Edição 1117

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MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2020

ANO XXII - Nº 1117 - 07 A 13 DE MAIO DE 2021 - R$ 4,00

JOGO POLÍTICO

Preocupação de Renan Filho é se eleger senador em 2022 Embora diga que pretende concluir seu mandato, o governador está decidido a disputar a única vaga de senador no pleito do próximo ano, com ou sem o apoio da Assembleia Legislativa. 2

JUIZ DEVE SER AFASTADO PELA 2ª VEZ POR CORRUPÇÃO Giovanni Jatubá é acusado de fraude contra a Caixa e superfaturar preço de remédios contra o Estado 8e9

CRIME

CIRURGIA INÉDITA VOLTA DE RENAN CALHEIROS À CENA EMPRESÁRIO HIPÓLITO POLÍTICA ACIRRA CORREIA ESPERA TER DIVISÕES EM ALTA ESTE MÊS ALAGOAS 6 e 7 Dono do

MP VAI INVESTIGAR DENÚNCIAS DE VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS E CRIANÇAS 13

PM ASSASSINADO TERIA IDO AO PIAUÍ PARA COBRAR DÍVIDA DE R$ 1,5 MILHÃO 3

grupo Asa Branca passa bem após 1º transplante de pulmão bem-sucedido do país 31


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1998 - 2020 EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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COLUNA

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Incertezas 1

- À medida que se aproximam as eleições do próximo ano crescem as dúvidas do governador Renan Filho sobre concluir o mandato ou renunciar ao cargo para concorrer à única vaga de senador.

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- Para disputar as eleições Renan Filho precisa deixar o governo até o dia 2 de abril de 2022 e passar o cargo ao governador-tampão, que tanto pode ser aliado como adversário. Tudo depende de negociações com os deputados, eleitores do governador interino.

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- Com a renúncia de Luciano Barbosa após se eleger prefeito de Arapiraca, a vaga de vice passou para o presidente da Assembleia, Marcelo Victor, que deve assumir o cargo de governadortampão com direito a reeleição, ou indicar outro nome, do Legislativo ou de fora.

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- Esse é o xis da questão. Para ter o apoio do Legislativo à sua candidatura ao Senado, o governador precisa ceder os anéis para salvar os dedos. Traduzindo: antecipar a entrega do governo à oposição em troca de um possível mandato de senador.

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- Aliados dizem que o desejo de Renan é concluir o mandato e realizar as obras de que Alagoas tanto precisa. Até porque está de cofre cheio e tem uma gestão bem avaliada. Mas a oposição acredita mais em blefe do governador para acalmar aliados e pressionar adversários, como forma de barganha.

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- A maior preocupação do governador, no entanto, é com o seu futuro político, que passa pela eleição de senador já no próximo ano. O mais certo é que com ou sem apoio da Assembleia Renan Filho deve disputar a próxima eleição temendo passar quatro anos sem mandato.

Fábio Farias

Na hipótese de um acordo político entre Renan Filho e Marcelo Victor em torno das eleições majoritárias, o secretário Fábio Farias será um dos nomes de consenso para ocupar o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas. A vaga aberta com a aposentadoria do ex-conselheiro Cícero Amélio entrou na cota do Poder Legislativo, mas os deputados podem abrir mão do cargo em nome de um acordo político -eleitoreiro.

Davino Filho

Caso não haja acordo entre Legislativo e Executivo, a Assembleia deve escalar um deputado para disputar o governo do Estado no próximo ano. Na hipótese de derrota, o candidato assumirá a vaga de conselheiro do TC como prêmio de consolação. O deputado Davi Davino Filho é hoje o nome mais cotado para essa empreitada.

Cargo cobiçado

Para quem não sabe, o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado é vitalício e seu ocupante tem direito a um gordo contracheque mais uma série de privilégios, como 10 assessores de livre escolha, auxílio-saúde, inclusive para os dependentes, carro oficial, motorista e outros penduricalhos que podem elevar os ganhos indiretos a mais de R$ 100 mil por mês.

Toga suja

A cada julgamento pelo Pleno do TJ-AL fica mais difícil para o juiz Giovanni Jatubá escapar da aposentadoria compulsória ou mesmo perder o cargo por corrupção. O magistrado já recebeu pena de advertência e dois afastamentos das atividades e ficará fora de campo até o final das investigações. Leia matéria na página 8 e 9.

O evangelista

O advogado-geral da União, ex-ministro da Justiça e pastor presbiteriano André Mendonça é o nome do presidente da República para o STF na vaga do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposenta em julho. Mas o presidente do STJ, Humberto Martins, entrou na briga pela vaga e luta com unhas e dentes para ser o escolhido. Competência à parte, o que vai falar mais alto é o poder de pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira, padrinho político de Martins. Outro aliado do ministro do STJ nessa peleja é Renan Calheiros, embora não torne isso público por ser adversário de Bolsonaro. Seu trabalho seria atuar junto aos colegas senadores para aprovar o nome de Humberto Martins, caso seja ele o indicado para o Supremo. Humberto Martins se apresenta como evangélico, mas Bolsonaro já disse que seu candidato ao STF será “terrivelmente evangélico”, condição preenchida pelo pastor André Mendonça.

Serviço fantasma

Pelo menos 40 advogados são credores da massa falida do Grupo João Lyra na qualidade de prestadores de serviço. Cada um deles cobra até R$ 2 milhões, mas ninguém conhece o trabalho realizado por esses causídicos. O estranho é que praticamente todas as propriedades rurais da massa falida foram griladas sem que haja um único processo desses advogados contra as invasões.

Meios e fins

A nomeação de Fernando Pereira para a Secretaria de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos fortalece o clã de Junqueiro e revela a intenção do governador de se aproximar de Arthur Lira com vistas a uma aliança para as eleições do próximo ano. O presidente da Câmara Federal é hoje o maior adversário político de Renan Filho e qualquer acordo com o governador passa pela Assembleia Legislativa, comandada pelo deputado Marcelo Victor, aliado de primeira hora de Arthur Lira.

Pesquisa

Neste final de semana será divulgada uma nova pesquisa eleitoral em Maceió para governador e senador. A consulta ao eleitorado da capital foi realizada pela MB Consultoria e Pesquisa, sob a coordenação do professor Marcelo Bastos, escritor e analista político.


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CONTRABANDO

PM alagoano morto no Piauí foi cobrar dívida de R$ 1,5 milhão Polícia investiga se militar era envolvido com outros crimes BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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ma dívida de pouco mais de R$ 1,5 milhão oriunda do contrabando de cigarros entre estados nordestinos resultou na morte do subtenente da Polícia Militar de Alagoas, João Wellington Bezerra Lins, no dia 6 de março deste ano, no bairro Poty Velho, em Teresina. Ao EXTRA, o delegado titular de Homicídios da capital piauiense, Francisco das Chagas Costa, o Baretta, confirmou a conclusão do inquérito da morte e deu detalhes sobre o caso. De acordo com as investigações, no dia do crime que culminou na morte do subtenente alagoano, a vítima se encontrava na frente da casa de um dos investigados, quando foi surpreendida por disparos de arma de fogo. “Essa questão anterior, muito provavelmente, vai ser vista com mais rigor em uma investigação complementar. A nossa investigação, no DHPP, é principalmente para definir a autoria do homicídio. Como a gente sabe que envolve vários outros crimes, deve ser aberta uma investigação complementar”, disse o delegado.

“O que eu posso dizer é que há indícios fortes de outras práticas criminosas realizadas pelo grupo que serão investigadas. Já determinei que as peças dos indícios do inquérito sobre a morte sejam desentranhadas para que possamos instaurar outro inquérito policial e apurar o envolvimento do militar em outros crimes, assim como dos presos durante a operação”, continuou. Preso como suspeito de ser o planejador da emboscada, Francisco Alberto Mesquita da Cruz tem envolvimento com roubo a banco e estouro de caixas eletrônicos no Nordeste. “O policial de Alagoas teria vindo a Teresina fazer a cobrança do cigarro contrabandeado e as investigações chegaram a esse comerciante, Francisco Alberto, que teria envolvimento com a venda de bebidas e cigarros contrabandeados, junto com dois sobrinhos e um parente”, continuou o delegado. No dia da emboscada, também foram presos os sargentos da reserva da PM de Alagoas Valmir Araújo dos Santos e Manoel Miguel da Rocas. Eles estava com o subtenente morto. “O devedor, Francisco Alberto Mesquita da Cruz, teria se comprometido em repassar uma caminhonete como parte do pagamento no valor de R$ 75 mil. No local marcado para entrega do veículo, os cobradores

Material encontrado com suspeitos da emboscada

terminaram sendo emboscados. O subtenente foi morto e os sargentos foram presos pouco tempo depois após buscas da PM”, detalhou. Os fatos que antecederam o crime também

devem ser alvo de investigação. Durante a manhã de terça-feira, 4, os três suspeitos de terem participado do assassinato do policial foram presos pro-

visoriamente por ordem da Justiça do Piauí. O comerciante Francisco Alberto Mesquita da Cruz e seus dois sobrinhos, menores de idade identificados pelas iniciais M.V.M.C. e C.V. C.M, foram presos enquanto conversavam dentro de casa. Na residência dos suspeitos a Polícia apreendeu duas espingardas calibre 20, um rifle calibre 22, um rifle calibre 44, uma pistola e mais de 50 munições de calibres diversos. Além do armamento, três uniformes da Polícia Militar do Piauí também foram encontrados. Francisco Alberto teria reagido à prisão e a polícia precisou ameaçar o uso de granadas para conter o suspeito. João Wellington era subtenente da reserva da Polícia Militar de Alagoas. Ele foi alvejado no tórax e, apesar de ter sido levado a um hospital, não resistiu aos ferimentos.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Opção para o governo

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vitando declarações polêmicas sobre um tema que já começa a ser muito discutido nos bastidores, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, já não esconde de ninguém que poderá, sim, ser candidato ao governo de Alagoas como tampão se Renan Filho disputar um mandato

Reforço

Com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o presidente da Assembleia sabe que este é o momento ideal para comandar o estado de Alagoas. Vai depender, entretanto, do rumo que tomar Renan Filho, que até agora não esconde a decepção de não ter um nome com força política suficiente para substituí-lo.

Protagonista

Nesse vai e vem de incertezas, é quase certo que o senador Renan Calheiros, pai, deixe o filho pra trás e assuma o protagonismo de fazer alianças e escolher um nome que possa ter reais chances de ser eleito para apresentar à população. E o andor está andando mais depressa do que se esperava.

Sem entusiasmo

Pela parte da oposição propriamente dita, alguns nomes estão sendo postos à disposição, mas não têm empolgado. É o caso do senador Rodrigo Cunha que teve até agora um desempenho pífio no Senado e não aparece como um nome capaz de liderar uma cruzada para o governo do Estado.

Arrumação

Esta semana o governador Renan Filho deu o pontapé inicial na reforma do seu secretariado já visando as eleições do próximo ano, mas deixou algumas secretarias prontas para serem negociadas futuramente.

Sem objetividade

e depois pelo voto direto. Com bagagem suficiente para postular o cargo, já reeleito várias vezes para deputado estadual, Marcelo Victor tem outra ferramenta que lhe dá sustentação política: o apoio da quase maioria dos deputados, entre os quais transita com muita facilidade.

Sem chances

Já o prefeito JHC, que se mantém vivo junto ao eleitorado principalmente da capital, dificilmente deixará o cargo para se aventurar numa jogada difícil, onde poderá ganhar ou perder, o que seria um desastre político. Aliás, ele foi eleito para um mandato de quatro anos por um eleitorado que aposta em uma boa administração na Prefeitura de Maceió.

Correndo

A chapa proporcional para a Câmara dos Deputados deve sofrer nas próximas eleições algumas alterações. Uma delas é a possibilidade de João Caldas, ex-deputado e pai de JHC, disputar um mandato para a Câmara Federal. E ele já se movimenta para isso com andanças pelo interior do estado. Hábil, afeito a composições políticas, Caldas pode ser um dos nove parlamentares a assumir um mandato em 2022.

Outro voo

O deputado Davi Davino, que foi bem votado nas últimas eleições, também é um nome que é apreciado por várias correntes políticas tanto para disputar o governo do Estado, se tiver apoio fechado de algumas lideranças, como para disputar uma vaga de federal. Isso vai depender das arrumações políticas que já começam a ser discutidas nos bastidores.

Desistência

Outros atuais deputados federais que encontram dificuldades para uma reeleição, podem abandonar o barco e se fortalecerem para disputar um mandato de deputado estadual. Nomes consagrados na política demonstram que a parada, em 2022, será pesada. E é melhor prevenir do que remediar.

Pesquisas

Algumas pesquisas que estão circulando por aí parecem não refletir necessariamente o quadro político atual e isso tem provocado dúvidas no eleitorado. Ou seja, é preciso muito cuidado nas pesquisas de última hora com previsões para 2022.

Candidatura

Praticamente alijado de uma disputa majoritária, o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, projeta uma candidatura a deputado estadual, o que pode acontecer também com o secretário de Turismo, Rafael Brito. Isso, entretanto, será decidido pelo governador Renan Filho.

Opção inteligente

Se realmente tiver a disposição de disputar um mandato de senador nas próximas eleições, o governador Renan Filho deverá trabalhar em um nome para o governo que lhe poderá dar respaldo nas urnas. E esse nome seria o do secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, com trânsito livre em todas as áreas políticas do estado. Contaria também com a simpatia do senador Renan Calheiros, que deverá comandar o processo de sucessão. Sem adversários, Fábio Farias é a opção inteligente do Palácio República dos Palmares para disputar o cargo, até mesmo, se não houver essa opção, o de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

O ex-prefeito Rui Palmeira, que iniciou uma série de encontros pelas redes sociais, não tem até o momento entusiasmado o seu eleitorado com uma provável candidatura em 2022. Sem decidir para onde vai e com quem contará, Palmeira precisa tomar uma decisão para saber o que quer nas próximas eleições. Se demorar e abandonar o seu jeito de fazer oposição, certamente cairá no esquecimento do eleitorado.

De volta

O ex-ministro Maurício Quintella já decidiu que irá mesmo disputar um mandato de deputado estadual. Pelo menos é o que ele vem dizendo nas redes sociais, embora seu grupo ache melhor ele fortalecer a chapa para federal.

Delirando

Ninguém sabe quem colocou na cabeça do prefeito do Pilar, Renato Filho, que ele seria um potencial candidato ao governo do Estado. Ele precisa avaliar que tem muita gente ainda na fila e com reais chances de suceder Renan Filho.

Nome forte

O objetivo do governo, se Renan Filho for mesmo candidato ao Senado, é colocar um nome que possa puxar votos, caso contrário ficará difícil sua eleição. Alguns nomes já estão na agenda, mas até agora nenhum que possa chamar de prioridade pelo governador.

De fora

A cada dia que passa fica difícil o grupo do ex-prefeito Rui Palmeira se destacar como de fundamental importância nas eleições do próximo ano. Tácio Melo, presidente do Podemos, poderia ter participado da dança das cadeiras no governo do Estado, mas foi preterido por almas do Palácio República dos Palmares.


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Fernando Pereira reassume Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

e volta ao primeiro escalão do governo, Fernando Soares Pereira assumiu o posto de secretário estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) na última quarta-feira, 5. O secretário foi empossado pelo governador Renan Filho em solenidade realizada no Palácio República dos Palmares, em Maceió. Em seu discurso de posse, Pereira destacou como maior desafio da pasta levar água às populações que mais precisam em Alagoas e beneficiar a agricultura familiar, que garante alimento de qualidade e renda aos moradores do campo, principalmente em tempos de pandemia. O secretário afirmou ainda que continuará o trabalho iniciado em sua primeira administração, com foco no aumento da disponibilidade hídrica e na conservação de mananciais no estado. “Nosso objetivo é dar continuidade ao que já vem sendo feito e reforçar as ações na disponibilidade de água nas regiões que mais sofrem com essa escassez, levando água pronta para consumo principalmente aos sertanejos, elevando a qualidade de vida dessas pessoas que tanto sofrem com a falta de um recurso tão essencial para a vida das pessoas”. Outra ação definida para essa secretaria é de também implantar em todos os municípios do estado a coleta seletiva. “Um passo muito importante para tornar o estado mais sustentável”, frisou. Além de Fernando Pereira, outras quatro pastas tiveram sua gestão alterada: as secretarias de Estado da Educação (Seduc), Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), Prevenção à Violência (Seprev), e Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). As alterações, segundo o governador, foram realizadas com o objetivo de elevar a qualidade do governo e aumentar o número de entregas para a população alagoana.

TRAJETÓRIA

Fernando Pereira já foi secretário estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), cargo que ocupou durante o primeiro mandato de Renan Filho. Também já foi prefeito da cidade de Junqueiro, onde desempenhou um trabalho importante para o desenvolvimento da cidade, e foi empossado na Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos em 2019. Em 2020 deixou o cargo para concorrer às eleições municipais de São Miguel dos Campos.

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ELEIÇÕES 2022

Volta de Renan e subida de Lula acirram divisões nos palanques Negociações para Senado e Governo pressionam família Pereira e Marcelo Victor ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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os grandes espaços de decisão política em Alagoas – governo do Estado, bancada federal, Assembleia Legislativa, prefeituras e câmaras de vereadores – todos os seus integrantes estão em pleno movimento para as eleições de 2022, quando estarão em jogo o cargo de governador, uma vaga no Senado, 27 cadeiras na Assembleia e nove na Câmara. Para tornar o ambiente ainda mais movimentado, essas eleições coincidirão com a próxima escolha presidencial. Essa movimentação já era notada logo depois das disputas municipais, no final do ano passado, quando os atores mais importantes começaram a trabalhar as alternativas que decidirão o futuro político estadual a partir do próximo ano. Ninguém ficou parado. Passados os meses do começo do ano, o processo eleitoral de 2022 parece estar sendo definido em torno de dois grandes blocos de forças, o governista, liderado pelo governador Renan Filho (MDB), e o de oposição, liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). No jogo, estão atuando com muita desenvoltura os senadores Renan Calheiros (MDB) e Fernando Collor (PROS). Em Brasília, Renan voltou com a carga total: virou relator da CPI da Covid,

que lhe dá enorme visibilidade nacional. Por sua vez, Collor passou à condição de “conselheiro” do presidente e a transitar por ministérios. Em Alagoas, o senador Renan é quem orienta o filho nas decisões mais delicadas; por outro lado, Collor não perde tempo na busca de apoio e na formação da chapa de oposição liderada, desde Brasília, por Arthur Lira. Tentando construir uma terceira via, o senador Rodrigo Cunha (PSDB) amarra, com mais nós, a aliança com o prefeito JHC (PSB) na esperança de apresentar uma chapa competitiva. Mas, diante de um embate entre Renan Filho e Arthur Lira, com as forças e lideranças que eles podem aglutinar, os espaços ficam estreitos para qualquer manobra que sonhe com uma alternativa aos dois mais fortes grupos alagoanos. Diferentemente das eleições passadas, não existem duas vagas ao Senado, que deu chances para vitória de um candidato surpresa, como Cunha, nem existe o clima de euforia em torno de Bolsonaro, que viabilizou a eleição de vários parlamentares identificados com bolsonaristas. Na atual conjuntura, quase todos os líderes partidários estão alinhados com Renan Filho ou com Arthur Lira, o que pode sugerir uma eleição polarizada. Nestas articulações pesa não somente a escolha dos nomes majoritários, mas dos

Fábio Farias pode ir para TC e Renan Filho apoiar Alexandre Ayres como seu sucessor vices e dos suplentes e a capacidade de formar as fortes chapas para Câmara e Assembleia; pesam, também, o apoio de prefeitos e vereadores. O tempo de rádio e TV, assim como os recursos mais fundo partidário para a campanha, são elementos que os articuladores mais experientes levam muito em conta na hora das negociações. E todos esses ingredientes para uma boa campanha estão nestas duas correntes políticas. VAGA NO SENADO Se os nomes dos candidatos a governador estão sendo articulados, mas ainda não definidos, a vaga de senador tem dois pesos pesados e que já polarizam essa eleição: Collor e Renan Filho. São nomes mais fortes que os dos candidatos ao governo, ainda pouco conhecidos ou sem capilaridade eleitoral. Sustentando essas candidaturas estarão os mui-

tos nomes lançados para a Câmara e Assembleia. Com chapas próprias de cada partido nas proporcionais, as eleições de 2022 exigirão quocientes eleitorais muito altos: 160 mil votos para o primeiro nome à Câmara Federal e 80 mil para o primeiro nome ao parlamento estadual. Como a disputa será acirrada, eles já estão na primeira fase da campanha, arregimentando forças. Renan Filho desde o final do ano passado mudou a estratégia, saindo da posição de governador fechado no Palácio República dos Palmares para conversar com os deputados estaduais, prefeitos e vereadores, e com a bancada federal, negociando espaços na administração, obras e apoios eleitorais. A pesquisa recente do Instituto Paraná, que lhe dá o dobro da votação de Collor, foi comemorada no ninho governista. Renan Filho sabe que não poderá ficar sem manda-

to por quatro anos e, mesmo acenando com a possibilidade de continuar até o final do mandato, está em plena campanha. Collor também modificou sua antiga estratégia, a da surpresa eleitoral, quando definia a candidatura em cima do prazo final, fazia uma campanha-relâmpago e obtinha resultados positivos, como foram as vitórias em 2006 e a reeleição de 2014. Desta vez, o senador está costurando apoios na forma tradicional, realizando contatos e acordos antecipados. Em recente visita a Arapiraca, conversou longamente com o prefeito Luciano Barbosa, seu antigo opositor. Seu grupo considera quase “natural” o apoio de Collor ao candidato a governador escolhido por Arthur Lira e como estratégia aposta na polarização para receber o apoio de todos os que não estarão com Renan Filho.


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Collor investe cada vez mais nas redes sociais Renan Calheiros (D) ganha projeção com CPI da Covid, enquanto Arthur Lira mantém apoio a Bolsonaro

Vaga no palácio

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em vice, Renan Filho precisa dos votos da Assembleia para escolher quem ficará ocupando sua cadeira, de maio a dezembro do próximo ano, quando é obrigado a se afastar. Provavelmente, o presidente da Casa, Marcelo Victor, será o escolhido. Mas Victor está mais inclinado a uma composição com Arthur Lira. Victor tem a chance de ser conselheiro do Tribunal de Contas, na vaga hoje, ainda não preenchida, de Cícero Amélio, porém teria de apalavrar seu apoio a Renan Filho. Ele dialoga com o governador e com seus articuladores, mas sabe que a decisão só será tomada no segundo semestre. Arthur Lira, o poderoso chefão do Centrão, tem mantido uma constante presença nessa questão, conversando com deputados aliados, mantendo o processo em banho-maria. Arthur Lira e Renan Filho ainda não têm o nome de cada lado para o Palácio

República dos Palmares. O presidente da Câmara poderá apoiar Marcelo Victor ou a deputada estadual Jó Pereira, filiada ao MDB, mas com as malas prontas para seguir para o PP. O atual presidente da Assembleia tem dito que se tiver chance irá disputar o governo. Sua posição de governador-tampão lhe dará forças para esta iniciativa. Por outro lado, a deputada Jó Pereira não é mais candidata à reeleição na Assembleia, e disputará uma vaga de deputada federal ou governadora. Prima de Arthur Lira, e, mesmo filiada ao MDB, ela vem se afastando cada vez mais do projeto Renan Filho. Porém, ela permanece com um pé em cada barco. Esta semana, o governador manteve a família Pereira no comando da Secretaria do Meio Ambiente. Mas, seu irmão, Joãozinho, comanda a poderosa Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco

e do Parnaíba) por indicação de Arthur Lira. O governador Renan Filho, bem orientado, estimulou as candidaturas palacianas sem antecipar qual seria o nome preferido. O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB), Alexandre Ayres (Saúde) e até mesmo George Santoro (Fazenda) foram sendo lembrados. Ayres e Santoro são avaliados, no governo, como os secretários de melhores resultados, ao lado de Mosart Amaral, da Infraestrutura. Mosart e Santoro já declararam que não serão candidatos a nenhum cargo. O deputado federal Isnaldo Bulhões afirma-se cada vez mais como líder da bancada do MDB na Câmara dos Deputados, cargo que lhe dá muito trânsito nacional e ele não demonstra interesse nesta disputa, preferindo sua certa reeleição. Alexandre Ayres vai, assim, sendo confirmado como o favorito. A sua gestão frente à Secretaria de Saúde na campanha

da covid-19 tem lhe dado elementos necessários para a disputa, que é a visibilidade social e o crédito como gestor até mesmo em setores da oposição. POLARIZAÇÃO Neste processo de polarização, tanto o senador Rodrigo Cunha como o prefeito JHC tendem a fazer o alinhamento com um dos dois grandes grupos. Rodrigo Cunha, que andava em silêncio por alguns meses, sendo cobrado pelo deputado Isnaldo Bulhões para que “começasse a trabalhar”, sinalizou seu campo quando colocou Renan Calheiros como suspeito para ser o relator da CPI no Senado. Por sua vez, o prefeito JHC tem atuado distante do governo estadual e contando com o apoio de Davi Maia, na Assembleia. FATOR LULA A novidade que vem marcando as eleições em todo o Nordeste é a volta de Lula ao cenário político. Todas as pesquisas, até agora, mostram o favoritismo do ex-presidente nos estados nordestinos. Em Alagoas, o aliado de primeira hora é Renan

Calheiros, que não parou de defender Lula desde seus processos até a sua liberação. O PT terá candidatos numa frente de esquerda que está sendo articulada em Maceió, mas Lula, numa eleição nacionalizada, pedirá votos para o candidato que possa derrotar quem tiver o apoio de Bolsonaro. O prestígio de Lula no Nordeste é ainda muito forte. É bom lembrar que, em 2018, em Alagoas, Haddad venceu o segundo turno com 60% dos votos e Bolsonaro levou vantagem em apenas oito dos 102 municípios. A presença de Lula contribui para essa polarização. Renan Filho e seu candidato a governador devem apoiar o candidato petista. No outro lado, Arthur Lira deve apoiar Bolsonaro, de quem é aliado, no mesmo palanque com o senador Collor de Mello. Há uma forte resistência dos bolsonaristas de raiz em aceitar uma coligação com Artur Lira e Collor, o que levará à formação de uma coligação mais à direita. Neste cenário, a terceira via sonhada por Rodrigo Cunha perde, em Alagoas, mais espaços que nos demais estados.


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NA BERLINDA

Giovanni Jatubá na iminência de novo afastamento por corrupção

Magistrado também enfrenta processo por “ignorar” casos de prisão em flagrante durante plantão DA REDAÇÂO

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Pleno do Tribunal de Justiça iniciou na terça-feira, 4, mais um julgamento contra o juiz Giovanni Alfredo de Oliveira Jatubá, que está na iminência de ser afastado pela segunda vez do cargo. Neste processo, o magistrado é acusado de realizar licitações ilegais no âmbito da 4ª Vara de Arapiraca, onde atua, além de superfaturar a aquisição de remédios cobrados por pacientes ao Estado por meio de ações judiciais. A discussão volta à pauta novamente na próxima semana. Até o momento, oito desembargadores foram a favor do afastamento de Giovanni Jatubá em mais um processo de corrupção. A tendência é que a decisão seja por unanimidade. O caso veio à tona em 2019, quando uma denúncia chegou até à Corregedoria-Geral da Justiça a partir de representação do procurador de Estado Augusto Galvão. À época, Galvão declarou à imprensa que os procedimentos realizados pelo magistrado – indevidamente chamados de ‘licitações’ – eram absolutamente ilegais. “Sou rigorosamente averso a ilegalidades e esses procedimentos do juiz foram, como disse, integralmen-

te ilegais. Com o poder que o magistrado tem ele poderia, ao invés de fazer o que fez, determinar o bloqueio das contas do Estado para efetivar a aquisição de medicamentos, com a prestação de contas na sequência”, destacou na ocasião. “Licitação afeta ao Poder Executivo é do Poder Executivo. O Judiciário faz as licitações do seu interesse para manter seus próprios serviços funcionando, não de matéria de responsabilidade do Executivo. Além disso, há provas cabais de que ‘as licitações’ do juiz tinham preços superiores aos praticados no mercado!”, disse. GOLPE O primeiro afastamento da Jatubá também envolve outro caso polêmico: um golpe contra a Caixa Econômica Federal (CEF). Ele vai ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao qual foi enviado um inquérito policial que aponta para a participação do magistrado em um golpe milionário contra a CEF e uma cliente da instituição bancária em outubro de 2015. Jatubá teria atuado em conluio com um advogado e um homem que se dizia herdeiro de uma idosa residente no Rio de Janeiro na época em que era titu-

Oito desembargadores do Tribunal de Justiça já votaram pelo afastamento de Jatubá lar da Vara do Único Ofício de Piranhas, no Sertão alagoano. O objetivo era se apossar dos mais de R$ 5 milhões então depositados em três contas da vítima que chegou a ser declarada morta mediante um atestado de óbito falso fornecido por um cartório do interior do Piauí, estado

onde ela jamais esteve. Investigações feitas pela Polícia Federal a pedido da Caixa depois de a instituição ter sido comunicada da tentativa de golpe por advogados da vítima – Cyrene Paiva Carnavale, aposentada do serviço público federal desde 1981 – confirmaram a fraude dos documentos

apresentados pelo suposto herdeiro, Joaquim Paiva Neto, no processo de número 070036482.2015.8.02.0030. Em abril deste ano, o Tribunal de Justiça instaurou procedimento administrativo disciplinar e afastou o magistrado das funções até o fim das investigações.


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Novo processo

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ramita também na Corregedoria Geral de Justiça novo processo administrativo em que Jatubá deverá prestar esclarecimentos a respeito de seis processos em que deixou de realizar ato de homologação durante plantão judiciário. Em sua defesa, o magistrado alegou problemas com a internet em sua residência. A desculpa até colaria se não fosse seu histórico de irregularidades. Quanto aos processos “ignorados” pelo magistrado, consta que Jatubá se encontrava de plantão nos dias 29 e 30 de agosto de 2020 no âmbito da 2ª Circunscrição (Anadia, Arapiraca, Boca da Mata, Campo Alegre, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Limoeiro de Anadia, Maribondo, Palmeira dos Índios, Quebrangulo, Taquarana e Traipu). À época, o Tribunal de Justiça já operava em sistema remoto devido à pandemia da covid-19. As ações, que tratavam

de prisões em flagrante sobre as quais ele deveria ter se posicionado são as de números 0700032237.2020.8.02.0069, 070032322.2020.8.02.0069, 070032407.2020.8.02.0069, 070032589.2020.8.02.0069, 070032674.2020.8.02.0069 e 070032759.2020.8.02.0069. Entre os casos está o de Romario Goes da Silva, preso em flagrante pela Polícia Civil acusado de tentativa de homicídio. Embora seja um crime contra a vida, o caso está enquadrado como “Crimes de Trânsito”, que tem como autoria o Ministério Público do Estado. Outra ocorrência envolve Jailson Barros de Oliveira, acusado de receptação. Como resposta ao pedido de prisão, o magistrado escreveu: “Demorado face aos problemas com a internet da minha residência. Distribua-se ao Juízo competente”.

AS EXPLICAÇÕES DADAS PELO MAGISTRADO NÃO CONVENCERAM A CGJ, CUJOS JUÍZES AUXILIARES OPINARAM PELA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA APURAR A CONDUTA DE JATUBÁ, O QUE FOI ACEITO PELO ATUAL CORREGEDOR GERAL, DESEMBARGADOR FÁBIO JOSÉ BITTENCOURT ARAÚJO. Outro crime de trânsito com prisão em flagrante sobre o qual o magistrado não deu qualquer parecer tramita na 4ª Vara de Palmeira dos Índios / Criminal - Foro de Palmeira dos Índios e tem como réu José Gonzaga. A ocorrência de Gonzaga é uma das poucas liberadas ao acesso público sem a necessidade de senha. Policiais militares teriam sido acionados para lidar com uma ocorrência ocorrida na Rua Bom Jesus dos Passos, no bairro Vila Maria, em Palmeira dos Índios. Teria sido informado às autoridades policiais que

um motorista estaria dirigindo embriagado, um veículo Fiat Palio de cor prata e placa NLG 1919. O réu estaria dirigindo o carro em zigue-zague na rua e forçado um motorista de uma moto que transitava na hora a desviar do seu veículo, o que teria feito com que o condutor da motocicleta colidisse com um outro carro que estava apenas estacionado no local. Os policiais teriam notado que o suspeito aparentava ter ingerido bebidas alcoólicas, razão pela qual o levaram a um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) localizado em Palmeira dos Índios para realizar o teste do etilômetro, que constatou o crime. Outra prisão não homologada foi a de José Carlos dos Santos Vieira, em processo que tramita na Vara de Único Ofício de Girau do Ponciano Foro de Girau do Ponciano, também se tratando de comportamento inadequado no trânsito. Após o plantão na qual não teve a prisão decretada, ele acabou pagando fiança no valor de R$ 1 mil. Já o processo de 0700327-

59.2020.8.02.0069, da Vara do Único Ofício de Igaci - Foro de Igaci, é referente ao réu Jaelson Ferreira dos Santos, que também teria cometido crime ao volante. Ainda no ano passado, o então corregedor Geral de Justiça, Fernando Tourinho de Omena Souza, solicitou relatório de todos os processos que tramitaram durante o referido plantão, “com os respectivos horários de entrada e saída, bem como dos documentos que foram produzidos pelo magistrado no mesmo interstício, com a especificação precisa das horas em que as minutas foram produzidas/editadas”. As explicações dadas pelo magistrado não convenceram a CGJ, cujos juízes auxiliares opinaram pela instauração de processo administrativo para apurar a conduta de Jatubá, o que foi aceito pelo atual corregedor Geral, desembargador Fábio José Bittencourt Araújo. No último dia 30 ele decidiu encaminhar para análise da presidência do TJ, e posteriormente ao Pleno, o parecer pela instauração do processo.


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PESQUISA NACIONAL

Produção industrial cai 2,4% em março, segundo mês seguido de retração Recuo na fabricação de veículos pressionou a queda na produção industrial brasileira AGÊNCIA IBGE

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produção industrial caiu 2,4% em março em comparação ao mês anterior e intensificou a perda de 1,0% que havia sido registrada em fevereiro, quando houve a interrupção de nove meses de resultados positivos. O recuo de março teve predomínio de taxas negativas entre as atividades industriais investigadas e foi puxado principalmente pela queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias. Com os resultados desse mês, o setor industrial encontra-se 16,5% abaixo do patamar recorde registrado em maio de 2011. A indústria acumula no ano crescimento de 4,4% e, nos últimos 12 meses, queda de 3,1%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada na quarta (5) pelo IBGE. O gerente da pesquisa, André Macedo, explica que o aprofundamento do recuo do setor industrial, em março, é relacionado à intensificação das medidas de combate à Covid-19. “Esses dois resultados negativos têm como pano de fundo o próprio recrudescimento da pandemia. Isso faz com que haja maior restrição das

pessoas, o que provoca a interrupção das jornadas de trabalho, paralisações de plantas industriais e atrapalha toda a cadeia produtiva, levando ao encarecimento e à falta de insumos para o processo produtivo. Isso afeta o processo de produção como um todo”, diz. O pesquisador destaca que, de maio de 2020 a janeiro de 2021, houve ganho acumulado de 40,1%, o que fez a produção industrial superar o patamar pré-pandemia. “Nesse período, houve um ganho de 3,5% acima do patamar de fevereiro de 2020. Mas, com as perdas de fevereiro e março deste ano, nós zeramos esse acumulado que tinha até o mês de janeiro. De modo que o patamar de março de 2021 é exatamente o mesmo do pré-pandemia”, explica. Principal influência negativa entre as atividades, o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias registrou -8,4%, terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 15,8%. Esse comportamento recente interrompe uma sequência de oito meses de taxas positivas que acumularam expansão de 1.196,9%. “O recuo nos veículos

INDÚSTRIA CRESCE 10,5% FRENTE A MARÇO DE 2020

automotores, reboques e carrocerias foi especialmente afetado pela redução na produção dos automóveis e de autopeças. Houve nessa atividade uma série de interrupções de processos de produção, paralisações e férias sendo concedidas. Isso justifica a queda de 8,4%”, afirma Macedo. Ainda nas influências negativas, destacaram-se as atividades de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-14,1%), de outros produtos químicos (-4,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,4%), de couro, artigos para viagem e calçados (-11,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,5%), de bebidas (-3,4%), de móveis (-9,3%), de produtos têxteis (-6,4%) e de produtos de minerais não metálicos (-2,5%). Os principais impactos positivos vieram das indústrias extrativas

(5,5%), outros equipamentos de transporte (35%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%). “Essas atividades estão repondo perdas observadas em meses anteriores. Elas estão com taxas positivas nesse mês porque as perdas anteriores foram muito acentuadas e esse é um crescimento natural”, destaca. A queda de março foi acompanhada por três das grandes categorias econômicas e pela maioria dos ramos pesquisados. A categoria bens de consumo semi e não duráveis caiu 10,2%, a maior perda desde abril de 2020, quando havia registrado -12,6%. Os bens de consumo duráveis (-7,8%) e os bens de capital (-6,9%) intensificaram as perdas registradas no mês anterior. Já o setor produtor de bens intermediários (0,2%) foi o único a registrar taxa positiva.

Na comparação com março de 2020, a produção industrial cresceu 10,5%, a taxa mais elevada desde junho de 2010 (11,2%). É o sétimo mês de crescimento consecutivo nesse indicador. O pesquisador explica que o resultado se deve à base de comparação baixa, uma vez que o setor recuou 3,9% em março de 2020, e também ao efeito-calendário. Neste ano, o mês de março teve um dia útil a mais do que no ano anterior. “No confronto interanual, a produção industrial mostra não somente uma taxa de crescimento de dois dígitos, mas também essa configuração de taxas positivas bastante disseminadas. Mas é preciso fazer essa ressalva: a base de comparação é baixa porque, em março de 2020, o setor industrial já estava sendo afetado por todo aquele movimento de isolamento social em função da pandemia de covid-19. Muito desse crescimento mais amplo tem uma relação direta com isso”, afirma Macedo. O resultado positivo alcançou todas as quatro grandes categorias econômicas e a maior parte das atividades investigadas. As principais influências nesse indicador vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (19,2%), máquinas e equipamentos (27,5%), produtos de minerais não metálicos (27,7%), produtos de metal (24,5%), produtos de borracha e de material plástico (20,3%) e metalurgia (10,9%).


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NOVO DESAFIO

Rafael Brito vai adotar linha de diálogo e trabalho coletivo na Educação

Ex-secretário de Turismo deixa herança de uma gestão produtiva e resultados consolidados

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ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito, que assumiu esta semana o cargo de titular da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), anunciou em suas redes sociais que aceitou a nova missão com motivação e vontade de vencer. Antes da cerimônia de posse, realizada na quarta-feira (5), Brito divulgou um vídeo dirigido a servidores e professores, onde diz que chega ao cargo com espírito de coletividade, disposto a ouvir a categoria e atender as demandas da área. O secretário avaliou a Educação como uma das grandes pastas do governo do Estado em função dos resultados que ficam marcados por gerações. “Melhorar o ensino, colocar crianças nas escolas são um dos trabalhos mais honrosos para um gestor”, disse. Brito assume a Educação com a responsabilidade de enfrentar em curto espaço de tempo um grande desafio, que será conduzir a reabertura da rede de educação do estado após a vacinação dos

profissionais da área contra o coronavírus. No vídeo, Rafael Brito se despede e agradece pelas parcerias formadas enquanto esteve à frente da Sedetur, onde promoveu avanços inquestionáveis. Ele citou investimentos realizados na pasta que

ensejaram a ampliação e vinda de empresas como o Hotel Vila Galé, a distribuidora Natura, a indústria do energético Monster, Mineração Vale Verde, CocaCola, Portobello e Copra. Também citou a expansão da malha aérea para o fortalecimento do turismo em Alagoas e a conquista do primeiro voo internacional da TAP. “Foi um trabalho gratificante poder propiciar oportunidade de emprego e desenvolver a indústria e o turismo. É isso que o cidadão busca, uma oportunidade para que, com seu talento e força de trabalho, possa viver com dignidade e propiciar o sustento para sua família”, comentou. No vídeo de despedida da pasta de Turismo, Rafael Brito desejou boa sorte ao novo titular da Sedetur, Marcius Beltrão, ex-prefeito de Coruripe e irmão do atual prefeito Marcelo Beltrão (Progressistas). Brito substitui o secretário Fábio Guedes, que reassume como titular na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).


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DEMARCAÇÃO

Índios Jeripankós estão distribuídos em três povoados e uma aldeia no município de Pariconha

MPF cobra da Funai definição sobre terra indígena Jeripankós esperam há 28 anos por conclusão de processo de identificação e delimitação de seu território MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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Ministério Público Federal (MPF) cobra da Funai (Fundação Nacional do Índio) e da União definição sobre delimitação e identificação da terra indígena do povo Jeripankó, que espera há 28 anos por conclusão do processo administrativo nº 08620.001692/1993-46. A ação civil pública ajuizada pelo MPF, com pedido de liminar, se deu devido à demora injustificada na demarcação da terra indígena no município de Pariconha (AL). Na ação, de autoria do procurador da República

Érico Gomes, o MPF requer à Justiça Federal que determine o imediato andamento de tal processo. Vale ressaltar que o procedimento é resultado da investigação realizada no âmbito do inquérito civil nº 1.11.001.000186/2011-19, instaurado para apurar a morosidade da Funai nesse caso. O MPF também pede que, além de dar o devido andamento ao processo de demarcação da terra indígena, a Funai remeta periodicamente, a cada 60 dias, informações sobre as providências que foram tomadas no âmbito do processo administrativo com o objetivo de concluir

cada etapa administrativa. Caso não siga a recomendação, a multa diária será no valor de R$ 10 mil. Além do que, a União, através do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deve observar, após a chegada do processo de demarcação do povo Jeripankó no órgão, os prazos estabelecidos no Decreto nº 1.775/96. A ação ajuizada do MPF busca sanar a omissão na conclusão do processo de demarcação, que embora dure quase três décadas, ainda está na etapa de identificação e delimitação e embora a Funai reconheça, desde 1987, a reivindicação desse povo, cujo relatório final foi entregue em junho de 1993 propondo uma redução de delimitação de área para 1.110 ha em relação aos 1.520 ha iniciais. “Uma vez que passados 28 anos

desde o início do processo demarcatório, o órgão indigenista pouco caminhou no sentido de efetivamente demarcar o território tradicional do Povo JERIPANKÓ, argumentando ausência de recursos financeiros e pessoal”, diz parte do documento. No entanto, o MPF não pretende judicialmente obter decisão administrativa “demarcatória”, mas decisão que obrigue Funai e União a encerrar a etapa atual do procedimento administrativo. E, ainda, dar prosseguimento até a conclusão dos trabalhos de demarcação com a declaração, mediante portaria do Ministro da Justiça e Segurança Pública, dos limites das terras Indígenas. O documento aponta que “a União e Funai descumprem de forma reiterada o dever de proteção e delimitação das terras tra-

dicionais, mantendo o Povo Indígena JERIPANKÓ sem uma definição quanto ao seu território, violando o direito à propriedade coletiva, com consequências irreparáveis às formas de vida tradicional”. E acrescenta que, “além de não concluir o processo de demarcação, ao longo dos últimos anos, a União e Funai vem adotando atos, administrativos e normativos, que agravam a situação, seja pela transferência da demarcação das terras indígenas entre ministérios, seja pela recente Instrução Normativa n.º 09/2020 da FUNAI, que permite a grilagem de terras indígenas ao incluir no Sistema de Gestão Fundiária apenas terras indígenas homologadas por decreto presidencial”.

DONOS DA TERRA Inseridos num contexto de disputa, rivalidade, esbulho de suas terras, restando-lhes espaço insuficiente para sua reprodução física e cultural, o povo Jeripankó é um grupo indígena de origem Pankararu (Tacaratu/PE) e que se localiza atualmente em aldeamentos na região do baixo Moxotó, Sertão alagoano, no município de Pariconha. São cerca de mil pessoas distribuídas entre os povoados do Figueiredo, Tabuleiro, Serra do Engenho, Moxotó e a aldeia do Ouricuri que, por sua vez, corresponde a parte da terra indígena tradicional demarcada de 215 hectares dos 1.110 ha já delimitados referentes aos 1.520 ha de território original.


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CRIME

Denúncias de tortura e humilhação contra idosos serão investigadas pelo MP Casos foram encaminhados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos em abril

Idosos continuam sendo alvo de maus-tratos

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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enúncias de tortura, difamação, humilhação, apropriação indébita e violência psicológica e física praticadas contra idosos, crianças e adolescentes de Maceió serão investigadas pelo Ministério Público Estadual (MPE-AL) a pedido do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. As seis denúncias foram enviadas entre os dias 27 e 29 de abril e, em sua maioria, foram praticadas por parentes das vítimas ou pelo próprio poder público. Os casos, no entanto, não pegaram o órgão ministerial de surpresa, já que, de acordo com o último balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) de Alagoas, em dezembro de 2020, as denúncias de violência contra a pessoa idosa pelo Disque-Denúncia (número 181) cresceram 64%, entre março e novembro de 2020, período do isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. A maioria das denúncias diz respeito a negligências

à pessoa idosa e violência patrimonial, ou seja, contra bens pessoais. Os crimes denunciados acontecem nas próprias casas das vítimas e na maioria dos casos os agressores são os próprios filhos ou parentes próximos. Entre as seis denúncias recebidas pelo ministério, ocorridas nos bairros do Jacintinho, Serraria, Santa Amélia, Levada, Tabuleiro do Martins e Cidade Universitária, três chamam atenção pelos detalhes apresentados e pela recorrência do fato. Em um dos documentos encaminhados ao MP, a humilhação contra uma idosa de 89 anos, no bairro da Santa Amélia, é praticada pelo filho da vítima, de 49 anos. “O denunciante informa que o suspeito grita

com a vítima, faz ameaças de abandono, diz que vai deixá-la sozinha e que deseja a sua morte, a xinga com vários palavrões e depois sai de casa e fica um ou dois dias sem dar notícias”, diz trecho da denúncia. Ainda de acordo com a denúncia, o suspeito pega o salário da vítima e gasta com bebidas e festas que muitas vezes são feitas em casa. “Ele leva várias mulheres para namorar na casa e não permite a vítima sair nem para ir ao supermercado. A vítima sofre do mal de Alzheimer e o suspeito fez uma procuração de total poderes para administrar todo dinheiro da vítima e a levou no cartório para assinar e vender seus bens”. Ainda em Maceió, o Ministério da Mulher, da Fa-

mília e dos Direitos Humanos também pediu para o MP investigar e fiscalizar o Sest/Senat do bairro da Serraria, por possível prática de constrangimento contra seus frequentadores, que estariam sendo obrigados a trocar de roupa sem um local adequado. “O local é frequentado por várias pessoas, mas a parte esportiva não tem vestuários adequados para que os idosos possam trocar suas roupas, ou seja, eles ficam constrangidos, tendo que se trocar em um corredor e, expostos, os idosos não têm privacidade”.

AUTISMO

Não bastasse as denúncias contra idosos, um problema recorrente e já denunciado pelo EXTRA agora ganhou atenção do MP: a

falta de políticas públicas para crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Na denúncia encaminhada ao Ministério Público, a pasta federal explica que “a vítima, uma criança moradora da Cidade Universitária, identificada apenas pelas iniciais L.E.P.R, de apenas 7 anos, tem autismo e não recebe nenhum atendimento específico do município e a genitora relata que não consegue atendimento médico para o filho”. No mês passado, o promotor de Justiça Coaracy Fonseca, responsável pela 17ª Promotoria de Justiça da Capital – Fazenda Pública Estadual, já havia instaurado inquérito civil para apurar violações generalizadas por parte do Estado aos direitos fundamentais e às políticas públicas voltadas a pessoas com o espectro autista. Para adotar esta medida, o promotor considerou as reiteradas ações judiciais em que o órgão ministerial tem proferindo parecer, referentes a situações envolvendo crianças diagnosticadas com o TEA que estariam sem o tratamento adequado nas redes públicas de ensino e de saúde. Em relação ao constrangimento sofrido por idosos no Sest/Senat do bairro da Serraria, o EXTRA entrou em contato com a entidade, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

COMO DENUNCIAR Para acionar a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, basta ligar para o número 180. Qualquer denúncia contra violação dos direitos humanos também pode ser feita através do Disque 100. As denúncias também podem ser feitas através do aplicativo WhatsApp no número (61) 99656-5008.


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NOVA ERA

Maceioense ganha agilidade e eficiência com transformação digital Parcerias com instituições e apps qualifica serviços públicos

Tecnologia, despesas e parcerias

ASSESSORIA

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implantação do SUPE [Sistema Unificado de Processos Eletrônicos] e a atualização on-line dos dados da vacinação no site do Ministério da Saúde em tempo real inauguraram uma nova era na gestão municipal da capital alagoana. Ferramentas de inovação estão modernizando a administração, facilitando o acesso à informação, diversificando e barateando os gastos públicos e levando qualidade de vida a quem mais precisa. É o caso da parceria da Prefeitura de Maceió com a Uber, permitindo gratuidade nas viagens para quem pretende se vacinar; do convênio com a Prefeitura do Recife na disponibilização da tecnologia para agendamento da aplicação da vacina; e do decreto, assinado eletronicamente pelo prefeito JHC, que tira a prefeitura da fase analógica e a coloca na digital. Atualmente, está na responsabilidade do Gabinete de Governança (GGOV) a prospecção e coordenação voltada para o planejamento digital de Maceió. Após a missão dada pelo prefeito, a equipe garantiu parceria com o Movimento Brasil Competitivo, que disponibilizou um trabalho analítico de consultoria, fundamental para o diagnóstico e a busca de soluções tecnológicas para resolução dos problemas do dia a dia. “Estamos reestruturando

Prefeitura está implantando nova plataforma de serviços os processos e fomentando a mudança de cultura. Temos trabalhado com foco em aspectos de cidades inteligentes e inovação para fortalecer a gestão. É preciso fazer um grande trabalho de transformação cultural no município de Maceió, capacitando os servidores para os novos desafios e adotando ações que sejam efetivas em transformar essa cultura e tornar o município mais integrado e digital”, ressaltou o secretário do GGOV, Antônio Carvalho. A implantação do sistema unificado de processos está na etapa educativa. A Secretaria Municipal de Gestão (Semge) informou que há treinamento sendo disponibilizado para os servidores que vão fazer uso da plataforma. Vídeos curtos e bem didáticos foram produzidos para facilitar a disseminação interna da solução. Uma meta da Prefeitura é que, em breve, o cidadão possa, também, ingressar com os seus pedidos administrativos por meio de um canal no SUPE.

MENOS BUROCRACIA A Prefeitura também avança na adesão à rede Gov.Br. A Procuradoria Geral do Município deve concluir a análise do termo nos próximos dias e liberar para assinatura. A conta é um meio de acesso digital do usuário aos serviços públicos. Por meio dela, garante-se a identificação de cada cidadão que acessa os serviços digitais do governo. “Vamos liberar, em breve, o uso do login único Gov.Br para acesso a serviços da Prefeitura. A equipe técnica da Diretoria de Tecnologia da Informação, da Secretaria de Gestão, tem trabalhado bastante nesse processo”, destacou o secretário Antônio Carvalho. O login único é uma solução para que as pessoas não precisem criar um nome de usuário e uma senha para acessar serviços digitais. Dessa forma, o cidadão utiliza dados de acesso já disponíveis em outras plataformas para acessar os serviços. É mais segurança para o acesso aos serviços e mais simplicidade para o cidadão.

Ainda no primeiro semestre, o município pretende lançar o sistema de mobilidade corporativa por aplicativo. É uma maneira encontrada para racionar os gastos com serviços de locação de veículos e combustíveis. O app está sendo desenvolvido por técnicos da Secretaria de Gestão, responsável pelos contratos desta natureza, e a meta é que esteja disponível o mais rápido possível. Mesmo sem esta ferramenta, a Prefeitura de Maceió já economizou cerca de R$ 1,5 milhão no primeiro trimestre deste ano, em um somatório de esforços para conter as despesas desnecessárias sem que haja prejuízo à administração. Em meio a estas iniciativas, são trabalhadas diversas formas de aproximação com o terceiro setor, com a academia e o setor produtivo visando soluções públicas que sejam, de fato, efetivas. Outra novidade é a criação de um portal de serviços da Prefeitura e com a cara de Maceió. A ideia é que o portal facilite a vida do cidadão e permita o acesso aos serviços digitais de forma direta e no menor

número de passos possível. “Obviamente, a ideia é preservar as soluções tecnológicas vigentes que sejam efetivas e usar o portal mais como elemento integrador. Nesse sentido, o papel das secretarias nesse processo é fundamental”, evidencia Antônio Carvalho. Em parceria com a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) está sendo planejado um site para reunir desafios e concursos promovidos pelos órgãos e entidades da prefeitura em um só lugar. Dessa forma, ficará mais fácil para o cidadão saber como ele pode contribuir para a solução de problemas das diversas secretarias ou até mesmo participar de ações promovidas pelas pastas. De acordo com Carvalho, a meta da transformação digital de Maceió é banir o uso do papel de uma vez por todas. Para ele, uma prefeitura digital deve simplificar processos de trabalho, explorar e fazer uso da visão do usuário para criação e melhoria de serviços públicos, fazer uso de dados para tomada de decisão e mudar sua cultura a partir do estímulo à transformação das pessoas, que são o elemento central desse processo de transformação.


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NOVO TEMPO

Comprometimento com o trabalho e respeito ao povo promovem qualidade de vida em Viçosa

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comprometimento do prefeito João Victor (Republicanos) e sua equipe nos primeiros 100 dias de gestão na Prefeitura de Viçosa conseguiu promover mudanças profundas no serviço público e na implantação de iniciativas que começam a garantir qualidade de vida para os habitantes. O ponto de partida para arrumação do município foi a elaboração de um planejamento minucioso envolvendo todas os órgãos do Executivo e suas demandas prioritárias e essenciais para que a população viva bem na cidade. Educação, iluminação, abastecimento, segurança, ações de saúde e inúmeros serviços para o desenvolvimento de Viçosa estão sendo planejados ou começaram a ser executados. Para garantir o suporte necessário para as demais secretarias executarem seus projetos, a Secretaria Municipal de Administração, Finanças e Planejamento montou um plano de ação imediata assim que a gestão tomou posse, segundo explica o titular Francisco Holanda. O primeiro passo foi regularizar o pagamento da folha salarial dos servidores ativos, aposentados e pensionistas; além daqueles lotados em autarquias. Em seguida, a secretaria colocou em dia os parcelamentos realizados em administrações anteriores; os pagamentos institucionais (fundos da Saúde, da Educação, repasse para a Câmara Municipal e para a União). Nos três meses de governo a Prefeitura já conseguiu pagar R$ 1,5 milhão e repactuar outros R$ 2 milhões em débitos com a Receita Federal e INSS entre outros órgãos. Foi realizado o recadastramento dos servidores e o prefeito já determinou ações para recuperar e capitalizar o Instituto de previdência, cujo saldo

era de R$ 12 mil. A mesma linha de trabalho foi adotada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, cujo titular é Emmanuel Lôbo. Uma das primeiras medidas foi fazer um diagnóstico no campo e levantar as principais necessidades. Como resultado, a prefeitura iniciou investimentos no abastecimento de água potável na área rural. Foram perfurados poços em comunidades e também iniciado o preparo do solo para o plantio mecanizado de grãos. No meio ambiente, já foram iniciados os trabalhos de uma associação para catadores e distribuídos pela cidade pontos de coleta de resíduos, onde a população fará o descarte. A secretaria anunciou a compra de uma esteira, uma balança eletrônica e uma prensa hidráulica para auxiliar os profissionais.


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CRIME AMBIENTAL

Moradores denunciam vazamento em lagoa de chorume Chuvas estariam provocando o transbordamento e poluição de riachos JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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aterro sanitário da capital, ou melhor, Centro de Tratamento de Resíduos de Maceió, localizado em zona rural próxima ao Benedito Bentes e ao Conjunto Carminha, tem sido alvo de preocupação de moradores das redondezas. Denúncia que chegou ao EXTRA expõe um possível vazamento em lagoas de chorume, líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos. O temor é que com as chuvas haja um transbordo do chorume chegando às praias de Riacho Doce, Garça Torta e Guaxuma, além de condomínios como Atlantis e Morada da Garça. “Temos um indicativo que a empresa que está fazendo a gestão do aterro sanitário vem descumprindo o Plano de Recuperação

de Área Degradada, o Prad, uma das condicionantes no contrato com o aterro”, informou o advogado Paulo Faria Almeida Neto. Segundo o Instituto do Meio Ambiente (IMA), esse plano é solicitado pelos órgãos ambientais como parte integrante do processo de licenciamento de atividades degradadoras ou modificadoras do meio ambiente e, também, após o empreendimento ser punido administrativamente por causar degradação ambiental. “Tecnicamente, o Prad refere-se ao conjunto de medidas que propiciarão à área degradada condições de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, com solo apto para uso futuro e paisagem esteticamente harmoniosa”, pontua o instituto em seu portal. Ainda conforme a denúncia do advogado, a lagoa de chorume já chegou a contaminar um riacho na região. “É um dos indicativos que a empresa vem descumprindo o contrato. Ainda há informações que

as lagoas dentro do aterro não estão suportando as águas da chuva. É uma série de situações que devem ser investigadas com rigor. Não estão investindo o suficiente para o tratamento dos resíduos”, pontuou. A empresa em questão seria a V2 Ambiental. Estima-se que o CTR recebe diariamente 1,5 mil tonelada de resíduos. O chorume é direcionado para uma central de tratamento, que fica no próprio local. Em abril, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) autuou a empresa que também administra a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Cruz das Almas por infração ambiental. Equipes de fiscalização estiveram no local e constataram um vazamento de água que escorre do aterro para as galerias pluviais da região. O lançamento de efluente foi identificado a partir de uma denúncia da Comissão do Meio Ambiente da Câmara Municipal de Maceió. Durante a fiscalização, os técnicos solicitaram que a empresa responsável pela manutenção do anti-

go lixão fizesse a coleta de água e as análises laboratoriais para verificar se existe uma carga poluidora no efluente lançado. “Em decorrência das fortes chuvas, o reservatório de chorume pode ter transbordado. Fizemos uma vistoria no entorno e verificamos

que o sistema de drenagem Vista não estava devidamente panorâm limpo”, afirmou na época o do aterr secretário adjunto de Meio Ambiente, Ismar Macário. Quanto à denúncia de moradores do litoral norte, a Sedet informou que “vai enviar uma equipe de fiscalização ao local, para


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ista apurar a denúncia. Se o óranorâmica gão constatar algum crime o aterro ambiental, a empresa responsável pela manutenção do reservatório de chorume será multada e deverá apresentar um plano de recuperação da área degradada para reparar o dano”.

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Caminho percorrido pelo chorume até as praias


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Própria luz

Mas quando é percebido que se pode acender a própria luz, os encaixes são cada vez menos adaptativos. Será isso o DESPERTAR? DESPERTAR para a vida? DESPERTAR para o viver intensamente? Por quê? Será porque muitos encaixes estão cheios de escuridão? Não que não possam ter luz, mas que essa luz já não representa mais os seus próprios encaixes?

Forçado?

Despertar não é fácil

O que faz alguém DESPERTAR? DESPERTAR para que? DESPERTAR o que? O DESPERTAR seria o saber o que está acontecendo na política, no ambiente de trabalho, no meio familiar? Seria adivinhar, com precisão, o que vai acontecer no futuro? Que futuro? O que representa o futuro? Seria saber a melhor profissão do futuro? O que? Qual? Será que o DESPERTAR tenha o sentido de se isolar? Se isolar de quê? Por que se isolar?

Menos se encaixa

Bom, quanto mais DESPERTAMOS para as possibilidades de coisas e situações positivas e também negativas que nos rodeiam, menos a pessoa se encaixa em qualquer lugar, coisa ou situação. O DESPERTAR seria o encaixe perfeito: o amor entre um homem e uma mulher? Seria o côncavo e convexo; a mão e a luva e assim por diante? O DESPERTAR poderia ser traduzido ao tocar num interruptor que pode acender a própria luz e mudar a própria vida e a vida de centenas de pessoas, para que elas possam viver mais e melhor? Como assim? Será isso o DESPERTAR? Será que todos os seres humanos têm essa capacidade? Será?

Ninguém é forçado a encaixar-se em qualquer que seja o lugar, coisa ou situação. Se houver obrigatoriedade não existe o DESPERTAR e sim o fazer sem pensar, sem meditar e isso não é DESPERTAR. O mais importante é estar onde a pessoa se encaixa melhor, podendo ser luz, do seu jeito e não em encaixes pré-determinados, muitas vezes seguidos por dezenas, centenas, centenas de milhares de ‘pseudo gente’. Mesmo porque, muitos encaixes, pré-determinados, muitas vezes, algoritmicamente, estão cheios de escuridão; obstruídos por crenças, comportamentos e pensamentos obsoletos. Então, como encaixar-se?

AMANHECER Vida é: / Viver / Olhar / Saber / Respirar / Namorar /Brigar / Amar / Sorrir /Sonhar, e, amanhecer; todos os dias. (Arnaldo Santtos, psicólogo)

Uma psicoterapia ajuda a pessoa a DESPERTAR o que ela tem/apresenta de melhor, e, também, de pior. Isso ajuda a DESPERTAR as crenças, os pensamentos e os comportamentos que muitas vezes precisam ser aniquilados, jogados fora para bem longe. Cabe a cada pessoa fazer o que bem entender com o DESPERTAR, com (ir) responsabilidade individual ou social; ou não. Mesmo DESPERTANDO sempre haverá uma falta. Afinal de contas somos seres faltantes, sempre falta algo. Sempre faltará. Portanto, não é fácil DESPERTAR. Mas é possível DESPERTAR com responsabilidade. Um psicólogo pode ajudar nesse DESPERTAR.

Significa ...

Por isso é bom e é prudente, nessa loucura de não “ser conduzido por algoritmo”, aprender a acender o seu próprio interruptor: DESPERTAR. Não é fácil. DESPERTAR, não há nenhuma dúvida, é o melhor comportamento a ser cumprido, a ser perseguido a ser concretizado. Mas, DESPERTAR o que? DESPERTAR a própria consciência de que é possível viver intensamente, simplesmente fazendo bem? O BEM-DESPERTAR da consciência? Será? Será possível? Mas é preciso muito esforço consciente (e inconsciente) para absorver esse DESPERTAR, tão simples e ao mesmo tempo tão complexo. Sim, DESPERTAR a própria consciência. É possível? Será?

Psicoterapia

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Milhares de vidas perdidas em 24h. Parece um pesadelo, mas é real. A tragédia brasileira assusta o mundo”.

Um presidente encurralado

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CPI da Covid no Senado está apenas começando e como era previsível o pau está cantando nas costas do presidente Jair Bolsonaro. Daqui pra frente não será diferente pelo perfil traçado nas primeiras reuniões do colegiado. Presidente Omar Aziz (PSD -AM) afirmou que considera que o presidente da República, Jair Bolsonaro, teve uma postura negacionista durante a pandemia de covid-19, e que tais atos serão passados a limpo durante a Comissão Parlamentar de Inquérito. “O presidente, desde o primeiro momento, foi negacionista – e todo mundo sabe disso”. “[O presidente] estimulou aglomerações, achava equivocadamente que poderíamos sair dessa pandemia com a imunização

de rebanho e isso não aconteceu”. Ao comentar o tratamento que tais atos receberão da comissão, Aziz evitou dar detalhes do que poderá ser feito no futuro. “Acho que os equívocos que foram cometidos precisam ser reavaliados e precisa ser feita uma autocrítica destes equívocos”, ponderou. “Estes equívocos custaram ao Brasil muitas vidas”. Já o relator, senador Renan Calheiros, avalia ampliar a lista de convocados para depor e até, se necessário, acareações entre ministros e membros do governo. Outros membros da Comissão começam a defender a necessidade de convocar alguns governadores. O nome de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, poderá ser incluído na lista, segundo alguns senadores.

Fala Mandetta

Debate inócuo

No depoimento prestado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta aos membros da CPI da Covid ficou muito claro a omissão do presidente Jair Bolsonaro e o seu negacionismo diante da tragédia que já levou o país a contabilizar mais de 400 mil mortes. A impressão deixada na fala do depoente deixa clara, já de início, a culpa de Bolsonaro em expandir a contaminação do vírus rapidamente. Mandetta apresentou uma carta encaminhada a Bolsonaro antes de sua saída do ministério, na qual alertava ao chefe em defesa do isolamento e outras medidas rebatidas pelo Planalto. “Era muito constrangedor para um ministro da Saúde explicar que o ministro da Saúde estava indo por um caminho e o presidente por outro”.

Agora tem demais

Na eleição de 2018 havia uma dificuldade evidente de nomes para concorrer ao governo do Estado. Quando o então prefeito da capital, Rui Palmeira, abdicou de uma candidatura com chances de ganhar, aí então o cenário esvaziou proporcionando ao governador Renan Filho e oportunidade de disputar praticamente sem concorrente, obtendo uma consagradora vitória quase que como candidato único. O quadro para 2022 é totalmente inverso ao pleito passado e ao que parece teremos candidatos pra todo gosto. Além do retorno à cena do ex-prefeito Rui Palmeira, pintam no cenário Davi Davino, Fernando Collor, Rodrigo Cunha, JHC, Arthur Lira, Teotônio Vilela (o retorno) e outros menos chancelados.

A safra atual de deputados estaduais pode ser tratada como ineficiente na produção de matérias do interesse relevante para Alagoas. Com um nível intelectual mediano, bem distante da robustez intelectual de outrora, em seu plenário composto por figuras emblemáticas de nossa cultura política, hoje não se destaca um só nome de parlamentar com preparo para um debate de alto padrão à altura do que o parlamento exigiria. Não se vê um pronunciamento com conteúdo e muito menos um bom debate. Os temas levados ao plenário são simplórios e sem nenhum grau de intelectualidade ou mesmo interesse. Do lado político a casa não contribui para melhorar o desenvolvimento econômico e social do estado. Quem acompanhou grandes debates na Assembleia Legislativa, hoje sente vergonha alheia em vivenciar a produção legislativa dos senhores deputados. Uma pena.

De olho nos fundos

O Tribunal de Contas do Estado já vislumbra problemas na aplicação financeira nas contas de fundos criados com destinação específica, no governo do Estado e também duas prefeituras. Estranhamente decorridos quatro meses do ano, praticamente não existe movimentações visíveis nessas contas especiais oriundas de impostos, consignados e até retenção de valores de faltas de servidores (o que no caso significa apropriação indébita e crime de responsabilidade do gestor). Segundo fonte oficialíssima, o TC vai em busca dessas irregularidades aparentes. “Esse dinheiro é carimbado e tem destinação obrigatória”, me disse o “informante”.

(Senador Renan Calheiros)

Girando pra melhorar

O governador Renan Filho promoveu esta semana uma ampla mudança em seu secretariado com vistas a atender sua pauta política e também dar mais dinâmica na equipe. A que mais surpreendeu foi a saída de Rafael Brito da Sedetur (Secretaria de Desenvolvimento e Turismo), onde vinha desenvolvendo um excelente trabalho com relação perfeita com empresários e integrantes do segmento de turismo. Sua ida para a Secretaria de Educação significa, no entanto, a plena confiança do chefe para dirigir a mais complexa pasta, com grandes desafios a cumprir, principalmente no enfrentamento à pandemia. Vai dar certo.

Sai da lista

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o estado do Rio de Janeiro retire da lista prioritária de vacinação contra a covid-19 professores e policiais militares. Desta maneira, apenas agentes de segurança diretamente envolvidos no combate à pandemia estarão presentes nos grupos prioritários. A medida deverá atingir os demais estados e o DF. A decisão do ministro atendeu a um pedido da Defensoria Pública do estado contra uma decisão do governador do Rio, Cláudio Castro (PSC). O que chamou a atenção, no entanto, foi outra afirmação sua relativa à vacinação – a de que gestores públicos que deixem faltar vacinas para a segunda dose podem ser enquadrados no crime de improbidade administrativa.

O grande líder

O ex-prefeito Rui Palmeira dedicou o seu “bate papo” das terças-feiras, nas redes sociais, ao seu pai, Guilherme Palmeira, que completou um ano de sua morte. Deputado estadual, secretário de Estado, governador, senador, prefeito de Maceió e ministro do Tribunal de Contas da União, indiscutivelmente um dos maiores expoentes da história política de Alagoas, pelo seu compromisso com a coisa pública, sua retidão de caráter e sua liderança a nível nacional.

PÍLULAS DO PEDRO O ministro Pazuello, o mesmo que passeou sem máscara em um shopping, não compareceu à CPI para não aglomerar. Cínico e medroso. Renan Calheiros, como se esperava, é o grande protagonista da CPI da Covid. Conhece do regimento e das manhas do Senado.


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Sem sonhos, nem direito a eles

ELIAS FRAGOSO n Economista

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ntre os anos 1950 a 1980 éramos felizes e não sabíamos. Tricampeões do mundo de futebol, Tom Jobim, Bossa Nova, Dr. Zerbini (transplante de coração), Brasília, maiores índices de desenvolvimento econômico do mundo, enormes expectativas para o Brasil entre os ricos... Só que no meio do caminho havia pedras escorregadias que nos levaram a derrapar (já tinha ocorrido no final do século XIX, quando optamos pelo modelo agrário e vimos os EUA, então uma economia concorrente, surfar na industrialização nascente

que os levou até onde estão). De meados dos anos 1980 para cá, só treva. Há 4 décadas patinamos em índices de crescimento tipo voo de galinha: rasos e curtos. Que só nos empobreceram e distanciaram do nosso destino de grande nação. O que aconteceu? Por que paramos de crescer? Bem, primeiro um pouco de “economês”: o foco em estratégias de crescimento pautadas na acumulação de capital físico, na industrialização do país via substituição de importações e na ampla participação do Estado na economia, mas quase nenhum projeto na área social, em especial na educação. O que deu certo por um tempo, mas sabemos que sem a “perna” social funcionando adequadamente, nenhum modelo de crescimento se sustenta... Resultado: nos anos 1980 nossa produtividade sofreu dura queda e nunca mais se recuperou, vários países concorrentes nos ultrapassaram. Exemplo? Em 1960 a produtividade por trabalhador da Coreia do Sul era 70% da brasileira, hoje é 3 vezes maior. Deu ruim. De novo. Mas será que foi apenas isso, ou

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teria havido mais coisas? Não custa especular. Que tal enxergar a responsabilidade da nossa elite egoísta e predadora? Ou da nefasta política de inação dos representantes do povo no Congresso, Assembleias e Câmaras? Ou de um judiciário que perdeu o rumo e o senso de limites? Ou de empreiteiros chapa -branca? Ou da banca financeira? “Sugadores” de recursos públicos hiper remunerados pela “mãe Estado”? Ou, que tal cobrar essa responsabilidade do presidente, de governadores e prefeitos, donatários a cada dia mais corruptos, de estados sem planejamento ou projetos em linha com as necessidades do povo, e de suas relações promíscuas com empresários sabidos que dominam os caminhos do lobby e dos orçamentos? Ou o que dizer das associações tóxicas de vários deles com o rebotalho da sociedade, traficantes, milicianos, gangues que já dominam bairros, cidades em troca de “votos” para se eleger, reeleger, se manter no podre poder? Ou deveríamos buscar explicações nas atitudes boçais da es-

querda caviar? Ou na extrema direita raivosa e golpista? Ou numa universidade fechada em copas para a sociedade, que quase nada produz de relevante e tem como regra geral a sua autoproteção? Ou na massa amorfa da classe média mais e mais empurrada aos limites da pobreza, sem reagir, na imensa maioria sofrendo bovinamente caladas como se esse quadro fosse o “normal”. Ou quem sabe o espírito de “vira-latas” dos brasileiros acostumados aos restos jogados pelos “donos” do país – os que fazem coisas boas desaparecerem para “magicamente” reaparecerem rotineiramente beneficiando-os – é que está retroalimentando o canibalismo que devora o potencial de crescimento desta Nação mantendo-a presa fácil dos predadores? Ou seria pelo fim do macro planejamento da Nação? Sem um norte, nos desintegramos a cada dia pelos tsunamis de corrupção e incompetência política que se apossou do país desde sua redemocratização. Pobre Brasil, sem sonhos, nem direito a eles.

De meados dos anos 1980 para cá, só treva. Há 4 décadas patinamos em índices de crescimento tipo voo de galinha: rasos e curtos. Que só nos empobreceram e distanciaram do nosso destino de grande nação. O que aconteceu? Por que paramos de crescer?


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A CPI da vingança

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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Brasil é um país eternamente insatisfeito, dividido entre direita e esquerda, que vivem brigando pelo poder. Em 1954, um presidente muito bom, que criou várias leis voltadas para o trabalhador, suicidou-se com um tiro no peito por não suportar tantas pressões. Todos que assumem as rédeas do país são massacrados pela oposição, pela imprensa e por parte da opinião pública. Ser político em nosso Brasil é expor sua vida: se compra uma casa, está roubando. Se faz uma viagem com a família, está roubando. Se compra um carro novo, está roubando. Já vi um caso de

funcionário da Receita Federal ser afastado do cargo porque ganhou de presente um automóvel popular. Todos os presidentes que vieram depois de Getúlio sofreram muito e quando perderam o mandato foram vítimas de várias denúncias. Juscelino Kubischek foi um bom presidente; fundou Brasília, fez o Brasil crescer 50 anos em 5. Depois, foi investigado, castigado e terminou morrendo num acidente de carro. Mas deixou a capital federal bonita e bem planejada. Enriqueceu o planalto central. Não podemos esquecer seu belíssimo trabalho. Jânio Quadros foi um maluco, que só governou sete meses, renunciou e deixou o país meio perdido. Seu vice, João Goulart, entregou a nação às Forças Armadas. Tivemos um governo militar, com altos e baixos, criticado por uns, elogiado por outros, sobreviveu por vinte e um anos. Tancredo morreu depois de eleito indiretamente e Sarney assumiu, deixando o Brasil com uma inflação galopante que chegou aos 80%. Como “Salvador da Pátria” foi eleito Collor, vítima das raposas velhas do Sul e Sudeste. Execrado, perseguido, renunciou para não ser cassado. Anos depois foi inocentado e está aí para provar todo seu sofrimento.

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Tivemos então, depois de Fernando Henrique, dezesseis anos de Partido dos Trabalhadores. No início, pensei: vem aí um operário, homem do povo, será bom para todos nós. Mas o moço começou a crescer, viajar pelo mundo, usar camisa de seda pura, aliar-se aos grandes empresários; ficou vaidoso demais. Não era mais o Lula do povo! Dilma, cria de Lula, fez muito pouco. Saiu do governo cassada, sofrida e perseguida. Eleito Bolsonaro para tirar o povo das mãos gananciosas do PT. Com ele, o juiz Sérgio Moro, que já tinha mostrado até onde ia a corrupção de governos anteriores. Vários empresários e políticos foram presos, muito dinheiro devolvido aos cofres públicos. Infelizmente, Moro cresceu muito, começou a incomodar o presidente e, fatalmente, foi afastado. Hoje, para o pessoal de esquerda, o juiz virou réu. Tudo que ele provou, nada vale. Se duvidar, vai ser preso. Bolsonaro está aí, governando há dois anos. Comete erros e acertos; fala demais, não sabe dizer ao povo o que está fazendo. Seus filhos o atrapalham e os inimigos querem acabar com ele. Está incomodando o Legislativo, o Judiciário e os políticos de oposição. Estes, cujo objetivo é tirá-lo do po-

O maniqueísmo e a política brasileira CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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ara tranquilidade dos leitores, não os cansarei com digressões filosóficas sobre a teoria de Maniqueu, lá no distante século III. Interessa aqui a simplificação desse pensamento, ou seja, a dualidade de opostos, tipo assim parecido com a luta entre o bem e o mal. Essa eterna batalha tem sido, nesses últimos anos, acirrada nas nossas plagas,

entre os políticos dominantes do cenário brasileiro. Outrora, na época em que Lula e o PT demonizavam os adversários sob o “nós e eles”, isto é, os honestos seguidores do petismo, e os demais, ou seja, o mal no Brasil. Essa época perdeu importância com as descobertas sobre a realidade da atuação, nefasta ao erário, do Partido dos Trabalhadores. Parecia que havia perdido, talvez seja observação melhor, porque o fogo de monturo do petismo avivou-se ao surgir o outro lado da moeda maniqueísta: Bolsonaro e os bolsonaristas. Se na Idade Média o maniqueísmo foi uma filosofia religiosa respeitada, tendo sido defendida até por Santo Agostinho, no Brasil virou teoria política do “nós e eles”, só que agora com feições diferentes da antiga. A coisa é bem palpável, e

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acredito que mesmo não sendo o leitor, como eu, lulista ou bolsonarista, tenha percebido isso até entre familiares. Eu pelo menos já presenciei a dualidade familiar. A teoria de ambos os grupos é simplória: quem não for bolsonarista é lulista; quem não for lulista é bolsonarista. Evidentemente que as conclusões dessa cepa maniqueísta são falsas. Há, em verdade, partidários de uma e de outros. Mas, quem como eu e milhões de brasileiros não sentimos simpatia por qualquer um deles? Onde ficamos nesse contexto social? Somos tão irrelevantes por não nos filiarmos em nenhuma das duas correntes, que sequer nos permitem ficar ao largo da disputa dual, uma dualidade instável, isto é, depende do lado em que se filiem uns e outros. Os bons são vistos pelo outro

der, querem entregar o Brasil ao Lula, velho, desgastado, cansado, mas inteligente. Criou-se, então a CPI da Covid. Cheia de inimigos do presidente. Comparam o Brasil a países bem menores e dizem que nosso rincão só perde para a Índia em número de mortos. E a culpa é do Bolsonaro! A maioria dos componentes da CPI tem vários processos na Justiça e dois deles vão julgar os próprios filhos. Mas se Bolsonaro recorre ao Supremo Tribunal Federal, perde. Se Renan Calheiros, relator da CPI, recorre ao mesmo tribunal, ganha. É até engraçado acompanhar os fatos! Os militares tentam apoiar o presidente, mas são ridicularizados pela esquerda. Ouço na mídia piadas degradantes com as Forças Armadas, que tem evitado seguir os conselhos de Bolsonaro. Ouço e vejo na TV comentários e parte das reuniões da CPI. Parece programa de comédia. É uma perseguição ao governo federal que dá até medo! O final está escrito nas estrelas: cassar o Presidente, quem ficou com o dinheiro público não vai devolver, Lula vai pedir que a Justiça o recompense, a esquerda volta ao poder e “tudo será como antes no quartel de Abrantes”! Vingança total!

lado como maus, e vice-versa. E agora que o Supremo Tribunal Federal anulou processos nos quais Lula figurava como réu condenado, e ele apregoa ladinamente que teve sua inocência reconhecida, o que não é verdade, a perspectiva de recrudescimento da batalha é significativa. Como tempero dessa luta, a CPI da Covid-19 veio sem dúvidas para pôr fogo no monturo. Serão semanas, talvez meses, de disputa, uns demonizando os outros. A nós, que somos a terceira via, resta-nos apreciar o entrevero, rirmos ou chorarmos com as farsas desse maniqueísmo, até que surja fora dessas vertentes maniqueístas políticos que possam levar o Brasil a um caminho mais sério. Será a oportunidade de mudarmos esse cenário histriônico.

Bolsonaro está aí, governando há dois anos. Comete erros e acertos; fala demais, não sabe dizer ao povo o que está fazendo. Seus filhos o atrapalham e os inimigos querem acabar com ele. Está incomodando o Legislativo, o Judiciário e os políticos de oposição.

A nós, que somos a terceira via, resta-nos apreciar o entrevero, rirmos ou chorarmos com as farsas desse maniqueísmo, até que surja fora dessas vertentes maniqueístas políticos que possam levar o Brasil a um caminho mais sério.


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22 Os desafios de empreender com uma multinacional no Brasil

DANILO TAMELINI

n Co-fundador e presidente LATAM da BusUp

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pós a crise dos países considerados ricos em 2008, o Brasil tornouse um dos mercados mais atraentes para investimentos. Mas nos deparamos com uma pandemia avassaladora e que faria com que os investimentos estrangeiros na economia brasileira caíssem 50,6%, comparados com 2019. Em 2020 foram injetados mais de US$ 24 bilhões em negócios por aqui, de acordo com o Banco Central. Apesar de todos esses inconvenientes, trata-se de um país de muitas oportunidades. Nós temos uma população de 211 milhões de habitantes, com um consumo muito grande e repleto de carências. Nós temos muito que melhorar em diversas esferas. Todos os mercados deverão passar por dificuldades nos próximos anos por conta da pandemia, não somente o brasileiro. Atualmente, estou na minha quinta empresa e sou empresário desde os meus 23 anos de idade. Quando olhamos para o dado de que seis em dez empresas fecham após cinco anos, olho com felicidade a minha trajetória e como estão meus empreendimentos hoje em dia. Nós viemos para o Brasil porque o negócio de transporte tem muito a evoluir e a crescer, não só aqui como a nível mundial. Como o mercado de fretamento brasileiro é muito grande e apresentava muita carência de tecnologia e gestão, vi que seria uma grande oportunidade trazer este negócio para o Brasil em 2018. Mas quando chegamos para empreender no Brasil,

“burocracia” foi uma das palavras mais ouvidas quando falamos de negócios. E é ela que coloca o país na 4ª colocação no ranking de países onde companhias mais demoram em abrir uma subsidiária, tempo três vezes maior do que a média global. E como é preciso que toda documentação de sociedade de uma empresa estrangeira possua tradução juramentada, a contratação de tradutores experientes é essencial para o bom andamento do processo. Além da burocracia, há ritos jurídicos que precisam constar na abertura de um negócio, mas muitos empresários deixam de cumprir e isso pode ser responsável pelo fechamento da empresa e o valor investido acaba escorrendo pelo ralo. Para ilustrar isso, em 2020 o Gestão 4.0 e o BVA Advogados divulgaram o Startups Legal Report, esse levantamento concluiu que 48,15% das startups descumpriram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e que 15,38% nem a conheciam. De aproximadamente 100 empresas analisadas nesta pesquisa, 76,92% se ausentaram de celebrar o Acordo de Sócios, item fundamental para regulamentar questões de governança entre sócios e administradores. Outro dado também assusta, 69,23% não possuíam o termo de cessão de propriedade intelectual nos contratos de trabalho e prestação de serviços.

O cenário atual cria um país aberto para novas empresas interessadas em criar valor aos seus produtos e serviços. Nunca tivemos tanto acesso à internet, por exemplo. Se a grande quantidade de detalhes já faz com que o andamento seja demorado, a dica é evitar permanecer nas mãos de profissionais despreparados que, mesmo com boa vontade, não possuam bagagem para agilizar documentações necessá-

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extra rias em tempo hábil, atrasando ainda mais o processo. Se nosso país não é para amadores, deixe as traduções juramentadas nas mãos de profissionais com larga experiência neste tipo de serviço. Mesmo diante de todos os entraves citados, o governo tem tentado mudar esse cenário através de novas políticas de incentivo, como a Lei do Microempreendedor Individual, o Simples e o recente Marco Legal de Startups. Esses são notórios progressos que incentivam o surgimento de novos empresários que irão gerar mais empregos e soluções para um país em ascensão em diversas áreas. Além de arrecadar mais impostos, o governo auxilia a nova classe de empreendedores. Hoje, vejo muitas pessoas comentando que o Brasil é o Estados Unidos da década de 50: um país propício a empreendedores dispostos a resolver problemas. A grande verdade é que nosso país está melhor que os Estados Unidos daquela época. Não nos faltam oportunidades e problemas a serem resolvidos, desde uma falha de logística até o surgimento de uma classe média ansiosa por novos produtos e serviços. O cenário atual cria um país aberto para novas empresas interessadas em criar valor aos seus produtos e serviços. Nunca tivemos tanto acesso à internet, por exemplo. Jamais vimos uma população tão conectada quanto nesse momento delicado vivido pela humanidade. Isso tudo, mesmo ainda com as inúmeras burocracias e pouco dinheiro, torna o Brasil um lugar perfeito para empreender. Eu não tenho dúvidas que nosso país possui muito a conquistar. As nossas leis ainda são responsáveis por impedir o surgimento de muitas ideias, o acesso ao dinheiro poderia ser facilitado, as universidades poderiam focar em formar novos empreendedores. Todos esses quesitos ainda precisam ser melhorados. Porém, não tenho dúvidas que estamos em franco desenvolvimento de uma nação empreendedora. Ao pegar minha trajetória de co-fundador de uma empresa estrangeira, tenho convicção de que estamos no caminho certo para um país ainda mais inovador e tecnológico.

Educação em 2021: podemos evoluir mais devagar; mas regredir, nunca!

ACEDRIANA VOGEL

n Diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino

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onsiderada um bem maior da humanidade, essencial ao progresso de qualquer nação, a educação é indispensável para o desenvolvimento sadio de crianças e adolescentes. Por esse motivo, a escola foi elevada ao patamar de serviço essencial durante a pandemia. No Dia Mundial da Educação 28 de abril - cabe um oportuno movimento: subir à superfície, abastecer os pulmões de oxigênio e refletir: o que é ser essencial? Termo oriundo do latim, significa “aquilo que constitui a natureza das coisas”. Se entendemos que a educação humaniza o homem, não há nada mais inerente à natureza humana do que o próprio processo educativo. Antes da pandemia, no Brasil já tínhamos 1,3 milhão de crianças e adolescentes fora da escola em todo o país. Com a pandemia, calcula-se que aproximadamente 4 milhões de meninos e meninas tenham se desvinculado do cenário escolar. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2020. Em todo o mundo, a Unesco estima que, desde o início da pandemia, pelo menos 1,5 bilhão de estudantes tenham sido afetados pelo fechamento das escolas. No Brasil, a pandemia também desacelerou a implementação de políticas públicas centrais para a melhoria da educação básica que estavam em curso. O representante da Unicef no Brasil já alertou que todo esse contexto nos fez regredir duas

décadas em relação ao número de crianças e adolescentes desvinculados da escola, uma realidade que todo governante deve trabalhar sem descanso para combater. Nesse contexto, é fundamental deixar de atribuir ao ano de 2021 a responsabilidade de corrigir os erros do ano passado ou colocá-lo em “ponto morto”, aguardando a conclusão da vacinação para o retorno ao novo normal. Tantos são os prejuízos evidenciados com o fechamento das escolas que dispensam a contundência dos resultados das pesquisas. Vamos assumir que o que temos, de fato, é o presente (um presente em tempos pandêmicos!) para operar o trabalho pedagógico, engajar professores e alunos e impedir que as nossas crianças e jovens desistam de algo que constitui e lapida a sua natureza – a educação – assegurada pelo direito de aprender, previsto em nossa legislação. As escolas aprenderam muito nesses últimos 12 meses e já têm boas hipóteses de calibragem entre o trabalho presencial e o remoto, em um movimento integrado, sinérgico e exponencial, de tal forma que esse híbrido seja muito maior que a soma dessas partes. Pensar em formação humana fora do espaço coletivo e diverso da escola é desconsiderar o fato de que somos seres de experiência e linguagem, sociais por consequência. Precisamos de pares, de propostas de interação e de mediadores profissionais para que possamos avançar de forma saudável. Aceitar que a família pode assumir sozinha o papel da escola é uma visão ingênua e danosa para uma sociedade que precisa atuar globalmente, acolher diferentes culturas e aprender a operar em comunidade. Disso depende a existência humana!


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IMPLANTE PELO SUS

Ministério da Saúde é acusado de eugenia OAB diz que portaria que institui contraceptivo para mulheres vulneráveis viola direitos humanos TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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Sistema Único de Saúde (SUS) segue o princípio da universalidade quando determina que todos os cidadãos brasileiros, sem qualquer tipo de discriminação, têm direito ao acesso às ações e serviços de saúde, exceto os casos em que a ciência descartar como inadequados. A norma fundamental está baseada na Constituição Federal de 1988, que transformou a saúde em direito de todos e dever do Estado. Entretanto, a portaria nº 13 publicada em 19 de abril deste ano pelo Ministério da Saúde não só ignora como coloca esse princípio no centro de uma grande polêmica no país: o controle reprodutivo selecionado, dirigido a determinados grupos de mulheres, excluídas e estigmatizadas socialmente. A portaria – que é resultado de uma questionada Consulta Pública aberta à sociedade em janeiro de 2021 pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) – prevê a incorporação pelo SUS de um método anticoncepcional através do implante subdérmico da droga etonogestrel. É um método contraceptivo reversível de longa

Anne Caroline critica ausência de debate

duração (LARC), hormonal, com atuação de três anos. A portaria ministerial não prevê a oferta universal do novo medicamento a todas as mulheres usuárias do SUS que tenham indicação de uso deste método contraceptivo de longa duração. Essa oferta é direcionada seletivamente a cinco grupos vulneráveis de mulheres: moradoras de rua, profissionais do sexo, presidiárias, mulheres com HIV e mulheres com tuberculose. Por ser seletiva, a oferta do Ministério da Saúde foi recebida com desconfiança e indignação por instituições de defesa da cidadania e por representantes dos grupos que seriam “beneficiados”. Eles denunciam que a portaria sugere uma tentativa de controle de fertilidade dos grupos vulneráveis, a chamada eugenia, teoria que busca

produzir uma seleção nas coletividades humanas. Esta é a opinião da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que recebeu com extrema preocupação a notícia da publicação do governo. “Usando a tese de ampliação de direitos, a portaria representa controle reprodutivo dirigido a determinados grupos de mulheres, excluídas e estigmatizadas socialmente”, denuncia. Em nota, a Abrasco defende que a ampla oferta de diferentes métodos contraceptivos no planejamento reprodutivo do SUS é salutar e desejável, porém não foi o que ocorreu. “O planejamento reprodutivo no SUS precisa, antes de tudo, respeitar a integridade corporal, a autonomia e autodeterminação reprodutiva das mulheres, em qualquer idade e de qualquer classe social,

raça/etnia. Necessitamos de consensos éticos e políticos para não reforçarmos desigualdades sociais, sob o pretexto de ampliação de direitos”, esclarece. Na avaliação da presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em Alagoas, Anne Caroline Fidelis, que é mestra em sociologia, a portaria em questão é vista como uma medida duvidosa, discriminatória e seletiva. “Sugere uma tentativa de controle de fertilidade de grupos vulnerabilizados que sequer participaram da construção da política, além de não haver qualquer explicação acerca da escolha do público-alvo. Além disso, não há uma linha que expresse a necessidade de anuência das mulheres ´listadas´, o que é muito grave. Um texto oficial dessa monta, que afeta diretamente direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, demandava um

amplo debate com a sociedade, especialmente com os movimentos de mulheres e com representantes dos grupos afetados”, avalia a advogada. Atualmente o SUS oferece às mulheres apenas um método contraceptivo de longa ação, que é o DIU (dispositivo ultrainterino) de cobre. “Não podemos equacionar uma questão tão séria como a gravidez imprevista simplesmente implantando um dispositivo contraceptivo em determinados grupos de mulheres cuja reprodução não é socialmente desejada. Elas precisam de ampla proteção do Estado, e não de serem simplesmente impedidas de se reproduzir. Todas as mulheres devem ter direito à escolha do método contraceptivo que melhor atenda às suas necessidades, cabendo ao SUS garantir a oferta universal dos métodos disponíveis, com orientação e acompanhamento adequados”, afirma a Abrasco.


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ECONOMIA EM PAUTA Tarifa do cheque especial

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plenário do Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que, em 2019, instituiu a tarifa de 0,25% cobrada sobre o cheque especial não utilizado. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, havia suspendido a cobrança em abril do ano passado, em liminar concedida a pedido do Podemos. Na análise de mérito pelo plenário virtual da Corte, em sessão encerrada em 30 de abril, prevaleceu o mesmo entendimento.

Novo aluguel social O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) quer tirar do papel no segundo semestre deste ano um projeto piloto de parceria público-privada de aluguel social. Durante entrevista à imprensa, o secretário de Habitação, Alfredo Santos, revelou que a ideia é desonerar o orçamento das famílias de baixa renda e, ao mesmo tempo, permitir a operação privada do empreendimento, inclusive com manutenções periódicas no imóvel, evitando problemas hoje recorrentes de deterioração em residenciais do Minha Casa Minha Vida.

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Itapemirim no ar A Itapemirim Transportes Aéreos, nova companhia aérea do Grupo Itapemirim, recebeu na última terça-feira, 4, a concessão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar voos comerciais de passageiros em todo o território nacional. Com a autorização, a empresa confirmou informações do Governo de Alagoas de que realizará o voo Brasília-Maceió a partir do segundo semestre deste ano.

Procura por emprego O Google lançou um programa para ensinar de graça como encontrar emprego online na pandemia. A iniciativa Jornada de Carreiras, que deve reunir dicas e boas práticas para quem busca iniciar, desenvolver a carreira ou até mesmo conseguir um emprego, faz parte do programa Cresça com o Google. Os cursos serão produzidos exclusivamente por especialistas em recrutamento de empresa. Os interessados em participar podem acessar o site www.treinamentoscresca. withgoogle.com.


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NEGOCIAÇÃO

Coruripe pode faturar mais de meio milhão com venda de jogador Dívidas fizeram a equipe ser protagonista do único W.O no Campeonato Alagoano deste ano

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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Coruripe não terminou bem sua temporada 2021 e foi rebaixado com uma rodada de antecedência para disputar a segunda divisão do Campeonato Alagoano em 2022. Sendo protagonista do único W.O do estadual e vivendo uma crise financeira que causou a debandada de 14 jogadores no início da competição, o clube agoniza em dívidas, mas pode ver a situação mudar a depender da venda de um único jogador: Alef Manga. A equipe rebaixada pode voltar para a primeira divisão com os cofres cheios se o atacante, que jogou pelo clube alagoano entre 2019 e 2020 e vendido ao Volta Redonda, do Rio de Janeiro, onde vem se destacando, for vendido ao Goiás, para dis-

Desempenho de Alef chama atenção dos grandes clubes e venda de seu passe favorece o Coruripe putar a Série B do Campeonato Brasileiro. Mesmo com a situação um pouco complicada no alagoano, a equipe pode receber até R$ 650 mil por uma futura venda do atacante. O centroavante de 26 anos tem negociações bem adiantadas com o Esmeraldino, que disputará a Série B do Campeonato Brasileiro. Nessa negociação, o Coruripe tem direito a 50% do valor de uma futura venda por causa de um acordo feito com a equipe carioca ainda em 2020. O atacante tinha contrato com o time de Alagoas até o fim de 2021, mas para liberar o

jogador em definitivo para o Volta Redonda, em 2020, o Coruripe exigiu ficar com 50% de futura venda e o acordo foi selado. O atacante vem chamando atenção no Campeonato Carioca pelo Voltaço. Artilheiro isolado da competição, com oito gols, ele ultrapassou nomes como Fred, do Fluminense, e Gabigol, do Flamengo, e passou a ser cobiçado por clubes como Vasco, Fluminense, Botafogo, Fortaleza e sondado ainda por Grêmio e Corinthians, De acordo com informações da imprensa especializada, o Goiás pagará cerca de R$ 500 mil por

um empréstimo até dezembro – com passe fixado em R$ 1,3 milhão por 50% dos seus direitos econômicos ao fim do vínculo, caso queira ficar com o jogador em definitivo. Alef é experiente e rodado no futebol. Nascido na cidade de Santos, litoral paulista, o Voltaço é o segundo time que o atacante defendeu no Rio. Na primeira passagem pelo futebol carioca, atuou no Resende. Manga também jogou no ASA-AL, Maringá-SP e Cascavel-PR. No exterior, defendeu o Oliveirense, de Portugal. Ele retornou ao Volta Redonda durante a dispu-

ta da Série C do Brasileirão. Alef disputou 13 jogos e balançou as redes nove vezes pelo Tricolor de Aço. Nesta temporada, o atacante atuou em cinco jogos e marcou cinco gols. CRISE FINANCEIRA CRB e CSA têm as cotas de Nordestão, Série B e Copa do Brasil e estão em situação financeira equilibrada. São os favoritos para conquistar o título alagoano. Os times do interior, por outro lado, sem essas receitas e com os estádios fechados por causa da pandemia, agonizam no estadual. A situação financeira do Coruripe foi revelada logo na primeira rodada do Campeonato Alagoano de 2021, quando a equipe perdeu por W.O. no Estádio Gerson Amaral, no jogo contra o CRB. O Hulk alegou não ter jogadores suficientes para entrar em campo porque houve uma debandada no elenco. Ao todo 14 atletas e o técnico Elenílson Santos deixaram o clube e o grupo ficou apenas com seis jogadores em campo por conta da crise financeira vivenciada pelo time. Com apenas uma vitória em oito rodadas, este é o segundo rebaixamento na história do time, que foi campeão da 2ª Divisão em 2003, e conquistou a 1ª Divisão em 2006, 2007 e 2014. A primeira queda se deu em 2012, quando caiu ao lado do Penedense. Procurado pelo EXTRA, o presidente Francisco Luiz disse que até o momento não tem nenhuma informação concreta sobre uma possível negociação do jogador. “Tudo está no campo das especulações e por isso não tem como se antecipar aos fatos”.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Automação total enfrenta problemas com alto custo

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final, para onde caminhamos e em que ritmo para diferentes possibilidades de direção autônoma? Para recordar, são cinco níveis que começaram timidamente com um simples controle de velocidade de cruzeiro (Nível 1). Já se evoluiu para o Nível 2, de automação parcial, como assistente de frenagem e manutenção de faixa de rolagem. Alguns modelos (Audi A8 e Honda Legend) atingiram a automação condicional, quando se precisa intervir circunstancialmente (Nível 3). Automação avançada dispensa a atenção do motorista (Nível 4). Na automação total (Nível 5) volante e pedais nem existem. Conforme observou recentemente a Automotive News, “tecnologias intrusivas atuais, a exemplo dos avisos de saída de faixa baseados em bipes, costumam ser desativadas porque sinalizam falsos positivos e os motoristas irritam-se. Além disso, dirigir como um humano às vezes pode significar não cumprir totalmente à risca o código de trânsito.

Afinal, veículos autônomos são rigorosamente programados para seguir as leis a fim de evitar ações judiciais e responsabilizações”. Para ter sucesso é preciso não apenas conquistar a confiança do motorista, mas se aproximar o mais possível do modo como ele dirige, obviamente sem colocar a segurança de todo o ecossistema (inclusive pedestres e ciclistas) em risco. Para tanto existem as linguagens de aprendizado de máquina e os algoritmos. O problema é “aprender” todos os tipos de situação, sem falsos positivos, o que obriga a testes de rodagem quase intermináveis e a custos altíssimos. Necessário julgar se é dia ou noite, chove ou faz sol, feriado ou dia comum para não supervalorizar determinada situação. Acima de tudo, a confiabilidade dos sistemas e subsistemas tem que garantir atuação à prova de falhas, incluindo backup. Sem contar o “autojulgamento” do que seria pior em caso de acidente. Um especialista alemão, Udo

Steininger, afirma: “Difícil imaginar a necessidade de sistemas de automação de Nível 5 para uso em transporte privado”. Portanto, sem escala de produção, os investimentos dificilmente terão retorno financeiro por maior o ganho em segurança. Até em uso comercial a viabilização deve-se comprovar. Isso explica porque, depois do Uber em dezembro passado, seu concorrente Lyft acaba de desistir do desenvolvimento de automóveis 100% autônomos. Entretanto, como efeito de demonstração, continua uma iniciativa atraente. A Toyota, por exemplo, preparou em 2020 um serviço de veículos de Nível 5 para transportar atletas e funcionários nos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para este ano. Da mesma forma, a chinesa Baidu lançou agora, em Pequim, o que chamou de robotáxi. Mas nada adiantou sobre quanto custa a tarifa ou se é viável comercialmente.

Efeito estatístico turbina vendas em abril Conforme se esperava, as vendas acumuladas de veículos leves e pesados no primeiro quadrimestre atingiram 703.000 unidades, 14% a mais que igual período de 2020. Tomando como referência apenas abril, superaram em 214% mesmo mês de 2020. No início da pandemia da covid-19, ocorreu a suspensão de emplacamentos quando os Detrans fecharam no auge do isolamento social.

“Este ano as concessionárias não abriram por feriados estendidos em São Paulo e decretos de restrição do comércio, em outros Estados”, analisa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. Ele frisa, porém, que se for feita a comparação entre abril e março de 2021 houve queda de 7,5%. Porém, a falta de carros distorce os números e não apenas em razão da pandemia. Há es-

cassez de componentes, principalmente semicondutores, atingindo cada marca de forma desigual. Enquanto a GM manterá fechada sua maior fábrica por mais de 60 dias, Fiat e Jeep foram menos atingidas. Estatísticas de vendas por modelos ficam afetadas e podem prosseguir assim nos próximos meses. O mercado de veículos usados também se ressentiu em abril: queda de 10% em relação a março.

ALTA RODA

n FIAT adiantou fotos do SUV crossover que lançará em setembro. Ainda não tem nome escolhido, mas sugere três em votação pelo Twitter: Pulse, Tuo e Domo. Sem ordem alfabética, supõe-se que estejam listados pela fabricante em importância. A conferir. n PEUGEOT aproveitou o dia 4 de maio, considerado o Star Wars Day pelos fãs da franquia cinematográfica (aqui batizada de Guerra nas Estrelas), para anunciar uma edição especial do SUV compacto 2008 ainda este mês. Vai se chamar Skywalker em referência a Luke Skywalker, um dos principais protagonistas do filme que estreou em 1977. n NAKATA foi a primeira fabricante de amortecedores no Brasil a dispensar o prazo de 40.000 km para troca “preventiva”: bastam inspeções a cada 10.000 km. A Cofap, integrante da Magneti Marelli vendida pela antiga FCA ao grupo japonês KKR, mudou o discurso. Agora a empresa se chama apenas Marelli e retirou a recomendação de troca periódica. Só a Monroe ainda insiste.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

Pandemia faz os maiores clubes do Brasil registrarem deficits de R$ 1 bilhão

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divulgação dos balanços financeiros dos principais clubes do Brasil na última semana revelou o tamanho do impacto da covid-19 nos cofres dessas equipes. As 20 maiores agremiações do País tiveram uma queda nas receitas de 19,5% e juntas apresentaram deficits que somam R$ 1,03 bilhão. Assim, as dívidas passaram pela primeira vez de R$ 10 bilhões. Os dados foram analisados pela consultoria Sports Value. Os clubes tiveram perdas financeiras principalmente sobre direitos de TV, bilheteria, sócios, transferências de jogadores e patrocínios. O Flamengo, por exemplo, que terminou 2019 em alta, sofreu forte impacto com a pandemia. Se no ano anterior o clube da Gávea, somente com estádio e sócio torcedor, arrecadou R$ 175 milhões, em 2020 esse valor caiu para R$ 92 milhões. O Palmeiras viveu situação idêntica. O faturamento com sócios e bilheteria no Allianz Parque foi de R$ 91 milhões em 2019, valor que em 2020 despencou para R$ 29 milhões.

VITÓRIA EM CLÁSSICO QUEBRA JEJUM DO CSA DIANTE DO CRB O Paris SaintGermain Após quatro partidas de seca, o Azulão voltou a derrotar o seu maior rival. O CSA bateu o CRB pela 8ª rodada do Campeonato Alagoano e chegou à liderança do torneio, com 15 pontos. O rival tem 13 pontos. Com o triunfo por 1 a 0, o Azulão quebrou um tabu de quatro partidas sem vencer o seu rival histórico. A última vez que o CSA saiu de campo com a vitória foi em julho de 2020, quando levou a melhor por 1 a 0. Desde então, os times se enfrentaram por quatro vezes, com duas vitórias e dois empates. Durante este período, o CRB havia marcado quatro gols, contra um do Azulão. No início do jogo o time marujo não deu espaços para o Galo fazer o seu jogo e sufocou bastante a defesa regatiana. Assim, o Azulão conseguiu criar boas tramas na área adversária. A primeira etapa contou com muitos erros de passes da equipe regatiana. Na segunda etapa, o CSA começou novamente pressionando o CRB. Logo aos 8 minutos, Dellatorre fez boa jogada, chutou cruzado e Bruno Mota empurrou para o gol.

NEYMAR EM BRANCO E PSG DÁ ADEUS DA CHAMPIONS O ex-presidente do CSE Luiz Fernando de Barros Júnior morreu esta semana em Alagoas, vítima da covid-19. Ele tinha 48 anos e comandou o clube tricolor do Sertão em 2010. Atualmente, exercia o cargo de chefe de gabinete da deputada Ângela Garrote (PP) na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Desportista, ele se destacou na juventude por sua habilidade e desenvoltura no futebol, chegando ao bicampeonato alagoano de futsal pelo Colégio Cristo Redentor. Era um craque da bola. Torcedor “doente” do Flamengo e do CSE, foi jogador profissional do tricolor e, depois, presidente do clube em 2010. Júnior já havia perdido a mãe, Maria Daguia Queiroz de Barros, em fevereiro, para a covid-19. Há pouco mais de dez dias, ele também contraiu a doença e vinha fazendo o tratamento em casa, sem apresentar sintomas graves e demonstrando sinais de melhora.

JEAN PATRICK É MAIS UM REFORÇO DO CRB PARA TEMPORADA O futebol internacional sofreu um terremoto com a criação da Superliga europeia. Grandes clubes do continente resolveram lançar uma competição em oposição à Liga dos Campeões da Uefa. São 12 os clubes anunciados inicialmente: Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, da Inglaterra; Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid, da Espanha; e Inter de Milão, Juventus e Milan, da Itália. A entidade ainda aguarda mais três participantes para fechar o grupo de 15 clubes fundadores. No entanto, o Manchester City e o Chelsea confirmaram sua saída dois dias depois da criação da liga. Os representantes da liga sustentam que a competição “proporcionará um crescimento econômico significantemente maior” do que com o atual modelo da Liga dos Campeões. Os clubes fundadores receberão juntos € 3,5 bilhões na primeira temporada. Além disso, a Superliga diz que contribuirá com € 10 bilhões em “pagamentos de solidariedade”.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Bradesco fechado

E dos.

PELO INTERIOR

m Arapiraca, a agência do Bradesco da Praça Marques da Silva, no Centro, chegou a fechar as portas na terça-feira, 4, após dois funcionários testarem positivo para covid-19. Segundo informações da gerência, o fechamento foi necessário para evitar que outros funcionários fossem infecta-

Outra agência

Ainda pela manhã os correntistas foram orientados a se dirigir à agência localizada na Rua São Francisco, também no Centro da cidade, caso necessitem de atendimento urgente.

Atos ilegais

A ação é fruto do procedimento administrativo nº 09.2020.00001060-6, instaurado pelo promotor de Justiça Bruno de Souza Martins Baptista, que apurou atos ilegais praticados pelo ex-prefeito Francisco Luiz de Albuquerque, pelo exsecretário de Finanças, Amauri Raimundo dos Santos, e pelo ex-secretário de Administração, Luiz Gustavo de Albuquerque Morais.

Improbidade Atalaia

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O ex-prefeito de Atalaia, Francisco Luiz de Albuquerque, conhecido por Chico Vigário, e mais dois ex-secretários foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) por improbidade administrativa. De acordo com o MP daquela cidade, o ex-prefeito e os dois ex-servidores se negaram a fornecer documentos fiscais e contábeis à comissão de transição no final do ano passado, o que, desde aquela época, tem dificultado o trabalho da atual gestão.

Mais denúncia

Outra denúncia contra os acusados, que agora são alvos de uma ação civil pública por atos de improbidade, é de que não honraram a folha de pagamento dos servidores referente ao mês de dezembro de 2020, causando sérios problemas às famílias que precisam dos seus salários para manter as despesas domésticas.

Bens bloqueados

Diante do comportamento dos ex-gestores, o Ministério Público requereu e o Poder Judiciário bloqueou, após decisão do magistrado João Paulo Alexandre dos Santos, os bens dos acusados no valor de R$ 200 mil.

Pediu denação

con-

A liminar concedida determina ordens de bloqueios de veículos no sistema de Restrições Judiciais de Veículos Automotores (Renajud), nas quotas de sociedades empresariais das quais os requeridos constem como sócios na Junta Comercial de Alagoas, nos cartórios de registros de imóveis de Atalaia e Maceió e, ainda, no sistema que interliga a Justiça ao Banco Central e às instituições financeiras. O promotor Bruno Baptista pediu a condenação dos três acusados pela prática de atos de improbidade administrativa.

Proteção aos animais

O prefeito Luciano Barbosa e a presidente da Associação Humanitária de Proteção aos Animais (AHPAR), Tânia Sales, assinaram o Termo de Fomento, na tarde da terça-feira (4), para a manutenção da entidade e o trabalho de triagem e castração de animais de rua.

Estavam presentes

O ato contou com a presença do vereador Túlio Freire e dos secretários da Fazenda Municipal, Lourinaldo Santos; de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Simone Romão; de Gestão Municipal, Ariluce Cerqueira; do procurador-geral do município, Victor Carvalho, além do médico veterinário Daniel Tenório, bem como de representantes de outras entidade e protetores de animais em Arapiraca.

Em 12 parcelas

Com oficialização da parceria, a Associação Humanitária de Proteção aos Animais (AHPAR) receberá um repasse total de R$ 315 mil, divididos em 12 parcelas. O repasse será usado para manutenção da entidade e operações de triagem e castração de cães e gatos que vivem nas ruas da cidade.

... Com objetivo de movimentar a campanha “Troco Solidário”, a Associação Pestalozzi de Arapiraca e a rede Unicompra irão realizar uma grande mobilização durante a semana do Dia das Mães. ... A ação irá acontecer simultaneamente em três supermercados da rede na cidade (Bella Compra no Bairro Primavera, Bella Compra no Alto do Cruzeiro e Unicompra na Avenida Rio Branco); ... Neste sábado, véspera do Dia das Mães, a partir das 9 horas da manhã, uma live solidária será realizada no restaurante Martinez, no primeiro andar do Bella Compra do Alto do Cruzeiro. ... No local haverá a participação de diretores da empresa e da própria Pestalozzi, além de funcionários, pacientes e familiares da instituição. ... Segundo o blog Bastidores, o prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cézar, está trabalhando nos bastidores para viabilizar sua candidatura ao cargo de deputado estadual. Recentemente filiado ao MDB, ele espera o apoio do governador Renan Filho. ... Publicamente o prefeito tem evitado falar sobre o assunto, já que no último ano se envolveu numa série de escândalos e denúncias por parte da população e adversários políticos. ... Mas assessores próximos já não escondem mais a informação de que o prefeito está “animado” para participar das eleições de 2022. ... Caso sua candidatura seja consolidada, Júlio Cézar irá dividir votos na região com a deputada estadual Ângela Garrote (Progressistas), que tem atuação destacada nas áreas de saúde e agricultura. ... Toda segunda-feira, dia em que é realizada a tradicional feira livre de Arapiraca, o projeto Forró do Mercado fará a animação dos consumidores do Mercado Público José Alexandre dos Santos. ... O forró pé de serra será embalado pelos artistas locais. A iniciativa é da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, e conta com o apoio cultural do Grupo Coringa. ... Segundo os organizadores do evento, o Forró no Mercado será realizado com todos os cuidados sanitários necessários durante a pandemia de coronavírus. ... Aos nossos leitores desejamos um final de semana com paz e muita saúde. Até a próxima edição!


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MEIOAMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Poluição age no cérebro

Raça em extinção Quem foi criança na década de 1990 deve lembrar da animação e simpatia de Priscila, do programa infantil TV Colosso, exibido pela Rede Globo.A personagem era inspirada na raça old english sheepdog - também conhecida como bobtail -, que tem um jeitinho dócil, bem-humorado e que conquista corações com uma facilidade proporcional ao seu tamanho. Apesar dessa personalidade extremamente agradável e fofa, os grandes e peludos sheepdogs perderam popularidade no Reino Unido e, segundo um alerta do Kennel Club, principal associação de proteção canina do país, correm risco de extinção. O baixo número de registros anuais coloca a raça como vulnerável, disse a associação recentemente. Em 2020, foram 227 filhotes da raça, o menor número em 60 anos segundo a agência de notícias AFP.

Já não é novidade que a poluição vem degradando a atmosfera a cada vez mais, fazendo com que o planeta aqueça a níveis assustadores. Porém parece que não é apenas essa a consequência da emissão de gases de efeito estufa. De acordo com um estudo recente, aumentos temporários na poluição do ar podem ser prejudiciais para a saúde de nosso cérebro. A pesquisa descobriu que a performance cognitiva de homens que participaram do teste decaiu após aumentos na poluição do ar no mês anterior ao experimento. Curiosamente, a queda aconteceu mesmo com os aumentos ainda sendo abaixo dos limites de segurança impostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Cientistas da China e dos Estados Unidos analisaram um compilado de testes cognitivos de quase mil homens que habitavam a região metropolitana de Boston, todos brancos e idosos, com média de idade de 69 anos, comparando os níveis de poluição do ar quatro semanas antes da realização do experimento. Os testes avaliaram a memória para lembrar números e também para a fluência verbal. O estudo mostrou que o impacto do ar tóxico na saúde respiratória e cardiovascular é uma evidência estável de que os danos ao cérebro estão aumentando, uma vez que outros estudos já relacionaram a poluição do ar com a demência e a redução de inteligência. (Com CanalTech)

Plástico em geleira Cientistas descobriram microplástico na área da maior calota de gelo da Europa: a geleira Vatnajokull - que cobre mais de 8% da Islândia. O material poluente pode estar afetando o comportamento da enorme plataforma congelada, influenciando no degelo responsável por aumentar o nível do mar. A descoberta foi publicada na revista científica Sustainability, no dia 9 de abril. Os autores do artigo são da Universidade de Reiquiavique e do Icelandic Meteorological Office, na Islândia; e da Universidade de Gotembur-

Luta pelo ambiente

meio

Portaria conjunta dos ministérios da Economia e do Meio Ambiente publicada na terça-feira (4) no Diário Oficial da União autoriza o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a contratar, por tempo determinado, até 1.659 profissionais para o atendimento de emergências ambientais. Os contratos terão validade de até seis meses e o valor da remuneração será definido pelo Ibama. De acordo com a Portaria nº 46, há previsão para contratar até 912 brigadistas, 160 chefes de esquadrão e 71 chefes de brigada, no caso das “brigadas normais”. Já para as brigadas especializadas foi autorizada a contratação de 393 brigadistas, 53 chefes de esquadrão e 25 chefes de brigada. Serão contratados também 40 gerentes estaduais e cinco gerentes federais.

Polêmica

A audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara na segunda-feira (3), em que os deputados ouviam o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, virou palco de embates entre parlamentares governistas e oposicionistas, e entre deputados e o ministro. Durante o encontro, Salles associou o desmatamento maior ao orçamento frágil e cobrou a Câmara por mais recursos. Em meio à discussão técnica os deputados se desentenderam. Os motivos das discussões foram as denúncias publicadas pela imprensa de que Salles teria relacionamento com madeireiras e a cobrança por mais recursos com insinuações e acusações do ministro endereçadas a alguns deputados. A primeira discussão aconteceu quando a presidente da comissão, a governista deputada Carla Zambelli (PSL-SP), deu a palavra à deputada Vivi Reis (PSOL-PA):


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VITÓRIA

Alagoano passa por transplante inédito de pulmões

Cirurgia realizada no Einstein demorou dez horas e envolveu sete profissionais; empresário deve ter alta ainda este mês TÂMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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caminhando na orla da Ponta Verde que o empresário alagoano José Hipólito Correia Costa, de 61 anos, quer comemorar a vitória sobre o coronavírus e a nova oportunidade de vida que recebeu há três meses, ao fazer o primeiro transplante de pulmões bem sucedido no Brasil após a infecção pelo vírus. Ver o mar azul-piscina enquanto caminha no calçadão da orla de Maceió, que era uma atividade física diária, é, agora, uma prioridade na agenda deste paciente que está há sete meses num quarto de hospital, desde que começou a batalha contra a covid-19 e suas sequelas, entre as quais a destruição dos pulmões por uma fibrose irreversível. A alta hospitalar deve ser autorizada ainda no começo da segunda quinzena de maio, segundo confirma o irmão do paciente, Luiz Carlos Costa. Natural de Taquarana e criado em Arapiraca, o empresário formado em engenharia agrônoma e fundador do grupo Asa Branca do segmento alimentar, escreveu seu nome na história da medicina atual. O transplante de José Hipólito foi realizado no Hospital Israelita Albert

Einstein, em São Paulo, e é o segundo em paciente que teve covid na instituição. O primeiro paciente, porém, não sobreviveu. No mundo, foram documentados cerca de 50 procedimentos desde o início da pandemia. “Se não tivesse ocorrido o transplante, certamente o paciente teria morrido”, disse o cirurgião torácico Marcos Samano, coordenador de transplante pulmonar do Einstein e professor da Universidade Federal de São Paulo (USP). A cirurgia de José Hipólito demorou dez horas e envolveu sete profissionais. O empresário ficou conectado durante 88 dias à Ecmo (Membrana de Oxigenação Extracorpórea), uma espécie de pulmão artificial que oxigena o sangue fora do corpo, substituindo temporariamente o órgão comprometido de maneira severa. O procedimento ficou conhecido pelos brasileiros no caso do ator e humorista Paulo Gustavo, que desde março lutava contra a covid-19 no hospital CopaStar, no Rio de Janeiro, e terminou falecendo na noite da terça, 4. No caso do alagoano, durante o transplante ele precisou vivenciar uma situação considerada inusual pelos médicos, pois

foi conectado a duas Ecmos simultâneas: aquela à qual ele já estava ligado antes e outra usada durante o transplante. “Para a alegria geral, os dois equipamentos foram desconectados logo após o procedimento”, afirmou Samano. No dia 12 de abril, a família do empresário divulgou uma nota para amigos sobre o estado de saúde dele, junto a agradecimentos. A nota dizia: “Notícias alvissareiras, do filho, esposo, pai, avô, irmão, tio, primo, compadre, cunhado, sogro e amigo de incontável legião, do guerreiro Hipólito. Há 58 dias ele foi submetido a transplante, bem sucedido, bilateral de pulmões. Neste percurso algumas intercorrências clínicas previsíveis, sustos e grandes e positivos avanços. Semana passada ‘livrou-se’ da sonda nasalar, ontem foi a vez de retirar a traqueostomia, desta forma ele adquiriu mais conforto e autonomia. Está se alimentando de sólidos e se servindo com as próprias mãos e assim as refeições são mais prazerosas. Nesta tarde de 12 de abril, com alegria, ele está sendo transferido da semi -intensiva para o quarto o que é um passo de grande proporção. Agradecemos

José Hipólito comemora com os filhos sucesso da cirurgia a todos pelas correntes positivas solidárias e fraternas. Continuemos nesta união de preces e orações, o próximo passo desta travessia é a alta hospitalar. Abraços a todas e todos e de coração nossa gratidão”. Luiz Carlos diz que a família está unida nos agradecimentos a Deus pela grande vitória concedida a José Hipólito. Conta que esteve com ele na semana passada e fala com entusiasmo sobre o quadro de saúde do irmão. “Ele se alimenta bem, conversa, está muito animado. Os médicos afirmam que ele terá uma vida normal após a alta” diz. Luiz Carlos comenta que o irmão vai adiar o so-

nho de voltar a caminhar na orla de Maceió por mais dois meses, período que permanecerá em São Paulo para ser acompanhado por fisioterapeutas. “Ficou muito tempo no leito e agora precisa fortalecer o corpo, as pernas, para caminhar”, diz. No próximo ano, José Hipólito também quer voltar a fazer o percurso clássico do caminho francês para Santiago de Compostela, que tem início na cidade de Saint-Jean-Pied-de -Port e fica a 800 km de distância do destino final. “Ele sempre fez essa caminhada duas vezes por ano e vai voltar a fazer, graças a Deus!”.


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