Edição 1114

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MACEIÓ - ALAGOAS

www.novoextra.com.br

1998 - 2020

ANO XXII - Nº 1114 - 16 A 22 DE ABRIL DE 2021 - R$ 4,00

OPERAÇÃO TATURANA

JUIZ ABSOLVE DEPUTADOS E PROCESSO PODE ACABAR EM PIZZA Dez anos depois, envolvidos no maior desvio de recursos públicos em Alagoas são inocentados 4 e 5

Ivan Brito descartou ilegalidade em empréstimos com Bradesco

JUÍZES DA MASSA FALIDA DE JOÃO LYRA DEIXAM PROCESSO SOB SUSPEIÇÃO 8 IMPROBIDADE

PREFEITO DE CHÃ PRETA É CONDENADO POR PAGAMENTO IRREGULAR 3

NOVA MACEIÓ

MORTES POR COVID SUPERAM ÓBITOS POR AVC E ACIDENTES DE TRÂNSITO EM ALAGOAS 12

JHC INVESTIRÁ R$ 77 MILHÕES PARA DESPOLUIR SALGADINHO Projeto será financiado com recursos externos e deve ser concluído em 18 meses 10 e 11


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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2020 EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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COLUNA

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Cristal quebrado 1

- As novas relações políticas do prefeito de Arapiraca com Renan Filho, Fernando Collor e Arthur Lira indicam que Luciano Barbosa é hoje a maior liderança do interior, disputada pelo governador e seus adversários.

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- Apesar do massacre que sofreu por trocar o cargo de vice-governador pela Prefeitura de Arapiraca, Barbosa não rompeu com o governo nem descartou a possibilidade de apoiar a candidatura de Renan Filho ao Senado na eleição do próximo ano. Bom para o município que vai faturando ajuda dos dois lados.

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- Renan Filho e o pai-senador trabalham em tempo integral para reconquistar o apoio do ex-vice-governador e ex -amigo de infância, mas sabem que houve quebra de confiança, e cristal quebrado dificilmente se conserta.

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- Mas o governador não abrirá mão tão facilmente de seu projeto de poder e começa a construir pontes para conquistar o eleitorado de Arapiraca. A nomeação de Fabiana Pessoa para uma secretaria de Estado é a primeira pedra dessa construção.

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- Ex-vice do falecido prefeito Rogério Teófilo, e esposa do deputado federal Severino Pessoa, Fabiana e o marido podem garantir muitos votos a seus aliados. Mas nada se compara à sólida liderança política de Luciano Barbosa, fortalecido pela série de erros e desacertos dos Calheiros, alguns deles validados pela Justiça Eleitoral no último pleito municipal.

Perguntar não ofende

O Tribunal de Justiça de Alagoas ainda não explicou quais doenças levaram o ex-juiz Marcelo Tadeu a se aposentar por invalidez aos 56 anos de idade com salário integral, isento do Imposto de Renda e outros tributos. Afinal o contribuinte - que paga a conta - quer saber se o ex-magistrado tem problemas físicos ou mentais que o tornaram inválido para o trabalho.

Massa falida

Os juízes que cuidam da massa falida do Grupo João Lyra pediram demissão e novos magistrados serão indicados pela Presidência do Tribunal de Justiça. A nova comissão de juízes é que vai decidir se fica com o atual administrador judicial ou contrata outro escritório. No meio desse imbróglio jurídico, estão graves denúncias de desvio milionário da massa falida e milhares de credores no prejuízo. Quem sobreviver à pandemia acompanhará essa novela pelas próximas décadas.

Registro de imóveis

A partir deste mês os cartórios de registro de imóveis passarão a contribuir com o Fundo para Implementação e Custeio do Serviço de Registro Eletrônico de Imóveis. A determinação é da Corregedoria Nacional da Justiça e a cobrança mensal será de 0,8% da receita bruta dessas serventias.

Impunidade

Mais de 13 anos depois, a Operação Taturana deve acabar em pizza e todos os envolvidos no desvio milionário estarão livres para a prática de novos crimes contra os cofres públicos. Com uma só canetada, o juiz Ivan Vasconcelos Brito absolveu um grupo de parlamentares acusados de peculato e formação de quadrilha. Mãe de todas as bandidagens, a impunidade agradece.

Golpe na Caixa

O juiz Giovanni Alfredo de Oliveira Jatubá dificilmente escapará da aposentadoria compulsória no processo administrativo a que responde junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas. Afastado das atividades, o magistrado é acusado de dar cobertura a uma quadrilha que desviou mais de R$ 5 milhões da Caixa Econômica com uso de documentos fraudulentos. À época ele atuava na Comarca de Piranhas. Giovanni Jatubá também responde a outro processo administrativo no TJ por se envolver em um esquema para fraudar licitações na compra de medicamentos de alto custo para o Estado. Nessa denúncia o juiz atuava em Arapiraca.

Bolso vazio

A deputada Jó Pereira vem engrossando as críticas ao governo estadual pela política de preços dos combustíveis. Ao repudiar declarações do secretário da Fazenda, George Santoro, que afirmou tratar-se de “discursos vazios”, a deputada disse que “vazios são os bolsos das pessoas que estão tendo que pagar tão caro pelo preço da gasolina e do diesel”.

Racismo

A subcelebridade Giana Novaes diz que não é racista porque tem uma cachorra preta: “Na hora de escolher um cachorro nem pensei na cor”.


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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Prefeito de Chã Preta é condenado e pode perder direitos políticos Esquema das gratificações resultou em rombo de mais de R$ 120 mil aos cofres públicos MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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prefeito do município de Chã Preta, Maurício de Vasconcelos Holanda (MDB), foi condenado pela prática de improbidade administrativa e pode perder seus direitos políticos. É que no último dia 30, a juíza da Comarca de Viçosa, Juliana Batistela Alencar, julgou procedente o processo n° 0700424-03.2017.8.02.0057, condenando o gestor pelo esquema de gratificações indevidas resultando no rombo de R$124.600 aos cofres públicos. A ação é referente ao período de 2013 a 2016, época em que o atual prefeito era vice de seu pai, o então prefeito Audálio Holanda, que também é réu. Segundo decisão da Justiça, além do prefeito e do vice, pelo menos seis secretários e ex-secretários citados na ação terão que devolver os valores recebidos de forma indevida aos cofres públicos. A juíza decidiu, também, que os réus deverão perder os direitos políticos pelo prazo de oito anos, pagamento de multa, além de não poderem contratar com a poder público no prazo em questão. O documento aponta que “no período de 2013 a 2016, os à época Secretários Municipais e Controlador Geral do Município de Chã Preta receberam indevida “gratificação de desempenho” que se adicionava ao valor de seus subsídios, afrontando, assim, o artigo 39 da Constituição da República.” No entanto, os acusados argumentam que a ação é improcedente alegando inexistência de ato de improbida-

de. Na defesa, eles afirmam que teriam “pautado suas ações com estrita obediência à legislação municipal”. Segundo decisão da magistrada, além de Audálio de Vasconcelos Holanda e Maurício de Vasconcelos Holanda, Gilvan Passos Filho teria sido beneficiado de forma ilegal com gratificação de R$ 13.200, Eliezer Oliveira de Carvalho com R$ 22.400, Antônio Teixeira de Vasconcelos Neto com R$ 22.400, Antônio Lima da Silva Júnior com R$ 23.400, Margarida Maria de Vasconcelos Holanda (esposa de Audálio e mãe de Maurício) com R$ 33.600 e Francisco Salvio de Vasconcelos Teixeira com R$ 8.000. A ação trata do recebimento, pelos secretários municipais, da “gratificação de desempenho” instituída pela Lei Municipal n.º 495/11 em seu artigo 93. De acordo com a magistrada, “o recebimento das quantias a título de gratificação de desempenho não foi negado pelos réus, que consubstanciaram sua defesa na sustentação da legalidade do ato, afirmando, dentre outras questões, que a lei não limita os servidores que poderiam auferir a quantia. Porém, alerta que “o dispositivo legal municipal deve ser interpretado à luz da Constituição Federal”, que diz que é vedado aos agentes públicos que exercem cargos em comissão receberem quaisquer tipos de gratificações por desempenho de funções. “Portanto, há irregularidade do recebimento da gratificação de desempenho pelos Secretários Municipais, concedida pelo ex-gestor e seu vice”

Maurício Holanda nega haver cometido qualquer irregularidade

Prefeito nega acusação e diz que vai recorrer

O prefeito Maurício Vasconcelos Holanda negou que cometeu atos de improbidade administrativa, que foi alvo de denúncia pelo Ministério Público Estadual. O gestor afirma que o processo tem cunho político e que vai recorrer da decisão. Holanda disse que foi surpreendido com a ação, pois nunca assumiu e nem recebeu qualquer gratificação durante sua atuação como vice-prefeito. Maurício Holanda disse não entender como em uma democracia, mesmo sem ter sido beneficiado com a gratificação, foi condenado. “O que aconteceu é que foi concedida gratificação aos secretários obedecendo a

lei municipal. Porém, a gestão passada fez uma representação contra a administração anterior”, disse, ao acrescentar que a Justiça condenou o pessoal a devolver o recurso recebido, mas que ele não recebeu tal verba. Holanda disse que embora a ação seja um ato político, a Justiça tem que ser respeitada. “Faz parte da democracia. Fui condenado, mas confio na Justiça que tudo será esclarecido”. Vale ressaltar que a ação foi proposta pela administração municipal no período em que Rita Tenório era prefeita do município. Segundo o gestor, que à época era vice-prefeito do pai, Audálio Holanda, seu trabalho é pautado na transparência e que a resposta vem com as ações desenvolvidas no município. Prova disso é que tem mais de 80% de popularidade. “Estamos de consciência tranquila, pois não cometemos nenhuma irregularidade”, garantiu. Holanda afirmou, ainda, que é preciso que a gestão que o antecedeu explique sobre a dívida de mais de R$ 2 milhões deixada, empréstimos consignados e outras irregularidades. “Muitas coisas da administração anterior devem ser investigadas”, criticou. Maurício Holanda foi eleito prefeito de Chã Preta com 50,62% dos votos válidos, um total de 2.198 votos. PRINCESA DOS MONTES O município de Chã Preta, localizado a 98 km da capital alagoana, possui população de 7.311 habitantes, conforme dados do IBGE. Com 463 metros de altitude, a Princesa dos Montes, como é conhecida, tem no clima serrano seu ponto forte. Conhecida pela diversidade cultural, é o berço do saudoso professor e folclorista Pedro Teixeira, entre outras personalidades chã-pretenses.


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IMPUNIDADE

Juiz absolve deputados e ação dos Taturanas pode acabar em pizza Sentença referente a empréstimos com Bradesco se contrapõe ao que foi decidido no caso do Banco Rural DA REDAÇÃO

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juiz Ivan Vasconcelos Brito, da 16ª Vara Cível da Capital, absolveu o segundo grupo dos Tatutanas, cujos réus estão ligados ao processo relativo ao banco Bradesco. Dessa ação constam os nomes de Antônio Albuquerque, João Beltrão (falecido), Arthur Lira, João de Carvalho Beltrão (Chicão), Francisco Tenório, Cabo Luiz Pedro da Silva, Isnaldo Bulhões Júnior, Dudu Albuquerque e ex-servidores da Assembleia Legislativa. Ao julgar o mérito da ação cível por improbidade administrativa contra os deputados, o magistrado alegou que a verba de gabinete é legal, não havendo provas de que os empréstimos bancários foram pagos pela Assembleia, e sim, com verba indenizatória. Esse processo foi desdobrado da ação principal que envolve dezenas de acusados, além dos deputados. O primeiro grupo, ligado aos empréstimos junto ao Banco Rural, foi julgado e condenado pela unanimidade da comissão de juízes que atuou nos processos

de improbidade. Os réus apelaram ao Tribunal de Justiça, mas a 3ª Câmara Cível manteve a sentença. Com o deslocamento dessa comissão para julgar apenas ações de improbidade que tramitam nas comarcas do interior, o processo contra o grupo ligado ao Bradesco foi parar nas mãos do juiz Ivan Vasconcelos Brito, titular da 16ª Vara Cível da Capital. Apesar da condenação dos réus ligados ao processo do Banco Rural, o magistrado decidiu inocentar o grupo ligado ao Bradesco, acusado pelos mesmos crimes. O promotor José Carlos Castro, do Núcleo de Improbidade do Ministério Público Estadual, deverá recorrer da decisão do juiz Ivan Vasconcelos. Essa sentença de primeiro grau não tem relação jurídica com a decisão do colegiado que condenou o primeiro grupo de réus, mas pode levar os condenados a pedir anulação da sentença, cuja apelação tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), presidido pelo ministro alagoano Humberto Martins.

Promotor José Carlos Castro deve recorrer contra absolvição dos ‘taturanas’


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IMPUNIDADE

“Não houve pagamento de empréstimo com dinheiro público”, diz juiz Novo processo será instaurado para intimar herdeiros de João Beltrão JOSÉ FERNANDO MARTINS JOSEFERNANDOMARTINS@ GMAIL.COM

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ntre 2003 e 2006, a Assembleia Legislativa, através dos então deputados estaduais que compunham a Mesa Diretora, firmou convênio com o Banco Bradesco com o objetivo de concessão de empréstimos pessoais consignados a parlamentares e servidores. Os empréstimos foram operados pela Agência Prime, em Maceió. Conforme previa o contrato, cada parlamentar poderia adquirir empréstimos de R$ 150 mil. Já o valor para integrantes da Mesa era maior: R$ 300 mil. A base para o cálculo do teto do valor dos empréstimos foi a verba de gabinete. Segundo denúncia do Ministério Público, como garantia ao banco para o pagamento das prestações dos empréstimos, a Assembleia Legislativa emitia, no momento da contratação, cheques nominais aos mu-

tuários. Sendo assim, no vencimento das parcelas dos contratos, havendo saldo na conta corrente do beneficiário, o valor era debitado. Caso contrário, o Bradesco, quando não encontrava fundos para quitar a parcela vencida, procedia ao saque direto do cheque custodiado emitido pela própria Assembleia. Foi a partir dessas ocorrências que surgiram as denúncias de que os deputados estavam pagando empréstimos a pessoais com dinheiro público. Ainda segundo o MP, haveria outro esquema para pagamento das parcelas dos empréstimos, que se dava na forma de depósitos de vultuosas quantias nas contas dos réus. Como consta do relatório do inquérito policial da Operação Taturana, que também tramita no Superior Tribunal de Justiça, a operação utilizada para apropriação ilícita da verba de gabinete foi concatenada pela Mesa Diretora entre os anos de 2003 a 2006. À

Ivan Brito concluiu não haver provas de ilegalidades época, a diretoria da ALE era composta por Celso Luiz (presidente), Arthur Lira (1º secretário) e Cícero Ferro (2º secretário). Proferida na sexta-feira passada, 9 de abril, a sentença de absolvição do juiz Ivan Vasconcelos Brito Junior fez um aparte referente a sua decisão englobando dois acusados: João Beltrão e Ednilton Lins Macedo, ambos falecidos. Segundo o magistrado, o falecimento desses réus ocasionaria a suspensão do processo. No entanto, um novo processo deverá ser aberto para a intimação dos correspondentes espólios, no caso os herdeiros. Ivan Brito destacou que todos os réus tiveram a oportunidade de se manifestar e produzir contraprova em relação a todos os documentos juntados, o que revela a legalidade de sua utilização como prova. “Ao alegado cerceamento de defesa, verifica-se dos autos que aos réus foram asseguradas todas as faculdades processuais que lhe são permitidas pelo ordenamento jurídico, e produzidas todas as provas possíveis daquilo que interessava à sua defesa. A falta de documentos, oitiva de testemunhas em audiência e, consequentemente, de

realização de perícia, é questão já superada, não devendo ser reapreciada”. Ele também rebateu críticas de que a 16ª Vara Cível da Capital / Fazenda Estadual não teria competência para julgar o polêmico processo: “É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão”. Quanto à sua análise dos fatos, o magistrado concluiu que nas referidas contas foram realizados empréstimos que perfizeram o montante de R$ 1.013.656,93, no entanto, foi categórico em afirmar que não houve o pagamento de qualquer empréstimo com os cheques emitidos pela Assembleia Legislativa. Para corroborar sua tese, o juiz mencionou o fato de que nenhum cheque da ALE teria sido utilizado nas operações de desconto, citando o nome do deputado Antônio Albuquerque. “De acordo com análises realizadas, nenhum cheque da ALE, utilizado nas operações de desconto a Antônio Ribeiro de Albuquerque, foi compensado. Próximo ao dia de vencimento de cada cheque, o banco debitou diretamente da conta do investigado o valor da parcela vencida, o que amortizou a operação reali-

zada e dispensou a compensação dos cheques. Em outras palavras, não houve o pagamento de empréstimos particulares do réu com cheques emitidos em garantia pela Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. No particular, portanto, não houve qualquer prejuízo ao erário”. E destacou: “Do que se extrai, ao Ministério Público caberia fazer prova que induzisse para além de qualquer dúvida razoável a utilização dos cheques para pagamento dos empréstimos. A prova, no entanto, aponta justamente no sentido contrário, de que, na realidade, nunca houve a compensação efetiva de tais cheques em benefício do réu, ainda que tenham sido emitidos. O juiz também salientou que as situações analisadas nunca foram antes da Operação Taturana discutidas, tanto administrativa, como judicialmente. No fim da decisão, o juiz pontuou: “Tenho por bem desmembrar o presente processo com relação aos réus falecidos, João Beltrão Siqueira e Ednilton Lins Macedo, devendo, tão logo aberto o novo processo promover-se a intimação dos correspondentes espólios, de quem for sucessor, ou, se for o caso, dos herdeiros, assumindo os mesmos o processo no estágio em que se encontra, sob pena de ser designado para os mesmos curadores especiais. Em relação aos demais réus remanescentes, Arthur César Pereira de Lira, Francisco João de Carvalho Beltrão (Chicão), João Francisco Cerqueira Tenório, Luiz Pedro da Silva, Antônio Ribeiro de Albuquerque, Isnaldo Bulhões Barros Júnior, Cosme Alves Cordeiro, Fábio César Jatobá e Eduardo Albuquerque Rocha, relativamente ao mérito da demanda, na forma do artigo 487, I, do Código de Processo Civil,


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CASO MARCELO TADEU

Polícia Civil hospedou homem contratado para matar juiz Delegado Paulo Cerqueira teria arquitetado o crime a mando de desembargador JOSÉ FERNANDO MARTINS JOSEFERNANDOMARTINS@ GMAIL.COM

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m juiz, um desembargador e um delegado, três personagens que se encontram hoje no mesmo local inusitado: nas páginas de um inquérito da Polícia Federal. No caso em questão, o magistrado trata-se de Marcelo Tadeu, atualmente aposentado, que é categórico em afirmar que por muito pouco escapou da morte resultado de um crime de mando. Quem estaria por trás dessa tramoia seria o ex-delegado geral da Polícia Civil Paulo Cerqueira, que teria recebido ordens do ex-presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas. O indiciamento de Paulo Cerqueira pela Polícia Federal foi expedido no dia 12 de março último pelo delegado Alexandre José Borges de Mendonça. Na semana passada, à imprensa, Marcelo Tadeu relembrou os momentos de tensão que passou ao praticamente presenciar um assassinato, que aconteceu em julho de 2009. O magistrado aposentado estacionou o carro para ir a uma farmácia no bairro da

Mangabeiras, na capital. Pouco depois ouviu tiros desferidos por um atirador em uma motocicleta. No chão estava o advogado Nudson Harley, que estava há pouco tempo em Maceió. “Estávamos com roupas semelhantes e tínhamos traços parecidos”, disse Tadeu. Foram essas semelhanças que fizeram com que o juiz ligasse o sinal de alerta e pensasse “Eu era o alvo”. Temendo pela própria vida, procurou o delegado Paulo Cerqueira e contou suas suspeitas. Porém, a reação do delegado teria indignado o magistrado. “Criou um inquérito morto e sequer me chamou para depor”. O autor dos disparos foi identificado como Antônio Wendell Guarnieri, que afirmou que foi Cerqueira quem o contratou para executar o magistrado por intermédio do policial militar Natan Simião, assassinado em 2010 com dez tiros em Arapiraca. Guarnieri teria recebido uma motocicleta, duas pistolas e a quantia de R$ 20 mil. De acordo com inquérito da PF, Cerqueira presidia o inquérito do homicídio de Nudson e passara a “desvirtuar propositalmente o curso das investigações”. Também está no in-

Marcelo Tadeu reafirma tese de que era o alvo do crime quérito assinado pelo delegado da Polícia Federal que Cerqueira teria pago as despesas de Guarnieri com recursos próprios. “A Polícia Civil de Alagoas hospedou Wendel Guarnieri na semana que antecedeu o crime, além de ter fornecido um aparelho de telefonia móvel para ele”. O nome do desembargador Washington Luiz aparece a partir de uma suspeita do juiz Marcelo Tadeu. “O juiz Marcelo Tadeu, à época, levantou a hipótese de o desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas Washington Luiz ser o mandante deste homicídio. Paulo Cerqueira,

segundo informações colhidas com colaboradores integrantes de instituição que compõem o aparato de Segurança Pública em Alagoas, é apadrinhado de Washington Luiz, mas tenta esconder a relação de amizade que mantém com o desembargador”, afirma trecho do relatório do inquérito. Wendel Guarnieri foi alvo de interceptação telefônica por uma investigação da Divisão de Especial de Investigação e Capturas (Deic). As escutas foram iniciadas no dia 19 de junho de 2009, quando Wendel deixou de fazer parte do programa de

proteção a testemunhas. Todo o conteúdo era encaminhado para Cerqueira. “Existe um diálogo telefônico mantido entre Wendel e Valdir Pitbull poucos dias antes do homicídio de Nudson. Nesta conversa, Wendel fala para Pitbull que irá pilotar a moto e ele (Pitbull) executará o serviço”, descreve o documento da Polícia Federal. Ainda de acordo com o inquérito, policiais federais tiveram acesso aos autos do inquérito da Polícia Civil em que Guarnieri foi investigado. Eles concluíram que algumas conversas telefônicas não estariam nos autos do inquérito, embora apareçam no extrato telefônico. “Portanto, aparentemente, conversas mantidas entre Paulo Cerqueira e Wendel Guarnieri foram retiradas ou sonegadas do mencionado inquérito policial”, concluiu a PF. Karyne, companheira do acusado de homicídio na época do crime, teria confirmado que Cerqueira e sua equipe fizeram orientações para trocar o chip do telefone celular. “Diante de todo o exposto, assim como em razão de todo o conjunto probatório amealhado aos autos, indicio Paulo Cerqueira (...), tendo em vista que, segundo apontam os elementos contidos nos autos, participou do homicídio de Nudson Harley na condição de autor intelectual”, finaliza o delegado federal. Pronunciado pelo crime, o processo de Wendel Guarnieri tramita na 9ª Vara Criminal da Capital/Tribunal do Júri e sua última movimentação foi no dia 19 de março deste ano para juntada de cópias na ação judicial.


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Empresário que disse ter testemunhado telefonema foi morto no ano passado

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as quem queria ver Marcelo Tadeu morto? De acordo com o próprio juiz aposentado, ele sempre esteve envolvido em decisões e processos que continham nomes influentes em Alagoas, como usineiros, magistrados e prefeitos, sem contar seu trabalho para combater a gangue fardada, grupo criminoso formado por policiais. Quanto ao desembargador, em julho de 2016, uma reportagem do Fantástico, programa dominical da Rede Globo, insinuou que Washington Luiz teria encomendado o assassinato porque o Marcelo Tadeu afastou o prefeito de uma cidade do interior de Alagoas - irmão de Freitas - após constatação de irregularidades na gestão. O Fantástico entrevistou na época o empresário Kleber Malaquias de Oliveira, assassinado em julho do ano passado, que afirmou ter testemunhado uma ligação realizada pelo desembargador em um restaurante da capital. Na ocasião, Washington Luiz estaria acompanhado do irmão Wellington Damasceno Freitas, conhecido como Xepa, e que em 2008 foi afastado por Tadeu da Prefeitura de Olho d’Agua do Casado, cidade do Alto Sertão e que, junto com Piranhas, forma o reduto eleitoral da Família Damasceno. “Eles chegaram, sentaram lá, e o desembargador, presidente do Tribunal de Justiça, deu a ordem para ‘passar’ o juiz Marcelo Tadeu. Passar é mandar matar”, explicou Malaquias na entrevista. Procurado pela reportagem da TV Globo na ocasião, o desembargador Washington Luiz negou qualquer envolvimento no atentado contra o juiz. “Nem contra o Marcelo, nem contra ninguém. Eu sou um homem de paz. Eu sou um homem temente a Deus. Não tem razão nenhuma e acredito que ninguém no estado fez isso”.

Washington Luiz, que teve nome citado no caso publicamente por Malaquias, teria encomendado o crime a Paulo Cerqueira

Delegado se afasta da direção da PC após indiciamento pela Polícia Federal Após o indiciamento pela PF, o delegado Paulo Cerqueira entregou o cargo de delegado-geral da Polícia Civil. “Tomei a iniciativa de entregar o honroso cargo de Delegado-Geral, pelo amor que dispenso à minha Instituição e para não permitir ataques infundados aos relevantes serviços prestados diariamente pela Polícia Civil à sociedade alagoana. Com a consciência tranquila e uma história de vida pautada na honestidade e no trabalho, recebi a notícia do indiciamento com a certeza de ser uma grande injustiça, pois sempre pautei

minha atuação com respeito ao cidadão e à Lei”, informou em nota à imprensa. “Após 18 anos de carreira policial, tendo exercido diversas funções na segurança pública e enfrentado o crime em todas as suas vertentes, sem nunca ter sido sequer citado em boletim de ocorrência, fui tristemente surpreendido com o envolvimento do meu nome em fatos desconexos com a realidade. Nesta oportunidade, agradeço a confiança e o apoio recebido dos integrantes da Polícia Civil durante minha jornada na DireçãoGeral, na qual tive oportunidade de estar à frente nas gestões de vários secretários de segurança e dois governadores de estado, de perfis distintos e partidos diversos, sem apadrinhamento político, demonstrando meu perfil técnico para o exercício da função”, acrescentou. E finalizou: “Rechaço, em nome da verdade, qualquer envolvimento

em trama criminosa, muito menos em desfavor de uma pretensa vítima com a qual sempre mantive relação cordial e respeitosa, e que a mim sempre dispensou o mesmo tratamento respeitoso, não tendo no passado e no presente qualquer motivação para ataque à integridade física do então magistrado. Comungando do mesmo pensamento de sempre, reconheço o valoroso serviço prestado pela Polícia Federal, entretanto, afirmo categoricamente que, após 11 anos do citado delito, essa honrada Instituição se equivocou em promover meu indiciamento. Meus familiares, amigos, colegas de profissão e, especialmente, a sociedade podem ficar tranquilos, sou inocente e a história da minha vida é a minha principal testemunha. Finalizo, com a cabeça erguida e a consciência tranquila, acreditando em Deus e na justiça dos homens, convicto que a verdade sempre prevalecerá”.


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MASSA FALIDA

Juízes pedem renúncia para arquivarem processo de suspeição Relatora condena colegiado ao pagamento de custas processuais por atuação parcial VERA ALVES ESPECIAL PARA O EXTRA

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s quatro juízes que por mais de um ano atuaram conjuntamente à frente do processo judicial da Massa Falida da Laginha Agroindustrial entraram esta semana com um pedido de renúncia coletiva. A decisão implica na perda de objeto – e consequente arquivamento – de uma ação de suspeição movida contra os magistrados pelo falido João Lyra por meio de sua filha e curadora, Maria de Lourdes Pereira de Lyra, e que seria julgada na próxima semana pelo Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas. Bruno Araújo Massoud, Filipe Ferreira Munguba, Marcella Waleska Costa Pontes Garcia e Phillippe Melo Alcântara Falcão foram acusados por Lourdinha Lyra de atuarem de forma parcial no processo e sempre em favor do ex-administrador judicial José Lindoso da Silva, da Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda, ao qual acusam de haver vilipendiado o patrimônio do extinto conglomerado de empresas antes pertencentes ao ex-deputado federal. Relatora da Exceção de Suspeição n° 050100741.2020.8.02.0000, que desde dezembro tramita no TJ, a desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento tenta há um mês colocar o processo em pauta para julgamento pelo Pleno do TJ, mas se deparou com a falta de quórum. É que seis dos 15 desembargadores se averbaram suspeitos para decidir sobre a lide e na última tentativa

outros três estiveram ausentes da sessão. A princípio, a desembargadora conta com cinco votos a favor de seu parecer – no qual qualifica os quatro magistrados como suspeitos na condução do processo e ainda os pune com o pagamento das custas processuais, valor a ser arbitrado entre 1% e 5% da causa, uma ação bilionária que até 24 de julho do ano passado tinha registrados 17.381 credores trabalhistas e outros 1.989 de outras categorias. Se mantido o julgamento previsto para a próxima terçafeira, o excipiente de suspeição não terá os votos dos desembargadores Paulo Barros da Silva Lima, Sebastião Costa Filho, Otávio Leão Praxedes, Fábio José Bittencourt Araújo, Fernando Tourinho de Omena Souza e João Luiz Azevedo Lessa. Os seis se averbaram suspeitos por motivo de foro íntimo. Restam, assim, além da relatora, outros oito desembargadores, os três que haviam faltado à sessão do dia 30 de março – Alcides Gusmão da Silva, Pedro Augusto Mendonça de Araújo e Celyrio Adamastor Tenório Aciolly – o que inviabilizou o desfecho da lide, e Klever Rêgo Loureiro, José Carlos Malta Marques, Washington Luiz Damasceno Freitas, Tutmés Airan de Albuquerque Melo e Domingos de Araújo Lima Neto. O embate entre Lourdinha Lyra e a comissão de juízes à frente do processo de falência (0000707-30.2008.8.02.0042) que tramita na 1ª Vara da Comarca de Coruripe remonta a

Elisabeth Nascimento considerou parcial atuação dos juízes 2017, quando os herdeiros do falido usineiro João José Pereira de Lyra passaram a ingressar com várias ações contestando as decisões do então administrador judicial José Lindoso da Silva e dos próprios magistrados. A guerra jurídica se acentuou, contudo, a partir de julho do ano passado, quando foi anunciado que a Massa Falida iria receber um precatório de R$ 690 milhões, referente a uma dívida do extinto Instituto do Açúcar e do Álcool que na década de 80 remunerou a menos os fornecedores de cana. Mas já em dezembro de 2019 os herdeiros de JL acusavam Lindoso de desídia. Estaria ele, “com prática de atos injustificáveis e omissivos, prejudicando o melhor interesse da Massa Falida e da universalidade de credores” e reivindicavam sua substituição. O pedido de afastamento somente viria a ser analisado pela comissão de juízes a 19 de outubro do ano passado, quase um mês após o desembargador Klever Loureiro haver decidido liminarmente, num agravo impetrado por Lourdinha Lyra junto ao TJ (0806485-54.2020.8.02.0000), pelo afastamento temporário

de Lindoso e sua substituição por um novo administrador, o advogado Július César Lopes de Vasconcelos Santos. Ocorre que a comissão de juízes, que no dia 19 de outubro negou o pedido de afastamento de Lindoso, um dia depois nomeou para a administração judicial da Massa Falida a Laspro Consultores Ltda que um dia antes se habilitara no Banco de Peritos da Corregedoria Geral de Justiça. O procedimento da comissão de juízes levou a desembargadora Elisabeth Nascimento a afirmar: “Ora, é evidente que a nomeação da Laspro Consultores Ltda. como nova administradora judicial, na forma como se deu, comprometeu a segurança processual atinente à imparcialidade necessária para julgamento do feito, nos moldes do art. 145, IV, do Código de Processo Civil”. A desembargadora elenca, ainda, outros fatos que corroboraram sua decisão em acatar o pedido de suspeição: “Também restou identificado por esta Relatoria após conferência dos autos de origem, que o excipiente impugnou as contas da Massa Falida em dezembro/2019, relativamente às contas prestadas

pela antiga AJ (Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda.) em outubro/2019, no entanto, a excepta somente apreciou sua manifestação nos autos do processo nº 070035176.2017.8.02.0042, após ter sido proferida a decisão monocrática nos autos do nº 080648554.2020.8.02.0000, ou seja, quase um ano depois”. E, acrescenta: “Vislumbra-se, da análise do processo falimentar, e mais propriamente pelo fato retromencionado de destituição/nomeação de administradoras judiciais, que há comprometimento na imparcialidade dos juízes que compõem a referida Comissão, como alegado pelo excipiente, tendo em vista que outros aspectos peticionados por outros requerentes eram avaliados com maior brevidade”. Por fim, Elisabeth Nascimento acata o pedido de suspeição e condena os quatro magistrados ao pagamento das custas processuais. Determina, ainda, que, até a designação do colegiado definitivo, todos os procedimentos considerados urgentes no bojo do processo de falência sejam conduzidos pelos juízes Lucas Carvalho Tenório de Albuquerque, Larissa Gabriella Lins Victor Lacerda e Amine Mafra Chukr Conrado. Os três foram nomeados provisoriamente para a condução do processo por meio de portaria em dezembro do ano passado, quando do afastamento de Bruno Araújo Massoud, Filipe Ferreira Munguba, Marcella Waleska Costa Pontes Garcia e Phillippe Melo Alcântara Falcão em virtude da ação de suspeição movida por Lourdinha Lyra. E, enquanto o imbróglio envolvendo juízes, administrador judicial e falido não se resolve, os milhares de credores do antigo império de JL amargam a longa espera pelo recebimento do que lhes é devido.


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PILAR

RENATO FILHO E GOVERNADOR ASSINAM ORDEM DE SERVIÇO PARA CONSTRUÇÃO DE HOSPITAL

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prefeito de Pilar, Renato Filho, assinou na segunda, 12, com o governador de Alagoas, Renan Filho, a ordem de serviço para a construção do Hospital Regional do Futuro. A unidade, que contará com 159 leitos e 10 UTIs, é considerada o maior investimento em saúde na história do município. Segundo Renato Filho, o hospital será “totalmente moderno, bem equipado e vai oferecer emprego e renda para os pilarenses”. Ainda conforme o gestor, ao todo, serão R$ 57 milhões em investimentos para a construção da obra. “O cuidar das pessoas é nossa prioridade no município e, agora, com a pandemia, nós percebemos o quanto precisamos investir na saúde através de hospitais modernos e capacitação de profissionais, entre outras ações”, ressaltou. Na solenidade, o governador Renan Filho disse que já se colocou à disposição para adquirir parte dos equipamentos e que irá garantir a operação do hospital. “Integraremos esforços do governo do Estado com a prefeitura para conseguir atingir o objetivo de atender todo o povo do Pilar e as pessoas dessa região de Alagoas”, assegurou. Segundo o prefeito Renato Filho, o hospital será um avanço para a região. “É o grande legado que vamos deixar, juntamente com toda a estrutura que o governo do Estado tem feito em Alagoas. Estamos agindo para juntar esforços e continuar melhorando a saúde do estado. E o Pilar não poderia ficar de fora desse grande momento que Alagoas está vivendo”. O governador falou também do desafio de entregar 10 hospitais até 2022, quatro deles já inaugurados e em operação: Metropolitano e Hospital da Mulher, em Maceió, eos regionais Norte, em Porto Calvo, e da Mata, em União dos Palmares.

COMPLEXO ESPORTIVO Prestigiaram, ainda, a solenidade de assinatura da ordem de serviço o senador Renan Calheiros, a deputada estadual Fátima Canuto, a prefeita de Atalaia, Ceci Rocha, e o médico-cirurgião Renato Rezende, dentre outras autoridades. Após a cerimônia, o prefeito do Pilar fez a entrega do Complexo Esportivo Professor Edson Maia de Queiroz. Com um investimento de R$ 10 milhões, o equipamento oferta a prática esportiva de mais de 15 modalidades: futebol, futsal, voleibol, basquete, handebol, natação, hidroginástica, atletismo, corrida, tênis de quadra, futevôlei, vôlei de areia e lutas (jiu-jitsu, mma, capoeira e judô).

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NOVA MACEIÓ

JARDINS FLUTUANTES

Chuvas do fim de semana arrastaram mais de 700 toneladas de lixo da foz do Salgadinho para a Praia da Avenida

JHC quer investir R$ 77 milhões para despoluir Salgadinho Projeto será financiado com recursos externos e obras deverão ser concluídas em 18 meses ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

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prefeito João Henrique Caldas pretende investir R$ 77,1 milhões, em 18 meses com novo projeto de despoluição do Riacho Salgadinho. A apresentação da proposta está sendo preparada para os próximos dias. Foi o próprio JHC quem anunciou o projeto, com poucas informações (para manter o suspense), falando do assunto após a retirada de 700 toneladas de lixo da Praia da Avenida no último fim de semana. O prefeito pretende tomar banho na Praia da Avenida ao menos até junho do ano que vem, quando as obras de despoluição devem ser concluídas. Ele pretende disputar o governo do Estado e a avaliação

interna é que este projeto atrairá a maior parte dos votos na capital, derrubando as chances de qualquer dos candidatos apresentados por Renan Filho. O eleitor de Maceió derrotou Alfredo Gaspar de Mendonça, candidato do governador à Prefeitura de Maceió nas eleições do ano passado. O cenário, segundo avaliação, é propício ao grupo do prefeito. A estratégia de JHC é dar um cavalo de pau em seu rumo político. A então prefeita de Maceió, Kátia Born, em uma ação de marketing, tomou banho na Praia da Avenida, próximo à foz do Salgadinho, para mostrar que ela estava limpa. Isso foi em 26 de outubro de 2000. Ela se reelegeu prefeita, o Salgadinho continuou como o maior esgoto a céu

aberto da cidade e Kátia foi descartada nas eleições para o governo em 2006. Seu padrinho político, o então governador Ronaldo Lessa, apoiou a candidatura de Téo Vilela. Vinte anos depois, Lessa é vice -prefeito de Maceió e Kátia nunca mais ganhou uma eleição.

RECURSOS EXTERNOS

Em 31 de março foi publicado no Diário Oficial do Município o resultado da concorrência pública internacional das empresas que vão executar a obra e sua cifra milionária. A empreitada será assumida pelo Consórcio DCH, junção de duas empresas: a DP Barros, com capital social de R$ 28 milhões e sediada em São Paulo, e Hidrotécnica, com capital social de R$ 4,5 milhões e estabelecida no Rio de Janeiro. O Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) vai financiar a obra através de empréstimo à a Prefeitura em dólar. Aliás, quando Rui Palmeira apre-

sentou projeto idêntico em 2020, o edital de concorrência internacional estimava o custo da obra em R$ 1 milhão a mais. O projeto prevê a implantação de jardins flutuantes, requalificação ambiental dos riachos Salgadinho, Reginaldo, Pau d’Arco, Sapo e Gulandi, usando o emissário submarino, além de modernizar a paisagem urbanística desta parte de Maceió que já foi berço da elite alagoana e hoje é local de casarões e prédios em ruínas, com casas emolduradas por cercas elétricas e cacos de vidros nos muros e restos de seres humanos vagando pelas ruas, viciados em drogas ou transtornos mentais. A proposta é que esta região sofra um boom de revalorização e atraia turistas para o bairro de Jaraguá, que recebe as águas imundas do Salgadinho e cujo casario histórico afasta as pessoas pelo cenário de abandono, poluição da praia e insegurança pública.

A novidade deste projeto é a implantação dos jardins flutuantes, uma técnica descoberta pelos colonizadores espanhóis quando chegaram à América Central e se depararam com esta tecnologia sendo usada pelos astecas há 500 anos. A técnica foi sendo reinventada com o tempo e hoje, basicamente, consiste no cultivo de plantas, formando pequenas ilhas e que ajudam a absorver a matéria orgânica dos esgotos despejados. A proposta é que isso seja usado nos riachos do Pau d’Arco e Reginaldo. O método foi usado no Canal de Gowanus, um dos mais poluídos de Nova York; também no Parque Burle Marx, em São Paulo. Há duas desvantagens: a água não fica 100% limpa e a técnica funciona bem no verão quando a água que corre do Salgadinho em direção do mar vem dos esgotos que deságuam no riacho. Por isso, para garantir que a água despejada no mar seja tratada, a Prefeitura quer usar o emissário submarino e já dispõe de um estudo da Companhia de Saneamento de Alagoas, a Casal, atestando a viabilidade desta proposta. O emissário tem capacidade final de 4,20 metros cúbicos por segundo, mas hoje sua capacidade operacional é de 2,4 metros cúbicos por segundo. O projeto prevê gerar 0,465 metros cúbicos por segundo. A Prefeitura deve implantar unidades de gradeamento, novos conjuntos motor-bomba, além de equipamentos auxiliares, como tubulações, peças e equipamentos elétricos, instalação de peneiras rotativas, mais duas caixas de areia que incluem tubulação de entrada e saída, conjunto motor-compressor, equipamentos auxiliares e implantação de Estação Elevatória de Alta Carga.


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Avenida que margeia Salgadinho está afundando Projeto de despoluição prevê “reparação das paredes” da Humberto Mendes, além de paisagismo moderno ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

O projeto que prevê a instalação de jardins flutuantes mais o envio de esgoto para tratamento no emissário submarino - que despeja em alto mar, na Praia do Sobral- traz uma informação nova: a Avenida Humberto Mendes, que margeia o Salgadinho, está afundando. A proposta de despoluição da Praia da Avenida diz que é preciso conter a “erosão regressiva” no Salgadinho, com “reparação das paredes laterais”, evitando o afundamento da avenida. Melhorando o tráfego, a ideia explica ainda que haverá requalificação das calçadas, implantação de ciclovias, modernização da iluminação pública, implantação de paisagismo e mobiliário urbano, criação de espaços de convivência e travessias de um lado a outro do riacho. Atestou-se que a vazão dos riachos Reginaldo, Pau d’Arco, Sapo e Gulandi nos meses de pouca chuva é formada pelos esgotos e águas servidas “provenientes das ocupações precárias das grotas e margens desses riachos”. Material que não deve chegar às praias “pois polui e dissemina doenças de veiculação hídrica aos frequentadores da orla”.

No entanto, o projeto não inclui ações de educação ambiental nem um grau de eficiência do sistema público de coleta para se evitar que sejam jogados, ao longo dos canais interligados ao Salgadinho, lixo ou metralhas de construção. Também não está escrito no projeto como a Prefeitura pretende colocar em prática uma política habitacional que dê aos moradores acesso a moradias dignas, sem precisar esconder milhares de pessoas em áreas rurais da capital. Uma proposta bastante discutida por técnicos é a construção de condomínios verticais para abrigar estas pessoas, mas isso exige investimento também em calçadas, vias de acesso, pista reservada a ônibus, ciclovias. Sem isso, a solução definitiva para a despoluição do Riacho Salgadinho e da Praia da Avenida parece ser um sonho, realizado apenas no universo delirante da propaganda eleitoral. RICOS DO PASSADO Nem sempre a Praia da Avenida e o Riacho Salgadinho foram associados a lixo, esgoto e desvalorização imobiliária. A Avenida da Paz recebeu este nome em homenagem ao fim da Primeira Guerra Mundial,

Riacho Maceió Salgadinho e a ponte em 1924/ Arquivo Blog História de Alagoas Ponte dos Fonseca/ Arqui-vo de André Cabral

em 1918, apesar de seu nome original ser Duque de Caxias, homem associado à Guerra do Paraguai. Morar em frente à Praia da Avenida era privilégio dos ricos do passado. O primeiro prédio residencial construído em Maceió, o São Carlos, abrigava as maiores fortunas de Alagoas. Salvador Lyra, pai do usineiro João Lyra, tinha sua mansão próxima ao Riacho Salgadinho numa época que se podia tomar banho e pescar nele; do outro lado do riacho, o Hotel Atlântico, da família Miranda, cuja suspeita nos tempos da ditadura militar era que ele tinha comunicação com navios ou submarinos soviéticos. O poeta Jorge de Lima morava bem perto da Ponte dos Fonseca, o eixo que até hoje une os bairros do Centro e Jaraguá, e por onde passava o Salgadinho antes de seu curso ser alterado e num tempo em que a Praça Sinimbú se chamava Euclydes Malta, que esteve à frente do gover-

no alagoano por mais de uma década, no início do século passado. De cartão postal de Maceió, nas belíssimas imagens centenárias que desfilam pela internet, a Praia da Avenida e o Riacho Salgadinho não suportaram a urbanização desorganizada de Maceió. Em 1924 a Ponte dos Fonseca foi levada em uma das tantas enchentes na cidade. E reconstruída até que o curso do rio fosse alterado, passando por debaixo da Avenida da Paz. Obra, aliás, bancada pelo Departamento Nacional de Obras do Saneamento (DNOS) na década de 40, que incluía prolongar a Avenida da Paz. O Salgadinho reagiu e as águas derrubaram o pilar da ponte do lado do Hotel Atlântico em 1947. Havia quem dissesse que era um recado da natureza. E as histórias mirabolantes, quase sempre bem recheadas com dinheiro público, usavam a poluição do Salgadinho como mote para

interesses bem mais mesquinhos e todos os governadores ou prefeitos de Maceió viram bons montantes vindos da União para projetos no Salgadinho. No início deste século, o BNDES fez um grande empréstimo para a despoluição do riacho e da praia, além da recuperação de Jaraguá. O tempo ajudou a esquecer os milhões de dólares injetados para revitalizar o bairro, de novo, um cartão postal. Na campanha eleitoral de 2004, o então candidato Cícero Almeida prometeu um trem que cortaria o Vale do Reginaldo, ligando as partes alta e baixa de Maceió através de uma pista gigantesca com casas aos moradores da Grota do Reginaldo, despoluindo a Praia da Avenida, transformando o Salgadinho numa estrada férrea, tudo em nome do progresso. Ganhou as eleições, mas a promessa foi sendo esquecida e, com o tempo, perdeu o trem, depois a pista. Sobraram as casas, mesmo assim insuficientes para as necessidades de moradia. Na campanha à reeleição, o delírio do guia eleitoral incluiu um VLT passando por cima dos riachos Gulandi e Sapo, indo em direção ao Maceió Shopping. Almeida ganhou, de novo. O VLT chegou, mas os trilhos de vento em cima dos riachos foram levados para as ondas do mar sem fim da Praia da Avenida. Talvez na gestão do prefeito JHC a era dos delírios tenha chegado ao fim.


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PANDEMIA

Mortes por covid-19 superam óbitos por AVC, infarto e doenças cardiovasculares Números referentes ao primeiro trimestre deste ano reafirmam gravidade da doença em Alagoas BRUNO FERNANDES BRUNO-FS@OUTLOOK.COM

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Covid-19 foi a maior causa isolada de mortes em Alagoas durante os três primeiros meses de 2021, com 1.033 óbitos, aponta levantamento feito pelo EXTRA com base em dados do Portal da Transparência de Registro Civil da Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) no período de 1º de janeiro a 31 de março. O número corresponde a 23% do total das mortes (4.742) registradas no período em Alagoas. O número é explicado pelo avanço da pandemia no Brasil, que fez com que a mortalidade pela covid-19 superasse, pela primeira vez, todas as mortes causadas por outras doenças em um trimestre no estado. Em Alagoas, a doença supera o número de óbitos por AVC,

infarto, doenças cardiovasculares e até mesmo mortes no trânsito, um total de 27 entre janeiro e março deste ano e 96 durante todo o ano de 2020. Na soma dos cartórios não estão incluídas as mortes por causas externas, ou seja, acidentes, homicídios e suicídios. O número de mortes no trânsito durante todo o ano de 2020 e durante os três primeiros meses de 2020 foram revelados pelo Batalhão de Polícia e Trânsito, responsável pelo levantamento. Vale ressaltar que os dados dos cartórios classificam as mortes ocorridas em cada dia, diferentemente dos números apresentados pelo Ministério da Saúde e pelo consórcio de imprensa, que levam em conta as confirmações de óbitos em dias anteriores, mas apenas confirmadas naquela data. Enquanto apenas a co-

vid-19 matou 1.033 pessoas em Alagoas nos três primeiros meses, doenças cardiovasculares (344), infarto (243), AVC (292), Septicemia (385), Pneumonia (310) e insuficiência respiratória (250) só superam a doença causada pelo novo coronavírus se forem somadas juntas, chegando a 1.824. Durante o mês de janeiro, no entanto, o número de óbitos era de 226 pelo coronavírus, o que significa um aumento de 357% no número de mortes em apenas três meses. A tendência, revela o Observatório Alagoano de Políticas Públicas Para Enfrentamento à Covid-19, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é de um aumento no número de novos óbitos, já que a última semana epidemiológica, a segunda do mês de abril, foi a mais letal da doença desde o começo da

pandemia em Alagoas, em março de 2020. De acordo com o relatório, o recorde anterior era de 158 óbitos, registrado na 23ª SE (Semana Epidemiológica) de 2020, isto é, no auge da pandemia em território alagoano. Este último recorde foi registrado no mesmo dia em que Maceió encerrou o último domingo com a ocupação de 90% da capacidade das UTIs de covid-19 esgotada. São 195 pacientes internados nos 216 leitos de tratamento intensivo nos hospitais das redes pública e contratualizada, nos hospitais privados. No estado, dos 372 leitos totais destinados aos pacientes que desenvolveram a forma grave da doença, 322 estavam ocupados até a terça, 13, o equivalente a 87%. No interior, a taxa de ocupação das UTI era de 81%, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). No Brasil, o número é

um pouco mais alarmante. Dados referentes à semana entre 28 de março e 3 de abril revelam que os óbitos pela covid-19 responderam por 50,3% das mortes naturais no país, enquanto todas as outras doenças somadas responderam por 49,7%. A participação da covid-19 nas mortes naturais mais do que dobrou desde o início do ano. Na primeira semana de 2021, o percentual era de 23,2% —próximo ao registrado em 2020 (a partir de 16 de março): 19%. A primeira vez que esse índice ultrapassou 30 pontos percentuais foi na nona semana do ano (de 28 de fevereiro a 6 de março), quando ficou em 33,9%. A partir daí, a média disparou. Até agora, o maior número de mortes diárias no país foi o registrado no dia 6 deste mês, com 4.211 óbitos.


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SÃO MIGUEL DOS CAMPOS

PREFEITO INAUGURA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO E CENTRO DE CAPACITAÇÃO

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geração de emprego e renda segue como uma das principais metas do governo do prefeito George Clemente e do vice-prefeito, Dr. Benildo Chagas, em São Miguel dos Campos. Dessa forma, o investimento na área tem avançado e deu um importante passo, rumo a novas conquistas, com a inauguração da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Sedecti), realizada na quarta-feira (14). Estiveram presentes ao evento de posse do secretário da Sedecti, Álvaro Leiva, o secretário de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti), Rodrigo Rossiter; o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), Rafael Brito; o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário, da Confecção de Roupas Íntimas e da Fabricação de Bijuterias e de Joalheria do Estado de Alagoas (Sindivest-AL), Francisco Acioli; o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), José Carlos Lyra de Andrade; o representante da Família Nogueira (da antiga Fábrica Vera Cruz) e presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae, José da Silva Nogueira Filho; o empresário Edilson Maia e o presidente da Câmara de Vereadores do município, Diney Torres.

O prefeito George Clemente falou sobre a Sedecti. “Estamos colocando nossa cidade em um patamar diferenciado. Sabemos a importância que a tecnologia possui nos dias atuais, e ela, aliada à economia, é o caminho para São Miguel dos Campos se desenvolver ainda mais”, avaliou. Segundo o secretário Álvaro Leiva, a nova secretaria tem como objetivo beneficiar milhares de miguelenses. “Nossa secretaria desenvolverá projetos que envolvam ciência, tecnologia e inovação, visando a economia de São Miguel e suas potencialidades. Preciso agradecer ao prefeito George Clemente e a todos os parceiros que estão acreditando nesse projeto. Carreiras profissionais serão iniciadas e melhoradas através do nosso trabalho. O futuro começa aqui!”, enfatizou o secretário. Na sede da nova secretaria funcionará a Tech Lab, que faz parte do OxeTech. São Miguel dos Campos é primeiro município alagoano a receber o projeto. A Tech Lab tem o objetivo de capacitar a população na área tecnológica, além de promover o desenvolvimento de softwares, programas e, possivelmente, startups. Cursos profissionalizantes e projetos na área de empreendedorismo farão parte da Sedecti, que também reativou a Sala do Empreendedor.

CENTRO DE CAPACITAÇÃO DO VESTUÁRIO VERA CRUZ Dando início ao processo de reestruturação da área têxtil de São Miguel dos Campos, também foi inaugurado o Centro de Capacitação do Vestuário Vera Cruz (em um dos galpões da antiga fábrica Vera Cruz). Quatro empresários receberam seus termos de posse para começarem a trabalhar e produzir na unidade de capacitação. O Centro já conta com novas máquinas de costura e equipamentos que servirão para capacitar a mão de obra miguelense. Fruto de uma parceria com a Federação das Indústrias de Alagoas e com o Sindicato das Indústrias do Vestuário, o Centro dará oportunidades aos cidadãos de São Miguel. “São Miguel dos Campos está entrando no circuito têxtil do Estado. Hoje, demos o primeiro passo de muitos que virão. Vamos qualificar a mão de obra local e gerar oportunidades para os miguelenses”, pontuou o prefeito. George Clemente falou ainda das expectativas e dos próximos passos. “Buscaremos novas parcerias que darão ainda mais força à produtividade do nosso município. Nosso foco é atrair políticas para fomentar o desenvolvimento econômico de São Miguel”, finalizou. Vereadores, secretários e representantes da sociedade civil e da imprensa também estiveram presentes nas inaugurações.

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100 DIAS DE GESTÃO

PREFEITURA DE CAMPO ALEGRE ENTREGA 192 CASAS E 3 ESCOLAS O prefeito Nicolas Pereira assumiu a administração do município de Campo Alegre em 1° de janeiro, com a missão de dar continuidade ao bom trabalho executado pela ex-prefeita Pauline Pereira. De lá pra cá o trabalho não parou, com a execução de obras e realizações em prol da população campo-alegrense. Neste sábado, 10 de abril, completam 100 dias da gestão do prefeito Nicolas Pereira e vice-prefeito Leo Monteiro. Para marcar a data, o prefeito apresenta um balanço das ações e realizações organizadas pela administração municipal nesses primeiros dias de governo, durante os quais esteve perto da população, se reunindo com servidores públicos e atuando efetivamente na elaboração de novos projetos para o desenvolvimento do município. Confira os principais destaques dos 100 dias de governo por áreas administrativas:

INFRAESTRUTURA

Avanço nas obras de Drenagem, Pavimentação, abastecimento de água e saneamento no distrito Luziápolis. Pavimentação Asfáltica da Avenida Santa Tereza e Rua Rodolfo de Morais, totalizando a pavimentação de 3.360 m² e assentamento de 320m de tubo em PEAD 1050 mm, com até 4m de profundidade. Implantação da Nova Iluminação de LED sede do município, Povoado Chã da Imbira e distrito Luziápolis. Realização da Obra de Drenagem da Rua Bom Jesus. Construção de Unidade de Atenção Especializada em Saúde Mental – CAPSI, Localizado no Distrito Luziápolis no Município de Campo Alegre atendendo 25 pacientes por dia. Início da Construção da Unidade Básica de Saúde Audálio Antônio, recebendo mais de 1700 usuários no Distrito de Luziápolis. Reforma e Ampliação da Secretaria Municipal de Assistência Social no município de Campo Alegre. Continuação das obras de construção do calçadão do centro de Campo Alegre. Construção de galerias para lojas na Sede e no distrito Luziápolis. Construção da sede dos conselhos na sede do município (Centro Municipal de Controle Social). FINANÇAS Pagamento em dia de todos os funcionários municipais. Campanha de isenção do IPTU, com pagamento em

dia dando até 30% de desconto. Isenção do IPTU 2021 para os comerciantes por conta da pandemia da Covid-19. Suspensão por 3 meses da taxa da feira livre para os feirantes.

EDUCAÇÃO

Início do ano letivo 2021 com ensino híbrido e com utilização de 3 novas escolas municipais recém construídas, com Implantação dos protocolos de biossegurança para o retorno gradual das aulas presenciais na Rede Pública Municipal de Ensino. Realização do Processo de Seleção do Projeto mães que Acolhem - Processo Seletivo para contratação de

100 Agentes de Protocolos de Saúde contra a Covid-19 nas Unidades de Ensino com atividades pedagógicas presenciais. Realização de Processo Seletivo para definição das novas equipes gestoras e coordenações das escolas municipais. Realização do Aulão de Olho no ENEM - aulas intensivas com revisão dos conteúdos estudados ao longo do ano para o Exame Nacional do Ensino Médio. Distribuição de kits escolares - 6.837 alunos beneficiados (Educação Infantil, Ensino fundamental anos iniciais e finais e os matriculados na modalidade EJA).


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CAMPO AL

SAÚDE

Realização de Consultas com Cirurgião Geral e pequenas cirurgias na Unidade Mista Senador Arnon de Melo- UMSAM sempre acontecem uma vez ao mês no município, sendo realizadas 15 pequenas cirurgias mensais. 3.226 realizações periódica de exames de Ultrassonografias semanais no Município e no Distrito Luziápolis, de janeiro a março deste ano. Os principais procedimentos realizados são: ultrassonografabdômen total, obstétrica, pélvica, endovaginal, ultrassom da próstata, ultrassom do trato urinário e ultrassom de articulações. Atendimentos com Médicos Especialistas onde foram realizados 3.904 atendimentos na sede e 2.994 em Luziápolis totalizando 6.898 atendimentos de especialidades no Centro de Especialidades na Sede e no Distrito Luziápolis, atendendo diariamente centenas de usuários no município e evitando o deslocamento de pacientes para outras cidades. Especialidades médicas: psiquiatria, ortopedia, cardiologia, ginecologia, oftalmologia, neurologia, dermatologia, entre outros, em parceria com o Conisul. Investimento de R$ 48.016,00 de recursos próprios em ajuda de Custo para Consultas, exames e cirurgias que não são custeadas pelo SUS e nem Conisul. Ampliação do Elenco de exames para Diagnóstico da Covid-19 - Hoje disponível a toda a população os exames: Testes rápidos para Covid- 19; Exames de sorologia; RT PCR; Teste de Antígeno e Tomografia de Tórax para garantir assistência qualificada, acessível a toda população e manejo clinico adequado com diagnóstico preciso.

Entrega dos colírios para 230 pacientes com glaucoma da Sede - 102 pacientes e Luziápolis - 128 pacientes. Entrega de novos fardamentos e EPIs para os ACS - Na ação foram entregues materiais permanentes como fardamentos, mochilas, protetores solares, óculos de proteção e máscaras para todos os ACS da Sede, Povoados e Distrito Luziápolis. Vacinação para os profissionais de saúde, educação, segurança, serviços urbanos e pessoas idosas, na sede e no Distrito Luziápolis. Realização de testes rápidos de Covid-19 em professores, Equipes Gestoras e Grupo de Apoio, garantindo a volta às aulas presenciais da Rede pública de ensino com segurança. Aumento no número de leitos no Polo de

Atendimento à Covid-19, passando de 21 leitos para 35 leitos. Maternidade Unidade Mista Senador Arnon de Melo funcionando em perfeito estado e com o nascimento de 57 bebês até março, trazendo-os ao mundo de forma acolhedora e humanizada. (janeiro - 20 crianças, fevereiro 18 partos e 19); Assinatura de Termo de Interesse para compra de doses da Vacina contra a Covid-19 O documento prevê a aquisição da vacina por meio do Consórcio Intermunicipal do Sul do Estado de Alagoas (Conisul). Continuação das obras de Ampliação da Unidade Mista Senador Arnon de Melo – para Implantação de Central de Marcação, Centro de Especialidades, e Laboratório Municipal de Análises Clínicas e Patológicas.


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ALEGRE

AGRICULTURA

Lançamento de mais uma edição do Projeto Barriga Cheia. Nesta edição são 792 famílias beneficiadas com suporte técnico municipal e doação de 5.000 kg de sementes de feijão, além da disponibilização de 1.700 tarefas de terras pelas Usinas para plantio. Ampliação do Projeto Mais de Campo Alegre e Luziápolis atendendo a 25 famílias na sede do município e no distrito Luziápolis passando a atender 24 famílias.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Entrega das 192 unidades habitacionais do Residencial Jorge Gomes da Silva. Distribuição de 8.000 mil cestas básicas durante a Semana Santa, promovendo segurança alimentar e nutricional para as famílias em situação de vulnerabilidade social. Reajuste no valor mensal do Programa Bolsa Alegre que foi lançado em 2013 com o valor de 50 reais e atualmente passou para 100 reais, e o aumento no número de beneficiários passando de 1.000 para 1.200 beneficiários. Entrega de cartões do Programa Criança Alagoana – Cartão CRIA, em parceria com o Governo de Alagoas. A meta é alcançar 3.000 famílias campo-alegrenses que receberão mensalmente uma bolsa no valor de 100 reais. Entrega de 382 Cestas Nutricionais para as Gestantes e Nutrizes - A entrega das cestas nutricionais garante acesso à segurança alimentar e nutricional da gestação à primeira infância.

ESPORTE

Atividades das Escolinhas de Futebol, Futsal e Judô Semel atuando com 680 atletas divididos nas modalidades esportivas. Manutenção dos campos, quadras poliesportivas e complexo esportivo.

SECRETARIA DA MULHER

Implantação da Guardiã Maria da Penha, com a disponibilização de um veículo exclusivo para ações voltadas para as políticas voltadas às mulheres vítimas de violência.


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Bernardino não é um jornalista, mas uma agência de notícias” (Freitas Neto)

Bernardino e Maurício Quintella

Testemunhos

José Osmando, Pedro Oliveira, Bernardino e Eliane Aquino

Bernardino Souto maior

Uma máquina de fazer notícia, um amigo fiel para se guardar no peito

A

inda está muito difícil escrever sobre ele, pois a dor da saudade ainda é muito grande e a emoção até bloqueia minhas palavras. O primo Berna se foi e me deixou um tanto órfão. Fico sem entender os desígnios que o roubaram da gente e pergunto: por que ele? Por que os bons se vão? Nos diz o poeta sobre o amigo “Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. A gente não faz amigos, reconhece-os”. - Os meus amigos, que tenho poucos, são exatamente assim. Conheci Bernardino há mais de 50 anos, quando começou a namorar a prima Márcia Oliveira Morais, minha melhor amiga e confidente, em Palmeira dos Índios. Fugiram, casaram e o tempo rodopiou. Fui embora para São Paulo e o reencontrei em Maceió, ambos já profissionais do jornalismo. A partir daí foi uma cumplicidade de amizade e doação recíproca. Brigamos? Sim e muito. Passávamos tempos sem nos falar até que um dos dois tomava a iniciativa de reatar, feito dois meninos, dois irmãos. Ele era um passional, desses cujo lema é “amigo meu não tem defeito, inimigo se não tiver eu boto”. Amigo até o ferimento mais grave e assim foi comigo durante toda vida. Inconformado com a ingratidão e rebelde em seus princípios, foi perseguido brutalmente por alguns que ajudou. Tivemos divergências políticas naturais, mas tudo dentro de um respeito

mútuo e contínuo. Algumas vezes algus políticos me procuravam para pedir: - “Pedro, segura Bernardino que ele está batendo demais”. Quando eu sentia que merecia ponderação ia a ele e prontamente atendia. Bernardino por sua competência tornou-se o cronista político mais lido no estado, com o seu blog. Passou por grandes jornais e revistas nacionais, sem perder sua essência e leva consigo o troféu do melhor repórter contemporâneo de nossa imprensa. Marido apaixonado e vibrante com essa paixão pela Márcia, pai devotado e amigo, avô e bisavô loucamente dedicado à família. Estava em Fortaleza, para onde ia com muita frequência se aconchegar com sua Marcinha (Dra. Maria Márcia Morais Souto Maior), cardiologista pediatra, com a qual falei praticamente todos os dias de sua internação e o doloroso calvário. Falei com ele até a véspera de sua ida para UTI e o ouvi dizer ao telefone: “Primo vou sair dessa e logo estarei por aí. Se cuide e ‘pau na máquina’” – frase bem característica sua. Suas horas finais foram compartilhadas passo a passo aqui em casa, até o desfecho cruel de sua partida. Sem sua presença o mundo ficou mais chato. Para me despedir do primo, amigo e parceiro, deixo uma frase de Antoine de Saint-Exupéry: Ter um amigo é um tesouro sem preço, um gostar sem distância, de alguém presente em nosso caminho, nas horas de dúvida, de alegria, demais para ser perdido, importante para ser esquecido.

Bernardino Souto Maior era um apaixonado pela família, pelos verdadeiros amigos e pelo jornalismo. E também pelo CRB e pelo Flamengo. Foi o repórter mais eficiente da sua geração. Mais um grande amigo que perco para a pandemia... Flávio Gomes de Barros Jornalista Lamento profundamente a morte do amigo e jornalista Bernardino Souto Maior. Perdemos um grande jornalista, entusiasta da política alagoana e um ser humano extraordinário. Bernardino era muito querido e admirado por todos que conheciam sua luta diária e dedicação ao jornalismo alagoano e brasileiro. Seu legado ficará para sempre e será lembrado por todos nós. Júlio Cézar Prefeito de Palmeira dos Índios Bernardino foi um grande amigo e me incentivou ao longo da minha trajetória. Devo muito o apoio dele. Vai em paz e com Deus. Marcelo Bastos Professor / Analista político Poucos jornalistas em Alagoas viveram com tanto brilho uma carreira longeva e exuberante. Suas credenciais, que ele colecionou ao longo do tempo, são exemplo e farol para quem está chegando no jornalismo. Segura na mão de Deus e vai. Luiz Dantas Publicitário, jornalista e professor da Ufal Militando no jornalismo desde 1968, quando ingressou na Rádio Educadora Palmares, Bernardino era um dos mais antigos jornalistas em atividade no estado. Seu blog nas redes sociais é uma espécie de “dicionário dos bastidores políticos” e serve como fonte de consulta para todos os públicos. Sua partida deixará um vazio impreenchível no jornalismo alagoano. Ricardo Leal Jornalista


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extra O jornalismo alagoano perde um dos seus repórteres mais prolíferos. Quem pesquisa a história de Alagoas encontrará facilmente o nome dele nos principais jornais do país desde a década de 1970. Sua produção era tal que recentemente conversei com ele sobre uma reportagem sua no Diário de Pernambuco e, para minha surpresa, confessou que não lembrava mais do assunto, explicando que foram tantas que ficava difícil recordar delas. Bernardino nos deixa e entra para a história do jornalismo alagoano. Edberto Ticianeli Jornalista Conheci o Bernardino através de Dênis Agra. Estava em campanha para presidência do Sindicato dos Jornalistas, em 1990. Para me aproximar e dialogar com a velha guarda do jornalismo, a ponte era feita pelos “medalhões”, incluindo aí Valter Oliveira, Adelmo dos Santos e Freitas Neto, que também abraçaram minha candidatura. O Bernardino não só votou como se transformou num grande amigo, sempre atencioso e gentil. Pelas veias do “Berna” corria o DNA da notícia, que ele farejava como poucos repórteres de sua geração. Possuía uma extraordinária capacidade de detectar e gerar fatos jornalísticos. O maldito vírus o excluí do nosso convívio. Sinto muito pela perda. Desejo transmitir meus sentimentos e a minha solidariedade aos seus familiares e amigos. Joaldo Cavalcante Jornalista Bernardino é da minha geração. Começamos juntos no jornalismo em Alagoas na década de 1960, mas Bernardino Souto Maior preferiu ficar em Alagoas recusando inúmeros convites dos grandes jornais para atuar lá fora. Repórter farejador, atrevido, ousado, Bernardino era notícia vinte e quatro horas. Tinha cara e jeito de repórter, alimentava-se da notícia como se ela fosse o ar que respirava. Foi correspondente de vários jornais do país, deu grandes furos de reportagem e era respeitado como um dos maiores jornalistas do Brasil. Bernardino deixa uma lacuna enorme no jornalismo alagoano, difícil de ser preenchida. Com Bernardino, morre um pouco o jornalismo da minha terra. Jorge Oliveira Jornalista, escritor, cineasta A partida do companheiro Bernardino abre uma imensa lacuna no jornalismo brasileiro. O repórter da maior competência se somava ao amigo fraterno, solidário e voltado para um jornalismo crítico e de muita coragem. Fará muita falta em nossa pauta política. Gabriel Mousinho Jornalista Bernardino Souto Maior é referência de toda uma geração de profissionais. Exerceu a função de jornalista em diversos veículos de imprensa do estado, sendo ainda correspondente em Alagoas de revistas e jornais importantes do País. Transmito, portanto, meus sentimentos de pesar aos familiares de Bernardino, bem como a seus amigos e colegas da imprensa alagoana. Deputado Marcelo Victor Presidente da Assembleia Legislativa A morte de Bernardino deixa uma lacuna no jornalismo alagoano. Ele nunca perdeu a essência do repórter em busca do “furo”, via “pauta” em todas as histórias, tinha, em si, a construção da informação a partir do ouvido e da análise dos bastidores políticos com muita precisão. A experiência e credibilidade eram nítidos no seu divertido “pau na máquina”, ao iniciar algum texto. Eu, pessoalmente, perco um colega dos melhores e um amigo maravilhoso. Espero que o legado de amor deixado por nosso Berna tenha força suficiente para amenizar a dor de Márcia e sua família. Que Deus abençoe a todos e que Bernardino siga em paz e na luz sua nova etapa. Ficam aqui a saudade e muitas lembranças felizes e gratas. Eliane Aquino Jornalista Quando botei o pé estrada dessa vida, o Bernardino Souto Maior já era

Bernardino e família

Bernardino folião

Bernardino e Márcia um repórter consagrado. Dizia o saudoso Freitas Neto, da mesma geração dele, que se tratava de um jornalista compulsivo pelo volume de informações que colhia. -O Bernardino é uma agência ambulante. É uma notícia atrás da outra. E era assim mesmo. E por isso foi correspondente de vários veículos nacionais. Tinha o faro apurado para notícia nos seus bons tempos de reportagem. Mas o decano se foi. Ficamos todos nós outros aqui a pedir ao comando superior que o acolha bem. Entre erros e acertos, como qualquer ser humano na vida, o Bernardino está do lado das boas almas. Foi um cidadão solidário aos amigos e um verdadeiro amante do jornalismo. Que vá em paz. E seja luz onde estiver. Marcelo Firmino Jornalista Bernardino sai da vida e entra para a história do jornalismo alagoano como um de seus repórteres mais intensos, mais polêmicos. Tenho a honra de ter sido companheiro de lide de Bernardino Souto Maior durante mais de 40 anos. Enio Lins Jornalista, secretário de Estado da Comunicação


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A CPI das hienas insaciáveis

ELIAS FRAGOSO N ECONOMISTA

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o Congresso tem uns 300 picaretas”. Esta frase foi dita pelo presidente Lula no auge do seu prestígio político e antes de o Brasil conhecer a sua verdadeira face de corrupto, ladrão do dinheiro público. A frase – e ele sabia bem disso – era tão mentirosa quanto ele sempre foi. Atualmente, um a cada três congressistas (senadores e deputados) são investigados ou réus em processos criminais como estelionato, assedio sexual, corrupção, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito,

improbidade administrativa, assassinato, e daí em diante. Mas se formos fundo mesmo, talvez se encontre umas 50 figuras públicas ilibadas nas duas casas. Do lado do governo, a coisa também tá feia. O presidente alardeia aos quatro ventos que no seu governo não tem corrupção, mas tem no seu calcanhar suspeitas de relacionamento indevido com milicianos do Rio de Janeiro e de rachadinhas em seus gabinete enquanto deputado, o filho senador nada faz senão tentar evitar perder o mandato por falcatruas cometidas quando deputado estadual, seus líderes no Senado e na Câmara Federal estão no rol dos indiciados, assim como vários de seus vice-líderes. A Câmara é dirigida por um deputado – terceiro na linha de sucessão presidencial – impedido de assumir presidência da Nação, mesmo de forma transitória por ser réu em processo. Praticamente todos os presidentes de partidos estão indiciados ou são réus. E um olhar mais aguçado

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mostra que os presidentes do PP, do PL e do PTB, a base de apoio do governo via Centrão, estão presentes em todos os últimos grandes escândalos da república, sendo que dois deles, inclusive, já foram apenados e presos. Pois bem, tudo isso para dizer que a CPI que acaba de ser instalada para apurar os desmandos do governo federal nesta epidemia já deu com os burros n’água. Mesmo com a escandalosa e criminosa condução da pandemia pelo governo federal, daquela toca não sairá nada, nenhum tatu, no máximo alguns ratinhos. E o porque disso está bem aqui, nos parágrafos anteriores. No Brasil, CPIs são feitas sob medida para que suas “excrescências” tenham a oportunidade de agudizar o achaque ao governo de plantão, e para que a minoria fora do poder faça seu carnaval e garanta suas reeleições. Simples assim. Os representantes do governo serão – teoricamente – minoria na CPI. Ótima oportunidade para o achaque parlamentar ampliar seu

escopo. Não irão faltar “oposicionistas” querendo mudar de lado em nome da “governabilidade”, ou que nome seja dado ao velho e básico toma lá, da cá de sempre. Nos próximos meses teremos mais um espetáculo politiqueiro fajuto. O presidente do Senado deu o tom ao instalar a CPI: ampliou seu escopo, limitou seus gastos e não formalizou data para seu início. Na quarta-feira, o Supremo encontrou mais um jeitinho para coonestar o “arrumadinho” senatorial que agregou sob outro nome os governadores e prefeitos ao escopo da CPI. Suas excrescências estão em festa! E, “vamo que vamo”. Ah, sim! O candidato mais forte para a relatoria da CPI é o senador Renan Calheiros... Enquanto isso morrem diariamente quase 4 mil brasileiros por covid. Mas quem está preocupado com isso? Eles brigam é por vaga na CPI para poderem vampirizar recursos do governo para sua festa macabra onde os brasileiros fenecidos são o repasto dessas hienas insaciáveis.

No Brasil, CPIs são feitas sob medida para que suas “excrescências” tenham a oportunidade de agudizar o achaque ao governo de plantão, e para que a minoria fora do poder faça seu carnaval e garanta suas reeleições. Simples assim.


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O povo está morrendo...

ALARI ROMARIZ TORRES

N APOSENTADA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

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nquanto os políticos brasileiros lutam por mais dinheiro no orçamento, por altos cargos nos órgãos públicos, fazem estradas visando as eleições de 2022... o povo está morrendo. Enquanto os ministros do Supremo Tribunal Federal brigam com o presidente da República por causa de seu procedimento na pandemia, que não agradou aos homens considerados inatingíveis e hoje descendo ao ponto de prenderem um deputado federal acusado de criticá-los...o povo está morrendo. Enquanto o presidente da República, eleito para tirar o Partido dos Trabalhadores do

poder, junta-se ao Centrão, participa do “toma lá, dá cá”, engana seus eleitores, descumprindo quase tudo que constava de seu programa de governo... o povo está morrendo. Enquanto políticos de esquerda lutam para derrubar o atual presidente, tentam mostrar ao povo que Lula é inocente, não querem soltar seus cargos comissionados desde o tempo dele e de Dilma...o povo está morrendo. Enquanto os militares, assessores de Bolsonaro não entenderem que devem voltar aos quartéis, porque não são respeitados pelo chefe do governo federal e se desgastam aceitando as loucuras dele... o povo está morrendo. Enquanto governadores e prefeitos se preocuparem com a possível saída de Bolsonaro e não voltarem suas preocupações para seus redutos e insistirem no enfrentamento do vírus...o povo está morrendo. Enquanto a imprensa, quase toda, ataca o governo federal, falando negativamente da administração da pandemia, enaltecendo o lado negativo do capitão e desmerecendo as notícias positivas de maneira quase ridícula...o povo está morrendo. Enquanto políticos, ministros

Dicotomia atroz CLÁUDIO VIEIRA

N ADVOGADO E ESCRITOR

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esde que ao covid-19 aportou por essas plagas, sempre que se falou em distanciamento entre as pessoas, em isolamento social, e mais recentemente em lockdown, o presidente da República e o seu ministro Paulo Guedes vêm a público dizer que essas medidas sacrificarão a economia do País. O presidente vai mais além: desacredita as medidas preventivas da pandemia, para ele uma gripezinha. Cami-

nhando por lado oposto, cientistas vêm afirmando, sem titubeio, que a restrição de circulação das pessoas é a solução para vencer o vírus e, por isso, mantendo-se ativas apenas as atividades essenciais em funcionamento. Essa é a dicotomia que enfrentamos há já alguns meses. Privilegiar a vida é, para o governo, prejudicar severamente o País, pois a economia não suportará, empresas vão “quebrar”, o desemprego vai aumentar, enfim, tudo deve continuar como está se quisermos manter o crescimento do Brasil. Para a Ciência, a vida deve vir em primeiro lugar, sempre, daí a necessidade do isolamento social. A questão, me parece, não é saber onde está, ou quem está, com a razão. O lockdown efetivamente salvará milhares de vidas; contudo será grave empecilho à ostentação de uma economia em crescimento, de um país emergente. São fatos difíceis de negar, e que vêm criando

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e parte da população continuam divididos por coisas pequenas, jogando a opinião pública contra o Executivo, Legislativo e Judiciário chegando ao ponto de mandarem recados tolos uns para os outros... o povo está morrendo. Enquanto a briga entre governadores, prefeitos e o chefe do Executivo chegar ao cúmulo de envolver o Senado Federal para instalar essa ou aquela Comissão Parlamentar de Inquérito a fim de saber quem desviou dinheiro público ou cuidou com descaso da pandemia... o povo está morrendo. Enquanto o presidente ligar para um senador da República para que ele modifique o objeto da CPI e o próprio senador publicar a conversa...o povo está morrendo. Enquanto um parlamentar alagoano, sabido até demais, na presidência da Câmara Federal negocia emendas parlamentares com colegas do Centrão ao invés de se preocupar com a crise que assola o país...o povo está morrendo. Enquanto nós, população brasileira, não nos conscientizarmos do perigo que corremos, evitando aglomerações, usando máscaras e álcool gel... o povo está morrendo.

um novo conflito. Governadores e prefeitos têm paulatinamente adotado os conselhos da Ciência, e via de consequência ordenam fechamento de comércio e indústria, na esperança de que tais medidas resolvam a curto prazo a questão humanística: diminuir as mortes, da mesma forma controlar a contaminação entre as pessoas e, sobretudo, retirar a pressão sobre o sistema de saúde. Recentemente ouvi opinião de representante da OMS no Brasil. Dizia a mesma que, sem o lockdown, ou medidas mais restritivas, a economia sofreria a mesma queda, pois com as mortes e os internamentos de pessoas, já em volumes assustadores, a geração de rendas enfrentaria iguais dificuldades, as famílias, além de perderem seus entes queridos, enfrentariam ainda sérias dificuldades de sobrevivência financeira. A solução, apontou, é que a

Enquanto não valorizarmos o pessoal da saúde, que trabalha incansavelmente nos hospitais, postos de saúde, expondo suas vidas ao perigo do vírus invisível...o povo está morrendo. A população carente moradora das ruas e praças está atacando as pessoas que levam ajuda para ela; os componentes de uma entidade espírita foram levar comida, de noite, para essas pessoas e se amedrontaram com a avidez dos famintos. Em São Paulo, um padre foi assassinado por um sem-teto que recebia apoio do caridoso sacerdote. São exemplos nítidos de como o número de pobres e desabrigados aumentou. Enfim, meus amigos, estamos desde fevereiro de 2020 expostos a essa pandemia. Assusta-nos ligar a TV e ouvir falar o número das pessoas que morreram, das que foram para a UTI, das que foram contaminadas. São parentes, amigos, jornalistas, artistas...muitas delas próximas de nós. Quando terminará tudo isso, ninguém sabe. Onde está o vírus, pior ainda. Só nos resta a proteção de Deus, porque os homens são tolos, têm pouco juízo... e o povo está morrendo.

programação de lockdown, ou de medidas restritivas de circulação das pessoas, sejam garantidas e estimuladas, devendo o governo federal destinar recursos suficientes para manter vivas as famílias. Tais recursos não serão, naturalmente, os míseros reais distribuídos aos trabalhadores desempregados, e que sequer contemplam a todos. Outra notícia que ouvi, e que poderia ser implementada nesses momentos de crise, foi que determinado país europeu garantira aos trabalhadores desempregados em razão do lockdown valor equivalente a oitenta por cento dos salários perdidos. Claro que isso parece um absurdo quando se trata de Brasil e do governo brasileiro, apesar dos bilhões de dólares que dispomos em reservas no exterior. A política aqui é sempre, e cada vez mais, fazer caixa.

Enquanto um parlamentar alagoano, sabido até demais, na presidência da Câmara Federal negocia emendas parlamentares com colegas do Centrão ao invés de se preocupar com a crise que assola o país...o povo está morrendo.

O lockdown efetivamente salvará milhares de vidas; contudo será grave empecilho à ostentação de uma economia em crescimento, de um país emergente. São fatos difíceis de negar, e que vêm criando um novo conflito.


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Os novos bilionários e o naufrágio na miséria

MARIA REGINA PAIVA DUARTE N PRESIDENTE DO INSTITUTO JUSTIÇA FISCAL E INTEGRANTE DA COORDENAÇÃO DA

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m meio ao caos pandêmico e uma gestão desastrosa das crises sanitária e econômica, com mais de quatro mil mortes diárias pela covid-19, choca a notícia de novos brasileiros incluídos na lista de bilionários da Forbes. O ranking global dos super-ricos de 2021, divulgado pela revista no dia 6 de abril, inclui 30 brasileiros, sendo 11 novatos compondo este seleto grupo. No mesmo dia também foi notícia que metade da população do Brasil não tem garantia de comida na mesa. É chocante, mas tínhamos sinais desse abismo. No ano passado, em plena pandemia, 42 bilionários brasileiros acumularam mais R$ 176 bilhões às suas fortunas, valor superior ao orçamento da saúde em 2020. Outra comparação mostra que estes bilionários lucraram mais que o valor do auxílio emergencial do ano passado. Além de mitigar a fome e ajudar famílias mais necessitadas, este auxílio fez com que o PIB não tivesse uma caída ainda mais expressiva do que teve. Este recurso movimentou a economia, pois foi usado no consumo e sobrevivência de milhões de famílias. Valores injetados na economia geram demanda, venda de produtos e serviços, agregando valor ao país. Bem ao contrário do efeito das fortunas acumuladas, que são improdutivas e estão estocadas, gerando riqueza apenas aos detentores, em valores e cifras que escapam à compreensão da imensa maioria da população. É o chamado capital vadio: vive de juros e especulação, não gera nenhum emprego e nenhum movimento produtivo para a nação. Além de ser incompreensível do ponto de vista numérico, a acumulação da riqueza é absurda e revoltante quando se constata o aumento da miséria, da fome e da capacidade de sobrevivência desse imenso contingente de pessoas que passam dificuldades. Estima-se 116 milhões de pessoas com insegurança alimentar, 15 milhões de desempregados, cinco milhões de desalentados e mais de 40 milhões no trabalho informal, completamente precarizados. No período pandêmico, a riqueza de 65

bilionários brasileiros quase dobrou: passou de US$ 127,1 bilhões ano passado para US$ 219,1 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão). Este dado contrasta fortemente com a insuficiência ou mesmo ausência de renda da maioria da população, com o aumento da fome e da situação de vulnerabilidade. Mas, ao mesmo tempo, nos indica a fonte de obtenção dos recursos para salvar vidas e combater a crise econômica: tributar os super-ricos! Historicamente subtributadas, as grandes fortunas se acumulam cada vez mais. Estudo publicado pelo Instituto Justiça Fiscal (IJF) mostra que aproximadamente R$ 650 bilhões é o valor que as classes mais ricas deixaram de pagar de imposto, entre 2007 e 2018, por conta da regressividade das alíquotas efetivas sobre as altas rendas. Neste período de 11 anos, os contribuintes com rendas maiores do que 30 saláriosmínimos passaram a pagar cada vez menos impostos, enquanto os contribuintes com rendas mais baixas passaram a pagar mais imposto a cada ano. Em decorrência, os contribuintes mais ricos tiveram também um crescimento muito maior no valor das suas riquezas acumuladas neste período. A injustiça tributária cavou um abismo ainda maior entre pobres e ricos, mantendo o Brasil na vergonhosa posição de país com a maior concentração de renda do mundo, perdendo apenas para o Catar. O valor médio do patrimônio daqueles que estão entre os 0,01% da população mais rica do país é 610 vezes maior do que daqueles que ganham até cinco salários mínimos que representam quase 80% da população. A acumulação também se dá pela baixa tributação de heranças e doações, limitada em 8% e 6%, respectivamente, alíquotas muito baixas quando comparadas com outros países. O Congresso Nacional precisa assumir a liderança neste processo de tributar os super-ricos. Em agosto de 2020, foram apresentadas oito propostas de leis que podem arrecadar cerca de R$ 300 bilhões ao ano, onerando apenas os 0,3% mais ricos do país. O que significa para estes bilionários terem uma ínfima parte de sua riqueza tributada? Nada! O que vai significar para essas famílias necessitadas? Vida! Justiça fiscal salva vidas. É disso que estamos falando. A campanha “Tributar os Super-Ricos”, integrada e apoiada por mais de 70 entidades nacionais, visa a implementar este conjunto de oito medidas para enfrentar a crise econômica, agravada pela pandemia da covid-19, com o aumento dos tributos sobre as altas rendas, grandes patrimônios e redução para as baixas rendas e pequenas empresas. Na fase atual da campanha, as

entidades pressionam por sua tramitação no Congresso Nacional. Essas medidas reduzem a desigualdade, movem a economia e dignificam um país. Medidas que vários países já adotaram ou estão implementando, como Argentina, Bolívia, Chile, Peru, Equador e agora anunciadas nos EUA. Um dos eixos principais da campanha é corrigir as distorções no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que livra as rendas do capital. O Brasil é praticamente o único país do mundo onde pessoas que recebem lucros, dividendos e rendimentos de aplicações financeiras são isentas do Imposto de Renda, diferentemente da imensa maioria dos trabalhadores, que são tributados na fonte e fazem o ajuste da declaração. Esta alteração, juntamente com elevação das faixas de alíquotas do IRPF, pode gerar em torno de R$ 160 bilhões. Taxar grandes fortunas e riquezas é outra alternativa arrecadatória justa e necessária. O Imposto sobre as Grandes Fortunas (IGF) foi previsto na Constituição Federal em 1988, mas ainda não foi regulamentado em lei. Na proposta da campanha, só seriam tributados patrimônios que excederem R$ 10 milhões, abrangendo somente fortunas pessoais, sem afugentar nenhum investimento produtivo. Atingiria apenas 59 mil pessoas, equivalendo a 0,028% da população, arrecadando mais de R$ 40 bilhões por ano, valor equivalente ao total do recurso emergencial previsto para este ano. Não são valores desprezíveis e são apenas duas medidas, entre as oito da campanha, fundamentais para salvar vidas e diminuir o desastre vivido em nosso país, onde 355 mil pessoas já foram vitimadas pela covid-19. São medidas de fácil aprovação por não necessitarem alterar a Constituição Federal. É urgente salvar vidas que estão agora sendo perdidas não apenas pela doença, mas fragilizadas pela fome. Assim, as entidades participantes do movimento nacional para tributar os super-ricos dirigem-se aos membros do poder Legislativo para que promovam a tramitação dos projetos de lei da campanha. É preciso vontade política, desejo de justiça fiscal e sentido humanitário diante de um flagelo que assusta o mundo e que pode ser revertido com saídas emergenciais que já estão disponíveis no Congresso Nacional. Quem tem fome, tem pressa!

Historicamente subtributadas, as grandes fortunas se acumulam cada vez mais. Estudo publicado pelo Instituto Justiça Fiscal (IJF) mostra que aproximadamente R$ 650 bilhões é o valor que as classes mais ricas deixaram de pagar de imposto, entre 2007 e 2018

A injustiça tributária cavou um abismo ainda maior entre pobres e ricos, mantendo o Brasil na vergonhosa posição de país com a maior concentração de renda do mundo, perdendo apenas para o Catar.


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Reorganizando nossas vidas

GAUDÊNCIO TORQUATO

N JORNALISTA, ESCRITOR, PROFESSOR TITULAR DA USP

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maginem a aflição de um náufrago à procura de uma tábua de salvação, qualquer coisa para agarrar no meio do oceano. O desespero de famílias que perdem, nesses dias de pandemônio, entes queridos. Ou a angústia trazida por desastres ambientais, como o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais, no dia 25 de janeiro de 2019, que deixou um rastro de destruição e mortes. Estamos vivendo momentos de aflição e angústia. A ansiedade cai sobre nós com seus reflexos sobre o cotidiano, paralisando projetos iniciados, afastando outros que ainda estavam na prancheta do planejamento e, acima de tudo, injetando em nosso espírito a incerteza, a dúvida, o medo. Por mais planejada que seja uma pessoa, ela se junta ao gigantesco cordão dos desva-

lidos que se sentem perdidos por ter suas vidas desorganizadas. É certo que a resiliência e a coragem de enfrentar os mais terríveis males fazem parte do roteiro da sobrevivência humana. Por isso, vemos perfilados na arena do combate gente de todos os calibres, homens e mulheres, jovens e velhos, dispostos a afastar ameaças e a lutar pelo bem-estar. Mas o fato é que esse vírus que contamina nossos corpos e atormenta nosso espírito causa mudanças em nosso dia a dia. Na vida de uns, produz profunda alteração, em outros, provoca o reordenamento de tarefas cotidianas, introduzindo novos hábitos, determinando rotas diferentes dos traçados originais. Nossas vidas foram, sim, desarrumadas. Por mais que o empresário, o executivo de um grande grupo, quadros tarimbados e experimentados na arte de enfrentar desafios, acreditem que pouca coisa mudará em suas vidas, o amanhã não será o mesmo. O trabalho assume nova modelagem com o enxugamento de estruturas, o home office, a simplificação da papelada, o redimensionamento de budgets, a procura incessante de inovação, o uso da internet, enfim, as redes sociais funcionando como extensões de nosso cérebro e nossos braços. Mas as mudanças de ordem

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material, em pleno curso, terão infinitamente menor impacto do que as forjadas por nossa mente. A começar pelo conceito de tempo, morte e vida. Sêneca (4.aC – 65) já pregava: “Não é curto o tempo que temos, mas dele muito perdemos. A vida é suficientemente longa e com generosidade nos foi dada para a realização das maiores coisas, se a empregamos bem. Mas, quando ela se esvai no luxo e na indiferença, quando não a empregamos em nada de bom, então, finalmente constrangidos pela fatalidade, sentimos que já passou por nós sem que tivéssemos percebido. O fato é que não recebemos uma vida breve, mas a fazemos, nem somos dela carentes, mas esbanjadores”. A cada dia dos recordes de mortos, somos levados a enxergar que a eternidade está ali, a um palmo. Os dribles mentais que às vezes costumamos fazer, pensando que temos ainda o vigor da adolescência, a capacidade de saborear as coisas boas da vida, fenecem. O translúcido espelho da realidade está ali adiante de nós. Como ia dizendo, no plano espiritual o facho das mudanças será bem luminoso. A solidariedade, por exemplo, é uma das sementes a germinar na seara dos valores. Viveremos com mais intensidade a virtude

da amizade, que é a cola da fraternidade. Os amigos serão inseridos no círculo do compartilhamento, característica de uma sociedade convivencial. Bem sabemos que a rotina do cotidiano forma oceanos entre amigos, os laços vão se desmanchando, o tecido social se esgarça na poeira do tempo. Por isso, teremos de batalhar para que o distanciamento não maltrate a integração espiritual, procurando retomar os caminhos encruzilhados do passado, evitando a competitividade leonina do presente, reconhecendo que o viver sob intenso sufoco corrói a humanidade que nos habita. Teremos de recolocar a vida e toda sua intensidade no mais alto pedestal dos valores. Hoje, de tanto ouvirmos a numerologia da morte, este ato final da espécie torna-se banalizado. A imaginar “um tanto faz, tanto fez”, como se a vida não fosse o sagrado dom que Deus nos deu. Poderemos, sim, ser competidores, ambiciosos, heróis de grandes empreendimentos, sem esquecer, porém, nossa identidade humana. Pinço Confúcio: “A humanidade é mais essencial para o povo do que água e fogo. Vi homens perderem sua vida por se entregarem à água ou ao fogo; nunca vi alguém perder a vida por se entregar à humanidade”.

A cada dia dos recordes de mortos, somos levados a enxergar que a eternidade está ali, a um palmo. Os dribles mentais que às vezes costumamos fazer, pensando que temos ainda o vigor da adolescência, a capacidade de saborear as coisas boas da vida, fenecem.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

É complexo? Não

A fila tem que andar?

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orque “tudo” está ficando líquido, gelado e descartado, principalmente nas relações sociais e especialmente na relação entre namorado e namorada, noivo e noiva e esposo e esposa? Pergunta complexa de responder, principalmente depois do aparecimento do algoritmo que hoje, tudo indica, “comanda” os nossos sentimentos, as nossas escolhas e até com quem casar. Será? Talvez. Vamos lá. Fazendo uma breve busca no Google e no Ecosia para perceber quanta coisa é relacionada a relacionamentos, mas a relacionamentos que não apresenta a essência do que, realmente é, ou seja, com suas nuances de prazer e desprazer que está implícito em qualquer que seja algo sadio e duradouro. Na pesquisa indicada pelo algoritmo, surgem milhões de informações, em menos de um segundo. É muito material “indicado” informando o que é “um relacionamento”. Na verdade, ninguém mais sabe o que significa, exatamente, um relacionamento entre namorado e namorada, noivo e noiva, e esposo e esposa. “Tudo” está falseado, descartado, manipulado, líquido, gelado. Ou como diria o ex-presidente Lula, acovardado. É isso mesmo, acovardado. Por quê?

Respeito humano

Nas relações humanas, seja no trabalho, na família ou socialmente, existe algo no ar que não corresponde com a dignidade humana, a essência humana, ao respeito humano: tudo está sendo descartado como se fosse papel higiênico. Usa-se e joga-se fora, assim, rápido, com um piscar de olhos. Na relação entre namorados/noivos/casados, a qualquer momento pode haver um off, um desliga, como se fosse uma tomada de acender ou apagar uma luz, assim, rápido, em menos de um segundo. Num primeiro erro cometido na relação, ou na não expectativa de 100% no/a outro/a, parece, é motivo de procurar outro/a namorado/a, noivo/a, esposo/esposa. São as chamadas relações líquidas que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman destacou nos seus escritos, tamanha é a fragilidade nas pessoas e nas suas relações.

É como se fosse mais ou manos assim: quando o motivo que o tornou namorado ou namorada, noivo ou noiva, esposa ou esposa, desaparece, e a “relação” se dissolve, ou seja, o objeto da relação não é a pessoa, mas sim o que ela tem de vantagem para algum dos envolvidos. Já que o “objeto” não é “mais amado” por ser a pessoa que é, isto é, ela deixou de ser “algo importante” para o/a outro/a. É complexo. No mundo contemporâneo as relações ou os laços não são mais almejados, prazerosos, conquistados ou até mesmo feitos, eles são “criados” para que possam ser diluídos diante de qualquer conflito ou qualquer desculpa. Quem ganha e quem perde com isso?

In(feliz) Será que o sistema econômico, com os seus algoritmos precisos como lâmina cirúrgica, estão nos impondo esses comportamentos? Eu não tenho dúvida de que sim. Esse descarte e esse gelo, condicionado pelos algoritmos, talvez, estão tornado as pessoas mais infelizes, apesar de nas redes sociais estarem alegres e muito, muito felizes. Essas atitudes têm um preço alto na saúde mental das pessoas, sejam namorados, noivos ou casados. Elas podem começar a viver uma vida de fantoche, ou seja, faz de conta, mesmo indo à Igreja, celebrando o evangelho ou mesmo mostrando ao mundo que é in(feliz).

MULTIDÃO Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”. (Zygmunt Bauman)

Ajustes; sempre Antes da contemporaneidade, os vínculos pessoais eram mais sólidos, mais fortes, hoje as pessoas mergulham em relações superficiais, ou seja, frágeis, de pouco tempo. Segundo Bauman, “a vida é uma obra de arte que muda constantemente, se atualiza e ganha novos significados”. Busca-se, incessantemente, essa tal de felicidade e enquanto “isso não chega” procuram-se significados na vida e nem sempre está presente o verdadeiro significado do que seja relação entre namorados, noivos ou esposo e esposa. Infelizmente é isso que está ocorrendo. Não se ajusta mais uma relação, seja entre namorados, noivos ou casados, a “ordem é buscar” outro/a, rápido. Será que interrompendo a fila a pessoa não seria mais feliz investindo numa relação sadia (com os ajustes tão necessários), ou, a fila tem que andar ?

Não existe 100% A fragilidade é disseminada em tudo e em qualquer lugar, principalmente nas redes sociais, via algoritmo, sorrateiramente, subliminarmente. É uma espécie de anestesia coletiva em que a pessoa vai sendo empurrada para um abismo sem fim. E o pior: tudo isso é disseminado como que a pessoa, ou as pessoas estão em busca da felicidade, que é palavra de ordem, mas essa felicidade tem que se a apresentada numa relação com alguém perfeito/a (100%), claro. A durabilidade de um relacionamento, geralmente, é mínima e até pode ter “tempo determinado” por uma das partes.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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ECONOMIA EM PAUTA

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Venda da Braskem

Vaga de estágio

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grupo brasileiro de engenharia Novonor, antes conhecido como Odebrecht, disse na semana passada que retomou contatos com possíveis interessados para vender o controle da petroquímica Braskem. Os recursos da operação serão usados para pagar credores do conglomerado, principalmente os maiores bancos, conforme estabelecido em acordos com credores no âmbito do processo de recuperação judicial. A Novonor interrompeu as discussões com a Lyondell Basell Industries NV sobre a venda da sua participação na Braskem há dois anos, quando a petroquímica foi criticada por problemas ambientais relacionados às suas atividades de mineração na cidade de Maceió, em Alagoas.

Bitcoin x B3 O Bitcoin atingiu seu pico mais alto da história. Conforme dados da Coindesk, o preço da criptomoeda aumentou 5,68% esta semana e ultrapassou o valor de US$ 63 mil a unidade – cerca de R$ 358.770. Com esse novo valor, agora a moeda virtual vale mais do que todo o mercado de ações da bolsa brasileira B3. Em um comparativo: o Bitcoin tem o valor de US$ 1,19 trilhões, enquanto o valor total das ações brasileiras é de US$ 1,17 trilhões.

Declarando precatórios Pessoas físicas que receberam precatórios no ano de 2020 precisam informar os valores na declaração. Para isso, é preciso procurar o órgão que efetuou o pagamento do precatório para obter o comprovante de rendimentos e informar os dados de forma correta. Os precatórios recebidos constituem rendimentos tributáveis na declaração e devem ser informados na ficha Rendimentos Recebidos Acumuladamente (RRA).

As inscrições do programa de estágio nas Lojas Americanas, em Alagoas, foram prorrogadas até o dia 25 de abril. As vagas são para estudantes dos cursos de administração de empresas, ciências contábeis, economia, engenharia de produção, marketing e publicidade e propaganda. No decorrer do estágio os participantes terão acesso a toda rotina e organização da empresa, além de participar de treinamentos e palestras com foco no crescimento profissional. Os interessados devem se inscrever através do site www. estagioemlojalasa.gupy.io.


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AUTISMO

MP instaura inquérito para apurar violações aos direitos de portadores do espectro autista

Número de autistas é maior do que os que recebem tratamento pelo poder público BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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úlia tem um laudo que a diagnosticou com TEA, que é o transtorno do espectro do autismo, e dentro desse documento tem dizendo que ela precisa cumprir algumas horas de terapia que na região não oferece. Eu entrei com recurso através do Ministério Público de Alagoas denunciando a Prefeitura de Maragogi para disponibilizarem pelo menos um carro para que ela pudesse ser levada até Recife, onde fazemos a terapia dela em um plano de saúde particular”. Foi somente assim que a jornalista Camila Costa conseguiu dar uma melhor chance para que sua filha, de 7 anos, pudesse ter um tratamento digno, mesmo que não seja em seu estado. As dificuldades enfrentadas por Camila para conseguir um tratamento para sua filha, e também por outras mães, de Alagoas, fizeram o promotor de Justiça Coaracy Fonseca, responsável pela 17ª Promotoria de Justiça da Capital – Fazenda Pública Estadual, instaurar inquérito civil no dia 6 deste mês para apurar uma suposta violação generalizada e sistêmica por parte do Estado de Alagoas aos direitos fundamentais e às políticas públicas voltadas a pessoas com o espectro autista. Fonseca considerou as reiteradas ações judiciais em que o órgão ministerial tem proferindo parecer, referentes a situações envolvendo crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Elas estariam sem o tratamento adequado

nas redes públicas de ensino e de saúde. “O atual quadro leva a crer que, no Estado de Alagoas, há uma violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, com possíveis falhas estruturais e falências de políticas públicas para pessoas com o espectro autista e que, no presente caso, fazem-se necessárias medidas administrativas e judiciais à superação de referidas violações, a ensejar um verdadeiro quadro de Estado de Coisas Inconstitucional”, destacou o promotor. Júlia, filha de Camila, precisa de acompanhamento de assistente terapêutico, psicomotricista, terapia de integração sensorial e psicoterapia, porém nenhum desses tratamentos é oferecido na região. Resta o acolhimento da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), que tenta suprir com terapias gratuitas, mas que não supre a necessidade de 40 horas semanais recomendada no laudo médico. “Pagamos um plano de saúde caríssimo e precisamos nos deslocar para Recife e voltar para Alagoas por que o tratamento não é oferecido por aqui. Tem dia que saímos de madrugada e voltamos durante a noite para poder fazer o tratamento”, explica Camila. Segundo o promotor de Justiça, o Estado não estaria cumprindo, de maneira adequada, a Lei Berenice Piana, Lei nº 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, especificamente em seus artigos 2º

e 3º. As pessoas com TEA, pelos dispositivos legais, possuem “todos os direitos previstos nos diplomas normativos existentes acerca das pessoas com deficiência, regulamentado pelo Decreto nº 8.368, de 02 de dezembro de 2014, sendo garantido à pessoa com transtorno do espectro autista o direito à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, respeitadas as suas especificidades”. DEMANDA POR ASSISTÊNCIA É GRANDE “O que podemos dizer é que o número de pessoas com autismo é muito maior do que o que o Estado vem assistindo na rede pública. E que as pessoas com TEA não podem perder tempo em relação ao recebimento do tratamento adequado para reduzir os

comprometimentos advindos do autismo. A demanda por professores capacitados é imensa, por assistentes terapêuticos, por treino de pais para saberem se conduzir com seus filhos no período em que estão em casa também. Além de tratamento individualizado”, afirma Mônica Ximenes, presidente da Associação de Amigos do Autista de Alagoas (AMA-AL). Segundo ela, o cumprimento da Lei do Autismo envolve diversas questões, como o tratamento precoce, orientação a pais, tratamento com métodos baseados em evidências, professores treinados e sensíveis às necessidades de aprendizagem dos alunos, mas que não são oferecidos em sua totalidade em Alagoas, principalmente em regiões do interior. “São serviços que precisam existir em cada uma

das cidades ou no mínimo em macrorregiões. E no caso de cidades grandes como Maceió e Arapiraca, ter oferta dos serviços em bairros. Viajar duas horas de ida e duas horas de volta em um ônibus ou van com o filho com autismo para um atendimento de meia hora não ajuda em nada a melhorar a condição dele”, frisa. O EXTRA entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para questionar os motivos que levaram o Ministério Público Estadual a instaurar o inquérito. Por meio de nota, a Sesau informou que vêm sendo desenvolvidas ações com intuito de proporcionar atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e que, desde 2017, foram disponibilizadas 1.200 vagas para o credenciamento de instituições aptas a prestarem os serviços de equoterapia. “A Sesau ressalta que a equipe técnica da Supervisão de Cuidados à Pessoa com Deficiência (SUPED) tem realizado, periodicamente, o monitoramento nos Centros Especializados de Reabilitação (CER) no Estado de Alagoas para verificação das adequações necessárias ao atendimento da pessoa com deficiência, especialmente com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista. Essa ação está suspensa em razão das medidas de distanciamento social objetivando o controle da pandemia da covid-19. Oportuno se faz esclarecer que tanto o monitoramento quanto as auditorias destes serviços são também de competência municipal e federal”, informou a pasta estadual.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Um ano difícil, mas pode surpreender

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pesar de o ambiente político resvalar para a situação econômica e afetar a venda de veículos, além da crise do coronavírus e a escassez mundial de semicondutores, os três principais indicadores da indústria automobilística (vendas, produção e exportação) indicam recuperação nos próximos meses. É muito vento contra e qualquer conclusão precisa considerar aqueles aspectos ao analisar os números do primeiro trimestre. Se no ano passado houve reflexos da pandemia já em março, em 2021 também ocorreu e agravado por 30 fábricas paradas no fim do mês por falta de peças ou para isolamento social. O ano de 2020 terminou com uma

queda acumulada de vendas de 26% em relação a 2019. Mas se comparado o primeiro trimestre do ano passado com o deste ano, a redução foi de 5%, em veículos leves e pesados. Em março de 2020 havia 48 dias de estoque, somando-se os pátios de fabricantes e concessionárias. Em março último, apenas 16 dias, uma redução de 67%. Essa baixa oferta, claro, tem consequências por deixar de atender quem entra na loja e não encontra o produto desejado ou deve esperar mais de 30 dias. Por outro lado, os gastos financeiros com capital de giro reduziram-se sensivelmente. Para lembrar, os estoques chegaram a superar 100 dias em abril

de 2020. A média diária de vendas em fevereiro deste ano foi de 8.370 unidades e em março, 8.270 unidades, mas, a partir de agora, essa média pode subir. Afinal, o número de fábricas paralisadas diminuiu para 10 no começo de abril. Uma das maiores empresas de semicondutores do mundo, a japonesa Renesas, voltará a produzir na próxima semana, depois de um incêndio em março. A pandemia vem deixando estragos na economia brasileira. Não somente indústrias, mas também concessionárias estão muito afetadas. Porém, uma recuperação entre 15% e 20%, em 2021, continua sendo uma previsão razoável.

Toyota ainda decidirá sobre Yaris Cross

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alta consenso sobre o ritmo de aceitação e compra efetiva dos modelos elétricos em grande escala. Alguns fabricantes fizeram previsões que variam de 2030 a 2050, nos maiores mercados do mundo, situados no hemisfério norte. Outros insinuam que não investirão mais em motores a combustão, a partir de agora. Marcar datas ou prazos é algo complicado. Em 2014, a Volvo afirmou que “após 2020 ninguém morrerá em acidente num carro nosso”. Estamos em 2021 e, obviamente, isso não se materializou. Na realidade, ninguém sabe quando esse dia chegará ou mesmo se chegará. Uma pesquisa entre 8.000 consumidores de oito grandes mercados mundiais, publicado pela consultoria IHS Markit, procurou saber quanto tempo aceitariam esperar para que um carro elétrico estivesse totalmente recarregado. Em 2019, 35% responderam 30 minutos e 58%,

ALTA RODA n DESDE o último dia 12 passaram a valer as modificações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Embora alguns especialistas considerem que houve afrouxamento das normas gerais e de segurança com 57 modificações no CTB, é preciso considerar que vários pontos estão corretos. Entre eles atualizar a faixa de idade para renovação da CNH, mantendo o intervalo de três anos para quem tem mais de 70 anos. n TAMBÉM não tinha sentido um prazo tão exíguo como 15 dias para a defesa prévia, considerando possíveis atrasos nas entregas de correspondências. O caráter educativo da advertência por escrito para infrações leves e médias também é aceitável, considerando ser aplicável só uma vez por ano. n SUBIU para até 40 pontos o limite para suspensão da CNH. Mas se o motorista cometer uma infração gravíssima por ano, o limite cai para 30 pontos e com duas a regra dos 20 pontos fica mantida. Necessário observar se os acidentes aumentarão em razão única dessa regra. Se ficarem comprovados causa e efeito, o bom senso indica eventual revisão. n ACCORD importado dos EUA voltará a ser comercializado no Brasil, mas apenas na versão híbrida. Ainda sem preço definido pois só estará disponível no início do segundo semestre. Motor a combustão é um 2-litros a gasolina, ciclo Atkinson, de 145 cv e um elétrico de 185 cv. Potência combinada (não divulgada pela Honda no Brasil, mas em outros países sim) de 212 cv.

uma hora. Na prática, porém, esse tem sido um obstáculo para maior aceitação dos elétricos. Quando esse tempo chegará a três ou quatro minutos, equivalente ao de um veículo abastecido por combustível líquido, está difícil de prever. Com pilhas a hidrogênio isso seria possível. Porém, essa

é uma tecnologia muito diferente das baterias atuais que, por sua vez, exigem uma rede própria de recarga em estradas e disponibilidade de geração de energia elétrica renovável. No melhor cenário, carros elétricos seriam recarregados à noite como os telefones celulares. Na prática, poderá não ser assim. Afinal, 2030 não está tão distante...

n PODE rodar em modo totalmente elétrico por dois a três quilômetros. Sistema híbrido do Accord, primeiro de três modelos desse tipo que a fabricante importará até 2023, acopla o motor a combustão às rodas, quando em velocidades constantes acima de 100 km/h. Consumo de 17,6 km/l no ciclo urbano e 17,1 km/l no rodoviário.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

Galo vence fora de casa e avança na Copa do Brasil

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oi no sufoco, mas deu Galo. O confronto começou aberto e de muitas oportunidades no Pará e, mesmo visitante, o CRB iniciou o jogo melhor, criando mais e melhores chances de colocar a bola no fundo das redes. Os donos da casa se viram pressionados e tomaram a iniciativa de atacar o clube alagoano, tanto é que conseguiram abrir o placar perto do fim da primeira etapa, aos 43 minutos, Paulinho fez grande jogada individual e passou para Israel na área, que deu caneta em Diego Ivo e finalizou no canto de Diogo Silva. Foi um golaço do Papão da Curuzu. Mas a alegria dos paraenses não durou muito tempo, dois minutos depois o Galo empatou o duelo. A zaga do Paysandu se atrapalhou e Diego Torres recebeu a bola de presente

na área e mandou uma bomba de canhota para igualar o marcador. No retorno para a segunda etapa, o Galo Praiano voltou com tudo. Logo aos 2 minutos empatou o duelo com Hiury. Calyson bateu escanteio fechado, a defensiva do clube paraense raspou de cabeça e sem querer deixou Hyuri livre na segunda trave, para só empurrar para dentro do gol. Após a virada, o jogo seguiu parelho, o Galo teve oportunidades de matar o jogo, mas não conseguiu aproveitar. Pelo outro lado, foi por pouco que o Papão não levou a partida para as penalidades. Nos minutos finais, Gabriel Barbosa mandou uma bola no travessão. Com o triunfo, o time de Alagoas embolsou mais de R$1,7 milhão e avançou para a terceira fase do torneio nacional.

PSG DE NEYMAR SEGUE VIVO RUMO AO TÍTULO

CONMEBOL ANUNCIA DOAÇÃO DE 50 MIL VACINAS PARA ATLETAS Com a atuação de gala do brasileiro Vinícius Júnior, o Real Madrid abriu boa vantagem sobre o Liverpool nas quartas de final da Liga dos Campeões. Na base da velocidade e do bom posicionamento, o atacante brasileiro marcou dois dos três gols do time espanhol na vitória por 3 a 1, no estádio Alfredo Di Stéfano, na capital espanhola. Titular, Vinícius Júnior marcou o primeiro e o terceiro gol do Real, mas teve chances de fazer ainda mais, porém sua imprecisão na hora de finalizar não conseguiu ampliar o placar. Além disso, o Real Madrid se viu diante das fragilidades da defesa do time inglês, em nova atuação abaixo do esperado. Ainda sem contar com seus principais zagueiros, o Liverpool abusou dos erros de passe e só exibiu bom futebol nos primeiros minutos do segundo tempo. Como consequência, o campeão da temporada retrasada precisará vencer por ao menos 2 a 0 para alcançar a semifinal. Do outro lado, para o Real basta um empate ou mesmo uma derrota por 1 a 0 no jogo da volta, na terra da Rainha.

Foi no sufoco, mas o Paris Saint-Germain conseguiu se segurar e, mesmo derrotado por 1 a 0, eliminou o Bayern de Munique nas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa. No duelo que marcou a revanche da final da temporada passada, o time de Neymar aguentou a pressão dos bávaros e, graças ao placar de 3 a 2 no jogo de ida, disputado em Munique, assegurou vaga na semifinal da competição europeia. O único gol do jogo foi marcado aos 40 do primeiro tempo, quando Choupo-Moting aproveitou rebote de Navas e, de cabeça, fez 1 a 0 para os alemães. Com o resultado, os bávaros

igualaram o placar agregado em 3 a 3. Pelo critério do gol fora de casa, porém, os franceses levaram a vaga.

BRASIL É VETADO NO SUL-AMERICANO FEMININO DE BASQUETE A seleção feminina de basquete está impedida de disputar o Campeonato Sul-Americano da modalidade, marcado para ser disputado entre os dias 10 e 16 de maio, em Cali, na Colômbia. O time, que é 26 vezes campeão da competição, não poderá desembarcar no país sede do evento por conta de questões ligadas à covid-19. O fato já tinha acontecido com a seleção masculina de basquete no início do ano, que também não pôde embarcar para partidas das Eliminatórias para a Copa América. O torneio é classificatório para a AmericasCup, a Copa América, que será disputada em julho e, por sua vez, vale vagas para o Campeonato Mundial de 2022. A entidade que comanda o basquete no continente, porém, garantiu uma vaga para o Brasil na AmericasCup, mesmo sem disputar o torneio, devido ao país ser o líder do ranking sul-americano.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

A nomeação de Fabiana

PELO INTERIOR

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o tabuleiro político continua se movimentando com vistas às eleições de 2022. Ao abrir espaço para a família Pessoa, com a nomeação da ex-prefeita Fabiana Pessoa para a Secretaria de Assistência Social, que ocupou o cargo por quatro meses com a morte do prefeito Rogério Teófilo, o governador Renan Filho ganhou o apoio do deputado federal Severino Pessoa, mas perdeu de certa forma o respeito de partidários do prefeito Luciano Barbosa que não veem com bons olhos o afago aos adversários políticos.

Tem razão

E faz sentido. Na campanha eleitoral Fabiana tentou de todas as formas possíveis e inimagináveis destruir a candidatura de Luciano Barbosa que, no final, foi eleito com uma esplêndida votação, dando um verdadeiro banho de votos nos adversários, dentre eles Fabiana e o seu esposo, que de fato dava as cartas na administração. Fala-se que o deputado montou uma sala ao lado da prefeita e dava “pitaco” em tudo, principalmente para assinatura de documentos.

Estrago grande

Com certeza, a Família Pessoa, apesar do apoio do governo do Estado, continuará em lados opostos, fazendo oposição ao atual gestor que no momento tem focado suas ações em obras, combate à pandemia e corrigir erros administrativos de seus antecessores. A boca miúda fala-se que o estrago provocado pela gestão passada é bem mais complicado do que se possa imaginar.

Voltou a sorrir

E com a nomeação de Fabiana Pessoa para a Secretaria de Assistência Social do Estado de Alagoas, o deputado federal Severino Pessoa voltou a sorrir, coisa que não fazia com tanta euforia desde a derrota acachapante da sua esposa para a Prefeitura de Arapiraca. Acreditava em vitória É de admirar a determinação da Família Pessoa em acreditar na reeleição da então prefeita arapiraquense. Estava crentes, naquele momento de disputa, que ela reunia condições de vitória e com uma certa tranquilidade.

... Combate à covid 19: Arapiraca segue aplicando vacinas nos três pontos: Sesc Arapiraca, que funciona de domingo a domingo, das 8h às 17h, no drive thru do Arapiraca Garden Shopping, das 8h às 20h, e no Ginásio do Epial, das 8h às 17h.

Ledo engano

Com todo investimento, isso sem falar que estava no comando da administração, Fabiana Pessoa obteve 20.874 mil votos (19,22%). Quanto ao prefeito eleito, creditou-se uma votação histórica: Luciano Barbosa teve exatos 59.249 votos (54,56%). O terceiro colocado foi o deputado estadual Tarcizo Freire, com 16.376 (15,8%).

Arapiraca mais uma vez ocupa lugar de destaque na vacinação em Alagoas. A Prefeitura, através da Secretária Municipal de Saúde, recebeu a informação de que a Capital do Agreste atingiu 97,5% de aproveitamento das doses de vacina contra a covid-19.

Doses aplicadas

Retorno às aulas

Arapiraca deu início na segunda-feira (12) ao ano letivo 2021 em toda a rede municipal de educação, garantindo o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Segundo a secretária Municipal de Educação e Esporte, Ivana Carla, o retorno às aulas é muito importante para que o projeto pedagógico planejado para este ano seja implantado imediatamente.

Cuidados cessários

Vacinação

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“Recuperar o tempo perdido é uma urgência. A maioria das nossas escolas vão atuar, neste primeiro momento, de forma remota, pelo menos até a situação epidemiológica do município melhorar. Outras instituições, que possuem uma estrutura maior, já estão recebendo alguns alunos na modalidade híbrida, com todos os cuidados necessários”, informou a responsável pela pasta.

Isso significa dizer que, das doses que foram encaminhadas ao município, quase todas já foram aplicadas ao grupo prioritário, que atualmente é formado por pessoas com idade de 60 anos ou mais, profissionais de saúde e profissionais da educação que atuam nos Centros de Educação Infantil (creches).

Equipes de vacinação

A coordenadora de Doenças Imunopreveníveis de Arapiraca, enfermeira Monica Suzy, destacou o trabalho das equipes de vacinação. “Sem os colaboradores da Saúde nós não conseguiríamos ser referência em vacinação em Alagoas. Sem dúvida esse mérito é dessas equipes que têm se dedicado ao máximo para levar esperança de dias melhores”, disse ela.

... Nesta quinta-feira (15), a Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA) realizou mais um sorteio para os sócios-torcedores adimplentes do Fantasma das Alagoas. ... Foram vários itens da coleção alvinegra, como a camisa oficial, camisa comemorativa dos 68 anos de fundação do Gigante, medalha honrosa colecionável, entre outros atrativos. ... Participaram do sorteio todos os sócios adimplentes referentes ao mês de março. Foram sorteados três sócios de janeiro, três de fevereiro e três de março. ... Com objetivo de contribuir para o fortalecimento da agricultura, a Prefeitura Municipal de Arapiraca, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, realiza os trabalhos de aração de terra com os tratores agrícolas para os produtores rurais do município. ... Nos últimos três meses, algumas comunidades têm sido beneficiadas seguindo o cronograma de solicitações. ... A aração faz uma descompactação no solo para que o plantio seja mais adequado e exista uma maior produtividade por área e possibilita maior crescimento das raízes, garantindo um desenvolvimento melhor dos legumes. ... Esta ação acresce em até 30% a produção final do agricultor, uma vez que o plantio tende a ser mais bem-sucedido. ... Além da aração, a secretaria disponibiliza o acompanhamento técnico aos produtores de hortaliças, frutas e raízes, dentre outras culturas. ... Essa iniciativa da gestão do prefeito Luciano Barbosa visa valorizar o agricultor e a produção rural do município, que é fonte de renda para muitas famílias. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana, repleto de saúde e harmonia. Até a próxima edição!


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SAÚDE

Baixa produção de testosterona afeta saúde do homem Metade dos indivíduos com mais de 50 anos tem algum grau de disfunção androgênica

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or muito tempo, o termo andropausa ficou conhecido como “menopausa masculina”. O nome correto para o problema que causa a baixa produção de testosterona é Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM). Com o devido acompanhamento médico, sintomas que atrapalham a qualidade de vida do indivíduo podem ser combatidos. Irritabilidade, diminuição da massa muscular, ganho do peso e do componente adiposo da gordura corporal, alteração do sono, e disfunção erétil estão entre os sintomas mais comuns. “A quantidade de patologias que podem causar esses sintomas é tão grande que a maioria dos pacientes só procura o médico quando tem problemas de ereção”, destacou o urologista Rogério Bernardo. Na mulher, a menopausa causa a interrupção natural da menstruação com a parada da produção hormonal de estrogênio e progesterona. Já no homem, a disfunção androgênica provoca uma diminuição, sem pausa, da testosterona. “No caso deles, o envelhecimento não é fator determinante para o problema, já que a população acometida por baixa hormonal tem ficado cada vez mais jovem. Mas, metade dos homens com 50 anos ou mais tem algum grau de disfunção androgênica. Como os sintomas se confundem com outros problemas de saúde, às vezes, o diagnóstico é difícil”, disse o especialista.

Urologista Rogério Bernardo esclarece dúvidas sobre o problema

Até hoje, a medicina não chegou a um consenso sobre o valor ideal de testosterona. Há sociedades que consideram o hormônio abaixo de 300 nanogramas (ng) por decilitro (dl) de sangue e o paciente com sintomas como indicador. Outros, adotaram a marca de 200 ng/dl e sem sintomas para o diagnóstico do DAEM. Como o paciente pode ter problemas por causas associadas, como distúrbios da tireoide, síndrome metabólica (diabete, hipertensão e obesidade), fatores depressivos, e/ou senilidade (idade), o médico deve levar em consideração, além dos indícios, o valor referencial do laboratório e o tipo de testosterona solicitada para análise. Assim como com as mulheres, a reposição hormonal é indicada para tratar o DAEM. “Não existe receita de bolo. Cada paciente tem uma necessidade diferente, então, antes de começar a reposição é preciso atacar as doenças de base para que ela ocorra de forma segura e com efeito”, reforça o especialista. Antigamente, o homem nem dizia que tinha disfunção erétil. Apenas 10% dos homens que sofriam com o problema falavam para o médico, e apenas 10% dos médicos perguntavam sobre o assunto. Isso vem mudando com o tempo, devido às possibilidades de tratamento que melhoram não apenas a sintomatologia como o bem-estar”, finalizou o urologista Rogério Bernardo.


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ELA tro será virtual e realizado por meio de uma plataforma de alta qualidade e extremamente inovadora, assim como os maiores avanços da medicina”, afirma Hemerson Casado, cirurgião cardiovascular alagoano e presidente do instituto que leva o seu nome. O simpósio é voltado, principalmente, para pacientes, familiares, cuidadores, pesquisadores, estudantes e profissionais da área da saúde. No entanto, como é aberto ao público, qualquer pessoa interessada pela temática das doenças raras poderá se inscrever. Portador de ELA, o médico Hemerson Casado preside instituto que organiza o evento

III Simpósio Internacional apresenta novidades no tratamento das doenças raras

Evento online e gratuito contará com palestrantes de estados brasileiros e vários países ASSESSORIA

A

ciência nunca esteve tão próxima das pessoas como agora e a pandemia da covid-19 tem reforçado a importância da pesquisa em todas as áreas do conhecimento. Com o objetivo de apresentar novidades no tratamento das doenças

raras, o mês de abril receberá o III Simpósio Internacional da ELA. O evento, que é uma iniciativa do Instituto Dr. Hemerson Casado e que este ano será online e totalmente gratuito, acontece nos dias 22, 23 e 24 deste mês. ELA é a sigla para Esclerose Lateral Amiotrófica, uma

doença neurodegenerativa rara e sem cura que causa a paralisia do corpo de maneira gradual, incapacitando o paciente a falar, comer e até respirar. “Teremos o cenário ideal para discussões em torno do tema central. Estamos vivenciando um momento atípico e, por isso, o encon-

PROGRAMAÇÃO A qualidade das palestras e dos conferencistas foi destaque em todas as edições anteriores do simpósio e, este ano, não poderia ser diferente. Nesta terceira edição, a programação do evento vai contar com renomados profissionais de universidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Norte. Cientistas de países como Portugal, Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Israel e Coreia do Sul também não ficarão de fora. “É uma oportunidade ímpar de disseminar conhecimento, lançar novos produtos e, de qualquer lugar do mundo, estar reunido com os principais especialistas”, destaca o ativista Dr. Hemerson Casado. Novos parâmetros para o diagnóstico da ELA, avanços

no tratamento medicamentoso, direitos dos pacientes com doenças raras, ensaios clínicos e terapia celular serão alguns dos assuntos abordados no evento on-line. SUBMISSÃO DE TRABALHOS Além das palestras, o simpósio também abre espaço para a apresentação de trabalhos científicos que abordem temáticas relacionadas às doenças raras produzidos por pesquisadores, profissionais e estudantes da área da saúde. SAIBA MAIS Em 2021, o Instituto Dr. Hemerson Casado lança o selo de responsabilidade social, que tem como missão reconhecer e valorizar publicamente iniciativas de empresas dispostas a apoiar o trabalho da ONG em prol das pessoas com doenças raras. Pessoas físicas também podem doar para a causa durante a inscrição para o evento. Para mais informações sobre o projeto, doações, patrocínios e grade científica do simpósio, basta acessar: www.elainternacional.com.

SERVIÇO III Simpósio Internacional sobre ELA Data: 22 a 24 de abril de 2021 Inscrições em: www.elainternacional.com.br


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