Edição 1147

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MACEIÓ - ALAGOAS

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ANO XXIII - Nº 1147 - 04 A 10 DE DEZEMBRO - R$ 4,00

PESADELO

Insegurança jurídica ameaça polo industrial de Marechal

O sonho de redenção econômica pela exploração do sal-gema em Alagoas acabou em pesadelo e agora o polo industrial de Marechal Deodoro ameaça virar cemitério de empresas. Indústrias recém instaladas estão à venda por dificuldades financeiras decorrentes da insegurança jurídica de seus negócios. 2

PORTO REAL DO COLÉGIO

Prefeito é acusado de roubar R$ 5 milhões dos cofres públicos Vereadores denunciam Aldo Popular por formação de quadrilha e outros crimes 10 e 11

LIVRO

SÉRGIO MORO DEFENDE LAVA JATO E RETOMA BANDEIRA DA CORRUPÇÃO 7

PRÉ-CANDIDATOS CAEM NA ESTRADA EM BUSCA DE APOIO

n Renan, Collor, Lira e Cunha rodam estado para conquistar mais eleitores n Filiação partidária de Moro e Bolsonaro mexe no xadrez político alagoano 5 e 6

Alagoas tem taxa de crescimento maior que a média brasileira 24


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COLUNA

CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Na cola da Justiça

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- Para quem acredita que o 13 é o número do azar, a crendice pode funcionar até mesmo contra membros engravatados do Tribunal de Justiça de Alagoas, que há muito estão com a toga sob a mira do Conselho Nacional de Justiça.

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- É que na segunda-feira, 13 de dezembro, a equipe do CNJ deve retornar ao estado para concluir as investigações sobre denúncias de venda de sentença e outros malfeitos atribuídos a juízes e desembargadores.

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA

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- No final de outubro a própria corregedora Nacional de Justiça, ministra do STJ Maria Thereza de Assis Moura, comandou uma correição no TJ-Alagoas e a mesma equipe deve voltar dia 13 próximo para concluir a devassa no tribunal, onde é tenso o clima entre desembargadores e auxiliares. Até o corregedor-geral do TJAL é acusado de fazer negócios com cartórios do interior.

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- A expectativa é de que novas investigações serão abertas pelo CNJ em função do vasto material apreendido pela Polícia Federal no mandado de busca e apreensão contra advogados, juízes e desembargadores envolvidos nas denúncias. A presença da corregedora Nacional de Justiça em um estado por duas vezes seguidas é fato inédito na história do Conselho Nacional de Justiça.

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- Além de investigar o loteamento de cartórios extrajudiciais, a equipe da ministra Maria Thereza Moura deve retomar os depoimentos sobre o interminável processo de falência do Grupo João Lyra, a começar pelas invasões de terras da massa falida por empresários e políticos da região sul do estado.

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- As investigações do CNJ ocorrem em meio ao processo de escolha de três novos desembargadores do TJ-Alagoas, que passará de 15 para 18 membros. Das três novas vagas de desembargador, uma será destinada à OAB, pelo quinto constitucional, e as demais serão preenchidas pelo Judiciário.

Conversa no ar

Renan Filho passou o governo ao presidente do Tribunal de Justiça, Klever Loureiro, e se mandou para os Estados Unidos levando a tiracolo o deputado Marcelo Victor, presidente do outro Poder. Ao transmitir o cargo para Loureiro, Renan deu ao desembargador a chance de se preparar para assumir o governo do Estado a partir de 2 de abril, quando deve renunciar para disputar o Senado. Ao convidar o presidente da Assembleia Legislativa para viajar com ele no mesmo voo, o governador também dá sinais de seu interesse pelo acordo político com os deputados, que vem sendo negociado há meses. E pelo andar da carruagem, a aliança para o pleito do próximo ano está perto de se consolidar.

Desmonte do polo

Pelo menos três das novas empresas do polo industrial de Marechal Deodoro estão à venda por dificuldade financeira decorrente da insegurança jurídica de seus negócios. O que era para ser a consolidação do polo multifabril, pode acabar em nova frustração econômica para Alagoas. Trata-se de irregularidades e atos de má-fé durante a ocupação industrial da área B do polo de Marechal no governo tucano de Téo Vilela. Com a extinção da Codeal, o terreno de 200 hectares reservado à expansão do empreendimento foi abandonado e posteriormente arrendado a terceiro para evitar invasões. Com o tempo, o posseiro ajuizou ação de usucapião e quase 20 anos depois a Justiça lhe deu ganhou de causa.

Litígio infindável

Para atrair novas indústrias, o governo de Vilela atropelou a ordem legal, doou os terrenos, mas esqueceu de indenizar o posseiro. Até hoje a situação fundiária não foi resolvida e as empresas estão impedidas de tomar empréstimos bancários, o que está inviabilizando os negócios. Assim como o sonho de redenção econômica de Alagoas pela exploração do sal-gema acabou em pesadelo, o polo industrial pode virar cemitério de empresas. A única certeza por enquanto é que o Estado irá pagar a milionária indenização, mas espera-se que também sejam processados e condenados todos os que deram causa ao prejuízo para os cofres públicos.

Alckmin, de novo

Na eleição presidencial de 2018, Geraldo Alckmin teve votação inexpressiva porque muitos de seus eleitores votaram em Bolsonaro já no primeiro turno para evitar a volta do PT ao poder com uma possível vitória de Fernando Haddad. Na eleição do próximo ano, Alckmin deve ser vice na chapa de Lula, e, de novo, o ex-governador de São Paulo correrá o risco de perder o bonde da história. Pelo mesmo argumento antipetista que levou o pleito passado à polarização, quem não votou no tucano em 2018 agora terá mais motivos para eleger Bolsonaro em 2022.

Fim de linha

O deputado Antônio Albuquerque tentou derrubar Roberto Jefferson do comando nacional do PTB para assumir a liderança do partido, acabou levando uma rasteira e perdendo o comando da sigla em Alagoas para o grupo do senador Fernando Collor, seu adversário histórico. Mesmo na reta final de seu fosco reinado político, o deputado de Limoeiro tenta tirar proveito de seu último mandato com uma fictícia candidatura ao governo que nem seus eleitores acreditam. Coisa de “coronel” arrogante que não aceita a própria decadência, mesmo à beira do ocaso.

Repeteco eleitoral

Em alguns momentos da história as eleições presidenciais em Alagoas foram nacionalizadas pela divisão de suas elites políticas, cujos interesses nem sempre são os mesmos da população. E pelo andar da carruagem, as candidaturas de Bolsonaro e de Lula em 2022 influenciarão as eleições majoritárias locais. Qualquer dos candidatos presidenciais que chegar ao pleito bem avaliado nas pesquisas de intenção de voto será decisivo para os candidatos a governador e senador em Alagoas. Renan Filho precisa de Lula para decidir a sucessão e o seu próprio futuro político, assim como Collor depende de Bolsonaro para ficar mais oito anos no poder. No meio do caminho tem o grupo da Assembleia Legislativa sob a liderança do deputado Marcelo Victor, que comandará o União Brasil no estado. Fusão do PSL e DEM, o novo partido deve apoiar a candidatura presidencial de Sérgio Moro, o ex-juiz que tentou passar o Brasil a limpo com a Lava Jato, mas foi atropelado pelo STF, que virou uma corte criminal a serviço do PT.


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PRIMEIRO-MINISTRO

Semipresidencialismo é faca de dois gumes, diz analista político Presidente da Câmara e Bolsonaro divergem sobre sistema político adotado por países europeus MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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efendido por alguns e duramente criticado por outros. Foi assim que o modelo político pautado pelo semipresidencialismo começou a ganhar aos poucos espaço na TV, nos rádios e até em discussões na internet. De um lado, o deputado federal Arthur Lira (PL), presidente da Câmara, que defende o modelo do qual ele seria - se reeleito -, um dos possíveis beneficiados e do outro o presidente Jair Bolsonaro (PL), que acha a ideia “idiota”. O assunto também entrou em evidência após manifestações do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), do procurador da Fazenda Nacional e ex-advogado-geral da União, José Levi Mello, e do próprio presidente da Câmara, defendendo a adoção do modelo político. Mas, afinal, o que é esse tal modelo? Para o analista político Marcelo Bastos, o modelo é uma faca de dois gumes, com vantagens e desvantagens, principalmente para o presidente da República. Para entender o semipresidencialismo é necessário entender primeiro o que é o parlamentarismo e o presidencialismo, modelo ao qual o Brasil responde atualmente. No presidencialismo, o presidente é o chefe de Estado e representa o Brasil internacionalmente, além de também ser chefe de governo que nomeia ministros, presidente do Banco Central e torna-se responsável por dar a palavra final na economia. No parlamentarismo o presidente é apenas o chefe de Estado, representando o país mundo afora como uma figura simbólica, sobrando para o primeiro-ministro administrar o dia a dia, escolher os cargos e dar a palavra final sobre os mais variados assuntos. É quando entra a figura do primeiro-ministro que os pontos começam a divergir. Enquanto no parlamentarismo o primeiro-mi-

Aliados, Arthur Lira e Bolsonaro divergem sobre mudança de regime nistro é escolhido e nomeado pelo próprio Parlamento e qualquer crise que venha a acontecer no país, são apenas os parlamentares que o podem destituir, no semipresidencialismo quem nomeia o primeiro-ministro, escolhido dentro do Congresso, é o próprio presidente e também cabe apenas a ele destituir o mesmo. Ou seja, no parlamentarismo ele seria apenas uma figura, enquanto no semipresidencialismo ele teria seu poder dividido com alguém da confiança do Congresso. As tarefas de cada um deles, no entanto, variam e dependem das designações determinadas pelo Parlamento local ao implementar o sistema. França e Portugal estão entre os exemplos de nações que adotam o modelo. “Todas as vezes em que o país vive uma situação de crise política, que é o que estamos vivendo neste momento no Brasil, sempre surge, e geralmente de políticos que tenham um poder de influência grande, como é o caso do presidente da Câmara, atualmente o Arthur Lira, a proposta de colocar um sistema de governo que venha para equilibrar as forças entre os poderes e está muito em voga agora a questão do semipre-

sidencialismo, que parece muito com o parlamentarismo”, explica Bastos sobre as idas e vindas do tema ao longo do Brasil. VANTAGENS PARA A POPULAÇÃO De acordo com o analista político, uma das vantagens de ambos os sistemas é a rapidez com que o país pode enfrentar uma crise por uma escolha mal feita sem precisar provocar um processo de impeachment que demora em média um ano. “Com o semipresidencialismo, no caso de uma crise econômica ou uma crise política, não é necessário provocar um impeachment, é só o presidente ou o Parlamento trocar o primeiro-ministro e nomear outro, sendo considerado algo rápido”, explica, alertando para a perda de poder que o presidente da República teria caso um dos sistemas de faço fosse implantado. “Nenhum presidente eleito democraticamente pelo povo quer perder poder. Porque até no melhor dos casos, no semipresidencialismo quem vai administrar a economia não é ele. Ele vai ter o poder de nomear e destituir, mas não vai ter poder para adminis-

trar ou escolher a figura, então ele perde com isso, sendo assim para Arthur lira é melhor porque o presidente perdendo o poder, vai agregar mais poder para o Parlamento, sendo em um modelo ou outro”. COMO O SISTEMA SERIA IMPLANTADO? Para que a proposta feita por Lira e duramente criticada por Bolsonaro pudesse começar a valer, já nas eleições de 2026, seria necessário uma Proposta de Emenda Constitucional aprovada por dois terços da Câmara Federal e do Senado ou através da criação de uma nova constituição. “Não é fácil pois o país tem uma cultura histórica de usar o sistema presidencialista e como sabemos, embora tenha lados positivos e negativos, ninguém quer perder poder”, finaliza Bastos. A discussão acontece às vésperas das eleições presidenciais no Brasil, que serão realizadas em outubro de 2022. A proposta é vista como uma tentativa de retirar o presidente Jair Bolsonaro (PL) da disputa, e também afastar o ex-presidente Lula, que desponta como favorito em todas as pesquisas de intenção de voto. Lula, inclusive, também já criticou a discussão em volta do semipresidencialismo e classificou a ideia como mais uma tentativa de golpe para impedir que ele vença as eleições de 2022 para presidente da República. “Semipresidencialismo é outro golpe pra tentar evitar que nós possamos ganhar as eleições. Não dá pra brincar de reforma política, isso é coisa que tem que ser discutida com muita seriedade”, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo. Vale lembrar que o Brasil já teve um plebiscito sobre o tema. A consulta ocorreu em 1993, e a população brasileira rejeitou o parlamentarismo, preferindo permanecer com o modelo presidencialista.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Ameaça ao MDB

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governador Renan Filho tem muito dinheiro em caixa para realizar obras até a sua desincompatibilização, trabalha novas adesões políticas, mas ainda não sabe como o eleitorado da capital e do interior vai entender dois Calheiros no Senado da República a partir de 2023.

Tiro certo

Se depender de estrutura de poder, alianças feitas no final do governo e investimentos principalmente no interior, Renan Filho é páreo duro se for mesmo disputar o Senado Federal. Mas, por outro lado, a população pode colocar o pé no freio para evitar que pai e filho assumam o protagonismo do estado de Alagoas no Senado.

Incerteza

O resultado dessa estratégia do Palácio República dos Palmares só deve mesmo acontecer a partir do dia 2 de abril, prazo final para o processo de desincompatibilização imposto pela Justiça Eleitoral. Até lá, são apenas suposições, mas com indicações que possam se tornar verdadeiras.

Preferido de Bolsonaro

Se depender da vontade do presidente Jair Bolsonaro, o senador Fernando Collor seria o candidato a governador nas próximas eleições. Mas Collor ainda aposta na reeleição mesmo que tenha como adversário o governador Renan Filho, que deverá se desincompatibilizar do cargo no dia 2 de abril.

Navegando

O deputado Paulo Dantas, preferido do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, para ser o governador-tampão, volto a dizer em caso de desincompatibilização de Renan Filho, tem começado a circular pelo estado afora. Muito próximo do Palácio do governo, Dantas precisa, sim, definir com quem vai marchar nesta sua nova luta política. Não deve e não pode é ficar com Deus e o diabo.

Fritado Ninguém pode negar o poder de fogo da Família Calheiros com o governo na mão, mas não pode prever o desenrolar dos acontecimentos quando a campanha estiver literalmente nas ruas. Como o eleitorado vai entender pai e filho no Senado da República? Eis a questão.

Mau gosto

A Engeluz Eletricidade e Iluminação, contratada a peso de ouro pela Sima, onde já tem garantido o pagamento de R$ 9 milhões mesmo que tenha sido escolhida em terceiro lugar no certame licitatório, tem desapontado maceioenses e turistas com a iluminação de Natal. Um desastre do ponto de vista de beleza e arquitetura e que está longe de parecer com outras festas de fim de ano na capital.

Complicação

Sem ainda se definir candidaturas majoritárias, já que tudo é especulação, as chapas proporcionais estão pressionando as grandes lideranças para uma tomada de posição, sob pena de serem um fiasco nas eleições de outubro do próximo ano.

Na disputa

O que se prevê para os próximos meses é a disposição de alguns vereadores de Maceió de participarem como candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal. Falta, apenas, combinar com o povo.

Discreta

Enquanto a Assembleia Legislativa tem pautado matérias de relevante interesse da sociedade, a Câmara de Maceió aparentemente não tem se destacado nos últimos meses. São projetos discretos, populistas, mas que, de prático e fundamental, zero à esquerda.

Reforço

A Secretaria de Estado de Prevenção à Violência, comandada por Kelmann Vieira, reforçou a segurança com o Programa Ronda no bairro no Benedito Bentes, um dos mais populosos de Maceió. O projeto objetiva, junto com a Secretaria de Segurança Pública, oferecer mais tranquilidade à comunidade daquela região. A Seprev tem se destacado pelos arrojados projetos que tem posto em prática nos últimos meses.

Dúvida

A população que ainda reside em torno do bairro do Pinheiro está desconfiada com a afirmação da Defesa Civil de que não existe mais risco de afundamento do solo e consequente rachaduras na região. Alegam que talvez haja alguma precipitação, o que deverá ser devidamente esclarecido pelos órgãos competentes. FACEBOOK

Sem espaço

O secretário de Infraestrutura do Estado, Maurício Quintella, já estava com os dias contados no PL, caso Jair Bolsonaro se filiasse à legenda, o que aconteceu. Agora, sem muitas perspectivas de um mandato, Quintella abre a presidência do partido para Sérgio Toledo, aliado de primeira hora da bancada governista no Congresso Nacional.

Para alguns inquilinos do Palácio República dos Palmares, Maurício Quintella, a exemplo de outros, é a bola da vez do MDB para ser aniquilado politicamente. Outros estão na mesma situação e a Família Calheiros prefere investir naqueles que têm chances de conseguir um mandato, mesmo que sejam momentaneamente seus adversários.

Exemplo

Na campanha para o Senado da República, quando Maurício Quintella começou a ameaçar o mandato de Renan Calheiros, a tropa entrou em campo e o ex-ministro dos Transportes passou momentos delicados, fora até do Guia Eleitoral. Experiente, para não ficar desempregado, Quintella aceitou uma secretaria para amenizar o prejuízo, mas não avançou um palmo politicamente.

Novo partido

O União Brasil, uma fusão do Democratas com o PSL, deverá ter a maior bancada no Congresso Nacional e, em Alagoas, o deputado Marcelo Victor é apontado como o novo presidente regional.

Reforço

Para o ex-deputado José Thomaz Nonô, ainda presidente regional do DEM, o União Brasil terá o reforço de deputados e vereadores de Maceió com mandato. Está tudo costurado nos mínimos detalhes, diz Nonô.

Previsão

Pelas avaliações do presidente do DEM, muita gente com mandato e detentor de muitos votos não irá conseguir se reeleger. Sem precisar de ninguém, o deputado estadual deverá ter pelo menos 560 mil votos e o federal, 180 mil. A mágica para garantir o mandato será avaliada à medida que se aproximam as eleições.


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ELEIÇÕES 2022

Filiação de Moro e Bolsonaro mexe com quadro eleitoral de Alagoas Collor é esperado para o PL, que deve ser expulso do Governo Renan; Podemos fica com os Calheiros DIVULGAÇÃO/PL

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m ritmo de final de ano, as principais forças político-eleitorais de Alagoas antecipam o ritmo frenético da campanha política e viajam pelos quatro cantos do estado, ajudam a negociar vagas no Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça em busca de apoios e avaliam quais espaços devem permanecer como estão após a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL e do ex-juiz Sérgio Moro ao Podemos. Ao menos por enquanto, PL e Podemos ficam do lado do senador Renan Calheiros (MDB) e do governador Renan Filho (MDB). Isso pode mudar se o senador Fernando Collor (PROS) se filiar ao PL. O primeiro gesto do Palácio República dos Palmares é afastar a legenda do governo. Lembrando que o PROS, atual partido de Collor, é presidido por Adeílson Bezerra, que tem ligações históricas com os Calheiros, inviabilizando a permanência de Collor. Ao menos por enquanto, o partido segue representado pelo deputado federal Sérgio Toledo, que não manifesta interesse em deixar a legenda. O secretário estadual de Infraestrutura, Maurício Quintella, crítico de Bolsonaro, esperou a filiação do presidente da República para anunciar sua saída. “Hoje deixo o PL (Partido Liberal) onde estive filiado por 13 anos. Agradeço ao Presidente Valdemar e a todos os meus correligionários. Saio pela porta da frente, representei o partido na mesa do Congresso Nacional,no Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, e tive a honra de liderar nossa bancada por duas vezes. Saio por absoluta incompatibilidade com a política bolsonarista e tudo que ela representa”, disse, nas redes sociais. Um clima bem diferente entre

Filiação de Bolsonaro ao PL de Valdemar Neto provoca reações nos estados; em Alagoas, Quintella deixou a legenda sorrisos nos rostos de Valdemar da Costa Neto, o dono do PL, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), na filiação de Bolsonaro que aconteceu esta semana, demonstrando que o clima entre os liberais e os aliados é de paz e amor. Mas, até quando? A entrada do presidente no PL inclui o apoio do partido à reeleição de Lira no comando da Câmara por mais dois anos. A votação será em fevereiro de 2023. A expectativa é que os liberais acumulem a maior bancada ao atrair Bolsonaro. Hoje têm a terceira maior, com 43 deputados. Buscam alcnçar 65 em 2022.

MORO E ALAGOAS Em Alagoas, o Podemos, de Moro, é regido pelo deputado federal Severino Pessoa. A esposa Fabiana e ele dividem cargos na Secretaria Estadual de Assistência Social, dirigida por Fabiana. Ambos programam a vinda do “herói” da Lava Jato a Alagoas, ainda sem data para acontecer, e não vão deixar de lado as indicações na era Renan Filho nem a amizade com Renan Calheiros enquanto o ex-magistrado faz seu périplo pelo estado.

Renan-pai, aliás, dá o tom de como será a campanha no ano que vem, mostrando que não existe conversa com o representante da República de Curitiba. “Sérgio Moro fraudou a história brasileira. Foi declarado parcial e incompetente. A história nunca é escrita por uma pessoa, mas pela sociedade. Moro repete o ovo da serpente em sua ficção: mente despudoradamente e insiste em teses fascistas”, escreveu no Twitter, reativando as denúncias da Vaza Jato, publicadas pelo The Intercept. Renan é eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Moro deve dar o troco quando vier a Alagoas. E também terá de explicar porque seu partido é aliado dos Calheiros. Fato é que PL e Podemos não devem, ao menos em Alagoas, fazer juras de fidelidade eterna nem a Bolsonaro nem a Moro. Os dois partidos devem ter candidatos ao governo para formarem um palanque aos seus presidenciáveis, mas os nomes (ainda não anunciados) dificilmente terão capilaridade para quebrar a soberania dos Calheiros ou dos Lira, em campanha desde as eleições de 2018, rivalizando forças na votação de 2020 e agregando carga total para

novo embate em 2022. Enquanto isso, os dois lados ainda não escolheram os seus nomes para a disputa ao Palácio República dos Palmares, apesar de deputados e secretários de Estado estarem em campo, em busca deste espaço. Esta conjuntura serve também para se ajustar à bipolaridade eleitoral: Collor e Renan Filho disputam a única vaga ao Senado de 2022. Daí os personagens do xadrez local ainda bagunçarem o tabuleiro em busca de seus lados. E até abril, prazo final para a desincompatibilização, tudo pode acontecer, inclusive o governador não renunciar ao mandato, como aposta Arthur Lira. Enquanto isso, a composição dos partidos vão sendo alteradas. É o caso do presidente da Assembleia, Marcelo Victor, filiado ao Solidariedade, hoje mais ligado ao deputado Antônio Albuquerque (PTB). Victor deve presidir o União Brasil no estado e hoje dá as cartas no PSL, liderado pelo seu pai, o ex-deputado Gervásio Raimundo. Fernando Collor também tem influência em mais de um partido. No PTB, presidido por Eduardo Rossiter, e no PTC, com Wagner Simas na liderança.


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ELEIÇÕES 2022

Leilão de saneamento, obras e inaugurações enchem agendas de candidatos

Renan, Collor, Lira, Cunha e JHC se dividem para alcançar mais eleitores FACEBOOK

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mês de dezembro terá bastante movimentação nas agendas do governador Renan Filho (MDB), do senador Fernando Collor (PROS), do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), do senador Rodrigo Cunha (PSDB) e do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB) e todo o grupo político que cada um deles reboca, cujo objetivo é alcançar o máximo sucesso nas urnas do próximo ano. No dia 13, o staff governamental vai estar em São Paulo, na Bolsa de Valores, para o leilão de saneamento básico dos blocos B (valor de R$ 3,3 milhões, operando em 34 municípios do Agreste e Sertão) e C (R$ 32,4 milhões, em 27 cidades do litoral e Zona da Mata). A aposta é que a operação atraia ao menos oito grupos, incluindo a BRK Ambiental (que opera o Bloco A) e a Equatorial Energia. Grupos tradicionais na área do saneamento também são esperados, como a Aegea Saneamento, Iguá Saneamento e Águas do Brasil. Para diminuir os riscos de judicialização- como acontece hoje com o bloco A- a operação será assim: 80% do valor será repartido para as prefeituras e 20% serão pagos proporcionalmente aos municípios pelo número de habitantes. A empresa que vencer terá de levar abastecimento de água em até 5 anos para a população e a rede de esgoto deve alcançar 90% dos moradores em até 11 anos. Os investimentos serão de R$ 2,9 bilhões, R$ 1,6 bilhão nos primeiros cinco anos, com a meta de reduzir de 48% para 25% a perda de água, em 12 anos. Na semana passada, o procu-

Renan Filho entrega patrol em Ouro Branco, agenda do Fortalece Alagoas

rador Geral de Maceió, João Lobo, esteve em Brasília, acompanhando as discussões do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve decisão do ministro Edson Fachin, bloqueando R$ 1 bilhão do contrato de concessão assinado entre a BRK Ambiental e o Governo, referente ao bloco A, leiloado em setembro do ano passado. A Procuradoria Geral do Estado recorre da decisão. E o STF vai analisar o mérito. “Enquanto isso o dinheiro fica bloqueado, sem que o Estado faça uso dele”, informou. A ação é do PSB nacional mas mobiliza, além do prefeito de Maceió, o próprio Arthur Lira e até o senador Collor. As reclamações sobre os serviços da BRK Ambiental se acumulam e até o deputado estadual e vice-presidente da Assembleia Legislativa, Galba Novaes (MDB), tomou um banho de cuia, uma forma de protesto bem humorada expondo os problemas de falta de água em várias regiões da capital. O senador Rodrigo Cunha busca, via Comissão de Transparên-

cia, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC), instalar investigação contra a BRK. “A falta de água na parte alta da capital Alagoana, notadamente em bairros como populoso bairro do Eustáquio Gomes, por exemplo, demonstra o descaso das instituições do governo do estado e de sua autarquia reguladora (a ARSAL), além da empresa concessionária”, diz trecho do documento entregue à comissão. Uma audiên-

O GRUPO POLÍTICO QUE FAZ OPOSIÇÃO AO GOVERNADOR BUSCA ATRAIR AS ATENÇÕES DO MAIOR ELEITORADO DO ESTADO, QUE FICA NA CAPITAL, UM TERRITÓRIO ELEITORALMENTE MAIS DURO DE SER CONQUISTADO TANTO PELOS CALHEIROS QUANTO PELO SENADOR COLLOR.

cia pública deve ser organizada sobre este tema. O grupo político que faz oposição ao governador busca atrair as atenções do maior eleitorado do Estado, que fica na capital, um território eleitoralmente mais duro de ser conquistado tanto pelos Calheiros quanto pelo senador Collor. Ao lado do vice-prefeito e candidato ao Senado, Ronaldo Lessa (PDT), JHC lançou esta semana o Conta em Dia, aluguel Maria da Penha e programa de cestas básicas para os mais atingidos na pandemia e em vulnerabilidade social. “Esses programas são fundamentais, sobretudo nesse momento de inflação, onde as coisas começam a ficar ainda mais caras e, consequentemente, temos aumento de gás, energia. Para minimizar esse sofrimento, nós estamos criando esses auxílios. Com o tíquete digital, vamos fortalecer a economia digital e fazer o dinheiro circular por toda Maceió. É uma alegria enorme estar com vocês e que vocês tenham mais força para que continuemos firmes na nossa missão”, disse o prefeito. Já o governador, que acumula intensa agenda de compromissos no interior, lançou em novembro o Fortalece Alagoas: mil equipamentos, como ônibus escolares, tratores, ambulâncias e caminhões -pipa distribuídos aos prefeitos, para “fomentar ações direcionadas aos eixos do desenvolvimento sustentável dos municípios alagoanos nas áreas de infraestrutura, saúde, agricultura e meio ambiente”. O Fortalece Alagoas é bem semelhante a programa da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal controlada por Arthur Lira e também com distribuição de máquinas, cujo garoto-propaganda é o senador Collor. Penedo, Major Isidoro, Limoeiro de Anadia e outras cidades recebem as máquinas pelas mãos do candidato à reeleição. Ele também conta com a ajuda da família Garrote, que comanda o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Através dele, poços artesianos são cavados no sertão. “Esse equipamento é fundamental para amenizar os efeitos da seca e facilitar a vida dos sertanejos. São milhares de pessoas beneficiadas. Mais de 200 poços já foram perfurados em todo o estado”, disse o senador, em suas redes sociais.


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ELEIÇÕES 2022

Combate à corrupção é bandeira de Moro na corrida à Presidência Ex-ministro de Bolsonaro inicia turnê lançando livro em defesa da Lava Jato MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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lançamento do livro “Sérgio Moro- Contra o sistema da corrupção” tem dado o que falar. Embora o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro garanta que não se trata de uma autobiografia e sim do relato da verdade dos fatos da história contada, suas frases de efeito têm dividido opiniões. Na obra, Moro (Podemos) chama Bolsonaro de traidor e confessa que foi um erro assumir o Ministério da Justiça. Também afirma que o presidente não fez arrodeio em relação a decisão que beneficiou o filho Flávio no esquema das rachadinhas ao dizer que “Se não vai ajudar, não atrapalhe”. Há quem diga que o livro não passa de uma jogada de marketing e tenta sustentar sua bandeira de luta, o combate à corrupção, na corrida à presidência. Divergências à parte, o fato é que a sorte foi lançada e Moro já aporta como a terceira força para a disputa em 2022 com Lula (PT) e Bolsonaro (PL). Anunciado como livro-bomba, os críticos afirmam que não passa de pó de traque. Na verdade, seria uma estratégia eleitoral para se desvincular de Bolsonaro e ainda se fazer de vítima. Por sua vez, o ex-ministro diz que o livro é uma forma de passar a limpo as “tentativas de distorção” da Lava Jato e de sua passagem pelo governo e garante: “Nós não estamos indo na direção correta”. Moro também não economizou tintas ao criticar Lula e o Supremo Tribunal Federal. A fritura pública sofrida por ele após acusar Bolsonaro de tentar interferir na direção da Polícia Federal também mereceu destaque na obra. Publicada pela Editora Sextante, a obra mostra a versão do

ex-juiz e ex-ministro em relação aos principais episódios do período em que comandou os processos da Laja Jato, em Curitiba, e os 16 meses em que foi aliado de Bolsonaro. Segundo ele, a Lava Jato foi vítima de suas virtudes. Em sua segunda parte, o livro apresenta a experiência de Moro no Ministério da Justiça e mostra, ainda, que a relação com Jair Bolsonaro durou pouco tempo. “Fui progressivamente me decepcionando. Percebendo, que “o presidente não apoia a pauta anticorrupção”. E afirma que quando dizem que “o Moro só fala sobre corrupção”, garante que não. “É claro que nós não vamos abdicar da luta contra corrupção como fazem os outros, isso está no meu DNA, é um compromisso que está no fundo da minha alma, mas eu sei que a gente vai fazer muito mais coisa do que isso e por isso que a gente está fazendo esse projeto e por isso que a gente vai correr o país apresentando esse projeto para as pessoas”, avisou. O ex- juiz publicou uma série de desculpas, entre elas nega que tenha negociado uma indicação ao Supremo para permanecer no governo federal. “Evidentemente eu não descartava a possibilidade de ser nomeado pelo presidente no momento oportuno, mas não cabia estabelecer isso como condição para aceitar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública. […] Eu simplesmente pensei que, naquele momento, demandar a promessa da vaga não era algo honrado a fazer. Além disso, a indicação do meu nome viria naturalmente se eu, como ministro da Justiça, fizesse um bom trabalho (aqui de fato fui ingênuo, admito)”, diz trecho do livro. Disposto a enfrentar seus possíveis adversários, Moro garante que não tem nenhum problema em no ano que vem ter que dis-

cutir com o ex-presidente Lula, inclusive sua passagem pelo governo do atual presidente. Segundo ele, nunca teve problema pessoal com o presidente Lula. Sua função era totalmente técnica. Mas há quem veja que, nas entrelinhas, Moro tratou no livro o ex-presidente Lula com descaso, com certa ironia. Recai, ainda, sob Moro a acusação de ter demorado tanto para se desligar do governo Bolsonaro. E assim, o livro não passaria de uma confissão. Outros críticos afirmam que seria uma campanha eleitoral informal com agenda marcada. CRÍTICAS Sérgio Moro começou a turnê

pelo Brasil aproveitando para lançar ou livro e conhecer seus possíveis eleitores. Parece que quem não gostou da ideia foi o também pré-candidato Ciro Gomes (PDT) que soltou o verbo em sua rede social ao afirmar que o livro tem contradições, inclusive em relação a uma possível indicação para o STF (Supremo Tribunal Federal). “Suas mentiras e contradições explodem quando ele nega acertos para ser indicado para o Supremo, mas candidamente confessa que não ‘descartava a possibilidade de ser nomeado pelo presidente no momento oportuno’”, disse. O senador Renan Calheiros (MDB) também não deixou por menos e atacou o ex-ministro de Bolsonaro. Segundo ele, Moro “fraudou a história brasileira”.


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MEMÓRIA BRASILEIRA

Clara Charf, a maceioense que lutou ao lado de Marighella Esposa do guerrilheiro morto pela ditadura foi uma das precursoras do feminismo no Brasil JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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uem foi conferir o filme Marighella em sua rápida passagem pelos cinemas da capital conferiu na trama a personagem Clara Charf, interpretada por Adriana Esteves. Era a esposa de Carlos Marighella, ex-deputado, poeta e guerrilheiro brasileiro que foi executado pela ditadura militar em 1969. Poucos sabem, mas Clara Charf nasceu em Maceió no dia 17 de julho de 1925, mas acabou sendo criada na capital pernambucana, Recife. Filha de judeus, ela começou a militar no PCB em 1945, motivada pela história de Anita Leocádia Prestes, a filha de Luís Carlos Prestes e Olga Benário, que acabara de retornar ao Brasil. Após atuar em movimentos populares e feministas, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como secretária da bancada comunista na Câmara dos Deputados. “Comecei a me interessar por política numa época em que o feminismo não era tão forte e desenvolvido. Minha militância iniciou em 1945 quando terminou a 2ª Guerra Mundial. Naquele período, as questões feministas estavam misturadas em políticas que lutavam contra o fascismo e a guerra. Ao mesmo tempo, eu queria igualdade às mulheres, pois como militante, sentia dificuldades para fazer as coisas que gostaria. Nós, mulheres, fazíamos reuniões e os maridos pensavam que estávamos tramando alguma coisa. Tudo era ainda muito atrasado. Com o tempo, as lutas políticas foram crescendo e as mulheres

Clara em registro de 2012 durante o 1000 Mulheres pela Paz pelo Mundo se organizaram especificamente”, contou. Ainda conforme a ativista alagoana, a luta feminista ganhou força na Rússia. “Em 1963 participei de um congresso mundial de mulheres em Moscou, ainda capital da União Soviética, que reuniu cerca de duas mil pessoas. Quando estávamos no evento foi dada uma notícia que pegou todos nós de surpresa. Os soviéticos tinham enviado a pri-

meira mulher para o espaço (Valentina Tereshkova). Na época, um jornal do Rio de Janeiro fez campanha contra ao falar que o fato era mentira e, depois, que a astronauta não poderia ter mais filhos. O fato provou que a mulher era capaz de ir ao cosmo, continuar com a sua feminilidade, ser mãe e ajudar com o avanço da humanidade”. No entanto, no Brasil, de acordo com Clara, a luta da mulher

foi prejudicada pelo militarismo. “O golpe militar de 1964 afetou toda a sociedade brasileira. Todas as organizações populares, assim como a das mulheres, foram perseguidas. O trabalho, que já era difícil, com o golpe virou uma tragédia com a prisão de várias mulheres que lutavam contra a ditadura militar”. E um homem pode ser feminista? Para a alagoana, todos deveriam ser. “O feminismo é um sentimento de valorização das mulheres. Meu marido, Carlos Marighella, era feminista. Quando nos tornamos companheiros, ele me compreendia e sempre estimulava a formação de organizações para mulheres. Marighella dividia as tarefas domésticas, mas não sabia passar roupa. Então, enquanto eu ficava com esse serviço, ele lia para mim em voz alta para ‘eu não perder tempo’. Ser feminista não é só declarar, é demonstrar, respeitar e dar o mesmo direito aos dois seres”. Em tempos de conservadorismo, muitos dizem que a mulher se rendeu à vulgarização. Clara Charf discorda. “Se for analisar por esse lado, pode-se dizer que também houve com os homens. O sistema capitalista banaliza a mulher como produto, o que é errado. E para isso, usam o corpo nu, que não revela o valor de ninguém, mas também não o diminui. O mais importante é as mulheres tomarem consciência do que valem como ser humano e que podem ajudar a construir outro tipo de sociedade”. Quanto às bancadas religiosas influenciando a luta feminista, Clara Charf faz um contraponto. “Elas [bancadas] não contribuem, mas temos que respeitar. Têm mulheres que são religiosas e lutadoras. Agora, quanto mais essas organizações entrarem por esse viés, mais prejudicam a mulher e impedem que floresça o saber na sociedade em geral”.


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ARQUIVO DE FAMÍLIA

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com sua inteligência e capacidade. Para uma sociedade mais igual, o certo é ter direitos iguais, em todos os sentidos. Mas, ainda vai demorar. A opressão contra a mulher surgiu desde o começo da humanidade e, em alguns países, a nossa luta é ainda mais difícil”, finalizou. Hoje, com 96 anos, Clara Charf está impossibilitada de dar entrevistas. Trechos deste texto são de uma conversa do jornalista José Fernando Martins com a alagoana durante a exposição 1000 Mulheres Pela Paz ao Redor do Mundo, que percorreu várias capitais brasileiras em 2012.

MARIGHELLA O revolucionário organizou a luta armada contra a ditadura “Pois a mulher tem um muito potencial. Ainda mais se você analisar a população do Brasil. Há muita mulher que pode contribuir

Um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira (1964–1985), Carlos Marighella chegou a ser considerado o inimigo “número um” do regime. Foi cofundador da Ação Libertadora Nacional, organização de caráter revolucionário. Em novembro de 1969 foi assassinado por agentes militares em uma emboscada.

Marighella (D) com a sobrinha Isa ao ombro e ao lado de Clara O filme Marighella, que está a partir deste sábado, 4, disponível na Globoplay, mostra, de um lado, uma violenta ditadura militar. Do outro, uma esquerda intimidada. Cercado por guerrilheiros 30 anos

mais novos e dispostos a reagir, o líder revolucionário virou um empecilho na ditadura. A obra foi dirigida por Wagner Moura e o personagem principal é interpretado por Seu Jorge.


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PORTO REAL DO COLÉGIO

Prefeito é acusado de chefiar quadrilha que desviou R$ 5 milhões CPI da Câmara pede indiciamento de Aldo Popular por lavagem de dinheiro e mais seis crimes TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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município ribeirinho de Porto Real do Colégio, a 182 Km da capital alagoana, acolhe na administração pública uma quadrilha com oito braços e um apetite voraz, que nos últimos cinco anos “comeu” dos cofres municipais perto de R$ 5 milhões, sendo R$ 1,1 milhão somente no ano passado. O desvio é de recursos que saem do bolso da população para pagar a conta do abastecimento de água e saneamento cobrado pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) implantada na cidade em 2017. A denúncia está estampada no relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI) realizada pela Câmara Municipal. O relatório do trabalho, que ganhou o nome de CPI da Água Batizada, foi concluído no final de novembro e denuncia o prefeito Aldo Ênio Borges (MDB), conhecido como Aldo Popular, e mais três subalternos, em pelo menos sete crimes: de falsidade de documento público (art. 297 do CP), falsidade ideológica (art. 299 do CP), lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613, de 03/03/1998), desacato à autoridade (art. 331 do CP), formação de quadrilha (art. 288 do CP), peculato (art. 312 do CP) g) e fraude à execução (Art. 79, 80, IV e 81 do NCPC). O relatório final da CPI foi encaminhado para avaliação da promotora de Justiça da Comarca de Porto Real do Colégio,

Ariadne Dantas Meneses; ao procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório, e aos presidentes da Assembleia Legislativa de Alagoas, Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça de Alagoas. Nele, foram apontados como integrantes da quadrilha que seria chefiada pelo prefeito o diretor financeiro da autarquia, Fernando Mariano dos Santos Miguel, a presidente da SAAE, Sandra Rufino Cabral, e o contador Ciro de Oliveira Lima. A CPI da Água Batizada, que teve como presidente o vereador Dinael de Souza Dantas e como relator José Ricardo de Oliveira Filho, investigou a denúncia de desvios de recursos a partir de uma queixa simples de alguns habitantes: só poder pagar a fatura do serviço de água com dinheiro em espécie e no balcão da SAAE. A prática do pagamento considerado arcaico - “não podendo ocorrer através de boleto bancário, para que seja paga em bancos, lotéricas ou através de aplicativos das instituições bancárias, contrariando a legislação atual”-, dificultava o controle dos gastos públicos pelo Legislativo, segundo os vereadores. Nas investigações foi denunciado que a “quantia apurada” pela empresa era entregue diretamente ao prefeito Aldo Popular por Fernando Mariano, que além de ocupar o cargo na SAAE trabalha como caixa no supermercado Popular, de propriedade do prefeito. A receita da SAAE, segundo a CPI, gira em torno de R$ 60 mil por mês. De acordo com balancetes mensais, enviados à CPI somente após determinação judicial, em 2017 a autarquia arrecadou R$ 879.770,57; em 2018, R$ 972.293,28; em 2019, R$ 712.299,75 e em 2020 a receita teria sido de R$ 1.122.275,10. Em depoimento à CPI, Francis-

ARQUIVO/PREFEITURA

Aldo Popular é acusado de desviar recursos do serviço de água co Mariano disse que o dinheiro pago pelos usuários ficava guardado no prédio da autarquia, dentro de um cofre, de onde saia para pagamentos das despesas, como a folha salarial e compra de materiais para tratamento da água. Ele fez uso do direito do silêncio para não repassar informações à comissão. “A administração do SAAE é um verdadeiro Caixa 2 do prefeito Aldo Ênio Borges” enfatiza o relator da CPI. Os desvios de recursos seriam o principal fator da precariedade no serviço de abastecimento de água na cidade e povoados de

Porto Real do Colégio. O relatório da CPI denuncia que inexiste tratamento de esgoto na cidade. “Todos os dejetos são jogados sem tratamento no Rio São Francisco”, denunciaram durante oitiva da presidente da SAAE, Sandra Cabral. Com língua afiada, como dizem os habitantes da cidade, a funcionária que administra a autarquia desde janeiro de 2017 foi irônica no depoimento à CPI, respondendo muitas vezes que os vereadores tinham questionamentos “equivocados” e chegando a insinuar que eles não exerciam o papel para qual foram eleitos.


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CRIMES LISTADOS PELA CPI DESACATO À AUTORIDADE ALDO ÊNIO BORGES PECULATO SANDRA RUFINO CABRAL FERNANDO MARIANO DOS SANTOS MIGUEL ALDO ÊNIO BORGE FALSIDADE DE DOCUMENTO PÚBLICO ALDO ÊNIO BORGES SANDRA RUFINO CABRAL CIRO DE OLIVEIRA LIMA MARIA GEILZA PINHEIRO ARAÚJO FALSIDADE IDEOLÓGICA SANDRA RUFINO CABRAL CIRO DE OLIVEIRA LIMA MARIA GEILZA PINHEIRO ARAÚJO FRAUDE À EXECUÇÃO ALDO ÊNIO BORGES LAVAGEM DE DINHEIRO ALDO ÊNIO BORGES FORMAÇÃO DE QUADRILHA ALDO ÊNIO BORGES SANDRA RUFINO CABRAL FERNANDO MARIANO DOS SANTOS MIGUEL CIRO DE OLIVEIRA LIMA Entretanto, o comportamento mais inadequado no desenrolar da CPI veio do prefeito. Convocado para depor na condição de testemunha, Aldo Popular protagonizou um espetáculo grotesco no último dia 24 de novembro. Segundo a ata da reunião, que entrou no relatório da CPI, logo após as primeiras perguntas o prefeito soltou o verbo e no decorrer da oitiva xingou um dos vereadores de maloqueiro e debochou de outro chamando-o de “bunitinho”. O prefeito disse que não responderia à CPI e que os vereadores tinham inveja da sua posição e do seu trabalho. “Eu tenho o povo a meu favor”, aclamou em voz alta. A reunião foi tumultuada com muita interferência do advogado de defesa do prefeito, Fábio Gomes. No meio dos trabalhos o prefeito deixou o recinto e os vereadores falando sozinhos. Aldo Popular foi reeleito em 2020 com mais de 64% dos votos válidos para gerir Porto Real do Colégio. A cidade tem aproximadamente 20 mil habitantes e o esgotamento sanitário adequado alcançava apenas 38,9% da cidade

em 2010, data do último levantamento do IBGE. O salário médio mensal dos trabalhadores formais em 2018, segundo o IBGE, era de 2,2 salários mínimos.

CONCLUSÕES

A CPI da Água Batizada colocou no relatório final que os extratos bancários apresentados confirmavam a denúncia de que o dinheiro da população pago à SAAE não segue para conta bancária da empresa. “Não há depósitos sistemáticos, nem esporádicos há muito tempo. Não há nenhuma movimentação mensal nas contas do SAAE, o que demonstra claramente que o município adota a forma de arrecadação da época da pedra, recebendo no balcão e dando quitação [do débito]de forma simples e totalmente sem controle”. Segundo o relatório, a administração do SAAE de Porto Real do Colégio é extremamente temerária. Os vereadores afirmam que o patrimônio da autarquia está sendo, diariamente, vilipendiado e sugerem que o Ministério Público adote as medidas para estancar

Sandra Rufino e Fernando Mariano em foto de 2018 a “sangria”, afastando todos os envolvidos da administração. Os integrantes da CPI concluíram como evidente o desvio dos recursos do SAAE de pelo menos, e comprovadamente, R$ 1.122.275,10 referentes à receita declarada através do balanço anual de 2020, comparada à Receita Líquida da Prestação de Contas. “Em relação aos recursos dos anos de 2017, 2018 e 2019, além do ano de 2021, a CPI apenas pode indicar a possibilidade de desvio dos recursos, visto que, apesar de solicitado, as receitas líquidas contidas nas prestações de contas dos anos de 2017, 2018 e 2019 não foram entregues pela Prefeitura, única forma desta CPI, em curto prazo, identificar se há ou não a presença da arrecadação do SAAE nos respectivos anos”. Os integrantes da CPI também denunciam que houve falsificação “grosseira” nos documentos solicitados à Prefeitura pela CPI, visto que foram entregues documentos originais e novos, mesmo aqueles datados dos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020. “Foram documentos elaborados quando da solicitação”, afirmam. No Portal de Transparência da Prefeitura não consta despesas ou receitas relativos ao serviço de abastecimento e saneamento. A CPI avalia como clara a existência da prática de desvio de recursos no SAAE e disse que as informações averiguadas só robustecem o fato determinado que gerou a criação da comissão. “Fica evidenciado as mais horrendas práticas de improbidade administrativa, entre outros crimes, praticados por servidores públicos em cargo em comissão e pelo próprio Prefeito”, diz o relatório. Os vereadores também denunciam que os recursos desviados da SAAE teriam sido usados pelo prefeito Aldo Popular para a com-

pra de duas fazendas no Povoado Urucú, no município de Traipu. As terras, diz o documento, teriam “600 tarefas, ao custo de R$ 7 mil a R$ 10 mil por tarefa, o que totaliza a quantia de R$ 4 milhões a R$ 6 milhões, coincidindo com valores desviados do SAAE ao longo dos últimos 05 (cinco) anos”. Em entrevista concedida a um jornalista do portal de notícias DDD82, o prefeito teria dito que os recursos que entram na SAAE são depositados numa conta de pessoa física e que isso aconteceria para evitar que o dinheiro fosse subtraído pela Justiça para pagar pendências judiciais. Os integrantes da CPI tiveram acesso ao material e publicaram, na íntegra a entrevista com as declarações do prefeito, considerando o fato como obstrução da Justiça. A CPI pediu o indiciamento pelo crime de formação de quadrilha, de Fernando Mariano dos Santos Miguel, operador dos desvios, por ser ele [e apenas ele] o responsável pelo recebimento dos valores em espécie e guardião, tendo como função diária a entrega dos valores na residência do prefeito; de Sandra Rufino Cabral, por ser a presidente do SAAE e que sem ela jamais poderiam acontecer tamanhos desvios; de Ciro de Oliveira Lima, por ser responsável pela maquiagem na contabilidade do SAAE e de Aldo Ênio Borges (prefeito), “verdadeiro chefe e beneficiário dos desvios de recursos”, encerra o documento.

OUTRO LADO

O EXTRA tentou ouvir o prefeito Aldo Popular sobre as acusações que lhe são imputadas pela CPI da Água Batizada, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.


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PRECAUÇÃO

Entidade alerta que ainda não existe segurança sanitária para liberar eventos públicos com grande aglomeração

AMA fortalece recomendação para municípios suspenderem o réveillon

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semana que começa neste domingo (5) será decisiva em relação a festa de réveillon nas capitais e municípios brasileiros diante da ameaça de ocorrer a 4ª onda de pandemia com a nova variante do coronavírus, a Ômicron. O país fechou a semana com o anúncio de suspensão das festividades que normalmente geram aglomerações em orlas e pontos centrais, em 14 capitais, a maioria no Nordeste e a capital federal, Brasília. Maceió decidiu manter o calendário festivo, começando com as comemorações pelos 206 anos da cidade, completados neste domingo. No decorrer da semana, a Prefeitura levou apresentações culturais aos bairros, descentralizando a festa. No réveillon, no entanto, a comemoração pela chegada do ano novo tem grande concentração de pessoas na orla e no bairro do Benedito Bentes. O receio de criar ambiente propício à disseminação do novo coronavírus e da variante chegada da África, que já circula em alguns estados brasileiros, motivou o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley, a questionar junto a alguns órgãos, como o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Consems) e Programa Nacional de Imunização (PNI) em Alagoas, os riscos que os eventos apresentam. Com as respostas obtidas, Wanderley e o

procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Albuquerque, decidiram “recomendar” aos gestores municipais a não realização das festas de final de ano. Ambos acreditam que ainda não existe segurança sanitária para liberar eventos que gerem grandes aglomerações. O avanço da vacinação foi o que pesou na decisão do prefeito JHC. “Diante deste cenário, que nos permite uma retomada gradual da economia e de todas as atividades com segurança, decidimos manter, inicialmente, as festividades de réveillon”, argumentou. A capital alagoana teria vacinado mais de 80% da população adulta contra o coronavírus, sendo mais de 70% de toda população vacinável com duas doses ou vacina com dose única, segundo a Prefeitura. Entretanto, JHC afirmou que o monitoramento das condições sanitárias em relação à pandemia continuará a ser feito até o período do evento, o que pode provocar mudança na decisão em relação ao réveillon, em caso de agravamento da infecção pelo coronavírus no país. A decisão do prefeito JHC pode influenciar municípios a seguirem o mesmo posicionamento, mas Hugo Wandeley acredita que os prefeitos seguirão a recomendação da AMA e do Ministério Público. “Acredito que nenhuma cidade realizará festas

públicas neste fim de ano. Recomendamos prudência na realização destas festas para que não sejamos responsáveis por um eventual aumento do número de casos de covid-19 em Alagoas”, avaliou. É preciso lembrar que Maceió, apesar do bom desempenho na campanha de vacinação, ainda registra um número alto de pessoas que não completaram o ciclo vacinal porque não voltaram aos postos para receber a segunda dose do imunizante. O presidente da AMA esclareceu que, apesar de ter feito uma recomendação, os prefeitos têm autonomia para decidir sobre o tema. Mas avaliou que o cenário internacional – que aponta o recrudescimento da pandemia –, é preocupante. Segundo ele, “o país precisa ficar alerta e não colocar a perder todo o trabalho realizado até agora”. A OMS (Organização Mundial da Saúde) enviou aos governos alerta em que aponta risco global “muito alto” da Ômicron. Mas destacou haver poucas evidências concretas sobre a possibilidade de a nova cepa ser mais transmissível ou escapar das vacinas. A recomendação para suspensão das festas de final de ano em Alagoas deve ser publicada pelo MPE, oficializando o entendimento. “Nossa preocupação sempre foi – e vai continuar sendo – cuidar das pessoas e salvar vidas”, disse o presidente da AMA, Hugo Wanderley.


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SAÚDE

Santa Casa de Maceió reforça time do Serviço de Ortopedia e Traumatologia Hospital conta com profissional especializado em crianças de 0 a 14 anos

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om um grupo de especialidades definidas em pé, joelho, quadril, mão, coluna, ombro e oncologia ortopédica, em 2021, a Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Maceió completou o Serviço com a entrada da ortopedia pediátrica. A instituição tem investido nessa estruturação desde 2009. “Agora temos referência para os atendimentos de crianças de 0 a 14 anos. Todo o trauma pediátrico que chega ao hospital ficou sob a responsabilidade desse novo profissional especializado, que também vai atender patologias congênitas e do desenvolvimento”, disse o coordenador geral do Serviço de Ortopedia e Traumatologia, Antônio Alício Moreira de Oliveira Junior. A equipe do hospital é formada pelos especialistas Hilton Barros e Bruno Liberato (Quadril), Rogério Nascimento, Hed Wagner Mauro, Alisson Farias e Bruno Houly (Joelho), Antônio Alício e Francisco Honório (Pé), Renato Pedrosa (Oncologia ortopédica), Raimundo Araújo (Mão), Hélio Ribeiro, Humberto Barros e Felipe Porciúncula (Ombro), Jon Mark Xavier, Rodrigo Antônio e Rodrigo Maia (Coluna), e, agora, Daniel Menezes (Ortopedia pediátrica). O time também atua na retaguarda da emergência para patologias especificas, garantindo que cada fratura seja avaliada por um especialista área. Para 2022, o Serviço planeja o ingresso de novos profissionais especializados em áreas como cirurgia da mão e do pé. “Esse crescimento nos dará mais expansão, aumentando a capacidade de atender mais pacientes e com celeridade. Aliás, rapidez

Em 2022, novos profissionais especializados fortalecerão o atendimento

é uma das características do hospital. As pessoas têm grande dificuldade para marcar uma consulta com ortopedista na capital, mas, aqui, temos uma agenda sempre aberta e espaço para trabalhar com o tempo mais exíguo entre a marcação e o atendimento”, destacou o especialista em pé e tornozelo. Durante a pandemia da covid-19, um dos maiores desafios foi manter o atendimento da ortopedia isolado do atendimento clínico comum. Atualmente, a Ortopedia da Santa Casa de Ma-

ceió funciona 24 horas, de forma desvinculada, em um prédio em frente à Unidade de Pronto Atendimento do hospital (antiga Emergência 24 Horas). “Outro desafio para o próximo ano é crescer com a formação de núcleos, principalmente nas áreas de cirurgia do joelho, cirurgias do pé e tornozelo, e cirurgia do quadril. Esses núcleos devem avançar para ambulatórios especializados com a tendência do crescimento também de atendimentos de emergência”, finalizou Antônio Alício.

RESIDÊNCIA

Credenciada junto à Sociedade Brasileira de Ortopedia, a residência médica da instituição envia, todos os anos, os residentes para a prova de título. A cada cinco anos, o Ministério da Educação (MEC) renova o credenciamento do programa. “É um orgulho para Alagoas, que, em seus quase 12 anos de funcionamento, nossa residência já tenha entregue mais de 20 especialistas de alto nível à sociedade”, disse o supervisor do Programa de Residência, Hélio Ribeiro.


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MACEIÓ TEM PRESSA

Prefeitura assegura abastecimento de água às famílias desassistidas ASSESSORIA

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á semanas, famílias da parte alta da capital sofrem com a defeituosa distribuição de água. A Prefeitura, então, agiu para diminuir o sofrimento de milhares de famílias. De urgência, oito caminhões-pipa estão abastecendo bairros como o Eustáquio Gomes, Cidade Universitária e arredores. Os danos estão sendo reparados pela Prefeitura da capital, que além de fiscalizar e cobrar por um serviço de qualidade ainda abastece as famílias que sofrem com a falta de água. Foram aproximadamente 30 dias sem água em casa. O prefeito JHC esteve no Eustáquio Gomes, por exemplo, e conversou com a população sobre as melhores estratégias para não deixar as famílias desassistidas. “Eu jamais deixaria e nem permitiria tamanho abuso e falta de respeito com a população. Agora cabe a nós, da Prefeitura de Maceió, fazer o que está ao nosso alcance”, disse o prefeito JHC. Em tempo: o prefeito esclareceu aos moradores que mesmo o problema de desabastecimento não tendo sido causado pela Prefeitura, o Município não ficará omisso diante da angústia e sofrimento da população. O Procon Maceió notificou a empresa BRK, responsável pelo abastecimento, e segue monitorando a situação. O Município ainda acionou o Exército Brasileiro para solicitar reforço na distribuição de água às comunidades.

“Sabemos que esta é uma medida paliativa, mas vai ajudar a população com as necessidades básicas. Atuaremos em parceria para diminuir o sofrimento da população. Esse desrespeito não pode continuar. A água é um direito básico, não é um favor, principalmente quando a população continua pagando a conta”, finalizou o prefeito JHC. Pessoas como a dona Gabriela Vasconcelos, que é moradora do Eustáquio Gomes, estão sofrendo e sentindo na pele os efeitos da escassez de água em sua rua. De acordo com ela, são dois meses sem água e durante este período foi necessário comprar água para as necessidades diárias. “Infelizmente, o pessoal que vende água não está disponibilizando por conta da alta demanda por água. Aqui ao lado do supermercado tem uma caixa d’água grande e as pessoas estão carregando e vendendo no bairro, principalmente para aquelas que não têm condições físicas de ir até lá buscar, como é o caso da minha mãe”, contou. Margarida Duarte, cuidadora de uma idosa, também relatou o drama vivido com a falta de água nas torneiras. “A gente liga, a gente pede, mas de forma alguma eles mandam alguém. Temos mais de três protocolos e nenhum foi atendido. Foi necessário a gente contratar, a rua toda, mais de nove pessoas, um carro-pipa para comprar água, que custa R$ 370”, disse, ao ressaltar que são meses de sofrimento para os moradores, inclusive os acamados. “É um descaso total”.

Mesmo fora de suas atribuições diretas, prefeito JHC interveio e deslocou carros-pipa para o local FOTOS: EDVAN FERREIRA/SECOM MACEIÓ

Prefeitura está levan-do para amenizar a vida de pessoas como dona Gabriela


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RANKING DOS ESTADOS

Alagoas cai em eficiência da máquina pública e potencial de mercado Problemas do passado continuam sendo desafios do estado e da capital alagoana BRUNO FERNANDES

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lagoas apresentou queda no quesito sustentabilidade social, ambiental e estagnou ante o mesmo período do ano passado quando o assunto é potencial de mercado, revela a edição 2021 do Ranking de Competitividade e Sustentabilidade dos Estados, estudo usado como fonte de dados para o desenvolvimento de políticas públicas e atração de investimentos. Além dessas questões essenciais, o estudo, divulgado no dia 22 de novembro, também revela que Alagoas caiu duas posições, ocupando agora a 10ª, quando comparada sua infraestrutura com a de outros estados e caiu outras seis em relação à eficiência da máquina pública, ocupando agora a 16ª no ranking. Vale ressaltar que a competitividade de um estado está diretamente ligada à capacidade de ação dos seus líderes públicos, sejam eles prefeitos, governadores ou

parlamentares. Em sua concepção atual, o ranking possibilita identificar, dentro de cada um de seus 10 pilares temáticos, quais são os pontos fortes e fracos que influenciaram a classificação final do estado. Embora tenha falhado em algumas questões tidas como essenciais pelo Ranking de Competitividade, Alagoas subiu, — embora com desafios a vencer — quando se fala principalmente em inovação e educação, tendo subido duas posições na colocação geral do Brasil e agora está em 13º lugar. “Alagoas e Pernambuco também apresentaram ganhos de posição no pilar, com avanço de 2 colocações cada — ambos os Estados exibiram melhora relativa nos indicadores de IDEB e Índice de Oportunidade da Educação; além de Alagoas ter avançado 1 posição em Avaliação da Educação”, detalha o estudo. Alagoas se saiu bem em capital humano (5º), solidez fiscal (5º) e segurança pública (10º). Assim como nas edições anteriores, São Paulo segue

na primeira colocação no Ranking de Competitividade dos Estados. Analogamente, Santa Catarina permanece na segunda posição, Distrito Federal, na terceira e Paraná, na quarta. Enquanto os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste concentram-se na metade superior do ranking, os do Norte e Nordeste ocupam as últimas posições. Amazonas segue o representante do Norte mais bem colocado (11ª posição), ultrapassando o Ceará, ainda o mais bem posicionado do Nordeste (12ª posição). No ranking geral, Alagoas (13º) é o segundo melhor estado em relação à competitividade na região, ultrapassando Pernambuco e Paraíba nas edições passadas e agora está atrás apenas do Ceará.

MACEIÓ SOBE MAIS DE 30 POSIÇÕES Maceió subiu mais de 30 posições no ranking elaborado pelo Centro de Liderança


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NA EDIÇÃO DO ANO PASSADO, AS NOTAS ATRIBUÍDAS VARIARAM DE 0 A 100 E MACEIÓ FICOU COM 44,22 PONTOS NO RANKING GERAL. AO ANALISAR OS PILARES, A CAPITAL ALAGOANA TEVE A MENOR NOTA DO NORDESTE NO QUESITO ACESSO À EDUCAÇÃO: 18,30.

Pública (CLP) que avalia os 411 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes, onde vive mais da metade da população do país. Na edição anterior, Maceió ocupava a 255ª posição, mas subiu 31 posições e agora está na posição 224ª. Já em relação às capitais, a capital alagoana ocupa o 22º lugar em relação a competitividade. Ainda de acordo com os dados, uma das principais potências do município é o funcionamento da máquina pública; Maceió subiu 92 posições neste quesito. Entre os desafios listados, estão acesso à educação, saúde e segurança que, apesar de terem melhorado este ano, já eram um desafio na edição 2020. Na edição do ano passado, as notas atribuídas variaram de 0 a 100 e Maceió ficou com 44,22 pontos no ranking geral. Ao analisar os pilares, a capital alagoana teve a menor nota do Nordeste no quesito acesso à educação: 18,30. Esse pilar leva em conta questões como a taxa de atendimento na educação infantil, matrículas e alunos em tempo integral.


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SAÚDE MENTAL Ferrari: preço e valor

A

frase está perfeita. “Não importa o quão precioso você é, se não estiver em lugar onde te valorize, você não é nada.” (Eder Figueiredo). Apesar de ser uma frase objetiva, simples e concisa, pode representar a história de vida, ou o amadurecimento humano-intelectual de uma pessoa. A foto da ilustração do texto: uma Ferrari abandonada e empoeirada, representa bem a frase. Apesar de a Ferrari ter preço alto, deixou de ter valor para alguém. Isso acontece em vários ambientes: no relacionamento amoroso, no ambiente de trabalho e também na família. O “ambiente” não soube valorizar. O texto encaixou perfeitamente naquilo que digo sempre aos meus clientes no consultório: que a pessoa é uma Ferrari. É preciso que ela se dê valor. Imagina a pessoa ser uma Ferrari e colocar um “combustível” ruim na “máquina”, ingerir alimentos que prejudiquem o desempenho das “células”.

Preserve sua máquina

Como alguém pode ingerir alimento que não alimenta? Exemplo: tomar refrigerantes ou comer alimentos industrializados. Será que ela está se dando valor? É claro que não é fácil deixar os hábitos ou comportamentos, mas se a pessoa é uma Ferrari e ela sabe o valor que tem, não vai colocar “um combustível” ruim na “máquina”. Preserve sua máquina. O raciocínio serve também para pensamentos (negativos) que a pessoa pode estar tendo, mas que não fazem bem para o desempenho da “máquina”: cérebro ou psique (faz de conta que os dois termos são semelhantes). É fácil mudar pensamento, comportamento ou crença? Claro que não! É fácil valorizar-se? Às vezes não. Isso é impossível? Não. Como, então?

Ambientes inadequados

Toda pessoa, repetindo ... toda pessoa tem valor, o que é diferente de preço. Preço é o que se dá em dinheiro ou outra moeda de troca; enquanto valor não se mede. Um juiz pode até arbitrar um valor quando alguém, por exem-

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

plo, entrou com processo para pedir indenização por alguém ter quebrado ou destruído algo valioso (uma escultura, um jarro, uma foto, um documento, enfim). A indenização, em dinheiro, será sempre menor do que, realmente, o objeto vale para a pessoa, porque para ela o objeto tem valor que não pode ser medido, ou arbitrado por uma pessoa ou por um juiz. Assim, toda pessoa tem um valor extraordinário, todas elas. Não tem que ser doutor ou autoridade para se ter valor. Uma “cédula” de cem reais que foi amassada, pisada, e maltratada não deixou de ter o seu valor. Pois bem. Assim é na vida no dia a dia. Muitas vezes a pessoa tem valor e não é valorizada o suficiente no ambiente que está inserido, seja na família, no ambiente do trabalho ou num relacionamento amoroso. Numa relação amorosa, às vezes, um dos cônjuges não dá o devido valor ao outro. Nesse caso a pessoa não é valorizada o suficiente e aí podem surgir algumas alternativas. Duas delas: ou há separação ou a pessoa continua vivendo sem ser valorizada. Até quando? Até quando alguém vai viver em função de outra? Sem ser valorizada? No ambiente de trabalho ocorre algo semelhante: quantas pessoas têm mais capacidade intelectual e de conhecimento sobre outras, mas que não são valorizadas o suficiente para desenvolver um trabalho com maestria? Na família também pode ocorrer o mesmo. Mesmo que a pessoa tenha valor, seja sincera, honesta, é desvalorizada perante os demais membros da família. Nos três casos: ambiente de trabalho, relacionamento amoroso e na família é preciso que se investigue a causa pela qual a pessoa não é valorizada. Só ela pode descobrir por qual/quais motivos o fato ocorreu.

VALOR Não tentes ser bem-sucedido, tenta antes ser um homem de

valor. (Albert Einstein)

Revolucionar-se

Às vezes a pessoa “aprendeu” a ser desvalorizada e isso fica “agarrado” nela para o resto da vida. Mas pode ser diferente. Quando a pessoa percebe que tem valor, é uma Ferrari, ela pode tomar algumas atitudes, muitas vezes drásticas, ou seja, vai mudar, para melhor, toda a vida dela. Vai revolucionar-se. Para que isso aconteça, é preciso autoconhecimento; é preciso se submeter a um processo psicoterápico. Meus cinco leitores que tenho (dessa coluna – SAÚDE MENTAL) devem achar estranho que sempre foco nessa questão: que a pessoa deve se submeter a um processo psicoterápico para que “Ferrari”, principalmente a parte elétrica (o cérebro/psique) possa ter pensamento, comportamento e crença positivo, ou seja, que estejam em perfeito estado de funcionamento, caso contrário, pode-se insistir (até inconscientemente) em não valorizar-se e aí ninguém vai valorizar. E o que isso pode implicar? Em não viver para você mesmo/a, mas para alguém, ou, em função de alguém. Isso não é ser uma Ferrari. Isso não é viver. É preciso ser uma Ferrari autêntica: valorizar-se para que as pessoas deem valor. Afinal de contas, muitos podem até comprar uma Ferrari, mas não podem comprar uma Ferrari autêntica; que tem valor.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: +55 (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “Sergio Moro fraudou a história brasileira. Foi declarado parcial e incompetente. (Senador Renan Calheiros)

Maceió não é Alagoas?

O

Ministério Público de Alagoas (MPE/ AL) recomendou, que os prefeitos dos 102 municípios alagoanos suspendam as festividades programadas para a virada do ano. O órgão argumentou que, diante da incerteza sobre a variante Ômicron, os municípios se abstenham de realizar os festejos. Porém, com relação às festas privadas, o órgão orientou que as prefeituras só devem conceder autorização para os eventos que assegurem o protocolo sanitário e o distanciamento entre as pessoas. Na recomendação, o procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, e todos os demais procuradores e promotores de Justiça que integram a força-tarefa de combate à covid-19, orientaram à presidência da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) que divulgue e encaminhe o referido documento, no prazo

máximo de até cinco dias, aos prefeitos das 102 cidades. É nele que está recomendado que não haja quaisquer festividades públicas pertinentes ao Natal e réveillon, uma vez que, além das aglomerações, os eventos incidirão em gastos de recursos públicos. Dentre os argumentados apresentados pelo MPAL, está o fato de que diversas capitais e cidades brasileiras cancelaram as festividades de réveillon, mesmo com um índice razoável de vacinações contra a covid-19 e de internações e óbitos em patamares estáveis, com o escopo de conter o avanço da nova variante Ômicrom. Além disso, tomou como base a nota oficial publicada pelo Sindicato dos Médicos de Alagoas, no último dia 29, que conclamou a “população em geral a evitar aglomerações, para festejar depois, num cenário mais seguro. O prefeito de Maceió anunciou que não vai cumprir a recomendação. AGENCIA BRASIL

O réveillon do Covidão

Contrariando as recomendações do Ministério Público, da Associação dos Municípios, entidades médicas e de todos os segmentos da ciência, o prefeito de Maceió, JHC, para dar uma de “rebelde” ou talvez para afrontar o governador, já anunciou que as festas de final de ano estão mantidas na capital alagoana. Fala-se inclusive que a desmobilização da central de vacinação, no estacionamento de Jaraguá, foi motivada apenas para que no espaço possa acontecer uma grande festa, com atração nacional. Caso o governador decrete a não realização dessas aglomerações irresponsáveis, a prefeitura e os particulares “parceiros” irão lamentar, não apenas o prejuízo, mas também a vergonha diante da população, que em sua maioria se pronuncia contra a realização dos eventos.

Moro, o fraudador

O senador Renan Calheiro desferiu duro ataque nesta terça-feira (30) contra o ex-juiz Sergio Moro, condenado como parcial e suspeito pelo STF. “Sérgio Moro fraudou a história brasileira. Foi declarado parcial e incompetente. A história nunca é escrita por uma pessoa, mas pela sociedade. Moro repete o ovo da serpente em sua ficção: mente despudoradamente e insiste em teses fascistas”, escreveu Renan em sua conta no Twitter. A declaração do senador alagoano foi dada no momento de pré-lançamento do livro de memórias do ex-juiz. Moro ataca Lula e outros adversários na disputa pela Presidência da República.

Mendonça faz juras e é aprovado A primeira etapa para a indicação do ex-ministro André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal foi cumprida depois de oito horas de sabatina, na Comissão de Constituição e Justiça. Por 18 votos a 9 seu nome foi aprovado para ser submetido ao plenário. Durante sua sabatina na CCJ, o ex-ministro André Mendonça reafirmou seu compromisso com a democracia e o estado de direito. “A democracia é uma conquista da humanidade. Não há espaço para retrocesso, e o STF é o guardião desses direitos e direitos fundamentais”, disse. “Assumo o compromisso com a Justiça e com o aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito. Reafirmo meu compromisso irrestrito com a imparcialidade. Darei tratamento igualitário a todas as partes”, completou. A sessão, ao contrário do que se imaginava, transcorreu de forma republicana, com declarações e perguntas respeitosas de ambas as partes.

Casamento entre mesmo sexo

O senador Fabiano Contarato indagou a opinião do indicado sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mendonça tergiversou e disse apenas que não compactua com discriminação, sem responder diretamente se votaria contra ou a favor em um eventual julgamento sobre a questão. Mas disse que defende o direito constitucional de união de pessoas do mesmo sexo. Em outro momento, Mendonça disse acreditar que delação premiada não é elemento de prova. “Eu não posso basear uma convicção com base em uma delação. Delação não é acusação. Dito isso, eu entendo que o combate à corrupção tem que ser feito respeitando-se direitos e garantias individuais. Os fins não justificam os meios, nós precisamos respeitar a política”, afirmou Mendonça aos senadores.

Mendonça é ministro

O presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco (PSD-MG) abriu a ordem do dia com a votação dos nomes indicados pelo presidente Jair Bolsonaro aos cargos públicos vacantes. Entre eles, estava a aprovação do nome de André Mendonça para ocupar a cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), pouco tempo antes aprovado na Comissão de Constituição e Justiça. Eliziane Gama (Cidadania-MA), relatora da sabatina, abriu os debates. A senadora apontou para o fato de André Mendonça ser o nome com maior polêmica já indicado ao STF por conta de sua posição religiosa, elemento que ela não considerou um impeditivo para o cargo. “Tendo ou não tendo religião, todo e qualquer cidadão brasileiro tem condição de assumir qualquer função em qualquer cargo público na sociedade brasileira”, defendeu. Mendonça obteve 47 votos a favor e 32 contra sua ida para o Suprem Tribunal Federal.

PÍLULAS DO PEDRO

Prefeito Abraão Moura vai ampliando sua liderança política, bem além de Paripueira. Tem destino e vocação. E por culpa de Bolsonaro, André Mendonça quase não era ministro.


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Oportunidade ímpar para passar o Brasil a limpo

ELIAS FRAGOSO n Economista

Quando Moro se filiou ao Podemos, foi um Deus nos acuda nas hostes petistas, temendo que a eleição do exjuiz leve de volta à prisão o seu candidato a presidente (sic), um sujeito condenado por roubo e corrupção nas três instâncias da justiça brasileira e solto graciosamente pelo Supremo para voltar à política. Quando deveria voltar à polícia, à prisão. Já nas instâncias do bolsonarismo, a entrada do ex-juiz na corrida presidencial significou a perda dos votos do centro e da centro-direita (que já se

esvaiam em outras direções) e vai, não apenas inviabilizar a tentativa reeleitoral do atual presidente (sic!), um sicário corrupto como, no limite, fazê -lo até desistir da candidatura (já se aventa nos bastidores da política nacional). O quase time de futebol de pretensos candidatos a presidente da República que se dizem centristas, já na primeira pesquisa onde Moro apareceu, revelaram o seu real tamanho: não chegam a 3% das intenções de votos. Já o candidato do PDT que tira votos do corrupto do PT, manteve-se estável nas pesquisas, mas, de antemão, sabe que será esvaziado na reta final eleitoral pela péssima opção do eleitor em “votar em quem vai ganhar”, comum neste Brasil de analfabetos e semialfabetizados políticos. Já Moro, sem muito esforço de sua parte, ou aportes de recursos financeiros de monta e, sem contar com a máquina dos partidos políticos, a máquina estatal ou a boa vontade da grande mídia (onde de um lado pululam petistas de todos

os naipes e de outro, empresários interessados nas verbas federais de publicidade), tendo ficado ausente do país por mais de um ano e sofrendo na sua ausência criminosa campanha difamatória patrocinada enrustidamente por petistas e parte do Supremo, já alcançou índices próximos aos 15% das intenções de votos. Uma demonstração cabal da sua força política e do apelo que seu nome alcança junto aos quase 70% de cidadãos que não querem que se repita nem o desastre petista e menos ainda o bolsonarista. A tendência natural da sua candidatura é de crescimento. Sabedores de sua força e da sua real possibilidade de se eleger, ladrões, corruptos, rufiões da política, advogados de altas excrescências, 95% dos políticos de todos os naipes e de todos os níveis de governo, tentam influenciar a agenda do candidato do centro com a basófia de que ele deveria evitar o tema cor-

rupção (pense!!!). O argumento, dizem eles, é que supostamente o assunto seria contraproducente (sic!) diante de tantas agruras que o país está passando (promovidas exatamente pelos que querem interditar a corrupção do debate nacional). Como se corrupção fosse apenas uma questão moral, distante dos resultados hediondos que ela provoca na economia e na população decorrente do comportamento predatório dessa canalha que – desde sempre – assalta o Brasil. Essas pessoas insultam a inteligência alheia ao insistir de teses criminosas como essa, para tentar viabilizar o seu candidato, o “ungido da hora”, sempre um ladrão igual a eles. Quem quiser continuar a ser enganado, roubado pela canalha do andar de cima desse país, não precisa se esforçar muito. Estão aí à disposição o corrupto petista e o miliciano bolsonarista. Simples assim.

da humanidade, discípulo de Sócrates, cujas ensinamentos foram por este transmitido, foi totalmente esquecido. O senso comum, a busca do consenso, ou o diálogo educado, deixaram de existir. Para alguns, e não são poucos, a dialética é erística, a de Schopenhauer, filósofo alemão, nascido no final do século XVIII, qual seja: a arte de vencer um debate sem precisar ter razão, mesmo que para isto usem sofismas. Para estes não importam a origem dos argumentos. Importa vencer. Não ouvem e às vezes usam como premissas ideias falsas. Querem ganhar no grito. No ambiente de discussão política, o debate, enquanto busca de aprendizado recíproco, é inexistente. Não há, tenho observado faz algum tempo, dialética produtiva, bom senso, parcimônia. Há gritos querendo impor ideias, lembrando, por pertinente, a dialética erística do filósofo alemão. O mundo moderno, que se iniciou com o Iluminismo, era

da razão, trouxe novas tecnologias, avançando com a revolução francesa, assumindo as ideias libertárias, trazendo à humanidade nova forma de governo, e a revolução industrial, deram ao homem uma nova forma de vida e de pensar. Novos costumes, nova maneira de dominação e novidades, sobretudo, na arte de fazer a guerra. Trouxe, também, a nós seres humanos, neste processo contínuo civilizatório, na modernidade da comunicação, algo ainda recente, que é a maneira de impor nossos argumentos. As discussões, neste ambiente moderno, não obedecem padrões. Vale tudo para obter apoiadores. As ideias são expostas e não se admite, sob hipótese nenhuma, discordância. Se abandonou o senso do ridículo. O que se deseja é o confronto. A negação do óbvio. Todos são portadores de uma “verdade”, frutos de crença e de monomania. Saramago, em Ensaio Sobre a Cegueira, tinha razão

que: “O difícil não é conviver com as pessoas, o difícil é compreendê-las”. Portanto, assim, como afirma o famoso escritor português, nascido em 1922 e morto em 2010, o difícil é compreendê-las neste mundo em constante evolução e ebulição, dominado pelo egoísmo e prepotência. O debate, quando feito com humildade, com escopo, com mediação, e sem ideias préconcebidas, partindo de premissas e argumentos lógicos, é enriquecedor para todos, sem distinção. O debate político é tão necessário e indispensável à natureza humana porque nele se encontra a governança dos povos. Deve ser feito com critério e sem preconceitos, com equilíbrio e temperança. O momento é de reflexão, de boas leituras, de falar pouco e ouvir muito. De ler os filósofos antigos. Ter suas ideias e não verdades definitivas e de compreender as pessoas, mesmo sendo difícil, na sábia lição de Saramago.

Uma demonstração cabal da sua força política e do apelo que seu nome alcança junto aos quase 70% de cidadãos que não querem que se repita nem o desastre petista e menos ainda o bolsonarista. A tendência natural da sua candidatura é de crescimento.

Debate inútil

MAGELA PIRAUÁ n Escritor e cronista

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os tempos atuais, de polaridade e animosidade, não se vê um debate de ideias, de princípios, de temas, antes, pelo contrário, discute-se o ódio, impõe-se ponto de vista, não se aceita, sequer como argumento, pensamento divergente. Nega-se, confronta-se, contesta-se, todos, e, individualmente considerados, são donos de uma verdade empírica. A busca do consenso, ou o senso comum, como método de diálogo construtivo como ensina Platão, um dos maiores filósofos

O debate político é tão necessário e indispensável à natureza humana porque nele se encontra a governança dos povos. Deve ser feito com critério e sem preconceitos, com equilíbrio e temperança.


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A terceira via

CLÁUDIO VIEIRA

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n Advogado e escritor

m religião o maniqueísmo é necessário, pois é ela baseada na eterna luta entre o Bem (a virtude) e o Mal (o pecado). Já na política, nem sempre em tudo e em todos os lugares é aceitável, principalmente quando de eleições. Vejamos, por exemplo, nos Estados Unidos onde desde sua fundação a batalha é entre republicanos e democratas, cada qual representado por um dos dois parti-

dos antagônicos há séculos. No Brasil não deu certo no passado, pois a tradição é a disputa aberta, o que serve para contornar a falta de princípios políticos dos nossos partidos. Quem, em sã consciência, pode afirmar que partido A, ou partido B, é de esquerda, ou de direita? Quais os conceitos de Filosofia Política que as agremiações partidárias brasileiras observam? Ao contrário, direita e esquerda são amontoados de pensamentos supostamente programáticos que, todavia, têm um único dogma: o poder pelo poder. A proximidade das eleições agita, desde já, o cenário político. Extrema direita e extrema esquerda iniciaram os embates, que a bem da verdade já vêm ocorrendo desde o início do governo Bolsonaro, a direita e a esquerda sem extremos então

tomando posição entre uma ou outra, ou ainda sentadas em cima do muro. Assim, apenas duas vias tomaram conta do cenário político. Agora surge a terceira via. Um partido? Um candidato? Certamente não, como soe acontecer nesse Brasil de múltiplas feições. A tal via alternativa é pura disputa entre vários partidos que esperam combater, e vencer, Bolsonaro e Lula. Moro, Ciro Gomes, Dória, Datena e outros que ainda vão surgir, cada qual pretende a vitória. Há chances? Sempre as há em um país democrático. Não fosse assim, um deputado obscuro, membro de um partido insignificante, não conseguiria tornar-se o presidente polêmico e até ridículo que aí está. Ou um operário sem firmeza programática teria realizado tal feito no passado, inclusive nomeando um “poste”

para substituí-lo. Apreciemos ou não, são manifestações da Democracia. Mas a quem pense que a denominada terceira via está coesa em torno de um único candidato, resta o desencanto. Os candidatos alternativos já disputam entre si, e em breve se digladiarão, cada qual se considerando único capaz de vencer o ex-capitão e o ex-operário. Não é caminho viável a essa empreitada a proliferação de candidatos da terceira via, nas condições atuais, quando Bolsonaro e Lula têm, cada qual, capital eleitoral seguro, e juntos perfariam mais de 50 por cento dos votos ainda no primeiro turno. Ou seja, a terceira via ou se une em torno de um candidato alternativo, ou será apenas uma miragem. Esperemos que as vaidades submetam-se à inteligência.

Agora surge a terceira via. Um partido? Um candidato? Certamente não, como soe acontecer nesse Brasil de múltiplas feições. A tal via alternativa é pura disputa entre vários partidos que esperam combater, e vencer, Bolsonaro e Lula.

As belezas das Alagoas e de Pernambuco

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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stou escrevendo este artigo olhando para o Rio São Francisco, em Petrolina, Pernambuco. Conheci essas águas na minha infância penedense e me apaixonei por elas. Graças a meu avô materno, passei parte de minha juventude curtindo as viagens do navio Comendador Peixoto, de Penedo a Piranhas. Saíamos na segunda, às 8 da manhã e voltávamos às 15 horas da quintafeira. Cidades ribeirinhas eram visitadas nestes quatro dias: Propriá, Colégio, Gararu, Belo Monte, Pão de Açúcar e Piranhas. Cada uma com encantos diferentes. Quarta-feira pela manhã, íamos à feira de Piranhas e meu avô, imediato do navio, com-

prava caixas de pinha, melancia e pitu. Era uma festa! De volta para Penedo, tínhamos a feira no sábado, onde comíamos mugunzá e cuscuz na barraca da Júlia, linda negra que trabalhava com minha avó. O bom é que ela não cobrava nada pelas guloseimas! Para encanto meu, o Rio São Francisco não saiu de minha vida. Hoje tenho dois filhos morando em Petrolina. Visito-os duas ou mais vezes por ano. Nos restaurantes, há sempre os peixes do rio, dos quais o mais famoso é o surubim. A moqueca dele ao molho de camarão é o prato principal do “Da Villa”, bem frequentada casa da orla fluvial das cidades gêmeas, Petrolina e Juazeiro, onde passamos um excelente domingo. Quem vier a essas duas cidades procure o “Da Villa” e vai comer bem demais. Além de ser acolhida pelo São Francisco, moro à beira mar de Paripueira, em Alagoas. Converso diariamente com a natureza e lá está o oceano dizendo: “Amiga, não se esqueça de mim; vá olhar o rio, mas volte para o seu cantinho”. Apesar do sertão de Pernambuco ser muito quente, em certa época do ano faz um frio gostoso. Esse fato se repete no sertão das

Alagoas: se formos a Piranhas, em junho, julho e agosto, também sentiremos uma temperatura agradável. Dá até para usar um leve casaquinho de malha! Dormir nesses lugares, nesses meses, dá prazer! Faço muita diferença dos políticos dos dois estados. Em Pernambuco eles brigam internamente, mas na hora de conseguir algo para o estado, se unem. Em Alagoas eles divergem dentro do estado e fora dele. Há grupos fortíssimos querendo aparecer em Brasília, criticando os colegas. Resultado: Pernambuco ganha muito mais do governo federal do que Alagoas! Há dois anos não vinha a Petrolina e notei uma cidade bem melhor. Bairros com as vias de terra viviam cheios de poeira; foram asfaltados e estão com melhor aspecto. A orla da cidade está cheia de lindos prédios, com novos restaurantes e bem arborizada. Já cresceu tanto que a área urbana está invadindo a zona rural. Penedo, em Alagoas, também melhorou muito com o atual prefeito, nascido na terrinha. Fiquei impressionada com o Barro Vermelho: era um local pobre, da periferia e está lindo.

Sem falar no centro comercial, já urbanizado, remodelado, modernizado. O povo de Penedo soube escolher seu administrador. São dois estados cheios de belezas naturais. Os sertões são parecidos, banhados pelo Velho Chico. Pernambuco se destaca pela irrigação, pela uva, melão e outras frutas gostosas. Dá prazer ver as mangueiras pequeninas, cheias de frutos maduros. O nordestino é um povo feliz! Por onde a criatura anda, encontra plantações, peixes variados, novos condomínios, progresso, muito progresso. Sempre ando mais em Pernambuco e em Alagoas e vejo boas estradas, belas praias, sertão progressista. Quanto mais os políticos desviam o dinheiro público, mais o Nordeste cresce. É um verdadeiro milagre. Só Deus explica! O rio e o mar protegem o povo da região. Peixes e frutas da agricultura irrigada vêm deles, beneficiando seus habitantes. Se não fosse a poluição das praias e das orlas fluviais, a vida seria bem melhor. Acho que Deus é nordestino por não deixar políticos maldosos destruírem nossa terra! Viva o Nordeste brasileiro!

São dois estados cheios de belezas naturais. Os sertões são parecidos, banhados pelo Velho Chico. Pernambuco se destaca pela irrigação, pela uva, melão e outras frutas gostosas. Dá prazer ver as mangueiras pequeninas, cheias de frutos maduros.


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JUSTIÇA FACEBOOK

de clubes de tiro, não constatou nenhuma irregularidade e que seguimos todos os requisitos da legislação vigente”, finalizou.

OUTRO LADO

Nos autos do processo, a defesa do advogado Giovanni Roncalli argumentou que “buscou as autoridades policiais para realizar boletins de ocorrência, sem contudo haver a intenção de caluniar ninguém, mas apenas de narrar fatos que ele acreditava serem criminosos, diante da forma como tomou conhecimento”. Alegou, ainda, que “como retaliação pelos B.O. realizados pelo paciente, os autores da ação impetraram queixa crime imputando o crime de calúnia, fato absolutamente inverídico, não devendo a queixa ter sido sequer reLeonardo Lessa acusa concorrente de propagar mentiras contra sua empresa

Proprietário de clube de tiro é acusado de denunciação caluniosa Caso foi parar na Câmara Criminal do TJ para julgamento de habeas corpus DA REDAÇÃO

O

desembargador Washington Luiz Damasceno de Freitas foi contra a suspensão da série de processos ingressada pelo Clube de Tiro Central Indoor contra o Clube de Tiro Roncalli. Relator da ação, o magistrado negou habeas corpus impetrado pela defesa do advogado e empresário Giovanni Roncalli, que está sendo processado por denunciação caluniosa e difamação. O caso foi analisado na quartafeira, 1, na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), fato que já é considerado uma vitória para o empresário Leonardo Lessa, da

Central Indoor. No entanto, o pedido de vistas do desembargador João Luiz Azevedo Lessa adiou a conclusão do julgamento do HC, que deve voltar à pauta. Roncalli está sendo acusado por Leonardo Lessa de inventar mentiras à Polícia Civil e usar de e-mail fake para fazer falsas denúncias às autoridades. “Ele [Roncalli] prestava serviços jurídicos para a minha empresa. Foi quando descobri que ele estava montando um clube de tiro e pedi o afastamento dele. Depois disso começaram as denúncias contra a Central Indoor”, afirmou Lessa. Ainda segundo o empresário, o concorrente chegou a fazer diversos boletins de ocorrência dizendo que a Central Indoor funcionava como um clube de extermínio e que contribuía com assaltos a bancos em Alagoas, escondendo debaixo da terra diversos armamentos pesados. “Também disse que a gente o ameaçava de morte. Ele chegou até a pedir proteção

no Conselho Estadual de Segurança Pública, o Conseg”, informou. Lessa ainda relatou que o Conselho chegou a se reunir com as duas partes, que firmaram uma espécie de “acordo de paz”. “O que não foi cumprido por ele. Começamos a receber e-mails anônimos e mais denúncias na Polícia Civil. A Deic apurou e constatou que era o advogado que estava por trás de tudo isso. Também fomos investigados e não encontraram nada que desabonasse nossa conduta”, disse.. “Sobre as denúncias infundadas e as demais enviadas ao Ministério Público Federal (MPF) e demais órgãos de investigação e de fiscalização, a encarregada da investigação já deu parecer favorável a nós, dizendo que após ouvir 22 pessoas e 3 proprietários

cebida pelo juízo, diante da ausência de justa causa”. Disse também que “estaria ocorrendo uma perseguição dos autores da ação contra o paciente, tanto que eles já o denunciaram perante à OAB em sete oportunidades, dando causa a três ações civis e quatro processos criminais”. Essas argumentações foram usadas para o pedido de habeas corpus para suspender os processos. O habeas corpus de número 0800261-26.2021.8.02.9002 tramita em segredo de justiça no Juizado do Torcedor da Capital.


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SÃO MIGUEL DOS CAMPOS

MUNICÍPIO CRIA CONDIÇÕES PARA ATRAIR INVESTIMENTOS E SE FIRMAR COMO POLO DA ECONOMIA DE ALAGOAS

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ão Miguel dos Campos é um dos municípios alagoanos de maior potencial para inovação econômica e geração de emprego e renda. É uma aposta certa para o desenvolvimento de negócios no estado. Tendo grande representatividade no setor sucroalcooleiro, a cidade se preparou para atrair novos investimentos e deixar de ser uma parte do polo de desenvolvimento na região metropolitana do estado para crescer como polo da economia de Alagoas. Com boa infraestrutura e leis tributárias atrativas, o município caminha para expandir as oportunidades a variados setores e também para a população, buscando não depender de uma só atividade para suportar, sem traumas, as crises que afetam a economia brasileira. Essa visão ficou clara durante a 1ª Feira de Negócios do município, a EXPO’21, encerrada nesta sexta-feira (3). O evento sinaliza a nova visão econômica e empreendedora dos atuais gestores da cidade. O prefeito George Clemente lançou no evento o Guia de Investimentos, um produto que disponibiliza a empresários os dados e imagens de São Miguel dos Campos, estimulando a avaliação das possibilidades e benefícios para investimentos no município. A Prefeitura construiu recentemente o Polo Multissetorial Industrial Dr. Carlos Lyra, uma estrutura pronta para estabelecer novos empreendimentos. “São Miguel tem força no setor sucroalcooleiro, com a Usina Caeté, tem a fábrica de Cimento Zebu, tem um potencial grande, porque por aqui passa gás natural, de maneira que as empresas podem investir no município com êxito”, considerou o governador Renan Filho. A EXPO’21 foi idealizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Sedecti). O prefeito avaliou que o evento atingiu seu maior objetivo, que foi promover as potencialidades econômicas, geográficas e turísticas de São Miguel. “Foi a nossa grande vitrine para Alagoas e todo o Brasil”, disse. O secretário da Sedecti, Álvaro Leiva, explicou o movimento criado e que culminou na EXPO’21.

“Essa mobilização é resultado da criação do Programa de Desenvolvimento Integrado de São Miguel dos Campos (PRODESAM), que oferta incentivos fiscais e locacionais competitivos para as empresas que se instalam no município, e que proporcionou a liberação de recurso para a criação do Polo Multissetorial”. Autoridades municipais e estaduais estiveram presentes na abertura da EXPO’21 e visitaram os estandes de empreendedores do município e instituições como o Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco do Nordeste, InterCement, Sebrae, Sindvest, Senai, entre outros. Foi também nesse ritmo de desenvolvimento que George Clemente e o viceprefeito Benildo Chagas inauguraram durante a semana a Praça Marcos Rubem Pacheco, concluíram a primeira etapa das obras de pavimentação do Loteamento José Calazans e entregaram oito novos veículos para auxiliar as atividades da Saúde do município. “A Praça Marcos Rubem Pacheco será um novo local para os miguelenses usufruírem seus momentos de lazer. Marcos Rubens Paiva foi um miguelense de coração, apaixonado por esta terra e merece essa homenagem”, considerou o prefeito. “Estamos entregando esses veículos dar mais condições de trabalho e apoio aos colaboradores da

Saúde e, sobretudo, para ajudar aos miguelenses que precisarem de locomoção. Isso é uma prova do nosso respeito pelo cidadão”, afirmou o vice-prefeito, Dr. Benildo.


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OTIMISMO

Alagoas apresenta taxa de crescimento maior que a da economia brasileira Estudo realizado pelo economista Cícero Péricles mostra que avanço da condição sanitária é o principal fator para cenário favorável MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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economia alagoana conclui o ano de 2021 em condições melhores que as do ano passado que retrocedeu 1,5%. O principal fator para este cenário favorável é o avanço da condição sanitária, determinada pelo controle da pandemia de covid-19. Enquanto este ano a expectativa de crescimento para a economia estadual está em 5%, o desempenho nacional é de menos de 1%. É o que aponta o estudo “A conjuntura econômica de Alagoas de 2021: um balanço do segundo semestre”, apresentado pelo economista e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac), Cícero Péricles de Carvalho, que traça o cenário das atividades econômicas, nos meses de agosto a novembro deste ano. Apesar do otimismo, o desemprego em Alagoas alcança 18% da força de trabalho. Segundo o estudo, além do retorno quase absoluto das atividades que estavam sob restrição de movimentos, beneficiando, principalmente, os setores do comércio e serviços, segmentos que representam 70% da economia estadual, as chuvas regulares trouxeram uma expectativa para a produção no campo, seja na agricultura ou na pecuária. Já na área industrial, o retorno da fábrica da Braskem animou a cadeia químico-plástico, ampliando as atividades de mais de 50 em-

presas deste setor. A inauguração da Mineradora Vale Verde, em Craíbas, e da beneficiadora de mandioca Amafil, em Tetônio Vilela, também contribuíram para essa movimentação no setor. O turismo também apresenta resultados positivos no segundo semestre, com possibilidades de uma alta estação, entre este mês de dezembro e fevereiro do próximo ano, melhor que todo ano passado. A construção civil, apesar da inflação do setor, que ultrapassa os 20%, consegue apresentar resultados melhores que 2020, entregando mais obras, promovendo feiras e eventos que refletem esse novo ambiente. De acordo com Cícero Péricles, outro fator que tem contribuído para se criar um ambiente mais favorável na economia é a condição das finanças públicas do Estado. A capacidade do Estado em fazer novos investimentos é um cenário novo em Alagoas. “O avanço nas negociações da dívida estadual, uma antiga questão que penalizava o Tesouro Estadual, foi sendo equacionada desde 2012; com esse avanço nas contas estaduais novos empréstimos foram tomados; recursos extraordinários entraram nos cofres da Secretaria da Fazenda e a boa gestão ampliou a receita do Estado”, explica. Assim, acrescentou o economista, “nestas novas condições financeiras o governo estadual cumpre seus compromissos bási-

ARQUIVO PESSOAL

Péricles afirma que economia alagoana deve crescer 5% este ano cos, como o pagamento da folha de pessoal e de fornecedores; melhorando a máquina pública, aumentando salários e promovendo concursos; realiza investimentos em infraestrutura, duplicando estradas, construindo hospitais, financiando obras urbanas nos municípios; e, respondendo as demandas sociais”. O estudo aponta, ainda, que no ano passado, apesar da taxa negativa de crescimento da economia estadual (-1,5%), o resultado da arrecadação total foi positivo em 4,2%, com R$ 200 milhões a mais que em 2019. O ICMS, o principal tributo estadual, foi responsável por um aumento de R$ 161 milhões no valor arrecadado, o equivalente a 80% desse crescimento. “Este ano, com uma expectativa de crescimento de 5% para a economia estadual, a receita corrente apresenta um resultado positivo de 27,8% nos oito primeiros meses do ano, com R$ 843 milhões a mais que no mesmo período do ano passado. Neste período, a arrecadação do ICMS cresceu em 31% (R$ 794 milhões a mais), sendo responsável por 94% do aumento alcançado na arrecadação estadual. O estudo em que o professor analisa a recuperação da economia alagoana sinaliza para dois graves problemas. A inflação em alta e a taxa elevada de desemprego são os vilões, pois penalizam a população por retirar o poder de compra e diminuir o consumo. Assim, diz o documento, um dos efeitos perversos da

atual conjuntura pode ser atribuído ao aumento da pobreza (e da pobreza extrema) em todo o país. É que pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicada recentemente, informa que a pobreza em Alagoas avançou em mais um ponto, entre janeiro de 2019 e janeiro de 2021, alcançando o índice de 47,5% de sua população total, o quinto maior entre os 27 estados. Péricles pondera ao dizer que o próximo ano vai depender de vários fatores. O primeiro deles, será o desempenho da economia brasileira que, pelo anunciado, terá um crescimento baixo, menos de 1%. Segundo ponto é a inflação que vem acelerando, já ultrapassa os 10% nestes 12 últimos meses, penalizando toda a população, reduzindo o consumo. Terceiro aspecto é o desemprego, que em Alagoas alcança 18% da força de trabalho. São 250 mil desempregados e mais 260 “desalentados”, pessoas que desistiram de buscar emprego. “É muita gente. Baixo crescimento nacional e regional nordestino, somado a taxa alta de desemprego e inflação crescente, apontam para um ano ruim, tanto no âmbito nacional, como no estadual, em Alagoas”. Vale ressaltar que em 2020, o primeiro ano da pandemia, apesar de Alagoas apresentar um resultado negativo do Produto Interno Bruto (-1,5%), mesmo assim foi bem melhor que o da economia nacional (-4,1%) e de outros estados brasileiros.


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ECONOMIAEM PAUTA MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Caderno, lápis e aumento

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s pais devem se preparar para mais uma consequência da inflação. Após um longo período de colégios fechados, com o valor das mensalidades sem alteração ou com reajustes modestos, mais da metade (53%) das escolas de ensino fundamental e médio planejam aumentar as mensalidades e as matrículas do ano que vem entre 7% e 10%, aponta pesquisa da consultoria Meira Fernandes, especializada em educação. Vale ressaltar que o reajuste da mensalidade escolar é um dos principais canais de transmissão da inflação de um ano para o ano seguinte.

Real Digital

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

O Banco Central anunciou esta semana que, assim como El Salvador, que passou a utilizar criptomoedas como moeda oficial do país, o Brasil começou a estudar a possibilidade de implementar o uso de criptomoeda como meio de pagamento oficial do Brasil junto ao Real. A partir de janeiro de 2022, novos projetos sobre a moeda digital poderão ser enviados por empresas e pessoas jurídicas para serem aprovados pelas entidades responsáveis. O objetivo é conceber um Produto Minimamente Viável para o desenvolvimento e os casos de uso do Real Digital, que será subsequentemente utilizado em benefício ao Sistema Financeiro Nacional.

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Cadastro na Tarifa Social

ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

O plenário da Câmara A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou esta semana as regras para a inscrição automática de famílias de baixa renda na Tarifa Social, programa que garante descontos na conta de luz aos mais carentes. Hoje são 12,4 milhões de famílias beneficiadas com a política social. Pelas estimativas da agência reguladora, esse número poderia quase dobrar a partir do próximo ano, pois há 11,3 milhões de famílias que têm potencial para participarem do programa com o novo formato de cadastro. A nova lei facilita que novas famílias carentes passem a receber os benefícios.

130 salário

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Passado o dia 30 de novembro, os trabalhadores com carteira assinada se preparam para receber a segunda parcela do décimo terceiro salário deste ano. Ao contrário da primeira, que obrigatoriamente deve ser paga até o último dia do mês de novembro de cada ano, a segunda deve ser paga pelo empregador até o dia 20 de dezembro, no entanto, essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Por causa da pandemia de covid-19, o décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi antecipado pelo segundo ano seguido.


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FERNANDO CALMON Veículos autônomos ainda demoram a vencer desafios Um tema que desperta curiosidade – ou fascínio – para muitos é o de veículos autônomos. No Brasil, também existe este interesse e até exacerbado. Basta ver a repercussão nas redes sociais do episódio de um proprietário de Tesla, em São Paulo, flagrado dirigindo com o banco reclinado e, aparentemente, dormindo. Na realidade ele estava fingindo apenas, para chamar a atenção. Esse tipo de comportamento ocorreu várias vezes nos EUA, logo que as vendas daquele modelo decolaram por lá. Há uma escala de um a cinco que a americana Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE, na sigla original) criou para diferentes níveis de autonomia. Tesla e outros modelos de várias marcas estão no Nível 2,5 que exige o motorista tocar no volante em intervalos fixos de tempo. No começo deste ano a Honda conseguiu homologar no Japão o primeiro carro de Nível 3, o Legend. São apenas 100 unidades a US$ 102.000 (R$ 570.000). Neste caso, o motorista ainda precisa monitorar o trânsito e estar pronto a intervir. No Nível 4 não há necessidade de supervisão e no Nível 5 pedais e volantes nem existem mais. No entanto, ainda prevalece grande desconhecimento sobre veículos autônomos (VA). Isso ficou claro em uma pesquisa da consultoria JD Power publicada agora em 30 de novembro, nos EUA. O estudo foi feito em conjunto com o instituto MIT e uma

entidade conhecida como PAVE (Parceiros para Educação sobre Veículos Autônomos, em inglês). A conclusão apontou que “os consumidores não sabem o que não sabem”. Mais do que simples jogo de palavras, há uma lacuna significativa entre o conhecimento real e o percebido acerca de VA. Prova disso é que 19% dos entrevistados acreditam que veículos totalmente automatizados estão disponíveis para compra hoje. Trata-se de uma crença incorreta, também compartilhada por 16% dos proprietários de Tesla. A indústria, então, precisa ser o catalisador para educar o público para além dos métodos tradicionais de aprendizagem. Bryan Reimer, cientista pesquisador do MIT, ressaltou outro aspecto. “Segurança é fundamental ao construir qualquer experiência de direção autônoma. Pequenos contratempos na confiança do público pelo uso indevido de sistemas ou uma falha de desempenho com base em expectativas equivocadas do consumidor podem dificultar as implantações nas próximas décadas.” Por esses motivos está tão difícil prever quando, de fato, os VA avançarão. Poderão fazer entregas urbanas em rotas segregadas ou transportar passageiros sob condições controladas como acontece nos EUA e China. Tecnologia celular 5G será fundamental, porém cravar uma data é pouco factível.

n JORNALISTA

ALTA RODA n NOVA picape intermediária Chevrolet Montana mantém-se dentro do cronograma esperado. Unidades de pré-série começam a ser montadas no final de 2022, mas início da produção está marcado para janeiro de 2023, segundo minhas fontes. Lançamento deve ocorrer no primeiro trimestre daquele ano. Ao contrário de rumores recentes, não há previsão de versão 4x4. Tração nas quatro rodas aumentaria a massa do veículo e exigiria um motor bem mais potente que foge dos parâmetros de custos do projeto original. n SITE Automotive Business completou 25 anos e organizou semana passada um dos eventos on line mais concorridos de 2021. Um trabalho de fôlego que em dois dias reuniu 10 superespecialistas (os game changers) nos temas de mobilidade e 60 palestrantes divididos em três trilhas de atuação. Palestras e debates focaram o ambiente de recuperação do setor e as peculiaridades do mercado brasileiro. O País tem como influenciar outros países sem condições econômicas e financeiras para a virada de chave que avança acima da linha do Equador. DIVULGAÇÃO

n HYUNDAI Creta exibe estilo controverso dos faróis e lanternas, mas há qualidades do produto a ressaltar. Interior ficou bem melhor, incluindo quadro digital de 7 pol. e tela multimídia de 10,25 pol. Além do indispensável autohold (freio automático de imobilização), duas câmeras laterais projetam a retrovisão no campo visual central do motorista. Acabamento bem cuidado, espaço interno ampliado e portas malas de 422 litros destacam-se. Motor 1-litro turbo limita o desempenho, mas o 2-litros aspirado resolve. n SUV elétrico BYD Tan, de sete lugares, começa a ser vendido no primeiro trimestre de 2022. Preço a definir, na faixa de R$ 450 mil/R$ 500 mil. Grande (4,87 m de comprimento; 2,85 m de entre -eixos) e pesado (número não informado) o chinês se destaca pelo nível de equipamento que inclui até câmera de filmagem interna. Tração 4x4 sob demanda (motor dianteiro, 245 cv e traseiro, 272 cv, totalizando 517 cv) permite acelerar de 0 a 100 km/h em 4,6 s, entre os mais rápidos desse segmento de elétricos. n CUMMINS completou 50 anos de atuação no Brasil com plano de diversificar sua linha de produtos para veículos pesados e geradores de energia elétrica. Além de diesel e gás, pilhas a hidrogênio para motores de caminhões e estacionários completarão o portfólio. A empresa também fornecerá hidrogênio para qualquer veículo.


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ABCDOINTERIOR Acusado de crimes

n robertobaiabarros@hotmail.com

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PELO INTERIOR

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mprobidade administrativa, desvios de recursos, lavagem de dinheiro público, formação de quadrilha, falsificação de documentos e desacato a autoridade. Esta é a lista de crimes supostamente cometidos pelo prefeito Aldo Ênio Borges, gestor de Porto Real do Colégio, município localizado no Baixo São Francisco alagoano, onde é mais conhecido como Aldo Popular.

Relatório final

A relação consta no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta na Câmara de Vereadores da cidade que tem pouco mais de 20 mil habitantes. O trabalho dos edis Dinael de Souza Dantas Ramos (Dinael Pedreiro/ presidente da Comissão), José Ricardo de Oliveira Filho (Ricardo de Zé Alagoano/ relator) e Leaudo Alves Vilela (Leaudo da Pesca/membro) foi lido na manhã de terça-feira, 30.

Suposto esquema de desvio

A apresentação da conclusão da CPI instaurada para apurar suposto esquema de desvio de recursos do SAAE de Porto Real do Colégio, que ganhou o sugestivo nome de CPI da Água Batizada, foi transmitida ao vivo pela casa legislativa e acompanhada pelo Jornal de Arapiraca.

Prejuízo milionário

A investigação comprovou que o consumidor de água fornecida pelo SAAE de Colégio não paga as contas em agência bancária, lotérica ou outro meio do sistema financeiro. Todo valor é entregue em mãos, em espécie, a Fernando Mariano dos Santos Miguel, apontado pela CPI como operador do esquema de desvio de recursos que teria gerado um prejuízo milionário para a autarquia municipal.

Foram condenados

Os réus Samuel Duarte Cavalcante e Marcos Duarte Cavalcante, filhos do ex-prefeito de Chã Preta, Paulo Duarte, foram condenados, na quarta-feira,1, a 14 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado de José Paulo de Oliveira. O júri popular foi conduzido pela juíza Juliana Batistela, da Comarca de Viçosa, que determinou o cumprimento da pena em regime fechado.

Relembre o caso

De acordo com a denúncia, o assassinato de José Paulo foi cometido por outra pessoa, no dia 1º de dezembro de 2013, por volta das 18h30, a mando dos irmãos Samuel e Marcos. O crime foi motivado devido a um boato que a vítima teria espalhado sobre o ex-prefeito ter mandado tirar um motor de uma caçamba da Prefeitura para ser usado na irrigação de sua fazenda. Segundo testemunhas, ao tomar conhecimento do boato, os acusados procuraram a vítima e iniciaram uma discussão. Eles teriam ameaçado José Paulo de morte e após oito dias dessa discussão, a vítima sofreu um atentado em casa. No dia do homicídio, o executor teria afirmado em um bar que tinha contas para acertar com a vítima. O réu apontado como autor material foi julgado em 2015 e, na época, o júri o absolveu, acolhendo a tese da defesa.

Investigação

A equipe da Delegacia do 86º Distrito Policial de São Sebastião (86º DP), comandada pelo delegado Renivaldo Batista, continua com a investigação visando localizar a estudante Elen Karoline dos Santos, de 18 anos, que continua desaparecida.

Sem notícia

De acordo com o escrivão Abelardo Silva, chefe de Cartório do 86º DP, Elen saiu de casa para ir à escola na noite do dia 4 do mês passado, no município de São Sebastião, Agreste de Alagoas, e não mais voltou nem deu notícias. “O trabalho de investigação continua, e estamos divulgando mais uma vez a foto da jovem para ver se alguém passa alguma informação concreta sobre seu paradeiro”, frisou Abelardo.

Festa suspensa

A Prefeitura de Penedo, cidade localizada no Baixo São Francisco alagoano, resolveu suspender a festa de Bom Jesus dos Navegantes, realizada no início de janeiro, em atendimento à recomendação do Ministério Público Estadual (MPE/AL) e Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Em nota, o município ribeirinho informou que manterá o evento Penedo Luz, inclusive o Festival de Coros, que acontecem dias 10 e 11 de dezembro.

... A Prefeitura Municipal de Igreja Nova divulgou uma nota de esclarecimento na quarta-feira, 1, sobre a prisão da mulher que estava exercendo ilegalmente a medicina na cidade, localizada na região do Baixo São Francisco. ... De acordo com a nota, a “médica” em questão foi encaminhada ao município pelo Ministério da Saúde, sendo a mesma proveniente do programa Mais Médicos do governo federal, não possuindo vínculo direto com a administração municipal. ...A falsa médica foi presa na terça (30) por agentes da Polícia Federal no momento em que prestava atendimento a pacientes do Programa de Saúde da Família (PSF), como se médica fosse, configurando assim o flagrante delito. (Com Aqui Acontece) ... Um homem suspeito de integrar a quadrilha que assaltou a agência do Banco do Brasil no município de Igaci foi preso em flagrante na manhã de quarta,1, na zona rural de Craíbas. ... A prisão foi efetuada pela Polícia Federal com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. ... O suspeito, que possui extensa ficha criminal e usa tornozeleira eletrônica, foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e munição de uso restrito, posse de explosivos e tráfico de entorpecentes. Além disso, ele responde por vários processos como tráfico de drogas, lesão corporal e porte ilegal de arma de fogo. ... Neste sábado, 4, acontece a partir das 12h (meio-dia), no Jardins Perucaba 2, no Perucaba Bairro Planejado, em Arapiraca a 21ª Feijoada By Harold. ... A feijoada contará com atrações musicais como Willy Vaqueiro, Grupo Ideais e Samilla Lima, artistas arapiraquenses que estão em alta no cenário musical da região. A feijoada em si terá a marca e o sabor único da Comedoria Escritório. ... De acordo com o organizador Harold Marques, nesta nova edição, será entregue o prêmio Homens e Mulheres de Sucesso, troféu que levará o nome da empresária e empoderada mulher arapiraquense Rose Ane Carrel. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana, repleto de paz e saúde. Até a próxima edição!


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COMPETIÇÃO NACIONAL

Alagoas tem 4 professores finalistas no concurso MARIA SALÉSIA Com assessoria sallesiaramos18@gmail.com

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concurso Olimpíada de Língua Portuguesa de 2021 conta com 80 finalistas e entre eles quatro professores são de Alagoas. No próximo dia 10, os 20 vencedores nacionais serão revelados, sendo quatro professores e suas turmas em cada categoria. Os representantes do estado são dos municípios de Paulo Jacinto, Lagoa da Canoa, União dos Palmares e Arapiraca, mas todos os alagoanos estão na torcida. Na categoria documentário, a selecionada é a professora Angela Maria dos Santos Nascimento, com o trabalho “Desafio e superação”. Ela representa a Escola Nossa Senhora da Conceição, de Lagoa da Canoa. O professor Melqui Zedeque Lopes Ribeiro, da Escola Deputado José Medeiros, em Paulo Jacinto, foi finalista na categoria artigo de opinião. O trabalho “Produção textual: superan-

do o desafio de desenvolver a habilidade de leitura e produção de artigos de opinião em tempos de pandemia” rendeu ao professor o direito de continuar na disputa. Na mesma categoria aparecem os outros dois professores. Gilmar de Oliveira Silva, da Escola Rocha Cavalcanti, em União dos Palmares, concorre com “Um poema em louvor da estrada”. Já Lívia de Oliveira Silva, da Escola Professor José Quintela Cavalcanti, em Arapiraca, apresentou “Longe dos olhos e perto do coração”. Em sua sétima edição, o concurso que integra o programa Escrevendo o Futuro, recebeu mais de 112 mil inscrições e teve a adesão de 3.877 municípios de todo o País e mais de 27 mil escolas inscritas. A Olimpíada de Língua Portuguesa divulga os 80 trabalhos finalistas desenvolvidos por professores e seus estudantes de escolas públicas de todo o país. O objetivo é apoiar os professores da rede pública no aprimoramento

das práticas de ensino de leitura e escrita. Os Relatos de Prática, juntamente com a Linha do Tempo e o Álbum da Turma, apresentam as experiências coletivas vivenciadas durante o trabalho de produção textual de cada gênero indicado pelo concurso: poema (5º ano), memórias literárias (6º e 7º), crônica (8º e 9º), documentário (1ª e 2ª séries do Ensino Médio) e artigo de opinião (3ª série do Ensino Médio). Neste ano, a olimpíada trouxe um novo formato com foco na valorização da prática e do trabalho desenvolvido pelos docentes e no reconhecimento de produções realizadas por todos os alunos de forma coletiva. Nos encontros criados para atividades de cada categoria, professores e alunos classificados participaram de discussões, palestras, atividades formativas e culturais, que ocorreram por meio de um ambiente virtual de aprendizagem criado especialmente para a etapa semi-

Os 20 vencedores nacionais serão revelados dia 10 de dezembro final. Vale ressaltar que para esta etapa final, a comissão julgadora é composta por especialistas em língua portuguesa, com experiência em trabalhos dessa natureza e familiaridade com o ensino e a prática de leitura e escrita, além de representantes das instituições parceiras, que irão avaliar os trabalhos apresentados. Entre as premiações para os vencedores estão notebooks para os docentes e tablets para os estudantes. As escolas dos vencedores também receberão acervos de livros para a biblioteca e placas de homenagens. O Programa Escrevendo o Futuro é realizado pelo Itaú Social com a coordenação técnica do CENPEC. Conta com a parceria do MEC (Ministério da Educação), da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), da Fundação Roberto Marinho e do Canal Futura.


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