Edição 1115

e

extra

MACEIÓ - ALAGOAS

www.novoextra.com.br

1998 - 2020

ANO XXII - Nº 1115 - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021 - R$ 4,00

ELEIÇÕES 2022

Sem vice, Renan terá dificuldade para indicar governador-tampão Para disputar a única vaga de senador no pleito do próximo ano com alguma chance de vitória, Renan Filho precisa de um aliado no cargo de governador interino. Mas para isso carece de uma aliança com os deputados. 2

MILITARES ESTÃO ENVOLVIDOS NA MORTE DE KLEBER MALAQUIAS Crime teria sido intermediado por um oficial da PM e custado R$ 100 mil pagos por um político 4

MEIO MILHÃO DE ALAGOANOS FICAM FORA DO AUXÍLIO EMERGENCIAL DA UNIÃO 11 IMBRÓGLIO

CONCURSO DOS CARTÓRIOS SEM DATA DEFINIDA POR IRREGULARIDADES 8

ENTIDADES E TRABALHADORES QUEREM INDEPENDÊNCIA DO PORTO DE MACEIÓ 9

ELEIÇÕES 2022

DEPUTADOS FEDERAIS DISPUTARÃO VAGAS NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 6

2

e

extra MACEIÓ - ALAGOAS

www.novoextra.com.br

e

extra

COLUNA Poder dividido

1

- Ter um candidato a governador em 2022 não é exatamente a maior preocupação de Renan Filho. O xis da questão é ter um nome para assumir o cargo de governador-tampão sem correr o risco de ser atropelado na disputa pela única vaga de senador no pleito do próximo ano.

Mesmo dispondo de um orçamento 2uma-bilionário para investir em obras e gestão bem avaliada, Renan Filho

Com a renúncia do vice Luciano 3um-Barbosa, caberá à Assembleia indicar nome para governador interino caso

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

precisa resolver a questão do governadortampão, que tanto pode ajudar quanto prejudicar seu projeto de poder.

1998 - 2020

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

Renan Filho decida disputar o Senado.

Sem maioria no Legislativo, o governador precisa negociar com os deputados em torno de um nome de consenso.

- Acordo político tem custos, e pelo 4indisposto andar das conversas, Renan parece a pagar o preço cobrado pelos

deputados. A proposta da Assembleia é eleger seu candidato a governador em troca de apoio dos deputados à sua candidatura ao Senado.

proposta, no entanto, esbarra 5pode-naEssa convicção do governador de que fazer o sucessor e se eleger senador

na eleição do próximo ano. Mas com um governador-tampão trabalhando contra, o sonho de Renan Filho pode virar pesadelo.

- Outra condição imposta pelos deputa6renúncia dos é que o governador antecipe a e deixe o cargo antes de 2 de abril de 2022, data limite para se afastar do governo e disputar as eleições.

Vilela na disputa

O PSDB está tentando convencer o ex-governador Téo Vilela a disputar o Senado na eleição do próximo ano, fazendo dobradinha com o senador Rodrigo Cunha para governador, com o apoio do prefeito JHC. Vilela tem dito a amigos que pendurou as chuteiras e não disputará mais nenhum cargo político. Mas o argumento dos tucanos é forte: Téo terá à sua disposição gorda verba partidária e apoio dos usineiros. Alegam ainda que Vilela e Rodrigo Cunha nada têm a perder em caso de derrota.

Candidato dos deputados

Deputados estaduais não descartam a possibilidade de o Legislativo lançar um candidato a governador em uma chapa com o senador Fernando Collor, que disputará a reeleição no pleito de 2022. O nome mais cotado é o de Marcelo Victor, presidente do Poder, que já declinou da missão. Com isso, ganha força uma possível candidatura do deputado Davi Filho.

Conselheiro do TC

Quem estiver interessado no cargo de conselheiro do Tribunal de Contas deve esperar sentado.

A decisão sobre o futuro dono da vaga, deixada pelo o ex-conselheiro Cícero Amélio, só sairá depois do resultado das eleições do próximo ano.

O cobiçado cargo também pode entrar nas negociações de um acordo político entre Renan Filho e Marcelo Victor. Até lá, é sonhar com a mamata vitalícia que todos desejam.

Impunidade

A sentença do juiz Ivan Vasconcelos Brito que absolveu um grupo de deputados envolvidos na Operação Taturana é o caminho para a impunidade de todos os acusados no desvio milionário da Assembleia Legislativa. Veja processo n° 0500658-16.2012.8.02.0001.

Venda da Braskem

O fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos está negociando com a Odebrecht a compra de 50,1% de sua fatia na Braskem.

Dona do restante das ações, a Petrobras não se opõe à venda da mineradora.

Para milhares de famílias despejadas de suas casas pelo afundamento do solo em Maceió, a dúvida é saber quem vai honrar o acordo com as vítimas, em caso de venda da Braskem.

Retrocesso

Enquanto o STF usou áudios roubados por hackers para decretar a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e anular as condenações de Lula, o Congresso aprovou nova lei que proíbe o uso de gravações externas para condenar acusados de todo tipo de crimes.

Agora, gravações de áudio e vídeos como as que esclareceram o assassinato do menino Henry, pelo padrasto Dr. Jairinho, não podem mais ser usadas como prova de crime.

Da mesma forma, o policial branco que matou o negro americano George Floyd, por asfixia, jamais seria condenado não fosse um vídeo gravado por uma jovem que presenciou a violência policial.

Por que será que os parlamentares brasileiros temem tanto as gravações de vídeos e áudios?

Tiro no pé

Para sair do foco da CPI da Covid, o governo optou pela estratégia de bagunçar o coreto incluindo governadores e prefeitos na mira da comissão.

Assim, o trabalho de investigação ficaria parecendo uma daquelas brigas generalizadas de fim de festa em que ninguém sabe quem começou, quem apanhou e quem bateu. Mas se isso de fato acontecer, podem sobrar socos e pontapés para aliados do Planalto no Senado. (Marina Oliveira, editora do Congresso em Foco)

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

extra

3

e

4

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

CASO KLEBER MALAQUIAS

Militares foram contratados para matar empresário, diz delegado Participação de vereador no crime ainda não foi descartada DA REDAÇÃO

“O

assassinato do empresário Kleber Malaquias de Oliveira não terminará como o Caso Marielle”, declarou, ao EXTRA, o delegado de Homicídios de Rio Largo, Lucimério Campos.

A menção à morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, executada em 2018, é referente ao não esclarecimento dos mandantes do crime.

Em relação a Malaquias, até o momento, foi divulgado que três militares e um civil participaram ativamente da execução. O empresário, morto no dia do aniversário quando comemorava 41 anos, foi levado até o Bar da Buchada, localizado na Mata do Rolo, em Rio Largo. O crime aconteceu no dia 15 de julho do ano passado.

Dois homens acompanharam o empresário até o bar, sob o argumento de que queriam discutir a respeito do aluguel de um ponto comercial. Eles deram o sinal para os dois executores adentrarem no estabelecimento esperando um momento de descuido de Malaquias.

A execução aconteceu

Vídeo mostra a vítima, os assassinos e o carro usado no crime; delegados não revelaram nome dos presos na quarta quando a vítima foi ao banheiro. Malaquias recebeu dois tiros à queima roupa: um no abdômen e outro na cabeça.

Durante coletiva de imprensa realizada na quinta-feira, 22, o delegado Lucimério Campos não divulgou os nomes dos presos na Operação Sicários, deflagrada um dia antes. No entanto, declarou que dois acusados negaram a participação no crime, já outros dois preferiram ficar em silêncio.

“Agora vamos interrogar as novas testemunhas que foram citadas pelos detidos e fazer uma perícia nos aparelhos celulares”, contou. Sobre chegar ao mandante do crime, Lucimério Campos informou não ser tão fácil. Isso porque, geralmente, os executores não divulgam nomes

com medo de pagar com a própria vida. “E as negociações não acontecem diretamente com os assassinos. Sempre tem um que intermedia o crime. O pagamento também é feito em dinheiro para não deixar rastros”, disse.

A arma do assassinato, uma pistola de calibre 40, nunca foi achada.

“Quando perceberam o andamento das investigações, os suspeitos decidiram sumir com ela”, explicou.

Malaquias era conhecido na região de Rio Largo como uma pessoa polêmica por fazer denúncias sobre corrupção envolvendo figuras públicas como o ex-prefeito do município Toninho Lins, o atual prefeito Gilberto Gonçalves e até figuras do Judiciário, como o desembargador Washington Luiz Damasceno.

O delegado, que fez questão de destacar que não sofreu pressões durante a investigação, também afirmou que outras pessoas estão sendo investigadas, como é o caso do vereador de Rio Largo Vanildo Rufino dos Santos, de 58 anos, e não descartou que ele não possa ser o alvo de uma próxima operação. Campos afirmou que o crime de mando existe, mas que no momento, a Polícia Civil não tem provas suficientes para divulgar o nome do mandante.

Ainda segundo o delegado, a Polícia Federal e a Polícia Militar também contribuíram com as investigações.

MODUS OPERANDI Dos quatro presos por envolvimento no assassinato do empresário Kleber Malaquias, dois

são ex-PMs expulsos da corporação por tráfico de drogas, um é da ativa e o quarto suspeito seria um dos genros de um político e empresário do Pilar.

Os quatro foram identificados por câmeras de ruas, em frente ao Bar da Buchada, em Rio Largo, onde o empresário foi executado.

Vídeos mostram o momento da chegada da vítima acompanhada de um dos ex-militares mais o genro do político pilarense, que seriam os “ponteiros”. Em seguida as câmeras registram a chegada de um carro preto dirigido pelo PM da ativa, que conduziu o pistoleiro, um ex-policial militar expulso por vários crimes e identificado como o último a sair do local do homicídio, às pressas.

As câmeras da BR-104 também registraram a passagem do carro de Kleber Malaquias, que se dirigia de Maceió a Rio Largo via Mata do Rolo, para comemorar seu aniversário na Bar da Buchada, sendo acompanhado pelo veículo dos criminosos. O vídeo do flagrante pode ser acessado no endereço eletrônico: https://www. youtube.com/tch?v=IFjFcioF_7c&t=4s.

Fontes ouvidas pelo EXTRA informaram que o assassinato de Kleber Malaquias custou R$ 100 mil e o mandante seria um político com mandato.

A Polícia, porém, não confirmou essas informações.

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

extra

5

e

6

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

ELEIÇÕES 2022

Pedro Vilela

Paulão

Tereza Nelma

Severino Pessoa

Cinco federais devem disputar eleição para Assembleia Legislativa Marx, Nelma, Paulão, Pessoa e Pedro Vilela têm dificuldades para reeleição; Collor e Renan disputam espaços ODILON RIOS ESPECIAL PARA O EXTRA

A

concorrida disputa eleitoral do próximo ano, sem nomes definidos até para o governo tanto para a situação quanto para a oposição, virou jogo com lances dramáticos a quem está no páreo à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal.

Nos bastidores, a reeleição de Marx Beltrão (PSD), Tereza Nelma (PSDB), Paulão (PT), Severino Pessoa (Republicanos) e Pedro Vilela (PSDB) é vista como bastante difícil e eles devem ser obrigados a alterarem seus planos: ao invés de buscarem alcançar os 160 mil votos exigidos pelo coeficiente partidário a um deputado federal, podem concorrer a vagas para estadual, onde o coeficiente é menor (60 mil votos).

Mas isso significa reeleição dura aos atuais deputados estaduais. E mais pressão

contra o governador Renan Filho (MDB), obrigado a ajustar mais correligionários na máquina pública. Ele mesmo precisa de votos já que é cotado para disputar o Senado, vaga hoje de Fernando Collor (Pros).

Por isso o governador acomodou em secretarias estaduais Maycon Beltrão, irmão de Marx, no comando da Agricultura, e Fabiana Pessoa, esposa de Severino, na Assistência Social.

São duas pastas com alguma expressão política, contando programas sociais de relevante alcance, encabeçada por duas pessoas derrotadas na disputa pelas prefeituras de Coruripe (Maycon) e Arapiraca (Fabiana).

Na Agricultura há o programa do leite, distribuição de sementes, feiras da agricultura familiar; na Assistência Social, são os programas de vigilância e proteção social, de segurança alimentar e

nutricional. Um em cada três alagoanos depende ao menos de um ou mais programas destas pastas.

O PT faz as indicações na apagada Secretaria de Direitos Humanos e não deve ter novos espaços na administração estadual.

Tereza Nelma vem recebendo sinalizações do senador Renan Calheiros para que migre para o MDB. Isolada no ninho tucano pelo presidente estadual do PSDB, senador Rodrigo Cunha, Nelma tem grande apelo popular junto a entidades como a Associação Pestalozzi.

Pedro Vilela é um caso à parte. Sua reeleição é a garantia da família do ex-governador Teotonio Vilela Filho se manter em Brasília, com acesso a ministérios e Congresso Nacional, representando os interesses da Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas, os usineiros. Deve se apegar aos Calheiros, em nome da amizade entre Téo Vilela e Renan pai, para ser reeleito.

COLLOR X RENAN

A novidade da semana foi o calheirista Adeilson Bezerra

assumir o comando do PROS em Alagoas. Uma estratégia construída por Renan Calheiros em Brasília e que dificulta a permanência de Fernando Collor nesta legenda.

Collor disputa a reeleição e deve enfrentar Renan Filho.

E o PROS pode negar a legenda para o senador. Daí o caminho de Collor é buscar outro partido.

Por outro lado, o senador faz questão de desfilar mais e mais o seu prestígio junto ao Governo Jair Bolsonaro, que se esforça junto ao gabinete do ódio para impedir que Renan Calheiros assuma a relatoria da CPI da Covid, algo que deve acontecer, pelo menos segundo as apostas mais recentes.

Fernando Bezerra, que é líder do governo no Senado, disse a Renan Calheiros no último final de semana que o Executivo não tinha interesse em atrapalhar os caminhos do senador alagoano na CPI. Por outro lado, os porões do bolsonarismo se movimentam nas redes sociais para desgastar Renan, que acionou o Twitter para cancelar milhares de robôs mirando o seu nome.

Marx Beltrão

GUERRA Na formação das chapas majoritárias, os nomes de Collor e Renan fazem as suas costuras.

Collor busca uma dobradinha com presidente da Assembleia, deputado Marcelo Victor (SDD), com aval do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP), e passando pelo prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (sem partido). Eles devem escolher um nome para a disputa ao governo do Estado.

Os Renans buscam atrair novos apoios, mas trabalham com cenário que nem eles nem o grupo Collor-Victor-Lira -Barbosa tem alguém definido para o Executivo estadual.

No grupo do governador, os secretários Alexandre Ayres (Saúde), Maurício Quintella (Infraestrutura) e Alfredo Gaspar de Mendonça (Segurança Pública) podem disputar vagas na Assembleia ou Câmara Federal. Ou um deles disputar o governo.

George Santoro (Fazenda) vem sendo convencido a investir numa candidatura a federal, com o apoio dos empresários, enxergando no secretário alguém com muitas afinidades para defender pautas do setor em Brasília. Santoro é responsável por agregar um inédito caixa de R$ 5 bilhões no Governo. Esta semana, ele dividiu a foto com o governador no anúncio de reposição salarial de 4,52% para os servidores públicos.

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

7

extra

COFRES CHEIOS

Governo prepara licitação para banco e programa para Maceió Ideia de Renan Filho é lançar pacote de investimentos no 2° semestre ODILON RIOS Especial para o EXTRA

O

Governo de Alagoas prepara licitação para selecionar o banco que vai rodar a folha de pagamento dos funcionários públicos. São mais de 70 mil servidores que hoje recebem seus salários na Caixa Econômica Federal. O contrato com a Caixa vence em dezembro deste ano e em 2017, quando o negócio foi fechado, o fluxo financeiro girava em R$ 15 bilhões.

Quatro bancos estão interessados no negócio, entre eles a própria Caixa e o Banco do Brasil. O governo não revela o valor do negócio, mas as estimativas indicam que deve se aproximar do bilhão.

Dinheiro que entra nas contas do Estado, reforçando os cofres. De início, o governo estimava que, juntando esta operação com a outorga dos serviços da água mais empréstimos com instituições internacionais, além de sobras de caixa, a administração teria R$ 5 bilhões, mas os cálculos estão sendo revistos para cima. A proposta é que este volume de recursos, o maior da história alagoana, seja investido em obras em praticamente todas as cidades - a maior parte em Maceió.

O Estado também prepara um novo programa de Educação de Jovens e Adultos, tratado como uma “revolução”. Alagoas lidera no

país em analfabetismo entre pessoas acima de 15 anos, que é o público da EJA. Quase meio milhão de alagoanos está nesta condição. Estudos mostram que existe relação entre a quantidade de anos de estudo e o Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todas as riquezas em 1 ano - de uma região. Quanto maior o acesso a uma educação de qualidade, com foco na alfabetização, formação e preparo para o mercado de trabalho, maiores são as chances de transformação de crescimento sustentável com inclusão social.

DINHEIRO Parte da explicação para esta quantidade de dinheiro para investimentos é que desde 2015 se registra superavit financeiro. Também houve redução, em 2020, do gasto com o serviço da dívida em 48,2%; o superavit primário teve variação de 26,4%; a receita corrente líquida aumentou 12,5%, enquanto o gasto com investimento cresceu 17,2% e de pessoal, 14%.

Nos dois primeiros meses deste ano, pelo balanço entregue ao Tesouro Nacional, os cofres alagoanos tiveram aumento de 15,62% na arrecadação de impostos e taxas, comparado aos meses de janeiro e fevereiro do ano passado. Um bom desempenho, em tempos de pandemia. As receitas correntes alagoanas cresceram 14,67% e as transferências federais 15,74%.

Renan Filho e secretário George Santoro negociam com bancos a folha de pagamento do Estado

PACOTE O pacote de investimentos do governo começou a ser aplicado em dois programas: o Minha Cidade Linda, com obras nas 90 menores cidades do estado, e o Cria, espécie de bolsa família alagoano, entregando R$ 100 por família no que é chamado de “o maior programa de transferência de renda do Estado”.

No segundo semestre, o governador Renan Filho (MDB) quer anunciar obras para Maceió, da orla lagunar até próximo ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.

Nos próximos dez dias, deve recomeçar as obras de recapeamento na Avenida Senador Rui Palmeira, que margeia a Lagoa Mundaú, entre os bairros do Dique Estrada e Virgem dos Pobres até a Praia do Sobral.

Estas obras foram interrompidas após o final da campanha à Prefeitura de Maceió, com a vitória do candidato de oposição ao governador, João Henrique Caldas, o JHC (PDT).

Na terça, o secretário de Infraestrutura, Maurício Quintella, falou a líderes

comunitários da parte alta de Maceió e ao vereador Luciano Marinho que vai finalizar as obras da macrodrenagem do Tabuleiro dos Martins. Objetivo é acabar com os alagamentos durante as chuvas, incluindo tubulações ligando grandes lagoas como a da Coca-Cola, próximo à Via Expressa, desviando estas águas para o Rio Jacarecica e desaguando no mar. Seria o fim das constantes inundações do Distrito Industrial Luiz Cavalcante.

Parte destes recursos vem dos empréstimos internacionais obtidos pelo Estado no chamado programa Estrutura Alagoas, para obras de saneamento, urbanização e transportes.

e

8

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

IMBRÓGLIO

Concurso dos cartórios de Alagoas vai parar no STF Advogado pernambucano aponta irregularidades no edital do certame JOSÉ FERNANDO MARTINS JOSEFERNANDOMARTINS@ GMAIL.COM

N

ão falta muito para o concurso dos cartórios virar uma espécie de lenda urbana em Alagoas. Lançado em 2014, concurseiros aguardam até hoje o fim de uma novela que se arrasta há sete anos. Entre suspensões, cancelamentos de editais e provas feitas e desconsideradas está o medo de famílias – que se mantêm do carimbo – de perderem uma máquina de ganhar dinheiro. No ano passado, o certame -, que hoje é organizado pela Comissão de Concurso para a Outorga de Delegações de Notas e Registro do Estado de Alagoas, presidido pelo desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Marcelo Martins Berthe -, foi suspenso devido à pandemia do novo coronavírus.

A última movimentação pública da comissão foi expedida em setembro

alegando que novas deliberações sobre o concurso, com 212 vagas, seriam divulgadas quando houvesse condições sanitárias e econômicas para a sua realização. Mas a pandemia não é o único entrave para a realização das provas. O advogado pernambucano Luiz Augusto Meira Mota diz que encontrou irregularidades no último edital de abertura de inscrições. Ele sustenta que, muito embora o concurso para o serviço extrajudicial tenha sido aberto por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Edital 1/2019 do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-L), que regulamenta o certame, não possui regramento em nenhuma lei estadual, conforme prevê a legislação dos notários e registradores.

Segundo ele, há nulidades a serem sanadas, como: divisão de serventias extrajudiciais por grupos; obrigatoriedade de publicação da lista de delegações reservadas a

portadores de necessidades especiais; ausência de publicidade da lista de vacância; não realização do concurso pelo próprio TJAL; ausência de participação da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB por sua seção estadual; e, a não inclusão na lista de vacância da serventia do município de Roteiro.

O advogado interpôs agravo regimental contra a negativa do STF em conceder liminar a seu pedido de anulação do concurso e elaboração de novo edital.

“Foi apresentada contestação pela União, ocasião em que alegou a inexistência de qualquer nulidade no certame aberto pelo TJAL, o qual se deu por determinação do CNJ, em razão da declaração de suspeição ao impedimento de todos os membros daquela Corte estadual, com solicitação ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - TJSP para que indicasse os membros da comissão do concurso.

Requereu, ao final, a improcedência dos pedidos, tendo em vista a insub-

sistência dos argumentos apresentados na petição inicial. O autor apresentou réplica à contestação, impugnando as alegações da União e reiterando os fundamentos de sua peça inaugural”, destaca trecho do processo.

No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que o STF “não possui competência para julgar, originariamente, ação de procedimento comum relativa a serventias extrajudiciais”.

O relator da ação no STF é o ministro Ricardo Lewandowski, que negou em agosto do ano passado a liminar requerida pelo advogado. Conforme o ministro, o CNJ concluiu que o Tribunal de Justiça de Alagoas apurou todos os serviços que se encontravam vagos, de forma que apenas aquelas serventias que assim não estavam, como aquelas providas regularmente antes da nova ordem constitucional, não foram incluídas na lista.

“Quanto à alegação de irregularidade em razão da divisão das serventias

em grupos, nada há a ser invalidado. Tal sistemática também é adotada por diversos tribunais estaduais na elaboração de seus editais e, além disso, nada possui a obstar a participação universal no certame, uma vez que é possível a inscrição em mais de um grupo, nada havendo de ofensa à isonomia”, disse o ministro.

Sobre a alegação de que não houve a participação da seção alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil, Ricardo Lewandowski lembrou que a Lei 8.935/1994, de fato, prevê a necessária participação da OAB no certame, mas nada traz como exigência que os advogados indicados sejam inscritos na seccional estadual.

Agora é aguardar mais um capítulo da novela “Concurso dos Cartórios”. O EXTRA entrou em contato com a Corregedoria Geral de Justiça de Alagoas pedindo um posicionamento a respeito do concurso, mas não obteve resposta até o fechamento desta edi-

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

9

extra

PORTO DE MACEIÓ

Sindicatos protestam contra falta de soberania Companhia sediada no Rio Grande do Norte administra polo econômico da capital alagoana há mais de 30 anos JOSÉ FERNANDO MARTINS JOSEFERNANDOMARTINS@ GMAIL.COM

O

Porto de Maceió apareceu esta semana em mais uma polêmica.

Após a denúncia de que o local está prestes a se tornar depósito de ácido sulfúrico da empresa Timac Agro Indústria e Comércio de Fertilizantes, o nome da instituição agora - está envolvido em um “clamor de independência”.

Ocorre que o Porto de Maceió está subordinado ao Porto de Natal, do Rio Grande do Norte. O fato, que já tem mais de 30 anos, tem deixado descontentes diversas entidades e categorias que trabalham em Maceió. No início do mês, uma nota de repúdio foi encaminhada para as autoridades estaduais detalhando o dissabor pelo fato de o porto maceioense não ter autonomia própria.

“O Porto de Maceió é uma instituição pública federal e seus 80 anos de história estão fortemente presentes na formação e no desenvolvimento econômico do Estado de Alagoas.Todavia, mesmo sendo o único porto público do estado, por onde são

exportadas todas as safras de açúcar alagoano, além da movimentação de tantas outras importantes mercadorias, há 30 anos, pasmem, se aguarda por uma solução capaz de pôr fim à estranha e constrangedora subordinação do Porto de Maceió a outra entidade portuária congênere, sediada na capital do Rio Grande do Norte.

Até hoje, por incrível que pareça, quem comanda o Porto de Maceió é nomeado em Natal-RN”, destaca o documento.

A nota é assinada pelos presidentes do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de Alagoas, André Luiz Macena de Lima; da Macelog – Maceió Logística & Serviços Portuários, André Luiz Macena de Lima Filho; do Sindicato dos Portuários de Alagoas, Jabson Levino Silva; do Sindicato dos Estivadores no Estado de Alagoas, Sydnss Fernando dos Santos Costa; do Sindicato dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga do Porto de Maceió, Marco Antônio Oliveira dos Santos; da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em

Portuários e entidades de classe querem que gestão do porto seja feita por alagoanos Alagoas – CTB-AL, Sinval de Melo Costa; pelo diretor Executivo do Órgão Gestor de Mão de Obra do Porto de Maceió, Giulliano Leite Costa; e, pelo secretário do Sindicato dos Arrumadores no Estado de Alagoas, Jailson da Silva.

Na nota, as entidades afirmam que a administração de Natal está trabalhando para concentrar “nossos negócios, nossas decisões estratégicas, nossos projetos de desenvolvimento e nossos recursos financeiros na dita matriz, a quase 600 km daqui. Uma afronta inominável à nossa capacidade decisória e à própria soberania de Alagoas”.

O atual administrador do Porto de Maceió é o almirante Joése de Andrade Bandeira Leandro. Natural de Santa Catarina, ingressou no Colégio Naval em 1976 e se formou na Escola Naval em 1982. Antes de vir para Alagoas, comandou o 3º Distrito Naval, em Natal, já tendo sido capitão dos Portos de Pernambuco. Em seu currículo também está o Comando da Força-Tarefa Marítima da Força Interina de Paz das Nações Unidas no Líbano.

“Sem que uma voz ativa

sequer tenha se levantado, até então, para extirpar essa verdadeira excrescência organizacional, concebida em 1990, de nossa realidade, diversas categorias de trabalhadores e demais usuários do Porto de Maceió assistem, perplexas, neste momento, a uma sucessão de equívocos gerenciais, calcados em posturas anacrônicas, que têm rendido lamentáveis matérias na mídia local, por força da violação de pressupostos sanitários e ambientais de triste repercussão”, acrescenta a nota.

E finaliza: “Portanto, já está mais do que na hora de se devolver, jurídica e politicamente, o Porto de Maceió aos alagoanos. Não precisamos da permanência de tutores, mensageiros ou de amigos do rei para nos dizer o que fazer ou nos cobrar resultados. O tratamento colonial que nos querem impor, e agora de forma definitiva, é degradante demais e totalmente incompatível com as reais necessidades da economia do Estado de Alagoas.

Necessitamos, isso sim, de autonomia, de profissionalismo, de compromisso e respeito no trato de nossos legítimos interesses, nossos empregos e de nosso patri-

mônio público construído ao longo de anos de lutas e sacrifícios compartilhados, em diferentes matizes, por todo o povo alagoano. Decididamente, não temos nenhuma vocação para assumir de vez o papel de colônia portuária potiguar”.

A Federação Nacional dos Portuários também se posicionou sobre o caso, ressaltando “o seu irrestrito apoio ao teor da Nota de Repúdio conjunta, assinada, pela representação sindical dos trabalhadores do Porto de Maceió, com destino sobretudo à classe política do estado de Alagoas, notadamente à presidência da Câmara dos Deputados, em Brasília”.

De acordo com a entidade, a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) representa ao Porto de Maceió uma sufocante opressão. “A Federação Nacional dos Portuários também entende que o Porto de Maceió continuar sendo administrado pela Codern, empresa sediada em Natal-RN, a 600 km de distância, é algo descabido e que precisa mesmo ser corrigido, o quanto antes, pondo fim a uma demanda que aguarda solução há 30 anos”, disse por meio de nota publicada na segunda, dia

10

e

extra

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

11

extra

AUMENTO DA POBREZA

Meio milhão de alagoanos são excluídos do novo auxílio emergencial Mais vulneráveis serão contemplados com o novo benefício até julho deste ano BRUNO FERNANDES BRUNO-FS@OUTLOOK.COM

C

erca de 500 mil alagoanos ficaram de fora do novo Auxílio Emergencial pago em 2021. Os dados revelados pelo Ministério da Cidadania são apenas uma estimativa, mas representam uma diminuição na renda média de Alagoas, além de um aumento no extrato da parcela mais pobre da população e consequentemente da fome no estado, como avalia o doutor em Economia e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Cícero Péricles.

A nova etapa do auxílio, no entanto, deve injetar um volume superior a R$ 188 milhões mensais, totalizando aproximadamente R$ 750 milhões até o final de julho ante R$ 5,5 bilhões pagos no ano passado. Enquanto em 2020 foram beneficiadas 1,2 milhão de pessoas, neste ano o número diminuiu para cerca de 700 mil contemplados que foram considerados em condições sociais mais vulneráveis. A quantidade exata, no entanto, segundo a pasta federal, será publicada no portal da transparência até o começo de maio.

“As consequências são claras: aumento do desemprego e queda da renda média, afetando tanto a produção como o consumo. Além da perda dos benefícios, os

extratos mais pobres da população vêm sofrendo especialmente com a inflação da baixa renda, sustentada pela elevação dos preços de alimentos, que subiu 15% nos doze últimos meses, somada à inflação dos combustíveis, que fez disparar os preços, especialmente da gasolina e do gás de cozinha”, analisa o especialista sobre a nova fase do auxílio.

A nova roupagem do programa disponibiliza quatro parcelas mensais de R$ 150 para famílias de uma pessoa só, R$ 250 para famílias de duas ou mais pessoas e R$ 375 para mães chefes de família monoparental. São faixas bem diferentes das esta-

De acordo com o economista, dos R$ 5,5 bilhões recebidos por mais de 1,2 milhão de pessoas na forma de auxílio em Alagoas, no ano de 2020, quase R$ 2 bilhões foram materializados em compras de bens no varejo, movimentando e injetando liquidez na economia alagoana.

No ano passado, o pagamento do auxílio gerou filas quilométricas nas agências da Caixa belecidas quando o benefício foi lançado: R$ 600, entre os meses de abril e agosto de 2020; e de R$ 300, quando foi estendido até dezembro.

“O problema é que, desta vez, serão quatro parcelas apenas, em valor menor, e a perspectiva é a de suspensão do benefício em agosto.

Provavelmente com a permanência da pandemia e a economia patinando, teremos, a partir de setembro, mais famílias de volta à fila do Bolsa Família”, afirma Péricles.

Em 2020, o auxílio emergencial beneficiou 338.035 pessoas em Maceió, injetando pouco mais de R$ 1,5 bilhão na economia; 88.887 pessoas em Arapiraca, movimentando mais de R$ 395 milhões; 34.514 pessoas em Rio Largo, fazendo circu-

lar R$ 163 milhões; 28.518 pessoas em Palmeira dos Índios, girando mais de 124 milhões; e 25.834 pessoas em União dos Palmares, movimentando pouco mais de R$ 122 milhões.

De acordo com o economista, dos R$ 5,5 bilhões recebidos por mais de 1,2 milhão de pessoas na forma de auxílio em Alagoas, no ano de 2020, quase R$ 2 bilhões foram materializados em compras de bens no varejo, movimentando e injetando liquidez na economia alagoana num momento de paralisia parcial das atividades econômicas.

Por conta dessa diferença na quantidade de pessoas beneficiadas com o novo auxílio, está sendo estudada uma proposta da Universidade Federal de Alagoas

para um repasse de R$ 200 milhões do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) que deve socorrer alagoanos pobres nesta pandemia de covid-19. A proposta contribuiu com a elaboração de um documento que vai nortear a destinação de recursos.

A universidade prevê a transferência direta do Fundo para pessoas físicas em situação de vulnerabilidade, de acordo com os critérios propostos pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), ou para coletivos de representações. O documento foi apresentado na reunião ordinária do Conselho Integrado de Políticas de Inclusão Social (Cipis) e os conselhos têm até o final deste mês para retornar seus pareceres.

e

12

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

SMS E 199

Recursos da Defesa Civil de Maceió ajudam a salvar vidas

Serviços gratuitos auxiliam órgão a manter relação mais próxima com a população

ASSESSORIA

Central 199 e SMS reforçam assistência

A

Defesa Civil de Maceió dispõe de dois serviços que podem objetivamente salvar vidas: o atendimento através do 199 e o serviço de mensagens de alerta, encaminhadas por SMS. Qualquer maceioense pode entrar em contato com o órgão e assim evitar tragédias e mortes.

Maceió é uma cidade construída em uma região com vários acidentes geográficos e a ocupação desordenada, associada ao desmatamento das áreas de encosta, faz com que o município tenha mais de 550 pontos de riscos para ocorrências. Ou seja, boa parte da população da capital reside em áreas de risco.

E para evitar que estas pessoas estejam em risco de morrer, o contato direto com a Defesa Civil se faz necessário e determinante para o processo de convivência com a quadra chuvosa. De acordo com o diretor operacional da Defesa Civil, Osvaldo Palagani, o telefone 199 é essencial para que o órgão seja informado com precisão do local onde é necessária atuação e assim se minimizem os riscos de qualquer eventual fatalidade ou acidente trágico com moradores.

“Esse telefone é muitas vezes esquecido pela população, o que faz com que muitas das nossas ocorrências sejam identificadas

pelas equipes de campo.

Quando isso ocorre, o tempo de resposta muda, uma vez que os técnicos precisam parar no caminho, abrir uma ocorrência, fazer o atendimento inicial, comunicar a base para encaminhamento”, explica Palagani.

A queixa de Palagani fica clara quando se avalia os números de ocorrências das últimas chuvas que atingiram Maceió. No final de mês de março, uma sequência de dias chuvosos provocou algumas situações.

No dia 27 de março, um total de 66 ocorrências foram registradas pela Defesa Civil, mas apenas 22 delas foram feitas pelas ligações para o 199. Os demais outros 44 registros foram identificados durante as rondas das equipes.

Já no dia 11 de abril, um domingo, foram atendidas 288 ocorrências por conta da alta pluviosidade

que se abateu sobre a capital do estado. Apenas 184 foram comunicadas pela Central 199, ficando outras 104 situações para serem registradas durante as rondas das equipes.

MENSAGEM QUE SALVA Já a mensagem SMS é um serviço que pode salvar vidas. Elas são encaminhadas para o celular dos maceioenses – cadastrados previamente, ao requererem o serviço. O conteúdo da mensagem enviada pela Defesa Civil dá conta das condições que podem ameaçar a vida de quem mora em áreas de risco.

Joanna Borba, coordenadora do Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cimadec), explica que há diversas possibilidades para o envio das mensagens.

“Nós podemos encaminhar um aviso para toda Maceió, alertando sobre

chuva forte e a possibilidade de alagamentos, mas também podemos escolher uma determinada região, como Jacintinho e Feitosa, e mandar um alerta apenas pra essa região onde há o risco de deslizamento de barreiras”, explicou a coordenadora.

Esse serviço é disparado para população com horas de antecedência, o que pode significar a diferença entre ficar ou deixar uma área de risco, ou seja, é o aviso que pode evitar um desastre fatal.

“Como esses avisos são disparados com algumas horas de antecedência, as pessoas podem buscar locais seguros, como casa de parente. Isso faz toda a dife-

rença”, defende Borba.

Para receber as mensagens, basta enviar uma mensagem de texto SMS para o número 40199. No campo de texto da mensagem, a população deve enviar o número do CEP da casa onde mora, rapidamente o cidadão receberá uma mensagem confirmando a validação do cadastro.

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

extra

13

e

14

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

IMPASSE

Estudantes da Unit entram na Justiça para antecipar formatura Universitários acusam instituição de ferir princípio de isonomia e afirmam que pandemia está pior MARIA SALÉSIA SALLESIARAMOS18@ GMAIL.COM

A

quebra de braço entre concluintes do curso de Medicina e o Centro Universitário Tiradentes Unit-AL, em que um grupo de estudantes reclama que a instituição se recusa a antecipar a colação de grau, foi parar na Justiça. Deum lado, os futuros médicos se valem da Portaria MEC nº 383/2020 que permite a antecipação da colação de grau para os alunos dos cursos da área de saúde como ação de combate à pandemia do covid-19.

Do outro, a Unit se defende ao afirmar que a instituição decidiu não mais conceder antecipações, pois já disponibilizou desde o ano de 2020 mais de 370 profissionais de saúde.

Com base nessa portaria, as faculdades de Medicina do país estão liberando a colação de grau dos alunos que completaram 75% da carga horária de estágio.

Os alunos de Medicina do 11º e 12º períodos da Unit afirmam que já esgotaram todos os meios de comunicação com a instituição, à qual acusam de não levar em consideração o dever social no papel ao combate da pandemia.

Os futuros médicos dizem que o desgaste é real para os 39 estudantes de medicina que se enquadram nesses requisitos e

estão impedidos de auxiliar na linha de frente. “O Unit segue irredutível, indisposto a negociar e dialogar com seus alunos. Esgotamos todas as vias. Ressaltamos que eles, como estratégia, estão atrasando a atualização do nosso histórico acadêmico. Estamos há um ano e três meses com histórico desatualizado. Não temos documento oficial da instituição comprovando nossos 75% porque eles se recusam a lançar as notas no sistema”, reclama o grupo.

De acordo com os estudantes, a instituição alega que a portaria não é mais válida, pois esta seria vinculada ao extinto decreto de Calamidade Pública que venceu em 31/12/20. Porém, o Ministério da Educação já se pronunciou em consulta pública, afirmando que a portaria continua válida, pois esta depende das medidas de enfrentamento ao covid-19. Além disso, a o centro universitário formou duas turmas no ano passado sob a Portaria 383/20.

“Assim, estaria ferindo o princípio de isonomia ao se recusar a antecipar a colação de grau das turmas deste ano, haja vista que a situação da Pandemia está ainda pior em 2021”, afirmam os estudantes.

ENCONTRO COM O SECRETÁRIO Após o insucesso nas negociações, três grupos

Encontro com o secretário Alexandre Ayres, da Saúde de alunos entraram com representações individuais na Justiça, cuja análise ainda não foi concluída.

Enquanto isso, procuraram a imprensa e na segundafeira, 19, os estudantes se reuniram com o secretário -executivo da Secretaria de Estado Saúde de Alagoas, que reconheceu a necessidade de novos profissionais de saúde para atuar em Alagoas e declarou sua confiança na formação dos profissionais médicos da Unit.

Inclusive, disse que no Estado, sob a coordenação do sub-secretário Marcos Ramalho, há um plano de distribuição de profissionais de acordo com o nível de experiência e campo necessitado.

O secretário Alexandre Ayres também se colocou à disposição dos alunos para ajudar na negociação e até manteve conversa com o reitor Dario Santana, que teria se mostrado sensibilizado com a reivindicação dos estudantes e com a solicitação do gestor de saúde a ponto de dizer que iria analisar o pleito.

“Estes estudantes já cumpriram suas cargas horária. Estamos contratando médicos que serão

equiparados aos outros servidores”, argumentou Ayres.

Segundo a representante dos futuros médicos, Camila Honorato Albuquerque Torres, a busca da antecipação da colação de grau objetiva auxiliar no enfrentamento da pandemia de covid-19. “Sentimos que é nosso dever enquanto profissionais de saúde ajudar a população e aos nossos colegas que já enfrentam exaustão. A recusa da Unit em antecipar nossa colação vai de encontro aos ensinamentos de humanização e responsabilidade social que tivemos durante todo o nosso curso”, argumentou.

Isis Numeriano de Sá Andrade, que também faz parte do grupo, esclareceu que está buscando a antecipação da formatura, baseada na Portaria 383 de 2020 do MEC tendo em vista que a pandemia continua avançando no estado de Alagoas. “Os números da pandemia se agravaram bastante do ano passada para cá, é realmente um cenário caótico, com profissionais cansados da luta diária, escalas com problemas de falta de médicos, e por enquanto estamos de

COMUNICADO UNIT Procurada pelo EXTRA, a supervisora de Comunicação da Unit de Alagoas, Samira O’hara, disse que a instituição de ensino está aberta para esclarecimentos e enviou a seguinte nota: “O CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES – UNIT/AL, Instituição de Ensino Superior, mantida pela SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO TIRADENTES S/A, neste ato representada pelo seu Reitor, Prof.

Dario Arcanjo de Santana, vem, respeitosamente se manifestar sobre o questionamento de antecipação de colação de grau dos alunos. Inicialmente, comunicamos que, ao longo de toda essa pandemia, fizemos diversos esforços para garantir a antecipação da colação de grau aos nossos discentes que cumpriram os requisitos legais previstos na Lei 14.040/2020 e Portaria nº 383/2020 do MEC, as quais permitiam a antecipação de colação de grau em caráter excepcional, contribuindo no combate à pandemia com 370 novos profissionais da área de saúde.

Feito este registro inicial, informamos que após questionamento dos alunos, foi enviado comunicado em 12 de março informando o posicionamento institucional sobre a impossibilidade de antecipação de colação de grau pelos motivos ali elencados.

Vale registrar que a antecipação de colação de grau é uma excepcionalidade extrema, de forma que o aluno deixará de exercer uma parcela importante da prática do que apreendeu teoricamente. O internato, para o curso de medicina, e os estágios curriculares obrigatórios dos cursos de enfermagem, fisioterapia e odontologia, conquanto sequência final que visa conceder ao aluno a exata dimensão do exercício da profissão, permite-lhe em ambiente prático, como o hospitalar, diante de situações reais, aplicar o conhecimento obtido nos blocos das disciplinas teóricas. A vivência nas atividades práticas permitirá ao futuro profissional adquirir as habilidades necessárias e indispensável ao seu início de carreira.

Por isso, a lei que autorizava a antecipação de colação de grau, vigente até 31 de dezembro de 2020, atribuía à instituição de ensino decidir sobre a concessão, ou não, da antecipação de colação de grau. Assim, independentemente de norma que autorize a antecipação de colação de grau , a instituição de ensino decidiu não mais concedê -la, seja em razão de que já disponibilizou desde o ano de 2020 mais de 370 profissionais de saúde para a sociedade alagoana; seja que, neste momento, apresenta-se sensato, prudente e responsável formar integralmente os novos profissionais que iniciarão suas carreiras com mais horas de atividades práticas, mesmo porque o atual cenário da crise sanitária exige, em grande parte, especialistas intensivistas.

DARIO ARCANJO DE SANTANA Reitor do Centro Universitário Tiradentes - UNIT/AL”

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

15

extra

EQUIPE REFORÇADA

Santa Casa de Maceió tem nova gerente financeira MBA em Gestão Hospitalar pela FGV, Suzana Bezerra destaca importância da integração de todos os setores da unidade ASSESSORIA

R

econhecida pela excelência dos serviços que presta à sociedade alagoana, a Santa Casa de Misericórdia de Maceió reforçou sua equipe administrativa com a contratação de Suzana Bezerra, nome experiente no setor de saúde de Alagoas. A nova integrante assumiu o cargo de gerente financeira da instituição no último dia 15.

Com passagem por hospitais como o Hospital do Coração, Suzana Bezerra é formada em Engenharia Civil e tem especialização em Gestão Empresarial e MBA em Gestão Hospitalar pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“A Santa Casa de Maceió realiza um trabalho

de excelência que precisa ser remunerado de forma eficiente. Minha atividade principal será cuidar da efetividade da receita da instituição e garantir que os fluxos de cobrança e recebimento sejam cumpridos. Além disso buscaremos integrar todos os setores da instituição para que fiquem a par das exigências para a manutenção das atividades no hospital”, disse a gerente.

Experiente em macroprocessos, por onde passou, Suzana Bezerra conseguiu realizar a estruturação de metodologias administrativas para o funcionamento das empresas com excelentes resultados na implantação de sistemas operacionais (redundância de software, armazenamento de informação, financeiro, contábil

Suzana Bezerra tem larga experiência em gestão hospitalar e patrimônio), de processos de qualidade, planejamento estratégico, orçamento, recursos humanos, de humanização, e na montagem dos processos de lavanderia, limpeza, informática e

atendimento.

“Nesses 13 anos de carreira fiz várias visitas para conhecer o trabalho de hospitais como o Samaritano, Nove de Julho, HCor de São Paulo e Sírio Libanês

e trazer um pouco do que estava sendo realizado lá fora para o estado. Na área de saúde, digo que as coisas não crescem numa progressão aritmética, mas geométrica. Um setor pode passar de 40 para 90 funcionários do dia para a noite, e isso exige muito planejamento”, destacou Suzana Bezerra.

“Sinto-me extremamente honrada em fazer parte da maior instituição de saúde do estado, acreditada internacionalmente e que tem uma gestão muito profissionalizada com executivos em suas principais atividades. Quanto maior a instituição, maiores os desafios. Chego em uma estrutura muito consolidada e com muitas oportunidades de melhorias e crescimento”, completou.

16

e

extra

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

extra

17

18

e

MACEIÓ, ALAGOAS -23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

SAÚDE

Enxaqueca é a segunda doença mais comum do mundo Conheça os principais gatilhos e as maneiras de melhorar a qualidade de vida

S

entir dor de cabeça intensa e latejante duas ou três vezes por semana num período maior que três meses é a realidade de aproximadamente 30 milhões de brasileiros que sofrem com enxaqueca, a segunda doença mais comum do mundo. O problema é de origem genética e precisa de gatilhos para desencadear crises. Apesar de atingir tantas pessoas e prejudicar a qualidade de vida, a automedicação ainda é mais comum do que a busca por ajuda profissional.

Existem mais de 200 tipos de cefaleia (dor de cabeça) catalogadas pela medicina. “É uma queixa muito prevalente da população de todas as faixas etárias, mas pega principalmente a faixa produtiva, que são pessoas de 20 aos 50 anos. Entre os tipos primários, cuja dor não têm relação com nenhuma disfunção orgânica identificada, como tumores cerebrais, sangramentos, AVC, contusão na cabeça, trombose, meningite, entre outros problemas, a enxaqueca é uma das mais comuns e atinge mais mulheres do que homens, mas também afeta crianças”, explica a neurologista clínica da Santa Casa de Maceió, Clécida Rebouças.

De moderada a intensa, a dor da enxaqueca tem característica pulsátil, às vezes em apenas um lado da cabeça, e em precedida por outros sintomas chamados de auras, quando pode haver hipersensibilidade ao toque, dificuldades com a fala, distúrbios visuais como flashes de luz ou visão borrada, paralisia ou sensação de formigamento em algum membro. Os sintomas começam gradualmente e duram de cinco minutos a uma hora.

“O enjoo é um dos sintomas muito frequentes, assim como os vômitos, que podem ser bem intensos e deixar o paciente bastante prostrado. Se ele vomitar muito, nem sempre consegue absorver as medicações orais e, às vezes, precisam da

Tratamento profilático pode prevenir as dores de cabeça

Neurologista Clécida Rebouças aconselha que sintomas não sejam menosprezados

emergência para receber medicação injetável para controlar a dor”, disse a especialista.

Mas para a enxaqueca acontecer são necessários um ou mais gatilhos.

Entre os mais comuns estão a ingestão de alguns alimentos (chocolate, carnes processadas e queijos amarelos, por exemplo), noites mal dormidas, bebida alcóolica e menstruação, fatores que fazem com que às crises aconteçam quase sempre do mesmo jeito. Se as crises forem muito frequentes, os especialistas indicam o tratamento profilático para prevenir as dores de cabeça. “É muito frequente a falta ao trabalho devido às crises de enxaqueca. A dor é muito incapacitante e a pessoa não consegue se concentrar nas atividades. Caso continue, a produtividade é diminuída, por isso a importância do autoconhecimento para não menosprezar os sintomas, nem a doença. Procurar um neurologista é muito importante para evitar que a dor se torne crônica, impedindo ou diminuindo as faltas ao trabalho ou a perda de ocasiões de lazer.

Estar bem orientado também evita a automedicação, o que pode causar a dependência do paciente por analgésicos e o desenvolvimento de outras síndromes dolorosas”, destaca Clécida Rebouças.

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

19

extra

PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Bolsonaro não conseguirá criar falsa narrativa de perseguição a ele na CPI”. (Renan Calheiros)

CPI da Covid. Pronta para atacar

E

stá definido, a cúpula da CPI da Covid quer traçar uma linha do tempo e iniciar os trabalhos esquadrinhando as razões que levaram à queda dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

O objetivo é entender, por exemplo, se houve e como se deu a pressão do presidente Jair Bolsonaro para que o governo defendesse, no tratamento contra a covid-19, o uso da hidroxicloroquina —medicamento sem eficácia comprovada contra a doença.

A estratégia tem sido discutida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), indicado como presidente da comissão, com Renan Calheiros (MDB-AL), que deve ser o relator.

Enquanto isso, parlamentares já conversam nos bastidores sobre as primeiras ações do colegiado.

As oitivas iniciais podem servir para municiar uma linha de investigação de membros da oposição e dos independentes. Esse grupo quer, logo nas primeiras semanas, tentar comprovar que o Planalto agiu de maneira deliberada em busca da denominada “imunidade de rebanho”, na contramão da orientação de especialistas na área.

A ideia dos parlamentares críticos ao

governo é mapear logo no começo as ações do Executivo na aquisição de remédios para tratamento precoce, como a hidroxicloroquina, para verificar quanto de dinheiro público foi usado na compra de medicamentos sem eficácia comprovada.

A presença de Renan Calheiros na CPI da Covid passou a representar um terror na vida do presidente Bolsonaro. Como relator, então, virou uma tragédia anunciada, na análise de alguns dos inquilinos do Palácio do Planalto.

E não é para menos. O senador alagoano é um exímio profissional da política, talvez o melhor em campo hoje em dia. Antes de ser confirmado na relatoria, ele já sinalizou que Jair Bolsonaro não terá vida fácil na CPI. Em entrevista ao jornal O Globo publicada no sábado (17), fez duras críticas à forma com que o presidente agiu (e deixou de agir) na pandemia. E disse nunca ter visto um ministro tão medíocre quanto Eduardo Pazuello.

Mesmo que alguns acreditem que não, será Renan Calheiros quem vai dar o tom e o compasso da CPI, por sua experiência, liderança e saber fazer acontecer as coisas dentro do Congresso. Com a confirmação de seu nome para a relatoria é o começo do inferno astral do clã dos Bolsonaros.

Ronaldo Lessa

O vice-prefeito Ronaldo Lessa, após dias no estaleiro acometido de covid, voltou animado para a linha de frente, dando suporte ao prefeito e se dedicando a composições políticas do seu partido (PDT). Tem se reunido com frequência, conversado com lideranças nacionais a exemplo de Ciro Gomes e traçado metas na atividade partidária, Inquieto e sempre ativo, já não aguentava mais o “confinamento” que lhe foi imposto. Ganhou as ruas e declarou: “Estou embalado e vamos em frente”.

O pique do prefeito

O prefeito JHC tem mostrado uma característica pessoal muito valiosa na política. Sua empatia com o eleitorado da periferia, que lhe deu uma enxurrada de votos na eleição, cresce a cada dia. Senta na cadeira para despachar apenas o necessário para tocar a administração. Gosta de “correr trechos”, fiscalizar obras nos bairros e apertar mãos de pessoas humildes. Alguns dos seus auxiliares já estão cobrando um adicional para compra de sapatos novos, outros estão recorrendo a especialistas em “dor nas pernas”. O secretário Lininho Novais (Comunicação) tem se desdobrado para socorrer colegas que, por não aguentarem o pique de JHC, pedem ajuda na pauta. Informado da reclamação o prefeito sorriu e disse: “Eles não viram nada, pois o motor ainda está aquecendo”.

Sem férias, mas com mordomia

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, esteve esta semana na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para prestar contas sobre os R$ 2,4 milhões gastos por Jair Bolsonaro em viagens à praia. Entre 18 de dezembro de 2020 a 5 de janeiro deste ano, o presidente foi a São Francisco do Sul, no litoral catarinense, e ao Guarujá, em São Paulo.

Segundo Rosário, Bolsonaro não foi descansar nesses lugares, ele estava apenas “trabalhando fora do local costumeiro”.

“Foi colocado no requerimento que ele estava de férias, mas presidente não tem direito a férias. Ele permaneceu trabalhando normalmente. Nos períodos das viagens ele despachou com seus ministros e assessores e só nesse período assinou um decreto, sete medidas provisórias e sancionou seis projetos de lei”, justificou. Esse povo imagina que somos todos idiotas.

Querem sucatear nosso porto

O sucateamento do Porto de Maceió vem de uma longa a mal contada história, cheia de equívocos e violação de leis e regras administrativas, após passar por várias administrações movidas mais pela má política e a condenável troca de interesses, nem sempre republicanos.

Os trabalhadores do Porto nunca aceitaram a posição de inferiorização perante a administração de Natal (RN).

Mais recentemente a questão da implantação de um terminal para armazenar ácido sulfúrico em Maceió reacendeu a revolta dos portuários, diante de uma concreta ameaça de desastre ambiental, tudo feito suspeitamente, burlando as legislações do setor.

Representantes de categorias que atuam no Porto emitiram uma nota de repúdio em que pedem pelo fim da subordinação da instituição ao Porto de Natal, no Rio Grande do Norte, que já acontece há mais de 30 anos.

O documento é direcionado a diversas autoridades do estado de Alagoas.

Palmeira dá exemplo

Implantada há mais de um ano pela administração do prefeito Júlio Cézar, uma clínica veterinária móvel presta um relevante serviço de cuidados com animais, realizando atendimento gratuito à população de baixa renda, com pequenas cirurgias, vacinação, combate às zoonoses e castração. Milhares de atendimentos já foram realizados e a população tem comparecido em massa durante as campanhas. No comando do já conhecido “Castramóvel” está o competente médico-veterinário Paulo Wianês, reconhecido como um dos maiores incentivadores da causa animal no estado.

PÍLULAS DO PEDRO E o vereador fanfarrão, a cada dia leva uma pancada pelo seu exibicionismo. Um dia aprende.

Maceió se consagra como a capital brasileira que mais avança na vacinação. O prefeito JHC comanda pessoalmente todos os passos no combate à pandemia.

Agora é lei. Se não usar máscara será multado, sem apelação. Isso se os setores de fiscalização atuarem.

e

20

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

Receita infalível para desconstruir um país

ELIAS FRAGOSO N ECONOMISTA

1) Faça-se em 1961 uma ditadura de 21 anos sob o argumento de evitar um golpe comunista em um pais quebrado e, após duas décadas, mesmo com um interregno para o “milagre econômico” da década de 1980, entregue-se o mesmo país ainda mais quebrado, atrasado tecnologicamente, sem avanço significativos na educação, na saúde ou na redução da pobreza e com mega obras até hoje inacabadas como 3 usinas nucleares e a transamazônica, por exemplo.

2) Acrescente na mudança da ditadura para democracia a morte do

presidente eleito e a posse de um sujeito que um ano antes era presidente do partido da ditadura, para fazer um governo retrógado que reintroduziu a corrupção por atacado, e passou longe de obras ou mudanças importantes para o futuro do país, entregando ao sucessor um país ainda mais quebrado que o recebido dos militares, e com uma hiperinflação que beirava os 10.000%!

3) Agora, jogue por cima uma pitada de sal collorido que traumatizou o país ao sequestrar o dinheiro das pessoas e empresas, e acabou por conta do mal afamado “ministério paralelo” (sic) gerido por PC Farias. Foi defenestrado pelo Congresso na metade do mandato. Legado?

A inflação descontrolada, um país estupefato e a esquerda fortalecida para lutar pelo poder.

4) Para dar a ela um sabor pitoresco inclua-se o governo Itamar que, com seu perfil e visão de prefeito de cidade pequena do interior, era motivo de chacota até entre seus ministros, por suas inopinadas reações ou atabalhoadas decisões. As principais “realizações”: trazer de volta ao mercado o velho Fusca e in-

dicar FHC para ser o candidato à Presidência...

5) E para realçar o sabor da salada, o governo FHC melhorou a imagem internacional do país e nos legou o Plano Real, obra de engenharia econômica de enorme fôlego, que estabilizou a moeda e segurou a inflação e; iniciou a privatização de algumas empresas estatais. Mas, ao impor um segundo mandato para si, abriu a fresta por onde passou a boiada do Centrão e quejandos, inviabilizando seu governo e criando o caldo de cultura que levou o PT ao poder.

6) E que tal uma dose letal de pimenta vermelha? Os governos Lula e Dilma não se fizeram de rogado. Nos 13 anos de poder do PT, o país assistiu estarrecido aos maiores escândalos da república como o aparelhamento criminoso de todos os órgãos de governo e a enorme bandalha daí decorrente e os dois mega escândalos, o mensalão e o petrolão que, literalmente, de novo, quebraram o país, sendo por isso expelidos do poder.

7) O quitute não poderia deixar de fora o travor do alho do governo

Temer, emedebista enrolado em várias falcatruas e vice no governo petista que, não fosse sua tentativa – descoberta – de manter, juntamente com os asseclas do MDB, o padrão de corrupção dos vermelhos, poderia ter avançado bastante na agenda econômica das reformas estruturantes que o país tanto necessita (sua equipe econômica foi das melhores das últimas décadas e legou ao futuro governo as bases para fazer acontecer as reformas e outras mudanças). Mas...

8) Aí veio o ingrediente mais explosivo da salada: o governo Bolsonaro. Que achando pouco a miséria que seus antecessores produziram foi logo dizendo que “eu não vim para construir nada, eu vim para destruir tudo”. E mais não disse.

Está fazendo o prometido.

Este país já foi a 8ª e hoje regrediu para ser apenas a 13ª economia do mundo, “graças” a cada uma dessas figuras. Dois deles estão se recandidatando para “salvar” o país de novo (sic!). Vota neles quem quer, mas sabendo o que irão aprontar e para onde irão nos levar. Chega de “salvadores”!

O ingrediente mais explosivo da salada: o governo Bolsonaro.

Que achando pouco a miséria que seus antecessores produziram foi logo dizendo que “eu não vim para construir nada, eu vim para destruir tudo”.

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

A Lei do Retorno

ALARI ROMARIZ TORRES

N APOSENTADA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

T

ento deixar de falar a respeito do Poder Legislativo de Alagoas e não consigo. A maldade da Mesa Diretora é tão grande que, se fosse médica, pediria aos seus membros uma série de exames do cérebro. Não é possível tanta insanidade com pobres criaturas, os servidores!

Congelaram os salários de ativos e inativos de tal maneira que a grande maioria não vai poder pagar o plano de saúde. Recentemente, fui procurada por duas companheiras que, por mês, recebem menos de dois mil reais e pagam de Unimed cerca de um mil e cem reais. Alguns colegas já rebaixaram o plano para coparticipação

e enfermaria. Mesmo assim, vai ser difícil cumprir os compromissos.

Os dirigentes do Legislativo continuam aplicando o famigerado redutor inconstitucional nos salários e proventos que ultrapassam nove mil e seiscentos reais. O erro está no teto constitucional da Assembleia, que é o salário do deputado estadual. Quem não recorre à Justiça não sai do corte indevido.

Nunca ouvi dizer que um poder forte, como o Legislativo, não pagasse o terço de férias. Pois bem, a Mesa Diretora desconhece a obrigatoriedade desse adicional. Há muitos anos lutamos para recuperar esse direito. De vez em quando, o presidente resolve fazer uma gracinha, seleciona alguns ativos e paga um valor qualquer, dizendo ser o terço de férias. Dezenas de processos rolam na Justiça a respeito disso, mas nada que restaure nossos direitos.

Aposentei-me em 2008 e deixei lá dentro cinco períodos de férias não pagos pelos gestores.

Não fosse a Caixa Econômica com seus empréstimos consignados, ativos e inativos não sobreviveriam a tantos cortes salariais. A grande maioria vive pendurada na Caixa, porque a Mesa Diretora não cumpre a lei e corta salários aleatoriamente. Fazer planejamento com a renda

Barroso, STF e CPI CLÁUDIO VIEIRA

N ADVOGADO E ESCRITOR

F

acilmente constatável que o STF não vive os seus melhores momentos. Não vou entrar no mérito, pois não é esse o objetivo. O tema da semana, e que tem rendido artigos, lives, fake news e até pareceres e opiniões de juristas, é a decisão monocrática do ministro Barroso, do STF, aprovada por quase a unanimidade dos seus pares. Na verdade, o único voto em contrário foi do ministro Marco Aurélio, assim mesmo não relativo ao

mérito, mas por entender que a decisão seria unicamente do ministro prolator da liminar, desnecessário o referendo da Corte Plena. Mas que decisão foi essa que tem merecido aplausos e opróbios?

Barroso decidiu liminarmente, em mandado de segurança impetrado por alguns senadores, que pleiteavam decisão sobre a abertura de CPI para investigar as ações do governo federal no tocante à pandemia do coronavírus que tantas vítimas tem produzido no mundo em geral, e no Brasil em particular, deixando milhões de famílias em luto pela perda de alguns dos seus membros. O ministro do STF decidiu, então, que o Senado deveria abrir a CPI requerida, determinando ao presidente do mesmo que logo o fizesse, uma vez que haviam sido cumpridos os requisitos constitucionalmente previstos. Em outros tempos haveria aplausos majoritariamente, tamanha é a evidência de

e

21

extra

mensal da Casa de Tavares Bastos é impossível; de repente, surge uma boa lapada vinda dos responsáveis pela folha de pagamento.

O tratamento concedido aos comissionados da Casa é o melhor de todos. Para começo de conversa, eles já são nomeados com uma gratificação de cem por cento: a famosa GDE! Ativos e inativos sofrem com congelamento de proventos e salários. Já apareceram casos de companheiros que percebem valores abaixo do salário-mínimo.

Se você reclama administrativamente algum direito salarial, o processo dorme para sempre nos porões da Casa. Se o prejudicado vai atrás de sua reclamação, nada consegue. Aí, o pobre sofredor vai à Justiça e, apesar de obter resposta, são longos anos de espera.

Receber os retroativos virou piada.

Daí a célebre frase de um dos dirigentes da Mesa: “JUDICIALIZE”.

Ele sabe que nossa Justiça é lenta e a dívida vai se acumulando e não será paga.

Em 2020, o governador do Estado mandou um projeto de lei para a ALE passando os descontos previdenciários de onze para quatorze por cento. Modificava igualmente os dos servidores doentes e isentos do Imposto de Renda. Os deputa-

que o governo brasileiro vem falhando clamorosamente na saúde do povo. O STF, porém, não vive os melhores tempos. Nem o Brasil.

Se Lula, em outros tempos, tinha ao seu lado o que denominou “o exército do Stédile”, uma ameaça sem rodeios, com muito menos pejo age o presidente atual, acercando-se do apoio de milhões de seus seguidores que, embora não forme a maioria da população, seguem com a cegueira de fanáticos as tolices frutos do destempero e do despreparo do presidente. O solo para a atuação do cognominado “gabinete do ódio” é inusitadamente fértil, parecendo que parte da Nação tenha sido submetida a lavagem cerebral. Até jurista de nomeada saiu em desfavor da decisão de Barroso, mostrando por A + B que o ministro, e de resto o STF, agiu contra a Constituição Federal invadindo competência de outro poder. Sutilmente – ou não mui-

dos aprovaram o infame projeto nas caladas da noite e os velhinhos perderam boa parte do que recebiam. Por conta disso, o candidato a prefeito de Maceió, apoiado pelo Renanzinho, perdeu a eleição. O secretário da Fazenda deu entrevista logo após, dizendo que iria consertar o erro. Já estamos terminando abril e nada foi feito. Espero que ele, nosso governador, perca as eleições em 2022. Deus está puxando os cordõezinhos. Só não vê quem não quer!

Faço tantas reclamações, mas, como sou justa, vou fazer um elogio aos nossos representantes estaduais: com a entrada de novos parlamentares, a imagem do Legislativo melhorou um pouco. No entanto, eles devem procurar saber como está a administração da atual Mesa Diretora. Se não fiscalizam e tentam corrigir os erros, são omissos.

Como este artigo é publicado, os Srs. desembargadores, juízes e promotores não podem dizer que desconhecem o que ocorre na presente gestão da ALE-AL.É impossível narrar tudo que por lá acontece.

Como Deus é nosso Pai, aguardamos a Lei do Retorno: QUEM FAZ AQUI, PAGA AQUI MESMO.

to, mas canhestramente – sugere que as Forças Armadas podem pôr ordem no STF, o que se aplicaria ao caso em comento. Argui em favor do seu argumento o art. 142 do texto constitucional. A partir daí até chamamentos ao Exército para intervenção na Corte surgiram nas redes sociais. Ocorre que o ilustrado jurista açoda-se, interpretando a Constituição apenas por uma das suas disposições.

Esquece duas coisas: o ministro Barroso não determinou nenhuma CPI, mas apenas que o presidente do Senado cumprisse o determinado no § 3º também do texto constitucional, que impõe a instalação de CPI, pelo Senado, pela Câmara, ou por ambos, sempre que preenchidos os requisitos constitucionais. Foi o caso. Barroso cumpriu a determinação da Constituição Federal.

Pensemos como já se alertou outrora: fora da Constituição, o caos.

Não fosse a Caixa Econômica com seus empréstimos consignados, ativos e inativos não sobreviveriam a tantos cortes salariais.

A grande maioria vive pendurada na Caixa, porque a Mesa Diretora não cumpre a lei e corta salários aleatoriamente.

Em outros tempos haveria aplausos majoritariamente, tamanha é a evidência de que o governo brasileiro vem falhando clamorosamente na saúde do povo.

22

A política

GERALDO MAGELA N PROCURADOR DE JUSTIÇA APOSENTADO E CRONISTA

A

política, em uma expressão mais singela, é que conduz o Estado enquanto nação e ente federativo. Seja qual for a forma de governo: monarquia ou república ou o regime escolhido, presidencialismo ou parlamentarismo, a obsessão humana pelo exercício do poder sempre será enorme, quem o exerce dele não quer mais se afastar.

Sempre na história da humanidade, no exercício do poder, as traições, o uso da for-

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

ça, e a perpetuação foram sempre usadas por quem os detinha.

Apesar de sua origem ser na Grécia, surgida como fruto de uma crise, a democracia surge no mundo contemporâneo rompendo com os governos teocrático, que se supunha de origem divina, trazendo ao povo, que não participava do processo político, o direito de escolher quem iria governa-lo.

Criada por inspiração de Montesquieu, a teoria dos três poderes, adotada hoje por inúmeros países, criando freios e contrapesos, afastando o absolutismo então vigorante, buscava um governo justo e em equilíbrio.

Neste cenário surgem, no mundo contemporâneo, as democracias, sejam em regimes monárquicos, afastando o absolutismo, seja no presidencialismo, todos amparados nos três poderes harmônicos e independentes.

A metade dos países existentes adotam a democracia, buscando, sobretudo, o revezamento de quem exerce o poder.

No entanto, a democracia por si só, se-

não observada uma vigilância rigorosa e partidos bem estruturados, com uma legislação que os defina de forma a protegê-los de aventureiros, poderá ser ameaçada.

Em alguns países do mundo as democracias, por descuido, exemplo do Chile e do Peru, tiveram, em recente fato histórico, seus governantes eleitos pelo povo transformados em líderes autoritários.

Os demagogos, sejam de direita ou de esquerda, tornam-se líderes populares usando o discurso de massas, mas no fundo buscam interesses próprios e desejam perpetuar-se no poder.

A democracia, caso não tenha mecanismo próprios previstos em lei, a começar da norma constitucional, que a proteja de aventureiros, sempre haverá risco de algum aventureiro autocrático, travestido de líder popular, exercer o poder.

Mister se faz que as intuições estejam sempre vigilantes. A democracia, como dizia Ulisses Guimarães, é o preço da eterna vigilância.

Em alguns países do mundo as democracias, por descuido, exemplo do Chile e do Peru, tiveram, em recente fato histórico, seus governantes eleitos pelo povo transformados em líderes autoritários.

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

extra

CUSTO DE VIDA

Alagoas também registra uma redução no número de abates de vacas e um aumento significativo no número de inseminação artificial para atender à grande demanda.

Segundo Domício Silva, está acontecendo um movimento de contenção dos criadores. “Existe um movimento de retenção das matrizes para aumentar o volume. Manter o número de vacas, e por meio de inseminação artificial, criar mais bezerros”, explicou.

Os cortes traseiros do boi são a preferência dos alagoanos, mas com a valorização e alta dos preços, a compra ficou inviável para muita gente.

Falta de gado no pasto encarece carne bovina

Preço do produto em um ano subiu seis vezes mais do que a inflação IGOR ALBUQUERQUE ESTAGIÁRIO SOB SUPERVISÃO

A

alta no preço da carne assusta os consumidores alagoanos. Enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Am-

23

plo) ficou em 5,20% nos últimos 12 meses, a carne bovina teve um reajuste de 29,51%. De acordo com especialistas, o alto preço deve durar até maio.

Três fatores são de extrema importância para taxar o preço da carne. A falta de gado no pasto, o aumento da demanda e

a alta do dólar. Domício Silva, presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA), aponta que os três são, de fato, os maiores causadores do aumento do preço do produto no estado.

“O dólar aumentou, consequentemente a ração e os insumos também aumentaram. No momento é um grande problema a falta de gado no pasto.

Não tem bezerro para reposição por conta da demanda. Esses fatores

resultam no preço alto ao consumidor final”, analisou.

Uma pesquisa de preços realizada pelo EXTRA em quatro açougues de Maceió apontou que o valor médio da carne bovina é de R$ 45 o quilo, dependendo do tipo da carne. A melhor opção no momento é a carne moída que tem uma variação de preço entre R$ 27 a R$ 35 o quilo.

Mas não é só na capital alagoana ou nas grandes cidades que o preço da carne bovina está em alta.

No interior, a reclamação é comum entre os consumidores. As donas de casa pagam por um quilo de patinho, em média, o equivalente a R$ 38 nas cidades do Agreste.

ALTERNATIVAS A gastronomia de Alagoas se destaca nacionalmente com as receitas dos frutos do mar. Além de serem deliciosas, representam uma opção para driblar o preço salgado da carne bovina. O quilo do sururu, por exemplo, varia entre R$ 15 e R$ 25.

Já o peixe tilápia, muito produzido no Nordeste, oscila entre R$ 17 e R$ 20.

A solução para os consumidores tem sido optar por cortes mais baratos da carne bovina ou aderir ao consumo de suínos, frango e ovos para garantir a proteína na dieta. Todas as alternativas permitem inovação no modo de preparo.

Com o ovo dá para fazer uma variedade de pratos. Desde omeletes ao ovo em anéis, que serve bem acompanhado com qualquer legume ou verdura. A carne suína e de frango tem a opção de grelhar ou assar e até o feijão e a lentilha podem substituir a proteína na refeição.

e

24

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

RECEITA FEDERAL

Metade dos contribuintes alagoanos ainda não declarou o imposto de renda Nova ferramenta do governo federal permite preencher declaração de forma automática

BRUNO FERNANDES BRUNO-FS@OUTLOOK.COM

Q

ue o brasileiro gosta de deixar tudo para última hora, isso não é segredo para ninguém, porém a situação se acentua no momento de declarar o Imposto de Renda anual à Receita Federal.

Em Alagoas foram entregues 110.100 declarações até a última quarta-feira, 20, aproximadamente 44.6% do previsto. Ou seja, mais da metade dos alagoanos obrigados a declarar ainda não prestaram contas com o Leão.

Dados da Delegacia da Receita Federal em Alagoas revelam que são esperados pouco mais de 248 mil declarações neste ano, mas, segundo Reinaldo Alves, delegado da pasta, as pessoas diminuíram o ritmo de entrada dos documentos após o prazo ser prorrogado para 31 de maio. Não bastasse essa mudança, a expectativa é que as entregas diminuam ainda mais se aprovado o projeto que estende o prazo para 31 de

julho.

“Estava um ritmo normal, mas depois da prorrogação do prazo para maio, a gente notou uma queda, mesmo que pequena no ritmo de entrega. O pessoal gosta sempre de deixar para última hora como sabemos. Mas fora isso, acredito que vamos cumprir o cronograma se tiver que ser concluído em maio ou em julho, sem grandes problemas”, explica Reinaldo ao EXTRA. Ainda de acordo com Alves, das 248 mil declarações alagoanas esperadas, a expectativa é que neste ano o número de pessoas que caia na malha fina fique em apenas 1,7%, ou seja, aproximadamente 4,2

mil. No ano passado, 8.600 caíram na malha (3,3%), um pouco acima da média nacional, que fechou 2020 em 2,8%.

“A grande maioria é por omissão de rendimento. A pessoa deveria declarar um determinado rendimento e acaba esquecendo ou fazendo de forma proposital, mas na grande maioria das vezes é falha da pessoa, principalmente das que trabalham em dois empregos”, explica.

CONFUSÃO COM OS PRAZOS No último dia 13, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que prorroga, até 31 de julho,

a entrega da declaração.

Como já havia passado pelo Senado, o texto foi para sanção presidencial, porém, o novo prazo só vale se for sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, o que ainda não aconteceu.

Reinaldo Alves explica que “existe apenas um projeto de lei que prorroga o prazo para 31 de julho, mas ainda é um projeto e ele não foi aprovado. Por outro lado, o governo editou uma instrução normativa da Receita Federal prorrogando a entrega da declaração para 31 de maio”. “É melhor que por via das dúvidas as pessoas en-

treguem no prazo previsto anteriormente, ou seja, até o final desse mês, ou no mais tardar final de maio para não acabar perdendo o prazo e terminar pagando multa de R$165 ou 20% do imposto”, frisa.

Para evitar cair na malha fina, o governo federal disponibilizou este ano para qualquer usuário a declaração pré-preenchida.

As informações que aparecem baseiam-se em dados declarados por terceiros em outros documentos enviados ao Fisco, além da própria declaração do contribuinte do ano calendário anterior.

Para usar a nova ferramenta, basta acessar a declaração com o certificado digital na tela de abertura do e-CAC que pode ser acessado com login do portal gov. br, o mesmo utilizado para ter acesso a multas, por exemplo.

O portal tem três níveis de validação: bronze, prata e ouro. Só poderá acessar a declaração pré-preenchida o contribuinte que tiver o nível prata ou ouro. Para isso, basta baixar o aplicativo Meu Gov.br no celular e fazer a validação facial, que utiliza as bases de dados do Departamento Nacional de Trânsito e do Tribunal Superior Eleitoral.

Após o reconhecimento, basta acessar o site Meu Imposto de Renda e clicar na linha Preencher Declaração online. Lá, o cidadão recebe um formulário com os dados fiscais preenchidos, bastando apenas confirmar as informações e enviar o documento.

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 16 A 22 DE ABRIL DE 2021

25

extra

ECONOMIA EM PAUTA

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Venda da Braskem

Vaga de estágio

O

grupo brasileiro de engenharia Novonor, antes conhecido como Odebrecht, disse na semana passada que retomou contatos com possíveis interessados para vender o controle da petroquímica Braskem. Os recursos da operação serão usados para pagar credores do conglomerado, principalmente os maiores bancos, conforme estabelecido em acordos com credores no âmbito do processo de recuperação judicial. A Novonor interrompeu as discussões com a Lyondell Basell Industries NV sobre a venda da sua participação na Braskem há dois anos, quando a petroquímica foi criticada por problemas ambientais relacionados às suas atividades de mineração na cidade de Maceió, em Alagoas.

Bitcoin x B3 O Bitcoin atingiu seu pico mais alto da história. Conforme dados da Coindesk, o preço da criptomoeda aumentou 5,68% esta semana e ultrapassou o valor de US$ 63 mil a unidade – cerca de R$ 358.770. Com esse novo valor, agora a moeda virtual vale mais do que todo o mercado de ações da bolsa brasileira B3. Em um comparativo: o Bitcoin tem o valor de US$ 1,19 trilhões, enquanto o valor total das ações brasileiras é de US$ 1,17 trilhões.

Declarando precatórios Pessoas físicas que receberam precatórios no ano de 2020 precisam informar os valores na declaração. Para isso, é preciso procurar o órgão que efetuou o pagamento do precatório para obter o comprovante de rendimentos e informar os dados de forma correta. Os precatórios recebidos constituem rendimentos tributáveis na declaração e devem ser informados na ficha Rendimentos Recebidos Acumuladamente (RRA).

As inscrições do programa de estágio nas Lojas Americanas, em Alagoas, foram prorrogadas até o dia 25 de abril. As vagas são para estudantes dos cursos de administração de empresas, ciências contábeis, economia, engenharia de produção, marketing e publicidade e propaganda. No decorrer do estágio os participantes terão acesso a toda rotina e organização da empresa, além de participar de treinamentos e palestras com foco no crescimento profissional. Os interessados devem se inscrever através do site www. estagioemlojalasa.gupy.io.

e

26

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

PANDEMIA

Aulas à distância na área da saúde podem resultar em aumento da mortalidade Alerta é do presidente do Conselho Regional de Medicina, Fernando Pedrosa BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

“A

falta das aulas práticas resultará em um dano irreparável para uma geração de jovens médicos.

Antes mesmo da pandemia, já reconhecemos que existia uma deficiência e os profissionais de saúde mal formados podem resultar em uma mortalidade ainda maior, não só da covid, mas também outras doenças que acometem os pacientes, principalmente os de maior idade”. A opinião é do médico Fernando Pedrosa, presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas, sobre a adoção de aulas à distância para alunos da área da saúde e seus prejuízos a longo prazo.

A pandemia de covid-19 poderia ser a chance para que os alunos de medicina e demais áreas da saúde aprendessem na prática como lidar com uma emergência sanitária e situações de estresse, em especial nos dois últimos anos da graduação, quando participam de atividades práticas dentro de hospitais. Mas a formação exige acompanhamento de médicos mais

experientes e muitos foram deslocados para a linha de frente.

Com pouco mais de um ano de pandemia, os cursos superiores da área da saúde, como Enfermagem, Medicina e Veterinária se vêm diante de um dilema: continuar aulas à distância e consequentemente não garantir um aprendizado prático na totalidade que deveria, ou optar por aulas presenciais em uma situação tão delicada como a vivida em Alagoas que registrou a pior semana em número de óbitos, segundo Observatório Alagoano de Políticas Públicas Para Enfrentamento à Covid-19, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Apesar de serem contra o ensino à distância, o EAD, todos os conselhos de classe da área respeitam a decisão do Ministério da Educação (MEC), que permitiu a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais. Para se tornar médico, o aluno passa pela graduação ao longo de seis anos. Os dois últimos são de aulas práticas em hospitais. Ao se formar, estão habilitados para trabalhar com clínica

Pedrosa: inexperiência pode aumentar óbitos geral. Porém, o caminho foi interrompido no meio por conta da doença.

De forma resumida, a decisão do MEC estabelece que as práticas profissionais de laboratório e estágio não podem ocorrer de forma remota, para garantir a formação de conteúdos profissionais práticos, como orienta a Nota Técnica de 23/03/2020 do Fórum dos Conselhos Federais da Área de Saúde, mas cada instituição tem suas particularidades e tiveram que se adaptar à realidade atual.

CONSELHOS E ALUNOS SÃO CONTRA “Isso é uma coisa gra-

víssima na formação desses futuros jovens. Embora exista uma solução para isso: a retomada imediata das aulas presenciais, principalmente das aulas práticas que são as que vão formar o estudante naquilo que ele mais precisa, que é a vivência prática”, explica Pedrosa.

A opinião é a mesma da médica Annelise Nunes, do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Alagoas, que afirma entender os prejuízos causados pela doença, e afirma que as instituições de ensino superior estão se adequando, para que este prejuízo seja reduzido. “Muitas

estão modificando metodologias e cronograma das disciplinas, flexibilizando um pouco a ordem das ofertas, e antecipando remotamente, o que é possível”, explica.

Mesmo com as adequações, os alunos não parecem satisfeitos como o modo que estão aprendendo “na prática” do novo normal oferecido por algumas instituições particulares de Alagoas.

Um aluno de Medicina, que não quis se identificar, revelou ao EXTRA um caso que aconteceu durante seu curso.

“Para se ter uma ideia, em um semestre com aulas presenciais, quando tivemos anatomia, muitos alunos não conseguiram pontuação para aprovação. Durante a pandemia, tivemos uma segunda matéria que intensificava os estudos da anatomia. Como era tudo online, sem prática, praticamente toda sala tirou nota de 9 a 10”, revelou, justificar a falta de critério para aprovação.

“Estamos assistindo uma modalidade de ensino a qual somos totalmente contra que seja a única alternativa possível para manutenção do ensino técnico e superior de profissionais de saúde, que como assistimos, são decisivos no prognóstico dos pacientes sob seus cuidados”, afirma Renné Costa, presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas.

De acordo com Costa, a formação por EAD de alunos abre espaço para que qualquer cidadão que comprove imperícia, negligência ou imprudência por parte de um profissional de enferma-

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

27

extra

FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Tesla se envolve em nova polêmica

M

ais um acidente fatal envolvendo um Tesla, sábado passado, em Houston (Texas), abriu nova onda de polêmicas nos EUA. Essa última colisão teve um fator particularmente grave. Segundo os socorristas havia dois mortos a bordo, um no banco do passageiro na frente e outro sentado, atrás. Simplesmente, nenhum deles estava ao volante, o que foi confirmado por testemunhas que viram o sedã sair sem o motorista.

O sistema de direção autônoma da fabricante americana foi batizado, inicialmente, de Autopilot (Piloto Automático). Além do nome inadequado, tinha um grau de permissividade ao mau uso que se provou perigoso. A agência americana de segurança rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês) abriu 27 investigações de acidentes, das quais 23 ainda continuam e três

são recentes.

A Tesla melhorou o dispositivo, porém parece nada ter aprendido porque o chama de FSD (sigla em inglês para Condução Autônoma Total). Um dos problemas da empresa é a empáfia do seu CEO, Elon Musk. Na ânsia de se defender, revela dados de suposta segurança do sistema sem o crivo oficial. No entanto, proprietários dos carros continuam a burlar e abusar, apesar de a fabricante afirmar que o FSD desliga automaticamente, quando o limite de velocidade da via é ultrapassado.

Também se desconfia de um possível problema com a proteção do pacote de baterias de lítio. Neste último acidente, o Tesla Model S incendiou-se e foram necessários 113.000 litros de água, além de quatro horas para debelar as chamas. Apesar de água não ser apropriada nesse tipo de incêndio,

é a única forma disponível para bombeiros e equipes de socorro. Há suspeita de blindagem insuficiente das baterias para reduzir peso e aumentar o alcance.

Nos EUA, são duas as agências de segurança nos transportes, a já citada e a NTSB. Apenas a NHTSA pode obrigar o recall de um modelo.

Porém, desde o ano passado a NTSB advertia sobre falhas de proteção das baterias e de mau uso do sistema de condução autônoma da Tesla. E foi contundente: “É hora de parar de permitir que motoristas, em qualquer veículo parcialmente automatizado, finjam que têm carros sem motorista.”

A NHTSA cuida especificamente da segurança viária. Por que até hoje deixou de tomar providências, é algo misterioso. Suspeita-se de que se tratasse de uma marca não americana, o rigor poderia ser outro.

Refinamento e potência no Mustang Mach 1 O Mustang da geração atual – a sexta – demorou um pouco a chegar ao Brasil. Apenas quando feita uma leve reestilização, depois de três anos no mercado internacional, as primeiras unidades foram importadas oficialmente pela Ford em 2017. O sucesso imediato respondeu por 1.700 unidades comercializadas desde então.

A escalada do dólar limitou as vendas e a crise causada pela pandemia levou a empresa a focar, agora, na importação do Mach 1 por R$ 499.900, a partir de junho.

A série especial não tem limite de produção ainda definido nos EUA, mas todas obedecem a uma numeração específica a fim de manter um grau de exclusividade.

O motor V-8 de aspiração natural entrega 483 cv a 7.250 rpm e robustos 56,7 kgfm. Acelera de 0 a

100 km/h em 4,3 s.

Entre os refinamentos técnicos destacam-se arrefecimento do diferencial e do câmbio automático de 10 marchas, novas pasti-

lhas dianteiras nos freios especiais (Brembo), aerodinâmica melhorada e oito airbags (dois para joelhos).

Ford Pass Connect para telefones celulares também está disponível.

ALTA RODA n FIAT considera segredo o nome do novo SUV/crossover com base no compacto Argo. Mas descobri que o início de produção está marcado para primeiro de agosto próximo. Portanto, chegada ao mercado fica para setembro. Haverá dois motores disponíveis: o de 1 litro, três cilindros, aspiração natural, câmbio manual e o mesmo motor com turbocompressor e câmbio automático CVT. FIM de linha para o VW up! não significa que Gol e Voyage seguirão a mesma trilha em curto prazo. Mesmo porque o adiamento de 2022 para 2024 de obrigatoriedade do sistema ESC (controle eletrônico de estabilidade) dará fôlego aos dois produtos e outros na mesma situação. A empresa alemã continua desenvolvendo o que se espera ser um novo carro de entrada, que manterá o nome Gol. QUE tal comparar os preços dos chamados “carros populares” ao longo do tempo? Em 1993, quando surgiram, custavam R$ 7.500 ou US$ 7.200 (câmbio oficial).

Corrigindo monetariamente pelo IPCA que espelha a inflação ao consumidor (não os custos industriais): R$ 45.000. No dólar oficial: R$ 40.320. Hoje o modelo mais barato e muito superior aos de 28 anos atrás (Fiat Mobi) parte de R$ 47.000.

SALÃO do Automóvel de São Paulo, cancelado no ano passado, não recebeu confirmação para 2021. O local vem sendo estudado. Possibilidade de mudar do centro de eventos São Paulo Expo para o autódromo de Interlagos, no momento, está fora de cogitação. O evento, porém, pode ficar para 2022 e sofrer reestruturação.

e

28

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

Vexame de Alagoas no Nordestão

C

om direito à goleada sofrida, Alagoas não conta com mais participantes na Copa do Nordeste. O Galo da Praia foi eliminado pelo Bahia por 4 a 0. O treinador Roberto Fernandes minutos antes do jogo divulgou uma escalação errada para confundir o adversário, mas não teve jeito e deu adeus a competição. O Azulão do Mutange até que teve chances, fez um jogo parelho com o Fortaleza. O CSA começou a partida marcando alto a saída de bola do Fortaleza e conseguiu surpreender o Leão do Pici logo nos primeiros minutos. Só que a forte bola aérea dos

cearenses foi fatal no duelo e o jogo acabou em 2 a 1. Agora o que resta para o clube marujo é a Série B e a reta final do campeonato estadual. Do outro lado o time praiano segue vivo na Copa do Brasil e também tem a Segundona pela frente; no Alagoano o CRB é o atual líder e está invicto. Alagoas completou nesta edição da Copa do Nordeste oito anos sem representantes nas semifinais da competição após as eliminações de CRB e CSA nas quartas de final. Essa é a maior sequência ativa sem um representante estadual no torneio.

CRIAÇÃO DA SUPER LIGA GERA POLÊMICAS

UEFA ANUNCIA NOVO FORMATO DA LIGA DOS CAMPEÕES Em meio à polêmica criação da Superliga Europeia e a iminente saída de 12 gigantes de seu “quadro de associados”, a Uefa aproveitou para anunciar reformulação em sua principal competição de clubes, a Liga dos Campeões, que passará a ter 36 equipes na temporada 2024/2025. Além da reformulação aumentar o número de participantes, com quatro agremiações a mais, agora haverá uma única fase de grupos, com todos os classificados. Antes havia duelos preliminares para ver quem se garantia entre os 32 times divididos em oito chaves. Agora, cada uma das 36 equipes classificadas enfrentará 10 adversários diferentes por sorteio na primeira fase, sendo cinco como mandante e outros cinco em visitas. Os oito melhores nesses “pontos corridos” estarão automaticamente nas oitavas de final. Outras 16 equipes, classificadas entre o 9° e o 24° lugares, farão mata-matas definindo os outros oito classificados para as oitavas. Será uma oportunidade de rivais mais fracos poderem sentir o gostinho de avançar às fases decisivas.

O futebol internacional sofreu um terremoto com a criação da Superliga europeia. Grandes clubes do continente resolveram lançar uma competição em oposição à Liga dos Campeões da Uefa. São 12 os clubes anunciados inicialmente: Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, da Inglaterra; Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid, da Espanha; e Inter de Milão, Juventus e Milan, da Itália. A entidade ainda aguarda mais três participantes para fechar o grupo de 15 clubes fundadores. No entanto, o Manchester City e o Chelsea confirmaram sua saída dois dias depois da criação da liga. Os representantes da liga sustentam que a competição “proporcionará um crescimento econômico significantemente maior” do que com o atual modelo da Liga dos Campeões. Os clubes fundadores receberão juntos € 3,5 bilhões na primeira temporada. Além disso, a Superliga diz que contribuirá com € 10 bilhões em “pagamentos de solidariedade”.

CRB LANÇA NOVO UNIFORME PARA 2021 Em duas cores, vinho e preto, os novos uniformes do Galo da Praia são compostos pelo modelo tom sobre tom e escudo prateado. A novidade foi apresentada no canal do clube CRB Play, no YouTube e também nas redes sociais oficiais, com um vídeo do atleta Wesley Beltrame vestindo o novo uniforme. O uniforme três é composto pelo modelo de linha cor vinho, tom sobre tom e escudo do clube em prateado. Já o uniforme de goleiro é em cor preta, e escudo prateado. A criação dos uniformes foi baseada em um design moderno e com bastante uso de tecnologia, com o escudo emborrachado, seguindo a tendência dos grandes clubes. André Carneiro, vice-presidente de marketing do CRB, explica de onde surgiu a inspiração para criação do novo uniforme do galo. “Foi inspirado no início do nosso hino, as listras são para simbolizar as glórias que os clube já conquistou. Produzida com materiais de alta qualidade e que traz essa homenagem à história do clube ‘com glórias traçadas’, como diz o trecho do nosso hino”, disse.

e

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

29

extra

ABCDOINTERIOR Quer ser deputado

Arapiraca.

A

derrota na disputa para prefeito de Arapiraca nas últimas eleições não tirou o ânimo do advogado e presidente estadual do Patriota (51), Cláudio Canuto, de continuar na política. Canuto já admitiu que poderá ser candidato a deputado estadual no ano que vem.

Para ele, o partido terá papel fundamental no pleito de 2022 com candidatos ao Legislativo estadual e federal. “Não descarto a possibilidade de a legenda disputar a majoritária”, disse.

Só em fevereiro

O advogado arapiraquense afirmou em entrevista ao blogueiro Paulo Marcelo que o anúncio oficial sobre esta decisão deverá ser manifestado apenas em fevereiro do próximo ano. Segundo ele, as discussões sobre política só devem ser reabertas após o Brasil vencer a pandemia de covid-19.

Covid-19

“A pandemia é um desafio para todos e com fé em Deus nós venceremos a covid-19 com a vacina e seguindo os protocolos das autoridades de saúde. Quando o momento for propício, aí sim, discutiremos a política e o futuro do nosso estado e de toda nação brasileira.

O Patriota estará presente para discutir a verdadeira política, apontando os problemas e apresentando as soluções”, observou o advogado arapiraquense.

Quem é Canuto?

Sobre Cláudio Canuto, que é uma promessa na política local, é importante destacar que é advogado militante há mais de 20 anos, possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Alagoas. É pós-graduado em Direito Constitucional e do Estado pelo Instituto de Ensino Superior de Fortaleza. É professor de Direito da Uneal, governador Indicado do Rotary International e recebeu o título de Cidadão Honorário de Arapiraca (Decreto Legislativo nº 371/2011).

n robertobaiabarros@hotmail.com

Mestre Afrísio Acácio

O artista arapiraquense Afrísio Acácio, 71, conseguiu vencer a covid-19 e está em plena recuperação.

Ainda sob cuidados médicos no Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, o sanfoneiro e poeta já deixou a UTI e está em uma enfermaria daquela unidade hospitalar.

Médicos e familiares informaram que nos próximos dias o mestre Afrísio Acácio, que apresenta um programa matinal pela Pajuçara FM de Arapiraca, receberá alta médica.

Venceu a covid

Familiares do artista, mais aliviados, comemoram a sua recuperação. “Ele é um vencedor”, disse a esposa de Afrísio que garante que o pior já passou. “Ele teve momentos difíceis, mas com fé em Deus conseguimos vencer essa doença que tem tirado a vida de muitos alagoanos”, disse.

Afrísio Acácio foi internado no dia 21 de março último.

Evento clandestino

Uma ação da polícia arapiraquense tomou conta das redes sociais logo no início dessa semana. Através de denúncias, os policiais militares lotados no 3º Batalhão de Arapiraca encerraram um evento clandestino onde estava ocorrendo uma rinha de galos, na segunda-feira, 19, no Povoado Fazenda Velha, em

PELO INTERIOR

Drogas em carro

Durante a ação no interior de uma residência, a polícia encontrou uma espingarda calibre 16. Já no interior do carro Golf de placa NIK 2899, que estava no local, foram encontrados dentro de uma bolsa 12 pinos de cocaína, 10 bombinhas de maconha e 12 pedras de crack.

A polícia informou que um homem de 55 anos foi preso e encaminhado para a Central de Polícia de Arapiraca, sendo autuado por posse ilegal de arma de fogo e por maus tratos contra animais, no total 30 galos de rinha.

Traumas emocionais

A necessidade do distanciamento temporário entre familiares e pacientes, nas enfermarias e nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos hospitais, gera traumas emocionais por conta da covid-19. Essa rotina também provoca muita ansiedade nos profissionais de saúde que atuam no combate à doença.

Atuação dos cólogos

psi-

Nesse atual contexto, a atuação dos psicólogos vem ganhando cada vez mais importância no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, com o trabalho de humanização no atendimento.

Visita diária

As ações incluem visitas diárias nos leitos dos pacientes na ala de tratamento da covid-19, bem como no setor de traumas da maior unidade pública de saúde do interior de Alagoas, vinculada à Secretaria de Estado da

... ... Importante: A pequena Gabrielly Sophia, Gaby, de apenas 7 anos, está travando uma luta contra a anemia aplásica, uma doença que atinge a medula óssea e por isso ela irá precisar de um transplante de medula. Ela é moradora da Vila Fernandes, em Arapiraca. ... A família de Gaby aguarda o resultado dos exames de compatibilidade do pai e da mãe da menina. Caso a medula de um deles seja compatível com a da menina, ela será submetida ao transplante o mais rápido possível. ... Caso os familiares não sejam compatíveis, o nome de Gaby irá para o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), para aguardar um doador compatível. ... Enquanto aguarda o resultado dos exames, Gaby precisa constantemente fazer tratamento médico em Maceió, e realizar mais exames médicos, causando um custo médio de R$ 150,00 por semana. ... Segundo Maria Edjania, mãe de Gaby, a família não tem condições de realizar as viagens e por isso pede a colaboração das pessoas para ajudar a custear os gastos com o tratamento médico. ... Quem puder ajudar pode realizar transferência ou depósito bancário através da seguinte conta: Caixa Econômica Federal - Agência: 4806; Operação: 013; Conta poupança: 20093 - 4. A conta está em nome de Maria Edjania dos Santos. ... Com informações do jornalista Fernando Vinicius, da Decom de Penedo: A comunidade cigana em Penedo recebeu na terça-feira, 20, serviços viabilizados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação (SEMDSH). ... O grupo social foi atendido no período da tarde no Centro Juvenil Maria Auxiliadora, instituição da ordem religiosa salesiana situada na Vila Matias. ... Nestes tempos difíceis, desejamos saúde e paz para todos. Até a próxima edição!

e

30

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

extra

MEIOAMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Raridade

Poluição sonora

E

m 2011, o Aeroporto de Frankfurt, o mais movimentado da Alemanha, inaugurou sua quarta pista de pousos e decolagens. A novidade provocou grandes protestos, com manifestantes marcando presença no saguão todas as segundas-feiras durante anos. A nova pista também levou dezenas de aeronaves a passarem diretamente sobre a casa de Thomas Münzel, um cardiologista do Centro Médico Universitário de Mainz, na Alemanha. “Morei perto de uma Autobahn alemã (nome dado a rodovias sem limite de velocidade) e perto dos trilhos de trem do centro da cidade”, diz ele. Münzel tinha lido um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2009 que relacionava a poluição sonora a problemas cardíacos, mas as evidências na época eram escassas. Movido em parte pela preocupação com a própria saúde, em 2011 ele mudou o foco de sua pesquisa para aprender mais sobre o tema. A exposição a ruídos altos é há muito tempo associada à perda de audição. Mas o barulho de aviões e carros cobra um preço que vai além dos ouvidos. O barulho do trânsito foi indicado como um grande fator de estresse fisiológico, ficando depois da poluição do ar e em pé de igualdade com a exposição ao fumo passivo. Na última década, um número cada vez maior de pesquisas vinculou o barulho de aeronaves e do trânsito nas rodovias a um risco elevado de doenças cardiovasculares.

Investigado A Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal solicitou uma investigação de responsabilização criminal e por ato de improbidade administrativa do presidente do Ibama, Eduardo Bim. O pedido foi motivado por despachos que liberam a exportação de madeira sem fiscalização ambiental. A decisão foi tomada pelo colegiado ao não homologar o arquivamento de uma investigação que apurava a venda de madeira nativa sem a autorização de exportação do Ibama, de acordo com o portal do Ministério Público Federal. A nova política sobre exportação de madeira nativa foi adotada pelo Ibama em fevereiro do ano passado. Atendendo a pedido da Confloresta (Associação Brasileira de Empresas Conces-

Apesar de gostar de águas tropicais temperadas, o tubarão-martelo-panã - espécie ameaçada de extinção - raramente é observado em águas brasileiras. Um exemplar da espécie, entretanto, foi avistado no litoral de João Pessoa, na Paraíba, no dia 21 de março. O vídeo do avistamento foi divulgado no dia 12 de abril pelo projeto Megafauna Marinha Ameaçada, apoiado pela Fundação Grupo Boticário.

“Há registros de capturas por pescadores de exemplares fêmeas grávidas na Paraíba. As fêmeas se aproximam da costa para dar à luz, e é aí que ocorre a pesca incidental”, explica o pesquisador Wilson Oliveira Junior, que faz parte do projeto. “A gente espera continuar vendo outros indivíduos durante nossa pesquisa e adquirir mais conhecimento sobre a área de vida do tubarão-martelo-panã e de outras espécies. Com isso, podemos começar a propor áreas marinhas protegidas que incluam os locais em que eles ocorrem”, disse o oceanógrafo.

Radioatividade

O Japão vai lançar no mar a água procedente da usina nuclear de Fukushima, uma vez trata-da, anunciou no último dia 13, o primeiro-ministro Yoshihide Suga. O projeto, porém, é bastante criticado.

A decisão põe fim a sete anos de debates sobre como se desfazer da água da chuva, das camadas subterrâneas ou das injeções necessárias para esfriar os núcleos dos reatores que entraram em fusão em consequência do tsunami de 11 de março de 2011. Atualmente, cerca de 1,25 milhão de toneladas de água contaminada está armazenada em mais de mil cisternas perto da usina nuclear, no nordeste do Japão.

Uma decisão era necessária com urgência, uma vez que, no outono de 2022, possivelmente seria atingido o limite de capacidade de armazenamento de água no local. A água que será lançada no mar nessa operação, que levará dois anos, foi filtrada várias vezes para eliminar a maioria das substâncias radioativas (radionuclídeos), mas não o trítio, que não pode ser removido com as técnicas atuais.

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021

e

31

extra

MÉDICO EM CASA

Atendimento pediátrico domiciliar ganha força em tempos de pandemia Ana Carolina Chagas, Mariana Ferrari e Andréa Gameleira são pioneiras no serviço em Alagoas

MARIA SALÉSIA SALLESIARAMOS18@GMAIL. COM

O

isolamento social, as medidas de prevenção contra o novo coronavírus e a praticidade têm mudado hábitos e o atendimento domiciliar vem ganhando força, principalmente na área de saúde.

Na busca de resgatar a pediatria humanizada voltada para as famílias, focada na qualidade do atendimento e na experiência individual do cliente, três médicas pediatras de Maceió colocaram a ideia em prática e oferecem o atendimento pediátrico em casa.

As amigas Ana Carolina Chagas, Mariana Ferrari Beltrão e Andréa Gameleira primam pela praticidade, conforto, saúde e segurança de cada criança que é atendida no conforto de seu lar ou no melhor lugar e horário escolhidos pela família. Segundo as pediatras, a criança se sente mais segura e fica muito mais tranquila, reduzindo medos e

traumas.

O atendimento personalizado faz toda a diferença.

As orientações são repassadas de acordo com o estilo de vida e o ambiente em que a criança vive. A economia de tempo é outro fator importante. Além da comodidade, o cliente não perde horas com deslocamento e espera em consultórios.

Foi pensando principalmente na saúde dos pequenos que o trio resolveu se doar nesta nova experiência. De acordo com as pediatras, o serviço domiciliar evita a exposição a vírus e bactérias em sala de espera de consultórios ou clínicas, evitando uma série de problema. Além do que, a segurança também é imprescindível. Sem sair de casa, evita-se riscos no trânsito e nas ruas da cidade.

O atendimento ofereci-

do é diferenciado e inicia ainda na gestação materna. Desde o ventre da mamãe é oferecido a consulta pediátrica de pré-natal, esclarecendo informações para facilitar a chegada da criança. Além disso é fornecido o atendimento integral e humanizado ao recémnascido durante o parto intra-hospitalar, na primeira semana de vida, com 14 dias de vida e ao completar 28 dias de vida.

Mas os cuidados com os pequenos pacientes não param por aí. As pediatras acompanham nas consultas a rotina da criança, avaliando o desenvolvimento neuro psicomotor, além de consultas de urgência presencial e por telemedicina.

“O atendimento domiciliar é um ramo que está avançando no mercado da pediatria e ser pioneira no nosso estado nos traz um orgulho

imenso. Trazer conforto e humanização para nossos pacientes é o que me faz realizada”, afirma Andréa Gameleira.

A pediatra Mariana Ferrari Beltrão se mostra cada vez motivada com o trabalho que exerce. “Ver o sorriso de satisfação no rosto das mamães e o conforto dos recém-nascido durante o exame físico me traz um sentimento de deleitamento inigualável”, comparou.

Ana Carolina é outra entusiasta com a missão que abraçou. “O atendimento domiciliar me renovou como pediatra de puericultura e me deixou mais feliz e realizada nessa área”, comemorou a médica.

O reconhecimento do trabalho das pediatras é combustível para a rotina que, embora seja desafiadora, é prazerosa. “Reco-

mendo demais o serviço da PedAcolhe, em especial nesse momento que estamos vivenciando, pois temos a comodidade e a segurança de ter a melhor consulta pediátrica para os meus filhos dentro da minha própria casa”, indicou Camila Duarte, mãe de Mateus de 3 anos.

O projeto tem pouco mais de um ano, mas o trio já colhe frutos pela dedicação. O pontapé inicial aconteceu em fevereiro de 2020, momento oportuno para as pessoas conhecerem a iniciativa. “No início da pandemia as famílias ficaram receosas em levar suas crianças para os serviços de saúde e começaram a procurar novas formas de atendimento, então nosso serviço tem crescido bastante e com uma ótima aceitação”, comemorou uma das pediatras da equipe.

Nas redes sociais as pediatras também dão dicas aos seguidores. Elas vão desde filmes com resenha, puberdade precoce, como fazer lavagem nasal, desafios, momentos fofura, dicas de brincadeiras, lazer e tantas outras que podem ser conferidas no instagram do grupo.

As médicas especializadas aconselham que a família fique em casa, pois elas vão até seu filho. Consultas médica pediátrica domiciliar, pré-natal, consultoria de amamentação, atendimento humanizado, acolhimento, comodidade, segurança e pontualidade são serviços oferecidos.

Tudo isso com menor risco de contaminação.

SERVIÇO Para agendamento de consulta basta acessar as redes sociais @ped.acolhe

32

e

extra

MACEIÓ, ALAGOAS - 23 A 29 DE ABRIL DE 2021