Edição 1173

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ANO XXIII - Nº 1173 - 25 DE JUNHO A 01 DE JULHO DE 2022 - R$

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ESBULHO

Litígio de terras no polo chega ao fim e Estado deve ser acionado

O processo envolvendo disputa de terras na área do polo industrial de Marechal Deodoro chega ao fim, mas dá início a uma nova pendenga: quem vai pagar as indenizações ao dono dos imóveis? As indústrias ali implantadas ou o Estado que deu causa ao imbróglio? 2

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ASCOM/ALE

SUCESSÃO ESTADUAL

Veto a Jó Pereira inviabiliza candidatura de Rodrigo Cunha n Prefeitos

CASO PINHEIRO

ABEL GALINDO: MINAS DA BRASKEM FORAM ABERTAS SEM CRITÉRIO GEOLÓGICO 10 e 11

condicionam apoio ao senador à presença da deputada na chapa

n Bolsonaro chega dia 28 para lançar candidatura de Collor 5 e 6

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extra MACEIÓ - ALAGOAS

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COLUNA

CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Lambança tucana 1

- O governador Paulo Dantas, ou seu sucessor, terá pela frente um problemão herdado do Governo Téo Vilela, até agora sem solução. Trata-se do futuro de várias indústrias instaladas no polo industrial de Marechal Deodoro que estão sob ameaça de despejo judicial.

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA

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- São cerca de 10 empresas, incluindo grandes indústrias como a cerâmica Portobello, que se implantaram em áreas cedidas pelo governo da época, mas que estavam sub judice por uma ação de usucapião. Após vários anos de recursos protelatórios, a Justiça decidiu em favor do posseiro que cultivava as terras há mais de duas décadas.

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- O processo chegou ao fim, faltando apenas o cumprimento de sentença pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. Com isso, as indústrias terão que indenizar o proprietário dos lotes por lucro cessante e danos morais. E para continuar ocupando os imóveis as empresas terão que fazer contratos de aluguel, o que pode inviabilizar os negócios.

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- Vale lembrar que essas indústrias se instalaram ali de boa fé e devem acionar o Estado para pagar os custos das indenizações. Afinal, quem deu causa ao problema foi o governo da época, cujos assessores atropelaram a lei e convenceram o então governador a desapropriar a área baseado em documentos falsos. Esses ex-assessores também terão que ser responsabilizados judicialmente por improbidade administrativa.

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- É o preço da lambança tucana a ser pago pelo contribuinte.

Jogo pesado

A entrada de Fernando Collor na disputa ao Governo de Alagoas mexeu no tabuleiro eleitoral, com peças se deslocando à direita, à esquerda e ao centro, e quem mais sentiu o golpe foram os candidatos Rodrigo Cunha e Rui Palmeira. O primeiro pelas ligações de Collor com Arthur Lira, e o segundo por perder eleitores para Collor. Lançado por Arthur Lira, Cunha divulgou notas nas redes sociais reafirmando o compromisso do presidente da Câmara dos Deputados com a sua candidatura ao governo. O próprio Arthur se pronunciou para confirmar esse apoio e garantir a permanência de Jó Pereira como vice de Cunha. O que só fez alimentar as dúvidas sobre a consistência dessa aliança. A verdade é que a decisão de Collor de participar da corrida ao governo desequilibrou o jogo, e nos bastidores, já se fala em um segundo turno com Fernando Collor e Paulo Dantas. Mas essa possibilidade só se confirmará ou não após as pesquisas de intenção de voto a serem realizadas daqui para frente.

BRK em ação A propósito de nota sobre o descaso da BRK com relação à rede de esgoto da Ponta Verde, a empresa informa que o problema foi resolvido assim que tomou conhecimento do caso. E pede a população que registre as ocorrências pelo serviço 24 horas 0800 771 0001. Que assim seja.

Golpe consumado Confirmada para 5 de julho a reunião do Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas que vai homologar os nomes dos novos dirigentes do tribunal a partir de janeiro de 2023. Por imposição do ministro Humberto Martins, o futuro presidente do TJAL será o desembargador Fernando Tourinho, que terá Orlando Rocha Filho como vice e Domingos Lima Neto na Corregedoria de Justiça. O desembargador Paulo Lima, tido como referência moral da magistratura, e que era a bola da vez, rendeu-se à pressão de Humberto Martins e desistiu de concorrer ao cargo. Descobriu que só teria 3 dos 17 votos de seus colegas.

Agonia da toga É de ansiedade o clima no TJAL na expectativa da divulgação do relatório do CNJ que investigou uma série de irregularidades atribuídas a juízes e desembargadores. O documento deve ser publicado antes do fim de mandato da ministra Maria Thereza Rocha Assis Moura à frente da Corregedoria Nacional de Justiça. Muitos togados estão sem dormir.

Eleição na OAB No dia 8 de julho os advogados alagoanos irão às urnas para escolher seis dos 23 candidatos ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas na vaga da OAB. Dos 19 mil inscritos na Ordem, só 8.500 estão aptos a votar este ano enquanto o índice histórico de abstenção é de 30%. Feitos os cálculos, a previsão é que pelo menos 6 mil advogados deverão votar na eleição do quinto constitucional.

Mercado saturado Alagoas forma 100 advogados por mês, com carteira da OAB, mas boa parte desse contingente não consegue trabalho, seja pela saturação do mercado ou por falta de qualificação. O quadro preocupa os profissionais da área que defendem maior fiscalização dos cursos de Direito e mais rigor nos exames da Ordem.

Acredite se quiser “Eu não estou na política para ter um mandato, eu estou para trabalhar, para transformar vidas”. Deputado Davi Davino Filho, précandidato a senador.

Senador fujão O senador Rodrigo Cunha provou, na prática, ser realmente um parlamentar ausente e sem compromisso com o exercício da cidadania. O candidato cancelou de última hora sua participação em um programa de TV sem ao menos justificar os motivos da fuga. É por isso que após quatro anos no Senado, Cunha precisa publicar outdoors na cidade para divulgar seu trabalho, que pouca gente conhece.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

União das oposições

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única vaga para o Senado que está sendo disputada com certo conforto por Renan Filho será uma questão a ser discutida pelo bloco de oposição ao atual governo, o que poderia vir a incomodar o ex-governador. Mas essa não será uma tarefa fácil de ser resolvida desde quando Davi Davino e Ronaldo Lessa já decidiram que irão disputar a mesma vaga nas eleições de outubro, embo-

Candidatura definida O senador Fernando Collor, baseado em pesquisas de opinião, definiu sua candidatura ao governo de Alagoas com chances reais de chegar ao segundo turno e, aí, fazer um acordão para definir a parada com o adversário. Se será Paulo Dantas, Rodrigo Cunha ou Rui Palmeira, só o tempo dirá.

Sem mistério

Reforço ra se posicionem como adversários do Palácio República dos Palmares. Para observadores políticos, quanto mais candidatos ao Senado maior a possibilidade de Renan Filho ser eleito sem sobressaltos, situação que já está sendo avaliada por grupos de oposição que poderiam marchar juntos em torno de um só nome para disputar as eleições.

Sem parar

ASCOM ALE

O governador Paulo Dantas, mesmo com a clavícula fraturada, não parou um instante sequer. Viajou ao interior, anunciou novas obras em vários municípios e vai permanecer assim até o dia 2 de julho, quando a legislação proíbe terminantemente o uso da máquina administrativa em benefício próprio, já que ele é candidato à reeleição em outubro próximo.

Se havia alguma dúvida da posição política do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, com relação às eleições de outubro, agora não tem mais. Na visita do ex-presidente Lula e ao lado da família Calheiros, Barbosa deu o tom da campanha e deixou bem claro com quem vai ficar nas próximas eleições.

Sem retorno

Minado

Currais eleitorais já estão sendo negociados à peso de ouro no interior, mas, até agora, pouca gente bateu o martelo.

O candidato Rodrigo Cunha tem utilizado a tática de que já fez muito por Alagoas nesses quase dois anos de mandato, mas vai ter muito trabalho para fazer o eleitorado entender. E isso tem dificultado seu início de campanha.

Abuso

O Tribunal Regional Eleitoral deve tomar medidas mais duras para quem tem desobedecido as decisões judiciais, baseando-se nas denúncias de campanha antecipada proibida por lei. A situação chegou a tal ponto que o União Brasil, de posse de decisões recentes, quer que a polícia seja acionada para evitar que os abusos continuem se repetindo.

Pessoas mais ligadas ao ex-prefeito Rui Palmeira rechaçam qualquer possibilidade de um acordo entre ele e o governador Paulo Dantas. Rui tem condições de se eleger governador, diz um dos interlocutores, que vê com prudência a chegada do senador Fernando Collor.

Indefinido

Tudo ou nada

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, aposta que o governo encontrará uma alternativa e naturalmente solução para baratear o preço dos combustíveis que tem afetado toda a economia brasileira. Se ganhar a parada, Lira será o protagonista nas próximas eleições. Nem aí Parece que o Partido dos Trabalhadores não está sendo levado muito a sério pelo ex-presidente Lula, ao eleger o senador Renan Calheiros como seu interlocutor no estado de Alagoas.

Outro endereço

Ao que se sabe o presidente regional do PT em Alagoas é o advogado Ricardo Barbosa, que participou do encontro de Lula no Centro de Convenções. Ou seja, Barbosa será apenas uma figura decorativa no processo da campanha presidencial no estado.

O senador Fernando Collor vai contar na sua campanha ao governo do Estado com o reforço do presidente Jair Bolsonaro, que chega a Maceió na próxima terça-feira, dia 28, para inaugurar centenas de novas residências na parte alta da cidade. Vai reforçar também a candidatura de Collor ao governo, cuja pré-campanha já foi iniciada.

Segundo turno

O que mais se fala hoje nos bastidores políticos são as possíveis arrumações para um segundo turno para o governo do Estado. Além de Paulo Dantas, também concorrem ao governo Rui Palmeira, Rodrigo Cunha e agora Fernando Collor, que conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Escolhido

O adversário mesmo do grupo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é o governador Paulo Dantas, que investe pesado na sua reeleição e no apoio ao ex-governador Renan Filho. Os outros concorrentes podem, num eventual segundo turno, se unir em torno de uma candidatura.

Fechado

Quem tinha dúvidas, é bom ir se acostumando. O candidato ao governo de Alagoas de Arthur Lira é o senador Rodrigo Cunha tendo como vice a deputada Jó Pereira. No segundo turno, bem, isso é outra história.

Navegando

O senador Fernando Collor vai surfar entre apoio do prefeito de Maceió, JHC, e até mesmo do deputado Arthur Lira, dependendo da situação política durante a campanha eleitoral. É jogo de estratégia, garantem pessoas ligados ao ex-presidente.


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ELEIÇÕES 2022

Após Lula, Bolsonaro chega a Alagoas para lançar Collor ao governo Presidente quer muita gente e acontecimento nacional ao seu mais importante apoiador no Nordeste

REPRODUÇÃO DE VÍDEO

ODILON RIOS odilonrios@hotmail.com

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presença de Jair Bolsonaro (PL) em Alagoas na próxima terça-feira, 28, atrai todo o espectro presidencial para a campanha do senador Fernando Collor (PTB) ao governo. Além de Bolsonaro, os ministros deverão mostrar empenho na eleição do principal representante do bolsonarismo no Nordeste, num acontecimento com tons nacionais e muitas provocações direcionadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que esteve em Alagoas no dia 17, lançando o governador Paulo Dantas (MDB) à reeleição. “Ao grupo Deus, Pátria e Família de Alagoas, bem como aos demais grupos que nos apoiam, quero mandar um grande abraço a todos vocês e dizer que, no próximo dia 28 estaremos em Maceió. Será um grande prazer encontrar e dar um abraço a cada um de vocês”, disse Bolsonaro ao lado de Collor. Os ultraconservadores querem mostrar mais gente, reservar um espaço maior que o Centro de Convenções (onde Lula esteve) e talvez realizar o evento num bairro popular, como o Benedito Bentes. Isso para corroborar a tese dos apoiadores do presidente: alguém aclamado pelo povo, vítima

Em declaração nas redes sociais. Bolsonaro confirma vinda a Alagoas de pesquisas mentirosas e uma campanha negativa da esquerda, diferente de Lula, dizem os bolsonaristas, que não enfrenta a multidão. Medidas de segurança podem alterar estes planos, para se evitar episódios como o da facada, ainda durante a campanha em 2018. Além disso, semana passada houve tiroteio no super vigiado show junino no Benedito Bentes. Seis pessoas ficaram feridas. Isso mostra como é fácil driblar os mais atentos olhares dos policiais militares. Bolsonaro chega a Alagoas 11 dias após a visita de Lula a estados nordestinos. O ex-presidente esteve em Natal (RN), Maceió (AL) e Aracaju (SE). A intenção também é mostrar a Bolsonaro que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP),

precisa ser pressionado pelo Palácio do Planalto a sair do palanque do senador Rodrigo Cunha (União Brasil), que recusa Bolsonaro, e apoiar Collor governador. Lira é um dos cabeças do Centrão. O principal deles é o senador Ciro Nogueira (Piauí). Uma brecha está aberta: Lira tem repetido que o apoio do União Brasil em São Paulo ao governador Rodrigo Garcia (PSDB) é condicionado a um acordo, amarrado com a direção nacional dos tucanos, para a deputada Jó Pereira (PSDB) ser vice do senador Rodrigo Cunha (União Brasil). O MDB dos Calheiros propôs ao PSDB a vaga de vice-governador ou suplente ao Senado. Para costurar fidelidade ainda maior ao atual mandachuva do Palácio do Planalto,

Collor deve propor um vice bolsonarista-raiz. Dois estão no páreo: o vereador Leonardo Dias (PL), opção mais fácil porque seu partido é o do presidente da República. Ou o vereador Fábio Costa (PP), mais difícil porque seu partido apoia Rodrigo Cunha através de Arthur Lira. O senador quis ainda a ex -prefeita de Arapiraca Célia Rocha, mas os sinais é de que ela não quer mais participar diretamente das eleições. Hoje ela está empenhada na eleição de Daniel Barbosa, filho do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (MDB), a deputado federal. Ao lado do presidente da República, Collor quer mostrar sua nova imagem. Primeiro, um administrador experiente que governou Alagoas e depois o Brasil, promovendo abertura de mercado e assinando a criação do Mercosul. Além disso, alguém mais objetivo, menos intempestivo, com disposição de ouvir e falar. Alguém que o tempo ajudou a evoluir. Collor governou Alagoas de 1987 a 1989 quando renunciou para disputar e ganhar a Presidência da República. Durante o mandato, foi aberta uma CPI para investigar casos de corrupção denunciados pelo irmão Pedro Collor (em entrevista à revista Veja, em maio de 1992), depois por seu motorista Eriberto França (julho de 1992). Foi quando saiu dos bastidores o empresário e ex-tesoureiro da campanha de Collor, Paulo César Farias. Collor sofreu impeachment em 29 de setembro de 1992, renunciou em 29 de dezembro de 1992 para evitar as consequências da condenação, via Senado, por crime de responsabilidade. Teve os direitos políticos suspensos por 8 anos e em 2006 voltou ao cenário político, de Alagoas para Brasília, vencendo sua primeira eleição ao Senado, a Casa que havia suspendido, 14 anos antes, seus direitos políticos. Hoje, 30 anos depois do impeachment, Collor quer voltar ao Executivo também em busca da imunidade diante de acusações de corrupção no mandato de senador.


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Diante de tantos problemas em Brasília e as pesquisas alargando a vantagem de Lula-Alckmin, Lira não consegue resolver impasses na chapa Rodrigo Cunha-Jó Pereira. A federação Cidadania-PSDB impede Jó no palanque com o União Brasil em Alagoas.

Cunha, Arthur Lira e Jó Pereira continuam a percorrer o estado juntos, como neste evento em Água Branca

Lira insiste em Jó como vice, mas acordo deve ruir Palanque de Rodrigo Cunha desfila crise um mês antes das convenções ODILON RIOS odilonrios@hotmail.com

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apoio de prefeitos e vereadores à candidatura do senador Rodrigo Cunha (União Brasil) ao governo segue condicionado à presença da deputada Jó Pereira (PSDB) como vice na chapa, garantindo a aliança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Ele insiste que o grupo está coeso. Promete Cunha e Jó juntos; pressionou a deputada Ângela Garrote (PP) a declarar publicamente seu voto ao senador. Ela, por sua vez, cobrou dos vereadores de seu curral eleitoral Estrela de Alagoas posição firme pró-Cunha. Lira traça um risco de giz no chão. Tem dito a prefeitos aliados que eles precisam mostrar ânimo e disposição na briga por votos para o grupo chegar com vantagem ao segundo turno. O presidente da Câmara prevê uma batalha duríssima, observando o crescimento do governador e candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB) que não

responde os ataques de Cunha. E ainda há o risco de o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD) ameaçar a liderança dos liristas. O presidente da Câmara por sua vez não consegue se licenciar do cargo para azeitar a campanha de Cunha e está diante de um Brasil incendiado pela crise econômica e social, além da pressão do Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) insiste em uma CPI para investigar a Petrobras, os deputados federais seguem mais preocupados em aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e acelerar suas campanhas nos estados. Lira coordena esforços para mudar Lei das Estatais e entregar a Petrobras para o setor privado. Ele ainda se divide em aprovar medidas que levantem a popularidade do presidente da República principalmente no Nordeste, onde a rejeição a Bolsonaro alcança 70% segundo as pesquisas. No radar, reajuste no valor do vale gás e a aprovação de um auxílio caminhoneiro. O cenário se torna ainda mais

pesado e complexo para Arthur Lira. Esta semana, o PT lançou a segunda versão das diretrizes para o programa de governo da chapa Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) que incorpora sugestões de partidos aliados do espectro petista. A questão ambiental ganhou força, em contraposição às pautas-bomba de Bolsonaro. Sobre os sucessivos reajustes de combustíveis, o documento diz que é preciso transição para política de preços que considere os custos nacionais. Diante de tantos problemas em Brasília e as pesquisas alargando a vantagem de Lula-Alckmin, Lira não consegue resolver impasses na chapa Rodrigo Cunha-Jó Pereira. A federação CidadaniaPSDB impede Jó no palanque com o União Brasil em Alagoas. E as opções para substituir a prima de Arthur são poucas. O irmão dela, Joãozinho, não se desincompatibilizou a tempo do cargo de diretor da Codevasf em Alagoas; a outra irmã Pauline é superintendente do Consórcio Intermunicipal do Sul de Alagoas (Conisul) e teria de ter deixado este cargo para disputar mandato na política. O exsecretário do Meio Ambiente Fernando Pereira foi escolhido para

disputar a vaga de deputado estadual, garantindo a cota Pereira na Assembleia Legislativa. A própria Jó Pereira tem como alternativa, se continuar vetada como vice de Rodrigo Cunha, brigar por uma das nove vagas de deputado federal. Mas o PSDB não está coligado e ela precisa de colossais 140 mil votos para alcançar a Câmara, uma marca que só deve ser alcançada e ultrapassada por Arthur Lira, líder de 42 prefeitos e dono da chave do cofre do orçamento secreto. Nem o pai de Arthur, o prefeito da Barra de São Miguel, Benedito de Lira, puxa o coro dos contentes por Cunha. E sem Jó, a situação promete radicalizar. Apoiadores de Rui Palmeira (PSD) dão como favas contadas que Biu apoie o ex-prefeito de Maceió na candidatura ao governo. “Estamos unidos e firmes com Rodrigo e Jó. Nosso grupo que inclui dezenas de prefeitos, centenas de vereadores e inúmeras lideranças em todo o estado de Alagoas, quer muito mais para Alagoas, com seriedade e respeito pelo povo. Estamos 101% fechados com Rodrigo Cunha e Jó Pereira”, insiste o presidente da Câmara. Ainda segundo Lira, “o momento é de articulações e da montagem do programa de governo. Lira ainda ironizou alguns boatos e especulações plantados pelos adversários, querendo desestabilizar a aliança pelo desenvolvimento de Alagoas. “Nosso apoio a Rodrigo e Jó Pereira é irreversível. Para nós não há outro caminho a seguir em Alagoas a não ser marchar ao lado de Rodrigo, de Jó, do pré-candidato ao Senado Davi Davino, do prefeito JHC e de tantas outras lideranças compromissadas de verdade com um futuro melhor para nosso povo”.


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SONHO DA UBL DA CPLA SE TORNA REALIDADE

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fechamento da antiga Camila (Cooperativa Agropecuária de Major Isidoro) foi um pesadelo para a bacia leiteira de Alagoas. A cooperativa que um dia foi Cila, depois Camil e, finalmente Camila, encerrou suas atividades em janeiro de 2009. A crise se agravou após a mudança na gestão da empresa que culminou com a falência. A região sentiu negativamente – com redução nos empregos e na renda dos produtores – o impacto do fechamento da única fábrica de leite em pó de Alagoas (que era sediada em Batalha) e de outros negócios da Camila na região. Mas, no dia 6 de junho, o pesadelo virou um sonho que se tornou realidade. Alagoas ganhou a primeira fábrica de laticínios da agricultura familiar. O antigo parque industrial da Camila foi arrematado em leilão por cooperados da CPLA há dez anos. E após um intenso processo de investimentos, que contou com recursos do Governo de Alagoas, bancada federal do estado, governo federal e recursos próprios, a Unidade de Beneficiamento de Leite (UBL) se tornou um empreendimento arrojado, projetado para atender mais cinco mil pequenos produtores. No mesmo espaço em que um dia foi a fábrica da Camila, está sendo montada a maior e mais avançada planta de leite em pó do Nordeste e única da agricultura familiar da região, com investimentos que passam dos R$ 40 milhões. A planta, avisa o presidente da cooperativa,

Aldemar Monteiro, foi construída para dar suporte à produção de mais de dois mil cooperados que estão ligados à CPLA atualmente. “Com o pleno funcionamento da UBL vamos poder atender mais de cinco mil pequenos produtores e ter uma capacidade instalada de processar mais de 600 mil litros de leite por dia. Esse é um sonho da CPLA e de toda a agricultura familiar, que graças a Deus está se tornando realidade”, aponta.

FASE

Nesta primeira fase, inaugurada eesa semana, a indústria vai operar, inicialmente, com capacidade de processamento de 100 mil litros, com produção de leite pasteurizado, linha de fermentados, creme de leite e manteiga. Com isso, serão gerados 40 empregos diretos e mais de mil empregos indiretos, beneficiando mais de dois mil pequenos produtores de leite da região da bacia leiteira.

INAUGURAÇÃO

A solenidade de inauguração da UBL contou com a presença do governador Paulo Dantas, que mediou a solenidade que reuniu autoridades governamentais e municipais, além de representantes do governo federal e do Congresso Nacional, contando também com a participação de agricultores familiares associados da CPLA e de toda a região da Bacia Leiteira. O governador Paulo Dantas, que participou do

evento, assegurou a manutenção de investimentos e liberação de recursos para a indústria e foi decisivo para consolidar o projeto, segundo a diretoria da CPLA. Coube ao chefe do Executivo estadual acionar o botão de uma das máquinas acoplada a um caminhão de leite, dando o pontapé inicial para um novo tempo na Bacia Leiteira alagoana. “Quis o destino que justamente um governador batalhense tivesse o prazer de reabrir esta fábrica que vai ofertar um novo horizonte para os mais de dois mil associados da CPLA, que adquiriu em suas instalações o que há de mais moderno em tecnologia para tornála em breve espaço de tempo uma das maiores do Nordeste”, destacou Paulo Dantas, ao lembrar que seu pai fora presidente por quase três décadas da antiga Camila. “A UBL é uma conquista aguardada há vários anos e veio com muita luta e muito trabalho. Após 14 anos, conseguimos abrir a fábrica CPLA. Um sonho para os produtores de leite do Sertão e da bacia leiteira do estado. Muito orgulhoso, como deputado federal, de ter viabilizado os recursos para que esse sonho chegasse. Com a fábrica funcionando haverá uma valorização dos produtos que ela irá produzir, gerando emprego e fomentando a economia”, declarou o deputado federal Marx Beltrão. “Realizamos mais um sonho para produtores e agricultores do Sertão de Alagoas. Melhor ainda é saber que a UBL vai beneficiar cerca de dez mil agricultores, gerando emprego, renda e trabalho no Sertão alagoano. Serão 100 mil litros de leite pasteurizado e 35 mil litros de iogurte, bebidas lácteas, leite fermentado, além de 40 toneladas de manteiga por mês”, comemorou Maykon Beltrão. “A CPLA dá um passo importante na sua organização produtiva com a inauguração da UBL de Batalha. Essa é uma conquista do cooperativismo. É um importante instrumento do cooperativismo da bacia leiteira de Alagoas que é a fábrica da CPLA”, destacou Antonino Cardozo, presidente da Unicafes/ AL. Na ocasião, foi feita uma homenagem com uma placa ao fundador da CPLA, Fernando Medeiros, já falecido, representado na solenidade por seus familiares.

CADEIA PRODUTIVA

A Cadeia Produtiva do Leite é a principal atividade econômica em 20 municípios alagoanos. Com um rebanho de cerca de 250 mil vacas, a produção anual supera os 600 milhões litros, tendo a maior produtividade do Nordeste. Grande parte da produção é da agricultura familiar, segmento que vem recebendo incentivos do Governo de Alagoas, através de programas de melhoramento genético, assistência técnica e especialmente do PAA Leite. Além de atender mais de 100 mil famílias nas cidades, o programa de leite garante inclusão social e produtiva para mais de 3 mil agricultores familiares. “O programa do leite foi e continua sendo fundamental para a agricultura familiar de Alagoas. Foi esse programa que garantiu renda ao produtor, dando a ele condição de chegar até aqui. O programa precisa continuar. Mas com a UBL, a agricultura familiar ganha uma nova modalidade de comercialização de sua produção e com isso poderá ampliar sua atividade, fortalecendo toda a economia da região”, destaca Aldemar Monteiro.


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Legislação obriga Dantas a encerrar agenda pública a partir de 2 de julho Governador ficará impedido de inaugurar obras e montar palanques pelo Estado FACEBOOK

ODILON RIOS odilonrios@hotmail.com

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governador Paulo Dantas (MDB) encerra na próxima semana a jornada de inaugurações e discursos em palanques montados nas cidades, para seu nome se tornar mais conhecido, agregando apoios na classe política principalmente entre prefeitos e vereadores, repercutindo nas pesquisas. As restrições da legislação eleitoral a partir de 2 de julho emperram o uso da máquina pública na corrida pelo voto. O que não impediu que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinasse punições a Dantas e ao ex-governador Renan Filho (MDB), presença obrigatória na claque montada pelo Palácio República dos Palmares. Ambos são acusados de pré-campanha eleitoral. As ações foram movidas pelo União Brasil, do senador Rodrigo Cunha, candidato ao governo. Mesmo assim, a estratégia Dantas/Renan deu certo. Levantamento do Paraná Pesquisas publicado no início do mês mostra que o governador cresceu oito pontos percentuais, bem acima dos outros postulantes ao Executivo estadual. A agenda conjugando duas e às vezes três cidades por dia também era uma resposta à entrada do senador Fernando Collor (PTB) na disputa. Collor representa o palanque do presidente Jair Bolsonaro (PL). A cereja do bolo veio na semana passada. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou publicamente

Paulo Dantas e o ex-governador Renan Filho durante inauguração em Traipu que Paulo Dantas é seu candidato ao governo e Renan Filho, ao Senado. “Infelizmente a fome voltou no Brasil, e voltou por conta desse presidente Bolsonaro. Esse presidente que só traz mal para o povo brasileiro e para o povo alagoano. O presidente que causa destruição e atrapalha a vida da nossa gente, que vive em um clima de briga, afrontando a liberdade e a democracia. O presidente que não gosta das mulheres”, disse o governador. “Esse menino provou que Alagoas tinha jeito; que governada com seriedade e respeito, era possível transformar o estado, como está transformado hoje”, discursou Lula, ao falar de Renan Filho. A situação política e econômica do país facilitam a posição de Lula nas pesquisas. Ele lidera em todos os cenários e em alguns deles se elegeria no primeiro turno. A volta da inflação interfe-

rindo no preço dos alimentos, o desemprego, os milhões de pessoas com fome no Brasil impulsionam um caminho alternativo que não seja a reeleição de Bolsonaro. “O povo brasileiro não precisa ficar no açougue esperando osso e pode voltar a comer carne de qualidade, a comer peito, e não só pé e pescoço. Quero é vocês fazendo um churrasquinho no fim de semana com aquela cervejinha gelada”, disse Lula em Maceió, no dia 17, no Centro de Convenções que estava lotado no lado de dentro e uma multidão acompanhava os discursos no lado de fora, em telões. Há preocupação entre aliados do governador. Pesquisas internas identificam que eleitores do ex-presidente Lula também tendem a votar no ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD), também candidato ao governo. A divisão dos votos lulistas não interessa aos Calheiros. E

as investidas para Rui desistir da disputa e ser agregado à campanha de Dantas rumo ao Palácio República dos Palmares continuam a todo vapor. A mais recente incluiu Rui ser vice do governador. Hoje a vaga é ocupada por José Wanderley Neto (MDB), que se mantém na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa. Além disso, foi oferecida uma base de votos na região de Palmeira dos Índios, pertencente ao presidente da Assembleia, Marcelo Victor (MDB), para eleger um federal indicado pelo ex-prefeito. A base tem 80 mil votos. Segundo uma fonte ligada ao ex-prefeito, ele rejeitou a proposta e permanece na disputa ao governo. Levantamento do Paraná Pesquisas, publicado em 9 de junho mostra que Rui está na terceira colocação. O ex-prefeito tem aval do líder do PSD Gilberto Kassab, que não cede às pressões e entregou a Rui o xadrez do eleitorado alagoano. Por outro lado, o ex-prefeito tem o compromisso de eleger, pelo menos, um federal. A atual deputada federal Tereza Nelma é vista como nome fortíssimo à reeleição. O vereador Joãozinho também se lançou a federal pela legenda. Ele obteve 3.642 votos para a Câmara de Maceió e deve ajudar na soma dos votos, beneficiando Nelma. Rui não deverá revelar seu voto presidencial nesta primeira etapa da campanha, estratégia que atrai os eleitores nem-nem: nem Dantas nem Cunha, também capturando os indecisos.


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DESTINO PARADISÍACO

VILA GALÉ INAUGURA MAIOR RESORT ALL INCLUSIVE DE ALAGOAS

Empreendimento localizado na Barra de Santo Antônio recebeu investimentos de R$ 150 milhões

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Vila Galé Alagoas abriu as portas para os clientes esta semana no município de Barra de Santo Antônio, a 40 minutos de Maceió. Com investimento de R$ 150 milhões e uma infraestrutura que impressiona, o 10º empreendimento da rede no Brasil gerou 300 postos de trabalho. Até o final do ano, a previsão é que chegue a 450. “Conseguimos superar todas as dificuldades e cumprimos a nossa meta de abertura, graças ao gigantesco esforço das equipes Vila Galé e de todo o pessoal em obra. Estamos orgulhosos do novo resort e de termos uma unidade em Alagoas. Acreditamos no potencial do estado e das pessoas, que são muito simpáticas e com vontade de aprender”, afirma o presidente e fundador da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida. O novo empreendimento homenageia os escritores de língua portuguesa do Brasil e de Portugal. Todos os detalhes foram pensados para celebrar a temática. Os quartos, por exemplo, terão referência de um escritor. Na recepção, os seis mais célebres escritores mundiais foram homenageados com estátuas realistas. As escritoras também ganharam uma exposição própria e há uma galeria dos 54 prêmios Nobel da Literatura. “Além dos escritores tradicionais, não deixamos de fora a realidade local e regional. Vamos valorizar o hotel com artesanato, gastronomia e cultura alagoana.

Para isto, criamos o restaurante Museu do Sertão”, explica Jorge Rebelo de Almeida. A estrutura do maior resort all inclusive [tudo incluído] de Alagoas impressiona. São 513 apartamentos, quatro piscinas, sete restaurantes, cinco bares, Clube Nep voltado para as crianças com parque aquático, Spa Satsanga, boate e centro de convenções com 2.000 m2, entre outros atrativos. O conceito da nova unidade foi adaptado do Vila Galé Touros, último resort inaugurado pelo grupo no Brasil, ao qual foram incluídas novidades, como aumento da área do Clube do Nep, uma piscina para natação com 100 metros de comprimento e um parque aquático. Além da criação do Restaurante Regional Museu do Sertão, restaurante Cervejaria Portuguesa e novas quadras, como a de beach tennis. As categorias de habitações disponíveis no novo resort são apartamento, apartamento familiar, apartamento superior, suíte, suíte superior, chalé, chalé superior e chalé master. Para quem busca uma experiência diferenciada para toda a família, há opção de chalé e apartamento familiar Nep, que são decorados com os personagens infantis. As crianças até 12 anos, instaladas no quarto dos pais, não pagam

alojamento e refeições. A gastronomia também é o ponto alto do novo resort. O restaurante Versátil é o principal e oferece serviço de buffet. O restaurante Inevitável mistura a gastronomia portuguesa com a mediterrânea, o Massa Fina oferece pizzas artesanais e pastas, já o restaurante Museu do Sertão conta com pratos típicos do estado de Alagoas. Para as crianças, o restaurante Nep oferece comidas infantis preparadas sem conservantes. Já a Cervejaria Portuguesa é uma petiscaria mediterrânea. Toda infraestrutura soma ao cenário cinematográfico da Praia do Carro Quebrado, com coqueirais, mar verde esmeralda e as famosas falésias multicoloridas que contornam toda extensão da praia.


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BAIRROS AFUNDANDO

Minas da Braskem foram instaladas em Maceió sem nenhum critério geológico ou planta de localização TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

A ação predatória da Braskem com a atividade de exploração de sal-gema em Maceió foi denunciada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em audiência no Senado em fevereiro de 2019. Naquela ocasião, a mineradora foi citada oficialmente como responsável pelos afundamentos no solo e rachaduras em imóveis nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. Passados mais de três anos, os dados disponíveis hoje apontam que a desastrosa atividade – que provocou o maior desastre ambiental urbano em curso no Brasil – era previsível. O primeiro grande erro da Braskem teria sido a instalação da mineração em área sem estudo geológico profundo sobre a ocorrência de falhas geológicas. De acordo com o engenheiro Abel Galindo, cientista e mestre em geotecnia, não se tem conhecimento de nenhum projeto existente sobre a localização das minas na época em que foram implantadas. Um tiro no escuro que atingiu 60 mil pessoas na capital alagoana. A planta de localização de que se tem ciência teve 18 revisões desde junho 1996. A primeira perfuração de uma mina no solo de Maceió aconteceu em fevereiro de 1975, com a exploração do sal sendo iniciada no ano seguinte. “Portanto, de 1975 até 1995, foram 20 anos de perfuração sem projeto técnico de localização das minas e sem estudo de subsidência que poderia ocorrer na área de exploração, ao longo da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, com alcance nos demais bairros”. Na sucessão de erros, o engenheiro aponta o diâmetro das minas, extremamente excessivo e facilitador do rompimento do teto e das paredes em seu entorno, e a arriscada pequena distância entre essas cavernas. “As duas características, associadas à presença de falhas geológicas no entorno das minas e à ocorrência de rochas de baixas

Abel Galindo é um dos autores do livro Rasgando a cortina de silêncios

Bebedouro: edificações com tapume e tráfego de veículos interrompido resistências, foram cruciais para a desestabilização de toda essa mineração desastrosa”. Os prejuízos ambientais e sociais com a atividade da Braskem dificilmente serão mensurados. Somente na zona vermelha do mapa que mostra as áreas em processo de afundamento, havia 14 mil imóveis residenciais e comerciais com cerca de 60 mil moradores afetados diretamente pelo

problema. As considerações e detalhes sobre o caso são apresentados pelo engenheiro no livro “Rasgando a cortina de silêncios”, uma coletânea que aborda de forma técnica e crítica os bastidores da exploração do sal-gema de Maceió. Lançado esta semana pela Editora Instituto Alagoas, a obra reúne profissionais de conduta moral e técnica ilibadas que acompanham o caso.

Engenheiro Abel Galindo aponta erros técnicos do maior crime urbano e ambiental do País A visão dos autores, a maior contribuição do livro, no entanto, será reposicionar a discussão dos problemas gerados pela multinacional aos seus devidos termos: a reconstrução de Maceió. “A empresa deve arcar com o prejuízo bilionário da destruição causada em Maceió transformando o que era um pulsar vivido de vida num hoje cemitério de ruas, praças, becos, avenidas e casas destruídas, abandonadas às pressas por seus moradores, os ‘refugiados ambientais’ da Braskem”, comenta o economista Elias Fragoso, organizador da obra. No capitulo técnico escrito por Abel Galindo e onde está escrito detalhadamente as causas dos desastres da mineração, há ainda citação de relatórios nacionais e internacionais que fazem previsões para o futuro da área de mineração, especialmente para aquela que tem o maior afundamento vertical médio, de 20cm por ano, em Bebedouro. “Há um relatório que diz que essa área de risco vai continuar afundando, mensalmente, milimetricamente, nas próximas 3 ou 4 décadas, podendo atingir 4m de afundamento, e que a possibilidade de colapso da superfície em alguns pontos sobre algumas das minas é baixa. Mas diz também que o preenchimento dessas minas com areia vai reduzir o tamanho do afundamento (talvez para 2m)”, escreve o engenheiro Abel Galindo. Outros estudos mostram que a possibilidade de ocorrer o colapso de superfície é pequena, e se ocorrer, a primeira mina será a M-25, na Lagoa Mundaú, dentro de 7 anos, mas existe um relatório italiano que fala na possibilidade de ocorrerem colapsividades na superfície, em um ou dois pontos. A mina M-25 seria um desses pontos, em 2022. “Pelo exposto, vemos que há muita divergência quanto à questão de colapsividade da superfície. A nossa opinião é que, antes de 10 anos, essa área das minas não irá se estabilizar”.


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REABITAÇÃO A grande novidade em relação aos relatórios apresentados por Abel Galindo é a possibilidade de reabitação em áreas fora da zona vermelha do mapa de risco para afundamento de solo. O engenheiro faz referência a um relatório de setembro de 2021, que consta nos arquivos da Agência Nacional de Mineração (ANM). No documento está registrado que a deformação horizontal do solo, em julho de 2020, era de 9,3cm por ano e, em julho de 2021, passou para 6,4cm/ano. “Portanto, tivemos uma redução de 50% na deformação horizontal na parte alta do Mutange e, consequentemente, no bairro do Pinheiro”, diz o professor. “Diante desse fato, podemos dizer que, a partir do segundo semestre de 2022, as áreas situadas fora da área vermelha (mostrada na Figura 15) podem ser reabitadas, pois as deformações não serão mais problema para as construções em geral. Mas, nas áreas das minas e próximas a elas, só depois de 10 anos, possivelmente”.

Milhares de imóveis tiveram de ser evacuados por conta do afundamento do solo em cinco bairros O capítulo assinado pelo engenheiro Abel Galindo no livro Rasgando a cortina de silêncios é intitulado Aspectos Técnicos de uma Mineração Desastrosa, documentado com imagens e ilustrações, diagnósticos e explicações sobre o fenômeno provocado pela atividade comercial. Antecede ao capítulo escrito pelo biólogo e cientista ambiental José Geraldo Marques e que mostra a Braskem além das rachaduras – memórias de um tempo quase esquecido. A obra é um esforço conjun-

to de profissionais de diversas áreas do conhecimento. Também participam como coautores o advogado Cláudio Vieira, o sociólogo Edson Bezerra e a arquiteta e urbanista Isadora Padilha, que esmiúçam como aquela que poderia ter sido a principal operação econômica do estado se transformou no maior desastre socioambiental urbano em curso no planeta e num enorme fiasco econômico e social para Alagoas. Elias Fragoso coloca o leitor de frente com a realidade do caso

Braskem, expondo a linha do tempo, os números da tragédia, a venda da mineradora e suas implicações e a saída viável para a cidade sitiada. Já o advogado Cláudio Vieira instrui sobre os direitos do município de Maceió e da sociedade civil frente aos danos causados pela Braskem. Isadora Padilha aponta “Novas rotas para uma cidade à deriva” e Edson Bezerra apresenta ao leitor os “Elementos para uma sociologia do desastre ou a destruição dos arcos da memória”.


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CHÃ PRETA FACEBOOK

Maurício Holanda teria pago R$ 2 milhões por serviços que não estariam sendo feitos, já que muitas ruas estão às escuras

Prefeito gasta quase R$ 2 mi para manutenção de iluminação pública

Vereadores questionam gasto e moradores denunciam ruas escuras em conjuntos MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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prefeito de Chã Preta, na zona da mata alagoana, Maurício de Vasconcelos Holanda (MDB), parece não poupar quando se trata em deixar tudo às claras, ou quase. É que o município desembolsou o valor de R$ 1.974.999,95 apenas para a manutenção da rede de iluminação pública de uma cidade com pouco mais de duas dezenas de ruas e logradouros. Moradores indignados com a gastança pedem explica-

ção ao chefe do Executivo e cobram providências à Câmara Municipal. O contrato que chamou a atenção dos chã-pretenses foi celebrado entre a Prefeitura do município e a empresa SAMUEL DO N. SILVA – EIRELI, inscrita no CNPJ nº 15.730.117/0001-06, com sede na Conjunto Residencial Recanto das Ilhas, n° 215, Centro – Satuba/AL). Com validade de 12 meses, o documento foi assinado em 1º de julho de 2021 e publicado em 25 de agosto. Prestes a completar um ano de

vigência, alguns lugares foram esquecidos e vivem às escuras. O descaso tem revoltado moradores que reclamam das ruas escuras que proporcionam ambientes para furtos e outras práticas ilegais. Os problemas acontecem principalmente na parte alta da cidade, nas regiões dos Conjuntos Alto da Alegria, Manoel Tenório, Nossa Senhora da Conceição, Rua Nova e Dr. Geraldo Tenório Silveira. O processo Administrativo nº 0616006/2021 diz respeito a adesão de Ata de Registro de

Preço aderida pela Prefeitura de Chã Preta, que deixou de abrir processo licitatório na modalidade Pregão Eletrônico, o que normalmente a legislação determina, para aderir uma ata de preços já existente em outro município. “Contratação de empresa para prestação de serviços de manutenção, preventiva e corretiva de rede de iluminação pública e serviços de extensão de rede de rede de iluminação pública”, diz o objeto do contrato. Vale ressaltar que o prefeito torrou quase R$ 2 milhões em um dos municípios mais pobres do estado, que sobrevive basicamente dos repasses mensais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além do que possui um dos menores índices de desenvolvimento humano (IDH) do Nordeste. CEI Um grupo de vereadores já anunciou que pretende criar uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar eventual irregularidade neste contrato, já que o valor é excessivamente grande e não condiz com a realidade local. Na ocasião, será requisitada a presença dos responsáveis (pregoeiro, comissão de licitação e se for o caso o próprio prefeito) para comparecem à Câmara Municipal munidos de toda documentação referentes ao contrato celebrado e posterior envio ao Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas. A vereadora Patrícia Macário, que integra o grupo, disse que é um absurdo gastar quase R$ 2 milhões e especificamente o Conjunto Manoel Tenório mal se tem lâmpadas. “Vive às escuras, um lugar escuro. Não é compatível ter um contrato absurdo de R$ 2 milhões em uma cidade que sequer tem essa iluminação apropriada para um gasto exorbitante. Vamos, sim, criar uma comissão especial e encaminhar ao Ministério Público informando sobre este absurdo que está acontecendo em nosso município”, afirmou.


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extra melhorar suas condições de vida, facilitando o acesso à água de qualidade para consumo humano, com impacto direto sobre a saúde e a segurança alimentar e nutricional. Também foi assinado o Termo de Cessão de uso de barracas de feira e entrega de 121 unidades para os agricultores do município.

PAVIMENTAÇÃO

TRABALHO

PARCERIA GARANTE A PALMEIRA DOS ÍNDIOS PACOTE DE SERVIÇOS DO GOVERNO DO ESTADO Paulo Dantas e Júlio Cezar assinam convênios para obras nas áreas da educação, agricultura familiar, abastecimento e pavimentação do município

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parceria entre a Prefeitura de Palmeira dos Índios e o governo do Estado tem fortalecido a execução de obras que garantem à população o acesso a serviços essenciais. Esta semana, o governador Paulo Dantas esteve no município para entregar equipamentos e assinar ordens de serviço e convênios que beneficiam a educação, agricultura familiar e abastecimento. Ao lado do prefeito Júlio Cézar, o governador inaugurou poços artesianos nas comunidades Aldeia Riacho Fundo do Meio, Cafurna de Baixo, Monte Alegre e Serra do Amaro e na Aldeia Xucuru-Kariri. Pelo menos 375 famílias nessas localidades serão beneficiadas com abastecimento de água através das

estruturas construídas em convênio com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh). Além disso, houve a entrega de 401 cisternas de 16 mil litros para captação e armazenamento de água da chuva para o consumo humano de famílias de baixa renda e residentes na zona rural, sendo 50 delas destinadas à comunidade Quilombo Tabacaria, em Palmeira dos Índios. As obras foram realizadas com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seagri) e da Cooperativa Carpil. “Esses poços e essas cisternas vão beneficiar centenas de pessoas, devolvendo dignidade para aqueles que mais precisam. O Governo de Alagoas tem estado afinado com as prefeituras firmando parcerias e convênios alegando que vão devolver dignidade para a população” disse o prefeito Júlio Cézar. A Seagri-AL, em parceria com o Ministério da Cidadania, tem desenvolvido trabalhos dentro do Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais de Acesso à Água – o Programa Cisternas, como forma de minimizar os efeitos de estiagem nas regiões. Como resultado, espera-se que as famílias possam

Na oportunidade, o governador assinou a ordem de serviço de pavimentação e recuperação de 15km de vias urbanas e autorizou o repasse de R$ 4 milhões para um convênio firmado com a Prefeitura para a realização de obras de pavimentação e drenagem de vias urbanas. Em outro convênio, o governo garantiu o repasse de R$ 3.693.241,21, destinados à reforma da Escola Municipal Ludugério Amâncio, localizada no povoado Santo Antônio. Os recursos serão direcionados para ampliação dos espaços, áreas de convivência, recreação e salas de aula. A escola oferece creche, educação especial, ensino fundamental – anos finais 6º ao 9º, ensino fundamental – anos iniciais 1º ao 5º e pré-escola e, com a reforma, passará a atender em tempo Integral. “Palmeira dos Índios, a nossa Princesa do Agreste, é uma das cidades mais importantes de Alagoas, sendo a porta do Sertão e é rota do desenvolvimento alagoano. Trazer esses benefícios para o município é trazer mais desenvolvimento, mais qualidade de vida, mais incentivo para que a cidade continue crescendo. Nada em Alagoas vai parar, porque o desenvolvimento não pode parar”, concluiu Paulo Dantas. Participaram do evento o secretário de Transportes e Desenvolvimento Urbano, Mosart Amaral, a secretária de Educação, Roseane Vasconcelos, o secretário de Recursos Hídricos, Gino César, o exgovernador Renan Filho, o deputado estadual Silvio Camelo e o secretariado municipal e convidados.


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CIDADE DE TODOS NÓS

Reforço em 24 linhas contempla 300 mil maceioenses no São João Ao todo, 80 ônibus estarão à disposição nas noites de forró rumo ao bairro de Jaraguá FOTOS DE ARQUIVO DE ITAWI ALBUQUERQUE

ASSESSORIA

e Avenida Walter Ananias.

s maceioenses que se utilizam do transporte público terão ônibus de graça com destino ao bairro de Jaraguá, onde a Arena Multicultural vai movimentar os festejos juninos até o dia 29 deste mês. Além de ser de graça, os ônibus nesta rota terão trios de sanfoneiros aquecendo os usuários. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) confirma que são 24 ônibus a mais rodando entre às 18h e às 4h da manhã dos dias de festa – de 23 a 29 de junho. Com os já existentes, completam 80 carros à disposição do maceioense que deseja dançar forró ao som dos artistas que se revezam na estrutura montada no bairro histórico de Jaraguá. “Quinta, sexta e sábado terão trios pé-de-serra em ônibus durante o trajeto, para o pessoal já ir entrando no clima”, assegurou André Costa, superintendente municipal de Transporte e Trânsito. Que lembra: “Qualquer pessoa poderá usar os ônibus gratuitamente, indo ou não para as festividades. Não será necessário o uso do cartão Vamu”. A SMTT destaca que em todos os ônibus que terão itinerário com destino ao Jaraguá o letreiro do carro trará a mensagem “São João Massayó”. Confira abaixo, quais serão as linhas gratuitas para o “Massayó” no Jaraguá: 601 – T.I. B. Bentes X Jatiúca / Rota do Mar; 602 – Salvador Lyra X Iguatemi; 607 – Eustáquio

Para maceioenses e turistas que irão para o polo em Jaraguá acompanhar a programação do São João de Maceió, ônibus especiais sairão do Maceió Shopping, em Mangabeiras, para o local do evento, no bairro de Jaraguá. Essa linha vai operar para garantir a fluidez do trânsito, além de oferecer conforto e comodidade para os usuários. Ela funcionará de forma expressa, ou seja, sem realizar embarque ou desembarque durante a viagem. O veículo irá até a Avenida Juca Nunes, próximo à Praça Royal, e estará devidamente identificado. O usuário estaciona seu carro no shopping, paga a tarifa lá mesmo no embarque e recebe uma pulseira, que cada dia terá uma cor diferente, que já garante a ida e volta do shopping ao ponto localizado próximo à Praça Royal. A linha 001 Expresso MassayóMaceió Shopping funcionará das 19h às 4h, durante os dias do evento de 23 a 29 de junho. A pulseira custa R$ 10. O pagamento pode ser realizado em dinheiro, nos cartões de débito ou crédito. Também haverá o pagamento de uma taxa de estacionamento, no valor de R$ 8 para 5 horas de permanência no espaço, para cada hora adicional será cobrado mais R$ 2. Os ônibus sairão com um intervalo de tempo, de até 10 minutos entre cada coletivo, com previsão de deslocamento de aproximadamente 15 minutos.

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LINHA ESPECIAL

Gomes X Iguatemi; 612 – Forene X Jatiúca (Via Centro / Ponta Verde); 703 – B. Bentes X P. Verde / Gruta; 704 – B. Bentes X P. Verde / Farol/Iguatemi (T.Integrado); 706 – Eustáquio Gomes X Ponta Verde / Via Expressa; 707 – Graciliano Ramos X Ponta Verde; 717 – Village Campestre II X Ponta Verde / Cambuci. A lista de rotas com gratuidade nas noites de forró segue: 709 – Chã da Jaqueira / Ponta Verde; 710 – Chã da Jaqueira / Ponta Verde; 711 – Ufal via Colina / Cambona / Jaraguá / Ponta Verde; 712 – Santos Dumont X Ponta Verde / Farol; 715 – Rio Novo / Ponta Verde via Bebedouro; 716 – Clima Bom / Ponta Verde; 719 – Chã Nova / ponta Verde; 223 – Ipioca X Mercado; 504 – Pontal / São Jorge; 603 – Mirante / Vergel; 610 – Terminal Cruz das Almas X Ouro Preto; 613 – Vergel / Guaxuma; 614 – Trapiche / Mangabeiras; 700 – Sanatório / Ponta Verde; e 708 – Cruz das almas X Ponta Verde.

Das linhas acima, 14 serão reforçadas durante o período da festa. São elas: 601, 602, 607, 704, 717, 709, 710, 712, 715, 716, 223, 504, 603 e 614.

ITINERÁRIO DOS ÔNIBUS

O itinerário dos ônibus ocorrerá pelas ruas Epaminondas Gracindo, Sá e Albuquerque até a Praça Dois Leões. De lá, eles vão pela Rua Barão de Jaraguá, cruzando a Avenida Comendador Leão para acessar as ruas Campos Sales e Doutor Baptista Accioly, seguindo pela Travessa 13 de Maio (ao lado do Sesc). Outro fluxo acontece pela Rua Pedro Paulino (Sesc), cruzando a Avenida Walter Ananias e a Rua do Uruguai. Eles passarão pela Avenida Juca Nunes e sairão pela Rua Doutor Baptista Accioly. Em seguida, continua pelo percurso comum pela Avenida da Paz, em seguida Praça Sinimbu, Travessa Sete de Setembro


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HOSPITAL SANTA RITA ENTREGA NOVOS ESPAÇOS DA MATERNIDADE E DA UTI GERAL Autoridades e grande público de Palmeira dos Índios e região prestigiaram a solenidade

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Hospital Regional Santa Rita – Palmeira dos Índios /AL, por meio do seu provedor – Dr. Pedro Gaia, entregou na manhã do domingo (19/06/2022), os novos e modernos espaços da Maternidade que inclui o complexo Materno Infantil Dr. Emílio Silva – nome dado em homenagem ao médico, o Banco de Leite Humano – Dra. Kátia Born e a UTI Geral homenageando o saudoso Dr. Gumercindo Tenório (in memorian). Na maternidade são 21 leitos de enfermarias que contam, em cada uma, com ar-condicionado, 2 televisores, banheiros acessíveis e tudo o que preconiza as normas de qualidade. Na UTI- Geral são 10 leitos em um ambiente totalmente climatizado e equipado com o que há de mais moderno, inclusive na parte de tecnologia com os sistemas, TVs, ramais e computadores.

Então, isso significa dizer que, ao todo, o Hospital Santa Rita oferece à população de Palmeira dos Índios e região, 31 leitos exclusivamente para atender aos pacientes SUS. Além disso, houve também a entrega de 7 apartamentos para atender aos pacientes particulares e conveniados. No total geral, foram 38 leitos reformados dentro dos padrões de excelência. “É com muita alegria que entregamos essas importantes obras. É um sonho realizado! Agrademos as parcerias com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, senador Collor, deputados federais Paulão e Marx Beltrão, deputada estadual Ângela Garrote. Destacando o apoio do prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar que sempre está pronto a contribuir com o crescimento deste hospital”, destaca o provedor. Dr. Pedro Gaia agradeceu também o empenho e a dedicação de todos os colaboradores do Hospital

Santa Rita. “Recebam meus sinceros agradecimentos por tanto carinho e dedicação com esta instituição e principalmente com os nossos pacientes. Saibam que enquanto Deus me permitir, estarei lutando para o desenvolvimento do Santa Rita. Obrigado minha esposa Marta, meus filhos, minha nora e genros, por estarem sempre ao meu lado”, disse o provedor. Após a solenidade, o provedor convidou os presentes para conhecer os novos espaços, mas antes disso houve a benção dada pelo padre Motinha e, em seguida, todos puderam conferir as obras que podem ser consideradas um marco na história do Hospital Santa Rita e que irão iniciar uma nova fase em caminhada a um projeto que, segundo o Dr. Pedro Gaia, está sendo colocado em prática, que é reestruturar todo o Hospital Santa Rita tornando-o um Complexo Hospitalar de referência oferecendo serviços de qualidade e atendimento humanizado.


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COITÉ DO NOIA

Festa junina vira embate judicial entre associação de moradores e prefeitura

Prefeito Higino Bueno, que promove evento com seu nome, vetou arraial da entidade

DA REDAÇÃO

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que seria apenas mais uma festividade junina virou processo judicial em Coité do Noia. Isso porque o prefeito do município, Bueno Higino, teria impedido a realização do Arraiá Forró Junino organizado pela Associação dos Moradores do Bairro de Cima. Populares reagiram nas redes sociais chamando o prefeito de “ditador”, classificando a atitude de Higino como vergonhosa e lamentável. O evento estava marcado para acontecer na quarta-feira, 22, no entanto, a prefeitura impediu a realização sob argumento de que não havia recebido os documentos necessários. Revoltados, os administradores da página da associação divulgaram uma nota pública sobre ocorrido. “É com muita tristeza que a festa não acontecerá devido a uma ação judicial imposta pela Prefeitura Municipal de Coité do Noia com o objetivo de cancelamento do evento, fato inédito em nosso município em 59 anos de história”, informou a associação. A entidade ainda informou que agiu com seriedade apresentando toda a documentação necessária alegando ainda que falta sensibilidade e bom senso na gestão atual do município. “Vamos continuar trabalhando em prol do associativismo comunitário objetivando dias melhores para todos”, finaliza a nota. Conforme prints divulgados nas redes sociais, a Polícia Militar, uma vez aciona-

Bueno Higino, segundo os moradores, censurou a festa da, se comprometeu a fazer a segurança da festa, assim como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-AL) também recebeu termo de responsabilidade técnica para a infraestrutura do evento. Contudo, o secretário municipal Erivan Souza da Silva, segundo os denunciantes, teria negado o ofício da associação dos moradores. A entidade impetrou um mandado de segurança contra o secretário e a prefeitura para que autorizassem a festa, porém o juiz Helestron Silva da Costa considerou não haver provas suficientes para acatar o pedido da associação. “Concluo que o mandado de segurança carece de documentos essenciais para a verificação do direito alegado,

na medida que não instruído com alvará de autorização, tampouco foi apresentado com tempo hábil necessário para sua expedição”, conclui o magistrado. De acordo com o material de divulgação do arraiá, a festa contaria com artistas, como Rildo Magnata e Wellington Teixeira. Os folders ainda trazem a logomarca do governo estadual, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Enquanto isso, no Instagram da prefeitura, o anúncio de outra festa: o Arraiá Bueno Higino da Silva (nome do prefeito), que vem trazendo artistas regionais durante este mês festivo.

O OUTRO LADO À imprensa, o prefeito Bueno Higino disse: “Lei é para ser cumprida!”. Ele enumerou alguns dos vários itens para a não realização da festa da associação. “Quem proibiu foi o juiz Helestron Silva, baseado na lei”. Os itens seriam: não mostrar em tempo hábil o ofício ao BPM; não protocolar na prefeitura o pedido para fechamento da via pública; não atender os requisitos mínimos exigidos pela Prefeitura de Coité do Nóia; e não possuir alvará para realização do evento. O prefeito alega ainda ter ligado para o presidente da associação para que este mudasse a data do evento, e com mais tempo, eles conseguissem preencher os requisitos mínimos para a realização da festa, mas que recebeu a negativa.


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SÃO MIGUEL DOS CAMPOS

PREFEITO CONCEDE REAJUSTE SALARIAL PARA SERVIDORES DA EDUCAÇÃO Salários de junho são pagos com aumento de 5% e valor correspondente ao 1/6 de férias

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prefeito de São Miguel dos Campos, George Clemente, concedeu reajuste de 5% aos servidores da Educação, referente à data base 2022/2023, além do valor correspondente a 1/6 de férias. Em março, a categoria já havia sido contemplada com um aumento de 8,02%, totalizando 13% de reajuste salarial. “Definimos que todos os servidores da Educação de São Miguel dos Campos receberiam em junho o aumento de 5%, o 1/6 de férias, além do retroativo referente ao mês de maio”, confirmou o prefeito. A folha salarial dos servidores efetivos, comissionados, aposentados e pensionistas foi liberada com antecedência, na quinta-feira, 23, uma promessa de campanha que virou prioridade na atual gestão. “Pagamos antes do São João, pois sabemos que muitas famílias vão comemorar em suas casas e farão suas próprias festas juninas”, informou. O município viveu momentos trágicos com a inundação do Rio São Miguel após as chuvas torrenciais que castigaram Alagoas no final de maio. A cidade foi uma das mais afetadas pelo temporal no estado. O trabalho de reconstrução para sanar os danos

foi iniciado imediatamente e o reajuste nos salários dos servidores contribui para o equilíbrio da economia local. Na última terça-feira, 21, o prefeito anunciou o pagamento do valor referente à insalubridade

para servidores do Matadouro Público. A novidade representa um aumento de 20% nos salários, correspondente a R$ 242, com liberação também na folha de junho. “Além desse valor, estamos proporcionando melhorias no prédio do Matadouro e nas condições de trabalho, para gerar uma forma mais digna e segura para todos. Agradeço a dedicação de cada um e reafirmo o meu compromisso com a classe”, concluiu. Em março deste ano, os garis também começaram a receber salários com insalubridade. “Nosso objetivo é valorizar cada vez mais os nossos servidores. Pagamos insalubridade aos garis, aos servidores do Matadouro, 8% de aumento para todos os servidores efetivos, esses 13% de aumento aos servidores da Educação. É dessa forma que estamos valorizando a categoria. Com respeito, comprometimento e valorização”, afirmou Clemente.

Prefeitura distribui mais de 2.500 cestas básicas A Secretaria Municipal de Assistência Social de São Miguel dos Campos iniciou esta semana a entrega das mais de 2.500 cestas básicas às famílias cadastradas no benefício eventual, referente ao mês de junho. O prefeito George Clemente esteve presente na entrega, que ocorreu na quadra da Escola Municipal Maria Rosa e na quadra do Colégio Esther Soares Torres. O prefeito enfatizou a importância dos produtos para a população carente. “A cesta básica representa muito para muitas famílias, e é uma prova do nosso comprometimento. Continuaremos fazendo ações como essa para melhorar a vida dos cidadãos de São Miguel”. A secretária de Assistência Social, Jacqueline Vieira, também falou sobre a entrega. “Nosso intuito continua sendo de facilitar a entrega deste benefício. É dessa forma, com organização e respeito aos beneficiários, que continuaremos compartilhando esses alimentos com quem necessita”, concluiu.


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SAÚDE MENTAL

Alienação parental: crime contra a criança e o adolescente

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a minha experiência, no consultório clínico, uma boa parte dos atendimentos tem relação com atritos familiares, e um dos principais deles é ato da Alienação Parental, praticado principalmente pelas mulheres quando há o fim do relacionamento. O ato de alienar pode ser praticado, também, pelo pai. Mas as pesquisas científicas indicam que são as mulheres que mais alienam os filhos e um dos motivos é a vingança devido a ruptura conjugal. Há outros diversos motivos. Não seria crime, com pena de prisão, para quem pratica a Alie-nação Parental, seja praticada pelo pai ou mãe ou quem tem a guarda da criança ou do adolescente? Pois é, a frase que expressa que uma ‘mentira dita mil vezes se torna verdade’, parece, estar tendo “êxito”, pelo menos em boa parte dos conflitos que chegam no judiciário para serem resolvidos, devido a Alienação Parental. A Alienação Parental envolve muitos aspectos, desde histórico familiar, questão de pensão alimentícia, comportamento narcisista, até questões de caráter dos envolvidos, especialmente, da mãe e do pai. Será que juízes ou os psicólogos têm poder para resolver os conflitos dos pais em querer ficar com criança ou adolescente, como se fosse um objeto? A pergunta é: será que quando a mãe (principalmente) ou pai aliena uma criança ou adolescente, impedindo que ela tenha convivência com um deles, é um “êxito”? Quem ganha e quem perde com a alienação?

AP e SAP

Alienação Parental, de acordo com o psiquiatra norte-americano Richard Gardner, é o ato de induzir a criança a rejeitar o pai ou a mãe com esquivas, mensagens difamatórias, ódio ou acusações de abuso sexual (2002). Já a Síndrome da Alienação Parental é o conjunto de sintomas que a criança ou adolescente pode apresentar, em quantidades variáveis, decorrente dos atos da Alienação Parental. O termo foi designado pelo psiquiatra em 1985, há 37 anos. A síndrome não está ‘contemplada’ no Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (DSM), que já está na versão V. Resumindo, Alienação Parental é quando a mãe ou pai ‘treina’ uma criança ou adolescente para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando sentimentos de rejeição, medo, nojo e temor em relação ao ex-cônjuge. De acordo com o Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), 80% dos filhos de pais separados sofrem com chantagens emocionais dos genitores (2012). E, segundo o IBGE (2010), 20 milhões de crianças são vítimas de alienação parental. Ou seja, cerca de um terço das crianças e adolescentes.

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Consequências psicopatológicas Pesquisam indicam que 72% dos adolescentes que cometem crimes graves e homicídios vivem em lares de pais separados. Crianças sem a presença do pai têm duas vezes mais probabilidades de baixo rendimento escolar e desenvol-verem quadros de rebeldia a partir da 3ª infância (6 a 12 anos). A taxa de suicídio (ou tentativa) entre adolescentes entre 16 e 19 anos de idade triplicou. Um em cada quatro suicídios ou tentativas, três ocorreram em lares de pais ausentes/distantes ou indiferen-tes. Pois bem, no dia 18 de maio deste ano, a Lei 12.318 (de 2010, sobre Alienação Parental) teve algumas alterações pela Lei 14.340 (de 2022), em que foi estabelecido no “art. 2º Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou ao adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação assistida no fórum em que tramita a ação ou em entidades conveniadas com a Justiça, ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas.” Este aspecto da lei restabelece a “garantia mínima de visitação (eu diria convívio) com a criança ou adolescente nos casos em que não haja risco de prejuízo à integridade física ou psicológica. Um aspecto positivo da lei. O Brasil é o primeiro país no mundo a tipificar os atos da Alienação Parental em lei. O legislador entendeu que o simples Ato de Alienação Parental pode ser suficiente para expor a criança a risco de transtorno mental. E o legislador foi certeiro nesse aspecto.

Os filhos podem apresentar

Quando a Síndrome está instalada, aflora na criança e no adolescente, sentimentos de raiva, ódio, medo, nojo, entre outros, contra o ex-cônjuge. Surge também uma recusa da criança ou do adolescente em dar atenção, ou se comunicar com o pai ou mãe, devido a Alienação Parental que está sofrendo. Aparecem sentimentos e crenças negativas sobre o pai ou sobre a mãe. Isso ocorre porque a Alienação Parental cria dúvidas, incertezas e muita confusão na cabeça da criança ou do adolescente, favorecendo, assim, o surgimento da Síndrome da Alienação Parental (SAP), que pode desenvolver transtornos, como ansiedade, síndrome do pânico, depressão e ideação suicida (9 vezes mais propenso). Podem surgir, também, algumas con-

Ignorância O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância. (Buda) sequências comportamentais, como doenças psicossomáticas, baixa autoestima, uso abusivo de álcool e outras drogas, transtornos de identidade, dificuldade de adaptação (psicossocial), insegurança, sentimento de rejeição, agressividade, dificuldade nas relações interpessoais, sentimento de culpa (cúmplice do alienador, quando descobre).

Consequências legais

Artigo 6º - Lei 12.318 - Caracterizados atos típicos de alienação parental (...) para inibir ou atenuar seus efeitos (...) o juiz poderá: I declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; III - estipular multa ao alienador; IV - determinar acompanhamento psicológico e/ ou biopsicossocial; V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; VII declarar a suspensão da autoridade parental. (revogado Lei 14.340)

... outro caminho...

Um aspecto bastante prudente na modificação da lei foi a inserção do § 2° ao artigo 6° da Lei da Alienação Parental, em que estabelece, nas hipóteses de determinação de acompanhamento psicológico ou biopsicossocial (que já estava prevista no inciso IV do artigo) que serão necessárias “avaliações periódicas” ... com indicativo de metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do acompanhamento”. Talvez seja uma das principais alterações positivas na nova lei. Por que? No inciso IV, do artigo 2o, já contemplava acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial. Nenhum conflito familiar, seja ele qual for, não se tem uma resolução positiva, para as partes, se não for pela via do diálogo. E especificamente no caso de estar envolvida a Alienação Parental, só é possível uma solução salutar quando as partes (mãe, pai e filho/a/s) se submetem a um processo psicoterápico. Não há outro caminho.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: +55 (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - A política é a única profissão que você não precisa ter preparo para exercê-la. Basta praticar a arte de enganar os

Os périplos de Paulo

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s adversários podem torcer contra, fazer macumba, tramar armadilhas, praguejar, que não há “encosto” que derrube o jovem governador Paulo Dantas. Já teve covid em plena pré-campanha e tirou de letra, teve dengue e nem percebeu, foi se meter a jogador e num drible em Renan Filho, passou a bola para o prefeito de Igaci, caiu e quebrou a clavícula. Ao chegar no hospital, todos preocupados com seu estado de saúde, após exames de imagem atestarem a fratura, ainda desdenhou do médico, que recomendou repouso. – “Doutor, procura outra recomendação pois essa aí não vale” – resmungou. Ato contínuo, com o braço na tipoia, pegou a estrada.

Os périplos de Paulo Dantas II

Desde o dia de sua posse como governador, após a renúncia do titular, Paulo Dantas não tem parado. Quando não está pelas estradas inaugurando obras, lançando projetos e levando desenvolvimento para as cidades do interior, está visitando e viabilizando melhorias na periferia de Maceió, despachando no Palácio ou fazendo reuniões políticas. Dormir e comer? “Isso é coisa para os fracos” – diz um seu assessor à beira de um colapso por esgotamento. A oposição está enlouquecida com a performance do précandidato. A aposta e torcida em função da sua falta de visibilidade eleitoral literalmente caíram por terra. Em sua maratona de viagens interior afora, não só se fez conhecido, como festejado e cortejado. Os índices de pesquisas só crescem a cada rodada, o fazendo ser colocado na dianteira, com tendência a se consolidar na liderança. É verdade que o jogo está embolado, mas se depender de apoios, trabalho e visibilidade, Dantas no final recebe o prêmio de vencedor.

Prisão pode gerar CPI

Horas após a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, a comissão de Educação do Senado se reuniu e houve cobrança do líder da oposição, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para instauração da CPI do MEC. Em abril o senador havia apresentado um requerimento para instaurar o colegiado com fins de apurar as suspeitas de favorecimento ilegal a lideranças religiosas na distribuição de recursos da Educação. Foram coletadas, entretanto, apenas 25 das 27 assinaturas necessárias. “Agora se torna inevitável a instalação da CPI. Só quero lembrar que nós havíamos conseguido o número mínimo de assinaturas, o governo fez um mutirão em um final de semana e retirou três assinaturas. Nós conseguimos repor uma, e estamos a duas”. Até o fechamento da coluna a CPI já contava com mais uma assinatura, faltando apenas uma.

Brasil vai voltar a ser líder

O Brasil só voltará a ser dono do próprio destino quando recuperar sua vocação histórica para ser protagonista do desenvolvimento da América Latina. Para isso, é preciso resistir à submissão imposta pela massacrante agenda neoliberal norte -americana. A avaliação é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista concedida à revista Fórum’. Durante mais de duas horas, Lula conversou com jornalistas, sobre a ascensão internacional do Brasil durante seu governo e a reação americana que levou à Lava Jato e ao golpe de 2016. Também falou sobre a rede de fake news de Bolsonaro e dos desafios do Partido dos Trabalhadores diante da crise do trabalho e da ascensão da extrema direita no Brasil e no mundo, entre outros assuntos.

Fala Lula

“O Brasil não precisa ser subordinado aos EUA, não pode ter um presidente que faz o que o Bolsonaro faz, bater continência para a bandeira americana”, criticou Lula, pra quem Bolsonaro, além de desumano, “é um lambe-botas do Trump”. Para líder petista, o Brasil nasceu para ser protagonista internacional, com papel fundamental na América Latina.

Corrupção no governo

Diversos parlamentares aproveitaram a sessão do Plenário na Câmara para comentar sobre a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, por suspeitas de envolvimento em um esquema irregular de liberação de recursos da pasta. O tema dominou os discursos, com mais de 30 menções por deputados. O deputado Célio Moura (PT-TO) afirmou que a prisão de Ribeiro é prova de que há corrupção no governo de Jair Bolsonaro. “São acusados de manipularem o FNDE, de meterem a mão no dinheiro da educação”, disse. O deputado Pedro Uczai (PT-SC) também denunciou a corrupção na atual gestão. “É corrupção, Bolsonaro, no seu governo! É corrupção na educação, Bolsonaro! É um ministro preso junto com os pastores, fazendo falcatrua, tirando dinheiro das crianças, tirando dinheiro da educação”, afirmou.

AGÊNCIA CÂMARA

Arthur Lira é foda

Há muito um político não envergonhava tanto Alagoas como o deputado presidente da Câmara, Arthur Lira. Ao veicular sua campanha nas inserções de televisão do PP, escancarou a imoral frase que chocou quem assistiu e indignou Alagoas – “Arthur Lira é foda”. Para quem o conhece não surpreendeu, pois isso é coisa muito de seus princípios. Pela amostra, durante o horário eleitoral gratuito, ao ser veiculada propaganda do tal candidato é prudente tirar as crianças da sala de televisão.

PÍLULAS DO PEDRO Rui Palmeira continua caminhando, calado como é seu estilo e vai ganhando apoios importantes. Onde chega agrada. Os delegados Fábio Costa e Thiago Prado são hoje o melhor quadro da Polícia Civil alagoana.


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Um livro que vai mudar a discussão sobre a exploração do sal-gema

ELIAS FRAGOSO n Economista

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a terça-feira desta semana que está se encerrando, aconteceu o lançamento do livro “Rasgando a cortina de silêncios” cujo subtítulo é O lado B da exploração do sal-gema de Maceió. Foi um evento que deixou claro o apoio da sociedade alagoana à iniciativa, fazendo dele um sucesso editorial, com vendas superiores ao padrão local de comercialização. A presença maciça de intelectuais, escritores, artistas e professores em geral, profissionais liberais, empresários de pequeno e médio porte, estudantes, sindicatos e os movimentos organizados pelos refugiados da Braskem no evento, diz

bem o que está sendo o apoio ao livro Ausência notada foi a dos políticos e seus acólitos, autoridades governamentais nos 3 níveis de governo, órgãos patronais e federações empresariais com as exceções de sempre. Em nome dos autores, agradeço ao grupo de mídia jornal EXTRA e EXTRA online pela ampla cobertura antes, durante e pós lançamento do livro, o mesmo ao site 082 e à Tribuna Independente, pelo apoio de sempre. Mas deixamos registrados a ausência dos demais veículos que certamente devem ter achado que o mais importante evento literário e o livro mais esperado pelos alagoanos neste primeiro semestre não mereceriam sequer uma linha dos seus espaços, ou uma entrevista de divulgação do mesmo. Durante o evento ficou confirmado que o livro acertou na mosca (sem falsa modéstia) nos seus objetivos. Tanto é verdade que no local do lançamento já se instava a criação de um movimento para obrigar os candidatos ao governo a se comprometerem – sem leros, palavras ao vento ou promessas etéreas – com

metas e cronograma para resolver de uma vez por todas o imbróglio Braskem em Maceió. Vamos avançar com essa agenda rapidamente. Será dada ciência pública das metas e cronograma que eles terão que assumir com Maceió, sob pena de perderem a cidade para seus concorrentes. E mais não me estenderei, por enquanto. Os autores José Geraldo Marques, um ícone quando se fala da luta contra os desmandos das mineradoras do sal-gema em Maceió, o Abel Galindo, basicamente voz solitária da engenharia local a se opor aos movimentos sinuosos da empresa para escapar de suas responsabilidades do megadesastre que ela provocou, o Edson Bezerra, por sua luta desde sempre pelos desfavorecidos e agora pelos refugiados da Braskem e em defesa dos bens imateriais perdidos por conta da Braskem, o Cláudio Vieira que nos aponta caminhos legais para se negociar toda essa confusão provocada pela Braskem, e a Isadora Padilha, que coordenou as atividades para que o livro chegasse a todos.

No caso da Isadora, seu artigo aponta soluções urbanísticas para as áreas afetadas pelo megadesastre e para o Pontal da Barra com a saída da planta da Braskem de dentro de Maceió. Se autoridades locais tiverem juízo, precisam conversar sobre as inovações ali propostas. Elas irão mudar a cara de Alagoas. Mas será que é do interesse delas? Da nossa parte trouxemos dados e informações que demonstram a rasa importância da Braskem para Alagoas, como sua participação de menos de 0,8% no PIB do estado; a brutal queda do PIB de Alagoas entre 2002 e 2019 justamente na era Braskem, o ínfimo número de empregos que ela gera em Alagoas (0,14% do total de empregos formais) e daí por diante. O alagoano agora tem em mãos dados para desmentir os arautos da defesa da empresa como salvadora da pátria alagoana. Nunca foi. Aliás durante os quase 50 anos de exploração do sal-gema de Maceió, o PIB de Alagoas caiu da 18ª para a 20ª posição no ranking nacional dos estados. Diga aí...

Se autoridades locais tiverem juízo, precisam conversar sobre as inovações ali propostas. Elas irão mudar a cara de Alagoas. Mas será que é do interesse delas?

O valor da verdade

NELSON FERREIRA n Jornalista

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iscordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”. Durante muito tempo soube que essa frase, sempre citada pelos defensores da liberdade de expressão, teria sido dita pelo pensador francês François Marie Arouet, mais conhecido com Voltaire, nascido em 1694. Tempo depois, descobri que o verdadeiro autor da conhecida citação, na

verdade era uma autora, a escritora inglesa Evelyn Beatrice Hall, biógrafa de Voltaire que teria dado nova formulação à verdadeira frase do pensador francês que dizia “Detesto o que o senhor escreve, mas daria a minha vida para lhe permitir continuar escrevendo”. O certo é que as duas formas dizem respeito à liberdade de expressão e ao jornalismo, pilares da democracia. Que tal, então, falarmos um pouco sobre a profissão de jornalista, exercida por profissionais que, através do que descobrem e informam, proporcionam aos cidadãos conhecimentos que os ajudam a melhor entender o que se passa no mundo. Poucos deles sabem o que ocorre nos recônditos da Amazônia, nos salões do Alvorada, nos corredores dos ministérios ou na guerra da Rússia com a Ucrânia. O muito ou o pouco que conhecem desses assuntos fica por conta do que os jornalistas contam. O jornalismo está presente diariamente na vida das pessoas, mesmo que

elas não percebam. Se o leitor entrar em um transporte público e prestar atenção nas conversas dos passageiros vai constatar que, na grande maioria, elas têm a ver com o que foi lido, visto ou ouvido em um dos diversos veículos de comunicação e com o trabalho de um jornalista. O fundamental na informação jornalística é a verdade. O jornalista Mauri Konig diz que “a sociedade em geral não se dá conta que está consumindo informações todos os dias e as utiliza para tomar suas decisões. Aí entra a importância da informação qualificada. As notícias falsas promovem uma visão maniqueísta do mundo, que privilegia determinados grupos”. O que não é correto. Atualmente, muita gente busca informação nas redes sociais. No meu entender, elas não têm compromisso com a qualidade e com a verdade. São muito usadas por aqueles que pretendem deslegitimar o jornalis-

mo por não falar o que querem ouvir. Por maior que seja o número de inimigos e das pessoas que querem acreditar naquilo que lhes é mais conveniente, o bom jornalismo vai continuar fazendo o seu papel de informar e explicar. Os jornalistas, ainda que raramente amados, vão continuar tendo o reconhecimento dos muitos que preferem analisar os acontecimentos narrados por quem sabe contar a verdade. Através do que descobrem, eles continuarão a dar às pessoas as ferramentas necessárias para entender o que está acontecendo. Continuarão também a ter o poder positivo de expandir a compreensão da realidade e de trazer a notícia correta para quem está indeciso. O jornalismo como atividade profissional existe há menos de dois séculos. Os desafios da profissão foram se transformando durante esse período. Mas o valor da verdade continua o mesmo.

Atualmente, muita gente busca informação nas redes sociais. No meu entender, elas não têm compromisso com a qualidade e com a verdade. São muito usadas por aqueles que pretendem deslegitimar o jornalismo por não falar o que querem ouvir.


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O segundo mandamento

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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segundo dos Dez Mandamentos, conforme o Cristianismo, é a proibição de usar o nome de Deus em vão. O conceito está em Êxodo, 20:7, e é um dos paradigmas do catecismo católico. Embora mandamento outorgado por Deus, é possivelmente o mais desobedecido, afrontado e desdenhado. Quem já não ouviu o “juro por Deus”? Ou o “Deus me castigue se

não for verdade”? Ou alguma outra fórmula em que o santo nome do Senhor é usado para assegurar promessas, ou como garantia do que se diz? Esses comentários vêm a propósito das eleições que se aproximam, ou melhor, das campanhas eleitorais. O que mais se ouve nos discursos de políticos, nas propagandas políticas é exatamente a desobediência ao segundo daqueles Dez Mandamentos de Deus. Não é incomum que a retórica eleitoreira use um “Deus é testemunha”, etc. Ou que políticos, quase sempre incréus ou pouco respeitosos das coisas religiosas, diante do povo cristão se apresentem como os mais cândidos tementes a Deus. Gente que descumpre não um, mas todos os mandamentos da Igreja. Incrivelmente eleitores, de qualquer das religiões, acreditam na

piedade desses candidatos. Pior! Aplaudem o pieguismo desses falsos crentes. Os políticos, aqueles que verdadeiramente respeitam o Altíssimmo, esses jamais se atrevem a ferir o segundo mandamento, aprendido no catecismo, se batizado for. O fato mais escabroso de desrespeito ao Santo Nome do Senhor é o lema do governo Bolsonaro e dos bolsonaristas em geral: por Deus e pela Pátria, ou por Deus, pela Pátria e pela Família. Analisando esse mantra do bolsonarismo, haveremos de constatar o uso do nome do Pai em vão, e de apropriar-se da Pátria como se deles fossem. Ao que parece, não sabem sequer o que seja. Quem melhor definiu o que seja Pátria foi Rui Barbosa. Para o jurista e político baiano Pátria é a família amplificada. E advertiu que

todo e qualquer sentimento a dividir, inimizar, retaliar, detrair, amaldiçoar, perseguir, não será jamais o da pátria. Assim, quem se arvora defensor da Pátria jamais praticará essas ações negativistas nomeadas por Rui. Igualmente, quem realmente defende a família, conceitos e predicados familiares, jamais se proclamará defensor da instituição, e ao mesmo tempo desagregará esse núcleo social de suma importância ao ponto de ser necessidade absoluta do homem. Vejo com muita preocupação esse entendimento bolsonarista. Essa mesma preocupação tenho quando Lula e o petismo proclamam o famigerado “nós e eles”, ou seja, quem não está conosco está contra nós e não é do Bem. Uns e outros são inconfiáveis.

Gente que descumpre não um, mas todos os mandamentos da Igreja. Incrivelmente eleitores, de qualquer das religiões, acreditam na piedade desses candidatos. Pior! Aplaudem o pieguismo desses falsos crentes.

Ai de mim se não tivesse ele...

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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enho pensado muito sobre o verdadeiro amigo e chego à conclusão de que são poucos, muito poucos. Fiz uma pesquisa na internet sobre o assunto e recebi respostas interessantes. Deduzi, então, que é importante contar com uma pessoa amiga, dentro ou fora da família. Tenho duas filhas mulheres e sempre conto com elas nas fases difíceis de minha vida. Afirmam, contudo, em certas ocasiões: “Mãe, não concordamos coma senhora, mas estamos do seu lado”. Aqui, acolá, discordo de certas atitudes delas, entretanto procuro entendê-las. A recíproca nem sempre

é verdadeira, pois para mim, mesmo estando erradas, fico do lado delas para o que der e vier. Durante meus oitenta e um anos de vida fiz muitas amizades dentro ou fora do estado e mesmo achando que estão erradas, procuro conversar com elas, mas não as afasto de mim. O diálogo é sempre o bom caminho. Conservei amigos do tempo de meus pais e, ainda hoje, me dou bem com seus filhos e netos. Quando encontro alguém da família dos mais antigos, conversamos, rimos e recordamos fatos interessantes do passado. Ao escolhermos padrinhos para nossos filhos, não imaginamos a responsabilidade que passamos para os compadres. Serão os segundos pais de nossos filhos, responsáveis, depois de nós, por aquela criança que vai se tornar um adulto. Se os dois casais se separam, os afilhados ficam meio órfãos. Já vi muito relacionamento amigável se deteriorar por causa de política. As críticas não são aceitas de um lado e do outro. E lá se vai uma bela amizade! Muitas vezes, fofo-

queiros intermediários são responsáveis pela provável desunião. Lamentável! Querelas familiares são mais graves. Dizia meu velho pai: “O pior inimigo é sempre o melhor amigo”. Está pertinho de você. Sabe de sua vida. É difícil perdoar. É difícil conversar. Um bom amigo é um porto seguro! Cuida de você na doença e nas festas. Não se afasta, não “dá um tempo”. Chama para conversar! Não nega um abraço amenizando o sofrimento. Recentemente, eu e meu marido perdemos um filho de 54 anos. No período de sua doença encontramos anjos bons. Um deles, filho de um casal amigo, chegou junto do João até o último dia. Foi o anjo Danilo, filho de Esmeralda e Leitão. Deus o abençoe sempre! Outros queridos nos ajudaram, estiveram conosco nos dias negros por que passamos. Não vou citar mais nomes para não esquecer alguém. O Exército Brasileiro nos ajudou bastante no papel que lhe cabia. Do soldado corneteiro que executou o toque de

silêncio ao general que abriu as portas dos hospitais. Fiquei orgulhosa de meus filhos que cuidaram do irmão com amor, carinho e dedicação. Agradeci a Deus a orientação que me deu para educar minha família. Continuo sem entender porque Ele levou meu João tão cedo. Tenho duas noras: Pollyanna e Rachel. A primeira cuidou do João com força e coragem. A segunda tem me mostrado que, apesar de nossas diferenças, conquistamos o respeito mútuo. São duas boas amigas. Meu filho Rubião Júnior, que virou meu filho único, correu para abraçar o irmão nos últimos dias de vida, se deslocando do Rio para o Recife. Mas, leitores amigos, agradeço do fundo do coração ao companheiro que está comigo há 59 anos. Esteja eu certa ou errada, ele me apoia, apertando a minha mão, abraçando-me com força. E pobre coitado daquele que mexer com Da. Alari. Perde um amigo. E ai de mim se não tivesse ao meu lado o querido, amado e perfumado “ROBIÃO”.

Já vi muito relacionamento amigável se deteriorar por causa de política. As críticas não são aceitas de um lado e do outro. E lá se vai uma bela amizade! Muitas vezes, fofoqueiros intermediários são responsáveis pela provável desunião. Lamentável!


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Explosão da emoção

MAGELA PIRAUÁ n Escritor

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embro-me, faz quatro anos, quando, após extenuados estudos, integrei na minha cidade de Porto Calvo júri histórico sobre o julgamento de Calabar. Acostumado a embates jurídicos como representante do órgão Ministerial Público, como em tribunas do júri e no pleno do Tribunal, desta feita no júri histórico, confesso, senti uma emoção intensa e na noite anterior uma expectativa ansiosa, em noite não bem

dormida na Fazenda Prazeres, da família do meu tio Geo. No júri, antes de entrar no mérito, recordo-me, com voz embargada e emoção explodida, fiz um relato da minha existência, quando garoto e adolescente, da cidade que mesmo saindo, não sai de mim. Fiz o trabalho que, mesmo vencido nos argumentos, me senti vencedor. A emoção, sempre afirmo, é como a água que, sendo necessária à vida, pode, em circunstância de fortes vendavais provocar morte e destruição. A emoção é impulso que, como o vendaval, pode provocar desacertos e arrependimentos, porém, pode, também, como sentimento maior, trazer à tona toda uma carga da grandeza humana. No lançamento do meu livro Contos e Crônicas: Debate Inútil, na noite da quarta-feira da semana passada, em momento eminentemente cultural, no auditório da Unimed

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Arapiraca, em presença dos amigos convidados, tive oportunidade de, no auditório lotado, dizer da alegria do meu processo criativo, e, durante a solenidade, respondendo a pergunta do meu amigo e colega promotor Lucas Mascarenhas que, em uma palavra eu definisse aquele momento, respondi, com voz forte e microfone em punho, é emoção que explode. Naquele auditório silencioso e atento, um pouco da minha vida foi apresentada. Apresentações culturais foram exibidas. João Lemos, em canto de guerreiro e de posse de um pandeiro, fez com que todos o acompanhassem no ritmo das tradições mais genuínas. Marluce Alves interpretou um canto triste e comovente, levando-nos a uma forte emoção. Um garoto tocou a flauta produzindo sons na arte mais pura. Girleide, da União Brasileira de Escritores, fez

uma bela apresentação. Dona Sebastina, em versos de cordel, foi extraordinária. Carla Emanuelle da ACALA, Academia de Letras e Artes de Arapiraca, na apresentação do livro, foi extraordinária. Rodrigo Leite, sociólogo, escritor e cientista político, prefaciador da obra, demonstrou na fala muita cultura e saber. Autografei mais de uma centena de livros. Meus olhos marejaram. Sorri, conversei, e após, entre um vinho e um queijo, contei piadas. A emoção explodiu naquela noite. Todos os meus filhos lá estavam. Todos os netos. Minha querida esposa. Meus amigos. Ali se encontravam companheiros da vida e da lida. A noite foi da explosão benéfica do sentimento humano da gratidão. Sorri e chorei. Descarreguei ali a emoção mais pura. Tive uma explosão da emoção.

Autografei mais de uma centena de livros. Meus olhos marejaram. Sorri, conversei, e após, entre um vinho e um queijo, contei piadas. A emoção explodiu naquela noite. Todos os meus filhos lá estavam. Todos os netos. Minha querida esposa. Meus amigos. Ali se encontravam companheiros da vida e da lida.


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SAÚDE

Atualidades no tratamento do câncer de pulmão No Brasil, doença pode ter feito 30 mil vítimas entre 2020 e 2022; quimioterapia vem perdendo espaço como opção terapêutica

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câncer de pulmão é a segunda neoplasia mais comum no mundo depois do câncer de mama, correspondendo sozinho a 11,4% dos casos quando excluído o câncer de pele não melanoma. Além da alta prevalência mundial, a doença também é o mais letal, com 18% das mortes por câncer (excluindo o de pele não melanoma). No Brasil, a estimativa do INCA para cada ano do triênio 2020-2022 indicava 625 mil novos casos, sendo mais de 30 mil no pulmão. O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, mas cerca de 25% dos casos não tem relação com o hábito, o que leva a suspeita de mutações em genes envolvidos no processo de carcinogênese. “Esta neoplasia tem uma idade média de diagnóstico aos 70 anos, mas pode ocorrer em idades mais precoces, o que mais uma vez pode estar relacionado a mutações moleculares. De forma geral, os homens apresentam o dobro de risco de desenvolver a doença em relação às mulheres”, disse Gabriela Monte, oncologista clínica, especialista em tórax, da Santa Casa de Maceió. Os pacientes podem ser assintomáticos ao momento do diagnóstico, porém a maioria já apresenta algum sintoma como cansaço, dor torácica e até eliminação de sangue durante a tosse. Com o diagnóstico, 30 a 40% dos casos já se apresentam como doença avançada ou metastática, sendo os principais sítios os ossos, pulmão, cérebro, fígado e adrenais. “Nos últimos anos vimos que

Cirurgia torácica, radioterapia e os tratamentos sistêmicos oncológicos são opções de tratamento em estágios avançados a doença necessita de diagnóstico e estadiamento com maior brevidade e precisão, o que melhora o tratamento e implica diretamente na melhora de sobrevida e prognóstico dos doentes. Métodos não invasivos de imagem como o PET -CT estão sendo mais amplamente utilizados, bem como a avaliação da região do mediastino feita pela equipe de cirurgia torácica. Testes moleculares com a identificação de mutações alvo podem oferecer tratamento direcionado, o que tem sido o grande avanço das últimas décadas”, destacou a especialista. Cirurgia torácica, radioterapia e os tratamentos sistêmicos oncológicos são opções de tratamento em estágios avançados. Mas, nas últimas décadas, os tratamentos sistêmicos vêm sendo completamente mudados em virtude das novas drogas como imunoterapia e terapias alvo. A quimioterapia vem perdendo espaço, sendo uma opção subsequente devido a inferioridade dos resultados. “Na neoplasia de pulmão, os inibidores de checkpoint imuno-

Gabriela Monte, oncologista clínica lógico são opções de terapia que ocupam a primeira linha de tratamento para metástases que não

possuem mutação alvo acionável. Já nos pacientes com mutações alvo acionáveis, o tratamento direcionado para estas alterações com inibidores da enzima tirosina quinase (TKI) é o recurso de primeira linha para tratar a doença metastática, trazendo tratamento efetivo e personalizado para estes pacientes”, explicou Gabriela Monte. A maior atualização no tratamento do câncer de pulmão está no cenário da doença inicial, onde terapia adjuvante com imunoterapia por um ano foi recentemente aprovada no Brasil e estudos com IO na neoadjuvância vem demonstrando cada vez mais benefício. “A Santa Casa de Maceió é pioneira no trabalho multiprofissional para o câncer de pulmão, contando com os profissionais mais bem habilitados nas áreas de pneumologia, cirurgia torácica, oncologia clínica e radioterapia, além dos radiologistas e patologistas, com o intuito de promover um diagnóstico com precisão e tratamento com a maior qualidade”, finaliza a oncologista clínica.


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ECONOMIAEM PAUTA Tudo caro

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brasileiro gastou 14% a mais com transportes em março deste ano do que em dezembro de 2021, de acordo com um levantamento da PicPay divulgado esta semana. O gasto médio para esse tipo de despesa saltou de R$ 271 para R$ 310 no período avaliado devido, principalmente, ao aumento do preço dos combustíveis.

Limpa Nome Serasa

O Serasa passou a disponibilizar de forma contínua mais de 2 milhões de ofertas para renegociação de dívidas com opção de parcelamento em 14 vezes ou mais. Com mais de 100 empresas parceiras, as ofertas do Serasa Limpa Nome podem ser consultadas de forma prática e ágil pelos canais oficiais e aplicativo disponível no Google Play e na App Store: WhatsApp - (11) 99575-2096, agências de Correios e também pelo 0800 591 1222.

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Investimento local ITAWI ALBUQUERQUE/SECOM MACEIÓ

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Um passo importante para impulsionar a economia alagoana e o setor de energia limpa foi dado nesta semana. A Veolia e a Braskem iniciaram a construção de uma usina de geração de vapor no polo industrial de Marechal Deodoro. Com um investimento de aproximadamente R$ 400 milhões, o projeto terá duração de 20 anos, gerando 900 mil toneladas de vapor/ano, o que significa uma redução anual de aproximadamente 150 mil toneladas de Gases de Efeito Estufa (GEE), o que equivale a 30% das emissões diretas e indiretas na compra de energia da Braskem no estado em 2020.

Cuidado com o Pix

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Cerca de metade dos brasileiros ainda não configurou limites para as transações feitas com Pix, embora 70% saibam que esse ajuste é possível. Os números são de pesquisa do C6 Bank, realizada em parceria com o Ipec. O levantamento, feito entre os dias 20 e 27 de maio, entrevistou 2.000 pessoas das classes A, B e C e com acesso à internet. Entre os entrevistados, 47% ainda não ajustaram os limites de transferência. Os bancos e instituições financeiras permitem ajustes de acordo com o horário e o tipo de transação.


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RADAR LITERÁRIO CRAVEIRO COSTA: um intelectual público na Velha República BRUNO CÉSAR CAVALCANTI

Antropólogo, professor e pesquisador no Instituto de Ciências Sociais da Ufal

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a vida editorial de uma cidade, às vezes costumam ocorrer picos de grandes novidades. Por conta da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, estamos vivenciando um desses instantâneos de boa safra, quando obras de há muito desaparecidas no mercado livreiro – quase só existindo para a consulta em acervos públicos – reaparecem para os que delas desejam a posse e consulta permanentes. O retorno de material raro é sempre merecedor de reconhecimento, pela iniciativa aqui exemplificada com dois lançamentos de João Craveiro Costa (Maceió,1871-1934), os livros Maceió e Alagoas em 1931. De Craveiro Costa pode-se dizer que, entre os alagoanos do início do século XX, talvez tenha sido quem mais próximo esteve da imagem do intelectual público, com destacada atuação por seu protagonismo em causas sociais e políticas em diferentes frentes, tanto em Alagoas quanto no então território do Acre – onde residiu por mais de uma década e engajou-se politicamente na luta pela emancipação –, ocupando cargos administrativos e dedicando-se ao magistério. Graças à sua versatilidade, ocupou diversificadas funções, tendo sido jornalista, editor, conselheiro municipal, educador, diretor escolar, pesquisador, contador e estatístico. É pouco provável que tenha havido alguém com uma participação tão qualificada quanto a dele e, portanto, apto para ocupar esse posto que aqui reivindico em seu nome. O fato é que a vida e a obra de Craveiro parecem se equilibrar entre o rigor da busca e da produção de dados e, ao mesmo tempo, o envolvimento direto na atividade intelectual e na esfera administrativa de Alagoas. Como dito, além de escritor, de pesquisador e de educador, foi ele um quadro técnico de alto valor e com notáveis serviços prestados. Não é pouca coisa para as

Craveiro Costa

limitações e os desafios que enfrentou. A seu modo e sob duras circunstâncias, Craveiro Costa se constituiu nesta figura que, pelo autodidatismo, se transfigurou no sociólogo avant la lettre de sua geração, no sentido mais pragmático e não acadêmico deste termo. Ele tinha uma pauta centrada na produção de dados incontornáveis para planejamento e intervenção sociais, e escreveu com a exata consciência de deixar um contributo documental para usos posteriores, para o pensamento social crítico alagoano. Foram vários os fatores que o dotaram dessa vocação até então pioneira. A começar pelas dificuldades existenciais e materiais. Órfão do pai aos 10 anos de idade, se viu impelido muito precocemente a largar os estudos e ajudar no sustento familiar, mas a batalha da vida se encarregou de fortalecer e de formatar o seu imenso talento. Se aplicássemos um termo corrente em nossos dias, indubitavelmente ele seria um exemplo

Bruno César Cavalcanti

de resiliência. Infelizmente, não viveu para ver publicados muitos de seus inúmeros trabalhos, como o livro póstumo Maceió, ou saber da inclusão de duas de suas obras na prestigiosa coleção Brasiliana da Editora Nacional. Tendo atuado em veículos da imprensa alagoana desde a última década do século XIX, especialmente por meio do Gutemberg aliou-se à movimentação política que culminou com a eleição de Euclides Malta. Como consequência, sobrevieram-lhe dificuldades pessoais que o levaram ao exílio de Alagoas. Migrou inicialmente para São Paulo, Rio de Janeiro e depois Manaus. Regressou para Maceió por um curto intervalo, quando organizou e publicou com Torquato Cabral, em 1902, o imprescindível Indicador Geral do Estado de Alagoas, reproduzindo a parceria que lançara em 1899 o Almanaque Literário Alagoano. Em 1906 ele parte para o Acre, e retorna definitivamente em

1922 para Maceió. Aqui, ele reproduziria várias das ações e das funções que exerceu no ensino e na administração pública no antigo território amazônico, e muito escreveria e publicaria nessa fase de sua maturidade. Com seu livro Alagoas em 1931 publicado em 1932, Craveiro Costa oferece um quadro social e histórico acerca de vários aspectos da vida local. Após introduzir as características fisiográficas gerais, detalha aspectos orográficos, hidrográficos e climáticos do território. Já nessa parte da obra, revela-se o seu arguto olhar para as determinações sociológicas do desenvolvimento do estado, indicando que os problemas de saúde da população eram devidos às condições sanitárias deploráveis e não a fatores climáticos, e apontando a deficitária dotação de recursos destinados a suprir tais limitações. Disserta sobre os tipos de solo das regiões alagoanas, distinguindo áreas sertanejas específicas quanto aos potenciais naturais para melhor proveito em agricultura ou pecuária. Discorre sobre a exploração comercial de madeiras e menciona os recursos minerais predominantes, inclusive a novidade do petróleo. Do outro relançamento, o seu mais conhecido Maceió, também podemos afirmar tratar-se de uma contribuição importante. Foi certamente o escrito de maior fôlego que se seguiu à redação de Alagoas em 1931, precedendo ao seu súbito falecimento em 1934. Maceió é uma publicação também decisiva e não apenas pela rica descrição dos elementos físicos, ecológicos e históricos da cidade, mas ainda porque aponta um olhar crítico sobre a configuração decorrente de uma singular formação social, e que pode suscitar novas formas de pensarmos a identidade do lugar, como procurei indicar no prefácio à obra. Ao nominar de “espúria” a cidade, Craveiro Costa indicou uma via para a sua problematização contemporânea. Por último, arriscaria afirmar que se Alagoas em 1931 é uma clara fonte de dados para o melhor entendimento do passado, Maceió se mostra também provocante às digressões que alimentam muitas de nossas inquietações no tempo presente, trazendo-nos esta última obra uma dimensão sutil, e ainda um tanto oculta, do intelectual público que ele foi.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Alemanha rejeita fim total de motores a combustão em 2035

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pesar de o Parlamento Europeu ter aprovado, dia 8 último, um projeto de proibir a venda de motores a combustão a partir de 2035 nos países da União Europeia, há alguns obstáculos a superar. Sem dúvida, o rumo está correto em direção aos carros elétricos, mas o ritmo de substituição ainda parece incerto. Acelerar a transição pode criar problemas e obstáculos como montar uma rede de recarga rápida e ultrarrápida o mais pulverizada possível, a dependência de metais para as baterias de íons de lítio e o preço das próprias baterias. De acordo com a agência de notícias Reuters, o ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, afirmou durante uma conferência em 21 de junho “que continuaria a haver nichos para motores a combustão, a proibição estava errada e o governo discordaria desta legislação europeia”. Alemanha é a maior economia da Europa e uma declaração deste peso possivelmente

terá o poder de flexibilizar as metas. As decisões finais neste bloco econômico dependem de aprovação unânime dos 27 países membros. Logo após a votação no Parlamento Europeu, a ACEA (sigla em francês para Associação dos Fabricantes Europeus de Automóveis) liberou um comunicado pouco amistoso em que a apoia a meta de redução de 50% das emissões de CO2 até 2030, mas não de 100% em 2035. Combustíveis sintéticos neutros em CO2 em motores a combustão estariam entre as alternativas. “Nossa indústria está no meio de um grande impulso para veículos elétricos, com novos modelos chegando de forma constante. Mas, dada a volatilidade que enfrentamos globalmente, qualquer regulamentação de longo prazo que vá além desta década é prematura neste estágio inicial. É necessária uma revisão transparente no meio do caminho para definir as metas pós-2030.” As posições da ACEA, sediada em

Híbridos no Brasil são apostas das chinesas GWM e CAOA Chery Ainda este ano a GWM começará a importar a nova geração do SUV Haval 6, cuja produção na fábrica de Iracemápolis (SP) está prevista para o segundo semestre de 2023. A empresa só venderá modelos híbridos em três versões: híbrido convencional, híbrido plugável e híbrido plugável com tração nas quatro rodas e dois motores elétricos (total 483 cv/77,7 kgf.m). Os motores a combustão interna (MCI) são a gasolina, mas terão adiante versões flex. Principal vantagem frente aos híbridos convencionais é o que a empresa chama de DHT (sigla em inglês para Tecnologia Híbrida Dedicada). No caso do híbrido plugável a maior diferença é uma bateria que permite alcance no modo puramente elétrico de até 200 km, três a quatro vezes maior em relação à média dos concorrentes. O MCI de 1,5 litro turbo, neste caso, tem função secundária ao contrário de outros híbridos. Existe apenas um par de engrenagens fixas para conectar o MCI às rodas. Uma vantagem é não exigir planejamento para recarregar a bateria em viagens mais longas pois o MCI atua como gerador. A velocidade

máxima no modo elétrico é de 140 km/h. Também é possível acionar um modo ampliado de regeneração e quase dispensar o pedal de freio em uso urbano na maioria das situações. Já a Caoa Chery apresentou sua linha de veículos eletrificados com cinco modelos. Por R$ 139.990, o iCar é um microcarro elétrico (duas portas; só 3,2 m de comprimento) mais barato do Brasil. Potência 61 cv e alcance de 282 km. Os SUVs Tiggo 5X Pro (R$ 169.990) e Tiggo 7 Pro (R$ 199.990), fabricados em Anápolis (GO), são híbridos leves (semi-híbridos, de fato) e chegam em julho. Motor 1.5 turbo flex de 160 cv (E) também equipa o Arrizo 6 Pro, importado da China a partir de agosto. De lá também virá o Tiggo 8 Plug-in Hybrid (R$ 269.990), que tem dois motores elétricos e entrega 317 cv e 56,6 kgf.m. São dois modos de condução e três modos de regeneração. Marca desenvolveu seu primeiro câmbio dedicado a veículos híbridos – no caso com 11 marchas. O SUV tem alcance elétrico de 77 km. A marca seguirá oferecendo versões MCI de todos os modelos em linha.

Paris, seguem o pensamento da maioria dos 16 associados, incluindo produtores de caminhões e duas marcas não europeias (Toyota e Hyundai). A Stellantis, porém, preferiu se desligar da ACEA no final deste ano e lançar logo no início de 2023 um fórum próprio anual que chamou Liberdade de Mobilidade. Trata-se de uma clara cisão (não apresentada como tal) do quarto maior produtor mundial de veículos. Carlos Tavares, presidente da Stellantis, afirmou: “Neste fórum público vamos abordar as principais questões em torno da mobilidade descarbonizada e fornecer os próximos passos para tomarmos juntos.” E como fica o Brasil neste debate? A VW, a própria Stellantis e a Toyota vislumbram para o País uma solução de descarbonização que inclui o etanol. Em encontro com a indústria de autopeças, no último dia 20, o presidente da Toyota para América Latina, Masahiro Inoue, disse que “o etanol é um combustível renovável maravilhoso, e podemos mostrar ao mundo que a tecnologia de híbridos flex é uma opção para a descarbonização. Precisamos avançar para outros mercados da região e outros continentes, como demonstram os estudos que a Índia está realizando”. WEBMOTORS

Jetta GLI vai melhor com o novo câmbio DSG

O preço alto (R$ 216.900) não atrai, mas o Jetta GLI entrega desempenho bem acima da média do segmento de sedãs médios compactos. Dentro dos novos limites de emissões Proconve L7 o motor turbo de 2 litros a gasolina, 231cv e 35,7kgfm forma um conjunto instigante com o câmbio automatizado DSG agora de sete marchas e problemas anteriores resolvidos. As trocas de marchas no modo Sport são feitas em rotações mais altas e muito rápidas. Boa estabilidade chama atenção nas curvas e respostas ágeis remetem ao Golf GTI. Cabine traz o volante de ID.3, toques de esportividade, carregador sem fio para celular e central multimídia de 10,1 pol.


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RESENHA ESPORTIVA Fabinho brilha e garante virada do CRB contra Chapecoense

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ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com

JÚLIA GALVÃO/CHAPECOENSE

CRB enfrentou a Chapecoense, atuando fora de casa, e viu os mandantes abrirem o placar na primeira etapa, mas em seguida, ainda no primeiro tempo, conseguiu o empate com Fabinho. Na segunda etapa, o atacante brilhou novamente e fez o tento da virada, dando os três pontos para o Galo com a vitória por 2 a 1, pela 14ª rodada da Série B do Brasileirão. Com o resultado, o Galo chegou aos 18 pontos e ocupa a sétima colocação. Por outro lado, a Chape estaciona em 13º, com 15 tentos conquistados. Vale destacar a grande atuação da dupla de atacantes Anselmo Ramon e Fabinho que consagraram a vitória regatiana em Chapecó.abriga transmissões ao vivo de competições como Fórmula 2, Fórmula 3 e Porsche Supercup.

ASCOM FLAMENGO

PARTIDA ATRASADA ENTRE BRASIL E ARGENTINA SERÁ EM SETEMBRO CBF

A Fifa comunicou que a partida atrasada entre Brasil x Argentina, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar, será disputada no dia 22 de setembro em solo brasileiro. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tinha até de 22 junho para indicar o local em que o jogo será realizado. Inicialmente marcada para 5 de setembro de 2021, o encontro foi interrompido, ainda nos minutos iniciais, por profissionais da Anvisa. O motivo foi que quatro atletas argentinos haviam passado recentemente pela Inglaterra. Desta forma, conforme o protocolo contra a covid-19 vigente à época, eles precisariam passar por um período de quarentena ao chegaram ao Brasil.

FLAMENGO RESCINDE COM ISLA, QUE VAI PARA A U. CATÓLICA O Flamengo oficializou a saída do lateral Isla. A rescisão contratual aconteceu de forma amigável, visto que o jogador demonstrou interesse em defender a Universidad Católica (Chile). Isla desfalcou o clube carioca na derrota para o Atlético-MG. O jogador sequer viajou com a delegação e foi para Santiago, no Chile, tratar da negociação com a Católica. Após o fim de semana, o lateral retornou com a situação resolvida. O Mengão liberou o jogador sem custos. Isla esteve no Ninho do Urubu para arrumar seus pertences e se despedir dos companheiros rubro-negros. O jogador chegou ao Flamengo em agosto de 2020 e, em dois anos de clube, disputou 83 jogos, marcou quatro gols e deu 12 assistências. Isla foi campeão do Brasileirão 2020, da Supercopa do Brasil 2021 e do Carioca de 2021.

NÚMERO DE INGRESSOS VENDIDOS PARA COPA ULTRAPASSA A MARCA DE 1 MILHÃO O número de ingressos vendidos para a Copa do Mundo atingiu a marca de 1,2 milhão. A informação foi divulgada por Hassan AlThawadi, secretário-geral do Comitê Organizador, durante o Fórum Econômico do Catar, citando ainda um “recorde de pedidos” na comercialização de bilhetes. Os organizadores do Mundial, o primeiro a ser realizada em um país árabe, registraram 40 milhões de pedidos por ingressos, sendo 17 milhões na primeira fase de vendas e 23 milhões na segunda. Dos 3 milhões de entradas disponíveis, a Fifa reserva 1 milhão para a própria entidade e seus patrocinadores. Na próxima etapa, ainda sem data, os ingressos serão comercializados aos primeiros que efetuarem a compra no site, sem a necessidade de fazer a solicitação e torcer para ser sorteado.


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ABCDOINTERIOR Guerra em Palmeira

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m um vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar (MDB), fez diversas acusações contra a deputada Ângela Garrote (PP), afirmando que ela é “acostumada a ameaçar, intimidar e afrontar as pessoas” e que as balas da deputada poderiam até o silenciar um dia, mas ele iria continuar de pé. As falas do prefeito de Palmeira ocorreram após Ângela Garrote fazer duras críticas ao gestor, durante a inauguração da Maternidade Santa Olímpia, no Hospital Santa Rita, em Palmeira dos Índios.

Foi contida

De acordo com informações, ao tomar conhecimento do vídeo, a ex-aliada de Júlio Cezar, Ângela Garrote, que não gostou nem um pouco das duras críticas do prefeito, teve que ser contida por alguns deputados na ALE devido a sua exaltação para não usar a tribuna para rebater as declarações do prefeito de Palmeiras dos Índios. Ela foi levada para uma sala anexa ao plenário e acalmada pelo deputado Silvio Camelo (PV). Camelo conseguiu evitar que Ângela Garrote falasse contra o prefeito, em alguma declaração mais forte.

Cancelou a entrevista

Com entrevista previamente agendada, o senador Rodrigo Cunha (UB), pré-candidato ao governo do Estado, faltou a uma entrevista que deveria dar ao jornalista Valtenor Leôncio, do Programa TV Cidadã, que ocorreria na terça-feira, 21. O ato do senador arapiraquense pegou mal. Vale ressaltar que a entrevista faz parte de uma série de programas que estão sendo realizados com os pré-candidatos. A ausência do pré-candidato foi informada em cima da hora por um assessor dele.

Pediu desculpas

“O que causou espécie foi a falta de cortesia, primeiro por ter cancelado sua entrevista em cima da hora e em segundo sem declarar os motivos do seu impedimento”, informou a TV Cidadã por meio de nota. A nota da TV Cidadã pediu desculpas aos telespectadores que aguardavam a presença do senador. Ela também informou que continuará com a série de entrevistas, recebendo todos os outros pré-candidatos, tanto para governador quanto para senador.

Ordem de serviço

Na sessão de quarta-feira, 22, o deputado Ricardo Nezinho (MDB) convidou a todos os deputados e a sociedade em geral para, junto com o governador Paulo Dantas, participarem na próxima terça-feira, 28, em Arapiraca, da assinatura da ordem de serviço para a construção do Instituto de Criminalística da cidade. O deputado relatou que, hoje em dia, por haver apenas uma unidade em Maceió, os corpos aguardam por horas por sua remoção em municípios distantes.

Grande reivindicação

“Foi uma luta nossa e de vários deputados do Agreste e do Sertão. Há mais de 13 anos estamos lutando por este Instituto de Criminalística. Recentemente procurei o governador Paulo Dantas, que numa rápida resposta concretiza essa grande reivindicação que, além de desafogar a equipe de Maceió, irá atender melhor outras localidades”, destacou.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Feira Grande

Na terça-feira, o Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas (DER/AL) liberou o tráfego de veículos no desvio construído em um trecho da rodovia AL-485 entre os municípios de Feira Grande e Arapiraca. As obras ainda não foram totalmente concluídas, mas a passagem de veículos pelo local já está funcionando. Por enquanto, a estrada ainda permanece coberta por terra, mas segundo a equipe técnica do DER, uma camada de asfalto ainda será colocada sobre o desvio recém-construído para proporcionar maior segurança aos condutores.

Importante obra

Com a construção do desvio, as pessoas não precisam mais utilizar a estrutura metálica de uma adutora para fazer a travessia. O prefeito de Feira Grande, Flávio do Chico da Granja, comemorou a importante obra que vai facilitar o tráfego de carros na cidade que devido à forte correnteza de um riacho que passa pelo local derrubou a ponte de concreto que havia naquele trecho da rodovia AL-485, nas imediações do Povoado Baixa da Onça.

Práticas inovadoras

A Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, esteve reunida com os gestores regionais do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para debater novas metodologias para fomentar o empreendedorismo local através de práticas inovadoras. Estiveram presentes durante a reunião a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rosa Lira, e a adjunta Sandra Alves, a superintendente de Desenvolvimento Local, Emprego e Renda, Tânia Núbia, o gerente da agência do Banco do Nordeste de Arapiraca, Itamar Marcos, o gerente de Relacionamento Empresarial, André Oliveira, e o agente de Desenvolvimento, Claudevan Santos Silva.

Projeto diferenciado

Fomentador do desenvolvimento regional, o Banco do Nordeste visa o crescimento do empreendedorismo baseado em planos de ações e recursos para o desenvolvimento das demandas do município. “O caminho do sucesso é inovar. Todo e qualquer projeto diferenciado e que vise o desenvolvimento do empreendedorismo recebe incentivo do Banco do Nordeste. Um produtor que faz uso da tecnologia de placas solares para um melhor desempenho da sua lavoura, um comerciante que tem uma maneira única de vender o seu produto, etc.. Em outras palavras, não falta recurso para o pequeno empreendedor”, destacou o gerente da agência Arapiraca, Itamar Marcos.

PELO INTERIOR ... Foi preso na quarta-feira, 22, em Arapiraca, um estudante de enfermagem da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) suspeito de estuprar o irmão de 10 anos, portador de Síndrome de Down. ... Segundo informações da Polícia Civil, o estudante tem 24 anos e reside na cidade do Agreste de Alagoas. O mandado foi expedido pela 5ª Vara Criminal de Arapiraca e a prisão aconteceu em Maceió. ... Ainda de acordo com a polícia, o suspeito abusava sexualmente do irmão e compartilhava os atos criminosos digitalmente, através de aplicativos como o Skype e o Telegram. ... O caminho mais curto entre os municípios de Penedo e Coruripe estava inviabilizado pelos danos causados pelas chuvas, percurso novamente liberado para veículos. ... O tráfego na rodovia AL-105 voltou a ser possível graças ao trabalho de recuperação das cabeceiras da ponte sobre o rio Perucaba, localizada no povoado Manimbu. ... O serviço uniu a Prefeitura de Penedo, o Governo de Alagoas e a Cooperativa Pindorama, importante polo econômico da região situado entre Penedo e Coruripe. ... A Prefeitura de Arapiraca reforça a importância dos cuidados contra a covid-19. Segundo a Coordenação de Monitoramento, Análise e Informação em Saúde de Arapiraca, em apenas uma semana o número de casos positivos da doença subiu de 26 para 90. ... Número pode ser ainda maior, tendo em vista a disponibilização de autotestes em farmácias e drogarias da cidade. ... “Orientamos aos arapiraquenses que realizarem os autotestes que procurem os serviços de saúde quando o resultado der positivo, independente de estarem apresentando sintomas leves. Isso é importante para a saúde da coletividade e para termos o conhecimento de maneira mais assertiva sobre a situação da covid-19 em nosso município”, informou o coordenador Evandro Melo. ... Um excelente final de semana para todos. Até a próxima edição!


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DE ALAGOAS

n Odilon Rios

A Igreja no início da República

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queda da Monarquia, a ascensão da República e a separação entre Igreja e Estado foram acontecimentos quase simultâneos na rápida passagem da Coroa para a espada naquele Brasil que assistia a mais um golpe sem o disparo de um único tiro, com as velhíssimas elites mudando de roupa mantendo privilégios certamente em nome da tradição. Nascia a República, agitada por um positivismo à brasileira. Ao invés da ordem, do progresso e da ciência como religião da humanidade, a Igreja e toda sua estrutura secular contariam com o beneplácito do Estado seguindo a tarefa de pastoreio e amaciamento das almas. Amaciar era preciso. A mistura padres e política com pautas revolucionárias causou dores de cabeça ao Império. Padre Roma ajudou a inflar a Revolução Pernambucana (1817), aquela que Alagoas traiu e ganhou de presente sua emancipação; Frei Caneca constituiu os propósitos da Confederação do Equador (1824), mais uma vez em Pernambuco. Os dois padres foram fuzilados, mas a força dos carrascos não diminuía os ímpetos questionadores. Os padres entravam na política para desarmar o gatilho de bombas prestes a explodir. A Igreja teve papel fundamental para abrandar os cabanos em Jacuípe, prometendo as chamas do inferno aos desobedientes. Dom Nuno Eugênio Lóssio e Seiblitz não era alagoano mas seu sacerdócio tinha significado para o Império. Tanto que foi conduzido cinco vezes ao Senado como representante de Alagoas, da primeira legislatura em 1826 até 1843, quando morreu durante seu quinto mandato. Na República, a constituição de um Bispado em Alagoas foi um acontecimento religioso mas principalmente político e sem riscos de perturbação da ordem pública, contando com a ajuda do irmão do presiden-

te da República, o governador Pedro Paulino da Fonseca. Membro de família tradicional (até hoje) no Sertão alagoano, Dom Antônio Brandão valeu-se de influência e dinheiro para a empreitada do Bispado. Tornou-se nosso primeiro bispo, criando uma nova jurisdição eclesiástica. Sua política foi eficaz. Ele tinha excelente relação com as lideranças locais (seu bispado não teve rusgas com os políticos) e contou com a ajuda financeira do Governo Euclides Malta e as aprovações sempre favoráveis da Assembleia Legislativa. A Igreja se derramava por todos os lados em Alagoas. Em um ambiente assim, tão cercado de amplas e constantes vigilâncias, foi possível a construção do seminário epicospal, a criação das escolas confessionais e aquela harmonização com o pensamento da Santa Sé. O Deus dos tribunais da Igreja encontrou um novo lugar no coração da República. Fonte: NUNES, Márcio Manuel Machado. A criação do Bispado das Alagoas: religião e política nos primeiros anos da República dos Estados Unidos do Brazil (1889-1910). 2016. 186 f. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes, Programa de Pós- Graduação em História, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2016

Paço episcopal

Dom Antônio Brandão

Governador Euclides Malta


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