Edição 1119 de 21 de maio de 2021

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1998 - 2020

ANO XXII - Nº 1119 - 21 A 27 DE MAIO DE 2021 - R$ 4,00

VIDA DURA

Antônio Albuquerque diz estar com nojo da política

Após sete mandatos consecutivos, o deputado dá sinais de fatiga para continuar na política e prepara o terreno para sair de cena. Mas antes quer eleger um filho deputado estadual e o outro federal. 2

JHC QUER FORMAR GRUPO PARA ENFRENTAR LIRA E OS CALHEIROS Terceira via pode ter Rodrigo Cunha como candidato a governador e Collor ao Senado com apoio de Bolsonaro 6

EM MACEIÓ

VEREADOR DEFENDE TÍTULO FALSO ENTREGUE A BOLSONARO 23

COM CINCO PROCESSOS POR CORRUPÇÃO, JUIZ DEVE IR PARA APOSENTADORIA 8 e 9

PIB DE ALAGOAS DEVE CRESCER 9,3% ESTE ANO CONTRA QUEDA DE 8,8% EM 2020 10

NETA DE JOÃO LYRA GANHA AÇÃO JUDICIAL CONTRA CREDORES DA MASSA FALIDA DA LAGINHA 5

EQUATORIAL LUCRA R$ 353 MILHÕES EM 3 MESES; USUÁRIOS SOFREM APAGÕES 26


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COLUNA

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Jogo político 1

- Enquanto Renan Filho não confirma nem nega sua candidatura ao Senado, o grupo de Arthur Lira vai costurando acordos à direita e à esquerda para as eleições do próximo ano. Após escolher o deputado Davi Davino Filho como candidato ao governo, aliados de Lira garimpam um nome para o cargo de vice-governador.

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- Até agora o nome mais cotado para vice de Davi Filho é o de Daniel Barbosa, filho de Luciano Barbosa, prefeito de Arapiraca. Além do fator político, pesa na análise o fato de ser Arapiraca o segundo maior colégio eleitoral do estado e polo econômico da região.

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- A ideia é esvaziar qualquer possibilidade de uma aliança entre o governador Renan Filho e o prefeito Luciano Barbosa. Devolver a Arapiraca o cargo de vice-governador, que foi de Luciano, é também uma estratégia da oposição para ganhar o apoio eleitoral da região.

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- A iniciativa, no entanto, não significa o fim das negociações políticas entre Renan Filho e o grupo de Arthur Lira em torno de uma possível aliança para o pleito de 2022. Nesse sentido, o governador e o presidente da Assembleia já se reuniram várias vezes, mas até agora o diálogo esbarra na indecisão de Renan Filho sobre sua possível candidatura ao Senado.

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- O governador tem dito que vai concluir sua gestão e só deixará o cargo no último dia do mandato, mas nem o porteiro do palácio acredita nisso, muito menos Arthur Lira, hoje o político mais influente de Alagoas, depois de Renan Filho. Enquanto não se chega a um consenso, cada lado vai construindo suas alianças para as eleições do próximo ano.

Bizarrice no TJ

O Pleno do Tribunal de Justiça gastou quase todo o tempo de sua última sessão, terça-feira, 18, com uma discussão bizarra, para dizer o mínimo. O debate tratou da competência da 20ª Vara da Fazenda Estadual para julgar processos sobre casos de autismo. Desde que assumiu a 20ª Vara, há quase dois anos, a juíza Isabelle Coutinho Dantas não despachou um só processo, argumentando não ter competência para atuar nas demandas dos autistas. A inércia da magistrada acumulou uma montanha de ações judiciais e gerou a revolta dos pais de autistas, que foram ao tribunal protestar contra a inação da juíza. Vale lembrar que a 20ª Vara foi criada no final de 2019 exclusivamente para atender questões ligadas à saúde pública, já que as demais varas da Fazenda Estadual não davam conta da demanda. Mas para a juíza Isabelle Coutinho, autismo não é uma questão de saúde.

Futuro de Collor

Além de investir na divulgação da parceria político -eleitoral com o presidente da República, o senador Fernando Collor vem conversando com Arthur Lira, Marcelo Victor e o prefeito JHC, principais forças políticas de oposição em Alagoas. Na hipótese de Renan Filho não chegar a um acordo com a Assembleia Legislativa, Collor entrará no vácuo e pode ganhar o apoio desse grupo, e até garantir sua reeleição. Vale lembrar que a única vaga de senador, hoje ocupada por Collor, poderá ser disputada também pelo governador, com ou sem o apoio dos deputados.

Disputa acirrada

Alagoas deverá ter a sucessão estadual mais disputada da história recente, com pelo menos três fortes candidatos à cadeira de Renan Filho em 2022. Esses pretendentes a governador sairão da Assembleia Legislativa, Governo do Estado e Prefeitura da capital. Dois deles já definidos: Davi Filho, candidato dos deputados, e Rodrigo Cunha, aliado do prefeito JHC.

Aposentados

A nova lei que vai extinguir a cobrança de 14% para os servidores aposentados que ganham até R$ 6.433,57 deverá ser aprovada na Assembleia Legislativa ainda este mês. Quem recebe acima do teto do INSS – ativos e inativos – continuará pagando os 14% do Alagoas Previdência. Como a maioria dos aposentados ganha abaixo de R$ 6 mil, poucos deles serão penalizados com o desconto previdenciário.

Alucinação

Enquanto defende a cloroquina como panaceia para a tragédia brasileira da pandemia, o presidente Bolsonaro garante a seus aliados que vai vetar o projeto de lei sobre o uso medicinal da maconha.

Sonho de Renan

O secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, e o deputado Olavo Calheiros são os nomes mais cotados para governador-tampão. Esse é o sonho do governador, mas como o cargo passa pelo aval da Assembleia, essa possibilidade depende de acordo eleitoreiro com os deputados. Sem isso, o governador interino deverá ser o deputado Davi Filho, com direito a disputar a reeleição.

Estrelato

Na condição de relator da CPI da Covid, Renan Calheiros virou a estrela da comissão e passou a ganhar apoios de parentes das vítimas da pandemia em todo o país. Raposa velha da política nacional, o senador alagoano sabe como ninguém usar o momento para voltar à mídia nacional e recuperar o tempo em que viveu no ostracismo.

Alagoas na mídia

Desde que Collor foi apeado do poder, Alagoas não ocupava tanto espaço na imprensa nacional quanto agora. Boa parte do noticiário da mídia passa pela Câmara dos Deputados, comandada por Arthur Lira, e pela CPI da Covid, com Renan Calheiros na relatoria. Sem falar no ministro Humberto Martins, presidente do STJ, e no senador Fernando Collor, que diariamente está nas redes sociais.

Saco cheio

Depois de sete mandatos consecutivos, o deputado Antônio Albuquerque dá sinais de fatiga no exercício do cargo e prepara o terreno para pendurar as chuteiras. Esta semana, em uma das sessões da Casa, AA desabafou: “Estou ficando com nojo da política por culpa dos demagogos e covardes”. Seu plano é disputar o governo do Estado no próximo ano e usar a derrota como pretexto para se aposentar da política. Até lá, Albuquerque trabalha para ser sucedido na Assembleia pelo filho Arthur e garantir a reeleição do outro filho, Nivaldo, na Câmara Federal. Pobre Alagoas.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Exposição programada

N

os bastidores políticos correm as informações de que a exposição excessiva do senador Renan Calheiros na relatoria da CPI da Pandemia tem algo mais do que os aviões de carreira. Veterano no ramo, analista político experiente, o senador Renan Calheiros sabe que, se tiver sucesso nessa empreitada que pegou, certamente robustece-

Impasse

Com visíveis dificuldades de apresentar um candidato com força política para liderar uma candidatura majoritária, o governador pensa seriamente em cumprir o seu mandato até o fim, caso não seja o companheiro de Lula que, no próximo ano, deverá disputar a presidência com o atual presidente Jair Bolsonaro.

Sem chances 1

Mesmo que tenham se esforçado, Alexandre Ayres e Rafael Brito não reúnem condições políticas suficientes de enfrentar uma eleição majoritária, pelo menos agora. É que nenhum dos dois, neste momento, conhece bem o estado e talvez até mesmo não tenham até agora visitado todos os municípios alagoanos.

Sem chances 2

Deixar o governo nas mãos do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, para tentar uma eventual campanha ao Senado, não está nos planos da família Calheiros, muito menos de Renan Filho. Ele sabe que a parada será dura, levando-se em consideração que pelo menos mais duas forças consagradas irão disputar a hegemonia da política alagoana.

Até o fim

O prefeito JHC, que sempre foi bem pontuado em pesquisas eleitorais como um grande candidato ao governo do Estado, está praticamente fora da disputa, uma vez que o senador Rodrigo Cunha, mal politicamente das pernas neste momento, seria a bola da vez. Assim, o prefeito deverá ir até o fim do seu mandato e tentar a reeleição, a não ser que dispute em 2026 outro cargo majoritário.

rá a participação da família nas próximas eleições presidenciais. É que nos corredores do Palácio circulam rumores de que o objetivo de Renan Filho seria emplacar como vice numa eventual candidatura de Lula e, com Renan em alta, naturalmente ficaria mais fácil de o projeto ser alcançado.

Alta dos bustíveis

com-

Embora o estado atribua à Petrobras a política de preços dos combustíveis que fez a gasolina ultrapassar os R$ 6,00 na última semana, o governo foi alvo de deputados de oposição na Assembleia Legislativa. Na argumentação, a cruel taxa do ICMS sobre os produtos que chega a 29%.

Incoerência

O atual secretário de Educação do governo do Estado, Rafael Brito, está licenciado do PDT, mas continua filiado ao partido. Se quiser ser candidato a algum cargo ligado à tropa do MDB de Renan Filho deveria, por coerência, se desfiliar do PDT, que tem o vice-prefeito de Maceió Ronaldo Lessa como presidente e que faz oposição ao grupo do governador.

Egoísmo

Um leitor reviveu alguns episódios da política alagoana e mostrou como os governantes se encantam com o poder, além de terem berço e muita sorte para se darem bem na política. Na próxima coluna vamos citar alguns exemplos de como o egoísmo impede de se preparar futuros sucessores para cargos públicos em Alagoas.

Corrida ao Palácio The flash O prefeito do Pilar, Renatinho, filho do competente cirurgião Renato Rezende e da deputada Fátima Canuto, é um dos nomes comentados para disputar o cargo de governador no próximo ano. Influenciado pelo assessor Paulo dos Santos, o conhecido Paulão, que é desafeto do tio de Renatinho, Carlos Alberto Canuto, o prefeito parece andar deslumbrado com o canto da sereia. Por enquanto, Renatinho é somente filho do Renato Rezende e de Fátima Canuto, já que até agora não construiu nenhum caminho que lhe credencie a disputar o cargo de governador.

Mal estar

Os deputados federais Marx Beltrão e Nivaldo Albuquerque, embora estejam dentro do governo de Renan Filho, demonstraram na última visita presidencial que podem, futuramente, estar de lado opostos. A presença deles no palanque de Jair Bolsonaro na semana que passou causou um certo constrangimento no Palácio República dos Palmares.

O ex-secretário de Saúde de Maceió, Pedro Madeiro, pode dizer que é um homem abençoado. Ao deixar a secretaria há poucos dias por “problemas familiares”, surpreendeu ao assumir, logo em seguida, o mesmo cargo na Prefeitura de Coruripe. Demonstra, assim, que alguma coisa, que não foi familiar, empurrou Madeiro para demissão do cargo junto ao prefeito JHC.

Enfim, saiu

O ex-vereador e ex-deputado Judson Cabral, que foi candidato a vereador pelo PDT apoiando o prefeito JHC, não ganhou a eleição, mas foi convocado em janeiro para ajudar o novo governo para formular um planejamento para Maceió junto com outros profissionais. Mesmo trabalhando no projeto desde janeiro, somente agora, quase cinco meses depois, foi nomeado pelo prefeito. Do grupo que liderou, apenas mais uns dois foram aproveitados na administração municipal.

A hora de João Caldas

Embora muita gente faça ilações sobre uma participação mais efetiva de João Caldas na administração do filho JHC, é de se entender que isso faz parte do jogo político. Afinal de contas Caldas, que se destacou como deputado estadual e federal, pretende novamente se instalar em Brasília no início de 2023.

Blocão

Aos poucos vai se definindo um novo bloco político forte para disputar as eleições no próximo ano. Com Arthur Lira à frente das negociações, a aliança pode ainda ter no mesmo palanque, além do presidente Jair Bolsonaro, o senador Fernando Collor, o presidente da Assembleia Legislativa e vários deputados estaduais e federais.

Peso eleitoral

Mesmo que Bolsonaro venha sendo bombardeado pelos defensores de uma candidatura de Lula à presidência, não há como negar a influência dele junto às camadas mais politizadas da população. E é nesse CSA e CRB que o bloco considerado de direita pode definir as eleições em Alagoas.

Sob análise

Mesmo que os servidores públicos do Estado reclamem de uma reposição salarial do governo em torno de 4,52%, isso pode ser preterido pelo Supremo Tribunal Federal, cuja decisão foi tomada na semana que passou e está sob análise da Procuradoria Geral do Estado para que haja a sanção governamental.


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MASSA FALIDA

Neta de João Lyra ganha processo contra credores da Laginha Em meio à novela falimentar, advogado pleiteia indenização milionária na Justiça do Trabalho JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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s processos que circundam a Massa Falida da Laginha, império caído do ex-deputado federal João Lyra, não param de surpreender. Desta vez, uma foto “printada” de uma rede social terminou em condenação. E um novo processo trabalhista foi ingressado contra a falência: um advogado pleiteia uma indenização quase milionária. No primeiro caso, trata-se de ação de danos morais. No dia 6 de maio, a juíza Silvana Lessa Omena condenou os credores Cláudio Peixoto Costa Júnior, Alisson Douglas da Silva, José Osvaldo da Silva, Ariosvaldo Douglas da Silva e Rubem Francisco de Almeida Júnior a pagarem uma indenização a Antônio Arnaldo Baltar Cansanção e Maria Carolina Lyra de Araújo Cansanção, neta de João Lyra. Conforme a magistrada, “em setembro do ano passado, ambos tiveram suas imagens de rosto divulgadas sem autorização e com fins negociais”. Cada um terá que pagar o valor de R$ 6 mil aos demandantes. As imagens em questão foram utilizadas pelos credores em processo de pedido de providências no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o desembargador Klever Rêgo Loureiro, caso que está sob análise do conselheiro André Godinho, responsável pela inspeção para avaliar supostas irregularidades processuais.

O desembargador tem 10 reclamações contra si registradas no CNJ, sendo que seis foram arquivadas e quatro estão sob análise do conselho. Em uma das peças entregues ao CNJ, os credores usaram imagens de perfis nas redes sociais, no caso o Facebook, para ilustrar uma possível ligação pessoal do administrador judicial nomeado pelo desembargador Kléver Loureiro com a Família Lyra. As fotos seriam para provar que Loureiro não teria indicado Julius César Lopes de Vasconcelos Santos como administrador judicial por acaso, e sim pela sua proximidade com os herdeiros do ex-usineiro. “Observe-se, a título de exemplo, a amizade do Sr. Julius com a neta do Sr. João Lyra, filha da Sra. Maria de Lourdes Pereira de Lyra (‘Sra. Lourdes Lyra’), curadora e atual representante do Falido”, destacou a denúncia dos credores ao legendar a imagem anexada ao processo. “A filha da Sra. Lourdes Lyra, curadora do Falido (Sr. João Lyra) e sua representante no processo falimentar, a Sra. Maria Carolina Lyra Cansanção (“Carolina Lyra Cansanção”), tem relação pessoal com o Sr. Julius, administrador nomeado pelo Des. Klever Loureiro. Em outras palavras, o Sr. Julius, novo administrador judicial, é amigo pessoal da filha da atual representante do Sr. João Lyra, sócio majoritário da Massa Falida. Ainda, a Sra.

Juíza Silvana Omena acatou tese de prejuízo à imagem Carolina Lyra Cansanção é casada com o Sr. Arnaldo Cansanção, Vice Presidente e acionista da sociedade empresária falida, a Laginha Agro Industrial S/A e, portanto, sócio do Falido, o Sr. João Lyra. Mas a relação de nomeação do Sr. Julius com cargos ligados à família Lyra é ainda mais antiga. O Sr. Julius ocupou o cargo de Diretor Financeiro do Instituto de Previdência Municipal de Porto de Pedras. Curiosamente, a prefeita do município quando o Sr. Julius foi nomeado é integrante da Família Lyra, a Sr. Camila Farias Cansanção”, afirmaram. No entanto, a juíza Silvana Lessa Omena considerou que a imagem apenas teria levantado questões falsas a respeito dos denunciados pelos credores. “Para o autor Antônio Arnaldo Baltar Cansanção sua imagem foi exposta juntamente com de sua esposa e seu filho menor, trazendo falsas alegações em juízo afirmando que o Sr. Arnaldo seria vice presidente e acionista da sociedade empresária falida; que o Demandante nunca foi

acionista da referida empresa; que a divulgação indevida de suas imagens e as alegações infundadas geraram grande constrangimento aos autores”, considerou a magistrada. “Desta forma, ponderandose os argumentos acima expostos, bem como todas as provas carreadas aos autos entendo em fixar a título de compensação dos danos morais o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), para cada Demandante, visto ser este capaz de compensar os Autores pelo sofrimento sentido, bem como inibir os Demandados da prática de nova conduta ilícita dessa natureza”, decidiu.

ADVOGADO COBRA R$ 977 MIL

Tramita no Tribunal Regional do Trabalho uma ação do advogado Archimedes dos Santos contra a Massa Falida da Laginha. O caso está nas mãos do magistrado Hamilton Aparecido Malheiros, da 8ª Vara do Trabalho de Maceió. O valor da causa é quase milionário: R$ 977.218,41 e chegou no TRT no dia 29 de

janeiro deste ano. Segundo os autos, Santos chegou a figurar como administrador judicial do processo falimentar. Apenas para analisar o caso em questão, um escritório de advocacia precisou ser contratado a fim de representar a massa falida. O caso foi parar no Tribunal de Justiça de Alagoas. Os juízes da massa falida permitiram que a administração judicial da Laginha contratasse um escritório à parte somente para cuidar da questão trabalhista envolvendo o nome do advogado. “Analisando as informações prestadas pelo administrador judicial, verifica-se que, muito embora se trata de matéria relativa à área especializada do Direito, não foi pontuado pelo mencionado auxiliar nenhuma complexidade na demanda que justifique a contratação de proposta de honorários advocatícios de maior vulto, não sendo o elevado valor da causa critério, por si só, apto a justificar a complexidade da demanda. Nesse sentido, mostra-se pertinente a contratação da proposta de honorários que acarretará menor onerosidade para Massa Falida, qual seja, a proposta apresentada pela advogada Dra. Cristiane Bonacordi. Ante todo o exposto, autorizamos a contratação do escritório da advogada”, determinaram os magistrados Amine Mafra Chukr Conrado, Larissa Gabriella Lins, Victor Lacerda e Lucas Tenório Carvalho de Albuquerque no dia 8 de abril. Archimedes dos Santos atuou de forma intensa no processo falimentar da Laginha Agroindustrial, onde o nome dele é citado mais de 300 vezes.


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ELEIÇÕES 2022

JHC e Cunha preveem 3ª via para quebrar hegemonia Calheiros x Lira Prefeito e senador seguem tendência nacional, mas desentendimentos impedem novo grupo ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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dupla João Henrique Caldas (PSB) e Rodrigo Cunha (PSDB) busca construir uma quase improvável terceira via em Alagoas. Porém os números do Paraná Pesquisas, mostrando ambos liderando a disputa ao governo do Estado em 2022, ajudam a dar fôlego à ideia. Além disso, a avaliação é que o governador Renan Filho (MDB) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), tenham dificuldade, cada um em sua trincheira política, de apoiar nomes para a sucessão estadual com força eleitoral. JHC e Cunha querem um grupo para quebrar a polarização entre Renan Filho e Arthur Lira mais de um ano antes da votação. Ao mesmo tempo, o senador Renan Calheiros (MDB) observa a tentativa de protagonismo da dupla e já procura Benedito de Lira, ex-senador, pai de Arthur e prefeito da Barra de São Miguel. O presidente da Câmara, por sua vez, busca aproximação com JHC. O senador Fernando Collor (PROS) usa sua moeda política mais preciosa: intimidade com o presidente Jair Bolsonaro, fácil trânsito nos ministérios e o ânimo da militância bolsonarista que tem, como alvo prioritário neste instante, desgastar a imagem de Calheiros na relatoria da CPI da Covid. O deputado Cabo Bebeto

(PTC), o vereador Leonardo Dias (PSD) e o presidente do PSL alagoano, Flávio Moreno, prometem segurar o andor para Collor enfrentar, nas urnas, Renan Filho, que deve renunciar ao mandato para encarar a vaga hoje ocupada por Collor no Senado. O cenário nacional anima a dupla JHC e Cunha. Pesquisa Datafolha mostra que, no segundo turno, o confronto será entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula, cujos direitos políticos foram reabilitados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta de uma terceira via está na mesa com o partido Novo, o PDT de Ciro Gomes, a Rede de Marina Silva, o PSOL de Guilherme Boulos, o PSDB, o DEM. Principal lema é “Nem Lula nem Bolsonaro”. Para o PSOL, a tendência é que Boulos dispute o governo de São Paulo, mas as pesquisas mostram chances de vitória para Fernando Haddad, do PT. Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde e conhecida como a capitã cloroquina, era filiada ao Novo, mas deixou a legenda após o partido fazer críticas a Bolsonaro, episódio que reforça o afastamento do Novo e o bolsonarismo. O Novo e Ciro Gomes caminham lado a lado, na tentativa de ajudar o ex-governador do Ceará a encarar sua quarta campanha presidencial. É uma aliança que busca, por exemplo, o apresenta-

Cunha e JHC podem reeditar parceria como a de 2020 dor Luciano Huck, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Olhando estes movimentos, Rodrigo Cunha e João Henrique Caldas creem que chegou a hora de quebrar a soberania dos Calheiros, sem ficarem a reboque do grupo de Arthur Lira. Ao mesmo tempo, os servidores de Maceió se movimentam para decretar greve porque não existe possibilidade de reposição da inflação nos salários do funcionalismo, apesar do bom desempenho dos cofres municipais no primeiro bimestre deste ano. Conta a favor de JHC o início do mandato e os bons números da vacinação em Maceió que ganham recepção nacional. O governador enfrenta desgaste semelhante, ao manter a cobrança de 14% aos aposentados e pensionistas, com o objetivo de reestruturar o Alagoas Previdência, mas o anúncio de concurso público para a Polícia Militar, para preenchimento de 1.060 vagas, virou ponto positivo para a sua popularidade. Além disso, os investimentos que superam R$ 5 bilhões em obras e um programa, que será lançado no segundo semestre, para bairros em Maceió, prometem gerar milhares de empregos diretos e indiretos, além de fidelizar o eleitor e atrair prefeitos, elementos poderosos na didática do voto.

DIVERGÊNCIAS Mas, os interesses do prefeito da capital e do senador tucano ainda são divergentes. Durante visita de Bolsonaro a Maceió, JHC dividiu o palanque com Arthur Lira e Collor. O socialista não endossou os ataques do presidente a Renan Calheiros; também não se envolve nas acusações a Renan Filho. Cunha mandou avisar que não iria ao encontro. O senador já disse que não subiria em palanque onde Collor estivesse presente. Nas Organizações Arnon de Mello, o veículo de comunicação de Collor, Rodrigo Cunha não existe e JHC aparece com força total. Cunha procura distanciar seu nome de Bolsonaro. A condução da pandemia foi o caminho escolhido para mostrar as divergências. Ao mesmo tempo, o senador evita se vincular às investigações da CPI da Covid, que tem o presidente como alvo. Rodrigo Cunha não fecha as portas para eventual apoio de Bolsonaro, se quiser disputar as eleições em 2022. O presidente da Assembleia, Marcelo Victor (SDD), que deve ser o governador-tampão com a saída de Renan Filho do comando da administração estadual no próximo ano, nem apareceu ao lado de Bolsonaro nem de seu padrinho, Arthur Lira. Prevendo o ataque do presidente aos Calheiros e sem querer a briga dos outros para si, Victor preferiu não se indispor com Renan Filho.


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ELEIÇÕES 2022

Esquerda busca espaços periféricos para chegar ao poder Por outro lado, bolsonaristas têm ordens do presidente para apoiar Collor ao Senado ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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esquerda alagoana, com raras exceções, depende da posição dos maiores personagens da política local em busca de espaços periféricos, diferente do que acontece com seus partidos no plano nacional. O PT e o PDT, por exemplo, têm mais chances de buscarem brechas no legislativo. O PT pode lançar nome ao Governo de Alagoas, mas só com aval do governador Renan Filho (MDB) e do senador Renan Calheiros (MDB) que, no plano nacional, mantêm frequentes interlocuções com o ex-presidente Lula. O deputado federal Paulão deve tentar uma vaga à Assembleia Legislativa para se manter na política. Para apoiar a eleição presidencial de Lula, os petistas podem lançar nome ao governo de pouca visibilidade política. O PDT aguarda posição do prefeito JHC (PSB). Se ele decidir se lançar ao governo em 2022, renuncia à Prefeitura e Ronaldo Lessa, o vice pedetista, assume a vaga. A estratégia do PDT indica que é pouco provável que Lessa saia de onde está para disputar o governo ou o Senado assim como é improvável que JHC abra mão da administração municipal. Mas o PDT terá de buscar estratégia para o presiden-

ciável Ciro Gomes ter um palanque onde pisar em Alagoas. O PSOL pode lançar a ex-reitora da Ufal, Valéria Correia, se a legenda tiver Guilherme Boulos na sucessão presidencial. Boulos, por enquanto, é cotado ao governo paulista. A REDE, da ex-vereadora e ex-senadora Heloísa Helena, pode lançá-la à Câmara Federal ou ao Senado. É pouco provável que ela dispute o governo. A Unidade Popular (UP) pode ter a jornalista Lenilda Luna na disputa ao governo. O partido mantem conversas com o PCB para a unidade das esquerdas e também com o PSOL. BOLSONARISMO Atingido pela deterioração política de Jair Bolsonaro, em queda nas pesquisas e com o avanço das investigações da CPI da Covid, o bolsonarismo alagoano está ameaçado. O deputado estadual Cabo Bebeto (PTC), o vereador Leonardo Dias (PSD) e o presidente do PSL, Flávio Moreno, apesar do bom desempenho nas urnas nas eleições de 2018 e 2020, terão de apoiar a reeleição do senador Fernando Collor (PROS). Bebeto, o mais votado em Maceió para a Assembleia em 2018, busca se desapegar do prefeito JHC, de quem é aliado, e se ajusta ao deputado estadual Davi Maia (DEM) para construírem uma tímida oposição ao

Lenilda Luna, Valéria Correia e Heloisa Helena são os principais nomes da esquerda hoje governador na Casa de Tavares Bastos. Maia e Bebeto querem colocar Renan Filho como alvo da CPI da Covid, mas ainda não conseguiram provas suficientes que atinjam o mandatário e seu pai, Renan Calheiros. Leonardo Dias tenta imprimir uma agenda mais simpática a Jair Bolsonaro, mas acumula derrotas na Câmara de Vereadores. Seu projeto de entregar um título de cidadão honorário a Bolsonaro foi engavetado e ele aparece em uma foto com um título falso dado ao presidente em Maceió, acenando para uma base popular mais radical. Ele também tentou derrubar uma lei municipal que proíbe alterar nomes de ruas e praças, abrindo um debate para que a Câmara trocasse homenagens a Zumbi e a Dandara por santos católicos, como aconteceu com uma praça no bairro da Jatiúca. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara derrubou

a intenção. Sua ação política mais expressiva foi em 14 de março, quando foi acusado pelo prefeito JHC de fechar um dos locais de vacinação, instalado no estacionamento de Jaraguá. Dias participou de protesto a favor de Bolsonaro, pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal e a favor de intervenção militar. Em reação, o prefeito chamou o vereador de arruaceiro e agitador. Dias tem 1,9% das intenções de voto na disputa ao Senado, de acordo com o Paraná Pesquisas; Flávio Moreno tem 5%. O nome mais próximo do bolsonarismo ao Senado é o vereador e delegado Fábio Costa (PSB), empatado tecnicamente com Collor, segundo a pesquisa publicada em 30 de abril. Renan Filho está com 37,1% das intenções de votos; Collor vem em segundo, bem abaixo de Renan e empatado tecnicamente com Fábio Costa: 20,2% e 18,9%. A presença de Fábio Cos-

ta nas eleições do próximo ano, levando em conta o cenário atual, tem o potencial de atingir Renan Filho, diminuindo a diferença entre o governador e o senador, que hoje é quase o dobro. Apesar de ser o mais votado em Maceió, Fábio Costa é um vereador de pouca expressão na Câmara e é dono das indicações na Secretaria de Segurança Comunitária. Fábio Costa usa a mesma linguagem do presidente da República e repete jargões bolsonaristas. Deu certo nas eleições do ano passado: teve mais de 11 mil votos. Foi o delegado responsável pela execução de 11 suspeitos de assalto a banco, na cidade de Santana do Ipanema (sertão alagoano) em 8 de novembro de 2018. A Polícia Civil nunca revelou quem financiava o potencial da quadrilha, que trabalhava também com explosivos. A pirotecnia da ação atraiu os votos dos que defendem que “bandido bom é bandido morto”.


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NA BERLINDA

Giovanni Jatubá é investigado por promoção irregular de PMs Juiz afastado também é acusado de golpe contra cliente da Caixa e recebimento de propina DA REDAÇÃO

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juiz Giovanni Jatubá foi afastado das atividades pela segunda vez pelo Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas, agravando ainda mais a situação do magistrado. O afastamento, decidido em reunião do TJ no último dia 11, foi noticiado pela Coluna Sururu do Extra. “É acusado de corrupção em cinco processos e, pelo andar da carruagem, seu destino é vestir o pijama da aposentadoria compulsória, isto se não for condenado à pena máxima, que é a perda do cargo”, informou a coluna. Embora não confirmado pela Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas, a mais recente decisão de afastamento estaria relacionada a supostas promoções sem mérito algum de policiais militares em 2012 no município de Arapiraca. Os beneficiados foram promovidos ao posto de 2º Sargento da Polícia Militar pelo magistrado, em virtude do tempo de servi-

ço prestado à corporação. Na época do pedido da promoção, o Estado apresentou contestação, alegando que o tempo de serviço não era a única coisa a ser considerada para a subida de posto e também que no momento não haveria vagas para os militares na nova atuação. Apesar da contestação, Giovanni Jatubá ordenou que o então comandante Geral da Polícia Militar realizasse as promoções sob pena de multa mensal de R $1.000 (um mil reais) e prisão pelo crime de desobediência. O caso vai ser acompanhado pelo Ministério Público de Alagoas a partir da abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Questionado sobre o fato, o Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) informou ao EXTRA que não cabe ao órgão realizar investigações que envolvem o Judiciário. “Neste caso, caberá ao Conseg acompanhar, após estas investigações, se houve, de fato, promoção irregular de policiais militares

Juiz Giovanni Jatubá acumula cinco acusações no TJ

do estado”, informou via assessoria. Vale acrescentar que no Diário da Justiça Eletrônico, em publicação referente à decisão do Pleno da última semana, o nome de Jatubá também aparece ao lado do processo envolvendo a R I Comércio de Alimentos Ltda, requerido pela Procuradoria Geral do Estado de Alagoas. O caso é referente à liberação de 12 caminhões carregados de milho barrados em fiscalização da Secretaria da Fazenda. O magistrado, em sua decisão, considerou que houve equívoco praticado pela autoridade fiscal na apreensão do produto. “Por outro lado, têmse que o produto que se encontra impedido de ser comercializado, todo acompanhado das respectivas notas fiscais, é perecível, trata-se de milho a granel. A se esperar o trânsito em julgado do presente processo imaginável sua imprestabilidade para o consumo, fato que resultará em evidente prejuízo para a autora”, decidiu no dia 31 de agosto de 2018. A acusação da Corregedoria é que o juiz teria recebido “valor indevido para proferir rapidamente decisão liminar”, a famosa propina. Essa não foi a única decisão que levantou suspeita da PGE, que pouco tempo depois levantou outra denúncia, desta vez, envolvendo a saúde pública. O magistrado foi acusado de realizar licitações ilegais no âmbito da 4ª Vara de Arapiraca, além de superfaturar a aquisição de remédios cobrados por pacientes ao Estado por meio de ações judiciais.


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O MAGISTRADO FOI ACUSADO DE REALIZAR LICITAÇÕES ILEGAIS NO ÂMBITO DA 4ª VARA DE ARAPIRACA, ALÉM DE SUPERFATURAR A AQUISIÇÃO DE REMÉDIOS COBRADOS POR PACIENTES AO ESTADO POR MEIO DE AÇÕES JUDICIAIS. O caso veio à tona em 2019, quando uma denúncia chegou até à Corregedoria-Geral da Justiça a partir de representação do procurador de Estado Augusto Galvão. À época, Galvão declarou à imprensa que os procedimentos realizados pelo magistrado – indevidamente chamados de ‘licitações’ – eram absolutamente ilegais. “Sou rigorosamente averso a ilegalidades e esses procedimentos do juiz foram, como disse, integralmente ilegais. Com o poder que o magistrado tem, ele poderia, ao invés de fazer o que fez, determinar o bloqueio das contas do Estado para efetivar a aquisição de medicamentos, com a prestação de contas na sequência”, destacou. “Licitação afeta ao Poder Executivo é do Poder Executivo. O Judiciário faz as licitações do seu interesse para manter seus próprios serviços funcionando, não de matéria de responsabilidade do Executivo. Além disso, há provas cabais de que ‘as licitações’ do juiz tinham preços superiores aos praticados no mercado!”, disse. GOLPE NA CAIXA Outro caso polêmico que envolve Jatubá é quanto a uma transação ilegal lesando uma idosa e a Caixa Econômica Federal (CEF).

Ele é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao qual foi enviado um inquérito policial que aponta para a participação do magistrado no golpe milionário em outubro de 2015. Jatubá teria atuado em conluio com um advogado e um homem que se dizia herdeiro de uma idosa residente no Rio de Janeiro na época em que era titular da Vara do Único Ofício de Piranhas, no Sertão alagoano. O objetivo era se apossar dos mais de R$ 5 milhões então depositados em três contas da vítima que chegou a ser declarada morta mediante um atestado de óbito falso fornecido por um cartório do interior do Piauí, estado onde ela jamais esteve. Tramita também na Corregedoria Geral de Justiça processo administrativo em que Jatubá deverá prestar esclarecimentos a respeito de seis processos em que deixou de realizar ato de homologação durante plantão judiciário. Em sua defesa, o magistrado alegou problemas com a internet em sua residência. A desculpa até colaria se não fosse seu histórico de irregularidades. Quanto aos processos “ignorados” pelo magistrado, consta que Jatubá se encontrava de plantão nos dias 29 e 30 de agosto de 2020 no âmbito da 2ª Circunscrição (Anadia, Arapiraca, Boca da Mata, Campo Alegre, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Limoeiro de Anadia, Maribondo, Palmeira dos Índios, Quebrangulo, Taquarana e Traipu). À época, o Tribunal de Justiça já operava em sistema remoto devido à pandemia da covid-19. A maioria dos processos envolve prisão por delitos causados no trânsito.

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ANÁLISE

Alagoas deve ter PIB com maior aumento em 2021 Estado teve a maior retração em 2020, mas expectativa é de alta recuperação econômica este ano ASSESSORIA

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ano de 2020 para o PIB (Produto Interno Bruto) de Alagoas não foi dos melhores, mas 2021 revela-se promissor para o estado. A expectativa é que tenha o maior crescimento econômico neste ano, segundo projeções realizadas pela 4intelligence, startup de soluções que apoiam a tomada de decisão por meio da análise de dados.

Não é por acaso que a unidade da federação teve uma das maiores quedas no PIB em 2020. Alagoas caiu 8,8% no último ano, mas agora deve registrar crescimento de 9,3%. O setor de serviços deve puxar a recuperação econômica alagoana ao lado do agronegócio. Em todo o país, a expectativa é que o PIB cresça 3,1% neste ano, principalmente com a intensificação da campanha de vacinação. Apenas cinco estados devem ter queda na economia em 2021 – curiosamente todos da Região Norte, a única que teve aumento no PIB em 2020. São eles: Acre (-3,9%), Tocantins (-1,1%), Pará (-1,0%), Roraima (-0,8%) e Rondônia (-0,2%). Outras duas unidades da

federação devem ficar estagnadas no ano, com crescimento abaixo de 1%: Espírito Santo (0,2%) e Mato Grosso do Sul (0,3%). “Como o impacto da pandemia de covid-19 aconteceu de forma heterogênea nos estados, a recuperação econômica seguirá essa lógica. Será um crescimento gradual que levará em conta não só a dinamização setorial de cada local, mas também a capacidade de cada estado em controlar o contágio do vírus e impedir novas ondas de contaminação”, explica Juan Jensen, Chairman da 4intelligence. Confira o desempenho do PIB por estado em 2020 e a projeção para 2021 de acordo com dados da 4intelligence:

Região Norte

Região Sudeste

Região Sul

Região Centro-Oeste

Região Nordeste

SOBRE A 4INTELLIGENCE A 4intelligence é uma startup que desenvolve soluções para dar suporte a tomadas de decisões baseadas em análise de dados, através de algoritmos e inteligência artificial. A tecnologia possibilita a estruturação e customização de processos decisórios em larga escala, visando a que as respostas mais acuradas sejam entregues no momento correto para as pessoas certas.


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INOVAÇÃO

Município facilita atração de novos negócios e gera empregos Emissão mais célere de alvarás e plano municipal ajudam na chegada de novos empreendimentos ASSESSORIA

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aceió vem efetuando uma série de atividades para garantir o desenvolvimento do município. Entre elas, a Prefeitura está montando o Plano Municipal de Inovação que vai facilitar a atração de empresas e novos negócios para a capital alagoana. De janeiro a abril, 1.500 empregos diretos foram viabilizados através desta nova política de atração. Este plano visa tornar a máquina pública mais eficiente do ponto de vista da entrega do serviço público para favorecer o ambiente de negócios e fazer com que fique mais aberto para que as iniciativas empreendedoras tomem espaço no município, como explica o secretário de Governança, Antonio Carvalho. “Uma das questões do Plano é a dos ambientes desrregularizados, que não têm regulação clara definitiva ou por um período. Então o intuito é deixar isso claro para que as empresas possam testar o seu negócio em um ambiente livre de amarras”, explicou Carva-

JHC anuncia vinda da Havan e mais uma loja McDonald’s

lho. É possível citar o exemplo de duas empresas de grande porte que vão se instalar em Maceió nos próximos meses: Havan e outra loja do McDonald’s. Pessoalmente, o prefeito JHC determinou que o processo de emissão dos alvarás fosse agilizado, o que facilita diretamente o acolhimento de empreendimentos que gerem empregos. Juntas, as duas marcas devem gerar diretamente 200 novos empregos. Além deste tipo de atra-

ção, o plano vai fomentar os potenciais que o município possui com ações que vão alavancar recursos, tornando o ambiente mais favorável ao empreendedorismo, com ações integradas, com gestão e organização. “À medida que nós vamos reformulando a gestão interna, estamos reformulando as ações internas da Prefeitura por meio de inovação, e com isso desburocratizamos e aceleramos o processo de licenciamento”, esclareceu o secretário Antonio Carvalho.

FACILIDADE Com o plano e o aperfeiçoamento da gestão, o ambiente tende a ficar mais favorável – e atrativo – para que grandes empresas se instalem em Maceió. E já se pode observar isso com a aceleração dos licenciamentos realizados pela Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Sedet), que estão contribuindo de forma significativa para a geração de oportunidades no mercado. De janeiro a abril deste ano, as construções autori-

zadas pelo órgão, por meio da emissão de alvarás de aprovação de projetos e execução de obras, têm proporcionado a criação de aproximadamente 1.500 empregos diretos na capital. De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, Pedro Vieira, a pasta tem contribuído de forma significativa para a geração de oportunidades no mercado. Mesmo com o Plano de Inovação ainda em trâmite, duas empresas estão se instalando em Maceió, que são a Havan; e mais uma franquia do McDonald’s, as duas ficarão na parte alta de Maceió e juntas vão gerar inicialmente, 200 empregos. De acordo com o diretor de Expansão da Havan, Nilton Hang, há sete anos a empresa escolheu a cidade para ser a primeira do Nordeste a abrigar uma unidade, no entanto, o projeto nunca saiu do papel.


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MONITOR DA VIOLÊNCIA

Superlotação nos presídios de Alagoas passa de 100% População carcerária é de 7,6 mil presos para 3,7 mil vagas TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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lagoas precisaria ampliar quase 4 mil vagas no sistema prisional para funcionar sem superlotação. A população carcerária no estado chega a 7.695 pessoas, sem levar em conta os presos do sistema semiaberto (que não demanda vagas), enquanto que o quantitativo de vagas é de 3.731. Segundo o Monitor da Violência 2021, plataforma organizada pelo portal G1 e que tem como base informações oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, a superlotação no sistema prisional alagoano é de 106,2%. Alagoas está entre os estados brasileiros com maior superlotação nos presídios. Pelo percentual de presos excedentes, estão na lista dos maiores o Amazonas (196% de superlotação), Pernambuco (141,4%), Mato grosso do Sul (164,5%) e o Distrito Federal (114,2%). Ao contrário do que foi observado no país este ano, o número de presos e de superlotação cresceu nos últimos dois anos no estado. Em 2020, eram 7.325 presos com excedente de 96,7%, e em 2019, a população carcerária era de 7.122 com excedente de 91,4% em relação ao número

de vagas. Em igual período, no entanto, a abertura de novas vagas nas unidades prisionais do sistema não ocorreu no mesmo ritmo: pulou de 3.721, em 2019, para apenas 3.731 este ano, segundo os dados apurados até o último dia 5. O problema de superlotação nas penitenciárias brasileiras é comum a todos os estados e alarmante: o sistema prisional está 54,9% acima da capacidade. O percentual de presos provisórios (sem julgamento) também subiu e corresponde a 31,9% do total das pessoas privadas de liberdade segundo o Monitor, que é resultado da parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em Alagoas os presos provisórios são 35,8% da população carcerária, ou 2.753 em números relativos. Se comparados os dados do Monitor da Violência com as informações da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), o percentual de superlotação no sistema prisional do estado aumenta. No mapa diário da população carcerária da secretaria, com data de 4 de maio deste ano, Alagoas registra uma população carcerária de 9.705 (presos provisórios, regime fechado, medida de segurança, regime aberto, regime semiaberto e presos recolhidos nas Unidades Federais) para 3.738 vagas. De acordo com o mapa, nas unidades presidiárias estão 4.872 presos. Em relação à capacidade, a Seris aponta 2.778 vagas em Maceió e 960 no Agreste. A Seris é responsável por

oito unidades penitenciárias em Maceió e uma no interior do estado, na cidade de Girau do Ponciano. São elas (em Maceió) Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, Presídio Cyridião Durval e Silva, Presídio Feminino Santa Luzia, Casa de Custódia da Capital, Centro Psiquiátrico Judiciário Pedro Marinho Suruagy, Núcleo Ressocializador da Capital, Presídio de Segurança Máxima, Penitenciária de Segurança Máxima e Colônia Agroindustrial São Leonardo (desativada). Em Arapiraca existe o Presídio Desembargador Luiz de Oliveira Souza (desativado); e em Girau do Ponciano, o Presídio do Agreste.

PANORAMA

Com 322 encarcerados a cada 100 mil habitantes, o Brasil se mantém na 26ª posição no ranking de aprisionamento com outros 222 países e territórios, estando entre os países que mais prendem no mundo. A taxa considera o número de presos dentro do sistema prisional (pouco mais de 680 mil) e o de habitantes (cerca de 213 milhões). Ainda assim, o país registrou uma pequena queda na população carcerária de 67,5% para 54,9%, em relação ao ano passado. Em 2020, eram 709.205 presos e este ano, foi para 682.182 pessoas. Os dados apontam que há hoje no país uma capacidade para abrigar 440.530 presos. Ou seja, existe um deficit de 241.652 vagas. Se for levada em conta a superlotação nas cadeias, o Brasil figura na 47ª posição, acima de Irã, Jordânia, Nigéria e Paraguai.

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA/AL /SERIS 1. Presos Regime Fechado, Provisórios e Medida de Segurança - Capital: 3.923 presos, com atual Capacidade de 2.778 vagas, gerando um excedente de 1.145 presos. 2. Presos recolhidos no Presídio do Agreste: Presos Regime fechado e provisórios - 949 presos, com uma Capacidade de 960 vagas. Sem excedente. 3. Presos Regime Semiaberto e Aberto - Capital: 1.885 presos no aberto e 2.947 presos no semiaberto, porém a Colônia Agroindustrial São

Leonardo encontra-se interditada por determinação judicial; * CAISL: Colônia Agroindustrial São Leonardo, unidade interditada por decisão judicial, responsável pela custódia dos presos no regime semiaberto. 4. Presos estrangeiros naturalizados brasileiros no Sistema Prisional: 05 Presos, sendo 04 recolhidos em Unidade Prisional: 5. Presos recolhidos em Penitenciárias Federais = 01, Sendo 01 em Catanduvas/PR. Fonte: Chefia de Pesquisa e Estatística - CPE Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social – SERIS.


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PANDEMIA

Excesso de presos é um dos principais fatores de transmissão do coronavírus Alagoas é o 3º do País em de casos de covid-19 entre adolescentes sem liberdade TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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superlotação no sistema prisional é um dos principais fatores de transmissão do coronavírus entre presos e servidores públicos da área. O excesso de pessoas torna o ambiente ainda mais insalubre e o vírus não encontra barreiras para alcançar a todos. Ainda assim, Alagoas registra poucos casos de covid-19 em relação a outros estados. Desde o início da pandemia até este mês, foram 577 casos confirmados, sendo 234 presos e 343 funcionários, com 3 óbitos decorrentes da doença. Os dados são do Monitor de Violência, estudo realizado em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A infecção pelo coronavírus é mais ativa entre os adolescentes privados de liberdade do Sistema Socioeducativo. Até agora foram identificados 142 casos de coronavírus entre os menores e 130 casos entre os servidores ou funcionários, dos quais três vítimas não resistiram e foram a óbito. Em todo o país, 437 presos e servido-

res morreram por covid-19 e 77,6 mil foram contaminados. Vale ressaltar, contudo, que os dados referentes ao total de presos e servidores contaminados pelo vírus no país têm grande probabilidade de estarem subnotificados, dada a dificuldade de rastreamento do novo coronavírus, sobretudo em casos assintomáticos. Monitoramento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que, somente nos primeiros 67 dias deste ano, ocorreram 58 mortes por covid-19 entre servidores e pessoas em privação de liberdade no país. Até março deste ano, foram realizados testes para detecção da covid-19 em unidades do regime socioeducativo em 18.654 adolescentes e 23.067 servidores em estabelecimentos de 23 estados, incluindo Alagoas. Já em estabelecimentos prisionais, a testagem para

detecção da doença foi realizada em 254.105 pessoas presas e em 66.199 servidores, além de outros 16.602 exames em unidades do estado do Ceará, que não distinguiu a que segmento fo-

ram destinados. Os exames de coronavírus aplicados nos detentos, em sua quase totalidade, são os testes rápidos, cujos resultados são pouco confiáveis. A vacinação na popula-

ção carcerária também vem acontecendo de forma muito parcial no país. Em Maceió, por exemplo, foram vacinadas apenas 159 pessoas privadas de liberdade e 1.205 funcionários do sistema. No mês de fevereiro, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária publicou resolução recomendando às autoridades da saúde dar prioridade à vacinação de servidores e pessoas privadas de liberdade, no âmbito do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra Covid-19. Entretanto, a inclusão dos detentos no plano de vacinação foi duramente criticada pelos deputados estaduais de Alagoas. A medida, segundo o governo do Estado, beneficiaria quase 5 mil pessoas recolhidas nas unidades prisionais. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) justificou que a vacinação segue o Plano Nacional de Imunização (PNI), baseado na vulnerabilidade dessas pessoas, com critérios de priorização dentro de cada um desses grupos para vacinação escalonada por idade ou por condição de saúde. Especialistas em saúde pública ressaltam que o alto risco de exposição nas prisões e o impacto não apenas sobre detentos e funcionários, mas também na população das cidades onde estão localizadas, fazem com que seja crucial incluir os presidiários entre os primeiros a serem imunizados.


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SEM ORÇAMENTO

Obras e projetos em Maceió param Ação na Justiça obriga aprovação rápida pela Câmara, mas discussões travam ODILON RIOS Especial para o EXTRA

A

s indefinições em torno da aprovação, na Câmara, do orçamento de Maceió para este ano travaram os caminhos para novos investimentos na ca- Atendimento às quase 600 pessoas assistidas pela Casa de Ranquines está comprometido pital, como o Passe Livre e o Bolsa Escola Municipal, e já ra é vinculado à receita do recadação da Contribuição três meses) é para a Assocausam prejuízo em áreas município: 4,5% do que é para o Custeio do Serviço de ciação Católica São Vicente sociais, como os repasses de arrecadado pelos cofres mu- Iluminação Pública (Cosip). de Paulo - a Casa de Ranverba federal para a Casa nicipais é destinado ao fun- Para os vereadores, com quines - que funciona há 15 de Ranquines, mantida pela cionamento do Legislativo, essa nova interpretação, a anos mantida pela Igreja Igreja Católica e que atende com pagamento de salários Câmara teria de receber R$ Católica e montou no mês até 600 pessoas em situação e condições para o funciona- 72 milhões em 2021. Mas de março do ano passado, de rua em abrigo provisório mento do poder. JHC tentou negociar uma em parceria com a Prefeimontado no bairro de JaraA diferença de valores saída política, incluindo a tura e o governo do Estado, guá. existe por causa de uma de- Cosip, ou seja, repassando um abrigo provisório em Nem mesmo decisão de 9 cisão do conselheiro Rodri- R$ 68 milhões. uma escola pública cedida de abril da Justiça estadual go Cavalcante, do Tribunal Sem acordo, as faturas pelo Estado no bairro de Jaque obriga a rápida aprova- de Contas de Alagoas. Em começam a chegar na mesa raguá para acolher até 600 ção do orçamento municipal junho do ano passado, ele do prefeito. pessoas “ofertando um local destravou as discussões. A Defensoria Pública da seguro, alimentação, higieentendeu que o repasse do O impasse é o duodécimo duodécimo não pode incluir, União entrou na Justiça Fe- ne pessoal e ações conjugado Legislativo. A Prefeitura como base de cálculo, a ar- deral com ação civil pública, das com outros entes que negocia R$ 68 milhões para com pedido de concessão promovessem cidadania e a manutenção das ativida- EM MARÇO, A SECRETARIA de tutela de urgência, para dignidade”. des da Câmara em 2021, aprovação do orçamento A Casa de Ranquines mas os vereadores querem MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA porque a Casa de Ranqui- também articula a populaR$ 72 milhões. nes, que atende pessoas em ção de rua a emitir docuSOCIAL CONSEGUIU PAPelos cálculos da Comissituação de rua, pode fechar mentos como CPF, certidão são de Orçamento da Câ- GAR A PRIMEIRA PARCELA as portas. de nascimento, 2ª via do RG mara, levando em conta a DO ACORDO, R$ 112 MIL. Apesar dos recursos fe- e obtenção de auxílio emerarrecadação da Prefeitura derais existentes e previstos gencial. no ano passado, o duodéci- REPASSOU R$ 88 MIL EM na conta de Maceió, ela não Em março, a Secretaria mo será de R$ 72 milhões. ABRIL (FALTARAM R$ 24 MIL) pode receber o dinheiro por Municipal de Assistência A base de cálculo exclui a E ATÉ 19 DE MAIO, DIA DO faltar o orçamento. Social conseguiu pagar a dívida ativa. Se a dívida A capital recebeu da primeira parcela do acordo, fosse incluída pela Câmara, PAGAMENTO DA TERCEIRA União R$ 10,8 milhões para R$ 112 mil. Repassou R$ 88 o duodécimo seria de R$ 74 E ÚLTIMA PARCELA, NÃO ações emergenciais na pan- mil em abril (faltaram R$ milhões. demia, como aquisição de 24 mil) e até 19 de maio, dia No entendimento da HAVIA REPASSADO NEM equipamentos de proteção do pagamento da terceira e administração municipal, OS R$ 24 MIL RESTANTES individual, compra de ali- última parcela, não havia o duodécimo do Legislativo mentos e cofinanciamento repassado nem os R$ 24 mil deveria ser de R$ 68 mi- NEM O DINHEIRO DO MÊS, de ações socioassistenciais. restantes nem o dinheiro do OS R$ 112 MIL. lhões. Uma pequena parte des- mês, os R$ 112 mil. O orçamento da Câmate dinheiro (R$ 336 mil, por “Declaramos que embo-

ra a Secretaria Municipal de Assistência Social tenha interesse imediato quanto à liberação da verba, não será possível a realização do complemento da 2ª parcela, bem como, o repasse da 3ª parcela da parceria firmada através do fomento de nº 01/2021, em virtude da indisponibilidade orçamentária. Ficando o repasse condicionado a aprovação da Proposta de Lei Orçamentária Anual do exercício 2021”, disse o coordenador de Planejamento e Orçamento, Denisson André da Silva Gomes, em reunião no dia 4 de maio. “Em síntese, há verba federal disponível em conta municipal para viabilizar a concretização de política pública extremamente relevante, tanto em razão do público-alvo como também com lastro no cenário atual de recrudescimento da COVID-19, contudo, não é possível liberá-la porque o poder público municipal está sendo absurdamente omisso no que diz respeito à aprovação da lei orçamentária anual do exercício de 2021”, escreveu Diego Bruno Martins Alves, defensor público federal da Defensoria Regional de Direitos Humanos em Alagoas, no dia 14 de maio.


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CORONAVÍRUS

AMA defende cumprimento do calendário de vacinação pactuado com municípios Hugo Wanderley chama a atenção para a necessidade de o governo evitar o desequilíbrio da campanha nas cidades

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presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), Hugo Wanderley, cobra dos municípios o cumprimento da pactuação do calendário de vacinação realizada com a orientação do secretário estadual de Saúde, Alexandre Ayres, e do Cosems, Rodrigo Buarque. Wanderley também chama a atenção do governo para a necessidade de cumprir o ciclo da segunda dose da Coronavac e evitar desequilíbrio nas cidades. “É importante complementar o ciclo vacinal com a chegada de novas doses da Coronavac tendo em vista que vários municípios ainda estão em deficit do produto”. Em reunião da Comissão de Saúde da AMA, o secretário Alexandre Ayres concordou que “é importante que os municípios avancem de maneira conjunta e paritária, sem disputa regional”. Segundo Hugo Wanderley, a totalidade dos secretários municipais da área concorda em cumprir o plano de vacinação. Ele também defende que a Sesau encontre uma maneira de notificar a quem descumprir o planejamento trazendo problemas para o sistema.

PFIZER

Na reunião, realizada há uma semana, também foi discutido o calendário da vacinação com o imunizante da Pfizer. As doses da segunda remessa do Ministério da Saúde que chegaram a Maceió e Arapiraca estão sendo direcionadas para profissionais da educação básica e superior, tendo em vista resolução do ministério que suspendeu a vacinação para grávidas sem comorbidades. O superintendente de Vigilância da Saúde, Herbert Charles, disse que o ministério está iniciando a discussão para a possibilidade de capilaridade nas cidades que fiquem a 150 km da capital. O presidente da AMA defende a expansão, o início de um treinamento com as equipes e avaliação da estrutura

Hugo Wanderley cobra que avanço da campanha ocorra de forma conjunta e paritária

tendo em vista a diferença de manuseio dessa vacina. O prefeito de Quebrangulo, Marcelo Lima, considera interessante estruturar novos polos de armazenagem das vacinas para diminuir os percursos, pois a logística é importante também para não causar instabilidade entre a população dos municípios. Ele acredita que o MS deve direcionar futuras remessas a localidades já preparadas de acordo com o que preconiza a Organização Mundial da Saúde. Na reunião semanal de avaliação, o superintendente Herbert Charles comunicou que as últimas remessas da Astrazeneca estão sendo reservadas pelo governo para uso da segunda dose até julho. Segundo a Fiocruz, o Ministério da Saúde oficializou que só após a chegada do IFA, o insumo para a fabricação do imunizante, é que haverá regularização. Os municípios vão fazer um novo levantamento dos próximos grupos prioritários, que devem incluir guardas municipais e agentes de limpeza, para que o Cosems possa discutir a possibilidade de inclusão deles no calendário. O presidente da AMA também pediu à Sesau para avaliar a demanda reprimida de cirurgias eletivas e outros procedimentos para que possam ser reabertos caso a ocupação do número de leitos disponíveis na rede pública estejam disponíveis.

Em março, a AMA realizou uma entrevista exclusiva com a empresária Luiza Helena Trajano, líder do projeto Unidos Pela Vacina e dona do Magazine Luiza, sobre o auxílio ao poder público em questões como aquisição e distribuição de insumos para que a campanha de vacinação ocorra nos municípios sem problemas técnicos. Em grande parte dos municípios a principal deficiência é de caixas térmicas para transporte do imunizante, termômetros, câmaras frias com alarme e acesso à internet, para cadastro no sistema de vacinação. Agora, a AMA solicita um posicionamento oficial do movimento para dar continuidade ao projeto, já que, em outros estados o movimento agilizou a campanha de imunização.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Psicanálise e o suicídio

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a cada 40 (quarenta) segundos uma pessoa pratica o suicídio no mundo. Os índices aumentam a cada ano e os motivos são diversos. O ato suicida/tentativa pode ter origem genética, ambiental e social. No Brasil, o estado onde mais se pratica o suicídio é o Rio Grande do Sul. Para Freud, a perda real de um objeto referese ao luto, mas o sujeito mantém o senso de autoestima. Na melancolia/depressão, o objeto perdido é mais emocional que real e neste caso há uma profunda perda da autoestima, autoacusação e culpa. Neste caso os sentimentos podem levar o sujeito a uma ideação suicida. O suicídio resulta, portanto, no deslocamento de desejo destrutivo em relação a um objeto internalizado que é dirigido contra o self, ou seja, contra a própria pessoa.

Depressão e psicanálise

Respeito erga omnes? A palavra RESPEITO tem origem do latim: respectus, de respicere e que significa olhar outra vez. “Re” de “de novo”, mais specere, “olhar”. A ideia é de que algo que se vê ou tenha sido feito seja valorizado e reconhecido, ou seja, que se tenha RESPEITO. Palavra simples e que todo mundo usa quotidianamente, adequadamente? Parece que não. Talvez, seja a palavra – RESPEITO – mais desrespeitada da atualidade, embora todo mundo diga que sempre respeita a opinião do/a outro/a. Será? Respeitar o/a outra/a. Respeitar o que o/a outro/a faz. Muitas vezes, o divergir de ideias do/a outro/a já é motivo para querer eliminar ou desqualificar o/a outro/a. Isso não é RESPEITO. RESPEITO é erga omnes. Erga omnes é um termo em latim, usado como uma norma jurídica que significa decisão tomada por instância superior que terá efeito vinculante, ou seja, valerá para todos. A palavra RESPEITO tem que ser utilizada no seu sentido lato sensu, ou seja, o mais amplo possível e não restrito, isto é, para algumas coisas sim e outras não. A saúde mental passa, também, acredito, pelo RESPEITAR o/a outro/a no sentido LATO SENSU.

Depressão é um transtorno de humor que compromete a vida familiar e social do indivíduo. É um estado sintomático e não uma categoria de patologia. Ela necessita ser prevenida, diagnosticada e devidamente tratada, principalmente por psicólogo. Sintomas: apatia, irritabilidade, perda de interesse (anedonia), tristeza, atraso motor ou agitação, ideias agressivas, insônia, fadiga e anorexia.

“Sentimentos-chicletes”

Esses “sentimentos-chicletes” precisam ser eliminados todos os dias, toda semana, isto é, são informações e sentimentos de desamparo, desespero e, principalmente, desesperança para que a pessoa não entre num processo depressivo. Ninguém pratica suicídio de um dia para outro. O processo de adoecimento psíquico vai surgindo no dia a dia, semana a semana, mês a mês, ano a ano. Cada adversidade que não foi ressigificada se torna um “chiclete” na mente da pessoa, que incomoda; “aperta o coração”; dá um aperto no peito, enfim, ocorre num processo longo.

QUALIDADE Pensar é bom, pensar com consciência crítica é melhor ainda, mas pensar excessivamente é uma bomba contra a qualidade de vida. (Augusto Cury) incomoda, pode abortar o sentimento de ideação suicida. Na psicoterapia a pessoa descobre que é possível tirar os “chicletes” e ressignificar os comportamentos, sentimentos e crenças que incomodam e que impede a pessoa de ter uma melhor qualidade de vida, principalmente mental. Os amigos ou a família podem ser um fator de intensificar ou não os “chicletes”, por isso a importância de um processo psicoterápico.

Problemão?

Não é porque a pessoa esteja sofrendo – talvez temporariamente – que ela não possa superar as adversidades num curto, médio ou longo tempo. As pessoas têm, todos os dias, problemas para resolver, seja de grande proporção ou não. Às vezes um simples problema é visto como sendo um “problemão”. Com uma boa escuta de um psicólogo pode-se descobrir que um problemão pode ser um problemazinho. Se a pessoa está com equilíbrio emocional, mesmo numa adversidade, ela pode visualizar uma solução para um determinado problema. Caso não, está em desequilíbrio e neste caso nada melhor do que procurar um profissional psicólogo para, junto com ele, descobrir as alternativas, que com certeza existem, mas que circunstancialmente não são percebidas.

Psicoterapia e ressignficação

Os “chicletes” começam a definhar a pessoa e ela começa a se autodestruir, a ver tudo cinza; “nada” tem solução. Pode ser um sentimento de culpa, vergonha, tristeza, raiva, insatisfação, impotência e abandono. Esses sentimentos podem levar a pessoa a desenvolver a um processo depressivo, mas eles podem ser amenizados, aniquilados, ressignificados através de autoconhecimento, psicoterapia. Procurar um psicólogo, já nos primeiros sinais do sofrimento psíquico, seja por quaisquer sentimentos, comportamentos ou crença que

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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SAÚDE

Paciente do primeiro transplante de fígado em Alagoas recebe alta da UTI Cirurgia foi realizada por equipe da Santa Casa de Maceió na semana passada

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ítima de cirrose, em decorrência de uma Hepatite B, o homem de 57 anos que recebeu o primeiro transplante de fígado em Alagoas passa bem e teve alta da UTI nesta quarta-feira (19). A cirurgia foi realizada na última sexta-feira (14), na Santa Casa de Maceió, única instituição no Estado credenciada pelo Ministério da Saúde para esse tipo de intervenção. “Na segunda-feira (17), exames mostraram que o fígado implantado estava funcionando plenamente. O paciente se recupera bem, está fora da UTI e com boas perspectivas de receber alta hospitalar em breve”, disse o cirurgião Oscar Ferro, coordenador do Programa de Transplantes de Fígado do hospital. O paciente estava inscrito na Lista de Transplantes de Pernambuco, uma vez que Alagoas ainda não realizava este procedimento, mas passou a integrar a fila alagoana em 11 de março. Dois meses e dois dias depois, um órgão compatível surgiu e foi transplantado em seis horas de cirurgia. A doadora foi uma mulher de 43 anos, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH). Além de Oscar Ferro, a

Oscar Ferro coordenou a primeira cirurgia de fígado em Alagoas cirurgia de grande porte foi realizada pelo grupo formado pelos cirurgiões Felipe Augusto Porto e Leonardo Wanderley Soutinho, e pelos anestesistas Cira Queiroz e Danillo Amaral. Com o início das atividades do Programa de Transplante de Fígado, a Santa Casa de Maceió abraça todos os níveis de complexidade cirúrgicas com o transplante de rim e de coração. PROGRAMA - Durante cinco anos, a Santa Casa de Maceió realizou apenas a captação de fígado (cirurgia de retirada) e enviava o órgão para outros estados. A excelência do trabalho executado na instituição despertou a atenção da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que apoiou o hospital alagoano, e do Ministério da Saúde, que o

incluiu na rede de hospitais que já realizam transplantes no Brasil. “Mais importante que o pioneirismo, é poder ofertar essa modalidade terapêutica, sem distinção, para todos os alagoanos pelo SUS. Está de parabéns todo o hospital pelo esforço científico que fez para esse momento, toda equipe que se dedicou estudando e trabalhando durante meses para dar início ao Programa de Transplante de Fígado, e o Governo e Alagoas por ter acreditado na medicina do estado e em nossa Santa Casa de Maceió”, disse o diretor médico da Santa Casa de Maceió, Artur Gomes Neto. PROCESSO - Para estar apto para o transplante, o paciente precisa ter insuficiência hepática comprova-

da pela escala MELD – Modelo para Doença Hepática Terminal, do inglês Model for End-Stage Liver Disease, que quantifica a urgência de transplante hepático em pacientes maiores de 12 anos. “Nem todo paciente que tem cirrose necessita de transplante. Entre os pontos avaliados estão os níveis de bilirrubina, creatinina, INR e o nível do sódio. Isso vai nos dar um score que caracteriza se há indicação para o procedimento ou não. Fechado o diagnóstico de insuficiência hepática, também precisamos saber o tipo sanguíneo que esse paciente tem, pois é isso o que vai determinar qual receptor ele vai ser absorvido. Além disso, são solicitados todos os procedimentos pré -operatórios para pacientes

de cirurgias de grande porte”, destacou Oscar Ferro. Para o pleno funcionamento do programa, a família de pacientes com diagnóstico de morte encefálica confirmado tem papel fundamental. Mensagens por escrito deixadas pelo doador não são válidas para autorizar o procedimento. O processo de retirada de qualquer órgão só acontece após os familiares darem o aval da cirurgia, assinando um termo. “O diagnóstico de morte encefálica é extremamente seguro. Se houver dúvidas, ele não é dado. O doador passa por uma avaliação neurológica e faz um exame complementar de imagem (doppler transcraniano) para fechar a análise”, explicou o cirurgião Felipe Augusto Oliveira.


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Uma cidade sitiada

ELIAS FRAGOSO n Economista

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possível uma indústria sitiar uma cidade? Encurralá-la, desalojá-la? Provocar enorme vácuo no inconsciente coletivo encurralando-o num “driver” de sentimentos incapazes de mensurar adequadamente o que está se passando no seu derredor, afetando seu íntimo, tolhendo sua liberdade, alterando – na marra – sua maneira de ser? E potencialmente ser responsável pelo mais grave crime ambiental de que se tem notícia no mundo numa capital, inquietando e tencionando sua população pela ameaça

real de desmoronamentos, subsidências, falhas, fendas e tantos outros passivos inquietantes? É certo ela desalojar de forma direta 70 mil pessoas e destruir 20 mil imóveis afetados (ou a serem) insulando nos ex-moradores o sentimento de perda, impotência e um muro de impossibilidades, que os leva à baixa estima, à depressão, à sensação de impunidade? Pode essa indústria – depois de tudo – assumir o enviesado papel de negação subterfúgica do crime cometido decorrência de incompetente soberba, onipotência e distanciamento frio do grupo empresarial controlador para com seus hospedeiros, certamente confiantes nas suas “relações especiais” com os políticos que desestruturaram de caso pensado os órgãos de fiscalização do estado e não dotaram a prefeitura da capital do mínimo para tal? E quanto à sua péssima localização no seio da capital ameaçando a todos pelos perigos decorrentes da operação de uma indústria química? Nunca é demais lembrar que – em caso de acidente grave – 40% da população de Maceió (400 mil

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pessoas, quase 6 vezes mais que todo o colossal problema que ela já causou nas áreas de subsidência do Pinheiro e adjacências) corre sérios riscos de ser atingida. Nem numa guerra convencional uma cidade foi tão duramente atingida por exércitos inimigos. O que nos causa espécie é a passiva anomia com que governo do Estado, Prefeitura de Maceió e a sociedade organizada local enfrentam o tema, se omitindo e terceirizando para a justiça suas responsabilidades. Mesmo sabendo que Maceió se asfixia social e economicamente pela presença nociva dessa indústria em pleno seio da capital. Pior ainda, quando se sabe existirem soluções exequíveis (menos de 1% do faturamento do grupo) para relocalizar a indústria e seus terminais químicos do local inapropriado. A ganância, imperícia técnica e negligência na condução da operação da Braskem levou à aviltante, injusta, menoscaba depreciação do patrimônio material e imaterial de nossa capital e do

estado paupérrimo que a ajudou a ganhar mais de 3 centenas de bilhões de dólares ao longo da exploração aloprada de suas riquezas minerais em troca do caos. Literalmente. Com a Braskem, Maceió só perdeu e nada ganhou. Assentada em região de alto potencial de valorização imobiliária (mar e lagoa), sua presença interdita diretamente o crescimento da região, impedida de explorar suas belezas naturais e potencial econômico em moldes similares à Ponta Verde via milhares de casas e apartamentos, redes hoteleiras e toda a malha de serviços daí decorrentes que para ali fluiriam naturalmente, não fosse a presença da indústria. Sem poder valorizar seu patrimônio (e gerar mais impostos) e sem receber tributos diretos da Braskem, Maceió e Alagoas desde sempre perdem. Muito. Passou da hora de encarar a realidade dos fatos: ou se relocaliza a planta da Braskem ou Maceió continuará asfixiada economicamente e sitiada em termos de segurança. Simples assim.

Nem numa guerra convencional uma cidade foi tão duramente atingida por exércitos inimigos. O que nos causa espécie é a passiva anomia com que governo do Estado, Prefeitura de Maceió e a sociedade organizada local enfrentam o tema, se omitindo e terceirizando para a justiça suas responsabilidades.


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Velhinha ressuscitou

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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ormalmente, quando passamos dos oitenta anos, filhos criados, netos quase independentes, a bisneta brilhando, o casal necessita parar. Aí, o governador do Estado resolve dar uma cacetada nos inativos. Um menino novo nascido em berço de ouro, morava numa mansão em Brasília, os pais têm um belo apartamento em frente ao mar em Maceió e ainda uma excelente casa na Barra de São Miguel, em Alagoas. Não imagina o moço o que é ser inativo, viver dos proventos e não ter casa própria, muitas vezes. Na calada da noite, o governo do Estado mandou um projeto para o Legislativo, passando

a contribuição previdenciária de 11 para 14% e ainda alterando o desconto dos aposentados doentes, modificando completamente a renda dos idosos. Quando a “Velhinha das Alagoas” entendeu o absurdo cometido pelo Renanzinho, teve de sair do seu descanso e gritar aos quatro ventos a injustiça de que foi vítima. O pobre coitado do Gaspar, candidato a prefeito, com o apoio de Renanzinho, perdeu a eleição em Maceió. Tudo por causa dos arroubos do governador. Reconhecido o erro, o secretário da Fazenda foi à mídia dizer que o governador corrigiria o terrível engano. Lá se vão três meses e nada foi feito. Nosso suado dinheirinho indo para o ralo e os gestores fazendo estudos para diminuir a cacetada. Todos sabemos que uma semana seria suficiente para avaliar a destruição causada aos velhinhos. Os sindicatos estão lutando para ajudar os inativos doentes, mas o governo continua estudando o caso. Lembrei-me dos impactos na folha de pagamento quando a Mesa Diretora precisava reajustar os salários dos servidores do Poder Legislativo. Uma longa novela para analisar algo tão claro!

Bendito patriotismo

CLÁUDIO VIEIRA

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n Advogado e escritor

propósito da visita de Bolsonaro a Alagoas, semana passada, chamaram a atenção três evidências: veio acompanhado de senador e deputado federal alagoanos; veio provocar aglomeração; veio demonstrar que o uso de máscaras protetivas é pura bobagem. Os seus acompanhantes também esqueceram dos cuidados protocolares de enfrentamento à pandemia. Para coroar a patuscada, uma freira, para imi-

tar o seu líder político, descuidouse da máscara enquanto o abraçava afoita. Os eufóricos seguidores alagoanos do bolsonarismo, pressurosos, fizeram publicar fotos nas redes sociais, notadamente do flagrante da sorridente irmã sacramentina. Como não poderia deixar de ser, além do aplauso, a classificação: “patriota”. Acho que se referiam à freira, porque os outros já são assim epitetados. 430 mil patrícios mortos pela covid eram, naquele momento da demonstração de patriotismo da irmã, as vítimas do descaso do governo daqueles “patriotas”. Foram 430 mil almas esquecidas por ela, espero que apenas naquele lapso de entusiasmo pelo seu mestre político, não na piedade das orações e na compaixão do mestre celestial. Naquele espetaculoso evento, muitos milhões de brasileiros viram-se acintosamente esquecidos por aqueles que, dada a importância política, deveriam estar sempre dando o exemplo em todas

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Desde então, a “Velhinha” saiu do seu descanso para lutar pelos companheiros injustiçados, entendendo que parte dos proventos perdida pela maldade dos dirigentes jamais será devolvida. Surge então outro problema sério: os planos de saúde estão sofrendo altos reajustes. Os servidores públicos estão quase voltando para o SUS porque os dirigentes concedem pequenos aumentos que não chegam perto do crescimento de seus planos. Para sofrimento da “Velhinha”, muitos companheiros não estão podendo pagá-los. Alguns idosos, doentes, sem poder sair de casa, estão apavorados com o crescimento do plano da Unimed no Poder Legislativo. Mais uma vez, a “Velhinha” grita, pede ajuda e não ouve ressonância a seu pedido. A Mesa Diretora da Assembleia, que poderia ajudar a categoria, nada fala, faz “ouvidos de mercador”. É melhor pagar dois salários a novecentos comissionados, do que ajudar aos inativos e ativos ali servindo há tantos anos. Pensando em descansar novamente, a pobre “Velhinha das Alagoas” vê o rio e o mar invadirem sua casa, depois que um loteamento vizinho construiu uma

as aparições públicas, ainda que as máscaras escondam os sorrisos. Em Alagoas, a solenidade comemorativa foi nada mais que escárnio de alguns de seus representantes políticos pelas mais de 4 mil vidas alagoanas interrompidas graças ao descaso dos “patriotas” que nos governam. Heróis não são aqueles que a mídia bolsonarista divulgou. O heroísmo verdadeiro que deve ser reconhecido é aquele dos milhares de médicos, enfermeiros e técnicos que arriscam a vida todos os dias para tratar e, com a permissão de Deus, salvar pela cura as pessoas, ou chorar as perdas de vidas que ocorrem em seus plantões hospitalares. São os milhões de trabalhadores que saem diariamente do recesso dos seus lares para prover as famílias de segurança, transporte, alimentos. São as famílias brasileiras, que se contam aos milhões, sobrevivendo com irrisórios e risíveis valores da epite-

obra de contenção caríssima, devidamente autorizada pelo órgão ambiental, que joga a força do rio e do mar para o condomínio da assustada “Velhinha”. Cansada de tanta injustiça, a coitada idosa apela para os amigos do citado órgão. Mas a luta é inglória: ela briga com autoridades e empresários próximos do governador. Pensam eles: “Deixe essa maluca pra lá. Vamos fazer obras a médio prazo onde possamos aparecer”. As reuniões se sucedem, a “Velhinha” delas não participa porque não quer e a destruição continua na frente do Condomínio Atlântico Norte, em Paripueira. A obra de contenção está errada, foi autorizada e ninguém manda derrubar tamanha loucura. Quem for podre que se quebre! Quem manda discordar das autoridades constituídas? Amigos leitores, só Deus ajuda a “Velhinha das Alagoas”! Os homens que estão no poder fingem não escutar os gritos do povo. Uma menina política mandou que a “Velhinha” fosse cuidar de sua casa e deixasse a Prefeitura em paz. Eis a resposta da “Velhinha das Alagoas”: Não, pobre menina! Ressuscitei!

tada ajuda humanitária. São os milhões de pequenos empresários que se veem na necessidade de fechar as portas dos seus estabelecimentos, desempregando pais ou arrimos de família. Todos esses são os verdadeiros patriotas, sem aspas. Já os “patriotas” aspeados, esses deveriam voltar no tempo, à mentalidade e educação romana do Império romano, no qual os homens probos eram aqueles que colocavam os interesses do país e do seu povo acima dos próprios interesses pessoais. A lealdade ao povo, a fidelidade a sua gente, eram esses os valores romanos tradicionais a manterem viva a chama do Império. Quando essas tradições foram negligenciadas, Roma dividiuse e, por fim, ocorreu o declínio do Império. Uma vez que não aprendem com a História, leiam ao menos o conceito de Ruy Barbosa sobre Pátria. Talvez melhorem de atitudes.

Os sindicatos estão lutando para ajudar os inativos doentes, mas o governo continua estudando o caso. Lembrei-me dos impactos na folha de pagamento quando a Mesa Diretora precisava reajustar os salários dos servidores do Poder Legislativo.

Heróis não são aqueles que a mídia bolsonarista divulgou. O heroísmo verdadeiro que deve ser reconhecido é aquele dos milhares de médicos, enfermeiros e técnicos que arriscam a vida todos os dias para tratar e, com a permissão de Deus, salvar pela cura as pessoas.


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Um ano que valeu por dez

NELSON VILALVA n Coordenador do Conselho Estratégico da MOAI e CEO da Nova/SB

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inguém aguenta mais falar do tal “novo normal” e das expressões que tomaram o nosso cotidiano desde que a pandemia começou, em março do ano passado. Em meio ao debate entre abrir o comércio ou preservar vidas, muitos empreendedores não tiveram escolha: aceleraram um aprendizado forçado para manter os negócios funcionando com segurança para colaboradores e clientes. Naturalmente, por vocação e afinidade, alguns empreendimentos conseguiram se adequar ao home office. Outros buscaram um sistema híbrido. Entretanto, muitos segmentos sofreram de forma inclemente com uma total ausência de atividades. Quem empreende viveu no fio da navalha

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por conta de receitas decrescentes e custos que teimavam em subir. Muitas vezes, decorrente da necessidade de buscar novas tecnologias, aplicar rescisões e lidar com os “abre e fecha” intermináveis. Dentro desse contexto, ainda tivemos que nos deparar com decretos intempestivos, investimentos em protocolos para atender com segurança e a natural dificuldade em conseguir crédito e apoio. Sozinhos, numa conjuntura desafiadora, os empreendedores do Brasil tornaram-se mais fortes e resilientes. Apoios como o do Sebrae, que formatou conteúdos relevantes, tanto para enfrentar os períodos de restrições de funcionamento quanto para orientar sobre uma reabertura segura, foram fundamentais nesse processo. Diante de um cenário tão intenso, penso que a grande marca deste ano tenha sido a capacidade de união, de intercâmbio e troca que aproximaram os empresários, o que foi decisivo para a sobrevivência dos empreendimentos brasileiros. É clichê dizer que a união faz a força. Contudo, cada comerciante, prestador de serviço ou pequena indústria tem uma história para contar de solidariedade e “coopetição”. Afinal, muita gente entendeu que, para continuar competindo, era fundamental cooperar. Negociações em conjunto, permutas, compartilhamento de máquinas e insumos e outros apren-

dizados da pandemia vieram para ficar. Estamos mais próximos de uma retomada. Além disso, acredito que com o consumo represado, a natural e humana ansiedade de abraçar, de se reencontrar e de viver ajudará os negócios, em especial de segmentos que mais sofreram como turismo e eventos, por exemplo. Meu desejo é que essa tal de “coopetição” siga como um ensinamento para o futuro. Enquanto muitos só falam sobre a aceleração digital que o mundo sofreu – e eu concordo e reconheço inúmeros pontos positivos como a migração para operações phygitals –, prefiro celebrar esta nova realidade de mercado. De empresas e empresários que se deram as mãos e uniram forças para combater o momento econômico mais desafiador das últimas décadas. Espero que os bravos que seguem escrevendo a história de suas empresas sigam praticando diariamente a colaboração. Trocando impressões, experiências e fortalecendo o compartilhamento de soluções e inovações sem perder a competitividade. Entregar uma proposta de valor relevante para os clientes vai exigir isso. Porque com a competição solidária, os empreendedores poderão atingir a escala e ferramentas até então só acessíveis aos grandes e, assim, buscar mais eficiência. O difícil já foi feito: atravessar a tempestade. Agora, é abrir as velas e esperar o vento favorável que, o quanto antes, começará a soprar.

Estamos mais próximos de uma retomada. Além disso, acredito que com o consumo represado, a natural e humana ansiedade de abraçar, de se reencontrar e de viver ajudará os negócios, em especial de segmentos que mais sofreram como turismo e eventos, por exemplo.


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POLÊMICA

Vereador defende entrega de título falso de cidadão honorário a Bolsonaro Câmara de Maceió é cobrada a investigar o caso; crime é passível de pena de reclusão de até 6 anos BRUNO FERNANDES Bruno-fs@outlook.com

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utor de um projeto de lei que tem por objetivo conceder o título de cidadão honorário de Maceió a Jair Bolsonaro (sem partido), o vereador Leonardo Dias (PSL) defendeu em entrevista ao EXTRA a entrega de um título fake ao presidente da República durante sua visita à capital na semana passada, o que pode ser caracterizado como falsificação de documento. Na quinta-feira, 13, Bolsonaro recebeu uma placa com um título falso de cidadão honorário de Maceió das mãos de apoiadores ao lado do vereador. A placa com o título fake, na qual consta o brasão da Prefeitura de Maceió, foi entregue enquanto o presidente participava de uma cerimônia para reinaugurar o viaduto da Polícia Rodoviária Federal, no bairro do Tabuleiro do Martins, entregue pelo governador de Alagoas, Renan Calheiros (PMDB) em dezembro de 2020. “Entendo que o povo tem o direito de homenagear quem quiser. O título de ci-

dadão honorífico de Maceió saiu de pauta a meu pedido e deverá voltar ao debate em breve, uma vez que os decretos já foram flexibilizados, permitindo cinemas e teatros, tendo inclusive o próprio governo do Estado, autor das medidas de restrições quanto à covid, realizado algumas delas nessa última semana”, disse Dias. Mesmo negando que tenha organizado a homenagem, o fato de o vereador estar ao lado do presidente durante a entrega do título fake não agradou a outros integrantes da Câmara, a exemplo da vereadora Teca Nelma, que encaminhou um ofício ao presidente da Casa Mário Guimarães cobrando providências pela falsificação do documento público. A vereadora pede que seja investigado o autor e que ele seja punido pelo crime de falsificação conforme determina o Código Penal Brasileiro. Falsificar, no todo ou

Título fake foi entregue na semana passada ao presidente em parte, um documento público, ou alterar documento público verdadeiro é punível com reclusão de dois a seis anos, além de multa. Se o agente for funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena, de acordo com Art. 297 do Código Penal Brasileiro. “Eu encaminhei o ofício, mas ainda não tem prazo para ser colocado em pauta pela casa. Caso seja instaurada a denúncia, os responsáveis pela entrega e pela falsificação de um documento da casa serão investigados pela Comissão de Ética, seja vereador ou

não. Quanto à punição, não temos como determinar que se provada a participação de um parlamentar, se ele perderá o cargo, pois vai depender de como foi a participação do indivíduo”, explicou Teca Nelma. Ainda de acordo com a vereadora, no caso em específico, o presidente Jair Bolsonaro, embora tenha

descumprido medidas sanitárias impostas por meio de decreto estadual durante sua visita, não terá como ser punido por isto e nem por receber o documento falsificado por, neste caso “se caracterizar como uma vítima de falsificação, assim como a Casa”. A informação também foi confirmada pelo Gabinete Civil de Alagoas. Mesmo com o uso obrigatório de máscaras em locais públicos desde abril deste ano, ainda falta regulamentação para dar eficácia à mesma Lei. “Isso deve ocorrer nos próximos dias. Portanto, quanto a punições, isso ainda não é possível”, explicou por meio de nota. A concessão de título maceioense deve seguir alguns critérios estabelecidos pelo regimento interno da Câmara de Maceió. Segundo o artigo 311, o título honorífico só poderá ser concedido a pessoas que tenham reconhecidamente prestado de serviços ao Município, ao Estado, à União, à democracia, ou à causa da Humanidade. Procurada pelo EXTRA, a Câmara Municipal de Maceió não se posicionou oficialmente quanto à falsificação, nem revelou o que será feito para investigar o caso, limitando-se a afirmar apenas que não possui vínculo com o título entregue a Jair Bolsonaro. A assessoria do presidente da República também foi procurada, mas não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição.


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WEVERTON LIMA RIBEIRO - ME, do Nº do CNPJ , 08.912.257/0001-21 do endereço: ROD. ENG. JOAQUIM GONÇALVES – Nº Nº 381 A, torna público que requereu ao IMA/AL, a Regularização de licença de operação para o Tratamento e disposição de resíduos não-perigosos. Obs. (Reciclagem e Trituração de Lâmpadas), localizado na Cidade de Penedo/AL. Foi determinado estudo de impacto ambiental.

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ECONOMIA EM PAUTA Google em Alagoas

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

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Google.org, braço filantrópico do Google, está doando R$ 5,2 milhões para a organização sem fins lucrativos Amigos do Bem. Com o recurso, serão distribuídas 42,5 mil cestas básicas a 8,5 mil famílias durante cinco meses em 140 povoados nos estados de Alagoas, Pernambuco e Ceará. Além do alimento, 50 povoados impactados pela seca serão abastecidos com 3,8 milhões de litros de água potável ao longo de um ano.

Bitcoin no Pix O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, revelou durante palestra no Latin America Disruptive Tech Founders & CEO Virtual Summit 2021, promovido pelo Bank of America, os novos planos para o Pix a partir do próximo ano e que a instituição está avançando na discussão sobre uma moeda digital. Segundo Campos Neto, já existe um projeto para que, no futuro, o Pix possa fazer transferências para outros países e que essas transferências possam ser feitas através de moedas digitais, como o próprio Bitcoin. O prazo para o lançamento da nova função, no entanto, não foi revelado.

Reajuste nos medicamentos O Senado aprovou projeto de lei que suspende o aumento de preço de medicamentos em 2021. O texto também determina a reversão de reajustes já aplicados em medicamentos este ano, havendo, inclusive, a restituição de pagamento já realizado. O projeto, aprovado por 58 votos a favor e 6 contra, segue para a Câmara dos Deputados. Segundo o autor do projeto, Lasier Martins (Podemos-RS), o objetivo é diminuir a pressão sobre o orçamento das famílias que estão enfrentando o coronavírus e, também, daquelas com doentes que demandam uso contínuo de medicamentos.

Magazine Luiza na B3 Comprar uma ação e ver o patrimônio investido se multiplicar muitas vezes é possível na Bolsa de Valores, mas requer conhecimento sobre as empresas listadas. Há dez anos, quem comprou R$ 1.000 em papéis do Magazine Luiza e não se desfez do investimento, por exemplo, possui atualmente cerca de R$ 40.170, após uma alta de quase 4.000%. No mesmo período, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, acumulou valorização de 87,91%.


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INSATISFAÇÃO

Clientes sofrem com apagões enquanto Equatorial lucra R$ 353 milhões em 3 meses Empresa teve mais de 1.300 reclamações registradas no Procon em 2020 e soma notas baixas no Reclame Aqui BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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oradores de Alagoas sentem no dia a dia o resultado negativo da privatização da Companhia Energética de Alagoas, a Ceal. Os relatos encontrados em sites de reclamações e nas redes sociais são de aumentos exorbitantes de tarifas, apagões e serviços prestados de péssima qualidade aos clientes. Desde que Equatorial Energia comprou a Ceal em leilão, em dezembro de 2018, pela bagatela de R$ 50 mil, as contas dos 3,35 milhões de moradores do estado sofreram reajustes de energia de 26,3%, todos autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com dados da própria Aneel, só no ano passado o reajuste foi de 10% - índice maior do que a inflação de 4,52%. O acumulado do índice de 2019 a 2020 é de 8,83% - índices bem abaixo das correções nos valores das contas de energia. Enquanto o lucro aumenta, clientes de Maceió residentes nos bairros da Ponta Verde, Gruta de Lourdes, Serraria, Cruz das Almas, Vergel, Trapiche e adjacências sofrem com várias quedas no fornecimento todas as semanas. Na internet ou até

na roda de amigos é comum encontrar consumidores reclamando que por causa das quedas de energia constantes estão perdendo equipamentos elétricos. O Ministério Público Federal (MPF), inclusive, chegou a ser acionado pelo deputado federal Marx Beltrão em fevereiro do ano passado para investigar as denúncias, mas as mesmas ainda continuam sendo apuradas. As reclamações contra a Equatorial Energia no Procon, em 2020, somaram 1.300. As principais queixas são sobre contas cobradas indevidamente e cortes de energia sem o devido prazo legal, em plena crise sanitária, com as pessoas em isolamento social, consumindo mais energia em suas casas, com renda reduzida e sem poder trabalhar.

ENQUANTO O LUCRO AUMENTA, CLIENTES DE MACEIÓ RESIDENTES NOS BAIRROS DA PONTA VERDE, GRUTA DE LOURDES, SERRARIA, CRUZ DAS ALMAS, VERGEL, TRAPICHE E ADJACÊNCIAS SOFREM COM VÁRIAS QUEDAS NO FORNECIMENTO TODAS AS SEMANAS.

Prestação de serviços da Equatorial é alvo de reclamações em Alagoas A conta de energia é uma preocupação a mais para a idosa e pensionista Lúcia Ferreira, de 71 anos, que mora no Vergel do Lago e tem a responsabilidade de pagar todas as despesas da casa e de mais quatro pessoas com a pensão de dois salários mínimos. “Não sei o que foi que aconteceu que desde que essa Equatorial começou aqui em Alagoas a minha conta só aumenta. Uma boa parte do meu dinheiro vai para pagar a conta de energia todo mês. Aqui em casa sou eu, minha filha, minha neta e meus dois bisnetos e como elas estão desempregadas, fica tudo nas minhas costas”, conta Lúcia. Ainda segundo a pensionista, o valor pago não justifica a qualidade do serviço prestado. “Falta muita energia aqui no Vergel. Vez ou outra a gente fica

sabendo que foi apagão em vários bairros, mas aqui no Vergel pelo menos uma vez por semana tem que faltar energia, é quase lei. Faltou energia no dia 10 à noite e só voltou no outro dia pela manhã e ainda tenho que pagar quase R$ 400 todos os meses senão eles cortam”. LUCRO Enquanto a Equatorial, que controla distribuidoras de eletricidade e possui ativos de geração e transmissão, fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro de R$ 353 milhões, as reclamações contra a empresa no Reclame Aqui, principal portal de reclamações do Brasil, só aumentam. Levantamento feito pelo EXTRA revelou que a empresa não possui avaliação positiva em nenhum de seus perfis e a média da nota não passa de

6.0. Ou seja, os clientes não recomendam seus serviços, mas não possuem outras alternativas. Além de fechar o primeiro trimestre em alta, a Equatorial teve lucros de nada menos que 52,1% em 2020, saltando de R$ 1,484 bilhão para R$ 2,257 bilhões, em comparação a 2019. Apesar do lucro bilionário, a empresa só demite. Antes da privatização eram 1.200 trabalhadores. Hoje a Equatorial mantém apenas 700. O EXTRA entrou em contato com a empresa e questionou os motivos para as constantes quedas de energia em diversos bairros da capital, mas até o fechamento desta edição a assessoria de comunicação não enviou um posicionamento oficial e se limitou a dizer que “investimentos não faltam”.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

ALTA RODA

Em 2022: Civic para e City Hatch substitui Fit

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odelos que entram e saem do mercado este ano é um cenário em constante mudança, conforme se cruzam fontes e informações. Como já expliquei, as novas exigências para emissões evaporativas dentro do programa Proconve PL 7 inviabilizam o investimento em modelos mais antigos. Entretanto, há outras condicionantes a exemplo da dinâmica de oferta de produtos e razões industriais para abrir espaço a versões mais evoluídas. A Honda para de produzir Fit e Civic ao longo do próximo ano. Mas enquanto este sai de cena na esteira de dificuldades para os sedãs, aquele será substituído pelo City hatch, mas não em 2021. Primero vem o novo City sedã, no final do próximo semestre, com objetivo também de atrair os fãs do Civic. O novo HR-V terá produção iniciada no primeiro trimestre do próximo ano na fábrica de

Itirapina (SP). WR-V continuará em linha e deverá mudar em 2023. Hyundai ix 35, versão defasada do Tucson, será descontinuado em 2022. Outros que resistirão no mercado no próximo ano são os Onix Joy e Joy Plus. A nova picape intermediária só chega em 2023, produzida na fábrica de São Caetano do Sul (SP). Fiat continuará a produzir em Betim (MG) o furgão Fiorino e este receberá atualização em 2022. A oferta dos chamados CDV (sigla em inglês para Furgões Derivados de Carros) está restrita hoje ao modelo italiano e ao Peugeot Partner. Agora em setembro a picape média Peugeot Landtrek começa a ser vendida na Argentina e há chance de lançamento no Brasil até o fim deste ano ou começo de 2022.

II Década Mundial de Ações de Segurança no Trânsito Maio Amarelo é uma tradição que se consolida ano a ano em prol de reduzir acidentes e mortes no trânsito. A nova iniciativa da ONU lança um desafio a se repetir em cada país: entre 2021 e 2030 diminuir em 50% aqueles índices. Segundo o consultor em programas de segurança no trânsito, J. Pedro Correa, as ações sugeridas desta segunda década ainda estão em nível de rascunho. Ele destaca três entre vários tópicos: coordenação, estatísticas e transparência. “Qual é a instituição brasileira com lastro suficiente, boa estrutura e capacidade de levar adiante esta grande missão? De pronto,

o único nome que consigo imaginar é o do Denatran. Afinal, trata-se do líder do Sistema Nacional de Trânsito, faz parte do Ministério da Infraestrutura, mas dispõe de equipe reduzida e possivelmente não tenha previsto o orçamento adequado para a década”, afirma. O Instituto Mobih, fundado em São Paulo em 2017, lembra que o movimento nas grandes cidades caiu em todo o mundo em razão da pandemia da covid-19. Porém, neste Maio Amarelo o instituto e o Lots Group alertam: preservar vidas é o único movimento que não pode parar. O grupo brasileiro Tecnowise também apoia a iniciativa.

n DESORGANIZAÇÃO do mercado em 2021 com a paralisação de fábricas no Brasil de forma não homogênea, atingindo mais alguns modelos do que outros, vem levando a uma clara distorção. Um exemplo é o crescimento acelerado da participação de SUVs nas estatísticas. Isso não se sustenta. Embora estes modelos estejam em ascensão, só quando a produção se normalizar será possível fazer análises mais precisas. Possivelmente só em 2022. MODELO de alto valor agregado, o Land Rover Range Rover Evoque voltará a ser produzido na fábrica do Grupo JLR, em Itatiaia (RJ), no último trimestre deste ano, ao lado do Discovery Sport. O Evoque esteve em produção no Brasil entre 2016 e 2019. Apesar de baixo conteúdo local, a desvalorização do real assegura agora competividade à marca inglesa na montagem local. Os dois SUVs oferecem motores turbo flex. RENAULT STEPWAY responde hoje por 20% das vendas do Sandero, embora a marca francesa o tenha posicionado como modelo independente. A versão automática, com câmbio CVT de seis marchas, tira algum fôlego do modelo, mais sentido na estrada com carga total. O vão livre do solo reduziu-se de 18,5 para 14,5 cm em razão do câmbio, porém o visual não se alterou em relação ao câmbio manual, embora exija mais cuidados ao passar por lombadas ou valetas. Bancos estão mais confortáveis. Direção eletro-hidráulica é mais pesada que uma puramente elétrica. PRIMEIRO carro 100% elétrico da Volvo, o XC40 Recharge chega em setembro por R$ 389.950 (preço de hoje a corrigir no lançamento). Os dois motores, um em cada eixo, totalizam 408 cv e 67,3 kgfm. Bateria de 75 kWh permite alcance de até 418 km, segundo a fabricante. No entanto, em velocidades mais altas em estrada dificilmente essa distância será alcançada. Carregador de parede e instalação estão incluídos no preço acima apenas para primeiras 300 unidades vendidas. BASF acaba de desenvolver tecnologia de tintas que evitam bloqueios ou mau funcionamento dos sensores lidar. Estes são fundamentais para os autônomos ao medir com grande exatidão a distância entre veículos.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

Se liga torcedor: decisão do Alagoano tem horário antecipado

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finalíssima do Campeonato Alagoano Smile 2021 teve o horário alterado e vai começar às 16h45, no sábado (22), entre CRB x CSA, no Estádio Rei Pelé. A mudança foi realizada pela Federação Alagoana de Futebol (FAF) na segunda-feira (17) para atender a grade de programação da emissora Band, detentora do direito de transmissão do campeonato. CRB x CSA farão o jogo de

volta. No último sábado (15) o clássico foi morno e terminou empatado por 0 a 0. Em caso de um novo empate, a decisão segue para as cobranças de pênaltis. Quem vencer no tempo normal garante o título do Alagoano 2021 e fica com a vaga direta para a fase de grupos da Copa do Nordeste do próximo ano. A grande final tem transmissão ao vivo da Band e da FAFTV no YouTube.

ATLÉTICO-MG ACEITA OFERTA DA CONMEBOL E VACINA DELEGAÇÃO

FINAL DO CARIOCA TEM PALCO DEFINIDO O estádio Mané Garrincha foi descartado como palco da final do Carioca entre Flamengo e Fluminense. Foi uma decisão consensual. Além do gramado em manutenção, os envolvidos entenderam que não valia a pena todo o desgaste para tentar levar o jogo para Brasília, sem contar a logística para viabilizar a partida. Oficialmente, a Ferj invocou a prerrogativa da escolha na segunda-feira e, na terça, o Departamento de Competições da entidade bateu o martelo. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, chegou a confirmar o interesse de receber a partida e indicou mudanças em decreto para permitir a presença de público. Mas na terça afirmou que o gramado do estádio Mané Garrincha não teria condições de receber a final do Carioca. Flamengo e Fluminense se enfrentaram pelo primeiro jogo da final do estadual, no Maracanã, e a partida terminou empatada por 1 a 1. O atacante Gabigol abriu o placar para o Fla ainda na etapa inicial e Abel Hernández igualou o marcador no segundo tempo para o Flu.

O Galo informou, em seu site oficial, que aceitou as vacinas oferecidas pela Conmebol. A entidade máxima do futebol sul-americano, que tem sede em Assunção, no Paraguai, recebeu um lote de 50 mil imunizantes doados por um laboratório chinês, e tem aplicado as doses nas equipes que vão à capital paraguaia jogar pela Libertadores ou Sul-Americana. A delegação do AtléticoGO, por exemplo, já foi vacinada. Todos os integrantes da delegação atleticana, presentes na viagem desta semana, voltaram vacinados do Paraguai - jogadores, comissão técnica e funcionários. O clube informou que “o protocolo da vacinação foi alinhado pelo diretor médico do Atlético, Dr. Rodrigo Lasmar, com o coordenador médico da CBF, Dr. Jorge Pagura”. Na nota, o Atlético diz que o presidente Sérgio Coelho

conversou com Walter Feldman, secretário-geral da CBF, “sobre a importância da vacinação diante das recorrentes viagens na disputa de uma competição internacional como a Libertadores”. Feldman, ainda segundo o Galo, não apenas anuiu, como estimulou a aceitação das vacinas.

CBF ANUNCIA NOVA DIVISÃO DO FUTEBOL FEMININO A PARTIR DE 2022 Com a nova competição, o número de equipes participantes nas competições nacionais aumentará, passando de 52 para 64, divididos entre as três séries. O Brasileirão A-3 contará com um novo critério para a classificação dos clubes. Com um formato democrático, a competição terá representantes de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. Sendo assim, serão os 27 campeões estaduais, somados aos quatro clubes melhores posicionados no Ranking Nacional de Clubes de Futebol Masculino de 2022 e um clube da federação melhor posicionada no Ranking Nacional de Federações de Futebol Feminino do mesmo ano. Na primeira fase da Série A3, os 32 times formarão 16 confrontos de mata-mata, em jogos de ida e volta, mas com a possibilidade de haver apenas uma partida, desde que uma das equipes vença por três gols de diferença.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Impase no mercado

PELO INTERIOR

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Decreto Nº 2.365/2013 que dispõe sobre o uso de áreas públicas do município de Arapiraca para instalação e funcionamento de box, quiosques, trailer e outros afins, causou reação entre comerciantes do Mercado Público José Alexandre dos Santos. A polêmica está no parágrafo único do decreto que determina que “fica vedada a venda de bebidas alcoólicas e cigarro”.

Querem diálogo

Apesar de o decreto ser datado de 25 de outubro de 2013, só agora a Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, decidiu proibir a comercialização de bebidas no interior do mercado.

Continua na sidência

pre-

O presidente do Poder Legislativo não terá que se afastar para disputar mandato de deputado. Além dele, pelo menos mais três vereadores pretendem disputar uma vaga na Casa de Tavares Bastos. Outro vereador que também anunciou que é pré-candidato a deputado estadual é Fabiano Leão. Ele é filho do ex-deputado estadual Demuriez Leão e sobrinho do ex-prefeito de Arapiraca, Severino Barboza Leão.

Banheiros químicos Os permissionários que trabalham com este tipo de comércio se organizam para fazer um abaixo-assinado protestando contra a medida. Eles também pretendem abrir um diálogo com a secretária Rosa Lira com a finalidade de reverter a situação.

Por falar em Fabiano Leão, na sessão de terça-feira, 18, ele apresentou uma indicação, aprovada por unanimidade, solicitando à Superintendência de Transporte e Trânsito de Arapiraca a construção de abrigos com a instalação de banheiros químicos nas praças onde têm ponto de táxi e mototáxi, a exemplo do Calçadão do Centro, Praça Manoel André e outros logradouros com a mesma necessidade.

Empolgado

Reivindicação antiga

Abaixo-assinado

O presidente da Câmara Municipal de Arapiraca, Thiago ML (PROS), vai mesmo concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2022. Em seu segundo mandato, Thiago já abriu diálogo com sua base e vem mantendo contatos com lideranças comunitárias de Arapiraca e também da Região Agreste.

Em sua justificativa, Fabiano Leão disse que é uma reivindicação antiga, e que entra prefeito, sai prefeito e nada é feito para atender a essas categorias. Ele ressaltou que “tanto os mototáxis quanto os taxistas que têm que ir aos banheiros atender a uma necessidade fisiológica são obrigados a procurarem um bar ou outros estabelecimentos, onde muitas vezes são negados”.

Apelo à feitura

Pre-

... Notícia preocupante para o Agreste alagoano. A Unidade de Pronto Atendimento da cidade de Palmeira dos Índios está com todos os seus leitos da ala covid ocupados. ... A informação foi confirmada pela coordenadora da UPA, Maria Amélia, que pediu ajuda da população no combate à pandemia. ... “Há três dias estamos com o número de pacientes sendo atendidos pela ala covid cada vez maior, e hoje estamos trabalhando com a capacidade máxima. Os 13 leitos exclusivos para a ala covid estão preenchidos”, disse ela em um vídeo compartilhado pelas redes sociais. (Com 7 segundos)

Ao finalizar seu pronunciamento, Fabiano deixou claro que as suas ações são pautadas para ajudar a população arapiraquense. “É importante que a Prefeitura atenda ao nosso pleito, em favor dos profissionais que trabalham com táxi e transporte alternativo, além de beneficiar a nossa população”, disse o vereador.

... A terça-feira, 18, foi lembrando como o dia de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Durante todo o mês na cidade de Arapiraca serão realizadas ações educativas para alertar a população para esse tipo de violência, que deve ser combatida todos os dias do ano.

Projeto de lei

... O diretor do Campus III da Universidade Estadual de Alagoas, Nalfran Benvinda, o diretor do Instituto Federal de Alagoas de Palmeira dos Índios, Roberto Fernandes da Conceição, e o coordenador da Universidade Federal de Alagoas em Palmeira dos Índios, Lucas Pereira da Silva, estiveram reunidos.

Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Ricardo Nezinho (MDB) informou que deu entrada num projeto de lei ordinária (PLO nº 526/2021) instituindo o Dia Doutor Albert Sabin de Conscientização sobre a Importância da vacinação, a ser comemorado em todo território alagoano no dia 26 de agosto, data de nascimento do médico microbiologista que desenvolveu a vacina oral contra a poliomielite.

Virtude inescapável

“Além dos atributos da genialidade e da ousadia inerentes aos grandes cientistas, o Dr. Sabin detinha uma virtude inescapável, um profundo humanismo de gestos concretos, como a da renúncia aos direitos de patente da vacina que ele criou. É um ato de profundo amor e humanidade”, justificou Nezinho.

... No município, 40 denúncias de casos de abusos foram registrados no ano de 2020, é o que apontou os dados da Secretaria de Desenvolvimento Social.

... Ficou definido que os gestores irão marcar uma reunião com representantes da Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios e irão protocolar documento com a requisição para o início da vacinação. (Com assessoria) ... O combate à pandemia do novo coronavírus está sendo intensificado. Durante a última terça-feira, a Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Saúde, levou diversas ações de conscientização para o Mercado Público Municipal, localizado no centro da cidade. ... Saúde e paz para os nossos leitores. E lembre-se: idiota não é quem fica em casa para se proteger desse vírus terrível e sim um presidente negacionista que não acredita na ciência, é contra a vacina e tem as mãos sujas de sangue com a morte de quase 500 mil brasileiros. Até a próxima edição, se Deus nos permitir!


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MEIOAMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Novas regras

LIXO ELETRÔNICO

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computador quebrou ou o smartphone. O que fazer com o aparelho que não funciona mais? Essa é uma dúvida muito comum. Pode ir para o lixo ou deve ter algum tipo de destino específico? O lixo eletrônico tem o nome técnico de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE). Ele abrange não somente computadores e celulares, mas qualquer tipo de eletrodoméstico, como micro-ondas, geladeiras e máquinas de lavar. Também inclui aparelhos menores, como furadeiras, panelas elétricas, mixer, processador de alimentos, purificador de água, secador de cabelo, ventiladores e liquidificadores, além de qualquer tipo de pilha ou bateria. Tanto os equipamentos quanto as baterias possuem substâncias que, se jogadas no lixo e enviadas a aterros sanitários, podem produzir danos importantes ao meio ambiente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010) atribui ao fabricante a obrigação de dar o destino, processo também chamado de “logística reversa”. Cabe aos proprietários dos equipamentos entregá-los para que possam ser corretamente descartados e reciclados. O Decreto Nº 10. 240, de 12 de fevereiro de 2020, normatizou o sistema de logística reversa no Brasil. Ele estabelece um percentual de equipamentos a serem coletados e de municípios com serviços de logística reversa, visando a chegar a 400 até 2025. Cada cidade deverá instalar um ponto de coleta a cada 25 mil habitantes.

O Senado deve analisar um projeto de lei que altera procedimentos para o licenciamento ambiental no país (PL 3.729/2004). Essa proposta foi aprovada na Câmara na quinta-feira da semana passada (13), na forma do substitutivo apresentado pelo deputado federal Neri Geller (PP-MT). O parecer de Geller, que já foi ministro da Agricultura, estabelece regras gerais para simplificar e agilizar o processo a serem seguidas por todos os órgãos envolvidos, como prazos de vigência, tipos de licenças e empreendimentos dispensados dessas obrigações. Foram rejeitadas todas as tentativas dos partidos para mudar o texto final na Câmara. O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), anunciou que vai solicitar audiência pública para discussão da proposta antes de sua votação no Senado. Ele afirmou que “é um assunto delicado, muito controverso, cujas consequências, caso [o texto] venha a ser aprovado, serão muito danosas para a preservação do meio ambiente e para quaisquer perspectivas de políticas públicas sustentáveis”.

Contratações Com a chegada do período da seca na floresta amazônica, época do ano que costuma ter uma maior incidência de queimadas, o Ministério do Meio Ambiente deve abrir concurso público para reforçar a fiscalização ambiental. Segundo a CNN, a pasta pretende anunciar nos próximos dias a contratação de mil servidores públicos, entre fiscais e analistas, para o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes). Os dois órgãos federais de fiscalização ambiental possuem um deficit de pessoal, pelos cálculos do governo federal, de cerca de três mil funcionários. De

Dinheiro e meio ambiente

O dono do Dallas Mavericks, Mark Cuban, disse que sua franquia da NBA continuará a aceitar Bitcoin como forma de pagamento, apesar do anúncio recente de Elon Musk de que Tesla não o aceitará mais. Cuban disse a seus 8,4 milhões de seguidores no Twitter que, como reserva de valor, o BTC é na verdade uma alternativa superior ao ouro. O bilionário do Shark Tank também argumenta que o maior cripto-ativo por capitalização de mercado beneficiará muito a sociedade. “Nós da Mavs continuaremos a aceitar BTC / Eth / Doge porque sabemos que substituir o ouro como reserva de valor ajudará o meio ambiente e a redução do uso de grandes bancos e moedas beneficiará a sociedade e o meio ambiente”. Cuban continua observando que os fãs de Mavericks estão comprando “milhares de dólares por semana” em ingressos e mercadorias via Bitcoin. O time de basquete habilitou os pagamentos BTC pela primeira vez em maio de 2019.


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RECONHECIMENTO TV contemplou Rafael Barbosa, com o Programa Agitação da TV Band Nordeste Alagoas-Arapiraca e Fábio Duarte Rocha- jornalista e programador em comunicação – Prefeitura de Salvador (BA). HISTÓRIA DO PRÊMIO

Salésia Ramos (EXTRA), Marcos Silva, Marcos Menino, Jorge Moraes, James Silver e Geleia foram alguns dos premiados

Prêmio Odete Pacheco 2021 homenageia 24 profissionais A 18ª edição foi celebrada no formato digital devido à pandemia de coronavírus DA REDAÇÃO

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a noite da quinta-feira, 20, o auditório da Federação das Indústrias de Alagoas, em Maceió, foi palco para transmissão ao vivo da 18ª edição do Prêmio Odete Pacheco de Comunicação. Este ano, devido à pandemia da covid-19, a cerimônia foi transmitida de forma on-line, mas sem perder o brilho e importância do evento já consagrado em Alagoas. Receberam a honraria 24 profissionais de diversos e importantes segmentos da comunicação de Alagoas e de outras partes do país, que se destacaram nos anos de 2020/2021. No total, mais de 400 comunicadores já receberam a homenagem.

Os homenageados foram selecionados por uma comissão através de pesquisas. Expressivos comunicadores em diversos e importantes segmentos de Alagoas das cidades de Delmiro Gouveia, Maragogi, Viçosa, Paulo Jacinto, Arapiraca, Maceió e Penedo receberam a honraria. Já na categoria Márcio Canuto foram contemplados profissionais dos estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A festa de premiação, promovida por Fortes Serviços e Empreendimentos e Eventurs-Ltda, teve como homenageado na categoria Floracy Cavalcante o jornalista Ailton Vilanova (in memoriam).

A categoria Márcio Canuto contemplou José Luiz Datena – melhor apresentador de programa de notícias-TV Band / Brasil Urgente (SP); Léo Batista – jornalista esportivo – TV Globo (RJ); Carlos Alberto da Nóbrega – melhor apresentador de programa de humor da TV brasileira por A Praça é Nossa /SBT (SP); Jorge Moraes – presidente da Associação dos Cronistas Desportivos de Alagoas; e, Saulo Laranjeira – podcast do Arrumação /rádio CBN de BH (MG). O contemplado na categoria Edécio Lopes- Cultura foi Valtenor Leoncio – programador musical da Rádio GazetaFM. Na categoria França Moura, como melhor noticiarista, aparece Marcos SilvaRádio Princesa FM, Viçosa (AL). Categoria Sabino Romariz– melhor programa ficou com Marcos Menino- Rádio Maragogi FM- Maragogi (AL). Na categoria Edson Moura o homenageado foi Marlon Araújo –comentarista esportivo. Na categoria Augusto Malta foram dois homenagea-

dos: fotógrafo Gilberto Farias e áudio e vídeo com Preview. Na categoria redes sociais também aparecem dois contemplados: Site TNH1- Sistema Pajuçara de Comunicação e a youtuber Rica de Maré. O jornal EXTRA DE ALAGOAS levou a categoria diversidade, com a repórter Salésia Ramos. Na categoria voto popular, Geleia da Rádio Gazeta FM foi o escolhido. Na categoria repórter, Márcia Marques, da Rádio Delmiro FM levou o troféu. A categoria Âncora ficou com Felipe Toledo, da TV Gazeta. Categoria Operador foi para Lucio Oliver- Rádio Jovem Pan FM. Categoria Sustentabilidade e Meio Ambiente com a jornalista Clarice Maia/IMA- troféu Casal. Categoria Colunista Social foi para James Silver, do jornal Gazeta. Categoria Assessoria de Comunicação, com Maikel Marques, do Tribunal de Justiça. A categoria Iitinerante foi para Abdias Martins, da TV Gazeta. Categoria Política Cocial para o jornalista Carlos Bina. A categoria Repórter de

O Prêmio Odete Pacheco surgiu há mais de 19 anos, na época da realização do Projeto Onze e Meia, no extinto Bar de Alípio do Pontal da Barra, em Maceió. Os produtores culturais da empresa Eventur´s- Ltda, Marcus Assunção e Fafá Rocha, trouxeram alguns dos grandes nomes da MPB e do humor nacional, entre eles Geraldo Azevedo, Belchior, Oswaldo Montenegro, Luiz Melodia, Baden Powell, Paulinho da Viola, Mario Lago, Jair Rodrigues, Renato Teixeira e Galeão Cumbica. Na ocasião, o radialista e jornalista Marcos Guimarães sugeriu para que nos intervalos dos espetáculos fossem homenageados os grandes nomes do rádio alagoano. E assim aconteceram por diversas vezes entrega de placas com aplausos do público como reconhecimento. O projeto cresceu e com a paralisação das atividades do Bar do Alípio, Marcus e Fafá resolveram fomentar um projeto específico sobre a história do rádio alagoano. A cada ano o Prêmio Odete Pacheco vem crescendo e recebe reconhecimentos da sociedade alagoana e dos profissionais da comunicação do Norte e Nordeste. Porém, há sete anos tornou-se o prêmio macro de comunicação, unindo as redes sociais, o rádio, o jornalismo, a cultura, fotógrafos, entre outros importantes segmentos. Inclusive, tornou-se um prêmio de reconhecimento nacional, através da categoria Márcio Canuto que homenageia expressivos comunicadores do cenário nacional da comunicação e de outras importantes categorias.


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