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ANO XVI - Nº 819 - 01 A 07 DE MAIO DE 2015

MACEIÓ - ALAGOAS

CORRUPÇÃO NA JUSTIÇA TJ investiga venda de sentença OSWALDO e juiz pode MACIEL perder cargo

ALAGOAS E A BATALHA DA MEMÓRIA:

O QUE VAI SER CONTADO ÀS GERAÇÕES FUTURAS? P/ 16 e 17 APOIO

Juiz Léo Denisson

P/6 e 7

Remoções indevidas beneficiam parentes dos desembargadores

Maioria dos deputados declara voto a favor da 17ª Vara Criminal

P/13

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA NÃO RECONHECE DÍVIDA DE R$ 400 MIL COM A FAPETEC PALOCCI: MAIS UM PETISTA A CHAFURDAR NA LAMA DA CORRUPÇÃO P\3

P/8 e 9

P/ 10


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE MAIO DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Novos amigos

Q

uem viu a cena ficou surpreso. Manoel Cavalcante e Jerônimo Roberto foram vistos animando a mesa de um concorrido bar da Jatiúca. Nada de anormal não fossem os dois inimigos figadais de ontem, agora em alegre bate papo como velhos amigos. Cavalcante é o ex-coronel da PM que chefiou o crime organizado em Alagoas e Jerônimo o juiz que o denunciou e viveu anos sob forte esquema de proteção policial dizendo-se ameaçado pelo ex-militar. Como diz Fernando Sabino: “No fim, tudo dá certo. Se não deu, é porque ainda não chegou ao fim”.

Prevaricação O sargento Lucas Casado, do Corpo de Bombeiros Militar, extrapolou o prazo de vigência legal no cargo de Gerente do Samu-Maceió, e precisa retornar ao quartel ou ir para a reserva, como manda a lei. A decisão de sanar a irregularidade cabe ao comandante-geral dos Bombeiros, coronel Adriano Amaral, sob pena de incorrer em crime funcional de prevaricação.

Na baixa Na divisão dos cargos federais em Alagoas o deputado Cícero Almeida pediu e levou a SPU – Secretaria do Patrimônio da União. A pergunta que todos se fazem: “Que vantagem viu o deputado em um órgão que de tão desimportante, pouca gente sabe de sua existência? Uma dica: a SPU é que fiscaliza e outorga a utilização dos imóveis da União. Dá pra matar a charada?

Toma lá dá cá Com exceção de JHC e Pedro Vilela – da oposição – todos os demais integrantes da bancada alagoana no Congresso Nacional receberam um naco de poder federal no Estado. É o toma lá dá cá da chamada governabilidade brasileira.

Liderança nova

Eleição na UFAL

Surge uma liderança nova na Viçosa, que vem com todo gás para disputar a Prefeitura do município na próxima eleição. É o jovem empresário Diego Pedrosa, que tem livre acesso a todos os estratos sociais da cidade. Espera-se que desta vez a “Princesa das Matas” tenha mais sorte na escolha de seus administradores.

A mobilização para escolha do novo reitor da Universidade Federal de Alagoas já começou; Por ora, a disputa envolve a atual vice-reitora Raquel Rocha e a coordenadora do Curso de Serviço Social, Valéria Correia. Raquel Rocha tem o apoio do reitor Eurico Lobo enquanto Valéria Correia, que tem fortes ligações com os movimentos sociais, tem recebido manifestações de apoio do Diretório Central de Estudantes.

Arrogância Ao suspeitar que foi “dedurada” pelos colegas de trabalho por seus atos destrambelhados, uma autoridade da República tentou quebrar o sigilo telefônico de todos os servidores do órgão federal. Ainda bem que há juízes com juízo para colocar as coisas no seu devido lugar. Não é mesmo, dona Maria Gorete?

Luto

Morreu na última segunda-feira, em Araripina-PE, Maria Alice Muniz Falcão. Era irmã do ex-governador Muniz Falcão e estava com 97 anos de idade.

Saudades de Ródio Há quatro anos, o jornalismo alagoano ficava órfão com a morte de Ródio Nogueira, um dos mais competentes jornalistas do Estado. Ele partiu em 2 de maio de 2011, vítima de cirrose. Com seu estilo inconfundível de apurar e escrever, conquistou respeito entre as suas fontes e o reconhecimento profissional dos mais diferentes segmentos da sociedade alagoana. Especialista em área policial, Ródio se destacou no meio por escrever de forma apaixonada e imparcial. Seus textos eram recheados de informações e lapidados com os mínimos detalhes, mas sem perder a essência da boa notícia. Ele deixou esposa, dois filhos e uma neta.

Reluzir

Servidores terceirizados do HGE da empresa Reluzir, reclamam que há cerca de dois meses estão trabalhando com as mínimas condições. Há até quem reutilize sacos de lixo. O agravante é que foram usados para armazenar resíduo contaminado. Aí é onde mora o perigo para quem manipula e para pacientes que precisam dos serviços do hospital.

Doações

Pacto federativo

Dos 52 políticos sob investigação da Lava Jato no STF e no STJ, 26 declararam à Justiça eleitoral ter recebido, no ano passado, R$ 17,6 milhões de empreiteiras suspeitas de participar de esquema de corrupção na Petrobras.

A AMA promove na próxima segunda-feira (4), em sua sede, um encontro com os prefeitos de todos os municípios alagoanos para discutir o Pacto Federativo. O encontro começa às 9 horas e terá a participação do deputado federal André Moura (PSC-SE), relator da Comissão Especial do Pacto Federativo criada pela Câmara.

Doações 2

Delmiro no TC

O senador Biu de Lira, que assim como o filho - deputado federal Arthur Lira - é um dos investigados na Lava Jato, recebeu R$ 1,8 milhão da Galvão Engenharia, Odebrecht, Queiroz Galvão e da OAS.

Respeito à faixa

A pedido do Ministério Público de Contas, o Tribunal de Contas do Estado suspendeu, esta semana, o pregão da Prefeitura Municipal de Delmiro Gouveia que visava terceirizar a arrecadação tributária do município. A suspensão se deu por medida cautelar requerida pelo MP de Contas.

A faixa azul, exclusiva para ônibus, taxistas e veículos complementares, parece que perdeu a validade. Muitos motoristas de carros particulares, quando encontram ausência dos agentes de trânsito, trafegam pela faixa livremente. Na quinta-feira, 30, por volta das 9 horas, na altura do cruzamento da Av. Rotary, uma cena chamou a atenção. Vários veículos invadiram a faixa, mas um Eco Sport, placa Maceió, circulou livremente a se perder de vista. Ora sinalizava, outra não. Agentes da SMTT? Cadê vocês?

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE MAIO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

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A cara de pau de Palocci

Malandragem

C

annes, França - O ex-Ministro Antonio Palocci, que comandou a economia no governo de Lula, já foi três vezes banido da vida pública por improbidade administrativa. Dos petistas envolvidos em falcatruas, Palocci é o que mais faz pose de honesto. Pose, apenas. Esconde-se sob a fachada de bom moço e de profissional competente, herança da bajulação da mídia à época em que foi ministro da economia. O tempo mostrou que Palocci não passa de mais um petista que chafurda na lama da corrupção. Agora, por exemplo, foi denunciado pela revista Época como responsável pela arrecadação de 12 milhões de reais para a campanha da Dilma em 2010. Indignado, escreveu uma carta aos amigos e correligionários para tentar desmentir a revista de que teria arrecadado essa dinheirama de empresas a quem ele presta serviço e que teriam sido beneficiadas depois pelo governo como a JBS, Pão de Açúcar e CAOA. Tentou desmentir os fatos mas não conseguiu esclarecer nada. Falou em “legítimas relações comerciais” com esses clientes, quando se sabe que Zé Dirceu também prestou esse tipo de consultoria às empreiteiras cujos proprietários já declararam que o dinheiro pago foi fruto do roubo da Petrobras. Essa não é a primeira vez que Palocci tenta se safar de acusações escrevendo carta. Ele acha que o simples fato de se dirigir à população por missivas o isenta das tramoias em que se envolve. Quando foi acusado de ter aumentado em 20 vezes seu patrimônio entre os anos de 2006 e 2010 durante o governo Lula, o ex-ministro também usou o mesmo expediente e mais uma vez a mídia submissa curvou-se diante da explicação vazia e mentirosa dele. Nessa última carta, o ex-ministro procura esclarecer com argumentos vazios e levianos a sua relação com a CAOA. Diz ter “prestado “serviço técnico de avaliar, esboçar plano de execução de associação com montadoras de automóveis, estudar tendências do mercado mundial do setor, oportunidades e estratégias de novos negócios”. É incrível como esses petistas viraram gênios de uma hora para outra. O Zé Dirceu e outros comparsas também justificam como de consultoria as transferências milionárias para suas contas o dinheiro roubado da Petrobras pelo diretor Renato Duque, seu protegido lá dentro.O método é o mesmo: eles escrevem algumas bobagens para justificar a bolada que entra nas suas contas. Pagase o imposto sobre as notas frias emitidas e assim tentam legalizar o dinheiro da propina. Palocci antes de chegar ao Ministério da Fazenda foi prefeito de Ribeirão Preto, cidade paulista. A sua gestão à frente do município foi permeada por escândalos, acusado de receber à época um mensalinho de 50 mil reais da máfia do lixo. Safou-se dos processos quando virou ministro e o homem importante do governo Lula. A cara de pau de Palocci é a mesma dos seus companheiros petistas. Na carta, ele se resguarda de revelar detalhes dos seus negócios de consultorias alegando sigilo comercial. Pede desculpas à população por não dar mais detalhes sobre os contratos alegando a existência de cláusulas de confidencialidade, mesmo argumento que usou em 2011, quando da revelação da movimentação financeira da Projeto, sua empresa, que o levou a ser demitido da chefia da Casa Civil.

Gênios A empresa do super Palocci age em todas as áreas. Ela é capaz de orientar ao mesmo tempo o mercado de automóveis e até o de boi. Para a JBS, a Projeto realizou “estudo de avaliação da oportunidade” para a compra da Pilgrim, maior empresa de carne processada dos EUA, “muito tempo antes” do empréstimo bilionário do BNDES à empresa. Esse pagamento à sua consultoria milionária é alvo de processo na Justiça Federal do DF.

Trapaças Como é um dos raros escudeiros de Lula ainda solto, Palocci acha que as cartas que escreve servem de salvo conduto às suas trapaças. E revela o truque para ganhar dinheiro na maior cara de pau. Diz que a passagem por cargos importantes no governo, como o de ministro da fazenda e do Banco Central, proporciona uma grande valorização no mercado para quem os assume”. Ou seja: vende-se a preço de banana segredos de estado, principalmente aqueles que orientam a economia do país.

Contratação da Kroll Diante dos escândalos bilionários do PT, está passando desapercebido dos brasileiros uma decisão da Câmara dos Deputados que se pode chamar de aperitivo dentro do banquete de escândalos no Brasil. Por decisão do presidente da Casa, Eduardo Cunha, a empresa Kroll foi contratada, sem licitação, por R$ 1 milhão de reais para prestar serviço à CPI da Petrobras. A missão é vasculhar as contas dos diretores da empresa e seus intermediários envolvidos nos escândalos da corrupção. Essa empresa foi a mesma que atuou na CPI do PC Farias. Não se sabe até hoje qual foi a conclusão do seu trabalho e a contribuição dela às investigações da comissão. Sabe-se, entretanto, que na época surgiu a suspeita de que a empresa teria “molhado” a mão de alguns parlamentares para fechar o contrato.

O argumento do presidente da câmara para fechar o contrato com a Kroll é frágil, insustentável. A empresa vai rastrear as contas dos diretores corruptos da Petrobras e dos petistas envolvidos no escândalo durante os seis meses de trabalho da CPI. Como é especializada nesse tipo de trabalho, argumenta Eduardo Cunha, não houve necessidade de fazer licitação. Não é verdade, no Brasil existem inúmeras empresas semelhantes que poderiam fazer esse trabalho, mas pelo que se sabe nenhuma delas foi consultada. Além disso, nenhuma empresa de investigação tem acesso a contas bancárias no Brasil e no exterior. Esses sigilos só são quebrados por força judicial em parcerias com outros países, o que vem ocorrendo entre o Ministério Público brasileiro e similares lá fora.

Vigarice A decisão de Eduardo Cunha pegou o presidente da CPI, Hugo Motta, de calças curtas. Para não passar por paspalhão ou de “marido traído” procurou justificar a contratação da Kroll alegando que ela vai tentar descobrir contas no exterior dos envolvidos no escândalo da Petrobras que eventualmente não foram reveladas pelos diretores. Caso isso aconteça, o dinheiro será repatriado. Argumento fajuto: não se conhece na história das CPIs da Câmara dos Deputados alguma ação investigatória que tenha levado corruptos a devolver dinheiro. Além disso, não é a função da CPI caçar dinheiro de corrupto lá fora, coisa difícil. A ela cabe concluir o relatório e enviar à Justiça que se encarrega de apurar com mais rigor tudo que foi investigado pelos parlamentares.

Escândalos Como se pode ver, a Kroll foi empurrada goela a dentro da CPI. Como tudo isso não bastasse, os donos da empresa já estiveram envolvidos em vários escândalos no Brasil por interferência indevida em assuntos internos. A empresa esteve enrolada no caso do banqueiro Daniel Dantas, quando invadiu a privacidade dos seus adversários. Seus diretores responderam processo. Em 2004, no governo Lula, interceptou mensagens digitais do então Ministro da Comunicação Social, Luiz Gushiken e gravou imagens do ex-presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb num encontro reservado dele com representantes da Telecom Itália em Lisboa.

Collorido Além disso, não se conhece até hoje qualquer tipo de contribuição que a Krool teria dado a CPI do PC Farias até porque os relatórios – se foram feitos à época – nunca foram divulgados. Ora, se Eduardo Cunha – que foi um dos homens do governo Collor no Rio de Janeiro – contratou a Krool por ingenuidade ou por influência de lobistas ligados à empresa, ainda está em tempo de quebrar o contrato. Afinal de contas, um pais que tem a sorte de ter um juiz como Sergio Moro e sua equipe à frente dessas investigações, não precisa de birô de detetives estrangeiros para descobrir o que esses homens, com coragem e civismo, estão revelando para o Brasil. O mais grave também é levar para dentro de uma CPI, que teria por princípio investigar delitos, uma empresa que já esteve na mira da Justiça por crimes de invasão de privacidade, entre outros.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Collor e o PTB Diz o velho ditado de onde há fumaça, há fogo. É o caso de uma possível fusão entre o Partido Trabalhista Brasileiro e o Democratas, onde passaria a fazer oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. É de pleno conhecimento da área política, que o senador Fernando Collor e a direção nacional do PTB de uns anos para cá, não tem tido lá a essa relação de afinidade e que se colocou até em cheque se Collor permaneceria ou não na legenda. Com os comentários de que o PTB estaria se aproximando do DEM para fazer uma fusão e naturalmente engrossar as fileiras na Câmara dos Deputados e no Senado, é de se perguntar onde estaria o senador Fernando Collor nessa situação. Para assessores do senador, esta é uma fusão difícil de se consagrar, uma vez que o Ministro Monteiro e ele próprio representam uma facção de peso entre os governistas dentro do PTB. Mas como o assunto já ganhou repercussão nacional e as tratativas andam para isso, Collor deve, futuramente, tomar uma decisão, para não ter que amargar constantes desconfortos no novo partido com as tomadas de decisões contra o governo petista.

Contas de campanha Os procuradores da República que estão mergulhados na Operação Lava Jato, não irão ficar restritos apenas às denúncias de desvios de dinheiro da Petrobras. Irão, também, analisar minuciosamente as prestações de contas dos partidos nas últimas eleições, todas declaradas ao Tribunal Regional Eleitoral, no caso de Alagoas.

Dinheirama Depois de contabilizar todas as doações, teve coligação que chegou a declarar gastos superiores a 40 milhões de reais na campanha de 2014. O dinheiro, na sua maior parte, veio exatamente de empresas que estão enroladas até o pescoço com a Operação Lava Jato.

Proteção labial Os políticos, em Brasília, estão fazendo exatamente como jogadores de futebol, que põem a mão na boca para fazer comentários durante o jogo, para que não seja feita a leitura labial. Renan Calheiros e Eduardo Cunha já foram flagrados numa conversa de pé de orelha. Ninguém sabia lá o que eles estavam conversando.

De vento em popa Pelo andar da carruagem, o deputado Luis Dantas vai deixar a Assembleia Legislativa nos trinques. Ele afirma que está recolhendo o INSS mensal, negocia 40 milhões de reais atrasados, mas não falou sobre o Imposto de Renda que não tem chegado aos cofres do governo federal. Mesmo assim, Dantas é um homem crédulo e dá a impressão que vai resolver todos os problemas crônicos da Assembleia.

Sem perdão O senador Fernando Collor ainda não digeriu a decisão do prefeito Rui Palmeira em apoiar, nas eleições passadas, o advogado Omar Coelho para o Senado. Não gostou de ter sido preterido em favor do ex-presidente da OAB.

Referência Mesmo sendo esquecido em algumas oportunidades, o jornalista Bernardino Souto Maior continua como a maior referência do site Cada Minuto. Bem informado, parece que alguém anda com ciúmes de Bernardino.

Insatisfeitos

Ainda em campanha O PMDB, como já era esperado, deu um grande espaço ao governador Renan Filho nas inserções do partido na semana que passou. Mas Renanzinho precisa entender que a campanha política já terminou. Mesmo afirmando que Alagoas está no caminho certo, com um programa avançado de educação em tempo integral, ele não perde a oportunidade de dizer que está ´´tirando Alagoas do atraso´´. Parece que anda preocupado com a oposição.

Agora, não Enquanto seus adversários fazem projeções para 2016, o prefeito Rui Palmeira tem defendido que esta não é a hora de se falar em eleição. Ele afirma que está preocupado, isto sim, em fazer um bom trabalho em Maceió. As eleições, para Rui, ficam para depois. No momento oportuno.

Conta estranha Na última pesquisa divulgada dias atrás por alguns órgãos de comunicação, a empresa contabilizou 97 bairros em Maceió. Deve ter errado na conta, uma vez que em levantamentos feitos até agora, a capital só possui 50 bairros.

Sem espaço Alguns dirigentes partidários têm reclamado nos bastidores que o governador não tem dado a atenção devida no espaço político da administração. Até agora ele está reinando só, revelou um eleitor de carteirinha.

Dois pesos O Gabinete Civil não anda tratando como deve a jornalistas, quando se trata de informação sobre o Governo do Estado. Alguns profissionais estão sendo privilegiados em informações, ao contrário de outros que até mendigam por notícias do governo de Renan Filho.

Alguns deputados estaduais ainda esperam um aceno do Palácio dos Martírios para participar com indicações da administração estadual. Acham que tem muita conversa para pouca ação. Bom no trato, o secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, tem levado na barriga as reivindicações de parlamentares. Só não sabe até quando.

Tavares na parada A aproximação de Raimundo Tavares com o governador Renan Filho é resultado de futuras ações políticas no interior do Estado, principalmente no município de Junqueiro, onde Raimundo faz oposição ao grupo político do senador Biu de Lira. Renan já começa a se preocupar com as eleições municipais de 2016 e do projeto para 2018.

Quer voltar O ex-governador Téo Vilela alimenta ainda a esperança de voltar ao meio político em 2018. Mas não tem feito por onde. Deixou escapar Marco Fireman que está saindo desgostoso do PSDB, além de receber quase que diariamente bombardeio de Renan Filho, que tem considerado seu governo como desastroso.

Fundo partidário Como nas próximas eleições será difícil o apoio financeiro de empresas privadas pelo escândalo do Petrolão, os partidos que tiveram triplicado o Fundo Partidário aprovado no Orçamento Geral da União, devem utilizar esta alternativa para poderem sobreviver. Algumas lideranças não querem nem pensar no financiamento público. Os recursos federais não dariam sequer para comprar uma folha de papel para milhares de candidatos pelo Brasil afora.


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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE MAIO DE 2015 VENDA DE SENTENÇA

PF e OAB apertam cerco ao juiz de Marechal por suspeita de corrupção Corregedoria-geral de Justiça abre sindicância para investigar o caso e magistrado deve ser afastado de suas funções no processo, por questões de foro íntimo. Com isso a incumbência caiu no colo do desembargador Sebastião Costa Filho, que deverá descascar o abacaxi. Se também não alegar impedimento, Costa Filho deve negar o pedido da PF ou autorizar o fechamento do inquérito que revela o envolvimento do juiz Léo Denisson nesse caso de venda de sentença.

FERNANDO ARAUJO faraujofilho@yahoo.com.br

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Polícia Federal ainda não fechou o inquérito que apura denúncias de corrupção contra o juiz Léo Denisson Bezerra de Almeida, titular da Comarca de Marechal Deodoro, que estaria envolvido na venda de sentenças. As investigações já foram concluídas e há fortes indícios do envolvimento do magistrado com os advogados do casal de gaúchos acusados de assassinato. Mas o inquérito só será encerrado com autorização do Tribunal de Justiça de Alagoas porque o juiz foi interceptado nas conversas gravadas pela PF, que culminaram na prisão dos advogados Júlio César Castro e Augusto Jorge Granjeiro Carnaúba. Para investigar o caso, a PF pediu autorização judicial para quebrar o sigilo telefônico dos advogados e do casal Janadaris e Sérgio Sfredo, concedido pelo juiz Geraldo Amorim, da 17ª Vara Criminal da Capital. Durante as escutas telefônicas, o juiz Léo Denisson foi interceptado em conversas com os acusados, o que caracteriza sua participação na negociata para encerrar o processo criminal em favor de Janadaris e do marido Sérgio Sfredo, acusados de assassinato. Pela lei, só o Tribunal

Juiz Léo Denissom foi flagrado em escutas da PF que visavam o monitoramento dos advogados presos

Sérgio e Janadaris Sfredo, com o filho Pedro, em foto na pousada

de Justiça pode autorizar a quebra de sigilo telefônico de magistrados. Por isso, a PF pediu autorização ao TJ para degravar as conversas entre Léo Denisson e os acusados, e encerrar o inquérito sobre o caso, que pode culminar com a condenação do juiz, cuja pena maior é a perda do cargo. O pedido da Polícia Federal já passou pelas mãos dos desembargadores Otávio Leão Praxedes e João Luiz Azevedo Lessa, que se averbaram suspeitos para atuar

TRAMÓIA Segundo apurou o jornal EXTRA, a primeira interceptação das conversas entre o juiz e os acusados ocorreu no momento em que os advogados Júlio César e Jorge Augusto Carnaúba se preparavam para receber R$ 100 mil como parte da primeira parcela dos R$ 200 mil supostamente exigidos pelo juiz para livrar o casal gaúcho de possível condenação por homicídio. O fato ocorreu em um posto de combustíveis situado no trevo do Francês. Antes de entregar o dinheiro, o filho do casal, Pedro, pediu a um dos advogados que ligasse para o juiz, na frente dele e em viva voz. Ele queria se certificar se o “acerto de contas” com o juiz era verdadeiro ou uma armação dos advogados para extorquir dinheiro dos acusados. A conversa foi em códigos, mas a PF não tem dúvida do envolvimento do magistrado na tramoia.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE MAIO DE 2015 - 7

VENDA DE SENTENÇA

TJ abre sindicância para investigar o envolvimento do magistrado no caso Léo Denisson também é acusado de negligência e outras irresponsabilidades profissionais

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Corregedoria-geral de Justiça do TJ abriu uma sindicância para investigar a participação do juiz Léo Denisson em atos de improbidade e possível venda de sentenças. Portaria nesse sentido foi assinada pelo corregedor-geral Klever Rêgo Loureiro e publicada no Diário Eletrônico do Poder Judiciário, diz 23 último. No mesmo ato, o desembargador Klever Loureiro designou os juízes Carlos Cavalcanti, Antônio Bittencourt e José Cícero Alves para comporem a comissão de sindicância que vai apurar as denúncias de corrupção contra o juiz da Comarca de Marechal Deodoro. Presidida pelo juiz Carlos Cavalcanti, a comissão tem 90 dias para concluir o trabalho. A decisão do corregedorgeral de Justiça tem como base uma representação feita pela secção alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que também pede o afastamento do juiz de suas funções, por haver fortes indícios do envolvimento do magistrado com os advogados presos. Segundo a portaria da Corregedoria-geral de Justiça, a decisão de investigar o juiz também levou em conta documentos enviados pela Polícia Federal reforçando os argumentos da OAB-AL. É a primeira vez que um magistrado alagoano corre o risco de ser punido com a pena maior prevista em lei,

ENTENDA O CASO

Desembargadores Klever Rêgo Loureiro e Sebastião Costa Filho

que é a perda do cargo. Até agora, vários juízes receberam como maior penalidade a aposentadoria compulsória, com direito ao salário e reajustes da categoria. Além da recente denúncia de venda de sentença, o juiz Léo Denisson também enfrenta ações por negligência e outras irresponsabilidades profissionais que já lhe renderam punições com penas de advertência e censura. Por sua omissão, dezenas de presos perigosos voltaram para as ruas nos últimos seis anos por não ter o juiz realizado um único júri em sua comarca. A lei determina a

realização de um mínimo de seis sessões do júri popular por ano. Mas em Marechal Deodoro esta exigência legal não é cumprida e o caos na comarca é público e notório pela ausência do juiz. A sociedade espera que os desembargadores Sebastião Costa Filho e Klever Rêgo Loureiro também não aleguem suspeição como os outros e caiam fora desse caso. Para aqueles que os conhecem de perto, os dois são magistrados independentes e jamais fugiram das decisões que lhes são apresentadas. É esperar pra ver no que vai dar. (F.A.)

Os advogados presos pela PF no dia 26 de março último queriam evitar a pronúncia de Sérgio e Janadaris Sfredo pelo juiz Léo Denisson. Preso desde 2014, o casal é acusado de ter mandado matar o também advogado Marcos André de Deus Félix, alvejado a tiros por volta das 9 horas da manhã do dia 14 de março do ano passado na Praia do Francês. O advogado de 40 anos voltava da praia quando foi surpreendido por dois homens e morreu 13 dias depois na UTI do Hospital Universitário para onde havia sido transferido dois dias antes do HGE (Hospital Geral do Estado). Júlio César da Silva Castro atuava como advogado do casal e teria proposto intermediar a soltura do casal junto com o também advogado Augusto Jorge Granjeiro Costa Carnaúba, na época defensor de outros dois acusados pela morte de Marcos André. Castro e Granjeiro foram presos em flagrante pela PF momentos após o filho do casal, Pedro Sfredo, haver entregue a primeira parcela dos R$ 200 mil acordados. O objetivo era que na última audiência de instrução, marcada para o dia 30 de março, eles fossem liberados da acusação de serem os mandantes do crime. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, a desavença entre Janadaris e Sérgio Luiz Sfredo, donos da Pousada Ecos do Mar, no Francês, com o advogado Marcos André teria começado em 2010, quando o advogado assassinado foi contratado foi contratado pelo casal Paula Carducci Artenisio e Pietro La Rosa, então proprietários da Pousada Lua Cheia, também na Praia do Francês, no processo de ação de despejo contra Elton José Bordin e Jocinara Pilon Bordin. No processo, Janadaris Sfredo atuou como advogada dos Bordin e perdeu a causa. “Para piorar as coisas, posteriormente esse casal homicida passou a administrar a Pousada Ecos do Mar e foi morar vizinho à vítima e, a partir daí, passou a provocá-la constantemente, infernizandolhe a vida. Contam-se entre os atos perpetrados por esse casal criminoso,

visando infernizar a vida da vítima: a colocação de seu carro por trás do veículo daquela, impedindo-lhe de sair e, inclusive, se deslocar para comparecimento a audiências judiciais essa prática provocativa e danosa também era feita através da má orientação a clientes da Pousada Ecos do Mar, os quais eram induzidos em erro com vistas a estacionar, fechando o carro da vítima; a realização de constantes reformas em seu apartamento, o qual fi cava logo abaixo do apartamento da vítima, perturbando o sossego da vítima em horários impróprios; a colocação de lixo na porta da vítima; a feitura de riscos na lataria do carro da vítima”, afirma a promotora da Comarca de Marechal, Maria Aparecida de Gouveia Carnaúba na denúncia ofertada contra os Sfredo. Além do casal, outras quatro pessoas foram indiciadas: Maria Flávia dos Santos, Juarez Tenório da Silva Júnior, Alvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva. Os dois últimos, aliás, eram defendidos por Augusto Granjeiro - que é procurador do município de Marechal Deodoro até a prisão em flagrante pela PF. A denúncia que resultou no flagrante de 26 de março foi feita por Janadaris à Polícia Federal e levada ao conhecimento dos juízes que integram a 17ª Vara Criminal da Capital diante dos indícios existentes na época de se tratar de mais um caso de venda de sentença. A versão de Castro e Granjeiro, contudo é outra. Eles afirmam que o dinheiro encontrado em seu poder era referente a honorários advocatícios e que teriam sido vítimas de uma cilada armada pela empresária. Liberados para cumprir prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônicas, ambos se afastaram do caso, assim como o juiz Léo Denisson.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE MAIO DE 2015 ENQUETE

Quem tem medo da 17ª Vara? Decisão sobre veto a projeto polêmico é adiada pela Assembleia após Justiça determinar voto aberto JOSÉ FERNANDO MARTINS ESPECIAL PARA O EXTRA

A

semana foi de movimento na Assembleia Legislativa acerca da discussão do projeto de lei que regulamenta a 17ª Vara Criminal da Capital e dos vetos do governador Renan Filho (PMDB). As emendas que modificaram o projeto de lei aprovadas pelos deputados no final do ano passado ainda continuam sem resultado concreto. Isso devido à decisão da juíza Ester Manso, da 16ª Vara da Fazenda Pública Estadual, que, atendendo pedido do Ministério Público Estadual, determina a votação aberta dos vetos governamentais. A sessão de quarta-feira, 29, que analisaria o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a 17ª Vara Criminal – pela manutenção dos vetos - foi encerrada em poucos minutos. Os deputados foram intimados pelo presidente da Casa, Luiz Dantas, para uma reunião sobre o novo modelo de votação. O EXTRA tentou ter acesso ao parecer da CCJ, mas sem sucesso. O presidente da comissão, Sérgio Toledo, declarou que o relatório já estava em posse da presidência e somente Luiz Dantas poderia ceder o documento. Já a assessoria de Dantas jogou a responsabilidade para Toledo. A proposta de regulamentação apresentada pelos parlamentares da última gestão, que altera o texto do PL original enviado pelo Tribunal de Justiça, tem por finalidade limitar a atuação dos juízes contra agentes públicos, como

políticos, policiais e servidores concursados.Em janeiro deste ano o governador Renan Filho anunciou o veto parcial, com base em dois parágrafos do texto da regulamentação da 17ª Vara Criminal da Capital. No entanto, os deputados estaduais de Alagoas ainda têm poder de derrubar o veto do governador. Os parlamentares da legislatura passada e que votaram pela aprovação da regulamentação entendem que o PL original pode dar margem a atuações excessivas por parte do colegiado de Juízo coletivo. Nesse tipo de atuação, os juízes, após deliberação prévia, assinam em conjunto todos os atos judiciais em referência da vara, sem expor algum voto que venha a ser divergente. Essa é uma maneira de garantir a integridade física do juiz, que julga processos de réus que integram o crime organizado. Na opinião do procuradorgeral de Justiça, Sérgio Jucá, a proposta de regulamentação apresentada pela ALE é uma afronta aos interesses da sociedade alagoana, já que limitaria “um trabalho de grande importância no combate a criminalidade no estado”. “Eu pessoalmente não acredito na rejeição dos vetos. Creio que os parlamentares irão fazer uma reflexão nos próximos dias e irão observar que é do interesse dos cidadãos uma atuação ampla da 17ª Vara Criminal. Não é possível que se admita que os deputados traiam seus eleitores”, frisou. Ainda segundo Jucá, a análise dos vetos não pode se dar de forma secreta, já que

festando pela manutenção dos vetos, não é uma entidade ou outra; é a sociedade alagoana”, concluiu.

Veto do governador Renan Filho já completou mais de três meses

isso seria inconstitucional, tendo em vista que a Emenda Constitucional 76, promulgada pelo Congresso Nacional em 28 de novembro de 2013, “extinguiu o voto secreto” no caso de apreciação dos vetos do Executivo. “A Emenda 76 da Constituição Federal é clara e os deputados têm que acatar essa decisão. A votação não deve

ser secreta”, afirmou o procurador. Para ele, derrubar os vetos seria um retrocesso já que o trabalho desenvolvido pela 17ª Vara Criminal vem dando certo e não pode ser limitado. “A prova disso é o respaldo e o reconhecimento junto à sociedade, que vem participando ativamente do debate e pressionando o Legislativo”. “A sociedade está se mani-

POLÊMICA CONSTANTE Os debates sobre o tema na Assembleia Legislativa têm sido o centro de várias sessões e em algumas delas a discussão entre os parlamentares contra os vetos e os que são a favor tem sido constantes. Em uma das ocasiões o deputado Antônio Albuquerque (PRTB) chegou a ser vaiado por representantes dos movimentos “Vem pra Rua” e “Brasil Livre”, que estavam na galeria da Assembleia, por ter criticado o que ele classificou como “excessos” da vara especializada. O presidente da CCJ da ALE, Sérgio Toledo já defendeu a derrubada do veto. Segundo ele, os excessos da 17ª Vara não podem ser permitidos. A atuação da 17ª Vara Criminal teve a legalidade questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), que a considerou legal, mas determinou que sua criação se desse por um projeto de lei do Judiciário enviado ao Legislativo. Inicialmente, a 17ª Vara havia sido criada por meio de ato do Tribunal de Justiça de Alagoas e é considerada um dos mais importantes mecanismos judiciais no combate ao crime organizado no Estado. Em 2014, o projeto foi votado na Assembleia, mas com a aprovação de três emendas parlamentares, alguns juristas e entidades apontaram que a 17ª Vara ficou fragilizada, já que as competências foram suprimidas.


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ENQUETE

Posição pública assumida pela maioria é favorável ao projeto original

A partir de depoimentos já publicados pela imprensa sobre o assunto e em conversa com os deputados, o EXTRA Alagoas traz a opinião de cada um sobre 17ª Vara. Na enquete, 19 parlamentares afirmaram ser favoráveis à manutenção dos vetos do governador Renan Filho, o que, em tese, devolveria à 17ª o poder de julgar crimes cometidos por agentes públicos. Seis afirmam estarem indefinidos; um parlamentar não antecipa o voto e apenas um assume publicamente que vota pela derrubada do veto.

QUEM É A FAVOR DO VETO DE RENAN FILHO? Luiz Dantas – Sim

Jairzinho Lira – Sim

Jó Pereira – Sim

Ronaldo Medeiros – Sim

Antônio Albuquerque – Não antecipa voto

João Beltrão – Indefinido

Thaíse Guedes – Sim

Bruno Toledo – Sim

Marcelo Victor – Indefinido

Severino Pessoa – Sim

Carimbão Júnior – Sim

Marquinhos Madeira – Indefinido

Ricardo Nezinho – Sim

Davi Davino – Sim

Olavo Calheiros – Sim

Isnaldo Bulhões – Sim

Dudu Holanda – Indefinido

Pastor João Luiz – Sim

Marcos Barbosa – Sim

Francisco Tenório – Indefinido

Rodrigo Cunha – Sim

Edval Gaia – Sim

Galva Novaes – Sim

Sérgio Toledo – Não

Inácio Loiola – Sim

Gilvan Barros Filho – Indefinido

Tarcizo Freire - Sim


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RESTOS A PAGAR

Assembleia afirma desconhecer dívida de R$ 400 mil com Fapetec Documento entregue ao Ministério Público Estadual revela que débito do Legislativo passa de R$ 400 mil JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@htmail.com

U

m ano após a Operação Taturana – durante a qual a Polícia Federal revelou um esquema de desvio de recursos da folha da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) – o Poder Legislativo contratou a Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino, Tecnologia e Cultura (Fapetec) para auditar sua folha de pagamento, analisar e avaliar o sistema de controles internos, analisar a segurança do sistema computadorizado em uso, realização do recadastramento dos servidores e emitir um relatório sobre a folha de pagamento de funcionários ativos e inativos. Mas nenhuma das medidas propostas em contrato foi realizada. Um documento confidencial encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE) pela Fapetec, ao qual o jornal EXTRA teve acesso, revela que a Fundação faria os serviços citados mediante o pagamento de honorários no valor de R$ 576.150,00, divididos em seis parcelas; a primeira no ato do recebimento da ordem de serviço no valor de R$ 57.615,00. Outras quatro parcelas seriam de R$ 115.230,00 e a última, com o encerramento dos trabalhos e

entrega dos relatórios, igual à primeira: R$ 57.615,00. A Fapetec revela que todos os trabalhos foram realizados, como reza o contrato, mas não foram entregues à Mesa Diretora da Assembleia já que a última parcela de R$ 115.230,00 nunca foi paga. A verba necessária para o cumprimento da obrigação da contratante foi formalmente aprovada, com base no empenho número 339039- serviço de terceiros – pessoa jurídica do orçamento da Assembleia Legislativa. Estranhamente, até a última parcela foi paga pela ALE para Fapetec, somando mais de R$ 460 mil gastos pelos Poder. Mas com a última das parcelas de R$ 115.230,00 sem pagamento inviabilizou a entrega dos relatórios. A atual dívida da Casa de Tavares Bastos com a Fundação, com os valores corrigidos, ultrapassa R$ 420 mil. A parcela não paga foi objeto de cobrança através da nota fiscal faturada de serviço número 177 protocolada pelo então diretor financeiro contratante, Nailton Felizardo. O coordenador de Projetos da Fapetec, Luiz Carlos de Lucca, e a presidente do Conselho Curador, Sahara Terezinha Garcia da Silva, reiteraram ao Ministério Público Estadu-

Deputado Ronaldo Medeiros afirma que, oficialmente, a Mesa Diretora da ALE desconhece essa dívida

al a informação do calote e o prejuízo da contratada, entidade sem fins lucrativos. NOVA CONTRATADA Mesmo com essa pendência financeira cjunto à Fapetec, a atual Mesa Diretora da ALE se reuniu com o coordenador de projetos da Fundação Getúlio Vargas, Alexis Vargas, com o intuito de realizar uma análise de conformidade na folha de pagamento dos servidores ativos e inativos da Casa ainda sobre a gestão do ex-presidente Fernando Toledo, hoje conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas. O trabalho seria semelhante ao de anos antes e contratado pela Fapetec, mas até hoje não entregue.

De acordo com o representante da FGV, a auditoria objetiva verificar se a folha está dentro da legalidade, apontar possíveis irregularidades e soluções e, sobretudo, implantar um manual de gestão da folha. O atual presidente da Assembleia, deputado Luiz Dantas, destacou em recente entrevista: “Queremos contratar a Fundação Getúlio Vargas para fazer uma auditoria na folha de pagamento de forma minuciosa. Nosso interesse é que tudo transcorra da forma mais correta e rigorosa possível, de modo a encontrar e resolver todas as inconsistências possíveis”. POSIÇÃO DA ALE O presidente da ALE foi procurado para falar sobre

essa pendência junto à Fapetec, mas preferiu não se posicionar. Quem tratou do tema foi o deputado Ronaldo Medeiros (PT) que disse “oficialmente a Mesa ainda não foi notificada e não temos como pagar algo que não temos conhecimento”. Medeiros destacou que acha estranho depois de seis anos se cobrar alguma coisa e adiantou: “Inicialmente a Mesa não irá pagar à FAPETEC”. Questionado sobre a contratação de uma nova fundação para auditar as folha da Assembleia Legislativa o deputado foi lacônico: “Estamos contratando e tudo leva a crer que será a Fundação Getúlio Vargas”, destacou o parlamentar petista.


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DESVIO DE FUNÇÃO

TJ tenta legalizar situação de apadrinhados

de lei para análise da Assembleia Legislativa.

O PCC E OS SINDICATOS

Reformulação do Plano de Cargos e Salários do Judiciário vira embate entre sindicatos VERA ALVES veralvess@gmail.com

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lvo de reprimendas por parte do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e denunciados em várias oportunidades pelo EXTRA, os casos de desvio de função no Tribunal de Justiça de Alagoas voltam ao foco, desta vez tendo como pano de fundo a proposta de reformulação do Plano de Cargos e Carreiras dos servidores da justiça estadual. Com o novo PCC, o TJ estaria tentando legalizar a situação de um grupo seleto de apadrinhados. Aprovados em concurso público para cargos de 1ª instância em comarcas do interior do estado, muitos deles há anos estão ocupando cargos de 2ª instância sem terem sequer cumprido com o prazo mínimo de estágio probatório e de dois anos na função. Simplesmente foram remanejados para o Tribunal de Justiça por serem parentes e/ou afilhados dos desembargadores. O caso mais notável é o da escrivã judiciária Luciana de Omena Souza, filha do ex-presidente do TJ José Fernando Lima Sobrinho (Fernando Tourinho) e irmã do desembargador Fernando Tourinho de Omena Souza, desviada da função há oito anos. Aprovada em concurso para a Comarca de Major Isidoro, Luciana Omena está lotada na direção-geral do Tribunal de Justiça e cujo chefe é

outro caso típico de desvio de função por apadrinhamento. Tiago Calheiros Malta, filho de dono de cartório no sertão, é oficial de Justiça e desviado de função também há oito anos. Antes de assumir o cargo de diretor-geral do TJ, era chefe de Gabinete do desembargador Washington Luiz, atual presidente da Corte. Tiago Malta ocupa o cargo que antes era de Maurício de Omena Souza. O irmão de Luciana Omena, hoje secretário-geral, era diretor-geral do TJ quando ela foi lotada para lá, um flagrante de nepotismo e mais uma irregularidade na Corte alagoana. Há outros sete casos claros de desvio de função e apadrinhamento a serem beneficiados pelas mudanças que o TJ quer fazer no Plano de Cargos e Carreira do Judiciário e denunciados ao EXTRA, mas a lista pode – e deve – ser maior. Em todos os casos, de acordo com denúncia feita por servidores ao semanário, os atuais desvios de função seriam beneficiados pelas mudanças nas regras de remoção, que passariam a permitir o provimento derivado entre cargos diversos com atribuições distintas/diferentes (mascarando apenas os nomes dos cargos), perpetuando-os infinitamente no desvio de função. O problema é que tal artifício já foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ao editar a Súmula 685 em setembro de

Tutmés Airan preside comissão que elabora anteprojeto do novo PCC

2013. Afirma a Súmula 685 do STF que é “é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”. Simples, clara e objetiva, a norma, contudo, não é respeitada pelo Judiciário alagoano e o que é mais grave, o desrespeito estaria para ser institucionalizado pelo TJ através de um novo PCC. Os demais beneficiados seriam Abelardo Braga Laurindo Cerqueira Junior, diretor-adjunto de Gestão de Pessoas, há cinco anos desviado da função; Nilo Brandão Meireles Junior, escrivão desviado da função há mais de oito anos e secretário Especial da Presidência do Tribunal de Justiça; Renato Barbosa Pedrosa Ferreira, escrivão judicial sobrinho do desembargador aposentado José Holanda Ferreira, lotado na Divisão de Engenharia do TJ e desviado de função há mais de 10 anos;

e, Klistenes Silva Lessa Santos, também escrivão judicial lotado no gabinete do desembargador James Magalhães e desviado de função há mais de oito anos. A lista tem, ainda, o escrivão Rafael Feitosa de Almeida, desviado da função há mais de cinco anos e lotado no gabinete do desembargador Fernando Tourinho: o analista judiciário de 1ª instância Filipe Lôbo Gomes, sobrinho do jurista Paulo Lôbo, desviado de função há mais de oito anos e lotado no gabinete do desembargador Pedro Augusto Mendonça; e, Zilckson Márcio Gomes Costa Junior, escrivão judicial desviado de função há mais de cinco anos e atual chefe de Gabinete do desembargador TutmésAiran. Airan, aliás, é presidente da comissão responsável pela elaboração do novo PCC do Judiciário. É ele quem tem negociado diretamente com as entidades sindicais representativas dos servidores os pontos mais polêmicos da proposta que, após ser analisada e aprovada pelo Pleno do TJ, seguirá na forma de projeto

Elaborada por uma comissão formada ainda em 2014 e presidida pelo desembargador TutmésAiran, a minuta de anteprojeto de lei que dispõe sobre a reestruturação das carreiras dos servidores do Judiciário foi apresentada no mês de abril às entidades que os representam. Desde então, tem sido alvo de veladas trocas de farpas entre dirigentes sindicais. Vice-presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Alagoas (Serjal), entidade que aglomera o maior número de serventuários da Justiça, Reinaldo Vital critica o fato de que a minuta tenha sido elaborada sem ouvir as entidades de classe. Questiona, ainda, o prazo para análise da mesma pelos servidores. O Serjal tentou junto ao desembargador TutmésAiran a dilatação do prazo, que vence na próxima segunda, 4, a fim de poder estudar melhor as eventuais propostas de mudança a serem apresentadas. Diverso do entendimento do Serjal é o do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Alagoas (Sindojus/AL), Cícero Filho, para quem qualquer crítica ao projeto do TJ só fará sentido se a Corte ignorar o pleito das entidades discutido nas assembleias. Representante dos mais de 300 oficiais de Justiça hoje na ativa, além dos aposentados, ele considera que houve, sim, uma atitude democrática por parte da Corte na medida em que o próprio presidente da comissão - TutmésAiran – esteve pessoalmente nas assembleias para debater o projeto com os servidores. Cícero Filho questiona, ainda, a alegação de pouco prazo feita pelo Serjal e afirma que as entidades tiveram mais de 30 dias para analisar a minuta. Sobre a denúncia de que o TJ busca legalizar a situação dos desviados de função, afirmou não ter conhecimento, mesma posição assumida oficialmente pelo vice-presidente do Serjal.


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OSVALDO BATISTA

ALAGOAS E A BATALHA DA MEMÓRIA: O QUE VAI SER ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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lagoas se permite esquecer do seu passado através da morte. Não o conhecido assassinato do corpo. Mas a morte do nome, do líder operário ou popular. Apagar seus vestígios no imaginário coletivo. E a barganha altera a História. A série “Alagoas, 200” traz esta semana Osvaldo Maciel, também pesquisador da classe operária. Ele mostra como existe a batalha da memória em Alagoas. E como ela pode ser cruel. VEJA ENTREVISTA: Como as relações sociais e econômicas da cana-de -açúcar ajudaram a construir o nosso “alagoano cordial”? Penso que aqui você está, tomando o todo (que é o Brasil) por uma de suas partes, Alagoas, e reproduzindo em escala diminuída a tese do homem cordial brasileiro, do Sérgio Buarque de Holanda, para o caso alagoano. Avalio que há limites na tese do notável professor, porém não vem ao caso debater tais problemas aqui. De toda forma, sua pergunta me permite fazer um paralelo entre os dois casos, o de Alagoas e do Brasil. Para o caso brasileiro, em Raízes do Brasil, SBH

avalia que em algum momento entre as décadas de 1920 e 1930 o modelo da pessoalidade, da gestão da barganha, da privatização das esferas públicas, estaria em fase de superação, e que um Estado ampliado, com uma burocracia e a possibilidade de discussão de projetos em termos mais criteriosos, estava ocupando o espaço central na sociedade brasileira que se modernizava, etc. Para o caso de Alagoas, há de ajustar os ponteiros históricos do nosso relógio. Dirceu Lindoso afirma que o século XX inicia-se apenas em 1912, com o quebra dos terreiros. Eu serei mais incisivo ainda. Para mim, pensando no século XX como o século do estabelecimento da democracia ocidental em boa parte dos países do globo; o século de uma preocupação básica com o chamado estado de direito e os amparos legais à cidadania, este século não cumpriu sua tarefa em Alagoas, passou de lado, e não parou para fazer mais do que uma visita; é como se tivéssemos passado em branco por um século inteiro. Neste sentido, as relações sociais e econômicas dominantes no estado reproduzem um padrão de sociabilidade arcaica, manifestamente clientelista e coronelista, eivada de pessoalidade, ou seja, muito cordial no sentido utilizado por Sérgio Buarque, e portanto, nada cordial em seu sentido comum, cotidiano. É

nesta ambiguidade do termo que a política do favor vira, talvez, a principal moeda de troca de nossa sociedade. E esta “cordialidade” é extremamente perversa para a maioria da população, pois impõe o duro julgo justamente ao que se disfarça de protetor. Em seu livro “Trabalhadores, identidade de classe e socialismo: os gráficos de Maceió (1895-1905)”, o senhor diz que a elite alagoana matava seus líderes operários pela vigilância que sufocava suas atuações e desqualificando ou esquecendo seus nomes depois de enterrados. Alagoas ainda se permite esquecer de sua memória? Claro que sim! Toda memória carrega, por definição, esquecimento, porque é impossível memorizar ou lembrar tudo, em todos os detalhes, como ocorria com o famoso personagem de Jorge Luis Borges, Funes. Toda memória é também omissão! Neste sentido, o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, uma de nossas principais casas de memória, é também uma produtora de esquecimentos, pois as lideranças populares se veem pouco representadas e guardadas naquela instituição. Nada mais natural! Alagoas é habitada por classes e interesses políticos não só distintos, mas tam-

Apesar do anticomunismo latente em muitas destas manifestações, julgo que os partidos da esquerda socialista que possuímos hoje no país não foram alvos centrais destas manifestações, pois eles não possuem poder, são muito pequenos ou possuem força institucional diminuta”

bém antagônicos. Neste sentido, há grupos dirigentes que querem esquecer uma determinada Alagoas. Eles têm realizado uma operação do silêncio sobre várias camadas do passado e, pelo contrário, num processo seletivo bastante conveniente, monumentalizam personagens de nossa história, projetando heróis na memória oficial que terminam se plasmando, em parte, na cultura popular também. A classe dominante em Alagoas (ou seja, antigamente, os senhores de engenho, os es-

cravistas, e agora os usineiros, mas também os latifundiários, grandes empresários e pecuaristas, financistas, etc) não se contenta em combater cabanos, índios e operários na vida concreta, cotidiana. Mais do que isto, também precisa vencer a batalha da memória, do que vai ser contado para as gerações futuras. Todo historiador que possui compromisso em modificar o difícil quadro social em que vivemos, o perverso estado de coisas que nos rodeia, deve ter ciência de combater também no


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TA ACIOLY

ER CONTADO ÀS GERAÇÕES FUTURAS?

plano da memória. O alagoano mostrou repulsa à política e políticos nos protestos de 2013 e 2015. Alagoas teve lideranças políticas de destaque, desde Zumbi, Barão de Sinimbu, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Não deveríamos ter paixão por política, olhando para este passado? Sim, mas quem disse que esta ideologia antipartidária não é política? Quem pode afirmar, com o mínimo de coe-

rência, que as manifestações contra a política institucionalizada no Estado ou nos partidos políticos não são uma atitude política em seu sentido forte? Inclusive, muitas das pessoas que lideram estes movimentos e chamam estas palavras de ordem contra a política existente, muitas vezes possuem por trás de si grupos políticos muito bem assentados no poder regional e nacional. Ou seja: este tipo de discurso revela, em parte, a crise da política institucionalizada que possuímos, e a decadência dos principais partidos da ordem, ora numa tendência mais à direita (como no caso do DEM e do PSDB), ora com as posturas de centro (como no caso do PT e do PCdoB). Apesar do anticomunismo latente em muitas destas manifestações, julgo que os partidos da esquerda socialista que possuímos hoje no país (PCB, PSOL, PSTU) não foram alvos centrais destas manifestações, pois eles não possuem poder, são muito pequenos ou possuem força institucional diminuta. Parte do desencanto com esta política parece estar relacionada com o fato de que, quem chega ao poder, na verdade não vence, mas capitula! Esquece seu discurso de combatividade e adota a palavra da ordem! Assim, por exemplo, se fala em uma postura anticorrupção, mas como efetivá-la sob uma sociabilidade capitalista? Como

não ficar decepcionado com as conquistas sociais e direitos que ficam apenas no patamar da cidadania? Se a própria cidadania, a manutenção deste estado de direito é sinônimo da miséria em que vivemos? Tirando o nome de Zumbi que você mencionou, pois possui características muito distintas dos demais, como não se decepcionar com esta longínqua tradição de diplomatas, grandes políticos, que ajudara a construir a sociedade em que vivemos, com estes índices sociais e de desenvolvimento humano? Um grande sintoma desta decadência é o fato de que, por exemplo, o Memorial à República, que custou milhões aos cofres públicos, é vazio por dentro, não possui estofo historiográfico e museológico de envergadura a dar suporte à verdadeira monumentalização destes heróis! O mesmo argumento cabe para o monumento construído para celebrar a memória de Teotônio Vilela (o pai). Quem não se decepciona quando entra naquele espaço construído na praia da Pajuçara? Parece ser um sintoma da necessidade de forjarmos uma nova política, radicalmente distinta, e que exija a reelaboração de nosso passado, recuperando figuras esquecidas e apresentando novos personagens, alguns coletivos, para dignificar o presente em que vivemos. Quem são os heróis de

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Alagoas? Triste o povo que precisa de heróis! Alagoas, pior ainda, precisa de traidores (como alguns interpretam a figura de Calabar, por exemplo), para justificar as opções do passado que terminaram gerando um presente de estagnação, de baixo desenvolvimento, etc. Na medida do papel histórico que cabe aos grupos e classes sociais ao longo de nossa formação, todos os alagoanos (mas não só estes, e sim também outros que viraram viventes das Alagoas) devem se corresponsabilizar pela história que possuímos e pelo presente em que vivemos. Assim, pensando que os que foram vítimas da opressão e da exploração eram portadores de propostas mais generosas para nossa sociedade, para seu desenvolvimento socioeconômico e moral-intelectual, avalio que o verdadeiro herói de Alagoas é o sujeito anônimo, que forjase no cotidiano, pisando o solo

Quem é? Osvaldo Batista Acioly Maciel, 43 anos, é escritor, professor. Graduado em História pela UFAL (1994); Especialização em Filosofia Social – Ética e Política e Especialização em Filosofia Social, UFAL (1999); mestrado em História, UFPE (2004); Doutorado em História, UFPE (2011). É membro do corpo editorial da Revista Mundos do Trabalho, desde 2009; Revista Crítica de História, desde 2010; Revista História & Luta de Classes , desde 2009; Odara: Revista da NEAB-UNEAL, desde 2011 e da Revista Brasileira de História, desde 2012. Membro, também, da ANPUH/AL. Seu trabalho estuda o movimento operário e o mundo do trabalho em Alagoas

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comum à muitos, com altivez e sem assombro, e que se une a inúmeros outros, forjando movimentos sociais, insurreições, demandas olímpicas, gerações aguerridas em vários momentos de nossa história. Eventualmente, estes processos históricos fazem surgir personagens que corporificam estes projetos coletivos, com traços heroicos – ora dramáticos, ora trágicos. De toda forma, penso que o mais importante nisto é avaliar o que está por trás de tais figuras, o que lhe dá força e envergadura para se erguer para além das pessoas comuns. É neste sentido que a heroicidade anônima me é mais atraente!

PRINCIPAIS OBRAS: - Operários em Movimento: Documentos para a História da Classe Trabalhadora em Alagoas, 1870-1960 (org.), Maceió, EDUFAL, 2007 - Trabalhadores, Identidade de Classe e Socialismo: Os Gráficos de Maceió (1895-1905), Maceió, EDUFAL, 2009 (org.), apresentação de Cláudio H. M Batalha. - A Perseverança dos Caixeiros: O Mutualismo dos Trabalhadores do Comércio em Maceió (1879-1917), Recife, EDUFPE, 2011. - Pesquisando (n)a Província: Economia, Trabalho e Cultura Numa Sociedade Escravista (org.), Maceió, Q-Gráfica, 2011.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Pena que seja assim

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iante de minhas críticas nas últimas edições sobre os descaminhos da administração do prefeito Rui Palmeira tenho sido abordado com muita frequência por leitores que também se dizem indignados e decepcionados com a esperança de mudanças sepultadas nestes dois anos e meses de gestão. Alguns não votaram, mas pela trajetória política do candidato acreditaram em mudanças efetivas e prometidas durante campanha. Os que votaram demonstram uma decepção ainda maior e se sentem traídos em suas crenças de estarem escolhendo o melhor. Não é exagero de jornalista: não ouvi uma voz sequer que discordasse de minhas críticas. Esta semana encontrei casualmente um grande amigo do prefeito e pessoa de influência na sociedade que me abordou sobre o assunto: “Sou leitor de sua coluna há mais de dez anos. Todas as sextas feiras compro o Jornal Extra logo cedo e vou direto à sua página. Confesso que ultimamente faço isto constrangido por suas críticas a administração de Rui Palmeira. Você pega pesado amigo. Mas o meu constrangimento maior é porque você pontualmente tem toda razão. Não ví você fugir uma vez sequer da verdade. Você está dizendo o que toda a população de Maceió gostaria de dizer”. Deixo claro que também não tenho nenhum prazer em criticar o prefeito. Fui seu eleitor e trabalhei o que pude por sua eleição. Tenho com sua família, principalmente com seu pai, o homem público que mais tenho admiração ( Ministro Guilherme Palmeira) a mais respeitosa relação. Mas disse pessoalmente a ele após sua posse. Estarei ao seu lado, mas não tenho nenhum compromisso com seus erros. Meu lado jornalista é assim: o cidadão pode ser meu amigo, o homem público tem o tratamento igual. Gostaria de poder estar elogiando o trabalho do prefeito Rui Palmeira, mas os desacertos de sua administração me impedem. Escolheu uma equipe despreparada formada por amigos, colegas e agregados de campanha. Devia ter ouvido um conselho que serve para todo gestor público: “Nunca nomeie alguém para um cargo que você amanhã não possa demitir”. Tem sido arrogante e ausente no trato com as pessoas e me parece desmotivado para administrar. É uma pena que seja assim e isto não vai acabar bem.

Indicação polêmica Foi concluída nesta quarta-feira (29), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), a leitura do relatório do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) à indicação do jurista Luiz Edson Fachin ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da CCJ, José Maranhão (PMDB-PB), concedeu vista coletiva à matéria e poderá convocar a sabatina do indicado a partir de quinta-feira (7), cinco dias úteis após a leitura do relatório, conforme o regimento. Questionamentos apresentados nesta quarta-feira anteciparam o clima de polêmica que deverá marcar a sabatina de Fachin. Assim que Alvaro concluiu a leitura de seu relatório, o senador Ricardo Ferraço (PMDBES) questionou o fato de o indicado ter exercido advocacia privada após ter tomado posse como procurador do estado do Paraná, o que contrariaria lei estadual. O sabatinado vai passar aperto na próxima semana. Sabe-se nos bastidores e corredores do Sedado que o presidente Renan Calheiros olha atravessado para a indicação da presidente Dilma.

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Para refletir:

“ A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa.” (Jô Soares)

Heloisa continua lutando Muitas vezes na vontade de chegar na frente ou “dar o furo!” alguns jornalistas pecam pela informação deturpada causando transtornos muitas vezes irreparáveis. O meu mestre Rodrigues de Gouveia, no velho Jornal de Alagoas dizia: “Não adianta chegar primeiro se chegar errado”. A notícia de que a vereadora Heloisa Helena teria anunciado não concorrer mais a cargos públicos e deixar a política não é verdade. É pura especulação. Heloisa tem nos dito com frequência que não deve concorrer mais uma vez ao cargo de vereadora, sei também de sua frustração com a atividade parlamentar tão suja de lama da corrupção, da política dos “acertos”, dos acordos espúrios e isto não é novidade diante de suas convicções. Mesmo que não seja candidata a nenhum cargo nas próximas eleições continuará em sua militância política e pode muito bem esperar o tempo passar, fazendo cidadania mesmo sem mandato e mais tarde quem sabe topa uma candidatura. A verdade é que a bandidagem política torce para que ela não dispute uma eleição, mas é muito maior o número daqueles que pedem e precisam de sua presença na política. Hoje (quarta feira) conversei bastante com ela. Continua a mesma guerreira de sempre, inconformada com a canalhice, mas disposta a enfrenta-la em sua guerra santa.

Antônio Moura Dentro do caos administrativo que predomina na prefeitura de Maceió, um secretário se sobressai e desponta perante a comunidade como um gestor competente e empreendedor. Mesmo enfrentando as dificuldades financeiras e as verbas escassas da pasta tem realizado um trabalho elogiável. Trouxe para a administração pública a agilidade da iniciativa privada, a vontade de fazer certo e o compromisso com o interesse público. É um defensor intransigente do esporte como instrumento de incentivo à promoção de qualidade de vida, principalmente nas comunidades mais carentes. Tem mostrado que se pode fazer muito com poucos recursos, mas com criatividade. Tenho acompanhado seu trabalho e ouvido as melhores referencias sobre sua gestão de resultados à frente da Secretaria Municipal de Turismo e Lazer. O jovem Antônio Moura tem feito a diferença. Muito bom se seu exemplo fosse adotado.

Você acredita nessa história?

Um adolescente suspeito de assalto morreu após uma “troca de tiros” com policias do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no bairro da Santa Lúcia. Segundo informações dos militares, outro adolescente foi detido e encaminhado para a Central de Flagrantes I, no bairro do Farol. Ao avistar a viatura do Bope, os adolescentes, que tinham roubado uma moto, de cor cinza e de placa ORD-6156, tentaram fugir. Durante a fuga, o carona da motocicleta atirou contra a viatura dos militares. No confronto, o adolescente foi atingido nas costas, o condutor perdeu o controle e os dois caíram da moto em que estavam. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Alagoas (Samu) socorreu, mas o suspeito não resistiu aos ferimentos e morreu ao chegar no Hospital Geral do Estado (HGE). ( Com informações da Gazeta Web).

E o povo que se ferre Para que serve o Fundo Partidário? O fundo partidário é dinheiro público (o nosso dinheiro) usado para custear gastos dos partidos. Cada sigla define como utilizará a grana alta. Muitas aplicam em campanhas, manutenção de sedes estaduais e os chamados gastos partidários. A maioria entanto entende que o dinheiro deve ser gasto com mordomias de seus dirigentes, viagens nacionais e internacionais, farras e até a distribuição “social” com correligionários, amigos e afilhados e também pagando gordos salários a dirigentes sem mandato. Tenho a convicção de que um dos negócios mais lucrativos hoje é a criação de um partido político. Não é sem razão essa briga constante de políticos em busca de um partido “para chamar de seu”. Se já era um bom negócio imagine agora com a irresponsável sanção da presidente Dilma que vem triplicar os valores de repasses do Fundo Partidário.

Pequenos milionários Para se ter uma ideia o repasse para o nanico PEN (Partido Ecológico Nacional), com só dois deputados federais, aumenta (670%): de quase R$ 908 mil para R$ 6,98 milhões. E isto vai acontecer com as demais siglas pequenas, algumas criadas apenas para servir de “aluguel” e “montaria” para os maiores. No projeto original, o governo destinava R$ 289,5 milhões para o fundo, mas o valor foi elevado para R$ 867,5 milhões pelo relator do Orçamento no Congresso, o desprezível senador Romero Jucá (PMDB-RR), serviçal do Palácio do Planalto e sancionado sem cortes pela presidente Dilma Rousseff, que naturalmente ordenou que fosse feito com o objetivo de comprar votos para sua rebelde base aliada. Outros exemplos da roubalheira explícita: O PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) de Levy Fidelix, que tem um deputado federal, ( Cicero Almeida) poderá receber R$ 5,176 milhões em 2015, bem mais do que levou em 2014 (R$ 1,321 milhão). O PSDC (Partido Social Democrata Cristão), que no ano passado lançou Eymael como candidato à Presidência e que conseguiu eleger dois deputados, receberá R$ 5,605 milhões


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ARTIGOS

Pequenos ditadores e a República CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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política brasileira dos últimos anos tem-nos reservado surpresas, em geral desagradáveis, a quase cada dia. Esse manancial inesgotável de desencantos tem-me levado a pensar que a crise não é só do Governo (considerados os três poderes), mas do próprio Estado. A Era petista, então, teria estendido sua própria crise à democracia brasileira, permitindo-se arroubos ditatoriais? BOBBIO (Dicionário de política), comparando a ditadura constitucional da Roma antiga (onde surgiu o termo), e

as ditaduras modernas, assegura que o ponto coincidente entre as duas é o caráter absoluto do poder concentrado em uma só pessoa, ou em uma classe, ou em um órgão. Acrescenta que “a Ditadura moderna não é autorizada por regras constitucionais: se instaura de fato ou, em todo o caso, subverte a ordem política preexistente”. HELLER (Teoría del Estado), por sua vez, observa que o governante autocrata, ou seja, o ditador, para sustentar-se divide o poder com certas castas e, também e principalmente, “con la camarilla del partido dictatorial que constituye la base sustentadora de su poder.” Aduz que essa soberania do autocrata representa uma concentração do poder estatal em suas mãos, concentração que é completamente desconhecida na Democracia e no Estado de Direito. O assunto permite longo estudo, nada compatível com o espaço da crônica, por isso como dizia Odorico Paguassu, deixemos os prolegômenos e vamos aos final-

mentes. Desde o melífluo Lula, o Poder vem sendo dividido com os chamados partidos da base de sustentação do Governo, não sob a égide de politicamente correta coalização, mas no interesse de sua mantença, e de sua “camarilla” com as rédeas do Estado. Exemplo eloquente: o “mensalão”. O método continuou sendo aplicado – e ainda é vivo – com a irascível Dilma. Novo exemplo não menos eloquente: o “petrolão”. Graças a essas estratégias espúrias, exerciam domínio quase total sobre um Congresso interesseiro e pouco interessado no bem-estar dos cidadãos. Aprovavam tudo, ou quase tudo, segundo a vontade pessoal do governante, assim erigidos em dois pequenos ditadores. Em política há um dito que tem fundos de verdade, o que é confirmado na prática: não há lugar vago ou cadeira vazia. Dona Dilma escorregou da sede ditatorial, dando azo ao surgimento de dois novos pequenos ditadores.

O espaçoso Eduardo Cunha e o ladino Renan Calheiros, cada qual arvorandose “donos” de “suas” moral e eticamente frágeis Casas Legislativas, em um primeiro momento conjuntamente acuaram a pequena ditadora e, via de consequência, seu melífluo mentor. Cientes dessa fortaleza, agora entram em disputa mútua pela totalidade do Poder, inaugurando uma “guerra” na qual a vontade do povo sequer é minimamente considerada. Declaram-se no direito de engavetar projetos de leis, emendas constitucionais, e o que mais for do interesse do outro, esquecidos que são apenas mandatários daquele mesmo povo, e seu dever é decidir e votar sobre leis e normas, aprovando-as ou rejeitando-as, com base na Constituição Federal, não sendo frutos da maturidade democrática as birras pessoais. Quatro pequenos ditadores e uma República sendo transformada em “republiqueta das bananas”!


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ARTIGOS

Humanizar a cidade JORGE MORAIS Jornalista

S

ão muitos os questionamentos em relação à vida de uma cidade. O seu dia a dia, o seu ir e vir cotidiano. Seja qual for o assunto levantado, recebe uma discussão ampla e geral em todos os seus aspectos. Ninguém agrada na sua totalidade. Ou melhor: é mais fácil a construção da crítica, a desobediência à ordem pública, a insatisfação pelo não feito, até mesmo a coisa certa proporciona o contraditória na maioria das vezes, mesmo que esteja sendo feita corretamente. Por mais que uma prefeitura trabalhe pela melhoria da cidade, é muito pouco para os problemas nela existentes. Por menor que seja o atraso do caminhão, o lixo fica acumulado. Quando chove pouco ou muito, independe a quantidade, as ruas

ficam alagadas. Se o asfalto chega à área nobre, a periferia reclama, e vice-versa.E, por fim, o transporte coletivo que nunca agrada a todos, sejam eles passageiros ou empresários do setor. E é exatamente sobre esse último item que quero direcionar o artigo dessa semana no capítulo humanizar a cidade. Para que não se faça um juízo de valor antecipado, não se trata, aqui, de defender ou reprovar o sistema que aí existe. Simplesmente quero direcionar a minha opinião, entendendo não ser usuário direto desse meio detransporte, mas um cidadão que se sente prejudicado pelo trânsito complicado a qualquer hora do dia, em qualquer parte da cidade. Esta semana conversei com algumas pessoas ligadas ao sistema. Curioso e repórter no estilo investigativo e crítico por natureza, quis saber o que se passa com a cidade de Maceió. Tudo começou quando fiz a colocação de que, no máximo em 5 anos, a cidade vai parar. Nessa questão ganhei a aprovação daqueles que me ouviam. Então, arrisquei a pergunta: E o que vocês estão fazendo para que a gente

não atinja esse caos? Todos foram unânimes ao afirmar que a cidade só será humanizada com ciclovias para o transporte alternativo e a implantação de metrô. Como o Metrô requer muito dinheiro e tempo, e as ciclovias ainda recebem a desconfiança dos usuários, o Poder Público precisa, urgentemente, investir em vias alternativas; melhorias do corredor para o transporte urbano; ser mais vigilante quanto à renovação da frota dos nossos ônibus; e agir com critérios técnicos e menor interesse político em suas ações. Fiquei surpreso com a informação de que no início da administração do prefeito Cícero Almeida, o sistema de transporte coletivo de Maceió chegou a conduzir próximos de 7 milhões e meio de passageiros/ mês. E, ao final do seu segundo mandato, esse número foi reduzido para 6 milhões e meio. E o que acarretou essa queda? Um dos motivos: o número excessivo de outros veículos circulando nas mesmas ruas e avenidas que os ônibus. Com a instalação da Faixa Azul nas Avenidas Tomás Espíndola, Fernandes

Lima e Durval de Góes Monteiro, todas na parte alta da cidade, o transporte coletivo passou a circular com um tempo menor pela via exclusiva que ganhou, consequentemente aumentou o número de viagem e a quantidade de passageiros carregados. Esta é uma solução definitiva para o trânsito? Ainda não, mas o sistema já está atingindo a marca de 7 milhões de passageiros/mês transportados, podendo voltar a patamares anteriores, agradando ainda mais ao público usuário, principalmente. Em junho, a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito está anunciando os mesmos critérios da Faixa Azul para a parte baixa da cidade: Avenidas Comendador Leão e Dona Constança, nos bairros do Poço e Jatiuca, respectivamente. Se vai melhorar? Acho que sim, porque pior do que está não pode ficar. No entanto, a SMTT precisa cuidar do trânsito da cidade como um todo, inclusive pensando nos condutores de carros de passeio, que são utilizados também para o trabalho pela falta de alternativas. Como se vê esse espaço não é usado apenas para criticar, mas sim pela boa crítica. Até a próxima...


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Decisão do alagoano

“V

enceu quem soube aproveitar uma das poucas chances de gol”. Frase de torcedor do Coruripe, após o time derrotar o CSA (2x1) e estar na final do Alagoano e adversário do CRB que perdeu para o ASA em Arapiraca, por 2 x 1, mas se classificou para a final. No primeiro, jogo, em Maceió, o Galo venceu (2x0). A decisão será em Coruripe, no domingo, 3, e a segunda partida na quarta-feira, dia 6, em Maceió.

O site da CBF não tem propostas de jogos amistosos para Brasil, mas aprimorar o conjunto do grupo que em junho estará no Torneio Sul-Americano, jogos de 11 a 4 de julho e depois as eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. Torcedor tem confiança numa volta por cima.

Outras decisões

Estupidez

Lojas e ambulantes do Calçadão e outras áreas de Maceió já expõem nas vitrines camisas de clubes para todos os gostos e tem a ver com a entrada na contagem regressiva para o início do campeonato nacional nas várias séries. Espera-se que a procura compense o investimento.

Agressão praticada por torcedores contra jogadores não deve insistir na rotina do pós jogo. Caso foi explorado por lembranças dos momentos ocorridos nos estádios em 2014 e lembra frase de Boris Casoy: “Foi uma vergonha”. Principalmente entre torcidas organizadas.

Bom momento No futebol, torcedores gostam de antecipar chances de seus clubes no campeonato brasileiro independente da Série que joga. Questão tem a ver com análise da mídia sobre a temporada do Brasileiro com times de nível técnico equilibrado e as torcidas entusiasmadas nos estádios.

Futebol feminino Brasil, no futebol feminino é terceiro no mundo, mas torcedores não têm ideia sobre quais as condições para os jogos do mundial em junho no Canadá. Falta de ânimo, acham uns, tem a ver com ausência de campeonatos estaduais, regionais e nacional como o futebol masculino.

Na dúvida Anderson Silva sente haver uma abertura que possibilite a ele participar dos Jogos Olímpicos de 2016. E para isso ele se movimenta para deixar o lado profissional e se tornar amador. Conseguindo, vai tentar ouro para o Brasil. É luta difícil, mas não impossível de conseguir.

Copa do Brasil

Sem amistosos

ASA x Vitória (BA) em Arapiraca e CRB x Grêmio no Rei Pelé, são jogos da segunda fase da Copa do Brasil marcados pela CBF para o dia 13 de maio, às 19h30. São difíceis não só por jogarem fora de casa, mas pela necessidade de a vitória vir com saldo de dois ou mais gols de diferença.

Futebol amador

Desafio Oswaldo de Oliveira, técnico do Palmeiras, tem habilidade para evitar perguntas da imprensa. Mostrou isso ao não alimentar a importância de Valdívia no time. Falou de Maikon Leite e Robinho .

Curiosidade O Pró-Esporte Alagoas, entidade recém-criada em Maceió, já promove ações de inclusão social de combate às drogas na capital. São fundadores Mário Lôbo, Marcos Tavares, Antônio Moura, Luciano Cabral, Eduardo Canuto e João Henrique Caldas. Das prioridades consta o incentivo ao esporte amador na periferia da cidade.

Decisão O Santos, derrotado no primeiro jogo das finais do campeonato paulista pelo Palmeiras, não perdeu apoio da torcida para o clássico, na Vila Belmiro, mas se bobear fica sem o título do Paulistão. Com o mando de campo, liberou para os palmeirenses 1.350 ingressos e preços de R$ 210,00 a R$ 300,00 são de doer forte no bolso.

Rivalidade Santos e Palmeiras têm um histórico de 347 jogos e equilíbrio tanto no número de vitórias como de empates para cada lado. Análise foi divulgada pela mídia paulista como tempero extra para o clássico deste fim da semana e, agora sim, como decisão final do campeonato paulista.

O Departamento Amador da Federação Alagoana de Futebol mudou a data para o início do Alagoano Sub-20. Razão citada foi os clubes estarem encontrando dificuldades para conseguir documentações exigidas para inscrição de atletas no setor de registro e transferência da FAF.

Futebol Sub-20 Pelos acertos, abertura do campeonato Sub-20 será no inicio de maio com 14 clubes: ASA, Murici, Pajuçara, Internacional Alagoano, Lisbonense, Real Deodorense, Zumbi dos Palmares, Alfa, Centro Sportivo, Dínamo , Internacional, São Luiz, Jaciobá, São Domingos e o Zumbi Esporte. (Com assessoria).


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Sem novidade A divulgação pela Petrobras, no último dia 23, de um prejuízo de R$ 21,5 bilhões e um lucro de R$ 23,6 bilhões em 2013 não surpreendeu aos mais indignados com a demora do julgamento da turma acusada no escândalo da Operação Lava Jato. Mas fazer o quê? 1.

Contagem regressiva

Pedestre

E

É insistente pedestre arriscando ser atropelado na travessia das Ruas Jangadeiros Alagoanos e Quintino Bocaiúva, ambas cruzadas pela a Domingos Lordsleen, na Ponta da Terra, de tráfego intenso mas sem ter sequer faixa de travessia. Botaram apenas “tartarugas” para veículos reduzirem a velocidade. Como diz Justo Verissimo, “o pedestre que se exploda”. E aí Rui?

ste 1º de maio, Dia do Trabalhador, é de mobilização geral para chamar atenção do governo e das classes empresariais e não só em razão da data ser festiva, mas principalmente de luta por cobranças trabalhistas, várias decididas mas ainda não cumpridas. Um tempo de lembrar que “povo unido jamais será vencido”.

Bolsa Família

Dor no bolso

Projeto de lei 7849/14, em análise na Câmara Federal, tem proposta de regras e pré-requisito na inscrição de pessoas no programa Bolsa Família. Uma delas é excluir individuo que responda a processo criminal até que tenha cumprido todo o período da sentença.

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) reavalia a cobrança dos juros de financiamentos do BNDES e outros setores pregando o propósito de estancar uma suposta guerra fiscal entre Estados, avaliar as taxas tributárias e fechar torneiras por onde possam estar escorrendo cerca de R$ 20 bilhões por ano.

É sentida?

E o Código Penal? A violência no Brasil é uma das queixas mais habituais dos cidadãos temerosos de o governo haver perdido o pulso para impor no País a “ordem paralela ao progresso”. Pena não incluir prioridade a revisão do Código Penal, artigos de 1940 e última atualização foi feita em 1969.

Na normalidade Lojistas do Calçadão de Maceió, com base no balanço das vendas de fim de 2014, reconhecem não haver até o momento muito do que reclamar. Estimativa de uns compara o momento com os de épocas anteriores e fazem “figa” pró dias melhores com a chegada de maio, mês das mães.

Outros tempos A presidente Dilma Rousseff prossegue seu segundo mandato sem sinalizar preocupação em corrigir hábitos da época anterior dela no governo e que motivaram uma série de atos públicos, até mesmo de aliados que carregam a bandeira da foice e do martelo. Comentário foi em roda de políticos.

Mudança radical

Audiência pública A Câmara Municipal de Maceió realizou na segundafeira, 27, audiência pública para apreciar a criação do Selo de Inspeção Municipal. O vereador Silvânio Barbosa, autor do projeto, justifica a necessidade: “Maceió não tem e precisa de um mecanismo de inspeção e controle dos produtos alimentícios de origem animal e vegetal”.

Argumentos Ainda de Silvânio Barbosa: “Pretendemos que se busquem mecanismos para manter esses negócios. Eles são geradores de empregos em Maceió e, por isso, a gente deve começar a investir dentro de uma política que permita a legalização do Selo de Inspeção Municipal sem atrapalhar e desempregar ninguém”.

Haja nervos

Quem joga otimismo pró bons tempos neste ano deve se beliscar para “acordar” e encarar a realidade exposta nos pinotes de reajustes no custo de vida expostos, principalmente no comércio. Nas prateleiras dos supermercados principalmente.

As investigações da Operação Lava Jato trancafiaram em penitenciárias um grupo razoável de envolvidos, mas cadê os outros? Ou trocando em miúdos: cadê os homens públicos acusados no inquérito mas mantidos ainda sob a proteção dos mandatos. No Congresso principalmente.

Pesar

Trânsito

Maria Alice Muniz Falcão, 97 anos de idade e irmã do exgovernador Muniz Falcão, faleceu na segunda-feira, dia 27, em Araripina (Pernambuco). A família Muniz Falcão tem raízes também em Alagoas, fincadas por Muniz, ex-governador, e ainda por Alcides, ex-deputado estadual, Pedro Falcão, ex-vereador, e pelo desportista José Muniz Falcão.

O trânsito em Maceió melhorou. Avaliação é de populares, mas com argumento não nas ações da Prefeitura, mas em razão do reajuste de preços no mercado de automóveis e influência ainda do aumento dos combustíveis. Litro da gasolina custa em torno dos R$ 3,32 e a figa é para se manter estável.

Matérias recentes na mídia internacional analisaram para este ano uma tendência no mundo para aumento da temperatura. Dados propostos como causas identificadas pelos cientistas sinalizam a importância de todos os países, inclusive o Brasil, tomarem precauções. Mas quem da população fará a sua parte?

Justiça boa Da presidente Dilma Rousseff em entrevista: “Justiça boa tem que tramitar rápido e dar resposta eficiente” A frase foi recente e direcionamento, segundo análise de políticos aliados, foi recado para os governantes entenderem o grito do “povo unido jamais será vencido“.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Chernobyl

H

á 29 anos um dos reatores da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, explodiu por uma falha no projeto e material radioativo foi liberado no ambiente. Uma área de 30 quilômetros ao redor da usina teve acesso proibido, mais de 330 mil pessoas tiveram que ser evacuadas de suas casas, sem nunca poder voltar. Até hoje, já foram detectados cerca de 6 mil casos de câncer de tireoide relacionados ao acidente. Cerca de 600 mil trabalhadores e bilhões de dólares foram colocados nos trabalhos de limpeza. Na época, um “sarcófago” foi construído ao redor da usina para limitar o escape de radiação e o novo que está sendo construído só deve ficar pronto em 2017 após sucessivos atrasos.

Greenpace Há exatos 23 anos, durante o encontro da ECO-92, o Greenpeace rumou para Angra dos Reis com objetivo de relembrar o trágico acidente na usina nuclear de Chernobyl. 800 cruzes foram fixadas no pátio da usina de Angra, relembrando os seis anos do acidente e marcando a chegada da organização no Brasil. O Greenpeace leva às ruas do País a luta pela proteção da Amazônia, a construção de um cenário energético cada vez mais limpo, e neste começo de 2015, contra a má gestão da água diante da maior crise hídrica do país. Os 23 anos de atividade no Brasil incluem diversas vitórias, compromisso com o meio ambiente e a luta por um mundo mais justo.

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Maior ameaça ao planeta O presidente americano, Barack Obama, afirmou que as alterações climáticas são “a maior ameaça ao planeta”, acrescentando que espera que os piores efeitos disso possam ser evitados pela união das maiores economias do mundo em torno do tema, citando a reunião de cúpula que será realizada em dezembro, na cidade de paris, seis anos após o fracasso da Cúpula de Copenhague. De acordo com levantamentos, o ano de 2014 foi o mais quente da história desde que os registros de temperaturas começaram a ser feitos, em 1880. O presidente lembrou de sua aposta nas “energias limpas” e exaltou o fato de as emissões de carbono nos EUA terem caído 10% desde 2007.

Cadáveres como adubo

Piscina do Amor

Para as pessoas com consciência ambiental, a compostagem dos corpos humanos é um novo passo para o movimento que propõe enterros naturais. Katrina Spade, criadora do projeto, estima que cada corpo produziria cerca de um metro cúbico de composto e os parentes poderiam utilizar conforme desejem. Esse processo custaria em torno de US$ 2.500, uma pequena parcela dos custos com enterros comuns. A ideia de alimentar novas vidas depois da morte tem atraído a atenção de ambientalistas e cientistas.

Os estudos para tornar a Piscina do Amor, na praia de Pajuçara, uma área de exclusão já foram aprovados pelo Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram). A resolução está sendo elaborada e deverá sair no mês de maio. Os banhistas estão sendo conscientizados pelo IMA para a preservação dos recifes de corais por conta da exploração para recreação e pesca. Além das reuniões com os usuários, estão sendo feitos banners informativos para serem colocados em lojas que vendem produtos náuticos e em marinas.

Solarização do Planalto No final da semana passada, ativistas vestidos de técnicos eletricistas foram até o Palácio do Planalto para instalar painéis solares de graça no telhado do endereço presidencial. Os ativistas do Greenpeace querem selar um acordo com a presidente Dilma Rousseff para que ela mostre que a energia solar deve ser tratada como a principal fonte energética do futuro. Ao final do protesto, representantes da organização foram recebidos pela Secretaria-Geral da Presidência para protocolar o pedido de solarização do Palácio do Planalto.

WWF alerta Em relatório produzido pela organização não governamental Fundo Mundial para a Natureza (WWF na sigla em inglês), os cientistas fazem uma análise dos recursos dos oceanos, alertando para o perigo de os sistemas naturais essenciais simplesmente deixarem de funcionar um dia por causa do aquecimento e acidificação dos oceanos. O relatório faz uma avaliação centrada dos ativos dos oceanos, com ênfase na pesca excessiva e poluição dos mares. E descreve que o WWF considera isso um “ataque implacável aos recursos do oceano por meio da sobre-exploração, do uso indevido e das alterações climáticas”.

Vazamento de óleo O vazamento de sete metros cúbicos de óleo no duto que interliga as plataformas da Petrobras na Bacia de Sergipe-Alagoas foi estancado. Segundo a empresa, foram tomadas todas as medidas cabíveis e quase a totalidade do volume vazado foi recolhida, sendo o restante dispersado por embarcações. Ainda é esperado que um pouco de óleo chegue à costa devido ao movimento natural das marés. A Petrobras permanecerá em alerta para operações de limpeza na praia até que não haja vestígios de material que possa estar relacionado ao vazamento.

Cinzas de vulcão As cinzas do vulcão Calbuco, no Chile, que entrou em erupção semana passada e está localizado a 900 quilômetros ao sul de Santiago, chegaram ao Rio Grande do Sul. Segundo o Metroclima, sistema de previsão do tempo da prefeitura, paira sobre a cidade uma nuvem vulcânica em grande altitude. Em níveis baixos da atmosfera, nuvens “normais” trazem chuva isolada em algumas áreas da cidade. Pela tarde, algumas nuvens mais esparsas dão um tom mais acinzentado ao céu.

Morte em tribo Uma índia da tribo awá, a mais ameaçada de extinção do mundo, adoeceu após o grupo em que ela vivia ser cercado por madeireiros na floresta Amazônica. Já foram feitos consultas e exames dentro da própria aldeia, já que a remoção para uma unidade de saúde pode ser traumática e prejudicial a indígenas em situação de isolamento. Estima-se que existam apenas cem índios que fazem parte dessa tribo e que podem ser dizimados por conta do contato com o homem branco e as agressões à floresta.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Tentativa válida

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om a perspectiva de aprofundamento da crise de vendas neste ano, várias ações criativas estão em curso. Todo o elenco de estratégias – desde a “troca com troco” até os intermináveis feirões – foi sacado numa tentativa de animar o comprador a entrar na loja e sair com um carro zero-quilômetro. Apenas o mercado de veículos usados conseguiu uma reação – previsível – depois de anos de apatia e queda de preços. Há clara tendência de valorização do usado e movimentação de trocar um modelo mais antigo por um menos antigo ou mesmo seminovo (até cinco anos de fabricação pelo entendimento geral). A maioria das concessionárias vem tomando ações proativas para ter mais relevância neste mercado. Em suas entrevistas coletivas mensais a Anfavea tem citado com frequência as estatísticas da

Fenauto, associação dos lojistas independentes que tem forte presença na compra e venda de veículos usados inclusive na formação de preços. Agora as atenções se voltam ao consórcio, por duplo motivo: oferta menor (e a juros maiores) de crédito e estoque de cotas contempladas que não se transformaram em vendas efetivas. A indústria automobilística sempre viu com bons olhos o crescimento desta modalidade ao garantir uma demanda fixa por seus produtos. Segundo a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), o número de consorciados aumentou 8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Embora não existam estatísticas precisas – só o Banco Central tem controle efetivo sobre cartas de crédito em circulação –, o sistema de consór-

RODA VIVA cio responde em média por 10% das vendas de veículos leves, podendo dobrar essa participação em períodos de crise como o de hoje. A situação atual está mais delicada porque 8% dos três milhões de consorciados de veículos leves e pesados (sem contar motocicletas) foram contemplados em sorteio e decidiram não usar o seu crédito. São 240.000 compradores que simplesmente preferiram sentar em cima do dinheiro (que continua aplicado pelas administradoras) e não adquirir nenhum veículo. Esse cenário motivou Anfavea, Fenabrave e Abac a lançarem, em conjunto, uma promoção, inicialmente por 45 dias, para tentar convencer as pessoas a usar imediatamente suas cartas de crédito. Sempre há um percentual de compradores que adiam compras por motivos variados, como aguardar um lançamento, mudança de ano de fabricação e até a

contemplação por sorteio antes do período planejado. De início, 16 fabricantes aderiram e prometem oferecer condições especiais (descontos e opcionais e IPVA grátis). Todos os tipos de ações promocionais são válidos, mas essa em especial talvez obtenha alcance limitado. O contemplado pode simplesmente estar se sentido inseguro em retirar o carro no momento em que a falta de confiança permeia a economia brasileira. Afinal, tem de enfrentar despesas correntes de uso (combustível, manutenção, impostos, estacionamento, multas injustas), além de se sentir perseguido só por usar um automóvel. A Abac afirma que os 8% de contemplados sem uso imediato do seu crédito estão dentro da média histórica. Se for isso mesmo, poucos estariam à espera de dias melhores para efetuar sua compra, o que não parece refletir a realidade atual.

pitstop Suzuki S-Cross, para brigar no segmento que mais cresce Com opção 4×4 o modelo tem como principal concorrente o Jeep Renegade e o Honda HR-V

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presentado no ano passado no Salão de São Paulo, o S-Cross da Suzuki chega às concessionárias a partir de R$ 74,9 mil na versão 4×2 e R$ 95,9 mil na versão 4×4. Equipado com motor 1.6 16V de 120 cavalos, o crossover japonês tem opção de câmbio manual na versão de entrada e transmissão automática (CVT) nas outras três versões. Classificado pelo Innetro com nota “A” em consumo, o S-Cross faz 11,9 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada, conquistando o selo Conpet pelo seu desempenho tanto na sua

categoria como na geral. O S-Cross chega como mais uma opção no segmento que mais cresce no mercado. O carro tem como diferencial a tração 4×4. Segundo a Suzuki, seus principais concorrentes são Honda HR-V e Jeep Renegade. Mas a empresa espera conquistar também clientes de sedãs médios e do Ecosport, líder no segmento. A previsão de vendas é de 250 unidades/mês e com isso o objetivo é crescer até 25%. “Não queremos ser apenas mais um no mercado. Amamos o que fazemos e somos obstinados pelo atendimento ao cliente”, afirmou Luiz Rosenfeld, presidente da Suzuki do Brasil. Confira os preços e equipamentos:

S-Cross GL – R$ 74,9 mil Itens de série: câmbio manual de 5 marchas, rodas de alumínio de 16 polegadas, molduras nas caixas de roda, faróis de neblina, vidros, trava e retrovisores externos elétricos, volante multifuncional com acabamento em couro, direção elétrica com ajuste de altura e profundidade, computador de bordo, ar-condicionado, tomada 12V no porta-malas, sistema de som CD/MP3/Bluetooth, airbags frontais, Isofix e freios com ABS. S-Cross GLX – R$ 88,9 mil Itens de série: câmbio CVT, rodas de alumínio de 17, rack de teto, retrovisores externos rebatíveis com pisca encorporado, borboleta para troca de marchas no volante, sistema de partida sem chave, ar-condicionado digital de 2

zonas, controle e limitador de velocidade, bancos traseiros reclináveis em 2 posições, 6 airbags, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, sensor de proximidade e os demais itens na versão inicial. S-Cross GLX 4WD – R$ 95,9 mil Itens de série: itens da versão anterior, bancos de couro e 4×4 com AllGrip – sistema que possibilita quatro diferentes modos de condução Auto, Sport, Lama e Lock . S-Cross GLS 4WD – R$ 105,9 mil Itens de série: faróis bi-xenon , sensor crepuscular e de chuva, espelho retrovisor interno eletrocrômico, teto solar, multimídia com GPS e tela de 8 polegadas, além dos itens da versão anterior.

DECISÃO pragmática e elogiável do governo, publicada em 26 de março, estimulará adoção de novos recursos para aumentar eficiência energética (economia de combustível) dentro do programa Inovar-Auto. Estão contemplados sistema desliga-liga o motor de forma automática, monitor de pressão dos pneus, indicador de troca de marcha e ajuste aerodinâmico de grades frontais. SUZUKI S-Cross é novo contendor interessante na faixa de SUVs e crossover compactos que oferece, além de bom acabamento, a racionalidade de aliar um motor de 1,6L/120 cv a peso contido (1.125 kg com câmbio automático CVT). Oferece versões 4x2 e 4x4 (com controle eletrônico sofisticado), além de porta-malas de 440 litros. Preço começa em R$ 74.900 e vai a R$ 105.900. TOUAREG na versão de topo agora inclui acabamentos antes cobrados à parte na versão R-Line. Preço é alto – R$ 298.800 –, porém mais em conta que um Porsche Cayenne com o qual divide o projeto. Destaques: posição de dirigir, suave motor V-8 de 360 cv, câmbio automático de oito marchas e consumo de combustível razoável para o alto desempenho oferecido. ANTECIPAR a venda do subcompacto QQ reestilizado, antes de sua produção nacional no segundo semestre, ajuda a Chery a enfrentar a greve que paralisa a fábrica onde produz o Celer. Agora partindo de R$ 31.990 – 25% mais caro que a versão básica anterior montada no Uruguai – já embute, além das melhorias técnicas e de acabamento, as dores do chamado Custo Brasil. SMART Light Evolucar, lanterna extra vendida como acessório com sensor que detecta movimentos do veículo para indicar mudança de direção pode exacerbar o pouco uso convencionais, sem contar o mau hábito de esquecer de consultar os espelhos. Outros acham que ligar a seta é suficiente, sem ter certeza se a manobra foi consentida ou percebida.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE MAIO DE 2015 CRÔNICA

E agora, Lula? ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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Brasil está parando! As grandes empresas, responsáveis por obras faraônicas, estão demitindo milhares de pessoas. De quem é a culpa? Dos corruptos, claro. Graças a Deus e aos juízes de bem, afloram nomes de pessoas que brincavam com a lei, pois há muito tempo o povo ouve falar em propinas, em licitações ilegais. Entretanto, tudo devidamente escondido. Ouvi uma entrevista de um dos advogados dos empreiteiros presos: “No Brasil sempre houve propina. Se não pagasse ao governo, não concorria nas licitações.” Verdade, verdadeira, diria eu. Outro exemplo típico de notícias

desencontradas são as eleições no Brasil. Vejam bem: os gastos numa eleição para deputado estadual ou deputado federal em nosso Estado chegam a 2 ou 3 milhões de reais. Pergunta que incomoda: vencendo, como pagará as dívidas de campanha com o salário mensal? Perdendo, como fará para cumprir os compromissos assumidos? Nenhum cientista político explicará tão complicado problema. Sim, porque ninguém consegue saber em Alagoas o verdadeiro salário de um deputado estadual. Outro fato complicado: eleições para o governo do Estado: um senador e um deputado federal. Campanha caríssima de ambos os lados. Ganhou o jovem parlamentar, perdeu o velho senador. E agora, José? Como vão pagar o que gastaram, com tanta fiscalização da Justiça? Resposta difícil para nós, pobres eleitores. Dúvida feroz: o que é propina? O que é ajuda de campanha? Cabe

à Justiça esclarecer nossa inquietação. A corrupção chegou a um ponto tal que não se sabe o que é legal ou ilegal. Os políticos já estão acostumados com as benesses que vêm das empresas, levando-os à linha da marginalidade. Daí, o governo sempre ter a maioria no Congresso e nas Assembleias Legislativas. Sendo amigo do Rei, as ajudas virão com mais facilidade. Sendo inimigo, a vitória fica mais difícil. Poucos escapam do jogo político ou do sistema. Participei de uma única eleição e desisti para sempre. O sistema é pesado demais. Vi um pastor evangélico que usava suas ovelhas para se eleger, buscar dinheiro com mais avidez do que pedir voto. Hoje é deputado estadual e continua usando o mesmo sistema: a Igreja Evangélica é seu reduto eleitoral. Mas, a grande preocupação no momento é a seguinte: se as maio-

res empresas do país estão envolvidas em esquemas de propinas, se os chefes delas estão presos, se as demissões chegam a milhares, como as obras serão tocadas? Quem vai escapar do “Lava Jato” e de outras fiscalizações realizadas pela Justiça? Poucos, muito poucos, conseguiram escapar do sistema de propinas. O PT de Lula e de Dilma perdeu o controle da nação, seus chefes estão envolvidos até o pescoço. A Petrobras, assim como os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Infraero, a Eletrobrás (Revista Veja edição 2422) e outras empresas nacionais de porte, viraram um mar de lama. Chegou a vez do Lula: um moço está denunciando o ex-presidente. Chegará a vez de Dilma, com certeza, pois ninguém acredita que os chefes do governo não tomavam conhecimento do que acontecia com o PT e as empresas denunciadas.


extra

ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Perseguição em Palmeira

A

ex-diretora da Escola Municipal, Marinete Neves, localizada no bairro Vila Maria, em Palmeira dos Índios, Adjelma de Souza Moura Melo, que há alguns dias foi afastada da direção da escola, continua sendo alvo de perseguição política por parte do secretário de Educação, Luiz Lobo. Portaria Municipal determina que a professora Adjelma, que é irmã da secretária de Cultura, Aparecida Costa, seja transferida para uma escola na zona rural nas comunidades Luciana, Riacho Fundo ou Lagoa da Areia distantes 30 quilômetros da cidade. “É uma tristeza o que está acontecendo em Palmeira dos Índios, precisamos de socorro, nos ajudem pelo amor de Deus” protestou uma servidora da escola.

Não perdoam Os familiares [exceto Aparecida Costa], amigos, pais e alunos do Marinete Neves e colegas de profissão não perdoam a perseguição gratuita contra a professora Adjelma. Na comunidade Vila Maria [que é muito populosa] os comentários e conversas nas esquinas, bares, lanchonetes e salão de beleza é uma só: “o afastamento da diretora do Marinete Neves determinada pelo prefeito James Ribeiro”.

Não defendeu Na semana passada, pais e alunos fizeram uma manifestação na rua que dá acesso à escola. Na ocasião, eles cobraram o retorno da professora Adjelma, reconhecimento ao seu trabalho no Marinete Neves. “O que mais impressiona é o silêncio da Aparecida Costa, que sequer defendeu a irmã contra essa perseguição política que nós professoras estamos passado,” criticou a professora, Josenilda da Rocha Torres.

Festa em Igaci A noite de quinta-feira, dia 30, foi de festa na cidade de Igaci, no Agreste alagoano. A Prefeitura preparou um evento para homenagear os trabalhadores. A partir das 21 horas, a Praça Central da cidade foi palco para grandes apresentações artístico-culturais. Teve como a atração principal o cantor Alcymar Monteiro, além de apresentações do cantor Giullian Monte, a banda Deixe de Brincadeira e artistas locais.

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Ventania em Traipu Na manhã do último sábado uma forte ventania assustou consumidores e comerciantes da. De acordo com relato de pessoas que estavam no local, o vento derrubou parte do telhado do mercado público. Um homem identificado apenas pelo nome de Robério, residente no Assentamento Marcação Beira Rio, ficou ferido. Ele foi atingido pelas telhas brasilite que caíram do teto do mercado. Ele apresentava ferimento na altura da cabeça, foi socorrido por amigos e levado à unidade de saúde local, onde recebeu os primeiros socorros.

Reconhecimento

Eleições na Canoa

PELO INTERIOR

Animado com o evento, o prefeito Oliveiro Torres disse que a finalidade foi valorizar o trabalho dos servidores municipais e todos trabalhadores do municipío. O gestor ressalta que o evento é essencial para o resgate da cultura, através da música, como também tem a sua importância por reconhecer a mão de obra dos trabalhadores que lutam por sua cidadania por meio do trabalho.

O médico Lauro Fonseca, que perdeu as eleições municipais em Lagoa da Canoa por apenas 90 votos, já se articula para encarar as eleições de 2016 e enfrentar o atual prefeito, Álvaro Melo, que já anunciou que vai com tudo para a reeleição. De acordo com fontes políticas da terra do poliinstrumentista Hermeto Paschoal, Lauro poderá abrir da candidatura para apoiar uma filha que é médica. Por enquanto, a disputa ainda está no campo das especulações, mas o médico Lauro Fonseca garante que não abre mão de encarar um novo pleito.

... Parte do projeto Centro Limpo prevê a retirada de ambulantes fixados em pontos de grandes vias e produtos que estão em calçadas e nas praças, ambos obstruindo a passagem de pedestres, ciclistas e condutores.

Arapiraca O trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Serviços (Semics), e a Casa do Trabalho e Sine já conseguiu garantir emprego para 101 jovens em apenas 27 dias. De acordo com a diretora do Sine de Arapiraca, Gicelly Correia, a busca ativa e o atendimento realizados no período de 1º de abril até o dia 27 deste mês resultaram no ingresso dos 101 jovens no mercado de trabalho com carteira assinada e outras garantias. Ela adiantou que que o espaço realiza uma média de atendimentos de 150 pessoas por dia.

Parceria “O município tem uma forte parceria com as empresas, por meio da busca ativa com visitas todas as quintas-feiras nos estabelecimentos, para analisar as demandas e montar um banco de dados para inserir os jovens no mercado de trabalho”, salientou Gicelly Correia, destacando o apoio da secretária Myrka Lúcio e da prefeita Célia Rocha.

Uma boa notícia O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou os dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no país. Entre as 20 cidades que mais geraram emprego, Arapiraca, no Agreste de Alagoas e segunda maior cidade do estado, está em 12º lugar neste ranking.

Gerou empregos Para o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, este levantamento demonstra que o mercado formal de trabalho gerou 19.282 empregos com carteira assinada no mês de março. O que representa um aumento de 0,05% em relação ao mês anterior. Segundo o ministro, esse crescimento ressalta o reaquecimento do mercado de trabalho que voltou a gerar vagas após três meses consecutivos de queda. O resultado é superior ao registrado no mesmo período de 2014, quando foram gerados 13.117 postos de trabalho.

... A primeira ação ocorreu na terça-feira, 28, com a retirada de ambulantes que trabalham nas calçadas da Avenida Rio Branco e Rua Domingos Rodrigues. ... Algumas lojas que colocavam materiais na calçada da Rua do Comércio e na Praça Bom Conselho também foram notificadas e os produtos recolhidos. ... A ação foi coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e contou com a participação da Polícia Militar, Pelopes, vigilantes municipais e técnicos da prefeitura. ... Quem foi autuado pela primeira vez deve pagar R$ 100 para retirar os produtos, e as pessoas reincidentes nesse tipo de infração estão sujeitas a multas no valor entre R$ 100 e R$ 200 reais. ... A secretária Rita Nunes acompanhou a ação ao lado da também secretária Myrka Lúcio, da Indústria e Comércio. ...Segundo Nunes, os empresários estavam sendo orientados para não distribuir materiais na frente das lojas e os ambulantes informados que apenas podem circular por essas ruas. ... “Nós já havíamos conversado com eles avisando que não poderiam obstruir a passagem das vias. Esse é um projeto que visa reordenar o nosso Centro. Essas ações de fiscalização não vão parar por aqui. Vamos continuar trabalhando para garantir o direito de ir e vir de todos os arapiraquenses”, explicou. ... A informação está no site 7segundos: Estudantes, professores e funcionários da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) realizaram, na manhã da terça-feira (28) um protesto em frente ao Palácio da República dos Palmares, no Centro de Maceió, exigindo do governador Renan Filho (PMDB) e do secretário de Educação do Estado, Luciano Barbosa, a nomeação dos aprovados do último concurso público realizado pela instituição. ... Os manifestantes fecharam a Rua Cincinato Pinto e afirmaram que se o problema da carência de professores não for resolvido em caráter de urgência, não tem com descartar uma possibilidade de greve. ... O professor Renan Rocha, um dos líderes do movimento, afirmou que o atual governo está assassinando a Uneal, mesmo depois de prometer, durante campanha política, que a educação seria prioridade de governo. ‘No último dia 15, o contrato dos professores temporários foram encerrados e os efetivos da instituição não tem condições de suprir a demanda em todos os campi”, informou. ... Segundo Renan Rocha, a universidade conta com pouco mais de 180 professores concursados. Número inferior ao recomendado para um trabalho de qualidade, que seria de 298, aproximadamente.


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Não aceite esses abusos!

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ontratos com letras minúsculas, venda casada e vendedores que se valem da ingenuidade do consumidor para empurrar produtos e serviços são exemplos típicos de condutas abusivas. Embora isso ainda aconteça com frequência, a Justiça evoluiu e começou a olhar para o consumidor com olhos de proteção no intuito de coibir a abusividade em algumas condutas dos fornecedores. O Código de Defesa do Consumidor é um marco contra esse comportamento errado. É claro que, em qualquer relação comercial, as duas partes têm direitos e deveres. Mas, na maioria das vezes, é o fornecedor quem impõe o preço, o prazo de entrega, o prazo de garantia. Enquanto isso, nós, consumidores, ficamos em uma posição de inferioridade, já que temos que acatar as regras ditadas pelos bancos, lojas, empresas de telefonia e quaisquer outros fornecedores. Preocupado com as situações de abuso que surgem das condiçõea de superioridade das empresas, o CDC (Código de Defesa do Consumidor) listou uma série de situações que chamou de práticas abusivas. Entre elas estão a recusa no atendimento e a execução de serviços sem orçamento e autorização do consumidor, como no caso de uma assistência técnica.

Tarifas Clientes de bancos também sofrem com cobranças, e uma das mais comuns é a de tarifa de conta salário. Esse tipo de conta tem seu uso restrito a poucos serviços, impedindo até a emissão de talão de cheques. Só pode haver cobrança de tarifa se o empregador transferir parte de seu salário para outro banco. Se a tansferência for no valor total, não pode haver cobança. Também é abusiva qualquer cobrança referente à manutenção da conta salário, mesmo que ela não tenha movimentação.

Contratos A maioria dos contratos que assinamos, como o de Internet, já está pronta, não nos permitindo margens para negociações. Ou assinamos ou ficamos sem o serviço. Nesses casos, permanecemos de mãos atadas e acabamos concordando com um contrato que contém cláusulas que não nos favorecem, justmente porque não temos a oportunidade de mexer nos termos do documento.

Denuncie O cartão Envia cartão de crédito ou talão de cheques sem solicitação do cliente também é considerado prática abusiva pelo CDB. Mas os bancos insistem em fazer isso. Por esses e outros comportamentos absurdos, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) editou a Súmula 297, na qual determina que o CDB também deve ser aplicado nos contratos bancários. Com isso, uma série de direitos previstos no Código foram reafirmados, como responsabilidade do banco em caso de pagamento de cheque falso, proteção contra cláusulas abusivas, entre outros.

Se você se sentir em uma situação de conduta abusiva, seja no caso de um contrato ou de um vendedor que tenta lhe vender algo além do que você quer, por exemplo, denuncie ao Procon. Se o problema não for resolvido, você pode entrar com uma ação judicial, pessoalmente no Juizado Especial Cível, ou ainda recorrer a um advogado ou à Defensoria Pública.


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