Edição 1127

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ANO XXII - Nº 1127 - 17 A 23 DE JULHO DE 2021 - R$ 4,00

CPI DO COVIDÃO

Arthur Lira e Renan Calheiros lutam em batalhas opostas O presidente da Câmara Federal e o relator da CPI contra Bolsonaro lutam em frentes opostas numa guerra sem vencedores. O que separa Arthur Lira de Renan Calheiros é a sobrevivência política de cada grupo. 2

CRIME DE RIO LARGO

1998 - 2020

ABRAÇO DE AFOGADO RODRIGO CUNHA QUER APOIO DE LESSA PARA VIABILIZAR CANDIDATURA AO GOVERNO 8

Cristina Gonçalves e os presos em junho, sargento Mário e Galeguinho

EM ALAGOAS

CARTÓRIOS ABREM TEMPORADA DE CAÇA AOS BENS DE TERRORISTA DA AL-QAEDA EUA pagam prêmio de U$ 10 milhões por informações que levem a Masood Azhar 3

VICE-PREFEITA É INVESTIGADA COMO POSSÍVEL MANDANTE Último telefonema de Kleber Malaquias antes de morrer foi para Cristina Gonçalves e pode esclarecer motivo do assassinato 16 e 17

GOVERNADOR TENTA COOPTAR PREFEITOS PARA SUA CAMPANHA AO SENADO Maior adversário de Renan Filho, Fernando Collor lutará pela reeleição 6


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1998 - 2020 EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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COLUNA

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Política pequena 1

- Para o bem ou para o mal, Alagoas voltou ao centro do poder nacional com Renan Calheiros liderando a CPI do Covidão e Arthur Lira segurando os pedidos de impeachment contra Bolsonaro. O senador e o deputado lutam em frentes opostas, e no final da batalha todos sairão derrotados, sobretudo as instituições, que perdem mais uma chance histórica de passar o Brasil a limpo.

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- A luta de Renan Calheiros para derrubar Bolsonaro não favorece sequer ao PT, cujo cacique sonha em voltar à Presidência da República em uma disputa direta com o atual chefe do poder central. Da mesma forma, a resistência do presidente da Câmara em dar segmento ao processo de impeachment também não serve aos interesses do País.

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- Assim como Bolsonaro não sobrevive sem o Centrão, comandado por Arthur Lira e a tropa de choque do PP, Lula e os puxadinhos do PT não sobrevivem sem Bolsonaro, e vice versa. Um depende do outro, assim como a cobra do veneno. Os crimes atribuídos ao presidente da República devem ser apurados, assim como o dever constitucional do Parlamento precisa ser cumprido.

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- Alagoas já teve participação ativa em outros episódios históricos que dividiram a nação e nenhum benefício trouxeram aos alagoanos. Hoje como ontem, o que separa Renan Calheiros de Arthur Lira é a sobrevivência política de cada um deles, sem qualquer ligação com interesses de Estado.

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- O senador Renan precisa garantir a sobrevivência de seu grupo, o que contraria interesses do deputado Arthur Lira na sua luta ascendente pelo comando da liderança política de Alagoas. Nessa batalha de cachorro grande não há espaço para o surgimento de uma nova força política representativa, capaz de pensar um projeto de desenvolvimento para o estado.

Crime de Rio Largo

A Polícia Civil entrou na fase final do inquérito que investiga o assassinato do empresário Kleber Malaquias, que fez um ano no último dia 15. A quebra do sigilo telefônico da vítima levou a Polícia a investigar a primeira-dama de Rio Largo como possível mandante do crime. As conversas telefônicas revelam que a última ligação de Kleber Malaquias, horas antes de ser assassinado, foi para Cristina Gonçalves, que também é vice-prefeita da cidade. A vítima cobrava R$ 30 mil de antecipação por serviços na campanha eleitoral, valor entendido como extorsão e que por isso teria sido executado a tiros no dia de seu aniversário.

Cooptação

Após várias denúncias de corrupção na Prefeitura de Rio Largo, Malaquias foi cooptado pelo prefeito Gilberto Gonçalves e virou uma espécie de assessor informal do político. Mas, segundo algumas fontes, Kleber revelava-se insatisfeito com a remuneração que recebia e passou a exigir R$ 30 mil a título de verba de campanha, o que teria sido a gota d’água para sua execução. Leia reportagem exclusiva nas páginas 16 e 17.

Quando outubro chegar Todas as conversas, conchavos, articulações e acordos políticos em torno da eleição do ano que vem nada valerão até outubro chegar, trazendo as novas regras do jogo eleitoral. Tudo vai depender da reforma eleitoral a ser aprovada até 1° de outubro, último dia do prazo para mudanças das regras atuais. Estão em discussão na Câmara a criação do voto distrital – chamado Distritão – fim das coligações nacionais, mudança no coeficiente eleitoral, sobras de campanha e outras medidas que podem acabar com os partidos de aluguel, puxadinhos partidários e arrumações eleitorais de todo tipo. Até lá, só promessas e juras de amor eterno ou sonhos de uma noite de verão.

Debandada

Collor motoqueiro

Muitos políticos filiados ao MDB – inclusive com mandato – não escondem de ninguém a disposição de abandonar a sigla logo após as convenções partidárias do próximo ano. Caso renuncie ao governo em abril para disputar a vaga de senador, Renan Filho terá dificuldade para segurar o estouro da boiada. É a velha história do rei morto, rei posto.

O senador Fernando Collor foi aconselhado por assessores a ficar bem longe do desfile de motociclistas previsto para o dia 25 em Maceió em homenagem ao presidente Bolsonaro, e assim poupar seus eleitores antibolsonaristas. Elle ainda não confirmou, mas as redes sociais dão a participação collorida como certa. Mesmo integrado oficialmente à campanha bolsonarista, Collor, segundo seus aliados, não deveria participar de atos que pouco ou quase nada acrescentam à sua candidatura à reeleição, quando precisa de votos de bolsonaristas, lulistas e de outras denominações ideológicas.

Eleições Tancredo Neves já dizia que política é como nuvem; muda de lugar a todo instante. Mas em Alagoas às vezes é possível saber para onde caminham as nuvens, ou melhor, os políticos, em anos pré-eleitorais. A continuar como estão hoje as conversas em torno de um acordo para a eleição do ano que vem, é possível dizer que o quadro está praticamente definido. E nem é preciso muito esforço para concluir que o governador Renan Filho renunciará ao cargo para disputar o Senado; Davi Davino Filho será indicado para o cargo de governador-tampão e Marcelo Victor será candidato ao governo.

Fim dos marajás Mais de 30 anos depois de Collor se eleger presidente da República como “caçador de marajás”, a Câmara Federal aprovou um projeto de lei que acaba com os supersalários no serviço público. A nova regra proíbe remuneração acima do teto salarial de R$ 39.293,00 e vale para a União, estados e municípios. O projeto agora vai para apreciação final do Senado.

Terra à vista A desapropriação de um terreno em área rural de Arapiraca, próximo da cidade, não passou despercebida do setor imobiliário. Com 118 mil metros quadrados, a área dará lugar a um hospital e um hemocentro e custará R$ 7,6 milhões aos cofres públicos.


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MISSÃO HOLLYWOODIANA

Cartórios de Alagoas buscam por bens de terrorista da Al-Qaeda

EUA oferecem recompensa de US$ 10 milhões por paquistanês ligado a Osama Bin Laden e ao Talibã BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

O

s cartórios de Alagoas foram designados esta semana para uma missão digna de roteiro de cinema hollywoodiano: procurar bens e imóveis pertencentes a um homem paquistanês declarado terrorista global pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em maio de 2019. O pedido para o congelamento de ativos de Masood Azhar, considerado líder do grupo Jaish-e-Mohammed, popularmente conhecido apenas por JeM, foi ordenado pelo corregedor-geral de Justiça, desembargador Fábio José Bittencourt Araújo. A ordem para procura e congelamento dos bens foi expedida inicialmente por meio de carta-circular no dia 28 de junho pelo Ministério da Justiça e publicada no Diário Oficial da União do último dia 7. Na segunda, 12, o Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça de Alagoas trouxe a determinação da Corregedoria Geral de Justiça de envio de ofício a todas as serventias extrajudiciais (cartórios) do estado. Nele, os cartórios são orientados a apurar a possível existência de bens em nome do terrorista líder do grupo com ramificações da Al-Qaeda. A recomendação da busca é do Conselho de Segurança da ONU. O informe, no entanto, chega com um pouco de atraso em Alagoas, já que Masood Azhar foi reconhecido como o líder do

Jaish-e-Mohammed (JeM) pelo comitê de sanções da ONU e passou a ser considerado um terrorista global em 2019 por causa de seus laços com a Al-Qaeda. Masood, além de ser considerado fundador da organização terrorista Jaish-e-Mohammed (JeM), é também co-fundador do Lashkar -e-Taiba (LeT) e chefe do Jamaat-ud-Dawah (JuD). Todos são grupos terroristas com atuações em regiões do Oriente Médio e com atividades principalmente na Índia, onde o paquistanês está incluso na lista dos 30 mais procurados do país asiático. O terrorista também está na lista da Interpol, a Polícia Internacional, como um dos mais procurados do mundo por suas associações com o Talibã e anteriormente com Osama Bin Laden. “Realizem buscas em seus arquivos, com intuito de verificar a existência de bem(ns) em nome de ‘MOHAMMED MASOOD AZHAR ALVI’, devendo, desta feita, em caso positivo, proceder com a indisponibilização dos bens, comunicando imediatamente este Órgão Censor e o Ministério da Justiça e Segurança Pública”, diz trecho do ofício enviado pela Corregedoria Geral de Justiça aos cartórios alagoanos. Azhar ficou mundialmente conhecido após sua libertação da prisão na Índia em 1999 em troca de 155 pessoas feitas reféns em um voo da Indian Airlines sequestrado para Kandahar, no Afeganistão, por

Masood Azhar foi declarado terrorista global pela ONU

A PRIMEIRA PROPOSTA PARA INCLUIR AZHAR NA LISTA DE TERRORISTAS DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU FOI MOVIDA PELA ÍNDIA EM 2009, E A SEGUNDA FOI MOVIDA PELA ÍNDIA COM O APOIO DOS EUA, REINO UNIDO E FRANÇA EM 2016. terroristas paquistaneses. Naquela época, a maior parte do Afeganistão, incluindo o aeroporto de Kandahar, onde o avião sequestrado pousou, estava sob controle do Talibã. Inicialmente, pensou-se que o grupo fosse o responsável pelo sequestro, mas o grupo terrorista criado por ele, denominado JeM, assumiu a autoria.

A crise da troca dos reféns é considerada um dos sequestros mais longos de um avião, tendo durado sete dias. A ação só terminou depois que a Índia concordou em libertar três militantes, entre eles Azhar, que também é apontado como um dos mandantes do assassinato de Daniel Pearl, jornalista do The Wall Street Journal morto em 2002 após investigar e publicar matérias sobre grupos ramificados da Al-Qaeda, entre eles o JeM. O Conselho de Segurança da ONU havia listado o grupo como terrorista um ano antes da morte do correspondente, em outubro de 2001. A primeira proposta para incluir Azhar na lista de terroristas do Conselho de Segurança da ONU foi movida pela Índia em 2009,

e a segunda foi movida pela Índia com o apoio dos EUA, Reino Unido e França em 2016. França, EUA e Reino Unido moveram a terceira proposta em 2017 e o quarto no início deste ano. Os três primeiros pedidos foram bloqueados pela China, um membro permanente do Conselho de Segurança com poder de veto, por questões políticas com a Índia e com o próprio Paquistão, um dos principais fornecedores de petróleo para o país asiático. Azhar também foi líder do grupo terrorista Harakat ul-Mujahidin/ HUM, também conhecido como Harakat ul-Ansar, cuja maioria dos membros posteriormente juntou-se ao JeM sob a liderança do paquistanês. Em 2008, os pôsteres de recrutamento do JeM continham um apelo de Azhar para que voluntários se unissem à luta no Afeganistão contra as forças ocidentais. Desde 2008, após um ataque que deixou 40 mortos em Mumbai, os EUA oferecem uma recompensa de US$ 10 milhões por ele, mas ele continua operando livremente, arrecadando fundos e recrutando membros para seu grupo. A ordem para encontrar possíveis ativos do terrorista levanta a possibilidade de o paquistanês utilizar o Brasil como fonte de renda através de imóveis para aquisição de armamento e coordenar seus ataques, embora o pedido realizado pela ONU seja enviado a todos os países-membros.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Devagar, JHC

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possibilidade real de o prefeito de Maceió, JHC, se habilitar a concorrer no próximo ano às eleições para o governo do Estado é, no mínimo, um fato precipitado, já que não terá como explicar à população que nele votou em 2020 sua intenção de participar de uma nova disputa com menos de dois anos de mandato.

Dever de ofício

É de não se entender como duas secretarias de porte como a de Convívio Social e do Trabalho, esperaram ser provocadas para exercer seu papel no município. Uma notícia no final da semana passada dava conta de que as duas instituições fiscalizaram a Feirinha do Tabuleiro a pedido dos comerciantes locais sobre a invasão de feirantes de outros municípios. Ou seja, precisou de um empurrão para que suas atribuições fossem realizadas, o que deveria ser ações rotineiras da Prefeitura de Maceió.

Da boca pra fora

Depois de uma manifestação em Maceió, o prefeito JHC foi até o acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, conversou com as lideranças, disse “Vocês não estão sozinhos, essa luta também é minha”, mas, na prática, nada que o município se comprometa com a situação do MTST.

Pé de guerra

A juventude do PDT não engoliu a nomeação de Patrícia Mourão, ex-cunhada de Ronaldo Lessa, para o cargo de secretária do Turismo de Maceió em detrimento do nome do presidente municipal do partido, o ex-deputado Judson Cabral. O clima entre o presidente estadual e a ala Juventude parece não ser dos melhores.

Culpa dobrada Mesmo que ainda não tenha batido o martelo, o que só faria depois de uma tomada de decisão do governador Renan Filho, JHC não terá o mínimo tempo de fazer aquilo que prometeu na prefeitura da capital. Sem obras de porte, tocando apenas o que foi deixado por Rui Palmeira, o prefeito de Maceió precisa ouvir menos a cúpula que lhe rodeia e trabalhar mais.

Falando sozinho

Depois de percorrer várias emissoras de rádios no interior do estado tentando construir uma pré-candidatura a governador, o atual prefeito do Pilar, Renatinho Rocha, parece que não sentiu grande receptividade dos Calheiros, e sumiu. Nos corredores do Palácio os comentários são de que ele não tem nenhuma chance de ser o candidato apoiado pelo MDB.

Complicado

O vice-prefeito Ronaldo Lessa ainda não tirou da cabeça sua vontade de disputar o mandato de senador nas próximas eleições. Mas, a princípio, necessita de uma ampla composição com seu grupo político, que anda trombando nos últimos dias.

Lista farta

O governador Renan Filho pode não ter escolhido, mas pretendente ao seu cargo é o que não falta. É Alexandre Ayres, Rafael Brito, Renatinho Rocha, prefeito Hugo Wanderley e até mesmo Isnaldo Bulhões, que andava sumido das hostes palacianas.

Muito longe

Quem apostava numa possível composição entre o grupo político do deputado Arthur Lira e a família Calheiros com relação às eleições para o governo, pode ir tirando o cavalinho da chuva. O comportamento de Lira, Marcelo Victor e a tropa de choque dão a entender exatamente o contrário.

Missão difícil

Após ter tentado vários nomes que possam lhe suceder no governo do Estado sem sucesso, Renan Filho está disposto a virar o disco e apostar em alguém que pelo menos possa disputar de igual para igual com a oposição. O problema é saber quem é.

Dúvida de JHC

O ex-deputado João Caldas, pai do prefeito JHC, tem circulado com bastante desenvoltura em alguns municípios alagoanos. Seu objetivo é voltar à Câmara Federal e não tem dúvidas de que partirá de Maceió com uma boa votação. Resta saber se o filho, JHC, vai bancar explicitamente sua candidatura em detrimento de outros candidatos de sua coligação.

Disputa atrapalhada

Tanto o governador Renan Filho quanto o prefeito JHC são frequentadores assíduos das redes sociais e disputam publicamente sobre quem faz mais para vacinar a capital do estado. Às vezes eles pagam um mico, quando exatamente não recebem alguns lotes de vacinas prometidas pelo Ministério da Saúde.

Hora de ajudar

Os sucessivos desgastes sofridos na Assembleia Legislativa pela bancada governista certamente farão com que os deputados repensem suas ações a partir da próxima legislatura. Como reeleição está difícil para todo mundo, aliados do governo esperam que agora Renan Filho lhes dê as mãos.

A buraqueira que se instalou na cidade de Maceió, além do período invernoso propício ao estrago das ruas e avenidas, tem atingido duramente a população local. Aparentemente, tem dois culpados nesse problema: as empresas que executam serviços de manutenção e instalação de saneamento e a própria prefeitura da capital. A primeira não faz a reposição como deveria e, a segunda, demonstra que não tem planejamento e quem fiscalize.

Prudência

O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, um campeão de eleições, tem evitado se expor no mundo político sobre a possibilidade de mudar o rumo e disputar uma vaga na Câmara Federal e até mesmo o governo do Estado. Profissional no ramo, deixa o assunto para o final do ano ou começo de 2022 para decidir a respeito, junto, é claro, com o forte grupo do qual faz parte com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Disposição

Já nas redes sociais a possibilidade de o governador Renan Filho anunciar, em Brasília, sua intenção de disputar a única vaga no Senado em 2022. Mas ainda tem sérios problemas políticos para negociar com o seu substituto que sairá da Assembleia Legislativa. Se depender de grupos políticos antagônicos, Renan Filho não deverá ter vida fácil na empreitada.


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EDUCAÇÃO

Seduc esclarece acusações acerca de processo seletivo para gestores ASCOM SEDUC

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Secretaria de Estado da Educação (Seduc) vem a público esclarecer acusações feitas à pasta e seus servidores na matéria “Fórum denuncia irregularidades em processo seletivo”, a qual foi veiculada por este periódico na edição de 10 a 16 de julho de 2021. Na reportagem, que tem como base denúncia do Fórum Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral (FNCCE), a idoneidade do processo seletivo para gestores do Programa Alagoano de Ensino Integral (pALei) é questionada. A seleção seguiu o que foi veiculado no Edital 001/2021, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) de 06 de janeiro de 2021 e

foi conduzida com total lisura e transparência. A mesma foi composta pelas seguintes fases: - Inscrições online; - Curso de formação em Gestão Escolar (o qual foi seguido por uma avaliação e, para avançar para a próxima fase, o candidato precisava ser aprovado neste teste e ter frequência mínima de 75% no curso); -Análise de títulos; -Entrevista. Todos os candidatos aprovados na seleção cumpriram à risca estas etapas. A reportagem menciona ainda o nome da servidora Taciana Gomes Ferreira da Silva e cita que, segundo afirmação do FNCCE, a mesma não poderia participar do processo seletivo por ocupar o cargo de gerente

regional da 13ª Gerência Regional de Educação no biênio 2019-2021 – cargo do qual foi exonerada em 19 de maio do corrente ano em virtude do encerramento de seu mandato. De acordo com o item 1.3 do edital do processo seletivo, a participação era vetada a servidores em estágio probatório, que estivessem respondendo ou cumprindo pena de processo administrativo e que possuíssem função gratificada (a não ser que o mesmo já fosse diretor de escola). A referida servidora não se encaixa em nenhum destes critérios, visto que o gerente regional de educação é um cargo comissionado e não configura uma função gratificada. Também é um equívoco dizer que esta mesma servidora foi nomeada

Pasta nega tráfico de influência ou favorecimento a qualquer servidor

para a função de diretora na Escola Estadual Maria Salete de Gusmão Araújo. Nenhum dos candidatos aprovados no processo seletivo foi nomeado em Diário Oficial para assumir a função, visto que a seleção ainda está em andamento – com convocação de novas inscrições para escolas que possuem vacância – e que o mandato dos atuais gestores da rede estadual de ensino foi prorrogado até o dia 31 de julho. Sobre a acusação de tráfico de influência, a mesma não tem fundamento, pois todos os candidatos, sem distinção, foram submetidos aos mesmos critérios e etapas de seleção. Também não procede a denúncia de favorecimento de servidores com carga horá-

ria de 60h. Vale ressaltar ainda que todos os candidatos que interpuseram recurso relativo ao resultado preliminar da seleção tiveram seus questionamentos respondidos pela comissão organizadora do processo seletivo. Apenas não teve retorno quem entrou com recurso fora do prazo estabelecido pelo edital, que foi a data de 10 de maio. Concluímos nossos esclarecimentos afirmando que a Seduc é um órgão que prima pela transparência em todas as suas ações e que trabalha incessantemente para ofertar uma educação pública de qualidade para a população alagoana. E que está sempre aberta ao diálogo com a sociedade sempre que for demandada.


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JOGO DO PODER

Inauguração de adutora em Monteirópolis pelo governador Renan Filho integra estratégia de intensificar apoios em todo o estado de olho em 2022

Antes da eleição, prefeitos fazem revoada e pousam no MDB dos Calheiros

Partido acumula 55 prefeitos; força política rivaliza com poder de Collor ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

A

s articulações do governador Renan Filho (MDB) para retirar de Fernando Collor (PROS) a vaga que ele ocupa no Senado avançam. Ele amplia suas bases eleitorais e

atrai mais prefeitos para o MDB, que é presidido em Alagoas pelo senador Renan Calheiros. É um jogo que também inclui os futuros ocupantes das 27 cadeiras na Assembleia Legislativa e as 9 para deputado federal, além do sucessor do governador, ainda sem um candidato

de estofo eleitoral e favoritíssimo para o ano que vem. Ao menos 17 prefeitos mudaram de partido e fecharam com o MDB dos Calheiros desde as eleições do ano passado. Nas contas da legenda, são 55 chefes de Executivo, desidratando as bases

do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). A revoada para o ninho calheirista indica que em 2022 haverá a disputa Renan Filho x Fernando Collor, nacionalizando, mais uma vez, o clima quente da campanha local e engordando a máquina pública com a

troca de favores. Porque os prefeitos que aderem ao governismo recebem cargos no Estado como troféu. Nenhum destes prefeitos sofre sanções ou corre o risco de perder o mandato por mudarem de lado e ainda esperam a janela eleitoral, aberta no próximo ano. As mais recentes aquisições do MDB são o prefeito de Palestina, Jaime do Mercado, ex -Republicanos; de Igaci, Patrício Barbosa, ex-PTB; Taquarana, Geraldo Cícero, ex-filiado ao Cidadania; Tanque d’Arca, Will Valença, ex-PSD; Maribondo, Leopoldina Amorim, também ex-PSD; Jundiá, Jorge Galvão, do PSD; e, Junqueiro, Leandro Silva, do PTB.


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O Republicanos é da base de Renan Filho. É comandado pelo deputado federal Severino Pessoa, que indicou a esposa e ex-prefeita de Arapiraca, Fabiana Pessoa, para a Secretaria Estadual de Assistência Social. Nacionalmente, pode ser a legenda de Jair Bolsonaro. Discreto em Brasília, Severino Pessoa é mais alinhado à pauta de costumes bolsonarista. O Cidadania faz oposição a Bolsonaro. O PTB elegeu 12 prefeitos, perdeu 2 e permanece na base do governo, apesar do presidente nacional, Roberto Jefferson, ter expulso, publicamente, o deputado estadual Antônio Albuquerque e seu filho Nivaldo, deputado federal. Os Albuquerque ocupam a Secretaria Estadual do Trabalho. A higienização da legenda é nacional e serve como

INTERNAMENTE A RESOLUÇÃO DO PTB PROÍBE ALIANÇAS COM PARTIDOS DE ESQUERDA ALÉM DO PSDB E DO DEM. ROBERTO JEFFERSON APARECE, NAS REDES SOCIAIS, ARMADO DE FUZIL, PEDINDO INTERVENÇÃO MILITAR E FUSTIGANDO OS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). resposta de Jefferson aos pedidos de fidelidade do presidente Bolsonaro. O PTB mudou seu programa de partido. É hoje alguma coisa mais próxima do conservadorismo cristão. Não são diferentes os movimentos do partido em Alagoas que procuram chamar a atenção, pelas redes sociais, com traços de um religiosismo fundamentalista, instigando o extremismo. Internamente a resolução do PTB proíbe alianças com partidos de esquerda além do PSDB e do DEM. Roberto Jef-

ferson aparece, nas redes sociais, armado de fuzil, pedindo intervenção militar e fustigando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Já o PSD foi a legenda que mais ajudou nesta última doação de prefeitos para o MDB, com 3 gestores. Curioso que ano passado este partido só elegeu 4 prefeitos. E o governador anunciou apoio total à reeleição do líder do PSD em Alagoas, o deputado federal Marx Beltrão, que será o grande nome da duplicação de rodovias em toda a região sul, onde os Beltrão, mesmo divididos,

comandam várias prefeituras. Construção de estradas dão popularidade à classe política porque atraem empregos. É o que mostram as pesquisas. O governo vai investir, até o final do próximo ano, R$ 1 bilhão em obras de duplicação de rodovias em todas as regiões. “A primeira boa nova é que teremos o recapeamento de vários acessos entre pontos importantes de Coruripe, com destaque para a via que liga a Pindorama até a Usina Coruripe, beneficiando a população, o comércio e a própria economia da região. E a segunda notícia terá um impacto ainda maior: a região Sul de Alagoas receberá a tão aguardada duplicação da rodovia que liga Barra de São Miguel, Jequiá da Praia, Roteiro, Coruripe, Feliz Deserto, Piaçabuçu e Penedo. Uma ação

governamental que vai transformar para melhor a realidade desses municípios, em todos os sentidos, da mobilidade ao turismo, do bem estar da população ao desenvolvimento da economia”, disse Marx Beltrão, associando seu nome à empreitada. Dividida, a família Beltrão quer o sobrenome em dose dupla para o ano que vem. O prefeito de Coruripe, Marcelo, apoia o irmão, o secretário Estadual de Agricultura, Maykon, para a Câmara Federal. Só que Marcelo é filiado ao PP, de Arthur Lira. E a Agricultura, cujos cargos ele é quem indica, tem o programa do leite, distribuição de sementes, feiras da agricultura familiar. Mas, na hora do voto, ele será Lira ou Renan? A dúvida permanece.


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JOGO DO PODER

Atuação de Rodrigo Cunha no Senado no atual momento vivido pelo país desaponta seu eleitorado e ele hoje perde até para estreantes na política

Cunha amplia apoios mas desidrata nas pesquisas ao governo Senador busca Lessa para se aproximar da esquerda; desafio é emplacar 3ª via ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

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ecidido a concorrer ao governo do Estado, o senador Rodrigo Cunha (PSDB) amplia apoios e busca o vice-prefeito Ronaldo

Lessa (PDT) para 2022. É a forma de compensar o vazio de prefeitos, já que a maioria estará dividida entre o governador Renan Filho (MDB), o senador Fernando Collor (PROS) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

Cunha evita dizer publicamente que é candidato, mas se comporta como um postulante à principal cadeira do Palácio República dos Palmares. Ele enfrenta uma série de obstáculos. Tenta emplacar a proposta de ser a terceira via quando o cenário se afunila cada vez mais entre dois grupos - os de Renan e Lira e;

mesmo que esta proposta não vingue, ele não subiria no palanque de Fernando Collor, mas também não atrapalharia os planos do senador, dono da Organização Arnon de Mello, seu conglomerado de comunicação. Ao mesmo tempo, não tem um candidato que possa chamar de seu ao Senado. E, para piorar, seu nome desidratou junto ao eleitorado. Segundo o Paraná Pesquisas, em levantamento publicado na semana passada, o senador perderia a eleição para o secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, um dos candidatos ao governo apoiado por Renan Filho. Em contrapartida, seu aliado, o prefeito JHC (PSB), levaria logo no primeiro turno e com

vantagem de 10 pontos sobre Gaspar. Porém, JHC não cogita renunciar à Prefeitura. Daí Cunha se aproximar de Lessa: segundo o Paraná Pesquisas, ele aparece em terceiro lugar se disputar o Senado. O primeiro é o delegado e vereador Fábio Costa, aliado do senador, filiado ao PSB mas com discurso bolsonarista, atrapalhando a estratégia de um caminho mais neutro, sem se indispor com os lados mais progressistas e conservadores. Renan Filho está em segundo - caminho descartado, por ser do grupo rival. Além disso, o vice transita bem por parte da esquerda, tese que alimenta uma suposta transferência de votos.


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Nas tratativas para buscar legendas ou nomes que o apoiem, Cunha se distancia dos que são ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ou o ex-presidente Lula (PT), para capturar os arrependidos do bolsonarismo e os que não votam de jeito nenhum no PT ou em partidos mais à esquerda como PSOL, PCB, PC do B, UP -, característica bastante evidente principalmente no eleitorado da capital, historicamente de escolha mais conservadora na hora do voto. Outro problema para o senador: ele evita dar forças à deputada federal Tereza Nelma e sua filha, a vereadora Teca Nelma, recentemente alvo do seu colega na Câmara, Fábio Costa, que denunciou Teca ao gabinete do presidente da República por chamá-lo de genocida. Teca reagiu e, temendo o pior, conseguiu proibir que vereadores circulassem armados na Câmara. Já o senador não se manifestou sobre o episódio, mas o presidente de honra do PSDB, o ex-governador Teotonio Vilela Filho, sim. O entorno de Cunha trabalha como se o senador fosse candidato ao governo. Aos poucos ele vai ocupando espaços nacionais, mas a tendência é ele adiar a decisão até o limite do prazo. É tratado como quem pode puxar votos a deputado federal e estadual. O PSDB tem 2 cadeiras na Assembleia: Cibele Moura e Dudu Ronalsa, ambos considerados mais distantes de Cunha. Cibele é mais ligada ao PSDB que tinha como chefe do partido o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira, hoje no Podemos. Seu pai,

Arthur Lira resiste em aprovar pedido de impeachment

Teca Nelma não recebeu solidariedade de Cunha

Abrahão Moura, prefeito de Paripueira, foi assessor do pai de Rui, Guilherme Palmeira, e tem ligações políticas de décadas com o senador Renan Calheiros (MDB) e, por extensão, com Renan Filho. Dudu Ronalsa tem o pai, Carlos, ocupando a Secretaria de Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária na Prefeitura de Maceió, além da

irmã Gaby, vereadora de Maceió, ambos mais próximos de JHC. Deputado estadual e senador, Cunha começou sua carreira política com atuação bastante destacada no Procon Alagoas, no Governo Téo Vilela. Sua campanha agregou a imagem da mãe, Ceci, assassinada em 16 de dezembro de 1998 pelo suplente dela, Talvane Albuquerque.

LIRA E A PRESSÃO PELO IMPEACHMENT Já Arthur Lira segue pressionado a colocar em pauta, no plenário da Câmara, o pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro. Lira vem tentando uma saída mais pelo meio: propõe um semipresidencialismo para 2026. “Impeachment já poderia ter acontecido porque já teve mais 120 pedidos de impeachment e não foi colocado nenhum em votação. Agora tem um grande pedido,

assinado por centenas de entidades, num único processo, vamos ver se o presidente da Câmara coloca em votação”, disse Lula. “O PT, inclusive, entrou na Suprema Corte pedindo para que obrigasse o cara [Lira] a pelo menos colocar em votação. Ele não é dono do país, ele não é dono de todo o poder, ele tem que colocar em votação para que o Congresso possa se manifestar”, afirmou o ex-presidente, sobre as centenas de pedidos para afastamento e retirada em definitivo do presidente da República da função.


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NOVA MACEIÓ

UPA na Santa Lúcia deve atender a mais de 35 mil moradores Unidade terá capacidade de 250 atendimentos por dia ASSESSORIA

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oradores da parte alta da cidade serão contemplados com uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O equipamento terá capacidade de realizar 250 atendimentos diários, dispondo de 15 leitos de internação, cinco leitos de emergência adulto e um leito de emergência infantil, funcionando 24h. A unidade, de porte III, será instalada no bairro Santa Lúcia e a previsão de entrega é até o final deste ano. Segundo o prefeito JHC, a obra é uma grande conquista para a população da parte alta da cidade. Sobretudo, para os mais de 32 mil moradores do bairro – de acordo com o IBGE –, que antes eram dependentes do atendimento da UPA no Benedito Bentes ou dos hospitais Universitário e Metropolitano. “Com muita dedicação, faremos uma saúde de qualidade, fortalecendo nosso sistema municipal. Contribuiremos para dar celeridade à obra, que vai proteger vocês e a família de vocês com uma equipe qualificada”, disse JHC. Verônica Macedo, residente do bairro, con-

Obras da nova Unidade de Pronto Atendimento devem ser concluídas até o final do ano

ta que a construção da UPA representa a realização de um sonho. “Estávamos precisando disso há muito tempo. As pessoas adoeciam e tinham que ir até o Benedito Bentes, Chã da Jaqueira. Nosso maior desejo era ter essa UPA aqui na comunidade. Estamos muito felizes. Agradecemos ao prefeito por trazer me-

lhorias para todos nós”, comemora a moradora. As UPAs são estabelecimentos de saúde de complexidade intermediária, que, articuladas com a Atenção Básica, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), a Atenção Domiciliar e a Atenção Hospitalar, contribuem na melhoria do funcionamento da Rede de Aten-

ção às Urgências (RAU). A obra recebe um investimento de R$ 4 milhões do Ministério da Saúde. O recurso será destinado tanto para a construção da estrutura física quanto para a compra de equipamentos e insumos para o funcionamento da unidade. A secretária Municipal de Saúde, Célia Fer-

nandes, acredita que a nova unidade de atendimento vai desempenhar importante papel preventivo e de desafogamento dos atendimentos na parte alta de Maceió “As obras estão avançando e estamos fazendo de tudo para que aquela população possa usufruir de um atendimento de qualidade e mais ágil”, afirmou a secretária.


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ENSINO DE QUALIDADE

Rafael Brito entrega ônibus e investimento de R$ 140 mil na educação de

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secretário de Educação, Rafael Brito, ajudou na última quarta-feira, 14, a Prefeitura de Paripueira a dar mais um passo em direção ao ensino de qualidade. O titular da pasta entregou, através dos programas Meu Transporte Novo e Rumo às Aulas, um ônibus novinho e a quantia de R$ 140 mil na conta da Escola Estadual Prof. Julieta Ramos para gastar como escolherem em melhorias para a unidade. “Hoje eu estou me sentindo em casa. Muito feliz em vir à cidade em que passei grande parte da minha infância para trazer duas iniciativas importantes da Educação para o município de Paripueira. A pedido do governador Renan Filho, entreguei mais uma ação dos programas”, disse o secretário. Durante sua visita, Rafael Brito ainda participou da inauguração da Escola de Ensino Fundamental Dr. Pedro Adolpho Martins Reys, em um momento considerado um marco na valorização da educação em Paripueira. A unidade conta com 12 salas de aula climatizadas, Sala de Atendimento Educacional Especializado, Biblioteca e Refeitório. Na ocasião também foi anunciado o retorno das aulas presenciais no município de Paripueira, autorizado para retornar a partir do dia 16 de agosto, seguindo todos os protocolos de segurança sanitários. “Temos uma responsabilidade muito grande de trazermos nossos alunos com segurança para sala de aula, e estou muito confiante no empenho de toda a comunidade escolar. Contem comigo”, completou.

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COVID-19

Seguro de vida em alta durante a pandemia

ALAGOAS-JANEIRO A MAIO DE 2019

ALAGOAS-JANEIRO A MAIO DE 2020

Procura entre jovens subiu mais de 120% nos dois primeiros meses de 2021 MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmail.com

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pandemia da covid-19 com suas sequelas, milhares de mortes, medos, vulnerabilidade e incertezas levou o brasileiro à corrida pela busca do seguro de vida, seja como proteção financeira em caso de morte e acidente com invalidez ou como necessidade essencial. Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) apontam que contratações individuais fecharam 2020 com aumentou de 26,2% no Brasil. Já a adesão pessoal ao serviço aumentou 24,9% nos dois primeiros meses de 2021. A Superintendência de Seguros Privados (Susesp) também constatou a alta em levantamento que mostra que houve aumento de 11,4% na busca pelo serviço em todo o país no primeiro bimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2020. A procura entre jovens subiu mais de 120% só nos dois primeiros meses deste ano. O ano de 2020 não registrou crescimento apenas na adesão aos serviços de seguro de vida. Houve alta também nos prêmios pagos e no

volume das indenizações. Segundo cálculos da FenaPrev, os sinistros (ocorrência do risco coberto, durante o período de vigência do plano de seguro) abertos em 2020 aumentaram 43% em relação ao ano anterior, saltando de R$ 524 milhões para R$ 749 milhões. Em Alagoas, de janeiro a maio de 2019, o prêmio direto pago na totalidade foi de R$ 467.348.849. No mesmo período de 2020 chegou a R$ 372.182.668 e neste ano passou para R$ 508.716.765. Já o sinistro também verificou aumento em 2021, nos cinco primeiros meses do ano. Enquanto em 2019 o total foi de R$ 79.916.769; em 2020 atingiu R$ 63.550.075 e em 2021 chegou a R$ 89.459.519. Em relação a microsseguros de pessoas, o prêmio direto pulou de RS 296.113 em 2020 para R$ 732.998 em 2021. Nos tipos de planos também foi percebida uma mudança no estado. No ramo de incêndio tradicional, marítimo, aeronáutico e outros não houve registro de prêmio ou sinistro de janeiro a maio. No ramo de automóvel-casco, o prêmio pago nestes meses em 2020 foi de R$ 46.934.646

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Evolução do mercado de seguros em Alagoas comprova impacto da pandemia

e o sinistro R$ 32.335.503. Em 2021 teve aumento, passando para R$ 47.501.709 o prêmio e o sinistro chegou a R$ 35.396.057. No ramo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), Vida com Remuneração Garantida e “Performance” (VRGP), Vida com Remuneração Garantida e “Performance” sem Atualização (VRSA), Vida com Atualização Garantida e “Performance” (VAGP) e Vida com Renda Imediata (VRI) a mudança foi percebida. Não houve despesa com sinistro direto, enquanto o prêmio pago em 2020 foi de R$ 186.814.845, em 2021

chegou a R$ 265.063.245. O vida em grupo teve um aumento de 17,10% no mesmo período que era de R$ 5,3 bilhões e passou para R$ 6,2 bilhões. No geral, os seguros de vida acumularam um volume de indenizações de R$ 6,94 bilhões no ano passado, alta de 19,45% em relação a 2019, conforme a FenaPrevi. Os dados confirmam que o seguro de vida tem apresentado potencial para crescer mais no mercado nacional. Porém o beneficiário, antes de assinar o contrato, deve ler as cláusulas com bastante atenção e checar as condições, pois as segurado-

ras têm lista de exceções, os tais riscos excluídos. Como no resto do país, o aumento pela procura na contratação de seguro de vida durante a pandemia em Alagoas se deu, ainda, devido à maior preocupação das pessoas, inclusive as mais jovens. Vale ressaltar que no Brasil as seguradoras não faziam a cobertura em caso de pandemia. Porém, diante do impacto provocado pelo coronavírus, os contratos foram modificados e algumas seguradoras passaram a oferecer a cobertura por morte em decorrência da doença.


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UNIÃO DOS PALMARES

Prefeito Kil Freitas recebe título de membro honorário da Undime

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prefeito da cidade de União dos Palmares, Kil Freitas, recebeu no último dia 9 o título de membro honorário da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação de Alagoas (Undime-AL). A solenidade aconteceu no XII Fórum Estadual Ordinário da Undime, sediado na cidade de Pilar. O tema do evento deste ano foi “Educação em tempos de pandemia: experiências, possibilidades e desafios”. Para o prefeito, receber um título desses é um reconhecimento que o orgulha muito. “Antes de ser prefeito já fui secretário de Educação e conheço de perto a realidade e os desafios de se trabalhar com educação e levar oportunidades de aprendizado aos nossos alunos, ainda mais vindo de um órgão como a Undime, é uma honra muito grande”, afirmou o prefeito A entrega da honraria reflete um trabalho árduo e coletivo da prefeitura, e principalmente da Secretaria de Educação, pela melhoria do aprendizado dos estudantes da rede pública e pelos avanços na área. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em 1986 e com sede em Brasília/DF. Quando o tema é educação pública, a Undime está sempre presente. Seja na educação infantil,

de jovens e adultos, campo, indígena, quilombola, ensino fundamental, alfabetização, educação inclusiva ou na educação para a paz. Temas como carreira e formação dos trabalhadores em educação, gestão democrática, políticas públicas sociais, articulação com os governos, a sociedade, a família, a criança e o jovem estão constantemente em pauta.

A Undime reúne os gestores dos 5.570 municípios brasileiros. Diante de toda a abrangência e capilaridade, são promovidos reuniões, seminários e fóruns com o objetivo de buscar e repassar informação e formação a todas as secretarias municipais de Educação, dirigentes e equipes técnicas.


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ASA

Clube inicia recuperação financeira após somar R$ 10 milhões em dívidas Gigante fechou acordo com a Justiça do Trabalho para quitar débitos em 60 parcelas BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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espondendo a pouco mais de 100 processos na Justiça do Trabalho de Alagoas ajuizados por ex-jogadores e ex-funcionários, o ASA, de Arapiraca, deu um passo importante nessa última semana para tentar zerar sua dívida de R$ 8 milhões apenas em causas trabalhistas. No dia 9 último, o Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL) aprovou a Resolução 217/2021, por meio da qual centralizou todas as execuções que correm em desfavor do time na Coordenadoria de Apoio às Execuções. O acordo vai permitir que o clube comece a pagar as dívidas por meio de 60 parcelas de valores alternados. Por conta dessas dívidas, o ASA não tem recebido desde 2015 os valores repassados pela Prefeitura de Arapiraca, principal patrocinadora do clube, devido a um bloqueio judicial. De lá pra cá, tem sobrevivido de partici-

pações em campeonatos, como o Alagoano, Série D do Campeonato Brasileiro e Copa Alagoas, além da ajuda do programa Sócio Torcedor. “O bloqueio aconteceu em 2015 e desde então a gente não tem como acessar nossa conta. Com esse acordo firmado na Justiça do Trabalho para centralizar as dívidas, a nossa expectativa é que as contas sejam desbloqueadas nos próximos 10 a 15 dias e aí vamos poder começar a colocar as coisas em ordem”, explicou o vice-presidente do clube, Higor Rafael, em entrevista ao EXTRA. O acordo trabalhista, no entanto, não salva a vida do ASA. Evita apenas a permanência das contas bloqueadas e agora o clube corre atrás de patrocinadores para a continuidade da Série D e conta com um planejamento de pelo menos 40 meses à frente para quitar seus débitos. De acordo com a Resolução 217/2021 do TRT, o ASA repassará a quantia mensal de R$ 10 mil nos meses de julho a outubro de 2021; R$ 15 mil de novembro/2021 a fevereiro de 2022 e R$ 20 mil no período de março a junho de 2022. Esses valores deverão ser depositados em conta judicial. O clube deu como garantia um terreno localizado no Povoado Bananeiras, município de Arapiraca, que foi adquirido para a construção do Centro de Treinamentos e avaliado em R$ 2.056.666,66.

Higor Rafael diz que ASA também negociará dívidas com a União

DÍVIDAS COM A UNIÃO Não bastassem os processos trabalhistas, o ASA, que também não vem fazendo uma campanha exemplar na Série D do Campeonato Brasileiro, estando há 4 pontos do último colocado na zona de classificação do Grupo 4, é o atual líder dentre os clubes alagoanos no quesito devedor da União, com dívidas relacionadas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e com o INSS, num total de R$ 2,093 milhões. Apesar de apresentar deficit financeiro nos últimos dois balanços anuais divulgados aos sócios, a diretoria está otimista com o que está sendo feito e tem esperança de amenizar o impacto para os próximos gestores. “Estamos tentando deixar a casa organizada para as próximas gestões. Essa será nossa marca, deixar a casa organizada para que possamos voltar a ter

as contas em dia”, contou Higor Rafael. Sobre as dívidas com a União, elas estão relacionadas a acordos de pagamento firmados no âmbito do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT), criado para incentivar clubes, ligas, federações estaduais e CBF a adotarem práticas modernas de gestão em troca da concessão de parcelamento e redução de débitos tributários e não-tributários com a Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Banco Central e débitos relativos a FGTS. “Além das dívidas que tramitam na Justiça de Alagoas, estamos correndo atrás de resolver as contas com a União. Solicitamos uma análise detalhada da Caixa Econômica Federal para saber o valor exato de algumas coisas e assim que tivermos essas informações vamos dar início à negociação”, completou o vice-presidente.

CRISE DENTRO E FORA DE CAMPO O ASA deixou evidente o momento de crise financeira e pôs luz aos problemas que o clube tem enfrentado dentro e fora de campo quando no último dia 5 a diretoria dispensou sete jogadores de seu elenco, entre eles três titulares da equipe na Série D do Campeonato Brasileiro. Os nomes que deixaram o Gigante são: os atacantes Adailson, Edson Kappa e Vinícius, os meias Dinda, Thiago Potiguar e Carlos Magno, além de Ítalo, que é lateral-esquerdo. Uma semana antes das demissões, os jogadores chegaram a entrar em greve devido a falta do pagamento do salário mensal. Eles cobraram da diretoria do Fantasma o pagamento de salários e premiações no valor de R$ 50 mil pelo título da Copa Alagoas e pela classificação à Copa do Brasil.


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PANDEMIA

AMA ELIMINA OBSTÁCULO QUE DIFICULTAVA ACESSO DA POPULAÇÃO À VACINA

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pandemia de covid-19 só vai acabar quando uma parcela substancial da população mundial estiver vacinada contra o novo coronavírus. Assim como ocorreu em outros séculos, garantir o acesso universal à vacina é a única saída eficaz contra a pandemia. Entretanto, brasileiros estão dificultando esse processo ao adiar a vacinação porque querem escolher a marca do imunizante. Os especialistas afirmam que a preferência por imunizante não tem base científica e atrapalha o avanço da imunização, de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI). Atualmente as vacinas à disposição da população brasileira são a CoronaVac, Pfizer, Astrazeneca e a Janssen. Em Alagoas, quem adotar esse comportamento sofrerá sanções. A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e o Conselho de Secretários Municipais da Saúde (Consems) divulgaram nota onde recomendam: se a pessoa recusar a vacina que está sendo oferecida porque não é da sua preferência, ela irá para o fim da fila e só terá direito ao imunizante no final da campanha, quando a população tiver sido totalmente vacinada. A orientação da AMA e Consems é constitucional e também pode ser aplicada aos servidores públicos que se recusarem injustificadamente a tomar a vacina. Nesse caso, eles poderão responder a processo administrativo disciplinar por colocarem em risco o público em geral. Em dezembro de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o poder público não pode fazer a imunização à força, mas pode estabelecer sanções aos cidadãos que recusem a vacinação, como multa, impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola, etc. Os médicos e cientistas apontam motivos para não escolher a vacina, como: é urgente criar imunidade individual contra a covid, é preciso acelerar e aumentar a cobertura vacinal da população, não há vacinas suficientes para o ‘sommelier’ (termo usado para quem está escolhendo o imunizante), é prioridade evitar a circulação do vírus e novas variantes e salvar vidas é também uma responsabilidade coletiva.

PLANEJAMENTO O presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley, disse que a medida aprovada garante o planejamento da vacinação e a celeridade de imunização da população. Wanderley reconheceu o grande esforço que os agentes de saúde têm feito através da busca ativa. “Agendar e não ir, se recusar, não são atitudes cidadãs porque comprometem o andamento do calendário e das faixas etárias”, acrescentou. Com base na nota técnica, as pessoas terão que assinar um termo de recusa e declarar o conhecimento de que irão para o final da fila. Já os que se recusarem a assinar o termo serão substituídos por duas testemunhas

idôneas. O Ministério Público de Alagoas (MP-AL), que tem cobrado ações dos gestores, será informado para que as medidas administrativas sejam ratificadas. O vice-presidente da AMA, prefeito Fernando Sérgio Lira, que é médico, destaca a necessidade das medidas para que essas pessoas não desestimulem a comunidade e politizem o processo. “Vacina salva, vacina não tem grife, vacina boa é a que está no braço”, disse ele, apoiando a campanha que a AMA lançou nas redes sociais como alerta. Alagoas já tem vacinadas mais de 1,5 milhão de pessoas contra o coronavírus.


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CASO MALAQUIAS Cristina teria recebido última ligação feita pela vítima

Sargento Mário foi preso em junho

Última ligação de empresário foi para primeira-dama de Rio Largo Kleber Malaquias cobrava quantia de R$ 30 mil a Cristina Gonçalves

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DA REDAÇÃO

última ligação telefônica do empresário Kleber Malaquias, horas antes de ser assassinado no dia 15 de julho do ano passado, foi para a primeira-dama e vice-prefeita de Rio Largo, Cristina Gonçalves. A tensa conversa entre os dois,

recuperada após perícia no aparelho celular de Malaquias, tratava sobre dinheiro. O empresário cobrava a quantia de R$ 30 mil, valor referente a uma suposta prestação de assessoria política. Pessoas próximas da família Gonçalves, no entanto, classificavam a atitude de Malaquias como um ato de extorsão. Esta semana, o

EXTRA obteve informações exclusivas sobre o inquérito, que entrou na fase final das investigações. A conversa telefônica entre Kleber e a primeira-dama - cujo nome de batismo é Maria Cristina Cordeiro da Silva -, foi presenciada pelo sargento da Polícia Militar José Mário de Lima Silva, na loja de conveniência de um posto de combustível localizado em frente ao Aeroporto Zumbi dos Palmares. O empresário também estava

acompanhado por Edinaldo Estevão de Lima, conhecido como Galeguinho do Som, que trabalha como motorista e locutor de carro de som. O sargento Mário e Edinaldo Estevão foram presos há cerca de um mês, acusados de envolvimento na morte de Malaquias. Ao longo das investigações, a vice-prefeita Cristina Gonçalves chegou a ser ouvida pelo menos duas vezes. Ela é esposa do prefeito Gilberto Gonçalves, que também prestou depoimento à polícia. Além de Mário Lima e Galeguinho, outros quatro suspeitos de participação no crime já haviam sido presos. São eles: Marcelo José Souza da Silva, Jefferson Roberto Serafim da Rocha, Fredson José dos Santos e Marcos Maurício Francisco dos Santos, os dois últimos ex-policiais militares. Kleber Malaquias foi assassinado a tiros de pistola .40 no Bar da Buchada, restaurante situado na Mata do Rolo, em Rio Largo, no dia em que comemorava 41 anos. Ele teria sido induzido a ir até o local pelos “ami-

gos”, que o teriam convencido a escolher o estabelecimento que, para os executores, seria propício para o assassinato. O sargento Mário, que concorreu ao cargo de vereador pelo município nas eleições do ano passado, teria encarregado Edinaldo Estevão de atrair Malaquias até o Bar da Buchada para um almoço de comemoração. Galeguinho também é apontado como a pessoa que repassou ao pistoleiro a arma usada no crime. Chegando ao restaurante, eles teriam repassado aos assassinos a localização exata de onde se encontravam. Sinal enviado, o acusado Marcelo José Souza da Silva teve a incumbência de levar o pistoleiro, o ex-militar Fredson José dos Santos, até o restaurante onde, ao lado de Malaquias, também estavam outros “colegas”: Jefferson Roberto Serafim da Rocha, que chegou ao local junto com a vítima, e Marcos Maurício Francisco dos Santos. Malaquias foi surpreendido e alvejado pelo pistoleiro quando saía do banheiro do estabelecimento e morreu na hora.

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Prefeito e Malaquias fizeram as ‘pazes’ em outubro de 2019; ao lado, Galeguinho do Som

BO sobre ameaça de militar

BOLETIM DE OCORRÊNCIA No dia 5 de maio último, Galeguinho procurou a Polícia para registrar um boletim de ocorrência declarando temer ser morto pelo sargento Mário. Dois dias antes, ao depor sobre a morte do empresário, ele havia citado o nome do militar, afirmando que no dia do crime marcou o encontro de Malaquias com os demais envolvidos no homicídio a pedido do sargento. Segundo o boletim de ocorrência, o PM tinha falado para Galeguinho que omitisse essa informação das autoridades. De acordo com o BO, ele estaria sendo intimidado pelo militar e passou a temer pela vida depois que o sargento foi procurá-lo na casa dos pais. O sargento Mário era co-

nhecido em Rio Largo como braço direito do tenente-coronel da Polícia Militar Antônio Marcos da Rocha Lima, o coronel Rocha Lima, que ficou sete meses preso por suspeita de envolvimento no assassinato do também empresário Luciano de Albuquerque Cavalcante, crime ocorrido em outubro de 2019. Rocha Lima, que durante muito tempo comandou o 8° Batalhão da Polícia Militar, sediado em Rio Largo, também é conhecido pela proximidade que tem com a família Gonçalves e teria chegado ao Bar da Buchada momentos após Kleber Malaquias ter sido executado. Vale ressaltar, contudo, que nenhuma autoridade, até o momento, relacionou o nome do tenente-coronel ao assassinato de Malaquias.

DENUNCIADOS Em junho, o Ministério Público do Estado (MPE) denunciou os seis presos pelo assassinato de Kleber Malaquias. A ação penal foi proposta pela promotora de Justiça Cíntia Calumby, titular da 4ª Promotoria de Justiça de Rio Largo. “Apesar das investigações das polícias Federal e Civil ainda continuarem, o Ministério Público já sabe que pelo menos seis indivíduos participaram do assassinato. Descobrirmos a autoria por meio da coleta de depoimentos, da análise de imagens recolhidas de câmeras de rua e da quebra de sigilo de dados telefônicos e telemáticos dos acusados. Como a apuração seguirá, caso tenhamos a comprovação de novos envolvidos, po-

deremos fazer um aditamento à denúncia”, informou a promotora de Justiça. Os seis foram enquadrados no crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo que impossibilitou a defesa da vítima e mediante pagamento de recompensa. VEREADOR NA BERLINDA O policial civil e corretor de imóveis e de seguros e vereador Vanildo Rufino dos Santos, de 58 anos, também foi investigado no assassinato do empresário Kleber Malaquias de Oliveira. Em dezembro, surgiram especulações de que ele teria intermediado o crime, contratando os pistoleiros já que um dos denunciados e preso pelo homicídio, Marcos Maurício Francisco dos Santos, era seu motorista. Vale lembrar que Santos já foi réu numa ação judicial pelos crimes de cárcere e tortura, mas acabou escapando da punição porque o crime prescreveu. Kleber Malaquias era conhecido na mídia local por denúncias de corrupção junto ao Conselho Nacional de Justiça e Ministério Público contra magistrados e políticos, sendo que o prefeito

Gilberto Gonçalves esteve várias vezes na mira do empresário. Os dois, contudo, teriam feito “as pazes” e Malaquias passou a integrar a equipe de comissionados informais do prefeito. Vídeo de outubro de 2019 e ainda hoje disponível na internet mostra os dois se abraçando, como prova da trégua que aconteceu um mês após o empresário haver denunciado, também em vídeo, ter sido vítima de agressão por parte de um aliado do prefeito. FAMÍLIA COM MEDO Os pais do empresário, Evany e Cícero Malaquias, deixaram Alagoas há um mês. Ao EXTRA, a mãe da vítima informou estar satisfeita com o trabalho dos delegados que comandam as investigações, mas que prefere ficar longe de Rio Largo até saber quem foi o mandante do crime. “Nascemos e crescemos na cidade, mas tivemos que ir embora, infelizmente. Acredito que a justiça será feita”. O EXTRA procurou a assessoria da primeira-dama, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

De galho em galho

Para não virar um(a) macaco(a)

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uando algo der errado, o certo é partir para outro. Certo? Nem sempre. Quando compramos algum eletrodoméstico ou tecnológico – computador – é mais ou menos assim. Exemplo: você compra um produto – liquidificador – e se ele apresentar algum defeito vai logo comprar outro. Será que existem outras possibilidades de apreciar, melhor, o “produto”? Mas, será que ele – o produto – não poderia ser consertado com algum ajuste pequeno e aí a pessoa poderia ficar mais tempo? Poderia, claro. Mas não é isso que acontece hoje em dia. Assim é também, muitas vezes, o que acontece com os relacionamentos amorosos. Num primeiro “defeito” ou a não correspondência de uma expectativa idealizada, a pessoa, de imediato, procura/compra outro “produto”. Pois é, esse comportamento de comprar outro produto, imediatamente quando há “defeito” ou ficar de galho em galho – está sendo denominado de Síndrome do Tarzan. Ou seja, a pessoa não consegue ficar sem o “produto” por medo e aí “compra” logo outro, imediatamente. Enfim, a pessoa pode perder a delícia de “comer” a “fruta” saboreando-a naturalmente.

Tarzan

Esse comportamento é uma forma de escapar do processo de um luto ou encobrir uma dependência excessiva de algo/ alguém que poderia ser melhor, mas a pessoa não tem a paciência suficiente para “saborear” a essência da “fruta”. É um comportamento também que indica que a pessoa tem dificuldade de aprender com os próprios erros. O pior, talvez, seja que, com essa prática a pessoa possa ter perdido uma excelente oportunidade de ter um relacionamento sólido e duradouro, mas algo, inconsciente, boicote essa forma de encarar o dia a dia, ou seja, é preferível ficar de galho em galho do que sofrer um processo de luto, que é extremamente natural e necessário para o desenvolvimento psíquico da pessoa. Assim como o Tarzan, a pessoa salta de relacionamento para outro com medo de “cair” ou de se “machucar”, mas só o fato de estar em outro galho e recomeçar, ficando sempre no ar, sem estar com os pés no chão, já é dolorido e pode ser mais traumático porque nos relacionamentos vão sempre existir os ajustes no “produto”.

Além disso, comprando outro “produto” ele não poderá corresponder, de novo, com as expectativas idealizadas e aí, ser, de novo, mais um relacionamento fantasioso – no ar, sem os pés, no chão. Pular de galho em galho não é um comportamento salutar, a não ser que a pessoa tenha a consciência plena de que é esse o comportamento que deseja para a sua vida. O comportamento aponta que há uma dificuldade de fala da pessoa em ser o mais objetiva possível para que a relação seja solidificada, além de dificuldades consigo mesmas, como dependência – de outra pessoa – e também evitação (de não querer cair). O pular de galho em galho é um comportamento pueril, ou seja, ele é extremamente “natural” do ponto de vista de adolescente, em que o “experimentar”, frequentemente, é a regra. O que não se encaixa na fase adulta.

Exceção da regra

Mas, nem sempre o passar de um galho para outro seja algo infantil, mas isso quando não há frequência. Ou seja, alguém pode pular de um relacionamento para outro e o último ser, realmente, o que se pretendia de fato. Já que, supostamente, pode-se dizer que no anterior havia problemas sérios. Mas essa é a exceção da regra, ou seja, esse pular para outro galho pode ser algo bastante saudável, sim. Isto é, não pode ser um hábito, frequente, pular de galho em galho.

“Engessar” dói

Cair faz parte do dia a dia. A criança, por exemplo, só aprende a andar caindo. Cai e levanta. O adulto que não aprendeu a cair e depois a se levantar pode, no primeiro baque, não querer ir “ao hospital” para saber o que

CERTEZA A vida é uma eterna incerteza, mas certeza temos quando temos alguém de certeza. (Arnaldo Santtos, psicólogo) realmente “quebrou” e aí pode ter uma vida bastante dolorosa, talvez por ter “um braço” quebrado que ficou torto para o resto da vida porque não “engessou” e o “consertou” no momento certo. Ninguém está preparado para um luto. Mas ele faz parte do dia a dia. Pode-se perder um emprego, o casamento (por divórcio ou viuvez), uma casa, enfim. Mas é preciso enfrentá-lo num processo de luto consciente, mas muitas vezes a pessoa se recusa a aceitar o que se torna um pular de galho em galho buscando emoções no ar, que não vai encontrar. Ou seja, é preciso colocar os pés no chão e andar devagar. Substituir imediatamente o/a parceiro/a por outro/a logo após um término pode até ser algo salutar, mas, na maioria das vezes não, porque não houve o processo do luto para se descobrir, realmente, o que foi que houve para que terminasse.

Dor maior

Muitas vezes, com medo de “cair” do galho, agarra-se em qualquer outro que apareça e aí, o tombo pode ser maior. Nem sempre é, mas pode ser. E as dores podem ser maiores. Por isso, nada melhor do que procurar um psicólogo para enfrentar o baque e também saber os motivos pelos quais fica de galho em galho, para não virar um(a) macaco(a) feito o Tarzan.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Os políticos não conhecem nem o ódio, nem o amor. São conduzidos pelo interesse e não pelo sentimento”. (Philip Chesterfield)

Vergonha alagoana (mais uma) De como o filho de Arthur Lira saiu de estagiário em restaurante de Brasília para influente personagem na publicidade do governo

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ão nos bastasse o tanto que nos envergonham a maioria de nossos políticos, muitos pendurados em processos de improbidade, corrupção e desvios de dinheiro público, mais uma aparece levando Alagoas a ser destaque na imprensa nacional, com suspeitas de falcatruas no governo Jair Bolsonaro, que mostra claramente que é tão vulnerável ao atravessar a linha da moralidade quanto os que o antecederam. O filho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que nunca atuou no ramo de imprensa ou publicidade, surge de repente como sócio de uma empresa de representação de veículos publicitários que, por sua vez, prestam serviço para órgãos públicos. Arthur Lira Filho tem como sócia, no negócio, Malu Cavalcante, filha de Luciano Cavalcante (outro conhecido alagoano e fiel escudeiro dos Liras) braço direito,

secretário parlamentar e coordenador de campanhas do deputado. Sem nenhuma experiência no ramo, o filho de Lira e sua sócia, que também nada entende do ramo de imprensa e publicidade, estão faturando muito dinheiro, inclusive com clientes como a Caixa Econômica Federal e alguns ministérios, além de outros órgãos do governo federal.; Completando a trama a empresa Mídia Nova Representações não tem sede, site e até e-mail. O endereço que consta do registro do CNPJ é de um apartamento residencial na Asa Norte de Brasília, onde a sócia do filho de Arthur Lira mora com os pais. Mostrando, claramente, o nível de embromação em uma empresa com grandes verbas publicitárias, sem funcionários, instalações próprias, apenas de fachada.

O empresário Arthurzinho

Quando criaram a empresa, Malu era recém-formada em Direito e Arthur Filho estava estagiando em um restaurante em Brasília. Segundo pessoas que atuam no mercado de publicidade em Brasília e não quiseram ser identificadas por temer represálias, Arthur é visto frequentemente em agências que possuem contratos milionários com o governo, como a Calia e a Propeg.

Indicações no Congresso e CBTU

Segundo o site Congresso em Foco (Brasília), Luciano Cavalcante, o todo poderoso assessor de Lira e pai de Malu, é considerado o braço direito do deputado. Ele trabalhou por anos com o ex-senador Benedito de Lira, pai do atual presidente da Câmara, e aparece em várias fotos junto aos dois. Cavalcante, inclusive, participa de eventos representando Lira. Natural de Atalaia, em Alagoas, ele empregou a esposa, Gláucia, e a filha Malu nos gabinetes de Lira filho e Lira pai, como assessoras parlamentares. Gláucia atuou no gabinete de Arthur entre 2015 e 2016 e hoje possui um cargo de gerência na Superintendência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Maceió (onde os Liras têm o comando total). O superintendente, aliás, é Carlos Jorge Ferreira Cavalcante, cunhado de Gláucia. A nomeação da esposa e do irmão de Luciano em cargos na CBTU é curiosa. Arthur Lira se tornou réu no Supremo Tribunal Federal acusado de receber R$ 106 mil de propina do então presidente da companhia, Francisco Colombo.

Mandato pífio

Kaká Gouveia no TJ Antônio Carlos Melro Gouveia é um nome que Alagoas conhece e respeita por sua origem e história de vida pessoal e profissional. Filho do médico Milton Enio de Gouveia, o grande expoente da nossa pediatria e das letras alagoanas, Kaká Gouveia, como é conhecido na intimidade, mesmo muito jovem, tem uma extraordinária folha de serviços como agente público e político. Secretário de estado, dirigente de órgãos públicos, deixando sua marca de eficiência e austeridade por onde passou, membro e presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública, juiz do TRE, advogado brilhante, com vitoriosa atuação, é um dos nomes apontados para ocupar a próxima vaga de desembargador a ser aberta no Tribunal de Justiça. Com sua escolha a corte será honrada com o nome certo para a dignificante função.

Ninguém desconhece a pequenez do mandato do senador Rodrigo Cunha, que se tornou o maior equívoco do voto dos alagoanos, e que, se hoje candidato, com certeza não seria eleito. Figura apática dentro do Congresso Nacional, insiste em se justificar de sua inércia com projetos midiáticos e inexpressivos a exemplo dessa tal “lei do nome limpo”. Se as pessoas não têm dinheiro para necessidades básicas, imagine para “negociar” dívidas. O senador se dispõe a emprestar?

Mudando a educação

Um amplo e arrojado projeto está sendo desenvolvido pelo Instituto Cidadão, voltado para o aperfeiçoamento e atualização pedagógica de toda a rede de ensino municipal, de acordo com as diretrizes do Ministério da Educação. Um seminário voltado para instrutores, monitores e capacitadores será realizado na próxima semana, na plataforma on-line da instituição especialista em capacitações para gestões públicas, em preparação para a realização do amplo projeto com foco em gestores escolares, professores, pedagogos, pessoal administrativo das escolas municipais. O primeiro município a ser contemplado será Palmeira dos Índios, por iniciativa do prefeito Júlio Cezar, objetivando modernizar e adequar o setor educacional para o futuro.

Renan Filho: batendo recordes

O governador Renan Filho deixará o seu mandato profícuo marcando alguns recordes históricos em comparação com todos os antecessores. Estradas asfaltadas e duplicadas, construção de hospitais e outros equipamentos de saúde, melhoria e expansão da educação. Não bastasse essa longa pauta, vai bater também o recorde na realização de concursos e contratação de pessoal. Por meio da Secretaria do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), divulgou o edital que rege o concurso público para o provimento de 3 mil vagas na Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Das 3 mil vagas ofertadas, 483 são para a área de pedagogia, sendo 342 para a Educação Especial e 141 para indígenas que têm especialidade nos anos iniciais do Ensino Fundamental. As demais vagas para professor contemplam 14 áreas de atuação. A remuneração inicial prevista para os novos servidores é de R$ 2.433,95. Acontecerão também concursos nas áreas de saúde e segurança pública. Quem planta colhe.

PÍLULAS DO PEDRO Prefeito JHC se dirigiu ao acampamento dos sem teto, em Jaraguá, e olho no olho, prometeu soluções para a situação. E aqueles políticos continuam tomando cafezinho com a Braskem e fazendo discursos demagógicos para o público. Cardiologista José Wanderley é um candidato que todos querem chamar de seu. Tem destino e vocação.


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Datafolha: descendo a ladeira quase sem freios

ELIAS FRAGOSO n Economista

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o inferno que Bolsonaro trouxe aos brasileiros – demorou, mas começou a se reverter contra ele. A última pesquisa Datafolha trouxe resultados péssimos para ele. Uma pá de cal em suas pretensões reeleitorais (não à toa, seu destempero contra tudo e todos). Os números foram acachapantes sob praticamente todos os pontos de vista. Mas vamos lá: ele é visto por 62% dos entrevistados como despreparado para liderar o Brasil, falso (62%), desonesto (52%), autoritário (66%) e avassalantes 70% acham que há cor-

rupção no atual governo, quebrando de uma só vez um conjunto dos mantras bolsonarianos. A pesquisa ainda informa que Lula, o mega corrupto condenado em três instâncias, mas liberado estranhamente pelo Supremo, venceria facilmente a eleição contra o capitão miliciano. No 1º turno por uma diferença de 21 pontos percentuais (pesquisa estimulada) e no 2º, por uma enorme diferença de 27 pontos. Uma “lavagem”. Especialmente para quem está no poder. Se a análise for por região, e a eleição fosse hoje, Bolsonaro só ganharia de Lula no Centro- Oeste (2ª região de menor número de votos do país). Perde em todas as outras, tomando uma lavada no Nordeste. Se o critério for o de cor, Lula tem apoio de 69% dos pretos, 61% dos pardos e 40% dos brancos (única raça onde Bolsonaro vence com 47% de apoio). Entre os homens, o placar seria: Lula 54% x Bolsonaro 34%. Entre as mulheres a distância é maior: Lula 61%, Bolsonaro, 27%. E se o critério for escolaridade: pessoas do ensino

básico (Lula 66% x 25%), do ensino médio (Lula 55% a 35%) e ensino superior (Lula 50% x 34%). Pior: No 2º turno Bolsonaro perde para Lula (58% a 31%), Dória (46% a 35%) e Ciro Gomes (50% a 35%). E com sua taxa de rejeição distante dos demais, sua sentença de morte eleitoral é quase certa (59%) contra 37% de Lula e 32% de Dória e Ciro Gomes, por exemplo. Bolsonaro ganha entre as pessoas de 5 a 10 salários mínimos (Bolsonaro 48% x 38% Lula), mas empata entre quem ganha acima de 10 salários mínimos (40% a 40%) e perde entre os de menos de 5 salários mínimos. O único segmento onde ele vence com folga é o do empresariado nacional. Apenas como adendo informacional, a tão decantada vantagem entre evangélicos esfumaçou-se. O segmento está literalmente dividido: Bolsonaro 46% x 45% Lula. O país também cobra sua responsabilidade por grande parte das mortes ocorridas nesta pandemia, por sua insana luta contra as vacinas e vacinações e agora, sua inação

na descoberta pela CPI da Covid das falcatruas no Ministério da Saúde, que ele tem prevaricado. Some-se o enorme número de desempregados (permanecerá em 2022); suas posições homofóbicas e contras as mulheres (apenas 51% do eleitorado...), a defesa intempestiva de mudanças nas urnas eleitorais (contra a opinião de todos) e uma recuperação fajuta da economia no ano eleitoral (projeta-se voo de galinha de 1,9%) e eis aí sua tempestade perfeita. O capitão está numa sinuca de bico que ele mesmo provocou. E, sem o governo ter grana para nada, sobra para ele reinaugurar chafarizes e pontes feitos em outros governos. Suas possibilidades de recuperação se reduzem ainda mais. Sua queda abrupta abre portas a uma candidatura de centro direita que o eclipse e avance também nos votos centristas e de centro esquerda. O espaço está aí. Políticos e empresários precisam tomar juízo e impedir a aventura petista, pior ou igual ao bolsonarismo.

O capitão está numa sinuca de bico que ele mesmo provocou. E, sem o governo ter grana para nada, sobra para ele reinaugurar chafarizes e pontes feitos em outros governos. Suas possibilidades de recuperação se reduzem ainda mais.


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A velhinha das Alagoas e a CPIs

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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ou idosa, alagoana e acompanho a política do Brasil desde mocinha. Com menos de 20 anos, fui designada para secretariar uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa de Alagoas. O assunto a ser investigado era um tiroteio ocorrido no baixo meretrício de uma pequena cidade do interior. Tudo era tão forte e complicado que o presidente da Comissão ao me ver bem novinha, chamou o diretor geral e disse: “Tire essa menina daqui e mande o Fulano de Tal para substituí-la, pois ele é mais velho e mais experiente”. Acompanhei os trabalhos de

longe, não houve resultados, mas aconteceram crimes dos dois lados, sendo um dos chefes assassinado e esquartejado. Os motivos da tal Comissão eram brigas familiares e políticas. Durante vários anos vi os deputados formarem CPIs para investigar isso ou aquilo. No fim do governo de Divaldo Suruagy houve uma dessas comissões, formada por uma maioria que apoiava o governador, para investigar um ex-secretário da Fazenda. Não deu em nada e ninguém foi preso. O tempo foi passando e os políticos mudando de partido, sempre inconformados com o resultado das eleições, quando perdedores. No momento atual, apareceu uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado Federal para analisar o comportamento do presidente da República durante a covid-19. Morreram mais de quinhentas mil pessoas e segundo a oposição, em maior número, tudo é culpa do Bolsonaro. O clima durante as sessões da CPI é o pior possível: discussões enormes, xingamentos entre senadores, ataques pesados e desrespeito às pessoas que vão depor, quer sejam investigadas ou testemunhas. O ápice disso foi a prisão decretada pelo senador presidente a um servidor

menos classificado do Ministério da Saúde, com uma fiança de um mil e cem reais. Piada! Foi libertado no mesmo dia. Outras pessoas foram chamadas de mentirosas sem o menor constrangimento. Uma médica que lá esteve foi tão maltratada e desrespeitada que ameaçou ir à Justiça reclamar dos membros da comissão. O comportamento mais agressivo é o do relator da tal comissão. Alagoano, com mais de sessenta anos, já foi muita coisa no cenário político nacional. Está irreconhecível, agitado, falando alto, atropelando depoentes e os próprios colegas senadores. Fala mais do que o presidente da comissão e não consegue conter a raiva. Conheço o desempenho do político desde antes de 1964 e nunca o vi assim. Seus olhos transmitem um só sentimento: vingança. O presidente da CPI, ex-governador do Amazonas, é facilmente manipulado pelo relator. Com familiares próximos acusados em vários processos judiciais, xinga os companheiros e agride testemunhas; está aparecendo na mídia. Os defensores do presidente da República, inseguros, são engolidos pela esperteza do relator. Aqui, acolá, apresentam uma fraca de-

fesa do Bolsonaro, cujo comportamento é irreverente e infantil. Este fala demais e responde às alfinetadas dos oposicionistas. Deveria se pronunciar só após o relatório final. Já cheguei à conclusão que os brasileiros de bom senso não devem mais acompanhar os trabalhos dos senadores desta CPI. Xingamentos e agressões não acrescentam nada. Sabemos que o objetivo final é afastar o presidente Bolsonaro do cargo, mesmo que a compra da tal vacina não tenha sido realizada. Não entendo porque tanta celeuma, tanta confusão, se o governo federal não pagou nada pela vacina. Alguns advogados dizem que, mesmo a compra não tendo sido efetuada, houve prevaricação do presidente. Não consigo compreender dessa maneira. Acho que a oposição quer afastar o presidente, desmoralizar as Forças Armadas e comprar a plateia para as eleições de 2022. O Brasil está sofrendo, as emissoras de rádio e TV dizem o que os patrões determinam, os senadores só pensam neles e a instabilidade se estabeleceu. Só nos resta rezar para que a democracia seja respeitada e as instituições permaneçam em suas áreas de atuação. A velhinha está assustada!

Os defensores do presidente da República, inseguros, são engolidos pela esperteza do relator. Apresentam uma fraca defesa do Bolsonaro, cujo comportamento é irreverente e infantil. Este fala demais e responde às alfinetadas dos oposicionistas. Deveria se pronunciar só após o relatório final.

De Trump a Bolsonaro, a democracia em risco

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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democracia brasileira tem fontes na Inglaterra e na França, mas sua inspiração maior está no constitucionalismo americano, inaugurado em 1787. Foi dessa inspiração iluminista que o Brasil adotou como forma de governo a República presidencialista. Herdamos ainda, da criação dos pais da pátria da América do

Norte, a eleição para os cargos do Legislativo e do Executivo, bem como a temporariedade desses cargos, sendo de quatro anos o mandato do presidente da República, como previsto na Secção 1ª, do artigo II, da Carta Magna Americana. Em 230 anos de existência, nenhuma das 27 emendas à Constituição Americana ousou sequer conturbar a alternância do Poder, embora algumas vezes os perdedores em eleições hajam questionado o resultado dos pleitos, utilizandose do seu direito de espernear, ou o jus sperniandi, como na linguagem forense. A Era Trump de triste memória, embora recente, pretendeu mudar esse ordenamento tão caro à democracia. Após inúmeros questionamentos malsucedidos sobre resultados pontuais das eleições, o presidente de triste memória resolveu incentivar os seus sequazes a invadir o templo

da democracia republicana, o Capitólio, sede do Poder Legislativo. Concomitantemente rosnou que não deixaria o cargo transitório, e que sua eleição deveria ser proclamada, sugerindo apoio das Forças Armadas, sendo ele o comandante-em-chefe, escandaloso mau uso dessa atribuição presidencial, uma vez que o seu comando tem limites certos: declarar a guerra, fazer a paz, convocar e enviar os militares para controlar revoltas que ameacem os princípios democráticos, ainda que fora do território americano. Aos maus bofes presidenciais as FAs responderam ora com o silêncio, ora com a afirmação de que são instituições de Estado, não do ocupante temporário da curul governamental. A atitude desvairada de Trump fez prosélitos no Brasil, a começar pelo presidente Bolsonaro. O mesmo modus operandi

do trumpismo, aquele de questionar os resultados eleitorais, vem sendo aqui adotado ou preparado para o próximo pleito, em caso de insucesso na pretensão de continuidade do seu mandado por mais um período. Tal atitude, na qual sub-repticiamente insere sugestões do seu apoio pessoal das Forças Armadas Brasileiras, tem a intenção de inculcar receios na mente da população. Há razões para o temor do povo? As Forças Armadas, aquelas que são, ao modo do Exército, “da Pátria guardas, fiéis soldados”, seguirão um tresloucado pretenso líder? Não creio! No pós sessenta e quatro, Marinha, Exército e Aeronáutica têm, paulatinamente, despertado o respeito, a admiração e a confiança da Nação. São instituições de Estado, comprometidas com os princípios republicanos e democráticos.

A atitude desvairada de Trump fez prosélitos no Brasil, a começar pelo presidente Bolsonaro. O mesmo modus operandi do trumpismo, aquele de questionar os resultados eleitorais, vem sendo aqui adotado ou preparado para o próximo pleito.


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Debate inútil

GERALDO MAGELA

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n Procurador de Justiça aposentado e cronista

os tempos atuais, de polaridade e animosidade, não se vê um debate de ideias, de princípios, de temas, antes, pelo contrário, discute-se o ódio, impõe-se ponto de vista, não se aceita, sequer como argumento, pensamento divergente. Nega-se, confronta-se, contesta-se, e todos, individualmente considerados, são donos de uma verdade empírica. A busca do consenso, ou o senso comum, como método de diálogo construtivo como ensina Platão, um dos maiores filósofos

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da humanidade, discípulo de Sócrates, cujos ensinamentos foram por este transmitidos, foi totalmente esquecido. O senso comum, a busca do consenso, ou o diálogo educado, deixaram de existir. Para alguns, e não são poucos, a dialética é erística, a de Schopenhauer, filósofo alemão, nascido no final do século XVIII, qual seja: a arte de vencer um debate sem precisar ter razão, mesmo que para isto usem sofismas. Para estes não importam a origem dos argumentos. Importa vencer. Não ouvem e às vezes usam como premissas ideias falsas. Querem ganhar no grito. No ambiente de discussão política, o debate, enquanto busca de aprendizado recíproco, é inexistente. Não há, tenho observado faz algum tempo, dialética produtiva, bom senso, parcimônia. Há gritos querendo impor ideias, lembrando, por pertinente, a dialética erística do filósofo alemão. O mundo moderno, que se iniciou com o Iluminismo, era

da razão, trouxe novas tecnologias, avançando com a revolução francesa, assumindo as ideias libertárias, trazendo à humanidade nova forma de governo, e a revolução industrial, dando ao homem uma nova forma de vida e de pensar. Novos costumes, nova maneira de dominação e, sobretudo, novidades, sobretudo na arte de fazer a guerra. Trouxe, também, a nós seres humanos, neste processo contínuo civilizatório, na modernidade da comunicação, algo ainda recente, que é a maneira de impor nossos argumentos. As discussões, neste ambiente moderno, não obedecem padrões. Vale tudo para obter apoiadores. As ideias são expostas e não se admite, sob hipótese nenhuma, discordância. Se abandonou o senso do ridículo. O que se deseja é o confronto. A negação do óbvio. Todos são portadores de uma “verdade”, frutos de crença e de monomania. Saramago, em Ensaio Sobre a Cegueira, tinha razão ao dizer

que: “O difícil não é conviver com as pessoas, o difícil é compreendê-las”. Portanto, assim, como afirma o famoso escritor português, nascido em 1922 e morto em 2010, o difícil é compreendê-las neste mundo em constante evolução e ebulição, dominado pelo egoísmo e prepotência. O debate, quando feito com humildade, com escopo, com mediação, e sem ideias pré-concebidas, partindo de premissas e argumentos lógicos, é enriquecedor para todos, sem distinção. O debate político é tão necessário e indispensável à natureza humana porque nele se encontra a governança dos povos. Deve ser feito com critério e sem preconceitos, com equilíbrio e temperança. O momento é de reflexão, de boas leituras, de falar pouco e ouvir muito. De ler os filósofos antigos. Ter suas ideias e não verdades definitivas e de compreender as pessoas, mesmo sendo difícil, na sábia lição de Saramago.

Trump, aliado dele, já dançou), as pesquisas mostram brutal rejeição do governo do capitão, o que fortalece as instituições junto ao povo, este pronto para uma reação como mostram as manifestações de rua. Bolsonaro é um cara sem cultura, que estudou apenas para os exames na escola militar. Depois disso, foi rejeitado pelo próprio Exército como um soldado despreparado, como mostra sua história medíocre, reforçada por um comentário desabonador do ex-presidente general Geisel sobre sua conduta na caserna quando foi despejado de lá. Rebelde sem causa, apresentou-se como representante de uma ala militar e a partir daí arrumou outro emprego, o de deputado, que a democracia garante àqueles que disputam o voto popular, o mesmo voto que ele quer impedir para outros pretendentes a cargos políticos, como o de presidente. O cabeça de vento não entende que a alternância do poder só fortalece a democracia. Inclusive beneficia os políticos de sua família que, além dos bons e generosos salários, ainda beliscam o dinheiro dos comissionados. Acabar com a democracia, como pensam os tiranos, é também acabar com o ganha

pão dele próprio e dos seus filhos e cair numa aventura que o mundo já conhece o desfecho: o pescoço pendurado numa corda ou linchado em praça pública, tragados pela fúria popular, a exemplo do que já ocorreu com outros déspotas como Mussolini, Sadam, Al-Gaddafi, Id Amin Dada que ousaram se perpetuar no poder. Diante disso, capitão, trate bem a democracia. Preservando-a, ela ainda é sua aliada e poderá lhe ser muito útil. Em tempo: essa história me foi contada pelo senador Teotônio Vilela (pai). Um candidato a deputado andava catando votos por Arapiraca quando interveio para livrar um homem que era espancado brutalmente por um soldado no meio da feira. A surra era tão cruel que o político, estupefato, gritou para o policial: - É melhor matar! O homem, que sofria debaixo das porradas, de olhos esbugalhados, interrompeu o candidato imediatamente: - Não, doutor, do jeito que tá, tá bom. Capitão, aguente as pancadas, porque do jeito que tá, ainda tá bom.

O mundo moderno, que se iniciou com o Iluminismo, era da razão, trouxe novas tecnologias, avançando com a revolução francesa, assumindo as ideias libertárias, trazendo à humanidade nova forma de governo, e a revolução industrial, dando ao homem uma nova forma de vida e de pensar.

Do jeito que tá, tá bom

JORGE OLIVEIRA

n Jornalista, cineasta e escritor arapiraca@yahoo.com Instagram: jorgeoliveira217

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afina, Grécia - O amalucado acha que ganhou as eleições e levou de bônus o Parlamento, a Justiça e a maioria do eleitorado brasileiro que não votou nele. Grunhe como um desesperado ameaçando não levantar a bunda da cadeira para entregar a presidência àquele que for legitimamente eleito pelo povo nas próximas eleições. As instituições já se posicionaram contra esta heresia, mas melhor fariam se não dessem muita importância

ao lunático que, nas suas lives, às quintas-feiras, substitui os programas humorísticos das TVs brasileiras com muito talento. Percebe-se que conhece pouco da história do Brasil – ou quase nada. Um livro jogado em seu gabinete seria um atentado à sua limitada capacidade de pensar. Se ocupasse o seu tempo lendo a história do Brasil, entenderia que os golpes ocorridos no país tiveram a cooptação silenciosa da população, desde o início da república quando os militares Deodoro e Floriano derrubaram a monarquia sem derramar um pingo de sangue nas ruas. O episódio de tanta calmaria mereceu do escritor Lima Barreto a frase de que “o Brasil não tem povo, tem público”. O regime desgastado favoreceu a conspiração contra a Coroa e abafou a reação popular. Anos depois, em 1964, os tanques foram às ruas e, mais uma vez, a população abestada virou espectadora por quase vinte anos de uma ditadura sanguinária e cruel. Nos dois casos, os sistemas políticos estavam deteriorados e suas instituições enfraquecidas. Agora não. Além de não existir apoio dos americanos para um novo ataque à democracia (o

Bolsonaro é um cara sem cultura, que estudou apenas para os exames na escola militar. Depois disso, foi rejeitado pelo próprio Exército como um soldado despreparado, como mostra sua história medíocre, reforçada por um comentário desabonador do ex-presidente general Geisel.


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PARCERIA

Atalaia será pioneira em nova modalidade de ensino profissionalizante do Senai

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talaia será o primeiro município alagoano atendido em uma nova modalidade de parceria para expansão do ensino profissionalizante, idealizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A nova parceria fechada em forma de convênio vai beneficiar inicialmente 600 alunos em três áreas de formação profissionalizante. “Essa parceria é importante, pois visa contribuir para a educação desses estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental, e da quinta etapa do programa de Educação de Jovens e Adultos, acima dos 14

anos”, destaca a prefeita Ceci Rocha. A prefeita ressalta ainda os avanços que o município vem registrando, e reafirmou seu compromisso com a Educação, agora aliada com a formação técnica da população do município. “Por muito tempo a educação em Atalaia ficou abandonada, mas hoje a cidade vive um outro momento. Minha missão enquanto gestora é oferecer o melhor para nossos estudantes para que eles possam ter uma formação técnica que abrirá portas para o mercado de trabalho”, declarou a prefeita.

Atalaia será inicialmente beneficiada com a oferta de cursos diversos, como os da área do Vestuário, Informática e Recursos Humanos. O início das aulas está previsto para o próximo dia 26. A deputada estadual Fátima Canuto, que é da região, também acompanhou a reunião que formalizou a parceria, realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), no início da semana, em Maceió, e na oportunidade destacou sua importância para o desenvolvimento socioeducacional de Atalaia e a chance de expandir a iniciativa para outros municípios, como Pilar.


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CPLA

Produtores comemoram cenário positivo com fortalecimento do Programa do Leite

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s pequenos produtores de leite de Alagoas estão otimistas com a possibilidade de ampliação do Programa do Leite ainda este ano, depois de um ano de crise agravada pela pandemia. Atualmente o fornecimento do produto, que tem como consumidor final famílias em situação de vulnerabilidade, envolve 1.400 produtores vinculados à Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), mas este número deve chegar a 2.200 até agosto. Para tanto, a cooperativa está refazendo cadastros, reativando tanques de leite em várias regiões e articulando a adesão dos produtores ao programa iniciado em 2002 e que chegou a alimentar mais de 80 mil famílias no estado. Segundo o presidente da CPLA, Aldemar Monteiro, o otimismo do produtor tem como causa principal as novas metas propostas pelo secretário estadual da Agricultura, Maykon Beltrão, para o programa. Entre elas, dobrar o volume de leite fornecido pelos pequenos produtores. Atualmente o programa recebe 40 mil litros de leite por dia de todas as cooperativas envolvidas, mas o secretário já anunciou que esse total será ampliado para até 80 mil. “A relação do governo do Estado com os produtores mudou para melhor. O secretário está empenhado em atender as necessidades do produtor de leite e ampliar o programa”, comenta Aldemar Monteiro. Segundo ele, o leite entregue ao governo atende famílias em 56 municípios. O presidente da CPLA também comenta que o secretário Maykon Beltrão busca negociar com o governo federal um reajuste no preço do litro do leite, hoje estável em R$ 1,76. Os custos para produção do litro do produto chegam a R$ 2 no Nordeste. O Programa do Leite é uma das modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e está direcionado para os estados do Nordeste e para a região Norte de Minas Gerais.

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ECONOMIA EM PAUTA

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Dor no bolso

Domino’s Alagoas

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Burguer King anunciou nesta semana o fechamento de um acordo para assumir a operação da Domino’s Pizza no Brasil. Em Alagoas, duas franquias da empresa, uma no Farol e outra localizada no Maceió Shopping, também passarão a responder à rede de fast-food. Com isso, aponta o comunicado, o BK Brasil se tornará o maior operador deste tipo de segmento do País e terá em seu portfólio marcas globais referências dos principais segmentos de QSR (Quick Service Restaurants) no país, como pizza com a Domino’s, frango com o Popeye’s e hambúrguer com o Burger King.

O uso de usinas termelétricas por conta da escassez nos reservatórios das principais hidrelétricas deve custar R$ 13,1 bilhões até novembro deste ano aos consumidores. Devido à crise hídrica, o governo autorizou o uso de todas essas usinas, até mesmo as mais caras, para garantir o abastecimento de energia no País. A despesa bilionária será embutida nas tarifas de energia no próximo ano.

Vulneráveis em Alagoas A Mastercard anunciou esta semana o fornecimento de cerca de 18 milhões de refeições para fornecer ajuda para os atingidos pela pandemia de covid-19 no País. A previsão é que mais de 300 mil pessoas que vivem em algumas das comunidades mais vulneráveis dos estados brasileiros do Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Pernambuco e São Paulo, entre outros, sejam beneficiadas por esta iniciativa que faz parte do movimento “Faça Parte: Comece o que não tem preço” da empresa, lançada há quase um ano.

Hapvida além do Nordeste

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica aprovou sem restrições a aquisição de 100% da operadora de planos de saúde Premium Saúde pela Hapvida, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União. O negócio foi anunciado em novembro do ano passado pelo valor de R$ 150 milhões e, segundo a Hapvida, a operação está em linha com sua estratégia de expansão além do Nordeste, para uma consolidação nacional, reforçando sua presença no estado de Minas Gerais, mercado em que o grupo não tinha ainda presença significativa.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Taycan: primeiro elétrico a liderar um segmento

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maior surpresa da classificação semestral dentre os modelos mais vendidos no Brasil foi o desempenho do Taycan. Este Porsche, 100% elétrico, alcançou 46% das vendas de seu segmento, no caso sedãs grandes. No entanto, todos os modelos puramente elétricos nos primeiros seis meses somaram apenas 739 unidades (dados da Anfavea) ou 0,01% do total de automóveis. O Taycan conquistou 29% deste minúsculo nicho. O ano de 2021 precisa ser observado com algumas ressalvas. Seguidas paradas por falta de semicondutores alteraram de forma substancial o desempenho dos fabricantes de veículos, de vários modelos e até de segmentos inteiros. Para começar, é preciso relativizar o avanço dos SUVs quando comparados aos hatches compactos. Sem dúvida, os SUVs continuarão a ganhar preferência dos consumidores e consumidoras, mas o resultado do primeiro semestre está distorcido. A escassez aguda do líder dos compactos teve efeito estatístico sobre as tendências. Só daqui a um ano, após regularização da oferta, será possível avaliar o cenário com maior precisão. Dos 16 segmentos analisados, Onix perdeu a liderança para o HB20 nos hatches compactos, porém o Onix sedã manteve sua posição. Mobi ultrapassou o Kwid entre subcompactos. Renegade voltou à liderança dos SUVs compactos. Dos líderes tradicionais chamam atenção os 99% de participação do BMW Série 7, os 72% da Strada, os 71% dos BMW Séries 3 e 4, além dos 60% do Mustang. Ranking da coluna tem critérios próprios e técnicos com classificação por silhuetas. Referência principal é distância entre eixos, além de outros parâmetros. Se o enquadramento implica dúvidas, a escolha, em pouquíssimos casos, torna-se subjetiva. Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo de dois) e em razão da importância do segmento. Compilado por Paulo Garbossa, da consultoria ADK. Hatch subcompacto: Mobi, 56%; Kwid, 41%; up!, 7%. Mobi, novo líder. Hatch compacto: HB20/X, 18%; Onix+Joy, 17%; Argo, 16,9%; Gol, 15%; Uno, 6%; Polo, 5,8%;

Yaris, 5%; Fox, 4,6%; Ka, 3,3%; Sandero/R.S./Stepway, 3,2%; 208, 2%. Primeira vez liderança do HB20/X. Sedã compacto: Onix Plus+Joy, 24%; Voyage, 13%; Virtus, 11%; Ka, 9,3%; HB20S, 10%; Cronos, 9%; Versa/V-Drive, 8%; Yaris, 7%; Grand Siena, 6%; Logan, 5%; City, 3%; Etios, 2%. Onix mantevese à frente. Sedã médio-compacto: Corolla, 57%; Civic, 25%; Jetta, 6%. Corolla com folga. Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 71%; Mercedes Classe C, 12%; A4/S4, 7%. Domínio ampliado do BMW. Sedã grande: Taycan, 46%; Panamera, 13%; BMW Série 5/6 e Mercedes Classe E/CLS, 12%. Porsche: primeiro elétrico líder. Sedã de topo: BMW Série 7, 99%; Mercedes Classe S, 1%. Participação recorde do Série 7. Cupê esportivo: Mustang, 60%; Audi TT, 18%; BMW M2, 8%. Mustang amplia liderança. Cupê esporte: 911, 51%; 718 Boxster/Cayman, 20%; BMW Z4, 17%. Sem ameaças ao 911. SUV compacto: Renegade, 18%; Creta, 15%; T-Cross, 13%; Tracker, 12%; Nivus, 9%; Kicks, 8,5%; HR-V, 8,2%; Duster, 6%; Cactus, 3%, Tiggo 5X, 2%. Renegade retoma a ponta. SUV médio-compacto: Compass, 58%; Corolla Cross, 18%, Tucson/ix35, 5%. Compass ainda absoluto. SUV médio-grande: SW4, 30%; Tiggo 8, 19%; Tiguan, 12%. Líder menos ameaçado. SUV grande: Trailblazer, 33%; XC90, 12%; Range Rover/Sport, 10%. Trailblazer mantém-se firme. Monovolume: Fit/WR-V, 53%; Spin, 47%; C3 Aircross, 2%. Fit sempre à frente. Picape pequena: Strada, 72%; Saveiro, 18%; Oroch, 7%. Strada avançou ainda mais.

ALTA RODA n SEMINÁRIO Revisão das Perspectivas 2021, da Autodata, destacou temas importantes. A palestrante Marina Willisch, vice-presidente de Comunicação da GM América do Sul, apontou que se o Brasil exportasse um milhão de veículos por ano poderia criar 120.000 novos empregos diretos e indiretos na longa cadeia produtiva do setor. Lembro que em 2017 o País exportou 716.000 unidades, mas não conseguiu voltar a esse patamar. Paulo Cardamone, da consultoria Bright, mostrou a tendência de compras de modelos de maior valor agregado. Em 2020 o tíquete médio era de R$ 63.200 e em 2022 chegará a R$ 91.600.

n NISSAN Kicks superou por pouco (420 unidades) o Honda HR-V no primeiro semestre. As mudanças incluem um para-brisa acústico que melhora, de fato, o silêncio a bordo. No uso diário o conforto dos bancos, batizados pela marca de “zero gravity”, faz a diferença até em pequenos percursos. Motor 1,6-L flex entrega 114 cv, mas como o veículo pesa apenas 1.139 kg, o desempenho fica compatível com a média do segmento entre motores de aspiração natural. Seria ideal um motor turbo de 1 litro que a aliança Renault Nissan planeja. Câmbio automático, em 90% dos Kicks vendidos, melhorou um pouco em relação à letargia típica dos CVTs. Tanque de combustível de apenas 41 litros limita o alcance em relação à maioria dos concorrentes.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

CURIOSIDADES OLÍMPICAS QUEM FOI O PRIMEIRO CAMPEÃO OLÍMPICO BRASILEIRO?

Federer anuncia desistência das Olimpíadas por lesão

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tenista Roger Federer anunciou a desistência de representar a Suíça durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. Federer, que faz 40 anos no mês que vem, passou por duas cirurgias no joelho em 2020 que exigiram mais de um ano de reabilitação, com o suíço voltando à atividade em março - 13 meses após sua eliminação na semifinal do Aberto da Austrália no ano passado. “Durante a temporada na grama, eu, infelizmente, passei por um problema no meu joelho e tenho que desistir das Olimpíadas de Tóquio. Eu estou muito

desapontado, foi uma honra representar a Suíça”, disse Federer. O último torneio que Federer jogou foi o de Wimbledon. O suíço foi eliminado nas quartas de final, no último dia 8, ao ser derrotado pelo polonês Hubert Hurkacz (18º). O suíço conquistou a medalha de ouro de duplas nos Jogos de Pequim de 2008, quando fez parceria com Stan Wawrinka, enquanto ele teve de se contentar com uma medalha de prata de simples quatro anos depois em Londres, quando foi derrotado pelo britânico Andy Murray na quadra central de Wimbledon.

A estreia do Brasil nos Jogos Olímpicos foi na edição de 1920, na Antuérpia (Bélgica). E, logo em sua primeira participação, o país conquistou também sua primeira medalha de ouro. Guilherme Paraense foi o primeiro atleta brasileiro campeão olímpico, ao conquistar o primeiro lugar na disputa do tiro esportivo. Logo cedo, mostrou-se um excelente atirador. Em fins da década de 1910, já era campeão brasileiro e sul-americano de tiro e, por esses resultados, foi chamado para compor a primeira delegação olímpica, que disputou os Jogos da Antuérpia. De acordo com o livro Atletas Olímpicos Brasileiros, o navio Curvello,

que levou a delegação brasileira para a Bélgica, só chegaria ao local de competições uma semana após o início da disputa do tiro. Para não perderem a chance de competir, os atiradores desembarcaram em Lisboa e seguiram de trem. No trajeto por terra, a delegação foi roubada, chegando ao local da competição sem alvos e com munição insuficiente.

FLAMENGO VENCE FORA DE CASA MAS TEM ATUAÇÃO FRACA Na estreia do técnico Renato Gaúcho com a camisa rubro-negra, o Flamengo venceu o Defensa y Justicia por 1 a 0 e ficou próximo de garantir vaga nas quartas de final da Copa Libertadores. Mas a atuação foi abaixo do que se esperava do ótimo elenco do Fla. O clube carioca estava desorganizado e foi totalmente dominado pelos argentinos. O criticado Michael foi quem marcou o gol do duelo realizado no Estádio Tito Tomaghello, em Buenos Aires, na Argentina, sem presença de público devido a pandemia da covid-19. Qualquer empate no jogo de volta das oitavas de final, que será realizado na próxima quarta-feira (20), no Maracanã, no Rio de Janeiro, às 21h30, dá vantagem ao Flamengo pela vaga nas quartas de final. A equipe que avançar no confronto irá enfrentar o vencedor do duelo entre Internacional e Olímpia.

RODADA DA SÉRIE B FOI RUIM PARA OS ALAGOANOS Nem CRB, nem CSA venceram na décima primeira rodada da Segundona. O Galo da Praia tinha a chance de se firmar no G4 em caso de vitória, mas foi derrotado pelo Guarani por 1 a 0 no Brinco de Ouro da Princesa, em São Paulo. Com o resultado, o Regatas, que estava na quarta posição, desceu para o sétimo lugar do torneio. Não é de hoje que o CRB tem esse problema de permanecer no G4, sempre que chega, arruma um jeito de escapar de novo, e isso irrita a torcida. Do outro lado, o Azulão do Mutange perdeu em casa para o Goiás, também por 1 a 0, e no momento aparece na parte de baixo da tabela da Série B. O jogo começou bem movimentado, com o Goiás tendo a maior parte do tempo a posse de bola e o CSA tendo os lances mais perigosos. Porém, foi o Esmeraldino que abriu o placar, com um velho conhecido dos gramados do futebol alagoano, Alef Manga, ex- ASA e Coruripe foi quem balançou as redes para os visitantes.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Campanha nas ruas

PELO INTERIOR

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s eleições que serão realizadas no próximo ano já estão a todo vapor, pelo menos em Arapiraca, segundo colégio eleitoral do estado. Na oportunidade, serão escolhidos pelo voto o governador do Estado, um senador, 27 deputados estaduais e nove deputados federais. De acordo com as articulações preliminares, pelo menos quatro dos 19 vereadores já colocaram seus nomes à disposição dos partidos e estão propensos a irem para a disputa rumo à Assembleia Legislativa. Os três deputados estaduais que integram a bancada de Arapiraca –Tarcizo Freire (PP), Ricardo Nezinho (MDB) e Breno Albuquerque vão disputar a reeleição. O mais jovem, Breno Albuquerque, já está com as malas prontas para deixar o PRTB e se filiar a outro partido, ainda indefinido.

... A Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, realizou uma roda de conversa sobre poluição sonora e as medidas de combate a esse crime ambiental.

Pré-candidatos

... O conteúdo abordado foi a temática a respeito da poluição sonora, problema que afeta a saúde física e mental da população pelo excesso de ruídos com o alto nível de decibéis, ou seja, barulho constante proveniente de atividades que perturbam o silêncio.

Segundo o blogueiro Roberto Gonçalves, dentre os vereadores que planejam alçar voos mais altos estão o presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal, Thiago ML (Pros), e Sérgio do Sindicato, que está filiado ao PSDB. Este último, no entanto, deve aproveitar a janela, seis meses antes da eleição, para ingressar no PSD, em um acordo com o deputado federal Marx Beltrão e Fabiano Leão, que já anunciou que é candidato a deputado estadual. Outro vereador que está no mesmo ritmo é Pablo Fênix que já está em plena campanha.

Nome forte

Outro nome forte na disputa para a ALE em 2022 é o da ex-prefeita Fabiana Pessoa (Republicanos) atualmente secretária de Estado de Desenvolvimento Social. Existe a especulação nos bastidores da possibilidade da ex-vereadora Aurélia Fernandes (PSDB), que obteve expressiva votação em 2020, superior a dois mil votos, e do vereador Pablo Fênix (PSDB) de entrarem na disputa para a Câmara dos Deputados. Já o deputado federal Severino Pessoa está muito bem articulado em todo o estado no seu projeto de reeleição para a Câmara dos Deputados.

“Dança de cadeiras”

Ainda segundo o blogueiro Roberto Gonçalves, entre os três deputados estaduais com base eleitoral em Arapiraca, Ricardo Nezinho está em condição favorável para a reeleição. “Ele tem uma família estruturada e unida, tem serviços prestados, experiência vitoriosa em várias campanhas, a irmã é vice-prefeita e o irmão, o vereador Rogério Nezinho (MDB), foi o mais votado na eleição de 2020”, disse Gonçalves.

De olho na reeleição

Ele observa que Breno Albuquerque e Tarcizo Freire terão que se esforçar muito no objetivo de reeleição. “Freire não conta com grupo político. Sua votação sofreu forte redução nas duas últimas eleições. Após sua segunda derrota para a Prefeitura de Arapiraca em 2020, se aliou ao prefeito Luciano Barbosa (MDB), no entanto não contou com o novo gestor, com o apoio que conseguiu com o saudoso prefeito Rogério Teófilo na gestão 2016-2020”, observa o blogueiro.

Eleição sem coligações

De acordo com as novas regras da legislação eleitoral, na eleição 2022 sem coligações o quociente para eleger um deputado estadual é de 60 mil a 65 mil votos. Cada partido pode apresentar 39 candidatos cumprindo a regra de 30% de mulheres. Já para deputado federal serão necessários 150 mil a 155 mil votos e cada partido poderá apresentar 18 candidatos.

Janela partidária

Na eleição de 2022, as coligações proporcionais continuarão vedadas, caso não ocorra nenhuma alteração legislativa. Nesse caso, as siglas terão que disputar de forma isolada as vagas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa, aumentando a disputa entre os candidatos para os parlamentos federal e estadual. Nesse cenário, a expectativa é de que na próxima janela partidária haja uma intensa movimentação entre os partidos políticos. Também com o fim das coligações proporcionais, os partidos políticos terão que trabalhar suas estratégias, buscar formar suas chapas e atrair novos filiados.

Comércio reage

O primeiro trimestre de 2021 foi o melhor quando comparado aos três últimos anos quando o assunto é a abertura de novas empresas. De acordo com dados do portal Governo Digital, vinculado ao governo federal, foram 864 novas empresas abertas em Arapiraca e 287 fechadas, o que resultou em um saldo positivo de 577.

Retomada econômica

O número é o maior quando comparado aos dois anos anteriores. Em 2019, o saldo foi de 264, enquanto em 2020 foi de 405. Para a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rosa Lira, os dados apontam para uma retomada econômica significativa em Arapiraca.

... A capacitação, que aconteceu no Planetário e Casa da Ciência, foi ministrada pela doutora em Acústica professora Elisabeth Duarte Gonçalves. ... O objetivo do encontro foi compartilhar o conhecimento já aplicado com os técnicos.

... Na oportunidade, a doutora e professora Elisabeth Duarte fez uma explanação sobre o assunto e esclareceu as dúvidas dos técnicos. ... Entre os temas, foi discutido o impacto do ruído na cidade, os efeitos do ruído na saúde do homem, exemplos de programas de combate ao ruído e a importância do mapeamento sonoro. ... De acordo com o blogueiro Roberto Gonçalves, o deputado estadual Tarcizo Freire perdeu espaço político em Arapiraca, fato que deve influenciar na sua jornada rumo à reeleição. ... O experiente profissional afirma em seu blog que além do espaço político, no governo municipal anterior ele contava com a Secretaria municipal de Desenvolvimento Rural, onde indicou para o comando da pasta o advogado Carlos Henrique Lúcio. ... “Ele desenvolveu excelente trabalho na secretaria com destaque para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O programa foi positivo e fortaleceu a agricultura familiar em todo o município de Arapiraca”, disse. ... “Freire não conta mais com o apoio do ex-secretário Carlos Henrique Lúcio, que era seu chefe de gabinete na Assembleia Legislativa. Foi um grande desfalque na sua equipe”, observa o jornalista arapiraquense. ... Em tempos difíceis, com a pandemia terrível do novo coronavírus, desejamos aos leitores saúde e muita paz. Até a próxima edição, se assim Deus nos permitir!


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MEIOAMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Brasil e China

CÓLICA E MENSTRUAÇÃO

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maioria das mulheres – não todas – sofrem com as conhecidas e chatas cólicas menstruais, também chamadas de dismenorreia por médicos. De acordo com o Medical Xpress, até 29% dentre elas podem sofrer com dores tão fortes e graves sendo incapazes de realizar qualquer atividade simples e rotineira. Agora, uma recente descoberta feita por pesquisadores do China Medical University Hospital, em Taiwan, mostrou que o índice de mulheres que possuem fortes cólicas pode estar atrelado à longa exposição à poluição do ar por nitrogênio e óxidos de carbono que, segundo o estudo, potencializa o desenvolvimento de dismenorreia. Dados coletados durante 13 anos (2000 a 2013) entre um total de 296.078 mulheres e meninas de 16 e 55 anos de Taiwan – local com altos níveis de poluição – mostrou que dentro desse período elas tiveram 33 vezes mais chances de desenvolver cólicas do que mulheres que vivem em lugares menos poluentes. Além disso, 4,2% delas apresentaram os primeiros sintomas dentro do período estudado e mulheres mais jovens, com baixa renda e morando em áreas mais urbanizadas, tiveram uma pré-disposição de risco maior. O artigo com os resultados foi publicado na Frontiers in Public Health.

Fortalecimento de acordos comerciais e de cooperação em ciência, tecnologia e inovação, bem como a intensificação da parceria entre o Brasil e a China estão entre os principais temas a serem desenvolvidos pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) no biênio 2021-2022. O plano de trabalho foi apresentado pela presidente do colegiado, senadora Kátia Abreu (PP-TO), e aprovado por unanimidade no último dia 6. Kátia explicou que a inclusão da temática ambiental no plano de trabalho da CRE se deve ao foco que outros países detêm sobre o Brasil na questão, devido à Amazônia. A senadora mencionou a relação que há entre desenvolvimento sustentável e comércio exterior. E falou da intenção de dialogar com os membros do Parlamento da Amazônia (Parlamaz) já que, segundo afirmou, deixar de cuidar da região amazônica pode significar ameaça também às exportações. Para a parlamentar, Senado Federal, Câmara dos Deputados e Poder Executivo devem se engajar, “independentemente de bandeiras político-partidárias”, para apresentar ao mundo uma posição unificada do Brasil nos eventos internacionais sobre o eio ambiente e o clima.

Sustentabilidade Curso online

A Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) promove a segunda edição do curso de férias on-line intitulado Instituições de Conservação Unidas pela Educação. O tema desta edição será “Tô de Acordo”. A programação ocorre desde o último dia 12 e vai até 1º de agosto, exclusivamente on-line e focada nas espécies ameaçadas de extinção contempladas no Acordo de Cooperação Técnica firmado entre Azab e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em 2018. As atividades estão disponibilizadas de acordo com o cronograma nas plataformas oficiais da Azab: Instagram (@azab_oficial), Facebook (@SociedadeZoologicosBrasil), site (www.azab.org.br) e canal do YouTube (Associação de

Negócios de impacto de pequenas e médias empresas e startups que ajudem o meio ambiente e reduzam as desigualdades sociais podem participar do Programa BNDES Garagem. A segunda edição foi lançada no dia 6 deste mês pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), durante a abertura virtual da Semana de Impacto BNDES - Empreendedorismo que transforma. “Qualquer atividade, qualquer iniciativa, que tenha como objetivo criar um negócio sustentável e ajudar a melhorar o nosso país será bem-vindo”, assegurou o presidente do banco, Gustavo Montezano. Nesta nova edição, serão aceleradas 135 empresas. As inscrições para o BNDES Garagem 2 estão abertas até o dia 5 de agosto, no site do programa. Montezano quer que o BNDES seja um local onde os empreendedores procurem investimentos para alocar seus recursos em ações de impacto e, também, para levantamento de capital para ajudar a desenvolver negócios na área socioambiental. socioambiental.


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