Edição 1132

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ANO XXII - Nº 1132 - 21 A 27 DE AGOSTO DE 2021 - R$ 4,00

GOVERNADOR-TAMPÃO

Benedito de Lira pode substituir Renan Filho no governo interino

O ex-senador Benedito de Lira pode trocar a Prefeitura da Barra de São Miguel pelo cargo de governador-tampão caso Renan Filho renuncie ao mandato para disputar o Senado. 2

ELEIÇÕES 2022

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1998 - 2020

REDES SOCIAIS

ENFRENTAR COLLOR SERÁ MAIOR DESAFIO PARA RENAN FILHO Já em campanha pela reeleição, senador monta base no DF para receber prefeitos e encaminhar pleitos dos municípios 5 JANE CIGANA

MP INVESTIGA DISPUTA POR HERANÇA EFEITOS DE LEVA HERDEIRA A SER EXPLOSÕES DA INTERNADA À FORÇA MINERADORA VALE COMO LOUCA 15 VERDE EM CRAÍBAS 10

DIVULGAÇÃO

ROBERTO MOISÉS É CONDENADO PELO TRIBUNAL DE CONTAS DO RIO DE JANEIRO Chefe da Previdência de Alagoas e mais oito acusados pagarão multa por irregularidades no Rioprevidência 8


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COLUNA

EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Governador Biu de Lira 1

- No vai e vem dos bastidores da política alagoana a mais nova informação dá conta de que o governadortampão poderá ser Benedito de Lira, atual prefeito da Barra de São Miguel, onde quase não aparece. Por lá, o prefeito de fato é o vice Floriano Melo – o faz tudo de Biu há anos – que, aliás, está fazendo um bom trabalho.

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- As conversas sobre esse arranjo político ainda são preliminares e dependem do aval dos deputados estaduais, que elegerão o governador interino, caso Renan Filho renuncie ao governo para disputar a única vaga de senador. Até lá, Jó Pereira é o nome de consenso entre os deputados para assumir o mandato interino.

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- A ideia de eleger Biu de Lira governador-tampão é fortalecer uma candidatura da Assembleia Legislativa ao governo do Estado na eleição do próximo ano e dar um polimento na biografia do pai de Arthur Lira, que se aposentaria como governador de Alagoas. Biu de Lira foi vereador, deputado estadual, presidente da Assembleia, deputado federal, senador e agora é prefeito. Só falta sentar na cadeira de governador.

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- A dúvida com relação a Jó Pereira é que a deputada tem independência política e cacife eleitoral suficiente para querer ir além de um mandatotampão. Seus pares temem que, eleita governadora interina, Jó Pereira decida disputar a reeleição em 2022 sem amarras políticas.

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- Nessas circunstâncias, Benedito de Lira seria o nome ideal para comandar o governo interino e pavimentar o terreno para o candidato a governador indicado pela Assembleia no pleito do próximo ano. Além de estar em final da carreira política, Biu fortaleceria o projeto do filho Arthur Lira de ser o próximo chefe político do Estado.

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- E que Deus salve Alagoas, como diriam os mais crédulos.

BLOG DO RICARDO MOTA

A toga no banco de réus O Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas terá uma sessão agitada nessa terça-feira 24, quando julgará três processos administrativos disciplinares contra o juiz Pedro Jorge Cansanção por atuação incompatível com o exercício da magistratura. Talvez mais “quente” que a última sessão administrativa do dia 17, quando foi discutida a suspeição do corregedor Fábio Bittencourt para atuar em alguns processos contra magistrados. Pelo clima das últimas sessões do TJ, o juiz Pedro Jorge Cansanção deverá ser afastado do cargo e possivelmente vestir o pijama da compulsória, seguindo o caminho de seu colega Giovanni Jatubá, punido recentemente com aposentadoria por corrupção. Assim como a mulher de César, mais do que parecer, o magistrado precisa ser honesto.

Privilégio no TJ Advogados criminalistas estão insatisfeitos com decisões do Tribunal de Justiça de Alagoas que privilegiam alguns réus em detrimento de outros. É o caso do juiz afastado Léo Dennisson, único dos investigados que conseguiu o aval do tribunal para ser julgado somente em sessão presencial. É um privilégio que nenhum outro investigado conseguiu até agora.

Cadê o prefeito? As chuvas intensas provocaram a deterioração do asfalto em várias ruas e avenidas de Maceió, dificultando a vida da população. As redes sociais cobram mais ação da prefeitura, mesmo que seja uma operação meia-sola para tapar a buraqueira da cidade, antes da recuperação das vias destruídas. Junto com as chuvas vieram também obras de saneamento básico com escavações que destroem as vias públicas sem que ninguém seja responsabilizado pela recuperação das ruas esburacadas por toda a cidade. O prefeito JHC precisa agir rápido antes que Maceió seja engolida pelos buracos.

Ricardo Mota A coluna abre espaço para registrar a aposentadoria precoce de Ricardo Mota, que nas últimas décadas prestou serviços ao grupo de comunicação da TV Pajuçara. Jornalista da velha guarda, Mota é a voz da independência e da credibilidade no jornalismo alagoano. Sua decisão de aposentar a caneta e o microfone deixa Alagoas mais pobre e uma legião de órfãos do bom jornalismo que sempre praticou.

Energia solar A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5829/19 que garante isenção tributária para produtores de energia solar até 2045. A regra valerá também para consumidores que instalarem sistemas fotovoltaicos em até 12 meses da publicação da futura lei. A matéria será enviada ao Senado.

Cidade malcheirosa O que seria a grande obra do prefeito de Palmeira dos Índios, a revitalização do Açude do Goití acabou em lama e fedentina em pleno centro da cidade. Orçado em R$ 9 milhões, o projeto está abandonado há mais de dois anos e já consumiu R$ 4 milhões do governo federal. A informação é do jornal Tribuna do Sertão, que publicou ampla reportagem sobre o desastre do primeiro mandato de Júlio Cezar.

Retrocesso político Os caciques políticos de Alagoas já estão refazendo os cálculos e montando as alianças de conveniência para o pleito de 2022, após a Câmara Federal aprovar a volta das coligações partidárias, um retrocesso que não interessa ao País. A volta das coligações dá uma sobrevida às legendas de aluguel que pegam carona nos partidos maiores em busca de verbas públicas. A esperança é que a indecência seja arquivada no Senado.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Momento certo

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deputado Marcelo Victor, presidente da Assembleia Legislativa, e o deputado federal Arthur Lira, presidente da Câmara, só estão esperando o momento oportuno para lançarem um candidato ao governo do Estado caso Renan Filho se desincompatibilize para disputar o Senado Federal. Nesta ou na hipótese de o MDB fechar questão com seu nome para vice de Lula, o

Reforço de caixa

Depois de receber depósitos do governo federal provenientes da Ação 4870 que foi julgada procedente, a Laginha Agroindustrial tem pelo menos R$ 1,3 bilhão para pagar a todos os seus trabalhadores. Vai depender, entretanto, de decisão judicial e se não houver, novamente, recursos para protelar o pagamento.

Sem lastro

Os que compraram grandes extensões de terra à beira-mar na região Norte e que serviram como intermediários dos negócios, não têm lastro financeiro para comprar nem uma bicicleta, dizem conversas de bastidores.

Desigualdade 1

A permanência de Alexandre Ayres como secretário de Saúde do Estado, tem causado mal-estar entre os candidatos a deputado estadual nas próximas eleições. Ayres é candidato, mas pode ficar no cargo, apoiando como um segundo plano seu irmão Cacau, prefeito de Marechal Deodoro, que renunciaria e entregaria o cargo ao vice-prefeito para comandar a prefeitura. Nesta hipótese, Cacau teria o apoio do prefeito e, naturalmente, do próprio irmão.

Desigualdade 2

Outro membro do governo que está indo com a carga toda é Rafael Brito, em plena campanha para deputado estadual, já que não emplacou a preferência de Renan Filho para disputar o governo. Atual secretário de Educação e comandando um orçamentário milionário, Brito não esconde de ninguém que quer mesmo uma vaga na Assembleia Legislativa.

que deve ocorrer até o final do ano, as eleições de 2022 sofrerão radicais mudanças. Hoje, Marcelo Victor, pelo espaço que conquistou junto aos seus colegas de parlamento e a aliança com Arthur Lira, é um dos políticos com maior densidade de apoio, fundamental para eleger o governador e dar as cartas para as eleições do próximo ano.

Pressão

TRIBUNA DO SERTÃO

Não vai demorar muito e os candidatos já com mandatos irão pressionar o governador Renan Filho para intervir nas ações de dois dos seus mais importantes secretários, ou substituí-los se for o caso.

Começou

Ao convocar José Carlos Gomes, superintendente de Planejamento e Orçamento da Vice-Governadoria do Estado – órgão extinto com a saída de Luciano Barbosa eleito para prefeito de Arapiraca –, os deputados deram uma demonstração de que não perdoam o governo. A reação começou, confidenciou um deputado depois da sessão que aprovou a convocação.

Em campanha

Carismático, excelente comunicador nas redes sociais e revelando-se como um dos senadores que mais trabalham por Alagoas, Fernando Collor avança firme para a renovação do seu mandato no Senado Federal. O ex-presidente tem uma folha de serviços prestados ao estado e ao Brasil. Será um candidato à reeleição de todas as correntes políticas e deve continuar no Congresso Nacional.

Equilíbrio

O presidente em exercício do Diretório Esta-dual do PDT, Jurandir Bóia, teve uma postura muito equilibrada na condução da crise no Diretório Municipal do partido, nomeando nova comissão, já que a grande maioria dos seus integrantes renunciou aos cargos. Como bom democrata e acostumado com as lutas durante o período de exceção, quando participou de um período delicado da vida nacional, Bóia, que paralelamente dedicou sua vida à medicina, interpretou com sabedoria o desejo da maioria.

Provisória

A decisão judicial que mantém o engenheiro Judson Cabral na presidência do diretório municipal foi provisória, faltando ainda o julgamento do mérito. Seja qual for a decisão definitiva, Cabral perdeu as condições de presidir a instituição principalmente pela falta de liderança, quando a grande maioria dos membros renunciou por discordar das suas posições.

Privilegiados

A especulação imobiliária depois do anúncio da construção da estrada que liga Barra de Santo Antônio à Barra de Camaragibe explodiu nos últimos meses. Naturalmente com informações privilegiadas, muitos figurões usaram “laranjas” para comprar centenas de lotes na região, uma das mais bonitas de Alagoas, diga-se de passagem.

Falta de comunicação

Só muito tempo depois que a situação se tornou insustentável, a Prefeitura de Maceió resolveu informar que estava colocando em ação um plano para tapar os buracos que infestaram a cidade. Bem que já deveria ter feito isso há muito tempo, inclusive citando a Casal como uma das empresas responsáveis pelos estragos.

Deixando a juçara

Pa-

Depois de longos anos, o jornalista Ricardo Mota deixa a TV Pajuçara e também a emissora em que fazia parte. É uma lacuna no jornalismo pelos comentários sérios, às vezes jocosos, mas com muito bom humor. Mota sinalizou que alguma coisa estava acontecendo quando, dias atrás, postou que iria passar alguns dias sem contato com os seus leitores e ouvintes. Era o prenúncio de que alguma coisa estava acontecendo. E aconteceu. Que Ricardo volte logo ao batente, uma vez que a comunicação alagoana ainda precisa muito de dele.

Hora de Bulhões

Garantindo que o MDB trabalha com a possibilidade de buscar um nome para disputar o governo do Estado – que poderá ser o dele mesmo –, Isnaldo Bulhões admite, também, fazer composições políticas, isso se a família Calheiros permitir. Como não deseja, como os outros, antecipar as eleições, Isnaldo acha que uma posição somente será tomada seis meses antes do pleito eleitoral. Será?

Enrolado

O secretário de Saúde, Alexandre Ayres, vai ter muita dor de cabeça para explicar a atuação do seu secretário-executivo adjunto, Marcos Ramalho, nas denúncias feitas pelo deputado Davi Maia. Elas são cabeludas e o acusado pode ser até convocado para se explicar na Assembleia Legislativa.


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ELEIÇÕES 2022

Collor muda tática, exibe Bolsonaro e vai para a rua por reeleição Pela primeira vez Renan Filho enfrenta oponente mais forte que ele mesmo ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

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senador Fernando Collor (PROS) aumentou as visitas a prefeitos e escancarou as portas dos seus gabinetes em Maceió e em Brasília para atrair aliados. Seu objetivo é a reeleição. A batalha é dura: terá de vencer o governador Renan Filho (MDB), até agora o nome mais forte para desbancá-lo da cadeira do Senado. Aproveita seu prestígio como ex-presidente da República e a proximidade com Jair Bolsonaro. Impressiona os prefeitos ao recebê-los ou ser recebido por eles nas cidades, que entregam as demandas ao senador. Collor é rápido: saca o celular, liga para o próprio ministro do governo federal. Os prefeitos têm audiência garantida em Brasília. Collor sabe: a capital da República não é para amadores. Esta semana recebeu a prefeita de Coqueiro Seco, Decele Dâmaso (MDB). “Ela trouxe uma série de solicitações para o município. Vamos seguir trabalhando em defesa do fortalecimento das cidades alagoanas. Vamos juntos, pessoal!”, disse Collor via Instagram. Em Água Branca entregou um trator ao prefeito Zé Carlos Carvalho (PP). Em Brasília, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, também colega no Senado, garantiu, ao lado de Collor, a suspensão de bens e imóveis de pequenos produtores

endividados. A seca, a pandemia e a crise econômica deixaram milhares com os bolsos vazios, sem dinheiro e à beira de perderem tudo para os bancos estatais. Uma chance sem igual para atrair mais votos. Não é comum Collor anunciar, com tanta antecedência, uma tática eleitoral. Em 2006, 14 anos depois de renunciar à Presidência da República, enfrentou e venceu o então governador Ronaldo Lessa numa campanha que durou 28 dias ao Senado. Quatro anos depois, foram seus aliados que anunciaram que disputaria o governo de Alagoas. Ele próprio manteve o suspense até o último instante. Foi para as urnas combinando com Lessa, agora aliado, chegar ao segundo turno. Teotonio Vilela Filho foi reeleito. Collor partiu para o ataque em 2014 e garantiu mais oito anos no Senado; disputou (mas desistiu) o governo em 2018, após romper com os Calheiros. Parecia o fim da carreira política de quem se acostumou a perder e a ganhar com a mesma facilidade. Até que o

COLLOR É RÁPIDO: SACA O CELULAR, LIGA PARA O PRÓ -PRIO MINISTRO DO GOVERNO FEDERAL. OS PREFEITOS TÊM AUDIÊNCIA GARANTIDA EM BRASÍLIA. COLLOR SABE: A CAPITAL DA REPÚBLICA NÃO É PARA AMADORES.

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Collor tem usado cada vez mais as redes sociais para difundir suas ações no Senado

fenômeno Bolsonaro garantiu ao ex-presidente seu retorno triunfal aos gabinetes mais badalados de Brasília. Quando estava no Palácio do Planalto, Collor era chamado de “grande mentiroso” e “sem moral” por Bolsonaro, então deputado federal. Os tempos mudaram e os bolsonaristas alagoanos se acostumaram a carregar Collor em um andor. A política é incrível. DESAFIO PALACIANO Renan Filho estará com 42 anos em 2022. Seu desafio não é menor. É a primeira vez que vai para as urnas com um oponente mais forte que ele mesmo. Em 2004, ganhou a facílima cadeira de prefeito em Murici. Também foi assim para deputado federal quando surfou no prestígio do pai, o senador Renan Calheiros (MDB), sendo o mais votado da bancada local em 2010. Quando era governador, Teotonio Vilela Filho escolheu Renan Filho para sucedê-lo. Fez uma limpeza no

terreiro político e escolheu Júlio Cézar, na época seu assessor, para a sucessão, entregando, de bandeja, a cadeira de chefe do Executivo a Renan. Só faltavam as urnas. E deu certo. Na reeleição, o governador não encontrou rivais à altura de sua capilaridade nos municípios. Renan teve o bis que queria. Agora o jogo mudou. Collor era seu aliado, mas os dois romperam em 2018. Renan Filho intensifica beijos, abraços e projetos por todo o estado. Trinta e oito cidades alagoanas enfrentam a mais dura seca dos últimos 90 anos. Nas redes, mostra a água. “No último ano, mais de 40 mil pessoas de 125 comunidades, da região do semiárido alagoano, foram beneficiadas com o acesso à água”, disse o governador. Pacientes recuperados d covid-19 desfilam gratidão, lágrimas e são cobertos por aplausos nas redes sociais de Renan Filho. Garantia de milhares de curtidas e, claro, votos.

Na economia, o desempenho positivo atrai o setor produtivo. “Mesmo em tempos de pandemia, nós conseguimos manter um ótimo desempenho econômico em comparação ao contexto nacional. Segundo a consultoria 4intelligence, nós iremos apresentar uma variação de PIB de 4,2%”. Estradas revitalizadas ou novas, programas como o Cria e o Minha Cidade Linda, agenda de inaugurações. Renan Filho também usa suas estratégias para atrair prefeitos. Nas contas do MDB, 55 chefes de Executivo estão no partido, desidratando as bases de Collor. E os Calheiros confiam nessa onda na disputa Renan Filho x Fernando Collor, nacionalizando, mais uma vez, o clima quente da campanha local e engordando a máquina pública com a troca de favores. Porque os prefeitos que aderem ao governismo recebem cargos no Estado como troféu. Os fins justificam os meios.


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COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS

PEC da reforma eleitoral não deve passar no Senado, diz Cunha João Caldas diz que proposta é ‘presepada’; partidos menores defendem modelo ODILON RIOS

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Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retoma as coligações nas eleições proporcionais, aprovada em segundo turno na Câmara Federal, não deverá passar no Senado na avaliação de Rodrigo Cunha (PSDB). “O clima aqui é que não deverá passar e também concordo que não devemos mudar a atual legislação neste ponto”, disse o senador. É a mesma ideia do exdeputado federal João Caldas (Avante). Pai do prefeito de Maceió, JHC (PSB), ele crê que as mudanças na legislação eleitoral “seguem as conveniências do momento”. “Tenho alguns anos na política e todo ano tem presepada. O distritão, por exemplo. Até a véspera da votação ele iria passar, mas houve briga entre os líderes e derrubaram o distritão”, afirma. “Vivemos um momento do país em que não há consenso, não existe controle”. Caldas deve mudar de partido. Sua intenção é entrar no PSB, presidido pelo filho em Alagoas. Vai arriscar uma das nove vagas de deputado federal. Trabalha para ter 120 mil votos. JHC obteve 178.645 em 2018 para federal. Os deputados estaduais

Ronaldo Medeiros (MDB) e Sílvio Camelo (PV) têm avaliações diferentes: “Coligações enfraquecem um pouco os partidos. Mas é menos ruim que o distritão que iria aniquilar”, disse Medeiros. “Os partidos podem usar essa possibilidade [coligações] para o fortalecimento da democracia com alianças políticas. Isolados, os partidos, principalmente os menores, se enfraquecem”, explica Camelo. Os dois disputam a reeleição. O Podemos monta tática para eleger o ex-prefeito Rui Palmeira a deputado federal, apesar de ainda existir o desejo de tê-lo na disputa ao governo. Segundo Tácio Melo, da direção estadual da legenda, a PEC que retoma as coligações alivia a pressão sobre as pequenas legendas. “Melhora consideravelmente porque nas atuais regras pouquíssimos partidos fariam chapa. Federal por exemplo, só faria a chapa do governo, do MDB, do pessoal da Prefeitura, do PSB, o pessoal do Arthur Lira, e nos demais não teríamos outra chapa. Agora terá um pluripartidarismo maior”. O presidente do PT em Maceió, Marcelo Nascimento, diz que o pior cenário seria a aprovação do distritão. “Mesmo considerando

um retrocesso a volta das coligações, que interrompe um processo de fortalecimento institucional dos partidos no Brasil (vide eleição pra vereador em Maceió em que apenas 13 partidos disputaram com viabilidade eleitoral por estarem mais organizados), o pior cenário seria a aprovação do distritão, reduzindo significativamente nossas chances de crescimento político e eleitoral”, avalia. O vereador José Márcio (PSD) crê que as novas regras dificultam a formação de chapas para deputado federal. “Hoje temos federais representados em 8 partidos que buscam recursos que têm força distintas em suas agremiações. Com a nova regra eleitoral, a montagem de chapas para federal se torna extremamente difícil. O que provavelmente iria acontecer aqui é que apenas dois, no máximo três partidos passariam a ter representação federal em Alagoas. De certa forma, para um estado pequeno como o nosso, isso é

ALÉM DE PREVER A VOLTA DAS COLIGAÇÕES NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS, A PEC APROVADA QUER A CONTAGEM EM DOBRO DOS VOTOS A MULHERES E NEGROS NAS ELEIÇÕES DO PRÓXIMO ANO ATÉ 2030

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Cunha (D) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco

ruim. A volta das coligações nesse sentido é positiva”, analisa. A PEC da reforma eleitoral só deve valer após o voto dos senadores. Ela foi aprovada em dois turnos na Câmara. Se o Senado alterar o texto, ele tem de voltar para a Câmara. A PEC só vira lei após a sanção do presidente da República e vale para as eleições do ano que vem se for aprovada até 2 outubro, exatamente um ano antes da votação. Além de prever a volta das coligações nas eleições proporcionais, a PEC aprovada quer a contagem em dobro dos votos a mulheres e negros nas eleições do próximo ano até 2030 “para fins de distribuição entre os par-

tidos políticos dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (Fundo Eleitoral)”, segundo a Agência Câmara. Sobre a fidelidade partidária: deputados federais e estaduais perdem o mandato se se desfiliarem da legenda, “exceto quando o partido concordar ou em hipóteses de justa causa estipuladas em lei”. A PEC altera a data da posse de presidente da República e de governadores. Deixa de ser 1° de janeiro, passando para 5 e 6 do mesmo mês, mas a mudança só vale para a votação de 2026. Em 2022, o mandato do presidente será até 5 de janeiro; governadores, dia 6.


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COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS

Analista político diz que deputados estão preocupados em salvar a própria pele Marcelo Bastos não é favorável à proposta que altera legislação eleitoral MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmail.com

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PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma eleitoral 125/11 que prevê a volta da coligação partidária nas eleições proporcionais a partir de 2022, foi aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados e embora dependa do Senado para ser colocada em prática, tem causado polêmica e divide opiniões. Para uns, é retrocesso. Para outros, é a vitória “da pluralidade de ideias”. Na visão do analista político Marcelo Bastos, os deputados que votaram a favor estão preocupados em salvar a própria pele. A pressa da maioria dos parlamentares para que a medida entre em vigor é que a PEC precisa virar emenda constitucional antes do começo de outubro (um ano antes do pleito). Marcelo Bastos concorda que o tema é polêmico, e afirma que, em seu ponto de vista, é um grande retrocesso. O analista político explica que na reforma que teve em 2017, quando foi aprovado tanto na Câmara por 3/5 como também do Senado, os deputados votaram a favor pelo fim das coligações, mas lembrando que eles deixaram claro que não seria praticado essa medida que eles tomaram para a eleição de

2018. “Aprovaram em 2017, mas dizendo que na eleição de 2018, que seria a reeleição deles, não seria aplicada essa medida”, comparou Bastos. O analista político relembra que a eleição de 2018 foi do mesmo jeito que a de 2014, já que só passou a vingar na eleição de 2020, que foi para vereador. “Eles (deputados) quiseram observar como seria o comportamento do fim das coligações nas eleições de 2020”, afirmou. Outra observação feita por Bastos é que existem muitos partidos no país. São 35 ativos e vários querendo conseguir a legalização junto ao Tribunal Superior Eleitoral. E faz um comparativo ao dizer que as coligações não fortalecem os partidos políticos, porque para se fortalecer tem que ter candidatos com densidade eleitoral justamente para que o partido tenha representatividade em cima das propostas, do programa partidário. “Com as coligações juntam dois ou três partidos, daí você não vota num partido e sim num tumultuado número de candidatos”, criticou. Ele pondera ao dizer que há os partidos ideológicos como Psol, PC do B e a Rede, mas tem grande parcela de partidos de aluguéis que vivem, respiram e transpiram pelo fundo partidário.

Para Bastos, com a volta das coligações, o que vai acontecer com essa quantidade enorme de partidos é que vão continuar existindo porque vão se coligar. “Se não tiver as coligações, o que vai acontecer na prática é que uma grande parcela desses partidos vão deixar de existir, porque sem coligar os partidos sozinhos não vão conseguir o coeficiente eleitoral como aconteceu na eleição para vereador”, disse ele. O analista político argumenta que a corrida pela volta das coligações é porque se um partido não tiver representatividade, não atender a clausula eleitoral, não terá horário no guia eleitoral, não vai ter fundo partidário, fundo eleitoral. “Consequentemente esses partidos não vão sobreviver. Então, vamos deixar de ter mais de 30 partidos para ter oito ou 10 siglas. Aí você vai ter um programa mais definido, onde as pessoas vão ver o programa e as diretrizes do partido e não em cima de um tumultuado número de partidos que se juntam apenas para uma eleição. Então sou favorável pela não volta das coligações”, enfatizou. Embora no primeiro turno e no segundo a votação pela volta das coligações tenha sido vasta, o analista político aponta que no Senado há uma grande resistência, até porque para os senadores não são votos proporcionais e sim majoritários. “Se o Senado não aprovar, inclusive o presidente Rodrigo Pacheco não é favorável e pode engavetar, segurar a matéria e

ARQUIVO PESSOAL

Marcelo Bastos afirma que mudança favorece partidos de aluguel

se até outubro do ano que vem se 3/5 do Senado não aprovar, o que representa 41 senadores, a eleição de 2022 será sem as coligações”, disse, ressaltando que existe uma grande dificuldade no Senado, a menos que haja um acordo entre as duas Casas para contemplar todo mundo, o que em política tudo é possível. Além do que, diz Bastos, quando jogaram a responsabilidade para 2020 era para ver como seria o fim das coligações, e quem foi o boi de piranha foi os vereadores. Logo, sem as coligações tiveram grande dificuldade de formar a chapa, não conseguiram atingir coeficiente eleitoral e não elegeram ninguém. “E se um partido não tiver representatividade ele não vai sobreviver, vai morrer.”

DEPUTADOS ALAGOANOS QUEREM A VOLTA Todos os deputados alagoanos votaram pela volta das coligações partidárias e Marcelo Bastos tem explicação para a unanimidade. Segundo ele, em Alagoas para eleger o primeiro deputado federal tem que atender 80 mil votos, mas se coligar com outros fica mais fácil. Com isso, os deputados observaram que a eleição de 2020 foi um grande laboratório pra eles acompanharem a dificuldade que os partidos tiveram para formar chapa. “Se é difícil montar chapa para eleger um vereador aqui em

Maceió, que são 17 mil votos, para deputado federal é bem mais complicado. Então eles querem as coligações porque é mais fácil um grupo eleger do que um partido sozinho”. Para Bastos, o presidente da Câmara, Arthur Lira que não é obrigado a votar (o voto dele é chamado de minerva), é favorável à volta das coligações. E afirma que não podemos esquecer que os deputados federais estão atrelados aos estaduais e para se eleger fazem acordo com os que apoiam. E por sua vez, os deputados estaduais assistiram na eleição para vereador as dificuldades que os partidos tiveram para montar chapa. Diante desse quadro, o deputado vai votar não só pensando nele, mas nos aliados na Assembleia Legislativa, que na ampla maioria é favorável à volta das coligações. “Eles estão raciocinando desse jeito e esquecendo que com menos partidos os maiores vão ganhar mais fundos partidários, mas estão preocupados mesmo com a sobrevivência política”, comparou. Paulão (PT), Isnaldo Bulhões (MDB), Nivaldo Albuquerque (PTB), Severino Pessoa (Republicanos), Marx Beltrão (PSD), Sérgio Toledo (PL), Pedro Vilela (PSDB) e Tereza Nelma (PSDB) escolheram a opção sim. “É capitania hereditária, de pai para filho”, finalizou Bastos.


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RIOPREVIDÊNCIA

Presidente do Alagoas Previdência e mais oito são multados pelo TC do Rio de Janeiro Roberto Moisés dos Santos é condenado ao pagamento de multa no valor de R$ 37 mil JOSÉ FERNANDO MARTINS

josefernandomartins@gmail.com

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Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) decidiu, por unanimidade, pela aplicação de multa contra o atual presidente do Alagoas Previdência, Roberto Moisés dos Santos. Ele atuou no órgão previdenciário fluminense - Rioprevidência - entre os anos de 2014 e 2016, e foi condenado por participação em uma gestão frustrada que gerou um rombo no fundo de aposentadoria dos servidores daquele estado. A Corte de Contas, no dia 11 deste mês, acatou o voto da relatora do processo, a conselheira substituta Andrea Siqueira Martins. O caso também envolve os ex-governadores Luiz Fernando de Souza, mais conhecido como Pezão, e Sérgio Cabral Filho, três ex-secretários da Fazenda e parte da equipe do Rioprevidência, incluindo o irmão de Roberto Moisés dos Santos, o ex-presidente do órgão Reges Moisés dos Santos. Eles foram responsabilizados por irregularidades identificadas durante auditoria governamental realizada na autarquia previdenciária relativa aos anos de 2013 e 2014. Ao todo, os valores das multas ultrapassam R$ 880 mil. Os ex-governadores Sérgio Cabral e Pezão e os ex-secretários Gustavo de Oliveira Barbosa, Sérgio Ruy Barbosa Martins e Renato Augusto Zagallo Villela dos Santos também tiveram o direito ao exercício de cargo em comissão ou função de confiança na administração pública estadual fluminense suspenso pelo

prazo de cinco anos. Conforme decisão, os então gestores contribuíram para que o Rioprevidência não adotasse parâmetros aderentes às normas atuariais para formulação do plano financeiro, fato que causou prejuízo ao erário. Também foi destacada a realização de operação de crédito em descumprimento à Resolução nº 43, de 2001, do Senado Federal, quanto à antecipação ou adiantamento de royalties e participações especiais que somente entrariam nos cofres públicos na gestão posterior. O trabalho de auditoria realizado pela Secretaria-Geral de Controle Externo do TCE fluminense apontou, ainda, que o patrimônio formado pelo Rioprevidência foi utilizado para desonerar o Estado de aportar recursos para cobertura do déficit financeiro dos exercícios de 2013 e 2014. Outro ponto registrado se deve ao atraso no repasse das contribuições previdenciárias. Por meio de acórdão, o TCE-RJ também recomendou ao atual governador fluminense Cláudio Castro o encaminhamento à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) projeto de lei complementar alterando a finalidade da vinculação dos recursos oriundos dos depósitos judiciais e extrajudiciais para recomposição dos fluxos de pagamento de benefícios previdenciários do Rioprevidência. NÚMEROS Segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito do Rioprevidência, instituída pela Alerj, que durante 21 meses investigou a situação da autarquia no

período de 10 anos, as irregularidades geraram um prejuízo superior a R$ 17 bilhões entre 2005 a 2015. As irregularidades incluem desde a ausência de repasses previstos por lei (contribuições dos segurados), a operações de crédito realizadas pelo Rioprevidência, em especial a operação de antecipação de royalties em 2014, conhecida

como Operação Delaware. De acordo com o relatório da CPI, estas operações financeiras não contaram com chancela de nenhuma autoridade federal sobre procedência e validade técnica. Ainda sobre a Operação Delaware, a CPI concluiu que há diversas garantias aos investidores e nenhuma proteção ao Estado e à autarquia, sendo a principal a entrega do controle de todos os royalties do Rio de Janeiro para uma empresa situada no paraíso fiscal de Delaware, a Rio OilFinance Trust. Um aditivo no contrato assinado em 2015, sem base técnica e legal, custou R$ 912 milhões. Novos aditivos vêm sendo assinados desde então, garantindo a drenagem de recursos da previdência para os investidores. Ao todo, por uma receita de R$ 10,3 bilhões, o Rioprevidência terá de pagar R$ 31,5 bilhões até 2028, valor que ainda pode ser elevado. O relatório final da CPI também considerou que, no período entre 2007 e 2018, houve prática de gestão temerária e fraudulenta à frente do governo do Rio de Janeiro e das secretarias de Estado de Fazenda, Planejamento e Gestão, e da direção executiva do Rioprevidência. O relatório final, aprovado

pela CPI no dia 11 de junho, ainda terá que ser apreciado pelo plenário da Alerj. CONDENAÇÕES No total foram nove condenados, sendo dois ex-governadores e três ex-secretários da Fazenda do Rio de Janeiro. Roberto Moisés dos Santos: diretor de Seguridade do Rioprevidência à época dos fatos. Multa: R$ 37.053. Luiz Fernando de Souza (Pezão): governador do Estado do Rio de Janeiro à época dos fatos. Multa: R$ 163.033,20. Francisco Pereira Iglesias: contador-Geral do Estado do Rio de Janeiro à época dos fatos. Multa: R$ 37.053,00. Gustavo de Oliveira Barbosa: diretor-presidente do Rioprevidência, secretário de Estado de Fazenda e presidente do Conselho de Administração do Rioprevidência à época dos fatos. Multa: R$ 163.033,20. Milton Gusmão do Nascimento: gerente de Controladoria do Rioprevidência à época dos fatos. Multa: R$ 37.053,00. Renato Augusto Zagallo Villela dos Santos: secretário de Fazenda no período compreendido entre 15/06/2010 e 22/07/2014. Multa: R$ 148.212,00. Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho: governador do Estado do Rio de Janeiro à época dos fatos. Multa: R$ 148.212,00. Sérgio Ruy Barbosa Guerra Martins: secretário de Fazenda e presidente do Conselho de Administração do Rioprevidência no período compreendido entre 22/07/2014 e 25/02/2015. Multa: R$ 148.212,00. Reges Moisés dos Santos: diretor-Presidente do Rioprevidência à época dos fatos.


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RIOPREVIDÊNCIA

Roberto Moisés afirma ter recorrido de multa

LILIAN TOURINHO/ALAGOAS PREVIDÊNCIA

Em nota de esclarecimento, ele também destaca não haver qualquer acusação contra ele de rombo

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or meio de sua Assessoria de Imprensa, o presidente do Alagoas Previdência, Roberto Moisés dos Santos, enviou a seguinte nota de esclarecimento cujo teor o EXTRA publica na íntegra: “Sobre a matéria do jornal Extra, esclareço que o TCE/RJ, em auditoria governamental de conformidade realizada no Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro, sob a forma de inspeção ordinária com relação ao ano de 2016, questionou que eu como Diretor de Seguridade, representante dos servidores na Diretoria, cujas competências são apenas de cuidar do atendimento e da concessão dos benefícios, no período de 2012, não elaborei estudo técnico para subsidiar a proposta de segregação de massa. Contudo, a Conselheira acolheu a minha defesa quanto ao questionamento sobre os subsídios para a segregação de massa aprovada pela Lei estadual n° 6338/2012, uma exigência do Órgão Regulador Federal, a União, sendo que quase todos os estados fizeram, observe: ‘Em suas razões de defesa, o responsável escla-

receu que a nota técnica em questão teve o intuito exclusivo de elucidar como seria realizada a segregação de massas no âmbito do RPPS do Estado do Rio de Janeiro, sem que houvesse necessidade da assinatura de um atuário para a sua elaboração. Alegou, ainda, que o Demonstrativo de Relatório de Avaliação Atuarial (DRAA), documento assinado por atuário responsável à época, foi analisado em conjunto com o ofício encaminhado pelo Rioprevidência ao Ministério da Previdência Social (MPS), pois, do contrário, aquele órgão federal não teria aprovado a segregação de massas.’ Desta forma, a Conselheira manifestou acolhimento parcial da minha defesa apresentada recomendando que fosse feito novo estudo técnico atuarial aos atuais dirigentes, veja a recomendação contida no item XIII.4 – Responsável: Diretor-Presidente do Rioprevidência, para que cumpra as seguintes DETERMINAÇÕES: ‘s) Proceder à revisão do projeto de segregação de massas do regime próprio de previdência social, materializado na Lei Estadual

no 6.338/12, utilizando- se para tanto de profissional qualificado (atuário), com vistas a identificar e corrigir as incorreções que levaram ao imediato colapso do sistema previdenciário fluminense, observandose os critérios estabelecidos na Portaria MF no 464/2018. (achado 10)’ Contudo, não condiz com a verdade dizer que receberei multa por rombo ou déficit, até porque não se tratava ali de rombo, mas de um posicionamento do TCE quanto a separação de Fundos de Natureza Previdenciária, tema que o Órgão Regulador à época aceitou e aprovou a proposta de segregação de massa e estabelecida pela Lei n°. 6338/2012. A segregação de massa foi implantada em quase todos os estados e municípios que possuem déficit atuarial, não havendo assim nenhuma irregularidade na constituição da segregação de massa. Da decisão parcial de multa quanto a não ‘elaboração de estudo técnico atuarial, com vistas a subsidiar a proposta de segregação de massas levada a efeito pelo Rioprevidência’, houve um equívoco de entendimento quanto ao estudo técni-

Roberto Moisés afirma ter havido equívoco e que recorrerá

co específico e o Relatório de Avaliação apresentado ao TCE na minha defesa a época não analisada, bem como quanto a não competência da Diretoria de Seguridade para subsidiar tais estudos atuariais. Isto já ficou pacífico quando da determinação no mesmo Acórdão, conforme citado acima. Deste modo, há um pedido de reconsidera-

ção do equívoco da multa que já se encontra em fase de revisão pelo TCE/RJ. Cabe ressaltar que não há nenhuma decisão de fraude ou rombo, nem de inabilitação em nenhum acórdão do TCE contra minha pessoa. Roberto Moisés dos Santos”


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NA BERLINDA

MPE e MPF investigam se danos em imóveis foram causados por explosões da Vale Verde Mineradora iniciou trabalho de extração de cobre na unidade Serrote, em Craíbas LUCIANO MILANO Especial para o Extra

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ois processos administrativos (Notícias de Fato) foram abertos pelo Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal para apurar denúncias feitas por moradores da cidade de Craíbas, região metropolitana de Arapiraca, contra a Mineradora Vale Verde (MVV). Segundo populares, explosões realizadas pela empresa para extração de cobre, na Unidade Serrote, têm provocado danos à estrutura física de imóveis e a morte de bezerros recém-nascidos. Moradores divulgaram, nos últimos dias, vídeos nas redes sociais nos últimos dias, mostrando dois animais sem vida, supostamente por conta da atividade da mineradora. O MPF informou, via assessoria, que o procedimento para apurar possíveis danos provocados pela atividade da empresa foi aberto em 29 de julho último. O prazo inicial para a resposta da MVV expirou e, no último dia 11 foi concedido mais 10 dias de prazo. Além disso, a MVV, finaliza o comunicado do MPF, tem que informar quais as providências que adotou/ou adotará quanto aos danos provocados nas estruturas das residências das localidades citadas. No MP estadual, o procedimento administrativo que apura a situação em Craíbas está sob o número 01.2021.00002642 e a investigação sob responsabilidade do promotor público Lucas Mascarenhas. “Tivemos conhecimento do problema por meio da imprensa, com denúncias feitas por moradores lá de Craíbas. Em seguida, o procedimento administrativo foi instaurado, nessa semana. Porém, como está em fase embrionária, ainda não

constam informações acerca do assunto. Alguns ofícios serão expedidos e, depois disso, faremos a colheita das informações. Como promotor, eu pretendo ir pessoalmente a Craíbas para conferir, in loco, a situação. De toda forma, o Ministério Público vai apurar eventuais danos ambientais no local”, declarou Mascarenhas por meio da Ascom do MPE. As informações que geraram a abertura do processo administrativo por parte do MPE, dão conta de que, entre outras coisas, as explosões para extração de cobre feitas pela Vale Verde no Povoado Lagoa do Mel, em Craíbas, têm sido feitas sem aviso prévio aos moradores da localidade e têm causado muito transtorno à população.

LEGISLAÇÃO GARANTE MAIOR CONTROLE O EXTRA ouviu a professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), geóloga e doutora em Geociências pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Rochana Andrade, sobre o assunto para saber se há, no trabalho de explosões para extração de cobre feito pela Mineradora Vale Verde, potencial de se repetir tragédias como a de Brumadinho, em Minas Gerais, ou da destruição de bairros como Pinheiro e adjacências, esta por conta das atividades da Braskem em Maceió. Porém, a pesquisadora e coordenadora do Laboratórios de Oceanografia Geológica da Ufal afirmou que os danos ambientais, naquele tipo de atividade da mineradora, vão sempre existir. “Para funcionar, uma empresa mineradora como a que tem atividades em Craíbas, no Agreste do estado, só atua

DIVULGAÇÃO

Explosões na Mina Serrote estão sob investigação

mediante licenças da Agência Nacional de Mineração (ANM) e, em Alagoas, órgãos como o Instituto do Meio Ambiente (IMA). Portanto, o controle para liberação desse tipo de trabalho é rígido, o que não vai impedir, é verdade, a existência de danos ambientais, porém que devem ser controlados por relatórios de impacto sobre a intervenção feita no meio ambiente”, explica Rochana Andrade. Ainda de acordo com a especialista, para que seja feita a exploração de uma pedreira há normas rígidas, como evacuação de pessoas do entorno do trabalho, assim como, também, controle não menos minucioso, diz a geóloga, feito pelo Exército Brasileiro. “Após a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, foi construída normatização para a atividade. Lá, ao contrário de Craíbas, tínhamos um lugar com vales rochosos e barragens. Também não se vê relação de causa e efeito entre a exploração de cobre e os danos causados por empresa em Maceió. Não faço, aqui, defesa de empresa alguma. O que sempre afirmo para meus alunos e colegas é que nosso trabalho é agir com parcimônia nas análises”,

afirma a doutora em Geociências. OUTRO LADO Também por meio de sua Assessoria de Comunicação, a MVV confirmou a notificação feita pelo MPF (até o fechamento desta edição não havia sido provocada pelo MPE) e disse que trabalha para esclarecer os questionamentos feitos pelo órgão. Acerca das explosões para extração de cobre, supostamente fora da regulamentação como evacuação de área e comunicado prévio à população do entorno, a mineradora afirmou que não há por que evacuar o local, tendo em vista que o trabalho é feito dentro da própria empresa e que “há todo um procedimento rigoroso de Segurança, o principal valor da MVV”. Ainda segundo a MVV, alarmes prévios informam sistematicamente sobre o desmonte de rochas antes de acontecer e todas as equipes ficam em alerta, também se utilizando uma faixa de rádio exclusiva para comunicação. “Além disso, um cerco de área de 500 metros não pode ser ultrapassado neste momento-chave da detonação, que tem

duração aproximada de cinco segundos. Vale salientar que os desmontes controlados da Mina Serrote utilizam emulsão bombeada como agente detonante e acessórios de alta tecnologia (como a espoleta eletrônica) que permitem essa execução com total segurança e controle. Por exemplo: se a inteligência artificial do sistema de detonação captar a umidade do local acima do recomendado para procedimentos desse tipo, o próprio sistema não permite a execução da tarefa”, detalha a mineradora. A MVV ainda explica que por ser a céu aberto, para que se alcance o minério, é necessária retirada de camadas de materiais diversos na superfície, tendo, como etapas, decapeamento (retirada de materiais de superfície), com o objetivo de lavrar o cobre. “Em seguida, ocorre o processo de desmonte, que é a detonação em si. E todas as 14 comunidades da área de influência direta da Mina Serrote têm conhecimento do horário e dia dos desmontes que ocorrem uma vez por semana, preferencialmente às quintas-feiras, ao meio-dia, com ampla divulgação e contato direto com as populações vizinhas”, concluiu.


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PLANO DIRETOR

Prefeitura de Maceió estimula participação democrática SECOM-MACEIÓ

Maceioenses podem conhecer, propor e eleger prioridades para os investimentos do Município nos próximos quatro anos ASSESSORIA

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articipação é democracia”. A frase é vista pelo internauta que acessar a plataforma digital da Prefeitura da capital que criou o portal interativo Participa Maceió. A iniciativa oferece a oportunidade de a população participar diretamente da elaboração do planejamento municipal, ao propor onde o dinheiro público deve ser aplicado nos próximos quatro anos. A plataforma está no ar desde o dia 26 de julho, no endereço eletrônico http:// participa.maceio.al.gov.br e será fechada no dia 25 de agosto. No site, os maceioenses vão interagir ao se inscrever, conhecer as propostas da Prefeitura, priorizar os investimentos mais importantes para a região onde moram e apresentar propostas caso não se sintam contemplados. Para fazer a inscrição basta fazer o login com o CPF e criar uma senha de acesso. “O que queremos é a contribuição da nossa gente para uma gestão de uma cidade melhor, mais inclusiva e preocupada com os problemas das comunidades. O portal foi criado para alcançar o maior número de cidadãos possível, de forma democrática e participativa”, enfatiza o prefeito JHC. O cidadão e a cidadã que acessar a plataforma vai observar que há um vídeo explicativo que demostra os passos de como interagir no

ambiente virtual. Na plataforma há abas que auxiliam os internautas como: Inscreva-se, Conheça, Priorize, Proponha, Resultado. Estes links são referentes aos passos interativos do site, que também possui na parte superior a Metodologia, as Regiões Administrativas (à esquerda há um mapa político de Maceió e no lado direito, a relação das oito Regiões Administrativas com seus respectivos bairros), Agenda e os Contatos com o endereço e telefones da Secretaria Municipal de Economia e da Secretaria Adjunta de Orçamento Municipal, responsáveis pela criação e organização da plataforma. “O Participa Maceió é um canal de interação da Prefeitura de forma direta com o nosso cidadão. Estamos implementando uma nova gestão do orçamento participativo e queremos saber o que as pessoas esperam da nossa gestão. A cidade que queremos será construída num esforço conjunto do poder público e a sociedade”, ressaltou o secretário de Economia, João Felipe Borges. O resultado das prioridades e propostas será divulgado no site no dia 20 de setembro. O processo não termina por aqui. No dia 30 de setembro será enviado para a Câmara de Vereadores de Maceió e, no dia 30 de dezembro, os vereadores vão votar o Plano Plurianual 2022-2025. A professora de inglês Amanda Nascimento apro-

Prefeito JHC enfatiza importância da participação popular SECOM-MACEIÓ

Plataforma pode ser acessada pelo PC ou celular SECOM-MACEIÓ

vou a iniciativa e sugeriu mudanças no acesso aos links. “Achei a iniciativa muito interessante, e em tempos de internet, onde tudo está ao alcance e constante vigilância da população, essa me pareceu uma iniciativa bem positiva. O layout do site é bem simples, as instruções estão ali para serem lidas. Também notei a tentativa de usar uma linguagem acessível, mas acredito que podem melhorar neste quesito. Espero que consigamos bons frutos”, avalia Amanda. Companheiro de Amanda, o também professor de inglês Bruno Rafael Silva acessou a plataforma e diz que a ideia de ouvir a população é positiva. “Achei a ideia e o site bem interessantes. O design é simples e funcional e demonstra funções parecidas e mais tradicionais com os sites comuns”, diz Bruno. A bibliotecária Lúcia Nascimento avaliou a iniciativa de forma positiva. “A ideia é boa, consultar a população”, revela Lúcia. O Plano Plurianual Participativo 2022-2025 obedece à Lei Orgânica do município de Maceió que estabelece o envio do projeto de lei para a apreciação dos vereadores até o dia 30 de setembro do primeiro ano do mandado do prefeito. A elaboração do Plano segue um modelo metodológico, cuja base tem alicerce em três pilares: a integração de todos os órgãos que compõem a estrutura da Prefeitura Municipal de Maceió, a participação social e a interatividade digital. São esses princípios que mobilizam os técnicos do município que fazem o levantamento de informações e dados estatísticos sobre a realidade econômica, social e ambiental de Maceió para orientar o planejamento estratégico e a execução das políticas públicas que estão sob a responsabilidade do Município.


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MUSEU DOS ESPORTES

Espaço criado por Lauthenay Perdigão vai continuar aberto ao público

Jornalista, ex-atleta e historiador faleceu em Maceió na última terça-feira

ARUIVO PESSOAL

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

L

authenay Perdigão nunca escondeu as dificuldades que enfrentava para manter o Museu Edvaldo Alves de Santa Rosa, dedicado ao ex-jogador Dida e já visitado por Zagallo, Nilton Santos, Valdir Espinosa e o próprio Pelé. Ele teve de colocar dinheiro do próprio bolso em algumas ocasiões para a manutenção das instalações e até vendeu uma camisa usada pelo Rei do Futebol na Copa do Mundo de 1958. Sua história em vida chegou ao fim na última terça-feira, 17, mas seu legado continuará vivo na memória esportiva estadual, garantem seus familiares e a própria Secretaria de Estado do Esporte, Lazer e Juventude (Selaj). Jornalista, historiador, ex-atleta do CSA e diretor do Museus dos Esportes, Lauthenay Perdigão faleceu em Maceió aos 86 anos. De acordo com a família, ele sofria de problemas cardíacos e estava internado desde o último dia 12 em um hospital da capital alagoana. “Ainda não sabemos como será feito, mas vamos manter o museu até em respeito ao meu avô. Como ainda é algo muito recente e ainda tem pandemia e outras coisas, não paramos para analisar como dar

Lauthenay com a clássica camisa do Rei do Futebol, leiloada para pagar despesas do museu

continuidade, mas queremos manter ele funcionando”, conta Marcela Perdigão, neta de Lauthenay. O museu sempre pertenceu a seu Lau, como era chamado carinhosamente por todos que o conheciam, sendo o espaço e a manutenção cedidos pela Selaj. O local permanece fechado ao público desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março do ano passado, e ainda sem previsão para reabrir. Lau notabilizou-se pela vasta coleção sobre a história do esporte alagoano e nacional, o que o levou a expor uma série de registros e verdadeiras relíquias, especialmente do futebol local, entre me-

dalhas, taças, fotografias e objetos referentes aos esportes. Tudo começou nos anos 40, quando Lauthenay foi ao mercado a pedido do pai. Na mercearia, viu um homem arrancando as páginas de uma revista para embrulhar alimentos. Quase como se tivesse presenciado um crime, resolveu salvar aquela edição da Sport Ilustrado, carioca, e começou a colecioná-la. Não pararia mais. Apesar de sua paixão, ele nem sempre dedicou 100% do seu tempo à coleção que deixou para as futuras gerações. Ao longo da vida, foi bancário de carreira durante 34 anos, sempre trabalhando no segundo horário. Pela

manhã, pesquisava; entre lanches, saía para acompanhar alguma história. No último horário, ainda dava conta do trabalho como radialista. Tudo isso com apoio da esposa, Maria Augusta. Daquele amor, nasceram filhas e netos. Do amor ao futebol é que se materializou o Museu dos Esportes. O quarto que mantinha em casa com faixas, fotografias, camisas, livros, anotações, jornais e mais materiais tornarase pequeno para o acervo, que em 1993 ganhou um espaço próprio no maior palco esportivo de Alagoas. Para se ter uma ideia do conteúdo, é preciso contar que Lauthenay fotografava

quinzenalmente a construção do Estádio Rei Pelé, entre os anos 1960 e 70. Em recentes entrevistas, ele sempre afirmou se arrepender de apenas um momento em toda sua carreira como colecionador. Em 2004, com infiltrações nas paredes, o Museu dos Esportes poderia não continuar. Era difícil manter o acervo e havia grande medo de que os materiais fossem perdidos. O jornalista procurou as autoridades do Estado, que prometeram ajudá-lo, mas ninguém chegou junto e ele precisou leiloar a camisa de Pelé da Copa de 1958. Ela foi leiloada na Inglaterra e tudo indicava que os custos da manutenção seriam sanados com tranquilidade. O problema é que não compensou. “Só ficaram R$ 52 mil para a manutenção do museu”. Da camisa, então, resta somente a foto pendurada na parede. Em casa com a família desde o início da pandemia, Lauthenay Perdigão não parou de pesquisar. Ele preparava e separava informações sobre o alagoano Dida, aquele que foi seu amigo e nomeia o Museu dos Esportes de Alagoas, para escrever mais um livro em parceria com o jornalista Mário Lima, um dos responsáveis pela sua biografia, mas o conteúdo não chegou a ser finalizado.


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JANE CIGANA

Internamento compulsório de umbandista foi motivado por interesse financeiro REDES SOCIAIS

Família e ex-companheiro podem ser enquadrados pela prática de sequestro, cárcere privado e intolerância religiosa tamarajornalista@gmail.com

indumentária de origem africana.

internamento compulsório da umbandista Jane de Nazaret Costa Magalhães num hospital psiquiátrico, em Maceió, pode ter sido motivado por interesse financeiro da família. Jane Cigana, como é conhecida pela comunidade tradicional de matriz africana de Alagoas e outros estados brasileiros, foi libertada na quinta-feira, 18, por determinação do juiz da 14ª Vara, Ygor Vieira de Figueirêdo, após uma representação da Comissão de Defesa da Promoção de Igualdade Social da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Alagoas. Em depoimento prestado ao juiz, no Fórum de Maceió, a umbandista declarou que ao chegar à residência dela, na Pitanguinha, se deparou com três homens desconhecidos que a aguardavam e a levaram à força para o hospital Ulisses Pernambucano. Além dela, a única pessoa que tinha a chave do imóvel era o filho mais novo. O caso aconteceu no dia 24 de julho e gerou revolta na sociedade após se descobrir que o internamento havia sido programado pela família com a participação do ex-companheiro de Jane, Maurício Marcelino dos Santos, que não aceitavam a opção religiosa da mesma. Jane Cigana tem 57 anos, dois irmãos e três filhos. Desde muito jovem assumiu sua crença religiosa e sempre teve a liberdade de ir e vir usando a

No início do caso, as pessoas acreditavam que a internação estivesse relacionada apenas à intolerância religiosa, crime previsto na Constituição Brasileira, mas comum no Brasil. Entretanto, na avaliação do presidente da Comissão da OAB, Alberto Jorge (Betinho), esse motivo foi usado como pano de fundo para justificar um crime igualmente grave cometido pelos envolvidos. O que estava em jogo, segundo o advogado, era a herança deixada pelo pai adotivo da umbandista, o dr. Meroveu Silva Costa, falecido no dia 16 de julho último e proprietário do primeiro laboratório clínico de Maceió, avaliada em R$ 13 milhões. “Causou estranheza que uma semana após a morte do pai, o Dr. Meroveu, Jane Cigana ter sido internada compulsoriamente num hospital para doentes psiquiátricos, sem que ela nunca tivesse apresentado problemas de saúde mental”, enfatizou o advogado. A situação de Jane Cigana foi denunciada à OAB pelo coordenador nacional do Movimento Caras Pintadas, Raudrin de Lima Silva. O documento enviado por Raudrim à OAB tem transcrições de áudios com os envolvidos e mensagens retiradas de contas das redes sociais que repudiam o aconteceu e definem o internamento de Jane Cigana como

TAMARA ALBUQUERQUE

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HERANÇA

Jane: internação à força após pai deixar herança ato monstruoso. No documento também se questiona o fato de que o internamento de Jane Cigana ocorreu no momento em que ela havia sido beneficiada pela herança do pai.

RECLUSÃO

No depoimento ao juiz, Jane demonstrou equilíbrio. Contou que foi sequestrada em casa e levada ao hospital psiquiátrico, onde permaneceu sem poder ter contato com nenhuma pessoa do seu convívio. Foram 20 dias reclusa, sem receber visitas. Na sexta-feira da semana passada (13), a Comissão da OAB se reuniu para avaliar o caso denunciado por Raudrin de Lima e a conclusão foi de que a umbandista estava sendo vítima de perseguição por causa da herança. A representação do Movimento Caras Pintadas foi, então, encaminhada à 14ª Vara Crimi-

nal que tem foco em crimes contra vulneráveis. Na quarta-feira (18) o Dr. Betinho fez a explanação do caso ao juiz, que determinou a liberdade de Jane Cigana. Neste momento descobriram que ela havia sido retirada do hospital e tinha destino ignorado. O juiz pediu apoio das autoridades da área de Segurança e Jane foi encontrada na casa do filho mais velho, no município de São Luís do Quitunde. “Ela estava em cárcere privado. Sem telefone para se comunicar com ninguém, sem poder sair”, explica o advogado. A Justiça determinou o comparecimento de Jane à 14ª Vara para audiência. Depois de ser ouvida, foi expedida determinação proibindo familiares de se aproximarem da vítima, sob pena de serem presos. Dr. Betinho afirma que houve neste caso pelo menos

três crimes: cárcere privado, intolerância religiosa e sequestro. Todos serão levados em consideração pelo Ministério Público, que será autor da ação e pode oferecer denúncia contra a família. O Hospital Ulisses Pernambucano também terá de explicar a internação de Jane Cigana, que nunca sequer fez uma consulta psiquiátrica e nem passou por avaliação médica. Além disso, o advogado iria à residência dela averiguar se houve destruição das imagens e outros elementos pertinentes à crença religiosa, como foi denunciado em representação do Movimento Caras Pintadas, caracterizando intolerância religiosa. A intolerância religiosa é um crime no Brasil, já que o artigo 5º da nossa Constituição prevê que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Entretanto, é comum os casos de preconceito e discriminação por causa da religiosidade e muitos casos chegam ao extremo.

OUTRO LADO O EXTRA tentou, sem sucesso, contato com familiares de Jane Cigana para que expusessem sua versão dos fatos. Conseguiu, apenas, informações de conhecidos de que a família estaria tentando preservar a umbandista de pessoas interessadas na herança que tem a receber. Tais pessoas estariam, inclusive, prometendo a Jane que ela seria candidata a vice-governadora na chapa de um senador alagoano nas eleições do próximo ano.


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BARRA DE SANTO ANTÔNIO

Prefeitura comemora Emancipação Pol obras essenciais e avanço nos indicado

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m dos mais jovens municípios de Alagoas, Barra de Santo Antônio completou 61 anos de Emancipação Política nesta sexta-feira, 20, tendo no comando uma mulher forte que, apesar dos desafios da pandemia e da escassez de recursos, comemorou a data com entrega de obras à população e melhoria dos indicadores socioeconômicos. A reconstrução do município é o grande desafio do governo da prefeita Lívia Carla (PTB), do vice Cléber Malta e sua equipe. Em oito meses de gestão e mesmo sem ter havido a transição entre os governos, a prefeita repassou na sextafeira aos habitantes e visitantes, já que o município tem o turismo como uma das alavancas da sua economia, oito equipamentos públicos que vão garantir mais qualidade de vida, além de obras reformadas. As áreas de infraestrutura, saúde e educação são devidamente tratadas como prioridade na nova Barra de Santo Antônio. A Prefeitura também está pagando em dia a folha salarial dos servidores e a expectativas é de que - até o final deste ano - as finanças municipais tenham alívio com os recursos recebidos em emendas parlamentares. Lívia Carla enfatiza o apoio que recebeu do deputado federal Nivaldo Albuquerque (PTB), que destinou R$ 3 milhões ao município, e do deputado estadual Antônio Albuquerque,

que também disponibilizou recursos da ordem de R$ 100 mil para a saúde. O município está em negociação com a BRK Ambiental para investir na renovação do saneamento básico e moderniza a iluminação pública com recursos próprios. Entram na lista de trabalhos realizados nos oito meses de gestão as ações ambientais, como a contenção da lagoa, e a extensão da oferta de água potável para comunidades carentes. A frota de veículos a serviço do município também foi recuperada. Na área de assistência social, uma ação necessária neste período pandêmico foi a distribuição de

mil cestas básicas e a retomada de programas em parceria com o governo estadual, como o CRIA, que foi ampliado, e a distribuição de mais de 3 mil kits alimentação para alunos no valor correspondente aos recursos destinados à merenda escolar. A Prefeitura reativou e ampliou o Programa do Leite para famílias carentes.


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olítica com entrega de ores socioeconômicos

EMANCIPAÇÃO A Barra de Santo Antônio foi desmembrada do município de São Luís do Quitunde. A data é comemorada em 20 de agosto e este ano foi marcada pela descentralização dos eventos para evitar aglomerações. Na cidade e povoados, a Prefeitura fez uma programação diversificada, culminando com uma live onde os artistas da terra foram a maior atração. Foram inaugurados na sexta-feira o Núcleo Referencial de Assistência e Saúde, Ambulatório Odontológico, concretizada a entrega de uma ambulância para a área da saúde, a restauração do Cruzeiro, que é um dos pontos turísticos centenários da cidade, a restauração da Praça Padre Cícero, localizada na entrada do município, a restauração da Praça de Santa Luzia, entrega de totem na Ilha da Crôa, implantação de um laboratório de robótica e de uma Rede de Frios – Vacinando para a Vida (para conservação de imunizantes), entrega das reformas no prédio do CREAS, e a reforma e regulamentação do Centro Municipal de Educação Infantil Vera Lúcia Chagas (CMEI). Esta última obra recebeu atenção especial da prefeita Lívia Carla e vai funcionar com capacidade para atender a 300 crianças. O CMEI foi criado em 2018, mas não existia oficialmente para que pudesse receber recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A prefeita Lívia Carla, junto com a equipe da Educação, fez a ata de constituição do caixa escolar, criou o estatuto da escola, garantindo assim que, a partir de 2022, o CMEI possa pela primeira vez, receber recurso federal do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). As aulas na rede municipal da Barra de Santo Antônio serão retomadas no dia 31 deste mês no modelo híbrido e os alunos vão encontrar as escolas reformadas ou em obras porque o trabalho de melhoria da estrutura será estendido a todas unidades.

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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - O senador Renan Calheiros defendeu a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para depor ao colegiado e chamou de “ridículo” o desempenho do general.

Renan Calheiros, o relator

O

senador Renan Calheiros mais uma vez assume a condição de protagonista no Congresso Nacional, após algum tempo submerso desse papel, desde sua derrota na disputa para a presidência da casa, há dois anos. Hoje sua figura contraditória é a mais comentada na imprensa do país, superando os presidentes da Câmara e Senado. O senador alagoano de Murici nasceu predestinado ao sucesso na política. Por onde passou, desde deputado estadual, federal, ministro e no longo período que reina no Congresso Nacional, seu papel sempre está no topo. Renan, além de exímio articulador, tem um domínio da pauta política como poucos da história política contemporânea. Amado e odiado na mesma proporção, segue em frente colecionando mais vitórias do que derrotas.

A volta com a CPI

Após seu período “sabático” emergiu como relator da CPI da Pandemia para desgraça do presidente da República e sua camarilha apodrecida de acusações em todas as vertentes do crime. No seu estilo clássico de bater sem pena, tem liderado todos os lances da CPI, conduzindo o colegiado a desvendar uma avalanche de falcatruas, praticadas por integrantes do governo e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Os trabalhos da comissão vão se aprofundando e a cada lance aparecem novos indícios de fraudes, corrupção e crimes de responsabilidade. Segundo fontes da própria CPI, as provas colhidas já caberiam um processo de impeachment para deixar vago o Palácio do Planalto, mas o relator continua garimpando fatos e atos para o seu veredito, que é aguardado por uma nação indignada e que já perdeu.

Relatório quase pronto

A proporção que as atividades da comissão vão caminhando, o relator vem preparando o seu relatório, que segundo informações já está com mais de mil páginas, dividido por fatos e depoimentos colhidos e investigados. E o próprio Renan Calheiros diz: “Vamos trabalhar para tentar apresentar o parecer final na segunda quinzena de setembro. Eu não sei se conseguiremos, mas eu vou efetivamente me dedicar a isso”. No relatório preliminar que está sendo redigido e que tive conhecimento de parte, há muita gente às quais estão imputados crimes como, charlatanismo, prevaricação, advocacia administrativa, atuação contra a ordem sanitária e corrupção.

AGÊNCIA SENADO

O papel da CPI

Não caberá aos membros da comissão punir os crimes apontados, nem tampouco ao relator. Aprovado o relatório com indiciamento daqueles que praticaram os mais variados crimes contra o povo brasileiro, esses deverão ser denunciados pelo Ministério Público e condenados pelo Judiciário, que não poderão virar as costas para a barbárie que contabiliza quase 600 mil mortes, por negligência, negacionismo e genocídio.

Procuradora “cientista”

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, ao Supremo Tribunal Federal (STF), argumentos colocando em dúvida a eficácia do uso de máscaras contra a covid-19, e defendendo um suposto direito do presidente Jair Bolsonaro de comparecer em eventos públicos sem a proteção. “Nesse contexto de incerteza sobre o grau de eficácia do equipamento, embora seja recomendável e prudente que se exija da população o uso de máscara de proteção facial”, escreveu a subprocuradora-geral Lindôra Araújo, Para a PGR, o presidente não cometeu nenhum ilícito durante a viagem. As aglomerações geradas durante o evento presidencial não teriam a ver com o presidente. Aí o gado segue...

AGÊNCIA CÂMARA

Assunto encerrado

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, interrompeu um repórter ao ser questionado sobre o apoio do presidente Jair Bolsonaro à chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do “voto impresso”. Lira respondeu que o assunto está “encerrado”. “Não vou tratar desse assunto porque esse assunto já está encerrado no Congresso”. Está correto Arthur Lira.

Capacitando desde o início

A Câmara dos Deputados aprovou esta semana Medida Provisória que determina que os órgãos e as entidades públicas deverão incluir em seus planos de capacitação ações para habilitar seus servidores a ocuparem cargos em comissão e aprovados em concurso. Aqui em Alagoas essa prática de preparação de servidores oriundos de concursos públicos ou cargos de comissão já foi implementada pelo Instituto Cidadão, instituição especializada em formação de agentes públicos e tem sido aplicada com sucesso na administração. O programa torna possível que o servidor, ao ingressar no serviço público, tenha conhecimento das atribuições de seu cargo, deveres e direitos e receber um farto manancial de informações para o desenvolvimento de suas funções na administração.

Não para

Governador Renan Filho tem tido uma atuação impecável nesses tempos de pandemia. Não se descuida um momento de suas bases sólidas implantadas na saúde alagoana não deixando faltar. O contato com Brasília é permanente em busca de mais vacinas e insumos. Esta semana, quando o país inteiro reclamava a falta de seringas e as vacinações paravam, por aqui não faltou nada, sem depender do Ministério da Saúde. Ontem, em Palmeira dos Índios, o governador deu início à construção de um grande hospital, para atender a região Agreste. Aqui é assim, vão bem a saúde, a educação e as estradas para o povo viajar e escoar a produção. Quando se quer, se faz.

PÍLULAS DO PEDRO Na disputa para a OAB aparece o nome com força e apoios para ocupar o cargo de presidente. Vagner Paes. Avaliação do secretário Alexandre Ayres está nas alturas. Não adianta discurso vazio para tentar desconstruir seu trabalho.


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Por incompetência, a matança continua

ELIAS FRAGOSO n Economista

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inaceitável que o governo brasileiro não divulgue os dados sobre reinfecção, internação e morte entre os já vacinados. Esses dados são fornecidos por lei à Anvisa e lá estão “entocados”. Em 15 dias, é o segundo artigo que escrevo alertando para o problema. Aliás, coisa rotineira deste governo federal nesta pandemia, seguida à risca por governos estaduais e prefeituras. O problema é que pessoas, em especial com mais de 80 anos ou com comorbi-

dades cujas validades das vacinas estão vencendo, estão morrendo ou ameaçadas de morte. Simples assim. Nesta quarta, pressionado, o ministro da Saúde teve o desplante de insinuar que terminará a vacinação dos mais jovens e depois, “com mais vacinas”, vai analisar como fazer com milhões de pessoas que estão ou irão ficar expostas ao vírus até lá. Se nada for feito de imediato, teremos um grave problema a enfrentar, logo, logo. Governadores e prefeitos? Entocados, fogem do tema como o diabo da cruz, especialmente agora em vésperas de eleição, quando deram uma polida em suas desgastadas imagens ao resolverem, sabe-se lá por que, promoverem um liberou geral muito antes do tempo e desmobilizarem as estruturas de saúde para atendimento dos pacientes com covid. E isso quando ainda morrem todo dia quase mil pessoas. O segundo maior número de mortes do mundo!

Caolhos, fingem não enxergar que esse liberou geral, a baixa taxa de vacinação, a expansão da variável Delta e a perda de efeito dos imunizantes nas pessoas vacinadas há mais de 6 meses é causa direta do absurdo número de mortes não se reduzir mais rapidamente. A persistirem com essas insanas decisões, tá na cara que vai dar problema. A matança do gado vai continuar. Só não enxerga quem não quer. Enganosamente, os números brutos divulgados a cada dia criam um clima de que a pandemia está “sob controle”. Não está. E prova disso, são os países desenvolvidos, que promoveram aberturas após vacinar a população e acharem que estava tudo bem, e agora começam a tomar medidas restritivas. O Rio (vai acontecer Brasil afora, se nada for feito a tempo) é um indicativo. Com apenas 50% da população vacinada com a primeira dose e 28% com as duas e o número de leitos de covid ocu-

pados caindo para 52%, no final de julho se encontrava em plena etapa do liberou geral. O que aconteceu? Apenas nas três primeiras semanas de agosto a ocupação dos leitos saltou para 71%, com aumento nas internações em todas as faixas. E o dado que mais chama atenção é que o número de pessoas com mais de 80 anos (com vacinação completa) internadas alcançou o maior patamar desde o início da pandemia! O professor Leonardo Bastos da UFRJ lembra que vacinas não são 100% efetivas, e avisa: “Há perda de imunidade das vacinas nas pessoas que tomaram 2 doses há mais de 6 meses, e se isso for de fato constatado, teremos que voltar a vacinar o pessoal mais velho, não tem jeito”. Quando isso vai acontecer? Quando esses incompetentes disfarçados de políticos e governantes irão agir em beneficio das milhões de pessoas já ameaçadas novamente?

Caolhos, fingem não enxergar que esse liberou geral, a baixa taxa de vacinação, a expansão da variável Delta e a perda de efeito dos imunizantes nas pessoas vacinadas há mais de 6 meses é causa direta do absurdo número de mortes não se reduzir mais rapidamente.


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Esquinas da vida

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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sta história precisa ser contada com muita tranquilidade. Meus leitores vão achar interessante como a vida (o caminho que nós percorremos na terra) é cheia de altos e baixos. Conheci, desde pequena, um homem pobre, criado por três mulheres, uma dona de casa e duas operárias, que venceu na vida através de estudos e concursos. Pois bem, este homem quase passou fome, vendeu tapioca para ajudar a mãe e fez o curso primário, de favor, numa escola particular, onde sofreu muita humilhação. Quando não era exigido diploma para fazer concurso público, trabalhou no

Estado e chegou a fiscal do IAPI, depois INSS, hoje auditor fiscal da Receita Federal. Morreu relativamente cedo, aos 67 anos. Ouvia muito falar nos homens ricos de Maceió, mas nunca cheguei perto de nenhum. Um deles, possuidor de um enorme patrimônio, era famoso empresário nas Alagoas e em outros estados. Teve vários filhos, foi casado mais de uma vez, e finalmente, entrou na política. Procurado, bajulado por candidatos interesseiros, usou parte de sua fortuna para financiar políticos mal intencionados. Não diria que ficou pobre, mas foi interditado pelos filhos, segundo a imprensa, e morreu amparado por familiares, entretanto esquecido pelos falsos amigos. Pois bem, esses dois homens se encontraram em determinada fase da vida. O empresário devia muito à Previdência e chamou particularmente o fiscal do IAPI para fazer um estudo de suas dívidas e apresentar uma solução. O inocente servidor público trabalhou por vários dias em sua residência, analisou o caso e apresentou ao moço rico várias soluções que deveriam ser pagas num longo prazo, dentro dos ditames legais. Vaidoso, o empresário recebeu as

A natureza do mal

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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erça-feira da semana passada, o senhor Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI e crítico cáustico do presidente Bolsonaro, referiu-se a um livro sob o título “A natureza do Mal”, que atribuiu a Hannah Arendt, escritora judia alemã do pós-guerra. Não conheço essa obra mencionada por ele, mas tenho em minha

estante “As origens do totalitarismo” da autora referida, na qual examina o antissemitismo, o imperialismo e o totalitarismo. Talvez o senador tenha confundido, ou sua referência àquele título tenha sido produzido pelo que se chama “ato falho”, isto é, estava em seu subconsciente considerar o mal o totalitarismo pretendido pelo presidente da República. E é verdade esse raciocínio pois a autora, já no prefácio da primeira edição, referiu que nos “estágios finais do totalitarismo surge um mal absoluto”. Acrescenta que dito mal é absoluto porque não pode ser atribuído a “motivos humanamente compreensíveis”. Naquele prefácio, Hannah ainda observa, com exemplo no nazismo e no socialismo de Stalin, que o totalitarismo mina a essência do homem por onde quer que tenha vicejado. Bolsonaro é um governante de

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propostas, examinou-as e disse: “Gostei do que você fez, mas não vou pagar nada. Você fez apenas sua obrigação”! Decepcionado, o servidor público chegou em casa, triste, contando à família a humilhação por que passou. O moço rico contava rindo para os amigos a judiação cometida ao infeliz fiscal do IAPI. Os anos foram passando, eu fui crescendo e acompanhando a vida do homem mais rico das Alagoas pela imprensa. Aqui, acolá, ele fazia uma maldade com pessoas que dele se aproximavam. Conheci um economista que trabalhou para ele em São Paulo e em Maceió, foi demitido injustamente e, desgostoso, morreu entregue à bebida. A política, vingativa como ela só, acabou com o moço vaidoso que pensava ter muitos amigos. Enquanto isso, o homem pobre continuou trabalhando, fazendo o bem a quem podia, orientando a quem o procurava dentro de seus direitos, para se aposentar pelo INSS. Até pessoas bem simples, pedintes, foram aposentados legalmente. Ensinou a várias pessoas que queriam prestar concurso público, criou seus filhos com muita sabedoria, mas

intenções totalitárias, como já tem demonstrado em inúmeras manifestações, seja no seu “cercadinho” ou via mídia eletrônica. Tais pendores têm ficado cada vez mais dominantes em sua personalidade, a tal ponto de despudoradamente pregar a invalidade das eleições futuras se o TSE não adotar o voto escrito, como ele quer. E vai além: desde já decreta não haverá eleições se sua vontade não for satisfeita. Ao par disso, no melhor Hannah Arendt, mina a essência das pessoas, induzindo -as ao erro através de exageros e até inverdades. Outra faceta é o seu comportamento vitimológico. Todos estão contra ele, o único a saber o verdadeiro caminho da salvação! Adotou, nessa pandemia, atitudes humanamente incompreensíveis, tais como negar a solução da vacina contra a covid, recursar-se em

infelizmente morreu cedo. No seu enterro, apareceram várias pessoas para agradecer o que dele tinham recebido. Além de tantos elogios e agradecimentos, deixou para a filha mais nova uma gorda pensão que já dura 30 anos, além de mais de dois milhões de atrasados recebidos nesse espaço de tempo, através de ações judiciais. O empresário rico foi gastando seu dinheiro com políticos gananciosos e, bem idoso, não podia dispor da parte da sua fortuna por ordens judiciais. Morreu quase no ostracismo, arrodeado por poucos familiares e amigos. Deixou como herança um patrimônio intocável. Vejam leitores como é interessante a vida: um homem pobre, servidor público, deixou de herança uma alta pensão, além de boas quantias concedidas pela Justiça; um homem rico deixou um legado de muitos bens, mas totalmente comprometidos por ações judiciais. Como explicar tudo isso? Só Deus para esclarecer o que aconteceu com os dois homens. O tempo é senhor da razão. Deus existe! Não duvidem!

um primeiro momento à compra das mesmas, produzir frases de efeito negativista como proclamar que a covid é apenas uma gripezinha e que muitos morrerão atacados por esse vírus, o que considera doentiamente normal, pois todos morreremos um dia. Herético, se compara humildemente ao Messias, pois embora sendo Messias não tem o dom de salvar ninguém. Outro dia, um amigo seguidor do bolsonarismo difundiu mensagem recebida de outrem na qual se observava com admiração a coincidência de o nome do líder Jair começa com o “J” de João Batista, de São José e de Jesus. Incomoda também saber que tantos amigos, inteligentes e preparados nos estudos, estejam naquela massa de pessoas cuja essência parece ter sido aniquilada pelos pensamentos negativistas do presidente.

Procurado, bajulado por candidatos interesseiros, usou parte de sua fortuna para financiar políticos mal intencionados. Não diria que ficou pobre, mas foi interditado pelos filhos, segundo a imprensa, e morreu amparado por familiares, entretanto esquecido pelos falsos amigos.

Todos estão contra ele, o único a saber o verdadeiro caminho da salvação! Adotou, nessa pandemia, atitudes humanamente incompreensíveis, tais como negar a solução da vacina contra a covid.


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Cão que ladra não morde

JORGE OLIVEIRA

n Jornalista, cineasta e escritor narapiraca@yahoo.com Instagram: jorgeoliveira217

Cascais, Portugal - Quem assiste a essa desordem institucional no Brasil fica com a impressão de que o país entrou em parafuso, num caos administrativo que beira a imoralidade. A hierarquia e o respeito pelas instituições estão na lama, onde chafurdam políticos e ministros na pocilga do Palácio do Planalto, hospedeiro de um presidente mentiroso que cria fake news todos os dias para esconder a incompetência administrativa. Como não bastasse todo esse descalabro da banalização do poder Executivo, vê-se o Congresso Nacional de quatro, uma Câmara dos Deputados desmoralizada a serviço do fisiologismo e da indecên-

cia desse governo. Na outra ponta, os seguidores do genocida projetam agora um 7 de Setembro de baderna e desordem sob os olhares complacentes das Forças Armadas que se amesquinham diante de um psicopata degenerado que quer ver o circo pegar fogo. O Brasil adoeceu gravemente, está na UTI e dela ninguém sabe quando vai sair. A julgar pela falta de bom senso e pelo tumulto gerado pelos fascistas que aplaudem a desordem e a anarquia, certamente ninguém vai sair inteiro dessa baderna. Com o desemprego batendo à porta do trabalhador desesperado, a inflação em alta e a paralisação das obras de infraestrutura estamos a caminho do fundamentalismo talibanês, onde o caos se generalizou. Se o genocida pensa em golpe militar, repito, pode tirar o cavalinho da chuva, pois, asseguro, nenhuma potência externa vai apoiá-lo. O discurso de Joe Biden sobre a retomada do poder no Afeganistão deixa claro que os Estados Unidos não querem mais se envolver em aventuras de intervenções militares

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nos países dos outros, depois dos vinte anos de guerra fracassada em Cabul, onde foram jogados trilhões de dólares. A imagem do helicóptero esvaziando a embaixada dos EUA nos remete a Saigon no final da década de 1960 quando os diplomatas fugiram com o rabinho entre as pernas com a chegada dos vietnamitas que entraram na cidade com gosto de sangue na boca. Ora, sabemos todos que sem o apoio dos Estados Unidos os militares brasileiros – que conspiravam com a CIA para derrubar o governo constitucional de João Goulart – jamais teriam logrado êxito. E naquela época existia uma aliança forte comercial e militar do Brasil com o EUA, que o general Geisel, o penúltimo presidente militar, explodiria depois com assinatura do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha. O desavisado Bolsonaro e seus asseclas militares ainda pensam como estivessem em 1964, quando o general Mourão desceu com a frota de Minas até o Rio de Janeiro para tomar o poder sem disparar um tiro sequer. Ganhou no bafo. Agora, os militares brasi-

leiros retroagem a quarenta e sete anos atrás, quase meio século depois. Querem, novamente, se plantar no poder aproveitando-se da democracia que muitos brasileiros lutaram e morreram para conquistá-la para que todos respirássemos um país livre e soberano. Querem, inclusive, se aproveitar do vacilo de um eleitorado que disse “não” à corrupção, mas caiu na armadilha de eleger um psicopata que nas luas cheias urra com sede de sangue. Sangue que ele não conseguiu derramar quando pensou em jogar uma bomba no Rio de Janeiro ou matar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e “mais uns trinta mil seguidores políticos”. É cultural, está arraigado na sua personalidade doentia, a violência e a admiração pela tortura. Portanto, o brasileiro não pode se enganar: para esconder os podres da família, o Bolsonaro é capaz de tudo porque sabe que a Justiça está no seu calcanhar e no dos seus filhos, vigaristas com cara de padrecos. Como cão que ladra não morde, podemos e devemos ainda dormir tranquilos.

Agora, os militares brasileiros retroagem a quarenta e sete anos atrás, quase meio século depois. Querem, novamente, se plantar no poder aproveitando-se da democracia que muitos brasileiros lutaram e morreram para conquistá-la para que todos respirássemos um país livre e soberano.


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A nova revolta da vacina ANDRÉ NORONHA nAdvogado

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m tema bastante polêmico atualmente é sobre a eficácia das vacinas contra a covid-19. Além de todos os informativos divulgados pelos órgãos de saúde e matérias jornalísticas, hoje, aparentemente o assunto é pauta “obrigatória” em reuniões familiares e bate-papos entre amigos, rendendo apelidos, como por exemplo, como o de “sommelier de vacina” àqueles que se propõem a pesquisar sobre a eficácia de cada uma antes da escolha. As discussões se assemelham àquelas já vividas por nossos ancestrais, ali no começo do século XX, quando surge um movimento no Congresso para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação contra varíola, que naquela época foi bastante rejeitada, afinal, consistia no líquido de pústulas de vacas doentes, e por isso, corria o boato de que quem se vacinava ficava com feições bovinas (qualquer semelhança com a história do jacaré é mera coincidência). A ideia do governo, na época, de que apenas os indivíduos que comprovassem ser vacinados conseguiriam contratos de trabalho, matrículas em escolas, certidões de casamento, autorização para viagens etc., levada ao status de lei, foi o catalisador da co-

nhecida “Revolta da Vacina”. Brincadeiras à parte, o tema é bastante sério, de um lado temos liberdades individuais que asseguram nossa soberania sobre nosso próprio corpo e, por outro lado, existe um interesse coletivo, qual seja, o direito à saúde coletiva. O embate entre defensores de cada lado segue ferrenho, cada um traz argumentos interessantes para justificar suas convicções, todavia, prevalece no Poder Judiciário a tese de supremacia do direito coletivo sobre o direito individual, destaco aqui o impactante trecho do voto da ministra Carmén Lúcia no julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 6586 e 6587 e do Agravo em Recurso Extraordinário (ARE) 1267879 (em que se discute o direito à recusa à imunização por convicções filosóficas ou religiosas) - “A Constituição não garante liberdades às pessoas para que elas sejam soberanamente egoístas”. Ressalte-se que para o STF é vedada a vacinação forçada, sendo permitida, todavia, medidas baseadas na restrição de atividades. Com base nesse suporte jurisprudencial, diversos governos, estaduais e municipais, passaram a exigir a imunização de seus servidores. Em Alagoas, apesar de ainda não haver disposição expressa neste sentido, a Procuradoria Geral do Estado exarou despacho, no dia 17/06/2021, entendendo que os servidores públicos do Estado que se recusarem a to-

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mar a vacina contra a covid-19 poderão ter o ingresso restringido às repartições públicas em que trabalham, o que, consequentemente, impede a frequência e o exercício do cargo que ocupam, o que resulta em consequências financeiras e sujeição a processo administrativo disciplinar. Este entendimento foi também recomendado pelo MP-AL ao governo do Estado e a todos os prefeitos dos 102 municípios alagoanos. Ocorre que, tanto o Estado de Alagoas quanto a Prefeitura de Maceió, preveem pena de demissão pela falta ao serviço sem causa justificada, por 30 (trinta) dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses. Já no setor privado, as normas trabalhistas impõem ao empregador o dever de zelar pelo ambiente de trabalho e reduzir potencialmente os riscos de contato de seus empregados com agentes insalubres e periculosos e ao empregado o dever de colaboração e observância às normas de segurança e medicina do trabalho. Por isso, nesse contexto, entende-se que a recusa injustificada do empregado à vacinação pode caracterizar ato faltoso. Assim entendeu o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, no primeiro julgamento sobre o tema em 2ª instância, confirmando a demissão por justa causa de uma auxiliar de limpeza de um hospital que se recusou a tomar a vacina. Ressalto que, apesar de ser possível, tanto no setor público

como no privado, a demissão como punição àquele que recusar a vacina contra a covid-19, a medida não deve ser adotada de forma desarrazoada, existem condições pessoais de saúde que podem justificar a recusa (para o Ministério Público do Trabalho alegações de convicção religiosa, filosófica ou política não são justificativas válidas), Sendo assim, no setor público é indispensável a instauração de Processo Administrativo Disciplinar, garantido o direito ao contraditório e ampla defesa. Já no setor privado, recomenda-se que as empresas façam campanhas de conscientização e, antes de aplicarem a pena máxima de demissão por justa causa, verifiquem a possibilidade de trabalho remoto, e na sua impossibilidade, procedam com advertência e suspensão do empregado antes da dispensa. Além da possibilidade de aplicação de sanções no âmbito trabalhista, é possível, com base nos recentes entendimentos do Poder Judiciário, que em breve as pessoas que se recusarem a vacinação sofram punições também no âmbito civil, como por exemplo: restrições a viagens, acesso a shows, bares e restaurantes. Portanto, é de se notar que a revolta da vacina não enterrou os debates sobre os limites do Estado na adoção de medidas restritivas contra quem recusa vacina, tais precedentes judiciais trazem bastante pano para manga. Seguimos atentos às obras desse museu de grandes novi-

Em Alagoas, apesar de ainda não haver disposição expressa neste sentido, a Procuradoria Geral do Estado exarou despacho, no dia 17/06/2021, entendendo que os servidores públicos do Estado que se recusarem a tomar a vacina contra a covid-19 poderão ter o ingresso restringido às repartições públicas em que trabalham.


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ECONOMIA EM PAUTA FOTOS PÚBLICAS/GOVESP

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

MARCELO CAMARGO/EBC/FOTOS PÚBLICAS JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Vacina e demissão

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om o avanço da vacinação contra a covid-19, muitas empresas em Alagoas estão exigindo que os empregados apresentem o cartão de vacinação. Mas afinal, as empresas podem fazer isso? Ao EXTRA, o advogado trabalhista Filipe Bastos afirmou que as empresas são responsáveis por garantir a saúde e segurança de seus colaboradores dentro do ambiente corporativo, portanto, podem exigir o cartão de vacinação e os empregados - que não se vacinarem - podem ser demitidos por justa causa. O especialista tem como base um caso do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo que decidiu que uma empresa poderia demitir o funcionário que se recusou a tomar a vacina contra a covid.

Lucro compartilhado O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) decidiu esta semana que R$ 8,13 bilhões dos R$ 8,5 bilhões recebidos pelo fundo em lucros serão divididos entre os trabalhadores. O dinheiro não vai diretamente para o bolso, e sim para a conta da pessoa no FGTS. A Caixa Econômica Federal informou que os depósitos nas contas do FGTS serão realizados até o dia 31 de agosto e, para ter direito, o trabalhador vinculado ao FGTS precisa ter mantido saldo positivo na conta até 31 de dezembro do ano passado.

Microempreendedor individual O plenário do Senado aprovou na última semana um projeto de lei complementar (PLP 108/2021) que aumenta para R$ 130 mil a receita bruta anual permitida para o enquadramento como microempreendedor individual (MEI). Atualmente, o limite de faturamento do MEI é de até R$ 81 mil. O texto segue agora para análise da Câmara dos Deputados. A proposta amplia de um para dois o número de empregados que podem ser contratados pelo microempreendedor. Os funcionários podem receber, no máximo, um salário mínimo ou o piso salarial da respectiva categoria profissional.

Mais um aumento na conta de luz

Cálculos preliminares da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que as tarifas de energia podem subir, em média, 16,68% no ano que vem, principalmente por conta da crise hídrica que o País enfrenta, a pior nos últimos 91 anos. A estimativa foi apresentada pelo superintendente de Gestão Tarifária da agência reguladora, Davi Antunes Lima, na segundafeira, 16, em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara. MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO


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SAÚDE

Santa Casa de Maceió inaugura Serviço de Neurofisiologia Hospital concentra importantes exames para o diagnóstico de doenças neurológicas

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radição e grife”. Para o neurocirurgião Aldo Calaça, coordenador do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia da Santa Casa de Maceió, estas são as palavras que melhor definem o trabalho da especialidade executado no hospital alagoano desde 1972. Em 2021, o Serviço de Neurofisiologia foi implantado, reforçando o trabalho desenvolvido na instituição. “O objetivo era oferecer tudo o que um paciente com problemas no sistema nervoso pudesse necessitar. Assim, inauguramos o primeiro Serviço em Alagoas que atua de forma integrada com o Serviço de Neurologia e Neurocirurgia hospitalar. Nele, ofertamos exames que são muito importantes para o diagnóstico de doenças do sistema nervoso central e sistema periférico com a avaliação da condução nervosa, do impulso elétrico que transita na medula espinhal, no tronco cerebral, nos nervos cranianos e nervos espinhais”, destacou Calaça. Com a eletroneuromiografia, por exemplo, é possível o diagnóstico de doenças degenerativas, tumorais, distúrbios metabólicos, e de compressão mecânica. “Um diagnóstico clínico completo, primeiro, se faz através do exame neurológico, depois com exames de imagem e, também, neurofisiológicos. Ou seja, por meio de um completo, o hospital consegue fazer o diagnóstico topográfico, nosológico e eteológico

Novo serviço oferece mais segurança e comodidade a médicos e pacientes

da doença. Essas ferramentas ofertam um tratamento mais adequado e seguro para o nosso paciente”, disse o especialista. Na Santa Casa de Maceió, a neurofisiologia também realiza a monitorização das atividades cerebrais durante a cirurgia. “Se, por exemplo, estivermos operando perto de um nervo craniano em uma área eloquente, a monitorização nos diz até

onde podemos ir sem causar nenhuma lesão no sistema nervoso. Assim, quando o neurofisiologista nos dá o alerta, paramos e reprogramamos a estratégia cirúrgica”, disse o especialista. Além de sete neurocirurgiões, quatro neurologistas clínicos e dois neurofisiologistas, o complexo hospitalar dispõe de ambulatório, exames complementares laboratoriais, de imagem e

neurofisiologia, além de internação e a realização de procedimentos cirúrgicos. Para fechar o ciclo na estrutura do hospital, o paciente também recebe assistência no pós-operatório e no pós -alta hospitalar. No novo Serviço, os neurofisiologistas Fábio Duarte e Thaysa Fernanda abriram agenda para atendimento dois dias por semana. Atualmente, ele está direcionado

para os pacientes da saúde suplementar. “É um ganho para os profissionais que hoje podem contar com a realização dos exames dentro da instituição. Também para os pacientes, que terão mais comodidade e qualidade no atendimento, e para seus familiares, pois não precisam ficar buscando alternativas em outros locais”, disse o neurofisiologista Fábio Duarte.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Sistemas de assistência podem deteriorar-se com o tempo

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tilização dos sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS, na sigla em inglês) tem atraído bastante atenção nos últimos anos e contribuído para evitar distrações e acidentes pequenos ou mesmo fatais. Afinal, os recursos são muito úteis e compõem uma lista extensa de cerca de 40 itens. Só para recordar alguns: permanência em faixas de rolamento, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, detecção de pedestres e ciclistas, sensor de ponto cego, detectores de sonolência, pressão e temperatura dos pneus, assistente em cruzamentos, câmeras de visão em 360 graus, reconhecimento de sinais de trânsito e por aí vai. Vários deles são obrigatórios ou se tornarão um dia. No entanto, cabe a pergunta: os dispositivos são seguros a longo prazo? Pode ser que não. O Laboratório Britânico de Pesquisas em Transportes (TRL, em inglês) e a Organização de Inspeções Técnicas (TÜV, em alemão) de Rheinland, Alemanha acabam de divulgar um relatório apontando que, até 2029, podem ocorrer mais de 790.000 eventos de risco por ano em estradas dos países da União Europeia (UE) causados pelo desempenho reduzido dos sistemas.

Matthias Schubert, vice-presidente executivo da TÜV Rheinland, foi claro: “Deveriam funcionar de forma confiável por muitos anos. Porém, o estudo mostrou que os assistentes de permanência em faixa, por exemplo, podem atuar de maneira limitada ao longo do tempo, trazendo consequências ao trânsito.” Simularam danos no para-brisa por pedras ou pedriscos na área da câmera e sua calibração incorreta após substituição do para-brisa, além de interrupção na comunicação de dados do veículo ao longo do tempo. Para isso, os componentes foram envelhecidos artificialmente. No caso do assistente de permanência em faixas, quando isso ocorria de modo intencional o sistema se desativava de imediato. O movimento de retorno abrupto do volante à posição central pode pegar o motorista de surpresa, se ele não estiver concentrado no momento. Em uma situação como essa, sem qualquer aviso prévio. Como diz o provérbio popular: confie, desconfiando. Daí a dificuldade para os sistemas autônomos de condução, em níveis mais elevados que os atuais, atingirem os graus de firmeza adequados para homologação.

Sucessão no Grupo CAOA O falecimento do empresário, de 77 anos, Carlos Alberto de Oliveira Andrade (CAOA), abriu processo sucessório no maior conglomerado de concessionárias de automóveis do País e com representação industrial por meio de uma fábrica em Anápolis (GO) e outra em Jacareí (SP). Sua segunda esposa, Izabela de Oliveira Andrade, assumiu a presidência do Conselho de Administração do grupo. Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho (22 anos) e Carlos Philippe de Oliveira Andrade (19 anos) conduzirão os negócios com os atuais executivos Mauro Correia e Márcio Alfonso. Médico cirurgião de formação, Carlos Alberto

sempre foi exímio negociador e saiu vencedor de duas batalhas judiciais. Uma envolvendo a Renault em 1996, quando recebeu uma vultosa indenização. A mais recente envolveu a Hyundai. O contrato de importação dos veículos sul-coreanos terminou em 2018 e a marca queria estabelecer a renovação bienal. CAOA venceu a disputa em tribunal de Frankfurt, Alemanha, e o contrato foi renovado, há menos de um mês, por 10 anos até 2028. O “Dr. CAOA” sonhava em produzir um carro de projeto 100% brasileiro. Dizia, com razão, que o País reúne condições para tanto.

ALTA RODA n IMPORTAÇÃO de carros usados ainda

é realidade em três países da América Latina: México, Paraguai e Bolívia. Gera distorções e grau de insegurança viária que não deveriam mais existir. O problema vem sendo discutido esta semana em congresso da Autodata, sobre o mercado da região. No Brasil, apenas modelos de coleção com mais de 30 anos de fabricação podem entrar no País, mas se trata de números residuais. DIVULGAÇÃO

n TAOS, SUV médio da VW, vendeu

1.026 unidades em julho, seu primeiro mês completo de vendas. Espaço interno, principalmente para os ocupantes do banco traseiro, além do tamanho do porta-malas, destacam-se. Suspensões independentes nas quatro rodas são firmes, sem comprometer o conforto. O diâmetro de giro de 11,5 m não favorece muito para estacionar em vagas apertadas ou manobras de retorno. O motor turbo flex (150 cv) é o mesmo do T-Cross e, assim, se ressente mais nas acelerações de recuperação com carga total. n NESSES tempos de desemprego alto,

o Sindipeças desenvolveu plataforma na internet para inclusão de currículos de candidatos a vagas no setor de autopeças, que serão vistos exclusivamente por cerca de 500 empresas associadas. Essa atitude proativa é relativamente rara e indica oportunidades mesmo em um setor atingido de forma aguda pela pandemia da Covid-19.


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RESENHA ESPORTIVA AGÊNCIA BRASIL

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

CRB ENTRA NO CENÁRIO GAMER E ANUNCIA EQUIPE NOS eSPORTS DIVULGAÇÃO CRB

CBF define regras para volta de torcedores aos estádios

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CBF divulgou o protocolo para o retorno gradual dos torcedores aos estádios de futebol do Brasil. Pelas regras anunciadas, que precisarão ser aprovadas tanto pelos conselhos técnicos dos campeonatos quanto pelas autoridades sanitárias locais, haverá exigência de testes ou de vacinação completa para as torcidas. A liberação deve começar pelas fases finais da Copa do Brasil e será válida para as Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro, desde que aprovadas em reuniões extraordinárias dos seus

conselhos técnicos. Nas demais competições a decisão caberá diretamente à Diretoria de Competições da CBF. Pelas regras do protocolo, o torcedor que quiser comparecer ao estádio terá que comprovar o teste negativo de covid-19 pelo método RT-PCR realizado em até três dias antes da data da partida ou pelo método de antígeno, aceito em até dois dias. Se estiver totalmente vacinado, o torcedor só precisará apresentar o comprovante. A CBF entende que o fã de futebol estará imunizado se tiver tomado as duas doses ou a dose única ASCOM FLAMENGO

O CRB anunciou a entrada no cenário dos eSports. A decisão é fruto de uma parceria entre o clube de futebol e a organização alagoana ReborN GaminG, que está no cenário local de esports desde o ano de 2017. Com isso, toda a marca da ReborN passa a representar o clube alvirrubro. O Galo da Praia vai competir nas modalidades Counter-Strike: Global Offensive, Free Fire, VALORANT e Wild Rift. O projeto ainda abre espaço para a criação de outras, como Fortnite, PUBG, CoD, FIFA e PES, sendo que os simuladores de futebol já contam com inscrições abertas para times completos. A expectativa da organização é focar no desenvolvimento de atletas locais e fomentar o cenário alagoano. “Queremos fazer a diferença para a comunidade, en-

LUTO NO FUTEBOL ALAGOANO: MORRE LAUTHENAY PERDIGÃO, JORNALISTA E HISTORIADOR O jornalista, historiador, ex-atleta e diretor do Museus dos Esportes, Lauthenay Perdigão faleceu na terça, 17, em Maceió aos 86 anos. De acordo com a família, ele sofria de problemas cardíacos e estava internado desde o dia 12 em um hospital da capital alagoana. Lau, como também era conhecido, notabilizou-se pela vasta coleção sobre a história do esporte alagoano e nacional, o que o levou a expor uma série de registros e verdadeiras relíquias, especialmente do futebol local, no museu localizado no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Do amor ao futebol, teve de se materializar o Museu do

contrar novos talentos e mostrar ao Brasil o orgulho e a felicidade nordestina”, disse Romero Barone, CEO do CRB e-sports. No lado do futebol, o Galo segue bem na Série B, finalizando o primeiro turno na competição no G4. O time alagoano ocupa a terceira colocação com 33 pontos. ARQUIVO PESSOAL

Esporte. O quarto que mantinha em casa com faixas, fotografias, camisas, livros, anotações, jornais e mais materiais tornara-se pequeno para o acervo. Para se ter uma ideia do conteúdo, é preciso contar que Lauthenay fotografou quinzenalmente a construção do Estádio Rei Pelé, entre os anos 960 e 70.

LIBERTADORES: BRASIL COLOCA AO MENOS 3 TIMES NA SEMIFINAL A semifinal da Copa Libertadores da América de 2021 está dominada pelo Brasil. Ao menos três times estão classificados: Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG. É a primeira vez que um país terá três times entre os quatro melhores do continente. O recorde foi quebrado com a classificação de Flamengo e Atlético-MG. O Palmeiras havia avançado quando derrotou o São Paulo por 3 a 0, no Allianz Parque. O Verdão garantiu sua passagem graças aos gols de Raphael Veiga, Dudu e Patrick de Paula. De um lado da chave, Atlético-MG e Palmeiras vão decidir uma vaga na decisão. O Galo fez melhor campanha e jogará a partida de volta no Mineirão. Os confrontos serão realizados nos dias 21 ou 22 de setembro (ida) e 28 ou 29 (volta). Ano passado o Brasil também dominou a América, colocando dois representantes na final da competição, na ocasião Santos e Palmeiras disputaram o troféu.


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ABCDOINTERIOR Repercussão

Crime eleitoral

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cidade de Campo Grande, localizada a 33 quilômetros de Arapiraca, voltou a ser palco de novas denúncias de crime eleitoral. O Ministério Público de Alagoas investiga uma denúncia escabrosa de compra de voto por parte do candidato a prefeito Theo Higino (Republicanos), aliado e parente do ex-prefeito Arnaldo Higino, que teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder provocando nova eleição municipal, que está marcada para o próximo dia 12 de setembro.

MPE no caso A denúncia que levou o MPE a instaurar procedimento preparatório para investigar o caso envolve personagens ligadas ao ex-prefeito Higino. Vejamos: um agricultor registrou Boletim de Ocorrência onde afirma ter sido obrigado pelo candidato a vice-prefeito José Rosendo dos Santos (Republicanos), mais conhecido como Pimenta, a entregar a motocicleta e os documentos de posse.

Confirmou denúncia O promotor Lucas Mascarenhas confirmou a denúncia e revelou que já está tomando as medidas cabíveis. Disse, no entanto, que em decorrência da gravidade do fato, as apurações serão sigilosas. “O Ministério Público Eleitoral já tomou conhecimento dos fatos e diante do contexto eleitoral as medidas investigatórias correrão em sigilo”, declarou o promotor da 20ª Zona Eleitoral, Lucas Mascarenhas.

O fato é que faltando poucos dias para as eleições em Campo Grande, a denúncia contra a chapa liderada por Theo Higino (Republicanos) obteve grande repercussão nas redes sociais e na própria cidade. No BO, o agricultor relatou ter recebido R$ 5 mil em troca do voto dele e da família na chapa liderada por Theo Higino, parente de Arnaldo Higino, que teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder.

Não é de hoje

E não é de hoje que volta e meia o município de Campo Grande é palco de denúncias de corrupção. No dia 24 de novembro de 2017, o então prefeito Arnaldo Higino foi preso em flagrante suspeito de receber propina. Naquela oportunidade, a assessoria do Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) divulgou um vídeo dele recebendo o dinheiro.

Preso em flagrante

O próprio MP informou que a prisão em flagrante foi feita quando Lessa estava recebendo em casa dinheiro de uma empresa que vendia mercadoria para a prefeitura da cidade. O prejuízo aos cofres públicos chegou a R$ 500 mil.

Foi filmado

“Fizemos a filmagem e no momento da recepção do dinheiro foi efetivado o flagrante em sua residência. Ele estava adquirindo nota fria em troca de um percentual a empresários. Um colaborador filmou toda a ação”, disse o então procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar. Nas imagens divulgadas pelo MP, um interlocutor chega com comprovantes bancários e R$ 1.871. Ele explica que ainda falta uma parte do dinheiro, e entrega as cédulas para o prefeito conferir. O pagamento seria referente ao percentual da propina acertada anteriormente.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Arapiraca

PELO INTERIOR

Após inaugurar, na segunda-feira (16), uma moderna unidade básica de saúde e contemplar mais de cinco mil pessoas no Conjunto Residencial Nossa Senhora Aparecida e de Massaranduba, a gestão do prefeito Luciano Barbosa está concluindo mais duas importantes obras em Arapiraca. As famílias que residem nos bairros Canafístula e Senador Arnon de Mello receberão duas modernas e amplas unidades básicas de saúde nos próximos dias. Engenheiros e técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura seguem trabalhando para finalizar as duas obras.

Em busca recursos

de

O presidente do ASA, Moisés Machado Filho, se reuniu na segunda-feira, 16, com o Departamento Jurídico do clube e Conselho Deliberativo para conseguir recursos para quitar os débitos. Mesmo conseguindo ser incluído no Ato Trabalhista, após aprovação do Tribunal Regional do Trabalho, o ASA ainda enfrenta dificuldades para recebimento de recursos devido à conclusão de toda a documentação.

Salários sados

atra-

Com três meses de salários em atraso, o clube tenta quitar os débitos com os jogadores para começar os planejamentos das competições de 2022 - que começam em outubro deste ano com a Pré-Copa do Nordeste.

Péssima panha

cam-

Com uma péssima campanha na Série D, a equipe do ASA ainda terá três jogos para cumprimento. Em 11 jogos, somente uma vitória, três empates e 7 derrotas. Um desempenho que compromete a história do clube.

... Por determinação do prefeito Luciano Barbosa, as secretarias municipais de Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural realizam ação conjunta, com o plantio de centenas de mudas de ipês-amarelos para homenagear as vítimas da covid-19 em Arapiraca. ... A primeira muda da árvore nativa foi plantada na segunda-feira (16), no Conjunto Residencial Nossa Senhora Aparecida, durante a solenidade de entrega da Unidade Básica de Saúde Iza Castro. ... O Ministério Público Estadual instaurou um inquérito civil para apurar supostos casos de nepotismo na Prefeitura Municipal de Flexeiras, Zona da Mata de Alagoas. ... A prática de nepotismo é vedada pelo STF, podendo caracterizar ato de improbidade administrativa por parte do gestor municipal. ... A portaria com a adoção da medida foi publicada na edição de terça, 17, do Diário Oficial do Ministério Público e assinada pelo promotor Leonardo Novaes Bastos. ... Moradores de Arapiraca e região tiveram oportunidade de quitar dívidas no Feirão do Nome Limpo, que aconteceu no Parque Ceci Cunha entre segundafeira, 14, e quinta, 19. ... Lojas de varejo, bancos, financeiras, operadoras de telefonia e de cartão de crédito e concessionárias de serviços montaram balcões e ofereceram condições especiais para a quitação de débitos. ... O Sistema Adutor do Agreste (SAA) passou por uma manutenção preventiva desde terça-feira, 17. O objetivo do serviço foi garantir a segurança operacional dos equipamentos e, consequentemente, o abastecimento das populações atendidas. ... Retomou as atividades à meia-noite de quarta-feira, 18, ficando, desse modo, 48 horas em inatividade. ... Nesse período, o abastecimento dos bairros da parte alta de Arapiraca, Craíbas e Igaci ficou comprometido. Após o sistema ser reativado, o fornecimento de água levou até 24 horas para ser normalizado em algumas áreas, o que aconteceu na quinta-feira, 19. ... Saúde, paz e prosperidade para os nossos leitores. Até a próxima edição!


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CAMPEONATO BRASILEIRO

CRB encerra primeiro turno da Série B com a melhor campanha em 16 anos Com 33 pontos somados em 19 rodadas, Galo é um dos postulantes ao acesso à Série A

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

O

CRB fez este ano a melhor campanha de sua história em um primeiro turno da Série B do Campeonato Brasileiro. Com 33 pontos conquistados em nove vitórias, seis empates e quatro derrotas, foi a primeira vez que a equipe conseguiu tal feito desde que a segunda divisão do Brasileirão passou a ter 38 rodadas, em 2006. Até então, apenas 20 jogos eram disputados na primeira fase e os oito melhores times se classificavam para uma fase de grupos. Com 33 pontos conquistados, o time ficou apenas um ponto abaixo da campanha do CSA em 2018, ano que o time azulino assegurou o acesso para Série A e fechou os jogos de ida somando 34 pontos, o que é considerada a melhor campanha de um alagoano até o momento. Naquele ano, o CSA contabilizou dezenove jogos disputados com nove vitórias, sete empates e apenas três derrotas, atingindo um percentual de 59,6% de aproveitamento dos pontos disputados. O CRB, por outro lado, teve um saldo positivo de pontos em torno de 57%. A última vez que o Galo teve uma campanha

tão significativa foi na edição do campeonato de 2017. Naquele ano, na 19ª rodada a equipe possuía 28 pontos, mas terminou o campeonato na 15ª colocação, com 45 pontos, a apenas um de entrar no Z4 e ser rebaixado para a Série C. Na última partida do primeiro turno deste ano, CRB e Operário-PR encerraram a etapa com um empate sem gols no Estádio Rei Pelé, em Maceió, na última quarta-feira, 18. No segundo tempo, o Galo perdeu o atacante Pablo Dyego, expulso, mas conseguiu segurar a pressão do adversário. No fim, o resultado não foi bom para ninguém. Apesar do fim não tão agradável, um fator que coloca o Galo como um dos postulantes à Série A do próximo ano é o fato de a equipe encerrar o primeiro turno com a segunda melhor campanha como visitante na Série B do Brasileirão deste ano. Em 19 rodadas, o CRB conseguiu conquistar 14 pontos na condição de visitante, sendo os últimos oito nos derradeiros cinco jogos, com exceção do empate por 1 x 1 com a Ponte Preta e com o Operário, em 0 a 0. A equipe também encerrou seus jogos de ida com a segunda maior quantidade de gols marcados entre os membros

FRANCISCO CEDRIM/ASCOM CRB

Renan Bressan, do CRB, disputa bola com jogador do Operário em partida que encerrou o primeiro turno

da Série B, somando 28, atrás apenas do Guarani, que tem 29 gols. Entre os representantes nordestinos, o Galo foi o que mais marcou, ficando à frente de Sampaio Corrêa (22), CSA (19), Confiança (18) e Vitória (14). SEIS PONTOS A MAIS QUE EM 2020 No ano passado, quando a equipe ainda era comandada pelo técnico Marcelo Cabo, o time tinha conseguido somar 27 pontos em 19 rodadas, divididos em oito vitórias, três empates e oito

derrotas, fazendo o time figurar na 8ª posição. Na mesma rodada deste ano, a equipe tinha cinco pontos a mais ocupando a terceira colocação. Não bastasse a boa média de conquista de pontos por rodadas, o CRB terminou o primeiro turno com um resultado relativamente positivo entre as outras três equipes que integravam o G-4 ao fim da primeira metade na edição deste ano do Brasileirão. Durante a primeira parte da competição, a equipe empatou com o líder, o Coritiba, na 6ª rodada e

perdeu para o Goiás por 1 a 0 na 4ª rodada e para o Avaí, pelo mesmo placar, na 7ª. Independente do resultado deste sábado, quando enfrenta o Remo fora de casa, às 21h (horário de Brasília), a equipe tem pela frente jogos contra outras duas equipes que já derrotou este ano. Na 21ª rodada enfrenta o Cruzeiro, o qual venceu por 4 a 3 ainda na segunda rodada do torneio, e logo depois, na 22ª rodada, pega o Confiança, que também venceu por 1 a 0 na 8ª rodada.


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