Edição 1149

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MACEIÓ - ALAGOAS

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FINAL DE ANO

O Jornal EXTRA volta a circular dia 8 de janeiro de 2022

MÁRCIO FERREIRA/AGÊNCIA ALAGOAS

ANO XXIII - Nº 1149 - 18 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE 2022 - R$ 4,00

DÍVIDA SOCIAL

Alagoas mais perto de oferecer rede de água e esgoto para todos

Com o segundo leilão do saneamento de Alagoas na Bolsa de Valores, o governador Renan Filho deu um salto na corrida contra o tempo para universalizar os serviços de água e esgoto até 2033, como prevê o novo marco do saneamento básico do País. 2

“Donos” de cartórios terão que devolver R$ 60 milhões em taxas sonegadas

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BRUNO FERNANDES

PREVISÕES 2022

MORO VAI AO SEGUNDO TURNO E RENAN FILHO SE ELEGE SENADOR, DIZ CARTOMANTE 13 a 15

RENAN FILHO TEM PROBLEMAS COM DEPUTADOS E JHC COM VEREADORES 8 e 9

ALAGOAS FECHA 2021 COM 400 MIL FAMÍLIAS NA EXTREMA POBREZA 24


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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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COLUNA Dívida social

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- Ao bater o martelo do segundo leilão para outorga dos serviços de água e esgoto em mais 61 municípios alagoanos, o governador Renan Filho deu um grande salto na corrida contra o tempo para universalizar a oferta de água e esgoto tratados - até 2033 - como prevê o novo marco legal do saneamento básico. Somadas ao primeiro leilão, as novas concessões beneficiam 74 das 102 cidades do estado, onde vivem cerca de 80% da população alagoana.

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3 CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

- A segunda maior cidade de Alagoas, Arapiraca, com 235 mil habitantes e crônicos problemas no abastecimento de água, ficou de fora do leilão por decisão do prefeito Luciano Barbosa para atender interesses políticos de Arthur Lira. O deputado também usou o poder do Centrão para tirar a BRK Ambiental da disputa, reduzindo as chances de maiores ofertas no leilão do saneamento e mais investimento para Alagoas.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA

MACEIÓ, ALAGOAS - 18 DE DEZEMBRO A 07 DE JANEIRO DE 2022

- Está na lei. A adesão de um maior número possível de municípios aos leilões é determinação do marco legal do saneamento para garantir que cidades mais pobres sejam vendidas junto a municípios de maior receita. Mas no caso de Arapiraca, os interesses eleitoreiros falaram mais alto em detrimento de sua população.

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- Afora a disputa política em ano eleitoral, a batida do martelo no segundo leilão de Alagoas injetará nos municípios a soma de R$ 9 bilhões, entre outorga e contratos de investimentos. Mais que gerar emprego e renda, o evento representa o primeiro grande passo para garantir à população o acesso universal à água tratada e rede de esgoto e melhoria na qualidade de vida.

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- A privatização desses serviços também representa o fim de dezenas de autarquias e empresas estatais que ao longo da história se consolidaram como cabides de emprego e fonte de eterna corrupção. Incluídos aí os Serviços de Água e Esgoto (SAE) dos municípios, usados como moeda de troca e enriquecimento ilícito de muitos gestores públicos.

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- A pesada dívida social no setor da infraestrutura básica é um indicativo da miséria em que ainda vive boa parte da população alagoana. E a despeito da omissão histórica de muitos governantes nessa área, e da mão grande de certos políticos, os esforços de Renan Filho em dar o pontapé inicial no novo marco do saneamento certamente terão o reconhecimento das gerações futuras.

Maratona eleitoral

Esse final de ano tem se revelado produtivo para Renan Filho e Arthur Lira, seu maior adversário nas eleições de 2022. Enquanto o governador apara arestas em busca de um acordo com a Assembleia Legislativa, o deputado fecha alianças e compromissos eleitoreiros com dezenas de prefeitos alagoanos. Renan Filho quer se eleger senador para consolidar seu projeto de poder, e Arthur Lira sonha derrotar os Calheiros para assumir o posto de líder político em Alagoas. Para tanto, o governador deve abrir mão de fazer o sucessor, enquanto Lira investe pesado na reeleição à Câmara para permanecer na presidência da Casa.

Pontos em aberto

Mesmo após longa conversa durante a viagem aos EUA, Renan Filho e Marcelo Victor ainda não bateram o martelo do acordo político para as eleições majoritárias do próximo ano em Alagoas. Independentemente do palanque presidencial em que irão subir, governador e deputado certamente marcharão juntos no pleito de 2022. Mas antes da eleição propriamente dita, em outubro, a dupla precisa costurar dois pontos em aberto, que selarão a aliança. Primeiro escolher o nome do governador-tampão que atenda aos interesses dos dois grupos, e, por último, definir quem vai ocupar o disputado cargo vitalício de conselheiro do Tribunal de Contas na vaga aberta com a aposentadoria de Cícero Amélio. Pelo andar da carruagem, o deputado Paulo Dantas caminha para ser governador interino, com possibilidade de ir à reeleição. Mas aí é outra história. O difícil agora é prever quem será o sucessor de Renan Filho eleito pelo povo.

Sair ou ficar?

Ao analisar o xadrez eleitoral nordestino a Veja divulgou a possibilidade de Renan Filho seguir o exemplo de seu colega baiano, Rui Costa (PT), e permanecer no governo até o último dia de seu mandato. O sacrifício teria como pano de fundo impedir que o governo (lá e cá) caia nas mãos de adversários políticos, assim como em outros estados da região, outrora curral eleitoral do PT. O governador da Bahia até já admite essa possibilidade, mas o emedebista Renan Filho, mesmo aliado de Lula, tem outras pretensões e dificilmente sacrificaria seu projeto político em nome de um acordo que pavimente a volta do PT ao poder.

Jogo do poder

O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, que fala pouco e age

muito, é o homem-chave para definir os rumos que Alagoas seguirá nas eleições do próximo ano. Independente de possível acordo com Renan Filho, o deputado tem cacife político para comandar a eleição do próximo governador e ser o protagonista da cena política alagoana para os próximos anos. Aliado ao governador, Marcelo Victor poderá até definir a eleição de senador no pleito de 2022. Se quiser, também pode ser governador-tampão com direito à reeleição, ou conselheiro do TC.

Dupla em baixa

A política é tão dinâmica que dois dos principais personagens da última eleição em Maceió estão no ostracismo desde a derrota para o prefeito JHC. Alfredo Gaspar de Mendonça e Davi Davino Filho podem até ter êxito nas urnas em 2022, mas distante do apelo demonstrado na propaganda eleitoral da última campanha. É bom exemplo para reflexão visto que a política é como nuvem, muda rápido.

Tonho da Lua

O deputado Antônio Albuquerque tem jurado de pés juntos, aos aliados, que será candidato a governador na eleição do próximo ano. É um sonho antigo dele, mas também um pesadelo que tira seu sono há anos, desde a Operação Taturana. Albuquerque, dizem alguns adversários, vive no mundo da lua. Por

isso tem recebido a alcunha de Tonho da Lua.


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RIO LARGO

Vereadores se mobilizam para aumentar salário de prefeito, vice e secretários Projeto enviado pelo Executivo afronta Constituição e causa revolta entre servidores TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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ereadores do município de Rio Largo estão mobilizados e devem decidir na próxima semana se aprovam o projeto de lei (PL) do Executivo para reajuste dos subsídios (salários) do prefeito, vice e secretários. A peça está em tramitação nas comissões da Câmara para avaliação da constitucionalidade da proposta e das condições orçamentárias. O aumento é a mais nova polêmica gerada na gestão do prefeito Gilberto Gonçalves da Silva (PP), recebida com revolta por parte dos servidores, que estão há cinco anos sem recomposição salarial ou reajuste. Desta vez, a polêmica confronta o que determina a Lei Complementar (LC) 173/2020, que proíbe aumento de despesas com pessoal em todos os entes públicos até 31 de dezembro deste ano. O dispositivo proíbe, até o próximo dia 31, a concessão de aumentos para servidores públicos, a criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa e aumento de gastos com pessoal no final do mandato de gestores. Prevê, ainda, o congelamento da contagem do tempo de serviço para fins de adicionais e a limitação da realização de concursos públicos. Além disso, o projeto do prefeito de Rio Largo diverge do artigo 29, V e VI da Constituição Federal que determina: a remuneração do prefeito, vice e vereadores será fixada pela Câmara Municipal em cada legislatura para a subsequente e considera, ainda, que a fixação de subsídios na mesma legisla-

tura configura “ato lesivo não só ao patrimônio material do Poder Público, como à moralidade administrativa, patrimônio moral da sociedade”. Gilberto Gonçalves não quer falar sobre o assunto com a imprensa e parece ter orientado os subalternos a não se pronunciarem a respeito. Nem mesmo a Procuradoria Geral do Município aceita conceder entrevista para argumentar a favor da proposta. Entre os vereadores, Romildo Calheiros Júnior (PDT) já se declarou favorável ao reajuste dos subsídios do prefeito, da vice-prefeita Maria Cristina Cordeiro da Silva (esposa do prefeito) e dos secretários, desde que seja “constitucional”. Compartilha da mesma opinião o vereador Daniel José Pontes (PC do B), lembrando que “deve haver margem [no orçamento]”. Ambos não falam sobre detalhes do projeto e se limitam a dizer que é um documento público e pode ser requisitado por qualquer cidadão. As manifestações contrárias ao projeto são de representantes sindicais, mais especificamente das áreas da Saúde e Educação. Segundo o sindica-

SEGUNDO O SINDICALIS-TA ERALDO DE SOUZA, REPRESENTANTE DO SINTEAL, O PL DO EXECUTIVO PROPÕE O REAJUSTE DOS SUBSÍDIOS DO PREFEITO GILBERTO GONÇALVES PARA R$ 36 MIL; VICE, R$ 28 MIL E SECRETÁRIOS, R$ 12 MIL.

ARQUIVO/PREFEITURA DE RIO LARGO

Gilberto Gonçalves quer elevar seus subsídios para R$ 36 mil lista Eraldo de Souza, representante do Sinteal, o PL do Executivo propõe o reajuste dos subsídios do prefeito Gilberto Gonçalves para R$ 36 mil; vice, R$ 28 mil e secretários, R$ 12 mil. Atualmente, o teto para os servidores públicos é de R$ 39.293,32 (remuneração dos ministros do STF) e existem subtetos para estados e municípios, conforme prevê a Constituição Federal. Na sessão realizada no dia 2 de dezembro, as categorias denunciaram uma situação esdrúxula protagonizada pelos vereadores, quando a Câmara Municipal de Rio Largo fechou as portas ao povo. Os vereadores, disseram populares e sindicalistas, estariam mobilizados na ocasião para aprovar o projeto de reajuste dos subsídios dos gestores, mas a atitude chamou a atenção da mídia e a ideia foi abortada. Os vereadores negaram a ocorrência e creditaram o fe-

chamento das portas da Câmara à limitação da entrada do público por causa da pandemia. Em nota oficial, o presidente da Casa emitiu nota onde afirmou que a Casa foi vítima de fake news e disse que os vereadores não discutiram nenhuma pauta sobre reajuste salarial. Na sessão da quinta-feira, dia 9, os vereadores aprovaram a indicação nº 313/2021, dirigida ao Executivo, para que haja a recomposição salarial para os servidores, baseada no índice de inflação. “Não se trata de aumento salarial, o que é vedado por lei em período pandêmico, mas a recuperação inflacionada nesse período de pandemia”, explicou o vereador Romildo Calheiros. O último reajuste concedido aos servidores do município, segundo os sindicalistas, foi de 7,47%, há cinco anos atrás. A constitucionalidade do reajuste, no entanto, ainda deve ser avaliada pelas comissões da Câmara.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Surpresas nas pesquisas

A

s pesquisas eleitorais que estão acontecendo com frequência para o governo do Estado podem reservar muitas surpresas ainda este ano, já que o quadro político muda a todo instante. De um lado governistas, do outro a oposição. Nomes tem muitos e ainda vai crescer muito mais.

A influência

Quem deve influir na escolha de candidatos ao governo do Estado são aqueles que comandam os blocos mais fortes da política alagoana, a exemplo do deputado Arthur Lira, do governador Renan Filho e do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor.

Ensaio

Muitos candidatos aproveitam apenas a oportunidade para popularizar o nome e negociar na frente. Alguns, investidos no mandato de deputado, outros procurando desesperadamente um lugar ao sol.

Não convence

Com vários mandatos e com grande possibilidade de renovar o mandato, o deputado Paulão, do PT, dificilmente topará uma candidatura suicida ao governo de Alagoas, mesmo que venha a dar palanque ao ex-presidente Lula.

Encrenca à vista

Um empreendimento na localidade do Patacho, na bela região de Porto de Pedras, é o ponto de discórdia de uma família tradicional em Alagoas, cujos valores inicialmente estimados em R$ 30 milhões agora chegam à bagatela de R$ 200 milhões. Judicializada, a disputa começa a esquentar.

Bola da vez

O deputado Arthur Lira, que tem dado sustentação ao governo Jair Bolsonaro, será mesmo o protagonista das próximas eleições. Com força política, votos e com uma liderança consolidada em Alagoas, deve indicar, no seu grupo, quem será o candidato a governador.

Repetição

Estimulados para aparecer na mídia com alguma possibilidade de negociar no futuro, personagens da política alagoana aproveitam para tentar cooptar apoios e reservar espaços nos futuros governos. É uma possibilidade, muito embora alguns pretensos candidatos não consigam encher uma sacola de votos. FACEBOOK

Duas histórias

Muita gente está confundindo as eleições para o governo-tampão e as propriamente dita em outubro do próximo ano. São duas coisas absolutamente distintas. No tampão o candidato mais forte é o deputado estadual Paulo Dantas, que conta com o apoio da Assembleia Legislativa. Mas na eleição de outubro, os candidatos certamente serão outros, a exemplo do senador Rodrigo Cunha e outro a ser indicado pelo deputado Arthur Lira.

Trajetória de Dantas

O deputado Paulo Dantas tem circulado na capital e no interior e sua popularidade tem crescido em todas as pesquisas recentemente feitas com o nome dele como candidato a governador. Há, entretanto, aqueles que gostam e os que não gostam de Dantas, processo natural no mundo político.

Bagagem política

Na verdade, o deputado Paulo Dantas, que é candidato a governador-tampão, tem história e trabalho por onde passou. Foi o caso de dois mandatos na Prefeitura de Batalha, onde se revelou como um gestor competente e como poucos no estado de Alagoas.

O anúncio da Prefeitura de Maceió deque vai dar um jeito no Riacho do Salgadinho não parece ser tão fácil como o anunciado. Vai ser uma meia sola, já que o projeto total de despoluição do canal é bem mais arrojado, o que faz lembrar o banho que a então prefeita Kátia Born tomou para dizer que o Salgadinho estava despoluído.

Perguntar não ofende Se a Prefeitura de Maceió não consegue resolver o problema das línguas sujas na praia de Pajuçara, como promete resolver situação do Canal do Salgadinho que tem desafiado as inúmeras administrações públicas?

Incomodando

Força

Se Paulo Dantas não é um candidato a governador dele mesmo, palmas para ele, que está sendo reconhecido como uma força política emergente pelos seus colegas na Assembleia Legislativa. Ou seja, o deputado avançou tanto, que já começa a incomodar gregos e troianos.

Passado limpo

Político respeitado no Sertão de Alagoas, Paulo Dantas tem um atributo que poucos gestores não tiveram durante sua vida pública: saiu ileso de duas gestões à frente da Prefeitura de Batalha com um elenco de obras realizadas em benefício do povo da região, enquanto outros, por aí afora, tiveram o desprazer de saírem dos seus municípios algemados pela Polícia Federal.

O pai do prefeito JHC, João Caldas, já é motivo de discórdia entre aliados do próprio prefeito, que veem nele um potencial candidato à Câmara Federal. Ademais, JC tem feito incursões na área de saúde do município e tem minado alguns redutos eleitorais. Ressabiados com a possibilidade do prefeito de Maceió abraçar a candidatura do pai, os adversários prometem reagir.

Pé embaixo

Tocando a administração pública como se fosse o último dia, o governador Renan Filho demonstra claramente que tem vontade de disputar o Senado da República e enfrentar Fernando Collor nas urnas. De braços dados com o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, ninguém sabe qual coelho surgirá daquela cartola.

De fora

Com absoluta segurança, o prefeito JHC, bem avaliado nas pesquisas, não será candidato a governador no próximo ano. Tem um projeto para ser executado na Prefeitura de Maceió e deixa para depois a perspectiva de dar um voo mais alto. Além do mais, é muito ligado a Rodrigo Cunha, a princípio o seu candidato ao governo.

Última edição

A todos que me aturaram durante o ano de 2021, um Feliz Natal e um próspero Ano Novo, na certeza de que teremos um 2022 cheio de emoções.


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CNJ

Três cartórios de AL terão que devolver R$ 60 milhões ao TJ Decisão é da corregedora Nacional de Justiça, que também afastou interinos de duas serventias FACEBOOK

VERA ALVES Especial para o EXTRA

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rês cartórios de Alagoas terão de devolver quase R$ 60 milhões ao Funjuris, o Fundo Especial de Modernização do Poder Judiciário do Estado de Alagoas, cuja receita é proveniente, além do próprio orçamento, do pagamento de custas, taxas e emolumentos (serventias extrajudiciais), taxas de concursos públicos e cursos/seminários, além de doações e subvenções. A determinação é da corregedora Nacional de Justiça, a ministra Maria Thereza de Assis Moura e consiste no primeiro resultado prático da correição extraordinária realizada em outubro no Judiciário estadual e nas serventias extrajudiciais. Na mesma decisão, a ministra Maria Thereza determinou o imediato afastamento dos interinos de duas serventias, o Cartório do 1º Ofício de Imóveis, Hipoteca e Notas de Rio Largo e o Cartório de Imóveis, Hipotecas, Títulos e Notas de Matriz Camaragibe. Os três cartórios com débitos milionários são o 2º Registro de Títulos e Documentos da Capital, administrado pelo bacharel em Direito Rainey Barbosa Alves Marinho, o 2º Serviço Notarial e Registral de São Miguel dos Campos, que tem como tabelião Afrânio de Andrade Jatobá, e o 4º Ofício de Notas e Registro de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas da Capital, atualmente administrado por Lucas Barros Pituba de Carvalho. O maior débito junto ao Funjuris é do 4º Ofício de Notas, uma dívida superior a R$ 42 milhões e de responsabilidade do antigo interino, Luiz Paes Fonseca de Machado, substituído em 2019 por Lucas Pituba após processo administrativo da Corregedoria Geral de Justiça de Alagoas por

Rainey Marinho é o segundo maior devedor do Funjuris: R$ 9,8 milhões irregularidades e com base no fato de ser filho do antigo titular da serventia, Lumar Fonseca de Machado, falecido em 2004, e, que, como tal, não poderia ter assumido a serventia. Presidente da Anoreg-AL (Associação dos Notários e Registradores de Alagoas) e do Ins-tituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Brasil (IRTDPJBrasil), o interino do 2º Registro de Títulos e Documentos da Capital, Rainey Marinho, deve mais de R$ 9,8 milhões ao Funjuris, enquanto Afrânio Jatobá, titular do cartório de São Miguel dos Campos, acumula uma dívida superior a R$ 6,8 milhões. Ao contrário do que determina a legislação e resoluções que disciplinam o funcionamento das serventias, os três cartórios deixaram de repassar os valores arrecadados por milhares de atos praticados. Ao invés de usarem um selo digital por cada ato cartorário, usaram um único selo por 5 mil atos, quando a regra é de um selo por até 5 mil imagens, mas em referência ao conteúdo do documento chancelado pelo cartório em um único ato. Por 5 mil atos de notificação extrajudicial, por exemplo, para

os quais deveriam ter repassado ao fundo os valores referentes a 5 mil selos digitais, repassaram o valor de apenas 1 selo. A prática ao longo dos anos acabou resultando no rombo milionário aos cofres do Funjuris. Na inspeção realizada no final de outubro último, a equipe da Corregedoria Nacional de Justiça também confirmou as irregularidades que haviam sido denunciadas em relação ao interino do 1º Ofício de Imóveis, Hipoteca e Notas de Rio Largo, Victor Calheiros da Silva Pinho, nomeado para a função em março deste ano, cinco dias após ter sido exonerado do cargo de diretor Departamental da Corregedoria Geral de Justiça. Ocorre que o Provimento 77/2018 do Conselho Nacional de Justiça proíbe que sejam nomeados para as serventias consideradas vagas (são 212 em Alagoas) ex-servidores do próprio Tribunal de Justiça ou pessoas que tenham vínculo de parentesco com os antigos titulares dos cartórios, com magis-trados da ativa ou magistrados que estejam afastados ou aposentados. Pesa também contra Victor Calheiros a suspeita de estar prestando falsas informações ao

CNJ no que tange à arrecadação do cartório. É que o somatório do faturamento por ele declarado no primeiro semestre deste ano é quase metade do valor arrecadado no último semestre de 2020 a despeito da similaridade do número de atos praticados. Em paralelo, ele declarou despesas superiores às do segundo semestre de 2020. Alvo de vários processos disciplinares instaurados pela Corregedoria Geral de Justiça de Alagoas entre o ano passado e este, Vitor de Lima Sarmento foi igualmente afastado do Cartório de Imóveis, Hipotecas, Títulos e Notas de Matriz Camaragibe pela ministra Maria Thereza de Assis Moura. A corregedora Nacional de Justiça qualificou como graves as acusações contra ele – dentre as quais divergências entre o valor de receita declarado e relatório de arrecadação do Selo Digital – confirmadas em procedimentos instaurados pela CGJ de Alagoas e estranhou o fato de o mesmo permanecer como interino. Este ano, Sarmento foi pivô de um verdadeiro embate entre o atual corregedor, o desembargador Fábio Bittencourt, e o Conselho Estadual da Magistratura, que revogou o afastamento e posterior substituição de Sarmento, revogação esta agora anulada pela corregedora. Vitor Sarmento está também no olho do furacão de uma investigação sobre corrupção no Judiciário estadual envolvendo a Faculdade Raimundo Marinho e o desembargador Celyrio Ada-mastor, cujos detalhes foram alvo de reportagem de capa da edição de número 1144 do jornal EXTRA. O advogado atuaria como a ponte entre a instituição e o magistrado para prolação de sentenças em benefício da faculdade.


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JOGO DO PODER

Renan e JHC terminam 2021 com problemas na Assembleia e Câmara Insatisfação de aliados nos legislativos podem prejudicar os planos eleitorais do governador e do prefeito

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governador Renan Filho (MDB) e o prefeito de Maceió JHC (PSB) terminam o ano consolidando seus grupos políticos, próximos de alcançar seus objetivos eleitorais, celebrando sucessos como o leilão do saneamento e o Passe Livre, mas acumulam problemas na Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores. Ambos não têm uma bancada própria, apenas aliados de ocasião. E o futuro de ambos depende de uma solução para este problema. Renan Filho busca um acordo com o presidente da Assembleia, Marcelo Victor (SDD). Isso para deixar o governo até abril, ficar sem mandato, ter o apoio dos deputados para disputar o Senado e sem ser trocado, no meio do caminho até as urnas, por Fernando Collor (PROS), que disputa a reeleição. Victor está mais próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), aliado de Collor. Lira e Victor indicaram o deputado Paulo Dantas (MDB) para o governo-tampão, minando as chances de Renan Filho escolher um candidato próprio à sucessão estadual. A demora de quase seis meses na aprovação do orçamento municipal mostrou como JHC e os vereadores estavam e estão em lados opostos. A saída de João Catunda da bancada do prefeito, a demissão de Francisco Sales da Secretaria de Governo, o anúncio público, pelo prefeito, de projetos sem consultar

Arthur Lira durante visita a JHC em fevereiro na sede da Prefeitura os vereadores e o revide deles ao jogar no colo de Jota a aprovação do rateio do Fundeb aos professores, mostra que uma possível renúncia do prefeito para disputar o governo do Estado está no campo das impossibilidades. Mas, nada é impossível. TABULEIRO Renan Filho e JHC são bem avaliados nas pesquisas internas. Seguiram os exemplos de outros gestores pelo país: anunciaram programas sociais bancados com recursos do Estado ou município aos mais atingidos pela pandemia e mantiveram uma agenda de obras, atraindo milhares de empregos e movimentando a economia local, enquanto o Brasil atravessa sua pior fase. O prefeito da capital tem chances reais de ganhar uma eleição ao Governo de Alagoas, mas, para isso, tem de abrir mão de três anos na administração municipal. O governador também está bem situado na concorrência ao Senado. Porém, os cofres estaduais estão abarrotados de dinheiro. Apenas com o leilão dos blocos B e C do saneamento básico realizado esta semana, somado com o

bloco A arrematado em setembro do ano passado, Alagoas terá nos próximos meses R$ 9 bilhões. Nunca antes na história, nem quando representantes do eleitorado local ocuparam a Presidência da República, houve tanto dinheiro assim entrando quase de uma só vez nos cofres locais. É por isso que o deputado Olavo Calheiros (MDB), “pai” político de Renan Filho, quer que ele conclua o governo: para não entregar a administração a um inimigo político – Arthur Lira – e transformar Alagoas num canteiro de obras, garantindo a cota Calheiros na Assembleia (Remi Calheiros, ex-prefeito de Murici e tio do governador, disputa a vaga de Olavo na Casa) e elegendo um bom número de deputados estaduais, federais e, por enquanto, abrindo mão do Senado. A escolha é dura: se Renan Filho permanecer até o final, ficará quatro anos sem mandato, voltando a concorrer numa votação majoritária em 2026. Pode se candidatar mais uma vez ao governo, a deputado federal ou uma das duas vagas ao Senado, levando em conta que o pai, Renan Calheiros (MDB), vai para a reeleição. Pode ainda esperar um minis-

tério no Governo Lula, se o ex-presidente da República confirmar o favoritismo apontado hoje pelas pesquisas. Daí o futuro de Renan Filho sai do mundo real e vai para as especulações. Um político sem mandato vale quase nada na selva chamada Brasília. Nem o vento bate nas costas. Mas a política é dinâmica. Nela só não existe a palavra impossível. Quem participou ou participa de movimento estudantil sabe: o passe livre é uma reivindicação necessária, mas improvável. As empresas de ônibus até apoiam a iniciativa desde que o poder público pague a passagem dos estudantes para eles circularem nos ônibus de graça. Disputando a vaga de prefeito, JHC prometeu o passe livre. Ganhou e enfrentou muitas dificuldades. A primeira era pagar o reajuste do duodécimo da Câmara exigido pelos vereadores. A pendenga se arrastou até maio, quando o orçamento foi aprovado. Sem orçamento não havia como implantar a promessa de campanha. E ela foi posta em prática em setembro: 50 mil estudantes têm 44 viagens gratuitas de ônibus por mês. A utopia do movimento estudantil virou realidade. E o município vai pagar R$ 30 milhões por ano em passagens aos donos dos ônibus. Também o governador assistiu o impossível acontecer: os leilões dos blocos B e C do saneamento na segunda-feira renderam mais que o esperado: mais de 37.500% de ágio. Três empresas vencedoras, duas delas estrangeiras, garantiram seu espaço no mercado local pelos próximos 35 anos. No mesmo período do leilão, a Defensoria Pública pressionava para que a água pudesse voltar às torneiras em bairros de Maceió abastecidos pela BRK Ambiental, que venceu o leilão do bloco A – a Região Metropolitana de Maceió – ano passado.


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ELEIÇÕES 2022

Cunha e Caldas seguem candidatos; Lira atrai prefeitos com orçamento secreto Collor ainda não definiu partido e Sérgio Moro não empolga Podemos em Alagoas ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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senador Rodrigo Cunha (PSDB) e o ex-deputado federal João Caldas (PSB) são candidatos nas próximas eleições. Caldas mira uma vaga a deputado federal; Cunha é dado como peça certa na disputa ao governo do Estado. O roteiro novelesco do orçamento secreto mostra também os poderes do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Um dos líderes do Centrão, Lira tem capacidade de movimentar R$ 16 bilhões – valores que prometem ser bem maiores em 2022 – através das emendas do relator. Assim, Lira é o dono dos destinos das votações no Congresso e de seus indicados na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba em Alagoas (Codevasf). Seu primo, Joãozinho Pereira, assumiu a representação local da estatal. E ela mantem obras em todas as cidades alagoanas, além de distribuir maquinário. O senador Fernando Collor (PROS), por exemplo, surfa no prestígio da companhia e associa sua imagem à farta entrega de material para os municípios. Lira parte para a reeleição através de um acordo com os prefeitos. Sua recondução a Brasília é dada como certa e a ordem é que ele seja o mais votado no estado. Ou no país. Lira e Collor terminam o ano mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL), porém o senador está filiado a um partido liderado por aliados do senador Renan Calheiros (MDB). O presidente da Câmara continua no PP. O senador não deve migrar para o PL de Bolsonaro porque em Alagoas ele será encabeçado pelo deputado federal Sérgio Toledo, aliado dos Calheiros.

Collor manda hoje em dois partidos: o PTB e o PTC. Deve seguir para um dos dois quando a janela da infidelidade eleitoral for aberta em 2022. Futuro ninho dos seguidores do presidente, o União Brasil será liderado em Alagoas por Marcelo Victor (Solidariedade), presidente da Assembleia, em busca da reeleição e aliado de primeira hora de Lira. O PSL também é comandado por Victor através do seu pai, o ex-deputado estadual Gervásio Raimundo. Enquanto Lira e Collor buscam propagar o nome de Bolsonaro em Alagoas, o presidente da República enfrenta grave crise de popularidade e, de acordo com os institutos de pesquisa, perderia as eleições logo no 1º turno. O ex-juiz Sérgio Moro, no Podemos, também não emplacou a prometida terceira via, não alcançou dois dígitos nos levantamentos e, em Alagoas, sua candidatura não empolga. O Podemos é vinculado ao projeto de poder dos Calheiros. Será liderado pelo deputado federal Severino Pessoa e não deve lançar um candidato próprio a governador, tornando improvável a visita do mandachuva da República de Curitiba a Alagoas. O principal plano do Podemos é reeleger Severino na Câmara e buscar uma vaga na Assembleia para Fabiana

COLLOR MANDA HOJE EM DOIS PARTIDOS: O PTB E O PTC. DEVE SEGUIR PARA UM DOS DOIS QUANDO A JANELA DA INFIDELIDADE ELEITORAL FOR ABERTA EM 2022.

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Fernando Collor atua como fiel escudeiro de Bolsonaro em Alagoas Pessoa, atual secretária estadual da Assistência Social. No governo, Fabiana não é a única que busca vaga no Legislativo: Maykon Beltrão (Agricultura) disputa a segunda cadeira dos Beltrão a federal. A outra está com Marx, do PSD, que quer a reeleição. Alfredo Gaspar (Segurança Pública) também segue alinhado ao projeto de ocupar uma das nove cadeiras na Câmara dos Deputados. Maurício Quintella Lessa (Infraestrutura), Rafael Brito (Educação) e Alexandre Ayres (Saúde) têm o objetivo de vencer para a Assembleia. Destaque na Assembleia é o deputado Davi Davino (PP), que ficou em terceiro lugar nas eleições para a Prefeitura de Maceió e vai concorrer a deputado federal. Sua mãe, Rose Davino, quer ser deputada estadual. O pai Davi segue vereador na capital. Na Câmara de Vereadores de Maceió também há candidatos: Brivaldo Marques (PSC), Cal Moreira (PSC), Silvânia Barbosa (MDB), João Catunda (PSD), Eduardo Canuto (Podemos), Olívia Tenório (MDB) estão no páreo para deputado estadual ou federal. Nesta lista chama a at-

enção o nome de Catunda, aliado de Arthur Lira. No PSD, de Marx Beltrão, o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira briga por uma vaga a federal. Lida com uma sina que envolve ex-gestores da capital alagoana: não conseguiram se eleger a mais nada. Em Arapiraca, o prefeito Luciano Barbosa (MDB) monta os caminhos para o filho Daniel Barbosa encarar a votação a federal, mas não no MDB. Ele negocia com o PP, de Arthur Lira, e o PT. Se virar petista, pode ajudar a reeleição do deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão. Em Matriz do Camaragibe e São Luís do Quitunde, o ex-prefeito Cícero Cavalcante quer reeleger Flávia deputada estadual. Em Paripueira, o prefeito Abrahão Moura vai pela reeleição da filha Cibele na Assembleia, assim como Quebrangulo busca manter Davi Maia na Casa de Tavares Bastos. A família Lira também quer estender suas redes: Jó Pereira (MDB) não deve disputar de novo uma vaga na Assembleia. Seu nome está posto a federal e pelo PP.


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COVID-19

Levantamento expõe falhas em dados sobre pandemia nas prisões de Alagoas Segundo o projeto Infovírus, Estado não estaria registrando os óbitos dentro das penitenciárias JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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projeto Infovírus, que tem o objetivo de sistematizar informações sobre o alastramento do novo coronavírus nas prisões brasileiras, denuncia que Alagoas não notificou nenhum óbito nos 381 dias de monitoramento entre 2020 e 2021. Conforme dados da pesquisa De Olho no Depen: Análise de Informações de Estado sobre Covid-19 nas prisões, do Infovírus e da Rede Justiça Criminal, lançada no dia 7 deste mês, Alagoas só informou a incidência

de 89 casos de covid-19, sendo todos recuperados. “Uma primeira observação referente à qualidade dos dados diz respeito à regularidade de sua atualização, uma vez que observamos longos períodos em que, para alguns estados, os números não mudavam”, informou a pesquisa. No caso do sistema penitenciário alagoano, o Estado teria repetido as mesmas informações durante 177 dias, sem nenhuma atualização. Os dados foram montados a partir da tabulação dos prints extraídos pelo Infovírus do painel

do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Outros estados também foram enquadrados no mesmo caso: a Bahia, com 242 dias repetindo a mesma informação; o Tocantins, com 209 dias e a Paraíba e o Amapá, ambos com 194 dias. Sobre Alagoas, o estudo traçou outras informações. “O maior período que ficou sem atualização foi de 21/10/2020 à 14/04/2021, contabilizando 177 dias repetindo os mesmos dados no painel. No início do nosso acompanhamento, eram 0 casos (15/04/2020); ao final (30/04/2021), o dado apresentado foi de 4 casos. (No estado, os dados de suspeitos não são cumulativos, variam para mais ou para menos ao passar dos dias)”, pontuou. O levantamento informou ainda que no início do acompanhamento

eram 0 casos (15/04/2020) e, ao final (30/04/2021), o dado apresentado foi de 89 casos. Durante o período de monitoramento não foi registrado nenhum óbito de presos pelo painel. Quanto os recuperados, a informação aparece a primeira vez em 21/05/2020, com 0 casos. Ao final (30/04/2021), o dado apresentado foi de 89 casos. “Isto nos leva a uma pergunta: será que esses dados refletem a realidade? Ou, ainda, será que os casos só são notificados quando já estão com óbitos ou as recuperações confirmadas? Cabe aos gestores dessas instituições fornecerem a explicação de como as informações que foram geradas indicam situações parecidas para as pessoas em privação de liberdade em alguns estados e tão destoantes da realidade da população em geral”, questionou o estudo.


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Diante de denúncias de familiares de pessoas presas sobre inconsistências dos dados apresentados, o projeto Infovírus passou a acompanhar, registrar, analisar e divulgar informações referentes à situação dos presídios durante a pandemia. A partir desse monitoramento, foram realizadas análises da incidência da covid-19 em cada estado e do fluxo de informações fornecidas pelo órgão. Em alguns estados, foi observada uma mudança repentina no painel dentro de 24 horas. No Paraná, por exemplo, há uma alta de 62,5% de óbitos de um dia para o outro, retornando ao dado inicial um dia depois. No Pará, esse número chegou a ser 100% maior. No Ceará, houve um apagão de 17 dias, entre 07/04/21 e 23/04/21, os dados do painel foram totalmente zerados. Depois desse período os dados retornaram aos valores que apareciam antes. Novamente, existe uma inconstância que pode constituir uma falha de operacionalização do sistema ou uma displicência com essas informações. No Rio de Janeiro, o painel mostrou óbitos antes mesmo de registrar suspeitos. “O projeto faz uma contrapo-

sição a dados e posicionamentos divulgados pelo Depen, que tem, em diversas ocasiões, minimizado os danos da pandemia às pessoas vivendo e ocupando o espaço penitenciário, especialmente as pessoas presas e policiais penais. Trata-se de um projeto de checagem de informações e, simultaneamente, de divulgação científica do acúmulo das pesquisas do campo criminológico crítico sobre penas e prisões no Brasil”, declarou o estudo.

sível ver uma discrepância quanto ao estudo. De acordo com o conselho, Alagoas registrou 99 casos e nenhuma morte. Já entre servidores do sistema penitenciário, foram 244 casos com quatro óbitos. No sistema socioeducativo, para adolescentes, foram 145 casos de covid-19 sem mortes. No setor, 141 servidores foram infectados pelo novo coronavírus e três morreram.

CNJ O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também realiza monitoramento quinzenal dos casos de contágios e mortes por covid-19 nos sistemas prisional e socioeducativo, categorizados entre servidores e pessoas em privação de liberdade. O levantamento é feito a partir de informações provenientes de diferentes fontes dos poderes Executivo e Judiciário estaduais, incluindo dados repassados pelos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMFs), boletins epidemiológicos de secretarias estaduais e dados informados ao Depen. No boletim do dia 3 de dezembro, no levantamento do CNJ é pos-

A Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), em nota ao EXTRA, afirmou que os dados relativos à incidência da covid-19 no sistema prisional alagoano são repassados, com a devida periodicidade, para o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) – a quem cabe “alimentar” o painel de monitoramento de casos e óbitos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) –, Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e Secretaria de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). Os dados enviados pela pasta ao semanário foram retirados do

OUTRO LADO

CNJ, como anteriormente citado. “Cabe salientar que, como demonstrado no último levantamento fornecido pelo CNJ, em 30 de novembro de 2021, Alagoas divide com o Pará a condição de único estado a não registrar morte por Covid-19 entre os reeducandos. O mesmo levantamento revela, ainda, que Alagoas é o estado com menor número (99) de casos confirmados, o que atesta a seriedade da política de prevenção à saúde implementada pela Seris – que, em tempo, reafirma seu compromisso com a transparência da gestão prisional”, destacou. “Já entre os servidores, Alagoas perde apenas para os estados do Amapá, Roraima e Paraíba em número (245) de casos, sendo o oitavo estado, ao lado do Tocantins, com menor registro de óbitos (quatro no total) desde o início da pandemia do novo coronavírus”, acrescentou. O levantamento em questão encontra-se disponível, para fins de conferência, no endereço eletrônico do CNJ: https://www.cnj.jus. br/wp-content/uploads/2021/12/ monitoramento-casos-e-obitos-covid19-301121.pdf


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2021 PRODUTIVO

Projetos sociais marcam mandato de Fátima Canuto no Legislativo Deputada afirma que sua meta para o próximo ano é melhorar a qualidade de vida dos alagoanos

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O QUE MAIS IMPACTOU SEU MANDATO ESTE ANO?

deputada estadual Fátima Canuto (PRTB) encerra 2021 com balanço positivo de ações em prol da sociedade. Num ano conturbado e de muitos desafios, principalmente em função do cenário pandêmico, a deputada se destaca pela defesa dos direitos essenciais da população alagoana e promete um 2022 de continuidade do trabalho para garantir mais qualidade de vida aos cidadãos. “Fecho o ano de maneira muito positiva. Apresentei durante 2021, 63 indicações, 10 projetos de lei e seis requerimentos. Trabalhei em prol de cada alagoano para que ele fosse beneficiado em diversas áreas. Em um ano marcado pela pandemia, muitas áreas foram afetadas, principalmente a saúde e as mulheres que sofreram violência doméstica, visto que os casos aumentaram devido ao isolamento social. Desta forma, fiz alguns projetos para ajudar no enfrentamento à violência e para a população ter uma saúde melhor, mais digna e rápida”. QUAIS AS PRIORIDADES PARA 2022? Minha prioridade é continuar trabalhando por Alagoas e do Sertão ao Litoral, ouvir as demandas da população, realizar mais sessões especiais, entender as dores da sociedade. Só assim conseguirei pensar em mais projetos para todos. É perto do povo que se faz um mandato. Não sou deputada de gabinete. Gosto de estar nas ruas, de conhecer histórias, de ajudar. Essa é a minha missão. Sou defensora da saúde e vejo de perto o quanto ainda precisamos avançar, cito aqui dois projetos de lei que estão em tramitação e que tratam da fenda palatina. Um deles é sobre a cirurgia reparadora de fissura de lábio-palatina e o outro institui a semana estad-

Cito aqui as algumas leis aprovadas durante o ano de 2021: Política de atenção integral à saúde da mulher: A Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher constitui-se de serviços do Sistema Público de Saúde do Estado de Alagoas, dirigido especialmente à atenção integral à saúde da mulher. Código Sinal Vermelho: Programa de Cooperação e o Código Sinal Vermelho, como forma de pedido de socorro e ajuda para mulheres em situação de violência doméstica ou familiar.

Fátima Canuto destaca projetos que ampliam proteção às mulheres

ual da educação, conscientização e orientação sobre a fissura lábio-palatina; quero continuar contribuindo com projetos para o enfrentamento contra à violência da mulher; para a geração de emprego e renda; em projetos para a área de agricultura familiar e agronegócio; entre outros.

Denúncia violência contra mulher - Aplicativo: Programa Permanente do Canal de Denúncia e Violência Doméstica e Familiar por meio de aplicativo gratuito de mensagens instantâneas denominado Whatsapp, para receber denúncias referentes à violência contra a mulher no Estado de Alagoas. Lei do Minuto Seguinte na rede pública de saúde: Com a divulgação, as Unidades de Saúde integrantes do Sistema Único de Saúde – SUS, no âmbito do Estado de Alagoas, ficam obrigadas a afixar cartazes informativos sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual, de que trata a Lei Federal nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. Nome afetivo: Uso do nome afetivo nos cadastros das institui-ções escolares, de saúde, cultura e de lazer para as crianças e adolescentes que estejam sob a guarda da família adotiva no estado de Alagoas.


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CIDADE DE TODOS NÓS

Ciclistas de Maceió devem contar com 11 mil metros de ciclovias em 2022

FOTOS DE VITOR VERCANT

Nayara diz estar mais incentivada a praticar esportes

Proposta da Prefeitura é incentivar o pedal na capital alagoana ASSESSORIA

Em uma cidade onde ciclovias eram quase inexistentes, Maceió começou a virar essa realidade e está investindo pesado na instalação deste importante espaço tão importante na vida moderna das grandes – e inteligentes – cidades. São 6 mil metros na Rota do Mar (antiga Ecovia Norte), mais 4.800 mil metros na principal avenida da capital, a Fernandes Lima; além dos 755 metros no Parque da Mulher, na Jatiúca. Só estas intervenções geram mais de 11 mil metros de um corredor de transporte utilizado por quem usa o pedal como deslocamento para o trabalho ou como diversão. Além destas obras, todos os conjuntos habitacionais entregues – e previstos para entrega –, sobretudo o Parque da Lagoa, no Vergel do Lago, contam com ciclovias em construção. Só no conjunto Mario Peixoto I e II, no Santos Dumont, são 1.440 m² de ciclovia. Nos residenciais Oiticica 1 e 2 são 4.180 m². Nayara Tayrona, de 28 anos, é ciclista há dois anos e afirmou que o equipamento a motivará a praticar atividade física, bem como promoverá saúde e locomoção de forma mais segura, sem que os ciclistas precisem concorrer com os veículos. “Considero esse projeto como

Ciclovias estão sendo instaladas em vários bairros

uma prova viva de que a nossa cidade está sendo pensada para pessoas, de forma a humanizar o convívio urbano deixando mais harmônico e acessível. Afinal, muitos trabalhadores se deslocam do alto da cidade até o Centro e vice-versa”, disse. As ciclovias estão sendo pensadas e projetadas, cada vez mais, como fuga do trânsito caótico que vivem as grandes cidades. Sem contar que a Associação Brasileira

dos Fabricantes de Bicicletas (Abraciclo), revela que o País conta com mais 70 milhões de ‘magrelas’. O Brasil é o quarto maior produtor do mundo. Ainda segundo dados da Abraciclo, quase 90 % dos ciclistas usam as bicicletas como meio de transporte até seu trabalho. Ou seja, é uma fatia importante da população que tem seus anseios acolhidos com a construção de ciclovias. Conforme explica o secretário municipal de Infraestru-

tura, Vandebilto Magalhães, “este tipo de obra comprova que estamos sensíveis às demandas da população”. “A implantação de ciclovia em nossa cidade é de suma importância, pois o equipamento atende ao público praticante de esportes, como também ao público que utiliza a bicicleta como meio de transporte para o seu trabalho, além de gerar mobilidade, segurança e conforto para os usuários”, completou Magalhães.


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SAÚDE

Doador da Paraíba possibilitou terceiro transplante de fígado em Alagoas Equipe da Santa Casa de Maceió realiza o procedimento que beneficiou adolescente

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té o dia 2 de dezembro, a cirrose autoimune regia a rotina de um adolescente alagoano de 16 anos. Cinco meses após se inscrever na lista de transplantes, surgiu, na Paraíba, a esperança de uma nova vida. A cirurgia foi realizada pela equipe do Programa de Transplante de Fígado da Santa Casa de Maceió, único hospital em Alagoas credenciado pelo Ministério da Saúde (MS) para o procedimento. O jovem se recupera na UTI e tem alta prevista para os próximos dias. Iniciado em maio deste ano, o transplante foi o terceiro registrado na instituição alagoana. Oscar Ferro, médico e coordenador do Programa, destaca que o número baixo de doadores ainda é um entrave para que o serviço possa beneficiar mais pacientes. “Neste momento, outras duas pessoas aguardam o chamado da Central de Transplantes de Alagoas (órgão estadual que organiza e agiliza o processo de captação junto à Coordenação Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde). Nosso estado ainda tem poucas doações e isso se dá por fatores como a falta de divulgação de informações sobre o processo de captação do órgão e dúvidas sobre a segurança no diagnóstico de morte cerebral”, disse. No Brasil, para doar um órgão basta comunicar à família sobre o desejo de ser doador para que ela autorize o procedimento. Em 2020, mais de 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada, segundo dados da

Cirurgia durou cerca de oito horas e não teve intercorrências; paciente se recupera na UTI

Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Em Alagoas esse número está em 40%. A lista de transplantes é única, tem ordem cronológica de inscrição e os receptores são selecionados para receber os órgãos em função da gravidade (considerando a pontuação da escala MELD – um sistema que avalia a seriedade da doença hepática), compatibilidade sanguínea e genética com o doador. O País tem 27 centros de no-

tificação integrados, onde os dados do doador são cruzados com os das pessoas que aguardam na fila. CAPTAÇÃO O órgão doado ao adolescente era de um jovem de 21 anos, vítima de acidente automobilístico. Para agilizar a captação do fígado na Paraíba, a FAB [Força Aérea Brasileira] foi acionada e levou a

equipe alagoana até o estado nor-destino, retornando em seguida com o órgão para cirurgia. A cirurgia de alta complexidade foi financiada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), durou cerca de oito horas, e terminou sem intercorrências. Além de Ferro, o procedimento contou com os médicos Fábio Moura, Felipe Augusto, Leonardo Soltinho, Amanda Lyra, Larissa Borges e Cira Queiroz, além da equipe da UTI e da En-


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PREVISÕES 2022

Renan Filho senador e Lula presidente; veja o que dizem as cartas de tarô

Thiago de Xangô diz que Lula será eleito

Cartomantes revelam o que deve acontecer em Alagoas, no Brasil e no mundo JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ano de 2022 promete. Será tempo de eleição, de reestruturação mundial póscovid-19 e de esperança por dias melhores. Mas não custa nada dar aquela olhadinha nas cartas do tarô e do baralho cigano para antecipar alguns tópicos. O EXTRA conversou com três oraculistas que fizeram previsões para os próximos 365 dias. Em cada tiragem de cartas, uma revelação. Afinal, é melhor estar preparado do que ser pego desprevenido. Thiago Tavares, conhecido no mundo esotérico como Thiago de Xangô, é candomblecista e tem vasta experiência oracular. A ele ficou designado fazer previsões sobre os políticos alagoanos. E o primeiro da lista é o senador Renan Calheiros (MDB). O emedebista, após período de ostracismo, voltou ao destaque nacional ao ser relator da CPI da Pandemia, ajudando a elaborar um dossiê sobre os mandos e desmandos (alguns considerados criminosos) do governo de Jair Bolsonaro e sua equipe no combate do novo coronavírus. No entanto, 2022 será de árduos desafios para Calheiros, não lembrando muito a glória que teve neste ano. Pelo menos é o que diz o tarô. “Será um ano difícil, uma vez que poderá ter novos impasses com a Justiça. E não fica só no âmbito político, a vida familiar também será problemática, principalmente no casamento. Ele precisa tomar cuidado com as questões de saúde e zelar pelo matrimônio, caso não queira

enfrentar um possível divórcio”. Se para o pai o ano será complicado, para o governador Renan Filho será de colheita de frutos. “O ano de 2022 poderá começar um pouco conturbado, mas creio que nos primeiros meses ele irá tecer novas alianças políticas, que irão trazer mais visibilidade. Serão acordos de grande valia”, destacou o oraculista. Filho é uma das apostas do partido para candidatura ao Senado. Se vencer, se sentará ao lado do pai em Brasília. “Se Renan Filho encarar esse desafio contra Collor pela única vaga ao Senado, ele será o vitorioso. As energias atuais indicam que seria facilmente escolhido pelo povo de Alagoas. Renan Filho tende a alcançar seu maior nível de popularidade, até o momento, em sua carreira política”. Já para o prefeito de Maceió João Henrique Caldas, o JHC (PSB), 2022 exigirá parcimônia. “As cartas apontam problemas de saúde recorrentes, mas que se agravam no próximo ano. Inclusive, o gestor poderá passar por períodos de internação. Deve ter cuidado com pressão alta e tudo que envolve a circulação sanguínea. Também deve tomar muito cuidado com acidentes. Vejo ainda períodos de afastamento. Enfim, 2022 não será de grandes realizações para ele”. Sobre as eleições presidenciais, o cenário será de surpresas, começando pelo ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (Podemos), que ganhará muito apoio de partidos e dos próprios eleitores viúvos de Bolsonaro. “Vai até ofuscar o próprio Bol-

Renan Calheiros, Lula e Renan Filho são aliados na disputa de 2022

Prefeito JHC: problemas de saúde

sonaro. Pelo que as cartas dizem, ele poderá disputar o segundo turno com o ex-presidente Lula. Não vejo Bolsonaro sendo reeleito. As cartas mostram bastante instabilidade em torno dele. A tendência mesmo é que o petista volte ao poder após enfrentar o ex-juiz diretamente nas urnas”, destacou. Apesar das pesquisas atuais mostrarem Lula com

grande vantagem, a disputa será acirrada. “Bolsonaro não terá uma grande expressão como muitos estão achando. Será Moro que irá crescer nas eleições e chegando à beira de vencer. Contudo, acaba ‘morrendo na praia’. Vejo ele dando muito trabalho aos concorrentes, mas o eleito será Lula”. Sobre o governo estadual, as maiores chances, segundo o oraculista, são do deputado estadual Paulo Dantas (MDB). “O senador Rodrigo Cunha (PSDB) terá problemas em 2022 com a candidatura. JHC também tem chances, mas as cartas mostram a necessidade de um período de amadurecimento político maior, até alçar esse voo ao governo de Alagoas”. E quando o assunto é o presidente da Câmara, Arthur Lira, o tom é de alerta: “Um ano pessoal complicado e difícil. Problemas com isolamento político, brigas no partido. As cartas revelam uma volta às raízes em relação à política com grandes mudanças e instabilidades”.


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PREVISÕES 2022

Famosos e Caso Pinheiro A oraculista Luani Macário também fez suas previsões, mas focadas em alguns alagoanos famosos, como o influencer digital Carlinhos Maia, dono de um dos perfis do Instagram mais valioso e popular do mundo. “Para Carlinhos, o ano de 2022 será de muita luta”, diz Luani, uma vez que o influencer pode se deparar com queda na popularidade. “Ele terá que se manter fazendo algo inovador para que os seguidores continuem o achando interessante”. No entanto, bons contratos devem surgir porque permanecerá sendo procurado por marcas com finalidade de divulgação. “Porém, terá que tomar decisões certeiras relacionadas ao trabalho”. Conforme a oraculista, o ano para Maia será desafiador porque terá que fazer uma triagem do que assinar em termos de contrato para não perder o próprio livre arbítrio e sem precisar acionar a Justiça. “Na vida pessoal, as cartas mostram um período muito bom, tanto na família quanto no casamento. Na saúde, o pedido é de mais serenidade, mais meditação, pois ele é uma pessoa muito agitada e ativa. Será um ano muito bom, mas não espetacular. É tempo de ele buscar um equilíbrio”. Sobre a também influencer Marina Ferrari, um dos destaques do reality A Fazenda, da Rede Record, assim que ela sair do programa irá procurar por tempos de paz. “Vai se ver cansada do que está fazendo e do excesso de trabalho. Terá que fazer um balanço da carreira e acertar novos rumos. É hora de decisões para evitar sofrimentos e 2022 ser um outro ano bem cansativo”. Rico Melquiades, influencer e também participante da Fazenda, terá um 2022 produtivo. “Vai colher o que veio plantando desde 2018. Agora que chegou à visibilidade, ele já sabe como agir perante a fama. Ele planeja bem cada passo. O conselho é evitar escândalos e envolvimentos desastrosos no amor”. Quanto ao CRB, o time conseguirá jogadores novos dando bom resultado, mas que logo partirão para outros clubes. “O CRB vai ter que escolher um foco: formar atle-

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Rico Melquiades vai colher frutos

Luani Macário afirma que Caso Pinheiro vai atravessar as fronteiras do País DIVULGAÇÃO

Carlinhos Maia menos popular e Marina Ferrari deve optar por descanso tas e repassar esses jogadores ou se firmar como um campeão de outras divisões. Há aberturas para que se transforme em um time de ganhos maiores, mas ainda precisa saber onde mirar. Em relação ao CSA, o clube não passará por grandes transformações. “Diferentemente do CRB, não terá que fazer grandes decisões. “As cartas mostram que a casa está limpa e arrumada e

que fará uma excelente campanha a nível de Alagoas”. Luani Macário foi uma das prejudicadas pelo Caso Pinheiro e, a pedido do EXTRA, abriu as cartas para o que acontecerá nos próximos capítulos da novela dessa tragédia ambiental causada pela petroquímica Braskem. “As pessoas vão continuar lutando por justiça, mesmo as indenizadas. Vejo esses

LUANI MACÁRIO FOI UMA DAS PREJUDICADAS PELO CASO PINHEIRO E, A PEDIDO DO EXTRA, ABRIU AS CARTAS PARA O QUE ACONTECERÁ NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS DA NOVELA DESSA TRAGÉDIA AMBIENTAL CAUSADA PELA PETROQUÍMICA BRASKEM. moradores acionando órgãos internacionais. A Braskem continua olhando muito para ela, é a dona da situação. Acontece que indo para o lado internacional, a gente verá mudanças. Em 2022 haverá finalização de acordos junto ao Ministério Público. A história não vai parar por enquanto, ainda mais com a apresentação de novos estudos e laudos”. Também foi questionada sobre a pandemia em Alagoas. “Tudo está mais controlado, já sabem como lidar com a situação. A tendência é continuar com as vacinações, até de outras doses, até conter o vírus”. Mas vai um alerta quanto à variante Ômicron. “É mais grave, mesmo para quem já se vacinou, mas as mortes serão pontuais: mais velhas e com comorbidades. É mortífera e não será fácil de controlar. Mas se extinguirá com a revelação de pesquisas novas e reforço de novas doses da vacinação”.


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PREVISÕES 2022

Brasil e mundo E vandro Legramonte, oraculista e terapeuta holístico, consultou o baralho cigano para traçar um panorama geral sobre acontecimentos no Brasil e no mundo. “No ano de 2022, Bolsonaro continua tempestuoso, no entanto, estará mais comunicativo. Esses anos na Presidência o ensinaram a se comunicar e administrar um pouco melhor a nação. Neste ano eleitoral, o povo brasileiro não vai engolir mais informações falsas, se dedicando mais a encontrar a verdade, dialogando mais do que brigando. Estaremos mais politizados e mais cultos, deixando de ser massa de manobra. Vamos começar a cortar as raposas, vamos separar o joio do trigo”. Na questão espiritualidade, as religiões que atendem mais as minorias serão aquelas que terão mais destaque em 2022 no Brasil. O conceito de família, enfim, será ressignificado pelo brasileiro. “As pessoas vão compreender os tipos de família que existem, não só aquela padronizada e cristã. Vamos ver que o respeito também é essencial para que o lar prospere e tenha um bom futuro”. Quanto às finanças no Brasil, o ano será de transformação após superação de desafios. “A pandemia ainda vai continuar trazendo resultados negativos. Se passamos por dificuldades em 2020 e 2021, no ano que vem as dificuldades serão ainda maiores. Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, tende a ser substituído após chegarmos ao limite. Quem puder já é melhor economizar e buscar novos recursos”. Após passar tempos de descrédito, muitas vezes pelas atitudes e comentários do presidente da República, o jornalismo voltará a ser respeitado por grande parte da população. “Nós teremos através dos meios de comunicação e do jornalismo um ano de bons frutos. Teremos uma comunicação voltada também a boas notícias, com menos

Legramonte diz que 2022 será marcado por significativo avanço rumo ao fim da pandemia de covid-19 tragédias. Isso servirá como fonte de motivação, vitória e sonho de vida para os brasileiros. Serão divulgadas mais entidades sem fins lucrativos e seus trabalhos em prol da sociedade”. Quanto à saúde do brasileiro, uma das cartas que saiu nessa jogada foi o “Ratos”, que representa a pandemia (a peste). Junto aos Ratos saiu a lâmina do Cavaleiro, que representa a linha de frente do combate contra o coronavírus, trazendo a ciência, solução e vacinas. “Vamos

ter vacinas melhoradas. Não é o ano em que a covid irá acabar, mas será um passo essencial para o fim dela. As pessoas vão se conscientizar

que devem ouvir os médicos e a ciência, não mais os políticos e outros não especializados no assunto. Daremos a volta por cima, com melhores armas contra o vírus”. O Brasil tem a 4ª maior taxa de desemprego do mundo, aponta ranking com 44 países elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating. Será que em 2022 o brasileiro conti-

nuará desempregado? “Teremos melhorias. Vejo que o patrão e funcionários estarão em melhor sintonia para apresentar melhores resultados. Também destaco o diálogo dos sindicatos com as empresas para chegar em acordo, culminando em aumento de vagas ofertadas. Ainda haverá grande número de desemprego, mas os atuais serão mantidos, com um acréscimo modesto de oportunidades”. Sobre o mundo, situações climáticas, como tormentas e vendavais, irão dar mais um susto na humanidade. Segundo o oraculista, novas tecnologias vão tornar a comunicação mais ágil. “Passaremos por um grande desenvolvimento, haverá grande mudança na forma de transmitirmos mensagens”. Ele ainda prevê que 2022 será de escolhas que vão refletir nas próximas décadas, ou seja, de grande responsabilidade dos líderes mundiais. “Os relacionamentos entre nações serão mais equilibrados, sem grandes conflitos internacionais”.


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CIDADE DA TRANS

Teotônio Vilela comemora 35 anos com festa e entrega de obras C

onhecida pelo seu forte comércio e suas feiras locais, o município de Teotônio Vilela comemorou esta semana seus 35 anos de emancipação política com muita festa e alegria, sempre seguindo as normas sanitárias impostas pela pandemia do novo coronavírus. A terra do desenvolvimento e da transformação mais uma vez pôde levar alegria para seus habitantes através de práticas esportivas, shows e inaugurações promovidas pela Prefeitura Municipal em parceria com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Joãozinho Pereira, e a superintendente do Consórcio Intermunicipal do Sul de Alagoas (Conisul), Pauline Pereira. “Quem me conhece sabe o amor que sinto por esta terra, que me acolheu com muito carinho. É a terra do desenvolvimento, da transformação, e não posso deixar de agradecer a cada vilelense que acreditou no projeto da Família Pereira e o nosso

município é um dos que mais crescem em Alagoas”, comemorou o prefeito Peu Pereira (PP). “Parabéns Teotônio Vilela, o trabalho continua, na certeza que sempre farei o que sempre fiz, trabalharei todos os dias, agindo e transformando a vida das pessoas”, completou o prefeito ao entregar um dos mais modernos centros de imagem da região. Ao todo também foram assinadas ordens de serviços para pavimentação de 11 ruas com

paralelepípedos no Bairro Jairo Leandro, através do convênio com a Codevasf. “Peu Pereira está de parabéns, o povo de Teotônio Vilela está de parabéns. Trabalha-se os quatro anos do mandato, mas a gente trabalha já pensando lá na frente, no futuro para planejarmos uma cidade, iluminada, forte e que tenha geração de emprego, construindo uma cidade feliz do pequenininho ao idoso, com respeito e transparência com o dinheiro público”, parabenizou Joãozinho Pereira.


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - “NOS BASTIDORES DA POLÍTICA ALAGOANA SEGUEM AS TRATATIVAS PARA COMPOSIÇÕES VISANDO AS ELEIÇÕES DE 2022. A ORDEM É ESSA: VALE QUANTO PESA.

OAB em desordem

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Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) passa por um imenso desgaste, que levou a uma queda vertiginosa em sua credibilidade em todo o país, por conta de uma gestão desastrosa e politizada de sua atual diretoria. E o pior aconteceu com o fortalecimento desse atual grupo, continuando no comando nacional com a vitória na maioria das seccionais e são esses dirigentes eleitos para o triênio 2022/2024 que elegerão o sucessor de Felipe Santa Cruz, que deverá ser o atual secretário da entidade, Beto Simonetti, eleito para a OAB do Amazonas Mas isso significa, necessariamente, que a OAB continuará politizada e ideológica, com viés de esquerda, marca do mandato de Felipe Santa Cruz? A esperança é que isso não ocorra. Diretores e presidentes das seccionais acreditam que seguir com a política promovida por Santa Cruz mancharia a imagem da

Rodrigo Cunha

Tenho feito críticas pontuais ao mandato do senador Rodrigo Cunha, por considerar seu desempenho muito a desejar, para um parlamentar que ocupa a principal casa do Congresso Nacional. Cunha foi o mais votado na eleição de 2018, desbancando o poderoso Renan Calheiros e o bem avaliado ex-ministro Maurício Quintella. Teve um marketing de qualidade, que usou como estratégia a mídia digital, para mostrar um mandato de deputado estadual retilíneo e proativo, diferente da maioria da Assembleia. Ao chegar ao Senado apequenou-se e abarcou pautas equivocadas, ao contrário dos dois outros colegas, que têm visibilidade nacional, não importa o quanto ou como sejam avaliados. Corre um previsível risco se metendo numa aventura como candidato a governador, mesmo sem ameaçar o mandato. A prudência recomendaria dar uma guinada nos cinco anos que lhe restam, buscando uma posição de protagonismo, pois ainda é tempo. E avaliar o seu tamanho para 2026. Se for na onda dos que o querem como “escada”, perde o rumo e o prumo.

instituição. Essas fontes lembram que Santa Cruz colocou em risco a credibilidade da OAB em vários momentos: ao abusar do prestígio da posição que ocupa para alavancar ambições eleitorais nas eleições de 2022; ao faltar com um posicionamento mais firme contra o STF em episódios claramente inconstitucionais. Historicamente, são poucas as instituições da sociedade civil organizada com um conjunto de serviços prestados ao país tão relevante quanto a OAB, com ações que ajudaram, no passado, a manter a democracia e o Estado de Direito. Não se pode desvirtuar esse caminho. Espero que os representantes da OAB/AL no Conselho Federal, eleitos recentemente, defendam a volta da instituição ao protagonismo de outrora e ao lugar que lhe cabe, na defesa da democracia. (com informações da Gazeta do Povo)

Maurício Quintella

O “ministro” Maurício Quintella (como gosto de chamá-lo) ainda não colocou em público qual cargo vai disputar nas próximas eleições, mas certamente estará na disputa como um dos mais bem cotados nomes, seja para onde for. Poucos têm uma história política que possa ser comparada à sua trajetória desde vereador por Maceió, passando pela Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados (onde teve uma visibilidade de líder nacional) até o cargo de ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, sendo avaliado como um dos melhores dos que já passaram pela pasta, hoje Ministério da Infraestrutura. Quando ministro, trouxe importantes obras para Alagoas, inclusive o tão sonhado Viaduto da PRF- denominado Ministro Guilherme Palmeira.

Lula não ameaça Bolsonaro O ex-juiz Sergio Moro tem trabalhado para estreitar laços e viabilizar sua campanha para a Presidência da República em 2022. Em uma tentativa de criar um canal com o MDB, Moro conversa com o ex-presidente Michel Temer, com quem pretende se encontrar antes das urnas. O apoio a seu nome também será discutido em reunião entre lideranças do Podemos e do União Brasil, partido resultado da fusão – ainda pendente de homologação – do PSL e do DEM. Já as conversas com Temer estão sendo via telefone. A tentativa de aproximação é, sobretudo, uma investida de quebrar resistências com partidos que foram alvos das determinações de Moro enquanto estava à frente dos processos da Lava Jato, que revelaram diversos escândalos políticos. De costura em costura, Moro vai ampliando suas bases e crescendo nas pesquisas de opinião. Analistas políticos já apontam que se continuar assim, não será Lula que ameaçará a candidatura de Jair Bolsonaro, mas o próprio juiz da Lava Jato, que poderá chegar ao segundo turno (se houver) com Lula.

Governo presente

O governador Renan Filho abriu, na quintafeira em Arapiraca, a 12ª edição do Governo Presente, a última deste ano. Promovido pelo Estado para interiorizar o desenvolvimento de Alagoas, desta vez o programa levará ações e entregas para cidades das regiões Agreste e Sul até este sábado (18). Vários municípios foram contemplados com inaugurações de obras, entrega de equipamentos e mutirões de serviços gratuitos para a população, entre estes Arapiraca, Girau do Ponciano, Traipu, São Sebastião, Palmeira dos Índios, Igaci, Porto Real do Colégio, Penedo e Piaçabuçu. Em todos os municípios com a presença do governador, seus principais secretários e correligionários políticos foram saudados por lideranças locais e a população que em festa comemoravam os avanços alcançados através de ações do governo do Estado. Na realidade nunca um governo realizou tantas obras e serviços no interior como o de Renan Filho, que se consolida como gestor das últimas décadas.

Alagoas dá lições

Nas Olimpíadas da Língua Portuguesa 2021, evento literário nacional, com milhares de trabalhos concorrentes de todos os estados, com participação de escolas de todo o país, das quatro primeiras colocações Alagoas trouxe os três primeiros lugares, sobrando o quarto para o estado de Minas Gerais. As escolas vencedoras de Alagoas foram nos municípios de Paulo Jacinto, União dos Palmares e Arapiraca. Ressalta-se que as três escolas premiadas são da rede estadual de ensino público de Alagoas. Um orgulho para todos nós e os cumprimentos ao secretário Rafael Brito que tem transformado o corpo e a alma da nossa educação.

PÍLULAS DO PEDRO Prefeito Júlio Cezar, de Palmeira dos Índios, está sendo assediado por um número grande de políticos, que apostam em sua liderança para conquistar votos. Já o prefeito Luciano Barbosa, de Arapiraca, enfrenta dificuldades, com sua popularidade em queda acentuada por conta de equívocos da sua gestão.


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MARAGOGI

PREFEITO ENCAMINHA AO LEGISLATIVO PROJETO PARA VALORIZAÇÃO DOS SERVIDORES DA SAÚDE

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prefeito de Maragogi, Fernando Sérgio Lira (PP) entregou esta semana à Câmara Municipal, o Projeto de Lei para a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários - PCCS da Saúde. Participaram da reunião o vice-prefeito Gabriel Vasconcelos, o presidente do Legislativo, Júnior do Josemir (PSDB), o vereador Jaílson Carnaúba e integrantes da Comissão dos Servidores da Saúde. Na ocasião, os vereadores se comprometeram a pautar o projeto que valoriza os servidores municipais da área. O prefeito assumiu, na reunião, a responsabilidade de pôr em prática o Plano já a partir do primeiro dia útil de janeiro do ano que vem, após aprovação da Câmara. Ao longo dos anos de precarização pelas perdas salarias e demandas trabalhistas reprimidas, após longo período de árduas negociações transcorridas por várias gestões, finalmente, os servidores da saúde têm a possibilidade de reconhecimento e valorização de forma administrativa por meio da instituição de políticas de cargo e carreira de âmbito municipal. Vencida a primeira etapa, já que o atual gestor

Sérgio Lira conclui o ano contemplando todos os profissionais da saúde após escutar as demandas e apontamentos das diversas representações sindicais, agora cabe ao Legislativo apreciar e colocar o projeto em votação. Nesse sentido, vale ressaltar o compromisso e a ousadia do prefeito Fernando Sérgio em efetivar sua proposta de campanha valorizando os profissionais da saúde. Na busca de diálogo e parcerias institucionais, após anuência do prefeito, a tramitação do projeto obteve fundamentais avanços após a participação da Secretaria Municipal de Relações Institucionais, que tomou à frente dos trabalhos e junto com a Comissão elaborou o Projeto de Lei. Após a aprovação do aludido PL, alguns cargos com nomenclaturas arcaicas receberão nova nomenclatura e redirecionamento em funções, tais como: agente administrativo, recepcionista, atendente, digitador, telefonista e escriturário, que passarão a se chamar “assistente administrativo”. Participaram deste ato simbólico de entrega

de um dos maiores projetos de valorização dos profissionais em saúde: O Chefe de Gabinete Ênio Cavalcante; o Secretário de Relações Institucionais e também relator do Projeto, Ítalo Joseph; o Secretário Adjunto de Relações Institucionais, Djalma Lucas; Secretário Adjunto de Parcerias Estratégicas, Orlando Moraes; Secretário de Saúde, Francisco Lins; Assessor para Elaboração de Projetos, Lourenço Brotas; o Procurador Geral do Município, Dr. Thulio Eduardo; da Secretária de Administração, Ivanize Calaça Pinto; os Representantes da Comissão: Alex João, Sindacs/ AL; Ivaldo Júnior, Diego de Samba, Izaquiel Lins e Maria Cristina. Posto isto, nesta primeira etapa de valorização dos servidores municipais o prefeito Sérgio Lira se comprometeu a estender as outras classes de trabalhadores no âmbito das demais secretarias municipais em implantar o Plano de Carreira Geral, a qual atenderá as outras secretarias que por ora não foram contempladas. Isso é um compromisso do prefeito.


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O barco Brasil à deriva

ELIAS FRAGOSO n Economista

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situação é a seguinte: o país que o PT entregou (na marra, diga-se de passagem) estava na lona. O governo Temer, muito por conta da excepcional equipe econômica que foi estruturada, e muito também porque o então presidente da República, pego com as calças na mão no episódio da gravação feita pelo ex-presidente da JBR, ficou inviabilizado de continuar a roubalheira do país, da qual ele fazia parte como vice-presi-

dente daquela mulher de fala estranha que dizia ser presidenta (sic!) do Brasil. E com isso, conseguiu fazer uma magnifica gestão econômica que, além de fazer aprovar ferramentas como o teto de gastos, foi obrigado a parar a sangria proveniente da roubalheira desenfreada dos governos petistas da qual fazia parte, e entregar o país a Bolsonaro razoavelmente estabilizado. Pronto para as reformas estruturantes que daria ao Brasil as condições básicas para alavancar o seu crescimento. Todos sabem o que ocorreu nesses três anos de total desgoverno: zero reformas e a completa destruição dos órgãos de Estado por um sujeito incapaz de gerir sequer uma bodega, que entregou ao Centrão-ladrão a incumbência de assaltar o país em moldes similares ao petista. Lula e Bolsonaro são farinha do mesmo saco, acostumados a pilharem o Estado. Manter o poder nas mãos dos pilantras é o mesmo que entregar de mão beijada a

chave do cofre da nossa casa para o ladrão tomar conta. Simples assim. E para que os fanatizados de um lado e do outro não se arvorem na defesa do indefensável, alguns números que essas duas figuras maléficas nos legaram durante seus desgovernos fajutos e ladravazes. A nossa produtividade, que há muito tempo nos deixa distante de competir no mercado global (nosso trabalhador produz 1/4 do que produz um trabalhador americano que está longe de ser dos mais produtivos em relação aos países desenvolvidos), nos últimos anos deixou de andar a passos de cágado e passou a caminhar pra trás (era de 30%, 30 anos atrás). Nos últimos 25 anos, portanto engloba os governos petistas e o de Bolsonaro, o país investiu tão somente 2% do PIB. Isso não dá sequer para cobrir a depreciação do estoque de capital físico. Bem na linha do andar pra trás da produtividade.

Faz 40 anos que o país cresce 1% insuficiente até para nada fazer. O país regride, enquanto “pela janela” vê seus concorrentes próximos, seja no BRICS ou fora dele, ultrapassá-los e se afastarem cada vez mais. E por que tudo isso? Para dizer que Lula e Bolsonaro são as duas faces da mesma moeda, que dá voz ao messianismo barato e aloprado e ao populismo mais desbragado, à lá Venezuela, Argentina e ditatorial como Cuba e Nicarágua. Os dois defendem as mesmas práticas nefastas e ideias retrógadas que nos trouxeram até aqui e infelicitam o país como um todo. A permanência de um ou a volta do outro é o mesmo que continuar navegando um transatlântico que faz água por todos os cantos e cujo capitão – um ou outro – por incapazes, preferem levar o barco sem rumo, mas prometendo a todos que o baile da ilha fiscal será um sucesso. Errar é humano. Insistir no erro é asnice.

o direito de discordar, e poucas vitórias obtive. Há um forte laço entre o Legislativo e o Judiciário. Papai Noel, olhe com caridade para nós, servidores públicos! Ouvi de uma amiga: “Sou da paz. Vou lhe dar um tempo!” E me abandonou. Talvez ela tenha razão. É melhor fingir que não está vendo nada, ouvir alfinetadas com cara de tola, ver uma pessoa tripudiar sobre as outras, ver os dirigentes cortarem nosso salários, ver o síndico de um condomínio gritar descontroladamente, ver o IMA fugir da parada, acompanhar o rio destruir casas por causa de obras irregulares e ficar calada. Bem mais fácil é ignorar fatos concretos. Talvez, Papai Noel, pudesse mandar um anestésico para a “Velhinha das Alagoas” que a deixasse bem caladinha. O Natal é época de amor, paz e milagres. O Brasil precisa melhorar a educação, a saúde, a segurança. O espírito do Natal poderá convencer os governantes a pararem as Medidas Provisórias com fins eleitoreiros, PECs beneficiando a área governista, orçamento secreto enchendo os bolsos dos parlamentares. Se Papai Noel olhasse as manobras do Congresso, do Supremo e do Executivo, ficaria assustado e adormeceria todos

eles para acordarem com novas ideias. Sendo esta cronista uma pessoa esclarecida, fica procurando na TV notícias que sejam sérias e não beneficiem figuras do azul e do encarnado. Impossível! Num lado, o presidente é atacado, no outro, elogiado pelo mesmo motivo. Em quem acreditar? Ele está certo? Está errado? Imaginem um eleitor pouco alfabetizado, que conclusões vai tirar? Vivemos dois anos de pandemia. O país quase parou. Milhares de pessoas morreram e a CPI da “vingança” acusa o presidente. Nos outros países, onde também milhares foram vitimadas, quem foi o culpado? O vírus da covid veio de onde? Por que o esconderam durante tanto tempo? E assim, Papai Noel, vivemos numa fase de turbulência: enquanto brasileiros morrem, políticos brigam por poder e por dinheiro. Só você, com seu espírito natalino, pode fazer o milagre de nos ajudar e salvar este país sofrido e humilhado! Ah! Ia esquecendo: obrigada pelo presente que mandou para meu filho João, proporcionandolhe o tratamento de uma doença. Não tenho coragem de pedir mais nada para esta velha cronista sofrida e agradecida. Feliz Natal!

Todos sabem o que ocorreu nesses três anos de total desgoverno: zero reformas e a completa destruição dos órgãos de Estado por um sujeito incapaz de gerir sequer uma bodega, que entregou ao Centrão-ladrão a incumbência de assaltar o país em moldes similares ao petista. Lula e Bolsonaro são farinha do mesmo saco, acostumados a pilharem o Estado.

Querido Papai Noel

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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ei que você está na fase de selecionar os presentes e como estou numa idade meio infantil, resolvi fazer alguns pedidos. O mais importante é lembrar a qualidade de nossos políticos. Eles precisam pensar menos neles próprios e procurar melhores condições de vida para o povo. Nosso país parece um pastoril: o cordão azul, o cordão vermelho e a diana. É impossível tentar ouvir emissoras de rádio e TV entrevistando parlamentares e governantes. Uns elogiam a direita, outros engrandecem a esquerda e poucos, muito poucos, são neutros. Você precisa mandar de presente para os políticos umas cartilhas ensinando onde está o bem do Brasil.

O poder cega as pessoas! Basta ser um simples síndico de condomínio para ser mordido pela mosca azul da vaidade. Só eles podem falar pelos condôminos e tratam antigos amigos aos gritos, porque tentaram falar pelo bem de todos. Sabe, Papai Noel, envia para esses homens uma boa dose de humildade. Que eles olhem para seus familiares e peçam perdão a Deus. Na família, depois que os pais vão embora, ficam vários filhos tentando a união. O tempo passa, as pessoas mudam e o amor entre eles se desintegra. Você, como bom velhinho, tente lembrá-los dos pais que se foram, das lições aprendidas e, sobretudo, que um precisarão sempre do outro. Ninguém vive só! De todas as lutas enfrentadas nesses meus oitenta anos de vida, a pior foi a profissional. O Legislativo alagoano é uma casa política, com dirigentes vindos de todo nosso estado. Vão aprendendo maneiras de dividir o dinheiro público entre eles, retirando dos servidores antigos vantagens amparadas por lei. E não adianta reclamar, ir à Justiça pedir ajuda. Se o pobre servidor não comprovar o que é público e notório, vira réu e eles ficam zombando da categoria. Lutei e luto desde 1989, quando a Constituição nos deu

E assim, Papai Noel, vivemos numa fase de turbulência: enquanto brasileiros morrem, políticos brigam por poder e por dinheiro. Só você, com seu espírito natalino, pode fazer o milagre de nos ajudar e salvar este país sofrido e humilhado!


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O teatro eleitoral

GAUDÊNCIO TORQUATO

n Jornalista, escritor, professor titular da USP e consultor político

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viabilidade de um protagonista da política é um processo que abrange um conjunto de variáveis: o discurso, a história, as condições em que se desenvolve a cena política, a economia, acidentes e incidentes envolvendo os atores, os dramas, angústias e expectativas das populações, os apoios e desapoios e, sobretudo, a esperança por ele encarnada. Por isso mesmo, os cenários projetados para o amanhã são bastante nebulosos, mesmo se eventos planejados estiverem de acordo com a liturgia da política em tempos eleitorais. É tarefa das mais espinhosas prever o sucesso ou o insucesso de candidatos, ainda mais quando se vive em um país que oscila na gangorra, subindo e descendo, andando de lado como caranguejo. E, para obscurecer mais ainda a visão, o Senhor Imponderável costuma nos fazer

visitas surpreendentes, entornando o caldo de uns, esquentando a água fria de outros, tornando possível o que se dava como impossível. Vejamos o estado da economia. A opinião unânime de economistas e consultores é que a inflação logo, logo, baterá nos dois dígitos, prevendo-se um refluxo das atividades produtivas e até com viabilidade de uma recessão. Quem sofrerá mais nessa paisagem de desolação? Os mais carentes, que sentirão o peso da inflação nos alimentos, na vida cotidiana. As massas da base da pirâmide serão as mais castigadas. E o que dirão os protagonistas: os da oposição, como a senadora Simone Tebet, que acaba de se lançar candidata à Presidência da República, Ciro Gomes, Sérgio Moro, Lula, entre outros, dirão que o culpado é o presidente Jair. Os setores médios saberão distinguir a linha tênue que separa a mentira da verdade, mas as massas poderão, até, esquecer de quem será a culpa se sobrar uma graninha para comprar comida. Basta serem recompensadas pelo Auxílio Brasil. O fato é que os protagonistas usarão suas habilidades para que os discursos sejam mais aceitáveis que as promessas dos adversários. Alguns estarão relendo os preceitos

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de Maquiavel ou relendo o Breviário dos Políticos, do cardeal Mazarino, com sua sequência de sentenças anárquicas: “Simula & Dissimula”. A manipulação chegará aos píncaros. Ex-condenados falarão de sua inocência e da forma torpe como foram condenados. Um candidato, apontado como culpado pelo caos reinante no país, será endeusado por simpatizantes por representar o Santo Guerreiro contra o dragão da maldade. O grupo da terceira via pregará a união dos brasileiros contra a radicalização dos polos extremos. Quem levará a melhor nessa contenda? Aquele que melhor puder administrar a máxima de Ortega y Gasset: “O homem é o homem e a sua circunstância”. E se acontecer mais uma visita do Senhor Imponderável da Política? Nesse caso, uma trovoada de surpresas nos aguarda. Lembro 1986, quando, sob o governo Sarney, se realizaram as eleições para governador. No Piauí, disputavam Freitas Neto (PFL) e Alberto Silva (MDB). No encerramento da campanha, estava previsto “monumental showmício” de Elba Ramalho na Praça do Marquês, como anunciavam os carros de som ao longo do dia. E nada de som chegar.

Naquele tempo, os equipamentos eram gigantescos, caixas de som imensas. Caiu uma chuvarada no sertão da Bahia. As carretas atolaram, chegando em cima da hora do comício, por volta das 18 horas. Os eletricistas corriam para ligar os grossos cabos. Um toró começou a cair. A turba gritava: “Elba, Elba, Elba”. De repente, estouros, curto-circuito, pane. “Não será possível instalar o som”, avisaram os eletricistas. Os cabos estouraram. Aflição. A multidão, dançando na chuva, pedia “Elba, Elba”. E a cantora mostrou o contrato: “Sem som, não canto”. Arrumaram um banjo e ela começou a solfejar sob o alarido da massa. Para na primeira estrofe. E abre o verbo: “Seus malditos, seus impiedosos, seus assassinos”. Vaias de todos os lados. O que estava acontecendo? Vi a cena até hoje viva na memória. No meio da multidão, abriam a boca de um jumento, onde enfiavam uma garrafa de cachaça. Quando Elba viu a cena, teve início a pendenga. Apupos, gritos, anticlímax. Freitas Neto, que estava na frente por 4 pontos, perdeu a eleição por pouquíssimos votos. Vez ou outra, perguntam: “Professor, o que é o Imponderável na política?” Respondo: “Um jumento embriagado no

Os setores médios saberão distinguir a linha tênue que separa a mentira da verdade, mas as massas poderão, até, esquecer de quem será a culpa se sobrar uma graninha para comprar comida. Basta serem recompensadas pelo Auxílio Brasil.


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FALTA DE INFORMAÇÕES

Associação acusa ANP de incentivar cartel de distribuidoras de GLP em AL Revendedores sofrem retaliações caso revelem dados sobre gás de cozinha sem “aval” da agência RENATO ARAÚJO/ABR

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está sendo acusada pela Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito (ASMIRG) de ajudar a camuflar um suposto esquema de cartel de distribuidoras de gás de cozinha e como consequência, promover o fechamento de associações locais que tentam denunciar o caso, entre elas, a de Alagoas. Um cartel acontece quando duas ou mais empresas, do mesmo ramo, atuam em conjunto para o controle do mercado onde estão inseridas em determinada região. Quando existem empresas que formam um cartel, a quantidade produzida e os preços são combinados de maneira que retorne uma grande fatia de lucro para cada uma delas. Segundo o presidente da Asmirg, Alexandre José Borjaili, a ANP não divulga quanto cada distribuidora está vendendo ou deixando de vender nos últimos meses, fazendo com que seja impossível saber como está o consumo do GLP entre a população e evidenciando um controle de informações que favorecem as distribuidoras. “Eles não divulgam esses dados porque sabem que, quando começamos a observar que cada empresa em Alagoas ou em qualquer outra região tem tantos por cento de venda em determinado local, isso acaba por evidenciar a existência do cartel. Essa falta de informações repassadas também às associações é uma forma de coibir essa descoberta”, afirma Borjaili. Ainda segundo o presidente, essa falta de informação além de ocultar dados referentes às vendas, também tem causado o fechamento de entidades estaduais e de revendedores locais, como é o caso da Associação dos Revendedores de GLP de Alagoas, que encerrou suas atividades no último ano.

“Quando começamos éramos uma associação mineira, mas aí todos os revendedores quiseram entrar e nos tornamos uma entidade nacional. No caso de Alagoas, a associação foi encerrada por retaliação das distribuidoras locais com os integrantes. Em resumo, eles não podiam divulgar nenhum dado de venda, aumento ou nenhum tipo de crítica que sofriam algum tipo de retaliação”, explica. Entre os tipos de retaliações mais frequentes, o presidente da Asmirg conta que, quando uma associação critica algo relacionado às distribuidoras ou a própria ANP, seu fornecimento de GLP é cortado por todas as empresas que integram o cartel, fazendo com que ele não tenha onde conseguir produtos para revender e sendo obrigado a fechar seu negócio. “Qual revendedor de GLP vai querer criticar ou revelar algum dado de venda sabendo que se as distribuidoras ficam cientes simplesmente decidem parar de distribuir para ele e ele pode perder o negócio?”, questiona Alexandre. A prática de evitar revelar à imprensa se o GLP está sendo mais ou menos vendido em determinada região, para que se possa ter um controle de como o aumento de preços do produto está impactando a vida da população, também é denunciada por um

revendedor do bairro do Vergel do Lago, na parte baixa de Maceió, que para evitar retaliações, prefere não se identificar. “Se a gente diz que estamos vendendo pouco, a gente pode ser prejudicado de algum jeito porque a gente sabe que uma distribuidora é parceira da outra e não querem sair no jornal”, explica. Ele revela que desde o início do ano notou uma queda na procura pelo gás de cozinha na região. “A gente entregava uns 20 gás (botijão) por dia, hoje dificilmente a gente chega em 12 ou 13. Muita gente hoje, principalmente o pessoal da lagoa, prefere comprar carvão no mercadinho ali em frente pra fazer a comida”, revela. Apesar de a população já sentir os efeitos da alta do preço do gás, que acumula um aumento de 36,4% apenas em 2021, Maceió tem o quarto Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) mais barato entre as capitais do Nordeste, segundo dados da própria ANP. “Estamos ouvindo todo dia no jornal o aumento do consumo da lenha e outras alternativas dos consumidores para substituir o gás e várias explicações de especialistas sobre o que pode estar acontecendo, mas é simples: quem está usando lenha não tem dinheiro para comprar gás. Simples assim”, conclui o comerciante.

De acordo com o balanço realizado de 28/11/2021 a 04/12/2021 e que leva em consideração a média semestral, o valor do botijão de 13 quilos ficou em R$ 98,18, entre junho e novembro deste ano na capital. O valor está acima da média nacional, que foi de R$ 95,63. O preço mais caro no Nordeste foi encontrado em Natal, onde o preço médio chega a R$ 108,77. Já Salvador, registrou a média mais barata da região e do País, de R$ 92,59. OUTRO LADO Procurada pelo EXTRA, a Agência Nacional de Gás, Petróleo e Combustíveis enviou nota afirmando desconhecer as acusações. “Inicialmente, ressaltamos que a ANP desconhece as informações alegadamente apresentadas pela entidade denominada ASMIRG. Eventual denúncia poderá ser encaminhada à ANP pelos canais oficiais de comunicação com sociedade. No esforço de defesa da concorrência, a ANP não regula preços ou quantidade ofertada, mas atua para a proteção do processo competitivo dos mercados. A garantia de concorrência é essencial para o sucesso dos modelos implementados em todos os segmentos das indústrias do petróleo, gás natural e biocombustíveis”. Disse, ainda, que quando “toma conhecimento de fato que possa configurar indício de infração da ordem econômica, a Agência comunica imediatamente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para que este adote as providências cabíveis no âmbito da legislação pertinente (art. 10 da Lei nº 9.478/1997). A Agência, porém, não está obrigada a comunicar toda e qualquer denúncia recebida, mas apenas aquelas que, após exame técnico, julgar representa-rem, de fato, indícios de infração à ordem econômica”.


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MISÉRIA SOCIAL

Alagoas encerra o ano com 412 mil famílias em situação de pobreza extrema Indicador se refere à população que sobrevive com renda abaixo de R$ 89 por mês TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

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ceia de Natal com comidas tradicionais da época será apenas um desejo para milhares de famílias que este ano passaram a fazer parte da população brasileira pobre ou abaixo da linha de pobreza extrema, sobrevivendo com menos de R$ 89 por mês, segundo indicadores do programa extinto Bolsa Família. Em 2020 esse grupo era formado por 7,3 milhões de cidadãos (3,5% da população total), mas sem contar com os recursos do benefício social, essa proporção seria de 12,9% dos brasileiros na análise do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Alagoas registrava no início do ano passado pouco mais de 387 mil famílias cadastradas no Bolsa Família e outras 6,7 mil aguardando aprovação de cadastro. Com a pandemia do novo coronavírus e o desmonte de políticas e serviços públicos, esse número subiu para 412.757 mil famílias em situação de pobreza extrema, pelos dados do Ministério da Cidadania referentes a novembro deste ano. Do total, 180 mil famílias desse grupo populacional estão em Maceió. São mais de 25 mil famílias empurradas para a extrema pobreza em um ano. No cenário da miséria do país em 2020, Alagoas foi o terceiro estado com a maior proporção da sua população (11,8%) em situação de extrema pobreza, tendo o Amazonas (12,5% da população) em 2º lugar e o Maranhão (14,4%) no topo. Em 2019, a situação ainda estava pior e Alagoas mantinha na extrema po-

breza 15,7% dos seus habitantes. A grande maioria das famílias tem o benefício social como a principal renda para sobrevivência. Se levarmos em consideração os números do Cadastro Único do governo federal, Alagoas registrou um acréscimo de 3,3% no número de pessoas miseráveis nos primeiros seis meses deste ano. O percentual corresponde a 1 milhão e 190 mil habitantes com este perfil inscritos no CadÚnico.

POBREZA OFICIAL

Considerando-se a linha de extrema pobreza definida pelo Banco Mundial (renda de US$1,90/dia ou R$155 mensais per capita), o país tem 12 milhões de pessoas nesse perfil, correspondentes a 5,7% da população. Já no grupo abaixo da linha de pobreza (R$ 261 per capita), são 22 milhões de pessoas (10,5% da população) em estatísticas atuais. Sem programas sociais, 32,1% da população brasileira estaria em situação de pobreza, afirma o IBGE, uma realidade que salta aos olhos de quem queira ver, independente do que apontam os números. Usar as estatísticas para mostrar o tamanho da pobreza no país é um desafio para as instituições por vários motivos, entre os quais as subnotificações e perdas de dados, que fragilizam as pesquisas, além da ausência de uma linha de pobreza oficial. A Síntese dos Indicadores Sociais realizada pelo IBGE anualmente, “analisa as condições de vida da população brasileira considerando as linhas sugeridas pelo Banco Mundial e, ainda, os

GETTY IMAGES

É cada vez maior o número de brasileiros catando o que comer no lixo critérios adotados em programas sociais do Governo Federal”. Por isso, programas como o Bolsa Família, passam à referência sobre o tema. Na última segunda-feira, 13, o governo federal iniciou o pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 400. A quantia está garantida em dezembro, mas não há segurança de que seja mantida em janeiro de 2022. É esse dinheiro que deve proporcionar a compra da alimentação, o pagamento do aluguel e outras despesas básicas. Como a contabilidade não fecha, o cenário é de miséria.

DESIGUALDADE SOCIAL

É em Maceió que está o maior contingente de pessoas miseráveis vivendo em Alagoas, mais de 178 mil pessoas na extrema pobreza. A cidade ocupa atualmente a 4ª posição entre as capitais brasileiras com maior desigualdade social no Brasil, segundo pesquisa do IBGE. Fica atrás apenas de Cuiabá (MT), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Indicadores utilizados para mensurar a concentração de renda no país mostram que os fatores que levaram a cidade a este patamar foram agravados pela pandemia em 2020. No ano anterior, a pesquisa do IBGE inseria Maceió na 19ª posição entre as 27 capitais do país em relação a desigualdade social, que é mais intensa no Nordeste. Na cidade, 10% da população – entre os mais ricos – concentram o equivalente a 46,2% da renda dos restantes 90% dos habitantes. Esse percentual é de 47,5% em Cuiabá, 46,7% em Salvador e 46,3% em São Paulo. A capital com a menor concentração de renda entre o grupo de 10% mais ricos é Goiânia, com 36%. No macroestudo econômico elaborado pelo World Inequality Lab, divulgado este mês de dezembro, o Brasil aparece como um dos países mais desiguais do mundo, onde os

10% mais ricos concentram 59% da renda nacional total, enquanto a metade inferior da população leva apenas cerca de 10% da renda.

SITUAÇÃO DE RUA E SEM-TETO

Um dos efeitos da elevação da pobreza no Brasil é o aumento de pessoas em situação de rua. Antes da pandemia, em 2020, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimava 221 mil pessoas em situação de rua no país, em número subestimado. O cidadão que circula pelas médias e grandes cidades, no entanto, testemunha que a população de rua explodiu com o desemprego, a falta de proteção social e a destruição de serviços públicos para adequação fiscal. O alagoano atento também percebe o quanto cresceu o número de famílias vivendo sem recursos suficientes para comprar comida. Pouco existe de estatísticas sobre esse agrupamento populacional no estado, assim como no país. A integrante do movimento que defende os sem-teto, famílias que residem de forma precária, mas não estão nas ruas, diz que a situação piorou com a tragédia ambiental da Braskem, que desalojou mais de 50 mil pessoas nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Farol, Mutange e Bom Parto. Maria José Alves da Silva esclarece que a Prefeitura de Maceió, com aquisição de verba federal, ainda consegue construir moradia popular, porém, denuncia que são moradias “excludentes, construídas longe da cidade, sem nenhum aparato social”. Ela enfatiza que essas características fazem com que as famílias vivam em situação de violência pela falta de infraestrutura e políticas em educação, saúde, segurança pública, entre outras.


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ECONOMIAEM PAUTA Vagas de emprego

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Jogos de azar

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uer uma boa oportunidade de emprego? O Softbank Latin America Fund lançou o site www. latinamericafund.com com diversas vagas de empresas do seu portfólio de investidas, como Creditas, Loft, Rappi, Gympass, Buser, Contabilizei, entre outras. No total, são mais de 2.300 opções para as áreas de TI, Comercial, Data Science, Marketing, Jurídico, Customer Service, Finanças, Recursos Humanos e Design. As vagas contemplam startups em diversos estágios de desenvolvimento.

Correção do FGTS

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

A Câmara dos Deputados tenta acelerar a votação de um projeto que legaliza jogos de azar, como o jogo do bicho, bingo e cassino, apesar da resistência de parte da oposição, que não vê urgência no tema, e das bancadas evangélica e católica, contrárias à proposta. O requerimento de urgência está na pauta da Câmara. A expectativa era que fosse votado na segunda-feira, 13, mas, com sinalização de obstrução das bancadas religiosas, foi retirado de pauta.

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Milhões de brasileiros podem ter direito à correção monetária do FGTS que pode gerar cerca de R$ 10 mil para cada pessoa caso haja uma decisão favorável do STF. O processo em tramitação no Supremo reivindica a substituição da Taxa Referencial (TR) como fator de correção monetária do FGTS por um índice de inflação. E essa decisão, caso favorável, provocará efeitos retroativos para todos os trabalhadores de carteira assinada que tiveram saldo em suas respectivas contas de 1999 para cá. O Supremo, depois de adiar a decisão, no mês de maio deste ano, não marcou uma nova data para definir a questão.

Pagamento direto pela câmera

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Em um momento propício, quando estamos nos preparando para a maratona de compras de Natal, a Samsung anunciou uma novidade que promete agilizar a vida dos seus usuários: a leitura do QR Code Pix integrada ao aplicativo Câmera do Samsung Galaxy. Ou seja, proprietários de smartphones elegíveis para a função poderão fazer pagamentos apenas apontando a câmera para o QR Code.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Audi pode ir além de Q3 e Q3 Sportback

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etorno da Audi à atividade produtiva no Brasil, a partir do segundo semestre de 2022, parece apenas a confirmação de que a interrupção da linha de São José dos Pinhais (PR) seria temporária, como a empresa anunciou em fevereiro último. Pode significar mais do que isso. Dependerá da evolução do mercado brasileiro e da concorrência acirrada entre as marcas premium. VW e Audi são duas das sete marcas de automóveis que integram o Grupo VW no mundo. Construíram em sociedade a unidade paranaense, em 1999. Depois a Volkswagen assumiu a instalação completa, em 2006, quando o A3 parou. No entanto, a Audi voltou a produzir a partir de 2015 numa área específica, mas já separada dos modelos de alto volume. A nova operação será a partir de unidades semidesmontadas (SKD, na

sigla em inglês) vindas da Hungria. A oferta de tração integral quattro exige o motor 2-litros de 231 cv/35,4 kgf.m, também importado, para manter o padrão de desempenho Audi. Por enquanto, só serão produzidos o SUV Q3 e o SUV cupê Q3 Sportback, de porte compacto. Os porta-malas têm 530 litros de volume, os maiores do segmento, segundo a empresa. Está em consideração a possibilidade de expansão futura com outros modelos. A Audi não revelou quanto está investindo agora nesta atividade de retomada de produção. A empresa tem créditos tributários com o governo federal desde o programa Inovar-Auto, que vigorou entre 2012 e 2017. Os preços ainda serão anunciados. A desvalorização cambial, entretanto, os manterá nas alturas.

Mercedes homologa autônomo Nível 3 na Alemanha Dois sedãs Mercedes-Benz de grande porte, Classe S com motor a combustão e o 100% elétrico EQS, serão oferecidos a partir de meados de 2022 com Nível 3 de autonomia. A marca foi a primeira a atender a norma técnica internacional UN-R157, mas se limitará por prazo indeterminado apenas à Alemanha, pois cada país precisa aceitar e regulamentar aquela norma. Trata-se de equipamento opcional com preço a definir. Estima-se que custará em torno de 10.000 euros (cerca de R$ 65.000). Denominado Drive Pilot permite ao motorista assistir a um filme, responder e-mails e fazer compras online pela tela multimídia sem precisar tocar no volante regularmente, como acontece com o atual Nível 2. Em utilização urbana a velocidade limita-se a 60 km/h. Em 13.191 km de autoestradas alemãs o sistema também funciona. Em condições normais o motorista só precisa assumir o controle se o Drive Pilot ava-

liar a necessidade. Obviamente, cochilar não é possível (o sistema detecta). O Nível 3 classifica-se como condicionalmente automatizado. Em caso de acidente, a fabricante só responderá pelo defeito técnico comprovado, pelo menos na Alemanha. Esse ainda é um tema difícil. A Justiça de cada país poderá ter de julgar realmente se o sistema falhou ou o motorista abusou. No Japão a Honda lançou este ano, autorizada pelo governo, um lote de apenas 100 unidades, Nível 3, do topo de linha Legend. A observar se a americana Tesla avançará do Nível 2 para o Nível 3 e pedirá homologação na Alemanha. Nos EUA a regulamentação é por estado. O site da revista Car and Driver fez, este ano, uma enquete para sondar o interesse dos motoristas em carros autônomos. Dos que responderam, 60% disseram-se “ansiosos por comprar um” e outros 40% que “nunca terão”.

ALTA RODA DIVULGAÇÃO

n HONDA CITY sedã ganhou fôlego com o novo motor de 1,5 L no uso do dia a dia. A fabricante ainda mantém aposta na combinação de motor aspirado e o câmbio automático CVT, mas em algum momento terá de se render ao turbo. Suspensões muito bem calibradas na relação conforto-estabilidade. Volante com boa pega (regulável em altura e distância). Banco alia maciez correta e boa sustentação lateral. Quadro de instrumentos reconfigurável atende a todos os gostos. Há uma porta USB separada com maior potência para recarregar o celular. Porta-malas destaca-se frente aos concorrentes. n ÚLTIMAS estatísticas apontam que a caixa automática está em 60% das vendas de automóveis nas capitais brasileiras. Na média nacional, em 50%. Stellantis vislumbrou boa oportunidade ao oferecer agora a primeira picape pequena cabine-dupla, a Strada, também com câmbio automático CVT de sete marchas. Há projeções de que até 15% das vendas totais da Strada, sem um prazo previsto, sejam automáticas. Os preços são elevados: R$ 111.990 (Volcano) e R$ 116.990 (nova versão de topo Ranch). n ESTUDO da corretora inglesa Confused.com apontou os 10 automóveis considerados mais bonitos na proporção dimensional de largura e altura, separados por décadas. Um software fez os cálculos. Resultado: McLaren 720S (anos 2010), Lamborghini Gallardo coupé (anos 2000), Mercedes-Benz C111 (anos 1970), Ferrari F355 (anos 1990), McLaren GT (anos 2020), Bizzarinni GT Strada (anos 1960), Lamborghini Jalpa (anos 1980), Plymouth Fury (anos 1950) e Ferrari 166 MM Zagato Panoramica (anos 1940). O único carro não europeu é o americano Fury, em oitavo lugar. Fotos dos modelos podem ser vistas no Google.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

Fluminense anuncia retorno de Abel Braga

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técnico Abel Braga está de volta ao Fluminense. Velho conhecido da torcida tricolor, o experiente treinador dirigiu o Lugano, da Suíça, no segundo semestre deste ano e sua última passagem pelo futebol brasileiro foi no Internacional, em 2020, quando ficou com o vice-campeonato brasileiro. Com ele, chegam os auxiliares Leomir de Souza e Ricardo Colbachini. Marcão, que comandou o time na reta final do Brasileirão e

garantiu vaga na Copa Libertadores, volta a ser auxiliar técnico permanente do clube. Essa é a quarta passagem de Abel Braga como treinador do Fluminense. O técnico esteve no clube carioca em 2005, depois entre 2011 e 2013, e também de 2016 a 2018. Ele conquistou o Campeonato Carioca duas vezes, em 2005 e 2012, além do Brasileirão (2012). Abel é o segundo técnico com mais jogos pelo clube (328 partidas).

CBF

VASCO NEGOCIA COM VOLANTE YURI, EM FIM DE CONTRATO COM O CSA

ASCOM /CRUZEIRO

ASCOM /CSA

O Vasco tem utilizado este fim de 2021 para se desfazer da maioria dos jogadores em fim de contrato. Só que os cruzmaltinos estão perto de anunciar seu primeiro reforço para 2022. Trata-se do volante Yuri, que disputou a Série B do Campeonato Brasileiro pelo CSA e um dos destaques da equipe alagoana. O atleta negocia sua renovação de contrato, mas as conversas mudaram de rumo nos últimos dias. O presidente do CSA, Omar Coêlho, revelou que o Grêmio é outro clube interessado no atleta. Yuri chegaria para suprir as saídas de Andrey, Rômulo e Michel, que não tiveram seus contratos renovados com o Vasco.

CRB ANUNCIA PRIMEIROS REFORÇOS E RENOVAÇÕES

MAIS UM TÍTULO NA CONTA DO GALO MINEIRO O Atlético-MG venceu o Athletico-PR por 2 a 1 e conquistou a Copa do Brasil de 2021, sua segunda na história; foi campeão também em 2014. Com 9 vitórias em 10 jogos, o Galo do técnico Cuca teve um aproveitamento de 90%, o maior de um time campeão da Copa do Brasil desde 1989. Depois de fazer 4 a 0 no jogo de ida contra o Athletico-PR, o time mineiro fez 2 a 0 na partida decisiva. O Athletico até fez o primeiro gol do jogo, mas o juiz anulou por toque de mão. Logo depois saiu o primeiro gol do Atlético, com Keno, após passe de Zaracho. A história se repetiu no 2º tempo: o Furacão fez um gol que foi anulado, dessa vez por impedimento. E Hulk fez o segundo gol do Galo aos 30 minutos, após passe de Savarino.

ASCOM /CRB

Destaque na Série B, o principal criador ofensivo do CRB permanece no clube para a temporada 2022. O meia argentino Diego Torres, 31 anos, acertou com o Galo e estendeu o vínculo por mais uma temporada em Alagoas. O anúncio foi feito também com a renovação do volante Marthã. O técnico Alan Aal agora tem uma base sólida na montagem do plantel para o próximo ano, que já conta com os goleiros Diogo Silva e Arthur Bittencourt, os laterais Reginaldo, Guilherme Romão e Wellington (base), os zagueiros Gum e Matheus Mega, os volantes Claudinei, Marthã e Jean Patrick, os meias Diego Torres e Wesley, e os atacantes Nicolas Careca, Alan James e Emerson. Fora eles, já foram anunciados três reforços. Fecharam com a diretoria o meia Rafael Longuine, que volta ao clube, o zagueiro Wellington Carvalho, ex-Coritiba, e o lateral-direito Raul Prata, ex-Vitória.


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ABCDOINTERIOR Hospital desabilitado

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om a chegada da primeira unidade do Hospital de Amor instalado no Nordeste brasileiro – unidade especializada em tratamento do câncer de mama, colo de útero, pele e boca – Arapiraca lamenta a interrupção

Decadência do Afra Barbosa

O mais recente capítulo da decadência do Afra Barbosa, hospital pioneiro em diversos serviços para Arapiraca e região, é consequência direta dos problemas de gestão e disputas internas, questões de conhecimento público que afetam diretamente a parcela da população que depende de setores conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). E para que os pacientes do Afra Barbosa dos setores de oncologia e nefrologia não fiquem abandonados, a orientação imediata é procurar atendimento no Hospital Chama.

Descumprimento de TAC

Apesar de inúmeras tentativas para obter maiores detalhes sobre os motivos dos serviços terem sido desabilitados pelo Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde de Arapiraca não apresentou documentos do ministério com a determinação. O que foi passado, de modo informal, está relacionado com o descumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que previa a adequação dos serviços às normas da Vigilância Sanitária.

Ausência da efetivação

Considerando a ausência da efetivação do que deveria ter sido feito para atender as exigências legais, a unidade de saúde perdeu a condição de habilitado para a oferta de tratamento em oncologia e nefrologia. Outro aspecto salientado é a suposta falta de informações sobre a produção nesses dois setores.

Serviços prestados

Para ficar mais claro, toda unidade de saúde que presta serviços ao SUS precisa informar, de acordo com o padrão exigido pelo Ministério da Saúde, todos os procedimentos realizados em cada área da assistência que presta. Os dados declarados são comparados com os valores do repasse de verba para confirmar se as metas pactuadas estão sendo cumpridas, procedimento que envolve ainda a administração municipal porque Arapiraca tem o que se chama de saúde plena, modelo instituído durante o governo do presidente FHC pelo então ministro José Serra.

n robertobaiabarros@hotmail.com

da assistência em oncologia pelo Hospital Afra Barbosa, desabilitado desde a quarta-feira, 15, para ofertar o serviço. A medida adotada por meio da Secretaria Municipal de Saúde foi determinada pelo Ministério da Saúde e também é estendida ao setor de nefrologia, área da medicina que previne e trata doenças do sistema urinário, especialmente os rins.

Polêmica em Santana

Um projeto de lei enviado pela prefeita Christiane Bulhões (MDB) e aprovado pela Câmara de Vereadores de Santana do Ipanema gerou polêmica na cidade sertaneja. O projeto, de número 13/2021, foi aprovado no último dia 10 e visa gratificar profissionais da área da saúde atuantes no Programa de financiamento e Atenção Básica, vigilante em saúde e equipe multiprofissional.

Causou revolta

O PL da Prefeitura, que seria aparentemente um benefício para os profissionais da saúde, gerou revolta para os que têm se dedicado e contribuindo na luta contra a pandemia da covid-19. Além dos médicos, enfermeiros, os técnicos de enfermagem, Agente Comunitário de Saúde, motorista do PSF e motorista do transporte de pacientes têm tido um importante papel nessa luta e no dia a dia de cada cidadão. Os questionamentos partiram tanto por parte da população quanto por parte dos próprios profissionais da saúde, uma vez que a diferença de valores de gratificação entre um profissional e outro é enorme.

Gratificações

As gratificações seguem os seguintes valores: R$ 9 mil para médicos; R$ 2.125,00 para dentista; R$ 2.500 para enfermeiros; R$ 200 para técnico de enfermagem; R$ 100 para agente comunitário de saúde; R$ 200 para técnico em saúde bucal; R$ 300 para motorista do PSF; R$ 800 para motorista do transporte de pacientes.

Denúncia

Conforme denúncia que chegou ao conhecimento deste colunista, as gratificações irão beneficiar profissionais contratados. A denúncia foi realizada por uma profissional de saúde que, por medo de retaliação, preferiu não ter o nome revelado. Segundo uma servidora, a maioria dos profissionais da saúde são contratados, “sem exceção, do médico ao faxineiro. Não tem um só efetivo. Muitos profissionais vão para as cidades vizinhas trabalhar. Se ficarmos na cidade não somos reconhecidos, dependemos de contratos, e, infelizmente por medo de perseguição política, não denunciamos”.

PELO INTERIOR ... O Ministério Público Federal (MPF) acionou a justiça para suspender a oferta de cursos à distância (EAD) oferecido pela Faculdade de ensino Regional Alternativa (Fera), com sede em Arapiraca. De acordo com o MPF, a faculdade não tem autorização do Ministério de Educação e Cultura (MEC) para realizar essa modalidade de ensino. ... Ainda segundo o MPF, a faculdade Fera só é autorizada a promover cinco cursos presenciais de graduação: Educação Física, Direito, Pedagogia, Psicologia e Turismo. ... De acordo com a procuradora federal Niedja Karpary, o pedido de intervenção judicial por meio de uma ação pública é para defender o direito de quem precisa do diploma superior após a conclusão da graduação e não ser lesado. ... “A atuação da faculdade caracteriza desrespeito aos direitos do consumidor e educação. O fato de uma Instituição de Educação Superior possuir autorização para a realização de curso presencial não lhe dá o direito de ofertar o ensino à distância. É obrigatório o credenciamento e autorização específicas”, explicou a procuradora federal. ... A ação teve início após a investigação do inquérito civil, que apurou irregularidade na emissão de diplomas do curso de pedagogia Faculdade de Ensino Regional Alternativa (Fera). ... Na manhã de quarta-feira, 15, um grupo de moradores de São José da Tapera, localizada no Sertão de Alagoas, foi à Câmara de Vereadores fazer um apelo aos parlamentares por providências contra a mortandade de peixes na Lagoa Caiçara. ... Arapiraca entrou de vez no cenário turístico nacional, e a procura pela capital do Agreste alagoano em agências de viagens tem sido cada vez mais constante. ... E assim, o Morro do Quilombo, no povoado Carrasco, zona rural do município, tornou-se o cenário de acampamentos em Arapiraca, contagiando turistas a comparecerem ao local para desfrutarem das mais diversificadas atividades ao ar livre, com muita aventura, diversão e apresentações culturais. ... Um ótimo final de semana para todos, com paz e muita saúde. Até a próxima edição!


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RADAR LITERÁRIO Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Fapeal e Edufal lançam livros inéditos Noite de autógrafos reúne 16 autores alagoanos, a partir das 19h, no Arquivo Público de Alagoas; evento gratuito e aberto ao público terá coquetel e apresentação musical

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Imprensa Oficial Graciliano Ramos, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) lançam nesta segunda-feira (20/12/21), no Arquivo Público de Alagoas, obras de 16 escritores e escritoras alagoanos. O evento gratuito e aberto ao público, programado a partir das 19h, contará com sessão de autógrafos com os autores, além de coquetel e apresentação musical. “Será uma noite especial, de celebração à literatura, respeitando os protocolos de segurança sanitária. Uma boa oportunidade para reencontrar os amigos, comemorar as nossas parcerias e, principalmente, prestigiar os talentos da nossa terra”, afirma Maurício Bugarim, diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. A noite de lançamentos vai promover o encontro de seis autores da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, contemplados pela Lei Aldir Blanc. São eles: Sérgio Prado Moura, autor do livro O Matador Antônio Assunção (contos); Luciano José, organizador de Jacinto Silva – As canções (estudo discográfico do artista popular); Adalberto Souza, autor de Da Amplidão das Sombras Alheias (poesia); Wado, cantor e compositor, autor de Caderno de Anotações (prosa poética); Claudemir Calixto, autor de A Tarde Caindo, (poesia); e, Alexsandro Alves, autor de (Dê) Lírios Intranquilos (poesia). Também estarão reunidos dez autores de obras acadêmicas, selecionados por edital promovido por um convênio firmado entre Edufal, Fapeal e Imprensa Oficial Graciliano Ramos. São eles: Adriana Guimarães Duarte, autora de Referências culturais enquanto processo histórico de ocupação no litoral norte de Maceió: em ameaça ou em nova acomodação?; Alexandre Cavalcante, autor de O discurso do programa escola “sem partido” e a ofensiva do conservadorismo na educação brasileira; Ana Cecília Ramos Ferreira da Silva, autora de Inter-

seccionalidades e feminismos: as trajetórias de militâncias de mulheres negras jovens feministas; Ângela Maria dos Santos, autora de O pensamento graciliânico e suas relações sociopolíticas e administrativas em Alagoas; Fabiana Gomes de Assis, autora de Queertopias: corporalidades sonhadas em narrativas contemporâneas; Fillipi Lúcio Nascimento da Silva, autor de Dinâmicas intraurbanas e mobilidade criminal: uma análise “ecológica”

da criminalidade em Maceió (AL); Jéssica Caroline de Lima, autora de Pela porta de serviço: análise espacial das dependências de empregadas dos edifícios de apartamentos nas décadas de 1960-1990 na cidade de Maceió; João Marcos Francisco Sampaio, autor de Monitoramento Eletrônico: poder, Capital e Ciência na Análise de uma Tecnologia de Governo; Natália de Olivindo Souza, autora de Papel estratégico do agente de crédito para a sustentabilidade do microcrédito produtivo orientado: o caso do crediamigo (BNB); Rita de Cássia Leite Azevedo Regis, autora de Política pública de educação e de acesso ao mercado de trabalho para inclusão da pessoa com deficiência: a promoção da igualdade de oportunidades do Viver Sem Limite; e Verônica Amaral Gurgel, autora de Transformações nas dinâmicas espaciais no estado de Alagoas com a inserção da eucaliptocultura


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