Jornal Extra Edição 1188

PILHAGEM

GRILAGEM PERÍCIA CONFIRMA INVASÃO DE TERRAS POR

VASCONCELOS

extra e

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EDITOR Fernando Araújo

CONSELHO EDITORIAL

Luiz

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ARTE

Fábio

-

REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA

IMPRESSÃO

Grafmarques

COLUNA

As colunas e

a opinião

Pilhagem ao Orçamento

1-O deputado Arthur Lira de fende a permanência ad aeter num das emendas do relator, o chamado orçamento secreto, com argumentos típicos das organi zações criminosas. Para ele, o “orçamento municipalista” – novo nome da excrescência – é melhor que a volta do mensalão, que institucionalizou a roubalheira no Brasil durante o governo petista.

2- O argumento do cacique-mor do Centrão é desprovido de qualquer senso de decência, mais ainda pelo cargo que exerce no comando da Câmara dos Depu tados. Seu raciocínio é simples e direto: se é para saquear os cofres públicos vamos direto à fonte, sem intermediários.

Léo Dennisson

Após vários adiamentos, o Tribunal de Justiça de Alagoas agendou para terça-feira 11, a análise do processo do juiz Léo Dennisson, acusado de pedir propina para libertar um dos acusados no assassinato do advoga do Marcos André de Deus Félix, em 2014, na Praia do Francês. A denúncia do Ministério Público desembarcou no tribunal em 2016, e seis anos depois, pode até nem ser aceita no Pleno do TJ. Pelo rumo que o processo tomou há fortes indícios de corporativismo.

Essa e outras denúncias estão “encalhadas” no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que também investiga os malfeito$ do magistrado na ges tão do ex-prefeito Cristiano Matheus, em Marechal Deodoro, onde o juiz ganhou a alcunha de “Léo Cinquentinha”

Corrida à grana

Collor não desiste

Fernando Collor foi batido nas urnas em sua tentativa de voltar o Governo de Alagoas, mas não vai vestir o pijama da aposentadoria. Em suas redes sociais, agradeceu aos eleitores e integrantes de sua equipe, e prometeu voltar à cena política.

3-

Arthur Lira conclui que se questrar o orçamento da União e ratear parte do butim com prefeitos aliados – para manter currais eleitorais – é mais prático que “se humilhar” aos ministros para liberar emendas parlamen tares, o quinhão de cada deputado na pilhagem nacional.

A guerra por uma vaga na Câ mara dos Deputados, ocorrida nas eleições deste ano, não tem nada a ver com ideologia ou programa de governo em prol do país. Toda agitação dos partidos com federações, co ligações e outras arrumações são fisiológicas e visa unica mente a divisão do bolo bilio nário do fundo partidário e do fundo eleitoral. Este é o Brasil fantástico, bem distante da realidade do Brasil profundo e sua legião de miseráveis.

Culpa do marketeiro

4-

Talvez isto explique a estron dosa votação de Lira no estado, que comandou a maior distribui ção de dinheiro público na histó ria das eleições em Alagoas, via fundão eleitoral e verbas secretas destinadas a prefeitos e aliados. Vitaminado por mais de 200 mil votos, o parlamentar sente-se à vontade até para criminalizar os institutos de pesquisa que não rezam por sua cartilha.

5-

Em Alagoas, teme-se que esse comportamento indecoroso de Arthur Lira afete seu pupilo Rodrigo Cunha, candidato ao governo sob as bênçãos do bilioná rio partido União Brasil e do PP. Mesmo na condição de traidor do PSDB e senador zero à esquer da, Cunha corre o risco de virar governador pau-mandado.

6-

Que os deuses salvem Alago

Mesmo com R$ 6 milhões do Centrão e apoio ostensivo de Arthur Lira e dos prefeitos de Maceió e Arapiraca, Rodrigo Cunha chega ao 2º turno com votação aquém do esperado. Por isso trocou de marketeiro e deve mudar o discurso de bom moço. O novo chefe da campanha certamente deve convencer o candidato a parar com a ladainha sobre a morte da mãe para tirar proveito político da tragédia familiar. Cunha precisa sepultar de vez o cadáver da deputada Ceci e propor saídas para as misérias de Alagoas.

Liderança

O prefeito George Clemente consolidou sua liderança na Região Sul com a vitória de seus candidatos em São Mi guel dos Campos. O destaque vai para a votação de Paulo Dantas, Renan Filho, Arthur Lira e Fátima Canuto.

Senador em final de mandato e único candidato a governador de Alagoas a declarar apoio a Bolsonaro, Collor não teve o apoio do presidente da República por pressão do deputado Arthur Lira. Aliás, esta é a segunda eleição em que elle é enganado por Lira. Sem dinheiro e sem estrutura partidária, Collor acabou em ter ceiro lugar na corrida ao governo com 15% dos votos válidos. Com a possível vitória de Bolsonaro, assessores do senador não des cartam a possibilidade delle ser indicado para alguma embaixada no futuro governo.

Fim de carreira

O deputado Antônio Albuquerque sofreu um duplo golpe na eleição deste ano com a derrota do filho Nivaldo à Câmara Federal e de seu candidato a governador, Rui Palmeira, cujo vice – Arthur Albu querque, filho de AA – foi imposto pelo deputado.

Para coroar sua derrota nesse pleito, Antônio Albuquerque foi reeleito com a menor votação de sua tortuosa carreira política. Os alagoanos de bem agradecem.

Contradições

Enquanto o Nordeste pobre garantiu a vitória de Lula no primeiro turno, o Sul rico elegeu Sérgio Moro e Daltan Dallagnol para darem vida à Lava Jato e garantir novas ações no combate à corrupção.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.brGABRIEL

Pra onde foi o dinheiro?

Aabundância de dinheiro garantida pelo Fundo Partidário para os can didatos nas últimas eleições merece uma reflexão dos que entendem de política e porque não um olhar mais crítico das autoridades.

Cadê os votos?

Se a população se desse ao cuidado de saber o volume de recursos que muitos candidatos receberam e não tiveram sequer o mínimo retorno dos votos, certamente estaria desconfiada de que alguma coisa aconteceu durante a campanha eleitoral.

A maioria dos candidatos reclamava que não tinha recursos suficientes para custear uma campanha eleitoral, mas este ano, com o Fundo Partidário, nadaram em dinheiro, mas não tiveram desempenho nas urnas que justificasse a baixa votação.

Milionária

Candidatos a deputado estadual e federal que fizeram campanha comprando voto por R$ 100 a R$ 150 ficaram decepcionados com as votações obtidas. Não conseguiram nem a metade do que lhes foram prometidas.

Investigação

Vamos ver no que vai dar mesmo as investigações sobre corrupção eleitoral com apreensão de dinheiro e estelionato eleitoral cometido du rante os últimos dias de campanha. Pelo visto, a compra de votos correu solta na capital e no interior.

Enfraquecido

O prefeito de Maceió, JHC, sentiu na pele nes sas eleições que não consegue transferir tantos votos quanto imaginava, arvorando-se de uma discutível liderança na capital e no interior.

Por isso mesmo não sensibilizou o eleitorado em votar em seu irmão Dr. JAC para a Câma ra Federal. O prefeito, como todos testemun haram, tirou licença da prefeitura, concedeu gentilezas a diversos segmentos e, mesmo assim, não alcançou o objetivo.

A hora é essa

Seu maior desafio neste segundo turno é trans formar em votos seu aparente prestígio junto à população, para que Rodrigo Cunha possa tirar a diferença de pelo menos 300 mil votos de Paulo Dantas. Como se vê, não é uma parada nada fácil.

Vaidade

O prefeito JHC ficou tão obcecado para que o seu irmão Dr. JAC fosse o federal mais votado, que esqueceu de cuidar da chapa do PSB, não alcançando o coeficiente eleitoral previsto na legislação eleitoral.

Prejuízo

O confronto público do deputa do Antônio Albuquerque com a vereadora Teca Nelma, filha da deputada federal Tereza Nelma, teve resultados desastrosos. O re sultado foi que ele não conseguiu eleger ninguém para a Câmara Federal.

Sem trégua

Tanto o governador Paulo Dantas como o senador Rodrigo Cunha botaram o pé na estrada e já ini ciaram pra valer a campanha do segundo turno. Esperam diminuir a abstenção que chegou quase a 520 votos. Quem convencer, chega lá.

Empurrão

A aliança do deputado Galba Novaes com JHC para abrir espaço para o filho na prefeitura e apoiar o Dr. JAC foi, talvez, o maior deslize de Novaes, veterano em eleições. Perderam Dr. JAC e Galba.

Maratona

O governador Paulo Dantas garantiu que percorrerá os 102 municípios alagoanos para consolidar sua vitória ao governo do Estado. O mesmo que o senador Rodrigo Cunha espera nesses poucos mais de 20 dias de campanha.

Risco calculado

O deputado Paulão, do PT, sabia do risco que estava correndo na sua reeleição, ao disputar vaga com Luciano Amaral. Como o representante do Agreste era considerado virtualmente eleito, todos do partido torciam para que o coeficiente fosse alcançado e deu no que deu. Paulão, como diz o velho ditado, passou pelo pau do canto.

Sinal de alerta

A eleição de deputados federais e sena dores da ala conservadora, ou de direita, no Congresso Nacional, ligou um alerta para as instituições, principalmente no Supremo Tribunal Federal, que antevê momentos de dificuldades a partir do próx imo ano, quer seja eleito Lula, quer seja Jair Bolsonaro.

Rejeição

A família Calheiros precisa trabalhar muito em Maceió para mudar as regras do jogo nas eleições. Embora Renan Filho tenha investido muito na capital, as urnas mostram que grande parte do eleitorado ainda resiste ao clã dos Calheiros. Para o Senado, Renan Filho obteve 159.492 votos, enquanto Davi Filho conseguiu 238.893.

Erro de Palmeira

A votação considerada pífia pelo ex-prefei to de Maceió Rui Palmeira teve uma justi ficativa de ser. Na eleição para prefeito da capital Palmeira, quando ninguém espera va, aliou-se ao seu adversário Renan Filho e isso a população, pelo resultado das urnas, não perdoou.

Sem influir

O ex-governador Téo Vilela que prati camente morreu politicamente, decidiu, agora, votar no candidato do PT, Lula. A coordenação de campanha do petista deve estar pulando de alegria pela grande contribuição que o tucano vai dar nesta

extra

ELEIÇÕES

Maceió vira ninho dos conservadores no Nordeste

Dr. JHC (PSB), 11,26% (50.733) e Delegado Fábio Costa (PP), 8,90% (40.071). Somando, são 32,87% dos eleitores de Maceió. O deputado Paulão (PT) obteve 6,31% (28.408).

Para deputado estadual, os conservadores também mostra ram articulação. Os mais vota dos também são bolsonaristas e antipetistas: Cabo Bebeto (PL), 6,94% (31.479) e Delegado Leo nam, 6,34% (28.744). Alexandre Ayres foi o terceiro mais votado, com 5,12% (23.207) e ele é do campo pró-Lula e a quarta mais votada foi a mãe de Davi Davi no Filho, Rose Davino (PP), com 4,10% (18.585), também conser vadora.

Maceió

entrou no radar do movimento conservador que varre o Brasil e dis semina o ódio principalmente ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A capital alagoa na foi a única no Nordeste a dar maioria de votos ao presidente Jair Bolsonaro (49,59% x 40,43% pró-Lula) onde candidatos mais afinados à direita tiveram ex traordinário desempenho.

O deputado estadual Davi Davino Filho (PP) foi o mais vo tado ao Senado na capital. Abriu vantagem de 79.401 votos sobre Renan Filho (MDB) que foi go vernador por dois mandatos e conseguiu tirar Paulo Dantas (MDB) de um apagado mandato na Assembleia Legislativa para a frente das pesquisas ao governo em 2022.

Aliás, Dantas teve 144.514 vo tos em Maceió contra 115.270 do senador Rodrigo Cunha (União Brasil). Não é exatamente uma vitória para o atual governador. Levando em conta apenas votos abocanhados pelo senador Fer nando Collor (PTB) e o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD), claramente antipetistas, foram 150.986 eleitores, mais que os do governador, na capital.

No 1º turno, Dantas e o profes sor Cícero Albuquerque (PSOL), também eleitor de Lula, tiveram, juntos, 155.285 votos em Maceió. A expectativa é que os votos de Cícero migrem para o governador na busca pela reeleição. Mesmo assim, é pouco.

Só que os ventos sopram a fa vor de Paulo Dantas porque Ro drigo Cunha é tratado com ojeriza pelos conservadores que gravitam

na atmosfera bolsonarista. Basta lembrar que, na campanha, Collor taxou Cunha de traidor porque ele aproveitou a onda pró-Bolsonaro em 2018 para se eleger senador e, logo em seguida, se distanciou do presidente.

Os adjetivos colloridos gruda ram na campanha. Tanto que os pró-Bolsonaro pulverizaram os votos em Collor e Palmeira. Fica difícil Rodrigo Cunha convencer estes conservadores que, agora, ele é Bolsonaro desde criança. Neste caso, a memória coletiva trai o senador.

Na disputa ao Senado, o qua

dro foi mais homogêneo e mostra com mais exatidão o tamanho do voto conservador na capital. Davi Davino Filho obteve 238.893 votos (58,80%) contra 159.492 (39,26%) de Renan Filho. Ou seja: quem votou em Davi ao Senado também escolheu Bolsonaro para presiden te. Em Maceió, o capitão obteve 240.053 votos.

O voto conservador e antipe tista também beneficiou os três mais bem votados candidatos a deputado federal na capital. O ex-procurador geral de Justiça Al fredo Gaspar de Mendonça (União Brasil) obteve 12,71% (57.235);

Olhando para 2018, Cabo Be beto obteve 22.066 (+ 9.413 votos em 2022), também sendo o mais votado a estadual, com números de Maceió. A superexposição ao lado de Collor e o livre acesso aos veículos de comunicação do sena dor garantiram a vantagem nas urnas. Militar, Bebeto também se beneficia pelo amplo movimen to anti-PT nas tropas.

Em 2018, Davi Davino Fi lho conseguiu 19.435 votos (+ 219.458) a deputado estadual.

Os conservadores neste con texto elegeram JHC a deputado federal. Dois anos depois, ele se tornou prefeito de Maceió, ape sar de ter disputado com Alfredo Gaspar de Mendonça, ancorado em ações mais duras à frente da Secretaria de Segurança Pública no governo do lulista Renan Fi lho e Mendonça tinha o apoio do então prefeito Rui Palmeira, hoje carregando farta rejeição nas pesquisas ao governo de Alagoas, um vice indicado pelo deputado Antônio Albuquerque (PTB) e terminando o 1º turno em 4º lu gar na capital que ele adminis trou: 13,80% (58.576).

O ex-SSP se desprendeu da família Calheiros e se aninhou no grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), hoje pró-Bolso naro. Ganhou para federal, mas teve bem menos votos, em Ma ceió, que nas eleições para prefei to: 156.704 (-99.469). Desde o 1º turno ele declarou apoio à reelei ção de Bolsonaro, reforçou após sua vitória e em Brasília terá de amplificar a plataforma pró-famí lia e anti-esquerda. Alfredo Gas par de Mendonça e Davi Davino Filho, ambos aliados de Lira, têm eleitores bastante próximos e isso tende a favorecer a união dos dois nas eleições em 2024. O tempo dirá.

Reeleito para a Câmara, Arthur Lira também conseguiu eleger aliados

Eleito deputado federal, Alfredo Gaspar teve mais de 156 mil votos

#REPOSTED FACEBOOK ARTHUR LIRA

#REPOSTED FACEBOOK ALFREDO GASPAR.

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

Davi Davino, Alfredo Gaspar e Cabo Bebeto são os mais votados; Rodrigo Cunha é tratado com ojeriza

Urnas da capital mostram os saudosos pela afirmação dos engenhos

Cientista social analisa influência religiosa e política na maioria que votou em Bolsonaro em Maceió

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

igreja que defendam bandeiras ou pautas da esquerda.

São modelos de predação e ao mesmo louvor que foram, aos pou cos, ganhando força e avançando no mundo. Daí foram surgindo líderes despóticos na geopolítica se unindo a uma manipulação de crenças no cultivo das emoções e, em paralelo, a proliferação da de sinformação – as fake News – der rubando princípios que atrapa lhavam as bolhas fervendo neste caldeirão.

Oavanço

dos conservadores mais ligados a pautas da ultradireita, bolsonarismo e reacionários tem um elemento comum: a manipulação da pala vra supostamente sagrada nas forças políticas que atuam em nossa história. O objetivo é alcan çar uma espécie de teocracia.

Em Maceió, única capital do Nordeste onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu no 1º tur no o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presente se encontra com o passado. E os ele mentos religiosos mais arcaicos se misturam ao inconsciente coletivo dos engenhos.

“Encontro nos resultados das urnas em Maceió a luta saudosis ta pela afirmação do engenho nas relações que envolvem classe rica e média e setores religiosos arcai cos, empunhando simbologias ar mamentistas no Estado que bana liza a morte do pobre, periférico, público LGBT e mulheres”, anali sa a cientista social Ana Cláudia Laurindo.

“Maceió foi a única capital nordestina que deu maioria de votos a Bolsonaro, rindo com a xe nofobia do Sul e Sudeste enquan to seus nativos filhos sem pátria resistem em fazer vencer um pro jeto mais humano, ainda que den tro das mazelas capitalistas, mas pelo menos com condições de dei xar o trabalhador respirar, o que significa viver, existir”, explica.

Esta pode ser uma das ex plicações para que as pesquisas

eleitorais não detectassem, nas úl timas 48 horas antes do 1º turno, a atuação de segmentos religiosos em atrair os indecisos, por exemplo. Vigílias em igrejas com olhar dou trinário mais próximo da visão de mundo bolsonarista também atua ram para favorecer o presidente da República.

“Este é um caráter [influência religiosa na política] ainda muito subestimado pela maior parte dos analistas políticos, o que acaba sim plificando o debate dentro dos parâ metros das lutas de força política atuantes em nossa história, deixan do incólumes os manipuladores de um filão que se torna cada vez mais teocrático”, afirma Ana Cláudia Laurindo.

“Existe uma carência de análi ses sobre os efeitos da palavra su

postamente sagrada, no manejo de princípios ultraconservadores como território protetivo da famí lia e seus interesses, no seio de um sistema opressor onde a mentali dade vigente valoriza mais este tipo de crença do que o alimento no prato. Este é possivelmente um dos fatores que gera insensi bilidade a uma leva específica de eleitor cristão diante da tortura, desemprego, violências letais e mortes evitáveis”, diz a cientista social.

O voto do cristão – diz a pes quisadora – está cada vez mais afetado pelas ideias teocráticas. Pondo em xeque movimentos mais progressistas e libertários.

Como a decisão do Ministério do Belém da Assembleia de Deus de São Pau lo, que fala em punir membros da

“Cada segmento tem uma mo tivação diferenciada. A categoria empresarial tem obtido lucros reais e de acesso imediato com as políticas do presidente, e para este perfil de brasileiro nada im porta mais do que este ganho. A classe média que perdeu poder de compra na vida real comemora vi tórias em suas eternas batalhas pela absorção de uma fachada de riqueza e encontra nos bolsões dos ricos largo acesso de convívio e re presentação verde/amarela. Os religiosos adeptos da teologia da prosperidade investem nos propó sitos de crescimento do rebanho, enquanto os hostis conservadores de cunho teocrático se afinam com a derrubada da ética nazarena, aquela que prega a igualdade de direitos e o amor ao próximo como a si mesmo, criando teorias se gregacionistas livremente, já que pertencem a um conglomerado que ataca os princípios politica mente corretos”, aprofunda Lau rindo.

E em torno desta atmosfera gravitam protótipos de sociopa tas, banalizando o estupro, des denhando dos mortos por covid, ironizando os que não conseguiam respirar por causa do quadro vi ral e ainda os que estimulam a morte por atropelamento aos que passam fome. “Não sobra espaço nestas mentalidades mapeadas para exemplificar o fenômeno, nenhum espaço de empatia com o outro, mesmo quando o outro é um membro da própria família”, explica a cientista social.

ARQUIVO PESSOAL

Ana Cláudia Laurindo analisa a votação em Maceió

ELEIÇÕES

Davi Davino perde o Senado, mas se fortalece para a Prefeitura de Maceió

Votação do deputado estadual superou a de Renan Filho em diversos municípios alagoanos

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

Odeputado

estadual Davi Davino Filho (PP), a cada eleição que passa, torna-se um político mais fortalecido, com a possibilidade de sair do Legisla tivo alagoano rumo a passos mais largos. Para se ter uma ideia, em 2020, quando se candidatou a prefeito de Maceió, Davi Davino Filho conquistou – no primeiro turno – 97.409 votos válidos, fi cando em terceiro lugar. À época, Alfredo Gaspar (MDB) ficou com 110.234 votos e JHC (PSB), com 109.053 votos. No segundo turno, JHC acabou sendo eleito supe rando Gaspar, com 222.147 votos contra 156.704 votos. Mas, neste ano, o candidato ao Senado pelo PP, só em Maceió, teve 238.893 vo tos, o que equivale 58,80% da ca pital, superando o ex-governador Renan Filho, com 159.492 votos (39,26%). O filho de Renan Calhei ros foi eleito senador com 845.988 votos (56,92%) em todo o estado, enquanto Davi Davino Filho teve 627.397 (42,22%), o que surpreen deu os analistas da política alagoa na.

E não foi só na capital que o eleitor preferiu o deputado esta dual ao ex-governador para o car go de senador. Na Barra de São Miguel, por exemplo, cujo prefei to é o ex-senador Biu de Lira, pai do presidente da Câmara Arthur Lira (PP), Davi Davino ficou com 73,32% do eleitorado (3.889 votos). O mesmo aconteceu na Barra de Santo Antônio – 56,61% (4.551 votos); Campo Alegre - 71,41% (11.550 votos); Canapi - 55,12% (4.665 votos); Coité do Noia54,17% (3.246 votos); Flexeiras – 75,51% (4.020 votos); Limoeiro de Anadia – 60,83% (7.561 votos); Maragogi – 53,94% (7.098 votos); Paulo Jacinto – 64,14% (2.706 vo

tos); Satuba – 72,55% (6.451 vo tos); e, Rio Largo – 53,82% (21.739 votos). Os números não mentem. A hegemonia dos Calheiros pode estar ameaçada.

Teria Davi Davino impulso suficiente para ser o próximo pre feito de Maceió? Se daqui a dois anos repetir a façanha da disputa para senador, o segundo turno, pelo menos, estaria garantido. De acordo com artigo do jornalista Ricardo Mota, “cada eleição, bem sabemos, tem sua própria histó ria, mas é fato que Davino vem mostrando uma presença forte e inegável junto ao eleitorado da capital, desde 2020, quando se candidatou a prefeito”. Mas pon derou: “Em nenhum momento da campanha, o deputado Davi Da vino pôs em risco a vitória de Re nan Filho, ao Senado. Mas, ao fi nal, impôs ao ex-governador uma derrota acachapante em Maceió, território onde Davino conseguiu superar todos os candidatos”, es creveu em seu blog.

Nestas eleições, David Ca bral Davino Filho gastou R$ 3.078.707,30 durante a campa nha. Como suplentes tinha o em

Nestas eleições, David Cabral Davino Filho gastou

durante a campanha. Como suplentes tinha o empresário Gunnar Nicá cio e a servidora pública aposentada Gilda Caldas.

presário Gunnar Nicácio e a ser vidora pública aposentada Gilda Caldas. Davi Davino tentou co locar o pai do prefeito de Maceió JHC, João Caldas como suplente, no entanto, o ex-deputado fede ral foi barrado pela Lei da Ficha Limpa, uma vez que é condena do por participar do escândalo da Máfia das Sanguessugas. Em 2020, quando tentou a prefeitu ra, Davi gastou um pouco mais em campanha: R$ 3.188.196,15. Como vice-prefeito tinha o mé dico Emmanuel Fortes, que ga nhou as manchetes nacionais por

fazer campanha pró-cloroquina em meio à pandemia da covid-19. Contudo, neste ano, o candidato foi acusado de fazer uma campa nha intensa até demais. Teve di versas vezes suspensos seus pro gramas no guia e nas inserções eleitorais na televisão, acusado pela oposição de ofensas e propa gação de mentiras.

Ao EXTRA, o analista polí tico Marcelo Bastos disse que a eleição para prefeito ainda está muito distante e a política é uma ciência dinâmica. “Muitos fatos podem ocorrer até lá. Mas pela performance que teve, o Davi Da vino Filho é um político de futuro por sua juventude e por sua ousa dia. Em 2020, fez uma campanha inteligente e se credenciou para as próximas eleições. E olha que ele foi candidato agora contra um ex-governador extremamen te bem avaliado. Ninguém ousou disputar contra Renan Filho, nem o Collor”, destacou. “Todo mundo imaginava que seria um massacre a votação de Renan Fi lho e não foi bem isso. Podemos apontar que Davi é um potencial candidato para as eleições de 2024”.

Mas Davi Davino Filho, para a prefeitura, não deve vir sozinho se deparando com grandes adver sários. Segundo Bastos, entre eles poderão estar o candidato eleito a deputado federal Alfredo Gaspar (União) e o deputado estadual reeçeito Cabo Bebeto (PL), que deve depender se Bolsonaro ga nhar para presidente.

Nascido em 1º de outubro de 1987, Davi Davino Filho é filho do vereador Davi Davino e da empreendedora social Rose Da vino, eleita deputada estadual. A mãe é uma das fundadoras da Funbrasil, organização sem fins lucrativos que presta atendimen to médico.

ASSESSORIA

Davi Davino obteve 42% dos votos válidos para senador

ELEIÇÕES

20 turno acumula mágoas, ameaças de empresários e fim de carreira a bolsonaristas-raiz

Collor atribui derrota a Lira, Rui não entregou federal a PSD e Téo Vilela declara voto em Lula

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

Regional do Trabalho investiga os casos de empresários alagoa nos que ameaçam funcionários de demissão caso eles votem em Lula.

Há exceções. Herdeiro da usina Seresta, ex-governador e ex-senador Teotonio Vilela Filho (PSDB) declarou seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segue o caminho do pai, Teotônio Vilela, um dos líderes da redemocratização. Também foi uma resposta à posi ção do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) que, sem consultar os tucanos, declarou apoio a Bolsonaro. O ex-presi dente Fernando Henrique Car doso também escreveu texto em apoio a Lula.

O PSDB alagoano também está em crise. Pedro Vilela não foi eleito para federal e obteve raquíticos 25.770 votos. A depu tada Jó Pereira, vice de Rodrigo Cunha, faz campanha pró-Bolso naro em nome da própria famí lia: o primo Arthur Lira e o irmão Joãozinho Pereira, superinten dente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Valores do São Francisco e do Parnaíba). O partido está a caminho da ex tinção.

em 2022 com 15.435. Queria ser deputado federal.

Osegundo

turno começa com mágoas, dívidas de candidatos com fornece dores, disputa por território e a promessa de fazer chover di nheiro em Alagoas. O “São Pe dro” da política local é o presi dente da Câmara, Arthur Lira (PP), que, junto ao presidente Jair Bolsonaro (PL), abarrota rá prefeituras de papel moeda e muitas promessas caso a reelei ção de Bolsonaro se confirme.

O senador Fernando Collor (PTB) carrega ranço por Lira. Apesar de ter apoiado o presi dente com todas as forças, Collor não conseguiu um único vídeo com Bolsonaro pedindo votos em Alagoas para ele. Também não atraiu um único centavo do partido de Bolsonaro para a sua campanha. Quem manda no PL alagoano é Arthur Lira e graças

a acerto dele com Valdemar da Costa Neto, a legenda fechou as torneiras para a candidatura de Collor, cujo vice, Leonardo Dias, é do PL. Lira apoia o senador Rodrigo Cunha (União Brasil). E quem manda no União em Ala goas também é o presidente da Câmara.

O PTB nacional doou R$ 724.998,00 para a campanha de Collor, muito longe do limite de gastos (R$ 7,1 milhões). E as despesas contratadas ultrapas saram os R$ 1,4 milhão.

Talvez 2022 fique marcado como o fim da carreira política de Collor. Outros nomes do bolsona rismo-raiz também foram tritu rados pelas urnas: Josan Leite chegou a ter 143.208 votos para governador em 2018. Em 2022, apenas 5.967 eleitores votaram no empresário para federal. O policial federal Flávio Moreno, que em 2018 alcançou incríveis 147.757 votos ao Senado, ficou

O ex-prefeito Rui Palmeira (PSD) também sentiu na pele que o mundo é um moinho. O partido sob seu comando em Alagoas não elegeu deputado fe deral. O nome do vice demorou a sair e foi indicado pelo deputa do Antônio Albuquerque. Ainda tinha de lidar com a rejeição ao seu nome, apontada nas pesqui sas, e resta o natural caminho de 2024 onde tentará disputar a Prefeitura de Maceió, num ce nário nada fácil: terá pela frente Davi Davino Filho (PP), líder de votos ao Senado na capital, e o prefeito JHC (PSB), que brigará pela reeleição.

Os empresários ligados ao bolsonarismo se esforçam em buscar votos. Alguns donos de usinas de açúcar e álcool fazem encontros a portas fechadas com os trabalhadores, falando em comunismo, Brasil virando Venezuela ou Cuba, associa ção do PT a seitas satânicas e mais um baú de mentiras para garantir mais votos à reeleição do presidente. A Procuradoria

O cheiro de derrota do pre sidente da República está no ar. Em 2018, Bolsonaro obteve 57.797.847 votos no Brasil. No 1º turno de 2022, foram 51.072.345. Isso significa que em 4 anos ele perdeu quase 7 milhões de votos (6.725.502).

Já o PT cresceu. Em 2018, Fernando Haddad terminou a votação com 47.040.906 votos. No 1º turno de 2022, Lula chegou a 57.259.504. Em 4 anos ganhou mais de 10 milhões de eleitores (10.218.598).

Era esperado que governado res que não declararam voto em Bolsonaro no 1º turno estives sem com o capitão por detrás dospanos. É o caso de Romeu Zema (MG), Rodrigo Garcia (SP), Ro naldo Caiado (GO) e Ibaneis Ro cha (DF). Por isso eles não acres centam os votos que o capitão precisa.

Ao contrário de Lula. Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tiveram juntos 8.514.710 votos. Levando em consideração que 50% destes eleitores votam em Lula no 2º turno, são ao me nos 4 milhões.

Bolsonaristas, Josan Leite, Collor e Leonardo Dias amargaram derrotas em suas aspirações à Câmara e governo

ELEIÇÕES

PM comete crime eleitoral e comemora aumento de seguidores

voto na urna eletrônica

DA REDAÇÃO

Coma remuneração de R$ 5.822,07, o cabo da Polícia Militar Kleverton Pinheiro de Oliveira tem uma vida para lela nas redes sociais. Longe das fardas e da caserna, ele se torna Kel Ferreti, um influencer digi tal alagoano que no Instagram tem 1,4 milhão de seguidores. No último domingo, dia, 2, Ferreti se tornou destaque por filmar o momento em que registrava seu voto na urna eletrônica e divulgar nas redes sociais. Tudo, de acordo com ele, em nome da democracia e da liberdade.

O caso ganhou repercussão nacional. Conforme a promotora eleitoral Fernanda Moreira, o mi litar cometeu um combo de ilíci tos: portar aparelho de telefonia celular dentro da cabine de vo tação; recusar o cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleito ral, e o registro e divulgação de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

Ferreti gravou seu voto para senador Davi Davino (PP), gover nador – que no caso foi Fernan do Collor (PTB), que amargou a terceira posição ficando fora do segundo turno –, e para presi dente da República, Jair Bolso naro (PL). Nas redes sociais, o in fluencer, durante live, prometeu que se Bolsonaro ganhasse faria um churrasco com gastos de R$ 15 mil em carne e cerveja. Disse também que o ex-presidente Lula teria roubado um trilhão de reais do povo brasileiro. E, segundo ele, tudo não passou de um golpe de marketing para conseguir mais seguidores. Kel Ferreti votou na Seção 272, da Fundação Brades co. Diante da repercussão, deu nova versão ao fato em um grupo de WhatsApp: “Peguei [o vídeo], cortei e coloquei minha voz. Pro povo pensar que foi eu [sic]. Tudo

de propósito para viralizar. Pq a galera sabia do meu bordão. Fiz marketing reverso”, disse.

“Meu stories bate 20 mil pes soas. marketing e visibilidade. Trabalho com isso. Agora, tem que ter coragem! sic]”, celebrou o influencer. “Puxei 12 mil segui dores pro meu Insta que é minha empresa, aumentei meu fatura mento nas vendas”. Após polêmi ca, o Ministério Público Eleitoral, por meio da promotoria eleitoral da 1ª zona eleitoral (Maceió), ofe receu proposta de transação penal a Kel Ferreti, por uso de aparelho celular na cabine de votação, em

descumprimento de ordem da Justiça Eleitoral e por divulgação irregular de propaganda de seus candidatos (boca de urna) no dia da eleição do 1º turno, no último domingo. Em caso de recusa, o do cumento pode ser recebido como denúncia, dando início a uma ação penal eleitoral.

A proposta de transação pe nal decorre de procedimento instaurado originalmente pela Procuradoria Regional Eleitoral depois declinado para a promoto ria eleitoral da 1ª zona eleitoral. Os fatos imputados ao ex-policial foram amplamente divulgados

pela imprensa alagoana, que foi desacreditada pelo influencer. Mesmo após o crime, chegou a di zer que tudo não passava de men tira dos órgãos de comunicação. Para a promotora de Justiça, “as circunstâncias narradas mostram o desprezo do agente Kleverton Pinheiro de Oliveira, vulgo Kel Ferreti, não apenas pelas ordens e orientações da Justiça Eleitoral, mas por todo o sistema de justiça, de cuja atuação desdenhou não apenas com sua desobediência na data do pleito, mas, especial mente, através de sua publicação na data seguinte no seu perfil do instagram”.

Já, conforme a Polícia Fede ral, após insistentes questiona mentos por parte da imprensa, um inquérito teria sido instaura do na terça, 4, para apurar pos sível prática de crime eleitoral. Inquérito este que, se confirmada a transação penal, não terá conti nuidade.

CASO DOS PARDAIS

Em 2018, o PM gravou um vídeo em pé com o carro em mo vimento em uma avenida na capi tal alagoana. Ele estava no ban co do passageiro enquanto outra pessoa dirigia. À época, Ferreti comemorava o desligamento dos pardais eletrônicos em Maceió, fazendo danças em um dos postes com o equipamento instalado. No entanto, segundo ele, tudo não passava de uma brincadeira.

“Na realidade, eu fiz um vídeo em relação aos pardais. Que eu era contra em relação a velocida de, que prefiro um quebra-molas e tal. Depois, eu subi sem cinto de segurança, e foi uma conduta totalmente errada. Humildemen te digo que me exaltei, e tudo se tratou de uma brincadeira muito errada”, disse na ocasião. Já em 2016, o influencer respondeu por ter dançado fardado quando cum pria 10 dias de detenção.

Reprodução do vídeo postado pelo PM em que ele filmou seu voto no domingo

Há quatro anos, Ferreti apareceu nas redes sociais dançando com poste

Alagoas registra 30 mortes e ocupa 10ª posição na estatística nacional

População ainda se descuida com manutenção da rede elétrica e faz uso inapropriado de equipamentos elétricos

TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com

ONordeste é a região com maior número de aciden tes elétricos do país, se gundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Peri gos da Eletricidade (Abracopel). Este ano, apenas no primeiro semestre (janeiro a junho) foram registradas um total de 138 ocor rências que tiraram a vida de 109 pessoas na região. Em boletim divulgado este mês, a Abracopel faz um balanço desses acidentes ocorridos em 2021 com dados importantes para conscientizar população e gestores públicos e

privados sobre a gravidade e os riscos que a eletricidade traz à sociedade e também enfatizar a necessidade de provocar mudan ças no relacionamento que à so ciedade tem com o produto.

No ano passado, Alagoas re gistrou 30 casos de morte por acidentes com eletricidade, o que colocou o estado em 10º lu gar no país em relação a essas ocorrências. O anuário da asso ciação mostra que no país foram 1.585 acidentes, sendo 674 por choque elétrico, 47 (6%) por in cêndio provocado por sobrecarga elétrica e 40 (5%) por descarga atmosférica (raios). Dentro das residências acontecem a maioria dos choques elétricos que levam a vítima a óbito, mas no ano pas sado esses casos sofreram redu ção, ficando em 190, o menor nos últimos anos.

Um cenário é apontado como fator para esse número mais baixo. A situação do home office, segundo o anuário, fez com que as pessoas olhassem para as ins talações em casa e buscassem a adequação.

Ainda assim, na avaliação do diretor da Engerey Painéis Elétricos, Fábio Amaral, muitos dos acidentes de origem elétrica poderiam ter sido evitados se as pessoas dessem mais atenção à qualidade das instalações e não fizessem nenhum tipo de impro viso ou gambiarra elétrica. “No que tange ao choque, por exem plo, há uma norma [NBR 5410]

que obriga o uso do Dispositivo

Diferencial Residual (DR) nas instalações elétricas. A função do aparelho é detectar fugas de cor rente elétrica, como uma criança colocando o dedo na tomada, e assim desligar o circuito elétrico impedindo os acidentes ocasio nados por choques elétricos, mas infelizmente a regra continua sendo ignorada”, afirma.

Adrielly Lima, de 25 anos, morreu este ano após sofrer um choque elétrico quando manuseava um fogão na residência dela, no município de Delmiro Gouveia

CHOQUE ELÉTRICO

DADOS DE 2022

Os registros de acidentes elétricos cresceram assustado ramente no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, foram contabilizadas 949 ocor rências envolvendo situações de curtos-circuitos, fugas de corrente, ausência de manu tenção, dimensionamento in correto das instalações e outros fatores que podem resultar em choques elétricos ou incêndios em comércios, residências ou indústrias, e até mesmo em hospitais, segundo a Abracopel. Deste total, 384 pessoas morre ram.

No ano passado, no mesmo período, os acidentes somaram 759 ocorrências. Em 2020, 741 casos e em 2019, 826 acidentes. Isso significa que o primeiro se mestre deste ano ultrapassou a cota, com folga, do último triê nio. É um quadro preocupante. O primeiro semestre deste ano registrou 458 casos de choques elétricos no país com 330 mor tes. No ano passado, aponta o anuário, foram 441 ocorrên

cias, seguidas de 355 óbitos. O descuido dos brasileiros com a manutenção das instalações elétricas, que deve acontecer de dez em dez anos e ser realizada por profissionais devidamente capacitados, é um fator agra vante para os acidentes.

Os acidentes com a rede aé rea de energia elétrica aparecem no anuário da Abracopel como uma das principais causas.

CELULARES

O anuário sobre acidentes com eletricidade chama a aten ção da população para os casos provocados com o carregador de celular. Antes de 2018 esse item não aparecia no levanta mento, já que casos de aciden tes (choque elétrico ou incêndio por sobrecarga) não apareciam em notícias. Para se ter uma ideia, em 2017 foram 2 casos no ano inteiro, já em 2018 – o sus to – foram registradas 41 ocor rências, sendo 27 por choque elétrico com 22 vítimas e 14 in cêndios gerados por sobrecarga na instalação elétrica pelo car regador de celular com 1 morte.

Nas duas tabelas apre sentadas no levantamento da Abracopel é possível ver os dados comparativos de 2019 e 2020. Os dados têm se mantido em uma média próxima, porém são preocupantes, segundo os técnicos, e precisam servir de alerta, principalmente para os adolescentes – as principais ví

timas – já que não conseguem ficar longe de seus celulares e, muitas vezes, continuam me xendo neles enquanto estão carregando. As baterias não originais e as instalações elétri cas em péssimas condições tam bém colaboram para que esses números não caiam, aponta o trabalho.

Brasileiro precisa se conscientizar da importância do DR contra acidentes

VENCEDORES DO PRÊMIO SEBRAE EM ALAGOAS

NA ETAPA NACIONAL

Como tema “A importância dos pequenos negócios para a economia do país”, o Prêmio Sebrae de Jornalismo, em sua 9ª edição, revelou no último dia 29 os vencedores da etapa alagoana e todos irão concorrer em nível nacional, que acontece no mês de dezembro, em Brasília. Foram contemplados profissionais da imprensa que contribuíram com seu trabalho para fortalecer o empreendedorismo. A festa, bastante concorrida, contou com a presença de vários profissionais da imprensa local que aplaudiram de pé os vencedores.

O diretor superintendente do Sebrae Alagoas, Marcos Vieira, destacou a importância de reconhecer os profissionais da imprensa que contribuem para informar a sociedade alagoana e brasileira, fortalecendo a democracia do Brasil e o empreendedorismo. “Essa é uma excelente homenagem aos jornalistas. Se não fossem eles, o Sebrae não seria essa instituição tão atuante, conhecida e reconhecida nacionalmente”, destacou.

“São eles que se esmeram em dar as boas informações a cada um dos brasileiros, fazendo a cobertura e mostrando a pujança das micro e pequenas empresas do país”, completou Vieira.

Quem levou o prêmio na categoria fotojornalismo foi Itawi Albuquerque, do portal TNH1. Ele venceu com ‘Recomeço’ – trabalho que registrou o empreendedorismo na região do bairro do Pinheiro. “Esse prêmio é motivo de gratidão, em primeiro lugar a Deus, pelo dia de hoje, mas sobretudo por esse dom extraordinário dado ao Itawi”, disse Vanina Albuquerque , que representou o esposo durante a premiação.

Na categoria texto, a matéria vencedora foi ‘Cannabis: o ouro verde da nova economia’. De autoria das jornalistas Fabíola Lago e Danielle Santoro, do portal Investindo por aí. Santoro subiu ao palco para agradecer e dizer da importância da iniciativa. “O mercado de cannabis só cresce por conta das pesquisas que são realizadas e mostram os seus benefícios no tratamento

de vários tipos de doenças e que tem se tornado uma grande moeda na economia nordestina através do cultivo legalizado e voltado à fabricação de medicamentos”.

A matéria vencedora na categoria áudio foi ‘Periferia do Centro: Jacintinho, um hub de oportunidades’. Os jornalistas Géssika Costa e Jean Albuquerque, da Rede Antena 7, não só levaram o prêmio como buscaram mostrar que o bairro é um grande hub de oportunidades e bons exemplos de empreendedorismo. “A ideia é tirar esse estigma que há sobre o bairro e o jornalismo tem esse papel. A periferia está aqui no topo também”, comemorou Géssica durante agradecimento.

Na categoria vídeo, a matéria vencedora foi ‘Startup alagoana investe em bloco de concreto celular que promete substituir o tijolo na construção civil’. Quem levou foram os jornalistas Maria Maciel, Wellington Soares, Tereza Cristina, Isolda Mayra, Wando Cajueiro e José dos Santos, da TV Pajuçara. “Vi que o empreendedorismo não é só ganhar dinheiro, mas é se preocupar com o meio ambiente, com a sustentabilidade e com o social, com o brilho no olhar”, afirmou Maria Maciel.

Vale ressaltar que mais de 30 trabalhos, divididos nas categorias fotojornalismo, texto, áudio e vídeo foram avaliados pela comissão estadual julgadora, formada

pelos jornalistas Clayton Santos, Elexsandra Morone e Rachel Fiúza. Durante a cerimônia, receberam a peça ‘Leão’, esculpida em madeira pelo mestre artesão André da Marinheira. Todos os trabalhos vencedores receberam o prêmio de R$ 7 mil.

OUTROS PRÊMIOS

Os vencedores de cada categoria da etapa nacional receberão um troféu e um notebook de última geração. Segundo a gestora nacional do Prêmio Sebrae de Jornalismo, Larissa Meira, a edição atual recebeu mais de 1,2 mil inscrições em todo o país. Ela também lembrou que a edição vigente marca a retomada do prêmio que encerrará o ciclo em dezembro.

“Estamos na 9ª edição e passamos por 5 anos em análise, suspenso, para que pudéssemos reavaliar sua função e foi retomado no ano passado, mais moderno, com novas categorias para prestigiar essa força, o jornalismo que presta um serviço muito importante para os pequenos negócios”, comemorou.

31 ANOS! PARIPUEIRA COMEMORA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

Omunicípio

de Paripueira completou na quartafeira (5) 31 anos de emancipação política. Para celebrar, o prefeito Abrahão Moura presenteou a população com muita festa e música. “Estamos cuidando da cidade, investindo em todas as áreas, entregando obras que vão beneficiar ainda mais a vida da população e proporcionando lazer para os moradores e visitantes”, disse Moura em breve balanço sobre suas ações ao município.

A programação em comemoração pelo aniversário começou na terça-feira, 4, com desfile municipal da educação infantil. E na quarta, a Banda de Fanfarra Municipal saiu da Praça do Norte, percorrendo a avenida e seguindo até o totem “Eu amo Paripueira”. A comemoração também fez uma homenagem à comunidade cristã.

Na quinta-feira, 6, houve toda uma programação gospel com Pastor Gion e o show com Som e Louvor e Ungidos 4. “A festa foi para que toda população de Paripueira aproveitasse, por isso fizemos questão de incluir a programação artística e gospel, beneficiando a todos os públicos “, destacou o prefeito.

“Orgulho do meu povo, orgulho da minha cidade Paripueira. Parabéns, Paripueira!”, enfatizou Moura, acrescentando que “é maravilhoso proporcionar uma festa grande, com artistas locais e atrações nacionais para o nosso povo e os visitantes. Paripueira tem muito o que comemorar!”.

HISTÓRIA

Município turístico, à beira-mar, Paripueira quer dizer “praia de águas mansas” na linguagem indígena. Formou-se a partir de uma colônia de pescadores e cresceu por causa da proximidade com Maceió e após ser descoberta como área de veraneio.

O povoado sofreu influência holandesa durante a invasão e numa pesquisa nas ruínas de um forte, foram encontradas mais de 6 mil peças. A expansão turística fez o povoado, que pertencia a Barra de Santo Antônio, crescer e ganhar importância, fazendo com que alguns moradores iniciassem um movimento pela emancipação política. Com isso, o município foi criado pela Constituição Estadual de 1988.

Hoje, Paripueira é uma cidade que recebe milhares de turistas ávidos por desfrutar a tranquilidade de suas praias, destacando-se as de Costa Brava e Sonho Verde, além das piscinas naturais.

CIDADE DE TODOS NÓS

Maceioense ganha mobilidade com nova ciclofaixa entre Fernandes Lima e Menino Marcelo

os meios de transpor tes existentes a bicicleta é o mais econômico, ágil, prá tico, preserva o meio ambiente e estimula hábitos saudáveis, mas dividir o espaço na via com veícu los motorizados também o torna mais vulnerável. Para modificar essa realidade, a Prefeitura de Maceió tem ampliado a malha cicloviária da cidade. A proposta é garantir a segurança viária e esti mular a mobilidade ativa dos maceioenses.

Entre

Segundo dados da Superintendência Mu nicipal de Transportes e Trânsito (SMTT), em 2020 a cidade contava com 42,85 km de espaços destinados a ciclovias e ciclofaixas. Este ano foram ampliados mais 6,43 km de extensão em ciclovia, totalizando 49,28 qui lômetros de extensão. A distância equivale a pedalar partindo da praia de Cruz das Almas com destino à entrada do município de São Luiz do Quitunde.

“Todos os projetos da SMTT, tanto os que já estão em execução, como aqueles que ainda estamos preparando, promo vem o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas. Maceió já conta com ciclovias e ciclofaixas distribuídas por toda capital, tanto na orla como nos bairros da parte alta”, pontuou superintende da SMTT, André Costa.

O espaço mais recente destinado para o deslocamento dos ciclistas está alocado nas ruas Empresário Valentim dos Santos, Camaragibe e Lourival de Aguiar Pessoa, conectando estrategicamente as avenidas Fernandes Lima e Menino Marcelo, através dos bairros Gruta, Ouro Preto e Serraria.

Os benefícios propostos pelo modal vão desde a economia financeira até a agilidade no deslocamento, possibilitando que o cida dão passe menos tempo no trânsito, tenha praticidade para estacionar e poupe gastos

com combustível e manutenção dos veículos.

Já as vantagens para a saúde estão relacio nados ao melhoramento da saúde física e mental e a contribuição para a preservação

do meio ambiente, por não emitir de gases poluentes.

Além da utilização para fins recreati vos, a ciclofaixa também é utilizada por trabalhadores que usam a bicicleta para se locomover ao trabalho, como o segurança Eduardo da Paz.

“Aqui melhorou muito com a ciclovia, pois antes era perigoso. Além de ser uma alternativa mais rápida para chegar no serviço, também costumo fazer algumas entregas passando por aqui”, disse o segu rança.

O professor Jean Toscano é morador da Gruta e acessa a ciclovia com frequência para se deslocar ao hipermercado próxi mo da sua residência e realizar pequenas compras.

“Toda iniciativa dessa natureza é válida e interessante, pois é mais uma via desti nada para outro tipo de transporte, como no caso da bicicleta, que tem o objetivo incentivar as pessoas a se movimentarem mais”, ressaltou.

Na Avenida Fernandes Lima, outro projeto cicloviário já está em execução, com previsão de entrega para o segundo semes tre deste ano. Serão mais 5,5 quilômetros de ciclovia bidirecional, trazendo benefícios para 200 mil maceioenses que a utilizarão para ir estudar, trabalhar ou para prática esportiva.

CAOS NOS PRESÍDIOS

Seris gasta mais com ração para cachorro do que em equipamentos de segurança

Pasta paga R$ 16 mil em equipamentos de segurança contra R$ 125 mil em alimentos para animais

BRUNO FERNANDES

TIPOS DE ALIMENTOS COMPRADOS

Ovalor

gasto pela Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) com alimentação de animais foi maior que o gasto com equipamentos de segurança nos últimos dois anos.É o que revelam dados da própria pasta disponibilizados no Portal da Transparência do Estado.

Os valores adicionados ao sis tema revelam que, embora neste ano tenham sido empenhados R$ 370.251,84 para compra de equipa mentos de segurança, só foram gas tos até o momento R$ 16.636,24, enquanto que para alimentação de animais foram empenhados R$ 331.604,90 e foram pagos R$ 125.655,25. Ou seja, foram gastos mais recursos com alimentos para animais do que com equipamentos de segurança, a exemplo de EPIs.

A denúncia é do Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Ala goas (Sinaspen/AL) ao comentar as recentes falhas do Sistema Prisio nal Alagoano que originaram fugas de presos considerados de alta peri culosidade. Em agosto, por exemplo, 12 detentos realizaram uma fuga em massa do Presídio do Agreste, localizado na cidade de Craíbas.

O caso mais recente aconteceu um dia após as eleições, quando um preso fugiu da Penitenciária Masculina Baldomero Cavalcanti, em Maceió. O detento, que é ele tricista, realizava trabalhos dentro da unidade prisional e aproveitou para fugir enquanto executava os serviços.

“Somos uma polícia que vem atuando de forma irrepreensível há 16 anos, mas infelizmente es barramos na falta de gestão seja macro ou micro. Não há por parte da gestão planejamento, compro

metimento e muito menos esforço para nos dar condições mínimas de trabalho. Para vocês terem ideia, em pleno século 21 as unidades pri sionais não têm viaturas para pron to emprego”, afirma Oliveira Neto, vice-presidente do Sindicato dos Po liciais Penais do Estado de Alagoas.

Ainda segundo o policial, a si tuação não é nova e se repete des de o ano passado. “No ano de 2021 gastou-se mais com ração de ca chorro do que com equipamentos de proteção individual, fardamento e tantos outros itens indispensáveis à segurança pública. Hoje estou de serviço e se um preso fugir a equipe plantonista não tem uma viatura nas unidades para sair no encalço ou até mesmo para realizar uma transferência de urgência”, conta.

No ano passado foram empe nhados R$ 364.117,40 e pagos R$

GASTOS 2022

158.167,75 em alimentos para animais, enquanto que para equi pamentos de proteção e segurança foram empenhados R$ 393.133,69 e pagos apenas R$ 39.518,09. Cha ma atenção que, ao detalhar quais alimentos para animais seriam es ses, constam da lista além de ra ção, alguns outros tipos como bata ta doce, inhame, mandioca, maxixe e feijão de corda.

A diferença nos gastos assim como as denúncias de usurpação de funções estão sendo detalhadas em um documento pela entidade que será à Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB -AL) e ao Ministério Público de Alagoas.

A transferência de funções ex clusivas do setor público para em presas privadas por parte da Seris dentro do Sistema Prisional de

Alagoas foi denunciada mais uma vez pelo sindicato policiais penais. Trata-se de inconstitucionalidade flagrada no Termo de Referência Emergencial proposto pela pasta estadual à empresa Reviver Admi nistração Prisional, em abril deste ano, dentro do contrato de presta ção de serviço de operacionalização da Unidade Prisional Penitenciária de Segurança Máxima (PenSM) pelo prazo de 180 dias e foi consta tada mais uma vez em uma licita ção proposta no mês passado.

O EXTRA questionou a Secre taria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social para saber o mo tivo pelo qual foram gastos mais com alimentos para animais do que com equipamentos de segurança, a exemplo de EPIs, mas não obte ve resposta até o fechamento desta edição.

Perícia confirma que Álvaro Vasconcelos invadiu terras da Fazenda Duas Bocas

Herdeiros do agricultor Antônio Cândido

MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmal.com

Comvoz embargada e em tom de desabafo e esperança, um filho do agricultor Antônio Candido José da Silva comemora o resultado da perícia realizada por determinação judicial na Fazenda Duas Bocas, no Benedito Bentes, em Maceió. O estudo confirma que as terras invadidas pelo empresá rio Álvaro José do Monte Vascon celos pertencem aos herdeiros do agricultor. Agora, a ação, que se arrasta há 40 anos, caminha para um desfecho favorável aos verda deiros donos das terras.

Na realização do trabalho, foi feito um estudo prévio do processo e solicitados documentos das par tes envolvidas para as informa ções necessárias para realização do laudo pericial. O levantamento topográfico, sob a responsabilida de do engenheiro civil Ciro Rezen de Medeiros, foi realizado em 27 de agosto deste ano. Para a identi ficação, foram analisados escritu ra, imagens de satélites e relató rio fotográfico da área. “Conforme fotografias registradas no dia da perícia juntamente com o trabalho de topografia realizado, juntamen te com seu memorial descritivo, reforça o que se segue na escritura da terra em questão, que a terra a ser discutida é segundo o levan tamento topográfico, pertencente à Fazenda Duas Bocas, adquirida por Antônio Cândido José da Sil va”, diz parecer conclusivo.

O advogado da família do agri cultor, João Uchôa, disse que, se havia dúvida, agora a invasão

foi comprovada. E assim, diante do resultado da perícia, enviou requerimento à Justiça pedindo homologação da perícia com rein tegração da terra, condenação de pagamento de perda e danos e uso indevido das terras. “Pedimos que o imóvel seja reintegrado aos ver dadeiros donos e indenização por uso indevido da propriedade des de 1984”, afirmou Uchôa.

Durante essas quase quatro décadas de lutas pela posse de terra, já foram nomeados quase 20 peritos que não quiseram ou não puderam fazer o serviço. Ago ra, com este passo importante, a família se mostra confiante de que justiça tarda, mas não falha.

“Agradeço a Deus por ter colocado em nosso caminho um juiz iliba do e honesto como doutor Cícero, o perito de coragem e honradez como doutor Ciro e todos que sem pre acreditaram na Justiça”, disse um parente de Antônio Cândido.

Diante das provas, os herdei ros do agricultor acreditam que logo terão suas terras de volta.

“Vejo como mais uma etapa do processo vencida, que está per to da conclusão. A prova técnica científica foi encontrada e a perí cia concluiu que a invasão acon teceu. O nosso tempo de luta foi muito grande, mas agora graças a Deus encontramos uma pessoa de bem que fez o trabalho sério e o laudo concluiu que o réu inva diu a nossa área sim”, afirmou um dos filhos. E acrescentou que irão aguardar os novos acontecimen tos do processo. “Estamos con fiantes em Deus e nos homens de bem que conduzem esse trabalho

e a todos que colaboraram com a gente em busca da verdade. A ver dade vencerá”.

A via crucis da família teve início em 1984 quando homens a serviço de Álvaro Vasconcelos invadiram a propriedade do agri cultor, colocaram máquinas para devastar as terras e expulsaram a família da área. Inconformado com tamanha atrocidade, Antonio Cândido buscou a justiça de ime diato e ajuizou uma ação contra o empresário com denúncia de gri lagem e pedido de reintegração de posse. Porém, nada foi feito para reverter a situação. O que chama a atenção é que o processo 0005763-13.1984 tem prioridade de julgamento, mas isso é apenas um detalhe diante de tantas irre gularidades.

A luta de Antônio Cândido che gou ao fim em 2001 com sua mor te, mas a batalha não. Conforme disse um herdeiro, ele faleceu por não aguentar tamanha injustiça. Lutou muito, apresentou provas, enfrentou o poderio econômico e foi vencido “pelo desgosto”. E é em nome dessa busca por justiça que os familiares continuam a bata lha, com a certeza de que um dia os 150 hectares de terra voltam para seus verdadeiros donos.

O EXTRA manteve contato com o empresário Álvaro Vascon celos que afirmou que estava no interior do estado e só retornaria na próxima segunda-feira.

TRAMITAÇÃO

A via crucis da família teve início em 1984 quando homens a serviço de Álvaro Vasconcelos invadiram a pro priedade do agricultor, colocaram máquinas para devastar as ter ras e expulsaram a família da área.

Perícia foi

Terras foram invadidas por Vasconcelos

Procurado pelo semanário, o juiz José Cícero Alves da Silva esclareceu que o andamento do processo está com vista às partes sobre a perícia. Segundo o magis trado, a perícia foi realizada por que o perito aceitou receber os ho norários no limite que o Tribunal

paga – já que os outros cobravam valores a mais. Neste caso, uma das partes não podia pagar pelo serviço e a outra não tinha interes se em fazer. Por conta disto, dis se o magistrado, demandou mais tempo. Segundo o juiz, quando as sumiu em 2019, o processo foi para a Vara Agrária, mas voltou para ele, que logo deu andamento.

O magistrado ressaltou que conversou com o perito e disse que o Tribunal de Justiça tinha um li mite para pagar, e ele aceitou. Em seguida realizou a perícia e após o laudo apresentado, abriu vistas para que as partes se manifestem. Logo que se manifestem, no prazo, irá fazer uma audiência de instru ção de julgamento, onde serão di zimadas todas as dúvidas em rela ção ao laudo pericial e em seguida julgado o processo para que haven do irresignação de qualquer uma das partes se recorra ao Tribunal para que ele novamente aprecie o mérito da decisão. “Estou dando toda celeridade possível, apesar de ter pouco tempo com este proces so”, afirmou.

Caso foi denunciado ao CNJ há 13 anos

Processo já passou pela mão de 12 juízes e seis desembargadores

MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmal.com

aguardar o desenrolar do processo e o julgamento do juiz. Mas, ficamos esperançosos, já que foi comprova do que houve invasão. Mesmo o réu dizendo que a terra não existia, que era dele, o laudo provou que a pro priedade foi invadida”, justificou.

Ele argumentou, ainda, que a comprovação é mais um passo nodesenrolar do processo. “É a prova técnica, pois depois de 40 anos con seguir um feito desse é difícil. Esta mos esperançosos que logo a justiçaserá feita. É um grande passo para que este processo seja destravado”, completou o herdeiro de Antônio Cândido.

Oimbróglio

envolvendo a Fa zenda Duas Bocas, de proprie dade do agricultor Antônio Cândido (falecido) e o empresárioÁlvaro Vasconcelos se arrasta por décadas. Fatos estranhos e decisões fraudulentas foram tomadas e até o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) já foi acionado, mas também não deu solução

Em 2009, o EXTRA publicou ma téria “Justiça em Alagoas é só para ricos” onde, entre outros casos, citava a invasão destas terras por Álvaro Vasconcelos. Na ocasião, foi entregue cópia do processo ao CNJ mostrando que determinadas decisões beiravam ao absurdo jurídico. O descaso foi de nunciado ao ministro Gilson Dipp, então corregedor Nacional de Justi ça, que recebeu dossiê das mãos da família do agricultor.

O escândalo aponta caso da au diência realizada com o autor já morto, entre outras irregularidades. E o que dizer da “relação de promis cuidade entre o rico empresário e os magistrados envolvidos no processo”, diz trecho da reportagem que mostraesta ligação. É que consta dos autos que vários juízes e desembargadores alegaram “amizade pessoal” com Vasconcelos para não atuar no pro cesso. “Desculpa para não condenar o empresário a devolver as terras griladas.”

Em 2019, o processo de grilagemcontra Álvaro Vasconcelos voltou ao CNJ. Os herdeiros aproveitaram a passagem da Corregedoria por Ala goas para reapresentar o caso. “To das as vezes que o CNJ veio para Alagoas, participei das audiências pedindo providências para o anda mento do processo. Pedi agilidade, providências, só que o CNJ nada fez. Fiz as denúncias, mas não influen ciou em nada neste processo”, criti cou um herdeiro de Antônio Cândido.

Nestes quase 40 anos de luta da família para reaver as terras, atuaram no processo Daniel Acioly (falecido), Nelma Padilha (falecida), Eduardo Laranjeira, Antônio Dória,

Marcelo Tadeu, Eduardo de An drade, José Fernando de Holanda, Ivan Brito, Henrique Gomes Tei xeira, Ailton Tenório, José Afrânio dos Santos e o atual José Cícero Alves, além dos desembargadores Eustácio Gama, James Maga lhães, Antônio Sapucaia, Adalber to Correia de Lima, José Fernando de Holanda e Celyrio Adamastor.

Os familiares de Antônio Cân dido reclamam da maneira como o caso é tratado durante quase quarenta anos. Mesmo diante de tantas incertezas e injustiças, afirmam que não desistiram por acreditar que um dia a justiça não permitiria a impunidade. Além do que, não há como desistir de recon quistar as terras que o verdadeiro dono adquiriu com tanto sacrifício e morreu sem reaver seu patrimô nio.

“O caminho é longo, mas hácomprovação técnica que ele (Ál varo) invadiu a nossa área. Vamos

A família de Antônio Cândido espera que a viúva do agricultor es teja viva para ver a luta dele ter um desfecho feliz. Com 80 anos e saúde bastante debilitada, não perde a es perança de ver este dia chegar.

O CASO

A história é longa e remete a 1954 quando o antigo dono de toda a propriedade, Zacarias Trindade, resolveu vender o engenho Duas Bocas. A área foi dividida em três partes. Uma vendida a Hélio Vasconcelos – pai de Álvaro Vascon celos. A outra, ao hospital Colônia Sebastião da Hora e a terceira a Antônio Cândido – alvo do demo rado litígio. Tempo depois, Álvaro comprou a área que pertencia ao hospital e invadiu a do agricultor, dizendo ser uma só, mas a divisa dele é do “rio pra lá” e a do agricul tor do “rio pra cá”.

Naquela época, Antônio Can dido comprou uma área de terra próximo ao Benedito Bentes, antes mesmo do complexo existir. Cuidou das terras e vivia em paz, apesar de sua propriedade ser vizinha dafazenda que o empresário Álvaro Vasconcelos recebeu de presente do pai. O problema começou quando Álvaro resolveu plantar canade-açúcar e como queria expandir sua propriedade comprou algumas áreas “encostadas” e em seguida in vadiu a área do agricultor. Sentin do-se prejudicado, Cândido entrou com uma ação demarcatória que durou 18 anos para ser acatada.

Ao longo do processo, vários peritos se averbavam suspeitos ou davam desculpa para não realizar o trabalho. Em uma delas, quando um topógrafo tentou realizar o tra balho, os seguranças de Vasconce los não permitiram. Desta vez, não houve problema e o serviço foi reali zado. Agora, está nas mãos da Jus tiça de Alagoas. Confiantes nela, familiares do agricultor Antônio Cândido estão.

Perícia foi realizada no final de agosto

EXTRA denunciou o caso em maio de 2009, há 13 anos

SAÚDE MENTAL

va isso. Então ele respondeu: “Porque eu passei limão no meu rosto”.

Do mesmo jeito que o limão pode ser usado para criar tinta invisível, o ladrão pensou que ao passar limão no rosto, ele seria invisível para as câmeras do banco.

Mesmo depois que a polícia mostrou o vídeo do roubo, o ladrão não acreditou, e ainda disse que a filmagem era falsa, era fake news.

Efeito Dunning-Kruger: explicado o fenômeno da negação da ciência

Negar

os inventos da ciência e um fato concreto, realmente, é algo que merece ser discutido e estudado.

Mas a psicologia já descobriu o fenômeno que está ocorrendo com os brasileiros nesses últimos quatro anos.

Para explicar o fenômeno, aqui um resumo do experi mento realizado em 1995.

O experimento foi realizado por dois psicólogos, Dun ning e Kruger.

Em 1995 um homem roubou um banco em plena luz do dia. Ele não estava usando máscara, e nem nada que escondesse o seu rosto.

Ao sair do banco de uma forma muito confiante, ele sorriu para a câmera.

No final daquele mesmo dia, a polícia encontrou e prendeu o ladrão. O incrível é que ele –o ladrão – não conseguia acreditar como a polícia o tinha encontrado.

Limão no rosto

A polícia, muita confusa, perguntou porque ele acha

Esse roubo chamou a atenção dos psicólogos, Dunning e Kruger, que decidiram estudar melhor esse fenômeno.

Eles queriam descobrir porque algumas pessoas com pouco ou nenhum conhecimento num determinado assunto, se consideram inteligentes no assunto.

No experimento, o resultado foi surpreendente. Os es tudantes com as notas mais baixas, acharam que estavam na média se comparados aos outros.

Fora da

realidade

Eles não conseguem se au toavaliar de uma forma realística.

E junto com uma certa dose de confiança, acabam sofrendo de uma ilusão de superioridade. Esse é o fenômeno denominado efeito Efeito Dunning-Kruger.

As pessoas incompetentes num assunto não têm conhecimento suficiente para perceberem a própria incompetência.

Dominar

A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos. (Freud)

Ignorante e confiante

No experimento ficou comprovado que “ser ignorante acaba gerando uma grande confiança”.

Porém, quanto mais essa pessoa es tudar o assunto, mais ela percebe que não sabe, e a confiança diminui.

Em um certo ponto, quando a pessoa já estudou muito mais o assunto, a confiança volta a aumentar, porque a pessoa se torna um expert no assunto.

Mas para piorar a situação, boa parte das pessoas acredita que na maioria das tarefas elas são melhores do que a média.

Então para evitar o efeito Dun ning-Kruger, e não ser visto como “o burro que se acha inteligente”, é preciso que a pessoa estude mais sobre o assunto.

E se a pessoa achar que já é um expert num assunto, compare o que sabe ou consegue fazer, com outras pessoas que dominam o assunto.

Como disse Sócrates: “Só sei que nada sei.”

(Fonte: https://www.voce.top/efeito-dun ning-kruger/. Obs.: Texto adaptado)

Arnaldo Santtos

é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: +55 (82) 9.9351-5851 Consultório:

Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com

n pedrojornalista@uol.com.brPEDRO

As pesquisas erraram?

Aspesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial indicavam resultados diferentes dos apresenta dos nas urnas no dia do pleito (domingo, 2). Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 48,4% dos votos e Jair Bolsonaro (PL), 43,2%. Si mone Tebet (MDB) teve 4,2% e Ciro Gomes (PDT), 3%. Os outros candidatos, juntos, não chegaram nem a 2%.

Um dos fatores que pode explicar a dife rença é o fato de que uma parcela expres siva dos eleitores decide o voto no dia das eleições.

Nas eleições deste ano, pesquisadores afirmam que outro fator pode explicar a di ferença. João Feres Júnior, cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador do Manchetômetro (site de acompanhamento da cobertura de imprensa para economia e política), afirma que a principal diferença entre as intenções de voto e o que se deu nas urnas pode ser explicado pelo eleitorado bolsonarista, uma vez que a maior novidade é o percentual de votos conquistados pelo presidente que não entraram no radar dos levantamentos.

“A diferença se deu só na intenção de voto de Bolsonaro. Na intenção de voto do Lula, as pesquisas acertaram dentro e perto da margem de erro”, reforça. “Eu acho que a única resposta possível, apesar de ser uma hipótese, é que os eleitores do Bolsonaro são arredios às pesquisas de intenção de voto, ou seja, evitam responder pesquisas ou, quando respondem, declaram informações falsas”. O problema, afirma Feres Júnior, foi “captar a preferência pelo Bolsonaro”. Vem rolo grande por aí e quem sabe até CPI.

Ganhou, mas não levou

Mesmo sendo a candidata mais votada para deputada federal com 123,1 mil votos, no Mato Grosso a professora Rosa Neide (PT), que buscava a reeleição, não foi eleita, como apontam dados do Tribunal Superior Eleitoral deste domingo (2).

Conforme os dados, a Federação Brasil da Esperança (PT-PV e PC do B) não conseguiu fazer o quociente eleitoral necessário para ele ger um candidato a deputado federal. Apenas a deputada Rosa Neide obteve uma votação expressiva, sendo que o segundo mais votado da Federação, o ex-juiz Julier Sebastião (PT), conquistou pouco mais de 7,6 mil votos.

OLIVEIRA

O gigante Davi

O deputado Davi Davino teve uma expressiva votação em 2020, como candidato a prefeito de Maceió, marcou posição e beirou o segun do turno. Agora, com uma cômoda posição na reeleição para a Assembleia Legislativa, um dos prováveis mais votados, optou por enfrentar o ex-governador Renan Filho, que já entrou na disputa como invencível para o Senado, onde fará dupla com seu pai, o sena dor Renan Calheiros.

Apenas na capital Davi teve quase o dobro da votação do seu poderoso oponente, além de expressiva votação no interior, chegando mui to perto na reta final, além de eleger sua mãe, Rose Davino, como deputada estadual. Carismático, seguro, bom negociador e ficha limpa. Que se preparem seus opositores, pois o gigante Davi já começa a marcar posição para disputar a Prefeitura de Maceió em 2024.

Arthur mais forte

Para a manutenção de superpoderes. o depu tado Arthur Lira nem precisa que Bolsonaro seja reeleito. Cacifado pela explosiva votação que teve (219.452), a maior votação da histó ria política de Alagoas e proporcionalmente um dos mais votados no Brasil, com o poderio ampliado na Câmara dos Deputados lide rando o Centrão, com uma bancada de 235 parlamentares. Qualquer que seja o vencedor (Lula ou Bolsonaro), ele terá que se submeter a uma política de coalisão ditada por essa expressiva maioria.

As coisas se tornarão bem mais fáceis, caso Bolsonaro seja vitorioso, mas Lira não perderá sua liderança, mesmo com a vitória petista.

Cadeiras cativas

Com a reeleição do governador Paulo

Dantas, o que está se encaminhando, já é certa uma renovação radical na equipe de secretários de Estado e dirigentes de empresas públicas. O governador precisa montar um time com a sua cara, e fazer um governo para chamar de seu.

Não é recomendável manter qualquer auxiliar por muito tempo em posição estratégica, pois passa a se achar “dono do cargo”.

Nos bastidores do palácio já se pontua que, por enquanto, apenas três titulares vão jogar na mesma posição, por compe tência e ampla confiança do governador: Joaldo Cavalcante (Comunicação); Luiza Barreiros (Gabinete Civil) e Samya Suruagy Amaral (Procuradoria Geral do Estado).

Alfredo Gaspar

Sai da eleição fortalecido carregando nada menos de 102.039 votos, frutos de seu trabalho e sua credibilidade diante do eleitor. Os alagoanos estavam lhe devendo esse mandato.

Rafael Brito

Entrou em campo com a partida iniciada e obteve 58.134 votos para deputado federal. Uma vitória e tanto! Provou que tem talento, confiabilidade, destino e vocação política.

Compra de votos

A Justiça Eleitoral pode não ter sido co nivente, mas foi negligente e acovardada no quesito compra de votos na capital e interior. Os “negócios” foram feitos a céu aberto e se deram bem aqueles que saíram em busca do imoral e criminoso ato. Alguém será punido? Duvido.

Rui Palmeira

Foi entre os candidatos o que teve a melhor postura e comportamento digno no período eleitoral. Saiu inteiro, do jeito que entrou. Também não era para menos. Filho de Guilherme Palmeira, o nome de maior conceito público na história da política alagoana.

PARA REFLETIR - “Existem duas maneiras para ser eleito em Alagoas. Conquistando ou comprando votos. Eu conquistei e comprei. Do contrário não seria eleito”. De um candidato eleito, ao colunista.

Alagoas continuará uma aberração?

ELIAS

FRAGOSO

Seo eleitor esperar que candidatos discutam li nhas programáticas do seu futuro governo, ou o que vão fazer para melhorar o de sempenho do estado e a vida das pessoas, e outros temas sé rios, precisa saber que não vai acontecer se não houver pres são da sua parte. Candidatos são ventríloquos de marque teiros que sequer conhecem a realidade das localidades onde estão trabalhando. Daí a res valarem para o lugar comum das campanhas pasteurizadas que cabem em qualquer lugar e para qualquer candidato.

E aí haja fakes para denegrir adversários e lorotas escrotas sob a forma de promessas que não serão cumpridas. Propostas sérias? Nem pensar! Nem eles saberiam fazer, nem na quase totalidade dos casos, o staff dos candidatos... Ademais, fazer pro postas de mudanças ou de ajus tes fiscais que alterem o “status quo” atual, nem pensar. Bate de frente com os interesses arraiga dos dos “donos do Orçamento do estado”, poderosos de plantão, acostumados a se locupletarem do dinheiro público. E dispostos a tudo para nada mudar.

Nesta eleição de Alagoas os candidatos passaram longe de qualquer compromisso para reti rar o estado do torniquete que o asfixia há dezenas e dezenas de anos. O que se viu foi um festival de absurdezas para ver quem prometia mais esmolas aos po bres e desesperançados e outras lorotas que beiram o absurdo. Mesmo para a incúria reinante em Alagoas a dose foi demais até para os ventríloquos-candidatos.

Que fogem de falar de coisas sérias para esconder o despre paro para as funções a que se candidatam, afinal é mais fácil

navegar nas águas calmas dos prometimentos a pobres que só serão vistos nas próximas elei ções. Melhor que assumir pro postas que a sociedade melhor organizada possa cobrá-los fu turamente. Políticos não estão para resolver seu problema eleitor. Estão para resolver os deles. Só se mexem em prol da sociedade se pressionados.

Se você quer que os candi datos discutam os macrotemas de real interesse para Alagoas e não retomem a safadeza de prometerem mundos e fundos aos miseráveis, e não cumprir quase nada, é preciso pressioná -los. Agora. Antes de votar. Por que depois...

Alagoas está quebrada. Mas tem jeito! Estamos cansa dos de apregoar isso aos quatro ventos. As soluções existem, es tão por aí esperando uma chan ce. Mas para isso, os candida tos precisam dizer como farão para equilibrar as contas pú blicas, pressuposto de qualquer corrente política seja socialista, liberal, neoliberal ou progres sista. Sem isso – e Alagoas está bem longe – não se cria as con dições para atrair investimen

tos e promover o desenvolvi mento. O eleitor precisa saber que se Alagoas continuar com essa política suicida de se en dividar para pagar despesas do dia a dia, vai quebrar de novo. Como nos anos 1990!

Não é razoável que uma sociedade possua 2% dos seus membros nas classes A e B e o resto, no resto. É desumano retroalimentar uma situação dessas, uma das piores domundo! É preciso sair da mes mice, da rotina incompetente, dos desvios, corrupções. E se você, eleitor, não exigir deles agora – antes de votar – as so luções de curto, médio e longo prazo para começar a resolver esse e os demais mega proble mas de Alagoas, só daqui há 4 anos..

Vive-se aqui a Era 1.0 (analógica) em mais de 70% do território como se isso fosse a coisa mais natural do mundo, quando o planeta já vivencia na plenitude a Era 4.0 e um pouco da 5.0. Se o eleitor não pressionar por mudar esse quadro aberrante, Alagoas vai continuar desse jeito por mui to, muito tempo...

Se você quer que os candidatos discutam os macrotemas de real interesse para Alagoas e não retomem a safadeza de prometerem mundos e fun dos aos mise ráveis, e não cumprir quase nada, é preciso pressioná-los. Agora. Antes de votar. Por que depois...

n Economista, professor e consultor

Coração nordestino

VIEIRA CLÁUDIO

Sounordestino com muito orgulho. Durante uns bons treze anos residi no Centro -Oeste, bem como mantive um pé no Sudeste. Construí amiza de com pessoas de todas as re giões brasileiras. Algumas tor naram-se bem próximas. Ainda assim, jamais reneguei o fato de ser nordestino, o que para mim é mais do que uma condição de nascimento. É uma qualidade de vida.

O propósito dessa crônica não é deitar loas à nossa nordes tinidade, mas criticar o que vem acontecendo nas mídias sociais, com o apoio de muitos dos nossos conterrâneos regionais, e mesmo locais, após o fatídico domingo de eleições, nas quais saíram vito riosos em igualdade os dois con correntes à presidência da Re pública, mas nós, os brasileiros, saímos perdendo, como sempre.

O Norte, o Centro-Oeste, o Sul e o Sudeste deram condições a Bolsonaro de uma sobrevida até a incógnita do próximo dia 30. Já o Nordeste, a mesma coi sa para Lula, com um enclave no Norte, e outro no Sudeste. Até agora ninguém condenou, criticou, destratou ou menos prezou os nativos daquelas re giões que se revelaram bolsona ristas. Quanto aos nordestinos, somos adjetivados de cretinos, ignorantes, burros, acoitadores de bandidos, de ladrões, para usar uma expressão muito nos

Pensando bem...

não ajudaram na reeleição do presidente? A vitória do Lula na região foi completamente malu ca. Sei que nossos estados são meio vermelhos, mas não chega ria a tamanha diferença.

Pensando bem, de que adiantou a exposição do Luiz Dantas, falando do próprio filho, tentando evitar que o Paulo Dan tas chegasse ao governo das Ala goas? A impressão que passou foi de um idoso amargurado e fora do ar. Acho até que sensibilizou os eleitores do filho e “deu um tiro no pé”.

sa. Esses que assim o fazem, esquecem de Bolsonaro a cor rupão, as rachadinhas, as mi lícias e quanto mais se credite aos bolsonarismo. A grande pergunta é por que as demais regiões brasileiras exercem o voto democrático, e o Nordeste é sempre pária dessa democra cia? E ainda: por que muitos dos nordestinos aceitam isso, até com aplausos?

Posso bem falar equidis tante de ambos os contendores, pois meu voto pode ser adjeti vado como nem-nem. Nem em um; nem no outro. Mesmo aos 76 anos, dispensado da obri gatoriedade, fui votar, e o fiz em candidata que acreditei ser melhor para o Brasil, não importando ter ciência de an temão que ela não seria eleita. Não sei como ela se comporta rá no segundo turno. Não mais me importa quanto a isso, mas resto preocupado com o futuro do Brasil, seja qual for o pre

sidente escolhido dentre es ses dois que se digladiam em agressões, baixarias, populis mos e nada de projetos e pro postas sérias.

O fato é que a partir de agora, até não sei quando, só ouviremos falar em lulismo e bolsonarismo. E o que são es sas duas formas de fazer políti ca menor? Alguns delas falam como se fossem filosofias ou ideologias. Não acredito que mereçam qualquer uma des sas classificações, ainda que se declarem progressistas uns, e conservadores outros, todos no intuito de verem grandiosi dade em seus modos de fazer política. Não creio que mere çam ser classificados dessas formas, até porque são manei rismos transitórios, ainda que possam demorar algum tempo entre nós. Nada têm de bom a oferecer à Nação, eis porque são efêmeras, simples modis mos.

O fato é que a partir de agora, até não sei quando, só ouviremos fa lar em lulismo e bolsonarismo. E o que são essas duas formas de fazer política menor?

Alguns delas falam como se fossem filoso fias ou ideolo gias.

Pensando bem, o número de mulheres no Poder Legislati vo aumentou, mas é o suficien te? Nós, mulheres, precisamos lutar mais nas eleições, para aumentar nossa representativi dade nos 3 Poderes. O caminho ainda é longo.

Pensando bem, será que o Paulo Dantas vai fazer um bom governo? Já estou vendo que alguns eleitos ao parlamento estadual são parentes próximos seus. Haverá nepotismo na fu tura gestão?

Pensando bem, o presi dente do Superior Tribunal Eleitoral está muito preocu pado em justificar os erros do pleito deste ano. Para ele, tudo foi perfeito, maravilhoso. Por que não aceitou de imediato as sugestões dos militares? Qual a dúvida?

Tenho

que agradecer a Deus por ter chegado aos 81 anos e com vontade de escrever mais e mais.

Pensando bem, por que o presidente da República e as Forças Armadas insistem no voto auditável e as autoridades do Tribunal Superior Eleitoral resistem em adotar tal medida?

Pensando bem, como pode o presidente da República ter perdido as eleições em alguns estados, assessores dele foram eleitos e os votos deles não coincidiram com os do chefe do Executivo? Isto é, numa chapa todos os votos foram para os bolsonaristas e o candidato ma joritário escolhido foi o Lula.

Pensando bem, por que o Artur Lira e personagens li gados a Bolsonaro no Nordeste

Pensando bem, para que serve a renovação do Legislativo alagoano em quarenta por cento?

Os velhos caciques voltaram e não creio que haverá mudanças. A eleição para deputado estadual em Alagoas foi muito concorrida e requereu muito dinheiro.

Pensando bem, Minas e São Paulo vão apoiar Bolsonaro, além do Rio de Janeiro e outros estados. No 2º turno os votos apa recerão ou vão migrar para o ou tro candidato?

Pensando bem, por que o lado esquerdo do Brasil condena a queda do preço da gasolina, a deflação e a criação do PIX? Será que tudo isso não ajudou a popu lação pobre do país?

E a ajuda mensal de seiscentos reais tam bém não serve de alívio para as classes mais sofridas?

Pensando bem, o prefeito JHC tentou encaixar o pai nas eleições. Não conseguiu. Inves tiu seriamente no irmão e não o elegeu. E os outros candidatos que dele precisavam?

Pensando bem, o litoral Norte das Alagoas elegeu duas deputadas. Elas vão se unir para beneficiar os municípios da região? Afinal, o voto foi quase obrigatório. O povo tinha até medo de falar em eleição. Muito divertido era perguntar a alguém em quem votaria. O silêncio era total.

Pensando bem, a eleição de 2022 foi diferente. Conheço um deputado que nunca perdeu a disputa e agora foi derrotado. Outro só se elegeu uma vez. Quando perguntados por que perderam, respondem que é culpa do partido.

Pensando bem, o Lula já falava como se ganhasse a elei ção no 1º turno. Só faltava in dicar os ministros. A imprensa internacional afirmou que ele teve uma vitória com sabor de derrota. Como será o segundo turno?

Pensando bem, como a Rede Globo vai sobreviver se Bolsonaro vencer? Vi um repór ter chamá-lo de “mentiroso, sem escrúpulos, ladrão”. Um deles comparou Bolsonaro a Maluf, dizendo: “Maluf mentia com classe, o presidente mente sem classe”. Verdadeiro desrespeito à autoridade máxima da nação.

Enfim, estamos num país dividido: a esquerda querendo voltar e a direita querendo per manecer; pessoas famosas e co nhecidas mudando de opinião.

O povo, pobre povo brasilei ro, não sabe em quem acreditar, não sabe em quem votar. Pede auxílio a Deus.

Pensando bem, amigos, só consigo pensar o seguinte: PT nunca mais!

Enfim, estamos num país dividido: a esquer da querendo voltar e a direita queren do permanecer; pessoas famosas e conheci das mudando de opinião.

Desigualdade

Escritor.

Itamar Vieira Júnior, ganhador do prêmio Jabuti, em Torto Arado, abordan do o tema da desigualdade social no meio rural, traz à tona o sofrimento de pessoas simples que, não tendo oportunidades, permanecem oprimidas e infelizes, lutan do, elas mesmas, para uma sociedade me nos injusta.

Só percebi isso já adulto. No meu mundo da infância não percebia e não sentia desigualdade. No ambiente uni versitário, absorvido nos estudos e no contato saudável e muito jovem, tam bém não pude percebe-lo. Só um pouco mais tarde, já casado e nos embates da vida, pude observar a existência de estamentos sociais, a importância, a influência, e a efetiva desigualdade existente. Observei a existência do ma niqueísmo e comecei a perceber a mal dade do homem e o seu mais expressivo egoísmo.

Para

a compreensão humana em seus múltiplos aspectos encontrei, no au tor russo Dostoiévski, a angústia em seu sentido mais profundo. O perso nagem Raskólnikov, em Crime e Casti go, personagem central, revelando uma natureza humana excêntrica, matando a machadada a agiota, uma senhora idosa e avarenta, exibindo o conflito existencial, a intensa dor e a contradição humana.

Em os Miseráveis, de Vítor Hugo, ro mance denso, forte, clássico da literatura universal, aí temos, em cores vivas, as injustiças, as desigualdades, a dicotomia entre o bem e o mal, em seu sentido mais amplo, e no significado mais profundo.

Em Vidas Secas, clássico do alagoano Graciliano Ramos, observa-se com clare za solar o drama forte da desigualdade social, razão maior do sofrimento da famí lia que, sofrendo as intempéries do clima, vê-se abandonada à própria sorte.

Em A Revolução dos Bichos, o autor George Orwell, nascido na Índia, educa do em escolas de elite, tendo lutado na guerra civil espanhola, descreve de for ma genial, nesse pequeno opúsculo, essa fábula, publicada em 1949, em crítica ao socialismo, a tentativa dos bichos, em ex pulsando os homens, estabelecerem uma sociedade de iguais. Uma sátira ao meu ver, ainda atual.

Como corrigir tanta desigualdade? Por que os seres humanos são desiguais?

O poeta Americano Walt Whitman, em versos memoráveis, em busca da explicação do conflito da existência hu mana, assim escreve, sobre os animais: “Nenhum deles é insatisfeito, nenhum / enlouquecido pela mania de possuir coi sas, / Nenhum se ajoelha para o outro, nem para os que / viveram há milhares de anos, / Nenhum deles é respeitável ou infeliz em todo / mundo.”

Por que tanta desigualdade e infe licidade? Por que as oportunidades não surgem para todos? Por que tanto sofri mento? Por que as guerras? Por que tanta fome? Por que, enfim, tanta desigualdade? Por que países ricos e pobres? Por que tan ta desigualdade entre os seres humanos?

Os leões de rede social

que pensam da mesma forma e, em sen do assim, as redes sociais são utilizadas como instrumentos para validar estas opiniões.

Por que, diante de tanta riqueza produzida, existe fome e analfabetismo? Por que ainda há pessoas morando em barracos? Por que ainda existem pes soas drogadas e morando nas ruas?

Nós, seres humanos, ainda produzi mos guerras entre nações, em que pese as guerras particulares.

Será que o ser humano tem jeito? Às vezes imagino que sempre convive rá com isso. Assim sempre foi e sempre será. As guerras sempre existiram. A fome sempre acompanhou a humani dade. As desigualdades atravessaram os séculos. A maldade humana sempre presente.

Por outro lado, o homem sempre buscará a paz, almejará a igualdade, sempre regrará seu comportamento pela lei, pelos valores morais e crenças religiosas. Assim sempre será. O mundo sempre viverá esse embate, lamentavel mente.

Será que o ser humano tem jeito? Às vezes imagino que sempre convive rá com isso. Assim sempre foi e sempre será. As guerras sempre existiram. A fome sempre acompanhou a humanidade. As desigualdades atravessaram os séculos. A mal dade humana sempre presente.

ANDRE

Advogado

Aopasso em que as redes sociais proporcionam espaços para novos negócios e empregos, beneficiando muitas pessoas e organizações com uma comunicação instantânea, também são palco para muitas pessoas expressarem o seu ódio, dando dimensão pública a opi niões de pessoas que muitas vezes não têm notoriedade na sua vida cotidiana.

Muitas vezes o catalisador da mera opinião desinformada ou do discurso de ódio para configuração de uma ação cri minosa é a confirmação de outros usuá rios, com características semelhantes e

Enquanto que na vida real esses usuários, que aqui denominamos os leões de rede social, tomam o cuidado de não expressarem opiniões preconceituosas por medo das consequências, no mundo virtual se libertam para dar suas incul tas opiniões a qualquer momento com a falsa sensação de impunidade.

Recentemente, no primeiro turno das eleições presidenciais, a região Nordeste voltou a ser alvo de ataques de usuários de redes sociais por ter tido votação ex pressiva no candidato à presidência Lula, situação que já vimos acontecer nas úl timas eleições, também, quando os votos do Nordeste começaram a ser computa dos.

É realmente triste observar tantos ataques ao povo nordestino, ataques que se estendem inclusive a nossa terra e cultura, comentários que ultrapassam o debate político e colocam todos os nordes tinos como subalternos. Os discursos pa

recem partir de uma inquietação prove niente de pessoas que acreditam estar em posições de vantagem em uma hie rarquia regional. É uma ideologia ridí cula e que deveria ser perseguida, tais comentários fogem totalmente dos limi tes do campo da liberdade de expressão e devem receber imediatamente a aten ção da polícia e do Poder Judiciário.

Felizmente, nos últimos anos, o Po der Judiciário tem condenado, por ra cismo, pessoas que proferem ofensas a nordestinos. Os crimes de racismo es tão previstos na Lei 7.716/1989, altera da pela Lei nº 9.459/13 que acrescentou os termos etnia, religião e procedência nacional, ampliando a proteção da Lei Antirracismo para vários tipos de in tolerância e as penas previstas podem chegar a até 5 anos de reclusão. Em que pese o termo “nordestino” não caracte rizar uma raça, o intuito dessa norma é preservar os objetivos fundamentais da Constituição Federal, de promoção do bem estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quais quer outras formas de discriminação.

Recentemente, no primeiro tur no das eleições presidenciais, a região Nordeste voltou a ser alvo de ataques de usuários de re des sociais por ter tido votação expressiva no candidato à presidência Lula, situação que já vimos acontecer nas últimas elei ções, também, quando os votos do Nordeste co meçaram a ser computados.

EXPEDIÇÃO CRIATIVA

Educadores de Branquinha levam a Boston experiência exitosa

MARIA SALÉSIA

Arede

de ensino do município de Branquinha, Zona da Mata alagoana, foi escolhida entre as 10 brasileiras para ir a Boston, nos Estados Unidos, conhecer algumas referências e escolas que trabalham com a abordagem da aprendizagem criativa. A convite da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, os gesto res e formadores puderam conhecer algumas referências e escolas que tra balham com a abordagem da aprendi zagem criativa e também apresentar e trocar experiências entre si e com os pesquisadores do MIT Media Lab, mostrando todo o potencial das inicia tivas que já existem no Brasil. Com bagagem repleta de novidades, dia 9 de novembro acontecerá a 1ª edição do Festival de Invenção Criativa (FIC) da rede de Branquinha, envolvendo todas as escolas da rede.

Segundo Gabriela Hartin Brevi glieri, gerente do Programa Escolas Criativas, a expedição foi repleta de reflexões provocadoras para que, de volta a seus municípios, eles possam implementar novas ideias nas redes em que atuam e aprimorar o trabalho já realizado. “A imersão foi fundamen tal para promover a troca de experiên cias entre as redes de ensino, pesqui sadores do MIT e time da RBAC. As discussões e os aprofundamentos que surgiram foram muito inspiradores e vão agregar mais repertório para a continuidade das ações do programa. Todos ganhamos novos elementos para refletir”, diz.

De acordo com Solange Ferreira Vital, técnica pedagógica da Secreta ria Municipal de Educação de Bran quinha e articuladora mestre da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa no município, com a aprendizagem criativa, as aulas das escolas da rede municipal de Branquinha estão cada vez mais dinâmicas e com espaço para os alunos serem protagonistas. “Antes, os professores levavam tudo pronto para a sala de aula. Hoje, eles planejam as aulas e levam materiais para que os estudantes construam o próprio conhecimento”, explicou.

“Viajar para Boston, nos Estados Unidos, foi uma oportunidade ímpar para mostrar o trabalho que faze mos no Brasil e aprender mais sobre

aprendizagem criativa”, acrescentou.

Com Ednaldo Firmino, secretário de Educação de Branquinha, não foi diferente. De acordo com ele, a aborda gem da aprendizagem criativa é impac tante para professores e alunos e está presente na Educação Infantil, no En sino Fundamental e na Educação de Jo vens e Adultos da rede, em todas as 16 escolas do município. “Os educadores de Branquinha têm cada vez mais ou tro olhar para o planejamento: pensam em dar mais sentido à prática na sala de aula. E os alunos sentem o dinamis mo das aulas, notam que participam de forma efetiva, sabem que podem cola borar, criar”, comemorou o secretário.

Em Branquinha, um dos projetos de aprendizagem criativa é a robó tica com sucatas. Mesmo com pouca estrutura tecnológica, os estudantes trabalham com scratch, com ou sem conectividade (essa última, a chamada programação desplugada). Na época dos festejos juninos, os alunos da rede foram desafiados a criar arraiais cria tivos nas escolas, preparando o espaço por conta própria. Com sucatas, fize ram maquetes, resgataram a cultura local, recriaram a palhoça, entre outros

atrativos deste período tão significan te para a cultura nordestina.

No dia 15 de setembro, no “Dia do Mão na Massa”, promovido em todo o país a convite da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, as escolas de Branquinha participaram ativa mente. Um dos projetos apresentados pelos alunos foi o Soprobô, um robô movido a ar.

A VIAGEM

Durante cinco dias, entre 19 e 23 de setembro, 20 representantes técni co-pedagógicos de secretarias de Edu cação de diferentes regiões do Brasil, participantes do Programa Escolas Criativas, da Rede Brasileira Brasilei ra de Aprendizagem Criativa (RBAC), vivenciaram uma experiência única e significativa: uma Expedição Criativa em Boston, nos Estados Unidos, com o tema Alavancando a Adoção Sistê mica da Aprendizagem Criativa nas Redes Públicas.

A caravana foi formada por gesto res públicos das redes de Branquinha (AL), Caruaru (PE), Curitiba (PR), Ja guariúna (SP), Recife (PE), Ribeirão

das Neves (MG), Rio Grande do Sul (rede estadual), São Bernardo do Cam po (SP), São Luís (MA) e Vinhedo (SP).

A Expedição começou no MIT Me dia Lab, um laboratório de pesquisa do Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde os brasileiros foram re cebidos por representantes da equipe de apoio da RBAC e do Lifelong Kin dergarten (LLK) (Jardim de Infância para a Vida Toda). Lá, puderam trocar experiências e refletir sobre as possibi lidades de aprofundamento da adoção da Aprendizagem Criativa no Brasil, além de compartilhar suas práticas entre si e com pesquisadores do LLK - entre eles, o professor Mitchel Res nick, diretor do grupo LLK e principal autor da Aprendizagem Criativa como abordagem pedagógica.

Para a equipe do Lifelong Kin dergarten (LLK) foi especialmente impressionante ver os gestores das secretarias abertos a mudanças e pro fundamente engajados em uma pro posta de transformação educacional.

De acordo com Ann Valente, pes quisadora LLK no MIT Media Lab e coordenadora de Pesquisa e Inovaçãoda RBAC. " “É sempre empol gante interagir com os educadores da RBAC. O Programa Escolas Criativas é um líder internacional na tentativa de explorar ideias sobre o tema e de desenvolvimento de estratégias para garantir que todas as crianças e todos os educadores possam vivenciar expe riências de Aprendizagem Criativa. Ao longo da semana, os convidados tiveram também a oportunidade de realizar uma jornada de imersão no universo da Aprendizagem Criativa, visitando escolas de referência e am bientes não formais de ensino, diz Va lente.

Participação de Branquinha durante a expe dição nos EUA

ECONOMIA EM PAUTA

Separação de bens

OSupremo Tribunal

Federal vai decidir se o regime da separação obrigatória de bens no casa mento de pessoas maiores de 70 anos e a aplicação dessa regra às uniões estáveis é constitucional. O assunto é objeto de Recurso Extraordinário com Agravo que teve repercussão geral reconhecida pelo plenário da Corte. Por meio de sua assessoria de imprensa, o STF afirmou que ainda não há data prevista para o julgamento do mérito da controvér sia jurídica..

Imposto de Renda

Ainda no Supremo, a Corte confirmou esta semana, por unanimidade, a de cisão que isenta de Imposto de Renda os valores recebidos a título de pensão alimentícia, dando fim a uma disputa entre União e pensionistas que durava cerca de sete anos. O caso começou a ser discutido pelo STF em dezembro de 2021, mas foi suspenso por um pedido de vista (procedimento que busca mais tempo para análise de um caso) do ministro Alexandre de Moraes.

n Bruno Fernandes –bruno-fs@outlook.com

WhatsApp

As novas regras para o Serviço de Atendimento ao Consumi dor (SAC) entraram em vigor nesta semana trazendo várias mudanças. Uma das principais alterações é a possibilidade de cancelar serviços em qualquer canal disponível, incluindo o WhatsApp. Conforme a legisla ção atualizada, as empresas que permitem a contratação de serviços por meio do app devem oferecer o mesmo canal para que o cliente cancele o contrato. Isso vale para planos de telefonia, internet, TV e outros tipos de serviços.

Envio automático de currículo

A Catho, uma das maiores empresas de procura de emprego do Brasil, anunciou o lançamento do “Autoenvio”, uma ferra menta que envia automa ticamente currículos para vagas que se encaixam com o perfil do candidato. A solução faz uso de inteligência artificial e pode ser utilizada por assinantes do serviço. De acordo com a empresa de recrutamento, a funcionalidade ajudará as pessoas a otimizarem a busca por uma vaga, já que basta configurar as preferências para que as candidatu ras sejam realizadas de maneira automática.

Tratamento humanizado é diferencial na vida de pacientes com câncer

Santa Casa de Maceió registra crescimento na demanda de neoplasias rastreáveis

dos pelo Serviço de Oncologia da Santa Casa de Maceió es tão os provenientes do SUS. São entre 20 a 30 atendimen tos diários, realizados com o auxílio dos residentes médi cos, além de 70 a 80 cirurgias registradas mensalmente.

Muito

além de desorde nar o crescimento das células do corpo, o cân cer muda a perspectiva que o indivíduo tem sobre sua vida. O atendimento humanizado funciona como auxiliar no tra tamento desses pacientes. Na Santa Casa de Maceió, a prá tica é reforçada entre o corpo clínico e assistencial do hospi tal, que mantém um olhar am pliado sobre quem está doente, e não apenas no combate à pa tologia.

“Muitas vezes nos atenta mos para o tratamento técni co, mas o mais importante em um paciente que está doente é a visão holística, com empatia. Isso faz toda a diferença, pois reforça as relações humanas, passa confiança e diminui o es tresse ligado ao diagnóstico”, disse Dra Myra Leão, cirurgiã oncológica do corpo clínico da SCMM e preceptora da Resi dência Médica de Cirurgia On cológica, com área de atuação na Oncoginecologia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o impacto do câncer pelo mundo mais que dobrou em 30 anos, com estimativa para o ano de 2030 de 27 milhões de casos in cidentes, 17 milhões de óbitos em decorrência da doença e 75 milhões de pessoas vivas com a neoplasia (câncer).

Entre os pacientes atendi

De acordo com a Dra Myra Leão, a demanda de pacientes com neoplasias tem aumen tado de forma significativa, e o número de pacientes mais jovens chama a atenção. “São pacientes com doenças gineco lógicas como câncer de ovário, colo de útero, endométrio, e de mama, algumas delas com a possibilidade de rastreio, que estão sendo descobertas já em fase avançada. Em alguns casos podemos proporcionar a cura com cirurgia, quimio terapia, e radioterapia; já em outros casos só é possível dar mais qualidade de vida ao pa ciente”, destaca a especialista.

O atendimento humani zado começa no acesso aos exames para descobrir o diag nóstico do câncer. Em Maceió, desde o início de setembro, quem recorria ao Cora agora deve acessar o Pronto!, nova ferramenta criada para tor nar a marcação de consultas e exames complementares mais acessível aos usuários do SUS.

“O profissional da área de saúde, em especial os que atuam no campo de tratamen to oncológico, onde o tempo é algo muito precioso, deve se atentar ás fragilidades do paciente. São muitas as fases que ele vive após descobrir a doença, e ouvi-lo pode ser tão terapêutico quanto um medi camento. É nessa hora que é possível identificar, por exem plo, se ele sabe como e onde realizar os exames necessários para seu tratamento”, finaliza Dra Myra Leão.

Dra Myra Leão, cirurgiã oncológica do corpo clínico da SCMM e preceptora da Residência Médica de Cirurgia Oncológica, com área de atuação na Oncoginecologia

FERNANDO CALMON

n JORNALISTA

Polo 2023 perde desempenho e ganha em consumo de combustível

Houve

discussões até em redes sociais sobre as modificações introduzidas pela VW no Polo 2023. As críticas apontam que o modelo foi “rebaixado” em termos de equipamentos, além de dúvidas sobre os preços. De fato, o modelo de entra da (versão MPI) foi reajustado para cima, enquanto duas outras (Comfortline e Highline) diminuíram de preço (de R$ 7.000 a R$ 9.000). Além disso, o motor aspirado de 1,6 L que havia saído de linha em fevereiro foi substituído agora pelo três-cilindros 1-L turbo (nova versão, TSI). Por outro lado, faróis de LED desde a versão de entrada, além de exclu sividade entre os compactos, são um grande avanço em segurança ativa.

O hatch compacto recebeu simplificações como a troca dos freios traseiros a disco por tambor, perdeu conta-giros e regulagem de altura e distância do volante nas versões MPI e TSI, além de redução de potência do motor de 1 L turbo, de 128/116 cv (E/G)

para 116/109 cv, e de torque, de 20,4 kgf.m para 16,8 kgf.m (E ou G). Pude avaliar as versões TSI com câmbio manual de cinco marchas e Highline com automático de seis numa viagem ida e volta de 90 km entre São Paulo (SP) e Araçariguama (SP). Com o câmbio automático a percepção de perda de desempenho não chega a ser muito relevante, mas numa ultrapassagem em estrada as respos tas ao acelerador exigem mais atenção. Porém na aceleração de 0 a 100 km/h a perda foi de quase um segundo (antes 9,6 s e agora 10,5 s). Entre os principais concorrentes o Onix acelera em 10,1 s e HB20 em 10,7 s.

Na versão de câmbio manual em algumas situações obriga a utilizar mais a alavanca, embora o curso e a precisão de engates sejam a melhor referência do mercado. Aceleração de 0 a 100 km/h em 10 s é um pouco melhor que a versão automá tica, enquanto Onix marca 10,1 s e o HB20 9,3 s

assumindo a liderança em desempenho entre os compactos com câmbio manual.

Por outro lado, o consumo de combustível em ciclo urbano melhorou com etanol entre 9% e 17%, dependendo da versão, e com gasolina entre 8% e 17%. No ciclo rodoviário entre 9% e 15% (etanol) e entre 7% e 15% (gasolina). São números muito bons.

Quanto aos freios a tambor nas rodas traseiras não notei perda de capacidade de desaceleração nem de eficiência quando mais exigido. Como houve uma pequena redução de massa do veículo a frenagem de 100 km/h até a imobilização é feita em 38,3 m e na versão anterior, com discos nas quatro rodas, 39,4 m, ou seja, o modelo atual para em uma distância menor.

Os amortecedores foram recalibrados. O Polo 2023 ficou um pouco menos firme do que antes, porém sem alterar as qualidades dinâmicas que sempre marcaram o modelo como referência em seu segmento.

Com estilo ousado, o Kia Niro híbrido puro estreia no Brasil, importado da Coreia do Sul em duas versões (EX e SX Prestige).

Trata-se da segunda geração do modelo, lançada no ano passado. A frente destaca-se pelo formato das luzes de rodagem diurna (DRL). Na traseira o desenho chama ainda mais atenção pelas lanternas em formato de bumerangue vertical. Interessante recurso de estilo é a pintura contrastante do teto até os para-lamas seguindo o contorno das portas. O painel traseiro tem função aerodinâmica com discretas entradas e saída de ar. Bons 425 litros no porta-malas (referência VDA).

O porte é de um SUV médio-compacto como Compass, Corolla Cross e Taos, porém com distância entre eixos um pouco maior (2.720 mm) que proporciona mais espaço para as pernas no banco traseiro. Outro destaque é a integração entre o quadro de instrumentos e a tela multimídia, ambos de 12,5 pol. Versão SX Prestige conta com carregamento do celular por indução. Pacote de itens de segurança inclui, além dos seis airbags, recursos reservados para o topo de linha: prevenção de colisão frontal e em marcha à ré, aviso antes se abrirem portas da aproximação de carro ou ciclista, entre outros.

Potência e torque combinados são de, respectivamente, 141 cv e 27 kgf.m, a partir de um motor a gasolina de 1,6 L (105 cv/14,7 kg f.m) e um elétrico (44 cv/17,3 kgf.m). Os motores podem trabalhar em conjunto ou separadamente. A borboleta esquerda atrás do volante permite quatro níveis de regeneração de energia para recarregar a bateria de 240 V) e 1,6 kWh de polímero de íons de lítio (PIL). A convencional de 12 V de chumbo-ácido foi substituída pelo tipo PIL. Garantia de cinco anos ou 100.000 km, mas a durabilidade da bateria pode chegar a 10 anos.

Em avaliação no autódromo Capuava em Indaiatuba (SP) o SUV mostrou equilíbrio em curvas (suspensão traseira multibraço), silên cio a bordo e boas respostas ao acelerador considerando sua massa total de 1.394 kg. Ao acionar o modo Sport as duas borboletas atrás do volante podem subir ou descer marchas do câmbio automático de duas embreagens. Aceleração de 0 a 100 km/h em 10,4 s é melhor que o Corolla Cross híbrido (13 s).

Números de consumo do Niro híbrido, referência Inmetro: cidade, 19,8 km/l e estrada, 17,7 km/l. Com o tanque de 42 litros o alcance é de 743 km em rodovias, mas a Kia indica que pode chegar a 800 km em ciclo misto no modo Eco.

Preços: R$ 204.990,00 e R$ 239.990,00.

Porsche lança o 718 Cayman GT4 RS no Brasil por R$ 1.157.000. Versão superesportiva deste cupê de motor central-traseiro é quase um carro de corrida para as ruas. Traz o mesmo motor 4.0 boxer 6-cilindros aspirado do 911 GT3, mas com 500 cv (10 cv a menos) e 45,9 kgfm de torque, combinado ao câmbio automatizado de duas embreagens e sete marchas. Diferencial com deslizamento limitado (autobloqueante) é derivado do 991.2 GT3, enquan to o conjunto de engrenagens vem do antigo 911 GT3 RS.

Os freios dianteiros têm discos de maior diâ metro em relação ao Cayman GT4 (408 mm em vez de 380 mm) e dutos de refrigeração vieram do 911 GT3. Eixo dianteiro é 7 mm mais largo frente ao 718 Cayman GT4, enquanto o eixo traseiro é 8 mm mais largo. Respostas ao volante são de incrível precisão, enquanto ronco do motor dentro da cabine é instigante. Os bancos tipo concha têm estrutura em fibra de carbono e seguram o corpo nas curvas com ajuda do cinto de segurança de seis pontos.

O carro faz curvas com grande precisão e sua estabilidade é acima da média entre todos os Porsches. A fabricante informa aceleração 0 a 100 km/h em 3,4 segundos e velocidade máxima de 315 km/h. Há vários componentes feitos em compósito de fibra de carbono, como asa, capô e para-lamas. O pacote Weissach acrescenta capô, entrada de ar e asa traseira com acabamento em fibra de carbono aparente, além de rodas de magnésio que deixam o carro 20 kg mais leve.

Há entradas de ar para refrigerar os freios com especial atenção para diminuir ao máximo a turbu lência aerodinâmica. Escapamento pode ter saídas feitas de titânio, que fazem parte da lista de 77 opcionais. Destes, 46 são fabricados pela Exclusiv Manufaktur, divisão de personalização dos carros da Porsche.

Você provavelmente deve ter visto as advertências do Dr. Bactéria no progra ma de TV “Fantástico” (2006 a 2009) sobre os cuidados com a higiene. Roberto Figueiredo (seu nome real) é formado em Biomedicina e Engenharia da Qualidade. O assunto voltou agora graças ao estudo da Universidade Aston, instituição pública em Birmingham, Inglaterra, feito a pedido do site Cars Scrap Comparison especializado no comércio de carros sucateados. Foram analisados veículos com dois ou mais anos de uso e o resultado surpreendeu.

A realidade aponta que o porta-malas pode carregar mais bactérias do que um vaso sanitário. Em veículos mais velhos esse problema se agrava se não houver o hábito de limpar com cuidado um local onde se transportam alimentos, além de outros objetos como malas e bolsas rara mente limpos.

Áreas mais sujas em número de bac térias foram listadas: porta-malas, 1.425; banco do motorista, 649; alavanca de câmbio manual, 407; banco traseiro, 323; painel, 317; volante, 146.

Entretanto, o estudo destacou uma boa notícia para os motoristas. Graças ao aumento no uso de desinfetantes para as mãos, que continuou após a covid-19, o vo lante aparece em último lugar entre os lo cais mais contaminados. Porém, na minha opinião, estes resultados podem se alterar no futuro à medida que as pessoas forem esquecendo do pesadelo da pandemia e relaxarem nos hábitos de higienização. A universidade, no entanto, não fez projeções sobre o que pode acontecer mais adiante.

Kia Niro híbrido bem e quipado a preço competitivo Cayman GT4 RS impressionante em curvas como poucos

Carro pode estar mais sujo que um banheiro

RESENHA ESPORTIVA

Ucrânia se junta a Espanha e Portugal em candidatura para receber Copa de 2030

Asfederações de futebol da Espanha e de Portugal surpre enderam nesta quarta-feira ao anunciarem que a Ucrânia se juntou aos dois países na candidatura para receber a Copa do Mundo de 2030. O projeto de sede tripla do Mundial conta com o “apoio incondicional” da Uefa. O anúncio oficial foi feito em entrevista coletiva na sede da Uefa, na cidade suíça de Nyon. O

presidente da entidade responsável pelo futebol europeu, Aleksander

Ceferin, e o secretário-geral Theodore Theodoridis estiveram presentes no evento, encabeçado pelo presidente da federação portuguesa, Fernando Soares Gomes da Silva, pelo manda tário da Real Federação de Futebol da Espanha, Luis Rubiales, e pelo presidente da federação ucraniana, Andriy Pavelko.

AUXILIAR DE TITE DIZ QUE 80% DA LISTA DA CONVOCAÇÃO PARA COPA ESTÁ DEFINIDA

Auxiliar técnico da seleção brasileira, César Sampaio afirmou que 80% da lista de convocados para a Copa do Mundo do Qatar já está definida. Em entrevista, o ex-jogador celebrou o au mento para 26 inscritos e destacou que a base verde-amarela já está montada. A convocação brasileira para a Copa do Mundo do Qatar está marcada para o dia 7 de novembro. Já a estreia no Mundial ocorre no dia 24, às 16h (de Brasí lia), contra a Sérvia. “Não está fechada. Está estruturada. Posso dizer que tem 80% dos nomes. A gente não pode fechar”, afirmou Sampaio. César Sampaio ainda celebrou o aumento no número de jogadores inscritos. “Melhorou (com26). É até desumano em alguns momentos. Os atletas vêm muito desgasta dos”. O Brasil está no Grupo G da Copa do Mundo do Qatar, ao lado de Sérvia, Suíça e Camarões.

CRISTIANO RONALDO PODE DEIXAR O MANCHESTER UNITED EM JANEIRO

Cristiano Ronaldo pode estar vivendo seus últimos momentos com a camisa do Manchester United. Com poucas oportunidades no time titular, o joga dor pode deixar a equipe em janeiro, quando abre a janela de transferências do meio da temporada do futebol europeu. A informação foi divulgada na terça-feira, 4, pelo jornal britânico The Telegraph. Segundo a publicação, o astro português de 37 anos mantém o desejo de deixar a equipe, que não se classificou para a disputa da Liga dos Campe ões deste ano – este ainda seria o principal motivo externado pelo craque. Por sua vez, o novo coman dante do time de Manchester, o holandês Erik Ten Hag, teria deixado claro que “não ficaria no caminho” do atacante se uma boa proposta surgir.

CINCO JOGADORES DO CRB VÃO CUMPRIR SUSPENSÃO NA PARTIDA CONTRA O TOMBENSE

O técnico Daniel Paulista perdeu peças importantes para a partida do CRB contra o Tombense, fora de casa. Dos 13 jogadores que estavam pendurados com dois amarelos na vitória sobre a Chapecoense, cinco receberam cartão e vão cumprir suspensão: Fabinho, Guilherme Romão, Paulinho Moccelin, Uillian Correia e Anselmo Ramon. Ainda foram punidos com cartão o zagueiro Gilvan e o volante Marthã, que entra ram na lista de pendurados para o jogo do próximo. O CRB, que agora tem 43 pontos e ocupa o 11º lugar, enfrenta o Tombense no Estádio Soares de Azevedo. O jogo vale pela 34ª rodada do Brasileiro e, pelas contas, o Galo só precisa de mais dois pontos para permanecer na Segundona.

DIVULGAÇÃO

ABCDO INTERIOR

Segue na disputa

Naterça-feira, 4, o governador Paulo Dantas (MDB) retornou àa campanha para o segundo turno das eleições, que ocor re no próximo dia 30. Nesta nova etapa Dantas contará, em sua base de campanha, com o apoio de nove gestores munici pais. No primeiro turno, dos 102 municípios alagoanos, Paulo tinha o apoio de 66 prefeitos. Agora, para o segundo turno, este número aumen tou para 75.

Novos apoiadores

Vale ressaltar que dos nove gestores sete estavam com Rui Palmeia (PSD) no primeiro turno. São eles: Adriano Barros - prefeito de Joaquim Gomes, Le andro Silva - prefeito de Junque iro, Erivaldo Mandu - prefeito de Mata Grande, Lívia Carla - pre feita da Barra de Santo Antônio, Klinger Quirino - prefeito de São Brás, Cícero Cardoso - prefeito de Pindoba, e Marcos Silva -prefeito de Messias.

Os outros dois gestores, que apoiaram Fernando Collor no primeiro turno, são Josias Aprígio - de Minador do Negrão, e Arthur Freitas - de Santana do Mundaú.

O calote de Cunha

O senador Renan Calheiros (MDB) usou as redes sociais para falar sobre o descaso do candidato ao governo de Alagoas Rodrigo Cunha, que está sendo acusado de dar calote nos trabalhadores contratados para a campanha eleitoral, dentre eles os bandeir inhas que prestaram serviços em Maceió.

Em vídeo divulgado na internet, o senador alagoano reforçou que são pais de famílias que precisam do dinheiro para colocar comida na mesa e pagar as contas. Renan falou que Cunha está gastando milhões em sua campanha e deixa transparecer que a situação dos trabalhadores “pouco impor ta”.

“Rodrigo Cunha, Arthur Lira e João Caldas não pagam suas dívidas. Essa gente não aprende”, lamentou o senador.

Outro lado

Em nota encaminhada à imprensa, a empresa LS Pro moções, contratante de parte dos trabalhadores que atuam na campanha do candidato Rod rigo Cunha (União), informou que “todos os compromissos financeiros assumidos com estes colaboradores já foram, estão sendo ou serão honrados integralmente”.

Culpou o PIX

De acordo com a LS Promoções, o fato isolado ocorrido na tarde de terça-feira (4) não foi causado por falta de recursos fi nanceiros. “Nem de nossa parte, nem de parte da campanha do candidato que nos contratou”. E foi mais além: “O grupo de pessoas que se juntou na frente do comitê de Rodrigo Cunha - trabalhadores que merecem todo respeito e consideraçãonão recebeu seu pagamento no dia de hoje devido a limitações no sistema de pagamento via PIX”.

Alegria em dobro

O candidato a vice-governa dor Ronaldo Lessa (PDT) na chapa encabeçada por Paulo Dantas não esconde a alegria pela votação que obtiveram nas eleições de domingo, 2, principalmente em Arapiraca, cidade natal de Rodrigo Cunha, que por mais incrível que possa parecer ficou em segundo lugar na preferência do eleitorado.

Outra alegria de Lessa foi venc er em Maceió, onde Cunha con ta com apoio do prefeito JHC.

Ataques descabidos

O deputado estadual Tarcizo Freire parece que não engoliu bem o fato de não ter sido reeleito nas eleições do úl timo domingo. Um de seus assessores chegou a proferir ataques aos eleitores em cima de um mini trio que circulou pelas ruas da cidade um dia após a realização do pleito. E, infelizmente, falou muita bobagem para indignação de quem ouviu e assistiu as cenas pelas ruas principais de Arapiraca.

O choro dos inocentes

Mas o que chamou a atenção mesmo foi o chororô dos assessores, que após o corso pelas ruas da cidade tiveram que ser acalmados pelo próprio Tarcizo, que fez questão de encerrar a sessão de descarrego na porta da Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, com todos, inclusive ele, de joelhos. Apesar de a Igreja estar de portas fechadas, Tarcizo pode, enfim, agradecer a Deus e quem sabe pedir desculpa pelos ataques à população, protagonizados por um de seus assessores. Saber perder é, na verdade, um ato de grandeza. E o deputado certamente sabe bem o que é isso.

Deputado federal

O arapiraquense Daniel Barbosa terá, a partir de 2023, a responsabilidade de representar a capital do Agreste no Congresso Nacional, em Brasília.

Daniel Barbosa foi eleito no dia do pleito, 2 de outubro, com 63.385 votos, recebendo votos em todos os 102 mu nicípios alagoanos.

Na sua cidade natal, o empresário recebeu a confiança de 33.552 ara piraquenses, cerca de 30% do eleitora do local.

Desenvolvimento e melhorias

A eleição de Daniel é comemorada pelos conterrâneos, uma vez que já se comprometeu de, junto a seu pai, o prefeito Luciano Barbosa, trazer desenvolvimento e melhorias para a cidade. A comemoração da vitória reuniu familiares e apoiadores na casa do pai, Luciano Barbosa. Emocionado, Daniel Barbosa agradeceu a confiança dos eleitores e prometeu empenho durante seu mandato.

PELO INTERIOR

... Na quarta-feira, a Agremiação Sportiva de Arapiraca (ASA) confirmou que Rogério Siqueira, atual diretor de futebol, será candidato ao cargo de presidente -executivo.

... Nesta sexta-feira, 7, aconte ceu a eleição para a escolha da direção do ASA para o biênio 2022/2023. Além da diretoria executiva, também foram escolhi dos os componentes do Conselho Deliberativo.

.... O empresário Rogério Siquei ra colocou seu nome à disposição para a presidência executiva do clube, o que movimentou ainda mais o pleito.

... De acordo com informações, o atual presidente, Higor Rafaell, preferiu não concorrer e deverá seguir como conselheiro do clube. A chapa, presidida por Rogério, chegou a convidá-lo para compor a mesma, entretanto ele não acei tou o convite para participar.

... A Câmara Municipal de Arapiraca aprovou por unanimi dade, durante sessão ordinária realizada na terça-feira, 4, o rateio dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvi mento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para servido res da educação do município.

... O Projeto de Lei nº 19/2022 foi elaborado por uma comissão for mada pela Secretaria Municipal de Educação, Procuradoria-Geral do Município, Secretaria Munici pal de Fazenda e Sinteal/Agreste e encaminhado à Câmara.

... Após a apreciação dos verea dores, o PL passa para sanção do prefeito Luciano Barbosa e, em seguida, para homologação e autorização da Justiça para o pagamento.

... A Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura, retomou na quarta-feira, 5, as obras de pa vimentação asfáltica na estrada de acesso ao Povoado Cangandu, zona rural de Arapiraca.

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Um ótimo final de semana para todos. Até a próxima edição!

AMBIENTE

José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com

Barragens

Quatro

barragens

estão deixando a lista de es truturas da Vale que estão em situação de emergência no estado de Minas Gerais. Segundo informou a mineradora, foram obtidas novas declarações atestando a condição de estabilidade de cada uma delas. Com a emissão do documento por uma consultoria independente, as barragens B5/MAC, em Nova Lima; Marés II, em Belo Vale; Santana, em Itabira; e Paracatu, em Catas Altas não são mais consideradas críticas. Ainda restam 25 estruturas da mineradora em situação de emergência. Segundo nota divulgada pela Vale, a melhora na situação dessas estruturas é uma boa notícia para a população antes do período chuvoso, quando os riscos aumentam. Nas primeiras semanas desse ano, por exemplo, tempestades em Minas Gerais colocaram em alerta moradores de áreas próximas a barragens consideradas críticas. Diferentes minas tiveram suas operações paralisadas como medida de segurança e um dique de responsabilidade da empresa francesa Vallou rec transbordou em Nova Lima, interditando a rodovia federal BR-04.

Representatividade

Quatro mulheres

indígenas foram elei tas para a Câmara dos Depu tados nas eleições de 2022: Sônia Guajajara, eleita pelo PSOL de São Paulo; Célia Xakriabá, eleita pelo PSOL de Minas Gerais; Silvia Waiãpi, eleita pelo PL do Amapá; e, Juliana Cardoso, eleita pelo PT de São Paulo. Elas assumem o cargo de deputadas federais em 1º de fevereiro de 2023, dia de início da nova Legislatura do Congresso Nacional. O mandato é de quatro anos. Sônia Guajajara recebeu 156.966 votos por São Paulo. Ela é do povo Guajajara/ Tentehar, que habita a Terra Indígena Araribóia, no esta do do Maranhão. Também por São Paulo foi eleita Juliana Cardoso, com 125.517 votos. Ela exerceu dois mandatos como vereadora em São Paulo, atuando com os movi mentos sociais e populares da cidade. Já Célia Xakriabá recebeu 101.154 votos em Minas Gerais. É mestra em de senvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília e doutoranda em antropologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Silvia Waiãpi recebeu 5.435 votos no Amapá. Ela é atriz, militar, fisioterapeuta e política bra sileira. Com elas, a Câmara dos Deputados passará a ter 91 deputadas a partir do ano que vem.

Guepardos

Clima

Recentes eventos climáticos extremos, como o furacão que devastou partes da Flórida, mostram que o tempo para negação das mudanças climáticas acabou, disse o cardeal Michael Czerny, canadense que chefia o Escritório de Desen volvimento do Vaticano. Ele falou em entrevista que apresentou The Letter, um novo filme sobre a crise climática vencedor do Emmy Nicolas Brown. O título do filme faz referência à carta encíclica do papa Francisco de 2015, Laudato Si (Louvado seja), sobre a defesa do meio ambiente. A obra estreou no Vaticano na terça-feira, 4, e está disponível gratuitamente no YouTube Originals. Terça-feira foi dia de festa de São Francisco de Assis, padroeiro do meio ambiente. “Acabou o tempo da especulação, do ceticismo e da negação, do populismo irresponsável”, disse Czerny. “Inundações apocalípticas, me gasecas, ondas de calor desastrosas e ciclones e furacões catastróficos tor naram-se o novo normal nos últimos anos; eles continuam hoje; amanhã, vão piorar”, declarou. Na semana passada, o furacão Ian, uma das tempestades mais violentas dos Estados Unidos, matou mais de 100 pessoas e devastou grande número de propriedades.

Após 70 anos de ex tinção, os guepardos voltaram para a Ín dia, graça a um con testado projeto de re introduzir os animais no país sul-asiático, informou a agência de notícias Associated Press. Oito fe linos da Namíbia foram levados para a cidade de Gwalior, no norte do país, e transferidos para um parque nacional no coração da Índia, onde os cientistas esperam que os animais voltem a vagar. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, está ansioso com o projeto. “Quando os guepardos voltarem a correr, as passagens serão restau radas, a biodiversidade aumentará e o ecoturismo terá impulso”, declarou. Com a importação de guepardos da África, os indianos esperam que a volta dos animais ajude nos esforços para conservar as pastagens ameaçadas e amplamente negligenciadas. Os guepardos estavam extintos na Índia desde 1952 devido à caça e à perda de habitat e são os únicos animais que desapareceram do país desde a independência. No mundo, existem menos de 7 mil guepardos e eles habitam menos de 9% da sua área original. Esse encolhimento do habitat tem relação com o aumento da população humana e as mudanças climáticas. Especialistas consideram que as pastagens e florestas da Índia podem gerar lares apropriados para os animais, o que ajudaria a salvar os guepardos da extinção.

DE ALAGOAS

A cidadania é um luxo em Alagoas

ANA CLÁUDIA LAURINDO

Cidadania

é artigo de luxo, perseguido pelas intencionalidades dita toriais em todos os tempos, o que a mantém entre os desíg nios de civilidade e evolução humana.

Em Alagoas é verbete amorfo, que reacende vez ou outra por desespero ou oportunismo. As sociada a rituais democráticos sempre foi mais fácil desvirtuá -la, onde a força maior de con dução histórica foi e continua sendo a coerção.

Os ventos da República so praram lentamente por estas bandas, e os processos demo cráticos seguem em constru ção, contudo, os rituais sufra gistas estão afinados com os demais territórios brasileiros, dos quais é este, significativa amostra da formação deste nosso povo.

A disputa eleitoral tem tam bém suas próprias performan ces históricas no intuito de selecionar possíveis vitoriosos, afinal, em um país que sempre explorou trabalhadores, criar abertura jurídica que permita a uma pessoa pobre concorrer de igual para igual com os que ocupam o topo da pirâmide sempre pareceu distópico. Mas fingir virtude social é uma das bravatas do poder local.

Assim sendo, pelos votos, em tese, se pode eleger qualquer cidadão que se encaixe nos parâmetros legais para concor rer democraticamente a uma vaga no executivo ou no legis lativo, por que razão, então, estes espaços seguem sob o domínio das elites econômicas?

O manejo da compra de votos tem sua história.

“A construção da representa

ção social alagoana aderiu a elementos de status quo advindos do mando brutal, e manteve no topo da história uma classe dominante que se perpetua nas instâncias de poder, contemplando interesses de ricos, latifun diários e empresários, pelas vias políticas.” (LAURINDO, 2017:p.15)

Houve um tempo no qual comprar votos era um proces so mais simplificado, pois a lentidão do desenvolvimento tecnológico em Alagoas favo recia demasiado a satisfação do eleitor com ofertas simpló rias, mas que apesar deste caráter, mudavam sua forma de viver, ou de comer. Como nos exemplos das próteses dentárias, as famosas chapas. Um ditado perverso rondava as conversas depreciativas sobre a pobreza, base sempre maior de eleitores: “pobre só precisa de dois dentes, um para doer e o outro para roer”. Parece engraçado? Mas nunca foi. Dor de dentes é uma das mais aborrecidas nevralgias, e decorre da au sência de políticas de saúde bucal e hábitos de higiene tidos como comuns hoje em dia, mas nem sempre foi as sim. O dinheiro mal pago do trabalho predatório permitia a duras penas a manutenção do corpo com algum alimento para “roer”. Deste modo, o prático que corria mundo por tando uma maleta com mate riais odontológicos portáteis e tubos de anestésicos levava embora os dentes de muitos eleitores, após inflamações, inchaços e noites sem dormir com as intensas dores. Den tistas eram raros.

Ser desdentado neste contex to era um alívio provisório, até ser alcançado por algum candidato no tempo certo.

No interior alagoano os proté ticos planejavam as reformas de suas casas e aquisição de uma TV nova nos períodos

eleitorais, já que trabalha vam para todos os candidatos do lugar, fazendo dentes novos para o povo. Um par de calçado para ir votar. Um colchão novo para deitar. Óculos para enxergar. Até chegar no dinheiro vivo, como condição de barganha eleitoreira, o eleitor sofisticou a negociação e o político com prador de votos também o fez. Da fome de tudo à necessida de de inclusão social, nasceu o cabide de emprego; famílias inteiras para votar em quem conseguia empregar um de seus membros mostrou o sucesso dessa investida, e a partilha de órgãos públicos como potenciais mapas de voto ressignificou as relações entre executivo e legislativo. Divaldo Suruagy e Guilherme Palmeira receberam muitos bilhetinhos em seus bolsos e com suas respostas se torna ram mitos para gerações de

eleitores.

Na compra de voto contem porânea a tecnologia endossa a presença do dinheiro com promessas assépticas de agre gação em zonas de privilégio branco, manipula o elemento subjetivo presente em quem deseja ser especial, distinto, dentro de um parâmetro clas sista, misógino, homofóbico e ufanista religiosista. Usineiro promove comício dentro da indústria com a presença nacional de políti co que fala de Deus, Pátria e Família para ameaçar de demissão quem não fortalecer o projeto de mando rebuscado de democracia. O conto alagoano da cidada nia continua em aberto.

Bibliografia: LAURINDO, Ana Cláudia. Hibridismo Cultural

Alagoano: o barro de onde vie mos. Maceió: CBA. 2017.

Retirantes, obra de Cândido Portinari