Edicao820

Page 1

R$

0 0 ,

e xtra www.novoextra.com.br

3

MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 820 - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

BOMBEIRO FRAUDA PROCESSO PARA SE MANTER EM CARGO P\2

FALCATRUA LEGALIZADA TJ MANDA REINTEGRAR APROVADOS EM CONCURSO FRAUDULENTO

Desembargador Washington Luiz

DECISÃO BENEFICIA APADRINHADOS, QUE RECEBERÃO R$ 9,5 MILHÕES DE INDENIZAÇÃO

VEREADOR SILVÂNIO BARBOSA É ACUSADO DE EXTORQUIR SERVIDORES P/ 22

Prefeito Abrahão Moura

P/ 6 E 7

TC vai ouvir Téo Vilela sobre benefício fiscal concedido às usinas P/5

Terras abandonadas pelo Estado são invadidas em União dos Palmares P/12 E 13

LUITGARDE OLIVEIRA CONTA A HISTÓRIA DE UMA ALAGOANA QUE ENFRENTOU LAMPIÃO P/ 16 e 17 APOIO


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Fraude

Viva Alagoas!

O

governador Renan Filho foi induzido a erro ao reconduzir Lucas Barreto Casado para a gerência do Samu-Maceió, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde. Após dois anos no cargo, Lucas – que é sargento do Corpo de Bombeiros – teria que retornar ao quartel ou ir para a reserva, como manda a lei. Pelo regulamento militar, o policial terá que cumprir prazo mínimo de dois anos para um novo afastamento da corporação. Após pedir exoneração do Samu, Lucas se licenciou do Corpo de Bombeiros através de fraude documental e foi renomeado pelo governador para o mesmo cargo. Mas para exercer a função, o militar tem que ficar na condição de agregado através de portaria do comandante de sua corporação, que não tem como justificar a ilegalidade do ato. Sem essa portaria, Lucas Casado fica na condição de gerente clandestino do Samu, o que caracteriza outra irregularidade. Resta saber se o coronel Adriano Amaral, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, é conivente com a fraude, ou se também foi enganado pelo experto sargento Lucas Casado.

1

“A política do PT é pedir votos aos pobres, dinheiro aos ricos e mentir para os dois”. Antônio Ermírio de Moraes

PEC da Bengala O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (5), em segundo turno, a PEC 457/05, que aumenta de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória dos ministros dos Tribunais Superiores e do TCU. A proposta foi aprovada com 333 votos favoráveis, 144 contrários e 10 abstenções e será promulgada em sessão do Congresso para começar a valer.

PEC da Bengala 2 De autoria do ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS), a PEC da Bengala já foi aprovada em dois turnos no Senado. Além de ampliar o prazo para a aposentadoria compulsória de ministros de tribunais superiores, o texto permite que a idade seja alterada também para servidores de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Para isso, porém, é necessária a aprovação de uma lei complementar.

Jornalistas e demais profissionais de imprensa que cobrem diariamente a Assembleia Legislativa lamentaram, ontem, a morte súbita de Giovana Andreatto, assessora do deputado Ronaldo Medeiros (PT), ocorrida na quarta, 6.

Em março de 2007 o então prefeito de Paripueira Carlos Henrique Fontan Manso realizou concurso público. Em abril, a Dinâmica, responsável pelo certame, divulgou duas listas de aprovados – uma no dia 2 e a outra no dia 11 – o que chamou a atenção do Ministério Público.

2

- Ao conferir a relação dos aprovados, o MP constatou que na segunda lista foram inseridos nomes que não constavam da primeira divulgação. E muitos deles com sobrenomes ligados à família do prefeito, além de apadrinhados de juízes e desembargadores.

3

– Pelos fortes indícios de fraude, o Ministério Público ajuizou uma ação de improbidade contra Henrique Manso e Neuza Maria Vilela de Carvalho, diretora da Dinâmica, pedindo a anulação do concurso e a cassação do prefeito.

4

Partido corruPTo

Luto

- Os “aprovados” entraram na justiça e conseguiram ser nomeados através de liminar. Ao assumir o cargo, em janeiro de 2008, o novo prefeito Abrahão Moura afastou todos eles alegando a existência de fraude e outras irregularidades. Mas eles entraram com mandado de segurança e agora o TJ mandou o prefeito reintegrar todos eles e pagar quase R$ 10 milhões de indenização.

5

- Ocorre que a ação principal – de anulação do concurso por fraude – oito anos depois, continua dormindo na comarca de São Luiz de Quitunde. E sabe por que não foi julgada? Porque o juiz dificilmente deixará de anular a falcatrua e condenar o ex- prefeito Henrique Manso por crime de improbidade.

6

– Enquanto isso, o TJ oficializa a imoralidade ao determinar a reintegração de todos os “apadrinhados” e condenar o município a pagar R$ 9,5 milhões por danos morais aos 120 novos “servidores”. E viva Alagoas!

Luto 2 Perderam poder! Menos de 24 horas depois de Eduardo Cunha ter manobrado para aprovar na Câmara a PEC da Bengala, Renan Calheiros soltou fogos no Senado. Para ele, é “evidente” que Dilma Rousseff e Michel Temer “perderam poder”. O morubixaba do Senado esmiuçou o raciocínio: “Só no Supremo Tribunal Federal eles deixam de indicar cinco ministros. Mas isso é bom para o Brasil, bom para o Judiciário e significa que no momento da crise, da dificuldade, o poder político não escolheu o caminho da politização do Supremo”. (Blog do Josias)

Insensatez Se não reverter a decisão do TJ - que mandou reintegrar 120 aprovados em concurso fraudulento - o prefeito Abrahão Moura pretende fechar a Prefeitura e entregar as chaves do município ao Tribunal de Justiça.

Insensatez 2

Nesse caso de Paripueria, o bom censo recomenda que a reintegração dos servidores só deveria ocorrer após o julgamento da ação principal. Assim, em caso de anulação do concurso, o município não seria penalizado pela precipitada decisão do TJ.

Giovana, que completaria 40 anos hoje, era formada em Administra-ção e pós-graduada em Marketing Político e em Comunicação Digital. Na quarta à noite, ela sofreu um infarto fulminante.

ELA 1

O governo do Estado está sendo cobrado para providenciar com urgência os medicamentos necessários aos portadores de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). Há mais de três meses falta a medicação nas farmácias do Estado. A denúncia foi levada ao ar esta semana pela TV Alagoas.

ELA 2

A reportagem, de autoria de Wadson Correia, trouxe à tona o drama do radialista Carlos Miranda, diagnosticado em fevereiro último com a doença. E abordou, também, a luta do médico Hemerson Casado para o financiamento de pesquisas sobre a doença, ainda hoje sem cura. O médico foi diagnosticado com ELA há três anos.

Homenagem

E o radialista Carlos Miranda foi homenageado pelos companheiros de imprensa na quarta-feira. Ele foi o destaque da final do campeonato alagoano, que consagrou a vitória do CRB, marcando presença no Estádio Rei Pelé.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

FAX - 3317.7248 IMPRESSO - Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

3

JORGEOLIVEIRA Lula é investigado pelo MP Roma, Itália - Afirmei em artigo durante as eleições do ano passado que Lula, em algum momento, teria deixado a Dilma sozinha na campanha quando ela achou que teria condição de ganhar sozinha, sem precisar do prestígio do ex-presidente junto ao povão do Bolsa Família. Arrisquei a dizer aqui, inclusive, que Lula estaria torcendo pela vitória do Aécio para voltar ao governo depois nos braços do povo. Ele achava que o tucano não iria administrar o caos da herança maldita. O fracasso do Aécio seria, portanto, a porta de entrada de Lula na presidência novamente. Pois bem, Lula abandonou a estratégia quando foi aconselhado a não deixar o PT perder o poder, risco que poderia levar ele e seus companheiros para a cadeia. Assim, a Dilma desceu goela abaixo do ex-presidente e agora amarga um isolamento político jamais visto na história do país. A matéria da revista Época desta semana de que o núcleo de combate à corrupção da Procuradoria da República de Brasília abriu investigação contra Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil joga o ex-presidente nas cordas e enfraquece o seu sonho do terceiro mandato. O MP quer provar que Lula beneficiou a Odebrecht quando virou seu lobista de luxo ao deixar o governo. Viajou em jatos particular da empresa para países que depois receberam financiamentos do BNDES para obras públicas. O MP cita como exemplos Cuba, Venezuela, Gama, Angola e República Dominicana como beneficiados. Os governos desses países, dominados por déspotas sanguinários, de regime fechado, receberam US$ 4,1 bilhões do banco enquanto a Odebrecht manteve Lula como seu principal intermediário nos negócios. O BNDES escancarou as portas para esses países. Luciano Coutinho, presidente do banco, tinha receio de perder o cargo. Além disso, sabia que no governo da Dilma quem manda é Lula & Companhia. As viagens do ex-presidente para os países beneficiados eram disfarçadas por convites para palestras, artifício usado na lavagem de dinheiro. Em alguns deles – imagine! – Lula chegou a receber títulos de Doutor Honoris Causa só oferecido a personagens que se destacaram no mundo da ciência e da educação. As empreiteiras viram no ex-presidente a chance de encher os cofres de dinheiro sem que para isso precisassem prestar contas do serviço, já que o BNDES decidiu que esses empréstimos estariam protegidos por sigilo bancário. Enquanto Lula abria as comportas do dinheiro público para obras no exterior, no Brasil fazia discurso demagogo em defesa do povão, dos desprotegidos, levando-os a adorá-lo como protetor dos mais pobres e desvalidos. Para encobrir esse lado obscuro da sua conduta de ajudante de capitalista, Lula sempre se serviu dos seus áulicos na imprensa pusilânime, bajulatória e submissa.

Cooptação No governo, cooptou alguns dos principais cronistas políticos dos jornais e da televisão. Os que ensaiavam críticas curvavam-se depois aos empregos milionários. Criou e ainda financia blogs com dinheiro de estatais para ocultar suas trapaças e enaltecer sua personalidade. Controla com mão de ferro toda verba publicitária do governo e, em alguns momentos, chegou ameaçar a mídia com a instalação de um conselho que iria castrar a liberdade de imprensa, a exemplo do que fez seu amigo Hugo Chávez na Venezuela, numa afronta as leis vigentes do país. Foi assim, com uma parte da imprensa paga ao seu lado, que Lula vendeu a imagem de salvador da pátria. Personalista, egocêntrico, enquanto deixava seus parceiros apodrecerem na cadeia, dava entrevista tentando convencer à população a acreditar que roubar nada mais era do que um ato de rotina dos políticos brasileiros, jogando no lixo a defesa da ética que tanto propagou antes de chegar ao governo.

Não se bicam Por mais que se esforcem para mostrar um relacionamento harmonioso, Lula e Dilma não se bicam. As investigações em torno do ex-presidente lava a alma da presidente que enxerga nisso um desprestígio do seu chefe, o que lhe permite sair da letargia no papel de marionete. Mesmo assim, não conseguirá controlar a bagunça do seu governo. Refém dos líderes no parlamento, Dilma não consegue se articular para sair da crise, mas por obra e graça ainda do seu chefe Lula deu, por incrível que pareça, um nó no PMDB ao transformar Michel Temer, o vice, em chefe de departamento pessoal. Temer, agora, deixa de pensar politicamente o país para tentar salvar a massa falida oferecendo cargos a militantes de partidos.

Incompetência Dilma ri à-toa ao ver Temer agarrado à folha de pagamento em vez de pensar o país como um estadista. O PT mais cedo ou mais tarde vai espalhar que o impeachment de Dilma é uma solução perigosa porque o vice não tem competência nem para chefe de DP. Diante desse imbróglio só existe uma certeza: o Brasil, como já acusaram os ministros do STF, está sendo chefiado por uma quadrilha que se alimenta do dinheiro público como urubus na carniça. Resta, portanto, aos brasileiros ir às ruas e pedir o impeachment da presidente antes que o Brasil descambe para uma convulsão social de consequências imprevisíveis. Em tempo: em Portugal, o ex- Primeiro- Ministro José Sócrates, amigo do peito de Lula e Zé Dirceu, está na cadeia. O país agora está menos corrupto.

Lupi, o falastrão A declaração de Carlos Lupi, presidente do PDT, de que o “PT rouba muito” é, no mínimo, ousada para quem foi banido do Ministério do Trabalho com pesadas acusações de corrupção. A demissão ocorreu pouco depois da patética cena em que Lupi aparecia curvando-se para beijar a mão da Dilma numa solenidade no Palácio do Planalto, uma demonstração de subserviência, submissão e versão moderna da vassalagem do “Socialismo Moreno” do Brizola. Agora, o chefe do PDT, que entregou o tempo do partido para ajudar a Dilma a se reeleger em troca de favores e da manutenção de Manoel Dias no Ministério do Trabalho, ataca a jugular do PT, acusando a cúpula de roubar o país.

Rapinagem Não resta dúvida que nesse assunto de rapinagem Lupi é uma testemunha qualificada. E quando diz que o PT é um partido de larápios, ele fala de cadeira. Afinal de contas, o PDT convive muito intimamente com a cúpula do partido do Lula e conhece bem como são feitas as trapaças e as negociatas nos ministérios e nas empresas estatais. Não faz muito tempo, a Polícia Federal invadiu o Ministério do Trabalho e arrancou de lá vários funcionários graduados envolvidos em corrupção. Até a mulher do ministro Manoel Dias foi envolvida em atos de gatunagem. Mas como a Dilma precisava reforçar com mais alguns minutinhos o seu programa eleitoral e queria desidratar o tempo de TV dos outros candidatos, não deu muita bola para o desvio das verbas públicas e manteve o PDT na maracutaia dentro do ministério.

Político menor O Lupi nunca foi digerido por alguns parlamentares do partido. Os senadores Reguffe e Cristovam Buarque não engolem o líder. Já tentaram mudar a regra do jogo, mas Lupi mantém a hegemonia lá dentro. Para isso, ele garante Manoel Dias no ministério, de onde saem os favores para seus apaniguados do PDT. O senador Buarque reage às práticas fisiológicas do Lupi, mas continua ciscando pra dentro. É incapaz, por exemplo, de tomar uma decisão cívica como a do deputado Miro Teixeira que deixou o PDT de Lupi para não manchar sua biografia de político sério e honrado dentro do Congresso Nacional.

Beijoqueiro O Lupi, como todos sabem, é uma figura politicamente menor dentro do PDT. No governo do PT, de quem é aliado, foi humilhado pela Dilma que, ao assumir o primeiro mandato, tentou limpar os ministros envolvidos em corrupção durante o governo do Lula. Lupi foi um dos primeiros e a ser expurgado do Ministério do Trabalho. A limpeza ética não demorou muito tempo. Menos de três meses depois, os mesmos partidos banidos do governo, voltaram a ocupar os ministérios com outros personagens por determinação de Lula que não gostou nem um pouco da atitude da Dilma e trouxe os amigos de volta ao poder.

Degola Os petistas já estão acostumados com os rompantes de Lupi. Mas dessa vez, ele foi longe demais, quando acusou o partido de “roubar muito” e defendeu a sua extinção. Na verdade, o presidente do PDT não está gostando nem um pouco do privilégio do PMDB no governo e quer dar um chega pra lá na Dilma. Mas, na verdade, ao fazer essas acusações aos aliados, Lupi pretende também acalmar os dissidentes pedetistas que querem se afastar da base do governo no parlamento, aliando-se ao grupo oposicionista . Ele teme ser degolado e perder a liderança dentro do seu próprio partido que ainda lhe dá sustentação financeira e o mantém vivo na política porque transformou o PDT em uma legenda de aluguel. Se levar uma rasteira e perder a boquinha, Lupi, que não tem voto, está predestinado a voltar ao mercado editorial. Ou seja: retomar a banca de revista em Copacabana onde foi descoberto por Leonel Brizola, o político que gostava de personagens folclóricos no seu “Socialismo Moreno”.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 Meia volta

GABRIELMOUSINHO

O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, disse uma coisa no Senado e horas depois voltou a trás. Inicialmente alegrou falta de recursos e previu que muitas obras podem ser paralisadas por falta de grana. Mas depois, ninguém sabe por que, afirma que a galera tinha entendido completamente diferente. Ah, bom.

gabrielmousinho@bol.com.br

Queda de braço no PMDB

E

mbora publicamente o senador Renan Calheiros e o deputado federal Eduardo Cunha mantenham uma relação amistosa, nos bastidores a coisa não é bem assim. Para tocar fogo no relacionamento bastou que a Câmara aprovasse a terceirização e o projeto fosse enviado para o Senado. Ironicamente os dois trocam farpas politicamente e Renan já admitiu que o projeto possa dormir em berço esplêndido nas gavetas da presidência. Aí é aonde a disputa vai tomar gosto de um campeonato repleto de jogo baixo. O presidente da Câmara já disse alto e bom som, que se o projeto de terceirização não for levado a plenário, naturalmente que qualquer iniciativa do Senado que obrigatoriamente passará pela Câmara, terá o mesmo destino, ou seja, não terá andamento. O mais curioso é que todos os dois presidentes são do PMDB. Um, Eduardo Cunha, já demonstrou ao Planalto que a Câmara não irá se submeter aos caprichos do Poder Executivo. O outro, Renan Calheiros, já mostrou que a relação não é nada boa com a presidente Dilma Rousseff. Na política brasileira, notadamente nas duas mais importantes casas legislativas, novos lances estão por vir e a disputa entre Calheiros e Cunha ainda vai durar por muito tempo, pelo menos nos próximos dois anos.

A vez de Paulão O PT, pela avaliação que fez em encontro na semana passada, chegou à conclusão que o deputado Paulão é o melhor nome para disputar a prefeitura de Maceió, ou seja, o partido não vai abrir mão de apresentar um candidato para disputar com Rui Palmeira. Mesmo desgastado pelo volume de denúncias que tem recebido atualmente, o PT vai ter que trabalhar muito para dar a volta por cima. E começaria, em Alagoas, por Paulão na prefeitura de Maceió.

Alto lá O problema, entretanto, é o Palácio do Planalto aprovar tal ideia, já que compromissos em eleições anteriores foram preteridos por Brasília. Se o PT de Alagoas tem a vontade de apresentar candidato próprio à prefeitura de Maceió, vai ter que compor com o PMDB, enquanto for aliado da presidente Dilma Rousseff. Entre querer e poder, a distância é muito grande.

Muito difícil Assessores ligados ao senador Fernando Collor acham muito difícil uma fusão entre o DEM e o PTB. A reação é grande entre alguns senadores que não admitem que o partido se entregue de corpo e alma à oposição. Em Alagoas, por exemplo, o DEM não vê com simpatia esta possível aliança, principalmente porque o seu presidente regional, José Thomaz Nonô, não reza na mesma cartilha de Collor.

A intocável Mais uma vez Rosiana Beltrão passou a perna em deputados federais e senadores e assumiu novamente a Administração do Porto de Maceió. Caladinha, Rosiana movimentou os pauzinhos em Brasília e reassumiu o cargo que estava nas mãos no seu filho Djalma Beltrão. Tudo em casa e nas caladas da noite. Deputados e senadores ficaram chupando dedo.

Herança de Téo 1 Muito se tem falado do funcionamento da primeira escola de tempo integral no Estado. Mas é bom lembrar que o governo passado deixou tudo quase pronto para que isso acontecesse exatamente agora, já que algumas providências não haviam sido executadas. Então, chegou a hora.

Herança de Téo 2 O mesmo acontece com as UPA´S que estão sendo anunciadas pelo atual governo como se fosse de sua administração. Elas estavam também quase prontas e não deu tempo de Téo inaugurá-las.

Consenso Praticamente nada muda nos cargos federais em Alagoas. Deputados e senadores se reuniram e prevaleceu o consenso entre as partes. Entre os cargos federais, o coordenador da bancada, Ronaldo Lessa continua com a Delegacia do Ministério do Trabalho, Maurício Quintela com o Dnit, Arthur e Benedito de Lira com a CBTU, onde implantaram o VLT, Carimbão deve continuar com a Codevasf, Collor com o Ibama e os outros ainda não definiram participação.

Destaque da segurança A Secretaria de Defesa Social, comandada pelo promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, é, sem sombras de dúvidas, o destaque da administração do governador Renan Filho. Tem diminuído o índice de criminalidade e dado esperança positiva aos alagoanos. Além do mais, tem jogado duro contra os criminosos. A política de segurança adotada foi uma das poucas coisas positivas nestes quatro meses de governo. Que assim continue.

Mais além 1 O Ministério Público não deve ficar apenas nas investigações sobre nomeações de Procuradores na Câmara Municipal de Maceió. Deve estender também a servidores contratados a peso de ouro de longos carnavais, que conhecem a Câmara apenas por ouvir dizer. Pode aproveitar para fazer uma investigação sobre funcionários que galgaram postos altos com diplomas de curso superior duvidosos.

Mais além 2 Dando sequência a essas investigações, o Ministério Pública deveria proceder o cruzamento da folha de pagamento com outras instituições, para saber se alguém está acumulando cargos ilegalmente.

Assembleia na mira A Assembleia Legislativa também tem muito que explicar ao Ministério Público. Desde a folha de pagamento, servidores fantasmas denunciados pelo deputado Antônio Albuquerque quando assumir a presidência da Casa, como da situação de débitos junto a organismos federais.

Ainda é cedo Enquanto acelera o trabalho na periferia de Maceió, o prefeito Rui Palmeira vai empurrando com a barriga quando o assunto é eleição municipal. Ele acha cedo para tocar no assunto, alegando provável reforma política e conversa com outros partidos.

Bom momento É inegável a posição firme que o senador Renan Calheiros tem tomado nos últimos meses sobre o Ajuste Fiscal, que tanto transtornos têm trazido à presidente Dilma Rousseff. Renan tem marcado posição, defendendo uma postura de independência no Senado Federal.

Não quer mais Pelas críticas que fez ao vice-presidente Michel Temer, de que a coordenação política era mais um Recursos Humanos para distribuir boquinhas, o senador Renan Calheiros deve abdicar de indicar amigos para cargos federais em Alagoas. Pelo menos é esta a leitura que se faz no momento.

Dever de casa 1 O vice-prefeito Marcelo Palmeira demonstrou muita visão política e trabalho nesses dez dias que substituiu Rui Palmeira em viagem à Itália. Ele visitou obras na periferia da cidade, conversou com secretários sobre novos projetos a serem realizados ainda este ano e deu uma injeção de ânimo a todos os colaboradores da prefeitura de Maceió que enfrentarão a partir de agora novos desafios.

Só os vereadores?

Dever de casa 2

Muitos vereadores de Maceió irão devolver quase 300 mil reais em faltas das reuniões ordinárias da Câmara. E dezenas de servidores que nunca deram um dia de serviço na Câmara?

A exemplo de Rui Palmeira, o vice não quer falar de eleições, mas admite uma dobradinha firme e permanente com o prefeito para o próximo. Projeto que está dando certo não é para ser interrompido, diz Marcelo Palmeira.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

5

RENÚNCIA FISCAL

TCE convoca Téo Vilela para explicar benefícios a usineiros Decretos denunciados por entidades do Fisco levaram Estado a perder mais de R$ 52 milhões na receita de ICMS VERA ALVES veralvess@gmail.com

D

emorou, mas chegou a hora de o ex-governador Teotonio Vilela Filho explicar os inúmeros benefícios concedidos por suas gestões aos usineiros, categoria da qual ele mesmo faz parte. No último dia 28, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado acatou parecer do Ministério Público de Contas e decidiu convocar o tucano para explicar três decretos que ele editou em 2012 impondo uma renúncia fiscal ao Estado cujo prejuízo até o ano passado foi de R$ 52.085.089,81. O levantamento foi feito pelo Sindicato do Fisco de Alagoas (Sindifisco) que, junto com Associação do Fisco de Alagoas (Asfal) e Sindicato dos Servidores de Arrecadação e Finanças da Secretaria da Fazenda de Alagoas (Sindaf) denunciou, ainda em 2012, a ilegalidade e prejuízos dos decretos estaduais nº. 23.115/2012, nº. 23.116/2012 e nº. 23.117/2012. Todos versando sobre matéria tributária – o que só poderia se dar mediante leis aprovadas pelo Legislativo – e modificando as regras de forma a beneficiar o setor sucroalcooleiro. Além de Téo Vilela, o exsecretário da Fazenda Maurício Toledo também está sendo convocado pelo TC a dar explicações. E com eles, os titulares, em 2012, das diretorias de Ar-

recadação e Crédito Tributário da Superintendência da Receita Estadual da Sefaz, e de Tributação da Superintendência da Receita Estadual, da Coordenadoria da Procuradoria da Fazenda Estadual da Procuradoria Geral do Estado e o então superintendente da Receita Estadual da Sefaz. De acordo com a denúncia levada pelas entidades e que agora é alvo de investigação da Corte de Contas, os decretos instituíram “(1) a possibilidade doICMS a ser antecipado ao Estado de Alagoas ser liquidado com créditos acumulados pelo estabelecimento industrial (compensação), em contrariedade com o diferimento estabelecido pela Lei Estadual. nº. 6.167/2000, que transfere a responsabilidade do pagamento do tributo à empresa destinatária, independentemente do estabelecimentoindustrial remetente possuir créditos acumulados; (2) a ampliação dos prazos doparcelamento de débitos fiscais do ICMS, bem como suspensão nos períodos de entre safra, em desconformidade com o Convênio ICMS nº. 103/03 e o previsto na Lei Estadual nº. 6.444/2003, que determina o referido adimplemento em parcelas mensais, iguais, sucessivas e em um período máximo de 180 (cento e oitenta) meses e; (3) o diferimento no recolhimento prévio do ICMS na importação do Álcool Etílico Anidro Carburan-

5.972.957,45. O Tribunal de Contas também quer ouvir o governador Renan Filho (PMDB) sobre as denúncias de irregularidades quanto os decretos e saber se continuam em vigência. Da mesma forma, quer do secretário da Fazenda, George Santoro, que discrimine cada um dos beneficiários dos decretos e os respectivos valores, a evolução histórica dos valores arrecadados pelo setor sucroalcooleiro e sua participação na receita tributária do Estado e o impacto econômico nas contas do Estado durante o período de vigência dos decretos. Sob o número TC-19020/2012, o processo tem como relator o conselheiro Anselmo Brito. MAIS BENESSES

Téo Vilela terá que explicar sua política em favor dos usineiros

te (AEAC) para o momento em que ocorrer a saída do produto resultante da mistura com o AEAC importado, dessa forma, dificultando a realização do controle na arrecadação do ICMS que já era devido no momento do desembaraço aduaneiro”. Em levantamento divulgado pelo EXTRA em novembro do ano passado, quando denunciou

novas benesses aos usineiros, o Sindifisco revelou que por conta dos decretos de 2012, a arrecadação de ICMS referente ao álcool hidratado caiu de R$ 38.530.176,35 naquele ano para R$ 9.629.316,91 após a vigência dos mesmos. Já a alteração dos prazos de parcelamento levou a receita a cair de R$ 29.157.187,82 para R$

Os decretos de 2012 não são, contudo, os únicos a tratarem de benefícios fiscais e tratamento privilegiado concedidos na gestão Téo Vilela a usineiros do estado. No ano passado, as mesmas entidades de servidores do Fisco denunciaram um acordo lesivo firmado pelo Estado com o usineiro Nivaldo Jatobá e que ensejou um prejuízo de R$ 55 milhões. Não bastasse a renúncia fiscal, o governo também ignorou demandas judiciais ainda pendentes e homologou um acordo com base em números calculados por peritos contratados pelo próprio empresário. E, dois meses antes de deixar o governo, Téo Vilela editou novo decreto, de número 36.375, adiando para o dia 30 de novembro deste ano o pagamento da primeira parcela do reparcelamento das dívidas de ICMS das usinas, que deveria ter começado em novembro do ano passado.


6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 IMORALIDADE

TJ determina reintegração de aprovados em concurso sub judice Prefeito de Paripueira vai recorrer de decisão que impõe também indenização de R$ 9,5 milhões a 120 pessoas VERA ALVES veralvess@gmail.com

A

despeito da existência de ações em grau de recurso junto às instâncias superiores, o Tribunal de Justiça de Alagoas determinou no final de abril último que a Prefeitura de Paripueira reintegre aos quadros da municipalidade 120 pessoas nomeadas no apagar das luzes da gestão do prefeito Carlos Henrique Fontan Cavalcanti Manso, em 2007. E o que é mais grave: a decisão do TJ ignora por completo a Ação Civil Pública proposta naquele mesmo ano pelo Ministério Público Estadual - ainda sem julgamento - que investiga irregularidades no certame e que o tornam passível de nulidade. Na semana passada, o presidente do TJ, Washington Luiz, indeferiu o pedido de liminar feito pelo Município para sustar os efeitos da decisão que determina a imediata reintegração dos 120 nomeados, além do pagamento, aos mesmos, de R$ 9,5 milhões a título de indenização pelos salários que deixaram de receber entre janeiro de 2008 – quando foram exonerados pelo prefeito Abrahão Moura ao tomar posse em seu primeiro mandato – e até hoje. Nela, o desembargador rebate os argumentos da prefeitura de que a reintegração imporia ao município o desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, já que os gastos com a folha de pessoal subiriam para 65,83% da receita municipal, contra o limite de 54% determinado pela LRF. Na mesma decisão, Washington Luiz também assevera não haver fundamento na alegação de que a indenização de R$ 9,5 milhões imporia graves

danos ao erário, além de destoar da realidade financeira do município já que tal valor deverá serpago sob a forma de precatório ou RPV (Requisições de Pequeno Valor). Mas não entra no mérito da legalidade do concurso, que continua sub judice, nem das nomeações, feitas após o período de vigência do mesmo, que era de seis meses. Enquanto aguarda o julgamento das ações que visam a suspensão da reintegração em trâmite no Superior Tribunal de Justiça (Recurso Especial) e Supremo Tribunal Federal (Recurso Extraordinário), o prefeito Abrahão Moura, hoje em seu segundo mandato, afirma que vai recorrer da decisão monocrática do desembargador. O COMEÇO DE TUDO Com provas realizadas nos dias 17 e 18 de março de 2007, o concurso público de Paripueira está sendo investigado no bojo da Ação Civil Pública de improbidade proposta pelo Ministério Público Estadual contra o ex-prefeito Carlos Henrique Manso, a N.M. Vilela de Carvalho, Dinâmica - Consultoria, Assessoria e Eventos, responsável pelo certame, e a dona da empresa, Neuza Maria Vilela de Carvalho. O MPE decidiu investigar o mesmo depois que a Prefeitura, na época, divulgou duas listas de aprovados, uma no dia 2 de abril e outra a 11 daquele mês contendo novos nomes, entre os quais secretários municipais e parentes do então prefeito, que é filho do desembargador aposentado do TJ Orlando Manso. Os novos aprovados só viriam a ser nomeados por Carlos Henrique Manso faltando 13 dias para o final do seu mandato, em dezembro de 2007, menos

Abrahão Moura contesta nomeações feitas no final da gestão de Manso

de um mês após o MPE haver instaurado a Ação Civil Pública e quase três meses após o término da vigência do concurso. Ao assumir, em janeiro de 2008, sabedor das dúvidas que pairavam sobre o certame diante dos indícios de fraude, inclusive a ausência de documentos sobre o mesmo na prefeitura, Abrahão Moura optou por exonerar todos os recém-nomeados por meio de decretos. Mais de um ano depois das exonerações, a 29 de janeiro de 2009, o grupo ingressou com ação de reintegração junto à Comarca de Paripueira, num embate judicial em que até a Corregedoria Geral do TJ teve de intervir: é que os “aprovados” colocaram sob suspeita a atuação do então juiz da comar-

ca, Josemir Pereira de Souza. A acusação: o magistrado estaria demorando a decidir sobre o processo. O juiz se afastou do caso em setembro de 2012, mas o resultado da investigação da Corregedoria do TJ, publicado no Diário da Justiça em 24 de junho de 2013, trouxe a verdade: no dia 10 de maio de 2012, Josemir Pereira de Souza decidiu suspender o processo de reintegração até o julgamento da Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público. Nada mais sensato. A sensatez, contudo, não prevaleceu na análise do juiz substituto, Willamo de Omena Lopes, que a 2 de janeiro de 2013 proferiu a sentença determinando a reintegração imediata dos 120 nomeados por Carlos

Henrique Manso “nos quadros de servidores do município requerido, auferindo desde logo todas as vantagens dos respectivos cargos, antecipando, desta forma, a eficácia da tutela requerida pelos autores, bem como a condenação, também, do pagamento dos vencimentos da data do afastamento até a efetiva reintegração, com juros e correção monetária, a ser calculado em sede de liquidação, estabelecendo-se multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), por requerente, a ser suportada, pessoalmente, pelo responsável por eventual embaraço criado no cumprimento desta sentença”. O município requereu e obteve, a 4 de fevereiro do mesmo ano, decisão liminar favorável do então presidente do TJ, o desembargador José Carlos Malta Marques, suspendendo os efeitos da sentença, ao destacar que “ainda está sendo questionada a validade da nomeação de seus candidatos, fato que, conforme exaustivamente analisado acima, tem a capacidade de causar séria lesão à ordem e à economia pública, comprometendo a fiel execução do orçamento público”. Outra decisão sensata, mas que não obteve guarida no julgamento do mérito pela 2ª Câmara Cível do TJ, que a 18 de dezembro do ano passado, em sessão presidida pela desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento e composta ainda pelos desembargadores Pedro Augusto Mendonça de Araújo e Paulo Barros da Silva Lima, decidiu manter a sentença de primeira instância. O município ingressou então com medida cautelar, negada no dia 28 de abril último pelo desembargador Washington Luiz.


extra

-

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 - 7

IMORALIDADE

Veja lista contendo apadrinhados da Justiça

E

ntre recursos, agravos, embargos e outros instrumentos jurídicos, a batalha judicial que envolve o concurso de Paripueira ainda não está encerrada, garante o prefeito Abrahão Moura, que conta com o desfecho da Ação Civil Pública de improbidade proposta pelo MPE contra Carlos Henrique Fontan Cavalcanti Manso que pode redundar na anulação do mesmo. Embora

Adelson dos Santos Almeida Ailton Cavalcante dos Santos Amaro Vicente da Silva Ana Carla Lins de Albuquerque Ana Carolina Cristina Barbosa Manso Ana Rute de Oliveira Machado André Luiz Alves da Silva Miranda Andreia Lima dos Santos Andreia Pinto de Cerqueira Andreia Rosa dos Santos Lima Antônio Francisco da Silva Antônio Luiz Soares Moura Rezende Filho Assentino Aureliano da Silva Avanilza da Silva Santos Carla Lins Calheiros Christiana Flavia Acioli do Carmo Fontan Contin Cicera Jaqueline da Silva Cicero dos Santos Claudecir Santos Silva Claudenice Silva dos Santos Claudia Rosendo de Melo Leocádio Claudson Igor Corado de Lima Clebson Luiz Alves da Silva Clodoaldo Martins Cristiane Angélica Izidro Gama Calheiros Cristina Ferreira Saturnino Mata Machado (ligada ao chefe de Gabinete do então prefeito)

sob segredo de Justiça, a tramitação da ACP, que tem o número 0000129-46.2007.8.02.0028 pode ser acompanhada pelo site do Tribunal de Justiça(www.tjal.jus.br). Da mesma forma, qualquer pessoa pode ter acesso aos novos capítulos da ação de reintegração, que tramita no TJ sob o número 000003615.2009.8.02.0028 e na qual figuram como autoras

Daniel Oliveira dos Santos Danielle Cristiano e Silva Moura Deivson Cavalcante Gomes de Oliveira Eduardo Zenisson de Oliveira Rossiter Correa (assessor do então prefeito) Edvan Jacinto da Silva Elen Ribeiro Silva Eliane Conceição de Freitas Elisângela de Souza Carvalho Elizabete Batista dos Santos Fátima Maria Fontan Silva Esperidião Duarte dos Santos Fernanda Soraya de Barros Farias Ferreira Flaubert Wanderson de Lima Flavio Anjo de Souza Flávio Pinto dos Santos Flavio Silva Gomes Francisco Henrique de Barros Mata Machado (chefe de Gabinete do prefeito na

época do concurso, “aprovado” para o cargo de tesoureiro, depois nomeado chefe de Gabinete do desembargador do Tribunal de Justiça Orlando Manso, pai do então prefeito)

Gedilza de Castro Gonçalves Ferreira Gerlaine dos Santos Firmino Gerson Domingos dos Santos Gildenia Acioly da Silva Gustavo Pontes de Miranda Jairan Simões Torres de Lima Jean Araujo da Silva Joelma Maria de Oliveira

vários nomes ligados ao ex-prefeito, inclusive parentes. O EXTRA conseguiu identificar também vários secretários da gestão de Henrique Manso. Todos integram a segunda listagem de “aprovados” e considerada suspeita pelo MPE, embora a maioria seja de pessoas que realmente passaram no concurso e que hoje sofrem o prejuízo do apadrinhamento de terceiros.

John Herbert Nascimento Santos José Alberto Batista Costa (secretário municipal na época do concurso)

José Almeida Melo Filho José dos Santos Braga José Fernandes da Silva José Maria dos Santos Costa Josete Vieira da Silva (secretária municipal na época do concurso)

Josiane de Sousa Barbosa Júlio Alberto Patriota Casado Jurandir Ferreira Santos Kelly Valkiria de Nazaré da Silva Santos Luciano Pinto Maia Leandro Alves de Medeiros (filho do desembargador James Magalhães de Medeiros)

Maisa Santos de Almeida Alves Marcia Cybelle Presado Lins Marcia Farias Gomes da Silva Marcia Silva dos Santos Maria das Graças Tenório Maria Denise Alves de Lima (secretária de Finanças na época do concurso)

Maria José de Melo Marinho Maria José Santos de Carvalho Marilene dos Santos Marli da Conceição Silva Micheline Santos de Oliveira Ferro Neilton de Campos Dória Neyla Rogéria Farias Noel Marcelo do Nascimento Filho

Patrícia Carneiro da Nóbrega Petrúcia Chagas da Silva Rita de Cássia Quirino de Mendonça Rita Cássia Trevas Melo Rosa Maria da Silva Rosineide Jacinto da Silva Sheila Tatiana Macena Sebastiana Ferreira do Amaral Júnior Selma Maria Lima da Silva Sergio Raymundo Lopes de Moura Silvana Oliveira de Moura Silvia da Silva Santos Simone Cerqueira Rocha Costa Udenis Paulino do Nascimento Valdemerson Victor Silva Santos Valtânia Costa de Oliveira Vânia Lúcia de Lima Vasty Braga Soares Farias (secretária de Saúde na época do concurso)

Verônica Laurentino Costa Walter Alves Brabo Júnior Wanessa Alzyra Barbosa Gomes de Barros (esposa do ex-deputado Nelito Gomes de Barros)

Zelma Pedrosa de Oliveira Rossiter Correa (mãe do então assessor do prefeito, Eduardo Rossiter Correa, também “aprovado”)

Zenaide de Oliveira Praxedes Sales Campelo


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 JUSTIÇA

Laboratório Marcos Peixoto entra com ação de danos morais contra Unimed Empresa também pede na Justiça a anulação de cláusula que busca descredenciá-la junto à operadora MARIA SALÉSIA SALLESIA@HOTMAIL.COM

M

ais um capítulo da novela envolvendo a Unimed de Maceió vem à tona. Dessa vez, o embate é com o Laboratório de Análises Clínicas- Sociedade Simples LTDA- EPP (Laboratório Marcos Peixoto), que entrou na Justiça com ação de danos morais contra a cooperativa de médicos, além de pedir que a cláusula que tenta descredenciar o laboratório seja anulada. A empresa alega prejuízo e que caso o contrato entre as partes fosse quebrado, aconteceria demissão em massa. Segundo o diretor Marcos Peixoto, o convênio entre as partes corresponde a cerca de 60% do faturamento do laboratório, o que inviabilizaria a continuidade dos serviços, levando ao encerramento de suas atividades. Vale ressaltar que esta parceria de exames e diagnósticos laboratoriais existe há mais de 30 anos “sempre pautando seu trabalho dentro de padrões de alta qualidade, sem nunca ter sido repreendida por eventual irregularidade na prestação de seus serviços”, afirma. Ele revela ainda que, como prova da qualidade de seus serviços, o laboratório recebeu por dois anos consecutivos, 2012 e 2013, o Certificado do Programa Nacional de Controle de Qualidade Ltda (PNCQ),

patrocinado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas – SBAC, empresa esta certificada pela ABNT em conformidade com NBR ISO 900/2008, por ter obtido um desempenho excelente nas determinações das amostras-controle. Mas tal credibilidade não foi suficiente para manter o convênio. É o que mostra o processo de número 0700183-07.2014.8.02.0066, que se encontra na 12ª Vara Cível da Capital. De acordo com o documento, apesar de mais de três décadas de parceria com a Unimed, a empresa foi pega de surpresa dia 21 de novembro de 2014 com Notificação Extrajudicial que comunicava rescisão do contrato, alegando “... que não mais possui interesse em manter o Convênio de Atendimento Médico Auxiliar na área de exames complementares de diagnóstico firmado com esta empresa. Portanto, dar-se-á por rescindido de pleno direito a presente relação contratual no prazo de 60 dias a contar o recebimento da presente notificação”. Na tentativa de reverter a situação de maneira amigável, a empresa enviou correspondência à Unimed, solicitando a reconsideração da pré-falada rescisão, mas, não obteve resposta. Sem alternativa, para impedir a rescisão do convênio entre as partes, não restou alternativa senão ingressar com Ação

no dia 23 de dezembro de 2014, para manter o contrato firmado entre as partes, a fim de assegurar todos os seus direitos, ao continuar as atividades. Na ocasião, a juíza plantonista Olívia Medeiros, concedeu tutela antecipada (liminar), determinando que a Unimed se abstivesse de proceder com o descredenciamento. Após o plantão, a Ação foi distribuída para a 12ª Vara Cível da Capital, cujo juiz titular é Gustavo Souza Lima. Na Ação, a empresa (Laboratório Marcos Peixoto) defende a tese de que a

cláusula sexta que fala do descredenciamento foi mal redigida e é ilegal. Pois, não estabelece condição para que o descredenciamento seja levado a efeito e, em vista disso, “incorre numa ilegalidade, tratando-se de uma cláusula potestativa, ou seja, é a cláusula em que uma parte se sujeitava ao arbítrio da outra sem qualquer motivo, sendo, portanto, nula de pleno direito”. Além do mais, diz o documento, a Unimed não cumpriu o que determina o §1º do art. 17, da Lei nº 9.656/1998, que regula os

planos e seguros privados de assistência à saúde, quando afirma que, para descredenciar hospital, profissional, clínica ou laboratório, como é o caso, a operadora de Plano de Assistência à Saúde, deveria previamente notificar tanto a ANS quanto aos consumidores conveniados ao plano com antecedência de 30 dias, mas não cumpriu aos ditames legais. Assim, “configura prática abusiva e atenta contra o Princípio da Boa-Fé Objetiva que deve nortear a formação e o cumprimento das várias espécies de contratos”.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

9

JUSTIÇA

Cooperativa diz ter direito de rescindir contrato unilateralmente Vale ressaltar que a Unimed contestou a decisão ao alegar o direito de unilateralmente rescindir o convênio a qualquer tempo. No entanto, a empresa alega que, a cooperativa interpôs um recurso, denominado Agravo de Instrumento, para o Tribunal de Justiça de Alagoas, que teve como relator o desembargador Tutmés Airan, que concedeu efeito suspensivo ao referido Agravo, o que resultou na cassação da tutela antecipada. Mas o recurso foi impugnado por ser “fruto de induzimento a erro promovido pela Unimed. Então, o desembargador reviu sua decisão e a suspendeu, designando audiência para o último dia 29 de abril, numa tentativa de conciliação. Porém, a Unimed, mais uma vez, esteve irredutível e não quis acordo.“É importante ressaltar o modo rasteiro como a demandada vem agindo, não só com relação à tentativa de descredenciamento do demandante, mas, sobretudo, na condução do presente processo judicial”, criticou João Uchôa, advo-

gado do laboratório Marcos Peixoto. Outro fato que chama a atenção é que na decisão de concessão da tutela não há qualquer menção ao repasse dos pagamentos pelos serviços prestados pelo laboratório à Unimed, até porque a discussão se refere à validade ou não da cláusula sexta que fala do descredenciamento e não de pagamento. “Entretanto, a Demandada, burlando a referida decisão judicial e tentando dificultar a situação financeira do Demandante, procedeu ao depósito da referida verba em Juízo, o que motivou uma decisão do Dr. Gustavo Souza que diz que ‘determino que a parte ré cumpra integralmente a decisão antecipada... inclusive, no que diz respeito aos repasses dos valores devidos por força dos serviços previstos no contrato ainda em vigor entre as partes’, o que implica em pagamento das importâncias referidas diretamente à autora, na conta que se encontra vinculada ao pacto...”. A Unimed se contradiz

Advogado João Uchôa diz que argumento da Unimed não convence

em suas decisões e se antes alegava que o descredenciamento é legal, agora, fez novo requerimento mudando completamente a tese, alegando que, em virtude de crise financeira, está promovendo o descredenciamento de alguns conveniados para com isso, reduzir custos. “Porém, tal argumentação além de não possuir amparo jurídico, não dispõe de amparo fático. Pois, se a Demanda-

da conseguir descredenciar o Demandante, os usuários que utilizavam os serviços do Demandante, irão migrar para outros laboratórios conveniados à Demandada, caindo por terra a tese de contenção de despesas”, contesta o advogado. Apesar da Justiça determinar que o Laboratório Marcos Peixoto continue prestando os serviços, a Unimed publicou um comu-

nicado no jornal Gazeta de Alagoas informando que o laboratório estava descredenciado. “Diante da má intencionada publicação que atingiu um universo incomensurável de possíveis clientes, foi colocado em situação constrangedora perante todos que, a partir deste momento, divagam sobre as possíveis razões do descredenciamento, pairando sérias dúvidas sobre a sua qualidade e confiança, já que o malsinado comunicado não esclarece qual ou quais motivos levaram a Unimed a rescindir o mencionado convênio”, criticou Uchôa ao acrescentar que trata-se de uma perseguição injustificada e antijurídica da Demandada contra o Demandante e outros ex-parceiros. Segundo o advogado, todo esse impasse causa prejuízo, além de gerar constrangimento em relação a credibilidade de seus serviços. Por isso, entrou com ação de danos morais e busca discutir dentro do processo que se encontra na 12ª Vara a nulidade da cláusula.


10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO

DE 2015


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

11


12 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

FAZENDA FRIOS

Especulação imobiliária e desmatamento devastam terras do Estado em União Área da Mata Atlântica deveria abrigar produção de hortigranjeiros e acabar com a importação de alimentos VERA ALVES veralvess@gmail.com

E

m tempos de aquecimento global, a devastação que avança sobre a Fazenda Frios, localizada em União dos Palmares, a 73km de Maceió, segue na contramão dos debates internacionais que priorizam a preservação da fauna, da flora e dos recursos hídricos em todo o mundo. Na área de propriedade do Estado e que abriga a Serra dos Frios, integrante da APA (Área de Proteção Ambiental) de Murici, focos de incêndio denunciam o desmatamento crescente e a vegetação nativa da Mata Atlântica cede lugar a pequenas roças e plantações de canade-açúcar. Mas não é só o desmatamento que avança sobre a Frios. Nos últimos dois anos, a especulação imobiliária fez com que terrenos vendidos de forma ilegal façam do metro quadrado da área um dos mais caros do município. São lotes invadidos de forma aleatória por quem “primeiro chega” e ao contrário da tradicional luta por terra, os invasores não são sem-terra, mas pessoas abastadas, ricos enriquecendo ainda mais às custas de uma área pública. Os terrenos invadidos estão sendo comercializados de forma indiscriminada. Lotes de 20x49 metros quadrados chegam a custar R$70 mil. “Basta uma entrada de R$ 20 mil e o restante pode ser parcelado em até cinco anos”, oferece a “dona” do terreno. Ela se iden-

Pequenas queimadas: vegetação nativa dá lugar a roças na serra

Venda de lotes pelos invasores é oficializada pelo cartório de União

tifica como Edleuza, afirma possuir mais de 10 terrenos na Fazenda Frios mas diz que no momento está vendendo apenas dois. O segundo lote, de 10X49 metros, ela oferece por R$ 30 mil mediante uma entrada de R$ 10 mil ou R4 15 mil e o restante parcelado. Residente na própria localidade, Edleuza confirma que não possui escritura dos terrenos e revela que o negócio pode ser fechado no cartório de imóveis de União. “Basta pagar uma taxa de R$ 50 e você adquire o termo de compromisso de compra e venda. Quando a área for legalizada é só registrar”, garante. A legalização, ainda segundo ela, se dará quando a prefeitura concluir o projeto de transformação da área de zona rural para zona urbana. Mas o pre-

cria até gado, enquanto outras são locadas para festas e outros eventos. Há também pontos comerciais, como bares e até motéis em funcionamento.

feito de União dos Palmares, Carlos Alberto Borba de Barros Baia, o Beto Baia, revela que a tal transformação, que chegou a ser cogitada na gestão de seu antecessor, Areski Damara de Omena Freitas Júnior, o Kil, não está entre as prioridades de sua administração. “Até porque”, explica, “a área pertence ao governo do Estado”. Outro “dono” de lote que se identifica por Elias está vendendo um terreno de 20X40 por R$ 50 mil e a serem pagos em até dois anos. “Está todo murado”, diz. Ele e Edleuza não são os únicos. Em qualquer site de classificados é possível encontrar anúncios de lotes à venda na Fazenda Frios. Há também imóveis prontos que estão sendo comercializados, mas a irregularidade mais gritante é a das chácaras, onde se

SONHO DESFEITO Há 35 anos um projeto do governo do Estado pretendia transformar a Fazenda Frios no maior celeiro de hortifrutigranjeiros de Alagoas. O objetivo era acabar com a importação de frutas, verduras e legumes. Em 1980, foi criada com esta finalidade a Cidade Hortigranjeira de Alagoas S/A, uma empresa que teria a responsabilidade de gerenciar e escoar a produção de pequenos produtores rurais, muitos deles vivendo na área há décadas, que contariam com a assistência técnica do governo. O sonho contudo não se concretizou e em 2008 a

empresa terminou sendo efetivamente banida do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) por inatividade. Esquecida pelo poder público ao longo das últimas três décadas, a Fazenda Frios foi adquirida pelo Estado por desapropriação através do Decreto Nº 358 de 09 de julho de 1946. De acordo com a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas, a área é de aproximadamente 280 hctares. “Tendo em vista a escritura ser muito antiga, os confrontantes do terreno não são precisos, o que impossibilita uma delimitação exata da área”, informou a Assessoria da Seplag, acrescentando que a Superintendência de Gestão Patrimonial da pasta está iniciando um trabalho de levantamento patrimonial, o que inclui a Fazenda Frios.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

13

FAZENDA FRIOS

Faixa de domínio da BR-104 também foi invadida por comerciantes

Grandes vazios no alto da Serra dos Frios evidenciam a retirada da vegetação de Mata Atlântica

O DESMATAMENTO Com sua vegetação nativa dando lugar a espaços cada vez maiores, a Serra dos Frios é alvo diário de pequenas queimadas. O que começou de forma quase sorrateira há cerca de cinco anos hoje é claramente perceptível por quem observa os contornos da serra. É a fumaça que denuncia mais um invasor e as pequenas roças ao longo de sua extensão. No sopé da serra, as árvores são derrubadas e a madeira comercializada no próprio município, em sua maioria junto a panificações. A primeira iniciativa de preservação da Serra dos Frios ocorreu ainda em 1993, quando foi criada a Reserva Estadual de Preservação Ecológica. O Decreto 35.732 definiu como área de preservação 100 hectares da fazenda. Três anos depois, um outro decreto, o de número 37.004 repassou à Secretaria de Agricultura do Estado a responsabilidade sobre a fazenda até que, em 1997, através da Lei 5.907, foi criada a APA de Murici, na qual se insere a Serra

dos Frios. Decretos e leis, contudo, não têm conseguido proteger a área da devastação. Questionado há três semanas sobre a fiscalização da APA de Murici, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) informou, através de seu diretor de Unidades de Conservação, Ludgero Lima, que as denúncias de desmatamento e ocorrências percebidas pela coordenação da APA durante vistorias são apuradas e adotadas providências conforme a legislação ambiental em vigor. “O conselho Gestor da referida APA também tem contribuído no monitoramento e fiscalização da mesma. Com a mudança de governo, ocorreram também mudanças na Diretoria de Unidades de Conservação do IMA, na chefia da APA e de alguns conselheiros que foram substituídos. Isso também fez com que desde janeiro último até a presente data estivéssemos impossibilitados de realizar as reuniões bimestrais, o que está previsto para acontecer no próximo mês de maio”,

afirmou em email encaminhado ao EXTRA pela Assessoria de Comunicação do IMA. Ainda segundo ele, o monitoramento é feito por um chefe da APA indicado pelo IMA para ficar responsável pelo monitoramento da mesma e pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), que indica um técnico para fazer parte do Conselho Gestor da mesma. Semanalmente são realizadas vistorias de rotina para atender demandas processuais e a qualquer momento em casos de denúncias. Mas só depois de ser procurado pelo EXTRA, o IMA realizou uma operação de fiscalização na Serra dos Frios. Em release distribuído à imprensa através de sua Assessoria de Comunicação, informou que, no último dia 26, um grupo de 10 pessoas, incluindo membros de sua Unidade de Conservação, representantes da Sala Verde da Secretaria Municipal de Educação, da Associação de Apicultores e estudantes percorreu dois diferentes pontos

verificando possíveis crimes ambientais. “Segundo informação de Lana Navarro, chefe da APA de Murici, nos dois trechos percorridos foram encontradas manchas de desmatamento em fragmentos de vegetação da Serra dos Frios. ‘Deixaram uma borda de mata para quem olhar de fora não perceber’, comentou. Ela disse ainda que os pontos foram georreferenciados e será realizada uma operação maior, ainda sem data definida, com apoio do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), para identificar os responsáveis”, afirma o release. Ainda de acordo com o IMA, a APA de Murici foi criada com a publicação da Lei Estadual 5907/1997, possui 116.100 hectares e abrange parte de 10 municípios: Messias, Murici, Branquinha, União dos Palmares, São José da Lage, Ibateguara, Joaquim Gomes, Colônia Leopoldina, Novo Lino e Flexeiras. LEGALIZADOS Na Fazenda Frios está também um dos hotéis ecológicos mais conhecidos de Alagoas, o Quilombo Park Hotel. De acordo com as informações obtidas pelo EXTRA, a propriedade teria sido legalizada mediante intervenção do secretário de Agricultura na gestão de Geraldo Bulhões (1991-1995) João

Caldas. Parte da área original da fazenda também foi doada ao município para construção de um conjunto residencial. É onde hoje está situado o bairro Roberto Correia de Araújo. A doação foi feita pelo ex-governador Divaldo Suruagy em sua primeira gestão (1975-1978). Contam os historiadores que o objetivo foi favorecer a campanha à Prefeitura de União dos Palmares do então candidato governista Manoel Gomes de Barros, vice de Suruagy no seu terceiro mandato de governador (1995-1997) e que o sucedeu após a renúncia no episódio que ficou conhecido como o 17 de Julho. BR INVADIDA Descrentes de que a duplicação da BR-104 se torne realidade no trecho que liga Alagoas a Pernambuco, comerciantes de União dos Palmares decidiram também ampliar seus negócios por meio de invasões. Em quase toda a extensão que liga o município às cidades de Ibateguara e Murici, não faltam estabelecimentos comerciais, inclusive postos de combustíveis. Todos já foram advertidos de que terão de desocupar a área, pertencente à União, mas, o que se vê é o aumento de invasões na faixa de domínio federal.


14 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO

DE 2015

IRMÃOS METRALHA

Prefeito e vereador de Mata Grande são acusados de formação de quadrilha Jacob Brandão e Júlio Brandão utilizaram cheques da prefeitura para se locupletaram JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

D

esde o primeiro mandato do prefeito de Mata Grande, Jacob Brandão (PP), e do veador Júlio Brandão, que são irmãos, que tramita na justiça um processo que responsabiliza o gestor e o presidente da Câmara de Mata Grande por um calote no empresário Kleber Malaquias de Oliveira que ultrapassa R$

350 mil. Em 2009, Kleber firmou contrato com a prefeitura sertaneja com dispensa de licitação para locação de quatro automóveis - Gol, Uno, Celta e Palio - para prestação de serviço na Secretaria de Saúde do município. O contrato firmado entre a prefeitura e a locadora de veículos “Vem Pra K Rent Car” de propriedade de Kleber estipula o pagamento mensal de R$ 5.700,00, o que segundo o em-

Kleber Malaquias amarga prejuízo superior a R$350 mil

presário, nunca foi realizado. “Durante quatro meses recebi cheques referentes à metade do valor do contrato. A irregularidade nunca foi explicada e daí por diante comecei a fazer cobranças veementes ao prefeito. Depois desses quatro meses jamais recebi um só centavo desse montante”, enfatizou. Kleber Malaquias tomou conhecimento que os cheques referentes ao seu contrato com a prefeitura, assinados pelo prefeito Jacob Brandão e repassados ao então secretário de Finanças, Gabriel Brandão, primo do chefe do executivo, estavam indo parar nas mãos do vereador e presidente da Câ-

mara, Júlio Bandão, o irmão do prefeito. Ainda segundo o empresário revelou ao jornal EXTRA, mesmo os cheques sendo nominais a ele, os valores foram sacados na agência do Banco do Brasil (BB) de Mata Grande. “O gerente do Banco do Brasil facilitou durante mais de dois anos esse esquema montado pelo prefeito, o secretário de Finanças e o vereador. Hoje em dia não sei em que pé anda essa situação. Não sei se o nome da minha empresa ainda é usado para beneficiar essa quadrilha montada em Mata Grande para se locupletar do dinheiro da prefeitura”, expôs Kleber.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

15

IRMÃOS METRALHA O empresário adiantou que o dinheiro “surrupiado” por Júlio Brandão com a conivência do prefeito/irmão servia para pagar as prestações dos seus veículos de luxo. “O Júlio chega de Pajero, de Land Rover em Mata Grande enquanto o povo morre de sede, de fome. Se juntar todos os salários dos vereadores de lá durante um ano inteiro, não se consegue comprar um só automóvel desses”, desabafou. Após as negociações não avançarem e o contato infrutífero com o promotor da cidade, Cláudio José Moreira Teles, que sugeriu um acordo amigável, mesmo sabendo de todo caso, o empresário decidiu levar as acusações de formação de quadrilha, peculato, estelionato e apropriação indébita para os órgãos competentes. “Hoje a Polícia Federal, Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal sabem dos desmandos praticados pela quadrilha que

comanda a Prefeitura e Câmara de Mata Grande”. O empresário disse que levou as denúncias para PF, pois o dinheiro que ele classifica como “roubado” pelo vereador Júlio Brandão era destinado à Secretaria de Saúde para locação de carros, através de verba federal, e o dinheiro sacado de forma “ilegal” era retirado do Banco do Brasil. Kleber Malaquias de Oliveira entregou ainda toda documentação: contrato, cheques e diálogos num aplicativo móvel (whatsapp) entre ele e os acusados para o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) investigar suas denúncias. TENTATIVA DE PERPETUAÇÃO NO PODER Kleber Malaquias fez acusações da atual estrutura política que vem sendo montada em

Jacob Brandão, prefeito, assinava cheques entregues ao irmão Júlio

Mata Grande para perpetuação no poder da família Brandão. O empresário alertou que quem manda de fato no Executivo é o vereador Júlio Brandão, que indicou o atual secretário de Finanças, Henrique Lisboa, para em conluio dilapidarem o patrimônio público. Malaquias adiantou que a família Brandão vai disputar novamente a Prefeitura de Mata Grande com Henrique

Lisboa como cabeça de chapa e a Prefeitura de Joaquim Gomes, onde a mãe do prefeito e do vereador, Cristina Brandão, já foi prefeita e condenada por compra de votos. A filha da ex-prefeita, Frinéia Gomes Brandão, e irmã dos políticos de Mata Grande, foi condenada a quatro anos e nove meses pelo juiz Lucas Doria Ferreira, seguindo as regras estabelecidas no artigo 35 do

Código Penal, na mesma ação em que a mãe foi condenada. O inquérito da Polícia Federal que indiciou Cristina e Frinéia Brandão classificou a atuação criminosa dos envolvidos: “grandioso e extremamente organizado sistema de cooptação de eleitores objetivando a chamada compra de votos, durante o pleito ocorrido em outubro de 2008. Tal organização era para que os eleitores, inscritos na cidade de Joaquim Gomes, votassem na então candidata [Cristina Brandão], que almejava reeleição para o cargo de prefeita do citado município”. O EXTRA procurou as assessorias de comunicação do prefeito e do vereador de Mata Grande para darem suas versões, mas ambos colocaram “que desconhecem os assuntos” e isto a despeito de constar no site do Tribunal de Justiça de Alagoas o processo movido por Kleber Malaquias contra eles.


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

LUITGARDE OL

CONTA A HISTÓRIA DE UMA ALAGOANA ODILON RIOS Especial para o EXTRA

U

ma alagoana carregando histórias dos cangaceiros e beatos indo e vindo no sertão de Alagoas aporta no Rio de Janeiro na época do “liberou geral”. E quê sobrou? Sobrou Luitgarde Oliveira, uma das maiores referências no país sobre o cangaço. Poucas palavras. O resto segue na entrevista da série “Alagoas, 200”. Hoje, policiais viraram guias de turistas na rota de Lampião pelo sertão alagoano, e crianças em escolas do Estado encenam quadrilhas como “lampiôes mirins”. O quê mudou 80 anos após sua morte? Se o turismo europeu transformou em “mercadoria vendável” até cemitério, para atrair curiosidades mórbidas, porque o turismo brasileiro não transformaria em dinheiro a violência explícita do cangaço, para quem pode pagar a excitação da violência de cada um, sem incorrer em “curiosidade violenta”, sentindo o êxtase dos horrores perpetrados por bandidos acobertados por autoridades corruptas? Há gosto para tudo. Escrevi em “A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos

guerreando no sertão” que, diferentemente do que afirmam os simpatizantes, Lampião, Corisco, Zé Baiano e Sabino são o protótipo do cangaceiro, modelo de toda perversidade humana. Logo, não há diferenciação entre Lampião e o restante dos grupos. Seus relatos são a história de milhares de homens que entraram nas forças do governo para se defenderem das barbaridades dos cangaceiros e poderem persegui-los em nome da lei. Vingando a honra de mulheres de família estupradas e parentes assassinados pelos cangaceiros, nos sete estados onde atuaram Lampião e seus bandos, sertanejos pobres e remediados sentaram praça na polícia ou entraram para se “esbagaçar nas volantes até não sobrar um só cangacêro nas caatinga”. As imagens predominantes sobre o cangaço na memória desses informantes são de destruição, fome, morte, desespero e ódio. Muito ódio e uma disposição para a guerra sem trégua (entre os que lutaram) e uma dor irremediável entre as vítimas passivas como os homens castrados e as mulheres estupradas ou marcadas a ferro. Entrevistar esses últimos é um trabalho doloroso, o de fazê-los evocarem imagens de pavor, desalento e impotência, mas, principalmente reviver sentimentos de injustiça, da gratuidade da violência sofrida, que os identificou no

corpo e na memória individual e coletiva por marcas que o tempo não esmaeceu. A senhora é de Santana do Ipanema, três familiares seus foram sequestrados em 1927 por cabras do Lampião e liberados por dez contos de réis. Como foi?

Minha mãe, uma irmã dela e a esposa de um tio dela foram sequestrados por Lampião e elas foram trocadas por dez contos de réis. Uma vaca custava 50 mil réis, imagine quanto não eram dez contos de réis? Era muito dinheiro. Eles ficaram no povoado Capim, onde nasci. Lampião quando entrou em Capim, a primeira coisa que ele fez foi ir à casa do meu avô. Os homens da família estavam em Recife quando Lampião entra no povoado com 100 homens, montados a cavalo e gritando, e ele foi rezar na casa do meu avô. Lá tinha uma Santa Bárbara enorme. E ele estava rezando lá, claro, o pessoal pobre foi mostrar quem era a família rica e levaram exatamente onde estava a minha mãe escondida. Lampião apanhou e foi para uma casa, botou as mulheres - porque ele era muito racista, todas as mulheres da minha família eram brancas, minha bisavó era loira de olho azul, todas seguiam a lei dos beatos, usavam manga comprida,

não cortavam os cabelos, não usavam roupas sem manga. Eu mesma até 1962 não podia cortar o cabelo. Vivi neste mundo dos beatos, com todas as histórias do cangaço. A minha mãe rezava pela alma de Lampião porque enquanto os “cabras” ficavam estuprando mulheres da pobreza no meu povoado, ele botou mamãe e a irmã dela que eram grandes bordadeiras para ficarem bordando bandoleiras, bizacos para eles. Lampião perguntou se ela sabia escrever. Disse que sabia e ficou escrevendo bilhetes pedindo dez contos de réis, dois contos de réis. Ele colecionava bilhetes, na hora ele só escrevia o nome do destinatário. No final, ele muito racista dizia: “Isso é que é uma família: brancos, vestidas no procedimento, sabem ler e escrever, costurar e bordar”. Quando elas estavam lá, minha bisavó chegou, trazida por Sabino [Gomes de Góis, também chamado “Sabino das Abóboras”, um dos cangaceiros mais destacados do bando de Lampião]: “Capitão, essa mulher veio aqui e quer falar com o senhor”. “Quem é a senhora?”, perguntou Lampião. “Eu vim defender a honra das minhas netas e da minha nora que o senhor está com elas aqui”. Lampião beijou a mão dela: “Minha senhora, a honra dessa família quem está defendendo é o capitão Virgulino Ferreira.

Veja aqui onde elas estão, neste quarto”. Quem estava na porta era Ezequiel [irmão mais novo de Lampião], sentado na porta, com um fuzil, dando guarda para as mulheres da família e os dois filas, os cachorros do meu avô, que estavam sentados. Lampião mandou ela entrar. Daqui a pouco chegou a minha avó, presa. “O que a senhora veio buscar?”, perguntou Lampião. “A honra das minhas

O atu arma sexo o com alta, inter


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

17

LIVEIRA

A QUE ENFRENTOU LAMPIÃO

atual comércio de drogas, mas, alimentos, moradias, exo, crianças, versões e votos é comércio das mercadorias em ta, nas transações nacionais e ternacionais”

filhas”. E Lampião: “A senhora só tem de arranjar dez contos de réis”. Ele tinha dado ordem para ninguém fazer nada. Ele foi ao Capim atrás de matar um grande desafeto dele. Em 1916, Lampião era cabra dos Porcino, em Santana do Ipanema. Recebi estas entrevistas pelas pessoas que conheceram ele. Em 1916, o intendente de Santana do Ipanema e o filho dele que se chamava Ferreira organizaram

uma volante para dar fogo nos Porcino. E esse marido da irmã do meu avô deu fogo em Lampião. Onze anos depois, Lampião invadiu o Capim para matar este homem, chamado José Ferreira. Quando ele entrou no Capim gritava “Zé Ferreira, bandido, vou lhe matar, vou lhe sangrar vivo como um bode”. O cara era esperto, tinha corrido e Lampião foi roubar dez contos de réis sequestrando a minha mãe. E quando ele foi embora, devolveu as mulheres. E disse: “Até o fim da minha vida, se alguém levantar uma dúvida sobre a honra dessa família eu venho e mato até menino de peito”. Para eu conseguir estas entrevistas foi um trabalho muito grande. Todo mundo tinha medo de Lampião na década de 80 do século 20. E não queriam contar a história. Minha mãe tinha contado, mas isso não valia para uma tese de doutorado. Eu saí entrevistando pessoas. A senhora disse que os coronéis urbanos e suas milícias substituíram o cangaço rural. Por que os governadores ou prefeitos aceitam este tipo moderno de violência? Escrevi que os registros escritos e a memória oral dão conta da fragmentação do mundo sertanejo em dois blocos irre-

conciliáveis: de um lado o cangaço - composto de cangaceiros, vítimas reais de injustiças, policiais corruptos, protetores, coiteiros e simpatizantes. Neste universo, a valentia é o principal valor, não sendo dada importância a possíveis articulações com outros tipos de regras como trabalho ou roubo. Do lado oposto, situamse os que vêem no cangaço um fenômeno tão destrutivo como a seca, representação do mal. A essa categoria pertencem as vítimas impotentes ou combatentes, policiais e autoridades civis incorruptíveis, homens ricos que não tinham relações econômicas e políticas lucrativas com o cangaceiro. Defensor do extermínio do cangaço, este segmento supra-classe social se via e representava e era visualizado pela maioria da população como “homens de bem “, muitos deles tombando no “campo da honra “. Defensores da valentia a serviço da manifestação dos códigos de honra, para eles os valores maiores seriam o trabalho, o respeito ao alheio, a mansidão de trato e a obediência à “lei de Deus”, numa combinação de elementos culturais superados posteriormente pelas transformações operadas naquela sociedade. Hoje, o atual “comércio de drogas, armas, alimentos, moradias, sexo, crianças, versões e votos” é o comércio das

mercadorias em alta, nas transações nacionais e internacionais. O que os governantes do mundo estão fazendo, combatendo ou desfrutando disto? Que História o alagoano merece saber de si mesmo? A História que ele faz e vive cotidianamente, sem se iludir e repetir alienadamente o que vê, ouve e lê na televisão, no rádio e nos jornais. Em uma entrevista para a Revista Internacional de Folkcomunicação (2011), disse que quando eu cheguei no Rio de Janeiro, eu enfrentei um problema muito sério de identidade, porque na Nacional de Filosofia era o ano da liberação total, mulher sem calcinha, todo mundo ‘dando’, e eu cheguei com todos os critérios que eu tinha. A turma me chamava de jagunça, de beata do conselheiro. Não foi uma crise de identidade, porque eu tinha uma dúvida: se o mundo que eu tinha vivido era falsidade ou se a universidade era analfabeta sobre o interior do Brasil. E comecei a me instrumentalizar com a missão de escrever voltando para a minha cultura, com o instrumental teórico universitário, para ver quem estava errado, se era minha formação ou a universidade. E logo me certifiquei que a universidade não conhecia o Brasil.


18 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015


extra

PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Quem sabe faz a hora

C

omo uma de suas primeiras medidas de adequação da máquina administrativa e ordenamento da estrutura, o governador Renan Filho determinou a junção de duas das mais importantes secretarias (Planejamento e Gestão Pública) fato que surpreendeu e deixou dúvidas quanto a eficácia do ato. Se ambas possuindo imensa estrutrura de órgãos, atividades e pessoal já tinham individualmente o caráter de “super-secretarias”, imaginem com tamanho dobrado. Não há dúvidas de que a SEPLAG representa meio governo. O governador Renan Filho delegou a altíssima responsabilidade de conduzir a super estrutura ao jovem e talentoso secretário Cristhian Teixeira, um executivo antenado com a modernização do estado e executor da administração com metas e resultados. Em quatro meses implantou projetos e junto com uma competente equipe, escolhida à dedo, mostra que terá uma caminhada árdua, mas com a garantia de mérito. Com a atenção voltada para a importante participação da sociedade na construção de políticas públicas a Secretaria de Planejamento, Gestão e Patrimônio está iniciando a implantação do PPA participativo, que vai apresentar objetivos, programas e metas de governo para o período de quatro anos, com interação ativa de representantes da população que venham resultar em bens e serviços prestados ao Estado, alinhando as necessidades da população com as diretrizes governamentais. Uma primeira oficina de trabalho na região Norte reuniu representantes de treze municípios sendo enfocados na oportunidade temas como: Garantia dos Direitos, Saúde, Educação, Habitação, Gestão Pública, Segurança e Transporte. A ideia foi muito acolhida e a participação foi considerada além das expectativas. É assim que se faz. O governo chegando perto do povo, para junto com ele promover as mudanças necessárias ao desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Quem sabe faz a hora. Começa bem o secretário Cristhian Teixeira.

Dona Dilma não gostou O Plenário do Senado aprovou voto de censura ao governo da Venezuela. O motivo é a prisão arbitrária de políticos opositores ao regime do presidente Nicolás Maduro, ato que viola as cláusulas democráticas do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul. O autor do requerimento foi o senador Romero Jucá (PMDBRR). Ele afirmou que é parceiro da Venezuela e quer o “futuro construtivo” do país vizinho, mas observou que o posicionamento crítico é necessário. Por motivos óbvios a presidente Dilma não gostou nada da proposição de seu aliado e muito menos da aprovação.

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

19

Para refletir:

“No Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer”. (Stanislaw Ponte Preta)

“Bairro vivo”, povo pobre

Renan abre guerra à Dilma

Não adianta a Prefeitura de Maceió anunciar demagogicamente a pífia e improdutiva ação de “levar serviços às comunidades, conhecer de perto a realidade da população, conversar com os moradores e ouvir seus anseios e necessidades” , segundo o vice-prefeito Marcelo Palmeira, que ocupa temporariamente a inoperante cadeira enquanto o titular passeia pela Itália e arredores. Tiveram dois anos e cinco meses e nada fizeram pela população mais necessitada. Esse tal de projeto “Bairro Vivo” nada mais é do que “alegorias” com a participação de diversos órgãos da administração, fingindo para a população que estão trabalhando por um final de semana. Após a “festa” arrumam suas malas e tudo volta ao estado de miséria de sempre. Continuam sem saúde, sem educação e sem o respeito que deveriam receber daqueles nos quais votaram equivocados.

“Renan ligou a metralhadora giratória e está atirando em tudo o que vê”, disse um parlamentar amigo do presidente do Senado, explicando: “O que ele está vendo é Dilma, Eduardo Cunha, o PT e agora até o Temer”. Estes têm sido os alvos de Renan desde que foi reeleito presidente do Senado. Na disputa pela presidência do Senado, ele precisou cobrar fidelidade do PT, o que foi feito em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última hora, um grupo de pelo menos cinco senadores que tinha disposição de votar no outro candidato, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), acabou mudando o voto e assegurando a vitória de Renan. O episódio seguinte foi a saída do competente profissional Vinicius Lages, do Ministério do Turismo, para dar lugar a Henrique Eduardo Alves, o que simbolizou a vitória de Eduardo Cunha – com quem, hoje, Renan disputa protagonismo no Legislativo. “Lutamos pela democracia para deixar as panelas falar; precisamos ouvir as panelas”, disse Renan, como que tripudiando com o temor do governo de ouvir novo panelaço caso Dilma convocasse rede nacional de rádio e televisão. (Com informações do Blog de Cristiana Lobo - G1).

Obras irregulares em Alagoas

O Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizou obras de saneamento básico em cinco municípios do Estado, decorrentes de convênios entre a Fundação Nacional de Saúde e as respectivas prefeituras. A fiscalização ocorreu em obras de saneamento nos municípios de Viçosa, Piranhas, Marechal Deodoro, Pariconha e Cacimbinhas. O tribunal verificou: atrasos que podem comprometer o prazo de entrega das obras, descumprimento dos procedimentos necessários para operacionalização dos repasses de recursos e obstrução ao livre exercício da fiscalização pelo TCU. Os auditores verificaram que os atrasos na implantação dos sistemas de esgotamento sanitário revelam ineficiência das gestões municipais, que mesmo com disponibilidade de recursos financeiros não conseguem executar os empreendimentos nos prazos contratados originalmente.

Animais protegidos

A vereadora Heloisa Helena e um grupo de amigos temos nos encontrado com frequência e defendido uma pauta positiva em respeito ao trato e atenção com os animais na capital. Vários apelos já foram feitos ao prefeito Rui Palmeira que nunca demonstrou a menor sensibilidade para as reivindicações justas da construção de um hospital público e um cemitério para animais. Em certo ponto tem até razão: se não cuida dos miseráveis humanos imagine dos bichos. Praticamente todas as capitais possuem além desses dois equipamentos, uma delegacia especializada para os crimes contra animais. Aqui como tudo o mais, nada acontece. O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou recentemente o Projeto de Lei que criminaliza condutas contra a vida, a saúde ou a integridade de cães e gatos. Pelo seu descaso já dá para criminalizar o prefeito de Maceió.

“Bengala” derrota Dilma O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou esta semana, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição 457/05, que aumenta de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União. A proposta foi aprovada com 333 votos favoráveis, 144 contrários e 10 abstenções e será promulgada em sessão do Congresso para começar a valer. Mais uma derrota de dona Dilma. A alteração na idade de aposentadoria terá impacto na composição, entre outros, do Supremo Tribunal Federal. Pela regra atual, até 2018, cinco ministros alcançariam 70 anos e seriam aposentados. Dessa forma, a presidente Dilma Rousseff terminaria o mandato tendo escolhido a maioria dos ministros da corte. Com a ampliação da aposentadoria, ela perderá esse poder de escolha se os atuais ministros permanecerem no cargo até o limite de 75 anos, deixando de gerar vaga a ser preenchida. Agora algumas perguntas que não podem deixar de ser feitas: por que sempre os privilegiados são os mais poderosos? Por que aposentadoria apenas aos “bengalados” dos tribunais superiores? Os demais servidores não são gente? Não trabalham bem mais que os senhores ministros? Este é realmente o país dos equívocos.

Conversa fiada Na segunda-feira o “azul piscina” do mar de Maceió amanheceu com uma enorme mancha negra. Pode até não ser (os senhores técnicos vão dizer), mas a primeira imagem que vem à memoria repetida da população seriam dejetos vindos das galerias de águas pluviais despejados pelos prédios de luxo da nobre orla da capital. Nada surpreendente as informações divulgadas pelo órgão municipal que deveria cuidar do meio ambiente: “A Sempma constata o lançamento de afluentes nas galerias de águas pluviais em empreendimentos e imóveis residenciais. Precisamos descobrir os responsáveis pelos danos ambientais e punir”. Ora, se “precisamos” por que não “descobrimos”? E mais: por que não “punimos”? Tudo conversa de que não tem o que dizer. Não fecharam os supermercados Extra e Bompreço? Mas falta coragem e vontade política para fechar os prédios que jogam merda nas praias de Maceió.


20 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

ARTIGOS

O Presidencialismo em questão CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

L

i, na edição do dia 30 último, da Folha de São Paulo, artigo do político Roberto Amaral, exministro do governo Lula, discorrendo sobre o que considera falência do presidencialismo brasileiro. Segundo o articulista, os sintomas, que se confundem com as próprias causas, são o esgotamento do presidencialismo de coalisão, o nanismo nivelar das instituições da República, a crise da política e dos partidos, a permissividade

que desnatura as coligações partidárias etc. Nesse cenário, o presidencialismo brasileiro teria dado lugar a um “parlamentarismo branco” capitaneado pelos presidentes das duas Casas Legislativas, “imperadores da pauta e da agenda” política. Acrescenta, ainda, que a Câmara Federal de agora é instrumento de atraso social, e o Senado necessitado de revisão de suas atribuições. A análise pareceu-me apropriada, realística. Crítica, também não doura a pílula, observando que o presidencialismo de coalisão – como se fala tanto hoje em dia – é mero instrumento de chantagem imposto ao Executivo pelas siglas partidárias. Parece claro que o autor prende-se, nesse ponto, ao momento atual de uma governante fraca, uma vez que no governo Lula,

do qual foi ministro, acontecia exatamente o mesmo, só que de forma algo diferente: o Executivo se oferecia prazerosamente a comprar o apoio parlamentar, em simbiose de chantagem, coação, achaques e corrupção impossível ser dissociada. Malgrado as críticas procedam, e ninguém em sã consciência delas discorde, a solução apresentada pelo ex-presidente do PSB – uma das siglas da coalisão lulista – é, se não equivocada, ao menos pífia, ou propositadamente vaga: eleições gerais no mesmo ano, “separando as presidenciais das parlamentares”. Para ele, isso traria coerência política entre os atores dos dois poderes da República. Seria assim tão simples a solução para a profunda crise política brasileira? Esse singular movimento tornaria melhores os nossos políticos e o eleitor mais

consciente do seu papel nas eleições? Alguns defendem uma reforma mais profunda, adotando-se o parlamentarismo. Seria isso, também, solução miraculosa, panaceia para os males da nossa República? A questão parece-me menos simplista. A crise da política brasileira é crise moral e ética. Há muito os nossos políticos esqueceram que a atividade política, sob ótica metafísica, deve ser dirigida por valores, individuais e coletivos, que ensejem a ordem e o equilíbrio social, como pensaram Aristóteles, Tomás de Aquino, Locke, dentre outros. A mudança, portanto, deve ser mais profunda, pois, considerando a práxis política brasileira, adotar-se presidencialismo ou parlamentarismo representa apenas mudança de nome de sistema de governo, nada mais.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

21

ARTIGOS

Simplesmente perfeito JORGE MORAIS Jornalista

P

risão é para punição e para dar exemplo. Pensar em recuperação é romantismo e utopia. O pensamento é fruto da carta de uma mãe enviada para outra mãe, na cidade de São Paulo, após assistir uma matéria em um canal de televisão. Claramente, ela dirige a carta com o título De Mãe para Mãe. Como estamos na semana em que se comemora o Dia das Mães, resolvi compartilhar com vocês neste espaço o texto dessa mãe desesperada ou arrasada. “Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão, contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM, em São Paulo, para outra dependência da FEBEM, no

interior do Estado. Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência. Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc. Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos, porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha para mim importante papel de amigo e conselheiro

espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou, estupidamente, num assalto a uma vídeolocadora, onde meu filho trabalhava, durante o dia, para pagar os estudos à noite. No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo. Ah! Ia me esquecendo, e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranquila, viu, que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da FEBEM. Nem no cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas “Entidades” que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto, e talvez me indicar, “os meus direitos”. Nessa sua carta a outra mãe, a mãe sofrida, chorosa e decepcionada com a vida e com tudo, pede para que, se você concorda com o que ela escreveu, circule

o manifesto, que, talvez, a gente consiga acabar com esta inversão de valores que assola o Brasil. Ao concluir, afirma que DIREITOS HUMANOS SÃO PARA HUMANOS DIREITOS ou pelo menos deveria ser assim no Brasil, principalmente, ou em qualquer parte do mundo. Essa não será a primeira nem a ultima vez que a entidade que cuida dos direitos humanos ou defende criminosos é criticada por suas ações. Perdi a conta das vezes em que mães e viúvas de policiais choram a perda de seus filhos e maridos em combate com bandidos ou em emboscadas montadas pelo crime organizado. De uma coisa tenho absolta certeza: essas entidades estão se posicionando contra o texto e deverão responder, com veemência, as minhas posições. De outra coisa também tenho certeza: Direitos Humanos só servem para proteger os bandidos, considerados coitadinhos e vítimas de uma sociedade perversa e de governos que não fazem a sua parte para livrar essa gente perversa do mau caminho. Que pensem assim...

fundar o nosso sindicato. E lá vou eu para a luta de classe, já com quase 50 anos. Quando precisava descansar, ia procurá-la no seu cantinho, para ouvir seus conselhos baseados nos fatos ocorridos na agitada Assembleia, por causa das atribulações trazidas pela vinda do duodécimo para as mãos dos deputados. E nas eleições, lá estavam ela, Selma, Clotildes, Dione, Marinete, Lícia e outras, tentando ajudar ao grupo que resistia ao autoritarismo dos dirigentes. Comecei a escrever nos jornais, mostrando à sociedade alagoana os absurdos cometidos pelas Mesas Diretoras que se sucediam e de vez em quando, parava para conversar com minha amiga. Aposentamo-nos! Ela inaugurou o Alecrim e eu continuei minhas lutas tentando abrir as cabeças dos dirigentes. Meu refúgio passou a ser o Restaurante da Elaine. Fazíamos nossas reuniões festivas lá e almoçávamos também no Alecrim, pois além da boa comida, encontrávamos, com certeza, um bom papo. Vieram as lutas na Justiça: os deputados cortavam nossos salários, retiravam gratificações e lá íamos nós atrás de advo-

gados para recuperar o quinhão surrupiado pela Mesa Diretora. Em todas as ações judiciais estávamos juntas, ganhávamos juntas; ela, eu e mais trinta e tantas vítimas da política suja deste nosso pequeno Estado. Num determinado dia, soube da notícia: Elaine está doente e é grave. Tomei um susto, chorei e minha primeira reação foi ir vê-la. Surpreendi-me! Sempre otimista, falando dos velhos tempos em que descíamos a Ladeira dos Martírios rumo ao trabalho na Praça da Catedral. Deve ter lutado com a doença durante um ano, pouco mais. Quando ia visitá-la, encontrava-a vendo o mar da janela do seu quarto e repetia: “Viu Lara, Deus é muito bom comigo; estou doente, com todo o conforto, junto com minha família”. Eu engolia as lágrimas e retribuía o que ela sempre me deu: um bom papo e boas gargalhadas. Por certo, Deus reservará para a querida “Laine” um bom lugar, cheio de anjos, que a façam recordar seus quatro filhos e seu fiel escudeiro Abel. Grande amiga: eu gosto muito de você.

Perdi uma grande amiga ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

A

inda não consegui entender os mistérios da morte. Não sei para onde vamos, nem se voltamos um dia. A primeira vez que senti a perda de um ente querido tinha 14 anos, quando faleceu minha avó paterna; percebi uma escuridão infinita pela frente. Nos idos de 50/60 conheci Elaine, quando começamos a trabalhar na Assembleia Legislativa de Alagoas. Íamos juntas ao trabalho e sempre tínhamos assuntos para debater. Já em 60 começamos a falar em casamento. Namorávamos de longe; ela com Abel e eu com Rubião e fazíamos planos grandiosos para o nosso futuro. Por força da profissão de meu marido, saí de Alagoas durante anos, sempre cedida a órgãos estaduais e federais. Mas quando voltava a Maceió mantínhamos contato e procurávamos saber da vida,

uma da outra. Fomos caminhando pelo mundo, os filhos nascendo, alegrias e tristezas sendo administradas. Depois de alguns anos, voltei a morar em Maceió e regressei ao trabalho na ALE. E lá estava a velha amiga, sempre presente, aconselhando-me, se me achava arisca demais : “Calma, Lara (como me chamava carinhosamente), o ambiente é perigoso, pise devagar!” Éramos um grupo forte de verdadeiras amigas, ao invés de simples colegas de trabalho. Os filhos foram crescendo, trazendo os netos para alegria nossa. De vez em quando, uma das duas enfrentava algum problema sério e, automaticamente, nos encontrávamos e conversávamos abertamente sobre o assunto. Lembro-me de que, quando voltei definitivamente para Alagoas, fui ver o novo apartamento que o filho Eraldo havia decorado. Foi uma tarde maravilhosa e ela me dizia: “Está vendo, Lara, como Deus é bondoso comigo?” E eu dizia loucuras; ríamos as duas como verdadeiras amigas! Com a Constituição de 89 podemos


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

CORRUPÇÃO

Silvânio Barbosa é denunciado por cobrar “taxa de retorno” de servidores A extorsão estaria sendo praticada contra vinte funcionários nomeados pelo vereador do PSB DA REDAÇÃO

D

enúncia enviada ao Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE) revela que o vereador Silvânio Barbosa (PSB) poderia estar envolvido em um esquema de cobrança de “taxa de retorno” de salários de servidores comissionados de seu gabinete na Câmara Municipal de Maceió, ou indicados a cargos de comissão no Poder Executivo. Se levada a denúncia adiante, o MPE poderá abrir investigação e pedir a quebra de sigilo bancário do vereador para averiguar a movimentação bancária de Silvânio e assim comprovar, ou não, a prática de extorsão por parte do parlamentar. Isto porque além da denúncia, o MPE teria recebido uma cópia do extrato bancário da denunciante, uma ex-servidora comissionada da Secretaria Municipal de Saúde, da época em que Silvânio “ocupava” diversos cargos em comissão na pasta. O EXTRA teve acesso à denúncia e à cópia da folha de extrato bancário do Banco do Brasil pertencente à ex-servidora. Na cópia consta a indicação de transferência de valores da conta da servidora diretamente para a conta corrente do vereador de Maceió. Na prática, o esquema funcionaria da seguinte forma: todo e qualquer servidor comissionado do gabinete de Silvânio Barbosa seria obrigado por meio de ameaças a entregar parte do salário ao vereador, uma espécie de “taxa de

Vereador Silvanio Barbosa já foi denunciado pelo prática de corrupção no exercício de seu mandato

retorno” em razão da nomeação para o cargo. O pagamento mediante extorsão seria feito pelos servidores comissionados ao vereador em dinheiro vivo, em depósitos ou em transferências bancárias na conta pessoal do parlamentar. Segundo a denúncia, o esquema ainda estaria sendo feito na Câmara. A quebra do sigilo bancário do vereador seria uma das formas de provar sua culpa, ou sua inocência perante a denúncia. Outros servidores comissionados ligados ao vereador estariam buscando o MPE para denunciar o suposto esquema ilegal, com queixas sobre a co-

brança da “taxa de retorno” e exigindo a quebra do sigilo bancário do vereador. A denúncia protocolada de forma anônima pela ex-servidora pública contra o parlamentar indica naquele mês a transferência bancária de R$ 200,00 (duzentos reais) da conta bancária da funcionária para a conta pessoal de Silvânio Barbosa no Banco do Brasil. Como cada parlamentar tem mais cerca de 20 cargos à disposição, entre comissionados do gabinete e indicações em secretarias municipais da Prefeitura de Maceió, os valores cobrados de forma criminosa pelo vereador, se comprovada a denúncia

ao MPE, podem chegar a mais de R$ 4.000,00 por mês. Caberá ao MPE analisar a denúncia e adotar as providências cabíveis. LIGAÇÃO “ESTREITA” COM EMPRESÁRIOS DE ÔNIBUS Mas esta não é a única denúncia contra o vereador Silvânio Barbosa. O EXTRA já revelou que o parlamentar também teria relações “estreitas” com as empresas de ônibus que operam em Maceió. Publicações no Diário Oficial municipal comprovam que Silvânio, inclusive, empregou parentes de proprietários de empresas de ônibus em seu gabinete.

Na edição de 2 de junho de 2014, o DOM trouxe a publicação da portaria de exoneração de Tassia Lima Campelo Mata, que ocupava o cargo de Assessor Parlamentar (sigla II, CCPG-2) no gabinete do vereador Silvânio Barbosa, na Câmara de Vereadores de Maceió. O parlamentar presidiu na Câmara de Vereadores de Maceió uma Comissão Especial que buscou fiscalizar o transporte público maceioense. Mas nem nos discursos que profere em plenário, nem nas entrevistas que concede à imprensa ou muito menos nos trabalhos da Comissão que ele mesmo presidiu, o vereador jamais disse que empregava em seu gabinete parentes de donos de empresas de ônibus que atuam na capital, principalmente em seu bairro de atuação. A portaria de exoneração tem data de 30 de maio de 2014 e a agora ex-servidora teria sido nomeada no início do mandato de Barbosa na Casa de Mário Guimarães. Uma exoneração normal, não fosse um detalhe: Tassia Lima Campelo Mata seria nora do empresário Rubens Pimenta, dono das empresas de ônibus Piedade e Cidade de Maceió. As duas empresas operam várias linhas no bairro do Benedito Bentes, reduto eleitoral de Silvânio Barbosa. A ligação entre gabinete do vereador e parentes de dono de empresas de ônibus poderia “favorecer” os interesses das empresas do setor, em detrimento das necessidades da população, contrariando assim o papel do vereador em ser um dos “fiscais” da população.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

23

PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

CRB na Série B

Sem previsões

Mais fortalecido

CRB sagrou-se campeão do Campeonato Alagoano 2015 quarta-feira, 6, após vencer o Coruripe no Rei Pelé por 2x0. Nesta sábado, às 21 horas, o CRB estreia na Série B do Brasileiro e o adversário é o Bragantino (SP). O Galo, nesta semana, surpreendeu a torcida com cinco reforços chegando a Maceió. É um retorno após anos na série C e torcedores estão confiantes na permanência em 2016.

O futebol alagoano dá mostra de não ser mais tão fácil de o torcedor acertar o campeão de uma temporada estadual. Os clubes do interior estão hoje tão bem ou mais organizados que os da capital. O ponto de vista foi em conversa de torcedores preocupados com CRB e o CSA.

Jogos aos domingos

Campeonato Sub-20

O ASA estreia quarta-feira (13) na Copa do Brasil contra o Vitória (BA) em Arapiraca e no dia 19 faz jogo da volta na Fonte Nova. O alvinegro, também na Série C, se previne com reforços. Além de Jorginho, volante, chega a Arapiraca Ângelo do Carmo, lateral-direito de 31 anos.

O

A CBF propõe para o Campeonato Brasileiro, mas a partir de 2016, jogos aos domingos iniciando às 11 horas. Argumento da proposta é pela boa presença de público, transmissão pela televisão, horário próximo ao do almoço e os resultados oferecidos no campeonato paulista.

Primeira rodada Sobre a a proposta dos jogos pela manhã, alagoanos não veem razão para questionarem a CBF. E pela proposta será só um clássico aos domingos, em cada rodada de fim de semana. O clássico para abertura estaria decidido: Grêmio x Ponte Preta (SP) em Porto Alegre.

Cabeça no lugar A eliminação do CSA e ASA para a final do Alagoano é do risco que o futebol oferece e torcedor entende que foi uma mudança de rotina das finais do campeonato com sequência este ano, com o Hulk na parada buscando o bi-campeonato. É do futebol como “caixinha de surpresas.”

É justo? Roberto Mendes no CSA não é insubstituível, mas é importante. Abnegação dele não é de hoje e torcedores lembraram os tempos de jogador, técnico, diretor de futebol e quando foi preciso assumindo a presidência com o clube em crise. Já os que pularam do barco retornam?

Campeonato Estadual Sub-20 deste ano tem ASA, Murici, Internacional Alagoano, Pajuçara, ALFA, Lisbonense, Real Deodorense, Zumbi dos Palmares, Centro Sportivo Internacional, São Luiz, Jaciobá, Atlético Clube, São Domingos, Zumbi Esporte Clube e o Dínamo Esporte Clube.

Pego de surpresa? No CSA torcedores se disseram surpreendidos com a transferência do técnico Nedo Xavier para o Paraná, clube do Estado em que nasceu e iniciou como jogador. Ele, neste retorno à terra natal, onde já comanda o time do Curitiba, pega “batata quente”. O clube vive a pior crise financeira da sua história.

Preocupação O CRB, que teve as atenções dos últimos dias voltadas para armar o time, de volta à Série B, deve estrear neste fim de semana apresentando alguns dos novos reforços. A diretoria tem argumento para mudanças no plantel como planejada desde o início da temporada.

Mereceu O Santos, nesta temporada 2015, foi finalista do campeonato estadual e conquistou o título paulista. Na segunda partida, na Vila Belmiro, o jogo terminou com o placar de 2 x 1. Ficando a decisão para os penaltis. Robinho foi um dos destaques do Santos, sendo substituido no segundo tempo. Foi seu primeiro título na Vila Belmiro.

Saldo positivo Não é somente o Galo da Pajuçara, mas Coruripe e o ASA também se classificaram para jogos do Nacional, em outras séries. Aliás, clubes do interior vão representa Alagoas também na Copa Brasil de 2016. Um avanço do futebol alagoano no ranking da CBF e somado a esse bom momento o Galo de volta à Série B.

Representante Findo o campeonato alagoano ,CRB, Coruripe e ASA estão classificados para a Copa Brasil de 2016. Um avanço no caminho para reabilitação no ranking da CBF. Vale repetir o bom momento do Galo da Pajuçara que está de volta à Série B. O resto é bola prá frente.

Foi estranho? O Vitória da Conquista venceu o Bahia no primeiro clássico do campeonato baiano, mas na segunda partida, no domingo e jogo na Fonte Nova, tomou goleada de placar dobrado (6x0) e o time da casa comemorou o título. Argumento da goleada: esquema tático muito defensivo.

Otimismo pró Nedo Da imprensa paranaense: “Nedo Xavier, com 62 anos, é um dos treinadores mais experientes do futebol atual. Nascido em Curitiba, ele foi zagueiro e volante do Colorado, Marília, Palmeiras e o Juventus-SP, entre outros clubes. Como treinador, iniciou nas categorias de base do Coxa Branca e passou pelo Atlético-MG, América-MG, São Caetano e o Fortaleza”.


24 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Insistência

Audiência pública

M

“Embora a fibromialgia possua Classificação Internacional de Doença, a legislação vigente, Lei Nº 7713/1998, ainda não a reconhece como doença grave e não dá direito à aposentadoria ”. O comentário foi da vereadora Tereza Nelma (PSDB) em audiência pública na Câmara de Maceió,na segunda-feira (4) e objetivo é chamar atenção da sociedade e autoridades da saúde.

otorista em Maceió paga multa? Ou que o leva a insistir em infrações? Questões são levantadas pelo estacionamento dificultando a visão em cruzamentosde ruas. Estacionam em cima de calçada, nos dois lados de ruas estreitas e faixas de travessia de pedestre com pintura vencida há muito tempo.

Dia do Síndico

Ponta de faca

Na Câmara Municipalde Maceió foi aprovado o projeto da vereadora Silvânia Barbosa que institui oDia do Síndico. “Com tantos prédios e condomínios em Maceió, a figura do síndico é muito presente nas nossas vidas. Por isso é fundamental que tenhamos data comemorativa alusiva a esse profissional”.

No Brasil o privilégio para bandido do “colarinho branco”extrapola limites. O maior dos absurdos é as sentenças aplicadas pela Justiça serem depois aliviadas com tornozeleira favorecendo só os bandidos de “colarinho branco”para ficarem em casa e não no lugar merecido e explicitado no Código Penal: a cadeia.

Prêmio de jornalismo

Inflação Quem lembra a frase pronunciada pela presidente Dilma Rousseffe citada em uma conversa recente entre líderes dos trabalhadores? “Não negociamos com a inflação. A inflação corrói o tecido social, a renda do trabalhador e o lucro legítimo do empresário“.

Ciclovia O projeto de Ciclovia da Mobilidade para Maceió iniciado pela prefeitura na Rua Deputado José Lages (Ponta Verde) se vai agradar a morador, recebe no outro lado a insatisfação dos motoristas pela dificuldade de estacionarem veículos sem incomodar a vizinhança.

Impasse maior O vereador Sílvio Camelo, que intermedia o entendimento, esteve reunido no começo da semana com técnicos da prefeitura e moradores da Deputado José Lages. Pauta: análise com busca de solução para caminhões descarregarem mercadorias em um horário que não incomode a vizinhança. E clientes não estacionem sobre calçadas dos prédios.

Intermediando O vereador Silvio Camelo, que também intermedia o conflito SMTT/donos de bares e restaurantes da Rua Deputado José Lages entende a necessidadedo projeto para Maceió, mas acha preciso minimizar os desdobramentos prejudiciais. Mas moradores são ouvidos sobre os possíveis incômodos. À noite principalmente?

Sem repercussão Os senadores Benedito de Lira e Fernando Collor estão na Comissão do Pró-futebol (Profut), instituída no dia 24 último. Formada por 13 senadores, 13 deputados federais,vai ficar como responsável pelas análises da Medida Provisória do Profut. A proposta, do governo federal, é modernizar o futebol brasileiro.

Na oposição? O senador Renan Calheiros (PMDB) assumiu postura oposicionista à presidente Dilma Roussef (PT). Ele a censurou por não ter ido à TV no Dia do Trabalho fazer um pronunciamento e se posicionar em defesa de um pacto pela preservação do emprego válido até o fim do que ele chama “período de recessão.”

Escassez Divulgação atribuída à Universidade da ONU, no Canadá,cita a possibilidade de 2,9 bilhões de pessoas de 48 países estarem sujeitos a enfrentarem problemas graves com a falta de água. Citam como prováveis mais atingidos os de menores recursos sociais e econômicos e os com população jovem.

Outro criticado Michel Temer (PMDB), vice-presidente e do partido do senador, foi citado também por Renan Calheiros. Censura foi a forma como conduz a articulação política do Governo. Comentário foi: “O PMDB não pode substituir o PT no que tem de pior, que é o aparelhamento do Estado”.

Imposto de renda Retardatários na entrega da declaração do Imposto de Renda vão pagar1% de juros ao mês sobre o imposto devido. Mas atrasando 5 meses o valor vai para 5% e acima de 20 meses cai na data-limite e fica em 20%. Isso para qualquer tempo de atraso acima do prazo e os juros são fixados com base na Selic (taxa básica da economia).

Estão abertas Inscrições para o Prêmio Octávio Brandão de Jornalismo Ambiental. Concorrem trabalhos editados de 28 de abril de 2014 ao dia 24 próximo. Estudantes de jornalismo com trabalhos divulgados em veículo laboratório das faculdades também podem concorrer.

Temas em discussão Outra polêmica: a Comissão Especial da Reforma Política (Corepol) com 36 deputados federais aprecia o projeto do voto distrital com propostas para extinguir o fim da reeleição dos cargos executivos, financiamento de campanha e cláusula de barreira. Feita a seleção, as aprovadas vão para discussão em plenário necessitando do voto de 2/3 dos deputados para vigorar.


extra

MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

25

Seca Um dos principais pontos turísticos do litoral do Piauí, a Lagoa do Portinho, corre o risco de desaparecer. A lagoa agoniza com a escassez de água devido à estiagem. A distribuição dos recursos hídricos, caracterizada pelo ciclo hidrológico, apresenta variabilidade interanual devido a eventos como El Niño e La Niña. Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontaram que entre 1971 a 2014, houve período alternância de ciclos de chuvas acima da média e abaixo da média e que um efeito em longo prazo pode estar causando a seca da lagoa.

Peixe-leão

Cafeína

U

ma pesquisa recente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estuda a presença de cafeína nas águas mananciais. Essa substância serve de indicador porque é encontrada no esgoto doméstico e sendo a bebida mais consumida no mundo depois da água, altas concentrações num manancial indicam que o rio recebe altas cargas de esgoto sanitário. No cenário nacional, verificou-se que as capitais costeiras mostraram níveis menores de cafeína quando comparadas com as capitais interioranas. Entre as capitais estudadas, Porto Alegre foi a que apresentou a maior concentração de cafeína na água tratada para consumo humano, com um valor médio de 1.211 nanogramas por litro (ng/l).

Petrobras Uma área equivalente a 250 campos de futebol foi recebida pela Petrobras para receber a maior refinaria do Brasil, Premium 1. Para construir a refinaria, a Petrobras precisou retirar famílias que viviam na região, a terraplanagem destruiu grande parte da vegetação e causou danos aos riachos. Logo depois, o local foi devolvido ao governo do Estado. A desistência trouxe não só prejuízo social e financeiro, como deixou um extenso dano ambiental.

Nepal O impacto do terremoto no Nepal vai além de destruição de bens materiais. Áreas agrícolas nas montanhas, canais de irrigação e drenagem foram destruídos. A segurança alimentar foi afetada e se os agricultores perderem a temporada de plantio que começa no fim desde mês, só colherão no final de 2016. Isso limitará de forma severa os estoques de comida e a renda das famílias no Nepal, onde dois terços dos habitantes dependem da agricultura como meio de subsistência. Cerca de 20 mil famílias que dependem da agricultura receberão o apoio da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), que está focada em ajudar os produtores.

Autorização ambiental Na última segunda-feira (4), a fábrica de celulose Eldorado Brasil recebeu autorização ambiental para o corte de eucalipto em duas áreas em Mato Grosso do Sul, uma em Dois Irmãos do Buriti e outra em Anastácio. A autorização foi concedida durante reunião realizada entre o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e a Reflore (Associação sul-mato-grossense de produtores e consumidores de florestas plantadas). Além da autorização, foi definido um cronograma de reuniões para 2015 com o objetivo fortalecer as políticas para o setor florestal e concretizar as ações propostas pelo governo do

O peixe-leão, reconhecido por suas listras laranjas, marrons e negras, encontrado na região de Cabo Frio (RJ), preocupa ambientalistas por ser invasivo e desestruturar ecossistemas ao competir com espécies nativas. Considerado a maior ameaça marítima de todos os tempos, por seus espinhos venenosos, ele devora peixes jovens, destruindo o ecossistema dos recifes de corais. Os especialistas destacam que as autoridades devem adotar medidas para matar e evitar sua propagação no litoral brasileiro.

Ameaça Uma pesquisa do departamento de Ecologia e Biologia da Universidade de Connecticut (EUA) alerta que a perda da biodiversidade se acelera a cada grau Celsius a mais na temperatura do planeta. Uma em cada seis espécies da fauna está em risco de desaparecer devido aos efeitos do aquecimento global, caso as emissões de dióxido de carbono (CO2) continuem no ritmo atual. Em alguns países do hemisfério sul, o risco de extinção é de até 23% da espécies. América do Norte e Europa são as regiões com menor risco, com 5 e 6%, respectivamente.

Baleias Pesquisadores da Universidade de British Columbia (Canadá) descobriram uma estrutura neural na boca e língua das baleias azuis e baleias-de-barbas que permite que elas dobrem de tamanho durante a alimentação. Os nervos se esticam e depois se recolhem, o que evolutivamente foi necessário para facilitar a alimentação desses imensos animais. Os cientistas agora querem descobrir como é feito esse “esticamento” e se essa descoberta é válida para outros animais que se alimentam com a ajuda da língua.

Desafio Algar Energia O Instituto Algar lançou neste mês o Desafio Algar Energia, com o objetivo de atentar para as questões relacionadas à importância de se reduzir o consumo de energia elétrica. O programa visa reforçar a cultura de sustentabilidade do grupo. Os funcionários participaram de palestras com presença de representantes da Efficientia, da CPFL Eficiência e da Alsol Energias Renováveis. Entre as atividades previstas pelo Desafio ainda estão a estruturação de governança e modelos de Comissões Internas de Conservação de Energia nas empresas Algar (CICEs), uma campanha com dicas de economia de energia empresarial e doméstica, a criação de um banco de boas práticas, além do reconhecimento daqueles associados que mais economizarem energia elétrica.


26 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

TECNOLOGIA

Escolas construídas com tecnologia da MVC mudam a realidade do ensino em Alagoas Prédios têm mais de um ano em funcionamento e atendem milhares de jovens

DA REDAÇÃO COM ASSESSORIA

A

s escolas construídas pela MVC em Alagoas completam um ano e transformaram a realidade da região. Produzidas com a tecnologia Wall System, foram erguidas em tempo recorde e atendem milhares de alunos em diversas regiões do Estado. A MVC é uma empresa brasileira líder no desenvolvimento de produtos e soluções em plásticos de engenharia e pertencente às empresas Artecola e à Marcopolo. Dois exemplos são a Escola Municipal João Costa de Oliveira, construída no conjunto Newton Pereira, em União dos Palmares, e a Escola Estadual Marco Antônio Cavalcanti, no bairro de Benedito Bentes, em Maceió. Ambas funcionam em tempo integral e demonstram como o local e as condições favoráveis podem influir decisivamente na aprendizagem e na retenção dos jovens no ensino. Segundo a diretora da Escola João Costa de Oliveira, Maria Madalena da Silva, após um ano de funcionamento os alunos estão tendo desempenho melhor, saem menos da sala de aula e até o comportamento melhorou. “Para aprender, os alunos em todo o Brasil merecem escolas deste nível. Tenho 30 anos de magistério, já passei por várias escolas, mas nenhuma como esta, confortável, bonita, clara, arejada, de fácil manutenção. Atendemos 1.600 alunos da região que antes não tinham onde estudar ou estudavam em locais que não ofereciam as mesmas condições e, para nós, sempre dependia de manutenção, pintura e reforma”, destaca a dire-

tora. “Escolas como esta podem ajudar a educação no Brasil. Chega de pensar que o aluno aprende de qualquer jeito. Eles precisam ter prazer em vir para a escola. Aqui eles se identificam e se realizam. Eu mesma me surpreendi, pois não acreditava que a escola seria erguida tão rápido, que poderíamos atender tantos alunos e depois de um ano, as melhorias seriam tão grandes. Quero encerrar minha carreira nesta escola”, finaliza. REDUÇÃO NO DÉFICIT ESCOLAR BRASILEIRO Já na Escola Estadual de Tempo Integral Marco Antônio Cavalcanti, uma das últimas entregues, em março passado, possui salas de aula com ar-condicionado, laboratórios, biblioteca, sala de leitura, refeitório, quadra coberta, áreas de lazer e administrativa. A unidade atende 300 alunos e faz parte do Programa de Reconstrução da Secretaria de Estado de Educação e Esporte de Alagoas, desenvolvido pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), das escolas destruídas pelas chuvas em 2010. Para a professora de Química, Tatiana de Omena Lima, a nova escola tem como vantagens o tempo de construção e a estrutura, muito melhores do que as convencionais. “O espaço, pensado para o estudante e adaptado às idades dos alunos, é muito confortável. Ações com esta podem reduzir o déficit escolar no Brasil com eficiência e rapidez”, explica Tatiana.

Modernas escolas construídas em Alagoas e em outros estados com tecnologia Wall System da MVC

“A escola fez toda a diferença pela sua estrutura e salas de aula com ambiente confortável e próprio para os alunos. Moro na região e não conseguia estudar pela dificuldade e distância, faltava local e disponibilidade de cursos. Passei a vida esperando uma escola como essa”, salienta a aluna Laudicéia Oliveira da Silva, que cursa o 2º ano do Ensino Médio. SISTEMA SEGURO E CONFIÁVEL Desde 2004, a MVC já construiu, pelo sistema Wall System, cerca de 247 mil metros quadrados de conjuntos de escolas, casas, creches e edificações de usos diversos no Brasil e no exterior, em países como Angola, Moçambique, Paraguai, Uruguai e Venezuela, entre outros. Em vez dos materiais tradicionais, as escolas são construídas com o sistema Wall System, composto de estrutura de perfil

pultrudado e painel sanduíche de lâminas em compósitos reforçados com fibra de vidro de alto desempenho (similar ao que se usa em aviões, trailers, barcos, caminhões frigoríficos e trens) e núcleo especiais, que garantem o desempenho térmico, acústico e resistência a fogo. Pelas características do sistema construtivo Wall System da MVC, a escola é construída em compósitos (plásticos de engenharia com propriedades especiais), com sensíveis ganhos no tempo, na elevada qualidade do padrão de acabamento e na maior durabilidade e vida útil. Além disso, podem ser totalmente acessíveis, desenvolvidas especialmente para portadores de deficiência. Entre as vantagens em relação ao processo tradicional, o sistema oferece maior velocidade de construção, durabilidade, resistência, flexibilidade, conforto térmico e acústico,

obra limpa e desperdício zero. O sistema construtivo foi homologado sob a norma NBR 15.575/2013, que define os requisitos de desempenho da construção no Brasil, obtendo classificação superior na maioria dos parâmetros avaliados. SOBRE A MVC A MVC é reconhecida internacionalmente como empresa inovadora e de grande capacidade de aplicação de avançados processos e materiais no segmento de plásticos de engenharia. Desenvolve produtos com soluções completas e personalizadas para os mercados automotivo, transporte, agronegócio, energia eólica e de construção civil. Atualmente conta com 1.250 profissionais distribuídos em sete plantas. Em 2014, registrou crescimento de mais de 150% e atingiu faturamento líquido de R$ 670 milhões.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

27

ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Alegria e tristeza

A

importância da nova fábrica Jeep, em Goiana (PE), transcende os números grandiosos: mais de R$ 7 bilhões de investimentos (incluindo o parque de 16 fornecedores), capacidade de 250.000 unidades/ano em três turnos, 9.000 empregos no polo produtivo (78% de pernambucanos) e 700 robôs nas áreas de funilaria, pintura e montagem. Como o projeto levou mais de cinco anos para maturar, aplicaram-se as melhoras práticas industriais, de produtividade, de controles de manufatura e organização. O tempo prolongado também permitiu treinar mão de obra local e implantar importantes ações sociais, bem além do que se fez em Betim (MG), onde a Fiat não enfrenta greves nem mesmo breves interrupções. O sindicato local de metalúrgicos nada tem de hostil e o de Goiana, então, muito menos quando

existir. Marcas japonesas ao se instalar nos EUA cumpriram a mesma estratégia de se afastar de conflitos trabalhistas, de escolher áreas de atividade agrícola anterior e de receber generosos financiamentos públicos usuais ao redor do mundo. Quem visita as instalações praticamente não vê nenhuma referência à Fiat, salvo a discreta logomarca FCA (Fiat Chrysler Automobiles), o que faz parte da estratégia do grupo de ampliar a imagem da Jeep no mundo. Está certo que, inicialmente, haverá dois Jeep – atual SUV compacto Renegade e outro SUV médio-compacto em 2016 – e apenas um Fiat, a picape média de cabine dupla para uma tonelada, dentro de seis meses. Mas, de fato, os três partilham a mesma arquitetura do Fiat Punto/Linea, alargada, alongada e reforçada (batizada de Small Wide US 4x4). A mar-

RODA VIVA ca americana juntou seu histórico de robustez à criatividade italiana para lançar produtos que terão forte impacto no mercado brasileiro e na América Latina. A nova unidade industrial produzirá, ainda, outros dois modelos de 2017 em diante. Embora a FCA nada adiante sobre o assunto, esperam-se produtos Fiat de maior valor agregado para acelerar a recuperação dos investimentos. Por isso hatch e sedã médioscompactos são escolhas óbvias a fim de enfrentar a tibieza da marca frente ao Cruze, Focus, Golf/Jetta e aos encastelados Corolla e Civic. Por fim deve-se saudar o empreendimento da FCA no Nordeste brasileiro como a maior fábrica de carros inteiramente nova construída no Brasil desde a chegada da Nissan a Resende (RJ) no ano passado. Aqui ainda estão sendo ergui-

das outras três (Honda, Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz), além de Audi (agregada à VW) e JAC (em processo de definição). Elas vão se juntar às 20 existentes, o que seria motivo de comemoração não fosse o mau momento da economia, às voltas com inflação alta e recessão de volta. Também desconsola termos perdido para o México a liderança histórica de produção de veículos na América Latina em 2014. E podemos ficar mais para trás, pois depois do anúncio da Audi há dois anos, os mexicanos não param de receber investimentos bilionários: BMW, Mazda, Kia, Mercedes-Benz (associada à Nissan) e Toyota. Para o Brasil resta o sentimento duplo de alegria pelas novas fábricas e de tristeza por não poder usar todo o nosso potencial de baixa taxa de motorização e dimensões continentais à espera de estradas.

pitstop Savana Off, especialmente aventureira Mitsubishi lança versão especial da L200 em parceria com o Canal Off

A

s montadoras seguem apostando em versões com apelos diferenciados para aumentar as venda. A novidade da vez é a Savana Off, versão especial da L200 Triton, da Mitsubishi. O carro, na cor laranja, terá produção limitada a 200 unidades, e foi criado em parceria com o canal Off, especializado em programas de aventura.

Além da cor exclusiva, os principais diferenciais são: rodas de liga leve na cor grafite, capas de neoprene bordadas para os bancos, detalhe com o nome da versão na traseira, laterais e capô, plaqueta de identificação de 1 a 200, cooler customizado da Ogio, entre outros. “A L200 Triton Savana Off tem a vocação fora de estrada da Mitsubishi, alinhada com a filosofia do Canal Off, que traz programas de ação e aventura em meio à natureza. O modelo tem todas as características

para superar desafios”, disse Fernando Julianelli, diretor de marketing da empresa. O motor da Savana Off é o 3.2, de 16 válvulas e 180 cavalos. O câmbio é manual de cinco marchas. A picape vem equipada com tração 4×2, 4×4 e 4×4 reduzida. Os principais itens de série são:

kit multimídia com tela sensível ao toque, ar-condicionado automático, vidros retrovisores e travas elétricas, snorkel, que permite atravessar trechos alagados com até 80cm de profundidade. A L200 Triton Savana Off já está nas concessionárias e custa R$ 128.990,00.

MAIS um motor de três cilindros chega ao mercado este ano. Houve atraso, mas a unidade da Fiat em Betim começa a produzir em breve as primeiras unidades que, de início, estavam reservadas para o subcompacto sucessor do Mille, a estrear em 2016. Uno terá primazia no segundo semestre. Fábrica precisa baixar a média de consumo por exigência do Inovar-Auto. GENERAL MOTORS comemora a produção de 500 milhões de veículos em seus 107 anos de existência. É o grupo automobilístico que mais produziu na história. Hoje reúne dez marcas (incluídas associadas chinesas), mas no passado chegou a ter mais. Sua marca principal Chevrolet é a segunda colocada em vendas nos EUA, mas lidera o mercado sul-americano. SENTAR no banco traseiro do Nissan Versa surpreende pelo amplo espaço para pernas. É o suprassumo do conceito de sedã compacto anabolizado, que só não pode se considerar médio-compacto pela largura do habitáculo. Para usar suas potencialidades, inclusive porta-malas, é melhor o motor de 1,6 L do que o tricilíndrico de 1 litro. Estilo evoluiu, mas não é seu ponto forte. ELEGÂNCIA sempre foi marca registrada do sedã-cupê Audi A7. Já a versão superesportiva de maior preço, a RS 7 Sportback por R$ 624.990, estabelece referências que muitos poucos modelos de série se atrevem a desafiar. Seus 560 cv e arrogantes 71,4 kgfm de torque a apenas 1.700 rpm, tração 4x4, comportamento em curvas impressionante (é dois cm mais baixo que a versão comum) e aceleração de 0 a 100 km/h em 3,9 s expressam tudo. CORREÇÃO: Cherry QQ, desde sua primeira versão no Brasil, sempre foi importado da China e não montado no Uruguai. Mesmo com todas as taxas, mas com o real supervalorizado, chegou a ser vendido por R$ 20.000, o mais barato aqui.


28 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015


extra

ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

O troco do MP

D

ificilmente o prefeito de Viçosa, Flaubert Torres Filho (PPL) retorna ao cargo. Flaubert, que é temido na cidade por ser “estourado” e ter um “sangue quente”, foi afastado pela juíza Lorena Carla Santos Vasconcelos Sotto-Mayor, na quarta-feira (6), por 180 dias. A magistrada também afastou pelo mesmo período atual secretário municipal de Administração, Finanças, Planejamento e Orçamento, Maxwell Carnaúba Passos.

Ataques ao promotor

Acusado de praticar improbidade administrativa, o prefeito fez ataques pessoais contra o promotor de Justiça do município, Anderson Cláudio de Almeida, a quem chamou de canalha, “fio” de uma égua e mequetrefe. O fato levou a Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal) a divulgar uma nota de repúdio, ontem, contra o gestor e realizou uma manifestação em solidariedade ao promotor.

Ação penal O Ministério Público já ajuizou uma ação penal, subscrita pelo procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, de apropriação indébita contra o prefeito, acusado de causar prejuízo ao Regime Próprio de Previdência Social de Viçosa em quase meio milhão de reais.

Bens indisponíveis Na ação, que também pede a perda do cargo e a indisponibilidade dos bens do prefeito, o MP alega ter elementos suficientes do suposto esquema no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais de Viçosa (IPASMV). Segundo a investigação, entre as irregularidades constatadas estão os descontos das contribuições previdenciárias dos servidores ativos, inativos e pensionistas, sem o devido repasse à instituição.

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

29

Pão de Açúcar O prefeito Jorge Dantas participou, na quarta-feira (6), do encerramento da reunião pública, realizada no auditório da FASVIPA, com o objetivo de mostrar o panorama dos resíduos sólidos no estado de Alagoas e, ainda, colher propostas e sugestões da população pão-de-açucarense, para a elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos.

Prejuízo aos cofres

Eleições 2016

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) acusa o prefeito e o secretário de receberem diárias para viagens sem a devida comprovação, além da aquisição de passagens aéreas e hospedagens sem processo licitatório. O prejuízo aos cofres públicos, segundo o MP, ultrapassou a R$ 153 mil. A juíza acatou o pedido, além de decretar a indisponibilidade dos bens prefeito e do secretários que se tivessem usado todas as diárias, teria passado menos da metade dos dias úteis do ano passado administrando o município.

Pré-candidato a prefeito de Arapiraca, o empresário Adoniran Guerra - ainda sem partido, iniciou um diálogo com lideranças políticas, comunitárias e empresariais para discutir a sucessão municipal de 2016. Adoniran hoje conta com aval de oito partidos, dentre eles o PR do deputado federal Maurício Quintela, PP do deputado federal Arthur Lira, PSDB do ex-governador Teotônio Vilela Filho, PPS do jornalista Régis Cavalcante, PSB da ex-prefeita de Maceió Kátia Born, DEM do ex-vereador arapiraquense Fernando Rezende, além de outras agremiações partidárias.

Pagou a si próprio Durante a investigação, a promotoria de Justiça de Viçosa descobriu que o prefeito Flaubert Torres ordenou pagamento de diárias para si próprio na ordem de R$ 76.750 mil. Já o secretário Maxwell Carnaúba, recebeu do município R$ 12.200 mil. Para o MP, o problema está na forma com que o benefício foi autorizado, burlando a legislação para receber o dinheiro. De acordo com a assessoria do prefeito, ele já recorreu com a finalidade de retomar o cargo.

Rombo de R$ 7 milhões Vale registrar que todas as denúncias contra o prefeito Flaubert Torres Filho foram feitas pela vereadora e ex-presidente da Câmara Municipal de Viçosa, Micheline Fernandes, de provocar um “rombo” de mais de R$ 7 milhões no Instituto de Previdência do Município. A denúncia, na época, foi feita ao promotor de Justiça do município, Anderson Cláudio de Almeida.

Uma grande frente Responsável pela instalação de empreendimentos de sucesso em Arapiraca como o Garden Shopping e o Residencial Riviera do Lago, Adoniran Guerra defende a união de todos para abrir uma grande frente que possibilite a construção de um novo modelo de gestão com participação direta da população através dos segmentos sociais.

União de todos “Ninguém é forte sozinho. É preciso união e esforço de todos nessa luta para que possamos recuperar o tempo perdido e assim conquistarmos o desenvolvimento econômico e social da cidade mais importante do interior de Alagoas”, completou o empresário arapiraquense.

PELO INTERIOR ... Ainda Pão de Açúcar: A reunião teve início às 09 horas e 30 minutos e encerramento às 12 horas e 45 minutos. ... A mesa das autoridades foi composta pela coordenadora do Plano Estadual do Plano de Resíduos Sólidos, Elaine Melo, secretário municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Cícero Alves da Silva, vereador Diomedes Rodrigues, representante da Câmara Municipal de Pão de Açúcar, e Pedro Duarte, representante da Floram, sendo esta a empresa responsável pela realização do plano em discussão. ... Na abertura dos trabalhos, com o auditório lotado, fizeram uso da palavra à coordenadora Elaine Melo e o secretário Cícero Alves da Silva. A mesa foi desfeita logo em seguida, para a apresentação dos trabalhos pelo representante da Floram. ... Durante a reunião foram distribuídas diversas cópias de um questionário, onde o público participante teve a oportunidade de fazer sugestões e, ainda, apresentar propostas para o referido instrumento. ... Logo após as discussões, o prefeito Jorge Dantas fez uso da palavra para encerrar o evento que contou com a presença de estudantes de algumas escolas municipais e de pessoas de diversos segmentos da sociedade. ... A pedido da prefeita Célia Rocha, o vice-prefeito de Arapiraca, Yale Fernandes, viajou na quarta-feira (6) até a cidade de Maceió, para uma reunião com o presidente do Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), Jaime Silva. ... O encontro contou com a presença do diretor-técnico do Iteral, João Vitor, e do assessor Josivan Vital, que é chefe de Gabinte do vice-governador Luciano Barbosa. ... Durante a reunião, o presidente do Iteral, Jaime Silva, reafirmou o compromisso do governador Renan Filho com Arapiraca e demais municípios do Agreste. ... Dentre os assuntos debatidos na reunião, foram avaliadas parcerias na questão fundiária, bem como a discussão acerca de uma área que será destinada para a construção do novo distrito industrial de Arapiraca, que deve ser implantado às margens da Rodovia AL-110, no acesso às cidades de São Sebastião e Penedo, para aproveitar o projeto de duplicação da Rodovia BR-101 e a vinda do gasoduto. ... “Foi uma reunião bastante proveitosa, que mostra a união e a parceria entre a prefeitura e o governo de Alagoas”, destacou o vice-prefeito Yale Fernandes. ... Aos leitores da coluna um excelente final de semana com paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Promoções Elas existem diariamente e em todos os pontos de vendas. E, claro que com preços diferenciados para cima e para baixo. Só vá às compras com tempo livre para pesquisar e jamais compre na primeira parada, mesmo sendo promoção, pois na loja vizinha pode ter o mesmo produto com preço mais baixo. Compre à vista, exigindo um bom desconto.

Juros

De olho no dinheiro

O

consumidor já se habituou a dar o verdadeiro valor ao dinheiro que ganha para sobreviver, não mais sendo induzido pela propaganda do “dinheiro fácil”, onde pode ser conseguido em fração de segundos, para depois de fechado o negócio, ir pagando em até 120 meses, num valor infinitamente superior ao que tomou emprestado. As financeiras já vêm sentindo essa mudança de comportamento, mas continuam tentando atrair os ingênuos se acham em condições de pagar as prestações num prazo tão longo. O próprio governo que controla juros e prazos, já sente que não é mais tão fácil incentivar o consumo, pois a inflação vem crescendo exatamente diante das facilidades que vinha promovendo nos últimos anos, o que gerou aumento de preços e da inadimplência. Portanto, para sobreviver a essa nova fase da economia brasileira, com queda na produção, desemprego e juros elevadíssimos, só resta mesmo economizar ao máximo e saber viver de acordo com o que ganha.

Substituindo Quem sempre comprou no mesmo supermercado ou mercadinho da esquina, os mesmos produtos e marcas, tem que mudar de hábito e procurar pesquisar em outros locais. Os preços oscilam muito de um local para outro. E mais: reduza a quantidade de consumo e troque de marca por um que tenha um valor mais baixo e faça o mesmo efeito.

Fuja deles! A cada mês que o Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne, aumenta a chamada Taxa Selic (entre bancos) em 0,25%. E isso, claro que repercute no juro ao consumidor, que, no caso do cheque especial e crédito rotativo do cartão de crédito, chega aos 20% ao mês. Se quiser sobreviver com trnquilidade, jamais utilize esses dois instrumentos de crédito, rápido e fácil, mas difícil de ser pago.

Casa própria Ficou mais caro o crédito imobiliário para imóveis usados. Agora, o pretendente a esse tipo de operação vai pagar 50% do valor do imóvel à vista e a Caixa Econômica empresta o restante. Provavelmente, o próximo aperto do governo vai ser para imóveis novos, do programa Minha Casa Minha Vida, já que o índice de inadimplência aumenta assustadoramente.


extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015 -

31


32 -

extra

- MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE MAIO DE 2015


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.