Edição 1128

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ANO XXII - Nº 1128 - 24 A 30 DE JULHO DE 2021 - R$ 4,00

MANDATO-TAMPÃO

Assembleia já tem substituto de Renan Filho Jó Pereira é o nome de consenso na Assembleia Legislativa para assumir o governo do Estado caso Renan Filho renuncie ao mandato para disputar o Senado. Deputada tem estatura política e densidade eleitoral. 2

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GRILEIRO

MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2020

JOAQUIM BELTRÃO É INVESTIGADO POR INVADIR TERRAS DE USINA Ex-prefeito de Coruripe também é acusado de contratar primo ilegalmente 6 e 7

IMPROBIDADE

EX-PREFEITO DE CHÃ PRETA É CONDENADO A DEVOLVER R$ 1 MILHÃO À PREVIDÊNCIA 8

BANCADA FEDERAL TORRA R$ 1,3 MI EM PLENA PANDEMIA

Deputado Nivaldo Albuquerque é líder da gastança 5

CASO ROBERTA DIAS

ENVOLVIDO NO ASSASSINATO VAI RECEBER R$ 200 MIL POR DANOS MORAIS 14

ARTHUR LIRA TEM R$ 11 BI PARA DERRUBAR LIDERANÇA DOS CALHEIROS

Projeto do deputado é assumir comando político do estado 11


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COLUNA

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Nome de consenso 1

- Josirlene Soares Pereira de Mello Feitosa deverá governar Alagoas nos sete meses do mandato-tampão, caso Renan Filho renuncie ao governo para disputar o Senado em abril próximo. Assim pelo nome completo poucos a conhecem, mas a deputada Jó Pereira é um dos membros mais atuantes da Assembleia nas duas últimas legislaturas.

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- Ex-prefeita de Campo Alegre, Jó Pereira é o nome de consenso do grupo liderado por Arthur Lira e Marcelo Victor para assumir o governo interino a partir de abril de 2022 na vaga de Luciano Barbosa, que deixou o cargo de vice-governador após se eleger prefeito de Arapiraca. A escolha está praticamente definida, faltando apenas alguns detalhes.

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- Como governadora interina terá direito a disputar o governo na eleição do próximo ano, mas aí é onde entram os detalhes e tudo irá depender de sua gestão no comando do Estado e dos acordos que fará com as lideranças políticas. Filiada ao MDB dos Calheiros, Jó Pereira tem se destacado como parlamentar independente, mesmo integrando a base governista.

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- A eleição indireta para um mandatotampão de governador tem o peso de uma disputa majoritária em primeiro turno, com vaga certa no segundo turno, mas sem garantia de vitória na batalha seguinte. Isto porque o deputado Marcelo Victor, presidente da Assembleia, não descarta sua possível candidatura ao governo no pleito do próximo ano, mas aí começa outra história.

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- Por fim, a definição do nome de Jó Pereira para o mandato interino pode ser mais um indicativo do Poder Legislativo em busca de uma aliança com Renan Filho. Mas também pode significar o fim das conversas com o governador e a demarcação de território oposicionista na luta a ser travada em outubro do ano que vem.

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- Até agora imbatível nas urnas e engajada nas lutas sociais, Jó Pereira pode entrar para a história de Alagoas como a primeira mulher a governar o estado. Tem estatura política e densidade eleitoral.

Projeto político

Marcelo Victor foi o primeiro nome cotado para governador-tampão, mas o deputado abriu mão da disputa para repensar seu projeto político, que tomou novo rumo após a ascensão de seu aliado Arthur Lira com a vitória para o comando da Câmara dos Deputados. Hoje, o presidente da Assembleia Legislativa tem potencial para decidir entre disputar uma vaga na Câmara Federal ou o governo de Alagoas no pleito de 2022. Sua sólida liderança no comando do Legislativo é o aval para pleitear qualquer desses cargos, com chances reais de vitória.

Disputa acirrada

A eleição majoritária do próximo ano em Alagoas será uma das mais disputadas da história, com participação ativa das três principais forças políticas do estado, além das candidaturas alternativas. Pelo grupo governista, vários nomes já se mostraram dispostos a ir ao “sacrifício”, mas até agora o governador não avalizou nem desautorizou nenhum deles. A indefinição deve continuar até abril próximo, quando Renan Filho deve renunciar para disputar o Senado. No bloco da oposição, liderada pelo deputado federal Arthur Lira, o nome mais forte para suceder Renan Filho é Marcelo Victor. Mas também pode ser Davi Davino Filho ou mesmo Jó Pereira, na hipótese de a deputada assumir o governo interino e se credenciar à reeleição. Sem esquecer que o prefeito de Maceió também terá candidato a governador, podendo ser o senador tucano Rodrigo Cunha ou o próprio JHC, cuja administração vem caindo no gosto da população, como revelam as últimas pesquisas.

Devagar, prefeito

Mesmo crescendo nas pesquisas como bom gestor público, JHC deve adiar seu projeto de governar Alagoas e se dedicar ao mandato que conquistou nas urnas. Aos 33 anos de idade o prefeito de Maceió tem toda uma vida pela frente para se credenciar como administrador e consolidar sua liderança política no estado. Apressar esse processo pode ser um tiro no pé, e uma possível derrota nas urnas significaria a interrupção precoce de um projeto político em ascensão e que pode dar certo.

Nas pegadas do avô O secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, vai enfrentar uma nova disputa, desta vez pelo cobiçado cargo vitalício de desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas, na vaga da OAB. Se lograr êxito, terá trilhado o mesmo caminho do avô – Alfredo Gaspar de Mendonça – que em 1960 renunciou ao cargo de promotor de Justiça para concorrer à vaga de desembargador do TJ, também pela OAB.

Pesquisa eleitoral

Recente pesquisa de intenção de votos realizada em Maceió revela que o governador Renan Filho, aos poucos, vai rompendo a barreira da rejeição eleitoral à família Calheiros na capital. Tanto que se a eleição fosse hoje e dependesse só de Maceió, Renan Filho seria eleito senador, vencendo Fernando Collor por uma estreita margem de votos. A consulta foi realizada pela Falpe Pesquisas com 1.200 pessoas entre os dias 12 a 14 de julho em todos os bairros de Maceió.

Sem chance

A mesma pesquisa da Falpe revela que Ronaldo Lessa, Rodrigo Cunha e Rui Palmeira não teriam a mínima chance de se elegerem governador de Alagoas se as eleições fossem hoje. JHC seria o único candidato imbatível, na avaliação dos eleitores. Excluindo o nome do prefeito da lista de possíveis candidatos, Alfredo Gaspar de Mendonça surge com chances reais de vitória, caso o pleito dependesse do eleitorado da capital. Logo atrás vem o deputado Davi Filho na preferência dos eleitores.

Esqueceram de mim

Sobre a disputa presidencial, Bolsonaro e Lula aparecem praticamente empatados tanto na preferência quanto na rejeição do eleitorado de Maceió. Dos demais possíveis candidatos a presidente, Ciro Gomes é terceiro mais citado pelos eleitores, enquanto João Dória é totalmente esquecido.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Responsabilidade de Lira

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equilíbrio e a sensatez do deputado Arthur Lira no comando da Câmara dos Deputados têm evitado maiores turbulências no mundo político, forçado às vezes por pressões de partidos de oposição que querem por que querem tentar provocar uma convulsão social com a fabricação de motivos muitos deles inexistentes. O que o deputado está defendendo, neste momento conturbado da política nacional, é o equilíbrio na con-

Experiência

Considerado como um dos personagens mais poderosos do País, o deputado Arthur Lira tem tido o bom senso de avaliar com critério os mais de 120 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. E todo mundo sabe que não é tão fácil decidir sobre um assunto que toca de perto toda população brasileira e o destino de toda a sua economia. Não se pode, nem se deve, como avalia o presidente da Câmara dos Deputados, entrar em discussão sobre interesses políticos de alguns segmentos, mas, sim, avaliar com responsabilidade os supostos motivos de um pedido de afastamento da mais alta autoridade do Brasil.

Muita distância

O senador Rodrigo Cunha ganhou afagos do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, quando este passou por aqui, mas ainda existe uma distância muito grande entre o tucano querer ser o candidato ao governo no próximo ano e os apoios que pretende ter. Cunha ainda tem tempo neste ano de mostrar um trabalho mais consistente no Senado Federal, o que será de vital importância para suas pretensões. Se continuar como está, não vai reunir forças suficientes para enfrentar a parada.

Cresce a lista

dução das maiores demandas do país, quando o Brasil começa a acertar o passo para garantir a imunização da covid-19 para todos. Admitir um processo de impeachment, sem avaliar as consequências futuras do que isso possa resultar, sem motivos aparentes, apenas por oposição ao sistema, é comprometer as reformas que estão em curso e um novo país que se espera daqui pra frente.

Reticente

O governador Renan Filho tem se esquivado como pode de tomar uma decisão sobre as futuras eleições. Nega que ainda não decidiu se será candidato, mas o volume de obras que instalou em todas as regiões do estado de Alagoas mostra exatamente o contrário. Renan sabe que disputar uma vaga para o Senado com Fernando Collor e seu grupo político não será parada fácil.

Na barca

Mesmo sem aparecer muito no mundo político, o vice-prefeito Ronaldo Lessa, inquieto como sempre, pretende também ir à luta para disputar a única vaga de senador. Mas sabe, como das outras vezes, que enfrentar Collor e a Família Calheiros é jogo pesado.

Incomodado

Embora faça o possível para não demonstrar insatisfação, amigos de Ronaldo Lessa comentam nos bastidores que ele deveria ser mais prestigiado pelo prefeito JHC. Uma das razões é de que Lessa, desde que assumiu o cargo, ainda não emplacou seus aliados na prefeitura como pretendia.

Estimulado

Mesmo sabendo que a população da capital lhe elegeu para governar Maceió por quatro anos, o prefeito JHC tem alimentado a esperança, baseado em pesquisas eleitorais, de disputar o governo do Estado no próximo ano. Se vai fazer uma coisa boa, só Deus sabe. Mas sabe que seus eleitores não veem com bons olhos esta opção.

Muito embora ainda nada esteja definido, cresce a lista de pretendentes ao cargo de Renan Filho. Agora, nos bastidores e evitando qualquer tipo de queimação, aparece o nome do ex-ministro e atual secretário de Infraestrutura do governo do Estado, Maurício Quintella. Se é que a Família Calheiros vai confiar cegamente nele como aconteceu na eleição para o Senado.

Destino de Brito

Rumos distintos

Não convidem para a mesma mesa o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, Renan Filho e JHC. Suas pretensões são distintas e nenhum deles aceita composições políticas para as eleições de 2022. De um lado Marcelo Victor com um grupo forte liderado pelo deputado e presidente da Câmara, Arthur Lira, e, do outro, JHC, com uma postura de independência com relação aos outros prováveis candidatos.

Indicativo

Pelo avanço de uma possível candidatura ao governo de Alagoas, o senador Rodrigo Cunha deve ter tido uma conversa de pé de orelha com o prefeito JHC. Ou seja, Cunha, aliado do prefeito, não teria avançado na proposta se não tivesse a certeza de que JHC estaria fora de uma nova candidatura majoritária. A não ser que os ventos mudem de rumo.

Risco

O senador Rodrigo Cunha trabalha para ligar seu nome à administração do prefeito de Maceió, que aparece bem em pesquisas realizadas ultimamente. Mas sabe que corre o grande risco de o prefeito não transferir os votos necessários caso ele saia realmente candidato ao governo de Alagoas. Em compensação, Cunha, mesmo que não tenha sucesso no seu projeto político, sabe que continuará por mais quatro anos no Senado Federal.

O secretário de Educação, Rafael Brito, não faz segredo de ninguém que o seu destino político será decidido pelo governador Renan Filho. Ou seja, é pau para toda obra, mas que sai candidato a qualquer cargo, sai.

Esperança

Para garantir uma candidatura no próximo ano, o governador Renan Filho trabalha na esperança de ser o candidato a vice do ex-presidente Lula. Pelo menos este é um dos assuntos que mais tem fervilhado nos bastidores. Caso não consiga, já que muita gente corre por fora, estuda se será mesmo viável disputar a vaga do Senado.

De olho em 2026

Ainda não será desta vez, mas o prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira, se prepara para outras disputas políticas visitando suas bases em todo o estado. Com a força de Arthur Lira, que se destaca no comando da Câmara dos Deputados e sendo um dos pilares da política brasileira, Biu pode até disputar novamente o Senado em 2026, lugar de onde nunca deveria ter saído pelo robusto trabalho que exerceu no Congresso Nacional em defesa de Alagoas.


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COTÃO

Deputados federais de AL gastam mais de R$ 1,3 mi em seis meses Pesquisas e publicidades são os principais ‘investimentos’ dos parlamentares JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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etade de 2021 já se passou e é hora de contabilizar quanto a bancada federal alagoana gastou do dinheiro público nos seis primeiros meses do ano. De janeiro a junho, os nove deputados que representam o estado em Brasília utilizaram a quantia de R$ 1.390.266,68. É como se cada parlamentar tivesse gasto aproximadamente R$ 154 mil, sem contar salários e verba de gabinete. Mas os valores usados variam. Há aqueles que utilizaram bem menos que o valor médio, que é o caso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Segundo Portal da Transparência, o braço direito de Jair Bolsonaro e filho do exsenador - hoje prefeito de Barra de São Miguel - Biu de Lira, declarou gastos no valor de R$ 46.742,52. No entanto, em clima de Olimpíadas, quem leva a medalha de ouro é o deputado Nivaldo Albuquerque (PTB), com R$ 219.041,83, encabeçando o ranking dos

Nivaldo, Marx e Sérgio Toledo lideram ranking de gastos parlamentares que mais gastaram no primeiro semestre. O mês que Nivaldinho, filho do deputado estadual Antônio Albuquerque, do mesmo partido, mais utilizou dinheiro público foi janeiro: R$ 45.594,76. Desse valor, R$ 30 mil foram pagos à empresa Falpe Pesquisas. Conforme nota fiscal disponibilizada no site da Câmara dos Deputados, o parlamentar contratou uma pesquisa para sondar quais são os problemas das comunidades em municípios de Alagoas, como Carneiros, Coité do Noia, Paripueira e Satuba. Ainda segundo o documento, foram realizadas 3 mil perguntas aos munícipes da região para traçar o levantamento. Mas as pesquisas contratadas por Albuquerque não param por aí. Em fevereiro, a empresa também foi contratada, desta vez por R$ 25 mil, para analisar os problemas dos municípios de Anadia,

dos os municípios de São Sebastião, Craíbas, Belém, Tanque D’Arca, Jacuípe, Porto Calvo, Maragogi, Porto de Pedras, Japaratinga, Olho d’Água Grande, São Luís do Quitunde e São Miguel dos Campos. No total, apenas com pesquisas, o deputado gastou R$ 155.000. Em segundo lugar no ranking do uso da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, levando a medalha de prata, aparece o ex-ministro do Turismo da Era Temer, Marx Beltrão: R$ 216.877,11. Maio foi o mês de maior gasto de Beltrão, filho do deputado estadual, já falecido, João Beltrão. Foi nesse período que ele gastou a quantia de R$ 65.617,25. Foram R$ 31.800 com impressão de material publicitário, R$ 16 mil para veiculação de releases em sites de notícias de Alagoas e R$ 15.100 para propagandas nas redes sociais, como Facebook e Instagram. Já a medalha de bronze, fica para Sérgio Toledo (PL), com gastos de R$ 201.463,20. Toledo também está preocupado em mostrar aos eleitores seus trabalhos na Câmara. Dessa quantia,

R$ 88.402,00 foram destinados à divulgação da atividade parlamentar. Se levar em consideração até o dia 21 de julho, os gastos totais dos deputados sobem para R$ 1.416.335,24. MAIS DINHEIRO Cada deputado tem R$ 111.675,59 por mês para pagar salários de até 25 secretários parlamentares, que trabalham para o mandato em Brasília ou nos estados. Eles são contratados diretamente pelos deputados, com salários de R$ 1.025,12 a R$ 15.698,32. Encargos trabalhistas como 13º, férias e auxílio-alimentação dos secretários parlamentares não são cobertos pela verba de gabinete - são pagos com recursos da Câmara. Em 2021, o gasto dos deputados alagoanos com verba de gabinete é, até agora, de R$ 5.911.860,44. O salário atual de um deputado federal é R$ 33.763,00. A remuneração mensal leva em conta o comparecimento às sessões deliberativas do Plenário. Ausência não justificada leva a desconto no salário.

Ranking do Cotão Taquarana e Palmeira dos Índios. Já em março, os alvos do levantamento foram: Campo Alegre, Girau do Ponciano, Junqueiro e Teotônio Vilela. O argumento utilizado para as pesquisas é de “detectar as principais demandas dos respectivos municípios a fim de balizar as ações do deputado federal junto aos órgãos do governo federal e também orientar a indicação de emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União’’. Ainda foram contempla-

Nivaldo Albuquerque (PTC) - R$ 219.041,83 Marx Beltrão (PSD) - R$ 216.877,11 Sérgio Toledo (PL) - R$ 201.463,20 Tereza Nelma (PSDB) - R$ 198.877,57 Isnaldo Bulhões Júnior (MDB) - R$ 139.124,01 Pedro Vilela (PSDB) - R$ 131.709,02 Severino Pessoa (Republicanos) - R$ 122.726,61 Paulão (PT) - R$ 113.738,84 Arthur Lira (PP) - R$ 46.742,52

UM PULO NO SENADO Quando se trata do Senado, Fernando Collor (Pros) fica em primeiro lugar com gastos de R$ 202.001,74. Em segundo vem Rodrigo Cunha (PSBD): R$ 165.122,85. E na última colocação, Renan Calheiros (MDB): R$ 132.487,63. Presidente da Câmara e do Senado compartilham o mesmo salário de R$ 33.763,00, assim como todos os deputados federais e os outros 80 senadores. O Decreto nº 276, de 2014 estipulou a mesma remuneração para os que compõem o Legislativo.


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CORURIPE

Ex-prefeito ignora decisão do TC e empossa primo como procurador Caso foi parar no Judiciário; Joaquim Beltrão é acusado de improbidade

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ex-prefeito de Coruripe Joaquim Beltrão, pouco antes de sair da prefeitura, resolveu deixar um presente para o primo Valério José Barreto Beltrão: o cargo de procurador do Município. Isso ocorreu mesmo após a suspensão do concurso público ordenada pelo Tribunal de Contas do Estado (MPE). O caso chegou ao Ministério Público de Alagoas e é investigado pelo promotor de Justiça Mauricio Mannarino Teixeira Lopes, que já enviou a denúncia ao Judiciário. Além de Valério José Barreto Beltrão, outra nomeação está sendo investigada, a de Carlos Henrique Costa Mousinho, também beneficiado com o mesmo cargo. Vale destacar que Valério Beltrão foi candidato a prefeito de Igreja Nova nas últimas eleições. Em 2019, o blog do jornalista Edmilson Teixeira trouxe a seguinte informação sobre Valério: “Um advogado que está se infiltrando na política com grande afinidade naquela região, sobretudo com o apoio dos primos; o deputado estadual João Beltrão [vivo à época] e do prefeito de Coruripe, Joaquim Beltrão”. Conforme a investigação do MP, há indícios de possível prática de improbidade administrativa por parte do ex-gestor. “O candidato Carlos Henrique Costa Mousinho passou na única vaga prevista no edi-

tal do concurso para o cargo e ao que foi até o momento apurado, não possui vínculo com a administração municipal ou com o ex-gestor. Já o segundo candidato possui vínculos familiares com ele e já participou da gestão municipal como Diretor de Eventos. O próprio impetrado revelou que por 16 anos ocupou cargos comissionados no Município de Coruripe, chegando a assessorar diretamente o gabinete do ex-prefeito na última gestão”, destacou o promotor. A informação consta do inquérito aberto pelo MP e obtido pelo EXTRA, segundo o qual, além da prática de nepotismo, Joaquim Beltrão descumpriu com uma determinação do Tribunal de Contas do Estado. Ocorre que o TC identificou supostas irregularidades no favorecimento de candidatos aprovados no concurso público relativo ao edital 01/2016. Em decisão da Corte de Contas, Joaquim Beltrão foi proibido de homologar e nomear os aprovados até segunda ordem. No entanto, em abril de 2018, houve a revogação de parte da medida cautelar com autorização para a continuidade do concurso público. Porém, o TC foi enfático: a medida não valeria para o cargo de Procurador Jurídico do Município de Coruripe, decisão que foi ignorada por Beltrão. De acordo com o promotor de Justiça, nos processos administrativos que embasa-

ram as nomeações, o ex-gestor demonstrou ter pleno conhecimento de que o concurso de procurador municipal ainda encontra-se suspenso pelo Tribunal de Contas. A contratação dos dois procuradores gerou aos cofres públicos o pagamento total de R$ 12.000 aos dois. A decisão que manteve a suspensão do concurso de procurador foi proferida não sob o simples fundamento de que os parentes, consortes e amigos do prefeito e de seus familiares foram os aprovados. E, sim, sob o fundamento de que houve um erro grosseiro na correção da prova, que acabou prejudicando concurseiros e suas classificações. Nos processos administrativos que embasaram as nomeações, o ex-gestor declarou-se ciente da decisão de suspensão do concurso de procurador, mas mesmo assim decidiu pela nomeação com base no argumento de que “deve-se ser levado em consideração, todo o esforço do candidato que se submeteu a todas as fases do certame, perdeu horas de convívio social, estudou arduamente e obteve a tão sonhada aprovação”. Questionado pelo Ministério Público a respeito das nomeações, Joaquim Beltrão informou que não possui vínculo de parentesco com o polêmico nomeado, sendo o seu bisavô, trisavô do candidato. O ex-prefeito afirmou, ainda, que o fato de o nomeado ter participado da sua administração não gerou qualquer favorecimento e que as nomeações se deram de forma precária. Por fim, sustentou que a própria nomeação por

Joaquim Beltrão nomeou o primo Valério procurador ele realizada teria sido requerida pelo Ministério Público do Trabalho, na ação civil pública por ele proposta para a substituição dos servidores contratados pelos aprovados no concurso público. “Uma interpretação que desafia as mentes mais iluminadas”, considerou o promotor de justiça que investiga o caso. E continuou: “Quem não conhece a realidade do Município de Coruripe durante a gestão dele pode confundi-lo com um fervoroso defensor da nomeação de servidores efetivos por concurso público, premiando a meritocracia ao invés do clientelismo. Mas uma leitura deste despacho já deixa claro que sempre houve uma preferência pela contratação de servidores temporários, escolhidos sem nenhum critério objetivo, em detrimento dos concursados. Na verdade, o próprio concurso só foi realizado por atuação do Ministério Público do Trabalho e a nomeação dos aprovados no número de vagas após recomendação do Ministério Público Estadual”. Sobre a nomeação de Carlos Henrique Costa, o promotor explica: “Toda a trama revela que a nomeação do primeiro candidato, que não

possui vínculos aparentes com o ex-gestor ou com a administração municipal, deuse como medida necessária para a nomeação do segundo candidato. Assim, considerando o que foi apurado até o momento, não houve conduta ímproba daquele, que não teve outra alternativa a não ser assumir o cargo para o qual foi nomeado, sob pena de perdê-lo”. “Face o cometimento de ato de improbidade administrativa pelo ex-prefeito, Joaquim Beltrão, e pelo candidato Valério José Barreto Beltrão, foi ajuizada a ação civil pública nº 080001711.2021.8.02.0042. Quanto ao candidato Carlos Henrique não ficou demonstrada a prática de nenhum ato ímprobo, através da prática de conduta dolosa, pelas razões acima expostas”, finalizou o promotor de justiça Mauricio Mannarino Teixeira Lopes. No Judiciário, o caso tramita na 1º Vara de Coruripe, sob responsabilidade do magistrado Mauro Baldini. As partes já foram intimadas pela Justiça, sendo que a última movimentação do processo se deu no dia 26 de maio para juntada de documentos.


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MASSA FALIDA

Joaquim Beltrão é processado por invadir terras da Guaxuma Denúncia contra ex-prefeito integra dossiê elaborado por Lourdinha Lyra JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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pós a curadora e filha do ex-usineiro e exdeputado federal João Lyra preparar um dossiê sobre a invasão de terras da Usina Guaxuma por antigas concorrentes, o administrador judicial do processo falimentar da Laginha (holding que reunia as empresas de JL), Oreste Nestor de Souza Laspro, ingressou com ação no Judiciário alagoano. De número 070040163.2021.8.02.0042, o processo tramita na 1ª Vara de Coruripe sob a condução do juiz Mauro Baldini. Na lista de réus estão a Usinas Reunidas Seresta, a Impacto Bionergia Alagoas, a Usina Coruripe e o ex-prefeito de Coruripe Joaquim Beltrão. A ação foi protocolada no dia 7 de maio e a última movimentação, até o fechamento desta edição, ocorreu no dia 1º de julho. Entre os pedidos da parte autora está a demarcação de terra, que sanaria as supostas invasões. “Inicialmente verificamos que há uma incompatibilidade entre o nome da ação escolhida e a finalidade que com ela se busca. Embora a parte afirme que o objeto da ação seja a produção antecipada de prova, na verdade, se visa a demarcação de terra, ou seja, típico pedido de ação demarcatória”, consta dos autos do processo. Conforme os advogados da Família Lyra, as terras da Usina Guaxuma encon-

tram-se invadidas e, sendo exploradas pela Usina Coruripe que estaria realizando atividades produtivas no cultivo e moagem de canade-açúcar nas terras sem qualquer autorização ou contrapartida em prol dos interesses da Massa Falida. O falido, João Lyra, chegou a promover diligências na região, flagrando por meio de uma análise de campo em tempo real via drone obtendo vídeos com indícios de que as terras da usina estaria sendo exploradas por empresas que nada têm a ver com o processo falimentar. “Há flagrantes indícios que a Usina Coruripe é a invasora das terras da Massa Falida, utilizando-as como se de sua propriedade fossem, tendo montado realmente uma estrutura física de explorador contumaz, haja vista a presença de caminhões para transporte de cana-de-açúcar, tratores, colheitadeiras e mão de obra contratada especificamente para esta finalidade”, destacou o grupo de advogados do escritório FMSA, que defende os interesses dos falidos. Até o valor do suposto prejuízo pela exploração ilegal foi estipulado: “É flagrante que a cana-de-açúcar já existente nas terras da Massa Falida no momento da suposta invasão pela Usina Coruripe valiam R$ 36,6 milhões, gize-se, apenas no ano de 2014, de modo que, projetando apenas o valor da cana-de-açúcar ao longo destes seis anos de exploração

Caminhão com emblema da Prefeitura de Coruripe transporta cana de terras da Guaxuma

Flagrantes feitos por drone integram dossiê entregue à Justiça das terras, chega-se a cifra de R$ 219,6 milhões apenas a título de prejuízo gerado em detrimento da Massa Falida, haja vista a privação de utilização da terra, sem falar no lucro obtido pela Usina Coruripe com a invasão, em detrimento absoluto da Massa Falida”. Sobre o ex-prefeito Joaquim Beltrão, a denúncia é de que também foi constatada em fotografias e filmagens das áreas invadidas a presença de diversos ônibus, in-

clusive escolares e caminhões de propriedade da Prefeitura de Coruripe, situação que demonstra novamente suposta participação do então gestor de Coruripe nos atos de invasão às terras. Beltrão é representante do Comitê de Credores (quirografários) do processo falimentar. “Não se pode tolerar que o patrimônio da Massa Falida que já não é utilizado por ela própria, configurando verdadeiro passivo atualmente, seja utilizado de for-

ma indistinta por invasores que usufruem das terras da Massa Falida para gerar riquezas ilegítimas e, dificultar ainda mais, a finalidade do processo falimentar, que é o pagamento dos credores com a otimização dos ativos e celeridade”, destacaram os advogados na denúncia oficializada em setembro do ano passado e que não traz detalhes sobre os demais acusados de invasão, a Seresta e a Impacto Bionergia Alagoas.


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CHÃ PRETA Justiça de Alagoas (TJ -AL) o de nº 070074283.2017.8.02.0057 e de nº 000003251.2010.8.02.0057 encontram-se em vista ao MP. O de nº 070001408.2018.8.02.0057 está concluso para julgamento e o de nº 070010416.2018.8.02.0057 em fase de intimação dos réus e do MP. O ex-prefeito Audálio de Vasconcelos Holanda não foi localizado até o fechamento da edição para expor sua versão, apesar de várias tentativas.

Audálio Holanda (E) com o filho e seu vice, Maurício Holanda (atual prefeito), em inauguração de praça em 2016

Ex-prefeito é condenado a pagar mais de R$ 1 milhão por rombo na previdência Audálio de Vasconcelos Holanda também perde os direitos políticos e está proibido de contratar com o Poder Público

MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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ex-prefeito de Chã Preta, Audálio de Vasconcelos Holanda, foi condenado em fevereiro deste ano a pagar mais de R$ 1 milhão por danos ao Fundo Previdenciário dos Servidores do Município de Chã Preta (Funserp) e

multa aplicada pelo Poder Judiciário. Na Ação de Improbidade Administrativa nº 000003251.2010.8.02.0057, além de ter que ressarcir os cofres públicos, o ex-gestor teve os direitos políticos suspensos por cinco anos e proibido de contratar com o poder público. No total, Holanda, que é pai do atual prefeito Maurí-

cio Holanda (MDB), responde a nove ações de improbidade administrativa. Audálio Holanda entrou com embargo de declaração contra a condenação, mas não foi acolhido pela juíza da Comarca de Viçosa, Juliana Batistela Guimarães Alencar que, em sua decisão argumenta que a

ilegalidade praticada por ele – não repasse das contribuições descontadas dos servidores públicos e da própria prefeitura no período de 2001 a 2006 – se reflete até hoje na gestão municipal, e que o deficit causado pelo ex -prefeito é altíssimo, cuja lesão aos cofres públicos é exorbitante. Na sentença, a magistrada condenou o ex-prefeito ao pagamento de mais de R$ 543 mil e multa de igual valor, cujo somatório é de mais de R$ 1 milhão em valores atualizados. “O valor não repassado ao Funserp foi de R$ 491.494,46 e, após o primeiro parcelamento efetivo, a quantia do débito passou a R$ 1.035.299,37 devido aos encargos”, diz trecho da sentença. Nos processos por improbidade administrativa que aos quais o ex-gestor responde, alguns estão na fase de tramitação. Segundo informações da assessoria de comunicação do Tribunal de

VÁRIOS GOVERNOS O ex-prefeito Audálio de Vasconcelos Holanda foi o político que mais governou o município de Chã Preta. Sua primeira passagem pela prefeitura da Princesa dos Montes de Alagoas consta do período de 1° de fevereiro de 1977 até 31 de janeiro de 1983. À época, teve como vice Oséas Teixeira de Vasconcelos. O segundo mandato foi de 1°de janeiro de 2001 até 31 de dezembro de 2004 e seu vice era Moab Tenório Cavalcante. A dupla permaneceu no cargo, sendo reeleita para mandato de 1° de janeiro de 2005 até 31 de dezembro de 2008. Audálio volta a assumir o cargo de 1°de janeiro de 2013 até 31 de dezembro de 2016, desta vez tendo como vice seu filho Maurício de Vasconcelos Holanda. Atualmente, o município é comandado por Maurício Holanda e o vice Victor Canuto. Iniciado em 1° de janeiro de 2021, o mandato de ambos se encerra em 31 de dezembro de 2024.


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Milionária e colecionando prefeituras, Família Pereira quer chegar ao governo Primos de Arthur Lira também estão com Renan Filho e tem deputada que faz oposição amiga ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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Família Pereira está no poder há décadas em Alagoas, mas parece ter cansado da micropolítica. Seus objetivos são gigantescos e eles montam uma candidatura da deputada estadual Jó Pereira (MDB) ao governo do Estado, vice ou até mesmo Senado. Com dezenas de cargos preenchidos por indicação política somente na máquina estadual, os Pereira cutucam o governador Renan Filho (MDB) com vara curta. Enquanto o governador abraça, em solenidades públicas, o chefe do clã, Joãozinho, atual superintendente regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Jó Pereira se veste, na Assembleia, de oposição. Deu certo. Em seus discursos, mede as palavras, emplaca a imagem de uma política moderna, mas sem abalar estruturas e, na prática, pisa nas duas canoas: a do governador e a do presidente da Câmara (e primo) Arthur Lira (PP). Foi a favor, por exemplo, do corte de 14% dos aposentados e pensionistas que recebem a partir de um salário mínimo. Mudou rapidamente de lado, criticando o governador pelo desconto e por não devolver o dinheiro. “Alertei em 2019, disse que era exagerado [o desconto],

Jó, que pode ser a aposta da família para o governo do Estado, ao lado da irmã Pauline (E) pedi para governo aprofundar os estudos, mas infelizmente a emenda não foi aprovada e o desconto veio. Por isso que, para ser coerente, votei favorável à emenda dos colegas, mesmo entendendo que a iniciativa não é dessa Casa, mas o governo pode e deveria ter encaminhado a devolução dos valores dos descontos efetuados”, explicou a parlamentar. Na última sessão antes do recesso parlamentar, a deputada voltou à carga, agora contra os empréstimos adquiridos pelo governo. Mas, ao invés de votar contra, se absteve. E deixou a sessão. O marketing do morde e assopra dá resultados. Deputada estadual mais votada em 2018, ela aparece com 2,9% em pesquisa estimulada ao Senado, conforme levan-

tamento realizado no início do mês pelo Instituto Paraná Pesquisas. Se uma candidatura ao Senado, neste momento, parece bem difícil, os movimentos para o Executivo estão bem adiantados. “Não tenho nada definido. Faço parte de um grupo. Essa decisão não cabe só a mim”, disse. O grupo de Jó é liderado pelo irmão, Joãozinho, que, por sua vez, é chefiado pelo primo, Arthur Lira. Joãozinho, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Teotônio Vilela, assumiu em abril a superintendência alagoana da Codevasf, a poderosa estatal controlada pelo Centrão, de Lira, com bilhões em seu orçamento. Em Alagoas, a companhia tem convênios celebrados de R$ 11 bilhões e, destes, R$ 8

bilhões liberados apenas este ano. Somente em Maceió, os convênios celebrados somam R$ 7,8 bilhões e, liberados, R$ 6,1 bilhões. Segundo declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2016, Joãozinho tem fortuna de R$ 1,3 milhão. A irmã Jó declarou R$ 614 mil, mas sua riqueza é bem maior. Apenas o apartamento do qual é dona no bairro da Consolação, em São Paulo, região bem valorizada, não é vendido por menos de R$ 850 mil, segundo pesquisa em sites de imobiliárias. Irmão de Joãozinho e Jó, Fernando é secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que tem orçamento de R$ 47,1 milhões à disposição (R$ 43,1 milhões do fundo ambiental) e 58 servidores comissiona-

dos, ou seja, indicações políticas da família. Foi prefeito de Junqueiro duas vezes. Mudou o título eleitoral para São Miguel dos Campos mirando a Prefeitura, mas perdeu as eleições ano passado. Desempregado, voltou a ser secretário estadual. Sua fortuna: R$ 1,8 milhão. A irmã Pauline, ex-presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e prefeita de Campo Alegre até o ano passado, declarou bens no valor de R$ 1.588.701,61 em 2016. Hoje ocupa um cargo de direção no Conisul (Consórcio Intermunicipal do Sul de Alagoas), responsável pela compra compartilhada de medicamentos, materiais hospitalares, odontológicos e suplementos alimentares de 17 municípios. Peu Pereira é prefeito de Teotônio Vilela, primo “pobre” de Joãozinho. Sua fortuna, segundo declarou ao TSE, é resumida a um carro valendo R$ 42,6 mil. Dois tios também estão em prefeituras. Teófilo Pereira, de Craíbas, que declarou R$ 6,5 milhões ao TSE, e o multiaposentado Benedito de Lira, da Barra de São Miguel, pai de Arthur Lira e com bens declarados de R$ 1,6 milhão. Ele acumula três aposentadorias como servidor público em Alagoas. Os Pereira fizeram fortuna com gado, plantação de fumo e na política. O pai de Joãozinho e Jó era João José Pereira, prefeito de Junqueiro quatro vezes. Morreu em 2010. Seu irmão, Adelmo Pereira ou Adelmo de Junqueiro, empresário e agropecuarista, pai de Teófilo, morreu em 2016. Os irmãos João e Adelmo circulavam nos gabinetes de Divaldo Suruagy e Guilherme Palmeira quando os dois eram os personagens mais poderosos de Alagoas na época da ditadura militar.


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Com R$ 11 bilhões, Lira quer derrubar protagonismo dos Calheiros Presidente da Câmara deve decidir, em breve, candidato do grupo a governador ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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om poder de decisão sobre o destino de R$ 11 bilhões em emendas parlamentares “secretas” e ganhando vantagem no derretimento da popularidade de Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), assumiu o protagonismo na corrida eleitoral alagoana. Lira busca emplacar nos próximos meses seu candidato à chefia do Executivo, derrubando as articulações do governador Renan Filho (MDB), que tem o secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, no páreo. A deputada Jó Pereira (MDB) é uma destas possibilidades. O presidente da Assembleia, Marcelo Victor (SDD) ainda é cotado para assumir um mandato-tampão de governador se Renan Filho renunciar para disputar a vaga ao Senado, hoje ocupada por Fernando Collor (PROS). O deputado Davi Davino (PP) ainda continua na lista. Se um deputado assumir o governo não poderá se candidatar a outro cargo, a não ser buscar a reeleição e com todas as restrições que a lei eleitoral impõe: não poderá inaugurar obras públicas nem anunciar novos programas sociais ou fazer contra-

Collor e Arthur Lira, anfitriões de Bolsonaro em sua passagem por Alagoas, em maio tações de pessoal a rodo para influenciar as urnas. E só terá seis meses para se tornar competitivo o suficiente para vencer. Esse é um dos principais problemas na Assembleia: nenhum deputado estadual quer ir para o sacrifício, correndo risco de trocar uma reeleição confortável por uma aventura que exige mais votos, como é uma eleição majoritária. Além disso, o próximo governador tem uma vaga para negociar no Tribunal de Contas, emprego certo para toda a vida e que pode acomodar um derrotado nas eleições. Marcelo Victor avisou que vai disputar a reeleição para a Assembleia, mas poucos acreditam nisso: a vaga no TC parece bastante atraente. O deputado Paulo Dantas (MDB) é preparado para ser o próximo presidente da Assembleia se Marcelo Victor resolver ficar no governo e ir para uma reeleição ao Executivo quase impossível. Estas discussões são discretas. Mas o que se sabe é que Lira não se aliará aos Calheiros, porém a inten-

ção é não transbordar em público rusgas ou desabafos. O armistício vem sendo respeitado pelos dois lados, apesar das investigações da CPI da Covid aumentarem a pressão e elevarem a temperatura política em Brasília, exigindo das lideranças que revelem o lado que estão: contra ou a favor do presidente da República e seus aliados. Lira faz a defesa de Bolsonaro, ignorando os mais de 120 pedidos de impeachment contra o presidente e o crime de responsabilidade dele ao acusar fraude nas urnas e ameaçar não passar a faixa presidencial ao seu sucessor se perder a reeleição. Já o senador Renan Calheiros (MDB) incrementa os ataques e bate de frente com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota), que abre representações contra Renan no Conselho de Ética, na tentativa de desestabilizar o senador. A proposta do presidente da Câmara é usar a pandemia para costurar uma “união por Alagoas”, sem

esquecer da rivalidade com os Calheiros. É bem diferente da conturbada relação política entre os dois, e num passado bem recente. Na disputa eleitoral de 2018, havia duas vagas ao Senado em aberto: a ocupada por Renan e por Benedito de Lira, pai de Arthur. Renan queria desbancar Lira. E abriu a temporada de ataques com Lira filho. “Eu não estou ficando mais velho, tô ficando mais experiente. A velhice é natural pra cada um. O que a gente não pode ficar na vida é velhaco como os nossos adversários, como o Collor, como o Benedito de Lira”, disse Renan. Arthur Lira respondeu: “Velhaco é quem paga amante com dinheiro de empreiteira envolvida na Lava Jato”; “e ainda traz do lado dele, acompanhando, o velhaco Júnior”. Falava de Renan Filho. Hoje, os dois se comportam como inimigos cordiais. Ao mesmo tempo, o presidente da Câmara vem sendo desgastado nacio-

nalmente. Segundo O Globo, ele terá R$ 11 bilhões em emendas para destinar como bem entender aos deputados da Casa. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) deu para Lira poder de decisão sobre uma verba maior que a de ministérios como o de Minas e Energia e o de Ciência e Tecnologia, e quatro vezes o orçamento do Meio Ambiente. Pressionado, Lira busca no passado uma ideia de democracia mais indireta, um regime que cheire menos a povo e que possa limitar os poderes do futuro presidente da República. E as projeções nas pesquisas dizem que o ex-presidente Lula lidera com folga a corrida eleitoral. Lira joga no tabuleiro político de Brasília o semipresidencialismo, um ferro-velho bem conhecido na história brasileira. Quando Jânio Quadros renunciou em 1961, o vice era João Goulart. Como as reformas de base de Jango, além do cheiro comunista, não agradavam ao empresariado, foi imposto um parlamentarismo, onde o presidente virou peça decorativa e Tancredo Neves assumiu a função de primeiro-ministro. Em 1964, veio o golpe militar e Jango foi deposto. Arthur Lira enxerga longe. O semipresidencialismo diminui o poder do presidente, aumenta o do Congresso, institui um primeiro-ministro (que pode ser Lira) e deve encontrar algum respaldo no setor empresarial, que estica a corda para que as reformas passem no Congresso na pandemia. O Centrão, por enquanto, é quem ganha mais nesta proposta.


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Lançado ao governo, Rodrigo Cunha se espreme no cenário polarizado

Senador conta com JHC na lista de apoios; calheiristas e liristas desdenham de iniciativa ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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ançado ao governo do Estado com o aval do PSDB nacional, o senador Rodrigo Cunha largou na frente nas tratativas estaduais e se espreme no polarizado cenário eleitoral local para emplacar a terceira via ao lado do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB). A tática é a mesma entre os tucanos pelo país: buscar antipetistas, conservadores, os arrependidos do bolsonarismo e, em Alagoas, os que não votam nem nos Lira nem nos Calheiros. O PSDB discute não lançar candidato a presidente, mas segue apostando em nomes para a terceira via nos estados e ao Palácio do Planalto. Ligados ao senador Renan Calheiros (MDB) e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), desdenham da iniciativa de Rodrigo Cunha e enxergam uma derrota acachapante. Creem ainda que, em quatro anos de mandato, Cunha segue perdido em Brasília. No lado de Cunha, o que se vê é que o secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, é o candidato ao governo e o discurso bélico, usado para atrair as hostes bolsonaristas, pode ser abatido em pleno voo, usando um nome anti-Bolsonaro. O senador quer ser este nome e pretende agregar a isto o sentimento anti-Renan. Luciano Barbosa, ao disputar a Prefeitura de Arapiraca, usou este caminho e conseguiu se eleger. JHC fez o mesmo em Maceió e obteve êxito. Esta semana, Rodrigo Cunha se declarou contra a

Governador Eduardo Leite (camisa azul) aproveitou visita a Maceió para elogiar Cunha (D) não-devolução dos 14% de aposentados e pensionistas que recebem a partir de um salário mínimo. “É preciso entender que esse desconto aos pensionistas e aposentados não era cor-

NO LADO DE CUNHA, O QUE SE VÊ É QUE O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA, ALFREDO GASPAR DE MENDONÇA, É O CANDIDATO AO GOVERNO E O DISCURSO BÉLICO, USADO PARA ATRAIR AS HOSTES BOLSONARISTAS, PODE SER ABATIDO EM PLENO VOO, USANDO UM NOME ANTI-BOLSONARO.

reto desde o seu surgimento. Tanto que o erro foi reparado agora. Mas demorou demais. O justo era ressarcir essas pessoas que passaram tanto tempo por dificuldades, vendo o dinheiro para colocar comida na mesa e comprar remédios ser descontado”, disse. O desconto de 14% foi adotado pelo Governo de Alagoas e, na classe política, é apontado como um dos motivos para a derrota de Alfredo Gaspar de Mendonça, candidato do governador Renan Filho (MDB), na disputa pela Prefeitura de Maceió, ano passado. Cunha defendeu esta semana o veto presidencial aos R$ 5,7 bilhões do fundão para as eleições de 2022, aprovado pelo Congresso Nacional na semana passada. Foi o único senador alagoano que votou contra e se manifestou contra a aprovação.

“A aprovação de R$ 5,7 bilhões em dinheiro do contribuinte, em plena pandemia, para pagar campanha política é imoral, vergonhosa e lamentável. Impressiona, inclusive, a rapidez com que o Congresso aprovou este aumento do fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões. Para se ter uma ideia, o fim do foro privilegiado, que blinda políticos, aguarda votação há quatro anos. Já a prisão em segunda instância espera avaliação há dois anos em uma das comissões do Congresso. Enquanto isso, a decisão de quase triplicar o volume de dinheiro público para pagar campanhas no ano que vem foi aprovada em um dia. Um absurdo”, disse. Ele evita o confronto público com o presidente da República. Ao ser lançado na semana passada no xadrez

eleitoral pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o tom mais pesado, à moda tucana, ficou por conta de Leite. “O Brasil desaprendeu a fazer política com respeito. A gente precisa respeitar as diferenças e vencer com argumentos. Não com a desqualificação dos outros. Não queremos vencer uma eleição com base nos defeitos dos outros, e sim com base em nossas possíveis virtudes”, disse Leite, citando Lula e Bolsonaro, que rivalizam nas pesquisas, com vantagem ao ex-presidente. Sobre o senador alagoano, só elogios: “Rodrigo Cunha tem todas as credenciais para ser o candidato do PSDB. O senador tem a competência, a qualidade técnica e ao mesmo tempo a vontade e a disposição para ser governador. Esta é uma decisão do PSDB e dos apoiadores locais e a política precisa ser feita com esta coragem. Rodrigo Cunha tem o nosso apoio e receberá todo o nosso respaldo, assim como deve receber dos apoiadores locais em Alagoas”. Eduardo Leite quer ser candidato a presidente da República, mas enfrenta quem é o primeiro da fila: o governador de São Paulo, João Dória, que não decola nas pesquisas. Também quer ser presidente do partido, o que significa enfrentar Dória, atual mandachuva. Em crise, o PSDB pode perder Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e um dos fundadores do partido e corre o risco de não reeleger o governador paulista. O PSDB governa São Paulo desde 1992.


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MAIS ASSISTÊNCIA

Smartphones agilizam trabalho dos conselheiros tutelares de Maceió População ganha canal direto para denúncias; rede de conselhos é fortalecida ASSESSORIA

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Prefeitura de Maceió entregou 15 smartphones aos conselheiros tutelares que atuam em bairros como Poço, Ponta da Terra, Vergel, Farol, Levada e arredores. A ferramenta visa facilitar no contato direto com moradores que se utilizam, por exemplo, de aplicativos de mensagem para realizar denúncias. Os conselheiros tutelares desempenham um papel importante na luta contra as diversas formas de exploração, combatendo violações e crimes que atingem a população infantojuvenil, promovendo a qualidade de vida deste público. De acordo com o secretário de Assistência Social, Carlos Jorge, a iniciativa pretende aproximar cada vez mais a população dos conselheiros das regiões da capital. “Por se tratar de um órgão que zela pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, os conselhos tutelares precisam estar à disposição da população a todo o momento. Esses novos celulares encurtarão essa aproximação e viabilizarão o registro de ocorrências e o acesso a informações”, afirmou o se-

cretário. Em Maceió, existem dez Regiões Administrativas (RA) que concentram o trabalho dos conselheiros e abrangem todos os bairros de Maceió. A Prefeitura de Maceió entregou os 15 smartphones aos conselheiros tutelares das Regiões Administrativas I, II e III. No total, serão entregues 50 celulares para todos os conselheiros de Maceió. Esses novos aparelhos facilitarão o atendimento, ofertando um serviço com mais qualidade para a população que busca os serviços dos conselhos tutelares. Os conselheiros utilizavam celulares ultrapassados, tipo ‘lanterninha’, mas agora estão com um celular moderno, que agilizará o trabalho diário deles. Para a conselheira tutelar da Região I, Nete Davino, a ação fortalecerá os avanços na área das políticas públicas, além de auxiliar nos atendimentos. “O apoio da Secretaria de Assistência Social [Semas] vem sendo de extrema

Nete Davino e Vinicius Elói destacam importância do equipamento para agilizar atendimento à população

importância, pois existe um olhar mais atento às nossas crianças e adolescentes. Passamos de celulares analógicos a smartphones que darão agilidade às ocorrências e denúncias encaminhadas para os conselhos tutelares de Maceió”, afirmou Nete. Segundo o conselheiro tutelar da Região II (compreende do Centro ao Vergel do Lago, abrangendo ainda o Pontal da Barra), Vinicius Elói, a procura para formular denúncias e solicitar orientações é grande por parte da população e o apoio que

a gestão vem dando aos conselhos facilita o atendimento de todas as demandas. “A compra de smartphones sempre foi pauta levantada e de imediato a gestão atendeu a nossa solicitação, que facilitará o nosso trabalho e o contato com a comunidade”, disse Vinicius. Renata Bittencourt, conselheira tutelar da RA III (cobre o Farol até o Ouro Preto), falou também como a população será beneficiada com a aquisição desses novos aparelhos. “Muitos usuários não têm condições de se deslocar à sede do conselho. Por isso, aliar trabalho à tecnologia é sempre um passo à frente. Sabemos que a tecnologia é

muito importante hoje em dia. Agora temos um celular que pode tirar fotos, utilizar o WhatsApp, facilitando o nosso contato com o usuário”, destacou Renata. Com dez regiões administrativas, o Município de Maceió tem total cobertura de conselhos tutelares. Maceió conta com sedes de conselhos tutelares nos bairros Poço, Vergel do Lago, Pinheiro, Bebedouro, Feitosa, Cruz das Almas, Tabuleiro do Martins, Cidade Universitária e duas unidades no Benedito Bentes. A população conta com equipamentos próximos de residência e com a atuação dos conselheiros tutelares nas regiões de abrangência.


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CASO ROBERTA DIAS

Envolvido na morte de jovem ganha R$ 200 mil por danos morais Vítima foi morta por enforcamento em 2012; corpo foi encontrado em abril deste ano JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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drama vivido pela família da jovem Roberta Dias, de Penedo, assassinada grávida, ganhou novos capítulos e está longe de terminar. Se familiares da vítima choram pela tragédia, do outro lado da moeda a família acusada de praticar o crime chegou a ganhar na Justiça uma indenização de R$ 200 mil por danos morais. Roberta Dias desapareceu em 2012 e seu corpo nunca foi encontrado até que um exame de DNA atestou no dia 14 deste mês que uma ossada encontrada no povoado Pontal do Peba, em Piaçabuçu, em abril deste ano, era da jovem de 18 anos, que teria sido morta pela sogra e um amigo do namorado. No entanto, familiares vão ter que esperar para realizar o sepultamento dos restos mortais de Roberta, prolongando ainda mais esse momento de dor. Isso porque eles continuam sendo periciados para serem usados como prova do crime. O procedimento foi confirmado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas na quarta-feira, 21, e devido a isso, o sepultamento precisou ser cancelado. Apesar de o Instituto Médico Legal (IML) ter tomado os trâmites legais para

o encaminhamento do cadáver para os parentes, a família só deverá retirar a ossada do órgão depois que a Justiça autorizar. “Desejo me despedir da minha filha com dignidade e assim começar a lutar por justiça. Quero que os envolvidos paguem pelo crime. Por matar minha filha e meu neto”, afirmou, na quartafeira a mãe de Roberta Dias, Mônica Reis, à imprensa. Uma audiência de instrução deve ocorrer no dia 27 para ouvir cinco testemunhas e os dois acusados do homicídio: Mary Jane Araújo Santos e Karlo Bruno Pereira Tavares, respectivamente mãe e amigo de Saulo de Thasso Araújo Santos, pai do filho que Roberta estava esperando. Saulo teria participado do crime, no entanto, como era menor de idade - tinha 17 anos na época do homicídio - não foi denunciado na ação penal e apenas citado no processo como testemunha. Mary Jane e Karlo Bruno respondem ao crime em liberdade, até o momento. Ainda em 2012, Paulo dos Santos, pai de Saulo, processou o jornal Gazeta de Alagoas por danos morais. O motivo: o periódico expôs o nome do adolescente acusado de participar da morte da namorada, indo contra o art. 143 do ECA, que proíbe a divulgação de investigação sobre pessoas menores de idade e considera a divulgação um ato infracional. Outro dano apontado foi o de que a reportagem teria afirmado que a família do namorado estava induzindo terceiro, no caso Roberta Dias, ao aborto ou que Saulo e seu pai estavam induzindo

Mary Jane, mãe do namorado, teria mandado matar Roberta terceiro ao aborto. “O jornal cometeu o crime de calúnia ao imputar aos autores a prática de instigar ou induzir terceiro ao aborto e isso é um ato ilícito. Terceiro ato ilícito: obstrução à justiça. A requerida afirma que os autores estavam emperrando ou atrapalhando investigação policial”, destacou a defesa. “Considerando a expectativa de crescimento pessoal, social e profissional que o menor possuía e que viu ameaçados diante da acusação sofrida com a matéria publicada pela demandada. Bem como as expectativas de seu pai, autor da presente ação, de ver o crescimento de seu filho ameaçado pela publicação de matéria inverídica. Considerando também a dor na alma imputada aos autores pela prática de atos ilícitos que não ocorreu. Ressalta-se que a indenização por dano moral possui um caráter pedagógico ou repressor, objetivando desestimular a prática de ilícitos similares e a reparação do dano moral, sem que isso resulte em en-

riquecimento sem causa ou o valor arbitrado se mostre demasiadamente irrisório. O que se quer dizer, é que a indenização tem um cunho meramente reparador, pois impossível apagar fatos já ocorridos. Considerando que a requerida é o maior ou um dos maiores jornais do Estado. Por essas razões, fixo a indenização em R$ 200.000,00”, decidiu o magistrado Luciano Américo Galvão em junho de 2016. O processo de número 0002377-43.2012.8.02.0049 já transitou em julgado.

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m 2018, um áudio que vazou nas redes detalhava como o crime teria acontecido. A voz seria de Karlo Bruno: “A gente foi lá né, aí pegamos uma enxada. Uma enxada do cabo até pequeno, assim, que cabe na mala. Uma enxada e uma pá. E a extensão de som, que já era né a arma. E eu já saí daquela casa, ele botou o carro, o golzinho de ré, ali, e eu já saí dali na mala (...) Eu disse para ele, quando você parar, deixa comigo. Ele disse, Bruninho paro onde mais ou menos? Bicho, tem que ser em um canto longe. Eu disse, eu vou para aquele canto ali, que quero entrar ali na Santa Amélia. Para ir pra Santa Amélia, para a piscina. (...) Morreu, mas assim, acho que ali já era a morta. Não voltava mais não. Mas, eu, pra garantir, eu queria um negócio garantido. E ela demorava, demorava, podia demorar cinco minutos”. Grávida, Roberta Dias teria sido pressionada a tirar o bebê. Ela chegou a dizer que faria o aborto, porém foi assassinada do mesmo jeito. No diálogo, Karlo Bruno admite que ajudou o pai do filho de Roberta a assassiná-la por enforcamento com um fio de extensão de som automotivo em local ermo. Após análise do áudio, o Ministério Público de Alagoas concluiu também que a mãe do então namorado de Roberta Dias, Mary Jane, “foi a mentora e financiadora da empreitada criminosa”. A avó do filho da jovem e Karlo Bruno foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), ocultação de cadáver e aborto provocado por terceiro.


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FESTIVAL ADEMI oferta 1.500 imóveis em condições especiais para compra

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Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL) iniciou nesta quinta-feira (22) um dos maiores eventos para comercialização de imóveis residenciais do estado. Reunidas no Maceió Shopping, em Mangabeiras, pelo menos oito construtoras ofertam ao público mais de 1.500 casas e apartamentos residenciais com valores diferenciados para famílias de renda média/alta. O Festival Ademi-AL é uma atividade tradicional que acontece anualmente desde 2008, aquecendo o mercado e proporcionando facilidades para quem busca realizar o sonho da casa própria. Na avaliação do presidente da entidade, Marcelo Saldanha, a expectativa é fechar um bom volume de negócios. No cenário nacional, o segmento espera um crescimento de 30% este ano, depois da alta de 57% registrada em 2020. O financiamento de imóveis deu um

salto de 113% no primeiro trimestre do ano em comparação a igual período de 2020 em função dos juros baixos, que torna o momento apropriado para aquisições de imóveis, na avaliação de Saldanha. O evento tem como parceiros a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Senai, Sebrae Alagoas e a Algás, com correalização do Sinduscon e da Caixa Econômica Federal. O público será atendido das 11 às 20 horas num ambiente seguro e confortável, seguindo os protocolos sanitários. O cliente que não puder se deslocar até o Maceió Shopping poderá participar de buscas por imóveis pela internet, no site www.festivalademi.com.br. Segundo Saldanha, no Festival Ademi o cliente terá como simular o financiamento e entender melhor as opções colocadas pelo mercado. O evento será encerrado neste domingo, dia 25.


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ANUÁRIO DA SEGURANÇA

Estado registrou 1.251 mortes intencionais no ano passado, de acordo com o levantamento

Violência amplia em 13,8% número de assassinatos em Alagoas Maior parte das vítimas no País é de jovens do sexo masculino e negros TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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História marcará 2020 como o ano que colocou os brasileiros em convivência com a pandemia e as consequentes mortes por covid-19, além do aumento da violência, que por dois anos seguidos registrava redução. As mor-

tes violentas intencionais (MVI) cresceram 4% no ano passado em relação a 2019, o correspondente a 50.033 vítimas fatais no país, segundo revela o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O documento, que traça o cenário da violência entre

os brasileiros, diz que 78% dessas mortes foram praticadas com o uso de armas de fogo e que 91,3% das vítimas eram do sexo masculino, jovens (54,3%) e negros (76,2%). Em Alagoas o aumento geral no número dessas vítimas foi de 13,8% em relação ao ano passado: 1.251 famílias sepultaram parentes assassinados no estado, contra 1.095 em 2019. Isso representa 37,3 pessoas a cada grupo de mil habitantes. No país, a taxa é 23,6. Entre as mortes violentas intencionais estão

as vítimas de latrocínios, homicídios dolosos, lesão corporal com morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora. Pelas estatísticas apresentadas no anuário, entre os alagoanos foram 1.218 homicídios dolosos, 10 lesões corporais com morte e 23 latrocínios no ano passado. São números que colocam Alagoas em 6º lugar com mais casos ente os nove estados do Nordeste. No ranking nacional, a maior taxa de incidência é do Ceará: 45,2 pessoas a cada grupo de mil, correspondente a 4.155 mortes. Alagoas registra ocorrência (de MVI) maior que Paraíba (1.166 casos), Sergipe (987) e Piauí (1.166). Os demais estados nordestinos notificaram: Bahia (6.703 casos), Maranhão (2.045), Pernambuco (3.681) e Rio Grande do Norte (1.344). “Todos os estados do Nordeste apresentaram crescimento das mortes violentas intencionais no último ano, aumento de 21% na região. É verdade que,

já em 2021, Ceará e Paraíba têm apresentado novos ciclos de redução de seus índices, mas será preciso aguardar para se ter um panorama mais sólido no que diz respeito às tendências observadas. De modo geral, os estados da região vinham de quedas consistentes nos dois anos anteriores, quando a taxa regional de mortalidade violenta intencional no Nordeste passou de 47,7 em 2017 para 31,9 mortes em 2019. Mas em 2020 quase todos os estados tiveram crescimento da violência letal e a taxa média regional voltou a 38,4, a mesma do ano de 2012”, esclarecem os autores do anuário. Importa salientar que o documento coloca Alagoas no denominado Grupo 1 das unidades federativas. Para tentar compreender dinâmicas nacionais, subnacionais e locais que influenciaram a retomada do morticínio no país, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública atualizou o ranking de unidades da federação por grupos de qualidade da informação. No grupo 1 estão as UF com


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Dados nacionais

Casos de estupro mês a mês

Estado registra 180 adolescentes e crianças mortos intencionalmente

Mortes por unidade da federação

Estupros contra vulneráveis e pessoas com até 19 anos somaram 678 casos TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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sistemas de registro e divulgação fidedignos e de boa qualidade. Na série histórica de dez anos, Alagoas vem apresentando queda em mortes por violência intencional, saindo de 2.401 mortes em 2011 para 1.251 no ano passado. Em 2012 foram 2.171 vítimas fatais, 2013 (2.273 vítimas), 2014 (2.201), 2015

(1.08), 2016 (1.878), 2017 (1.926), 2018 (1.499), 2019 (1.095). O Anuário Brasileiro de Segurança Pública se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de Segurança Pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública. A publicação é uma

ferramenta para a promoção da transparência e da prestação de contas na área, contribuindo para a melhoria da qualidade dos dados. Além disso, produz conhecimento, incentiva a avaliação de políticas públicas e promove o debate de novos temas na agenda do setor. Trata-se do mais amplo retrato da segurança pública brasileira.

lagoas sepultou 180 crianças e adolescentes de até 19 anos no ano passado vítimas de violência intencional. O número impressiona, mas representa uma queda de 8,9% em relação aos casos de 2019, que foram de 201 vítimas. Segundo o Anuário de Segurança Pública 2021, divulgado no último dia 15, quatro desses casos foram de crianças com até 11 anos e em outros 176 as idades variavam entre 12 e 19 anos. Já os crimes registrados sem mortes contra essa parcela da população são estatisticamente maiores. No caso dos estupros de vulnerável, crianças e adolescentes, o estado apresentou em boletins de ocorrência 678 casos na faixa etária até 19 anos.

O maior número de estupros ocorreu contra crianças de até 11 anos: 338 vítimas indefesas. Outras 325 tinham entre 12 e 17 anos e 15 delas, entre 18 e 19 anos. Os dados são provenientes dos boletins em 26 unidades da federação. Eles informam que, em 2020, foram registrados no país pelo menos 46.289 estupros de vítimas entre 0 e 19 anos. Destas, ao menos 5.140 tinham entre 0 e 4 anos. As maiores taxas de estupro de vítimas de 0 a 19 anos no Brasil estão no Mato Grosso do Sul (187,1), Rondônia (151,8), Paraná (139,9) e Santa Catarina (137,6). Traçando comparativo, o documento revela que, enquanto o Nordeste tem as maiores taxas de mortes violentas, estados do Sul, Centro-Oeste e Norte têm maiores taxas de estupro de crianças e adolescentes.


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SAÚDE MENTAL

Você tem maturidade emocional?

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om o surgimento da internet (não faz tanto tempo assim) tudo começou a ser muito rápido, imediato e perfeito. Será assim mesmo? Nas relações amorosas e nas redes sociais escondemse as tristezas (ou pelo menos mostra-se assim) para que “ninguém” fique mais chateado/a; nem os filhos e tudo pareça perfeito. No ambiente do trabalho, o caminho, parece, está sendo o mesmo, ou seja, não se pode discutir, dialogar, argumentar, enfim. Será que uma postura de esquiva, se calando, ou não enfrentando o problema é um comportamento assertivo? É ter maturidade emocional? O que é ter maturidade emocional? Ou o que seria ter maturidade emocional? Uma coisa é certa: é preciso ter controle dos comportamentos que sentimos e não necessariamente dos sentimentos que sentimos. Ou seja, não se pode controlar os sentimentos, mas podemos controlar um comportamento, que é consequência de um sentimento, como por exemplo, a raiva. O que faz com ela? O que se faz quando sentimos raiva de alguém por nos ofender, ou quando nos sentimos injustiçados por algo que fizeram com a gente? Dependendo da resposta, ela vai indicar se a pessoa tem ou não maturidade emocional. Geralmente, quando uma pessoa tem imaturidade emocional, a situação ultrapassa a questão amorosa e vai também para a área do ambiente de trabalho, enfim. Por isso a importância de ter maturidade emocional. Um psicólogo ajuda na busca dessa maturidade. Pois bem, ter controle de um comportamento que um sentimento afetou é fundamental para que a pessoa possa melhorar os relacionamentos, tanto amoroso como também na área de trabalho.

Dialogar, falar, expor

A maturidade emocional, passa, necessariamente, pelo diálogo (eu disse diálogo), pela fala, e também pela escuta do/a outro/a, num conceito mais abrangente do não julgamento, ou seja, que as pessoas envolvidas estejam abertas e totalmente abertas para ouvir um ao outro, honestamente. É fácil? Não. É impossível? Não. E por que não é fácil? Porque as pessoas querem resolver uma ofensa, ou uma suposta ofensa imediatamente, hoje, agora. E muitas vezes não é assim que acontece, ou não é assim a forma mais assertiva. Ao contrário deste comportamento é exatamente o seu oposto, ou seja, imaturidade emocional. Não é fácil porque não estamos acostumados a compartilhar sentimentos, sejam eles bons e muito menos os ruins. O que se vê ou o que se observa é que as pessoas camuflam os sentimentos, principalmente o que não é assertivo. O que ocorre, com muita frequência, é exatamente querer consertar um “mal-entendido” sem se dar a possibilidade de buscar as reais razões dos fatos que levaram a pessoa a agredir a outra, verbalmente, ou mesmo tenha praticado um comportamento injusto com alguém. Um exemplo bem claro é quando alguém não tem certeza, acre-

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

dita (supõe) ou tem a crença de que fez algo errado e não busca ter a certeza de que, realmente, fez algo que desagradou outra pessoa. Ou seja, enquanto essa incerteza estiver pairando na cabeça da pessoa, ela pode se sentir mais angustiada, estressada e pode desencadear outros sentimentos como ansiedade e frustração. Esse comportamento é considerado algo imaturo, isto é, se ela se esquivou ou ficou chateada por aquilo que até nem ocorreu de fato. Ou seja, a incerteza tornou a pessoa mais instável emocionalmente.

Compartilhar sentimentos Às vezes o cônjuge fica chateado por algo que o outro deixou de fazer. A pergunta é: será que a outra pessoa tem que adivinhar o que a outra queria? Claro que não. Ninguém é esfinge. Ninguém tem a obrigação de adivinhar o que o/a outro/a pensa ou gosta. Portanto, é necessário que haja um diálogo franco, aberto, honesto, ou seja, que os sentimentos sejam expressos com clareza podendo evitar os “mal-entendidos”.

Birra de adulto

O que se observa é que a imaturidade emocional está presente na fase adulta. É aquela pessoa que se sentiu ofendida e não tem a “coragem” ou o “discernimento” de enfrentar o problema com quem a ofendeu e prefere se esquivar; ter um comportamento agressivo ou falar com indiretas. Esses comportamentos demonstram imaturidade. A imaturidade é temporal, ou seja, a criança, não sabendo ainda se defender, seja com palavras ou com atitudes, pode se esquivar; ter agressividade, ou mesmo apresentar uma birra: espernear (falar alto), enfim. Mas os adultos devem ter uma atitude assertiva ao enfrentar. Isso fortalece as relações: amorosa e no trabalho.

Adivinhar

Numa relação amorosa ninguém é obrigado a adivinhar o que o outro está sentindo, ou porque ficou chateado. Numa conversa pode haver desentendimentos, o que é extremamente natural. Mas se o comportamento, consequente, for cara feia, esquiva, agressão verbal, não condiz com comportamento maduro. Qualquer pessoa pode falar algo para alguém e se sentir ofendida.

VÍRGULA Alguns relacionamentos, às vezes, só precisam de uma vírgula e não de um ponto final”. (Tumblr) Se realmente foi ofendida por que não ter uma conversa franca e honesta e discutir a ofensa? Portanto é necessário falar, conversar, se expressar porque ninguém tem obrigação de adivinhar se a outra pessoa foi ofendida. Às vezes ocorreu, apenas, um “mal-entendido.”

Pedir desculpas

Ter maturidade emocional é ter, entre outras coisas, capacidade de entender as emoções. Ninguém controla as emoções, mas pode controlar o comportamento, consequência da emoção ou do sentimento. Portanto, é preciso controlar o comportamento e não o sentimento. Por isso a importância de pedir desculpas toda vez que ofender alguém, mesmo sem querer. Agindo assim pressupõe maturidade emocional. Ser humilde (reconhecer o erro) não é ser trouxa, pelo contrário. É uma atitude assertiva. É ter maturidade emocional.

Vulnerável

A palavra parece pejorativa – vulnerável. Não! Todos nós somos vulneráveis emocionalmente, nos sentimentos. Ninguém é de ferro. Todos, mas todos, num determinado momento da vida vai sentir vulnerabilidade emocional, e tudo bem. O mais importante é não esconder. O esconder é imaturidade.

Admitir erros

Erros são cometidos todos os dias. É por isso que o admitir e consertar, falando honestamente, seja com o cônjuge ou no ambiente de trabalho, demonstra maturidade emocional. Quantas pessoas são agredidas verbalmente e ficam caladas, com raiva ou se esquivam? É um erro. E o pior do erro é não admití-lo. Pedir desculpas é ter maturidade emocional. Não é ser fraco/a, pelo contrário. Principalmente com o cônjuge, quando se erra e pede-se desculpa, o afeto, o companheirismo e a união se fortalecem. Mas precisa ser uma atitude honesta, clara e objetiva.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos Instagram: @arnaldosantttos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem”. (Nelson Rodrigues)

O golpe de Arthur Lira

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isse recentemente que “Arthur Lira só pensa em Arthur Lira” e nós alagoanos o conhecemos bem. Na política venceu por sua astúcia e enorme capacidade de articulação. Nasceu politicamente pelas mãos do pai, ex-senador e hoje prefeito da Barra de São Miguel (AL), Benedito de Lira, ganhou espaço próprio e hoje é o segundo na ordem sucessória da república, como presidente da Câmara dos Deputados, embora impedido de exercer o cargo de chefe da nação por ser réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de crime de corrupção (coisas da vida pública brasileira), além de processado por sua ex-mulher por violência doméstica (Lei Maria da Penha). Conquistou a principal liderança do Centrão, que o presidente Jair Bolsonaro “alugou” a preço superfaturado, para lhe dar sustentação no Legislativo. O alagoano Arthur Lira tornou-se tão poderoso que se acha capaz de dar um “golpe branco” para

O que quer Arthur?

mudar o sistema de governo no país, propondo um esdrúxulo e equivocado modelo a ser gestado por uma Emenda Constitucional, atropelando a própria Constituição Federal. Ele quer, na verdade, criar um falso parlamentarismo, até porque o Brasil já adota um semipresidencialismo desde a promulgação da Constituição de 1988, quando conferiu atribuições ao Executivo e Legislativo que são típicas do parlamentarismo. A Constituição ainda dá poderes ao presidente para editar medidas provisórias com força de lei e outras matérias que podem ser modificadas pelo Parlamento. A atuação do presidente se assemelha à de um primeiro ministro, tendo que se entender com o Congresso desde o início do seu mandato até o final, na busca de manter uma maioria que lhe garantirá a governabilidade. Temos aqui um presidencialismo de coalizão, que nada mais é que o semipresidencialismo.

Dom

Poder, mais poder, é o que busca o presidente da Câmara dos Deputados, com o Executivo ainda mais refém do que se verifica hoje. Lira e sua turma buscam, claramente, dificultar a vida do próximo presidente e já apostam que será Luís Inácio Lula da Silva, pode ter certeza. Com a adoção de um novo sistema o famigerado Centrão ganharia ainda maiores poderes, inclusive o de indicar o primeiro-ministro. Desde o início do ano Arthur Lira já assume os ares de primeiro-ministro informal, impondo ao presidente Bolsonaro uma agenda retrógrada, conservadora e cheia de suspeições. Fico com a opinião do articulista Kennedy Alencar, que pontua em sua coluna: “O desejo de Arthur Lira é dar um golpe parecido com o de 2016, quando Dilma foi derrubada com um impeachment sem crime de responsabilidade. Seria um golpe ‘limpinho’ com essa conversa fiada que valeria para 2026”.

Davi Davino, diferenciado

o

O deputado Davi Davino Filho é daqueles políticos que se pode antever um futuro vitorioso. Na última eleição chegou a bater na trave e por pouco não virou prefeito de Maceió se tivesse ido para o segundo turno. Meu primeiro contato com ele foi exatamente na campanha passada e, confesso, me surpreendi com sua desenvoltura política. Além do que é atencioso, centrado e convence o eleitor se mostrando por inteiro. É diferente de tudo o que está aí, uma maioria de interesseiros que só pensam no voto e depois de eleitos sobem no pedestal, cercados de proxenetas, que os adulam enquanto estiverem no poder. Anote esse nome: Davi Davino Filho e depois confira.

Alfredo Gaspar

O secretário Alfredo Gaspar nasceu em berço de predominância jurídica e altos padrões de moralidade, uma tradicional família alagoana. Muito jovem ainda fez carreira no Ministério Público, do qual se tornou um dos mais destacados membros, chegando ao topo da carreira ao ocupar o cargo de procurador-geral da Justiça. Largou a sua brilhante carreira pelo desejo de servir à sua cidade e teve um desempenho atrapalhado por fatores que só a política local pode explicar. Mergulhou e logo ressurgiu como secretário de Segurança Pública, cargo que já havia ocupado com êxito. É inteligente, preparado e ama o que faz. Tem sido apontado, pelo seu extraordinário trabalho, como um dos melhores secretários do sistema de segurança do país. Seu cacife político está em alta e certamente o conduzirá para uma disputa eleitoral com chance de vitória.

Renan Calheiros: troco

o

O senador Flávio Bolsonaro está apavorado com a proximidade com que a CPI está chegando nas comprovações dos crimes do pai presidente. Em represália denunciou o senador Renan Calheiros na PGR por abuso de autoridade. Aí recebeu o merecido troco: “A democracia tem contornos às vezes de ficção. mesmo quem foge dos promotores há anos sistematicamente pode ir à sede do Ministério Público Federal. No Brasil, até a milícia denuncia”. Disse o senador – Voto com o relator.

Bolsonaro penca

des-

No rumo que vai, antes de terminar esse destrambelhado governo, o presidente Jair Bolsonaro não terá nem um ministro para chamar de seu. A cada dia perde mais força para o fisiologismo e o jogo sujo do Centrão. Agora mais uma vez descumpre promessas de campanha e se dobra diante das exigências do grupo mais nocivo da política nacional, cujos objetivos são os mais espúrios possíveis. Com a popularidade em queda livre, Bolsonaro vai promover reforma ministerial para fortalecer sua base de sustentação no Congresso Nacional. Deverá puxar o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, para a Casa Civil, e vai desmembrar o Ministério da Economia, recriando o Ministério do Trabalho.

PÍLULAS DO PEDRO Prefeitura de Arapiraca dá péssimo exemplo e ainda agride cidadão por reclamar falta de álcool gel nos locais de acesso ao público. Governador gaúcho, Eduardo Leite, apoia Rodrigo Cunha para o governo de Alagoas. Aí pronto! Decidiu a eleição. Cães e gatos estão passando fome e morrendo nas ruas de Maceió. Um mínimo de atenção à causa era bom, mas animais não votam.


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Eleições, chantagem política e crimes

ELIAS FRAGOSO n Economista

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o Centrão aprontou mais uma. Mancomunado com a enorme banda podre do Congresso (inclui a base bolsonarista) fez aprovar uma excrescência bilionária que você, cidadão, vai pagar: o super aumento do fundo eleitoral. Que pela proposta saltaria dos já exorbitantes R$ 1,4 bi de 2018 (na eleição anterior foram imorais R$800 milhões) para R$ 5,6 bilhões. Um aumento de 400% na grana para congressistas “conquistarem” votos nas eleições de 2022. Para o leitor comparar, aquele

montante equivale a 60% do orçamento do Alagoas ou, 220% da Prefeitura de Maceió para 2021! Um despautério! Uma esculhambação! Uma tapa na cara do cidadão. Uma sem-vergonhice ímpar de cafajestes travestidos de representantes do povo. A calhordice que os maganos querem impingir na cara de pau à Nação é uma jogada antiga e manjada, urdida nos esgotos do Congresso: aumenta-se absurdamente a pedida da verba eleitoral (um valor tipo “vai que cola”) de modo a deixar “gordura” suficiente para que o presidente da República (já “acertado” com eles) dê uma de bonzinho e “corte” parte do valor solicitado (mas aumentando-o significativamente em relação ao valor anterior). Na prática: então pedem R$ 5,6 bi para ficar com R$ 4 bi que seria 285% a mais que a verba da eleição anterior. E assim, todos ficam felizes, o presidente, mancomunado, banca o austero para o seu eleitor, e suas excrescências parlamenta-

res, satisfeitas, são aquinhoadas com o aumento vultoso da verba eleitoral nos valores que eles de fato queriam.... Por sua gestão caótica, Bolsonaro, como todos sabem, está nas mãos de pulhas corruptos que comandam há décadas a roubalheira no âmbito federal. Entra governo, sai governo e lá estão eles no bem bom, escondidos sob capas diversas e “protegidos” pelo governante de plantão, sob a ameaça nada sutil de que, desobedecê-los, significa impeachment na certa. Como ninguém quer perder o poder, eles ficam e continuam a roubar até onde der. Quando não for mais possível manter o governante de plantão que eles chantageiam, “pulam” para o novo galho mais frondoso do futuro mandante. E o povo reelegendo-os. Simples assim. Bolsonaro “vetará” a sacanagem no montante que o Centrão deixar. E se o presidente quiser pagar de bom moço para agradar

seus fanáticos da extrema direita, receberá o troco mais cedo que imagina. Mas como ele apenas se faz de bobo para enganar incautos, o que vai acontecer de fato é dizer que está cortando o que é possível devido a blá, blá, blá... Assim obedece àqueles que mandam nele de verdade, os deputados e senadores do baixo clero, especialmente os do Centrão. Além de “abastecer” seus fanáticos com argumentos da carochinha para acalmá-los, como sempre faz. Anotem aí e depois me cobrem. O objetivo das raposas felpudas do Congresso é ter muita grana para gastar a rodo – do jeito que todos conhecem – durante as eleições, obstaculizando maximamente a entrada de “caras novas” que ameacem suas reeleições no processo eleitoral. Toda a bandalha urdida tem nome: chantagem ao presidente; sobrenome: corrupção eleitoral; e, é crime: por tentar interditar a democracia.

Por sua gestão caótica, Bolsonaro, como todos sabem, está nas mãos de pulhas corruptos que comandam há décadas a roubalheira no âmbito federal. Entra governo, sai governo e lá estão eles no bem bom, escondidos sob capas diversas e “protegidos” pelo governante de plantão.


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Não generalizem...

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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ivemos numa época de desrespeito. As autoridades constituídas são xingadas de toda maneira. Vi um retrato adulterado do presidente da República de tão baixo nível que me chocou. As Forças Armadas estão na lista de xingamentos. Nem o papa Francisco escapa! Um amigo publicou nas redes sociais que todo militar era burro! Espantei-me e respondi que meu marido e meu filho eram militares e não eram burros. As Forças Armadas são formadas por seres humanos, portanto, falíveis. Há erros entre eles, como há entre os civis. Mas para você entrar no Exército como cadete pas-

sa por rigoroso exame e rapazes do país inteiro, se aprovados, vão para a Academia Militar das Agulhas Negras. A partir daí todos têm que estudar muito até chegar a coronel. Nos vários cursos que fazem, tudo depende da classificação, até o lugar onde vão morar. Existe no Exército o lado político. Para chegar a general, nem sempre vão os melhores ou os primeiros. Acompanhei o caso de um oficial alagoano que sempre foi o primeiro colocado em todos os cursos que fez. Na hora de sair general foi preterido. Promoveram o segundo colocado. Uma verdadeira injustiça com um cara brilhante. Na hora de comandar, entra também a política. Conheço o caso de um militar que já estava indicado para o quartel de sua terra natal. Só faltava o ato de nomeação ser publicado. De repente, um amigo de um general resolveu tomar o lugar do companheiro. Foi nomeado e assassinado um ano depois. Como disse e repito, as Forças Armadas são formadas por pessoas que erram e acertam. Guardam nossas fronteiras, moram e trabalham em lugares inóspitos. Tenho uma amiga que teve um filho no Norte do país, num local longe da civilização.

Democracia domada

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

O

conceito de Democracia formulado por Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos da América, é de que é o “governo do povo, pelo povo e para o povo”. A tese genialmente resumida traz o grande significado desse tipo de governo: pertence ao povo que o exerce através do voto, elegendo concidadãos que têm o

dever de usar o poder que lhes é concedido pelo mesmo povo em favor da sociedade civil. É dogma inserto em todas as constituições dos estados democráticos de direito, sejam elas rígidas ou flexíveis. A Constituição brasileira logo no seu art. 1º enumera dentre os fundamentos da nossa República o pluralismo político. No parágrafo primeiro do mesmo artigo, no concerto da conceituação de Lincoln, declara a origem do poder no povo brasileiro, que o exerce diretamente ou por meio de representantes eleitos. Dessas declarações exsurge a conclusão de que, sendo o poder emanado do povo, o seu exercício induvidosamente deverá ser em seu benefício. Isso se dá no Brasil, principalmente no presente? Temos um presidente arrogante e prepotente, esquecido dos reais interesses do povo; pavoneia-se da macheza e do seu poder, que quer permanente, um

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O menino foi dado como morto na pedra da enfermaria. Casualmente, alguém viu que ele estava vivo! Sobreviveu, mas com uma séria deficiência. A mãe ainda hoje cuida dele e luta com ele. Casei em 1963. No ano seguinte, estourou a revolução de 1964. Já existia uma relação com os nomes dos oficiais do 20º BC, hoje 59º BIMtz, que seriam mortos. Começou então a luta entre direita e esquerda. Muitos companheiros que se diziam contra a revolução entregaram os amigos do seu lado para não serem presos. Ainda hoje vejo alguns deles andando nas ruas de Maceió. Nos 21 anos de revolução aconteceram fatos ruins dos dois lados. Só ouço reclamação da esquerda. Morreram militares, houve sequestros, ataques a quartéis, bancos e embaixadas. Foram anos terríveis para ambos os lados. As mágoas são muitas. O ódio da esquerda é enorme. Voltei para a Assembleia em 1985 e via pessoas me olhando com raiva e não sabia a razão. Descobri que eram amigos ou parentes de criaturas que se diziam perseguidos pelo governo militar. Superei tudo e venci.

absurdo contra o dogma constitucional. Temos representantes no Legislativo que nada fazem senão encarcerarem a democracia, liberando-a apenas no seu próprio interesse. Tivemos disso exemplo semana passada, quando os senhores congressistas aprovaram a LDO para 2022 com um aumento do Fundo Partidário em mais de 150%, sob o argumento de que no próximo ano ocorrerão eleições gerais, e que o vultoso recurso é necessário para a garantia da pluralidade política e a alternância do poder. Enquanto isso os preços aumentam, para que os impostos cobrados à população possam garantir “a grandeza dos partidos políticos” e os absurdos gastos públicos das mais variadas espécies em um Estado inchado com pessoal, principalmente no exercício dos famosos cargos comissionados, despesas com o “exercício da democracia” por

Um fato interessante aconteceu nesse ano: uma velha amiga de minha mãe tinha um filho que foi preso. Disseram a ela que eu o tinha denunciado. Mas era uma mulher sábia e tinha conhecimento dos fatos que levaram o filho à prisão. No fim de tudo, disse-me ela: “Fique tranquila minha filha, você nem morava aqui; sei o que aconteceu”. As Forças Armadas são instituições sérias, compostas de homens estudiosos, que lutam por um Brasil melhor. Como em todo lugar, há pessoas do bem e do mal. Vi vários serem expulsos por erros cometidos. Vi, também, vitoriosos que confiaram nos estudos. Durante os trinta anos que convivi com os amigos do Exército, encontrei pessoas maravilhosas, tios do coração de meus filhos, amigos de longas datas que se ajudam mutuamente. Confiemos nas Forças Armadas. Elas continuarão desempenhando suas atribuições prescritas na Constituição Federal, para o bem de todos nós. Que Deus nos abençoe e amenize o coração dos que possuem mágoas e tanto ódio. Ele existe. Não duvidem!

parlamentares, dentre as quais se incluem verbas para uso pessoal de diversos tipos, o mesmo acontecendo com membros do Executivo. Ao par disso, ufanamse de promover a igualdade entre as classes sociais, outro mandamento da democracia, achatando os ganhos das pessoas, quando o que deveriam era promover a almejada igualdade criando condições sérias e seguras para a ascensão dos mais pobres aos meios de produção e de consumo, principalmente trabalho, e aos alimentos que faltam à mesa, enquanto os nababos políticos se banqueteiam nas mansões do “poder” ou apreciando jantares em badalados e caros restaurantes, nos quais promovem reuniões nada republicanas. Nessas condições, a democracia que deveria ser livre e libertária, só encontrando limites em si mesma, é agora domada pelos vendilhões do templo.

Nos 21 anos de revolução aconteceram fatos ruins dos dois lados. Só ouço reclamação da esquerda. Morreram militares, houve sequestros, ataques a quartéis, bancos e embaixadas. Foram anos terríveis para ambos os lados. As mágoas são muitas. O ódio da esquerda é enorme.

Temos um presidente arrogante e prepotente, esquecido dos reais interesses do povo; pavoneia-se da macheza e do seu poder, que quer permanente, um absurdo contra o dogma constitucional.


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Passeios perigosos

ALOISO FERREIRA n Engenheiro civil e presidente do Clube de Engenharia de AL

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realmente uma tarefa difícil caminhar pelas calçadas da nossa cidade. É o reconhecimento da incapacidade de gerir uma cidade. O prefeito nada mais é que um síndico de um grande condomínio. Entra um sai outro e os problemas continuam. Andar por essas calçadas é uma aventura perigosa só permitida aos jovens e atletas bem treinados fisicamente,

entretanto, mesmo assim eles estão sujeitos a acidentes, às vezes ficam com sequelas irreversíveis. No Brasil, segundo o IBGE, cerca de vinte por cento da população, ou seja, 40 milhões de pessoas, têm algum tipo de dificuldade de locomoção – são idosos, deficientes físicos e visuais, cadeirantes entre outros. Além disso, quem mais utilizam as calçadas são os trabalhadores e pessoas de baixa renda nos seus deslocamentos para o trabalho ou fazendo compras. Autoridades e a população de mais alta renda pouco utilizam os passeios nos seus deslocamentos, normalmente transitam pelas ruas em carros confortáveis no ar-condicionado, dotados de películas escuras com as quais, além de se proteger dos raios solares, não enxergam a penúria dos pedestres ao transitarem pelas calçadas que

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margeiam as vias públicas. As calçadas são construídas sem nenhum ordenamento ou orientação do poder público, com toda sorte de não conformidades: piso escorregadio, pedras irregulares, rampas com desníveis acentuados de até 60 centímetros, ocupação irregular por bares e postes de rede elétrica e todo tipo de barreiras obstruindo a passagem. Tem de tudo para dificultar a acessibilidade do cidadão trabalhador, tornando a vida deles ainda mais difícil. Apesar de a Prefeitura ter editado uma cartilha elaborada pela antiga SMCCU com base na NBR 9050/15 e NBR 16537/16 não há fiscalização nem incentivo aos proprietários para adequação das calçadas. A Lei 10098, de 19 de dezembro de 2000, contém uma série de exigências no sentido

de facilitar a vida do cidadão, embora lei sem vontade política é letra morta como tantas outras – aliás, calçadas normalmente não tem inaugurações... Entretanto, com incentivo do poder público e parceria com os proprietários e com uma ampla divulgação, a melhoria das condições de nossas calçadas traria grande visibilidade positiva para o dirigente municipal. Esperamos que o novo (prefeito) com ideias novas, juventude, vontade política e, principalmente, ancorado nas soluções da engenharia e de profissionais da área tecnológica, implemente um programa de calçadas acessíveis incentivando os proprietários de imóveis com soluções de baixo custo, de acordo com as normas brasileiras, o que será de grande utilidade para, desta forma, evitar que tenhamos... passeios perigosos!

As calçadas são construídas sem nenhum ordenamento ou orientação do poder público, com toda sorte de não conformidades: piso escorregadio, pedras irregulares, rampas com desníveis acentuados de até 60 centímetros, ocupação irregular por bares e postes de rede elétrica e todo tipo de barreiras obstruindo a passagem.

Como ficam os contratos de trabalho em caso de extinção da empresa? ANDRÉ NORONHA nAdvogado

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m meio a recessão econômica ocasionada pela pandemia, apesar do empenho dos órgãos públicos na implantação de melhorias, diversas empresas geradoras de empego fecharam as portas, com isso, milhões de brasileiros perderam seus postos de trabalho. A partir daí surgiram muitas dúvidas com relação a dispensa dos empregados, por isso compilamos algumas informações para ajudar os leitores a compreenderem a situação de acordo com as leis trabalhistas. Muitas pessoas acreditam

que no caso de extinção da empresa a dispensa se daria por justa causa, no entanto, dentro do rol de justa causa do Artigo 482 da CLT, não está prevista essa hipótese. Sendo assim, o empregador efetuará a rescisão dos contratos de trabalho de seus empregados, sendo devidas as verbas rescisórias correspondentes a uma dispensa sem justa causa. No entanto, nem sempre a empresa encerra totalmente as suas atividades, mantendo alguma filial/estabelecimento comercial em outra localidade, nesse caso, o empregador poderá transferir os empregados visando a manutenção dos contratos de trabalho, devendo neste caso fazer um aditivo ao contrato existente. Em que pese existir a possibilidade de transferên-

cia de empregados para outro local de trabalho, devem ser observados alguns requisitos, como, por exemplo, o mútuo consentimento e o não prejuízo direto ou indireto ao empregado. No tocante ao mútuo consentimento, o empregado poderá ser demitido por justa causa caso não aceite a transferência lícita (prevista em contrato original), visto que o poder de direção da movimentação do quadro funcional é do empregador. Na hipótese de haver na empresa empregados que se encontram afastados de suas atividades (auxílio-doença, férias e etc.) ou em gozo de estabilidade provisória, transferi-los para outro estabelecimento (filial) da empresa, se houver, é uma solução para garantir suas permanências

no emprego e, no caso dos detentores de estabilidade provisória, não precisar pagar a indenização substitutiva ao período de estabilidade. No caso dos dirigentes sindicais e cipeiros, que possuem estabilidade provisória, o Tribunal Superior do Trabalho possui entendimento no sentido de ser devido o pagamento dos salários tão somente até a data em que se verificar a extinção do estabelecimento, não sendo, portanto, devida a indenização do período que faltar para o término da estabilidade. Em todo caso, precavido aquele que consulta junto ao sindicato da categoria eventual acordo ou convenção coletiva de trabalho, já que ambas fazem lei entre as partes, a fim de verificar a existência de garantias adicionais.

Em que pese existir a possibilidade de transferência de empregados para outro local de trabalho, devem ser observados alguns requisitos, como, por exemplo, o mútuo consentimento e o não prejuízo direto ou indireto ao empregado.


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SAÚDE

Santa Casa Farol presta assistência à criança de forma integral Corpo clínico integrado às boas práticas atuais atende cerca de 1300 crianças por mês

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uidar da saúde das crianças exige constante atualização. Com sete anos de atividade, a Santa Casa do Farol atende em torno de 1300 crianças por mês no Pronto Atendimento. Com um corpo clínico integrado às boas práticas atuais, a unidade se destaca por ser quase que exclusiva para pediatria e obstetrícia em Alagoas, oferecendo um atendimento singular. Com o aumento do nível de complexidade de assistência à criança, o hospital conta com profissionais experientes, além de dispor de equipamentos e medicamentos atualizados, e a capacidade de prestar assistência à criança de maneira integral. Com 38 pediatras em seu quadro, a unidade realiza, em média, 30 internações por mês. “Temos uma emergência que atende de forma satisfatória em dois consultórios com leitos de observação. O hospital possui leitos de internamento bem equipados (dez na UTI neonatal e seis na UTI pediátrica), com o apoio de uma equipe no nível de excelência. Temos, sim, muito a aprender e buscamos sempre manter atualizados com treinamentos aprender com quem está fazendo de melhor para manter esse nível de excelência de qualidade”, disse o pediatra Oscar

Presmich. No princípio da pandemia, junto com a Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH), um rígido protocolo foi criado para proteger quem chegasse à unidade sem a sintomatologia gripal. “Sentimos que houve uma diminuição da procura de atendimento na Emergência no pós-covid. Isso se deve a fatores como a diminuição da circulação de outros vírus com a restrição da circulação da população, e o receio da família de vir ao pronto atendimento com medo de se contaminar com covid-19. Mas, como a doença é um evento raro na criança, também se torna uma demanda baixa para o nosso hospital”, destacou o médico. Para Sirmani Melo Frazão, a sociedade vive um momento de desafios intensos e quebra de paradigmas. “Na maternidade, temos observado as mães com restrições de visitas. O lado positivo é uma tranquilidade maior para a ela e o bebê, além de uma oportunidade para uma maior interação entre o casal com seu filho recém-nascido. Nas crianças maiores, percebemos que elas têm maior dificuldade em socializar no isolamento social, pois estão brincando menos, e convivendo menos até com seus

Pediatra Oscar Presmich

Pediatra Sirmani Melo Frazão parentes. Isso pode trazer atraso de linguagem e dificuldade na socialização. É preciso reforçar os cuidados com elas”, disse a pediatra. No Ambulatório de Neu-

rocirurgia, a unidade atende pacientes de primeira vez, e faz o acompanhamento das crianças operadas na Santa Casa Farol. Em média, são realizados cinco atendimen-

tos semanais de crianças e adolescentes de 0 a 18 anos em seis subespecialidades da neurocirurgia pediátrica, além de tratar alguns casos de trauma.


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INSEGURANÇA ALIMENTAR

Produtos destinados a animais passam a ser vendidos para humanos Prioridade na exportação de grãos deixa brasileiros com o que é considerado ‘resto’ BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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limentos essenciais no prato dos brasileiros estão aos poucos sendo substituídos por comida antes produzida apenas para animais. A afirmação é do pesquisador e professor de Geografia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Lucas Lima, ao explicar os novos produtos disponíveis em supermercados do “Brasil Pátria Amada”. Fragmentos de arroz, nunca antes comercializados para consumo humano e que era usado para rações e farinha de arroz, além de bandinha de feijão, que também não eram comercializados para a população, passaram a integrar a prateleira de alguns supermercados do Brasil. Os feijões partidos perdem a casca quando são cozidos, formam uma espécie de angu, o aspecto é como o de uma gosma. Esse produto, classificado como o resto do principal, também não era embalado para as prateleiras dos mercados, eram destinados para rações animais e triturados para a composição de alguns produtos. “Considerando a concentrada rede de supermercados que operam em todas

as regiões do país, considero bem provável que a prática de comercialização desses produtos alcance boa parte dos municípios, inclusive Alagoas. Esses produtos não eram até pouco tempo destinados à alimentação humana, eram resíduos da fabricação industrial e usados como ração de animais e/ou descartados”, explica o professor sobre a inclusão dos grãos nas prateleiras. Ainda de acordo com o pesquisador, a recente inclusão de fragmentos de arroz e bandinha de feijão nas prateleiras dos supermercados é uma evidente manifestação da grave insegurança alimentar que atinge mais da metade da população brasileira, ocasionada, em parte, pela prioridade que os produtores passaram a dar para a exportação causada pelo dólar alto que estimula as vendas para fora e deixa os produtos ainda mais caros em reais. Somente em 2020, o Brasil atingiu a segunda maior marca de exportação de arroz com casca e a terceira maior marca de exportação de arroz sem casca e parboilizado dos últimos onze anos (2010-2020), de acordo com números do Ministério da Indústria e do Comércio Exterior.

Bandinha de feijão e fragmentos de arroz estão à venda nos supermercados

A prioridade na exportação e a diminuição da safra, que ocasionou o surgimento desses “novos produtos” nos supermercados, refletem diretamente no preço do feijão e do arroz tradicional. Levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que calculou qual foi o aumento dos dez principais alimentos que compõem o “prato feito” brasileiro em 12 meses, revelou que o valor médio dos grãos ficou 60% mais caro. A conta considera as variações até março de 2021 capturadas pelo Índice de

Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela FGV. Os principais responsáveis pelo aumento forte são, também, os principais ingredientes: o arroz, que subiu 61%, e o feijão, que subiu 69%, no caso do feijão preto. O feijão carioca, por sua vez, subiu 20%. “A prioridade concedida à exportação de grãos e de proteína animal é, sem dúvida, uma das principais causas da fome atualmente registrada no país. Contudo, existem outras causas que não podem ser ignoradas, como o enfraquecimento da Companhia Nacional de Abastecimento, que já

não recebe apoio para a formação de estoques de arroz e feijão em seus depósitos, especialmente, do primeiro, e a ausência de uma política nacional de segurança alimentar, uma vez que Bolsonaro desmontou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) e ordenou a diminuição de recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, esclarece o professor. Apesar dos problemas causados em parte por produtores em conjunto com o Governo Bolsonaro, Lima destaca que há também que se considerar a diminuição da superfície agrícola dedicada ao plantio do feijão. Entre 2010 e 2020, a produção de feijão no país diminuiu quase 14%, de acordo com dados da Conab. O EXTRA tentou contato com a Associação dos Supermercados de Alagoas para questionar se os produtos citados na matéria já estão sendo comercializados no estado ou se existe previsão para que isto comece, mas não obteve êxito.


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ECONOMIA EM PAUTA

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Pix atualizado

Remédios mais caros

Caixa em Alagoas

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Caixa voltou atrás de sua decisão de não abrir novas agências em Alagoas por meio de seu novo plano de expansão. A exclusão do estado havia sido revelada pelo deputado Flávio Henrique (PDT-SE) durante discurso na Câmara no início do mês e divulgada pelo EXTRA. Por meio de nota, o banco informou que atualizou seu plano de expansão, denominado “CAIXA Mais Presente” e que vai abrir uma nova unidade em Alagoas, ainda sem data ou local para ser instalada. Ao todo, 268 novas agências serão construídas no Brasil e 53 milhões de brasileiros serão beneficiados.

O fim de isenções fiscais para cerca de 20 mil empresas, incluído no relatório apresentado pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA) sobre mudanças no Imposto de Renda, pode fazer com que medicamentos, sabonetes e desodorantes, entre outros produtos, fiquem mais caros. As entidades que representam esses setores falam em repassar para os consumidores o aumento esperado da carga tributária. Só no caso dos medicamentos, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) afirma que os preços dos produtos de uso contínuo – com tarjas vermelhas ou pretas e hoje totalmente desonerados do PIS e da Cofins – serão diretamente afetados, com aumento de cerca de 12%.

Bolsa Família O presidente Jair Bolsonaro anunciou esta semana que o novo Bolsa Família terá valor médio de R$ 300, acima dos R$ 250 previstos inicialmente pela equipe econômica. De acordo com o presidente, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, o novo valor será pago a partir de novembro deste ano, como era esperado. Atualmente o valor médio pago aos beneficiários está em R$ 192. O reajuste seria de pouco mais de 50%.

Está previsto para o próximo quadrimestre o lançamento de novas funcionalidades do Pix. De acordo com o Banco Central, estão previstos os lançamentos de serviços como PIX Saque, PIX Troco e o PIX Offline. A ideia inicial é que os clientes possam fazer o saque com troco em comércios que não tenham caixas eletrônicos. Além disso, a instituição pretende acelerar o processo do Open Banking na etapa de integração entre os aplicativos de serviço em geral e o PIX, com a finalidade de efetivar o pagamento e, por último, o pagamento offline, quando o cliente estiver sem conectividade.


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LUTA PELA EQUIDADE

Alagoana Marta disputa sua última Olimpíada sem patrocinador esportivo Eleita seis vezes a melhor do mundo tem recusado propostas consideradas injustas com seu currículo BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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uem vê a alagoana Marta, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo e disputando sua última Olimpíada, não imagina as dificuldades que a atleta enfrenta para conquistar patrocinadores dispostos a praticar a equidade de gênero, bandeira defendida por ela desde sempre. Uma cena que ficou conhecida durante as Olimpíadas de 2016 está se repetindo durante a edição 2020 dos jogos, disputada apenas neste ano devido a pandemia do novo coronavírus: a falta de marcas esportivas em seus uniformes e chuteira. Desde a última Olimpíada e Copa do Mundo, a falta de patrocínio não acontece por falta de interesse das marcas. Elas chegaram, nos últimos três anos, a fazer propostas para Marta. Mas a atacante considera os valores oferecidos injustos, mas não os revela. E, pensando justamente na valorização do futebol feminino, rejeitou todas as propostas. A jogadora - que além de ser eleita pela Fifa seis vezes a melhor do mundo, também é considerada a maior artilheira da história das Copas (entre homens e mulheres) e maior artilheira da história da seleção brasileira -, não pretende ganhar como Neymar ou Messi, que estão inseridos em mercados

masculinos completamente diferentes, mas quer receber apenas um valor justo por ser a jogadora mais relevante do futebol feminino atualmente, como explicou em entrevista à Globo em 2019. “A valorização, ela tem que partir da gente primeiro para que as pessoas entendam que você tem que receber. O ser humano, qualquer que seja, através do trabalho que ele tenha, através do que ele faz, e não do gênero”, disse Marta. Para se ter ideia da diferença salarial e de patrocínios, na transferência realizada para o PSG, Neymar foi avaliado em 600 milhões de dólares para um período de 5 anos, sendo que 250 milhões de dólares foram para o Barcelona (seu ex-clube), enquanto o ex-jogador do Santos recebe 350 milhões de dólares no período. Além disso, a Forbes estima que o jogador recebe em torno de 17 milhões de dólares por ano com publicidade e patrocínios, apenas para estampar algumas marcas em roupas e uniformes. Na contramão de Neymar, o salário anual de Marta está em torno de 400 mil dólares. Ou seja, Neymar ganha aproximadamente 175 vezes mais que Marta, se considerarmos apenas os salários como jogadores de futebol. Assim como na Copa do Mundo de 2019, Marta está usando chuteiras pretas nes-

TRÊS DIAS ANTES DO TORNEIO OLÍMPICO DESTE ANO, NO ENTANTO, A RAINHA FOI ANUNCIADA PELA LATAM COMO EMBAIXADORA GLOBAL DA INCLUSÃO E DA DIVERSIDADE DA EMPRESA AÉREA. A CAMISA 10 MARCOU DOIS GOLS NA GOLEADA DO BRASIL NA ESTREIA DOS JOGOS OLÍMPICOS.

Marta e a chuteira de protesto à desigualdade de patrocínio te ano, sem patrocínio, com o símbolo do movimento Go Equal, que prega igualdade de gênero no futebol. A jogadora continua sem patrocinadores esportivos e costuma dar um jeitinho para esconder marcas que precisa usar, como a patrocinadora da seleção brasileira, em fotos oficiais. Este ano, antes da primeira partida do torneio, na última quarta-feira, 21, inclusive, a seleção brasileira divulgou fotos oficiais das atletas. Nelas, chamou a atenção o gesto de Marta ao posar para a câmera com o cabelo solto, cobrindo justamente o canto onde fica o símbolo do patrocinador esportivo do uniforme do Bra-

sil.

Em 2019, na Copa do Mundo feminina da França, a mais vista da história, Marta também entrou em campo com uma chuteira pintada de preto, sem nenhum patrocínio evidente. Ao marcar seu primeiro gol no Mundial, de pênalti contra a Austrália, a camisa 10 ergueu a chuteira e mostrou o símbolo da campanha “Go Equal”. Era um recado de sua luta por igualdade. Três dias antes do torneio olímpico deste ano, no entanto, a Rainha foi anunciada pela LaTam como Embaixadora Global da Inclusão e da Diversidade da empresa aérea. A camisa 10 marcou dois gols na goleada

do Brasil na estreia dos Jogos Olímpicos. “A pandemia fez a gente repensar muita coisa, como o modelo de negócios, o impacto social, a sustentabilidade para ser reconhecida como uma empresa mais inclusiva, com um papel social na construção de um país melhor. É um caminho longo, que precisa de auxílio, por isso anunciamos a Marta, que nos ajudará em assuntos como diversidade e inclusão, focados na equidade de gênero, nas pessoas com deficiência e na diversidade”, afirmou o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, em coletiva. Apesar do anúncio, a jogadora continuará sem um patrocínio esportivo, tendo em vista que sua função com a companhia aérea será participar de ações internas e externas que vão ajudar o grupo a romper barreiras para construir um mundo sem fronteiras e com oportunidades iguais para todos, sem qualquer interferência ou ajuda nas partidas disputadas.


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FERNANDO CALMON Indenização por acidentes de trânsito deve ser maior

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o próximo dia 25 comemorase o Dia do Motorista. Na realidade trata-se do dia de São Cristóvão que na religião católica é o padroeiro universal de motoristas profissionais ou amadores. Entre as várias dificuldades que quem está atrás do volante enfrenta no Brasil, há mais uma: o limbo em torno da nova formatação do seguro para indenizar vítimas de acidentes de trânsito. Criado em 1974, o DPVAT, sigla de Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, é confundido com imposto em razão de sua obrigatoriedade. Extinto por Medida Provisória em 2019, esta caducou e não se transformou em lei. Em 9 de janeiro de 2020 teve seu valor reduzido para apenas R$ 5,23 e em 2021 não foi cobrado. O tema motiva muita controvérsia. O DPVAT tem objetivo de indenizar vítimas de trânsito – mortos, inválidos parcial ou totalmente e feridos sejam pedestres, motoristas ou ocupantes – independentemente de culpados ou mesmo de identificação do veículo causador ou envolvido em acidentes. Quem administrava a arrecadação e o pagamento dos sinistros era a Seguradora Líder, um consórcio de 80 empresas do setor. Houve acusações de má administração, fraudes e a Líder anunciou a autodissolução a partir de 1º de janeiro deste ano. Quem precisa solicitar indenização em 2021, no máximo de R$ 13.500, deve reunir toda a documentação e dar entrada pelo aplicativo DPVAT, da Caixa Econômica Federal, ou em uma de suas agências. Existem vários relatos de dificuldades. Ainda falta resolver como será a arrecadação e

a administração do seguro de forma definitiva. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) estuda um modelo de contratação de livre escolha do proprietário do veículo. O advogado Ernesto Tzirulnik, presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro (IBDS), defende a destinação do que for arrecadado apenas para pagamento de indenizações. Hoje, 50% do fundo tem esse fim, 45% vão para o Sistema Único de Saúde (SUS) e 5% para campanhas de prevenção a acidentes. Ao ser entrevistado pela Revista Cesvi, ele destacou que Saúde e Educação precisam se sustentar por impostos constitucionais dentro do orçamento da União. “O DPVAT devia destinar 100% dos prêmios (preço do seguro) para a formação de um fundo necessário à indenização substancial, verdadeira e real das vítimas. Poderia pagar 10 vezes o valor atual e ainda manter o sistema saudável”, afirmou. Um obstáculo seria o controle das fraudes. Se elas existem mesmo com valores tão baixos, pode-se imaginar o que altas indenizações atrairiam. Esse debate exige aprofundamento e estudar a experiência de outros países. O sistema de arrecadação centralizado, como hoje, inclui o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), sem possibilidade de o proprietário contratar o seguro com a companhia que lhe ofereça as melhores condições. Isto, de fato, não deveria mais ocorrer. Que São Cristóvão também ajude a iluminar as mentes, além dos caminhos do motorista.

n JORNALISTA

ALTA RODA n HONDA confirmou à rede de concessionárias que o Civic não será mais produzido no Brasil, a partir de 2022. Informação do site Autos Segredos adianta que o modelo seguirá à venda, porém importado. A equação do preço torna-se complicada. O sedã não é fabricado no México e chegará dos EUA com alíquota de 35% de imposto de importação. Honda deve oferecê-lo em volumes bem reduzidos e na sua 11ª geração. A fabricante japonesa mantém a política de produtos alinhados com o que produz no exterior.

n MINI COOPER SE (três portas) chega por preços entre R$ 239.990 e R$ 269.990. Motor entrega 184 cv e 27,5 kgf.m. Apesar dos 190 kg adicionais no peso em ordem de marcha, mantém o mesmo comportamento ágil em curvas que o Mini com motor a combustão. É possível aumentar o grau de regeneração nas frenagens e também escolher um modo específico para preservar carga da bateria. Alcance médio declarado de 234 km limita bastante o uso em estrada (no máximo 180 km), mas em cidade pode chegar a 280 km. n JEEP COMPASS evoluiu de forma clara graças ao novo motor turbo de 180 cv (G)/185 cv (E) e 27,5 kgf.m com ambos os combustíveis. Ficou muito agradável no uso em cidade, pois o torque máximo chega em rotações menores (1.750 rpm). Na estrada o desempenho também é bom, mas a diferença em relação ao motor anterior de dois litros fica um pouco menos evidente. Porém, o botão S melhora as respostas. Diferença de consumo no uso urbano impressiona: 30% menor. Central multimídia inclui conexão sem fio, carregamento por indução e Wi-Fi a bordo. n SALÃO do Automóvel de Paris volta em 2022, de 17 a 23 de outubro. Área será menor e dividida com a Equip Auto, feira especializada em acessórios. Salão de Genebra que era anual esteve ameaçado de parar definitivamente, mas foi confirmado para 19 a 27 de fevereiro de 2022. Único salão internacional em 2021 será o de Munique, de 7 a 12 de setembro. Bem menor que o de Frankfurt, teve mais uma baixa com a desistência da alemã Opel.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

OLIMPÍADAS DE TÓQUIO MARTA FAZ DOIS, E BRASIL GOLEIA A CHINA NA ESTREIA

Delegação brasileira é uma das maiores das Olimpíadas de Tóquio

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delegação de atletas de todos os países já está fechada segundo o site oficial do evento. Ainda pode ter uma ou outra mudança por problemas de lesão, doping ou covid-19, mas já é possível cravar que a delegação brasileira é a 12ª maior entre as 206 que estarão presentes em Tóquio. São 302 atletas na lista oficial do COB. Serão 206 delegações nas Olimpíadas, uma a menos que na Rio 2016. A única diferença das listas foi a saída da Coreia do Norte,

que optou por não participar dos Jogos de Tóquio por conta da pandemia. É natural que os Estados Unidos, maior potência olímpica, tenha a maior equipe, assim como o Japão, país sede, sendo o segundo da lista. Ao desembarcarem no Japão nos últimos dias, boa parte dos atletas brasileiros ficou em bases do COB, espalhadas pelas cidades de Ota, Hamamatsu, Nagato, Sagamihara, Saitama e Tsurigasaki, e também na Ilha de Enoshima.

A seleção brasileira de futebol feminino estreou com goleada de 5 a 0 contra a China na Olimpíada de Tóquio (Japão). Após o triunfo no estádio de Miyagi, na cidade de Rufu, as brasileiras garantiram os três primeiros pontos do Grupo F. O Brasil começou em um ritmo arrasador. Logo aos oito minutos de jogo, a rainha Marta bateu de primeira, inaugurando o marcador. Ainda conseguiu ampliar o marcador com Debinha, ainda na primeira etapa. Na volta para o segundo tempo o Brasil deslanchou e anotou três gols para fechar o placar. Marta balançou as redes mais uma

vez, os dois últimos gols saíram dos pés de Andressa Alves e Beatriz Zaneratto. Com os gols de hoje, a alagoana Marta chega a 12 marcados em jogos olímpicos e está a dois da brasileira Cristiane, recordista da competição.

PREVISÃO DAS OLIMPÍADAS Os Estados Unidos devem liderar, pela terceira vez seguida, o quadro de medalhas das Olimpíadas. O país, que tem como destaque esportes como natação, atletismo e ginástica, não deve ter dificuldades para ficar no topo da lista, enquanto os chineses, embalados por tênis de mesa e levantamento de peso, têm tudo para voltar ao segundo lugar, perdido para os britânicos em 2016. Já os brasileiros buscam uma colocação parecida com a da última olimpíada. Nos Jogos do Rio de Janeiro, com sete ouros e 19 pódios no total, a delegação ficou em

13º, melhor colocação da história. Os americanos lideraram o quadro de medalhas nas olimpíadas de 1996, 2000, 2004, 2012 e 2016, pulando o ano de 2008, em que a China, anfitriã, fechou em primeiro. Quem também chega forte para a disputa é o anfitrião Japão, visto que é o país que tem a maior delegação da edição.

VAI TER CLÁSSICO PAULISTA NA LIBERTADORES! O São Paulo venceu o Racing (ARG) por 3 a 1, no El Cilindro, em Buenos Aires, e se classificou às quartas de final da Libertadores. Os atacantes Rigoni, duas vezes, e Marquinhos, aposta do técnico Hernán Crespo, marcaram os gols do Tricolor e brilharam na Argentina. Correa descontou para os hermanos. Com a vaga nas quartas da competição continental garantida, o Tricolor encara o rival paulista Palmeiras, que eliminou o Universidad Católica, vencendo as duas partidas do embate pelo mesmo placar de 1 a 0. Mais encorpado e em busca do gol, o time da casa foi melhor durante todo o jogo e abriu o placar aos 35 minutos da primeira etapa. Wesley cruzou e Raphael Veiga acertou a trave. Na volta, Marcos Rocha arrematou e balançou as redes garantindo a vaga do Verdão nas quartas de final.


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ABCDOINTERIOR

Home Office

Caso Roberta Dias Familiares de Roberta Dias, que desapareceu em abril de 2012 na cidade de Penedo, cancelaram toda a cerimônia programada para quarta-feira passada (21), envolvendo o cortejo e o sepultamento da jovem, cujos restos mortais foram encontrados na Praia do Pontal do Peba, em Piaçabuçu.

Casos de abuso sexual

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promotora de Justiça Viviane Karla Farias, da 7ª Promotoria de Justiça de Arapiraca da Infância e da Juventude, esteve reunida com gestores escolares da rede municipal de Educação na segunda-feira, 19, para tratar de um assunto importante relacionado ao retorno às aulas presenciais: o aumento no número de casos de abuso sexual de crianças e adolescentes durante a pandemia.

Trabalho em conjunto

Segundo a promotora, o trabalho é realizado em conjunto com os conselhos tutelares do município. As crianças e adolescentes não estão frequentando escolas, isso dificulta ainda mais para os professores, por exemplo, identificarem situações de violência psicológica, física ou sexual, pois ocorre, na maioria das vezes, no ambiente doméstico.

Rede de proteção A escola é uma das instituições que compõem a chamada rede de proteção à infância e adolescência, juntamente com atores de outras áreas, como Saúde e Assistência Social. De acordo com os conselhos tutelares 1 e 2, o número de casos durante todo o isolamento vivenciado de março de 2020 até agora tem se equiparado ao período de férias escolares, onde comumente são registrados mais casos.

Não foi liberado O cancelamento aconteceu porque a justiça ainda não liberou os restos mortais da jovem. Assim, toda a programação elaborada pela família teve de ser cancelada ou suspensa e segue sem previsão para acontecer até que o material que se encontra no IML de Arapiraca seja liberado para a família.

Sepultamento do

adia-

O promotor de Justiça Sitael Jones Lemos, da 4ª Promotoria de Justiça de Penedo, disse que a família foi orientada a adiar o sepultamento porque ainda existem prazos a serem cumpridos dentro do processo. Segundo o promotor, ainda existe a possibilidade da defesa de Mary Jane Araújo e Karlo Bruno, denunciados por envolvimento na morte de Roberta Dias, solicitar a contraprova do resultado do laudo pericial divulgado pelo Laboratório de Genética Forense no Instituto de Criminalística no dia 14 de julho deste ano, confirmando que os restos mortais encontrados em abril de 2021 e enterrados em um areal na Praia do Peba são de Roberta Dias.

Relembre caso

n robertobaiabarros@hotmail.com

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De acordo com informações da polícia, Roberta Dias tinha 18 anos de idade e estava gestante quando desapareceu no dia 11 de abril de 2012 depois de sair de casa para fazer uma consulta de pré-natal em Penedo, onde morava com a mãe. Foi a última vez que a jovem foi vista na cidade. Após o desaparecimento, as investigações da polícia levaram a suspeita de que Mary Jane Araújo, mãe do então namorado de Roberta, Saulo Araújo, que na época tinha 17 anos, teria envolvimento com o sumiço da jovem porque a família de Saulo seria contra o relacionamento dele com Roberta.

A informação é da jornalista Alitéia Milagre, da Serifa Comunicação: “A pandemia acelerou uma série de transformações que já estavam em curso, como a consolidação do modelo híbrido de trabalho e um expressivo crescimento nas compras pela internet. Para atender esse público, a UP Brasil Home Office (resultado da fusão da multinacional francesa de cartões de benefícios Grupo Up e as regionais Plan, Policard e Vale Mais), acaba de lançar o UP Home Office, uma solução simples, digital, sem cartão físico e sem custo para atender a necessidade de empresas de pequeno a grande porte”.

Parceiros e serviços A jornalista enviou e-mail a este colunista onde explica que o UP Home Office é uma plataforma que conta com os maiores e-commerces parceiros e serviços de pagamento de contas de consumo do país. Por meio da plataforma, o funcionário pode optar por pagar conta telefônica, internet, energia elétrica, bem como adquirir mobiliários e materiais de escritório, por exemplo. “Combinamos o melhor do mundo digital, com a melhor experiência, em um único serviço que disponibiliza variedade de escolha e conforto para o funcionário e gestão simplificada para empresa”, explica a diretora de Marketing da UP Brasil, Tais Lange.

PELO INTERIOR ... O ex-prefeito do município alagoano de São Brás, Antônio Costas Borges Neto, foi condenado por improbidade administrativa na execução da construção de cais situado no Povoado Lagoa Comprida, Zona Rural do município de São Brás. ... Conforme a decisão do juiz Vinicius Garcia, ainda foi determinada a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de oito anos. ... O advogado palmeirense Adeilson Teixeira Bezerra assumiu o cargo de diretor presidente do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Alagoas – IpaseaL Saúde na terça-feira, 20. ... Adeilson Bezerra ocupava anteriormente o cargo de secretário executivo de gestão interna da SECTI – Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia. (Com Rádio Sampaio) ... A campanha Vacinação Solidária segue levando esperança para famílias em situação de vulnerabilidade social. Em parceria com o Arapiraca Garden Shopping, a prefeitura realizou a entrega, na segunda-feira, 19, de mais cestas básicas arrecadadas. ... A entrega foi realizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social à comunidade atendida pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Itapoã. ... Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Fabrícia Galindo, a solidariedade da população tem sido muito importante para minimizar os transtornos causados pela pandemia na vida dos mais vulneráveis. ... A pandemia de coronavírus tem desacelerado em Arapiraca e, consequentemente, o número de atendimentos das Síndromes Gripais nos centros de triagem do município. ... Por esse motivo, a Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Saúde, resolveu retomar os atendimentos dos casos de urgências clínicas no Pronto Atendimento Municipal, que funciona no Complexo Multiprofissional de Arapiraca, no bairro Baixa Grande. ... Sendo assim, os casos de Síndromes Gripais foram direcionados, desde a segunda (19), à Unidade Sentinela, que funciona 24 horas por dia também no Complexo Multiprofissional. ... A decisão foi tomada durante reunião do Grupo de Trabalho composto por técnicos e superintendentes da Secretaria Municipal de Saúde, que reavaliou os fluxos de atendimento dos pacientes com síndromes gripais. ... Aos nossos leitores desejamos saúde e paz. Até a próxima edição!


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MEIOAMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

POLUIÇÃO E BEBÊS

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exposição à poluição do ar durante a gravidez pode prejudicar a saúde de recém-nascidos, mostram cientistas europeus. Por meio de um estudo com mais de 400 mães e bebês, os especialistas observaram que o contato com substâncias tóxicas presentes no ar está associado ao desequilíbrio nos níveis de um hormônio essencial para o crescimento das crianças: a tiroxina, também conhecida como T4. Os dados da investigação foram apresentados na última edição da revista especializada Environmental Research. No artigo, os autores relatam que pesquisas anteriores apontam que a poluição atmosférica pode afetar a tireoide, glândula do corpo humano responsável pela produção dos hormônios que coordenam o funcionamento da maioria dos órgãos, como o coração e os pulmões. Os especialistas resolveram avaliar esses efeitos em um grupo de recém-nascidos. “Os hormônios tireoidianos são essenciais para regular o crescimento e o metabolismo fetal e desempenham um papel importante no desenvolvimento neurológico”, justificam.

Mineração

A gestora de ativos Viridi Funds lançou seu primeiro produto: um fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês) focado no setor de mineração de criptomoedas. Chamado de Viridi Cleaner Energy Crypto-Mining & Semicondutor ETF (RIGZ), o fundo irá investir em empresas de infraestrutura envolvidas na mineração de criptomoedas, listadas na bolsa e focadas no impacto ao meio ambiente. O ETF está listado na plataforma Arca, da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), sob o ricker RIGZ, e possui uma taxa de despesa de 0,90%. Quando perguntado como o fundo irá especificamente selecionar empresas de mineração cripto que utilizam energias renováveis, Wes Fulford, CEO da Viridi Funds, contou ao The Block que a empresa possui um algoritmo interno e próprio de exibição que irá ajudá-la a selecionar em-

App dos Ipês

Calor e meio ambiente Colapso do meio ambiente, calor extremo, novas pandemias, falta de alimentos e cidades ameaçadas pelo aumento do nível do mar. Parece roteiro de ficção, mas os impactos climáticos podem se tornar reais nos próximos 30 anos, alerta o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Desde 1988, o órgão consultivo da Organização das Nações Unidas (ONU) fornece as avaliações científicas mais confiáveis do mundo sobre o tema. Pesquisadores de 90 países trabalham no sexto Relatório de Avaliação do IPCC que será publicado oficialmente em 2022. O documento de quatro mil páginas influencia as decisões políticas de 193 países, mas cientistas alertam que se quisermos diminuir os impactos de um futuro sombrio, mudanças efetivas precisam ser feitas agora. Dentro da história de 4,5 bilhões de anos, o planeta Terra experimentou eras de menor e maior calor. Porém as ações humanas têm acelerado as mudanças no clima, como

A apreciação dos ipês coloridos virou uma tradição cultural na capital do país. Com a chegada do inverno, eles florescem numa explosão de cores: roxas, amarelas, brancas e rosas, que vão se alternando na paisagem urbana de Brasília ao longo dos meses. Essas árvores então viram alvo da apreciação dos moradores da cidade, que saem às ruas e parques para fotografá-las e admirá-las. Agora, a cidade ganhou um aplicativo que está ajudando a mapear essas espécies em todo Distrito Federal. Segundo estimativas oficiais, são mais de 600 mil ipês, que vêm sendo plantados em Brasília desde a sua inauguração. O app “Ipês” está disponível nas versões para smartphones que usam a plataforma Android ou iOS e pode ser baixado gratuitamente no Google Play e na Apple Store. Idealizado pela professora de biologia Paula Sicsú, o projeto sem fins lucrativos quer incentivar a população a conhecer, participar da preservação da biodiversidade e criar uma rota de visitação aos ipês da capital federal. “Desde antes de ser bióloga e professora, eu já apreciava a natureza, as belezas da cidade. Muito me agrada ver que sempre tem algo florindo em Brasília, principalmente na época da seca, para alegrar a nossa vida”, conta Paula.


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EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO DA COOPERATIVA AGROEXTRATIVISTA DO MÉDIO E ALTO SERTÃO ALAGOANO COOPMASAL Venho de por meio deste rapaz presente edital, convidar todos os interessados (as) para a Assembleia Geral constutiva da Cooperativa Agroextrativista do Alto e Médio Sertão Alagoano, que será realizada no dia 13 de junho de 2021 na escola municipal Ana Tereza de Jesus no Povoado Meirus município de Pão de Açúcar Al, em primeira convocação as 14:00 da tarde com a seguinte ordem do dia: I - Aprovação do Estatuto e Constituição da Cooperativa; II - Eleição e Posse dos membros da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal Carlos Vieira de Santana Povoado Meirus - Pão de Açúcar AL 20 de Maio de 2021


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