Edição 1112

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MACEIÓ - ALAGOAS

www.novoextra.com.br

1998 - 2020

ANO XXII - Nº 1112 - 02 A 08 ABRIL DE 2021 - R$ 4,00

MEIO AMBIENTE

Terminal de ácido sulfúrico no Porto de Jaraguá é ameaça para Maceió Depois do afundamento de bairros e o despejo de milhares de famílias, vem aí uma nova ameaça: a implantação de um terminal químico no Porto de Maceió. 14

COLLOR BUSCA ALIANÇA COM DEPUTADOS Senador quer formar chapa majoritária com apoio da Assembleia e do prefeito JHC 2, 10 e 11 ORÇAMENTO

CAIXA AMPLIA NÚMERO DE BAIRROS AFETADOS PELA MINERAÇÃO DO SAL-GEMA 23

CONGRESSO VETA NOVOS RECURSOS PARA O CANAL DO SERTÃO POR IRREGULARIDADES 6 e 7 ALAGOAS É CONTEMPLADO COM R$ 1,5 BI NAS EMENDAS PARLAMENTARES INDIVIDUAIS 8 e 9

BANCADA ALAGOANA GASTA R$ 472 MIL EM TRÊS MESES Deputados Nivaldo Albuquerque e Tereza Nelma lideram a gastança 5


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COLUNA Dúvida atroz

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1998 - 2020 EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

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MACEIÓ - ALAGOAS

MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE ABRIL DE 2021

- Renan Filho tem até o dia 3 de abril de 2022 para decidir se concluirá seu mandato ou vai renunciar ao cargo para se candidatar ao Senado na eleição do próximo ano. Se for esta a opção, o governador tem exatamente um ano para se desincompatibilizar da função e disputar o pleito de 2022. - O governador tem dito que pretende ficar no cargo até o último dia de seu mandato, mas seus opositores não acreditam na possibilidade de Renan Filho passar quatro anos fora do poder: “Ele está blefando para reduzir a pressão de aliados e desarmar o espírito de possíveis adversários”, dizem.

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- O drama do governador é não ter um vice para deixar em seu lugar nos seis meses que antecedem as eleições de 2022. O vice-governador Luciano Barbosa renunciou para voltar à Prefeitura de Arapiraca. Sem um nome da sua confiança, Renan Filho ficará refém da Assembleia Legislativa, que indicará o governador-tampão.

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- A possibilidade de um acordo político com os deputados foi discutida recentemente entre governador e presidente da Assembleia, mas não chegaram a bom termo. No entanto, a porta não foi fechada para nenhum dos lados e novas costuras políticas deverão ocorrer ao longo dos próximos meses.

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- Para garantir o apoio dos deputados a uma possível candidatura de Renan Filho ao Senado, a Assembleia cobra um preço que o governador, até agora, não está disposto a pagar: desistir de indicar seu sucessor no governo e apoiar um candidato do Legislativo.

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- Ainda assim, assessores de ambos os lados acreditam que a Assembleia pode abrir mão da vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado em troca de um acordo com o governador. O cargo está vago desde o ano passado, após aposentadoria do ex-conselheiro Cícero Amélio.

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- Nessas circunstâncias, o nome de consenso para suceder Renan Filho no governo seria o médico Fábio Farias, secretário do Gabinete Civil, e amigo de infância dos Calheiros, pai e filho. É uma possibilidade não descartada.

Collor em ação

O senador Fernando Collor publicou em suas redes sociais a visita de cortesia que fez à Assembleia Legislativa no último dia 30. Foi recebido pelo deputado Marcelo Victor, assistiu à sessão legislativa e depois posou ao lado dos deputados. Os órgãos de comunicação de Fernando Collor informaram que o senador pretende ajudar nas demandas dos deputados junto ao governo federal. Mas nos bastidores fala-se que o senador está em campanha e estaria costurando uma aliança com os deputados para o pleito do próximo ano. Collor, que há anos não bota os pés na Assembleia, diz que disputará a reeleição, mas alguns deputados sugerem que o senador pode ser governador-tampão indicado pelo Legislativo, com direito à reeleição. Se for para a reeleição, Collor deverá ter Renan Filho como principal adversário nas eleições de 2022.

Inimigos

Não convidem para um cafezinho a ex-prefeita de Campo Alegre, Paulline Pereira, e o atual prefeito de Junqueiro, Leandro Silva. O prefeito acusa Paulline e seus irmãos de atuarem contra o povo de Junqueiro em represália pela derrota dos Pereira na última eleição.

Fim de uma época

O Jornal do Commercio, de Pernambuco, acabou com a impressão em papel, desativou seu parque gráfico e passou a ser 100% digital. Um dos mais antigos do Brasil, o jornal fechou as portas após mais de um século em circulação. O diário foi fundado no dia 3 de abril de 1919 e faria nesse sábado 102 anos de história. Ao anunciar o fim do jornal impresso, o empresário João Carlos de Paes Mendonça, do Grupo JPCM, disse que “precisamos estar conectados com as transformações e os novos hábitos de leitura e investir no futuro de nossos negócios nesse segmento”.

Caso Braga Neto

O pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas vai realizar nessa segundafeira, 5 de abril, a primeira audiência virtual no processo contra o juiz afastado José Braga Neto, suspeito de envolvimento com esquema de extorsão de presos comandado pelo filho, que é advogado. Na sessão administrativa, 14 testemunhas serão ouvidas pela juíza Lorena Sotto-Mayor, convocada para fazer a instrução pelo desembargado-relator Washington Luiz.

Super processo

A Um dos maiores processos judiciais da história do Brasil desembarcou no Conselho Nacional de Justiça, com 103.500 páginas. É o processo de falência do Grupo João Lyra, que de tão volumoso tem até nuvem própria para não congestionar o sistema do CNJ. O caso foi parar no CNJ depois que advogados dos credores pediram o afastamento do desembargador Klever Loureiro, então responsável pelo processo”.


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AUXÍLIO EMERGENCIAL

Sai calendário de pagamentos de 2021

Como saber se foi aprovado para receber o Auxílio Emergencial A Dataprev realizará o cruzamento dos dados das pessoas cadastradas no grupo de beneficiários com os critérios do novo programa. A partir do dia 2 de abril, os cidadãos poderão verificar o resultado do processamento através do endereço auxilio.caixa.gov.br ou central 111.

Benefício do governo federal começa a ser pago no dia 6 de abril para os nascidos em janeiro ASSESSORIA

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Caixa vai creditar os pagamentos do Auxílio Emergencial 2021 a partir do dia 6 de abril. O anúncio aconteceu nesta quarta-feira (31), em Brasília. O calendário de crédito em conta digital segue até o dia 22 de agosto. Com a experiência do Auxílio Emergencial, criado pela Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, e da extensão do Auxílio Emergencial (Medida Provisória nº 1.000, de 2 de setembro de 2020), o calendário foi organizado para que o atendimento ocorra de forma ordenada e sem aglomeração. Os pagamentos serão escalonados, de acordo com o mês de nascimento do beneficiário, em ciclos de crédito em conta e saque em dinheiro. Para os beneficiários do Bolsa Família que receberão o auxílio, nada muda. Eles continuam a receber conforme o calendário habitual. Para reforçar a rede de atendimento aos brasileiros, a Caixa contratou 7,7 mil colaboradores para atuar nas mais de 4,2 mil agências em todo o país. O banco ainda intensificou os protocolos de combate à Covid-19 e vai reforçar a higienização e o

distanciamento em suas unidades. CALENDÁRIO O Auxílio Emergencial 2021 começará a ser pago no dia 6 de abril para os brasileiros nascidos em janeiro, enquanto o primeiro pagamento do Auxílio Emergencial 2021 para os beneficiários do Bolsa Família será no dia 16 de abril. CAIXA TEM A conta Poupança Social Digital é uma poupança simplificada, sem tarifas de manutenção, com limite mensal de movimentação de até R$ 5 mil. A movimentação do valor dos benefícios pode ser realizada por meio digital com o uso do aplicativo CAIXA Tem. Atualmente, 75% das movimentações da conta Poupança Social Digital são feitas de maneira digital, por meio do CAIXA Tem. Pelo aplicativo, é possível realizar compras em supermercados, padarias, farmácias e outros estabelecimentos com o cartão de débito virtual e QR Code. O trabalhador também pode pagar contas de água, luz, telefone, gás e boletos em geral pelo próprio aplicativo ou nas casas lotéricas pela opção “Pagar na Lotéri-

ca”. A partir da data de disponibilização dos recursos para saque ou transferência, também de acordo com o mês de nascimento, os beneficiários poderão transferir os recursos para contas em qualquer banco, sem custo, ou realizar o saque em terminais de autoatendimento e casas lotéricas. Quem terá direito ao Auxílio Emergencial em 2021 Pelas novas regras, estabelecidas pela Medida Provisória 1.039/2021, o auxílio será pago às famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, desde que a renda por pessoa seja inferior a meio salário

mínimo. É necessário que o beneficiário já tenha sido considerado elegível até o mês de dezembro de 2020, pois não haverá nova fase de inscrições. Para quem recebe o Bolsa Família, continua valendo a regra do valor mais vantajoso. A família receberá o benefício com maior valor, seja a parcela paga no âmbito do programa, seja o valor do Auxílio Emergencial. O valor médio do benefício será de R$ 250, variando de R$ 150 a R$ 375, a depender do perfil do beneficiário e da composição de cada família. A família monoparental, chefiada por uma mulher, vai receber R$ 375 e pessoas que moram sozinhas vão receber R$ 150.

Papel de cada ente envolvido A Caixa é o agente pagador do programa. O banco não participa nem interfere no processo de avaliação dos critérios de elegibilidade. O Ministério da Cidadania é o órgão gestor, que coordena a identificação e o pagamento das famílias elegíveis ao Auxílio Emergencial 2021. A Dataprev, por sua vez, faz o cruzamento de dados e informa à CAIXA os elegíveis a receber o benefício. A Caixa iniciou o pagamento da primeira etapa do Auxílio Emergencial em abril de 2020. Em 10 meses, o banco pagou R$ 294 bilhões para 67,9 milhões de beneficiários. Ao todo, foram processados 109,2 milhões de cadastros. O site criado para o programa recebeu 1,95 bilhão de visitas; foram mais de 144 milhões de downloads do App Auxílio Emergencial; mais de 670 milhões de ligações para central telefônica 111 e mais de 324,5 milhões de downloads do aplicativo CAIXA Tem. Atendimento ao cidadão A central telefônica 111 da Caixa funciona de segunda a sexta, das 7h às 22h e está pronta para atender os beneficiários do Auxílio Emergencial. Além disso, o banco disponibiliza o site https://www.caixa. gov.br/auxilio e as redes sociais: twitter.com/, caixafacebook.com/, caixainstagram.com/ e caixayoutube. com/user/canalcaixa.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Guerra oculta

Indecisão

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derrubada de alguns vetos na Câmara de Vereadores na semana que passou acendeu uma luz de alerta na Prefeitura de Maceió, que ainda detém a maioria na Casa de Mário Guimarães. Desentendimento dali, desentendimento acolá, o certo é que o prefeito JHC parece não ter o domínio total de sua bancada.

Troca de gentilezas

Como acontece em todo o processo democrático, existem os que são radicalmente contra o comando da municipalidade e os que negociam vantagens e favores nas caladas da noite. Sem conseguirem emplacar aliados no município e tampouco serem favorecidos com obras em seus redutos eleitorais, alguns vereadores estão dando o troco ao prefeito JHC.

Reflexo

O resultado desse imbróglio foi a derrubada de vetos do prefeito JHC, que mesmo com o esforço do líder da bancada, Siderlane Mendonça, não tem conseguido apagar o fogo de monturo que queima por baixo na Câmara de Maceió.

Reação

A demora na nomeação por parte do prefeito JHC de aliados de alguns vereadores tem atrapalhado as negociações na Câmara de Maceió. O prefeito deve entender que o “toma lá, dá cá” é um instrumento centenário que ainda continua em pleno vigor.

Prova de fogo

Com a aprovação da obrigatoriedade do uso de máscara em locais públicos, resta ao governo fiscalizar e punir quem desobedecer às regras votadas e aprovadas pela Assembleia Legislativa. É trabalho para super homem.

O fato é que vários vetos de interesse do Executivo foram derrubados, o que demonstra, a princípio, que o Grupo dos 11, maduro e experiente, está convencendo boa parte dos vereadores que, nos bastidores, revelam não estarem muito satisfeitos com o tratamento que vêm recebendo.

Alto lá

Depois do embate da família Calheiros com o então vice-governador e atual prefeito de Arapiraca Luciano Barbosa, ninguém, pelo menos por enquanto, quer assumir compromisso político com a tropa de Murici. É por isso e por outras coisas que o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, conversa, conversa com Renan Filho nas nada sobre compromissos para 2022.

Mais distante

Ressabiados com os últimos acontecimentos que ensejaram um arranca-rabo político entre os Calheiros e Luciano Barbosa, negociações neste momento que envolvam o Palácio República dos Palmares, é muito difícil de acontecer.

Decisão adiada

Como negociar aliança entre o governo do Estado e adversários políticos é coisa pra inglês ver, somente no segundo semestre deste ano se pode saber quais os acordos que estão em curso. Confiar, desconfiando, é o lema de quem vai decidir quem será o candidato a governador se Renan Filho se mostrar disposto a se desincompatibilizar para disputar a única vaga do Senado.

Alternativa

O nome do secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, para disputar o governo em 2022 seria a mais provável alternativa da família Calheiros. Amigo, conselheiro, leal e experiente técnico e político, Farias facilitaria uma grande aliança política, a qual passaria, também e principalmente, pela Assembleia Legislativa.

Para deixar o governo nas mãos do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, que lidera com competência deputados com assento na Casa, o governador Renan Filho teria que assumir muitos compromissos. É nesse porém que residem as incertezas que deverão voltar à tona com muita força a partir do segundo semestre, tão logo a pandemia dê sinais de retração.

Trombando

Sem rejeição

Tranquilo, competente e capaz de ser uma solução entre gregos e troianos, Fábio Farias é a carta na manga da família Calheiros para participar de uma grande composição política.

Impasse

Nessa disputa as lideranças políticas também teriam que sentar com o senador Fernando Collor e consequentemente com o prefeito de Maceió, JHC. A depender deles, o quadro político estaria equacionado. Mas, no caminho, tem uma pedra.

De fora

A princípio avaliados para substituir Renan Filho, Rafael Brito e Alexandre Ayres já não fazem mais parte da primeira opção, nem o secretário da Fazenda, George Santoro. Nessa encruzilhada, somente uma grande composição política uniria governo e oposição.

O secretário da Fazenda, George Santoro, decidiu mesmo tomar as dores do governo e partiu para a discussão com deputados sobre a cobrança do ICMS no preço dos combustíveis. E essa discussão vai longe pelo o que se tem notado.

Em alta

O senador Fernando Collor foi bem recepcionado na Assembleia Legislativa e fez um balanço de suas atividades no exercício do mandato em Brasília. Collor se prontificou com os deputados a ser uma ponte entre a classe política alagoana e as grandes demandas do estado em Brasília.

Fecha tudo

Se isso não ocorre na prática, pelo menos nesta Sexta-Feira Santa todas as atividades comerciais estarão fechadas, inclusive as praias. O governo quer, com isso, estabilizar o crescimento da pandemia que já matou mais de 3 mil e 500 alagoanos.


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COTÃO

Deputados alagoanos gastam quase meio milhão de reais em três meses

Nivaldo Alburquerque e Tereza Nelma encabeçam lista do ranking de despesas JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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s nove deputados de Alagoas que atuam na Câmara Federal, em Brasília, já gastaram no primeiro trimestre de 2021 quase meio milhão de reais da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o famoso Cotão. Mais precisamente, a quantia utilizada foi de R$ 471.735,72. Desse valor, R$ 209.650 (44,44%) foram destinados à “Divulgação da Atividade Parlamentar”, ou seja, publicidade; R$ 123.000 (26,07%) em “Consultorias, Pesquisas e Trabalhos Técnicos”; R$ 41.904,26 (8,88%) para “Manutenção de Escritório de Apoio à Atividade Parlamentar”; e R$ 41.061,65 (8,70%) em “Locação ou Fretamento de Veículos Automotores”. Outros R$ 56.119,81 (11,90%) foram gastos com despesas variadas. Esses números estão disponíveis ao público no site da Câmara dos Deputados. Em comparativo com o mesmo período do ano passado, época ainda não pandêmica - pelo menos no Brasil -, a economia foi de R$ 218.925,95. Na ocasião, os parlamentares tinham utilizado R$ 690.661,67 do Cotão. Em 2021, o primeiro lugar no ranking dos gastos está sendo disputado entre Nivaldo Albuquerque (PTB) e Tereza Nelma (PSDB). No entanto, o filho do deputado estadual Antônio Albuquerque (PTB) ainda figura no topo. Nivaldo gastou, no primeiro trimestre, R$ 97.030,93, sendo R$ 80.000 no desenvolvimento de con-

sultoria e pesquisas; R$ 16.204,36 na manutenção de seu escritório de apoio à atividade parlamentar e R$ 826,57 em telefonia. No caso das consultorias e levantamentos, o valor foi pago à Falpe Pesquisas. Já Tereza Nelma gastou nesses três primeiros meses do ano a quantia de R$ 93.736,32. Seu maior investimento foi com publicidade: R$ 57.800. A segunda maior despesa é com “Serviço de Segurança Prestado por Empresa Especializada”, no valor de R$ 10.500. Já R$ 10.182,50 foram para o escritório de apoio; R$ 6.720,60 em combustíveis; e R$ 3.000 em aluguéis de carros. Também houve outras despesas, como hospedagem (R$ 2.463,37), telefonia (R$ 1.796,77) e serviços postais (R$ 1.273,08). Desde fevereiro, Tereza Nelma é líder da bancada federal de Alagoas, a primeira mulher a ocupar essa função. Quem “passou a faixa” foi o deputado Marx Beltrão (PSB), que coincidentemente, está no terceiro lugar desse ranking de gastos. O filho do finado deputado estadual João Beltrão (PRTB) utilizou R$ 79.638,55. A lista de gastos é composta por: divulgação da atividade (R$ 45.600); consultorias e pesquisas (R$ 32.000); combustíveis (R$ 1.498,84); manutenção de escritório (R$ 501,70); passagem aérea - Rpa (R$ 31,51); e telefonia (R$ 6,50). Na quarta posição está Sérgio Toledo (PL), com R$ 64.059,99. As despesas estão elencadas como: publi-

Nivaldo Albuquerque e Tereza Nelma são os campeões de gastos da bancada federal cidade (R$ 30.000), locação de carros (R$ 18.000), passagens aéreas (R$ 8.328,87), escritório (R$ 7.344,40), telefonia (R$ 261,53) e serviços postais (R$ 125,19). E o “Top Five” é encerrado pelo petista Paulão, cujo valor total de gastos é R$ 40.086,36, sendo R$ 12.000 com aluguel de veículos, R$ 11.000 com pesquisas, R$ 6.102,10 em escritório, R$ 5.000 em publicidade, R$ 4.683,60 em passagens aéreas, R$ 672,11 em telefonia, R$ 562,10 com

combustíveis e R$ 66,45 em serviços postais. Retornando à casa na cadeira do agora prefeito JHC (PSB), Pedro Vilela (PSDB) ficou com a sexta posição, tendo gastos de R$ 39.819,20. Falando em JHC, o líder do Executivo maceioense também registrou gastos neste ano em Brasília: R$ 465,72 em telefonia. No Senado Federal, o primeiro da lista é Fernando Collor (Pros), com R$ 64.000; seguido por Rodri-

Confira a tabela do ranking de gastos CÂMARA

- Nivaldo Albuquerque (PTB) - R$ 97.030,93 - Tereza Nelma (PSDB) - R$ 93.736,32 - Marx Beltrão (PSD) - R$ 79.638,55 - Sérgio Toledo (PL) - R$ 64.059,99 - Paulão (PT) - R$ 40.086,36 - Pedro Vilela (PSDB) - R$ 39.819,20 - Severino Pessoa (REPUBLICANOS) - R$ 36.912,01 - Arthur Lira (PP) - R$ 12.657,76 - Isnaldo Bulhões Jr. (MDB) - R$ 7.328,88 - JHC (PSB) - R$ 465,72 (prefeito de Maceió desde janeiro)

SENADO

- Fernando Collor (Pros) - R$ 64.000 - Rodrigo Cunha (PSBD) - R$ 54.478,18 - Renan Calheiros (MDB) - R$ 40.080,71

go Cunha (PSDB) que teve gastos de R$ 54.478,18; e Renan Calheiros (MDB), de R$ 40.080,71. O maior gasto de Collor foi com contratação de serviços de apoio ao parlamentar, que na realidade é o valor total de sua despesa. Já Cunha gastou R$ 17.531,67 em passagens aéreas e Calheiros, assim como Collor, com contratações de serviços: R$ 14.950. No caso do Senado, os números de algumas despesas de março ainda não foram atualizados. SOBRE O COTÃO O Cotão custeia as despesas do mandato, como passagens aéreas e conta de celular. Algumas são reembolsadas, como as com os Correios, e outras são pagas por débito automático, como a compra de passagens. Nos casos de reembolso, os deputados têm três meses para apresentar os recibos. O valor mensal não utilizado fica acumulado ao longo do ano - isso explica porque em alguns meses o valor gasto pode ser maior que a média mensal.


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ORÇAMENTO DA UNIÃO Maior obra hídrica de Alagoas tem histórico de irregularidades

Congresso barra novos investimentos no Canal do Sertão Obra é caso extremo de incapacidade de cumprimento de cronograma, diz TCU JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Canal do Sertão de Alagoas não receberá recursos federais em 2021 devido a uma lista de irregularidades. Foi o que decidiu o Congresso Nacional no último dia 25, durante a aprovação do orçamento para o ano vigente. Mas, vale ressaltar que o bloqueio ocorrerá até que os problemas sejam corrigidos. Outras grandes obras também foram bloqueadas. São elas: a adequação de trecho da BR-116 (BA); a construção da BR-040 (RJ); o BRT de Palmas (TO); a ampliação de capacidade da BR-209 (RS); a Ferrovia Transnordestina; e o Sistema Adutor do Ramal do Piancó (PB). O veto de investimentos foi baseado em levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Um dia antes da análise no Senado, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) da

Câmara analisou parecer do Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI), coordenado pelo deputado Ruy Carneiro (PSDB-PB), que incorporou em seu relatório as recomendações da Corte de Contas sugerindo o bloqueio da execução física, orçamentária e financeira de empreendimentos. O EXTRA teve acesso ao documento encaminhado por Carneiro à apreciação de deputados e senadores. No caso do Canal do Sertão, uma das problemáticas gira em torno do contrato de número 58/2010-CPL/AL para a execução das obras e serviços entre o km 123,4 e o km 150,00, correspondendo ao Trecho 5 da obra, que está sob responsabilidade da polêmica Construtora Queiróz Galvão S.A. Em janeiro do ano passado, a Controladoria-Geral da União (CGU) declarou a

construtora Queiroz Galvão como inidônea por causa de irregularidades, desta vez, em contratos com a Petrobras. Ao ser declarada inidônea, a empresa ficaria proibida de realizar novos contratos com a administração pública por um prazo inicial de dois anos, que pode ser prorrogado. Porém, a Queiroz Galvão recorreu. A empresa foi nome carimbado na Operação Lava Jato, acusada de financiar campanhas de deputados e senadores em suposto esquema de troca de favores e lavagem de dinheiro. Quanto ao Canal do Sertão, o TCU encontrou indícios de superfaturamento decorrente de preços excessivos frente ao mercado. Segundo relatório, o caso do Canal do Sertão alagoano contempla uma larga trajetória de irregularidades destacando que a Secretaria de Estado da Infraestrutura de Alagoas (Seinfra) já

tinha sido intimada a rever o contrato de modo a sanear o sobrepreço (superfaturamento) de R$ 48.331.865,89 decorrente de preços excessivos frente ao mercado. Trecho do relatório informa que a empresa contratada apresentou recurso para que o contrato não fosse alterado, embora o despacho de seu acolhimento tenha determinado em caráter cautelar, à Seinfra, que se abstivesse de efetuar pagamentos dos serviços com preços unitários superiores aos apurados pelo TCU. No ano de 2017, uma auditoria sugeriu a paralisação das obras porque não teria ocorrido nenhuma modificação na situação do contrato irregular, que, mesmo vigente, sequer havia ordem de serviço para o início das obras. “A obra em questão apresentou, nos demais trechos, problemas severos de regularidade. No Trecho 4, o Acórdão 2.957/2015-Ple-

nário denunciou sobrepreço, estando vigente medida cautelar do TCU para impedir pagamentos acima dos preços unitários nele fixados, medida esta que vem sendo cumprida, além de serem apresentadas informações sobre as tratativas para repactuação dos preços, ainda não concluídas. Para o referido Trecho 4, nenhum dos acórdãos ou relatórios de fiscalização mencionados trouxe recomendação de paralisação nem retenção parcial de valores. Em 2016, foram detectados acréscimos ou supressões em percentual superior ao legalmente permitido, no Trecho 3, reiterando prática que já havia sido detectada várias vezes no mesmo contrato, o que não foi considerado apto a ensejar indicação adicional de paralisação ou retenção de valores”, destacou o documento do senador Ruy Carneiro.


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Licitação teria sido dirigida

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inda houve o apontamento pela fiscalização do TCU de que as revisões de projeto acarretaram supressões e acréscimos de serviço que extrapolaram os limites legais de alteração contratual, com considerável possibilidade de novas alterações de serviços e/ou quantitativos após o início das obras. Destacou ainda que haveria “graves vícios do projeto submetido à licitação original que acarretariam nulidade da licitação e dos atos supervenientes, pois o certame carecia dos elementos e das informações necessárias para que os concorrentes pudessem elaborar suas propostas”. Tal fato mostraria que a licitação estaria destinada a ter a Construtora Queiroz Galvão como vencedora. Quanto ao sobrepreço do Trecho 5, foi informado ao TCU pelo gestor estadual, no caso o governador Renan Filho, que um novo aditivo veio a ser celebrado em dezembro de 2017 com readequação e repactuação nos limites máximos de preços, isso sem manifestação definitiva do Tribunal quanto à adequação dos novos preços. Em 2018, acórdão do TCU apontou que a obra do Canal do Sertão é o “caso extremo” de incapacidade do cumprimento do cronograma por parte dos órgãos executores, permanecendo inconcluso há 26 anos, tendo o valor, em preços constantes, subido 12,68% desde seu início no longínquo ano de 1993; o atraso acumulado no Trecho 5 alcançava 6,12 anos. Apesar das recomendações e alertas sobre as irregularidades, o relatório informou que “em 2020, a fim de atualizar as informações acerca do cumprimento, pela Seinfra/AL, das providências com vistas a regularizar o sobrepreço de R$ 48.331.865,89 (data-base junho de 2010) no Trecho 5 do Canal Adutor do Sertão Alagoano, foi realizada a fiscalização 44/2020 (...). Neste contexto, foi observado que: não houve repactuação do Contrato 58/2010, permanecendo, assim, o sobrepreço identificado; prossegue não firmado o Termo de Compromisso entre a União (Ministério do Desenvolvimento Regional) e o Estado de Alagoas para a transferência de recursos federais a serem aplicados na obra em questão; e, por orientação da Procuradoria Geral do Estado de Alagoas, foi extinto o Contrato 117/2005, cujo objeto era a execução do projeto executivo da obra em comento, lançando-se novo procedimento licitatório para a contratação da empresa”.

Presidente da Câmara, Arthur Lira diz que obra depende apenas de nova licitação

Lira contesta bloqueio

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epois de alertar para a possibilidade de paralisação das obras do Canal do Sertão, a deputada Jó Pereira (MDB) informou, na semana passada, que, segundo o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP), não há descontinuidade da obra, mas sim uma exigência legal para que o Estado realize uma nova licitação. “Encaminhei a notícia do eventual bloqueio para o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira. O deputado me passou a posição da Comissão Mista de Orçamento: não há paralisação ou descontinuidade da obra do Canal do Sertão. Há sim uma exigência, que vem sendo co-

locada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, de uma nova licitação, não só por exigência legal, mas para obter preços mais baixos”, disse. Jó prosseguiu dizendo que, ainda conforme as informações repassadas por Arthur Lira, houve o bloqueio do contrato anterior, de número 58/2010 que, embora já tenha dez anos, ainda é utilizado pelo Estado de Alagoas para o repasse de recursos: “O que está impedida é a transferência de recursos para o Estado por meio desse contrato. Há um bloqueio do contrato e não da obra. Uma nova licitação é necessária para viabilizar a continuidade”.

No entanto, a posição de Lira destoa do que foi publicado pelo Senado Federal. “O PLOA 2021 lista sete obras com irregularidades graves que não poderão receber recursos, a menos que os problemas sejam resolvidos: o Canal Adutor do Sertão Alagoano (AL); a adequação de trecho da BR-116 (BA); a construção da BR-040 (RJ); o BRT de Palmas (TO); a ampliação de capacidade da BR-209 (RS); a Ferrovia Transnordestina; e o Sistema Adutor do Ramal do Piancó (PB)”, pontou material liberado ao público pela assessoria de imprensa do Congresso Nacional.


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ORÇAMENTO DA UNIÃO

Parlamentares garantem R$ 1,562 bilhão para Alagoas Estado teve incluídas 15 emendas de execução obrigatória, sendo que metade voltada para a saúde TAMARA ALBUQUERQUE

tamarajornalista@gmail.com

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Congresso Nacional aprovou no último dia 25 a proposta orçamentária deste ano (PLN 28/20) com receitas estimadas em R$ 4,324 trilhões e despesas em R$ 2,576 trilhões. Mas, para assegurar a aprovação do parecer final foram remanejados do texto enviado pelo Executivo R$ 26,5 bilhões em despesas para atendimento aos pleitos dos parlamentares. O relator-geral da proposta orçamentária, senador Márcio Bittar (MDB), incorporou quase R$ 19 bilhões oriundos de 7.133 emendas parlamentares à despesa. A maioria (86%) é de emendas impositivas, de execução obrigatória pelo Executivo. Das emendas individuais, mais de R$ 8,3 bilhões são de deputados e mais de R$ 1,3 bilhão de senadores. De acordo com o texto, o valor total das emendas impositivas individuais por parlamentar foi fixado em R$ 16.279.986,00 distribuídos em até 25 propostas. Obrigatoriamente, metade desse valor deve ser destinado à saúde. O cálculo foi feito ainda no ano passado pelas consultorias de Orçamento do Congresso Nacional. Já para as emendas de bancadas estaduais foi fixado o valor até R$ 241.460.468,00 por unidade de federação. Os parlamentares de Alagoas apresentaram 106 emendas individuais de apropriação de despesa, sendo 29 pelos senadores e 77 pelos deputados. Nesse conjunto, 10 emendas foram destinadas a projetos e obras nacionais e o restante garantiram ao estado R$ 1.562.287.656,00 no Orçamento 2021. A emenda parlamentar é um instrumento pelo qual o Congresso Nacional participa da composição do orçamento anual. Elas aperfeiçoam a proposta de orçamento elaborada pelo Executivo, visando a melhor alocação dos recursos públicos. Em síntese, é a oportunidade para os parlamentares acrescentarem recur-

sos financeiros às programações orçamentárias e atender as demandas das comunidades que eles representam. Dificilmente um parlamentar destina recursos de uma emenda individual para estados que não o elegeram. Mas tem os casos de projetos em âmbito nacional que o parlamentar prioriza e beneficia com emendas parlamentares. O Orçamento 2021 foi aprovado com 346 votos favoráveis e 110 contrários na votação da Câmara dos Deputados. No Senado foram 60 votos a favor e 12 contra. Houve ainda uma abstenção em cada Casa. O texto seguiu para sanção presidencial. Na proposta, o limite de gastos para a União, chamado de teto de gastos, é de R$ 1,486 trilhão, conforme a Emenda Constitucional 95. Na prática o valor cairá para R$ 1,480 trilhão porque há dispêndios do ano passado a serem quitados agora, e outros previstos para 2021 que ficarão para 2022. Dentro do teto de gastos estão benefícios da Previdência Social e da Assistência Social (BPC), seguro-desemprego e abono salarial. O texto aprovado considera um valor de R$ 1.067,00 para o salário mínimo, que desde janeiro vale R$ 1.100,00. Desse valor, o Poder Legislativo (Senado, Câmara dos Deputados e Tribunal de Contas da União) poderá gastar até R$ 13,51 bilhões este ano e o Judiciário, R$ 50,52 bilhões. Já o gasto total com despesas de pessoal foi estimado no documento em R$ 286,7 bilhões. As 26 bancadas estaduais e a do Distrito Federal ofereceram emendas parlamentares à proposta orçamentária no valor de R$ 241,46 milhões para cada uma delas. Os recursos correspondem atualmente a 1% da Receita Corrente Líquida apurada para o ano anterior àquele da vigência da Lei Orçamentária Anual, no caso 2020. A bancada de Alagoas apresentou 15 emendas de execução obrigatória ao Orçamento 2021. Do total, 50% dos recursos beneficiaram a área da saúde.

Renan, Collor e Rodrigo Cunha destinaram cinco emendas para saúde

Senadores destinam R$ 23 milhões para a saúde

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a proposta orçamentária aprovada, os senadores Fernando Collor (PROS), Renan Calheiros (MDB) e Rodrigo Cunha (PSDB) destinaram 5 emendas individuais de um montante de 29 para projetos na área da saúde. Juntas, as emendas somam R$ 23.601.868,00 para custeio dos serviços de assistência hospitalar; estruturação de unidades de atenção especializada em saúde; assistência ambulatorial e emergência internacional em saúde. Cunha dividiu sua cota de R$ 16.279.986,00 em 19 emendas individuais para programas de melhoria da qualidade ambiental urbana; preservação do patrimônio cultural; infraestru-

tura para esporte educacional, recreativo e de lazer; educação básica; controle e defesa da população animal; fortalecimento da economia solidária; melhorias no sistema de abastecimento e também fortalecimento da agricultura no estado. Collor apresentou cinco emendas apenas, sendo duas para a área da saúde. Em Alagoas R$ 8.139.993,00 vão para ações e projetos de emergência na pandemia e R$ 200 mil para programas realizados pela rede Sarah de hospitais de reabilitação. Renan Calheiros destinou recursos em cinco emendas para projetos de infraestrutura na área do turismo (R$ 550 mil) e na área da saúde, no valor de R$ 13.439.986,00.


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ORÇAMENTO DA UNIÃO

Deputados alagoanos incluem 77 projetos

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s emendas individuais apresentadas pelos deputados federais de Alagoas beneficiam 77 projetos no Orçamento 2021. O presidente da Casa, Arthur Lira, destinou para duas emendas R$ 8.139.993,00. Os recursos foram para a reestruturação da rede primária de atenção à saúde e para apoio a projetos de desenvolvimento sustentável local. Lira foi o deputado alagoano que menos emendas elaborou na proposta orçamentária. Já a deputada Tereza Nelma pulverizou os recursos para viabilizar 19 projetos, sendo que dois beneficiados são de âmbito nacional. Confira as emendas dos demais parlamentares: SÉRGIO TOLEDO (4 EMENDAS) - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Primária à Saúde em Alagoas...... R$ 500.000,00 - Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Atenção Primária à Saúde para Cumprimento de Metas em Alagoas .............R$ 1.000.000,00 - Apoio a Projetos de Desenvolvimento Sustentável Local Integrado em Alagoas........R$1.000.000,00 - Reforço de Recursos para Emergência Internacional em Saúde Pública – Coronavírus em Alagoas................ R$ 13.779.986,00

SEVERINO PESSOA (4) - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Primária à Saúde em Alagoas.....R$ 100.000,00 - Estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde em Alagoas........ R$ 500.000,00 - Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Atenção Primária à Saúde para Cumprimento de Metas em Alagoas R$ 7.839.993,00 - Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Assistência Hospitalar e Ambulatorial para Cumprimento de Metas em Alagoas..........R$ 7.839.993,00 NIVALDO ALBUQUERQUE (4) - Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Assistência Hospitalar e Ambulatorial para Cumprimento de Metas em Alagoas..........R$ 2.279.986,00 - Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Atenção Primária à Saúde para Cumprimento de Metas (AL) ...........R$ 6.000.000,00 - Transferências Especiais - No Estado de Alagoas ......R$ 7.750.000,00 - Apoio das Forças Armadas à Inclusão Social e à Valorização da Cidadania Projeto Nacional ....R$ 250.000,00 MARX BELTRÃO (5) - Incremento Temporário

Isnaldo Bulhões

Severino Pessoa

Tereza Nelma

Paulão

ao Custeio dos Serviços de Atenção Primária à Saúde para Cumprimento de Metas (AL)..........R$ 7.039.993,00 - Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Assistência Hospitalar e Ambulatorial para Cumprimento de Metas (AL).......... R$ 1.100.000,00 - Transferências Especiais (AL).........R$ 7.539.993,00 - Apoio a Iniciativas e Projetos de Inclusão Digital (AL) ....R$ 300.000,00 - Promoção e Defesa de Direitos para Todos - Aliança Nacional LGBTI (AL) R$ 300.000,00 TEREZA NELMA (19) Recursos para: Fomento ao Setor Agropecuário em Alagoas R$ 200.000,00; Aprestamento das Forças – Nacional R$ 100.000,00; Apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano Voltado à Implantação e Qualificação Viária em Alagoas R$ 1.300.000,00; Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Assistência Hospitalar e Ambulatorial para Cumprimento de Metas em Alagoas R$ 2.139.993,00; Desenvolvimento de Atividades e Apoio a Projetos e Eventos

Pedro Vilela

Sérgio Toledo

Nivaldo Albuquerque Marx Beltrão de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social em Alagoas R$ 100.000,00; Estruturação da Rede de Serviços do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em Alagoas R$ 550.000,00; Promoção do Cooperativismo e Associativismo para o Desenvolvimento Agropecuário em Alagoas R$ 300.000,00; Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Atenção Primária à Saúde para Cumprimento de Metas (AL) R$ 3.000.000,00; Apoio a Entidades de Ensino Superior Não Federais (AL) R$ 300.000,00; Redução da Demanda de Drogas (AL) R$ 100.000,00; Aquisição e Distribuição de Alimentos da Agricultura Familiar para Promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (AL) R$ 100.000,00; Apoio a Projetos de Desenvolvimento Sustentável Local Integrado (AL) R$ 100.000,00; Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Primária à Saúde - No Estado de Alagoas R$ 1.000.000,00; Estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde (AL) R$ 2.000.000,00; Promoção e Defesa de Direitos para Todos - Sem detalhamento – R$ 2.300.000,00; Apoio a Projetos de Infraes-

trutura Turística (AL) R$ 468.000,00; Promoção e Fortalecimento da Estruturação Produtiva da Agricultura Familiar, Pequenos e Médios Produtores Rurais (AL) R$ 350.000,00; Promoção e Desenvolvimento do Paradesporto Nacional R$ 300.000,00; Apoio ao Desenvolvimento da Educação Básica Alagoas R$ 1.571.993,00 PAULÃO (13) O deputado apresentou 13 emendas individuais nas áreas da saúde; trabalho e emprego; assistência social; ensino superior; cultura; desenvolvimento sustentável; educação profissional e pesquisa e desenvolvimento. ISNALDO BULHÕES (9) Áreas de saúde; defesa de direitos; transferências especiais, acessibilidade; assistência social; Desenvolvimento sustentável. PEDRO VILELA (17) Emendas nas áreas da saúde; saneamento básico; rede federal de educação; cultura; veterinária; organizações militares; esportes; transferências especiais.


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MIRANDO 2022

Ao lado de Collor, deputados mandam recado a Renan Filho Palácio busca reação, mantendo nomes em evidência para o governo e Senado ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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presença, com pompa e holofotes, do senador Fernando Collor (PROS), ao lado do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB), e de deputados estaduais, na Assembleia Legislativa, tem gestos voltados para as eleições do ano que vem e um recado ao governador Renan Filho (MDB): ele precisará ter performance muita boa na administração estadual se quiser enfrentar Collor no próximo ano na disputa pela única vaga ao Senado. Collor faz questão de mostrar intimidade política com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Por outro lado, Renan Filho turbina mais nomes do Palácio República dos Palmares para o cenário eleitoral. Além de Alfredo Gaspar de Mendonça (Segurança), Alexandre Ayres (Saúde) e Rafael Brito (Indústria, Comércio, Turismo e Minas e Energia), George Santoro (Fazenda) passa a ser assíduo frequentador das redes sociais. Teoricamente, Renan Filho e o senador Renan Calheiros (MDB) apoiam a eleição de Lula ao Palácio do Planalto. O PT procura alternativas que possam garantir a reeleição do deputado Paulão a federal, mas é provável que ele dispute uma vaga na Assembleia Legislativa. Outro nome cotado pelo partido é o

da economista Luciana Caetano, provável candidata ao governo do Estado, repetindo estratégia de 2006 quando a professora Lenilda Lima era a única presença feminina na dura eleição rachada entre dois usineiros, Teotonio Vilela Filho e João Lyra. COLLOR, DEPUTADOS E JHC Fernando Collor mostrou que é uma peça importante no cenário local esta semana. E, na Assembleia Legislativa, os deputados mostraram mágoas e ranger de dentes quando falavam de Renan Filho na frente do senador. A leitura dos deputados é que Collor busca fidelizar o apoio do Legislativo estadual via Marcelo Victor (SD) num provável embate com o governador nas urnas. Victor perguntou a Collor se ele era candidato à reeleição. “Com certeza, não tenha dúvida”, respondeu o senador. É ainda um recado a Renan Filho, com uma declaração de Victor a Collor: a Assembleia está voltada ao diálogo e ainda não tomou posição no cenário eleitoral de 2022. Falou o que Collor quis ouvir. O senador esteve na terça na Assembleia. Na agenda oficial, era uma visita de cortesia, mas o encontro respirou política, eleições e Brasília em todos os seus poros. Ele assistiu à sessão como convidado de honra, tirou fotos e viu deputados man-

Visita de Collor à Assembleia foi vista como estratégia do senador visando reeleição darem recados, alguns mais duros, ao governador: Jó Pereira (MDB futura PP), Ângela Garrote (PP), Antônio Albuquerque (PTB), Cabo Bebeto (PTC), Davi Davino (PP), Davi Maia (DEM), Galba Novaes (MDB, futuro PP), Inácio Loiola (PDT). A defesa veio de Sílvio Camelo (PV). No início da semana, Collor estava ao lado do prefeito JHC, na inauguração de um conjunto habitacional no bairro do Benedito Bentes, seguindo a mesma estratégia: se mostrar como um embaixador de Bolsonaro, espécie de porta-voz federal, elevando seu passe político -eleitoral entre vereadores, prefeitos e passando pelos deputados estaduais e a bancada federal. Collor sabe que a reeleição é o único projeto do Governo de Bolsonaro. Também sabe que é vantajosa a aproximação da Organização Arnon de Mello, as em-

presas de sua família que passam por difícil momento financeiro e em recuperação judicial, da gestão federal. DINÂMICA DOS PARTIDOS Na busca pela reeleição, Bolsonaro fez mudanças em ministérios e outros cargos estratégicos em Brasília, com o objetivo de aproximar o Centrão e, também, aumentar o poder dos militares que cercam a administração federal. A oposição enxerga tentativa de auto-golpe. PTB, PP, PSC, Patriotas e Republicanos devem apoiar o presidente, o que deve influenciar (mas não definir) o cenário em todos os estados. O PROS, de Collor; o Solidariedade, de Marcelo Victor e; o Avante devem apoiar a candidatura do ex -presidente Lula ao Palácio do Planalto nacionalmente. O que não deve se refletir

em Alagoas. O PSD ainda é uma incógnita. Representado em Alagoas pelo deputado federal Marx Beltrão, ele marcha com Renan Filho. O PL era cotado a apoiar Lula, mas graças à articulação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), fechou apoio com Bolsonaro. Nas demissões de ministros esta semana, Lira indicou a deputada federal Flávia Arruda (PLDF) para a Secretaria de Governo, pasta responsável pela articulação política com o Congresso. Em Alagoas, o PL é comandado pelo secretário de Infraestrutura, Maurício Quintella, calheirista de primeira ordem. O PTB ensaia oposição ao governador; o PP, de Lira, e o PSC, do vereador Marcelo Palmeira, já ocupam o lado contrário ao do Palácio República dos Palmares.


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MIRANDO 2022

JHC governador e Lessa prefeito devem atrair colloridos e esquerdas Collor deve disputar sua última eleição, mas precisa de um nome forte para o Executivo ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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união entre o senador Fernando Collor e o prefeito João Henrique Caldas (PSB) pode lançar o socialista para as eleições majoritárias, o que pode agregar apoio de setores estratégicos da esquerda em torno do vice de Jota, Ronaldo Lessa (PDT). Se JHC vencer as eleições para governador, Lessa é empossado prefeito da capital. Maceió tem uma simbologia para Collor. Nas eleições em que disputou o governo do Estado, após readquirir seus direitos políticos, a capital alagoana aplicou-lhe derrotas acachapantes em todas as votações ao Executivo estadual. Aos 71 anos e talvez se preparando para sua última eleição (se vencer fica no Senado até os 81), Collor enfrentará, teoricamente, o governador Renan Filho, 30 anos mais novo e com um vice, Marcelo Victor, nada calheirista e com pernas preparadas para uma rasteira política. Voltando a Collor: hábil na retórica e de posse do discurso anti-Renans (ainda bastante vivo, piorado neste cenário de desgaste da classe política por causa das medidas sanitárias na pandemia), ele precisa de um nome com votos ao governo para facilitar sua campanha ao Senado. Hoje este nome é o prefeito João Henrique Caldas. Com apoio de uma parte da esquerda, já que Ronaldo Lessa será prefeito da capital

em eventual vitória de Jota ao governo. A Rede deve lançar Heloísa Helena, ex-vereadora e ex-senadora, em busca de um espaço nacional para a legenda, evitando ser atingida pela cláusula de barreira. Marina Silva busca uma aproximação política com Ciro Gomes, do PDT. O PCB também se prepara para a disputa majoritária, assim como o PSOL, com a reitora honorária da Ufal, Valéria Correia, que foi candidata a prefeita, além do PC do B. O bolsonarismo, fenômeno das urnas em 2018, segue mais dividido. A reeleição do deputado Cabo Bebeto não une, na mesma mesa, o vereador Leonardo Dias (PSD) e o policial federal Flávio Moreno (PSL). O empresário Josan Leite pode voltar a disputar espaços na política local e uma nova safra de delegados e policiais civis, seguindo os caminhos da extrema-direita, quer chegar ao parlamento. LUGAR AO SOL O senador Rodrigo Cunha (PSDB) está em busca de um discurso para o retorno ao cenário político, negligenciado por ele nos últimos quatro anos. Fez mudanças em sua equipe de comunicação e tenta se colocar no páreo para a disputa ao governo. Passa a ter o nome mais movimentado nas redes sociais, apareceu esta semana em uma reunião com prefeitos na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Sua primeira bandeira: aumentar o valor pago do au-

JHC, Ronaldo Lessa e Rodrigo Cunha se uniram na campanha do ano passado xílio emergencial. Ele diz que existe espaço no orçamento para aumentar o valor pago, que hoje não cobre a linha da pobreza em nenhum lugar do país. O que basta? “Vontade política”. Eis o raciocínio dele: “Basta recordar que antes da criação do auxílio, o governo federal também propôs um valor muito baixo sob argumentos de dificuldade orçamentária. Pouco depois, com o decreto de calamidade e o orçamento de guerra aprovados pelo Congresso, quais-

quer dificuldades financeiras ficaram superadas”. Cunha diz que, além de estarmos no “auge da pandemia” ainda não existem “perspectivas de sair breve dessa situação”. E o que ele propõe? O senador pediu um estudo à Consultoria de Orçamento do Senado Federal em busca das “soluções orçamentárias que viabilizem esta demanda”. O que ele sabe, de antemão? “Acredito que a solução orçamentária não poderá ser

também sacrificando outros investimentos essenciais, como pretendia o texto inicial da PEC Emergencial, que pretendia retirar uma previsão constitucional de investimentos na área da saúde e educação”. E segue: “Gastamos muito no país, mas muitas vezes gastamos mal. A lógica da construção do orçamento público precisa ser urgentemente revista, dando prioridade ao investimento em políticas públicas de resultado, com análise detalhada e através de dados da sua eficiência”.


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MAIS SEGURANÇA

Uber começa expansão de checagem de documentos de usuários no Brasil Ferramenta aprimora análise de quem solicita viagens sem meio de pagamento digital

ASSESSORIA

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Uber começou a expansão de um novo recurso de segurança que faz a checagem de documentos de usuários que realizam viagens somente em dinheiro por todo o Brasil. As pessoas que solicitarem sua primeira viagem em dinheiro, sem fornecer dados do meio de pagamento digital (cartão de crédito ou débito), terão de tirar uma foto do documento de identidade (RG ou CNH), além de passar pela verificação já existente de CPF. O recurso já havia sido anunciado em primeira mão durante o Uber Destino 2020 como teste nas cidades de Juiz de Fora (MG), Petrolina (PE) e Feira de Santana (BA) e passa a ser expandido inicialmente para uma parte de novos usuários em todo país. A tecnologia também é utilizada pela Uber em países como Chile, México, Argentina, Costa Rica, Colômbia e República Do-

minicana. A nova ferramenta de checagem de documentos, voltada a aprimorar a identificação de quem viaja utilizando o app da Uber, se soma a outros recursos de verificação já existentes do lado dos motoristas parceiros, como checagem de antecedentes criminais e validação de documentos diretamente na base do Denatran, e de usuários, como uma parceria com a Serasa Experian para validação de CPF de que paga em dinheiro, tornando a plataforma cada vez mais segura para todos. De acordo com Marcello Azambuja, diretor do Tech Center da Uber no Brasil, o recurso é mais um importante passo para aprimorar a segurança da plataforma. “A Uber entende que a tecnologia pode aumentar a segurança de todos que usam o nosso aplicativo e essa expansão é mais uma prova dos nossos avanços na área. Essa ferramenta

complementa a verificação de CPF dos usuários que já realizamos há anos e que fica ainda mais completa com a checagem de CNH e RG. Com isso, poderemos dar mais tranquilidade para quem realiza viagens utilizando o nosso app”, afirma o diretor. A Uber também possui diversos recursos de segurança antes, durante e depois de todas as viagens. Confira algumas dessas ferramentas de verificação de identidade: CHECAGEM DE ANTECEDENTES CRIMINAIS Antes de começar a dirigir, todos os motoristas parceiros passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por uma empresa especializada. Essa checagem é refeita periodicamente com todos os motoristas ativos. VERIFICAÇÃO COM O DENATRAN A Uber possui um contrato com o Serpro, empresa de TI do governo federal, para confirmar as informações cadastrais dos motoristas e entregadores parceiros e de seus

veículos, em tempo real, a partir das informações da CNH e do documento do veículo com a autorização do Denatran. SELFIE DO MOTORISTA De forma aleatória, o aplicativo da Uber pede para que os motoristas parceiros tirem uma selfie, antes de aceitar uma viagem ou de entrar on -line. Isso ajuda a verificar a identidade de quem está atrás do volante. Além disso, no futuro, a ferramenta também exigirá que o motorista execute determinados movimentos para diminuir chances de fraude.

CÓDIGO DE VERIFICAÇÃO DE VIAGENS A ferramenta exclusiva da Uber de checagem via código ou PIN consiste de uma senha que é mostrada no app do usuário e precisa ser fornecida por ele ao motorista para que este último possa iniciar a viagem no aplicativo confirmando assim que tanto um quanto o outro estão na viagem correta. A Uber também está trabalhando para que essa verificação seja feita de forma automática no futuro, por meio de uma tecnologia usando ultrassom.


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TEOTÔNIO VILELA

Prefeitura inaugura Unidade de Saúde com moderna estrutura

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aúde mais presente, mais preparada e estruturada. A nova Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no centro de Teotônio Vilela vai ampliar os atendimentos, trazer mais dignidade, comodidade e respeito aos moradores da região. O novo equipamento foi inaugurado na última semana e deve atender todos os usuários do bairro e adjacências. Com uma estrutura ampla e moderna, a UBS15 conta com mais de 15 salas, para atendimento, entre elas, a farmácia abastecida e um consultório odontológico totalmente equipado. Já em sua inauguração, dois idosos foram imunizados contra a covid-19. O município tem se destacado no combate à pandemia, com medidas mais rígidas de prevenção e também no avanço da imunização. Para a secretária de Saúde do Município, Izabelle Pereira, essa obra entregue, ainda em meio à pandemia, vai trazer muitos benefícios e qualidade no atendimento de saúde da população. “Temos lançado mão e somado esforços junto à gestão municipal, aos parceiros políticos e aos profissionais para continuarmos avançando e melhorando nossos indicadores, que, a cada dia, confirmam uma saúde digna, gratuita, resolutiva e de qualidade prestada às famílias vilelenses”, afirmou a chefe da pasta. Ela também agradeceu os investimentos realizados pelo prefeito Peu Pereira e os recursos aportados ao município pelo deputado federal Arthur Lira, que foram essenciais para a entrega da nova unidade de saúde aos munícipes. A nova UBS conta com consultórios médicos, psicóloga, nutricionista, triagem, atendimento odontológico e toda uma estrutura que oferece mais conforto e qualidade aos usuários da comunidade.

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CIDADES INTELIGENTES

Maceió pode ganhar nova regulamentação para produção e uso do plástico Maior produtora da matéria prima na capital, Braskem será a principal afetada pela mudança BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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produção de resinas de polietileno, polipropileno e policloreto, consideradas matérias primas na produção de plástico PVC e carro chefe dos negócios da Braskem em Maceió, pode ganhar uma nova regulamentação na capital, a depender do avanço do projeto de transformar a cidade em uma Smart City, proposta pelo plano Smart Cities, idealizado pela Urban Systems e pela Necta. A extração do minério de salgema, que é a matéria prima para os produtos citados anteriormente, é responsável por causar o afundamento de cinco bairros da capital. A mudança pode acontecer por conta de Maceió ser uma das escolhidas para integrar o plano Smart Cities, que visa implementar ideias inovadoras que servirão de base para regiões com a mesma densidade demográfica, ou parecida. Atualmente, a capital é a 24ª mais bem posicionada no recorte da Região Nordeste e a 40ª colocada entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, conforme ranking da Connected Smart Cities, que compreende 11 eixos e 70 indicadores. “A ONU nos propôs sermos líderes do projeto Mares Limpos entre as cidades de Alagoas para tentarmos transformar a cidade de Maceió em plástico zero. Em

paralelo a essas mudanças, a ideia é trabalhar um programa de educação ambiental para trabalharmos a economia circular da cadeia de plástico”, explica Ricardo Santa Ritta, secretário de Turismo de Maceió. De acordo com o secretário, a provocação da ONU acontece devido “esse momento dos afundamentos dos bairros por conta da matéria prima do plástico”. “Nesse diálogo que está acontecendo com a Braskem a gente vai colocar nesse acordo que na mitigação dos impactos ambientais, seja incluído esse programa para que tenhamos essa cultura ambiental”, acrescenta. A mudança na regulamentação da produção do plástico, no entanto, ainda é embrionária e depende de outros setores da capital e do estado que também serão provocados pela ONU. Por ser considerada um dos principais polos turísticos do Brasil devido às belas praias, será aplicado o conceito de cidade inteligente principalmente voltado ao meio ambiente e à sustentabilidade, voltado à criação de novas regulamentações, principalmente na produção e no consumo de plástico. O novo marco regulamentário será proposto ao prefeito JHC (PSB), e nele serão apresentadas alternativas ao material através do programa Mares Limpos, que objetiva reduzir a pro-

dução e o consumo de plástico no Brasil. “Queremos aterrissar no território e fazer a diferença neste local para que possamos no futuro explorar e catalisar a experiência em outras regiões”, explicou Denise Hamú, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) durante o Evento Regional Maceió, que apresentou na última terça-feira, 30, as propostas para a cidade. Entre os critérios que fizeram a capital ser escolhida está o levantamento de 2020 feito pelo projeto, onde Maceió registrou melhora em relação ao ano anterior e agora está entre as 100 melhores do País em 3 eixos: Empreendedorismo,

Governança e Tecnologia e Inovação, este normalmente o principal atrelado às smart cities, onde Maceió subiu nove posições e alcançou a 90ª posição. Além do salto no ranking, um dos principais pontos que fez a cidade ser escolhida como cidade inteligente é o fato de a capital ser considerada pequena. “Como o território é um espaço pequeno, poderemos trabalhar a população e poderemos testar. É possível criar novas oportunidades de negócios verdes, novos fornecedores de plásticos sustentáveis, geração de renda diversificada e um potencial simbólico”, frisou a diretora do Pnuma. Nos últimos dois anos,

apesar da pandemia do novo coronavírus iniciada em 2020, o município também teve um aumento considerável em relação a produção de patentes, com depósito de 25 patentes por cem mil habitantes, crescimento expressivo em relação ao estudo de 2019. Em 2020, um quarto dos empregos formais da cidade eram ocupados por profissionais com ensino superior, ou seja, empregos qualificados. A cidade conta, ainda, com expressiva participação dos setores de Educação e Pesquisa e Desenvolvimento, com 7,3% dos empregos formais nestes setores, fatores que a levaram a ser escolhida pelo programa.


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SAÚDE

Santa Casa de Maceió otimiza abastecimento e consumo de insumos para intubação Brasil enfrenta escassez de medicamentos utilizados na UTI e hospital cria nova dinâmica de compras e protocolo de tratamento

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s hospitais privados brasileiros seguem enfrentando os obstáculos da complexidade no tratamento de casos graves com covid-19. A escassez de medicamentos para a sedação na UTI provocou instituições como a Santa Casa de Maceió a aprimorar as relações de compra e de uso de fármacos para garantir a qualidade da sedação de pacientes que chegam a ficar mais de 15 dias intubados. O planejamento para abastecer os estoques do hospital precisou ser reorganizado para atender os pacientes com e sem covid-19. “No início da pandemia tivemos problemas com a falta de EPIs. Num segundo momento, a dificuldade era com o estoque de sedativos e bloqueadores musculares utilizados em UTI. Essa situação está perto de se repetir, então foram necessárias ações difíceis como a redução das cirurgias, principalmente as eletivas, além de buscar, de todas as formas, o uso racional desses insumos. Contamos com o apoio da equipe da Farmácia, que avalia as prescrições e tenta achar alternativas, e o auxílio dos anestesistas que atuam em parceria nessa atividade e orientam os médicos intensivistas”, disse o superintendente de Suprimentos, Severino Moura. Com o estoque de segurança de diferentes medicamentos tem sido possível realizar associações que mantêm o paciente sedado com o maior conforto possível. “O nosso principal ponto com relação ao abastecimento e manutenção dos estoques é manter a sedação multimodal (uso de três classes de anestésicos) junto das equipes de anestesistas e intensivistas do hospital. Ela garante uma qualidade melhor na sedação, e que o paciente estará no ideal do protocolo. Conseguimos promover essa sedação fornecendo todos os medicamentos prescritos dentro do nosso protocolo”, destacou a coordenadora da Farmácia, Lizete Vitorino. Com um arsenal de drogas maior

Hospital alagoano se prepara desde o ano passado para enfrentar os desafios da pandemia

do que o utilizado nas UTIs, o papel do anestesista mudou no país inteiro. O protocolo criado na Santa Casa de Maceió pelos anestesiologistas Sílvio Marcos Lima dos Santos, Roberta Brandão e a residente Natália Fernandes Sarmento, mostrou aos intensivistas que outros medicamentos poderiam ser usados em sistema de rodízio para evitar a resistência dos pacientes à droga, bem como o aumento de consumo. Os resultados têm sido muito positivos. “Até bem pouco tempo usava-se apenas um tipo de sedação padrão. Mas o paciente covid-19 é totalmente diferente dos outros pacientes que precisam de intubação. Além do pulmão, a doença atinge o coração, o sistema nervoso central e os rins, exigindo doses diferentes dos fármacos (sedação multimodal). Como os pacientes infectados passam, em média, mais de 15 dias intubados, o uso dessas drogas acontece de forma prolongada e algumas delas começam a se acumular no corpo dificultando o momento da extubação”, disse o anestesiologista do hospital, Sílvio Marcos

dos Santos. Existe uma diferença entre sedação e anestesia. Na primeira, a consciência do paciente é retirada. Já na anestesia, além da consciência, é retirada a dor e paralisada toda a musculatura para que o paciente possa aceitar o respirador, que vai injetar, mecanicamente, ar nos pulmões. “Se isso for feito com o paciente acordado vai causar um sofrimento muito grande. No paciente covid, que passa muito tempo no leito e sente dores nas pernas e braços, quando algo o incomoda ele fica agitado, por isso é necessário utilizar drogas que tirem a dor fazendo quase que uma anestesia. Nos pacientes que estão pronados (deitados de barriga para baixo), o pescoço, a orelha e a coluna também doem”, disse o especialista. Com a nova dinâmica de compras, o abastecimento tem sido feito há cada 30 dias, mas a tendência é que essa entrega seja cada vez menor. Em março, o hospital fez a compra antecipada de 4 mil ampolas de um determinado anestésico, mas a fabricante avisou que só poderá en-

tregar 200 unidades em meados de abril devido à requisição administrativa do governo federal, que solicitou todo o estoque de medicamentos usados para intubar pacientes. “Isso tem deixado os hospitais privados preocupados. Tanto que estamos buscando alternativas como a importação conjunta para não dependermos do fabricante nacional. Com o aumento do consumo, houve também o aumento de preço. No ano passado, os custos giravam em torno de 20% a mais sobre as compras de insumos em função da pouca oferta de medicamentos. Alguns anestésicos, por exemplo, subiram mais que o dobro”, disse Moura. Ainda segundo o superintendente, setembro e outubro foram as fases mais críticas de desabastecimento nos hospitais brasileiros. Desde então, o hospital se preparou para ter um estoque de segurança e passar por momento semelhante ao vivido em 2020 com menos dificuldades. “Temos acompanhado o noticiário nacional e participado das ações junto à Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) e da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP). A última entidade, inclusive, fez uma pesquisa com os 106 hospitais privados associados e mostrou que o estoque médio deles daria apenas para cinco dias. A Santa Casa de Maceió não está nessa lista por ter se preparado melhor para ultrapassar este momento com mais tranquilidade”, disse o gestor. Apesar dos esforços da instituição para a manutenção de estoques em níveis seguros, não há tranquilidade entre a administração e o corpo clínico dos hospitais. “Nossos estoques eram planejados para cirurgias e pacientes eletivos que estavam em UTI. Com a covid, mensalmente, chegamos a aumentar o consumo de analgésicos de intubação em oito vezes”, finaliza a coordenadora da Farmácia, Lizete Vitorino.


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PANDEMIA

Três bairros de Maceió somam 24% dos óbitos por covid-19

O Jacintinho, que no início da pandemia chegou a ser um dos focos da doença, continua postulando no topo da lista, mas agora como terceiro colocado com 3.613 casos.

Morte de quatro professoras em apenas uma semana acende alerta para parte alta da cidade BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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enise Bispo, Simone Ferreira, Regina e Zaire. Os nomes teriam se perdido no meio das mais de 3.500 vítimas fatais da covid-19 em Alagoas se não fosse por uma triste coincidência: as quatro eram professoras residentes do bairro do Benedito Bentes, em Maceió, e morreram na mesma semana em que Alagoas prorrogou o decreto de distanciamento social por mais 14 dias. As profissionais da educação sucumbiram à doença em uma das regiões que mais está sendo atingida pelo novo coronavírus, a parte alta de Maceió. Cidade Universitária e Benedito Bentes são os dois bairros com maior incidência de casos da doença em Maceió, segundo dados obtidos na terça-feira, 30, atualizados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Com 4.573 casos da doença, o bairro Cidade

Universitária lidera a lista, que mostra os casos nos 50 bairros de Maceió. O Benedito Bentes é o segundo bairro do ranking, com 4.419 casos. Apenas esses dois bairros juntos somam o equivalente a 21% do total médio dos casos confirmados da doença em Maceió. Em relação ao número de óbitos os números se invertem, mas lá estão os dois bairros novamente. Benedito Bentes registrou até o momento 124 óbitos contabilizados desde o mês de março do ano passado. Jatincinho aparece logo depois com 116 e Cidade Universitária com 150 óbitos confirmados, tornando-os responsáveis por 24% dos óbitos registrados na capital neste primeiro ano de pandemia. O Jacintinho, que no início da pandemia chegou a ser um dos focos da doença, continua postulando no topo da lista, mas agora como terceiro colocado com 3.613 casos. O Tabuleiro do Martins figura na quarta

Superlotação no transporte coletivo persiste em Maceió posição da lista dos bairros de Maceió. Na região, foram registrados 3.601. Na sequência, aparecem Jatiúca (3.587 casos), Serraria (2.329 casos) e Clima Bom (2.076 casos). A explicação para a parte alta apresentar números elevados de casos da doença é relativamente simples. Mesmo com a determinação da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) para que as empresas de ônibus aumentem, no mínimo, 20% da frota, o cenário de superlotação no Terminal do Benedito Bentes, assim como nos ônibus é considerado normal na região.

“Isso que a prefeitura mandou as empresas fazerem não funciona. Não sei se porque não querem ou se não podem, mas todo dia eu preciso pegar o ônibus lotado para ir trabalhar e, no meu caso, eu pego os dois horários de maior pico do terminal que é pela manhã e no começo da tarde. Fica cheio, a gente precisa se espremer para entrar nos ônibus. Nem parece que tem vírus mais”, relata Alessandra Gomes, funcionária de uma empresa de telemarketing instalada no Benedito Bentes. Ainda segundo a funcionária que nos tempos vagos estuda para concursos públicos, dificilmente o

aumento na frota dos ônibus surtiria efeito se fosse atendido pelas empresas. “Eu ou qualquer um que passa o dia trabalhando só quer chegar em casa o mais rápido possível. No meu caso, para poder estudar um pouco, então acabo subindo no primeiro ônibus que passa, estando cheio ou não. Acho que todo mundo faz isso”, conta. Por meio de nota encaminhada ao EXTRA, a SMTT informou que não houve redução na quantidade de ônibus ofertada para os passageiros em relação à operação normal para dias úteis. “Ao contrário, segundo determinação da SMTT, as empresas não podem reduzir a frota de ônibus que circulam na capital”. Ao contrário da parte alta, os bairros com menor incidência de casos de covid-19 são os da parte baixa, como Garça Torta (109), Santo Amaro (92), Pescaria (70) e Mutange (38). Vale ressaltar que este último apresenta baixa incidência de casos devido ao deslocamento populacional causado na região devido ao afundamento do bairro causado pela exploração de sal-gema por parte da Braskem.


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Indicadores apontam Alagoas como primeiro estado a retomar o turismo Secretário Rafael Brito acredita que setor ganhe impulso a partir do segundo semestre DA REDAÇÃO

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ão é possível fazer previsão sobre quando o setor de turismo, um dos mais afetados pela pandemia do coronavírus, voltará ao mesmo patamar de antes. Em 2020 toda cadeia de suporte da atividade turística encolheu 80% no mundo e a situação persiste, impedindo projeções sobre aquecimento do mercado. Consenso é que a indústria do turismo tenta assumir as perdas enquanto entende que a recuperação depende da vacinação em massa da população nacional e internacional contra o vírus. No Brasil, portanto, isso deve demorar mais que em outros países. Na avaliação do secretário estadual do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito, a recuperação do setor não ocorrerá de forma linear, igual em todas as regiões brasileiras, mas no Nordeste indicadores já apontam Alagoas como o primeiro estado em condições de retorno aquecido da atividade, entre os concorrentes com destinos focados em praias e outros recursos naturais. “Temos uma demanda reprimida muito grande. O mês de março seria o melhor mês desde 2020, se a pandemia não voltasse a se agravar justamente dentro

do mês”, comenta. Por conta do cenário nacional o estado registrou mais de 40% de cancelamento ou adiamento de viagens, percentual elevado e que impossibilitou a retomada do turismo doméstico, que é a grande aposta dos brasileiros. A retomada do turismo em Alagoas no pós-pandemia não é apenas uma possibilidade citada por gestores com visão otimista. Ela virá pelo potencial que o estado apresenta, pela grande busca do turismo por natureza - especialmente após o confinamento -, pela infraestrutura que o estado dispõe no setor e pelos eventos realizados na mídia pelo governo estadual para divulgar o destino Alagoas. Rafael Brito acredita que essa retomada se Rafael Brito destaca iniciativas do Estado em prol do setor concretize já no início do segundo semestre. Na opi- reconhece a grande crise trapassa R$ 45,5 milhões e nião do secretário, o país que estão atravessando, será operacionalizada pela terá de adotar o passaporte mesmo com aporte de re- Agência de Fomento de Alasanitário para normatizar cursos do governo para au- goas (Desenvolve), na qual a entrada e circulação de xiliar os pequenos, médios os empreendedores terão turistas vacinados contra e grandes negócios. Brito carência de seis meses, juo coronavírus no país e se refere ao pacote finan- ros pagos pelo governo de fomentar o turismo inter- ceiro para auxiliar o setor Alagoas e, no caso de minacional, como ocorre em produtivo durante o en- croempreendedores indivirelação a outras doenças frentamento da pandemia. duais (MEI), também será como a malária. Em Ala- As medidas tributárias e pago 50% da dívida pelo Esgoas, a perspectiva é de de crédito também bene- tado. Como contrapartida, que os voos internacionais ficiarão outras empresas as empresas não devem devoltem a ser normalizados alagoanas e deve superar mitir funcionários durante em agosto. o montante de R$ 110 mi- o período. Sobre a situação dos se- lhões. Segundo o secretário, tores econômicos da área Rafael Brito lembrou a Desenvolve já registrou do turismo, o secretário que a linha de crédito ul- mais de 20 mil consultas

de empreendedores interessados e liberou mais de 700 propostas, número que deve aumentar gradativamente. “Os recursos devem ajudar o setor produtivo a segurar a crise, enquanto lutamos para sair da situação da pandemia”. Para os brasileiros, o turismo doméstico continua sendo a aposta possível no momento. Embora o padrão de gastos não seja o mesmo de antes, estudo da Travel Consul mostrou agora em março um aumento de 43% em viagens domésticas no país. Pesquisa recente do Airbnb diz que 56% dos entrevistados preferem atualmente um destino doméstico, preferencialmente perto de casa. O movimento nas agências de viagem também confirma essa tendência. “Vários passageiros que não olhavam para o Brasil como opção de viagem acabaram olhando, experimentaram, gostaram e estão repetindo”, afirma Jacque Dallal, proprietária da Be Happy Viagens.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Dizer não

Muitos pais, que com medo de que seus filhos fiquem tristes por causa de uma repreensão, ou possam deixar de gostar deles (pais), simplesmente não os repreendem ou só dizem sim e nunca não, estão fazendo exatamente com que eles se tornem pessoas inseguras, insensatas e o pior: não saibam apreciar a vida no sentido de que ela tem, sim, momentos tristes e alegres. Ou seja, não foram preparados para enfrentar, até, uma primeira briga com o(a) namorado(a) podendo, até, deprimir por uma situação, muitas vezes, amena.

Pior

Superproteção: proteção que não protege É isso mesmo: proteção que não protege. É comum, principalmente a mãe, fazer de “tudo” para que o(a) filho(a) fique protegido(a) “dos males” da vida. Será que uma superproteção é eficaz? Será que um exagero não tem um efeito contrário? Pois é, a ciência expressa que sim, ou seja, o exagero na proteção tem um efeito contrário da proteção que se quer proteger. A superproteção dos filhos torna-se uma falsa proteção com péssimos efeitos colaterais para a psique dos filhos. A regra básica é: quando uma criança ou um adolescente tem problemas na escola, tudo indica, e isso é provado, é que há problemas sérios dentro de casa. O natural da criança ou do adolescente é aprender, se divertir, socializar, enfim. Casamentos tóxicos em que os cônjuges se engalfinham são péssimos ambientes para encher os consultórios de psicólogos e psiquiatras de crianças e adolescentes. A superproteção tem, também, o mesmo potencial. E o que fazer? Não tem muito segredo, é poupar, ao máximo, a visualização das brigas, dos conflitos, não demonstrar atitudes agressivas e assim por diante. Isso é possível? Sim. Embora não seja fácil. O mais importante é saber que os filhos precisam ser preservados dos conflitos, ou seja, o ambiente precisa ser harmônico embora os cônjuges estejam em conflito. Os pais e principalmente a mãe, muitas vezes, não entendem essa situação. Quando esse ambiente não tem harmonia a criança e o adolescente é que sofrem, surgindo diversos sintomas de angústia, inquietação, depressão, automutilação, agressividade, dependência química, prostituição, insegurança emocional, conflitos com namorado ou namorada (no adolescente) e assim por diante. Essa situação se estende, também, aos pais, que “não entendem” porque os filhos estão apresentando esses sintomas. Ou seja, a criança e o adolescente são atraídos “naturalmente” pelos problemas que os pais enfrentam, daí a importância de preservá-los.

Assim, para a criança que está vivendo uma situação de conflito e não é explicada, a situação piora drasticamente o que pode estar sentindo e as consequências são mais agudas. Portanto é muito pior não dizer nada. É preciso falar, explicar à criança, principalmente, que está havendo um conflito e que ele poderá ser resolvido com os pais dela. Ou seja, fantasiar o que está acontecendo é pior do que dizer a própria realidade, o que está acontecendo.

Sintomas

Quando as crianças não estão num ambiente harmônico, ou seja, com conflitos e discussões, provavelmente vão surgir diversos problemas de conflito emocional e insegurança e isso reflete em fazerem xixi na cama, apresentarem problemas de relacionamento com os amigos e também pesadelos. Muitas vezes elas apresentam, sem estarem doentes, sintomas de febre, tosse e outros semelhantes. Já os adolescentes podem apresentar automutilação, agressividade e também distúrbios alimentares.

Aos pais

Num divórcio ou numa separação litigiosa é fundamental que os filhos acompanhem de perto toda a situação. Claro, uma fala ou explicação para que eles possam entender o que está acontecendo. Ou seja, explicar numa linguagem, dependendo da idade de cada criança ou adolescente. Mesmo que isso aconteça, ainda assim, é provável que haja alguns sintomas, como foi colocado, mas é mais prudente e aconselhável que isso aconteça para que a criança ou adolescente tenham a capacidade de entender a real situação dos pais. Isso é fundamental. Mentir, escamotear, ou omitir a situação de conflito só piora a situação de sofrimento futuro da criança ou do adolescente.

TUDO Brincando pode se dizer tudo, até a verdade (Freud)

Ações erradas

Muitos pais, e principalmente a mãe, erram bastante ao permitir, por exemplo, que os filhos durmam com ela ou com o casal. Isso cria uma dependência afetiva. O mesmo acontece quando a mãe permite uma amamentação depois dos dois anos de idade. Tem filho(a) que é amamentado até aos cinco ou seis anos. Isso é uma atitude de dependência. É uma simbiose prejudicial. Às vezes dormir na mesma cama com os filhos é uma necessidade dos pais e não das crianças, o que torna a situação ainda mais complexa. É preciso cortar “o cordão umbilical” para que a criança se sinta “dona de si”, tenha independência, mesmo nos primeiros anos de vida, aliás, isso é fundamental para que ela, no futuro, possa “voar” com as próprias “pernas” emocionalmente.

Superproteção

A superproteção faz o(a) filho(a) ficar muito apegado ou ao pai ou à mãe. A consequência é que, quando chega a adolescência, o filho/a não tem capacidade e maturidade para se separar dos pais. E aí cria-se uma dependência afetiva. Portanto, uma superproteção não protege, pelo contrário cria-se dependência e outros sintomas maléficos na psique das crianças e adolescentes. Psicoterapia é o caminho para se analisar os conflitos, dependências e outros aspectos das relações entre filhos e pais.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “O bom político não age com o coração, mas com o fígado. Não espere dele reconhecimento ou gratidão”

Nova ameaça ao meio ambiente Não bastasse todo o desastre sem precedentes provocado pela Braskem em Maceió, destruindo vários bairros da capital, agora surge outra ameaça que pode ser danosa se não for controlada pelos órgãos de meio ambiente e até pela sociedade civil alagoana. A Administração do Porto de Maceió, que funciona como uma sucursal do terminal de Natal/RN, se prepara para a execução de um projeto tremendamente impróprio para a nossa população. Maceió está prestes a herdar, desta vez pelo porto, uma nova preocupação. Sob a miopia gerencial local, uma empresa estrangeira vai estocar, em plena área metropolitana e por longos períodos, milhares de toneladas de ácido sulfúrico, bem ao lado do terminal que concentra todo o açúcar para exportação produzido no estado de Alagoas. São 3.200 m3 de armazenagem. Haverá uma atracação por ano e o ácido será descarregado e armazenado num tanque dentro do terminal. À medida que interessar, o arrendatário vai retirando do Porto. Os riscos são óbvios: vazamentos da substância no mar e no subsolo, pois teremos uma longa linha dutoviária dentro do Porto. E mais

O dever é de todos

O estado de Alagoas continua como protagonista entre os que mais obtiveram resultados positivos no combate ao coronavírus. Com as medidas sanitárias adotadas pelo governo estadual já começamos a sentir os efeitos da redução de casos de contaminação.Também merece destaque a vacinação que por aqui tem avançado proporcionalmente mais que em outras unidades da federação. O governador Renan Filho tem acompanhado em caráter permanente o combate à pandemia, com presença na linha de frente, em companhia do seu secretário de Saúde, Alexandre Ayres, que tem se revelado o melhor titular da pasta nos últimos anos. O governo tem adotado medidas drásticas, mas necessárias, para que possamos continuar na vanguarda entre os demais estados, muitos em situação de colapso geral na saúde. O remédio é amargo em busca da solução para a pandemia. É hora da união, pois do contrário pagaremos um alto preço, com a perda de muitas vidas. O dever é de todos nós.

os eventuais vazamentos de gases, coisa natural em armazenagem de grandes quantidades de produtos químicos. Esse tipo de armazenagem ocorre normalmente em áreas e polos distantes de grandes centros urbanos, como ocorre em Aratu e Suape. O processo todo foi conduzido como se Maceió tivesse um polo petroquímico, mas não tem. A própria armazenagem de combustíveis já é questionável por sua localização. Quanto mais com um ou dois tanques de ácido sulfúrico ao lado. A sociedade clama para que não seja cometido mais um crime por negligência das autoridades locais. Alerta urgente ao Ministério Público para ação imediata objetivando barrar mais uma loucura de agressão ao meio ambiente. Há de se perguntar quantas e quais audiências públicas aconteceram? Como foi o processo decisório? Quais os órgãos de proteção ao meio

ambiente se pronunciaram sobre o projeto e como foi a decisão desses órgãos? Pode estar tudo certo e na conformidade das legislações, mas é preciso que se dê satisfação ao povo de Maceió.

O crime dos fura-fila

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), Ministério Público de Contas (MPC/AL) e Controladoria Geral da União (CGU/AL) iniciaram um minucioso trabalho de investigação com o intuito de definir estratégias para apuração de possíveis irregularidades na aplicação das vacinas contra a covid em Alagoas. Os membros dessas instituições querem saber se há pessoas recebendo a imunização fora da lista de prioridades. Há nomes de mortos e de detentores de cargos políticos entre os casos suspeitos. Dentre essas irregularidades detectadas nos municípios alagoanos, estão supostas aplicações em pessoas que já estão falecidas, casos de indivíduos que teriam recebido 3 ou 4 doses e situações de “fura-filas” da imunização, sem os requisitos previstos. Ainda de acordo com o levantamento da Controladoria, 21 mortos aparecem na lista de vacinados do Sistema Único de Saúde (SUS), distribuídos em 11 municípios alagoanos. Já outras 275 ocorrências são relativas a cidadãos que teriam recebido uma terceira dose da imunização. Por fim, mais de 100 pessoas expostas politicamente, entre vereadores, prefeitos e gestores públicos, também estão na suspeita da investigação. Uma coisa é certa: a coisa vai ficar feia para quem burlou a vacinação por desonestidade vergonhosa. Cadeia nesses bandidos.

Militares se afastam de Bolsonaro

Tivemos um começo de semana de ebulição em Brasília, com foco no Palácio do Planalto, onde se aloja para governar o presidente da República, Jair Bolsonaro. Com troca de vários ministros, rebeldias da bancada governista, imposições do Centrão, com alta temperatura no termômetro político nacional. Mas o grande peso da semana foi, sem dúvida, a exoneração da cúpula militar das Forças Armadas por discordar do presidente da República, fato nunca acontecido na história brasileira. Os comandantes reafirmaram que os militares não participarão de nenhuma aventura golpista, mas buscam uma saída de acomodação para a crise. Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) colocaram seus cargos à disposição e foram demitidos. Eles protestaram contra a demissão sumária, na véspera, do general da reserva Fernando Azevedo da Defesa. O presidente o pressionava a alinhar as Forças com a defesa política do governo e o apoio a medidas contra o isolamento social na pandemia. O motivo da demissão sumária do ministro foi o que aliados dele chamaram de ultrapassagem da linha vermelha: Bolsonaro vinha cobrando manifestações políticas favoráveis a interesses do governo e apoio à ideia de decretar estado de defesa para impedir lockdowns pelo país. O presidente falou publicamente que “meu Exército” não permitiria tais ações. Enquanto isso, foi derrotado no Supremo Tribunal Federal em sua intenção de derrubar restrições em três unidades da federação, numa ação que não foi coassinada pelo advogado-geral da União, José Levi — ajudando a levar à sua queda, também na segunda. A grande verdade é que os militares começam a cansar de Bolsonaro que quer um Exército para chamar de seu em contraponto dos fardados que se posicionam pela Constituição, como órgão de estado.

PÍLULAS DO PEDRO ABRASEL não se conforma que os restaurantes não possam abrir para o almoço. Com cuidados eu acho também que deveriam. FERNANDO COLLOR segue em peregrinação interior afora. Conversa ao pé do ouvido, afagos e acertos políticos vão sendo construídos. Onde chega, agrada. LUCIANO BARBOSA segue em frente construindo uma administração voltada para a retomada do desenvolvimento de Arapiraca, que esteve estagnada.


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“Eu não vim para construir nada. Eu vim para destruir”

ELIAS FRAGOSO n Economista

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a mais degradante visita de um mandatário brasileiro a outra nação, o servilismo vexaminoso o puxa saquismo aviltante e a postura vassala de Bolsonaro perante seu ídolo Trump posicionando o Brasil como estado subalterno aos EUA e não um aliado parceiro de negócios foi a marca registrada daquela passagem infame. A outra foi uma frase. Ao entregar o país de mão beijada para a diplomacia americana fazer a festa em detrimento dos

nossos interesses. Um exemplo (existem vários)?: Entregamos a base de Alcântara no Maranhão para os EUA – lá brasileiro não entra mais, só com autorização, pense! - em troca de uma vaga, nunca cumprida, só promessa, de nos ajudar a entrar na OCDE (sic), ele cumpriu seu papel de estafeta do americano. Mas ele não está só no entreguismo. FHC com pose de intelectual e cartel de títulos de doutor honoris causa mundo afora (zero vantagem: o analfabeto Lula também recebeu) se ajoelhou diante do Tio Sam. A sua famosa teoria da dependência não nos deixa mentir, embora logo após assumir ele pedir às pessoas para esquecerem o que havia escrito, mostrando bem o caráter dos nossos dirigentes. Na verdade, todos, FHC, Lula e Bolsonaro são caudatários das teses de dominação elaboradas há décadas por Zbigniew Brzezinski, assessor do ex-presidente Jimmy Carter (reforçada depois por Kissinger, ex-secretario de Estado no Governo Reagan) logo após a ve-

xaminosa derrota americana no Vietnã, que redesenhou a política americana de liderança mundial não mais através da força, mas “dissuadindo” países a um alinhamento automático às teses americanas. Há todo um modelo que nem cabe aqui, tampouco é o objetivo do artigo. A questão agora é que o bolsonarismo transformou alinhamento e subserviência aos EUA à máxima potência. Mas dentro de um modelo que alinhe os interesses americanos (no momento travados, mas logo eles retomam o caminho de sempre) mas que atenda aos seus interesses golpistas. E é aí que entra a malfadada fala do presidente de que veio para destruir. Ao desarrumar o Itamaraty, fonte tradicional de resistência profissional (exceto nos governos petistas e no atual) em defesa das teses do país, ele está apenas cumprindo com a missão. Ao abrir as porteiras do meio ambiente nos tornou párias internacionais; ao brigar com a China, nosso principal parceiro

comercial, ele atende ao interesse americano, mas sem nenhuma reciprocidade. Ao desmontar a estrutura de fiscalização do país e moldá-la aos seus interesses, ele não quer apenas proteger seus criminosos, quer o caos; ao potencializar esta pândega durante a epidemia seus desígnios são claros: criar uma desarrumação social e econômica tal que leve ao acirramento da divisão ideológica deste país, criando a farsa suficiente para ele dar um golpe. Ao insistir em trazer os militares para a “casa de Noca” em que ele transformou o país, só quer uma coisa: apoio ao golpe. O alerta não vem de agora, nem só desse escriba, figuras de peso nacional têm chamado a atenção para os arreglos do ex-tenente. E preciso dar um basta nesse sujeito. Bolsonaro não vai mudar a sua essência golpista. Em sua estada subserviente nos Estados Unidos ele deixou isso muito claro:“Eu não vim para construir nada. Eu vim para destruir”. De fato. Não vê quem não quer.

A questão agora é que o bolsonarismo transformou alinhamento e subserviência aos EUA à máxima potência. Mas dentro de um modelo que alinhe os interesses americanos mas que atenda aos seus interesses golpistas.


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Deus existe. Não duvidem!

ALARI ROMARIZ TORRES

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n Aposentada da Assembleia Legislativa

onheci uma menina, filha de um pai que se dizia ateu, mas era um homem boníssimo, caridoso, preocupado com o próximo. Tinha uma mãe infantil, católica, não praticante, mas que batizava os filhos escolhendo os padrinhos entre amigos e parentes. Cresceu a garota e fez a primeira comunhão sem que os pais soubessem e sem entender quase nada de religião. Aos 15 anos começou a namorar um jovem religioso, criado dentro dos preceitos da Igreja Católica. A família do rapaz temia que o namoro progredisse porque a pobre moça não era católica. Casaram e fizeram um acordo: iriam à missa todos os domingos e criariam os filhos com a religião

certa. Tiveram quatro rebentos e cumpriram o acordo firmado. Infelizmente, nem todos seguiram a orientação religiosa dos pais. Mas a vida tem as suas esquinas e o jovem casal foi aprendendo a vencer obstáculos. Na hora do aperto, lembrava de Deus e pedia auxílio ao Homem do Céu. Nem sempre obtinha o que havia pedido, irritava-se e não entendia o grande mistério de Deus: Ele é que sabe das necessidades do seu povo. Nem sempre aquilo que lhe é solicitado, é a necessidade do momento. Os anos foram passando e os dois jovens amadurecendo. Muitas vezes, as pauladas recebidas serviam de lição. É preciso ver, ouvir, entender e aprender, pouco tempo depois, o que realmente foi a resposta de Deus. Num grave momento de suas vidas, após um acidente de carro, sem vítimas fatais, a mulher revoltada, perguntava a si própria: Por que aconteceu algo tão grave? E a resposta veio de seu pai: “Agradeça a Deus. Você, seu marido e seus filhos estão vivos. Carros, virão aos montes durante suas vidas”. Em plena pandemia, pessoas boas, pobres ou ricos, estão morrendo de covid. E tanta gente ruim, que deveria morrer, fica vivo, fa-

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zendo o que não deve. Como acreditar que Deus está levando só os bons? Nos momentos felizes, a mulher fica olhando os rostos dos filhos e netos; uma força interna superior faz com que ela se lembre de Deus e agradeça emocionada. É muito importante ter uma grande família lutando pela vida. Colocar a cabeça no travesseiro, tendo filhos e netos espalhados pelo mundo, deixa o casal, agora não tão jovem, amedrontado. É preciso ter muita fé e entregar a Deus seus familiares em destinos diversos. De repente, liga um neto: Vovó, a senhora e o vovô estão bem? Senti saudades e resolvi ligar. Ele, o neto, não imagina a alegria que proporciona aos dois idosos. Lá, do alto, nosso Ser Maior está vendo isso. Mas, como nem tudo é alegria, chegam notícias tristes: doença, separação, reprovação num exame ou numa prova, namoro acabado, filho sofrido. Aí, o casal segura nas mãos de Deus e faz suas orações. O mais interessante nisso tudo é perceber, meses após fazer um veemente pedido a todos os santos, que na realidade o apelo

não era necessário. Chega então, o casal aos oitenta anos: lúcido, alegre, cheio de remédios e pensando: O que será de nós agora? Até quando poderemos viver sós? Deus permitirá que vivamos em nossa casa até o fim? E aí vem a parte negativa: as piadas que escutam por estarem velhos, a falta de respeito de outras pessoas, as brincadeiras maldosas tiradas com os velhinhos. Devem esperar o perdão divino. Entretanto, somos dominados por nossas cabeças e elas estão boas, permitindo administrar nossas vidas, procurando entender os desígnios de Deus. Quando fazemos nossos pedidos e esperamos a resposta dos Céus, nada de revolta; é só administrar o resultado. Saber que existe um ser superior regendo nossas vidas é fundamental! Tentar viver sempre o hoje, porque o amanhã a Deus pertence, é importante! Pedir a proteção divina e agir bem, faz parte da vida! Lembrar de ajudar o irmão também faz parte da regra do bom viver. Depois de tudo isto, só nos resta dizer: Deus existe. Não duvidem!

Em plena pandemia, pessoas boas, pobres ou ricos, estão morrendo de covid. E tanta gente ruim, que deveria morrer, fica vivo, fazendo o que não deve. Como acreditar que Deus está levando só os bons?


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Desembarcando antes do inevitável

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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m episódio da “reforma ministerial” realizada ontem (2ª feira, 29) chamou-me a atenção por confirmar o que eu vinha imaginando há alguns meses. Conheço o ex-ministro da Defesa general Fernando Azevedo Silva, desde que ele era capitão e em seguida major. Semanalmente, naqueles idos e por vários anos, jogávamos futebol soçaite. Sempre aos sábados, os nossos encontros. Disciplinado e sério,

até no futebol era especialmente ético. Um patriota de patriotismo inquestionável (desculpem-me a obviedade), vivia para a farda, o que certamente fez até ingressar na reserva da Força, já como general de Exército. O nosso último encontro ocorreu em 2005, no Rio de Janeiro. Convidou-me para almoçarmos na Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro, onde era comandante. Após, ciceroneoume pela Fortaleza, na entrada da Baía de Guanabara, um passeio pela história daquele forte. Quando o general Fernando assumiu o Ministério da Defesa, tive a certeza de que seria ele alguém para por algum freio no entusiasmo exacerbado do presidente. Durante algum tempo vi-o acompanhando Bolsonaro em solenidades e nos contatos populares. Veio a pandemia da covid, e o presidente mudou de atitude, aquele seu dístico – PÁTRIA AMADA – ficando mais desconforme com o seu comportamento.

À medida em que aumentavam os arroubos negativistas do chefe do Executivo brasileiro, notei o general cada vez mais afastando-se dele, não mais o acompanhando. Lembro que naquela oportunidade acendeu-me uma luz amarela. Certa feita, uma filha minha confessou-me os seus receios com o futuro da democracia brasileira, possivelmente as Forças Armadas seguindo as loucuras presidenciais. Tranquilizei-a dizendo conhecer bem o ministro da Defesa, um patriota que não iria embarcar em qualquer canoa absolutista, que a ausência dele junto ao presidente já indicava desaprovação. Hoje a questão está esclarecida para mim. Apesar de o Palácio do Planalto divulgar que Bolsonaro havia solicitado o cargo ao general Fernando, e que este aceitara o pedido do presidente, o que escondiam as entrelinhas do encontro dos dois na manhã da segunda-feira pareceu-me

óbvio e bem conforme os rumores da imprensa. Bolsonaro, que sempre pretendera o apoio explícito das Forças aos seus projetos nada democráticos, encontrava resistências no comandante do Exército e requerera a sua cabeça. O ministro certamente negara-se a tal, ele mesmo contrário ao envolvimento dos militares com política. A carta do general Fernando, já ex-ministro, agradecendo ao presidente a honra de tê-lo convidado para a pasta da Defesa dá-me essa certeza: “Nesse período (dois anos de serviço como Ministro da Defesa) preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”. Se a Constituição Brasileira já declara que Exército, Marinha e Aeronáutica são instituições de Estado, por que o general Fernando assentaria essa constatação em sua carta de despedida? Pensemos a respeito.

Bolsonaro, que sempre pretendera o apoio explícito das Forças aos seus projetos nada democráticos, encontrava resistências no comandante do Exército e requerera a sua cabeça.


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EFEITO BRASKEM

Caixa “expande” área de risco causada por mineração A

mineração da Braskem, que causou instabilidade do solo nos bairros do Mutange, Bom Parto, Pinheiro e Bebedouro, tem afetado a aprovação de financiamentos e de seguros imobiliários em logradouros localizados fora da área de risco. Ao saber do fato, a Defensoria Pública do Estado e da União e os Ministérios Públicos Estadual e Federal encaminharam ofício ao superintendente da Caixa Econômica Federal em Alagoas, Sander Farias, informando que um procedimento de assistência jurídica foi instituído para acompanhar e adotar medidas quanto aos direitos dos consumidores de usufruírem do legítimo acesso à cobertura securitária e ao financiamento de imóveis situados fora da área de risco dos bairros afetados pela mineração da Braskem e financiados perante o Sistema Financeiro Habitacional (SFH). Além dos locais - já citados - afetados pela mineração, as seguradoras estão considerando um “negócio de risco” os seguintes bairros: Canaã, Chã da Jaqueira, Chã de Bebedouro, Farol (incluindo as ruas Thomaz Espíndola, Dom Antônio Brandão e Ângelo Neto), Feitosa, Gruta de Lourdes, Jardim Petropólis (incluindo os condomínios Aldebarans), Levada, Pitanguinha, Santo Amaro. “Recentemente, as instituições signatárias tomaram conhecimento da seguinte notícia de fato:

‘as companhias seguradoras não estão emitindo apólices de seguro para os imóveis localizados no bairro Pinheiro e áreas adjacentes, devido à possibilidade de danos físicos decorrentes do abalo sísmico ocorrido naquela região da cidade de Maceió’. Frise-se que essa restrição se aplica a imóveis que estão localizados fora da área de risco definida pelo Mapa de Setorização de Danos da Defesa Civil de Maceió”, destacaram os órgãos em documento encaminhado à CEF. A Caixa encaminhou às empresas credenciadas em Alagoas a relação de CEPs dos imóveis cuja garantia deveria ser negada nos laudos de avaliação, laudos de análise e relatórios de vistoria, tendo em vista a impossibilidade de financiamento de imóveis sem a devida cobertura securitária perante o SFH. Segundo a estatal, “caso o imóvel objeto da avaliação/análise/vistoria esteja localizado dentro da área de risco delimitada pela Defesa Civil, a garantia deve ser negada pelo motivo ‘existência de risco à estabilidade do imóvel, conforme Decreto Municipal de Calamidade Pública nº 8699/20198’”. “E se o imóvel estiver localizado fora da área de risco mas dentro das faixas de CEP relacionadas, a garantia deverá ser negada pelo motivo ‘declínio da emissão de apólice pelas companhias seguradoras’”, determinou a Caixa.

O fato causou revolta a muitos que sonham com a casa própria ou que tentam assegurar um imóvel nas regiões estipuladas. No entanto, os órgãos fiscalizadores e as defensorias enfatizaram à CEF que o processo de assistência judiciária irá “requisitar de qualquer autoridade pública ou seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, inclusive informações e esclarecimentos indispensáveis à atuação”. Do outro lado, a Superintendência Nacional de Habitação e a Superintendência Regional da Caixa se comprometeram a reavaliar o número de CEPs com restrição para financiamento em Maceió por conta do afundamento do solo nos bairros de Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol. Tornar parte de Maceió uma área incapaz de ser habitada é apenas uma das consequências de danos ambientais causados pela petroquímica. O vereador Fábio Costa, recentemente, denunciou a Máfia da Metralha, envolvendo as empresas VM, Almeida e Aliança, esta última lacrada, que faziam o recolhimento de entulhos das demolições da Braskem nos bairros comprometidos. Porém, o descarte era realizado diretamente no meio ambiente, sem nenhum tipo de zelo. O descaso, investigado pelo Ministério Público, foi denunciado pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas no ano passado.


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MATA ATLÂNTICA

Rio Manguaba, em Porto de Pedras

Qualidade das águas nos rios do bioma é considerada regular Análise da situação dos recursos hídricos do estado engloba período de um ano da pandemia

MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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elatório “Retrato da Qualidade da Água nas Bacias Hidrográficas da Mata Atlântica”, da Fundação SOS Mata Atlântica, aponta que o comportamento da sociedade durante a pandemia teve pouco impacto na qualidade da água. A ONG fez um panorama sobre a qualidade da água de 130 pontos de monitoramento, distribuídos em 77 trechos de rios e corpos d’água brasileiros, em 64 municípios, nos 17 estados do bioma Mata Atlântica. Em Alagoas, o Índice da Qualidade de Água (IQA) foi considerado regular. Porém, dos 10 pontos que melhoraram de condição alcançando o IQA boa, cinco estão próximos de áreas protegidas, ou com mata nativa, entre eles, o Rio Pratagy, em Alagoas. O estudo chama a atenção para a condição ambiental dos rios monitorados durante o ciclo hidrológico de março de 2020 a fevereiro de 2021, período que coin-

cide com o primeiro ano da pandemia do novo coronavírus. No total dos 130 pontos monitorados neste ciclo, 95 deles (73,1%) apresentaram qualidade da água regular, 22 Em Alagoas. Os pontos analisados no estado mostram que no município de Barra de Santo Antônio, o Rio Santo Antônio apresenta IQA regular nos dois anos monitorados. Em Coruripe, o IQA do Rio Coruripe foi classificado como bom. Já o Rio Piauí e o Riacho Adriana, que ficam neste mesmo município, tiveram classificação regular. Em Maceió, o Riacho Doce e o Rio Pratagy tiveram avaliação da água como boa. Em Penedo, o Rio São Francisco tem o IQA como regular. O Rio Manguaba, em Porto de Pedras, também é regular. Observando os sete pontos monitorados em Alagoas percebe-se que nos anos de 2020 e 2021 nenhum rio foi considerado ótimo ou ruim. Em 2020, um teve IQA boa (14,3%) e dois em 2021 (28,6%). Seis foram regular em 2020 (85,7%) e cinco

(71,4%) em 2021. “A precária condição ambiental encontrada em 73% dos trechos de rios monitorados da Mata Atlântica, que estão em situação regular de qualidade da água, é um chamamento às autoridades e à sociedade para a urgente necessidade de fortalecimento das políticas públicas de meio ambiente e para que possamos ter avanços efetivos no saneamento ambiental, para o enfrentamento da emergência climática e dos problemas de saúde pública”, diz trecho do relatório. Assim, neste cenário de desafios, a SOS Mata Atlântica apresenta o estudo como contribuição da sociedade para a gestão integrada da água e dos ecossistemas, por Água Limpa para Todos. Os dados e indicadores levantados em rios e mananciais de oito regiões hidrográficas do país, com base no IQA, apurados por meio do projeto Observando os Rios, no período de março de 2020 a fevereiro de 2021, chamam atenção para a urgente necessidade de incluir a água

na agenda estratégica do Brasil. O relatório aponta, ainda, que a condição da qualidade da água melhorou em 10 pontos e manteve estabilidade nos indicadores, mesmo com variações climáticas intensas nos períodos de seca e chuva, em 75 pontos que continuam com as mesmas condições do levantamento anterior, com destaque para quatro pontos que mantiveram qualidade de água boa de forma perene, durante todo o período. Esses pontos estão distribuídos em 17 estados do bioma Mata Atlântica (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí́, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo) e Distrito Federal. Os resultados obtidos apontam tendência de melhoria na qualidade da água nos pontos de coleta dos estados de Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Sergipe, São Paulo e compro-

metimento em corpos d’água da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. Nos demais estados do bioma, a condição da qualidade da água se manteve estável, com médias semelhantes ao ciclo anterior de monitoramento. Vale ressaltar que Água Limpa para odos é a causa que a Fundação SOS Mata Atlântica e os mais de 3.000 voluntários que realizam este monitoramento apontam para ser incluída na agenda de desenvolvimento do Brasil. A ONG abraçou causas da Mata Atlântica como restauração da floresta, valorização de parques e reservas, água limpa e proteção do mar. Quem quiser saber como participar e ajudar a monitorar a qualidade da água em sua comunidade basta enviar mensagem para info@sosma.org.br ou entrar nas redes sociais: www.sosma.org.br facebook. com/SOSMataAtlantica twitter.com/sosma youtube. com/sosmata e instagram. com/sosmataatlantic.


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ECONOMIA EM PAUTA

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Prorrogação do Defis

Transferências via WhatsApp

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Receita Federal do Brasil ampliou o prazo para a entrega da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis). Agora, o documento poderá ser entregue até o dia 31 de maio de 2021. Tradicionalmente essa obrigação acessória deve ser transmitida até o dia 31 de março de cada ano pelas empresas tributadas pelo Simples Nacional. Contudo, em função da pandemia da covid-19, das limitações impostas pela doença e da dificuldade dos contadores em exercer plenamente suas atividades, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) enviou um ofício à RFB pedindo a mudança da data de envio da declaração.

O Banco Central concedeu esta semana a autorização para implementação do programa de pagamentos vinculado ao WhatsApp. Com isso, o aplicativo de mensagens pode ser usado para realizar transferências e pagamentos entre seus usuários, sejam eles pessoas físicas ou empresas. A aprovação vale para transações que envolvam as empresas Visa e Mastercard no Brasil.

Criptomoeda no IR Ainda falando no Leão, neste ano foi anunciada a criação de novos códigos para a declaração de criptomoedas na declaração do Imposto de Renda 2021. Até então, Bitcoin, outras criptmoedas e criptoativos não eram todas declaradas sob o código “99-outros”. Assim, os códigos são divididos em três: a) 81 – Criptoativo Bitcoin (BTC); b) 82 – Outros criptoativos, do tipo moeda digital (altcoins, como Ether); e c) 89 – Demais criptoativos. Todos os contribuintes que, em 31 de dezembro de 2020 tinham criptomoedas ou criptoativos cujos valores de aquisição foram superiores a R$ 5 mil são obrigados a informar na declaração.

Bandeira amarela A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou esta semana que vai manter a bandeira amarela no mês de abril. Com a medida, as contas de luz seguem com a cobrança de uma taxa adicional de R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidores (kWh). Vale ressaltar que é o quarto mês consecutivo que o órgão aciona a bandeira neste nível.


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#MENSTRUAÇÃO SOLIDÁRIA

Projeto é voltado a ajudar mulheres que vivem em situação de extrema pobreza

Embora aumente o risco de infecção, uso de sacos plásticos, miolo de pão, papelão e folha como absorvente é a realidade de muitas meninas MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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que levaria uma perita judicial ambiental a idealizar um projeto para que mulheres que vivem em situação de extrema vulnerabilidade possam receber um kit com produtos básicos para uso no período de menstrual? Tudo começou a partir de uma visita técnica nas proximidades das lagoas Mundaú e Manguaba, em Maceió, quando Kamila Neri de Souza conheceu jovens que não têm condições de comprar sequer um absorvente. Inclusive, viu meninas usando pão velho, papelão e até pedaços de folhas na calcinha como se fosse absorvente. Assistir aquela situação dolorida e constrangedora comoveu a jovem a ponto de buscar parceria para que o projeto “Menstruação Solidária” possa ajudar. A também agente de inteligência, detetive particular, bacharela em Direito, documentoscopica e grafotécnica começou o projeto sozinha, mas busca aliados. De princípio, Kamila usou seu instagram para arrecadar doações e a repercussão foi satisfatória. Depois, procurou a vereadora de Maceió Olívia Tenório, e apresentou

a proposta. Bastante otimista com a acolhida da parlamentar, ela precisa de mais engajamento da sociedade. É que para que sua iniciativa tenha êxito, as doações são essenciais, independente da quantidade. Pode ser papel higiênico, sabonete, pacote de absorvente ou qualquer item que possa ser útil neste período tão delicado para as mulheres. Os produtos irão compor os kits que serão distribuídos nestas comunidades, respeitando todos os procedimentos sanitários. “Elas precisam de nossa ajuda. Precisam ser valorizadas enquanto o poder público não define uma lei específica para tal”, afirmou ao acrescentar que o tema pobreza menstrual ainda é tabu, mas essa realidade pode ser mudada. COMO AJUDAR A pobreza menstrual é um problema que afeta 26% das mulheres no Brasil. Desde 2014, a ONU reconhece o direito à higiene menstrual como questão de saúde pública e direitos humanos. Porém, no Brasil, isso não acontece. Por aqui, os absorventes não são considerados produto sanitário básico e o custo alto dos produtos de higiene restringe o acesso.

Segundo pesquisa da marca Sempre Livre com mais de 9 mil participantes, 19% das mulheres entre 18 e 25 anos não têm acesso aos produtos por não terem dinheiro. Qualquer pessoa pode ajudar ao projeto Menstruação Solidária. Os homens também. “As esposas, namoradas, mães, avós e filhas menstruam. Você pode ter condição de comprar, elas, não”. Toda ajuda é bem-vinda”, disse Kamila. Para doações basta entrar em contato através do @kamila.csi. E ainda pelo (82)98159-6855. CÂMARA DE MACEIÓ E ALE ENGAJADAS A Câmara de Vereadores de Maceió e a Assembleia Legislativa de Alagoas estão com projetos para garantir absorventes gratuitos. A vereadora e presidente da Comissão Permanente dos Direitos da Mulher, Olivia Tenório (MDB) protocolou,

junto à Câmara Municipal de Maceió, um projeto de lei que institui o programa de fornecimento de absorventes higiênicos na rede pública de Saúde no município de Maceió. Para a vereadora, além do constrangimento de passar por essa situação, a falta de absorventes higiênicos também é uma questão de saúde pública e uma das principais causas de evasão escolar entres jovens no Brasil. “Meninas deixam de frequentar a escola, mulheres precisam lidar com o estigma da menstruação e muitas colocam a saúde em risco ao recorrerem a soluções improvisadas como retalhos de pano, jornais e até mesmo miolo de pão durante o período menstrual”, justificou. A vereadora tem impulsionando campanhas e movimentos que arrecadam kits higiênicos para as mulheres mais carentes a exemplo do

projeto “Menstruação Solidária”, que é encabeçado pela advogada Kamila Neri. Para Olívia, seu projeto na Câmara não acarretará novas despesas para o município, pois a aquisição de absorventes higiênicos já existe, por ser considerado um insumo imprescindível que auxilia em diversos procedimentos rotineiros ou até cirúrgicos. Quem também defende o tema é Silvania Barbosa (PRTB). No último dia 24, em sessão ordinária, a Câmara de Maceió derrubou veto da prefeitura e aprovou o programa de fornecimento de absorventes higiênicos nas escolas públicas do município. O projeto de Lei, de autoria de Silvania, irá beneficiar adolescentes em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza. “Estou feliz com o resultado, mas os números da votação apontam como a saúde da mulher é tratada. Por muito pouco o veto não foi mantido. Uma casa parlamentar com 21 homens e apenas quatro mulheres, contou com 12 votos contrários ao projeto. Agradeço às minhas colegas parlamentares que votaram junto comigo e aos vereadores de gênero oposto que foram sensíveis à causa feminina,” disse a parlamentar. Já o Projeto de Lei da deputada Cibele Moura torna obrigatório o absorvente na cesta básica. “Liberdade para menstruar” tem como objetivo conscientizar sobre a menstruação e o acesso a absorventes higiênicos. O projeto foi protocolado na Assembleia Legislativa Estadual (ALE) na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher e a deputada aponta que um dos entraves para a universalização do acesso são os altos impostos praticados.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Mais proteção para mulheres, idosos e bebês

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ovas exigências de segurança aumentam paulatinamente e os desafios surgem quando os estudos se aprofundam. As pessoas que utilizam veículos leves de transporte têm altura, peso, massa muscular, idade e gênero variados. Todos precisam de proteção, dentro ou fora de um veículo. Da forma que regulamentos de hoje são criados, a maioria dos manequins (dummies, em inglês) de testes de colisão em uso baseia-se no padrão do corpo masculino. A regulamentação atual exige que todos os modelos de carros novos sejam avaliados, antes de chegarem ao mercado. Segundo pesquisadores da entidade sueca SAFER, o risco de uma mulher ficar gravemente ferida em um acidente com as mesmas forças de impacto é cerca de duas vezes

maior do que o de um homem. Mas, se acredita que até 2030 haverá uma evolução. Outra entidade de pesquisa, sediada na Austrália, afirma que pessoas com mais de 65 anos têm nove vezes mais probabilidade de sofrer lesões graves durante um acidente de carro. Acessórios que mudam a geometria de um cinto de segurança ou a postura de um motorista podem aumentar a chance de lesões no tórax. O correto é ajustar o banco em vez de sentar em uma almofada ou colocar algo atrás das costas. Agindo dessa forma, o idoso provavelmente estará mais protegido. Um pioneiro sistema de sensor de alta precisão, capaz de detectar sinais vitais de um bebê, ajuda a evitar mortes trágicas por insolação,

caso seja esquecido dentro de um carro trancado. Só nos EUA são 39 ocorrências por ano em média. Quando uma criança desacompanhada é detectada, sistemas de alarme e comunicação do veículo alertam os responsáveis ou transeuntes por meio de luzes piscando, sons ou mensagens de smartphone. Baseado em tecnologia de radar, o VitaSense da empresa IEE de Luxemburgo respeita a privacidade, pois nenhuma câmera é usada. Atualmente, tanto União Europeia quanto EUA estudam regulamentar esse sistema de monitoramento, que já está em produção. O SUV Genesis GV70 (marca de luxo da Hyundai) é o primeiro modelo equipado com esta nova solução de sensoriamento opcional.

ALTA RODA n YARIS CROSS ADVENTURE, anunciado agora pela Toyota para iniciar as vendas na Europa em setembro próximo, adota a fórmula tradicional que atende à demanda aquecida por essa proposta. Embora o Yaris produzido no Brasil seja diferente do europeu (lá apenas em versão híbrida), parece bastante provável que essa versão também apareça aqui, produzida em Sorocaba (SP). O termo Adventure popularizou-se no Brasil pela Fiat desde 1999. E até hoje é inspirador.

Taigo europeu, pouco diferente do Nivus

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revisto para estrear em agosto, com chegada ao mercado até dezembro, o VW Taigo é um crossover compacto. Pelos desenhos divulgados pela marca alemã promete esquentar a concorrência no segmento de SUVs que significa em torno de 40% das vendas totais no Velho Continente, somando-se todos os portes e preços. Produzido em Pamplona, na Espanha, o novo modelo é a versão europeia do Nivus, projetado no Brasil. Em comunicado distribuído na Alemanha, no último dia 30, se destacou “uma posição elevada do banco do motorista”, naturalmente para os padrões da Europa. Aqui a diferença entre Nivus e Polo é bem pequena, em termos de vão

livre do solo, mas a posição ao volante é a mesma. O nome Taigo é muito semelhante ao do carro-conceito Taigun, baseado no up!, que a VW do Brasil apresentou no Salão do Automóvel de São Paulo de 2012. O projeto foi abandonado por suas dimensões internas acanhadas. O nome Taigun será revivido agora na Índia, em meados de abril, mas no caso trata-se do T-Cross com leves retoques. No Brasil haverá uma versão mais básica do Polo, chamada de Track, a ser produzida em Taubaté (SP) até o começo de 2022. A VW fará algumas simplificações nesta arquitetura, que terá maior índice de peças e componentes locais.

n FORD confirmou a chegada do Bronco Sport em maio, produzido no México e assim isento de imposto de importação. Este SUV tem estrutura monobloco adequada aos tempos atuais, estilo atraente e pacote tecnológico de ponta. Já está à venda na Argentina. Lá a carga fiscal é só um pouco menor que o Brasil, então os preços em dólar aproximam-se aos daqui. Se convertidos pela taxa cambial de R$ 5,60 o Bronco Sport partiria, teoricamente, de R$ 247.000. A fabricante lançou a série especial Ranger Black e inédita opção de capota marítima elétrica com controle remoto de abertura e fechamento. n EMPRESAS que desenvolvem rastreamento de veículos furtados e roubados poderão oferecer novos serviços, quando a telefonia 5G estrear no Brasil em 2022. Porém, a cobertura atual é eficiente, segundo Amit Louzon, presidente da Ituran: “O fluxo de dados não é tão volumoso e trafega bem até na tecnologia mais antiga, a 2G. Nossos equipamentos atuais são 4G e não teremos problemas para adaptação à 5G”, afirmou.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

Galo vence e é líder no Nordestão

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boa a fase que vive o clube praiano. Líder no alagoano e líder na Copa do Nordeste, não tinha como ser melhor o início de temporada do CRB. Longe das arquibancadas o torcedor regatiano faz a festa de casa. No jogo das letrinhas, o Galo venceu bem o ABC por 2 a 0 com direito a gols do artilheiro Lucão do Break, e pelo que parece Roberto Fernandes achou um goleador que os torcedores tanto pediam desde a saída de

Léo Gamalho. Lucão marcou o quarto gol no Nordestão e também se igualou aos artilheiros Gilberto (Bahia) e Dellatorre (CSA). Vive ótima fase o centroavante. No regional, soma agora 11 pontos e conquistou a terceira vitória em seis jogos. Empatou ainda duas e perdeu apenas em uma oportunidade. Além da liderança, o time alagoano encaminhou a classificação para as quartas de final. No momento, o Galo tem quatro pontos de

ANDERSON SILVA PODE VOLTAR AOS RINGUES

GRÊMIO DESISTE DE CONTRATAR ATACANTE BORRÉ O Grêmio decidiu não esperar mais por Rafael Borré. Nesta semana o clube gaúcho emitiu nota oficial divulgando que está fora da negociação pelo atacante do River Plate. Segundo texto oficial, a dúvida do jogador em aceitar o pré-contrato oferecido pesou. A oferta do Grêmio foi apresentada na semana passada, com aceite verbal dado na sexta-feira. Desde então, as partes tratavam de detalhes burocráticos. Mas a assinatura foi sendo postergada. Mesmo com a desistência, o clube se mantém atento ao mercado com o objetivo de reforçar o grupo de atletas para as competições desta temporada de 2021. A chegada do lateral Rafinha acendeu os ânimos de todos do elenco, o atleta carrega bagagem do futebol europeu e com grandes títulos na carreira. O lateral-direito aposta na liderança para ajudar os companheiros e promete aconselhar na evolução de Vanderson, seu concorrente principal na posição da ala.

Anderson Silva vai trocar o MMA pelo boxe. O brasileiro de 45 anos assinou contrato para enfrentar Julio César Chávez Jr. em 19 de junho. A informação é do site TMZ Sports. O evento foi batizado de “Tributo aos Reis” e será realizado no Estádio Jalisco, em Guadalajara, no México. “Quando olho para trás para a minha jornada, eu vejo que nada foi em vão. Estou extremamente feliz pela oportunidade de testar minhas habilidades no boxe com Julio César Chávez Jr. Treino continuamente, sempre buscando resiliência e para superar obstáculos. Lutar é meu fôlego eterno”, disse o Spider. O adversário dele também falou sobre as expectativas para o duelo. “Me dediquei novamente para o esporte que amo e estarei pronto para enfrentar qualquer um na categoria meio-pesado, começando pelo Silva. Estarei preparado para ser vitorioso em 19 de junho”. Julio César

Chávez Jr., de 35 anos, tem um cartel no boxe de 52 vitórias, cinco derrotas e um empate. Anderson Silva se despediu do UFC em 31 de outubro do ano passado, em derrota por nocaute para Uriah Hall.

LEWANDOWSKI NÃO ENFRENTA PSG NA CHAMPIONS O atacante Robert Lewandowski foi cortado da Seleção Polonesa por conta de uma lesão no ligamento colateral do joelho direito. O Bayern de Munique confirmou uma lesão em Robert Lewandowski que o tirará de ação por cerca de quatro semanas. O estiramento de ligamento no joelho direito fará com que o atacante não esteja em campo nas partidas de ida e volta contra o Paris Saint-Germain pelas quartas de final da Liga dos Campeões. Os encontros com o clube francês acontecerão nos dias 7 e 13 de abril. Lewandowski se lesionou na partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. Após a vitória por 3 a 0 contra Andorra, o atacante polonês voltou para a Alemanha para a realização de exames que confirmaram a lesão. Ele deixou a partida por volta dos 15 minutos do segundo tempo depois de contribuir com dois gols na construção do placar.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Luto no interior

PELO INTERIOR

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morte de Alexandre Toledo, vítima da covid-19, ganhou grande repercussão no interior alagoano. Alexandre, que foi deputado federal e secretário de Saúde do Estado de Alagoas, era bastante respeitado e querido em sua terra natal, Penedo, onde exerceu três mandatos de prefeito.

Complicações da covid-19

Alexandre Toledo morreu na madrugada de terça-feira, 30, em virtude de complicações provocadas pelo coronavírus. Aos 65 anos, Toledo teve uma bela trajetória política no PSDB e PSB. Ele estava internado há dois meses em um hospital de São Paulo para tratamento da covid-19. De acordo com informações da família, Alexandre foi diagnosticado com coronavírus no final de janeiro de 2021, e transferido para um hospital paulista no mês seguinte, ao ter seu quadro de saúde agravado. Foi intubado no dia 16 de fevereiro, como tentativa de tornar mais eficaz o tratamento da doença que já ameaçava sua vida.

Insumos hospitalares Coronavírus A crise no abastecimento de vários insumos hospitalares vivenciada por cidades do Brasil nesta pandemia acelerou o processo de melhoria no sistema da Central de Gases do Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, que já vinha sendo realizado. Ano passado, foi ativado um novo tanque com capacidade três vezes maior do que o anterior.

Tanque de gás

A mudança, segundo o supervisor Administrativo Mayk Melo, fez parte do Plano de Contingência do Regional, que prevê uma série de medidas, além do aumento da oferta dos gases, de vácuo clínico e de ar medicinal. Em uma dessas fases foi feita a alteração do tanque de gás, numa megaoperação que contou com ajuda de mais de trinta homens e apoio da SMTT. O trabalho foi feito num domingo, com interdição das ruas laterais e uma série de protocolos de segurança seguidos.

Necessidade cresceu

“Com a pandemia, o aumento de leitos e de atendimentos, a nossa necessidade cresceu muito. Felizmente tudo aconteceu conforme o previsto e hoje estamos mais tranquilos com relação à escassez de gases”, falou Mayk. Com a nova capacidade, o Hospital Regional finalizou a substituição dos cilindros que antes eram vistos nos quartos e enfermarias por uma rede totalmente canalizada. Além de chegar aos pacientes de forma mais segura e eficaz, os gases também ficaram mais baratos, graças à forma como são manejados.

Com a chegada da Semana Santa, a expectativa do consumo do pescado é maior. Por isso, o Mercado Público Municipal e feiras terão também horário especial durante esse período. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo está ordenando os espaços com protocolos de prevenção ao coronavírus com o objetivo de evitar aglomerações. Os permissionários e clientes deverão seguir os protocolos de higiene, usar máscaras e álcool. Além disso, o acesso será reduzido e monitorado na entrada.

Horário de funcionamento

O horário de funcionamento do Mercado Público foi das 5 às 15 horas, na quarta-feira (31) e na quinta-feira (1). Já nesta sexta-feira fechado e, no sábado, atendimento normal, das 5 às 13 horas. A feira na Rua Teodorico Costa (ao lado do Mercado Público) também teve o horário estendido, das 5 às 15 horas nos dias 31, 1 e 2. A do bairro Brasília, realizada na quinta-feira (1), foi das 5 às 15 horas.

Preocupação com o fluxo

De acordo com a secretária da pasta, Rosa Lira, houve uma preocupação com o aumento do fluxo na semana. Por isso, ela pediu à população que evitasse aglomerações e antecipasse suas compras. “A secretaria intensificou a operação para a Semana Santa por conta do momento difícil que vivemos provocado pela covid-19. Fizemos um apelo aos cidadãos para que, se possível, comprassem com antecedência ou durante o período escolhessem apenas uma pessoa da família para ir comprar, evitando aglomerações”, disse Rosa Lira.

Vacinação

Com a implantação de novos pontos de vacinação contra a covid-19 em Arapiraca, o número de doses aplicadas deu um salto e já chega a mais de 18 mil. Os dados são do Sistema de Monitoramento de Vacinação do Governo Federal, atualizado em tempo real e disponível através da plataforma Viz.Saude.al.gov. br.

Primeira dose

Na capital do Agreste Alagoano, 15.009 pessoas foram vacinadas com a primeira dose, e 3.172, com a segunda dose. Em outras palavras, 6,25% da população arapiraquense já tomou pelo menos a primeira dose do imunizante e já tem a segunda dose com data marcada.

Pontos de vacinação

Em Alagoas, mais de 285 mil doses de vacinas foram aplicadas, sendo 228.258 para primeira dose, e 56.781 para segunda dose. Arapiraca atualmente está vacinando idosos a partir dos 66 anos, e conta com três pontos de imunização: o Sesc Arapiraca, que funciona de domingo a domingo, das 8h às 18h; o Drive Thru do Arapiraca Garden Shopping, que funciona de segunda a sábado, das 8h às 20h; e, o Ginásio do Centro de Educação Integrada Mário César Fontes, de segunda a sábado, das 8h às 18h.

... A Prefeitura de Penedo está em luto por sete dias em virtude do falecimento de Alexandre de Melo Toledo, ex-gestor do município que veio a óbito na terça-feira, 30 de março. ... Alexandre Toledo tinha 65 anos e estava internado há dois meses em Unidade Tratamento Intensivo, em São Paulo, em função de ter contraído, pela segunda vez, o coronavírus. ... Os réus Luciano Celestino dos Santos e Rosa Dionísio de Deus foram condenados pelo crime de tortura contra o filho do casal, que na época dos fatos tinha apenas um ano e meio. A decisão foi assinada na segunda-feira (29) pela juíza Paula de Goes Brito Pontes, titular da Comarca de Boca da Mata (AL). ... De acordo com relatos de testemunhas, os pais chegaram a obrigar a criança a ingerir aguardente, e a agredir o menino com água quente e ponta de cigarro. ... O exame de corpo de delito juntado ao processo concluiu que o menino estava apático, com sinais de desnutrição, diversas cicatrizes e lesões causadas por instrumento contundente ou decorrentes de agentes biológicos patógenos. ... Ambos foram condenados a 8 anos e 7 meses de prisão e tiveram a prisão decretada na decisão. O caso ocorreu no ano 2000, em Boca da Mata, mas o processo atrasou porque os réus não foram localizados por mais de 10 anos. ... Na última segunda-feira, 29, a Prefeitura de Campo Alegre iniciou a distribuição de oito mil cestas básicas da Semana Santa, garantindo a mesa farta para milhares de famílias do município. Ao todo são 105 toneladas de alimentos que serão distrib ... Serão distribuídas, 3.800 cestas na sede, 3.500 cestas no distrito Luziápolis, 500 cestas no Povoado Chã da Imbira, 100 cestas no Povoado Mineiro e 100 cestas na Usina Porto Rico. ... Aos nossos leitores desejamos um final de semana repleto de paz e saúde. Até a próxima edição!


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MEIOAMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Lixo espacial

Preservação

M

ais um acordo para adoção de uma Unidade de Conservação na Amazônia Legal, dentro do Programa Adote um Parque, foi firmado. Na segunda-feira, 29, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, assinou protocolo de intenções com a Cooperativa Agroindustrial (Coplana), entidade sem fins lucrativos formada por produtores rurais que adotou uma área da Seringal Nova Esperança, no Acre. Essa é a quinta adoção pelo programa, criado em fevereiro deste ano. “A Coplana é uma cooperativa dos produtores de cana, o que mostra que o setor agroenergético, agroindustrial, supraenergético brasileiro, que é um exemplo, graças ao Renovabio, à CBIO (Crédito de Descarbonização), enfim, também está preocupado em conservar a Amazônia e dar exemplo para o resto do mundo”, afirmou Ricardo Salles. A Seringal Nova Esperança conta com 2.574 hectares de terra e foi criada com o objetivo de proteger a flora regional, em especial castanheiras e seringueiras. Com os recursos destinados pela Coplana, a Unidade de Conservação poderá, por exemplo, adquirir novos equipamentos e implantar melhorias de infraestrutura no local.

Poluição e sexualidade Um novo estudo sobre os efeitos da poluição nos seres humanos mostrou que a saúde reprodutiva, o apetite sexual e até o tamanho do pênis dos homens podem ser afetados. Comandado pela especialista em epidemiologia americana Shanna Swan, a pesquisa revelou que os hábitos modernos estão diminuindo a contagem de esperma dos homens. Em seu novo livro, Count Down: How Our Modern World Is Threatening Sperm Counts, Altering Male and Female Reproductive Development, and Imperiling the Future of the Human Race, a renomada especialista explica que a quantidade de produtos químicos industriais em artigos que usamos diariamente pode desencadear o encolhimento dos testículos e, consequentemente, do pênis. Para Shanna, pesquisadora e professora da Icahn School of Medicine, do Departamento de Medicina Ambiental e Saúde Pública do sistema Monte Sinai, os homens modernos possuem metade da quantidade de esperma de seus avôs.

Satélites e restos de espaçonaves estão poluindo a órbita da Terra, aumentando o brilho do céu noturno em mais de 10% acima dos níveis de luz natural, o que prejudica observações astronômicas. Esse dado alarmante é fruto de um estudo publicado na segunda-feira, 29, no jornal científico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. A pesquisa foi feita por pesquisadores da Universidade Comenius de Bratislava, na Eslováquia; Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha; e da Universidade de Utah, nos Estados Unidos. Eles queriam estudar como o lixo espacial poderia estar causando poluição luminosa na Terra. Os especialistas notaram que essa poluição excedeu os limites de 10% de luminosidade que a União Astronômica Internacional estipulou em 1979. “Esperávamos que o aumento do brilho do céu fosse marginal, se houvesse algum aumento, mas nossas primeiras estimativas teóricas foram extremamente surpreendentes e, portanto, nos encorajaram a relatar nossos resultados prontamente”, diz em comunicado o líder do estudo, Miroslav Kocifaj.

Tecnologia e meio ambiente

O iFood acaba de anunciar o lançamento de seu ambicioso programa ambiental, o Regenera, que tem duas frentes principais de trabalho: acabar com a poluição plástica das operações de delivery e tornar a companhia neutra na emissão de carbono até 2025. O investimento está estimado em R$ 100 milhões. Segundo Gustavo Vitti, vice-presidente de Pessoas e Soluções Sustentáveis da foodtech, a ideia surgiu em parte por causa da pandemia. “No ano passado, do dia para a noite viramos serviço essencial. Naquele momento, entendemos que todo o nosso ecossistema dependia muito da gente, os entregadores, os restaurantes. Outro ponto importante é que acreditamos há bastante tempo que, no futuro, as empresas vão assumir um papel que vai muito além dos seus negócios. Elas vão resolver problemas da sociedade. Quando culminou tudo isso, tivemos um clique e vimos que precisávamos fazer alguma coisa. O nosso crescimento tem que andar de mãos dados com o meio ambiente e com a sociedade”, disse o executivo.


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DEUS E POLÍTICA

Enredo da morte no Brasil tem como ponto de força a coerência cristã Nova obra de Ana Cláudia Laurindo é uma ótima leitura em tempos de mudança e está disponível nas versões virtual e impressa MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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ruto de um movimento que envolveu diálogos indignados, debates e artigos que abordavam a incoerência do discurso cristão no Brasil no ano de 2018, quando a maioria das religiões hegemônicas se dividia em grossos segmentos, e estes declaravam apoio político a uma candidatura “beligerante”, o livro Deus e Política: Enredo da morte no Brasil, de Ana Cláudia Laurindo, é uma boa pedida em tempo de mudanças e incertezas. Neste cenário, o perfil analítico das abordagens ganhou corpo, instigou outras leituras e pesquisas, iniciando em 2019 o novo livro, que veio à lume na versão e-book no final de 2020. Apesar de ser mais prático lançar um livro virtual, os apelos pela obra impressa se fizeram importantes, motivando a publicação em fevereiro de 2021. Com texto preciso, de linguagem simples e em algumas passagens com mensagem dura, o início do livro fala sobre a pandemia e o histórico deficitário das políticas sanitárias, preventivas e de enfrentamento do coronavírus, que levou o presidente (do Brasil) a ser acusado de genocídio. A obra aborda dois temas de peso, “e a partir deles abre um leque analítico, historiográfico e sociológico: Deus e Política. Religião, religiosidade, crença, fé e todo cabe-

dal coercitivo, manipulador, que atuou em benefício da eleição de Jair Bolsonaro à presidência do Brasil a partir das relações com o nome de Deus, abre a linha de pensamento; mas interliga com a face dura da intencionalidade política que beneficia os poderes, institui divisões sociais e exclusões, na prática cruel designada necropolítica”, analisou Ana Cláudia. Deus e Política nasceu antes mesmo do título. É que diante de um cenário diversificado, a autora percebeu que um fenômeno sociológico se desenrolava neste campo, tornado um espaço de batalha assentado no conservadorismo de um lado, e mentalidades mais abertas, do outro. No entanto, o ápice da anomalia estava fincado na banalização da morte, a indiferença para com a sorte das minorias e o ressurgir das marchas para Deus e pela família de alguns, ou seja, dos privilegiados. Assim, como escritora humanista, Ana Cláudia diz que não poderia deixar de estar atenta a este momento histórico. Além do que sua vivência como espírita a foi conduzindo a participação em grupos virtuais, que intensificaram diálogos interessantes com os artigos que escrevia, motivando cada vez mais a produção de escritos nesta seara discursiva. Por tratar-se de uma obra que considera o es-

Ana Cláudia lançou versão impressa de sua nova obra

piritismo brasileiro em sua expressão hegemônica exemplo de anomalia, seja na acepção humanitária ou na concepção cristã, uma vez que há adesão de membros da própria Federação Espírita Brasileira ao bolsonarismo, o segundo capítulo analisa o contexto da formação espírita na terra, levando em conta sua forte característica religiosa, distanciada em muitos aspectos do ponto de partida gerado pelo francês Allan Kardec. Na sequência, o estudo de fenômenos como o “cristofascismo”, que assola setores evangélicos e católicos mais conservadores, assim como as influências da “teologia da prosperidade” e o acirrado materialismo que acaba promovendo o religioso ufanista, salvacionista e em resumo, intolerante para com as liberdades políticas e culturais.

“Deus e Política cumpre um papel interessante e responsável, pois tem como ponto de força a coerência cristã. Religião e política andam ligadinhas, como tudo o que no mundo das formas agrega interesses, distribui hierarquias e elege plataformas de poder”, afirmou a escritora. Como pesquisadora cristã, Laurindo se sente cada vez menos religiosa, “porque percebo na religião uma força de manutenção secular que em uma ótica espiritualista transfere influências entre o mundo material e o mundo espiritual, atrapalhando a evolução, desde que esta seja compreendida do ponto de vista da autonomia do ser. Deste modo, nada melhor para os interesses políticos arcaicos, que desprezam as leis de igualdade de direitos e servem mais à necropolítica do que um discurso religioso”, associou. O livro apresenta um misto de sentimentos, com passagens fortes e até reflexivas. Mas para a autora, a frase mais forte da obra é aquela que poderia resu-

mir todo seu corpo teórico que diz que “Nunca foi pecado, sempre foi política”. Ou seja, a subjugação do ser à culpa oriunda dos julgamentos e condenações sempre obedeceu a uma intenção política. “Deus se tornou insígnia de manipulação por parte de quem se arvorou em algum tipo de representação religiosa ao longo do tempo. E ainda assim ocorre agora”, afirmou. Com 172 páginas, Deus e Política foi prefaciado pelo jornalista e escritor Odilon Rios, pois não haveria quem melhor pudesse testemunhar sobre o processo de criação, o desenrolar das descobertas e empenho na transmissão de uma mensagem com características históricas, políticas e mesmo sob críticas e flexibilizações de fé. “Ele (Odilon) é meu parceiro de vida em todos os seus aspectos, inclusive no intelectual e literário”, elogiou Laurindo. A relação de Ana com a arte literária é especial, desde o instante que se tornou letrada (aos seis anos) até os dias atuais não larga um livro. “Leio de tudo. Os primeiros livrinhos eu confeccionava com pedaços de papel e grampos, ilustrava, gerava diálogos, narrativas, mas os adultos da minha família não valorizavam. Cresci sabendo que seria escritora, mas encontrava uma muralha de argumentos contrários e deixava para depois”, relembra a escritora. Porém, em 2008 ela criou um blog e foi tomando gosto pela manutenção do mesmo. À época, fazia mestrado, pesquisava relações étnico-raciais, e debulhava suas descobertas ali. Para ela, foi uma experiência poderosa. Contudo, após viver uma tragédia familiar que iniciou neste mesmo ano de 2008, “culminando com o assassinato do meu terceiro filho em 2010, precisei escrever um livro e nele registrar parte do que Alagoas institucional me revelou enquanto estava em carne viva”, revive.


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