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ANO XVI - Nº 823 - 29 DE MAIO A 04 DE JUNHO DE 2015

IMPÉRIO EM RUÍNAS VW MANDA VENDER MAPEL PARA EVITAR FALÊNCIA DA REVENDA

TJ afasta juiz da massa falida do Grupo João Lyra e Rádio Jornal é comprada por Cícero Almeida P/ 6 a 7

FBI descobre indícios de suborno em contratos da CBF na Copa do Brasil P/ 11

Juiz Mauro Baldini

ALAGOAS É O 12º ESTADO EM DEVASTAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA

Foto: Aldir Valões

P/ 8

CASO LÉO DENISSON: TJ ESTARIA MANIPULANDO INVESTIGAÇÃO DA PF PARA “SALVAR” MAGISTRADO P/ 2


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE MAIO A 04 DE JUNHO DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Caso Léo Denisson

A

Polícia Federal ainda não obteve do Tribunal de Justiça autorização para quebrar o sigilo telefônico do juiz Léo Denisson, de Marechal Deodoro, enrolado em denúncias de corrupção por venda de sentença. O inquérito está paralisado na PF por inércia do TJ, que estaria manipulando o caso para livrar a cara do magistrado. Há suspeita de que alguns desembargadores estariam tentando desqualificar as investigações da Polícia Federal para “salvar” o juiz. Enquanto isso, novas denúncias estão chegando à PF, e o caso estaria se aproximando de pessoas importantes.

MPC do TC

O Tribunal de Justiça de Alagoas pretende mandar projeto de lei à Assembléia Legislativa aumentando de 15 para 19 o número de desembargadores na composição do TJ. Em tempo, cada desembargador tem direito a um gabinete com 10 assessores (parentes e apadrinhados), carro oficial com motorista e combustível à vontade, além de celulares e outras mordomias. Em um estado falido como Alagoas – com um terço de sua população vivendo na miséria – qualquer aumento de despesa para o contribuinte pagar é no mínimo um insulto à sociedade.

Ênio Andrade Pimenta, membro do Ministério Público de Contas, é o mais cotado e primeiro da lista para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas na vaga de Luis Eustáquio Toledo.

O impacto do caso Fifa foi de um verdadeiro terremoto no mundo do futebol, com a prisão e o indiciamento de sete dirigentes da entidade por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude, conspiração e extorsão, o que poderia valer até 20 anos de prisão.

E o rombo no BNDES? “Depois da roubalheira na Petrobras, explodida pela coragem do juiz Sergio Moro e seus companheiros do Ministério Público e Polícia Federal, um dia há de aparecer a podridão do BNDES e seus Fribois, Lulas e Lulinhas. E vamos ter saudade da Petrobras”. (Jornalista Sebastião Nery)

Renan e os “jabutis”

O governo federal vai liberar verba de emergência no valor de R$ 180 milhçoes para ajudar os produtores de cana do Nordeste, que passam pelo maiaor sufoco. O programa prevê pagamento de R$ 12 por tone-lada de cana, até dez mil toneladas por produtor.

Diante de uma verdadeira rebelião dos senadores contra os chamados “jabutis”, matérias estranhas que são incluídas nos textos das Medidas Provisórias, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que não vai mais aceitar esse tipo de manobra e prometeu que matérias estranhas serão retiradas do texto e tramitarão na forma de projetos de lei. O motivo das críticas foi a inclusão na MP 668 de artigo que permite à Câmara construir um shopping naquela Casa, batizado pelos senadores de “Parlashopping”.

Tabagismo 1

Turma da toga

Padrão Fifa

Emergência

Traipu 1 A prefeita Conceição Tavares vai recorrer da decisão do desembargador Fábio Bittencourt que mantém golpe articulado por vice-prefeito e presidente da Câmara Municipal. A decisão é idêntica à anterior, já anulada pelo próprio TJ.

Traipu 2 “É uma decisão estranha, só mudou o nome da parte autora. Acredito que, mais uma vez, o Tribunal de Justiça vai reverter a decisão e confirmar que sou a prefeita legítima, eleita com voto do povo de Traipu. O outro é golpista”, declara a prefeita Conceição Tavares.

Cimento Zumbi Alagoas terá uma das mais modernas fábricas de cimento da atualidade. Está quase pronta e será inaugurada em julho no Polo de Marechal.

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 28, indica que 10,8% dos brasileiros mantêm o hábito de fumar. Revela, ainda, que houve uma queda de 30,7% no total de fumantes no país nos últimos nove anos.

Tabagismo 2 O consumo de cigarros no Brasil é maior na faixa entre 45 anos e 54 anos de idade (13,2%) e menor entre 18 anos e 24 anos (7,8%). Entre as capitais, o tabagismo é mais frequente em Porto Alegre (17,9%), Belo Horizonte (16,2%) e em Cuiabá (15,6%). Os dados são da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde.

Roubo de fios Moradores do Conjunto Lucila Toledo, na parte alta da cidade, acusam uma empresa que presta serviços à Eletrobras Alagoas de estar roubando a fiação. Segundo eles, a distribuidora de energia já teria sido alertada, mas até agora não tomou nenhuma providência.

Mais roubo E roubo de fiação não está atingindo somente o fornecimento de energia. Moradores do Tabuleiro Novo também tiveram problemas com o serviço de internet e telefonia fixa da Oi. O motivo: roubo dos cabos da companhia.

Tabagismo 3

Desabrigados

O tabagismo é responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil - 25% delas por angina e infarto do miocárdio, 45% por infarto agudo do miocárdio (abaixo de 65 anos) e 85% por bronquite e enfisema pulmonar. O fumo responde, ainda, por 90% dos casos de câncer de pulmão no Brasil

A SMTT necessita dar uma volta na cidade para conferir o estado dos abrigos de ônibus. O do início da Ladeira Geraldo Melo, no bairro do Poço, é só buraco. E o do Cepa, sentido Centro-Tabuleiro, está encravado em meio a lama e não protege ninguém do sol, menos ainda da chuva!

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE MAIO A 04 DE JUNHO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Com a palavra o Mestre Graça Brasília - Já que falamos aqui dos jornalistas cooptados por Lula para o seu exército vermelho da comunicação chapa-branca, nada mais natural do que comentar também sobre os patrões da imprensa, vassalos que vivem a soldo do governo desde que o Brasil é república. Quem resumiu muito bem o caráter dos donos de jornais nas últimas década foi o escritor Graciliano Ramos lá pelos anos de 1950, quando era revisor do Correio da Manhã, no Rio, um dos jornais mais influentes do país à época. Avesso a bajulações, sisudo, conciso, amargo e cortante, como se mostra em seus textos literários, Mestre Graça foi convidado por Paulo Bitencourt, o dono do jornal, para fazer uma saudação em nome dos empregados numa data festiva do periódico. Graciliano relutou. Dizia modestamente não ter o dom da oratória. Paulo, porém, insistiu que o alagoano falasse para a plateia que se aglomerava no local da festança aos gritos de “fala”, “fala”, “fala”..., quando o autor de Vidas Secas, profundamente encabulado pelo apupo, interrompeu a animação e iniciou suas primeiras palavras: - Paulo, de todos os patrões que já tive, você é o menos filho da puta que conheço...” O discurso lacônico do Mestre Graça pode ser a síntese do que o povo brasileiro pensa dos seus empresários da mídia. A história da imprensa no Brasil mostra, pelos menos nas últimas décadas, que alguns donos de jornais foram mais perversos e danosos ao povo brasileiro do que mesmo os tiranos que em momentos diversos ocuparam o poder no país. Veja alguns exemplos: Carlos Lacerda, na Tribuna da Imprensa, espinafrou Getúlio Vargas até levá-lo ao suicídio, enquanto Samuel Wainer o defendia na Ultima Hora, jornal criado com dinheiro do BB facilitado por Vargas; Assis Chateaubriand, criador dos Diários Associados, achacava empresários e governo para manter o seu poderio de comunicação, como revela Fernando Morais no Chatô, o Rei do Brasil; Os Frias, do grupo Folha de São Paulo, mantinham Notícias Populares para empregar policiais da repressão; o Estado de S. Paulo defendeu em seus editoriais a tomada do poder pelo regime militar; e o Roberto Marinho, o mais astuto de todos eles, aliou-se à ditadura para expandir seu império. Como se vê, cada grupo sempre defendeu interesses próprios. Como a televisão, como força popular e de persuasão, ainda engatinhava, os jornais deram as cartas durante muito tempo com a palavra final da verdade. Enquanto um grupo atacava determinado governo, outro defendia para se abastecer das verbas publicitárias e das benesses do submundo oferecidas tanto por governos militares como civis. Dono de jornal nunca teve ideologia nem partido. Ele se movimenta pela conta bancária. Seu interesse, ao contrário do que pensam os ingênuos, nunca foi o de defender os interesses do povo e nem o de estar ao seu lado, mas expandir seus impérios de comunicação para formar um poder paralelo, como fazem até hoje, em proporções menores, os grupos que dominam a comunicação no país. Imprensa independente é balela. A mais independente de todos os tempos, os jornais alternativos editados durante a ditadura, desapareceu com ela. O conteúdo que vendia, a contestação ao regime, acabou. Com o fim do militarismo, a pauta desses jornais se esgotou e eles começaram a ficar iguais à imprensa convencional e, por causa disso, sucumbiram, deixaram de ser alternativos.

Os déspotas

Autoritário

Mas não devemos confundir imprensa com liberdade de imprensa. Esta deve ser defendida com unhas e dentes contra todas as tentativas de silenciá-la por governos déspotas ou pela esquerda festiva. A imprensa escrita, a do Gutemberg, infelizmente está com os dias contados com o surgimento da globalização que digitaliza a notícia em tempo real. Essa nova geração não quer sujar as mãos com tinta, como faz diariamente o pequeno contingente de velhos e saudosos leitores de jornais.

O presidente da Câmara contratou a Kroll de forma autoritária. Não ouviu ninguém. Nem mesmo o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Parlamentares da comissão já questionam o acordo. Eles sabem que a empresa não teria condição de quebrar sigilo fiscal de nenhum dos diretores ladrões da Petrobrás, coisa que só é possível com ações judiciais que vêm sendo feitas com êxito aqui e no exterior pela equipe do juiz Sergio Moro. A Kroll também esteve envolvida na CPI do PC Farias. Não se conhece até hoje quais foram a sua contribuição às investigações. Depois disso, ela se envolveu em ações criminosas de espionagens de empresas que levaram seus diretores a responder processo por formação de quadrilha.

Manipulação Mas a imprensa brasileira – pelos menos os três grupos mais importantes desse segmento – procura caminhos alternativos ao do papel impresso. E não se engane, durante muito tempo essas organizações ainda vão mandar no país, mexendo no tabuleiro do poder ao seu bel-prazer. E nós, os mortais, ainda seremos manipulados por elas por várias décadas.

Constrangimento O presidente da Câmara, diante de todos os questionamentos, dá uma de João sem braço. Joga a responsabilidade para o jurídico da Casa e aponta para o presidente da CPI como o responsável pelo contrato. E o mais constrangedor é que Cunha alega sigilo contratual para não revelar os detalhes do negócio com a Kroll. Ora, que moral tem os parlamentares que compõem a CPI para exigir a quebra de sigilo de contratos de empresas do governo, como o BNDES, por exemplo, se não olham para o próprio umbigo, negando à população o sagrado direito de saber como está sendo gasto o seu dinheiro?

Cunha enrascado Eduardo Cunha está enrascado. Acostumado a comer elefante, neste momento ele está se engasgando com um mosquito. Agora que o cerco apertou, o presidente da Câmara dos Deputados está tirando o dele da reta e negando veementemente ter sido dele a ideia de contratar a empresa Kroll de investigação, cujos diretores já responderam processo por formação de quadrilha, para ajudar a CPI da Lava Jato. Está jogando nas costas do departamento jurídico da Casa a responsabilidade pela contratação da empresa por l milhão de reais sem licitação. Pelo menos foi isso que ele disse à Folha quando questionado sobre o assunto.

Relação perigosa Descobre-se agora que a Kroll também trabalha para a Sete Brasil, empresa alvo dos parlamentares na CPI do Lava Jato, que tem entre seus doze sócios o BTG Pactual, o banco do amigo do Lula que comprou a preço de banana os poços da Petrobrás na África. A relação da Kroll com a Sete Brasil, que arrasta uma dívida hoje de 12 bilhões de reais com bancos privados, é no mínimo perigosa para quem se propõe ajudar a comissão a descobrir para onde foi o dinheiro roubado da Petrobrás.

Ação popular Esse acordo de Eduardo Cunha com os representantes da Kroll não resiste a uma ação popular que o faria a devolver o dinheiro já desembolsado pela Câmara. Como uma Comissão Parlamentar de Inquérito contrata uma empresa inidônea para ter acesso a documentos sigilosos, inclusive relatórios de bancos com contas dos seus investigados? É a raposa no galinheiro. Além disso, agora se descobre a relação da Kroll com a Sete Brasil, alvo de investigações na CPI.

Cumplicidade Para provar que não concordam com esses acordos obscuros, feitos na calada noite, os próprios parlamentares da CPI bem que poderiam denunciar essa contratação antes que todos virem cúmplice da maracutaia. Se o departamento jurídico da Câmara fez parecer favorável a esse negócio, como alega Eduardo Cunha, ainda há tempo de denunciá-lo para que a competência jurídica de seus membros não venha a ser questionada numa ação que vai arguir a falta de licitação no contrato de 1 milhão de reais.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE MAIO A 04 DE JUNHO DE 2015

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Vazio Quem anda pelo comércio dá pra observar como a crise chegou forte na capital. Pouca gente se arriscando a entrar nas lojas, o que faz as vendas despencar. Será um ano muito difícil, revela a CDL, que acredita na recuperação do poder de compra da população até o final do ano.

Assembleia desobediente

Esquecidos

A

decisão da Assembleia Legislativa de não acatar a ordem judicial sobre a votação em aberto no plenário, abriu um precedente muito perigoso. Afinal de contas, se diz por aí que decisão judicial não se discute. Cumpre-se. E não foi o caso recente da Mesa Diretora da Casa de Tavares Bastos com relação ao processo de votação de vetos do governador Renan Filho. Se o Tribunal de Justiça não adotar as providências que o caso requer, responsabilizando a quem de direito, como ficarão as decisões judiciais daqui pra frente? A peitada que a Assembleia deu na Justiça alagoana foi sem precedentes. Ninguém sabe, até agora, qual foi à época de que uma decisão judicial foi desrespeitada, seja por qual motivo fosse. A decisão era para ser cumprida e a Assembleia, como tem a sua Procuradoria Geral, procurar os caminhos necessários como os tribunais superiores, para questionar a decisão tomada por um juiz do primeiro grau e referendada por um desembargador. A continuar assim, o que se esperar daqui pra frente?

Aos pedaços O governo tem alardeado que está no caminho certo para resolver os problemas deixados pela administração anterior, mas o que vemos não nos dá muita esperança em pouco tempo. Os servidores do Estado estão entrando em greve por reajustes salariais, o Hospital Geral já deveria ter sido fechado de acordo com o Sindicato dos Médicos, onde falta tudo, os alunos não contam com o transporte pela falta de pagamento e as delegacias de polícia estão caindo aos pedaços por aí afora.

De partida Muitos secretários do Estado podem pedir o boné nos próximos meses. Sem recursos para tocar as pastas que dirigem, não têm como resolver os graves problemas que estão enfrentando.

A hora é essa A secretária de Saúde, Rozangela Wyszomirska, está perdendo uma grande oportunidade de entregar o cargo. O governador Renan Filho demonstrou insatisfação com sua auxiliar, quando somente em cima da hora lhe convocou para fazer uma visita ao Hospital Geral do Estado, em crise. Renan, como disse na grande imprensa, quis ver de perto como as coisas não andavam certo por ali, ou seja, não estava acreditando nos relatórios que havia recebido. A súbita visita de Renan ao HGE mostrou quanto a secretária está sendo fritada na administração da saúde.

Descaso Um cliente comprou um carro Tracker na Mangabeiras Veículos no dia 18 de abril e com pouco mais de quarenta dias deu um problema no câmbio automático do veículo. Ele devolveu o carro para conserto na concessionária e já faz mais de 40 dias que ele espera que o defeito seja corrigido. Angustiado, pediu outro veículo da mesma marca ou o dinheiro de volta. Nem uma coisa, nem outra, além da concessionária não estipular prazo para o conserto do veículo. Na quarta-feira, visivelmente aborrecido com o descaso da Mangabeiras Veículos, o cliente prestou queixa junto ao Procon, além de estar preparando uma ação de danos morais contra a empresa.

Cofre cheio A Assembleia Legislativa vive aprontando situações parecendo que não tem mesmo jeito. Esta semana deu uma demonstração de que anda com os cofres abarrotados de dinheiro, ao contratar, sem licitação, uma empresa para auditar, novamente, a folha de pagamento da Casa, custando 1 milhão e 500 mil reais pelo ´´cansativo´´ trabalho. Com tanta grana em caixa ninguém sabe por que os salários atrasados dos servidores não foram pagos nem recolhidas as obrigações sociais, inclusive de INSS e Imposto de Renda.

Sem crise Os hospitais particulares do país inteiro reclamam das dificuldades financeiras, mas não é o caso do Hospital 9 de Julho, de São Paulo que fez doação declarada de 2 milhões de reais para a campanha de Renan Filho. O difícil é encontrar qual o interesse que um Hospital localizado na cidade de São Paulo tem em um estado pequeno e pobre como Alagoas. Mas a contribuição foi legal.

Lava Jato Os maiores doadores da campanha de Renan Filho ao governo de Alagoas, como a Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Norberto Odebrecht, Camargo Correia, UTC, OAS e outros, teve seus dirigentes indiciados e presos na Operação Lava Jato.

Boi caro Os dirigentes da empresa alimentícia JBS, controladora da marca FRIBOI deve gostar muito de Alagoas. Doaram para a campanha de Renan Filho mais de 3 milhões de reais e para a campanha de Benedito de Lira 1 milhão e 200 mil. No Brasil, como um todo, a JBS doou para dezesseis partidos políticos a bagatela de 391 milhões e 800 mil reais, quase meio bilhão. Desse jeito a carne não vai baixar de preço nunca.

Nas grades Repercutiu no país inteiro as declarações do empresário Ricardo Pessoa, da Construtora UTC, afirmando que doou 7 milhões de reais para a campanha de Dilma e 1 milhão e 500 mil para a campanha de Renan Filho. No dia 28/08/2014 a Construtora Camargo Correia doou 3 milhões e 332 mil ao PMDB de Alagoas. O detalhe importante é que um de seus mais importantes dirigentes está preso.

Aliados que votaram em Renan Filho se queixam que não são prestigiados em nada e nem sequer são recebidos. O número hoje de insatisfeitos é substancial para um início de governo. Alguns atribuem ao fato de Renan Filho não ter feito acordo nenhum nem acertado nada com ninguém. Outros dizem que ele não sabe nem quanto custou à eleição. Mas como o pai não tem conseguido muita coisa com o filho nos pedidos de correligionários, o slogan do momento de Renan é: ´´fale com o governador´´.

Contradição Enquanto o Governo se encontra em sérias dificuldades financeiras, o governador continua indo à Brasília em jatinho fretado.

Erro Primário O governador assim que assumiu demitiu todos os cargos comissionados e nomeou seus substitutos sem procurar saber se eles conheciam a administração pública. Resultado foi um festival de incompetência. Na maioria das secretarias, com raras exceções, existem ocupantes de cargos comissionados que não sabem pra onde vão, já que não entendem absolutamente de nada. Até que alguns são boas praças, mas nunca trabalharam no setor público.

Segurança É inegável que a segurança pública melhorou um pouco em Alagoas, mas em Maceió tem ficado cada dia pior. No bairro de Jaraguá, por exemplo, há meses o que se via era roubo de celulares e carros arrombados. Agora os ladrões estão entrando nos prédios e roubando o telhado. É isso mesmo. Na rua da Associação Comercial os ladrões conseguem entrar nos prédios e roubam as telhas, os caibros, as linhas, sem ninguém para importuná-los. Um bairro tradicional com vários bancos, faculdade, escritórios de advocacia e comerciantes de uma forma geral foi totalmente esquecido pelo poder público.

Mega promoção O comércio de Maceió que vem sentindo a crise de perto, vai preparar, através da Câmara de Diretores Lojistas, uma mega promoção no mês de setembro. É a hora dos comerciantes renovarem os estoques, driblar a crise que bateu à porta de todos e apostar num final de ano pelo menos igual a 2014. Para o presidente da entidade, Fernando Azevedo, enfrentar uma crise como esta é um desafio.


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AUDITORIA

Assembleia firma parceria com FGV de mais de R$ 1 milhão Fundação vai auditar a folha de pagamento de ativos e inativos e investigar possíveis irregularidades JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

O

Poder Legislativo estadual contratou em 2007 a Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino, Tecnologia e Cultura (Fapetec) para auditar sua folha de pagamento, analisar e avaliar o sistema de controles internos, analisar a segurança do sistema computadorizado em uso, realização do recadastramento dos servidores e emitir um relatório sobre a folha de pagamento de funcionários ativos e inativos. Mas nenhuma das medidas propostas em contrato foi realizada, já que a Assembleia nunca honrou os compromissos do contrato. Um documento confidencial encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE) pela Fapetec, ao qual o jornal EXTRA teve acesso no início de maio, revela que a Fundação faria os serviços citados mediante o pagamento de honorários no valor de R$ 576.150,00, divididos em seis parcelas; a primeira no ato do recebimento da ordem

de serviço no valor de R$ 57.615,00. As outras quatro parcelas seriam de R$ 115.230,00 e a última, com o encerramento dos trabalhos e entrega dos relatórios, igual à primeira: R$ 57.615,00. Estranhamente, até a penúltima parcela foi paga pela ALE para a Fapetec, somando mais de R$ 460 mil gastos pelo Poder. Mas o não pagamento da última das parcelas, no valor de R$ 115.230,00, inviabilizou a entrega dos relatórios. A atual dívida da Casa de Tavares Bastos com a Fundação, com os valores corrigidos, ultrapassa R$ 420 mil. Esta semana, a Assembleia Legislativa de Alagoas fechou a contratação da Fundação Getúlio Vargas, cuja negocição foi anunciada pelo deputado Luiz Dantas (PMDB), no dia 1º de fevereiro, quando tomou posse como presidente da Casa. A FGV vai auditar a folha de pagamentos dos servidores ativos e inativos e detectar possíveis irregularidades. Basicamente os mesmo ser-

Presidente da Assembleia, deputado Luiz Dantas diz que contratação sem licitação tem amparo legal

viços contratados pela Assembleia em 2007. Por meio da assessoria da Casa, Dantas informou que “a meta é restabelecer a plena legalidade dos atos administrativos e garantir a normalidade e a transparência do processo legislativo”. A FGV foi contratada com base na lei 8.666/93, cujo artigo 24, inciso 13, que prevê dispensa de licitação para contratação de instituições brasileiras focadas em pesquisa e desenvolvimento institucional, desde que ela detenha reputação ético-profissional e não possua fins lucrativos”. O trabalho da FGV vai começar no próximo dia 8 e deverá levar seis meses. Pela execução do plano de trabalho, a contratada receberá R$ 1,5 milhão, que serão pagos em seis parcelas. “A FGV cumpre exatamente esses requisitos legais. A opção do Poder Legislativo por essa instituição para proceder a auditoria da folha leva em conta o histórico de credibilidade e a indiscutível ex-

periência da instituição em ações similares, inclusive em órgãos do governo federal”, justificou o procurador-geral da ALE, Diógenes Tenório Filho, por meio de nota. SOBRE A FAPETEC O presidente da ALE foi procurado para falar sobre essa pendência junto à Fapetec, mas preferiu não se posicionar. Quem tratou do tema foi o deputado Ronaldo Medeiros (PT), líder do governo que disse “oficialmente a Mesa ainda não foi notificada e não temos como pagar algo que não temos conhecimento”. Medeiros destacou que acha estranho depois de oito anos se cobrar alguma coisa e adiantou: “Inicialmente a Mesa não irá pagar à FAPETEC”. Promessa de cara nova A Assembleia vem realizando uma série de modificações em seus procedimentos administrativos. Há 16 certames licitatórios em andamento, que vão modernizar

o funcionamento da Casa de Tavares Bastos. Recentemente, foi reativado o Programa Interlegis, vinculado ao Senado Federal, que já pôs em funcionamento a Escola Legislativa. As atividades do programa avançaram e o lançamento do novo site oficial da Casa, com seu portal de informação, está previsto para ocorrer na primeira quinzena de junho. Há ainda a execução do cronograma de pagamento das folhas atrasadas e os recolhimentos dos encargos legais, que agora ocorrem em dia. Outro fato marcante é o pagamento do décimo terceiro salário no mês de aniversário do servidor. Portanto, quem aniversariou nesses primeiros cinco meses do ano, já recebeu a gratificação natalina. “A auditagem da folha de ativos e inativos faz parte desse conjunto de ações que visam resgatar a credibilidade e o bom funcionamento do Parlamento alagoano”, concluiu o deputado Luiz Dantas, presidente da casa.


6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE MAIO A 04 DE JUNHO DE 2015 IMPÉRIO EM RUÍNAS

Justiça analisa pedido de venda da Mapel Concessionária fundada em 1972 por João Lyra tem R$ 8 milhões a receber da Laginha

VERA ALVES veralvess@gmail.com

O

Comitê de Credores da Massa Falida da Laginha Agro Industrial S/A se reúne no início da próxima semana para avaliar, dentre outros pontos, o pedido de venda da Mapel, a concessionária de veículos fundada em 1972 pelo ex-deputado João Lyra junto com o industrial Olival Tenório. A venda vem sendo requerida inclusive pelo Banco Volkswagen, o agente financiador da montadora alemã e que teme que, assim como as usinas do Grupo JL, a concessionária também tenha sua falência decretada. Com R$ 8 milhões a rece-

ber da Laginha, como resultado da aquisição de veículos da rede pelas empresas do antigo império de JL, a Maceió Veículos e Peças Ltda. vive hoje uma das suas piores crises financeiras, arrastada que foi pela má gestão dos últimos anos. Dono de uma empresa de táxi aéreo fantasma, já que esta não pode mais operar no setor (Lug Táxi Aéreo), João Lyra tem tentado de todas as formas reverter as perdas que se acumulam desde a decretação da falência das cinco usinas que integravam a holding Laginha Agro Industrial S/A, três em Alagoas e duas em Minas Gerais. Esta semana, o exdeputado federal conseguiu

afastar da condução do processo da Massa Falida o juiz Mauro Baldini, da Comarca de Coruripe, numa decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas considerada mais política do que jurídica. Por 8 votos a 1, o Pleno do TJ acatou na terça, 26, a alegação de suspeição levantada contra o magistrado por JL sob o argumento de que o juiz estaria emanando pareceres com alta “carga emotiva”. O voto vencido foi o do desembargador Alcides Gusmão da Silva, relator, que no dia 30 de abril último já havia indeferido liminar requerida por JL. Para os credores, o sentimento agora é de retrocesso. Depois de quase dois

anos andando a passos de tartaruga, somente após o juiz Mauro Baldini haver assumido a Comarca de Coruripe, onde tramita o processo de falência, é que eles finalmente vislumbraram a possibilidade de receberem o que têm direito. O pedido de suspeição contra o magistrado acatado pelo TJ interrompeu a elaboração e divulgação do edital para apresentação de propostas com vistas à aquisição dos bens da Massa Falida, avaliados em R$ 1,9 milhão e que seria lançado em abril último. Agora, fica a indefinição sobre quem será e como vai atuar o novo magistrado a ser indicado pelo TJ.

Emperrando ainda mais o andamento do processo, está o fato de que é preciso definir um novo administrador judicial. Em meados deste mês, o advogado Carlos Franco renunciou à função. No mesmo dia, o Ministério Público Estadual havia ingressado na Comarca de Coruripe com pedido de sua destituição e dos demais gestores, junto com pedido de indisponibilidade dos bens de todos, sob a acusação de má gestão. O pedido de MP não foi atendido pelo juiz substituto Kleber Borba Rocha, que preferiu ouvir os ex-gestores e o Comitê de Credores antes de se posicionar.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE MAIO A 04 DE JUNHO DE 2015 - 7

IMPÉRIO EM RUÍNAS

O pedido do Ministério Público O administrador judicial Carlos Benedito Lima Franco Santos e os gestores judiciais Felipe Carvalho Olegário de Souza e X InfinityInvest Ltda. são acusados pelo Ministério Público de negligência, omissão e quebra de confiança perante o juízo. Com base em denúncia do Comitê de Credores e após apuração, os promotores Flávio Gomes da Costa, Hylza Paiva e Gilcele Dâmaso, designados pela Procuradoria Geral de Justiça para acompanharem o processo de falência, concluíram que o comando judicial seria responsável por dilapidar o patrimônio da massa falida com a venda ou leilão por preço abaixo do valor de mercado de propriedades rurais, equipamentos, insumos e sucateamento das usinas. O administrador e os gestores judiciais são responsabilizados ainda por aumentar as dívidas da Laginha com inserção de credores extraconcursais. Também está sendo questionado o fato de a Laginha haver pagoR$ 601.297,24, em setembro do ano passado, e R$ 872.881,32, em outubro, a um fornecedor diante do atual estado de inoperância em que ela se encontra. Outro fato a ser esclarecido: saquessaques em espécie no valor de R$ 1.022.497,10 no mesmo período. A VOTAÇÃO DO TJ Iniciado no dia 12 deste mês, o julgamento do pedido de suspeição contra o juiz Mauro Baldini, foi encerrado na terça com os votos favoráveis, pelo afastamento do magistrado, de

Cícero Almeida compra rádio para facilitar volta à Prefeitura em 2016 Deputado pagará R$ 2 milhões pela Rádio Jornal AM-710 e ainda assumirá dívida de R$ 2,5 milhões DA REDAÇÃO

O

No dia 12, desembargador Klever Loureiro pediu vistas do processo de suspeição e na última terça deu parecer pelo afastamento do juiz

oito dos 10 desembargadores presentes:Klever Rêgo Loureiro (relator designado e que havia pedido vistas),TutmésAiran, Paulo Barros da Silva Lima, João Luiz Azevedo Lessa, Domingos de Araújo Lima Neto, Washington Luiz, Elisabeth Carvalho Nascimento, José Carlos Malta Marques, Otávio Leão Praxedes e Alcides Gusmão. Gusmão manteve o voto pelo não acatamento do pedido que havia apresentado, na qualidade de relator, no dia 12, quando o julgamento foi suspenso. Os demais acompanharam o voto de Klever Loureiro. Não votaram alegando suspeição ou questão

de foro íntimo os desembargadores Fernando Tourinho de Omena Souza e Fábio José Bittencourt Araújo e estavam ausentes os desembargadores Sebastião Costa Filho, Pedro Augusto Mendonça de Araújo e James Magalhães de Medeiros. Com a decisão, um novo juiz será designado e até lá todo o processo de negociação para venda dos bens da Massa Falida da Laginha permanece parado, inclusive uma negociação para compra das duas usinas de Minas Gerais, uma por R$ 211 milhões e a outra por R$ 165 milhões.

deputado federal Cícero Almeida (PRTB) comprou a Rádio Jornal AM710, de João Lyra, para ajudar na sua campanha de volta à Prefeitura de Maceió na eleição do próximo ano. A aquisição ocorreu através de um contrato de gaveta, já que a legislação impede que parlamentares sejam proprietários de emissoras de TV e Radiodifusão, por serem concessões públicas. Segundo apurou o Jornal Extra, a transação custará ao ex-prefeito de Maceió cerca de R$ 4,5 milhões, sendo R$ 2 milhões pela concessão e mais R$ 2,5 milhões em dívidas trabalhistas, impostos e débito com fornecedores. Para quitar os R$ 2 milhões da compra, Cícero Almeida entregou um apartamento na Ponta Verde no valor de R$ 1,5 milhão e pagará cinco parcelas de R$ 100 mil, cada. A notícia da compra da emissora foi comemorada pelos trabalhadores da empresa, que estão há quatro meses sem salários, além dos que foram demitidos sem receber os seus direitos trabalhistas. “São mais de R$ 500 mil só de folhas atrasadas e obrigações sociais”, informou um funcionário da emissora. A Rádio Jornal AM-710 fun-

Eleito deputado federal em 2014, Almeida se articula para voltar ao cargo de prefeito

ciona na Av. Siqueira Campos 494, no Prado, em prédio alugado, que já pertenceu ao próprio Almeida. A emissora, que foi vendida ao usineiro João Lyra pelo pastor João Luiz, estava registrada em nome de José Emílio e Verônica Tibúrcio, “laranjas” do usineiro. Em recente entrevista ao radialista França Moura, o deputado Cícero Almeida negou ter comprado a rádio de João Lyra, mas a transação foi realizada e o contrato já está na gaveta, devidamente assinado. Agora que comprou uma emissora de rádio, só falta comprar um partido político para chamar de seu.


8 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE MAIO A 04 DE JUNHO DE 2015 CRIME AMBIENTAL Foto: Aldir Valões

Alagoas é 12º em devastação da Mata Atlântica VERA ALVES VERALVESS@GMAIL.COM

D

ivulgados na quarta, 27, Dia Nacional da Mata Atlântica, os novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2013 a 2014, revelam que houve uma queda de 24% do desmatamento nos 17 estados que possuem remanescentes do bioma. Em Alagoas, a queda

foi de 17%, de acordo com o levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os números do atlas colocam Alagoas na 12ª posição em desmatamento do bioma. O estado perdeu 14 hectares de remanescentes, o equivalente a 9,4% do total que possui. O estudo aponta desmatamento de 18.267 hectares

(ha), ou 183 Km², de remanescentes florestais nos 17 estados da Mata Atlântica, o que equivale a 18 mil campos de futebol. O Piauí foi o estado campeão de desmatamento no ano, com 5.626 ha. Um único município piauiense, Eliseu Martins, foi responsável por 23% do total dos desflorestamentos observados no período, com 4.287 ha. “É o segundo ano con-

Vista aérea da região de Maceió antes da desativação do lixão de Cruz das Almas (à direita), quando o verde imperava no local

Alagoas desmatou 14 hectares de Mata Atlântica, revela o Atlas

secutivo que o Atlas observa padrão de desmatamento nos municípios ao sul do Piauí, onde se concentra a produção de grãos. No período anterior, entre 2012 e 2013, foram des-

matados 6.633 ha em municípios da mesma região, com destaque para Manoel Emídio (3.164 ha) e Alvorada do Gurguéia (2.460 ha)”, revela a fundação.


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CRIME AMBIENTAL

Imagens aéreas confirmam desmatamento em Maceió Denunciada em reportagem publicada na edição nº 822 do EXTRA, o desmatamento de remanescentes de Mata Atlântica em Maceió é comprovado por imagens aéreas feitas esta semana e

que tão a exata dimensão do que está ocorrendo com a topografia da capital. O corte indiscriminado de morros e aterramento de grotas para tornar toda a região plana e dar lugar a empreendi-

mentos imobiliários atinge os bairros do Barro Duro, Sítio São Jorge e Cruz das Almas. Um crime ambiental que está transformando em inóspita uma área antes verde, com sérios riscos para

as bacias hidrográficas que a atravessam. O crime ambiental, iniciado a partir da desativação do lixão de Cruz das Almas, ganhou contornos mais assustadores há dois anos,

quando o empresário Gaspar Carvalho, genro do usineiro João Tenório e dono da Resulta Investimentos, criou um grupo de “investidores” para explorar a área. Foto: Aldir Valões

Toda a região cortada pela Avenida Josefa de Melo, a partir do Parque Shopping e até o Barro Duro, está sendo aplanada para dar lugar a empreendimentos imobiliários


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CONGRESSO

Autoritarismo e arrogância contribuíram para derrotas de Cunha Destituição da comissão especial da reforma política, sem análise de parecer, e sucessivos atropelamentos regimentais revoltaram parlamentares e reduziram bancada de apoio do peemedebista no plenário

WILSON LIMA CONGRESSOEMFOCO

A

s derrotas na votação da reforma política enfraqueceram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB -RJ), segundo parlamentares ouvidos em caráter reservado por Congresso em Foco. Na noite da terça-feira (26), a Câmara rejeitou duas propostas capitaneadas por Cunha: a instituição do sistema majoritário para eleições de deputados estaduais, federais e vereadores, o chamado “distritão”, e a constitucionalização do financiamento de empresas para candidatos e

partidos. O peemedebista conseguiu, na quarta-feira (27), incluir na Constituição ao menos as doações de pessoas jurídicas para os partidos, como forma de amenizar as duas derrotas. Os deputados estimam que Cunha ainda mantém uma base fiel em torno de 220 parlamentares. Mas essa base era considerada maior antes das votações das últimas duas semanas. Dois episódios foram considerados decisivos para uma perda de apoio do Cunha nos últimos dias. Parlamentares ouvidos pelo Congresso em Foco acreditam que a for-

ma como o presidente da Câmara destituiu a comissão especial da reforma política ajudou nesse processo de debandada da sua própria base. Após três meses de trabalho, a comissão apresentaria um texto-base da reforma política na segunda-feira (25). No entanto, dez minutos antes da abertura dos trabalhos do colegiado, o presidente da Casa determinou o cancelamento da última sessão do colegiado e decidiu votar a proposta sem o relatório dos colegas. A situação causou amplo desconforto e muitos parlamentares da comissão se revoltaram contra Cunha.

Além disso, a maneira com que Cunha tem comandado as votações, utilizando manobras regimentais, tem irritado vários parlamentares. Um exemplo ocorreu durante a votação do ajuste fiscal. Ao tentar aprovar a instituição das parcerias público-privadas (PPPs), por meio de uma manobra regimental, dezenas de deputados articularam a queda de toda a votação e não somente das PPPs. Parlamentares se queixam da “arrogância” do peemedebista e afirmam que, no caso do “distritão”, ele fez um cálculo errado de sua base de apoio. “Uma coisa é você

aprovar um projeto de lei, que tem maioria simples. Outra coisa é uma emenda à Constituição. Uma emenda precisa de acordo, e Cunha achou que tinha força suficiente para aprovar o que quisesse”, disse um deputado da base governista que pediu para não ser identificado. Na prática, a avaliação dos parlamentares é que, após várias vitórias contra o governo, Cunha acreditava que poderia impor qualquer projeto à Câmara. “Cunha não disse que o Parlamento era independente? Então, agora mostramos exatamente isso”, alfinetou outro deputado.


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CORRUPÇÃO

EUA afirmam haver indícios de suborno em contratos da CBF na Copa do Brasil De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, “o outro esquema investigado” apura suspeita de irregularidades na escolha de Rússia e Catar para sediar a Copa do Mundo em 2018 e 2022 POR AGÊNCIA BRASIL

investigação da Justiça dos A Estados Unidos vai além da suposta participação de dirigen-

tes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e empresários em uma possível fraude na escolha dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo (Rússia, 2018, e Catar, 2022). Segundo as autoridades norte-americanas, durante as investigações foram encontrados indícios de práticas ilícitas em outros países. No Brasil, as suspeitas recaem sobre contratos de patrocínio e de transmissão da Copa do Brasil assinados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Conforme um comunicado divulgado dia 27, pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, “o outro esquema investigado” – além do que apura suspeita de irregularidades na escolha de Rússia e Catar para sediar a Copa do Mundo em

2018 e 2022, respectivamente – está relacionado ao pedido e recebimento de subornos e propinas por autoridades do futebol e executivos de marketing esportivo durante as negociações sobre o direito de transmissão de campeonatos. Entre os eventos citados nominalmente está a Copa do Brasil, organizada pela CBF. A nota também menciona o “pagamento e recebimento de subornos e propinas em conexão com o patrocínio da CBF por uma grande empresa sportswear dos EUA. Atualmente, a patrocinadora oficial da CBF é a Nike. Os nomes de três brasileiros constam da relação de investigados divulgada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Além do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, detido na quarta pela manhã, em Zurique, Suíça, são citados o empresário José Hawilla, dono da Traffic Group, e José Margulies, dono de empresas

de transmissão de eventos esportivos. A reportagem não conseguiu conversar com nenhum dos representantes da CBF sobre as suspeitas de irregularidades nos contratos de patrocínio e de transmissão da Copa do Brasil. Em nota divulgada no mesmo dia, a CBF informou que apoia “integralmente” as investigações das autoridades policiais dos Estados Unidos e da Suíça. Durante entrevista coletiva em Nova York, as autoridades norte-americanas revelaram que o esquema pode ter movimentado mais de US$ 150 milhões em subornos e propinas. Outros seis dirigentes da Fifa, além de José Maria Marin, foram detidos quarta-feira, 27 em Zurique. São eles, o caimanês Jeffrey Webb, o costarriquenho Eduardo Li, o nicaraguense Julio Rocha, o inglês Costas Takkas, o uruguaio Eugenio Figueredo e o venezuelano Rafael Esquivel. As detenções ocorreram em um hotel onde os dirigentes da Fifa estão reunidos para participar de um congresso da entidade, durante o qual será escolhido, nesta sexta-feira (29), o próximo presidente. Atual mandatário, Joseph Blatter busca

Romário mostrou-se otimista quanto à possibilidade de obter a colaboração das autoridades americanas para a CPI da CBF

seu quinto mandato e é apontado como favorito para vencer a eleição. Mais cedo, o diretor de comunicação da Fifa, Walter de Gregório, garantiu que a eleição e as escolhas da Rússia e do Catar para sediar as duas próximas Copas do Mundo estão mantidas. Gregório acrescentou que Blatter não é alvo da investigação norte-americana. ROMÁRIO PROTOCOLA REQUERIMENTO DE CPI DA CBF Aproveitando-se do

quórum alto no plenário do Senado durante a votação das medidas do arrocho fiscal do governo, o senador Romário (PSB-RJ) recolheu rapidamente as assinaturas necessárias à abertura de uma CPI para investigar a CBF, Confederação Brasileira de Futebol. Pelo regimento, o ex-craque precisava de 27 rubricas. Em menos de 2 horas, obteve 52 jamegões. Mais cedo, ao saber que o ex-presidente da CBF José Maria Marin fora preso na Suíça com outros seis dirigentes da Fifa, Romário festejara a novidade como uma oportunidade para “limpar o futebol da corrupção”. Ele presidia uma audiência sobre futebol feminino na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. O pedido de CPI já foi protocolado na Mesa Diretora do Senado. Antes de saber da coleta de assinaturas, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), dissera que, havendo apoio mínimo exigido pelo regimento, ele providenciaria para que a CPI da CBF fosse instalada. Romário disse que pedirá para ocupar o posto de relator da nova CPI.


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IRMÃOS METRALHA

Jucá manda promotor de Mata Grande apurar denúncias contra o prefeito Jacob e Júlio Brandão, que preside a Câmara, serão investigados por uma série de acusações, inclusive improbidade administrativa por lesar o erário de Mata Grande sejam responsabilizados”. O documento encaminhado por Kleber para Câmara de Mata Grande relaciona: “infrações político administrativas, crimes de responsabilidade, atos de improbidade administrativa, como desrespeito à lei de licitações, danos ao erário, alienação de bem público com ilegalidade, crimes praticados por servidores públicos, crimes cometidos contra o patrimônio público e falsidade ideológica”.

JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

E

sta semana o Ministério Público Estadual (MPE) determinou, através do procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, em publicação no Diário Oficial do Estado, que as denúncias contra o prefeito de Mata Grande e o presidente da Câmara local, os irmãos Jacob Brandão (PP) e Júlio Brandão (PP), respectivamente, sejam apuradas pela promotoria da cidade. Casos de improbidade administrativa e malversação de contratos públicos são alguns dos pontos a serem investigados. Um dos acontecimentos emblemáticos e de conhecimento público, que se tornou alvo de processo que tramita na justiça, é calote no empresário Kleber Malaquias de Oliveira que já ultrapassa R$ 350 mil. Kleber firmou contrato com a prefeitura sertaneja com dispensa de licitação para locação de quatro automóveis: Gol, Uno, Celta e Palio para prestação de serviços na Secretaria de Saúde do Município, mas até hoje o acerto nunca foi honrado totalmente.

Kleber Malaquias levou denúncias contras irmãos Jacob e Júlio Brandão também à Câmara Municipal

Em recente entrevista para o jornal EXTRA, o empresário fez revelações: “Tomei conhecimento que após não receber os cheques referentes os contratos repassados e assinados pelo prefeito Jacob Brandão e o então secretário de Finanças, Gabriel Brandão, primo do chefe do executivo, o vereador presidente da Câmara, Júlio Bandão, começou a se apropriar de forma ilegal dos cheques nominais que deveriam

ser recebidos por mim”. Kleber ainda contou que os saques mesmo nominais a ele foram feitos na agência do Banco do Brasil de Mata Grande, todos de forma ilegal, “criminosa”, como ele classifica. As denúncias do empresário foram encaminhadas para o Ministério Público Estadual, Gecoc e recentemente, no dia 18 de maio, para Câmara Municipal de Mata Grande. “Dei ciência

para os parlamentares, já que são os agentes fiscalizadores do poder Executivo e dos atos dos seus pares, para que tomem as providências cabíveis contra Jacob Brandão e Júlio Brandão”. Kleber Malaquias de Oliveira destacou que a conivência do Legislativo pode incorrer em crime. “Vou aguardar as apurações do Ministério Público Estadual. As provas são robustas. Espero sinceramente que os responsáveis

MAIS DENÚNCIAS No mesmo dossiê encaminhado para Câmara, há uma denúncia do Sindicato dos Professores que afirma: “Aconteceu desvio e saques na conta destinada aos descontos do INSS de funcionários da Educação”. Kleber solicita aos membros do parlamento local, o mesmo do qual um dos denunciados - Júlio Brandão faz parte, que os vereadores solicitem as prestações de contas das verbas federais destinadas aos programas sociais do município. Por fim, o empresário pede que sejam apurados os contratos de shows no município, todos com dispensa de licitação e segundo ele superfaturados.


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CONTRA EVANGÉLICAS

“Pastor” que aplicava golpes em Maceió é detido em flagrante no estado de Goiás Assim como fez com funcionária pública alagoana, golpista foi preso após roubar namorada JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

U

m falso e carente pastor evangélico coleciona pelo Brasil afora muito mais do que corações partidos. Em Alagoas, por exemplo, Samuel Vasconcelos Falcão Sobrinho, 48, levou consigo um processo por estelionato, crime que conseguiu pagar em liberdade. Natural de Recife, capital de Pernambuco, ele extorquiu a servidora pública Ana Lúcia da Conceição Xavier, de quem roubou o carro, um Gol vermelho de placa OHC-1071/ AL, e a quantia de R$ 12 mil. O fato foi registrado em 2012. De acordo com o processo, Samuel foi detido em flagrante no restaurante Chef Chu, no Bairro do Farol, em posse do veículo, sem autorização da vítima e tentado extorquir dinheiro para devolver o automóvel. À época, o Tribunal de Justiça (TJ-AL) pediu para que o cartório oficiasse o caso às Varas de Pernambuco, Ceará, Tocantins, Espírito Santo e Sergipe, nas quais tramitavam processos em desfavor do acusado. E na terça-feira desta semana, 26, o falso pastor foi preso novamente, mas dessa vez, a mais de 2 mil km de Maceió, na cidade de Anápolis, em Goiás. O golpe era o mesmo. Ele criou um perfil em rede social, se passava por militar aposentado da Marinha e dizia ser um homem

devoto a Deus que queria encontrar a mulher de sua vida. Após ganhar a confiança das vítimas, o golpista emitia cheques ou fazia saques das contas bancárias das namoradas. A Polícia Civil de Goiás informou à imprensa que Samuel já foi preso mais de 10 vezes por estelionato, além de ser procurado pela Justiça em outros estados. “Ele parecia ser uma pessoa muito boa, chegou a se apresentar como pastor evangélico. Me convenceu a dar para ele meu cartão da poupança. Aí ele falou que precisava também da senha e do meu CPF para depositar uma quantia para eu poder trabalhar e pagar minhas contas”, desabafou uma das vítimas que preferiu o anonimato. Nos dois meses e meio de relacionamento, Samuel quase conseguiu deixar um prejuízo superior a R$ 300 mil à família da vítima. Até o sogro foi lesado. “Pegou cheque, empréstimo, falou que ia dar um serviço para gente, montar um comércio”, contou o pai da namorada do golpista. Mas a intenção do suspeito era de comprar duas residências em Anápolis com o dinheiro da família. Um corretor de imóveis desconfiou dos argumentos do acusado e alertou todos. Em uma busca pela internet, o vendedor de uma das casas encontrou o histórico policial do “pastor” em sites de notícias, dentre eles, uma reportagem da imprensa alagoa-

Samuel Vasconcelos usava a internet para atrair suas vítimas

na, e fez a denúncia à Polícia. Porém, os investigadores acreditam que outras vítimas vão aparecer. “Nos últimos dias, ele não estava em Anápolis. Deve haver outras vítimas em cidades como Goiânia e proximidades”, destacou a delegada Geinia Etherna. Nos pertences apreendidos no hotel onde o suspeito estava hospedado, a delegada encontrou um carnê das Casas Bahia, onde ele teria feito uma

compra no dia 22 deste mês em Palmas, capital do Tocantins. Ainda foram encontrados vários lencinhos da Igreja Internacional do Poder de Deus, que segundo Geinia, seriam usados para aplicar golpes em evangélicas. “Ele estava com pedido de prisão em aberto no estado do Sergipe. Embora seja pernambucano, declarava ser do Rio de Janeiro e dizia o que as mulheres queriam ouvir. Con-

cluí também que Samuel não trabalhava e vivia a partir dos golpes que aplicava e que sempre terminavam com o roubo do carro da vítima”, disse a delegada à reportagem do EXTRA. Dos 62 amigos adicionados no perfil do Facebook do “pastor”, 41 são mulheres de várias regiões do Brasil e que se declararam evangélicas. Entre as adicionadas está uma servidora pública de Maceió. Em meio às postagens de fotos de navios, mulheres comentavam como falso marinheiro era “lindo” juntamente com versículos da Bíblia. “Uma das maneiras de ganhar a confiança da vítima, no primeiro momento, era de pagar tudo para ela. Então, falava que tinha uma grande quantia de dinheiro para receber, mas que não podia usar a própria conta bancária devido a problemas judiciais. Assim, ele pedia os dados bancários da namorada para praticar o crime”, detalhou a delegada. Antes de vir a Alagoas, Samuel enganou uma mulher chamada Raimunda Laércio Doura da Silva, senhora que conheceu pela internet e de Guaraí, interior de Tocantins. Assim que conseguiu o carro da vítima, ele foi para Aracaju, em Sergipe. Lá, sofreu infrações de trânsito, o que fez com que diversas multas chegassem até Raimunda. Ela, por sua vez, comunicou o fato à polícia que agiu rapidamente e prendeu Samuel no dia 18 de janeiro de 2011. “Pedirei à Justiça de Alagoas mais informações para anexar às investigações”, adiantou a delegada.


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FRANCISC

ALAGOAS DA SÍFILIS E DA CÓL

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

E

m 14 de outubro de 1859, uma Alagoas recém-saída de uma epidemia de cólera, convivendo com a sífilis e uma elite faminta de títulos honoríficos recebe o imperador Dom Pedro II. Era a primeira visita dele nestas terras. A segunda aconteceu no mesmo ano, já em Maceió, quando inaugurou a Catedral Metropolitana, em dezembro. Mas, na primeira visita, passou também em Penedo. O imperador percebeu que a miséria estava agregada à população do Baixo São Francisco, como a lama grudando nos pés dos ribeirinhos. E os costumes eram ainda mais reacionários que a já antiga presença de um rei em plena América do século 19, com as colônias sendo libertadas de seus colonizadores e a escravidão sendo varrida do mapa- o que só aconteceu no Brasil 29 anos após aquela visita do imperador. Este momento específico da visita do imperador a Penedo é comentando aqui, na série “Alagoas, 200”, por Francisco Sales, médico e presidente da Casa do Penedo. E se mostra que a Ala-

goas de ontem, a do imperador, tem impressionante traços no presente. É como se o passado permanecesse atual. Ou como se o presente ainda estivesse passado pela comitiva real. Que Alagoas recebeu d. Pedro II em 14 de outubro de 1859? Dois episódios acontecidos no período daquela visita retratam bem a Alagoas daqueles idos. Quando desembarcou no porto do Penedo, a comitiva Imperial foi recebida por uma banda de música. O imperador a descreve em seu Diário como um grupo de músicos esforçados, mas medíocres, desafinados, roufenhos. E atesta que talvez estes rapazes não estejam recebendo a devida educação musical. Num outro momento, em 1831, em um baile de gala oferecido ao então presidente da Província Manuel Lobo de Miranda, este percebeu que não havia moças no salão e que alguns rapazes usavam uma fita azul costurada à altura do antebraço. E foi informado que às moças do Penedo não se dava o direito de frequentar bailes e que aqueles rapaz de fita faziam as vezes de dama para dançar com os outros

cavalheiros. De certa forma, foi isso que encontrou por aqui o imperador, uma província fechada em suas tradições mais mesquinhas, negando liberdade às moças e educação a todos, além de recém-saída de um grande surto de cólera. No entanto, havia também sentimentos revolucionários. O Clube Republicano do Penedo, durante os poucos dias em que o imperador ficou na cidade, todas as manhãs hasteava a bandeira republicana para saudar Dom Pedro que, um dia, desceu do cavalo e beijou a tal bandeira republicana. Também havia certo desenvolvimento industrial. O imperador elogia a extração de óleo de linhaça com máquinas a vapor feita pelos Araújo, a família que o hospedou. Infelizmente, vejo Alagoas refletindo ainda hoje os espelhos de 14 de outubro de 1859. Seus donatários negam liberdades, cerceiam projetos educacionais e quase todas as rebeldias se curvam ao primeiro beijo do Império. Diz-se que o imperador foi responsável pelo desenvolvimento social do Brasil, mas ao chegar a Piranhas, regis-

trou um quadro “tristíssimo”. Estivemos na contramão da História? Este quadro tristíssimo não era privilégio de Piranhas. Todo Baixo São Francisco sofria com as incontáveis mazelas sociais daqueles idos, como as epidemias de cólera, as endemias, as enchentes do rio, as levas de retirantes que fugiam da seca do Sertão. E isso eram resquícios de nosso processo colonial e também se estendia por todo o Brasil. Ler as descrições do Rio de Janeiro deste período feitas por Luís Edmundo é ver um universo de mazelas e insalubridades. Quanto a Alagoas, havia uma blague corriqueira que asseverava que “três coisas se respeitam nas margens do São Francisco: a lama do Cotinguiba, a justiça de Vila Nova e a sífilis do Penedo”. Vale salientar que a alta incidência de sífilis se devia também ao fato de ser Penedo uma cidade portuá-

ria, como Maceió. Segundo Abelardo Duarte, o imperador tomou conhecimento da frase pelo doutor Jacobina, que exercia o papel de mordomo na comitiva imperial. Não sei se ele chegou a conhecer a lama de Cotinguiba e a justiça de Vila Nova, atual cidade de Neópolis, mas a miséria social do Penedo ele viu no hospital da cidade, abarrotado de enfermos cuidados por um único médico, o doutor Henrique Birkett, um cidadão inglês.


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CO SALES:

ÓLERA RECEBE DOM PEDRO II

Chegou mesmo a elogiar os esforços do médico e fazer uma considerável doação ao hospital. Naturalmente que em todo seu governo, que durou cinquenta e oito anos, ele teve algumas ações sociais, mas creio que foi muito pouco para a dimensão de todo aquele período administrativo e para as exigências da época. Apesar de ser um humanista, hesitou o quanto pode em por fim à escravidão, gesto que

terminou sendo concretizado por sua filha, a princesa Izabel, sem oferecer qualquer projeto de inserção social aos libertos e que mesmo assim lhe custou o império. Parece-me que tudo foi feito, como é recorrente em nossa história e em nossa modernidade, sob o prisma do improviso, do tratamento paliativo. A paciente sente uma dor lhe aplicam um sedativo. Pouco tempo depois, passa o efeito da medicação, volta a dor, mas aí já tudo é esquecido diante de uma outra dor maior e mais nova, enquanto a paciente morre aos poucos. Lêdo Ivo, em Ninho de Cobras, mostra um imperador distribuindo títulos honoríficos a uma elite local que parecia carente de prestígio. A elite alagoana mudou? Claro que não. Mudou apenas a forma de presentear. Os títulos honoríficos se transformaram em cargos

no poder público. O jornalista Rui Nogueira contava horrorizado nos corredores de Brasília uma cena a que assistiu em Maceió. Ao ir entrevistar o procurador da Assembleia Legislativa para a revista O Espelho, este apontou para a barriga da filha, que estava grávida, e sentenciou: “Ainda não sei o sexo desta criança, mas seu emprego já está garantido”. Isso demonstra bem como o poder vem sendo manipulado e usado em favor de uns poucos que mantêm uma multidão na indigência cultural como forma de preservação do poder de mando. Cotidianamente, observo e vivo este descaso na luta para gerir e preservar a Casa do Penedo. Esta sociedade inculta, aliás, repudiou e repudia o romance de Lêdo Ivo, um dos mais belos cantos de amor à terra que conheço. No entanto, a gente alagoana, olhando apenas o título da obra, acusou Lêdo de denegrir a imagem do Estado. Que imagem temos para ser denegrida? O velho poeta português Guerra Junqueira, com sua paixão romântica, escreveu que “abrir escolas é fechar cadeias”. Isso certamente explica o crescente e alar-

mante índice de violência que aterroriza todo o Estado e o apresenta ao mundo como uma terra de ninguém. Em seu livro “Minhas Alagoas São Outras”, o senhor diz: “Vi Alagoas morrendo por carência de cultura”. Essa Alagoas do passado e do presente não foi de alguns poucos “vencedores”? Desconheço os vencedores de uma batalha que mata o princípio cultural de uma gente, e em Alagoas está sendo priorizado o culto à esperteza, não à sabedoria. Darcy Ribeiro, em um de seus brilhantes discursos, dizia que fracassou em tudo. Tentou salvar os índios, criar uma universidade aberta, fundar um sistema educacional público de qualidade e perdeu todas estas guerras, mas preferia se dizer vencido que estar ao lado dos vencedores, pois estes continuavam equivocados. Vejo Alagoas por este prisma. Outro dia estava à porta de um estabelecimento gastronômico de Maceió, que a elite frequenta como prova de ascensão social. Aguardava a chegada de meu carro junto a uma vaga reservada a deficientes fí-

sicos, sinalizada com uma cadeira de rodas. Para no local um grande veículo, tipo importado, caríssimo, e dele saltam quatro jovens na faixa de vinte a vinte e cinco anos. Faço ver que a vaga é reservada para deficientes. Eles saltam batendo ruidosamente as portas e se entreolham dizendo: “velho babaca”. Estes serão os advogados, médicos, os administradores alagoanos do futuro. Em outras palavras, os “vencedores” de Alagoas na verdade estão perdendo a imensa e grata oportunidade de fundar de fato uma civilização.

Quem é? Francisco Alberto Sales, 75 anos, é médico. Estudou em Maceió. Viveu em Brasília, onde exerceu a profissão. É presidente da Casa do Penedo, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL) e da Academia Alagoana de Letras (AAL). Principais obras: - Arruando Para o Forte, Penedo, Fundação Casa do Penedo, 2003 - Grafites na Pedra, Penedo, Fundação Casa do Penedo, 2015 - Minhas Alagoas São Outras, Fundação Casa do Penedo, 2005.


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EDUCAÇÃO PARALISADA

Ufal enfrenta segunda greve na década Professores pedem reestruturação de carreira, reposição salarial e autonomia para as universidades MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

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a última década, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) passou por duas greves. A de 2012 durou cerca de quatro meses, prejudicando o calendário acadêmico da época. A mais recente, foi deflagrada na quinta-feira 28, após professores decidirem em assembleia pela paralisação das atividades. Mais de 30 mil estudantes da instituição, entre cursos presenciais e de Educação a Distância, estão sem aula. A greve é nacional e será por tempo indeterminado. Os grevistas reivindicam a reestruturação de carreira, reposição salarial de 27% e a garantia de autonomia para as universidades. Além disso, eles reclamam da péssima condição de trabalho e a falta de estrutura física dos campi. O presidente da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), Márcio Barbosa, relembrou que na greve de 2012, o governo federal apresentou várias tabelas, mas que na prática resultaram no aprofundamento da desestruturação da carreira e por isso, o sindicato nacional não assinou o acordo proposto. Um dos pontos que favoreceu pela greve foi o encontro da

sexta-feira passada, 22, entre o Sindicato Nacional das Instituições de Ensino Superior (Andes/SN) e representantes da classe nacional com técnicos do Ministério da Educação (MEC). Na ocasião, o ministro Luiz Cláudio Costa afirmou que o acordo firmado com a categoria em abril de 2014 sobre os conceitos da carreira não é válido, já que nenhum secretário do MEC pode assinar acordo sem a aprovação do resto do ministério. Como não houve acordo entre as partes, a categoria optou pela greve. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, Paulo Rizzo, a crise das universidades está mais profunda. Com o anúncio do corte de R$ 9,43 bilhões no Orçamento do ministério em 2015, o presidente do sindicato acredita que as atividades acadêmicas podem ser comprometidas. “Há prédios que não foram construídos, laboratórios que não estão prontos e, se forem suspensos os concursos públicos, vai faltar professor para as universidades”, destacou. Com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que busca ampliar o acesso e a permanência na educação superior, os investimen-

Professores reunidos na assembleia em que decidiram paralisar atividades por tempo indeterminado

tos aumentaram e a demanda por professores em todas as universidades também. Indignados, professores federais de 23 universidades optaram pela paralisação das atividades. Também decretaram greve os técnico-administrativos da Ufal. A categoria pede concurso público, reajuste salarial de 27,03%, implantação de data-base, mais democracia nos campi, melhores condições de trabalho, entre outras reivindicações. ESTUDANTES REVOLTADOS Conforme documento disponível no site da Ufal, o primeiro semestre letivo deste ano iria até 17 de julho e o segundo semestre iniciaria em 10 de agosto. Com a greve, o calendário fica indefinido. Mas o movimento grevista vai impactar, além da vida de estudantes regulares, a de quem ainda vai ingressar na universidade. É que com o atraso na conclusão do calendário do primeiro semestre, os novos alunos terão que aguardar o retorno das atividades e a reposição de aulas para poder iniciar sua vida acadêmica. O segundo semestre também vai sofrer modificação, já que existe uma carga horária mínima de aulas que a universidade deve

oferecer aos alunos. E assim, o ano letivo só pode ser concluído quando essa carga é atingida. Para o estudante de Engenharia Civil da Ufal, Diego Lima, que enfrenta a segunda greve, a paralisação em final de semestre vai prejudicar os alunos. “Em 2012, assim que a greve acabou, a gente tinha prova toda semana para regulamentar o calendário e isso foi péssimo para nosso aprendizado”, criticou Diego ao acrescentar que atrapalhou bastante sua rotina de estudo, além do que muitos conteúdos foram atropelados, devido ao tempo perdido. Quem também enfrenta a segunda greve é Anne Caroline Albuquerque, que pretende concluir o curso de Engenharia Civil no final de 2016. De acordo com a universitária, a paralisação é péssima porque vai atrapalhar sua vida acadêmica, além de mudar a rotina e dinâmica de estudo. “Como pretendo enfrentar um mestrado, a greve pode fazer com que eu perca o prazo de inscrição e isso é muito ruim. Além do que, vai atropelar muita coisa para poder concluir o período letivo”, avaliou Anne. E o que dizer de quem pas-

sou no exame seletivo e está ansioso para começar a vida acadêmica? Revoltado. Assim disse estar João Carlos que irá ingressar na universidade no segundo semestre. Segundo ele, a incerteza de quando vai iniciar o período letivo é revoltante. “Entrar na Ufal é um sonho e ver esse sonho adiado por conta de uma greve nos deixa frustrado e incrédulo com essa política educacional”, criticou o futuro universitário. PARALISAÇÃO NACIONAL Esta sexta-feira, 29, foi escolhida como Dia Nacional de Paralisação, organizado pela CSP-Conlutas e outras centrais sindicais para lutar contra a terceirização e os demais projetos que retiram direitos dos trabalhadores. A orientação é que entidades e movimentos filiados organizem plenárias e assembleias com as bases para conseguir máxima adesão dos trabalhadores. Os eixos da paralisação foram definidos: contra o PL da Terceirização, contra as Medidas Provisórias 664 e 665 e o ajuste fiscal, e em defesa dos direitos e da democracia.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Eles por eles (Brasília) Quem melhor descreveu o processo de reforma política vivido pelo Congresso Nacional foi o próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mas apenas tornou público o que todo brasileiro com o mínimo de discernimento sabe: trata-se de mais um engodo afrontando o povo, mudando apenas as questões que forem convenientes para seus mandatos pútridos e comprados a peso de ouro e muita corrupção. É assim que eles agem e assim continuarão agindo enquanto a sociedade enganada suportar e avalizar com o voto suas eleições imorais. Para o presidente da Câmara, que diga-se não é nenhuma figura moralmente recomendável, “quem foi derrotado foi o povo, porque todos os modelos [de sistema eleitoral] foram derrotados. Recusaram a lista, o distrital misto, o distritão e o distritão misto. Então, na prática, a decisão é: não tem reforma”, resumiu. “A Casa definiu que não quer fazer a reforma política. Ela se dissociou da sociedade quando pregou na campanha eleitoral que queria uma reforma política e, quando teve a oportunidade, não se manifestou por nenhum dos modelos. Quando não se pronuncia por nenhum, opta pelo que já existe.”

Fim da reeleição: ponto positivo Dentro das pífias mudanças na política brasileira pelo menos uma encontra respaldo na maioria da população: artigo da reforma política que acaba com a reeleição nos cargos executivos (presidente da República, governadores e prefeitos). A medida foi aprovada com o apoio majoritário das bancadas: 452 votos a favor, 19 contra e 1 abstenção. O fim da reeleição não se aplicará aos governadores eleitos em 2014 e aos prefeitos eleitos em 2012, nem a quem os suceder ou substituir nos seis meses anteriores ao pleito subsequente, exceto se já tiverem exercido os mesmos cargos no período anterior. A exceção para o cargo de presidente da República não cabe porque a presidente Dilma Rousseff, já reeleita, não poderá se candidatar novamente em 2018.

Continua a safadeza Por outro lado, na mesma sessão, uma Câmara suja e repleta de “negócios inconfessáveis” aprovou por 330 votos a 141 e 1 abstenção, o financiamento privado de campanhas com doações de pessoas físicas e jurídicas para os partidos políticos e com doações de pessoas físicas para candidatos. Pela emenda, o sistema permanece misto – com dinheiro público do Fundo Partidário e do horário eleitoral gratuito – e privado, com doações de pessoas e empresas. Resumindo: continuam os esquemas de corrupção, lavagem de dinheiropara abastecer partidos políticos que são verdadeiras quadrilhas e candidatos eleitos pelo dinheiro sujo da propina pagas pelo dinheiro desviado das obras e dos contratos fraudulentos dos serviços para os governos.

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Para refletir:

“O ajuste fiscal feito pelo governo pune os mais pobres e penaliza os municípios” (Senador Renan Calheiros)

Renan quer pressa

Títulos à granel

O presidente do Senado, Renan Calheiros, prometeu acelerar a votação de projetos que garantam a regularidade de recursos repassados pela União aos municípios, ao discursar durante a 18ª Marcha dos Prefeitos, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília. Ele defendeu a revisão do pacto federativo e criticou o ajuste fiscal feito pelo governo, que segundo ele, “pune os mais pobres e penaliza os municípios”. O pacto federativo estabelece as competências tributárias dos governos federal, estaduais e municipais, bem como os mecanismos de partilha da receita dos tributos arrecadados. Segundo Renan, o país tem observado uma crescente centralização dos recursos pela União. Disse Renan: “Esse ajuste fiscal é na verdade um embuste fiscal porque penaliza o pobre, tributa a renda, tributa o salário. Os municípios brasileiros serão penalizados pelos cortes que a medida provisória faz”.

A Câmara Municipal anunciou para hoje (sexta feira), a entrega de um título de Cidadão Honorário de Maceió ao cantor Altemar Dutra Júnior. O autor da proposição, aprovada por unanimidade pelo Plenário da Casa, foi o vereador e líder do governo, Eduardo Canuto (PV). Nada tenho contra o jovem e talentoso cantor, mas fico a me perguntar: qual sua contribuição efetiva e o seu papel relevante para merecer a honraria? Na verdade esses títulos e outros “mimos” ,como comendas e medalhas são concedidas aos montes diminuindo o valor de quem dar e de quem recebe. Por essas e outras há anos fui agraciado com o honroso titulo de Cidadão Honorário de Maceió e nunca desejei agendar uma data para recebê-lo, mesmo diante da insistência de alguns vereadores.

O destino de Dilma Em três dias passados em Brasília exercitando minha pauta política estive em vários gabinetes de senadores e deputados conversando sobre o momento político brasileiro. Há quase uma unanimidade que não acredita em avanços na Reforma Política por conta dos desejos dos próprios parlamentares e também do governo, mesmo decepcionando a sociedade. Outro foco é o mandato da presidente Dilma. Pelo que pude sentir há uma expectativa tanto na oposição como mesmo na basede que ela não governará os quatro anos. Sem contar com o apoio do presidente da Câmara e do Senado, perdendo aliados e com sucessivas derrotas que estão por vir sua gestão poderá se tornar ingovernável. Porém, há um pensamento comum: qualquer coisa só acontecerá dependendo da reação das ruas. Mesmo com todo o desgaste a presidente continua com muita força no Congresso que se acuado pelos movimentos de massa terá que reagir ai ninguém sabe o que acontecerá. Pode acontecer tudo. Inclusive nada.

O senador Fernando Collor, votou contra a aprovação da Medida Provisória 665 que res-tringe o acesso dos trabalhadores ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro defeso. Durante a tramitação da matéria no Congresso, Collor foi à tribuna criticar o impacto das medidas contra os trabalhadores, cobrando ainda do governo federal o enxugamento da máquina pública. O senador lembrou que os assalariados, aposentados e pensionistas de menor renda são os mais atingidos pelas mudanças apresentadas pelo texto da Medida Provisória. Na prática, as propostas sepultam conquistas trabalhistas, mudando regras para a concessão de benefícios conquistados por trabalhadores ao longo dos últimos 70 anos.

Desabafo de uma professora

Lugar de ladrão

De uma leitora a qual mantenho o sigilo de sua identidade recebi mensagem com um desabafo revoltado diante das mentiras e enganações muito próprias do prefeito de Maceió e sua equipe que o levou ao fracasso político/administrativo. “Hoje saiu no jornal Gazeta de Alagoas mais uma matéria mentirosa do prefeito Rui Palmeira, onde diz que uma professora aposentada nível V, com 40 horas ganha mais de vinte mil reais. Eu me enquadro neste quadro e meu salário não chega a cinco mil reais, com 27 anos de trabalho, nível V e com exatas 40 horas. Gostaria que o Extra averiguasse isto e publicasse a matéria correta”. Registro feito em nome de tantos que estão sendo enganados e arrependidos por ter votado errado.

Assisti a reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) e gostei do pronunciamento oportuno para aquele dia feito pelo senador Romário (PSB-RJ) que comentou a prisão do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, na Suíça. O parlamentar parabenizou a atuação da polícia norte-americana e lamentou o fato de o dirigente não ter sido preso por brasileiros no Brasil. — Corruptos e ladrões que fazem mal ao futebol foram presos, inclusive José Maria Marin. Ladrão tem que ir para cadeia. Parabéns ao FBI. Infelizmente não foi a gente quem prendeu — afirmou. O senador também chamou de “ladrão, safado e ordinário” o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e disse que o futebol está desse jeito por conta de pessoas que não estão interessadas em ajudar, mas só em dinheiro. “Suas contas fora do país estão recheadas “

Quem esconde tem medo A população fica sem entender o apavoramento de alguns deputados que travaram luta ferrenha para a manutenção do escabroso “voto secreto” em votações importantes na Assembleia Legislativa. Agora com o episódio da polêmica questão da 17ª Vara Criminal a coisa fica mais evidente diante do posicionamento do Tribunal de Justiça e do Ministério Público contrários a essa aberração desonesta que figuras carimbadas do Legislativo insistem em manter. Qual o interesse de um deputado não desejar que seus eleitores e a sociedade saibam como ele votou?

Collor defende o trabalhador


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ARTIGOS

Ninguém se perde na volta... Preconceito radical MAURICIO COSTA ROMÃO*

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a calórica discussão sobre sistema de voto no âmbito da reforma política temos defendido insistentemente a manutenção do atual mecanismo de lista aberta no país, obviamente lipoaspirado de suas deformações mais gritantes. Essa insistência se assenta em dois fundamentos: um de natureza teórica, mas com forte respaldo na evidência empírica, e outro de caráter pragmático. O primeiro: não existe sistema eleitoral perfeito, ideal, puro, e não há nenhum método de divisão proporcional justo. Não há sistema eleitoral que satisfaça a todos os atributos desejáveis. Todos os sistemas eleitorais têm méritos e deméritos, vantagens e desvantagens e é inapropriado falar-se de superioridade de um sistema de voto sobre outro. De onde se deduz que a mudança de um sistema para outro envolve ganhos e perdas. O segundo: a pulverização partidária no Congresso Nacional (28 partidos com representação), bem como a pluralidade da representação parlamentar, grande parte da qual eleita graças ao modelo de voto vigente, têm dado sinais inequívocos, já há algumas legislaturas, de que nenhuma proposta de mudança de sistema abrigaria maioria para aprovação. Em carta ao blog do Magno Martins, publicada no dia 6 de maio corrente, a propósito de um post sobre o modelo distrital misto, expressávamos esse sentimento com muita convicção: “Por último, Magno, como já lhe disse antes, nenhum sistema desses que estão em discussão no Congresso tem possibilidades de ser aprovado. Nenhum. Os distritais, em especial, exigem mudança constitucional e, portanto, quorum qualificado de 308 votos (3/5). Sem chances!” Bem, agora isso tudo é passado. O Parlamento optou por não mudar de sistema eleitoral e, portanto, respaldou a permanência do modelo proporcional de lista aberta usado há 70 no país. Mas suas excelências não podem parar por aí. É absolutamente necessário avançar no aprimoramento do mecanismo brasileiro. Existe um vasto campo de ajustes a ser explorado* e que requer apenas mudanças tópicas na legislação eleitoral infraconstitucional. É sobre esses aperfeiçoamentos que os congressistas precisam debruçar-se o quanto antes, voltando suas atenções para o início dos debates, recomeçando tudo com uma pauta específica: promover melhorias no modelo atual. Se ajudar, podem inspirar-se em José Américo de Almeida: “Voltar é uma forma de renascer. Ninguém se perde na volta.” *Ph.D. em Economia e consultor da Cenário Inteligência e do Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau http://mauricioromao.blog.br mauricio-romao@uol.com.br

IRINEU TORRES Diretor do Sindifisco e conselheiro Emérito da Fenafisco

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asamento e matrimônio têm conceitos diferentes. Mas, por má fé de alguns ou ignorância de outros, têm sido confundidos. Portanto, vale tentar assinalar a diferença entre os dois conceitos. Casamento deriva de casa, habitação, lar de duas ou mais pessoas. Assim, é correto dizer que são casadas pessoas que habitem sob o mesmo teto por razões afetivas, estável e, se permanente, poderá haver uma relação familiar, pouco importa ser a unidade decorrente de sentimentos homossexuais ou heterossexuais. O matrimônio, porém, deriva de matriz, mãe, a mulher que reproduz a espécie humana. Logo apenas homem e mu-

lher podem contrair matrimônio. Sendo apenas um homem e uma mulher o matrimonio será monogâmico. Havendo mais de um homem ou de uma mulher, o matrimônio será poligâmico. O matrimonio é necessariamente heterossexual. O matrimônio tem virtude sacramental perante as grandes religiões. Matrimônio é uma coisa. Casamento é outra. Matrimônio deriva de um fato natural, biológico, consubstanciado em sacramento religioso. Casamento, porém, é estritamente um fato social cujo conceito a moral vigente amplia, reduz ou modifica. O casamento é mero substantivo determinado por uns cem números de adjetivos que o acompanham, podendo ser casamento civil, casamento religioso, casamento homo afetivo e outros. O matrimônio, ao contrário, é necessariamente heterossexual, deriva do fato biológico que predomina sobre o fato jurídico. O seu conceito é plena e necessariamente acolhido pelo estado democrático de direito, conforme a

tradição, deita as suas raízes na Etimologia e na liberdade de religião. O casamento tem propósitos de atender pretensões de natureza afetiva, patrimonialista e ao status moral. O matrimonio, além de atender as pretensões de natureza moral, afetiva e patrimonialista, também abrange o sentimento de fé religiosa e a procriação biológica das pessoas naturais através das relações sexuais. Todo matrimônio é um casamento. Nem todo casamento é um matrimônio. De uma vez por todas, basta de mau conceito, essa deletéria confusão cognitiva se revela mais grave do que o preconceito. O preconceito é a discriminação injusta. O mau conceito leva ao preconceito radical, decorre da prévia desordem das definições, das classificações, dos conceitos, revela discriminação de modo a impor o injusto através da confusão de ideias por paixão ou deliberada má fé, a exemplo da nefasta ideologia de gênero.

Toada de pouca música CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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operação Lava-a-jato já havia batido às portas de Alagoas envolvendo os senadores e alguns deputados federais alagoanos. Mercê da delação premiada – ou colaboração espontânea, pouco importa – de um dos empreiteiros corruptores, agora corruptor confesso ou, como parece ser a estratégia da sua defesa, vítima de extorsão, tal Operação instalou-se de vez entre nós. Conforme a especulação da mídia nacional, a chegada definitiva da Lava-a-jato a Alagoas resulta de contribuição do UTC, no valor de alguns milhões de Reais, à campanha do atual Governador de Alagoas, Renan Filho. Comenta-se, também, que outras empreiteiras, sabidamente envolvidas na operação da PF, teriam contribuído com tal campanha, todas perfazendo um total de quase oito milhões de Reais, ou 40% dos incríveis dispêndios de campanha do jovem Governador. Esse é o quadro

revelado por revista de circulação nacional. Não votei no ilustre governador, mas aceito-o governante, malgrado tenha sido eleito pela minoria dos eleitores alagoanos. Nele não votei por acreditar – e nisso fui crítico durante a campanha - que sua toada tinha muita letra para pouca música. De fato, relembro que o jovem candidato dizia, meio sem-cerimônia juvenil, que, na busca de recursos financeiros para governar o Estado, conseguiria dobrar o Governo Federal com a mesma lábia com que conquistava os eleitores. Abstraindo a falácia, torço pelo seu sucesso, pois Alagoas precisa de sucessos, embora até o momento não tenha visto – nem o Estado – grandes resultados da parolagem governamental. Tem-lhe faltado, ao mandatário, criatividade para superar o tradicional “cuia na mão” com que Alagoas tem sobrevivido desde há muito tempo. Aliás, se Sua Excelência não se importa de manter essa dependência, aos alagoanos isso certamente incomoda. Talvez aproveitasse mais a sua Excelência, ao invés de infrutíferas viagens a Brasília, pedinte contumaz, refletir sobre o dístico que ilustra o brasão do Estado de São Paulo, o velho e proverbial latim ensinando: NON DUCOR DUCO ou seja, NÃO

SOU CONDUZIDO, CONDUZO. Penso que a partir dessa aprendizagem, deveriam, Governador e equipe, imaginar e criar condições domésticas para o desenvolvimento do Estado, libertando-o dos humores federais. No tocante às recentes notícias de que sua campanha teria sido financiada por empreiteiras dadas agora como corruptoras, ou extorquidas, devemos, se críticos, separar o joio do trigo, pois, se no cerne das acusações está o Presidente do Senado, não se deve imputar ao filho os erros do pai – ou vice-versa - embora seja difícil, mas não impossível, dissociá-los no caso em foco. Não me parece, porém, ser esta a questão. O real problema está na origem espúria dos recursos alocados à campanha: corrupção ou extorsão. Mesmo que o governante alagoano alegue o seu desconhecimento do fato – estratégia rudimentar, mas usual em tempos de PT, PMDB e quejandos - a espuriedade das contribuições permanece intocada. Ademais, considerando-se a informação sobre as contribuições “petrolonas” é difícil ao senso comum aceitar que um candidato, a qualquer cargo eletivo, dispenda tantos milhões de Reais para eleger-se, remanescendo daí as clássicas perguntas: de onde tirou esse dinheiro todo? E como vai pagá-lo?


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ARTIGOS

Falta prender os outros JORGE MORAIS Jornalista

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m grande exemplo deu a Justiça americana ao mandar prender dirigentes da FIFA e de confederações de futebol de alguns continentes, entre eles, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, pela polícia de Zurique, na Suíça. Eles foram detidos por acusação de corrupção de mais de 150 milhões de dólares, envolvendo fraude, extorsão e lavagem de dinheiro em negócios ligados a campeonatos na América do Norte, Central e do Caribe. Fico feliz que isso tenha ocorrido, porque não é de hoje que escrevo e falo dos esquemas que são montados dentro do futebol, em especial, no Brasil. Acho que esse exemplo da Justiça dos

Estados Unidos poderia muito bem ser seguido pela Justiça brasileira, mandando prender mais gente da CBF e de federações de futebol. É inaceitável que tanta gente ganhe dinheiro fácil em clubes e entidades e fique por isso mesmo. Está na hora de algum juiz entrar fundo nesse assunto e mandar investigar a grana altíssima que entra na CBF, fruto de contratos com publicidades, empresas de marketing e patrocínios de televisão para cobertura de seus campeonatos, com pagamentos de propinas e comissões. Como entre as acusações existe alguma coisa relacionada à Copa do Brasil, é importante que a Justiça brasileira faça valer da sua condição e autoridade para isso. Nada do que está ocorrendo é novidade. Em qualquer parte do mundo, principalmente no Brasil, tem empresário bandido e ladrão, envolvido com falcatruas dentro do futebol. É por isso que o futebol está falido, clubes estão quebrando, administrações desastrosas e pessoas ficando ricas, com toda essa situação. Lamento apenas que, somente agora, depois de mais de 20 anos, a

Justiça tenha agido como manda a Lei, colocando essa gente na cadeia. Lamento, também, que as autoridades brasileiras não apurem com profundidade essas questões que hoje estão sendo mundialmente conhecidas. Acho que faltaria cadeia para tanta gente. E olhe que essa corrupção no futebol vem desde a época de João Havelange, passando por Joseph Blatter e seus asseclas, na FIFA, e no Brasil, por Ricardo Teixeira e todos os outros mais recentes. A FIFA, enquanto durar o processo de investigação da justiça americana, suspendeu os direitos de seus dirigentes na entidade, como manda seu estatuto, e suas atuações em qualquer parte do mundo. Mas, será que só isso é o suficiente? Claro que não, até porque alguns dos envolvidos presos já confirmaram e falam em devolução do dinheiro surrupiado. Gente, por favor, está na hora da Justiça brasileira produzir outro juiz como o Sergio Moro, da Operação Lava Jato, porque em casa de espeto, ferreiro de pau.

Com certeza, na administração da Confederação Brasileira de Futebol e suas federações estaduais afiliadas, tem muitos Marins soltos e ricos. Nos Estados Unidos, onde reside, J. Hawilla, jornalista e empresário de sucesso, dono da Traffic, principal empresa de marketing esportivo do Brasil, já assumiu esse esquema nojento e se comprometeu com a Justiça em devolver os 150 milhões de dólares e vai responder o processo em liberdade. A Justiça americana conseguindo a extradição dos presos, e se forem condenados, a pena pode chegar a 20 anos na jaula. O senador do PDT de Minas Gerais, Zezé Perrela, ex-presidente do Cruzeiro, já está colhendo assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado, para investigar a CBF. Pergunto: Essa investigação vai se entender aos presidentes de federações e clubes ou vai ficar apenas com os graúdos da CBF? Nessa hora não vale somente o José Maria Marin. E os outros vão ser presos também?

nem de cargos comissionados. A carga foi tão grande em cima dos trabalhadores que a Presidente não teve condições de falar ao povo no dia 1° de maio. Tal fato não acontece no país há muitos anos. E lá vem outra cacetada: modificar a aposentadoria dos trabalhadores, a folha de pagamento, o auxílio desemprego. Parece até que quem coloca a nação no buraco negro é o operário e não os políticos. Em meio ao rebuliço, estouram as prisões de empresários indiciados na Operação Lava Jato. Obras são paralisadas, milhares de pessoas desempregadas, a inflação crescendo, o dolar subindo, e se descobre, de repente, que estamos mergulhados numa séria crise política e econômica. As pessoas estão saindo do Partido dos Trabalhadores, este envolvido seriamente na maioria dos escândalos recentes. E lá vai um bocado de gente para a cadeia... Poucas empresas não estarão no bolo de denúncias, políticos famosos também entram na dança das propinas. E a torcida é para saber o que restará no fim de tudo.

Tentando salvar o país, a Dilma chama Michel Temer para ser o Coordenador Político de seu governo. Fechou-se o cerco do PMDB: Renan, Cunha e Temer, todos do maior partido da frágil base aliada, cercaram a rainha, que reina mas não governa. Nas pontas do cerco, PSDB e PT puxam as cordas para ver quem tem mais força. O partido do Aécio teve milhões de votos na campanha e o do Lula está ficando cada dia mais fraco. Até seu tesoureiro foi preso! E a pobre Dilma não sabe mais o que dizer ao povo enganado. Cada vez que fala em público se enrola toda. Quando aparece diante de qualquer plateia é vaiada. Quando se pronuncia na TV tem panelaço! Convoca os políticos ainda fiéis as suas idéias e nada resolve. Para aprovar qualquer matéria no Congresso é um sacrifício. O coitado do Fachin passou doze horas sendo interrogado para ter sua indicação aprovada para o STF. Tudo é difícil, precário, inconstante. A Presidente do Brasil criou as teias e nelas se envolveu, fez promessas ao povo e não as cumpriu, enfim, virou refém de si mesma.

Refém de si mesma ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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ocê engana alguém por algum tempo, mas não engana todos durante todo o tempo. A reeleição da Dilma foi uma festa de promessas falsas, razão por que sabíamos que a rainha não iria

cumpri-las. Imaginem vocês: se em Alagoas os jornais dizem que o Renan Filho gastou 45 milhões de reais na campanha e o Biu conseguiu 8 milhões, a nível de Brasil quanto gastou a amiga de Lula? De onde veio tanto dinheiro? Milhões de brasileiros acreditavam na candidata do PT, os mais humildes acharam ótimo ela dizer que aumentaria o Bolsa Família e, aí a moça loira se elegeu com certa facilidade. Sabíamos nós que eram promessas de campanha e os escândalos estouravam em

cima das empresas que ¨doavam¨ dinheiro ao PT e aos partidos aliados. Um dia, os cofres seriam fechados, as doações cobradas. Começa o segundo governo da Presidente e com ele aparecem as dificuldades. De repente, as conversas com os aliados mudaram de tom; logo vieram as queixas. Como não possui gênio dócil, as brigas começaram. O primeiro a não gostar da situação foi o Presidente do Senado: irritou-se e virou oposição. Na Câmara Federal elege-se um candidato que não era do agrado do Governo. Outro problema sério, pois ambos são do PMDB, o maior partido da base da Dilma. E os dois começaram a remar contra a maré, contrariando os planos da nossa rainha, que emagrece, vira loira, mas não se torna fácil politicamente. A briga continua... O Ministro da Fazenda, que veio ¨consertar¨ o Brasil, propõe ao povo e ao Congresso o tal do ajuste fiscal: aperto na educação, na saúde, em outras áreas prioritárias. Todavia, não inclui nas medidas econômicas diminuição de ministérios,


22 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 29 DE MAIO A 04 DE JUNHO DE 2015 TRABALHO

Panificações têm até o final do ano para trocar equipamentos Portaria do MTE visa dar mais segurança a trabalhadores e evitar acidentes e mortes JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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mpresários do ramo da panificação em Alagoas correm contra o tempo para regulamentar máquinas e equipamentos conforme as exigências do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O intuito é reduzir os acidentes de trabalho que, em certas vezes, chegam a custar à vida ou, literalmente, os dedos do funcionário. Modificada pela Portaria nº 197, de 17 de dezembro de 2010, a Norma Regulamentadora nº 12 determina a troca ou adequação de cilindros, batedeiras, amassadeiras e demais máquinas. Em todo o país, parte das panificadoras, antes que a norma já se tornasse obrigatória, adaptou as próprias cozinhas para as novas exigências. Mas em Alagoas, foram poucas exceções. A fiscalização no estado já começou de forma gradativa com o envio de notificações e esclarecimento às panificadoras. Segundo o chefe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), Elton Machado, uma força-tarefa massiva acontecerá até o fim do ano. “Além de preservar a saúde do trabalhador a troca dessas máquinas ainda resultará em ganho de produtividade para os empresários”, destacou. Esse ganho, por enquanto, é

de caráter duvidoso para o presidente da Associação dos Panificadores de Alagoas (Apea), José Olindino Matos Filho. “Lutamos o quanto pudemos para adiar os prazos porque essa adequação é de custo muito alto. Se antes conseguíamos um maquinário por R$ 14 mil, hoje esse valor é de R$ 28 mil, um aumento de 100% no investimento”, explicou. De acordo com a associação, existem cerca de 1500 padarias em Alagoas e todas deverão se adequar às novas regras. “Dessas, até agora, nenhuma está 100% dentro das determinações do ministério. Pelo menos é o que tenho conhecimento”, disse Olindino. Para diminuir os custos, a Apea conseguiu uma parceria junto ao Senai e com o aval da Associação Brasileira da Industria de Panificação e Confeitaria (Abip). “Uma empresa ficou de reformar as máquinas. Isso sairá mais em conta, pois os serviços podem ficar por R$ 5 mil e os empresários já fazem fila”. Quanto à questão dos perigos da panificação, Filho declarou que “temos, sim, que proteger o trabalhador, ainda mais em meio de máquinas perigosas, como o cilindro. Tivemos casos de pessoas que perderam os dedos por causa dela”. Um exemplo do que é exigido pela norma regulamentadora é que o cilindro precisará contar com botão de parada de

Prazo estabelecido pelo MTE conta a partir de dezembro de 2010, quando foi editada a Portaria 197

emergência na cor vermelha, à prova de poeira, posicionado em ambos os lados da máquina para acionamento da parada instantânea em caso de acidente. PRAZOS A fiscalização iniciou por adequar os setores de panificação e confeitaria de supermercados, estabelecimentos com maior quantidade de empregados e, em razão disso, com prazo menor para regularização (confira a tabela). Agora, a fiscalização da SRTE/AL se debruça sobre os estabelecimentos ligados à panificação, cuja maioria é de empresas com poucos trabalhadores e tiveram prazo maior. “Em primeiro lugar está em pleno andamento uma fiscalização documental para um ajuste inicial, sendo os empregadores notificados formalmente dos re-

quisitos a cumprir em suas padarias para adequação geral à norma”, detalhou o chefe de fiscalização, Elton Machado. Para panificação e confeitaria, a portaria estipulou prazo de seis meses para a adequação de máquinas novas e de 18 a 66 meses para a troca de equipamentos antigos, variando de acordo com o tipo de máquina e o número de trabalhadores de cada empresa. A NR 12 foi elaborada junto aos três principais atores sociais participaram de sua elaboração – governo, empregadores e trabalhadores. Segundo o diretor da ECD Consultoria em Fast Food, Enzo Donna, “este será mais um fator de estímulo à indústria de máquinas e equipamentos para cozinhas industriais, uma vez que o Brasil possui hoje mais de 63 mil padarias”.

SEGURANÇA Uma pesquisa nacional do INSS referente ao triênio 2011-2013 levantou que houve 172.155 acidentes do trabalho com agentes causadores relacionados a máquinas. Dentro desse número foram 32.730 fraturas, 10.710 amputações e 358 mortes. Conforme os dados da Abip, os acidentes do trabalho no setor de comércio varejista, com predominância de produtos alimentícios, sejam hipermercados, supermercados, minimercados, mercearias e armazéns, correspondem a 50 % dos acidentes do trabalho relacionados ao setor de panificação. Já os acidentes do trabalho com máquinas contribuem com cerca de 35 % do total de acidentes do trabalho. A grande incidência de acidentes é com as ocupações de confeiteiro e padeiro.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Para agendar

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Liga da Europa de Futebol agendou para o dia 6 de junho, no Estádio Olímpico, Berlim, o confronto Barcelona x Juventus, na decisão da UEFA Champions League 2014-2015. Expectativa por aqui tem a ver com o saudosismo do futebol brasileiro no ranking da Fifa. ESPN Brasil, Globo e Band transmite o jogo às 15h45

Outra decisão O Japão após ausência de três anos volta a sediar o Mundial de Clubes, jogos de 10 a 20 de dezembro deste ano. Joseph Blatter, presidente da Fifa, define a escolha como importante para a Federação Japonesa aprender a organizar melhor as competições defutebol.

Otimismo De Blatter: “O Japão é um país com histórico comprovado quando se trata de receber eventos Fifa, incluindo seis edições do Mundial de Clubes com sucesso. Levo em conta, também, o ambiente ótimo, público muito bom e uma atmosfera maravilhosa”.

Mundial de clubes Como sede do mundial de clubes, o Japão, receberá em dezembro os campeões da África, Ásia, Concacaf, Europa, América do Sul e o país-sede. Para a Copa dos Campeões de Clubes participam só os clubes filiados à Fifa. Primeiro torneio foi em 2000 e o campeão atual é o Real Madrid.

Desfalque

Copa Maceió

Michael Schumacher, 46 anos, dá sinais de melhora na recuperação do acidente que sofreu quando esquiava nos Alpes franceses, dia 29 de dezembro de 2013. Mas Sabrine Kehm, porta voz do alemão, não esconde que oprocesso ainda vai ser demorado.

Aboa opção do maceioense, estendida até julho, são os Jogos da Copa Maceió de Futebol de Salão 2015 adulto/ masculino, com jogos das 18 às 21 horas, no ginásio Arivaldo Maia, no Jacintinho. Nesta fase, classificatória, jogam 16 clubes. O acesso do público é livre,

Sabor de vitória O CRB, no empate da quarta-feira da semana passada, saiu da 17ª para 13º na classificação e descansa até terçafeira quando enfrenta, em Maceió, o Oeste (SP). A torcida mantém o otimismo firme e sentiu o empate com sabor de vitória. Mas acha ser hora de somar pontos também nos jogos de Maceió.

Confiante Magno Alves, 39 anos, ex- Ceará e recém contratado pelo Fluminense, já se firmou como titular e tem confiança que dará certo formando dupla de área com Fred. De torcedores o argumento positivo é por ele ter sido o artilheiro do estadual nesta temporada.

“Não sou fominha” De Magno Alves já escalado no Fluminense: “Não sou fominha, procuro sempre ver se tem um companheiro melhor posicionado. O importante é ajudar a equipe. É claro que fico feliz fazendo gols, mas o primeiro objetivo é ajudar”. Foi recado para quem acha que vá disputar com Fred a artilharia no time.

Dança dos técnicos? Nesta etapa do calendário do futebol brasileiro a dança de técnicos já bate na Série A e a bola fora da vez é o técnico Vanderlei Luxemburgo, demitido do Flamengo no começo da semana. Antes ele treinou o time entre 1991/95 e 2010/ 2012. Desta foi só onze meses.

Alagoano Sub-20 Neste fim de semana, mais precisamente dia 30, rodada dos jogos do Campeonato Alagoano Sub-20 divulgada pela Federação Alagoana de Futebol são todos clássicos. Os confrontos: Ipanema x ASA; CRB x CEO; Corinthians x Murici e CSE x Santa Rita. Classificação ainda está embolada.

Tabu mantido Análise da imprensa na vitória do Cruzeiro sobre o River Plate, clássico no Monumental de Nuñez (Argentina), destacou mais a invencibilidade do time que o placar. No caso, que alcançou em 13 jogos 10 vitórias e três empates. O clássico foi o primeiro entre os dois pela Libertadores.

Mais futsal “O Ginásio Arivaldo Maia é aberto para as mais diferentes disputas. A Copa de Futsal só reforça o incentivo ao esporte em Maceió”. Observação foi de Antônio Moura (Semel) e proposta é para acompanhar e apoiar crescimento das federações sempre que possível.

É comum Nos campeonatos de futebol com garotos com idade até 19 anos é comum olheiros nos estádios acompanhando jogos e uns credenciados por clubes paulistas. Atenção é para a intimidade dos garotos com a bola, chute a gol, cobrança de faltas e o comportamento.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Inadimplência

Terceirizados

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Tramita na Câmara Federal projeto que, aprovado, regulamenta o trabalho terceirizado no País. Entre defensores tem Paulinho da Força Sindical e números extraoficiais dão conta de que hoje, no Brasil, dezenas de milhares de trabalhadores estão nesta situação.

ojistas abrem os olhos para a inadimplência nestes primeiros meses do ano. Registros dos caixas confirmam altas incidências no atraso de prestações vencidas. Segundo as informações, a cada 10 cadastrados, quatro em média estão encaminhados para o SPC.

Supermercado Deputados aprovaram na Câmara Federal, com 273 votos a favor e 184 contra, emenda a uma medida provisória do ajuste fiscal que viabiliza a construção de um shopping em área anexa a do prédio da Câmara e custo estimado em R$ 1 bilhão. Além das lojas, terá vagas de estacionamento próximas dos gabinetes dos parlamentares.

Começa a cansar Começa a entediar o noticiário da Operação Lava Jato sem que haja fato novo. Essa observação é habitual na televisão e conversa é que no Brasil rico não cumpre pena na cadeia. Condenado, bota tornozeleira e cumpre pena em casa. Exemplos são comuns.

Mais atenção Tráfico de animais começa a ser mais bem analisado no Congresso Nacional. Uma proposta que caberia bem em Alagoas, onde já é visível o desaparecimento de várias espécies e fácil de constatação nas conversas com criadores. De passarinho principalmente.

Disparo acidental Tráfico de drogas é outro crime habitual na ação policial, mas atenção é voltada para casos de prisões exibindo só “peixes miúdos,” o que merece uma pergunta: qual razão não se conseguir contar nos dedos, entre os detidos, viciados das áreas elitizadas?

Truque antigo “O Brasil criou seus próprios problemas”. Frase, de Pascal Lemy, ex-diretor da Organização Mundial de Comércio em matéria na Revista IstoÉ, edição 2369. Complemento da chamada: “A estratégia da presidente Dilma de culpar o cenário internacional pela crise econômica é um velho truque dos políticos”.

Recomeço Entre eleitores uma curiosidade é para entender que motivo políticos com mandato até 2018 no Congresso Nacional têm para insinuar candidatura à Prefeitura de Maceió em 2016? Não vale a baboseira do “é o povo quem quer”.

Quadro recessivo A economia do País reflete um quadro recessivo pré-anunciado pela presidente Dilma Rousseff e bate com informações sobre procura de crédito por grandes empresas. Queda é em torno de 16,4% e crescimento, entre as de porte médio, em torno de 0,2%. Dados foram divulgados pela Serasa.

Escolas municipais Projeto de lei aprovado na Câmara Municipal de Maceió e sancionado pelo prefeito Rui Palmeira estende para mais dois anos mandatos de diretores das escolas municipais. É proposta apresentada pelos vereadores Kelmann Vieira (PMDB) e Sílvio Camelo (PV).

Reivindicação Professores da rede municipal de Maceió querem correção de situações criadas por obras de reforma nas escolas, estendidas há anos. Argumentos? Calendário diferenciado, processo de matrículas “online” vigorando e as eleições para diretores escolares, este ano, estarem prejudicadas.

Seca no sertão Deputado Inácio Loiola (PSB) definiu em pronunciamento na Assembleia Legislativa como “lastimável a falta de programas de sustentabilidade e convivência com a seca no Nordeste. Problemas tiveram a responsabilidade a falta de ações dosgovernos. Calculou queda na produção da cana-de-açúcar ena pecuáriaperda dorebanho bovino em 50%.

Do desabafo “Oque a gente sente é o descaso, o abandono de um governosem compromisso para com a RegiãoNordeste. Ficamos tristes e decepcionados, pois um governo, que teve uma votação esmagadora na região eem um dos piores momentos que o Nordeste enfrenta vira as costas.” ( Deputado Inácio Loiola).

Leis promulgadas Projetos do vereador Marcelo Alencar para Maceió, aprovados na Câmara suspende proibição para estacionar em áreas de frente a templos religiosos no horário das 19 às 6 horas do dia seguinte. Outro libera assistência religiosa a doentes em hospitais públicos e privados. Rui Palmeira tem 90 dias para decidir se promulga ou não as propostas.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Ataque de Urso O sueco Ralph Persson usou uma tática diferente para se livrar de um ataque de urso. Quando viu o animal vindo em sua direção, Persson abriu os braços, rugiu e afugentou o urso. O sueco, que estava treinando seu cão de caça, conta que sua inspiração veio dos pássaros da espécie grou que têm este hábito.

Biodiversidade

Caça “científica” de baleias

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a última segunda-feira (25), a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou ao Japão que revogue as permissões de caça a baleias na Antártida, já que não se ajustam aos “fins científicos” exigidos pela legislação internacional. A caça “científica” de baleias recebeu um impulso de pesquisadores japoneses que argumentam que comer carne de baleia poderia evitar problemas de demência e de memória. O Japão está no banco dos réus na reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI) e os negociadores vão tentar convencer a CBI da credibilidade científica da caça.

Petição Depois de o Instituto Nacional de Ciência aposentar a maioria dos chipanzés, os defensores dos direitos dos animais desejam agora que a agência federal os abrigue de forma que corresponda a seus grupos sociais, para que os filhotes não sejam retirados de suas mães até que tenham idade para se separarem naturalmente. Uma petição foi enviada pela primeira vez há um ano e o pedido aberto até o fim de junho. Os grupos pedem regras específicas para “ambientes etologicamente apropriados”, com base em uma provisão da Lei de Bem-Estar Animal que é vaga demais para que os funcionários do governo possam fiscalizar.

Temporal de aranhas Moradores na Austrália têm enfrentado um verdadeiro “temporal” de aranhas nos últimos dias. Milhões de pequenas aranhas estão caindo do céu em regiões do sul do país. O fenômeno acontece porque entre maio e agosto é o período em que estão tecendo suas teias, e com o vento, são apanhadas e levadas por grandes distâncias. O fenômeno natural recebe o nome de “balonismo” e trata-se de uma migração natural que ocorre com alguma periodicidade.

Baía de Guanabara Na comissão de Direito Ambiental da Subsecção Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que ocorreu na semana passada, foi feita uma sugestão pelos ambientalistas ao governo estadual e Ministério Público Federal. A ideia consistia em firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir a despoluição da Baía de Guanabara, com a apresentação de um cronograma para a execução das obras necessárias. No dia 6 de junho, será encaminhado ao MPF e à Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), um relatório técnico fotográfico mostrando a situação da Baía de Guanabara, junto com a sugestão do TAC.

Em uma pesquisa publicada na revista Science, uma equipe de cientistas realizou o sequenciamento de 35 mil espécies de bactérias marinhas, 80% dos quais eram desconhecidos até então. As análises revelaram uma biodiversidade maior do que supunham antes. A equipe identificou, ainda, 5.000 populações de vírus nas cepas superiores dos oceanos do mundo. Este mapeamento constitui em compreender a distribuição destes organismos e suas interações para estudar o aquecimento global e seu impacto nos sistemas oceânicos.

Jardim tecnológico Um projeto de caixas-jardineiras, para quem não possui experiência ou espaço para ter seu próprio jardim, foi fundado por meio de uma campanha no site de arrecadação de fundos Kickstarter e criada por engenheiros e cientistas horticultores na Intelligent Light Source. Foi desenvolvido um jardim com luzes de LED que imitam o nascer e o por do sol, além das mudanças naturais de cada estação. É só plantar as sementes em algum dos tubos do dispositivo e colocar um pouco de comida especial e água na base. A caixa vem com um controle remoto cheio de modos programáveis, para lidar com as luzes e os ciclos de rega facilmente.

Japi Foi descoberta em Jundiaí uma nova espécie de perereca: a Hylodes japi, que tem um comportamento reprodutivo bastante peculiar. Quando um macho atrai uma parceira, ele a conduz para um buraco escavado na areia do fundo do riacho, para fertilizar os ovos e depositá-los. Esse comportamento só era conhecido para peixes. O nome científico da perereca é uma homenagem ao lugar onde foi achada: Japi, que significa nascentes, justamente o habitat natural da nova espécie.


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VEÍCULOS

VW Polo some das lojas; veja outros carros que saíram ‘de fininho’ Além dele, Peugeot 207 e BMW Série 4 Coupé deixaram de ser vendidos. GM nega fim da produção do Celta, enquanto March ‘antigo’ é para frotistas. ANDRÉ PAIXÃO Do G1, em São Paulo

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o expressão popular, “sair à francesa” significa deixar algum evento com discrição, sem chamar atenção, até mesmo sem se despedir. Recentemente, alguns veículos deixaram o mercado brasileiro de mansinho, sem qualquer aviso das montadoras. Veja alguns casos: VOLKSWAGEN POLO O mais recente caso de um modelo que saiu de linha sem alarde é o Polo. Fruto de um projeto refinado para sua época, ele perdeu espaço no Brasil para o Fox, que, na nova geração, tem a missão de ser o hatch “premium” da marca por aqui. Enquanto isso, a Volkswagen foi restringindo aos poucos o acesso ao veículo no Brasil. Primeiro, desativar o configurador do modelo no site oficial. Agora, ele saiu da tabela de preços públicos, divulgada na segunda-feira (11). Procurada, a Volkswagen, por meio de sua assessoria de imprensa, não informou se o veículo ainda é produzido, e disse que não irá comentar o assunto. O G1 consultou 10 concessionárias da montadora alemã, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Salvador e Belém. Em todas, os

vendedores afirmaram que o modelo deixou de ser produzido no final do ano passado. Nas que ainda contavam com unidades do modelo em estoque, a oferta nunca era superior a duas unidades, sempre no modelo 2014. Nos quatro primeiros meses de 2015, foram emplacados 1.270 Polo hatch e 1.334 Polo Sedan. Porém, no mês de abril, o modelo registrou pior resultado do ano, com 81 unidades para o hatch e 77 para o sedã. Os dados são da Fenabrave, a associação das concessionárias. BMW SÉRIE 4 COUPÉ No início do ano passado, a BMW lançou no Brasil o Série 4 Coupé. Dono de um visual interessante, com queda do teto suavizada e com duas portas, como os cupês devem ser, era oferecido em versão única, 435i, com motor 3.0 de seis cilindros e 306 cavalos. Porém, no final de 2014, com a chegada do Série 4 Gran Coupé, modelo com desenho semelhante, mas com duas portas traseiras, o cupê acabou descontinuado. De acordo com a BMW, “foi uma decisão estratégica deixar de comercializar o BMW 435i Coupe M Sport e passar a oferecer o BMW 428i Gran Coupé, modelo que também tem design coupé, oferece quatro portas e conta com maior aceitação no mercado

Volkswagen Polo

BMW Série 4 Coupé

Chevrolet Celta

Nissan March Active

Peugeot 207

nacional”, afirmou, em nota, a empresa. CHEVROLET CELTA Antigo sucesso de vendas da GM, o Celta se tornou apenas um coadjuvante na marca, que tem como protagonistas da linha a dupla Onix/Prisma. Entre janeiro e abril, ele foi apenas o 19º mais vendido do mercado nacional, depois de ocupar o 3º lugar em 2010, segundo a Fenabrave. A GM, entretanto, afirma que o modelo segue em produção, e que não comenta especulações sobre o fim da linha. Em janeiro, o presidente da marca, Santiago Chamorro, afirmou que seu trabalho neste ano seria “vender muitos Celta e Classic”. Confirmado desde o início de 2014, o futuro sucessor do Celta, que será global e feito no Brasil, ainda não tem data para chegar. Em outubro, no Salão do Automóvel de SP, a cúpula

da GM disse que ainda não havia encontrado “a fórmula certa para ter tamanho design, conforto e custo”. Atualmente, o Celta é oferecido em versão única, LT 5 portas. Ele custa R$ 34.990, e vem equipado com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricos. Há opção de configurar o modelo no site da marca. Em setembro do ano passado, a GM adotou a saída “à francesa” para o Agile e o Sonic. NISSAN MARCH ACTIVE Quando a marca apresentou o March com novo motor 1.0 de três cilindros, em janeiro deste ano, afirmou que a versão Active, aquela com o visual antigo, permaneceria no mercado. No entanto, pouco tempo depois, o carro desapareceu do site comercial da Nissan. Consultada, a montadora afirmou que o Active segue em produção na fábrica da marca

em Resende (RJ), e é comercializado sob encomenda para frotistas. Oferecido apenas com motor 1.0 de quatro cilindros (74 cavalos), sai por R$ 32.290. Vem com direção elétrica, arcondicionado e comandos elétricos para vidros, travas e retrovisores. PEUGEOT 207 Com a chegada do “premium” 208, a Peugeot acabou “rebaixando” o 207 a carro de entrada no Brasil. A vida dele, entretanto, não foi muito longa, e no segundo semestre do ano passado, a marca resolveu encerrar a produção. Segundo a marca, o modelo podia ser encontrado nas concessionárias até fevereiro. Neste ano, foram apenas 162 unidades emplacadas, de acordo com a Fenabrave. Destas, o último mês registrou apenas 6 veículos. Na Argentina, porém, o modelo segue comercializado, com motores 1.4, a gasolina ou diesel.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Assim não dá

G

anho de eficiência energética, ou menor consumo de combustível, é o maior benefício ao consumidor com o programa governamental Inovar-Auto. É economia direta para o bolso do motorista, principalmente se os fabricantes de veículos forem atraídos pelos incentivos adicionais estabelecidos e ultrapassarem a meta — compulsória — de 12% de ganho em 2017 em relação ao consumo da média dos modelos vendidos por cada marca em 2011. As metas colocadas como desafio são consumir menos 15% e menos 19%, cada uma com prêmio de 1 ponto percentual de IPI, revertido para as empresas, por só três anos. No melhor cenário se atingiria a média de consumo de gasolina atual na União Europeia, apesar dos métodos de medição e combustíveis diferentes que, na prática, dão vantagem ilusória

aos carros de lá. Até o momento nenhum fabricante daqui se voluntariou, mas há forte movimentação e segredos estratégicos. No simpósio sobre eficiência energética, emissões e combustíveis, realizado semana passada em São Paulo pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), viuse que soluções são conhecidas, embora esbarrem em custos maiores. Como o País necessitará, nos próximos anos, de importação crescente de gasolina e diesel, contar com uma economia de até 28 bilhões de litros de gasolina entre 2014 e 2021 seria uma boa forma de manter em níveis baixos ou mesmo anular os gastos com combustíveis do exterior. Para Francisco Nigro, professor da USP e pesquisador do IPT, diferenciar metas do Inovar-Auto para etanol e valorizá-las adequadamente fazem

RODA VIVA todo sentido para o desenvolvimento tecnológico do setor no país. Sugeriu IPVA menor para carros com motores flex de melhor consumo relativo de etanol (há proposta semelhante no âmbito federal que ainda não saiu do papel). Lembrou que motor turbo, injeção direta e câmbio CVT formam combinação bastante favorável ao etanol, sem prejuízo de eficiência e desempenho ao usar gasolina. Mário Massagardi, representando o Sindipeças, defendeu que os modelos mais eficientes em seus segmentos tenham incentivo específico ao apresentarem redução de consumo superior à média entre todos os modelos à venda. Ajudaria a estimular a introdução de tecnologias inovadoras e compensaria em parte seu maior preço. Até agora o governo federal optou por dar uma espécie de

“prêmio” a recursos que melhoram o consumo na vida real, porém sem refletir nos ciclos cidade/estrada medidos nos laboratórios: sistema desliga-liga motor, indicadores de troca de marcha e de pressão dos pneus, além de controle da aerodinâmica da grade frontal. Ar-condicionado de maior eficiência ainda não foi contemplado, embora esse equipamento esteja em mais de 80% dos veículos leves novos. Discutiu-se ainda como veículos híbridos, plugáveis em tomada elétrica ou não, se enquadrarão numa segunda fase do Inovar-Auto e também a convergência aprofundada dos programas de consumo e de emissões veiculares. Má notícia veio dos bastidores: governo deve adiar pela segunda vez, para 1º de janeiro de 2017, a aditivação obrigatória da gasolina, para motores mais limpos e eficientes. Assim não dá.

pitstop

New Outlander Utilitário esportivo da Mitsubishi tem boa pegada no asfalto e na terra

P

otente, silencioso e muito confortável também para os passageiros do banco de trás. Na versão de sete lugares, o conforto da terceira fileira não é dos melhores, mas para pequenos trajetos é muito útil. O carro tem ótima aceleração, chega fácil aos 120 km/h e obriga você a frear para não passar na velocidade permitida na via. O motor tem fôlego para retomar velocidade e fazer ultrapassagens seguras em momentos necessários. Os controles de tração e estabilidade funcionam e passam segurança ao motorista, que tem o carro na

mão, mesmo em velocidades altas. Aproveitamos que o carro é de uso misto e testamos em uma estrada de terra batida, onde ele se comporta muito bem, sendo ótima opção para quem costuma enfrentar estradas de terra. Vale ressaltar que o carro não foi desenvolvido para trilhas pesadas. O Mitsubishi Outlander chega ao Brasil depois de ter sido apresentado na Europa. As principais mudanças foram: novas luzes de condução diurna de led, nova grade, novos faróis de led e cromado no acabamento da dianteira. Na traseira, destaque para as novas lanternas de led. As rodas são aro 18 e têm novo desenho. O utilitário esportivo será vendido

em quatro versões: 2.0 de 160 cavalos, V6 3.0 GT de 240 cavalos, V6 3.0 GT FPTe uma versão a diesel com motor 2.2 de 165 cavalos. O câmbio é automático de seis marchas e todas as versões têm opção para sete lugares, sendo opcional a tração 4×4. Vem de série com volante multifuncional, kit multimídia com tela sensível ao toque, direção elétrica, piloto automático adaptativo, assistente de partida em rampa, arcondicionado digital de zona dupla, partida no botão, start-stop, entre muitos outros. O carro tem um radar que detecta possíveis obstáculos à frente e estando até a 30 km/h pode evitar uma colisão, pois o freio é aciona-

do automaticamente em caso de perigo. Outro equipamento é o sistema avisa o motorista em caso de uma mudança de faixa inesperada. O Outlander tem também controle de estabilidade, controle ativo de tração e nove airbags. Confira o preço de cada versão do New Outlander: New Outlander 2.0 – R$ 114.990,00 New Outlander GT 3.0 V6 – R$ 141.990,00 New Outlander GT 3.0 V6 FTP – R$ 151.990,00 New Outlander Diesel – R$ 173.990,00

EMBORA tenha diferenças em relação ao carro lançado na Índia, o compacto Kwid será produzido no Brasil, numa prova de pragmatismo da Renault: um produto puramente francês, como o Clio, não se enquadraria na faixa dos R$ 30.000 necessária para ser competitivo aqui. O hatch é mais curto que outros compactos, mas com bom espaço interno. SUBSTITUTO do Linea em alguns países, o Aegea (nome provisório) modificado ainda é o candidato mais forte a quarto produto da “fábrica Jeep” em Goiana (PE). Sua plataforma, a mesma do Renegade, já gerou os sedãs Dodge Dart (EUA) e Fiat Viaggio (China). Dimensões maiores em relações aos compactos anabolizados (do City ao Logan) aumentam suas chances no mercado. TERCEIRA geração do Audi TT o deixou com ares mais modernos, sem macular as linhas inconfundíveis. Recebeu quadro de instrumentos totalmente eletrônico e programável, ficou 50 kg mais leve, ganhou 4 cm na distância entre-eixos (sem melhorar exíguo espaço atrás) e aerofólio de elevação automática. Agora a potência é 11 cv maior: 230 cv. Preços: R$ 209.990 a 229.990. GOLF VARIANT atraiu muitas curtidas no Facebook desse colunista por seu estilo equilibrado e por ser o modo mais racional de ter um porta-malas de nada menos que 605 litros. Mecânica idêntica à do Golf, inclusive motor turbo de 1,4 L/140 cv. Importada do México, tem versões de R$ 87.400 a R$ 94.990. Fato é que as pessoas ainda gostam de peruas, mas preferem comprar SUVs... MERCEDES-BENZ aposta que sua linha AMG ainda tem como crescer no Brasil, apesar dos preços proporcionais ao alto desempenho: sedã C 63 S por US$ 209.990 (dólar referenciado em R$ 2,60 pela desvalorização do euro). Empolga mesmo é o cupê biposto Mercedes-AMG GT S (US$ 329.900), um carro esporte autêntico com chassi próprio, V-8 de 510 cv, e mais do que perfeito em curvas.


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ARTIGO

O padre e o cowboy JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

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u tenho dois irmãos do primeiro matrimônio de papai, pois, ele ao ficar viúvo, já estava com os dois que, anos depois se tornaram, ela uma professora e ele um padre, o Monsenhor Aloýsio Viana Martins. Como viúvo, papai casou-se com mamãe e, desse feliz casamento, formamos uma família com seis mulheres e eu como único homem. Todos nós, sempre fomos católicos praticantes, independentemente de sermos irmãos de um Monsenhor. Sempre assistimos missas aos domingos, rezamos e seguimos os ensinamentos da nossa Igreja Católica Romana.

Nos últimos anos, eu deixei de concordar com certos padres ou católicos que resolveram fazer da Igreja, palcos de “shows” com fumaçinhas, luzes extroboscópicas e trejeitos satânicos. Nossa Igreja deve ser respeitada, não só pelos seus ensinamentos, mas, também, pela sua milenar tradição, sem festinhas mundanas, bregas e fúteis, como essas que estão acontecendo em baladas, com rapazes e moças, muito eufóricos e muito extrovertidos. É certo que o modernismo nos últimos anos mudou costumes e hábitos, porém, alguns limites devem ser respeitados. Na minha época de jovem, durante as missas e procissões, todas as mulheres cobriam suas cabeças com véus e ninguém usava mangas curtas, saias curtíssimas, bermudas e as coxas expostas para todos os pecadores. Igreja era lugar de respeito, de orações e de preces,

mas, paralelamente, estão fazendo “shows” zuadentos, em nome da evangelização, com padres gravando, divulgando e vendendo seus discos, até em horários da televisão, tidos como nobres. Antigamente, eram entoados hinos bonitos, acompanhados pelos fiéis, não sendo necessários esses hinos comerciais. Agora, certas cantoras, não deixam o povo cantar, para que sejam divulgados os discos dos padres artistas e “cowboy”. Agora, o povo fica só ouvindo !!!! Um dos padres da nossa igreja, sem nenhuma vocação para o sacerdócio, largou a sua convencional batina e resolveu se vestir de “cow -boy”, com chapéu de bandoleiro do antigo “faroeste”, além de botas e esporas. Esse padre em nada está melhorando a evangelização dos povos, com suas vestimentas de “cowboy”. Se sua vocação é para “cowboy, ele está

errando a profissão em não valorizar o sacerdócio. Ora, existem vestimentas para todas as profissões e para todas as atividades. Nas escolas, devem ser usadas fardas, num Tribunal devem ser usadas as togas ou ternos com paletós para os demais presentes. Até os palhaços devem usar suas vestes próprias para sua profissão. Eu tenho certeza que a mãe e o pai desse “padre-cowboy”, gostariam muito mais se seu filho se orgulhasse de ser um dos padres da nossa igreja. Por que ele preferiu ser “cowboy”, em lugar de ser padre? No inglês, “cowboy” quer dizer “fora-da-lei”. O que é que deixa o padre envergonhado? Será que o Papa Francisco sabe disso ? Em tempo – Além de ser amigo de longas datas, Domingos Arabutã Correia da Rocha é um dos meus leitores, no EXTRA.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Recursos para Arapiraca

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prefeita Célia Rocha está na capital federal desde o início desta semana, cumprindo uma série de agendas e compromissos em busca de mais recursos para melhorar ainda mais a qualidade de vida da população de Arapiraca. Como parte da agenda, a prefeita esteve reunida com o deputado federal Max Beltrão (PMDB) e com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Durante o encontro, Célia Rocha voltou a elogiar a atenção do ministro em relação às pautas de projetos voltados para obras de infraestrutura e acessibilidade, entre outras importantes obras para o município.

Tomógrafo quebrado A vereadora Aurélia Fernandes cobrou do governo do estado o conserto do Tomógrafo da Unidade de Emergência do Agreste, que está quebrado há mais de um ano, fato que tem gerado problemas para pacientes da região. Fernandes adiantou que a falta do tomógrafo coloca em risco a vida de pacientes vitimados com traumas e que necessitam com urgência de um melhor diagnóstico, pois são obrigados a se dirigir para outras unidades de saúde, como o Complexo Hospitalar Manoel André e o Ponto Trauma.

Outro lado A direção da Unidade de Emergência informou, no entanto, que o aparelho está parado desde janeiro deste ano. Em nota, o órgão informou que “o conserto do equipamento depende de tramites burocráticos a exemplo da licitação da empresa que fará a manutenção, entre outros requisitos que, infelizmente, acabam provocando entraves no tempo da resolução do problema”. Segundo a direção médica da Unidade, a manutenção do equipamento foi solicitada e o processo encontra-se em fase avançada.

Investimento imobiliário

Pesca predatória

PELO INTERIOR

Diretores do Residencial Riviera do Lago participaram na noite de ontem da entrega oficial dos contratos para os proprietários dos lotes. O industrial José Alexandre dos Santos participou do evento que também contou com as presenças de Luiz Taboada – sócio diretor da URB 4; Marcelo Borges, diretor da Terral, e José Paranhos, também sócio diretor da URB 4. O Residencial Riviera do Lago está sendo apontado como um dos maiores investimentos imobiliários de Alagoas e está localizado na área sul do Lago da Perucaba.

Rasgando as águas do Velho Chico, de Penedo/AL a Santana do São Francisco/SE, a Equipe Aquática da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco realizou, na segunda-feira (25), a maior apreensão de covos (armadilhas) desta edição do programa. Foram 1.350 unidades confeccionadas com tela plástica ou talas, cujo espaçamento era inferior ao que a lei permite.

... A Fiscalização Integrada Preventiva da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco seguiu, na terça-feira (26), o rastro de poluição que corre para os afluentes do Velho Chico nos municípios de Batalha e Palestina. São esgotos que desaguam nos Rios Ipanema e Farias, respectivamente, contaminando todo um ecossistema.

O empreendimento O empreendimento, orçado em mais de R$ 25 milhões, está sendo construído em frente ao Planetário Municipal, em uma área com cerca de três milhões de metros quadrados e será entregue, de acordo com o gerente comercial Edgar dias, em dezembro de 2016.O empresário Leonardo Gomes, da Terral, acrescentou que serão disponibilizados mais de 500 lotes para construção de moradias de alto padrão, clube social, campos de futebol, piscinas para adultos e crianças, trilhas para caminhadas, áreas verdes, academia de ginástica, fraldário, serviços de bar, banheiros e toda uma infraestrutura para as pessoas viverem com qualidade, segurança e conforto.

Em parceria O mais novo empreendimento imobiliário que se tornou um grande sucesso em Alagoas foi lançado no dia 19 de março último. O Residencial Riviera do Lago é mais investimento do empresário e presidente do Grupo Coringa, José Alexandre, em uma parceria com a Terral Incorporadora, uma das maiores empresas do Brasil especializada na construção de shoppings e condomínios e a empresa URB4.

Camarões Na ocasião, também ocorreu a soltura de 5.200 espécimes de camarões e peixes. Os infratores não foram localizados. Além disso, a FPI também multou as Prefeituras de Jacaré dos Homens e de Monteirópolis por manter unidades de saúde com várias irregularidades, dentre elas, o descarte ilegal de lixo hospitalar.

Equipe aquática Para realizar as ações dentro do São Francisco, a Equipe Aquática conta com embarcações do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e da Marinha do Brasil, esta, por meio da Agência Fluvia de Penedo, que também cedeu um jetski. Com essa estrutura, os integrantes da FPI do São Francisco fizeram inspeção naval em 13 embarcações. Entre elas, encontravam-se nove lanchas de transporte de passageiros, duas lanchas de esporte e recreio, uma balsa e uma canoa tipo rabeta. Duas embarcações foram notificadas e uma acabou sendo lacrada.

Geram impacto “O combate à pesca predatória foi intensificada durante a FPI nas localidades visitadas, onde a equipe realizou, ao longo dos últimos dias, o recolhimento de 4.000 covos ilegais utilizados para a captura de camarões e pitus. Esses petrechos ilegais geram um grande impacto à biota local, visto que os espécimes de crustáceos são capturados na sua fase juvenil, não alcançando a maturidade reprodutiva. E no trecho do Rio São Francisco próximo a cidade de Pão Açúcar foram recolhidas 3.500 metros de rede com malha inferior ao permitido”, detalhou o chefe do Setor de Fiscalização do Ibama, Rivaldo Couto.

... Em pleno centro de Batalha, a FPI do São Francisco encontrou dois pontos de lançamento de efluentes não tratados, mesmo com uma Estação de Tratamento de Água e Esgoto concluída recentemente. ... O caso mais grave foi o de um de terceiro ponto, que, por falha de bombeamento da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), transbordava dejetos em direção ao Rio Ipanema. Próximo ao esgoto, dezenas de pocilgas e estábulos contribuíam para a degradação. ... “Uma coisa é criar animais na lama, como costuma acontecer com porcos. Outra, completamente diferente, é criá-los no esgoto. A população que se alimentar da carne deles certamente terá grandes chances de se contaminar e de adquirir doenças sérias”, destacou a promotora de Justiça Lavínia Fragoso, uma das coordenadoras do programa. ... O Instituto do Meio Ambiente (IMA) notificou a Prefeitura de Batalha para que ela apresente os motivos do lançamento de efluentes, mesmo com a existência de uma rede de coleta e tratamento. Já a Casal foi multada em R$ 243.158,43 por dano e poluição ao meio ambiente, com o agravante da prática ocorrer numa Área de Preservação Permanente (APP). ... Acompanhado do presidente da AMA, Marcelo Beltrão, o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, participou da discussão sobre o Pacto Federativo durante a XVIII Marcha dos Municípios a Brasília que reuniu também o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e deputados federais de todos os estados. ... O pacto foi o tema principal de discussão do evento que reuniu mais de 7 mil pessoas entre prefeitos, vices, secretários e municipalistas. ...O Senador Renan disse aos perfeitos que o Estado democrático é resultado de uma Federação forte e isso quer dizer igualdade entre os Entes que a integram. Concorda que o momento é importante para que se faça uma revisão para que os municípios possam ser ouvidos porque são os gestores que estão na ponta, junto com a população. ... Aos leitores da coluna desejamos um excelente final de semana com muita paz e saúde. Até a próxima edição!!!!


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

Confira suas contas

V

ocê já passou pela situação de ser cobrado pelo pagamento de uma conta que estava em débito automático? Se não, ainda assim fique atento. Isso pode acontecer com qualquer um. O problema ocorrer devido a um erro da empresa que fornece o serviço a ser pago (que não envia a ordem de débito) ou da instituição bancária (mesmo a empresa enviando e o consumidor tendo saldo, o banco não debita a fatura). Por isso, se você tem contas que são pagas por esse sistema, lembre sempre de verificar no extrato bancário, se os valores foram de fato descontados. Caso identifique que o pagamento não foi efetuado, entre imediatamente em contato com a empresa e com o banco, para que esse erro possa ser corrigido. Veja algumas dicas em relação ao pagamento via débito automático:

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- Fique atendo às cláusulas do contrato firmado com o banco. Observe, sobretdo, a tarifa de concessão de adiantamento ao depositante, que será cobrada de você caso não tenha saldo suficiente para pagar a conta.

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- Ainda no contrato, atenção à cláusula que informa sobre o cancelamento do serviço. Há um prazo para isso: em geral, os pedidos são atendidos em até cinco dias úteis antes do pagamento. Mas os bancos podem levar até 30 dias para encerrar o serviço. Além disso, algumas vezes, pode ser preciso notificar também a empresa (e não só o banco).

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- Verifique sempre se há saldo suficiente na sua conta para saldar o pagamento. - Evite colocar em débito automátio as contas que variam muito mês a mês.

- No débito automático de cartõs de crédito, o valor integral será debitado.


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