Edição 1161

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MACEIÓ - ALAGOAS

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ANO XXIII - Nº 1161 - 02 A 08 DE ABRIL DE 2022 - R$ 4,00

CAIO LOUREIRO/TJAL

SUCESSÃO

Klever assume lugar de Renan até a indicação do governador-tampão O desembargador Klever Loureiro, presidente do Tribunal de Justiça, assume o governo do Estado no lugar de Renan Filho, que disputará o Senado. Ficará no cargo até a eleição indireta do governador-tampão a ser realizada pela Assembleia Legislativa. 4

GRUPO DE MARCELO VICTOR COMANDARÁ ASSEMBLEIA E GOVERNO DE ALAGOAS CARLOS VILLAVERDE/ALE

Disputa pelo controle político do estado será entre Arthur Lira e Família Calheiros 5

ASCOM RIO LARGO

PREFEITO DE RIO LARGO É ACUSADO DE FAZER CONTRATAÇÕES ELEITOREIRAS 13

PARTIDOS INVESTIMENTO POLÍTICOS EM SHOPPING DE DELMIRO ALAGOAS GOUVEIA VAI ATENDER A DEVEM MAIS DE TODA REGIÃO SERTANEJA 16 e 17 R$ 2,5 MILHÕES À UNIÃO 10 e 11 EX-TABELIÃ DE PENEDO É ACUSADA DE DESVIAR RECURSOS DO BANCO DO BRASIL 7


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COLUNA

CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Vazio de liderança - Alagoas chega às elei1capaz ções de 2022 sem um líder de agregar um grupo

mínimo de políticos em torno da disputa majoritária, sobretudo para governador. E nesse salve-se quem puder, governo e oposição apresentam pré-candidatos sem densidade eleitoral nem estrutura partidária, abrindo espaço para possíveis aventureiros.

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA

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- Dos nomes anunciados até agora nenhum deles convenceu o eleitorado, que se manifestou através das consultas de intenção de voto. Para viabilizar seus projetos de poder, esses candidatos brigam pelo apoio de Arthur Lira, a nova estrela da política brasileira, cuja atuação parlamentar tem deixado um rastro de malfeitos que tenta apagar com barganhas do poder e um bilionário orçamento secreto.

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- Alguns desses pré-candidatos até pouco tempo atrás se destacavam pela pregação da moralidade pública, mas agora sequer ficam envergonhados de aliarse aos inimigos do dinheiro público. Talvez apostem na velha lorota de que o povo tem memória curta.

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- Nesse campo minado lutam a Família Calheiros, de um lado, tentando manter-se no poder, e do outro, o presidente da Câmara Federal usando de todas as armas de que dispõe para derrubar o clã de Murici e declararse novo xerife de Alagoas. No meio do fogo cruzado, o presidente da Assembleia, Marcelo Victor, tenta escapar do tiroteio e consolidar sua ascendente liderança política no estado.

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- Que Alá salve Alagoas; se há salvação.

Quem vai com quem

O senador Fernando Collor precisa de Bolsonaro para se reeleger, enquanto Renan Filho precisa de Marcelo Victor para derrotar Collor. Na disputa ao governo, o deputado Paulo Dantas precisará mostrar serviço como governador interino para se credenciar à reeleição. Já o senador Rodrigo Cunha precisará de JHC e de Arthur Lira para viabilizar sua candidatura a governador, enquanto Rui Palmeira ainda não definiu seus aliados, mas pode ser a grande surpresa dessa eleição.

Custo da fraude

O sucessor de Renan Filho vai herdar um problemão envolvendo o polo industrial de Marechal Deodoro. É a execução da sentença que condenou o Estado a devolver ao antigo posseiro uma extensa área de terra há anos sob litígio. Ao invés de indenizar o posseiro, o Estado fez uma desapropriação fraudulenta e doou toda a área para a cerâmica Portobello e meia dúzia de outras indústrias. Agora, essas empresas devem ser despejadas e ainda pagar indenização milionária ao dono da terra por danos morais, lucro cessante e outros prejuízos decorrentes do esbulho praticado no governo do tucano Téo Vilela.

Frases “Uma pesquisa mentirosa publicada mil vezes não fará um presidente da República”. Presidente Jair Bolsonaro, em pré-campanha pela reeleição. “No Brasil, quando um pobre rouba, vai para a cadeia, mas quando um rico rouba, vira ministro”. Lula, antes de virar presidente.

Tiro no pé

As novas regras eleitorais foram criadas para dificultar a vida dos pequenos partidos, mas o tiro pode sair pela culatra e atingir também grandes siglas. O fim das coligações e a criação da federação partidária geraram uma babel eleitoral que ameaça pequenos e grandes partidos.

Corporativismo

O juiz José Braga Neto, que responde a processo administrativo disciplinar, será julgado pelo Pleno do Tribunal de Justiça nessa terçafeira, dia 5 de abril. O magistrado está afastado de suas funções na Vara de Execuções Penais desde que o filho Hugo Braga Soares foi acusado de comandar um esquema de extorsão de presos e transferências ilegais de detentos. No tribunal, o clima é pela absolvição de Braga Neto por falta de provas da participação do juiz nas ações criminosas atribuídas ao filho-advogado. Nenhuma surpresa; afinal o corporativismo é marca registrada do Poder Judiciário.

Venda de sentença

O juiz Léo Dennisson Bezerra de Almeida, de Marechal Deodoro, afastado das funções em 2016 após ser denunciado por venda de sentença, também está em vias de ser julgado no STJ e no próprio Tribunal de Justiça de Alagoas. Assim como Braga Neto, Léo Dennisson também deverá ser absolvido por falta de provas ou até por erro processual.

Caso do jet ski

Outro magistrado alagoano que está com a batata assando é o desembargador Fábio Bittencourt, corregedor-geral do TJ. Além do clima de guerra em que vive com seus colegas de toga, Bittencourt está sendo investigado no CNJ por nomeações irregulares em cartórios e “carteirada” contra um fabricante de jet ski.

CNJ de volta

No final de abril desembarcará em Maceió a equipe da ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, corregedora Nacional de Justiça, para nova correição em Alagoas. Vários magistrados alagoanos estão sendo investigados no CNJ por improbidade e fala-se inclusive no possível afastamento de três desembargadores.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Jogo de interesses

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ão é à toa que o prefeito JHC reage à possibilidade de sair candidato ao governo, muito embora algumas pesquisas que circulam por aí o coloquem numa posição privilegiada. Deixar a prefeitura de Maceió e se aventurar em mais uma eleição majoritária, não é o grande problema de

Insistência

Mas como é um nome com reais chances de ganhar as eleições de outubro, a oposição aposta e insiste no nome do prefeito de Maceió, cujo martelo ainda será batido até amanhã, 2 de abril. O futuro, como diz o velho ditado, a Deus pertence.

JHC. O maior deles, diga-se de passagem, é prejudicar a eleição do pai, João Caldas, para deputado federal e afastar a possibilidade de sua mãe, Eudócia, assumir o Senado, caso Rodrigo Cunha seja candidato e consiga chegar ao Palácio República dos Palmares.

Água fria

Com o MDB oxigenado depois que o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, perdeu o União Brasil para o deputado Arthur Lira, o partido vive momentos de tensão. Pelo cenário atual, as candidaturas de Alexandre Ayres, Rafael Brito e até mesmo de Remi Calheiros estão ameaçadas.

O jogo muda

A partir deste sábado Renan Filho não é mais governador, a Assembleia Legislativa vai referendar o nome do deputado Paulo Dantas e a oposição começa a trabalhar para mudar o panorama político até as eleições de outubro.

Contaminou

A aproximação de Paulo Dantas e Marcelo Victor com Renan Filho mudou a situação política de vários grupos e já não existe mais a possibilidade de um consenso entre governo e oposição.

Azul x encarnado

A partir de agora o jogo de sucessão em outubro vai começar pra valer. E os sinais já foram emitidos na semana passada, quando Renan Filho não perdeu a oportunidade, em alguns eventos públicos, de partir pra cima do deputado Arthur Lira, que lhe fez críticas pontuais.

Mudou de rumo

Para o deputado Arthur Lira, o então governador Renan Filho preferiu a construção de obras faraônicas do que cuidar mesmo das pessoas. Bastou isso para Renan sair da sua aparente tranquilidade habitual e partir para o ataque. Experiente, com longa estrada rodada, Arthur Lira sabe qual o ponto fraco do governador. E suas colocações têm dado resultados.

Sem espaço

Com a revoada de deputados para o MDB que acompanham Marcelo Victor, a disputa por uma vaga na Casa de Tavares Bastos fica mais difícil. A concorrência tem tirado o sono de alguns candidatos que ainda repensam se vale a pena engordar o MDB.

Klever assume

Pelo planejamento da Assembleia Legislativa, dentro de trinta dias o nome do deputado Paulo Dantas será referendado como governador. Até lá, porém, quem assume o cargo é o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Klever Loureiro, já que Marcelo Victor não deve assumir para não ficar inelegível.

Incerteza

A candidatura de alguns auxiliares do governador Renan Filho pode ficar inviabilizada pela forte concorrência. Além de Ayres e Brito, Maurício Quintella já não tem tanta certeza de que conseguirá um mandato na Assembleia Legislativa. Se o MDB se fortaleceu, seus candidatos irão recorrer às máquinas calculadoras para saber se terão chances nas eleições de outubro.

Continuidade

O presidente do TJ, Klever Loureiro, que deverá administrar o estado por trinta dias, não deverá fazer modificações no seu secretariado, a não ser que haja pedido do deputado Paulo Dantas. Alguns dos secretários, a exemplo de George Santoro, da Fazenda, devem permanecer na futura administração.

Comunicação

O jornalista Joaldo Cavalcante deverá mesmo ser o secretário de Comunicação no governo do deputado Paulo Dantas. Competente, sério e comprometido com a boa informação, Joaldo já começa a montar sua equipe de trabalho.

Desistência

A família do prefeito JHC parece que ganhou a parada e ele não deverá ser mais o candidato a go-vernador da oposição. Deve apoiar o senador Rodrigo Cunha, que estuda a possibilidade de mudar de partido nos minutos finais concedidos pela legislação eleitoral.

Rumos diferentes

Mesmo que tenham caminhado juntos politicamente durante um bom tempo, Marcelo Victor e o deputado Arthur Lira devem marchar em rumos diferentes para as eleições de outubro. Um é situação, que certamente trabalhará pela reeleição de Paulo Dantas, e o outro, declaradamente de oposição, deverá fazer alianças para enfrentar a estrutura governamental.

Prazo fatal

Será neste dia 2 de abril o acerto de contas de quem será quem nas eleições de outubro, lembrando, porém, que a definição mesmo de candidaturas só a partir das convenções que deverão acontecer entre junho e agosto. Até lá, conversas, acertos de bastidores e, naturalmente, muitas expectativas.

Ponto final

O ex-prefeito Rui Palmeira recebeu um convite para disputar o Senado nas eleições de outubro, mas declinou da proposta. Seu objetivo é concorrer mesmo ao governo do Estado, enfrentando outros adversários de peso.

Afastado

Palmeira, que perdeu muito politicamente quando à época das últimas eleições se aliou ao governador Renan Filho para apoiar Alfredo Gaspar, tem afirmado a interlocutores que ali foi um momento único, especial. Agora, o coco é outro e será, sim, um adversário da situação, seja no governo, seja na prefeitura.


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ELEIÇÕES

Assembleia se prepara para dominar todos os poderes em Alagoas

Deputados se dividem na estratégia eleitoral e já articulam escolha de desembargador e conselheiro do TC

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ODILON RIOS odilonrios@hotmail.com

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oucas vezes um poder esteve tão perto de assumir praticamente o comando de todos os poderes em Alagoas. É a situação atual da Assembleia Legislativa. O deputado Paulo Dantas (MDB) assume em maio o governo-tampão e disputará a reeleição. Vai escolher o futuro desembargador do Tribunal de Justiça pelo Quinto Constitucional e o conselheiro do Tribunal de Contas, tudo passando pelo presidente da Assembleia, Marcelo Victor (MDB). Comenta-se escancaradamente que a deputada Jó Pereira (sem partido) será indicada para vice numa chapa com o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD) ou o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), este o mais provável dos caminhos. Até pouco tempo, o deputado Davi Davino (PP) estava na lista dos candidatos ao Senado apoiados por Lira. Davino é do PP e disputou a primeira eleição ao Executivo ano passado. Ficou em terceiro lugar no maior colégio eleitoral do estado, Maceió. O parlamentar tem forte base evangélica e tinha como vice o médico Emmanuel Fortes, fanático seguidor do presidente Jair Bolsonaro (PL). A tentativa da Assembleia de lançar candidato próprio para a Prefeitura de Maceió não funcionou. E houve mudança de tática.

Jó Pereira é a favorita para vice em chapa articulada por Arthur Lira Marcelo Victor é rival na votação deste ano de Arthur Lira, após ser apeado da direção do União Brasil pelo presidente da Câmara. Victor se filiou ao MDB, do senador Renan Calheiros e do governador Renan Filho. Apoia Paulo Dantas. Jó Pereira está em rumo oposto. Saiu do MDB, o irmão Joãozinho Pereira dirige em Alagoas a estatal federal Codevasf por indicação do presidente da Câmara e aguarda posição dele sobre quem apoiar ao governo. De antemão, não será Paulo Dantas. E tudo indica que o escolhido será Rodrigo Cunha. Dividida em duas, a Assembleia se reúne mais à frente, ganhe quem ganhar o governo. A estratégia dos deputados amadureceu com o tempo. Em 2006, o então presidente da Assembleia, Celso Luiz, chefe do PMN e comandando 16 deputados estaduais, lançou-se como vice do usineiro João Lyra que disputou o governo com outro usineiro e senador Teotonio Vilela Filho. Venceu

o tucano e a derrocada política de Celso Luiz foi impressionante: ficou sem mandato, sem a presidência da Assembleia, foi indiciado um ano depois nas investigações da Operação Taturana, mas conseguiu emplacar a esposa Maria Cleide como conselheira do Tribunal de Contas e o filho Luiz Pedro Brandão na presidência do Instituto de Metrologia e Qualidade de Alagoas (Inmeq/AL). Hoje, Arthur Lira, com passagem marcante pela Casa de Tavares Bastos, é quem dá as cartas no jogo político local. Divide com o senador Ciro Nogueira o comando do Centrão, que ganhou poderes quase sobrenaturais no Governo Bolsonaro. Rui Palmeira, que também foi deputado estadual, busca caminho-solo na política e recusou aliança com Arthur Lira, que pressionou o PSD a retirar o ex -prefeito da disputa pelo governo. Quer retomar, no tudo ou nada, as rédeas do próprio destino se lançando a governador. Diferente de

O PRESIDENTE DA CÂMARA SABE QUE CUNHA ESTÁ BEM SITUADO NAS PESQUISAS E, SE GANHAR, TERÁ POUCA CAPACIDADE DE ATRAIR PREFEITOS E VEREADORES PARA A CAMPANHA ELEITORAL; NÃO TERÁ PONTES COM A ASSEMBLEIA (PRECISANDO DA MAQUINARIA LIRISTA PARA CHEGAR AOS DEPUTADOS), E TOMARÁ EMPRESTADO O TRÂNSITO DO PRESIDENTE DA CÂMARA PARA A ESCOLHA DE SEU FUTURO SECRETARIADO. Rodrigo Cunha, ex-Assembleia, que deixou o PSDB e se filiou ao União Brasil, legenda comandada por Lira. O presidente da Câmara sabe que Cunha está bem situado nas pesquisas e, se ganhar, terá pouca capacidade de atrair prefeitos e vereadores para a campanha eleitoral; não terá pontes com a Assembleia (precisando da maquinaria lirista para chegar aos deputados), e tomará emprestado o trânsito do presidente da Câmara para a escolha de seu futuro secretariado. Rodrigo Cunha é hoje um político que não confia em ninguém e perdeu a confiança de boa parte do seu eleitorado. É um sentimento mútuo. O senador agrega o palanque do bolsonarismo a partir de agora. Assim como ex-secretário de Segurança Pública de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça que recusou aliança com Paulo Dantas (por ele ser o candidato da Assembleia) e escolheu Arthur Lira. Tudo isso é muito importante de ser acompanhado porque Bolsonaro dificilmente deve vencer Lula no Nordeste. Mas nas outras regiões, o presidente da República ganhará. O Centrão tem como base os números: há uma lenta e gradual recuperação dele nas pesquisas. A perspectiva dos centristas é que ele ultrapasse Lula até as convenções. Em Alagoas, a Assembleia será o fiel da balança nestas tratativas. Com um forte palanque reunindo expressões do bolsonarismo, o presidente da República vai atrair mais eleitores numa disputa ao Palácio do Planalto que promete ser bastante apertada. E ganhe quem ganhar, o novo presidente administrará um país sem uma maioria absoluta de apoiadores.


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ELEIÇÕES

Antes das urnas, Renan e Lira brigam na Justiça em confronto de forças e poder Senador e presidente da Câmara fazem queda de braço, numa disputa com bastante dinheiro em jogo FACEBOOK

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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esperado embate entre o presidente da Câmara Arthur Lira (PP) e o senador Renan Calheiros (MDB) nas eleições deste ano começou no tapetão da Justiça. Os dois medem forças num terreno em que o prestígio e o poder contam bastante e atacam o ponto mais frágil na relação político -partidária: o bolso. Lira está por detrás da ação movida no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo PSB nacional para impedir que o governador Renan Filho (MDB) seja o único a decidir onde serão gastos os R$ 2 bilhões pagos pela BRK Ambiental, dinheiro referente à outorga dos serviços de água e esgoto da Região Metropolitana de Maceió. Em réplica, Renan foi ao STF questionar os critérios de distribuição do dinheiro do orçamento secreto cuja chave do cofre está nas mãos de Lira. Num lance amador, o presidente da Câmara criticou a construção de 10 hospitais no Governo Renan Filho durante a pandemia, classificados por Lira como “prédios faraônicos”. Lira reclamava do “excesso de arrecadação do ICMS da gasolina” nos cofres do Estado. Mais uma vez, o dinheiro no centro do jogo. “Muito me orgulha nossa luta em Brasília para levar mais conforto à saúde de todos os alagoanos. Lá em 2016, nós criamos no Congresso Nacional o custeio para benefício da saúde. Investimento em saúde é gente cuidando de gente. É dinheiro na ponta. É dinheiro para manutenção dos hospitais públicos que funcionam. É dinheiro para as prefeituras que cuidam da atenção básica; não a construção de prédios físicos dos elefantes brancos. Essas estruturas faraônicas cus-

Senador Renan Calheiros comandou a filiação de 16 deputados estaduais ao MDB tarão muito caro para o Estado de Alagoas”, disse Lira. É difícil prever quem vai ganhar este confronto. Por enquanto, Renan Filho vai perdendo no STF, onde a maioria dos ministros declarou inconstitucional a composição da Assembleia da Região Metropolitana, responsável pelas decisões do contrato para os serviços de água e esgoto. Aliás, esta briga rendeu lances inusitados. O senador Rodrigo Cunha (PSDB) e Arthur Lira agora estão do mesmo lado e até posaram juntos em foto em Brasília, mostrando os interesses no desenrolar dos resultados desta ação. Antes disso, Cunha e Lira se tratavam como rivais políticos. Hoje existe até um indicativo de que Lira oferecerá um vice para Cunha que encabeça chapa para a disputa ao governo. As tratativas continuam. Já Renan Calheiros quer desmontar o castelo de cartas lirista na ação que move no Supremo contra a execução do orçamento secreto. Desde que as primeiras denúncias foram reveladas ano passado pelo

jornal O Estado de São Paulo, o presidente da Câmara apostou na tática do confronto. E em mega eventos de distribuição de máquinas e equipamentos para prefeituras, compradas com dinheiro público, não abre mão de levar Joãozinho Pereira, o diretor-presidente em Alagoas da Codevasf, estatal fartamente beneficiada com a dinheirama do orçamento secreto. Pereira é primo de Lira. Mês passado a Controladoria Geral da União (CGU) apontou sobrepreço em obras pagas com emendas de Arthur Lira. São obras da Codevasf em Alagoas financiadas com verbas do orçamento secreto e emendas impositivas direcionadas pelo presidente da Câmara. Segundo o apurado pelo jornal O Globo, o relatório da CGU mostra que contratos de R$ 30,2 milhões fechados pela estatal em 2019 e 2020 para o calçamento com paralelepípedos de ruas em 34 cidades alagoanas tiveram sobrepreço de R$ 4,3 milhões. Barra de São Miguel, um dos municípios atendidos pela obra, é chefiado por Benedito Lira, pai de Ar-

thur Lira. Argumentos que estão pendurados no mandado de segurança impetrado no STF por Renan Calheiros, pedindo a suspensão imediata do orçamento secreto até o fim das eleições. Renan diz que existe abuso de poder econômico e político e isso desequilibra a isonomia do processo eleitoral. Ano passado, a ministra Rosa Weber suspendeu estas emendas. Ela revogou a decisão após argumento de Lira e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que a suspensão prejudicaria os contratos em andamento. No fundo o interesse de Renan é garantir o apoio dos prefeitos à eleição de Renan Filho ao Senado. Lira ainda não escolheu seu candidato, mas Fernando Collor (PROS), que disputa a reeleição, corre solto ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e ele se recupera nas pesquisas. A máquina federal, mais azeitada que a estadual, pode ser o fiel da balança numa eleição onde Calheiros e Lira brigam pelo poder. De novo.


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PENEDO

Ex-tabeliã é suspeita de se apropriar de dinheiro do Banco do Brasil ANOREG

Rosângela Sampaio nega acusação e diz que foi expulsa à força de cartório JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Corregedoria-Geral da Justiça instaurou sindicância para investigar Rosângela Sampaio Bezerra de Castro, ex-tabeliã interina do Cartório do 1º Ofício de Penedo. Ela é suspeita de não repassar valores pagos pelo Banco do Brasil à serventia extrajudicial. Porém, segundo Rosângela, tudo não passa de um mal entendido burocrático. O caso chegou à Justiça após a instituição financeira denunciar que no dia 22 de dezembro de 2017 pagou o registro de 245 contratos de financiamento imobiliário do Residencial Velho Chico II, do programa Minha Casa Minha Vida. Em junho de 2021, a agência solicitou informações a respeito dos registros, que tiveram atrasos após identificação de uma série de erros cartográficos. Como resposta, recebeu do atual tabelião interino do cartório a negativa de recebimento daquela quantia. Em complemento, a serventia encaminhou ao banco um orçamento dos custos cartorários para os contratos no total de R$ 238.549,15. Perante a CGJ, o Banco do Brasil alegou que pagou os custos de registro à tabeliã da época, um valor de R$ 141.536,50, o que foi cobrado na ocasião. Em contraponto, o cartório argumentou que a instituição financeira teria feito o pagamento de forma equivocada, pois teria pago o valor em conta pessoal da tabeliã, que não teria prestado contas dos valores. O BB, por sua vez, retrucou afirmando que não poderia arcar com os prejuízos, já que quitou as taxas diretamente com a ex-tabeliã

Rosângela em registro do período em que era tabeliã quando ainda era atuante no cartório. Também em resposta aos questionamentos da Corregedoria-Geral da Justiça, o atual tabelião interino Luiz Campos Teixeira Netto informou que tomou posse no cargo no dia 18 de dezembro de 2020 e constatou na serventia uma caixa com 245 contratos que estavam sendo preparados pela antiga funcionária. No entanto fez uma ressalva: “Não constatei a presença de qualquer registro referente ao pagamento e/ou depósito dos emolumentos referentes aos atos cartorários”. Se defendeu ainda dizendo ser uma pessoa digna informando que o “mesmo não pode ser dito da conduta do funcionário do Banco do Brasil pelo ‘pagamento’ feito na conta pessoal da senhora Rosângela”. Disse também que o Banco do Brasil pretende, com a denúncia, transferir a responsabilidade da má conduta entre o funcionário e a ex-tabeliã ao atual responsável pelo cartório. E as críticas não pararam: “este imbróglio só aconteceu por gritante falha no ‘sofisticado’ sistema de compliance do Banco do Brasil”, que deveria ser resolvido entre o funcionário da empresa e a ex-tabeliã. O termo compliance vem do inglês “to com-

PERANTE A CGJ, O BANCO DO BRASIL ALEGOU QUE PAGOU OS CUSTOS DE REGISTRO À TABELIÃ DA ÉPOCA, UM VALOR DE R$

141.536,50, O QUE FOI COBRADO NA OCASIÃO.

ply” e significa estar em conformidade. Na prática, o compliance tem a função de proporcionar segurança e minimizar riscos de instituições e empresas, garantindo o cumprimento dos atos, regimentos, normas e leis estabelecidos interna e externamente. Já segundo Rosângela Sampaio, a história aconteceu diferente. Ela confirmou à CGJ que recebeu os valores do Banco do Brasil e que o cartório recebeu esse dinheiro. “Houve recebimento de valores na conta de minha titularidade, haja vista à época a serventia não possuir conta bancária própria. Saliento, a título de esclarecimento, que não existia a

obrigatoriedade de uma conta separada. Até porque sempre honrei com as obrigações enquanto estive à frente do cartório”. Destacou também que ficou à frente do cartório por mais de uma década sem nenhuma denúncia de desvio de recursos. “Em 14 de dezembro de 2020 foram entregues no cartório os contratos retificados, esses recebidos diretamente por mim. Iria trabalhar, como sempre trabalhei, para dar andamento nos registros. Ocorre que para minha surpresa, na mesma semana, fui exonerada de maneira busca e abusiva. Adentraram na serventia fechando portas, tiraram todas as borrachas dos carimbos, mudaram cadeados e se dirigiram ao caixa, saquearam sem minha autorização, todos os valores que possuía”, contou à Justiça. “Não informaram nem o valor que tinha, simplesmente retiraram. Até os dias de hoje não pude retirar nada da serventia, nem os meus objetos pessoais. Ou seja, fui retirada praticamente à força depois de dez anos de cartório como escrevente juramentada e doze anos como tabeliã interina”. Explicou que os 245 contratos ficaram pendentes e que arcou com as rescisões trabalhistas de todos os funcionários, deixando o cartório sem nenhum débito. Os esclarecimentos de Rosângela foram registrados no dia 11 de fevereiro deste ano. O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Alagoas – para eventual propositura de ação penal, se assim entender – pelo corregedor-geral de Justiça, Fábio José Bittencourt Araújo, que determinou ao atual tabelião interino que promova o registro dos contratos cobrando apenas a diferença entre o que já foi pago pelo BB e o valor atual das taxas (R$ 238.549,15), cabendo ao mesmo acionar a ex-tabeliã na Justiça para ressarcimentos dos valores pagos em 2017 pela instituição financeira.


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PALMEIRA DOS ÍNDIOS

TRANSBONIFÁCIO É INAUGURADA POR JÚLIO CEZAR, RENAN FILHO E MARX BELTRÃO

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Prefeitura de Palmeira dos Índios e o Governo de Alagoas inauguraram na sexta-feira (25) a Transbonifácio, via que liga Palmeira às comunidades rurais de Buenos Aires e Bonifácio. A obra custou mais de R$ 9 milhões e transformou o que era antes barro e lama em 5 quilômetros de estrada pavimentada e que já beneficia 1200 moradores dos dois povoados. A solenidade contou com a presença do governador Renan Filho, do prefeito Júlio Cezar e da primeira-dama Karla Cavalcante, do vice-prefeito Márcio Henrique, do deputado federal Marx Beltrão, deputados estaduais, vereadores, prefeitos de cidades vizinhas e secretários municipais e de Estado, entre outras autoridades. A agenda de trabalho do prefeito, do governador e dos deputados também contou com visita à comunidade de Lagoa do Rancho, onde houve a inauguração de uma adutora, e

às obras de pavimentação asfáltica da Serra do Goiti, entrada do Alto do Cruzeiro, empresas Bona Sorte e Vale Dourado. Em Bonifácio, as autoridades foram recebidas pela comunidade ao som da Orquestra Graciliano Ramos. Bandas fanfarras das escolas municipais também abrilhantaram a festa, que ainda contou com shows das bandas Art’Nossa, Forrozão das Antigas e do cantor alagoano Mano Walter.

O deputado federal Marx Beltrão agradeceu a homenagem feita ao pai João Beltrão, que leva o nome na Transbonifácio, e anunciou novos investimentos para Palmeira. “Meu pai gostava muito dessa região e queria muito ver, um dia, a realização desta obra. Fico muito feliz em ver a realização deste sonho dele e me sinto muito honrado e feliz com esta homenagem. Quero aproveitar para reafirmar meu compromisso com Palmeira e com o Júlio, que é o melhor prefeito de Alagoas, e anunciar um recurso para a Saúde do município no valor de R$ 8,7 milhões. Além disso, aumentamos o número de famílias do Programa do Leite para cerca de 4 mil famílias e o Planta Alagoas para 3.700 famílias”, destacou Marx Beltrão. Feliz com o resultado do trabalho desenvolvido em Palmeira junto com Júlio Cezar, o governador Renan Filho entregou ao prefeito uma placa que simboliza a parceria entre Estado e Município.


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Município recebeu investimentos de R$ 9 milhões em obras estruturantes “Como disse o Marx, o Júlio é um dos melhores prefeitos de Alagoas, tem sido um gigante na luta por Palmeira e é um parceiro do Governo de Alagoas. Estamos felizes em inaugurar a Transbonifácio junto com ele, por meio do programa Alagoas de Ponta a Ponta, e entregar hoje dois caminhões compactadores de lixo e dois carros-pipa para o município por meio do programa Fortalece Alagoas. E já antecipo que, além da rodovia que liga Palmeira a Arapiraca, vamos fazer a reconstrucão da AL-210, que liga Palmeira a Atalaia. Também vem aí o novo hospital, que certamente será inaugurado pelo Paulo Dantas e o prefeito Júlio”, afirmou o governador. O prefeito agradeceu em nome da população as obras estruturantes inauguradas no município. “A gente se uniu para mudar vidas e transformar sonhos em realidade, para

trabalhar coletivamente pelos municípios e por Alagoas. Hoje é um dia feliz para as comunidades de Bonifácio e Buenos Aires, que têm mais de R$ 9 milhões investidos. Agora nós vamos comemorar e agradecer por tudo isso, porque quem está feliz é o povo, que

está vendo uma política nova, transformadora e que está dando grandes resultados. Isso aqui parecia um sonho inalcançável, nem nos melhores sonhos a gente imaginava que isso fosse acontecer, e aconteceu. É nessa Alagoas que eu acredito”, comentou Júlio Cezar.


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FAZENDA NACIONAL

Partidos políticos em Alagoas devem mais de R$ 2,5 milhões à União PSB de Maceió lidera o ranking de devedores; maioria dos débitos é com a Previdência e multas eleitorais

O valor é quase o triplo dos recursos que foram utilizados nas eleições de 2018 e o dobro do que foi distribuído em 2020, porém, o recebimento desses recursos não está condicionado ao pagamento das dívidas dos partidos com Fazenda Nacional. A terceira maior legenda em débitos com a União no estado é o Partido Comunista do Brasil, o PC do B novamente em Delmiro Gouveia. Em Alagoas, o partido deve R$ 118.763,06 à União, a quase totalidade por multa eleitoral. São R$ 111.094,06 determinados por infração das leis eleitorais e não pagos até este mês de março. O Partido Democrático Trabalhis-

TAMARA ALBUQUERQUE

tamarajornalista@gmail.com

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s partidos políticos em Alagoas vão disputar os votos do eleitor devendo aos cofres da União R$ 2.651.058,34. Os débitos, na maioria dos casos, foram adquiridos por multas aplicadas pela Justiça Eleitoral, não quitação de tributáveis e com o pagamento não realizado à Previdência e ao FGTS referentes aos funcionários. Na lista de devedores da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), essas dívidas aparecem em diretórios estaduais e municipais dos partidos em 82 dos 102 municípios alagoanos. Sete partidos entre os nove apontados com débitos acima de R$ 100 mil têm diretório no município de Delmiro Gouveia. A legenda em Alagoas com maior dívida aos cofres públicos é o Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Maceió, que tem como maior expressão no cenário político estadual o prefeito João Henrique Caldas, o JHC. O PSB Maceió deve R$ 223.492,35 à União, sendo R$ 182.834,49 em dívidas não tributáveis, como empréstimos compulsórios, custas processuais, indenizações, reposições, restituições etc. Outros R$ 35.495,12 em débitos previdenciários, R$ 1.656,50 com pagamentos atrasados com o FGTS e R$ 3.506,24 com impostos. Além disso, o diretório estadual do partido acumula R$ 12.341,44 em multas eleitorais. No quadro nacional, o partido que mais deve à União é o PT (Partido dos Trabalhadores) que acumula R$ 23,6 milhões, a maior parte do débito com a Previdência (R$ 16,4 milhões), Justiça Eleitoral (R$ 5,1 milhões) e impostos (R$ 709 milhões). A legenda

tem débitos em praticamente todos os diretórios estaduais e municipais país afora. O segundo partido de Alagoas com maior volume de débitos com a União é o Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB em Delmiro Gouveia, que tem uma pendência de R$ 118.991,54 com os cofres públicos. A legenda que a nível estadual tem como sua maior expressão o senador Rodrigo Cunha, não pagou a dívida gerada por multa eleitoral no valor de R$ 111.094,20 e nem impostos acumulados até o dia 28 deste mês, segundo a Procuradoria da Fazenda. A existência de dívidas não é uma barreira para que os partidos

continuem recebendo recursos públicos – nem do Fundo Partidário nem do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas, o polêmico Fundão Eleitoral. Aliás, no começo deste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve o valor de R$ 4,9 bilhões aprovados pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro para distribuição entre os 32 partidos que vão concorrer nas eleições deste ano.

ta (PDT), do mesmo município, que tem como principal cacique no estado o vice-prefeito Ronaldo Lessa, vem em seguida na ordem dos devedores da Fazenda Nacional com R$ 118.763,06, sendo R$116.044,92 também referentes a multas nas eleições. A título de esclarecimento, as multas e dívidas dos partidos políticos com a União não alcançam a pessoa física dos dirigentes e ex-dirigentes das siglas.


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extra O quinto partido com maior débito apontado pela PGFN é o Social Democrático (PSD) em Maceió. A legenda do pré-candidato ao governo de Alagoas, Rui Palmeira, aparece na relação da Fazenda Nacional com R$ 116.998,35 em dívidas, sendo a maior fatia com a Previdência, no valor de R$ 87.625,94, e multa eleitoral de R$ 24.250,59. Ao todo, 31 dos 33 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acumulam débitos com a União. As exceções são o Novo, criado em 2015, e a Unidade Popular, que só obteve o registro formal em 2019. Em relação ao Partido dos Trabalhadores, apesar de liderar o ranking de débitos em nível nacional, em Alagoas a sigla está em 8º lugar na lista. O PT em Alagoas deve aos cofres públicos da União R$ 116 mil por multa eleitoral. Já o partido do governador Renan Filho e do deputado estadual Paulo Dantas, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), tem débito de R$ 71.524,24 no total, sendo R$ 67.398,97 com a Justiça eleitoral.

POLÍTICOS Além dos partidos, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional também aponta políticos e empresas que devem multas eleitorais. Os valores são diversos e a planilha da PGFN não aponta o teor da multa, o tipo de infração cometido pelos citados. Em Arapiraca, o atual prefeito Luciano Barbosa

aparece com débito no valor de R$ 7.412,90 de multa eleitoral. O va-lor é o mesmo devido pelo senador Renan Calheiros e também pelo governador Renan Filho. O ex-prefeito do município de Teotônio Vilela e atual superintendente da Codevasf, João José Pereira Filho, também tem débito por multa eleitoral listado pela PGFN no valor de R$ 92,7 mil. O ex-prefeito de Cajueiro, Antô-

nio Palmery Melo Neto aparece com uma dívida de R$ 37 mil em multa eleitoral. Francisco Holanda Costa, que já foi vereador, deputado e secretário de Estado, tem um débito ativo de R$ 17,6 mil e Renato Tadeu Fragoso e Silva, que se candidatou para prefeito de Coqueiro Seco, deve R$ 16 mil. A lista também inclui empresas de diferentes setores da economia.


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SAÚDE

Santa Casa de Maceió registra baixo atendimento de síndromes gripais

Especialista alerta que apesar da queda de casos, população deve manter cuidados

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esde março de 2020, a covid-19 e suas variantes mudaram a rotina dos hospitais. Dos primeiros casos registrados em Alagoas, passando pelos picos de atendimento, até chegar aos dias de hoje, de relativa calmaria, a Santa Casa de Maceió vem se mantendo atualizada para melhor acolher a sociedade alagoana. “Tudo sempre começa pela Pronto Atendimento 24h, e o hospital se preparou muito. Os primeiros casos que chegaram foram de pacientes vindos do exterior. Já tínhamos todos os EPIs, feito múltiplos treinamentos, sempre torcendo para a doença não vir. Com as primeiras variantes, atendemos um número expressivo de pacientes, muitos deles graves, pois não tinha vacinação”, disse Anna Carolina Le Campion, coordenadora do Pronto Atendimento 24h da Santa Casa de Maceió. Neste momento, o hospital registra a diminuição contínua do número de pacientes com síndromes gripais que chegam ao Pronto Atendimento 24h. O atendimento desses casos caiu de 70% (janeiro) para 11% (março). “O cenário é diferente do início do ano, quando o número de atendimentos ultrapassava o de pacientes com outros casos clínicos. Mas desde o final de janeiro temos visto uma grande diminuição dessas entradas. Essa também é uma realidade em outros serviços privados”, reforçou a coordenadora. Em Alagoas, o governo do Estado liberou o uso de máscaras em ambientes externos, mas orienta que uso do equipamento de proteção seja feito em ambientes internos, facultando que cada Município decida sobre este ponto.

Anna Carolina Le Campion destaca o trabalho da equipe da Emergência Maceió foi uma das cidades onde o uso de máscara foi desobrigado. “Apesar dos baixos números de casos, a covid-19 ainda pede atenção, pois ainda há registro de infecções e mortes, e a máscara deve continuar sendo usada em lugares fechados. Sem relação à covid-19, o que pode acontecer ao deixar de usar a máscara, é ter contato com outros vírus de transmissão respiratória”, ressalta a médica. HOSPITAL - Seguindo protocolos rígidos de segurança, a instituição segue com agenda aberta para exames laboratoriais e de imagem, atendimentos clínicos, e procedimentos cirúrgicos de pequeno, médio e grande porte. Tanto o Pronto Atendimento 24h, como no Pronto Atendimento Pediátrico e Obstétrico 24 horas da Santa Casa Farol, contam com 16 tipos de convênios para atender ao público, são eles: Unimed, Bra-

desco Saúde, Amil, SulAmerica, Smile, Capesaude, Golden Cross, Camed Saúde, Asfal, Geap, Assefaz, Saúde Caixa, Life, Petrobras e Fusex. Entre os serviços, o Pronto

Atendimento 24h dispõe de especialistas e atendimento clínico, apoio 24h do serviço de Hemodinâmica e Endoscopia, e apoio das UTIs (Geral, Neuro, Coronária e Cardíaca).


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RIO LARGO

Sindicato acusa prefeito de contratação eleitoreira

Processo seletivo para guardas municipais enfurece categoria

REPRODUÇÃO INSTAGRAM

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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contratação temporária de 100 guardas municipais pela Prefeitura de Rio Largo causou revolta no Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Alagoas (Sindguarda-AL). O caso já foi parar na Justiça. A entidade acusa o prefeito Gilberto Gonçalves (PP) de editar uma lei de criação da guarda municipal com um de seus artigos inconstitucional. No Instagram, o presidente da entidade, Carlos Pisca, reforçou que só é considerado guarda municipal quem passa por concurso público e que o sindicato não corrobora com contratações temporárias. “É o artigo 21 que autoriza a municipalidade a fazer o processo seletivo de guardas municipais. Ou seja, a contração de pessoas para exercer a atividade de guarda municipal. Pois, para ser guarda municipal, você tem que passar por um concurso, tem que passar por um curso de capacitação para manuseio e emprego de arma de fogo. Este curso é fiscalizado pela Polícia Federal. Não é qualquer pessoa que vai botar uma farda e dizer ‘sou guarda municipal’. Então, o prefeito está cometendo uma irregularidade”, disse em vídeo publicado nas redes sociais. De número 070049110.2022.8.02.0051, a ação contra a prefeitura tramita na 1ª Vara Cível e da Infância e Juventude de Rio Largo, e está nas mãos da juíza Marclí Guimarães de Aguiar. “Estamos esperando que o Judiciário dê uma resposta a esta aberração. Não podemos aceitar esse tipo de prática”, destacou Pisca, alegando ainda estranheza com a abertura do pro-

Carlos Pisca gravou vídeo esclarecendo associados sobre a polêmica cesso seletivo com a proximidade das eleições. Ainda conforme o presidente do Sindguarda, uma denúncia também já foi protocolada no Ministério Público de Alagoas (MP -AL). Em nota aos associados, a entidade informou que está acompanhando de perto a tentativa da gestão em transformar a Guarda Municipal em um cabide de empregos. Publicado no dia 25 de março, o edital do processo seletivo simplificado para contratação temporária informa que a seleção dos candidatos será realizada pela comissão designada pela Secreta-

ria Municipal de Administração e Recursos Humanos. O processo será realizado em duas etapas: análise curricular e avaliação médica. O contrato a ser firmado com a prefeitura terá duração de 12 meses ou rescindido em sobrevindo um concurso público, podendo ser rescindido a qualquer momento a depender da necessidade do Município. No total, são 100 vagas, com carga horária de 40 horas e salário bruto no valor de R$ 1.887,00. O processo seletivo ainda menciona 50 vagas para cadastro reserva. Entre as atribuições do cargo estão: zelar pelos bens públicos,

equipamentos e prédios do executivo; prevenir e impedir, pela presença e vigilância, bem como coibir, infrações penais ou administrativas e atos infracionais que atentem contra os bens, serviços e instalações do município; atuar, de forma preventiva e permanente, no território municipal, para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e instalações da prefeitura; colaborar com o restabelecimento da paz em conflitos que seus integrantes presenciarem, atentando para o respeito aos direitos fundamentais das pessoas; exercer as competências de trânsito que lhes forem concedidas, nas vias e logradouros municipais ;entre outros pontos levantados no edital. Não há menção a porte de arma ou especialização necessária para o cargo, mas, vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal (STF), em março do ano passado, derrubou restrições para porte de arma para guardas municipais. O pleno da Corte autorizou o porte de arma para todas as guardas municipais, sem distinção da quantidade de habitantes. Ainda sobre o processo seletivo, a lista de pontuação de títulos, certificado e diploma de especialização rendem 10 pontos cada. No entanto, não são especificados os cursos necessários. Renderá a mesma pontuação quem tiver curso avançado de informática e de mídias sociais. E quem tiver experiência na área de segurança ganha 5 pontos dependendo do tempo de serviço prestado. De acordo com o edital, a entrega dos currículos acontece do dia 5 a 6 de abril e a divulgação do resultado preliminar será no dia 26 do mesmo mês. Já a avaliação médica está marcada para os dias 27 de abril e 2 e 4 de maio. O resultado final deverá ser publicado no dia 9 de maio.

OUTRO LADO

O EXTRA manteve contato com a assessoria da Prefeitura de Rio Largo e com o Ministério Público Estadual para que se posicionassem acerca das declarações do presidente do Sindicato dos Guardas Municipais, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição, na quinta, 31.


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CIDADE DE TODOS NÓS

Município doa livros para projetos e cooperativa de reciclagem Mais de 1.500 exemplares foram distribuídos para diversas instituições

ALEXANDRE VIEIRA

ASSESSORIA

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mpliar o conhecimento, estimular a criatividade e aumentar o vocabulário são alguns dos benefícios que a leitura Livros de diferentes temáticas foram entregues a organizações que atendem crianças e adultos traz. Por isso, a Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) repassou uma doação de mais de 1.500 livros usados para diversas instituições que atendem crianças e adultos em comunidades da capital. Entre os locais que receberam a contribuição está o Centro de Recuperação e Educação Nutricional (Cren), que fica localizado no Conjunto Denison Meneses, parte alta da cidade. A organização não possui fins lucrativos e é responsável pelo combate e prevenção à má nutrição infanto-juvenil. O educador social do Cren, Luiz Paulo Oliveira, fala da im- Obras que estão sendo distribuídas foram doadas ao Município pela educadora Maria do Carmo portância dessa doação para aumentar o acervo e, com isso, poder atender a todas as crianças. “Nós crianças e adultos que desejam tínhamos esse projeto. Pra gente visitantes do parque. Nós ficamos recebemos livros bem legais, lú- adquirir conhecimento. é muito gratificante saber que vo- felizes de receber essa doação. E dicos e as crianças amaram. Com Os exemplares, de temas e cês deram continuidade ao nosso agora o visitante vai ter mais opmais livros, podemos desenvolver autores diversificados, foram objetivo que sempre foi levar cul- ções para fazer uma leitura ao ar mais atividades com elas”, disse. doados à superintendência pela tura e conhecimento para a popu- livre ou adquirir qualquer exemLuiz também destaca o traba- educadora Maria do Carmo. Molação”, completou. plar sem custo. Foram mais de lho de educação ambiental rea- radora do bairro Prado, ela conta Além das instituições sociais, 300 livros recebidos e o nosso inlizado pelos agentes da Sudes. que os livros faziam parte de ouo Projeto Livros Livres, desen- tuito é que esse número aumente “Dessa forma, é possível traba- tro projeto, chamado ‘Educar em volvido pela Prefeitura e que cada vez mais, tanto o número de lhar com as famílias e explicar ação’, que se encerrou, deixando funciona no Parque Municipal, doações quanto ao número de leique algumas coisas, como os li- os livros sem serventia. em Bebedouro, também receberá tores que visitam o parque”, afirvros, por exemplo, nunca perdem “Nós estávamos com esses liuma quantidade de exemplares. mou a coordenadora. a validade e sempre podem ser vros parados em minha residênAtualmente, mais de 250 livros A cooperativa de reciclagem reutilizados e ressignificados por cia após o fim do projeto do qual podem ser lidos por visitantes da Coopvila, que trabalha em parum novo leitor”, completou. eles faziam parte. Foi quando nos reserva. Com a doação, será possí- ceria com a Prefeitura de Maceió Outra instituição beneficiada indicaram entrar em contato com vel acessar cerca de 600 obras de na coleta seletiva da capital e que com a oferta de livros foi a As- a Sudes para fazer a doação, pois diversos autores. também fica situada na Vila Emasociação de Moradores da Vila eles dariam um destino mais adeRafaela Brito, coordenadora ter, foi outra beneficiada. Fora os Emater, onde existia um aterro quado”, revela a educadora. dos parques de Maceió, se sente livros em bom estado, direcionasanitário, que agora está desaAo saber o destino que a Sugratificada pela doação e relata dos para a partilha entre os coopetivado. O local enfrenta grandes perintendência deu aos livros, que o incentivo à leitura dentro do rados, os exemplares que estavam problemas de violência e escassez Maria se sentiu emocionada. Parque Municipal será ampliado. em situação crítica, danificados, de donativos, mas contará com a “Sabemos da importância em “O Projeto Livros Livres tem o foram encaminhados diretamente leitura como forma de apoio para ter contato com livros, por isso intuito de incentivar a leitura dos para a reciclagem.


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REI PELÉ

Estado já gastou quase metade da verba para melhoria do estádio

MP e Crea cobram explicações sobre más condições da arena esportiva

REDES SOCIAIS

OUTRO LADO

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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erca de 44% do valor investido para a melhoria da estrutura do Estádio Rei Pelé, maior arena esportiva de Alagoas, já foram pagos às empresas que venceram a licitação realizada no ano passado para reforma do local. Até então não tem nada de errado com os R$ 1,6 milhão dos R$ 3,6 milhões do valor entregue, se não fosse as condições em que a praça se encontra e que virou alvo de questionamentos por parte do Ministério Público de Alagoas e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas depois que três incidentes aconteceram no primeiro trimestre deste ano. Com sua capacidade total reduzida desde 2020 exatamente por questões de segurança geradas por problemas na infraestrutura, o estádio recebe anualmente jogos do Campeonato Alagoano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, recebendo em média quase 60 partidas por ano. Os favorecidos na licitação foram as empresas Líder Engenharia e Empreendimentos LTDA, Morgana Maria de Almeida Tavares, Nave Construções LTDA e Plataforma Engenharia LTDA, sendo essa última responsável por receber 87% do valor liquidado pela Secretaria do Esporte, Lazer e Juventude. Na descrição do serviço a ser realizado está “a contratação de empresa especiali-

sendo executados. O encontro deverá contar com as participações da Secretaria do Esporte, Lazer e Juventude, gestora do Rei Pelé e de representantes das empresas contratadas. Além da audiência solicitada pelo MP, o Crea-AL deu um prazo de 10 dias, no último dia 28, para que as empresas vencedores da licitação entreguem alguns documentos detalhando as reformas realizadas além de indicar o responsável técnico pelas mesmas.

No dia 16, grade de proteção se desprendeu e feriu duas torcedoras zada para prestação de serviços na área de engenharia cujo objeto é realizar obras urgentes no Estádio Rei Pelé”. Algumas obras de manutenção que serviriam para segurança dos próprios torcedores, no entanto, aparentemente ainda não foram realizadas. No último dia 22, na partida entre CSA e Sport, um grande pedaço de reboco do setor visitante desabou em uma área que não estava ocupada. Alvo de denúncias em janeiro de 2020, a área de visitantes foi interditada, necessitando de “serviço de escoramento das grandes arquibancadas”. Antes disso, o primeiro caso foi registrado na partida entre CSA e Botafogo-PB, também pela Copa do Nordeste, onde torcedores fizeram fotos do mau estado de conservação e do desabamento de reboco no mesmo setor. No último dia 16, o reboco não caiu, mas duas torcedoras ficaram feridas após uma grade de proteção se soltar na arquibancada alta do estádio. O tempo que o estádio passou sem receber os torcedores por causa da pandemia do novo coronavírus, no entanto, poderia ter sido aproveitado para as melhorias, como apontado pelo presidente

do CSA, Omar Coêlho, ainda em janeiro, quando, em entrevista à imprensa, afirmou já ter alertado sobre a situação do local e que por isso já havia proposto a utilização de arquibancadas metálicas. “A gente tem acompanhado a situação do Rei Pelé há muito tempo, desde 2019, quando propomos botar arquibancada metálica diante da situação que vinha o Rei Pelé. A gente já vinha acompanhando, o que é lamentável”. “O que a gente lamenta é que passou a pandemia, e as obras só começaram agora, praticamente. A gente inicia o campeonato com as arquibancadas fechadas, só a grande arquibancada em funcionamento, isso traz um prejuízo muito grande para os clubes da capital, já que o futebol é caro, e as vendas (ingressos) dão um incremento à nossa receita”, lamentou na ocasião. Devido ao risco que a estrutura está proporcionando aos torcedores, o Ministério Público de Alagoas solicitou a realização de audiência para tratar das obras que estão sendo realizadas no estádio. A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor também requereu que um perito seja designado para fiscalizar os serviços que estão

Por meio de nota, a Secretaria do Esporte, Lazer e Juventude (Selaj) informou que algumas das reformas não foram realizadas a pedido das próprias equipes que mandam os jogos no estádio e que o problema na drenagem já havia sido identificado em 2021. “Após consultar as equipes que atuam no estádio, ambas optaram que os serviços fossem realizados apenas no final da temporada e, diante disso, diversos procedimentos têm sido feitos para amenizar a deficiência existente. Esse tema já foi amplamente divulgado para conhecimento de todos”, informou a pasta estadual. Em relação a parte do reboco que caiu, a Selaj afirma que “o problema não oferece nenhum risco aos torcedores ou estrutura, tendo em vista que as arquibancadas baixas (setor visitante) estão interditadas justamente para a realização de intervenções. Em tempo, informamos que esta camada de reboco servia apenas por uma questão estética e que será totalmente retirada, evitando assim, quaisquer transtornos”. A Federação Alagoana de Futebol (FAF) também foi procurada pelo EXTRA e questionada para saber se, em algum momento a entidade pensou em determinar que os jogos não mais fossem realizados no estádio até que os problemas estruturais fossem resolvidos, e, por meio de sua assessoria, a FAF informou apenas que a ideia “jamais foi cogitada”.


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GRUPO CARLOS LYRA CELEBRA O SHOPPING DA VILA E A INAUGURAÇ

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o último dia 25, o Grupo Carlos Lyra realizou a solenidade de lançamento oficial do Shopping da Vila, o primeiro empreendimento desse porte no Alto Sertão. Na ocasião, foi inaugurada a Praça das Esculturas em frente a fachada da antiga Fábrica da Pedra, cuja restauração retornou ao projeto inicial da edificação. Inicialmente, o professor doutor Edvaldo Nascimento, profundo conhecedor da trajetória da antiga Fábrica da Pedra e responsável por assessorar o Grupo Carlos Lyra no resgate histórico-cultural do empreendimento, fez um discurso contextualizando a importância dos quatro empreendedores do Sertão: Delmiro Gouveia, Antônio Carlos Menezes, Ivan Botelho e Carlos Lyra. A empresária Elizabeth Anne Lyra Lopes de Farias fez um agradecimento especial aos presentes e entregou maquetes das esculturas, também produzidas pelo escultor Léo Santana, numa homenagem aos familiares de Delmiro Gouveia e Antônio Carlos Menezes e ao empresário Ivan Botelho. Presente à solenidade, Dona Virginia Lyra recebeu de sua filha a maquete da Praça das Esculturas, com os quatro empreendedores do Sertão.

Oportunamente, a Câmara Municipal de Delmiro Gouveia realizou uma seção itinerante e fez uma homenagem póstuma ao industrial Carlos Lyra, concedendo-lhe o título de Cidadão Honorário in memoriam. A honraria foi entregue solenemente à Dona Virgina pelo vereador Júnior Lisboa, autor do projeto, acompanhado pelo presidente da Casa, Marcos Costa. Durante a cerimônia, a empresária Elizabeth Lyra Lopes de Farias entregou placas de agradecimento à arquiteta Humberta Farias, ao gestor do empreendimento, Jorge Cavalcanti, ao professor Edvaldo Nascimento, à prefeita do município, Ziane Costa, ao senador Renan Calheiros e ao governador Renan Filho. “O Shopping da Vila representa um grande marco e a dinamização da economia de Delmiro Gouveia. O Alto Sertão de Alagoas se destaca tanto pelos investimentos em infraestrutura que o Estado faz, quanto pelos investimentos privados”, citou Renan Filho. Elizabeth Lyra Lopes de Farias destacou a presença de Dona Expedita Ferreira, filha única de

Lampião e Maria Bonita, que prestigiou o evento ao lado de três filhas e uma neta. “Quero agradecer o carinho da família Lyra, que tão bem nos recebeu!”, frisou Vera Ferreira, jornalista e filha de Dona Expedita. O empresário Fernando Lopes de Farias proferiu um discurso de agradecimento à Dona Virgina Lyra, ao empresário Ivan Botelho, aos familiares de Delmiro Gouveia e Antônio Carlos Menezes, à prefeita Ziane Costa, ao senador Renan Calheiros e sua esposa Verônica, e ao governador Renan Filho, a quem qualificou como sendo um dos maiores líderes do poder executivo que Alagoas já teve. Na ocasião, o empresário destacou a feliz composição


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RA O LANÇAMENTO OFICIAL DO RAÇÃO DA PRAÇA DAS ESCULTURAS

do secretariado do governo, em particular a atuação do secretário Fábio Farias da Casa Civil, “que com suas habilidades prestou um grande serviço ao seu governo”. Doutor Fernando Farias ainda agradeceu ao gestor do empreendimento, Jorge Cavalcanti, aos ex-funcionários da Fábrica da Pedra, citando o carinho e empenho de todos com a antiga indústria têxtil. “Que esse novo empreendimento continue a fazer parte da história de cada um de vocês e da comunidade”, acentuou. Por fim, uma menção ao fundador do Grupo Carlos Lyra: “Em 1992, com sua experiência na comercialização do algodão e a convivência com o setor têxtil, Doutor Carlos adquiriu a Fábrica da Pedra sempre ressaltando o potencial desta região, além de sua profunda admiração pelo povo sertanejo. Doutor Carlos foi extremamente dedicado e um entusiasta pela empresa! E é a ele que agradecemos por estarmos aqui, celebrando um novo momento na

história desta região”. A cerimônia foi encerrada com a benção do padre Adauto Vieira e o descerramento da fita, conduzida pelos bisnetos de Doutor Carlos Lyra e Antônio Carlos Menezes e pela tetraneta de Guido Ferrari, um dos sócios de Delmiro Gouveia. Após o encerramento, a comunidade e as autoridades presentes visitaram as instalações do Shopping da Vila, recepcionados com um coquetel na praça de alimentação. Estiveram presentes na solenidade o desembargador Washington Luiz, os secretários de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Marcius Beltrão; da Infraestrutura, Maurício Quintella; da Educação, Rafael Brito; do Gabinete Civil, Fábio Farias; da Fazenda, George Santoro; da Cultura, Melina Freitas; do Planejamento, Gestão e Patrimônio, Fabrício Marques; além dos deputados federais Paulo Fernando dos Santos, o “Paulão”; e Isnaldo Bulhões; e os deputados estaduais Paulo Dantas, Francisco Tenório, Inácio Loiola, Ronaldo Medeiros e Fátima Canuto, o diretor adjunto de

Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sérgio Moreira, o presidente e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra e José Nogueira, respectivamente, e inúmeros prefeitos alagoanos, o escultor Léo Santana e Ana Vladia, da fundição mineira que leva seu nome, dentre outras autoridades. A abertura do Shopping da Vila acontecerá no dia 05 de maio, já com 30 lojas em operação e duas salas de cinema. Visita - no sábado (26), os empresários e anfitriões Elizabeth e Fernando Farias acompanharam o Doutor Ivan Botelho e sua esposa, Dona Stella Perez Botelho, numa visita ao Museu Regional Delmiro Gouveia, fundado em sua gestão à frente da antiga indústria têxtil. A turismóloga e responsável pelo local, Edilene Vieira recepcionou os visitantes. Estiveram presentes ainda, os familiares de Delmiro Gouveia e Antônio Carlos Menezes, a coordenadora geral do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira - Cehibra, da Fundação Joaquim Nabuco, Albertina Otávia Lacerda Malta, o professor Edvaldo Nascimento, a família Ferreira e vários colaboradores do Grupo Carlos Lyra.


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SAÚDE MENTAL

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

to-comportamental digno de reflexão de todos, de todos que vivem na “Cidade de todos nós”. Será mesmo que foi um protesto-comportamento? Bom, se não foi, pelo menos dá para fazer uma reflexão sobre a indiferença, o descaso dos que dizem que a “Cidade [é] de todos nós”. Será?

Antissocial

Protesto-comportamental? “Cidade de todos nós”. Talvez, por ter lido essa frase ‘o morador que está na rua’ tenha achado melhor “dormir” numa das principais vias da “melhor” capital do Brasil: no bairro de Jatiúca, Maceió, Alagoas, afinal de contas a cidade é “todos nós”, sim. Será? Ou somos nós que apenas contribuímos com os impostos que pagamos, e nada mais? O ‘morador que está na rua’ pode também ter ficado deitado inclinado, na passagem dos pedestres (na sua maioria abastados), para que todos possam vê-lo “dormindo”, afinal de contas, é a “cidade de todos nós”. Resta saber se a cidade é, realmente, de todos nós. Nós quem? Quem pode usufruir melhor da “Cidade de todos nós”? Na “Cidade de todos nós”, de um lado, prédios de luxo com piscina, elevadores, ar-condicionado, em que seus frequentadores têm café da manhã, almoço e jantar, carros zero quilômetro, dormem de verdade; e do outro, mendigo, pedestres, pobres, e também gente da classe A, B e C. Mas quem tem o melhor protesto-comportamento? Quem tem melhor compreensão da “Cidade de todos nós”? O fato de deitar e “dormir”, democraticamente, numa via pública, sem interferir na vida de ninguém, demonstra também um protesto. É uma atitude salutar. Um protesto sem palavras, sem bandeiras, sem alto-falantes, sem outdoor; um protesto sem palavras. Um protesto silencioso. Um protesto com ação. Um protesto silencioso também é democrático; também é protesto; também é uma forma de falar, dizer; também é uma forma de protestar, democraticamente. Esse ‘morador que está na rua’ representa muitos, muitos dos seus pares. Alguns protestam com palavras, com bandeiras, com alto-falantes, com carreata, com outdoor; outros com agressão (comportamento agressivo); outros fazem da bebida ou comida um vício; outros se matam; outros fazem poesia; outros cantam; outros escrevem; outros desenham. Todos são protestos democráticos. Quem bom! Esse protesto-comportamento pode ser para alertar o descaso e a indiferença dos abastados, da elite, dos neoliberais, dos banqueiros que têm quarto e casa com ar-condicionado e não estão nem aí em ver um cidadão “dormindo” num local de abastados. Será? Mas pode ser um protes-

Será que um protesto-comportamento sensibiliza um antissocial, um psicopata ou condutoparta? Claro que não. Os termos são semelhantes. Embora psicopata seja um termo que a mídia mais utiliza para caracterizar um criminoso cruel (de natureza violenta e agressiva), nem sempre o termo tem esse aspecto. A violência, muitas vezes, é de natureza sutil e indolor. O perverso ou psicopata tem características bastante sutis, no sentido mais amplo da palavra, para praticar crimes, também sutis, mas que têm consequências nefastas a uma população, a um bairro, a uma cidade, a um estado, a um país, como é o caso da omissão em que as pessoas não são pessoas e sim um mero número, um CPF.

Indiferença

Algumas das principais características do antissocial, do condutopata, são a frieza, a indiferença com o sofrimento do/a outro/a e também a manipulação e a falta de remorso quando pratica um crime, inclusive de omissão. No termo psicopatia, psykhé significa mente e pathós sofrimento. Portanto, o termo usualmente utilizado pela mídia e coloquialmente é inadequado. Quem tem o agravo já diagnosticado, pode ser “carimbado” de ter o Transtorno de Personalidade Antissocial, denominado também de psicopatia, sociopatia, transtorno de caráter, transtorno sociopático ou transtorno dissocial. A indiferença, com certeza, é a

Indiferença O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas. (Martin Luther King)

ação mais perversa de uma pessoa, de uma comunidade ou de um povo. A indiferença mata.

Prudência

Uma pessoa não precisa ter algum problema “muito sério” para buscar ajuda de um psicólogo. Às vezes um pensamento, um comportamento ou uma crença incomoda, mas a pessoa acha que é um “problemazinho”, mas que às vezes se torna um “problemazão”. Um transtorno mental não surge rápido; ele é um processo que vai minando a pessoa de ter sua própria consciência; ela vai perdendo a capacidade de concentração; de ver algo positivo, mesmo na adversidade, ela vai perdendo a capacidade de enfrentar um problema. Portanto, é prudente a pessoa buscar ajuda. Não é nada demais. Principalmente caso esteja sofrendo por causa de manipulação, muitas vezes sutil e até desconhecida (pela própria pessoa) ou que esteja sofrendo de algum tipo de sentimento que incomoda, inclusive indiferença.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: +55 (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - Na política, existem apenas duas coisas imutáveis: a ingenuidade dos eleitores e a desonestidade dos políti-

Renan Filho, a saída honrosa

H

oje o governador Renan Filho está se despedindo dos alagoanos, após o término de seu segundo mandato. Sai antecipado, por força da legislação eleitoral que o obriga, por ser candidato ao Senado Federal. Deixa para os alagoanos a mais eficiente gestão dos últimos tempos na história de nossa política. Quebrou o tabu de que o segundo mandato é sempre pior que o primeiro e bateu recordes em todos os setores da administração. Não perseguiu, tratou com atos republicanos aliados e adversários, transformou a malha viária alagoana, tornou nossa Educação modelo para o Brasil, com apoio ao setor de Segurança baixou exemplarmente o nível de violência na capital e interior e

na Saúde ganhou protagonismo no enfrentamento à pandemia, apresentando os melhores resultados de gestão competente, construiu e equipou hospitais em todas as regiões do interior e também na capital, além de UPAs ( Unidades de Pronto Atendimento), creches modelo e outros equipamentos que mudaram o corpo e alma e encheram de autoestima os alagoanos. Ressalte-se, todas essas conquistas com recursos próprios do Estado, graças à mais eficiente e responsável gestão fiscal empreendida com êxito, com o comando do secretário da Fazenda, George Santoro, que desde o primeiro momento teve carta branca, incentivo e solidariedade do governador.

O bom combate

Hoje é o prazo final para a desincompatibilização para todos os agentes públicos que se candidatam nas próximas eleições. No caso nosso, aqui em Alagoas, quase o governo inteiro está saindo para disputar o voto, para lhes assegurar uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados. O governador também sai, para brigar pela única vaga para o Senado, ocupada hoje por Fernando Collor. Vai ser uma briga acirrada e animada. Será?

Acabou o poder, acabou a pose

Alguns dos secretários que se afastam são neófitos na política e buscam a conquista eleitoral como “prêmio” pelo desempenho na gestão durante os últimos anos. Nos cargos públicos que ocuparam fizeram favores, foram notícias na imprensa e nas redes sociais e foram também muito cortejados por lideranças políticas, líderes comunitários e alguns estiveram perto do povo, mesmo que por só alguns momentos. Conversei com alguns que, prestes a sair dos holofotes, me confessavam os milhares de votos prometidos. Eram tantos os votos que dariam para eleger e ainda sobrariam para “puxar” outro. Macaco velho, com mais de 50 anos de caminhada política, eu só observava e pensava, comigo mesmo: “Cabra besta, não sabe onde está se metendo”.

A hora da traição

Diz o velho ditado que “trair e coçar, é só começar”. E por sinal vai começar um grande festival de traições, coisas muito próprias da política – uma atividade onde o caráter não se leva em conta e sim, o bem ou o mal que se possa fazer. Quando o poder sair das mãos, quando não for mais possível ter moeda de compra para os votos, os acordos serão refeitos, os rumos serão mudados e vai prevalecer quem tiver potencial para investir e tomar os votos antes prometidos aos adversários. Prefeitos e lideranças políticas, que antes recebiam com festas e efusivos abraços, vão se esconder, não por vergonha, porque não possuem, mas para não olhar na cara dos que enganaram. Já vi esses filmes várias vezes e vão se repetir.

Continuam os três

Estou finalizando a coluna nesta quinta-feira e como todos os dias temos novidades na politica local, posso estar sendo “furado” ao ser publicada no sábado. Mas até hoje o embate será mesmo entre três nomes para o governo do Estado. Paulo Dantas, Rodrigo Cunha e Rui Palmeira. O resto é tudo “poca urna” e figuração. O alagoano não poderá dizer que “não teve opção para votar”. Se apresentam três nomes já testados em eleições anteriores e conhecidos do eleitorado. Vamos aguardar suas propostas e os planos para fazer Alagoas continuar crescendo.

Mulheres na Assembleia

Na atual legislatura da Assembleia Legislativa as mulheres ocupam um número de cadeiras nunca alcançado. E não são apenas cadeiras ocupadas, mas com atuação efetiva no plenário e nas comissões. Entre elas duas se destacam por suas formações, cultura e protagonismo político, as deputadas Jó Pereira e Fátima Canuto, por suas lideranças robustas e apoios em grande parte dos municípios, junto com Ângela Garrote, com liderança própria na região Agreste. As deputadas Flávia Cavalcante e Cibele Moura, que venceram a eleição, ambas sem capilaridade política, mas através dos votos dos seus pais (Cicero Cavalcante e Abraão Moura), desempenham mandatos razoáveis e poderão conseguir a reeleição.

Fidelidade às favas

Nestes últimos dias de janelas partidárias, federações, coligações e coisa e tal, qualquer questão que se chame ideológica ou fidelidade está fora de contexto. Agora é um “salve-se quem puder” e cada um está procurando um lugar para chamar de seu. Segundo um velho político, jacaré vai se juntar com cobra d’água e no final vamos ver coisas que até o diabo duvidava. Você pensa que já viu tudo? Aguarde só pra ver.

PÍLULAS DO PEDRO Maurício Quintella até o fechamento da coluna ainda não havia batido o martelo. Deputado federal ou estadual. Para onde for será vencedor. Rui Palmeira caminha firme para a disputa ao cargo de governador. Está montando chapa competitiva. Tem destino e vocação política.


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A dívida de Alagoas e a conta para o povo pagar

ELIAS FRAGOSO n Economista

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ão é de hoje que temos alertado para a preocupante situação fiscal de Alagoas, um estado paupérrimo, endividado até a tampa por uma dívida impagável nas condições em que foram negociadas. Temos também acompanhado a luta de economistas que há longo tempo vêm denunciando – apesar dos enormes obstáculos postos pelo governo para dar acesso às informações que são, diga-se de passagem, públicas – a escalada da dívida alagoana. Embora não tenha estudado o assunto com o cuidado que o

tema requer, não precisa ser especialista para que se entenda que um estado cujo orçamento para 2022 gira em torno de 12,5 bilhões de reais, todo ele comprometido com as despesas da máquina administrativa e com o serviço da dívida interna e externa (que já alcança 11 bilhões de reais), sem sobrar nada para realizar investimentos (dezenas de obras inacabadas, outras mal iniciadas) é, certamente, uma unidade federativa em sérios apuros. Até agora, o atual governo vem sobrevivendo à custa de mais e mais endividamento (1,4 bilhão de reais foram espetados na conta da dívida de Alagoas) e, por conta de benefícios que o governo federal promoveu durante a fase mais aguda da epidemia, inclusive suspendendo o pagamento de parcelas da dívida anterior. As duas opções não são eternas... É preocupante o quadro futuro das finanças estaduais no Brasil, em especial no tocante à dívida pública, que precisa ser equacionada, embora entre e sai governo e nada aconteça. O que

não será fácil para os futuros governantes estaduais, vez que negociar com o governo federal em crise, e com a piora das condições internacionais seja pela guerra na Ucrânia ou pelo aumento do dólar (pelo menos 5 vezes mais em relação à taxa atual), a tendência é de endurecimento de posições por parte do poder central e de um quadro de ainda maiores dificuldades para estados como Alagoas. Aqui um parêntesis. O professor José Menezes, da Ufal, um estudioso do tema, mostra por A mais B que, no caso de Alagoas, a dívida originária foi contraída pelo Estado para cobrir o rombo do Banco do Estado de Alagoas pelo não pagamento da dívida dos usineiros àquela casa bancária. Mal negociada, o Estado já a pagou algumas vezes, mas continua devendo 4 vezes o valor inicial da mesma (dos quais, 35% refere-se ainda à divida do Produban) fruto das taxas extorsivas cobradas pelo governo federal para emprestar o dinheiro (2,5 bilhões de reais)

Violência em noite de gala

NELSON FERREIRA n Jornalista

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tapa dado por Will Smith na cara de seu colega Chris Rock, na festa da entrega do Oscar, realizada no último domingo, confirma a minha certeza de que atualmente as pessoas vêm aumentando a violência de forma gradual, aliada à uma banalização na sua ocorrência. Um assalto em um ponto de ônibus que termina em morte, uma chacina em frente do bar da esquina ou uma bala perdida que

mata uma criança vão se tornando fatos corriqueiros. Aos poucos, essas coisas “normais” estão evoluindo dentro das pessoas. Já observei, em conversas sobre as consequências da violência, que pouca gente mostra grande preocupação com o assunto. Parece que se acostumaram com as más notícias, aceitando-as como são desde que não sejam atingidas. A violência ocorre em qualquer lugar, a qualquer tempo e quando menos se espera. Medidas que há décadas vêm sendo adotadas para contê-la não têm trazido o resultado esperado. Muito pelo contrário. Em nosso país nunca nos sentimos tão inseguros, embora nossas prisões sigam abarrotadas. Isso não significa que devemos deixar de investir nos órgãos ou instituições de segurança pública e de política penitenciária, mas sim que precisamos tentar compreender, de forma mais ampla, os problemas da violência para pensar em

caminhos alternativos para enfrentá-los. Para o sociólogo paulista Sérgio Adorno, que há anos estuda a violência, “as pessoas sempre agirão agressivamente. A questão é fazer com que essa agressividade permaneça em um nível tolerável”. No último domingo, durante a cerimônia da entrega do Oscar, solenidade de audiência mundial, o ator Will Smith agrediu o comediante Chris Rock, um dos apresentadores da festa. Will não gostou de uma piada de mau gosto feita por Chris sobre a falta de cabelos de sua esposa Jade, em virtude de uma doença que enfrenta e deu um tapa na cara do colega. A violência do ato surpreendeu a todos que assistiam à cerimônia e que hoje acreditam que o descontentamento de Will poderia ser demonstrado de maneira elegante, sem perder o objetivo de uma reprimenda. Uma atitude

para sanear o banco (que findou por quebrar). É uma discussão antiga que até agora não surtiu o efeito de estancar as dívidas dos estados com o governo federal. E que são tergiversadas pelos governantes que preferem o desgaste de assumi-las para não apontar os verdadeiros culpados, em geral seus financiadores ou parceiros de negócios ou negociatas e deixar para que os alagoanos paguem a conta, mesmo roubada de cá e de lá (o governo federal). As eleições que se aproximam podem ser um bom momento para se retomar a discussão do tema (que, pelo que se viu essa semana pelo bate-boca do prefeito com o secretário da Fazendo, pode render...). É certo, no entanto, que com o nível rastejante das campanhas políticas que os candidatos continuem a apostar tudo para ver quem vai dar mais esmolas saídas dos cofres públicos, que, zerados, irão servir para piorar ainda mais as coisas por aqui...

civilizada tomada pela palavra ou pelo gesto. Uma repreensão pública ao colega, ali mesmo no palco da festa, deixando claro que sua brincadeira era infeliz e descabida ou então reunir a família e, em sinal de protesto pela indelicadeza do apresentador, deixar a festa. Preferiu a violência de uma agressão que não soube explicar, que mancha seu currículo e a história da conquista de seu primeiro Oscar como melhor ator do ano. Um tiro no pé que não será esquecido pela Academia e que ainda vai dar muito o que falar. Combater a violência é tarefa complicada. Ela está dentro do ser humano e pode, repentinamente, se manifestar de forma explosiva. O escritor russo-americano Isaac Asimov dizia que “a violência é o último refúgio do incompetente”. Will Smith mostrou essa verdade, em noite de gala, para milhões de pessoas.

Até agora, o atual governo vem sobrevivendo à custa de mais e mais endividamento (1,4 bilhão de reais foram espetados na conta da dívida de Alagoas) e, por conta de benefícios que o governo federal promoveu durante a fase mais aguda da epidemia, inclusive suspendendo o pagamento de parcelas da dívida anterior. As duas opções não são eternas...

Combater a violência é tarefa complicada. Ela está dentro do ser humano e pode, repentinamente, se manifestar de forma explosiva. O escritor russo-americano Isaac Asimov dizia que “a violência é o último refúgio do incompetente”.


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Florestas de postes, senhor prefeito?

RICARDO RAMALHO n Engenheiro agrônomo e ambientalista

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s cidades têm procurado aproximar suas paisagens aos contornos e cores da natureza. Essa tendência mundial revoluciona conceitos paisagísticos e de convivência dos seus habitantes com as mais diversas formas de vida, na busca de um equilíbrio ecológico. De forma sutil, se combate a soberba dos humanos, o estúpido sentimento de que somos a espécie

viva mais importante do Universo que nos domina. Somos, em verdade, fios de um mesmo tecido vital. Pode-se definir esse crescente comportamento coletivo como exaltação à vida. Maceió se valoriza pelas indiscutíveis belezas naturais de suas águas, areias, corais, diferentes altitudes. Detalhes como a formação de barreiras e falésias coloridas por argilas multicores, contribuem, também, para esses atributos. Nesse conjunto se encontram as árvores, ornando de maneira singular esses cenários e, como poetizou Noaldo Dantas, as praias deverão ser fascinantemente belas, sob a vigilância de altivos e fiéis coqueiros”. Desprezar esses elementos que alegremente nos cumprimentam com seus movimentos de ramos e folhas é demonstrar insensibilidade com a vida. Asfalto, cimento, postes, senhor prefeito, muitas cidades dispõem, aos montes. São

fáceis de “plantar” e requerem pouca manutenção. Evidente que são essenciais à vida moderna, mas devem ser usados com parcimônia, através de estudos e planejamento adequados. Dois tipos de poluição são pouquíssimo considerados pelo Poder Público em nossa capital: visual e luminosa. Por terem características de difícil percepção e insidiosas, passam despercebidas da população. Pelo que se observa nas últimas intervenções urbanísticas da Prefeitura, repete-se a supremacia de uma visão de mundo atrasada, da dominação do cinza sobre o verde, da simplificação e monotonia da paisagem, do exagero da iluminação artificial, um verdadeiro mergulho no obscurantismo paisagístico. Exemplos se sobressaem nessa absurda conduta pública. Uma é a supressão de árvores e, sobretudo, dos jardins que embelezavam o canteiro central da Avenida Fernandes

Lima. Aquela artéria, que aos poucos se transformou em um cartão postal da principal entrada da cidade, sofreu uma devastação em suas áreas verdes, substituídas por concreto, de funcionalidade e objetivos duvidosos. Perde-se beleza, oxigênio, vida e ganha-se calor, mesmice, poluição sonora e visual. Outro ecocídio se comete na Ecovia Norte, importante via em construção. Um amplo canteiro central, com seus seis quilômetros de extensão, onde deveria ser executado um rico e bonito paisagismo, está sendo ocupado por centenas de postes, centenas mesmo! São mais de 400 postes, interligados por fiação subterrânea, que dificultará, sobremaneira, a convivência com plantas. Temos assim, uma inusitada “floresta de postes”, poluindo a majestosa vista de nosso mar. Uma dominação angustiante da cegueira urbanística que assola nossa capital e seus exuberantes dotes naturais.

Dois tipos de poluição são pouquíssimo considerados pelo Poder Público em nossa capital: visual e luminosa. Por terem características de difícil percepção e insidiosas, passam despercebidas da população.

As injustiças da Justiça

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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assunto da semana passada foi a condenação do Deltan Dallagnol por ter exposto o ex-presidente Lula. Está obrigado a pagar setenta e cinco mil reais ao moço por danos morais. Tomei um susto com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, mas, como dizem os mais sabidos: “decisão judicial não se discute, cumpre-se”. Entretanto, outra grande surpresa foi a atitude do povo brasileiro: já foram depositados na conta do procurador mais de quinhentos mil reais, ou seja, meio milhão de reais para pagar setenta e cinco mil ao Lula. O resto irá para crianças com câncer.

Também já fui vítima de caso parecido: em 2019, sofremos, eu e meu marido, um acidente de carro. Fomos levados para um hospital da cidade e atendidos por um bacharel em medicina. Tratou-nos com grosseria, falou mal do hospital, nos encaminhou para o HGR e ainda deu 3 tapas no meu ombro. Como coloquei o ocorrido no Facebook, ele entrou com uma ação contra mim e a juíza do caso, sem me ouvir, simplesmente me condenou. Todos acharam um absurdo a decisão da magistrada. Dias depois, ela, a juíza, procurou uma amiga comum e avisou, mostrando um documento: “Eis aí porque condenei a Alari”. Era um processo contra mim, de autoria do desembargador, seu marido. Desconhecia a nobre senhora que o cidadão, já falecido, havia retirado a queixa, encontrou-se comigo e pediu desculpas. “Não havia necessidade disso”, afirmou o velho conhecido de meu marido. Recorri da decisão e o processo está nas mãos dos senhores desembargadores. Peço então, de público, que revejam o caso, conversem com a juíza e não condenem, injustamente,

uma idosa de 80 anos, terrivelmente agredida por um jovem médico em início de carreira. Reconheço que a Justiça é formada por pessoas humanas, falíveis. Nem sempre é justa e há casos de condenações erradas. Muitas vezes, depois de anos e anos, a verdade vem à tona, mas a criatura já foi duramente penalizada. Retornando ao caso do ex -presidente Lula, não dá para entender se é culpado ou inocente nos crimes a ele atribuídos. A Justiça se contrapõe em vários processos e as pessoas que o julgaram estão sendo condenadas. Nosso Supremo Tribunal Federal está perdendo a credibilidade. Os ministros mandam prender as pessoas que os criticam e só um pensamento vem à minha cabeça: Vivemos numa democracia e não podemos criticar algumas autoridades? Se falarmos no atual presidente da República, é impressionante como é atacado. E não vejo ninguém ser processado ou preso por falar dele. Se faz algo de bom, a mídia esconde. Se erra, a maioria o critica. É um jogo sujo visando acabar com o presidente. Não sei até

quando aguentará. Vivemos no Poder Legislativo Estadual e a grande maioria de nossas reivindicações não se resolvem administrativamente. Vão à Justiça e ficamos na dependência dos senhores juízes. Repito: como eles são humanos e falíveis, nem sempre acertam em suas decisões. Entregamos a Deus o resultado final. Respeito os juristas das Alagoas, sou amiga de alguns, mas sou vítima de injustiças. Outro dia um juiz bem bravo teve pena de mim e perguntou: “O que a senhora faz aqui? Vá embora, pois adiei a audiência”! E me olhou fixamente, com os olhos verdes, iguais aos meus. Leitores amigos, sou vítima de vários processos porque luto por meus direitos. Não matei ninguém, não roubei. A perseguição que sofro é por não saber ficar calada quando pisam nos meus direitos. Estou com oitenta e um anos, cheia de doenças, mas lúcida e não consigo ficar quieta. Com tanto sofrimento, ainda confio na Justiça dos homens. Como falei dos juristas, viva Marcos Bernardes, um grande deles!

Vivemos no Poder Legislativo Estadual e a grande maioria de nossas reivindicações não se resolvem administrativamente. Vão à Justiça e ficamos na dependência dos senhores juízes. Repito: como eles são humanos e falíveis, nem sempre acertam em suas decisões. Entregamos a Deus o resultado final.


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Lawfare: a guerra “legal”

ANDRÉ NORONHA nAdvogado

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ão é de hoje que o termo é utilizado, em suas primeiras menções se referia à utilização do direito como arma complementar às armas bélicas, ou seja, o termo tinha conotação de estratégia militar em guerra. Com o passar do tempo a expressão lawfare ganhou novo contexto, podendo ser traduzida como a aplicação

de interpretações e práticas jurídicas sob a lógica de combate a um inimigo, seja ele de guerra ou não. Tal expressão foi utilizada, por exemplo, pela defesa do ex-presidente Lula, ao rebater as denúncias dos procuradores do Ministério Público Federal que atuaram na Operação Lava Jato, o que culminou na popularização do termo no Brasil. Curiosamente, a defesa do ex-presidente também colheu alguns frutos explorando politicamente o processo, primeiro com a suspeição do ex-juiz Sérgio Mouro e agora com a condenação do ex-procurador da República Deltan Dallagnol a indenizar o ex-presidente. Percebemos então que o lawfare não é apenas o manejo de processos criminais para alcançar objetivos políticos. Existem outras ações jurídicas que também podem ser instrumentali-

zadas. Veja-se o exemplo do próprio ex-juiz Sérgio Moro que, no caso da consultoria Alvarez & Marsal, alegou que seria vítima de lawfare em sua manifestação defensiva ao Tribunal de Contas da União contra o pedido de bloqueio de seus bens. Outra situação que ilustra bem o termo foi a edição da Lei 13.467/17, intitulada reforma trabalhista. Há aqui uma essência de lawfare na edição da mesma, isso porque a referida lei contém mecanismos para desestimular os empregados a ingressarem com reclamações judiciais em face de seus empregadores, culminando no benefício da classe patronal em detrimento da classe de empregados nesse caso. Embora não se trate o empregado como um inimigo, é possível ilustrar uma das dimensões do lawfare:

a retaliação às tentativas dos adversários de utilizarem normas legais disponíveis para defender seus direitos. Notadamente, não se vence uma guerra legal sem os fatores externos, para isso, no lawfare, é fundamental o papel da mídia para criar um ambiente favorável à aceitação do público a informações alimentadas por uma das partes, a fim de levantar um clamor público contra aquele inimigo. Aqui encerramos chamando a atenção para o perigo do ativismo judicial que temos visto com muita frequência, especialmente em nossa corte suprema. É papel da justiça eventualmente ser contramajoritário, o “clamor das ruas” nem sempre é racional, o papel da Constituição é frear maiorias ocasionais.

Notadamente, não se vence uma guerra legal sem os fatores externos, para isso, no lawfare, é fundamental o papel da mídia para criar um ambiente favorável à aceitação do público a informações alimentadas por uma das partes, a fim de levantar um clamor público contra aquele inimigo.


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MARECHAL DEODORO

GOVERNADOR RENAN FILHO E PREFEITO CACAU ASSINAM CONVÊNIO DE PAVIMENTAÇÃO PARA MARECHAL DEODORO

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convênio é fruto de uma parceria da Prefeitura de Marechal Deodoro e Governo de Alagoas para garantir a pavimentação de 50 ruas na

cidade. O governador Renan Filho, acompanhado do prefeito Cláudio Filho Cacau, visitou a cidade de Marechal Deodoro, nesta quarta-feira (30). Na ocasião, foi assinado um convênio de pavimentação com investimento de 37 milhões de reais, garantindo obras em, aproximadamente, 50 ruas. O convênio é fruto de uma parceria da Prefeitura de Marechal Deodoro e Governo de Alagoas para garantir a pavimentação de um grande número de ruas na cidade. Nos últimos quatro anos, foram pavimentadas mais 100 de ruas em paralelo ou asfalto. Para o Prefeito Cacau, a parceria marca um novo momento que impulsiona Marechal Deodoro no desenvolvimento. “Alagoas é um estado completamente transformado, e nossa querida Marechal segue no mesmo caminho. Mais do que grandes obras, entregamos respeito e dignidade ao povo. Vivemos um momento de nova autoestima como alagoanos e deodorenses” declara Cacau. O governador Renan Filho, destacou que esteve presente em todos os avanços de Marechal Deodoro nos últimos anos, em todas as regiões territoriais do município. Para ele, é uma alegria ajudar uma cidade com tanto potencial. “Marechal Deodoro cresceu e ainda tem muito a avançar, e é por isso que estamos aqui entregando mecanismos para que esse desenvolvimento não pare. Estamos fortalecendo a infraestrutura, economia e todos as frentes de crescimento deste município. Quero ver Marechal avançando sempre” afirma Renan. Além disso, através do Programa Fortalece Alagoas, foram entregues três ônibus escolares, caminhão pipa, caminhão compactador de lixo e uma motoniveladora. Além disso, o governador assinou o decreto de autorização que proporciona melhores condições para a instalação de empresas no município, gerando 200 novos empregos diretos e realização a entrega de 17 KM de estrada nova na AL-215 no trecho que liga à AL-101. Foi assinada também a autorização de patrocínio para uma etapa do mundial do surf na Praia do Francês, e um convenio de pavimentação.

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SÃO MIGUEL DOS CAMPOS

PREFEITURA GARANTE ALIMENTAÇÃO NUTRITIVA E SAUDÁVEL AOS ALUNOS DO SISTEMA PÚBLICO DE ENSINO Estudantes têm acesso à merenda de qualidade e com produtos regionais para agradar o paladar e garantir boa nutrição

P

ara brincar, se locomover, pensar, estudar, interagir e aprender é preciso ter uma alimentação completa e segura, com alimentos fontes de carboidratos, fibras, vitaminas e minerais, como: arroz, feijão, macarrão, raízes, frutas, legumes, verduras, além de alimentos ricos em proteínas, como carnes, frango, ovos, soja e leite. É assim, nutritiva e saborosa, que é composta a merenda dos alunos do Sistema Público de Ensino de São Miguel dos Campos. Cores e sabores preparados pelas mãos das merendeiras miguelenses alimentam todos os dias os mais de 9 mil estudantes das 22 escolas do município. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), formulado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FDNE), garante uma alimentação saudável a todos os alunos do Sistema Público de Ensino no município. O município segue essa garantia do cardápio escolar devidamente seguro, de acordo com as normas do PNAE. A merenda, muitas vezes é a principal refeição dos estudantes no dia a dia, especialmente os que são de famílias carentes. O cardápio é elaborado de acordo com a cultura

regional, hábitos e necessidades nutricionais de cada modalidade de ensino. Ele dispõe de diversos e variados alimentos, fornecendo nutrientes importantes para um bom crescimento das crianças, jovens e adultos, garantindo energia para as atividades diárias, e também contribui para o desenvolvimento biopsicossocial e rendimento escolar e para a formação de hábitos alimentares saudáveis. A compra dos alimentos é realizada com base em um censo que estima o número de alunos. O mesmo utilizado pelo município para garantir verba do governo federal. Com isso, a equipe do Setor de Nutrição da Secretaria Municipal de Educação prepara o cardápio em cima do quantitativo anual, programando uma alimentação saudável, nutritiva e que agrade o paladar dos estudantes. Normalmente, a hora da merenda é uma festa para as crianças menores. Elas se alimentam, socializam com os colegas e se divertem. Todos recebem o acompanhamento de adultos da escola, que observam e estão por perto para ajuda, se necessário. A coordenadora do Setor de Alimentação Escolar

da secretaria, Islayne Nogueira, falou sobre o processo das merendas. “O preparo e a distribuição desta alimentação balanceada passa por condições higiênicosanitárias adequadas, que atendem aos padrões nutricionais e às formas legais vigentes, para atender da melhor maneira os alunos matriculados no Sistema Municipal de Ensino”, explicou a nutricionista. O secretário Municipal de Educação, Charles Valença, ressaltou a importância de oferecer uma alimentação de qualidade para dar mais dignidade ao aluno miguelense. Segundo ele, a merenda é uma prioridade na área da educação, assim como a qualidade do ensino e a estrutura física das escolas. “A prioridade da gestão do prefeito George Clemente e do vice Dr. Benildo é oferecer uma merenda de qualidade diariamente, considerando as necessidades nutricionais de cada segmento de ensino. Essa merenda pode ser vista em todas as unidades de ensino, que recebem e oferecem os mesmos gêneros alimentícios a todos os alunos. Temos muito orgulho do trabalho desenvolvido por nossas merendeiras, Setor de Nutrição e gestores escolares”, concluiu.


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ECONOMIAEM PAUTA DIVULGAÇÃO

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com ANVISA

Remédios mais caros

Cerca de 13 mil medicamentos foram reajustados em até 10,89% esta semana, segundo cálculos do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos. Os reajustes anuais estão previstos em lei e incidem sobre o Preço Máximo ao Consumidor (PMC), que é fixado anualmente pela Anvisa. Em 2021, o reajuste máximo autorizado pelo governo foi de 10,08%. ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Segurança no Itaú

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Itaú anunciou esta semana um novo recurso de segurança para os clientes do banco. Agora, os usuários devem receber alertas via WhatsApp em casos de movimentações financeiras suspeitas na conta. Será possível avaliar a veracidade da transação e bloquear o cartão diretamente pelo mensageiro. Para isso, é só interagir com a mensagem recebida pelo Itaú. Antes eram enviadas apenas notificações via SMS ou por meio do aplicativo oficial.

Dívidas dos alagoanos Os alagoanos foram os terceiros no Nordeste que menos negociaram dívidas no Feirão Limpa Nome Serasa realizado entre os dias 7 e 31 de março, conforme dados da empresa fornecidos ao EXTRA. Ao todo, Alagoas teve 28 mil dívidas renegociadas, ficando à frente apenas de Piauí (26) e Sergipe (20). No Nordeste, até o momento mais de 486 mil acordos foram fechados e, no Brasil, o número chega a cerca de 2,5 milhões.

Reajuste descartado O governo descartou a possibilidade de editar medida provisória (MP) com o aumento para as carreiras dos policiais federais acima da inflação antes das eleições. Pesou na decisão a iminência de uma greve geral no Banco Central (BC) por aumento de salários. Vale lembrar que a lei eleitoral estabelece que reajustes na remuneração de servidores públicos para além da recomposição das perdas salariais estão vedados nos seis meses anteriores às eleições.


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RADAR LITERÁRIO A história de Alagoas escrita por alagoanos

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Imprensa Oficial Graciliano Ramos vai lançar em maio uma série de obras seminais sobre a formação histórica, política, econômica e social de Alagoas escritas por autores alagoanos. Trata-se das novas edições de livros clássicos que, desde 2019, vêm sendo publicados pela gráfica e editora do Governo do Estado a partir da coleção Raízes das Alagoas. O projeto editorial, fruto de uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e a Editora da Universidade do Estado de Alagoas (EdUneal), tem como objetivo promover o resgate de títulos consagrados Abelardo Duarte foi secretário perpétuo do IHGAL pelo tempo, há anos fora de catálogo, mas que continuam indispensáveis para os estudantes e pesquisadores Bugarim, diretor-presidente contemporâneos. da Imprensa Oficial Graciliano Em breve, o público leitor terá Ramos. acesso às novas edições dos Em 2019, a editora lançou, títulos: O banguê nas Alagoas, com êxito, as obras: Metade Manuel Diégues Júnior; morfose das Oligarquias, de As Alagoas na guerra pela Douglas Apratto Tenório; independência, de Abelardo Formação de Alagoas Boreal, Duarte; A tragédia do populisde Dirceu Lindoso; História de mo – O impeachment de MuAnadia, de Nicodemos Jobim; niz Falcão, de Douglas Apratto e Os negros muçulmanos Tenório; além de duas obras nas Alagoas – Os malês, de de Craveiro Costa, Maceió e Abelardo Duarte. A curadoria Alagoas em 1931. das obras selecionadas para a “A coleção Raízes da Alagoas coleção é realizada pelos memé um dos maiores sucessos bros do Conselho Editorial da comerciais da Imprensa Imprensa Oficial Graciliano Oficial Graciliano Ramos. Ramos e pelos membros da Desde seu lançamento, há comissão responsável pela três anos, seus títulos desponprodução dos livros que pertam entre os mais vendidos tencem à editora da Imprensa pela nossa editora, revelando Oficial, à Fapeal e à EdUneal. certa preferência por parte dos Em um evento comemorativo leitores alagoanos por obras dos 200 Anos da Indepennão ficcionais sobre a história dência do Brasil em Alagoas, de Alagoas”, afirma Maurício planejado para o mês de se-

Douglas Apratto

Diégues Júnior na formatura

tembro, serão lançados outros cinco títulos a partir da Raízes das Alagoas. São eles: Geografia Alagoana ou Descrição Física, Política, Histórica da Província de Alagoas, de Thomáz Espíndola; O centenário da emancipação de Alagoas, de Moreno Brandão; Os negros na história de Alagoas, de Alfredo Brandão; Episódios do contrabando de africanos nas Alagoas, de Abelardo Duarte; e Alagoas, de Lêdo Ivo. Além de projeto gráfico elegante e minimalista, as novas

edições das obras clássicas reunidas na coleção Raízes das Alagoas preservam a integridade dos conteúdos das antigas edições, atualizando os textos ao acordo ortográfico vigente, agregando novas apresentações escritas por especialistas contemporâneos que explicam a importância de cada obra selecionada. Com este formato, a editora visa despertar também o interesse do público leitor mais jovem


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

GNV fica competitivo, mas riscos aumentam

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empre que há um reajuste mais forte nos combustíveis para automóveis (gasolina e etanol), como ocorre agora, aumenta a procura por kits de gás natural veicular (GNV). Não se trata propriamente de uma conversão porque não há mudanças de grande extensão nos motores a gasolina ou flex. Por outro lado, há necessidade de respeitar as normas técnicas e seguir toda a legislação para uma instalação segura. O cálculo para saber se vale a pena o investimento depende da quilometragem anual percorrida. No caso de táxis e carros de aplicativo que costumam rodar 50.000 km/ano a economia chega a R$ 15.000 em 12 meses: uma vantagem financeira de peso. Quanto aos demais motoristas é preciso fazer contas. Um kit GNV instalado e legalizado custa hoje em torno de R$ 5.000 e cada inspeção anual, R$ 300. Há ainda uma inspeção especial a cada cinco anos. Trata-se de um teste hidrostático para avaliar a integridade do cilindro e o preço fica em torno de R$ 350. Em relação aos incentivos, há um desconto de 62% no IPVA, no estado do Rio de Janeiro, mas no estado de São Paulo é bem menor, 25%, semelhante a outros estados.

Aos preços médios atuais do GNV, em torno de R$ 5,00/m³, os vendedores de kit GNV estimam que é vantajoso a instalação para quem roda em torno de 25.000 km/ ano. Não se trata de regra exata, pois há outros custos envolvidos. O peso adicional dos cilindros reflete na durabilidade de pneus, molas e amortecedores e isso precisa ser levado em conta. Na venda do carro usado há uma tendência de desvalorização maior, quando o cilindro é retirado para colocação em outro veículo. Os furos de fixação na estrutura ficam e os lojistas de veículos usados costumam depreciar. Outro problema é o número elevado de carros sem regularização, segundo a Associação Nacional dos Organismos de Inspeção. Pesquisa feita nos 37 maiores postos de GNV na Grande São Paulo indica que 70% dos 3.000 veículos que abasteciam não tinham registro no Renavam. A checagem obrigatória não ocorre em muitos casos porque a inspeção avalia o veículo como um todo e quem tem alguma pendência teme ser reprovado. Na medida que esses veículos envelhecem os riscos de explosão ao abastecer aumentam, se as inspeções deixarem de ser feitas.

Picape Ram 3500 é superlativa até no preço Apesar de dimensões praticamente iguais aos modelos 2500 e 1500, a topo da linha Ram, a 3500, oferece mais equipamentos, além de carga útil (1.752 kg) e de reboque (9.081 kg) superiores. O motor Diesel de 377 cv/117 kgfm ganhou 12 cv (3 cv e 7 kgf.m extras), mas com peso em ordem de marcha (3.600 kg) maior que a 2500 o desempenho acaba sendo o mesmo. Ram 3500 dispõe de estribos laterais retráteis elétricos (fixos na Laramie, de entrada) e acabamento interno superior, incluindo apliques de madeira legítima. Volante só permite ajuste manual de altura, mas a regulagem dos pedais é elétrica. Central multimídia tem tela de 12 pol. e conexão sem fio. No console central cabe um laptop de 15 pol. e inclui duas tomadas de 115 V. Há nove portas USB, o que atende também os passageiros do banco traseiro.

Novidade da versão Longhorn é o equivalente à quinta roda dos caminhões no centro do assoalho da caçamba, que permite a capacidade máxima de reboque. Um modo de utilização rara no Brasil. Ram 3500 exige carteira de habilitação categoria C, igual à de motoristas de caminhões. Os preços vão de R$ 484.990 a R$ 529.990.

ALTA RODA n ECLIPSE CROSS 2023 chega com modificações estéticas que corrigem pontos polêmicos da versão anterior. Conjunto óptico frontal ficou melhor com a DRL em posição mais alta. Foi eliminado o vidro-espia da tampa do porta-malas. Apesar de o volume deste ter decrescido de 473 litros para 451 litros, o formato agora permite acomodar melhor a bagagem, argumenta a Mitsubishi. Para-choques novos alongaram o comprimento total em 14 cm (agora, 4,54 m). Na versão de topo a central multimídia JBL tem apenas 7 pol. Pacote de segurança ativa inclui mitigação de colisão frontal. Preços: R$ 186.990 a R$ 232.990. n EM CADA GERAÇÃO (esta é a sexta) o Mercedes-Benz Classe C perde sisudez e aposta na esportividade. O C 200 AMG Line ganhou 2,5 cm na distância entre eixos, melhorando o espaço interno. Interior foi totalmente renovado com destaques para a central multimídia de 11,9 pol. e quadro de instrumentos digital. No dia a dia o motor 1,5 turbo de 204 cv entrega desempenho um pouco abaixo do desejável nessa faixa de preço, embora a relação peso-potência de 8,1 kg/cv seja razoável para uma versão de entrada (no C 300, 258 cv e 6,5 kg/cv). Comportamento em curvas, freios e precisão de direção, impecáveis. n VERSÕES GR-S estreiam no Corolla Cross e Hilux. O crossover recebeu para-choque com tomadas de ar maiores na dianteira, novas rodas (18 pol.) e opção de teto preto: R$ 188.490. Na picape, potência subiu para 224 cv e torque para 55 kgf.m. Há molas e amortecedores reforçados, novas rodas (17 pol.) e apliques externos e internos que caracterizam bem a nova versão: R$ 348.790.


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RESENHA ESPORTIVA

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

Cristiano Ronaldo e Messi podem bater recordes na Copa do Mundo

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DIVULGAÇÃO

ristiano Ronaldo e Lionel Messi poderão alcançar marcas históricas na Copa do Mundo do Catar. Os craques das seleções portuguesa e argentina disputaram seu primeiro Mundial na Alemanha, em 2006, e suas seleções se classificaram para quatro edições consecutivas do torneio. No Catar, caso não sofram lesões e sejam convocados, vão igualar o recorde do alemão Lothar Matthäus, do goleiro italiano Gianluigi Buffon e dos mexicanos Rafa Márquez e Antonio Carbajal, únicos jogadores a terem cinco participações em Copa do Mundo. Além

REPRODUÇÃO

disso, tanto Messi quanto Cristiano Ronaldo terão a oportunidade de superar outras marcas individuais. Caso a Argentina chegue à semifinal e o argentino dispute todas as partidas, chegará ao recorde de 26 jogos em Mundiais, superando os 25 de Lothar Matthäus, entre 1982 e 1998. Já para o português, se vier a marcar no Catar, chegará à sua quinta Copa do Mundo com ao menos um gol, tornando-se o único jogador a realizar o feito e superando Pelé, o australiano Tim Cahill e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose.

MAIS DE 800 MIL INGRESSOS JÁ FORAM VENDIDOS PARA O CATAR

ILUSTRAÇÃO

A Fifa anunciou que mais de 800 mil ingressos para a Copa do Mundo do Catar já foram adquiridos por torcedores ao redor do mundo. Os números são referentes à primeira fase das vendas para a competição. O Brasil está entre os dez países que mais compraram os bilhetes. A primeira etapa da venda de ingressos aconteceu em janeiro. Quem desejasse obter os ingressos deveria fazer um registro solicitando a compra. Em seguida, um sorteio foi realizado para definir quais torcedores teriam a oportunidade de efetuar a compra. Segundo a Fifa, cerca de 17 milhões de pessoas se cadastraram para tentar adquirir as entradas. Os ingressos para a abertura e final do Mundial foram os mais procurados pelos torcedores. No entanto, a Fifa também revelou o aumento da procura de pacotes “por seleções e estádios”, que dá o direito de acompanhar os jogos de determinada seleção ou conhecer diferentes estádios do país, respectivamente.

FLAMENGO VÊ TETRA DO CAMPEONATO CARIOCA DISTANTE MUNDIAL DE CLUBES: FIFA MANTÉM TORNEIO NO ATUAL FORMATO O Mundial de Clubes da Fifa vai mudar. Quando? Não se sabe. Como? Também não. A única certeza é: enquanto não se chega a uma decisão sobre novo formato, periodicidade e quantidade de clubes envolvidos, o atual modelo continuará sendo disputado anualmente. Nesses quase três anos – principalmente por causa da pandemia – a reforma do Mundial de Clubes, que era uma prioridade da Fifa, ficou estagnada. Em 2019, grande parte dos esforços de Infantino estavam concentrados em viabilizar um novo Mundial de Clubes, que seria realizado a cada quatro anos, com a presença de 24 clubes. A Fifa chegou a anunciar data e local da estreia: China, em junho de 2021. Mas nada se concretizou.

ASCOM FLAMENGO

“Talvez ainda falte um pouco de química nesse sistema de jogo”. O diagnóstico de Filipe Luís após a derrota por 2 a 0 na primeira final do Campeonato Carioca ajuda a entender não somente o que aconteceu no Fla-Flu da noite de quarta-feira, 30, mas o que tem sido esse Flamengo que mesmo quando vence está longe de convencer na gestão Paulo Sousa. No revés que deixa complicado o caminho para o inédito tetracampeonato estadual, o Flamengo repetiu a falta de consistência de outros momentos importantes na até aqui ainda curta temporada. A derrota para o próprio Flu na Taça Guanabara e as vitórias magras diante do Vasco na semifinal ajudam a exemplificar a dificuldade que este elenco tem tido dentro de campo.


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ABCDOINTERIOR

n robertobaiabarros@hotmail.com

À flor da pele

PELO INTERIOR

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té o encerramento do prazo para que os candidatos definam por qual partido irão disputar as eleições 2022, muita água deve rolar nos bastidores políticos. O clima não é nada saudável e os nervos estão à flor da pele. Pelo andar da carruagem, o enigmático filho da saudosa deputada Ceci Cunha, o senador arapiraquense Rodrigo Cunha, está de saída do PSDB para o União Brasil e deverá mesmo disputar o Governo de Alagoas.

Especulações

Ainda são levantadas algumas possibilidades sobre o destino da deputada, caso Jó não integre a chapa de Cunha para o governo de Alagoas. Espera-se que a deputada vá para um partido base do deputado federal e presidente da Câmara, Arthur Lira, e concorra a uma cadeira na Câmara Federal.

Acordo político

De acordo com informações que circulam nos bastidores da política alagoana, essa movimentação faz parte de um acordo com o então senador e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. A configuração teria a indicação de Arthur Lira para a cadeira de vice-governador, no caso a deputada estadual Jó Pereira, que já deixou o MDB e provavelmente se filiará ao PP.

Sem candidatos

Com a saída de Rodrigo Cunha, o PSDB encara um esvaziamento em Alagoas que, além do senador, perderá Davi Maia que estava pronto para se filiar ao partido. Já deixaram a legenda a deputada federal Tereza Nelma e os deputados estaduais Dudu Ronalsa e Cibele Moura. O futuro de Pedro Vilela ainda é incerto, tendo em vista que o PSDB está sem candidato majoritário nem proporcional para essas eleições – e sem palanque para o presidenciável do partido, João Doria.

Segue indefinido

A propósito, esta semana surgiram alguns boatos sobre o destino político da deputada estadual Jó Pereira. O futuro político da parlamentar nas eleições deste ano segue indefinido. Jó Pereira estava sendo apontada como vice na chapa do arapiraquense Rodrigo Cunha. Ao tomar conhecimento das especulações na última terça-feira, 29, a deputada negou ter aceitado o convite do senador. Jó Pereira adianta, no entanto, que seu futuro ainda está em debate com seu grupo político. Ela afirma ter ficado surpresa com a informação noticiada, uma vez que “nem ela estava sabendo disso”.

Relação estremecida

Em Lagoa da Canoa, terra do poliinstrumentista Hermeto Pascoal, as alianças têm sofrido alguns abalos. É o caso do ex-prefeito Lauro Fonseca e o deputado Arthur Lira, que são aliados há anos. O esposo da atual prefeita Tainá Veiga (PP) segue sendo uma liderança reconhecida pelos eleitores locais e não tem visto com bons olhos a aproximação de Arthur Lira e Jairzinho Lira, que pretende se filiar ao PP. De acordo com informações de pessoas ligadas ao ex-prefeito, se Jairzinho Lira se filiar ao Partido Progressistas, Lauro não subirá no mesmo palanque.

Transportes irregulares

Pelo cumprimento da lei, respeito às pessoas e pela preservação da vida. Baseando-se por esse contexto, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio da Promotoria de Justiça de Quebrangulo, ajuizou ação com pedido de liminar de medida de urgência e tutela antecipada, para determinar ao Município de Paulo Jacinto que retire imediatamente de circulação veículos que não atendam às normas previstas no CTB, entre eles sete camionetas modelos D10 e D20 que fazem transporte irregular de estudantes. O promotor de Justiça, Márcio Dória, requereu a fixação de multa diária e intimação do gestor municipal, da secretária de Educação e de Transporte.

Denúncias constantes

Atos repetitivos e que podem culminar em tragédias, a exemplo do acidente com os ônibus escolares de Junqueiro e Teotônio Vilela no ano de 2017, preocupam o Ministério Público que, diante de denúncias e constatações, via inspeções in loco, adotou providências. De acordo com o exposto na petição pelo promotor de Justiça Márcio Dória, os estudantes do município estão sendo transportados sem a menor segurança.

Cenário preocupante

“Diante desse preocupante cenário, tendo em vista evitar uma tragédia, fato que já ocorreu em outros municípios alagoanos, já que a incolumidade física dos estudantes estão em risco iminente, além de estarem sendo transportados como se fossem animais amontoados, sem a mínima condição de segurança, diante da urgência do caso, não restou alternativa a não ser socorrer-se do Poder Judiciário para requerer medidas enérgicas e urgentes a serem direcionadas ao gestor público municipal”, diz o documento.

Vida em risco

Para o membro ministerial, a educação como um dos direitos sociais é prioridade e deve ser em toda a sua forma respeitada e, colocando em risco a vida de crianças e adolescentes, o gestor age arbitrariamente atropelando a lei podendo causar um mal coletivo. “Trata-se de ato ilegal, e por isso mesmo deve ser corrigido pelo Judiciário, além de sujeitar as autoridades à responsabilização devida. O transporte exigido pela legislação é aquele adequado para o transporte de seres humanos, seguro e eficiente para garantir a integridade dos estudantes, nos termos da legislação de trânsito.”, alega o promotor. (Com MP/AL).

... O motorista que atropelou a adolescente de 14 anos Nubielly Emília de Lima Ramos será indiciado por homicídio culposo, de acordo com a Delegacia Regional de Polícia Civil de Palmeira dos Índios. ... O acidente ocorreu no dia 12 de março e o condutor do veículo estava sob influência de álcool no momento do crime. Nubielly não resistiu após passar mais de 10 dias internada no Hospital de Emergência do Agreste (HEA) e veio a óbito no domingo, 27. .... A Caravana das Advogadas, promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil Secional Alagoas (OAB Alagoas), ainda em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, visitou na terça-feira, 29 de março, a sede da subseção das cidades de São Miguel dos Campos e Penedo. ... A programação começou pela histórica Penedo, onde as integrantes da Caravana foram recebidas pela presidente Luciana Alves Costa, pela tesoureira Graziela Feitosa, e pela advogada Eliana Fagundes, integrante da Comissão da Mulher Advogada da Subseção de Penedo. ... Na quarta- feira, 30, duas pessoas ficaram feridas após uma explosão de uma panela de pressão na Escola Estadual Manoel Leandro de Lira, em Feira Grande, Agreste de Alagoas. ... As vítimas, que são servidoras, foram levadas para um hospital da região e estão bem. Elas sofreram escoriações e queimaduras de primeiro grau. ... De acordo com informaçoes da polícia, há alguns dias alguém escreveu na porta de um banheiro da escola que um massacre iria ocorrer na quartafeira, na unidade de ensino. ... Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) disse que assim que os autores [dos rabiscos] forem identificados, a escola tomará as devidas providências no âmbito educacional. A relação do rabisco com a explosão da panela pode ter sido uma infeliz coincidência. . ... Um excelente final de semana para os nossos leitores. Até a próxima edição!


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MEIO AMBIENTE FABÍOLA SINIMBÚ/AGÊNCIA BRASIL.

Privatização da natureza

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Parque Nacional do Iguaçu foi concedido à iniciativa privada por R$ 375 milhões. A melhor proposta ofertada foi a do Consórcio Novo PNI e representou ágio de 349,45% em relação ao previsto no edital. O leilão foi realizado no último dia 22 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. De acordo com o ministério, esse é um dos maiores projetos de concessão no setor.Duas empresas fizeram propostas para a concessão do Parque Nacional do Iguaçu: além do Consórcio PNI, concorreu o Consórcio Reserva Iguaçu. Após a apresentação das propostas em papel, o leilão promoveu propostas por viva voz. Foram apresentadas dez propostas em viva voz. O vencedor do certame é formado pelo Grupo Cataratas (atual gestor do parque) e pela Construcap (empresa que é concessionária do Parque Ibirapuera, em São Paulo).

Alface superpoderosa

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Produção de biometano

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

O presidente Jair Bolsonaro participou do lançamento de medidas de incentivo à produção e ao uso sustentável do biometano. O combustível renovável é obtido pela purificação do biogás e pode substituir o gás natural, o diesel e a gasolina. Após entrevista no jardim do Palácio da Alvorada, Bolsonaro dirigiu um trator movido a biometano até o Palácio do Planalto. Ele levou aproximadamente dez minutos para fazer o trajeto de cerca de quatro quilômetros entre a residência oficial e o Planalto. O ministro de Meio Ambiente, Joaquim Leite, assinou portaria que cria o Programa Nacional de Redução de Emissões de Metano, o Metano Zero, que representará avanços na geração e no aproveitamento de biometano a partir de resíduos urbanos e rurais. “O programa Metano Zero trata o lixo da cidade, o lixo do campo. São resíduos de aves, suínos, cana-de-açúcar, laticínios e aterros sanitários. Tudo isso para gerar o biogás, que gera energia, e o biometano, que gera o combustível para veículos pesados. Teremos a oportunidade de andar em caminhões, tratores e ônibus movidos a biometano, reduzindo o custo de combustível”, afirmou Leite.

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

PIXABAY

Cientistas produziram em laboratório uma alface transgênica que pode ajudar a evitar a perda de massa óssea no espaço ou em zonas remotas da Terra onde faltam medicamentos. A alface, cujos benefícios terão ainda de ser testados em ambiente de microgravidade e em ensaios pré-clínicos e clínicos, foi modificada geneticamente para estimular a formação óssea. O hormônio tem o nome de paratormônio e o gene que o codifica foi introduzido em células de alface por meio da bactéria Agrobacterium tumefaciens, espécie usada em laboratório para transferir genes às plantas. Resultados preliminares, citados em comunicado da Sociedade de Química Americana, que promove encontro hoje para apresentar o estudo, indicam que, em média, cada quilo de alface contém entre 10 e 12 miligramas do hormônio.

Efeito estufa na Amazônia

Uma plataforma de livre acesso está sendo desenvolvida no âmbito do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), sediado na Universidade de São Paulo (USP). Com ampla diversidade de dados sobre as emissões de gases de efeito estufa na Amazônia, a plataforma vai agregar variáveis que controlam o ciclo do carbono, além de possibilitar análises e ajudar nos estudos do papel da região no clima global. O coordenador do projeto, cientista Paulo Artaxo, informou que a ferramenta deve ficar pronta em até três anos. No entanto, prevê que os primeiros dados já estejam disponíveis no final deste ano e que seja possível acompanhá-los. Artaxo é professor do Instituto de Física da USP e um dos pesquisadores principais no RCGI. “O ponto forte da plataforma é ser de livre acesso para qualquer pessoa, ela pode ser usada como ferramenta para os governos de todos os nove países da bacia amazônica estruturarem políticas públicas, por exemplo de redução de desmatamento na região. O Brasil tem compromisso internacional de zerar as emissões na Amazônia em 2028 e a grande pergunta é: como é que o governo vai fazer isso?” Se-gundo ele, o sistema vai fornecer um acompanhamento desse processo.


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DE ALAGOAS Os primeiros a “tocar” os céus em Maceió

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odernização e progresso são palavras que aqui e acolá que fazem parte dos discursos de gestores públicos alagoanos. Não foi diferente na década de 50, quando o Governo Arnon de Mello atraiu profissionais da Arquitetura e Engenharia de outros estados para redesenhar também Maceió, lugar que abandonava o passado e, finalmente, entraria na modernidade. Ao menos no conceito da época. Eram tempos também de Juscelino Kubitschek como presidente da República, a construção de Brasília, centralização na forma de governar o país. Ser moderno nesta época era, como hoje, investir em muitas obras públicas, alterando quase nada as condições econômicas ou sociais da maior parte da população. Mesmo saindo de Alagoas muito jovem e trabalhando como repórter nos principais jornais do Sudeste, Arnon de Mello estava preso às próprias raízes: filho de um senhor de engenho falido de Rio Largo, sabia que obras “modernas” beneficiavam alguns poucos endinheirados da época. Talvez uma lógica semelhante de outros governadores deste tempo. Os investimentos privados farejavam esta oportunidade e acompanhavam a visão nacional na construção de edifícios multifamiliares nos anos 60, mas com atraso porque os primeiros apartamentos deste tipo já existiam no Sudeste desde a década de 20. Em Maceió, fachadas ostentando imponência, beleza e à beira-mar ou distantes da praia mas com suas varandas adentrando toda a intimidade das marés, o balanço das águas, suas cores e luzes.

As praias da capital deixavam os tempos das vacarias, das simples casas de pescadores e das grandes porções de terras formando sítios de coco em Cruz das Almas, Jatiúca e Ponta Verde, substituindo o mar como uma visão contemplativa, erguendo um muro de concreto cheio de prédios. Aterros cobriam para sempre charcos, mangues, lamas. Os estragos das fortíssimas cheias no Centro e arredores já não mais soterravam ou afogavam tantas pessoas e esta parte da cidade passou a receber os primeiros edifícios de altura da cidade, a princípio comerciais. E ergueram o primeiro edifício residencial de 11 andares (2 apartamentos por andar), o São Carlos (1964), em frente à Praia da Avenida. Herdeiros dos velhos engenhos, como a Família Leão, também garantiram seu apartamento com vista privilegiada para o pôr do sol à direita, nos rumos da restinga do Pontal da Barra; à esquerda o porto de Jaraguá e no centro a ilusão de que os navios que chegavam pareciam entrar, primeiro, pelos janelões de vidro da varanda, como pedindo a benção para a sinhá ou o sinhô. Em seguida, o Lagoa Mar (13 andares, 1964) que, como o nome diz, proporciona a visão do mar e da lagoa no bairro do Farol. Na década de 70, persistia a ideia de superação do nosso atraso erguendo torres de concreto. O edifício Núbia (8 andares, 1970), vizinho ao São Carlos, tinha uma varanda bem mais modesta e altura bem menor que seu vizinho, porém com dois apartamentos por andar. O Jangada (8 andares, 1970), Barroca (13 andares, 1973) e o Praia Verde (14 andares,

n Odilon Rios

Edifícios São Carlos e Lagoa Mar, os pioneiros

1974) completam a lista dos pioneiros. Vaidades ainda caríssimas, como, aliás, o tempo ajuda a mostrar. Morar à beira -mar, hoje, virou clichê e nem é mais sinônimo de modernidade endinheirada. Fontes: 1. Casado, Camila Antunes de Carvalho. VERTICALIZAR É MODERNIZAR? Os primeiros edifícios de apartamentos modernos da orla marítima de Maceió -AL (1960-1980)

2. Xavier, Regina do Nascimento Gomes. Localização e flexibilidade de uso em edifícios residenciais e a imagem urbana, através da rede social, na percepção de felicidade na orla da Ponta Verde em Maceió/AL / Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2020. 3. Alves, Maria Elisa Moreira. O início da verticalização em Maceió-AL: um estudo dos edifícios multifamiliares em altura, 2012.


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