MACEIÓ - ALAGOAS
BARES DA ORLA
PRESSIONAM
PREFEITURA PARA
RETIRADA DOS
FOOD TRUCKS 23
VOLTA POR CIMA
Arthur Lira vence primeira batalha na luta pelo comando político de Alagoas
Após ser derrotado na disputa ao governo do Estado e perder o orçamento secreto, Arthur Lira dá a volta por cima e ganha a primeira batalha na luta com os Calheiros pelo comando político de Alagoas. 2
n Santoro defende reajuste do ICMS e demissão de comissionados para equilibrar o caixa 5
PALMEIRA DOS ÍNDIOS
PREFEITO QUER
SIGILO DE 25 ANOS
PARA DOCUMENTOS DE SUA GESTÃO 7
DENÚNCIA AO MP
TJ INVESTIGA EX-OFICIAL DE CARTÓRIO POR EMITIR
PROCURAÇÕES FALSAS 12
MARCELO VICTOR PAVIMENTA
CAMINHO PARA A DISPUTA
AO GOVERNO EM 2026
n Reeleito por unanimidade de votos, presidente da Assembleia coloca-se à disposição de seu grupo político 2
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1- A reeleição do deputado
Arthur Lira para presidente da Câmara Federal e a aliança do Centrão com o Governo Lula representam uma derrota para o senador Renan Calheiros na luta pelo controle político de Alagoas.
Desde 1º de janeiro, todas as armas de fogo devem ser cadastradas no prazo de 60 dias no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da PF, ainda que registradas em outros sistemas. O não cadastramento sujeitará o proprietário à apreensão do armamento, sem prejuízo do devido processo penal.
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2-
Maior adversário de Arthur Lira, Renan lutou o quanto pôde para enfraquecer o deputado e afastá-lo de Lula e do PT; ajudou a reduzir seus poderes com o fim do orçamento secreto, mas o chefe do Centrão deu a volta por cima e ressurgiu mais forte no cenário nacional.
3- No plano local, Arthur Lira perdeu espaço político nas negociações para o pleito municipal de 2024, cujos eleitos formarão a base da disputa majoritária de 2026. Ao cooptar a maioria dos atuais prefeitos, o MDB de Renan se fortaleceu para a disputa ao governo e ao Senado. Some-se aí a nomeação de Renan Filho no Ministério dos Transportes.
4- Renan Calheiros e Arthur Lira não disputarão o cargo de governador em 26, mas os dois lutarão com todas as armas para eleger seus candidatos majoritários como forma de assumir o comando político do estado. O sucessor de Paulo Dantas, no entanto, deverá continuar com o atual grupo político comandado pelo deputado Marcelo Victor em parceria com Renan Filho.
5- Mesmo perdendo o famigerado orçamento secreto, Lira ganhou fôlego ao se manter no comando da Câmara dos Deputados e pode disputar o Senado em 2026, quando duas vagas serão renovadas. Da mesma forma, Renan pode tentar seu quinto mandato consecutivo de senador e pensar na aposentadoria após 40 anos dando as cartas na política nacional.
Por unanimidade de votos, o deputado Marcelo Victor foi eleito para um novo mandato de dois anos na presidência da Assembleia Legislativa Estadual. Como ainda pode disputar o mesmo cargo nessa legislatura, o parlamentar deve continuar comandando o Legislativo até dezembro de 2026, salvo algum acidente de percurso. Marcelo Victor ganhou fama de cumpridor de palavra, o que o credencia como político sério que honra compromissos e entrega o que promete. Essa condição tem dado ao deputado autoridade para falar em nome da Assembleia e liderança para alçar voos mais altos na política nacional.
O projeto político de Marcelo Victor, no entanto, passa pelo governo do Estado, um sonho possível que pode se realizar já nas eleições de 2026. Sua aliança com os Calheiros e um trabalho legislativo integrado ao Governo Paulo Dantas formam a base desse projeto de poder. Afinal, Marcelo Victor é avalista de Paulo Dantas, cujo governo – para o bem ou para o mau – dará o rumo político do presidente da Assembleia Legislativa nas eleições de 2026.
A Assembleia de Alagoas inicia sua 40ª legislatura com a maior bancada feminina da história. Das seis deputadas, três são novatas, mas do meio político: Rose Davino, Carla Dantas e Gabi Gonçalves. Formarão o time com Fátima Canuto, Cibele Moura e Flávia Cavalcante, reeleitas. A grande ausência é a ex-deputada Jó Pereira, que abdicou de uma reeleição garantida para embarcar na canoa furada do senador Rodrigo Cunha.
A demissão de mais de 4 mil trabalhadores da Educação revela a falta de seriedade na gestão do Estado e o uso da máquina pública a serviço de interesses privados.
Contrato temporário é uma burla à lei e funciona como moeda de troca em anos eleitorais. Os responsáveis devem ser denunciados por abuso do poder econômico e compra de votos.
Os promotores de Justiça Karla Padilha, Dalva Vanderlei Tenório e Lucas Carneiro estão empenhados em mudar o nome da Av. Fernandes Lima por razões históricas pouco convincentes. O ex-governador que dá nome à principal via de Maceió teria participado da destruição de terreiros de Candomblé no século passado.
Com tantos problemas na cidade, como o drama de milhares de famílias despejadas de suas casas pela Braskem e centenas de outras vivendo em áreas de alto risco, o Ministério Público se ocupa com uma questão no mínimo hilária.
As livrarias físicas reconquistaram espaço pós-pandemia e o setor mostra crescimento especialmente nas cidades menores. Os leitores que gostam de sentir texturas e cheiros podem comemorar porque esses espaços não vão acabar tão cedo.
Maior parte delas precisaram se reinventar, o que surtiu efeito: a Associação Nacional de Livrarias (ANL) revela que, desde 2021, houve a abertura de mais de 100 estabelecimentos físicos no país.
E dentro de três anos o setor deve se recuperar quase que totalmente: voltar às 3.029 livrarias abertas. Estima-se que a quantidade atual seja de 2.700 lojas.
“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)
ODILON RIOS
Especial para o EXTRA
Reeleitos, Arthur Lira (PP) e Marcelo Victor (MDB) confirmam seus poderes e buscam mais espaço e influência que os Calheiros em Alagoas e em Brasília.
O presidente da Assembleia controla a Lei de Diretrizes Orçamentárias e tem a maioria dos deputados estaduais sob seu comando.
Lembra que ele elegeu e reelegeu Paulo Dantas ao governo, além de Luciano Amaral a federal. Também quis a permanência de George Santoro na Secretaria da Fazenda e indicou Flávio Saraiva para a Segurança Pública.
O presidente da Câmara continuará na posição de primeiroministro. Fez questão de entregar o comando da comissão mais importante da Câmara – a CCJ (Constituição e Justiça) – ao PT, quer mais cargos federais que os Calheiros e anunciou: o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ficará com o Banco Central, não no Ministério da Fazenda.
O Coaf teve papel fundamental em descobrir, por exemplo, o crescimento ilícito do patrimônio de deputados estaduais e laranjas nas investigações da Operação Taturana tocadas pela Polícia Federal, incluindo Arthur Lira.
Mas o conselho estava sob batuta do Ministério da Fazenda.
Quando Jair Bolsonaro era presidente da República, foi pressionado a entregar a direção do Banco Central ao sistema financeiro e o Coaf passou a ser controlado pelo banco, não pelo presidente da República.
Ou seja: desmantelou um dos instrumentos de combate à corrupção no país. Segundo a Transparência Internacional, em relatório divulgado esta semana, o mandato do líder de extrema direita promoveu um “retrocesso sem precedentes” nas instituições
e “teve uma década perdida” no combate à corrupção.
“Com relação ao Coaf, não a minha posição, mas a posição majoritária dos deputados a quem eu ouço e converso tendem a redevolvê-lo (sic) ao Banco Central. Não foi discutido assim tão profundamente se com relação ao Ministério da Fazenda”, disse Lira, pouco antes de sua reeleição, em entrevista ao canal GloboNews.
O Coaf, segundo ele, deve ser imparcial e mirar “operações irregulares e não sujeitos”, além de estar à disposição dos órgãos da Justiça.
Trocando em miúdos: Lira quer o conselho oculto e perdido na vasta estrutura do Banco Central, sem que seus relatórios jamais sejam vazados para a im-
prensa, celebrando a impunidade.
Mas Arthur Lira quer usar toda sua influência para anistiar deputados federais que apoiaram a destruição de prédios públicos no dia 8 de janeiro, mais um golpe de Estado, além de evitar que o ex-presidente Bolsonaro seja preso quando retornar ao Brasil. Ele deve ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Valdemar da Costa Neto, o poderoso chefão do PL, lançará Michelle Bolsonaro à Presidência da República daqui a 4 anos. A ex-primeira dama já testou sua popularidade ao aparecer pessoalmente no Congresso e pedir votos para a eleição de Rogério Marinho no comando do Senado. Ele perdeu.
Arthur Lira apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mas
também uma liderança da extrema direita, barganhando assim mais espaços e prestígio na capital federal.
Todo este cenário influencia a próxima etapa do plano de poder do presidente da Câmara: indicar a Família Pereira para uma secretaria com bastante orçamento, principalmente federal, na gestão do prefeito JHC (PL), que começou a campanha pela reeleição, atraiu lideranças de todas as grotas da capital para sua administração e quer desmontar, desde já, qualquer chance de os Calheiros buscarem um nome viável para as eleições municipais na capital daqui a dois anos.
Lira também manda recados ao prefeito. E infla o deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil) para a direção estadual do partido. Se Jota não quiser colaborar nas negociações, terá um forte lirista na disputa municipal.
O ex-deputado Davi Davino Filho também é um nome ‘secretariável’ nas negociações com o prefeito. Também com potencial eleitoral daqui a dois anos. É filiado ao PP de Arthur Lira, que tem mais dois anos de mandato no comando da Câmara e quer ser senador. Daqui a 4 anos serão abertas duas vagas: a hoje ocupada por Renan Calheiros e a de Rodrigo Cunha. Lira quer uma das vagas, em especial a de Renan.
Alguém até pode contestar, mas a liderança do deputado Arthur Lira na Câmara é inquestionável. Conforme todas as previsões, Lira ganhou com folga sua reeleição que contou até com o apoio do Partido dos Trabalhadores.
Ao cumprir compromissos com os deputados, manter a pauta dos trabalhos
Embora exista uma certa disputa pelo protagonismo político entre Renan Calheiros e Arthur Lira, o presidente da Câmara dos Deputados está muito acima da média e deve continuar assim durante os seus próximos dois anos como presidente da Câmara.
Em Alagoas, Marcelo Victor se reelegeu também presidente da Assembleia Le-gislativa por unanimidade de votos. A exemplo de Arthur Lira, Victor tem cumprido com os compromissos com os demais deputados.
Com a chegada de onze novos deputados, o governo do Estado vai aumentar o seu apoio na Assembleia Legislativa, liderada pelo presidente reeleito Marcelo Victor. Por ali, o céu é de brigadeiro.
Pelo tamanho de suas alianças, o cargo de deputado estadual já não atende mais ao próprio Marcelo Victor, o qual, embora venha afirmando que não tem projetos pessoais, pode mudar de opinião nesses próximos 4 anos. Há quem diga que poderá, se quiser, tentar a Câmara Federal, mas o presidente da Assembleia Legislativa não quer falar no assunto neste momento.
A nomeação de auxiliares do governo federal do segundo e terceiro escalões deve começar a partir deste mês. Vários partidos estão reivindicando espaço, que pode mudar a estrutura dos órgãos públicos. Só estavam aguardando, mesmo, a eleição para a Câmara e o Senado.
acelerada e administrar problemas durante uma campanha acirrada para a Presidência da República, Arthur Lira mostrou que sua reeleição foi para o bem do Brasil. Pelo menos na Câmara dos Deputados o clima é de harmonia, segurança e que contará com o apoio para as mudanças que certamente haverão de vir a partir de agora.
ARQUIVO
O ex-minis-tro dos Transportes, Maurício Quintella, pode deixar o cargo comissionado na Assembleia Legislativa para assumir uma secretaria no Ministério das Cidades, provavelmente a habitação. Mas ficará satisfeito com qualquer outra dentro da estrutura governamental.
Os organizadores dos festejos carnavales-cos, especialmente com a apresentação do Pinto da Madrugada, estimam que pelo menos 400 mil pessoas participem do desfile do bloco. Será que Maceió terá estrutura suficiente para administrar a invasão de turistas e dos maceioenses?
Faltam apenas alguns detalhes para o prefeito de Maceió, JHC, anunciar a reforma do seu secretariado. Na lista provável de apoios surge a ex-deputada Jó Pereira, revelação na Assembleia Legislativa. Jó seria uma indicação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que assim define quem será o seu candidato à prefeitura da capital em 2024.
A última novidade na seara política e que envolve o prefeito JHC, é que ele aderiu à experiência de outros mortais ao convocar lideranças de bairros de Maceió para compor sua equipe de trabalho. Leia-se campanha para sua reeleição no próximo ano.
Com a reeleição do deputado Marcelo Victor para a presidência da Assembleia Legislativa, pouca coisa vai mudar na Casa de Tavares Bastos, a não ser a chegada dos novos parlamentares. No mais, tudo ocorre na rotina de sempre, com Marcelo Victor cumprindo os compromissos e liderando a maioria esmagadora dos deputados.
Ainda falta um bom tempo para as eleições municipais, mas o processo sucessório está cada vez mais sendo disputado. Se por um lado o prefeito de Maceió, JHC, corre para formar um novo secretariado com novas forças políticas, do outro, no caso o governo do Estado, analisa com seus aliados o nome para disputar a eleição de 2024.
Ninguém sabe o que vem por aí depois que o presidente da Câmara de Vereadores, Galba Neto, embora do MDB, se aproximou muito do prefeito JHC. A priori ele seria um adversário do prefeito em se tratando de partidos diferentes, mas tem mais alguma coisa no ar do que os aviões de carreira.
O deputado Sílvio Camelo continuará sendo o líder do governo na Assembleia Legislativa. O trabalho realizado na legislatura anterior credenciou Camelo a continuar defendo os projetos do governo. Como a Assembleia tem a maioria absoluta para apoiar o Executivo, certamente essa folga facilitará o seu trabalho.
Sem voto, o empresário Fernando Farias, o segundo maior contribuinte da campanha de Renan Filho com R$ 350 mil, assume o Senado enquanto o ex-governador estiver à frente do Ministério dos Transportes. Em Alagoas é assim: aproveitar o cavalo passar selado para montar.
O senador Rodrigo Pacheco foi reeleito presidente do Senado, mas não terá vida fácil daqui pra frente. Afinal de contas teve 32 votos contrários, o que reforça a oposição na Casa.
com a pandemia mais repasse de R$ 949 milhões do governo federal para enfrentamento à covid-19.
ODILON RIOS
Especial para o EXTRA
As cobranças dos servidores e as mais recentes decisões do governo mostram que o milagre econômico da Era George Santoro chegou ao fim. O secretário da Fazenda foi o mais importante gestor dos últimos 10 anos em Alagoas. É fato: ele agregou muito dinheiro aos cofres estaduais, comprou briga com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), enfrentou o prefeito JHC (PL) e é rechaçado pelo setor produtivo local, majoritariamente bolsonarista.
Mas Santoro também navegou num mar preparado pelo senador Renan Calheiros (MDB): o Estado reestruturou sua dívida, obteve margem para empréstimos, fez a concessão dos serviços de água e esgoto, além de conseguir uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendendo os pagamentos de parcelas mensais da dívida pública, por causa dos gastos
Só que em 2023 houve uma mudança de chefia no comando estadual: saíram os Calheiros e entrou o presidente da Assembleia, Marcelo Victor (MDB). A secretária de Planejamento, Gestão e Patrimônio, Renata dos Santos, agregou ainda mais poderes e hoje conversa com deputados, ouve demanda dos prefeitos e é quem controla a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ela é indicação de Santoro.
Além disso, os deputados querem mais dinheiro, os índices sociais locais continuam ruins, os consumidores pagarão pela decisão de reajuste da alíquota do ICMS de 17% para 19% (efeitos a partir de 1º de abril) e economistas pelo país preveem que esta decisão tomada pelo conjunto dos estados irá aumentar o preço da água e itens de consumo básico.
Ou seja: estamos falando de mais inflação no bolso dos alagoanos assalariados e os mais pobres. Os mais ricos seguirão com suas fortunas intocadas.
“O aumento da modal do ICMS visou a recuperação parcial da carga tributária usurpada pelo governo federal no ano eleitoral
de 2022, no meio do exercício financeiro, sem dar oportunidade aos Estados de construírem um caminho fiscal sustentável”, disse Santoro ao jornal Valor Econômico, justificando as medidas adotadas em relação ao imposto.
Segundo ele, o aumento da alíquota vai cobrir no máximo 70% da receita perdida e, por isso, a medida terá de ser associada com redução de despesas.
Atuante nas redes sociais, Santoro se desdobra em mostrar uma agenda positiva na sua gestão e, ao mesmo tempo, responder às múltiplas cobranças.
Os aprovados no concurso da Polícia Militar aguardam nomeação. O secretário justifica que o Estado precisa seguir a Lei de Responsabilidade Fiscal. E eles cobram a demissão de comissionados para contratar os concursados.
Produtores culturais reclamam de calote da Secretaria de Cultura. Santoro explicou que há uma programação para pagar todos os editais em 6 parcelas, com a primeira começando em fevereiro.
Os aprovados no concurso da Polícia Militar aguardam nomeação. O secretário justifica que o Estado precisa seguir a Lei de Responsabilidade Fiscal. E eles cobram a demissão de comissionados para contratar os concursados.
Funcionários da Educação querem a publicação da prestação de contas do uso do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) no ano passado. O governo anunciou que não pagará o rateio.
Existe um conjunto de problemas neste início do novo governo Paulo Dantas (MDB): de uma só vez, cinco mil monitores da Educação estadual foram demitidos mas não receberam o pagamento das férias de janeiro. Resultado: protesto na frente do Palácio República dos Palmares, com estes monitores carregando cartazes com a frase “Paulo Dantas traidor”.
“Você da educação lembra que nós fizemos um concurso para 3 mil novos servidores. Esses servidores foram nomeados em 2022. Também, nós vamos ampliar a carga horária dos nossos professores de 20h ou 25h para 30 horas. O Paulo, porque você está falando isso? Porque nós estamos mediante o último concurso e mediante a ampliação da carga horária. Nós estamos vendo com os nossos diretores, com nossos gerentes regionais, as nossas reais necessidades, nós vamos seguir o que eles irão nos orientar”, disse o governador, ao falar do preenchimento de 3 mil vagas do concurso da Educação, sem citar as demissões dos contratados.
Ao mesmo tempo, ele anunciou 5 investimentos financeiros para ações de erradicação do analfabetismo: reajuste de 15% do piso dos professores, pagamento dos programas Vem Que Dá Tempo, Conecta Professor e Cartão Escola 10 (serão depositados neste mês).
Sobre o piso, afirmou: “Eu reafirmo que na próxima folha de fevereiro, nós já vamos pagar o mês de janeiro, que é a diferença relacionada ao piso, garantindo desde janeiro o recebimento do piso dos professores”.
Secretário é cobrado nas redes sociais e governador convive com crise nos cofres
JOSÉ FERNANDO MARTINS
josefernandomartins@gmail.com
APrefeitura de Piranhas acusa vereadores da legislação passada da Câmara Municipal e a ex-prefeita Maristela Sena de doarem imóveis públicos localizados no bairro do Xingó como tática eleitoreira para tentar se reeleger nas eleições de 2020. Porém, apesar da suposta ilegalidade, a então prefeita acabou fracassando em seu plano, já que foi derrotada nas urnas pelo atual gestor Tiago Freitas (MDB), filho do desembargador Washington Luís e sobrinho do deputado estadual Inácio Loiola, também emedebista. O processo de número 080589713.2021.8.02.0000 está nas mãos do desembargador relator Orlando Rocha Filho, que determinou no dia 24 de janeiro a atuação da Procuradoria-Geral de Justiça.
A denúncia já tinha chegado ao Ministério Público do Estado (MPE). Segundo o denunciante, Augusto Cezar Vieira de Souza, que já foi candidato a prefeito pelo Município, para as doações não serem consideradas eleitoreiras, a Câmara de Vereadores teria aprovado projeto de lei mediante a falsificação de ata e outros documentos. “Aproximando-se das eleições municipais do ano de 2020, com a ciência de pessoas integrantes de suas relações familiares, empresários e amigos de suas campanhas, a então prefeita e vereadores engendraram sorrateiramente uma lei com data retroativa a 2017, após falseamento da ata da sessão da Câmara Municipal do dia 13 de dezembro de 2017”, informou à Promotoria de Justiça.
Ainda de acordo com documentação à qual o EXTRA teve acesso, na sessão da Câmara realizada no a 13 de dezembro de 2017 só houve votação a respeito de orçamento municipal para o ano seguinte. Anos depois, a ata teria sido rasurada para acrescentar a aprova-
ção do projeto de lei autorizando as doações. Ato, que segundo o denunciante, “tem características de falsificação de documento público e falsidade ideológica”. A manobra também iria contra a Constituição, de acordo com o denunciante, já que para doação é indispensável a avaliação do bem e faltou protocolização do projeto de doação na própria Câmara dos Vereadores.
Trinta e três apoiadores da reeleição de Maristela teriam sido contemplados com doações do terreno, sendo três terrenos para pessoas jurídicas e trinta para pessoas físicas, entre eles áreas verdes e lotes que necessitam ainda de abertura de vias para acesso. “Observa-se entre as pessoas naturais favorecidas nas doações de terrenos, seja com grandes ou pequenas áreas, que a quase totalidade não exerce qualquer atividade de produção ou comércio
e, que, dentre os apaniguados, estão indivíduos da intimidade, auxiliares e apoiadores políticos dos agentes públicos detentores do poder de decisão sobre as doações”, destacou Souza, acrescentando que o fato difere da versão pública de que as áreas doadas devem servir para o desenvolvimento de atividades econômicas.
Se comprovadas, as acusações implicam no prevalecimento do interesse particular e o sucumbir do interesse público, uma vez que o município de Piranhas não mais disporá de áreas apropriadas no bairro de Xingó para construção de espaços de lazer, praças, parques e edificações públicas, assim como não mais disporá de algumas áreas verdes. Conforme a ata que teria sido adulterada, os vereadores à época que “participaram” da sessão de doação foram Danyllo Leite, Cacau, Cipó, Cleiton de
Trinta e três apoiadores da reeleição de Maristela teriam sido contemplados com doações do terreno, sendo três terrenos para pessoas jurídicas e trinta para pessoas físicas, entre eles áreas verdes e lotes que necessitam ainda de abertura de vias para acesso.
Xôxo, Zé Neto Augusto, Josimar de Maristela, Laura de Zé Vicente, Messias Pedrinha, Margarida de Renato e Renato Rodrigues. Ainda hoje são vereadores pelo Município: Josimar de Maristela, Renato Rodrigues, Margarida de Renato, Zé Neto Augusto, Laura de Zé Vicente e Cipó.
Em dezembro de 2021, a Justiça Eleitoral condenou a ex-prefeita Maristela Sena Dias por abuso de poder político-econômico ao utilizar, quando prefeita e candidata à reeleição, a máquina pública para promover sua candidatura durante um evento realizado no período eleitoral. Além da inelegibilidade, Maristela e o candidato a vice-prefeito não eleito, Renato Douglas Rodrigues, foram condenados a pagar multas de R$ 20 mil e R$10 mil, respectivamente.
Em 2020, a gestão de Maristela Sena Dias também foi acusada de celebrar cinco contratos administrativos suspeitos com o escritório de advocacia Costa Leite Serviços Advocatícios para recuperar valores oriundos do ICMS. Embora não tenha obtido êxito, foram pagos mais de R$ 11 milhões de honorários advocatícios no período de janeiro de 2017 a junho de 2020. A contratação inusitada foi denunciada pelo EXTRA.
BRUNO FERNANDES
bruno-fs@outlook.com
Mesmo Bolsonaro tendo sido derrotado na última eleição para presidente e que seus sigilos de 100 anos sobre os mais variados assuntos estejam finalmente caindo, o ex-presidente fez escola em terras alagoanas e aparentemente o prefeito Júlio Cezar, de Palmeira dos Índios, se matriculou nas aulas para também começar a impor alguns segredos na administração pública da cidade.
A regulamentação municipal da lei federal nº 12.527/2011 de acesso à informação realizada pelo Poder Executivo de Palmeira dos Índios causou estranheza por um detalhe em específico. A possibilidade de impor sigilo de até 25 anos para informações da administração pública, colocando em xeque o princípio da transparência do poder municipal e lembrando os escândalos que chamaram atenção do antigo governo federal.
De acordo com a Lei de Acesso à Informação no Brasil, alguns documentos governamentais podem ser classificados como sigilosos por períodos específicos de tempo. Estes sigilos são impostos para proteger informações sensíveis, como aquelas relacionadas à segurança nacional, investigações criminais em andamento e dados confidenciais de terceiros, o que é algo pouco usual para um município.
Os sigilos podem ser impostos por períodos de tempo variáveis, desde alguns meses até vários anos. Isso significa que, durante esse período, os documentos são considerados confidenciais e não podem ser compartilhados com o público. No entanto, após o término do período de sigilo, esses documentos podem ser liberados para consulta pública. É importante notar que a imposição de sigilo não é automática e é avaliada caso a caso pelas autoridades responsá-
veis.
Provocado pela Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), que considerou estranha a atitude do prefeito Júlio Cezar ao editar o Decreto nº. 2.148/2022 em setembro do ano passado, o Ministério Público do Estado de Alagoas instaurou uma notícia de fato em dezembro para solicitar explicações ao município sobre tal assunto. A resposta foi enviada no último dia 4 pela Controladoria Geral do Município.
Sem dar muitos detalhes, a Controladoria Geral do Município afirma que o motivo para editar a regulamentação da lei foi “em respeito a necessidade da norma aprovada localmente ter uma função muito importante: ajustar os mandamentos gerais da lei à realidade do ente específico”.
“Caso não fosse editado o referido decreto, tínhamos o risco de que os procedimentos de acesso
à informação não ficarem claros para os cidadãos e tampouco para os servidores públicos; tais como [...] o órgão corre o risco de fornecer informações sigilosas indevidamente; informações sigilosas podem ser classificadas sem o devido respaldo legal”, acrescentou a Controladoria Geral do Município que classificou o questionamento da OAB como “infantil” e “sem fundamento”.
“Ademais, pelo expediente rogado pela subseção local da OAB, concernente às indagações feitas, infantilmente ataca a possibilidade de imposição de sigilo de até 25 anos, aliás, o que está previsto no art.23 da L.A.I”. E continua: “Não tem menor cabimento questionar um dispositivo de uma possibilidade que está em todos os estados do País, sejam decretos estaduais, leis estaduais e todos os decretos municipais e entes federados”.
Provocado pela Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), que considerou estranha a atitude do prefeito Júlio Cezar ao editar o Decreto nº. 2.148/2022 em setembro do ano passado, o Ministério Público do Estado de Alagoas instaurou uma notícia de fato em dezembro para solicitar explicações ao município sobre tal assunto.
A prefeitura alega, ainda, seguir o exemplo de alguns entes federativos, assim como o próprio Estado de Alagoas, que regulamentou em 13 de maio de 2013 a mesma lei e estabeleceu a possibilidade de colocar em sigilo por até 25 anos informações e documentos imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, considerados como tais, aquelas cuja divulgação ou acesso irrestrito possa, por exemplo, pôr em risco a defesa e a integridade do território estadual.
Além de Alagoas, há regulamentações semelhantes nos estados de Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte.
TAMARA ALBUQUERQUE tamarajornalista@gmail.com
Canapi é um pequeno município alagoano com pouco mais de 17 mil habitantes e baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de apenas 3,9% no ano passado, segundo o IBGE. Mas, a ausência de dois servidores no quadro efetivo da Administração Pública colocou o atual prefeito, Vinícius José Mariano de Lima (PP), na mira do Ministério Público de Contas de Alagoas (MPC/AL).
O caso se estende desde 2020, mas em setembro do ano passado ganhou reforço: a denúncia de crime por omissão a requisições do MPC fez o caso de Canapi parar nas mãos do Ministério Público de Alagoas (PO N. 83/2020).
A irregularidade imputada ao prefeito de Canapi começa pelo fato de o Município não dispor em seus quadros oficiais de um procurador municipal para defesa dos interesses judiciais e extrajudiciais, tendo que recorrer à contratação de escritório de advocacia particular para auxiliar com as atribuições da Procuradoria Municipal.
O procurador Pedro Barbosa Neto, titular da 2ª Procuradoria de Contas, questionou o gestor em 2020 sobre a ausência de procurador/advogado municipal, funções essenciais e previstas na Constituição, e a contratação de profissional par-
ticular de advocacia. O prefeito foi notificado através de e-mail e de ofício enviado com carta de aviso de recebimento sem que respondesse a nenhuma das requisições.
Em razão da resistência do prefeito Vinícius Lima de atender às solicitações, mesmo sendo advertido acerca da obrigatoriedade, o procurador denunciou o gestor ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) e solicitou a averiguação da prática de crime de violação à prerrogativa do MPC
de requisitar informações necessárias ao exercício de suas funções.
Em abril de 2021, a Prefeitura de Canapi respondeu parcialmente ao questionamento do MPC sobre a ausência de um procurador municipal. Segundo os autos do processo, a prefeitura informou que dispõe de cargo específico de procurador, carreira estruturada conforme o Estatuto do Servidor Público e cujos cargos foram criados através da Lei Municipal nº 44/2015. Disse que os cargos se encontravam vagos “diante de uma série de irregularidades evidenciadas no concurso realizado em 2016 pela gestão anterior, impondo-se a sua anulação”.
Ocorre que ao invés de realizar novo certame, a prefeitura decidiu nomear advogados a fim de dar continuidade aos trabalhos na Procuradoria Municipal. A terceirização de atividades de representação e controle dos municípios é regulamentada por força de uma Instrução Normativa do Tribunal de Contas de Alagoas, exigindo como imprescindível que os ocupantes desses cargos sejam servidores efetivos dos municípios, aprovados em concurso público e com especialização na área.
Em razão da resistência do prefeito Vinícius Lima de atender às solicitações, mesmo sendo advertido acerca da obrigatoriedade, o procurador denunciou o gestor ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) e solicitou a averiguação da prática de crime de violação à prerrogativa do MPC de requisitar informações necessárias ao exercício de suas funções.
Na avaliação do procurador Pedro Barbosa, a anulação do concurso para preenchimento das vagas de procurador e subprocurador – ocorrida na gestão anterior – não desincumbe o prefeito atual de adotar medidas necessárias à reestruturação da atividade da Procuradoria Municipal. Demais, a contratação de escritório particular para suprir essas necessidades só deve ocorrer em caráter excepcional e não para socorrer à demanda da Administração Pública como acontece em Canapi. O procurador observou no relatório a necessidade de realização de concurso público para suprir as necessidades da pasta. No âmbito do Ministério Público, o processo foi encaminhado ao promotor de Justiça Paulo Victor Sousa Zacarias, de Canapi.
Polícia chegou a ser acionada para mediar conflito: famílias vivem na área há várias gerações
BRUNO FERNANDES
bruno-fs@outlook.com
Cerca de dezesseis famílias posseiras e agricultoras que vivem no imóvel rural conhecido como Fazenda Mônica, em Colônia Leopoldina, estão sendo forçadas a deixar suas casas passadas de geração em geração. O motivo: um comprador misterioso das terras que não possui a certidão de compra dos 16 hectares exige a remoção das famílias.
Denúncia recebida pela Comissão Pastoral da Terra (CPT)
e confirmada pelo EXTRA no último dia 25, revela que as casas das famílias começaram a ser destruídas ilegalmente a mando de um homem que afirma ter comprado o imóvel rural e uma outra pessoa que teria, essa sim, comprado as terras.
Sem mandado de reintegração de posse, um homem identificado pelas famílias apenas como Fabiano tem visitado frequentemente os moradores, acompanhado de seguranças, utilizando-se de coerção e de indenizações pí-
fias para expulsá-los. Ele alega ter comprado o imóvel rural de outra pessoa, Walter Galvão Filho, que, por sua vez, afirmava ter adquirido a propriedade da usina Taquara.
“Ele só queria me dar quarenta mil reais. Aí eu disse que não aceitava. Eu disse que ia deixar na mão do advogado e do juiz e deixar o Senhor agir. Não voltaram mais em casa, só falaram na hora: a senhora quer confusão? Gosta de confusão? Falei que não gosto de confusão não. Estou lutando por um direito meu”, contou uma moradora que não quis se identificar em depoimento à Comissão Pastoral da Terra durante visita realizada em conjunto com o Centro de Ge-
renciamento de Crises da Polícia Militar ao local. A moradora afirma não ter vontade de sair do local, visto que guarda com carinho a história que sua família construiu na casa. “Já estou com 47 anos. Meu pai faleceu aos 73. Tudo nessas terras aí vem do meu avô de tempos atrás”
Segundo relato dos moradores da localidade, três casas já foram destelhadas a mando dos supostos compradores. Entretanto, no registro do Cartório de Imóvel do município, a empresa Agropecuária Taquara LTDA segue como proprietária da área, como pode ser observado na certidão à qual o EXTRA teve acesso.
A CPT destaca que a expulsão das famílias não poderia acontecer porque o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais devem criar comissões de conflitos fundiários para analisar e mediar desocupações e despejos nos casos que já existe decisão judicial não cumprida.
“O que a gente observa é uma grave violação de direitos humanos em todos os níveis,
Ao Iteral, os supostos compradores afirmam possuir as terras, mas no registro ainda consta a Usina como proprietária. Para sanar qualquer questão, o órgão tem tentado encontrar o verdadeiro proprietário, com o objetivo de estabelecer acordo para que as famílias continuem produzindo no local.
Outra alternativa em análise pelo Iteral é a compra por parte do Estado das terras que pode ser a mais viável caso os donos ou a usina em si possuam dívidas públicas. Em último caso, a Justiça será acionada para resolver o impasse, explica o diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva.
né? Do ataque à vida, à dignidade das pessoas e o ataque também à propriedade, né? [...] O Estado e a Justiça precisam fazer algo para evitar que esses danos continuem acontecendo. Vamos levar esse caso ao Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho, porque inclusive há violações de direito relacionadas a contratos de trabalho”, explica o superintendente da Comissão Pastoral da Terra, Carlos Lima.
Outra alternativa em análise pelo Iteral é a compra por parte do Estado das terras que pode ser a mais viável caso os donos ou a usina em si possuam dívidas públicas.
“A missão do Iteral é defender a reforma agrária e, também, as pessoas mais simples e oprimidas. O que a gente puder fazer para resolver esse caso vamos nos mobilizar. Com a presença do Estado a paz volta a reinar”.
Enquanto uma solução não é definida, as famílias restantes devem permanecer no local morando e trabalhando, afirma o diretor.
A Fazenda Mônica é um imóvel rural onde dezesseis famílias posseiras e agricultores vivem há décadas. Eles cultivam principalmente banana, mas também outras frutas e vegetais, mas um conflito de terra começou quando a área foi transformada de monocultivo de cana-de-açúcar para pasto.
No ano passado, as famílias foram ameaçadas de despejo e pressionadas para sair da região. Eles resistiram e continuaram em suas posses. Desde então, elas têm recebido visitas de um homem chamado Walter Galvão Filho, que afirma ser
o comprador da terra do Sr. José Maria, da Usina Taquara. Ele vem coagindo os agricultores a venderem suas posses a preços baixos. Mais recentemente, outro suposto comprador, o Sr. Fabiano de França, também tem ameaçado as famílias.
Em dezembro de 2022 a comunidade denunciou a destruição das lavouras por envenenamento, o que foi confirmado por um laudo técnico. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL) está investigando o caso e acionou o Ministério Público Estadual.
O EXTRA não conseguiu contato com os nomes citados como supostos compradores
JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com
ACorregedoria Geral de Justiça de Alagoas determinou a abertura de sindicância administrativa para investigar o antigo oficial interino do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais do 3º Distrito de Maceió, Diogo Prata Lima. A decisão expedida no início de janeiro, ainda durante a gestão do desembargador Fábio Bittencourt na CGJ, apura se o suspeito praticou conduta atentatória às instituições notariais e de registro. Os vestígios de ilegalidade chegaram ao órgão no ano passado por meio da atual interina Malba Cristina Ferreira Santos, que informou que ao realizar auditoria no cartório foi observada a compra e uso indevidos de selos verdes.
O selo de cor verde é empregado em procurações, testamentos, protestos e escrituras, atos que não são da competência daquele cartório. Após receber a denúncia, a CGJ pediu mais informações à oficial interina, que comunicou a numeração e a data de utilização dos selos questionados. Informou ainda que todos teriam sido emitidos para uso pessoal do antigo oficial. Os valores cobrados pelos selos variam entre R$ 347,24 a R$ 6.326,90, preços acima do padrão para ato de procuração. No entanto, em primeiro momento, uma análise não identificou uso indevido dos selos já que estavam acompanhados de dados obrigatórios para documentação de procuração devidamente preenchidos.
O selo de cor verde é empregado em procurações, testamentos, protestos e escrituras, atos que não são da competência daquele cartório. Após receber a denúncia, a CGJ pediu mais informações à oficial interina, que comunicou a numeração e a data de utilização dos selos questionados.
Mais uma vez procurada pela Corregedoria, Malba Cristina Ferreira Santos alertou que a irregularidade estaria no fato de o cartório não expedir procurações nem tendo livro para esse tipo de lavratura. “As pessoas outorgantes, nas procurações citadas, não com-
pareceram à nossa serventia para abertura de firmas”, destacou. A partir daí, Diogo Prata Lima foi procurado e intimado para prestar depoimento. Conforme os autos do processo de número 000012776.2023.8.02.0073, o suspeito recebeu a intimação via WhatsApp, chegando a confirmar que estava ciente dos fatos. Apesar da provocação da Justiça, o suspeito permaneceu inerte sem se apresentar oficialmente.
“Os fatos narrados nestes autos indicam a configuração de crime contra a fé pública, entendendo necessária a remessa de cópia para o Ministério Público do Estado para, querendo, adotar as providências que entender pertinentes”, ressaltou o então corregedor-geral da Justiça. No dia 27 último, foi designada uma comissão que deverá emitir relatório conclusivo em 30 dias sobre as supostas ilegalidades cometidas pelo suspeito. A comissão processante
será formada pelo juiz Anderson Santos Passos e pelos servidores Márcio Grace da Silva e Everton Silva dos Santos.
Por não ter se manifestado no processo, Diogo Prata Lima terá que pagar multa no valor de R$ 808,08, que será destinado ao Fundo Especial de Modernização do Poder Judiciário de Alagoas (Funjuris). Em setembro de 2021, a CGJ também chegou a investigar o suspeito pela conduta adotada na prestação das contas dos meses de abril a junho daquele ano, as quais foram reprovadas devido a inconsistências. O processo se estendeu até março de 2022, quando a comissão processante, após balanço, desaprovou as contas do período citado. Sendo assim, foi aplicada sanção disciplinar de perda de delegação por quebra de confiança repassando o cargo de oficial de cartório a Malba Cristina até realização de concurso público.
Os benefícios da leitura vão além de garantir uma existência rica em aprendizado. Ler mantém a saúde mental, reduz a ansiedade, alivia o estresse e pode afastar ou retardar doenças neurológicas, por exemplo. Não importa em qual fase da vida a pessoa se encontre, quanto mais praticar a leitura, mais benefícios terá.
Infelizmente, a recente pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Instituto Pró-Livro, mostrou que pouco mais da metade da população no país – o equivalente a 52% – tem hábitos de leitura. Pior, cada vez menos os pais leem para os filhos, deixando passar a oportunidade de construir nas crianças e jovens um hábito saudável para toda vida.
A pesquisa mostra que em cada três entrevistados, o que corresponde a 34%, alguém os estimulou a gostar de ler, sendo professores (11%), mães ou responsáveis do sexo feminino (8%) e, em seguida, o pai, responsável do sexo masculino ou algum outro parente, apontado por 4%. Contudo, um estudo da Famivita (famivita.com. br) revelou que em 55% dos lares brasileiros, ler para os filhos não faz parte da rotina.
Na lista elaborada pelo estudo sobre o hábito de ler para filhos, Alagoas ocupa o último lugar, com apenas 15% das respostas positivas. A unidade federativa com maior número de famílias que cultivam o hábito é o Distrito Federal (64%), seguido por Amapá (60%), Rio Grande do Sul (60%) e Piauí (55%).
De acordo com o estudo, espe-
cialmente pais mais jovens, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, não costumam ler para os pequenos, com 67%. Já dos 25 aos 39 anos e dos 30 aos 34 anos, 57% e 46% das pessoas entrevistadas afirmaram não fazer a leitura, respectivamente.
Especialistas no assunto enfatizam que ao ouvir histórias contadas por adultos, os pequenos ampliam seu conhecimento da linguagem oral e escrita e se preparam de modo mais efetivo para a aprendizagem como um todo. A leitura na infância se configura-
ria, assim, como uma aliada no desenvolvimento da concentração, memorização, raciocínio e aumento do vocabulário, segundo afirmam.
Através das histórias, as crianças também entenderiam melhor como lidar com os próprios sentimentos e verbalizá -los, além de se colocarem no lugar dos personagens, compreendendo lições morais importantes sobre empatia, respeito e amor.
E, igualmente vinculado ao tema, o estudo da Famivita mostrou que, entre aqueles que leem para os filhos, 59% o faz duas vezes por semana ou com uma frequência menor. Os dados coletados também indicaram que 25% dos entrevistados, dos 40 aos 44 anos, leem diariamente para os filhos; já 21%, na faixa etária que vai dos 35 aos 39 anos, leem para os pequenos com a frequência de três vezes por semana.
O estudo, realizado entre 19 de dezembro do ano passado e 2 de janeiro deste ano, não aponta os motivos citados por pais para não desenvolverem o hábito. Porém, é dito que entre os pais que viveram a experiência de pessoas lendo para eles na infância, o hábito de ler para os filhos permaneceu em 71% deles.
O mundo da leitura potencializa nossa capacidade de pensar, produzir, criar, compreender, ouvir e ampliar o conhecimento. Transformar a leitura em um hábito é tão urgente quanto necessário desde a infância. Isso permite o desenvolvimento intelectual e ensina o caminho mais curto para o conhecimento. Porém, em meio ao boom tecnológico, à revolução digital e a quase incorporação dos smartphones ao corpo humano, a frequência da leitura tem diminuído vertiginosamente e seus efeitos benéficos ao corpo e mente também. É preciso, portanto, reverter esse quadro e tornar essa atividade um prazer imensurável e de valor incalculável para o resto da vida.
senhas muito óbvias e usar somente um cartão de crédito para compras online.
OCarnaval
bate à porta e a busca por destinos para se divertir é o primeiro passo de foliões ou até de quem quer sossego neste período. As procuras por compras online de ingressos estão no topo da lista, seguido por pacotes turísticos. Porém, o cuidado deve ser redobrado para lojistas e consumidores na hora de adquirir suas entradas para o evento ou na escolha do lugar que irá aportar. É que por mais que o e-commerce desempenhe um papel fundamental nessa época do ano, muitos golpistas aproveitam essa grande procura para usar dados falsos para comprar ingressos, deixando um grande prejuízo para lojistas. Além disso, tem aqueles que também roubam dados das plataformas e prejudicam os clientes. Para se ter ideia do poder do e-commerce, que engloba diversos métodos de pagamento, estudo feito pela Mastercard mostra o aumento dessas opções de pagamento digitais, com 86% dos entrevistados dizendo ter usado um deles em 2021 e 94% pretendendo usar em 2023.
Vasco Pineda, launcher da Yuno, diz que o principal cuidado que deve ter na hora das compras online é pesquisar. Segundo ele, antes de comprar ingressos em qualquer site é importante pesquisar no Google sobre a reputação daquela empresa, além de checar em outros canais como o Reclame Aqui, que reúne dissabores enfrentados por consumidores e que podem servir como base para avaliação.
Além disso, acrescentou, o Procon costuma liberar uma lista com empresas não confiáveis para se fazer compras, outro parâmetro para que o folião não tenha uma surpresa desagradável ao adquirir produtos online. Porém, outros cuidados nunca são demais, como manter seus dispositivos sempre atualizados, evitar a utilização de
Outro ponto importante é de que ao ver promoções boas demais, sempre desconfiar e verificar a idoneidade do site do qual está comprando. “Golpistas costumam anunciar esse tipo de promoção justamente para atrair bastante interessados e, assim, dar um golpe que lhes renda muito dinheiro”, alertou Pineda.
Os tomadores de decisão das empresas, principalmente as de ecommerce, precisam se precaver e adotar medidas para evitar um rombo em seu orçamento. Uma delas é a contratação de soluções antifraude que auxiliam na identificação de transações fraudulentas e validam os dados de cada usuário com segurança, evitando, por exemplo, que alguém use um cartão de crédito roubado em uma compra. “Com os golpes cada vez mais elaborados, é importante considerar a hipótese de trabalhar com múltiplos sistemas de antifraude, garantindo assim o sucesso do seu negócio e evitando dores de cabeça”, alertou, ao acrescentar que a Yuno, trabalha com as principais antifraudes do mercado, o que torna a operação com os meios de pagamento bastante seguras para todos os lados.
Se foi alguma empresa que lesou, deve procurar o Procon. Em caso de golpes online, principalmente naqueles em que algum falsário se passou por algum player e roubou seu dinheiro, pode procurar a polícia. Inclusive, o site da Safernet lista algumas delegacias especializadas nesse tipo de crime no Brasil.
O especialista afirma que não existe um público-alvo para esses golpes online. Na verdade, os criminosos miram em todas as pessoas que se utilizam do e-commerce e pegam suas vítimas aleatoriamente. E alerta: geralmente
eles anunciam promoções imperdíveis de produtos muito visados por toda a população, o que atrai muitas presas fáceis.
Alguns golpistas são caprichosos e conseguem recriar o site de grandes empresas do e-commerce, levando o consumidor a erro e tendo acesso a informações valiosas como CPF, e-mail, telefone, número do cartão de crédito e o dígito verificador dele. Com isso, é importante estar sempre atento se aquele é de fato o site da loja online da qual você deseja comprar seu produto. Uma dica é olhar o domínio daquele portal e checar se ele bate com o que está escrito nas redes sociais da marca. Os criminosos costumam fazer alterações sutis na URL.
Pineda diz que é importante conferir se o site tem conexão segura. “Para saber isso é simples. Se antes do endereço do portal aparecer o protocolo https, significa que as informações entre o seu computador e o servidor são criptografadas”, ensinou.
É uma startup que desenvolve uma solução de pagamentos completa para empresas de qualquer porte. Por meio de apenas um clique em um único painel, o executivo é capaz de habilitar ou desabilitar métodos de pagamento no seu checkout. Além disso, ele pode gerenciar todos os seus recebíveis de forma simples e organizada, combatendo inclusive fraudes. A startup tem como foco os mercados do Brasil, Colômbia e México. Seu time atualmente é formado por 80 profissionais vindos de companhias como Rappi, Ingenico e Worldpay e outros gigantes dos mercados de pagamento e tecnologia.
CUIDADOS
COM O CORPO
Carnaval é uma festa de cores, músicas, blocos, desfiles e muita diversão. Para quem é amante da folia, é importante cuidar da saúde e estar prevenido contra riscos que possam prejudicar a alegria. Assim, é importante ficar atento à alimentação, que deve optar por comidas leves.
A hidratação é outro fator importante. Beber bastante água, sucos naturais e água de coco renova as vitaminas. No entanto, se optar por bebidas alcoólicas, procure intercalar com copos de água e evitar o excesso de consumo.
Proteger a pele também é essencial e daí a importância de usar protetor solar. Repita a aplicação a cada três horas, principalmente quando a transpiração for excessiva. Outra dica é optar por roupas leves e frescas. Com elas, fica mais fácil controlar a temperatura do corpo.
Manter o sono regulado durante os dias de folia pode ser tarefa difícil, mas dormir bem ajuda a renovar a pele e manter o pique para os passeios e desfiles.
A dica extra é estar com check-up médico em dia. Feito isto, aproveite e tenha um feliz Carnaval.
Para curtir a folia com segurança, principal cuidado é pesquisar sobre a reputação da empresa
JHC tem pressa em estabelecer novas ligações entre os bairros de Maceió, melhorando a fluidez da mobilidade urbana, facilitando o acesso da população a pontos distintos da capital. Já são mais de 13 km de novos eixos viários, com ciclovias, bem iluminados e áreas de passeio. Os mais de R$ 300 milhões administrados pela prefeitura para tornar a cidade mais acessível contemplam até 600 mil pessoas diretamente.
A primeira avenida entregue foi a Rota do Mar, em abril do ano passado. Com 5,9km de extensão, a nova malha viária liga o Benedito Bentes a Guaxuma. Com quatro faixas, canteiro central e 318 luminárias de LED, a Rota do Mar (antiga Ecovia Norte) foi finalizada pelo prefeito JHC após dez anos de espera. Um investimento de R$ 26 milhões. Cerca de 300 mil pessoas são beneficiadas com a via, que já é uma alternativa rápida e segura de deslocamento para os maceioenses.
O projeto segue as regulamentações do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e contempla faixas de pedestres, linhas tracejadas e contínuas, além de zebrados. Ao todo, são 2.950m² de sinalização horizontal e 84 placas de sinalização vertical, que advertem sobre a presença de rotatórias, travessia de pedestres, e que regulamentam a velocidade e os locais de parada permitidos.
A segunda avenida é a Marília Mendonça, que liga o bairro Cidade Universitária à Via Expressa, com 4,5 km de extensão. A obra está em 70% de conclusão e mais de 1.200 metros já foram liberados. A via dispõe de dois corredores em sentidos diferentes, ciclovias, calçadas, rede
de drenagem, área de passeio e, de acordo com o prefeito, o próximo passo é levar uma linha de ônibus para o local. “Estamos lutando para isso”, reforça JHC.
Com a nova via o trajeto dos moradores para sair do bairro diminui cerca de 30 minutos. Quando estiver totalmente concluída, a obra vai beneficiar diretamente mais de 200 mil moradores da região. Os recursos fazem parte do fundo de U$ 70 milhões oriundos da Companhia Andina de Fomento (CAF).
E a mais recente via da malha viária da cidade é a Avenida Eixo Norte, em Riacho Doce. Inicialmente, vai contemplar 2,5 km de trecho que dá acesso à AL-101 Norte. Além da pavimentação e drenagem, a obra vai contar com ciclovias, acessibilidade e piso tátil. Os investimentos beneficiam diretamente mais de 100 mil pessoas e, de acordo com a população, a obra era esperada por mais de 30 anos.
Após esta primeira parte, o Município também vai executar as obras de pavimentação do Alto da Alegria e das ruas paralelas. O prazo para a conclusão é de 12 meses e os serviços são realizados com recursos próprios da Prefeitura de Maceió.
Segundo Cícero Santos, morador do bairro, em períodos de fortes chuvas a população passava dias ilhados.
“Há muito tempo estamos solicitando de vários prefeitos, e ninguém atendeu ao pedido de pavimentar essas duas comunidades que ficam por trás de Garça Torta e Riacho Doce. Sofremos muito, já ficamos 15 dias isolados. E só agora na gestão JHC é que estamos sendo atendidos. Esse sempre foi um pedido da gente para ele, e ele prometeu e está cumprindo”, falou o morador, conhecido por Cícero do Leite.
DA REDAÇÃO
Rupturas na família são processos comuns e presentes a partir de divórcios, mortes, partilha de bens, guarda de filhos etc. Há quem afirme que todas as pessoas vão passar, um dia, por essa experiência que, apesar de dolorosa, pois tem maior poder ofensivo e funcionam como uma ferida aberta, pode fortalecer vínculos no futuro, quando bem resolvida. A maioria dos conflitos, porém, costuma atravessar gerações inteiras impactando a convivência de parentes que em alguns casos não têm sequer noção do que aconteceu no passado. Quando o motivo envolve bens, as sequelas nas famílias são maiores, de acordo com especialistas em Direito Familiar.
Em agosto do ano passado, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) iniciou investigação sobre um caso nessa esfera, a partir da denúncia feita na Ouvidoria da instituição. O caso envolve três irmãs idosas e o filho daquela que vem sendo acusada de tentar se apossar dos bens de uma delas, alegando que a irmã não teria condições de administrá-los, apesar de existir no processo de interdição laudo médico que assegura a competência da mesma pra isso.
Em 2021, Maria Fátima Guimarães Lopes, de 72 anos, requereu a interdição da irmã Therezinha Barbosa Guimarães Pereira, de 84 anos, junto à 27ª Vara Civil da Capital/
Família. Uma audiência na ação de curatela (processo 071839448.2021.8.02.0001) foi então marcada e realizada em 6 de dezembro do mesmo ano pela juíza Nirvana Coelho Bernardes de Mello. No depoimento ao qual o EXTRA teve acesso foram colocadas pela oitiva de Therezinha Barbosa, situações familiares e íntimas.
Além de precisar descrever a rotina para esclarecer o uso do dinheiro que lhe pertence, a interditanda acusou a autora da ação [de interdição] de deixá-la nervosa e triste com sua presença nas visitas que fazia com constantes investidas para pedir dinheiro e suposições de que ela [Therezinha] estava sendo vítima de pessoas próximas que usufruiam e se aproveitavam de sua situação financeira. Therezinha Barbosa é aposentada pelo Estado, tendo exercido ao longo da vida a profissão de dentista. Residente na Ponta Verde com a irmã viúva e cadeirante Maria de Lourdes Guimarães Suruagy, ela foi apontada na ação como portadora de doença de Alzheimer, situação que mais tarde foi afastada através de um laudo expedido pelo neurocirurgião Fernando Gameleira.
No depoimento, Therezinha Barbosa afirma que a irmã quer colocá-la num asilo e tomar conta do seu dinheiro, o que ela recusa. Na audiência, a idosa acusou Maria Fátima e o filho dela, Armando José Guimarães Lopes, de terem feito, sem sua autorização, alguns saques na
Acusações surgiram durante depoimentos em ação de interdição e curatela proposta por irmã
sua conta bancária, valores confirmados em extrato bancário.
A juíza também ouviu como testemunha na ação de interdição Janaina Ferreira da Silva, que trabalha na casa de Therezinha há anos. Ela confirmou que a patroa fazia todas as operações de compra e nos bancos sozinha, era lúcida e orientada e que somente nos últimos anos dona Therezinha tem contado com a ajuda do irmão (Reinaldo) para ajudá-la a organizar e fazer pagamentos. Confirmou que as visitas da irmã Maria Fátima deixavam a patroa nervosa.
Já a idosa Maria de Lourdes, que reside com Therezinha, afirmou na segunda audiência do caso que a irmã Maria Fátima tem uma procuração pública assinada por ela e que não lembra por quais motivos concedeu, e denuncia que perdeu um apartamento localizado na Rua Prefeito Abdon Arroxelas, no edifício Maria Beatriz, na Ponta Verde, para o sobrinho Armando. O apartamento foi doado ao sobrinho, de acordo com documentação oficial no 1º Registro Geral de Imóveis de Maceió, fato que a proprietária desconhecia. Além disso, Lourdes, que recebia duas pensões, diz que nos últimos anos só tem acesso a uma delas, paga pelo Banco do Brasil, e que não sabia o motivo de ter deixado de receber a outra pela Caixa Econômica Federal, deixando subtendido que a
procuração teria sido utilizada tanto para fazer a doação do imóvel quanto para dar poderes ao sobrinho de receber a pensão.
Depois dos depoimentos, Maria Fátima comunicou que desejava desisitir da ação, requerendo a extinção dos autos, o que obteve a concordância da parte requerida [Therezinha}. Na ocasião a juíza Nirvana Bernades proferiu a sentença a extinção da ação, homologando o processo.
Em fevereiro de 2022, no entanto, a defesa de dona Maria Fátima ingressou na justiça em desfavor de Therezinha Barbosa com ação de indenização por danos morais, calúnia e imputação de prática de crime. A alegação é de que no processo de interdição e curatela a imagem de Maria Fátima foi denegrida. Os advogados citam nesse processo que a cliente foi acusada de ter se apropriado indevidamente de dinheiro da irmã e que havia ficado provado que o dinheiro foi devolvido, entre outras acusações. Ela quer R$ 30 mil a título de indenização.
Em paralelo, o MP apura a denúncia de estelionato contra Therezinha e Maria de Lourdes.
Tudo na vida é um processo. Para se ter saúde é um processo. É preciso se alimentar bem, cuidar do corpo e cuidar da mente; das emoções. Tem-se saúde. Para se ter uma doença é um processo. Se não se cuidar do corpo, se alimentar bem, ter uma atividade física e cuidar das emoções e dos comportamentos pode-se ficar doente.
É saudável que uma pessoa tenha micrometas, pequenas metas e grandes metas? Claro que sim. Quem não tem ou quem não desenvolve esses comportamentos pode sofrer? Pode. Pode alguém viver no foco: “Deixa a vida me levar” e viver bem? Pode. Pode se dar mal? Pode. Enfim.
Mas, todas as pessoas que desenvolveram a capacidade de criar a sua própria história ou controlar suas próprias ‘rédeas’, seja qual for a área, amorosa, social ou familiar há a expectativa de viver mais e melhor.
Por isso a importância de se planejar – se esforçar – para concretizar micro, pequenas, médias e grandes metas para viver mais e melhor. A pessoa vai se sentir bem consigo mesma e vai desenvolver a autoestima? Claro que sim.
É preciso valorizar as micro, pequenas e grandes metas quando forem alcançadas. Não conseguiu concretizá-las? Qual foi o motivo? Refaz todo o planejamento e se pergunta: em que eu posso ajustar para que da próxima vez a meta seja concretizada?
Parece simples, mas não é. Parece tolice, mas não é. Parece que não funciona, mas funciona, SIM.
Pois é. A vida corrida das pessoas no dia a dia faz com que não se VALORIZE as MICROMETAS, as ALCANÇADAS, principalmente. Sim, as MICROMETAS não são VALORIZADAS. E o que é isso?
As pequenas metas não são valorizadas, as grandes metas não são valorizadas.
Então, as MICROMETAS são/devem ser aqueles comportamentos/ tarefas que devem/deveriam ser VALORIZADAS e não são. Que podem ser MICROMETAS diárias, semanais, quinzenais ou mensais. São aquelas micro/pequenas metas que foram planejadas e concretizadas que devem/deveriam ser VALORIZADAS e que NÃO SÃO. Às vezes a pessoa só valoriza as grandes metas alcançadas. Mas, o que é importante para se viver mais e melhor? É ter, diariamente, o hábito de VALORIZAR essas MICROMETAS alcançadas. Esse comportamento FORTALECE a AUTOESTIMA. Parece simples, mas não é. Parece tolice, mas não é. Permita-se planejar essas MICROMETAS, diariamente, semanal-
n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com
mente, quinzenalmente e mensalmente, e comece a VALORIZA-LAS. Depois as pequenas metas, depois as grandes metas, enfim. Esse comportamento FORTALECE a AUTOESTIMA.
Para não ficar dúvida: OBJETIVO: ir ao Rio de Janeiro. META: ir ao Rio de Janeiro em julho deste ano. Se não conseguir planejar e concretizar as MICROMETAS – e alcançá-las –, que tal se submeter a um processo psicoterápico? Aprendendo a VALORIZAR as MICROMETAS, com certeza vai VALORIZAR melhor as pequenas e grandes metas.
A ansiedade é um distúrbio mental muito prevalente aos brasileiros. O povo brasileiro é um dos mais ansiosos do mundo. A Organização Mundial de Saúde indica que o índice é de quase 10% da população.
E quais sintomas são, realmente, ansiedade? Este conjunto de sinais pode indicar que a pessoa esteja com o sintoma de ansiedade já instalado: irritabilidade, insônia, inquietação, dores de cabeça, diarreia, sensação de estar perdendo o controle. Pode apresentar também: comportamento de evitação, ou seja, fugir do problema. Esse comportamento é mais prejudicial. Por que? Porque é preciso saber a origem dos sinais e enfrentá-los e superá-los. É o denominado Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), ou seja, quando se sabe a causa é mais fácil sofrer menos e até deixar de sofrer. Outro sinal bastante presente de ansiedade é quando a pessoa, por algum motivo, deixa de sair de casa pois tem medo de que algo de ruim vai acontecer. Esse medo é extremamente natural, se for um comportamento esporádico, devido à violência e outros fatores que fazem com que a pessoa tenha esse sentimento.
Se os sinais são frequentes e impedem a pessoa de fazer as tarefas do dia a
A autoestima depende do que está dentro de você, não do que está fora. (Day Anne)
dia, é um indicativo de que a pessoa precisa, com urgência, procurar ajuda de um psicólogo para buscar as origens da ansiedade.
A ansiedade tem cura e não é frescura, como muita gente acha.
Quando o transtorno de ansiedade já está instalada na psique da pessoa, ela não consegue deixar de pensar nas tarefas; sempre está cansada; apresenta pesadelos frequentes, além de apresentar preocupação excessiva.
A pessoa acredita que tem pouco tempo. Mas será que não é excesso de trabalho? Tem dois, três empregos? Tudo isso é discutido numa psicoterapia. Além disso, a pessoa não toma decisão; fica sem controle e isso ocorre com bastante frequência e também tem receio de procurar ajuda, o que é um erro grave.
Principalmente para aquela pessoa que apresenta Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), ou seja, uma ansiedade ‘sem uma causa específica’ ou difusa, um comportamento de imediato para ser adotado é reduzir os estímulos externos, como TV, familiares ou amigos que não colaboram ou não entendem a situação da pessoa, ou seja, pessoas tóxicas. É preciso reconhecê-las. Esse reconhecimento, muitas vezes, não é tão simples de se perceber. Daí a importância da psicoterapia. Muitas vezes a pessoa não percebe que tem um colega, amigo ou até parente que são tóxicos.
Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: +55 (82) 9.9351-5851
Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com
a micro roubos do dinheiro dos seus funcionários. Um cara que quase destruiu o país de cabo a rabo e dava um golpe de direita, um facínora que certamente precisa pagar pelo seu infame papel durante a pandemia da covid-19.
Umpaís que elege gente do naipe de Bolsonaro, Lula, Temer, Dilma como presidentes da República, tá querendo mensalão, petrolão, pedaladas/fraudes fiscais, dinheiro na cueca de político ladrão, ligações suspeitas com ditadores comunistas e socialistas de Cuba, Venezuela, Nicarágua e a malta de africanos da pior espécie, assalto generalizado a todos os órgãos públicos e até aos fundos de pensão dos funcionários “raspando o fundo do tacho” no maior assalto ao dinheiro público jamais visto neste país.
Ou escolhendo o Centrão-Ladrão como “gestor” da roubalheira nacional, empresário-ladrão corrompendo presidente dentro do palácio em que morava, uma figura ensandecida, amigo de milicianos, corrupto associado ao Centrão e
Ou que tal, a cereja do bolo? A retirada da cadeia de preso condenado nas três instâncias da justiça – inclusive no mesmo Supremo que o livrou da cana –e elegê-lo presidente da República numa operação que precisa ser desvendada? Aliás, de verdade, o próprio Lula tempos atrás daria uma explicação premonitória para a situação surreal de ser “saído” da cadeia: “Como dizia Lampião, em 1927, neste país quem tiver 30 contos de réis não vai para a cadeia”. Explicar mais o que? O que se pode esperar de gente desse naipe?
Eleito Lula, alertamos que seu mandato tinha “cheiro” de naftalina. Passados 31 dias – e uma sorte infinda com a tentativa de golpe dos aloprados do Bolsonaro – ele está se aproveitando para pousar de “salvador de pátria” e “passar a boiada” petista-socialista retrógada (igualzinho fez Bolsonaro) numa repetição infame do infausto Governo Dilma.
A retomada do velho e roto discurso petista para inglês ver, que o sabido repete ano após ano – agravado agora dos mesmos erros já cometidos pelo PT no governo, é uma tentativa tosca e infa-
ocorrido em fevereiro de 1912, nesta capital, conhecido como “Dia do Quebra” ou ainda como “Quebra do Xangô”.
n Advogado
Segundo notícias que circulam na mídia eletrônica e na impressa também, órgãos do Ministério Público de Alagoas irão recomendar ao município de Maceió e à Câmara Municipal a retirada do nome ex-governador de Alagoas José Fernandes de Barros Lima (Fernandes Lima) de uma das principais avenidas da capital alagoana. Alegam os responsáveis pela recomendação que o aludido político foi um dos responsáveis pelo lamentável episódio de intolerância religiosa
Naquele episódio houve uma verdadeira destruição de terreiros de umbanda e perseguição sem precedentes aos adeptos de religiões de matriz africana. Vale ressaltar que àquela época a intolerância religiosa, especialmente quando se tratava de cultos de matriz africana, fazia parte da política do Estado brasileiro, isso não quer dizer que fosse tolerável, mas a sociedade e os aplicadores da lei estavam alheios aos fatos.
O Diário Oficial de quarta (1) já traz a publicação de portaria conjunta de três membros do MPE que farão a análise da legalidade do ato administrativo que deu o nome do ex-governador àquele logradouro. Sem entrar no mérito da questão, pois os órgãos do MP têm o poder dever de investigar os princípios legais e constitucionais que estão afetos aos atos administrativos em geral, mas ao mesmo tempo, levando em consideração as condições sociais degradantes em que vivem milhares de famí-
me que levará o país e seu povo a mais atraso, mais crise econômica e mais sofrimento.
Heterodoxia na condução da economia, todos sabem aonde termina; amizade com a ditadura de Cuba, esse portento econômico do mundo, com governos narcotraficantes da Venezuela e da Nicarágua, dinheiro para uma Argentina quebrada e que há anos dá calote da sua dívida em todo mundo e ligação com ditadores e ladrões africanos, são o mais do mesmo petista de outros tempos. Naftalina pura para refazer a infausta política Sul-Sul que junta rotos a quebrados. Esse filme o país já assistiu e sabe no que deu.
Temos 4 anos pela frente. Os primeiros 31 dias já se foram e até hoje o país não sabe qual é o programa de governo do PT, não se viu uma única medida em prol do crescimento do país, não se fala das reformas (a tributária deve sair, mas rota e incompleta). A pauta é revanchismos, medidas draconianas para impedir a livre manifestação das pessoas, repressão. O país quer mais. Merece mais. “Já que [Lula] não vai mais para a cadeia, a única chance de seu governo dar certo para o nosso povo, seria ele aceitar que o PT não foi vítima de nada e que, quando é governo, tem de fazer mais do que falar”. Assino embaixo, Felipe Moura Brasil. E acresço: não roubar.
lias alagoanas, bem como os desmandos administrativos que grassam em vários órgãos públicos nas várias esferas de poder, acho que desperdiçamos energia e um tempo de custo altíssimo para tentar resolver o que não pode mais ser resolvido. Como se diz no popular, “pancadas dadas e palavras ditas não voltam no tempo”.
A partir dessa constatação ficamos a nos indagar se o MP irá voltar sua mira para recomendar a mudança de nomes em logradouros e prédios públicos que façam referência a figuras do Brasil Colônia que foram responsáveis pela escravidão de negros e índios, figuras do reino unido de Portugal e Brasil que esquartejaram Tiradentes e sufocaram com rigor os que denunciavam o saqueamento da riqueza da colônia em prol dos portugueses? Há muitas homenagens para esses. Há ainda, mais recentemente, uma polêmica lei da anistia, interpretada diferentemente por segmentos da sociedade, em que um lado pede punição para os ditadores que exerceram o poder pós
Temos 4 anos pela frente. Os primeiros 31 dias já se foram e até hoje o país não sabe qual é o programa de governo do PT, não se viu uma única medida em prol do crescimento do país, não se fala das reformas (a tributária deve sair, mas rota e incompleta).
1964 e são acusados de matar e torturar brasileiros e outro lado defendendo que a anistia já encerrou o assunto, cabendo apenas ao Estado brasileiro reconhecer a sua responsabilidade pela morte e desaparecimento de presos políticos.
Finalmente, imaginemos agora que o entendimento do MPE prospere, em tese, o MPE de Santa Catarina poderia recomendar a mudança do nome da capital do estado, pois é sabido por todos que a antiga Desterro foi rebatizada pelo governador Hercílio Luz com o nome de Florianópolis, em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto, acusado de ordenar o fuzilamento de duas centenas de desterrenses (Desterro antiga denominação de Floripa) ligados à chamada revolução federalista, um verdadeiro extermínio que ficou conhecido na história com o Massacre de Anhatomirim, um dos mais sangrentos daquela revolução, marcando os primeiros anos da república. Até hoje os manezinhos, o gentílico aceito por nativos da ilha, rejeitam o nome dado à capital.
A partir dessa constatação ficamos a nos indagar se o MP irá voltar sua mira para recomendar a mudança de nomes em logradouros e prédios públicos que façam referência a figuras do Brasil Colônia que foram responsáveis pela escravidão de negros e índios.
engenharia, os dois colegas voltaram a se encontrar nesta cidade.
O capitão Lima, ou Carlito para os mais íntimos, sempre teve boas companhias na política: Guilherme Palmeira e Ronaldo Lessa, entre outros. Muito inteligente, especializou-se em causas ambientais, trabalhou na Prefeitura de Maceió, entretanto sempre interessado pelas coisas de nosso estado.
Conheci Carlito Lima em 1957, quando ia para o segundo ano da Escola Preparatória de Fortaleza, colega do meu namorado, Rubião, ambos jovens cadetes do Exército Brasileiro.
Depois de formados, seguiram para lugares diferentes, mas como capitães voltaram a servir juntos no 20º BC, aqui em Maceió. Eu e meu marido, já casados e com três filhos, fomos ao casamento de Carlito e Vânia.
Carlito foi eleito prefeito da Barra de São Miguel e passou para a reserva, pela lei vigente, como capitão. Fomos morar em outros lugares e já formados em
Enveredou pelo caminho da literatura, cronista semanal de jornais da nossa terra, romancista, de uns tempos para cá nosso amigo resolveu se dedicar a assuntos culturais mais próximos ao povo.
Foi secretário de Cultura de Marechal Deodoro, onde desenvolveu marcantes trabalhos, em especial as feiras literárias, fato importante na vida de tão ilustre alagoano.
Realizou várias delas em Maceió e em cidades do interior. Convida grandes nomes da cultura estadual e nacional para suas feiras literárias. Movimenta a classe estudantil, levando-a a ler e conhecer poetas, escritores e historiadores famosos. Compareci a quase todas e fico entusiasmada com o resultado final.
Uma característica importante de nosso amigo é a maneira como lida com companheiros de direita e esquerda. Encontro-me com ele nas reuniões de vetera-
nos do Exército Brasileiro e em outras da sociedade civil. Impressiona-me a simplicidade com que age em ambos os lados. É o mesmo Carlito, bonachão, amigo de todos.
Durante tantos anos de amizade, vi, poucas vezes, o capitão Lima aborrecido. Fica bravo, diz o que quer, mas volta ao seu bom humor.
Criou, há dezenove anos, o prêmio “Notáveis da Cultura Alagoana”. Escolhe, através de votação pela internet, figuras de destaque no setor. Já tive o prazer de ser escolhida como articulista e sinto-me honrada quando vou à festa de premiação. Lá encontro pessoas queridas, artistas, cantores, poetas, pintores, radialistas, escritores, pessoas que vêm de fora, mas são da terra.
No dia 26 de janeiro passado fui receber meu prêmio e achei que o Carlito merecia ser premiado. Amigo querido, Reinaldo Lessa preparou a miniatura de uma de suas obras e eu a entreguei ao nosso legítimo Rei da Cultura.
Carlito Lima e Vânia têm três filhos e vários netos. Casal alegre, amigo, que vive muito bem.
Quando Carlito fez sessenta anos, participamos da linda comemoração no Clube Fênix Alagoano e nos divertimos bastante.
O mais legal foi ver de um lado, amigos políticos e de esquerda; do outro, oito coronéis, colegas de turma do aniversariante em pleno regime democrático. E tudo transcorreu num ambiente saudável. Ele, o sessentão, contou casos interessantes de sua vida na caserna e da sua vida política. Festa maravilhosa, dançamos, cantamos e fomos até altas horas da noite.
Carlito, no momento, é do clube dos oitentões. A cabeça boa demais, mas o corpo cansado das agruras da vida. Não perde a alegria, a vontade de viver como atestam suas crônicas semanais, de pular um frevo, premiar os amigos. Depois da festa dos “Notáveis da Cultura Alagona”, já está a organizar o pré-Carnaval e o Reinado de Momo, com o seu bloco “Nega Maluca”. E o mais importante: é imortal da Academia Alagoana de Letras.
Como somos amigos de Carlito e Vânia há muitos anos, só nos resta agradecer ao casal por tão sólida amizade.
Para o Carlito Lima gostaria de pedir ao povo da minha terra que reconhecesse seu trabalho de carnavalesco, produtor cultural e escritor.
Ele deveria ser eleito O IMORTAL REI DA CULTURA DAS ALAGOAS.
Para o Carlito Lima gostaria de pedir ao povo da minha terra que reconhecesse seu trabalho de carnavalesco, produtor cultural e escritor.
Ele deveria ser eleito O IMORTAL REI DA CULTURA DAS ALAGOAS.
Trade turístico quer audiência para tratar do desordenamento do uso de espaços públicos
BRUNO FERNANDES
bruno-fs@outlook.com
entre os proprietários de food trucks e os de restaurantes da orla de Maceió parece não ter data para acabar e, esta semana, ganhou o primeiro capítulo de 2023. O Trade turístico de Maceió solicitou no último dia 25 de janeiro uma audiência junto ao Ministério Público de Alagoas para tratar do desordenamento do uso de espaços públicos por parte dos pequenos empresários na orla em mais uma investida, segundo a Associação dos Food Trucks de Maceió, contra os pequenos empresários do local.
Assinado pela Maceió Conventions, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABH), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Alagoas (Abrasel), Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Alagoas e Associação Brasileira de Agências de Viagens de Alagoas (ABAV), o ofício encaminhado ao promotor de Justiça Jorge José Tavares
Dória pede para tratar algumas reivindicações, como a remoção de alguns equipamentos assim como os impactos gerados pelos mesmos, sobrando até para a Roda Gigante anunciada pela Prefeitura de Maceió que sequer foi construída ainda.
Entre as medidas solicitadas está o cumprimento da Lei Nº 6633/2017 sancionada pelo então prefeito Rui Palmeira que estabeleceu algumas regras para o funcionamento de food trucks em Maceió, a exemplo da distância mínima de 200 metros de qualquer restaurante fixo da capital, além da retirada todos os dias dos veículos comerciais, algo considerado impraticável pela associação.
A lei, no entanto, passou a ser descumprida pela própria Prefeitura de Maceió durante
a gestão de JHC que, em novembro de 2021, realocou os equipamentos para outra região da orla, o que impossibilitou o cumprimento da distância mínima. Os empresários foram realocados para que os enfeites de Natal daquele ano pudessem ser instalados próximos ao Marco dos Corais.
Para Thiago Pontes, presidente da Associação de Food Trucks de Maceió, a lei é fruto do seu tempo e, embora tenha atendido à necessidade naquele período, a realidade hoje é diferente, principalmente devido à expansão da atividade em Maceió.
“É um absurdo comparar uma roda gigante ou outros equipamentos com empresas que estão aí desde 2014 trabalhando com suor, dedicação e trazendo renda para o estado e para o município e trazendo possibilidade de o cliente poder optar por algo um pouco
mais em conta. O pior é que é só porque é na orla, não vemos reclamações quanto a isso em outras regiões da periferia por exemplo”, afirma Ponte,s que soube do pedido de audiência do trade através do EXTRA.
Antes localizados em esquinas da capital de forma avulsa, o movimento que concentra vários food trucks em determinados locais, os chamados food parks, tEm se expandido pela capital alagoana e conquistado clientes que buscam por variedade a preço baixo, mas não faz muito tempo que essa tendência surgiu no Brasil e a expansão do negócio surpreendeu e pegou de surpresa os concorrentes.
“Estávamos cientes de algumas movimentações, também vamos enviar um ofício para a Prefeitura de Maceió para tentarmos resolver o assunto e, em contrapartida, vamos buscar alguns vereadores que sempre
foram parceiros para nos ajudar a resolver essa questão”, completa Thiago.
Em audiências realizadas ao longo dos últimos anos, a Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) sempre defendeu que o mais importante é que os comerciantes atuem de forma organizada. Pela entidade, o setor de food trucks é visto como empresários do setor de alimentos, mas ao ser procurada para falar sobre o ofício solicitando audiência com o MP, a entidade afirmou que o documento é encabeçado pelo Maceió Convention & Visitors Bureau, uma fundação que trabalha para o desenvolvimento do turismo em Alagoas.
Questionada quanto aos novos pontos a serem debatidos ou quais propostas pretende apresentar, a fundação Maceió Convention & Visitors Bureau não enviou qualquer resposta até o fechamento desta edição.
MARIA SALÉSIA
sallesiaramos18@gmail.com
Navolta às aulas, o aluno traz na bagagem expectativas, ansiedade e todo um misto de sentimentos a serem explorados. Neste ano, o planejamento dos professores precisa levar em conta que a pandemia de covid-19 impactou milhares estudantes, especialmente entre 2020 e 2021, quando as escolas ficaram fechadas e nem todo mundo teve acesso às aulas a distância.
Katia Smole, educadora e diretora do Instituto Reúna e ex-secretária da Educação Básica do Ministério da Educação, explica que a recomposição das aprendizagens tem a ver com garantir aprendizagens essenciais para todos os estudantes. Para ela, é preciso reorganizar o planejamento das aulas pensando no que é fundamental para cada ano escolar, para cada aluno seguir em frente, recuperando partes das aprendizagens perdidas.
A especialista faz comparação entre recomposição e recuperação. Segundo ela, a recuperação tem a ver com o que foi ensinado em sala de aula e alguns alunos não aprenderam como era previsto num determinado tempo. Assim, a escola organiza esse tempo para recuperar as aprendizagens e eles fazem uma nova avaliação depois, para que saber se eles aprenderam.
Já a recomposição é diferente, disse Smole. É prevista para ser feita em todas as aulas, ou em boa parte delas. Além do que, é impor-
tante selecionar o que não pode deixar de ser ensinado, reorganizar o que vai ser ensinado durante aquele ano, selecionando o que é inegociável que o aluno aprenda do que perdeu no tempo sem aulas. “Então, recomposição das aprendizagens é diferente da recuperação”, afirmou a educadora.
Para que a recomposição das aprendizagens aconteça, os técnicos das secretarias de Educação, diretores de escola, coordenadores pedagógicos e professores precisam definir o que é essencial que os alunos aprendam. “Eles precisam olhar para o currículo e para um documento que é super importante no Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e definir quais habilidades essenciais, as mais importantes, que precisam ser trabalhadas em sala de aula em 2023”, afirmou Smole.
Para ela, ainda estamos vivendo os reflexos da pandemia na educação, então, precisamos definir prioridades. “A maioria dos países não teve tanto tempo de escolas fechadas, com aulas distanciadas como o Brasil, mas mesmo assim, priorização é um foco e onde todas as iniciativas de recomposição começam. E sabemos que ao longo de um ano os alunos aprendem muitas coisas. Todas são importantes, mas nem todas são essenciais. Então, a ideia é manter o foco no que não pode deixar de ser aprendido mesmo para que os alunos possam seguir adiante, nos anos seguintes, aprendendo bem”.
Outra preocupação é que mui-
tas crianças no 4º e no 5º anos ainda não sabe ler nem escrever, porque quando deveria ter aprendido, no 1º, 2º e 3º anos estavam em casa, sem ir pra escola. No entanto, é otimista ao dizer que eles vão conseguir ler e escrever sim. “Se adultos aprendem porque as crianças não aprenderiam não é mesmo? Hoje as pesquisas mostram que o cérebro aprende sempre e que há muitas ações que as escolas e professores podem fazer para que os estudantes se alfabetizem”, complementa.
Mas, adverte que é preciso uma força tarefa, um planejamento e muito apoio aos educadores e escolas para que se alcance as aprendizagens esperadas para língua portuguesa. Uma boa notícia, diz, é que esse será um dos principais focos de atenção do Ministério da Educação, o que é importante pela garantia de planejamento, estímulo e financiamento.
Para os jovens que vão prestar o Enem, o Instituto Reúna, com apoio do Instituto Unibanco, desenvolveu o Fortalecimento da Aprendizagem que é um conjunto de materiais para equipes de secretaria, coordenadores e professores de matemática e língua portuguesa usarem com estudantes do Ensino Médio nessa ação de apoiar para que aprendam e se
desenvolvam, inclusive na confiança de poder fazer o Exame Nacional do Ensino Médio.
Porém, acrescentou, não há mágica, nem adianta dourar a pílula: o desafio é enorme e o tempo em que a escola ficou fechada impacta muito no tempo de aprender dos estudantes do médio, que é bem menor do que dos estudantes de 5º ano, por exemplo. “O recado maior é não perder tempo, ter um plano bem organizado, seguir e garantir que o aluno queira estar na escola, que sinta que a escola o quer e que ele aprenda. Cada aula, cada tempo importa”.
O Instituto Reúna organizou materiais e os disponibiliza para ajudar secretarias de Educação e gestores de escola definirem o que é prioridade. É gratuito, tudo online. Um deles é o Mapas de Foco BNCC, para quem trabalha com Ensino Fundamental, do 1º ao 9º ano. Outro material é o Fortalecimento da Aprendizagem, com foco no Ensino Médio, para secretarias de Educação e escolas, com materiais para professores de Língua Portuguesa e Matemática e pautas formativas para coordenadores pedagógicos, formadores das regionais e das secretarias de Educação.
da Agricultura anunciou esta semana o estudo de um novo modelo de financiamento que visa incentivar agricultores a investirem em práticas ambientais e sociais em suas propriedades rurais. A principal meta é transformar cerca de 2 milhões de hectares de pastos degradados em áreas produtivas nos próximos anos, com um investimento total de R$ 40 bilhões.
Um estudo do Instituto Escolhas revela que mais da metade do ouro comercializado no Brasil em 2021 (52,8 toneladas) apresenta sérios indícios de ilegalidade, o que equivale a 54% da produção nacional. De 2015 a 2020, o total de ouro com indícios de irregularidades alcançou 229 toneladas. O Instituto Escolhas tem como objetivo sistematizar pesquisas sobre mineração e uso da terra no país.
Desde a última quartafeira o contribuinte pode aderir ao Programa de Redução de Litigiosidade Fiscal, também conhecido como Litígio Zero. O prazo vai até as 19h de 31 de março. A adesão pode ser pedida por meio de processo digital no Centro de Atendimento Virtual da Receita Federal (e-CAC). O programa permite a renegociação de dívidas tributárias baseada na capacidade de pagamento do contribuinte em troca da desistência de ações na Justiça.
A Agência Nacional de Telecomunicações lançou o portal Qual Empresa Me Ligou, destinado a combater o telemarketing abusivo. O serviço, de acesso gratuito, permite aos consumidores consultar informações sobre as empresas que os importunam com ligações frequentes. Para usar a ferramenta, basta acessar o endereço https:// qualempresameligou.com.br/, informar o número que originou a chamada, incluindo o DDD, e clicar em “Consultar” após marcar a opção “Sou humano”.
Usados diariamente nos exames de imagem, os meios de contraste são essenciais para fornecer diagnósticos. Eles auxiliam na melhor caracterização das diversas estruturas do corpo e na diferenciação dos determinados tipos de lesões e tumores. Os agentes de contraste podem ser a base de iodo ou gadolínio, e administrados por via venosa, oral ou retal, a depender do método de imagem utilizado e indicação clínica, respectivamente.
A Santa Casa de Maceió possui unidades especializadas para realização de exames de imagem, dentre elas o Centro de Diagnóstico, localizado em sua sede, no Centro da capital alagoana, e na Santa Casa Farol. Mensalmente, são realizados cerca de 2.500 procedimentos de imagem, como ressonâncias magnéticas, tomografias computadorizas e radiografias; em cerca de 50% deles, são utilizados os meios de contraste.
O coordenador do Serviço de Radiologia da Santa Casa de Maceió e preceptor do programa de Residência Médica, o radiologista Rodrigo Pinheiro* destaca que, apesar da segurança e eficácia dos agentes de contraste quando administrados corretamente, algumas reações adversas podem acontecer.
“Eles só são realizados após uma anamnese direcionada e criteriosa, bem como de sua autori-
zação de uso, ou seja, o médico tem uma conversa com o paciente para saber a indicação clínica do exame, seu histórico de alergias e avaliar possíveis fatores de risco. Não existe exame para saber previamente se a pessoa é alérgica ao contraste”, disse o especialista.
Ainda, segundo Pinheiro, alguns mitos sobre o tema precisam ser derrubados. “Pessoas com alergias a crustáceos, por exemplo, não estão impedidas de realizar exames com meios de contrataste. É um mito. Existem pessoas alérgicas a mais de uma classe de medicamentos, mas, que, apesar disso, também não estão contraindicadas de sua uti-
lização. Aliás, é importante lembrar que sempre estamos preparados para qualquer reação, mas essas são bem raras de acontecer”, destacou.
Além das reações alérgicas, o uso dos meios de contraste pode causar danos aos rins, principal órgão responsável pela eliminação desses agentes pelo corpo. Porém, protocolos de nefroproteção, assim como preparos antialérgicos, podem ser utilizados previamente em casos específicos. Algumas reações são esperadas durante a administração do meio de contraste, como sensação de “queimação” e urgência urinária, mas elas não são sinônimo de alergia ao contraste.
Para a maior segurança do paciente, a utilização dos meios de contraste deve ser feita em um ambiente hospitalar e com estrutura para atender rapidamente qualquer tipo de reação adversa, além de possuir a assistência rápida de toda a equipe de radiologistas e médicos emergencistas do hospital.
“Metade dos pacientes que fazem esse tipo de exame conosco possui questões de saúde mais complexas. Apesar disso, nunca registramos nenhum óbito ou reação adversa mais grave no Complexo da Santa Casa. E caso aconteça, o protocolo é prontamente acionado”, ressaltou o radiologista Rodrigo Pinheiro.
Da mesma forma que as referências de consumo em motores a combustão suscitavam dúvidas, agora chegou a vez dos modelos elétricos neste caso específico de alcance. É preciso explicar primeiro que o PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular) é obrigatório, executado pelo Inmetro a partir de 2018, seguindo as diretrizes do regime Rota 2030 do rebatizado Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A bem da verdade, os critérios oficiais de consumo energético (mJ/km) e volumétrico (km/l) são hoje plenamente alcançáveis na maioria das situações de uso em cidade e estrada. O motorista pode confiar no valor declarado que, por óbvio, sempre vai depender das condições de tráfego e do modo de dirigir o veículo. Em certas circunstâncias há inclusive relatos de valores de consumo melhores do que os informados oficialmente.
No caso de modelos elétricos o alcance em quilômetros para ciclos urbano e rodoviário tornou-se a grandeza mais utilizada – e declarada – pela facilidade de ser percebida. Contudo, não é tão fácil estabelecer uma referência real, pois depende de temperatura ambiente (inverno e verão), uso do ar-condicionado, regeneração energética em freadas ou desacelerações graduais e até o ímpeto natural do motorista de sentir o torque instantâneo a seu dispor. Assim, a partir deste 1º de janeiro o Inmetro passou de forma acertada a aplicar um fator de correção de 30%, diminuindo nesta proporção o alcance obtido em laboratório pelos diferentes métodos aceitos internacionalmente: WLTP (europeu) e EPA (americano). Também existe a antiquada norma europeia NEDC declarada por algumas marcas chinesas e sem nenhum valor prático por estar fora
da realidade.
O site brasileiro useeletrico.com foi o primeiro a apontar os novos valores. No caso do automóvel elétrico mais vendido do país em 2022, o Volvo XC40 Recharge Single Motor o alcance “caiu de 420 km (no WLTP) para somente 231 km no PBEV, uma diferença de impressionantes 45%”. Mas, ressalta o site, o Nissan Leaf teve redução de 29%, de 272 km para 192 km, pela norma EPA mais severa que a WLTP.
Alcance de carros elétricos depende de outros fatores. Até, por exemplo, se limpadores do para-brisa e faróis são usados por períodos prolongados. Velocidade constante em estradas pode causar surpresas pois a regeneração em freadas é mais rara. Como regra geral um elétrico vai melhor em uso urbano e o motor a combustão, em velocidade constante nas estradas.
No início deste ano a Tesla foi multada na Coreia do Sul em US$ 2,2 milhões (R$ 11 milhões) por propaganda enganosa e um dos motivos por ignorar informações sobre alcance em temperaturas abaixo de zero °C. Estas discrepâncias vêm sendo apontadas igualmente por um site internacional: evdatabase.org. Lá divulgam estimativa de alcance real de todos os modelos elétricos à venda no mundo. Deixam claro o critério: inverno rigoroso e verão moderado, velocidade constante em estrada de 110 km/h e condições meteorológicas. Mesmo assim classificam verão moderado com temperatura de 23 °C e ar-condicionado desligado. Desconsideram o calor que obriga o uso do condicionador de ar, como aqui e em muitos outros países. Na maioria dos modelos a diferença entre pior e melhor situação chega perto de 100%.
Principal executivo da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa confirmou esta terça-feira que o programa de pesquisa da companhia batizado de Bio-Electro trará os primeiros resultados até o final deste ano na forma de uma solução desenvolvida localmente para um híbrido flex. Entretanto, não especificou quando entrará em produção e nem qual modelo será o escolhido.
Também apontou que até 2030 o grupo francoítalo-americano terá reduzido em 50% as emissões de CO2 no Brasil com a ajuda do etanol. Para este ano sua previsão de crescimento do mercado brasileiro de veículos leves e pesados
alinha-se aos 3% informados pela Anfavea. Ele acredita que no segundo semestre haverá um bom alívio na escassez de chips e outros componentes para impulsionar a produção. Sobre planos de curto prazo (até 2025) disse estar em período de silêncio obrigatório para empresas cotadas em bolsas de valores internacionais. No entanto desmentiu rumores incessantes aqui no Brasil de que o novo Peugeot 2008 terá sua produção transferida de Porto Real (RJ) para a Argentina. Notícias na imprensa especializada do país vizinho dão conta que esta decisão permanece em estudos.
n Creta N-Line oferece discretas mudanças visuais com toques esportivos, porém sem ênfase no desempenho. O motor 1-litro turbo igual ao restante da linha tem limitações com 120 cv e 17,5 kgf.m de torque. Ainda assim, recalibração da assistência elétrica de direção, de amortecedores e molas deixou o N-Line agradável de dirigir, mas a diferença não é tão sensível a ponto de chamar atenção do motorista menos técnico. O câmbio automático epicíclico de 6 marchas vai muito bem, assim como o freio eletromecânico de imobilização com ativação automática nas paradas (auto-hold). Com a alíquota menor do IPI de motores 1-litro parte dessa diferença é devolvida em equipamentos, acabamento e segurança. Rodas exclusivas de aro 17, saída dupla de escapamento, interior escurecido no teto e bancos, nova alavanca seletora de câmbio, teto solar panorâmico, frenagem autônoma de emergência (pedestres e outros veículos) e detetor de fadiga somam-se às muito úteis câmeras nos retrovisores com imagens projetadas no centro do quadro de instrumentos.
n Primeiros modelos homologados nos EUA com Nível 3 (automação condicional) não são da Tesla ou outros fabricantes. Mercedes-Benz informou que os sedãs de topo, Classe S e EQS (elétrico), chegam ao mercado no final do ano, apenas no Estado de Nevada. Há, porém, limitações: só funciona até 65 km/h e o motorista recebe alerta para assumir os comandos em situações mais difíceis. O sistema Drive Pilot, já homologado na Alemanha, é opcional e muito caro (a marca alemã não informou o preço). Outros fabricantes relutam em passar do atual Nível 2,5 para o 3, preferindo esperar pelo Nível 4 de automação avançada, porém distante da viabilidade comercial.
Tom Brady sua aposentadoria da NFL e do futebol americano aos 45 anos. Considerado o maior quarterback da história do esporte, o jogador encerrou a sua carreira após 23 temporadas, com 10 disputas de Super Bowl e sete títulos conquistados, além de múltiplos recordes. O próprio atleta foi às suas redes sociais anunciar a aposentadoria. Escolhido pelo New England Patriots na sexta rodada no draft de 2000, com a 199ª escolha geral, ele quebrou inúmeros recordes. Foi o quarterback mais velho a disputar uma
partida na liga, o jogador mais vezes campeão e com mais títulos de qualquer outra franquia da NFL, além de ter conquistado o prêmio de MVP da temporada regular em três oportunidades e do Super Bowl em outras cinco. Antes do início da temporada 2022/2023 da NFL, Brady chegou a anunciar que encerraria sua carreira em janeiro de 2022. Quase dois meses depois, o jogador voltou atrás em sua decisão, retornando para mais um ano com o Buccanneers, franquia pela qual venceu um Super Bowl em 2021.
ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou os valores de premiação da Copa do Brasil deste ano. Além de uma vaga na Copa Libertadores, o grande campeão irá receber R$ 70 milhões, R$ 10 milhões a mais do que no último ano. Caso dispute todas as fases do torneio, a equipe que erguer a taça pode receber até R$ 91,8 milhões. O torneio será organizado em três grupos: clubes da Série
A (grupo 1), Série B (grupo 2) e Série C, D e demais times (grupo 3). Até a segunda fase, as equipes dos dois primeiros grupos faturam mais em caso de classificação. Na etapa seguinte, a premiação passa a ser igualitária. A Copa do Brasil conta com 92 clubes e tem participantes de todos os estados do país.
A Liga Mundial de Surfe está oficialmente de volta. E a tempestade brasileira também. Os donos dos últimos quatro títulos da WSL começaram mais uma vez mostrando que podem aprontar também na temporada 2023. Nove brasileiros garantiram vaga na próxima fase com os 32 melhores surfistas do mundo. Apenas Jadson André foi eliminado neste primeiro dia de competições na onda mais lendária do surfe, a etapa de Pipeline, no Havaí. Gabriel Medina, Filipe Toledo, Miguel Pupo, Caio Ibelli e João Chianca venceram suas baterias de estreia. Italo Ferreira e Samuel Pupo avançaram na segunda colocação de seus confrontos também no round 1.
O CRB abriu vantagem na liderança do Campeonato Alagoano. O Galo da Praia visitou o ASA em Arapiraca e venceu o clássico por 2 a 1. No primeiro tempo, Fábio Alemão cruzou da esquerda e Auremir apareceu livre na área alvinegra para abrir o placar no Fumeirão. Na etapa final, Anderson Leite serviu a Matheus Ribeiro, que completou para o gol após uma bela jogada de contra-ataque. O ASA descontou aos 43 minutos. De falta, Everton Heleno fez um bonito gol no Coaracy. O CRB disparou na primeira colocação do estadual, agora com 13 pontos, segue apresentando o melhor futebol da competição até o momento e deve figurar entre os semifinalistas do torneio.
Aqueda de braço entre os senadores Renan Calheiros, Renan Filho e o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, tem como cenário do duelo a Câmara Municipal da maior cidade do interior alagoano. São dez vereadores “armados até os dentes” e dispostos a chupar o sangue do chefe do Executivo arapiraquense, que outrora já foi carne e unha do estrategista Renan Calheiros, pai.
E como não poderia ser diferente, a pendenga foi parar no Tribunal de Justiça de Alagoas que, entre uma decisão e outra, vai aflorando os ânimos dando margens a interpretações equivocadas, colocando ainda mais água no caldeirão efervescente.
Vejamos: em sentença publicada na terça-feira (31), o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, desembargador Fernando Tourinho, julgou procedente a ação dos vereadores Léo Saturnino e Fany Gabriela contra o edital publicado no ano passado e suspendeu os atos praticados na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Arapiraca.
Ainda na decisão, o desembargador Fernando Tourinho determinou, por lei, que o vereador mais votado, no caso Rogério Nezinho (MDB), assuma a presidência da Câmara de Vereadores de Arapiraca pelo período de 30 dias, até que um novo edital para eleição seja publicado em conformidade com a legislação e uma nova Mesa Diretora assuma a presidência do Poder Legislativo Municipal.
Para surpresa geral, os 10 vereadores que formam o grupo de oposição aumentaram o tom e, contrariando decisão judicial, se reuniram na noite de quarta-feira (1º) na sede do parlamento e reelegeram Thiago ML para o biênio 2023-2024. Em release enviado à imprensa, a assessoria da Câmara informou que “a realização do pleito atendeu à decisão do presidente do TJ/AL, desembargador Fernando Tourinho”.
E os alagoanos assistem, atônitos, o desenrolar desse confronto que pelo jeito só deve parar com o nocaute de um dos adversários. Como é de domínio público, os Renans alegam que foram traídos duas vezes pelo antigo aliado e que agora não tem perdão. E vão mesmo para o tudo ou nada. É de fato uma briga de titãs, que se enfrentam com armas poderosas, envolvendo nesse jogo alguns profissionais de imprensa que se embrenharam na briga a mando dos magnatas dos meios de comunicação.
As armas – Luciano tem uma bagagem magnífica e não é um “Zé Ruela” qualquer: foi secretário municipal de Arapiraca de Saúde e Finanças, secretário estadual de Educação, foi vice-governador, está no terceiro mandato de prefeito e já foi ministro da Integração Nacional, indicado por nada mais nada menos do que Renan Calheiros. Barbosa garante que não abre nem para um trem, carregado de dinamites com um maquinista maluco fumando charuto cubano. E deixa claro que acredita na lei e na ordem.
Já os senadores Renans estão para lá de fortalecidos, com o apoio imprescindível do governador Paulo Dantas, que foi preterido por Luciano nas últimas eleições. Barbosa abraçou a candidatura do enigmático senador Rodrigo Cunha para o Governo de Alagoas, causando embaraços no grupo político liderado por Calheiros. Dantas cansou de pedir apoio a Barbosa que sempre lhe deu um não com todas as letras, alegando compromisso para eleger o filho Daniel Barbosa deputado federal, como de fato aconteceu.
Se olharmos atentamente para os fatos, podemos dizer que esse atrito é digerível até o momento. A preocupação, no entanto, é que sentindo o nocaute, o que significa a destruição total – política e pessoal ¬–, resolvam abrir o jogo sobre o oponente.
Aí, caro leitor, é se preparar para uma situação inimaginável que, se de fato chegar a esse ponto, o caldeirão deve explodir e como uma caixa de pandora revelar segredos guardados a sete chaves. É tudo o que a imprensa nacional deseja. Mas, como um bom alagoano, este colunista, nascido em Pão de Açúcar e criado entre as cidades de Maceió e Arapiraca, não acredita nessa hipótese.
No momento, é juntar as mãos e os pés e pedir a Nossa Senhora do Bom Conselho, padroeira de Arapiraca, para iluminar a cabeça desses políticos, que já foram amigos, para que em nome do estado de Alagoas optem pelo bom senso e olhem para nosso povo sofrido que carece de bons gestores e não gladiadores.
... Festa da Padroeira – Na terça-feira, 31, cerca de 170 cavaleiros e amazonas partiram da cidade de Bom Conselho, interior de Pernambuco, com destino à cidade de Arapiraca trazendo a imagem da padroeira do município arapiraquense.
Pelo vigésimo ano seguido, o povo de Arapiraca refaz o trajeto do fundador de Arapiraca, Manoel André, no ano de 1864, trazendo a imagem de Nossa Senhora de Bom Conselho até a Capital do Agreste, em uma missão de tradição e fé.
... Os cavaleiros e amazonas saíram na quarta-feira, 1, bem cedo de Palmeira dos Índios para o Povoado Coité das Pinhas, município de Igaci, onde almoçaram. Por volta das 14h também de quarta-feira, a comitiva deixou Coité das Pinhas e partiu em direção ao Povoado Vila São José, antiga Lagoa do Rancho, já em território arapiraquense.
... Após pernoitarem na localidade, todos saíram na manhã de quintafeira, 2, da Vila São José, passando pelo Sítio Bom Nome, com destino ao bairro Massaranduba, onde os participantes da cavalgada almoçaram. O cortejo foi organizado pela Associação dos Criadores de Cavalos de Sela de Arapiraca (Acesa).
... A chegada da imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho na Concatedral foi por volta das 16h de quintafeira, 2, onde a padroeira foi saudada pelos fiéis que se concentraram ao longo da parte final do trajeto de Bom Conselho até Arapiraca.
A Cavalgada da Padroeira, que este ano chegou à sua 20ª edição, presta essa homenagem à história e à fé da comunidade católica arapiraquense.
... Supostos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio estão sendo investigados pelo Ministério Público de Alagoas no município de São José da Tapera.
O promotor de Justiça Fábio Bastos Nunes instaurou um Procedimento Investigatório Criminal para apurar as denúncias. A portaria de instauração do procedimento foi publicada no Diário Oficial do Ministério Público do dia 27 de janeiro.
... Um excelente final de semana para todos. Até a próxima edição. Fuiii!!!!
AEletrobras fez, na terça-feira (31), aportes no valor total de R$ 883 milhões para implementação de projetos de sustentabilidade na região das hidrelétricas pertencentes às empresas Eletrobras, Chesf, Furnas e Eletronorte. O montante decorre das obrigações previstas nos contratos de concessão fechados na capitalização da empresa. O valor é relativo à parcela de 2023 e resultado da aplicação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde a data da assinatura dos contratos, 17 de junho de 2022, ao montante nominal total de R$ 875 milhões. Os recursos financeiros serão anuais, por um período de dez anos, dos quais R$ 350 milhões da Chesf, destinados à revitalização de bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Parnaíba; R$ 295 milhões da Eletronorte, para reduzir o custo total de geração na Amazônia Legal; e R$ 230 milhões de Furnas, empregados nas áreas de influência das hidrelétricas das empresas. No projeto a ser implementado a partir do fundo formado para a Eletronorte, pró -Amazônia Legal, está também a melhoria da navegabilidade do Rio Madeira e do Rio Tocantins, além de programas de geração de energia renovável e interligação de sistemas isolados, que reduzam estruturalmente os custos de geração de energia elétrica suportados pela Conta de Consumo de Combustíveis.
Nas últimas semanas, as fortes imagens de indígenas yanomami desnutridos e de grandes áreas de florestas devastadas pelo garimpo suscitaram a pergunta: para onde vai o ouro retirado das terras indígenas (TIs)? O Instituto Escolhas, que sistematiza estudos sobre mineração e uso da terra, aponta que em 2021 as 52,8 toneladas de ouro comercializadas no Brasil tinham graves indícios de ilegalidade, o que corresponde a mais da metade (54%) da produção nacional. Entre 2015 e 2020, o total de ouro com indícios de ilegalidade comercializado no Brasil foi de 229 toneladas. O instituto destaca, ainda, que quase dois terços do ouro (61%) são extraídos da Amazônia. A suspeita é de que 32 toneladas do metal recolhido na região, em 2021, eram irregulares. Em relatório, a entidade também cita quais os estados de onde saiu o ouro no ano analisado. Mato Grosso é o principal local de origem (16 toneladas), seguido pelo Pará (13,6 toneladas), Rondônia, Tocantins, Amapá e Amazonas. Embora se possa identificar a origem do ouro, saber o destino das pepitas é um desafio, conforme ressalta a gerente de Portfólio do Instituto Escolhas, Larissa Rodrigues, que coordenou o estudo. Por isso, o instituto apresentou, junto com o diagnóstico, uma proposta de rastreio do ouro.
José Fernando Martins josefernandomartins@gmail.com
Entre janeiro e outubro de 2022, a Mata Atlântica perdeu 48.660 hectares, por desmatamento. Somente entre os meses de agosto e outubro, a área desflorestada foi de mais 6.850 hectares.
Os dados são do novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, divulgado esta semana pela Fundação SOS Mata Atlântica. O SAD Mata Atlântica resulta de uma parceria entre a fundação, a Arcplan e o Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas), que contribui com a ferramenta de MapBiomas Alerta. O sistema capta notificações de todo o mapa do bioma, que compreende 17 estados brasileiros. Ao todo, durante o período de dez meses, foram emitidos 6.378 alertas e, entre agosto e outubro, 1.117. Entre janeiro e outubro, os estados com maior área desmatada do bioma foram Bahia e Minas Gerais, com 15.814 e 14.389 hectares, respectivamente. O Piauí aparece em terceiro lugar na lista, com 6.232 hectares. A fundação ressalta que os dados apontam a concretização do aumento gradual do raio de desmatamento na Mata Atlântica, assim como em outros biomas do país. A entidade pondera, ainda, que, em todos os casos, independentemente do bioma, a devastação está relacionada à expansão agropecuária e a falhas na fiscalização e no combate ao desmatamento, “o que também marcou 2022 em todo o Brasil”.
O Ministério da A ministra da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, anunciou a liberação de cerca de 200 milhões de euros a serem empenhados em ações ambientais no Brasil num período de 100 dias. O comunicado foi feito durante coletiva de imprensa em Brasília. Ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a ministra alemã Schulze confirmou, dentro do aporte total, 35 milhões de euros para o Fundo Amazônia e 31 milhões de euros para apoio a estados da Amazônia na implementação do que o governo alemão se refere como “ações ambiciosas” para maior proteção da floresta. A cifra total inclui ainda 29,5 milhões de euros em apoio a um fundo garantidor de eficiência energética para pequenas e médias empresas, com contribuição direta a investimentos privados em eficiência energética; e 5,37 milhões de euros em projeto de consultoria para o fomento de energias renováveis na indústria e no setor de transportes. Também estão previstos no montante anunciado 13,1 milhões de euros em projeto destinado a apoiar pequenos agricultores em ações de reflorestamento de suas terras; 80 milhões de euros para que agricultores tenham acesso a linhas de crédito a juros reduzidos; e 9 milhões em apoio a cadeias de abastecimento sustentáveis.
Sentado em seu trono presidencial, o marechal quase não falava. A cabeça movendo, um monossílabo ou o agitar de sua mão mole eram encarados pelos oficiais como gestos de um grande estadista, sinais de força e sinceridade. Por certo, um Bismarck, um Napoleão Bonaparte. Um mito!
— Energia, marechal!, gritava um, mais jovial.
Estava cercado pela falange sagrada do Brasil: os cadetes da Escola Militar, com todos os seus direitos e privilégios, também para se aproximar do ditador.
Havia neles uns trapos de Positivismo, transformando Floriano e a República numa fé, num feitiço, onde oferendas e crimes eram depositados num altar para honra e glória de suas qualidades intelectuais.
Veja que coisa: ainda somos mendigos de heróis e grandes homens.
Em verdade, Floriano tinha mesmo uma imagem vulgar e desoladora. Não tinha estas qualidades intelectuais. Nem ânimo. Tinha sim uma mórbida preguiça ao trabalho.
“O bigode caído; o lábio inferior pendente e mole a que se agarrava uma grande ‘mosca’; os traços flácidos e grosseiros; não havia nem o desenho do queixo ou olhar que fosse próprio, que revelasse algum dote superior. Era um olhar mortiço, redondo, pobre de expressões, a não ser de tristeza que não lhe era individual, mas nativa, de raça; e todo ele era gelatinoso — parecia não ter nervos”.
A política lhe serviu para completar sua carreira militar medíocre. Veja: quando era diretor do Arsenal de Pernambuco, nem energia tinha para assinar o expe-
Floriano Peixotodiente; e durante o tempo em que foi ministro da Guerra, passava meses e meses sem lá ir, deixando tudo por assinar, até nomear um assessor para rubricar suas ordens. Tinha preguiça de pensar e de agir. Vinha daí seu mutismo, os “sinais” de grandeza vistos pelos oficiais e espalhavam popularidade. Andava de chinelos e isso deu-lhe aquele aspecto de calma superior, calma de grande homem de Estado ou de guerreiro extraordinário. A sua concepção de governo não era o despotismo, nem a democracia, nem a aristocracia; era a de uma tirania doméstica. O bebê portou-se mal? Castiga-se. Levada a coisa ao grande, o portar-se mal era fazer-lhe oposição, ter opiniões contrárias às suas e o castigo não era mais palmadas, porém, prisão e morte. Não há dinheiro no Tesouro? Ponham-se as notas recolhidas em circulação, assim como se faz em casa quando chegam visitas e a sopa é pouca: põe-se mais água.
A educação militar e a fraca cultura realçaram essa concepção perversa, de desprezo pela natureza humana. Os olhos místicos que o cercavam, porém, viam mesmo um homem que não negava esperanças. A sua ação poderosa havia de se fazer sentir pelos oito milhões de quilômetros quadrados do Brasil, levando-lhes estradas, segurança, proteção aos fracos, assegurando o trabalho e promovendo a riqueza. O marechal de ferro era mesmo imbroxável.
Texto adaptado (e atualizado) a partir da descrição do escritor carioca em seu livro Triste Fim de Policarpo Quaresma
