Edição 1136

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MACEIÓ - ALAGOAS

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1998 - 2020

DIVULGAÇÃO

ANO XXII - Nº 1136 - 18 A 24 DE SETEMBRO - R$ 4,00

FACEBOOK

ELEIÇÕES 2022

Lessa disputará Senado como última chance de voltar ao poder

O vice-prefeito Ronaldo Lessa está decidido a disputar a única vaga de senador no pleito do próximo ano. Sem precisar renunciar ao cargo, Lessa nada tem a perder e acredita que desta vez dará o troco a Collor, que o venceu em 2006, quando as pesquisas o davam como eleito. 2

PASSE LIVRE VIRA BANDEIRA DE JHC PELO CONTROLE DA CAPITAL Prometida em campanha, medida beneficiará 50 mil estudantes da rede municipal de ensino 5 SECOM MACEIÓ

ELEIÇÃO DE VEREADORES

PROCESSOS CONTRA ‘LARANJAS’ DORMEM NA JUSTIÇA ELEITORAL DE ALAGOAS 6 e 7

MASSA FALIDA

TRABALHADORES AGUARDAM LIBERAÇÃO DE R$ 1 BILHÃO PARA RECEBER INDENIZAÇÕES 3

EDVAN FERREIRA-SECOM MACEIÓ

INOVAÇÃO SOCIAL

EFEITO CORONA

TURISMO COMUNITÁRIO VAI MACEIÓ PODE CANCELAR DESENVOLVER BAIRROS E GERAR RÉVEILLON PELO SEGUNDO EMPREGO E RENDA 11 ANO CONSECUTIVO 14 e 15


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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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MACEIÓ, ALAGOAS - 18 A 24 DE SETEMBRO DE 2021

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COLUNA

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

O fim das coligações

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Quando vidas estão em risco, deve-se fazer o melhor, e os governos precisam entender isso. Estamos tratando da terceira dose da vacina contra o vírus da covid. Em Recife, a prefeitura já está agendando a aplicação da dose de reforço, enquanto aqui se carece da mínima informação, como se tratasse de algo banal. O governo federal está fazendo sua parte, disponibilizando as vacinas; falta Maceió fazer a sua. A ausência de informação, a demora, a confusão das filas sugerem desatenção.

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- Até o Senado decidir o destino das coligações partidárias, nenhum acordo político será feito com vistas ao pleito do próximo ano. A Câmara aprovou a volta das coligações, mas a mudança precisa do aval dos senadores.

2 1998 - 2020 EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

- Extintas em 2017 pelo Senado para reduzir o número de “partidos de aluguel”, sem representatividade nem ideologia, as coligações partidárias não interessam à maioria dos senadores e devem ser enterradas em definitivo.

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- O fim das coligações fortalece os partidos organizados e dificulta o balcão de negócios em que se transformou boa parte dos 34 partidos políticos do País. São siglas que funcionam como mercadoria eleitoral à disposição de quem pagar mais.

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- Sem as coligações acaba também o arranjo eleitoral que possibilita a vitória de candidatos sem votação mínima e sem representatividade, em detrimento de outros bem votados. Esse sistema desrespeita a vontade do eleitor e incentiva a criação de mais partidos nanicos para servir de laranjas de partidos maiores.

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- Na reforma eleitoral, o Senado não só proibiu as coligações para eleições proporcionais como instituiu cláusula de barreira para tirar dos nanicos o acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e televisão. Espera-se dos senadores o mesmo espírito que os levou a decretar o fim das coligações partidárias em 2017.

Dose de reforço

Cabos eleitorais Lessa senador

Ronaldo Lessa está decidido a disputar a única vaga de senador no pleito do próximo ano. O vice-prefeito de Maceió acredita que desta vez vencerá Fernando Collor e demais adversários. Na condição de livre atirador, Lessa não precisará se afastar do cargo e nada tem a perder. Será a última chance de o ex-governador voltar ao poder. Vale lembrar que no pleito de 2006 Lessa era dado como senador eleito, mas na última hora Collor entrou na campanha e ganhou a eleição em 18 dias, obtendo 44% dos votos contra 40% do então adversário. Lessa foi dormir senador e acordou sem mandato. Candidato à reeleição, Collor já está em campanha e será páreo duro para Lessa, que precisará vencer também Renan Filho, possível candidato ao Senado. Mas quem sabe, Lessa possa dar o troco a Collor 16 anos depois da derrota de 2006.

Passe livre

Ao adotar o passe livre no transporte público para estudantes, o prefeito JHC cumpre promessa de campanha e beneficia cerca de 50 mil alunos da rede municipal de ensino, a maioria deles de família de baixa renda.

Com suas principais lideranças políticas ligadas a Bolsonaro e a Lula, o desempenho do presidente da República terá influência direta nas eleições majoritárias em Alagoas. Quanto mais forte estiver Bolsonaro, mais influência terá Arthur Lira e seu grupo no pleito do próximo ano. A mesma relação vale para Renan Filho, que se fortalecerá com o fracasso de Bolsonaro e ascensão política de Lula.

Disputa acirrada

Em qualquer circunstância, os dois grupos são fortes o suficiente para uma acirrada disputa majoritária, sem previsão de vitória para um lado ou outro. Arthur Lira conta com o apoio da Assembleia Legislativa, enquanto Renan Filho deixará o poder como o governador mais bem avaliado dos últimos tempos. A disputa aumentará caso JHC deixe a prefeitura para disputar o governo do Estado, o que certamente levaria a eleição para o segundo turno. Essa possibilidade, no entanto, é descartada por aliados do prefeito, que avaliam essa candidatura como muito arriscada para o projeto político de JHC.

Vexame moral

Garroteado pela família Garrote, o pobre município de Estela de Alagoas, no Agreste do estado, enfrenta mais um vexame moral com a histórica roubalheira do dinheiro público, que nunca tem fim. O último butim contabilizado pelos órgãos de fiscalização chega a R$ 20 milhões surrupiados dos cofres públicos. O assalto ao erário não acabará enquanto os Garrote mandarem e desmandarem na Prefeitura, como se fosse propriedade familiar.


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MASSA FALIDA

Trabalhadores na expectativa da retomada dos pagamentos Administração judicial ainda aguarda liberação de precatório milionário JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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juízo falimentar do Grupo JL ainda aguarda o valor de R$ 1,19 bilhão, proveniente da chamada Ação 4870, que deve ser repassado pela 9ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal. A quantia é ansiada pelos credores, já que seria o suficiente para a Massa Falida da Laginha (holding que reunia as empresas do grupo) quitar o restante dos credores e exfuncionários do ex-deputado João Lyra, falecido no dia 12 de agosto deste ano. A ação é esperada desde 2016, tendo finalização no primeiro semestre de 2021, porém o repasse ainda está travado pela burocracia judiciária e da União. Junto à espera do dinheiro, uma decisão da Justiça de Alagoas voltou a dar esperança na continuidade dos pagamentos aos credores. No dia 10 último, a Seção Especializada Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas decidiu por unanimidade de votos, manter a validade do leilão das usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, localizadas em Minas Gerais e antes pertencentes ao Grupo JL. Na ocasião, os desembargadores negaram o pedido de anulação feito pela ConcreNorte Indústria e Comércio, credora da Laginha, em um mandado de segurança. A relatora da ação foi a desem-

bargadora Elisabeth Carvalho. Conforme já noticiado pelo EXTRA ALAGOAS, a Concre-Norte apontou supostas irregularidades na forma como o valor dos bens foi definido pelo avaliador, o que teria feito as usinas serem arrematadas por um preço muito abaixo do que valeriam. Sendo assim, a empresa contestou decisão da Comissão de Juízes do 1º Ofício de Coruripe, que rejeitou o pedido de anulação, no primeiro grau de jurisdição. A venda das duas usinas mineiras gerou a quantia de pouco mais de R$ 340 milhões. A Usina Triálcool foi arrematada por R$ 133.826.220 e a Vale por R$ 206.358.000. De acordo com a desembargadora Elisabeth Carvalho, a fundamentação apresentada pelos juízes de Coruripe não deixa “espaço para se concluir que houve ato judicial esdrúxulo, teratológico ou com abuso de poder”, o que seria necessário para a concessão da segurança requerida. “Da apreciação do ato judicial impugnado, afere-se que se utilizou de motivações/fundamentos regulares e apropriados à análise dos pontos reclamados pela requerente na origem, não apresentando um convencimento aberrante ou absurdo do que se tem como fundamentação plausível para deferimento/indeferimento daqueles

Voto da desembargadora Elisabeth Carvalho foi acatado por unanimidade

argumentos apresentados pela impetrante”, afirmou a relatora no acórdão. Entre as alegações da empresa credora estavam a de que o valor das usinas foi avaliado de forma equivocada quanto às suas capacidades; que houve supervalorização de postos para reparos nas unidades produtivas; e que a análise não teria considerado o valor econômico do negócio, levando em consideração somente o valor estático dos bens móveis e imóveis. Mediante ao impasse da suspensão do leilão, notícias falsas assombraram os trabalhadores que tinham sido pagos com o dinheiro, de forma integral e em parte. Muitos temiam passar de credor para devedor. O motivo é que circulava a informação fake de que os ex-funcionários teriam que devolver a quantia recebida,

o que não condizia com a realidade. Agora, com o recebimento da Ação 4870 e com a validade do leilão mantida, o Tribunal de Justiça estaria com “sinal verde” para continuar os pagamentos dos credores, suspensos desde 2019 devido a uma liminar conferida pelo desembargador Klever Loureiro atendendo ao pedido da Concre-Norte.

AÇÃO 4870 Trata-se de uma compensação de créditos relativos a perdas que a usina teve durante a década de 1990, que se baseia na Lei 4.870 de 1965 que discorre sobre danos patrimoniais em virtude de comercialização do açúcar e do álcool fora dos parâmetros determinados. Ou seja, a usina recebe o direito de reparação de créditos pela defasagem de créditos de

preços do açúcar praticados pelo extinto Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). Parte desse crédito vira garantia de execuções fiscais para pagamento das dívidas e recuperação da massa falida. Apesar de a Justiça de Alagoas ainda não ter recebido o valor, a destinação da quantia já é alvo de críticas e processos. O credor Carlos Correia da Rocha entrou com ação sob alegação de obscuridade na liberação dos valores oriundos da 9ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, relativos à Ação 4870. Em resposta ao credor, os juízes da comissão falimentar destacaram que os valores relativos à ação 4870 ainda não foram remetidos ao juízo falimentar. “Assim, não observamos a obscuridade alegada pelo embargante”, finalizaram.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Missão incompleta

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Candidatos

em ainda ter um nome que possa chamar de seu num primeiro momento para disputar o governo de Alagoas, Renan Filho estuda com muito carinho ficar até o fim do seu mandato e gastar os bilhões que ainda tem em caixa e realizar a administração dos seus sonhos.

Fica ou é candidato?

Permanecendo no governo até o fim para tentar viabilizar sua sucessão, Renan Filho teria duas situações a enfrentar: realizar um grande governo com muito dinheiro para gastar em obras públicas, como já iniciou em todo o estado de Alagoas, e adiar por alguns anos seu projeto político, embora fortalecido com os resultados de sua gestão.

Candidatos empolgam

não

Até agora, depois de experimentar alguns nomes para sua sucessão, Renan Filho não encontrou um nome que tivesse consistência política suficiente para garantir uma disputa governamental com chances de sucesso. Ressabiado com as derrotas em Maceió, o governador sabe que terá pela frente fortes grupos adversários, a exemplo de Arthur Lira/Marcelo Victor e o prefeito de Maceió, JHC.

A disputa

Muito embora faça valer sua força como governador investindo pesado em obras no interior, o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, não deixa por menos. Com habilidade e força no governo, tem se mostrado presente em todos os recantos do estado, da mesma forma também levando o desenvolvimento para dezenas de municípios.

Reeleição

Arthur Lira, como já está consolidado, será candidato à reeleição com imensas chances de renovar seu mandato na presidência da Câmara dos Deputados, cargo que vem executando com sabedoria, administrando uma das maiores crises políticas no país. Lira tem se sobressaído pelas decisões sérias tomadas, e tem garantido o estado democrático de direito ao não se deixar levar pelas pressões políticas de oportunismo.

O obstáculo, no momento, é a dianteira de políticos nacionais que apostam numa vice candidatura ao lado do ex-presidente Lula, o que tem, de fato, atrapalhado os planos de Renan Filho, do MDB. Se não fosse este impasse, certamente Renan já teria definido sua situação política para 2022.

Sem alçar voo

Mesmo pensando em sair candidato ao governo, já que teria mais quatro anos no Senado Federal, Rodrigo Cunha não tem feito muito para aparecer mais no cenário político alagoano. Sua candidatura, entretanto, vai depender e muito da situação política de JHC, que pouco fez até agora nos seus oitos meses de mandato.

Obra duvidosa

A ciclovia na Avenida Fernandes Lima que parece não andar, tem contornos que ciclistas acreditam não ser possível trafegar nesta nova linha de escoamento do trânsito. Além de não avançar, suas curvas e árvores que circundam a pista com certeza serão de risco para os adeptos da bicicleta. Talvez, por isso, a obra esteja parada há um bom tempo.

Sem resolver

Assessores de vereadores de Maceió, em contato com a coluna, afirmam que a nomeação de um interlocutor pelo prefeito JHC não surtiu nenhum efeito até agora. As reclamações permanecem e as nomeações para cargos na administração pública continuam nas gavetas da burocracia e na vontade do prefeito.

Não convenceu

Mesmo que o vice-prefeito Ronaldo Lessa tenha acenado para os vereadores com uma visita à Casa de Mário Guimarães, tudo não passou de uma visita de cortesia, quando assumiu o cargo com a viagem de JHC.

Barbas de molho

Quem conhece os bastidores políticos alagoanos está crente que algumas operações policiais irão ocorrer no estado logo depois de encerrada a CPI da Pandemia. Na mira, o gasto de recursos federais não só na área de Saúde, mas também no setor de infraestrutura.

Produtividade zero

Enquanto tantas demandas necessitam da participação efetiva dos vereadores em Maceió, alguns se preocupam unicamente em homenagear figuras da sociedade que concedem uma notinha nas redes sociais, aqui e acolá.

Esperança

Os trabalhadores da Laginha Agroindustrial estão esperançosos de receberem seus créditos depois da decisão dos desembargadores de derrubarem o pedido de anulação dos leilões de algumas indústrias do grupo. Dinheiro, segundo líderes do movimento dos trabalhadores, é o que não falta. Eles acham que, agora, vai se fazer justiça.

O governo do Estado está cheio de candidatos a deputado estadual, os quais deverão se desincompatibilizar em abril do próximo ano. Além de Alexandre Ayres, Alfredo Gaspar de Mendonça e Rafael Brito, outro que vai topar a parada é Maurício Quintella, ex-ministro dos Transportes no governo Temer e atual secretário de Renan Filho.

Tropa pesada

Quem for candidato a deputado federal deve se preparar para uma luta das maiores dos últimos anos. A guerra vai ser pesada. Os três grupos mais fortes – leia-se Arthur Lira, Renan Filho e JHC - disputarão as nove vagas com candidatos com chances de chegar ao Congresso Nacional.

Missão

O prefeito JHC vai ter a difícil missão de eleger João Caldas, seu pai, deputado federal, que já está em plena campanha política. Habilidoso, várias vezes deputado, Caldas recebe o reforço do filho para chegar lá. É por isso mesmo que deverá ter dificuldade para uma possível candidatura ao governo do Estado.

Câmara na berlinda

Fazia um bom tempo que a Câmara Municipal de Maceió não era tão criticada nas redes sociais sobre abusos de gastos com o dinheiro público. Segundo denúncias, do aluguel de notebook a frigobar, a grana corre solta por conta do contribuinte, afora os milhões de reais que são torrados com cargos comissionados.

Arrastão

A Polícia Federal está tendo muito trabalho com os supostos desvios de recursos federais em vários municípios alagoanos. Muitos gestores já foram presos, mas parece que tem uma turma que se mostra indiferente às consequências futuras. Até às eleições as operações policiais chegarão com muita força.


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JOGO DO PODER EDVAN FERREIRA-SECOM

Lançamento do Passe Livre aconteceu na última segunda-feira, dia 13

Passe Livre de JHC vira palanque e reforça oposição aos Calheiros Briga pelo controle político-eleitoral de Maceió tem novos capítulos ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

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execução de uma das principais promessas de campanha, o Passe Livre, volta a deixar escancaradas as portas para o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB), renunciar ao comando da administração municipal para disputar o governo do Estado e se consolidar como o principal bunker de oposição à família Calheiros. São movimentos calcu-

lados que se arrastam há algumas semanas. Começaram com divergências públicas por causa de obras de saneamento da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) deixando buracos espalhados pela cidade, chegando ao contrato de concessão de água e esgoto assinado com a BRK Ambiental, questionado na Justiça e que garantiu a suspensão temporária, via liminar, do reajuste de 8% das tarifas. JHC suspendeu os ataques para que a implanta-

ção do Passe Livre virasse o assunto do momento. A proposta foi apresentada ainda na campanha eleitoral, mas esbarrou no atraso da aprovação do orçamento 2021 via Câmara de Vereadores, além da necessidade de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), via Ministério Público Estadual, garantindo aos empresários do transporte urbano o equilíbrio econômico-financeiro do sistema, mais o aumento dos subsídios, via Prefeitura, para compensar a redução de 8% da passagem de ônibus. Os subsídios (redução da passagem + Passe Livre) custam R$ 2,5 milhões mensais ao município; na gestão anterior, do prefeito Rui Pal-

meira (Podemos), o subsídio era de R$ 1,5 milhão. Os vereadores de Maceió precisarão votar uma série de projetos de lei para desoneração do ISS. Hoje é cobrado 5% no valor de cada passagem. A outra parte do acordo é improvável, por conta do ambiente pré-eleitoral: JHC solicitar ao governador Renan Filho (MDB) a redução dos percentuais de ICMS e IPVA cobrados aos empresários. DE GRAÇA O Passe Livre municipal tem exigências: para os estudantes terem acesso a 44 passagens por mês, sem pagar por elas e via Cartão Bem Legal, eles devem andar de ônibus em dias úteis, terão de estar matriculados nas redes municipal, estadual e privada e frequência escolar de, no mínimo, 75%. “O Passe Livre é uma conquista histórica para os estudantes. Implantamos de forma pacífica, sem embates e de forma estruturada, depois de tantas lutas que já foram travadas aqui na nossa capital. Esse é um direito social dos estudantes, e anunciamos num momento difícil, num momento de pandemia. A implantação do Passe Livre faz parte de uma série de iniciativas que a Prefeitura vem tomando para cuidar e trazer oportunidade para os estudantes”, disse o prefeito. CONTROLE DE MACEIÓ A estratégia de JHC, ao lançar o Passe Livre, é demarcar o território eleitoral em Maceió, se contrapondo a obras e projetos tocados pelo governador Renan Filho. Na Prefeitura, o embate chega até a obras tocadas pelo Estado. O marco referencial do turismo, que será erguido no lugar do Alagoinhas, na orla da capital, custará R$ 9,3 milhões. A gestão municipal

notificou o governo pela falta de alvará da obra; o secretário de Infraestrutura, Maurício Quintella, respondeu nas redes sociais, mostrando ter o documento e acusando a Prefeitura de desorganização. Há ainda atraso na autorização para funcionamento de estações elevatórias, segundo denunciou Quintella, travando obras de saneamento em bairros como Clima Bom e Santa Lúcia, além do litoral norte. E multa contra a Casal de R$ 2,5 milhões pelos buracos em obras da estatal que se espalham pelas ruas. O governo revidou e via Instituto do Meio Ambiente (IMA) multou em R$ 500 mil a Prefeitura por irregularidades em obras tocadas pelo município. O prefeito vem acumulando derrotas nas ações judiciais que questionam a distribuição dos recursos do valor da outorga - R$ 2 bilhões - da BRK. O governador é quem centraliza as discussões sobre o destino do dinheiro, o que desagrada JHC. Havia duas ações. Uma do PSB nacional e outra movida pela Prefeitura, que contratou, sem licitação, os escritórios Bucchianeri Advocacia e Alckmin Advogados. O vereador Joãozinho (Podemos), da oposição a JHC, questionou a contratação, dizendo que a Procuradoria Geral do Município poderia fazer este trabalho. Só que, nesta ação, há derrotas que incomodam o entorno do gabinete do prefeito. O processo estava no STF, depois STJ e desceu para o Tribunal de Justiça alagoano, hoje com três vagas de desembargador em aberto e que interessam bastante o grupo político do governador. É provável que o prefeito também perca esta empreitada.


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ELEIÇÃO DE VEREADOR AS AÇÕES CONTRA PARTIDOS FORAM PROTOCOLADAS POR FLÁVIO MORENO, POLICIAL FEDERAL E PRESIDENTE DO PSL EM ALAGOAS. CONTRA O PRTB, MORENO DENUNCIA A CHAPA QUE CONTOU COM 29 CANDIDATOS.

Processo contra ‘laranjas’ engatinha na Justiça Eleitoral Denúncia aponta que partidos usaram mulheres para burlar legislação JOSÉ FERNANDO MARTINS

josefernandomartins@gmail.com

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ontinua a tramitar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), de forma vagarosa, as ações contra partidos políticos que teriam usado candidaturas laranjas de mulheres nas últimas eleições, em Maceió, apenas para bater a cota obrigatória exigida pela Legislação. Enquanto outros estados já cassaram mandatos de vereadores, em Alagoas as denúncias, que viraram processos, ainda não resultaram em medidas

efetivas. Entre os partidos beneficiados com a suposta prática está o PSDB de Maceió, que ironicamente é representado por uma mulher na Câmara de Vereadores, a filha da deputada federal Tereza Nelma: Teca Nelma. A situação do partido tucano estaria crítica. Isso porque a sigla apresentou, na última eleição, à Justiça Eleitoral, uma lista de candidatos à vereança com 19 integrantes, sendo 13 homens e seis mulheres, conforme a cota de 30%. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a partir de 2020 as legendas

foram obrigadas a encaminhar, com o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP), a lista de candidatas que concorreriam no pleito, respeitando-se o percentual mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. A regra está prevista no artigo 10, parágrafo 3º da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições). No caso do PSDB, segundo a denúncia, a candidata Luciana Santos Silva teve sua inscrição indeferida pelo TRE. Sendo assim, restaram 13 homens e 5 mulheres, o que de pronto não preenche a cota, posto que

para 19 integrantes, a cota de 30% de mulheres seria de 6 integrantes, contudo participou efetivamente com 5. Além do mais teve a suposta candidatura fictícia de Ju Pedrosa, que obteve apenas 2 votos nas urna. “Sendo reconhecida a candidatura laranja, cai para 4 integrantes mulheres o que fere a legislação eleitoral no que referente às cotas femininas nas eleições. Assim, mesmo que não reconhecida a candidatura ‘laranja’, o partido não preencheu a cota partidária de integrantes femininas, conforme DRAP enviado ao TRE”, pontua a

denúncia. As ações contra partidos foram protocoladas por Flávio Moreno, policial federal e presidente do PSL em Alagoas. Contra o PRTB, Moreno denuncia a chapa que contou com 29 candidatos. Conforme consta do documento encaminhado à Justiça Eleitoral alagoana, a lista do mencionado partido, de início, tinha a participação de 31 integrantes sendo 22 homens e 9 mulheres. Contudo teve sua candidatura anulada a candidata Maria Joana de Santana Araújo e o pedido de desistência das eleições do candidato Felipe Feijó, restando, portanto, 29 integrantes, sendo 21 homens e 8 mulheres, no intento de atender o percentual mínimo de candidatura feminina de 30% nos termos da lei das eleições. Acontece, que de acordo com Moreno, as candidatas Willielma Marques e Ravielly não estariam concorrendo de fato, pois não fizeram campanha e não buscaram os votos dos eleitores, ocasionando a hipótese de candidatura fictícia, apresentada apenas para preencher a cota de gênero e, com isso, possibilitar a participação do PRTB nas eleições proporcionais para o pleito de vereador em 2020 em Maceió.


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Denúncia semelhante também envolve o PC do B. Quanto à sigla, a laranja teria sido Thamara Morais. Foram feitas buscas nas redes sociais da candidata e não foram encontradas quaisquer propagandas eleitorais, uma vez que não possuía redes sociais, o que se tornou estranho dado o período de eleição o que acarretaria uma ampla divulgação de suas campanhas, além de que o registro também fora efetuado por mera formalidade. “Observa-se, no mais, que no registro da candidata consta que é casada, contudo, apenas obteve um voto, não tendo qualquer votação referente aos seus integrantes familiares e os de seu convívio social, o que causa estranheza, caracterizando uma candidatura fictícia”, apontou Moreno na ação. Nem o partido do prefeito de Maceió, JHC, o PSB, escapou da denúncia. A legenda elegeu o delegado Fábio Costa, Francisco Sales, Cleber Costa e Siderlane Mendonça.

A denúncia aponta Michelly de Freitas, Rafaela Silva e Sannye Krystine de Freitas como candidatas laranjas apenas para preenchimento de cotas. “Registre-se que as referidas candidatas tiveram recebimento de verba desproporcional aos demais candidatos, obtiveram votação irrisória e não fizeram campanha, configurando como candidatas fictícias”, destacou. Os investimentos nas candidaturas também foram postos em xeque. Isso porque os valores recebidos pelos componentes do sexo masculino do partido em doações do próprio partido, chegariam ao montante de R$ 280.000, resultando em um total de votos 35.592. Enquanto que as mulheres receberam um total de R$ 494.800 obtendo a quantidade total de 2.057 votos. Sobre o PT, Zita do Povo seria a candidata laranja, recebendo apenas dois votos. “Também, resta configurado que teve seu registro de candidatura indeferido após as elei-

ções, posto que recebeu 02 (dois) votos, o que demonstra que após o seu registro de candidatura efetuado pelo PT, sob a responsabilidade de seus dirigentes, ela não participou efetivamente do pleito eleitoral”, informou. Outro partido denunciado pelos mesmos motivos foi o PSC, que também teria utilizado laranjas mulheres.

PALMEIRA DOS ÍNDIOS

A Justiça Eleitoral cassou os mandatos e os diplomas dos vereadores do PRTB em Palmeira dos Índios. Eles foram condenados por fraude na cota de gêneros nas últimas eleições municipais. Cabe recurso da decisão. Com isso, todos os candidatos do PRTB, eleitos ou não, devem ser atingidos pelo reconhecimento da fraude, independentemente se sabiam ou não do ato ilícito. Além disso, os candidatos que efetivamente sabiam e participaram da fraude, devem receber a penalidade da inelegibilidade.

Vereadores têm mandatos cassados no Paraná e Espírito Santo Casos semelhantes foram registrados em todo território nacional. A Justiça Eleitoral do Paraná anulou, em agosto, os votos recebidos em 2020 por um partido na disputa por vaga na Câmara Municipal de Paranapoema. A legenda foi acusada de lançar uma candidatura fraudulenta, ou laranja, apenas para preencher a cota de candidatas mulheres. Como consequência da decisão da Justiça Eleitoral, cinco candidatos eleitos para a Câmara de Vereadores tiveram os registros e os diplomas de candidatura cassados.

Os suplentes também tiveram a mesma punição. Ainda cabe recurso. No Espírito Santo, a Justiça cassou o mandato dos vereadores de Muqui, Carlos Henrique Dias Luparelli, o “Carlinhos do Leite”, e José Martins Filho, o “Zinho”, ambos do PDT. O partido é acusado de registrar candidatura de “mulheres laranjas” nas eleições 2020 para preencher a cota obrigatória mínima de 30%. Por se tratar de decisão de primeiro grau, os vereadores poderão recorrer sem se afastarem dos cargos.


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TRANSPORTE PÚBLICO

Veleiro vira ‘pedra no sapato’ da Prefeitura Empresa desrespeita contrato de concessão ao atrasar salários e circular com veículos velhos BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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Prefeitura de Maceió não tem ideia do que fazer em relação à Auto Viação Veleiro e suas constantes greves de funcionários que fazem com que a empresa deixe de cumprir boa parte do contrato de conessão assinado em 2015, ainda durante a gestão de Rui Palmeira. A evidência de que o município está perdido quanto ao que fazer ficou clara na última semana, quando, mesmo após o fim da intervenção municipal realizada junto a todas as empresas na parte administrativa e os acordos firmados, os funcionários da Veleiro voltaram a decretar greve. Os cerca de 250 funcionários cobram dos patrões o pagamento de duas folhas salariais em atraso e auxílios acordados em negociações no passado. Além disso, a categoria afirma que também está com o 13º salário de 2020, que foi parcelado, e benefícios como vale-alimentação, com atrasos de até três meses. Outro ponto que evidencia a indefinição é os questionamentos realizados pelo EX-

TRA à Prefeitura de Maceió e também à Agência Municipal de Regulação de Serviços Delegados (Arser) e ao Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Maceió (Sinturb). Coincidência ou não, ninguém soube responder como resolver o impasse com a Veleiro. Outro ponto vago é o motivo pelo qual o contrato de licitação assinado entre a empresa e o município ainda não foi rescindido, tendo em vista que a Veleiro deixou de cumprir com alguns artigos dele, entre eles o de, no caso de inadimplemento total ou parcial das obrigações da empresa, o Município poderia determinar a caducidade da concessão sem qualquer prejuízo. Por enquanto, e ao que tudo indica, a Prefeitura de Maceió ainda está tentando encontrar uma solução, já que advertiu e multou - quem não tem condições de pagar os salários dos próprios funcionários -, como estabelecido no primeiro e segundo parágrafos do artigo 13 do contrato de concessão que determina advertência formal e multa em caso descumprimento das obrigações assumidas e a determinação da

BRUNO FERNANDES

Veleiro acumula problemas e irrita usuários e seus funcionários

adoção das necessárias medidas de correção. INTERVENÇÃO E OUTORGA De acordo com a edição de 23 de dezembro de 2015 do Diário Oficial do Município (DOM) de Maceió, o menor valor de contrato assinado entre todas as empresas que possuem a concessão do transporte público de Maceió é o da Auto Viação Veleiro: R$ 452.510.994,38. A outorga desta empresa à Prefeitura é de R$ 4.412.388,18, valor que ainda não foi pago, ou se foi pago, esqueceram de informar à própria Prefeitura, que não respondeu ao questionamento. Questiona-se também se a inadequação na prestação de serviços de operação e manutenção constatados por fiscais do próprio município em 2018 na empresa, não seria motivo suficiente para uma abordagem mais incisiva, no entanto, a única medida tomada até agora pela Prefeitura de Maceió foi decretar intervenção no contrato de concessão do transporte coletivo. A medida foi tomada após recomendação conjunta expedida pelo Ministério Público de Alagoas (MPE) e pelo Ministério Público de Contas

(MPC). O decreto, que foi publicado no Diário Oficial, determinou intervenção no contrato de concessão das quatro empresas que operam o sistema na capital. Na época, a Prefeitura alegou que, além de considerar as inconformidades na prestação dos serviços firmados em contrato, a medida aponta a “incapacidade dos concessionários em atender as disposições dos contratos de concessão com relação à constituição do Consórcio Operacional e consequente gestão do Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE)”. O decreto nomeou o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação de Serviços Delegados (Arser), Ricardo Wanderley, como interventor por 180 dias, que logo depois foi prorrogado, tendo sido encerrado apenas no início do segundo semestre do ano passado e pelo visto sem resultados significativos, já que desde que foi encerrada a intervenção os funcionários da Veleiro decretaram greve pelo menos outras três vezes. Enquanto uma solução não é definida, quem sofre com as condições dos ônibus da empresa, que viraram inclusive motivo de memes em páginas de humor da ca-

pital, é a própria população, que corre o risco de chegar em um terminal e não saber se vai conseguir pegar um transporte, como é o caso dos moradores do bairro do Pontal da Barra, que dependem exclusivamente do transporte da empresa. Revoltados com o péssimo atendimento, os moradores realizaram um protesto no último dia 28. A deficiência na prestação do serviço não se limita ao bairro do Pontal e também atinge quem reside na Jatiúca e Cambona, bairros que também são atendidos pela Veleiro. De acordo com o morador Carlos Alberto, há cerca de três anos a empresa tem deixado a desejar quanto aos ônibus que oferece. Segundo o morador da parte baixa que trabalha como porteiro predial, no bairro da Jatiúca, “o transporte coletivo já era ruim e ficou péssimo nos últimos meses, mas fazer o que né. Os empresários mandam e a SMTT obedece, pelo visto é assim que funciona”, lamenta. Denúncias relacionadas ao transporte público podem ser formalizadas pelo WhatsApp (82) 98134 6858. Há ainda o Disque SMTT, no número 118, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.


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R$ 33 MILHÕES

Teotônio Vilela terá asfalto na principal via de acesso ao Distrito Gulandim

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prefeito do município de Teotônio Vilela, Pedro Henrique de Jesus Pereira (PP), conhecido na região como Peu Pereira, recebeu o governador Renan Filho e parte do secretariado numa cerimônia para a assinatura da ordem de serviço de duas obras de infraestrutura que vão impactar a qualidade de vida dos habitantes. A primeira delas é o asfalto da estrada que liga o Distrito de Gulandim à cidade, um total de 6,5 Km, que vai beneficiar moradores de mais de 40 povoados e também viabilizar o escoamento da produção da agricultura familiar. A obra será executada por meio do programa Alagoas de Ponta a Ponta, que investirá R$ 14 milhões. A implantação do trecho vai beneficiar diretamente mais de 1.500 moradores do povoado, além dos residentes em outras comunidades rurais circunvizinhas. A segunda obra, é a pavimentação de 110 vias urbanas de Teotônio Vilela. Serão investidos nas obras cerca de R$ 33 milhões de recursos próprios do governo do Estado, através dos programas Minha Cidade Linda e Alagoas de Ponta a Ponta. Na avaliação do prefeito Peu Pereira, as obras vão impulsionar a economia municipal e melhorar o deslocamento dos moradores na região. Com um investimento total de mais de R$ 400 milhões, o Alagoas de Ponta a Ponta está mudando as cidades e levando desenvolvimento social e econômico aos moradores de todas as regiões do estado. O asfalto da estrada em barro no Distrito de Gulandim é uma reivindicação antiga da população que enfrenta dificuldades no deslocamento até a cidade. Segundo Peu Pereira, no verão a estrada é tomada pela poeira e, no inverno, pela lama. “Agora essa realidade vai mudar. As obras vão começar imediatamente, gerando emprego para

os profissionais locais”, disse. O prefeito recordou das dificuldades e dos riscos de acidentes por causa das condições de trafegabilidade da estrada de barro, destacando a importância da implantação da nova rodovia de acesso ao Gulandim. “A gente passa por uma ladeira nessa estrada, que é muito perigosa no inverno; trata-se da Ladeira da Canabrava, que será toda asfaltada. Então essa estrada será um grande ganho para as empresas, para o pequeno agricultor e para os moradores em geral. Eu só tenho uma palavra: gratidão”, afirmou Peu Pereira, voltando-se ao governador Renan Filho. Peu Pereira agradeceu a parceria com o governo estadual em ações estruturantes para o município. O governo do Estado vai investir R$ 19,1 milhões nas ações do Minha Cidade Linda em Teotônio Vilela. “Essa obra do Minha Cidade Linda é maior do que o acesso ao Gulandim, tanto em distância quanto em investimento. Nós vamos calçar, praticamente, todas as ruas de Teotônio Vilela que faltam ser pavimentadas em sua área urbana”,

garantiu Renan Filho. O programa prevê, ainda, a pintura das fachadas de todas as casas localizadas nas vias que receberão as benfeitorias. Além disso, o município vai ganhar quatro kits de equipamentos de esporte e lazer ao ar livre, dotados, cada um, de parque infantil e de academia de ginástica. As praças também serão revitalizadas, beneficiando diretamente os mais de 44 mil moradores de Teotônio Vilela. Também participaram das atividades em Teotônio Vilela o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fernando Pereira; a secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, Fabiana Pessoa; o secretário executivo de Comunicação, Cristiano Matheus; o diretorpresidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Hélder Gazzaneo; o superintendente da Codefasf, Joãozinho Pereira; e, o prefeito de Murici, Olavo Calheiros; dentre outras autoridades.


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ANIMAIS PEÇONHENTOS

Falta estrutura em municípios do interior para atendimento emergencial REPRODUÇÃO

Mais de 5 mil pessoas foram picadas por escorpiões só este ano no estado; uma criança de 3 anos morreu ARTHUR FONTES E IGOR ALBUQUERQUE Estagiários sob supervisão

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morte de uma criança de 3 anos picada por um escorpião e o aumento considerável de casos envolvendo este tipo de animal acende o alerta para a precariedade no atendimento a vítimas no interior do estado. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) mostram que no primeiro semestre de 2021 foram registrados 5.055 casos de acidentes com escorpiões em Alagoas. Comparando com 2020, o índice se manteve parecido, nos primeiros seis meses do ano passado, 5096 casos foram computados. Por fim, no ano inteiro de 2020, foram somados 10.012 casos. A falta de recursos resultou na morte de Isabelly Laune Santos da Silva, no último dia 9, de 3 anos, visto que ela teve que ser levada para Maceió, pois não tinha nenhuma unidade de atendimento especializado próxima à cidade em que morava, em Matriz de Camaragibe, no Litoral Norte. O deslocamento dificultou ainda mais para que a criança fosse socorrida, já que são 78 km de distância entre a capital alagoana e Matriz de Camaragibe, cerca de 1 hora e 30 minutos de carro.

O Hospital Hélvio Auto é referência em Alagoas para o atendimento referente a acidentes com animais peçonhentos. O hospital recebe por mês uma média de 260 casos, e só nos primeiros oito meses de 2021 já recebeu 2074 ocorrências. No ano passado, o hospital recebeu 2656 casos. O EXTRA entrou em contato com um dos infectologistas do hospital Helvio Auto, Fernando Maia, para esclarecer dúvidas de como eliminar esses animais peçonhentos para evitar acidentes domésticos. ‘’De fato a dedetização ajuda no combate aos escorpiões, até porque as baratas são o principal alimento dos escorpiões, mas para eliminá-los é necessário usar um produto específico, uma dedetização comum não é 100% eficaz’’, detalhou Maia. Ainda segundo o infectologista, manter o lixo bem armazenado sem fazer acúmulo é essencial para evitar os acidentes com animais peçonhentos. ‘’Escorpiões gostam de se esconder em locais escuros, como buraco de parede, fresta de azulejo e caixa de gordura. É importante manter os ralos vedados, por que muitas vezes os escorpiões se locomovem pelos encanamentos das residências. Fora que um dos

Escorpiões têm como principal alimento as baratas DIVULGAÇÃO

Isabelly tinha 3 anos e morava em Matriz do Camaragibe

acidentes mais comuns com estes animais acontecem no banheiro enquanto as pessoas estão tomando banho’’, explicou o infectologista. Em relação aos preços de dedetização em Maceió, o valor para eliminar estes animais peçonhentos vai de acordo com o tamanho das residências, sendo que no caso de apartamento o custo é menor, girando em torno de R$ 200 a R$ 300. Já as casas,

por terem uma maior dimensão, o valor a ser desembolsado varia de R$ 300 a R$ 500. Porém, a dedetização para eliminar os escorpiões pode sair mais caro, pois é exigido um produto específico para este tipo de serviço e por isso o investimento é mais alto. Os escorpiões prevalecem nos bairros populosos e periféricos. Se aproveitam da falta de saneamento básico adequado para se proliferar e buscam

locais quentes e que possam abrigá-los, como telhas, sapatos e interiores de móveis. Eles também podem adentrar nas residências através dos ralos e esgoto, por esse motivo é aconselhável sempre conferir esses locais. As picadas de escorpião são mais frequentes nesta época do ano com presença de chuva e temperatura elevada. Na véspera do feriado de 7 de Setembro, por exemplo, o Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, fez o atendimento de 15 pessoas picadas por escorpiões. A infectologista Luciana Pacheco orienta o que se deve fazer no caso de sofrer uma picada de escorpião. “A primeira dica é que não deve fazer nada no local da ferida, após o momento da picada e a segunda orientação é procurar o mais rápido possível a unidade de saúde mais próxima e informar tudo ao médico, tamanho do inseto, se a dor está fraca, moderada ou muito intensa”, informou a profissional da saúde. Na unidade de saúde é feita a avaliação e com base nos sintomas do paciente, os médicos usam ou não o soro que age contra as toxinas do escorpião. Os casos que precisam de mais atenção são das crianças e dos idosos, justamente por conta de o corpo de defesa não estar funcionando 100%. A infectologista conta que na maioria dos casos o atendimento consiste em ser ministrado somente com remédio para dor e observação médica.


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INOVAÇÃO SOCIAL GABRIEL MOREIRA-SECOM

Patrícia Mourão destaca protagonismo dos moradores

GABRIEL MOREIRA-SECOM

Atividades envolvem a comunidade dos bairros beneficiados pelo projeto

Turismo Comunitário potencializa atrativos dos bairros e promove geração de renda Experiência vivida em Medellin, Colômbia, serve de exemplo para os bairros de Maceió ASSESSORIA

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onsiderado tendência do turismo no Brasil e em vários outros países, o Turismo Comunitário também está sendo implantado em Maceió. Com a proposta de inovação social e construção de uma atividade turística integrada com a população, o projeto está sendo desenvolvido pela Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel) e, inicialmente, será implantado no bairro do Jacintinho, com a ‘’Rota do Seu Jacinto’’. O pontapé do projeto foi dado no mês de agosto e início de setembro, com ações nos bairros do Jacintinho, Vergel e Pontal da Barra. Todas as ações contaram com o apoio dos moradores e pequenos empreendedores

da região. No bairro do Jacintinho que receberá o projeto piloto - já existe uma rede comunitária cultural ativa, onde se desenvolvem práticas culturais, educativas e de afirmação etnica. Além disso, o bairro também é o segundo mais populoso de Maceió onde se concentra a maior parte das grotas da capital - e possui grande potencial econômico, sendo considerado um dos principais pontos comerciais da cidade. ‘’Mais do que envolver os moradores no processo turístico, despertando o sentimento de pertencimento, o projeto turismo comunitário também quer valorizar a cultura local, promover renda e emprego para os moradores”, disse a secretária municipal de Turismo, Es-

porte e Lazer. Patrícia Mourão vai além e diz que o Jacintinho, por exemplo, possui grupos organizados, que já promovem ações integrativas, além de possuir mirantes belíssimos, com uma visão privilegiada da nossa capital. ‘’Várias iniciativas de turismo comunitário têm surgido não só no Brasil, mas em várias partes do mundo. Vimos uma ação como esta na missão Medellín, realizada com o time da Prefeitura de Maceió”, lembrou a secretária Patrícia Mourão. A secretária lembrou da experiência vivida na Colômbia. “Lá, conhecemos a ‘Comuna 13’, uma grande favela que já foi considerada uma das mais perigosas do mundo e que hoje é um dos destinos mais populares. Boa parte dessa transformação é resultado do desenvolvimento urbano in-

Artesanato local será um dos destaques

clusivo que conectou e deu protagonismo para a população’’, completou Patrícia Mourão. O projeto Turismo Comunitário conta com a parceria de diversos produtores locais, do comércio e serviços, líderes comunitários, empreendedores e associações que estão diretamente envolvidas na comunidade, além da grande interlocução entre as secretarias do município: Semtel, Semas, Sedet, Secom, Sedet, Semed, Seminfra, Semscs, Semtabes, Fmac, Sudes e Sima.

ROTA DO SEU JACINTO

A rota possui um trajeto de aproximadamente 541 metros, que se inicia no Mirante Kátia Assunção e se estende até a Praça do Mirante, onde é encontrado o totem “Eu Amo Jacintinho”. No projeto também está sendo planejada a visita ao Museu da Cultura Periférica, ao Galpão de Coco de Roda e restaurantes locais, entre outros atrativos que vão potencializar a nova rota.


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Revista AMA fortalece laços com gestores municipais em Alagoas

Produto busca auxiliar prefeitos com informes técnicos e troca de experiências para facilitar a governança

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Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) concretiza mais um projeto na área de comunicação com intuito de contribuir para o fortalecimento dos laços com os gestores municipais de Alagoas. A Revista AMA NOTÍCIAS foi lançada esta semana com objetivo editorial de oferecer ao público informações que ampliem o olhar sobre a governança no estado, facilite a troca de experiências e a discussão da pauta municipalista. O presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley, avalia o produto como uma oportunidade de integrar os gestores e orientá-los sobre questões técnicas para melhorar a administração pública. A revista é mensal, impressa e produzida pela Assessoria de Comunicação da Associação, tendo como editora-chefe a jornalista Zélia Cavalcanti. Dessa forma, a AMA consegue estar presente nos veículos de comunicação em formato virtual e impresso. “A revista AMA vai contribuir muito com a comunicação entre a Associação, as prefeituras e a sociedade civil, que terá em suas mãos, de maneira física ou digital, um conteúdo de qualidade e comprometido com o municipalismo”, afirmou Wanderley. Na primeira edição, a matéria central é o retorno seguro às aulas na rede municipal, tema atual e que ainda levanta polêmicas nesse período da pandemia, apesar da redução do número de novos casos de covid-19 e de óbitos. “As pesquisas nos dizem que a escola é o melhor lugar para crianças e jovens. Lugar onde não estão expostos à violência, principalmente a doméstica que, infelizmente, cresceu tanto na pandemia. Estamos prontos para ensinar e acolher. A ofertar saber e carinho. Como gestores, acreditamos na educação como a principal indutora da transformação social”, enfatiza Hugo Wanderley no editorial de estreia. Da abordagem sobre educação à capacitação de servidores, a revista passeia por outros temas importantes para os municípios, como a situação de emergência decretada em decorrência da seca, o enfrentamento da covid-19 e notícias dos municípios. A AMA tem investido em instrumentos que fortaleçam o aprimoramento da gestão municipal no estado. Além do lançamento da revista, lives e capacitações fazem parte da programação da Associação para dar suporte técnico aos gestores. Na última terça-feira, por exemplo, a AMA ofertou aos associados um webinar (seminário online)

promovido pela Rede Cidade Digital (RCD) sobre o processo de modernização para interação entre o estado e a sociedade. O evento apresentou informações sobre as políticas públicas em andamento no Ministério das Comunicações, que pretende melhorar o acesso à conectividade nas cidades, como, por exemplo, o Wi-Fi Brasil, programa que já atende mais de 10 mil escolas, mais de 700 unidades de saúde e mais de 400 comunidades indígenas.


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EFEITO CORONA

Réveillon na orla de Maceió pode ser cancelado pelo 2º ano consecutivo Faltando três meses para a festa da virada de ano, Prefeitura ainda não tem qualquer decisão sobre o evento por causa da pandemia TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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opulação e turistas que estiverem na capital alagoana no final de dezembro não devem contar com o réveillon gratuito e aberto ao público na orla marítima para diversão este ano. O cenário que se estabelece em decorrência da pandemia, até o momento, não aponta para a realização dos grandes eventos públicos, apesar da redução no número de novos casos de coronavírus e de óbitos por covid-19 no estado. Faltando apenas três meses para a festa que marca a passagem de ano e a tradicional queima de fogos, a Prefeitura de Maceió sequer tem uma definição sobre o assunto e as discussões, segundo a área da Comunicação do município, estão ainda em processo de construção. O quadro de indefinições sobre os grandes eventos nos municípios é uma realidade em outras capitais brasileiras e impacta diretamente um dos pilares da economia, que é o Turismo. Além disso, os argumentos contra e a favor da realização dos eventos está promovendo divisão de interesses entre gestores públicos. Enquanto a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) não define sobre a festa da passagem do ano, a Secretaria Muni-

cipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel) defende e espera que o réveillon público ocorra. A secretária Patrícia Mourão afirma que Maceió é uma das capitais de grande procura no país para o réveillon e lembra que a festa representa importante incremento na economia e na geração de emprego e renda para inúmeros serviços e profissionais da linha de frente do segmento, como ambulantes da orla, motoristas de aplicativos, taxistas e jangadeiros, entre outros. Na avaliação da secretária, Maceió está com a vacinação acelerada, os serviços turísticos funcionando com protocolos rígidos e ações de fiscalização e conscientização realizadas pela Prefeitura. “Justamente para proporcionar mais segurança aos turistas e maceioenses”, diz. “Neste momento de pandemia, os viajantes procuram destinos com rotas mais próximas, com experiências ao ar livre, sobretudo destino de praia. Maceió possui todos esses requisitos. Além de toda a beleza natural, possui atrativos nos arredores, a poucos quilômetros da capital”, reforça. FREIOS NOS PLANOS Dois freios importantes para a realização do réveillon em Maceió são o nú-

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Maceió continua sendo uma das cidades mais procuradas por turistas

mero de pessoas com o ciclo de vacinação incompleto e a indefinição sobre o comportamento da variante Delta do coronavírus. No começo deste mês, mais de 31 mil pessoas haviam atrasado a 2ª dose da vacina, um número significativo e que comprometia a eficácia da campanha. Já a variante Delta, que causou uma avalanche de novos casos nos últimos meses em países da Ásia, Europa e Estados Unidos, parece agir de forma diferente no Brasil. Mesmo após quatro meses da identificação dos primeiros casos, a variante Delta não provocou uma piora nas contaminações, nem nas internações e mortes. Os números apontados nos bo-

letins municipais, estaduais e do próprio Ministério da Saúde, ao contrário, são declinantes. A Delta apareceu na Índia em dezembro e foi causar problemas em fevereiro. Em vários outros países onde apareceu, ela só efetivamente foi causar grandes problemas por volta de oito semanas depois. Mas no Brasil, ela não tem apresentado essa façanha. Se por um lado isso é bom, por outro essa “trégua” em relação ao contágio pela Delta tem deixado cientistas, médicos e o setor da saúde com uma pulga atrás da orelha. Não é possível prever “quando” ou “se” vai ocorrer nova onda de covid-19 por causa da variante. Pelo sim, pelo não, os

especialistas recomendam manter as medidas restritivas, entre as quais a não aglomeração. A respeito desse assunto, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), Marcius Beltrão, lembra que para a realização de eventos e festividades de grande porte, é preciso acompanhar os decretos governamentais e as medidas de enfrentamento à covid-19. “Apesar do avanço da vacinação, por enquanto festas e eventos só estão liberados com o cumprimento de protocolos de higienização e distanciamento aprovados pela OMS, com um número limitado de pessoas e o uso de máscaras”, reforça.


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Réveillon do Celebration, um dos eventos da iniciativa privada mais concorridos de Maceió, já está com ingressos à venda para a virada do ano INSTAGRAM

FESTAS PRIVADAS É por esta razão que o setor privado não aposta no retorno do réveillon aberto na orla de Maceió este ano. “É difícil manter uma multidão, como costuma reunir o revéillon, sob o controle das medidas de restrição, como o uso da máscara e o distanciamento individual”, comenta Sérgio Feitosa, diretor-regional da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos, a Abrape. No setor privado, no entanto, o réveillon de Maceió está sendo planejado e vai acontecer observando as experiências de sucesso em eventos similares em outros países e contando com o avanço da vacinação contra o coronavírus. “O setor privado está preparado para realizar esses eventos obedecendo os protocolos já determinados, com limites de público, medidas de distanciamento, entre outros aspectos” garante.

“À medida que o tempo vai passando, a vacinação avançando, vai ficando mais claro a possibilidade de realizar essa festa no setor privado” diz. A demanda pelo réveillon privado já é grande. A casa de festas Cafe de La Musique, a promotora de eventos Celebration e a promotora do Réveillon do Alto já divulgaram em suas redes sociais oficiais o calendário e as atrações para as festas de Ano Novo. Segundo as publicações, no mês de agosto os ingressos já começaram a ser vendidos, e os preços variam entre R$ 200,00 e R$ 1.525,00. A venda de ingressos para eventos ainda está proibida pelo decreto estadual de Distanciamento Social Programado no período de validade do decreto. No caso dos eventos, o que pode acontecer, segundo Sérgio Machado, é devolver o valor cobrado ao público caso o decreto em vigor na ocasião, proíba a realização dos mesmos.

Secretária Patrícia Mourão defende realização da festa

ALTA TEMPORADA Mesmo diante da pandemia, o governo de Alagoas (Sedetur) não parou as ações de promoção do Destino Alagoas, porque entende que a posição de destaque do estado no turismo nacional e internacional é fruto de uma construção estratégica continuada, esclarece o secretário Marcius Beltrão. Por isso, ao longo dos últimos meses, foram “traçadas e executadas diversas estratégias, a exemplo da reela-

boração das logomarcas das regiões turísticas – que será lançada ainda neste ano; como também foram estruturadas parcerias de divulgação no circuito nacional e internacional, com parceiros como Decolar, Rappi Travel, Azul Viagens, CVC e Agaxtur - que mantiveram a venda do destino com a ideia de ‘quando a pandemia passar, Alagoas é o lugar que você deve visitar’”, informa. Beltrão comenta que o Estado manteve o trabalho de promoção e incentivo das rotas aéreas, mesmo durante a pandemia, porque contou

com o apoio do trade turístico, que atualizou protocolos de segurança que garantiram ambientes seguros para os visitantes. Foram adotadas ações estratégicas que beneficiam os profissionais que trabalham no setor turístico, a exemplo da dispensa do pagamento de IPVA dos transportes utilizados para atividades do segmento correspondente ao exercício de 2021. “A medida também faz parte do pacote de apoio ao enfrentamento da crise causada pela covid-19 e se aplica ainda aos veículos de propriedade de restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas, serviços ambulantes de alimentação e serviços de catering, bufê e outros serviços de comida preparada; hotéis e similares; além de pessoas jurídicas inscritas no Cadastro de Prestadores de de Serviços Turísticos (CADASTUR), do Ministério do Turismo”, completa o secretário.


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TRATA BRASIL AGÊNCIA BRASIL

Ausência de saneamento básico implica em problemas para a saúde

Sistema de saneamento em Alagoas se expandiu 1,7% ao ano em uma década Despesas com água e esgoto registram queda em todo o País TAMARA ALBUQUERQUE

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tamarajornalista@gmail.com

studo realizado pelo Instituto Trata Brasil revela que as famílias brasileiras gastam menos com saneamento básico do que com energia, telecomu-

nicações e gás (encanado e botijão) e que a realidade é a mesma em Alagoas, onde a expansão dessa infraestrutura foi de apenas 1,7% ao ano em uma década (2008 a 2018). O estudo, elaborado pela EX Ante, traz um balanço sobre os gastos das famílias com serviços de saneamento e mostra o quanto o país está longe de alcançar a situação ideal. Estima-se que 35 milhões de famílias e seus membros – consideradas unidades de consumo – não tenham água tratada em casa, uma população equivalente à de todo o Canadá.

Outro dado mostra que em relação à coleta dos esgotos, mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso ao sistema, e menos da metade do esgoto gerado é tratado, sendo o restante descartado diretamente na natureza. Os dados pesquisados mostram que o país perde quase 40% da água potável por ineficiências nos sistemas de distribuição, especialmente por vazamentos, roubos e fraudes, erros ou falta de medição. As análises são baseadas na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

que coletou diversos indicadores socioeconômicos das famílias brasileiras. São dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano base de 2019. O estudo apontou que houve avanço nos serviços nos últimos 10 anos, o que significa que mais famílias tiveram acesso aos serviços de água e coleta dos esgotos. O aumento foi de 2,2% ao ano de famílias com acesso às redes de água e de 3,7% ao ano de famílias ligadas às redes de coleta de esgoto. Segundo o instituto “atualizando-se monetariamente os valores, a despesa nacional média das famí-

lias com as contas de água e esgotos não aumentou; ao contrário, houve ligeira queda de 1,0% no período, passando de R$ 68,86 em 2008 para R$ 68,20 em 2018, o que mostra que as famílias brasileiras continuaram pagando basicamente o mesmo valor, sem pressão inflacionária”. Em 2018, aponta o estudo, as despesas médias das famílias brasileiras com telecomunicação foram de R$ 117,31 e com energia elétrica de R$ 124,75, em média. No período de 2008 a 2018, enquanto essas despesas cresceram 4,3%e 7,6% respectivamente, as com água e esgoto caíram 1,0%. “Em resumo, o peso das despesas com saneamento na renda das famílias reduziu de 1,37% para 1,26%, ao mesmo tempo em que as famílias brasileiras gastaram mais com energia elétrica e telecomunicações.” Em 2018, o custo da energia representava 6% da renda mensal das famílias mais pobres, as telecomunicações 5,6%, saneamento 3,7% e gás (encanado ou botijão) de 3%. Por outro lado, das 49,4 milhões de famílias com serviços disponíveis e que pagavam, 22,1 milhões residiam no Sudeste. Em relação ao Nordeste, Alagoas tinha 92,5% das famílias com acesso aos serviços pagando por eles. O estudo também apontou a variação do valor da conta de água e esgoto dependendo do nível de aten


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CAROLINA GONÇALVES-AGÊNCIA BRASIL

Salgadinho é um dos desafios da capital alagoana

dimento prestado e outros aspectos considerados pelas empresas e agências reguladoras. Como exemplo, famílias do Distrito Federal têm um custo médio de R$ 103,93 com saneamento, enquanto as famílias do Acre têm um custo de R$ 36,56. De acordo com Edison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, um fator relevante para o estudo é a preocupação quanto à capacidade da população de pagar as tarifas de todas as infraestruturas, em especial a de água e esgoto por sua representatividade na proteção da

saúde. Em Alagoas, 26,4% das unidades de consumo se encontravam abaixo da linha de pobreza. “O setor de saneamento ainda registra grande ineficiência e parte disso acaba nas tarifas. Faz todo sentido, portanto, reivindicar que os serviços cheguem a mais pessoas, que tenham acesso a um bom serviço, pois esta condição aumenta a base dos que pagam e pode colaborar para manter os valores em níveis adequados a todas as faixas de renda”, argumenta o presidente executivo em matéria da instituição.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

alguém está ‘falando’ mal dela, por exemplo. No consultório é muito comum uma pessoa demonstrar ‘pitadas’ desses sintomas, o que não significa que ela seja esquizofrênica.

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uitas pessoas, em conversas informais, falam que uma determinada pessoa está ‘delirando’. O termo é comum no dia a dia, mas o agravo (ou sintoma) tem um significado específico na Psicologia. Muitos dizem também que as pessoas estão perdendo a capacidade de sentir o sofrimento do outro, ou seja, não têm empatia, ou são insensíveis. Será que estamos vivendo num delírio e embotamento afetivo coletivo agudo? Pois bem, um dos transtornos mentais em que o delírio e o embotamento afetivo são sintomas bastante presentes no comportamento da pessoa é a esquizofrenia. Não só delírio, mas também outros sintomas como alucinações, embotamento afetivo e alogia. Mas o que significa cada termo desses e por que é preciso ficar em alerta? Pois é, a esquizofrenia é caracterizada por uma desorganização do pensamento, além de alterações da personalidade. A pessoa apresenta alteração de pensamento, percepção (sentidos), emoção, movimentos e também dos comportamentos.

Delírio

Muitos confundem delírio com alucinação. Em termos bem simples, o delírio seria a visualização de um objeto ou de um comportamento distorcido do seu real sentido (significado), manifesta-se na mente e é a tentativa do psicótico (a pessoa que tem uma desordem mental) em reconstruir seu mundo. Representa, enfim, a tentativa de cura de sua própria psicose. Já a alucinação seria a ‘visualização’ de um objeto ou de um comportamento inexistente, ou seja, a pessoa vê ou ouve algo que não existe, como vozes ou que

Nos delírios há uma perda do ‘juízo’ de realidade, ou seja, a pessoa acredita fielmente naquilo que está ‘vendo’ ou ‘ouvindo’. Às vezes são coisas bizarras, como ver alguém dando ‘careta’; ou alguém falando com ela. Mesmo que a pessoa que esteja delirando esteja dizendo ou tentando dizer o que está acontecendo, é preciso respeitar o que ela está dizendo. Às vezes esses delírios podem ser circunstanciais ou temporais, não significando necessariamente que a pessoa apresente uma esquizofrenia. Um ambiente de trabalho, familiar ou escola/faculdade hostil pode levar a pessoa a apresentar esses sintomas. A família, assim, precisa acolher e procurar ajuda de um psicólogo porque o delírio é um dos sintomas que leva a pessoa a praticar o suicídio. O sofrimento é intenso.

Alucinações

As alucinações seriam percepções irreais através dos órgãos dos sentidos. Podem ser: auditivas, visuais, olfativas, do tato e cinestésicas. Os sintomas podem ser palavras, objetos, cheiros, que a pessoa está sentindo ou algo se movendo inexistentes, ou seja, a pessoa diz que está ocorrendo, mas não existe.

Alteração do samento

Sonho sem atitude é delírio. (Natan Jonatas Marcos)

Embotamento afetivo

Suicídio e delírio

Delírio e embotamento afetivo agudos e coletivos

ATITUDE

pen-

Na esquizofrenia há também uma alteração do pensamento, ou seja, perde-se a capacidade de raciocínio lógico. A pessoa apresenta neologismos na fala (cria novas palavras para expressar coisas específicas de seus delírios e alucinações).

Outro sintoma da esquizofrenia é a alteração da afetividade, ou seja, a pessoa perde a capacidade de expressar suas emoções (raiva, alegria, tristeza), tornando-se indiferente (embotamento afetivo), isto é, a pessoa apresenta reação afetiva inadequada (incongruência afetiva).

Alogia

Comportamentos de alogia, talvez, es-

teja bastante em ‘moda’ devido aos grandes e frequentes absurdos que se ouve e se lê nos meios de comunicação, especialmente nas redes sociais. A alogia, seria, entretanto, absurdos, contrassenso ou despropósito nas falas e nos comportamentos das pessoas.

Em alerta

O pai da Psicanálise, Freud, enfatiza que uma das principais características do portador de esquizofrenia é que a pessoa rejeita a realidade e, depois, a constrói (ou apresenta) delírios, que seria “um remendo aplicado no lugar em que originalmente havia uma fenda, a abolição simbólica causada pela rejeição, apareceu na relação do ego com o mundo externo”. Será que as pessoas estão perdendo a capacidade de querer ver a realidade e preferem ter delírios e alucinações, inconscientemente? Será menos doloroso? Pois bem, é preciso ficar em alerta quando qualquer pensamento, comportamento, crença ou fato incomode. É necessário que se procure um profissional psicólogo para investigar o mais rápido possível para se evitar que um desses sintomas, ou eles juntos, possam desencadear numa esquizofrenia circunstancial ou temporária. Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com Facebook: Arnaldo Santtos


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “O comportamento belicoso e desestabilizador de Bolsonaro configura método já visto em outros

ladridos ditatoriais. Ele vive o desespero de estar em processo irreversível de baixa popularidade”. (Senador Renan Calheiros)

Porque esquerda e centro poderão perder

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s atos do último domingo deram uma mostra evidente da fragilidade de um movimento centrista com o objetivo de enfrentar o presidente Jair Bolsonaro e “apeá-lo” do poder. Movimentos de centro e de direita tentaram turbinar seus protestos, confiantes em que a bizarra tentativa presidencial de emparedar o Poder Judiciário faria a classe média que apoiou em parte a rua de 2013 e a tomou em 2016 voltasse a dar as caras. Fracassou, como qualquer pessoa com visão razoável perceberia ao examinar as imagens da Avenida Paulista. Isso para não falar no vazio no resto do país. A presença das maiores lideranças de uma possível terceira via, a exem-

Mirando Bolsonaro

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, defendeu a união entre os poderes para enfrentar a crise sanitária e econômica. Segundo ele, é obrigação de todos trabalhar em sintonia para acabar com a pandemia, diminuir o desemprego e solucionar os problemas relacionados aos precatórios, que podem afetar os investimentos públicos e o teto de gastos. “Toda instituição republicana ou Poder só existem para servir ao País. Temos a obrigação neste momento de trabalhar em sintonia para acabar com a pandemia, diminuir o desemprego, solucionar os precatórios, que podem afetar os investimentos públicos”, afirmou Lira, por meio de suas redes sociais. Ele reafirmou que não é o momento de desarranjos institucionais e disse esperar que a nota oficial do presidente Bolsonaro seja uma oportunidade de recomeço de conversas para estabilização da política brasileira.

plo de Mandetta, Ciro Gomes, Amoedo e Dória, não conseguiu atrair o povo para a manifestação. Ao olhar esses nomes não encontramos um sequer, com musculatura eleitoral para competir com Lula ou Bolsonaro, mas atrapalha um bocado. A impossível união dos partidos de centro e de esquerda que poderia levar a uma vitória no primeiro turno está descartada. Se Bolsonaro segurar seus arroubos de ditador de republiqueta, parar com confrontos com os poderes e mantiver um relacionamento republicano (o que não é fácil), poderá sim, conquistar o segundo mandato, mesmo que seja um desastre para o país.

Brasil, à procura de um líder

Sempre leio, com muita atenção, os textos da jornalista Letícia Borges. Esse em especial que me mandou o colega Vanildo Mendes, outro craque do jornalismo brasileiro, radicado em Brasília. Ela faz uma análise cruelmente verdadeira da situação política brasileira e da falta de alguém com capacidade de assumir o protagonismo ou o surgimento de um nome de referência nacional. Tenho essa mesma visão e acho que também a maioria dos brasileiros. Onde estão as verdadeiras lideranças do país? Aquelas que as pessoas paravam pra ouvir, nas tribunas da Câmara e do Senado? Não se fala mais em reserva moral, expressão antiga para se referir a algum político – ou um magistrado, por exemplo – acima de qualquer suspeita. Vez por outra, repete-se uma frase de Ulysses Guimarães. E ele está morto há quase 30 anos. É como se, depois daquela geração – de Mário Covas, Tancredo Neves, Franco Montoro, Teotônio Vilela, Paulo Brossard, entre outros – não haja ninguém mais digno de citação. Eles já não eram jovens quando veio a redemocratização do país. De lá pra cá, a impressão que se tem é que não se construiu uma nova geração de políticos que vão além de sua base eleitoral. Poucos ultrapassam as fronteiras de seus estados.

Brasil, à procura de um líder II

Estudiosos haverão de se debruçar sobre o tema. Alguns já o fazem. Mas é impressionante que, por onde se olhe, não há um só nome que tenha o status de liderança minimamente acima de um grupo. Olhando para o Congresso, especialmente esta última legislatura, os parlamentares se destacam pela defesa de interesses corporativos dispersos e são majoritariamente fisiológicos. Qual o grande orador ou o exímio articulador? Quem são os líderes partidários conhecidos fora dos Salões Verde e Azul? Já fiz essa pergunta diversas vezes aqui na coluna e nas redes sociais. Nem mesmo os presidentes das duas casas merecem, ao menos até agora, uma referência maior. Fora do Congresso, pode-se olhar para as reuniões de representantes de partidos que discutem seja o impeachment, seja uma opção eleitoral fora do Lula x Bolsonaro (aliás, dois “cases” sobre liderança: um que não deixou ninguém crescer; o outro, um ponto fora da curva, que não agregou ninguém ao seu redor, além dos filhos e uns poucos militares mais bajuladores).

O dia “D” da CPI

O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros, já definiu o próximo dia 24 para a entrega do relatório da comissão, aguardado com grande expectativa. Para ele, embora a CPI já esteja “na reta final”, ainda há tempo para avançar nas investigações e depoimentos, com possíveis novos convocados. Renan foi questionado se a necessidade de novas audiências e depoimentos mudaria a previsão dele de apresentar o relatório da CPI na data prevista. — Não, não muda. Eu tenho me esforçado para compatibilizar estas questões novas da investigação que virão à tona e certamente serão investigadas, mas neste prazo. Estou fazendo coisas simultâneas: estou querendo avançar na investigação, estou estudando bastante as informações que chegam e vamos, a partir de agora, formatar verdadeiramente aquilo que será o relatório final”.

A prudência do governador

As tratativas para as composições políticas, com vistas às eleições do próximo ano, estão ainda muito emperradas em Alagoas. O governador Renan Filho está cauteloso e não pode dar um passo fora do tom. Sabe do seu potencial e não confia, plenamente, em qualquer um para deixar no seu lugar. Se até o prazo fatal não achar essa via de confiabilidade, pode ficar no cargo até o final do mandato. Sabe que é o maior eleitor das próximas eleições com cacife para eleger governador e senador. Confiança em política é algo “camaleônico”, e Renan Filho, mais do que ninguém, sabe disso. O tempo e o compasso quem dará é ele mesmo. “Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.

PÍLULAS DO PEDRO Deputado estadual não pode legislar sobre alíquotas de impostos estaduais. Mas eles o fazem só para aparecer. A CPI da Covid está para acabar. Vai parir um rato ou um gato?


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Sem saídas

ELIAS FRAGOSO n Economista

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esde o primeiro trimestre deste ano, quando os otimistas “de araque” do mercado financeiro previam, junto com o Guedes, uma recuperação econômica de grande porte para este ano de 2021, tenho alertado na coluna para o leigo não se enganar com o canto de sereia dos fazedores de marola da bolsa para ganhar dinheiro ou do mago do superotimismo sonhático e das previsões furadas, o ministro da Economia, outrora um respeitado economista.

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No segundo trimestre, a dose de otimismo recrudesceu, mesmo tendo o PIB retroagido -0,1% um sinal claro de que nem sempre fórmulas econométricas, teoria dos jogos e até hoje em dia gamificação funcionam na economia como um relógio suíço. Há todo um mundo que gira fora dessa roda que ainda foi capturado pelos experts. E ainda mais, existe algo singelo no humano que pesa um bocado, quando estamos falando de estimativas na economia: o feeling apurado para captar nuances que os números não “enxergam”, e o bom senso para perceber e antecipar decisões quando a maré não está pra peixe. Entendo até que por dever de oficio – embora não concorde com isso – o ministro tenda a relativizar os números ruins da economia, ou os “mágicos” do mercado busquem saídas “otimistas” para depois realizarem lucros na baixa, com a frustação das mesmas. Cai nessa lorota quem quer.

Estamos nos aproximando dos resultados do PIB do terceiro trimestre que será outro caos. Provavelmente números negativos ou próximos de zero, com as projeções para o ano se reduzindo a 4,5% de crescimento (perdemos -4,1% no ano passado), portanto, o crescimento real para 2021 será de 0,4% em relação à 2020. O FMI projeta um crescimento do PIB global para 2021 da ordem de 6%. É preciso dizer o quão estamos na rota errada? Para 2022, outro ano de voo de galinha, o PIB no máximo alcançará 1%, e olhe lá. Após 4 anos de governo Bolsonaro, o tamanho do PIB brasileiro vai estar próximo dos números de 2019, um ano péssimo em termos do crescimento da economia (1,1%). Ou seja, neste governo, atualizando os dados em relação ao artigo anterior, o crescimento do PIB em 4 anos não deve ultrapassar a 1,4% ou 0,35% a.a. Nesse sentido, apenas como registro para que o leitor tenha

uma visão panorâmica do desastre deste governo, o péssimo desempenho do PIB brasileiro da década de 2010-2019 (1,39% de crescimento médio), foi menos da metade do registrado na década de 2000-2009 (3,39%). Se comparamos às projeções para 4 anos do governo Bolsonaro, aos números terríveis de 20102019, aqueles são 4 vezes maiores. Não é necessário dizer mais nada. Com a economia em frangalhos fazendo água por quase todos os seus pilares e uma enorme crise política quanto mais se aproximam as eleições, e com o governo feito barata tonta com sua inusitada ausência de planos e diretrizes que sinalizem caminhos para a iniciativa trilhar neste resto de governo (nos dois anos e meio anteriores nada foi feito nesse sentido) e, tampouco, sem ajustar as suas contas (aumentando dia após dia o desequilíbrio fiscal), rumamos para o desconhecido.

Para 2022, outro ano de voo de galinha, o PIB no máximo alcançará 1%, e olhe lá. Após 4 anos de governo Bolsonaro, o tamanho do PIB brasileiro vai estar próximo dos números de 2019, um ano péssimo em termos do crescimento da economia (1,1%).


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A idade da sabedoria

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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velho no Brasil não é tratado com respeito. Sempre há um tipo de brincadeira depreciativa sobre as pessoas idosas. Estivemos, eu e meu marido, numa agência bancária da cidade. Fomos recebidos por um gerente novo que nos chamou para tratar de um título de capitalização. Passamos mais de uma hora conversando com o moço, nascido no Paraná. Quando descobriu nossa idade, passou a nos tratar com mais gentileza. Após o atendimento, agradeci dizendo: Fomos muito bem tratados aqui. Estamos agradecidos. Quem não se lembra de Ulisses Guimarães? Homem sábio,

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político inteligente, idoso, morto miseravelmente num desastre aéreo. Ainda hoje é lembrado na mídia por suas famosas frases. Quando entrei na Assembleia Legislativa, nos idos de 1960, conheci um deputado, então presidente do Poder. Homem sério, honesto, de decisões fortes. Se não me engano, era médico. Havia um diretor bêbado que amedrontava os servidores. Quis fazer graça comigo e meu pai foi ao presidente, Dr. Mário. Ele perguntou se contaríamos todo o problema criado, na presença do tal diretor. Ele foi chamado e o presidente determinou que desfizesse tudo. Daí, comecei a respeitar o Dr. Mário Guimarães, que na minha visão de jovem com 18 anos, era um velho. Um exemplo de mulher idosa com bastante coragem é Lya Luft. Escritora gaúcha, valente, escreve sobre o dia a dia das pessoas e tem uma história de vida bem movimentada. Ainda hoje tenho vários amigos e amigas que já passaram dos setenta e administram tranquilamente a idade mais avançada. Alguns procuram viver com alegria, lendo, escrevendo, bordando, pintando, curtindo a parte final de nossa passagem pela terra.

Sempre fui fã de Rita Lee! Li o livro sobre a vida dela. Uma juventude atormentada pelo excesso de drogas. Chegou aos setenta e três anos tranquila, gostando dos bichos, curtindo a família, achando bom ter cabelos brancos. Infelizmente apareceu um câncer de pulmão. Coisas ruins da vida! Getúlio Vargas seria outro bom exemplo de político idoso bem sucedido. Presidente da República por duas vezes, era amigo dos trabalhadores e criou várias ferramentas que facilitaram na época a vida do povo. Foi traído pelos próprios amigos e se matou com um tiro no peito. Atualmente tenho um grande exemplo de médico idoso, muito respeitado pela sociedade alagoana, que também se destacou através do Lions Clube. Refiro-me ao Dr. Afonso Lucena, pediatra de gerações em nosso estado. Se os leitores vierem a Paripueira e forem à “UPA lá de cima”, vão encontrar um médico quase idoso, atendendo gentilmente a ricos e pobres. É o Dr. José Maria Constant. Creio que é o mais procurado pelo povo da pequena cidade, porque é competente, gentil e responsável. Estou citando exemplos de

pessoas idosas que ainda trabalham e tentam se manter ativas. Não é só o exercício físico que revigora as pessoas em idade avançada. A mente precisa funcionar, alimentando o fim da vida. Cheguei aos oitenta anos e passo a ver as pessoas e suas atitudes de maneira diferente. O tempo que me resta é curto e não posso suportar criaturas que nada me acrescentam. Há muita coisa boa para ser administrada, muita luta por nossos direitos subtraídos, curtir filhos, netos e bisnetos, enfim, procurar o lado bom da vida. Frequento um Sindicato de Aposentados e lá posso ajudar companheiros inativos. Era esse tipo de trabalho que meu pai fazia e com ele aprendi a amenizar os problemas dos que de nós precisam. Por outro lado, vivemos no sindicato momentos de alegria: rimos, conversamos, falamos da vida alheia, lutamos por nossos direitos. E o tempo vai passando, a morte nos ameaça, as doenças aparecem. Sentimos que estamos chegando ao fim da jornada. Mas, enquanto há vida, há esperança e lá vamos nós driblando a morte. Somos velhinhos sabidos!

estar vazia. Aliás, isso vem de há muito, porquanto Bolsonaro não tem se mostrado muito afeito ao estafante trabalho de presidir e dirigir o País. Sua praia é outra. Criar problemas, gerar factoides, dizer inconsequências e comunicar-se através de grupos midiáticos, esse o seu mundo. Os momentos de folga, utiliza-os para realizar as chamadas motociatas, que o presidente não é de ferro. Os últimos acontecimentos parecem ter sido a gota d’água que esborda o cálice. É possível que Bolsonaro esteja amargamente arrependido do 7 de Setembro com o qual presenteou a Nação. Os brasileiros jamais havíamos visto a sagrada data nacional tão afrontada, um dos símbolos nacionais, a bandeira, sendo utilizado para atividades nada condizentes com a Pátria ou com a Democracia. Em tempo algum, também, um presidente brasileiro atreveu-se a pregar,

sem quaisquer pruridos ou subterfúgios, o golpe de Estado, a sublevação das massas, o desrespeito às Instituições e aos princípios republicanos, o desprezo à Democracia. Estarrecidos vimos e ouvimos o tresloucado simplesmente negar o cumprimento de qualquer ordem judicial. Pregou o anarquismo, só que sem qualquer verniz filosófico. O País ainda estava embasbacado com o atrevido, quando nova pérola foi produzida nos gabinetes do Palácio do Planalto, ou do Alvorada. O presidente rendeu-se a algum resquício de sensatez, naturalmente vindo de terceiros, e dobrou-se às evidências de que seus atos e palavras naquele Dia da Independência haviam merecido o repúdio daqueles que verdadeiramente amam esta Pátria. O recuo do presidente é coisa normal neste governo. Desde o

início, o que é dito em um dia, no outro não mais vale. Como no adágio popular, o que Bolsonaro diz, não se escreve. Não sendo diferente desta vez, alguma coisa parece que mudou; ou melhor, a gota d’água fez o copo transbordar. Políticos que normalmente seguem os passos do poder, apressaram-se a manifestar discordância às impropriedades presidenciais. Muitos afastaram-se, e foram engrossar a fila do repúdio. Político é animal sensível à sobrevivência, principalmente nas proximidades de eleição. Mesmo o seu aliado mais ferrenho, o presidente da Câmara Federal, não se ocupou em defender o amigo. Eis então visível o isolamento do presidente, e ainda que seus seguidores aguardem o ressurgimento de uma Fênix, o governo Bolsonaro acabou. A cadeira está virtualmente vazia.

Getúlio Vargas seria outro bom exemplo de político idoso bem sucedido. Presidente da República por duas vezes, era amigo dos trabalhadores e criou várias ferramentas que facilitaram na época a vida do povo. Foi traído pelos próprios amigos e se matou com um tiro no peito.

Sede vacante

CLÁUDIO VIEIRA

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n Advogado e escritor

expressão é latina, sendo a proclamação de que o trono de São Pedro está vazio. O Brasil não é o Vaticano, nem a Igreja Católica, nem a curul presidencial é o trono, e o ocupante momentâneo do cargo sequer de longe pode ser considerado papa, embora às vezes tenha pretensões imperiais. Malgrado estas considerações, a cadeira – curul –presidencial brasileira parece

Os brasileiros jamais havíamos visto a sagrada data nacional tão afrontada, um dos símbolos nacionais, a bandeira, sendo utilizado para atividades nada condizentes com a Pátria ou com a Democracia.


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Breves reflexões

GERALDO MAGELA

n Procurador de Justiça aposentado e cronista

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humanidade, em qualquer época de sua existência, sempre viveu tempos sombrios. Tempos de grande escuridão e terror. As guerras, tão comuns na trajetória da civilização, sempre trouxeram à humanidade grandes incertezas e intensos sofrimentos. A idade contemporânea, que começou com a Tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, com a

revolução francesa, início de uma nova era, com a mudança dos regimes absolutistas varrendo toda Europa, trouxe à humanidade, também, tempos sombrios, instalando-se o terror. A primeira e a segunda guerras mundiais, início e meados do século XX, foram tempos tormentosos. Dirigentes de grandes nações à época instalaram regimes ditatoriais, dizimando milhares de vida. Os ideais iluministas, que impulsionaram a revolução francesa, e as mudanças de regimes, ora para o socialismo, caso da China e da Rússia, ora para o totalitarismo, caso da Alemanha e Itália, não trouxeram à humanidade, como propagavam, paz e prosperidade. Busca-se, ainda, o bem estar da humanidade. Teorias econômicas surgem e, quando implantadas, não conseguem resolver os problemas que nos cercam. O Estado, enquanto organizador da conivência do organismo social, é imprescindível. Porém,

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até que limite, dentro de parâmetros do que hoje se conhece por democracia, não interferindo na liberdade de expressão, de ir e vir, e garantindo, sobretudo, o direito à vida, implícitos a saúde, educação, segurança e oportunidades a todos. Entendo que os limites são os constitucionais, cabendo à Corte suprema, quando acionada, dar sua interpretação. Assim funciona a democracia, e o seu aperfeiçoamento dar-se ao longo do tempo, através de mudanças na própria constituição, emanada do desejo do povo que, através do tempo, melhora seus valores, dele povo. O momento atual, assolado por uma grave crise de saúde sanitária, com reflexos nunca imaginados, em uma crise econômica sem precedentes, requer, de todos e, principalmente, dos líderes, muito equilíbrio e comando. Nos momentos de tormento, de crise, de dor, de angústia, de caminhos que se fecham, é que surgem, não tenham dúvidas, as grandes lideranças.

Com a revolução industrial, inaugurada pela Inglaterra no século XVIII, com a introdução de máquinas e, posteriormente as ideias revolucionárias do Iluminismo, era da razão, acreditou-se que o homem, ao dominar os meios de produção e inovar na forma de auto governar-se teria, a partir daí, os problemas resolvidos. Ledo engano. Os problemas continuam a desafiar. Os problemas de saúde, sobretudo. Novas doenças, novos vírus, novas bactérias, desafiam a inteligência humana, apesar de grandes progressos e inovações constantes. Sempre haverá doenças incuráveis e as infectocontagiosas, quando não existentes vacinas, geram pânico. Quando as desigualdades sociais serão resolvidas? Quando haverá escolas para todos? Empregos para todos? Acesso uniforme à saúde para todos? Não são problemas fáceis de serem resolvidos, mas que trarão à humanidade uma grande sensação de bem estar.

O momento atual, assolado por uma grave crise de saúde sanitária, com reflexos nunca imaginados, em uma crise econômica sem precedentes, requer, de todos e, principalmente, dos líderes, muito equilíbrio e comando.

A MP das redes sociais ANDRÉ NORONHA

N

n Advogado

o dia 6 de setembro de 2021 foi editada a Medida Provisória nº 1.068/2021, que trata principalmente de alterações ao Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014), estabelecendo regras de moderação de conteúdos nas redes sociais. A medida editada pelo presidente da República foi publicada no Diário Oficial da União em edição extra no dia da Independência do Brasil com vigência imediata, apesar da concessão de 30 (trinta) dias para que os provedores de redes sociais adequem suas políticas e termos de uso. Rejeitada pelo Senado e pelo Supremo Tribunal Federal, dentre as alterações, a MP trazia alguns direitos e garantias aos usuários de redes sociais, aqui destacamos o Inciso II do

art. 8-A que previa o contraditório, ampla defesa e recurso, e que seriam obrigatoriamente observados nas hipóteses de moderação de conteúdo, devendo o provedor de redes sociais oferecer, no mínimo, um canal eletrônico de comunicação dedicado ao exercício desses direitos. A MP também limitava as hipóteses de moderação de contas e conteúdo. Ocorre que, no rol de hipóteses em que a norma permitia a moderação, não foram incluídos dispositivos relacionados à propagação de notícias falsas ou manipulação de mídia, dispositivos esses que atualmente se encontram nas políticas de uso das principais redes sociais. É bem verdade que existe uma linha tênue entre notícias falsas e sátiras ou opiniões, por isso, não é aconselhável que haja moderação para excluir esse tipo de conteúdo, todavia, deve sim haver um controle para redução de sua divulgação, não é tarefa fácil, mas já existem modelos a serem segui-

dos, um deles é o bloqueio de incentivos econômicos a pessoas, páginas e domínios que propagam informações enganosas. O Facebook, por exemplo, utiliza a terceirização de verificadores de fatos e aqueles classificados como falsos são colocados mais abaixo do feed de notícias. Oportunamente, citamos a frase atribuída a Mark Twain: “Uma mentira pode dar a volta ao mundo enquanto a verdade ainda calça seus sapatos”. A frase nos leva à reflexão sobre o impacto da propagação de notícias falsas nas redes sociais. Não por acaso, as plataformas de redes sociais, assim como as indústrias de drogas, utilizam o termo “usuário” para se referir aos seus consumidores. As pessoas estão cada vez mais buscando conhecimento em comunidades nas redes e se limitando ao que lhes é sugerido, o objetivo da programação (ou inteligência artificial) das redes sociais é literalmente viciar o usuário, visto que se utilizam de ferramentas de di-

recionamento de conteúdo, ou seja, quanto mais ele pesquisar sobre determinado assunto, mais conteúdo relacionado será sugerido, afastando aquela pessoa de conteúdos relevantes com diferentes pontos de vista, cria-se então um ambiente perfeito para propagação das fake news que impactam a opinião pública favorecendo polarizações, especialmente políticas. O assunto é de extrema relevância e merecia seu destaque na Medida Provisória, esta que, ao nosso ver, parecia ser uma resposta às plataformas que têm excluído consistentemente conteúdos politizados que ferem suas diretrizes, inclusive o próprio presidente já foi alvo de exclusão de conteúdo e notificações de que propagava notícias falsas. Todavia, com o nítido propósito de criar restrições para arbitrariedades das Big Techs, acaba por enfraquecer a pressão exercida sobre as plataformas para que elas controlem a disseminação de notícias falsas na internet.

Não por acaso, as plataformas de redes sociais, assim como as indústrias de drogas, utilizam o termo “usuário” para se referir aos seus consumidores.


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Obras estruturantes vão melhorar qualidade de vida da população e ambiente econômico para o desenvolvimento da cidade

União dos Palmares terá R$ 15 milhões para investimento em infraestrutura urbana

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município de União dos Palmares entra numa fase de construção de obras estruturantes que, além de melhorar o dia-a-dia da população, são indispensáveis para o ambiente econômico, para o desenvolvimento da cidade. O prefeito Areski Freitas, o Kil, reforçou a parceria com o governo do Estado e o resultado vai garantir qualidade em serviços e infraestrutura para os habitantes. Na última sexta-feira (10), o governador Renan Filho esteve no município para assinatura da ordem de serviços de pavimentação de um dos bairros mais antigos de União: o Roberto Correia de Araújo ou “Robertão” e anunciou que, com recursos do programa Pró-Estrada, o município receberá investimentos de R$ 2,6 milhões para calçar as ruas daquela localidade. “Será o início de uma grande transformação da infraestrutura urbana. Serão beneficiadas, inicialmente, oito ruas no Robertão e, depois, vamos levar o investimento de cerca de R$ 15 milhões em infraestrutura urbana para toda a cidade de União dos Palmares”, afirmou o governador. “Toda vez que Renan Filho vem a União dos Palmares, só traz notícia boa. Ele tem sido um grande parceiro desde o início de nosso governo; já fez diversas obras e temos, ainda, muitas outras a serem feitas”, ressaltou o prefeito.

Obras de pavimentação também serão realizadas nos bairros Mutirão, Zumbi dos Palmares e Santa Maria Madalena, além da implantação do acesso à comunidade quilombola do Muquém. O prefeito lembrou que a cidade receberá um Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) e uma nova rodoviária municipal. Também foi citado na cerimônia a chegada à União dos Palmares da indústria de beneficiamento de leite Natville, que na avaliação do prefeito será um divisor de águas, fortalecendo a agricultura familiar. Renan Filho e Kil comemoram o empreendimento e concordaram que a tendência do mesmo é gerar emprego e renda no campo, ajudando no desenvolvimento de União. Renan Filho e secretariado acompanharam o prefeito Kil numa visita ao Hospital Regional da Mata, inaugurado em outubro do ano passado para aumentar a assistência aos pacientes da pandemia, e que acabou de receber do governo um tomógrafo de tecnologia avançada. “Vamos resolver mais de 80% dos casos em saúde no Hospital Regional da Mata. Já operamos, aqui, 112 pessoas de apendicite e outras 426 foram submetidas a cirurgias ortopédicas. Isso certamente é um grande avanço e avançaremos muito mais agora, no período pós-vacinação [contra a covid]”, enfatizou o governador.


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SAÚDE

Marcelo Malta implanta dispositivo que registra informações do que acontece no coração

Paciente recebe monitor de eventos cardíacos que se conecta ao celular

Aparelho que auxilia no diagnóstico de arritmias foi o primeiro implantado em Alagoas

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Serviço de Arritmia e Marcapasso da Santa Casa de Maceió implantou, no último dia 3, um dispositivo de monitoração cardíaco que se conecta sem fio ao Smartphone do paciente. O aparelho, primeiro a ser implanto em Alagoas, pode ser utilizado por até três anos e vai auxiliar na investigação das causas de desmaios (síncopes) ainda sem conclusão após o uso de vários recursos diagnósticos.

Para o especialista em arritmia/marcapasso, Marcelo Malta, o Confirm Rx é mais uma ferramenta que pode melhorar a qualidade de vida de quem sofre com o problema. “A paciente tem 60 anos e já sofreu mais de cinco episódios de desmaios que ainda não tiveram explicação. Como existe uma suspeita de que a causa seja cardíaca, o dispositivo foi implantado para gravar o ritmo do coração, passando para o Smartphone e depois

para uma central em São Paulo. Os dados então são analisados por um software e enviados para o médico via SMS, email, e, até mesmo, WhatsApp. Assim posso fazer o diagnóstico de forma mais rápida e identificar quais tipos de arritmias cardíacas ela pode estar enfrentando (batimento irregular, demasiadamente rápido ou demasiadamente lento, bloqueios cardíacos e pausas)”, explicou o especialista. Todas as transferências

de dados são criptografadas para garantir a privacidade do paciente Do tamanho de um pendrive, o monitor de eventos é implantado na camada subcutânea por meio de um procedimento minimamente invasivo apenas com anestesia local. O implante é feito entre 10 e 15 minutos; logo em seguida, o paciente vai para casa. Para o dispositivo funcionar, o paciente deve instalar o aplicativo em seu telefone e usar o Bluetooth

para sincronizá-lo. Todas as transferências de dados são criptografadas para garantir a privacidade. “Se o paciente sente que algo pode estar acontecendo com seu coração, pode usar o aplicativo para registrar o evento, os sintomas e a hora exata. Mas, mesmo se ele não o fizer, o dispositivo tem a capacidade de reconhecer as arritmias e enviar os dados para a central”, disse Marcelo Malta.


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ECONOMIA EM PAUTA Prejuízo milionário

DIVULGAÇÃO/MERCADO PAGO

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TOMAZ SILVA-AGÊNCIA BRASIL

previsão divulgada pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas, Marcius Beltrão, em julho, sobre a temporada de cruzeiros, revela que o estado vai deixar de arrecadar quase R$ 45 milhões no período. Segundo projeções da pasta, com o retorno das atividades desse segmento estava prevista a escala de 16 navios em Maceió e a passagem de 80 mil cruzeiristas pela cidade. MARCELLO CASAL JR-AGÊNCIA BRASIL

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Tag pedágios e estacionamentos Open Banking O Banco Central divulgou, por meio da Resolução BCB Nº 138, o escopo mínimo de dados a serem compartilhados na fase 4 do Open Banking, prevista para começar em 15 de dezembro. Essa etapa abrange o compartilhamento de dados sobre câmbio, serviço de credenciamento, investimento, seguros e previdência e neste início as instituições participantes deverão tornar públicas as informações sobre os produtos e serviços que disponibilizam relacionados ao escopo citado.

O Mercado Pago anunciou esta semana o lançamento de um novo serviço de pagamento automático de pedágios e estacionamentos em todo o Brasil, eliminando o uso do dinheiro físico e evitando as filas. A novidade começou a funcionar na última segunda. Intitulado Ultrapasse, o serviço é compatível com 100% das rodovias pedagiadas do país, de acordo com a fintech, além de poder ser usado em mais de 1 mil estacionamentos. A gestão dos pagamentos acontecerá por meio do app da carteira digital, onde também estará disponível todo o histórico de uso da ferramenta.

Reajuste para motoristas A Uber e a 99, principais empresas de transporte por demanda via aplicativo em operação no Brasil, anunciaram reajustes nos pagamentos que fazem aos motoristas como forma de amenizar o impacto da alta no preço do combustível. Em nota encaminhada à imprensa, a 99 afirma que o ganho dos motoristas deve ter aumento de 10% a 25%. Já na Uber, o repasse aos motoristas deve ter um acréscimo de até 35% nas cidades do País. MARCELO CAMARGO-AGÊNCIA BRASIL


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MARIVANA OLIVEIRA

Alagoana prata no arremesso de peso em Tóquio não andava até os 7 anos

Com duas medalhas na mala, paratleta se planeja para conquistar o ouro na Paris 2024 BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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té os 7 anos de idade, Marivana Oliveira não sabia se conseguiria andar alguma vez na vida, imagina se tornar medalhista paraolímpica. Diagnosticada com paralisia cerebral logo após o nascimento, ela só conseguiu dar os primeiros passos, com dificuldade, depois que a família pôde custear uma cirurgia. Ela conta que se sentia excluída das brincadeiras mais comuns durante seu período na escola e sempre se questionava porque não era como as outras crianças. Passando férias em Maceió, onde nasceu, hoje ela ostenta para vizinhos e amigos as duas medalhas paraolímpicas que ganhou ao longo de sua carreira no lançamento de peso, um bronze na Rio 2016 e a mais recente, uma prata em Tóquio, que também marcou sua melhor pontuação na carreira olímpica. Antes disso, porém, só queria usar o esporte para viajar pelo país e estar com seus semelhantes. “Sempre perguntava para Deus porque eu era deficiente e quando comecei a conviver com outras pessoas eu vi que não tinha nenhum problema comigo e hoje, estou bem com isso. Foi daí que comecei a tomar gosto”, contou a atleta numa entrevista exclusiva ao EXTRA. Ainda segundo Marivana, foi meio difícil de entender inicialmente como funcionava o esporte para pessoas com deficiência, pouco divulgado e apoiado no Brasil, principalmente em Alagoas. “Queria competir para viajar e aí fui

gostando do que foi acontecendo e em 2007, quando fui para o primeiro regional e me abri para o mundo, me senti bem com outros atletas com deficiência”. Marivana passou a competir nas provas de campo em 2007 e, três anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro para se dedicar ao esporte. A recompensa veio nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, quando conquistou a medalha de bronze no arremesso do peso. Daí em diante, não parou mais, mas isso não quer dizer que as dificuldades sumiram. “Essa medalha de prata conquistada lá no Japão tem um gosto diferente. Depois de passar minha vida toda em Maceió e depois ter precisado começar no Rio de Janeiro, tive que recomeçar mais uma vez em São Paulo, em 2018, para conseguir estar preparada para os jogos do Japão. Tive que deixar tudo no Rio de Janeiro para treinar lá. Meu esposo, que é carioca, também sentiu dificuldade em se adaptar porque lá ninguém vive, as pessoas só trabalham”, explica a atleta. FALTA DE ESTRUTURA EM ALAGOAS A vida profissional como atleta de alto nível de Marivana de fato começou apenas no Rio de Janeiro. Ela sentia dificuldades para conseguir treinar em Maceió e sabia que se continuasse na capital alagoana não chegaria onde chegou hoje. Treinar no Estádio Rei Pelé, um dos poucos locais apropriados para isso, era quase um sacrifício.

ALE CABRAL-CPB

Marivana exibe medalha de prata conquistada nas Olimpíadas

Para conseguir entrar e treinar na maior praça esportiva de Alagoas, precisou contar com a ajuda de conhecidos e que tinham um certo conhecimento com a alta cúpula da pasta estadual que gerencia o espaço, a Secretaria de Estado do Esporte, Lazer e Juventude. “Em Maceió não tem estrutura necessária e nem tem os profissionais mais experientes para ajudar um atleta; também não tem a tecnologia que encontramos no Rio e em São Paulo, por exemplo”. “Quando a olimpíada foi adiada por conta do coronavírus, passei alguns meses com minha família em Alagoas, e só consegui treinar no estádio por causa da ajuda de conhecidos. Se eu chegasse lá sozinha dizendo que era atleta paraolímpica precisando treinar, não teriam nem me

deixado entrar”, lamenta Marivana, que agora treina para competir em sua quarta paraolimpíada e divide o sonho de se tornar mãe daqui para lá. “Tudo isso que aconteceu eu agradeço a Deus. No meu passado eu sempre questionava porque só eu sou deficiente, eu não gostava de ir para escola, eu era excluída de tudo, eu não podia correr, não podia fazer nada. Depois que aconteceu tudo isso no atletismo, dei uma casa para minha mãe e uma boa estabilidade financeira”. Apesar das conquistas divididas com a família, Marivana não se orgulha do dinheiro que ganhou com as competições, mas sim com o fato de ter mudado sua própria história de vida. “Nunca imaginei que iria competir em uma olimpíada”.

CHUVA, NERVOSISMO E UMA MEDALHA NA MALA Sobre a experiência no Japão, ela conta que, devido aos protocolos seguidos pelo Comitê Paralímpico Internacional para evitar a disseminação do coronavírus nas instalações, os atletas tinham pouco tempo de convívio com seus adversários, o que para Marivana, foi estranho de se acostumar por conta de sua experiência em duas paralimpíadas anteriores. A hora de voltar para o Brasil, também foi diferente. “A minha terceira paralimpíada e isso nunca aconteceu isso antes. Ao contrário da Olimpíada, que os atletas terminam suas provas e retornam para o Brasil, a gente na paraolimpíada sempre retornava junto, era algo que o Comitê priorizava, mas dessa vez, eu competi no dia 2 de setembro, um dia antes eu já tive que fazer o teste de covid para no outro dia ter que ir embora”. No dia pelo qual esperou mais de quatro anos, uma surpresa aconteceu: a chuva. Chuva essa que derrubou uma de suas oponentes, a argentina Mayra Daniela na hora de fazer o arremesso, o que facilitou a conquista da marca por parte de Marivana, mas também fez aumentar o nervosismo e a obrigou a colocar em prática todos os anos de treinamento. “Eu sabia que o setor estava escorregando porque antes de fazermos os arremessos estava chovendo muito, e quando ela caiu eu fiquei com receio porque a nossa sapatilha é lisa para piso seco, mas fiquei um pouco tensa por ela, perguntei se ela se machucou”. “Quando notei que poderia escorregar, comecei a pensar qual a força máxima que eu poderia colocar para conquistar uma boa marca, mas que não fosse o suficiente para eu me desequilibrar e acabar caindo, e no final deu tudo certo e conquistei a prata com a marca de 9,15 metros”.


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FERNANDO CALMON Carros de entrada podem ter mais interessados

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pesar de o quadro econômico-financeiro do País indicar preocupações, a procura por veículos não parece se abalar. Segundo dados da Anfavea, a produção em agosto deste ano (164.000 unidades) foi a menor em 18 anos. Mas produção acumulada nos oito primeiros meses de 2021(1,476 milhão de unidades) superou em 33% o volume de igual período de 2020. Em ambos os casos, porém, a base comparativa é muito baixa. No entanto, quem deseja comprar um carro agora já sabe que não poderá recebê-lo antes de três ou quatro meses. Os estoques são de apenas 13 dias, somando-se pátios das fábricas e concessionárias, um terço do volume considerado normal para pronta-entrega. Trata-se do menor nível histórico desde 1999, quando esse indicador se tornou conhecido. Outro problema é que a indústria tem que continuar a exportar para não perder clientes no exterior. Isso explica o aumento de 43% nas vendas externas nos oito primeiros meses deste ano frente a igual período de 2020. Os problemas tendem a se agravar até o final do ano. As previsões apontam uma queda de produção entre 240.000 e

280.000 unidades, cerca do dobro do que já foi perdido no primeiro semestre. Alternativa é procurar o mercado de usados. Como muitos fizeram essa escolha, as vendas subiram nada menos de 47% em relação a janeiro-agosto do ano passado. O resultado foi uma valorização rápida nos preços, em especial dos seminovos (até três anos de uso). Outra tendência, que já antecipei, pode estar em curso. Modelos de entrada devem ganhar espaço adiante, apesar de fabricantes alegarem interesse baixo dos compradores. Estes estariam exigindo só modelos completos e recheados de eletrônica de bordo. O mercado, de fato, valoriza esses itens. Mas também há aqueles que ainda querem um modelo novo, mesmo menos equipado, como alternativa ao seminovo. Ricardo Bacellar, da consultoria KPMG, em entrevista recente à Autodata, comentou que eliminar do portfólio o carro novo de entrada pode não ser a melhor estratégia. “O consumidor quer comprar, mas está com dificuldades. Poucas empresas oferecem modelos menos equipados. Sem opções, ele acaba optando por migrar para o segmento de seminovos”, observou.

Accord agora é híbrido avançado A solução híbrida deveria ter avançado muito mais, nesses tempos em que a tração elétrica ainda precisa evoluir bastante em preço e suporte de infraestrutura. A Honda, no entanto, conseguiu dar um bom passo à frente com a tecnologia que batizou como e-HEV, só agora disponível no Brasil. O Accord Híbrido, por exemplo, vem em versão única dos EUA por R$ 299.900. Motor 2-litros entrega 145 cv e o elétrico, 184 cv. Potência combinada (não divulgada aqui) é de 215 cv, um pouco baixa para os 1.530 kg. Alcance no modo puramente elétrico (tratando o pedal do acelerador com suavidade) não chega a dois quilômetros, mas

em outros híbridos convencionais nem isso. Economia de combustível em cidade é sua grande vantagem. Na avaliação, o computador de bordo chegou a apontar quase 17 km/l de gasolina. Em autoestrada, apesar de trechos congestionados e, quando possível a 120 km/h, o consumo de gasolina se aproximou de 19 km/l. No modo Engine Drive o motor a combustão acopla-se de modo direto às rodas dianteiras. Nos modos híbrido e elétrico o 2-litros turbo atua apenas como gerador para recarregar a pequena bateria de tração. É possível também usar as borboletas atrás do volante para ampliar o efeito regenerativo nas desacelerações.

n JORNALISTA

ALTA RODA n REDUZIR a carga tributária para carros

elétricos e híbridos é o mínimo que o Brasil pode fazer para aliviar um pouco a alta diferença de custos. Em nível federal há isenção de imposto de importação e pequeno estímulo no IPI. O que de fato surpreende é o imposto estadual ser maior em São Paulo, que “esqueceu” até da substituição tributária do ICMS nesse caso. Accord Híbrido, por exemplo, custa no estado mais rico da federação R$ 310.990 (R$ 11.000 a mais). Sensibilidade zero e fúria arrecadatória de mãos dadas. DIVULGAÇÃO

n NOVA RANGER tem aparecido disfar-

çada em publicações no exterior, mas sua produção só começará na Argentina em 2023. Para sustentar o interesse no modelo atual, a Ford lança edições especiais como a recente Black Edition focada no público urbano. Apenas com tração 4x2, é 200 kg mais leve que a Ranger Storm (4x4). Esta entrega potência 40 cv maior, desempenho melhor e preço superior. Porém, em uso predominantemente urbano, a Black Edition não decepciona e custa R$ 32.000 a menos. n CHILE lançou a pedra fundamental

de uma usina de produção de combustíveis sintéticos limpos (e-fuel, em inglês) para motores a combustão interna. Utiliza energia eólica, água do mar e apenas o ar atmosférico para produzir combustível líquido de pegada de carbono 90% menor. Iniciativa da Porsche com apoio da Siemens e dos governos alemão e chileno. Já em 2022, serão 130 mil litros e 550 milhões, em 2026. Como o 911 não terá versão elétrica (apenas híbrida), poderá ser abastecido com este e-fuel.


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RESENHA ESPORTIVA DIVULGAÇÃO

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

CLUBES QUEREM ADIAMENTO DA RODADA DO BRASILEIRO GILVAN DE SOUZA -FLAMENGO

NA CROÁCIA

Alagoanas são campeãs mundiais pelo Master Handball World Cup

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equipe do ARUC/ DF, clube que conta com três atletas alagoanas no Master Handball World Cup, na Croácia, foi o campeão da categoria 40+ e bronze na categoria 30+. As jogadoras azulinas Andreia Bomfim, Claudia Virginia e Iracema Barboza disputaram as duas categorias e cada uma conquistou duas medalhas. Na final da categoria 40+, a ARUC enfrentou um clube da República Tcheca. Muito

experiente, as equipes enfrentaram-se na fase classificatória e o jogo acabou empatado em 6 x 6. Já na final da competição, as brasileiras levaram a melhor e venceram a equipe tcheca por 12 x 5. Já na disputa do bronze, pela categoria 30+, as meninas enfrentaram as donas da casa: O ZADAR, da Croácia. Foi uma partida bem disputada, onde o detalhe foi o fator preponderante para a conquista da medalha. O placar final

FOTOS PÚBLICAS

Insatisfeitos com a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de permitir público em jogos do Flamengo, os demais clubes da Série A querem adiar a rodada do próximo fim de semana. A ideia já havia sido defendida no último Conselho Técnico das equipes da Série A, na semana passada, e ganhou força após as decisões do STJD. O presidente do Grêmio, Romildo Bonzan, deixou claro qual é a decisão dos clubes. O clube gaúcho enfrenta o Flamengo na quarta, pela Copa do Brasil, e no domingo, pelo Brasileiro. Os clubes vão pressionar a CBF e o STJD neste sentido. Entendem que a decisão é plenamente baseada no que diz o regulamento da própria competição. A intenção BRITTO JR. - CSA

desses clubes, inclusive, é de não irem a campo, não viajarem, para a rodada do próximo fim de semana. A mobilização põe em choque definitivo os 19 clubes da Série A contra o Flamengo, que se movimenta há

CSA RECEBEU R$ 31,8 MILHÕES DE INDENIZAÇÃO PELO CT DO MUTANGE Rafael Tenório, atual presidente do CSA, decidiu detalhar os valores que envolvem a negociação com a Braskem. Desde a indenização pela saída do Mutange até a construção do novo CT, ele sairá do cargo de presidente do Azulão no dia 1º de dezembro, quando seu mandato chega ao fim. Ao todo, o clube recebeu R$ 31.280.000,00 em indenização da Braskem, foram gastos até agora R$ 7,7 milhões. Assim, o saldo disponível na conta específica do clube marujo para a construção do novo CT é de R$ 23,8 milhões. Durante cerca de 90 anos o clube habitou o Mutange, agora, com a situação em que se encontra o bairro, vítima da exploração de sal-gema pela Braskem, o time teve que se mudar. “Vou sair chateado porque não consegui transformar o CSA numa S/A. Eu queria ver o CSA em cinco anos sendo um dos maiores clubes do Brasil”, finalizou Tenório.

MEDINA CONQUISTA TÍTULO DO CIRCUITO MUNDIAL DE SURFE Gabriel Medina fez história ao conquistar o título do Circuito Mundial de Surfe ao superar Filipe Toledo na final do WSL Finals na praia de Lower Trestles, em San Clemente, Califórnia (EUA). Este é o terceiro título mundial do surfista, que já conquistou o Circuito em 2014 e em 2018. Medina entrou na disputa em uma situação muito confortável. Sendo o atleta melhor ranqueado da temporada, ele caiu na água apenas na grande final. Para isto, ficou aguardando o seu adversário, que veio de um mata-mata realizado com outros quatro atletas. A primeira disputa do dia foi entre o australiano Morgan Cibilic e o norte-americano Conner Coffin, que venceu por 15,00 a 9,84. Depois o atleta dos Estados Unidos acabou superado pelo brasileiro Filipe Toledo por 16,57 a 14,33. No primeiro confronto entre brasileiros, o atleta natural de Ubatuba venceu o campeão olímpico Ítalo Ferreira por 15,97 a 12,44 para se garantir na grande decisão. A final aconteceu em um formato diferente, em uma melhor de três baterias. Medina se saiu melhor em todas e se sagrou campeão.


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ABCDOINTERIOR Disputa acirrada

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DIVULGAÇÃO

a noite do último domingo, 12, o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) concluiu a eleição suplementar no município de Campo Grande. Em uma disputa acirrada, Téo Higino foi eleito como novo prefeito da cidade. O candidato venceu o pleito por apenas 9 votos de diferença. Téo obteve 3.270 votos (49,83%), enquanto Cícero Pinheiro (MDB), que liderava durante a apuração, obteve 3.261 votos (49,70%) e Maria Inês (Democratas) obteve 31 votos (0,47%). O novo prefeito de Campo Grande é também sobrinho do ex-prefeito Arnaldo Higino, que foi afastado da prefeitura por improbidade administrativa e impedido de assumir o mandato em 2021.

Reviravolta O candidato Cicero Pinheiro comemorou antecipadamente a vitória com carreata e discurso no final da tarde, ainda com os resultados prévios. Ele chegou a ser parabenizado por vários apoiadores e prefeitos de outros municípios em publicações nas redes sociais. Mas a divulgação da apuração oficial com 100% das urnas apuradas surpreendeu a todos. Por 9 votos de diferença, Téo Higino se tornava o novo prefeito da cidade. Com a notícia do resultado final da apuração, apoiadores de Cícero Pinheiro passaram a fazer recontagem dos votos dos boletins de urna.

Repercussão da notícia A assessoria do TRE emitiu uma nota informando que não houve qualquer erro, por parte da Justiça Eleitoral, na contabilização dos votos. E frisou que durante todo dia, o juiz eleitoral da 20ª Zona, Alberto de Almeida, e o promotor eleitoral Lucas Mascarenhas, percorreram os locais de votação e participaram de todo o processo eleitoral. A equipe local da Justiça Eleitoral ainda contou com o reforço de seis servidores lotados na sede do Tribunal. Cerca de 200 homens das polícias Militar, Civil e Federal atuaram garantindo a segurança do pleito, que teve apenas dois eleitores detidos em flagrante por filmarem a urna eletrônica no momento do voto e apreensão de um ônibus.

Aceitação da apuração

“Mesmo com os ânimos acirrados, tivemos uma eleição tranquila e com poucas intercorrências. O momento agora é de aceitar o resultado final do pleito, publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e torcer para que a nova gestão corresponda aos anseios da população”, avaliou o juiz Alberto de Almeida.

Ufal Arapiraca

O prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, comemorou os 15 anos de atividades do campus da Ufal Arapiraca, através de suas redes sociais. Na postagem, Luciano relembrou que o início do programa de interiorização das Universidades no Brasil (Reuni) aconteceu em cerimônia na capital do Agreste alagoano. O ano era 2006, Luciano era o prefeito de Arapiraca na época. O evento contou com a participação do então presidente Lula, da reitora da Ufal Ana Deyse e do senador Renan Calheiros. Luciano destacou o empenho dele, do senador Renan Calheiros, da ex-prefeita Célia Rocha e do então deputado federal Rogério Teófilo em garantir a chegada da Universidade Federal de Alagoas no Agreste.

Expansão das universidades

O processo de expansão das universidades garantiu o acesso à educação a muitos jovens arapiraquenses e de cidades vizinhas. Segundo os dados da Ufal, o campus conta com 23 cursos distribuídos em Arapiraca e nas unidades de Palmeira dos Índios e Penedo. Os 15 anos do Campus serão celebrados com uma programação online, no período de 20 a 24 deste mês de setembro transmitida pelo canal da Ufal no Youtube, sempre das 19h às 21h. Durante o evento, docentes, diretores, o reitor Josealdo Tonholo e a vice-reitora Eliane Cavalcanti participarão da celebração do momento.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Operação Aurantium

A Polícia Federal em Alagoas deu início na terça-feira, 14, à nova etapa da Operação Aurantium. A PF foi às ruas para cumprir 12 mandados de busca e apreensão, tomada de bens móveis e outras medidas judiciais devido o desvio de verbas públicas em Estrela de Alagoas, no período de 2013 até a presente data. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Maceió, Tanque d’Arca, Craíbas, Palmeiras dos Índios e Arapiraca.

Investigação

A investigação apurou que agentes públicos do município de Estrela de Alagoas, em conjunto com empresários, teriam fraudado dois procedimentos licitatórios, nos anos de 2013 e 2017, para contratar três empresas que serviram apenas para emitirem notas fiscais frias a fim de encobrir desvios de recursos públicos do Fundeb, do Programa Nacional do Transporte Escolar (PNATE) e do SUS.

Desvio

Segundo as investigações, uma das empresas que existia apenas no papel recebeu mais R$ 12 milhões dos cofres públicos de Estrela de Alagoas. Entre os anos de 2017 e 2020, outras duas empresas teriam recebido no mínimo R$ 3 milhões. Outra coisa que chamou a atenção dos investigadores foi a locação de veículos e máquinas com valor inicial de aproximadamente R$ 5,6 milhões e que logo após se tornou uma quantia de R$ 16,8 milhões em apenas três anos. Os acusados responderão aos crimes de fraude à licitação (art. 90 da lei 8666/93), desvios de recursos públicos federais (art. 1º, I, do Dec.-Lei n. 201/67), lavagem de dinheiro (art. 1º, da lei 9613/98) e organização criminosa (art. 2º, §4º, II, da lei 12850/13).

PELO INTERIOR ... A tradicional Feira Livre do bairro Brasília terá uma mudança do local a partir da próxima segunda-feira, 20. A alteração do local se dá pelas obras de saneamento básico no bairro. ... Devido a isso, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo informa que a tradicional feira livre da Rua Senador Rui Palmeira mudará, temporariamente, para a Rua 2 de Fevereiro, sem que haja alteração no fluxo comercial, nem na logística dos feirantes. ... A partir de segunda-feira, as equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura estarão nas localidades para iniciarem as obras. .... A Unidade Arapiraca do Hemocentro de Alagoas (Hemoal) lançou na segunda, 13, a Campanha Torcedor Sangue Bom. ... Por meio da iniciativa, os doadores estarão concorrendo ao sorteio de uma camisa e de um boné oficiais da Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA), que completa 69 anos de fundação no dia 25 deste mês, data em que o vencedor será anunciado. ... Além do sorteio da camisa e do boné oficial, os voluntários recebem um encaminhamento para plotar o carro com um adesivo em comemoração aos 69 anos de criação do time. Para isso, foi firmada uma parceria com a Agência A5VC, situada em Arapiraca. ... Desde a quinta-feira, 16, a Prefeitura de Arapiraca, via Secretaria Municipal de Saúde, disponibiliza consulta pública para apresentar as propostas elaboradas durante todo o processo de construção do plano municipal de saúde, podendo, ainda, inserir novas sugestões. ... Para a superintendente de Planejamento Estratégico e Gestão Participativa, Emmanuelle Costa, a consulta pública visa, sobretudo, o fortalecimento da política de saúde direcionada a todos os munícipes de Arapiraca. ... “Esta é a etapa final do processo de construção coletiva do Plano Municipal de Saúde 2022-2025, que já foi validado pela Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Saúde. A consulta pública se apresenta como um mecanismo participação da sociedade no processo de definição das prioridades da Política Municipal de Saúde, aberta a todos os segmentos sociais”, explicou Emmanuelle, que é assistente social efetiva do município. ... A secretária de Saúde, médica infectologista Luciana Fonseca, destacou a importância do plano como instrumento norteador da política de saúde pública de Arapiraca. ... Saúde e paz para os nossos leitores. Até a próxima edição!


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