Edição 1193

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www.novoextra.com.br MACEIÓ - ALAGOAS ANO XXIII - Nº 1193 - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 - R$ 4,00 extra e DEPUTADO PAULÃO CAI EM DESGRAÇA AO CHAMAR BOLSONARISTAS DE HIENAS 2 PROCESSO SOBRE ASSASSINATO DE DELEGADO EMPACA EM PARIPUEIRA 8 CASO MILTON OMENA BRIGA PELO PODER RENAN E ARTHUR DISPUTAM ESPAÇO NO GOVERNO LULA HERDEIRO DE JOÃO LYRA É ACUSADO DE INVADIR TERRAS DA USINA LAGINHA 11 Em outubro, durante audiência com a OAB, moradores do Flexal votaram pela realocação Lira dá a senha para se manter no comando do orçamento secreto MARCA DO CENTRÃO n Vice Ronaldo Lessa volta a ocupar “palácio de vidro” que ele inaugurou 6 e 7 O deputado Arthur Lira foi rápido em trocar Bolsonaro por Lula e agora se apressa em oferecer ao PT a tal da “governabilidade”. É a senha do Centrão para achacar o novo governo e saquear os cofres públicos 2 VEJA 6 DICAS IMPORTANTES PARA ENFRENTAR AS PROVAS DO ENEM 22 ISOLAMENTO SOCIAL Moradores do Flexal recusam acordo de R$ 100 milhões; querem ser realocados 15, 16 e 17 #REPOSTED FACEBOOK ARTHUR LIRA ASCOM OAB-AL J.BATISTA/CÂMARA DOS DEPUTADOS ARQUIVO EXTRA

extra e

COLUNA

O velho golpe da governabilidade

Esqueçam o que eu disse

DA REDAÇÃO

Novo desafio

SERVIÇOS

1-

De Fernando Collor a Jair a Bol sonaro, passando por dois governos de Fernando Henrique e três do PT, a busca pela tal “governabilidade” sempre foi a senha para o Congresso achacar o Presidente de plantão, divi dir o poder e sequestrar o orçamento nacional.

Uma das bandeiras de campanha do PT foi o orçamento secreto, com a promessa de Lula de acabar com essa excrescência. Agora, a conversa é outra e não se fala mais em orçamento secreto, mas em “emendas de relator”, eufemismo para defender a permanência da imoralidade.

Renan Filho passou oito anos reinando em Alagoas e se afirmou como um dos melhores governadores do estado. Eleito senador, terá que se reinventar para se destacar entre 80 colegas, muitos deles com vários anos de protagonismo, como o próprio pai. Atuar no baixo clero não cabe no seu currículo político.

2-

O presidente Fernando Collor reagiu à chantagem dos parlamen tares, se recusou a fatiar o governo e foi apeado do poder no primeiro impeachment da história do país. Traído até por aliados conterrâneos, o ex-presidente se diz vítima de “golpe parlamentar”.

Amigo do rei

Hienas de Alagoas

3-

Acusado de corrupção na venda de estatais, Fernando Henrique escapou do impeachment graças a um racha na oposição liderada por Luiz Inácio da Silva. Superou a turbulência do 2º mandato e convenceu o Congres so a aprovar o instituto da reeleição, estendida a governadores e prefeitos, o que muitos consideram uma desgra ça para o Brasil. Desde então a reelei ção virou fonte da corrupção nacional em todas as esferas de poder.

O MDB velho de guerra voltará a dar as cartas no terceiro governo petista de Lula da Silva. O partido deve comandar pelo menos dois mi nistérios, e uma dessas vagas pode cair no colo de Renan Filho, ou de Renan-pai. É a volta por cima do clã de Murici agora vitaminado pelas urnas da última eleição.

Refém do Centrão

O deputado Paulão caiu em desgraça após divulgar um vídeo em suas redes sociais condenando os bolsonaris tas acampados em frente ao Quartel do Exército em protesto contra a vitória de Lula.

4-

Primeiro operário a chegar ao poder, Lula da Silva não escapou da maldição da “governabilidade” imposta pela Câmara dos Deputados. Para governar criou o “Mensalão” e o “Petrolão”, escândalos que culmina ram com a deposição da presidente Dilma Rousseff e a prisão do próprio Lula.

O caminho jurídico a ser definido por Lula para incluir no Orçamen to a conta dos R$ 600 do “novo” Bolsa Família vai sinalizar o poder de Renan Calheiros no governo petista.

O senador, que está em guerra aberta contra Arthur Lira, defende a opção da Medida Provisória como saída para o impasse ao invés de uma PEC, que deixaria o governo refém do Centrão.

“É um bando de hienas que não conseguem viver com a democracia”, disse o petista, ao criticar a falta de ação dos órgãos de fis calização. Também acusou um empresário do setor imobiliário de patrocinar a baderna.

“Respeite o povo alagoano, seu taturana, vagabundo; ladrão de dinheiro públi co”, responderam os irados manifestantes através de grupos de WhatsApp.

5-

Jair Bolsonaro se elegeu prome tendo extirpar a corrupção e gover nar sem o Centrão. Não só foi obriga do a dividir o poder como entregou o Orçamento da União à gastança sem freios dos novos aliados, comandados por Arthur Lira.

Tô fora, ou não

O deputado Paulão esque ceu que o “pau que bate em Chico, também bate em Francisco”.

Só rezando

6-

De volta ao Planalto, o ex-presi dente terá que conviver com outros “300 picaretas” do Congresso que só defendem os próprios interesses. Esse grupo de parasitas dos cofres públicos foi identificado pelo próprio Lula em 1993.

7-

E de novo a “governabilidade” volta ao debate político nacional sob o comando do agora neopetista Arthur Lira, presidente da Câmara Federal. A dúvida é saber se Lula vai escapar da chantagem ou dividir o poder com os novos ”300 picaretas” do Parlamen to.

O ex-comu nista Aldo Rebelo é outro alago ano citado como possível ministro de Lula. Derro tado para o Senado, em São Paulo, Aldo nega ter recebido convite para voltar a ocupar o Ministério da Defesa.

“Graças a Deus não me sondaram e não tenho interesse no cargo”, diz Rebelo a quem o indaga sobre o assunto.

Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo revela que o endividamento dos brasileiros bateu re corde em setembro: 79,3% das famílias estão com as contas no vermelho. Lula prometeu resolver esse pepino, mas na dúvi da, o melhor é rezar para Santo Expedito, protetor dos aflitos, e para Santa Edwiges, padroeira dos endividados.

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“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)
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GABRIEL

MOUSINHO

2024 nas discussões

Quem pensava que as eleições já ha viam terminado, enganou-se. Agora em pauta estão as eleições de 2024, onde serão eleitos prefeitos e vereadores por todo o país e consequentemente em Alagoas.

A Prefeitura de Maceió, que é adminis

Acelerando

Como o prefeito JHC nos últimos meses decidiu participar da campanha política para assegurar a permanência de sua mãe Eudócia no Senado, caso Rodrigo Cunha fosse eleito governador, agora a situação é completamente diferente. Terá que consolidar suas bases, formar novos grupos e antecipar uma campanha que por certo já está começando.

O projeto ruiu

Sem eleger o seu irmão deputado feder al como estava previsto, nem sua mãe, tampouco Rodrigo Cunha, seu aliado, o projeto agora é olhar para o próprio um bigo, sob pena de ter dificuldades em sua reeleição daqui a dois anos.

Oposição cerrada

Quem convive com os bastidores da política sabe que a grande pretensão do grupo de oposição, agora, para obter frutos adiante, é formar uma frente de resistência para enfrentar o prefeito JHC em 2024. Com o MDB no poder e alianças com outros partidos, o objetivo é tomar a Prefeitura de Maceió, o maior colégio eleitoral do estado.

Articulação

Se fizer algumas concessões, o que não aconteceu com o seu próprio vice-prefeito, Ronaldo Lessa, certamente JHC vai re mar praticamente sozinho nessa empreit ada que não será nada fácil.

Minando

O ex-prefeito Rui Palmeira, que realizou uma boa administração e tem namoro com o MDB da Família Calheiros e do governador Paulo Dantas, pode ser a bola da vez, ou seja, um nome para ser pres tigiado pela oposição e resolver a parada em 2024.

n gabrielmousinho@bol.com.br

Calo no sapato

trada por JHC e que naturalmente será candidato à reeleição, vai ser uma prova de fogo. Nos bastidores do Palácio República dos Palmares o momento é de estudos e de reflexão pra tomar o maior colégio eleitoral do estado, onde o MDB ainda não conse guiu superar as adversidades.

Facilidade

Com ampla base na Assembleia Legislativa, o governador Pau lo Dantas tem todas as armas na mão para aprovar tudo o que necessita no Legislativo, mas, tem, natural mente, que fazer algumas composições para que o apoio seja ir restrito. Como é bom negociador e conhece como ninguém a Casa de Tavares Bastos, com certeza terá êxito na missão.

Reforço

O governador Paulo Dantas vai contar, literal mente, com o apoio do agora presidente da As sembleia Legislativa, Marcelo Victor, que mais uma vez se reelegeu sem dificuldades deputado estadual. Victor conhece bem as entranhas do poder Legislativo e como fazer para exercer uma forte liderança junto ao governador Paulo Dantas.

Imexíveis

Pelos comentários nos bastidores do Palácio do governo, são quatro nomes que continuarão nos cargos pelos próximos quatro anos, a não ser que declinem da convocação. São eles Joaldo Cavalcante, na Comunicação, Flávio Saraiva, na Segurança Pública, Luíza Barreiros, no Ga binete Civil, e George Santoro, na Secretaria da Fazenda. O restante, bem, é outra história.

Sem conversa

Mesmo que desagrade alguns setores do Poder Judiciário, George Santoro, que foi exonerado pelo então governador Klever Loureiro, só não fica no governo se não quiser. Pelo menos este é o sentimento da cúpula do Palácio, que deve, ap enas, administrar as participações quase sem pre polêmicas do secretário nas redes sociais.

Ao obter uma votação expressiva para seu candidato ao governo do Estado, no caso Rodrigo Cunha, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é um adversário do atual governo que não merece ser despreza do. Dando as cartas em Brasília, Lira será um calo no sapato da situação daqui pra frente.

Assegurando

Se as eleições para a presidência da Câmara dos Deputados fosse hoje, certamente Arthur Lira seria reconduzido ao cargo. Um sinal disso foi a declaração de um dos líderes do Partido Liberal, que, caso marche com o PP, vai reeleger Arthur Lira presidente da Câmara.

Alto lá

O Partido dos Trabalhadores estaria vindo com sede ao pote para a indicação de cargos federais no estado de Alagoas, mas parece que a coisa não é tão fácil como se imagina. As composições políticas ente situação e oposição é que irão definir quem é quem na administração pública federal em Alagoas.

Por cima

Um dos maiores cabos eleitorais do presi dente eleito Lula, em Alagoas, o deputado Paulão, reeleito pelo PT, a princípio terá força suficiente para fazer indicações políti cas a partir de 1º de janeiro.

Receio

Tem deputado eleito já rezando todos os dias para que seja diplomado rapidamente. Teria foro especial para responder a problemas futuros que vêm por aí.

Não para

Pelo que se tem conhecimento, a Operação Edema não dará sossego a determinados personagens da política alagoana, principal mente àqueles que não detêm de foro priv ilegiado. Podem ter sérios problemas ainda este ano.

Robustas

Pelas conversas de bastidores as provas de suposta corrupção no inquérito da Operação Edema dão para derrubar qualquer objeto, seja pela terra, seja pelo ar.

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ASSESSORIA
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PODER

Lessa: ‘Arthur não poderá deixar de olhar Alagoas’

Vice diz que presidente da Câmara, mesmo na oposição, não deve prejudicar Governo Dantas

Ronaldo Lessa (PDT) está pronto para voltar ao Palá cio República dos Palmares, desta vez como vice-governador de Paulo Dantas (MDB). Foi Lessa quem inaugurou, quando era go vernador, o “palácio de vidro” loca lizado no Centro de Maceió no ano de 2006, obra que só foi possível após desapropriação de vários ter renos, alguns deles ocupados por prostíbulos que também rifavam menores de idade e funcionavam exatamente ao longo do muro de grades que margeia a Rua Cinci nato Pinto.

Enterrado o passado, o Palácio recebeu este nome em homena gem ao Quilombo dos Palmares, o maior das Américas, que, liderado por Zumbi, virou um grito de liber dade antes mesmo da revolução francesa e foi massacrado após uma longa campanha militar dos portugueses.

Dezesseis anos após deixar a chefia do Executivo para disputar o Senado e, meses depois, ser der rotado por Fernando Collor, venci do no 1º turno de 2022 na corrida ao governo, Lessa é hoje referência de consenso na esquerda e na di reita menos bolsonarista. Aliás, sempre foi crítico do presidente Jair Bolsonaro (PL) e mesmo afi nado a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez campanha aberta para Ciro Gomes (PDT). Esperou o 2º

turno entre Lula e Bolsonaro, con sultou o partido e passou a pedir votos para Lula.

Aos 73 anos, Lessa tem for te capital político. Ainda hoje é referência entre os funcionários públicos, tanto quanto era prefei to de Maceió (1993-1997) quanto governador (1999-2006). Porque os concursos públicos passaram a ser o principal método para a escolha dos funcionários. Antes dele, os governadores vestiam um paletó que recebia bilhetes escri tos a mão com nome e telefone daqueles que sonhavam com um emprego público.

Foi Lessa quem reestruturou as duas universidades mantidas pelo Estado (Uncisal e Uneal), passou a pagar em dia o fun cionalismo e implementou uma extraordinária política social in cluindo a construção de escolas que até hoje são referência nas regiões onde estão.

Ter Lessa na chapa governista significa agregar não apenas seu passado político, mas também a forte influência que seu nome tem em Maceió. E os eleitores da capi tal não votam nem nos Calheiros nem nos indicados pela família.

Pois bem. Para o vice, o cená rio nacional favorece Paulo Dan tas, mesmo com Arthur Lira (PP) reeleito presidente da Câmara dos Deputados. Aliás, um cená rio que o próprio parlamentar dá como favas contadas.

Lira e Dantas foram para o

Lira e Dantas foram para o confronto verbal e direto nas eleições. Ambos se acusa ram de corrupção. O governador chamou o presidente da Câmara de “maior ladrão do Brasil” várias vezes no palanque e na TV durante os debates com o senador Ro drigo Cunha (União Brasil).

confronto verbal e direto nas elei ções. Ambos se acusaram de cor rupção. O governador chamou o presidente da Câmara de “maior ladrão do Brasil” várias vezes no palanque e na TV durante os deba tes com o senador Rodrigo Cunha (União Brasil).

Alvo da Polícia Federal, Dan tas passou a associar Lira à ação dos federais em plena disputa eleitoral e no 2º turno. O deputado sempre negou.

Passado o tempo das urnas, Lira e o senador Renan Calheiros (MDB) mais Paulo Dantas man têm o entorno inflamado num con tido grito de guerra que pode ser solto a qualquer momento.

O presidente da Câmara faz o mesmo e quer varrer os Calheiros para debaixo do tapete já nas elei ções municipais daqui a dois anos

e se candidatar à segunda vaga ao Senado daqui a quatro. Ou ele próprio tentar o governo.

Antes, os Calheiros e Lira eram farinha do mesmo saco. Hoje são joio e trigo.

É neste contexto que o EX TRA conversou rapidamente com Ronaldo Lessa. Tanto a re portagem quando o vice levaram em conta a reeleição de Lira no comando da Câmara que aconte ce em fevereiro e, pelos primei ros movimentos de Lula e do PT, ambos não pretendem interferir neste processo.

“Este momento é bom para Alagoas, vou explicar o porquê”, diz o vice-governador eleito.

“Primeiro, quanto ao Ar thur fazer ou não uma oposição ao Lula republicana, fica ruim para o presidente da Câmara ficar peitando o presidente da República. Não creio nisso, e, em segundo lugar, a bancada go vernista, que ganhou, terá com o presidente Lula todo o apoio dos recursos para cá. E a banca da que foi oposição a gente terá como líder maior o Arthur Lira que não pode deixar de olhar para Alagoas já que ele e os ou tros são alagoanos e têm com promisso com o estado. Então eu acho que Alagoas vai viver um bom momento. Na minha opi nião isso não é problema. Creio que é solução”.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 6 e extra ASSESSORIA MDB
Ronaldo Lessa, Paulo Dantas e Renan Filho terão Arthur Lira como opositor JOGO DO

Lira e Renan disputam Lula, que negocia consenso

nacional, que elegeu 42 deputados e a partir de 2023 terá 10 cadeiras no Senado.

Opresidente da Câmara, Ar thur Lira (PP), e o senador Renan Calheiros (MDB) dis putam para si a posse e o domínio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Renan não quer a aproximação de Lula com Lira por causa das bri gas paroquiais alagoanas e prepara Renan Filho (MDB) para presidir o Senado em 2025.

Lira é considerado elementochave em negociações como busca da maioria no Legislativo, futuro do orçamento secreto e o auxílio de R$ 600 prometido por Lula durante a campanha.

O PT nacional busca a linha do meio: depende de Renan para cos turar a aproximação com o MDB

Uma ala do MDB liderada por Renan sugere que Lula não negocie com Lira questões orçamentárias para não ser chantageado pelo par lamentar. Ao invés disso, edite uma Medida Provisória que abra um crédito extraordinário que garanta o Auxílio Brasil de R$ 600 mais R$ 150 por filho com até 6 anos, além do aumento real do salário mínimo mais Farmácia Popular. Outras áreas te riam de esperar.

O problema? Essa MP tem de ser combinada com o Tribunal de Contas da União pelo risco de ser interpre tada como pedalada fiscal, colocando Lula na linha do impeachment. E Lira deve continuar presidindo a Câ mara por mais dois anos.

Renan garante ter consultado es pecialistas no orçamento e a assesso ria do Senado, eliminando os riscos.

“Conversei com o senador e mos trei que precisamos viabilizar aquilo que foi contratado nas urnas. Não po demos entrar em 2023 sem o Auxílio Brasil e sem garantia de aumento do salário mínimo”, disse a presidente

nacional do PT, Gleisi Hoffmannn, cotada para ser ministra e mandan do o recado para Calheiros, mas sem se indispor com ele.

Existem outros dois caminhos para que Lula busque espaço orça mentário para executar promessas de campanha, mas ambos depen dem de Arthur Lira: uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acabe com o teto de gastos ou uma PEC para o Auxílio Brasil e a Farmácia Popular.

Lira está nestes dois caminhos. E quer manter Lula longe das arti culações para o PT presidir a Câma ra e o orçamento secreto, chamadas de emendas do relator.

Em troca, Lula teria maioria na Câmara para aprovar as pautas do início do governo.

Uma parte do PT até aceita esta negociação, mas arrancando de Lira também a PEC que derrube o teto de gastos, o fim do orçamento se creto e devolvendo ao Executivo o controle absoluto sobre a execução orçamentária. Sem isso, Lula fica de mãos atadas e, como Jair Bolsonaro (PL), seguirá sob tutela do deputa do.

Em agosto, ao Jornal Nacional, Lula associou o orçamento secreto a Arthur Lira:

“O Bolsonaro sequer cuida do orçamento do Brasil. Quem cuida é o Arthur Lira. Os ministros ligam para o Lira, não pra ele. Temos que acabar com essa história de semipresidencialismo no regime presidencial. O Bolsonaro parece um bobo da corte”.

Em julho, associou a manuten ção do teto de gastos a um proble ma mais imediato que precisa de solução:

“O teto de gastos foi criado para que se evitasse dar aumento na saúde, na educação, no transporte coletivo, na renda das pessoas que trabalham neste país. É importan te saber que não é nenhuma bra vata. Vocês sabem que eu não sou de fazer bravata, não sou de rasgar nota de dez, não sou de dizer coi sas que eu não acredito, mas não terá teto de gastos em lei no nosso país”.

Em 26 de agosto, Lira expres sou sua insatisfação com o teto de gastos no evento “O Equilíbrio dos Poderes”, organizado pelo gru po empresarial Esfera Brasil. Ao empresariado e os tecnocratas do mercado financeiro, disse:

“Não ficamos satisfeitos quan do temos recursos, temos dinheiro e somos impedidos de gastar por um teto de gastos sobre o aspecto da responsabilidade fiscal”, disse.

Ao mesmo tempo, sempre se colocou como elemento principal para qualquer discussão no Brasil.

Em palestra do banco BTG Pactual, em 18 de agosto, Lira co locou na terceira pessoa: “O Arthur Lira presidente da Câmara ficará presidente pelo menos de outubro a fevereiro. Teremos ainda dois meses para a posse [do presidente da República] e um mês de convi vência”, disse.

E emendou: “O presidente Lula tem vasta experiência políti ca. Sabe todos os acertos que já fez, todos os erros que o partido dele já cometeu. Sabe que ele já enfrentou a Câmara e ganhou, sabe que já enfrentou e perdeu, e sabe as con sequências disso”.

Para conseguir derrubar o teto de gastos, Lula terá de ter para si a joia do empresariado nacional: a Faria Lima, defensora do Esta do mínimo, com gastos mínimos e amplas vantagens para eles mes mos no orçamento público. Lira é pautado pelos desejos da Faria Lima.

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Mercadante e Alckmin acompanharam Lula no encontro com o presidente da Câmara #REPOSTED FACEBOOK ARTHUR LIRA
Presidente eleito depende de ambos para pacto de governabilidade
JOGO DO PODER

Omena (C) foi morto pelo neto (E), que o acusava de ter matado a mãe

Justiça de Alagoas é cobrada a dar continuidade ao processo do assassinato do delegado federal

Ação penal está parada na Comarca de Paripueira há cinco anos e família da vítima cobra julgamento do neto, réu confesso

reito “líquido e certo” da família: poder ver o acusado da morte do delegado ser julgado. É uma soli citação considerada rara no meio jurídico. “Eu nunca vi um advoga do utilizando o Mandado de Segu rança para pedir a continuidade de um caso”, comenta Thiago Pinhei ro.

gativa e porque não existe uma de cisão judicial sobre o caso, em se tembro deste ano Neto requereu a liberação do passaporte, bem como autorização judicial para realizar viagem internacional de negócios, o que deixou a família da vítima apreensiva.

o perito Jeiely Ferreira. Muitas pessoas ainda tratam a morte de Márcia Rodrigues como um mis tério, mas o pai dela, o delegado Milton Omena, nunca chegou a ser considerado oficialmente sus peito.

Estagnado

na Comarca de Pa ripueira, um processo está engavetado há mais de cinco anos aguardando uma manifes tação do Tribunal de Justiça de Alagoas. O caso intriga porque o acusado no crime de homicídio é réu confesso, preso em flagrante e não foi levado a julgamento des de 2017 estando o processo ainda na primeira fase de tramitação. O caso em questão é o homicídio do delegado federal Milton Ome na Farias, que foi morto pelo neto dele, que tem o mesmo nome da vítima, no dia 27 de janeiro da quele ano.

O advogado da família da víti ma, Thiago Pinheiro, entrou com mandado de segurança no Tribu nal de Justiça, no mês passado, solicitando o cumprimento do di

A comarca de Paripueira é co nhecida entre os advogados como “problemática e negligente”. Não tem juiz titular, mas este fato não justifica o engessamento do proces so (nº0800821-76.2019.8.02.0000) na vara criminal, segundo Thiago Pinheiro. Atualmente, outros qua tro processos estão parados naque la comarca.

O MS impetrado pela família envolvendo o assassinato do de legado federal está nas mãos do desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas. A família da vítima aguarda a sentença de pro núncia para levar o réu a júri po pular. Por enquanto, Milton Ome na Farias Neto, que matou o avô com golpes de faca, apesar de ter confessado o crime, é inocente pe rante as leis, como garante à Cons tituição Federal, já que não foi julgado. Ele não é monitorado por tornozeleira e vive sua rotina com liberdade. Com base nessa prerro

O CASO

O assassinato do delegado fe deral aposentado Milton Omena é visto pela família da vítima como um caso de vingança, apesar da ne gativa do réu, que alega ter ocorri do por legítima defesa. O delegado foi assassinado pelo neto, dele, na época com 23 anos, em um con domínio na cidade de Paripueira, Litoral Norte do estado. O imóvel onde ocorreu o crime era a casa do delegado e nele, um ano antes (agosto de 2016), a filha do delega do, jornalista Márcia Rodrigues, foi encontrada morta com dois tiros. O corpo estava num dos quartos da casa e tinha a arma do delegado ao lado.

A perícia concluiu que a jorna lista cometeu suicídio. “Sentada na cama do quarto onde foi encontra da, primeiro ela atirou no próprio pescoço, e depois, contra o próprio peito. Esse foi fatal, porque atin giu o coração”, explicou na época

No exame realizado no Insti tuto Nacional de Criminalística, em Brasília, foi identificada uma elevada quantidade de resíduos característicos e indicativos de disparo de arma de fogo na víti ma. O laudo técnico pericial apon tou resíduos em ambas as mãos da jornalista, confirmando a tese de suicídio. Já nas amostras cole tadas pelo perito no pai da vítima, o delegado, mostrou resultado ne gativo para resíduos. As imagens das câmeras de segurança do condomínio também mostraram o momento em que Milton Ome na sai da residência, reafirmando que ele não estava no local quan do são ouvidos os disparos.

No ano seguinte, no mesmo dia em que uma comissão de de legados da Polícia Civil convocou a imprensa para detalhar as cir cunstâncias que resultaram na morte da jornalista, o neto do de legado seguiu em direção à casa do avô com a intenção, segundo disse, de fazê-lo confessar o as sassinato de Márcia Rodrigues, sua mãe. Os dois teriam iniciado uma discussão na cozinha do imó vel e que somente terminou com a morte do delegado. Milton Omena Neto foi preso em flagrante, não tentou fugir do local do crime.

O Ministério Público apresen tou a denúncia no dia 11 de julho de 2017 pelo crime, mas a prisão preventiva do réu foi revogada em seguida e o processo criminal con tinua estagnado desde então.

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Milton
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RUMO AO HEXA RESORTS VILA GALÉ OFERECEM PROGRAMAÇÃO ESPECIAL PARA COPA DO MUNDO

Hotéis de cidade também vão ganhar um colorido verde e amarelo para receber os torcedores

Mais uma Copa do Mundo se aproxima e, com ela, uma nova chance de o Brasil se tornar hexacampeão. Para os hóspedes não perderem nenhum detalhe dos jogos, os resorts Vila Galé irão ganhar uma arena com telão a partir do dia 20 de novembro.

A equipe de animação da rede está preparando uma série de atividades para agitar a torcida antes, durante e após os jogos. “A Copa do Mundo é sempre muito esperada pelos brasileiros e é um momento de muita união. Para torcermos juntos, criamos uma fan zone premium e preparamos algumas brincadeiras. Agora só falta o Brasil conquistar o hexa”, brinca o coordenador de entretenimento, André Gamelas.

No Vila Galé Cumbuco (CE), o pacote de quatro diárias, a partir do dia 24, quando ocorre o primeiro jogo do Brasil, custa 10x R$ 276 por pessoa em apartamento duplo no sistema all inclusive. Criança até 12 anos é cortesia. No Vila Galé Touros (RN), o pacote do dia 24 a 28 de novembro, custa 10x de R$ 216 por pessoa em apartamento duplo no sistema all inclusive. Uma criança até 12 anos também é cortesia. Os valores para outras datas e outros resorts podem ser consultados no site da Vila Galé.

A programação especial vai até o final da Copa do Mundo, no dia 18 de dezembro.

HOTÉIS DE CIDADE

Os hotéis de cidade também vão ganhar um colorido verde e amarelo para torcer pelo #hexa. TVs serão disponibilizadas no Vila Galé Paulista (SP), Vila Galé Rio de Janeiro (RJ) e Vila Galé Salvador (BA). Em Fortaleza (CE), é possível assistir aos jogos na Cervejaria Portuguesa, que fica em frente ao Vila Galé Fortaleza, na praia do Futuro.

Para pestiscar durante as partidas, é possível solicitar alimentos e bebidas. Não é necessário ser hóspede para participar, nem para acessar os restaurantes dos hotéis.

SOBRE O GRUPO

VILA GALÉ

A Vila Galé é a maior rede de resorts do Brasil e o segundo maior grupo hoteleiro em Portugal. O grupo é composto por diversas sociedades, das quais se destaca, pela sua dimensão e importância, a Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos S.A.

A rede de hotéis Vila Galé conta atualmente com 37 unidades hoteleiras: 27 em Portugal (Algarve, Beja, Évora, Elvas, Alter do Chão, Oeiras, Cascais, Sintra, Ericeira, Estoril, Lisboa, Coimbra, Serra da Estrela, Porto, Braga, Douro e Madeira) e dez no Brasil (Rio de Janeiro, Fortaleza, Cumbuco, Salvador, Guarajuba, Pernambuco, Touros, Angra dos Reis, São Paulo e Alagoas).

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 10 e extra

MASSA FALIDA

Justiça faz bloqueio milionário nas contas de filho de João Lyra e pecuarista

Ofilho do falecido ex-usinei ro João Lyra, Guilherme Lyra, e o pecuarista Eri van Rodrigues de Santana, são alvos de uma ação judicial que os acusa de invasão de terras e dilapidação de patrimônio da Massa Falida da Laginha. Con forme o processo movido pelo ad ministrador judicial Igor Telino, a dupla estaria se aproveitando por meio de invasões de fazendas situadas em União dos Palma res, que fazem parte do processo falimentar. São elas: Fazenda Laginha, Fazenda Caborge, Fa zenda Açucena, Fazenda Sapu caia e Fazenda Caípe. No caso do pecuarista, por exemplo, ele é acusado de usar as terras para criação de gado da raça nelore. O fato teria ocorrido com a conivên cia e em conjunto com Guilherme Lyra, que também acabou se tor nando réu na ação judicial.

O administrador judicial Igor Telino, nos autos do processo, teria juntado provas suficientes para comprovar que os acusados estavam ocupando ilicitamente os imóveis rurais, hoje perten centes à Massa Falida da Lagi nha, desenvolvendo atividade econômica, além de negociar com terceiros a venda dos animais situados na área invadida. In formou ainda que as transações comerciais eram registradas a partir do nome de laranjas per mitindo, assim, a ocultação do patrimônio adquirido por meio das terras invadidas.

A partir do que foi constatado pela investigação da administra ção judicial, Telino encaminhou à Justiça de Alagoas a denúncia de que as atitudes da dupla de réus estariam causando grave dano ou risco ao resultado útil

do processo de falência, uma vez que o patrimônio estaria sendo dilapidado e utilizado ilicita mente. Após análises do que foi apresentado, os juízes que co mandam o processo falimentar da Laginha – Diogo de Mendon ça Furtado, Emanuela Bianca de Oliveira Porangaba e Luciano Andrade de Souza – decidiram pelo bloqueio financeiro de R$ 7.537.389,43 das contas do pe cuarista e de R$ 1.444.649,70 de Guilherme Lyra.

O fato envolvendo a criação de gado nas terras da Laginha já havia sido denunciado pela imprensa no ano passado. Em junho de 2021 foi noticiada a realização de uma força-tarefa formada por policiais do 2º Bata lhão da Polícia Militar de União dos Palmares – envolvendo cinco viaturas, sendo uma blindada –

para cumprir ordem de busca e apreensão de 200 bois nelore de cor branca que estavam em poder do pecuarista Erivan Ro drigues de Santana. Os animais encontravam-se confinados em uma das fazendas de proprie dade do falido Grupo João Lyra, invadida por Erivan Rodrigues e estava sendo usada por ele como sendo sua.

Os animais que estavam es palhados em terras da Massa Falida foram levados para uma região segura em União dos Pal mares e em seguida embarcados para o estado de Pernambuco. Dois agentes da Adeal acompa nharam o transporte dos bois nelore, que aconteceu dentro do que preconiza a Guia de Trânsi to Animal (GTA), além de duas viaturas da Polícia Militar, que fizeram a escolta dos cami

nhões. O processo sobre o caso tramita pelo número 070115823.2022.8.02.0042, no Judiciá rio alagoano. No entanto, outra ação judicial corre no Tribunal de Justiça envolvendo os mes mos réus.

Trata-se de reintegração de posse cujo assunto em destaque é esbulho/turbação/ameaça. No início deste ano, a administração judicial, por meio do TJ, conse guiu realizar uma operação para identificar a existência de movi mentos sociais nas terras da La ginha e identificar os invasores. Foi quando o oficial de Justiça atestou que entre as famílias sem-terra estavam o pecuarista e o filho de João Lyra, que não fazem parte do movimento so cial.

O EXTRA não conseguiu fa lar com nenhum dos acusados.

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Dupla é acusada pela administração judicial de invadir 5 fazendas para criação de gado Registro anexado ao processo da fiscalização realizada em uma das cinco fazendas invadidas

INICIATIVA SOCIAL SÃO MIGUEL DOS CAMPOS LANÇA PLANOS DE DESENVOLVIMENTO SOCIOTERRITORIAL EM RESIDENCIAIS

Município busca fortalecer a cidadania dos moradores dos conjuntos construídos no Minha Casa Minha Vida

ASecretaria de Assistência Social de São Miguel dos Campos lançou, na última semana, os Planos de Desenvolvimento Socioterritorial (PDST) dos Residenciais Jaci Clemente e Novo São Miguel. O objetivo é o fortalecimento da participação e da cidadania da população, bem como sua entrada nos novos espaços de vivência e integração com as comunidades próximas, através do desenvolvimento social, econômico e da própria cidadania junto aos miguelenses.

Os eventos reuniram moradores, além de autoridades locais e secretários municipais. As cerimônias contaram com apresentações culturais e com a Banda de Música Maestro Bráulio Pimentel. O PDST deve ser realizado em todos os Residenciais do Programa Minha Casa Minha Vida, atualmente chamado Casa Verde e Amarela.

O prefeito George Clemente explicou a necessidade do PSDT. “O intuito não é só entregar a casa aos beneficiários, mas também contribuir para a melhoria da qualidade de vida de quem recebeu a unidade habitacional”, frisou. Os dois residenciais foram conquistados na segunda gestão do prefeito.

A iniciativa no município é coordenada pela secretária de Assistência Social, Jacqueline Viera, e sua secretária adjunta, Raimunda Clemente. “Através do PDST, iremos ofertar cursos de qualificação profissional. Esses cursos irão contribuir tanto para eles conseguirem uma vaga no mercado de trabalho (empresa, loja, salão de beleza, até

montar uma cooperativa, que é um dos nossos objetivos) ou mesmo trabalhar por conta própria”, afirmou a secretária.

“Além das atividades de geração de renda, a equipe também vai orientar a Associação de Moradores, que já foi criada, mas está precisando de uma atenção para se fortalecer. Daremos esse suporte”, concluiu a secretária.

Esse projeto é realizado em parceria com a Caixa Econômica Federal, através de ações de geração de renda, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os moradores dos Residenciais.

Estudantes recebem certificados de cursos profissionalizantes

Com um mercado competidor e a procura por vagas de emprego, a Prefeitura de São Miguel dos Campos, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Sedecti), capacitou 150 jovens da cidade na última semana. Durante a cerimônia de entrega de diplomas estiveram presentes autoridades municipais, o secretário da Sedecti, Álvaro Leiva, e representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

O prefeito George Clemente ressaltou a importância de jovens capacitados para o ambiente de trabalho, principalmente no município para as vagas de emprego de futuras indústrias que se instalarão. “Vivemos em um mundo onde a procura por pessoas qualificadas cresce cada vez mais, e, por isso, nosso compromisso através da Sedecti é formar jovens como vocês, criando novas oportunidades para suas vidas”, disse.

Os cursos promovidos pelo programa Qualifica Alagoas foram realizados em parceria com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), e com o Senai.

O secretário Álvaro Leiva agradeceu pelas parcerias que contribuem significativamente para o conhecimento e benefício da população que deseja entrar para o mercado ou que busca se capacitar.

“Digo a vocês que tudo isso só seria possível através de uma gestão que tem o compromisso com o desenvolvimento da educação, da economia e da geração de emprego. Esses cursos acontecem para que muitos dos jovens não precisem se locomover à capital, ou deixem de receber conhecimento devido às condições financeiras que dificultam a sua formação. E é por isso que continuaremos a ampliar nossas parcerias com instituições que trabalham em prol do benefício da sociedade e da educação tecnológica”, afirmou o secretário.

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CIDADE DE TODOS NÓS

Residências Terapêuticas asseguram atendimento odontológico gratuito

Prefeitura de Maceió fornece extração dentária, restauração, raspagem de tártaro e demais serviços

ASSESSORIA

Pelo menos 70 pacientes egressos do Sistema de Atendimento de Saúde Mental em Maceió usu fruem de atendimento odontológico de graça. A Secretaria Municipal de Saúde de Maceió conta com o Ser viço Residencial Terapêutico (SRT) - Residências Terapêuticas ou sim plesmente “moradia”, contemplando maceioenses que passaram longos períodos de internação em hospitais psiquiátricos e agora têm sua digni dade resgatada através de um sorriso bem cuidado.

Mais do que um lugar para mo rar, as Residências Terapêuticas têm garantido mais saúde aos seus pacientes através do serviço de Odon tologia das Unidades de Saúde do Município que são próximas a esses locais.

A gerente de Saúde Bucal da Saú de Municipal, Ducy Farias, destaca a importância de promover os aten dimentos odontológicos na Atenção Primária às pessoas com transtornos mentais graves.

“É um trabalho em conjunto. Tanto os profissionais da Saúde Bu cal quanto da Saúde Mental estão unidos para atender os pacientes das residências terapêuticas e proporcio nar a eles o serviço odontológico da melhor maneira possível”, disse a gerente.

Segundo Ducy Farias, o público atendido merece uma atenção espe cial. “Trata-se de um público dife renciado, no qual é necessário ter um cuidado especial com eles. Mas está sendo uma experiência exitosa, visto que quase todos os pacientes estão sendo beneficiados com o serviço”, as segura a gerente.

Durante os atendimentos, os pacientes das residências terapêuti cas têm acesso a extração dentária, restauração, raspagem de tártaro, limpeza e aplicação de flúor, entre outros procedimentos. O serviço a

este público é disponibilizado na Uni dade Básica de Saúde (UBS) Maria Tereza Holanda (Ouro Preto), UBS José Tenório (Serraria), Unidade de Saúde da Família (USF) Paulo Olivei ra Costa/UDA Cesmac (Farol) e USF São Vicente de Paula (Farol), onde os dentistas de cada unidade realizam o tratamento odontológico de forma hu manizada e contínua, de acordo com a necessidade de cada paciente.

Para a gerente de Atenção Psicos social da SMS, Roseane Farias, pes soas com transtornos mentais severos podem e devem usufruir de todos os serviços, como qualquer outro cida dão.

“Estamos desmistificando a ideia de que pessoas com transtornos mentais, em maior gravidade, não possuem condições de sentar numa cadeira de dentista e fazer algum pro

cedimento. Por isso, essa experiência foi fruto de muita orientação aos pro fissionais das unidades para que hou vesse a inserção desse público em um consultório odontológico”, destaca.

A iniciativa representa um avan ço na saúde pública em Maceió, pois, por anos e anos, grande parte destes pacientes foram internados em hos pitais psiquiátricos sem a assistência devida.

REINTEGRAÇÃO

E ACOLHIMENTO

Além de ser o local de moradia, as Residências Terapêuticas (RTs) têm a missão de preparar seus pacientes para serem reintegrados a um coti diano normal. Elas são um apoio aos usuários de outros serviços de saúde mental, que não contam com suporte

familiar e social suficientes para ga rantir espaço adequado de moradia.

Atualmente, Maceió dispõe de sete residências terapêuticas, abri gando um total de 70 usuários egres sos das clínicas Dr. José Lopes de Mendonça e Miguel Couto e também do Hospital Portugal Ramalho. As re sidências integram a Rede de Atenção Psicossocial do Município, sendo ad ministradas – por meio de convênio de cooperação – pela Associação de Usuários e Familiares dos Serviços de Saúde Mental de Alagoas (Assuma).

Em cada RT há uma equipe com posta por cuidadores, cozinheiras, técnicos de Enfermagem e enfermei ros, que estão presentes no desenvol vimento diário de tarefas. O acom panhamento – clínico e psiquiátrico – contínuo é feito pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

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CORTESIA

DESENVOLVIMENTO PARIPUEIRA INVESTE NA QUALIDADE DA SAÚDE E ENTREGA À POPULAÇÃO O NOVO PAM RAQUEL VASCO

Unidade foi reformada, ampliada e modernizada para garantir atendimento eficaz na saúde pública

A Prefeitura de Paripueira, no Litoral Norte de Alagoas, entregou à população novo equipamento para assistência pública na saúde. O prefeito Abrahão Moura reinaugurou o PAM Raquel Vasco, unidade que foi reformada, ampliada e modernizada para atender moradores e visitantes da cidade.

A cerimônia de reinauguração foi prestigiada por políticos, parceiros do Município, servidores, vereadores, secretariado e convidados. A deputada Cibele Moura, filha do prefeito e que foi reeleita com mais de 46 mil votos, esteve no evento e parabenizou a gestão em nome do Legislativo.

O PAM Raquel Vasco, no Centro da cidade, vai funcionar com novos leitos, salas climatizadas, farmácia, sala de curativos e ambientes para os funcionários. Na ocasião também foi entregue à cidade, que completou 31 anos de emancipação política, mais uma ambulância para reforço na assistência.

A Prefeitura de Paripueira tem garantido prioridade para as ações na área da saúde. Além de cuidar da infraestrutura dos equipamentos, a gestão tem se destacado pela valorização dos profissionais da área e pelo sucesso nas ações de assistência. O Município foi exemplo para o estado em cobertura vacinal contra a influenza, com 96,37% do públicoalvo imunizado. A inauguração do PAM Raquel Vasco chega para somar os esforços na área e garantir à população o direito à assistência de qualidade.

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Acordo prevê destinação de R$ 100 milhões da Braskem para reurbanização da área

ABraskem estima desembolsar aproximadamente R$ 100 mi lhões no plano de reurbaniza ção dos Flexais, no bairro do Bebe douro, em Maceió, no acordo que deve contemplar residências que não estão no mapa de risco traçado pela Defesa Civil. O valor, embora alto, represen ta apenas 7% do lucro de R$ 1,4 bi lhão que a empresa teve apenas nos três primeiros trimestres deste ano.

Os valores empenhados pela pe troquímica – responsabilizada pelos danos na estabilidade do solo de di versos bairros de Maceió, deixando milhares de famílias prejudicadas –nem sequer é apontado como possível motivo do prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no 3º trimestre de 2022, ante lucro de R$ 3,537 bilhões no mesmo período de 2021.

Em relatório divulgado esta se mana, a empresa diz que o prejuízo reportado no trimestre ocorreu em função, principalmente, do impacto do menor resultado operacional e da variação cambial no resultado finan ceiro dada a depreciação do real e do peso mexicano no final do período frente ao dólar.

A estimativa de R$ 100 milhões foi revelada com exclusividade ao EX TRA pela procuradora-chefe do Mi nistério Público Federal de Alagoas, Roberta Bomfim. Segundo ela, que é uma das integrantes da força-tarefa que atua no Caso Pinheiro, junto a outros órgãos públicos, o valor pode mudar nos próximos dois anos a de pender da necessidade da região.

“Isso é uma estimativa. Não po demos cravar com exatidão o valor que será utilizado pela empresa para reurbanizar a região, mas a mesma

se comprometeu a colocar em prática tudo que foi acordado”, conta a procu radora-chefe.

Os R$ 100 milhões devem ser uti lizados no pagamento de uma parcela única no valor de R$ 25 mil por núcleo familiar e comércio, e de R$ 30 mil, no caso de imóvel misto, a título de in denização por danos patrimoniais e extrapatrimoniais aos moradores da região.

Além da indenização, algumas ações deverão ser priorizadas no pra zo máximo de 24 meses, como a exe cução do projeto de integração e de senvolvimento nas áreas de economia e trabalho, educação, esporte, lazer, saúde e meio ambiente.

Ainda está prevista a criação de uma nova unidade básica de saúde e de uma nova escola em substituição aos serviços prestados pela antiga Escola Municipal Major Bonifácio e a ampliação de serviços básicos de saúde que assegurem o atendimento aos moradores da região. O acordo prevê a ampliação e alteração de ro tas existentes de ônibus, de modo a suprir falhas de transportes, e ron das da guarda municipal.

MORADORES

FICAM SEM OPÇÃO

Os membros do Ministério Pú blico Federal (MPF), Ministério Pú blico Estadual (MPE), Defensoria

Pública da União (DPU) e Prefeitura de Maceió enfatizaram que o acordo não vincula e nem gera quaisquer obrigações para os cidadãos, e que o morador que não aceitar a indeniza ção proposta no acordo da Força Ta refa com a empresa poderá, por conta própria, tentar vender seu imóvel, o que é considerado algo quase impos sível pelos próprios moradores devido à desvalorização comercial da região causada pelo ilhamento socioeconômi co constatado em estudos dos próprios órgãos.

Outra alternativa, segundo os membros da Força Tarefa, é tentar por conta própria ou coletivamente, entrar com uma ação na Justiça de Alagoas. A certeza da derrota, por ou tro lado, é quase certa já que os órgãos admitem não terem encontrado em basamento jurídico favorável a uma realocação como é reivindicado pela comunidade.

R$ 64 MILHÕES PARA O MUNICÍPIO

Aempresa

também vai indenizar o município de Maceió no valor de R$ 64 milhões pelos prejuízos causa dos na região. A bolada de dinheiro está prevista nos parágrafos 1º e 2º da cláusula oitava do acordo assinado entre a Braskem, MPF, MP/AL, DPU e Prefeitura de Maceió. Esse valor, no entanto, não faz parte dos R$ 100 milhões acordados à parte.

O valor também deve ser utiliza do em melhoria na qualidade de vida dos moradores da região. Para garan tir a aplicação correta, o Ministério Público Federal (MPF) expediu ofício ao Município de Maceió para que apresente, no prazo de até 30 dias, o plano de aplicação dos R$ 64 milhões.

Conforme a minuta do acordo celebrado, o Município de Maceió se compromete a direcionar a totalidade deste valor para ações na região do Flexal e adjacências, com o objetivo de realizar medidas adicionais à reurbanização da área, notadamente as obras de contenção de encostas, que visam a evitar novos deslizamen tos de terra no local. Além disso, o município obriga-se a prestar contas periodicamente sobre a utilização do recurso.

O ofício foi enviado no âmbito do procedimento de acompanhamento nº 1.11.000.001433/2022-67, instaurado para observar o cumprimento do Ter mo de Acordo para Implementação de Medidas Socioeconômicas Destinadas à Requalificação da Área do Flexal, em trâmite na 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Alagoas.

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Força Tarefa do Caso Pinheiro apresenta acordo para o Flexal
FLEXAL
ASCOM MPF-AL
Valor representa 7% do lucro obtido pela empresa nos primeiros nove meses do ano

FLEXAL

Braskem ignora pesquisa que realizou com moradores

ABraskem, o Ministério Públi co Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), De fensoria Pública da União (DPU) e Prefeitura de Maceió ignoraram uma pesquisa encomendada pela própria petroquímica para saber a opinião dos moradores do Flexal de Cima e do Flexal de Baixo sobre a preferên cia ou não pela realocação da região que passa por um ilhamento socioeco nômico após a evacuação de milhares de imóveis localizados nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto como consequência do afunda mento do solo provocado pela mine ração.

O documento produzido pela Dia gonal, empresa especializada em con sultoria na realização de pesquisas e diagnósticos sediada em São Paulo, foi elaborado para se ter uma estima tiva dos moradores que optam pela realocação da região e foi apresentado pela empresa aos membros da Força Tarefa ainda em fevereiro, quase nove meses antes dos órgãos anunciarem o acordo firmado com a petroquímica para revitalização dos Flexais.

Das 264 pessoas entrevistadas – conforme o documento classificado como confidencial e obtido com exclusi vidade pelo EXTRA –, 204 moradores optaram pela realocação. Construção de equipamentos públicos, segurança, mobilidade e saúde mental aparecem logo depois como questão de priorida des para os residentes da região.

Ignorando a opinião dos mora dores na pesquisa que ela própria encomendou, a petroquímica se com prometeu em desembolsar pouco mais de R$ 100 milhões para reurbanizar a região e no pagamento de uma parcela única de R$ 25 mil por núcleo familiar e comércio; e de R$ 30 mil, no caso de imóvel misto, a título de indenização.

“Achamos que esse acordo é o pior que poderia acontecer com os Flexais que buscam a realocação. Este acordo mantém os Flexais dentro de uma lo calidade que não mais oferece condi ções saudáveis de convívio. Perdemos tudo. Não temos mais o ambiente que tínhamos antes e estamos em uma grande área de risco e isolados, mas obrigados a residir lá”, afirma o mo rador e líder comunitário Maurício Sarmento.

Ainda segundo o morador, o Mi nistério Público Federal cometeu um

erro para com os moradores ao pro mover esse acordo. “Uma injustiça sem tamanho e vamos procurar essa reparação judicialmente. Não aceita mos o acordo dessa forma. Queremos ser realocados”.

“Estamos todos nos sentindo in justiçados. O MPF tem injustiçado os moradores, forçando eles a acei tar esse acordo. Se eu não dou uma alternativa fora daquilo que os mora dores querem, e que já foi externado diversas vezes que eles querem sair da região, assim como os das outras regiões saíram, eu estou mantendo eles presos na situação”, completa.

O líder comunitário ressalta que a população foi pega de surpresa com o anúncio do acordo na semana pas sada, uma vez que em agosto a revi talização já fora rejeitada por maio ria durante a audiência pública que apresentou a proposta pela primeira vez.

A Ordem dos Advogados do Bra sil seccional Alagoas (OAB/AL) e a Defensoria Pública do Estado (DPE) contestam a decisão de celebrar acordo com a Braskem e revitalizar Flexais. As entidades garantem que representarão os moradores na Jus tiça para cobrar a realocação da área

isolada após esvaziamento dos bair ros vizinhos.

“A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) e a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Ala goas (OAB/AL) informam que conti nuam firmes apoiando a população do Flexal, que em sua larga maioria, cer ca de 93%, quer a realocação com cor retas e justas indenizações, conforme apontam os relatórios da defesa civil municipal e, mais recentemente, o relatório antropológico de professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)”, afirma a nota divulgada pelos órgãos pouco depois de o acordo ser anunciado.

OUTRO LADO

O EXTRA entrou em contato com os membros da Força Tarefa, mas nem o Ministério Público Estadual e nem a Prefeitura de Maceió respon deram aos questionamentos sobre a pesquisa realizada pela empresa. Por meio de nota, o Ministério Público Federal disse que o estudo feito pela Diagonal teve como escopo identificar os principais problemas vivenciados pela comunidade, uma das ferramen tas de análise foi a escuta comunitá ria. “Esse estudo, contudo, não foi o único elemento analisado. A conclusão da pesquisa, assim como de outras referências relacionadas às possíveis soluções para o caso, foi no sentido de que realocações de pessoas devem ser evitadas sempre que possível”.

A Braskem, também por meio de nota, afirmou que o Termo de Acordo que institui o Projeto Integração Ur bana e Desenvolvimento dos Flexais tem como objetivo restabelecer a dinâ mica socioeconômica da região.

“O diagnóstico realizado, que le vou em consideração diversos estudos, aponta que a situação dos Flexais não tem paralelo com a de outras regiões da cidade, e a condição de ilhamento socioeconômico, observada após a realocação dos moradores da área de desocupação e monitoramento, pode ser revertida com os investimentos das iniciativas anunciadas (23 ações socioeconômicas, indenização a famí lias e comerciantes e pagamento de R$ 64 milhões ao Município de Maceió para medidas adicionais)”.

“Importante destacar que a região não consta do mapa de deso cupação e monitoramento definido pela Defesa Civil e que técnicos e especialistas nacionais e internacio nais recomendam que processos de deslocamento de populações devem ser evitados ou minimizados, à ex ceção de situações de riscos que não sejam passíveis de solução alternati va”, completou.

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População foi pega de surpresa por acordo mesmo após proposta ter sido rejeitada

Estudo da Ufal defende necessidade de realocação de moradores e contraria posição da Força Tarefa

Situação dos imóveis no Flexal de Cima

empiricidade das des truições, constatamos que a atual situação de precariedade, na qual se encontra inserida aquela comunidade, traz sinais inequívocos de uma to tal falta de habitabilida de. Quanto a isto, basta constatar uma presença que ali se avoluma, e que tem se agravado, de algumas das condições já explicitadas no qua dro do referido laudo”, diz trecho do documento produzido pelo especia lista sobre a região.

O documento, além de ressaltar a escassez de transportes, dimi nuição do fornecimento de energia elétrica, au mento da insegurança e violência, aumento da poeira na região, entre outros problemas estru turais do bairro, apon ta para o fator social e psicológico vivido pelos moradores como “sentimento de perda do sentido da vida, separação de família, psicológi co abalado (depressão, pânico, suicídio etc.) e isolamento socio afetivo”.

O laudo elaborado a pedido da OAB de Alagoas, foi apre sentado aos moradores afetados pelas atividades da Braskem em Maceió no final de outubro. O documento tem como base o iso lamento social da comunidade do Flexal, tendo em vista que a população não tem tido acesso, sequer, a serviços básicos, como posto de saúde e escola.

Um estudo antropológico produzido pelo professor Edson Bezerra, da Uni versidade Federal de Alagoas (Ufal), sobre a situação dos Fle xais, localizados no bairro do Bebedouro, em Maceió, contra ria a versão do Grupo de Traba lho do Caso Pinheiro/Braskem que afirma não ter embasamen to técnico para exigir da petro química a realocação dos mora dores da região.

Embora as cerca de 800 famí lias da região tenham começado a notar as primeiras rachaduras nos imóveis e o afundamento re pentino do solo a partir de 2020, o temor de que teriam o mes mo destino que outros bairros da capital alagoana – Pinheiro, Bom Parto e Mutange – causou problemas antropológicos que, segundo o documento, apenas a realocação poderia resolver.

Além das rachaduras cons tatadas em algumas residências da região e que, segundo laudos produzidos pela Braskem e pela

Companhia de Pesquisa de Re cursos Minerais não teriam ne nhuma ligação com a atividade de mineração da empresa, o do cumento produzido pelo mestre em Antropologia e doutor em Sociologia ressalta o problema social que a região enfrenta.

Aproximadamente 1.135 moradores deixaram a região ao longo dos últimos dois anos, sendo que, os que ali permane cem somam um total de 1.589 pessoas, todas com a particu laridade de que, quando anali sada a situação econômica, em sua maioria são autônomos que não tiveram condições de dei xar o bairro.

“De todo modo, mediante a

“Neste contexto, naquele ter ritório esvaziado de escolas, pos tos de Saúde, de segurança públi ca, de áreas de lazer, sem espaços de rezas e preces, nos espanta o ainda poder-se pensar em uma condição de revitalização, por mí nima que seja”, ressalta o profes sor, contrariando o acordo feito pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Esta dual (MPE), Defensoria Pública da União (DPU) e Prefeitura de Maceió com a Braskem.

Paralelo ao laudo antropoló gico, também foi realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB um trabalho de vistoria no bairro, que ouviu as famílias que ainda residem na localidade e constatou in loco os problemas estruturais das resi dências.

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Documento produzido pelo professor Edson Bezerra descarta reurbanização

SAÚDE MENTAL

Mídia e suicídio: uma parceria que pode reduzir os índices do agravo

No mundo morrem por suicídio, cerca de um milhão de pessoas. Nas Américas, especialmente na Latina, os índices de suicídio têm aumentado.

A mídia (rádio, jornal, TV e redes sociais) pode ser uma aliada para reduzir esse índice quando informa adequadamente à população sobre os casos consumados.

Noticiar um caso com sensacionalismo só piora a situação das milhares de pessoas que estão em sofrimento psíquico. O que que se deve evitar numa matéria jornalística: os detalhes (local, hora, o que a pessoa fez antes do ato) de como a pessoa cometeu o suicídio. Por que? Pode desencadear um processo denominado Efeito Werther, que é a imitação do ato, ou seja, o suicídio por outra pessoa que esteja em sofrimento psíquico.

Expressar na matéria que todo caso de suicídio é complexo. Cada sujeito tem sua própria história de vida e não é adequa do informar que o caso seja simples.

Não incentiva

A mídia (rádio, jornal, TV e agora eedes sociais) tem um papel fundamental na divulgação das notícias para informar melhor a população e reduzir o sofrimento psíquico e os suicídios. Falar sobre suicídio não incentiva ou instiga a pessoa a com eter o ato. Pelo contrário, vai aliviar a pessoa quando ela fala sobre o sofrimento.

Na notícia, publicar que a pessoa que cometeu o suicídio não

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

queria morrer e sim se livrar do sofrimento. A vítima apresenta, sempre, um pensamento ambíguo. É interessante citar as diversas causas (possíveis) que levou a pessoa a cometer o ato. Não existe um fato exclusivo. A pessoa pode estar passando por uma depressão, um problema financeiro, ou uma separação do cônjuge. Todos esses problemas têm solução. Não é o su icídio que vai resolver o problema. Jamais citar que o motivo foi falência, abuso sexual, não ter tido sucesso num concurso, ter rompido com o namoro/casamento e outros fatos semelhantes. Por que? Centenas de pessoas estão lendo ou ouvindo a notícia e podem se identificar com o caso e também cometer o ato. Ou seja, cometer o ato por imitação. É o que se de nomina de Efeito Werther: imitar um comportamento por semel hança do sofrimento.

É preciso evitar, também, tornar a “vitima” como mártir, herói, que vingou alguém, defendeu a honra ou que é corajosa.

Não precisa citar os detalhes, hora; como a pessoa se comportou até cometer o ato. Por que?

A pessoa que estiver lendo a matéria ou que esteja assistindo a notícia na TV pode estar fragiliza da, emocionalmente, e, pode, sim, querer imitar o ato; é o que repre senta o Efeito Werther.

Na matéria jornalística informar as instituições que acolhem a pes soa que esteja em sofrimento, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), Centro Atenção Psicossocial (Caps), Centro de Amor à Vida (Cavida), Acolha-me, entre outras.

É preciso desencorajar o ato e acolher a pessoa que esteja em sofrimento psíquico.

Acolher é escutar a pessoa sem nenhum julgamento (não dizer que ela está certa ou errada num fato que ela expôs). É apenas escutar e

Qualquer

Enquanto há vida, sempre existirá uma solução para resolver qualquer que seja o problema.

(Arnaldo Santtos, psicólogo)

se dispor a ajuda-la de verdade.

É dizer que “iremos buscar ajuda” de um psicólogo ou de um psiquiatra. Que o proble ma pode ter solução.

Não publicar a carta ou bilhete que a pessoa deixou, porque as questões que ela colocou podem ser semelhantes à de outra pessoa que leu a matéria ou escutou a notícia na TV e ai pode desencadear um outro caso.

Psicoterapia

Jamais colocar na matéria que a pessoa foi corajosa em tirar a própria vida. Pois a pes soa que praticou o suicídio ou que tentou, não quer morrer e sim se livrar do sofrimen to psíquico.

Qualquer pessoa que está incomodada com algum pensamento, comportamento, crença ou fato deve procurar, imediatamente, aju da de um psicólogo.

Quanto mais rápido buscar ajuda e se submeter a um processo psicoterápico, mais chance de a pessoa não desencadear um agravo mental.

Outro detalhe fundamental: não abandonar a psicoterapia. Às vezes a pessoa tem uma melhora e deixa de ir ao tratamento. As recaídas são mais graves. O psicólogo ou o psiquiatra vai dizer quando a pessoa pode deixar o tratamento.

Arnaldo Santtos

é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: +55 (82) 9.9351-5851

Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com

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PEDRO

OLIVEIRA

n pedrojornalista@uol.com.br

REFLETIR - “Não descansarei até que todo cidadão brasileiro e sua família tenham café da manhã, almoço e jantar todos os dias”. (Lula)

Cada um com seu quinhão

Lia esta semana a coluna de um colega que dizia “o maior vencedor da eleição AL não teve um só voto”. Discordo, respeitosamente do colunista, que é um craque da informação precisa e atualizada. O período eleitoral transcorreu à beira de um confronto saindo dos debates e indo às vias de fato. Não foi san grento, mas foi voraz. Os dois principais antagonistas, senador Renan Calheiros e o deputado Arthur Lira, travaram uma disputa que descambou para o ódio e ranger de dentes.

No final ambos tiveram os seus quinhões e persis tem ambos como as duas maiores lideranças políticas de Alagoas.

Os confrontos seguirão, mesmo após o resultado das eleições.

Prêmio de consolação

O presidente Bolsonaro perdeu a eleição, mas não tem muito o que reclamar. O Partido Liberal (PL) anunciou que ele foi convidado a fazer parte da executiva nacional e ser o novo presiden te de honra do partido. Vai ganhar uma mansão para residir no seleto Lago Sul de Brasília, e vai ter então casa, comida e roupa lavada, além de mordomia de chefe de estado. Sobre o cargo de Bolsonaro no partido, não foram cita dos valores para um eventual salário. Apenas garan tido que terá todas as condições para que o presidente continue sua militância na legenda: “Quero pagar o maior valor que eu puder, porque ele é um cabo elei toral de 58 milhões de votos. É o nosso capitão, vamos seguir ele no que for preciso”, completou Valdemar. Com Bolsonaro nestas eleições, o partido elegeu 99 deputados federais e 8 senadores.

Tudo bancado pelo imoral Fundo Partidário, isto é, nós que pagaremos a conta do “desocupado”.

Começou a campanha para prefeito

Votos contados, resultados proclamados e a movimen tação já é grande nos meios políticos locais em busca de formação de alianças e tramas com vistas a eleição para prefeito de Maceió, em 2024. O atual prefeito JHC vai ter que trabalhar muito, depois da derrota de seus candidatos, que mostrou, claramente, sua fragilidade nos votos. Além disso terá pela frente candidaturas de peso a exemplo de Davi Davino, Rui Palmeira, Alfredo Gaspar e também Rodri go Cunha.

Lira quer Davi Davino

Fonte da mais alta intimidade com o presidente da Câmara, Arthur Lira, me dizia que o prefeito de Maceió não passa nem perto do seu radar na formação do seu bloco político. JHC é culpado de não ter correspondido com lealdade às expectativas e acertos durante a campanha. O candidato da preferência de Lira, por enquanto, é o deputado Davi Davino, que tem se mostrado bom de voto e com chances reais de tomar a prefeitura da capital.

O mesmo dos mesmos

O govenador Paulo Dantas corre sério risco de começar tropeçando quando tomar posse no seu novo governo. Se não formar uma equipe com a sua cara vai parecer que o senador Renan Filho tem o poder da dualidade, ocupando dois espaços ao mesmo tempo. Precisa também de gestos e atitudes de coman do que demonstrem que ele é o chefe e não “chefete”. Não é segredo o fato de que se comenta, desde o início de sua gestão, da interferência da Assem bleia Legislativa, sob a “borduna” e o “tacape” do seu presidente, deputado Marcelo Victor.

O governador precisa e deve ter um go verno para chamar de seu e construir sua história política, desconhecida ainda de muitos alagoanos.

Frustração ou senilidade

“Esse negócio do Lula estar doente... Não está, infelizmente. Vamos torcer para que tenhamos um futuro melhor. Na mão do cachaceiro, não vai”. (Ge neral Augusto Heleno a um grupo de apoiadores de bolsonaristas ao sair do Palácio da Alvorada).

Ao que parece o velho general está in flado de frustração por perder a partir de janeiro as mordomias palacianas e o alto salário acumulado, do contrário é um caso mesmo de senilidade.

Não passa de um pária “encasacado”, provocador de desordens institucio nais e que em nada contribuiu com o país.

Improbidade administrativa

A convite de Justiça Federal de Pernambuco, o promotor do MPE alagoano Marcus Rômulo, um de nossos mais destacados quadros da Procuradoria Geral de Justi ça, esteve em Recife ministrando curso sobre o Novo Regime da Lei de Improbidade Administra tiva, dirigido para magistrados federais da região.

O promotor, que é mestre em Direito Administrativo, tem proferido cursos em Maceió e também em outras capitais como Natal, Fortaleza, João Pessoa e na capital pernambucana. O curso é ministrado de maneira híbrida (presencial e à distân cia), modalidade que surgiu com a pandemia e continuará sendo adotada com muita aceitação.

Ministro alagoano

Hoje aqui em Brasília (quintafeira) o dia “amanheceu para Alagoas”. Nos corredores do Congresso, na Esplanada e nos arredores do Centro Cultural Banco do Brasil, só se fala no périplo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o sucesso de sua vitoriosa empreitada em busca de restabelecer a Repú blica, conversando com aqueles que decidem o futuro do país. Caminhando no rastro do petis ta, passo a passo, ouvi de fonte muito ligada ao PT e sintoniza da com a equipe de transição: “Aposte na indicação do senador Renan Filho para o Ministério da Infraestrutura (com outro nome e formatação)”.

Será um reconhecimento à lealdade e articulação de Renan (pai) e aos méritos do Renan Filho como um dos melhores governadores do país nos últimos oito anos.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 19 e extra
PARA

Enganação à vista? De novo?

dizendo que no primeiro dia de governo este país vai virar um canteiro de obras sem, no entan to, dizer de onde virá a grana. Problemas à vista.

ELIAS

FRAGOSO

Levou

Lula as eleições. Mas o que alertávamos há tempos já começa a se mostrar na dura realidade que ele vai enfrentar quando se ob serva o quanto ele está encala crado ao deparar com a estrei teza da margem para a atuação fiscal do seu governo. Ou seja: não tem dinheiro para bancar as despesas atuais, imagine os aumentos prometidos, como 600 reais para o Auxilio Brasil, aumento real do salário míni mo, ampliar a faixa de descon to do IR para 5 mil reais. Para ficarmos nesses...Mas ele anda

Conflito

O caminho que ele e seus assessores estão escolhendo (sem ouvir os autores do Plano Real que fazem parte da equi pe, diga-se) para tentar esca par da absoluta necessidade de ter um limitador de gastos, ou como gostam os economistas, uma âncora fiscal, é criar falsos dilemas como a responsabilida de fiscal é uma coisa e respon sabilidade social outra...Proble mas à vista.

Ele que teve que ampliar seus apoiamentos para vencer e agora está emparedado. A indi cação de 2 dos criadores do Pla no Real para trabalhar com um economista que quebrou o país junto com Dilma e um neófito desconhecido do PT é um retra to disso. Não se junta óleo com água contaminada. E ele sabe disso, tá na cara que vamos ter problemas à vista. Anotem.

Na política externa são os mesmo de sempre do petismo de

resultados que criaram a infa me e vexatória política Sul-Sul que juntava pobre (o Brasil) a miseráveis do mundo intei ro, especialmente da África e da América Latina, para for mar o bando de pedintes que quebraram o BNDES, que até hoje não viu a cor do dinheiro emprestado aos borbotões por Lula e Dilma para ditadores, sicários e gente ainda mais cor rupta que os petistas. Se seguir por aí...

E o que dizer do parlamen to que no (des) governo Bolso naro assumiu o protagonismo de um “primeiro-ministro” e deu no que deu: orçamento secreto, emendas do relator, bilhões para campanhas polí ticas e para “manutenção” dos partidos e segue...? Alguém aí acha que Lula vai se meter com os seus ex-colegas de butim nos governos petistas?

E o que Lula fará para “agradar” o mercado (ouriçado com essa história do PT tentar fugir de uma âncora fiscal e ao ver Lula juntar óleo e água contaminada para tocar a eco

nomia...)

E quanto à divisão política do país pós-eleição? Discurso de que vai governar pra todos? A nação quer saber é como Lula vai fazer isso. Para superar a gigante desconfiança dos brasi leiros, dos meios religiosos, do empresariado, do agronegócio (que sofreu nas mãos do MST) em relação ao PT e seus desgo vernos tão presentes na vida de todos? Até agora, nada...

Se Lula quiser governar tem que explicar logo como vai resolver essas questões todas. Mas de tudo, cometerá erro grave se confundir a oposição que esse governo terá por par te das instituições acima, com o alarido da extrema direita que será reduzida ao seu ta manho real, embora continue à espreita. O maior risco deste futuro governo é Lula acredi tar que vai levar de novo no lero a Nação. Seu futuro está, portanto, em suas próprias de liberações.

Não haverá paciência para erros redundantes ou a volta do petismo de resultados.

O maior risco deste futuro governo é Lula acreditar que vai levar de novo no lero a Nação. Seu futuro está, portanto, em suas próprias deliberações.

Não haverá paciência para erros redundan tes ou a volta do petismo de resultados.

MAGELA

PIRAUÁ

sos o definem.

No opúsculo de Clarice Lispector, brasileira oriunda em tenra idade da Ucrânia, que viveu em Alagoas, apren di neste seu romance que não obedece a nenhum estilo literário, que a vida é luta, sofrimento e, às vezes, a benéfica solidão.

Clarice Lispector, em linguagem enigmática, usando de um heterônimo e o faz com rara beleza, traz ensinamen tos incríveis: “Que ninguém se engane, só consigo a simplicidade através de muito trabalho”. Mais adiante arrema ta, “Quem se indaga é incompleto”.

ça, e na busca da solução dos conflitos, quer individuas, quer coletivos.

O ser humano, tão diverso e com plexo, que vive amor e ódio, perdão e vingança, sempre almejará, enquanto satisfação do existir, a realização de si próprio, desejando, por óbvio, a resolu ção dos problemas.

Os líderes, sejam populistas ou não, que comandam o poder, sempre enfrentarão momentos tormentosos, pois afinal de contas são seres huma nos em busca de si próprios.

Terminei,

faz poucos dias, o livro de Thomaz Zicman de Barros e Mi guel Lago, ambos politólogos que, em ensaio de profunda análise crítica, dissecam em linguagem compreensível sobre o populismo. Logo em seguida fui ler, de Clarice Lispector, A Hora da Es trela, indicação do Sérgio Jucá quando me sugeriu cinco livros que todo mundo deveria ler.

No livro dos cientistas políticos compreendi que o populismo é esteti camente transgressivo e culturalmente popular, que envolve um discurso os “de baixo” contra os “de cima”, e que é uma forma capaz de transformar as institui ções, assim e desta maneira os estudio

Que força estranha possui o ser hu mano, a força que o faz líder de povos, e que na solidão da existência se completa e se encontra. Diz a autora: “Sim, minha força está na solidão “.

No livro de ciência política sobre o populismo compreendi, embora não aceitando todos os argumentos dos au tores, que a busca de obter-se o poder é opor-se, em nome das massas, às ideias dos “de cima” ou também considerados elites, sendo importante ser transgressi vo e desejar, na busca de direitos ideais, as transformações das instituições.

Se a existência humana é complexa até na busca da simplicidade e na com preensão de si próprio, imagine na con dução de povos, no exercício de lideran

A angústia da existência é a solu ção de conflitos. Os conflitos sempre existirão. A diversidade, quer no cam po da própria natureza humana, quer nas barreiras das desigualdades so ciais, sempre será o desafio da existên cia. Compreender-se e ao outro, não é tarefa fácil, é busca permanente.

O estoicismo e as religiões trazem à pessoa, sejam líderes ou não, um cer to conforto e a energia para o enfren tamento dos conflitos. Deus acalma. O aprendizado nos aquieta. O conflito nos move.

Clarice Lispector, de forma sábia, em crônica publicada em A legião es trangeira, assim afirmou: “Muito an tes de sentir a ‘arte’, senti a terrível beleza da luta”. O conflito faz parte. Assim sempre será.

Os líderes, sejam populis tas ou não, que comandam o poder, sempre enfrentarão momentos tor mentosos, pois afinal de contas são seres huma nos em busca de si próprios.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 20 e extra
n Economista, professor e consultor n Membro da União Brasileira de Escritores - Núcleo Arapiraca

Ações improdutivas

VIEIRA CLÁUDIO

Desde o início das mani festações pró-intervenção militar, sejam nas estra das ou nas ruas das cidades, tenho me perguntado sobre a produtividade delas, até mes mo a seriedade e inteligência das pessoas que se dedicam a impedir o direito de ir e vir dos cidadãos. Aliás, sempre me in daguei sobre essas questões em outros atos semelhantes. Como essas pessoas não percebem que

tais atitudes prestam desserviço à sociedade, e mesmo às suas próprias pretensões? Imagine se as pessoas prejudicadas no seu dia a dia irão apoiar tais movi mentos? Talvez até aplaudam em um primeiro instante, para logo depois repudiá-las, se elas se estendem ainda que por pou co tempo.

Em Alagoas não ocorreram bloqueios das estradas, mas aqui em Maceió bolsonaristas dedicaram-se a bloquear a prin cipal avenida da cidade, bem em frente ao quartel do Exército. Proposta: despertar as Forças Armadas para irresponsável in tervenção militar, simplesmente porque Bolsonaro perdeu as elei ções. Barulhentos, perturbaram a vizinhança no seu sossego. Alguns moradores da região re clamaram nas redes sociais, até com certa virulência. Poderiam até ter votado em Bolsonaro. En tão, ao invés de cativarem apoia dores e seguidores, afastaram a população, até mesmo aqueles

O Brasil está dividido

Xingavam o moço de ladrão, cara de pau, mentiroso. E nada acontecia com eles. Se o outro lado chamasse o Lula de ex-pre sidiário, o TSE punia, cassava, castigava.

ALARI ROMARIZ

TORRES

Aseleições de 2022 fo ram atípicas. Direita e esquerda lutando pelo poder. O presidente Bolsona ro sendo perseguido pelo Ju diciário de modo irreverente. Até nos debates, nem sempre tinha direito de resposta. A mídia, quase toda, era contra o atual mandatário brasileiro.

Lula virou herói. Retira ram os processos contra ele e a esquerda insiste na ino cência do petista. Parecia até que viria para salvar o Brasil. Não adiantava dizer que ele era culpado e que os dezesseis anos do PT nos legaram uma situação econômica difícil.

Os jornalistas da Rede Globo tratavam o Bolsonaro como se fosse um marginal.

Poucas emissoras de rádio e TV defendiam o Bolsonaro. Era só cacetada! O Lula era o homem extraordinário, o “Sal vador da Pátria”. Nos debates, a razão estava sempre com o petista. Ele se dizia um ser idôneo, honesto e tudo de bom. O Bonner, da Rede Globo, che gou ao cúmulo de dar direito de resposta a ele mesmo e ao Lula. Negou ao presidente. Vi rou cena de filme de bandido e ladrão. Não dava para despis tar, enganar os bobos. Era tudo real.

As Forças Armadas, tam bém eram tratadas de maneira desrespeitosa. Para atuar como fiscais do pleito tiveram que lutar muito e suportar piadas e notas negativas. Ouvi de um comentarista da Globo críticas fortíssimas a elas, chegando a afirmar que “militar não enten de de eleições”.

Das várias ideias sugeridas pelo Ministério da Defesa para fiscalizar os resultados, poucas foram aceitas. E a mais impor tante, a comprovação do voto,

que tinham esperança de con duzir o seu líder à vitória, man tendo-o na curul presidencial. Ultimamente, com o passar do tempo sem qualquer mani festação das Forças Armadas, os organizadores, a nível nacio nal ou local, dedicaram-se à di vulgação de fake news, recurso muito utilizado na campanha política deste ano. As notícias falsas foram simplesmente desmoronando, revelando-se o que eram: mentiras. O apelo mais forte foi a certeza de que as Forças Armadas apresen tariam relatório ao TSE de monstrando fraudes nas urnas eletrônicas tão combatidas pelo presidente atual. As suposições eram diárias, até de minutos, o líder em silêncio estimulador e subliminarmente descompro metido com os fatos. No fundo, Bolsonaro lavava as mãos, ele também esperançoso (cautelo so), ou duvidoso, que o malfa dado relatório lhe desse razão no questionamento às urnas

eletrônicas. O tão aguardado relatório do Ministério da De fesa afinal foi concluído e en viado ao TSE e divulgado nos sites de notícias. Nada sério a questionar quanto à lisura das eleições foi a conclusão espe rada por alguns, e indesejada pelos ativistas de extrema di reita. Órfãos de líder já esta vam, ante o silêncio teimoso do presidente. Agora estão na orfandade também quanto aos motivos. Se lhes restar alguma coisa, será somente a teimosia estulta.

Qualquer pessoa razoá vel concluirá a inexistência de motivo para movimentos golpistas, ou não golpistas. Qualquer pessoa ainda que de mínima inteligência e al gum tirocínio perceberá ser hora de não mais perturbar a vida dos cidadãos com ba boseiras inconformistas. Ou será que eles vão encontrar outros motivos para a bader na?

Órfãos de líder já estavam, ante o silêncio teimoso do presidente. Agora estão na orfandade também quan to aos motivos. Se lhes restar alguma coisa, será somente a teimosia estulta.

foi terrivelmente afastada.

De repente, surgem de núncias de que várias emis soras do interior da Bahia não exibiram programas de Bolsonaro no horário eleitoral gratuito. Mais uma vez, a di reita foi responsabilizada, sob suspeita de querer tumultuar o resultado. Havia ainda, vá rias urnas onde o presidente não tivera nenhum voto. No vamente, o denunciante foi punido e recebeu a visita da Polícia Federal.

Estamos escrevendo este artigo no dia 8 de novembro e, até hoje, as Forças Armadas não entregaram o relatório a respeito da eleição de Lula.

A situação me lembra uma ditadura de esquerda: Bolso naro quase não fala, Lula e o PT já, praticamente, gover nam o Brasil, a Justiça conti nua parcial, políticos de direi ta passando para a equipe de Lula, medidas tomadas pelo atual presidente sendo anula das pelo Poder Judiciário.

O povo está nas ruas, nas portas dos quartéis e muitos ca minhoneiros parados nas mar gens das estradas protestando contra o retorno de Lula. Não acredito que algo de novo vai acontecer, mas sinto um certo

perigo no ar. Temo pela liber dade de Bolsonaro: se ele falar um pouco mais, poderá receber a visita da Polícia Federal. Não manda mais em nada. Tudo que faz é impedido pelo Supre mo Tribunal Federal

Sou alagoana, brasileira, votei em Bolsonaro, não acre dito no PT. Durante dezesseis anos, vi e ouvi muita coisa er rada. Não entendo porque o retorno de Lula como o “Salva dor da Pátria”.

Lamento, apenas, o tro peço do presidente na covid. Acho que pecou durante a pandemia e tremia nos deba tes quando tal assunto apare cia. Já o ponto fraco do Lula era falar em corrupção, men salão, Lava Jato.

Estou assustada com o país na atualidade. Rezo, pe dindo a Deus que proteja nos sa pátria tão dividida nessas eleições. O próximo presidente vai governar com uma oposi ção grande e forte. Assessores de Bolsonaro foram eleitos com muita facilidade.

Só uma pergunta me in triga: como Bolsonaro elegeu tantos auxiliares e os votos majoritários não foram para ele?

Viva o Brasil!

Estou assusta da com o país na atuali dade. Rezo, pedindo a Deus que proteja nossa pátria tão dividida nessas eleições.

O próximo presidente vai governar com uma oposição grande e forte.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 21 e extra
n Aposentada da Assembleia Legislativa

Primeiro dia de provas acontece neste domingo

Mais de 3,3 milhões são esperados para o Exame Nacional do

A primeira prova do Enem 2022 (Exame Nacional do Ensino Médio) será aplicada neste domingo (13) e 3.396.632 pessoas estão inscritas para as versões impressa e digital. Os participantes vão encarar uma maratona de 90 questões de lingua gens e ciências humanas, além da redação. Este ano, o número de ins critos é 10% maior que 2021.

A orientação para os candidatos é que consultem o local de prova com antecedência e se programem para chegar no dia do exame com antece dência. A informação com o endere ço está no cartão de confirmação de inscrição, disponível na Página do Participante, no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Outra dica é calcular o tempo

que levará até o local da prova, seja utilizando transporte público ou particular, percorrendo todo trajeto e, assim, no dia do exame se organizar melhor.

Mesmo não sendo obrigatório, o Inep recomenda imprimir e levar o cartão de confirmação no dia da prova. Vale ressaltar que as da tas do Enem 2022, tanto a versão impressa quanto a digital serão aplicadas nos mesmos dias: 13 de novembro (domingo), 45 questões de linguagens (40 de língua portu guesa e 5 de inglês ou espanhol); 45 questões de ciências humanas; e redação. Já dia 20 de novembro serão 45 questões de matemática e 45 questões de ciências da natu reza.

A abertura dos portões, seguin do horário de Brasília, será às 12h e o fechamento dos portões às 13h. Início das provas às 13h30 e tér mino das provas no primeiro dia às 19h. Já o término das provas no segundo dia será às 18h30.

O candidato só poderá sair com o Caderno de Questões nos últi mos 30 minutos que antecedem o término da prova.

O envelope porta-objetos, la

crado e identificado, deve ser man tido debaixo da carteira desde o in gresso na sala de provas até a saída definitiva do local de provas.

A partir das 13h (horário de Brasília), é permitido ir ao banhei ro, mas desde que acompanhado pelo fiscal.

O QUE LEVAR

RG ou outro documento oficial com foto (documentos digitais tam bém são válidos);

Alcool em gel; máscara de pro teção facial (só não é obrigatória em locais que liberaram o uso em ambientes fechados); caneta esfero gráfica preta fabricada em material transparente;

Cartão de confirmação de ins crição; lanche; e água em garrafa transparente (a embalagem não deve ter rótulo).

Documentos digitais de identi ficação que serão aceitos pelo Inep: e-Título, Carteira Nacional de Habi litação (CNH) Digital; e RG Digital.

Porém, o candidato deve apre sentar o aplicativo oficial ao fiscal - capturas de tela não serão válidas. Após a entrada na sala de aula, o uso do celular continuará vetado.

O QUE NÃO LEVAR

Telefones celulares, calcula doras ou qualquer equipamento eletrônico devem ser desligados e guardados no envelope porta-obje tos antes de entrar na sala de pro vas.

Caso algum som seja emitido dos aparelhos durante a prova, o candidato será eliminado;

Qualquer dispositivo que receba imagens, vídeos ou mensagens; ócu los escuros, bonés, chapéus, viseiras ou gorros; bebidas alcoólicas, cigar ro e/ou drogas ilícitas.

REDAÇÃO É O BICHO

Considerada o “bicho-papão, a redação chama a atenção da maioria dos candidatos a uma vaga no ensi no superior. Uma dica de boa parte de quem já passou por este momen to é “resolver” a redação cedo para depois se dedicar às demais ques tões. O tema normalmente é uma questão problema de cunho social.

Algumas sugestões de possíveis temas a serem abordados na prova: Impactos da pandemia na educação (alfabetização de crianças); A in segurança alimentar no país; Meio ambiente – o estudante precisa ficar de olho nos tópicos de turismo sus tentável e preservação da Amazô nia. O garimpo ilegal e o assassina to de Bruno Pereira e Dom Phillips merecem atenção.

Como combater fake news no Brasil: as fake news, ou notícias falsas, são um assunto recorrente em provas e exames; a violência doméstica pode ser um tema. Com a pandemia, houve um aumento do número de crianças e adolescentes que sofreram abusos e agressões. Também houve um salto nos casos de feminicídio no país.

Merece ainda atenção temas como Agenda 2030 da ONU; Direi tos da infância; valorização do tra balho docente; juventude, trabalho e projeto de vida; internet 5G e seus impactos da sociedade.

O ENEM

As notas do exame podem ser usadas para concorrer a vagas em instituições federais de ensino supe rior por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e em instituições privadas pelo Programa Univer sidade para Todos (ProUni). Elas também são aceitas em diversas instituições de educação superior portuguesas.

TRANSPORTE

De acordo com o Portal Nacional da Educação, Maceió está entre as capitais que terá reforço no sistema de transporte público para atender

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 22 e extra
Ensino Médio
ENEM 2022
MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 23 e
extra

COTIDIANO

Escritor ensina como debater de forma saudável em tempos de bolsonarismo

Henry Bugalho, em passagem por Maceió, promoveu livro e debateu sobre a política atual

Oque

era para ser a discus são de um livro tornouse momentos de terapia em grupo de sequelados com o bolsonarismo. Foi o que ocor reu com a passagem na semana passada do escritor e youtuber esquerdista Henry Bugalho por Maceió. O paranaense, que mora na Espanha, ficou conheci do por ser um crítico da extrema direita, mais especificamente contra o presidente Jair Bolso naro. Em sua rápida passagem pelo Brasil, ele tem visitado vá rias capitais para promover o livro “Como vencer um debate tendo razão”.

A obra é um clamor para a volta de uma conversa ética vol tada à racionalidade, o que tem se tornado cada vez mais difícil com o fanatismo político e a ter ra “quase” sem leis da internet e redes sociais. Bugalho passou pela capital alagoana no últi mo dia 7, em evento organizado pela livraria Leitura, no Parque Shopping Maceió. Tirando os problemas técnicos com microfo ne e a realização do evento em local aberto com alto barulho, que revelou certo amadorismo por parte da empresa realiza dora, Henry Bugalho conseguiu dialogar com seus seguidores e ouviu histórias sobre o que o bolsonarismo radical tem causa do na vida de milhões de brasi leiros.

Um professor de História, por exemplo, contou que pais de alunos chegaram a sugerir qual tipo de material de estudo que o profissional deveria lecionar

aos seus filhos, com obras que fogem da realidade baseadas no autointitulado filósofo e guru do bolsonarismo Olavo de Carva lho e argumentações do canal do YouTube “Brasil Paralelo”, que tenta desconstruir e relati vizar temas complexos da socie dade, como feminismo, luta de classes e escravidão. Outra par ticipante já mencionou como foi difícil enfrentar a pandemia da covid-19. Estudiosa da área da ciência, ela contou que viu cole gas utilizando dados concretos e maquiando-os de uma forma para “comprovar” crenças pró prias.

Mas, enfim, é possível dialo gar e debater com fanáticos que repudiam, evidenciam e des cartam a hipótese de estarem errados? Segundo Bugalho, a resposta é simples, porém não satisfatória: “Com essas pes soas não há debate possível”. “Quando a pessoa está radica lizada, ela está impermeável às evidências. Ela vive no mundo radicalizado, vive numa bolha de informação, vive em local em que conteúdos são lavagem cerebral com mentiras”, pon tuou. Para o escritor, “um dos elementos mínimos e essenciais de uma ética para um debate, de uma relação saudável no de bate, é que você seja capaz de reconhecer que não tem razão ou que suas evidências são con taminadas”.

Sendo assim, se a pessoa está fechada em viés cognitivo

profundo e tudo que vem de fora da bolha é erra do, não há como realizar o debate. “É necessário um solo comum de conhecimento”, explicou. Na oportunidade, Bu galho fez uma crítica ao quadro “O Grande Debate”, da CNN, que colocava dois interlocutores para conversar, mas sem ne nhum tipo de parâmetro, como um pesquisador dialogar com alguém que só se informa pelas redes sociais por meio de fontes duvidosas. “Os participantes de um debate devem aceitar, antes de tudo, um método científico e que haverá estruturas míni mas que serão utilizadas sobre o tema. É quando acontece a hie rarquia de conhecimento”, disse Bugalho, ressaltando que é por esses motivos, por exemplo, que não há como se debater com um terraplanista.

Questionado sobre como a Europa reage ao bolsonarismo, Henry Bugalho informou que “a ficha dele caiu” quando assistiu na Espanha uma reportagem sobre Bolsonaro e suas ideias equivocadas. Disse ainda que a extrema direita, que dialoga com o fascismo, é uma onda que está em expansão no planeta. “Fascismo é o botão de emergên cia do capitalismo”, parafraseou Bugalho, destacando que o pro

blema do capitalismo não é com a moralidade e os bons costumes e, sim, financeiro.

OBRA

Como vencer um debate ten do razão: “Por uma ética do de bate racional” resgata a tradição da filosofia ocidental, baseada no pensamento racional e crítico, para mostrar como identificar argumentações falhas, falácias lógicas, informações incorretas e agentes maliciosos. E também oferece um guia prático de como conceber um argumento bem elaborado, com clareza, persua são e, acima de tudo, ética.

SOBRE O AUTOR

Henry Bugalho é curitibano, formado em Filosofia pela Uni versidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em Li teratura e História e fellow da Royal Society of Arts. Autor de romances, contos, novelas, guias de viagem e do livro Minha es pecialidade é matar. Desde 2015 apresenta um canal no YouTube no qual fala de filosofia, literatu ra, política e assuntos contempo râneos.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 24 e extra
ASSESSORIA Henry Bugalho (E) ouviu relatos da discórdia provo cada pelo bolsonarismo

ECONOMIA EM PAUTA

Pedidos de demissão

Umapesquisa feita pela empresa de gestão de ativos Mercer revela que a falta de acordo entre funcionários e patrões sobre o trabalho remoto é um dos principais motivos para os pedidos de demissão voluntá ria. O estudo feito anualmente mostra que 31% dos respon dentes citaram a falta de acor do com suas lideranças sobre o trabalho flexível desejado entre os principais motivos para a saída voluntária da empresa.

Estradas em dia

A Confederação Nacional dos Trans portes divulgou esta semana um levan tamento que mostra a necessidade de investimentos de R$ 72,2 bilhões para recuperar rodovias públicas do país. De acordo com a pesquisa, 66% das pistas do país estão em situação regular, ruim ou péssima, enquanto 34% atingem níveis satisfatórios. Os estados de Ala goas, São Paulo e o Distrito Federal são os únicos que apresentaram mais de 50% da malha rodoviária em boas condições. No estado nordestino, 68% das rodovias estão em níveis satisfatórios.

Ri Happy

A varejista de brinquedos Ri Happy está com inscrições abertas para 1.512 vagas temporárias para as vendas da Black Friday e do Natal distribuídas em 84 cidades, entre elas Maceió. A lista de oportunidades por cidade pode ser consultada no site www.grupo rihappyvagastemporarias.gupy.io. As inscrições vão até o dia 15 de novembro. A seleção acontece de forma totalmente on-line, e não há exigência anterior com vendas. Será avaliado apenas o conhecimen to básico em ferramentas digitais, como o uso do WhatsApp.

Mais vagas

Além da Ri Happy, o Assaí Atacadista está com mais de 200 vagas temporárias para atuação no seu parque de lojas dos estados de Ala goas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. As oportunidades de atuação no período de festas representam uma possibilidade de renda nos últimos meses do ano e contam com possibilidade de efetivação. O processo seletivo é híbrido e, para participar, é necessário ter em mãos, RG, CPF, número de telefone e endereço de e-mail e se cadastrar até este domingo, 13 de novembro, no endereço eletrônico www.astconsult.selecty.com.br.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 25 e extra
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA DIVULGAÇÃO MARCIO FERREIRA/AGÊNCIA ALAGOAS

SAÚDE

Reparação imediata da mama devolve autoestima a pacientes em tratamento

o diagnóstico de câncer de mama é sa ber que muitos desafios terão de ser enfrentados até a cura. A retirada do seio é um deles. Na Santa Casa de Maceió, mastologistas atuam com enfoque na oncoplastia, ou seja, ao mesmo tempo em que tratam a doença conse guem realizar a cirurgia re paradora imediata do seio. O uso da prótese de silicone está entre os processos de recons trução mais conhecidos para restaurar o volume da mama afetada. Nos casos em que não há tecido suficiente, o ci rurgião pode utilizar retalhos de pele e músculo da própria paciente.

Receber

De acordo com mastologis ta Lígia Teixeira, a técnica utilizada dependerá de cada caso. “A reconstrução imedia ta pode ser realizada em pa cientes que precisam de uma mastectomia (retirada total da mama) ou quadrantecto mia (quando apenas parte da mama que foi afetada pela doença é retirada). O tempo cirúrgico varia e pode durar de três a sete horas. Vai de pender se a cirurgia é uni lateral, bilateral, se vai ter prótese ou retalho muscular”,

explica.

A única contraindicação é a condição clínica da pacien te. O tempo de recuperação da cirurgia reparadora ime diata é mais prolongado. Em contrapartida, os ganhos para a saúde mental são imen sos. “O mais importante é o pós-operatório da paciente, a autoestima recuperada. Fa lamos que a paciente já volta para casa com a mama dela, então não sente o impacto da perda desse órgão, que é tão simbólico e tão importe para a mulher. Sem dúvidas, o pro cedimento não é meramente

estético, não é fútil. Ele atua como um poderoso recurso, principalmente emocional e funcional, pois aumenta a ca pacidade da mulher socializar mais facilmente. Elas se sen tem mais seguras, mais em poderadas a voltar para o tra balho, a fazer exercício físico, que tanto recomendamos. Isso traz menor incidência de depressão nas pacientes que fazem a reconstrução imedia ta”, destacou a mastologista.

A Santa Casa de Maceió atende pacientes encami nhadas pelo SUS, convênio ou particular e oferta o tra

tamento completo da doen ça, desde o diagnóstico até a reconstrução. Após exames complementares e avaliação clínica, os especialistas deci dem como o tratamento será iniciado: algumas começarão pela quimioterapia e só depois passam por cirurgia; outras podem iniciar pela cirurgia.

“Estamos discutindo a realização de um conjunto de cirurgias de reconstrução imediata para 2023. Esse mu tirão contará com o apoio da indústria de próteses, e aten derá dez mulheres”, finaliza Lígia Teixeira.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 26 e extra
Na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, mastologistas atuam com enfoque na oncoplastia
“Procedimento não é meramente estético”, destaca a mastologista Lígia Teixeira

FERNANDO CALMON

Vendas em outubro projetam crescimento de 1% em 2022

Umdia útil a menos em outubro em relação a setembro e as paralisações nas estradas por protestos no último dia 31 resultaram em recuo nas vendas. O total comercializado de automóveis, comerciais leves e pesados alcançou 180,9 mil unidades com crescimento de 11,4% so bre outubro de 2021, porém recuo de 6,7% frente a setembro deste ano. No acumulado dos dez primeiros meses de 2022 a queda é de 3,2% sobre o mesmo período do ano passado.

A Anfavea mantém sua previsão de que 2022 vai superar em 1% as vendas de 2021. Deverão ser emplacadas 2,140

milhões de unidades até dezembro, na realidade praticamente um empate, num ano complicado pela falta de componentes especialmente chips. As exportações, no entanto, vão crescer. Até agora apresentam alta de 32,4%, apesar do período difícil da economia argentina, tradicionalmente o maior comprador dos produtos brasileiros. Contudo, Chile, Colômbia e México com pensaram com folga.

Embora ainda existam dificuldades com os fluxos de componentes, que devem con tinuar pelo menos até o primeiro semestre de 2023, a produção acumulada dos dez primeiros meses de 2022 avançou 7,1% so

Peugeot e-2008 amplia pegada elétrica da marca

O mercado brasileiro de híbridos e elétricos pode crescer até 10 vezes entre 2022 e 2027, segundo as previsões apresentadas pelo presidente da Stellantis, An tonio Filosa. De 2023 a 2025 as vendas ficarão na faixa de 23.000 a 26.000 unidades que significam três vezes o volume atual. Mas em 2027 já terão atingido cerca de 90.000 unidades, embora não se possa preci sar agora qual o percentual será de modelos 100% elétricos.

Neste cenário a Peugeot lança seu primeiro SUV compacto elétrico, e-2008 GT, com potencial de superar em vendas o hatch e-208 GT, além de confirmar mais dois elé tricos em 2023 não revelados. O novo SUV tem estilo próprio, muito atraente e dimen sões externas maiores que o hatch em parte pelo desenho dos para-choques: 4.300 mm de comprimento, 1.550 m de altura, além de oferecer mais 67 mm na distância entre eixos. Interior, portanto, mais espaçoso e o porta-malas de 434 litros é 64% maior.

Chamam atenção as rodas de 18 pol. com pintura bi tom e desenhadas para melhorar o fluxo aerodinâmico.

No interior do carro, bons materiais de acabamento, bancos revestidos de material que imita couro e mantém o ar futurista que a marca francesa faz questão de preservar nos seus projetos, como o quadro de instru mentos com aspecto 3D. A central multimí dia tem tela de 10 pol. e oferece navegação GPS 3D. Conexão Android Auto e Apple Car Play é com fio, mas há carregador de bateria do celular por indução. O teto solar panorâmico também traz ótima sensação ao

ambiente da cabine.

Distância livre do solo de 174 mm é próxima (12 mm a menos) à do Renegade. Para evitar raspar o fundo do carro em lom badas e outros obstáculos, o ideal seria ter pelo menos uns 200 mm de vão livre, como o Compass (209 mm).

A bateria de 50 kWh, igual à do e-208 GT, permite alcance médio um pouco maior que o hatch dentro do procedimento WLTP. A fabricante declara 345 km, enquanto no hatch são 320 km. Existe um seletor de câmbio que a Peugeot chama de e-Toggle e ao lado os botões P (parking, estacionar) e B (brake, freio), este aumentando a intensida de de regeneração de energia elétrica e que age como freio ao levantar o pé do acelera dor. Isso permite dirigir o carro quase sem pisar no pedal de freio, além de proporcionar uma recarga da bateria bem mais eficiente e, na esteira, estender bastante a duração de pastilhas e discos de freio.

No entanto, o SUV é 90 kg mais pesado que o hatch, mantendo o mesmo motor de 136 cv e 26,1 kgf.m. Neste caso, o desempe nho é menor. Acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 s e o e-208 GT, em 8,3 s. Há três modos de condução: Normal, Eco e Sport.

Preço de R$ 259.990 é competitivo entre os elétricos do mercado.

bre 2021. Nos 12 meses de 2022 a Anfavea prevê evolução de 4% sobre o ano passado. Outra referência importante é o estoque total nas fábricas e concessionárias. Passa ram de 29 dias em setembro para 31 dias em outubro. Isso significa que está próximo aos 35 dias considerados normais e, por tanto, vai diminuir a pressão altista sobre o mercado de carros seminovos. Alguns modelos com um ano de uso chegaram a valer mais que um zero-km. Essa distorção já está no fim e tudo voltará à normalidade com a desvalorização média histórica de 15% no primeiro ano após sair da concessio nária.

GWM avança em tecnologias de bordo

Primeiro produto da GWM (Great Wall Motor) importado da China chega no início de 2023, mas a marca já adiantou diversos recursos que estarão no seu SUV médio híbrido comum e versão plugável, o Haval H6. O conjunto de itens tecnológicos do H6 estará em uma única e completa versão, além de preço bem competitivo. Câmera de reconhecimento facial para até cinco motoristas permitirá detectar movimentos de distração ou cansaço com aviso sonoro e visual (neste caso acima de 65 km/h). Os chips utilizados para proces samento são três vezes mais rápidos.

Com ajuda de 14 radares e cinco câmeras alcança nível 2,5 de direção semiautônoma. Hoje poucos modelos no exterior che gam ao nível três de uma escala até cinco. A empresa destaca dois itens. O sistema de contro le de cruzeiro adaptativo com função para-e-arranca analisa não só o veículo à frente, mas também o raio da curva seguin te e automaticamente reduz a velocidade quando necessário. Ao ultrapassar caminhões e ônibus promove um pequeno desvio, mas se mantendo den tro da faixa de rolamento.

O H6 grava os últimos 50 metros do percurso e faz o mes mo trajeto em marcha à ré a um comando do motorista que ape

nas observa a manobra pela tela da central multimídia, podendo interromper se ne cessário. Este é um recurso que poucos modelos de alto preço disponibilizam aqui.

A tela multimídia, uma das maiores do mercado (12,3 pol.), permite conexão sem fio com Android Auto e Apple Car Play. Oferece ain da internet a bordo e cinco entradas USB das quais três carregam dispositivos e duas integram-se ao sistema. O carregador de celulares por indução tem 15 W. Assim o telefone pode ser usado sem limitações após longos percursos indicando rotas que costumam exaurir a bateria, quando esta não é recarregada.

Outro bom recurso: atualização dos sistemas ele trônicos pela nuvem (OTA, na sigla em inglês) tanto da central multimídia quanto do trem de força (motor e câmbio).

Produção no Brasil em Iracemápolis (SP) está pre vista para início de 2024 com a picape média Poer. Tratase de um modelo evoluído em relação ao que acabou de chegar à Argentina por meio de um importador local.

O Haval H6 será o segun do produto de fabricação nacional.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 27 e extra

RESENHA ESPORTIVA

Dudu ergue taça em seu 400º jogo pelo Palmeiras

Símbolo de uma geração vitoriosa do Palmeiras e dono de uma série de recordes, Dudu completa 400 jogos pelo clube que escolheu defender em janei ro de 2015 após rejeitar Corinthians e São Paulo. O Allianz Parque será palco da festa do camisa 7 e também da comemoração do título, uma vez que a taça será entre gue depois do duelo com o América-MG,

nesta quarta-feira. O “Baixola”, apelidado carinhosamente assim pelos colegas, fecha uma temporada bem sucedida, com três taças, que, somadas às que ele já tinha, deixa sua galeria com nove troféus. Ele levantou o seu terceiro troféu do Brasilei rão – também ganhou o torneio em 2016 e 2018 – e, de quebra, alcançou mais uma marca de expressão.

UMBERTO LOUZER REENCONTRA

ANSELMO RAMON NO GALO

O treinador recém-contratado Umberto Louzer vai chegar ao CRB e reencontrar um velho conhecido: o atacante Anselmo Ramon. Os dois trabalharam juntos na Chapecoense entre 2020 e 2021, onde conquistaram um título do Campeonato Cata rinense e um da Série B, devolvendo a Chape à elite do futebol brasileiro. Tanto Anselmo como o treinador Umberto chegaram na Chape em 2020 para ajudar após a queda do clube em 2019. Depois da pausa do estadual devido à pandemia, conquistaram o Campeonato Catarinense em cima do Brusque e fizeram uma ótima campanha no Campeonato Brasileiro, saindo com o acesso e a taça.

Quatro anos e quatro meses depois da eliminação para a Bélgica nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia, a comissão técnica da seleção brasileira decidiu apostar em uma boa dose de renovação ao definir os jogadores que ten tarão buscar o hexa no Catar. Cerca de 60% do grupo de jo gadores foi mudado, e apenas quatro dos que alinharam para aquele fatídico jogo em Kazan voltarão a ter uma chance. Entre os convocados, nove estiveram na Rússia – seriam dez, se considerarmos que Daniel Alves era o capitão daquele grupo, mas se lesionou pouco antes do Mundial e precisou ser cortado. A lista de repetentes tem os goleiros Alisson e Ederson, os zaguei ros Thiago Silva e Marquinhos, os laterais Daniel Alves e Danilo, os volantes Casemiro e Fred, e os atacantes Neymar e Gabriel Jesus. Os outros 16 são estreantes na Copa do Mundo.

CSA VAI AMARGAR O GOSTO DE JOGAR A SÉRIE C

Campeão da Série B do Cam peonato Brasileiro, o Cruzeiro recebeu o CSA e venceu por 3x2, no Mineirão. Com o resultado, o clube alagoano foi rebaixado para a Série C. Os gols da Rapo sa foram marcados por Geovane, Rômulo e Luvannor. Os visitan tes descontaram com Lourenço e Lucas Barcelos. O CSA termi nou a Série B na 17ª colocação, com 42 pontos. Ao todo, o clube nordestino somou 9 vitórias, 15 empates e 14 derrotas em 38 partidas. Marcou 29 gols e sofreu 37 na competição. Agora, a missão do Azulão do Mutange é se reerguer em 2023 e voltar o quanto antes à Segunda divisão do Brasileiro.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 28 e extra
ASCOM CRB STAFF IMAGENS TITE RENOVA SELEÇÃO BRASILEIRA EM QUASE 60% ASCOM PALMEIRAS CBF

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ABCDO INTERIOR

A bronca de Ismael

ex-deputado estadual e artista plástico Ismael Pereira entrou na jus tiça por danos morais e pede indenização de R$ 1 milhão por desfigura ção de uma obra de sua autoria. O motivo da ação, segundo advoga do Pedro Gomes, que acompanha a causa, foi a destruição por parte da diretoria do Clube dos Fumicultores de Arapiraca de um painel artístico instalado no salão de festas do clube histórico, que no início do mês celebrou 73 anos de existência.

Patrimônio artístico

O advogado alerta que a direção, que colocou o prédio à venda e já anunciou a construção de uma nova sede em outro local, não poderia destruir o patrimônio artísti co. “Caso a justiça julgue o processo procedente o que houve com o painel, pode ocorrer maiores prejuízos para o próprio clube e sócios, já que o que aconteceu poderá ser cancelado”, disse Pedro Gomes.

Desfiguração da obra

Ainda de acordo com o advogado, mesmo que a obra tenha sido uma contratação do Clube, o direito autoral do artista é inviolável, conforme a Lei nº 9.610/2018, que tra ta do Direito Moral do Autor. São considerados direitos morais do autor: “reivindic ar, a qualquer tempo, a au toria da obra; ter seu nome sinalizado na utilização de sua obra; conservar a obra inédita; assegurar a integ ridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prej udicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra”, diz trecho da lei.

Não se confor-

mou

Ismael Pereira argumenta que a retira da do painel sem nenhum aviso prévio ou consulta a ele, como o autor da obra, o fere duas vezes: como artista e como arapiraquense frequentador assíduo do Clube. “Eu nunca me conformei com que um patrimônio da estirpe do Clube dos Fumicultores e principalmente se avizin hando o centenário de Arapiraca, tivesse um fim tão triste, ruir sobre o seu próprio nascedouro. O painel ficou desconfigurado, não me restando outra alternativa a não ser buscar os meios cabíveis para reparar esses danos, já que eu sou o autor da obra”, lamentou o artista.

Discurso de despedida

O deputado estadual Jairzinho Lira (PSD) usou a tribuna da Assembleia Legislativa para fazer um pronunciamento de despe dida na terça-feira, 8. O deputado está de licença por dois meses e nesse período quem assumirá sua cadeira na Casa até o final do mandato é o suplente André Mon teiro (União Brasil).

Jairzinho exerceu dois mandatos, sendo que o deputado, que já foi prefeito de Lagoa da Canoa em duas oportunidades, decidiu não concorrer ao cargo novamente e deixa o cargo em 2023.

Agradeceu pelo apoio

Lira aproveitou sua fala para agradecer o ex-governador e senador eleito Renan Filho (MDB), o presidente da ALE, Marcelo Victor (MDB), o deputado federal eleito Luciano Amaral (PV) e ao presidente da República eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT). “Devo dizer que o dia de hoje é um marco na minha vida”, disse Jairzinho Lira.

n robertobaiabarros@hotmail.com

Deseja continuar

OPor fim, Jairzinho Lira reafir mou seu desejo de continuar participando dos processos políticos. Em aparte os dep utados Breno Albuquerque (MDB), Inácio Loiola (MDB), Silvio Camelo (PV), Ronaldo Medeiros (PT), Francisco Tenório (PP), Dudu Ronalsa (MDB), Jó Pereira (PSDB), Léo Loureiro (MDB) e Tarcizo Freire (PP) destacaram o tra balho do colega parlamentar como prefeito e deputado, e desejaram boa sorte nas suas próximas lutas.

Denúncia

O Procon Arapiraca foi procurado por consumidores do município que relataram estar sendo vítimas de uma exigência abusiva no serviço de instalação de energia elétrica. Segundo os relatos, um novo padrão tem sido ex igido pela Equatorial Alagoas esse mês, mas que não tinha sido necessário e cobrado pela distribuidora até outubro.

Novo padrão

A estimativa é que cerca de 300 residências não con seguiram realizar o serviço por conta disso. De acordo com o coordenador-executivo do Procon Arapiraca, João Pedro, o órgão municipal re alizou diversas tentativas de contato com a concessionária, mas não obteve resposta que justificasse a exigência do novo padrão de ligação.

Audiência pública

Diante disso, o Procon Ara piraca acionou a Câmara de Vereadores de Arapiraca para que uma audiência pública fosse realizada, com a partic ipação de entidades como o Ministério Público e a Defen soria Pública dentre outras, bem como com a participação da população arapiraquense. A data ainda será definida e a a expectativa é que o tema que vem causando vários transtor nos aos usuários do serviço da Equatorial seja discutido.

PELO INTERIOR

... Começou na quarta-feira, 9, a montagem da imagem que ficará no Santuário Frei Damião, construído no Distrito de Canafístula, em Palmeira dos Índios.

... O monumento religioso ficará com mais de 20 metros de altura quando estiver na base.

... A montagem já deveria ter aconteci do na sexta-feira da semana passada, mas os trabalhos foram paralisados por conta das fortes chuvas que caíram em todo o estado nos últimos dias.

... Na quarta-feira, 9, a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) deflagrou uma opera ção contra uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas e roubos na cidade de São Sebastião. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.

... A operação foi coordenada pelos delegados Alexandre Leite, diretor da Gerência de Polícia Judiciária da Região 3 (GPJ-3), e Rômulo Andrade, titular da Delegacia Regional de Pene do (7ªDRP).

... Durante a ação, duas pessoas foram presas em flagrante, uma por posse irregular de arma de fogo e a outra por receptação de veículo automotor. Elas também continuarão sendo investiga das por associação ao tráfico de drogas.

... O corpo do jovem Gustavo dos Santos Vitor, de 23 anos, natural do município de Penedo, em Alagoas, foi encontrado às margens do Rio dos Patos, próximo da ponte da BR-163 em Nova Mutum, no estado do Mato Grosso. A identifica ção foi confirmada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

... A identificação foi feita através da comparação entre as impressões digitais coletadas da vítima com as do prontuário civil.

... De acordo com as informações policiais, o corpo da vítima foi encon trado no dia 16 de setembro com os pés e mãos amarrados, e com uma fita próxima à região do pescoço. O cadáver estava em avançado estado de putrefação.

... O IML do MT procura familiares do jovem Gustavo para que o corpo seja li berado para o sepultamento adequado. Quem tiver informações sobre a vítima pode entrar em contato com os respon sáveis do Instituto Médico Legal.

... Um excelente final de semana para todos. Até a próxima edição!

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 29 e extra

MEIO AMBIENTE

Veículos antigos

Substituir veículos antigos e mais po luentes por outros mais novos e que emitem menos gases. Esse é o objetivo do programa Frota Mais Verde, recém lançado pelo Ministé rio do Meio Ambiente (MMA). De acordo com o ministro Joaquim Leite, nosso país tem mais de 2,3 milhões de cami nhões e cerca de 900 mil têm mais de 30 anos. A frota de veículos leves tem cerca de 45 milhões de automóveis e cerca de 26 milhões são anteriores a 2013, disse o ministro. Leite explicou que o programa dará um bônus para quem sucatear o veículo com mais de 30 anos por meio da criação de um fundo garantidor com juros mais baratos para que a pessoa possa comprar um veículo mais moderno, menos emis sor e com menos impacto ambiental. “Não é para comprar um veículo novo e sim um veículo mais novo” explicou. “Se a gente conseguir reno var a frota, o impacto para o meio ambiente é muito maior”. O ministro também declarou que o Brasil quer se apresentar como um fornecedor de energias verdes para o mundo na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática – a COP 27 – que acontece até o próximo dia 18 no Egito.

Fundo Amazônia

O Supremo Tribu nal Federal (STF) determinou a rea tivação do Fundo Amazônia, criado para captar recur sos e financiar me didas de proteção ao meio ambiente na região. A Corte julgou uma ação declaratória de omissão para ga rantir o funciona mento do fundo. A ação foi protocola da em junho de 2020 por partidos de oposição, entre eles PT, PSB, PSOL, além de entidades ligadas à defesa do meio ambiente. Todos pedem que o Supremo reconheça a omissão do governo federal em implantar medidas para o desblo queio de R$ 1,5 bilhão em recursos do fundo. Os ministros seguiram o voto pro ferido pela relatora, ministra Rosa Weber, para quem o governo federal deve retomar a gestão do fundo no formato de gover-nança original para combater o desmatamento na região.

Criado em 2008, o fundo recebe doações de instituições e governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Em 2019, a Alemanha e a Noruega suspenderam os repasses para novos projetos após o governo brasileiro apresentar sugestões de mudanças na aplicação dos recursos e extinguir colegiados de gestão do fundo.

Lula em ação

Em busca de romper o isolamento do país no cenário internacional du rante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desem barca na próxima semana na conferência sobre mudanças climáticas da ONU, a COP27, que se realiza até o dia 18 no Egito. Ao se contrapor à política ambiental de Bolsonaro, Lula faz um gesto de aproximação com os principais líderes do planeta. O tema do meio ambiente é o principal foco de interesse das potências estrangeiras. Ainda que falte dois meses para a posse, os compromissos do petista na área ambiental encontraram eco na comunidade internacional diante dos retrocessos no combate ao desmatamento da Amazônia que o país viveu sob Bolsonaro. Nesse sentido, a ideia é usar o evento como um contraponto ao Governo Bolsonaro. Entre 2004 e 2012, anos em que Lula e Dilma Rousseff estiveram no Palácio do Planalto, o desmate na Floresta Amazônica caiu 80%; sob Bolsonaro, subiu 73% nos três primeiros anos. Ambientalistas atribuem a melhora nos governos petistas ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), criado em 2004.

Cadastro Ambiental Rural

Até o fim de 2020, mais de 14 milhões de hectares de terras públicas estavam registra dos ilegalmente como propriedade particular no Ca dastro Ambiental Rural (CAR), sendo que 3,4 milhões de hectares já haviam sido desmatados. Os dados constam do relatório de avaliação da atual política pública de regularização ambiental e os impactos gerados pela ocupação ilegal de áreas públicas na Amazônia Legal. De autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), o texto foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente (CMA) e será encaminhado à Mesa Diretora do Senado para divulgação. O relatório, que teve origem em requerimento apresenta do pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), destaca ainda que o governo de Jair Bolsonaro promoveu uma ampla desorganização dos órgãos públicos ligados à def esa ambiental e à regularização fundiária, com destaque para a situação do Incra, a partir de cortes orçamentários e falhas na gestão do capital humano formado por seus servidores, além de ter desmobilizado ações ambientais que já estavam em processo de aperfeiçoamento. O docu mento, que apresenta algumas sugestões para o aprimo ramento da política de regularização fundiária, também registra que o Brasil lidera o ranking entre os países que mais promovem desmatamentos ilegais desde a década de 1990.

MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022 30 e extra
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DE ALAGOAS

A fúria mortal de Deodoro contra a imprensa debochada

Após o golpe em 15/11/1889 que derrubou com um sopro o imperador Dom Pedro 2º, o marechal Deo doro da Fonseca sobe ao poder, assume o comando de um governo provisório, organiza eleições, vence (se não vencesse o Exército daria um golpe de Estado) e sai da presidência em 23/11/1891.

Respeitado e temido no Exército, herói da Guerra do Paraguai, generalíssi mo. O alagoano Deodoro era um homem exemplar, de convicções firmes, do quartel. No poder e im plantando a República, passou a ser vidraça da imprensa. Principalmente a monarquista.

Penas ferozes mexiam nos brios daquele homem vaidoso. Suas conquistas no campo de batalha eram achincalhadas, o sarcas mo arrastava a honra do marechal para a sarjeta. As linhas vibrantes dos jornalistas avacalhavam até as barbas de Deodoro. Eduardo Prado, da Revista de Portugal (dirigida por Eça de Queiroz) chamou o presidente de “uma nuli dade, ambicioso, prepoten te”.

Furioso, não conseguiu arrebentar a redação do jornal estrangeiro. Mas a redação da Tribuna Liberal foi destruída. O revisor Joaquim Ferreira Romariz, morto no ataque. O dono, Visconde de Ouro Preto, partiu para o exílio na Europa. O jornalista Carlos de Laet assumiu o periódico que assistia a um extraordinário crescimento na tiragem à medida que as críticas ao presidente eram mais e mais afiadas. Quanto mais atacava Deo doro, maior era a tiragem

da Tribuna.

O capitão Pedro Paulo da Fonseca Galvão, o tenentecoronel Hermes da Fon seca e o major Clodoaldo da Fonseca tomavam as dores do velho herói de guerra. Clodoaldo chamou Sampaio Ferraz, chefe de polícia, para dar ordens: - Aqui estamos para di zer-lhe que A Tribuna não pode continuar a insultar o generalíssimo como vem fazendo... Este abuso tem que ter fim... Fica avisado: a redação daquela folha vai ser assaltada por um grupo nosso... Queremos, apenas, que fique sabendo e não intervenha.

Sampaio não gostou do recado e desafiou:

- Mandarei sair a brigada militar e eu próprio me colocarei à frente dela. Farei face dos assaltantes.

Mandarei prender e farei processar mandantes e mandatários, quaisquer que eles sejam.

A Tribuna (que deixou o Liberal de lado) seria atacada dias depois. O jornal reproduziu o texto de Eduardo Prado, da Revista Portugal: ‘Prati cas e Teorias da Ditadura Republicana no Brasil’. Deodoro foi chamado de “zero fardado”, “insigni ficante”. Na Guerra do Paraguai era “um chefe de batalhão”. E nunca co mandou as forças brasilei ras na guerra. E atiçou: - Agora, em tempo de paz, de figos e de vacas gordas, é que é generalíssimo. Por quê? Porque comandou em chefe a grande ação de 15 de novembro?

Deodoro mandou prender o redator-chefe Antônio de

Medeiros e proibiu o jornal de circular. O ministro da Justiça (futuro presiden te da República) Campos Sales conseguiu apaziguar os ânimos. A Tribuna reabriu. Mas as ameaças seguiam. O jornal seria novamente arrebentado a qualquer momento. O redator escre veu uma carta a Campos Sales que entregou a Deo doro. Nela, Antônio de Me deiros avisava que sabia de um novo ataque e pedia a intervenção do ministro. O presidente leu e tranqui lizou Campos Sales. Horas depois, a Tribuna estava destruída. Pai de 5 filhos, o revisor foi assassi nado. A polícia só apareceu 40 minutos depois.

A fúria contra o marechal passou para as ruas do Rio de Janeiro, a capital da nascente República. A pressão avançou pelo Congresso, os jornais assinaram em conjunto uma nota de repúdio ao ataque, os ministros foram emparedados. Campos Sales pediu demissão, os outros integrantes fizeram o mesmo. O generalíssimo recusou demitir todo mun do e disse que ele mesmo renunciaria. Ficou em apuros. Mandou abrir um inquérito policial exigindo punição aos bandidos que quebraram o jornal. Antes que as investigações chegassem nele mesmo, o inquérito foi para a gave ta.

FONTE

Guimarães, Bruna Vieira. Deodoro da Fonseca- a pro paganda política do primeiro presidente do Brasil. Uni versidade Metodista de São Paulo. Programa de Pós-Gra duação em Comunicação So cial, São Bernardo do Campo, 2007.

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