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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 829 - 10 A 16 DE JULHO O DE 2015

HUMBERTO MARTINS CASA FILHA NO EXTERIOR PARA EVITAR ASSÉDIO P/ 2

CASO BETO CAMPANHA Pistoleiro que denunciou Carlos Alberto Canuto como mandante é executado com 27 tiros

Carlos Alberto foi acusado por Dorgival Barros de mandar matar vice-prefeito do Pilar

P/16 e 17

VENDA DE SENTENÇA

TJ quebra sigilos telefônico e bancário do juiz Léo Dennisson P/8 a 10

PARIPUEIRA PAGA EM JUÍZO SALÁRIO DE SERVIDORES DE CONCURSO FRAUDULENTO P/12 e 13

QUEDA DE RECEITA FAZ RENAN FILHO CORTAR DESPESAS E APERTAR O CINTO P/6 e 7


2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE JULHO DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Voo da alegria

Perde sempre....

N

o último fim de semana o Estado de Alagoas ficou praticamente acéfalo na ausência dos dirigentes dos três poderes. O governador e o presidente do Tribunal de Justiça viajaram para o exterior, enquanto o presidente da Assembleia foi posto fora de combate pelo mosquito da dengue. Renan Filho e Washington Luiz viajaram para a República Dominicana em companhia de secretários de Estado, juízes e desembargadores, para prestigiar o casamento da filha do ministro Humberto Martins, do STJ. A festa rolou no famoso balneário caribenho de Punta Cana, destino turístico de bacanas. Lá, a entouragem alagoana se juntou ao senador Renan Calheiros e a outros convidados ilustres.

Petit comitê Além do status de casar a filha em um paraíso do Caribe, a opção pelo exterior teve o objetivo de dificultar o assédio ao futuro presidente do STJ. Em tempo: os próprios convidados pagaram suas despesas com passagem aérea, hotel e alimentação. Como dizem os franceses, foi uma festa em petit comité.

Mão de vaca Muitos foram os convidados alagoanos para a festa caribenha promovida pelo ministro Humberto Martins, em Punta Cana. Mas a maioria desistiu de viajar ao saber que teria de pagar suas próprias despesas, ao custo mínimo de R$ 15 mil por casal. Poucos abriram a carteira. Ministro inteligente, esse Humberto Martins...

Perguntar não ofende Por que o Tribunal de Justiça até hoje não instalou a segunda Vara da Justiça em Marechal Deodoro? Afinal, o único juiz da cidade não está dando conta dos mais de 10 mil processos que inundam a comarca. Talvez esteja aí a gênese de tantas denúncias de corrupção.

Neymar defende seleção brasileira e Messi: ‘Não se pode ganhar sempre”. Atacante diz que “assume responsabilidade” e vê o Brasil com uma boa base para a disputa das Eliminatórias da Copa de 2018.

Vexame

Grampo perigoso Por falar em Marechal Deodoro, um grampo da PF pegou o juiz Léo Dennisson em conversas nada republicanas com criminosos. Pelo teor dos diálogos, o magistrado dificilmente escapará de severas punições.

Comissionados O deputado Isnaldo Bulhões, primeiro-secretário da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa informou que não foram criados 120 cargos comissionados, mas apenas 11 novos cargos. “Já existiam 109 cargos, que agora serão regularizados”, disse Bulhões.

Reajuste O Senado impôs nova derrota ao governo e enviou para sanção presidencial medida com extensão do aumento a aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo. Dilma deve vetar alterações ao texto original, que prorroga regras de reajuste até 2019.

Socorro!!! A avenida Amélia Rosa virou paraiso da bandidagem. Agora estão assaltando as lojas antes mesmo de serem inauguradas. Os empresários pedem socorro.

Prefeitos presentes ao encontro semanal da AMA passaram o maior vexame esta semana. A notícia de que a Polícia Federal estava no pátio do órgão provocou alvoroço e correcorre entre suas excelências. A PF foi lá buscar um fugitivo da justiça, mas até hoje tem prefeito escondido.

Te cuida, Xepa! Se quiser escapar da ficha-suja o ex-prefeito de Olho d’Água do Casado terá que pagar R$ 1 milhão ao BMG. Xepa é acusado de apropriação indébita ao deixar de recolher ao banco parcelas dos servidores que fizeram empréstimos consignados.

Intriga No mar de corrupção em que navega a maioria dos gestores públicos, o prefeito de Maceió é uma exceção. Rui não está entregando o que prometeu em campanha, mas até agora está imune ao virus da corrupção. O resto é intriga da oposição.

SMTT Em Maceió não faltam comentários ácidos contra a ação da SMTT de multar proprietários de veículos por causa da película fumê. Há quem diga que o órgão está extrapolando as determinações do próprio Conselho Nacional de Trânsito. Será?

Magistrados 1 Nesta sexta, 10, presidentes das associaççoes de magistrados do Nordeste se reúnem em Maceió para debater, dentre outras questões, as condições de trabalho da magistratura de 1º Grau. O encontro, patrocinado pela Associação Alagoana de Magistrados (Almagis) acontece a partir das 10h no Hotel Ponta Verde. Terá ainda a presença do presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo dos Santos.

Prefeitos 1 A problemática dos matadouros municipais é um dos temas da convocação que a AMA está fazendo a todos os prefeitos alagoanos para a reunião da próxima segunda-feira, dia 13.

Prefeitos 2 A AMA também vai colocar em debate na reunião de segunda a implementação e recuperação dos sistemas que convertem a água salina em “água doce” através de dessalinizadores de água. A reunião acontece a partir das 10 horas na sede da entidade.

Barrigada global O jornal O Globo retirou rapidinho de sua conta do Instagram foto em que assinalava como sendo o deputado federal Ronaldo Lessa um dorminhoco no Plenário da Câmara dos Deputados durante a votação da reforma política. E o pior, como sempre, não faltaram comentários preconceituosos contra os eleitores do Nordeste e de Alagoas.

Barrigada global 2 O ilustre dorminhoco na verdade era Rogério Peninha, deputado do PMDB de Santa Catarina.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

ARTE Fábio Alberto - 9351.9882 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA 3317.7245 - 9982.0322

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE JULHO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Prazo

Dilma pirou, gente!

Michel Temer deu um prazo até agosto para deixar a articulação do governo. Alega que o PT não atende as demandas dos políticos desautorizando-o a falar em nome do governo. Na verdade, a bagunça dentro do Palácio do Planalto é tão grande que ninguém sabe quem manda. O único consenso lá dentro é de quem não manda: a presidente. A saída de Michel Temer está sendo articulada pela cúpula do PMDB. Os caciques do partido acham que a solução constitucional passa pelo vice, caso Dilma seja obrigada a deixar o poder e, por isso, querem preservar desde já a imagem dele que virou uma espécie de chefe do departamento de pessoal da Dilma.

B

rasília - Antes mesmo de iniciar o processo de impeachment para expelir a Dilma do Palácio do Planalto, é preciso interditá-la para que ela pare de falar tanta besteira quando abre a boca. Nos últimos dias, a presidente tem dado demonstração de que não anda bem da cabeça e deveria se submeter com certa urgência a tratamento psiquiátrico, pois as frases desconexas e o comportamento alienígena são sinais de distúrbios mentais. A coleção de besteirol e a troca de nomes nas solenidades mostram uma presidente atormentada que será lembrada mais pelo folclore do que por suas ações administrativas, quase nulas. A coleção de bobagem da presidente aqui e no exterior constrange a todos nós brasileiros. Como se não bastasse o caos econômico e administrativo que afunda o país em uma de suas maiores crises, ainda temos que nos envergonhar toda vez que ela abre boca. Dilma lembra muito a Ofélia, a comediante que fazia par com Lúcio Mauro, e dava vexames quando ele recebia visita em casa, que ficou conhecida pelo bordão de “Cala boca, Ofélia”. Atolada num mar de lama até o pescoço, a presidente está levando o país para um buraco negro. Não se posiciona como um estadista, não tem projetos para o Brasil e vire e mexe convida políticos e empresários para apresentar factoides no Palácio do Planalto como se o brasileiro ainda acreditasse nessas fantasias mirabolantes e delirantes de uma presidente sem carisma, que não lidera o país e demonstra sinais visíveis de desequilíbrio comportamental. Encurralada dentro do Planalto, cercada de corruptos da Lava Jato, refém do PMDB, Dilma não tem mais condição de governar o país porque perdeu o apoio popular da maioria absoluta do povo. Com apenas 9% de aprovação, agarra-se como pode aos peemedebistas que, nos bastidores, conspiram contra ela com a ajuda de Lula, o lobista de luxo das empreiteiras. Desesperada com a possibilidade do PMDB deixar a base aliada, pediu desesperadamente que Michel Temer ratificasse o apoio do partido ao seu governo para acalmar os empresários, os políticos e o mercado financeiro em pânico com o rumo da economia. Quem acompanha os bastidores da política sabe que Michel estava constrangido na coletiva de imprensa ao afirmar que permaneceria na articulação política do governo. Os peemedebistas têm feito reuniões frequentes para encontrar uma solução que tire a Dilma da presidência sem traumas constitucionais. Num politiquês mais claro: o PMDB quer a substituição dela pelo Michel, seu vice, sem arranhões à ordem jurídica e democrática como aconteceu com Fernando Collor. O próprio Michel tem sido avisado da conspiração que conta ainda com Lula, também enrolado na lama da corrupção da Lava Jato. Portanto, a entrevista onde ele aparece para desfazer a notícia da sua saída da articulação do governo é coisa para inglês ver, truque de um político experiente que dissimula os conchavos, mas que está envolvido neles até o pescoço.

Lula, o dissidente

Conspirando Para Michel Temer, permanecer dentro do Planalto como uma espécie de chefe de departamento de pessoal é, no mínimo, um desrespeito a sua trajetória política. Presidente do maior partido da base de sustentação do governo, o vice pode ser chamuscado pela quadrilha que se alojou dentro do palácio, como acusam todos os delatores da Lava-Jato. A sua permanência nesse grupo serve de salvo-conduto para todos que estão envolvidos nos escândalos da corrupção e que vão continuar se escudando no seu prestígio para seguir com as suas práticas criminosas.

Imagem Aparecer falando à nação, cercado de auxiliares da Dilma, é, para Michel, um ato desabonador, pois, com exceção do ministro Aldo Rebelo, uma das únicas reservas morais do governo, todos que estavam à mesa na coletiva estão sendo investigados por corrupção na operação Lava Jato.

De saída A Dilma não tem mais condições de administrar o país. O escândalo entrou de porta adentro do Planalto com as informações dos delatores de que engordaram a campanha dela com somas milionárias roubadas da Petrobras. Com apenas 9% de popularidade, como mostram todos os institutos de pesquisas, a presidente não tem mais o apoio popular e nem político. Deve-se a isso a anunciada retirada de Michel Temer da articulação política do governo. Aliás, o vice, um político experiente, caiu na esparrela do PT ao se juntar ao grupo do Planalto agora coberto de lama. Edinho Silva e Aloizio Mercadante, os dois homens de confiança da presidente, estão enrrascados depois das novas delações dos empreiteiros e do doleiro Youssef, de que o dinheiro roubado da Petrobras foi parar nas contas das campanhas do Lula e da Dilma.

O ex-presidente Lula participa ativamente dessa conspiração. Assim como os peemedebistas, ele também acredita na governabilidade sem a Dilma no poder, desde que a solução não fira a constituição, a exemplo do que ocorreu com Fernando Collor. Caso isso ocorra, existem duas hipóteses: a anulação das eleições pelo TSE se comprovada a fraude eleitoral nas prestações de contas da Dilma e o impeachment. Na primeira hipótese, Michel também iria junto. Na segunda, ele assumiria a presidência e tentaria reorganizar o país, hoje inadministrável diante de tanta incompetência da Dilma e da corrupção que mela o governo.

Pá de cal O PMDB, aliado fortíssimo da presidente, seria o partido a jogar a última pá de cal na sua sepultura política. E seus integrantes, os principais caciques, se animaram com a possibilidade de tirá-la do poder depois da conversa com o Lula, insatisfeito com a falta de comando do país. Transborda também de raiva quando acusa a companheira de não mover uma palha para livrar a sua cara e dos seus amigos petistas do envolvimento com os principais empreiteiros do país. É um poço de mágoa, e se acha traído. Foi o que disse aos peemedebistas numa conversa reservada. Ora, entre ter uma presidente que descambou na opinião pública e não segue o seu roteiro e ter um partido confiável no poder, ele trabalha com a segunda hipótese. Por isso passou a trabalhar junto ao PMDB para derrubar a Dilma.

Lesa pátria Mas muita água vai rolar sob essa ponte ainda. Com o escândalo dentro do Planalto, a presidente perdeu a moral para falar que combate a corrupção, quando na sua antessala existem dois ministros da sua confiança atolados com ilegalidades nas campanhas. Além disso, ela também está envolvida no dinheiro roubado da estatal que foi parar na sua campanha e na compra da refinaria de Pasadena, um negócio de lesa pátria que deixou o país 1 bilhão de reais mais pobre. Não dá para falar de corda na casa de enforcado, portanto, presidente, a senhora daria uma grande alegria a 91% da população do país se espontaneamente entregasse o cargo antes de ser expurgada dele.


4 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE JULHO DE 2015

GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Trapalhadas da Assembleia

A

Assembleia Legislativa não tem mesmo jeito. Afora a posição de alguns deputados, outros não estão nem aí para o que possa acontecer. A instituição deve centenas de milhares de reais aos seus servidores, paga 1 milhão de reais à Fundação Getúlio Vargas para fazer uma auditoria na folha e decide contratar, a peso de ouro, mais 120 assessores para os senhores deputados. Esta situação só mesmo na cabeça da direção da Casa de Tavares Bastos que colocou o assunto em pauta para ser votado. Como é que a Assembleia deve aos seus servidores, ativos e inativos e tem a cara de pau de decidir pela contratação de mais 120 servidores. O que se pensava é que a nova Mesa Diretora da Assembleia iria colocar ordem na casa; observa-se que não é bem assim e nunca será. Lastimável.

A velha prática Com um histórico negro, a Casa de Tavares Bastos parece sentir vergonha do que se faz lá dentro. Alguns parlamentares bem que tentam encontrar um rumo para a Assembleia, mas a maioria pensa completamente diferente. Devendo aos seus servidores, pelo menos são muitos abnegados e outros, convenhamos, parasitas, os deputados aprovam a contratação de mais 120 assessores, enquanto a Mesa Diretora parece querer descobrir quem produziu o conto da carochinha, pagando 1 milhão de reais para organizar a folha de pagamento da instituição. Parece brincadeira.

Sem preocupação Enquanto gasta dinheiro dos nossos impostos, a Assembleia dá uma demonstração de que aquela Casa não tem mesmo mais jeito. E não adianta integrantes da Mesa Diretora tentarem justificar o injustificável. Tem atrasado o recolhimento do Imposto de Renda e outros tributos, trata os servidores com indiferença sem pagar o que deve e ainda vai mandar para ali mais 120 assessores, onde não terão nem onde sentar.

Sentimento Todo mundo sabe da disposição e dos bons propósitos do presidente da Assembleia, Luis Dantas, de colocar nos eixos a instituição. Mas esbarra no apetite de alguns deputados, insatisfeitos com o tratamento que recebem. Dantas, por baixo dos panos, lamenta que o jogo do poder é assim e vai continuar naquela de ´´deixa a vida me levar´´.

´´Eu quero o meu´´ Quando reivindica reajuste para o seu salário, o deputado estadual Dudu Hollanda não está escondendo a verdade. Ele sabe quanto custa um mandato de deputado, que em Alagoas extrapola a razoabilidade. Dudu não tem papas na língua, ao contrário de outros que se escondem no anonimato. O que o deputado não pode é perder o equilíbrio e discutir asperamente com internautas. Assim, perde a razão.

Incansável O secretário de Defesa Social, Alfredo Gaspar de Mendonça, tem sido um incansável no combate à criminalidade, mas sabe que a parada é dura de resolver. O secretário tem comandado algumas ações pessoalmente, o que não é lá muito prudente.

Devagar que o andor... O deputado federal Cícero Almeida, pelo menos o que tem circulado na imprensa, está com a carga toda para disputar, no próximo ano, a Prefeitura de Maceió. É um direito seu. Foi um bom prefeito, popular, mas sabe que, com o eleitorado, não se brinca. Pelo menos o resultado das urnas em Maceió não foi bom para Almeida. E ninguém, mais do que ele sabe disso. Costurar uma grande aliança é fundamental para o ex-prefeito. E precisa ter humildade para perseguir um novo mandato de prefeito de Maceió.

...é de barro As dificuldades para uma carreira solo são muito grandes. Cícero Almeida é um grande político, interage como ninguém com a população, mas sabe que esse mesmo povo que lhe elegeu prefeito, lhe deu as costas na sua candidatura a deputado federal. Seu desempenho nas urnas foi decepcionante. E ele sabe disso.

Deixa pra lá O prefeito Rui Palmeira, que começa a enfrentar certos setores da oposição, tem repetido várias vezes de que campanha eleitoral só no próximo ano. Rui tem se desdobrado para atender a periferia da cidade e ignora provocações de adversários sobre as eleições do próximo ano. Ele tem estômago de avestruz, revelam assessores da prefeitura.

Prestígio O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, mostrou que tem mesmo prestígio. Levou dezenas de autoridades para o exterior para prestigiar o casamento de sua filha.

Oposição reunida A próxima eleição da OAB, marcada para novembro, terá lances especiais. Os pré-candidatos Marcelo Brabo, Welton Roberto, Omar Coêlho de Mello estão decidindo renunciar a qualquer candidatura e se unir em torno de um projeto de resgate da advocacia alagoana. O grupo, junto com outras entidades, se uniria para bater chapa com a situação, que poderá ter como candidata a professora e advogada Fernanda Marinela.

Desistiu Nos bastidores da OAB se comenta que o atual presidente Thiago Bomfim não será candidato à reeleição. Grupos da situação já estão se dividindo e a eleição da OAB será uma das mais disputadas dos últimos anos.

Baixaria Nem bem começou a campanha da OAB, as redes sociais já demonstram como será o nível do embate. As agressões se sucedem de uma forma surpreendente, muito embora ainda não estejam definidos os candidatos da oposição e situação.

Uma fortuna Pelas avaliações feitas por alguns advogados, tem gente disposta a jogar na campanha da OAB a fortuna de 8 milhões de reais, naturalmente com o objetivo de conseguir espaço mais na frente.

Perdendo forças O governador Renan Filho, ao longo de seis meses de governo, já não conta com uma bancada efetiva na Assembleia Legislativa. Ninguém sabe quem é quem no apoio ao governo. Tratados a pão e água, alguns deputados começam a se dispersar.

Calamidade As últimas chuvas que caíram em Maceió deixaram a cidade sob lama, água e lixo. O Salgadinho despejou toneladas de lixo na praia, mostrando que a obra no Vale do Reginaldo é indispensável. A população também tem contribuído para a situação degradante do riacho. Nas ruas, a Prefeitura de Maceió tenta tapar os buracos causados pelas fortes chuvas, mas não dá vencimento.

Mellina e a Justiça A secretária de Cultura do Estado, Mellina Freitas, assim como outras doze pessoas, tiveram seus bens bloqueados até o limite de aproximadamente 15 milhões de reais, em decisão do desembargador Domingos Neto, que viu indícios de irregularidades durante sua administração quando prefeita de Piranhas. Mas isso não quer dizer que Mellina seja culpada da acusação de improbidade administrativa. Somente com as investigações e o desenrolar do processo na Justiça vai se saber quem realmente tem culpa no cartório. Fazer juízo de valor, no momento, parece ser precipitado.

Collor e sua metralhadora Incomodado com as constantes reportagens da revista Veja, da qual já ganhou mais de 500 mil reais de indenização por danos morais, o senador Fernando Collor acionou sua metralhadora giratória e bateu forte na revista no início da semana. Collor denunciou achaque da Veja e disse que tudo girou porque quando presidente não se dobrou a financiar a Editora Abril, que estava desvirtuando o dinheiro repassado pelo governo federal para projetos educacionais.


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CORONELISMO

Ex-vereador sofre atentado após denunciar Zé Pacheco ao EXTRA Atla de Lima Santos relatou desmandos praticados no município de São Sebastião

JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

O

coronelismo em Alagoas parece não ter fim. O ex-vereador de São Sebastião e principal nome da oposição no município, Atla de Lima Santos, sofreu retaliação do ex-prefeito José Pacheco, tio do Charles Pacheco (PP) prefeito de São Sebastião. Após ser liberado na sede da Polícia Federal, em Maceió, no dia 18/6 às 21h, os correligionários da família Pacheco realizaram uma carreata para comemorar sua soltura. Durante a carreata vários veículos, inclusive o do filho de José Pacheco, Henrique Pacheco, estiveram participando das comemorações que se estenderam até a Avenida Carlos do Vale Ferro uma das principais em São Sebastião e onde Atla de Lima Santos reside. Chegando até o local, três homens encapuzados em cima de uma caminhonete de cor branca jogaram um bomba de fabricação caseira na casa de Atla de Lima. “Uma semana antes de José Pacheco ser preso, eu denunciei os desmandos praticados pelo seu sobrinho e o rombo que ele tinha deixado na Prefeitura de São Sebastião. Essa ação orquestrada por José Pacheco só demonstra o seu perfil violento e a forma com que ele conduz a coisa pública”, destacou o exvereador do município. Várias vidraças foram quebradas com os estilhaços da bomba. Atla revelou que o pior só não aconteceu porque existe uma área onde a bomba foi jogada até chegar de fato a sua residência. “Tenho duas funcionárias que estão assustadas até hoje e com receio de novas ações criminosas. Tenho dois

Atla de Lima Santos sofreu atentado por ser opositor dos “Pacheco”

filhos, um pequeno de 3 anos, esse até hoje sofre com a consequência da atitude dos marginais. Meu filho não pode ouvir uma zoada mais forte que se assusta”, colocou. Atla de Lima encaminhou para Polícia Federal (PF) o vídeo que flagra os homens encapuzados jogando a bomba em sua residência. “O delegado Polybio Brandão Rocha já está de posse de todas as imagens; em menos de 24 horas José Pacheco foi preso pela PF, pagou fiança e a noite já estava praticando mais um ato de autoritarismo e intimidação”, desabafou. (Confira o vídeo em https://www.youtube.com/ watch?v=B778Q-QSQ2k)

REPORTAGEM TERIA MOTIVADO ACERTO DE CONTAS A administração do ex-prefeito de São Sebastião, José Pacheco (PP) e do atual prefeito, Charles Pacheco (PP), foi

alvo de denúncias do ex-vereador Atila de Lima na edição 825 do jornal EXTRA. O ex-parlamentar encaminhou uma série de denúncias para o Ministério Público Estadual onde relata desvios no sistema de previdência do município: Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município (IPAM). Segundo os dados encaminhados ao MP, o rombo já ultrapassa, com a correção montária, mais de R$ 10 milhões. “Os descontos dos funcionários sempre foram realizados pela prefeitura desde a gestão de José Pacheco, assim como na administração de Charles Pacheco, mas nunca foram repassados para o IPAM”, contou Atla durante a entrevista. O ex-parlamentar adiantou, ainda na edição 825, que a prática que ele classifica como “criminosa” foi apenas repetida e aperfeiçoada pelo atual prefeito Charles Pacheco. “José é tio de Charles; o modus operandi dá dupla foi denunciado aos

José Pacheco comemorou sua soltura da PF com carreata e bomba

órgãos competentes. Acredito na Justiça e na resposta do MP a essa dupla que sempre se locupletou do erário”, desabafou.

A PRISÃO A operação da Polícia Federal intitulada Bacamarte, desencadeada na manhã do dia 18 de junho nas cidades de São Sebastião e Recife (PE) terminou com a prisão do ex-prefeito do município São Sebastião, José Pacheco Filho, e do vereador Gilvan Porfírio dos Santos.

Ambos foram presos por porte ilegal de arma de fogo, após mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região(TRF-5). A PF cumpriu no total de cinco mandados dentro da investigação sobre um atentado ocorrido em 2013. De acordo com o superintende da PF, André Santos Costa, a investigação foi desencadeada após uma testemunha de compra de votos em São Sebastião ter sofrido um atentado naquele ano, na zona rural da cidade.


6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE JULHO DE 2015 ECONOMIA

Queda do FPE nos próximos três meses é nova “pedalada” em Alagoas Governo faz reserva para manter ‘mínimo do mínimo’; prefeituras apertam cintos; Fazenda arrecada mais ODILON RIOS Especial para o EXTRA

O

ano do ajuste fiscal da era Joaquim Lévy, no Ministério da Fazenda, sob batuta da presidente Dilma Rousseff, enfrentará a sua mais dura prova em Alagoas nos próximos três meses, quando o Governo Renan Filho (PMDB) espera queda da receita do Fundo de Participação dos Estados e as cidades, a queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Maceió, de Rui Palmeira (PSDB), por exemplo, acumula prejuízo de R$ 634 milhões com as desonerações de 2008 a 2014; Arapiraca, de Célia Rocha (PTB), economiza para pagar o 13º salário dos servidores públicos. E a Secretaria da Fazenda, de George Santoro, acumula vitórias e preocupações: as usinas de açúcar e álcool voltaram a pagar impostos, mas o desemprego em Alagoas pode chegar até a 50 mil pessoas - em especial na construção civil. Em linguagem popular, gestores terão um ano do “assar e do comer”: cobertor curto, custeio no limite da máquina pública, negociação com os poderes sobre o duodécimo e nada de aumentos salariais. “O ano é muito duro, vamos garantir o pagamento dos salários e do 13º, mas o ano é difícil. Temos que ser criativos e colocar os poucos

recursos que temos onde as pessoas realmente precisam e onde o resultado vem mais rápido. O ano é duro, o planejamento do Estado mostra que estes próximos meses são os mais difíceis, são os meses da queda de arrecadação do FPE, exatamente julho, agosto e setembro e depois em outubro tem retomada como naturalmente acontece. Estamos nos preparando para enfrentar estes três meses”, disse o governador ao EXTRA. Por outro lado, o Ministério da Integração Nacional praticamente manteve os investimentos do ano passado para as obras federais no Estado - a maior delas, o Canal do Sertão. Serão R$ 350 milhões. Ano passado foram R$ 355 milhões. Com o ajuste fiscal, o orçamento do ministério foi cortado em 40%. Se este corte chegasse a Alagoas, as obras contariam entre R$ 180 milhões e R$ 190 milhões. O governo federal deve deixar de enviar a Alagoas segundo a Secretaria da Fazenda - R$ 377 milhões em todas as áreas até o final do ano. BOAS NOTÍCIAS? NEM SEMPRE Nem sempre boas notícias animam os mais otimistas. Célia Rocha, em Arapiraca, paga 31% do custeio da máquina pública em saúde. A Constituição Federal defi-

Renan Filho diz que criatividade vai ajudar governo a enfrentar crise

ne ao menos 15%. Isso não significa um serviço melhor a quem depende do Sistema Único de Saúde. Mas que se garante o mínimo do mínimo. A folha dos profissionais de saúde, por exemplo, devora 70% do orçamento da pasta. Sobram 30%, divididos de maneira desigual. O usuário do SUS fica com uma parcela irrisória. Célia busca apoio na iniciativa privada, também

combalida pelo ajuste fiscal. “2015 é o ano do assar e do comer. Tudo muito apertado, dificuldade de pagar folha, dificuldade grande até de pagar a folha. Estou tentando fazer uma reservazinha para o 13º, mas é difícil, a cidade cresce demais, os serviços aumentam sem você se dar conta. Tudo aumenta. Tá aí uma inflação de 10%. Imagine o que é isso no medicamento, nos insumos, a gente está no meio da saú-

de. O custo da saúde é absurdamente alto, 32% investido pelo município na saúde quando constitucionalmente seriam 15%. A gente tem dado mais do que possui, mais do que o possível, mas é tudo muito difícil”, disse a prefeita ao EXTRA. Novo presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (Consems), Ubiratan Pedrosa mostra que as cidades precisam de ajuda federal. A capital alagoana, por exemplo, paga 25% de seu custeio com saúde. “Isso está ficando insustentável nos municípios; o Estado precisa ampliar a sua participação e a União retomar patamares de financiamento que ela tinha há dez anos quando ficava com pouco mais de 60% do custo geral do SUS e hoje gasta menos de 50%”, disse. “Vamos manter com dificuldade o que se tem”, completou. Um efeito que chega também na capital - com quedas ou frustrações nos repasses federais. “Obviamente não tínhamos a dimensão que o país entraria em uma situação tão aguda de crise econômica e isso vai combalindo as finanças dos municípios, do Estado, e a gente deixa de realizar algumas coisas que gostaríamos de lidar”, afirmou o prefeito Rui Palmeira. E as prefeituras deveriam receber, a mais, 0,5% no FPM (23,5% para 24,5% da arrecadação da União destinada ao fundo). Pelo menos era o acordo fechado entre prefeitos e Dilma. Não veio e a capital perdeu R$ 5 milhões em julho.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE JULHO DE 2015 - 7

ECONOMIA

Secretário George Santoro prevê forte queda no PIB este ano

dos para a construção de estradas quando poderiam incrementar o PIB em atividades econômicas.

Prefeitos das duas principais cidades alagoanas, Rui Palmeira e Célia Rocha confirmam dificuldades

FAZENDA ARRECADA MAIS Na Secretaria da Fazenda, a gestão George Santoro acumula os seguintes resultados nos primeiros seis meses da era Renan Filho: - A arrecadação do segmento combustíveis cresceu 27,5% no mês de junho, comparado ao mesmo período do ano passado. Motivo pode ser o aumento das fiscalizações no setor sucroalcooleiro e também o crescimento do valor nas bombas nos postos de gasolina, repassado ao consumidor. - O ICMS aumentou 5,5%, também no mesmo período, alta que está ligada ao tarifaço da energia elétrica de Dilma. Antes do tarifaço, a Com-

panhia Energética de Alagoas (Ceal) representava 7,7% da receita do ICMS alagoano. Subiu para 11,2%. Desde o ano passado, a tarifa de energia elétrica cresceu 42%. Em junho do ano passado, o ICMS da Ceal foi de R$ 3,5 milhões; em 2015, mesmo mês, R$ 35 milhões. Crescimento de 666%. Esse é um lado. O outro? O Produto Interno Bruto (PIB) alagoano fechou ano passado em R$ 40 bilhões. Este ano, apontam as previsões da Sefaz, entre R$ 35 bi e R$ 36 bi. Uma realidade que piora porque a mão de obra local, de baixa qualificação profissional, permite poucos mecanismos para geração de renda. A dívida do setor imobi-

liário deve chegar a R$ 5,1 bilhões. Com a retração da Construção Civil no país, o fenômeno alagoano é de “involução econômica”. Ou seja: no país, 1 milhão de desempregados; em Alagoas, até o final do ano, até 50 mil pessoas sem trabalho. O setor da construção, no Estado, em junho, caiu 15%. Não é diferente nas concessionárias de veículos. Queda nas compras, em junho, de 12%, comparado ao mesmo mês do ano passado, no período da Copa do Mundo. Além do pagamento da dívida pública. Os empréstimos dos tempos Teotonio Vilela Filho somaram R$ 2 bilhões. E grande parte a fundo perdido, ou seja, usa-

AINDA ASSIM... Talvez a alternativa mais convincente para que Alagoas diminua o impacto do ajuste seja a atuação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), em Brasília. Principal discussão? O pacto federativo. Mas, o Senado inverteu a pauta: o pacto ganhou menos destaque que a reforma política - em especial a mudança que não existiu na Câmara dos Deputados, de Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Mês passado, prefeitos e governadores de todo o país transformaram Brasília na Meca, à espera de uma solução de Calheiros e Cunha ao pacto. Municípios reclamavam da concentração de recursos na União, aumento das obrigações sem contrapartida financeira e querem renegociação da dívida dos estados. O que Renan e Cunha prometeram? Agilidade nas votações. Entre 2000 e 2013, a participação das administrações locais nas receitas disponíveis cresceu meio ponto percentual, enquanto as des-

pesas subiram 5,8 pontos, criando uma situação de “desequilíbrio insustentável”, como diziam os prefeitos. Por outro lado, existe pressão - e o Governo Dilma não quer - pela votação, na Câmara, da aplicação do novo indexador da dívida dos estados e municípios com a União a partir de janeiro do próximo ano. O projeto foi aprovado pelo Senado em 28 de abril. Segundo o texto aprovado no Senado, pela Lei Complementar 148, as dívidas devem ser atualizadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% de juros, ou a Taxa Selic, o que for menor. Porém, o governo não aplica o cálculo, argumentando que é preciso editar norma regulamentadora. O PLC 15/2015 prevê que até janeiro de 2016 o governo terá que rever os contratos e substituir o atual indexador, Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além disso, os juros serão reduzidos dos atuais 6% a 9% ao ano para 4% ao ano. Esta pauta foi deixada de lado pelo Governo Renan Filho. E, pelo visto, o presidente do Congresso seguiu o ritmo da dança.


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VENDA DE SENTENÇA

Juiz de Marechal tem sigilos bancário e telefônico quebrados

Autorizada pelo TJ, Polícia Federal investiga conduta de Léo Dennisson VERA ALVES VERALVESS@GMAIL.COM

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Polícia Federal em Alagoas está fazendo um cruzamento dos dados bancários e conversas telefônicas do juiz da Comarca de Marechal Deodoro, Léo Dennisson Bezerra de Almeida, cujos sigilos foram quebrados com autorização do Tribunal de Justiça. A conduta do magistrado começou a ser investigada inicialmente na ação penal de número 0000646-56.2014.8.02.0044, que trata do assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, alvejado a tiros na manhã do dia 14 de março do ano passado, na Praia do Francês. O processo, inserido no programa Justiça Plena do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é investigado como venda de sentença. Léo Dennisson é suspeito de ter cobrado R$ 200 mil para não pronunciar Sérgio Luiz Sfredo que, junto com a esposa, Janadaris Sfredo, foi denunciado pelo Ministério Público como mandante do crime. A ideia era receber para libertar Sérgio, embora em nenhum dos depoimentos, seja de acusados ou testemunhas, ele tenha sido citado como envolvido no assassinato do advogado. A negociação, contudo, não se concretizou. O casal denun-

ciou à PF estar sendo vítima de extorsão e uma operação autorizada pela 17ª Vara Criminal da Capital resultou na prisão, no dia 26 de março último, de dois advogados, um deles intermediário do juiz e outro que integrava a equipe de defesa dos Sfredo. Desde o final de abril a Polícia Federal tentava obter autorização do Tribunal de Justiça para investigar o magistrado. Léo Denisson se tornou o foco da PF por conta de telefonemas entre ele e um dos advogados presos no momento da operação do flagrante de março. Mas para que pudesse anexar entre as provas a degravação das conversas telefônicas dependia do TJ. A autorização foi dada pelo desembargador Sebastião Costa Filho, o terceiro relator do pedido. Outros dois desembargadores – Otávio Praxedes e João Lessa – se averbaram suspeitos. A partir de depoimentos sobre a conduta do juiz no caso do assassinato de Marcos André a Polícia Federal terminou estendendo o raio da investigação que agora inclui outros personagens, todos envolvidos em um esquema de compensação financeira em troca de sentenças favoráveis e por conta do qual o magistrado seria conhecido pela alcunha de “Léo Cinquentinha”. No bojo das

Quebra dos sigilos bancário e telefônico complica vida de Dennisson

investigações estão a Prefeitura de Marechal Deodoro e o prefeito Cristiano Matheus, contra o qual há denúncias de improbidade feitas pelo Ministério Público Estadual, e empresários. Além do inquérito da PF, que tramita sob a competência do Tribunal de Justiça, Léo Dennisson também responde a sindicância. Aberta inicialmente pela Corregedoria do TJ a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) e com base no relatório da Polícia Federal no episódio do flagrante, ela agora está no Conselho Nacional de Justiça. A Corregedoria Nacional de Justiça, vinculada ao CNJ, avocou para si as investigações sobre a conduta do magistrado depois de ser informada dos obstáculos

que a PF estava enfrentando para investigar o magistrado. OS ENVOLVIDOS No primeiro caso em que concretamente se obtém provas de venda de sentenças em Alagoas, uma prática comentada a boca miúda nos fóruns judiciais do estado, estão diretamente envolvidos dois advogados, Júlio Cézar de Castro Silva e Augusto Jorge Granjeiro Carnaúba, este último também procurador da Prefeitura de Marechal Deodoro e com relações estreitas com o juiz Léo Dennisson. Ele seria, inclusive, o responsável por levar o dinheiro cobrado aos Sfredo para que o juiz impronunciasse Sérgio Sfredo no caso do assassinato de Marcos André Félix da Silva. A defesa de Sérgio e Janadaris Sfredo, na verdade,

é patrocinada por advogados do Rio Grande do Sul, terra natal do casal, e que, devido à distância, contratou um advogado alagoano para acompanhar algumas das audiências. Tratava-se de Júlio Cézar, um jovem, também professor universitário, que levou ao casal a proposta do magistrado. O despacho de impronúncia seria dado na audiência marcada para o dia 30 de março, quatro dias depois da entrega da primeira parcela dos R$ 200 mil pedidos pelo juiz. Denunciada à PF, a tentativa de extorsão acabou redundando na operação de flagrante com autorização da 17ª Vara Criminal da Capital, que também autorizou o monitoramento das conversas telefônicas dos advogados. Foi assim que se chegou ao juiz Léo Dennisson e outros envolvidos. Pelo plano traçado, o dinheiro seria entregue por Augusto, que no momento do flagrante, ocorrido no Trevo do Francês, estava acompanhado do irmão, Ismael Casado Carnaúba Filho, para ser levado a uma pessoa da confiança do juiz e que, suspeita-se, seja José Narciso da Fonseca Filho. Narciso, como é mais conhecido, é hoje investigado como provável “laranja” de Léo Dennisson. A prisão em flagrante dos três – Júlio Cézar, Augusto e Ismael – acabou revelando um esquema ainda maior de corrupção para prolatação de sentenças na Comarca de Marechal Deodoro e que acabou se tornando alvo de nova investigação pela PF.


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VENDA DE SENTENÇA

Contradições marcam depoimentos de réus confessos

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resos desde 16 de março do ano passado, Sérgio Luiz e Janadaris Sfredo estão há mais de um ano recolhidos em uma sala do Quartel Geral do Corpo de Bombeiros, já que, como advogados, têm direito a prisão especial. Ao longo dos últimos 16 meses, o casal tem negado qualquer envolvimento com a morte de Marcos André, cuja residência, na Praia do Francês, era vizinha à pousada Ecos do Mar, de propriedade dos Sfredo. No caso específico de Sérgio, seus advogados afirmam ser ilegal a manutenção de sua prisão, já que em nenhum momento – seja na fase do inquérito policial ou das oitivas na Justiça – ele

é citado pelos demais réus ou testemunhas como envolvido no crime. Em relação a Janadaris, cujos episódios de desavença com Marcos André eram de conhecimento popular, a defesa destaca as contradições dos depoimentos dados pelos réus confessos, Elivaldo Francisco da Silva, Álvaro Douglas dos Santos, Juarez Tenório da Silva Júnior e Maria Flávia dos Santos. Executores do crime, Elivaldo e Álvaro foram filmados pelas câmeras de se-gurança atirando contra Marcos André no momento em que ele retornava da praia e se preparava para entrar em casa. O advogado de 40 anos faleceu 13 dias após ser baleado.

As contradições apontadas pelos advogados envolvem desde o roteiro de fuga descrito no inquérito policial de responsabilidade do delegado Jobson Cabral, a testemunhos de pessoas que não constam oficialmente do inquérito mas que, segundo a defesa do casal, entregaram ao delegado, no mesmo dia do crime, a lista de mandantes e executores, citando textualmente Janadaris Sfredo como a pessoa que teria contratado os assassinos. Com depoimentos em que a maioria das testemunhas afirma que “ouviu dizer”, a peça do inquérito é apontada como falha pelos advogados do casal e que questionam, sobretudo, o motivo do crime. Para a polícia, Jana-

daris teria mandado matar o advogado por vingança. Em 2009 ela perdera uma causa em que atuou como defensora da parte acionada. No processo de número 0001090-65.2009.8.02.0044 figuraram como partes La Rosa Di Off Empreendimentos Turísticos Ltda-Me, a autora da ação de cobrança de aluguéis atrasados e despejo, e Elton José Bordin e Jocinara Pillon Bordin, casal que havia alugado à La Rosa a pousada Lua Cheia, também na Praia do Francês. Para os defensores dos Sfredo, se todo advogado que perdesse uma causa mandasse matar o advogado da parte vencedora, não haveria mais advogados no país.

A tese da polícia para motivação do assassinato de Marcos André acabou sendo aceita pelo Ministério Público Estadual, à época representado pela promotora de Justiça Maria Aparecida Gouveia Carnaúba, cuja denúncia nos autos é a transcrição do que consta no inquérito. O juiz Léo Dennisson, por sua vez, também seguiu o raciocínio do inquérito. A ambos, promotora e magistrado, os advogados dos Sfredo dirigem críticas pela não solicitação de investigações adicionais e acareação entre os réus confessos e que, segundo eles, poderiam provar a inocência de seus clientes e o envolvimento de outras pessoas no crime. CONTINUA


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VENDA DE SENTENÇA

Defesa do casal Sfredo questiona inquérito e processo

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ntes mesmo de virem à tona as suspeitas de má conduta por parte do juiz Léo Dennisson no processo que trata do assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, a equipe de defesa de Sérgio Luiz e Janadaris Sfredo já questionava a peça processual, incluindo o fato de não ter sido feita acareação entre os réus confessos diante das contradições em seus depoimentos. Esta semana, os advogados Ivan Pareta, Ivan Pareta Jr. e José Francisco Mallmann, todos inscritos na OAB do Rio Grande do Sul, encaminharam ao jornal EXTRA nota de esclarecimento dirigida à opinião pública, na qual relatam o que consideram falhas do inquérito policial presidido pelo delegado Jobson Cabral. Assinalam ainda que foi o inquérito falho que resultou na denúncia de Sérgio e Janadaris pelo Ministério Público e depois acatada pelo Judiciário. “Como se sabe, uma história mal contada por vezes repetida, por várias pessoas, acaba tornando-se falsamente verdadeira!”, assinalam. Os defensores dos Sfredo lembram, ainda, que não houve qualquer investigação acerca dos 300 gramas de maconha e de uma pistola Taurus calibre 380 com dois carregadores, além de 10 munições encontradas pelo delegado na casa de Marcos André no dia em que foi baleado, a 14 de março de 2014. A apreensão não era sequer de conhecimento da imprensa. CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA “JANADARIS SFREDO e SÉRGIO LUIZ SFREDO, casados, nascidos no Rio Grande do Sul (RS), aposentados do serviço público gaúcho, ele como oficial reformado da Polícia Militar, tendo integrado a respectiva Justiça Militar, os dois sem registros negativos nos seus assentamentos funcionais, após suas aposentadorias, saíram daquelesolo sulista e escolheram o nordeste para iniciarem uma nova vida, vindo para Alagoas, mais precisamente em Mal Deodoro, na Praia do Francês, onde residem há mais de cinco anos. Com suas economias adquiriram, naquele bal-

Ivan Pareta Jr. e o pai defendem casal junto com Mallmann; ao lado, termo de apreensão da arma e droga achados na casa da vítima neário o negócio da Pousada Ecos do Mar, cujo estabelecimento passou a ser um dos mais conhecidos e procurados, devido ao zelo na sua administração, gerando emprego e renda ao município alagoano. Em paralelo à atividade comercial, exerciam a advocacia, pois, ainda, preferiram se inscrever na OAB/Alagoas. Desta forma, como visto, o casal não veio para este Estado, conhecido por suas belas praias e de sol predominante, com intenso turismo, apenas desfrutar de suas aposentadorias como servidores públicos. Relevante afirmar, e no processo está claro, que o gerenciamento e a administração da Pousada Ecos do Mar estavam afetos a JANADARIS SFREDO, enquanto que seu esposo SÉRGIO SFREDO era tão somente de ser o encarregado da execução dos serviços de manutenção da hospedaria e no transporte de clientes no aeroporto de Maceió/AL, à noite principalmente, o chamado “transfer”. Em razão disso, pela manhã, quase sempre SÉRGIO se encontrava repousando no estabelecimento. Surpreende que nos autos do Inquérito Policial constem apenas comentários, do tipo, por “ouvirem dizer”, e que devido ao exercício daquela advocacia, pelo simples e mero motivo de não êxito numa pequena causa cível, no ano de 2010, em que teria gerado desavenças, o casal SFREDO é apontado de ser os mandantes da morte de MARCOS FELIX, defensor da outra parte. Como se sabe, sem surpresa, o atentado teria como partícipes dois elementos, com início ao lado e culminado no interior da pousada do casal, fato ocorrido no dia 14 de março de 2014, quando MARCOS retornava de prática habitual de surfe. A vítima veio a óbito treze dias após a este lamentável episódio Causa surpresa, ainda, a permanência da prisão preventiva de SÉRGIO SFREDO, pois não é acusado de nenhum envolvimento nos fatos, por nenhuma das testemunhas ouvidas, além de inexistir nenhum ato que comprove qualquer participação ou concorrência sua no atentado. Isto está claro como a luz solar, tanto em esfera policial quanto judicial. Parece que sua única culpa é a de ser marido de JANADARIS. Vale destacar que no Inquérito Po-

licial inexiste nenhuma prova concreta que indique o casal como partícipe deste delito e nada foi investigado sobre a quantia considerável de maconha e uma arma de fogo sem registro e procedência que foram encontrados no apartamento da vítima, logo após sua morte. Além disso, somente em audiência pública, no processo judicial, veio à baila o apelido da vítima ser ‘MARCOS CAPETA’, o seuhabitual uso de maconha e um Boletim de Ocorrência policial onde ele confessa seu envolvimento com drogas! No famigerado Inquérito Policial nada desses fatos foi trazido, ao contrário, a autoridade policial ainda se refere à vítima como “jovem e brilhante advogado”, quando a óbito já estava na meia-idade e não se encontrou registros de atuação advocatícia significativa que justificasse tal adjetivo. Qual o motivo desse cuidado em relação à vítima? Ressalte-se, ainda, que todas as testemunhas ouvidas em juízo, afirmaram que seus depoimentos em no Inquérito Policial não reproduzem fielmente suas palavras e que assinaram os respectivos termos sem a devida leitura! Muito estranho! Sem dúvida, até aqui, um caso complexo! É bom sempre lembrar que a sociedade confia nas incumbências e funções do Ministério Público porque são misteres conferidos pela Constituição da República! E essa confiança inquebrantável permanece, pois se esperam, ainda, o cumprimento de diligências restantes requeridas em fase judicial, necessárias à determinação do juízo competente para o julgamento do fato dito delituoso. Todavia, o que se constata é o seguinte, resumindo: do jeito que fora feito ofamigerado inquérito policial, a denúncia foi baseada e esta, por conseguinte, aceita pelo Judiciário de Mal Deodoro/AL! Como se sabe, uma história mal contada por vezes repetida, por várias pessoas, acaba tornando-se falsamente verdadeira! Contudo, certo e verdadeiro é que JANADARIS e SÉRGIO estão presos, em local incompatível com o previsto em lei, há mais de um ano, sendo-lhes negado o direto da prisão domiciliar, sem

que existam indícios suficientes de que o casal seja autor ou partícipe no crime que foram denunciados. Entrementes, os advogados gaúchos Ivan Pareta, Ivan Pareta Júnior e José Francisco Mallmann que atuam na defesa do casal, por não possuírem condições de estarem presentes em Alagoas em todos os atos processuais, em razão dos demais processos que acompanham, concordaram que um advogado sediado em Maceió continuasse atuando no caso para assessorar os clientes em questões locais de menor relevância. Segundo o casal, o advogado, com sede na capital alagoana, teria informado que um membro do Poder Judiciário de Alagoas estaria exigindo o valor de duzentos mil reais para favorecê-los no processo, em especial com a revogação da prisão preventiva de SÉRGIO SFREDO. O casal, embora preso injustamente há mais de um ano e querendo a liberdade, não concordou com a ilegalidade, entrando em contato com a Polícia Federal, por confiarem na credibilidade da Instituição. Relatado o fato à Autoridade Policial Federal, imediatamente o casal SFREDO revogou os poderes que tinham outorgado ao referido advogado que lhe assessorava, retirando-o do processo. As investigações da Polícia Federal – Superintendência Regional em Alagoas - resultaram na prisão de dois advogados sediados neste Estado enquanto levavam o dinheiro, segundo eles, para entregar a este suposto membro do Poder Judiciário.

O magistrado de Mal Deodoro/ AL que conduzia o processo se afastou do caso no dia 30 de março de 2015, declarando a sua ‘incompatibilidade’ e referindo existir um ‘mar de calúnias’ no citado procedimento processual. Sabe-se que a Polícia Federal requereu ao Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas a autorização para investigar o magistrado ‘incompatibilizado’ que atuava no caso e a apuração de possíveis infrações administrativas e/ou criminais por ele, em tese, praticadas ou concorridas para tal. Lamentavelmente foi nomeado um desembargador relator que se declarou suspeito, impedido ou incompatível, após analisar o caso durante certo tempo, sendo nomeado um segundo relator que fez o mesmo. Após a designação de um terceiro desembargador-relator para apurar o caso, o Conselho Nacional de Justiça - CNJ avocou a apuração destes fatos. Enquanto isso o casal continua preso, em desconformidade com a lei, sem que existam os requisitos que justifiquem a prisão cautelar. Diversos requerimentos de revogação da prisão preventiva foram feitos ao julgador, todos indeferidos. Também foi requerida a prisão em Sala de Estado Maior ou em domiciliar, conforme prevê o Estatuto da OAB, também sendo indeferido. Habeas corpus e mandados de segurança impetrados ao Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, também negados. E quando o casal tenta acessar ao Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal o resultado é negativo sob a alegação de ‘supressão de instância’, eis que ainda não foram julgados os mencionados recursos. Por fim, é fundamental que todos estes fatos sejam devidamente esclarecidos de uma forma séria e ética agora pelo Poder Judiciário, e igualmente sejam tratados de maneira imparcial e com direito de resposta pela imprensa, tendo em vista que este processo deve objetivar a apuração da verdade que envolveu a morte da vítima, para que seja atingida a justiça esperada por todos, visando assegurar que outras pessoas (inocentes) não tenham, também, a sua vida e de seus familiares destruídas”.


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CONCURSO SUSPEITO

Paripueira paga em juízo servidores reintegrados por decisão da Justiça Prefeito Abrahão Moura alega que caso está sub judice e pagamento em juízo visa evitar danos ao erário DA REDAÇÃO

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Prefeitura de Paripueira depositou em juízo os salários dos 120 servidores reintegrados por decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas, que ainda condenou o município a pagar R$ 9,5 milhões a título de indenização pelos salários que deixaram de receber. Eles foram nomeados no final do mandato do prefeito Carlos Henrique Manso, em dezembro de 2007, e exonerados pelo sucessor Abrahão Moura, em janeiro de 2008. Antes mesmo da nomeação feita pelo então prefeito Henrique Manso, o Ministério Público já havia instaurado uma ação civil pública

para investigar denúncias de fraude no concurso de Paripueira. Um ano depois de exonerado o grupo ingressou com uma ação de reintegração alegando que o juiz da comarca - Josemir Pereira de Souza - estaria retardando a decisão. Em maio de 2012 o magistrado decidiu suspender o processo de reintegração até o julgamento da ação civil proposta pelo Ministério Público, o que ainda não ocorreu. Em janeiro de 2013, o juiz substituto Willamo de Omena Lopes determinou a reintegração imediata dos 120 nomeados por Carlos Henrique Manso. O município requereu e obteve, em fevereiro do mesmo ano, decisão

liminar favorável do então presidente do TJ, o desembargador José Carlos Malta Marques, suspendendo os efeitos da sentença, ao destacar que “ainda está sendo questionada a validade da nomeação de seus candidatos”. Mas no julgamento de mérito em dezembro de 2014, a 2ª Câmara Cível do TJ decidiu manter a sentença de primeira instância que mandou reintegrar os “servidores”. O município entrou com medida cautelar, que foi negada no dia 28 de abril último pelo desembargador Washington Luiz, atual presidente da Corte. Reintegrado em maio passado, o grupo deveria receber

Abrahão Moura confia na ação do MP para anular concurso

o mês de junho, mas o prefeito Abrahão Moura decidiu pagar a folha em juízo. Entre os apadrinhados existem vários nomes ligados ao ex -prefeito Henrique Manso e outros tantos de sobrenomes conhecidos. “A decisão de pagar em juízo visa evitar prejuízos ao erário municipal, visto que a ação do MP que pode

anular o concurso ainda não foi julgada”, disse o prefeito Abrahão Moura. Explicou que o dinheiro foi depositando junto com a ação principal – de improbidade – movida pelo Ministério Público contra o então prefeito Henrique Manso. “Se amanhã a justiça julgar essa ação procedente, o município não terá prejuízo”, alerta o pre-


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CONCURSO SUSPEITO

DUAS LISTAS DE CLASSIFICADOS O Ministério Público Estadual entrou com ação civil pública pedindo a anulação do concurso, cujas provas aconteceram nos dias 17 e 18 de março de 2007, depois que a Prefeitura de Paripueira divulgou duas listas de aprovados, a primeira no dia 2 de abril e a segunda no dia 11 do mesmo mês, mas com ordem de classificação diferente da anterior e contendo nomes de secretários municipais e até de parentes do então prefeito Henrique Manso, filho do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça Orlando Manso. Além do ex-prefeito, o MPE denunciou a N.M. Vilela de Carvalho, Dinâmica - Consultoria, Assessoria e Eventos, responsável pelo certame, e a dona da empresa, Neuza Maria Vilela de Carvalho.

RELAÇÃO DOS SERVIDORES NOMEADOS POR DECISÃO JUDICIAL Adelson dos Santos Almeida Ailton Cavalcante dos Santos Amaro Vicente da Silva Ana Carla Lins de Albuquerque Ana Carolina Cristina Barbosa Manso Ana Rute de Oliveira Machado André Luiz Alves da Silva Miranda Andreia Lima dos Santos Andreia Pinto de Cerqueira Andreia Rosa dos Santos Lima Antônio Francisco da Silva Antônio Luiz Soares Moura Rezende Filho Assentino Aureliano da Silva Avanilza da Silva Santos Carla Lins Calheiros Christiana Flavia Acioli do Carmo Fontan Contin Cicera Jaqueline da Silva Cicero dos Santos Claudecir Santos Silva Claudenice Silva dos Santos Claudia Rosendo de Melo Leocádio

Claudson Igor Corado de Lima

Kelly Valkiria de Nazaré da Silva Santos

Clebson Luiz Alves da Silva

Luciano Pinto Maia

Clodoaldo Martins

Leandro Alves de Medeiros

Cristiane Angélica Izidro Gama Calheiros

Maisa Santos de Almeida Alves

Cristina Ferreira Saturnino Mata Machado

Marcia Cybelle Presado Lins

Daniel Oliveira dos Santos

Márcia Farias Gomes da Silva

Danielle Cristiano e Silva Moura

Marcia Silva dos Santos

Deivson Cavalcante Gomes de Oliveira

Maria das Graças Tenório

Eduardo Zenisson de Oliveira Rossiter Correa

Maria Denise Alves de Lima

Edvan Jacinto da Silva

Maria José de Melo Marinho

Elen Ribeiro Silva

Maria José Santos de Carvalho

Eliane Conceição de Freitas

Marilene dos Santos

Elisângela de Souza Carvalho

Marli da Conceição Silva

Elizabete Batista dos Santos

Micheline Santos de Oliveira Ferro

Fátima Maria Fontan Silva

Neilton de Campos Dória

Esperidião Duarte dos Santos

Neyla Rogéria Farias

Fernanda Soraya de Barros Farias Ferreira

Noel Marcelo do Nascimento Filho

Flaubert Wanderson de Lima

Patrícia Carneiro da Nóbrega

Flavio Anjo de Souza

Petrúcia Chagas da Silva

Flávio Pinto dos Santos

Rita de Cássia Quirino de Mendonça

Flavio Silva Gomes

Rita Cássia Trevas Melo

Francisco Henrique de Barros Mata Machado

Rosa Maria da Silva

Gedilza de Castro Gonçalves Ferreira

Rosineide Jacinto da Silva

Gerlaine dos Santos Firmino

Sheila Tatiana Macena

Gerson Domingos dos Santos

Sebastiana Ferreira do Amaral Júnior

Gildenia Acioly da Silva

Selma Maria Lima da Silva

Gustavo Pontes de Miranda

Sergio Raymundo Lopes de Moura

Jairan Simões Torres de Lima

Silvana Oliveira de Moura

Jean Araujo da Silva

Silvia da Silva Santos

Joelma Maria de Oliveira

Simone Cerqueira Rocha Costa

John Herbert Nascimento Santos

Udenis Paulino do Nascimento

José Alberto Batista Costa

Valdemerson Victor Silva Santos

José Almeida Melo Filho

Valtânia Costa de Oliveira

José dos Santos Braga

Vânia Lúcia de Lima

José Fernandes da Silva

Vasty Braga Soares Farias

José Maria dos Santos Costa

Verônica Laurentino Costa

Josete Vieira da Silva

Walter Alves Brabo Júnior

Josiane de Sousa Barbosa

Wanessa Alzyra Barbosa Gomes de Barros

Júlio Alberto Patriota Casado

Zelma Pedrosa de Oliveira Rossiter Correa

Jurandir Ferreira Santos

Zenaide de Oliveira Praxedes Sales Campelo


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RIO LARGO

TJ “segura” pedido de investigação contra Toninho Lins Vereadores cobram posição sobre a 16ª denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual contra o prefeito VERA ALVES veralvess@gmail.com

Vereadores de Rio Largo estiveram ontem no Tribunal de Justiça de Alagoas para cobrar uma posição quanto ao pedido de abertura de ação penal por crimes de responsabilidade con-tra o prefeito Antônio Lins de Souza Filho que teriam provocado um prejuízo de R$ 3 milhões aos cofres públicos. O pedido, protocolado sob o número 0802296-09.2015.8.02.0000, foi feito no dia 17 de junho pelo Ministério Público Estadual sem que até ontem houvesse qualquer manifestação por parte do relator designado, o desembargador Sebastião Costa Filho. Aos vereadores, o desembargador disse ontem que vai dar prazo de 15 dias para que o prefeito apresente defesa. O pedido do MPE contra Toninho Lins tem como base os resultados das investigações feitas ao longo do ano passado pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara de Vereadores, cujo relatório foi anexado aos autos junto com as provas coletadas que demonstram irregularidades na gestão do prefeito. Embora tenha concluído pela culpabilidade do prefeito a CEI não conseguiu avançar com o pedido de cassação do mandato de Toninho Lins em função do fato de o mesmo de-

Empresa beneficiada por contrato sem licitação tem como endereço a sede da Secretaria de Esporte e Lazer de Maceió e onde antes funcionou comitê do prefeito Rui Palmeira Toninho Lins integra seleto clube de prefeitos apadrinhados

ter a maioria da bancada na Câmara. O relatório e as provas foram encaminhados então ao MP. Após analisar a documentação, o promotor de Justiça Jorge Bezerra aprofundou as investigações através do Inquérito Civil Público nº 09/2014, que concluiu pela existência de culpabilidade do gestor, resultando no pedido de ação penal contra o prefeito. Integrada pelos vereadores José Márcio dos Santos da Silva (presidente), Ismael Ferreira da Silva (relator), Claudemir da Silva Beneval (membro) e Albertina Maria Alves Cabral (suplente), a CEI já resultou na abertura de outras ações contra o prefeito. Neste caso específico, também figuram como acusados Ricardo Henrique Torres

Silva, Bárbara Daniella de Barros Monteiro, Clebson Marcelo Quaresma da Silva, Gláucia Maria Torres e Jedson José Vieira Luna. Os cinco e Toninho Lins são acusados de irregularidades na contratação sem licitação e em caráter emergencial de duas empresas para os serviços de coleta de lixo no município. Ocorre que uma delas é uma empresa fantasma, cujo endereço de cadastro no CNPJ é o da Secretaria Municipal de Esporte de Maceió. E o mais interessante: uma, a Eco Serviços Ambientais Ltda é de propriedade de Bárbara Barros Monteiro e a outra, Conserge Serviços & Engenharia Ltda, pertence ao esposo dela, Ricardo Torres Silva. Soma-se a isto o fato de a con-

tratação em caráter emergencial não atender a nenhum dos requisitos da Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93). CAMPEÃO DE PROCESSOS Esta é a 16ª denúncia contra Toninho Lins feita pelo MPE. O prefeito é candidato a ser o campeão de processos por improbidade em Alagoas. Somente no Fórum de Rio Largo, onde tramitam 25 processos envolvendo o prefeito, sete são referentes a crimes de improbidade administrativa, quatro de crime de danos ao erário e um de emprego

irregular de verbas públicas. Há também ações civis públicas contra ele. Toninho Lins tem contado com o apadrinhamento de integrantes da alta cúpula do judiciário estadual para escapar das ações. Ele faria parte de um seleto clube do qual também fazem parte os prefeitos de Marechal Deodoro, Cristiano Matheus, de Joaquim Gomes, Antônio de Araújo Barros (Toinho Batista) e de Traipu, Conceição Tavares, além da ex-prefeita de Piranhas e hoje secretária estadual de Cultura, Mellina Freitas, filha do presidente do TJ, Washington Luiz.


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XUCURU KARIRI

Funai pede mais tempo para tirar posseiros de terra indígena Mais de 460 ocupações terão de ser indenizadas antes de deixarem área demarcada em Palmeira dos Índios JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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Justiça Federal em Alagoas reconheceu, preliminarmente, a inviabilidade de realizar todos os procedimentos para assegurar o direito dos indígenas da terra Xukuru Kariri, localizada em Palmeira dos Índios, em um período de apenas três meses. O trabalho de demarcação da terra pertencente à etnia foi concluído em agosto de 2013. Logo em seguida, a Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciou o processo de levantamento das benfeitorias erguidas por não índios que deverão sair da região. Segundo a Diretoria Territorial da autarquia, os laudos serão formulados para 463 ocupações, levando em conta os imóveis e seu estado de conservação. Porém, o Ministério Público Federal (MPF-AL) ingressou com ação para obrigar a União e Funai a realizar os procedimentos de demarcação e demais etapas administrativas relativas à terra indígena dos índios Xukuru Kariri. O pedido foi considerado parcialmente procedente pela 8ª Vara da Seção Judiciária de Alagoas, que em março deste ano ordenou a conclusão do processo de avaliação das benfeitorias na área em apenas 90 dias. O prazo se encerrou em junho. A Advocacia-Geral da União (AGU), que defende a Funai, busca demonstrar em ação judicial que trâmites e prazos legais para a desocupação da terra indígena estão sendo devidamente observa-

dos. A decisão do MPF estabeleceu, ainda, seis meses para os índios tomarem posse da área delimitada, além de multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento dos prazos. Entretanto, as unidades da AGU em Alagoas apresentaram recurso e conseguiram suspender o prazo. Por meio do instrumento, foi possível demonstrar que a demarcação de terras indígenas é uma atividade tipicamente administrativa, cujo planejamento e concretização competem exclusivamente à administração pública. A Advocacia-Geral ressaltou a impossibilidade de o Judiciário impor à Funai a obrigação, sob pena de lesão ao princípio constitucional de independência dos poderes. “Evidente está que a determinação do Judiciário, no sentido da conclusão do procedimento demarcatório da terra indígena Xukuru Kariri no prazo exíguo que foi fixado, implica na alteração das metas e prioridades estabelecidas pelo administrador competente”, destacou nota da AGU enviada à imprensa. Também foi destacada a oportunidade de ampla defesa que precisa ser dada para os ocupantes não índios contestarem valores territoriais definidos pela Funai para as benfeitorias erguidas de boa-fé, em respeito ao patrimônio particular. “Desse modo, verificase que os prazos estipulados na sentença não se ajustam à realidade dos procedimentos da Funai e dos parâmetros que

Xucuru-Kariri conseguiram em 2013 a demarcação de suas terras, mas até hoje a área está invadida

devem ser considerados até que haja total desintrusão da terra indígena”, completou a AGU. A Advocacia-Geral da União também sustentou que a demarcação da terra indígena Xucuru Kariri deve seguir os trâmites e prazos previstos no Decreto nº 1.775/1996, que dispõe sobre as medidas administrativas com essa finalidade, além de observar a disponibilidade de recursos financeiros e operacionais da administração pública. Os argumentos foram acolhidos pela Vara Federal de Arapiraca, que suspendeu o prazo de 90 dias para a conclusão dos procedimentos demarcatórios e a multa diária que havia sido estabelecida para a Funai.

O território indígena Xukuru Kariri foi declarado posse permanente e usufruto exclusivo do povo Xukuru com a superfície de 6.927 hectares. Na área residem 1337 indígenas, segundo dados de 2006. Ao EXTRA, a Funai destacou que encontra-se em diálogo com o Ministério da Justiça para avaliar a possibilidade de cronograma para a realização da ação. “Destacamos que o prazo de 90 dias decidido pelo judiciário é inexequível, considerando a necessidade de se proceder a indenizações bem como o reassentamento dos ocupantes que se enquadrem no perfil de clientes da Reforma Agrária, a cargo do INCRA”, destacou a assessoria de comunicação da

Funai. XUKURU KARIRI Os Xucurus Kariris são um grupo indígena oriundo de Palmeira dos Índios e provêm da união de duas etnias distintas, Xucuru e Kariri. Em Alagoas, habitam as áreas indígenas Mata da Cafurna, Xucuru-Kariri e Fazenda Canto, e às margens do lago formado pela Barragem de Moxotó, no município de Glória, na Bahia. A Funai, em Alagoas, é responsável por atender a povos indígenas de Sergipe e Pernambuco. Ao todo, a população contemplada é de 40 mil pessoas, sendo entre 13 e 14 mil em território alagoano. (Com assessoria)


16 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE JULHO DE 2015 PISTOLAGEM

JOÃO MOUSINHO Joao_mousinho@hotmail.com

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guerra por poder e dinheiro continua fazendo vítimas. Um dos casos mais emblemáticos de crime de pistolagem continua na impunidade. As ramificações criminosas do caso Beto Campanha colocaram fim à vida, na quinta-feira da semana passada, de Dorgival da Silva Barros, principal testemunha do assassinato do então vice-prefeito de Pilar Gilberto Pereira Alves, crime ocorrido em 2007. Por volta de 5h da quinta, 2, quatro homens em duas motocicletas efetuaram dezenas de disparos contra Dorgival da Silva Barros quando ele se dirigia à sua casa no assentamento sem-terra Jussara, em Ibateguara. Dos 27 tiros que o atingiram, a maioria foi na cabeça, numa clara ação de vingança e extermínio. Dorgival Barros era pistoleiro e estava foragido desde 2008 quando teve seu nome envolvido na trama da morte do vice-prefeito do Pilar. Beto Campanha, como era conhecido, foi executado em frente ao Makro, no Tabuleiro do Martins, em 19 de janeiro de 2007 com 12 tiros de pistola. Desde então o paradeiro de Dorgival nunca foi revelado. O local em que Dorgival estava escondido era de difícil acesso. O EXTRA apurou que ele levava um vida discreta e que em raras oportunidades sua mulher e filhos iam lhe visitar. O pistoleiro era um homem marcado para morrer Em janeiro de 2014 uma entrevista foi intermediada para que Dorgival da Silva Barros colocasse fim ao silêncio sobre o que sabia no caso

Beto Campanha. Em um dos trechos da entrevista ele acusa taxativamente Carlos Alberto Canuto, atual prefeito do Pilar, de ser o mandante. A trama envolveria o comando da Prefeitura do Pilar, para a qual ambos pretendiam se candidatar. Os royalties da Petrobras recebidos pelo município sempre foram objeto de desejo de todos os concorrentes ao executivo local. Dorgival disse na época que tinha interesse em falar com o jornal EXTRA, pois havia um plano pelo qual o delegado Mário Jorge de Barros teria ido até a cidade do Pilar negociar com Carlos Alberto Canuto a sua execução. Dorgival destacou na entrevista que o delegado descobriu que ele estava em Ibateguara, por ser responsável pela delegacia regional de União dos Palmares. Pouco mais de um ano e meio depois Dorgival veio tombar na mesma Ibateguara que ele tinha citado na entrevista exclusiva ao jornal. Nela, ele ainda contou que nunca havia se entregado à polícia porque em 2008 tentaram matá-lo dentro do presídio. O QUE DISSE ANTES DE MORRER O EXTRA reproduz na íntegra trechos do que relatou Dorgival da Silva Barros no ano passado: “Tudo isso foi uma armação do delegado Mário Jorge Barros. No dia do assassinato do vice-prefeito eu estive em Atalaia; tinha ido para uma vaquejada para matar um maloqueiro que tinha me assaltado. Não mato homens de bem, só bandidos; mas nada aconteceu”. “Mas, infelizmente, na

volta fui parado em uma blitz da polícia e acabei sendo preso por porte ilegal de arma. Daí começou toda a armação do delegado, que envolveu meu nome nesse crime de Pilar”, disse. Dorgival lembrou que estava em companhia de Givanildo José, que também foi acusado de participar do assassinato de Beto Campanha. “Mas ele não tem nada a ver com a morte do vice-prefeito”. “Tudo isso foi montado pelo delegado Mário Jorge Barros”, destacou. A testemunha revelou ainda que quando foi preso, em abril de 2008, e ficou na carceragem da Polícia Federal, já havia denunciado toda a armação do delegado Mário Jorge e também havia acusado Carlos Alberto Canuto de ser o mandante do assassinato de Beto Campanha. “Tudo isso eu já havia denunciado na sede da Polícia Federal, em Maceió, na presença dos procuradores da República Rodrigo Tenório e Daniel (Ricken)”. “Depois desse depoimento, o delegado inventou até que eu estava planejando matar os dois procuradores; tudo mentira. Em 2006 recebi uma proposta apresentada por dois homens que trabalhavam para Acácio Serafim, que na época era empresário e amigo de Canuto, e hoje é seu vice-prefeito. Antônio de França e o policial militar Amabílio Loureiro foram enviados em nome do prefeito para me contratar para matar Beto Campanha, mas eu não aceitei. Por isso envolveram meu nome nesse crime, mas os verdadeiros assassinos são Antônio de França e Amabílio, que depois foram assassinados, por queima de

Testemunha-c Beto Campanh Em 2014, Dorgival Barros revelou que estava jurado de morte e denunciou prefeito do Pilar como mandante da morte do vice-prefeito

Dorgival temia ser morto após acusar o então deputado de ter mandado matar vice-prefeito


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-chave do Caso nha é executada

o

do

Carlos Alberto Canuto, prefeito do Pilar, sempre negou qualquer envolvimento na morte de Beto Campanha

EXTRA revelou a trama denunciada por testemunha-chave

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arquivo”. MAIS MORTOS Seis indiciados pela polícia foram executados como queima de arquivo. Antônio de França (o Cigano) e o PM Amabílio Loureiro foram mortos dias após o crime. O policial civil José Alfredo de Souza Pontes, o “Alfredinho”, foi morto a tiros no bairro do Poço, em Maceió, em fevereiro de 2008, logo após dar uma declaração na TV, de que seu envolvimento no crime seria uma trama da polícia para incriminá-lo, já que o mesmo tinha fama de pistoleiro. Menos de um mês depois, foi a vez dos réus José Maurilio, o “Di Lampião” e sargento Dimas Barbosa, duas das vítimas da chacina do Restaurante do Pangola, em Arapiraca. Agora a sexta vítima da trama repleta de capítulos sangrentos foi morta em Ibateguara: Dorgival da Silva Barros. O delegado Dárcio Pacheco, da delegacia de Ibateguara, é o responsável por investigar o crime. No assentamento sem-terra a lei do silêncio impera: ninguém viu, ninguém fala sobre o caso. Dorgival era conhecido por sua fama de justiceiro, segundo a qual bandido bom é bandido morto, e por ter atuado como “chumbeta” de delegados e até como segurança de magistrados. Era um homem respeitado nos locais onde trabalhou, mas o crime organizado ele temia e disse, em sua última aparição pública, ao EXTRA: “Estou marcado para morrer. Em 2008 quando estive preso tentaram me matar lá dentro do presídio. Mas irei me apresentar na vara de execuções penais. Es-

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tou abrindo o jogo, pois vou me entregar antes do dia 19 de fevereiro (de 2014, o que nunca aconteceu)”. O EXTRA possui a lista repassada, mas nunca autorizada a ser publicada, por Dorgival da Silva Barros de pessoas ligadas ao caso Beto Campanha que estão marcadas para morrer e a peça chave, o braço armado, que arquitetou a participou das execuções dos seis envolvidos com o crime. Pelas contas de Dorgival Barros, ainda há pelo menos três pessoas a serem mortas. PM ENVOLVIDO Um genro de um político no Pilar seria a única pessoa atualmente de confiança do prefeito Carlos Alberto Canuto. Na época Dorgival Barros colocou: “Não posso revelar o nome dele agora, pois até ele pode ser morto, já que também participou do esquema criminoso; só revelarei o nome no dia do julgamento. Sei que ele está envolvido, pois na época do crime era major da PM, e logo depois foi promovido a tenente-coronel e começou a chefiar um batalhão da polícia. Tudo será esclarecido durante o julgamento dos acusados. Não posso deixar que pessoas inocentes paguem pelo que não cometeram, pois isso foi um crime político”. O EXTRA ouviu inúmeras vezes o prefeito do Pilar, Carlos Alberto Canuto (deputado federal na época da morte de Beto Campanha), sobre as acusações e ele que sempre se limitou a dizer que é inocente e que Dorgival já fez várias declarações do mesmo tipo. O jornal também tentou ouvir o delegado Mário Jorge, citado várias vezes em 2014, mas não obteve êxito.


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CULTURA

Estudantes americanos chegam a Alagoas Jovens vão conhecer história, potencialidades, cultura e projetos de sustentabilidade do estado DA REDAÇÃO

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esembarcou esta semana em Maceió um grupo de estudantes da Northeasten University, com sede em Boston, Estado de Massachusettes (EUA) para participar durante trinta dias de um projeto denominado “ Diálogo de Civilizações”. Os jovens americanos, acompanhados de professores da Universidade de Boston durante a permanência em Maceió terão aulas de português, história social e política de Alagoas, conhecendo nossas culturas, folclore, atrações turísticas, políticas de meio ambiente, de-

senvolvimento industrial, visitarão cidades históricas e manterão contatos permanente com universitários alagoanos para o aprimoramento da língua portuguesa e troca de experiências. As atividades pedagógicas serão todas realizadas na Faculdade Estácio/FAL tendo docentes da instituição como facilitadores nas aulas de português e nos seminários técnico-culturais que acontecerão no auditório da conceituada faculdade de ensino superior de Alagoas, parceira institucional do projeto. O Parque Municipal de Maceió, o Cinturão Verde da Braskem, o Projeto Peixe Boi,

Presidente do Instituto Cidadão, Pedro Oliveira, e deputado Rodrigo Cunha recepcionam os estudantes

Museus e Equipamentos Culturais, Organização Arnon de Mello, Projeto de Sustentabilidade da Secretaria do Trabalho, Universidade Federal de Alagoas, Projetos Ambientais da Cooperativa Pindorama, são alguns dos pontos de estudos que

serão visitados pelos estudantes americanos. Na chegada dos estudantes americanos o Instituto Cidadão ofereceu um jantar de confraternização que contou com a presença do deputado estadual Rodrigo Cunha, convidado

para falar sobre a atividade do Poder Legislativo. O Instituto Brasileiro de Municipalismo, Cidadania e Gestão – Instituto Cidadão – é a instituição responsável pela coordenação do projeto em Alagoas.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

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Para refletir: ‘‘Em ano de eleição as mentiras ficam mais requintadas, as promessas mais inflamadas e as alianças mais descaradas’’ (Colaboração de um leitor)

Da inércia à improbidade

Trabalhando educação

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e aproximando de completar três anos de adminis-tração está comprovado o mais completo estado de insolvência da administração do prefeito Rui Palmeira. Com uma campanha usando o slogan “o cara é bom”, um marketing pessoal e calcado em uma história política de resultados positivos em dois mandatos legislativos, prometeu e o eleitorado acreditou em efetivas mudanças de métodos na missão de governar. Seu antecessor, em dois mandatos, conseguiu, graças ao aporte de muito dinheiro viabilizado pela bancada federal alagoana, realizar um razoável programa de infraestrutura e melho-rou a periferia e alguns pontos “nobres” da cidade, com obras importantes para melhorar a qualidade de vida do maceioense. Já no quesito moralidade e legalidade o ex-prefeito deixou o mandato carregando no lombo contundentes denúncias que até hoje aguardam julgamento. Foi candidato e eleito deputado federal, com uma votação muito inferior àaquela que imaginava obter e por pouco não fica sem mandato. Continua em dívida com a Justiça e perseguido implacavelmente pelo Ministério Público. O vencedor, Rui Palmeira, mostrou a cara nos programas de televisão e calcado no desastre de seu antecessor e na fragilidade dos adversários prometeu ao eleitor um novo método de governar com eficiência e honestidade. A maioria acreditou e com isto obteve 230.129 votos, levando no primeiro turno. É verdade que os tempos de dinheiro escasso não lhe permitiram realizar grandes obras, mas também é verda-de que com uma equipe de incompetentes em seu entor-no não conseguiu em 31 meses de administração nem ao menos fazer “o dever de casa”, com uma cidade suja, maltratada, esburacada e completamente abandonada em questões vitais como saúde, educação e assistência social. Com toda a certeza, várias pesquisas mostram isso, a grande maioria que nele votou daria nota zero à sua caótica administração. Acende a luz amarela – Para contrapor ao vazio administrativo seus defensores diziam “mas pelo menos é uma administração honesta” (o que deveria ser obrigação e não mérito). Constatei nos últimos dias que essa esperança também pode ser apagada da história da atual administração da capital. Duas conceituadas opiniões do Ministério Público me afirmavam: “Existem fortes indícios de improbidade em setores da gestão municipal em Maceió. As denúncias estão sendo apuradas e as provas estão sendo levantadas”. Tive acesso a algumas denúncias, mas não posso revelar pois ainda não há comprovação. Caso sejam confirmadas, mesmo que não tenha participação, o prefeito poderá ser responsabilizado criminalmente pelos desvios dos seus mais próximos auxiliares. Se tiver coragem de enfrentar uma disputa nas próximas eleições poderá dar como mote ao adversário a mesma pauta que usou para se eleger: inércia e improbidade.

Apoio ao parlamentarismo A proposta de substituir o atual sistema presidencialista pelo parlamentarista, defendida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ganha novo impulso no Congresso. Pelo menos 216 deputados e 11 senadores já oficializaram a adesão a uma frente parlamentar que será lançada na próxima semana com o objetivo de acelerar as discussões sobre o assunto. O grupo reúne integrantes de partidos da oposição, como o PSDB, o DEM e o PPS, e da base aliada, como o PMDB, o PR, o PP e o PT. A ideia é retirar da gaveta uma proposta de emenda à Constituição (PEC 20/1995) apresentada 20 anos atrás pelo então deputado petista Eduardo Jorge (SP), que disputou a última eleição presidencial pelo PV. Cunha quer aprovar a mudança até 2016 para que o novo sistema entre em vigor em janeiro de 2019, quando termina o mandato da presidente Dilma.

Dilma irrita ministro O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff, disse não existir “golpe nenhum” na atuação do tribunal. Ele também afirmou que a dimensão das chamadas “pedaladas fiscais” foi “extremamente superior no ano eleitoral”, em comparação a anos anteriores. As afirmações do ministro rebatem a entrevista da presidente ao jornal Folha de São Paulo, em que ela chamou setores da oposição de “golpistas” e disse que as “pedaladas” ocorreram diversas vezes antes do seu primeiro mandato. No dia 17 do mês passado, Nardes listou 13 indícios de irregularidades nas contas, entre eles a manobra fiscal. Ele aproveitou a ocasião para manifestar sua intenção de voto pela rejeição das contas de 2014. No entanto, os ministros acordaram em dar um prazo de 30 dias para a presidente se explicar sobre as supostas más condutas.

Visita ao governador O governador Renan Filho recebe na próxima terça feira, às 10 horas, no Palácio República dos Palmares jovens estudantes universitários dos Estados Unidos, da Northeasten University de Boston que estarão em Maceió durante trinta dias para pesquisar sobre as potencialidades alagoanas no campo da sustentabilidade, cultura, história, folclore, política e desenvolvimento social. Estarão presentes ao encontro diretores do Instituto Cidadão e da FAL/Estácio, responsáveis pela programação dos jovens americanos em Alagoas.

O secretário de Educação, Luciano Barbosa (PMDB), pediu R$ 25 milhões - em convênios - aos integrantes da bancada federal alagoana para a construção de dois centros de educação em Arapiraca e Pilar, além de outras ações na pasta. O pedido foi entregue pessoalmente ao líder, deputado Ronaldo Lessa (PDT). “Alagoas registra um número muito baixo de estudantes de 15 a 17 anos matriculados no ensino médio e isso se deve ao fato de muitos jovens, nesta faixa etária, ainda estarem no ensino fundamental ou fora da escola. Vamos fazer um trabalho de correção da distorção idade/série e expandiremos o modelo de ensino médio em tempo integral, tendo como referência a Escola Marcos Antônio (primeira em tempo integral). Nossa expectativa é que, em 2016, tenhamos 14 unidades funcionando neste sistema e, que, em um período de quatro anos, sejam 30 escolas nesta situação”. É assim que se faz.

Faltando espaço Se fosse dado maior espaço e também mais ouvido o vice-prefeito Marcelo Palmeira, talvez o prefeito de Maceió não tivesse errado tanto. Muito habilidoso, com trânsito em praticamente todos os setores da politica e da administração, foi disfarçadamente isolado por um grupo de puxa-sacos do prefeito Rui Palmeira, que a seu estilo manhoso finge prestigiar o seu companheiro de chapa, mas por trás não lhe dá a mínima. Hoje numa disputa eleitoral ganharia do arrogante ocupante da cadeira.

Prêmio José Aprígio Este ano poderá não ocorrer a realização do concorrido “Prêmio José Aprígio Vilela de Gestão Responsável e Empreendedora”. Os organizadores do prêmio têm tentado sem sucesso o patrocínio para sua realização que sempre teve apoio do empresariado e premiou os maiores destaques da gestão institucional pública e privada. A própria família do homenageado não mostrou interesse na realização. Lamentável.

Amigos decepcionados Não é raro encontrar amigos do prefeito Rui Palmeira que me cumprimentam por minhas críticas à sua desastrosa administração. Geralmente citam a minha estreita relação com seu pai, ministro Guilherme Palmeira, um de meus amigos mais queridos, para destacar minha isenção e compromisso com meus leitores. Nunca me deparei com apenas um que não concordasse com minhas observações. Chego à seguinte conclusão: o prefeito é uma decepção até para os amigos.

Setores travados O governador Renan Filho está precisando logo “dar um freio de arrumação” em sua equipe. São passados 191 dias de administração e alguns setores (alguns vitais) simplesmente não decolaram. Muita gente burocratizando demasiadamente, outros perdidos feitos “cegos em tiroteio”. Por outro lado há um visível mal estar generalizado com relação à Procuradoria Geral, que ao que parece tem um comando fraco. É preciso saber a hora e ter peito para mudar. Até agora o governador demonstrou ter.


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ARTIGOS

Entrando no debate sobre a maioridade penal CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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tema é candente demais para conformar-se em um só artigo. Por esse motivo, requeiro a paciência do editor e dos leitores para ocupar duas ou três semanas com o mesmo. Impõe-se também a partição pois, como costumo estender-me um pouco mais no espaço, a diagramação tem, com justa razão, amiudado a fonte (letra) de tal forma que, sendo eu o autor, até a minha catarata tem dificuldades em lê-las, Além da reconhecida candência do assunto, preciso conceder a mim mesmo um descanso no falar sobre as bobajadas dos nossos políticos,

pródigos em factoides, demagogias, basófias e jactantes arroubos de machezas. Para esse primeiro artigo da série que ameaço, pretendo concentrar-me nos motivos subjacentes ao debateque veio a lume. Não é necessária pesquisa científica para constatar que à sociedade brasileira assusta o crescimento da violência, e que esta tem como causa genérica a ausência do Estado. Também desnecessária estatística da participação de adolescentes e jovens, até crianças, em eventos criminosos pelo País a fora. Basta uma pesquisa de jornais e periódicos, ou a oitiva dos noticiários especializados, para se constatar quão raros são os dias em que menores não estejam envolvidos em algum ato criminoso.Negar tais fatos em nada ajuda à solução. Na verdade, em nada ajuda à sociedade e muito menos aos adolescentes e jovens, vítimas ou atores da violência. Da mesma forma, é contraproducente a atitude dos nossos

políticos, pró ou contra a redução da maioridade penal. Somos um País pluralista e, por isso mesmo, uma democracia de partidos o que supõe, como firmou o teórico espanhol Antonio Torres del Moran, a existência de diversos polos de poder e de diferentes ordenamentos jurídicos para quem entende o Estado como único ente dotado de poder e único criador do Direito. Mas, como a política, conformeVallés (outro jusfilósofo espanhol) e muitos outros respeitados teóricos, tem na constatação e no equacionamento das tensões sociais sua função precípua, o comportamento interesseiro – para não dizer chantagista -ora capitaneado pelos Presidentes das nossas Casas Legislativas, só avilta e apequena o ideal pluralista da democracia brasileira. É esse nanismo que transforma questões tão sérias como a segurança social e a criminalidade juvenil em mero enfrentamento de Poderes, e de poderes pessoais. Reflitamos sobre isso, por enquanto.

vias; sem chavecar; sem risco de tomar coices na cara, nas partes baixas e dentadas nas orelhas. Terceiro ato: - a linhagem está garantida. O rufianismo também é utilizado na política eleitoral, pelos criadores de governos. Mas, nesse caso, o rufião pode ser macho, fêmea, homossexual, bissexual ou total flex, não importa, contando que esteja em dia com as suas obrigações eleitorais e filiado a um partido político, vale. Assim, a governocultura imita a equinocultura. Lança mão do rufianismo. Talqualmente, em etapas: - Primeiro, os caciques partidários ou governocultores se reúnem. À mesma mesa, inimigos declarados e falsos amigos, ou, como são mais bem definidos: “Embaixadores da hipocrisia”. Alegremente maquinam. Algumas reuniões ocorrem em São Paulo, outras na Barra de São Miguel. Nunca são em Brasília: - “dá na vista dos colegas”. Em seguida, os caciques deliberam qual dos partidos apresentará o candidato garanhão; quais partidos o apoiarão por sobre e por baixo da mesa e, qual partido deverá concorrer com o candidato rufião. Havendo divergência, esta, certamente, será contornada pelos “empreiteiros” amigos e simpatizantes da governocultura. Tudo ajeitado, feito o esquema, abotoado o negócio, cumpre ao candidato rufião obter votos necessários para subdividir o total dos votos contidos no eleitorado de modo a alijar os reais concorrentes da disputa, ou seja, alcovitar a vitória do candidato garanhão.

Nesses termos, as convenções partidárias sacramentam o conchavo. Ao rufião eleitoral, de maneira alguma, poderão ser atribuídos votos suficientes para elegê-lo ou provocar um segundo turno, só o candidato garanhão pode ser eleito. Em primeiro turno. É “antiético” rufião por “chifres” em garanhão. Além do mais, o rufião eleitoral, ao contrário do cavalo rufião, sabe para que e a quem servir; em regra geral, não é mutilado eleitoralmente; é bem pago e ainda abiscoita a vantagem de anunciar antecipadamente o seu nome para concorrer nas futuras eleições. No entanto, acaso o rufião eleitoral seja eleito ou cause um segundo turno – “corneie o garanhão” - será uma irredimível traição, o rufião deve ser imediatamente substituído ou, ao contrário, pode até dar em mortes. Muitos outros já foram assassinados por isso. Também, a governocultura utiliza rufião eleitoral do tipo “inocente útil”, incauto, que sonha sozinho ser governador ou prefeito e, só tardiamente, percebe que o seu líder correligionário torceu até quebrar a sua virilidade política. Bem, de qualquer maneira, enfim, nas eleições brasileiras e alagoanas prevalece o postulado pemedebista: - “Direita e esquerda unidas jamais serão vencidas”! Enquanto houver rufião na linha, o eleitorado continuará inerme, impotente, uma touceira de guzerás.

De igual para igual IRINEU TORRES Diretor do Sindifisco e conselheiro Emérito da Fenafisco

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cavalo rufião é o frustrado de sempre. Quando o criador de cavalos decide fazer um rufião, o pobre macho não tem idéia do quanto vai sofrer. O rufião tem o pênis artificialmente torcido e quebrado; não é castrado, mas não copula; fica incapaz para o coito natural; o pênis do rufião quando ereto fica torto, na forma de sovela curva; resvala, nunca entra; ejacula fora; a esterilização mecânica o impede de penetrar; mesmo “de bandinha”, fazendo “anzol”, tenta e não consegue dar “uma” dentro; jamais procriará. A sina do cavalo rufião é poupar outro cavalo, poupar o cavalo reprodutor, poupar o garanhão de esforço ou avaria durante o ato sexual. A zootecnia utiliza o rufião em etapas. Primeiro o rufião entra no estábulo onde se encontra a égua no cio. Em vão tenta o coito, cansa e excita a égua que, como é próprio das fêmeas, fica indócil, valoriza-se, dá uns coices na cara do infeliz e até morde. Contudo, estando o casal muito cansado, o criador retira o rufião. Ato seguinte, o reprodutor entra no estábulo. A égua, previamente cansada e excitada pelo rufião, é coberta pelo reprodutor, o garanhão, que, sem esforço, vai direto ao “assunto”; sem pré-


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ARTIGOS

A hora é essa JORGE MORAIS Jornalista

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ão posso deixar passar essa oportunidade que tenho nas edições do Jornal EXTRA, para justificar perante a sociedade alagoana, em especial, aos desportistas alagoanos, representados por dirigentes e torcedores, a minha précandidatura e a minha desistência em concorrer à presidência do Centro Sportivo Alagoano (CSA), achando que isso seria possível na briga do tostão contra o bilhão. Sempre achei, e continuarei achando por toda a minha vida, que uma indicação por aclamação não é uma jogada inteligente. É a mesma coisa quando se decide uma votação por unanimidade entre os presentes. Seja aclamação ou unanimidade só podem ser verdadeiras

ou autênticas quando as decisões representam a maior parte da sociedade, dos conselheiros ou dos grupos que formam uma entidade, instituição de qualquer gênero ou de empresas pública e privada. Aclamação entre os presentes não significa a vontade de todos. Quem garante que um grupo pode falar por toda uma coletividade. Nesses casos, você é obrigado a aceitar e engolir de goela abaixo uma decisão, muitas das vezes, que vai de encontro à história, e todo mundo sabe a que história me refiro. Não acho que, nesse momento, o CSA precise de aclamação. O CSA precisa de uma direção que tenha planejamento administrativo e financeiro e um grupo competente que possa aplicar essa gestão, independente de quem seja o candidato ou o presidente eleito. No caso da minha candidatura à presidência do CSA, o fiz por entender que um resultado por aclamação não representava o desejo de todos. Por isso, me lancei candidato, mas não logrei êxito no meu propósito ou desejo. Tentei o

máximo possível formar uma chapa que estivesse à altura da história centenária do clube. Trabalhei na formação de uma chapa para que o CSA, especialmente sua torcida, não continuasse sofrendo como nos últimos anos. Não consegui. O meu projeto para o CSA era o de um clube com calendário. Em duas temporadas, o Centro Sportivo Alagoano encerrou a sua programação no mês de abril. Até o departamento amador está fechado, sem atividade, porque a equipe de juniores está suspensa de competições oficiais da FAF. Com certeza, não é esse o CSA que a sua torcida e os seus conselheiros querem daqui para frente. Consciente de tudo que fiz e planejei para o CSA, lamentavelmente, não consegui a formação de uma chapa que pudesse fazer frente à concorrência. Seria, certamente, a disputa eleitoral do dinheiro X trabalho. Nada contra a quem tem muito dinheiro e quer gastar com o CSA, mas acho que, nesse momento, o clube precisa mais é de gente comprometida com o dia a dia e as coisas corretas do que o quanto vai se gastar com

o clube. No entanto, não faço parte da imprensa, conselheiros, e torcedores que apostam no quanto pior, melhor. Torço, sinceramente, que o grupo que está assumindo o CSA, provavelmente com o comando de Rafael Tenório, cumpra o que foi dito na mídia: um clube forte e vencedor. Que o CSA volte aos seus tempos de glórias e com um futuro de respeito no cenário nacional. Da minha parte ficarei sempre vigilante. Estarei, apenas, cobrando as promessas feitas, um direito que tenho como conselheiro do clube, e acho que todos os outros deveriam fazer o mesmo, porque, só assim, estarão ajudando a administração do CSA. Agradeço aos meus companheiros de luta e sonhos; aos que depositaram respeito e confiança na minha candidatura; aos que se colocaram à disposição para integrar a chapa; aos que não puderam participar do processo; e, também, aos que se posicionaram contra a minha candidatura, obrigado! Ao Rafael Tenório boa sorte e felicidades, dessa vez, à frente do CSA.

Uma das minhas netas é moreninha como a mãe e as outras três são loiras. Brincava muito com a escurinha, chamando-a de “minha neguinha”. Quando a irmã nasceu loira, ela me pediu para não brincar dessa maneira. Voltando ao caso da Maria Júlia ou Maju. A moça que se apresenta com competência e dedicação numa das redes mais sintonizadas do país não pode ser negra? Pessoas que a criticam preconceituosamente deveriam ser penalizadas. A Maju deve ter estudado e ter sido bem treinada para chegar a tal posição de destaque. Antigamente, poucos negros eram escolhidos. Lembro-me agora da Glória Maria e de um Eraldo que são apresentadores da Rede Globo há mais de vinte anos. Hoje já existem vários e todos muito bons. Nas novelas os negros faziam papéis de empregados domésticos, escravos, garçons. Acabou-se esse tipo de preconceito e eles já se apresentam como principais artistas. Outro fato que chama a atenção de todos são os cabelos. O crespo bem tratado é muito bonito. Com a chegada das

caríssimas escovas definitivas não existe mais cabelo enrolado. Tudo fica bem liso, tratado com produtos químicos. E não precisa ser crespo, basta ter pequenas ondas. Querem exemplo mais gritante de preconceito contra ele próprio do que o Michael Jackson? Segundo a imprensa ele tinha “vitiligo” e fez com que os médicos clareassem a sua pele. As sucessivas plásticas no rosto tornaram-no um horroroso boneco sem expressão. O cabelo que era black-power alisou totalmente. Finalmente, morreu com depressão porque queria ser outra pessoa. No nosso querido Brasil há muito preconceito. Lá pelo Sul e Sudeste existem pessoas que se acham totalmente brancas, organizadas em quadrilhas para perseguirem pretos, pobres e nordestinos. De vez em quando, um ou outro vai preso. A luta contra o preconceito deve começar em casa: os pais ensinando aos filhos que nenhum brasileiro é de raça pura, todos somos misturados, porque vive por aqui uma enorme quantidade pretos, brancos, índios e muitos estrangeiros. E somos todos irmãos.

Somos todos misturados ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

E

sta semana fomos surpreendidos nas redes sociais com comentários maldosos e preconceituosos a respeito de uma artista da Rede Globo, que apresenta as mudanças do tempo nos telejornais: a Maria Júlia. De repente, sentimos vergonha por nossos conterrâneos. Pelo que nos consta, nós brasileiros, somos o resultado de três raças: preto, branco e índio. Basta viajarmos para outros estados e veremos todo o tipo de pele, mas o preconceito ainda é muito forte nessa terra tão bonita. Havia uma revista muito boa chamada “Realidade” e não sei por que acabou. Pois bem, foi realizada uma pesquisa, lá pelos anos 70/80, para avaliar a existência de preconceito em parte do território nacional. Um casal de negros com dois filhos e um casal bem claro, também com duas

crianças. Chegavam numa capital como se estivessem de mudança e iam procurar colégio para os rebentos. Na Bahia aconteceu um fato chocante: nunca havia vaga para os negros, mas havia para os brancos. O ano passado, num colégio de Maceió, uma jovem bem moreninha não participou de uma dança porque o moço escolhido para ela não aceitou ser seu par. O assunto foi motivo de reunião com os pais. Sou casada com um homem moreno, cuja mãe era preta. Meus filhos são louros e minhas filhas são morenas. Os netos são coloridos. Quando me casei, o preconceito estava na própria família. Uma velha tia de meu marido, quando me conheceu, disse: “Case com ele, mas depois não reclame”. Do meu lado, toda vez que eu engravidava, afirmavam: “Vai nascer um escurinho”. Hoje, entendo tudo como preconceito. Tivemos um negro como presidente do Supremo Tribunal Federal e sempre ouvi e vi na imprensa: “É o primeiro negro a ser presidente do Supremo”. Mas o grande mérito do cidadão era ser competente e honesto. Em várias entrevistas dele, sentia não ser de seu agrado o comentário a respeito de sua pele.


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ARTIGOS

A hora é essa JORGE MORAIS Jornalista

N

ão posso deixar passar essa oportunidade que tenho nas edições do Jornal EXTRA, para justificar perante a sociedade alagoana, em especial, aos desportistas alagoanos, representados por dirigentes e torcedores, a minha précandidatura e a minha desistência em concorrer à presidência do Centro Sportivo Alagoano (CSA), achando que isso seria possível na briga do tostão contra o bilhão. Sempre achei, e continuarei achando por toda a minha vida, que uma indicação por aclamação não é uma jogada inteligente. É a mesma coisa quando se decide uma votação por unanimidade entre os presentes. Seja aclamação ou unanimidade só podem ser verdadeiras

ou autênticas quando as decisões representam a maior parte da sociedade, dos conselheiros ou dos grupos que formam uma entidade, instituição de qualquer gênero ou de empresas pública e privada. Aclamação entre os presentes não significa a vontade de todos. Quem garante que um grupo pode falar por toda uma coletividade. Nesses casos, você é obrigado a aceitar e engolir de goela abaixo uma decisão, muitas das vezes, que vai de encontro à história, e todo mundo sabe a que história me refiro. Não acho que, nesse momento, o CSA precise de aclamação. O CSA precisa de uma direção que tenha planejamento administrativo e financeiro e um grupo competente que possa aplicar essa gestão, independente de quem seja o candidato ou o presidente eleito. No caso da minha candidatura à presidência do CSA, o fiz por entender que um resultado por aclamação não representava o desejo de todos. Por isso, me lancei candidato, mas não logrei êxito no meu propósito ou desejo. Tentei o

máximo possível formar uma chapa que estivesse à altura da história centenária do clube. Trabalhei na formação de uma chapa para que o CSA, especialmente sua torcida, não continuasse sofrendo como nos últimos anos. Não consegui. O meu projeto para o CSA era o de um clube com calendário. Em duas temporadas, o Centro Sportivo Alagoano encerrou a sua programação no mês de abril. Até o departamento amador está fechado, sem atividade, porque a equipe de juniores está suspensa de competições oficiais da FAF. Com certeza, não é esse o CSA que a sua torcida e os seus conselheiros querem daqui para frente. Consciente de tudo que fiz e planejei para o CSA, lamentavelmente, não consegui a formação de uma chapa que pudesse fazer frente à concorrência. Seria, certamente, a disputa eleitoral do dinheiro X trabalho. Nada contra a quem tem muito dinheiro e quer gastar com o CSA, mas acho que, nesse momento, o clube precisa mais é de gente comprometida com o dia a dia e as coisas corretas do que o quanto vai se gastar com

o clube. No entanto, não faço parte da imprensa, conselheiros, e torcedores que apostam no quanto pior, melhor. Torço, sinceramente, que o grupo que está assumindo o CSA, provavelmente com o comando de Rafael Tenório, cumpra o que foi dito na mídia: um clube forte e vencedor. Que o CSA volte aos seus tempos de glórias e com um futuro de respeito no cenário nacional. Da minha parte ficarei sempre vigilante. Estarei, apenas, cobrando as promessas feitas, um direito que tenho como conselheiro do clube, e acho que todos os outros deveriam fazer o mesmo, porque, só assim, estarão ajudando a administração do CSA. Agradeço aos meus companheiros de luta e sonhos; aos que depositaram respeito e confiança na minha candidatura; aos que se colocaram à disposição para integrar a chapa; aos que não puderam participar do processo; e, também, aos que se posicionaram contra a minha candidatura, obrigado! Ao Rafael Tenório boa sorte e felicidades, dessa vez, à frente do CSA.

Uma das minhas netas é moreninha como a mãe e as outras três são loiras. Brincava muito com a escurinha, chamando-a de “minha neguinha”. Quando a irmã nasceu loira, ela me pediu para não brincar dessa maneira. Voltando ao caso da Maria Júlia ou Maju. A moça que se apresenta com competência e dedicação numa das redes mais sintonizadas do país não pode ser negra? Pessoas que a criticam preconceituosamente deveriam ser penalizadas. A Maju deve ter estudado e ter sido bem treinada para chegar a tal posição de destaque. Antigamente, poucos negros eram escolhidos. Lembro-me agora da Glória Maria e de um Eraldo que são apresentadores da Rede Globo há mais de vinte anos. Hoje já existem vários e todos muito bons. Nas novelas os negros faziam papéis de empregados domésticos, escravos, garçons. Acabou-se esse tipo de preconceito e eles já se apresentam como principais artistas. Outro fato que chama a atenção de todos são os cabelos. O crespo bem tratado é muito bonito. Com a chegada das

caríssimas escovas definitivas não existe mais cabelo enrolado. Tudo fica bem liso, tratado com produtos químicos. E não precisa ser crespo, basta ter pequenas ondas. Querem exemplo mais gritante de preconceito contra ele próprio do que o Michael Jackson? Segundo a imprensa ele tinha “vitiligo” e fez com que os médicos clareassem a sua pele. As sucessivas plásticas no rosto tornaram-no um horroroso boneco sem expressão. O cabelo que era black-power alisou totalmente. Finalmente, morreu com depressão porque queria ser outra pessoa. No nosso querido Brasil há muito preconceito. Lá pelo Sul e Sudeste existem pessoas que se acham totalmente brancas, organizadas em quadrilhas para perseguirem pretos, pobres e nordestinos. De vez em quando, um ou outro vai preso. A luta contra o preconceito deve começar em casa: os pais ensinando aos filhos que nenhum brasileiro é de raça pura, todos somos misturados, porque vive por aqui uma enorme quantidade pretos, brancos, índios e muitos estrangeiros. E somos todos irmãos.

Somos todos misturados ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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sta semana fomos surpreendidos nas redes sociais com comentários maldosos e preconceituosos a respeito de uma artista da Rede Globo, que apresenta as mudanças do tempo nos telejornais: a Maria Júlia. De repente, sentimos vergonha por nossos conterrâneos. Pelo que nos consta, nós brasileiros, somos o resultado de três raças: preto, branco e índio. Basta viajarmos para outros estados e veremos todo o tipo de pele, mas o preconceito ainda é muito forte nessa terra tão bonita. Havia uma revista muito boa chamada “Realidade” e não sei por que acabou. Pois bem, foi realizada uma pesquisa, lá pelos anos 70/80, para avaliar a existência de preconceito em parte do território nacional. Um casal de negros com dois filhos e um casal bem claro, também com duas

crianças. Chegavam numa capital como se estivessem de mudança e iam procurar colégio para os rebentos. Na Bahia aconteceu um fato chocante: nunca havia vaga para os negros, mas havia para os brancos. O ano passado, num colégio de Maceió, uma jovem bem moreninha não participou de uma dança porque o moço escolhido para ela não aceitou ser seu par. O assunto foi motivo de reunião com os pais. Sou casada com um homem moreno, cuja mãe era preta. Meus filhos são louros e minhas filhas são morenas. Os netos são coloridos. Quando me casei, o preconceito estava na própria família. Uma velha tia de meu marido, quando me conheceu, disse: “Case com ele, mas depois não reclame”. Do meu lado, toda vez que eu engravidava, afirmavam: “Vai nascer um escurinho”. Hoje, entendo tudo como preconceito. Tivemos um negro como presidente do Supremo Tribunal Federal e sempre ouvi e vi na imprensa: “É o primeiro negro a ser presidente do Supremo”. Mas o grande mérito do cidadão era ser competente e honesto. Em várias entrevistas dele, sentia não ser de seu agrado o comentário a respeito de sua pele.


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

CSA em novos tempos

N

o Mutange, torcedores pressentem novos tempos.Acham, inclusive que Rafael Tenório é “o cara para conduzir o clube numa volta por cima”. Eleição será nesta nova semana, dia 14, e ele encabeça a chapa Operação Resgate. Proposta é formar a diretoria com nomes que tenham histórico no clube.

Sem descanso

Série D

A temporada do futebol, Brasil afora, não libera sinais de retração nos clubes na procura por reforços. E dentre os ultimamente mais habituais, apareceram na linha de frente Palmeiras, São Paulo e Corinthians, sobrecarregados por jogos nacionais e internacionais.

O Coruripe treina para a estreia, próximo dia 19, na Série D do Brasileiro. Pega o Globo, do Rio Grande do Norte, que joga em casa. A diretoria do Hulk alagoano está confiante tanto numa boa estreia como na proposta de alcançar classificação para a fase seguinte. Os adversários são do mesmo nível técnico.

Dispensas

Mesmo nível Galo da Pajuçara Já o CRB, neste sábado, volta a jogar no Rei Pelé e adversário é o Luverdense. Os dois estão próximos na classificação e torcida do Galo da Pajuçara não esconde a confiança de o time voltar a somar pontos. Opinião na torcida não libera ainda confiança para otimismo.

Mais tempero Na derrota do CRB para o Santa Cruz, no Recife (2x1) a imprensa pernambucana definiu o público no Arruda como bom, o equilíbrio das equipes niveladas por cima no futebol brasileiro como todo e também o fato de os dois, nessas rodadas iniciais, estarem próximos na tabela da classificação.

Levantar cabeça O plantel do CRB tem qualidade técnica para crescer na Série B, o técnico Mazola Junior entende do traçado, então qual o problema se sequer faz o dever de casa? Espelha esta realidade a sucessão de tropeços no Trapichão e tem a ver com o Boa Esporte, além da derrota no Recife para o Santa Cruz. Se tem algo errado é hora de buscar solução.

CRB e ASA, em séries diferentes mas no mesmo nível técnico, direcionam a proposta de administrarem os clubes com “pés no chão.” Ter equilíbrio financeiro mantendo os planteis em sua maioria da temporada anterior e custos enxutos. Reforços só os necessários. Em Arapiraca o técnico Vica espelha a nova realidade. Faz a terceira (ou quarta?) temporada no clube.

Figa positiva “Que fique a lição!” Frase ouvida de azulino dá crédito a Rafael Tenório na presidência do CSA para soerguer o clube. Mas, no paralelo, lembram que “uma andorinha só não faz verão”. Pregam o que explicita a frase “União e Força” na bandeira do clube.

Frase antiga “Futebol é ópio do povo e narcotráfico da mídia”. Outra frase, mas do jornalista Millôr Fernandes, é merecedora também de atenção e é dos tempos em que o Brasil ganhava títulos mundiais, inclusive, quatro Copas. São lembranças que ficam para sempre.

O futebol, como caixinha de surpresas, deixa torcedores na dúvida: até o fim desta temporada quantas mais demissões de técnicos, estrelados principalmente, vão acontecer? Curiosidade tem a ver com as quedas de Felipe Scolari, Murici Ramalho e Vanderlei Luxemburgo.

Opinião de Vica Sem torcida Rivaldo, 43 anos, craque consagrado no Brasil e no mundo, e mesmo dono do Mogim Mirim, foi banco e sequer entrou no jogo da 9ª rodada que o CRB venceu (1x0) em São Paulo. A mídia situa como difícil o momento do time em razão da falta de diálogo de Rivaldo com a torcida. Daí o público no estádio ter sido só de 250 torcedores.

Pan Americano O Brasil, mesmo focado nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, participa no Canadá dos Jogos Pan-Americanos que se estendem até o dia 26. Não prioriza títulos, mas fazer laboratório para aperfeiçoar algumas equipes em modalidades ainda sem presença internacional forte.

“A credibilidade do futebol tá abalada. E se a gente parar para pensar sobre quem está sendo o louco que vem investindo no futebol? Tanto no Brasil quanto no mundo. São escândalos em cima de escândalos. Então, se é difícil para um grande clube, imagine o ASA.” Foi dito no G1.

Copa Maceió O Ginásio Arivaldo Maia, no Jacintinho, tem sido palco de eventos esportivos, futebol de salão principalmente, promovidos pela Secretaria Municipal de Esportes e horário habitual das 18 às 22 horas. A Copa Radialista Arivaldo Maia, recente, inscreveu CNEC/ Boca da Mata, Red Bull/ Serraria, Benfica, Atlético F.S, SDA Futsal, 100 compromisso, Criciúma e Copo cheio.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Será que mudam?

Ciclo de oficinas Alagoas está incluído no ciclo de oficinas de gestão social e que tem agenda definida para a segunda fase do projeto Programa Petrobras Agenda 21. Proposta é fortalecer e fomentar autonomia dos fóruns comunitários instaurados na primeira etapa.

É

cedo, mas em Maceió avança conversa sobre précandidaturas a prefeito de Maceió em 2016. Além de Rui Palmeira aparecem outras lideranças fortes na cidade analisando as chances que têm de estar na campanha. Uns até já divulgados, a exemplo de Cícero Almeida.

Abrangência A Petrobras definiu para aula inaugural da Agenda 21 o dia 14 próximo, às 16 horas, e local a Escola Estadual Manoel do Vale Bentes, em Satuba. Prioridade para participar é dada para as lideranças das comunidades do Centro Satuba e do Engenho Velho, no vizinho Pilar.

É parte do jogo Não será surpresa, neste semestre, haver avaliação do sistema das eleições estaduais, mas dúvida é se para vigorar em 2018. Propostas são analisadas em Brasília e a ver a reeleição nas majoritárias com os mandatos passando dos 4 anos atuais para 5.

Dos impasses Dirigentes de partidos no Estado defendem que proposta de mudanças no sistema eleitoral, se tiver de vingar, que seja já para 2016 e dão como razão ser eleições municipais. E, ainda, que seja analisada primeiro nos Estados e, dependendo da posição, também na área federal.

Só conversa? Renan Calheiros (PMDB) se reuniu com senadores do PMDB e PT em Brasília e Lula esteve presente. Da pauta, a redução de mandato deles de 8 para 5 anos e o fim da reeleição de governador mas com mandatos ampliados dos quatro anos atuais para cinco. Proposta, para ser oficializada, terá de ser apreciada e votada no Congresso Nacional.

Das notícias Conversa que Lula ouviu em Brasília teve queixas de parlamentares do partido e razão o que consideram falta de prestígio deles no relacionamento com o Planalto e em especial com a presidente Dilma Rousseff. Mas Lula foi vai intermediar uma aproximação?

É pra valer Que razão tem motorista habituado a dirigir onde proibição é explicita? Caso tem a ver com flagrantes de transgressão na Avenida Dona Constança, uso da faixa de exclusividade para os ônibus. Mais grosseiras são as queixas pela dor no bolso: R$ 53,20 por cada multa e perda de pontos na habilitação.

Ainda trânsito A SMTT divulgou que no pouco tempo do sistema de tráfego implantado na Dona Constança foram flagrados 6.939 motoristas de veículo particular e 283 de ônibus alheios à sinalização. Um vício insistente da má educação doméstica e que hoje causa dor no bolso.

Chuvas em Maceió Turismo Empresários da rede hoteleira em Alagoas ficaram satisfeitos com a temporada de junho e dão como razão o calendário festivo bem divulgado lá fora. Neste mês, de inverno, a queda no movimento está sendo dentro do esperado. O otimismo e figa agora é para o período de dezembro a fevereiro.

Jovens infratores “Não queremos jovem infrator na rua, mas em lugares decentes para que sejam punidos. O que está em jogo é o futuro dessas gerações”, disse o deputado José Guimarães (PT-CE), ao expor na Câmara Federal o voto sim no projeto que baixa idade penal de 18 para 16 anos.

No Facebook O governador Renan Filho (PMDB) incluiu o Hospital Dr. Antenor Serpa, em Delmiro Gouveia, como um dos primeiros a receber recursos do programa de regionalização da saúde. Na informação, divulgada no Facebook dele, consta que irá liberar recursos para ampliar cirurgias das 16 atuais por mês para 22

Quem resolve? Moradores de ruas em bairros mais movimentados de Maceió, veículos principalmente não escondem preocupação com o pedestre fazer travessia de lado de rua mesmo com faixa de prioridade (ou segurança?), inclusive com semáforo. É comum em vários trechos estarem com pintura vencida. Exceção só de avenidas, na orla principalmente, e ruas do centro.

Transtornos causados no fim da semana anterior, de chuvas fortes em Maceió, foram naturais. Mas a lastimar o desabamento de parte de um prédio da Secretaria da Educação, no Centro. Entre maceioenses o episódio foi visto como natural pela falta de manutenção com anos e anos vencida.

Pesquisa escondida Texto na Carta Capital de 17 de junho, coluna Rosa dos Ventos, editada por Maurício Dias e título “O povo não é bobo” afirma: “Uma pesquisa do Ibope, escondida pela mídia, revela que muitos brasileiros veem o jornalismo empenhado em aderir o quanto pior melhor”.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Doação de pescado

C

erca de 450 quilos de pescados apreendidos de forma irregular nos municípios de Barão de Melgaço, Santo Antônio do Leverger e Poconé, no Mato Grosso, foram doados esta semana pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) de Cuiabá, conforme prevê a legislação ambiental. A ação beneficiou sete entidades filantrópicas e assistenciais que atendem pessoas carentes na capital mato-gros-

Tigres a “preço de banana” Atualmente, comprar um tigre na Cidade do México está ao alcance de qualquer um que tiver US$ 2 mil (pouco mais de R$ 6.400), isso por conta da criação de uma lei contra o uso de animais silvestres nos circos, o que levou a indústria a vendê-los. A norma, que entrou em vigor na quarta,8, foi promovida pelo Partido Verde Ecologista do México (Pvem) e apresenta uma deficiência porque não foi elaborada de forma a preservar os animais. Um tigre branco, que custava US$ 25 mil (mais de R$ 80 mil), está sendo vendido por US$ 2 mil a zoológicos particulares e colecionadores.

MRV planta mais de 59 mil árvores sense.

Espuma no Tietê Os moradores de Pirapora do Bom Jesus, na região metropolitana de São Paulo, foram surpreendidos nos últimos dias com o volume de espuma que cobriu o Rio Tietê e tomou as ruas da cidade. Com mais de 3 metros de altura, a camada de espuma chegou até a porta de algumas casas. O fenômeno é frequente nesta época do ano, quando as chuvas diminuem e o problema da poluição no rio se agrava. A espuma é provocada pelos resíduos de detergente não biodegradável despejados no rio através dos esgotos e a proximidade a barragem da Usina Hidrelétrica do Rasgão e o movimento das águas no local. A espuma pode se espalhar por toda a cidade com a ação do vento a recomendação é ficar

A MRV Engenharia fechou o mês de maio com 59.786 mil árvores plantadas em todas as regionais onde está presente, 46% da meta prevista para o ano. Em 2015, a construtora estabeleceu a meta de plantio para 130 mil árvores. O expressivo número se dá devido ao compromisso firmado pela construtora com o objetivo de priorizar atividades e iniciativas que reduzam o impacto no meio ambiente.

Greepeace critica governo O Greenpeace criticou na segunda-feira, 6, os termos do compromisso assumido pelo governo brasileiro no acordo com os Estados Unidos para acabar com o desmatamento ilegal de florestas e mitigar as causas das mudanças no clima. O documento informa que o Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, mas isso é cerca de metade do exigido pelo atual Código Florestal para zerar nosso passivo ambiental. Para o Greenpeace, é vergonhoso que o nível do compromisso no país ainda seja tão baixo.

longe.

Ômega 3 O centro de pesquisa Rothamsted, no Reino Unido, desenvolveu em laboratório e em estufas plantas do tipo camelina modificadas capazes de produzir dois ácidos graxos benéficos para a saúde, normalmente obtidos no óleo de peixe. Os cientistas introduziram genes de algas marinhas, fonte natural de ácidos graxos, nas sementes das plantas. Depois dos primeiros resultados conclusivos em laboratório, a empresa comemorou ter conseguido repetir a experiência em condições ambientais reais. Os resultados gerais da pesquisa foram publicados na revista especializada Metabolic Engineering Communications.

Ondas de calor mais intensas Durante os últimos 50 anos, as ondas de calor ficaram cada vez mais frequentes. A duração e a intensidade provavelmente aumentarão na maioria das zonas terrestres ao longo deste século. Depois do episódio na Índia, em que 700 pessoas morreram em consequência da onda de calor combinado com o mês de jejum muçulmano, o Ramadã, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicaram na terça,7, novas orientações para poder fazer frente aos riscos para a saúde com essas mais intensas ondas de calor: estar na sombra, beber muita água, lavar-se com mais assiduidade, e não se isolar.

Madeira ilegal A operação “Amazônia Unida” da Polícia Judiciária Civil, Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e da Polícia Militar, deflagrada para combater o transporte ilegal de madeira, apreendeu na última semana de junho, vinte e oito caminhões carregados, cerca de 900m³ de madeiras variadas. A operação foi realizada no posto de fiscalização tributária, Benedito Cobrelino de Souza (Rio Correntes), na divisa dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As cargas vinham da região Norte de Mato Grosso, e dos Estados do Pará, Rondônia e Amazonas. Os responsáveis pelo transporte da carga foram autuados pelo crime e a madeira considerada irregular será doada a instituições com fins beneficentes, conforme previsto na lei de crimes ambientais.


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SERVIÇO

Em época de inverno, enfrentar o trânsito pilotando uma moto requer cuidados especiais

Moto: dicas de pilotagem mais segura no inverno

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uem anda de moto sabe que no trânsito é preciso sempre redobrar a atenção, seja para buracos, óleo na pista, motoristas e outros motociclistas imprudentes, por exemplo. E com a chegada do inverno, sair de casa para enfrentar um dia frio em cima de uma motocicleta, contra o vento gelado, requer ainda mais cuidados. Pensando nisso, os especialistas do Centro de Experimentação e Segurança Viaria de Brasil (CESVI) preparam algumas dicas para uma pilotagem mais segura durante o inverno.

CONFIRA A LISTA: Botas - São de extrema importância para que o motociclista chegue pés quentes e secos ao seu destino Luvas - a mão é uma parte do corpo que fica muito exposta ao vento frio. Mantê-las quentes significa garantir um bom conrole e resposta na condução da moto. Por isso, um bom par de luvas que mantenham as mãos quentes, secas e protegidas é prioridade. Trajes específicos Existem casacos e calças vendidos em conjuntos próprios para a condução de motocicletas. Algumas

jaquetas disponíveis no mercado possuem duas forrações, uma para o inverno e outra para o verão, que podem ser removidas no caso de aumento de temperatura ambiente ao longo do dia. Existem também roupas impermeáveis que, além de manter o piloto aquecido, protegem contra a chuva. Touca Balaclava Uma parte exposta ao frio que muitas vezes não pode ser coberta pela blusa ou jaqueta é o pescoço. Por isso é recomendada a utilização de uma touca balaclava, item que vai manter seu pescoço aquecido sem impactar na movimentação.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Líderes do semestre No primeiro semestre aconteceram algumas reviravoltas de peso nos 15 segmentos em que a Coluna divide o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves. A primeira surpresa foi a dupla Onix/Prisma assumir a liderança e ser seguido de perto por HB20 hatch e sedã. Interromperam uma longa série histórica protagonizada por modelos da Volkswagen e da Fiat. Gol e Voyage juntos estiveram à frente até o final do ano passado, mas caíram para a quarta colocação ao fim deste primeiro semestre. Sem a soma de hatches e sedãs, a dupla de hatches de gerações diferentes Palio/Palio Fire continua na liderança alcançada pela primeira vez em 2014 e mantém a posição agora. A chegada recente de quatro novos utilitários esporte compactos também proporcionará mais mudanças. Em apenas três meses de vendas o HR-V avançou a tal ponto que, por uma diferença de apenas 271 unidades, não desbancou a liderança do EcoSport modelo, que criou e sempre do-

minou a categoria. Há nítida tendência de essa onda de novos SUVs avançarem em participação de mercado. Foi o único segmento que cresceu (5% em relação ao primeiro semestre do ano passado). Outros desabaram até mais de 50%. Também alcançaram a liderança em seus segmentos BMW Séries 5/6, Mercedes-Benz Classe C e Porsches Boxster/Cayman. O ranking da Coluna agrega hatches e sedãs da mesma família e igual distância entre eixos, independentemente do nome do modelo. Sedãs com entre-eixos diferentes são classificados à parte (Grand Siena, Logan, Etios, Jetta e outros). A base é a do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores). Só se citam modelos mais representativos do segmento. Dados compilados por Paulo Garbossa, da ADK. Compacto: Onix/Prisma, 12%; HB20 hatch/sedã, 10,4%; Palio/Fire/Siena, 9,6%; Gol/Voyage, 9,1%; Ka hatch/sedã, 8,5%; Uno, 5,8%; Fox, 5,7%; Sandero, 5,1%; Celta/Classic, 4,7%; up!,

RODA VIVA 3,7%; Fiesta hatch/sedã 3,6%; Grand Siena, 3%; Etios hatch 2,3%; Logan, 2,2%; City, 2%; Cobalt, 1,7%; Etios sedã, 1,6%; March, 1,5%; C3/DS3, (1,3%); Punto, 1,2%; Clio, 1,1%; 208, (1%). Onix/ Prisma, líderes pela primeira vez. Médio-compacto: Corolla, 29%; Civic, 16%; Cruze hatch/ sedã, 10,2%; Focus hatch/sedã, 10,1%; Sentra, 6%; Golf, 5%; Jetta, 4%; A3 hatch/sedã, 3,5%; Fluence, 2,7%; C4 Lounge/DS4, (2,6%); Lancer, 1,9%; Bravo,1,5%; Peugeot 308, (1,3%). Corolla com mais folga. Médio-grande: Fusion, 29%; BMW Séries 3 e 4, (27%); Mercedes C, 24%; Audi A4/S4, (4%). Fusion sob ameaça. Grande: BMW Série 5/6, (37%); Mercedes E/CLS, 29%; Jaguar XF, 21%. BMW é novo líder. Topo: Mercedes S, 50%; Panamera, 17%; BMW Série 7, 11%. Mercedes reassume a ponta. Esporte: Boxster/Cayman, 25%; BMW Z4, (23%); Corvette, 13%. Porsche virou o jogo. Utilitário esporte compacto: EcoSport, 25,5%; HR-V, 25,1;

Duster, 24%. EcoSport deve perder a luta. Utilitário esporte médiocompacto: Tucson/ix35, 39%; Sportage, 11%; Outlander, 10%. Líderes sem ameaças. Utilitário esporte médio-grande: Hilux SW4, (40%); XC60, 11%; Sorento, 9%. Sem preocupações. Utilitário esporte grande: Pajero Full/Dakar, 39%; Grand Cherokee, 17%; Edge, 11%. Pajeros consolidados. Monovolume pequeno: Fit, 48%; Spin, 30%; Idea, 10%. Fit amplia. Monovolume médio: J6, (40%); Mercedes B, 31%; Town&Country, 14%. Preço atraente explica. Crossover: ASX, 48%, Range Rover Evoque, 23%; Freemont/ Journey, 22%. Liderança tranquila. Picape pequena: Strada, 54%; Saveiro, 32%; Montana, 14%. Strada não se abalou. Picape média: S10, (31%); Hilux, 27%; Ranger, 15%. S10 ainda firme.

FALTA de confiança é o principal fator depressivo do mercado, pois inadimplência está em nível próximo ao mínimo histórico. Em 2015 devem ser vendidos no máximo 2,6 milhões de veículos. Significa recuo superior a um milhão de unidades em dois anos. Para ter ideia do tombo, diferença equivale ao mercado anual do México, segundo maior da América Latina. ESTRATÉGIA interessante da Audi foi colocar motor turbo 1,4 L de 150 cv no ano-modelo 2016 do Q3 alemão. Seu preço de entrada parte de competitivos R$ 127.190, o mais baixo entre os SUVs premium. Já reflete os ganhos da entrada em produção no Paraná, no início de 2016. Há retoques externos, acabamento mais simples, porém sem desapontar em termos de desempenho.

pitstop Usado, a opção em tempos de crise Enquanto as vendas de carros novos estão em queda livre, o mercado de usados se mantém vigoroso. Qual a razão dessa aparente distorção? Diante das incertezas da economia, o consumidor deixa de investir num carro zero e compra um usado. Uma sábia decisão: do ponto de vista financeiro o carro usado é sempre a melhor opção de compra. Além de se livrar das despesas de licenciamento, IPVA, seguro obrigatório e emplacamento, o consumidor estará adquirindo um produto já depreciado, portanto mais barato. O estudo de Depreciação da Agência Autoinforme indica que o carro perde, em média, 15% do seu

QUEDA de vendas no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2014 foi de 21% e parece ter atingido o fundo do poço, segundo a posição da Anfavea. A Fenabrave, no entanto, ainda projeta o fechamento do ano com uma contração de até 24% sobre 2014. Estoques de 51 dias em maio diminuíram para 47 dias em junho pelo forte encolhimento da produção em 18,5%.

valor após um ano de uso. Após dois anos chega aos 25%. Nada mal comprar um seminovo, muitas vezes pouco rodado e em boas condições, com um “desconto” desses. Um Citroën C3 Exclusive 1.6 automático é vendido no mercado de novos por R$ 60 mil. Usado, modelo 2014, cai para R$ 47,2 mil. Já um Toyota Etios hatch X com motor 1.3 cai de R$ 37,6 mil (zero quilômetro) R$ 29 mil (modelo 2013). Se a opção for por um carro que

teve mudanças significativas na nova geração, o preço do usado é ainda mais vantajoso: enquanto o Renault Fluence Dynamique 2.0 CVT OK custa R$ 71,2 mil, o modelo 2012 pode ser encontrado por R$ 42 mil, conforme cotação Molicar. Muita gente gosta de estar na moda, o sujeito quer ser o primeiro a rodar por aí com o mais recente lançamento: vai pagar caro por isso. As filas de espera do Honda HR-V e do Jeep Renegade

comprovam isso. Mas a maioria pensa no custo benefício e por isso, nesses tempos de crise, o carro usado é uma ótima opção.

SUBARU confirma para o próximo mês a estreia de dois modelos por R$ 147.900 (WRX) e R$ 194.900 (WRX STI) para alavancar a marca. É impressionante a capacidade de aceleração e de vencer curvas com rapidez do STI que, como todo Subaru, tem tração 4x4. Motor de 2,5 litros entrega 305 cv e 40 kgfm. Por enquanto, oferecido aqui apenas com câmbio manual de 6 marchas.


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ARTIGO

A maior mentira do mundo JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

E

u já estou cheio de tantas mentiras, todas ditas por pessoas que dizem sermos todos iguais perante as leis. Enchem a cuca do povo com essas besteiras, até que o povo fique pensando que é verdade. Antes de 1988, alguns políticos e juristas e se reuniram durante vários anos, para discutirem e modificarem a Constituição Brasileira, ficando eles conhecidos como Constituintes. Depois de muitas discussões e brigas, disseram que ela seria a “Constituição mais completa do mundo, a mais moderna, a mais humana e a mais perfeita”. Disseram que tudo que o povo precisava saber sobre seus

direitos e deveres, ela informava e orientava. Esses sabichões viajavam de Brasília para os seus respectivos Estados e até para o exterior, para saberem como eram as Constituições dos outros países, bem como as suas experiências. Eram discursos e mais discursos, até que, num certo dia, os foguetes estouraram e as bandas musicais entoaram hinos patrióticos, fazendo com que o povo se emocionasse e festejasse aquele dia festivo de 1988. Senadores e deputados federais se misturaram com o presidente, ministros, governadores, prefeitos, vereadores e com o povo, para “a festa da democracia”. Pelas madrugadas ainda eram vistas pessoas embriagadas com os seus patriotismos. Tudo era festa e o povo acreditava que nós tínhamos resolvido nossos problemas, com aquela Constituição, chamada pomposamente de Carta Magna. Na data da promulgação, aconteceram

choros, sorrisos, buzinaços, desfiles, canções e gritos, misturados com discursos inflamados. No artigo 5°, a Constituição diz que o povo está protegido pelas leis, com seus direitos sagrados e com os seus deveres e obrigações. Na teoria, a nossa Constituição é uma coisa linda, porém, na prática, é uma verdadeira mentira. É ela própria que cria as igualdades entre os povos. É ela que pratica o racismo quando reservando cotas nas universidades, para pretos e para brancos. Afinal de contas, os pretos são ou não são iguais aos brancos, pela Constituição? As cotas nas universidades acabaram com as igualdades que dizem haver. Também, por que os profissionais de nível superior têm direito a prisão domiciliar, mesmo que seus crimes tenham sido praticados de modo hediondo. Eles são ou não são iguais perante as leis? Por que um senador ou um de-

putado federal tem “foro” privilegiado, só sendo julgados por Tribunais Especiais, isto quando são julgados. Se as leis são iguais para todos, por que o eng. Paulo Maluf vem sendo julgado há mais de 25 anos, mesmo tendo roubado mais de 169 milhões de reais dos cofres públicos? Se as leis são iguais para todos, por que os presos das nossas penitenciárias, que roubaram, apenas, um velho celular, ficam anos e mais anos presos, enquanto os ladrões da Petrobras que roubaram centenas de milhões, logo logo irão ser libertados? Risquem o 5° artigo e seus parágrafos na nossa Constituição, pois não toleramos essa mentira de que somos, todos nós, iguais perante as leis. Arranjem outra coisa para enganar o povo.....! Em tempo – O meu conterrâneo Manoel Carvalho me deixou satisfeito, ao dizer que é meu leitor de carteirinha. Que bom !


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Estão na cola

Duplicação da AL-110

Pelo jeito, o prefeito terá enormes dificuldades pela frente e deve enfrentar um verdadeiro “inferno astral”, isso sem falar no Ministério Público (Estadual e Federal) que investiga um verdadeiro rosário de denúncias envolvendo desmandos administrativos.

As secretárias de Planejamento, Cícera Pinheiro, e de Indústria, Comércio e Serviços, Myrka Lúcio, estiveram reunidas, na quarta-feira (8), com o secretário de Estado de Transportes, Mosart Amaral, e o diretor-presidente do DER/AL, Helder Gazanneo, para acompanharem o andamento do Projeto Executivo da Duplicação da Rodovia AL-110. O encontro mais uma vez ocorreu na sede da Gerência Regional do DER/AL, em Arapiraca.

... Desde terça-feira (7), o Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Arapiraca está passando por uma atualização que acontece em todo o país, suspendendo assim o atendimento no local.

Avaliação

... Segundo a secretária Municipal de Indústria, Comércio e Serviços (Semics), Myrka Lúcio, o atendimento só será normalizado na próxima segunda-feira (13).

Jogo difícil

rise financeira, denúncias de improbidade administrativa e falta de competência para gerir as ações do município em prol da população. Dessa forma, em apenas dois anos e meio de gestão do prefeito Beto Baía, a Prefeitura de União dos Palmares mergulhou no caos, abrindo caminho para ascensão política de velhos e novos opositores que já anunciam a intenção de disputar as eleições municipais de 2016.

Após voltar com os três pontos e de marcar seu primeiro gol na Série C do Campeonato Brasileiro diante da equipe do Águia de Marabá na partida do último domingo (5), em Marabá, o atacante Alex Henrique já pensa no confronto direto contra o Salgueiro neste sábado (11), no Estádio Municipal Cornélio de Barros, em Salgueiro, Pernambuco. Sabendo da dificuldade que é a de enfrentar a equipe em seus domínios, o jogador admite a importância de somar pontos, quer seja ela vindo de uma vitória, ou de apenas um empate.

Os pré-candidatos

Somar pontos

Caos e eleições em União

C

Dentre os pré-candidatos que já estão nas ruas pedindo votos e embalados pelos “pecados” do atual governo municipal, estão o ex-governador Mano, Bruno Praxedes, Adelino Ângelo, Kil Freitas, Eduardo Pedrosa, Zé Alfredo, Iran Meneses, João Caldas e o próprio Beto Baía que, apesar de tudo, já anunciou que não abre mão de disputar a reeleição.

Brigou com aliados Mas a situação política do prefeito Beto Baía não é nada boa e parece que ele não têm consciência disso. Para se ter uma ideia da situação, seus principais aliados, dentre eles João Lyra, Fernando Collor e João Caldas, isso sem falar numa verdadeira legião de cabos eleitorais e até vereadores, passaram para a oposição.

- Sabemos que será um jogo muito difícil, tanto por jogar na casa deles, quanto pelo valor que a partida significa neste momento do campeonato. Esse será um jogo de seis pontos, onde devemos entrar em campo e fazer uma grande partida para trazer o resultado para Arapiraca. O importante é somar pontos, seja três ou apenas um.

Máximo de pontos Por ainda estar no primeiro turno da competição, Alex Henrique almeja conseguir o máximo de pontos possíveis para que, com isso, o ASA possa terminar na ponta da ta-bela e consequentemente começar o returno com mais tranquilidade.

Também estiveram presentes, o gerente-regional do DER/AL, Raimilson Nascimento e o superintendente-adjunto da SMTT de Arapiraca, tenente PM Willyan Nunes, além de técnicos e engenheiros do DER/AL e da Prefeitura de Arapiraca. O grupo debateu algumas questões pontuais do projeto, que deve ser avaliado de forma total pelos técnicos e engenheiros da prefeitura na próxima terça-feira (14).

Recursos O projeto está orçado em R$ 23 milhões para, inicialmente, duplicar quatro quilômetros na área urbana de Arapiraca, e depois avançar mais de 18 quilômetros até a cidade de São Sebastião. O secretário de Estado de Transportes, Mosart Amaral, voltou a reafirmar o compromisso do governador Renan Filho com o desenvolvimento de Arapiraca e Região Metropolitana do Agreste. A previsão é de que o Projeto Executivo seja concluído no dia 29 deste mês de julho, com data prevista para início da obra no dia 10 de agosto.

PELO INTERIOR

... O Sine fica na Casa Integrada do Trabalho (CIT), na Rua São Francisco, bairro do Centro, estando aberto sempre em horário comercial. ... Esta atualização para uma nova versão do sistema que está sendo instalado é uma determinação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

... O Sine atende, diariamente, uma média de 600 pessoas, tendo a atribuição de encaminhar e viabilizar a inserção dos arapiraquenses no mercado de trabalho e promovendo ações de orientação profissional, intermediação de mão-de-obra, habilitação de seguro-desemprego e cursos profissionalizantes, entre outros. Aos interessados, contatar os telefones (82) 3522-1902 e 8833-4354 ou pelo site maisemprego.mte.gov.br. ... Os indicadores de endividamento do consumidor da capital alagoana voltaram a melhorar no mês de junho quando comparados a maio, aponta pesquisa do Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC). ... O Índice de Endividamento do Consumidor (IEC) entre os meses de maio e junho caiu pela quinta vez no ano, passando de 63,1% dos entrevistados para 62,4%, uma variação de 1,1%. ... Em relação ao mesmo período de 2014, aconteceu uma queda de 14%, demonstrando em 12 meses que o resultado é muito favorável. Na média, 2015 registrou 63% de taxa de endividamento, contra 67,3% verificada em 2014. ... A Prefeitura de Arapiraca, por meio da Se-cretaria Municipal de Obras e Viação (Semov) e da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), colocou calçamento e sinalizou a Rua Professora Amália Fragoso, no Centro da cidade. Os serviços de sinalização vertical foram concluídos na manhã de quarta-feira (8). ... Aos nossos amigos e leitores da coluna desejamos uma excelente sexta-feira e um ótimo final de semana. Até a próxima edição. Fui!!!!!!!


30 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 10 A 16 DE JULHO DE 2015

REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

Negociando Os endividados devem sempre procurar seus credores e negociar o débito, jamais deixando de pagar simplesmente porque não podem. Isso não é desculpa e nenhum credor aceita perder tudo que emprestou, seja pessoa jurídica ou física (empresas e agiotas). A negociação é o caminho mais correto. Pode até conseguir redução ou isenção de juros e multas. Mas deve pagar. Caso contrário, perde credibilidade no mercado, não podendo mais comprar a crédito e tomar empréstimo.

Despesas fixas

Seguindo o orçamento

J

á estamos no segundo semestre do ano, constatando o aumento constante de preços não somente de alimentos como de serviços, o que prenuncia um ano de mais aperto financeiro e a inflação beirando os dois dígitos anuais, o que nunca havia ocorrido no Plano Real. O orçamento doméstico que vem sendo seguido desde janeiro deve continuar até dezembro, cortando gastos e procurando evitar empréstimos e prestações de longo prazo, além do uso exagerado do cartão de crédito e cheque especial. Os juros vão continuar subin-do, como arma que o governo tem adotado para reduzir o consumo. Mas tudo leva a crer que o consumidor já está consciente de que deve economizar ao máximo, principalmente pagando suas contas em dia, evitando as compras por impulso e pesquisando preços, só comprando mesmo o que é mais barato, trocando de marcas, além de eliminar os supérfluos, sobrevivendo de acordo com o que ganha. A classe média sempre foi, continua sendo e sempre será a mais sacrificada, exatamente porque tenta acompanhar a rica, acumulando dívidas, podendo chegar ao fundo do poço, virando pobre.

São aquelas que não se pode deixar de pagar, como energia, água, telefone. Se atrasar, tem o serviço cortado e o nome incluído na lista negra do SPC/Serasa. Mas também deve pagar em dia a taxa de condomínio, o aluguel, a prestação do carro, a mensalidade escolar, o plano de saúde e demais compromissos. Cartão de crédito parcelado, nem pensar, principalmente usar para comprar alimentos e não pagar o valor total da fatura.

Poupança Por mais sacrifício que se encontre, o consumidor deve reservar pelo menos 10% de sua renda para formar uma reserva finaneira, a ser usada em alguma emergência. Esse dinheiro deve ser depositado numa caderneta de poupança, que rende juros e a inflação anual.Pode parecer pouco, mas é melhor do que deixar o dinheiro guardado em casa.

Importados Evite produtos importados que estão sempre mais caros do que os similares nacionais, já que são adquiridos em dólar, hoje valendo três vezes mais que o real. Assim, quem gosta de vinho, por exemplo, prefira os produzidos na Serra gaúcha ou no vale do São Francisco, saborosos e baratos. Deixe os portugueses, alemães ou franceses para os milionários.

O Pau de Neto Lins Mar Vermelho - AL - 1996 Sob uma grande e frondosa árvore, na fazenda de Neto Lins, município de Mar Vermelho, iniciava-se, através de um ato solene, a campanha rumo à prefeitura daquele município. O vereador Naro fez uso da palavra e entusiasticamente expressou-se: - Nós começa a campanha debaixo do pau de seu Neto Lins. Que nós tenha uma vitória grande, do tamanho do pau de Seu Neto. Neto Lins, gostando do exórdio do discurso, ria prazerosamente. Naro continuava: - Meus amigos e minhas amigas: Se espelhem num homem como seu Neto Lins. Ele é a raiz e o tronco. Os seus filhos são as ‘‘foias’’ e nós as suas ‘‘gaias’’. Uma descarga de adrenalina espalhou-se pelo corpo de Lins, que passando a mão na testa que já produzia um suor frio e tonto por causa do desconforto, tentou conter o empolgado orador: -Tá bom, Naro. Tá bom! -Se está bom, pode ficar melhor, seu Neto. Vou continuar. -Não, não Naro, pelo amor de Deus! Tem outros oradores que desejam discursar.


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