Edição 1209

Page 1

e

GRUPO JL

MASSA FALIDA

IMPÕE CONDIÇÕES

PARA RENOVAR

ARRENDAMENTO

DA URUBA 14

REVIRAVOLTA

AÇÃO DE IMPROBIDADE

CONTRA TÉO

VILELA VOLTA A

JULGAMENTO 7

Taxa de registro na compra de veículos voltará a ser cobrada

O Detran-AL voltará a exigir o registro em cartório dos contratos de financiamento de veículos e motos novos e usados, suspenso desde 2012 por decisão judicial. A taxa vai de R$ 300 a R$ 500 e será paga pelo consumidor. 2

ALIANÇA ENTRE ARTHUR LIRA E JHC

ESBARRA EM LULA

n Prefeito de Maceió decide marchar com Bolsonaro; deputado caiu nos braços do petista 6

CANAL DO SERTÃO

PAULO DANTAS QUER

APOIO FEDERAL PARA

CONCLUIR TRECHO 5

DA OBRA 3

REVITALIZAÇÃO DO PINHEIRO

TÉCNICOS COBRAM

TRANSPARÊNCIA EM PROJETO

PAGO PELA BRASKEM

NOVA TUNGA n Pesquisas revelam que 27% das vítimas alimentam ideias suicidas 11, 12 e 13

GOOGLE STREET MÁRCIO FERREIRA/AGÊNCIA ALAGOAS
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ANO XXIV - Nº 1209 - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 - R$ 4,00
MACEIÓ - ALAGOAS
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COPERVALES

extra e

MACEIÓ - ALAGOAS

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COLUNA

Extorsão oficial

1- O Detran estuda a volta da exigência de registro em cartório dos contratos de compra de automóveis financiados, que está suspensa em Alagoas desde 2012 por decisão judicial. A taxa cobrada no registro do contrato é ilegal e imoral e se destina a engordar o caixa dos órgãos de trânsito e dos cartórios; por isso ainda vigora no país.

2- A única transação bancária que a lei exige registro em cartório é o contrato de imóveis com alienação fiduciária. A exigência para contrato de automóveis é fruto de “acordo” entre o sindicato dos cartórios e os órgãos de trânsito, com aval das corregedorias de Justiça, que recebem um naco dessa receita.

Roubalheira secreta

Ao insistir na defesa do famigerado orçamento secreto, Arthur Lira diz que quem conhece as carências dos municípios são os deputados, não os ministros. Esqueceu do roubo escandaloso desses recursos enviados a prefeitos aliados no último ano do governo passado. Rio Largo é um dos municípios onde a PF constatou desvio de R$ 49 milhões do orçamento secreto enviados por Arthur Lira ao amigo prefeito Gilberto Gonçalves A roubalheira se estendeu a vários municípios do Maranhão, Piauí, Ceará e outros estados.

Compliance onde?

Lira e o doleiro

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As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal

3- A lei determina apenas que no Certificado de Registro de Veículo (CRV) expedido pelo Detran deve constar a alienação fiduciária do automóvel para o banco financiador, não sendo necessário registrar o contrato em cartório. O valor do registro varia de estado para estado, indo de R$ 300,00 a R$ 500,00 para carro e motocicleta, novos e usados.

4- No passado o registro de alienação fiduciária era obrigatório, mas com a revogação do art. 66, § 1º da Lei 4.728/65 a exigência acabou. Inconformado, o lobby dos cartórios recorreu contra a mudança na legislação, mas o STF pôs fim à mamata ao declarar a inconstitucionalidade dessa taxa no julgamento da ADI 4333.

5- “É evidente que há uma afronta ao princípio da legalidade tributária, nos termos do artigo 150, inciso I, da Constituição Federal, pois todos os elementos da exação [cobrança] teriam que estar previstos em lei”. Com esse argumento, o juiz Carlos Aley Santos de Melo decidiu, em 2012, pela ilegalidade da taxa de registro em Alagoas.

6- Antes de autorizar a volta dessa tunga para o consumidor alagoano, o governador Paulo Dantas deve examinar a questão a fundo e frear o ímpeto tributário do Detran somado à ganância dos cartórios. Afinal, Alagoas é um dos estados mais pobres do país e metade de sua população sobrevive do Bolsa Família.

O Alagoas Previdência ganhou uma diretoria de Governança e Compliance (lê-se compláience), cujo objetivo é “garantir que a autarquia atue de forma eficiente e transparente em conformidade com diretrizes e leis vigentes”.

Ao ler a novidade nas redes sociais, um dirigente do próprio órgão foi irônico: “Falar em ‘compliance’ no Alagoas Previdência é a mesma coisa que pregar a indulgência do diabo. Nada a ver. Afinal, ‘compliance’ é seguir as leis”. Vale lembrar que o Alagoas Previdência não tem um único servidor de carreira, concursado; todos que ali trabalham são comissionados.

A Constituição proíbe esta prática ao determinar que nenhum ato administrativo de caráter técnico ou operacional pode ser praticado por servidor comissionado.

Corrupção da toga

O CNJ abriu investigação contra um desembargador federal de Brasília suspeito de vender sentença para traficantes internacionais de drogas. Deve ser terrível viver em uma cidade onde magistrados vendem sentença.

Três dias após a prisão de Alberto Youssef – doleiro que delatou meia república na Lava Jato – o ministro Gilmar Mendes, do STF, mandou para as calendas três ações penais contra Arthur Lira e o pai, Biu de Lira, por corrupção.

Pode até ser coincidência, mas pouca gente acredita nessa hipótese. Nem o próprio Lira.

Curso de medicina

O governador Paulo Dantas confirmou ao reitor Henrique Costa que vai implantar o curso de medicina da Uncisal em Delmiro Gouveia. A decisão atende indicação do deputado Inácio Loiola (MDB), aprovada na Assembleia Legislativa. O Sertão agradece.

Cara de pau

Servidores do Tribunal de Contas do Estado se sentiram enojados ao verem Anselmo Brito usar sessão pública do TC para dar parabéns ao ex-conselheiro Cícero Amélio por seu aniversário.

A ira dos servidores tem a ver com a série de denúncias de Anselmo Brito que levaram ao afastamento de Cícero Amélio e posterior perda do cargo. Lembram que Brito pratica hoje todas as irregularidades atribuídas a Amélio e demais conselheiros.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 2 e extra
“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)
DA REDAÇÃO
ASCOM RL

CANAL DO SERTÃO

Dantas costura acordo para concluir trecho 5

do com recursos estaduais.

veia a Arapiraca, atendendo 42 cidades. Sua longa história quase sempre tinha pela frente propinas pagas a políticos locais, sobrepreço, recomendações do Tribunal de Contas da União para a paralisação dos trabalhos.

A assinatura do primeiro contrato das obras foi em 23 de julho de 1993. No projeto original, promete 10 mil hectares de faixa agricultável, 250 km de extensão. Oito governadores passaram por esta obra, incluindo Renan Filho e Paulo Dantas. Ambos tinham 14 anos quando foi assinado o primeiro contrato.

Naquela época, a obra custava “quatrilhões” de cruzeiros ou uma cifra de 15 números: Cr$ 1.058.325.110.753,20.

Em 2020, pesquisa do professor Ricardo Santos Almeida, do curso de Geografia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), constatou que um dos grandes beneficiados pelas águas do canal continua sendo o agronegócio.

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Palmeira) através do consórcio OECI/TPF.

Ogovernador

Paulo Dantas (MDB) costura em Brasília parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as obras do trecho 5 do Canal do Sertão.

Este trecho vai do quilômetro 123,5 a 150, passando por São José da Tapera, Olho d’Água das Flores e Monteirópolis. 239 mil pessoas devem ser beneficiadas, o que equivale a pouco mais de 10% da população alagoana.

O valor anual do contrato sofreu reajuste. Passou de R$ 429,8 milhões para R$ 460 milhões: R$ 33,2 milhões a mais. Será executado pela Secretaria de Infraestrutura (liderada pelo ex-prefeito de Maceió Rui

O administrador deste consórcio é o engenheiro civil Henrique de Melo Paixão, que era diretor de contrato da Construtora Odebrecht.

A retomada das discussões sobre o Canal do Sertão só existiu após a eleição de Lula. O governo alagoano se queixa que o ex-presidente Jair Bolsonaro não investiu na obra.

Em 13 de maio de 2021, Bolsonaro inaugurou o trecho 4, em São José da Tapera.

Dois meses depois, 7 de julho, ele rescindiu o contrato acusando o Estado de não cumprir as exigências para o recebimento dos recursos federais na construção do trecho 5.

Ao EXTRA, a Seinfra informou que o trecho 4 foi finaliza-

“O Canal do Sertão é uma obra que foi realizada com recursos federais e o governo Paulo Dantas, com a mudança de cenário em Brasília, busca reativar a parceria para a conclusão de mais um trecho desta obra que é de suma importância para os alagoanos”.

As tratativas a respeito do quinto trecho coincidem com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Estado.

O governo espera que esta situação seja revertida em abril, quando o reajuste da alíquota de ICMS (de 17% para 19%) preencherá os cofres públicos de ‘dinheiro novo’.

SEM FIM

Segunda maior obra hídrica do Nordeste (a primeira foi a transposição do rio São Francisco), o Canal do Sertão é um imenso rio a céu aberto com objetivo de levar água do São Francisco de Delmiro Gou-

“O agronegócio busca se expandir em todo o território, deixando suas marcas avassaladoras, pois o que necessita é a acumulação do capital e o Estado a valorização da região, mediante grandes obras, como a apresentada que visa o uso de sua maior parte de irrigação destinada ao agronegócio e poucas áreas para o desenvolvimento da agricultura familiar”, disse.

“As empresas buscam o melhor e mais vantajoso território para a sua instalação, onde ofereçam condições necessárias e o Estado prepara o ambiente, como o uso das águas do Canal do Sertão, que de certa forma, não irá beneficiar diretamente o pequeno agricultor, mas as empresas no desenvolvimento do Estado”, analisa.

O Movimento dos Sem-Terra (MST) tem opinião semelhante. Crê que o canal é para servir aos interesses de uma mineradora em Craíbas e menos as propostas de agricultura familiar. Leva em conta o histórico de ocupação das terras onde passa o canal: áreas de latifúndio ocupadas por líderes político-partidários do interior que dominam várias cidades, como a estratégia dos antigos coronéis e ligados ao poder central.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 3 e extra ASCOM SEINFRA
Governador quer recursos federais na obra e busca afastar ‘fantasma bolsonarista’ de projeto
Paralisadas na gestão de Bolsonaro, obras do Canal do Sertão devem ser retomadas com apoio de Lula

Candidatura inviável

Parece que foram mesmo conversa fiada as avaliações de que o ex-secretário da Fazenda George Santoro estivesse pronto para uma possível candidatura à Prefeitura de Maceió. De difícil relacionamento político, eis que nunca foi bem visto por colegas no Palácio República dos Palmares, Santoro praticamente

Sem raízes

Além de nunca ter tido um relacionamento republicano com seus colegas secretários, George Santoro não é daqui, veio atrelado ao grupo da Família Calheiros e, portanto, não tem raízes políticas para tentar uma candidatura à Prefeitura de Maceió.

Aplaudindo

Os comentários de que o MDB poderia escalar George Santoro para uma disputa majoritária simplesmente agradaram a oposição, que analisa como um candidato que não faz medo numa corrida política majoritária.

De olho

Mas ao se tomar conhecimento de que Santoro continuará residindo em Maceió, é de se perguntar se ele não trabalha, sob a proteção da Família Calheiros, para disputar um cargo eletivo futuramente.

Passado negro

A Secretaria de Segurança Pública tem trabalhado 24 horas por dia para que crimes de mando sejam abolidos de uma só vez em Alagoas, mesmo que venha a apontar indícios de participação de supostas autoridades. As denúncias do prefeito Marlan Ferreira contra o deputado Antônio Albuquerque de que este teria um plano para assassiná-lo, o que o parlamentar nega enfaticamente, faz lembrar os dias negros em que Alagoas esteve envolvido por décadas na pistolagem.

Briga política

Quem conhece Marlan e Albuquerque sabe que isso é uma briga política para quem quer assumir o protagonismo em Limoeiro de Anadia e municípios circunvizinhos e que deve se acentuar agora com relação às eleições do próximo ano.

está afastado do páreo. Nos bastidores do Palácio a saída do ex-secretário da pasta para servir ao Ministério dos Transportes foi encarada como um alívio por seus colegas. Santoro é quem fazia e desfazia na corte e isso desagradava aos seus superiores imediatos.

Sinal de alerta

Pelo sim, pelo não, as autoridades devem ficar atentas aos rumores, denúncias e arroubos de quem quer que esteja envolvido em supostos planos de crime de mando. Já basta o que Alagoas passou durante um tempo.

Alvo maior

A Equatorial está de olho não tão somente em residências de baixa renda na periferia de Maceió, mas, principalmente, em casas de barões que infestam as regiões mais valorizadas da capital. Em condomínios de luxo a prática é recorrente e a empresa promete ser ainda mais dura com os fraudadores daqui pra frente.

Equilíbrio

O deputado Arthur Lira está sendo o ponto de equilíbrio entre o governo do presidente Lula e a Câmara dos Deputados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sabe da importância do presidente da Câmara e preferiu, no início da semana, dar ciência ao projeto do novo arcabouço fiscal do governo para que os parlamentares não tomem conhecimento através da imprensa. O governo aposta em Lira para transpor as dificuldades vindas da oposição.

Sem acordo

Embora com relacionamento republicano em defesa do Brasil, Arthur Lira e Renan Calheiros não dão e nem querem dar qualquer pista de sentarem à mesa sobre os destinos de Alagoas, é claro. É uma disputa regional onde não existe acordo.

Olho por olho...

Ao contrário de sua habitual diplomacia, o deputado federal Alfredo Gaspar soltou o verbo na última quarta-feira quando defendeu medidas duras contra o crime organizado, que projetava o assassinato do senador Sérgio Moro e de um promotor de Justiça de São Paulo. Gaspar culpou a leniência do governo federal e atacou o PT, além de adjetivar os chefes de facções criminosas como vagabundos.

Evidência

É impressionante como facções criminosas estão tão em evidência nos últimos meses. Além da ameaça de matar o senador Sérgio Moro e um promotor de Justiça, a explosão da violência no Rio Grande do Norte é de assustar.

Assumindo

O prefeito JHC, com a indicação de sua mãe para presidir o Partido Liberal das Mulheres em Alagoas, assume que marchará com a família Bolsonaro nos próximos embates políticos. Pelo menos é a projeção inicial, mas em política, bem, tudo pode acontecer.

De olho na grama

Mesmo que tenha cumprido alguns compromissos com quem teve a vida atrapalhada pela tragédia do Pinheiro, a Braskem, certamente, ainda vai gastar uma boa grana daqui pra frente. O cerco é grande, tanto dos governos municipal e estadual, além, é claro, das vítimas que não estão nada satisfeitas com o desenrolar do problema.

Boa hora

O anúncio do governador Paulo Dantas de que a Uncisal poderá estender sua rede de ensino para o Sertão de Alagoas chegou em boa hora. Isso vai possibilitar a possibilidade de um número maior de jovens a se habilitar a um curso superior, a exemplo do que já ocorre no município de Arapiraca.

Surpreendido

Quem duvidava que o governador Paulo Dantas teria o mesmo desempenho de Renan Filho, deve estar surpreso com os seus primeiros meses de governo. Dantas tem andado na capital e no interior, investido maciçamente na área social e anunciado grandes projetos de interesse público, a exemplo da interiorização da Uncisal.

MOUSINHO
MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 4 e extra
GABRIEL

Blocões vão definir nomes a prefeituras e governo

Toma lá, dá cá: Calheiros e Lira esperam apoios para se reposicionarem em cenário de poder

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Ostradicionais nomes da política partidária em Alagoas se organizam em torno de blocos para se lançarem nas eleições, apoiando candidatos em prefeituras e câmaras de vereadores para, em seguida, serem votados mais adiante.

Esqueça a ideia de futuro. Quando se trata dos interesses paroquiais, o amanhã é tratado como algo urgente, para ontem.

São basicamente dois blocões: o do senador Renan Calheiros (MDB) e o do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

O ex-senador Fernando Collor (PTB) segue sozinho, mas reconstrói ligações com o prefeito de Maceió, JHC (PL). Collor pode ser lançado candidato ao governo ou Senado, mais provável é esta última solução.

O PT segue a reboque de Calheiros e o PSOL, sem dinheiro e lideranças com forças nas urnas, continuará aguardando uma definição de todas as posições de cada personagem da grande política para anunciar candidatos sem chance de vitória.

Todo este cenário está ligado ao desempenho da nova administração no governo federal. Lira comanda o Centrão e obriga que o governo faça concessões. A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está ligada ao bom desempenho na economia, mas o país precisa crescer ou os apoios vão sair do controle.

BLOCÃO CALHEIROS

O governador Paulo Dantas (MDB) incrementa suas bases eleitorais no Sertão.

Em Batalha, se uniu com a Natville para inaugurar uma fá-

brica que vai gerar de 300 a 400 empregos e investimentos de meio bilhão de reais para produção de leite.

Em Santana do Ipanema, expõe a secretária da Primeira Infância Paula Dantas como voz e rosto em ações assistenciais e na saúde.

O governador é um dos principais produtores de leite em Alagoas. E ele já constrói caminhos para o dia 1º de janeiro de 2027, quando não será mais chefe do Executivo e nem pode disputar a reeleição.

Hoje tem ao menos 100 mil votos, suficientes para se eleger deputado federal. Ou pode disputar o Senado, ao lado de Renan Calheiros (MDB), levando em conta que em 2026 estarão abertas duas vagas, hoje ocupadas por Renan e Rodrigo Cunha (União Brasil).

O vice-governador Ronaldo Lessa (PDT) também é tratado como nome a federal, mas a tendência é que ele siga no governo para “fechar as contas”, caso Paulo Dantas decida renunciar

para se candidatar ao Senado. Mas o PDT precisará de nomes com chance de sentar na Câmara dos Deputados. Até lá, alguma solução será construída.

O presidente da Assembleia, Marcelo Victor (MDB), quer a reeleição e constrói Bruno Toledo (MDB) para sucedê-lo no comando do Legislativo estadual. Bruno é 1º vice-presidente.

Também na Assembleia, o 2º secretário Ricardo Nezinho é tratado como peça importante mas para outro blocão: o que está incluído o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa. Ele disputa a reeleição e está ligado ao presidente da Câmara e tem proximidade com o senador Rodrigo Cunha, também arapiraquense.

O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), é trabalhado em Brasília para ser o próximo presidente do Senado, sucedendo Rodrigo Pacheco (PSD-RO). Em último caso, deve disputar o governo alagoano em 2026.

Setores da mídia estão surpresos com a desenvoltura de Renan Filho no cargo, o que aumenta seu capital político.

Este blocão dos governistas tem dois ‘buracos’:

- quem será indicado pelos Calheiros para disputar o governo?

- quem vai disputar a Prefeitura de Maceió, principal colégio eleitoral de Alagoas e onde os Calheiros nunca ganharam uma eleição?

O deputado federal Rafael Brito (MDB) e o estadual Alexandre Ayres (MDB) teriam de alcançar popularidade semelhante à do prefeito JHC, apesar da boa votação que ambos tiveram na capital ano passado.

Nome que vem ganhando bastante força deste blocão governista para a Prefeitura de Maceió é o do secretário de Infraestrutura, Rui Palmeira (PSD). Prefeito por dois mandatos, Rui é considerado ‘pedra no sapato’ para JHC.

Dois entraves no caminho de Rui:

- sua votação ano passado: disputando o governo, obteve 13,81% dos votos na capital, muito pouco a quem já teve importante posição política na capital;

- Marcelo Victor apoia menos o ex-prefeito por ter menos influência na Seinfra, uma secretaria “mais calheirista”.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 5 e extra
AGÊNCIA ALAGOAS Renan Filho e Rui Palmeira estão em evidência no bloco formado pelos governistas
JOGO DO PODER

JOGO DO PODER

to mirim quanto para Brasília. Foi basicamente o eleitor da capital quem elegeu o delegado para a cadeira federal. Sua atuação também é próxima da ideia conservadora, puxando para a extrema direita.

Por enquanto, a união Lira e Jota está em banho-maria. Aguarda uma posição do presidente da Câmara, hospedado mais em Brasília que em Alagoas.

Na capital federal, os abacaxis para descascar são bem maiores e envolvem mais gente, prestígio e dinheiro:

- acordos com a era Lula para a liberação de restos a pagar de R$ 9 bilhões do antigo orçamento secreto, honrando compromissos dos colegas na Câmara;

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Osegundo

blocão que também envolve nomes da política tradicional alagoana ainda passa por arranjos e costuras. O objetivo é mandar mais que os Calheiros, em Alagoas e Brasília.

Existe uma estratégia em curso: aproveitar o tour que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planeja fazer pelo país –programado para abril; trazê-lo a Maceió – ninho dos conservadores no Nordeste, e associar o prefeito JHC (PL) e seu projeto de reeleição a um desejo dos eleitores do ex-presidente.

Jota deu esta semana demonstrações públicas aos propósitos bolsonaristas. Esteve no lançamento de Michelle Bolsonaro como presidente do PL Mulher. O prefeito também tem em mãos o resultado da pesquisa Ipec, divulgada esta semana, mostrando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcança maior rejeição entre os evangélicos, um dos pilares do projeto político-eleitoral do prefeito.

Porém o Nordeste é a região que mais rejeita Bolsonaro desde as eleições de 2018, passando pela votação do ano passado e a pesquisa Ipec mostra que 53% dos entrevistados aprovam as primeiras ações de Lula.

PROBLEMAS

Por outro lado, a situação não é tão simples para o líder deste blocão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Ex

Blocão lirista quer Bolsonaro, mas o problema é onde colocar Lula

-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de infância de Lula, Lira é um personagem útil nas atuais circunstâncias, quando o Palácio do Planalto tenta construir uma maioria governista na Câmara.

Ele discute com os ex-deputados Jó Pereira e Davi Davino Filho a proposta de se tornarem secretariáveis na gestão JHC, levando em conta a própria articulação nos ministérios e influência na execução orçamentária para trazer recursos federais à capital alagoana em pastas estratégicas, como saúde e educação.

Este acordo beneficia muita mais Lira que JHC. Porque o deputado federal carrega ampla rejeição em Maceió, assim como os Calheiros. Unido a uma liderança com boa popularidade

como o prefeito, Lira também carrega a chance de construir novas lideranças do seu próprio lado, mas com votos em Maceió. Davi Davino Filho e Jó Pereira estão nesta lista. Mas há outros nomes:

- Alfredo Gaspar de Mendonça: o deputado federal é filiado ao União Brasil, partido controlado por Lira em Alagoas. Disputou o segundo turno com JHC em 2020 e foi o federal mais votado em Maceió. Sua atuação é mais próxima da linha conservadora e do extremismo de direita, ou seja, a maior parte dos votos na capital;

- Delegado Fábio Costa: também deputado federal, filiado ao PP de Lira, era vereador de Maceió e esteve lista dos mais votados tanto para o parlamen-

- as negociações da âncora fiscal: desistiu de viajar a China com Lula e seleto grupo de políticos e empresários para discutir com os parlamentares a agenda econômica do governo. O novo arcabouço fiscal quer substituir o teto de gastos apontado pelo mercado como método eficaz de equilíbrio das contas públicas, mas que se revelou um desastre durante a pandemia, por amarrar recursos para áreas sociais, principalmente a saúde;

- a mudança no rito das Medidas Provisórias, que se adaptou ao trabalho remoto exigido pela pandemia (e mais poder decisório para Lira), mas que o retorno às sessões presenciais pede também a retomada do modo anterior, ou seja, fim das comissões mistas e menor protagonismo do presidente da Câmara.

Ele também assiste à tentativa do blocão Calheiros de se aproximar de nomes-chaves do lirismo. O senador Renan Calheiros (MDB), por exemplo, não declara guerra ao prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (MDB), mais ligado ao deputado federal, mas também não o expulsa da legenda. Lira desarticulou a CPI do Lixo montada na Câmara de Vereadores da cidade. Em algum momento, Barbosa e Calheiros terão de escolher qual o lado de cada um na guerra eleitoral que se aproxima. O fato é que em 2020 o senador perdeu – e feio – esta batalha. Mas a pressão do tempo dará o ar da graça entre os dois. O jogo apenas começou.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 6 e extra
REPRODUÇÃO YOUTUBE/CNN BRASIL JHC (E) fez questão de prestigiar a mulher de Bolsonaro ao lado de outras lideranças do PL
JHC definiu seu lado, mas Arthur Lira agora é lulista; acordo entre ambos travou

IMPROBIDADE

Ação contra Téo Vilela por rombo de R$ 2,2 bilhões é retomada

TJ pede para Ministério Público adequar denúncia às mudanças na legislação

Umadenúncia do Ministério Público do Estado (MPE), iniciada em 2016, ressurge para assombrar o ex-governador Teotonio Vilela Filho, o Téo Vilela (PSDB). Chefe do Executivo estadual por dois mandatos, de 2007 a 2014, o tucano é acusado de realizar a abertura de créditos suplementares em 286,82% acima da margem permitida pela Lei Orçamentária Anual (LOA). O “deslize” de R$ 2,2 bilhões teria ocorrido durante sua gestão no ano de 2010. Além do MPE, o caso já passou pelo Ministério Público de Contas e, agora, tramita no Judiciário.

Em recente despacho, o desembargador do Tribunal de Justiça, Tutmés Airan, relator do processo, pede para que o promotor de Justiça Coaracy Fonseca adeque a denúncia às novas teses quanto à ação civil pública de improbidade administrativa fixadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 18 de agosto do ano passado. A partir dessas exigências, o MP terá que comprovar a chamada “responsabilidade subjetiva” para a tipificação dos atos de improbidade administrativa.

Isso ocorre por causa de nova norma da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que revoga a modalidade culposa neste tipo de crime. Antes era possível encaixar os casos como doloso ou culposo – com intenção de cometer atos contra a administração pública ou sem a intenção de lesar o patrimônio, respectivamente. Agora, a improbidade administrativa se encaixaria automaticamente como “dolo”. Sendo assim, o desembargador intimou o representante do MP para se manifestar sobre os efeitos da

atualização da lei.

Em 2016, a 19ª Promotoria da Justiça da Capital, com base no processo do Tribunal de Contas de número 05372/2011, instaurou um inquérito civil para apurar denúncias de irregularidades perpetradas pelo então governador de Alagoas. Devido a promotora do caso à época ter averbado suspeição para encabeçar as investigações, houve a redistribuição dos procedimentos para as demais promotorias, caindo assim nas mãos de Coaracy Fonseca.

Vilela foi notificado para que apresentasse as explicações a respeito do que foi levantado pelo Ministério Público de Contas e, em maio de 2019, o ex-governador encaminhou à 17ª Promotoria de Justiça da Capital/Fazenda

Pública Estadual, documentos relativos ao balanço geral do ano de 2010 e ofícios da Secretaria do Tesouro Nacional relativos ao cumprimento de metas fiscais.

De acordo com o levanta-

Ao EXTRA, Téo Vilela informou que “a ação foi julgada improcedente pelo juiz Alberto Jorge, da 17ª Vara da Fazenda Pública, o Ministério Público recorreu e a apelação aguarda julgamento.

mento do Ministério Público de Contas, os 10% autorizados pela Lei de Meios para abertura de crédito suplementar, mediante decreto governamental, corresponderia ao montante de R$ 573.955.628,00. Entretanto, teriam sido abertos créditos suplementares no importe de R$ 2.220.225.000,00, o que caracterizaria um excesso de 286,82% acima do montante autorizado. Para Fonseca, Téo Vilela, que é economista por formação, valeu-se de um dispositivo de ressalva para executar um orçamento paralelo, muito à margem da reserva de parlamento.

“A elaboração e execução de orçamento sem limites definidos para abertura de créditos adicionais, dentre os quais os suplementares, confere ao gestor um verdadeiro cheque em branco para conduzir o governo com discricionariedade ilimitada, sem qualquer controle, realizando despesas de acordo com a sua conveniência pessoal e política, conduta que fere de morte o princípio da le-

galidade da despesa pública e controle da sociedade”, destacou o promotor. E acrescentou: “Em Alagoas, no exercício de 2010, o ordenador de despesa, sr. Teotonio Brandão Vilela Filho, valeu-se de uma interpretação manifestamente desarrazoada – até não crível – ferindo o princípio da legalidade fechada da despesa pública para abrir créditos suplementares no importante de 286,82% acima do limite de 10% previsto no art.2º da Lei nº 7.198, de 28 de julho de 2010 (...) Tal fato é absurdo, constitui na linguagem corrente verdadeira pedalada fiscal”.

Ao EXTRA, Téo Vilela informou que “a ação foi julgada improcedente pelo juiz Alberto Jorge, da 17ª Vara da Fazenda Pública, o Ministério Público recorreu e a apelação aguarda julgamento. As referidas contas já foram devidamente aprovadas pela Assembleia Legislativa do Estado; confio na Justiça e na minha história pública de zelo e trabalho.”

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 7 e extra PSDB ALAGOAS
Téo Vilela em encontro com Arthur Virgílio e Rodrigo Cunha em 2021

Empréstimo milionário escancara crise na relação entre Omar Coêlho e Rafael Tenório

Clube não tem recursos para pagar empréstimo que colocou novo

BRUNO FERNANDES

bruno-fs@outlook.com

OCSA está enfrentando uma crise financeira e institucional após a descoberta de um empréstimo milionário contraído pelo ex-presidente do clube, Omar Coêlho de Mello, sem a autorização do Conselho Deliberativo e que pode colocar em risco o novo Centro de Treinamento do clube. A situação escancarou a crise na relação entre o antigo presidente Omar e Rafael Tenório, atual mandatário do clube.

Omar Coêlho e Rafael Tenório eram amigos e Tenório, que presidiu o clube por seis anos, entre 2015 e 2021, chegou a apoiar a candidatura de Omar em 2021 para a presidência executiva do CSA, mas agora a dívida contraída colocou os dois antes aliados em lados opostos em uma disputa jurídica para não penalizar o patrimônio do clube.

Depois das críticas à gestão e ao rebaixamento para a Série C, em 2022, Omar Coêlho renunciou ao cargo e Rafael Tenório voltou a comandar o clube. Foi então que Tenório descobriu o empréstimo milionário, no valor de R$ 1.614.281,09, contraído, segundo o clube, por Omar Coêlho sem autorização do Conselho. Diante da situação, o CSA alega não ter como pagar o empréstimo.

Devido ao prazo para paga-

mento da dívida ter finalizado, a 1ª Vara Cível da Capital, por meio do juiz Pedro Ivens Simões de França decidiu em favor da Sicredi, empresa credora do empréstimo, ao deixar de proceder a penhora dos bens executado a Omar Coelho e colocar a penhora sobre os bens do clube.

Em síntese caso o CSA não pague o empréstimo retirado na instituição financeira, o novo Centro de Treinamento do Clube, localizado próximo ao Aeroporto e que ainda nem foi inaugurado, entrará como a garantia do recebimento dos valores segundo autos do processo 0705610-68.2023.8.02.0001 ao qual o EXTRA teve acesso.

Parte da questão foi exposta nas redes sociais do clube no início da semana, gerando grande repercussão. À época do descobrimento do empréstimo, o Conselho Deliberativo chegou

a ser convocado para uma reunião extraordinária e urgente para esclarecimentos, reunião na qual, segundo o CSA, ficou constatado o descumprimento do Estatuto.

Segundo o artigo 60, XXIII, é dever do presidente executivo “assinar contratos que envolvam encargos financeiros para o CSA ou se relacionarem com o seu patrimônio, com parecer prévio do gerente jurídico e devidamente autorizado pelo Conselho Deliberativo, se for o caso, através de reunião especialmente convocada para tal finalidade”.

Na época em que o empréstimo foi contraído, o CSA já enfrentava dificuldades financeiras e estava inadimplente em relação aos seus compromissos trabalhistas, cíveis e fiscais. Além disso, o clube já havia sido rebaixado para a terceira divisão do Campeonato Brasi-

leiro, sofrendo uma perda de recursos orçamentários de R$ 6,6 milhões.

“Em 08.11.2022, data em que foi celebrado o contrato com a SICREDI, o CSA já não possuía disponibilidade orçamentária e financeira para contrair o empréstimo, ostentando situação de inadimplência”, diz trecho da nota publicada pelo clube expondo a situação.

Também por meio de nota, Omar Coêlho anunciou na quarta, 22, sua renúncia ao cargo de conselheiro do clube e afirmou que se defenderá judicialmente contra as acusações. O advogado solicitou também ao clube que seja marcada uma reunião para apresentação do relatório de toda sua gestão em 2022 baseada em documentos “Pondo fim a essas suposições criminosos que vêm sendo levadas ao conhecimento da imprensa e do povo em geral”.

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DIVULGAÇÃO
Rafael Tenório e Omar Coêlho travam embate por conta da crise financeira que atinge o Azulão
sob penhora
CT
CSA

Pistas surgiram em dezembro

Rafael Tenório foi eleito presidente-executivo do CSA em dezembro após a renúncia de Omar, em eleição realizada no CT Nelson Peixoto Feijó. Ele encabeçou a chapa “Resgate do Azulão II” e vai comandar o clube pelos próximos quatro anos. Após ser eleito, ele fez um breve resumo sobre a situação do clube e o que os torcedores poderiam esperar para os próximos anos.

Declarou que não se admitia, como não se admite, hoje, gestão amadora, gestão primitiva, gestão onde não se elabore projetos, planejamentos, principalmente dos quatro itens: estratégico, financeiro, econômico e orçamentário.

“Não tem espaço para amadorismo. Eu sempre dizia, o CSA tem um CNPJ, e se tem um CNPJ, tem que ser tratado como empresa. Ele tem passivo, tem ativo, tem receita e tem despesa”, assinalou.

Outras consequências

Neste ano, o CSA tem um teto salarial de R$ 500 mil para o futebol e a construção do novo centro de treinamento custeado com o valor da indenização pago pela Braskem pelo afundamento do bairro do Mutange, está paralisada desde outubro do ano passado por falta de recursos.

A equipe foi eliminada do Campeonato Alagoano e consequentemente ficará fora da Copa do Brasil de 2024. Além do estadual, a equipe também caiu na fase de grupos da Copa do Nordeste. Mas ainda está viva na atual edição da Copa do Brasil, a qual pode dar um alívio financeiro para o clube que tem pela frente a Série C.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 9 e extra
CSA

PALMEIRA DOS ÍNDIOS

PREFEITURA ANUNCIA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO PARA PAGAMENTO DOS PRECATÓRIOS DA EDUCAÇÃO

Oprefeito Júlio Cezar anunciou que o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) em Recife (PE), homologou o acordo judicial proposto pela Prefeitura de Palmeira dos Índios e Sindicato dos Trabalhadores na Educação no Estado de Alagoas (Sinteal) para o pagamento dos precatórios dos servidores. O calendário do repasse financeiro será divulgado no dia 5 de abril e começará por aposentados e beneficiários de servidores já falecidos. A prefeitura vai lançar uma lista preliminar com a relação de quem tem direito ao dinheiro.

A luta travada pela Prefeitura de Palmeira e o Sinteal foi intensa. A todo momento, os professores e trabalhadores da Educação buscavam informações sobre o andamento do processo, que seguiu exatamente o modelo adotado pelo Município de Maceió. “Estamos muito felizes com a notícia e a vitória é de

todos. Muitas pessoas ficaram ansiosas e até desacreditadas, mas batalhamos juntos e agradeço ao prefeito e toda a sua equipe por terem ficado do nosso lado”, disse o presidente do Sinteal em Palmeira, Izael Ribeiro.

Por decisão do prefeito Júlio Cezar, os recursos ficaram em conta deste 2018 e somam, nos dias atuais, quase R$ 30 milhões. “Esta era a notícia mais do que esperada pelos profissionais da Educação. Nunca tocamos neste dinheiro e deixamos no banco porque ele pertence aos trabalhadores da Educação. Dedico este momento à memória da Elenice, ex-presidente do Sinteal, e da dona Francisca Alves, que lutaram muito e infelizmente nos deixaram sem receber esse dinheiro. Foi uma luta de todos e, finamente, o dia da vitória chegou. Parabenizo os profissionais que trabalharam nos bastidores pelo resultado feliz dessa batalha que chegou ao fim”, disse o prefeito Júlio Cezar.

O prefeito destacou que sempre acreditou que este dia chegaria. “O caminho foi longo, mas jamais deixamos de acreditar. Teve até gente que nos acusou de fazer política com o tema. Minha gratidão aos doutores Klenaldo Oliveira e Marcondes Oliveira, à equipe do Dr Nivaldo Barbosa que, a todo momento, nos orientou e assessorou nesta causa, à Câmara e todos do governo que trabalharam para que este momento chegasse. O Sinteal foi muito importante porque defendeu deste o início a parte dos trabalhadores da Educação”, destacou Júlio Cezar.

O anúncio foi acompanhado pelos secretários municipais Cinara Barbosa, de Administração, Cristiano Ramos, de Educação, Gutemberg Santos, da Fazenda, Josélia Nunes, adjunta, Cássio Júnio, de Cultura, Júlio Permínio, Klenaldo Oliveira, procurador-geral do município, e Marcondes Oliveira, controladorgeral.

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CASO PINHEIRO

Escuta pública é marcada por críticas à falta de transparência

dos cinco bairros nas diferentes partes da cidade”. O primeiro tópico discutido foram as condições urbanas ambientais devido à desocupação dos bairros, desativação de comércio e serviços urbanos e realocação de famílias e negócios. Segundo o especialista, os bairros Mutange, Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol são o retrato de Maceió como um todo.

sui grande potencial imobiliário, porém, entrevistados pelo estudo relataram sensação de incertezas de investir na localidade, passando ainda pelos sinais de desvalorização imobiliária com a retração de novos empreendimentos.

ver o projeto andar”.

Isadora Padilha, professora de Arquitetura, levantou outra questão: de quem será a área desocupada? “É fundamental que se diga neste diagnóstico de quem será a titularidade desta área que colocam como desocupada, que é área de remoção forçada. É uma área imensa, quase 10% dos bairros da cidade. E ninguém sabe as futuras propostas para o uso destas áreas”.

A próxima reunião será realizada no dia 28 de março e terá como tema o Eixo 4, Preservação da cultura e memória. Mais detalhes de como participar podem ser obtidas no site: https:// maisdialogos.com/.

AS PROPOSTAS DA DIAGONAL

- Promover a reabilitação urbana e a valorização dos espaços públicos, com foco em porções mais carentes dos bairros vizinhos, principalmente em trechos do Bom Parto e da Vila Saem, no Pinheiro, regiões que possuem alta densidade demográfica, indicadores de vulnerabilidade social e baixa disponibilidade e qualidade de espaços de convivência

JOSÉ FERNANDO MARTINS

josefernandomartins@gmail.com

Críticas à falta de transparência da Prefeitura de Maceió e ao Plano de Ações Sociourbanísticas (PAS) desenvolvido pela empresa de gestão social Diagonal marcaram a terceira escuta pública que discute propostas para os bairros destruídos pela exploração do sal-gema pela Braskem. A audiência realizada no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa) e transmitida pelo canal do Youtube “Mais Diálogos”, na terça-feira, 21, foi marcada por debates quanto ao Eixo 3 do estudo, que trata da “Qualificação Urbana e Ambiental” da região afetada. Vale destacar que durante transmissão ao vivo problemas de áudio, que deixavam os palestrantes mudos ou com o som do microfone estourado, acabaram prejudicando trechos da apresentação.

Durante explanação Geraldo Marinho, urbanista, explicou que “o Eixo 3 aborda a cidade como um todo e procura discutir os efeitos da desocupação

“A região que passou pelo processo de desocupação, em alguma medida, lembra Maceió. É uma região que tem área de tabuleiro, área de planície e está de frente para a lagoa e que tinha uma ocupação diversificada com padrões sociais distintos, como moradias precárias e de alto padrão. É uma espécie de retrato da cidade. (...) Esse conjunto de bairros assumia uma posição estratégica dentro do desenho de Maceió, sendo um espaço de transição e de conexão da região central e da região mais periférica da área norte”, explicou ressaltando também que “a desocupação deixou um vazio na cidade, gerando impactos na paisagem e na dinâmica de sua vizinhança”.

O estudo sugere reduzir o vazio criado e as interdições viárias com melhorias nas fronteiras e com espaços mais verdes; as perdas para a memória social com a interdição de lugares de encontro e festejos com investimento no registro do patrimônio cultural; e atualização dos instrumentos do planejamento territorial, em particular da habitação, com regularização fundiária e redução de riscos. O levantamento ainda apontou que a região pos-

Professora de Arquitetura da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Adriana Capretz aproveitou a oportunidade e criticou a falta de transparência da Prefeitura de Maceió e da empresa Diagonal sobre os estudos que cercam o Caso Pinheiro. Ainda citou matéria publicada pelo EXTRA sobre o recebimento da Diagonal de R$ 350 milhões para realização do estudo. “Gostaria dessa confirmação porque eu peguei esse material de 700 páginas e fiquei bem decepcionada. Em quatro anos de trabalho, a gente na Ufal faz uma tese de doutorado. E a apresentação [do estudo da Diagonal] foi de dados que todo mundo já sabe, não trouxe nada de novo. Esperava projetos, porque só nas diretrizes a gente vai em TCC de arquitetura”, criticou.

Adriana também destacou os impactos da desurbanização e mobilidade urbana. “A gente não consegue alugar um apartamento em canto nenhum. Um apartamento que vale R$ 150 mil nesta cidade, hoje está sendo vendido por R$ 600 mil por 15 mil unidades habitacionais desapareceram”. Já Joselma Evaristo, moradora do Bebedouro, cobrou mais agilidade do poder público. “Vejo muita preocupação de quem saiu e a gente que ficou lá? Estamos como ratos de laboratório. Precisamos ser cuidados agora. Há quatro anos estamos sofrendo e nada está saindo do papel. Queremos

- Investir na oferta de espaços livres públicos de qualidade, destinados a lazer, contemplação e prática esportiva em toda Maceió, mas com destaque para os bairros afetados - Mitigar efeitos da realocação de um número elevado de famílias para áreas periféricas de Maceió, com a qualificação e reorientação da infraestrutura de mobilidade e acessibilidade nas centralidades desses bairros, entendidas como espaços de convergência de pessoas em busca de comércio, serviços, lazer e onde ocorrem trocas intermodais nos transportes públicos, potencializando sua vitalidade urbana - Transformar uma área extensiva com arborização urbana nas vias públicas de Maceió, o que, somado a outros projetos de requalificação urbana, deverá contribuir para a melhoria da qualidade ambiental, paisagística e das condições de vida das populações residentes no entorno dos locais de intervenção.

- Oferecer infraestrutura que favoreça a sensibilização da população no sentido de ter alternativas de um lugar para descartar resíduos recicláveis.

- Apoiar o Município no fortalecimento das ações voltadas à promoção do acesso a moradia adequada para a sua população, em especial a de mais baixa renda residente em territórios mais vulneráveis.

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REPRODUÇÃO YOUTUBE
Estudo não revela destino de áreas que tiveram de ser abandonadas por milhares de famílias
Adriana Capretz Joselma Evaristo Isadora Padilha Geraldo Marinho

Pesquisa vai identificar transtornos mentais comuns a afetados pelo afundamento do solo em Maceió

Alagoas”. A análise faz parte da dissertação de Priscilla no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que recebe bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).

MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmail.com

Noúltimo dia 3 de março, data em que completou cinco anos do primeiro tremor de terra no Bairro do Pinheiro, em Maceió, um policial civil aposentado foi encontrado morto dentro de seu veículo em frente à antiga casa em que morava, no Pinheiro, e que teve que desocupar por conta do afundamento do solo provocado pela mineração da Braskem. Este não é um caso isolado. Com ele, são 12 suicídios relacionados ao problema da mineradora.

Para quantificar os reflexos dos escombros e destruição sobre vidas afetadas e ceifadas, a mestranda Priscilla Santos está desenvolvendo a pesquisa “Adoecimento mental das pessoas vítimas da instabilidade do solo nos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro em Maceió,

Vale ressaltar que a mestranda é a responsável pela divulgação e recrutamento dos participantes junto com o bolsista do Programa de Iniciação Científica (Pibic) Matheus Melo, ambos sob a orientação da professora do PPGENF Verônica Alves, enfermeira com doutorado em Saúde Mental.

Segundo Priscilla Santos, o olhar voltado para a saúde mental dos ex-moradores afetados pelo afundamento do solo surgiu após perceber, por meio de entrevistas, reportagens, manifestações dos populares da região, por atos públicos, e pelas mensagens que eram deixadas pelos próprios moradores em suas residências, ao terem que abandonar seus lares. “Percebemos que isso levantava indícios de que esse evento poderia estar afetando a saúde mental desta população. Muito se fala sobre as perdas materiais e financeiras, mas pouco se fala sobre o sofrimento mental causado pela realocação dos moradores”, explicou a pesquisadora.

Embora não seja moradora dos

bairros afetados, eles fazem parte do seu percurso diário. “Ao percorrer as ruas, agora vazias, com as casas em ruínas, com frases dos moradores pintadas em suas paredes, nos causa impacto e nos alerta sobre o sofrimento das pessoas que moravam na região”, afirmou. Além do que, disse, apesar de ainda estarmos em fase de coleta, dados apontam que os moradores acreditam que houve uma piora na sua saúde mental, após o afundamento do solo em seus bairros.

“Também identificamos que houve um importante aumento do número de indivíduos que passaram a fazer acompanhamento psicológico/ psiquiátrico. Outro dado que nos chamou a atenção foi o número de casos de pessoas que alegaram ter apresentado ideação suicida após a ocorrência desse evento em seus bairros.”

A pesquisadora diz que está com menos da metade da meta pretendida. Segundo ela, falar sobre saúde mental, às vezes, é difícil para algumas pessoas e muitos acabam não concluindo o questionário.

Segundo a orientadora Verônica Alves, o objetivo do estudo é identificar e dar visibilidade à presença de transtornos mentais comuns nos exmoradores que foram afetados pelo afundamento do solo em seus bairros. “Com isso buscamos subsidiar políticas públicas e intervenções de

cuidado que amenizem o sofrimento mental a médio e longo prazo dessa população”.

“Temos resultados parciais que já mostram o aparecimento relevante de sofrimento emocional nesses ex-moradores. Além disso, identificamos que a presença de ideação suicida aumentou de 2,0%, quando moravam nos bairros, para 27,5% após a realocação. Precisamos que mais participantes respondam ao questionário, para fortalecer os achados dessa pesquisa”, adiantou a professora.

Verônica Alves disse, ainda, que é preciso dar visibilidade à presença de adoecimento mental das pessoas vítimas da instabilidade geológica, entendendo-se que são inúmeras famílias sem lares, e em sua grande parte em situação de vulnerabilidade social. Segundo ela, esses grupos muitas vezes não possuem condições sociais de buscar meios e tratamentos especializados, ou não têm conhecimento sobre determinadas enfermidades que poderiam ser consequência dessa situação vivenciada por eles. “Vale ressaltar que essas pessoas são seres humanos dotados de histórias de vida e laços emocionais imensuráveis e difíceis de serem resgatados” afirmou.

Ela informa que a pesquisa ainda está em fase de coleta de dados e que precisa realizar a entrevista com 380 ex-moradores. “Assim, aproveitamos o espaço para convidar aqueles que ainda não participaram do estudo, a participarem”. Quem quiser participar, a pesquisa está sendo feita através de um questionário online e leva cerca de 5 a 8 minutos para ser respondido. Link de acesso ao questionário: https://questionpro. com/t/AVaooZsoYX., que também está disponível na página do Instagram @vidas_rachadas.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 12 e extra
Resultado preliminar aponta para ideias suicidas entre 27% dos que tiveram de deixar suas casas
CASO PINHEIRO
Priscilla Santos pesquisa saúde mental dos atingidos Orientadora Verônica Alves Matheus Melo, bolsista de Iniciação Científica

Ufal e sociedade

Oprimeiro tremor de terra foi registrado no bairro do Pinheiro, em Maceió, no dia 3 de março de 2018. Desde então, os pesquisadores da Ufal estudam as causas do fenômeno, que já foi diagnosticado como efeito da mineração de sal-gema pela empresa Braskem. Muitos artigos e registros foram produzidos, por isso a equipe da professora Natallya Levino sentiu a necessidade de organizar um repositório para reunir todo esse material sobre o afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol.

Esta semana, o Ufal e Sociedade abordou a pesquisa

coordenada por Natallya Levino, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac), da Ufal. O estudo, feito em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi aprovado no Edital Universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 2021.

O tema é Análise QualiQuantitativa dos Incidentes Ocasionados pela Mineradora Braskem em Maceió-AL sob a Perspectiva da Sustentabilidade em suas Dimensões Econômica, Social e Ambiental, contando com a participação dos professores Anderson dos Santos (Ufal), Verônica Antunes (Ufal), Marcele Fontana (UFPE), Patricia

Guarnieri dos Santos (UnB) e Diego Mota Vieira (UnB). Segundo Natallya, a pesquisa surgiu da necessidade de se conhecer mais sobre o fenômeno e suas implicações.

Natallya Levino explica que esse crime socioambiental, em cinco bairros de Maceió, vitimando cerca de 60 mil moradores, impacta sobre toda a cidade de Maceió, com efeitos na mobilidade urbana, na especulação imobiliária, além dos questionamentos sobre os empreendimentos que tiveram que ser realocados e as indenizações para moradias, já que muitas pessoas não estão conseguindo encontrar imóveis no mesmo padrão em que moravam ou mantinham seus negócios antes

dos tremores e da evacuação dos bairros.

O grupo de pesquisa também criou um canal no YouTube intitulado Relatos de uma tragédia. Segundo a professora Natallya, essa iniciativa busca promover o debate com a comunidade sobre os dados levantados, em busca de soluções. O primeiro episódio apresenta uma entrevista com Abel Galindo, engenheiro civil graduado pela Ufal que teve participação decisiva na comprovação do envolvimento da antiga Salgema e atual Braskem na subsidência dos bairros. No segundo episódio, o ecologista e pesquisador José Geraldo Marques revela detalhes importantes da implantação da indústria numa área de restinga.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 13 e extra CASO PINHEIRO

TJ decide dia 30 sobre renovação contratual de arrendamento da Usina Uruba

Copervales quer garantir próximo plantio da cana-de-açúcar; Massa Falida impõe novas condições

JOSÉ FERNANDO MARTINS

josefernandomartins@gmail.com

ACooperativa Agrícola do Vale do Satuba (Copervales), que arrendou a Usina Uruba, em Atalaia, de propriedade da Massa Falida da Laginha, luta para continuar usufruindo das terras que um dia pertenceram ao ex-usineiro e ex-deputado federal João Lyra, falecido em agosto de 2021. O caso vai a julgamento no próximo dia 30 na 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. Uma decisão proferida pelo Juízo de Direito da 1ª Vara de Coruripe, em meados do ano passado, condiciona a renovação do Contrato de Arrendamento Industrial da Usina Uruba e Fundos Agrícolas após realização de um georreferenciamento da área da usina e dos próprios fundos. O arrendamento foi celebrado em 15 de setembro de 2015 com previsão de ser encerrado em 31 de agosto de 2025.

Ao Judiciário, a cooperativa alegou que o arrendamento fez com

que houvesse um fomento comercial em toda região do Vale do Satuba, formada por treze municípios, além da geração de empregos diretos e indiretos. Também salientou a garantia de aquisição de cana-de -açúcar para centenas de cooperados e o pagamento de mais de R$ 43,4 milhões diretamente à Massa Falida ao longo dos quase sete anos de execução do contrato. E para dar continuidade aos trabalhos, a cooperativa requereu a renovação do prazo contratual por dez anos e o ajuste no pagamento pelo arrendamento de 4% para 2,8%.

Ainda em 2022 foi instaurado o que se chama de incidente processual para tratar exclusivamente da renovação do contrato de arrendamento da usina e dos fundos agrícolas, no entanto, as tratativas estariam se arrastando em razão de questionamentos de alguns pontos por parte da administração judicial da Massa Falida e do espólio do ex-usineiro João Lyra. Mas, para sanar o impasse devido

à urgência da renovação do contrato, a Copervales concordou em renunciar a repactuação do preço pago pelo arrendamento industrial visando a garantia de renovar apenas o prazo do contrato pelo período de 10 anos

Em agravo de instrumento interposto pela cooperativa, que está sob a relatoria do desembargador Carlos Cavalcanti de Albuquerque Filho, a Copervales ainda destacou que o Ministério Público do Estado (MPE) e o Comitê de Credores da Massa Falida se manifestaram opinando pela renovação imediata do contrato pelo prazo de dez anos.

A urgência da renovação, alega, é para que seja viável o replantio das áreas arrendadas pelo mesmo período de produtividade da canade-açúcar que seria plantada no presente e no próximo ciclo.

Para a renovação contratual, a administração judicial pleiteou a fixação de novo valor do hectare, sugerindo a implantação de 7,5 t/ha a todas as áreas independentemente

da característica da área agricultável, até novo georreferenciamento dos terrenos e alterações no contrato. “O Espólio do Falido concordou com a renovação do contrato, desde que fossem analisadas as premissas de valor do ciclo. O Comitê de Credores concordou com a renovação. A Coopervales não se opôs a discutir as alterações contratuais, mas ressaltou que estas poderiam ser feitas durante a vigência do aditamento, bem como concordou com a fixação de 7,5 t/ha em todas as áreas independentemente da característica”, informou a cooperativa.

Porém, o acordo durou pouco. Após audiência, o juízo falimentar, que havia proferido decisão determinando a elaboração do contrato aditivo de renovação do arrendamento, a Massa Falida opôs novos embargos, desta vez alegando que a não renovação imediata do contrato não representaria prejuízo à cooperativa, que discorda do ponto de vista da administração judicial: “Todo o equilíbrio contratual da relação negocial e da complexa operação envolvida entrará em declínio, uma vez que o replantio das áreas após período de perda de canavial poderá se perder em razão da demora na resolução da questão e da insegurança jurídica quanto ao termo final do contrato e a ausência de sua efetiva renovação”.

Sustentou ainda que a realização de um novo georreferenciamento não alterará o Contrato de Arrendamento nem o preço já fixado pelas áreas agricultáveis. Por outro lado, a Massa Falida apresentou contrarrazões para a não renovação do contrato, por ora. Entre os pontos destacados estão: a cooperativa teria realizado alterações unilaterais no instrumento inicialmente pactuado para cumprir com a obrigação contraprestacional de forma parcelada, quando o negócio jurídico determinava o pagamento de forma integral; o georreferenciamento do terreno dos fundos agrícolas, que já teria sido realizado, será essencial à renovação do contrato, porquanto servirá para delimitar as áreas correspondentes a cada tipo de relevo; e que através de breves diligências o administrador judicial da agravada teria constatado incongruências na proporção do faturamento da agravante em detrimento da realidade fática do imóvel arrendado.

O imbróglio entre as partes pode ser conferido no processo de número 0700116-36.2022.8.02.0042.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 14 e extra DIVULGAÇÃO
COPERVALES
LAGINHA
Contrato atual de arrendamento da Uruba pela Copervales vigora até agosto de 2025

SANTANA DO IPANEMA TERÁ RESTAURANTE POPULAR PARA ATENDER POPULAÇÃO EM VULNERABILIDADE SOCIAL

Santana do Ipanema vai ganhar um restaurante popular, instalação que faz parte do grupo de ações governamentais de combate à fome no estado através do Pacto Contra a Fome. O anúncio do empreendimento, feito pelo governador Paulo Dantas, foi recebido com entusiasmo pela prefeita Christiane Bulhões na última quarta-feira, 22, durante a realização do Mundo Cria na cidade. Na ocasião, o governador entregou dois caminhões-pipa ao município, fruto da parceria com outro programa, o Fortalece Alagoas.

O Mundo Cria é uma nova versão do antigo Circuito Cria iniciado em 2015. Agora, ele passa a ser um projeto itinerante da Secria em parceria com outras secretarias estaduais e municipais e cujo objetivo é promover o desenvolvimento saudável e digno para crianças na primeira infância e assistência para gestantes em condições de vulnerabilidade social. Este

é o primeiro ano que o programa funciona de forma independente.

Em Santana do Ipanema foram ofertados serviços como a distribuição de kits de higiene bucal, distribuição de livros infantis, entrega de kit enxoval para gestantes, orientações para beneficiários do Cartão Cria, oficinas para adultos e crianças em várias áreas, além de inúmeras brincadeiras e serviços de educação e saúde. “Foi um dia repleto de diversão e ações itinerantes para crianças na 1ª infância e gestantes. É cuidando de cada santanense que promovemos dignidade, respeito e sobretudo uma cidade cada vez melhor” postou a prefeitura nas redes sociais.

A secretária Paula Dantas reafirmou a importância de gestantes e puérperas terem acesso aos programas assistenciais e convocou aquelas que ainda não estão inscritas no Cartão Cria. “Mamães e futuras mamães é muito importante que vocês tenham assistência de

qualidade nesse momento importante da vida de vocês e dos bebês. Nossa equipe de assistentes sociais está à disposição para auxiliá-las para que estejam inscritas no programa e recebam todos os benefícios. Uma primeira infância de qualidade significa crianças bem desenvolvidas e com saúde”, destacou.

Na oportunidade, o governador Paulo Dantas também anunciou que as obras do campus do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) no município estão avançadas e também que Delmiro Gouveia deve receber um campus da Uncisal ofertando o curso de Medicina. Participaram do evento os deputados estaduais Remi Calheiros e Ronaldo Medeiros; o prefeito de Batalha, Wagney Dantas; os secretários Gustavo Pontes (Saúde), Vitor Pereira (Governo) e Aline Rodrigues (Pessoa com Deficiência), além de vereadores, secretários municipais e lideranças políticas de Santana do Ipanema.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 15 e extra
MUNDO CRIA

CALAMIDADE PÚBLICA

Desastres naturais custaram R$ 12,3 mi a Alagoas em uma década

Estado é segundo no país em número de desabrigados por enchentes e inundações

TAMARA ALBUQUERQUE

tamarajornalista@gmail.com

Municípios de Alagoas registraram 1.061 decretos de anormalidades em função de desastres naturais ocorridos na última década, entre 2013 e 2023. Essas ocorrências muitas vezes escondem a ausência de políticas públicas de habitação, saneamento básico, infraestrutura e mostram o descaso de gestores e população com o meio ambiente. No período, os prejuízos materiais decorrentes dos fenômenos custaram ao Estado R$ 12,3 milhões. Desse valor, R$ 7,9 milhões foram prejuízos causados por chuvas e R$ 4,1 milhões pela seca. Não há como mensurar, no entanto, o custo de um desastre para famílias vitimadas.

Os efeitos dos desastres ocasionados na década foram revelados num estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) publicado neste mês de março. O estudo concluiu que entre janeiro de 2013 e fevereiro de 2023 as ocorrências classificadas como de-

sastre resultaram em prejuízos financeiros de R$ 401,3 bilhões no país e que, por outro lado, a União destinou apenas R$ 4,9 bilhões para ações de gestão de riscos dos desastres. O valor é 1,2% do total dos gastos contabilizados ao longo de uma década.

Para Alagoas, a União deslocou nos dez anos pouco mais de R$ 100 milhões para ações de defesa civil. O estado, infelizmente, ocupou o 2º lugar nacional em números de desabrigados por enchentes e inundações, um total de 93.284 pessoas e outros 163.821 desalojados pela mesma causa. Acima disso, a maior quantidade de vítimas de desastres no período esteve no Amazonas (222.992 pessoas). Ao todo, 808 mil pessoas ficaram desabrigadas no país em função de calamidades na última década. Já em relação ao número de pessoas desalojadas, o estudo da CNM apurou que 3,4 milhões pessoas foram obrigadas a abandonar temporária ou definitivamente sua habitação.

No mês de fevereiro as chu-

vas intensas em São Paulo provocaram a mais recente calamidade no país. Na cidade de São Sebastião os deslizamentos de terra deixaram 23 mortos e famílias destroçadas pela dor da perda de parentes, das casas e da interrupção das suas histórias de vida.

Os dados utilizados no estudo da CNM foram coletados das Coordenadorias Estaduais e Municipais de Proteção e Defesa Civil, bem como do Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (S2ID/MIDR), que reporta os danos informados pelos Municípios.

Eles mostram que durante dez anos os desastres causaram 59.311 decretações de situação de emergência e estado de calamidade pública em todo Brasil. As secas e as chuvas foram os que apresentaram maior número de declarações. No país, a calamidade em função da seca representou 41% dos decretos, enquanto as chuvas representaram 27%.

MORTES

Entre 2013 e 2023, o Brasil foi acometido por diversos desastres que acabaram vitimando 2.268 pessoas, sendo 1.997 em decorrência das chuvas. Apenas em 2022, os óbitos decorrentes dos temporais e seus efeitos somaram 532 pessoas, o que representa mais de 26,6% do total de mortes em dez anos. Antes de 2022, o ano mais letal por chuvas no país era 2019, com 356 mortes registradas, seguido por 2021, quando foram notificados 277 óbitos, e 2020, com 277. Até o dia 24 de fevereiro deste ano, as chuvas já tinham causado 98 mortes em todo Brasil apenas em 2023. De acordo com o levantamento da CNM, a maioria dos decretos está localizada nos Municípios dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, e Rio Grande do Sul. A região com o maior número de decretos é o Nordeste, com

Enchentes alagam cidades e deixam famílias prejuízo

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AGÊNCIA ALAGOAS

AGÊNCIA ALAGOAS

“Doenças Infecciosas Bacterianas, Parasítica e Virais”, correspondendo a 0,43% do total dentro do período em menção. Entretanto, a partir de 2020, com o advento da pandemia causada pelo coronavírus, essa categoria passou a representar quase 26% do total de eventos no período, muito em função da necessidade de expedição dos decretos de calamidade sanitária pelos Municípios. “Portanto, excepcionalmente nos anos recentes, o crescimento se tornou sensível à evolução da pandemia”, observa o estudo.

Enchentes alagam cidades deixam famílias no prejuízo

46,8%, seguida pela Região Sudeste (22,6%), Sul (16,1%); Centro-Oeste (9,3%), e Norte (5,2%).

Apesar de ter o segundo maior registro de vítimas desabrigadas e desalojadas no país, Alagoas foi o 8º estado do Nordeste em número de decretos municipais de anormalidade. 2020 foi o ano com maior número, com 232 entre os 1.061 decretos declarados pelos prefeitos de Alagoas na década. Nesse período, a Bahia formalizou 5.789 decretações, Paraíba (4.885), Rio Grande do Norte (4.144), Pernambuco (3.554), Ceará (2.962), Piauí (2.572), Maranhão (1.710) e Sergipe (808).

A seca e a chuva são os desastres que apresentaram um maior número de decretos nos últimos dez anos, sendo possível verificar as seguintes situações no país: foram registradas 24.078 decretações decorrentes da seca, sendo responsável por 41,4% do número total de 59.311 decretações. Os desastres decorrentes do excesso de chuvas ocupam o segundo lugar, com 16.366 decretações, representando 27% do total. As Doenças Infecciosas Bacterianas, Parasítica e Virais vêm em terceiro lugar, com 15.524 decretações, correspondendo também a 27% do total de decretos.

A CNM chama atenção que entre os anos 2013 a 2019 foram registradas 258 decretações de anormalidades em razão de

O estudo revela também que o governo federal, entre 2013 e 2023, autorizou um total de R$ 8,2 bilhões no orçamento para repasse aos Municípios destinada ao pagamento para gestão de riscos, prevenção, preparação, resposta a desastres, reabilitação e reconstrução de áreas danificadas e destruídas por calamidades. Porém o governo empenhou apenas uma parcela, no total de R$ 6,6 bilhões, representando 80% do prometido

Dentro do recorte analisado no estudo, o governo federal efetivamente pagou R$ 4,9 bilhões aos Municípios para ações de proteção e defesa civil, o que representa 73,9% do valor dos R$ 6,6 bilhões empenhados. Deste modo, enfatiza a CNM, a diferença entre o valor autorizado no orçamento e o valor efetivamente pago totaliza R$ 3,3 bilhões para os Municípios articularem políticas de prevenção e resposta a desastres para os Municípios articularem políticas de prevenção e resposta a desastres.

“Será necessária uma mudança cultural para minimizar os riscos de desastres, pois eles sempre existiram e continuarão acontecendo com maior intensidade em função das mudanças climáticas. Deve-se priorizar investimentos e gastos públicos em ações de prevenção de desastres, e não mais esperar que esses aconteçam para posteriormente dar uma resposta”, observa o trabalho.

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SAÚDE MENTAL

Cérebro humano 3 x 1 ChatGPT

A Internet foi introduzida nas vidas das pessoas em 1969. Muita coisa revolucionou ou vem revolucionando o modo como as pessoas se relacionam no dia a dia. A tecnologia avança em todas as áreas das ciências, especialmente na saúde mental.

A maior novidade da Internet, entretanto, que está sendo considerada um novo marco da tecnologia, é a introdução de robôs interagindo quase que em tempo real com as pessoas. Estou falando da plataforma ChatGPT, que foi lançada em 30 de novembro de 2022, através da Inteligência Artificial (IA). O que isso representa para as pessoas?

Apesar do avanço da tecnologia existente hoje, sou categórico em afirmar que o cérebro humano dá de 3 a 1 na tecnologia, inclusive na IA. Nenhum programa de computador ou algoritmo é capaz de fazer o que um cérebro humano faz.

Os nexos que as sinapses fazem no cérebro humano, nenhum algoritmo é capaz de fazer. Ou coisa, a neuroplasticidade, ou plasticidade neural, é capaz de fazer do ser humano um super humano, não é um super homem.

Essa é apenas uma introdução no assunto da IA. Semana que vem continuo.

Você pode viver bem com a ansiedade?

O povo brasileiro é um dos mais ansiosos do planeta Terra. Todo mundo conhece uma pessoa ansiosa. A Organização Mundial de Saúde indica que o índice é de quase 10% da população brasileira.

É possível viver com a ansiedade? Qual é a sua origem. O que você deve fazer? Você vai ficar ‘louco’ se não tratar? O que, realmente, é ansiedade?

Os estudos indicam que famílias, principalmente pai e mãe ansiosos, podem influenciar o comportamento dos filhos, tornando-os ansiosos. Mas psicologia não é matemática. Existe também a influência da carga genética para que o agravo surja nos descendentes. Mas o meio familiar é o que predispõe, com mais intensidade, para que a pessoa possa se tornar ansiosa. São os estímulos que são introduzidos, principalmente, na primeira infância.

Sintomas/sinais

Este conjunto de sinais pode indicar que a pessoa esteja com o sintoma de ansiedade, já instalado: irritabilidade, insônia, inquietação, dores de cabeça, diarreia, sensação de estar perdendo o controle.

A pessoa pode apresentar também: comportamento de evitação,

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

ou seja, fugir do problema. Esse comportamento é mais prejudicial. Por que? Porque é preciso saber a origem dos sinais e enfrentá-los e superá-los. É o denominado Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), ou seja, quando se sabe a causa é mais fácil sofrer menos e até deixar de sofrer.

Outro sinal bastante presente de ansiedade é quando a pessoa, por algum motivo, deixa de sair de casa, tem medo de que algo de ruim vá acontecer. Esse medo é extremamente natural, se for um comportamento esporádico devido a violência e outros fatores que fazem com que a pessoa tenha esse sentimento. Se os sinais são frequentes e impedem a pessoa de fazer as tarefas do dia a dia, é um indicativo de que a pessoa precisa, com urgência, procurar ajuda de um psicólogo para buscar as origens da ansiedade.

Ansiedade tem cura?

A ansiedade tem cura e não é frescura, como muita gente acha.

Quando o transtorno de ansiedade já está instalado na psique da pessoa, ela não consegue deixar de pensar nas tarefas; sempre está cansada; apresenta pesadelos frequentes, além de apresentar preocupação excessiva.

A pessoa acredita que tem pouco tempo. Mas será que não é excesso de trabalho? Tem dois, três empregos? Tudo isso é discutido numa psicoterapia.

Além disso, a pessoa não toma decisão; fica sem controle e isso ocorre com bastante frequência. Pode também apresentar receio de procurar ajuda, o que é um erro grave.

Vou fazer o quê?

Você que apresenta Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), ou seja, tem uma ansiedade ‘sem uma causa específica’ ou difusa, um

Mudando...

Nascemos, vivemos por um momento breve e morremos. Tem sido assim há muito tempo. A tecnologia não está mudando muito este cenário. (Steve Jobs)

comportamento para ser adotado, imediatamente, é reduzir os estímulos externos, como TV; reduzir contatos com familiares ou amigos que não colaboram ou não entendem o seu sofrimento, ou seja, fique longe, por enquanto (até se equilibrar), de pessoas tóxicas. Mas é preciso reconhecê-las.

Esse reconhecimento, muitas vezes, não é tão simples de perceber. Daí a importância da psicoterapia. Muitas vezes a pessoa não percebe que tem um colega, amigo ou até parente que são tóxicos.

Vou fazer o quê? II

Um erro grave é você evitar o problema, ou seja, nem sequer falar sobre a questão. Fale com amigos de verdade. Muitas vezes a pessoa toma um calmante/relaxante ‘muscular’ para evitar pensar e enfrentar o problema. É um dos piores erros.

É preciso que você aprenda a enfrentar a dor e, se for necessário, conviver com ela. É o caso, por exemplo do luto que pode ser a perda de um familiar, de um emprego, etc. Ou seja, a pessoa pode aprender a conviver com a situação.

Você que tem ansiedade pode viver bem, mas é preciso e é necessário saber conviver com as ansiedades que surgem no dia a dia. Ninguém escapa da ansiedade. O mais importante é o que fazemos com ela. Aprender a ressignificar a situação é fundamental.

Quem tem ansiedade pode curar-se. Um psicólogo pode ajudar.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132.

Celular: +55 (82) 9.9351-5851

Consultório:

Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com

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MACEIÓ, ALAGOAS -
DE MARÇO

PEDRO

n pedrojornalista@uol.com.br

PARA REFLETIR: “Há 55 anos Artur Costa e Silva editou o AI5. Outro tiranete, Arthur também, quer rasgar a Constituição e baixar o LIRA AI 2,5 para fechar o Senado e usurpar nossas funções”. (Senador Renan Calheiros, nas redes sociais)

Se a moda pega...

Princípio da insignificância

Caso não esteja caracterizada grave ameaça ou violência, o furto de um telefone celular pode ser enquadrado no princípio da insignificância. O entendimento é da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, que reformou decisão do Superior Tribunal de Justiça e concedeu habeas corpus para trancar ação penal contra um homem que furtou um aparelho de R$ 90.

A 5ª Turma do STJ havia determinado a execução da pena sob a alegação de que o objeto tem um custo superior a 10% do salário mínimo da época e por se tratar de um réu reincidente. Segurem seus celulares, pois a moda pode pegar.

Nova delegada

A nova superintendente da Polícia Federal em Alagoas, delegada Luciana Paiva Barbosa, é uma intransigente com a defesa do meio ambiente e assim demonstrou em sua primeira entrevista à imprensa local. Ela quer priorizar a integração com os diversos órgãos de combate à criminalidade ambiental. Mas espera-se da delegada muito mais: olhos e ouvidos na gestão do dinheiro público, nos crimes de colarinho branco e na bandalheira corrupta em órgãos da administração em geral.

Farra oficial

“Esse evento dos prefeitos encheu mais”, disse Joyce*, garota de programa de uma das boates de stripper mais conceituadas e caras de Brasília. A casa recebeu apenas quatro clientes na segunda-feira. Um dia depois, na data em que prefeitos de todo o país participaram de um encontro com o presidente Lula (PT) em Brasília, cerca de 50 homens lotaram o espaço. A noite, regada por bebidas caras, contou com o contraste nítido entre homens de terno e mulheres nuas; e o contraste mais tênue entre a política e a libertinagem.

O fato não é novidade em Brasília, sempre que acontecem eventos nacionais com políticos.

Corredor Vera Arruda

Moradores do Corredor Vera Arruda e adjacências estão apavorados com a possibilidade de a Prefeitura de Maceió “rasgar” ruas sem saída, com a justificativa de trazer soluções para o trânsito local. A questão deve ser judicializada, com um final imprevisível. O prefeito JHC fica em maus lençóis, caso o projeto da administração saia vencedor. Pode até desafogar o trânsito, mas com certeza vai perder muitos eleitores, que jamais esquecerão a maldade.

Renan x Arthur Lira

O senador Renan Calheiros (MDB) recebeu com constrangimento a decisão de Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, que rejeitou o acordo com o Senado Federal que tinha como objetivo estabelecer um novo rito para as Medidas Provisórias (MPs). A proposta desenhada pelo Senado previa uma emenda à Constituição (PEC) que estabelecia a tramitação das Medidas Provisórias diretamente nos plenários das Casas, sem que os textos precisassem passar por uma comissão mista. O senador se referiu a Arthur Lira, nas redes sociais, com adjetivos rancorosos, mas teve que contabilizar mais uma derrota política para o poderoso presidente da Câmara.

Sucupira é aqui

As agressões políticas, ameaças de morte e embates beirando a barbárie, o espetáculo de baixaria entre adversários estão se acirrando e dá a impressão de que voltamos ao “faroeste caboclo” de tempos atrás, quando se imaginava ser coisa do passado que tanto comprometeu o nome de Alagoas. É preciso que o governo não perca o controle da segurança e que os políticos tenham serenidade e respeito ao povo alagoano.

PÍLULAS DO PEDRO

Deputado Marx Beltrão pede “intervenção federal” na BRK. O parlamentar não possui assessoria?

Governador Paulo Dantas já surpreende a quantos duvidaram de sua capacidade de governar. Tem destino e vocação para o ofício.

OLIVEIRA
MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 19 e extra
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O fatiamento do poder complica tudo

VIEIRA CLÁUDIO

n Advogado e escritor

Essa questão é deveras conhecida. Entra governo, sai governo, e qualquer deles se vê obrigado a fatiar o poder entre partidos. É razoável entender que o chamado jogo democrático pode exigir isso, principalmente em governo sem forte apoio parlamentar. É também um grande perigo, porquanto o Executivo fica refém de partidos, muitos até que não apoiaram o presidente quando candidato. Pior ainda quando ocorre o fenômeno de

aglomeração de siglas, como o chamado Centrão, capitaneado por um político, como por exemplo o presidente da Câmara dos Deputados, como acontece com o Brasil de agora. Significa isto o Executivo terminar por parecer, como se diz no popular, banda em que cada instrumento toca música independente. Resultado: uma barafunda.

Recentemente o ministro da Previdência decidiu, ao que foi alegado de moto-próprio (sabe-se não ter sido bem assim), reduzir os juros dos empréstimos consignados aos aposentados do INSS. O que aparentemente foi uma decisão populista e de ampla concordância da população atingida teve dois defeitos: 1) não havia sido combinado com os donos do dinheiro, ou sejam, os bancos; 2) o presidente da República apressou-se a negar ao ministro essa autonomia toda. O resultado do primeiro erro foi o bloqueio dos bancos, entre

Críticas construtivas

uma servidora pública: todo mês escolha um dia para conversar com a população. Já vi político fazer isso e o resultado foi positivo.

TORRES ALARI ROMARIZ

n Aposentada da Assembleia Legislativa

Opolítico brasileiro, em sua grande maioria é assim: durante as eleições procura os eleitores, enche-os de abraços cordiais. Depois de eleito, some e fica impossível conversar com ele. E ainda acontece a blindagem que os assessores fazem no escolhido pelo povo. Vira um super-homem! Falemos do atual governador. Enfrentou sérios problemas antes das eleições, foi afastado, voltou ao cargo, concorreu ao pleito e virou governador de verdade. Hoje ninguém encontra o cidadão. Escolheu assessores que o escondem e não deixam o coitado aparecer. Sugestão de

eles o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, aos empréstimos consignados. Isso requereu a intervenção do presidente da República, primeiro com uma reprimenda ao seu ministro pela atitude autônoma; depois com a flexibilização da mesma, o que em última análise deixou o ministro em maus lençóis. Parecia estar resolvida essa situação, mas foi vazado que o presidente sabia da redução, e havia concordado com ela, depois negando ante a reação dos bancos. Como resultados, tem-se ser o governo do Lula cambiante (igual ao governo Bolsonaro), ao mesmo tempo que submisso ao setor bancário, o que não é nenhuma novidade no poder brasileiro; também que o descontentamento do ministro e seu partido fez o presidente encontrar um meio termo que, em última instância, significa que ter voltado a ser, segundo antigo ditado, “tudo

como d’antes, no quartel de Abrantes”.

Outra situação que demonstra estarmos diante de um governo parlamentar, quando a Constituição é presidencialista, é a desenvoltura do presidente da Câmara, um político sagaz, tipo “raposa”, que defende os interesses do Centrão, agrupamento político de variadas feições, mas sob a sua égide.

É assim que a nossa Democracia é exercida. Não com acordos políticos legítimos em defesa do povo, mas negociatas entre um Executivo fragilizado e um Legislativo formado na arrogância do governante anterior. Nesses conchavos, o que menos importa é o povo. Pior: pensando-se em eleições futuras, é sempre real a possibilidade de os mesmos serem eleitos e reeleitos. Afinal, é voz corrente que todo povo tem o governo que merece. No caso, nós os brasis.

É assim que a nossa Democracia é exercida. Não com acordos políticos legítimos em defesa do povo, mas negociatas entre um Executivo fragilizado e um Legislativo formado na arrogância do governante anterior. Nesses conchavos, o que menos importa é o povo.

Moramos numa pequena cidade, bem pertinho de Maceió. Estamos aqui há 25 anos. O atual prefeito governa pela terceira vez. Podemos dizer que Paripueira está bem melhor. Recentemente, graças à ajuda do ex-governador Renan Filho, tomou um banho de asfalto. Só que a queda d`água das ruas ficou errada. Quando chove, a água se acumula e aparecem excessivas poças. Aí então surgem os buracos nas ruas recém calçadas ou asfaltadas. Uso errado do dinheiro público.

Ainda falando em nossa cidade: havia uma feira na rua central; de noite, os ratos passeavam pelas barracas. Foi construído um bom mercado na avenida da Igreja Católica. Só que o terreno ao redor da obra virou depósito de lixo; chamariz para os pombos que também entram no mercado, pousando nos alimentos estocados em grãos. Sugerimos ao prefeito que construísse lojas de artesanato no terreno. Ele nem liga para boas ideias!

A primeira entrada da cidade, para quem vem de Maceió, está interditada porque a drenagem de um riacho não foi fei-

ta por falta de verba. Erro de planejamento. Mais um caso de mau uso do dinheiro público.

Se os secretários de Obras e de Saúde verificassem estes pequenos problemas, creio que seria quase nada a verba para solucioná-los. Mas a vaidade dos políticos é grande e a humildade é pequena.

Temos graves casos no Poder Legislativo de Alagoas. Atualmente, só existe um procurador jurídico efetivo e o chefe da Procuradoria, que é um cargo em comissão. Os funcionários ativos estão se aposentando, enquanto o número de comissionados é grande demais. O quadro dos ativos está encolhendo. Não entendo porque não se faz concurso na Casa de Tavares Bastos!

Sempre afirmo que houve uma certa melhora na administração atual Mesa Diretora da Assembleia, mas ainda falta muito para cumprir o que as leis determinam.

Ainda não identifiquei o trabalho dos novos e velhos deputados estaduais. Só achei estranho o presidente ser eleito por unanimidade, num pleito que gerou tantas dúvidas. Será que o escolhido é um super-herói?

A Prefeitura Municipal de

Maceió está executando várias obras. Dentre elas, gosto de citar a do Salgadinho, uma das manchas de nossa capital. Se está sendo realizada de maneira correta, não posso afirmar. Espero a opinião de engenheiros amigos que acompanham o drama do Salgadinho para esclarecer a população sofrida da cidade.

O trânsito de Maceió está caótico! Vou dar um exemplo: você sai de Paripueira (30 km da capital), gasta meia hora para chegar a Cruz das Almas. Daí até o centro da cidade é mais de uma hora de aborrecimento. Acho que aconteceu algo de errado com as mudanças recentes nas ruas daquele bairro. Seria bom fazer uma análise do que ocorre na nossa entrada Norte.

Apresentamos aos nossos leitores alguns problemas com os quais convivemos e possíveis sugestões. Espero que outros leitores, moradores em nosso estado, reclamem do que acham errado.

Vivemos numa democracia, escolhemos nossos gestores, erramos, acertamos, mas temos o direito de reclamar e apresentar sugestões. Quem for alagoano, siga-me!

Viva Alagoas!

O trânsito de Maceió está caótico! Vou dar um exemplo: você sai de Paripueira (30 km da capital), gasta meia hora para chegar a Cruz das Almas. Daí até o centro da cidade é mais de uma hora de aborrecimento. Acho que aconteceu algo de errado com as mudanças recentes nas ruas daquele bairro.

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All Inside: conheça técnica sem cortes que trata lesões ligamentares

Grupo de pé da Santa Casa de Maceió realizou o primeiro procedimento de Alagoas

DA REDAÇÃO

No final de fevereiro, o jogador Neymar sofreu uma lesão ligamentar após ser marcado e acabar torcendo o tornozelo direito devido à falta feita por trás pelo adversário no Campeonato Francês. O atleta brasileiro foi operado em Doha, no Qatar, com a presença do médico da Seleção Brasileira, Rodrigo Lasmar. Essa não é a primeira lesão grave que o camisa 10 da Seleção Brasileira sofre ao longo da carreira.

De acordo com o coordenador do serviço de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Maceió, o cirurgião de pé, Antônio Alício, de forma geral, durante muito tempo, as lesões de atletas (ligamentares), ou as lesões de ligamento associadas por fratura de tornozelo, eram tratadas por via aberta, de forma convencional, onde era feita uma incisão na pele para colocação de pinos e sutura com fios. A recuperação dos pacientes era mais lenta.

Atualmente, são os procedimentos minimamente invasivos, menos agressivos, que têm ganhado espaço, como os realizados

Os cirurgiões do pé: Antônio Alício, Nikolas Almeida e André Moreira, que participaram da cirurgia All Inside através de técnicas por vídeo (artroscópicas).

“Na chamada de All Inside (tudo dentro), técnica que é uma das mais modernas e traz grandes benefícios para o paciente, o médico não faz incisões cirúrgicas, apenas a abertura de portais (com menos de 1 cm) para a entrada artroscópia (equipamento com câmeras). Apesar disso, durante a cirurgia, colocamos pinos

e realizamos suturas, sem cortes grandes”, explicou o especialista.

Em fevereiro, o procedimento All Inside foi executado pela primeira vez em Alagoas por integrantes do Grupo de Pé do Serviço de Ortopedia do hospital. “A cirurgia só foi possível no Estado porque dispomos de um grupo de especialistas muito bem capacitados. Além de mim, os cirurgiões Nikolas Almeida e André

Moreira, que participaram do procedimento, também são membros da Sociedade Brasileira da Cirurgia do Pé e possuem formação especializada”, destacou o cirurgião Antônio Alício, que, além de ter R4 em cirurgia do pé, fez um Fellow (etapa onde o profissional segue um médico mais experiente) na área de trauma no Canadá.

TÉCNICA – Através de pequenos orifícios são introduzidas câmeras. Seguindo a marcação a laser, é feita a colocação de um pino dentro do osso que já leva os fios de alta resistência que darão nova sustentação ao tornozelo. “Em dado momento, pesco esse pino, coloco uma agulha através da pele e dou um nó do lado de fora e levo o nó para dentro. Tudo isso sem cortar a pele”, destacou Antônio Alício.

Sem as incisões convencionais, o paciente tem como benefícios a melhora do inchaço (edema), diminuição da dor no pós-operatório, e encurtamento, em relação às cirurgias convencionais, do tempo de recuperação do paciente e retorno às atividades diárias de vida. A cirurgia leva, em média, uma hora e meia.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 23 e extra
SAÚDE

ENERGIA LIMPA

Instalação de energia solar segue em alta em Alagoas

BRUNO FERNANDES

bruno-fs@outlook.com

Os investimentos em energia solar continuam crescendo em Alagoas mesmo após a lei que institui o marco legal da micro e minigeração de energia solar passar a valer em janeiro de 2023. Pelo menos é o que mostram os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao revelar que houve nos três primeiros meses deste ano um aumento de 30.226,44Kw na potência instalada no estado em Geração Distribuída (GD), compilados pela Energy Brasil.

No ano passado, quando começou a contagem regressiva para a “Taxação do Sol”, como ficou conhecida a lei, houve um aumento de 46% de potência instalada entre 2021 e 2022 em Alagoas nos 102 municípios que já possuem energia solar por meio da geração distribuída no estado.

O marco legal da microgeração e minigeração distribuída, publicado em 6 de janeiro do ano passado, serviu para regular os custos dos serviços de distribuição das concessionárias, os quais não serão compensados para quem gera a própria energia a partir de fontes renováveis. Ou seja, quem tem geração própria de energia renovável, onde se enquadra a energia solar fotovoltaica, vai economizar um pouco menos na energia compensada.

Já os clientes que não conseguiram homologar seus sistemas fotovoltaicos até o fim de 2022, precisam lidar com um período de transição de sete anos, no qual haverá um escalonamento dos custos de distribuição até a regu-

lação por completo. O custo cheio do serviço de distribuição da concessionária passará a vigorar efetivamente em 2029.

De acordo com dados da Aneel,

O marco legal da microgeração e minigeração distribuída, publicado em 6 de janeiro do ano passado, serviu para regular os custos dos serviços de distribuição das concessionárias, os quais não serão compensados para quem gera a própria energia a partir de fontes renováveis.

os municípios de Maceió, Arapiraca e Marechal Deodoro lideram a lista de potência instalada na geração distribuída em energia solar no estado. Maceió se destaca por possuir uma potência instalada de 68.285,83 kW, seguido por Arapiraca com 26.263,31 kW e Marechal Deodoro com 11.160,25 kW. Além desses, Palmeira dos Índios, Barra de São Miguel e Santana do Ipanema também estão entre os que apresentam maior potência instalada de energia solar em Alagoas.

Vanessa Alves, diretora Comercial da Energy Brasil, confirma que houve um aumento da demanda de energia solar mesmo com a Lei 14.300 que entrou em vigor em janeiro. Segundo ela, alguns motivos influenciaram o crescimento, como a redução no custo do equipamento;, mais opções de pagamento (financiamento e cartão de crédito parcelado) e o aumento das tarifas da energia

elétrica.

“A nossa demanda por projetos no setor aumentou 107% em relação ao último ano. Acreditamos que esse número deva continuar tendo um crescimento exponencial, não só no Nordeste, mas no país inteiro nos próximos anos”, explica.

De acordo com a Aneel, o Nordeste foi a região em que mais aumentou a produção de energia solar e a Energy Brasil acredita que o número de projetos no setor deve continuar tendo um crescimento exponencial no país inteiro nos próximos anos.

Reflexo do aumento no interesse dos alagoanos na geração de energia solar é abertura de seis Franquias em Alagoas da Energy Brasil. Atualmente, a empresa possui duas em Santana do Ipanema e Maceió e uma em Marechal Deodoro e Arapiraca, representando 6,37% do faturamento da empresa no Brasil e um faturamento anual de mais de R$ 180 milhões.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 24 e extra
Placa de energia solar instalada em residência de Maceió
“Taxação do Sol” não interfere em novas adesões no estado
ENERGY BRASIL

ECONOMIA EM PAUTA

O doce pode sair salgado

Ospreços do chocolate e do bacalhau estão mais altos na Páscoa deste ano no Brasil, o que pode afetar as receitas do setor. As vendas devem crescer 2,8% em relação a 2022, com previsão de faturamento de R$ 2,49 bilhões, abaixo do registrado em 2019 antes da pandemia, segundo projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em 2019, antes da pandemia, o número chegou a R$ 2,56 bilhões.

Empresários endividados

No Brasil, três em cada 10 pequenos negócios estão com dívidas em atraso e tiveram uma queda de 41% no faturamento em janeiro de 2023 em relação a dezembro de 2022. Pesquisa divulgada esta semana e realizada pelo Sebrae em parceria com o IBGE mostra que os microempreendedores individuais são os mais afetados, com cerca de 63% comprometidos com dívidas.

Contratos abusivos

Segundo a startup Jusfy, 42% dos contratos de financiamento bancário no Brasil foram considerados abusivos em 2022. A pesquisa foi divulgada esta semana e também mostrou que 77,9% das famílias têm dívidas, sendo que a maioria corresponde a dívidas com cartão de crédito. A fonte da informação é a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens e Turismo (CNC).

Seguro auto

O índice IPSA da insurtech TEx mostrou que homens solteiros pagam em média 62,5% mais caro pelo seguro auto do que os homens casados. No caso das mulheres, a diferença é menor, com um aumento médio de 32,1% no valor do seguro para as solteiras.

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e extra
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Vaquejada do Lagoa Redonda Ranch em Piaçabuçu

Parque Evaldo André será palco nos dias 1º e 2 de abril da disputa que terá mais de R$ 15 mil em prêmios

MARIA

sallesiaramos18@gmail.com

Nos dias 1º e 2 de abril, Piaçabuçu será palco da primeira vaquejada do Lagoa Redonda Ranch, Parque Evaldo André. Evento contará com mais de R$ 15 mil em prêmios, incluindo uma moto O km para categoria aspirante. Assim, coloque em sua agenda e “vamos correr boi” às margens do Rio São Francisco.

A vaquejada terá as categorias aspirante, profissional, jovem e feminino. Além da moto para aspirante, na profissional, serão R$ 5 mil em prêmios e três bois gordos. No feminino terá 40% do arrecadado e mais primeiro boi bonificado. No jovem será a mesma premiação do feminino.

A organização fica por conta de Adriano Gomes, do vereador Edson Gordo e do doutor Ra-

fael. A equipe convida a todos a correr boi em uma das mais belas paisagens do Velho Chico, com uma excelente boiada, mega estrutura aconchegante que já está totalmente montada para receber a cada um que prestigiar a grande festa de vaquejada.

A perspectiva da organização é que durante os dois dias da festa Piaçabuçu receba centenas de pessoas da cidade e de outros municípios, que são amantes do esporte. Estandes montados no local e diversas iguarias vendidas na praça de alimentação prometem aquecer o comércio local. O parque totalmente adaptado vai trazer mais conforto e mobilidade aos visitantes. Para os vaqueiros, tudo está preparado e aguardando o famoso “valeu boi”. Vale ressaltar que a boiada é 100% Mobral.

Para os interessados, as

senhas estão disponíveis pelo site suasenha.com.br. Não fique de fora, senhas limitadas. Mais informações pelo (82) 99406-8510.

VAQUEJADA

É uma atividade cultural do Nordeste brasileiro, provavelmente de origem mexicana. Citada por alguns como um esporte, na qual dois vaqueiros montados a cavalo têm de derrubar um boi, puxando-o pelo rabo, entre duas faixas de cal

do parque de vaquejada.

No geral, o vaqueiro é supersticioso. Alguns, quando ganham com uma roupa, correm 20 a 30 bois com ela.

“Boi Mobral” é aquele tipo de boi que nunca esteve em competição, normalmente o preferido pela maioria dos vaqueiros por não ter vícios como “escorar”, que é o mesmo que parar repentinamente no meio do percurso, provocando alguns acidentes e quedas por desequilíbrio na sela.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 26 e extra
VALEU BOI

Preço e condições de crédito seguram as vendas de carros

Está difícil de projetar o que vai acontecer até o final do ano com o mercado de veículos leves. Um dos pontos relevantes foi a rápida subida de preços, reflexo da combinação de fatores como inflação e consequente salto dos juros de financiamento para até perto de 30% ao ano, custos de componentes, escassez de chips, problemas logísticos e também novas exigências sobre emissões, consumo de combustível e itens de segurança passiva e ativa.

Segundo a consultoria Jato Dynamics, nos últimos cinco anos o preço médio saltou 85% e hoje se situa em R$ 135.000. A média ponderada deve ficar abaixo disso já que os modelos mais baratos ainda têm peso relevante. Se o critério for o de número de salários-mínimos (SM) para adquirir um carro, o aperto aumentou de 28 SM para 50 SM no mesmo intervalo. Este fenômeno, no entanto, é mundial. Estudo do DAT (sigla para Curador dos Carros Alemães), citado pelo site AUTOentusiastas, aponta que os preços subiram lá quase 60% em 10 anos em um país de economia muito forte e baixíssima taxa de inflação.

Outra pesquisa de maior abrangência (18 países e 17.000 entrevistados) do banco BNP Parisbas, denominada Barômetro Automobilís-

n

ALTA RODA

tico 2023, registrou a queixa generalizada de 70% dos compradores: sacrifícios financeiros elevados para comprar, abastecer e manter um veículo. A tendência é de uma elitização de quem pode adquirir ou financiar um automóvel.

Voltando ao Brasil, a educadora financeira Aline Soaper destaca: “O consumidor deve analisar suas finanças pessoais e colocar na ponta do lápis se pode ou não comprar um carro novo ou usado, ou se o aluguel é uma melhor opção.”

Devo apontar, porém, que apesar da badalação da assinatura mensal, uma forma de aluguel mais abrangente por incluir todas as despesas com impostos e manutenção, é uma operação bastante cara. Exige que se tenha certeza de renda alta e duradoura para ao final do contrato firmar outro. Em geral atende quem precisa investir em um negócio próprio e costuma comprar um carro à vista. Assim, desmobiliza o capital para obter um ganho que pague a assinatura e ainda deixe um bom dinheiro no bolso.

Incertezas políticas e jurídicas são outras variáveis que vêm afetando o mercado automobilístico. Quanto a isso nada a fazer, além de esperar e observar os acontecimentos.

Novo Sentra avança, mas o Corolla vai continuar firme

Sedãs médio-compactos já tiveram dias de glória. Corolla, dono do pedaço, conquistou 75% de participação contra apenas

15% do Cruze e presença tímida de Civic, Jetta e Arrizo 6. O segmento encolheu em razão do avanço dos SUVs. Estes vendem três vezes mais que os racionais sedãs. Neste cenário é muito bom o relançamento do Sentra em sua oitava geração. Vindo do México e isento de imposto de importação conta com estilo moderno bem superior aos modelos anteriores, em especial desenho do teto e lanternas traseiras por R$ 148.490 e R$ 171.590.

Suas dimensões mudaram quase nada: 2.707 mm de entre-eixos e 4.646 mm de comprimento. A largura (1.816 mm) é 36 mm maior que o Corolla e apenas 9 mm a mais que o Cruze. Porta-malas de 466 litros tem praticamente o mesmo volume do Corolla. Oferece na versão mais cara teto solar elétrico ausente no modelo da Toyota. Uma diferença a favor do Nissan é o conforto dos bancos dianteiros com a tecnologia Zero Gravity agora estendida também para o banco traseiro.

Houve evolução no acabamento interno. Ganhou 11 porta-objetos e um console central de 7,7 litros. O quadro de instrumentos tem velocímetro e conta-giros analógicos, enquanto a central mul-

timídia de 8 pol. oferece boa resolução. Pormenor destoante é o freio de estacionamento com pedal, uma solução datada. Carregamento por indução do celular só instalado na concessionária e preço à parte. O novo Sentra vem com seis airbags e um robusto sistema de assistência eletrônica ao motorista.

Mecanicamente o carro evoluiu com uma suspensão traseira multibraço. O motor do ciclo Atkinson de 2 litros, somente a gasolina, entrega 151 cv/20 kgf.m e a caixa de câmbio CVT tem oito marchas. Aí o Corolla ganha de novo com um motor flex de 177 cv (E)/169 cv (G) e 21,4 kgf.m para os dois combustíveis, além da CVT de 10 marchas. Tanque de combustível do Corolla é de 50 litros (três a mais) e também ganha no consumo de gasolina: 11,9 km/l (cidade); 14,2 km/l (estrada). Em desempenho o Sentra até perde por pouco no 0 a 100 km/h: 9,4 s, apenas 0,2 s a mais que o rival, embora a massa de ambos seja coincidentemente igual (1.405 kg).

Apesar da nítida e convincente evolução holística do sedã da Nissan, mais provável que conquiste alguns pontos de participação de mercado sobre o Cruze, mas incomodar o Corolla não será possível.

n VIRADA de chave total marca o novo C3, um hatch mais parecido com um SUV do que outros que como tal se autointitulam, porém a Citroën optou pelo termo “atitude SUV”. Pura estratégia da Stellantis para diferenciá-lo dos Fiat. Avaliei a versão de 1 litro (câmbio manual) e de 1,6 litro (automático). A primeira utiliza o motor Fiat tricilindro de 71 cv (G)/75 cv (E) que entrega desempenho razoável graças a uma massa de apenas 1.037 kg. A largura da carroceria (1.733 mm) é ponto positivo e a posição ao volante também, além do porta-malas de 315 L. Só não agrada o quadro de instrumentos de pobreza franciscana. Versão com motor mais forte lança mão da antiga, mas confiável unidade de origem PSA: 113 cv (G)/120 cv (E). Bem agradável de dirigir em conjunto com o câmbio 6-marchas e um surpreendente vão livre de 180 mm. Espaço interno superior aos concorrentes, mas conta com apenas dois airbags. Preços: R$ 72.990 e R$ 97.790.

n NOVO MERCEDES

-BENZ GLC Coupé apresentado na Europa inclui um pseudo-híbrido (alternoarranque de 48 V) e um híbrido plugável como opções. Uma novidade é o interessante sistema para indicar o alcance elétrico levando em consideração fatores externos como temperatura ambiente, uso de aquecimento da cabine no inverno e refrigeração no verão, além do modo como o motorista dirige. Isso permite saber em que condições o alcance varia e se afasta dos números homologados em laboratório. Esse dispositivo ainda não está instalado nos modelos 100% elétricos, mas deverá ser. Finalmente a transparência de informações chegou.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 27 e extra
JORNALISTA FERNANDO CALMON

RESENHA ESPORTIVA

Cristiano Ronaldo admite ter pensado em abandonar seleção portuguesa

Convocado por Roberto Martínez para um novo ciclo na seleção portuguesa aos 38 anos, Cristiano Ronaldo admitiu que passou uma fase conturbada na carreira – foi parar na reserva na Copa do Mundo e no Manchester United – e que pensou em não defender mais seu país. Demovido da ideia, garantiu que está motivado para um novo trabalho, elogiou o novo treinador e afirmou que pretende “escrever nova história” com Portugal. O primeiro jogo após a Copa do Mundo será no Estádio Al-

valade, em Lisboa, diante de Liechtenstein, pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2024. E Ronaldo parece um menino com a nova oportunidade de seguir defendendo seu país. Familiares chegaram a pedir sua aposentadoria da seleção após a reserva no Catar. “Eu me sinto bem, é por isso que estou aqui. Se eu não estivesse bem, não teria sido convocado. Atualmente jogo na Arábia Saudita e não vou mentir, não é o Campeonato Inglês, mas é uma liga muito competitiva e estou positivamente surpreso”, afirmou.

A técnica da seleção brasileira feminina, Pia Sundhage, afirmou que Marta está mais forte fisicamente do que nas últimas olimpíadas. Pia realizou na CBF a convocação para os amistosos das datas Fifa de abril contra Inglaterra e Alemanha. Marta está entre as 26 jogadoras convocadas. Pia admitiu que a craque já não tem a mesma velocidade de antes, mas afirmou que ela está mais forte fisicamente do que na última olimpíada. “Marta, depois de sofrer uma lesão, está mais forte ainda em comparação às olímpiadas. Provavelmente não está tão rápida como antes, não domina o jogo tanto como antes, mas ela é muito importante. Só a presença dela... Ela lidera pelo exemplo”, disse Pia.

GABRIEL JESUS FALA SOBRE LESÃO

QUE O TIROU DA COPA DO MUNDO

Gabriel Jesus disse ter ‘chorado muito’ no dia que soube da lesão que o tirou do restante da campanha da seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar. “Para ser honesto, eu não sei o que aconteceu, porque eu não senti nada. Eu só ouvi alguma coisa, mas nada mudou. Eu segui jogando sem dor, nada. Estava confortável”, disse ele. “Então eu fui substituído e, no banco, comecei a sentir alguma coisa. E depois disso, começou a crescer e eu não conseguia dobrar o meu joelho. E isso foi muito assustador, sabe?”. Segundo o atleta, a ideia era voltar para as quartas: “Assim que meu joelho começou a crescer, eu estava pensando na Copa do Mundo, claro. E então eu disse para mim: ‘Ok, provavelmente vou ficar fora de dois ou três treinos e depois vou voltar para as quartas ou semifinais”’.

GALO CONHECE ADVERSÁRIO DAS QUARTAS-DE-FINAL DO NORDESTÃO

Após 19 jogos invictos, o CRB perdeu a primeira partida no ano para o Bahia, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Mesmo assim, o Galo se classificou em quarto lugar no Grupo A, com 13 pontos, e vai enfrentar o Sport no próximo fim de semana, fora de casa. A CBF ainda vai definir data e horário. O jogo é eliminatório e, se houver empate, a vaga na semifinal será decidida nos pênaltis. Caso chegue às semifinais, o Galo enfrenta também em jogo eliminatório o vencedor de ABC x Náutico. Na decisão, os times jogam em partidas de ida e volta. No retrospecto da temporada, o CRB vem apresentando um futebol encaixado, venceu 13, empatou 5 e sofreu 1 derrota.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 28 e extra DIVULGAÇÃO ASCOM CRB TÉCNICA DIZ QUE MARTA ESTÁ MAIS FORTE E PREVÊ ‘MELHOR MOMENTO’ PELA SELEÇÃO
DIVULGAÇÃO CBF
ARTHUR
arthurfontes425@gmail.com
FONTES

Uma vida dedicada ao jornalismo

Em maio deste ano comemoro, com orgulho, 40 anos dedicados ao jornalismo alagoano. Da redação do saudoso Jornal de Alagoas, quando iniciei a profissão em meados de maio de 1983 e até os dias atuais, venho encarando desafios. Não é fácil ser jornalista. É uma profissão espinhosa.

Apesar de ter conquistado a tão sonhada aposentadoria, continuo no batente e com a mesma dedicação de quando abracei a profissão. Agradeço a Deus, a família e amigos pelo apoio e incentivo nessa jornada que enfrento com altivez e alegria de fazer o bom jornalismo.

Mais divulgação

Processo licitatório

PELO INTERIOR

Possível overdose

A causa da morte do técnico de enfermagem Jailton Jonathan de Almeida, de 29 anos, encontrado morto no Hospital de Emergência de Arapiraca (HEA), está sendo investigada pela Polícia Civil (PC), que trabalha com a possibilidade de o profissional de saúde ter sofrido uma overdose causada pelo uso de medicação ainda não identificada.

“Os levantamentos iniciais dão conta de que ele teria feito uso de uma substancia, uma droga medicamentosa ou não. Isso será verificado ao longo da investigação”, disse o delegado Edberg Sobral.

Exame toxicológico

O delegado ressalta que será realizado exame toxicológico que comprovará qual foi a substância e a forma de uso. “Essas informações são de um levantamento inicial, mas já foi solicitada a realização do exame toxicológico, que comprovará qual foi a substância e a forma de uso, elucidando essa linha levantada”, afirmou.

Descartou suicídio

Edberg Sobral disse que a polícia descartou a hipótese de suicídio. “Pessoas do convívio falaram que ele tinha uma perspectiva de futuro. Não tinha nada com questão suicida ou coisa do tipo. Então, inicialmente, está descartada essa linha de suicídio já que ele não demonstrava ou tinha conversação nesse sentido. A linha principal é essa, que ele sofreu uma overdose enquanto fazia manipulação de algum medicamento”, explicou o delegado.

A professora do Programa Especial para Formação de Servidores Públicos (PROESP) da Uneal, Mahely Corrêa Bezerra, tem buscado mais divulgação de seu projeto de extensão. Com o apoio da Editora da Uneal, foi produzida uma cartilha lúdica para ajudar crianças em situação de violência. Para ela, ainda falta maior divulgação de iniciativas como essa para assegurar os direitos das crianças. A cartilha “Criança protegida é feliz da vida”, em parceria com o professor Lenivaldo M. Melo, é fruto do projeto de extensão “Criança Protegida é Criança Feliz” e está disponível para download e nas Arapiraquinhas de Arapiraca.

Proteção à criança

Para ela, educar as crianças sobre temáticas como esta é fundamental para protegê-las. “Proteger nossas crianças e adolescentes com aulas educativas, orientando estas crianças a se defender dos ataques das pessoas que se aproximam para levá-los para o caminho das drogas, prostituição, abusos e bebidas. Foi para isso que elaboramos a cartilha ‘Criança Protegida’, para dar este alerta dos cuidados que devem ser tomados com as crianças, seja pelos pais, governantes e ou pela sociedade em geral”, revela. Seu desejo é que a cartilha seja adotada como material didático da rede municipal de ensino de Arapiraca.

Improbidade administrativa

O ex-prefeito de Girau do Ponciano Fábio Rangel Nunes coleciona mais uma condenação devido a sua gestão na cidade do Agreste alagoano. No final de 2022 o juiz federal da 12ª Vara Aloysio Cavalcanti Lima condenou o ex-prefeito por falsificação de documento público, juntamente com o representante da construtora Colibrir Emerson Pereira da Silva. A Colibrir terá que devolver o dinheiro aos cofres públicos.

O Ministério Público Federal apresentou a denúncia referente a um processo licitatório do município no ano de 2012 em que a empresa citada no processo ganhou a licitação de R$ 1.578.580,25 para executar a reforma e ampliação de dez escolas da cidade. Em agosto de 2013, a Colibrir afirmou não ter condições de executar o que estava no contrato com a justificativa de que cinco das dez escolas estavam em áreas de desapropriação. Além disso, o que chamou a atenção dos investigadores foi o pagamento de um valor ainda maior para a reforma de apenas metade das escolas que constavam no início do contrato de licitação. Ao todo, a empresa solicitou mais R$ 386.393,80. Ao todo, a prefeitura de Girau do Ponciano repassou para a empresa R$ 1.964.974,05. (Com Lysanne Ferro).

Redução de pena

O fazendeiro José Laelson Rodrigues de Melo, conhecido como “Laércio Boiadeiro” condenado a 39 anos e 11 meses de prisão, em 2008, está em busca de uma segunda redução de pena. Laelson foi acusado de matar o agropecuarista e ex-prefeito de Batalha, José Miguel Dantas Rodrigues, conhecido como Zé Miguel, tio do governador Paulo Dantas. O assassinato aconteceu no dia 19 de março de 1999, na estrada de acesso à cidade de Major Izidoro. Na emboscada, Matilde Tereza Toscano, esposa de Zé Miguel, também foi assassinada, após o carro do casal ser cercado por carros que estavam pistoleiros.

Novo pedido

O desembargador Orlando Manso anulou a sentença de 2008. Porém, em junho de 2012, Laelson voltou ao banco dos réus e foi condenado a 35 anos de prisão. No último dia 11 de janeiro, Laércio Boiadeiro entrou com um novo pedido de revisão criminal de sua segunda condenação. Ele alega que a condenação não corresponde às provas contidas nos autos. A revisão da pena ocorreu na terça-feira, 21, na Câmara Criminal do Tribunal

... O deputado Antônio Albuquerque usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Alagoas na terça-feira, 21, para rebater mais uma vez as acusações do prefeito de Limoeiro de Anadia, Marlan Ferreira.

... O parlamentar afirmou que o prefeito tentou inverter a situação após ser denunciado às autoridades, no começo de fevereiro deste ano, em razão de um suposto plano arquitetado por Marlan Ferreira para assassinar Paulo Pereira, que atua como segurança de Antônio Albuquerque.

... Albuquerque disse que está no limite com Marlan e já procurou assessoria jurídica para ingressar com uma representação criminal contra o prefeito e com ação civil por danos morais. E garantiu que será esse o caminho que irá percorrer.

... O promotor da 4ª Promotoria de Arapiraca, Rogério Paranhos, opinou na última semana pela anulação de todos os editais que resultaram em eleições na Câmara Municipal de Arapiraca entre 2021 e 2023, e a realização de um novo escrutínio para escolha dos cargos.

... É esperado que ainda esta semana a 4ª Vara da Fazenda de Arapiraca, responsável pelos processos envolvendo a disputa pela Mesa Diretora da Câmara de Vereadores da cidade, se manifeste sobre a respeito.

... O titular da Vara, Carlos Bruno de Oliveira Ramos, deve emitir nova decisão a partir do parecer produzido pelo promotor Rogério Paranhos.

... Em tramitação no Supremo Tribunal Federal um outro pedido de análise com relação às eleições da Câmara Municipal. Neste processo, que será analisado pela ministra e presidente da corte, Rosa Weber, as duas partes já se manifestaram enviando suas defesas.

... O prefeito Luciano Barbosa inaugurou, na manhã de quarta-feira, 22, no bairro Brasília, o Ginásio Poliesportivo Professor Cristiano Marinho e entregou a Escola Municipal Divaldo Suruagy completamente reconstruída, revitalizada e ampliada.

... A obra era aguardada há 37 anos pelos moradores do bairro e localidades vizinhas.

.... Desejamos um excelente final de semana para os nossos leitores. Até a próxima edição!

ABCDO INTERIOR MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 29 e extra
n robertobaiabarros@hotmail.com
MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 30 e extra

ALAGOAS

Triste fim do ‘bode candidato’

Atrágica história do bode Frederico, supostamente envenenado numa sexta feira 13/9/1996, nos ajuda a entender o quanto as fogueiras de uma inquisição bastante particular – e vigendo em Alagoas – se mantêm acesas e seus lados seguem bem definidos:

- Desafetos vão para o sacrifício;

- As tochas estão nas mãos do poder local;

- Regras e leis são de quem manda.

Frederico virou candidato a prefeito de Pilar. A criatividade do povo encontrou uma forma original de protestar contra os atrasos salariais da gestão Mário Fragoso (PSC) e os outros candidatos que disputavam as eleições.

A vice do bode era a travesti Juliete Maria, em verdade um personagem vivido por um radialista num programa de rádio. Os dois eram filiados ao Partido dos Bodes e Bichas, número 24 e slogan: “Um Governo Berrante”.

A história atraiu os holofotes nacionais. Jô Soares, ainda no SBT, quis entrevistar o bode e Juliete. Em 4/9/1996, um caminhão que levava Frederico e Juliete numa carreata foi alvo de uma rajada de metralhadora, os dois nada sofreram, a Secretaria de Segurança prometeu uma megainvestigação para descobrir quem atirou e nunca deu em nada.

Na sexta-feira, 13 de setembro, o bode-candidato foi encontrado morto, supostamente envenenado.

O ‘governo berrante’ encontrou seu triste fim.

Apenas alguns meses antes, Paulo César Farias e sua namorada Suzana Marcolino foram mortos em 23 de

junho na mansão de PC, em Guaxuma. As investigações concluíram que PC foi morto pela namorada, depois ela se matou.

PC e a namorada sabiam demais; o bode,

também.

O interesse foi o mote de todas estas punições. As fogueiras da Inquisição seguem devorando corpos, na esteira das próprias razões político -partidárias.

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 31 e extra
DE
Jô Soares anuncia em 1996 o atentado ao bode e cancelamento da entrevista Folha de S. Paulo divulga morte de Frederico Cidade de Pilar n Odilon Rios
MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MARÇO DE 2023 32 e extra

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