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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XIV - Nº 712- 22 A 28 DE MARÇO DE 2013

ROYALTIES: RENAN PROMETE DEFENDER DECISÃO DO CONGRESSO

P/7

TCU MANDA INVESTIGAR ESQUEMA DE FRAUDES EM 7 PREFEITURAS P/11

EX-PREFEITO DE CAMPO ALEGRE PRESO NA PF POR DESVIAR RECURSOS PÚBLICOS P/ 10 TRE-AL DEVE ACATAR DENÚNCIA CONTRA PREFEITA DE RIO LARCRISE DO GRUPO JL TENDE A SE AGRAVAR; CREDORES NÃO ACREDITAM EM RECUPERAÇÃO P/ 12

SUMIÇO DE BÁRBARA CORRE RISCO DE ENGROSSAR LISTA DE CRIMES SEM SOLUÇÃO P/ 16


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

DA REDAÇÃO

(Millor Fernandes)

Propaganda antecipada

Na prisão

S

e a intenção era deixar a coisa subliminar, não funcionou. Todo mundo já percebeu que a propaganda do governo estadual está adotando as mesmas características da propaganda eleitoral utilizada pelo agora senador Benedito de Lira nas eleições de 2010. Sonoridade, cores, personagens, tudo é muito similar ao que foi utilizado pelo senador. E não é porque o marketeiro dele hoje é o titular da Secretaria de Comunicação. Nada disso. Está visível a intenção de fortalecer o senador junto aos futuros eleitores. A estratégia ficou bem clara nas publicidades do Canal do Sertão. Como é de conhecimento público, antecipar campanha é crime eleitoral. E alguns partidos da oposição – atual e vindoura, que se frise – já perceberam a tática e iniciaram os contatos com advogados. Mais um sinal de que a eleição de 2014 já começou. E vai ser pesada. Com fantoches e tudo.

FRASE DA SEMANA “Há muitos (juízes) para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras” (Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF)

Pela metade

O desempenho do Tribunal de Justiça no cumprimento das metas do CNJ não foi nada bom. Tudo bem que apenas três Tribunais em todo o país tiveram bom desempenho, mas isso não justifica a ineficiência local. Parabenizar um trabalho que ficou pela metade não é correto. É preciso avançar ainda mais.

Prêmio

As punições para magistrados precisam, urgentemente, de revisão. Prova disso é que o desemabrgador Júlio César Cardoso de Brito, do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO), foi “condenado” a uma aposentadoria compulsória de R$ 26 mil na semana passada. O magistrado foi flagrado em gravações telefônicas da Polícia Federal negociando e participando as organizações do contraventor Carlinhos Cachoeira.

Economia?

1

O senador Renan Calheiros determinou a extinção do atendimento ambulatorial no Senado para economizar R$ 6 milhões aos cofres públicos. A economia, contudo, é questionada pelos Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal (Sindilegis). Os sindicalistas afirmam que a medida vai aumentar os gastos.

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“Nós temos certeza absoluta que o único objetivo do Senador Renan Calheiros é acertar. Disso ninguém tem dúvidas, mas encontramos várias falhas (...). Anuncia-se uma economia de R$ 6 milhões, quando a abrupta interrupção irá sobrecarregar o Sistema Integrado de Saúde, o SIS, que é custeado pelo Senado, em quase R$ 22 milhões”, declarou Nilton Paixão, presidente do Sindilegis.

Em Joinville (SC), um reeducando teve sua pena reduzida e ganhou o direito à saída temporária porque estava trabalhando no presídio. Acontece que o detento enviou uma carta ao juiz da Vara de Execuções Penais pedindo para permanecer na prisão. Ele afirmou que não tinha família, nem lugar para onde ir e, por causa disso, preferia ficar na cadeia.

Falência do sistema Corregedor e ouvidor

Os vereadores Marcelo Gouveia (PRB) e Zé Márcio (PSD) foram nomeados, respectivamente, para a corregedoria e ouvidoria-geral da Câmara Municipal de Maceió. A indicação foi feita pelo presidente do Legislativo da capital, o vereador Chico Filho (PP), e não passa por votação. O mandato tem duração até o dia 31 de dezembro de 2014.

Um filho e dois pais

Afinal de contas, quem autorizou a construção da nova avenida que liga Cruz das Almas ao Barro Duro? No ano passado, o então prefeito Cícero Almeida já havia autorizado a construção da avenida. Só que na quinta-feira (21) o prefeito Rui Palmeira assinou uma nova ordem de serviço para a mesma obra. Ficou estranho.

Pode voltar

O ex-prefeito de Maragogi, Marcos Madeira, já pode voltar a aparecer publicamente. Uma liminar do desembargador Edivaldo Bandeira Rios concede habeas corpus ao ex-prefeito, acusado de vários crimes enquanto esteve no comando de Maragogi. Vale lembrar: Madeira estava foragido desde que teve sua prisão decretada.

Dificuldades

Passados quase três meses de mudança de gestão, muitos prefeitos ainda sentem os reflexos das administrações anteriores. Os problemas são tão graves que vários municípios estão impedidos até mesmo de assinar convênios e receber recursos federais. A situação só deve se regularizar no fim do ano.

Carência

Alagoas tem um déficit de 117 defensores públicos. Os dados são do Movimento Defenda Alagoas, criando nesta semana que propõe ao Estado a contratação de mais defensores. De acordo com nota enviada pelo Movimento, “em Alagoas a falta de profissionais ocorre em 50% das comarcas”.

Em Paulo Jacinto

O ex-prefeito de Paulo Jacinto, Marcos Lisboa, teve seu inquérito policial por improbidade administrativa remetido à Vara do Único Ofício do município. Lisboa é acusado de supostos delitos contra a administração pública e ordem tributária.

“Nenhum ser humano em sã consciência pode preferir a prisão à liberdade. O que ele sinaliza então (...) é um pedido de ajuda”, afirmou o magistrado na decisão que permitiu ao reeducando ficar na prisão. “O que se percebe com mais esta situação é que o direito penal não pacifica e não previne o crime. Através de funções não declaradas ele apenas prisionaliza pessoas, reproduz a violência e alimenta a desigualdade social, nada mais”, completou.

Na berlinda

A pressão para que o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) deixe a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal é cada vez maior. Até o presidente da Casa Legislativa e a sua própria bancada já pediram sua saída. O pastor, no entanto, diz que não deixa o cargo por vontade própria. E a direção do seu partido dá todo apoio.

Planeta Água

Esta sexta-feira, 22 de março, é o Dia Mundial da Água, criado pela ONU em 1992. O planeta é formado por dois terços de águas, mas apenas 0,008% desse total é próprio para o consumo humano. E o pior: grande parte das fontes de água potável (rios, lagos e represas) está sendo contaminada pela ação predatória do homem. A situação é preocupante e, no futuro, poderá faltar água para o consumo de grande parte da população mundial. Sabendo usar, não vai faltar!


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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Às favas os escrúpulos Rio - Se os presidenciáveis pedirem as planilhas do IBOPE vão desmascarar as pesquisas que dão a Dilma mais de 60% de aprovação. Como esses números fajutos nunca são contestados pela oposição fica a sensação que eles são verdadeiros e que a população aplaude a gestão petista de Dilma. Curiosamente essas pesquisas, encomendadas pelo Planalto e divulgadas por entidades de classe aliadas para darem mais credibilidade a elas, aparecem sempre que se avizinha uma crise ou acontece um episódio que pode desnortear o rumo político do governo. Nesse momento, o Planalto está diante de alguns problemas que deixam com insônia os petistas de plantão que cercam a presidente: o aparecimento de Aécio e Eduardo Campos, dois presidenciáveis fortes que ameaçam a hegemonia petista, e o surgimento do Rede, partido de Marina da Silva, que pode também tiraruma lasquinha da base do governo. O outro caso sério é o da crise econômica com a perda patrimonial de megaempresas como a Eletrobrás e a Petrobrás que trabalham no vermelho, depois da administração de terra arrasada dos petistas apadrinhados. Na área política, a presidente Dilma jogou na lata do lixo os escrúpulos e começa a reconvocar os corruptos que até pouco tempo ela baniu da Esplanada dos Ministérios. Carlos Lupi é um exemplo disso. O ex-dono de banca de revista em Copacabana, volta ao colo da Dilma depois de ameaçar sair da base do governo e levar com ele o PDT e os seu minutos preciosos de televisão. Demitido pela presidente sob a orientação do Conselho de Ética da República que assinou embaixo as acusações de corrupção, o ex-ministro do Trabalho volta com força ao governo. Tanta força que indicou para ministro um Zé Mané, do PDT, chaleira da sua cozinha. Quando se trata de se perpetuar no poder, às favas os escrúpulos, como já dizia o ex-ministro Jarbas Passarinho numa reunião em que os militares decidiram pelo AI-5, o ato institucional que calou a imprensa e generalizou a tortura nos quarteis e baniu os opositores da ditadura. O PT reedita a avacalhação das instituições pública à sua maneira. Dilma fez um choque de moralização ao assumir o governo. Demitiu uma dúzia de corruptos alojados nos ministérios e agora reconvoca todos eles para ocuparem seus lugares. Chegou o momento das articulações para a reeleição presidencial, portanto, senhores, vale tudo. Até mesmo enfiar uma cambada de bandidos novamente nos mistérios para continuar roubando o dinheiro público.

Manipulação Essa arrumação política, o brasileiro já conhece há dez anos desde que os petistas chegaram ao poder e se aliaram aos sarneys e aos malufs da vida, dando uma guinada para a direita para se manterem no controle do Executivo e do Legislativo.

- MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 MARÇO DE 2013 -

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Limpeza

Rui Palmeira está fazendo bem o dever de casa. A cidade está limpa e os órgãos municipais funcionando com precisão. Acabou a espetacularização do ex-prefeito Cícero Almeida que pagava milhões em publicidade para inaugurar um calçamento na periferia.

Gastos

Com os gastos em publicidade (só na internet as cifras saltaram de R$ 15 milhões em 2000 para R$ 90 milhões em 2013), a manipulação da informação, a complacência de um Congresso Nacional dócil e de quatro, os petistas vão largando na frente encomendando pesquisas para mostrarem força e assim evitarem a debandada dos partidos para a candidatura de outros presidenciáveis.

TV Globo

É assim, com essa cínica manipulação e ajudinha da TV Globo (o Louro, apresentador de Ana Maria Braga, declarou que admira Dilma, num programa de maior audiência da emissora) que a presidente vai armando sua reeleição para 2014 mesmo que para isso abra espaço no seu palanque para os ministros ladrões e os mensaleiros petistas condenados pelo STF.

Mordomia

Dilma está usando o avião presidencial para fazer passeios com amigos e trabalhar na sua reeleição. Lotou a aeronave com parlamentares e assessores na viagem que fez para Venezuela para chorar no enterro do Chaves. Viaja pelo Nordeste com outro bando de assessores para inaugurar obras, muitas delas inacabadas. Agora, viajou para a Itália para cumprimentar o Papa Francisco avesso a gastança e mordomia. Com exceção dela e da Cristina Kirchner, da Argentina, não se viu nenhum outro estadista batendo perna lá pelo Vaticano. Coisa de subdesenvolvidos.

Chiadeira

Associações de juízes caíram de pau no presidente do STF, Joaquim Barbosa, que denunciou conluio entre advogados e juízes, prática que desabona a conduta da Justiça. Barbosa disse que há ainda muitos juízes pra “colocar pra fora”, depois de concluir o julgamento do juiz piauiense João Borges de Souza Filho que culminou com a sua aposentadoria compulsória sob acusação de favorecer advogados. Barbosa está coberto de razão. O Brasil precisa passar o judiciário a limpo.

Limpeza

Sem estardalhaço, como é do seu estilo, Renan Calheiros está enxugando a máquina no Senado Federal, cortando cargos de diretores, aumentando a carga horária dos servidores e reduzindo os funcionários dos gabinetes, como informou O Globo de quarta-feira. As medidas vão ser postas em prática em sessenta dias, mas já na sexta-feira o Senado começou a cortar 25% das funções comissionadas ocupadas por servidores efetivos.

Nise Comecei pelo Rio de Janeiro a semana passada o filme “Olhar de Nise”, a história de vida da psiquiatra alagoana Nise da Silveira, uma das figuras mais importantes do século XX. A equipe gravou em Santa Teresa, bairro onde a Nise morou ao sair de Maceió, depois de se formar em medicina na Bahia. Ali, no bondinho que circula pelo bairro, ela conheceu Manuel Bandeira e o comunista Otávio Brandão, todos interpretados por atores.

Ópera No início de abril, a equipe do filme se transfere para Maceió para outras reconstituições de época. Essas primeiras cenas vão ser rodadas em vários locais de Maceió, onde a Nise viveu até aos 15 anos. Participam do filme a orquestra da Universidade Federal de Alagoas, a soprano Stela Brandão, que mora em Chicago, nos Estados Unidos, e a pianista Moema Craveiro.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Os conchavos para 2014

De mal a pior

O racha entre os vereadores na Câmara de Maceió já começou. A insatisfação com a centralização do poder do presidente, Chico Filho, é o assunto em pauta e a situação é cada vez pior. Alguns vereadores, a exemplo de Dudu Ronalsa e Kelmann Vieira, já se rebelaram e cobram ações mais efetivas da própria Mesa Diretora. O tempo esquentou na Câmara muito antes do que se esperava. Com apenas dois meses e meio de mandato, Chico Filho enfrenta a primeira turbulência.

Omissão oficial

Ainda não será desta vez que o ex-prefeito de Arapiraca vai assumir um cargo em nível federal. O senador Renan Calheiros descartou categoricamente sua indicação para a Chesf, como estava sendo especulado. Parece que os planos são outros.

Disputa

O secretário de Educação, Adriano Soares, depois que bateu o martelo sobre o Plano de Cargos e Salários dos servidores da Pasta, disse que só quem não gostou foi o Sindicato dos Trabalhadores. Aliás, é uma velha disputa entre o secretário e o Sindicato.

N

inguém pode assegurar que esse ou aquele político será candidato à sucessão de Téo Vilela. As indefinições prosseguem em ritmo acelerado e as conversas de bastidores aumentam a cada dia. No início se falou que o senador Benedito de Lira toparia ser candidato a governador e poderia haver uma composição que envolveria também o senador Renan Calheiros. Tudo não passa, porém, de especulações. Até o nome do deputado estadual Joãozinho Pereira também está na ordem do dia, numa provável dobradinha com o deputado federal Renan Filho. Mas nem Benedito de Lira, nem Renan Calheiros, falam sobre o assunto, muito menos o governador Teotônio Vilela, que até mesmo pode não participar das eleições do próximo ano. Composições políticas mesmo só no final do ano ou no começo do outro, embora as velhas raposas políticas

Ainda não

Fim de festa?

O clima entre a Procuradoria Geral do Estado e a Seplande não é dos melhores. Com a colisão entre Marcelo Teixeira e Luiz Otávio Gomes, o governador Téo Vilela fica na berlinda. O pior é que a discussão foi oficial, através de despachos no Diário Oficial do Estado.

Cruzamento de folhas

Existe a perspectiva de fazer um cruzamento de folhas salariais entre a Câmara de Vereadores de Maceió e a Assembleia Legislativa. Mas não deveria ficar somente por aí. Deveria estendê-la para a própria prefeitura da capital, o Estado, além de órgãos do governo federal. Se puder também valeria à pena cruzar com a Câmara Federal e o Senado da República.

Escanteio

O deputado Antônio Albuquerque tem razão de chiar na Assembleia Legislativa. Na composição das Comissões da Casa, lhes deixaram na mão apenas como titular da Comissão de Administração, Segurança e Relação de Trabalho. A antes poderosa Comissão de Constituição e Justiça está agora em outras mãos.

Ingerência

A divulgação da folha de pagamento da Câmara de Vereadores causou um susto aos pobres mortais. E o assunto agora foi bater no Ministério Público de Contas e no Ministério Público Estadual. As duas instituições querem saber por que esses grandes salários e como muitos servidores nunca deram um dia de serviço. Lamentável é que as Mesas anteriores sempre souberam disso de nunca tomaram uma providência.

Circulam nos corredores da Sesau que o novo titular da pasta, Jorge Vilas Boas, está no cargo apenas para obedecer ordens de seus padrinhos Álvaro Machado e Herbert Motta, que já passaram pelo cargo, o primeiro na gestão de Ronaldo Lessa, e o segundo, no primeiro mandato de Téo Vilela. Quando as “determinações” palacianas chegam no gabinete de Vilas Boas, ninguém questiona. Nem o próprio secretário.

Mudanças

O governador Teotônio Vilela deve anunciar até o início do mês de maio modificações no seu secretariado. Que mais ação do governo, menos negligência, como foi o caso dos 10 milhões destinados para o combate à seca e que ficou mofando nas contas bancárias e propostas rápidas para melhorar a saúde, educação e segurança pública. Ele cansou de esperar.

O novo secretário esteve em palácio, com o governador Teotonio Vilela, desde que saiu a sua nomeação, uma única vez, ladeado pelos padrinhos. Qualquer assunto inerente à pasta da Saúde, Vilela trata diretamente com Machado e Mota. A propósito, as mudanças feitas dentro da Sesau pelos dois ex-secretários têm atingido diretamente o deputado federal Alexandre Toledo. Todos os que deixaram os cargos de diretoria na secretaria foram nomeados por Toledo.

Nem pensar

Mar de lama

O ex-governador Ronaldo Lessa não tem feito segredo de que é muito difícil juntar a oposição para formar uma frente contra o governo em 2014. Ele dá a impressão de que existem conflitos de interesses partidários. Lessa deve mesmo participar da eleição como candidato a deputado federal.

Ingerência 2

Mas o que tem magoado Alexandre Toledo, mais do que não ter conseguido indicar o sucessor na Saúde, são os boatos que estão circulando dentro e fora da Sesau, de que as demissões estão acontecendo porque as pessoas ligadas a ele faziam parte de uma “máfia” na saúde pública de Alagoas. A bem da verdade, quem tem escutado os novos nomeados, fica estarrecido com os adjetivos usados contra quem saiu.

O dia do “fico”

O governador Teotonio Vilela, a cada dia, está mais convencido de que não deve disputar eleição em 2014. Sua assessoria mais próxima prepara o momento certo para ele anunciar que fica até o final de sua gestão. Para a sucessão de Vilela, cresce a possibilidade da reaproximação entre ele e o senador Renan Calheiros, focada na candidatura do deputado Renanzinho para a majoritária. Resta saber, como fica o vice-governador Nonô nesse emaranhado eleitoral.

Palavra de GB:

O ex-governador Geraldo Bulhões desmentiu o senador Collor sobre o Canal do Sertão. GB disse textualmente que Collor, na presidência da República, até prometeu, mas não mandou um centavo para a obra e sequer deu atenção ao projeto, quando ele chegou no Ministério da Integração e da Codevasf.

Comparação

Há dois anos algumas cidades do Japão foram dizimadas por tsunamis e um acidente nuclear de grandes proporções e hoje estão totalmente reconstruídas. Já em Petrópolis, no mesmo período, a região serrana foi parcialmente destruída pelas chuvas, morreram 900 pessoas e o caos continua o mesmo da época da catástrofe.

Na mosca O trabalho permanente de recuperação da área da saúde, em Maceió, pelo médico João Marcelo, foi tema de conversa em audiência entre o ex-vereador Nilton Lins e o prefeito Rui Palmeira. Lins destacou o trabalho de João Marcelo e o acerto na indicação de Eduardo Jorge como seu principal assessor. Ali as coisas andam, disse Nilton Lins ao prefeito.

Avanço

O senador Renan Calheiros comemorou a aprovação em primeiro turno de conquistas para as empregadas domésticas, o que irá reparar uma injustiça de dezenas de anos. A votação final será na próxima terça-feira e o projeto deve ser aprovado por unanimidade como aconteceu no início da semana.

Cruzamento de folha

Esta coluna já havia sugerido em outras oportunidades que se fizesse o cruzamento de folhas salariais e agora foi reforçada pelo pedido da vereadora Heloísa Helena. Mas além do cruzamento entre a Câmara e a Assembleia Legislativa, como foi sugerido, deveria ir mais longe, cruzando também com o Governo do Estado e órgãos federais. Aí, sim.


extra EDITORIAL

- MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 -

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OPINIÃO

O ministro Joaquim Barbosa * AMADEU GARRIDO

amadeugarridoadv@uol.com.br

N

Calote dos precatórios

A

o derrubar a Emenda Constitucional 62/2009, que criou um regime especial de pagamento de precatórios (dívidas públicas reconhecidas judicialmente), o Supremo Tribunal Federal (STF), reparou uma injustiça, mas criou outro problema, de difícil solução. A Emenda 62/09 – conhecida como a PEC do Calote, declarada inconstitucional pelo STF estabeleceu um prazo de 15 anos para Estados e Municípios liquidarem as suas dívidas judiciais com empresas e funcionários públicos – um passivo avaliado hoje em R$ 100 bilhões. A maioria dos Estados aderiu ao regime especial criado pela Emenda 62, e passou a reservar um percentual de sua Receita Corrente Líquida para o pagamento de precatórios. Desde então, o governo de Alagoas vem repassando ao Tribunal de Justiça cerca de R$ 5 milhões por mês, que são depositados em uma conta especial. Até o final de 2012 o Estado conseguiu colocar à disposição da justiça mais de R$ 100 milhões para quitação de precatórios. Apesar da burocracia do judiciário, o TJ já pagou ao menos a 300 servidores públicos que tinham direito a precatório. Com a derrubada do regime especial – que

deu aos Estados e Municípios o direito de parcelar esses débitos judiciais – o pagamento de precatórios volta à situação de caos anterior em que o poder público fica obrigado a quitar esse passível à vista, e na sua integralidade, sem qualquer desconto ou negociação. Sem dinheiro em caixa e sem vontade política, os governantes voltarão ao velho argumento do “devo, não nego; pago quando puder”. E jamais pagarão. A Emenda 62 surgiu com o objetivo de dar uma solução para o crônico problema dos precatórios – reconhecidos, mas nunca pagos pelo poder público. Sob esse regime especial, os credores tinham ao menos a certeza de receber seus créditos, mesmo que parcelados em 15 anos. Agora nem isso têm. Na opinião do ministro Gilmar Mendes – que votou contra a derrubada da Emenda 621 – restará ao STF a opção de declarar intervenção nos estados “para garantir a coisa julgada e o direito adquirido”. Lembrou o ministro que a Emenda 62 vinha cumprindo essa função, e indagou: “Qual é o sentido de declarar sua inconstitucionalidade e retornar ao texto original? Para dizer que o caos é melhor que a ordem?”.

ão faz parte da análise política e, especialmente, da política judiciária, examinar as características pessoais de seus agentes. O que importa é ter em mira seus atos, sob a ótica da axiologia e do interesse público. No entanto, o princípio, como todas as regras, pressupõem inevitáveis excessões. É o caso do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, Joaquim Barbosa. Originário do Ministério Público Federal, onde militou por pouco tempo, teve a felicidade, em geral extremada de seus irmãos afrodescendentes, de adornar os conhecimentos jurídicos adquiridos na Universidade de Brasília, nos Estados Unidos e na Europa, aperfeiçoamento possível graças à sua inegável inteligência, marcada, sobretudo, pela objetividade. Conquistou uma cadeira no Supremo Tribunal Federal graças a uma visão enviesada do então Presidente da República, no interior de uma sistema nada democrático de escolha dos Ministros de nossa Suprema Corte. Considerava-se imperioso escolher um negro, depois da primeira mulher, Ellen Gracie. No seio da comunidade, conquistou a primeira posição aquele que era forrado de erudição, ficando evidenciado à nação que nem todos os negros são carecedores desse atributo. No entanto, Joaquim nunca manifestara solidariedade a seus pares ou se engajara em atividades políticas. Preferiu a via misógina do crescimento pessoal, em que, sem nenhuma dúvida, saiu-se vencedor. Num país de profunda injustiça social, sobretudo em relação aos negros e pobres, optou pela acusação. A defesa dos que se desviam ainda que um milímetro das malhas da lei, seja por justificados motivos sociais, nunca foi seu forte. No STF, sempre deixando público seu mal de coluna (ainda que tenha sido pilhado por um jornalis-

ta “inconveniente” saboreando, relaxadamente, com um amigo, uma estupidamente gelada), foi o único Ministro que jamais recebeu advogados em seu gabinete, que lá se dirigem para expor razões, não para ousar corromper e sair algemados. Os relacionamentos descortezes com seus pares também demonstraram que não é um homem vocacionado ao trabalho respeitoso num colegiado judiciário. Agora, reiteradamente coloca sob suspeição toda a magistratura. Insatisfeito com uma primeira increpação, que ensejou resistência de todas as entidades nacionais de juízes, volta à carga, falando em conluio entre magistrados e advogados. Pela razão de serem próximos, amigos, antigos colegas de faculdade etc. Foi enfrentado por seu colega do CNJ, Tourinho Neto: “Vossa Excelência é duro como o diabo”, disse o antigo juiz ao nosso Torquemada. Longe, com o acima exposto, de pretendermos dizer que as condenações do Mensalão foram injustas. Nesse episódio, Joaquim Barbosa foi irrepreensível. É preciso, porém, que o povo entenda que, simplesmente, um membro do Judiciário cumpriu seu dever e, por isso, não merece o endeusamento que lhe rendeu uma população combalida pela corrupção crônica. Não nos cabe aconselhar ninguém e tampouco o titular desses cargos figurantes no cume do Estado brasileiro. Porém, convém lembrar a matéria de Sumathi Reddy, do “Wall Street Journal”, a respeito do riso e com menção ao “sorriso de Duchêne”, que “gera uma emoção psicológica positiva e mudança no cérebro”, como disse Paul Eknem, professor emérito de psicologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco. Um único (o primeiro) já poderia ser benjazejo pessoal e politicamente ao Ministro Joaquim. * Amadeu Garrido é advogado, membro da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 IMBRÓGLIO

TRE vai investigar denúncias contra prefeita de Rio Largo Após reunião com representantes do Movimento, o desembargador prometeu rever decisão sobre o caso e remeter processo ao MP JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

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a última semana o jornal Extra publicou uma matéria intitulada “Prefeita inelegível até 2016 comanda Rio Largo”, devido à condenação de Maria Elisa Alves da Silva por improbidade administrativa, em 2008. O juiz Airton de Luna Tenório em sua decisão suspendeu seus direitos políticos por oito anos, devido uma série de desmandos praticados na época em que ela foi prefeita de Rio Largo de 2000 a 2006. Na quinta-feira,15, o Movimento Contra a Corrupção e Violência Política em Rio Largo, representado por Dadá Santana, Alex Fernandes e Marivaldo Fragoso, ingressou com um ofício solicitando um procedimento de investigação por parte do TRE. O documento pede que sejam responsabilizados todos envolvidos na contradição da certidão negativa emitida pela comarca de Rio Largo; “a qual possibilitou o registro ilegal da candidatura da prefeita em exercício do município”, garantiram os membros do Movimento. Na terça-feira,19, o desembargador Sebastião Costa Filho, no exercício da presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), afirmou em seu despacho: “inexiste qualquer evidência que atende contra a elegibilidade da indigitada mandatária posto que, tal como assevera a única certidão que acompanha o

requerimento, nada há, nos assentos em arquivo na Comarca de Rio Largo/AL, que corrobore as alegações aventadas pelo signatário.” Após a decisão do desembargador Sebastião Costa Filho, os membros do Movimento Contra a Corrupção e Violência Política em Rio Largo descobriram que um equívoco tinha acorrido no ofício encaminhado ao TRE, já que a sentença de inelegibilidade da prefeita Maria Elisa Alves da Silva não foi anexada ao documento. “Estivemos em contato com o presidente em exercício do TRE na quarta-feira, após o seu despacho, e ele garantiu que com um novo ofício sendo endereçado ao Tribunal, com a cópia da sentença de 2008, o cenário do seu despacho deve mudar”, informou Dadá Santana. Um dos coordenadores do Movimento, Alex Fernandes, disse que a partir de agora o TRE vai dar o norte devido ao caso. “O erro vem lá de trás, desde a condenação de Elisa até a certidão dada de forma ilegal, já que está registrado na certidão: nos últimos dez anos nada consta em nome dela (Maria Elisa). O que foi feito é uma verdadeira aberração”, desabafou Fernandes. O novo ofício entregue ao TRE, que deve ser levado ao Ministério Público Estadual para apurar as denúncias, será encaminhado ao Tribunal de Justiça de Alagoas e ao juiz da 15ª zona eleitoral de Rio Largo, Airton de

Luna Tenório, o mesmo magistrado que em 2008 condenou a atual prefeita de Rio Largo por improbidade administrativa. “Confiamos na Justiça e vamos agir dentro da legalidade para que Maria Elisa seja afastada por agir de forma irregular”, Movimento de Rio Largo diz que Sebastião Costa vai rever despacho destacou Dadá Santana. A reportagem do jornal Extra esteve em Rio Largo para saber o posicionamento do juiz Airton de Luna Tenório em relação ao caso da certidão e se Elisa fosse afastada qual a possibilidade do segundo colocado nas eleições assumir o cargo. “Vamos aguardar o posicionamento do MP e se haverá a oferta de denúncia. Quanto ao segundo colocado assumir o mandato isso não vai ocorrer, pois ele está inelegível. Se hoje a prefeita em exercício estivesse cassada, junto com o prefeito eleito, Toninho Lins, no meu entendimento deveria haver novas eleições. Lembrando que isso é no campo das suposições”, salientou Airton Luna. O magistrado ainda fez questão de dizer que não sofre influência política de nenhum lado e que julga como requer o direito. “Estamos aguardando o inquérito da Polícia Federal para dar continuidade aos trabalhos em relação à situação do prefeito eleito, mas isso é feito com a maior serenidade, para que a lei e a justiça prevaleçam”, finalizou o juiz da comarca de Rio Largo. Certidão diz que nada consta contra Elisa, mesmo sendo condenada


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QUEDA-DE-BRAÇO NO CONGRESSO

Royalties: Renan diz que trabalhará em defesa da decisão do Congresso Liminar da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, determinou a suspensão dos efeitos da lei até que o colegiado da Corte julgue o mérito da ação AGÊNCIA BRASIL

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presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na última segunda-feira que irá defender a “decisão da maioria” no que se refere à mudança na Lei dos Royalties do Petróleo que determina a redistribuição dos recursos entre todos os Estados. Uma liminar da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, determinou a suspensão dos efeitos da lei até que o colegiado da Corte julgue o mérito da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) da lei, proposta pelo Estado do Rio de Janeiro. “Vamos aguardar o exato teor da liminar, no prazo adequado vamos fornecer todas as informações, sempre na defesa da decisão da maioria dos congressistas. O Congresso Nacional fez a sua parte e analisou os vetos. O processo legislativo se conclui com a análise do veto presidencial e nós fizemos isso”, disse o presidente do Congresso. Os parlamentares derrubaram, há cerca de duas semanas, os vetos da presidenta Dilma Rousseff ao projeto anteriormente aprovado por eles que determinava a distribuição dos royalties do petróleo entre todos os entes federados. Atualmente, os royalties são pagos apenas para a União e os Estados e municípios onde a extração do petróleo é feita. O Rio de Janeiro e o Espírito Santo são os maiores produtores de petróleo e os mais prejudicados com

as mudanças que valeriam para os contratos em vigência se não fosse pela liminar dessa segunda da ministra Cármen Lúcia. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) também defendeu a decisão do plenário do Congresso e disse que ela é constitucional. No entanto, ele admitiu que esperava uma decisão do Supremo suspendendo os efeitos este ano, de modo que os Estados produtores não sofram os prejuízos imediatamente. “Acho que a tendência é o Supremo modular a lei”, disse. “Os contratos de prospecção de petróleo são assinados entre as empresas e a Petrobras, ou entre as empresas e a ANP [Agência Nacional de Petróleo]. Não são assinados com os Estados, então não há quebra de contrato. Agora, nós temos que cumprir com a definição dos recursos programados. O Rio e o Espírito Santo tinham recursos programados para este ano. Minha expectativa é que a lei comece a valer para o próximo ano”, analisou Jucá. O senador fluminense Lindbergh Farias (PT-RJ) se disse satisfeito com a decisão. Ele evitou comemorar a liminar porque o mérito da Adin ainda não foi julgado, mas disse que o Estado e os municípios do Rio terão agora mais tempo para se preparar para a briga judicial. “O Rio respira aliviado hoje. O clima era de muita tensão, de pânico nas prefeituras, no Estado. Eles agora respiram aliviados. Nós ainda temos que aguardar o julgamento do mérito, não sei quanto tempo isso vai levar, mas

Renan Calheiros defende a posição da maioria dos congressistas que aprovaram a nova lei dos royalties é como se nós tivéssemos a faca no pescoço e agora temos tranquilidade para enfrentar a ação direta de inconstitucionalidade”, disse o senador. Ainda não há previsão de

quando o plenário do STF irá julgar a Adin proposta sobre a Lei dos Royalties. O Congresso ainda não recebeu o comunicado sobre a decisão, mas não há mais como o Poder Legislativo interferir no

curso do processo, uma vez que a votação sobre os vetos presidenciais foi a última instância de discussão sobre o assunto dentro do Parlamento.

Contra STF, senador propõe PEC para garantir divisão dos royalties LUCIANA COBUCCI

Brasília

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ontrariado com a decisão tomada ontem pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, o senador Wellington Dias (PT-PI) vai propor uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir que os Estados não produtores recebam uma fatia maior dos royalties obtidos com a exploração do petróleo em contratos já assinados. Wellington Dias é o autor da lei dos royalties que teve parte dos seus efeitos suspensos ontem à noite por decisão liminar da ministra Cármen Lúcia. Na noite de ontem, Cármen Lúcia suspendeu os efeitos dos artigos que aumentavam a participação dos não produtores na divisão dos recursos enquanto reduzia a fatia

devida aos Estados produtores Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Quando a lei foi aprovada no Congresso, em novembro passado, a presidente Dilma Rousseff chegou a vetar esses artigos, mas os vetos foram derrubados pelos parlamentares. Os governadores dos Estados produtores entraram com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) pedindo que o STF interceda sobre a decisão. A liminar de Cármen Lúcia precisa ainda ser referendada pelos demais ministros, em sessão do plenário do STF. Wellington Dias considera temerário confiar no Supremo para decidir a questão. “A forma mais segura, constitucionalmente, mais adequada é essa. Sei lá o que vai sair do Supremo, independentemente da legislação. Acredito que Congresso Nacional não pode ficar parado esperando que o Supremo

regulamente quando isso é um papel do Congresso Nacional. Acho que, claramente, há uma maioria suficiente na Câmara e no Senado para alterar a própria Constituição, definindo o que pertence à União de royalties, de participação especial, o que fica no Fundo Social e o que fica na participação especial dos estados e municípios confrontantes e os afetados. Esse é o caminho”, disse o senador. Ainda não há data para que o plenário do STF decida sobre a questão. Os governadores e representantes dos Estados produtores também acreditam que a decisão final do Supremo será favorável à manutenção dos percentuais de divisão que vigoram atualmente. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou nesta terça-feira que a liminar resgatou os direitos dos Estados produtores.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 ENTREVISTA

ALEXANDRE FLEMING: “O PSOL quer me silenciar” Votação recorde em Maceió não foi suficiente para partido apostar em novas lideranças. Para Alexandre Fleming, PSOL de Alagoas é apenas um projeto personalista VICTOR AVNER

victoravner@yahoo.com.br

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andidato do PSOL que mais conseguiu votos em uma disputa para o Poder Executivo em Alagoas, Alexandre Fleming está fora do partido. Ele protocolou sua desfiliação da legenda socialista na segunda-feira (18), após sofrer sucessivos ataques dos próprios correligionários. Fleming agora está em busca de um novo partido, mas ainda não definiu seu destino. “O mais importante nessa minha decisão será o projeto político posto na mesa”, diz. Os conflitos internos no PSOL alagoano se iniciaram logo após as eleições do ano passado. Fleming foi candidato a prefeito de Maceió e conseguiu mais de 20 mil votos – um recorde no partido. Foram mais votos até mesmo do que havia conseguido Mário Agra, presidente estadual do partido, nas eleições para o governo do Estado em 2010. O sucesso de Fleming nas urnas não agradou os dirigentes do PSOL em Alagoas. “O partido abriu mão de se comportar como um projeto coletivo. (...) Ao invés de comemorar o conjunto de conquistas que a gente teve nos últimos anos, achou melhor entrar numa briga por espaço político”, comenta Fleming. Ele saiu perdendo na briga. “O PSOL não quer que eu ocupe nenhum espaço protagonista. O PSOL quer me silenciar”, declara, ressaltando que o hoje partido está em função apenas da eleição de alguns membros. Fleming vivenciou algo contraditório no PSOL. Enquanto tinha o apoio das lideranças nacionais do partido, ele passou a ser visto como ameaça pelos dirigentes locais da sigla. “O PSOL Nacional lamenta muito o desfecho desse processo”, afirma o ex-psolista, que garante ter recebido ligações de solidariedade do senador

Randolfe Rodrigues (AP) e dos deputados federais Chico Alencar (RJ) e Ivan Valente (SP), este último presidente nacional da legenda. Em entrevista exclusiva ao Jornal Extra, Fleming fala sobre sua ascensão e queda no PSOL, o apoio recebido pela Executiva Nacional do partido e qual será seu próximo passo. “Ser candidato ao Senado é um sonho”, pontua. Confira: EXTRA – Como você chegou ao PSOL? Alexandre Fleming – Entrei no PSOL em 2008 porque vi ali uma oportunidade ímpar de se eleger dois vereadores de um partido novo, sem vícios, com um projeto político diferenciado – e isso ocorreu. Entrei para ser mais um atuando de forma propositiva, na construção de um projeto diferenciado. De lá para cá, assumi vários papeis importantes: fui assessor parlamentar por dez meses, fui presidente do Diretório Municipal por quase três anos e fui candidato a deputado federal, inclusive nem tinha interesse de ser e fui o segundo mais votado. Como a Heloísa [Helena, vereadora] iria para a reeleição e o presidente estadual tentaria ser o segundo mais votado, o meu nome foi escolhido para ser candidato a prefei-

“O PSOL de Alagoas não funciona como o PSOL nacional. É um organismo paralelo. Não é, nem de longe, o que representa o PSOL” ALEXANDRE FLEMING

to nas eleições do ano passado. E o que deu errado para você tomar a decisão de sair do partido? O partido, infelizmente, abriu mão de se comportar como um projeto coletivo e abriu mão de entender que tem compromisso direto com seu eleitorado e com a população do seu estado. O partido não pode se fechar a um partido cartorial e burocrático para atender a interesses de determinadas pessoas, uma sigla que tem como projeto a eleição de A ou B. Ao invés de comemorar o conjunto de conquistas que a gente teve nos últimos anos, o partido achou melhor entrar numa briga por espaço político. Não é meu perfil esse tipo de disputa. Eu estou dentro das organizações que faço parte para somar, para ser membro de um projeto que todos se sintam satisfeitos. Percebi que não existe mais esse interesse, que os interesses são outros. E qual era o interesse que você defendia para o PSOL? Eu queria seguir construindo um projeto coletivo. Que mostrasse que a gente tem um projeto de desenvolvimento econômico para Alagoas para além do pasto e da cana-de-açúcar. Que a gente efetivamente é um partido que busca a transparência pública, a garantia dos direitos civis, que a gente tem a responsabilidade de estimular a população a ter uma postura mais atuante, mais ativa. Mostrar que não adianta ficar a cada dois anos votando e reclamando, mas que todo cidadão deve entender seu compromisso e ter uma postura ativa diante das Casas Legislativas e do Executivo. Para que a população não deposite na figura de um “messias”, de um “parlamentar do futuro”, todas as expectativas de que a cidade mudará. O PSOL acabou criando esse “po-

Fleming avalia que partido desistiu de criar projeto para Alagoas lítico messias”? Eu acho que, em Alagoas, o PSOL está refém dessa situação. Não sei até quando. O PSOL nacional não, ao contrário. O PSOL nacional se oxigenou e estimulou a existência de novas figuras públicas. O PSOL hoje tem um senador, chegou a ter dois, e tem três deputados federais, uma base de deputados estaduais, uma série de vereadores espalhados pelo país e tem o primeiro prefeito de uma capital. Então, o PSOL nacional se oxigenou e entendeu o papel político-social que ele desempenha. Só que em Alagoas, não só o PSOL, mas as forças progressistas abriram mão de construir projetos coletivos e democráticos em troca de ações políticos-eleitorais que garantam espaço administrativo e financeiro para algumas figuras. É

preciso haver uma revitalização do campo progressista. Hoje existem duas lideranças no PSOL: a vereadora Heloísa Helena e o presidente do diretório estadual, Mário Agra. São eles que não abrem espaços para novas figuras políticas? Vou ser bastante objetivo. Em relação ao presidente estadual do PSOL, não farei qualquer tipo de colocação sobre esse elemento. Eu acho que a gente precisa oxigenar as figuras que se acham os únicos representantes e porta-vozes da esquerda de Alagoas e do campo progressista. Não são os únicos, existem muitos outros. E não estou dizendo que sou a nova voz ou a única voz alternativa. Existem muitos outros.


extra ENTREVISTA Não deram espaço para você no PSOL? Espaço eu tive durante esses cinco anos e ocupei de forma legítima. O que eu acho é que o projeto político com o qual eu me identifico deixou de existir no PSOL de Alagoas. O PSOL de Alagoas vai se voltar a um projeto pessoal, um projeto no qual meia dúzia de pessoas dita o ritmo do partido. Eu acho que o que deve ditar o ritmo do partido são os desafios colocados par ao estado de Alagoas. Esse debate deixou de existir e virou-se uma disputa pelo aparato partidário. Esse projeto personalista é um projeto para eleição da vereadora Heloísa Helena? Não diria isso. O PSOL é uma página virada. Tenho tempo para pensar, ouvir e ver quem melhor está disposto a aglutinar o campo progressista para fazer um enfretamento importante e apresentar um projeto alternativo. O que leva a crer é que um grupo que se sente dono do PSOL não concorda com o projeto que eu entendia e utilizou das mais diversas armas para me atacar. Como estou dentro de um espaço em que acredito que as diferenças deveriam servir para o crescimento coletivo e não para transformar companheiros em adversários, eu me senti confuso. Eu não sou adversário do projeto político do PSOL. Os meus adversários estão em outro lugar. Mas se o PSOL optou por esse caminho, é um direito do partido. Mas é um direito meu também decidir não servir de escudo. Você vai se filiar a outro partido? Possivelmente eu me engaje em outro projeto político. Eu coloquei boa parte da minha vida em busca da construção de um projeto coletivo. Em se apresentando um projeto no qual eu identifique avanço na aglutinação das forças progressistas de Alagoas, eu vou estar à disposição. O mais importante nessa minha decisão será o projeto político posto na mesa. Comenta-se que havia uma disputa entre você e a vereadora Heloísa Helena pela candidatura a senador nas próximas eleições. Foi isso que motivou sua saída? Não. Até porque, se eu permanecesse no PSOL e a candidatura a senador fosse o meu projeto, a qualquer preço, eu disputaria as prévias com a Heloísa. Eu acho que essa é a demonstração mais honesta e franca de que o

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NOVO PARTIDO partido tem democracia interna. Eu ouvi várias vezes, inclusive da boca dela, que ela não seria mais candidata ao Senado. Ela iria ser candidata a deputada federal, porque sua eleição era mais factível. Isso estava como um consenso no partido, internamente. Acontece que, em uma entrevista, eu disse que, como já havia a candidatura do Téo [Vilela, governador] e do [senador Fernando] Collor, eu iria trabalhar dentro do partido para viabilizar uma alternativa, para dar uma opção ao povo de Alagoas. Isso foi noticiado, dei entrevistas. Mas de repente veio a informação de que a vereadora também estava se colocando à disposição, o que eu acho legítimo. O meu projeto de ser candidato ao Senado é um sonho, um desejo, mas não é o que movimenta a sair do PSOL. Muito pelo contrário. Um dos requisitos para que você entre em outro partido é ter espaço para disputar uma vaga no Senado? Talvez ou possa vir até a não ser candidato a nada. O que não dá é para ficar num espaço político partidário no qual exista um desrespeito à minha biografia política, à minha figura pública e a um projeto no qual eu considero que a democracia interna deve ser garantida. E outra, a solução no PSOL era simples: a Heloísa me ligava, ela saía candidata ao senado e eu ao governo. Isso era facilmente resolvido. O problema é que o PSOL não quer que eu ocupe qualquer espaço protagonista. O PSOL quer me silenciar, porque existem interesses em manter uma política de enaltecimento de indivíduo A, B e C. Para mim, isso é um erro, uma falha. Essa postura adotada pelo PSOL é apenas local? Totalmente local. O PSOL nacional lamenta muito o desfecho dessa história. O senador Randolfe [Rodrigues, do Amapá) me ligou diversas vezes, o deputado federal Jean Willis também. O presidente nacional Ivan Valente me convidou para fazer parte da corrente da qual ele faz parte. Aqui em Alagoas nem sequer existe correntes. O problema é que o PSOL de Alagoas não funciona como o PSOL nacional. É um organismo paralelo, é um projeto político paralelo. O PSOL de Alagoas não é, nem de longe, o que representa o PSOL. E eu tenho certeza que, fora do PSOL, vou ser ainda mais PSOL do que quando estive dentro. Porque agora eu vou ter liberdade.

Para Heloísa Helena, a criação da Rede, partido de Marina Silva — sua amiga e ex-colega de Senado —, fortalece a política nacional

A peregrinação da Rede em Alagoas Heloisa Helena mostra que independente de filiações partidárias, a adesão ao projeto de Marina Silva é um ato de generosidade política REDAÇÃO

com assessoria

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vereadora Heloísa Helena (PSOL) está percorrendo o Estado de Alagoas em busca de assinaturas que possibilitem a criação da Rede, legenda partidária proposta pela ex-senadora e ex-ministra Marina Silva. Das 500 mil assinaturas que Ma-

rina precisa para viabilizar o seu projeto, Alagoas tem que contribuir com 10 mil. Até agora, apenas 3 mil alagoanos assinaram o documento de apoio ao novo partido. Contrariando a direção nacional e alguns militantes do PSOL, Heloísa tem promovido mobilizações em favor da adesão de alagoanos ao projeto partidário de

Marina Silva. Para justificar esse seu empenho, a vereadora lembra que em 2004, na criação do PSOL, mesmo sendo do PT e ministra do governo Lula, Marina defendeu, apoiou e trabalhou para a fundação da legenda. A vereadora não vê nenhum critério lógico nos ataques de seu partido ao movimento de Marina por um novo partido. “Identifico a Rede como mais uma trincheira de lutas, um novo instrumento partidário da esquerda socialista, humanista e libertária”, define ela, que também tem estado com Marina em outros Estados buscando adesões para a Rede. Em Alagoas, Heloísa mapeou alguns municípios onde organiza a peregrinação em busca de assinaturas. Segunda-feira (18), ela esteve em Arapiraca, segundo maior colégio eleitoral do Estado. RECEPTIVIDADE Heloísa não quer polemizar com o PSOL e já declarou que sua intenção é se candidatar ao Senado no próximo ano, pelo seu partido ou pela Rede, mas já deixou claro que não vai abrir mão de ajudar Marina a construir uma nova alternativa partidária. Na mobilização pela criação da Rede, a vereadora tem encontrado receptividade ao projeto da Rede. Segundo Heloísa, o projeto da Rede tem como base uma linha de sustentabilidade econômica e ambiental, justiça social e ética política, com todos os seus membros com conduta compatível com a Lei do Ficha Limpa. Na Câmara de Maceió, onde foi reeleita como a mais votada pela segunda vez consecutiva, Heloísa Helena continua apresentando seus projetos pra saúde, educação, geração de emprego e mantém seu discurso afiado contra a “politicanalha”, a “vigarice política” e os “fichas sujas”. Recentemente, blogueiros e colunistas comentaram que pesquisa realizada para o Senado da República, na eleição de 2014, teria apontado a vereadora como a preferida do eleitorado de Alagoas.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 CORRUPÇÃO

Ex-prefeito de Campo Alegre é preso por desviar recursos públicos

José Maurício Tenório e ex-secretários são acusados de fraudes em licitação, apropriação de bens públicos e formação de quadrilha JANAINA RIBEIRO

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Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público Estadual de Alagoas ofereceu denúncia penal, há pouco menos de uma semana, contra José Maurício Tenório, ex-prefeito do município de Campo Alegre e outras 10 pessoas, todas acusadas da prática de uma série de ilícitos, a exemplo de fraude à licitação, apropriação de bens públicos, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Depois de investigar vários processos licitatórios dos últimos quatro anos, o MPE descobriu irregularidades em pagamentos de serviços e produtos na ordem de aproximadamente R$ 787 mil . E, com base nos depoimentos prestados por parte dos envolvidos no esquema e após análise de farto material apreendido durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em dezembro passado, o Gecoc pediu a prisão preventiva dos acusados, solicitação acatada pela 17ª Vara Criminal da Capital. Os nove mandados foram cumpridos pela Polícia Federal no início da manhã desta quinta-feira (21), durante deflagração de uma operação. A ação penal foi ofertada contra José Maurício Tenório ex-prefeito de Campo Alegre; Kellyn Rafaella Soares Gomes, à época, secretária municipal de Assistência Social; Carlito Tenório Neto, ex- secretário de Urbanismo e Meio Ambiente ; Ernando Pereira de Souza, então s ecretário municipal de Finanças; Edson Bráz dos Santos Júnior, ex- secretário de Desenvolvimento Urbano; Sidney César do Nascimento Costa, à época, controlador-geral Interno; Manfrinni Menezes Silva, ex-p

residente da Comissão Permanente de Licitação do Município de Campo Alegre; Hebert Geovany da Silva Araújo e Rejane Fidélis Guimarães, então integrantes da Comissão Permanente de Licitação; Mareval Rodrigues de Lima, procurador da empresa GEP Construção, Incorporação e Serviços LTDA – EPP e Valter Albuquerque Dias, mais conhecido como “ Valtinho”, ex-assessor daquela Prefeitura. De acordo com a denúncia ofertada, a organização criminosa liderada pelo ex-prefeito Maurício Tenório teria manipulado, dolosamente, entre os anos de 2011 e 2012, licitações envolvendo aquisição de móveis e equipamentos de informática; serviços de manutenção de aterro sanitário, de instalações hidrossanitárias, do telhado do mercado público e de rede elétrica; limpeza de vias públicas e açudes; capinação e dedetização da Secretaria Municipal de Saúde; limpeza do cemitério público do povoado Luziápolis; obras de recuperação de estradas vicinais, de retelhamento e reforma geral da Secretaria Municipal de Educação e terraplenagem e construção de calçamento e colocação de meio-fio em Luziápolis. Tais compras, obras e serviços jamais foram executados, entretanto, a empresa GEP Construção, Incorporação e Serviços LTDA – EPP recebeu recursos dos cofres públicos de Campo Alegre. Já a Farias & Farias Comercial LTDA, a SEA Comércio e Serviços LTDA – ME e a Arquitec – Arquitetura, Engenharia e Construção LTDA foram vítimas do bando criminoso. “Vários processos de pagamento foram dolosamente manipulados e fraudados, em acintosa afronta aos preceitos contidos na Lei nº 8.666/93,

que regulamenta o artigo nº 37, inciso XXI, da Constituição Federal, e institui normas para as licitações e contratos administrativos. Também houve premeditado desprezo às disposições que regulamentam as despesas públicas, estabelecidas pela Lei nº 4.320/64, configurando, tais condutas, na prática de diversos crimes autônomos, a exemplo de peculato, peculato furto, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, uso de documento falso, fraude em licitação e formação de quadrilha, causando, em consequência, um prejuízo de R$ 786.773,09 (setecentos e oitenta e seis mil, setecentos e setenta e três reais e nove centavos ) aos cofres públicos, em beneficio dos fraudadores e em detrimento dos princípios constitucionais reitores da administração pública e da população daquele ente federativo”, diz um trecho da ação penal proposta pelo Gecoc.

AS FRAUDES

Em depoimento prestado aos promotores de Justiça que integram o Gecoc, o denunciado Mareval Rodrigues de Lima, após aceitar a proposta de delação premiada ofertada pelo MPE, confessou que teve participação nas fraudes às licitações. Ele confirmou que a GEP Construção, Incorporação e Serviços LTDA – EPP vencera, irregularmente, três licitações em Campo Alegre, que somaram um valor de R$ 390 mil e que o então assessor do ex -prefeito Maurício Tenório, conhecido como “Valtinho”, teria lhe proposto a ‘não realização de qualquer obra ou serviço, mas com o repasse integral do dinheiro, com a garantia de que as notas fiscais seriam atestadas com a realização dos serviços’. O acusado disse ainda

Campo Alegre: Maurício Tenório foi preso por formação de quadrilha que, através do ‘acordo’, o ‘dinheiro fora depositado na conta da sua empresa, a GEP, para, depois, ser devolvido com o desconto dos impostos correspondentes aos serviços’. Então, diante do crime consolidado, os recursos foram depositados pela Prefeitura de Campo Alegre na conta da empresa - conta nº 142-3 CEF, agência 0055, localizada no Centro de Maceió, e, na sequência, fora ‘devolvido’ ao esquema cerca de R$ 350 mil. A Farias & Farias Comercial LTDAME foi vítima da quadrilha. Através de notas de empenho falsas e notas fiscais fraudadas, a Prefeitura forjou provas de que a empresa prestara serviços de dedetização na sede da Secretaria Municipal de Saúde, de limpeza urbana e de capinação nas ruas da cidade e obras de terraplanagem e reforma geral na Secretaria Municipal de Educação, tudo isso, pelo montante de R$ 70.542,95 . À Farias & Farias, a Prefeitura de Campo Alegre teria feito 10 pagamentos, nos últimos dois anos, inclusive, também para aquisição de móveis e material de informática. Todavia, em depoimento ao Gecoc, Sérgio de Farias Oliveira, sócio e representante legal da referida empresa, alegou que ‘ nunca esteve naquele Mu-

nicípio, que nunca recebeu quaisquer dos valores descritos nos referidos processos de pagamentos, que suas empresas jamais prestaram serviços ou realizaram obras em Campo Alegre’ e disse ainda que todas as notas fiscais apreendidas pelo MPE são ‘falsas’. A Arquitec – Arquitetura, Engenharia e Construção LTDA e a SEA Comércio e Serviços LTDA – ME também negam envolvimento nas fraudes. As investigações comprovaram que a primeira empresa, apontada como recebedora de R$ 24.960,00 , jamais realizou obras de calçamento e colocação de meio-fio no povoado Luziápolis e não fez a reforma do prédio da Secretaria Municipal de Educação. Já a SEA, que teve notas falsas para comprovar desvio de R$ 23.332,50, garantiu que não executou serviços de manutenção da rede elétrica e de calçamentos de vias públicas. O proprietário dos dois estabelecimentos comerciais, João Medeiros Rocha, disse ao Gecoc que ‘a Arquitec e a SEA nunca prestaram qualquer serviço ou realizaram obras em Campo Alegre porque tais tipos de trabalho não são da especialidade de suas empresas’.


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OPERAÇÃO PRIMAVERA:

TCU manda Tribunal de Contas de Alagoas investigar 7 prefeituras Mar Vermelho, Pão de Açúcar e Piranhas estão na lista das fraudes comandadas por agentes públicos ODILON RIOS

Repórter

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Procuradoria da República em Arapiraca amargou uma derrota nas investigações da Operação Primavera, esquema de fraudes em prefeituras descoberto pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas, o Gecoc, do Ministério Público Estadual. É que o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou a documentação apurada pelo Gecoc e encaminhou o material ao Tribunal de Contas de Alagoas. Isso significa que a ordem para a continuação das investigações vai ser dada pelo presidente do TCE, conselheiro Cícero Amélio da Silva. Onze dos 13 envolvidos no golpe foram condenados em janeiro do ano passado, pela 17ª Vara Criminal da Capital. Mas, a expectativa é que a segunda parte das investigações- levando em conta os recursos federaisfosse levada adiante pelo TCU, que entendeu ser do Tribunal de Contas de Alagoas esta atribuição.

As investigações envolvem as prefeituras de Jaramataia, Jacaré dos Homens, Batalha, Mar Vermelho, Anadia, Pão de Açúcar e Piranhas. E os detalhes vieram do vereador da cidade de Olho d’Água das Flores, Paulo Vieira Santos, o “Tarzan”. Ele confessou o uso de notas frias de duas empresas do ramo de construção civil para comprovar despesas nestas cidades alagoanas. O início das investigações foi em Olho d’Água. Agentes públicos e empreiteiros manipulavam licitações para fraudar os cofres públicos. “De posse de farta documentação, os auditores contábeis e peritos criminais da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Alagoas, produziram o relatório de auditoria contábil e financeira e constatações técnico periciais nº 01/2009, referente aos exercícios de 2005 a 2008, onde ficaram constatadas diversas irregularidades cometidas na Prefeitura daquela municipalidade, que vieram a causar enormes prejuízos ao erário em benefício dos acusados”, explica o Gecoc. A s notas fiscais falsas funciona-

Cícero Amélio, presidente do TC, dará a ordem para investigar prefeituras por desvio de recursos públicos vam assim: duas empreiteiras foram criadas para burlar o fisco e a participação delas era facilitada nas concorrências públicas. Tarzan recebia entre 5% a 7% da licitação-que só existia no papel. Centro esportivo e reforma de escolas municipais estavam na lista das fraudes. A quadrilha foi desarticulada em 2009, durante a Operação Primavera. A fraude em licitações mais a emissão de notas fiscais frias e superfatura-

mento de obras no município deram prejuízo de mais de R$ 5 milhões. Secretários, ex-secretários, servidores públicos, ex-procurador do município, um vereador e até a atual primeira dama de Olho d’Água das Flores estão na lista dos que foram condenados pelos crimes de fraude em licitações, peculato e formação de quadrilha. As penas variam de 1 a 4 anos de reclusão, além da aplicação de multas e da perda de cargos públicos.

São eles: Antonio Rodrigues Filho, Divone Sales Diniz, Ana Cláudia Gomes, Espedito Pereira, Elias Eustáquio de Miranda, Carlos Alberto Rocha, Clemens Santana Machado, Jorge Palmeira, Andréa Almeida, Luciano Pacheco e Paulo Vieira Santos. O ex-prefeito de Olho d’Água das Flores, Carlos André Paes Barreto dos Anjos, conhecido por “Nem de Humberto”, também é acusado de participar da quadrilha.


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 Á BEIRA DA FALÊNCIA

Crise no Grupo JL tende a se agravar Dívida atual se aproxima de R$ 1,3 bilhão; desvalorização do patrimônio preocupa fornecedores e operários

MARIA SALÉSIA

sallesia@hotmail.com

T

rês anos depois de decretado o regime de recuperação judicial do Grupo João Lyra o problema só tem se agravado. A situação é tensa entre os milhares de trabalhadores das usinas e centenas de fornecedores que temem pela falência do Grupo JL e o fim de 12 mil empregos diretos. A cada dia o patrimônio é desvalorizado e a dívida já se aproxima de R$ 1,3 bilhão com tendência a aumentar. A crise nas empresas de João Lyra vem de longa data, mas se agravou em 2010 quando uma enchente praticamente destruiu a usina Laginha, que já enfrentava dificuldades. Começava aí uma série de protestos contra atrasos de salários. Em 2008, a Laginha havia formulado pedido de recuperação judicial. Em setembro de 2012 o Tribunal de Justiça de Alagoas decretou a falência do Grupo, que na época tinha uma dívida de R$ 1,285 bilhão. Mas a decisão foi revertida. Em outubro do mesmo ano, o juiz da comarca de Coruripe, Sóstenes Alex Costa de Andrade, determinou que o Grupo João Lyra passaria a ser comandado por interventores por entender que o acompanhamento das finanças do grupo não acontecia com frequência. “No momento, a situação da empresa é crítica; a recuperanda vem atrasando o pagamento dos salários de seus empregados, ocasionando frequentes greves e paralisações promovidas pelos trabalhadores, inclusive com bloqueios de rodovias estaduais e federais”, disse o magistrado, em seu despacho. Dessa vez, o desembargador Sebastião Costa Filho derrubou a decisão e o grupo continua em processo de recuperação judicial. Os dados não são oficiais, mas comenta-se que a venda de uma das usinas pagaria toda a dívida. No ano seguinte, o Grupo teria que vender duas usinas, e hoje seria preciso vender as três usinas de Alagoas para quitar o débito bilionário. Outro agravante é que

muitos fornecedores que não acreditam na recuperação do Grupo, acham que o destino das empresas de JL é a venda das mesmas através de leilão. Após a justiça decretar falência da usina Laginha, no final de 2012, o Grupo JL se manifestou através de nota oficial publicada nos principais veículos de comunicação do Estado, buscando tranquilizar os alagoanos, em especial os seus trabalhadores e fornecedores a respeito da decisão judicial. “A Laginha é uma das empresas do Grupo João Lyra, que existe há mais de 60 anos e tem hoje sólida posição no setor da agroindústria sucroalcooleira nacional e internacional. Exerce relevante papel na economia dos Estados de Minas Gerais e, principalmente, Alagoas, inclusive porque é polo gerador de milhares de empregos diretos e indiretos (cerca de 40.000 – quarenta mil)”, diz um trecho da nota. Alguns arrendatários afirmam que é visível o declínio do patrimônio de João Lyra, composto por cinco usinas de grande porte: Laginha, Uruba e Guaxuma, em Alagoas, e Triálcool e Vale do Paranaíba, em Minas Gerais, além de concessionária de automóvel e empresa de táxi aéreo. Um agravante é que boa parte da cana produzida pelo gupo JL tem origem em arrendamentos rurais, cujas propriedades estão sendo retomadas judicialmente por falta de pagamento. A crise no grupo chegou ao ponto de a usina Laginha não moer este ano. Segundo informações do diretor do Sindicato dos Trabalhadores das Usinas de Açúcar e Álcool do Estado de Alagoas, Edivaldo Lúcio, a Justiça do Trabalho sabe da situação do Grupo, inclusive do atraso salarial. “Eles (Grupo JL) estão correndo atrás para fazer dinheiro e assim pagam um mês e deixam outro”, disse Lúcio ao acrescentar que a Laginha tem cerca de 350 operários atuando na indústria, mas alguns foram para as usinas Uruba e Guaxuma. Segundo Lúcio, nos últimos anos a usina Laginha só tem produzido álcool.

Bloqueios de rodovias tornou-se uma rotina; João Lyra enfrenta, na solidão, a pior crise de seu Grupo

Protesto de trabalhadores vira rotina

O

s protestos com bloqueio de rodovias estaduais e federais realizados por trabalhadores do Grupo João Lyra têm se tornado rotina em Alagoas. Em um mesmo dia, em junho do ano passado, foram três manifestações por atrasos de salário. Os trabalhadores alegam que esta é a única maneira de sensibilizar o lado patronal a atender as reivindicações. No entanto, as manifestações prejudicam o direito de ir e vir do cidadão. Mais uma vez, na última segunda-feira, 18, trabalhadores da Usina Laginha interditaram a BR-104 no trecho próximo a União dos Palmares, devido aos atrasos no pagamento dos salários - seriam três meses sem receber. O clima ficou tenso e não havia qualquer assistência ou liderança para comandar o ato. O deputado Judson Cabral (PT) esteve no local e negociou com os trabalhadores a suspensão do bloqueio. O parlamentar se comprometeu ainda em apoiá-los durante a audiência no Ministério Público do Trabalho, que aconteceria na terça-feira, 19. Mas, segundo o deputado, eles não compareceram por desacreditarem de tudo. “São reivindicações jus-

tas, mas não podemos forçar e interferir em uma decisão coletiva”, disse Judson ao acrescentar que é lamentável, e mesmo o grupo passando por dificuldades a situação deve ser prioridade. Por conta disso, o parlamentar vai tentar conversar com o deputado João Lyra para sensibilizá-lo. Na Procuradoria do Trabalho, a informação é de que o núcleo de gerenciamento da crise da Polícia Rodoviária Federal teria agendado audiência para dia 19, quando o procurador do Trabalho, Rafael Gazzaneo, faria a mediação, mas nenhuma das partes compareceu. “O interesse maior é dos trabalhadores; como não sabemos o porquê de não comparecerem não temos como agendar nova audiência”, disse Fabiana Cavalcante, assessora do procurador. O diretor de direito da coordenadoria de 1º grau, Márcio Reis, afirmou que no ano passado o Ministério Público

do Trabalho (MPT) ajuizou ação para que fosse pago os salários atrasados. Dessa vez, como os trabalhadores não compareceram a audiência, não se sabe se é a mesma reivindicação ou se trata de nova situação. “É estranho ninguém ter se manifestado. A informação é que sete trabalhadores participavam da reunião junto com representantes do Grupo, mas não houve retorno. Assim, o MP não pode agir sem ter informações precisas”, disse. Na Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Alagoas (Fetag-AL) a secretária geral, Maria do Ó do Nascimento, garantiu que sempre que é do conhecimento da federação sobre bloqueios e outras manifestações um representante está presente. Inclusive, em outros momentos, já acompanhou os trabalhadores em audiência no MPT. Agora, quando não é comunicado,“não pode fazer nada.”


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14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 DESGOVERNO

Collor e Sinmed relatam o caos da saúde pública de AL ao ministro Alexandre Padilha “Se a população for bem atendida, as pessoas deixarão de morrer à míngua como morrem hoje no HGE, sem assistência,” Welliington Galvão JOÃO MOUSINHO

joao_mousinho@hotmail.com

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a quarta-feira, 20, o senador Fernando Collor intermediou uma audiência entre o ministro da Saúde Alexandre Padilha e membros do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed). Wellington Moura Galvão, presidente do Sinmed, destacou a importância do senador Collor para divulgar em âmbito nacional o caos da saúde pública em Alagoas. Por intermédio da assessoria de comunicação do Sinmed, o médico Wellington Galvão, que se encontra em Brasília, falou com a reportagem do Jornal Extra e revelou os principais temas tratados com Padilha. Jornal Extra: Qual avaliação do encontro com o Alexandre Padilha? Wellington Galvão – A avaliação é positiva. Ele vai ser um mediador, não vai ter que interferir na administração estadual, mas é o Ministério da Saúde que mantém os serviços de saúde com os repasses de recursos para o Estado. O ministro Alexandre Padilha já tem o entendimento de que nada poderá ser feito se não houver a valorização dos médicos. Ele não vai, por exemplo, poder implantar em Alagoas o SOS Emergência, que é um projeto que ele tem para o Estado, se não tiver médico para trabalhar. Confio na força que o Ministério da Saúde tem para resolver as questões que levamos a ele nesse encontro. Existe a expectativa de uma reunião na semana que vem, com ele e com o secretário da Saúde de Alagoas, Jorge Villas Bôas. Então, o encontro com o ministro foi muito importante e

graças a Deus o senador Fernando Collor levou o caos da saúde em Alagoas ao Senado e depois ao Ministério da Saúde e está contribuindo na busca de uma solução. É desse tipo de apoio que precisamos. Os políticos, independente de partido, devem se envolver. O Sinmed é apartidário e está aberto à colaboração de todos os políticos que queiram abraçar a luta contra o caos na saúde e a favor da valorização dos médicos. O que mudará de fato na saúde de AL? WG – Não dá para saber o que vai mudar. Mas se a população for bem atendida e as pessoas deixarem de morrer à míngua como morrem hoje no HGE, sem assistência, o Sinmed vai estar satisfeito. E para que isso aconteça, tem que ter qualidade e capacidade de atendimento. Os médicos devem ser remunerados dignamente, com um salário compatível com a média do Nordeste, para que queiram trabalhar em Alagoas. Uma remuneração decente pode motivar os médicos alagoanos que migraram para outros estados a retornarem para cá. É importante trazer esses médicos de volta. É verdade que o contingente médico de AL irá ser reforçado pela União? Como isso vai funcionar? WG – Não. Contratação e manutenção de recursos humanos cabem ao Estado. O que a União vai fazer, através do Ministério da Saúde, é trabalhar para que o médico em Alagoas seja valorizado e tenha uma remuneração digna. É isso o que o Sinmed quer; e o nosso foco é a carreira de Estado. Com um bom salário e condições éticas de trabalho, teremos médicos para atender na rede pública. Com a

Senador Fernando Collor e o médico Wellington Galvão pedem ajuda à União devido caos na saúde em AL situação no ponto em que se encontra hoje, a tendência de evasão, com médicos migrando para outros estados e regiões, só aumenta. O HGE foi pauta durante o encontro? O que foi tratado? Existe solução, paliativo? WG – O ministro havia recebido do senador Fernando Collor o relatório do Sinmed sobre os serviços de urgência e emergência, que foca muito a questão do HGE. Ele já tinha conhecimento da situação, viu fotografias, soube dos relatos dos médicos, também através do senador, que participou de uma assembleia da categoria. Ele (ministro) demonstrou muita preocupação com o que leu, viu e ouviu. Achou a situação absurda. Ele tem um plano de emergência para Alagoas – o SOS Emergência – mas que só pode ser implantado quando o governo resolver o impasse com a categoria médica. Solução, nós sabemos que existe. Mas depende de vontade política e

de seriedade no trato dos assuntos da saúde. Não dá mais para ficar fazendo arranjos, com as inúmeras e infindáveis reformas que já foram feitas no HGE. E nem se pode negar a realidade, como faz a diretora do HGE, que fica jogando a sujeira do caos que é aquilo ali para debaixo do tapete. Tem que expor o caos do HGE e o calvário que a população tem passado - como o Sinmed procura fazer e as instituições que têm poder para isso não fazem. Sobre o prédio da Justiça Federal ser um hospital de grande porte para AL, qual a posição do presidente do Sinmed? É viável? Existe chances reais de vir acontecer? WG – O Sinmed foi a única entidade que se posicionou contra a entrega do prédio à Justiça Federal. Na época, o Sindicato fez um protesto e promoveu um “abraço” ao prédio que seria do hospital geral. Hoje, essa questão é jurídica e o Sinmed não vai se

envolver. Foi um erro do passado que envolve várias figuras que estão no contexto político atual. Não faço ideia do que vai acontecer. O que posso dizer é que para resolver a questão da assistência à população é preciso envolvimento político sério. A saúde precisa ser pensada com seriedade, e isso não está acontecendo. A parte alta da cidade tem 400 mil habitantes que estão desassistidos, que não têm acesso à saúde. Essa população está desprotegida. O Ministério da Saúde poderia montar uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na parte alta da cidade em questão de semanas (as UPAs são pré-moldadas). Mas os recursos humanos dependem do Estado e se não existe uma política de valorização profissional. O Estado não vai conseguir contatar médicos para colocar uma UPA em funcionamento. Quem viria para Alagoas para ganhar um salário de R$ 1.528,00?


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CONVÊNIO

Instituto Cidadão e Ministério Público tratam de programas institucionais

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esta segunda feira (18) o presidente do Instituto Cidadão, jornalista Pedro Oliveira e o procurador geral de Justiça, Sérgio Jucá, mantiveram encontro na sede do Ministério Público Estadual oportunidade em que trataram de projetos institucionais para o exercício de 2013. As duas instituições mantêm Convênio de Cooperação Técnica desde o ano 2009 com o objetivo de parcerias em programas de defesa e preservação do Meio Ambiente, políticas antidrogas, cidadania, defesa dos direitos da criança, do adolescente, da mulher e da família em situação de risco e no combate sistemático a improbidade

no setor público. Na oportunidade da visita o presidente do Instituto Cidadão apresentou ao chefe do Ministério Público a nova Grade de Unidades Programáticas com cursos voltados para o aperfeiçoamento e capacitação na área de Gestão Pública. Atualmente o Instituto Cidadão conquistou pela excelência da qualidade de seus treinamentos como uma referência regional no setor, ministrando capacitações para vários órgãos de Administração Pública Federal. Estadual e Municipal. ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Pelo terceiro ano consecu-

Presidente do Instituto Cidadão, Pedro Oliveira, encontra-se com procurador geral de Justiça, Sérgio Jucá, para tratar de projetos institucionais em 2013

tivo o Instituto Cidadão estará realizando em parceria com o Governo do Estado, através da Secretaria de Gestão Pública e da Escola de Governo o Projeto Escola de Administração Pública, voltado para servidores públicos estaduais. A terceira fase de capacitação que se inicia no mês de abril vai atender aproximadamente 1.000 participantes em todas as regiões administrativas do interior alagoano.


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013 IMPUNIDADE

Bárbara Regina: sumiço envolve explosão da Deic, ameaça, ciúmes e es-

Processo mostra que polícia descartou linhas de investigação e no final não explicou porque a jovem deixou uma boate, ao lado do assassino ODILON RIOS

Repórter

O

assassinato da estudante de Contabilidade, Bárbara Regina, corre risco de entrar na lista dos casos sem solução em Alagoas. O corpo da estudante nunca apareceu. O assassino, Otávio Cardoso, sumiu sem deixar rastro. Nem a família acredita nas investigações da Polícia Civil. Pela primeira vez, os parentes da estudante que saiu de uma boate e nunca voltou para casa autorizaram o acesso ao processo, que está sob segredo de Justiça. Nele, é possível perceber que as investigações da polícia quebraram dezenas de sigilos telefônicos, fizeram buscas em uma dezena de lugares. Há muitas perguntas sem resposta, linhas de investigação simplesmente desconsideradas. Por exemplo: a pericia realizada no carro usado no crime encontrou sangue. Só que, no meio da análise, a sede da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic)- onde o material era periciado- explodiu misteriosamente. Uma dúvida é persistente: por que a jovem que gostava de balada,

só teve dois namorados na vida e era chamada de ingênua e medrosa pelas amigas saiu da boate com um desconhecido para nunca mais aparecer? O caso Bárbara Regina acumula mais de 400 páginas. É o crime mais rumoroso do ano passado em Alagoas, dos tantos que o Estado mais violento do Brasil já acumula. Não é difícil de entender o porquê. Bárbara, uma jovem de 21 anos, linda, ajudava a sustentar a familia trabalhando em uma concessionária de imóveis. Gostava de festas, de tirar fotos. Os parentes vivem de forma simples. A avó, Tereza de Jesus Araújo, ajuda na renda de casa vendendo roupas de banho, em um ateliê, que fica em casa. Ela fala mais sobre o caso que a mãe, Valéria, ainda abalada com o sumiço da filha. “Meu coração diz que ela não está mais viva”, sentencia a mãe. A avó parece que sofreu mais e não derrama uma lágrima: “Todas as informações que a polícia tem sobre este caso fomos nós quem passamos. Queremos respostas”, disse. Pela primeira vez, uma equipe de jornalismo teve acesso ao processo de Bárbara, que está sob segredo de

Valéria, mãe de Bárbara, denuncia a omissão da polícia no esclarecimento desse caso Justiça. E as investigações da Polícia apontam que Bárbara havia conhecido o assassino dela em uma boate de Maceió. MAS, A HISTÓRIA NÃO É SIMPLES ASSIM No dia 4 de julho de 2011, Bárbara denunciou à polícia que havia sido vítima de estelionato. Seguindo orientação jurídica, o EXTRA não vai revelar o nome completo do acusado porque o processo está em segredo de justiça. Mas, de acordo com ela

mesma, Bárbara tinha um Fiat Palio, ano 2010, preto, quatro portas, placa NME 3904, de Maceió. O carro havia sido financiado pelo banco Itaú em 60 meses, por R$ 876. Bárbara disse à polícia que pagou 12 parcelas, sobrando 48. Júlio quis comprar o carro, assumir as prestações e transferir o veículo para o nome dele. Júlio sumiu, conforme disse Bárbara: “A partir do início de 2012 até meados do ano não mas (grafia do processo) teve contato com Júlio vin-

do a receber contato do Banco Itaú para que fosse solucionada a questão pois a instituição em tela também não conseguia contato com Julio vindo a receber contatos do Banco Itaú para que fosse solucionada a questão pois a instituição em tela também não conseguia contato com Júlio, momento no qual a quinze duas atrás a noticiante conseguiu contato Júlio e o mesmo informou que o carro encontrava-se em São Paulo com uma senhora que teria interesse em quitar o veículo”,


disse Bárbara em depoimento. Uma confidente de Bárbara- segundo o processo- confirma isso. Mas, mostra um detalhe novo: Bárbara tinha de depositar R$ 2.500 “para ter o veículo de volta”. Segundo a avó de Bárbara, o veículo foi devolvido meses depois da morte da estudante, “todo acabado”. Para a polícia, a história parou por aí. Levando em conta a família, muito poderia ser esclarecido. E não foi. DÚVIDAS SEGUEM EM PROCESSO Outro ponto: Bárbara teve um relacionamento com um homem casado. Segundo os depoimentos, ela não sabia disso. E, quando descobriu, rompeu o namoro. Mas, como dizem os depoimentos, ele não desistiu de Bárbara. E passou a procurá-la no trabalho. Este homem era Cícero. Uma das amigas de Bárbara contou à polícia que a esposa de Cícero, Cristiane, descobriu o relacionamento. No dia 25 de maio do ano passado, às 15 hs- conforme os depoimentos- Cristiane foi tomar satisfações no Maceió Shopping, onde havia um estande da empresa Mavel- local de trabalho de Bárbara. “Cristiane destratou Bárbara com palavras de baixo calão”, diz um dos vários depoimentos que falam deste mesmo assunto. Um deles fala em ameaça: “Insinuar uma ameaça ao falar que iria transformar a vida da Bárbara em um inferno”. Cícero tem passagem pela polícia. Em 5 de agosto de 2010, Cristiane disse ter sido agredida por ele, no apartamento do casal, no bairro de Jatiúca. “Foi lesionado por seu cônjuge, o mesmo por briga de casal, a empurrou na parede e deu tapas por seu braço”, conforme o boletim de ocorrência. Antes, Cícero havia ido a polícia, mas para fazer uma denúncia: em 6 de maio de 2003, disse que o seu carro foi arrombado. A relação entre Cícero e Bárbara chama a atenção. Encantada, ela decidiu não ouvir os conselhos da família e saiu de casa para viver o relacionamento. Depois, Bárbara voltou para casa, decepcionada, rompendo o namoro de dois anos e oito meses. Aos 21 anos, Bárbara só teve dois relacionamentos sexuais- conforme os depoimentos das amigas e de um namorado da estudante: ele mesmo e Cícero. E, nas oitivas, é descartado que Bárbara fosse garota de progra-

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ma, como chegou a ser ventilado na época das investigações. “Bárbara era difícil”, diz o rapaz. “Bárbara era responsável”, explica, em outro ponto. Para as amigas, Bárbara “não queria homem casado” e era uma pessoa “sem malícia e medrosa”. “A Bárbara só teve dois namorados. E era responsável mesmo, trabalhava desde pequena”, confirma a avó. Cícero e Cristiane eram casados há seis anos. Nos depoimentos, mostra-se que a relação dos dois enfrentava problemas. A denúncia de agressão de Cícero contra Cristiane era um deles. E Cristiane, algumas vezes, seguia o marido nos lugares, sem que ele soubesse. Ela monitorava o celular do marido. No dia 31 de agosto do ano passado- horas antes do desaparecimento de Bárbara- Cristiane- às 21 horas, lanchava com uma amiga no pastel da Maria, no bairro da Pajuçara. E viu o carro do marido no Bar da Picanha. Ele saiu do bar e seguiu para a lanchonete Subway. Cristiane foi atrás. Meia noite e dez: os dois se encontraram no elevador. Ela negou as ameaças a Bárbara. Admitiu a discussão com a estudante no Maceió Shopping. Neste ponto, a investigação da polícia para. E o foco agora passa a ser Otávio Cardoso, acusado na morte da estudante. O ITINERÁRIO DA MORTE Os últimos momentos de Bárbara Regina são detalhados assim: No dia 31 de agosto, ela combinou com as amigas irem ao bar Coconut e, em seguida, à boate Le Hotel, no bairro de Ponta Verde. Bárbara encontrou um ex-namorado (a segunda relação sexual dela, após Cícero). A estudante viu o rapaz com outra mulher e, para tentar fazer ciúmes a ele, acabou conhecendo Otávio Cardoso da Silva, que era segurança. Ele se identificou como “Tenório”, ex-vereador. Para a polícia, Otávio decidiu sair mais cedo e ela acabou fazendo o mesmo. Imagens da câmera de segurança mostram os dois deixando a boate. “É aí que temos dúvidas porque como é que uma pessoa deixa uma boate com um desconhecido? Eu acredito que a Bárbara tenha sido atraído para o lado de fora”, explica a avó dela.

A polícia segue a descrição: Otávio estava embriagado e, assim, “ficava violento” e “querendo arrumar confusão”. Otávio tentou manter relação sexual com Bárbara, que recusou e acabou estuprada. Era um “louco, psicopata e louco por sexo”- conforme o depoimento da namorada de Moabe Lino Balbino Júnior, incriminado por ocultar o corpo. Otávio tentou estuprar uma mulher em Murici, há dois anos. E mais outra em Maceió. “Inclusive tentamos localizar esta pessoa, mas a família preferiu não denunciá-lo à polícia por este estupro”. Otávio matou Bárbara enforcada e apunhalada (para chegar a esta conclusão, a polícia ouviu amigos de Otávio e outros acusados no crime). O corpo até hoje não foi localizado. Um dia após o crime, Otávio estava no bairro do Farol, no posto Convem. Encontrou com Moabe Lino Balbino Júnior. O depoimento dele teve contradições. A polícia decidiu que ele teve participação no crime de ocultação de cadáver.No dia 3 de setembro, o carro que teria sido usado no crime foi lavado em um lava jato. E Otávio, a partir daí, foi se distanciando de Maceió, em rota de fuga: No dia 6 de setembro- estava em Arapiraca; Dia 7- Aracaju; 9- Salvador; 10- Jequié (Bahia); 20 a 22 de setembroRibeirão Preto (Paraná); 11 de outubro a 12 de outubro- Foz do Iguaçu (Paraná). Otávio sumiu, sem deixar novos rastros. Na boate, estava um amigo de Otávio: Ítalo Bruno, acusado de ser “um dos maiores assaltantes de veículos de Maceió”- conforme as investigações. Ele também foi preso. Treze horas após o desaparecimento de Bárbara, o celular de Bárbara registra o chip de Otávio. O carro que teria sido usado no crime foi periciado. Marcas de sangue foram encontradas. Eram de Bárbara? O laudo sairia no dia 10 de dezembro, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic). Atrasou. Dia 20 de dezembro: a sede da Deic explodiu em Maceió. Um crime? Uma fatalidade?Não se sabe. O laudo, até hoje, não está pronto. “Para nós, o Otávio está morto. Ele foi a pessoa usada para retirar a Bárbara da boate. Ele matou a Bárbara a mando de alguém”. Quem? A família espera uma resposta da polícia, aos tantos mistérios de mais um crime rumoroso.

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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

A deseducação criminosa do jovem

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ia esta semana um artigo na “Tribuna da Imprensa” que me chamou a atenção por sua verdade e oportunidade. De autoria de Ricardo Dantas Faria trata o problema da nossa deseducação da maneira adequada como deve ser encarado. Um assunto recorrente nos dias de hoje é a tal “crise na escola”. O que muitos não se dão conta, é que esta crise decorre não do esgotamento natural de um sistema, mas da destruição paulatina daquilo que entendemos por educação. E essa destruição ocorre de forma dissimulada. O fato é que está em andamento um processo complexo, que preconiza o desmantelamento da educação tal como a conhecemos. Trata-se de uma série de ações em que as demandas por um “novo tempo” rechaçam o engrandecer do espírito de reflexão do individuo, tendo como foco o jovem em formação. Tudo em nome de adequações culturais (o que é extremamente questionável do ponto de vista antropológico) e conceitos igualitários louváveis em sua essência, mas discutíveis quanto à forma pela qual se propõe a aplicá-los. Esse processo embute o solapamento da consciência do individuo em favor de uma espécie de pensamento único, com bandeiras bem claras. Este pensamento único reivindica-se dono de uma verdade absoluta. Neste contexto, qualquer intento de permitir ao jovem em formação compreender seu papel no mundo, estimulá-lo a disciplinar seu pensamento, a valorizar a importância de sua autoconsciência, tudo é considerado um atraso, um atentado à liberdade da criança e do adolescente em escolher, por si mesmo, o que julga importante para a sua vida. Considerando-se essa situação, não é de surpreender o comportamento autodestrutivo crescente do jovem de hoje. Afinal, que valor ele deveria dar a vida, se jamais lhe foi proposto refletir sobre ela, sopesando as consequências de seus atos sobre a sua existência e à dos demais que lhe estão próximos? E, mais importante: que percepção ele terá sobre o que estão fazendo com a vida dele, uma vez que jamais foi encorajado a desenvolver seu senso critico? Este é o quadro da educação lá fora e que

Agentes da moralidade Não fosse a ação enérgica e competente do Ministério Público Estadual Alagoas não seria apenas o campeão no ranking da corrupção, mas também o grande líder da impunidade. Mesmo com carência de promotores, muitos respondendo por até três comarcas, os gestores adeptos da corrupção, da bandalheira e do assalto aos cofres públicos não têm encontrado trégua na implacável perseguição em busca de suas condenações. Nunca tivemos tantos gestores públicos denunciados como nos últimos anos, principalmente nas gestões dos procuradores Eduardo Tavares e Sérgio Jucá. Bandido de gravata é tratado igual ao “pé de chinelo”. Os integrantes do GECOC ( Grupo de Combate à corrupção), os jovens e destemidos promotores do núcleo da Fazenda Pública Municipal e cada um em sua comarca são na verdade eficientes agentes da moralidade e têm feito a diferença em defesa da sociedade. Que bom seria que o Judiciário seguisse o mesmo caminho.

Eu vi o caos em uma escola

Assistia na televisão uma matéria sobre o deplorável estado em que se encontra uma escola pública em Piranhas, no bairro de Xingó. Nada ali foi inventado, os depoimentos de professores, alunos e pais mostraram claramente a indignação de uma comunidade com o descaso com a educação. Recentemente estive pessoalmente na escola mostrada na reportagem e sou testemunha da situação de calamidade em que se encontra. A estrutura física parece coisa de um “pós-guerra”, as condições precárias afetam professores e alunos que não mostram nenhum interesse em salas de aula e a comunidade assiste perplexa ao descaso com a coisa pública e com a formação de crianças e jovens desrespeitados em seu bem maior: o ensino digno e de qualidade. Ninguém me contou. Eu vi e ouvi.

Um homem injustiçado

Conheço o cidadão Neiwton Silva dos idos de nossa adolescência na política estudantil em Palmeira dos Índios. Mesmo sem uma convivência estreita com o passar dos anos, sempre nos tratamos com muita cordialidade e atenção recíproca. Um homem voltado para o trabalho, empreendedor e líder político competente decidiu entregar sua vida a servir ao povo de sua terra, o município de Igreja Nova. Eleito prefeito pela maioria expressiva eleitorado fez uma administração voltada para o interesse público e o exercício diário de servir sua gente. Foi traído pelo destino e envolvido numa trama sórdida e abominável sendo acusado uma inaceitável “improbidade administrativa” que lhe custou não apenas o peso de pena descabida, mas acima de tudo feriu-lhe a alma de homem honrado que pelo exercício do servir foi atingido em cheio pela espada cruel de uma política que engole bons e maus na mesma proporção. Está em andamento o julgamento de uma denúncia contra ele no Tribunal de Justiça. Não acredito em um só ponto das acusações que lhe são imputadas. Acredito que haverá de se fazer justiça inocentando o ex-prefeito Neiwton Silva, até como reparo aos males causados por tantos equívocos contidos no processo que erroneamente o aponta como réu. É um homem injustiçado.

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Para refletir: “Eu me arrependo tanto de ter votado em Benedito de Lira para senador. Eu deveria ter votado era em Heloísa Helena (PSOL), mas tinha o compromisso na época. Tinha dado a minha palavra”. (Arrependimento tardio do vereador Silvânio Barbosa)

Primeira grande obra

Ao seu estilo, sem estardalhaço, o prefeito Rui Palmeira começa de verdade sua gestão de ações positivas buscando o desenvolvimento de Maceió e a qualidade de vida da população. Ontem no próprio local assinou a ordem de serviço para construção de uma importante via de acesso ligando as avenidas Gustavo Paiva, Marcio Canuto e Juca Sampaio, no Barro Duro, contanto com uma passagem de nível para segurança dos pedestres.É a primeira grande obra de uma nova etapa na administração responsável e empreendedora do novo prefeito. A obra está orçada em 7,7 milhões e acontece fruto da parceria com o setor privado. O prefeito está confiante e diz que em breve o maceioense começará a se surpreender pelo lado positivo.

A repetição da calamidade

A palavra certa para identificar as tragédias provocadas pelas chuvas ou pela seca é exatamente esta: criminosa. Só que alguém deveria responder por esses crimes que se repetem no estado do Rio e em São Paulo com as chuvas e aqui no Nordeste com o fenômeno da seca que dizima rebanhos, mata a lavoura e expulsa famílias para fugir da fome.É tudo igual ao ano anterior, dramas que só fazem aumentar. Os políticos na verdade nunca desejaram o fim desses acontecimentos que lhes dão a oportunidade de transformar em votos, pelo clientelismo, pela hipocrisia e pela irresponsabilidade social.

Dilma de olho em Lula

Todo mundo sabe que Dilma quer ser reeleita, mas acontece que Lula também quer voltar ao poder. Embora Lula diga que defende a reeleição dela, ninguém acredita e ele já está agindo como candidato. Os dois são do PT e no partido só cabe um candidato, cujo nome é Lula. Dilma não acredita no apoio de Lula. Assim, se quiser ser reeleita terá de trocar de partido e tem até setembro deste ano para fazê-lo. O caminho mais aconselhável é entrar para uma nova legenda, o que é facílimo. Pode até escolher. O comportamento de Dilma está mudando. Nas últimas mudanças ministeriais pela primeira vez não consultou Lula. Ao contrário, fez tudo sozinha. Enfim ela parece ter descolado dele e já está até fazendo acordos com partidos para a sucessão de 2014, independentemente do que Lula acha ou não, mostrando que sua candidatura à reeleição é para valer. Isso é outro fato, também incontestável. Lula não passa recibo, finge que não está percebendo nada, porque sabe que em 2014, na hora da verdade, quem decidirá tudo será ele. Se Lula quiser sair candidato à Presidência, será aclamado pelo PT. Enquanto Dilma…

No pé do ouvido

Para que serve mesmo o Congresso Nacional? Uma pergunta difícil de responder. Não cumpre o seu papel institucional no qual é substituído pelo Supremo Tribunal Federal. Está ai mais um exemplo de sua inutilidade no desfecho da questão dos royalties do petróleo cuja decisão equivocada e irresponsável foi derrubada no STF. A produção legislativa é negativa em todos os sentidos, os gastos com senadores e deputados para interesses próprios são astronômicos, as tratativas e acordos escorrem pelos esgotos fétidos das duas Casas. Por que não fechar essa


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NO PAÍS DAS ALAGOAS

TEMÓTEO CORREIA DEPUTADO ESTADUAL - AL

ARTIGO

O Papa é latino-americano *SEBASTIÃO PALMEIRA

*É Advogado Criminalista, Procurador do Estado e Diretor Geral da SEUNE.

H

Adeildo Nepomuceno e sua água milagrosa

E va:

nquanto fazia algumas compras no supermercado Palato, fui abordado pelo ex-conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas, José de Melo Gomes. Ele me cobra-

- Quando voltará a escrever aquelas histórias no Jornal Extra? - Recomeçarei em fevereiro. - Quero que conte esta: E foi me narrando uma história assaz pitoresca. Disse-me que durante o primeiro governo de Divaldo Suruagy, uma comitiva de prefeitos foi a Berlim através de um programa de desenvolvimento municipal firmado entre o Brasil e a Alemanha. Naquele grupo, estava o prefeito de Santana do Ipanema-AL, Adeildo Nepomuceno Marques. Apesar da simpatia de José de Melo por Fátima, em Portugal, Adeildo convenceu o então conselheiro a conhecerem Lurdes (Lourdes), na França. Adeildo alegava que N.S. de Lurdes era uma santa mais milagrosa que N.S. de Fátima. Em Lurdes, Adeildo, além de alguns souvenires que simbolizavam a santa, trouxe também uma garrafinha de água benta. Ao retornar a sua cidade, Adeildo percebeu que a campanha eleitoral já fervilhava. Envolvido naquela atmosfera política, numa festa, na praça principal, repleta de eleitores, ele, sem detença, resolveu exibir o seu grande trunfo eleitoral. Mostrou a todos a garrafinha com a água milagrosa que trouxe do velho continente. O povo delirou e Adeildo Nepomuceno misturou a água milagrosa da garrafinha com a água de um carro pipa que estava ao lado do palanque. Em seguida, jatos de água eram lançados sobre a multidão que se benzia e agradecia a Adeildo e ao Todo Poderoso. O carro pipa, dali em diante, passou a ser um equipamento de campanha para Nepomuceno Marques, que fazia chover água milagrosa nos pequenos e grandes comícios. A oposição o criticava, ironizava e protestava, mas, Adeildo obteve uma esmagadora vitória nas urnas.

á dois milênios, desde que Jesus Cristo proferiu a célebre frase: “Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, jamais tivemos um Papa originário da América Latina. Há quase mil e trezentos anos os Papas sempre foram europeus, romanos, na sua essência, predominando os italianos e os franceses, pertencentes à chamada elite do catolicismo romano. Uma discriminação para com os demais continentes do mundo. Finalmente, chega ao comando da nossa Igreja Católica, um Papa Latino-Americano, argentino, nosso irmão e nosso vizinho territorial, pois, Brasil e Argentina fazem fronteira e como ele mesmo afirmou, foram buscá-lo no fim do mundo para governar a nossa Igreja que passa por uma grande crise moral e institucional. O Papa, como diria “Belchior”, grande compositor, assemelha-se aos seus versos e canto, quando diz: Eu sou apenas um rapaz Latino-Americano Sem dinheiro no banco Sem parentes importantes E vindo do interior... Mas trago, de cabeça Uma canção do rádio Em que um antigo Compositor baiano Me dizia Tudo é divino Tudo é maravilhoso... Como diz Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena...” Inicia-se a chamada “Era Franciscana”, cujo Papa eleito adotou o nome de “Francisco”, uma referência a São Francisco de Assis, fundador da Ordem Franciscana, cujos seus seguidores fazem votos de “pobreza, obediência e castidade”. O Papa Francisco, segundo opiniões abalizadas, é humilde e possui hábitos simples, fazendo opção pelos pobres e pelos deserdados da sorte. Torci para que o novo Papa fosse brasileiro, porém, fiquei feliz com a escolha do Jesuíta Francisco, Latino-Americano, sofrido como nós brasileiros e conhecedor das agruras pelas quais passam os miseráveis habitantes dos países subdesenvolvidos. Foi uma escolha acertada, pois, como disse Jesus “As raposas do deserto têm as suas tocas; as aves do céu possuem os seus ninhos, porém, o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” A Igreja de Cristo não pode ser soberba e opulenta, afinal, Jesus foi o maior exemplo de humildade, de obediência ao Pai, nascendo pobre, em uma

manjedoura, cercado de animais, quando poderia ter nascido na suntuosidade dos palácios romanos, cercado de ouro, de servos e súditos. Preferiu a pobreza, o perdão, o amor, e a distribuição dos bens materiais ao afirmar: “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico avarento entrar no Reino de Deus, acrescentando ainda, não junteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem a tudo consomem, mas, no Reino de Deus.” Disse ao moço rico que lhe pedira conselhos: Vais, vende tudo que tens, distribui com os pobres toda a sua fortuna e segue-me. A Igreja de Cristo é a Igreja dos pobres e dos homens e mulheres de boa vontade! É a minha Igreja, é a sua Igreja, é a Igreja do Papa Francisco que fez sua opção pelos mais fracos e que deverá transformá-la, afastando dela as aves de rapina e fazendo uma mudança radical dentro do Vaticano, exterminando os vícios e os viciados do poder, substituindo-os por verdadeiros sacerdotes, decentes e vocacionados, que não estejam contaminados pela corrupção, pela pedofilia e pelo homossexualismo. Os ratos devem ser banidos. O Banco do vaticano deve passar por uma rigorosa auditoria e os lucros e dividendos por ele auferidos, usados em benefício dos que passam fome, necessitam de remédios e de assistência médica, priorizando-se a evangelização da qual a nossa Igreja tanto se distanciou, fazendo proliferar falsas Igrejas e falsos profetas. “Senhor, Tu me olhaste nos olhos, a sorrir, pronunciaste meu nome, lá na praia, eu deixei o meu barco, junto a Ti acharei outro mar.” Que Deus proteja e ilumine o Papa Francisco nessa difícil e penosa missão. Que Jesus não deixe o Barco de Pedro afundar nas águas agitadas pelas quais a Igreja se sente submersa. Que quando o vinho da Igreja acabar, Nossa Senhora peça ao seu Filho que repita o milagre das bodas de Caná.


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ARTIGOS

Muitas cobranças JORGE MORAIS jornalista

N

ão importa se o Papa escolhido pelos cardeais, em reuniões sucessivas e secretas na CapelaSistina, tenha sido argentino ou se fosse de outra nacionalidade. Eu, como todo brasileiro, gostaria que fosse o Cardeal de São Paulo,OdiloSherer, que foi um nome bastante lembrado pela mídia e com chances de ser indicado, até, porque, terminou sendo escolhido, pela primeira vez na história da Igreja, um Papa do Continente Sul-americano. Agora o que interessa mesmo saber é se o cardeal Jorge Mário Bergoglio, elogiado por defender os pobres e as comunidades oprimidas, injustiçadas, que sofrem pelo racismo, e os mais diversos tipos de perseguições, vai viajar o Mundo apenas para continuar defendendo seus ideais ou vai se aprofundar

também nas questões mais sérias da Igreja, que, segundo os comentários, motivaram a renúncia do PapaBento XVI. Essa trajetória bonitado novo Papa, deve ser uma luta também nossa em defesa de toda essa gente.Mas, o que queremos também é saber se o Papa Francisco, paralelamente a essa sua causa nobre, gratificante e bonita, vai mandar investigar e punir aqueles que estão manchando o nome da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Segundo dizem, o Papa Bento XVI renunciou porque não aguentou tantas denúncias em relação aos padres pedófilos espalhados pelo Mundo; sobre os desvios financeiros no Vaticano; e a autoridade que vinha perdendo no comando da Igreja. Aos 85 anos de idade, e já com alguns problemas de saúde, Bento XVI não aguentou. Preferiu sair, e, nas poucas palavras ditas ao anunciar a sua renúncia, o Papa Emérito deixou claro que estava deixando o Vaticano porque não conseguiu combater as coisas erradas que estavam acontecendo, que terminaram contribuindo para a edição

de um livro escrito por seu mordomo, que terminou sendo perdoado pelo próprio Papa. Por que será que ele foi perdoado? Será que é tudo verdade o que escreveu? Não conheço o conteúdo do livro, mas acho muito estranho tudo isso. Pouco tempo depois da exoneração do autor, do perdão do Papa, vem a renuncia. Por tudo isso, o novo Papa não pode ficar alheio aos acontecimentos. Diziase após o anúncio da renuncia de Bento XVI, que o novo Papa teria que ser um homem de muita coragem e forte acima de tudo para enfrentar a situação e melhorar a imagem da Igreja. O Papa Francisco, nesse primeiro momento, parece ser essa pessoa que se pede. É um homem simpático, sorridente e disposto para ocupar o cargo que seus colegas cardeais lhe confiaram. Chegou até a fazer um trocadilho, quando pediu que Deus perdoasse a eles pela votação recebida. A primeira imagem do Papa é muito boa. Um homem de bom coração. É cedo para qualquer tipo de cobrança, mas não podemos nos esquecer dos fatos que provocaram a renúncia de Bento XVI, que preferiu a

clausura. Um Papa que prefere esperar a morte longe dos fiéis, apenas rezando e pedindo a Deus sabedoria, coragem, paciência para o novo Papa e transparência para conviver com as coisas erradas do Vaticano. Jorge Mário Bergoglio, o Papa Francisco,um jesuíta, missionário e torcedor fervoroso do San Lorenzo, na Argentina.É um Papa conservador, sem estar ligado a movimentos tradicionalistas da Igreja Católica. A preocupação é quanto à palavra conservador, que no dicionário Aurélio, significa: “favorável à conservação da situação vigente, opondo-se as reformas radicais”. Por isso, levanto a preocupação quanto a esse tipo de pensamento conservador, que possa existir do nosso simpático e já querido Papa. Como ele já escolheu o mesmo secretário particular de Bento XVI, Georg Gaenswein, para auxiliá-lo e que deve transmitir todas as informações necessárias, e como deve anunciar outros assessores com ideias mais progressistas dentro da Igreja Católica,vamos acreditar que o Vaticano vai mudar.

Subserviência, uma doença incurável JOSÉ GERALDO PALMEIRA

U

m dos piores defeitos do homem, sem nenhuma dúvida é a subserviência. Com a sombra dessa, a seu soldo e sob as suas ordens, noite e dia se urdem e tramam, se recamam e bordam, se estampam e marcam, se negociam e retalham, se expedem favores e indignidades, e ao depois distribuem à circulação da mais baixa curiosidade perfídias, vilanias, escândalos, horrores, tudo em suma, quanto possa alimentar a indústria da falsidade, o comércio da intriga. Esse tipo, muitas vezes vestido de arminho, mas, infectado até a alma, cobre de vernizes e doiraduras as mais abjetas ações dos poderosos, que o sustenta, é o que não tolera as almas ainda limpas as asperidades da revolta contra o mal, os rigores e fraquezas da verdade. Não vendo bula falsa aos cidadãos que têm fome e sede de justiça. Em falando a verdade por muito acerba, cruel e desabrida que seja ela, na substância ou na expressão, bem fora de rebaixar a nossa dignidade, não servirá senão para honrar no conceito das outras, mostrando-lhes que a opinião pública, consciência dos cidadãos respeitados não morreu, e reage ao menos intelectual e moralmente, contra os cancros disfarçados de doutores. Quem subministra, pois, elementos ao descrédito do direito, não são os que expõem o mal à luz e ao ar, para lhe dar cura, mas os que querem ter em abafos, para lhe dar vida; não são os que, discutindo o mal, mais cedo ou mais tarde sabido sempre, apenas, com a publicidade na

censura, infligem aos abusos dos poderosos e às mazelas dos seus cúmplices a correção peculiar à natureza pública da sua situação e dos seus atos. Não, não são esses. São os que, a pretexto do bem e decoro geral, somente buscam no silêncio, por que instam o cômodo e abrigo das suas cobiças e ambições. Será que somos todos obrigados a nos inscrever na mesma cumplicidade com a pobre oligarquia, que nos submerge em opróbrio? Haveremos de nos mancomunar unânimes com os usufrutuários da putrescência? Renunciaremos ao próprio olfato, desenvolvendo em nós uma anosmia voluntária, para não sentir os miasmas do podredoiro, cujas exalações, tira o fôlego dos justos e portadores de bons costumes? São coisas, que entre nós se admitem, por estarmos atreitos a vê-las, mas que, fora daqui, não se vendo nunca, a ninguém se antolham possíveis. Tais raridades morais são necessárias, sentindo-as com os próprios sentidos, experimentá-las diretamente, para lhes cogitar na possibilidade. Quem as não viu, não as crê. Precisamos ter coragem para acabar com a prostituição da consciência, doença mais contagiosa que a das mulheres de mau viver. Devemos sempre reagir contra a lepra, com que a política dos nossos dias está grassando o direito de alguns. Tenho certeza adquirida na experiência própria, que esse mal de mofo e bafio, criado à sombra e no charco, não se cura se não a poder de ar livre e luz solar. É obra da mentira; e a mentira não se medica homeopati-

camente, com os seus semelhantes. O remédio da mentira está na verdade. Só nos salvaremos, opondo a essa idolatria à religião da verdade. Quando se recebe da natureza uma propensão viciosa, é aumentá-la querer resistir-lhe ou ocultá-la sob a máscara da virtude. Macaco é sempre macaco, diz um provérbio grego, ainda que o vista da cabeça aos pés a mais rica das púrpuras. Aquele que não poupa condições humanas patenteia a sua aversão aos vícios e não aos homens. Por conseguinte se houver alguém que se julgue ofendido com o que foi escrito aqui, de duas uma: ou a sua consciência o acusa secretamente, ou ele teme o direito que o público tem de acusá-lo. Aquele que se passa por sábio, um pequeno sorriso de satisfação, um sinalzinho de aprovação, um movimento de orelha à maneira dos asnos, bastará para salvar-lhe a ignorância aos olhos dos outros. Lamento os que querem passar por sábios e por tais desejam ser tidos. Não obstantes as suas caretas, são apenas macacos vestidos de púrpura ou asnos cobertos de pele de leão; façam o que quiserem, haverá sempre uma pontinha de orelha a denunciar a sua cabeça de midas. Não se podem prestar honras a gente que sequer merece o nome de homem. Aquele que arranca a máscara dos atores no momento em que se desempenham os seus papéis, mostrando os verdadeiros rostos sempre perturba a cena. Mas, o disfarce não pode prender os olhos do espectador para

a mentira. Os homens não se respeitam apenas pela barba e pela túnica, mas pelos seus atos e proceder. Os subservientes possuem tão grandes poder e trânsito entre os poderosos, que os próprios apóstolos de Cristo, se se vissem obrigados a competir com eles, precisariam de um espírito assaz diferente do que receberam do céu. Nada sabem e orgulham-se de tudo saber. Nem sequer a si próprios conhecem; às vezes, a fraqueza dos seus olhos, ou a abstração do seu espírito os impede de notar um simples buraco ou pedra sob os seus pés. Quando se tira a máscara e os mil modos diferentes de disfarces, vê-se com os próprios olhos, a torpeza e baixeza de caráter dos portadores desse vírus. Os poderosos são detestados por toda parte como animais sinistros, o simples fato de encontrá-los por acaso é tido por mau agouro; e apesar disso, julgam-se gente extraordinária, orgulhosos de sua imundice e da sua miséria, vão de porta em porta esmolar, com extrema arrogância e disfarçatez. Eis aí as ilustres personagens que, pela sujeira, ignorância, grosseria e imprudência, pretendem repetir a vida dos apóstolos. Qual mortal teria olhos para ver claro no meio das espessas trevas que eles espalham por toda parte? São coisas que só podem ser percebidas pelos que possuem excelentes olhos para ver no meio das trevas mais espessas o que não existe em parte nenhuma.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Transporte

Sem fiscalização

Mais espertezas dos sem terra consta que diante da falta de fiscalização quem tem poucos hectares vendem 1x4 da área, cerca de 50 tarefas, e passam a escritura como “doação.” Da conversa consta ainda que o agricultor, maioria dos casos,a se inscrever novamente no programa para ganhar novas tarefas de terra.

Uma lástima

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As campeãs

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á quantos anos (ou décadas) transita no alheamento cobrança popular em defesa de uma abertura de concorrência no setor do transporte coletivo em Maceió? A indignação entre os usuários pelo alheamento é de tensão ao Alheamento também das associações de bairros. Na Câmara Municipal a vereadora Silvana Barbosa é voz isolada na defesa da proposta.

– Na região do tráfego de drogas na Jatiúca, imediações da Rua Santa Sofia, moradores relataram que no fim da semana anterior traficante e viciados se envolveram numa troca de tiros, mas não houve feridos. A polícia conhece bem o quadro negro daquela área.

Estatísticas do Conar constataram que as empresas de telefonia foram no quesito campanha publicitária a campeã em punição. Dentre elas a TIM se apresentou como a líder, derrotada em 14 processos propondo alteração ou suspensão do marketing . Na sequência aparecem a Oi e a Claro. Levantamento foi divulgado em janeiro.

Campeão de votos Nas eleições municipais de outubro do ano passado a força do ex-presidente Lula conduziu o PT a conquista de 17,3 milhões de eleitores votando nos candidatos do partido. Foi conforme destaque da Istoé, edição da época (17 de outubro de 21012) “o campeão de votos” e cita Lula como “capaz de fazer valer a sua vontade nas urnas.”

Isso é Brasil! Na Revista Veja, edição 2311, de 6 deste mês, Coluna Panorama –Conversa, consta a seguinte (e interessante) nota com o título Corrupto: O publicado na integra: “ O G20 quer barrar a entrada e os pedidos de refúgio de corruptos e corruptores nos países membros do grupo, mas esbarra na resistência do Brasil.”

Chamou atenção

Sinalização

O governador Teotonio Vilela (PSDB) foi elogiado por lideranças políticas ligadas a vários partidos. Motivo: saber separar o amigo do político. Lembrando: ele além de visitar José Dirceu quando enfrentou tempos difíceis (julgamento do mensalão) ficou lado a lado com a presidente Dilma Rousseff na inauguração do primeiro trecho (62 km) da Adutora do Sertão. Fez lembrar o pai.

Motoristas, se não param nem em faixa visível de travessia de pedestre imagina como não ajem naquelas cuja pintura foi apagada pelo tempo? Pior é constatar que no caso da falta de atenção da SMTT na recuperação delas o pedestre ( e sempre ele) é quem mais corre risco de morte. Isso em especial.

Sem previsão Nas zonas eleitorais o alistamento de novos eleitores ainda tem movimento devagar. Pelas previsões amonotonia é gerada no desinteresse de pré-candidatos na formação de “curral eleitoral.” Presença do cidadão nos cartórios é movida no interesse pessoal. Esquema de apoio terceirizado só ganha força no ano das eleições. No interior principalmente.

- O fracasso das ações públicas no apoio a sociedade, exemplo a luta contra o avanço do comércio das drogas, preocupa famílias. Em especial os pais, pois na necessidade de trabalhar se distanciam do dia a dia da convivência com os filhos. Estatísticas já não conseguem identificar como deveria a realidade das ruas.

Verdade ou... A nova balança de peixe, projeto do Estado em construção na Praia da Pajuçara, em frente ao Hotel Radison atrai comentário no mínimo curioso: permitir a construção de uma barraca na beira-mar para movimento comercial. Algo nos moldes do já explorado há tempo na Ponta Verde.

Algo a investigar Contam que em municípios alagoanos tem duas categorias na área agrícola: Os com pouca terra os sem terra. Até aí tudo bem não houvesse a suspeita de que os com pouca terra são quem de fato produzem. Já os sem-terra


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Expo 2020 no Brasil?

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- A Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas no Rio ( 2016), favorecem São Paulo na possibilidade de vir a sediar a Exposição Universal de 2020 (Expo 2020). Favoritismo é sustentado pelo secretário geral do Bureau Internacional de Exposições (BIE), Vicente Loscertales. É dele a lembrança: grandes eventos somam ponto positivo para o Brasil.”

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- Ainda palavras dele: “O fato de o Brasil estar organizando outros eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, é claro que é ponto positivo. Eles podem criar sinergias na criação de infra-estrutura que vão preparar a imagem do Brasil para uma Expo. Os eventos são em anos diferentes e acho isso positivo.”

Eliminatórias Na América do Sul nove seleções jogam por quatro vagas para estar na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Participam Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Paraguai, Peru Uruguai e Venezuela. Os jogos, inclusive, já estão em andamento.

Cobranças

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- Na semana anterior o Flamengo foi só cobranças temperadas pelo mau momento do clube nos jogos iniciais do Campeonato carioca. O quesito que envolve finanças começa a ser direcionada para enxugamento de despesas com corte de gorduras na folha do plantel. E começou por Dorival Junior.

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–A diretoria rubro negra segue precavida para não desagradar torcedores como ocorreu no primeiro turno. O Toque de alerta ocorreu logo na estréia, jogo do segundo turno com derrota para o Resende após estar vencendo de 2x0. Placar da

Alagoano de Máster

É bom esperar

O Campeonato Alagoano de Futebol Máster já vai além da sua décima rodada. Participam 16 clubes e jogos estão acontecendo em Maceió e no interior. De conformidade ainda com informações repassadas por coordenadores do evento, as rodadas vão se prolongar até meados do maio. É provável a decisão do título acontrecer no Rei Pelé.

Torcedores, em conversa de grupo ainda não fecham posição sobre quem deve ou não estar na seleção brasileira. Entre os mais comedidos a visão é que está cedo para se pronunciarem. Preferem esperar pelo jogo com os ingleses, que acontece dia 6 de fevereiro, em Londres.

Curiosidade

Bons tempos

De Jacozinho, um dos craques que foram xodó no Mutange: “Sou muito grato ao CSA. Por causa do meu sucesso. No Azulão cheguei a disputar uma partida festiva que marcou o retorno do Zico ao Brasil. Fiz até gol com passe de Maradona. É brincadeira.”

Disputa braba

Neymar mesmo ganhando o que ganha de salários no Santos abre listas para reforçar clubes europeus na temporada de 2013. A não abertura ainda da época que libera o mercado para clubes negociarem reforços é que impede a transformação do assédio em realidade.. Interessados vão além de Barcelona, Real Madrid e Milan. Até clube inglês se dispõe a fazer oferta.

O que ele tem?

Ganso, por mais que Nei Franco insista para dar espaço a ele no São Paulo, maior é o desencanto da torcida. Uma pena que o meio campista não se empenhe para unir o seu condicionamento físico a excelente qualidade técnica do futebol que exibe. Dá mostra que não tem fôlego para suportar os 90 minutos de uma partida.

Nova ordem

1

- O Fluminense decidiu não poupar titulares no Campeonato Carioca. A comissão técnica exige força máxima para melhorar o entrosamento do time. Preocupação tem a ver com o jogo de volta,em Porto Alegre, contra o Grêmio pela Libertadores das Americas e que acontece dia 10 de abril.

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– “É complicado, porque você vai jogar uma competição extremamente forte, com viagens que saem na segunda e volta na quinta ou na sexta-feira e já joga no fim da semana. Até essa partida pouparemos os jogadores de maneira bem pontual. No caso só se alguém não se sentir bem, ou a perna pesar, “ comentou Abel Braga técnico do Fluminense.

Em que pé está a reivindicação do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, à Fifa para liberar uma cota de ingressos para indígenas e beneficiários do Bolsa Família? O governo acha que uma festa do porte do mundial de futebol “deveria ter condição mais favorável para acesso desse contingente de brasileiros aos ingressos.”

FRASES “Jogador tem que vir para jogar! Ednilton Lins, diretor do CRB

“No futebol só vence quem chuta a gol.”

Antônio Torres, comentarista esportivo

“O Flamengo busca equilíbrar as finanças”

Willi Vasconcelos, vice-presidente do flamengo.


24 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Dia de feira!

Comércio lojista

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s hortifrutigranjeiros e raízes, são os vilões da inflação dos últimos meses. Então, esqueça o conforto dos supermercados refrigerados e vá a uma feira livre, ouvir os gritos dos vendedores, o calor sufocante e siga em frente, conversando com os donos de bancas, pechinchando e comprando o que você precisa a preços bem inferiores aos praticados na “mordomia”, onde não se pode negociar preços, tendo que pagar o que se encontra fixado no produto. São esses locais, que se tranformam logo cedo num verdadeiro “pandemônio”, barulho, sol quente e até mesmo “batedores de carteira”, onde se pode comprar um quilo de tomate por pouco mais de R$ 1,00, enquanto no supermercado custa o triplo. Quanto menor o tamanho do tomate, melhor, porque pode até mesmo ser cultivado em hortas caseiras ou pequenas priopriedades rurais, locais que não se usa agrotóxicos. Visita cada banca e pechinche com o vendedor, até conseguir uma boa economia. E mais: você escolhe o produto que achar melhor.

Onde ficam? Existem feiras livres no Tabuleiro do Martins, Bebedouro, Levada, Jaraguá e Jatiúca. Portanto, pontos estratégicos de Maceió, que possui 50 bairros. É só escolher a mais próxima e comprar, tendo a certeza de que fez uma boa economia. O ideal seria cada bairro possuir sua feira.

pesquisa de preços.

Já se foi o tempo daquela propaganda de uma loja de Maceió, que dizia: “Se no Recife tem, na Casa do Colegial também tem”. Hoje, a capital alagoana tem um comércio forte, altamente competitivo e que proporciona ao consumidor a vantagem de comprar a crédito e com prazo longo. Mas isso exige

Pesquisando Quando estiver realmente precisando comprar algum bem durável (móveis e eletroeletrônico), reserve um dia livre de seu trabalho para ir ao comércio aberto ou fechado (shopping) e pesquisar muito antes de comprar. A concorrência é muito acirrada e exisge isso do consumidor. Compre à vista, preferencialmente.

Prestamistas Fuja delas! São aqueles mulheres que vendem jóias, perfumes, roupas, calçados, tudo a prestação, a “preço de custo”. Tem a comodidade de comprar em sua prípria casa, escolher o que quer, experimentar e pagar a primeira prestação. Só que, com esse valor, a vendedora já paga o que pagou e o resto é lucro puro.

Em casa Economize na alimentação, material de limpeza, higiene, luz, água, gás. Siga seu orçamento doméstico, minimizando os custos e maximizando os lucros. Poupe, pelo menos 10% de sua renda numa caderneta de poupaça. É sua reserva financeira, para uma emergência. Não precisando tirar um empréstimo ou recorrer a um agiota.


extra

Em sua primeira Missa, o Papa Francisco I exortou a população mundial a cuidar do ambiente. Citando São Francisco de Assis, o líder da Igreja Católica lembrou que guardar a criação de Deus é, também, ter respeito por todas as criaturas e pelo ambiente. “Sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente”, pontuou.

ambiente@novoextra.com.br

Queima controlada agora está regulamentada em Alagoass

Semana da Água

O Instituto do Meio Ambiente (IMA) realizou diversas atividades sobre a preservação da água nesta semana. Nesta sexta-feira (22), quando é comemorado o Dia Mundial da Água, o órgão apresenta a partir das 9h, no Palácio República dos Palmares, experiências que obtiveram êxito na conservação da água potável.

Desde 1993

Criado em 1993 pela ONU, o Dia Mundial da Água serve para lembrar às autoridades a necessidade de solucionar os problemas de abastecimento e tratamento das águas. Além disso, a data Aulas e palestras é um tipo de alerta aos Durante a semana, houve aulas para jovens de 15 a governantes e sociedade 18 anos no Jardineto Botânico do IMA e também civil sobre a importância na Lagoa Mundaú, através do barco-escola do órgão ambiental. Também houve diversas palestras relevantes de preservar as fontes de para universitários, com temas como Lei dos Recursos água potável para a sobrevivência da humanidade. Hídricos, Lei Ambiental e Código Florestal.

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Mensagem

MEIOAMBIENTE O governo estadual sancionou na terça-feira (19) a Lei 7.454, que estabelece critérios para a realização de queimas controladas no estado. O texto legal determina quais sãos requisitos necessários para conseguir a autorização para realizar a queima, bem como as áreas em que a prática é ou não permitida. A Lei mantém o Instituto do Meio Ambiente (IMA) como responsável por autorizar as queimas no estado. Até o ano passado, a função era do Ibama, mas foi repassada ao órgão estadual através de duas leis federais. Apesar disso, o IMA deve criar mecanismos para facilitar a fiscalização das queimadas. A Lei estadual ainda determina o prazo de 15 dias para que o IMA se pronuncie sobre a requisição de autorização para queimas controladas. O órgão, contudo, não é obrigado a conceder o pedido. A queima controlada tem prazo de validade e deve ter sua finalidade bem explicada. De acordo com a legislação ambiental vigente, a prática só é autorizada para atividades agropastoris ou florestais e para fins de pesquisa científica e tecnológica. Além de cometer crime ambiental, quem realiza a queima sem autorização está passível de pagar multa de 30 Unidades Fiscais Padrão do estado de Alagoas (UFPAL) por hectare de área queimada e é obrigado a recompor a área devastada.

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Extermínio

Caçadores mataram 89 elefantes – entre adultos e filhotes – em uma única noite na cidade de Gamba, sul do Chade. É maior massacre desde fevereiro do ano passado, quando 300 elefantes foram mortos no Camarões. O motivo é o mesmo: remover o marfim para vender no mercado negro. O pior é que as investigações apontam que os mesmo caçadores estão envolvidos nos dois casos.

Ilegal Nascimento

Uma desova de tartaruga marinha nasceu na terçafeira (19) na praia do Mirante da Sereia, no litoral norte de Maceió. Os ovos começaram a eclodir ainda de madrugada e só terminou no decorrer da manhã. O nascimento dos últimos filhotes foi acompanhado pelo Instituto Biota de Conservação, que ainda localizou três ninhos na região que não estava sedo monitorados.

Chuva

Voltou a chover nesta semana no agreste e sertão alagoano. Assim como a chuva ocorrida no início do mês (dia 04), ainda não é o suficiente para deixar barragens e açudes no nível máximo. Mas as águas devem deixar o pasto verde para a alimentação do gado. Além disso, a chuva também encheu as cisternas da população mais carente.

Dia de São José

Aliás, as chuvas atrasaram apenas um dia. De acordo com o costume sertanejo, quando chove no dia 19 de março, o Dia de São José, é sinal de que a seca vai acabar. A previsão, contudo, é mais científica do que religiosa. Dia 19 não é apenas a data do santo padroeiro da justiça social, mas também a passagem do equinócio. Nessa data, se as condições oceânicas estiveram favoráveis, vai ter chuva.

O comércio de marfim é ilegal, mas ainda é bastante comum na Tailândia e China. Segundo a WWF, organização ambiental que divulgou o massacre de elefantes, a caça ilegal de animais tem um lucro de US$ 19 bilhões por ano. É o quarto maior mercado ilegal do mundo – só perde para as drogas, dinheiro falsificado e tráfico de pessoas.

Prêmio

Acontece na quarta-feira (27) o lançamento da nova edição do Prêmio Octávio Brandão de Jornalismo Ambiental. Realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), o Sindicato dos Jornalistas e a Braskem, a premiação distribui R$ 37 mil para as melhores reportagens veiculadas nas categorias Jornalismo Impresso-Texto, Jornalismo Impresso-Imagem, Telejornalismo, Reportagem Cinematográfica, Webjornalismo e Estudante.

Peixe-boi

Um peixe-boi chamado Tuca está nadando pelas praias de Maceió e demais cidades litorâneas com seu filhote. O animal é dócil, mas não deve ser alimentado nem tocado por populares. É que, se houve interação com humanos, o animal pode perder facilmente a sua rota. Caso seja avistado, o melhor procedimento é informar a localização a uma autoridade ambiental.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 22 A 28 DE MARÇO DE 2013


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ALTARODA

pitstop

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Saga dos motores flex

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m 23 de março de 2003 surgiu o primeiro automóvel fabricado no Brasil cujo motor usava o sistema flexível etanol e gasolina de forma viável. Foi o Volkswagen Gol 1,6-litro, lançado simultaneamente à comemoração de 50 anos da empresa no Brasil com a presença de diretores mundiais do grupo alemão e do presidente da República. Alguns meses depois de completar uma década em produção, a Anfavea projeta que, em meados deste ano, 20 milhões de veículos popularmente chamados flex terão sido fabricados, marco muito relevante. Nada menos de 92% dos automóveis e comerciais leves com motores de ciclo Otto, vendidos em 2012, tinham motores flex, incluídos nacionais e importados. Ao acrescentar os de ciclo Diesel, a participação cai para 87%. Nenhum mercado no mundo apre-

senta esse cenário. Na realidade, flexibilidade de abastecer o mesmo tanque com combustível de origem fóssil, de origem vegetal ou mistura dos dois remonta ao início do século passado, por volta de 1910. Ford T e alguns concorrentes podiam usar um ou outro combustível. Preço da gasolina caiu e a experiência, abandonada. Ainda nos EUA, voltou em 1991, com metanol em pequenas frotas. O primeiro carro flex de série já com etanol surgiu em 1996, um Ford Taurus. No Brasil, depois da crise de escassez de etanol em 1989/90, a Bosch apresentou um Chevrolet Omega de 2 litros com a tecnologia flex, mas o sistema de reconhecimento de combustível era caro e lento. O projeto só avançou depois de quatro anos, ao se descobrir que a sonda lambda (sensor de oxigênio) servia bem para identificar e

gerenciar o tipo de combustível. A Volkswagen decidiu apostar na tecnologia. Motores de 1 litro representavam quase 70% das vendas à época e, assim, a fábrica escolheu o de 1,6 l por precaução. Como a Bosch fornecia sistemas de injeção para os motores VW de menor cilindrada, a Magneti Marelli acabou por receber a primazia. Apelo do motor flex diminuiu quando o preço dos dois combustíveis se aproximou. Opção pelo etanol caiu drasticamente depois de 2009 e o governo ainda bate cabeças sobre a estratégia futura de preços relativos e carga fiscal diferenciada. Sem isso, só o apelo ambiental atrairá poucos compradores. Por outro lado, as fábricas têm sido lentas na evolução técnica dos motores. Partida dos motores sem auxílio de gasolina em dias frios, por exemplo, só surgiu em produção seriada no ano passado, e em

alguns modelos. Graças ao novo regime automobilístico Inovar-Auto e seus objetivos de menor consumo de combustível haverá avanços até 2017. Meta compulsória é de cortar o consumo médio da frota à venda de cada fabricante em 12,5% sobre 2012. A meta incentivada (até dois pontos percentuais a menos de IPI) chega a quase 19%. Alcançar essa referência, equivalente à da Europa em 2015, obrigará a investir além dos motores. Grande passo, a injeção direta de combustível em motores flex apresenta potencial de corte de consumo em até 10%. Com uso eventual de turbocompressor, ganho será maior com etanol. Significa que mesmo que o combustível vegetal custe 75% (talvez até 80%) do preço da gasolina, ainda será viável sua escolha na hora de abastecer. Hoje, referência é de 70%.

motores da GM, em Joinville (SC), mais voltada à exportação, assim que mercado europeu se recuperar da atual queda. Parte de produção ficará aqui para o Cruze e outros modelos. No exterior, empresa desenvolve uma caixa “híbrida”: automática convencional e de dupla embreagem.

última fileira em posição normal, porta-malas é muito bom: 490 litros (até o teto; usáveis uns 35% menos). Chassi é igual ao do Grand Cherokee, com maior balanço traseiro. Motor V6/286 cv dá conta do recado.

desenvolveu o Superlift: atuadores hidráulicos elevam em quatro cm o vão livre, ideal para carros esporte em rampas e lombadas.

RODA VIVA ABEIVA deve revisar, no final deste mês, sua previsão de importação de 150.000 unidades em 2013, provavelmente para menos. Kia (Grupo Gandini) continua a liderar entre marcas sem produção local, associadas àquela entidade. Grupo brasileiro fez contas e decidiu não aderir ao Inovar-Auto, ao contrário dos demais. Cotas são baixas para seu volume de importação. CAIXAS de câmbio (transeixos) manuais de seis marchas serão produzidas na nova fábrica de

DURANGO, novo SUV da Dodge (de R$ 179.900 a salgados R$ 199.900), oferece sete lugares e mais espaço interno que Journey/Freemont. Mesmo com dois bancos da

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PRESIDENTE da Magneti Marelli volta a ser brasileiro. Lino Duarte está à frente do segundo maior fabricante de autopeças aqui instalado. Ele destacou que a matriz italiana, além de fornecer motor elétrico para o híbrido LaFerrari,

TENDÊNCIA de desnacionalização em autopeças parece irreversível. Fabricantes de correias e tensionadores Dayco, dos EUA, com fábricas em São Paulo e Minas Gerais, comprou a brasileira Nytron. As marcas conviverão por tempo indeterminado. Aumentará exportações para Europa e América do Sul com integração dos produtos.

Quarto colocado, HB20 encosta no Palio e no Uno O HB20 está confirmando o quarto lugar conquistado em fevereiro e no acumulado do ano. O hatch da Hyundai vendeu 6.124 unidades na primeira quinzena de março (dez dias úteis) e está bem próximo do segundo e terceiro colocados no ranking: o Uno vendeu 6.653 unidades e o Palio 6.502. A liderança permanece com o Gol, que vendeu 9.290 carros na quinzena. Pelos números parciais de março dá pra dizer que o HB20 está disputando a segunda posição com os dois modelos da Fiat, pois os três estão no patamar das seis mil unidades na quinzena, distante do líder Gol, mas bem à frente do quinto colocado, o Fiesta hatch, que, surpreendentemente, vendeu 4.463 no período. O Ônix, da GM, que em fevereiro ficou em quinto lugar, está na sétima colocação. Na verdade, cinco carros disputam a quinta posição, todos na faixa entre 3,9 mil a 4,5 mil unidades: Fiesta, Fox, Ônix, Siena e Strada. Um pouco mais distante, o Voyage fecha a lista dos dez mais vendidos na primeira quinzena do mês. Vale destacar a recuperação do Civic (2.071 unidades) com a chegada da versão 2.0. O Etios, apesar da grande campanha de varejo que a Toyota está fazendo, ainda patina na 25ª posição, com apenas 1.450 carros vendidos na quinzena.


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Funcionário público não trabalha nada JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

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erta vez, eu procurei saber, quanto, quando e como trabalha um Funcionário Público, pois, notei que muitos só vivem de férias, em licenças para tratamento de saúde, com muitos feriados, dias santificados e outras regalias. Fiquei curioso para saber, pois, com o tempo, fui notando que alguns destes Funcionários Públicos, nem sequer vão receber seus vencimentos, deixando isso para seus Procuradores. Inicialmente, eu achei que poderia cometer injustiças para com alguns, porém, com o tempo fui notando que eles não querem nada com trabalho. Uma das constatações, foi que alguns destes servidores, dizem que trazem

trabalhos para fazer em casa e que trabalham até pela noite, porém, é tudo por causa das horas extras e gratificações gordas que recebem. Fui notando que, uns gostam muito das licitações, quando dizem que ajudam nos cálculos dos superfaturamentos. Notei que os mais “trabalhadores”, gostam de confeccionar as folhas de pagamento e adoram fazer compras para as suas repartições, para receberem propinas. Para chegar às minhas conclusões, eu tive uma ideia e comecei logo a colocá -la em prática. Comecei pelo número de dias que constituem um ano, chegando aos 365 dias. Sabendo que um ano é constituído de 52 semanas, fui logo sabendo que, em cada semana, acontecem 2 dias nos quais ninguém trabalha, que são nos sábados e os domingos. Vamos subtrair os 104 dias do ano, para chegarmos aos 261dias, sem trabalho. Vocês sabem que o Funcionário Público não trabalha no

“Dia de Ano” e já fica pensando nos “4 dias do Carnaval”. Sabem que, seja ou não católico, ele sempre corta a “Quarta-Feira de Cinzas”, e não sabem o porque do “Dia de Tiradentes” Os que rezam, ainda respeitam dos 4 dias santificados da “Semana Santa”, outros aproveitam para tomar suas cervejinhas, ir à praia ou dormir. Interessante é que no “Dia do Trabalho”, quando todos deveriam trabalhar, o Funcionário Público deixar tudo pra lá, pois, ele não é de ferro. Bom para os Funcionários Públicos, são as folgas do “São João”, do “São Pedro”, do “Dia da Padroeira” e do “Dia da Padroeira do Brasil”! Mesmo sem ser católico, ele aproveita de tudo, para não trabalhar. Ele não tem nada de patriota, todavia, adora o “Dia da Independência do Brasil”, o “Dia da Emancipação Política de Alagoas” e o barato para ele, são as homenagens e os presentes que rece-

be do “Dia do Funcionário Público”. Poucos sabem por que é dia santo no “Dia de Corpus Christi” e porque os dias santificados de “Todos os Santos”. Alguns não respeitam o “Dia de Finados” e não sabem quem “Proclamou a República”, se foi a Presidenta Dilma ou o Ex-Presidente Lula. Com os demais feriados e dias santos, chegamos ao fim do ano, com a comemoração do “Dia da Imaculada Conceição”, a “Véspera de Ano” e o “Dia da Consciência Negra”, perfazendo um total de 26 dias, sem trabalhar, restando, portanto, 236 dias. Ora, o Funcionário Público, nunca trabalha 6 horas, ficando 18 horas parado. Assim é que só restam 59 dias para o trabalho. Como ele tem direito a 30 dias de férias, só sobrariam 29 dias, caso não existisse um tal de 13º mês, quando ele recebe os 30 dias, ganhando sempre sem trabalhar. Repito: o Funcionário Público NÃO TRABALHA NADA.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Cadeia neles

Uma mega-operação do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (GECOC), com apoio do Ministério Público e da Polícia Federal, foi realizada no início da manhã de quintafeira, 21, em Campo Alegre. Com mandados de prisão, busca e apreensão, os policiais estiveram nas casas de ex-secretários municipais e ex-assessores da gestão do ex-prefeito Maurício Tenório.

Prisões Além da apreensão de documentos e computadores, nove prisões foram efetuadas durante a operação, que tem como finalidade combater a corrupção nas Prefeituras alagoanas. Vale lembrar que além de Campo Alegre, já foram realizadas ações nas cidades de Piranhas, Palestina, Estrela de Alagoas, União dos Palmares, Maribondo e Maravilha.

Líder foi preso De acordo com informações da PF, entre os presos está o ex-prefeito daquele município, José Maurício Tenório, apontado na investigação como sendo o líder de uma organização criminosa. O Gecoc ofereceu denúncia penal, há pouco menos de uma semana, contra José Maurício Tenório, e outras 10 pessoas, todas acusadas da prática de uma série de ilícitos, a exemplo de fraude à licitação, apropriação de bens públicos, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

foram cumpridos pela PF.

Envolvidos

A ação penal foi ofertada contra José Maurício Tenório, ex-prefeito de Campo Alegre; Kellyn Rafaella Soares Gomes, à época, secretária municipal de Assistência Social; Carlito Tenório Neto, ex- secretário de Urbanismo e Meio Ambiente ; Ernando Pereira de Souza, então secretário municipal de Finanças; Edson Bráz dos Santos Júnior, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano; Sidney César do Nascimento Costa, à época, controlador-geral Interno; Manfrinni Menezes Silva, ex-p residente da Comissão Permanente de Licitação do Município de Campo Alegre; Hebert Geovany da Silva Araújo e Rejane Fidélis Guimarães, então integrantes da Comissão Permanente de Licitação; Mareval Rodrigues de Lima, procurador da empresa GEP Construção, Incorporação e Serviços LTDA – EPP e Valter Albuquerque Dias, mais conhecido como “ Valtinho”, ex-assessor daquela Prefeitura.

Corrupção De acordo com a denúncia, a organização criminosa liderada pelo ex-prefeito Maurício Tenório teria manipulado, dolosamente, entre os anos de 2011 e 2012, licitações envolvendo aquisição de móveis e equipamentos de informática; serviços de manutenção de aterro sanitário, de instalações hidrossanitárias, do telhado do mercado público e de rede elétrica; limpeza de vias públicas e açudes; capinação e dedetização da Secretaria Municipal de Saúde; limpeza do cemitério público do povoado Luziápolis; obras de recuperação de estradas vicinais, de retelhamento e reforma geral da Secretaria Municipal de Educação e terraplenagem e construção de calçamento e colocação de meio-fio em Luziápolis.

Vítimas do bando Tais compras, obras e serviços jamais foram executados, entretanto, a empresa GEP Construção, Incorporação e Serviços LTDA – EPP recebeu recursos dos cofres públicos de Campo Alegre. Já a Farias & Farias Comercial LTDA, a SEA Comércio e Serviços LTDA – ME e a Arquitec – Arquitetura, Engenharia e Construção LTDA foram vítimas do bando criminoso.

Marechal Deodoro

Seguindo orientação do Prefeito Cristiano Matheus, o secretário de Infraestrutura, Albérico Azevedo, participou de uma reunião com o presidente do DEER/AL, Marcos Vital, juntamente com moradores do Francês e Mucuri, para discutir soluções afim de melhorar a segurança no trevo de acesso ao Francês.

Irregularidades

Travessia

Depois de investigar vários processos licitatórios dos últimos quatro anos, o MPE descobriu irregularidades em pagamentos de serviços e produtos na ordem de aproximadamente R$ 787 mil. E, com base nos depoimentos prestados por parte dos envolvidos no esquema e após análise de farto material apreendido durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em dezembro passado, o Gecoc pediu a prisão preventiva dos acusados, solicitação acatada pela 17ª Vara Criminal da Capital. Os nove mandados

O encontro aconteceu em Maceió e o secretário Albérico Azevedo deverá iniciar estudos para implementação de medidas, a exemplo da melhoria da iluminação pública no viadudo, permitindo a travessia mais segura aos pedestres no local.

Trevo do Francês

Outra ação definida durante a reunião foi a relocação de dois pontos de ônibus situados próximos ao Trevo do Francês, assim como a execução de ações de trânsito que proporcionem uma redução na velocidade de tráfego dos veículos na região. Além destas medidas, outras continuarão sendo analisadas pelo DER, segundo os procedimentos e normas técnicas de segurança.

PELO INTERIOR ... Audiências Criminais e Cíveis são gravadas em áudio e vídeo, na Comarca de Boca da Mata, desde 2011, proporcionando agilidade na resolução dos processos da região onde atua aquela comarca. ... Antes da implantação do projeto virtual, eram realizadas de 2 a 3 audiências por dia. Hoje, com a agilização dos procedimentos judiciais, o número de sessões diárias contabiliza de 6 a 10 audiências. ... As ações de virtualização foram incentivadas pelo juiz André Guasti Mota, que adquiriu experiência nas sessões virtuais da 17ª Vara Criminal da Capital. ... O projeto idealizado pela Diretoria Adjunta de Tecnologia da Informação (Diati), do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) tem o intuito de dar celeridade aos processos, através da gravação em áudio e vídeo que permite a comprovação fiel do que ocorre nas audiências. ... Alunos do Projovem adolescente do Brisa do Lago foram surpreendidos na tarde da última terça-feira com a visita do Secretário de Assistência Social Daniel Rocha. ... Coordenados pelo Oficineiro do Projovem Maxsuel, a turma estava realizando um ensaio teatral que tinha como tema racismo e bullying. ... Convidado a participar dos ensaios, Daniel atuou no papel de um garoto, aluno de escola pública que sofria de racismo por parte de seus colegas e professores. ... Finalizando o encontro, foi aberto um debate sobre o tema onde foi apresentada a opinião de cada um dos presentes. ... A informação é da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Viçosa: Os últimos momentos de vida e a ressurreição de Cristo serão retratados em Viçosa no dia 29 de março, sexta-feira da paixão. ... A partir das 19h a Praça Apolinário Rebelo será o palco do espetáculo. Com uma hora e quarenta minutos de duração, a apresentação a céu aberto conta com 50 participantes, entre atores e equipe técnica da Associação Teatral Arte e Fé. ... André Vieira, diretor da peça, explica: “o espetáculo que apresenta a história de Jesus Cristo em seus últimos passos na terra, é um espetáculo de fé e emoção que comove a todos, onde o público faz parte deste acontecimento e a emoção se renova graças a um trabalho de criatividade”. ... O evento é uma realização da Prefeitura de Viçosa, por meio das Secretarias de Cultura e Turismo, e Administração e Finanças. Conta também com o apoio da Paróquia Bom Jesus do Bomfim de Viçosa. ... A todos, um excelente fim de semana, com paz, saúde e alegria. E uma dica para ex-prefeitos corruptos que se acham intocáveis: O GECOC chegou. É melhor “dar no pé” enquanto é cedo. Do contrário, é xilindró. Afinal, lugar de corrupto é na cadeia. Valeu, “inté” a próxima edição. Fui!!!


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FIM DE SEMANA

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Zé Lezin e Cinderela de volta O casal mais inusitado do teatro brasileiro, Zé Lesin e Cinderela estão de volta à Maceió, e se apresentam no Teatro Gustavo Leite No sábado, 23, o show começa às 21h, e no domingo, 24, às 20h30. Zé Lezin e Cinderela apresentam o espetáculo “Em briga de marido e mulé ninguém mete...”. Os ingressos estão à venda na loja Gasoline do Maceió Shopping, no restaurante Sou Jorge e na barraca Kanoa. Contato: 9938-4172.

holanda.paulo@hotmail.com.br

Beatriz Seagal e Herson Capri em Maceió

O espetáculo ‘Conversando Com a Mamãe’, que tem no elenco a Beatriz Segal e o ator Herson Capri, estará em cartaz nos dias 11, 12 e 13 de maio no palco do Teatro Deodoro. Em ‘Conversando com Mamãe’ Beatriz Segall interpreta uma senhora de 82 anos. Herson Capri, por sua vez, é Jaime, o filho cinquentão que pouco convive com a mãe e só tem notícias dela por telefone. Um encontro deles para resolver uma crise rende momentos divertidos e emociona ao trazer temas como afeto, companheirismo e afastamento.

Stand Up Comedy no Gustavo Leite Milton Nascimento em Maceió O cantor carioca/mineiro, Milton Nascimento faz show em Maceió no próximo dia 6 de abril, no Teatro Gustavo Leite, às 21 horas. Representante nato do Clube da Esquina, Milton Nacimento viaja o Brasil com o show “Uma Travessia”, onde mostra todo seu talento no excelente repertório criado durante vários anos de carreira. Ingressos venda: Sue Chamusca - Maceió Shopping, Térreo. Valores: Platéia A: R$ 250 e 125, Platéia B: R$ 200 e 100, Platéia C: R$ 150 e 75 e Mezanino: R$ 120 e 60.

O samba de Alcione

A sambista Alcione se apresenta em Maceió no próximo dia 27 de abril, na casa de show Musique, no Stela Maris. O show comemora os 40 anos de carreira da cantora, conhecida por seus sambas românticos. O espetáculo é fruto do projeto registrado em dois CDs/DVDs que foram lançados, oficialmente, durante a turnê. A cantora comemora da maneira que mais gosta: cantando para os fãs numa turnê nacional, que teve início no dia 15 de outubro e não tem data para terminar. O espetáculo é baseado nos repertórios dos DVDs “Duas Faces - Jam Session” e “Duas Faces - Ao Vivo, na Mangueira” e incluirá, além dos seus principais sucessos e as inéditas do novo projeto, canções que a artista interpretava em shows, mas que jamais havia gravado. Standards nacionais e internacionais que adora cantarolar também ganharam registro fonográfico em sua voz e entram para setlist. Ingressos: R$ 100,00 (mezanino) / R$ 40,00 (pista) / R$ 960,00 (mesa para seis pessoas) Pontos de venda: Casa das Tintas (Farol e Ponta Verde) Vendas de mesas: Colcci (Maceió Shopping) Vendas online: www.gaproducocoes.com Mais informações: (82) 3032-5210 ou 9601-2828

Paulinho Serra, idealizador e diretor do espetáculo DEZnecessários, hoje uma Cia de Humor que “abriga” grandes nomes do humor brasileiro, apresenta seu mais novo espetáculo: “Paulinho Serra em pedaços”. O show acontece no dia 30 de março, no Teatro Gustavo Leite, às 21 horas, em única apresentação. Valor do ingresso: Inteira R$ 60,00 e meia: R$ 30,00 (estudantes, idosos e clientes da Porto Seguro Seguradora) Vendas: Casa das tintas (Farol / Ponta verde) e Mr Cat (Amélia Rosa) Informções: 3032 5210 ou 9601 2828

SP2 no Bicho do Mar Os amantes do pop rock podem cutir nesta sexta 22 de março), a partir das 21h30, no restaurante Bicho do Mar, na Serraria, a banda SP2. Formada pelos músicos Will (violão e voz), Passarinho (batera), Filho (contra baixo) e Gugue (guitarra e vocal), o grupo mostra um repertório eclético, passando por Djavan, João Bosco, Skank, Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana, além de sucessos internacionais. Uma boa pedida para o fim de semana com boa música, acompanhado por uns birini-

Raimundos e L-100

Depois de um 2 anos de muito trabalho, na tour do CD/DVD Roda Viva (ST2 Music), de mais de 140 shows pelo Brasil e cerca de 350 mil espectadores, o Raimundos reafirma sua volta ao topo do rock nacional. Esteve presente em vários festivais, feiras e festas por todo o Brasil, com apresentações eletrizantes, levando o público ao delírio. Olha o Raimundos mininu!! Recentemente gravou o CD “Ultraje x Raimundos”, um disco em parceria, proposto por uma gravadora. Prontamente aceito! No “embate do século”, cada banda, toca o repertório do outro e vice-versa. O projeto foi uma boa diversão e também uma forma de “afiar” os instrumentos para o Cd de inéditas que vai ser lançado em meados de 2013. Hoje, os Raimundos estão rodando o Brasil com o show Clássicos do Vinil, “Lavô tá novo”, na íntegra! + músicas do Ultraje x Raimundos + clássicos do Roda Viva! Um show completíssimo! E Maceió, fará parte dessa grande turnê, dia 23 de março de 2013, na Vox Room. a abertura do show fica por conbta da banda alagoana L-100, além de Atrito 82 e Suhbita. Pontos de Venda: Tchuk Jhones, Point Radical, Jameika e stands Folia Brasil e Viva AlagoasMais informações: (82) 3032-0088


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