxílio emergencial de R﹩ 4 bilhões para apoiar sistemas de transportes públicos (ônibus, trens e metrôs) para cidades acima de 200 mil habitantes. “Esperamos que os parlamentares estejam atentos para a urgência e importância desse auxílio, fundamental para ajudar estados e municípios a ree-

quilibrarem seus sistemas de transporte público, que seguem sendo fundamentais e imprescindíveis para a manutenção das atividades essenciais nesse momento”, afirma o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha. “O transporte público não pode parar, e só o poder público pode garantir isso”. O veto poderá ser apreciado esta semana pelo Congresso. O monitoramento realizado pela NTU revela que os impactos negativos da pandemia foram além dos prejuízos financeiros. Destacam-se a interrupção da prestação dos serviços em vários sistemas, realização de demissões em massa de trabalhadores, intensificação da quantidade de paralisações (greves, protestos e/ou manifestações), a insatisfação da população com a redução/interrupção da oferta de transporte público e também a incapacidade do pagamento de salários e benefícios por parte das empresas. Com a queda da demanda de passageiros que chegou a 80% no início da pandemia e que está agora em torno de 40% na média nacional, e sem ações específicas de apoio, as empresas operadoras contaram apenas com as medidas de suspensão de contratos de trabalho e redução de salários adotadas para todo o setor privado.

Medo do coronavírus fez com que população usasse menos o ônibus coletivo

O transporte público não pode parar, e só o poder público pode garantir isso”. O veto poderá ser apreciado esta semana pelo Congresso. OTÁVIO CUNHA. presidente-executivo da NTU

A flexibilização trabalhista serviu como paliativo mas não foi suficiente para evitar os 182 movimentos grevistas que atingiram 78 sistemas, por falta de pagamento de salários e benefícios aos colaboradores; nem conseguiram frear a perda de 66.057 postos de trabalho em todo segmento de transporte público urbano de passageiros, segundo dados do Painel do Emprego da Confederação Nacional do Transporte (CNT). O presidente da NTU observa que, apesar dos prejuízos, as empresas operadoras estão cumprindo o seu papel de prevenir e evitar a proliferação do coronavírus, com a

adoção de protocolos sanitários, oferta de equipamentos de proteção e de produtos de higienização aos colaboradores, além das ações de limpeza e desinfecção permanente da frota de ônibus. Para a NTU, além de ações pontuais como o auxílio emergencial, o setor precisa de uma solução definitiva que passa pela adoção, por parte do poder público, de um novo marco regulatório para organizar e definir responsabilidades e direitos na gestão e operação do transporte público por ônibus coletivo no Brasil, nos moldes do que foi adotado para o setor de saneamento, ano passado.


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ECONOMIA EM PAUTA Simples Nacional

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Aposentados e pensionistas

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lagoas e outros 14 estados assinaram um documento pedindo a prorrogação do vencimento de tributos do Simples Nacional. O texto solicita que os prazos com datas que venceriam em março e abril passem para julho e agosto de 2021, respectivamente. O pedido visa atender reivindicação do setor produtivo em cidades afetadas por medidas restritivas necessárias para reduzir a proliferação da Covid-19 e de suas variantes. O caso será avaliado pelo Comitê Gestor do Simples Nacional, órgão que integra a estrutura da Secretaria Especial da Receita Federal, do Ministério da Economia. Além de Alagoas, assinaram o Distrito Federal, Pernambuco, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Santa Catarina, Amapá, Piauí e Amazonas.

Novo auxílio A maior parte do público do auxílio emergencial deve receber a menor cota do benefício, no valor de R$ 150, segundo informações divulgadas pelo jornal Estado de S. Paulo. Serão cerca de 20 milhões de famílias – 43% do total de contemplados estimado na nova rodada – na categoria “unipessoal”, isto é, composta por apenas uma única pessoa. Outras 16,7 milhões de famílias têm mais de um integrante e vão receber R$ 250. Já a maior cota, de R$ 375, deve ser paga a cerca de 9,3 milhões de mulheres que são as únicas provedoras de suas famílias. O pagamento das novas parcelas do auxílio está previsto para começar em abril. Em Alagoas, apenas no ano passado foram pagos R$ 5,4 bilhões a 1,2 milhão de alagoanos, de abril até dezembro..

Curso para alagoanos O Ministério do Turismo passou a ofertar nesta semana o curso “Turismo Criativo: construindo alternativas” para profissionais do Turismo de seis municípios alagoanos. Promovido em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e com o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), o curso irá proporcionar conhecimento em assuntos relacionados à economia criativa. A qualificação abrange as cidades de Maceió, Barra de Santo Antônio, Japaratinga, Porto de Pedras, Maragogi e São Miguel dos Milagres, que integram o programa Investe Turismo no estado.

O Ministério da Economia publicou no Diário Oficial da União nesta semana uma instrução normativa que suspende até 31 de maio o recadastramento anual de aposentados, pensionistas e anistiados políticos civis – procedimento adotado como prova de vida para a manutenção de benefícios. Segundo a medida, após essa data o beneficiário deverá fazer a comprovação de que está vivo para a continuidade do pagamento de proventos e pensões e recebimento de eventuais retroativos. Até lá, estarão suspensas as visitas técnicas para fins de comprovação de vida.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

VW fabricará baterias para reduzir custos

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m plano consistente e audacioso de produzir baterias para carros elétricos, dentro do próprio continente europeu para evitar dependência de fornecedores externos, foi anunciado pela VW em teleconferência mundial, nesta segunda-feira, comandada por Thomas Schmall. Este é um nome conhecido por ter presidido a filial brasileira entre 2007 e 2014 e, hoje, dentro do Conselho de Administração do grupo lidera os assuntos ligados à tecnologia como um todo. Serão seis as fábricas, a primeira na Suécia (2023) e a segunda na Alemanha (2025). As outras ficarão prontas até 2030. Todas funcionarão a partir de fontes renováveis para neutralizar as emissões de CO2, um dos gases de efeito estufa e de mudanças climáticas. A empresa não revelou o investimento total, mas também atuará na reciclagem. Schmall disse que os custos das baterias, com um novo tipo de célula em desenvolvimento, serão bastante reduzidos. “Gradualmente, entre 30% e 50%, repassados aos nossos clientes.” Também pontuou que em meados desta década as baterias de estado sólido estarão, finalmente, viabilizadas e assim darão segurança para uma transição. O Grupo VW, porém, continuará a lançar tanto modelos elétricos quanto híbridos ao longo dos próximos cinco a dez anos. Não se abordou o tema do cobalto nas baterias atuais. Há um movimento na Europa para rastrear como se faz a mineração deste metal. A maioria da produção mundial vem do Congo sob condições humanas degradantes. O aumento da procura também acelerou o preço do cobalto e alternativas em estudo sairão mais caras. Hoje, no entanto, existe um esforço para chegar à bateria livre de cobalto. Talvez em dois ou três anos, desde que o custo se mantenha compatível. Por outro lado, em visita ao Brasil, o presidente da Stellantis Carlos Tavares voltou a criticar o açodamento dos governos europeus em forçar a transição sem medir consequências. “Concordo plenamente: a mobilidade tem que ser zero emissões. Mas precisa haver tempo para isso. Se barrarem modelos atuais, deixamos parte dos consumidores fora do mercado”, enfatizou. Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul, no recente simpósio Perspectivas 2021, afirmou que nesta região o ritmo de aceitação dos elétricos é incerto, pois depende de preços mais competitivos, além de definição de investimento específico. Em qualquer caso, a bateria ainda precisa cair de 50% do preço atual de um veículo elétrico para cerca de 20%, entre outros aspectos que influenciam tanto positivos quanto negativos.

Corolla Cross: produto certo, no momento certo

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uando começou o seu projeto no Japão, o Corolla Cross tinha em vista as limitações de mercado onde seria vendido: América Latina e países de menor poder aquisitivo da Ásia. Hoje há uma luta incessante para manter os custos sob controle. Os projetistas japoneses começaram por analisar os concorrentes. O principal é o Compass, que reina absoluto. Mas há também Equinox e Tiggo 7, entre outros. E o VW Taos, no segundo trimestre. O novo produto da Toyota se enquadra, tecnicamente, mais como crossover do que SUV convencional. O visual atende muito bem o público-alvo, porém algo menos convincente do que os concorrentes. O vão livre do solo é quase igual ao do Corolla sedã: apenas 1,3 cm a mais. Então, nem de longe, dá para

esperar desempenho fora de estrada. Distância entre eixos, 2,64 m, praticamente igual à do Compass e espaço interno também. Além do bom acesso ao banco traseiro. Como então manter um preço competitivo? O modelo da Jeep é fabricado em uma região que recebeu incentivos, além de suas qualidades intrínsecas. O Cross adotou suspensão traseira por eixo de torção (independente no rival direto). A diferença no comportamento em curvas existe, mas para o motorista médio pode passar despercebida. Motor igual ao do Corolla (177 cv) deveria supor a mesma suspensão traseira independente do sedã. Aí surgiu a primeira opção explícita pelo menor custo. Por outro lado, essa solução permitiu um porta-malas de 440 litros, 30 litros a mais que o Compass.

A segunda está no sistema de freio de estacionamento por pedal. Esta solução vem caindo em desuso, em favor do sistema elétrico, particularmente útil quando se trata de câmbio automático para evitar aquele típico avanço lento no para e anda do trânsito. O sedã Corolla mantém a alavanca comum no console central, mais fácil de operar do que um pedal. A Toyota lembra que ganhou espaço entre os bancos dianteiros, no caso do Cross. Parece pouco convincente. O conjunto bastante agradável do Cross, inclusive com versão híbrida flex, indica um forte concorrente na sua faixa de preço (R$ 139.900 a 179.900). Claro que as vendas do sedã serão afetadas, mas a fábrica pretende administrar esse processo e ganhar participação de mercado.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

Mais um Clássico das Multidões sem sal no Trapichão

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clássico das multidões pela Copa do Nordeste foi morno e equilibrado no Rei Pelé. Os times criaram poucas chances de gols e apresentaram um futebol abaixo da média. No primeiro tempo, o CSA apresentou um melhor futebol, tanto é que abriu o marcador com o lateral Norberto, já nos últimos lances. Na etapa final, o CRB se recuperou, criou mais chances e empatou com o zagueiro Diego Ivo, que entrou no segundo tempo para salvar o Galo de uma derrota. O CSA começou melhor o embate. Apertou a saída de bola regatiana e ficou mais perto da área do

adversário. O CSA abriu o placar aos 21 minutos. Marco Túlio cruzou da direita, por baixo, e o lateral Norberto apareceu na pequena para finalizar, tirando do goleiro. O gol do Galo da Praia saiu no fim da segunda etapa, Guilherme Romão fez um cruzamento com categoria e Diego Ivo desviou de cabeça para empatar. Assim, o primeiro duelo do ano entre os rivais terminou em 1 a 1. Com o resultado, o CRB assumiu a terceira colocação no Grupo A do Nordestão, com quatro pontos. Na chave B, o CSA está agora na sexta posição, com três pontos.

SANTOS E GRÊMIO SEGUEM FIRMES NA LIBERTADORES CONMEBOL DIVULGA NOVA TABELA DA COPA AMÉRICA DE 2021 A Conmebol divulgou a nova tabela da Copa América de 2021. Adiada por conta da Covid-19 no ano passado, a competição reunirá as 10 seleções do continente sul-americano. Desta vez, sem convidados, pois Austrália e Catar desistiram de participar do torneio. A abertura será realizada em Buenos Aires no dia 13 de junho, com Argentina duelando contra o Chile, na capital, e Paraguai diante da Bolívia, em Mendonza. A final será disputada em Barranquilla, no dia 10 de julho. Os dois países sediarão as partidas. O Brasil caiu no mesmo grupo da Colômbia, que é chamado de “Zona Norte”, e também enfrentará Venezuela, Peru e Equador. Os comandados do técnico Tite disputarão seus jogos em quatro cidades diferentes (Medellín, Cali, Barranquilla e Bogotá).

Os brasileiros seguem avançando na Liberta. O Grêmio garantiu sua vaga na terceira fase da Copa Libertadores, ao vencer o Ayacucho, por 2 a 1, em Quito, no Equador. O time gaúcho, que venceu em Porto Alegre, por 6 a 1, no jogo de ida, foi formado por reservas e nem o técnico Renato Gaúcho estava no banco no estádio Olímpico Atuahalpa. Para se classificar para a fase de grupos, o Grêmio agora terá que superar o Independiente Del Valle, também do Equador, que eliminou o Unión Española, do Chile, ao ganhar por 5 a 2. Os confrontos serão nos dias 7 e 14 de abril e o segundo duelo em Porto Alegre. Pelo lado santista, poderia ter sido mais tranquilo, mas o Santos conseguiu avançar na fase preliminar da Libertadores com sensação de alívio. Em Caracas, o time brasileiro saiu na frente do Deportivo Lara e parecia perto de uma vitória fácil. Mas voltou a vacilar na defesa e empatou por 1 a 1. Na ida, o Peixe venceu por 2 a 1. Agora o time paulista aguarda o duelo da volta entre a Universidad de Chile e o San Lorenzo. O primeiro jogo terminou em 1 a 1.

MURICI É ELIMINADO EM CASA PARA O JUVENTUDE NA COPA DO BRASIL

Um alagoano se despede da Copa do Brasil, o Murici foi eliminado para o Juventude que agora está classificado à segunda fase da Competição. O time de Caxias deixou de lado a vantagem do empate e venceu por 3 a 0 o Murici no Estádio José Gomes. O jogo ficou marcado pelo atraso de 20 minutos no início em razão de uma falta de luz no estádio. Com a bola em jogo, os visitantes marcaram aos 45 do primeiro tempo com Matheus Peixoto. Na etapa final, Guilherme Castilho ampliou no primeiro minuto. Aos 40, Vitor Mendes confirmou a vaga para os sulistas. Problema para as duas equipes também foi o gramado bastante irregular, prejudicando a troca de passes e condução da bola. Mesmo já familiarizado com sua casa, a equipe alagoana também sofreu com erros de passe e domínio de bola. Assim, foi um primeiro tempo de pouca criatividade de ambas as equipes.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Uma crise sem precedentes

PELO INTERIOR

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Plano de Distanciamento Social Controlado, a partir desta sexta-feira (19) em todo o estado que entra na Fase Vermelha, anunciado pelo governador Renan Filho na última terça-feira, é necessário para conter o avanço da doença em Arapiraca, mas vai causar um caos em diversos setores, principalmente no comércio que está praticamente “falido”.

. ... Em reunião ocorrida na tarde de terçafeira (16), no Centro Administrativo Municipal, o prefeito Luciano Barbosa debateu com comerciantes-atacadistas de frutas e verduras uma série de propostas para o fortalecimento da atividade em Arapiraca.

Mudanças nos horários Ainda sobre o sobre o comércio local, o decreto prevê mudanças no horário de funcionamento. Em Arapiraca, e em todo o resto de Alagoas, os estabelecimentos localizados no centro da cidade funcionarão de terça a sexta-feira, das 9h às 17h. Já as lojas que ficam nos bairros funcionarão de terça a sexta-feira, das 10h às 18h.

Vai piorar Outra mudança que vai mexer com o bolso dos comerciantes foi no Arapiraca Garden Shopping, cujas lojas passam a fechar, além do sábado e domingo, também às terças-feiras, passando a funcionar na segunda e de quarta a sexta. Se o movimento estava ruim, com certeza vai piorar, para o desespero dos lojistas.

Minimizar proliferação Segundo o governador, o objetivo das mudanças é minimizar a proliferação do coronavírus, responsável pela pandemia vivenciada no mundo inteiro. A alternância de funcionamento entre os estabelecimentos do shopping é para diminuir a circulação de pessoas nos transportes coletivos municipais.

Outras mudanças Além do horário de funcionamento dos estabelecimentos essenciais, o governador também informou que as academias e centros de ginástica poderão funcionar, em todo o estado, com 30% da capacidade total e sob agendamento. Pessoas com idade superior a 60 anos estão proibidas de praticar atividades físicas nesses ambientes. Outra mudança do decreto estadual está relacionada aos transportes intermunicipais, que estão vedados temporariamente.

Novas vacinas Durante a transmissão, o governador aproveitou para anunciar que ainda Alagoas está recebendo mais um lote de vacinas e ampliará a imunização para idosos com idades entre 72 e 74 anos.

Combate à Covid-19 Ainda de acordo com as alterações do decreto estadual, o acesso às praias, rios e lagoas estão fechados aos sábados e domingos. Calçadões da orla podem ser utilizados por pessoas que fazem atividades físicas durante a semana, de maneira individual e/ou em pequenos grupos; Lojas do Centro das cidades vão funcionar das 9h às 17h e serão fechadas aos sábados, domingos e segundas; Shoppings abrirão das 11h às 20h, com funcionamento vedado aos sábados, domingos e terças; Lojas de rua das 10h às 18h, e fecham aos sábados, domingos e segundas; academias vão funcionar com 30% da capacidade e apenas com agendamento; Igrejas vão abrir com 30% do total; transporte intermunicipal está suspenso por 14 dias. Tempos difíceis .

Continua mandando Acusado de corrupção e improbidade administrativa, o ex-prefeito de Campo Grande, Arnaldo Higino, que foi eleito nas últimas eleições e perdeu o mandato por decisão da Justiça, foi nomeado e já assumiu a secretaria de Administração daquele município. O mais incrível é que é de conhecimento público que Higino continua exercendo papel de “prefeito de fato”, tomando atitudes de ordem administrativa com aval da atual gestora.

Documentos oficiais

De acordo com o site 7Segundos, a portaria que tornou Arnaldo Higino secretário foi assinada nos primeiros dias de 2021 pela prefeita em exercício, a presidente da Câmara Municipal, vereadora Josefa Barbosa da Silva. As assinaturas de ambos constam na maioria dos documentos oficiais da prefeitura.

Falta de posicionamento O que tem causado estranheza, no entanto, é a falta de posicionamento do Poder Legislativo e da promotoria do município, já que a nomeação de Arnaldo Higino para o cargo de secretário de Administração pode ser configurada como um ato de manutenção no poder e de descumprimento de uma decisão judicial.

Luto no Sertão O cantor seresteiro e instrumentista Givaldo Tenório, conhecido como GT do Violão, de 75 anos, morreu na tarde de segunda-feira, 15, depois de sofrer um infarto fulminante em sua casa na cidade de Batalha, sertão de Alagoas. Givaldo Tenório era pai do cantor alagoano Geninho Batalha e do radialista e produtor cultural, Sergio Tenório.

... A secretária de Desenvolvimento Econômico, Rosa Ângelo, e o vereador Alisson da Tim também participaram do encontro onde foi apresentado o projeto do Mercado do Atacado, que será construído em amplo espaço, localizado nas imediações do Lago da Perucaba. ... Durante a apresentação, a arquiteta Katiane Duarte revelou que o projeto prevê uma estrutura com dezenas de boxes. ... O vereador Fábio Henrique (MDB) apoia a posição da Fecomercio e do SindLojas, que defendem que é possível manter o funcionamento do comércio local, desde que sejam cumpridos todos os protocolos sanitários em virtude da pandemia. ... Recentemente, o parlamentar junto a outros vereadores e o prefeito Luciano Barbosa se reuniram com empresários para debater maneiras de manter as atividades comerciais em Arapiraca. ... Para Fábio Henrique, a maioria das lojas tem cumprido os protocolos de prevenção à Covid-19. Ele disse ainda que o setor está investindo nas adequações sanitárias e não permite aglomerações. ... Por isso, de acordo com o vereador, fechar o comércio, como tem sido feito em outras cidades e estados, ou mesmo reduzir o período de funcionamento acaba gerando horários de pico e não são soluções para diminuir o crescente contágio. ... “Nos reunimos com empresários locais para debater maneiras de retornar às atividades comerciais em nossa cidade”, disse o vereador. ... Segundo ele, pais de família estão perdendo seus empregos e empresas fechando as portas. É necessário lembrarmos que nesse momento precisamos agir com planejamento e cautela para que logo possamos voltar tudo ao normal”, afirmou. ... Aos nossos leitores desejamos um final de semana com paz e saúde. É o que precisamos nesses tempos difíceis. Até a próxima edição.


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MEIOAMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Poluição letal

Nuvem cinza

Três quartos dos países registraram em 2020 níveis superiores às recomendações máximas da presença no ar de micropartículas, responsáveis por muitas mortes prematuras, apesar da queda significativa das atividades poluentes devido à pandemia de covid-19, afirma um relatório divulgado nesta semana. No total, 84% dos países registraram queda dos níveis poluição do ar com partículas finas PM2,5 (inferiores a 2,5 micrômetros), segundo o relatório, elaborado pela unidade de pesquisas da empresa suíça IQAir e o Greenpeace com dados de estações de monitoramento terrestres, dois terços delas operadas por instituições públicas. De 106 países com dados disponíveis, apenas 24 respeitaram as normas da OMS (Organização Mundial da Saúde) para as partículas cujo diâmetro corresponde a um trigésimo de um fio de cabelo humano. Este tamanho permite que as partículas penetrem no sistema sanguíneo através dos pulmões, provocando asma, câncer de pulmão ou doenças cardíacas.

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equim acordou na segunda-feira, 15, envolta numa espessa nuvem de poluição, que reduziu a visibilidade até 300 metros em algumas partes da capital chinesa, devido às maiores tempestades de areia dos últimos dez anos no norte do país. As autoridades emitiram um alerta amarelo, o terceiro mais alto, numa escala de quatro níveis, que implica a suspensão de todas as atividades ao ar livre e o uso de máscaras de proteção respiratória. A concentração de partículas PM2,5 - as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões -, chegou a 500 microgramas por metro cúbico, bem acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 25 microgramas. A concentração de partículas PM10 - as segundas mais finas e também suscetíveis de se infiltrarem no sistema respiratório -, chegaram a 10 mil microgramas por metro cúbico em algumas áreas da cidade. Para essas partículas, o limite de concentração recomendado pela OMS é de 50 microgramas.

Entidades em alerta Para evitar que o Congresso aprove projetos de leis sem uma discussão mais profunda, mais de 250 entidades assinaram um documento solicitando atenção especial aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Trata-se de um pedido de ajuda aos parlamentares para defenderem o meio ambiente, tendo em vista a gestão do governo Jair Bolsonaro nesta área. O documento explica que, devido à pandemia, muitos projetos estão sendo analisados sem passarem pelas comissões, que estão com um funcionamento diferenciado, o que prejudica um debate mais profundo, incluindo a participação da sociedade. A carta cita ainda que há alguns projetos que precisam de uma atenção especial: o PL 191/2020, que trata da mineração em terras indígenas; o PL 3.729/2004 e o PLS 168/2018), que falam sobre licenciamento ambiental; além dos PLs 2.633/2020 e 510/2021, que tratam da regularização fundiária. (Com Veja)

Extinção em massa

Nova variante No combate ao coronavírus SARSCoV-2, pesquisadores e autoridades de saúde alertam para a descoberta de novas variantes e o potencial risco das mutações no agente infeccioso. Agora, os franceses investigam uma nova cepa do vírus da covid-19 que pode escapar de testes RT-PCR, o exame considerado padrão-ouro na pandemia. Os casos infectados pela nova variante só receberam o diagnóstico após testes sorológicos e análise de matéria biológica. A variante francesa do coronavírus foi detectada durante um surto da infecção no hospital de Lannion, na Bretanha, em Côtes-d’Armor. Diante da descoberta, os cientistas do país pesquisam se a variante é mais infecciosa ou mortal do que as outras. No hospital francês, estavam sendo atendidos 79 pacientes suspeitos ou infectados pela covid-19. No entanto, oito casos desse grupo apresentavam sintomas da doença, como infecções pulmonares graves, mas os resultados de sucessivos testes RTPCR realizados foram negativos para

O campo magnético que reveste a Terra perde temporariamente sua intensidade enquanto os polos magnéticos se invertem. Pode parecer estranho, mas é um processo que se repete a cada 200 mil ou 300 mil anos. Analisando um fóssil de árvore da Nova Zelândia, cientistas descobriram que a última inversão aconteceu há cerca de 42 mil anos, e durou pelo menos um milênio. Mas como uma árvore consegue registrar o magnetismo terrestre? Com um campo magnético mais fraco, cresce o número de raios cósmicos que chegam à Terra. Essa radiação excita parte dos átomos de carbono da atmosfera e os transforma em carbono-14, tipo de carbono radioativo. Bastou que os cientistas comparassem, então, níveis do átomo em diferentes épocas para descobrir a idade da árvore – e, por tabela, a atividade magnética no período. Ter mais radiação do Sol ultrapassando a atmosfera influencia diretamente no clima do planeta. Isso, de acordo com cientistas, pode ter causado mudanças climáticas bruscas, incluindo aumento no número de raios, altas temperaturas e maiores períodos de luz solar. Um clima mais extremo pode ter contribuído, por sua vez, para o aumento da competição entre humanos e outras espécies, acelerando a extinção da megafauna – ou animais gigantes – e dos neandertais. (Com Superinteressante)


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