Edição 1174

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MACEIÓ - ALAGOAS

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ANO XXIII - Nº 1174 - 02 A 08 DE JULHO DE 2022 - R$ 4,00

CINEMA

Jorge Oliveira conta a história de Rubem Braga, o cronista do Brasil

Novo documentário do cineasta e jornalista alagoano tem préestreia marcada para os próximos dias 7 e 8 em Cachoeiro de Itapemirim (ES), terra natal do escritor, que faleceu no Rio de Janeiro em dezembro de 1990 aos 77 anos. 15 a 17

Estado distribuirá cestas básicas para reduzir a fome n Programa beneficiará 110 mil famílias que vivem em situação de pobreza 7

MARINA RAMOS/AGÊNCIA CÂMARA

ACERVO CÂMARA

PRESENÇA DE BOLSONARO CONSOLIDA APOIO À CANDIDATURA DE COLLOR A GOVERNADOR

BRASIL ESCOLA

FARRA DO COTÃO

PELO RALO ESTUDO REVELA QUE ALAGOAS DESPERDIÇA 34% DA ÁGUA TRATADA 26

SUCESSÃO ESTADUAL

Próximas pesquisas irão aferir os efeitos da parceria entre o senador e o presidente da República 5

Bancada federal gasta JHC INVESTE R$ 1,6 milhão com CONTRA RUI publicidade pessoal PARA EVITAR n Marx Beltrão lidera gastança,

seguido por Severino Pessôa; Arthur Lira é o mais contido 6

CONCORRÊNCIA NA ELEIÇÃO DE 2024 8


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COLUNA Paz no palanque

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- O discurso do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira, 28, em Maceió, sem ataques aos Calheiros nem aos governadores, sinaliza para uma possível aliança branca entre Fernando Collor e Renan Calheiros em torno da disputa majoritária em Alagoas.

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3 CNPJ: 04246456/0001-97

Av. Aspirante Alberto Melo da Costa,796 Ed. Wall Street Empresarial Center Sala 26 - Poço - Maceió - AL CEP: 57.000-580

EDITOR Fernando Araújo CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros e Maurício Moreira

SERVIÇOS JURÍDICOS Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 9812-6208 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 99982.0322 IMPRESSÃO Grafmarques preimpressao@grafmarques.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

DA REDAÇÃO

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

- A fala do senador Collor seguiu no mesmo diapasão, sem provocação aos adversários; só afago aos eleitores e aliados, além da promessa de um futuro melhor para todos. Mais pareceu um discurso de conciliação, bem distante da oratória agressiva típica dos embates eleitorais protagonizados por Collor ao longo de toda sua vida pública.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA

MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JULHO DE 2022

- Ao decidir disputar o Governo de Alagoas, Collor abriu o caminho para uma possível vitória de Renan Filho ao Senado e, a partir daí, cessaram os ataques mútuos, com o senador direcionando sua metralhadora para o governador-interino, Paulo Dantas, que apenas cumpre seu papel constitucional.

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- Aos 73 anos de idade e após assumir os maiores cargos eletivos da República, Collor sabe que esta poderá ser sua última batalha eleitoral, e, como veterano de outras guerras, não pode errar o alvo. Da mesma forma, Renan Filho agora já pode sonhar com o mandato de senador para consolidar o mando de campo dos Calheiros em Alagoas por mais alguns anos.

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- No meio da batalha está o senador Renan Calheiros que tem mais quatro anos de mandato e chances reais de eleger o filho ao Senado, desde que Collor não dispute o mesmo cargo. Mais que derrotar Collor, interessa aos Calheiros dividir o poder com o ex-aliado e impedir voos mais altos de Arthur Lira, seu maior adversário político.

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- É nessa circunstância que se especula sobre um possível acordo tácito entre Fernando Collor e Renan Calheiros no primeiro turno. Na segunda rodada eleitoral zera o placar e o jogo recomeça de novo.

BRUNO FERNANDES

Aliança consolidada

Pelo número e empolgação dos participantes a motociata que recepcionou Bolsonaro em Maceió consolidou a aliança entre Collor e o presidente da República. Os motoqueiros fizeram muito barulho ao longo do trajeto entre o aeroporto e o Vergel do Lago, mas resultados concretos só serão conhecidos na próxima semana, quando sairá a primeira pesquisa de intenção de voto após o lançamento da pré-candidatura de Collor.

Rejeição collorida

Pesquisa encomendada pela equipe de Collor, para consumo interno, sinaliza para uma queda nos índices de rejeição do senador em Maceió. Assessores do candidato avaliam que a mudança deve-se à parceria Collor/Bolsonaro e dá aos colloridos a crença de que o presidente da República pode transferir boa fatia de seus votos para Fernando Collor. “São eleitores bolsonaristas que não votariam em Collor para o Senado, mas o apoiarão na disputa ao Governo de Alagoas”, avaliam assessores do senador. Alguns mais empolgados sonham até em vitória no primeiro turno. Exagero.

Quem cairá?

Na bolsa de apostas os especuladores acreditam que só três dos quatro principais candidatos a governador chegarão à reta final do primeiro turno. A dúvida é saber quem vai abandonar a corrida no meio do caminho. Alguns apostam em Rodrigo Cunha, outros em Rui Palmeira. Ainda nos bastidores da política existe a percepção de que Paulo Dantas irá ao segundo turno com Fernando Collor. Dos concorrentes atuais, Dantas é o que tem maior estrutura de poder e o apoio de Lula, enquanto Collor tem maior densidade eleitoral, fácil oratória e o apoio do presidente Bolsonaro.

Bruta vaia

O senador Fernando Collor, se soubesse, teria poupado Cícero Almeida do vexame de uma bruta vaia. Ao citar o nome do aliado na entrega de casas populares com a presença de Bolsonaro, Collor não esperava a reação negativa da plateia. O desprezo coletivo pelo ex-prefeito de Maceió só reflete a postura de uma sociedade indignada com a presença de gestores corruptos que se mantêm na impunidade. Os prefeitos presentes ao ato público devem ter ficado de orelha em pé.

Vexame do Biu

Outro que deu vexame em público foi Benedito de Lira, prefeito da Barra de São Miguel. Não se sabe quem escalou o pai de Arthur Lira para falar no evento, mas o autor da ideia deve estar arrependido em respeito à vergonha alheia. Seu discurso arrastado e cansativo levou alguém do público a xingar o prefeito octogenário, que perdeu a compostura e, diante do presidente da República, reagiu usando palavras impublicáveis.


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PILAR DOCE LAR

PILAR CONQUISTA 1º LUGAR EM PRÊMIO NACIONAL DO SEBRAE COMO CIDADE EMPREENDEDORA Renato Filho coloca Alagoas em destaque no País e mostra comprometimento da gestão com o crescimento socioeconômico

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município do Pilar colocou Alagoas como destaque nacional num dos prêmios mais competitivos do País. No 11º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor (PSPE), ocorrido esta semana, em Brasília, o prefeito Renato Rezende Rocha Filho conquistou o 1º lugar entre os participantes concorrentes da Região Nordeste com o projeto Pilar Doce Lar – Vivendo uma Cidade Empreendedora. A vitória foi dedicada aos colaboradores e aos munícipes. A cerimônia, realizada na terça-feira na sede do Sebrae Nacional, reuniu centenas de prefeitos, parlamentares e autoridades para reconhecer gestores públicos que investem no empreendedorismo, na competitividade dos pequenos negócios e na modernização da gestão pública local. Ao todo, 182 prefeitos e prefeitas foram selecionados para a disputa nacional do prêmio, com 199 projetos. O 11º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor bateu recorde de inscrições com 1.615 projetos habilitados, de 1.327 municípios distintos das 27 unidades da federação. Na etapa estadual, o projeto da Prefeitura do Pilar venceu outros 27 apresentados por 15 municípios alagoanos na categoria Cidade Empreendedora. A premiação marca os 20 anos da iniciativa, que desde 2001 reconhece os gestores públicos comprometidos com o desenvolvimento socioeconômico dos municípios, a partir de projetos que estimulam o empreendedorismo, a competitividade

dos pequenos negócios e a modernização da gestão pública. Segundo o prefeito Renato Filho, o município – que já ganha notoriedade, inclusive, como destino turístico – reúne quase 1,7 mil microempreendedores individuais, além de 81 microempresas e oito empresas de pequeno porte (EPPs) que também contam com a assistência do Banco do Povo, agência criada para facilitar o acesso a crédito. O auxílio, enfatiza o gestor, vai do pescador ao artesão, sempre com foco na inclusão, de modo a favorecer, principalmente, famílias em situação de vulnerabilidade. No caso do pequeno produtor rural, por exemplo, a Prefeitura – por meio do programa Plantando o Futuro – adquire produtos cultivados na agricultura familiar para abastecer as escolas municipais. Ou seja, além de garantir uma merenda de qualidade, combatendo a insegurança alimentar, o Município ainda gera emprego e renda no campo. Outra iniciativa de destaque é o Pilar Reage Empreendendo, programa que disponibiliza recursos e treinamentos junto ao setor produtivo. Renato Filho destaca o trabalho que tem feito do Pilar um lugar melhor de se viver. “Estou muito feliz porque Pilar sempre foi mostrada apenas como cidade violenta. Hoje, porém, temos conseguido promover mudanças cujos resultados vão perdurar pelos próximos cinquenta anos”, assegura. O presidente do Sebrae, Carlos Melles, elogiou o

comprometimento dos prefeitos com o crescimento socioeconômico e resgatou a importância da iniciativa: “Esta é uma edição histórica: marca os 20 anos do PSPE e a os 50 anos do Sebrae. Com esse prêmio, o Sebrae incentiva a inclusão do empreendedorismo na agenda municipal, em uma parceria que utiliza os pequenos negócios como ferramenta de desenvolvimento local. Sabemos que o desenvolvimento nasce e cresce nos municípios”. Ao mencionar a trajetória do Sebrae para a transformação na gestão pública, Melles agradeceu a participação e o esforço de todos os congressistas em prol das MPE.


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GABRIEL MOUSINHO

n gabrielmousinho@bol.com.br

Jogo embaralhado

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chegada do senador Fernando Collor para disputar o governo do Estado embaralhou os números de pesquisas eleitorais e, pelo menos no momento, é muito difícil dizer qual o candidato que chegará ao segundo turno, embo-

Azul e encarnado

A certeza que se tem até o momento, se os ventos não soprarem ao contrário, é de que as oposições irão se unir no caso de o atual governador chegar ao segundo turno, aspecto que é visto com muita seriedade por todos aqueles que disputam o cargo. Até lá, porém, é saber quem realmente tem chances de chegar lá.

Apoio presidencial

Se por um lado o senador Rodrigo Cunha tem o apoio do deputado Arthur Lira e Paulo Dantas da Família Calheiros, por outro Fernando Collor vem com a força do presidente Jair Bolsonaro.

Sem confronto

Diga-se de passagem, mesmo que defenda seu candidato ao governo e que garante que Rodrigo Cunha chegará ao segundo turno, as opções ficam abertas para futuras composições políticas.

Apostando nas pesquisas

Pessoas ligadas ao ex-presidente Fernando Collor acreditam que as próximas pesquisas eleitorais irão dar o tom da participação do senador na disputa pelo cargo de governador de Alagoas, o que tem sido discutido em todas as rodas políticas. Bom de campanha, capaz de envolver vários segmentos da sociedade, Collor pode mudar o panorama eleitoral neste momento.

Guerra surda

A situação dos candidatos do MDB para disputarem uma vaga de deputado estadual não anda nada boa na Assembleia Legislativa e isso pode desmoronar o aparente clima de entendimento entre deputados e futuros pretendentes. Nos bastidores, muitos dos candidatos à reeleição reclamam da chegada de novatos, a exemplo de Alexandre Ayres, um dos preferidos do ex-governador Renan Filho.

Fiscalização ra cada grupo queira puxar a brasa para sua sardinha. Com um leque de opções para o governo não se pode subestimar a capacidade eleitoral dos outros candidatos, além de Paulo Dantas que concorrerá à reeleição.

Agressões

O senador Renan Calheiros não perde a oportunidade de agredir verbalmente o presidente da Câmara do Deputados, Arthur Lira, talvez com receio de perder o protagonismo no estado de Alagoas. Mas que vem troco por aí, ninguém duvide.

Polarização

Para observadores, nas investidas dos dois hábeis políticos pode estar por trás a possibilidade de os candidatos ao governo polarizarem a campanha, o que atingiria eleitoralmente os outros pretendentes ao Palácio República dos Palmares.

Revelação

Professor e advogado, Thiago Maia foi um dos destaques na sabatina a que se submeteu na OAB para a disputa de uma vaga de desembargador pelo quinto constitucional. Além de Maia, os advogados Daniel Brabo e Fábio Ferrario engrossaram a fila dos que estão devidamente preparados para disputar o cargo.

Reconvocado

O empresário Rafael Tenório pode deixar o Senado mais rápido do que se imaginava. Se o Senado instalar a CPI do Ministério da Educação, como estava previsto, o senador Renan Calheiros, a pedido do líder do MDB, Eduardo Braga, retoma o mandato onde ficaria de licença por 120 dias. Ou seja, a oposição quer “tocar fogo” na CPI.

Tiroteio

O fim da lua de mel entre o empresário Rafael Tenório, presidente do Conselho Deliberativo do CSA com o advogado Omar Coêlho, presidente do clube, já era esperado há muito tempo, mas, nos últimos dias, a confusão veio a público com acusações de ambos os lados. Para os torcedores azulinos e o público em geral, tudo deve ser posto em pratos limpos.

Pão e água

A partir de hoje acabou a carona de alguns políticos para fazer campanha antecipada à custa do dinheiro do contribuinte. Tudo isso em função da legislação eleitoral que proíbe eventos de inauguração, assinatura de contratos de obras e reuniões que subliminarmente deem a entender que estão em campanha com vistas às eleições de 2 de outubro.

Com três desembargadores auxiliares, além do Ministério Público, os candidatos terão que atender às recomendações da legislação, situação que será acompanhada de perto pelo Tribunal Regional Eleitoral. A propósito, na próxima semana o TRE começará a julgar os processos de denúncias recebidos por aquela Corte.

Uso político

Tanto na capital como no interior, o Ministério Público está de olho em quem transgredir as normas, o que pode custar bastante caro a quem não obedecer as regras. Além de pesadas multas, o candidato poderá até a se tornar inelegível.

Vale tudo

As composições para a disputa ao governo do Estado andam de vento em popa e até mesmo o governador Paulo Dantas tenta se aproximar de eventuais adversários. Foi o caso da conversa tida com o ex-prefeito Rui Palmeira para uma aliança futura, o que não teria sido possível até agora.

Vantagem

Nada bobo, o senador Fernando Collor aproveitou a vinda a Maceió do presidente Jair Bolsonaro e saiu por cima no encontro onde 1.120 unidades habitacionais beneficiaram milhares de pessoas no Programa Minha Casa Verde e Amarela. Collor se saiu bem na empreitada e colou sua imagem no presidente, o que pode lhe render substancial apoio eleitoral nas eleições de outubro.

No limite

Muita gente criticou a postura do ex-senador e prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira, durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Maceió, quando discutiu asperamente com um dos que participaram do evento. Mas as provocações têm limite e Biu deu o troco ao ser provocado, o que muitos não teriam a coragem de fazer.


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ELEIÇÕES 2022 BRUNO FERNANDES

Apoiador da gestão de Bolsonaro, Arthur Lira se fez presente ao palanque armado por Collor

Collor briga com o relógio para se viabilizar ao governo Estratégia inclui apoio do presidente Bolsonaro e ‘fantasma do comunismo’ ODILON RIOS odilonrios@hotmail.com

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senador Fernando Collor (PTB) conseguiu esta semana colher os frutos de uma sementeira plantada e irrigada há semanas: um evento público para chamar de seu, num reduto eleitoral historicamente collorido, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) para lançar seu nome ao Governo de Alagoas. Não foi fácil: Collor tinha de disputar aparição com o vereador Leonardo Dias (PL) – cotado para a vaga de vice – o policial federal Flávio Moreno, o delegado e vereador Fábio Costa (PP), destaque na motociata presidencial e sem capacete, aliás o mesmo crime de trânsito, transmitido ao vivo e registrado por todos os apoiadores do “Mito”.

Porém deu certo: o senador teve um palanque com aparição nacional que ele acredita merecer, exagerou sobre o papel de Bolsonaro para a diminuição da pobreza em Alagoas, acumulou centenas de sorrisos ao lado do presidente e levou seu recado para a área mais empobrecida da capital alagoana, a orla lagunar: é candidatíssimo a seguir adiante na política. Collor tem pouco tempo para viabilizar o próprio nome nas pesquisas e num cenário totalmente desfavorável: foi um dos últimos a anunciar pré-candidatura, sua rejeição quando decide disputar o Executivo é fator de risco e Bolsonaro está em ampla desvantagem no Nordeste, comparado ao desempenho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que esteve em Alagoas em 17 de junho. O pouco tempo se refere às convenções que começam no final do próximo mês até o início de agosto. Collor atraiu para seu palanque nomes que são associados ao senador e candidato ao governo Rodrigo Cunha (União

Brasil) – como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o prefeito de Maceió, JHC (PSB). Além de, junto a empresários, montar estratégia com elementos ultrapassados porém ainda eficazes: o fantasma do comunismo, o temor em ter Lula na Presidência, os protestos registrados em países governados pela esquerda como Argentina, Venezuela e Chile. Um eclipse perfeito para o surgimento de heróis de ocasião, em defesa da intervenção militar, como Bolsonaro. Áudio que circulou em grupos de WhatsApp esta semana reforçou o medo. O empresário Márcio Raposo, aliado de Collor, pedia ajuda financeira para ônibus, carreatas e adesivos na recepção a Bolsonaro em Maceió. A cota mínima para doações era de R$ 2 mil e houve aqueles que doaram, segundo Raposo, R$ 5 mil para dar ares de grandeza à recepção presidencial. E funcionou. Maceió parou para receber Bolsonaro.

O prefeito JHC (PSB) contribuiu com a estrutura pública: a motociata que saiu do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares cruzou a cidade da parte alta à baixa em menos de uma hora, sem percalços no trânsito, furando sinais vermelhos, graças à atuação da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). Na orla lagunar, onde foi entregue um conjunto habitacional inacabado, havia palanque e inspeção além de um helicóptero garantindo segurança ao eleitorado que se deslocou da orla rica de Maceió para uma das áreas mais pobres e dominadas pelo tráfico de drogas da cidade. Na terça, porém, quem estava no púlpito esquecia estes problemas e falava para o Brasil. Bolsonaro, por exemplo, contou da aprovação do Auxílio Brasil e mentiu dizendo que o programa social não teve o apoio dos partidos de esquerda. Falou em luta do bem contra o mal, associou o aborto à pauta da esquerda e repetia seu lema “Deus, Pátria e Família”. “Vocês todos estão aqui pelo amor que vocês têm ao lema Deus, pátria, família e liberdade. É isso que nos une nesse momento. Os nossos corações, as nossas emoções, as nossas esperanças de que Bolsonaro estará conosco a partir do ano que vem para mais um mandato. Porque ele deve continuar a realizar esse trabalho em favor da família e do povo brasileiro”, disse Collor, em discurso inflamado. E, ao direcionar sua fala aos moradores da orla lagunar, lembrou: “Construímos os conjuntos Virgem dos Pobres e o Joaquim Leão sem nenhum centavo de ajuda de fora. Foram 4 mil casas com calçamento, numa comunidade que surgiu com toda a infraestrutura necessária, juntamente com o Dique Estrada, erguido durante a dragagem da lagoa para evitar que a água invadisse as casas, com o excesso de chuva e a mortandade do sururu”, relembrou o senador.


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COTÃO DA CÂMARA ASCOM MARX BELTRÃO

Marx Beltrão é o campeão de gastos com publicidade e Nivaldo Albuquerque lidera na realização de pesquisas

Deputados de Alagoas gastam 40% da verba com publicidade Em ano de eleição, parlamentares investem em pesquisas e divulgação de atividades JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ais um semestre encerrado na Câmara Federal, é hora de balanço dos gastos dos deputados federais de Alagoas. Nos primeiros seis meses de 2022, os nove parlamentares que representam o estado gastaram R$ 1.613.235,19 do Cotão, como é conhecida a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), que custeia as despesas do mandato, como passagens aéreas e conta de celular. Desse total, 40,64% foram destinados a um propósito: propaganda e publicidade das atividades que desempenham em Brasília. E quem está mais empenhado em mostrar seu trabalho – em ano de eleição, ou reeleição – é Marx Beltrão (PP).

O filho do falecido deputado estadual João Beltrão investiu R$ 171.900 em promoção pessoal com dinheiro público. Somando todos os gastos de cada deputado, Beltrão também encabeça o ranking com despesas de R$ 220.090,11, que incluem passagens aéreas, aluguel de veículos, consultorias e pesquisas. Esse último item também não deixa de ser uma ferramenta de promoção. Na maioria das vezes, os parlamentares usam essas pesquisas para sondar territórios, popularidade e necessidades dos eleitores em cada área. Nesse quesito, o investimento de Beltrão foi, apenas no mês de janeiro, no valor de R$ 15.700. O segundo deputado mais “marqueteiro” da Câmara, por Alagoas, é Severino Pessôa (MDB), com investimento de R$ 145.400, seguido de Pedro Vilela (PSDB),

Albuquerque encabeça outro ranking de gastos, o de consultorias e pesquisas. O filho do deputado estadual Antônio Albuquerque, também do Republicanos, gastou R$ 150.000 com a Falpe Pesquisas, empresa situada no bairro do Farol, em Maceió. com gastos de R$ 125.000. Vilela assumiu a cadeira deixada por JHC (PSB), que deixou a Câmara Federal para assumir a Prefeitura de Maceió. Na quarta posição está Tereza Nelma (PSD), com R$ 89.885,02, à frente de Sérgio Toledo (PV), R$ 64.500, Arthur Lira (PP), R$ 40.000, e Paulão (PT), R$ 19.000. Isnaldo Bulhões Jr. (MDB) e Nivaldo Albuquerque (Republicano) não declararam gastos com publicidade e propaganda. No entanto, Albuquerque encabeça outro ranking de gastos,

o de consultorias e pesquisas. O filho do deputado estadual Antônio Albuquerque, também do Republicanos, gastou R$ 150.000 com a Falpe Pesquisas, empresa situada no bairro do Farol, em Maceió. O ranking dos deputados que usam esses levantamentos é pequeno. Em segundo lugar aparece Pedro Vilela, R$ 42.000. Logo após, vêm Isnaldo Bulhões Jr., R$ 20.000, Severino Pessôa, R$ 17.639,75, e Marx Beltrão, R$ 15.700. Os valores considerados neste levantamento são aqueles declarados no Portal da Transparência da Câmara Federal entre os dias 1º de janeiro e 30 de junho. As quantias declaradas podem sofrer alterações com a atualização da prestação de contas e apresentação de notas fiscais. Nos casos de reembolso, os deputados têm três meses para apresentar os recibos.

TIPO DE GASTOS Divulgação da atividade parlamentar: R$ 655.685,02 (40,64%) Passagem Aérea: R$ 259.131,99 (16,06%) Consultoria e pesquisas: R$ 245.339,75 (15,21%) Aluguel de veículos: R$ 163.762,00 (10,15%) Combustíveis: R$ 116.580,14 (7,23%) Manutenção de escritório: R$ 88.563,20 (5,49%) Outros: R$ 84.173,09 (5,22%)

RANKING DOS DEPUTADOS Marx Beltrão (PP) R$ 220.090,11 Pedro Vilela (PSDB) R$ 212.744,28 Tereza Nelma (PSD) R$ 209.953,31 Severino Pessôa (MDB) R$ 205.229,38 Isnaldo Bulhões Jr (MDB) R$ 184.336,17 Nivaldo Albuquerque (REP) R$ 182.255,85 Sérgio Toledo (PV) R$ 164.636,37 Paulão (PT) R$ 122.558,93 Arthur Lira (PP) R$ 111.430,79


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ELEIÇÕES 2022

‘Ofuscando’ Bolsonaro, Paulo Dantas lança Pacto contra Fome Governador promete cestas básicas mensais, em meio a insegurança alimentar PEI_FON

ODILON RIOS odilonrios@hotmail.com

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ara dividir as atenções do palanque montado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) projetando o senador Fernando Collor (PTB) como pré-candidato ao governo, o governador Paulo Dantas (MDB) lançou seu Pacto Contra a Fome, programa que chega com atraso de dois anos (por causa da pandemia) para combater a insegurança alimentar mas principalmente os efeitos da política de Bolsonaro na economia, repercutindo na mesa dos alagoanos. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) publicados esta semana mostram que 10.991 postos de trabalho fecharam este ano em Alagoas. A área que mais registrou demissões foi a da cana-de -açúcar (14.487). Os mais afetados são homens, com ensino fundamental incompleto e idade entre 30 e 39 anos. Pelos números do governo alagoano, a média da população em extrema pobreza saiu de 39,9% em 2019 para 42,46% em 2022, registrando um aumento de 2,56%, isso por causa da pandemia e o quadro “agravado pelo recente aumento da inflação e pela instabilidade e descontinuidade de políticas públicas de combate à pobreza no âmbito nacional”. Quinhentas mil pessoas estão sob insegurança alimentar “Nos últimos anos, o Governo de Alagoas realizou uma série de políticas públicas que, após implantadas, garantiram que o crescimento da fome, no âmbito estadual, ficasse abaixo da média nacional”, diz o governo. O Pacto Contra a Fome prevê distribuir 110 mil cestas básicas mensalmente a famílias com renda per capita de 0 a 3 reais por mês para cada membro da casa. Tem ainda o objetivo de dar

Paulo Dantas também anunciou crédito de R$ 1 mil para 40 mil mães abrirem o próprio negócio

continuidade ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), “beneficiando aproximadamente seis mil agricultores familiares de forma direta e mais de 28 mil famílias de forma indireta, compreendendo produtores e consumidores”. Por meio da Desenvolve, o governo lança o Crédito do Povo, “que vai possibilitar que 40 mil mães tenham acesso a um crédito de R$ 1.000,00 para iniciarem um pequeno negócio”. “Com parcelas mensais e juros reduzidos, o dinheiro vai cair na conta e o cadastro pode ser feito diretamente pelo aplicativo da agência”, explica o governo que inaugurou o Restaurante Popular do Estádio Rei Pelé, no bairro do Trapiche da Barra, com almoço e jantar a R$ 2. “Parte o coração saber que existem alagoanos passando fome, que acordam e não sabem o que comer ao longo do dia. A inflação reduziu o poder de compra do brasileiro e, aqui em Alagoas, não podemos deixar que essa realidade permaneça. É por isso que este Pacto surge, para iniciarmos a mudança na vida de mais de 100 mil famílias”, disse Paulo Dantas.

O programa copia ideias semelhantes lançadas pelo então governador Renan Filho (MDB) e mantém o controle e execução de ações na Secretaria de Assistência Social, comandada pela família Pessoa, do deputado federal Severino Pessoa. Renan Filho lançou um programa de distribuição de cestas nutricionais, mas não havia regularidade na entrega mensal. Criou ainda o Cartão CRIA (pagamento de R$ 150) e o cartão Escola 10 (dinheiro para os jovens das escolas públicas). Somados, estes dois programas distribuem este ano R$ 350 milhões. Porém a principal crítica ao governo era a falta de projetos para executar o dinheiro acumulado no Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecoep). A ação de Paulo Dantas no seu Pacto Contra a Fome é uma resposta eleitoral ao pagamento de um abono de R$ 200 até o final do ano pelo governo federal a quem recebe o Auxílio Brasil além do reajuste do vale gás, ações com fortíssima atuação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), tanto nos bastidores quanto publicamente. Os pagamentos impactam

positivamente o bolso dos nordestinos. E é o eleitor do Nordeste quem mais rejeita o atual presidente da República. O combate à pobreza tanto na era Renan Filho quanto Paulo Dantas será usado pela oposição na campanha eleitoral. A deputada Jó Pereira (PSDB), que será indicada como vice do senador Rodrigo Cunha (União Brasil) na disputa ao governo, é voz constante na Assembleia Legislativa quanto ao uso de recursos do Fecoep não serem destinados a combater a pobreza. Pelo levantamento realizado por ela, são 30% dos recursos desvinculados. “Com arrecadação específica, o Fundo de Combate ao Câncer, cuja lei de criação é de autoria de Jó, também teve receitas desvinculadas”, explica. “Enquanto a população segue sem acesso a tratamento digno e prevenção, assistimos o ex-governador e o governador-tampão desvincularem recursos de combate à pobreza e outros para utilizarem o dinheiro público de Alagoas no que não é prioridade para os alagoanos e alagoanas”, disse a parlamentar.


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ELEIÇÕES 2022

De olho em Rui, JHC radicaliza discurso

BRUNO FERNANDES

Temor do prefeito é enfrentar antecessor daqui a dois anos ODILON RIOS odilonrios@hotmail.com

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presença de Rui Palmeira (PSD) na disputa ao governo obriga o prefeito JHC (PSB) a mudar a tática e apostar em confronto direto com Palmeira. Objetivo é desidratar o ex-prefeito da capital até as convenções partidárias, marcadas para o final do mês. Um dia antes da visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Maceió, Palmeira provocou JHC sobre a inauguração de conjunto habitacional na orla lagunar. “O prefeito João Caldas, vulgo JHC, está descontrolado pois sabe que 100% das obras habitacionais que estão acontecendo em Maceió são fruto do trabalho e planejamento de nossa gestão – inclusive do residencial Vilas do Mundaú, que contou com o determinante apoio do ex-senador Benedito de Lira. Fomos nós que conseguimos a cessão da área pela União, garantimos o recurso e deixamos a obra em andamento”, disse Rui. JHC respondeu nas redes sociais: “Não conseguiu absolutamente nada! Isso é um programa do Governo Federal. O que ele prometeu era nas margens do Bom Parto, na época denunciei que era um projeto mentiroso. O que vocês entregaram foi porcos, lama, lixão a céu aberto e muito

Em discurso para uma plateia de bolsonaristas, JHC chamou Rui Palmeira de ‘gestor covarde” bicho-de-pé”. E mandou o recado ao lado de Bolsonaro, na inauguração de conjunto habitacional: “Ninguém é forte sozinho. Estamos entregando sonhos de uma vida inteira. Para governar a cidade, precisa de muita coragem, que falta em muita gente. A minha luta não será nenhum covarde que irá apagar. Esta era uma obra muito esperada pelo município e que teve gestor covarde, inerte e incompetente que não conseguiu tocar esta obra. Obra entregue e bem feita. Temos que fazer o melhor para os mais pobres e os que mais precisam”. Rui Palmeira disputa o governo, mas pode enfrentar JHC daqui a dois anos, na tentativa de retorno à Prefeitura de Maceió. A hipótese assombra a gestão atual que reforça uma “herança maldita” e dívida milionária deixada pelo ex -prefeito. JHC e Rui foram aliados, mas romperam em 2020 porque os interesses eram diferentes: Jota queria disputar a Prefeitura, Rui anunciou apoio ao ex-procuradorgeral de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça, candidato dos Calheiros. Com o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), JHC montou um grupo político que venceu Rui nas

urnas. Cunha também era aliado do ex-prefeito. Romperam pelos interesses divergentes nos rumos eleitorais. Agora em 2022, Jota apoia Cunha ao governo, porém é sondado pelo senador Fernando Collor (PTB) que anunciou esta semana sua pré-candidatura à chefia do Executivo. A vice de Cunha é a deputada estadual Jó Pereira (PSDB), indicada pelo primo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que atuou fortemente nos bastidores para implodir as negociações entre MDB e PSDB. Os medebistas queriam os tucanos no palanque do governador Paulo Dantas (MDB) como vice ou a suplência de Renan Filho, candidato ao Senado. Rui está sozinho nas eleições e é sondado pelo grupo do governador que quer vê-lo como vice. Segundo uma fonte ligada ao ex -prefeito, ele rejeitou a proposta e permanece na disputa ao governo. Levantamento do Paraná Pesquisas, publicado em 9 de junho, mostra que Rui está na terceira colocação. O ex-prefeito tem aval do líder do PSD Gilberto Kassab, que não cede às pressões e entregou a Rui o xadrez do eleitorado alagoano. Por outro lado, tem o compromisso de eleger, pelo menos, um

federal. A atual deputada federal Tereza Nelma é vista como nome fortíssimo à reeleição. O vereador Joãozinho também se lançou a federal pela legenda. Ele obteve 3.642 votos para a Câmara de Maceió e deve ajudar na soma dos votos, beneficiando Nelma. Rui não deverá revelar seu voto presidencial nesta primeira etapa da campanha, estratégia que atrai os eleitores nem-nem: nem Dantas nem Cunha, também capturando os indecisos. Collor busca convencer os grupos de oposição aos Calheiros a lançar um único candidato ao Senado para enfrentar Renan Filho. O deputado estadual Davi Davino Filho (PP) é o mais competitivo dos anti-Calheiros. Ele tem o apoio de Arthur Lira, JHC e Rodrigo Cunha. Davi Davino sonda Collor. Rui Palmeira deve se agregar a alguém com poucas chances de derrotar Renan Filho. A maior dificuldade é convencer a base dos prefeitos liristas a fechar o voto com Rodrigo Cunha. O prefeito da Barra de São Miguel, Benedito de Lira (PP), pai de Arthur Lira, é mais próximo de Rui Palmeira que Cunha e não se empolga em apoiar o senador.


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FIDELIDADE

Besantes chega ao mercado alagoano com plano de atuar em toda a América do Sul O diferencial é que o cliente tem liberdade de utilizar seus pontos ou tokens onde e como quiser

O SERVIÇO

MARIA SALÉSIA sallesiaramos18@gmail.com

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plataforma Besantes, sistema de fidelidade, chega ao mercado alagoano com a proposta de que, em até um ano após o lançamento, alcance todos os estados do Nordeste e em dois anos as principais cidades do Brasil, chegando à América do Sul em apenas três anos de funcionamento. O diferencial é que o cliente tem liberdade de utilizar seus pontos ou tokens onde e como quiser. Assim, há possibilidade de receber os pontos ou tokens em uma empresa e utiliza -los em outra ou até passar para pessoas físicas. A Besantes é uma empresa que não serve apenas a um cliente. O sistema de fidelidade vai credenciar os clientes que recebem as informações das empresas que vão entrando no convênio da rede para não ficar procurando onde tem descontos ou promoções. A Besantes vai fazer esse trabalho para o cliente que, através das redes sociais, vai receber tal informação. Saber qual o dia que acontece a promoção, pontos dobrados e outras vantagens são alguns dos benefícios. A fase ainda é de cadastro de clientes, de quem se interessar em entrar na rede. Portanto, na plataforma, o cliente pode se cadastrar utilizando o número de telefone e cadastrar uma senha. Em seguida, recebe um e-mail para finalizar o cadastro e ter acesso à plataforma onde vai receber todas as informações de funcionamento, regulamento,

utiliza um sistema de pontos denominados Byc pontos e também utiliza Byc Tokens, utilizando sistemas modernos de criptografia para criptomoedas, disponibilizando os Byc pontos em sua plataforma e os Byc token nas exchanges às quais estejam listados para que sejam utilizados em sua rede e de empresas conveniadas ao seu sistema de fidelidade. Mais informações no site www.besantes.com.br e em besantesoficial@ hotmail.com.

normas, premiações, pontos que precisa acumular e outras vantagens. A Besantes surgiu em um momento em que o crescimento da globalização dos sistemas e formas de pagamentos e investimentos estão em acelerado processo de evolução para poder atender as necessidades do mercado consumidor. Assim, se apresenta como uma nova alternativa não apenas para pequenos grupos econômicos, mas também para o atendimento das necessidades diversas das comunidades por mais simples que sejam, independentemente do volume de negócios, pois a Besantes quer se tornar uma referência na democratização do acesso aos serviços de fidelização de clientes e garantir a empresas e consumidores o acesso a pagamentos rápidos e simples. A proposta do negócio é oferecer aos clientes a oportunidade de poder tanto receber como pagar produtos e serviços em qualquer empresa conveniada à rede Besantes, como também propiciando

as empresas a garantia de utilizar os tokens Byc em negócios entre outras empresas participantes da rede. Também será possível para os clientes pessoas físicas utilizarem tanto seus pontos de fidelidade como os Byc tokens para negócios particulares. É que terão a liberdade de destinar seus Byc pontos e Byc tokens para qualquer pessoa participante da rede e até efetuar doações para entidades filantrópicas devidamente cadastradas e autorizadas pelo programa de fidelidade. Além disso, tanto as empresas como as pessoas físicas poderão adquirir os Byc tokens na quantidade que desejarem na exchange em que os tokens estejam listados, criando assim um sistema que garanta sua alta existência e ao mesmo tempo proporcionando a total liberdade de utilização dos tokens. SAIBA MAIS A Besantes é uma empresa de fidelização de clientes, a qual

A Besantes Fidelidade oferece um serviço de fidelização para os clientes de empresas de diversos segmentos, utilizando um sistema de pontuação disponível na plataforma e de tokens disponíveis nas exchanges que estiverem listados, não sendo condicionado nenhum pagamento para adesão dos clientes pessoas físicas para poderem receber os Byc pontos e os Byc tokens, os quais serão distribuídos pelas empresas conveniadas de acordo ao volume de compras de cada cliente da seguinte forma: a cada R$ 20 em compras, serviços ou consumo 1 Byc pontos; a cada R$ 100 em compras, serviços ou consumo 1 Byc token. Além do que, estão disponíveis quatro planos para empresas conveniadas ao sistema Besantes: Plano Prata; Plano Ouro; Plano Diamante e Plano Vip. As empresas que firmarem contratos com o programa de fidelidade irão adquirir os tokens correspondentes aos seus respectivos planos antes do lançamento oficial na exchange onde será listado, os quais poderão ser adquiridos até 10 de agosto. Já a oferta inicial dos tokens na exchange onde for listado será no dia 15 de agosto de 2022, iniciando às 8 horas da manhã. Pessoas interessadas em obter de forma antecipada a partir de 200 mil tokens devem manter contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente até o dia 15 de julho de 2022. Essas atividades a serem desenvolvidas ou patrocinadas também terão como foco projetos em escolas públicas sobre educação financeira e o mundo das criptomoedas, e também em cidades ou regiões afastadas e sem atendimento bancário. A finalidade é ensinar como acessar o mundo das criptomoedas e demonstrar que todos podem participar mesmo com poucos recursos.


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Prefeito Jorge Dantas recepciona o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, o deputado estadual Bruno Toledo e o pré-candidato a deputado federal Luciano Amaral

PÃO DE AÇÚCAR

PREFEITO JORGE DANTAS REALIZA O MAIOR FORROÇÚCAR DE TODOS OS TEMPOS

Prefeito Jorge Dantas, primeira-dama Soraya e grupos juninos

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Prefeitura de Pão de Açúcar, cidade do Sertão alagoano, realizou a maior festividade de sua história no mês de junho. Após os impeditivos devido à pandemia, o Forroçúcar, evento junino da cidade, foi totalmente repaginado e teve mais de 15 dias de festividades. Dos dias 13 a 15 de junho, no Parque do Povo, grandes artistas do forró passaram pela cidade, com destaque para Zé Vaqueiro, Jorge de Altinho, Alcymar Monteiro e Toca do Vale, além das bandas de expressão regional lideradas por filhos da terra, como Berg Gonzaga, Nukomando e Zelito. Foram três dias de festa com muita organização, segurança e conforto para os forrozeiros da cidade e turistas que lotaram o megaespaço. O Forroçúcar também chegou nas comunidades rurais do município. O Arraial das Comunidades levou atrações locais para 7 comunidades, animando a população dos povoados e democratizando a festividade. Pão de Açúcar é terra de ricas tradições e manifestações culturais e elas foram contempladas no Polo cultural, arraial que homenageou Leda Lins

Expresso do Forró no entardecer da cidade

e Purgo do Pandeiro (in memoriam) personagens importantes da cultura local. No Forroçúcar Cultural, a população lotou o espaço para ver as apresentações das quadrilhas, coco de roda e a Rainha do milho, entre outras atrações juninas, com destaque para o desfile das carroças e para o Expresso do Forró, trem que percorreu a cidade levando uma orquestra musical e muita animação. Segundo o prefeito Jorge Dantas, no total foram 15 dias de festejos com muita animação: “Todo o

Mega estrutura no Parque do Povo abrigando milhares de forrozeiros ao Forroçúcar

esforço financeiro realizado na produção do maior Forroçúcar da história não foi em vão, pois nada melhor do que observar a animação e a autoestima da nossa gente que se divertiu nestes dias. Agradeço ao governo do Estado, através da secretária Estadual de Cultura, Mellina Freitas, e do nosso governador Paulo Dantas, pela parceria na realização do Forroçúcar, que certamente foi a festividade junina mais culturalmente representativa e democrática do interior de Alagoas”, concluiu o prefeito Jorge Dantas.


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EVENTO NACIONAL

Ex-líder comunitário do Mutange denuncia valores propostos pela Braskem Arnaldo Santos teve de contrair empréstimo de R$ 40 mil para adquirir novo imóvel

REPRODUÇÃO DO YOUTUBE

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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omo se não bastasse a instabilidade do solo com o afundamento de cinco bairros afetados pela extração de sal-gema em Maceió, moradores obrigados a deixarem suas casas denunciaram esta semana durante um evento nacional a via crucis que precisam fazer para conseguir selar um acordo de valores considerados abaixo do pretendido com a petroquímica Braskem. A relação considerada desigual entre os antigos residentes dos bairros e a multinacional foi denunciada na segunda, 27, pelo ex-presidente da Associação de Moradores do bairro do Mutange, Arnaldo Manoel dos Santos, durante a solenidade de lançamento do Movimento Nacional em Defesa das Vítimas e causou comoção aos presentes. O morador, que já havia denunciado ao EXTRA em junho de 2019 a falta de apoio da empresa por sempre, segundo ele, busca dar “holofotes” ao bairro do Pinheiro, considerado de moradores com melhor renda, reafirmou que os valores pagos a título de indenização pelo imóvel e por danos morais são abaixo do esperado e “vergonhosos”. “Os danos morais vergonhosos que a Braskem pagou para mim foram de R$ 5.700. Na minha residência tinha três quartos e uma piscina e ao todo eram cinco pessoas”, revelou o ex-líder comunitário. Além do Mutange, os bairros do Pinheiro, Bebedouro, Bom Par-

Arnaldo Santos relatou drama das famílias atingidas pelo afundamento do solo

to e Farol continuam sendo atingidos pela subsidência. “Não tivemos a resposta que nós precisávamos. Fomos expulsos de nossos bairros onde eu vivi durante 65 anos, além de outras pessoas mais velhas que também foram expulsas. Recebi uma indenização não justa em um acordo absurdo, onde eu recebi pela minha residência, pelo meu patrimônio e da minha família que eu construí com todo sacrifício R$ 240 mil”, contou emocionado durante a solenidade de lançamento do movimento nacional. Ainda segundo Santos, que precisou desembolsar mais R$ 40 mil (total de R$ 280 mil) para a compra de uma nova casa em um bairro distante, uma dívida foi contraída na Caixa Econômica para aquisição desse novo imóvel, pois o valor pago pelos danos morais não eram suficientes. “É justo eu ter que sofrer por um dano que eu não cometi e ainda ter que pa-

gar, comprar uma casa para minha família e eu ter que desembolsar do meu bolso?”, questionou. MOVIMENTO NACIONAL As declarações foram feitas durante a solenidade de lançamento do Movimento Nacional em Defesa dos Direitos das Vítimas, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Ministério Público Federal (MPF) e Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), em parceria com o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais (CNPG) e a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp). O projeto, que vem ganhando corpo desde o início deste ano, tem como objetivo desenvolver ações coordenadas que buscam a proteção integral e a promoção de direitos e de apoio às vítimas na perspectiva de atuação do Ministério Público brasileiro. O intuito é facilitar o

acesso à informação e aos canais de acolhimento, além de ampliar as ferramentas disponíveis, humanizar e capacitar a rede de atendimento ministerial, combatendo a revitimização institucional.

OUTRO LADO Por meio de nota, a Braskem informou que, em relação ao caso específico do ex-líder comunitário, a proposta de compensação financeira para o imóvel do qual ele era proprietário residente foi aceita em março de 2021 e paga em abril do mesmo ano, após homologação judicial. “O Sr. Arnaldo foi assistido por advogado que acompanhou todo o processo de compensação e não houve pedido de reanálise da proposta”, informou. Ainda segundo a empresa, até o fim de maio, o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação apresentou 15.178 propostas de compensação financeira aos moradores das áreas de desocupação e monitoramento. Dessas, 13.291 foram aceitas. A diferença entre os dois números se deve ao tempo que as famílias têm para avaliar as propostas ou pedir reanálise. O índice de aceitação das propostas segue superior a 99%, com apenas 62 recusadas, afirmou. No mesmo período foram pagas 11.886 indenizações que, somadas aos auxílios financeiros e honorários de advogados, totalizam cerca de R$ 2,5 bilhões. Além da indenização dos proprietários dos imóveis, o programa também indeniza locatários e comodatários que usem os imóveis para moradia ou para fins comerciais. A empresa explica que, para o cálculo da compensação financeira é utilizado como referência o valor de imóveis semelhantes, com as mesmas dimensões e que estejam situados em bairros que possuem as mesmas características. São também consideradas as benfeitorias, que são relevantes para determinação do padrão construtivo e, assim, somadas ao valor do imóvel. Além disso, a depreciação dos imóveis não é levada em consideração. “As propostas têm ainda como referência as normas técnicas brasileiras que fixam diretrizes e procedimentos para avaliação de imóveis, além de estudos elaborados pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape)”, completa.


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SÃO MIGUEL DOS CAMPOS

PARCERIA ENTRE PREFEITURA E ESTADO GARANTE R$ 195 MILHÕES PARA INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA URBANA Obras vão beneficiar mais de 25 mil moradores dos conjuntos Hélio Jatobá I, II e III

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atual gestão de São Miguel dos Campos vai ficar na história do município como marco para o avanço em obras estruturantes, que garantem à população o acesso a serviços essenciais como rede de abastecimento de água, pavimentação e saneamento. Esta semana, o prefeito George Clemente e seu vice, Dr. Benildo Chagas, assinaram convênios com o governo do Estado para viabilizar a implantação, ampliação e melhorias desses serviços no maior complexo habitacional da cidade, os conjuntos Hélio Jatobá I, II e III, que possuem 8 mil casas e cerca de 25 mil pessoas. Em evento com o governador Paulo Dantas e convidados, como o ex-governador Renan Filho, o

prefeito teve assegurado o repasse inicial de R$ 50 milhões, sendo R$ 30 milhões (de um total de R$ 145 milhões) para os conjuntos residenciais e R$ 20 milhões (de um total de R$ 41 milhões) para a implantação da Avenida do Futuro, rodovia de 5,4 Km que vai criar um novo acesso para integrar as partes alta e baixa da cidade, facilitando a mobilidade para os cidadãos. Esse projeto, realizado através do Programa Pró-Estrada, da Secretaria de Estado de Transportes e Desenvolvimento (Setrand), também foi assinado pela deputada estadual Fátima Canuto e pelo deputado federal Paulão e pela secretária estadual Maria Gevan. O governador Paulo Dantas lembrou no evento que São Miguel dos Campos foi um dos municípios mais afetados com as chuvas torrenciais que caíram no estado no final do mês de maio. No início desta semana, o município ainda contava com 2.421 pessoas desalojadas e desabrigadas pela inundação do Rio São Miguel. Dantas fez referência à assistência dada pelo governo ao Município para ajudar as vítimas das chuvas. “Estivemos aqui e determinamos à Setrand para reconstruir ruas e avenidas, além de garantir às famílias o Auxílio-chuva que já foi pago a primeira parcela e distribuição de cestas básicas “, recordou.

Quanto às obras nos conjuntos Hélio Jabotá, serão investidos R$ 154 milhões do tesouro estadual. O prefeito afirma que são um passo importante para desenvolver o município. O local será beneficiado com drenagem e pavimentação de ruas, além do sistema de esgotamento sanitário e abastecimento de águas em imóveis. “O principal objetivo é garantir mobilidade e segurança resolvendo de maneira definitiva os problemas antigos dessa natureza”, enfatiza Clemente. O governador destacou a importância dos investimentos em São Miguel dos Campos, considerado um município polo de desenvolvimento em Alagoas.


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CIDADE DE TODOS NÓS

Pagamento dos precatórios do Fundef segue realizando sonhos Já com dinheiro em conta, categoria contemplada elogia empenho do prefeito JHC ASSESSORIA

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esde o dia 23 de junho que mais de 11.300 servidores da Educação Municipal começaram o recebimento dos precatórios devidos referentes aos valores do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério). Um antigo sonho que se tornou realidade após o trabalho realizado pelo prefeito JHC à frente do Executivo da capital alagoana. Emanuel Galvão, servidor da Educação Municipal desde 2001, ressaltou a importância da chegada em seu orçamento financeiro de um montante que era considerado perdido por boa parte da categoria. O professor de Artes já está com seu valor em conta. “Foi formidável. Nem esperava. Finalmente chegou. E acredito que todos vão receber. Vamos agora poder usufruir de um direito que sempre foi nosso”, destacou Galvão. São R$ 190 milhões que serão distribuídos entre os profissionais da Educação do Município de Maceió que atuam desde 1998. O direito ao pagamento tem respeitado o princípio da proporcionalidade. Os valores pagos a cada servidor serão depositados diretamente na conta do próprio servidor, por meio do requerimento de solicitação devidamente protocolado na Secretaria Municipal de Educação (Semed). A Semed solicita que os profissionais da Educação que ainda não solicitaram seu pagamento, procurem a sede da secretaria, na Rua General Hermes, 1199 – Cambona. Eles devem estar munidos com a documentação pessoal do servidor (RG, CPF, comprovante de residência e matrícula). O horário de atendimento é das 8h às 17h. Há um núcleo específico para receber toda a demanda no que diz respeito aos precatórios do Fundef. Oito mil contemplados são do quadro do Magistério e 3.300 do setor administrativo. Tudo isso só foi possível, segundo a pasta, após um acordo homologado na Justiça com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) e acompanhado de perto pelo Ministério Público

Estadual. Outra contemplada é Marinei Asenior, professora do quadro da Semed desde 2008. Ela acompanha esta caminhada em prol deste pagamento dos precatórios do Fundef desde então. “Desde 2008 que aguardo e nunca tivemos tais vantagens. Foi uma promessa do prefeito JHC, que foi cumprida. Estou muito feliz, pois este dinheiro vai me ajudar muito. De verdade. Muito contente”, confirmou a professora. Já a professora Ana Lúcia Bezerra da Silva Medeiros sente-se valorizada com o pagamento dos precatórios do Fundef. Servidora desde 1998, ela confessa que nunca imaginou que chegaria a pôr as mãos neste recurso após tanto tempo. “Nunca imaginei que receberia este dinheiro. É um sonho. É muito bom. Dinheiro caiu, já está na conta. Somos servidores. Trabalhamos em prol da comunidade e quando temos este reconhecimento de nossos direitos, trabalhamos bem mais satisfeitos”, diz a servidora Ana Lúcia.

FOTOS DE EDVAN FERREIRA

Prefeito JHC explica aos servidores como é feita a liberação

EMPENHO

Em 2018, quando JHC exercia seu mandato como deputado federal, iniciou-se uma luta histórica pela aprovação do projeto de lei que cedia aos profissionais da Educação o repasse financeiro de um direito assegurado graças à jornada de trabalho da categoria. Agora como prefeito de Maceió, JHC lembrou que houve a necessidade de uma articulação e convencimento para que o projeto sobre os precatórios do Fundef fosse viável e com todos os acompanhamentos dos órgãos de fiscalização. “Depois de uma intensa luta, consegui convencer quem precisava, viramos o jogo e aprovei uma lei para permitir o pagamento. Esta vitória é dos professores. Serão beneficiados mais de 1 milhão de mestres com esse projeto em todo o Brasil, de uma ponta a outra. Somos a primeira capital a respeitar esse processo e liderar o processo no país. Um orgulho por ser condutor dessa conquista histórica”, destacou o prefeito.

Receberão os recursos os profissionais da Educação Básica que estavam no cargo, com vínculo estatutário, celetista ou temporário, durante o período em que ocorreram os repasses a menos do Fundef (19972006), Fundeb (2007-2020) e Fundeb permanente (a partir de 2021).

Também têm direito os aposentados que comprovarem efetivo exercício nas redes públicas escolares nesses períodos, ainda que não tenham mais vínculo direto com a administração pública, e os herdeiros, em caso de falecimento dos profissionais.


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CINEMA

JCV e Sesi se unem para mostrar ao Brasil O Voo da Borboleta Amarela, a história do cronista Rubem Braga O filme de Jorge Oliveira, Pedro Zoca e Ana Maria Rocha estreia em Cachoeiro de Itapemirim (ES), terra onde nasceu o escritor

O ASSESSORIA

Voo da Borboleta Amarela, que conta a história do escritor e cronista Rubem Braga, dirigido por Jorge Oliveira, com codireção de Pedro Zoca, patrocinado pelo Sesi, já tem inscrições aprovadas para festivais de cinema na Europa e no Brasil. Antes de ser visto nesses principais eventos internacionais e nacionais, o documentário terá uma pré-estreia, nos próximos dias 7 e 8, em sessão privada, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, onde nasceu o escritor.

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CINEMA

Fadista portuguesa interpreta música de Caymmi, em Braga, Portugal, de onde veio a família de Rubem

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documentário foi filmado numa fazenda em Muqui, no Espirito Santo, no Rio de Janeiro e na cidade de Braga, em Portugal, e a sua realização deu-se graças à participação do Sesi, que terá o filme também exibido em algumas de suas salas de cinema em diversos locais do Brasil. Segundo o diretor, O Voo da Borboleta Amarela demorou cinco anos para ser produzido, além de mais dois anos de pesquisa para a realização do argumento e roteiro. Durante esse tempo, Jorge Oliveira debruçou-se sobre as dezenas de livros de Rubem Braga, considerado o mais importante cronista brasileiro, autor de mais de 15 mil crônicas. O resultado desse trabalho é um espetacular longa-metragem, com quase 80 minutos de duração, que conta a história de vida do escritor numa cronologia inversa, desde a sua morte, em 1990, até a primeira crônica que escreveu aos 13 anos de idade ainda nos bancos escolares em Cachoeiro de Itapemirim. Contar a vida desse cronista, escritor, poeta, suas aventuras amorosas e sua influência na política brasileira foi um desafio para o diretor e roteirista que contou com a participação de 3 atores para interpretar o personagem no longo período abordado no filme. O filme tem a participação especial do ex-embaixador Lauro Moreira, que interpreta Rubem Braga na maturidade, tem vários pontos em comum com o personagem, além de ter sido próximo dele no Rio de Janeiro onde, em 1950, levou ao teatro a crônica Ai de Ti Copacabana. Como o cronista, Lauro também foi embaixador em Marrocos. Roberto de Martin, ator

Ator Roberto de Martin interpreta Rubem em sua cobertura, em Ipanema, onde existe até hoje um jardim projetado por Burle Max

que já participou de outros filmes de Jorge Oliveira, interpreta Rubem dos 50 aos 30 e aos, período fértil na produção literária do cronista que viveu gloriosos momentos profissionais como correspondente em Paris, como jornalista na cobertura da Segunda Guerra Mundial e lançou vários livros. O Rubem adolescente, que vive suas memórias de menino capixaba, é interpretado pelo jovem ator David Landeiro nascido na mesma Cachoeiro do Itapemirim. Toda a realização e produção do filme teve a coordenação da jornalista Ana Maria Rocha – que também montou o filme com o editor Adelson Barreto. O trabalho de edição, que durou um ano, foi realizado on-line, um avanço tecnológico possível e necessário por causa do isolamento social no período mais drástico da pandemia do coronavírus. Neste período, a jornalista trabalhou em diversos locais, como Alagoas, Espírito Santo, Portugal e Grécia enquanto o editor permanecia em Brasília. “Foi uma experiência muito inovadora e interessante” – afirma a jornalista –Estou acostumada a trabalhar na ilha de edição ao lado do editor. Tivemos que ter muita disciplina por causa das diferenças de fusos horários. Era muito material audiovisual transitando pra lá e pra cá, mas foi um grande aprendizado. O filme também exigiu uma ampla pesquisa de imagens porque Rubem Braga deixou um vastíssimo legado de texto, mas não era muito de se exibir para uma câmera, por isto quando descobríamos uma foto inédita era uma alegria imensa”. O Voo da Borboleta Amarela, título do documentário, foi inspirado na crônica A Borboleta Amarela, um texto primoroso e poético sobre

o corriqueiro voo de uma borboleta no centro do Rio de Janeiro. Rubem Braga, para muitos, iguala-se a Machado de Assis, Lima Barreto, Antônio Maria e tantos outros cronistas que, com seus olhares atentos e aguçados, deixaram ao Brasil o testamento do que existe de mais puro na literatura e na língua portuguesa. Uma característica muito marcante do filme é que todas as falas dos atores são textos do próprio Rubem Braga. Jorge Oliveira explica que fez esta opção porque lhe pareceu óbvio que, em se tratando de um escritor, nada seria mais preciso para falar da vida dele do que ele mesmo havia escrito. “Obviamente isto me deu enorme trabalho na pesquisa e na escolha dos textos que fossem mais representativos. Tive que escolher entre milhares de crônicas as que eram escritas na primeira pessoa e que ele falasse de sua vida pessoal, além de abordar os temas que eu queria colocar no roteiro. Eu escolhi mostrar o Rubem como homem, como pessoa, o amigo, as preferências e seu estilo de vida; quis mostrar o cronista possibilitando que o espectador entre no universo da escrita do Rubem: além disto quis mostrar o repórter, o jornalista, que também é minha profissão. Rubem, na verdade, já fazia suas matérias jornalísticas como cronista e isto é ressaltado no filme pelo crítico literário Francisco Aurélio Ribeiro, conterrâneo do escritor. Como roteirista tive o cuidado de escolher as crônicas e costura-las com os meus textos que são interpretados pelo ator brasiliense Similião Aurélio, que hoje mora na Alemanha.

Animação do filme: Rubem com Tônia Ca com quem passeava de carro anonimame pelas ruas do Rio de Janeiro Apesar de suas vivências cosmopolitas em grandes cidades do mundo, de cargos representativos que exerceu como embaixador em Marrocos e cônsul no Chile, Rubem Braga nunca deixou de ser um homem do interior. Era um homem ligado à natureza e manteve-se fiel às suas origens, pois tinha receio que lhe escapasse a sabedoria dos homens simples da roça. Esteve sempre ligado às raízes da sua pequena Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo”.

m do Sou um homem a cerinterior, tenhoouinterior, ta emoção d que eu às vezes pensogoiano. merecia ser No filme O Voo da Borboleta Amarela é através da janela da sua infância que Rubem descortina os fatos relevantes de sua vida singular. Por suas crônicas, ele é o próprio observador do tempo vivido, revendo os episódios que marcaram sua história de grande cronista do cotidiano de importância ímpar para a literatura brasileira. Rubem Braga conviveu com os grandes intelectuais de sua época e no Brasil, a cobertura de seu apartamento em Ipanema, que serviu de cenário para o filme Terra em Transe de Glauber Rocha, era frequentada pela nata cultural e artística

Jorge Oliveira, o diretor, e o ator Roberto de Martin


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om Tônia Carrero anonimamente

Jorge Oliveira, o diretor, e o ator Roberto de Martin

Jorge Oliveira em gravação na Cinelândia

do Rio de Janeiro, artistas da vida cultural e boêmia do Rio como Chico Buarque de Holanda, Tom Jobim, Danuza leão, Rita Lee, Samuel Wainer, Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Thiago de Melo, Paulo Mendes Campos, Clarice Lispector, Pablo Neruda, Márcio Moreira Alves, Millôr Fernandes, Carybé, Ana Maria Machado, Tônia Carrero, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Entre seus interlocutores mais íntimos, o cronista tinha predileção por três: Graciliano Ramos, Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi, a quem definiu certa vez com muita graça: “Existem três tipos de velocidades na natureza: rápida, lenta e Dorival Caymmi”. “Em homenagem a esta amizade e também para lembrar a origem portuguesa da família Braga, fizemos um clip musical dentro do filme com a fadista Cristina Clara, que interpreta na belíssima cidade de Braga. No norte de Portugal, a música ‘Nunca Mais’ de Dorival Caym-

mi em ritmo de fado. O arranjo, que emocionou os músicos portugueses que participaram da gravaçao, é do jovem maestro João Ventura, brasileiro que está fazendo enorme sucesso na Europa, que já se apresentou com a cantora Madonna em NY. João Ventura, que é brasileiro, também assina a trilha sonora original do filme. A música ‘Ai de Ti Copacabana’, composta por Alceu Valença inspirado na famosa crônica de Rubem, também está presente ao filme na voz do próprio compositor”, conta Oliveira. O filme mostra que já no final da vida, Rubem Braga continuou a receber os amigos em animadas conversas regadas a bom uísque, na sua cobertura na Rua Prudente de Moraes, deitado em sua rede, cercado pelo jardim de Burle Max, o único do gênero implantado no 12º andar de um prédio em Ipanema. O escritor, no entanto, teve a ousadia de transformar o jardim em um pomar repleto de árvores frutíferas, o que lhe valeu o título de Fazendeiro do Ar.

O ator Lauro Moreira, que interpreta Rubem aos 70 anos de idade, na janela de uma fazenda em Muqui, no ES, onde se passa a maior parte da história do filme Ali, o autor se inspirou para escrever as mais belas crônicas sobre a vida do Brasil e dos brasileiros, traçando uma radiografia de comportamento da política e do cotidiano que transpôs o simples gênero da crônica para um estudo sociológico e antropológico dos costumes sociais do país. Quando escrevia, Rubem tinha a esperteza de um predador, e, ao lidar com os amigos, a fama de um urso brabo. Rubem Braga tornou-se um solteirão convicto depois que se separou de Zora, com quem teve um único filho. Apaixonava-se facilmente por belas mulheres. Porém, satisfaziase com amores platônicos. Era capaz de contemplar por horas a fio, numa mesa de bar, a beleza de uma mulher por quem acabara de se apaixonar fosse ela solteira ou casada. Homem de pouca conversa – ou quase nenhuma –, flertava em silêncio. O seu olhar intenso era a marca do conquistador misterioso e enigmático. Tinha preferência por mulheres casadas pela certeza de que à noite dormiria sozinho. A grande paixão do escritor foi a atriz Tônia Carrero com quem teve um relacionamento estreito, mas não chegaram sequer a morar juntos. Rubem soube bem aproveitar a vida. os amores, os amigos, a boemia. Sempre com a preocupação de não dar trabalho a ninguém, ele também organizou todos os passos necessários antes de sua morte. Em uma das crônicas, que está no filme, ele narra a visita que fez ao crematório de Vila Alpina, em São Paulo, quando foi encomendar a incineração do seu próprio corpo, depois de um diagnóstico de câncer na laringe que o mataria naquele mesmo ano, em 1990.

Num momento de licenciamento poético do diretor, Jorge Oliveira rodou a cena final do filme no Rio Itapemirim, tendo ao fundo o Pico do Itabira, exatamente como recomendou Rubem Braga. Só que quem joga as cinzas sobre as águas do rio é o Rubem criança, uma alegoria de que a vida do escritor se preserva por seus milhares de textos. O Voo da Borboleta Amarela tem apenas três entrevistados, os três capixabas, o escritor e crítico literário Francisco Aurélio Ribeiro, a escritora Maria Elvira Tavares Costa, especialista na literatura de Rubem, e o músico Afonso Abreu Braga, sobrinho de Rubem que conviveu com ele por longos períodos no apartamento de Ipanema. As crônicas Ai de Ti Copacabana e a Borboleta Amarela, ambas gravadas no Rio de Janeiro, são interpretadas pelos atores Daniel Braga, neto de Rubem Braga; Isabel Monteiro, Iléa Ferraz, Júlia Oristano e Allan Fróes. O filme ainda homenageia as crianças com a crônica infantil de Rubem Braga, o Menino e o Tuim, realizada em animação pela designer Anitta Bustamonte, no Chile. As cenas rodadas em Braga, cidade ao norte de Portugal, de onde veio a família para o Brasil, em 1870, é uma homenagem ao próprio escritor que registrou a sua origem lusitana em uma de suas crônicas: Venho de famílias portuguesas, não digo pobres, mas de condição modesta, gente honrada e trabalhadora que, pelejando através dos séculos no cabo da enxada ou atrás do balcão, nunca teve tempo para se fazer gentleman ou ladies (...)


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FORÇA-TAREFA ASCOM/CREA-AL

Profissionais passaram por treinamento no final de maio com vistas à fiscalização que será simultânea em todo o Nordeste

Hospitais de Alagoas serão fiscalizados pelo Crea-AL na próxima terça-feira Creas de todo o Nordeste se unirão em Dia D de grande operação de fiscalização em hospitais e clínicas de saúde ASSESSORIA

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inverno chegou e com ele o aumento de casos de síndromes gripais, ligando o alerta sobre uma pandemia que ainda não acabou. Preocupados com a infraestrutura dos hospitais que estão novamente lotados, equipes de fiscalização dos Conselhos de Engenharia e Agronomia (Crea) de todo o Nordeste criaram o “Dia

D”, data em que visitarão estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) com o objetivo de combater o exercício ilegal da profissão em casos de instalação e manutenção de equipamentos utilizados diariamente por médicos, enfermeiros e auxiliares, entre outros. A força-tarefa será realizada na próxima terça-feira, dia 5, unindo agentes dos 9 estados da região Nordeste em mobilização sincro-

nizada entre as entidades. Em Alagoas, o ponto de partida será no Hospital Memorial Arthur Ramos, na Gruta, a partir das 9h. A iniciativa se deu após determinação do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) para que os conselhos ampliassem a fiscalização nesses empreendimentos que demandam serviços de Engenharia com objetivo de proteger a vida, tendo como principal

meta a inspeção de 100% dos hospitais do país. A presidente do Crea-AL, engenheira civil Rosa Tenório, explica que o momento requer uma nova atenção aos empreendimentos de saúde, que infelizmente atravessam uma nova onda de internamentos. “A ideia é não apenas uma prestação de serviço, mas também um resguardo para a população. Há um forte crescimento nos casos e precisamos dar a garantia de que a infraestrutura e maquinário desses hospitais estão sob supervisão de profissionais capacitados e habilitados pelo Crea. Essa é uma preocupação nacional e por isso unimos todos os Creas do Nordeste para que, em conjunto, possamos defender a sociedade”, disse. A instalação e a manutenção dos equipamentos hospitalares têm que ser feitas com a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de engenheiros devidamente habilitados pelo Crea-AL, para que assim possa haver a garantia da segurança desses serviços. Este é o caso, por exemplo, dos equipamentos de diagnóstico por imagem como Ressonância Magnética (RM), que devem ser instalados e ter suas manutenções em conformidade com o fabricante sob a responsabilidade técnica de profissional capacitado e registrado. De acordo com o gerente de Fiscalização do Crea, engenheiro civil Igor Balbino, o período delicado que o sistema de saúde enfrenta requer todo cuidado e segurança possível, e esta ação de fiscalização visa oferecer este tipo de garantia. “Seguimos um vasto checklist das atividades tangentes ao nosso sistema que são executadas nos hospitais e que têm importância vital para o bom funcionamento dos estabelecimentos. A ideia é apurar os registros e contratos, e ter certeza que a sociedade pode usufruir destes serviços com segurança”, concluiu.


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PEDRO OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR - A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano. (Voltaire)

Segredos na Petro-

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e a CPI da Petrobras vingar, um conhecedor da estatal diz que os deputados encontrarão rico material com Roberto Castello Branco, ex-presidente. Ele costuma descrever, em detalhes, as pressões ilegítimas que sofreu de Bolsonaro e seus ministros. Castello Branco disse em uma reunião da estatal, por exemplo, que recebeu pressões de um ministro do governo para ampliar a verba de publicidade a uma emissora de TV amiga do governo. AGENCIA BRASIL

Ganhou Arthur Lira

Na disputa que antecede as eleições, o embate entre o senador Renan Calheiros e o deputado Arthur Lira segue a cada momento com novas emoções. O episódio da semana foi a volta da deputada Jó Pereira como candidata a vice na chapa de Rodrigo Cunha. Depois de longa batalha de bastidores, o vencedor foi Lira, que segue como o todo poderoso.

En petit comité

Encontrei casualmente com o deputado Arthur Lira, que estava comemorando o seu aniversário com um seleto grupo de amigos em um restaurante na Ponta Verde. Veio gentilmente me cumprimentar e pude constatar: está disposto, confiante e preparado para o embate que se aproxima.

Collor sendo Collor

Ninguém faturou eleitoralmente com a vinda do presidente Bolsonaro a Alagoas como o senador Fernando Collor. Estava em todos os lances e tornou-se oficialmente o candidato preferido dos bolsonaristas, aplaudido e aclamado. Se esse peso se refletir em votos, que se cuidem os adversários, pois poderá se tornar a grande surpresa das eleições. ITAWI ALBUQUERQUE

Conivente com o crime

Pedro Guimarães, o pervertido ex-presidente da Caixa Econômica Federal, tem uma vida pregressa nada abonadora e todo mundo sabia disso. Foi demitido de um grande banco justamente por ato de assédio sexual e agressão a uma funcionária em uma festa de confraternização. Os órgãos de governança e elegibilidade do governo e o presidente da República sabiam e esconderam os crimes. Agora, com várias denúncias e testemunhos de mulheres por ele assediadas, todas funcionárias ligadas ao seu gabinete, como se diz no jargão policial, “a casa caiu” e o caráter marginal do amiguinho do presidente foi revelado ao país. Em um governo sério teria sido demitido sumariamente, mas em se tratando do que temos aí, foi-lhe dado tempo de pedir demissão, o que jamais deveria ter acontecido. Que a justiça se encarregue de colocá-lo em seu devido lugar: a cadeia.

São João arretado

A Prefeitura de Maceió realizou o que prometeu: o maior São João do litoral brasileiro. Trouxe grandes atrações, muito organizado e com público recorde diante de qualquer evento aqui já realizado. Um fato que merece destaque: a cobertura da programação pela imprensa graças ao incansável trabalho profissional e competente de Lininho Novais [Secom] e sua equipe.

Não pegou bem

Na programação de visita de Bolsonaro dois incidentes desnecessários que saíram do controle dos personagens e pegaram mal. O palavreado chulo do prefeito Benedito de Lira, discutindo com uma pessoa da plateia em seu discurso, e a irritação e confronto do prefeito JHC, ao receber vaias do público. Até parecia que eram amadores na política.

Os caminhos de Rui

Nenhum outro candidato a governador tem corrido trecho igual a Rui Palmeira. Interior afora tem conquistado apoios importantes de lideranças expressivas entre prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e comitês jovens que vão se formando e mantendo ações de campanha, defendendo a sua candidatura. Me faz lembrar a campanha de 1998, na qual Ronaldo Lessa e Heloisa Helena foram eleitos governador e senadora sem contar com apoio de nenhum deputado estadual ou federal e prefeitos do interior.


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Tique-taque...

ELIAS FRAGOSO n Economista

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iz o ditado que prevenido zomba do tempo. Não é o que parece em certos casos. Nesta semana assisti na Netflix a um documentário sobre uma série de atentados ocorridos em Londres na década de 1990. E me chamou vivamente a atenção o comportamento das pessoas que em depoimentos relataram em detalhes o ocorrido. Ao descobrirem uma bolsa abandonada no meio de uma feira livre que do seu interior emitia um tique-taque alto e ritmado, as pessoas, ao invés de adotarem o procedimento correto de se afastar e avisar a polícia, se reuniram em torno da bomba para elucubrar

possibilidades sobre o que fazer com ela. E enquanto isso, tique, taque, tique, taque... Uma senhora feirante relata que após se aproximar e constatar pelo som que aquela bolsa poderia conter uma bomba, retornou à sua banca de verduras e...continuou a vender seus produtos como se nada estivesse acontecendo e tampouco avisando aos fregueses e pessoas que circulavam por lá. Outro relato indicou que enquanto as pessoas estavam lá discutindo o que fazer com a provável bomba, um ladrão de feira se aproximou e rapidamente – na frente de todos – retirou a bomba da valise que a escondia e roubou a bolsa, deixando a bomba e seu cadenciado tique-taque, tique-taque à vista de todos. Somente aí alguém teve a ideia de chamar a polícia. Que, tardiamente, não teve como impedir a bomba de explodir ferindo dezenas de pessoas que não haviam se afastado suficientemente e poderiam ter morrido... Notem: as pessoas desconfiavam que o tique-taque poderia ser de uma bomba, depois

Vontade de ver de novo

NELSON FERREIRA n Jornalista

A

s festas juninas se foram e deixaram como sempre boas recordações. Resguardado por doses de vacina e devidas precauções, o povão se divertiu a valer na época de homenagear os santos católicos Santo Antônio, São João e São Pedro. Se procurarmos as origens do ritual de nossas festas juninas vamos nos perder nas várias histórias ao longo de séculos. Dizem os entendidos em cul-

tura genérica que tudo começou na França, no século XII, e não tinha nada a ver com os santos católicos e sim com maus espíritos que ameaçavam as colheitas de frutas no início do verão francês. O jeito de combatê-los era espalhar fogueiras pelos campos e cantar rezas que os afastassem das plantações. Quando o Cristianismo avançou por toda a Europa esse ritual virou festa e mudou de lado, incorporando-se ao calendário católico. Aqui no Brasil, os santos Antônio, João Batista e Pedro tornaram-se protagonistas de festas criadas em seu louvor pelos padres jesuítas no período de colonização do Brasil. As manifestações populares em homenagem a esses santos, durante o mês de junho, caíram no gosto da população e rapidamente se espalharam por todo o país. No Rio de Janeiro, nos meus tempos de criança, o Dia de São João era uma data especial, sempre comemorada em casa com parentes e amigos. Naquela época, era comum as famílias se reunirem e

tiveram certeza ao meliante roubar a bolsa onde ela estava escondida e, ainda assim, muita gente permaneceu próximo dela, mesmo quando a polícia chegou, ferindo-se gravemente! Durante essa semana, uma noticia correu o mundo dando conta de que um acidente com um container que carregava cloro no seu interior havia sofrido um acidente no porto da Jordânia, no Oriente Médio, e que por conta do acidente morreram 10 pessoas e 250 outras ficaram feridas. E foi apenas um micro acidente com um único container com cloro... Em Maceió, autoridades dos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) e políticos vêm, reiteradamente, fazendo vistas grossas à presença de uma indústria cloroquímica operando DENTRO da cidade. Com todo o perigo potencial que isso acarreta para a saúde e a vida de centena de milhares de pessoas ao alcance do cloro e outras substâncias altamente tóxicas que são produzidas pela empresa

festejarem o dia do santo com a casa cheia de gente. Durante anos, foi assim. Momentos que guardo na memória com muito carinho. A cada novo São João, eu lembro dos antigos. Em especial das suas noites que tinham cheiro próprio e único. Ainda hoje posso senti-lo sem conseguir explicá-lo. Talvez o resultado da mistura da fumaça da fogueira com a dos fogos de artifício. Tempo sempre feliz, o São João era aguardado com a mesma ansiedade que se tinha pela chegada do Natal. As casas enfeitadas com bandeirinhas de papel colorido mantinham sua fogueira acesa, que iluminava o jardim, assava espigas de milho e batata doce. Canjica, pé de moleque e cocada corria solto. Nunca faltava música e quadrilhas. Esse cenário tinha por cobertura um mundão de céu limpo recheado de estrelas e balões “japoneses, bonitos e inofensivos”. Hoje, tudo é bem diferente. O aparente saudosismo do texto é apenas uma forma de

DENTRO de Maceió, em caso de acidente grave. O que fatalmente nos leva a uma analogia com a bomba londrina dos anos 1990. Mas com uma diferença. Lá as pessoas demoraram, mas chamaram a polícia. Por aqui grande parte dos que moram, trabalham, estudam ou usam as vias próximas à indústria química de grande porte como passagem obrigatória, são “tranquilizados” desde sempre por uma enormidade de mensagens esculpidas milimetricamente pela empresa para edulcorar o perigo potencial que a cidade vivencia cotidianamente. Lá os cidadãos que não se preveniram, não puderam zombar do tempo. Como será por aqui se acontecer um desastre de grandes proporções na indústria? O pior é que empresa e autoridades sabem haver espaços adequados para a relocalização da Braskem, que isso irá reduzir a sua rejeição no estado. Mas nada fazem. Insistem no cinzento. Só nos resta alertar e denunciar. E rezar para que nada de ruim aconteça.Tique-taque...

questionar nossa atual maneira de comemorar as festas juninas, que, inseridas em milionários planos de marketing, perderam muito do seu significado e do seu encanto. A maioria das pessoas prefere ver as festas juninas pela televisão, onde quadrilhas com fantasias estilizadas, ricamente produzidas, apresentam-se diante de severos julgadores. Por vezes, os grupos lembram alas de escola de samba. Mas há também quem não abra mão dos apertos e empurrões em grandes espaços abertos com shows de artistas caipiras e sertanejos. É isso aí. Afinal, os tempos são outros. Os vestidos de chita foram trocados por fantasias cobertas de lantejoulas. Até o velho chapéu de palha mudou o estilo. Agora leva um banho de spray colorido e é enfeitado com missangas coloridas. Há que se respeitar a modernidade e a evolução dos tempos. A dúvida é se tanta criatividade vai deixar saudade, que por feliz definição é “vontade de ver de novo”.

Como será por aqui se acontecer um desastre de grandes proporções na indústria? O pior é que empresa e autoridades sabem haver espaços adequados para a relocalização da Braskem, que isso irá reduzir a sua rejeição no estado. Mas nada fazem.

A cada novo São João, eu lembro dos antigos. Em especial das suas noites que tinham cheiro próprio e único. Ainda hoje posso senti-lo sem conseguir explicá-lo. Talvez o resultado da mistura da fumaça da fogueira com a dos fogos de artifício. Tempo sempre feliz, o São João era aguardado com a mesma ansiedade que se tinha pela chegada do Natal.


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Em busca da educação perdida

CLÁUDIO VIEIRA

n Advogado e escritor

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prendi na infância, o que veio a ser consolidado na adolescência e na juventude, que há basicamente dois tipos de educação: aquela dos bancos escolares, e a outra recebida em família. A primeira, a educação dos bancos escolares, também chamada acadêmica, nem sempre é verdadeiramente educação. Muitas das vezes é apenas instrução. Aprende-se a língua pátria, a

matemática, a história, a geografia, a química, a física, a biologia etc., etc. Como disse antes, às vezes isso é apenas instrução. Para se transformar em educação, necessita de mestres, ou educadores. Esses irão complementar, de forma propedêutica, os ensinamentos que a criança recebe em família desde que nasce. Às vezes essa educação familiar, ou doméstica, também não é exatamente aquilo que deveria ser para a formação de personalidades e caracteres. A simbiose entre a educação doméstica e a propedêutica, uma complementando, e até corrigindo a outra, é que molda, lapida, dá forma ao adulto que a sociedade humana necessita. Lamentavelmente, desde aqueles tempos da minha infância, já longínquos devo reconhecer, a educação foi se perdendo na modernidade descompromissada com a formação do caráter. Não que todos

A velhice está chegando

ALARI ROMARIZ TORRES n Aposentada da Assembleia Legislativa

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stou ficando velha, digo eu. Minha filha mais velha ri e pergunta: “Com oitenta e um anos ainda está ficando velha, mãe”? Na realidade, quero acreditar que ainda não sou tão idosa. No Brasil, as pessoas com mais de sessenta anos não são devidamente respeitadas. Observo alguns lances do tipo: ela não enxerga bem; ele não ouve bem; aqui, acolá, ele dá um “chilique” e precisa ser hospitalizado; devemos cuidar dos dois. E sinto que os filhos têm razão. De repente, liga um filho de fora, preocupado com os pais velhinhos. Tudo bem? E a pressão do papai? Sua vista melhorou? Respondo com tranquilidade e penso: Graças a Deus, a cabeça funciona bem e tocamos

a vida com calma. Estávamos os dois esperando um banco abrir e ficamos no fim da fila. Veio uma jovem senhora e pediu que fôssemos para frente de todos. Ficamos emocionados, mas a primeira da fila, uma jovem de uns quarenta anos, não nos deixou passar. Contrastes da vida! No mesmo dia, chegamos no “Velho Sindicato” e um servidor que está lá desde o tempo em que eu fui presidente, chegou perto de mim e de outra amiga oitentona e disse: “Inspiro-me em vocês para viver uma boa vida”. Obrigada, João Batista! Recentemente, participei da campanha eleitoral do “Velho Sindicato”. Trabalhei por mais de quarenta dias para não entregar nossa entidade a pessoas desavisadas. Até eu me assustei com a rotina pesada durante tanto tempo. Fui xingada, agredida verbalmente, a pressão e a glicose subiram, mas cheguei viva na eleição. E saímos vitoriosos! Aguentei o tranco e no dia da posse de nossos candidatos, o meu prêmio foi ouvir a minha neta cantar em nossa casa de trabalho pelos servidores do Legislativo. Uma irmã dizia que eu era defensora dos idosos em primeiro lugar, sem segundo. E agora que vivo o problema, vejo o res-

os jovens sejam mal formados. Graças a Deus, a grande maioria absorve todas as informações educativas, sejam da família ou das escolas, e se tornam adultos trabalhadores, respeitosos, éticos, interessados e empenhados na formação de uma sociedade futura que venha a abrigar seus filhos e os filhos dos seus filhos. Outros, infelizmente, nada aprenderam de respeito, de ética, de bons costumes, e têm uma educação doméstica deficiente, embora possam até ser inteligentes, ou espertos, ou até conhecedores das disciplinas escolares. Essas observações vêm a propósito da linguagem utilizada por alguns candidatos em suas propagandas. Pode até ser moderninho, tal linguajar, bem ao gosto de uma parcela da juventude descompromissada, mas são absolutamente desrespeitosos aos bons costumes. O candidato

peito de uns e o desrespeito de outros por pessoas mais velhas, fico sempre defendendo as idosas. Outro fato irritante é a exploração de avôs e avós por filhos e netos desocupados. Eles, os algozes, viram procuradores dos parentes, se apossam dos cartões do banco para administrar os proventos e tirar empréstimos consignados. Além de tudo, ainda tratam mal seus provedores. Achei engraçado um moço de mais de quarenta anos que perdeu a mãe e queria receber a pensão da coitada. Fatos dessa natureza me deixam triste. Converso sempre com colegas aposentados e sinto insegurança no que dizem. Quando perguntamos algo, vem a resposta: “Vou falar com meu filho ou meu neto”. E nada resolvem sem eles. Certa feita, um colega nosso usou o Facebook para zombar dos aposentados do Legislativo. Vários companheiros me procuraram para contar o fato. Aborrecida, usei o mesmo “face” para defender os companheiros inativos. “Foi uma brincadeira”, disse o gaiato. Mas, ofendeu bastante os velhinhos. Quando me chamam de velha, respondo que quem não morre cedo, vira longevo. Por

pode até ser pessoa de altos cargos, de sucesso na política, de poder no País. Todavia, não aprendeu, seja na escola, e ao que parece na família, que o respeito é uma das exigências para o bom convívio social. Tenho me perguntado como o eleitor poderá votar em um candidato que usa palavras de baixo calão em suas propagandas? Mesmo que tais palavras sejam usadas à boa miúda, entre grupos de amigos, a sociedade não está para ouvir palavrões de seus representantes. E devemos nos perguntar o que tal político poderá oferecer no exercício dos seus cargos públicos, senão arrogância, desrespeito, e desconsideração com os seus concidadãos, seus eleitores ou não, mas socialmente por ele representados. Parece que a política de nossos dias foi contaminada pelo que de pior educação existe.

ironia da vida, perdi um filho com 54 anos, estando eu com 81. Em alguns países, os velhos são respeitados e viram conselheiros. No Brasil, não ocorre tal fato. Vemos poucas pessoas da “melhor idade” ainda trabalhando. Respeito muito o Léo Batista, da TV Globo, que já tem mais de noventa e não se aposentou. Que Deus o conserve lúcido! Em compensação, tenho amigos e amigas, da minha idade, ou mais novos, que já saíram do ar há muito tempo. Visito sempre uma amiga querida, muito doente, completamente atingida pelo “alemão”. Uma mulher forte, que criou os filhos com tanto sacrifício e não conseguiu aproveitar os últimos anos de vida. A vida é uma passagem que Deus nos concede para ficarmos na terra. Precisamos aproveitar tal período com sabedoria, usando e abusando do presente recebido do Criador, pois não sabemos o dia de nossa partida. Daí, porque devemos exigir dos mais novos o respeito e a obediência. É irritante ver um jovem gritar com um idoso. Dá vontade de dizer: Reze para não chegar aos oitenta ou noventa anos ouvindo desaforo. Gosto de ser idosa e ativa!

Tenho me perguntado como o eleitor poderá votar em um candidato que usa palavras de baixo calão em suas propagandas? Mesmo que tais palavras sejam usadas à boa miúda, entre grupos de amigos, a sociedade não está para ouvir palavrões de seus representantes.

Outro fato irritante é a exploração de avôs e avós por filhos e netos desocupados. Eles, os algozes, viram procuradores dos parentes, se apossam dos cartões do banco para administrar os proventos e tirar empréstimos consignados. Além de tudo, ainda tratam mal seus provedores.


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VALORIZAÇÃO

JUNQUEIRO RECEBE INVESTIMENTOS NA EDUCAÇÃO E HABITAÇÃO POPULAR

Prefeito Cícero Leandro anuncia reajuste salarial para professores e inaugura com o governador Paulo Dantas escola estadual com horário integral

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área da educação tem recebido uma atenção especial da gestão municipal de Junqueiro, no Agreste de Alagoas. No final de junho, o prefeito Cícero Leandro Pereira da Silva anunciou o plano de reajuste salarial para os professores, que prevê 29% de aumento até o final do ano. Além disso, os profissionais do apoio administrativo da área foram beneficiados com o realinhamento nas progressões horizontais, passando a ter o salário mínimo como piso inicial da carreira. Esta semana, o município inaugurou a Escola Estadual Maria Liége de Albuquerque Tavares, que recebeu nova estrutura através do Programa Minha Escola Nova, com investimentos de R$ 5 milhões do tesouro estadual. O novo equipamento vai atender 780 alunos em dois turnos (matutino e vespertino) e 390 alunos em período integral. A estrutura completa conta com espaços de convívio, refeitório e biblioteca, além de ginásio poliesportivo com quadra coberta. “Essa escola será uma rede da educação que vai levar conhecimento para muitos alunos de Junqueiro. Vai capacitar os nossos alunos para o futuro, pois acredito plenamente que é através da educação que nós teremos um estado que consegue avançar mais e promover mais investimentos. O governo

trabalha integrado com todas as prefeituras”, disse o governador. Outras 17 escolas estão sendo construídas através do programa em Alagoas. Maria Liége de Albuquerque Tavares era viúva do ex-governador José Tavares e mãe do ex-prefeito de Junqueiro, Raimundo Tavares. No evento, Paulo Dantas e Leandro Silva assinaram um convênio para construção e reforma de 312 residências, sendo 12 delas como “casa modelo”, nas quais serão substituídas por alvenaria as paredes de taipas ainda existentes em imóveis no município. Serão investidos cerca de R$ 3,8 milhões na iniciativa. A Prefeitura de Junqueiro também recebeu do Estado, através do Programa Fortalece Alagoas, uma ambulância e um veículo compactador de lixo.


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EDIÇÃO 2021

Alagoas sobe 2 posições no Ranking de Competitividade dos Estados Estado aparece entre os últimos do País no quesito Sustentabilidade Social BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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lagoas ficou na 13ª posição na lista dos Estados brasileiros mais competitivos do Brasil, segundo o Ranking de Competitividade dos Estados 2021, divulgado na semana passada pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Um ano antes, Alagoas havia ficado na 15ª colocação. O estudo analisa 86 indicadores, divididos em 10 pilares: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação. A última edição do relatório revela também uma melhoria regional para Alagoas. Enquanto em 2020 o estado aparecia como o terceiro mais competitivo do Nordeste, no ano passado ficou atrás apenas do Ceará, que aparece como o 12º mais competitivo do Brasil. Entre os destaques que fizeram o estado crescer duas posições está o fator de Capital Humano, analisado pelo estudo. Enquanto o Distrito Federal permanece como a UF mais bem colocada, Alagoas aparece agora entre os estados que tiveram os maiores avanços de posição, no pilar, saltando da 21ª para a 5ª colocação. Além de Alagoas, Maranhão (+12), atingindo a 8ª posição e Piauí (+10), na 14ª colocação, foram os que mais subiram no ranking nesse pilar. Em contrapartida, as UFs com maiores quedas de posição foram Santa Catarina (-10), Mato Grosso do Sul (-9) e Mato Grosso (-9). Outro ponto positivo que levou Alagoas a subir foi o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), presente no pilar Educação. Junto a Pernambuco, o estado apresentou ganhos, com

avanço de 2 colocações cada — ambos exibiram melhora relativa nos indicadores de IDEB e Índice de Oportunidade da Educação, além de Alagoas ter avançado 1 posição em Avaliação da Educação. São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais seguem ocupando, nessa ordem, as primeiras posições no pilar de Educação. São Paulo é o primeiro colocado nos indicadores de Avaliação da Educação, IDEB, ENEM, Índice de Oportunidade da Educação e Taxa de Frequência Líquida do Ensino Médio. A Bahia exibiu o maior avanço de posição no pilar, com salto de 3 colocações e também apresentou melhora relativa nos indicadores de Avaliação da Educação, IDEB e Índice de Oportunidade da Educação. Vale ressaltar que, em meio ao contexto de pandemia da covid-19 no País, há possibilidade de dados autorreportados pelos governos estaduais, esta-

rem subnotificados. A Taxa de Frequência Líquida do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Infantil não foram compilados nesta última edição e foram adiados para a pesquisa que será realizada este ano. PONTOS NEGATIVOS Embora tenha crescido em alguns índices que levam em consideração o Capital Humano e a Educação, o relatório revela que Alagoas precisa melhorar alguns pontos essenciais caso queira crescer nas próximas edições do ranking. Entre os pontos considerados medianos estão o nível de Sustentabilidade Social, Inovação, Eficiência da Máquina Pública, Destinação do lixo e tratamento de esgoto. Em todos esses fatores o estado teve avaliação mediana pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Chama atenção entre os fatores que precisam melhorar a Sustentabilidade Social, fator

que Alagoas aparece na 22ª posição do Brasil e como o segundo pior estado do Nordeste, à frente apenas do Maranhão. O pilar tem como objetivo mensurar o grau de eficiência da atuação governamental para minimizar a vulnerabilidade do indivíduo em diferentes estágios da vida. Nessa concepção, a qualidade de vida é resultado de uma combinação de ações governamentais que permitem o acesso aos direitos fundamentais e sociais para o conjunto da população. As UFs mais bem colocadas foram SC, DF e SP, nesta ordem. Em relação à edição passada, Santa Catarina segue como o primeiro colocado e o Distrito Federal passou da 3ª para a 2ª posição, ocupando o lugar de São Paulo. O estado catarinense ocupa a 1ª colocação nos indicadores de Desigualdade de Renda, Formalidade do Mercado de Trabalho, Inserção Econômica, Inserção Econômica dos Jovens, Mortalidade na Infância e Cobertura Vacinal.


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ECONOMIAEM PAUTA Festas proibidas

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Impasse da gasolina DIVULGAÇÃO

Airbnb, plataforma online de locação de imóveis, anunciou esta semana a proibição da realização de festas feitas por hóspedes nas acomodações cadastradas. A medida havia sido colocada em prática de forma temporária em 2020, no auge da pandemia de covid-19, para conter aglomerações e, por consequência, a disseminação da doença. A suspensão de festas nos imóveis cadastrados na plataforma, agora, será permanente e válida em todos os mercados em que a empresa atua, o que inclui o Brasil.

99Moto

A empresa de mobilidade e tecnologia 99 anunciou esta semana a expansão da modalidade 99Moto para mais 30 cidades brasileiras, entre elas Maceió. Além disso, a companhia também abriu o cadastro para novos motociclistas parceiros que desejem trabalhar nas regiões disponíveis. Os motociclistas que desejam se tornar parceiros já podem se cadastrar no próprio aplicativo da 99, bastando clicar em “Quero ser motorista”.

n Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

DIVULGAÇÃO

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Terminou sem consenso a primeira reunião realizada esta semana de conciliação organizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar resolver o impasse entre o governo federal e os estados, entre eles Alagoas, na cobrança do ICMS sobre os combustíveis. Os representantes estaduais apresentaram propostas, e a União se comprometeu a dar uma resposta em 24 horas, mas nada foi feito e uma nova reunião deve ser marcada para os próximos dias.

Luz no fim do túnel

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

A conta de luz pode ficar mais barata com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) da norma que disciplina a devolução de tributos recolhidos de forma indevida pelas prestadoras de serviço público de distribuição de energia elétrica. A medida, em teoria, vai permitir redução na conta de luz com a devolução dos créditos tributários cobrados dos consumidores. O projeto de lei foi aprovado no Congresso em 7 de junho e faz parte da ofensiva dos parlamentares para reduzir os preços de energia e de combustíveis.


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PIXAB AY

PELO RALO

Alagoas desperdiça 34% da água tratada

Em Maceió, 59,67% da água não chega aos consumidores JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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m Alagoas, onde parte da população precisa ser abastecida por carros-pipas, 33,98% da água tratada produzida no estado não chega aos reservatórios dos consumidores finais. Ela se perde pelo caminho por vazamentos devido à precariedade nas tubulações, erros de medição e consumos não autorizados, o popular furto de água. Só em Maceió, a perda registrada chega a 59,67%, deixando a capital em nono lugar dos grandes municípios que mais desperdiçam, como: Porto Velho, em Rondônia, (84,01%); Macapá, capital do Amapá, (65,24%); Pelotas, no Rio Grande do Sul, (61,12%); Mossoró, no Rio Grande do Norte, (60,04%); Paulista, em Pernambuco, (61,12%); São Luís, no Maranhão, (59,83%); e Rio Branco, Acre, (59,68%). A constatação é do estudo Perdas de Água Potável: Desafios para Disponibilidade Hídrica e Avanço da Eficiência do Saneamento Básico no Brasil, realizado pelo Instituto Trata Brasil, divulgado no início de junho. No indicador de Perdas de Água por Estado, Alagoas empata com o Paraná. Por outro lado, está abaixo da média nacional. Em termos de Brasil, o desperdício da água tratada chega aos 40,14%. Os dados refletem o ano de 2020. Apesar do percentual alarmante, Alagoas ainda “tem” o que comemorar. É o estado nordestino que menos apresenta desperdício. Para se ter uma ideia, Maranhão desperdiça 59,90% de sua água, seguido por Rio Grande do Norte (51,43%) e Pernambuco (49,86%). Depois vem Sergipe (46,07%), Ceará (44,90%), Piauí (44,89%), Bahia (41,45%) e Paraíba (38,24%). A nível nacional, Alagoas e

Paraná ocuparam a quinta posição de estados que menos desperdiçam água. Por região, o Norte do Brasil ocupa o primeiro lugar com 51,22%. Logo atrás estão o Nordeste (46,28%), Sudeste (38,09%), Sul (36,74%) e Centro-Oeste (34,16%). Já o Índice de Perdas por Ligação, que aponta o volume de água perdida em termos unitários, por ligação ativa, revelou que em Alagoas as ligações podem sofrer perdas de 319 litros/dia. Nesse ranking, considerando apenas os estados nordestinos, Alagoas empata com o Piauí, mas perde para o Ceará (293), Bahia (270) e Paraíba (243). Quem encabeçou o ranking foi o Amapá que chega a desperdiçar

2030 litros em ligações, até o reparo. As médias de perdas por ligação em 2020 de todas as regiões se encontravam fora do padrão de excelência de 216 L/ligação/dia, sendo a região Centro-Oeste a que mais se aproximou. O pior desempenho novamente foi observado pela região Norte, com quase o triplo do nível ótimo. As três demais regiões, bem como o Brasil, apresentaram índices que oscilam próximos do intervalo de 300 a 350 L/ligação/dia. NÚMEROS QUE PREOCUPAM Segundo o estudo, o atraso histórico do Brasil, maior país da América Latina, com relação ao sa-

neamento se torna ainda mais evidente diante de sua ineficiência na distribuição da água potável pelas cidades. O valor em porcentagem da água perdida nos sistemas de distribuição no Brasil representa um volume equivalente a 7,8 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente ou mais de sete vezes o volume do Sistema Cantareira – maior conjunto de reservatórios para abastecimento do estado de São Paulo. Mesmo considerando apenas os 60% deste volume que são de perdas físicas (vazamentos), é quantidade suficiente para abastecer mais de 66 milhões de brasileiros em um ano, equivalente a um pouco mais de 30% da população brasileira em 2020. Tendo como referência o índice de Perdas na Distribuição, é possível observar que desde 2016 o país vem piorando, inclusive acelerando-se em anos mais recentes, evidenciando a necessidade de maiores esforços visando à diminuição das perdas. Se em 2016, o índice de desperdício era 38,1%, em 2020 esse número subiu para 40,14%. “As perdas de água no Brasil não apresentaram melhora nos últimos anos; o Trata Brasil já acompanha a situação de perdas há alguns anos e fica evidente que não foram implantadas soluções eficientes para resolver a questão. O problema impacta o desafio de universalizar o abastecimento de água, meta estabelecida com o novo Marco Legal do Saneamento, que visa garantir que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e coleta de esgoto, pois, como consequência, os investimentos tornamse muito maiores para construir novas estações de tratamento de água e adutoras, por exemplo, que não precisariam estar sendo construídas, caso houvesse redução das perdas ao longo do processo”, declarou Luana Siewert Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil.


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FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

ICMS alivia preço dos combustíveis, mas ainda é preciso economizar

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ois estados da federação, São Paulo e Goiás, saíram na frente e baixaram o ICMS sobre combustíveis de acordo com a nova lei federal que limita a 17% ou 18% a alíquota máxima. São Paulo reduziu de 25% para 18% o imposto sobre a gasolina, o que significaria uma diminuição de R$ 0,48 e uma média estadual esperada de R$ 6,50 por litro. Goiás implantou a alíquota de 17%. Os outros estados resolveram apelar ao Supremo Tribunal Federal. Segundo estudo do Sindipeças, a frota brasileira circulante é composta por 72,7% de veículos flex, 15,6% apenas gasolina e 11,2% a diesel. A primeira conclusão é que o etanol vai se tornar menos atraente frente à gasolina para os paulistas, os maiores produtores e consumidores do combustível de origem vegetal, e em outros quatro estados em que o ICMS é bem menor para o etanol. Em São Paulo etanol tem ICMS de 13,3% e gasolina agora 18%. Assim combustíveis fósseis são estimulados ao contrário do que acontece no mundo. No Brasil estamos em plena safra de cana e de produção de etanol. É o período de quatro a seis meses em que este combustível baixa de preço e se torna competitivo frente à gasolina. A conta a fazer é multiplicar por 0,7 o preço da gasolina; se o etanol estiver abaixo do valor encontrado, vale a pena utilizá-lo. A gasolina padrão usada na aferição obrigatória de consumo do Programa

Brasileiro de Etiquetagem Veicular contém 22% de etanol anidro. Entretanto a gasolina atual com 27% de etanol anidro pode ter feito subir para 0,72 ou 0,73 aquele multiplicador, o que tornaria o etanol hidratado vendido nas bombas ligeiramente mais competitivo. Isso depende de características de cada motor. Ideal é calcular o consumo de gasolina e de etanol nos trajetos habituais e eleger seu próprio multiplicador. Se a referência escolhida for emissão de CO2 (um dos gases de efeito estufa), desde a origem até o que se emite pelo escapamento (critério conhecido como poço-à-roda), aí o etanol é imbatível. Nestes momentos de combustível muito caro há a regra número um: desconsiderar dispositivos “mágicos” que prometem reduzir o consumo. Nenhum deles entrega o que promete. Afinal, todas as fabricantes dispõem de departamentos de engenharia que estudam a melhor combinação entre consumo e emissões. Depois cada produto precisa ser homologado. No Brasil pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Entretanto, o aumento constante de preço dos combustíveis fósseis é um pesadelo sem data marcada para ter fim. A guerra iniciada pelo ataque da Rússia à Ucrânia fez disparar em mais de 80% os preços internacionais do petróleo, seus derivados e gás natural. Alguns acreditam em um acordo de paz até agosto;

para outros, só no fim do ano. Então, vale a pena relembrar algumas regras que podem melhorar o consumo dos motores de automóveis e comerciais leves com qualquer combustível. Ao longo do tempo vão sendo esquecidas. • Não transportar peso inútil a bordo ou algo esquecido no porta-malas • Se não for viajar, evite encher o tanque completamente. Combustível pesa • Além de calibrar os pneus no mínimo a cada 10 dias, pode-se aumentar a pressão em 10% • Manter rodas sempre balanceadas e bem alinhadas (convergência e câmber, este quando existir ajuste) • Não esquecer ou ter preguiça em trocar logo para marchas superiores no câmbio manual • Não coloque o câmbio em ponto morto. Freio-motor ajuda a economizar combustível • Manutenção mecânica e elétrica do manual do proprietário deve ser seguida à risca • Se está parado no trânsito por três ou quatro minutos, sem solução à vista, desligue o motor • Em estradas deixe os vidros fechados ou apenas uma fresta aberta • Use ar-condicionado com moderação • Não aquecer motor frio com carro parado. Ligue-o e saia dirigindo normalmente • Nas rodovias, imprima velocidade 10% inferior à máxima permitida • Ao substituir pneus, mantenha a medida original. Pneus mais largos, maior o consumo

Agora a realidade é outra na indústria automobilística brasileira. A Audi optou pelo regime SKD de unidades semidesmontadas vindas da fábrica da marca em Györ, na Hungria. Trata-se de alternativa mais racional para modelos de baixo volume de produção e alto valor agregado dentro da

faixa de preço de R$ 300.000. Os modelos que estão saindo da unidade paranaense são o Q3 e o Q3 Sportback, ambos com tração 4x4 (conhecida como quattro), câmbio automatizado de oito marchas, motor 2 litros turbo de 231 cv, banco traseiro corrediço e porta-malas de 530 litros.

Audi retoma a produção no Brasil em regime SKD Com investimento de R$ 100 milhões, contratação de até 200 novos colaboradores e capacidade de entregar 4.000 unidades por ano em dois turnos, a Audi volta a produzir no Brasil desde 29 de junho. Desta mesma linha de montagem em São José dos Pinhais (PR) saiu o hatch A3 entre 1999 e 2006. Em 2015 a fabricação foi retomada com o A3 sedã e, no ano seguinte, o SUV Q3. O final do ciclo de vida destes dois produtos encerrou a produção, primeiramente do SUV (2019) e depois do sedã (no final de 2020).


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SAÚDE

Santa Casa de Maceió participa de curso de prótese e revisão de quadril em Miami Ortopedista Hilton Barros aperfeiçoou técnicas e apresentou casos tratados no hospital alagoano

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Treinamento realizado nos Estados Unidos contou com a presença de vários especialistas em quadril; quatro eram do Nordeste

ma das referências do Nordeste no tratamento cirúrgico de doenças no quadril, a Santa Casa de Maceió participou de mais um curso de aperfeiçoamento. De 19 a 21 de junho, o ortopedista Hilton Barros, especialista na área, representou a instituição em um curso de dois dias no MARC Institute, em Miami, Estados Unidos. O MARC Institute é um centro de treinamento de excelência internacional com mais de dez anos de atuação no mercado. Seu princípio básico consiste em permitir uma experiência real na prática dos procedimentos médicos usando os instrumentos e as

técnicas mais modernas e avançadas disponíveis aos profissionais de saúde. “O curso contou com a participação de cirurgiões de várias partes do Brasil, onde fizemos o treinamento de novas técnicas cirúrgicas e de laboratório com a dissecção anatômica de cadáveres, o que nos permitiu o reconhecimento de doenças com uma curva menor de aprendizado. Além disso houve a discussão de casos com cirurgiões americanos e brasileiros”, disse Hilton Barros. Durante os dias de aula, o especialista apresentou casos realizados na Santa Casa de Maceió, com a discussão das condutas executadas entre os colegas

do curso americano sobre o que tem sido realizado no centro cirúrgico do hospital alagoano. “As técnicas que usamos na Santa Casa de Maceió para o tratamento dos casos complexos são equivalentes ao que há de mais moderno utilizado no mundo na Ortopedista Hilton Barros apresentou área de cirurgia de quadril”, des- em Miami procedimentos realizados na Santa Casa de Maceió tacou o especialista.


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ABCDOINTERIOR Biu de Lira

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osso prefeito da Barra de São Miguel deixa transparecer que, hoje, é uma anedota mal contada. Não é que o Biu de Lira durante evento pró-Bolsonaro, em Maceió, deu dedo e xingou bolsominions que na plateia – Pasmem!!!, encasquetaram com seu discurso? Aliás, Ave Maria, mãe de Jesus, que discurso hein????!!!! O pai do Seu Arthur, que manda até no Bozo e comanda uma legião de “esfomeados por poder”, perdeu a linha e deu provas que em determinado momento da vida não é só os “chocalhos” que deixam de funcionar, mas também a língua. Mas os bolsos dessa gente, no entanto, palpitam mais forte que o coração e estão sempre abertos a travessuras. Isso é fato.

Na briga

Um dos advogados que segue firme na disputa pela vaga do quinto constitucional para o Tribunal de Justiça de Alagoas é Thiago Maia. Maia é advogado há 20 anos, mestre em Direito pela Ufal e especialista em Direito Tributário pela PUC de São Paulo. Além disso, é professor do curso de Direito do Cesmac e já lecionou na Ufal e Estácio. Dentro da OAB Alagoas ocupou cargos no Tribunal de Ética e Disciplina e na Escola Superior de Advocacia. Entre suas propostas, o advogado defende aproximação e acolhimento à classe, além da simplificação e desburocratização do sistema processual eletrônico e-Saj do TJ-AL.

Lista sêxtupla

Os advogados alagoanos irão, através de votação, montar a lista sêxtupla com os mais votados entre a categoria no próximo dia 8 de julho. Essa lista será encaminhada para o Tribunal de Justiça de Alagoas, cabendo aos desembargadores reduzi-la para três nomes para que o governador Paulo Dantas faça a escolha do advogado ou advogada que ocupará a vaga de desembargador pelo quinto constitucional. Ao todo são 22 advogados participando da eleição.

Atitude louvável

Fiel torcedor da Agremiação Sportiva Arapiraquense – ASA, o juiz Rômulo Vasconcelos de Albuquerque foi visto comprando ingresso para assistir o jogo ASA X Lagarto, realizado no domingo e que terminou em empate de 1 a 1. O magistrado, que também é atleta maratonista, poderia usar as suas prerrogativas de juiz de Direito e simplesmente ter acesso aos jogos sem a obrigação de adquirir ingressos.

Incentivo ao esporte Agindo dessa forma, Dr. Rômulo incentiva o trabalho da diretoria e Conselho Deliberativo do Alvinegro, acabando de vez com a chamada “carteirada”. “Faço questão de pagar o ingresso na esperança do Alvinegro voltar a ocupar o espaço merecido no cenário nacional”, disse o juiz arapiraquense.

IC em Arapiraca

A demanda da população do Agreste e Sertão alagoano pelo Instituto de Criminalística em Arapiraca parece que finalmente será atendida. Após quase 15 anos de espera e algumas tentativas de instalação provisória na cidade, o IC em Arapiraca começará os trabalhos com local e equipe provisórios em agosto. O anúncio foi feito em Arapiraca, na terça-feira (28), pelo governador Paulo Dantas, que reforçou a importância de concretizar a reivindicação dos moradores dos 52 municípios que serão beneficiados com o IC.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Importante serviço

A interiorização do IC é uma pauta levantada pelo deputado estadual arapiraquense Ricardo Nezinho há anos. Em todas suas falas, sempre destacou a importância do serviço para as famílias do interior. Por ter apenas uma equipe localizada em Maceió, muitas vezes familiares sofrem em dobro a perda de seus entes ao ter que esperar horas pela remoção de corpos, já que a equipe precisa se deslocar de um município para outro e, em alguns casos, a espera é de 10 horas. Para ele, a concretização da demanda é sinônimo de respeito e humanização do serviço, tanto para os familiares quanto para os trabalhadores da área que estão sobrecarregados com a alta demanda.

Mobilização nacional

O prefeito de Cacimbinhas e presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley, confirmou presença na mobilização nacional contra os cortes nas receitas dos municípios brasileiros. A mobilização ocorre no próximo dia 5, em Brasília.

Pisos salariais

A ação é uma convocação da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Na pauta prioritária do encontro estão temas como a criação de pisos salariais sem previsão orçamentária e propostas que reduzem receitas – por exemplo, alterações nas alíquotas do ICMS.

Proposta de Emenda

Ponto chave para atender a parte das demandas municipalistas, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 122/2015 está na lista de prioridades da entidade. “Essa medida é muito clara e necessária. Não pode a União e o Congresso seguirem criando atribuições e despesas para os demais entes sem dizer de onde sai o dinheiro para pagar”, explica o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

PELO INTERIOR ... O município de Arapiraca conquistou mais uma vez a liderança no ranking de qualidade de informação contábil em Alagoas. ... Desde quando foi lançado o ranking pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) que a contabilidade do município de Arapiraca obtém as primeiras colocações. No ano de 2019 foi o primeiro lugar, e em 2020 obteve a segunda colocação. ... Como a Secretaria do Tesouro Nacional faz o ranking com base no ano anterior da avaliação, ou seja, até abril de 2022, a qualidade das informações referentes ano de 2021 colocam mais uma vez Arapiraca no primeiro lugar do ranking em Alagoas. ... A jovem arapiraquense Laura Emília Araújo foi selecionada pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, para trabalhar como professora assistente. Ela é formada em Letras/Inglês pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) de Arapiraca. ... A nova etapa da vida de Laura começa em agosto e será concluída em maio de 2023. Ao portal Alagoas Notícia Boa, ela deu detalhes sobre o programa de intercâmbio Fullbright, que possibilitou a grande oportunidade. ... “Fiz a inscrição, pela primeira vez, assim que concluí o curso e não fui selecionada. Em 2021, tentei novamente e, desta vez, deu certo. O processo de seleção sempre começa um ano antes, inclusive está aberto agora”. ... Vacinação é um pacto coletivo com o objetivo de minimizar a transmissibilidade de vírus e bactérias causadoras de doenças e, consequentemente, resguardar vidas. ... Com o objetivo de intensificar a imunização contra a influenza e o sarampo, a Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Saúde, resolveu prorrogar as campanhas até o próximo dia 8 de julho. ... O motivo se deu em virtude do não alcance das metas em todo território nacional. De acordo com a coordenadora de Doenças Imunopreveníveis de Arapiraca, enfermeira Mônica Suzy, o foco é a vacinação dos grupos prioritários. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana. Até a próxima edição!


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DE ALAGOAS

n Odilon Rios

Morte de JK: alagoano foi testemunha

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alagoano Ivan Barros é testemunha de um dos maiores mistérios da história recente da política brasileira. Ivan presenciou agentes da Polícia Federal alterando a posição dos carros envolvidos no acidente que matou Juscelino Kubitschek e seu motorista Geraldo Ribeiro em 22 de agosto de 1976, na rodovia Presidente Dutra, no Rio. Repórter da Revista Manchete, Ivan estava na redação quando soube do acidente e foi um dos primeiros jornalistas a chegar ao local. Viu os corpos nas ferragens, o Opala preto que levava os dois completamente destruído e a carreta que, na versão dos agentes da ditadura, saiu da pista e esmagou o Opala. Ele foi testemunha do momento em que agentes da Polícia Federal mudaram a cena do crime antes da chegada da perícia. Na época, Ivan também era estudante de Direito e estranhou a atitude dos policiais: – Por que estão mudando a posição dos veículos? Não pode. Estão alterando o cenário do crime e isso vai prejudicar a perícia. Os policiais não responderam. O repórter insistiu. Um dos agentes, sabendo que JK e Adolpho Bloch, dono da Manchete, eram amigos e confidentes, admitiu: – Não informe a fonte, mas recebemos ordens superiores. Juscelino foi presidente do Brasil entre 1956 e 1961. Sua principal obra foi a construção de Brasília, a capital federal. JK era um homem temido pela ditadura: sua popularidade poderia causar um levante popular, derrubando os generais do poder. Ivan foi repórter da Revista Manchete de 1971 a 1979. Naquele domingo, 22 de agosto de 1976, estava de plantão quando o telefone da redação tocou. Do outro lado da linha, o policial Manoel Geraldo pediu que avisasse ao dono da revista da morte de JK e do motorista. Agoniado, ligou para o chefe de reportagem José Luiz de Albuquerque que pediu a Ivan e o repórter fotográfico Gervásio Ba-

Abaixo, a capa do livro no qual Ivan Barros conta o que viu, como repórter da Manchete, no dia em que JK morreu

tista que fossem urgentemente ao local do acidente: quilômetro 165, rodovia Presidente Dutra (Resende, RJ). – O corpo de JK estava muito mutilado, principalmente o rosto. Gervásio não quis fotografar. Não queria mostrar essa imagem ao povo brasileiro, disse Ivan. Treze dias antes, na Manchete, Ivan recebera a notícia da morte de JK, também num

acidente de trânsito. Era fake news. O ex-presidente estava em sua fazenda, em Goiás. Uma sucessão de mortes estranhas, bem próximas à de JK, corroboram com a tese de Ivan Barros, a de um atentado contra a vida do ex-presidente. Todos os que morreram eram críticos

do regime militar. Meses antes de Juscelino, em abril de 1976, a estilista Zuzu Angel morreu, segundo a versão da ditadura, num acidente de trânsito. Ano passado, a Justiça brasileira reconheceu que ela foi assassinada por agentes de Estado. O ex-presidente João Goulart morreu em dezembro de 1976, em Mercedes, Argentina. Na versão oficial, teve um ataque

cardíaco. Carlos Lacerda morreu em maio de 1977. Na versão da ditadura, teve um infarto. Em 2014, a Comissão da Verdade de São Paulo ouviu Ivan Barros. E seu depoimento sustentou um relatório cheio de provas concluindo que JK e seu motorista foram assassinados. A tese não foi seguida pela Comissão Nacional da Verdade que descartou o crime premeditado. O repórter publicou “O Assassinato de JK” dando sua versão como testemunha da história, contestando o relatório da comissão: Por que os veículos foram removidos do local antes da perícia? E por que este detalhe não está no relatório? Aos 78 anos, Ivan Barros está aposentado como promotor do Ministério Público, carreira que ele ingressou após deixar o jornalismo. Vive em Palmeira dos Índios e não esquece o que viu e ouviu: – O “acidente” que matou JK foi um fato atípico, doloso, antijurídico e culpável. A poeira da verdade permanece revoando pelo chão da história.


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