Edição 1145

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SURURU

Governador só decide em abril se fica ou vai à guerra Renan Filho deve ficar no governo até dia 2 de abril e tem até junho para negociar uma aliança com o grupo do deputado Marcelo Victor, que indicará o governador-tampão.

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ANO XXII - Nº 1145 - 20 A 26 DE NOVEMBRO DE 2021 - R$ 4,00

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ELEIÇÕES 2022

1998 - 2020

Rejeição de Bolsonaro é alta; Arthur Lira e Collor querem mudar o jogo 6

CASA NOVA

DESPEJADA PELA BRASKEM, MACARRONADA DO LIRA SE MUDA PARA ANTIGO BAR DA PATA 23

VELHO CHICO TJ GANHA MAIS TRÊS VAGAS DE PROCURADOR É LESSA TENTA DESEMBARGADOR; CONTRA PROJETO VIABILIZAR UMA JÁ TEM DONO DE NOVA CANDIDATURA vaga será da OAB e HIDRELÉTRICA NO PARA O GOVERNO Outra a última vai para disputa entre juízes da capital. 5 DE ALAGOAS 7 SÃO FRANCISCO 12 e 13 VALE-TUDO


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EDITORA NOVO EXTRA LTDA CNPJ: 04246456/0001-97

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EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

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MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE NOVEMBRO DE 2021

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COLUNA

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Corrida pelo botim

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- Já começou a maratona dos partidos políticos em busca da formação de chapas para as eleições proporcionais do próximo ano. Com o fim das coligações partidárias ficou bem mais difícil eleger deputados federais e estaduais, forçando os caciques a antecipar a montagem de acordos e alianças em busca de garantir participação no botim republicano.

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- Guerra diferente, mas não menos intensa, é travada nos bastidores do pleito majoritário para a definição dos candidatos a governador e senador. Isto porque os atores políticos podem esperar até meado do próximo ano para fechar acordos e anunciar as candidaturas.

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- Antes de entrar no vale-tudo da sucessão estadual, Renan Filho terá tempo suficiente para definir o futuro de seu projeto político, com ou sem o apoio do grupo liderado pelo deputado Marcelo Victor, que comandará o processo de escolha do governador-tampão. Isto se Renan decidir renunciar ao cargo para disputar a eleição.

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- Como nem mesmo os aliados mais próximos acreditam que o governador ficará no cargo até o final de seu mandato, Renan Filho deve fechar acordo com a Assembleia Legislativa em troca do apoio dos deputados à sua candidatura ao Senado.

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- Apesar de aliança política não ser documento passado em cartório, um de seus pressupostos é que as partes se comprometem a ceder espaços em troca de interesses mútuos. No caso, Renan Filho quer se eleger senador enquanto os deputados desejam eleger o governador no pleito do próximo ano.

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- É por essa aliança que o governador e o presidente da Assembleia vêm conversando há muito tempo, mas até agora só promessas e gestos de boa vizinhança. No entanto, se depender de Marcelo Victor, o acordo será selado até junho do ano que vem. “Até lá, só diálogo e avaliações de parte a parte”, disse o deputado à coluna.

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- Por enquanto, a Assembleia está focada em fortalecer o nome de Paulo Dantas como possível candidato a governador interino. Além de aliado de primeira hora de Marcelo Victor, o deputado Paulo Dantas é hoje uma das lideranças do Sertão com densidade eleitoral e chances de disputar o governo pelo voto direto.

O xis da questão

Até os adversários reconhecem que Renan Filho faz um bom governo e seria até uma injustiça ele ficar fora da próxima eleição. Mas sem um vice para lhe suceder na interinidade e sem um nome para garantir a sucessão em 2022, Renan Filho pode dar com burros n’água, e pior, corre o risco de interromper seu projeto político. Esse é o ponto fraco de Renan Filho e sem uma aliança com a Assembleia terá de entregar o governo à oposição nos sete meses da interinidade até a eleição de outubro. Nessas circunstâncias, terá de se acertar com os deputados para não correr o risco de uma derrota nas urnas, o que fragilizaria seu projeto de poder.

Bacanal do Gilmar

Arthur Lira gostou tanto de seu recente tour europeu que aproveitou o feriadão e voou para Lisboa na comitiva brasileira que foi prestigiar o convescote anual do ministro Gilmar Mendes na capital portuguesa. O bacanal milionário pago pelo contribuinte nos faz lembrar o baile da Ilha Fiscal, última orgia do império, em novembro de 1889. Há exatos 132 anos o Brasil trocou a monarquia pela república, mas até hoje é governado por uma elite predadora, patrimonialista e burra.

Heróis e bandidos

“A Petrobras foi saqueada durante o governo do PT com bilhões de dólares em prejuízo. A empresa quase quebrou. Transformar bandidos em heróis e atribuir culpa a quem combateu o crime é estratégia para enganar o povo”. Resposta de Sérgio Moro à deputada Gleisi Hoffmann que culpa o ex-juiz pelos problemas na petrolífera.

Justiça paralisada

A Justiça, que já era lenta, parou de vez desde o início da pandemia, sobretudo nas comarcas do interior de Alagoas, com milhares de processos paralisados e a população, prejudicada, sem ter a quem apelar. Os juízes e juízas sumiram e, pelo visto, só voltarão ao trabalho no próximo ano, isto se não emendarem o ócio bem remunerado com “férias atrasadas”, licença para isso e aquilo. Pobre Alagoas.

Quebra de acordo

João Caldas deu um tempo na précampanha para voltar à Câmara Federal. Nos bastidores a versão é que ele está cuidando da parte financeira para a candidatura de JHC a governador. A manobra de Caldas conta com a simpatia de Ronaldo Lessa, que assumiria a prefeitura da capital, mas com a ira de Rodrigo Cunha, que está com o bloco na rua faz tempo. Eles têm um acordo. E aí: quebra ou não quebra.

Rato e queijo

Marx Beltrão perdeu o controle do PSD. Segue presidente, mas abriu mão do diretório definitivo, com sua tropa de choque completando os cargos, para não sair pela porta dos fundos. A entrada de Rui Palmeira, agora vice-presidente do provisório diretório estadual, mostrou quem manda de fato. Mais estarrecedor que Marx como rainha da Inglaterra é saber que Toninho Lins, ex-prefeito de Rio Largo e condenado por malversação do dinheiro público, é o tesoureiro. É de conhecimento de muita gente que as contas no PSD não fecham.

Em nome de Deus

Depois do castigo de um padre flagrado com a mão no óbolo, as redes sociais divulgaram o golpe de um pastor evangélico de União dos Palmares contra um seguidor de sua igreja. A vítima disse à polícia que vendeu uma casa por R$ 35 mil, doou R$ 5 mil para obras da igreja e emprestou R$ 30 mil para o pastor. Ficou sem a casa e sem o dinheiro e o pregador de ilusões foi indiciado por apropriação indébita.

O céu na terra

Definido como “melhor que o céu”, por não precisar morrer para chegar lá, o Senado vai renovar um terço de seus membros na eleição do próximo ano. Em Alagoas, a única vaga hoje ocupada por Fernando Collor, será disputada por um mínimo de cinco candidatos, incluindo o próprio Collor, que brigará pela reeleição. Entre esses, os mais cotados são Renan Filho e Collor, sem esquecer Ronaldo Lessa e o empresário Edgar Pedrosa.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Ameaça ao MDB

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fusão do Democratas com o Partido Social Liberal e que resultará na criação do União Brasil, movimentou tanto os bastidores políticos da última semana que precisou o senador Renan Calheiros, presidente regional do MDB, se deslocar para Alagoas no sentido de evitar uma debandada geral de muitos dos seus

Arrumação

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A cooptação de deputados de outros partidos que está sendo feita nas caladas da noite, tem preocupado alguns caciques da política alagoana, que veem na investida do União Brasil uma forma de praticamente destruir partidos, inclusive o MDB, que já foram protagonistas nas eleições em Alagoas.

Convite

Numa reunião que teria acontecido nos bastidores, convites foram feitos a Ricardo Nezinho, Ronaldo Medeiros, Paulo Dantas, Jó Pereira e Galba Novaes, além de outros em encontros distintos. Se estes toparem a parada para a formação do chapão, onde terão mais chances de serem reeleitos, muita gente vai ficar a ver navios.

O clima esquentou

Se o relacionamento do prefeito JHC com alguns vereadores não era dos melhores, a coisa agora piorou. No meio da semana o vereador João Catunda sapecou nas redes sociais uma passagem que deixa o prefeito de calças curtas. Pelo Twitter Catunda diz: “Denunciei a existência de uma folha secreta da Saúde e o prefeito JHC me expulsou da bancada de governo. Em vez de investigar, ele resolveu me intimidar. Por que? Qual o medo? Ele não foi eleito para combater sanguessugas?”, disparou.

filiados. O novo partido, que será comandado no estado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor, certamente será um ponto fora da curva e pode complicar vários partidos, atraindo lideranças políticas para lançar um chapão nas eleições do próximo ano.

Lados opostos

Muito embora tenha uma boa relação institucional com a Família Calheiros, Marcelo Victor é parceiro de primeira hora do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com certeza marchará com ele nas eleições de 2022. Isso, naturalmente, tem preocupado seus adversários, que sabem da habilidade de Lira e Victor e do jogo organizado que costumam realizar.

Indecisão

Porquanto tenha deixado muitas pistas de que renunciará ao cargo para disputar a única vaga no Senado, Renan Filho sabe que a parada é indigesta se não conseguir fazer o seu sucessor. Sem a caneta na mão como se costuma dizer, o governador sabe que é difícil convencer “aliados” que podem passar naturalmente para o outro lado.

Sem mandato

RODRIGOCUNHA.ORG

Se o governador decidir continuar no cargo, sabe que ficará quatro anos sem mandato, tempo suficiente para o eleitorado esquecê-lo. Como diz o velho ditado, é pegar ou largar, mas cobra criada, Renan Filho sabe distinguir o joio do trigo.

Fervendo

O clima interno do Tribunal de Justiça não é dos melhores, comentam alguns assessores que frequentam diariamente as dependências do TJ. O arranca-rabo tem chegado fora dos muros do tribunal, o que tem constrangido alguns dos seus integrantes.

Sem pressa

Enquanto acontecem muitas especulações em torno do próximo governador, Renan Filho empurra para frente sua decisão de renunciar ou não ao governo para poder sair candidato ao Senado. Esta indecisão pode atrapalhar a formação de chapas proporcionais, o que prejudicará os prováveis candidatos.

Inserção social

Uma das secretarias mais produtivas do governo de Renan Filho, a Seprev anunciou esta semana a assinatura de contrato com o Sistema Fecomercio/Sesc/Senac para capacitação dos socioseducandos da nova Unidade de Internação de Jovens e Adultos. Para o secretário Kelmann Vieira, garantir uma melhor reinserção social é o grande objetivo do trabalho da equipe da secretaria.

Ele fica

O prefeito JHC não deve abrir mão do mandato para disputar outro cargo majoritário. Além do compromisso que tem com o senador Rodrigo Cunha, os olhos estão voltados para o aporte de recursos de alguns bilhões de reais para gastar como quiser. Assim, viabilizaria sua passagem na Prefeitura de Maceió.

Bem nas pesquisas

Desconforto

As denúncias dos sites Congresso em Foco e do Tanque Cheio de que o senador Rodrigo Cunha extrapolou todas as projeções no gasto com combustível do seu gabinete e que atingiu a bagatela de R$ 500 mil, causou grande desconforto na área política. Alegando fake news, o senador não convenceu muita gente, mesmo porque não desmentiu dois dos grandes prestigiados sites que acompanham a vida parlamentar em Brasília.

Em debate

As notícias veiculadas nos órgãos de comunicação sobre o gasto exagerado de combustível, certamente serão motivo de apreciação durante a campanha política, já que o senador Rodrigo Cunha é declaradamente candidato ao governo com o apoio do prefeito JHC.

Candidato a candidato, mesmo que não tenha feito até agora muita coisa na capital, o prefeito JHC continua sendo bem pontuado nas pesquisas e seria um forte candidato ao governo se assim o desejasse. Mas prefere, segundo conversas de bastidores, cumprir o mandato que o povo lhe outorgou.

Barca consistente

Além de uma indenização considerável da Braskem sobre o afundamento do solo na região do Pinheiro, a Prefeitura de Maceió conta também com recursos que já foram bloqueados da GRK Ambiental e também de recursos próprios. Ou seja, renunciar agora para dar

um voo mais alto, não deve estar no seu planejamento político.


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JUDICIÁRIO

Juízes disputam cadeiras de desembargador no TJ alagoano Ampliação de vagas reacende clima competitivo na magistratura JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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aprovação esta semana de mais três cargos de desembargador no Tribunal de Justiça de Alagoas pela Assembleia Legislativa reacendeu uma disputa nos bastidores da toga sobre quem se sentará nas novas cadeiras do Pleno do Judiciário alagoano. Com a alteração, Alagoas passa a ter 18 desembargadores. No entanto, a lei ainda precisa ser sancionada pelo governador Renan Filho (MDB). Conforme já informado pela Coluna Sururu, do EXTRA, duas dessas vagas serão destinadas ao Judiciário e a outra será preenchida por um advogado eleito pela categoria e indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL). A indicação acontecerá por meio de lista sêxtupla, dentro dos conformes da Constituição. Em relação aos integrantes do Judiciário, uma das vagas deverá ser ocupada pelo juiz Orlando Rocha Filho, este por critério de antiguidade. O magistrado é presidente do Comitê Gestor das Contas Especiais de Pagamento de Precatórios. A outra será disputada pelos magistrados da terceira entrância. Os mais cotados são os juízes Ivan Vasconcelos Brito Junior e Antônio José Bittencourt Araújo. Brito atua na 1ª Vara Cível da Capital e Bittencourt, em 2018, chegou a ser convocado para assumir o gabinete do desembar-

gador José Carlos Malta Marques, ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que na ocasião se afastou do Pleno para se dedicar às eleições daquele ano. Hoje, o cargo da presidência do TRE é do desembargador Otávio Leão Praxedes. Vale destacar que Antônio Bittencourt é irmão do desembargador Fábio José Bittencourt Araújo, corregedor-geral de Justiça de Alagoas. Quem tiver mais cacife político leva o cargo vitalício e toda mordomia a que tem direito. Um desembargador em Alagoas tem o salário de aproximadamente R$ 35 mil, sem contar vantagens e gratificações. Aos críticos com o aumento de vagas, o Tribunal de Justiça encaminhou uma nota informando que o projeto aprovado vai gerar uma economia ao erário. Isso porque a Assembleia transformou 25 cargos de juiz de direito com atribuições de auxiliar de 2ª e 3ª entrâncias nos três cargos de desembargador. “Segundo estudo especializado e técnico da Diretoria Adjunta de Contabilidade e Finanças do Tribunal, a mudança gerará uma economia financeira de mais de 7 milhões de reais. O aumento no número de desembargadores tem como objetivo acompanhar o alto fluxo de processos que chegam na segunda instância do Judiciário”, informou o TJ à imprensa. Ainda segundo a nota, conforme dados do relatório Justiça em Números 2020 (ano base 2019),

CAIO LOUREIRO/TJAL

Ivan Vasconcelos Brito Junior responde hoje pela 1ª Vara Cível da Capital DICOM/TJAL

Antônio Bittencourt de Araújo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sobre a composição de membros por população atendida, o TJ de Alagoas tem o 2º maior índice na média de demanda e carga de trabalho entre os tribunais estaduais de pequeno porte. E explicou: as novas vagas deverão ser preenchidas pelos critérios de antiguidade e merecimento (por juízes de terceira entrância) e pela regra do quinto constitucional. “Previsto no artigo 94 da Constituição Federal, o quinto constitucional prevê que 1/5 dos membros de determinados tribunais brasileiros sejam compostos por advogados e membros do Ministério Público. Atualmente, o TJ possui duas vagas preenchidas pelo Ministério Público e uma pela OAB/AL. A próxima vaga será destinada à OAB/AL, que

DICOM/TJAL

Orlando Rocha Filho fará uma lista sêxtupla com as indicações e encaminhará para o Pleno do Tribunal. Os desembargadores escolherão três dos indicados e encaminharão a lista tríplice para o governador decidir quem será o novo membro”, completou. Atualmente, os desembargadores em atividade são: Klever Rêgo Loureiro (presidente), José Carlos Malta Marques, Fábio José Bittencourt Araújo, Washington Luiz Damasceno Freitas, Elisabeth Carvalho Nascimento, Sebastião Costa Filho, Otávio Leão Praxedes, Alcides Gusmão da Silva, Tutmés Airan de Albuquerque Melo, Paulo Barros da Silva Lima, Fernando Tourinho de Omena Souza, João Luiz Azevedo Lessa, Domingos de Araújo Lima Neto, Celyrio Adamastor Tenório Accioly e Carlos Cavalcanti de Albuquerque Filho.


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JOGO DO PODER ALAN SANTOS/PR

Fernando Collor e Arthur Lira tentam, sem sucesso, melhorar imagem de Bolsonaro no estado

Alagoas dá a Bolsonaro 4a pior avaliação do País Mesmo com empenho de Collor e Lira em mudar imagem do presidente, pesquisa Genial/Quaest aponta grande rejeição ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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pesar do empenho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e do senador Fernando Collor em mudar a imagem de Jair Bolsonaro nas suas andanças por Alagoas, o presidente da República beira rejeição de quase 60% no estado. Levantamento Genial/Quaest divulgado esta semana aponta que Alagoas dá a Bolsonaro a 4ª pior avaliação do País, índice liderado pela Bahia, Pernambuco e Piauí, confirmando também que o Nordeste ainda é a região com maior resistência ao bolsonarismo. Lira e Collor intensificam o nome de Bolsonaro pelo interior, principalmente associando o presidente a obras federais e recursos públicos, enquanto em outros estados os aliados se afastam para que a avaliação negativa não respingue em suas candidaturas. O PP de Arthur Lira discute não lançar um nome ao governo.

Lira teme que a rejeição recorde de Bolsonaro esconda apoiadores, fragmente o seu próprio palanque (ele disputa a reeleição a deputado federal) e arrisque a carreira política de prováveis pré-candidatos pepistas ao Executivo. O partido mantem segredo sobre nomes ao governo para evitar desgastes. A expectativa é que essa avaliação mude para melhor com o Auxílio Brasil. Meio milhão de famílias alagoanas recebem o benefício que substituiu Bolsa Família. Em todo o Brasil são 17 milhões. O bolsonarismo identifica que é necessário investir em nichos dominados pelo lulismo para quebrar as resistências. O Bolsa Família, agora com novo nome, tem grande força no Nordeste. Já Collor, além de defender o nome de Bolsonaro, incrementa a si mesmo na disputa pela reeleição. Aliado ao ex-presidente Lula, o governador Renan Filho (MDB) surfa na popularidade do presidenciável e mira a vaga hoje

ocupada por Collor no Senado. “Nos últimos meses entregamos dezenas de caminhões compactadores de lixo, motoniveladoras, retroescavadeiras, tratores com grade aradora, entre outros equipamentos. Outras cidades também serão beneficiadas até o fim deste ano. Vamos continuar trabalhando, pessoal!”, diz Collor, ao citar máquinas e equipamentos comprados com recursos públicos, via governo federal. Em Lisboa, Arthur Lira fez a defesa do semipresidencialismo, um regime que já está em prática à brasileira: o alagoano é quem manda nas emendas que compõem o orçamento secreto e o Congresso pouco depende do presidente da República para a execução deste extraordinário instrumento que atrai deputados e senadores para uma base fiel a Bolsonaro, com bilhões de reais circulando em currais eleitorais. “A previsão de uma dupla responsabilidade do governo, ou de

uma responsabilidade compartilhada do governo, que responderia tanto ao presidente da República quanto ao Parlamento, pode ser a engrenagem institucional que tanto nos faz falta nos momentos de crises políticas mais agudas”, disse Arthur Lira. Para ele, existe associação entre o modelo político brasileiro e a gestão das crises, como a de 2009 e a da pandemia. “Em nossos dias, a crise, que deveria ser exceção, parece ter se transformado no padrão da realidade com que os sistemas políticos têm de lidar no cotidiano”, afirmou, sem citar que Bolsonaro foi o maior incentivador de teses negacionistas na pandemia, como vacina transmitindo Aids, indicando remédios sem eficácia comprovada para combater o coronavírus, não uso de máscaras, etc. No modelo semipresidencialista, segundo Arthur Lira, o presidente teria poder de veto a leis parlamentares, manteria o controle da constitucionalidade de normas, nomearia um primeiro-ministro, além de continuar a indicar membros do Comando Militar e outros cargos políticos. O presidente poderia ser substituído mais rápido que um processo de impeachment, assim como o primeiro-ministro.

Avaliação elege ou derrota A avaliação do presidente da República é um dos elementos determinantes para atrair ou afastar votos nas eleições, principalmente as majoritárias. Em 1990, o apoio do presidente Fernando Collor a Geraldo Bulhões, enfrentando Renan Calheiros, definiu as eleições ao governo alagoano. Do mesmo jeito que o impeachment de Collor influenciou a eleição do candidato de oposição à Prefeitura de Maceió, Ronaldo Lessa (1993-1997), que elegeu a sucessora Kátia Born (1998-2005). Renan Calheiros também foi beneficiado pela boa popularidade de presidentes da República. Foi eleito senador em 1994, após ser oposição a Collor e voz ativa pelo impeachment. Em 1998 virou ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso e, mais adiante, apoiou aos governos de Luís Inácio Lula da Silva.


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ELEIÇÕES 2022 AGÊNCIA ALAGOAS

Ronaldo Lessa se encontrou na quarta com Renan Filho durante posse do conselho que defende comunidade LGBTI+

Vice de JHC pode se viabilizar como sucessor de Renan Filho Ronaldo Lessa teria de romper com prefeito, que tem pontuado bem nas pesquisas

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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m busca de espaço no apertado cenário político alagoano enquanto o PDT nacional vive dias de tensão, o vice-prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa (PDT), costura articulações que viabilizem seu nome para as eleições de 2022, levando em conta que o presidenciável Ciro Gomes quer vitrines nos estados, mostrando-se na corrida ao Palácio do Planalto. Esta semana Lessa e o go-vernador Renan Filho (MDB) se encontraram na sede do governo, o Palácio República dos Palmares, na posse do Conselho Estadual de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Uma semana antes, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), disse no interior alagoano não acreditar que Renan deixará o governo no próximo ano para disputar uma vaga ao Senado, hoje ocupada por Fernando Collor (PROS).

O grupo do governador encara com pouco entusiasmo a sucessão estadual e investe mais capital político para Renan Filho no Senado, o que pode abrir caminhos para Lessa. É uma situação bastante semelhante à de Lira: o PP aguarda uma definição do presidente Jair Bolsonaro. Se ele se filiar ao partido, é quase improvável a legenda lançar um candidato ao governo em Alagoas. Com os dois principais grupos sem nomes de capilaridade eleitoral para governador, o vice de JHC tem uma chance que pode encaixá-lo neste cenário. No governo, secretários flertam com vagas para a Câmara ou Assembleia. Os nomes são Alfredo Gaspar de Mendonça (Segurança Pública), Maurício Quintella (Infraestrutura), Alexandre Ayres (Saúde), Fabiana Pessoa (Assistência e Desenvolvimento Social), Arthur Albuquerque (Trabalho e Emprego), Marcius Beltrão (Desenvolvimento Econômico e Turismo) e Rafael Brito (Educação).

Um dos cenários é Ronaldo Lessa desistir de disputar o Senado e ser o candidato dos Calheiros ao governo, o que pode significar rompimento com o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PSB), e o senador Rodrigo Cunha (PSDB), que também postulam a cadeira do Executivo estadual. Outra hipótese é Lessa esperar a definição sobre a candidatura ao governo por JHC. Se o prefeito vencer a disputa, o vice vira o titular na administração municipal. O risco, porém, é que Lessa queira seguir carreira política e disputar o governo em 2026 contra JHC. Não existe somente o presente quando se discute um todo chamado eleições. Já uma composição ao Senado é bem mais complicada. Renan e Collor agregam a maior quantidade de prefeitos, vereadores e lideranças políticas e a concorrência é bem mais polarizada, com pouquíssimas chances de novos nomes surgirem para abalar o xadrez político. O vereador Fábio Costa (PSB), de Maceió, que lidera as pesquisas internas, declarou apoio à reeleição de Collor, que também atraiu o ex-governador e inimigo

cordial Manoel Gomes de Barros. JHC é pressionado por Collor a apoiá-lo na reeleição assim como João Caldas, pai de Jota, deve caminhar lado a lado ao senador. JC visa uma das nove cadeiras de deputado federal. Renan e Collor também atrelam desde cedo suas imagens a presidenciáveis. Enquanto Lula está próximo aos Calheiros, Jair Bolsonaro surge ao lado de Collor. Além disso, Rodrigo Cunha tem menos vantagem que JHC na corrida ao governo. O prefeito de Maceió ficou bastante conhecido no interior por encarnar a oposição aos Calheiros. Isso lhe garantiu vencer, com folga, o segundo turno nas eleições à Prefeitura da capital ano passado, enfrentando Alfredo Gaspar de Mendonça. PDT e PSDB conversam há meses em busca de saídas. Lessa vem mantendo contatos com Rodrigo Cunha, mas os tucanos procuram um nome do partido para a disputa presidencial. Estão postos o dos governadores de São Paulo, João Doria, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. PDT E PSB O pedetista Ciro Gomes anunciou a suspensão de sua candidatura no início do mês após a votação da PEC dos Precatórios. Parlamentares da legenda disseram sim à mudança na Constituição sobre o pagamento de precatórios, gerando sobra no orçamento e garantindo dinheiro para bancar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. No segundo turno da votação na Câmara, os deputados do PDT votaram não. E Ciro Gomes recuou, mantendo-se como nome do partido ao Palácio do Planalto. Há dois anos, Renan e Lessa dividiam o mesmo palanque. Em março de 2019, o hoje vice era empossado na Secretaria Estadual de Agricultura e Pesca. Três meses depois, Lessa entregou a função: “As condições são precaríssimas. Tem áreas muito carentes para serem atendidas da forma correta. Espero que venha alguém de confiança para fazer o trabalho aqui. Acredito que por meio da Agricultura é possível a geração e distribuição de renda. A pasta é um eixo fundamental para pecuária, pesca e agricultura”, disse o então secretário. Lessa então virou candidato a prefeito de Maceió. O PDT desistiu de lançar nome na capital alagoana e indicar o vice numa composição com o PSB, elegendo João Henrique Caldas. A estratégia deu certo.


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PÉROLA DE ALAGOAS

Noite de shows marca os 59 anos de emancipação de Coqueiro Seco

Dia contou com desfiles e shows de artistas em alta no Brasil

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onhecida nacionalmente como a pérola do estado de Alagoas, a cidade de Coqueiro Seco comemorou na última segunda-feira, 15, seu aniversário de 59 anos de emancipação política com muita festa e alegria, sempre seguindo todas as orientações de saúde. A semana de festas contou com eventos culturais, a 10ª Cavalgada de Nossa Senhora Mãe dos Homens e muito forró. “Fizemos uma semana de eventos em comemoração aos 59 anos de emancipação política da nossa Coqueiro Seco. Tudo com muita segurança e a participação ativa da nossa população”, conta a prefeita Decele Dâmaso. Ainda segundo a prefeita, todos os servidores tiveram uma dedicação especial durante a semana

para que tudo pudesse ter dado certo. “Foram dias de reunião, estratégia, planejamento e execução. Além de todo o nosso secretariado super dedicado, temos que valorizar o trabalho da turma que pegou pesado”, conta. A festa contou com desfiles de alunos de escolas municipais e durante a noite a prefeita fez questão de ter como atrações na festa de emancipação artistas que estão em alta no momento no Brasil inteiro, como o alagoano Mano Walter e Marcynho Sensação. “Não podemos esquecer das bandas que fizeram shows maravilhosos e que encantaram nossa gente, fazendo com que nosso aniversário tenha sido recorde de público de todos os anos”, concluiu.


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extra INSTITUTO BRASILEIRO DE MUNICIPALISMO, CIDADANIA E GESTÃO – INSTITUTO CIDADÃO

NOTA O Instituto Brasileiro de Municipalismo, Cidadania e Gestão – INSTITUTO CIDADÃO, entidade civil, sem fins lucrativos, considerada de utilidade pública estadual e municipal, com atividades institucionais voltadas para a capacitação e aperfeiçoamento de agentes públicos federais, estaduais e municipais há 17 anos e avaliada como a melhor instituição em sua atividade fim, vem veementemente protestar contra as declarações irresponsáveis e tendenciosas em matéria publicada no jornal Gazeta de Alagoas, fornecidas pela Secretaria de Gestão da Prefeitura de Maceió, por declarações da secretária Rayanne Tenório (conforme citação na matéria), que por incapacidade de gerir uma pasta da administração se limita a cuidar do passado e aparecer nas redes sociais. Para conhecimento de toda a sociedade alagoana informamos que: 1) O Instituto Cidadão manteve durante algum tempo da gestão do honrado prefeito Rui Palmeira prestação de serviços de capacitação de pessoal, assim como com o Governo do Estado, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Sebrae, Tribunal de Contas, além de vários outros, sendo todas as contratações com dispensa ou inexigibilidade de licitação por conta de sua característica institucional e amparo da legislação em vigor; 2) Na relação com a Secretaria de Gestão Municipal, não manteve nenhum contrato com a Semge por dispensa

de licitação. A relação com a pasta foi para oferta de cursos e eventos abertos, cujas vagas eram adquiridas pela administração a cada realização, cursos esses constantes do seu “Catálogo Anual de Cursos” - realizados todos os meses e ofertados pelo Instituto, abrangendo milhares de servidores da Prefeitura de Maceió, que certificaram avaliação máxima para nossa entidade, como prova da excelência dos treinamentos; 3) Repudiar veementemente o uso inadequado da palavra “conluio”, afirmando que não conhece nenhuma das empresas citadas na mentirosa matéria, com as quais jamais teve qualquer contato, inclusive nossa relação com a direção da escola era estritamente formal; 4) Que o presidente do Instituto Cidadão, jornalista Pedro Oliveira, esteve no início da atual gestão com a secretária, oportunidade em que discutiu a política da Escola de Governo e apontou irregularidades formais na condução do órgão, colaborando com sugestões, algumas até usadas posteriormente e copiadas, com deselegância; 5) O Instituto Cidadão coloca à disposição da sociedade e dos órgãos de Controle Externo, toda a documentação referente a cada curso realizado com a participação da Prefeitura de Maceió, como relatórios, notas fiscais, lista de presença, avaliações etc. PEDRO DUARTE DE OLIVEIRA Presidente do Instituto Cidadão


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IMPROBIDADE

MP investiga irregularidades em obras públicas da MVC em Rio Largo ARQUIVO MVC

Majoração de medições foi denunciada por engenheiro à Justiça do Trabalho BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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oi prorrogado por mais um ano pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/ AL) o prazo para a conclusão do inquérito civil que investiga a prática de suposto ato de improbidade administrativa por majoração indevida das medições em obras públicas de escolas no município de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, dentro do Programa de Reconstrução dos municípios atingidos pela enchente de 2010. A denúncia foi recebida em 2018 pela 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo, sob o comando do promotor Magno Alexandre Ferreira Moura, e encaminhada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, após o engenheiro civil Kleiton Novaes de Barros, contratado pelas empresas MVC Componentes Plásticos S/A e Ethos Gestão de Pessoas Ltda em 2013, relatar a prática. A suposta atividade de majoração indevida foi relatada pelo profissional durante o processo trabalhista impetrado contra ambas. As empresas foram condenadas em 2017 pelo juiz do Trabalho Henry Cavalcanti de Souza Macedo, da 5ª Vara do Trabalho, por não pagarem o piso salarial da profissão durante os quatro meses do contrato temporário. Segundo a denúncia, as empresas MVC Componentes Plásticos S/A e Ethos Gestão de Pessoas Ltda executaram manobras com o nítido propósito de buscar vantagem indevida e com a possível participação de agentes políticos e servidores públicos na possível

Escola Luigi Bauducco é uma das unidades construídas pela MVC dentro do Programa de Reconstrução fraude, ao pressionarem o engenheiro a assinar planilhas com medições que não correspondiam às reais. “A reclamada constrangeu o reclamante a fazer algo ilegal com o nítido propósito de buscar uma vantagem indevida junto ao seu contratante. A conduta indevida causou um estresse no trabalhador e na sua equipe que ocasionou inclusive sua internação hospitalar, ou seja, houve ofensa a sua tranquilidade, estabilidade emocional e integridade física. Além disso, tem-se também a própria reprovabilidade da conduta empresarial, que atinge o senso ético de todos aqueles”, diz trecho da decisão que resultou no ofício enviado ao Ministério Público Estadual de Alagoas. A prorrogação do inquérito que investiga a prática denunciada pelo engenheiro por parte das empresas foi realizada no dia 4 deste mês novembro, motivada pelos danos causados pela pandemia de covid-19 que por força de atos da Procuradoria Geral de Justiça levou os prazos dos procedimentos não judiciais a serem prorrogados. “Durante esse tempo teve a pandemia covid-19, que por força do ato do PGJ os prazos dos pro-

cedimentos não judiciais foram prorrogados. Afora isso, a 2ª Promotoria de Justiça tem um grande volume de trabalho em diversas áreas, inclusive judicial”, disse o promotor Magno Alexandre Ferreira Moura ao justificar a prorrogação. Ainda segundo o representante ministerial, somente em setembro de 2021 foi criada a 5ª Promotoria de Justiça de Rio Largo que passou a absorver parte das atribuições da 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo. “Por outro lado, o presente Inquérito Civil ultrapassou o prazo disposto no art. 9º da Resolução, nº 23, de 17 de setembro de 2007, do Conselho Nacional do Ministério Público, acontece que esta Promotoria de Justiça necessita de mais prazo para analisar os documentos encaminhado em resposta pelo Município de Rio Largo. Razão pela qual prorrogo o prazo por mais um ano”, escreveu na documentação. Nesse meio tempo, foi solicitado ao município de Rio Largo cópia integral de todos os contratos e licitações realizados com as referidas empresas, no entanto, não houve resposta. Contudo, após nova solicitação, o Município

de Rio Largo encaminhou a documentação e respondeu aos questionamentos solicitados. EMPRESA É CONHECIDA POR OUTRAS PREFEITURAS A empresa MVC Componentes Plástico tinha promessas de um novo método construtivo de escolas de educação infantil e em 2012 venceu um pregão eletrônico promovido pelo governo federal, começando parte das obras em 2013. O problema é que, de lá para cá, a maioria das construções parou. Em julho de 2017, a empresa, que já vinha com uma série de problemas financeiros, entrou em recuperação judicial. No Rio Grande do Sul, por exemplo, das 238 escolas prometidas em 95 municípios, e com valores garantidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), apenas seis foram concluídas até o ano de 2018. Os municípios cobram até hoje medidas práticas do FNDE para resolver esse impasse, mas alegam que não têm retorno. Vinte e cinco ações judiciais foram movidas contra a empresa naquele estado, mas até o momento, sem resultados, segundo informações do portal Gaúcha ZH.


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MACEIÓ TEM PRESSA

UPA vai levar saúde e desenvolvimento ao bairro da Santa Lúcia

FOTOS DE ITAWI ALBUQUERQUE

Marielza, moradora do bairro

Previsão é que a obra seja concluída este ano ASSESSORIA

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ssistência médica especializada e aquecimento da economia local. A nova Unidade de Pronto Atendimento da Santa Lúcia, construída pela Prefeitura de Maceió, irá atuar nesses dois pilares, na avaliação dos moradores do bairro. O equipamento funcionará 24h, com capacidade de realizar 250 atendimentos diários, além de gerar empregos diretos e indiretos para os moradores do bairro. “Não é só a saúde, a UPA também vai abrir portas para novos empregos e novos empreendimentos. Conversando com os moradores a gente percebe que a construção já está abrindo a mente de muita gente daqui, pois alguns já estão começando a se organizar para melhorar suas condições de vida”, comentou Marielza Xavier, que mora no bairro há 43 anos. Os 250 atendimentos diários terão à disposição 15 leitos de internação, cinco leitos de emergência adulto e um leito de emergência infantil. Ao lado da UPA será instalado um equipamento de lazer, com brinquedos infantis e quadra poliesportiva. Para garantir a fiscalização social, a moradora faz questão de acompanhar o andamento da obra e assegurar que as demandas da população sejam atendidas. Ela afirma que o bairro reúne moradores que reivindicam direitos e

Obras estão a todo vapor merecem a assistência do poder público. “Nossa comunidade está atenta e sabe lutar pelos seus direitos. Mas agora estamos vendo as mudanças na prática. Eu fico muito contente ao ver o bairro progredindo, pois nosso povo merece demais. Essa UPA vai beneficiar muita gente, direta e indiretamente”, comenta Marielza Xavier. A previsão é que a obra seja concluída ainda este ano. A UPA é um estabelecimento de saúde de complexidade intermediária, que, articulado com a Atenção Básica, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192),

a Atenção Domiciliar e a Atenção Hospitalar, contribui na melhoria do funcionamento da Rede de Atenção às Urgências (RAU). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a previsão de conclusão das obras é para dezembro de 2021. O prefeito JHC comentou sobre o avanço da obra: “É uma grande conquista para a população da parte alta da cidade”. Sobretudo, aos mais de 32 mil moradores do bairro – de acordo com o IBGE -, que antes eram dependentes do atendimento da UPA no Benedito Bentes ou dos hospitais Universitário e Metropolitano. “Com muita dedicação, faremos uma saúde de qualidade,

fortalecendo nosso sistema municipal. Contribuiremos para dar celeridade à obra, que vai proteger vocês e a família de vocês com uma equipe qualificada”, disse JHC. A secretária municipal de Saúde, Célia Fernandes, acredita que a nova unidade de atendimento vai desempenhar importante papel preventivo e de desafogamento dos atendimentos na parte alta de Maceió. “As obras estão avançando e estamos fazendo de tudo para que aquela população possa usufruir de um atendimento de qualidade e mais ágil”, afirmou a secretária.


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VELHO CHICO FACEBOOK

LÉO BOI

Procurador Eduardo Tavares

Rio São Francisco em Pirapora, Minas Gerais

Procurador de Justiça convoca população para protesto contra Formoso

Governo federal avança na construção da 10ª hidrelétrica do São Francisco TÂMARA ALBUQUERQUE com CBHSF

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a contramão da tendência mundial de buscar energias limpas, baratas e com baixo impacto ambiental, o presidente Jair Bolsonaro está dando prosseguimento a um projeto antigo, que tramita desde 2016, para a construção de uma nova hidrelétrica no leito do Rio São Francisco. A proposta pegou de surpresa e deixou estarrecidos técnicos, especialistas, ambientalistas e instituições que lutam pela preservação da natureza, haja vista a falta de transparência em sua tramitação, o que também está

causando inquietações entre os ribeirinhos e os municípios afetados, segundo denuncia o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). A construção de uma nova hidrelétrica no São Francisco, 25 anos após a inauguração da Usina Hidrelétrica de Xingó, última a entrar em operação no rio em 1994, ganhou força com a inclusão da UHE Formoso no Plano de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que enquadra a Hidrelétrica de Formoso no PPI, segundo publicação no Diário Oficial da União de 25 de maio de 2020. O Rio São Francisco, considerado Rio da Integração Nacional, já tem suas águas represadas por nove usinas hidrelétricas: Três Marias, Moxotó, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso (com 4 unidades) e Hidrelétrica Xingó. A UHE Formoso ficaria entre a hidrelétrica Três Marias e o municí-

pio de Pirapora, em Minas Gerais. O membro do comitê, Renato Júnior Constâncio, que representa a Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig) no colegiado, esclarece em entrevista realizada pelo CBHSF que o projeto é do governo federal e que a Cemig não tem envolvimento. “Ficamos surpresos com a proposta da UHE Formoso, visto que é um projeto antigo e estava fora da pauta. No entanto, é possível observar que o projeto teve andamento e com o decreto do governo está avançando”, enfatiza. A tendência mundial é buscar energias limpas e com baixo impacto ambiental, como por exemplo a energia eólica e a solar ou até mesmo a fotovoltaica, de acordo com o CBHSF, visto que a região do Norte de Minas tem alto potencial para tal e que investimentos em hidrelétricas são sempre muito altos e com impactos ambientais consideráveis, alerta Constâncio.

Os empreendimentos qualificados ao PPI são tratados como prioridade nacional, o que agiliza diversos processos e atos de órgãos públicos necessários para que eles avancem, segundo o governo. No caso da hidrelétrica de Formoso, a qualificação no programa federal foi aprovada “para fins de apoio ao licenciamento ambiental e de outras medidas necessárias à sua viabilização”, de acordo com o decreto. Esta semana, o procurador de Justiça Eduardo Tavares, titular da 1ª Procuradoria de Justiça Criminal do Ministério Público de Alagoas, usou as redes sociais para denunciar a intenção do governo, disposto a construir a hidrelétrica de Formoso, e classifica a decisão como absurda. O procurador considera o São Francisco um rio moribundo, reflexo da ação de governos que não sabem “lidar com a questão da água”. “Vamos deixar o Rio São Francisco em paz! Não vamos permitir que governos irresponsáveis matem o rio”. Tavares, que já foi prefeito de Traipu, município alagoano banhado pelo Velho Chico, convoca a população para, no momento apropriado, se mobilizar em protesto contra a construção da hidrelétrica. A UHE Formoso terá investimento previsto de R$ 1,8 bilhão e 306 MW de potência instalada. O projeto de instalação da hidrelétrica está sendo desenvolvido pela Quebec Engenharia. A construção deve durar 36 meses após a autorização para início das obras. Entretanto, ainda é necessário obter a licença ambiental e definir o concessionário.


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Considerações técnicas

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esquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) iniciaram estudos que servirão de base para analisar os impactos da construção da UHE Formoso na bacia do São Francisco, visto que a região possui uma biota extremamente rica. Os impactos ambientais provocados pela construção de uma usina hidrelétrica são irreversíveis. Apesar das usinas utilizarem um recurso natural renovável e de custo zero que é a água, “não poluem” o ambiente, porém a sua construção altera a paisagem, provoca grandes desmatamentos com prejuízos à fauna e à flora, inunda áreas verdes, além do que muitas famílias são deslocadas de suas residências para darem lugar à instalação dessa fonte de energia. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a Hidrelétrica Formoso “poderá contribuir com o atendimento à demanda de energia do país, de acordo com os critérios de expansão da oferta, continuidade do suprimento frente à entrada de fontes intermitentes de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), preservação de água e regulação do Rio São Francisco”. O MME diz que o empreendimento está em fase de licenciamento, sob responsabilidade da Quebec Engenharia. Neste momento, a empresa aguarda a liberação do Ibama para emissão da Autorização para Captura, Coleta e Transporte de Material Biológico (ABIO). De acordo com a Prefeitura de Pirapora, o município ainda não foi notificado sobre a possibilidade de instalação da UHE e o que se sabe até o momento está vincu-

Localização da nova hidrelétrica QUEBEC ENGENHARIA

Mapa temático dos municípios lado ao interesse do governo federal, publicado no decreto. Já o prefeito de Buritizeiro (cidade da região de Pirapora), Jorge Humberto Rodrigues, diz que o empreendimento é mais uma alternativa de energia renovável. “A instalação desta usina hidrelétrica planejada no Córrego do Formoso, em Buritizeiro, vinha sendo estudada e avaliada, com muitos avanços e recursos, há várias décadas. Além do custo energético reduzido, a futura bar-

ragem produzirá energia limpa, abrirá novos postos de trabalho, fontes de renda e tributos para o nosso município”, acrescentou. AMBIENTALISTAS O anúncio de que o governo federal vai buscar empresas privadas interessadas em parceria para construir a UHE Formoso, no Rio São Francisco, em Pirapora, fez ambientalistas questionarem a necessidade e a viabilidade do projeto e temerem o impacto do

empreendimento na natureza. “Acredito que a construção de qualquer barramento no São Francisco vai contra tudo o que estamos construindo. Finalizamos um estudo sobre o pacto das águas e esse empreendimento vai contra o que queremos para a bacia do São Francisco. O comitê é a entidade que representa o Velho Chico e seguimos firmes, sem omissões e buscando os melhores embasamentos em nossas justificativas. Além disso, condenamos a falta de transparência e exigimos que todas as instâncias devem ser consultadas, principalmente o CBHSF, antes da implantação de um projeto dessa magnitude, pois devemos assegurar os usos múltiplos”, afirma o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda. Sabe-se que as hidrelétricas trazem vários prejuízos ambientais, não só pela inundação de áreas naturais e desvio de leitos de rios, como também pelo dióxido de carbono emitido pela decomposição da matéria orgânica que se forma nas áreas alagadas. O presidente do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas (FMCBH) e presidente do Comitê da Bacia do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Marcus Vinícius Polignano, disse que foi pego de surpresa pela publicação do decreto. “Fomos surpreendidos pelo governo federal com a publicação desse decreto. Precisamos discutir sobre a construção da hidrelétrica em Pirapora no âmbito dos Comitês de Bacia do Alto São Francisco. O FMCBH está aberto à discussão e está disposto a ajudar o CBHSF no debate”, afirmou Polignano. Em reunião recente da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, afirmou que a entidade Comitê vai contratar um estudo sobre a construção da UHE Formoso na calha do São Francisco. O estudo vai mostrar não apenas os impactos do ponto de vista ambiental como também da geopolítica, visto que a bacia tem milhares de usuários e além da geração de energia atende à irrigação, indústria, mineração, agricultura familiar, aquicultura, navegação, pesca artesanal, turismo e a prioridade deve sempre ser o abastecimento humano e a preservação da vida aquática.


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SISTEMA PRISIONAL

Juízes cobram presídio próprio para regime semiaberto

REPRODUÇÃO DO RELATÓRIO

Além da superlotação, falta infraestrutura e psiquiatras nas penitenciárias JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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uatro dos nove estabelecimentos prisionais de Alagoas estão superlotados. Além do número excessivo de detentos, também há carência de recursos e deficiência na assistência judiciária gratuita. A conclusão é do grupo de magistrados que compõem a 16ª Vara Criminal da Capital Execuções Penais. Os juízes visitaram os presídios do estado em julho deste ano e o relatório chegou ao Ministério Público este mês. Atualmente, há 4.848 presos no sistema prisional alagoano, enquanto existem apenas 3.738 vagas. A superlotação corresponde, portanto, a 30%. “Salta aos olhos o superpovoamento carcerário e ausência de políticas públicas que visem a garantir direitos fundamentais do encarcerado, bem como resta evidente a gestão deficiente da responsabilidade pública”, destacaram os juízes logo no início do relatório. Também foi ressaltada a problemática de presos provisórios misturados com os já condenados pela Justiça. Os dados consignados no mapa populacional da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) informam que 2.409 presos provisórios estão sob a custódia do Estado e outros 2.439 são de condenados em cumprimento de pena. “Lamentavelmente, a grosso modo, muitos ainda estão abrigados indistintamente nos mesmos estabelecimentos prisionais, posto que não foi finalizada a

separação entre presos provisórios e presos em decorrência de condenação com trânsito em julgado”, destacaram, apontando uma solução: “Embora não seja exigência absoluta da lei que os estabelecimentos penais para a privação de liberdade sejam distintos – exige-se que ao menos haja separação de alas ou módulos, parece-nos ser essa a medida mais adequada à situação carcerária do Estado de Alagoas”. Para os magistrados, a segregação dos presos provisórios em uma ou algumas unidades específicas seria a melhor alternativa para sanar o deficit de vagas no sistema prisional, além de evitar contato de integrantes de facções criminosas, que já cumprem pena definitiva, com aqueles que cumprem prisão provisória e ainda salvaguardados pela presunção de inocência. SEMIABERTO Quanto ao regime semiaberto, o relatório informa que aqueles que progridem a esse regime não dispõem de uma colônia agrícola/industrial para cumprir a sentença, já que a Colônia Agroindustrial São Leonardo foi interditada. Diante disso, estabeleceu-se em Alagoas o cumprimento do regime semiaberto de maneira harmonizada em que, em tese, os presos seriam recolhidos em sua residência com monitoramento eletrônico de “raio zero”, sendo necessária autorização judicial para qualquer atividade externa. Porém, diante da insuficiência de tornozeleiras eletrônicas disponíveis, houve arrefecimen-

Magistrados inspecionam as penitenciárias to do cumprimento da pena, destinando-se o monitoramento a aqueles que foram condenados pela prática de crimes hediondos ou cometidos com grave violência. Já os demais são postos em liberdade, mediante a fixação de condições legais e judiciais. “Uma das medidas que adotamos para reivindicar o restabelecimento do regime semiaberto em Alagoas foi a expedição de ofício à Seris, requerendo informações acerca das providências já adotadas em decorrência de decisão liminar proferida nos autos da Ação Civil Pública tombada sob o nº 080000203.2020.8.02.0034, a qual tramita perante a Comarca de Santa Luzia do Norte”, rememoraram os juízes. A liminar determinou que a pasta fornecesse “um dos estabelecimentos atualmente utilizados para cumprimento da pena em regime fechado para servir como local semelhante à colônia agrícola ou industrial para o regime semiaberto”. À Justiça, o governo estadual teria informado que existe um cronograma para implementação de estabelecimento prisional destinado a abrigar apenados em cumprimento da reprimenda no regime semiaberto, cuja fase atual corresponde à etapa de elaboração do projeto arquitetônico. O local será onde funciona a atual Casa de Custódia de Maceió.

EXAMES E ASSISTÊNCIA A superlotação não é o único problema que vem sendo enfrentado pelo sistema penitenciário. Além dela, a morosidade na realização dos exames criminológicos também foi apontada pelos magistrados. Isso porque esse exame, em muitos casos, se torna indispensável para que o juiz tenha uma maior segurança quando da progressão de regime, sobretudo em Alagoas, onde não existe uma unidade para abrigar os presos que cumprem pena no regime semiaberto. “É notório que a demora na realização dos exames criminológicos e de cessação de periculosidade esbarram na insuficiência de profissionais habilitados a realizarem tais exames e laudos. Diante da carência de pessoal experimentada, a elaboração da avaliação em referência e do respectivo laudo tem sido atribuída à equipe multidisciplinar, sem a presença de médico psiquiatra”, evidenciou o relatório entregue ao órgão fiscalizador. E sobre a assistência jurídica, o documento pontua que houve, em janeiro passado, reivindicações que giravam em torno da deficiência na assistência judiciária gratuita. A esse respeito, foi expedido ofício à Defensoria Pública do Estado de Alagoas solicitando que mais esforços fossem envidados para melhor acompanhar a reprimenda dos custodiados do sistema prisional alagoano.


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RAIO X DOS PRESÍDIOS

Núcleo Ressocializador da Capital

Penitenciária de Segurança Máxima PRESÍDIO DE SEGURANÇA MÁXIMA É onde os presos ficam provisoriamente, devendo permanecer por até 15 dias aguardando vaga em outra unidade prisional e/ou até que seja traçado o perfil de cada infrator, como: participação em facção criminosa; a classificação do crime perpetrado; se foi cometido contra a dignidade sexual; se a condenação ou prisão se deu por envolvimento em tráfico de drogas etc. O estabelecimento tem condições de abrigar 192 custodiados. No entanto, essa é uma das unidades que apresenta lotação carcerária inferior à sua capacidade, contemplando 42 condenados e 118 presos provisórios. O motivo é porque a permanência dos presos ali é transitória. No que tange às queixas e reivindicações feitas pelos reeducandos verificou-se que consistem em ausência de manutenção nos banheiros das celas, na morosidade para entrega dos kits de higiene, fardamentos e medicamentos, na superlotação de determinadas celas devido à

distribuição e separação dos apenados ocorrerem com base no crime ensejador da sua prisão. PENITENCIÁRIA DE SEGURANÇA MÁXIMA Construída para abrigar 676 presos. No entanto, no mapa diário da população carcerária, há na penitenciária em questão atualmente 556 presos, dos quais 337 estão sob a custódia provisória do Estado e 219 são condenados. As queixas e reivindicações feitas pelos reeducandos consistem na ausência de atendimento odontológico, na permanência da iluminação precária do recinto e das celas, insuficiência de alimentos, bem como alimentação fornecida tardiamente, ausência de vestimentas e a necessidade de conserto das caixas de esgotos que ficam localizadas atrás das celas.

1.589 presos, dos quais 208 estão sob a custódia provisória e 1.381 são condenados. A capacidade prevista para a população era de 418 pessoas, mas atualmente tem capacidade para comportar 773 indivíduos. A superlotação na penitenciária excede os 100%. “As queixas e reivindicações feitas pelos reeducandos daquela unidade prisional consistem na ausência de atendimento jurídico por parte da Defensoria Pública, ausência de vestimentas para reeducandos recém-chegados na unidade, infiltrações e vazamentos nas celas de alguns módulos, ausência de atendimento odontológico, ausência de remédios para dor em alguns módulos, superlotação nas celas dos trabalhadores. Pleiteiam ainda oportunidade de estudo e trabalho, bem como entrada de materiais para artesanato”.

PENITENCIÁRIA BALDOMERO CAVALCANTI Segundo o mapa diário da população carcerária, há no local em questão atualmente

NÚCLEO RESSOCIALIZADOR DA CAPITAL Chamado pelos juízes de “o ambiente mais humanizado do sistema prisional da

Capital”. A capacidade prevista para a unidade é para 157 reeducandos. Contudo, existem apenas 95 condenados cumprindo pena. “No geral, apesar da estrutura velha, apresenta excelentes condições para a ressocialização dos apenados, tais como: ambiente limpo, equipamento completo de câmeras, celas bem conservadas, salas de aula com condicionador de ar e sala de música, local para visitas íntimas reservado e em ótimas condições. Além disso, diversos serviços são prestados, a exemplo de: barbearia, cultivo de hortas, academia, entre outros”. ESTABELECIMENTO PRISIONAL FEMININO SANTA LUZIA “O estabelecimento apresenta, junto com o Núcleo Ressocializador da Capital, boas condições de ressocialização, seja em razão das instalações adequadas e da baixa população ali abrigada, seja em virtude das atividades de ressocialização desenvolvidas pelas reeducandas”, descreve o relatório. A capacidade prevista para a unidade é para 221 reeducandas, existindo, atualmente, 146 detentas, refletindo uma expressiva

OS PRESOS PROVISÓRIO DEVEM SER EFETIVAMEN SEPARADOS DOS DEFINITIVOS, EM E BELECIMENT DISTINTOS E NÃO APENA EM ALAS OU MÓDULOS DIVERSOS”, CONCLUÍRAM OS JUÍZES, QUE TAMBÉM PLEITEARAM POR OCUPA DA POPULAÇ COMO ESTU E CURSOS, AMPLIAÇÃO DO NÚMERO DE POLICIAI PENAIS E CO TRATAÇÃO D PSIQUIATRA PARA EXAM CRIMINOLÓG COS.


ESOS SÓRIOS SER AMENTE ADOS EFINIEM ESTAMENTOS TOS E PENAS AS OU LOS SOS”, UÍRAM ZES, MBÉM ARAM CUPAÇÃO PULAÇÃO, ESTUDOS SOS, AÇÃO MERO LICIAIS S E CONÇÃO DE ATRAS EXAMES NOLÓGI-

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Presídio Santa Luzia evolução em termos de dignidade humana. PRESÍDIO CYRIDIÃO DURVAL E SILVA O presídio conta com capacidade para 404 internos, porém, atualmente, há 801 detentos, dos quais 108 são presos condenados e 693 presos provisórios. Foram identificadas precariedades na rede de esgoto, ocasionando a entrada de ratos em celas e nos solários de alguns módulos; iluminação deficiente; existência de bueiros abertos em períodos chuvosos; na maioria dos módulos o esgoto entope e ocorre retorno de dejetos; todos os módulos apresentam infiltrações e alagamentos. A porcentagem de presos excedentes é de 98,3%. CENTRO PSIQUIÁTRICO PEDRO MARINHO SURUAGY É o estabelecimento onde se faz a custódia e tratamento de pacientes inimputáveis, tanto do sexo masculino quanto feminino. Conta com capacidade para um total de 137 internos. Atualmente, o local abriga 115 pacientes, sendo que há 10 condenados, 68 internos provisórios e 37

internos submetidos a medida de segurança. Há uma vaga do sexo masculino e uma vaga ociosa para o sexo feminino. Constatou-se ainda que algumas alas se encontram insalubres e que a estrutura do prédio, inaugurado em 1978, está deteriorada. Existem três módulos interditados devido à falta de infraestrutura adequada, o que compromete o recebimento de outros pacientes que se encontram indevidamente custodiados. No relatório recebeu alerta amarelo: próximo a atingir a capacidade de vagas. CASA DE CUSTÓDIA DA CAPITAL Possui capacidade para abrigar 240 detentos. Entretanto, a unidade prisional acolhe, atualmente, 380 presos. Além do segundo maior excesso populacional dentre todos os estabelecimentos, se verificaram as seguintes irregularidades: infiltrações; áreas internas e externas bastante comprometidas: o piso superior está muito danificado, com algumas rachaduras, assim como o teto; há uma sala de aula com capacidade para aproximadamente 40 alunos, mas não funciona; más condições de higiene.

“Além disso, reitere-se que praticamente não há banho de sol, posto que esse ocorre tão somente nos corredores das celas, devido à abertura no teto da unidade prisional. Há um espaço externo onde o banho de sol seria possível, todavia os policiais penais afirmaram não ter efetivo suficiente para garantir a segurança dos detentos e evitar possíveis fugas”, informou o relatório. A porcentagem de presos excedentes no local é de 58,3%. PRESÍDIO DO AGRESTE “É uma das unidades mais humanizadas do sistema prisional, ao lado do Núcleo Ressocializador da Capital”, descrevem os magistrados. O Presídio do Agreste é administrado por um modelo de cogestão entre a Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e a empresa Reviver Administração Prisional Privada Ltda. A unidade tem capacidade total de 960 vagas, possuindo sob custódia provisória 390 indivíduos e 613 presos definitivos. No entanto, há superlotação, mesmo que mínima, já que a porcentagem de presos excedentes é de 4,5%. Vale

salientar que os números do relatório, realizado a partir das visitas de julho, podem conter discrepâncias com os dados de outubro, valendo para todas as unidades prisionais. CONCLUSÃO “O problema da superlotação é crescente. Diante disso, faz-se necessária a construção de novos estabelecimentos prisionais para acolher com maior dignidade os custodiados. Interessante destacar, nesse particular, que a ampliação ou reforma das unidades já existentes não nos parece a solução mais adequada. Os presos provisórios devem ser efetivamente separados dos definitivos, em estabelecimentos distintos e não apenas em alas ou módulos diversos”, concluíram os juízes, que também pleitearam por ocupação da população, como estudos e cursos, ampliação do número de policiais penais e contratação de psiquiatras para exames criminológicos. A Vara de Execuções Penais hoje é integrada pelos seguintes magistrados: Diego Araújo Dantas, Antônio Rafael Casado e Nelson Fernando de Medeiros Martins.


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SAÚDE MENTAL Sócrates e a clínica do vazio

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experiência nos atendimentos clínicos demonstra um sintoma muito peculiar e frequente nos pacientes/clientes: a sensação de ter uma vida vazia. Nada satisfaz. Vazio de vida, vazio de propósito, vazio de “tudo”, apesar de muitos pacientes/ clientes terem uma vida material confortável. Por que será que isso está ocorrendo? A Clínica do Vazio é considerada, conceitualmente, como uma das neuroses que está presente tanto em crianças (especialmente naquelas que apresentam comportamento autístico), como também em adultos. E o que ela representa para a vida contemporânea? Tanto na criança como nos adultos, o que se pode detectar e isso está bem claro no atendimento clínico, é a precocidade que ocorre no rompimento do cuidado da mãe ou cuidador/a para com o bebê/criança. As lembranças vêm à tona. O rompimento do cuidado (uma espécie de abandono precoce, lembrado pelos adultos) tem levado as crianças/adolescentes e também aos adultos, a uma regressão, ou seja, a ter comportamentos infantis, além de um sentimento de vazio difuso (não específico), mas que existe uma causa, uma origem.

Origem do “vazio”

O ser humano é o único animal que tem total dependência de outra pessoa para sobreviver nos primeiros anos de vida. Esse fato vai influenciar sua conduta, seu comportamento quando adulto. O que acontece nesse período é de fundamental importância para a formação da personalidade. Ao nascer, o bebê confunde o corpo dele com o da mãe, que o amamenta. Aos poucos o bebê vai percebendo que tem seu próprio corpo. (Confundir o corpo da mãe com o seu próprio corpo é extremamente natural nos primeiros meses de vida). Não receber o leite materno, o carinho e o afeto, nos momentos certos, é extremamente doloroso para o bebê, daí o choro, o desespero para que seja suprido desses cuidados. Ao afastar-se aos poucos, ou como isso é feito pela mãe ou cuidadora, pode levar o bebê a desespero e desprazer de “vida”. Ao não preencher com cuidado e afeto suficientes, ou seja, precocemente, pode levar o bebê, futuro adulto, a sentir um vazio profundo.

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Preencher o vazio

BOCA Pela liberdade, assim como pela honra, pode-se e deve-se arriscar a vida. (Miguel de Cervantes)

Esse “vazio” pode ser preenchido com o surgimento de psicoses (transtornos mentais agudos em que a pessoa não tem consciência da situação em que está submetida, em alguns comportamentos), a exemplo do transtorno de personalidade borderline (que tem como uma das características principais a dependência emocional de alguém). No adulto, pode surgir, também, perversões (geralmente sexuais, porque quando bebê não teve a oportunidade de distinguir, satisfatoriamente, o corpo da mãe e o seu próprio corpo, por ter sido “abandonado” ou não ser suprido, suficientemente, dos cuidados necessários no período adequado), além de drogadições (vício bioquímico, como mecanismo para “se livrar” dos sofrimentos sofridos, ainda bebê).

processo pelo qual foi submetido, ainda bebê. Nesse processo, o vazio e a não percepção do viver distinguindo o “eu” dos outros (a mãe), pode desencadear um processo depressivo (difuso), ou seja, surge o comportamento de não ter motivação para realizar nada e nada é suficientemente bom. E a depressão é o transtorno que mais se acomoda nesse processo de vazio, o vazio cheio de rupturas no processo de amadurecimento (enquanto bebê), que foi rompido precocemente, pelas faltas de cuidados e de afetos, adequados.

Corpos

Vazio difuso

Ao ser submetido à separação traumática – precocemente – do corpo da mãe, como a amamentação ou os cuidados básicos nos primeiros meses de vida, pode ocorrer um prejuízo na formação e na definição do “eu” da criança. A separação ou término do cuidado da mãe (ou cuidadora) para com o bebê, deve ser algo bem elaborado e com bastante afeto. Caso contrário, o não processamento desse corte com cautela pode desencadear vários sofrimentos na fase adulta. O desmame e os cuidados ao bebê sempre é traumático, mas faz parte do amadurecimento do bebê/ criança e do futuro adulto. Quanto mais afeto e cuidados o bebê/ criança teve na primeira infância, menos traumas e transtornos surgirão, quando adulto.

De si

O resultado é que, quando adultas, essas pessoas se tornam, muitas vezes, “cheias” de tudo: de vida (sempre ocupadas), de amigos (muitos), de dinheiro (muito), mas vazias em si mesmas, talvez pelo

Vazio difuso é uma das consequências de rupturas precoces no processo afetivo entre mãe e bebê e aí, no vazio, busca-se preenchê-lo com drogas e comportamentos em que se confunde o “eu” com os outros (com a mãe ou cuidadora). Será que, o surgimento da independência financeira da mulher/ mãe, através do trabalho, e a consequente ausência/negligência do cuidar do bebê e o tornar o bebê/filho/a um estorvo, vem acarretando o surgimento do “vazio de vida”?

Psicoterapia

Psicoterapia ajuda a pessoa a entender, melhor, os comportamentos e pensamentos vazios que surgem “sem querer” e que podem levar a pessoa a sentir uma profunda ansiedade ou mesmo desencadear um processo depressivo. Portanto, como dizia Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”; quem sabe se, se autoconhecendo, esse vazio diminua e a pessoa possa viver mais, e, mais feliz?


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Para que nunca se esqueça neste país dos inocentes que pagaram com a vida pelo comportamento do governo federal na condução da pandemia. Nós nunca esqueceremos”. (Senador Renan Calheiros)

Quem eu quero não me quer

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Partido Liberal (PL) indicou que dará liberdade total ao seu presidente, Valdemar da Costa Neto, para tratar da filiação de Jair Bolsonaro ao partido. A afirmação foi feita pelo senador Jorginho Melo (PL-SC), após reunião da liderança partidária na qual se discutiu a aceitação da filiação do presidente. Acontece que o dirigente da sigla nunca precisou de aval, pois tem o partido sob coleira desde a sua fundação. Passa então, Valdemar a ter mais poder do que Bolsonaro, nas decisões políticas do país, ficando este refém das vontades e terá que aceitar ou não terá um partido para

Alexandre Ayres

Conversava estes dias com o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, em meio a sua agenda superlotada e se preparando para viajar ao interior com o governador Renan Filho. Ayres está focado e muito em fazer cada vez mais pela a saúde dos alagoanos. Seus olhos brilham quando fala das obras que o governo do Estado vem entregando e das que estão sendo construídas, se orgulha do protagonismo de Alagoas no combate à pandemia e diz: “Diferente dos outros governadores, Renan Filho foi pra linha de frente e nos apoiou em todos os momentos, discutindo, determinando e varando madrugadas na preocupação de salvar vidas”. Se disse triste com os ataques gratuitos e injustos, fruto da política da inveja e dos que em nada contribuíram. Em alguns momentos, pela família, teve vontade de sair, mas está mais firme que nunca. E eu lhe disse – Vão acontecer outras, pois a política para alguns é feita de maldades, mentiras e oportunismo. Siga o destino que lhe foi reservado e vá em frente. Ninguém atira pedras em frutos podres.

Rejeitado no mundo

“O presidente Jair Bolsonaro tornou-se um problema internacional tão grande que ninguém está disposto a ajudá-lo. Ninguém fala em dar grande ajuda ao Brasil. O mundo inteiro está tentando ajudar a Índia”, disse o cientista político Maurício Santoro, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), ao jornal The Washington Post. Uma reportagem reproduzida pelo jornal O Estado de S. Paulo, aborda as razões das diferenças na ajuda internacional à Índia e ao Brasil. A cada dia o país vai se afundando no conceito internacional de “nação amiga” e breve terá grande dificuldades a enfrentar em negociações comerciais de produtos brasileiros para o exterior. Nove países da Europa já ameaçam restrições ao Brasil, por conta do escandaloso e negacionista governo de Jair Bolsonaro. Ele faz e nós pagamos o pato.

chamar de “quase seu”. Os principais partidos rejeitam a filiação da família Bolsonaro, por medo de “contaminação” e esta terá que estar filiada até abril, sob pena de não concorrer às eleições de 2022. O “VTNC” de Valdemar Costa Neto dirigido ao presidente, em telefonema revelado pela imprensa, dá uma nítida mostra da importância bolsonarista para as agremiações políticas em geral. Refém do Centrão e agora também de um novo “gerente”, Bolsonaro caminha para um governo cada vez mais desastroso, que terminará com sua derrota nas urnas ou um impeachment, muito provável.

Carlito Lima, o Senhor Cultura Ninguém foi mais afetado nessa longa pandemia, mesmo sem ter contraído o vírus, do que o irrequieto intelectual escritor Carlito Lima. Colocou em dia suas pendências literárias, mas se viu obrigado a deixar de fazer o que ele mais gosta: eventos culturais, voltados para todos os públicos e inclusivos para jovens carentes de leitura nos bairros de Maceió. Pararam suas feiras literárias, as sextas clássicas de Jaraguá e outros eventos de sua lavra prodigiosa. Agora, com a abertura para a realização de eventos, Carlito Lima está de volta, inspirado como nunca. Jaraguá é todo dele e ninguém ponha a mão, pois aí é usurpação de poder. Parabéns Maceió, de volta a cultura de verdade.

João Catunda, vereador por inteiro

Ele chegou sem estardalhaço na Câmara Municipal de Maceió, depois de uma campanha bem elaborada e seu natural carisma e jovialidade, defendendo bandeiras que colaram no eleitorado. Diferente de alguns que buscam pautas polêmicas para aparecer, ele a cada dia cresce no parlamento da capital pela consistência de suas falas, sempre na abordagem de temas de grande interesse da população. Por suas posições, coerentes e honestas, recebe em troca críticas e perseguições mesquinhas. Esta semana, na tribuna da Câmara, abordou tema polêmico e carente de respostas: a tal de folha secreta da administração municipal. Como nada público deve ser secreto, certamente os gestores trarão as informações que pede João Catunda.

Emendas parlamentares

As emendas parlamentares neste ano somam R$ 33,837 bilhões, o que significa dizer que, na média, cada congressista tem R$ 56,96 milhões em recursos federais para investir em seus estados e redutos eleitorais. O orçamento pessoal de cada parlamentar é maior do que a receita total de 63% dos mais de 5 mil municípios brasileiros, segundo dados levantados pela Aequus Consultoria com base nos números oficiais do Tesouro Nacional. Alguns deputados e senadores controlam uma dinheirama ainda maior. Políticos oposicionistas apenas subscrevem as emendas de bancada estadual, que em geral obedecem a parâmetros tecnicamente aceitáveis, e as emendas individuais (cota de R$ 16 milhões por parlamentar neste ano e de R$ 17 milhões em 2022). Tais emendas têm execução obrigatória, não permitindo ao governo distinguir o tratamento dispensado a amigos e a adversários.

Inep sob suspeita

É esdrúxulo – e perigoso – um órgão governamental elaborar testes, especialmente em regime de monopólio. Há instrumentos estatísticos e mecanismos que permitem comparar e calibrar diferentes testes. Há experiência e conhecimentos avançados de logística que permitiriam diferentes formas de pluralidade e descentralização. Enquanto o Inep permanecer como juiz, bandeirinha, dono da bola e dono do time, ele estará sujeito a crises intermináveis. Um bom governo é um governo enxuto e que só faz aquilo que só o governo pode fazer. Uma boa democracia se faz com pluralismo – inclusive para elaborar e implementar testes. O governo Bolsonaro, que tanto criticou o aparelhamento do governo petista, está indo muito além. Onde aperta, sai pus.

PÍLULAS DO PEDRO José Carlos Lyra sempre se destacando como empreendedor na condução da Federação das Indústrias de Alagoas. Candidato a governador não pode ter resquícios de violência, corrupção, banditismo. Alagoas mudou.


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A captura do orçamento nacional

ELIAS FRAGOSO n Economista

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os corredores do Congresso Nacional todos conhecem pelo menos um ditado medonho sobre seus integrantes, tipo “por aqui, quem menos anda voa” (existem inúmeras variantes sobre o mesmo tema). O que eles querem dizer na verdade é que o “otário” mora longe daquela casa. Ou sendo ainda mais explícito e para usar frase do então deputado Lula que, num rasgo de sincericídio (coisa raríssima), comentou anos atrás que naquelas duas casas devia ter uns trezentos picaretas. Logo ele, especialista no assunto errou no número. Passa de 90%. As duas casas congres-

suais, em especial a Câmara dos Deputados, já legou ao anedotário político nacional algumas figuras folclóricas, outras ridículas ou literalmente insanas. Mas a “marca registrada” da casa é mesmo, sem sombra de nenhuma dúvida, a reunião da mais diversa fauna de corruptos por metro quadrado da Nação. Existem livros e livros e enorme quantidade de matérias e denúncias na imprensa relatando as falcatruas das excrescências. Aliás, o atual presidente da República, eleito tendo como uma das bandeiras (sic!) a rejeição ao “modelo de negócio” do parlamento (de trocar votos por grana), eufemisticamente chamado de “emendas” parlamentares, está encalacrado até o pescoço nas negociatas que aconteciam e continuam a acontecer naquela casa, outrora dita como do povo. E agora mais ainda ao quebrar promessa de campanha se aliando ao Centrão-ladrão para evitar o seu impeachment. Logo com quem: os especialistas em capturar o Orçamento da Nação em prol da reeleição dos seus próceres para continuar a empalar a Nação em benefício próprio. Esse

modelo de apropriação do Orçamento é antigo e fez escola. Lembram-se dos anões do orçamento da década de 1990 (assim apelidados pela baixa estatura física e moral dos seus membros), cujo chefe para justificar a sua parte na roubalheira dizia ter ganhado quase 300 vezes – se bem lembro – na loteria esportiva? Nessa toada roubaram cerca de 100 milhões de dólares, segundo a CPI que apurou o caso. E o caso da máfia dos vampiros? Outra gangue parlamentar que no início dos anos 2000 teria desviado 2,3 bilhões de reais, equivalentes a 600 milhões de dólares atualmente, 5 vezes mais que o roubo dos anões do orçamento. E a máfia das sanguessugas, de 2006 (essa e a anterior em governos petistas), que envolveu 72 parlamentares no superfaturamento de (vejam como as coisas se repetem!) ambulâncias em dezenas de municípios brasileiros. No ínterim entre essa estripulia parlamentar com o dinheiro público e a roubalheira atual com o orçamento secreto, aconteceu o maior roubo de dinheiro

público que se tem notícia no mundo. A pilhagem dos governos do PT flagrada na operação Lava Jato liderada pelo juiz Moro, que prendeu toda a cúpula do partido e mais o seu chefão, Lula; mais de duas dezenas de grandes empresários envolvidos na falcatrua – que confessaram seus crimes – e, vejam só a “coincidência”: parte do Centrão-ladrão hoje aliado de Bolsonaro que tem ramificações em todos os partidos políticos. Como se vê, onde tem falcatrua lá está o Centrão-ladrão. E chegamos aos filhotes do Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara Federal e preso por Moro na Lava Jato – apelidado de “Caranguejo” pela Odebrecht – ora à frente do Centrão liderando “coisas” do tipo Orçamento Secreto, recriação da suspeitíssima “emendas do relator”, compra superfaturada de tratores e por aí vão. É de novo a festa dos corruptos arrasando com o que resta de pudícia nesses tempos cinzentos do país. O repertório dessa gente é infindável. Como é a paciência do cidadão com esses crápulas.

E o caso da máfia dos vampiros? Outra gangue parlamentar que no início dos anos 2000 teria desviado 2,3 bilhões de reais, equivalentes a 600 milhões de dólares atualmente, 5 vezes mais que o roubo dos anões do orçamento. E a máfia das sanguessugas, de 2006 (essa e a anterior em governos petistas), que envolveu 72 parlamentares no superfaturamento de ambulâncias em dezenas de municípios brasileiros.


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Bons tempos

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

Verão de 1956. Dia 13 de dezembro a União Beneficente Portuguesa, de Maceió, comemorou o Jubileu de Prata, com um baile a rigor. Verdadeiro sucesso! Uma jovem loira de quinze anos aproveitou o vestido de aniversário e foi ao baile com seus pais. Lá estava um moço fardado de verde e branco, conhecido do Grupo Escolar. Dançaram a noite toda e adoraram a festa! 24 de dezembro de 1956: baile de formatura do Instituto de Educação na Portuguesa. O jovem casal voltou a se encontrar e começou a namorar. Maceió na época era uma cidade cheia de clubes, onde a juventude frequentava as festas, flertando, dançando, amando ou mesmo acabando os namoros.

O Clube Fênix Alagoano, situado na Praia da Avenida da Paz, era um dos mais famosos. Carnaval, réveillon e sua festa mais comentada, o baile de aniversário, do dia 6 para o dia 7 de setembro. Sempre a rigor, começava às doze horas da noite do 6 e ia até o amanhecer do dia 7. Célebres orquestras tocavam, jovens animados dançavam muito, casais da sociedade local não perdiam tão grandioso evento. O Iate Clube Pajuçara, mais novo, conhecido por seus times de voleibol e basquetebol, também promovia suas festas, procurando datas que não coincidissem com seus rivais. Moças e rapazes o frequentavam e desfrutavam de agradáveis atividades de lazer, já se iniciando no esporte à vela. O Jaraguá Tênis Clube, na Avenida Comendador Leão, sempre mais dedicado à modalidade da raquete, concorria com algumas festas, sendo a mais lembrada o “Vermelho e Preto”, ainda hoje no seu calendário. Era um tempo em que as moças iam às festas acompanhadas pelos pais ou pelos irmãos, aproveitando a vida, sempre vigiadas por alguém da família. Não se falava em droga, mas o álcool era livre, causando vários problemas.

Para os universitários havia as concorridas matinês no CEU – Clube do Estudante Universitário – e dessas reuniões saíram vários casamentos. Tínhamos também as festas de rua. A da Praça do Pirulito, atual Parque Rodolfo Lins, era a mais conhecida, lá se formando o tradicional “Quem me quer quem me tira”: os homens ficavam parados e as moças andando nas calçadas, por perto deles. Nos bairros aconteciam festas populares no São João e no fim do ano. Bem interessantes eram os telegramas que passávamos através do locutor do Serviço de Auto Falante, do tipo: “Alô, alô, menina dos olhos verdes, você é a garota que mais brilha nesta festa”! Como sempre frequentei a Portuguesa, falarei um pouco mais de suas reuniões. O carnaval tinha 3 bailes noturnos e uma matinê. Depois de quatro dias de folia, ao amanhecer da quarta-feira de cinzas, os foliões cantando e dançando, acompanhavam ao som da orquestra um passeio em torno da Praça Deodoro. Na festa de Santo Antônio, dia 12 de junho, a Portuguesa promovia o tradicional forró,

indo até os primeiros raios do sol. Todos dançavam alegremente, caracterizados de matutos. Muitas recordações ficaram. O tempo foi passando e os clubes não resistiram às crises. Tiveram que alugar parte de suas áreas, terceirizar as festas e hoje já não se vê nada como antigamente. Tenho a impressão de que a Portuguesa fechou, a Fênix modificou-se completamente, o Iate ressurge com atividades náuticas e o Tênis sempre dedicado ao esporte da rede baixa. O Carnaval sobrevive como festa de rua, o réveillon só existe nas praias ou nos hotéis. Os jovens vão às festas sem a companhia dos pais, os namoros começam pelo fim, como diz uma amiga minha. Não quero dizer que não haja mais alegria entre moças e rapazes. Mas tudo é diferente! As festas são outras, os clubes morreram, o Ano Novo é rompido nas praias ou em tendas gigantes, montadas por empresas, com ingressos caríssimos. Talvez, alguns prefiram o momento atual. Eu, do alto dos meus oitenta anos, lembro com saudades dos velhos clubes de Maceió. Bons tempos aqueles!

Talvez, alguns prefiram o momento atual. Eu, do alto dos meus oitenta anos, lembro com saudades dos velhos clubes de Maceió. Bons tempos aqueles!


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Bolsonaro é de Marte

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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enho por hábito, de há muito, acompanhar o noticiário político. Esse hábito tem origem na adolescência. No Colégio Guido de Fontgalland, onde estudei, debatia-se muito sobre as questões políticas locais, nacionais e até mundiais. Havia o Centro de Estudos Jacques Maritain, do qual por um período fui presidente, um ambiente exclu-

sivamente cultural, no qual estudávamos e discutíamos filosofia e, naturalmente, política. Certamente vem dessa época o interesse pelas coisas da política, pois então já éramos conhecedores da relevante história do filósofo grego Diógenes de Sinop, que andava pelas ruas de Atenas com uma lanterna procurando um homem, ao menos um, que vivesse conforme a sua essência, ou seja, honesto. Aplicávamos Diógenes à política do nosso tempo, e sempre buscávamos honestidade em nossos políticos. Para nós, honestidade não se resumia apenas ao dinheiro, mas a todo um comportamento. Sonhávamos, então, encontrar entre os políticos um homem assim. Sempre que vejo as diatribes do presidente Bolsonaro, que como outro se diz honesto, essas questões vêmme à mente. Como pode ser

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honesto uma pessoa que acoberta o mau comportamento dos filhos? Ou quando mente descaradamente para o povo que se diz governar? Ou falseia a verdade sempre que se lhe dá a oportunidade de falar como magistrado do País, seja aqui ou em qualquer outra parte do mundo? Recentemente tenho ouvido do presidente coisas como a covid é uma gripezinha; a vacinação é inócua; o tratamento contra a pandemia é o kit composto por cloroquina, ivermectina e outras drogas não reconhecidas pela ciência como apropriadas ao combate do vírus; que estimula o povo a aglomerar, abandonar as máscaras, certo de que alguns irão morrer, mas isto resultará na imunidade de rebanho. Suas opiniões são flutuantes, pois agora já vem afirmando, por si e por assessores, que o seu governo acredita na va-

cinação desde o início, por isso comprou tantos lotes do imunizante e, graças a sua atuação, o vírus está sendo dominado e vencido. Faz isso por razões obviamente interesseiras, agora que se vê desprestigiado nas pesquisas de opinião. A nível mundial Bolsonaro não se acanha das mentiras. Para ele, a Amazônia está intocada, o seu governo cuida do bioma com desvelo e o mantém como no descobrimento. Na economia, com a ajuda do seu ministro da Economia, informa às outras nações que o Brasil é um paraíso, a inflação dominada, a economia crescendo a níveis internacionais, e apresentará resultado mais e melhores do que os outros países. O sábio Diógenes, se aqui baixasse, iria pensar que Bolsonaro vivia em Marte, não neste Brasil de tantas dores.

A nível mundial Bolsonaro não se acanha das mentiras. Para ele, a Amazônia está intocada, o seu governo cuida do bioma com desvelo e o mantém como no descobrimento. Na economia, com a ajuda do seu ministro da Economia, informa às outras nações que o Brasil é um paraíso.


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DE CASA NOVA

Macarronada do Lira muda de endereço, mas mantém qualidade INSTAGRAM

Restaurante foi obrigado a sair do Pinheiro e hoje está onde funcionava o antigo Bar da Pata MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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Macarronada do Lira, restaurante que está na praça desde 1991, agora está de casa nova e seu novo endereço é um velho conhecido do maceioense. O restaurante saiu do Pinheiro e se instalou no antigo prédio do Bar da Pata, na Rua Gonçalves Dias, 222, no Bairro do Farol, em Maceió. A tradição mantida há 30 anos vai desde os mais diversos sabores de macarronadas, sempre acompanhadas com o tradicional molho de tomate 100% caseiro, acompanhamentos variados e petiscos com aquela cerveja gelada. Ficou com água na boca, é fácil chegar lá. Fica em uma transversal da Avenida Tomaz Espíndola, uma das artérias principais da capital alagoana. Ali, bem pertinho do Unicompra e do Banco do Brasil. A qualidade dos serviços e o horário de funcionamento da melhor macarronada de Maceió continuam o mesmo. De segunda a sábado, o atendimento no salão é das 18 horas à meia-noite e delivery das 18 às 23 horas. Nesse período, é possível saborear o que há de melhor no ramo. Tem filé com fritas quentinhas e deliciosas, galinha guisada deliciosa e que tal um petisco para acompanhar sua macarronada, já que lá todo dia é dia de macarronada. De fato, a Macarronada do Lira conta com um variado cardápio para atender os mais variados gostos de clientes e amigos. Macarronada com camarão, a bolonhesa, camarão acebolado,

Macarronada com diferentes acompanhamentos e petiscos dão o tom do restaurante ao molho, empanado, ao óleo e alho são alguns dos atrativos. Ativo nas redes sociais, faz sentido a postagem do restaurante em que diz que “se dinheiro não compra felicidade, compra macarronada que é a mesma coisa”, desde que seja a macarronada do Lira, é claro. Não é à toa que está desde 1991 no mercado e tem proporcionado muita tradição e sabor, com macarronadas selecionadas e diferenciadas, além de oferecer um ambiente familiar e aconchegante, qualidades peculiares da Macarronada do Lira. O segredo, além de muito amor e carinho, é ter o melhor molho de tomate caseiro de Maceió. CLIENTES FIÉIS COMEMORAM A tradição e o sabor é um atrativo à parte da casa. A Macarronada do Lira conta com uma clientela fiel que a acompanha desde sua fundação e na inauguração do novo espaço não foi diferente. O público se fez presente para prestigiar e aprovar a mudança. Em clima de confraternização, as boas-vindas vieram das

NOVO CICLO

mais diferentes maneiras. Além do presencial, nas redes sociais, o pessoal comemorou e aprovou o novo espaço. Há quem diga que ficou mais próxima de sua residência e assim terá mais comodidade. Outro, que já pode contar com sua presença. E ainda quem garantiu que é a melhor macarronada que já comeu. O novo endereço ganhou outros ambientes, mas preservou a qualidade do menu. Prova disso é que o maior prazer da equipe que faz a Macarronada do Lira é que o cliente compartilhe momentos especiais e incríveis no restaurante. Para quem prefere o conforto de sua casa, existe a opção delivey no (82) 999821653 e para ficar por dentro de tudo o que acontece no restaurante basta seguir o @macarronadadolira.

Depois de muitos anos na Rua Professor José da Silva Camerino, no Bairro do Pinheiro, a Macarronada do Lira viu sua vizinhança afundar literalmente e toda uma região com data marcada para sumir do mapa. No bairro fantasma já não cabia mais tamanha tradição. Além da Macarronada do Lira, dezenas de estabelecimentos comercias e centenas de moradores foram obrigados a mudar de endereço. A extração de sal-gema feita pela Braskem na região onde existiam falhas geológicas provocaram a instabilidade do solo. São cinco bairros monitorados pelos órgãos de segurança e, diante das incertezas, era preciso deixar a área. Mas a Macarronada do Lira precisava encontrar um lugar que proporcionasse segurança, conforto e comodidade aos seus clientes. O local onde funcionou o tradicional Bar da Pata seria o endereço adequado, trazendo ao cliente mais aconchego. A casa teve que se adaptar ao novo momento e investiu para continuar atendendo com o mesmo cuidado de sempre. A mudança fecha um ciclo, mas abre caminhos para outros adeptos da melhor macarronada de Maceió.


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CULTURA

Flávio Dória lança “Teimosa Poesia” no Brasil e em Portugal Em sua 4ª obra, o poeta e empresário evidencia as aflições, felicidades, frustrações e outros sentimentos de maneira objetiva e sensível MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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lávio Dória já é veterano no universo das letras, porém confessa que resolveu publicar “Teimosa Poesia” com poemas curtos, diretos, pessoais e às vezes ferinos, não pela perseverança ou persistência, mas exclusivamente por sua teimosa poesia. Na obra, o leitor vai esbarrar de forma transparente nas aflições, felicidades, frustrações, alegrias e outros sentimentos de uma maneira objetiva e bastante sensível. Para quem quiser desbravar e mergulhar no universo da poesia, o livro encontra-se disponível no Brasil e em Portugal. Observador e dono de um coração poético e sensível, Dória expõe sua tristeza com a pouca atenção dos leitores e das pessoas em si com as obras poéticas. E neste misto de sentimentos, o poeta oferece poemas sobre vários temas, a maioria curtos. E cada página vem recheada com tons de críticas, de rebeldias, de lições de vida e, principalmente, de muito amor. O livro trata também das injustiças, das desigualdades e desse mundo tão desumano. Apesar de tanta adversidade, o autor da obra garante que

“vale a pena contemplar essas poesias diretas, com aforismos, com humor e de fácil leitura e compreensão”. E adianta que muitas vezes são versos delatores que não fazem questão de expor a vida, os amores e as decepções do autor. São 96 páginas de muitos sentimentos e de entrega. Cada poesia traz sua identidade. Até parece que foi feita de encomenda, personalizada. Para deixar o leitor com vontade de quero mais, vai um pouco da “Teimosa Poesia”. “Sempre tentei ser poeta/ Não sei se minha timidez/ Ou talvez minha frágil habilidade/ Não me permitiram ser/ O sonho de um aedo de verdade”. E mais: “Vou parar de escrever/ quantas vezes disse isto/ Só sabe Cristo, a dor desta afirmação/ e a vil tristeza dessa agonia/ Não tenho coragem, nem força/ Para concretizar essa heresia/ Mesmo com todo desprezo e críticas/ Vou continuar com A TEIMOSA POESIA”. Ficou curioso e com gosto de quero mais, basta adquirir seu exemplar. Flávio Lúcio Uchôa Dória nasceu em Maceió, Alagoas. Graduado em Ciências Econômicas e cursos de pós graduação em diversas áreas, em seus

Flávio Dória disseca vários sentimentos em seu novo livro

sonhos as poesias sempre estiveram presentes. E mesmo passeando por vários universos, em suas obras o poeta exala pureza e sutileza. Além de “Teimosa

SERVIÇO

Poesia”, Dória publicou mais três livros: Passagens Poéticas, Infinitas Passagens e Poesias Soltas. Todos com pitada do que há de melhor do gênero.

Devido à pandemia, desta vez não vai ter lançamento presencial. Mas para garantir seu exemplar é só buscar a Livraria Atlântico, Chiado Books, Livraria da Vila, Martins Fontes, Livraria da Travessa e Livraria Cultura, além de e-book na Amazon, Kobo , Google Play Livros, Bertrand Livreiros (Portugal) e Fnac (Portugal). Em Maceió, os livros estão à venda no Bristô Farol (@ bistrofarol), no Pétit Paris (petitparismaceió) e na Banca Ponta Verde. Acompanhe, ainda, no Instagram @passagenspoeticas. Mais informações pelo (82) 99982-3430.


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ECONOMIAEM PAUTA MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Novo salário mínimo

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valor do salário mínimo em 2022 pode ser de R$ 1.210,44 caso as projeções da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) se confirmem, passando de 8,4% para 10,04%. O INPC é a base da correção anual do salário mínimo pelo governo e se esse aumento previsto se confirmar e não houver mudança no cálculo, o reajuste do salário mínimo em 2022 também será maior que o estimado anteriormente.

Nova modalidade de empréstimo O Nubank anunciou esta semana o lançamento de uma modalidade de empréstimo com o carro de garantia. De acordo com a empresa, os clientes poderão contratar até 90% do valor de seu carro como empréstimo com baixas taxas de juros. Por enquanto, somente um grupo pequeno de clientes pode pedir o empréstimo. A promessa é que, aos poucos, a modalidade seja liberada para uma quantidade maior de pessoas.

DIVULGAÇÃO

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Ministério do Trabalho

AGÊNCIA CÂMARA

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou esta semana a medida provisória que recria o Ministério do Trabalho e Previdência. Todos os destaques apresentados pelos parlamentares foram rejeitados e o texto segue para análise do Senado. Criado em 1930, o Ministério do Trabalho havia sido incorporado ao Ministério da Economia, criado pelo presidente Jair Bolsonaro no início de sua gestão.

Compras online

MERCADOLIVRE

A pandemia de covid-19, que forçou os brasileiros a ficarem em casa ao longo da quarentena, alavancou as compras online realizadas a poucos cliques direto do sofá de casa. Esse comportamento deve seguir em alta mesmo diante das flexibilizações que têm possibilitado idas aos pontos físicos de consumo, mostra a pesquisa do PayPal. Segundo a pesquisa, cerca de 1 a cada 4 entrevistados (23,5%) vai manter compras online diárias mesmo após a pandemia. Outros 32% têm certeza que continuarão com um ritmo semanal de compras e 22% só uma vez por mês.


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RETA FINAL DA SÉRIE B

Cartolas de CSA e CRB prometem milhões aos jogadores por vaga na elite do Brasileirão

Equipes realizam contas pelas duas vagas restantes disputadas por cinco clubes AUGSTO OLIVEIRA/CSA

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

CSA e CRB entram na reta final da Série B do Campeonato Brasileiro com chances, ainda que difíceis, de conquistar o tão sonhado acesso à primeira divisão do torneio. Com as possibilidades de uma vaga na elite que pode render milhões de reais em rendas de cota televisiva e premiações, também surgem as promessas milionárias aos jogadores do elenco, em uma prática já considerada normal no futebol alagoano. Enquanto o Galo, mesmo vindo de uma fase delicada dentro de casa tem pouco mais de 8,9% de chances de acesso, o CSA, que despertou para a competição apenas nas últimas rodadas após o retorno do técnico Mozart, tem 14,1%, segundo dados do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Vale ressaltar que neste momento o CRB está com 57 pontos e em 6º lugar, uma posição a mais que o CSA, que soma 56 pontos. Na luta pelo acesso, o Azulão, que pratica a promessa desde 2018, quando a equipe conseguiu a classificação pela primeira vez, foi o primeiro a definir uma premiação milionária para incentivar os jogadores na reta final da Segundona. Rafael Tenório, presidente do Azulão, garantiu que pagará entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões ao elenco se o time subir para a elite do futebol brasileiro. Segundo o cartola, desde o início da Série B existia uma premiação acordada, mas que resolveu melhorar a oferta com o objetivo de os jogadores terem um incentivo a mais na reta final da Série B. “Após o jogo com o Operário-PR eu conversei com o Mozart e achamos por bem dar esse incentivo aos jogadores, deixando de pagar a premiação por jogo e pagando uma premiação mais

CSA melhorou performance após oferta da premiação

valorosa”, afirmou. O CSA teve aproveitamento de 75% das partidas que disputou após a oferta de premiação ter sido feita ao elenco. Em relação ao CRB, que segundo o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais é o que menos tem chance entre os dois, a premiação é um pouco mais modesta, de pouco mais de R$ 4 milhões, como revelou o presidente do clube, Mário Marroquim, ao EXTRA. “A gente está tranquilo e estamos cumprindo com o que prometemos e planejamos e a premiação é acima de R$ 4 milhões. Os jogadores estão felizes e estamos alinhados com os jogadores. Não é falta de dinheiro ou falta de incentivo, mas acho que o que mais incentiva o jogador é a projeção nacional que eles vão ganhar e não questão de valor”, afirma o cartola. “Um cara que ganha R$ 80

FRANCISCO CEDRIM

Jogadores do CRB têm promessa de mais de R$ 4 milhões

mil por mês, uma premiação de R$ 4 milhões é quase um décimo para ele. Agora uma projeção por um acesso, um aumento salarial. Essa premiação funciona apenas como incentivo, mas não é o foco”, continua. EQUIPES FAZEM AS CONTAS Para colocar as mãos na bolada, no entanto, os jogadores, a comissão técnica e a diretoria precisam fazer contas complicadas e torcer pelo tropeço de seus concorrentes. Botafogo e Coritiba garantiram antecipadamente o acesso à Série A do Brasileiro de 2022. O Botafogo está de volta à elite, graças à vitória sobre o Operário-PR por 2 a 1, de virada, no Nilton Santos, no Rio de Janeiro, pela 36ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Já o Coritiba, que no último domingo, 14, ganhou do Brasil-RS, com gol nos acréscimos, por 2 a 1, no estádio Couto Pereira, foi favorecido pela derrota do CRB, por 1 a 0, diante do Brusque-SC, na

segunda-feira, 15, restando apenas duas vagas para cinco concorrentes: Goiás, Guarani, Avaí, CRB e CSA. Todos precisam vencer as duas últimas rodadas para garantir os seis últimos pontos do torneio e torcer pela derrota dos demais. Entre os concorrentes alagoanos a situação é um pouco mais complicada para o CSA, que vai enfrentar o Coritiba, um dos postulantes ao título da Série B, no domingo, 21, no estádio Couto Pereira, às 16h. Enquanto isso, o CRB recebe o Vitória, que está na zona do rebaixamento e tenta escapar da degola nessas últimas rodadas. A partida está marcada para o dia seguinte à partida do CSA, às 18h, no estádio Rei Pelé. Sobre os próximos confrontos das equipes e a possibilidade, mesmo que remota, das duas equipes conquistarem o acesso juntas pela primeira vez na história do futebol alagoano, o cartola do Galo avalia como positiva e precursora de uma nova mentalidade para o futebol. “É benéfica para o futebol. Não é fácil para o CRB, mas é mais difícil para o CSA porque tem um desafio maior que a gente. Em algum determinado momento do campeonato, os clubes deram uma vacilada e isso repercute hoje, mas garanto que vamos lutar até o último ponto possível”.


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FERNANDO CALMON O que esperar das três marcas francesas aqui

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principal executivo do Grupo Renault, Luca de Meo, esteve no Brasil semana passada para confirmar as mudanças de rumo que a marca francesa vem executando em todos os mercados. E aqui nada será diferente. Ainda na administração do seu antecessor Carlos Ghosn a meta era de conquistar 10% do mercado brasileiro, o que a fabricante conseguiu por breve período. No entanto, de Meo deixou claro que as prioridades mudaram. A rentabilidade terá prioridade e alguns pontos percentuais serão perdidos. Ele mesmo espera 5% ou 6% de participação nos próximos anos, quando o fornecimento de semicondutores estiver normalizado. O executivo italiano, que residiu no Brasil quando criança, não anunciou o quanto pretende investir na filial brasileira a partir de 2023, quando o plano atual de R$ 1,1 bilhão (2021-22) for completado. Mas admitiu que vai focar em produtos de maior valor agregado. A Renault desenvolve sua plataforma Global Access com novos modelos na faixa dos compactos (a partir de 3,8 m de comprimento) e médiocompactos (até 4,5 m de comprimento). Mesmo sem apontar nenhum segmento em particular, existe a possibilidade de o SUV Bigster de sete lugares, lançado pela Dacia, ser produzido no Brasil a partir de 2024. De Meo também admitiu a importação para o Brasil de um elétrico mais barato, que se chamaria Kwid E-Tech (na Europa, Dacia Spring). Porém, sem descartar importar ou mesmo produzir localmente um híbrido com motor flex. Existem planos, segundo minhas fontes, para a fabricação na unidade de São José dos Pinhais (PR) do motor

de 1 litro turbo flex, embora ele não tenha abordado esse ponto. O que se considera definido é a evolução tecnológica do hatch Sandero e do sedã Logan, seguindo a mesma estratégia da Europa. Certamente terá impacto no preço ao público. Quanto a uma colaboração mais estreita com a Nissan, sua sócia na aliança que inclui a Mitsubishi, sua resposta foi fria, sem entusiasmo. “É uma pergunta a ser feita aos nossos parceiros.” Um dia após a entrevista de Luca de Meo, a Citroën tinha uma resposta engatilhada ao anunciar seu plano 4 All (foneticamente, em inglês, Para Todos), no período 2022-24. O número 4 também se refere a inéditos 4% que pretende conquistar de participação no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves (já teve, no passado, algo em torno de 2,5%). Segunda Vanessa Castanho, executiva responsável pela marca, o novo C3 será lançado em 2022, seguido por um sedã, em 2023. Provavelmente, haverá um SUV médio-compacto sucessor do C4 Cactus em 2024. O SUV C3, que a Citroën identifica como “hatch”, estreia logo no primeiro trimestre. Há expectativa de que ofereça também o novo motor 1-litro turbo flex (130 cv com etanol) lançado no Pulse. A Peugeot igualmente pretende crescer, no entanto sem traçar metas. A marca esteve próxima dos 3% do mercado em sua melhor fase. As francesas somadas (não simultaneamente) já rondaram os 15% de participação no Brasil. Voltar a esse patamar parece, agora, mais difícil em um futuro previsível. Dependerá também da estratégia da Stellantis com tantas marcas a administrar.

n JORNALISTA

ALTA RODA n LEMBRA do filme “Difícil de Matar”, de 1990, com Steven Seagal? O compacto Gol, lançado 10 anos antes do filme, ensaia um enredo semelhante. Marcado para sair de produção no final de 2022, uma fonte da coluna adianta que as encomendas de peças para a linha de montagem em Taubaté (SP) se estendem a 2023. Só não se sabe por quantos meses... n CONFERÊNCIA do clima em Glasgow, Escócia (COP 26) terminou com compromissos bastante modestos (até 2040) em relação ao fim da produção de veículos com motor a combustão. Entre as marcas mais conhecidas engajaramse Ford, GM, Jaguar (sem Land Rover), Mercedes-Benz, Volvo, além da chinesa BYD e outras desconhecidas. Somadas representam, hoje, menos de 15% da produção mundial de veículos. DIVULGAÇÃO

n GUIAR a maior parte do tempo utilizando apenas o pedal do acelerador é uma experiência muito interessante no elétrico Volvo XC40 Recharge. Eliminado o botão de energização: basta abrir a porta do motorista, ótima solução. Falta o alerta sonoro externo de aproximação para evitar acidentes com pedestres e ciclistas. Desempenho vigoroso: 408 cv/67,3 kgf.m com tração 4x4. Alcance de até 400 km, se não abusar do acelerador. n PESQUISA Brand Health Tracker 2021 destaca o preço como principal fator de decisão de compra de um veículo no Brasil. Os outros critérios seguem a seguinte ordem de importância: segurança, consumo de combustível, conforto, manutenção, marca, tecnologia, espaço interno/porta-malas e custo de seguro. Marca, em sexto lugar e tecnologia, em sétimo surpreendem. n SEMINÁRIO on line de Inovação em Powertrain, da AEA, focou no uso do hidrogênio (H2) verde em veículos. Obstáculo maior continua sendo o preço por exigir grande quantidade de energia elétrica e de fonte renovável para produzi-lo. Pilhas a hidrogênio fornecem, por meio de reformador (estes vêm caindo de preço), a eletricidade a bordo, dispensando pesadas e caras baterias.


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RESENHA ESPORTIVA ASCOM/CRB

Situação dos alagoanos é complicada na Série B

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36ª rodada da Série B confirmou a volta de Botafogo e Coritiba à elite do futebol brasileiro. Eles vão disputar agora quem ficará com o título, feito que ainda pode, matematicamente, ser alcançado pelo Goiás. É exatamente na parte de cima da tabela que as emoções estão concentradas. São cinco times lutando pelas duas últimas vagas de acesso. Outros que perderam fôlego na última rodada, mas ainda podem chegar entre os

BRASIL ENCERRA 2021 COM VINI JR E PAQUETÁ EM ALTA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

quatro melhores, são CRB, em sexto (com 57), e CSA, em sétimo (com 56). A situação dos dois alagoanos ficou mais difícil com o empate do CSA em casa, com o Confiança, e a derrota do CRB para o Brusque por 1 a 0. De acordo com o matemático Tristão Garcia, do site infobola.com, são essas as chances das cinco equipes de jogar a Série A em 2022: Goiás (83%), Guarani (55%), Avaí (38%), CSA (13%) e CRB (11%).

CAMPEONATO ALAGOANO 2022 VEM COM MUDANÇAS

O troféu da Série A já tem dono, apenas um desastre pode tirar o título da mão do Galo Mineiro. Festa em Minas Gerais e o grito de campeão está próximo de ser entoado. Após a vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians, no Mineirão, para quase 60 mil torcedores, o Atlético-MG deu um grande passo rumo ao título do Campeonato Brasileiro. O Galo chegou a 98,7% de chances de ficar com a taça. Os cálculos são do professor Gilcione Nonato Costa, do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O Palmeiras, que venceu o Atlético-GO, no Allianz Parque, tem 0,80%. O Flamengo agora está com 0,54%. Neste momento, o Atlético-MG é o líder do Campeonato Brasileiro com 68 pontos conquistados, 10 a mais que o Palmeiras, vice-líder com 58. ASCOM/CBF

FAF

O Campeonato Alagoano de 2022 terá novidades. Diferentemente dos anos anteriores, o estadual da próxima temporada vai contar com oito times. Com relação ao sistema de disputa, estão mantidos o turno único, a semifinal e a decisão. Ao final da primeira fase, a equipe com menor pontuação estará rebaixada. O Alagoano está previsto para começar no dia 19 de janeiro e vai até 2 de abril. Os participantes são: ASA, CRB, CSA, CSE, Desportivo Aliança, Jaciobá, Murici e Cruzeiro de Arapiraca, campeão da Segunda Divisão este ano. O campeão alagoano garante vaga nas copas do Brasil e do Nordeste, o vice-campeão assegura um lugar na Copa do Brasil e o terceiro colocado disputa uma vaga na Copa do Brasil com o campeão da Copa Alagoas.

FLAMENGO VENCE CORINTHIANS EM DESPEDIDA DO MARACANÃ AGÊNCIA CORINTHIANS

O Flamengo venceu o Corinthians por 1 a 0, com gol de Bruno Henrique aos 47 minutos do segundo tempo, para festa dos mais de 48 mil torcedores que compareceram ao Maracanã. Com o triunfo, o time rubro-negro se manteve na briga pelo título, ainda que a vantagem do Atlético -MG seja considerável. Os cariocas têm 63 pontos e estão a oito da equipe de Belo Horizonte, com seis jogos para o fim da competição. Atual bicampeão nacional, o Flamengo tem como principal objetivo da temporada a final da Copa Libertadores. No próximo dia 27, em Montevidéu, o time de Renato Gaúcho enfrenta o Palmeiras pela conquista da América. Na próxima rodada, o Flamengo visita o Internacional, a uma semana da final da Libertadores. Três dias depois, fará jogo atrasado do Brasileiro com o Grêmio, mais uma vez fora de casa.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

Caso Neguinho Boiadeiro

PELO INTERIOR

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pós quatro anos do assassinato do vereador Adelmo Rodrigues, conhecido como Neguinho Boiadeiro, a família ainda espera e cobra que o crime seja elucidado. O vereador foi morto com vários tiros de arma de fogo no dia 9 de novembro de 2017, por dois homens armados, quando saia da sessão que estava sendo realizada na Câmara de Vereadores do município de Batalha. A filha da vítima, Bahia Boiadeiro, comentou sobre o pedido de federalização do processo que teve um grande avanço e espera que “os mandantes sejam indiciados, processados e paguem pela barbaridade que cometeram”.

Sofrimento e perda

“O sentimento que acompanha toda a família neste período é de muito sofrimento pela perda do nosso pai, que sempre foi presente, cuidou da família e buscou a harmonia de todos, fossem eles familiares, amigos ou apenas conhecidos”, comentou a filha de Boiadeiro sobre o caso.

Precisa de sangue

O jornalista e assessor de imprensa da Câmara Municipal de Arapiraca, Cláudio Roberto, encontra-se internado na Unidade de Emergência do Agreste Dr. Daniel Houly desde o último dia 11, devido a uma complicação gastrointestinal.

Quadro clínico

Devido ao seu quadro clínico, o jornalista precisa passar por transfusões de sangue tipo O+, e por isso a família vem a público solicitar que familiares, amigos e demais doares possam estar se dirigindo ao Hemoal para estarem realizando doações. Diante de um quadro como este do jornalista Cláudio Roberto, vale ressaltar a importância da doação de sangue para o Hemocentro, já que é através do abastecimento de seu banco que milhares de pessoas são salvas.

Gerou processo

Com informações do jornalista Carlos Bandeira: As consequências no convívio social e a relação da coisa pública nas construções de habitações e em loteamentos abertos, vendidas sob a condição de residenciais ou condomínios fechados, gerou processo judicial (070514031.2021.8.02.0058).

Residencial Cerejeiras

O caso é de uma associação que “administra” o Residencial Cerejeiras. O demandado, vice-presidente de uma gestão que teve a renúncia da presidente e mais alguns dirigentes, da referida associação, declarou-se presidente, e dita as suas normas, como constatado em processo judicial.

... O Clube dos Fumicultores tem uma nova direção. Os 21 Conselheiros Titulares foram empossados na noite de quinta-feira, 11, para o Biênio 2021/2023. O novo presidente do Conselheiro Deliberativo é o advogado Carlos Lúcio, eleito por unanimidade dos conselheiros.

Renúncia de diretores

Levando em consideração que essa situação das associações desses “residenciais ou condomínios” tenha a necessária força jurídica e jurisdicional para administrar tais pessoas jurídicas inexistentes, o processo se arrasta desde junho deste ano. E com a renúncia dos titulares, logo após a posse dos membros daquela gestão, o vice-presidente convocaria uma eleição, mandamento em estatuto, para recomposição da diretoria. Ele não só se declarou presidente como não convocou a eleição no prazo ditado pelo estatuto da Associação do Residencial Cerejeiras. Absurdos e mais absurdos vêm atormentando alguns moradores, segundo relatos.

Entrada proibida

Quem não paga a contribuição não tem o direito de entrar pelo portão principal, aberto pelos porteiros. Entram por um portão ao lado, tendo que descer do transporte para abrir e fechar o portão. Do mesmo jeito é para uma visita dos não associados.

Mais absurdos

A recepção não aceita correspondência de quem não paga ou quem está em atraso. E ainda comete crime previsto no Artigo 151 do Decreto Lei nº 2.848, mandando voltar, como consta no processo com pedido de tutela antecipada cautelar de urgência. O carteiro não entra no loteamento residencial, deixando a correspondência sob a responsabilidade da recepcionista do Cerejeiras.

Indígenas venezuelanos

A Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, se reuniu com a Fundação Nacional do Índio (Funai) para debater o acolhimento humanitário à família de indígenas venezuelanos que chegou à Capital do Agreste em meados de setembro.

Ações para refugiados

A secretária Fabrícia Galindo esteve acompanhada de sua equipe técnica e recebeu os indigenistas especializados Cristóvão Marques e Gabriela Pacheco, e líderes da família de venezuelanos. O encontro aconteceu na sala de reuniões do Centro Administrativo Municipal. A equipe da prefeitura pôde apresentar todas as iniciativas que estão sendo trabalhadas para a garantia do acolhimento humanitário do grupo, que é composto por mais de 30 membros. A secretária aproveitou a visita da Fundação para apresentar as ações que estão sendo implementadas em Arapiraca voltadas para os refugiados.

... Na quarta-feira, 17, foi publicada uma portaria no Diário Oficial do MP, onde a promotora Ariadne Dantas fez um pedido para a Prefeitura de São Brás. Ela quer a relação de todos os cargos públicos e em comissão existentes no município. ... O Ministério Público Estadual (MPE) investigará a administração do município pela não realização de concursos públicos para suprir a demanda existente nos quadros do município. ... A promotora destacou que as nomeações para os cargos em comissão, propriamente previstos em lei, são designados apenas às funções de chefia, direção e assessoramento, baseando-se no vínculo de confiança entre a autoridade que nomeia e as atribuições a serem desempenhadas pelo comissionado. ... O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Arapiraca está dando apoio à Universidade Federal de Alagoas durante execução de pesquisa sobre os “Riscos e exigências do/no trabalho em Enfermagem no enfrentamento da pandemia de Covid-19 em Alagoas”. ... O estudo, financiado pelo edital nº 06/2020 do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), é coordenado pelo professor doutor Diego Souza, e conta com pesquisadores do Brasil e do México, que atuam com o objetivo de analisar como os processos de trabalho da Enfermagem impactam na saúde dos trabalhadores. ... Dono de sucessos nacionais como “Telegrama”, “Baladas do Asfalto” e “Funk da Lama”, o cantor maranhense Zeca Baleiro será uma das atrações da Feira Literária de Arapiraca (FLIARA) que ocorre no final deste mês de novembro. ... Um final de semana bacana para todos. Até a próxima edição!


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MEIO AMBIENTE JOSÉ PAULO LACERDA/CNI

Sustentabilidade

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maioria das indústrias de pequeno porte (55%) tem intenção de investir mais nos próximos dois anos na implementação de ações sustentáveis para uma transição para a economia de baixo carbono. Para outras (37%) os recursos devem ficar no mesmo patamar dos atuais e apenas 4% afirmaram que esse investimento deve ser reduzido. Os dados são de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Instituto FSB que avaliou a visão dessas indústrias sobre a sustentabilidade. Segundo a entidade, em alguns quesitos, as indústrias de pequeno porte estão avançadas. Mesmo em meio à pandemia de covid-19 e à crise econômica, 20% dos pequenos negócios industriais aumentaram o investimento nesse tipo de ação. Ações para evitar o desperdício de energia e de água já são adotadas por 90% e 89% das empresas desse porte, respectivamente. Já a gestão de resíduos sólidos é uma realidade em 85% dos negócios. De acordo com a pesquisa, três em cada quatro (76%) executivos afirmam que o setor industrial, considerando o ambiente de negócios no Brasil hoje em dia, enxerga o tema sustentabilidade como uma oportunidade. E para quase um terço deles a agenda de sustentabilidade envolve mais oportunidades do que riscos. Apenas 22% afirmaram que há mais riscos que oportunidades ou só riscos.

Represas

MAURICIO ALMEIDA/TV BRASIL

A evaporação de represas e reservatórios no Brasil consumiu, somente em 2019, quase 28 trilhões de litros de água, o que equivale a 885 mil litros de água por segundo. Os dados estão no estudo Evaporação Líquida de Reservatórios Artificiais no Brasil, lançado este mês pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em parceria com a Universidade Federal do Paraná. A pesquisa, que durou dois anos, apresenta um novo modelo de cálculo da evaporação, mais preciso. O estudo pesquisou a evaporação média entre 2001 e 2019 e revelou que essa taxa variou entre 20 e 29 litros por segundo por quilômetro quadrado de superfície. As maiores evaporações aconteceram nos anos de 2002, 2005, 2007 e 2012. O coordenador de Estudos Setoriais da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Thiago Fontenelle, diz que o estudo amplia a base de dados mais completa sobre o tema. “O que a ANA traz com esse estudo é uma base de dados ainda mais completa, com a diminuição das incertezas sobre esses dados, e com isso conhecer os quantitativos de evaporação de lagos de forma mais abrangente, mais precisa, contribuindo para gestão dos recursos hídricos, e, em última instância, para a segurança hídrica.

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Lamento

GETTY IMAGENS

A Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus) - organização não governamental (ONG) portuguesa da área de meio ambiente - lamentou esta semana o “acordo nebuloso” alcançado na Conferência do Clima em Glasgow (COP26) e a falta de ação dos países no compromisso de descarbonização da economia. A instituição pediu maior esforço até o final da década. “A redução drástica e urgente das emissões de gases de efeito estufa continua a ser uma premência até 2030”, alertou a ONG. Ela lamentou que não tenha sido assumido o abandono da utilização do carvão e o fim dos apoios e isenções concedidos às empresas de combustíveis fósseis. A associação cita nações como a Índia, China, Arábia Saudita e os Estados Unidos como responsáveis pela “abordagem suavizada” na definição de metas. Disse que elas traduzem apenas “piedosas intenções que resolvem muito pouco ou quase nada” para o compromisso final assinado no último dia 13. “O aumento do financiamento à transição energética dos países mais vulneráveis ficou sensivelmente na mesma meta não cumprida anteriormente, uma vez que não foi atingido o objetivo de financiar a adaptação climática dos países em desenvolvimento em US$ 100 bilhões anuais. Continua ainda por ser definida a compensação aos países por perdas originadas pelas alterações climáticas”, denunciou.

No Senado

AGÊNCIA SENADO

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou na terça-feira (16) que o apoio das nações ricas aos países em desenvolvimento é fundamental para conter o aquecimento global. Ele voltou a defender o combate ao desmatamento ilegal, e ressaltou que essa prática tem prejudicado a imagem do Brasil no exterior e pode prejudicar os compromissos assumidos pelo país no Acordo de Paris, de 2015. O presidente do Senado lembrou que o Acordo de Paris determina que os demais países desenvolvidos têm o dever de ajudar as nações em desenvolvimento na transição de uma economia mais verde. Caso contrário, haverá dificuldades para conter o aquecimento global. “Outrora ficou pactuado e é muito importante que sejam viabilizados recursos e investimentos nos países em desenvolvimento para implementar essa transição. Sem essa contrapartida, será muito difícil conter o aumento da temperatura global, estimada infelizmente em até dois graus centígrados até 2100. E é um objetivo de todos a contenção dessa infeliz realidade”, afirmou. A avaliação foi feita em Plenário por Pacheco, ao fazer um breve relato da missão oficial do Senado na COP26 - Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em Glasgow, na Escócia, e encerrada no último dia 12.


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